hutterstock s ary / i c best i -...

7
GRAMÁTICA 1 ICONIC BESTIARY / SHUTTERSTOCK

Upload: truongtram

Post on 17-Nov-2018

231 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: hutterstock s ary / I c Best I - cursinhodapoli.net.brcursinhodapoli.net.br/web/arquivos/GAIA/GAIA_1/GR1_PROF.pdf · ... linguagem da dança, da pintura, da escultura, da ... grau

gramática 1

Ico

nIc

Bes

tIa

ry /

sh

utt

erst

oc

k

Page 2: hutterstock s ary / I c Best I - cursinhodapoli.net.brcursinhodapoli.net.br/web/arquivos/GAIA/GAIA_1/GR1_PROF.pdf · ... linguagem da dança, da pintura, da escultura, da ... grau

polisaber 5

aula 1 gramática

321-

1

linguagem não verbal

a linguagem não verbal é a que se vale de outros signos não linguísticos. Como vimos, os signos podem ser dos mais diversos e diferentes tipos: cores, sons, figuras, bandeiras, fumaça, ícones etc.

É essa riqueza de possibilidades de representação e expressão que nos permite falar de linguagem musical, linguagem cinematográfica, linguagem teatral, linguagem corporal, linguagem da dança, da pintura, da escultura, da arquitetura, da fotografia, incluindo as linguagens secretas, que exigem o domínio de códigos reservados a poucos iniciados.

Fotografias, charges, mapas, desenhos, poemas e outras formas de linguagem visual fazem parte da comunicação e estão definitivamente incorporadas ao dia a dia de qualquer pessoa. Não poderia ser diferente nas provas de vestibulares, momento em que seu entendimento é de fundamental importância para o sucesso na realização da prova. em uma prova de redação, a Unesp usou a seguinte imagem para tratar do tema da concepção de família no século XXi. observe:

Disponível em: <http://www.imaginie.com/temas/tema-de- redacao-unesp-conceito-de-familia/>. acesso em: 22 out. 2017.

Nessa imagem, laerte desenhou três pessoas (dois senhores engravatados e uma mulher) muito sérias, sisudas, cônscias de si mesmas (pelo modo como se postam), puxando com um gancho um cadinho siderúrgico (equipamento no qual os minérios são derretidos e depois o material é despejado em moldes de fabricação de peças). as personagens, que sugerem a representação de deputados, se esforçam para despejar a população em seu molde de padrão familiar conservador: um casal com dois filhinhos (um menino e uma menina) numa espécie de placa em cuja lateral está escrita a palavra “família”. as pessoas, porém, parecem resistir, agarrando-se umas às outras para não se sujeitarem ao padrão imposto. em vestibulares, imagens como essa, em que somente após uma leitura cuidadosa se consegue interpretar coerentemente o que está desenhado na charge, exigem o máximo de atenção dos candidatos.

exercíciOS

1. (enem-MeC)Nesse cartaz publicitário de uma empresa de papel e celulose, a combi-nação dos elementos verbais e não verbais visa:

a) justificar os prejuízos ao meio ambiente, ao vincular a empresa à difusão da cultura.

b) incentivar a leitura de obras literárias, ao referir-se a títulos consagrados do acervo mundial.

c) seduzir o consumidor, ao relacionar o anunciante às histórias clássicas da literatura universal.

d) promover uma reflexão sobre a preservação ambiental, ao aliar o desmata-mento aos clássicos da literatura.

e) construir uma imagem positiva do anunciante, ao associar a exploração alegadamente sustentável à produção de livros.

Laer

te

revista Bolsa, 1986. In: carrascoZa, j. a. a evolução do texto publicitário: a associação de palavras como elemento de sedução na publicidade. são paulo: Futura, 1999 (adaptado).

É DESSA FLORESTA QUE SAI O CHAPEUZINHO VERMELHO, JOÃO E MARIA, OS IRMÃOS KARAMAZOV, A DAMA DAS CAMÉLIAS E OS TRÊS MOSQUETEIROS

como se sabe, os livros são impressos em papéis produzidos com celulose, material originário das árvores (no caso, eucaliptos). ao afirmar que foi da floresta que saíram os vários clássicos da literatura aos quais o anúncio faz referência, o anunciante visa construir uma imagem positiva dele próprio.

Page 3: hutterstock s ary / I c Best I - cursinhodapoli.net.brcursinhodapoli.net.br/web/arquivos/GAIA/GAIA_1/GR1_PROF.pdf · ... linguagem da dança, da pintura, da escultura, da ... grau

gramática aula 1

6 polisaber

321-

1

2. (enem-MeC)

a importância da preservação do meio ambiente para a saúde é ressaltada pelos recursos verbais e não verbais utilizados nessa propaganda da sos Mata atlântica. No texto, a relação entre esses re-cursos:

a) condiciona o entendimento das ações da sos Mata atlântica.

b) estabelece contraste de informações na propaganda.c) é fundamental para a compreensão do significado

da mensagem. d) oferece diferentes opções de desenvolvimento

temático. e) propõe a eliminação do desmatamento como sufi-

ciente para a preservação ambiental.

3. (UerJ)

cauLos Só dói quando eu respiro. porto alegre: L&pm, 2001.

Mineiro de Araguari, o cartunista Caulos já publicou seus trabalhos em diversos jornais, entre eles o Jornal do Brasil e o The New York Times.

No cartum apresentado, o significado da palavra es-crita é reforçado pelos elementos visuais, próprios da linguagem não verbal. a separação das letras da palavra em balões distintos contribui para expres-sar principalmente a seguinte ideia:

a) dificuldade de conexão entre as pessoas.b) aceleração da vida na contemporaneidade.c) desconhecimento das possibilidades de diálogo.d) desencontro de pensamentos sobre um assunto.

4. observe a imagem a seguir.

No quadro, que une linguagem verbal e não verbal, pode-se ler a seguinte afirmação: “isto não é uma maçã”. Considerando a imagem, do ponto de vista dos signos linguísticos, como você explicaria essa afirmação do artista plástico rené Magritte?

sos

ma

ta a

tLâ

ntI

ca

pho

toth

èqu

e r.

ma

grI

tte,

ma

grI

tte,

ren

é/ a

utV

Is,

Bra

sIL,

201

7.

3. no cartum, os elementos verbais e visuais estão combinados e, sendo assim, ambos são importantes para a compreensão do todo. as sete letras da palavra “solidão” aparecem isoladas, no balão de pensamento de sete personagens distintas, o que nos remete ao isolamento e, consequentemente, à falta de comunicação, de conexão entre as pessoas, daí a solidão. outro ponto visual que chama a atenção é o fato de elas andarem cada uma para um lado e terem a postura “caída”, num estado de apatia, que também remete à dificuldade de conexão. não há no cartum nenhum elemento que transmita ideia de aceleração; pelo contrário, existe a ideia de lentificação. também não há elemento no cartum que mostre desconhecimento das possibilidades de diálogo. as personagens estão todas pensando no mesmo assunto – solidão –, o que revela encontro ao menos no pensamento delas.

a imagem é a representação de uma maçã, e não uma maçã no sentido literal. a inscrição

“Isto não é uma maçã” (Ceci n’est pas une pomme) é um signo linguístico, a combinação

de significado e significante. como a arte não é a realidade, mas a representação desta

realidade, com essa obra rené magritte chama a nossa atenção sobre o trabalho da

arte e da representação.

2. a imagem de duas árvores dispostas horizontalmente e que imitam a configuração do sistema pulmonar é acompanhada de duas frases que, inter-relacionadas, geram a reflexão sobre a necessidade de preservação das florestas para a qualidade do ar e consequentes benefícios para a saúde do ser humano. assim, os recursos verbais e não verbais empregados nessa propaganda da sos mata atlântica são fundamentais para a compreensão do significado da mensagem.

Page 4: hutterstock s ary / I c Best I - cursinhodapoli.net.brcursinhodapoli.net.br/web/arquivos/GAIA/GAIA_1/GR1_PROF.pdf · ... linguagem da dança, da pintura, da escultura, da ... grau

polisaber 19

aulas 2 e 3 gramática

321-

1

exercíciOS

1. (Unicamp-sp)

no dia 21 de setembro de 2015, sérgio rodrigues, crítico literário, comentou que apontar no título do filme Que horas ela volta? um erro de português “revela visão curta sobre como a língua funciona”. e justifica:

“o título do filme, tirado da fala de um personagem, está em registro coloquial. Que ano você nasceu? Que série você estuda? e frases do gênero são familiares a todos os brasileiros, mesmo com alto grau de escolaridade. será preciso reafirmar a esta altura do século XXI que obras de arte têm liberdade para transgressões muito maiores? pretender que uma obra de ficção tenha o mesmo grau de formalidade de um editorial de jornal ou relatório de firma revela um jeito autoritário de compreender o funcionamento não só da língua, mas da arte também.”

adaptado do blog melhor Dizendo. Post completo disponível em: <http://www.melhordizendo.com/a-que-horas-ela-volta-em-que-ano-estamos-mesmo/>. acesso em: 8 jun. 2016.

entre os excertos de estudiosos da linguagem reproduzidos a seguir, assinale aquele que corrobora os comen-tários do post.

a) Numa sociedade estruturada de maneira complexa a linguagem de um dado grupo social reflete-o tão bem como suas outras formas de comportamento. (Mattoso Câmara Jr., 1975, p. 10.)

b) a linguagem exigida, especialmente nas aulas de língua portuguesa, corresponde a um modelo próprio das classes dominantes e das categorias sociais a elas vinculadas. (Camacho, 1985, p. 4.)

c) Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou científica para continuar condenando como erros os usos linguísticos que estão firmados no português brasileiro. (bagno, 2007, p. 161.)

d) aquele que aprendeu a refletir sobre a linguagem é capaz de compreender uma gramática – que nada mais é do que o resultado de uma (longa) reflexão sobre a língua. (Geraldi, 1996, p. 64.)

os excertos são adaptados de textos dos autores referenciados abaixo: baGNo, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. são paulo: editorial, 2007. CaMaCHo, roberto Gomes. O sistema escolar e o ensino da língua portuguesa. alfa, são paulo, 29, p.1-7, 1985. GeralDi, João Wanderley. Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação. Campinas, sp: Mercado das letras; associação de leitura do brasil, 1996.MaTToso CÂMara Jr., Joaquim. História da linguística. petrópolis, rio de Janeiro: Vozes, 1975.

2. (enem-MeC)

no ano de 1985 aconteceu um acidente muito grave em angra dos reis, no rio de janeiro, perto da aldeia guarani de sapukai. choveu muito e as águas pluviais provocaram deslizamentos de terras das encostas da serra do mar, destruindo o Laboratório de radioecologia da central nuclear almirante Álvaro alberto, construída em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há mais de 500 anos, chamavam de Itaorna. o prejuízo foi calculado na época em 8 bilhões de cruzeiros. os engenheiros responsáveis pela construção da usina nuclear não sabiam que o nome dado pelos índios continha informação sobre a estrutura do solo, minado pelas águas da chuva. só descobriram que Itaorna, em língua tupinambá, quer dizer “pedra podre”, depois do acidente.

FreIre, j. r. B. Disponível em: <www.taquiprati.com.br>. acesso em: 1o ago. 2012 (adaptado).

Considerando-se a história da ocupação na região de angra dos reis mencionada no texto, os fenômenos naturais que a atingiram poderiam ter sido previstos e suas consequências minimizadas se:

a) o acervo linguístico indígena fosse conhecido e valorizado. b) as línguas indígenas brasileiras tivessem sido substituídas pela língua geral. c) o conhecimento acadêmico tivesse sido priorizado pelos engenheiros. d) a língua tupinambá tivesse palavras adequadas para descrever o solo. e) o laboratório tivesse sido construído de acordo com as leis ambientais vigentes na época.

marcos Bagno critica o preconceito linguístico quando argumenta que não há justificativa “ética, política, pedagógica ou científica para continuar conde-nando como erros os usos linguísticos que estão firmados no português brasileiro”. o mesmo ocorre em todo o post em comentários como: “pretender que uma obra de ficção tenha o mesmo grau de formalidade de um editorial de jornal ou relatório de firma revela um jeito autoritário de compreender o funcionamento não só da língua, mas da arte também”.

segundo o texto, os engenheiros responsáveis pela construção da usina nuclear almirante Álvaro alberto em angra dos reis desconheciam o significado da palavra indígena Itaorna, “pedra podre”. se soubessem que o termo da língua tupinambá caracterizava a estrutura do terreno, talvez tivessem sido mais cuidadosos na escolha do local e evitado o acidente.

Page 5: hutterstock s ary / I c Best I - cursinhodapoli.net.brcursinhodapoli.net.br/web/arquivos/GAIA/GAIA_1/GR1_PROF.pdf · ... linguagem da dança, da pintura, da escultura, da ... grau

gramática aulas 2 e 3

20 polisaber

321-

1

3. (Fuvest-sp) examine esta propaganda.

www. combustivellegal.com.br

por ser empregado tanto na linguagem formal quan-to na linguagem informal, o termo “legal” pode ser lido, no contexto da propaganda, respectivamente nos seguintes sentidos:

a) lícito e bom.b) aceito e regulado.c) requintado e excepcional.d) viável e interessante.e) jurídico e autorizado.

4. (enem-MeC)

naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva torrencial da noite anterior, sai a caminhar com o sol ainda escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos da vida na roça. num demorou nem um tiquinho e o cheiro intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as narinas e fez a fome se acordar daquela rema letárgica derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até a água que corria pela bica feita de bambu e o contato gelado foi de arrepiar. mas fui em frente e levei as mãos em concha até o rosto. com o impacto, recuei e me faltou o fôlego por alguns instantes, mas o despertar foi imediato. já aceso, en-trei na cozinha na buscação de derrubar a fome e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. Foi quando dei reparo da figura esguia e discreta de uma senhora acompanhada de um garoto aparentando uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa

em proseio íntimo com a dona da casa. Depois de um vigoroso “Bom dia!”, de um vaporoso aperto de mãos nas apresentações de praxe, fiquei sabendo que Dona Flor de maio levava o filho adão para tratamento das feridas que pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas de bordas avermelhadas.

guIÃo, m. Disponível em: <www.revistaecologico.com.br>.

acesso em: 10 mar. 2014 (adaptado).

a variedade linguística da narrativa é adequada à descrição dos fatos. por isso, a escolha de determi-nadas palavras e expressões usadas no texto está a serviço da:

a) localização dos eventos de fala no tempo ficcional. b) composição da verossimilhança do ambiente re-

tratado. c) restrição do papel do narrador à observação das

cenas relatadas. d) construção mística das personagens femininas pelo

autor do texto. e) caracterização das preferências linguísticas da per-

sonagem masculina.

5. (Fuvest-sp)

a adoção do cardápio indígena introduziu nas cozinhas e zonas de serviço das moradas brasileiras equipamentos desconhecidos no reino. Instalou nos alpendres roceiros a prensa de espremer mandioca ralada para farinha. nos inventários paulistas é comum a menção de tal fato. no inventário de pedro nunes, por exemplo, efetuado em 1623, fala-se num sítio nas bandas do Ipiranga “com seu alpendre e duas camari-nhas no dito alpendre com a prensa no dito sítio” que deveria comprimir nos tipitis toda a massa proveniente do mandiocal também inventariado. mas a farinha não exigia somente a prensa – pedia, também, raladores, cochos de lavagem e forno ou fogão. era normal, então, a casa de fazer farinha, no quintal, ao lado dos telheiros e próxima à cozinha.

carlos a. c. Lemos. Cozinhas, etc.

além de “tipitis”, constituem contribuição indígena para a língua portuguesa do brasil as seguintes pa-lavras empregadas no texto:

a) “cardápio” e “roceiros”. b) “alpendre” e “fogão”. c) “mandioca” e “ipiranga”. d) “sítio” e “forno”. e) “prensa” e “quintal”.

o uso de vocabulário típico da linguagem coloquial, que não exige a atenção total às regras da gramática-padrão, como “num”, “tiquinho”, “buscação” e “proseio”, é coerente com o cotidiano simples da realidade rural, conferindo verossimilhança à descrição. assim, é correta a opção b.

a palavra “legal”, no contexto formal, refere-se a algo que deve estar legalizado, lícito, dentro da lei. no contexto in-formal, tem sentido elogioso, como sinônimo de “bom”.

Page 6: hutterstock s ary / I c Best I - cursinhodapoli.net.brcursinhodapoli.net.br/web/arquivos/GAIA/GAIA_1/GR1_PROF.pdf · ... linguagem da dança, da pintura, da escultura, da ... grau

polisaber 21

aulas 2 e 3 gramática

321-

1

6. (Fuvest-sp)

Folha de S.Paulo, 2 abr. 2016.

a) a dificuldade explicitada no último quadrinho verifica--se apenas na redação de cartas ou ocorre também na redação dos gêneros textuais romance e conto? Justifique sua resposta.

b) o texto que compõe as falas dos quadrinhos per-tence inteiramente à modalidade escrita da língua portuguesa? Justifique sua resposta, com base em elementos presentes no texto.

7. (FGV-sp) examine esta propaganda da década de 1930:

Disponível em: <http://acervo.estadao.com.br> (adaptado).

assim como a imagem, também o texto da propagan-da contém marcas da época em que ela foi criada.

a) além da ortografia, em que essas marcas são mais numerosas e visíveis, é possível identificar, no vocabulário, algumas palavras pouco comuns em textos publicitários atuais. Cite um substantivo e um advérbio utilizados no texto que apresentem essa característica e proponha, para eles, sinônimos mais atuais.

b) Também na sintaxe é possível identificar pelo menos uma frase estruturada em ordem indireta (sujeito posposto ao verbo), tendência rara hoje em dia. reescreva-a em ordem direta.

como se sabe, a “mandioca” já era plantada pelos índios quando da chegada dos portugueses ao Brasil. “Ipiranga” é uma palavra de origem indígena formada pela junção de y (rio) mais pyrang (vermelho) e significa água vermelha ou água barrenta. “Ipiranga” é o nome de um rio localizado na cidade de são paulo. o nome teve sua origem nos índios guaianazes, que habitavam as margens do rio.

a dificuldade na redação da carta ocorre também em outros gêneros, como o romance e

o conto. o registro oral (“enquanto falo outra”) entra em conflito com a linguagem “escrita”.

não, o texto também apresenta a modalidade oral, marcada no segundo quadrinho:

“… com toda essa coisa”.

Destacam-se como pouco usuais em textos publicitários o substantivo “aquisição”,

sinônimo de “compra”, e o advérbio “galhardamente”, sinônimo de "elegantemente".

em ordem direta, a oração tem a seguinte grafia: “a mercedes-addelektra é a mais

moderna e eficaz entre todas as machinas de contabilidade”.

Page 7: hutterstock s ary / I c Best I - cursinhodapoli.net.brcursinhodapoli.net.br/web/arquivos/GAIA/GAIA_1/GR1_PROF.pdf · ... linguagem da dança, da pintura, da escultura, da ... grau

gramática aulas 2 e 3

22 polisaber

321-

1

8. leia os textos a seguir e, depois, responda ao que se pede.

Texto IPra mim brincar

não há nada mais gostoso do que o mim sujeito de verbo no infinito. pra mim brincar. as cariocas que não sabem gramática falam assim. todos os brasileiros deviam de querer falar como as cariocas que não sabem gramática.

as palavras mais feias da língua portuguesa são quiçá, alhures e miúde.

BanDeIra, manuel. Seleta em prosa e verso. (org.). emanuel de moraes. 4. ed. rio de janeiro:

j. olympio, 1986. p. 19.Texto II

hoje longe, muitas léguanuma triste solidãoespero a chuva caí de novopra mim vortar pro meu sertão

luís Gonzaga. "asa Branca".

a gramática normativa da língua portuguesa condena o uso de “mim” como sujeito de verbo no infinitivo, como em “pra mim brincar”. para ela, apenas “eu” deveria ocupar essa função (para eu brincar). Mesmo assim, “mim”, nessa posição, tem largo uso no português brasileiro, como se ilustra nos textos i e ii. Na sua opinião, por que Manuel bandeira e luís Gonzaga usam “mim” como sujeito de verbo no infinitivo?

eStudO OrientadO

exercíciOS

1. (Unicamp-sp)

no dia 21 de setembro de 2015, sérgio rodrigues, crítico literário, comentou que apontar um erro de por-tuguês no título do filme Que horas ela volta? “revela visão curta sobre como a língua funciona”. e justifica: “o título do filme, tirado da fala de um personagem, está em registro coloquial. que ano você nasceu? que série você estuda? e frases do gênero são familiares a todos os brasileiros, mesmo com alto grau de escolaridade. será preciso reafirmar a esta altura do século XXI que obras de arte têm liberdade para transgressões muito maiores?

pretender que uma obra de ficção tenha o mesmo grau de formalidade de um editorial de jornal ou relatório de firma

revela um jeito autoritário de compreender o funcionamento não só da língua, mas da arte também.”

adaptado do blog melhor Dizendo. Post completo disponível em: <http://www.melhordizendo.com/a-que-horas-ela-volta-em-que-ano-estamos-mesmo/>. acesso em: 8 jun. 2016.

tanto manuel Bandeira quanto Luís gonzaga usam “mim” como sujeito de verbo no infinitivo provavelmente com o fito de valorizar a espontaneidade de expressões coloquiais, mostrando

a coerência entre fala e origem social dos falantes. com isso, sugerem que expressões coloquiais como “pra mim brincar” ou “pra mim vortar” são mais afeitas à origem social dos falantes

do que regras rígidas difundidas pela gramática normativa. Dessa maneira, nos textos em questão, não apenas valorizam a espontaneidade da língua falada, como também mostram a

coerência entre fala e origem social dos indivíduos.