doenÇa articular degenerativa: principais meios …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA: PRINCIPAIS MEIOS DIAGNÓSTICOS Luiz Henrique da Silva Orientadora: Naida Cristina Borges GOIÂNIA 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA: PRINCIPAIS MEIOS

DIAGNÓSTICOS

Luiz Henrique da Silva

Orientadora: Naida Cristina Borges

GOIÂNIA 2012

ii

LUIZ HENRIQUE DA SILVA

DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA: PRINCIPAIS MEIOS

DIAGNÓSTICOS

Seminário apresentado junto à

Disciplina Seminários Aplicados do

Programa de Pós-Graduação em

Ciência Animal da Escola de

Veterinária da Universidade Federal de

Goiás.

Nível: Doutorado

Linha de pesquisa:

Alterações clínicas, metabólicas e

toxêmicas dos animais e meios

auxiliares de diagnóstico.

Área de Concentração:

Patologia, Clínica e Cirurgia Animal

Orientadora:

Profª. Drª. Naida Cristina Borges

Comitê de Orientação:

Profª. Drª Maria Clorinda Soares Fioravanti - EVZ/UFG

Profª. Drª. Cleuza Maria de Faria Rezende – EV/UFMG

GOIÂNIA 2012

iii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5

2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 7

2.1 Articulações sinoviais .................................................................................... 7

2.1.1 Cápsula articular ........................................................................................... 7

2.1.2 Líquido sinovial .............................................................................................. 8

2.1.3 Cartilagem Articular ....................................................................................... 9

A) Matriz e tecido cartilaginoso .............................................................................. 9

B) Histologia ......................................................................................................... 10

C) Nutrição ........................................................................................................... 11

D) Defeitos da cartilagem e processo de reparação ............................................ 11

2.2 Doença articular degenerativa (DAD) ......................................................... 13

2.2.1 Etiologia ....................................................................................................... 13

2.2.2 Patogenia .................................................................................................... 14

2.2.3 Manifestação clínica .................................................................................... 17

2.3.4 Principais meios diagnósticos ..................................................................... 18

A) Exame clínico .................................................................................................. 18

B) Anestesia diagnóstica ...................................................................................... 19

C) Radiografia ...................................................................................................... 19

D) Ultrassonografia .............................................................................................. 20

E) Análise do líquido sinovial ................................................................................ 21

F) Tomografia computadorizada (TC) .................................................................. 22

G) Ressonância magnética (RM) ......................................................................... 24

H) Cintilografia ...................................................................................................... 25

I) Artroscopia ........................................................................................................ 25

iv

J) Estudos biomecânicos ..................................................................................... 26

K) Histopatologia .................................................................................................. 27

L) Marcadores bioquímicos .................................................................................. 28

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 30

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 32

5

1 INTRODUÇÃO

As articulações sinoviais são submetidas a variáveis graus de

estresse físico, de acordo com o tipo de movimento executado. Trabalho e

treinamentos intensos e aumento da carga imposta nos tecidos podem

provocar sinovites mecanicamente induzidas, com produção e liberação de

citocinas e estimulação de metaloproteinases e de outros mediadores

inflamatórios. Esses eventos podem acarretar em desequilíbrio entre os

processos de síntese e degradação de proteoglicanos da matriz cartilagínea

causando a doença articular degenerativa (DAD).

Doença articular degenerativa, osteoartrose, osteoartrite, são

sinônimos usados para classificar a alteração não infecciosa e progressiva que

acontece na cartilagem das articulações sinoviais ou diartroses (CALDEIRA et

al., 2002). Esta alteração é caracterizada por inflamação e espessamento da

cápsula fibrosa e membrana sinovial, degeneração da cartilagem articular e

produção de osteófitos periarticulares (BORGES, 2006). Sabe-se, também, que

a DAD é uma alteração frequente da cartilagem de crescimento em humanos e

animais domésticos. Nestes, sua ocorrência já foi relatada em suínos, cães,

gatos, bovinos, aves e equinos (VIEIRA, 2010).

A etiologia da DAD já foi bastante pesquisada, contudo, esses

esforços têm sido dificultados pela confusão quanto à definição da doença e

pela falta de compreensão da sua patogenia, particularmente no que se refere

à formação das lesões primárias. Essas limitações podem estar relacionadas

ao fato da grande maioria das pesquisas focarem seus estudos em lesões que

causam sinais clínicos mais tardios. Portanto, apesar da importância de se

estudar casos crônicos, essas lesões possuem uma aparência histológica que

dificulta a determinação da sequência inicial de eventos, pois refletem

processos degenerativos e regenerativos secundários e não o processo

primário (YTHEHUS et al., 2010).

Estudos têm sido realizados sobre o assunto (VIEIRA, 2010), mas

poucos realmente se preocuparam com a fisiopatogenia do processo, situação

que dificulta o entendimento de todos os mecanismos envolvidos na gênese

dessa alteração. O conhecimento sólido sobre aspectos anatômicos e

6

morfológicos das articulações permitem avançar no estudo da alteração,

especialmente quando associado a métodos de diagnóstico.

Os métodos de diagnóstico são de grande importância, em uma

perspectiva de detecção precoce da DAD. A avaliação do processo

degenerativo é geralmente realizada, em veterinária, por meio dos exames

clínico e radiográfico. Contudo, exames ultrassonográficos, tomográficos,

ressonância magnética, artroscópicos, cintilográficos, análise de líquido

sinovial, estudos biomecânicos, histopatológicos e biomarcadores são

importantes na diferenciação das estruturas envolvidas e na determinação da

progressão da doença articular. Neste contexto, objetivou-se com esse

seminário revisar os principais fatores envolvidos na etiologia e fisiopatologia

da DAD, bem como os principais meios diagnósticos desta doença.

7

2 REVISÃO DE LITERATURA

A doença articular degenerativa (DAD) é uma alteração que atinge

exclusivamente as articulações sinoviais e caracteriza-se por fibrilação,

fissuração na cartilagem, microfraturas, cistos e esclerose no osso subcondral

com formação de osteófitos nas bordas articulares. Além disso, a DAD está

associada a dor, rigidez da articulação, deformidade e progressiva perda da

função articular (BORGES, 2006).

A melhor compreensão do metabolismo articular, bem como da

função e estruturas das articulações sinoviais proporcionam uma maior

habilidade em se prevenir e diagnosticar casos de DAD (VEIGA, 2006).

2.1 Articulações sinoviais

As articulações acometidas pela DAD são classificadas como

diartroses ou sinoviais, pois, há movimento entre as superfícies articulares, as

quais possuem tecido conjuntivo cartilaginoso hialino. Esse tecido recobre as

extremidades ósseas com separação completa entre as superfícies articulares

e é delimitado por uma cápsula fibrosa, formando uma cavidade revestida pela

membrana sinovial, que é responsável pela produção de líquido (MIKAIL &

PEDRO, 2006).

2.1.1 Cápsula articular

A cápsula articular é composta por duas partes, a camada fibrosa,

localizada externamente, contínua ao periósteo, e a membrana sinovial, que

circunda a cavidade sinovial onde não há cartilagem articular. A estabilidade da

articulação é conferida pela presença de ligamentos, tendões e da própria

cápsula articular que são estruturas compostas predominantemente por

colágeno tipo I (MIKAIL & PEDRO, 2006; RENNER, 2010).

A membrana sinovial ou sinóvia é de coloração branca a branca

amarelada, lisa e brilhante em algumas regiões da articulação e em outras é

formada por numerosos vilos. As células presentes na membrana sinovial, são

8

denominadas sinoviócitos, tendo como função a fagocitose e a produção de

macromoléculas, incluindo o colágeno, cuja concentração e grau de

polimerização influenciam diretamente na viscosidade do líquido sinovial,

fundamental para a lubrificação das superfícies articulares (MICHELON, 2008).

2.1.2 Líquido sinovial

O líquido sinovial é um dialisado do plasma ao qual são adicionadas

glicoproteínas oriundas das células da membrana sinovial. Na presença de

afecção na membrana sinovial e na cartilagem articular suas propriedades são

modificadas, tornando útil seu exame na suspeita de doença articular

(PIERMATTEI & FLO, 2006; RENNER, 2010). Aspecto importante a ser

analisado é a pressão coloidosmótica existente entre o plasma e o líquido

sinovial. Pois, a diferença de pressão permite que moléculas pequenas

atravessem livremente a barreira permeável entre os sinoviócitos e a matriz e

que moléculas grandes atravessem a membrana por difusão simples

(MACWILLIANS & FRIEDRICHS, 2003; TATARUNAS, 2004).

O valor de referência para a contagem celular do líquido sinovial

normal é de até 3000 células/mm3. As células nucleadas frequentemente

encontradas no líquido sinovial são os neutrófilos, linfócitos, monócitos e

macrófagos. Os neutrófilos não excedem 10% da contagem total de células,

tanto em articulações hígidas como aquelas com artropatia de origem não

inflamatória. Os tipos celulares predominantes são mononucleares, consistindo

de pequenos linfócitos, monócitos e macrófagos (MACWILLIANS &

FRIEDRICHS, 2003; TATARUMAS, 2004). A avaliação laboratorial do líquido

sinovial inclui provas físicas, químicas, cultura microbiana e contagem de

células nucleadas (BOON, 1997, RENNER, 2010).

A viscosidade normal do líquido sinovial resulta da quantidade de

polimerização do ácido hialurônico, que é uma glicoproteína. O ácido

hialurônico promove uma coloração rósea homogênea a levemente granular no

fundo da lâmina do esfregaço, e a intensidade é diretamente proporcional à

quantidade de ácido hialurônico presente (MACWILLIANS & FRIEDRICHS,

2003; ANDRADE et al., 2009).

9

2.1.3 Cartilagem Articular

A cartilagem articular recobre a placa óssea subcondral, estando

fortemente aderida a ela. Sua espessura varia entre as articulações e sua

composição é basicamente de água (65% a 80%), colágeno (10% a 30%),

proteoglicanos (5% a 10%) e condrócitos (< 2 %). A coloração normal da

cartilagem articular apresenta-se leitosa e opaca nas regiões mais espessas e

translúcidas com uma cor azulada suave nas regiões mais finas. No entanto, a

superfície não é lisa. Estudos usando microscopia eletrônica de varredura

demonstraram a presença de ondulações e depressões irregulares

(MICHELON, 2008).

A) Matriz e tecido cartilaginoso

A matriz da cartilagem hialina é constituída por vários tipos de

colágeno. Aquele que apresenta maior relevo por ser o responsável pelo

volume das fibrilas e que se encontra em maior quantidade é o colágeno tipo II.

Além desse, existe três outros tipos de colágeno que contribuem para a

formação das fibrilas: o colágeno tipo XI, que regula a dimensão das fibras, o

colágeno tipo IX, que facilita a interação dessas com as moléculas de

proteoglicanos, e o colágeno tipo X que organiza as fibrilas de colágeno em

uma estrutura tridimensional hexagonal entrelaçada. O colágeno tipo VI pode

ser encontrado pericelularmente na matriz, fortalecendo a ligação dos

condrócitos à estrutura dessa mesma matriz (ROSS et al., 2003, RENNER,

2010).

Associados ao colágeno estão presentes os glicosaminoglicanos,

condroitinsulfato e queratossulfato. Ambos, por sua vez, se encontram ligados

por covalência, em elevado número, a um núcleo protéico formando um

monômero proteoglicanos (Figura 1) (ROSS et al., 2003; JUNQUEIRA &

CARNEIRO, 2008). Um terceiro tipo de glicosaminoglicano, o ácido hialurônico,

estabelece ligações não covalentes com aproximadamente 80 a 200

proteoglicanos para formar uma grande molécula de agrecana. Essas

moléculas de agrecana interagem com as fibrilas de colágeno por meio de

10

interações eletrostáticas e ligações cruzadas com glicoproteínas (ROSS et al.,

2003; JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2008).

Figura 1- Representaçao esquemática dos

componentes da cartilagem articular e

suas estruturas.

Fonte: RENNER (2010)

Além dos componentes matriciais referidos, estão ainda presentes

moléculas responsáveis pela interação entre os condrócitos e a matriz. Estas

se localizam numa fina camada pericelular que circunda cada condrócito. Entre

essas moléculas encontram-se a condronectina, a ancorina CII, a tenascina e a

fibronectina (ROSS et al., 2003). Na região mais profunda da cartilagem

articular e na zona hipertrófica do disco epifisário, a matriz encontra-se

mineralizada por fosfato de cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita

(RENNER, 2010).

B) Histologia

Na histologia a cartilagem articular divide-se em três zonas. A zona

superficial, que contém células fusiformes com estrutura citoplasmática

11

semelhante ao fibroblasto. Tanto os condrócitos quanto as fibras de colágeno

estão organizados paralelamente à superfície articular. A zona intermediária é

onde os condrócitos são arredondados, apresentando prolongamentos

citoplasmáticos e se dispõem em filas alongadas e irregulares. As fibras

colágenas se organizam de modo perpendicular à superfície articular. E, a zona

mais profunda, a qual os condrócitos tendem a hipertrofiar e degenerar. Nesta

zona observa-se acúmulo de glicogênio e material lipídico no citoplasma dos

condrócitos e presença de cristais de hidroxiapatita, levando a calcificação da

matriz cartilaginosa. As fibras de colágeno, na zona mais profunda, estão

firmemente inseridas no osso subcondral, dando estabilidade a cartilagem

articular (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2008, RENNER, 2010).

C) Nutrição

Os condrócitos encontram-se dependentes da difusão de nutrientes

através da matriz extracelular, pois, as cartilagens não possuem vasos

sanguíneos. Os nutrientes provêm de capilares presentes no exterior da bainha

conjuntiva envolvente, que recebe o nome de pericôndrio, ou então do líquido

sinovial contido nas cavidades articulares (YTREHUS et al., 2007, RENNER,

2010).

Em indivíduos imaturos as cartilagens epifiseais subarticulares,

excedem três milímetros de espessura, e neste caso, há vasos sanguíneos que

penetram a matriz a partir do plexo do pericôndrio envolvente (MICHELON,

2008). Esses vasos incluem arteríolas, vênulas e capilares e estão envolvidos

pelo tecido conjuntivo permitindo a nutrição dos condrócitos. Os condrócitos, ao

proliferarem e produzirem matriz conduzem à obliteração dos canais pré-

existentes, condicionando o seu desaparecimento (YTREHUS et al., 2007).

D) Defeitos da cartilagem e processo de reparação

Os defeitos das cartilagens são classificados de acordo com a

profundidade da lesão (Figura 2). Determina-se como grau 0, a cartilagem

12

normal; grau I, uma lesão articular branda; grau II, lesões caracterizadas por

fibrilação, fissuras menores que 1,5cm de diâmetro; grau III, lesões com

fissuras que atingem até o osso subcondral e grau IV, lesões profundas com

exposição do osso subcondral (BITTENCOURT, 2008).

FIGURA 2- Representação esquemática da

classificação dos defeitos da

cartilagem

Fonte: VEIGA (2006)

O processo de reparação de lesões restritas a cartilagem hialina

articular não obedece inteiramente as três fases, que são necrose, inflamação

e reparação, justamente por causa da sua condição avascular, limitando a

capacidade de cicatrização. Quando há lesão profunda, atingindo o osso

subcondral com maior vascularização, todas as três fases ocorrem

naturalmente (RIBEIRO et al., 2004; SHAH et al., 2007).

Com a dificuldade de cicatrização do tecido cartilaginoso e a

presença de mediadores inflamatórios, em resposta a lesão da cartilagem,

desencadeia-se uma cascata de eventos observada, principalmente, pela

destruição da matriz extracelular e diminuição da síntese de glicoproteínas

pelos condrócitos. Isso leva a um ciclo perpétuo de catabolismo, dando início a

doença articular degenerativa (VIERA et al., 2010).

13

2.2 Doença articular degenerativa (DAD)

A doença articular degenerativa (DAD) acomete diversas espécies

animais (MAY, 1996) inclusive o homem (DENNY & BUTTERWORTH, 2006).

Pode ser definida como uma desordem não inflamatória de articulações

móveis, sendo considerada como um grupo de distúrbios caracterizado pela

deterioração progressiva da cartilagem articular acompanhada de alterações

ósseas e de tecidos moles (CARON, 2003; SCHMITZ et al., 2010). Acrescente-

se que a DAD é uma condição crônica que leva a degeneração do menisco e

ao espessamento da cápsula articular (LOESER, 2005).

2.2.1 Etiologia

Nos animais e no ser humano diferentes fatores são identificados

como causa da doença, sendo estes, trauma, fratura intra-articular, subluxação

ou luxação articular, defeitos de conformação e deformidade angular (VEIGA,

2006).

A DAD é classificada em primária quando sua origem é

desconhecida e secundária quando há fatores predisponentes a ocorrência de

defeitos de conformação e infecção articular (SCHMITZ et al., 2010).

Considerando as estruturas envolvidas, a patogênese e o diagnóstico VEIGA

(2006) propõe três classificação. DAD tipo I, associada à sinovites e capsulites

DAD tipo II, secundária a fraturas, injúrias no osso subcondral, artrite infecciosa

e lesões ligamentares e, DAD tipo III onde se observa erosão não progressiva

da cartilagem articular.

De acordo com CARON (2003) a etiopatogenia da DAD não está

totalmente esclarecida. Acredita-se que propriedades biomecânicas anormais

da cartilagem articular (SANTOS, 2009), alterações físicas no osso subcondral

associadas a deficiente absorção de impactos decorrente ao adelgaçamento da

cartilagem articular (CARON, 2003) e injúrias celulares com alterações

metabólicas dos condrócitos sejam os principais mecanismos

desencadeadores da doença (VEIGA, 2006).

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Em cães, observa-se que a articulação do joelho (DURANA, 2009), a

articulação do ombro (MATERA & TATARUNAS, 2007) e a articulação

coxofemoral (ROCHA, 2012) são as mais acometidas e, invariavelmente

desencadeiam processos degenerativos compatíveis com a DAD (DENNY &

BUTTERWORTH, 2006).

Nessas articulações o processo degenerativo é decorrente do uso

excessivo da articulação ou de conformações inadequadas que predispõem às

forças indesejadas sobre a cartilagem. O processo inflamatório ocorre

inicialmente na sinóvia, cápsula articular ou osso subcondral, dando inicio a

cascata dos mediadores inflamatórios. Isto causa um efeito dominó do

processo inflamatório em outros tecidos articulares que por sua vez também

liberam mediadores inflamatórios (GOODRICH & NIXON, 2006; VEIGA, 2006).

2.2.2 Patogenia

A instauração e progressão da DAD são atribuídas à degradação

enzimática da cartilagem articular (BORGES, 2006). As propriedades da

cartilagem relacionadas ao seu papel fisiológico dependem da integridade da

estrutura da sua matriz e, alteração nos proteoglicanos e no colágeno diminui a

resistência da cartilagem (VIEIRA et al., 2010).

Na articulação saudável, os condrócitos são os responsáveis por

manter o balanço entre a degradação da matriz cartilagínea e sua reparação.

Este equilíbrio é mantido pela interação complexa entre condrócitos, citocinas e

estímulos mecânicos. Na DAD ocorre a quebra desta condição de homeostase,

desencadeando, predominantemente, um processo catabólico (RIGGS, 2006;

VEIGA, 2006, VIEIRA et al., 2010).

A primeira alteração é observada na cápsula articular, que se torna

responsiva a inflamação, diminui a espessura e aumenta a vascularização

(VEIGA, 2006). À medida que os sinoviócitos liberam citocinas e mediadores

inflamatórios, acentua-se a inflamação na articulação. O trauma e a inflamação

crônica causam hipertrofia na membrana sinovial e aumento da vilos sinoviais.

A cápsula articular e as estruturas de tecidos moles que envolvem a articulação

danificam-se e o reparo é realizado pela granulação do tecido e

15

frequentemente pela fibrose (WALTER & RENBERG, 2005; BORGES, 2006).

Este processo resulta em dor e prejuízos na movimentação dessas articulações

(BRIEF et al., 2001,).

Em resposta a inflamação são liberados mediadores inflamatórios ou

citocinas. Essas citocinas exercem um papel biológico de três maneiras.

Primeira, por liberação na circulação, por afetar células de um local distante de

maneira endócrina. Segunda, por efeitos parácrinos em células adjacentes e

terceira por agir de forma autócrina na própria célula de origem. Em todos os

casos essas citocinas são liberadas pela célula de origem e influenciam

amplamente a resposta e função de suas células alvo, seja de forma positiva

ou negativa na expressão de genes (VEIGA, 2006). Essas citocinas interagem

com as células alvo pela ligação em receptores específicos localizados na

membrana celular (VIEIRA et al., 2010).

As citocinas mais importantes na DAD são as pró-inflamatórias,

como a interleucina 1 (IL-1) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) (CARON,

2003; RIGGS, 2006). A IL-1 induz a liberação de metaloproteinases da matriz

cartilagínea, às quais destroem a cartilagem articular e estimulam fibroblastos a

produzirem colágeno tipo I e III que, por sua vez, contribuem para a fibrose da

cápsula articular na inflamação crônica. Além disso, contribui para diminuição

da síntese de proteoglicanas e de colágeno tipo II, dando origem a um tecido

de reparação funcionalmente inadequado (VEIGA, 2006). O TNF-α é outra

importante citocina pró-inflamatória mediadora do processo inflamatório agudo

e nos presente nos estágios inciais de desenvolvimento da doença articular

degenerativa (CARON, 2003, SCHMITZ et al., 2010).

Além da IL-1 e TNF-α, a PGE2 é um mediador inflamatório de

marcante atuação na DAD, e provavelmente a enzima COX-2 é a principal

responsável pelo seu aumento local durante o processo inflamatório de tecidos

sinoviais devido a produção e atuação no controle de síntese dos ecosanóides.

A prostaglandina (PGE2) encontra-se em elevadas concentrações nas

articulações inflamadas e podem contribuir para a depleção de matriz

extracelular causando erosão na cartilagem e no osso subcondral (VEIGA,

2006). As ações da PGE2 nas articulações incluem vasodilatação, aumento da

percepção de dor, depleção de proteoglicanas da cartilagem, tanto pela

degradação quanto pela inibição da síntese, desmineralização óssea e

16

promoção da secreção de ativadores de plaminogênio (CARON, 2003;

WALTER & RENBERG, 2005; BORGES 2006).

A membrana sinovial e a cápsula articular fibrosa inflamadas são

fontes de enzimas lisossomais degerativas. Além das enzimas lisossomais e

das prostaglandinas, o radical peróxido pode ser outro mecanismo envolvido na

degeneração da cartilagem articular. Esse radical peróxido tem a capacidade

de degradar as proteoglicanas, o colágeno da cartilagem articular e o ácido

hialurônico (WALTER & RENBERG, 2005;, VIEIRA et al., 2010).

As metaloproteínases (MMPs) são as principais enzimas

responsáveis pela degradação da matriz cartilagínea. AS MMPs são capazes

de degradar todos os principais componentes da matriz extracelular e são

sintetizadas pelos sinoviócitos e condrócitos e estão presentes em altas

concentrações em doenças da cartilagem, sendo sua distribuição topográfica e

concentrações correlacionadas com a severidade das lesões histopatológicas

(CARON, 2003). Todas as MMPS são secretadas como proenzimas latentes e

ativadas na matriz extracelular. A colagenase é ativada pela estromelisina,

porém assim como as outras MMPs pode ser ativada pela plamina, calicreína e

catepsina B. A estromelisina é ativada tanto pela plasmina como por outras

proteinases que ativam a colagenase (HARST et al., 2005; SCHMITZ et al.,

2010).

A MMP-1 (colagenase) e MMP-3 (estromelisina ou proteoglicanase

neutra) tem importância na degradação da matriz devido sua elevada atividade

na cartilagem, nas membranas sinoviais de pacientes com osteoartrites, e na

membrana sinovial de pessoas com artrite reumatoide (MCILWRAITH, 2005;

SCHMITZ et al., 2010).

As MMPs são inibidas por duas metaloproteinases teciduais a TIMP-

1 e a TIMP-2. Acredita-se que o balanço entre MMPs e TIMP seja importante

para a progressão da degradação da cartilagem articular (VEIGA, 2006).

Também, a degradação do ácido hialurônico no líquido articular resulta da

quimiotaxia e subprodutos da inflamação, enzimas lisossomais e não

lisossomais elaboradas por sinoviócitos agredidos e radicais livres derivados do

oxigênio dos neutrófilos e macrófagos (GOODRICH & NIXON, 2006).

A deterioração da cartilagem articular é caracterizada por divisões e

fragmentação local e apresentam uma manifestação clínica, sendo que na

17

maioria das vezes, há sinovites e efusão articular associada, apresentando-se

clinicamente por dor e disfunção da articulação afetada (MCILWRAITH, 2002;

VEIGA, 2006).

2.2.3 Manifestação clínica

A DAD manifesta-se com leve claudicação progressiva que pode ser

unilateral ou bilateral (KIDD et al., 2001), em alguns casos pode-se observar

claudicação de grau moderado a severo (BAXTER, 2004). Em articulações de

grande movimentação, as alterações articulares iniciais são caracterizadas por

sinovites e capsulite aguda (RIGGS, 2006) ou atrofias musculares (MAY,

1996). Também, foi observada distensão de cápsula articular com consequente

aumento de volume de tecidos moles adjacentes (KIDD et al., 2001).

A sensibilidade dolorosa é o sintoma predominante no processo

degenerativo articular, podendo ser originária de diferentes estruturas intra-

articulares ou extra articulares , como cápsula, sinóvia, periósteo, ossos,

tendões, bursas, ligamentos ou meniscos (NAREDO et al., 2005). Logo, os

sinais clínicos variam com o grau da doença e consequentemente da

inflamação (VEIGA, 2006).

Em articulações de grande movimentação com inflamação aguda, há

claudicação, aumento da temperatura, aumento do volume articular e dor à

flexão. Nos casos crônicos, o aumento articular está associado à deposição de

tecido fibroso podendo haver espessamento ósseo com limitada

movimentação, sendo que os sinais podem persistir em grau variável

(MCILWRAITH, 2002; WALTER & RENBERG, 2005).

Contudo, o acompanhamento dos sinais clínicos e a evolução do

processo degenerativo é um desafio constante (VEIGA, 2006). Portanto, o

diagnóstico empregado na detecção da DAD pode ser realizado com avaliação

clínica (SMITH et al., 2005), anestesia diagnóstica (CARTER, 2005), análise do

líquido sinovial (CARON, 2003), radiografia (TOMLINSON et al., 2007),

ultrassonografia (KONEBERG & EDINGER, 2007), tomografia

computadorizada (TC) (SAMII et al., 2009), ressonância magnética (RM)

(SOLER et al., 2007), cintilografia (SMITH et al., 2005), artroscopia (VIEIRA et

18

al., 2010), estudos biomecânicos (ROMANO, 2006; ROCHA, 2012),

histopatologia (BORGES, 2006) e por marcadores biológicos (MCILWRAITH,

2005).

2.3.4 Principais meios diagnósticos

Dentre os exames auxiliares atualmente utilizados para avaliar as

articulações estão os não invasivos, tais como radiografia, ultrassonografia,

ressonância magnética, tomografia computadorizada e estudos biomecânicos.

Dentre os métodos invasivos estão a artroscopia, análise do liquido sinovial,

anestesia diagnóstica, histopatologia e marcadores bioquímicos (CARRIG,

1997; CARTER, 2005; WEIGEL et al., 2005; BORGES, 2006; ROMANO, 2006;

SAMII et al., 2009; VIEIRA et al., 2010; ROCHA, 2012).

Não menos importante, o exame clínico, não deve ser negligenciado

pelo médico veterinário, pois fornece informações que direcionam e auxiliam o

diagnóstico (SMITH et al., 2005; WALTER & RENBERG, 2005).

A) Exame clínico

A anamnese acurada e o exame de forma ordenada devem ser

realizados para minimizar os riscos de um diagnóstico errôneo ou impreciso

(ALVES, 2004). Durante a anamnese deve-se informar sobre o início da

claudicação, relato de trauma, duração dos sinais clínicos, evolução da doença,

aumento de volume de alguma articulação, alteração de postura em estação e

durante a marcha e dificuldades para levantar após repouso (DYSON, 2002).

O exame clínico inicia-se com a inspeção do animal em estação,

avaliando o estado geral, alterações anatômicas ou funcionais (VEIGA, 2006).

Na sequencia observa-se o animal em movimento com intuito de identificar

uma possível claudicação e o grau. Em seguida, realiza-se a palpação das

articulações suspeitas, onde se observa aumento de volume, sensibilidade

dolorosa em graus variáveis, depressões nas superfícies articulares,

19

crepitações, exostoses e espessamento de ligamentos (DYSON, 2002;

SCHMITZ et al., 2010).

Os movimentos de flexão e extensão das articulações são

empregados para induzir ou exacerbar uma claudicação durante o exame

clínico. Estes movimentos são realizados porque provocam dor, devido a

compressão e extensão dos tecidos, aumento das pressões intra-articulares e

intra-ósseas subcondral, compressão e distensão da cápsula articular,

constrição vascular e ativação de receptores da dor na articulação e tecidos

moles adjacentes (ALVES, 2004).

B) Anestesia diagnóstica

A anestesia diagnóstica é específica apenas para identificação e

confirmação da origem da claudicação. Em alguns casos fornece informações

consistentes sobre a origem da claudicação quando comparada a outra

modalidades diagnósticas, como os exames radiográficos e ultrassonográficos

(CARTER, 2005; NEVES, 2010).

C) Radiografia

O exame radiográfico é considerado excelente para visualizar ossos

e articulações, mas inadequado para observar estruturas específicas dos

tecidos moles (CARRIG, 1997; VIEIRA, 2010). A qualidade do exame pode ser

influenciada pelo posicionamento do paciente, ajustes da exposição

radiográfica, combinação filme-écran, tamanho do chassi, uso inapropriado de

grade, qualidade do filme e processo de revelação (MORGAN, 1999; WALTER

& RENBERG, 2005; BORGES, 2006).

O método é um dos mais utilizados para estudar articulações, por

ser menos invasivo, de fácil realização e baixo custo (WALTER & RENBERG,

2005). Conforme CARRIG (1997), entre as áreas ósseas associadas com

articulações que podem ser avaliadas pelo exame radiográfico estão: a placa

óssea subcondral, o osso subcondral trabecular (epífise), as margens

articulares e as áreas onde ligamentos, tendões e cápsula articular se unem. O

20

espaço articular aparece como uma área radioluscente entre as superfícies da

placa óssea subcondral.

Na doença articular degenerativa observa-se radiograficamente

estreitamento do espaço articular, osteofitose, entesopatia, mudanças no osso

subcondral e aumento do fluido sinovial (WIDMER & BLEVINS, 1994; CARRIG,

1997). Como a radiografia convencional possui resolução espacial maior que a

ressonância magnética ou a tomografia computadorizada, há um melhor

delineamento das irregularidades corticais ou calcificações finas dos tecidos

moles (CARRIG, 1997).

Entretanto, o diagnóstico de doença articular degenerativa pode ser

desafiador nos estágios iniciais da doença (WALTER & RENBERG, 2005).

Adicionalmente, os exames radiográficos têm como desvantagens a exposição

à radiação ionizante e o fato de mostrar as superfícies com muita dificuldade

em três dimensões (FREEMAN & PINSKEROVA, 2003; BORGES 2006;

VIEIRA, 2010).

D) Ultrassonografia

Além do baixo custo, o exame ultrassonográfico apresenta as

vantagens de não usar a radiação ionizante e permitir a avaliação direta da

cartilagem articular e da membrana sinovial, e como principal desvantagem a

impermeabilidade do osso às ondas sonoras, que limita o acesso a

determinadas regiões das articulações (NEVES, 2010).

Na avaliação ultrassonográfica da articulação do joelho de cães

hígidos, realizada por REED et al. (1995), o ligamento patelar foi identificado

como uma estrutura homogênea de baixa a moderada ecogenicidade, que no

plano transversal apresentava formato oval e no plano sagital tinha formato

cônico ou de fita, com espessura de 1,3 a 2,3 mm. Os ligamentos cruzados

foram visualizados em plano mediosagital, com o membro em total flexão. O

ligamento cruzado cranial mostrou-se mais hipoecogênico que o ligamento

patelar. Os meniscos lateral e medial foram observados em imagens sagitais

como estruturas homogêneas, ecogênicas e triangulares, com o ápice do

triângulo apontado axialmente.

21

Em animais com DAD é observado acúmulos sinoviais ou de outros

fluídos, espessamento sinovial e de tecidos capsular, dano de ligamentos intra-

articular e peri-articular, osteófitos, fragmentos osteocondrais e irregularidades

na cartilagem do osso subcondral (VEIGA, 2006; NEVES, 2010).

MAHN et al. (2005) usaram a ultrassonografia para estudar lesões

do menisco em cães, obtendo 90% e 93% respectivamente de sensibilidade e

especificidade quando comparado aos achados artroscópicos. Os autores

concluíram ser o método uma forma não invasiva para diagnosticar de forma

eficiente e precisa a lesão em alça de balde, determinando a necessidade para

a intervenção cirúrgica.

KONEBERG & EDINGER (2007) utilizaram o exame

ultrassonográfico tridimensional (3D) com transdutor de 7,5 MHz para

diagnosticar lesões meniscais e trocleares no joelho de equinos. Foram criadas

107 lesões iatrogênicas nas cristas trocleares femorais e 103 lesões meniscais,

com diferentes formatos, em 25 joelhos cadavéricos. A avaliação com aparelho

ultrassonográfico bidimensional (2D) detectou 101 lesões trocleares e 85

lesões meniscais, enquanto que o aparelho 3D foi capaz de detectar 103 e 90,

respectivamente. Três lesões localizadas na crista troclear lateral não foram

detectadas por nenhum método. As menores lesões detectadas em formato

cilíndrico, cônico e retangular mediam 2 mm de profundidade por 2 mm de

largura, 4 mm de profundidade por 4 mm de largura e 4 mm de largura por 3

mm de comprimento por 2 mm de profundidade, respectivamente. Os autores

concluíram que estatisticamente não houve diferenças significativas. No

entanto, o método 3D provou ser superior na análise de subgrupos.

E) Análise do líquido sinovial

Se a palpação da articulação e o exame radiográfico foram

inconclusivos em pacientes com doença articular, a punção da articulação e

análise do líquido sinovial poderá ter a sua utilidade, pois, a maior parte dos

pacientes apresenta um aumento do volume de líquido sinovial e uma

contagem de glóbulos brancos totais entre 6000 e 9000 (glóbulos brancos/μl), o

22

que é consistente com doença articular degenerativa (SCHULZ, 2007;

VASSEUR, 2003; NEVES, 2010).

A cor avermelhada do líquido sinovial representa hemorragia difusa

associada aos casos de trauma agudo. A coloração amarelo-escuro ou âmbar

pálido (xantocrômico) representa hemorragia prévia e são associados com

artrite traumática crônica. A presença de opacidade de material floculento na

amostra é indicativa de sinovite (VEIGA, 2006).

Em articulações inflamadas o liquido sinovial apresenta alta

concentração de células, logo o aspecto pode variar de turvo a semiturvo

dependendo do grau de inflamação. Ainda, a presença de imunocomplexos no

líquido sinovial de animais sugere que há apresentação de componentes

imunológicos, entretanto, não se sabe se estes imunocomplexos são a causa

ou a consequências da progressão da doença (VEIGA, 2006).

A instabilidade gerada por lesão articular, principalmente em casos

de trauma, faz parte de cascata de eventos que se inicia com sinovite,

degeneração da cartilagem articular, desenvolvimento de osteófito periarticular,

fibrose capsular, na articulação do joelho o menisco medial imóvel fica sujeito à

lesão e a DAD progressiva ocorre independente do método de tratamento

(FOSSUM, 2002; NEVES, 2010).

F) Tomografia computadorizada (TC)

A tomografia computadorizada aumenta o padrão radiográfico e não

o substitui (HAN et al., 2008). Conforme CARRIG (1997), o método é capaz de

diferenciar a gordura dos outros tecidos moles e mostra alto contraste entre as

estruturas calcificadas e o tecido mole adjacente, mas de forma inferior à

ressonância magnética. A tomografia articular é limitada a planos axiais, os

planos sagitais ou coronais requerem reformatação dos dados transversos.

Alguns cuidados devem ser tomados no exame tomográfico, tais

como o adequado posicionamento do paciente, a espessura dos cortes e o

tempo de varredura. A qualidade da imagem, precisão e facilidade de

interpretação variam inversamente com a espessura do corte, quanto mais fino

23

o corte melhor o estudo. O tempo de varredura geralmente é de dois segundos,

de forma a minimizar o efeito do movimento do paciente (HAN et al., 2008).

No caso das doenças articulares, a interpretação das mudanças é

similar aos dos achados radiográficos, porém com maior exatidão. A formação

de novo osso e a lise óssea são melhores identificadas no exame tomográfico

do que radiográfico convencional por causa da melhor discriminação da

densidade física, a habilidade de manipular a escala de cinza e a eliminação

das estruturas subjacentes (NEVES, 2010).

Além das imagens convencionais produzidas pela tomografia, pode-

se realizar a artrografia, que consiste na aplicação de contraste dentro da

articulação. Esse exame permite observar com maior precisão a distensão da

cápsula, bem como a espessura e integridade da cartilagem articular. Também,

a artrografia é indicada em suspeita de rompimento da cápsula, comunicações

ou formações de bolsas anormais e proliferação de membranas sinoviais

(EZILIANO, 2001).

Segundo HAN et al. (2008) a TC pode ser empregada no diagnóstico

da ruptura parcial do ligamento cruzado cranial (LCCr). Os autores utilizaram

peças do joelho de cães, onde primeiramente era realizado um exame

artrográfico positivo pela TC para avaliar as estruturas normais intra-articulares

e, posteriormente, era feita a secção cirúrgica parcial do LCCr. Após a sutura

de pele, injetavam novo contraste positivo na articulação para se proceder ao

exame tomográfico. Em todas as peças foi possível detectar a ruptura parcial

do ligamento, embora os autores ressaltassem a necessidade de novos

estudos para diagnosticar os casos de maior desafio na rotina clínica, as

doenças articulares crônicas.

SAMII et al. (2009) avaliaram as imagens tomográficas da

articulação femorotibiopatelar de cães com suspeita clínica de alteração

articular, e concluíram que a TC de quarta geração foi útil no diagnóstico DAD

e de lesões nos ligamentos cruzados, e não vantajosa no diagnóstico de lesões

dos meniscos. Salientaram ainda, que a inexperiência dos médicos veterinários

em avaliar as imagens pode prejudicar no diagnóstico final.

24

G) Ressonância magnética (RM)

A ressonância magnética é uma excelente modalidade diagnóstica

não invasiva de detecção de alterações articulares, permitindo identificar não

somente as estruturas ósseas, mas também as estruturas teciduais moles, tais

como menisco, ligamentos cruzados, compartimento ósseo cortical e medular,

músculos, tendões e gordura (KHANNA et al., 2001). Entretanto, o custo do

equipamento é bastante elevado para medicina veterinária, limitando-se a

apenas alguns centros especializados (CARRIG, 1997).

Na articulação femorotibiopatelar de cães, por exemplo, pode ser

utilizada para detectar a presença de corpos livres no espaço articular, pois

possibilita obter imagens em múltiplos planos, com ótimo contraste entre

tecidos moles e cartilaginosos. A imagem da ressonância pode revelar

alterações agudas e crônicas da cartilagem e do osso subcondral, tais como

fraturas condrais e cistos subcondrais. Em comparação a outros meios

imagiológicos, a ressonância magnética é o meio de diagnóstico para avaliação

da cartilagem (PIERMATTEI & FLO, 2006; CALDEIRA et al., 2002; MARTIG et

al., 2006).

No estudo proposto por SOLER et al. (2007) pôde-se comparar as

imagens normais do joelho de cães pelos exames de ultrassonografia, RM e

TC. Concluíram que a RM foi o melhor método para avaliação das estruturas

intra-articulares e com melhor definição dos mesmos, embora seja possível

identificar as mesmas estruturas do joelho tanto na RM como na TC.

Em pacientes humanos a ressonância magnética tem se mostrado

um método adequado para diagnóstico tanto de lesões traumáticas como de

afecções crônicas articulares. Entre suas vantagens foram salientados o não

requerimento de material de contraste intravenoso ou intra-articular, a

excelente resolução de contraste dos tecidos moles, a capacidade multiplanar,

além de não haver exposição à radiação ionizante e não promover dor

(CARRIG, 1997; NEVES, 2010).

TORELLI et al. (2004) ao compararem os exames radiográficos,

tomografia computadorizada e ressonância magnética, para avaliação da DAD

induzidas em coelhos, verificaram que todos os métodos foram capazes de

evidenciar a doença após 12 semanas. Contudo, a ressonância com

25

equipamento de 0,5 Tesla foi menos sensível para detectar as lesões

osteoartríticas iniciais. Desde que nenhuma das técnicas revelou todas as

lesões, os autores citaram a importância da combinação dos exames para um

diagnóstico mais preciso.

Em estudo de aloenxerto de menisco em ovelhas, KELLY et al.

(2006) verificaram que o uso do tempo de relaxamento T2 com aparelho de 1,5

Tesla foi adequado para detectar mudanças precoces da matriz de cartilagem

hialina. Os achados puderam ser correlacionados com os escores da

organização do colágeno obtidos pela microscopia de luz polarizada. Sendo

assim, os autores concluíram ser o método uma ferramenta clínica importante

na identificação da doença articular degenerativa.

H) Cintilografia

A cintilografia pode ser útil nos casos em que o teste de flexão e a

anestesia diagnóstica regional não possibilitaram a localização da origem da

claudicação (KIDD et al., 2001). Em animais com DAD pode-se identificar um

intenso aumento focal da assimilação do radiofármaco na região da articulação

acometida (SMITH et al., 2005).

I) Artroscopia

A avaliação da superfície articular, por meio da artroscopia, supre as

limitações dos métodos tradicionais de diagnósticos utilizados na avaliação das

doenças articulares, como a radiografia, ultrassonografia, tomografia

computadorizada, ressonância magnética e análise do liquido sinovial (VEIGA,

2006).

O exame artroscópico é realizado tanto para diagnóstico de

afecções articulares como para acompanhamento de tratamentos, sejam eles

clínicos como experimentais, evitando muitas vezes nesses últimos a

necessidade de eutanásia (HIGUGHI et al., 2000; CHOKSHI & ROSEN, 2004).

Esse exame é considerado uma técnica minimamente invasiva, que permite

26

excelente visibilização e precisão porque as estruturas articulares são

magnificadas (BEALE et al., 2003).

O exame de uma articulação normal causa mínima complicação pós-

operatória ou morbidade, que resolve dentro de um dia, visto o trauma articular

ser bastante reduzido durante o procedimento (JOHNSON & HULSE, 2002;

BEALE et al., 2003).

A principal desvantagem da artroscopia é o custo dos equipamentos

e o fato do procedimento em si despender mais tempo que a artrotomia

convencional (TAYLOR, 1999; ROCHAT, 2001). Entretanto, comparativamente

à ressonância magnética e à tomografia computadorizada o custo total do

exame é bem inferior (BEALE et al., 2003).

Adicionalmente, há uma curva de aprendizado, necessária para

manipulação adequada dos instrumentos (TAYLOR, 1999; BEALE et al., 2003).

Por exemplo, tem sido sugerido um mínimo de 30 a 50 casos para alcançar

habilidade adequada para avaliar por meio da artroscopia o ombro canino,

lembrando que esta é uma das articulações mais fáceis de acessar (ROCHAT,

2001).

Em estudo com 51 cães com histórico de claudicação de membro

pélvico submetidos à artroscopia terapêutica ou diagnóstica, REZENDE et al.

(2006) relataram um caso de necrose dos tecidos moles e da cartilagem

articular no período de 48-72 horas, com consequente perda dessa articulação.

Segundo os autores, o processo foi associado aos resíduos de glutaraldeído

presentes no instrumental, já que a técnica foi comprovadamente asséptica.

J) Estudos biomecânicos

Estudos biomecânicos realizados até então buscam entender a

biomecânica de algumas articulações e, assim, avaliar o grau de claudicação e

comprometimento (WEIGEL et al., 2005; ROMANO, 2006). Forças excessivas

durante os extremos de quaisquer dos movimentos articulares danificam

ligamentos, tendões e cápsula articular. Embora o traumatismo excessivo

cause lesão articular, acredita-se que a maioria destas lesões resulte de

27

alterações degenerativas crônicas dentro dos próprios ligamentos (SELMI,

2003).

De acordo com VASSEUR, (2003) as variações na conformação, as

deformidades de arqueamento e os pequenos estresses repetidos podem

resultar em uma artropatia degenerativa progressiva e o diagnóstico pode ser

realizado com análises biomecânicas das articulações. À medida que se

desenvolvem essas alterações articulares, as estruturas articulares sofrem

alterações em sua microestrutura e podem ficar mais susceptíveis a danos

provenientes de um traumatismo pequeno.

K) Histopatologia

Os eventos patológicos da DAD ocorrem como resultado de diversas

interações entre a cartilagem articular e tecidos adjacentes, em resposta à

lesão dos condrócitos ou da matriz. Uma vez ocorrida à lesão, inicia-se a

degradação da matriz por enzimas e mediadores da inflamação. Ao mesmo

tempo, os componentes da cartilagem tentam impedir a progressão da

degeneração (SCHMITZ et al., 2010). Com isso ocorrem quebra dos

proteoglicanos e da rede de colágeno, aumento da quantidade de água com

consequente incremento do espaço entre as fibrilas colágenas, da espessura

da cartilagem, necrose dos condrócitos superficiais e redução de sua

densidade. O edema e a fibrilação da camada superficial resultam em

irregularidade da superfície articular. O aumento da hidratação da cartilagem e

a diluição dos proteoglicanos produzem alterações nas propriedades

mecânicas da cartilagem, com perda da integridade da superfície e presença

de fissuras verticais que progridem para erosões profundas e exposição do

osso subcondral (VAUGHAN-SCOTT & TAYLOR, 1997). Há diminuição do

conteúdo de proteoglicanos, diretamente proporcional à gravidade da doença

(SCHMITZ et al., 2010).

A cartilagem reage com mecanismo compensatório, tentando

impedir a progressão ou reparar o processo degenerativo. Os condrócitos

viáveis tornam-se volumosos, dispostos em grupos; ocorrem hiperatividade e

28

aumento da divisão nas camadas média e profunda; e hipertrofia da cartilagem

(JOHNSTON, 1997; SCHMITZ et al., 2010).

Portanto, coexistindo com a redução da densidade celular na

camada superficial, há aumento da espessura da cartilagem. A hipertrofia da

cartilagem está também associada ao aumento da síntese e da secreção dos

componentes da matriz pelos condrócitos. Essas alterações podem ser

acompanhadas de esclerose do osso subcondral e formação de osteófitos

pericondrais (MCILWRAITH, 2005, DESANDO et al., 2012).

A membrana sinovial desempenha importante papel na evolução da

osteoartrose. As alterações da membrana associadas à doença articular

degenerativa (DAD) variam de inflamação média à moderada e incluem

hipertrofia e hiperplasia das células sinoviais, infiltração linfoplasmocitária,

aumento da vascularização nos tecidos sinoviais e fibrose subsinovial. A

membrana libera enzimas proteolíticas no espaço articular que virão a agir na

degradação da cartilagem (VAUGHAN-SCOTT & TAYLOR, 1997; SCHMITZ et

al., 2010).

L) Marcadores bioquímicos

Os termos biomarcador, marcador bioquímico e marcador molecular

são utilizados para descrever os indicadores diretos ou indiretos do turnover do

tecido esquelético anormal. Na doença articular, estas moléculas podem ser

liberadas no líquido sinovial quando sua procedência é da cartilagem articular,

menisco, ligamento ou membrana sinovial (MCILWRAITH, 2005; DESANDO et

al., 2012). Entretanto, na DAD ainda busca-se o biomarcador ideal. Este deve

detectar dano articular em estágio mais precoce que os métodos

convencionais, e também fornecer informações da atividade e progressão do

dano articular (VEIGA, 2006).

Alguns exemplos de biomarcadores diretos da DAD são os

fragmentos de proteoglicanas ou colágeno tipo II, e subprodutos da produção

de proteínas encontrados no líquido sinovial. No grupo de biomarcadores

indiretos encontram-se as enzimas proteolíticas e seus inibidores, como as

metaloproteinases, agrecanases e inibidores teciduais de metaloproteinases,

29

as citocinas pró-inflamatórias, como as IL-1, IL-6, TNF-α, PGE2, fatores de

crescimento, como o IGF-1, bem como outras moléculas, como a proteína C

reativa e ácido hialurônico (DESANDO et al., 2012).

Como biomarcadores diretos do metabolismo da cartilagem,

podemos citar o sulfato de condroitina e o carboxipropetideo do colágeno tipo II

que indicam processos anabólicos. Fragmentos de colágeno tipo II,

glicosaminoglicanas, sulfato de queratam, sulfato de condroitina, proteína da

matriz cartilagínea (COMP) e agrecanases indicam os processos catabólicas

(VEIGA, 2006).

Também, a mensuração de PGE2 pode ser utilizada como um

marcador do grau de sinovite (MCILWRAITH, 2005) e sua mensuração é

realizada por diversos métodos de análise como o radiomunoensaio,

espectofotometria de massa e kits especiais de ELISA para PGE2 humana

(VEIGA, 2006).

O TNF-α também apresenta importância no líquido sinovial, e vários

métodos podem ser utilizados para sua mensuração, sendo o mais comumente

utilizado o ensaio biológico de citotoxicidade. Outra é a interleucina-6 (IL-6),

que é a citocina mais sensível e específica para o diagnóstico de doença

articular degenerativa no líquido sinovial (MCILWRAITH, 2005; DESANDO et

al., 2012).

30

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conjunto de informações sobre a anatomia e funcionalidade das

articulações norteia e auxilia sobremaneira o diagnóstico da doença articular

degenerativa, especialmente, na interpretação dos exames imaginológicos.

Apesar do grande número de pesquisas realizadas com o intuito de estabelecer

a etiopatogenia da doença articular degenerativa ainda não foi possível

entendê-la de forma clara em nenhuma espécie. Quanto mais se evolui dentro

das pesquisas, mais evidente fica o caráter multifatorial da DAD. Portanto,

apesar dos avanços alcançados, ainda não se sabe exatamente como os

eventos estão interligados e em que sequência eles ocorrem exatamente.

O entendimento dos meios de diagnóstico disponíveis ao exame das

articulações fornece subsídios ao clínico para indicar o exame mais adequado às

estruturas as quais se pretende avaliar (ligamentos, tendões, articulações, tecido

ósseo), conhecendo o custo, a eficácia, a disponibilidade e a qualidade diagnóstica

do exame escolhido. Neste contexto, o exame de eleição para avaliação das

articulações será definido por meio da relação custo-benefício e precisão

diagnóstica, não se esquecendo dos problemas logísticos associados à execução

desses exames.

Embora a radiografia na maioria das vezes, seja o exame comumente

empregado para diagnóstico e avaliação do grau de acometimento da articulação

existem meios de diagnóstico por imagem que são mais indicados para avaliação

de tecidos moles e estruturas articulares, como a ultrassonografia e a ressonância

magnética (RM). Também, o exame artroscópico possibilita uma avaliação

magnificada in situ particularmente das superfícies articulares, ligamentos e

membranas internas. Desta forma, observa-se que não há o melhor ou pior exame

e sim a indicação correta para o que se pretende avaliar, pois todos os exames

funcionam de forma complementar.

Acredita-se ser fundamental proporcionar maior capacitação aos

médicos veterinários, que atualmente utilizam apenas o exame radiográfico para o

diagnóstico da DAD. Pois, percebe-se a limitação do conhecimento técnico-

científico no meio médico veterinário sobre meios diagnósticos disponíveis.

31

Também, pesquisas são necessárias para compreensão e desmistificação sobre a

aplicabilidade da cintilografia e a especificidade dos biomarcadores.

32

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