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“Estudo Longitudinal da Influência da Actividade Física, o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na Correlação entre a Escala Motora Funcional EK em Indivíduos com Distrofia Muscular de Duchenne” - 2 - I - INTRODUÇÃO GERAL As crianças são o melhor do mundo para nós, e como tal a todas elas, independentemente das suas capacidades e limitações deve haver oportunidade de satisfação das suas necessidades permitindo assim uma alegria em viver e consequente melhoria da qualidade de vida. A distrofia muscular de Duchenne (DMD) pelo seu carácter invariavelmente progressivo, de natureza mórbida e, actualmente, com fim letal tornou-se importante nos meios científicos porque toda e qualquer intervenção em termos de tratamento não foi comprovada como sendo eficaz. A DMD é uma distrofia muscular recessiva ligada ao cromossoma X, causada pela ausência de produção da distrofina. A DMD atinge uma criança em cada 3500 nascimentos do sexo masculino, cabendo às mulheres apenas o papel de portadoras do gene mutante. Normalmente em 65% dos casos são de origem familiar (hereditária) e os restantes 35% são mutações genéticas ao acaso. A criança com DMD, enfrenta uma infância e adolescência com uma incapacidade que se desenvolve gradualmente. Pretendemos com este estudo expor a problemática da criança portadora de DMD, e neste contexto enquadrar o nosso contributo, no mínimo, antever algumas situações relacionadas com a doença, na tentativa de prevenir o “abrandamento” da mesma de forma a proporcionar alguma melhoria da qualidade de vida dos afectados, uma vez que a DMD é uma doença degenerativa que afecta os músculos. Pretende-se ainda, deste modo, adquirir conhecimentos acerca desta patologia, apurar algum tipo de exercício que se tem vindo a traduzir como melhoria da qualidade de vida destes indivíduos, e caracterizar os mesmos relativamente às suas limitações. A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é a doença muscular esquelética hereditária e progressiva mais comum nas crianças. Apesar dos avanços no conhecimento das bases moleculares e genéticas da doença ainda não existe uma cura definitiva. A actual intervenção em termos físicos baseia-se essencialmente na hidroterapia, visando melhorar a mobilidade, reduzir incapacidades, prevenir complicações e acima de tudo evitar a retracção muscular. Para que certos objectivos sejam definidos e atingidos, é necessária a utilização de requisitos para que o sucesso terapêutico aconteça na avaliação da gravidade do comprometimento funcional dos pacientes com DMD. Nesse contexto, a utilização de escalas que medem o grau funcional para actividades do quotidiano apresentam uma importância determinante.

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ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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I - INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As crianccedilas satildeo o melhor do mundo para noacutes e como tal a todas elas

independentemente das suas capacidades e limitaccedilotildees deve haver oportunidade de satisfaccedilatildeo

das suas necessidades permitindo assim uma alegria em viver e consequente melhoria da

qualidade de vida

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) pelo seu caraacutecter invariavelmente

progressivo de natureza moacuterbida e actualmente com fim letal tornou-se importante nos

meios cientiacuteficos porque toda e qualquer intervenccedilatildeo em termos de tratamento natildeo foi

comprovada como sendo eficaz A DMD eacute uma distrofia muscular recessiva ligada ao

cromossoma X causada pela ausecircncia de produccedilatildeo da distrofina

A DMD atinge uma crianccedila em cada 3500 nascimentos do sexo masculino cabendo agraves

mulheres apenas o papel de portadoras do gene mutante Normalmente em 65 dos casos satildeo

de origem familiar (hereditaacuteria) e os restantes 35 satildeo mutaccedilotildees geneacuteticas ao acaso

A crianccedila com DMD enfrenta uma infacircncia e adolescecircncia com uma incapacidade que

se desenvolve gradualmente Pretendemos com este estudo expor a problemaacutetica da crianccedila

portadora de DMD e neste contexto enquadrar o nosso contributo no miacutenimo antever

algumas situaccedilotildees relacionadas com a doenccedila na tentativa de prevenir o ldquoabrandamentordquo da

mesma de forma a proporcionar alguma melhoria da qualidade de vida dos afectados uma

vez que a DMD eacute uma doenccedila degenerativa que afecta os muacutesculos

Pretende-se ainda deste modo adquirir conhecimentos acerca desta patologia

apurar algum tipo de exerciacutecio que se tem vindo a traduzir como melhoria da qualidade de

vida destes indiviacuteduos e caracterizar os mesmos relativamente agraves suas limitaccedilotildees

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a doenccedila muscular esqueleacutetica hereditaacuteria

e progressiva mais comum nas crianccedilas Apesar dos avanccedilos no conhecimento das bases

moleculares e geneacuteticas da doenccedila ainda natildeo existe uma cura definitiva

A actual intervenccedilatildeo em termos fiacutesicos baseia-se essencialmente na hidroterapia

visando melhorar a mobilidade reduzir incapacidades prevenir complicaccedilotildees e acima de

tudo evitar a retracccedilatildeo muscular Para que certos objectivos sejam definidos e atingidos eacute

necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de requisitos para que o sucesso terapecircutico aconteccedila na avaliaccedilatildeo da

gravidade do comprometimento funcional dos pacientes com DMD Nesse contexto a

utilizaccedilatildeo de escalas que medem o grau funcional para actividades do quotidiano apresentam

uma importacircncia determinante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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A escala EK Egen Klassifikation (do dinamarquecircs ldquonossa proacutepria classificaccedilatildeordquo) foi

desenvolvida na Dinamarca visando determinar o grau de limitaccedilatildeo funcional de pacientes

com DMD No processo da sua validaccedilatildeo tambeacutem foram estudados pacientes com atrofia

muscular espinhal outra doenccedila neuromuscular caracterizada por fraqueza muscular

esqueleacutetica global A escala EK tem sido utilizada como um meacutetodo uacutetil na discriminaccedilatildeo de

niacuteveis distintos de performance funcional para actividades no dia-a-dia destes indiviacuteduos

Neste sentido pretendemos com este estudo verificar a influecircncia que a actividade

fiacutesicahidroterapia tem na mobilidade motora destes indiviacuteduos (determinada pela escala

motora funcional EK) relacionando-a com os seus valores de IMC e percentagem de massa

gorda

II ndash REVISAtildeO DA LITERATURA

1 Doenccedilas Neuromusculares

As doenccedilas neuromusculares de caraacutecter progressivo foram classificadas por Croker e

Masel (1999) de acordo com o aparelho ou sistema mais afectado pela anomalia geneacutetica

Doenccedilas dos muacutesculos distrofias musculares

Doenccedilas do corno anterior e dos nervos perifeacutericos atrofias musculares

(amiotrofias)

Doenccedilas do sistema nervoso central ataxias

Doenccedilas metaboacutelicas leucodistrofias

Os primeiros sintomas das doenccedilas neuromusculares comeccedilam por se manifestar

principalmente na primeira infacircncia dos 3 aos 10 anos 63 dos 11 aos 20 anos 11 podendo

no entanto aparecer mais tardiamente em qualquer idade Dos primeiros sintomas mais

frequentes destacam-se Dificuldade em andar (43) quedas frequentes (37) dificuldade

em subirdescer escadas (37) perda progressiva da forccedila muscular (37) e dificuldade em

levantar-se (28) APN (2007)

As doenccedilas neuromusculares satildeo doenccedilas raras altamente incapacitantes que vatildeo

evoluindo sempre agraves vezes mais depressa e outras vezes mais lentamente Assim sendo ao

fim de alguns anos os doentes tecircm problemas graves de falta de forccedila e de perda de

autonomia o que os leva a precisar da ajuda de terceiros para realizar as actividades de vida

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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diaacuteria tatildeo simples como ir agrave casa de banho levantar-se da cama vestir-se lavar os dentes

ligar as luzes entre outras

A fraqueza eacute o sintoma de apresentaccedilatildeo mais comum das doenccedilas neuromusculares

Pesquisando as formas pelas quais a fraqueza interfere com as actividades normais e

descobrir os tipos de tarefas que o paciente acha difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e a gravidade da

fraqueza muscular pode ser prevista a partir da histoacuteria cliacutenica Zitelli and Davis (1992) sendo

essencial a determinaccedilatildeo do modo de instalaccedilatildeo e do padratildeo de progressatildeo dos sintomas para

o diagnoacutestico diferencial e escolha dos meacutetodos diagnoacutesticos

Como muitos distuacuterbios neuromusculares satildeo determinados geneticamente deve ser

obtida uma histoacuteria familiar completa de forma a realizar o despiste da doenccedila quer seja por

hereditariedade ou por mutaccedilatildeo de ponto em casos muito escassos

2 Distrofias Musculares

O conceito ldquodistrofiardquo significa crescimento anormal e deriva do grego ldquotropherdquo que

significa nutriccedilatildeo O termo ldquodistrofia muscularrdquo apareceu pela primeira vez no seacuteculo

passado no contexto da perturbaccedilatildeo da estrutura muscular vista atraveacutes de exame

microscoacutepico Swaiman e Smith (1999) As distrofias musculares satildeo um grupo de transtornos

de origem geneacutetica em que existe uma degeneraccedilatildeo gradual das fibras dos muacutesculos

estriados sem qualquer associaccedilatildeo com alteraccedilotildees do sistema nervoso central e dos nervos

perifeacutericos Dubowitz (1989)

Em todas as formas de distrofia muscular existe uma perda efectiva da forccedila mas cada

uma difere em relaccedilatildeo aos grupos musculares afectados idade de instalaccedilatildeo da doenccedila a sua

evoluccedilatildeo e transmissatildeo hereditaacuteria Swaiman e Smith (1999)

3 Classificaccedilatildeo das Distrofias Musculares

Recessiva com ligaccedilatildeo em X

Distrofia muscular de Duchenne

Distrofia de Becker

Distrofia muscular de EmeryDreifuss

Autossoacutemica recessiva

Distrofia muscular dos membros

Distrofia muscular congeacutenita

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Autossoacutemica dominante

Distrofia facioescapuloumeral

Distrofia miotoacutenica

Quadro 1 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de diferentes Distrofias Musculares (Zitelli e Davis 1992)

Duchenne Becker Fascioesca-

puloumeral

Cintura-

-membros Miotoacutenica

Heranccedila Recessiva ligada a

X

Recessiva ligada

a X

Autossoacutemica

dominante

Autossoacutemica

recessiva

Autossoacutemica

dominante

Idade de iniacutecio Preacute-

-escolar

Escolar

adolescecircncia

Variaacutevel da

infacircncia ateacute ao

iniacutecio da vida

adulta

Infacircncia ao

iniacutecio da idade

adulta

Altamente

variaacutevel

Padratildeo de fraqueza Cintura peacutelvica e

escapular

Cintura peacutelvica

e escapular

Face e cintura

escapular

Cintura peacutelvica

e cintura

escapular

Face e parte

distal dos

membros

Velocidade de

progressatildeo Raacutepida Lenta Muito lenta Variaacutevel Variaacutevel

Caracteriacutesticas

associadas

Pseudo-

hipertrofia dos

geacutemeos

Pseudo-

hipertrofia dos

geacutemeos

Nenhuma Pseudo-

hipertrofia rara Miotonia

Caracteriacutesticas

sisteacutemicas

Retardamento

mental ECG

anormal e

caacuterdiomiopatia

Retardamento

mental

ocasional

Nenhuma Nenhuma

Retardamento

mental

frequente

bloqueio

cardiacuteaco

cataratas

calviacutecie

prematura

atrofia tubular e

testicular

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4 Distrofia Muscular de Duchenne

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a mais comum e a mais grave Foi descrita em

1858 por Guillaume Duchenne neurologista francecircs que descrevia um caso de um menino de

9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doenccedila muscular mas tambeacutem pode

ser designada de distrofia muscular pseudo-hipertroacutefica Shepherd (1995)

41 ndash Definiccedilatildeo

A DMD consiste na degeneraccedilatildeo progressiva da musculatura e consequente diminuiccedilatildeo

da forccedila muscular Eacute uma patologia que afecta somente crianccedilas do sexo masculino embora

investigaccedilotildees recentes encontrem caracteriacutesticas semelhantes em crianccedilas do sexo feminino

mas natildeo manifestantes Viswanathan (2002) As manifestaccedilotildees cliacutenicas da DMD geralmente

aparecem a partir do segundo ano de idade A crianccedila ateacute entatildeo apresenta um

desenvolvimento normal embora a marcha se possa atrasar A doenccedila progride ateacute a crianccedila

ficar incapacitada de caminhar no iniacutecio da adolescecircncia com consequente oacutebito devido a

insuficiecircncia caacuterdio-respiratoacuteria entre os 18 e os 20 anos

Observa-se uma progressiva debilidade da musculatura em que o envolvimento eacute

inicialmente simeacutetrico e selectivo comeccedilando aproximadamente na cintura peacutelvica e

escapular na regiatildeo dos ombros e no tronco sendo assim uma degeneraccedilatildeo muscular gradual

que atinge os muacutesculos estriados de forma proacuteximo-distal Dubowitz (1989)

Deste modo o tecido muscular eacute substituiacutedo por tecido intersticial apresentando um

aumento do volume muscular correspondente agrave infiltraccedilatildeo gordurosa que daacute aos muacutesculos

um aspecto pseudo-hipertroacutefico e uma consistecircncia caracteriacutestica

No passado julgava-se que a inteligecircncia destas crianccedilas natildeo sofria qualquer efeito da

doenccedila

Actualmente vaacuterios autores referem uma diminuiccedilatildeo cognitiva e apatia num

significativo nuacutemero de casos Vignos (1963) Por tudo isto a qualidade de vida das crianccedilas

portadoras de DMD eacute significativamente afectada como tambeacutem a sua longevidade devido

tambeacutem agrave inexistecircncia de um tratamento curativo

4 2 Etiologia

Ao longo dos anos tem sido significativo o nuacutemero de teorias relativas agrave patologia das

distrofias musculares como um todo e agrave DMD em particular Talvez a primeira tenha sido

entatildeo chamada ldquoteoria neurogeacutenicardquo Isso postulou que o problema primaacuterio encontrava-se

mais no tecido nervoso dos muacutesculos do que nos muacutesculos propriamente ditos McComas e col

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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos

intelectuais nos meninos com DMD

Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos

70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra

teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era

secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)

Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos

muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria

da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular

mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas

nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo

ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende

explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo

intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)

Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS

onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685

aminoaacutecidos

Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da

estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e

necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-

sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima

de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do

muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos

e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos

perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)

4 3 Incidecircncia

A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos

nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por

isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca

manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)

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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD

A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo

curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente

codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD

Zitelli and Davis (1992)

Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o

mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo

ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma

incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio

mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente

pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)

4 4 Histoacuterico Inicial

Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo

caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos

activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos

normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo

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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo

desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super

ansiosas ou inexperientes

Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de

pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a

suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O

diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente

confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular

Downie (1988)

4 5 Diagnoacutestico

Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-

histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-

esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no

gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para

que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a

patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)

No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e

laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos

seguintes sinais ou sintomas

- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja

conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)

- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde

em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo

atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala

tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)

- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas

frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se

levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das

matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)

- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se

do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O

neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados

pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou

Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou

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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia

bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos

Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo

enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia

- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria

caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e

projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)

- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a

fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico

quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros

superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a

um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas

- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila

quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e

Davis (1992)

- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma

caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos

apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este

aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular

proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo

algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo

identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)

- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)

- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa

voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)

Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete

enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute

confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do

tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo

46 Evoluccedilatildeo da Patologia

Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de

Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento

Fase 1 ndash ateacute aos sete anos

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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a

cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas

com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo

Fase 2 ndash ateacute aos doze anos

Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros

superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da

capacidade de marcha

Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada

Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por

deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com

infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de

morte

4 7 Problemas Associados

Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em

problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do

muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees

morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas

48 Muacutesculo-esqueleacutetico

A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros

sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos

membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores

ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular

proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma

capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde

Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos

fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo

muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 34 -

Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 35 -

Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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A escala EK Egen Klassifikation (do dinamarquecircs ldquonossa proacutepria classificaccedilatildeordquo) foi

desenvolvida na Dinamarca visando determinar o grau de limitaccedilatildeo funcional de pacientes

com DMD No processo da sua validaccedilatildeo tambeacutem foram estudados pacientes com atrofia

muscular espinhal outra doenccedila neuromuscular caracterizada por fraqueza muscular

esqueleacutetica global A escala EK tem sido utilizada como um meacutetodo uacutetil na discriminaccedilatildeo de

niacuteveis distintos de performance funcional para actividades no dia-a-dia destes indiviacuteduos

Neste sentido pretendemos com este estudo verificar a influecircncia que a actividade

fiacutesicahidroterapia tem na mobilidade motora destes indiviacuteduos (determinada pela escala

motora funcional EK) relacionando-a com os seus valores de IMC e percentagem de massa

gorda

II ndash REVISAtildeO DA LITERATURA

1 Doenccedilas Neuromusculares

As doenccedilas neuromusculares de caraacutecter progressivo foram classificadas por Croker e

Masel (1999) de acordo com o aparelho ou sistema mais afectado pela anomalia geneacutetica

Doenccedilas dos muacutesculos distrofias musculares

Doenccedilas do corno anterior e dos nervos perifeacutericos atrofias musculares

(amiotrofias)

Doenccedilas do sistema nervoso central ataxias

Doenccedilas metaboacutelicas leucodistrofias

Os primeiros sintomas das doenccedilas neuromusculares comeccedilam por se manifestar

principalmente na primeira infacircncia dos 3 aos 10 anos 63 dos 11 aos 20 anos 11 podendo

no entanto aparecer mais tardiamente em qualquer idade Dos primeiros sintomas mais

frequentes destacam-se Dificuldade em andar (43) quedas frequentes (37) dificuldade

em subirdescer escadas (37) perda progressiva da forccedila muscular (37) e dificuldade em

levantar-se (28) APN (2007)

As doenccedilas neuromusculares satildeo doenccedilas raras altamente incapacitantes que vatildeo

evoluindo sempre agraves vezes mais depressa e outras vezes mais lentamente Assim sendo ao

fim de alguns anos os doentes tecircm problemas graves de falta de forccedila e de perda de

autonomia o que os leva a precisar da ajuda de terceiros para realizar as actividades de vida

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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diaacuteria tatildeo simples como ir agrave casa de banho levantar-se da cama vestir-se lavar os dentes

ligar as luzes entre outras

A fraqueza eacute o sintoma de apresentaccedilatildeo mais comum das doenccedilas neuromusculares

Pesquisando as formas pelas quais a fraqueza interfere com as actividades normais e

descobrir os tipos de tarefas que o paciente acha difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e a gravidade da

fraqueza muscular pode ser prevista a partir da histoacuteria cliacutenica Zitelli and Davis (1992) sendo

essencial a determinaccedilatildeo do modo de instalaccedilatildeo e do padratildeo de progressatildeo dos sintomas para

o diagnoacutestico diferencial e escolha dos meacutetodos diagnoacutesticos

Como muitos distuacuterbios neuromusculares satildeo determinados geneticamente deve ser

obtida uma histoacuteria familiar completa de forma a realizar o despiste da doenccedila quer seja por

hereditariedade ou por mutaccedilatildeo de ponto em casos muito escassos

2 Distrofias Musculares

O conceito ldquodistrofiardquo significa crescimento anormal e deriva do grego ldquotropherdquo que

significa nutriccedilatildeo O termo ldquodistrofia muscularrdquo apareceu pela primeira vez no seacuteculo

passado no contexto da perturbaccedilatildeo da estrutura muscular vista atraveacutes de exame

microscoacutepico Swaiman e Smith (1999) As distrofias musculares satildeo um grupo de transtornos

de origem geneacutetica em que existe uma degeneraccedilatildeo gradual das fibras dos muacutesculos

estriados sem qualquer associaccedilatildeo com alteraccedilotildees do sistema nervoso central e dos nervos

perifeacutericos Dubowitz (1989)

Em todas as formas de distrofia muscular existe uma perda efectiva da forccedila mas cada

uma difere em relaccedilatildeo aos grupos musculares afectados idade de instalaccedilatildeo da doenccedila a sua

evoluccedilatildeo e transmissatildeo hereditaacuteria Swaiman e Smith (1999)

3 Classificaccedilatildeo das Distrofias Musculares

Recessiva com ligaccedilatildeo em X

Distrofia muscular de Duchenne

Distrofia de Becker

Distrofia muscular de EmeryDreifuss

Autossoacutemica recessiva

Distrofia muscular dos membros

Distrofia muscular congeacutenita

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Autossoacutemica dominante

Distrofia facioescapuloumeral

Distrofia miotoacutenica

Quadro 1 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de diferentes Distrofias Musculares (Zitelli e Davis 1992)

Duchenne Becker Fascioesca-

puloumeral

Cintura-

-membros Miotoacutenica

Heranccedila Recessiva ligada a

X

Recessiva ligada

a X

Autossoacutemica

dominante

Autossoacutemica

recessiva

Autossoacutemica

dominante

Idade de iniacutecio Preacute-

-escolar

Escolar

adolescecircncia

Variaacutevel da

infacircncia ateacute ao

iniacutecio da vida

adulta

Infacircncia ao

iniacutecio da idade

adulta

Altamente

variaacutevel

Padratildeo de fraqueza Cintura peacutelvica e

escapular

Cintura peacutelvica

e escapular

Face e cintura

escapular

Cintura peacutelvica

e cintura

escapular

Face e parte

distal dos

membros

Velocidade de

progressatildeo Raacutepida Lenta Muito lenta Variaacutevel Variaacutevel

Caracteriacutesticas

associadas

Pseudo-

hipertrofia dos

geacutemeos

Pseudo-

hipertrofia dos

geacutemeos

Nenhuma Pseudo-

hipertrofia rara Miotonia

Caracteriacutesticas

sisteacutemicas

Retardamento

mental ECG

anormal e

caacuterdiomiopatia

Retardamento

mental

ocasional

Nenhuma Nenhuma

Retardamento

mental

frequente

bloqueio

cardiacuteaco

cataratas

calviacutecie

prematura

atrofia tubular e

testicular

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4 Distrofia Muscular de Duchenne

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a mais comum e a mais grave Foi descrita em

1858 por Guillaume Duchenne neurologista francecircs que descrevia um caso de um menino de

9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doenccedila muscular mas tambeacutem pode

ser designada de distrofia muscular pseudo-hipertroacutefica Shepherd (1995)

41 ndash Definiccedilatildeo

A DMD consiste na degeneraccedilatildeo progressiva da musculatura e consequente diminuiccedilatildeo

da forccedila muscular Eacute uma patologia que afecta somente crianccedilas do sexo masculino embora

investigaccedilotildees recentes encontrem caracteriacutesticas semelhantes em crianccedilas do sexo feminino

mas natildeo manifestantes Viswanathan (2002) As manifestaccedilotildees cliacutenicas da DMD geralmente

aparecem a partir do segundo ano de idade A crianccedila ateacute entatildeo apresenta um

desenvolvimento normal embora a marcha se possa atrasar A doenccedila progride ateacute a crianccedila

ficar incapacitada de caminhar no iniacutecio da adolescecircncia com consequente oacutebito devido a

insuficiecircncia caacuterdio-respiratoacuteria entre os 18 e os 20 anos

Observa-se uma progressiva debilidade da musculatura em que o envolvimento eacute

inicialmente simeacutetrico e selectivo comeccedilando aproximadamente na cintura peacutelvica e

escapular na regiatildeo dos ombros e no tronco sendo assim uma degeneraccedilatildeo muscular gradual

que atinge os muacutesculos estriados de forma proacuteximo-distal Dubowitz (1989)

Deste modo o tecido muscular eacute substituiacutedo por tecido intersticial apresentando um

aumento do volume muscular correspondente agrave infiltraccedilatildeo gordurosa que daacute aos muacutesculos

um aspecto pseudo-hipertroacutefico e uma consistecircncia caracteriacutestica

No passado julgava-se que a inteligecircncia destas crianccedilas natildeo sofria qualquer efeito da

doenccedila

Actualmente vaacuterios autores referem uma diminuiccedilatildeo cognitiva e apatia num

significativo nuacutemero de casos Vignos (1963) Por tudo isto a qualidade de vida das crianccedilas

portadoras de DMD eacute significativamente afectada como tambeacutem a sua longevidade devido

tambeacutem agrave inexistecircncia de um tratamento curativo

4 2 Etiologia

Ao longo dos anos tem sido significativo o nuacutemero de teorias relativas agrave patologia das

distrofias musculares como um todo e agrave DMD em particular Talvez a primeira tenha sido

entatildeo chamada ldquoteoria neurogeacutenicardquo Isso postulou que o problema primaacuterio encontrava-se

mais no tecido nervoso dos muacutesculos do que nos muacutesculos propriamente ditos McComas e col

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos

intelectuais nos meninos com DMD

Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos

70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra

teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era

secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)

Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos

muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria

da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular

mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas

nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo

ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende

explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo

intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)

Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS

onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685

aminoaacutecidos

Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da

estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e

necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-

sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima

de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do

muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos

e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos

perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)

4 3 Incidecircncia

A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos

nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por

isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca

manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD

A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo

curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente

codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD

Zitelli and Davis (1992)

Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o

mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo

ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma

incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio

mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente

pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)

4 4 Histoacuterico Inicial

Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo

caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos

activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos

normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo

desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super

ansiosas ou inexperientes

Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de

pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a

suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O

diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente

confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular

Downie (1988)

4 5 Diagnoacutestico

Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-

histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-

esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no

gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para

que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a

patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)

No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e

laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos

seguintes sinais ou sintomas

- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja

conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)

- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde

em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo

atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala

tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)

- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas

frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se

levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das

matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)

- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se

do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O

neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados

pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou

Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia

bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos

Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo

enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia

- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria

caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e

projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)

- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a

fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico

quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros

superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a

um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas

- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila

quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e

Davis (1992)

- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma

caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos

apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este

aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular

proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo

algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo

identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)

- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)

- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa

voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)

Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete

enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute

confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do

tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo

46 Evoluccedilatildeo da Patologia

Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de

Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento

Fase 1 ndash ateacute aos sete anos

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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a

cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas

com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo

Fase 2 ndash ateacute aos doze anos

Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros

superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da

capacidade de marcha

Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada

Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por

deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com

infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de

morte

4 7 Problemas Associados

Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em

problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do

muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees

morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas

48 Muacutesculo-esqueleacutetico

A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros

sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos

membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores

ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular

proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma

capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde

Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos

fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo

muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)

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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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diaacuteria tatildeo simples como ir agrave casa de banho levantar-se da cama vestir-se lavar os dentes

ligar as luzes entre outras

A fraqueza eacute o sintoma de apresentaccedilatildeo mais comum das doenccedilas neuromusculares

Pesquisando as formas pelas quais a fraqueza interfere com as actividades normais e

descobrir os tipos de tarefas que o paciente acha difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e a gravidade da

fraqueza muscular pode ser prevista a partir da histoacuteria cliacutenica Zitelli and Davis (1992) sendo

essencial a determinaccedilatildeo do modo de instalaccedilatildeo e do padratildeo de progressatildeo dos sintomas para

o diagnoacutestico diferencial e escolha dos meacutetodos diagnoacutesticos

Como muitos distuacuterbios neuromusculares satildeo determinados geneticamente deve ser

obtida uma histoacuteria familiar completa de forma a realizar o despiste da doenccedila quer seja por

hereditariedade ou por mutaccedilatildeo de ponto em casos muito escassos

2 Distrofias Musculares

O conceito ldquodistrofiardquo significa crescimento anormal e deriva do grego ldquotropherdquo que

significa nutriccedilatildeo O termo ldquodistrofia muscularrdquo apareceu pela primeira vez no seacuteculo

passado no contexto da perturbaccedilatildeo da estrutura muscular vista atraveacutes de exame

microscoacutepico Swaiman e Smith (1999) As distrofias musculares satildeo um grupo de transtornos

de origem geneacutetica em que existe uma degeneraccedilatildeo gradual das fibras dos muacutesculos

estriados sem qualquer associaccedilatildeo com alteraccedilotildees do sistema nervoso central e dos nervos

perifeacutericos Dubowitz (1989)

Em todas as formas de distrofia muscular existe uma perda efectiva da forccedila mas cada

uma difere em relaccedilatildeo aos grupos musculares afectados idade de instalaccedilatildeo da doenccedila a sua

evoluccedilatildeo e transmissatildeo hereditaacuteria Swaiman e Smith (1999)

3 Classificaccedilatildeo das Distrofias Musculares

Recessiva com ligaccedilatildeo em X

Distrofia muscular de Duchenne

Distrofia de Becker

Distrofia muscular de EmeryDreifuss

Autossoacutemica recessiva

Distrofia muscular dos membros

Distrofia muscular congeacutenita

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Autossoacutemica dominante

Distrofia facioescapuloumeral

Distrofia miotoacutenica

Quadro 1 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de diferentes Distrofias Musculares (Zitelli e Davis 1992)

Duchenne Becker Fascioesca-

puloumeral

Cintura-

-membros Miotoacutenica

Heranccedila Recessiva ligada a

X

Recessiva ligada

a X

Autossoacutemica

dominante

Autossoacutemica

recessiva

Autossoacutemica

dominante

Idade de iniacutecio Preacute-

-escolar

Escolar

adolescecircncia

Variaacutevel da

infacircncia ateacute ao

iniacutecio da vida

adulta

Infacircncia ao

iniacutecio da idade

adulta

Altamente

variaacutevel

Padratildeo de fraqueza Cintura peacutelvica e

escapular

Cintura peacutelvica

e escapular

Face e cintura

escapular

Cintura peacutelvica

e cintura

escapular

Face e parte

distal dos

membros

Velocidade de

progressatildeo Raacutepida Lenta Muito lenta Variaacutevel Variaacutevel

Caracteriacutesticas

associadas

Pseudo-

hipertrofia dos

geacutemeos

Pseudo-

hipertrofia dos

geacutemeos

Nenhuma Pseudo-

hipertrofia rara Miotonia

Caracteriacutesticas

sisteacutemicas

Retardamento

mental ECG

anormal e

caacuterdiomiopatia

Retardamento

mental

ocasional

Nenhuma Nenhuma

Retardamento

mental

frequente

bloqueio

cardiacuteaco

cataratas

calviacutecie

prematura

atrofia tubular e

testicular

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4 Distrofia Muscular de Duchenne

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a mais comum e a mais grave Foi descrita em

1858 por Guillaume Duchenne neurologista francecircs que descrevia um caso de um menino de

9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doenccedila muscular mas tambeacutem pode

ser designada de distrofia muscular pseudo-hipertroacutefica Shepherd (1995)

41 ndash Definiccedilatildeo

A DMD consiste na degeneraccedilatildeo progressiva da musculatura e consequente diminuiccedilatildeo

da forccedila muscular Eacute uma patologia que afecta somente crianccedilas do sexo masculino embora

investigaccedilotildees recentes encontrem caracteriacutesticas semelhantes em crianccedilas do sexo feminino

mas natildeo manifestantes Viswanathan (2002) As manifestaccedilotildees cliacutenicas da DMD geralmente

aparecem a partir do segundo ano de idade A crianccedila ateacute entatildeo apresenta um

desenvolvimento normal embora a marcha se possa atrasar A doenccedila progride ateacute a crianccedila

ficar incapacitada de caminhar no iniacutecio da adolescecircncia com consequente oacutebito devido a

insuficiecircncia caacuterdio-respiratoacuteria entre os 18 e os 20 anos

Observa-se uma progressiva debilidade da musculatura em que o envolvimento eacute

inicialmente simeacutetrico e selectivo comeccedilando aproximadamente na cintura peacutelvica e

escapular na regiatildeo dos ombros e no tronco sendo assim uma degeneraccedilatildeo muscular gradual

que atinge os muacutesculos estriados de forma proacuteximo-distal Dubowitz (1989)

Deste modo o tecido muscular eacute substituiacutedo por tecido intersticial apresentando um

aumento do volume muscular correspondente agrave infiltraccedilatildeo gordurosa que daacute aos muacutesculos

um aspecto pseudo-hipertroacutefico e uma consistecircncia caracteriacutestica

No passado julgava-se que a inteligecircncia destas crianccedilas natildeo sofria qualquer efeito da

doenccedila

Actualmente vaacuterios autores referem uma diminuiccedilatildeo cognitiva e apatia num

significativo nuacutemero de casos Vignos (1963) Por tudo isto a qualidade de vida das crianccedilas

portadoras de DMD eacute significativamente afectada como tambeacutem a sua longevidade devido

tambeacutem agrave inexistecircncia de um tratamento curativo

4 2 Etiologia

Ao longo dos anos tem sido significativo o nuacutemero de teorias relativas agrave patologia das

distrofias musculares como um todo e agrave DMD em particular Talvez a primeira tenha sido

entatildeo chamada ldquoteoria neurogeacutenicardquo Isso postulou que o problema primaacuterio encontrava-se

mais no tecido nervoso dos muacutesculos do que nos muacutesculos propriamente ditos McComas e col

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos

intelectuais nos meninos com DMD

Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos

70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra

teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era

secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)

Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos

muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria

da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular

mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas

nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo

ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende

explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo

intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)

Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS

onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685

aminoaacutecidos

Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da

estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e

necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-

sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima

de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do

muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos

e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos

perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)

4 3 Incidecircncia

A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos

nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por

isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca

manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD

A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo

curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente

codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD

Zitelli and Davis (1992)

Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o

mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo

ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma

incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio

mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente

pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)

4 4 Histoacuterico Inicial

Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo

caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos

activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos

normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo

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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo

desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super

ansiosas ou inexperientes

Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de

pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a

suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O

diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente

confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular

Downie (1988)

4 5 Diagnoacutestico

Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-

histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-

esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no

gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para

que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a

patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)

No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e

laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos

seguintes sinais ou sintomas

- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja

conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)

- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde

em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo

atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala

tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)

- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas

frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se

levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das

matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)

- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se

do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O

neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados

pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou

Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou

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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia

bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos

Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo

enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia

- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria

caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e

projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)

- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a

fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico

quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros

superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a

um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas

- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila

quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e

Davis (1992)

- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma

caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos

apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este

aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular

proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo

algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo

identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)

- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)

- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa

voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)

Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete

enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute

confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do

tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo

46 Evoluccedilatildeo da Patologia

Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de

Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento

Fase 1 ndash ateacute aos sete anos

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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a

cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas

com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo

Fase 2 ndash ateacute aos doze anos

Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros

superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da

capacidade de marcha

Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada

Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por

deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com

infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de

morte

4 7 Problemas Associados

Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em

problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do

muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees

morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas

48 Muacutesculo-esqueleacutetico

A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros

sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos

membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores

ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular

proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma

capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde

Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos

fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo

muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)

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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Autossoacutemica dominante

Distrofia facioescapuloumeral

Distrofia miotoacutenica

Quadro 1 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de diferentes Distrofias Musculares (Zitelli e Davis 1992)

Duchenne Becker Fascioesca-

puloumeral

Cintura-

-membros Miotoacutenica

Heranccedila Recessiva ligada a

X

Recessiva ligada

a X

Autossoacutemica

dominante

Autossoacutemica

recessiva

Autossoacutemica

dominante

Idade de iniacutecio Preacute-

-escolar

Escolar

adolescecircncia

Variaacutevel da

infacircncia ateacute ao

iniacutecio da vida

adulta

Infacircncia ao

iniacutecio da idade

adulta

Altamente

variaacutevel

Padratildeo de fraqueza Cintura peacutelvica e

escapular

Cintura peacutelvica

e escapular

Face e cintura

escapular

Cintura peacutelvica

e cintura

escapular

Face e parte

distal dos

membros

Velocidade de

progressatildeo Raacutepida Lenta Muito lenta Variaacutevel Variaacutevel

Caracteriacutesticas

associadas

Pseudo-

hipertrofia dos

geacutemeos

Pseudo-

hipertrofia dos

geacutemeos

Nenhuma Pseudo-

hipertrofia rara Miotonia

Caracteriacutesticas

sisteacutemicas

Retardamento

mental ECG

anormal e

caacuterdiomiopatia

Retardamento

mental

ocasional

Nenhuma Nenhuma

Retardamento

mental

frequente

bloqueio

cardiacuteaco

cataratas

calviacutecie

prematura

atrofia tubular e

testicular

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4 Distrofia Muscular de Duchenne

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a mais comum e a mais grave Foi descrita em

1858 por Guillaume Duchenne neurologista francecircs que descrevia um caso de um menino de

9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doenccedila muscular mas tambeacutem pode

ser designada de distrofia muscular pseudo-hipertroacutefica Shepherd (1995)

41 ndash Definiccedilatildeo

A DMD consiste na degeneraccedilatildeo progressiva da musculatura e consequente diminuiccedilatildeo

da forccedila muscular Eacute uma patologia que afecta somente crianccedilas do sexo masculino embora

investigaccedilotildees recentes encontrem caracteriacutesticas semelhantes em crianccedilas do sexo feminino

mas natildeo manifestantes Viswanathan (2002) As manifestaccedilotildees cliacutenicas da DMD geralmente

aparecem a partir do segundo ano de idade A crianccedila ateacute entatildeo apresenta um

desenvolvimento normal embora a marcha se possa atrasar A doenccedila progride ateacute a crianccedila

ficar incapacitada de caminhar no iniacutecio da adolescecircncia com consequente oacutebito devido a

insuficiecircncia caacuterdio-respiratoacuteria entre os 18 e os 20 anos

Observa-se uma progressiva debilidade da musculatura em que o envolvimento eacute

inicialmente simeacutetrico e selectivo comeccedilando aproximadamente na cintura peacutelvica e

escapular na regiatildeo dos ombros e no tronco sendo assim uma degeneraccedilatildeo muscular gradual

que atinge os muacutesculos estriados de forma proacuteximo-distal Dubowitz (1989)

Deste modo o tecido muscular eacute substituiacutedo por tecido intersticial apresentando um

aumento do volume muscular correspondente agrave infiltraccedilatildeo gordurosa que daacute aos muacutesculos

um aspecto pseudo-hipertroacutefico e uma consistecircncia caracteriacutestica

No passado julgava-se que a inteligecircncia destas crianccedilas natildeo sofria qualquer efeito da

doenccedila

Actualmente vaacuterios autores referem uma diminuiccedilatildeo cognitiva e apatia num

significativo nuacutemero de casos Vignos (1963) Por tudo isto a qualidade de vida das crianccedilas

portadoras de DMD eacute significativamente afectada como tambeacutem a sua longevidade devido

tambeacutem agrave inexistecircncia de um tratamento curativo

4 2 Etiologia

Ao longo dos anos tem sido significativo o nuacutemero de teorias relativas agrave patologia das

distrofias musculares como um todo e agrave DMD em particular Talvez a primeira tenha sido

entatildeo chamada ldquoteoria neurogeacutenicardquo Isso postulou que o problema primaacuterio encontrava-se

mais no tecido nervoso dos muacutesculos do que nos muacutesculos propriamente ditos McComas e col

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos

intelectuais nos meninos com DMD

Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos

70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra

teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era

secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)

Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos

muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria

da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular

mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas

nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo

ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende

explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo

intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)

Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS

onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685

aminoaacutecidos

Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da

estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e

necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-

sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima

de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do

muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos

e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos

perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)

4 3 Incidecircncia

A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos

nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por

isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca

manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD

A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo

curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente

codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD

Zitelli and Davis (1992)

Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o

mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo

ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma

incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio

mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente

pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)

4 4 Histoacuterico Inicial

Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo

caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos

activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos

normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo

desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super

ansiosas ou inexperientes

Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de

pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a

suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O

diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente

confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular

Downie (1988)

4 5 Diagnoacutestico

Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-

histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-

esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no

gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para

que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a

patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)

No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e

laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos

seguintes sinais ou sintomas

- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja

conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)

- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde

em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo

atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala

tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)

- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas

frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se

levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das

matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)

- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se

do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O

neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados

pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou

Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou

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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia

bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos

Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo

enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia

- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria

caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e

projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)

- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a

fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico

quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros

superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a

um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas

- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila

quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e

Davis (1992)

- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma

caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos

apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este

aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular

proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo

algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo

identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)

- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)

- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa

voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)

Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete

enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute

confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do

tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo

46 Evoluccedilatildeo da Patologia

Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de

Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento

Fase 1 ndash ateacute aos sete anos

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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a

cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas

com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo

Fase 2 ndash ateacute aos doze anos

Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros

superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da

capacidade de marcha

Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada

Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por

deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com

infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de

morte

4 7 Problemas Associados

Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em

problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do

muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees

morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas

48 Muacutesculo-esqueleacutetico

A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros

sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos

membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores

ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular

proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma

capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde

Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos

fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo

muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)

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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 29 -

Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4 Distrofia Muscular de Duchenne

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a mais comum e a mais grave Foi descrita em

1858 por Guillaume Duchenne neurologista francecircs que descrevia um caso de um menino de

9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doenccedila muscular mas tambeacutem pode

ser designada de distrofia muscular pseudo-hipertroacutefica Shepherd (1995)

41 ndash Definiccedilatildeo

A DMD consiste na degeneraccedilatildeo progressiva da musculatura e consequente diminuiccedilatildeo

da forccedila muscular Eacute uma patologia que afecta somente crianccedilas do sexo masculino embora

investigaccedilotildees recentes encontrem caracteriacutesticas semelhantes em crianccedilas do sexo feminino

mas natildeo manifestantes Viswanathan (2002) As manifestaccedilotildees cliacutenicas da DMD geralmente

aparecem a partir do segundo ano de idade A crianccedila ateacute entatildeo apresenta um

desenvolvimento normal embora a marcha se possa atrasar A doenccedila progride ateacute a crianccedila

ficar incapacitada de caminhar no iniacutecio da adolescecircncia com consequente oacutebito devido a

insuficiecircncia caacuterdio-respiratoacuteria entre os 18 e os 20 anos

Observa-se uma progressiva debilidade da musculatura em que o envolvimento eacute

inicialmente simeacutetrico e selectivo comeccedilando aproximadamente na cintura peacutelvica e

escapular na regiatildeo dos ombros e no tronco sendo assim uma degeneraccedilatildeo muscular gradual

que atinge os muacutesculos estriados de forma proacuteximo-distal Dubowitz (1989)

Deste modo o tecido muscular eacute substituiacutedo por tecido intersticial apresentando um

aumento do volume muscular correspondente agrave infiltraccedilatildeo gordurosa que daacute aos muacutesculos

um aspecto pseudo-hipertroacutefico e uma consistecircncia caracteriacutestica

No passado julgava-se que a inteligecircncia destas crianccedilas natildeo sofria qualquer efeito da

doenccedila

Actualmente vaacuterios autores referem uma diminuiccedilatildeo cognitiva e apatia num

significativo nuacutemero de casos Vignos (1963) Por tudo isto a qualidade de vida das crianccedilas

portadoras de DMD eacute significativamente afectada como tambeacutem a sua longevidade devido

tambeacutem agrave inexistecircncia de um tratamento curativo

4 2 Etiologia

Ao longo dos anos tem sido significativo o nuacutemero de teorias relativas agrave patologia das

distrofias musculares como um todo e agrave DMD em particular Talvez a primeira tenha sido

entatildeo chamada ldquoteoria neurogeacutenicardquo Isso postulou que o problema primaacuterio encontrava-se

mais no tecido nervoso dos muacutesculos do que nos muacutesculos propriamente ditos McComas e col

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos

intelectuais nos meninos com DMD

Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos

70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra

teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era

secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)

Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos

muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria

da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular

mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas

nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo

ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende

explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo

intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)

Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS

onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685

aminoaacutecidos

Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da

estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e

necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-

sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima

de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do

muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos

e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos

perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)

4 3 Incidecircncia

A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos

nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por

isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca

manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD

A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo

curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente

codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD

Zitelli and Davis (1992)

Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o

mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo

ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma

incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio

mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente

pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)

4 4 Histoacuterico Inicial

Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo

caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos

activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos

normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo

desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super

ansiosas ou inexperientes

Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de

pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a

suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O

diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente

confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular

Downie (1988)

4 5 Diagnoacutestico

Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-

histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-

esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no

gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para

que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a

patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)

No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e

laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos

seguintes sinais ou sintomas

- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja

conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)

- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde

em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo

atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala

tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)

- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas

frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se

levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das

matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)

- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se

do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O

neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados

pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou

Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou

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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia

bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos

Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo

enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia

- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria

caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e

projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)

- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a

fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico

quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros

superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a

um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas

- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila

quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e

Davis (1992)

- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma

caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos

apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este

aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular

proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo

algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo

identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)

- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)

- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa

voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)

Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete

enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute

confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do

tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo

46 Evoluccedilatildeo da Patologia

Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de

Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento

Fase 1 ndash ateacute aos sete anos

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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a

cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas

com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo

Fase 2 ndash ateacute aos doze anos

Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros

superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da

capacidade de marcha

Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada

Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por

deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com

infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de

morte

4 7 Problemas Associados

Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em

problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do

muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees

morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas

48 Muacutesculo-esqueleacutetico

A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros

sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos

membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores

ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular

proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma

capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde

Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos

fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo

muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)

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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 29 -

Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos

intelectuais nos meninos com DMD

Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos

70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra

teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era

secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)

Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos

muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria

da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular

mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas

nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo

ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende

explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo

intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)

Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS

onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685

aminoaacutecidos

Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da

estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e

necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-

sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima

de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do

muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos

e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos

perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)

4 3 Incidecircncia

A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos

nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por

isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca

manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD

A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo

curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente

codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD

Zitelli and Davis (1992)

Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o

mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo

ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma

incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio

mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente

pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)

4 4 Histoacuterico Inicial

Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo

caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos

activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos

normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo

desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super

ansiosas ou inexperientes

Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de

pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a

suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O

diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente

confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular

Downie (1988)

4 5 Diagnoacutestico

Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-

histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-

esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no

gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para

que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a

patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)

No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e

laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos

seguintes sinais ou sintomas

- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja

conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)

- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde

em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo

atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala

tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)

- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas

frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se

levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das

matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)

- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se

do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O

neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados

pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou

Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia

bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos

Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo

enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia

- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria

caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e

projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)

- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a

fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico

quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros

superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a

um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas

- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila

quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e

Davis (1992)

- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma

caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos

apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este

aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular

proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo

algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo

identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)

- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)

- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa

voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)

Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete

enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute

confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do

tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo

46 Evoluccedilatildeo da Patologia

Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de

Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento

Fase 1 ndash ateacute aos sete anos

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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a

cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas

com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo

Fase 2 ndash ateacute aos doze anos

Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros

superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da

capacidade de marcha

Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada

Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por

deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com

infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de

morte

4 7 Problemas Associados

Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em

problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do

muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees

morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas

48 Muacutesculo-esqueleacutetico

A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros

sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos

membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores

ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular

proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma

capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde

Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos

fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo

muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)

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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD

A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo

curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente

codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD

Zitelli and Davis (1992)

Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o

mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo

ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma

incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio

mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente

pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)

4 4 Histoacuterico Inicial

Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo

caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos

activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos

normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo

desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super

ansiosas ou inexperientes

Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de

pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a

suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O

diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente

confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular

Downie (1988)

4 5 Diagnoacutestico

Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-

histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-

esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no

gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para

que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a

patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)

No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e

laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos

seguintes sinais ou sintomas

- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja

conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)

- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde

em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo

atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala

tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)

- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas

frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se

levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das

matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)

- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se

do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O

neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados

pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou

Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia

bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos

Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo

enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia

- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria

caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e

projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)

- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a

fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico

quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros

superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a

um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas

- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila

quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e

Davis (1992)

- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma

caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos

apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este

aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular

proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo

algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo

identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)

- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)

- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa

voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)

Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete

enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute

confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do

tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo

46 Evoluccedilatildeo da Patologia

Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de

Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento

Fase 1 ndash ateacute aos sete anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a

cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas

com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo

Fase 2 ndash ateacute aos doze anos

Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros

superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da

capacidade de marcha

Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada

Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por

deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com

infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de

morte

4 7 Problemas Associados

Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em

problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do

muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees

morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas

48 Muacutesculo-esqueleacutetico

A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros

sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos

membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores

ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular

proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma

capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde

Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos

fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo

muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)

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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 33 -

422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 34 -

Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo

desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super

ansiosas ou inexperientes

Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de

pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a

suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O

diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente

confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular

Downie (1988)

4 5 Diagnoacutestico

Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-

histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-

esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no

gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para

que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a

patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)

No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e

laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos

seguintes sinais ou sintomas

- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja

conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)

- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde

em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo

atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala

tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)

- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas

frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se

levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das

matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)

- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se

do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O

neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados

pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou

Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia

bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos

Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo

enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia

- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria

caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e

projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)

- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a

fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico

quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros

superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a

um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas

- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila

quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e

Davis (1992)

- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma

caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos

apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este

aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular

proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo

algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo

identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)

- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)

- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa

voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)

Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete

enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute

confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do

tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo

46 Evoluccedilatildeo da Patologia

Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de

Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento

Fase 1 ndash ateacute aos sete anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a

cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas

com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo

Fase 2 ndash ateacute aos doze anos

Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros

superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da

capacidade de marcha

Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada

Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por

deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com

infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de

morte

4 7 Problemas Associados

Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em

problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do

muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees

morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas

48 Muacutesculo-esqueleacutetico

A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros

sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos

membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores

ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular

proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma

capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde

Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos

fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo

muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)

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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia

bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos

Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo

enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia

- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria

caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e

projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)

- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a

fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico

quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros

superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a

um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas

- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila

quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e

Davis (1992)

- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma

caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos

apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este

aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular

proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo

algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo

identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)

- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)

- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa

voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)

Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete

enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute

confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do

tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo

46 Evoluccedilatildeo da Patologia

Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de

Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento

Fase 1 ndash ateacute aos sete anos

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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a

cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas

com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo

Fase 2 ndash ateacute aos doze anos

Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros

superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da

capacidade de marcha

Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada

Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por

deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com

infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de

morte

4 7 Problemas Associados

Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em

problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do

muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees

morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas

48 Muacutesculo-esqueleacutetico

A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros

sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos

membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores

ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular

proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma

capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde

Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos

fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo

muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)

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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 29 -

Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a

cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas

com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo

Fase 2 ndash ateacute aos doze anos

Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros

superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da

capacidade de marcha

Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada

Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por

deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com

infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de

morte

4 7 Problemas Associados

Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em

problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do

muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees

morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas

48 Muacutesculo-esqueleacutetico

A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros

sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos

membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores

ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular

proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma

capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde

Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos

fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo

muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 12 -

4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 34 -

Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 35 -

Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco

As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas

propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma

(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das

crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas

A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo

ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade

fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode

natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco

mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente

insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)

5 Muacutesculo Liso

Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo

liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo

gaacutestrica aguda

A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria

podem tambeacutem surgir de igual forma

51 Sistema Nervoso

Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos

demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade

das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90

tendo as restantes QI normal

O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o

nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo

intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor

que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa

turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar

algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da

miopatia

As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em

que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 29 -

Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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52 Contracturas

Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia

lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e

inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da

marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios

nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo

53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas

Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes

gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute

substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro

lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio

de obesidade pode inicialmente esconder

54 Deformaccedilotildees Articulares

Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo

a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o

joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam

comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente

b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo

do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido

ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e

extensatildeo do membro

c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo

eacute possiacutevel

d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca

contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da

marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes

posturais regularmente adoptadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose

acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar

em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas

agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo

posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta

deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo

provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea

O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em

crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada

diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma

posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida

f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a

diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e

diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior

g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo

do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave

fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a

escrever etc

h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital

por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por

retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual

modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas

55 Alteraccedilotildees Oacutesseas

A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees

exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por

reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios

a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente

uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento

da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo

efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 33 -

422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 34 -

Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 35 -

Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural

que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado

de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do

agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este

comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da

crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais

proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a

perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg

A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD

principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas

Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou

inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo

56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas

Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento

familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo

que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis

Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude

positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila

No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a

formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da

crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos

trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a

deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da

famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-

se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas

57 Alteraccedilotildees Funcionais

O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos

agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os

traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a

capacidade funcional

Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a

sobrevivecircncia posta em causa

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na

cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se

permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e

bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro

Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio

haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se

impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona

do calcacircneo

No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da

linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos

extensores da anca

No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha

bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da

anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro

Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna

de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como

correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que

entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente

A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave

escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente

deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel

A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e

particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila

Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros

superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila

fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e

Willig ((1997)

58 Prevenccedilatildeo

Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente

importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo

espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute

casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 33 -

422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute

importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer

o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)

59 Aconselhamento Geneacutetico

O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do

risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de

ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino

que transmitam o gene a futuros descendentes

Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que

permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo

estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos

doentes ou um irmatildeo e um filho doentes

Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de

creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou

excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades

assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do

que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores

Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a

probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute

portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos

de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos

valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila

A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo

do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de

ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD

desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise

directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em

70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988

Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do

gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um

mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas

germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas

somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 32 -

4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 33 -

422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica

O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente

mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia

porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem

Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do

aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os

principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois

estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico

Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das

doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo

especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos

(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de

Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros

Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com

inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade

O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem

aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da

evoluccedilatildeo

O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila

isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de

determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo

articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de

equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro

Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute

considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade

em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel

e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e

Macdonald (1999)

Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital

especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma

ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle

Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores

e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares

provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 32 -

4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 33 -

422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser

repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as

necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em

que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado

A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico

sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular

atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode

provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial

Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser

realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como

Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou

plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem

que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes

cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo

aparecimento de dores na regiatildeo

Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por

retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de

uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos

na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados

Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral

com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos

a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que

possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc

Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que

pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas

manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas

Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio

superior

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 34 -

Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a

flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos

flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e

posturas manuais

Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo

dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito

tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel

A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo

respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de

obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa

toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a

manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces

Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente

Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de

desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois

aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees

profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande

sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica

A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica

de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo

activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave

zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com

fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas

As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois

efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade

respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de

ventilaccedilatildeo permanente

Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes

indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um

programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de

resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees

seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a

viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de

direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um

conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de

intervenccedilatildeo (ver quadro 4)

A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma

vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e

permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado

pelo indiviacuteduo

No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere

como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que

quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na

mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a

frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina

retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na

medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns

exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas

afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o

chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave

posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo

realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade

Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento

maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a

extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados

lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no

nosso estudo ver quadro 4)

Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos

movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um

movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido

horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os

muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)

7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica

A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute

essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do

indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo

fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo

em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor

provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo

eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por

exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e

contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade

caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose

Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que

requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser

prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal

promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se

que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa

avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas

crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel

Guerrero (2007)

Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em

indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a

alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex

(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a

manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da

obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio

Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de

exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a

executar com estes indiviacuteduos

71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular

O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos

a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja

excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived

Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil

Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores

b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas

vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e

que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares

c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de

hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 27 -

Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila

Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo

ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de

forccedila

b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia

suficiente para as tarefas fundamentais

c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o

peso do equipamento

d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com

um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes

semanais

e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo

sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos

73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade

Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos

a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo

b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de

retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o

pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a

trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo

c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de

haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas

d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de

exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees

passivas (ajuda de um terceiro)

74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD

Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas

em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim

sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 34 -

Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 35 -

Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para

correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa

na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma

forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela

actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no

organismo

Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os

casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico

Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas

graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este

programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e

ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e

parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios

No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de

subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada

Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em

termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo

verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia

maacutexima

Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante

esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano

mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado

decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo

Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes

de funcionalidades que integravam o programa

Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um

longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio

isocineacutetico

Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia

muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho

realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias

por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os

2kg

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 32 -

4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 33 -

422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes

exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo

sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este

tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser

extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser

limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser

escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel

necrose dos mesmos

De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar

ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a

intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de

definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero

(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo

de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD

Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero

(2007)

Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)

Exerciacutecios de

resistecircncia

Caminhada Curta

Hidroterapia

Variaacutevel

1 - 6 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 20 minutos

Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel

1 - 5 x semana Baixa

Variaacutevel

1 - 3 seacuteries

5 - 15 repeticcedilotildees

Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos

de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam

com a nossa linha de investigaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 26 -

Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por

Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19

(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do

grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados

antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que

a mesma varia entre 0 e 30

Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute

uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a

mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia

Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias

musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as

etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos

dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e

45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos

139

Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras

existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos

de idade Zanardil e col (2002)

Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num

estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os

resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total

variava entre os 18 e os 57kg

Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)

comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas

A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade

esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo

corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto

com a progressatildeo da doenccedila

Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na

mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a

amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD

ndash non obese Duchenne boys)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 27 -

Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 28 -

Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e

natildeo-obesas

Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de

idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo

das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas

adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa

magra

Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados

obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes

deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a

um plano nutricional

Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG

1 8 1255 262 68

2 7 1145 203 57

3 12 117 190 32

4 8 121 302 117

5 11 141 570 376

6 6 110 180 48

7 8 1175 180 31

8 9 119 195 30

9 12 149 541 267

Meacutedia 9 1236 292 114

ODMD 5 1123 347 253

NODMD 4 1079 268 44

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

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Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

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- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 28 -

Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades

entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal

dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171

Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes

realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade

como hidroterapia ou cinesiterapia

Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos

utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia

executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo

conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era

necessaacuteria ajuda de terceiros

A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias

musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas

da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com

aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade

respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular

Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por

ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona

bastante satisfaccedilatildeo

O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos

foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades

(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a

capacidade vital

Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e

coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a

fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da

respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e

melhorar a auto-estima do paciente

Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e

forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado

inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor

e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual

Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD

entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral

e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees

Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica

sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 29 -

Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 33 -

422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 29 -

Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave

capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos

muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia

Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)

Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do

exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que

avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com

duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico

era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava

limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem

apoio

Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas

vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30

segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira

ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se

deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente

com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade

estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se

que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois

nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o

desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas

Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em

que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data

ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido

estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular

de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute

composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das

actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte

pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com

dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de

hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses

(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40

minutos

Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de

tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em

que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um

total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim

uma perda de apenas 2 pontos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 30 -

No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 31 -

2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13

correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total

de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma

perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa

hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne

e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada

conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados

adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos

relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol

12 nordm 4)

Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e

Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a

idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com

Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK

Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas

apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores

na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha

ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de

rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento

excessivo de peso

IV ndash METODOLOGIA

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da

pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do

estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos

apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como

os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 35 -

Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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2 Objecto de Estudo

Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por

base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente

Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora

funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal

percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses

valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-

se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por

Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores

com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo

A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi

um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr

Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo

funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo

da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em

pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo

A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas

classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que

varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total

composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento

3 Hipoacuteteses da Pesquisa

1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos

pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK

2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores

limitaccedilotildees em termos de escala EK

3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta

patologia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a

esta patologia

4 Meacutetodos e Procedimentos

41 Selecccedilatildeo da Amostra

A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos

constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado

um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas

Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos

idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais

concretas e exiacutemias

Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis

e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o

mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho

onze como podemos verificar no quadro 2

Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e

no final do estudo

42 Variaacuteveis

As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de

pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a

percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia

Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo

Idade Inicial 7 6 9 76666 188894

Idade Final 7 8 11 93381 189950

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 33 -

422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 34 -

Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 35 -

Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 33 -

422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico

Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo

da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma

anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos

com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas

5 Instrumentos e Teacutecnicas

Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem

agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise

Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres

Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de

componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como

no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc

Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de

regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios

infravermelhos e antropometria

Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e

faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram

utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas

e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se

de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo

seria totalmente fidedigna

De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas

requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo

6 Foacutermulas e Equaccedilotildees

Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos

mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida

calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha

(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de

preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu

manuseamento

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 34 -

Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =

Peso Alturasup2 (m)

Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas

antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo

simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste

sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas

cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e

limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta

As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade

quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas

Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem

conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de

construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um

adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo

Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos

chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a

avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa

etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a

atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo

de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por

Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas

estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila

propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise

da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade

com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na

tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino

pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 35 -

Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 35 -

Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e

Petroski (1996)

A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda

apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para

determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte

G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)

A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da

mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra

61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos

Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo

Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de

hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se

com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia

Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a

adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor

limite de toleracircncia para as pregas adiposas

SexoRaccedila Idades

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Masculino

Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67

Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73

Feminino

Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44

Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47

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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 36 -

Procedimentos e Normas Baacutesicas

Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os

pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a

PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA

A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas

as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o

adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura

natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica

Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular

Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o

muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros

superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro

superior

Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora

cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o

observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao

longo do tronco

7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado

Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um

programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico

(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A

especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo

propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 37 -

Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia

Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo

1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades

2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias

3 Diminuir a inactividade e a imobilidade

4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis

Semestre Objectivos

Especiacuteficos

Comportamentos a

adoptarExerciacutecios

Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo

1ordm e 2ordm

Julho de

2009 a

Junho de

2010

Realizar as

actividades

propostas sem

necessitar de ajuda

Deslocar-se na piscina

apoiado agrave parede

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar de forma livre e

sem orientaccedilotildees do monitor

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Lanccedilar e receber uma bola

quer para o monitor quer

para um local preacute-

determinado

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Movimentar em

diferentes planos

os membros

inferiores ao niacutevel

da anca e joelho

Realizar batimento de perna

de modo a deslocar-se

lentamente na piscina

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Flectir e estender as pernas

ao niacutevel dos joelhos

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

passiva

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando colocar o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 38 -

Realizar movimentos de

supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho de forma passiva

tentando aumentar o grau do

movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

3ordm e 4ordm

Julho de

2010 a

Maio de

2011

Movimentar em

diferentes planos

os membros

superiores ao niacutevel

do ombro cotovelo

e pulso

Afastar e aproximar o corpo

da parede da piscina com o

recurso a flexatildeo e extensatildeo

do braccedilo ao niacutevel do

cotovelo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Emergir e submergir uma bola

em cada matildeo

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Elevar os braccedilos o maacuteximo

possiacutevel

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Levar as matildeos agrave linha meacutedia

do corpo mantendo os braccedilos

esticados e de seguida afastaacute-

los

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a

extensibilidade

muscular ao niacutevel

das articulaccedilotildees

dos tornozelos e

joelhos de forma

activa

Contrariar a eversatildeo do peacute

tentando manter o peacute na

direcccedilatildeo da perna durante 15

a 20 segundos sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a inversatildeo do peacute

durante 15 a 20 segundos

sem ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do joelho tentando aumentar

o grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 39 -

Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 40 -

Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 41 -

V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Promover a

extensatildeo maacutexima

dos muacutesculos ao

niacutevel das

articulaccedilotildees dos

pulsos cotovelos e

ombros de forma

passiva

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do braccedilo durante

15 a 20 segundos com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Promover a pronaccedilatildeo e

supinaccedilatildeo do cotovelo

durante 15 a 20 segundos

com ajuda

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

Realizar a flexatildeo e extensatildeo

do pulso tentando aumentar o

grau do movimento

1 a 2 x

semana

Submaximal

(Fraca)

45m

A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor

ou desconforto por parte do indiviacuteduo

8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra

Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem

como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a

percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)

81 Validade e Fidelidade

A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o

objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade

admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes

mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)

referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3

mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a

fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack

Iacutendice de Fidelidade () =

acordos X 100

acordos + desacordos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi

de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3

Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores

1ordf fase 2ordf fase Inter-observador

Observador 1 98

97 Observador 2 96

82 Recolha e Tratamento de Dados

A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em

ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram

registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente

Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O

tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical

Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido

efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney

83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo

Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e

interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos

pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um

pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS

RESULTADOS

1 Introduccedilatildeo

Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo

Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra

bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva

Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem

de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia

Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia

de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica

e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK

Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com

os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo

entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial

onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia

agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis

envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne

Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package

for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o

tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7

2 Anaacutelise Inferencial

Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da

tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da

pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se

estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de

aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a

homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de

Levenne

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 42 -

Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade

sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)

Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no

quadro que se segue

Runs ndash aleatoriedade

KS ndash normalidade

Levene ndash homocedasticidade

Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC

Runs KS Levene

Com marcha 1 0899

0621 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0898

0168 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK

Runs KS Levene

Com marcha 0540 0992

0647 Sem Marcha 1 0999

Grupo estudo - -

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 43 -

Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade

normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores

assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um

indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos

3 Apresentaccedilatildeo dos resultados

31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra

No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes

dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC

percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o

indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao

grupo de controlo

Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo

(longitudinal)

Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1ordf 9 3137 2311 9

2ordf 10 319 2392 11

3ordf 10 3076 2486 13

4ordf 11 297 2559 15

5ordf 11 293 2733 18

Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de

percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo

eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente

Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores

de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 44 -

Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de

controlo

Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK

1

1 7 1534 1609 3

2 7 1613 1640 5

3 8 1691 1672 6

4 8 1717 1731 8

5 9 1743 1791 10

2

1 7 1709 1889 3

2 7 1833 1948 6

3 8 1956 208 8

4 8 1994 2104 10

5 9 2032 22 12

3

1 6 2020 1768 2

2 6 1985 1849 3

3 7 1951 1930 4

4 7 1975 2008 6

5 8 20 223 7

4

1 8 1730 185 9

2 8 1754 1895 10

3 9 1778 194 11

4 9 1845 233 14

5 10 1876 251 17

5

1 9 1861 2022 9

2 10 1895 2151 12

3 10 1965 2410 15

4 11 20 254 18

5 11 218 274 21

6

1 9 2005 2193 8

2 10 2054 2226 11

3 10 2104 226 14

4 11 2139 2343 16

5 11 2175 248 20

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 45 -

O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores

de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem

como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das

avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de

Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores

considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)

No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura

considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)

32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva

Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa

gorda e escala EK

O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre

superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso

excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute

Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333

N 6 6 6

Desvio Padratildeo 151596 223905 456596

Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000

N 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 206191 211586 104857

N 7 7 7

Desvio Padratildeo 461611 264398 436174

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 46 -

menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores

ao grupo de estudo

Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC

Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise

descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um

paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo

assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de

controlo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 49 -

Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 47 -

Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda

Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira

para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de

peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como

caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 48 -

Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta

avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK

O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo

em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz

diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de

estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556

N 6 6 6 6 6

Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK

Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608

Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843

Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354

Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha

ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo

com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute

ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo

(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da

primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 50 -

fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica

qualquer tipo de actividade fiacutesica

Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de

estudo

Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC

Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655

Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744

Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507

Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia

crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de

estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que

constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 51 -

Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo

de estudo

Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG

Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775

N 4 4 4 4 4

Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754

Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000

N 2 2 2 2 2

Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426

Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300

N 1 1 1 1 1

Desvio Padratildeo

Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914

N 7 7 7 7 7

Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779

Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de

estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As

percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com

valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 52 -

33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas

Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute

razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o

que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK

Rho Spearmans

Meacutedia IMC

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523

Significacircncia 0 229

N 7 7

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000

Significacircncia 0 229

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 53 -

Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa

associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa

entre 090 e 1

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG

Rho Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901

Significacircncia 0 006

N 7 7

Meacutedia MG

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000

Significacircncia 0 006

N 7 7

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 54 -

Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK

Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade

Rho

Spearmans

Meacutedia EK

Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982

Significacircncia 0 000

N 7 7

Idade

Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000

Significacircncia 0 000

N 7 7

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005

Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001

Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante

elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001

Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz

igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma

vez que se situa entre 090 e 1

34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica

Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha

ambulatoacuteria e o grupo de estudo

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Grupo Estudo 306 2496 132

Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800

Sig alfa le a 005

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 55 -

O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira

de rodas e o grupo de estudo

O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425

Cadeira de Rodas 1933 2107 85

Grupo de Estudo 3137 2311 9

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129

O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Grupos IMC Massa Gorda Escala EK

Cadeira de Rodas 2037 233 144

Grupo de Estudo 306 2496 132

Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 56 -

Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6

Cadeira de Rodas 1974 2188 115

Grupo de Estudo 3190 2392 11

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090

Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os

grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo

de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK

inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente

proacuteximo da significacircncia estatiacutestica

Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo

O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O

valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores

desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo

Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725

Cadeira de Rodas 2017 2243 145

Grupo de Estudo 3076 2486 13

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 57 -

Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95

Cadeira de Rodas 2052 2376 17

Grupo de Estudo 2970 2559 15

Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105

Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas

Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha

ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo

Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK

Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075

Cadeira de Rodas 2087 2510 205

Grupo de Estudo 2930 2733 18

Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097

O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente

significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No

entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia

estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25

pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 58 -

Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)

Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK

Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77

Cadeira de Rodas 2037 2330 144

Grupo de Estudo 3060 2496 132

Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097

O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre

os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)

Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo

comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco

avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de

habilidades motoras

4 Discussatildeo dos Resultados

Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os

mesmos com a revisatildeo literaacuteria

Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando

os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o

estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos

tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de

DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os

valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda

nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 59 -

Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a

uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos

valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a

quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo

obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos

Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo

verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da

marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda

e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos

(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da

escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda

superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso

a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias

estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se

traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas

apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de

Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade

mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo

inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa

nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local

onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)

Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o

factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo

motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de

correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem

realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos

indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que

apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha

ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o

indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e

realizar algumas tarefas com apoio

Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta

valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em

maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda

apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo

Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de

68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que

quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 60 -

qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo

e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos

32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10

anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final

Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo

praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de

139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores

ao nosso caso que se encontra nos 132

Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas

significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer

modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na

literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio

e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem

qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)

em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos

(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25

ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a

maior diferenccedila entre valores da escala EK

ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional

de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a

programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em

uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida

destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando

necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg

217)

Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas

a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio

activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a

crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo

A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de

abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num

ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se

no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma

atitude coerente

Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que

revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de

Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 61 -

portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades

compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca

(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE

maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73

bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral

verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de

imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde

ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem

foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de

imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os

periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo

inspiratoacuteria maacutexima

Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute

imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente

entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso

terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia

Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)

Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo

em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia

Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19

anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com

hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos

foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram

uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima

entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo

mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura

expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI

Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos

com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e

col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na

capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia

com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso

estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees

cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades

fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os

objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria

realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 62 -

considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes

atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio

Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10

anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O

objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo

usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram

solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse

pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se

um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade

respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um

melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais

efectiva dos pulmotildees

Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto

para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das

actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A

hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do

portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo

consegue fora da aacutegua

Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da

hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A

aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez

articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz

actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia

proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o

equiliacutebrio e consequente controlo motor

VI Conclusotildees

1 Conclusotildees

Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca

dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as

principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as

variaacuteveis analisadas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 63 -

Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma

vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na

escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do

grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como

os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este

facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2

A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter

tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em

que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos

indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor

Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria

e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-

movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e

Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio

ou sobrecarga agrave sua mobilidade

Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida

determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora

Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade

fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma

atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar

de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta

avaliaccedilatildeo

VII Limitaccedilotildees do estudo

As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos

doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente

com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico

tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave

consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo

com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra

Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia

limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito

generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

- 64 -

O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia

ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na

Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo

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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante

comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais

alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam

diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia

Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem

outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os

mesmos valores obtidos na hidroterapia