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História Monetária e Financeira Apresentação
Objectivos da disciplina
• Estudar as grandes linhas de transformação do sistema monetário e financeiro internacional nos últimos dois séculos.
• Nesse sentido perspectivam-se historicamente questões actuais
relacionadas com os regimes monetários e sua articulação quer com o desempenho económico dos países centrais e periféricos, quer com as trajectórias da mundialização financeira. Estas trajectórias também se compreendem no quadro de inovações institucionais.
História Monetária e Financeira Apresentação
PROGRAMA
Parte I – As grandes linhas de transformação do sistema monetário internacional1. Introdução2. Convertibilidade e estabilidade cambial
2.1. O bimetalismo 2.2. O padrão-ouro: mitos e realidades2.3. O padrão divisas-ouro entre as guerras: competição e cooperação2.4. Bretton Woods: o padrão-dólar.2.5. O sistema monetário internacional depois de 1971: o período das flutuações controladas
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3. Uniões Monetárias3.1. A teoria: o conceito de ‘zona monetária óptima’.3.2. A experiência histórica: as uniões monetárias
nacionais e multinacionais (a unificação monetária da Alemanha; a União Monetária Latina; a União Monetária Escandinava).
3.3. Integração monetária, integração económica, unificação política.
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Parte II – O sistema financeiro internacional
1. Trajectórias da mundialização financeira
2. Crises financeiras: instituições e mercados
2.1. As crises de 1890, 1929 e 1995/97.
3. Instituições financeiras e crescimento económico: o sistema bancário e a Bolsa de Valores
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BIBLIOGRAFIA
Eichengreen, Barry (1999), A Globalização do capital. Uma história do sistema monetário internacional, Lisboa: Bizâncio.Flandreau, Marc; Zumer, Frédéric (2004), Les origines de la mondialisation financière, 1880-1913, Études du Centre de Développement, OCDE. Macedo, Jorge Braga de; Eichengreen, Barry; Reis, Jaime (org.) (1994), Convertibilidade Cambial, Banco de Portugal e Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (capítulos 1,2,3).
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Avaliação de conhecimentos
• Participação sob a forma de apresentação de temas nas aulas e de pequenos trabalhos escritos (50%).
• Teste com duas questões seleccionadas a partir de uma lista previamente distribuída (50%).
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Aulas de Exercícios / Calendarização
Parte I – As grandes linhas de transformação do sistema monetário internacional
Tema 1: O bimetalismo (13 de Março)
Tema 2: A relação entre estabilidade monetária e crescimento económico (21 de Março)
Tema 3: Uniões monetárias (17 de Abril)
Introdução
Porquê o estudo dos sistemas monetários?
“O sistema monetário internacional é o cimento que mantém juntas as economias nacionais. O seu papel é dar ordem e estabilidade aos mercados de divisas estrangeiras, incentivar a eliminação de problemas das balanças de pagamentos e proporcionar o acesso a créditos internacionais no caso de choques desagregadores. As nações consideram difícil a exploração eficiente dos lucros do comércio e dos empréstimos internacionais, na ausência de um mecanismo monetário internacional que funcione adequadamente. (...) é impossível perceber o funcionamento da economia internacional sem se perceber também o seu sistema monetário” (Eichengreen, 1999: 17, sublinhados nossos)
Introdução
• A relação entre o estudo do SMI e os movimentos de capitais
- a forma em U dos movimentos internacionais de capitais (gráfico) / em causa as teorias que explicam a estabilidade cambial pela via da pouca mobilidade dos movimentos de capitais (vd século XIX) / em causa a relação entre grande movimento de capitais e estabilidade cambial (vd século XX)
• A relação entre os movimentos de capitais a longo prazo e a integração financeira internacional
Introdução
Introdução
• Análise do SMI implica:
ter como objecto de estudo os diferentes regimes monetários que o integram
perspectiva histórica:SMI assumiu ao longo do tempo formas diferentes; regimes monetários apresentam-se como processos dinâmicos, não se confinam a exames instantâneos.
Introdução
Questões: Como definir o conceito de regime monetário? E como definir política monetária? Trata-se de conceitos idênticos?
Regime monetário
podemos subdividir o conceito nas suas duas componentes:
Introdução
‘Regime’ => definição económica - equilíbrio no qual um conjunto de regras gera expectativas estáveis entre os actores do mercado / interacção de procedimentos seguida por actores como o governo tendo em conta as decisões das famílias e das empresas.=> definição da ciência política - conjunto de normas, regras e procedimentos que guiam o comportamento dos estados e de outros importantes actores. Nesta acepção um regime define-se pelas acções do governo e de actores que possuem uma acentuada influência (sindicatos, grandes empresas, ...).
Introdução
‘Monetário’
=> A moeda desempenha duas funções – unidade de conta e meio de pagamento.
- Unidade de conta simplifica comparações de valor, pois o valor de todos os bensé expresso na referida unidade
(numéraire)- Meio de pagamento facilita as trocas (dispensa a coincidência
de vontades que a troca livre implica)
=> A moeda também pode desempenhar a função de reserva de valor (a moeda pode funcionar como meio de pagamento não só no presente como no futuro)
Introdução
Definição de Regime Monetário em termos gerais:
Corpo legislativo que determina o funcionamento e as características dos instrumentos monetários – a unidade de conta e os meios de pagamento.
Introdução
A moeda assumiu historicamente diversas formas
(1) Meio de pagamento:
Metálico
Fiduciário
Escritural
(2)Unidade de conta:
Mercadoria
Convencional
Introdução
Tipologia dos regimes monetários:
Bimetalismo
Padrão-prata
Padrão-ouro
Padrão divisa(s)-ouro
Convencional
Introdução
Nos regimes monetários que incluem moeda metálica temos:
Moeda principal ou moeda-mercadoria cunhagem/amoedação a partir de metais como ouro e prata valor monetário, extrínseco ou nominal = valor metálico ou
intrínseco + imposto de senhoriagem curso forçado ilimitado agentes económicos privados podiam mandar cunhar moeda
=> pagamento do imposto de senhoriagem
Introdução
Moeda subsidiária
cunhagem a partir de metais como cobre, bronze valor monetário, extrínseco ou nominal > valor metálico ou
intrínseco curso forçado limitado emissão reservada ao Estado
Introdução
Imposto de senhoriagem
Em termos gerais: lucros provenientes da emissão monetária Num padrão de moeda-mercadoria: montante pago para
cunhar metal precioso / diferença entre o valor extrínseco e o valor intrínseco da moeda / lucro decorrente dessa cunhagem
= historicamente, a desvalorização monetária foi utilizada pelos governos como forma de aumentar a receita proveniente do imposto de senhoriagem =
Introdução
• Problemas ligados aos regimes monetários de moeda metálica:
Cercear moeda – retirar pequenos pedaços de metal precioso das moedas que se encontram em circulação => passam a circular sem o peso legal.
Moeda falsa – desde que o preço do metal em barra mais os custos de falsificação seja inferior ao preço do metal cunhado.
= apesar do problema da moeda falsa não ser uma realidade exclusiva aos regimes de moeda metálica =
Introdução
Questão:
O regime monetário é definido a nível nacional ou internacional? É a política monetária interna que define o regime ou é o sistema monetário internacional?
Estudos históricos sugerem não existir uma resposta universal em termos de tempo e espaço – no entanto, se a determinante na definição do regime monetário é nacional, a componente internacional tem desempenhado, muitas vezes, um papel dominante na definição do regime.
Introdução
• Política monetária
• Conjunto de medidas adoptadas pelo Estado em relação à moeda e dirigidas a todos os agentes económicos, incluindo o próprio poder público.
• Utilização de instrumentos que visam o controlo da liquidez - manipulações monetárias (desvalorizações e revalorizações); manipulação das taxas de juro; operações de mercado aberto; ...
Introdução
A politização das políticas monetárias (e fiscais) no século XX # século XIX
as pressões sociais exercidas sobre os governos a difícil opção entre equilíbrio interno e externoSoluções actuais: taxas de câmbio flutuantes nalguns países,
enquanto Europa opta por união monetária como forma de estabilização (os custos da perturbação do mercado cambial para as economias de menor dimensão e com maior grau de abertura ao exterior).