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Noam Chomsky História e Métodos Experimentais em Linguística e Neurociência da Linguagem Thiago O. Motta Sampaio (UFRJ) & Marília U.C.L.M. Costa (UFRJ) [email protected] [email protected] Burrhus Skynner Onde nos encontrar: www.acesin.letras.ufrj.br A té os anos 50 muitos est udos e m A ntropol ogia com o os de Fra nz Boas, e em Psicologia como os de Edwa rd Sapir, i nfluencia dos pelo Behavioris mo aca bavam por tratar a ling uage m hu mana de form a an timent alista, m ostran do q ue o comport amen to ling uístico seria result ado do meio em que o indivídu o se enco ntra. E ssa visão a mbient alista d a ling uage m co meça a se r co mbatid a n o início dos anos 60 por Noam Chos mky, especialmen te em uma r esenh a do livro V erbal B ehaviour (S K INNE R, 1959), onde Cho msky argu ment a contun dente ment e que a lingu agem não poderia ser vista como resultado de fatores ambientais. O divisor de ág uas que fez os estudos linguís ticos co meça rem a se distanciar das abo rdage ns estr utur alista e b ehaviorist a e qu e os lide raria j unto à Revolução C ognitiva, foi a p ublicação de Syntactic S tructu res (CHOMS K Y, 1957). A i deia de Ch om sky era a de um a a bor da gem m en talis ta dos estu dos em lin gua gem, q ue se b asear ia na po stul açã o de um a par ato m ental predis pos to à a qui siçã o e que cont raria o métod o de induç ão e repetição com o arg umen to de que a lin gua gem h um ana, atr avés do pr incí pio da recursiv ida de e de um co nju nt o fi nit o d e p eças, seria c apaz de prod uzir sente nça s in fini tas. Este ser á o p onto que, ainda hoje, melho r con ecta a linguística aos estud os e m Psicologia e em Biologia. A pa rtir d e ent ão, os estudos es trutu ralistas q ue visava m desc rever as lín guas d o mu ndo p or m eio de suas difer enças, d era m luga r aos est udos em Gr amática Gerativ a, que buscavam supe rar a a dequ ação descritiva atingin do a ad equaçã o explica tiva, e estab elecer o que de i gual nas lí nguas do m und o na busc a p elos pr incípi os da lin gua gem , a Gr am ática Uni ver sal, q ue r epr ese ntar ia o apar ato inato da linguagem hum ana (RA P OS O, 1992; HA E GE MA N, 1991). - Gerativismo x Behaviorismo Psicolinguística e a Crise do DTC A Teoria da Complexidad e Derivacional (D TC) nasceu co m Geor ge Miller no início dos a nos 1960, se ndo praticam ente ir mã da então recen te Gra mática Transf orm acional ( antiga G ram ática Ger ativa - CHOMS K Y, 1 957 , 1965). A s duas disciplinas era m compl ement ares: e nq uan to um a teor izav a e apr ese nta va evi dên cias s obr e a com plexi dad e der ivaci ona l da l ing ua gem h um ana, a o utr a se encar r ega va de apr es ent ar ex per im entalm e nte para o mu nd o a realida de psic oló gica de tai s c omput açõe s, p rovand o at ravés dos te mpos de respost a (RTs) dos testes linguístic os, qu e qua nto m aior a compl exidade c ompu tacional, maio r seria o esfo rço co gnitivo p ara process á-la . Infelizment e, a e vidê ncia de diss ocia ções en tr e a c om plexi dad e com p uta cio nal e os tem pos de r es po sta culm inar am na cr ise d o DTC que afas to u a L ing uís tica da Psic olin guí stic a p or pelo menos 20 a nos (c f. FRANÇA, 2007). A muda nça de pens amen to n a teo ria d e Noa m Cho msky, em que as t ransfo rmaçõ es de ram luga r a estrutu ras sintáticas ger adas na me nte do falant e, as duas disciplinas voltar am a se comunicar , e essa união vem resultand o em gran des ava nços ta nto na psicolinguís tica qua nto n os estud os em gra mática g erativa. Além disso, essa r enovada par cer ia abr iu as por tas da Linguística par a as Neur ociências. Len neber g (19 67) a ponta rá alg umas co rrelaç ões en tre o períod o de aquisiçã o de lingu agem e o pe ríod o de desenvolvime nto c ereb ral da crianç a. S eus estudos mostra m que o pe ríodo entr e o n ascimento e os 2-3 a nos de idade é ca racteriz ado por um acele rado cresci mento cerebr al qu e pass ará de c erca de 30% pa ra quase 80% do tamanh o do cér ebro ad ulto. Esse mes mo p erío do é considera do o melho r mo mento par a aq uisição de linguagem. O período entre 3 e 4 anos de idade marca uma Teste de P r im ing E xper im ento com E ye Tr acker Neurociência da Linguagem ERPs Estudados REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHO M SKY, Noam . The M i ni m al i st Pr ogr am . Cam br i dge, M assachuset t s: M I T Pr ess. 1995. HAUSER, M. D. , CHO M SKY, Noam , FI TCH, W. T. The Facul ty of Language: What i t i t,who has i t, and how di d we evol ve? Sci ence, 298: 1569- 79, 2002 HENSCH, T. Cr i ti cal per i od r egul at i on. Annual Revi ew of Neur osci ence. v. 27, p. 549- 579, 10. 1146/ annur ev. neur o. 27. 070203. 144327, 2004. FRANÇA Ai nt er f ace l i ngüí st i ca- neur oci ênci a da l i nguagem . Cadernos de Est udos Li ngüí st i cos, UNI CAM P, v. 49, p. 151- 166, 2007. FRANÇA, A. I. Concat enações l i ngüí st i cas: est udo de di f er ent es m ódul os cogni ti vos na aqui si ção e no cór t ex. Tese de Dout orado em Li ngüí st i ca, UFRJ, 2002. FRA NÇA, A. I .; LEMLE, M; G ESUALDI , A. ; CAG Y, M. ; I NFANTO SI , A. F. C. A neurof i si ol og i a do acesso l ex i cal : pal avr as em por t uguês. Ver edas, Revi st a do Pr ogr am a de Pós- G r aduação em Li ngüí st i ca da Uni ver si dade Feder al Jui z de For a, Ri o de Janei r o, v. 12, n. 2, j ul ho- dezem br o 2008. FRIEE RICI, A. D. Event - r el at ed br ai n pot ent i al s and aph asi a. In R.S. Ber ndt ( Ed. ) , Language and Aphasi a. Ha ndbook of Neur opsyc hol ogy, 2nd Ed i ti on, Vol . 3 ( pp. 353- 373) , Am st er dam : El sevi er . 2001 G O MES, Jul i ana Nov o; FRA NCA, A. I. Ad i r eci ona l i d ade no r el ac i onam ent o sem ânt i c o: um est udo de pot ênci ai s bi oe l ét r i cos r el ac i onad os a event os l i ngüí st i cos (ER P) - VEREDAS ON-LINE – Psi col i nguí st i ca– 2/ 2008, P. 167-171 – PPG LI NG ÜÍ STI CA/ UFJF – Jui z de For a, MG - I SSN 1982-2243 LENNEBERG , Er i c. Bi ol ogi cal Foundat i ons of Language. New Yor k: John Wi l ey & Sons, I nc. , 1967 OSTER HOUT L., KI M. A. , & KUPERB ERG, G. The neur obi ol o gy of sent ence com pr ehensi o n. To appear i n M. Spi vey, M. Joanai sse, & K. M cRae ( Eds) , The C am br i dge Handbook of Psychol i ngui st i cs. Cam br i dge: Cam br i dge Uni ver si t y Pr ess ( 2010) O STER HO UT, L. , MCLAUG HLI N, J. , PI TKANEN, I., FENCK- M EST RE, C. , & MO LI NARS, N. Novi cel ear ner s, l ong i t udi na l desi g ns, and event - r el at ed pot ent i al s: A par adi gm f or expl or i ng t he neur ocogni ti on of second- l anguage pr ocessi ng. Language Lear ni ng, 56, 199- 230. 2006 Exames neurofisiológicos não invasivos “ER Ps refletem mudanças na ativ i dade elét rica que ocorrem em res pos ta a um ev ento de origem s ens orial, c ogniti v a ou motora. Eles reflet em ativ i dade póss i náptica s omada que oc orre nos dendritos api cai s de neurôni os pi ramidais na região do neocórtex.” Lee Osterhout O Eletroencefalograma Angela Frie der ici divide o processamento auditivo em três fases principais, começando da Fase Zero, onde acontece o Processamento Fonológico: N100: Processamento Fonológico; ELA N: Construção da estrutura sintagmatica; N400/LAN: Estabelece relações semânticas; P600: Ajus te Sintátic o desaceler ação no c rescime nto cer ebral até atingi r cerca de 95% do t aman ho adulto no início da pube rdad e, ent re 1 2-13 anos. Essa fase coinci de com a relativa estabilida de do sistema ling uístico da crianç a, por volta dos 4 an os de idade, que pod erá ser ela bora do tamb ém até o início da pub erda de, quan do a aquisição de L1 parece se tornar quase impossível. Introdução A linguagem humana possui um alto grau de complexidade e diversos aspectos passíveis de serem estudados. A o longo da h istória, o ser humano aprendeu a se comunicar oralmente r, em seguida, codificou seus sistemas linguísti cos em símbolos e depoi s letras. Durante esse tempo , as línguas do mundo se transformaram, originando milhares de novas línguas. O estudo da linguagem compreende aspectos estruturais (sintáti cos,fonológi cos), semânticos, históricos, soc iais e de registro (falado ou escrito). Mas afinal, qual será de fato “a essênc ia” da linguagem humana? A pesar de estarmos longe de uma resposta,definitiva para essa questão diversas mudanças de pensamento ocorreram na hist ória dos estudos da linguagem. E ste trabalho irá revisitar estes pensamentos,,observando a busca pelas bases biológicas da linguagem humana. Século XIX: Linguística Histórico Comparativa A ntigamente, os estudos em linguagem possuiam o intuito de criar gramáticas ou de estudar a linguagem para fazer filosofia ou crítica literária. No sécul o XI X estes estudos passaram por uma mudança de caráter,buscandoestudar as línguas por elas mesmas. A descoberta do S ânscrito fez com que Franz B opp, a partir de um método comparativo , descobrisse regu laridades entre a língua indiana e o latim e grego cláss ico, i niciando o uma aborgadem histórico comparativa dos estudos linguísticos, buscando descrever os processos de mudança linguí stica que origi nariam tai s línguas a partir de línguas mai s antigas. Como não havia registros sonoros dos falantes da época, essa abordagem se focou em textos escritos. Século XX: Homogeneização e autonomia dos estudos linguísticos - Estruturalismo No século XX o Estrutural ismo do suíço Ferdinand de S aussure ini cia uma nova revolução nos estudos em Linguagem. P ara que a Linguística pudesse ser considerada um método científico , seria necessário se focar em um sistema mais estável sufic iente para ser estudado por uma abordagem formal. Visando a separação do que é passível a formali zação, Saussure cria a dicotomia entre Langue e P arole. A P arole compreende a semântica, o discurso, a pragmática , dentre outros aspectos da linguagem que seriam muito fluidos para se fazer ci ência. Na Langue estaria a estrutura, um sistema estável da língua presente na mente do falante. O E struturalismo busca descrever o sistema das línguas, se baseando na fala. Neurociência da Linguagem no Brasil França, 2002 CONGRUENTE: O homem arrastou as cadeiras. INCONGRUENTE: A mulher esticou a geladeira. Replicando o primeiro ERP Linguístico Composição de palavras: um estudo comparativo França et al., 2008 Palavras: Relação Sintáticas na Semântica Gomes et al., 2009 Conclusão Podemos observar que o percurso feito pela lingu ística apresenta grandes desafios fu turos, já que os modelos teóricos desenvolvidos encontram eco e m ou tras disciplinas e assim pode-se profitar de uma profusão de novos estudos que pretende min tegrar essas áreas de pesquisa. Em relação ao desenvolvimento da neurociência da linguagem no Brasil, podemos ver que há um grande esforço dos pesquisadores em avançar apesar de haver poucos laboratórios engajados nesse propósito. Esperamos que com a formação de novos pesquisadores a área se desenvolva por todo o Brasil. Kutas & Hillyard, 1980 Primeiro ERP Linguístico A pesquisa de Kutas e Hillyard demonstrou que a simples concatenação é marcada com a onda de menor amplitude , a incongruência é representada pela amplitude au mentada de forma intermediária para o complemen to coke e de forma expressiva para phone. Ao contrári o de outras c ogni ções , a Linguagemé excl usivamente humana , o que impos s i bilitou a utili z ação de modelos animais , o que resultou um atras o nos es tudos em Neurociênc ias daLinguagem. A lguns estudiosos desenv olvera m compa rações ent re as fases de dese nvolvimen to cerebral conhecidas e as fases do desenvolvimento linguístico nas crianças. A soluç ão para tes tar a realidade das operações da li nguagem f oi a elaboraçãodeexperimentos comportamentais através daPs icolinguístic a.

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Page 1: História e Métodos Experimentais em Linguística e ......Noam Chomsky História e Métodos Experimentais em Linguística e Neurociência da Linguagem Thiago O. Motta Sampaio (UFRJ)

Noam Chomsky

História e Métodos Experimentais em Linguística e Neurociência da LinguagemThiago O. Motta Sampaio (UFRJ) & Marília U.C.L.M. Costa (UFRJ)

[email protected] [email protected]

Burrhus Skynner

Onde nos encontrar:www.acesin.letras.ufrj.br

Até os anos 50 muitos est udos e m Antropol ogia com o os de Fra nz Boas, e emPsicologia como os de Edwa rd Sapir, i nfluencia dos pelo Behavioris mo aca bavam portratar a ling uage m hu mana de form a an timent alista, m ostran do q ue ocomport amen to ling uístico seria result ado do meio em que o indivídu o se enco ntra.Essa visão a mbient alista d a ling uage m co meça a se r co mbatid a n o início dos anos60 por Noam Chos mky, especialmen te em uma r esenh a do livro Verbal Behaviour(SKINNER, 1959), onde Cho msky argu ment a contun dente ment e que a lingu agemnão poderia ser vista como resultado de fatores ambientais.

O divisor de ág uas que fez os estudos linguís ticos co meça rem a se distanciardas abo rdage ns estr utur alista e b ehaviorist a e qu e os lide raria j unto àRevolução C ognitiva, foi a p ublicação de Syntactic Structu res (CHOMSKY,1957). A i deia de Chomsky era a de uma a borda gem mentalis ta dosestudos em lingua gem, que se basearia na postul açã o de um a paratomental predis pos to à a qui siçã o e que cont raria o métod o de induç ão erepetição com o arg umen to de que a lingua gem humana, através do princí pioda recursiv ida de e de um conjunt o fi nit ode peças, ser ia c apaz de produzirsente nça s in fini tas. Este ser á o p onto que, ainda hoje, melho r con ecta alinguística aos estud os e m Psicologia e em Biologia. A pa rtir d e ent ão, osestudos es trutu ralistas q ue visava m desc rever as lín guas d o mu ndo p or m eio desuas difer enças, d era m luga r aos est udos e m Gr amática Gerativ a, quebuscavam supe rar a a dequ ação descritiva atingin do a ad equaçã o explica tiva, eestabelecer o que há de i gual nas lí nguas do mundo na busc a pelosprincípi os da lingua gem, a Gramática Uni versal, que represe ntar ia oaparato inato da linguagem humana (RAPOSO, 1992; HAEGEMAN, 1991).

- Gerativ ismo x Behaviorismo

Psicolinguística e a Crise do DTCA Teoria da Complexidad e Derivacional (D TC) nasceu co m Geor ge Miller no início dos a nos 1960, se ndopraticam ente ir mã da então recen te Gra mática Transf orm acional ( antiga G ram ática Ger ativa - CHOMSKY, 1 957 ,1965). As duas disciplinas era m compl ement ares: e nquanto uma teorizav a e aprese nta va evi dências s obre acomplexi dade derivaci ona l da l ingua gem humana, a outra se encarrega va de apres ent ar ex perimentalme ntepara omundoa realida de psic ológica de tai s c omput açõe s, p rovand o at ravés dos te mpos de respost a (RTs) dostestes linguístic os, qu e qua nto m aior a compl exidade c ompu tacional, maio r seria o esfo rço co gnitivo p ara process á-la .Infelizment e, a e vidê ncia de diss ocia ções en tre a c omplexi dade computa cional e os tempos de res postaculminaram na crise do DTC que afas tou a L inguís tica da Psic olinguí stic a por pelo menos 20 a nos (c f.FRANÇA, 2007). A muda nça de pens amen to n a teo ria d e Noa m Cho msky, em que as t ransfo rmaçõ es de ram luga r aestrutu ras sintáticas ger adas na me nte do falant e, as duas disciplinas voltar am a se comunicar , e essa união vemresultand o em gran des ava nços ta nto na psicolinguís tica qua nto n os estud os em gra mática g erativa. Além disso, essarenovada parceria abriuas portas da Linguística para as Neurociências.

Lenneberg (19 67) a ponta rá alg umas co rrelaç ões en tre operíod o de aquisiçã o d e lingu agem e o pe ríod o dedesenvolvime nto c ereb ral da crianç a. Seus estudosmostra m que o pe ríodo entr e o n ascimento e os 2-3 a nos deidade é ca racteriz ado por um acele rado cresci mentocerebr al qu e pass ará de c erca de 30% pa ra quase 80% dotamanh o do cér ebro ad ulto. Esse mes mo p erío do éconsidera do o melho r mo mento par a aq uisição delinguagem. O período entre 3 e 4 anos de idade marca uma

Teste de Priming

Experimento comEye Tracker

Neurociência da Linguagem

ERPs Estudados

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHO M SKY, Noam . The M inimalist Pr ogr am . Cambr idge, M assachuset t s: M I T Pr ess. 1995.

HAUSER, M . D. , CHO M SKY, Noam , FI TCH, W. T. The Facult y of Language: What it it , who has it , and how did we evolve? Science, 298: 1569- 79, 2002

HENSCH, T. Cr it ical per iod r egulat ion. Annual Review of Neur oscience. v. 27, p. 549- 579, 10. 1146/ annur ev. neur o. 27. 070203. 144327, 2004.FRANÇA A int er f ace lingüí st ica- neur ociência da linguagem . Cader nos de Est udos Lingüí st icos, UNI CAM P, v. 49, p. 151- 166, 2007.

FRANÇA, A. I . Concat enações lingüí st icas: est udo de dif er ent es m ódulos cognit ivos na aquisição e no cór t ex. Tese de Dout or ado em Lingüí st ica, UFRJ, 2002.

FRA NÇ A, A. I. ; LEM LE, M ; G ESUALDI , A. ; CAG Y, M .; I NFANTO SI , A. F. C. A neur of isiolog ia do acesso lex ical: palavr as em por t uguês. Ver edas, Revist a do Pr ogr am a de Pós-G r aduação em Lingüí st ica da Univer sidade Feder al Juiz de For a, Rio de Janeir o, v. 12, n. 2, julho- dezem br o 2008.

FRI EE RI CI , A. D. Event - r elat ed br ain pot ent ials and aph asia. I n R. S. Ber ndt ( Ed. ) , Language and Aphasia. Ha ndbook of Neur opsyc hology, 2nd Ed it ion, Vol. 3 ( pp. 353- 373) ,Am st er dam : Elsevier . 2001G O M ES, Juliana Nov o; FRA NC A, A. I . A dir eciona lid ade no r elac ionam ent o sem ânt ic o: um est udo de pot ênciai s bioe lét r icos r elac ionad os a event os l ingüí st icos ( ER P) -VEREDAS O N- LI NE – Psicolinguí st ica– 2/ 2008, P. 167- 171 – PPG LI NG ÜÍ STI CA/ UFJF – Juiz de For a, M G - I SSN 1982- 2243

LENNEBERG , Er ic. Biological Foundat ions of Language. New Yor k: John Wiley & Sons, I nc. , 1967O STER HO UT L. , KI M . A. , & KUPERB ERG , G . The neur obiolo gy of sent ence com pr ehensio n. To appear in M . Spivey, M . Joanaisse, & K. M cRae ( Eds) , The C am br idgeHandbook of Psycholinguist ics. Cam br idge: Cam br idge Univer sit y Pr ess ( 2010)

O STER HO UT, L. , M CLAUG HLI N, J. , PI TKANEN, I . , FENCK- M EST RE, C. , & M O LI NARS, N. Novic e lear ner s, long it udina l desig ns, and event - r elat ed pot ent ials: A par adigmf or explor ing t he neur ocognit ion of second- language pr ocessing. Language Lear ning, 56, 199- 230. 2006

Exames neurofisiológicos não invasivos

“ERPs refletem mudanças naativ idade elétrica que ocorrem emresposta a um evento de origemsensorial, cognitiva ou motora. Elesrefletem ativ idade póssinápticasomada que ocorre nos dendritosapicais de neurônios piramidais naregião do neocórtex.” Lee Osterhout

O Eletroencefalograma

Angela Frie der ici div ide o processamento auditivo e m três fasesprincipais, começando da Fase Zero, onde acontece o ProcessamentoFonológico:

N100: Processamento Fonológico;ELAN: Construção da estrutura s intagmatica;N400/LAN: Estabelece relações semânticas;P600: Ajuste Sintático

desaceler ação no c rescime nto cer ebral até atingi r cerca de 95% do t aman hoadulto no início da pube rdad e, ent re 1 2-13 anos. Essa fase coinci de com arelativa estabilida de do sistema ling uístico da crianç a, por volta dos 4 an os deidade, que pod erá ser ela bora do tamb ém até o início da pub erda de, quan do aaquisição de L1 parece se tornar quase impossível.

IntroduçãoA linguagem humana possui um alto grau de complexidade e diversos aspectos passíveis deserem estudados. Ao longo da história, o ser humano aprendeu a se comunicar oralmente r, emseguida, codificou seus sistemas linguísticos em símbolos e depois letras. Durante esse tempo,as línguas do mundo se transformaram, originando milhares de novas línguas.O estudo da linguagem compreende aspectos estruturais (sintáticos,fonológicos), semânticos,históricos, sociais e de registro (falado ou escrito). Mas afinal, qual será de fato “a essência” dalinguagem humana? Apesar de estarmos longe de uma resposta,definitiva para essa questãodiversas mudanças de pensamento ocorreram na história dos estudos da linguagem. Estetrabalho irá revisitar estes pensamentos,,observando a busca pelas bases biológicas dalinguagem humana.

Século XIX: Linguística Histórico Comparativa

Antigamente, os estudos em linguagem possuiam o intuito de criar gramáticas ou de estudar alinguagem para fazer filosofia ou crítica literária.No século XIX estes estudos passaram por uma mudança de caráter, buscando estudar aslínguas por elas mesmas.A descoberta do Sânscrito fez com que Franz Bopp, a partir de um método comparativo,descobrisse regularidades entre a língua indiana e o latim e grego clássico, iniciando o umaaborgadem histórico comparativa dos estudos linguísticos, buscando descrever os processos demudança linguística que originariam tais línguas a partir de línguas mais antigas. Como nãohavia registros sonoros dos falantes da época, essa abordagem se focou em textos escritos.

Século XX: Homogeneização e autonomia dos estudos linguísticos- Estruturalismo

No século XX o Estruturalismo do suíço Ferdinand de Saussure inicia uma nova revolução nosestudos em Linguagem. Para que a Linguística pudesse ser considerada um método científico,seria necessário se focar em um sistema mais estável suficiente para ser estudado por umaabordagem formal. Visando a separação do que é passível a formalização, Saussure cria adicotomia entre Langue e Parole. AParole compreende a semântica, o discurso, a pragmática,dentre outros aspectos da linguagem que seriam muito fluidos para se fazer ciência.Na Langue estaria a estrutura, um sistema estável da língua presente na mente do falante. OEstruturalismo busca descrever o sistema das línguas, se baseando na fala.

Neurociência da Linguagem no Brasil

França, 2002

CONGRUENTE: O homem arrastou as cadeiras.

INCONGRUENTE: A mulher esticou a geladeira.

Replicando o primeiro ERP Linguístico

Composição de palavras: um estudo comparativoFrança et al., 2008

Palavras: Relação Sintáticas na Semântica

Gomes et al., 2009

ConclusãoPodemos observar que o percurso feito pela lingu ística apresentagrandes desafios fu turos, já que os modelos teóricos desenvolv idosencontram eco e m ou tras disciplinas e assim pode-se prof itar deuma profusão de novos estudos que pretende m in tegrar essas áreasde pesquisa. Em relação ao desenvolv imento da neurociência dalinguagem no Brasil, podemos ver que há u m grande esforço dospesquisadores em avançar apesar de haver poucos laboratóriosengajados nesse propósito. Esperamos que com a formação denovos pesquisadores a área se desenvolva por todo o Brasil.

Kutas & Hillyard, 1980Primeiro ERP Linguístico

A pesquisa de Kutas e Hillyarddemonstrou que a simplesconcatenação é marcada com a ondade menor amplitude , já aincongruência é representada pelaamplitude au mentada – de formaintermediária para o complemen tocoke e de forma expressiva paraphone.

Ao contrário de outrascognições,a Linguagemé exclusivamente humana,o que impossibilitou a utilização de modelos animais, o que resultou umatraso nos estudosem NeurociênciasdaLinguagem.Alguns estudiosos desenv olvera m compa rações ent re as fases de dese nvolvimen tocerebral conhecidas e as fases do desenvolvimento linguístico nas crianças.

A solução para testar a realidade das operações da linguagem foi aelaboraçãodeexperimentoscomportamentaisatravésdaPsicolinguística.