histÓria e geografia

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Curso: LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO Disciplina: Historia e Geografia Docente: Esp. Maria do Rosário Acadêmicos: Jonaldo Vieira Nunes Vanabio Sebastião da Silva Rosane da Rosa Geleski Uermes Siqueira Campo Hamilton Neto Wigna Sousa Jandir Cagliari ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO DIVISÃO DE LICENCIATURAS PLENAS PARCELADAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO MÉDIO ARAGUAIA NÚCLEO PEDAGÓGICO DE VILA RICA-MT

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Page 1: HISTÓRIA E GEOGRAFIA

Curso:LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO

Disciplina:Historia e Geografia

 Docente:Esp.  Maria do Rosário

Acadêmicos:Jonaldo Vieira Nunes

Vanabio Sebastião da SilvaRosane da Rosa GeleskiUermes Siqueira Campo

Hamilton NetoWigna Sousa Jandir Cagliari

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSODIVISÃO DE LICENCIATURAS PLENAS PARCELADAS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO MÉDIO ARAGUAIANÚCLEO PEDAGÓGICO DE VILA RICA-MT

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A disputa pela concepção de destino na situação de fronteira:

A recente expansão da fronteira mostrou isso de maneira muito clara. Práticas de violência nas relações de trabalho, como a escravidão por dívida, próprias da história da frente de expansão, são adotadas sem dificuldade por modernas empresas da frente pioneira.

Quem conhece a fronteira sabe perfeitamente que nela, de fato, essas “faixas” se mesclam, se interpenetram, colocando em contato conflitivo populações cujos compatibilidades incluem o desencontro dos tempos históricos em que vivem.

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

Uermes

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Pobres povoados camponeses da frente de expansão, permanecem ao lado de fazendas de grandes grupos econômicos, equipadas com o que de mais moderno existe em termos de tecnologia. Missionários católicos e protestantes, identificados com as orientações teológicas modernas da Teologia da Libertação encontram lugar em suas celebrações para as concepções religiosas tradicionalistas do catolicismo rústico, próprio da frente de expansão.

Família de peões escravizados por dívida trabalhando na derrubada da mata, na frente pioneira de Jaru, Rondônia (1977).

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

Cândido Mariano da Silva Rondon

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A dinâmica da frente de expansão não se situa num único mecanismo de deslocamento demográfico. Tradicionalmente, a frente de expansão se movia e excepcionalmente ainda se move, em raros lugares, em conseqüência de características próprias da agricultura de roça. Trata-se de um deslocamento lento regulado pela prática da combinação de períodos de cultivo e períodos de pousio da terra.

Depois de um número variável de anos de cultivo do terreno, os agricultores se deslocam para um novo terreno. Onde essa prática é mais típica, como o Maranhão, o deslocamento se dá no interior de um território de referência ao redor de um centro, de um povoado. Quando a roça fica distante do centro, a tendência é a criação de um novo centro, ao redor do qual os lavradores abrem suas roças segundo critérios de precedência e antigüidade dos moradores e segundo concepções de direito muito elaboradas, isto é, quem tem direito de abrir roça onde, por exemplo. Desse modo, a fronteira se expande em direção à mata, incorporando-a à pequena agricultura familiar.

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

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A tendência observada até agora é a da aceleração do deslocamento da frente de expansão, ou mesmo seu fechamento, em decorrência da invasão das terras camponesas por grileiros, especuladores, grandes proprietários e empresas. Quando não integrados no mercado de trabalho, os camponeses eram e são expulsos de suas terras e empurrados para “fora” da fronteira econômica ou para “dentro” como assalariados sazonais.

Se encontram terras livres mais adiante, continuam a tendência migratória, mesmo que para pontos mais distantes. É notável a circulação de informações sobre terras livres ou presumivelmente livres, entre camponeses, centenas de quilômetros adiante. A teia de relações de parentesco e de compadrio se encarrega de difundir as informações sobre a localização de novas terras que ainda podem ser ocupadas. O que é facilitado pelo lento deslocar de fragmentos de grupos famíliares desses camponeses.

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

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Ela se espalha por um amplo território, num raio de centenas de quilômetros, e é uma espécie de estrutura migrante, uma estrutura social intensamente mediada pela migração e pela ocupação temporária, ainda que duradoura, de pontos do espaço percorrido. Os estudos sociológicos que tomam como referência uma localidade específica não apanham a realidade social mais profunda que dá sentido à existência dessa espécie de sociedade transumante.

Sta. Terezinha, antigo povoado de posseiros no norte do Mato Grosso,local de conflito armado com jagunços de um banco paulista, em 1973 (1979).

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

Jonaldo

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"Seu" Roxo, posseiro de economia excedente, apura o caldo de cana para fazer rapadura, seu açúcar caseiro, em Santa Terezinha, Mato Grosso (1985).

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o possível histórico de uma sociedade diversificada, que ganha sua unidade na coexistência das diferenças sociais, a frente de expansão uma rede de relações comerciais para nelas integrar os produtos da indústria extrativa ou mesmo os produtos agrícolas, especialmente os que são típicos da subsistência regional, como a farinha de mandioca, o arroz.

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

Mandioca pubando na água do igarapé para fabricação de farinha em roça de posseiro, na frente de expansão do norte do Mato Grosso (1979).

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Violeiro que cantou a saga dos posseiros do povoado de Sta. Terezinha, norte do Mato Grosso, em conflito com a nova fazenda de um banco paulista (1979).

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Quando não há perspectiva de encontrar novas terras nem há perspectiva ou disposição de entrar na economia da miséria no interior da fronteira econômica, geralmente começa a luta pela terra, o enfrentamento do grande proprietário e seus jagunços. Em algumas regiões tem sido possível, nos últimos vinte anos, observar a passagem das migrações espontâneas, decorrentes da saturação da terra, para as migrações forçadas pelas expulsões violentas da terra. Além das situações de conflito com as populações indígenas que procuram resistir a esse avanço, há também as situações de fuga dos mesmos indígenas, que se deslocam mais para o interior à procura de novos espaços, geralmente às custas de graves conflitos entre as próprias populações indígenas, de tribos diferentes ou até do mesmo grupo indígena (como tem ocorrido entre facções da grande nação Kayapó).

Pedro Afonso, Goiás, povoado e município decadente da antiga frente de expansão do Tocantins, onde os tempos se combinam: as casas de adobe e palha e as casas de alvenaria (1984).

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

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O conjunto da informação histórica que hoje se tem sobre a frente de expansão e a frente pioneira sugere que a primeira foi a forma característica de ocupação do território durante longo período. Começou a declinar com a chamada Marcha para Oeste, em 1943, e a intervenção direta do Estado para acelerar o deslocamento dos típicos agentes da frente pioneira sobre territórios novos, em geral já ocupados por aqueles que haviam se deslocado com a frente de expansão.

Tipicamente, a frente de expansão foi constituída de populações ricas e pobres que se deslocavam em busca de terras novas para desenvolver suas atividades econômicas: fazendeiros de gado, como ocorreu na ocupação das pastagens do Maranhão por criadores originários do Piauí; seringueiros e castanheiros que se deslocaram para vários pontos da Amazônia. E mesmo agricultores Levaram consigo seus trabalhadores, agregados sujeitos a formas de dominação pessoal e de exploração apoiadas no endividamento e na coação.

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

Vanabio

Irmãos Villas Boas

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Uma característica importante da frente de expansão em todo o país, para datá-la historicamente, é que quando se deslocavam juntos ricos e pobres, deslocavam-se com base nos direitos assegurados pelo regime sesmarial. Embora o regime de sesmarias tenha cessado às vésperas da Independência e só tenha sido substituído por um novo regime fundiário com a Lei de Terras de 1850, ele continuou norteando as concepções de direito à terra de ricos e pobres e, em muitos casos, norteia até agora.

A partir de 1943, a frente pioneira que, em outras regiões se movia impulsionada pelos interesses imobiliários do grande capital, das empresas ferroviárias e da grande agricultura de exportação, como o café, no Sudeste, na Amazônia passa a depender da iniciativa do governo federal. Ela se torna a forma característica de ocupação das novas terras.

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

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Os grandes episódios desse impulso foram a Expedição Roncador-Xingu e a Fundação Brasil Central, ambas oficiais, nos anos 40; a construção da rodovia Belém-Brasília, nos anos 50; e, finalmente, a política de incentivos fiscais da ditadura militar a partir dos anos 60. A política de incentivos, ao subsidiar a formação do capital das empresas amazônicas, dando- lhes assim uma compensação pela imobilização improdutiva de capital na aquisição de terras para abertura das fazendas (onde era esse o caso), promoveu a aliança entre os grandes proprietários de terra e o grande capital.

Rodovia Transamazônica na entrada de Altamira (Pará). Ao fundo, o rio Xingu (1985).

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

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Guerra do Contestado:

A História da Guerra do Contestado, causas da revolta, monge José Maria, início dos conflitos e o fim da Guerra.

Rebeldes armados que participaram da Guerra do Contestado (fonte: Museu Paranaense)

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

Rosane

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A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava sendo construída por uma empresa norte-americana, com apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com força política) da região e do governo. Para a construção da estrada de ferro, milhares de família de camponeses perderam suas terras. Este fato, gerou muito desemprego entre os camponeses da região, que ficaram sem terras para trabalhar.

Causas da Guerra

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

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Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande área da região por um grupo de pessoas ligadas à empresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedade foi adquirida para o estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada para a exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas de suas terras.

O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles permaneceram na região sem qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou do governo.

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

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Nesta época, as regiões mais pobres do Brasil eram terreno fértil para o aparecimento de lideranças religiosas de caráter messiânico. Na área do Contestado não foi diferente, pois, diante da crise e insatisfação popular, ganhou força a figura do beato José Maria. Este pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com prosperidade justiça e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente de camponeses sem terras.

Participação do monge José Maria

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

Hamilton

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Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.

Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores.

Os conflitos

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

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O fim da Guerra e conclusão

A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão. A Guerra do Contestado mostra a forma com que os políticos e os governos tratavam as questões sociais no início da República. Os interesses financeiros de grandes empresas e proprietários rurais ficavam sempre acima das necessidades da população mais pobre. Não havia espaço para a tentativa de solucionar os conflitos com negociação. Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar.

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

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Fazendeiro de Querência é denunciado pelo Ministério Público por manter 215 trabalhadores em condições semelhantes à escravidão.

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra o proprietário e quatro funcionários da Fazenda Roncador, localizada em Querência, no norte de Mato Grosso, por manter trabalhadores em condições semelhantes à escravidão. Em 2004, cerca de 215 trabalhadores foram encontrados pela Polícia Federal em condições degradantes na Fazenda Roncador. Nos depoimentos, os trabalhadores informaram que eram mantidos na fazenda desde 1998. Polícia Federal, em 2004, ao atender denúncia de trabalho escravo em fazendas de Mato Grosso.

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

Wigna

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Grilagem de Terras no Araguaia:

O esquema de venda de terras ilegais no Vale do Araguaia é antiga e já resultou em muitas mortes. Famílias inteiras assassinadas pela ganância por um pedaço de chão. Fazendeiros milionários e com uma movimentação na conta bancária de mais de R$ 8 milhões, segundo constatou a Polícia Federal durante a Operação Pluma, são os financiadores desta prática criminosa.

Em Mato Grosso a disputa por terra é sempre muito sangrenta, desde os tempos da colonização. Mas nos últimos anos, a grilagem vem sendo combatida. No último esquema desbaratado pela Polícia Federal, Gilberto Luiz de Rezende, o Gilbertão, é apontado como o grande mentor da organização criminosa.

De acordo com o inquérito da Polícia Federal, Gilbertão estimulava a invasão de terras da União, inclusive em reservas indígenas e privadas, por posseiros para depois expulsar os ocupantes, comprando a posse ou fazendo uso de violência física e moral.

Jandir

Da redação/Alline Marques

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Em seguida ele providenciava a emissão de títulos de domínio falsos para a comercialização dos lotes a médios e grandes fazendeiros e grupos empresariais. É justamente na expulsão desses posseiros, muitas vezes enganados pelo próprio líder da quadrilha, que os policiais militares atuam. A PF identificou a participação de seis PM’s no esquema. Muitas das vezes, coronéis utilizavam da estrutura da instituição para agir contra o patrimônio. 

Além disso, os policiais, pagos para dar segurança à sociedade, instauravam um clima de medo e insegurança nas cidades do Vale do Araguaia, destacando-se Vila Rica, Santa Cruz do Xingu, Confresa, Porto Alegre do Norte, Ribeirão Cascalheira, Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia. Vale notar que também contribuíram para o fomento das atividades criminosas empresários, policiais militares, pistoleiros do Estado de Goiás e financiadores do Distrito Federal. Os policiais também incentivavam a invasão com a finalidade de vender segurança aos proprietários das terras. Elas ainda são efetivadas para forçar o proprietário a vendê-las a preço pífio, sendo que, após desocuparem a área, revendem-nas a preço de mercado. A PF utilizou da interceptação telefônica e de quebra de sigilos bancário e fiscal para comprovar as práticas criminosas executadas pelos acusados.  

Da redação/ Alline Marques

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Fontes de Pesquisas:

Internet: Google Wikipédia e Enciclopédia

Vila Rica-MT, 06 junho de 2012.