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Francisco Queiroz

Colaboração de

Luís Moura Serra

, ,HISTORIA, ARTE, PATRIMONIO

chuIla.:MlJlIICIP.ALVIUaDOCASTllLO

Francisco Queiroz

Licenciado, Mestre e Doutor em História da Arte pela Universidade do Porto, foi docente

do curso de Arquitectura da Escola Superior Artística do Porto durante quinze anos, tendo

leccionado História da Arquitectura e Urbanismo e módulos sobre Reabilitação. Desde 1994

que pesquisa a História e a Arte dos cemitérios portugueses, sendo considerado o maior espe­

cialista sobre esse tema. Foi o primeiro no mundo a concluir Pós-doutoramento sobre Arte

Tumular do Romantismo e é, presumivelmente, o guia especializado que conduziu visitas

num maior número de cemitérios dentro do mesmo país. Coordenador adjunto do Grupo de

Investigação "Património, Cultura e Turismo" do CEPESE - Centro de Estudos da População,

Economia e Sociedade (Universidade do Porto), é também colaborador da Rede de Investi­

gação em Azulejo (ARTIS - lHA / Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), e membro

da Associação Portuguesa de Genealogia. Tem dezenas de artigos e vários livros publicados.

Luís Moura Serra

Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia do Porto, pós-graduado em Gestão

Estratégica do Património na Administração Pública e Autárquica pelo IPPAR e mestrando

em Marketing pela Universidade Portucalense Infante D. Henrique. Nos últimos quinze anos

dividiu a sua actividade profissional principal entre a Câmara Municipal da Trofa e a Câma­

ra Municipal de Viana do Castelo, tendo sido o primeiro Chefe do Gabinete de Apoio Pessoal

do primeiro executivo da Câmara Municipal da Trofa, liderado pelo médico Bernardino

Manuel de Vasconcelos. Fundou e é Presidente da Direcção da Associação para a Promoção

e o Desenvolvimento Cultural - Maria de Fátima Moura. É Académico Correspondente da

Academia de Artes e Letras de Portugal, Membro da Real Irmandade de Santa Beatriz da

Silva e Membro Correspondente do Instituto D. João VI. Investiga e escreve essencialmente

em matérias de âmbito cultural e de genealogia, tendo como publicações "Viana do Castelo

- Cidade do Vinho 2011", editado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, "A Companhia

de Ordenanças de Santiago de Bougado e a Defesa do Rio Ave na Barca da Trofa - Contexto

Histórico e Familiar", editado pela Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural ­

Maria de Fátima Moura e "Casas no Norte de Portugal", editado pela Seda Publicações.

o crxrrtnc DE VIANA DO CASTELO I Hlltória, Arte, Patnrnômu

11

Apresentação

o CEMITÉRIO DE VIANA DO CASTELO I História, Arte. Património

Apresentação

12

Quando, em finais de 1994, procurava confinar a um cemitério portuense

o trabalho de campo do tema que me propusera desenvolver na tese de

mestrado, estava longe de antecipar que, partindo dos ferros artísticos do

século XIX, passaria em pouco tempo a estudar também toda a arte tumular

do mesmo período. Era uma área de pesquisa que, em Portugal, dava então

os primeiros passos. Por essa razão e devido ao preconceito e certa repulsa

social que rodeavam o tema dos cemitérios, tinha consciência de vir a ser

muito difícil publicar um livro exclusivamente sobre esse tema. O que não

imaginava era que teriam de passar mais de vinte anos até que isso fosse

possível. As dificuldades que encontrei chegaram a raiar o insólito, como

aquando da falência da editora que havia já paginado - e até anunciado nas

feiras do livro de 2002 - uma obra sobre determinado cemitério português da

qual eu era co-autor. Resignado, fui-me cingindo aos artigos, às comunicações,

a alguns roteiros e às - cada vez mais frequentes - visitas guiadas. Entretanto,

pela mão de outros autores, via surgir em Portugal os primeiros livros

realmente monográficos sobre cemitérios: em 2010, sobre a secção privativa

da Misericórdia do Porto, no Prado do Repouso (por Gonçalo de Vasconcelos

e Sousa); em 2011, sobre o Cemitério de S. Joaquim, em Ponta Delgada (por

José de Almeida Mello). Em 2014, terminado o pós-doutoramento sobre

Arte Tumular do Romantismo em Portugal, era já incompreensível que eu

continuasse sem qualquer livro publicado sobre o tema. Foi fundamental o

impulso dado pela Vereadora da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Dra.

Maria José Guerreiro, enquadrado numa nova visão para o Cemitério de Viana:

uma visâo patrimonial. Este livro não seria possível, pois, sem a inexcedível

colaboração do Município de Viana do Castelo, não só na pessoa da Dra. Maria

Apresentação

José Guerreiro, mas também na pessoa do Dr. Lu ís Moura Serra, que interveio

directamente na feitura desta obra, sobretudo ao nível da pesquisa sobre as

personalidades mais ilustres cujos restos mortais repousam no Cemitério

de Viana. Contribuíram também para este livro, com o seu trabalho, vários

outros técnicos do Município: na biblioteca e arquivo (em especial a Dra. Zita

Cristina Martins Manso), no museu de artes decorativas, e no próprio

cemitério. A todos, a minha gratidão.

Devo mencionar igualmente a Ordem Terceira de S. Francisco, na pessoa do

Sr. João Silva que, sem restrições, me franqueou a porta do respectivo arquivo,

cuja consulta foi fundamental para este livro. A minha gratidão, pois, à

Ordem Terceira de S. Francisco e aos seus responsáveis.

Agradeço ainda a vários descendentes de figuras e famílias mencionadas

neste livro, pelas indicações que me deram, nomeadamente: Albino Sequeira,

Virgílio Ferreira Dias, e Mário Silva. Lembro igualmente a ajuda que tive

da Ana Margarida Portela Domingues aquando do trabalho de campo e

pesquisa realizados em Viana do Castelo há cerca de dezassete anos. Menciono

outras pessoas que, de um modo ou de outro, me ajudaram no decurso deste

trabalho: André Varela Remígio, Inês Thom as Almeida, Luís Laforga Granja,

Paulo Torres Bento, Ricardo Rocha, José Assunção, Graciano Barbosa, António

Bessa Ribas, João Trigueiros e Susana Lainho, não esquecendo as achegas

recebidas no âmbito do Grupo "Saudade Perpétua", nomeadamente por parte

do Nuno Borges de Araújo, do Lourenço Correia de Matos e, sobretudo, da

Fabíola Franco Pires. Agradeço ainda ao Arquivo Distrital de Viana do Castelo,

à Biblioteca da Faculdade de Letras do Porto, à Câmara Municipal de Vila

Verde, à Biblioteca e Arquivo da Secretaria Geral do Ministério da Econom ia,

ao Museu de Santa Maria de Lam as, ao Gabinete de Estudos Arqueológicos da

Engenharia Militar da Direcção de Infra-Estruturas do Exército, ao Arquivo

Histórico Militar, à Congregação de Nossa Senhora da Caridade (na pessoa do

seu Director, António Morgado), à Sociedade de Geografia de Lisboa, à Santa

Casa da Misericórdia de Viana do Castelo (na pessoa da sua Provedora , Luísa

Novo Vaz), à Junta de Freguesia de Santa Marta de Portuzelo (na pessoa do seu

Presidente, Pau lo Maciel), e à Biblioteca e Arquivo Regional de Ponta Delgada,

penitenciando-me caso tenha cometido alguma omissão involuntária. Por

último, agradeço a revisão de texto feita pela Cristina Moscatel.

Todas as ilustrações contidas neste livro são fotografias da minha autoria,

com excepção daquelas que digam respeito a documentos à guarda de

arquivos públicos, ou de outras ilustrações cujos créditos sejam mencionados

na própria legenda.

Maio de 2017,

Francisco Queiroz

o CEMITÉRIO DE VIANA DO CASTELO I História, Arte, Património

13

Apresentação

Índice

423

•Ice

o CEMITtRro DE VIANA DO CASTELO I História. Arte. Património

o CEMITÉRIO DE VIANA DO CASTELO I História, Arte. Património

Mensagem do Presidente 09 2. Os monumentos do cemitério de viana

2.1 Os túmulos no interior da Igreja da Ordem Terceira de S.

424Apresentação . 12 Francisco .

2.2 Os mais interessantes monumentos do cemitério da Ordem

82

Índice

1. A história

1.1 Introdução .

1.2 O estabelecimento do cemitério público ..

1.2.1 A mata da cerca .

1.2.2 As obras .

1.2.3 Ofracasso do projecto inicial de cemitério público

na mata do extinto convento .

1.3 Oestabelecimento do cemitério privativo da Ordem Terceira

de S. Francisco .

1.4 Aepidemia de cólera de 1855 e a reabertura do cemitério

público .

1.5 A epidemia de cólera de 1855 e o novo cemitério da Ordem

Terceira de S. Francisco .

1.6 As obras de beneficiação do cemitério municipal .

1.7 Melhoramentos introduzidos no cemitério privativo da Ordem

Terceira de S. Francisco até finais do século XIX .

1.8 Melhoramentos introduzidos no cemitério público até ao

início do século XX .

16

18

20

24

26

30

38

41

54

60

73

Terceira de S. Francisco 87

2.2.1 Acapela de José Caldas 115

2.3 Os mais interessantes monumentos do cemitério municipal ...... 121

2.3.1 O mausoléu de André Segadães e outros de tipologia

semelhante 134

2.3.2 Monumentos em pedra lioz de influência francesa 139

2.3.3 As capelas mais antigas do cemitério municipal .................. 147

2.3.3.1 Ojazigo-capela de Ana Cândida Furtado de Mendonça

Dantas 147

2.3.3.2 Ojazigo-capela do Comendador Sebastião da Silva

Neves 150

2.3.3.3 As capelas mais antigas da secção lateral poente 154

2.3.4 Os monumentos com figuras alegóricas em cerâmica 176

2.3.5 O mausoléu de Belchior Soares da Silva 191

2.3.6 Outros monumentos tumulares das décadas de 1870 e 1880 . 193

2.3.7 Ojazigo-capela Barbosa e Silva e dois outros ao lado com

fachada em lioz 202

2.3.8 Mausoléus graníticos das décadas de 1870 e 1880 217

2.3.9 O mausoléu de Manuel Pereira da Rocha Viana e outros

jazigos erguidos em finais da década de 1880 239

2.3.10 Capelas tumulares da viragem para a década de 1890 240

2.3.10.1 As primeiras capelas da secçâo lateral superior 240

2.3.10.2 Outras capelas tumulares da viragem para a década

de 1890 246

2.3.11 Capelas de década de 1890 na secção lateral ......................... 262

2.3.11.1 As capelas influenciadas pelo gosto de Emídio Carlos

Amatucci 262

2.3.11.2 As capelas marcadamente neogóticas 268

2.3.11.3 As capelas com frisos de arquinhos 286

2.3.12 A capela de Pedro Martins Branco e outras capelas com

simbologia profissional 290

2.3.13 Um mausoléu neogótico de meados da década de 1890 300

2.3.14 Uma capela em granito de modelo lisboeta 301

2.3.15 O mausoléu de Julián Martinez 304

2.3.16 A capela da farnflia Espregueira 312

2.3.17 O monumento à "Madre" Maria da Conceiçâo 316

2.3.18 A oficina de mármores de Joaquim José de Sá Leones,

em Viana 321

o CEM:ITÉRIO DE VIANA DO CASTELO I História, Arte, Património

3. Arte e Património em outros cemitérios do concelho de Viana

do Castelo

3.1 Breve nota sobre o Cemitério da Misericórdia de Viana do Castelo 328425

3.2 Os cemitérios paroquiais do concelho de Viana do Castelo e os

seus monumentos 332

3.3 Os portais dos cemitérios paroquiais do concelho 348

3.4 As capelas mortuárias 358

3.5 Os túmulos artísticos em cimento 360

3.6 Os túmulos feitos no Porto 364

3.7 Os túmulos feitos em Lisboa 368

3.8 Apintura de lápides 373

3.9 Os símbolos profissionais 375

3.10 Os caracteres metálicos de vários estilos 384

3.11 Os grandes jazigos familiares com monumentos singelos 387

3.12 Os regionalismos 388

3.13 Sepulturas de alguns notáveis 408

3.14 Arte funerária contemporânea 413

Fontes e bibliografia 416

• •Indíce 424

Synopsis 428

índice

o CEMITÉRIO Df. VIANA DO C.ASTELO I História. Arte. Património

427

•SIS

o CF.MITHIO DE VIANA 00 CASTELO I Histônz Arte, Patnmômo

428

Viana do Castelo Cemetery is cne ot the main Portuguese cemeteríes, Claiming

to host the cítys departed it was ectuelly corceíved as a spece of social

demonstratíons. cultivating memories. feelíngs, values and also vanity. To

00 50. numerous artists frorn the regíon but not only. contríbuted through

tombs that they desígrec anel built; some being ot bi.g bentage value, (o

this 000k. you shall díscover the cbeqcered history behind Viana 00 Castelo

Cemeterys ccostructíon bdonging to the Municipality and the Saint Francis

Secular Brotherhood. as wd l as tbe most ínteresting monuments analysis

from this and other Council cemeteríes. offeríng biographical notes on

illustrious figures resting in them.

o CEMITÉRIO DE VIANA DO CASTELO I História, Arte, Património

429

Summary

Ayear before the 1835 Iaw. that determined the establishment of public

cemeteries located afar from the population and separated from churches.

already was planned the construction of two parochial cemeteries in Viana

do Castelo: one situated in a yard next to the former "Santa Ana" convent and

another one nearby the former 'Agostinhos" convent Altogether. in 1835, the

Government made the former "Santo Antônio" convent wood available to the

Town Hall in order to establish there a cemetery that would serve the purpose

of both Viana urban Períshes, Despite the aforementioned wood being already

enclosed and presenting streets. the Town Hall pleaded the lack of monetary

means in order to establish such a cemetery. Diverse vicissitudes forced the

subject into oblivion. until the arrival of new city council representatives in

1839.The work involved in the construction of a dividing wall by the forrner's

convent wood. occurred alongthe year in 1840. The first burials date back to

January 1841. Altogether. in august 1841. t he Town Hall ôecíded to relocate the

cemetery to the "Santo Antônio" field.which belonged to the Municipality.

Despite an estímete. this relocation never took plece.

Synrpsís ISummary

o CEMITÉRIO DE VIANA DO CASTELO I História, Arte. Património

430

Synopsis I Summary

The former convent's wood cemetery kept functioning until May 1842, but

eventually carne to be prahibited by Civil Govemor's order, claiming that the

necessary work hadn't been concluded. Temporarily, Viana's departed might

once more be sepulchred in closed spaces like "Santo António & Carmo"

convent cloisters as well as Saint Francis Bratherhood that, despite being

designated as "cernetery", was actually, a covered space, annex to the former

"Saint António" convent. ln fact, while, in 1840, Viana's Town Hall took care

of the public cemetery construction work, the Saint Francis Bratherhood

requested to the Government the right to possess a private cemetery. Where

once was located a church, were ordered to be made 5big openings facing

north, 2 loopholes on the roo f, as well as a 'Big gate' facing south. The

permit allowing this enclosed space to become a cemetery was conceded

in September 1842, fulfilling the requirements of being well ventilated,

located outside the city and next to the public cemetery. ln September 1843,

the municipal cemetery still under prahibition, was requested superior

authorization in arder to bless the Saint Francis Bratherhood cemetery.

3years later, the authorization was given to bless an altar with the Holy Christ

image, which meanwhile was put there.

ln February 1844, after impravement works, was cancelled the prahibition

fram which suffered the municipal cemetery (therefore allowing burials),

having the Town Hall requested to the Govemment the "Santo António"

convent church concession in order to serve the purpose of mortuary chapeI.

Aconnexion between the church and the municipal cemetery was also

planned, allowing the aforementioned cemetery to gain bigger acceptance

fram the people, not least because, according to a report fram 1845 "Poor

people burials)) took place "tiee of charge around the chapei of ((Almas)) and

((most ofthe well-endowed)) to be buried by the former "Carmo" and Saint

Francis burial graunds. Therefore, in early 1850, Viana's municipal cemetery

would remained mostly "unused',

The Saint Francis Secular Bratherhood private cemetery functioned in a

covered space until summer 1855, when, due to a cholera epidemie, the Civil

Governor ordered it closed. ln this context of heavy mortality, the municipal

cemetery suffered rushed construction works and was inaugurated once more.

ln August 1855, the Town Hall is finally able to acquire the wished terrain in

order to connect the former convent church to the cemetery.

ln Apri11856, and because the Saint Francis Brotherhood cemetery didn't meet

the requirements established by law, the Government gave the order to keep

it closed and exhume the sepulchral remains in a 5years' time period. The

Saint Francis Bratherhood objected willing to maintain at alI costs a private

cemetery, therefore opting to relocate it to their own garden, justifying the act

by claiming that such private cemeteries were allowed in the city of Oporto.

ln October 1857, the Government authorized this new cemetery and, by May

1858, the plan by António Martins do Couto Viana was appraved. However, in

September of the sarne year, the construction was suspended for disagreement

between the brotherhood and the master builder. ln February of the following

year, the construction work started again on a costs estimate of 840$000.

By then, most of the municipal cemetery remained unused, taking that

the Town Hall was still doing in 1857 "area (wood) rental'. However, already

you could see some tombstones and the volume of burials in this cemetery

beginning to be constant.

The Saint Francis Bratherhood new cemetery license arrived by November

1859, being also blessed at the time despite the first burials dating back to April

1859. ln May 1860, was approved the corresponding regulation.

o CEMITÉRIO DE VIANA DO CASTELO I História, Arte, Património

By the end of 1860, the municipal cemetery's mortuary chapeI was in

construction or already achieved. As for the Saint Francis Brotherhood

cemetery's one, it was being concluded by January 1863, being blessed in

November 28t h of 1864. However the Saint Francis Brotherhood mortuary

chapeI is not anymore found at its originallocation, the private cemetery

having later suffered an expansion work using an area located behind where

once was found the aforementioned chapeI, therefore ending next to the

municipal cemetery and even presenting a gate connecting them. There are

records of other improvement works related to the Saint Francis Brotherhood

Cemetery, like cypress plantation, the restauration and expansion of the so

called "catacornbs' - superimposed shelves meant to store coffins and located

on the sectíons' edges, or the sepulchral enclosure widened to the north west,

following the realignment of the actual "Dr Tiago de Almeida" Street (end of

the XIX century). At the Municipal Cemetery, by its non-Catholic section, in

1876, would come to be a small Britannic cemetery.

ln tenns of spatial conception, Viana do Castelo Cemetery - encompassing

the Saint Francis Brotherhood private and municipal cemeteries - was clearly

influenced by the elitist Lapa's Cemetery in Oparto, above ali taking into

account the North section municipal cemetery family vaults: one of the most

extensive, yet homogeneous and interesting in Portugal. By the lower tray of

the Saint Francis Brotherhood Cemetery, the catacombs disposition and its

conclusions shaw a clear Galician influence.

The first tombs of a certain dimension erected in Viana do Castelo Cemetery,

whether by the municipal side or the Saint Francis Brotherhood are from

the 1860 decade. Until the first years of the XX century, were here erected

monuments of relatively great interest. By its monumentality, artistic

relevance, or for other motives, stand out, amongst other things:

· At the back section of the municipal cemetery, where is integrated to its

centre the mortuary chapei, the obelisk-chapel fram "Ana Cândida Furtado de

Medonça Dantas' (also known as "Câmara Leme" family vault), from 1868, and

the other one of the sarne kind erected in 1871 at the sectíon's opposite end, by

order of the well-endowed transport entrepreneur "Sebastiâo da Silva Neves",

and also the chapei belonging to the influent "Barbosa & Silva" farníly,

· By the side section of the municipal cemetery, the family vaults of "José de Sá

Sotomaior Leones', "Maria Cruz Azevedo", "Gaspar Falcão de Castro", 'Consíglíeri

Mendes Veloso", and "Fernando António Zamith".

· By the Municipal Cemetery's central quarters, the family vault's shaped

canopy fram "Belchior Soares da Silva", and "Manuel Pereira da Rocha Viana",

the family vault of "Madre Maria da Conceição" (which great warshipping

might be measured by the numerous existing ex-votos inside the mortuary

chapei), and also the various pedestais topped by allegoric statues Faith, Hope,

Charity, Gratitude, and "Saudade", almost all from the famous Ceramic Fabric

of 'Devcsas'.

· By the Saint Francis Brotherhood section, the chapeI emulating a ruin,

from the writer andjournalist "José Caldas", as well as the "Velho Barreto"

family vault (restauration of a private tomb that already existed by the "Santo

António" Convent's period).

431

Synopsis I Summary

o CEMITÉRIO DE VIANA 00 CASTELO I História, Arte, Património

432

Synopsis I Summary

Globally, Viana do Castelo Sepulchral Art from the romanticist period - taking

into account not only cítys cemetery. but also the Parochial Council ones-

is similar to past proposals that appeared in more ancient cemeteríes from

Oporto. Indeed there are some cases of romanticist sepulchral monuments

erected in Viana do Castelo as well as in some Parish Councils that were

executed in Oporto workshops. and even Lísbon. However. there are some

specific characteristics that turned various víene's Council cemetery tombs

unmístekeble. even though you can observe the sarne charecterístícs in

nearby Council cemeteríes. seemíngly orígínetíog in artífice and artistic

style from whomever conceíved and executed them We mentíoned for

exemple. the family vault wind breakers made out of wood and omemented

by banner hollow spots as well as some iron gretes and getes presentíog

typical desígn from Viana do Castelo. The decoration of some greníte torobs.

are sometímes eüusíve. combining in a Iess conventional waysome death

symbolic omements, yet another proof of Viana do Castelo artistic sepulchral

identity. Some cement made sculpted parts. already from early XX century.

ôemonstrete the greet abilities of masons and plesterers from "Afi fe" and

adjacent Parish ccuncíls, Also from the XX century and typical from the

Council's sepulchral art are the metallic pleques painted with epitaphs and

adorned closing some of the family vault's drewers,

Regarding Viana do Castelo cemetery tombs exístíog syrobolíc. esíôe a few

family crests. exísts also a reasonable quantity of attributes connected to

nevígetíon as well as medical and military related iconography, even so.

some of agricultural or workshop ínfluence in some Parochial cemeteríes,

More prcfuse is the aforementioned usual symbolic in the big Portuguese

cemeteríes flowers (especially embodying reelíogs of Ioogíog. perpetuity. and

sleep). serpents biting theír own taíls. winged hcurglesses. owls. death scythes.

etc

Witnessing the testes evolution and reüectíog multiple social aspects.

especially from the romanticist pericd. the cemeteríes from Viana do

Castelos Council- with prevelence for its own cemetery - constitute an

Herítege combining art and memorys perpetuetíon eventually bene üttíng

from an eesthetíc and historical point of view. They are authentic 'death

rnuseums'. exhibiting levels of economical wealth and intellectual dynamism.

as well as commerciaL industriaL or agricultural of each locality.

Ir,

o CEMITÉRIO DE VIANA DJ CASTELO I História, Arte, Património

433

Synl1JSlS ISummary