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Geografia e História do Acre Profª Rebecca Guimarães

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Page 1: Geografia e História do Acre

Geografia e História do Acre

Profª Rebecca Guimarães

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Capital: Rio Branco

População estimada (2016) 816.687

População (2010) 733.559

Área 2015 (km²) 164.123,712

Densidade demográfica (2010): (hab/km²) 4,47

Número de Municípios 22

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A longa história do povoamento humano do Acre provavelmente começa entre20.000 e 12.000 anos atrás, quando os primeiros grupos humanos provenientes daÁsia chegaram de sua longa migração até a América do Sul. Esses grupos humanosperseguiam as grandes manadas de animais gregários que durante a idade do gelose espalhavam pelas vastas savanas do mundo. A Amazônia era então uma amplaextensão dessas savanas, com apenas algumas manchas de floresta ao longo dosrios que cortavam as terras baixas.

Cerca de 6 milhões de índios habitavam à Amazônia antes da chegada dosPortugueses em 1616. No Acre, na segunda metade do século XIX, viviam cerca de150 mil índios, distribuídos em 50 povos. Em 1989, o número de índios no Acre eraem de 5 mil. Em 1996, o número passou para 8.511. No ano de 2001, a FUNAInotificou a existência de 10.478 índios em todo Estado do Acre, distribuídos em 12povos. Esse tímido aumento pode ser explicado pela atuação de organizaçõesindigenistas.

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Existem no Acre hoje, 34 terras indígenas ocupadas por mais de 12.000índios, que representam 2% da população total do Estado. Essecontingente populacional pertence a 14 diferentes etnias, de línguasPano, Aruak e Arawá: (Yaminawa, Manchineri, Kaxinawá, Ashaninka,Shanenawa, Katukina, Arara,Nukini, Poyanawa, Nawa, Jaminawa-Ararae Isolados). As etnias isoladas, sem contato com a sociedade, têm o seuterritório tradicional ao longo da fronteira internacional Brasil-Peru.

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A colonização Nordestina e a borracha

A formação da população acreana se da no contexto da expansão da empresaextrativista, na segunda metade do XIX. Por esta época, a borracha se torna matériaprima indispensável à nascente da indústria de bens de consumo duráveis na Europae nos Estados Unidos, sob forma principalmente de pneumáticos. O interesseinternacional volta-se rapidamente para Amazônia Brasileira, Boliviana e Peruana,daí resultando uma serie questões referentes à fronteira.

Segundo Celso Furtado, o numero de 500.000 pessoas era uma idéia aproximada dovolume de migração de nordestinos para Amazônia. Parcelas consideráveis destefluxo de migrantes atingiram o Acre, que de acordo com Craveiro Costa, teria napassagem do século, uma população estimada de 100.000 habitantes. O Acrerepresentava assim, uma das áreas principais do extrativismo da borracha e suaprodução, já em 1905, coloca-se em primeiro lugar entre a regiões produtoras doBrasil.

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A partir de 1880 grandes levas de imigrantes nordestinos penetraramlivremente nas terras acreanas. Os rios Purus e Juruá, como afluentes dorio Amazonas, davam acesso direto aos Navios provenientes de Belém eManaus, trazendo milhares de brasileiros e levando toneladas de borracha.Já os bolivianos possuíam contra eles a direção de seus rios maisexplorados que levavam para o rio Madeira e não para as terras acreanas,caminhos que passavam por grupos indígenas, Panos muito aguerridos nadefesa de seu território e uma sociedade andina que apresentava grandesdificuldades de povoamento na planície amazônica. Ao surgirem àsprimeiras proclamações bolivianas de posse do Acre, em 1895, osbrasileiros já estavam ali situados há pelo menos 15 anos. Com grandes eprodutivos seringais que comerciavam sua borracha com as casas aviadorasde Manaus e Belém e através destas, com os centros consumidoresmundiais na Inglaterra, França, Alemanha, Holanda e Estados Unidos. Opovoamento brasileiro dos altos rios Purus e Juruá era já um fatoconsumado.

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Ao final do século XIX houve no Acre, provocado pelo início da demanda dasindústrias norte-americanas e européias pela borracha, o primeiro movimento deimigração vindo do nordeste do Brasil, o chamado primeiro surto da borracha, o quealavancou o processo de colonização e povoamento destas regiões. Os novosSeringalistas se apropriaram de áreas enormes de Floresta para extrair a matériaprima para a borracha - o Látex das Seringas. Os índios nas áreas de Juruá e Purustentaram defender as terras deles, mas, tendo só arco e flecha não conseguiram. Osnovos imigrantes fizeram as chamadas Correrias, eles se juntavam em grupos dehomens armados com espingardas e assaltavam as aldeias indígenas. Eles matavam sóos homens e raptavam as mulheres indígenas para conviver com eles.

Assim foram extintos a maioria dos índios. Muitos também morreram das doençascomo tuberculose e sarampo, os quais não existiam antes entre os índios e foramtrazidos pelos novos imigrantes. A mão de obra dos índios submetidos foi exploradapara recolher o Látex e construir estradas. Este surto da borracha que fez enriqueceras cidades de Manaus e Belém foi terminado pela produção Inglesa de borracha naMalásia. No ano 1913 a produção Inglesa - Malásica superou pela primeira vez a doBrasil. Em seguida muitos Seringais foram abandonados e muitos seringueirosvoltaram ao nordeste.

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Houve um segundo surto da borracha durante a segunda guerra mundial,quando os Japoneses, que eram aliados com os Alemães ocuparam asplantações de Seringas na Malásia. Os países aliados contra a Alemanha tinhamque achar outra fonte para adquirir a borracha, que era indispensável para fazerguerra. Assim aconteceu a segunda vaga de imigração do nordeste. Desta vezeram os chamados soldados da borracha, sujeitos ao serviço militar que tinhamque escolher entre lutar na guerra ou trabalhar como seringueiro. Estes novosseringueiros já tinham dívidas antes mesmo de começar a trabalhar. Eles tinhamque entregar borracha em troca do equipamento e dos alimentos queprecisavam. Este "Sistema de Aviamento" ditado pelos seringalistas fez com queeles nunca chegassem a obter dinheiro e assim eles não poderiam voltar a terradeles nem pagar as dividas depois da guerra. A borracha foi um dos principaiselementos que incentivaram o povoamento dessa região.

O ponto principal a ser estabelecido e que vai refletir-se sobre a futura historiade vida da população, que é toda esta mobilização de população ocorreu sob ocontrole predominante do capital mercantil, enquanto integrante da cadeia deinteresses do próprio capital.

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Durante toda a etapa histórica que vai da derrocada da borracha na décadade 1910 ate fina da década de 60, o crescimento e reprodução da populaçãoe da força-de-trabalho acreana ocorreu fundamentalmente nos marcos deuma organização econômica voltada internamente para atividades mercantise de subsistência. Não se registraram, salvo no período da II Guerra Mundial,deslocamento populacionais significativos de fora do para o Acre, osmovimentos internos foram reduzidos, implicando num crescimentopopulacional muito leve nesse período.

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Chegada dos Sulistas no Acre

Na virada da década de 70, estão maduras as condições de integração do Acre ao novo ciclo deexpansão nacional do modo de produção capitalista. As diversas fronteiras nacionais já vinham sendoatingidas por variadas frentes demográficas e econômicas e a Amazônia já estava plenamenteidentificada como um valioso espaço a ser ocupado. Desde a transferência da capital federal paraBrasília que esta tendência delineava-se irreversivelmente e a retificação política econômica demeados da década de 60, fornecera elementos institucionais e financeiros para um novo ciclo deexpansão capitalista, no qual figurava a necessidade de penetração intensiva de relações capitalistasno campo.

O processo da chegada do grande e do médio capital do Acre difere em linhas gerais de processosemelhantes em outras áreas amazônicas. Predominantemente, a formação de grandes projetosagropecuários, madeireiros ou de extração mineral, avançou sobre áreas de vazio demográfico eeconômico ou sobre áreas em que as populações migrantes (frente camponesa) vinham se instalandoao longo dos anos recentes. No Acre, a chegada do capital, sob a forma de projetos de agropecuários,sobrepõe-se especialmente a uma organização econômica e demográfica pré-existente há pelomenos meio século e esta não é uma questão de simples modernização ou algo semelhante, em queas formas de organização da economia extrativa atrasada, são substituídas por formas superiores deorganização econômica e progresso material.

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A chegada de grandes grupos capitalistas ao Acre e o difundido modelo deconstituição de empresas agropecuárias, representou a trágicadesarticulação de relações econômicas e sociais, em que, bem ou mal, apopulação acreana havia criado laços de identificação, a partir doafrouxamento das condições de subordinação da força-de-trabalho nosantigos seringais. E essa desarticulação na foi, em nenhum momento,reconstituída pelos novos donos de terra, pelo contrario, paralisaram aprodução extrativa e expulsaram violenta ou pacificamente e com ou semindenização os trabalhadores, seringueiros, colonos ou posseiros queresidiam nas áreas ocupadas.

Com a expropriação deste surgira um novo movimento migratório. Aexpulsão das terras, na década de 70, provocou o surgimento de um grandeêxodo populacional no Acre, mas de caráter profundamente diferentedaquele ocorrido no inicio do século, na época com crise muita gente voltoupara terras, agora os dos que ficaram vão para cidade, expulsos pelosgrandes fazendeiros.

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Evolução demográfica

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Rios do Acre