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1 Efeito do Tratamento Quiroprático na Lombalgia Crônica do Idoso. Cleiva Alba de Moraes Cavalcante 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais Faculdade Ávila Resumo O estudo teve como objetivo avaliar o efeito do tratamento quiroprático na lombalgia crônica de idosos, o presente estudo trata se de um artigo de conclusão de pós- graduação em Ortopedia e traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais. Portanto o presente trabalho tem como tema: Efeito do Tratamento Quiroprático na Lombalgia Crônica do Idoso, onde foi estudado mais intensamente causas da lombalgia no idoso e uma forma mais específica de tratamento, utilizando como base o tratamento quiroprático que é composto por técnicas manuais, orientações de hábitos, técnicas posturais, e prescrições de exercícios específicos, com isso podendo proporcionar ao idoso uma melhora na sua qualidade de vida diária. O trabalho foi elaborado através da metodologia de revisões de literaturas, utilizando artigos publicados em sites reconhecidos e fontes bibliográficas como livros. Com isso, o artigo torna-se de grande valia para o aprimoramento de novos conhecimentos no tratamento da determinada patologia estudada, ajudando com uma imensa colaboração para o crescimento do conhecimento acadêmico, técnico e científico do autor. Podendo também chamar atenção para grande importância da fisioterapia na vida no idoso. PALAVRAS-CHAVES: Lombalgia crônica; Técnica de quiropraxia; Idoso. 1. Introdução O envelhecimento é um processo de mudanças universais pautado geneticamente para a espécie e para cada indivíduo, que se traduz em diminuição da plasticidade comportamental, em aumento da vulnerabilidade, em acumulação de perdas evolutivas e na ampliação da probabilidade de morte. O ritmo, a duração e os efeitos desse processo comportam diferenças individuais e de grupos etários, dependentes de eventos e da natureza genético-biológica, sócio histórica e psicológica (NERI, 2001). Conforme Freitas et al. (2002), as situações mórbidas tornam-se mais frequentes com o fenômeno do envelhecimento, podendo ser desencadeadas mais facilmente do que nos indivíduos mais jovens, o que determina menor capacidade de adaptação, tornando o idoso mais vulnerável a vários estímulos do meio ambiente. Poucos problemas têm merecido tanta atenção e preocupação como o envelhecimento e a incapacidade funcional associada a ele (PAPALÉO NETTO, 2002). 1 Pós Graduanda em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias manuais 2 Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, mestranda em Bioética e Direito em Saúde

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Page 1: Efeito do Tratamento Quiroprático na Lombalgia Crônica do ... · canal lombar, espondilolistese degenerativa, síndrome facetária e doença degenerativa discal (CASTRO, 2000)

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Efeito do Tratamento Quiroprático na Lombalgia Crônica do

Idoso.

Cleiva Alba de Moraes Cavalcante1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais – Faculdade Ávila

Resumo

O estudo teve como objetivo avaliar o efeito do tratamento quiroprático na lombalgia

crônica de idosos, o presente estudo trata se de um artigo de conclusão de pós-

graduação em Ortopedia e traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais. Portanto

o presente trabalho tem como tema: Efeito do Tratamento Quiroprático na Lombalgia

Crônica do Idoso, onde foi estudado mais intensamente causas da lombalgia no idoso e

uma forma mais específica de tratamento, utilizando como base o tratamento

quiroprático que é composto por técnicas manuais, orientações de hábitos, técnicas

posturais, e prescrições de exercícios específicos, com isso podendo proporcionar ao

idoso uma melhora na sua qualidade de vida diária. O trabalho foi elaborado através

da metodologia de revisões de literaturas, utilizando artigos publicados em sites

reconhecidos e fontes bibliográficas como livros. Com isso, o artigo torna-se de grande

valia para o aprimoramento de novos conhecimentos no tratamento da determinada

patologia estudada, ajudando com uma imensa colaboração para o crescimento do

conhecimento acadêmico, técnico e científico do autor. Podendo também chamar

atenção para grande importância da fisioterapia na vida no idoso.

PALAVRAS-CHAVES: Lombalgia crônica; Técnica de quiropraxia; Idoso.

1. Introdução

O envelhecimento é um processo de mudanças universais pautado geneticamente para a

espécie e para cada indivíduo, que se traduz em diminuição da plasticidade

comportamental, em aumento da vulnerabilidade, em acumulação de perdas evolutivas e

na ampliação da probabilidade de morte. O ritmo, a duração e os efeitos desse processo

comportam diferenças individuais e de grupos etários, dependentes de eventos e da

natureza genético-biológica, sócio histórica e psicológica (NERI, 2001).

Conforme Freitas et al. (2002), as situações mórbidas tornam-se mais frequentes com o

fenômeno do envelhecimento, podendo ser desencadeadas mais facilmente do que nos

indivíduos mais jovens, o que determina menor capacidade de adaptação, tornando o

idoso mais vulnerável a vários estímulos do meio ambiente.

Poucos problemas têm merecido tanta atenção e preocupação como o envelhecimento e

a incapacidade funcional associada a ele (PAPALÉO NETTO, 2002).

1 Pós Graduanda em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias manuais 2 Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, mestranda em Bioética e Direito em Saúde

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Com o avançar dos anos, ocorrem alterações estruturais e funcionais que, embora

variem de um indivíduo a outro, são encontradas em todos os idosos e são próprias do

processo de envelhecimento (FREITAS et al., 2002). Segundo Cooperstein e Gleberzon

(2001), o aumento da idade está associado ao aumento de problemas

neuromusculoesqueléticos, sendo estes a condição crônica que mais comumente causa

limitação de atividade.

A estratégia mais comum para o tratamento de dor é o uso de drogas analgésicas

(AMERICAN GERIATRIC SOCIETY, 2002), a maioria das pessoas, idosas ou não, dá

enorme importância aos remédios por acreditarem que é a única maneira de melhorar

condições físicas indesejáveis (VIEIRA, 1996). No entanto, abordagens não

farmacológicas, usadas sozinhas ou em combinação com estratégias farmacológicas

apropriadas, devem ser parte do plano de tratamento para pacientes com dor crônica

(AGS, 1999).

A Quiropraxia é uma profissão da saúde com interesse no diagnóstico, tratamento e

prevenção de desordens mecânicas do sistema neuromusculoesquelético, e os efeitos

dessas desordens na função do sistema nervoso e saúde em geral. Existe uma ênfase em

tratamentos manuais incluindo ajustamentos espinhais e outras articulações e

manipulação de tecidos moles (WORLD FEDERATION OF CHIROPRACTIC, 2006).

Doença degenerativa articular na coluna lombar é uma patologia comum relacionada à

idade, caracterizada por progressivas alterações degenerativas da cartilagem hialina,

associadas à esclerose do osso subcondral e formação óssea reacional sob a forma de

osteófitos (KAUFFMAN, 2001; FREITAS et al., 2002). Clinicamente, essas alterações

podem causar dor lombar, descrita como dolorimento generalizado e específico,

comprometendo certas áreas de dor à palpação pontual, e redução dos movimentos da

coluna vertebral (KAUFFMAN, 2001; CAILLIET, 2001; EVANS, 2003).

A formação de osteófitos, que pode evitar o movimento articular normal, resulta em

estreitamento do forame e em hipertrofia unilateral da faceta, o que pode provocar

encarceramento do nervo e consequentemente dor, radiculopatia e déficit neurológico

que incluem fraqueza muscular e desequilíbrio (KAUFFMAN, 2001; CAILLIET,

2001). A coluna lombar deve ser considerada como uma unidade funcional que consiste

em ossos, ligamentos, discos intervertebrais, músculos e todos os demais tecidos moles.

Em virtude de sua localização central, os elementos da coluna vertebral representam o

ponto focal para o equilíbrio do corpo (EVANS, 2003).

2. Biomecânica e anatomia da coluna vertebral

A coluna vertebral se estende desde a base do crânio até a extremidade caudal do

tronco. É constituída de 33 ou 34 vértebras superpostas e intercaladas por discos

intervertebrais. É divida em quatro regiões: Cervical, torácica, lombar e sacrococcígea.

A coluna vertebral apresenta três funções básicas:

- Suporte

- Proteção da medula espinhal no canal vertebral.

- Movimento, as vertebras articuladas entre si oferecem toda mobilidade da coluna

vertebral. (conforme mostra a figura abaixo).

A coluna é um complexo que apresenta seis graus de liberdade, realizando os

movimentos de: Flexão, extensão, inclinação lateral direita e esquerda, rotação direita e

esquerda. Os tecidos moles (músculos, ligamentos, cápsulas, tendões, discos) são eles

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que dão a flexibilidade para coluna vertebral que é o eixo central do corpo.

(KAPANDJI, A.I.2000).

Fonte: NETTER,Frank H ... Atlas de Anatomia Humana. 2° ed. Porto Alegre: Artmed 2000

Legenda: Figura 1, Coluna Vertebral, Visão Geral.

A coluna apresenta várias curvaturas consideradas fisiológicas:

- Lordose Cervical

- Cifose Torácica

- Lordose Lombar

- Cifose sacral, conforme está sendo ilustrado na imagem a seguir. (SOBOTTA, 2001).

Fonte: fisioterapiaquintana blogspot.com.br/2012/10/coluna-vertebral-o-apoio-para-outras.html Legenda: Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral.

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Músculos da coluna:

Músculos posteriores camada profunda (paravertebrais), os músculos paravertebrais

(semi – espinhais, multifidos, rotadores, interespinhais, intertransversários) atuam na

cadeia posterior do tronco de forma estática, tendo a função principal de manter o

tronco ereto durante todo o tempo que estamos em pé ou sentados. Os músculos eretores

(iliocostais, longuíssimos do tórax e espinhais) atuam na cadeia posterior do tronco de

forma dinâmica, tendo função principalmente de manter a coluna nos movimentos.

Músculos (Abdominais): O grupo dos abdominais (reto do abdome, oblíquo superior e

inferior, transverso do abdome) atua na cadeia anterior do tronco são os músculos

unicamente dinâmicos do tronco, responsáveis pelo movimento e estabilidade, sendo

importante mantê–los fortalecidos e resistentes (parte superior, inferior e oblíquo). Os

músculos adicionais são os iliopsoas e a quadrado lombar.

Principais ligamentos da coluna:

- Ligamento amarelo: limita a flexão.

- Ligamento interespinhais e supra – espinhais: limita a flexão.

- Ligamento intertransversários: limita a flexão lateral contralateral.

- Ligamento longitudinal anterior: limita a extensão ou lordose excessiva das regiões

cervical e lombar.

- Ligamento longitudinal posterior: limita a flexão, reforça o anel fibroso

posteriormente.

- Cápsula das articulações dos processos articulares: fortalece e suporta a articulação

dos processos articulares (KAPANDJI, 2000).

3. Lombalgia

Denomina-se lombalgia o conjunto de patologias dolorosas que acontecem na região

lombar da coluna vertebral, decorrente de alguma anormalidade nessa região. É uma das

grandes causas de morbidade e incapacidade funcional, tendo incidência apenas menor

do que a cefaléia entre os distúrbios dolorosos que mais acometem os indivíduos. Os

sintomas da lombalgia incluem: dor lombar, geralmente de início discreto, tendo

aumento progressivo da intensidade que piora com a mobilidade da região, comumente

acompanhada de algum grau de encurtamento da musculatura lombar.

As dores de origem mecânica ou postural são as que caracteristicamente pioram com

movimentos, atividade e esforço físico e melhoram com o repouso. A dor pode ser

discogênica (lombalgia do compartimento anterior), dor lombar facetária (lombalgia do

compartimento posterior), dor predominantemente ciática com sinais de radiculopatia

ou dor da claudicação neurogênica. A dor discogênica é a mais frequente, acomete

indivíduos após a segunda década de vida sendo seu pico de incidência entre 30 e 50

anos. Sua etiologia está relacionada à desidratação e a degeneração do disco

intervertebral, principalmente nos segmentos motores mais caudais (L4/L5 e L5/S1). A

degeneração discal causa fissuras no ânulo fibroso do disco intervertebral e o núcleo

pulposo desidrata e protrui em direção ao canal vertebral. Com situação de aumento de

pressão sobre o disco intervertebral e deslocamento do núcleo pulposo, há estiramento

das fibras colágenas do ânulo fibroso e inflamação do mesmo, causando dor crônica

diária leve, que piora se agudiza em situações de pequena sobrecarga. (GOULD, James,

1993)

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3.1 Lombalgia crônica em idoso

A Associação Americana de Geriatria (1999) define dor crônica como aquela que existe

além de um tempo esperado de cura ou que não é amenizada por métodos rotineiros

para controle da dor. Cox (2002) classifica dor crônica na coluna sendo aquela com

duração mais longa que três meses. Para Henriques (2001) a dor crônica é definida

como a que tem duração maior que seis meses.

A queixa de dor lombar do idoso em consultórios médicos é muito frequente, manifesta-

se predominantemente com lombalgia ou lombociatalgia, que se inicia de maneira

insidiosa. A causa predominante da lombalgia e lombociatalgia no idoso é o processo

degenerativo, que tem início lento e inclui uma série de condições, como a estenose do

canal lombar, espondilolistese degenerativa, síndrome facetária e doença degenerativa

discal (CASTRO, 2000).

Para Santos (1996), as causas da lombalgia são mecânicas, e inclui sobrecarga

lombossacral, discopatia degenerativa, espondilolistese, estenose de medula espinhal e

fratura. A grande maioria dos casos de dor lombar com ou sem irradiação para os

membros inferiores tem evolução em semanas ou meses, e 10% dos casos se tornam

crônicos. Para Knoplich (2003), as dores irradiadas e parestesias para os membros

inferiores com frequência se associam à lombalgia, incapacitando a movimentação e o

trabalho. O envelhecimento e a sobrecarga mecânica provocam degeneração e lesões

nas vértebras desencadeando as algias lombares, que também podem estar relacionadas

a problemas ligamentares ou musculares agudos (BERKOW, 1995; WATKINS, 2001).

A dor irradiada geralmente o paciente indica o trajeto com a mão conforme mostra a

figura a seguir.

Fonte: http://fisioterapeutafabiorv.blogspot.com.br/2011/07/inimigos-da-coluna

Legenda: Lombalgia

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Fonte: www.patologiadacoluna.com.br/patologia-escoliose.php Legenda: Lombalgia com dor irradiada.

Há fatores associados que melhoram o estado do paciente, tais como ajuste quiroprático,

repouso, medicamentos, etc. e outros que pioram, como espirro, levantar peso, tosse,

evacuações etc. Dificuldade de andar devido à dor, deve ser investigada, suspeitando-se

de distúrbios vasculares (claudicação intermitente). Perda da força nos membros

inferiores e atrofias musculares são sinais de nítido sofrimento da raiz nervosa. Há

desvios antálgicos conforme a intensidade da dor, com intenso espasmo da musculatura

paravertebral. A idade é fator importante constatando-se que as pessoas com lombalgias

(em homens com mais frequência que nas mulheres), dos 30 aos 50 anos, são mais

propensas a ter hérnia de disco. Nas lombalgias de início súbito em pacientes bem

idosos, há uma preocupação maior com tumores, sem perder de vista todos os possíveis

diagnósticos.

3.2 O diagnóstico Lombalgia

O diagnóstico é feito pelo quiropraxista através da anamnese, o exame físico e os

exames complementares como: Radiografia e tomografia. Durante a anamnese o

paciente conta toda a história da sua dor e responde a perguntas feitas. Depois da

anamnese segue-se o exame clínico onde o quiropraxista examina o local da dor, através

de testes ortopédicos e neurológicos pesquisa a força muscular, o estado dos nervos, a

flexibilidade e mobilidade articular, quais os movimentos que desencadeiam dor, a

sensibilidade da pele das pernas, enfim uma série de sinais que poderão ajudar na

prescrição do tratamento.

4. Quiropraxia

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A quiropraxia teve início em 1895, em Davenport, Iowa. Neste ano, o canadense Daniel

David Palmer realizou uma manobra de manipulação articular em um paciente que tinha

uma deficiência auditiva e neste caso, surpreendentemente, obteve um grande sucesso.

Palmer então cunhou o nome “Quiropraxia”, que vem do grego “Queirós”, que significa

mãos, e “Práxis”, que significa prática. (PETTERSON, 1995).

É uma profissão de nível superior, reconhecida e incentivada pela organização mundial

de saúde (OMS) no qual se dedica no diagnóstico, tratamento e prevenção de distúrbios

biomecânicos, ou seja, ossos, ligamentos, tendões, nervos, articulações e músculos,

tendo um olhar extremamente refinado no que diz respeito à coluna vertebral, visto que

é o grande pilar de sustentação do nosso corpo.

O tratamento quiroprático é composto por técnicas manuais, orientações de hábitos,

técnicas posturais, e prescrições de exercícios específicos. Seu grande diferencial está

no ajustamento articular, ou seja, manobras rápidas e precisas, que em alguns momentos

podem vir acompanhado de estalidos, cujo qual restaurará a função da articulação e

permitirá que seu corpo funcione harmonicamente, reduzindo o risco de desenvolver

lesão.

Os objetivos do tratamento em resumo, consistem em atender as necessidades imediatas

do paciente, como o alívio da dor, tratar a causa dos sintomas através da recuperação da

função e amplitude de movimento normal das articulações, músculos e outras estruturas

do sistema musculoesquelético ou sistema locomotor, assim permitir ao sistema nervoso

funcionar sem interferências (CHAMPMANSMITH, 2001).

4. A quiropraxia e o idoso

Segundo Cooperstein e Gleberzon (2001), os objetivos do tratamento quiroprático em

idosos consistem em: promover bem estar atual e potencial, remover interferências

nervosas (p.ex. disfunções neurológicas) através do ajuste de subluxações, reduzir a dor

e o perigo da dependência de drogas, assim como as complicações iatrogênicas da

terapia medicamentosa, aumentar a mobilidade articular, diminuir a morbidade,

aumentar a qualidade de vida total do paciente, manter uma atitude positiva pelo

paciente e evitar cirurgias.

Muitos estudos confirmam atualmente a eficácia da manipulação articular realizada por

quiropraxistas e o tratamento quiroprático em geral, para pacientes com lombalgia

mecânica (também chamada de lombalgia comum, simples ou não especificada), o tipo

de dor que atinge mais de 90% dos pacientes (CHAPMANSMITH, 2001).

A dor lombar é tratada com quiropraxia através de

ajustes específicos nas vértebras subluxadas, o que

estimula o sistema neuro músculo esquelético pela ação

dos mecanorreceptores, produzindo relaxamento

muscular, liberando a interferência nervosa e trazendo,

consequentemente, um bom resultado no alívio dos

sintomas, melhorando a mobilidade local (MANGA

1993).

Rupert (2000) relatou as técnicas de ajuste quiropráticas mais frequentemente aplicadas

em pessoas com 65 anos ou mais, sendo elas: Diversificada, que inclui impulso de alta-

velocidade e baixa amplitude, com 70,4%,conforme esta sendo ilustrado na imagem a

seguir.

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Fonte:www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/14780/a-eficacia-da-terapia-manipulativa-no-

tratamento-das-lombalgias. Legenda: Técnica de rolo lombar

Fonte:balsiniquiropraxia.blogspot.com.br

Legenda: Ajuste torácico

Seguida pelo Ativador com 28,3%, técnica Thompson com 21,9%, e Nimmo/outras

técnicas de tecidos moles com 20,6%, Cinesiologia Aplicada com 16,1% e Técnica

Sacro-Occipital com 13,5%. De acordo com as imagens a seguir podemos ver algumas

técnicas da quiropraxia.

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Fonte:projetosaudebh2011.spaceblog.com.br/1427739/Efeito-do-tratamento-quiropratico-na-lombalgia-

cronica-de-idosos.

Legenda: Transição toraco lombar

Existem poucos dados sobre a frequência de reações adversas da manipulação espinhal

em idosos. Pacientes idosos podem sofrer mais repostas adversas à manipulação

espinhal que pacientes jovens, e podem igualmente sofrer menos, a consideração mais

óbvia ao dirigir-se ao paciente geriátrico é determinar o nível de força seguro e efetivo

que pode ser usado. Dependendo da estrutura corporal que é contatada, a questão pode

ser menos de força e mais de pressão (COOPERSTEIN;GLEBERZON, 2001). De

acordo com a imagem abaixo.

Fonte: www.institutoallevo.com.br/quiropraxia.htm

Legenda: Alívio sacro lombar

Talvez a dureza articular frequentemente encontrada entre indivíduos idosos possa

protegê-los de lesões relacionadas à má linha de correção e força excessiva. As reações

mais comuns são desconforto local, dor de cabeça, cansaço ou irradiação desconfortável

(GLEBERZON, 2001).

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5. Metodologia

Trata – se de um estudo de característica descritiva, é a descrição de determinada

população em relação entre variáveis. A importância da pesquisa é fundamental na

prática de um ensino construtivo, através delas podemos enriquecer os nossos

conhecimentos e produzir independência em nossos planos de tratamento e ações.

O artigo foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica buscando conhecer

novos enfoques, interpretar dados e aprimorar os conhecimentos.

A pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao

tema estudado, como por exemplo, boletim, jornais, revistas, livros, monografias e

teses.

O estudo tem como objetivo explorar e conhecer o assunto mais profundamente, sua

natureza se apresenta de forma qualitativo-quantitativa por ter características

exploratória e descritiva sendo realizado por revisão de literatura.

Os descritores deste trabalho foram: lombalgia crônica em idosos, quiropraxia em idoso,

tratamento quiroprático em lombalgia e técnicas de quiropraxia.

A pesquisa foi realizada em livros e artigos nacionais assim como em sites da área da

saúde.

6. Resultados e Discussão

A lombalgia é uma queixa comum nos ambulatórios e consultórios fisioterapêuticos, o

que demonstra o reconhecimento da população aos profissionais fisioterapeutas quanto

ao seu importante papel no controle da dor lombar, e o tratamento da lombalgia é

complexo, preciso e minucioso quando comparado à maioria dos tratamentos, sendo a

fisioterapia um recurso essencial para a reabilitação do paciente. (MACEDO;

BRIGANÓ, 2009).

De acordo com Freire (2000) as dores lombares crônicas devem ser tratadas como um

problema de saúde pública. A lombalgia, além de ser uma das principais causas de

absenteísmo, também afeta muitos aspectos da vida do trabalhador, levando a alterações

do sono, depressão e, em casos mais sérios, ao suicídio.

Segundo Ranney (2000) a incapacidade lombar é definida como a impossibilidade de

realizar uma tarefa que normalmente é executada, sendo que o problema lombar é a dor.

Aproximadamente 60% dessas dores são causadas por problemas musculares, em geral

por retrações de músculos devido à má postura, esforço físico, movimentos repetitivos

feitos de maneira inadequada e predisposição genética (MOONEY, 2000).

Para Dandy (2000), atividades prolongadas na posição sentada apresentam dores

lombares devido às elevadas cargas atuando sobre a coluna lombar, o fato de apresentar

dores lombares ao sentar dificulta a vida do indivíduo tanto no trabalho como nas

atividades da vida diária. A fisioterapia constitui um dos tratamentos mais usuais para a

dor lombar. Estudar a sua efetividade poderá contribuir para a melhoria da qualidade

dos cuidados. Os objetivos deste estudo foram identificar os perfis do estado de saúde

em indivíduos com problemas lombares, a manipulação vertebral é comumente utilizada

por fisioterapeutas, quiropatas e osteopatas para o tratamento de diversas disfunções do

sistema musculoesquelético, principalmente nos casos de restrição dos movimentos

articulares acessórios que causam dor ou restrição do movimento fisiológico normal,

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possibilitando através de um tratamento conservador a eliminação de queixas álgicas de

origem vertebral e periférica.

A dor lombar é tratada com quiropraxia através de ajustes específicos nas vértebras

subluxadas, o que estimula o sistema neuro-músculo-esquelético pela ação dos

mecanorreceptores, produzindo relaxamento muscular, liberando a interferência nervosa

e trazendo, consequentemente, um bom resultado no alívio dos sintomas, melhorando a

mobilidade local (MANGA, 1993).

A manipulação vertebral é efetiva no tratamento de lombalgia crônica, e um tratamento

de manutenção no follow-up foi benéfico para a não recidiva do quadro (Descarreaux,

2004). Esta técnica foi bem mais eficiente, tanto a curto como em longo prazo, no

tratamento de dor crônica na coluna, do que acupuntura e tratamento medicamentoso

(Muller, 2005).

7. Considerações finais

O diagnóstico apropriado é fundamental para a instituição da melhor conduta, a qual

poderá beneficiar os portadores de lombalgia crônica e, indiretamente, todos os serviços

envolvidos com os custos gerados por esses pacientes. Alterações de imagem

(particularmente, degenerações discais ou osteófitos marginais) nem sempre guardam

relação com o grau de incapacidade do paciente, mas os fatores psicossociais que se

mostram mais relevantes (nível alto de evidência) para premeditar a evolução do

quadro. As lombalgias relacionadas ao compartimento anterior da coluna podem ser

originadas do corpo vertebral, ou do disco intervertebral, como nas discopatias

degenerativas, nas infecciosas ou nas hérnias discais. O tratamento multidisciplinar

possui evidências científicas de que é eficaz na melhora da dor lombar crônica, mesmo

aquela de longa data ou fortemente relacionada a fatores psicossociais.

Os exercícios físicos se mostraram eficazes no tratamento da lombalgia crônica e na

redução da incapacidade. A agregação da multidisciplinaridade, com suporte

psicológico e social adequados, pode envolver maiores custos inicial, porém, se

revelarão menos dispendiosos no longo prazo, em vista da redução do número de

consultas médicas e dias perdidos de trabalho, bem como menores gastos ao sistema

previdenciário, sem prejuízo do doente, mas sim, em uma única solução que visa,

primeiramente, o restabelecimento de sua saúde. Sendo assim, a Fisioterapia visa ao

desenvolvimento de estratégias direcionadas, de modo a proporcionar o alívio da

sintomatologia e a prevenção de novos acometimentos, através dos seus recursos

terapêuticos, no intuito de garantir bem-estar a essa população e, consequentemente,

uma melhor qualidade de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AMERICAN GERIATRIC SOCIETY (AGS). Panel on chronic pain in older person: the management of chronic pain in older person. Journal of the American Geriatrics Society. Panel on Chronic Pain in Older Person. v. 46, n. 5, 1999.

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