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GUIA dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA: Um guia para apoiar os órgãos do poder local nas respostas ao VIH/SIDA, a nível municipal Aliança das Cidades UNDP/UNHabitat AMICAALL Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Banco Mundial

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GUIA dos

órgãos do poder local para o combate ao

VIH/SIDA:

Um guia para apoiar os órgãos do poder local nas respostas ao VIH/SIDA, a nível municipal

Aliança das Cidades UNDP/UNHabitat AMICAALL Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Banco Mundial

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Este material NÃO está protegido por direitos de autor, podendo ser copiado, traduzido e divulgado (desde que não seja com fins lucrativos). Todavia, o Banco Mundial tem todo o interesse em saber como serão utilizados estes materiais, agradecendo quaisquer recomendações que possam ser úteis para o seu aperfeiçoamento. e-mail: [email protected] Publicado em Setembro de 2003

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Índice Prefácio v Agradecimentos vi Qual o objectivo e os destinatários deste guia? vii Introdução ix Descrição geral dos capítulos xii Acrónimos e abreviaturas xiii 1. Liderança e criação de equipas 1

1A. Envolvimento da liderança 1 1B. Estabelecimento ou reforço dos pontos focais

do poder local para as questões do VIH/SIDA 4 2. Compreensão da situação local 5

2A. Análise da situação e impacto 5 2B. Avaliação das funções e responsabilidades do poder local 8 2C. Balanço das respostas locais ao VIH/SIDA 11

3. Desenvolvimento de uma estratégia de resposta do poder local ao VIH/SIDA 13 4. Implementação da estratégia de resposta do poder local ao VIH/SIDA 21 5. Monitorização e avaliação 25 Anexo 1. Ferramentas para apoiar os órgãos do poder local no combate ao VIH/SIDA 31 Anexo 2. Glossário 111 Anexo 3. Recursos, sites da Web e referências úteis 115 Anexo 4. Declaração de Abidjan 123 Anexo 5. Parceiros 125

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Prefácio O VIH/SIDA surgiu como um dos maiores desafios de sempre ao alívio da pobreza e do desenvolvimento. Embora cerca de 30 dos 42 milhões de pessoas que sofrem de VIH/SIDA em todo o mundo se encontrem na África subsariana, esta não é apenas uma epidemia que atinge a África. A região das Caraíbas possui o segundo maior número de casos e a Europa Central e Oriental apresentam o crescimento mais acelerado. Os números absolutos por país passaram a ser mais elevados no Sul da Ásia e estão a aumentar na Ásia Oriental. Simultaneamente, a urbanização tem vindo a acontecer a um nível sem precedentes, prevendo-se que, até 2008, mais de metade da população mundial passe a viver em áreas urbanas. A urbanização, quando bem gerida, pode gerar desenvolvimento, incentivando o crescimento económico sustentado e promovendo uma ampla assistência social.

Infelizmente, as cidades e grandes meios urbanos, bem como o crescimento económico e social, são frequentemente o motor de propagação da doença. Isto deve-se à enorme densidade populacional, à presença de centros de transporte e à existência de grandes grupos de pessoas vulneráveis (por exemplo, profissionais do sexo, jovens desempregados, trabalhadores migrantes, consumidores de droga). Ao mesmo tempo que afecta as vidas e formas de subsistência de inúmeros indivíduos, o VIH/SIDA possui, igualmente, potencial para minar o poder local em todos os aspectos. Através do seu forte impacto na saúde e nos recursos humanos, o VIH/SIDA pode destruir a capacidade de o poder local levar a cabo as suas principais funções de prestação de serviços locais (especialmente, junto dos mais pobres) e de desenvolvimento económico local.

Com o aumento do número de infectados com VIH/SIDA, as cidades e os grandes meios urbanos assistirão ao decréscimo da produtividade laboral, a uma maior procura de serviços, a uma menor capacidade dos utilizadores para pagarem os serviços, a um aumento da vulnerabilidade das famílias e a um aumento da população em pobreza extrema (por exemplo, órfãos, pessoas com VIH/SIDA). O panorama do investimento privado deteriorar-se-á e o próprio poder local sentirá as consequências do absentismo e das perdas de produtividade resultantes da prevalência cada vez maior da doença.

Actualmente, muitos países têm feito progressos no sentido de desenvolver e implementar Programas Nacionais de Luta contra a SIDA. Porém, na maior parte dos casos, o poder local não tem recebido apoio suficiente para lidar com a epidemia, embora se encontre mais próximo das comunidades afectadas, e a sua própria capacidade para prestar serviços é lentamente destruída pelo VIH/SIDA. Ao apoiar respostas do poder local ao VIH/SIDA, este guia funciona como um contributo para reforçar as respostas locais, sustentadas e responsáveis, ao VIH/SIDA, com vista a garantir que o poder local possa continuar a abordar as principais questões relacionadas com o alívio da pobreza e o desenvolvimento económico local.

O poder local não pode continuar indiferente ao problema da SIDA. Tem que ser proactivo e preventivo, a fim de evitar transtornos actuais e futuros nas suas actividades principais. Os órgãos do poder local são parceiros essenciais na luta contra o VIH/SIDA. Esperamos que este documento — Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA — sirva de incentivo e apoio à participação do poder local nesta luta.

Debrework Zewdie Director

Programa Global contra o VIH/SIDA

Banco Mundial

e John Flora Director

Desenvolvimento Urbano e de Transportes

Banco Mundial

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Agradecimentos Os autores agradecem à AMICAALL, ao município de Msunduzi, à UNDP, à UNAIDS, ao Programa de Gestão Urbana UNDP/UNHabitat, à USAID, à OMS, a outros consultores e académicos, bem como a muitos colegas do Banco Mundial, que ajudaram na elaboração deste guia com os seus comentários e sugestões. Agradecem, em especial, à Unidade de Desenvolvimento Urbano, à ACTAfrica, ao Instituto do Banco Mundial e ao Programa Global contra o VIH/SIDA do Banco Mundial, pelo patrocínio e apoio prestado a esta iniciativa.

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Qual o objectivo e os destinatários deste guia? O VIH/SIDA é uma epidemia global, mas a melhor oportunidade para se abordar esta questão é a nível local. Esta constatação incentivou uma mudança no sentido de apoiar as respostas do poder local ao VIH/SIDA, essencialmente através do apoio às respostas a nível da comunidade, levadas a cabo por parceiros da sociedade civil.1

Contudo, o VIH/SIDA é, cada vez mais, encarado como uma questão governativa. Embora a descentralização seja um dos principais temas de muitas discussões governativas, tem-se dado menos atenção ao impacto do VIH/SIDA no poder local2 e ao papel que os órgãos do poder local (OPL) podem desempenhar no combate ao VIH/SIDA. Enquanto órgãos do governo mais próximos das comunidades, os OPL podem reunir esforços significativos e adicionais para a luta global contra o VIH/SIDA. E em nenhum outro local eles são mais prementes do que nos países da África subsariana.

O presente documento — Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA — tem por destinatários os presidentes de câmara, membros das autarquias, conselheiros e funcionários públicos dos OPL interessados em desenvolver e reforçar as respostas a nível local ao VIH/SIDA. Contém informações, exemplos e ferramentas ilustrativas (estudos, listas de verificação, módulos, etc.) para orientar os utilizadores nas fases de identificação e de reconhecimento público da importância que tem a abordagem do VIH/SIDA, a avaliação do impacto local do VIH/SIDA e a identificação dos principais intervenientes para iniciar e coordenar uma estratégia de resposta do poder local (PL) ao VIH/SIDA. O guia concentra-se, ainda, no processo de implementação e propõe formas de mobilizar recursos novos e antigos, desenvolver relações produtivas com organizações da sociedade civil3 (OSC) e estabelecer sistemas de monitorização, aprendizagem e avaliação.

Embora não se espere que todos os OPL lancem programas alargados contra o VIH/SIDA, em geral, podem desempenhar um papel importante na identificação das necessidades locais, integrar actividades relacionadas com VIH/SIDA nos departamentos dos OPL e coordenar respostas locais (ou seja, promover parcerias).

Grande parte do conteúdo do presente guia tem por alvo os OPL de cidades médias a grandes. Contudo, este documento pode, igualmente, ser utilizado por órgãos a outros níveis (por ex., distritais e regionais) e por cidades de dimensões mais pequenas. Em todos os casos, mas especialmente nas cidades mais pequenas, recomenda-se a nomeação de um facilitador para trabalhar com os OPL no sentido de adaptar e implementar o guia ao contexto local, de uma forma apropriada. Este facilitador pode prestar apoio directo a um ou mais OPL durante a aplicação das etapas e ferramentas descritas neste guia.

Uma vez que este guia tem por destinatários os OPL e não aborda directamente muitas das questões intergovernamentais, deverá ficar bem claro que o poder local, as políticas e as estruturas desempenham um papel crucial na capacidade de respostas do PL ao VIH/SIDA. As respostas locais deverão ocorrer, preferencialmente, num contexto de governação cooperante, em que os governos nacionais e os órgãos de poder local cheguem a um entendimento comum sobre as respectivas funções e colaborem activamente entre si. O guia poderá ser utilizado para incentivar os governos nacionais a reconhecer o valor dos contributos dos PL na luta contra o VIH/SIDA, assim como encorajar associações nacionais de OPL a apoiar actividades de luta contra o VIH/SIDA através dos seus membros. Existem, no entanto, várias acções no guia orientadas no sentido de ajudar os OPL na luta contra o VIH/SIDA, mesmo em contextos nacionais menos favoráveis.

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¢ Qual o conteúdo do guia e como utilizá-lo?

O guia foi dividido em cinco partes.

A Introdução propõe uma análise geral da razão pela qual é importante que os OPL dêem resposta ao VIH/SIDA. (Nota: Esta secção pode ser utilizada no desenvolvimento de mensagens em defesa da causa).

A secção Medidas apresenta uma panorâmica descritiva das etapas e desafios que se colocam ao desenvolvimento e implementação da estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA. Na secção Medidas, existem várias caixas de texto com breves estudos de caso, esclarecimentos e exemplos de ideias e princípios delineados ao longo do texto.

Cada capítulo da secção Medidas (existem 5) é constituído por um conjunto correspondente de Ferramentas , que podem ser encontradas no Anexo 1. As ferramentas propõem actividades, exercícios, listas de verificação, estruturas, modelos e questionários que podem apoiar o trabalho dos OPL no processo de desenvolvimento e de implementação da estratégia de resposta ao VIH/SIDA. Estas

ferramentas não são, de modo algum, exaustivas ou prescritivas, são simples pontos de referência que podem e devem ser adaptados para se harmonizarem com o contexto de cada localidade. Nalguns casos, é possível que os OPL já estejam a abordar a questão do VIH/SIDA conjuntamente com vários parceiros, mas precisem ainda de desenvolver algumas áreas (p. ex., política para o local de trabalho ou uma estrutura de monitorização e avaliação). As ferramentas deverão prestar apoio aos OPL em situações várias.

Para clarificar conceitos e ideias-chave, é providenciado um breve Glossário com definições e esclarecimentos sobre os termos técnicos (Anexo 2). Uma lista pormenorizada de Referências (com ligações da Internet, sempre que possível) enumera uma quantidade de materiais relacionados com os temas abordados no texto (Anexo 3). A Declaração de Abidjan de 1997, assinada pelos presidentes de câmara e líderes municipais (Anexo 4), é um documento de referência importante para os OPL interessados em abordar o VIH/SIDA.

≈≈ ≈≈ ≈≈

NOTA: Foi implementado um sistema de referências cruzadas para realçar a ligação entre as várias partes do guia. Nos capítulos da secção Medidas, quando o texto é seguido de uma referência entre parênteses a Ferramentas, tal sugere que a ferramenta em questão pode ser útil para a actividade ou abordagem em discussão. Na secção Ferramentas existem inúmeras referências cruzadas, visto que muitas das ferramentas são desenvolvidas com base noutros exercícios ou fornecem informações para os mesmos. As referências cruzadas destinam-se a facilitar a utilização do guia, não tendo carácter prescritivo.

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Introdução ¢ Qual o impacto do VIH/SIDA? Só na África subsariana, existem,

actualmente, mais de 29 milhões de pessoas com VIH/SIDA. Noutras regiões do mundo, a doença continua a aumentar a um ritmo acelerado. O VIH/SIDA não é apenas uma questão de saúde, mas afecta todos os sectores e aspectos da vida. A epidemia de VIH/SIDA é, nesta fase, uma questão fulcral para os governos nacionais e o poder local e que estes não podem dar-se ao luxo de ignorar. Referimos, a seguir, algumas estatísticas que ilustram este aspecto:4

§ Em praticamente todos os países onde 15%

de adultos ou mais estão infectados pelo vírus, estima -se que a SIDA ceifará a vida de, pelo menos, 1/3 dos jovens que actualmente têm 15 anos.

§ Um estudo realizado na Zâmbia mostra que

2/3 das famílias urbanas que perderam o chefe de família devido à SIDA registaram uma perda de 80% do seu rendimento. O mesmo estudo concluiu que 61% destas famílias se mudaram para casas mais baratas, 39% deixaram de ter água canalizada e 21% das raparigas e 17% dos rapazes abandonaram a escola.

§ Em áreas urbanas da Costa do Marfim, os

gastos com a educação escolar caíram para metade, o consumo de alimentos derrapou para os 41% per capita e as despesas com os cuidados de saúde mais do que quadruplicaram em lares com um membro da família infectado pelo vírus da SIDA.

§ Nos primeiros 10 meses de 1998, a Zâmbia

perdeu 1300 professores, o equivalente a 2/3 dos novos professores que se formam todos os anos.

§ As despesas de saúde pública

exclusivamente devidas à SIDA

ultrapassaram 2% do PIB em 7 dos 16 países africanos (1997), sendo que as despesas totais com a saúde, tanto a nível público como privado, para a totalidade das doenças, correspondem a 3 a 5% do PIB.

§ Num hospital da Zâmbia, o número de

óbitos registados entre os profissionais de saúde aumentou 13 vezes entre 1980 e 1990, em grande parte devido ao VIH/SIDA.

¢ Por que razão devem os órgãos

do poder local abordar o VIH/SIDA?

As áreas urbanas proporcionam desafios e oportunidades específicos na luta contra o VIH/SIDA. Existem quatro argumentos principais para que os OPL se preocupem em dar respostas ao VIH/SIDA.

1. As áreas urbanas são, frequentemente, o nexo para a disseminação do VIH/SIDA, devido à elevada mistura e densidade populacional, aos pontos de localização dos centros de transporte e à prevalência de grupos vulneráveis, incluindo jovens, trabalhadores migrantes, profissionais do sexo, camionistas, etc..5

2. Os pobres que vivem em áreas urbanas

são afectados pelo VIH/SIDA, de forma desproporcional, com as despesas de saúde e a perda de rendimento provocados pelo VIH a aumentar a vulnerabilidade destas famílias. Isto verifica-se, essencialmente, no seio de famílias que vivem em bairros degradados e que têm um acesso limitado à informação, a meios de subsistência e a cuidados de saúde fixos.

3. Os custos do VIH/SIDA para as áreas

urbanas ultrapassam a perda de vidas e o aumento do sofrimento. A procura

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crescente de serviços de saúde alia-se a uma capacidade cada vez menor para pagar os serviços municipais. O decréscimo da mão-de-obra disponível, das competências e das receitas fiscais dificulta também a capacidade de os município atingirem os seus objectivos de desenvolvimento e coloca em risco a sua capacidade de prestar serviços essenciais.

4. Os OPL são responsáveis pelo

desenvolvimento social e económico das comunidades que servem através da prestação de inúmeros serviços. O VIH/SIDA pode, potencialmente, minar os esforços consideráveis realizados pelos governos nacionais e locais, pelos doadores e outras agências de apoio no sentido de consolidar a gestão municipal, as finanças municipais, a prestação de serviços locais (especialmente, aos pobres) e o desenvolvimento económico local. Os OPL devem, por isso, definir a sua abordagem ao VIH/SIDA, dentro do contexto das responsabilidades que lhes cabem.

¢ O que podem fazer os órgãos do

poder local? Todos os desafios relacionados com VIH/SIDA nas áreas urbanas constituem oportunidades para agir. Os OPL estão mais próximas das pessoas afectadas pelo VIH/SIDA, estando, pois, numa posição privilegiada para intervir. Contudo, os OPL só terão sucesso no combate ao VIH/SIDA

se trabalharem em estreita colaboração com o governo, a todos os níveis, bem como com os parceiros locais da sociedade civil, que lutam contra o VIH/SIDA a nível da comunidade.

Os OPL possuem várias funções, mas a implementação de importantes medidas contra o VIH/SIDA não tem recaído, por tradição, na sua principal esfera de acção. De facto, a sua vantagem comparativa mais nítida prende-se com a capacidade de criar um ambiente propício para coordenar, gerir e subcontratar, ao nível local, novas medidas, ou as já existentes, de combate ao VIH/SIDA. Para além disso, estudos recentes6 sugerem que as estratégias mais eficazes para a prevenção do VIH/SIDA podem estar estreitamente associadas à forma mais ou menos aberta e honesta como a ameaça do VIH/SIDA é abordada pelas comunidades locais. Os líderes locais (com os seus recursos limitados) poderão ajudar, e muito, na luta contra o VIH/SIDA, utilizando a sua posição para combater o estigma e promover, a nível da comunidade, uma discussão aberta sobre os impactos reais e imediatos do VIH/SIDA nos membros da família, amigos e colegas de trabalho das pessoas atingidas.

Ao actuarem contra o VIH/SIDA, os OPL estão a proteger o futuro das suas cidades e comunidades e, ao apoiarem as medidas do PL contra o VIH/SIDA, os Progra mas Nacionais de Luta contra a SIDA estão a cumprir as suas responsabilidades de apoio às medidas locais, sustentadas e responsáveis, de combate ao VIH/SIDA.

A caixa seguinte apresenta uma análise geral do que pode envolver o estabelecimento de uma resposta do PL ao VIH/SIDA.

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xi

Uma resposta eficaz dos OPL ao VIH/SIDA deverá ser:

§ Compatível na sua acção com a política nacional contra a SIDA e orientada para as

necessidades do contexto local. § Informada por uma compreensão das realidades, normas e tendências locais, mais

especificamente, o impacto do VIH/SIDA na comunidade local, o impacto do VIH/SIDA no funcionamento do município e as possibilidades e recursos existentes para responder ao VIH/SIDA.

§ Promovida e apoiada pela liderança dos OPL e por uma equipa de tarefas dos OPL e dos intervenientes da comunidade.

§ Multissectorial, reconhecendo que o impacto do VIH/SIDA e as medidas a tomar requerem uma abordagem multifacetada.

§ Abrangente na apreciação sobre a melhor forma de lidar com a prevenção, o tratamento/assistência e a atenuação do impacto.

§ Bidireccional, colocando a tónica a nível interno (pessoal dos OPL e respectivas famílias) e externo (prestação de serviços e coordenação).

§ Orientada para uma integração funcional de programas e serviços que respondam aos problemas do VIH/SIDA, tanto nos seio da OPL (especialmente, integração de serviços de saúde e assistência social), como entre os OPL e as instituições da comunidade que trabalham para combater o VIH/SIDA (integração de esforços de vários intervenientes).

§ Integrada em programas de desenvolvimento dos OPL, e não considerada uma área de intervenção isolada.

§ Empenhada em reforçar a participação da comunidade a nível do planeamento, da concepção do programa e da sua implementação, o que inclui a necessidade de integrar, de forma proactiva, pessoas infectadas e afectadas pelo VIH/SIDA e as suas organizações representativas nos processos de consulta.

§ Empenhada em abordar questões relacionadas com o estigma e a discriminação, bem como os aspectos da discriminação sexual da epidemia.

§ Orientada para a mobilização e a coordenação dos recursos ao nível local (sociedade civil e empresarial) e para além do contexto dos OPL (apoio e financiamento externo) para dar resposta aos problemas do VIH/SIDA.

§ Baseada numa abordagem de desenvolvimento da aprendizagem através da acção e da utilização de sistemas de monitorização e avaliação para consolidar as estruturas de resposta ao longo do tempo.

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Descrição geral dos capítulos O âmbito das actividades levadas a cabo por um OPL dependerá de vários factores. Tal inclui o âmbito e a natureza das políticas nacionais relativas ao VIH/SIDA, o tempo e empenhamento dos líderes e dos principais funcionários, a dimensão e compreensão da epidemia a nível local, as actividades e organizações existentes que lidam com o problema do VIH/SIDA, o acesso aos recursos, os canais de comunicação com outros intervenientes, incluindo o governo nacional, a extensão da descentralização e da participação da comunidade na tomada de decisões a nível local. Os cinco capítulos seguintes conferem uma análise geral das tarefas recomendadas para os OPL interessados em criar e/ou expandir uma resposta eficaz ao VIH/SIDA.8 Capítulos 1. Liderança e criação de equipas

1A. Envolvimento da liderança 1B. Estabelecimento ou reforço dos pontos focais do poder local (PL) para as questões do VIH/SIDA

2. Compreensão da situação local 2A.Análise de situação e impacto 2B.Avaliação das funções e das responsabilidades dos órgãos de poder local (OPL) 2C. Balanço das respostas locais ao VIH/SIDA

3. Desenvolvimento de uma estratégia de resposta do poder local ao VIH/SIDA 4. Implementação da estratégia de resposta do poder local ao VIH/SIDA 5. Monitorização e avaliação Anexo 1. Ferramentas para apoiar os órgãos do poder local no combate ao VIH/SIDA Anexo 2. Glossário Anexo 3. Recursos, sites da Web e referências úteis Anexo 4. Declaração de Abidjan Anexo 5. Parceiros

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xiii

Acrónimos e abreviaturas AMICAALL Alliance of Mayors Initiative for Community Action on Aids at the Local Level

(Iniciativa da Aliança dos Presidentes de Câmara para Acção das Comunidades Locais contra a SIDA)

ATV Aconselhamento e testes voluntários CNLS Comissão Nacional de Luta contra a SIDA CSP Cuidados de saúde primários HBC Home-based Care (Assistência domiciliária) IST Infecção sexualmente transmissível MAP Multi-country HIV/AIDS (Programa multinacional de luta contra o VIH/SIDA) OPL Órgãos do poder local OSC Organização da Sociedade Civil OVC Orphans and Vulnerable Children (Órfãos e crianças vulneráveis) PID Planeamento integrado de desenvolvimento PLWHA People Living with HIV/AIDS (Pessoas que vivem com VIH/SIDA) PNLS Programa Nacional de Luta contra a SIDA PPE Profilaxia pós-exposição PTME Prevenção da transmissão do VIH de mãe para filho RPVS Rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida TAR Tratamento anti-retroviral UNAIDS Joint United Nations Program on HIV/AIDS (Programa conjunto das Nações Unidas

para o combate ao VIH/SIDA) VIH Vírus de Imunodeficiência Humana

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Capítulo 1. Liderança e criação de equipas 1A. Envolvimento da liderança 1B. Estabelecimento ou reforço dos pontos focais do poder local (PL) para o VIH/SIDA

1A. Envolvimento da liderança Objectivo: § Promover a liderança dos OPL na luta contra

o VIH/SIDA Processo: § Defesa da causa, campanhas nos meios de

comunicação social. Empenhamento na criação e apoio aos planos de trabalho e à angariação de fundos para o combate ao VIH/SIDA.

Participantes/ requisitos recomendados: § Presidentes de câmara, membros das

autarquias, funcionários municipais, líderes da comunidade

Experiência adquirida/exemplos: § Caixa 1.1 Liderança e promoção da abertura:

Uganda e África do Sul § Caixa 1.2 AMICAALL: apoio à liderança,

parcerias e acções de combate ao VIH/SIDA Ferramentas: § 1.1 Presidentes de câmara/directores-

gerais/gestores municipais: lista de verificação

§ 1.2 O membro eleito da autarquia: lista de verificação

§ 1.3 Funcionários municipais: lista de verificação

Visto que os líderes dos OPL, presidentes de câmara/membros das autarquias/directores-gerais/comissões de gestão executiva podem desempenhar um papel crucial na consciencialização para o problema do VIH/SIDA, na prioritização das actividades de luta contra o VIH/SIDA e no apoio aos pontos focais e às equipas de tarefas para o VIH/SIDA. § Em geral, os presidentes de câmara e os

membros das autarquias são responsáveis pela direcção política, enquanto os directores-gerais garantem uma liderança e gestão estratégicas. É essencial acumular ambas as vertentes para garantir uma resposta eficaz do PL ao VIH/SIDA. Os líderes dos OPL devem empenhar-se pessoalmente na criação de uma resposta eficaz ao VIH/SIDA, bem como incentivar outras pessoas a participarem na luta contra a epidemia.

§ Através do reconhecimento público dos

problemas presentes e futuros que o VIH/SIDA levanta aos municípios (p. ex., desagregação das famílias, perda de produtividade do pessoal nos sectores público e privado, custos crescentes na área

dos serviços de saúde, perda de membros da comunidade, problemas a nível da prestação de serviços municipais devido à diminuição das receitas e ao aumento da procura), os líderes podem promover e apoiar investimentos a longo prazo nas respostas ao VIH/SIDA.

§ Nos locais onde a liderança não se encontrar

ainda activamente envolvida no apoio às respostas ao VIH/SIDA, o processo poderá ser catalisado por grupos informais encabeçados pelos líderes da comunidade, através de iniciativas independentes orientadas para a comunidade. Porém, o apoio da liderança local é um elemento-chave na criação de respostas abrangentes e sustentadas ao VIH/SIDA, a nível municipal.

§ A colaboração entre líderes dos OPL e

líderes da comunidade (grupos religiosos, OSC, organizações associativas, etc.) pode constituir uma força poderosa para encorajar o diálogo público sobre o VIH/SIDA e conduzir ao envolvimento da comunidade nas respostas ao VIH/SIDA.

Liderança e criação

de equipas

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

2

Caixa 1.1 Liderança e promoção da abertura: Uganda e África do Sul Na África o Sul, ficam infectadas com o VIH aproximadamente 500.000 pessoas por ano, tendo uma grande percentagem idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos. Num país onde cerca de um quarto da população é VIH-positiva, seria de esperar que o VIH/SIDA tivesse um forte impacto, uma vez que morrem vizinhos, membros da família e colegas devido a esta epidemia. No entanto, o estigma e o silêncio são fundamentais para as vidas de muitos que vivem e morrem com a SIDA. Como sublinha um grupo de um asilo, “o pior é que muitos dos pacientes (com SIDA) estão socialmente isolados e vivem sozinhos em cabanas pobres.”. Estudos recentes, que comparam o sucesso do Uganda (que reverteu a sua prevalência de VIH) com a luta contínua da África do Sul para combater o VIH/SIDA, argumentam que o sucesso alcançado no Uganda pode estar, em grande parte, relacionado com a abertura que envolve os impactos pessoais do VIH/SIDA e com o papel dos líderes e das comunidades na promoção de uma discussão mais aberta sobre o assunto. No Zimbabwe e na África do Sul, a maioria dos entrevistados afirmaram ter ouvido falar do VIH/SIDA nos meios de comunicação social, em campanhas de consciencialização pública, enquanto que, no Uganda, grandes parte dos inquiridos mencionaram, essencialmente, experiências pessoais, referindo-se abertamente ao “meu pai”, “meu vizinho” ou “meu amigo”. Os estudos sugerem que a abertura dos ugandeses relativamente ao VIH/SIDA pode estar estreitamente relacionada com fortes laços comunitários (ou de coesão social) que encorajam a confiança a nível local, enquanto que, na África do Sul, esta coesão social, tendo sido minada pela herança do apartheid e por uma liderança menos aberta, torna as pessoas mais reservadas e com vergonha de expor as suas experiências pessoais com VIH/SIDA. Para os OPL, a compreensão de como as pessoas tomam conhecimento do VIH/SIDA e o apoio a uma discussão franca e aberta sobre o impacto da SIDA podem ser uma forma interessante de combater o estigma e de incentivar uma mudança efectiva dos comportamentos. FONTE: Low-Beer and Stoneburner, “Uganda and the Challenge of AIDS”, in Whiteside and Poke (eds.) (2003). The Political Economy of AIDS in Africa, (Londres: Ashgate, 2003, no prelo)

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Caixa 1.2 AMICAALL: Apoio à liderança, parcerias e acções de combate ao VIH/SIDA O trabalho da AMICAALL (Iniciativa da Aliança dos Presidentes de Câmara para Acção das Comunidades Locais contra a SIDA) centra-se no desenvolvimento de um quadro de líderes africanos que incentivem as respostas dos OPL ao VIH/SIDA. Foram colocados grupos nacionais da Aliança em Burkina Faso, na Costa do Marfim, no Mali, na Namíbia, na África do Sul, na Suazilândia, na Tanzânia, no Uganda e na Zâmbia. Em conjunto, estes grupos nacionais funcionam como uma importante aliança, apoiada politicamente e espalhada por todo o continente, para combater o VIH/SIDA em África. A AMICAALL apela directamente aos OPL, colocando a seguinte questão: O que podem fazer para se tornarem úteis na luta contra o VIH/SIDA? Qual o papel a desempenhar pelo líder municipal nesta luta? Os líderes políticos a nível do poder local mudam com muita frequência. Por exemplo, durante as eleições de 2002 no Uganda, assistiu-se à substituição de mais de 70% dos líderes dos OPL. Este facto conduz à necessidade de institucionalizar a liderança através do estabelecimento de estruturas e de processos nas instituições do PL. A AMICAALL trabalha no sentido de integrar uma resposta à SIDA no funcionamento do município, em vez de criar estruturas independentes. Por vezes, isto requer a colocação de coordenadores no seio dos municípios, como primeiro passo para o estabelecimento de uma abordagem multissectorial. A experiência da AMICAALL mostra que uma resposta do PL ao VIH/SIDA não só requer uma liderança forte, como, também, um reforço de capacidades e o desenvolvimento de parcerias. O compromisso da AMICAALL com os municípios obedece a um processo sequencial, começando com um workshop de sensibilização a fim de transmitir aos líderes municipais as ideias sobre aquilo que podem realizar na qualidade de líderes. Ao workshop segue-se o lançamento de iniciativas municipais, acompanhadas de um processo de desenvolvimento do programa e da mobilização de recursos. Em seguida, são feitas tentativas para encontrar formas de reforçar a estrutura municipal para dar uma resposta multissectorial. Isto é levado a cabo tendo em especial atenção a necessidade de evitar sobrecarregar estruturas que já se encontram sobrecarregadas. A AMICAALL promove uma abordagem de parcerias para implementar respostas do PL ao VIH/SIDA através do incentivo à cooperação e à coordenação entre os OPL e a sociedade civil. As parcerias são, igualmente, essenciais para a organização da AMICAALL, que assenta em redes existentes dentro dos países e entre países. A AMICAALL reconhece que, embora seja crucial atribuir mandatos aos líderes dos OPL para abordarem o VIH/SIDA, para que uma resposta dos OPL ao VIH/SIDA seja eficaz deverá ser integrada em actividades a decorrer aos níveis local e nacional. FONTE: AMICAALL (www.amicaall.org).

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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1B. Estabelecimento ou reforço dos pontos focais do poder local (PL)

para as questões do VIH/SIDA Objectivo: § Coordenar uma resposta integrada do PL ao

VIH/SIDA Processo: § Identificar e apoiar um ponto focal do PL

para as questões do VIH/SIDA. Criar uma equipa de tarefas para o VIH/SIDA e respectivos grupos.

Participantes/ requisitos recomendados: § Apoio dos líderes dos OPL.

Ferramentas: § 1.4 Ponto focal para as questões do

VIH/SIDA: termos de referência § 1.5 Equipa de tarefas para o VIH/SIDA:

composição e função § 1.6 Subequipa da política para o local de

trabalho: composição e função § 1.7 Rede de parcerias de combate ao

VIH/SIDA: composição e função

A criação e atribuição de fundos para o desenvolvimento de um ponto focal para as questões do VIH/SIDA no seio dos OPL é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA. O ponto focal pode ser apoiado por uma equipa de tarefas multissectorial para o VIH/SIDA (departamentos de OPL e comunidade) ligada à Comissão Nacional de Luta contra a SIDA (CNLS), bem como aos ministérios da tutela. § O VIH/SIDA é, cada vez mais, abordado

como uma questão multissectorial e, por conseguinte, as respostas foram transferidas dos Ministérios da Saúde para unidades especializadas, responsáveis pela supervisão da integração das respostas ao VIH/SIDA em todos os sectores. Muitos dos Planos Nacionais de Luta contra a SIDA (PNLS) estão, actualmente, a ser coordenados e apresentados pelas Comissões Nacionais de Luta contra a SIDA. Para promover o envolvimento dos OPL no seio dos PNLS, incluindo acesso a financiamentos, é essencial que os OPL identifiquem um ponto focal (Ferramenta 1.4) e uma equipa de tarefas (Ferramenta 1.5) para o VIH/SIDA com vista a coordenar as respostas dos OPL.

§ Uma equipa de tarefas verdadeiramente multissectorial para o VIH/SIDA deverá incluir representantes de vários sectores do PL (saúde, educação, planeamento, serviços sociais, etc.), dos líderes dos OPL (um representante do gabinete do Presidente da Câmara) e representantes da sociedade civil, incluindo pessoas que vivam com VIH/SIDA (PLWHA).

§ Poderá, igualmente, ser útil estabelecer uma

subequipa da política para o local de trabalho,9 no seio da equipa de tarefas para o VIH/SIDA, para supervisionar o desenvolvimento de um programa e política para o local de trabalho (como parte integrante da estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA) (Ferramenta 1.6).

§ Os OPL podem, também, liderar a

promoção do desenvolvimento de uma rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA com vista a coordenar a comunicação entre grupos da comunidade e os OPL. (Ferramenta 1.7).

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Capítulo 2. Compreensão da situação local 2A. Análise da situação e impacto 2B. Avaliação das funções e responsabilidades dos OPL 2C. Balanço das respostas locais ao VIH/SIDA

2A. Análise da situação e impacto

Objectivo: § Avaliar o âmbito e a dimensão da epidemia

do VIH/SIDA à escala local Processo: § Recolher dados. Identificar factores de risco a

nível local. Avaliar o impacto no município e nos OPL. Partilhar as conclusões nos OPL e pedir opinião do público.

Participantes/ requisitos recomendados: § Equipa de tarefas para o VIH/SIDA,

especialistas da área da saúde e do VIH/SIDA, dados nacionais sobre o VIH/SIDA, outros dados.

Experiência adquirida/exemplos: § Caixa 2.1 Mapear áreas de elevado nível de

transmissão em Burkina Faso (PLACE) § Caixa 2.2 Igualdade dos sexos e VIH/SIDA:

uma questão local Ferramentas: § 2.1 Qual a classificação da epidemia do

VIH/SIDA a nível local? Recolha e análise de dados disponíveis

§ 2.2 Existem variações locais a ter em consideração? Criação de uma lista de verificação comparativa

§ 2.3 Avaliar o impacto do VIH/SIDA no funcionamento dos OPL: tabela

Na base do desenvolvimento de uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA deverá estar uma compreensão da epidemia do VIH/SIDA, na medida em que afecta a localidade. Não é necessária uma pesquisa aprofundada e dispendiosa, uma vez que pode ser desenvolvido um bom entendimento sobre a situação local do VIH/SIDA através de dados existentes a nível nacional e local e através da realização de avaliações participativas. Este trabalho pode ser levado a cabo por membros da equipa de tarefas para o VIH/SIDA, com o apoio de um especialista na área da saúde e/ou do VIH/SIDA (do Ministério da Saúde ou de uma organização de serviços de saúde local/regional). A análise da situação dará uma perspectiva de como as questões relacionadas com VIH/SIDA (grupos vulneráveis, estigma, falta de serviços, etc.) constituem uma enorme preocupação para a localidade. Permitirá, igualmente, identificar oportunidades de acção e colocar em evidência

potenciais obstáculos (grupos de interesse, falta de recursos, capacidade dos OPL, etc.). Esta análise deverá estudar em pormenor o papel das atitudes e dos comportamentos individuais e das normas e valores sociais na disseminação da epidemia, bem como os factores estruturais e sistémicos. Através da utilização de uma metodologia participativa, os membros da equipa de tarefas podem criar uma análise de impacto para avaliar os danos que o VIH/SIDA pode causar, e causará certamente, a nível do município. Esta pode ser uma ferramenta de defesa poderosa. § Utilizando dados nacionais como ponto de

partida (salvo se, evidentemente, existirem dados locais de qualidade superior disponíveis), pode ser desenvolvida uma análise da situação através da estimativa da quantidade e qualidade de vários factores de risco no seio da localidade.

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preender a situação local

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Caixa 2.1 Mapear áreas de elevado nível de transmissão em Burkina Faso: PLACE A recolha de informações locais de qualidade superior é fundamental para uma resposta eficaz ao VIH/SIDA a nível local. Em Burkina Faso, o Programa Nacional de Luta contra a SIDA tem utilizado a metodologia do PLACE (Prioridades para os esforços locais para o controlo da SIDA*) para recolher informação local através do mapeamento das áreas de elevado nível de transmissão ou zonas de intervenção prioritária a nível de distrito, em dois distritos (Tenkodogo, Banfora). Esta metodologia é simples e económica e, no entanto, permite produzir informação programática muito valiosa. Num primeiro tempo, é seleccionada uma equipa local pequena para realizar o projecto. Utilizando técnicas de discussão participada, os membros da equipa identificam os locais mais propícios para os encontros de carácter sexual (p. ex., bordéis, espaços ao ar livre, escolas, eventos religiosos, etc.). Depois de identificados estes ‘pontos quentes’, a equipa visita os locais para levar a cabo entrevistas informais sobre o grau de informação das pessoas acerca do VIH/SIDA, a existência e/ou utilização de preservativos e outras informações que possam estar disponíveis. Em seguida, esta informação é compilada e utilizada com vista a preparar intervenções orientadas para abordar as necessidades identificadas que ainda não obtiveram resposta. *Para obter mais informações sobre as PLACE, consulte MEASURE Evaluation (http://www.cpc.unc.edu/measure/)

Isto pode incluir: elevada densidade populacional, existência de bairros degradados urbanos e de grupos recentemente urbanizados, populações móveis e deslocadas, concentração de trabalho migrante (tanto emigrante como imigrante), áreas nas vias de transporte ou próximo das destas, indústria do sexo, migração económica associada às indústrias sazonais (p. ex., colheitas, pesca), actividades criminosas e de gangs, utilizadores de drogas intravenosas, vida familiar e comunitária perturbada por motivos de guerra, fome ou rápidas alterações sociais, práticas culturais locais, elevados níveis de pobreza e desigualdade, elevados níveis de outras infecções sexualmente transmissíveis e níveis reduzidos de educação e intervenção. (Ferramentas 2.1 e 2.2). § Uma epidemia de VIH/SIDA traz sérias

consequências para os sistemas socioeconómicos e de prestação de serviços a nível local. As áreas onde o VIH/SIDA terá quase certamente impacto incluem: o desenvolvimento económico local, a prestação de serviços e desenvolvimento da comunidade (p. ex., serviços de saúde, serviços comunitários, planeamento de infra-estruturas, atribuição

de casas), estrutura demográfica da população (p. ex., distribuição por idades da população), um grande número de órfãos, crianças de rua e lares em que o chefe de família é uma criança, a necessidade de um número crescente de parcelas de terreno em cemitérios, a diminuição da capacidade das famílias para pagarem as suas taxas, rendas e impostos, a redução da produtividade provocada por um absentismo crescente, a perda de competências e um menor investimento na formação e educação. (Ferramentas 2.3 e 2.4).

§ As análises da situação e de impacto

podem ser apresentadas e, se possível, desenvolvidas, com um leque alargado de intervenientes, quer no seio dos OPL quer entre o público10. Se não se tiver recorrido à participação directa do público, uma forma útil de garantir que as prioridades do PL estejam em conformidade com as prioridades da comunidade passa por incentivar o público a apresentar comentários durante a análise preliminar, principalmente por parte das pessoas que vivem com VIH/SIDA (PLWHA).

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Compreender a situação local

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Caixa 2.2 Igualdade dos sexos e VIH/SIDA: uma questão local Em todo o mundo, mais de 50 por cento dos 42 milhões de pessoas infectadas com o vírus VIH são homens, mas as taxas de infecção nas mulheres continuam a aumentar em espiral. Actualmente, as mulheres constituem 50 por cento dos infectados nas Caraíbas e 58 por cento na África subsariana, onde 68 por cento da totalidade dos jovens infectados são mulheres.* As normas de discriminação sexual predominantes influenciam as atitudes em relação ao sexo, à sexualidade, à masculinidade e feminilidade. Estas normas aliam-se às diferenças de poder nas relações sexuais para determinar a vulnerabilidade e os riscos associados ao VIH/SIDA com base na discriminação sexual. Os factores-chave de risco e vulnerabilidade nas mulheres e nos homens incluem: § A cultura do silêncio em torno das questões de cariz sexual.

§ A função das mulheres enquanto prestadoras de assistência.

§ Dependência económica das mulheres relativamente ao salário do marido.

§ O valor atribuído ao casamento e às relações maritais em determinadas

sociedades. § A violência baseada na discriminação sexual, especialmente entre parceiros

sexuais íntimos. § Enquadramento regulador e jurídico baseado na discriminação sexual .

§ Perigos inerentes a determinadas profissões essencialmente femininas (p. ex.,

profissionais do sexo). § Socialização dos homens e desculpabilização “tácita” dos riscos corridos pelos

homens, incluindo parceiros sexuais múltiplos. § Homofobia e estigmatização dos homens que têm relações sexuais com outros

homens. § Perigos inerentes a determinadas profissões essencialmente masculinas (tais

como, militares, condutores de longa distância, mineiros e trabalhadores migrantes)

Enquanto líderes de opinião e fazedores de políticas, as instituições e os líderes dos OPL podem exercer uma grande influência sobre o VIH/SIDA através de políticas e de intervenções que tenham em conta as dinâmicas da igualdade entre os sexos. Podem realçar a natureza transversal das questões dos sexos, reforçar os papéis positivos ou os estereótipos negativos dos sexos e influenciar as normas sociais e culturais relativas à masculinidade e à feminilidade. Para além disso, os funcionários dos OPL possuem um bom entendimento da situação das pessoas na área local e capacidade para identificar as populações em risco ou a necessitar de serviços. Podem, ainda, mobilizar apoios para a realização de campanhas públicas de informação, direccionadas para diferentes grupos de homens e mulheres, fornecendo informação específica e apropriada ao respectivo sexo e à idade. *Estatísticas da UNAIDS 2002 FONTE: GenAIDS (http://www.worldbank.org/gender/genaids/home.htm)

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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2B. Avaliação das funções e responsabilidades dos OPL

Objectivo: § Desenvolver um entendimento das

responsabilidades dos OPL no Plano Nacional de Luta contra a SIDA, reconhecer os potenciais pontos fortes e fracos dos OPL na resposta ao VIH/SIDA, estabelecer a prioridade das áreas para as respostas dos OPL ao VIH/SIDA.

Processo: § Análise da Constituição e dos Planos

Nacionais de Luta contra a SIDA para determinar o mandato e as responsabilidades, a auto-avaliação, a análise dos orçamentos e as prioridades de orçamento dos OPL.

Participantes/ requisitos recomendados: § Equipa de tarefas para o VIH/SIDA, em

colaboração com participantes de todos os sectores.

Experiência adquirida/exemplos: § Caixa 2.3 Possibilitar as respostas dos OPL

na área da Saúde: Senegal § Caixa 2.4 Processo de consulta sobre o

VIH/SIDA numa cidade : Malawi Ferramentas: § 2.5 Compreender as responsabilidades dos

agentes nacionais, distritais e municipais: tabela

§ 2.6 Realizar uma auto-avaliação dos OPL: estudo

A primeira parte da análise da situação (2A) fornece, aos OPL e à comunidade, um exemplo das questões prioritárias relacionadas com VIH/SIDA que a localidade enfrenta. Com este entendimento da situação, os OPL deverão desenvolver uma estratégia que aborde as questões prioritárias a nível local baseando-se nos pontos fortes e nas capacidades existentes da OPL e funcione dentro dos constrangimentos e oportunidades dos OPL (no contexto dos Planos Nacionais de Luta contra a SIDA e sistemas de governação existentes). Necessitarão, ainda, de estabelecer sistemas de responsabilidade e reflectir sobre a sua capacidade para identificar e mobilizar recursos apropriados. Como parte integrante da análise da situação, os OPL são incentivadas a analisar os seus próprios mandatos, funções e capacidades para responder ao VIH/SIDA. (Ferramentas 2.5 e 2.6). § O formato da resposta do PL ao VIH/SIDA

será provavelmente definido pelo Plano Nacional de Luta contra a SIDA (se existir) e pelo quadro existente no país (na Constituição) para o poder local. A identificação dos constrangimentos e oportunidades no seio do próprio sistema é um passo importante para a concepção e implementação de uma estratégia para o

VIH/SIDA. O desenvolvimento de estratégias a longo prazo para ultrapassar alguns dos constrangimentos (governação) estruturais revelar-se-á um investimento valioso ao longo do tempo.

§ Antes de os OPL se comprometerem a

desenvolver serviços ou a estabelecer acordos de parceria para prestação de serviços para combater o VIH/SIDA (Ferramenta 4.3) , é fundamental que se definam claramente os mandatos e as funções da responsabilidade dos OPL. Isto requer que se responda às questões seguintes:

– Onde se encontram descritos os mandatos e as funções dos OPL?

– Quais são os mandatos e as funções dos OPL?

– As funções estão definidas de forma adequada?

– Existem normas e requisitos para o desempenho das funções?

§ É, também, importante avaliar os potenciais pontos forte e pontos fracos da gestão que os OPL fazem dos programas de combate ao VIH/SIDA.

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Compreender a situação local

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As áreas de particular interesse são: descentralização fiscal relacionada com a orçamentação a nível local, apoio e relações intergovernamentais, integração funcional, capacidade para gerir parcerias, capacidade de aprovisionamento, capacidade de monitorização e avaliação e esforços prévios e continuados com vista a gerir e coordenar a luta contra o VIH/SIDA a nível local, incluindo avaliação dos desempenhos e dos desafios. § O processo de auto-avaliação colocará em

realce áreas onde os OPL requerem reforço de capacidades . Esta informação será importante para identificar as necessidades

dos OPL em termos de assistência técnica (Ferramenta 4.4), identificar áreas onde a subcontratação de serviços pode ser valiosa e realçar recursos potencialmente inexplorados no seio dos OPL. Para além disso, é importante reconhecer as vantagens comparativas dos OPL. Isto pode incluir ter acesso a um grande número de pessoas do serviço público, a fontes de financiamento, ser capaz de utilizar e permitir a utilização de edifícios públicos e ter legitimidade junto dos membros da comunidade.

Caixa 2.3 Possibilitar as respostas dos OPL na área da Saúde: Senegal A DISC (Décentralisation et Initiatives de Santé Communautaire/Descentralização e Iniciativas de Saúde Comunitária) é uma pequena organização de saúde comunitária em Dakar, Senegal, que trabalha no sentido de desenvolver a capacidade dos OPL distritais para responder a necessidades relacionadas com a saúde. A equipa nuclear é composta por cinco profissionais altamente qualificados que desenvolveram um processo estruturado para dar formação às equipas de saúde à escala distrital. Depois de concluída a formação, a equipa de gestão do distrito é orientada para funcionar como uma entidade legal responsável, toma conhecimento dos seus mandatos e funções e está apta a formar parcerias e a angariar fundos. Alguns destaques deste processo são a forma como a DISC: § Utiliza agências técnicas de organizações de saúde internacionais para prestar apoio técnico

focalizado. § Trabalha horizontalmente através de um processo de consulta para desenvolver apoios a iniciativas

comunitárias com vista à prestação de serviços de saúde de melhor qualidade. § Reúne os membros da comunidade e os representantes dos OPL num processo de planeamento

orientado por um mentor. § Dá formação sobre planeamento de saúde a candidatos do sector da saúde e à comunidade. O curso

de formação aborda a saúde e a descentralização, bem como os métodos de ajuda/interacção a nível da comunidade.

§ Coordena, com os participantes, um processo de planeamento de 5 dias, a nível da comunidade, que

associa órgãos eleitos localmente, funcionários administrativos do governo e técnicos da área da saúde (pessoal médico). Através do processo de planeamento, a comunidade define um âmbito do projecto, prioridades, um orçamento e um plano de trabalho anual. Em seguida, inicia um acordo de financiamento condizente com os financiadores.

Num espaço de tempo razoavelmente curto, a comunidade consegue criar um plano viável. O programa utiliza eficazmente a assistência técnica disponível e, mais importante ainda, concentra-se nitidamente no processo de intervenção. O processo foi concebido e dirigido por especialistas, mas é levado a cabo pelas comunidades e pelos próprios líderes dos OPL.

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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Caixa 2.4 Processo de consulta sobre o VIH/SIDA numa cidade: Malawi De acordo com as estimativas de 1998 da Comissão Nacional de Luta contra a SIDA (CNLS) do Malawi, a cidade de Blantyre registava 69.600 adultos com VIH positivo. Estima-se que em Dezembro de 2005, as infecções por VIH nos adultos atinjam 105.236 pessoas, com 7436 novos órfãos. Perante estas estatísticas alarmantes, a assembleia da cidade de Blantyre decidiu alterar a sua resposta à epidemia do VIH/SIDA. O Programa de Gestão Urbana (PGU) apoia um programa inovador, ajudando a assembleia municipal de Blantyre e as organizações cívicas locais a aperfeiçoar a sua capacidade para gerir o VIH/SIDA. O PGU desenvolveu um processo de consulta na cidade sobre o VIH/SIDA para ajudar a mobilizar os recursos e o potencial da assembleia da cidade de Blantyre, das organizações cívicas e das comunidades em pormenor e para lhes permitir colaborar na instituição de respostas inovadoras e reforçadas. No processo, existem 8 tarefas-chave, que serão promovidas através de uma pareceria entre o PGU e a sua instituição regional principal, o Programa de Desenvolvimento Municipal, e a assembleia da cidade de Blantyre.

1. Lançar a iniciativa de luta contra o VIH/SIDA em Blantyre e mobilizar os intervenientes (Janeiro de 2003).

2. Implementar um curso de formação para líderes transformacionais com apoio auxiliar por parte da UNDP (Maio de 2003).

3. Empreender um estudo de base sobre o VIH/SIDA e respectivos impactos na assembleia da cidade de Blantyre,

utilizando uma metodologia participativa de avaliação urbana rápida.

4. Com base no estudo, implementar um processo consultivo alargado na cidade destinado a desenvolver uma visão comum sobre como gerir o VIH/SIDA na cidade e consolidar parcerias com vista à concretização dessa visão.

5. Diálogos educativos com os cidadãos para reforçar a capacidade individual da compreensão da epidemia do

VIH/SIDA e abrir espaço ao debate sobre as suas preocupações com o apoio auxiliar da UNDP.

6. Realizar um workshop de planeamento de acções a fim de desenvolver uma estratégia de gestão e prevenção do VIH/SIDA para a assembleia da cidade de Blantyre.

7. Criar um gabinete de informação sobre o VIH/SIDA na assembleia da cidade de Blantyre com o apoio da SAfAIDS

(Serviço de divulgação de informação sobra a SIDA na África do Sul).

8. Partilhar a experiência de Blantyre com outros municípios do Malawi e apoiar o lançamento do grupo nacional da Aliança dos Presidentes de Câmara contra o VIH/SIDA no Malawi, com o apoio da associação do poder local do Malawi e do secretariado da Aliança dos Presidentes de Câmara contra o VIH/SIDA.

Os principais resultados previstos na sequência deste processo são a criação de um fórum ou de uma equipa de tarefas na cidade, o que irá contribuir para que o problema do VIH/SIDA não seja esquecido nos processos de tomadas de decisão da câmara, e bem assim um nível crescente de coordenação entre as organizações da sociedade civil que trabalham na área do VIH/SIDA, nesta cidade. Estão a decorrer consultas adicionais sobre o VIH/SIDA em 7 cidades. FONTE: Urban Management Programme (Programa de Gestão Urbana) (http://www.unhabitat.org/programmes/hiv/default.asp)

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Compreender a situação local

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2C. Balanço das respostas locais ao VIH/SIDA

Objectivo: § Desenvolver relações com prestadores de

serviços locais para combater o VIH/SIDA e levar a cabo uma análise para determinar onde existem lacunas na prestação de serviços.

Processo: § Identificar prestadores de serviços locais e

realizar um estudo. Apoiar o desenvolvimento de uma rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA.

Participantes/ requisitos recomendados: § Ponto focal, rede de parcerias de combate ao

VIH/SIDA, equipa de estudo. Experiência adquirida/exemplos: § Caixa 2.5 Balanço das respostas locais ao

VIH/SIDA: Zâmbia Ferramentas: § 2.7 Balanço das respostas locais ao

VIH/SIDA: questionário

É, também, fundamental para a análise da situação determinar que recursos (humanos e financeiros) se encontram disponíveis para serem utilizados pelos OPL. Em termos de recursos humanos, um distrito ou um município engloba frequentemente uma ampla gama de respostas ao VIH/SIDA desenvolvidas casualmente ao longo do tempo. Uma ausência de coordenação ou de planeamento integrado resulta, por vezes, em duplicações e lacunas nos serviços disponíveis. A identificação e a coordenação destas respostas locais ao VIH/SIDA são uma função-chave para os OPL, especialmente quando as

restrições a nível de orçamento e de tempo limitam a quantidade de serviços directos que podem ser prestados pelos OPL. Com vista a facilitar o acesso dos OPL às respostas da comunidade ao VIH/SIDA, é importante possuir informações actualizadas sobre os prestadores de serviços locais que combatem o VIH/SIDA. (Ferramentas 2.7 e 1.7). É possível que, nalguns países, esta informação já se encontre catalogada através de um sistema nacional de recolha informações sobre todas as OSC registadas (gerido pelo Ministério da Administração Interna ou outros órgãos coordenadores relevantes).

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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Caixa 2.5 Fazer o balanço das respostas locais ao VIH/SIDA: Zâmbia Na cidade de Ndola, a diocese católica da Zâmbia está a gerir um programa alargado e em grande escala de luta contra o VIH/SIDA, tendo treinado e distribuído mais de 600 voluntários num programa de assistência domiciliária. Conta com pessoal liderado por profissionais e altamente motivado, que pode ser classificado como o mais avançado da comunidade nas respostas ao VIH/SIDA. Comparativamente, as respostas por parte dos OPL foram mínimas. Além disso, existem várias organizações internacionais a trabalhar nesta área e, uma vez que estes sistemas de resposta local aumentaram, os vários intervenientes tiveram de interagir entre si, sem um processo de planeamento em toda a cidade. Isto aponta para uma clara necessidade de se fazer um balanço dos recursos disponíveis, do que está ser feito, de quais as lacunas existentes e de até onde deve ir o desenvolvimento e a integração. Cientes da necessidade de abordar este desequilíbrio, os presidentes de câmara e os líderes municipais zambianos dos 72 concelhos comprometeram-se a envolver-se mais na resposta ao VIH/SIDA a nível local, tendo acabado de lançar um grupo nacional da Aliança dos Presidentes de Câmara e líderes municipais contra o VIH/SIDA em África.

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Capítulo 3. Desenvolvimento de uma estratégia de resposta do poder local ao VIH/SIDA

3. Desenvolvimento de uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA

Objectivo: § Desenvolver uma estratégia interna e externa

de resposta do PL ao VIH/SIDA Processo: § Criar uma política interna para o local de

trabalho, uma política externa integrada e uma estrutura de gestão. Garantir a participação da comunidade no processo de análise da estratégia.

Participantes/ requisitos recomendados: § Equipa de tarefas para o VIH/SIDA,

subequipa da política para o local de trabalho, participação activa de todos os sectores dos OPL e comunidade. Utilizar a informação recolhida durante as análises da situação e de impacto.

Experiência adquirida/exemplos: § Caixa 3.1 Resposta ao VIH/SIDA: a

educação como um bem público § Caixa 3.2 Estratégia municipal do Msunduzi

contra a SIDA : África do Sul § Caixa 3.3 Qual o significado da integração na

luta contra o VIH/SIDA?

§ Caixa 3.4 Resultados rápidos e integração

funcional: Eritreia § Caixa 3.5 Qual o momento mais oportuno

para um protocolo de acordo? Uganda § Caixa 3.6 Apoio aos órfãos e às crianças

vulneráveis: África do Sul e Uganda Ferramentas: § 3.1 Desenvolvimento de uma estratégia

interna: análise geral § 3.2 Conformidade com os requisitos mínimos

para o local de trabalho: lista de verificação § 3.3 Modelo de política para o local de

trabalho no âmbito do VIH/SIDA: exemplo § 3.4 Documento de estratégia externa:

exemplo § 3.5 Desenvolvimento da estratégia externa de

resposta do PL ao VIH/SIDA: folha de trabalho

§ 3.6 Promoção da integração funcional: gestão de tarefas

Embora o VIH/SIDA seja uma questão crucial para os OPL, o desenvolvimento e a implementação de um programa alargado de luta contra o VIH/SIDA não é necessariamente a actividade principal dos OPL. Em vez disso, a estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA identifica áreas prioritárias e desenvolve uma estrutura propícia para abordar essas questões com a coordenação e a liderança dos OPL, e um plano de implementação envolvendo vários intervenientes. Existem três elementos práticos

para uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA.

1. Estratégia interna (ou política para o local de trabalho). Demonstra que os OPL reconhecem os riscos que o VIH/SIDA traz para o seu pessoal e respectiva capacidade de prestar serviços, e comporta programas e políticas de apoio contínuas no local de trabalho. (Ferramentas 3.1, 3.2, 3.3).

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2. Estratégia externa. Depois de identificadas

as questões prioritárias sobre o VIH/SIDA que afectam o município, a estratégia externa descreve a forma como os OPL pretendem abordar estas questões, quer através da integração no seio dos OPL, quer através do desenvolvimento de parcerias com organizações externas. O fundamental para a estratégia externa é reconhecer que os OPL não podem abordar de forma eficaz a questão do VIH/SIDA sem o apoio coordenado das respostas locais existentes. Isto inclui coordenação e integração funcional dos serviços relacionados com VIH/SIDA, especialmente nas áreas da saúde e da assistência social. (Ferramentas 3.4, 3.5, 3.6).

3. Gestão e monitorização. Para que uma

estratégia passe do papel à prática, deve fornecer uma visão clara do seu funcionamento (ou seja, o tipo de parcerias, a forma de mobilização de fundos, as expectativas dos líderes, etc.). Embora as características destes elementos sejam abordadas nos capítulos Implementação (4) e Monitorização e Avaliação (5), é importante reconhecer que as questões de gestão também são essenciais para o processo de desenvolvimento da estratégia.

Uma estratégia de luta contra o VIH/SIDA para o local de trabalho por parte do PL reconhece que o VIH/SIDA afecta as próprios OPL e apoia medidas para abordar este impacto.

As estratégias para o local de trabalho deverão ser desenvolvidas tendo por referência as políticas nacionais existentes que possam ter sido desenvolvidas para abordar o VIH/SIDA no sector público. Uma política para o local de trabalho deverá incluir actividades de prevenção (por ex., educação, acesso a testes e a aconselhamento, etc.) e cuidados e apoio (prestações de serviços a PLWHA). O combate à discriminação e ao estigma em relação às PLWHA deverá desempenhar um papel prioritário em todas as políticas. O desenvolvimento, a implementação e a monitorização de uma política de luta contra o VIH/SIDA para o local de trabalho por parte do PL devem ser supervisionados por uma subequipa da política para o local de trabalho.(Ferramenta 1.6). A política para o local de trabalho deverá ser desenvolvida em consulta com os trabalhadores dos OPL e respectivos representantes para garantir que seja implementada uma política apropriada, concebida para prevenir a disseminação do VIH/SIDA e proteger todos os trabalhadores da discriminação associada ao VIH/SIDA. O âmbito das actividades a abordar numa política para o local de trabalho deverá reflectir a situação local da epidemia e as capacidades, incluindo no aspecto financeiro, dos OPL.11 À semelhança da estratégia externa, as políticas e os programas para o local de trabalho (formação, aconselhamento, etc.) podem ser implementados de forma mais apropriada por parceiros.

Caixa 3.1 Resposta ao VIH/SIDA: a educação como um bem público Nos países em desenvolvimento, os OPL, além da normal prestação de serviços, vêem-se confrontados com uma ampla gama de problemas internos e externos (por ex., pobreza, conflitos , instabilidade política, corrupção e catástrofes naturais). Assim, por que razão fazer da abordagem ao VIH/SIDA uma prioridade quando a prestação de serviços municipais básicos é, já por si, um desafio esmagador? As respostas do poder local ao VIH/SIDA não beneficiam apenas, nem devem fazê-lo, aqueles que são afectados pelo VIH/SIDA.O sector da educação funciona como um excelente exemplo, porque é simultaneamente uma importante ferramenta de prevenção do VIH/SIDA e um componente essencial para o alívio da pobreza. No Malawi e no Uganda, foram eliminadas as taxas de inscrição na escola primária (até um máximo de quatro crianças por família) por forma a aumentar o acesso global à educação, incluindo órfãos da SIDA e raparigas (que são particularmente vulneráveis ao VIH/SIDA). Para reproduzir esta iniciativa a uma escala mais pequena, os OPL podem renunciar às taxas de inscrição ou eliminar a obrigatoriedade do uniforme, ajudando, assim, da mesma forma, as famílias pobres e as que são afectadas pelo VIH/SIDA. FONTE: Education and HIV/AIDS: A Window of Hope (Banco Mundial)

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O Objectivo de uma estratégia externa é que a prevenção local do VIH/SIDA, a gestão da assistência e do impacto e as prioridades relacionadas com a mitigação (Ferramentas 2.1 e 2.4) se traduzam numa estrutura para actuação dos OPL informada pelos mandatos e capacidades dos OPL (Ferramentas 2.5 e 2.6) e concebida com os recursos que estejam ou possam vir a estar disponíveis para serem utilizados pelos OPL (Ferramentas 4.6 a 4.8) . A estratégia pode incluir: § Uma articulação clara das áreas e dos

grupos-alvo prioritários (por ex., mulheres, jovens e outros grupos vulneráveis, prestação de serviços (ATV), apoio às PLWHA, etc.)

§ Objectivos específicos para abordar as áreas

prioritárias (por ex., instalações integradas para ATV em todas as clínicas locais, etc.)

§ Instituições responsáveis pela obtenção de

objectivos (por. ex., unidades dos OPL/departamentos e/ou parceiros locais)

A integração e a integração funcional são ferramentas de planeamento valiosas para a criação e implementação de uma estratégia externa de resposta do PL ao VIH/SIDA.

Caixa 3.2 Estratégia municipal de combate à SIDA no Msunduzi : África do Sul A estratégia municipal de combate à SIDA no Msunduzi é uma parceria coordenada entre a Câmara, a rede CINDI (Children in Distress/Crianças em sofrimento), o projecto Lifeline e mais de 60 OSC a trabalhar no local. Para colocar o processo em funcionamento, foi realizado um workshop para identificar o que era necessário para abordar a epidemi a da SIDA na área, onde existem 100.000 pessoas infectadas, morrem 250 pessoas por mês e onde 60% dos pacientes em regime de internamento nos hospitais sofrem de problemas relacionados com a SIDA. As áreas de acção prioritárias identificadas incluem: atribuição de poderes à comunidade, sensibilização para a educação, um sistema de encaminhamento, apoio à distribuição de tratamentos à base de Nevirapine (para mulheres grávidas infectadas com o VIH), melhoria de acesso aos subsídios sociais, assistência social aos órfãos e melhorias a nível dos tratamentos e assistência através das clínicas e dos voluntários da comunidade. Foram explicadas cada uma das áreas prioritárias com os respectivos objectivos, actividades, prazos de execução, parceiros e indicadores de progresso. Um factor fundamental para o sucesso da campanha foi a abordagem das necessidades das OSC que, como resultado das políticas de portas abertas por parte da Câmara, conseguem levantar as questões ao mais alto nível. Por exemplo, se uma organização que se dedica à formação de trabalhadores na área da assistência domiciliária solicita um edifício para trabalhar, a Câmara tentará encontrar instalações apropriadas. O director de saúde do município explica: “Este projecto trouxe alguns resultados positivos para a cidade, como, por exemplo, edifícios históricos que estavam em ruínas e que foram restaurados pelas OSC com os seus próprios fundos.” Foi colocado à disposição da rede CINDI um antigo gabinete da câmara nas proximidades do hospital Edendale, onde são reunidos estojos de cuidados primários com medicamentos e anti-sépticos que são distribuídos aos trabalhadores da assistência domiciliária formados por parceiros do CINDI. Outro exemplo de liderança eficaz centrou-se no problema do acesso às certidões de nascimento, para aqueles que trabalhavam com órfãos e crianças vulneráveis (OVC). O gabinete do adjunto do Presidente da Câmara liderou o início do diálogo com o Departamento Nacional para os Assuntos Internos. Como resultado, o Departamento concordou em seleccionar uma pessoa dentro do próprio departamento que pudesse estar diariamente disponível para apoiar as OSC no seu trabalho com órfãos e crianças vulneráveis. FONTE: HIVAN (http://www.hivan.org.za)

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Caixa 3.3 Qual o significado da integração na luta contra o VIH/SIDA?

Em muitos casos as responsabilidades dos OPL abrangem o fornecimento de:

Exemplos do que a integração para o VIH/SIDA pode incluir:

Infra-estruturas e serviços administrativos

§ Fornecer, afixar e divulgar informação e materiais educativos sobre a prevenção do VIH/SIDA.

§ Garantir que são implementadas e monitorizadas políticas não discriminatórias em todas as áreas de actuação do PL.

Infra-estruturas e serviços de saneamento e de recolha de lixo

§ Colaborar com os hospitais e parques locais para garantir que existe um sistema de eliminação segura das agulhas e uma gestão eficaz dos resíduos.

Infra-estruturas e serviços viários e de transporte

§ Distribuição de preservativos e mensagens de prevenção nas rotas dos autocarros públicos e nas estações de recolha (para condutores e camionistas).

§ Os contratos para a construção de estradas deverão incluir actividades de sensibilização para o VIH/SIDA destinadas aos construtores de estradas.

Infra-estruturas e serviços de saúde e educação

§ Garantir que todos os profissionais de saúde estão adequadamente informados sobre o VIH/SIDA

§ Apoiar programas de troca de agulhas em locais onde prevaleça a utilização de drogas intravenosas.

§ Estabelecer um sistema de encaminhamento para todos os testes, aconselhamento, tratamentos e assistência relacionados com VIH/SIDA, bem como um sistema de encaminhamento (com departamentos da segurança social e da educação) para famílias vulneráveis.

§ Incluir acções de sensibilização para o VIH/SIDA nos programas escolares. § Providenciar sistemas de encaminhamento entre as escolas e os serviços de

saúde para adolescentes. Infra-estruturas e serviços sociais e de assistência social

§ Coordenar com o departamento de saúde o estabelecimento de um sistema de encaminhamento para famílias afectadas pelo VIH/SIDA.

§ Apoiar programas de microcrédito e de seguros para pessoas e famílias afectadas pelo VIH/SIDA.

§ Estabelecer subsídios escolares para órfãos Infra-estruturas e serviços económicos (mercados)

§ Utilizar as infra-estruturas dos mercados para divulgar mensagens de prevenção do VIH/SIDA.

Terrenos/edifícios para fins de alojamento, trabalho ou outros, tais como parcelas de terreno em cemitérios

§ Identificar e ajudar a satisfazer as necessidades de alojamento que possam ser provocadas pelo VIH/SIDA (por ex., para alojar órfãos e crianças que vivam sozinhas).

§ Integrar actividades de sensibilização para o VIH/SIDA em projectos de melhoria das condições dos bairros degradados.

§ Identificar edifícios que possam ser utilizados em projectos de luta contra o VIH/SIDA.

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Integração significa que os departamentos de diferentes sectores reflectem sobre a forma como poderão contribuir para o alívio do VIH/SIDA através do trabalho realizado pelos seus próprios departamentos. Se for efectuada eficazmente, a integração pode permitir que as respostas ao VIH/SIDA se tornem parte integrante de todos os mandatos e funções dos OPL. Também é mais eficaz quando as actividades são integradas numa estrutura coesa de abordagem de áreas nitidamente prioritárias e quando é dada ênfase à colaboração intersectorial. (Ferramentas 3.5 e 4.2). A integração funcional concentra-se na prestação de serviços de saúde, garantindo que a gama de serviços destinados à luta contra o VIH/SIDA seja fornecida de forma consistente e lógica. Os elementos-chave para uma integração funcional bem sucedida são os cuidados continuados e a prevenção e cuidados continuados , o que significa que todos os aspectos relacionados com a prevenção e os cuidados de saúde em pessoas com VIH/SIDA (ATV, aconselhamento, acesso ao tratamento, assistência domiciliária, assistência a órfãos, etc.) são interligados de forma acessível. A integração funcional requer um sistema de comunicações bem desenvolvido entre os prestadores de serviços (dentro e fora dos OPL),

bem como entre vários sectores no seio das próprios OPL. Por exemplo, uma pessoa que se submeta ao teste e descubra que é VIH-positiva, deverá ser integrada num programa, onde poderá ter acesso a aconselhamento e ser encaminhada para clínicas para tratamento de infecções oportunistas. Deverá, ainda, ser posta em contacto com OSC locais ou departamentos do PL que possam providenciar assistência e orientação e ajudar a obter apoio a nível de assistência social. (Ferramenta 3.6). A criação de parcerias (ou a mobilização de recursos humanos) com as OSC e outros níveis e departamentos do governo pode ser uma forma eficaz de aceder a competências e recursos que não se encontrem disponíveis ou não se adaptem aos mandatos dos OPL. O género de parceria pela qual a OPL optará, dependerá do tipo de serviço prestado pelo parceiro e da sua capacidade. (Ferramentas 4.1-4.4). Essencial para todas as parcerias é a necessidade de articulação das expectativas da parceria (ou seja, indicadores de desempenho baseados nos resultados) e a instituição de mecanismos de comunicação apropriados e transparentes para uma coordenação eficaz e um ambiente de trabalho harmonioso (Ferramenta 5.4).

Caixa 3.3 (continuação)

Em muitos casos as responsabilidades dos OPL abrangem o fornecimento de:

Exemplos do que a integração para o VIH/SIDA pode incluir:

§ Abordar a necessidade crescente de parcelas de terreno em cemitérios (devido às mortes relacionadas com VIH/SIDA) no âmbito do planeamento territorial.

§ Apoiar a criação de sociedades funerárias. Extensão agrícola (em alguns casos)

§ Identificar famílias afectadas pelo VIH/SIDA e providenciar subsídios adicionais.

§ Fornecer formação na área da prevenção da SIDA e da nutrição em áreas rurais periurbanas.

§ Investigar a utilização de tecnologias de agricultura intensiva com menos mão-de-obra para famílias afectadas pelo VIH/SIDA.

Regulamentações para garantir um ambiente seguro e saudável

§ Combater o estigma do VIH/SIDA através de legislação, defesa da causa e campanhas de sensibilização.

Bibliotecas, parques, desportos e lazer

§ Integrar mensagens de sensibilização para o VIH/SIDA e de combate ao estigma em eventos públicos de lazer.

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Uma vez preparado um projecto para a estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA, de preferência com a participação da comunidade, os OPL podem optar por dar uma oportunidade à comunidade de apresentar os seus comentários , especialmente às PLWHA. Se já tiver sido constituída uma Rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA (RPVS)

(Ferramenta 1.7) , esta poderá ser o ponto de recepção de feedback mais apropriado. Para uma discussão pública mais alargada, poderá ser solicitado aos meios de comunicação social que divulguem um projecto da estratégia, e os OPL, por seu lado, poderão acolher a organização de um encontro público.

Caixa 3.4 Resultados rápidos e integração funcional: Eritreia No distrito do Zoba central da Eritreia, o projecto de controlo HAMSET (de combate ao VIH/SIDA, à malária , às doenças sexualmente transmissíveis e à tuberculose) iniciou uma abordagem com vista à obtenção de resultados rápidos para lançar uma estratégia nacional de luta contra o VIH/SIDA. Uma equipa motivada composta por representantes nacionais e do poder local, em colaboração com membros de OSC de prestação de serviços de combate à SIDA activas no local, desenvolveu uma estratégia com vista a alcançar objectivos específicos do projecto num prazo de 100 dias. Este processo contou com o apoio de todos os níveis de liderança e gerou uma grande quantidade de publicidade e um entusiasmo enorme. Trabalhando no sentido de atingir a meta dos 100 dias, a equipa desenvolveu uma ferramenta de monitorização e de avaliação efectiva e atenta e descobriu mecanismos criativos para ultrapassar obstáculos. Um dos objectivos era, por exemplo, “Garantir que 25% das PLWHA e respectivos membros da família afectados, das localidades de Aba-shawl e Edaga-Argby, pudessem receber assistência domiciliária holística”. A equipa de assistência domiciliária(HBC) apercebeu-se de que, para atingir o seu objectivo, teria de actuar a “montante” no processo. Assim, encontraram-se com os conselheiros dos centros de ATV e solicitaram-lhes que integrassem nas suas actividades de aconselhamento alguns incentivos para assistência domiciliária e um serviço de encaminhamento. Contudo, rapidamente se aperceberam de que, devido ao estigma associado ao facto de se ser VIH-positivo, os indivíduos afectados mostravam relutância em aceitar HBC por parte de instituições religiosas (que não garantem padrões elevados de confidencialidade), o que faz com que os serviços existentes não sejam completamente aproveitados. Assim, a equipa tenta ultrapassar este obstáculo de duas formas: (1) a curto prazo, possuindo um centro de encaminhamento gerido por instituições religiosas ao qual se podem dirigir os indivíduos infectados enquanto não são instituídas as visitas domiciliárias e (2) a longo prazo, atacando de frente o problema do estigma através de campanhas nos meios de comunicação social e de informação. Com o objectivo de aumentar o número de indivíduos que possam usufruir de assistência domiciliária de qualidade, a equipa de HBC descobriu uma nova área para a integração funcional através da ligação entre o ATV e os HBC, começando também a abordar uma fonte de estigma anteriormente não reconhecida.

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Caixa 3.5 Qual o momento mais oportuno para um protocolo de acordo? Uganda

Um protocolo de acordo entre uma OSC ugandesa, empenhada em prestar serviços de aconselhamento e testes voluntários (ATV), e os OPL, estabeleceu um quadro de trabalho conjunto na área da formação e de prestação de serviços de ATV, numa capital do distrito. A OSC deverá fornecer formação e apoio a pessoal em três clínicas municipais, onde o serviço de ATV será prestado por serviços governamentais e por serviços de testes em laboratório. Os OPL fornecerão os consumíveis necessários para os procedimentos de teste e cooperação estreita no encaminhamento de e para as clínicas de CSP. Também concordaram em trabalhar conjuntamente noutras áreas de interesse mútuo. Os OPL falharam sobretudo (embora não totalmente) em manter os seus compromissos relacionados com o fornecimento de consumíveis, no entanto, a OSC manteve uma atitude tolerante em relação a esse insucesso. Noutros aspectos, o acordo parece ter resultado. Apesar deste insucesso aparente em corresponder às expectativas, os OPL e a OSC sentem que a parceria teve um relativo êxito. A OSC reconhece as dificuldades financeiras que os OPL enfrentam. O fundamental para a parceria é a percepção de que os parceiros estão a reunir recursos para combater um problema que requer a cooperação de todos. A entrega de consumíveis, embora seja importante, é secundária para este sentimento de obrigação conjunta. Um acordo mais sólido e legalmente vinculativo teria sido desnecessário, podendo mesmo minar o espírito de cooperação necessária, o qual sobreviveu, bem como a esperança de parte a parte de que os OPL pudessem, finalmente, ser fiéis a todos os compromissos assumidos. Em caso de risco de incumprimento, a flexibilidade de um protocolo de acordo pode revelar-se um quadro de acordo mais promissor do que um contrato legalmente vinculativo.

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Caixa 3.6 Apoio aos órfãos e crianças vulneráveis: África do Sul e Uganda

Estimou-se que, dos mais de 13 milhões de crianças com menos de 15 anos que ficaram órfãs devido ao VIH/SIDA, 95% vivem na África subsariana. Até 2005, só na África do Sul, cerca de um milhão de crianças (com menos de 15 anos) ficarão sem pais devido ao VIH/SIDA. A perda de um progenitor ou de ambos devido ao VIH/SIDA aumenta fortemente as probabilidades de um jovem vir a abandonar a escola e de não receber alimentação e assistência adequada. Existem também crescentes probabilidades de um jovem vir a migrar para os centros urbanos em busca de meios de subsistência, aumentando, em muitos casos, o risco de serem infectados com VIH, especialmente as raparigas. A resposta às necessidades dos órfãos da SIDA requer um sistema coordenado que permita identificar as crianças em risco e providenciar-lhes o apoio necessário. Na cidade de Bulawayo, o departamento de serviços de saúde da câmara criou a Bulawayo Terminally Ill Committee (Comissão para os doentes terminais de Bulawayo) que tem por missão identificar os doentes e indigentes e garantir que as crianças dessas famílias sejam integradas no sistema dos serviços sociais. Isto inclui a distribuição de subsídios para alimentação, vestuário e aconselhamento por parte dos prestadores de cuidados de saúde, cabendo ao departamento de segurança social garantir que são satisfeitas as necessidades educacionais. O objectivo principal da comissão é garantir que as crianças vulneráveis recebam apoio, dentro dos possíveis, no seio da sua comunidade. Nos distritos ugandeses de Tororo e Luwero, os OPL e as comunidades realizaram uma parceria com a PLAN Internacional para fornecer apoio integrado a famílias afectadas pelo VIH/SIDA. Um dos objectivos-chave da sua abordagem (utilizando a sua metodologia de “Ciclo de esperança”) é ajudar os pais VIH-positivos e futuros prestadores de cuidados de saúde a prepararem o melhor futuro possível para as crianças afectadas, tratando dos aspectos económicos, jurídicos, emocionais e práticos para que estes possam avançar e estar preparados para deixar os órfãos da SIDA aos cuidados de terceiros. Para se tornarem sustentáveis, estes tipos de iniciativas locais devem ser orientadas pela comunidade e a capacidade dos OPL para as apoiar, através da promoção de parcerias multi-institucionais, é essencial para a obtenção dos resultados pretendidos. FONTE: HIV/AIDS Interventions: Orphan Support and Succession Planning, Plan International. E Japhet Ndabeni-Ncube in AIDS Orphans in Africa: Building an Urban Response, Woodrow Wilson International Center for Scholars.

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Capítulo 4. Implementação da estratégia de resposta do poder local ao VIH/SIDA

4. Implementação da estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA

Objectivo: § Desenvolver mecanismos de gestão e

financiamento apropriados para implementar a estratégia.

Processo: § Desenvolver um plano de implementação

(incluindo orçamento), identificar competências essenciais de gestão, identificar mecanismos de financiamento e recursos e atribuir responsabilidades de gestão e monitorização.

Participantes/ requisitos recomendados: § Equipa de tarefas para o VIH/SIDA, com a

participação activa de todos os sectores dos OPL (incluindo o sector das finanças) e da comunidade.

Experiência adquirida/exemplos: § Caixa 4.1 Uma parceria vantajosa para todos:

África do Sul § Caixa 4.2 Formas de criar oportunidades para

pessoas que vivem com VIH/SIDA

Ferramentas: § 4.1 Desenvolvimento de um plano de

implementação (PI): lista de verificação § 4.2 Estruturas para implementação: tabela § 4.3 Estruturas para parcerias: lista de

verificação § 4.4 Tirar o melhor partido da assistência

técnica: lista de verificação § 4.5 Fazer o orçamento da resposta do PL ao

VIH/SIDA. § 4.6 Ir aos sítios certos; identificar recursos:

lista de verificação § 4.7 Competências essenciais de gestão

financeira: tabela § 4.8 Aprovisionamento: categorias e métodos:

tabela

O desenvolvimento de uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA tem por objectivo a sua própria implementação e, para implementar qualquer estratégia, é necessário financiá-la e geri-la. Durante o processo de análise da situação, os OPL poderão ficar com uma percepção dos fundos disponíveis e dos que ainda serão necessários.

Para ter acesso a financiamentos adicionais, será solicitado aos OPL que providenciem uma estratégia (constituída por prioridades claras e descrevendo as entradas, as actividades, as saídas e os resultados), um plano de implementação (identificando todos os parceiros, recursos e prazos) e um orçamento (apresentando os financiamentos existentes e os necessários).

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Caixa 4.1 Uma parceria vantajosa para todos: África do Sul Na África do sul, um asilo da OSC fornece pessoal a e opera unidades de internamento em algumas instalações de hospitais da província e unidades de assistência temporária em hospitais rurais, pelo menos numa província. Os prestadores de assistência domiciliária do asilo são remunerados pelo Departamento de Desenvolvimento Social e as rendas são pagas pelo Departamento de Saúde. Tais acordos são coerentes com um quadro legislativo abrangente que apoia parcerias. Contudo, a novidade do conceito de parcerias significa que os procedimentos operacionais ainda estão a ser desenvolvidos. Os procedimentos para tais parcerias são descritos através do mecanismo bastante informal dos protocolos de acordo. Existem, provavelmente, poucos países onde não existem exemplos de parcerias entre o governo e as OSC para prestação de serviços. Muitos financiamentos de doadores são apresentados sob a forma de ‘parcerias’, mas os parâmetros e o quadro legislativo de tais parcerias baseiam-se frequentemente em acordos temporários que satisfazem o grau de envolvimento relativamente limitado a nível do programa e do projecto. É possível constituir-se uma parceria sem que exista, necessariamente, um quadro de constituição de parcerias em larga escala. A aceitação deste facto e a boa vontade para trabalhar num quadro de confiança é importante.

O principal objectivo da estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA e da sua implementação é apoiar medidas locais de combate ao VIH/SIDA que estejam a decorrer, incentivar os financiamentos, criar parcerias para responder a necessidades que estejam por satisfazer na localidade (ou seja, serviços de ATV, programas orientados para os adolescentes) e integrar actividades de luta contra o VIH/SIDA no trabalho dos OPL. Um ingrediente importante para atingir estes objectivos é a manutenção de uma relação positiva com a comunidade e organizações de PLWHA. A participação da comunidade é essencial em todos os aspectos do planeamento do desenvolvimento e implementação da estratégia. Um plano de implementação apresenta uma imagem realista de como e quando a estratégia será implementada, com que recursos e por quem. Permitirá, igualmente, identificar como serão efectuadas a medição e a avaliação da evolução (ver pormenores no Capítulo 5). Existem muitas formas de criar um plano de implementação e o seu formato dependerá das preferências dos OPL. Para os OPL que estão a iniciar agora a sua abordagem ao VIH/SIDA, pode ser útil começar com um plano de implementação que realce um pequeno número

de actividades estratégicas, em vez de apresentar uma lista extensiva. Independentemente do método utilizado, existem dois ingredientes fundamentais para criar um plano de implementação de sucesso. O primeiro é a participação. Quer as actividades estejam a ser integradas em actividades existentes do sector dos OPL, quer estejam a ser contratados parceiros para determinados serviços, as partes envolvidas em qualquer actividade devem participar na identificação das suas tarefas, resultados a obter e datas de execução. O segundo ingrediente é o compromisso institucional , referindo-se ao apoio contínuo da liderança e ao desenvolvimento de mecanismos institucionais que responsabilizem os funcionários e sectores dos OPL pela sua evolução a nível das questões relacionadas com VIH/SIDA. Necessário será também o apoio contínuo da equipa de tarefas, responsável pela supervisão de todos os contratos com parceiros externos, pela coordenação de projectos de integração funcional e pelo auxílio prestados aos sectores dos OPL nas suas actividades de integração. NOTA: A estrutura do plano de implementação será fundamental para o desenvolvimento da estrutura de monitorização e avaliação (Ferramentas 5.1 a 5-3).

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Implementação da estratégia de resposta do LG ao VIH/SIDA

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A Mobilização de recursos para o combate ao VIH/SIDA é essencial ao desenvolvimento e implementação da estratégia. Nos capítulos da análise da situação (2) e da estratégia (3), foi colocada a tónica na identificação de recursos locais (por ex.: OSC) e no desenvolvimento de parcerias e de mecanismos de coordenação com estas. Nesta secção, abordaremos as questões relacionadas com a gestão fiduciária. Existem múltiplas funções realizadas pelos OPL ligadas ao acesso, à gestão e ao financiamento das respostas ao VIH/SIDA. Os OPL podem requerer financiamentos para: § Actividades dos OPL, tais como

desenvolver e implementar uma política interna para o local de trabalho e integrar componentes de combate ao VIH/SIDA no trabalho dos OPL.

§ Actividades contratadas a instituições

parceiras , através dos OPL, para componentes específicos do projecto implementados por intermédio dos parceiros.

§ Organizações da sociedade civil, às quais

os OPL podem fornecer auxílios comunitários para o apoio de novas iniciativas de combate ao VIH/SIDA ou outras já existentes.

É possível que muitos OPL já tenham incluído nos seus orçamentos um montante para o problema doVIH/SIDA ou tenham recebido fundos do governo nacional. Porém, se os fundos disponíveis forem insuficientes, os OPL podem sempre empreender diversas actividades, mas terão de elaborar o seu plano de implementação em conformidade. Na maioria dos casos, poderão ser necessárias novas fontes de financiamento. Muitos Programas Nacionais de Luta contra a SIDA desenvolveram mecanismos (através das CNLS ou dos seus órgãos de gestão financeira) para facilitar o desembolso de fundos de combate ao VIH/SIDA a favor dos OPL e outros parceiros locais. Se o processo de desenvolvimento da estratégia tiver sido coordenado com os parceiros apropriados

da CNLS, os OPL poderão ter acesso a financiamentos dessa forma. Outra opção viável pode ser a da angariação de fundos junto de doadores nacionais e internacionais (por ex., fundos globais para a SIDA, malária e tuberculose, fundações, doadores bilaterais, grandes ONG). O orçamento para a implementação de uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA incluirá as contribuições necessárias para a implementação de actividades levadas a cabo para alcançar os objectivos estratégicos. O ponto de partida para o desenvolvimento do orçamento será um plano de implementação pormenorizado. Muitos dos doadores irão requerer que os OPL contribuam para o orçamento, mesmo ‘em espécie’, e, por conseguinte, o orçamento deverá indicar se os OPL têm capacidade para apoiar as actividades. O financiamento do salário do responsável designado como Ponto Focal do PL é um forte indício do empenhamento dos OPL na luta contra o VIH/SIDA. A gestão de fundos externos obriga os OPL a serem críticos na análise da sua própria capacidade de gestão fiduciária e a estabelecere m (e monitorizarem) normas para os parceiros e para si próprios. A gestão fiduciária implica a transparência nos processos de aprovisionamento, desembolso de fundos e elaboração de relatórios (Ferramentas 4.5-4.8). Em caso de falta de recursos, o desenvolvimento das competências necessárias para a mobilização e gestão eficazes de recursos deverá ser uma prioridade. (Ferramenta 4.4). Sem a participação da comunidade e o apoio do público, qualquer estratégia estará, provavelmente, condenada ao fracasso. O incentivo à participação da comunidade, especialmente das PLWHA, na identificação das prioridades, no desenvolvimento de uma estratégia, na criação de um plano de acção e na mobilização de recursos é fundamental para desenvolver uma estratégia e programa de acção apropriados, num primeiro tempo, bem como para garantir a sua sustentabilidade. Conforme será discutido no capítulo (5) sobre a monitorização e a avaliação, todas as actividades relacionadas com a estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA deverão, fundamentalmente,

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harmonizar-se com a obtenção de resultados favoráveis na comunidade (por ex., redução do VIH/SIDA, aumento de assistência e apoios às PLWHA), devendo, pois, ser desenvolvidas com o contributo dessa mesma comunidade. As oportunidades para a participação da comunidade são múltiplas,12 incluindo: § Envolvimento dos membros da comunidade

na análise da situação através de metodologias participativas.

§ Participação pública na equipa de tarefas

para o VIH/SIDA (apoiando a representação da comunidade — de preferência, esta representação deverá incluir uma PLWHA).

§ Encontros públicos com intervenientes para

dar voz às prioridades da comunidade e informar as comunidades sobre as decisões e as estratégias. (Estes deverão ser eventos abertos à comunidade, bem publicitados, devendo acolher PLWHAs, mulheres, jovens e outros grupos vulneráveis).

§ Promoção de iniciativas de luta contra o

VIH/SIDA (através de financiamento por parte dos OPL ou da liderança) em actividades para o alívio da pobreza orientadas para a comunidade.

§ Apoio a uma rede de parcerias de combate

ao VIH/SIDA (Independente da equipa de tarefas, uma RPVS é uma rede comunitária que pode ser coordenada com a ajuda dos OPL e na qual estes podem participar, mas deverá ser, preferencialmente, um ponto de encontro para grupos e indivíduos da comunidade). (Ferramenta 1.7).

§ Apoio ao envolvimento público em

comissões de instituições (por ex., direcções hospitalares, comissões clínicas, etc.).

§ Voluntariado em grandes projectos

comunitários, tais como dias de sensibilização para o VIH/SIDA.

Caixa 4.2 Formas de criar oportunidades para pessoas que vivem com VIH/SIDA (PLWHA)

§ Identificar oportunidades para o envolvimento das PLWHA tendo em consideração cada

um dos níveis seguintes: colaboradores (educadores, oradores, voluntários para campanhas), prestação de serviços (prestadores de cuidados de saúde, formadores de pares, conselheiros), especialistas (consultores em áreas especializadas), defesa da causa (porta-vozes), formação, gestão (tomada de decis ões), elaboração de estratégias (formulação de políticas), quer enquanto consultados quer como destinatários (de informação ou serviços).

§ Identificar formas de compromisso com PLWHAs, o que pode ser feito através de

organizações estabelecidas. § Incluir aqueles que são afectados pelo VIH/SIDA, principalmente crianças. Chegar a

todos os que possam estar muito doentes e/ou social ou geograficamente isolados e que não se encontrem em posição de se envolver directamente nos projectos e programas. Isto requer o recurso à consulta e à defesa da causa.

§ Planear a avaliação e monitorização do impacto de um maior envolvimento nos

programas e nas vidas das pessoas com VIH/SIDA.

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Capítulo 5. Monitorização e avaliação

5. Monitorização e avaliação

Objectivo: § Desenvolver e implementar uma estrutura útil

de monitorização e avaliação (indicadores, metodologia, análise de dados).

Processo: § Aproveitar qualquer estrutura de M&A

existente, identificar questões específicas dos OPL para serem abordadas na estrutura, desenvolver indicadores e uma metodologia e integrar dados de monitorização na aprendizagem e no desenvolvimento do programa.

Participantes/ requisitos recomendados: § Organização/consultor de M&A externo,

equipa de tarefas para o VIH/SIDA, subequipa da política para o local de trabalho, Conselho Nacional de Luta contra a SIDA, com participação activa dos sectores dos OPL e da comunidade.

Experiência adquirida/exemplos: § Caixa 5.1 Indicadores, métodos e medidas § Caixa 5.2 Inovações na partilha de

conhecimentos: Uganda Ferramentas: § 5.1 Linhas de orientação para o

desenvolvimento e a implementação da M&A: análise geral

§ 5.2 Identificação de indicadores nacionais: tabela

§ 5.3 Módulo básico para M&A: tabela § 5.4 Avaliação do desempenho dos parceiros:

lista de verificação § 5.5 Apreciação rápida da acção dos OPL em

áreas-chave: estudo de avaliação. § 5.6 Aplicação da monitorização e da

avaliação

As actividades relacionadas com a monitorização e a avaliação (M&A) são não só importantes para avaliar o sucesso e a cobertura de um programa, mas também ferramentas de aprendizagem essenciais. Os indicadores reflectirão as prioridades dos OPL, mas deverão igualmente atender às estruturas de M&A nacionais. Uma estrutura de M&A para o VIH/SIDA terá em consideração aquilo que está a ser monitorizado e avaliado, porquê, por quem e com que finalidade. § A diferença entre monitorização e avaliação

é, muitas vezes, confusa. A monitorização consiste na avaliação de rotina das actividades a decorrer e da sua evolução. A monitorização coloca a questão: “O que estamos a fazer?”, abrangendo todos os

aspectos da actividade do programa e envolvendo, idealmente, um plano para recolha sistemática de informações essenciais para o programa, relacionadas com entradas, actividades/processos e saídas.

§ Por outro lado, o processo de avaliação

consiste na avaliação esporádica dos resultados globais. A avaliação está relacionada com os resultados e, por fim, com o impacto de um programa. A avaliação coloca a questão: “Quais foram os resultados alcançados?”, utilizando, geralmente, a avaliação dados de monitorização do programa, mas também envolvendo um programa de pesquisa específico e, muitas vezes, independente.

Monitorização e avaliação

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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Caixa 5.1 Indicadores, métodos e medidas Os indicadores são definições de áreas nas quais se espera que o programa tenha um efeito ou componentes das mesmas. Por exemplo, um programa para implementar aconselhamento e testes de VIH voluntários entre os funcionários municipais poderá ter de colocar a seguinte questão: ‘Até que ponto o programa foi eficaz na promoção do serviço de ATV?’ Um indicador apropriado pode ser a percentagem de funcionários municipais que se submeteram a ATV. As medidas específicas para tal podem incluir o número de procedimentos de ATV realizados que foram levados a cabo nas instalações do serviço de ATV. Esta é a medida. Uma medida alternativa pode ser a percentagem de funcionários municipais que se submeteram a ATV. As medidas e os métodos utilizados estão interligados. Os métodos comuns utilizados na M&A do programa são estudos sobre os utilizadores dos serviços, grupos de discussão no grupo de foco, entrevistas, monitorização de processos operacionais, análise da documentação e das actas do programa e monitorização da atribuição de recursos.

§ As estruturas da M&A podem facilmente

tornar-se demasiado complexas e acabar por necessitar de mais dados do que os que podem ser efectivamente utilizados pelos OPL. Os sistemas de M&A simples e orientados para a acção podem ser desenvolvidos e geridos de uma forma mais rentável e útil. Ferramenta 5.1)

§ Um primeiro passo para desenvolver uma

estrutura de M&A consiste em definir as questões a que os OPL pretendem responder através da monitorização (o que necessita de ser analisado e abordado durante o processo de implementação) e da avaliação (como foram atingidos os objectivos da estratégia e o que pode ser melhorado). A M&A analisa se os OPL cumpriram eficazmente os seus compromissos e qual o impacto das actividades dos OPL nas vidas das pessoas que vivem na comunidade.

§ Na abordagem do VIH/SIDA estarão

envolvidos dois tipos de monitorização. O primeiro é a vigilância epidemiológica, que consiste essencialmente num processo técnico para controlar a situação da epidemia. Geralmente é, em grande parte, levada a cabo pelo governo nacional (Ministério da Saúde) ou por instituições especializadas. Todavia, os OPL podem,

também, querer monitorizar o impacto do VIH/SIDA no seu próprio funcionamento (Ferramentas 2.4 e 3.1). O segundo tipo de monitorização — e que é aqui abordado — é a monitorização programática13, que avalia até que ponto as finanças e actividades estão a ser geridas e levadas a cabo de forma apropriada.

§ Para desenvolver uma estrutura de M&A,

seria importante recolher e analisar dados locais e nacionais disponíveis sobre o VIH/SIDA. Podem ser obtidos dados nacionais úteis junto do Ministério da Saúde, enquanto que os dados locais podem ser recolhidos a partir de registos administrativos (por ex., sobre saúde, educação, estatísticas demográficas, etc.) (Ferramentas 5.2 e 2.2).

§ As prioridades da monitorização

desenvolvida pelos OPL e a quantidade de dados disponíveis fornecerão informações ao processo sobre os indicadores e métodos de desenvolvimento para recolha de dados. Embora a monitorização possa ser conduzida com maior eficácia pelos próprios OPL (equipa de tarefas para o VIH/SIDA), poderá ser útil contratar os trabalhos de avaliação junto de uma organização/consultor externo.

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Monitorização e Avaliação

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Caixa 5.2 Inovações na partilha de conhecimentos: Uganda Em muitos países, províncias e distritos, existe um processo desigual de desenvolvimento e lançamento de estratégias de resposta do PL ao VIH/SIDA. Alguns OPL podem contar com um forte apoio por parte de doadores ou da liderança para o desenvolvimento de estratégias de resposta do PL ao VIH/SIDA, enquanto que outros podem ter de enfrentar obstáculos que afectem a sua capacidade para desenvolver estratégias semelhantes. Ciente desta realidade, o Programa Nacional de Luta contra a SIDA, apoiado pelo Banco Mundial, no Uganda, fomentou a formação e aprendizagem horizontal a nível distrital. Criados para serem económicos e informativos, os Conselhos Distritais de Luta contra a SIDA (CDLS) são incentivados a identificar distritos que possam estar mais avançados a nível de desenvolvimento e implementação da estratégia, e a organizar visitas ao local de recolha de informação em distritos com um desempenho mais fraco. Este é um processo muito menos dispendioso e muito mais eficaz do que tentar realizar encontros nacionais com esta finalidade. O desenvolvimento de redes técnicas constitui outro exemplo de procura de soluções para questões relacionadas com a partilha de conhecimentos. O CDLS é responsável pela canalização de fundos provenientes do Conselho Nacional de Luta contra a SIDA (CNLS) para apoiar microprojectos a nível da comunidade. Dependendo da dimensão dos distritos (30 dos quais participam neste projecto), o CDLS pode receber um número de propostas difícil de gerir, que vão das áreas da educação e da prevenção às áreas de assistência e aconselhamento. Para facilitar uma análise cuidadosa e crítica das propostas, alguns CDLS apoiaram a criação de redes técnicas. Composta essencialmente por especialistas locais a desenvolver vários trabalhos no domínio do VIH/SIDA, a rede técnica preenche as lacunas de conhecimentos que os CDLS poderão apresentar relativamente aos méritos técnicos dos microprojectos a nível da comunidade. À rede técnica, é-lhe solicitado que analise as propostas da comunidade todos os meses e que dê recomendações ao CDLS. Tanto a iniciativa de aprendizagem a nível distrital como as redes técnicas são exemplo de abordagens inovadoras à necessidade de partilha de conhecimentos e de desenvolvimento de capacidades a nível do poder local.

§ É provável que os indicadores de

monitorização decorram dos objectivos publicados na estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA (Ferramentas 3.5 e 4.2). A elaboração atempada (anual ou semestral) de um relatório sobre estes indicadores permitirá aos OPL avaliar o seu próprio desempenho e rever a estratégia (e os objectivos específicos), se necessário.

§ O objectivo da estratégia de resposta do PL

ao VIH/SIDA é, finalmente, reduzir a disseminação do VIH/SIDA e melhorar os serviços de assistência e apoio às PLWHA e respectivas famílias. A estimativa destes resultados é mais difícil, mas deverão ser feitos esforços no sentido de apreender o impacto positivo do trabalho dos OPL nas vidas das pessoas. Os indicadores de avaliação baseados na percepção e conhecimentos da comunidade podem ser

reunidos através de métodos participativos.

§ Para que o processo de monitorização e

avaliação possa ser útil, é necessário incluir os resultados na aprendizagem institucional (Ferramenta 5.6). Isto pode envolver a organização de workshops após cada avaliação, em que os participantes revejam os planos de trabalho de forma a reflectirem as lições aprendidas. Outra abordagem pode ser a colocação de um placar num espaço público, onde as pessoas poderão afixar as suas sugestões, reclamações ou comentários acerca do trabalho dos OPL no combate ao VIH/SIDA. A equipa de tarefas pode responder aos comentários do público e afixar actualizações relevantes no placar.

Monitorização e avaliação

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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Notas

1. O termo parceiros é utilizado neste texto para fazer referência a organizações que são contratadas (quer formal quer informalmente) para realizar uma tarefa específica relacionada com uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA. Embora a maior parte dos parceiros pertençam a Organizações da Sociedade Civil (OSC) ou ao sector privado, nalguns casos as parcerias podem desenvolver-se a vários níveis do governo.

2. Embora o poder local possa, dependendo do país, referir-se a vários níveis subnacionais de governo; neste documento, o poder local refere-se ao nível de governo mais próximo da comunidade e onde estão representados os sectores principais (por exemplo, agricultura, educação e saúde).

3. No texto, a sigla OSC refere-se a todas as organizações da sociedade civil, incluindo organizações de base religiosa, organizações de base comunitária, organizações não-governamentais, sindicatos, associações empresariais, empresas privadas, etc.

4. Estas estatísticas foram retiradas de publicações da UNDP e da UNAIDS.

5. A migração, especialmente dos meios rurais para os urbanos, requer políticas orientadas no sentido de prestar apoio às localidades de envio e recepção. A urbanização e a consequente proliferação de bairros densamente povoados estão a fazer grande pressão sobre os recursos e a contribuir para a disseminação do VIH/SIDA através de múltiplos vectores.

6. Low-Beer and Stoneburner, “Uganda and the Challenge of AIDS” in Whiteside and Poke (eds.) (2003). The Political Economy of AIDS in Africa, (London: Ashgate, 2003, in press).

7. Para informações adicionais sobre o questões da discriminação sexual e VIH/SIDA, visite o site: http://www.genderandaids.org/ ou http://www.worldbank.org/gender/genaids/home.htm.

8. O guia fornece um conjunto geral de linhas de orientação para os OPL. Até que ponto estas poderão ser seguidas, dependerá largamente do contexto local. Por essa razão, aconselha-se a alteração e a adaptação do guia à realidade local.

9. As subequipas podem ser constituídas para abordar outras questões transversais, tais como a discriminação sexual, cuidados a ter com os órfãos, etc.

10. A análise da situação deverá recrutar intervenientes locais para que possam participar nos esforços e se empenhem numa implementação bem sucedida.

11. Uma política para o local de trabalho pode também incluir uma indicação clara da sua abrangência — ou seja, o pessoal e respectivas famílias ou, ainda, serviços públicos e fornecedores dos OPL.

12. O E-workspace sobre respostas locais ao VIH/SIDA (http://ews.unaids.org) patrocinado pela UNAIDS/CITY-AIDS apresenta uma extensa biblioteca de práticas, técnicas e linhas de orientação sobre como incentivar e apoiar respostas locais ao VIH/SIDA direccionadas para a comunidade.

13. A monitorização programática aqui recomendada é uma monitorização com base no desempenho, que enfatiza a qualidade de como uma actividade é realizada e a satisfação dos utilizadores, bem como o resultado dessa mesma actividade (por ex., para monitorizar uma iniciativa de assistência domiciliária, é essencial o contributo dos pacientes e dos prestadores de serviços. O simples registo do fluxo de fundos para uma iniciativa de assistência domiciliária não constitui uma boa monitorização.

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Conclusão Os capítulos anteriores apresentam uma descrição da estrutura para uma resposta do poder local ao VIH/SIDA, identificando as principais etapas e as áreas de actividade recomendadas para uma resposta abrangente. No Anexo 1, existem várias ferramentas de apoio que podem ser utilizadas para trabalhar em cada uma destas áreas: criação da liderança, compreender a situação local, desenvolvimento de estratégias, implementação de respostas e monitorização e avaliação. Mais uma vez, especialmente em cidades pequenas, recomenda-se que seja nomeado um facilitador para prestar apoio às autoridades na adaptação das ferramentas ao contexto local e para trabalhar com os pontos focais e as equipas de tarefas à medida que avançam nas etapas.

≈≈ ≈≈ ≈≈

O Guia dos órgãos de poder local para o combate ao VIH/SIDA pretende ser um documento vivo. Será instituído um processo anual de revisão para o actualizar com as experiências conhecidas, exemplos de boas práticas e outras sugestões que permitam melhorá-lo. Agradecemos que partilhe connosco as suas questões, sugestões e exemplos relacionados com o guia e a sua implementação.

[email protected]

LGRHA Initiative Urban Development Unit

World Bank 1818 H St. MSN: F4P-400

Washington DC, 20433

Para os que têm acesso à Web, este guia e materiais relacionados podem também ser consultados em: http://www.worldbank.org/urban/hivaids/index.htm

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ANEXO 1 Ferramentas para apoiar os órgãos do poder local no combate ao VIH/SIDA

¢ Introdução Nas páginas que se seguem, são apresentadas 34 ferramentas e actividades que podem ajudar os órgãos do poder local (OPL) no combate ao VIH/SIDA. A tabela abaixo descreve, sucintamente, os passos a seguir para criar uma resposta abrangente do poder local (PL) ao VIH/SIDA. No entanto, será necessário alterar a ordem, o número e o conteúdo das actividades, por forma a adaptá-las ao contexto local. Nas cidades ma is pequenas, poderá ser melhor começar por aplicar apenas algumas ferramentas e, progressivamente, aumentar o leque de actividades. Além disso, é aconselhável nomear um facilitador para ajudar os OPL (o número de OPL por facilitador deve ser estipulado a nível local) a adaptarem e a implementarem o guia e as ferramentas com os pontos focais relevantes dos órgãos do poder local (OPL).

A tabela apresentada em seguida pretende exemplificar como é possível combinar e ordenar as diferentes ferramentas para criar um plano de trabalho. ETAPAS (etapas possíveis)

FERRAMENTAS (ferramentas possíveis)

1. Empenho em dar resposta ao VIH/SIDA na localidade. 1.1, 1.2, 1.3 2. Nomear o ponto focal para o VIH/SIDA 1.4 3. Criar uma equipa de tarefas para o VIH/SIDA 1.5 4. Realizar uma análise da situação e impacto do VIH/SIDA na localidade (elaborar relatórios e realizar workshop ).

2.1, 2.2, 2.3

5. Avaliar o impacto do VIH/SIDA no funcionamento do município (elaborar relatórios) e realizar a avaliação das funções e responsabilidades do PL relativamente ao VIH/SIDA (realizar workshop com a equipa de tarefas).

2.4, 2.5, 2.6

6. Identificar algumas “áreas prioritárias” preliminares (realizar workshop com a equipa de tarefas).

2.4

7. Realizar uma avaliação rápida da resposta existente do PL ao VIH/SIDA (realizar relatório).

5.5

8. Identificar e coordenar um estudo das organizações locais que prestam serviços relacionados com o VIH/SIDA (criar uma base de dados de todas as organizações).

2.7

9. Apoiar o desenvolvimento de uma rede de parcerias para combate ao VIH/SIDA (RPVS).

1.7

10. Analisar todas as informações anteriores por forma a identificar uma lista de áreas estratégicas prioritárias.

3.4

(continua na página seguinte)

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Guia dos órgãos do poder loc al para o combate ao VIH/SIDA

32

ETAPAS (continuação)

FERRAMENTAS

11. Alcançar um consenso relativamente às áreas prioritárias e solicitar propostas de integração de todos os departamentos do PL.

3.5

12. Avaliar as propostas de integração e identificar as lacunas de serviço. 3.5, 3.6 13. Solicitar propostas da RPVS para dar resposta às lacunas de serviço identificadas.

3.5

14. Avaliar todas as propostas (OPL e parceiros) e desenvolver um projecto de estratégia.

3.4

15. Fazer circular o projecto de estratégia nos OPL e na RPVS para fins de análise e comentários.

16. Rever a estratégia e entregá-la ao presidente do município para aprovação e posterior divulgação.

17. Utilizar a base de dados dos prestadores de serviços locais (etapa 8) e as actividades do PL e parceiros detalhadas na estratégia para identificar áreas para uma melhor integração, comunicação e ligações de serviços. Estabelecer pequenas equipas de tarefas para abordar questões de integração funcional.

2.7, 3.6, 4.3

18. Nota: as etapas 18 a 22 podem ser realizadas em simultâneo com as etapas 10 a 17. Analisar as políticas para o local de trabalho existentes tanto a nível local como nacional e determinar se os OPL devem desenvolver uma política para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA.

1.6, 3.1, 3.2

19. Analisar a avaliação do impacto do VIH/SIDA no município e determinar o nível adequado de prevenção, assistência e mitigação.

2.4, 2.6

20. Esboçar a política para o local de trabalho e entregá-la aos OPL para análise. 3.3 21. Desenvolver as parcerias necessárias para o reforço de capacidades e prestação de serviços no âmbito do local de trabalho.

4.3

22. Publicitar a versão final da política para o local de trabalho e realizar reuniões para esclarecimento dos diversos componentes da mesma.

23. Realizar reuniões com potenciais fontes de financiamento para determinar o orçamento disponível para a estratégia. Identificar quaisquer áreas de gestão financeira onde possa ser necessário o reforço de capacidades.

4.6, 2.6, 4.7, 4.8

24. Se necessário: (1) solicitar apoio técnico para o reforço de capacidades no âmbito dos OPL; (2) realizar formação no âmbito da gestão financeira para as instituições parceiras.

4.4, 4.3

25. Solicitar a cada departamento do PL que desenvolva um plano de implementação (incluindo actividades, resultados, prazos, orçamento, responsabilidades, monitorização).

4.1, 4.5

26. Estabelecer e formalizar (sempre que necessário) contratos com todos os parceiros externos. Incluir todos os indicadores de desempenho e mecanismos de financiamento relevantes.

4.3, 5.4

27. Consolidar todos os planos de implementação e identificar as lacunas a nível de recursos.

4.5, 4.2

(continua na página seguinte)

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ETAPAS (continuação)

FERRAMENTAS

28. Identificar possíveis recursos externos para angariação de fundos e desenvolver propostas adequadas.

4.6

29. Esboçar uma estrutura de monitorização e avaliação (M&A) com indicadores seleccionados retirados dos planos de implementação.

5.1, 5.2

30. Entregar a estrutura de M&A a todos os intervenientes, para análise e comentários.

31. Finalizar a estrutura de M&A e divulgá-la amplamente no âmbito dos OPL e dos intervenientes relevantes, com indicações claras sobre o momento em que os relatórios de monitorização deverão ser entregues.

5.3

32. Depois de concluído o primeiro ciclo de monitorização, realizar workshops para discutir os obstáculos encontrados e os objectivos atingidos.

5.6

¢ Ferramentas As ferramentas aparecem pela mesma ordem que o texto Medidas, incluído no guia. Secções: 1. Liderança e criação de equipas

1A. Envolvimento da liderança 1B. Estabelecimento ou reforço dos pontos focais do poder local (PL) para combate ao VHI/SIDA

2. Compreensão da situação local

2A. Análise da situação e impacto 2B. Avaliação das funções e responsabilidades do poder local 2C. Balanço das respostas locais ao VIH/SIDA

3. Desenvolvimento de uma estratégia de resposta do poder local ao VIH/SIDA 4. Implementação da estratégia de resposta do poder local ao VIH/SIDA 5. Monitorização e avaliação

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1. Liderança e criação de equipas

1A. Envolvimento da liderança1 Ferramentas: 1.1 Presidentes de câmara/directores -gerais/gestores municipais: lista de verificação 1.2 Membros eleitos das autarquias: lista de verificação 1.3 Funcionários municipais: lista de verificação OBJECTIVO: Uma liderança que esteja francamente empenhada em apoiar estratégias de combate ao VIH/SIDA pode ser eficaz na consciencialização pública, na redução do estigma e em garantir a eficácia dos esforços dos OPL para responder aos problemas do VIH/SIDA. MODO DE UTILIZAÇÃO: Utilize estas ferramentas para identificar áreas em que os presidentes de câmara, membros eleitos das autarquias e funcionários municipais possam apoiar as respostas ao VIH/SIDA. Partilhe estas listas de verificação com colegas dos OPL e incentive uma discussão em áreas onde já estejam activos e áreas onde gostariam de ter um papel mais activo. ¢ 1.1 Presidentes de câmara/directores-gerais/gestores municipais: lista de verificação Em geral, os presidentes de câmara e os membros das autarquias são responsáveis pela direcção política enquanto os directores-gerais/gestores garantem uma liderança e gestão estratégicas. É essencial acumular ambas as vertentes para garantir uma resposta eficaz do PL ao VIH/SIDA. Em seguida são apresentadas algumas acções ou qualidades específicas de liderança de topo que já provaram a sua utilidade em diferentes contextos no desenvolvimento de respostas ao VIH/SIDA ao nível do PL: § Dar o exemplo pessoal : opondo-se ao estigma e discriminação através do contacto com

organizações que representem as pessoas que vivem com VIH/SIDA (PLWHA), falando abertamente acerca do VIH/SIDA em fóruns públicos; submetendo-se a aconselhamento e testes voluntários (ATV) para que o público entenda as campanhas de ATV, etc. Preocupar-se activamente com o impacto do VIH/SIDA nas famílias, vizinhos e comunidades e fazer dos esforços de resposta uma prioridade.

§ Tomar a iniciativa de identificar e dar resposta aos problemas de capacidade dos OPL para

fazer face ao VIH/SIDA, incluindo questões relacionadas com a coordenação do sector, sobretudo a níveis mais elevados do governo e no sector de saúde.

§ Apoiar a criação de uma equipa de tarefas para o VIH/SIDA (Ferramenta 1.5) e certificar-se

de que esta entidade responde directamente perante a comissão de gestão executiva e que tem autoridade para funcionar de forma eficaz. Solicitar a todos os departamentos que realizem um relatório de quaisquer actividades que abordem ao pretendam abordar o VIH/SIDA.

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Guia dos órgãos do poder loc al para o combate ao VIH/SIDA

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§ Participar na Aliança dos Presidentes de Câmara e líderes municipais contra o VIH/SIDA e no programa AMICAALL (Iniciativa da Aliança dos Presidentes de Câmara para Acção das Comunidades Locais contra a SIDA), ou redes internacionais 2 similares para apoiar as respostas do PL ao VIH/SIDA. Trabalhar com outros OPL que estejam a desenvolver estratégias de resposta ao VIH/SIDA. Mobilizar voluntários e incentivar respostas ao VIH/SIDA por parte da comunidade apoiando uma rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA (Ferramenta 1.7).

§ Patrocinar esforços de angariação de fundos (p. ex., apoiando candidaturas a fundos disponíveis

para projectos especiais no poder local ou financiamento especial para apoiar o desenvolvimento de uma estratégia de combate ao VIH/SIDA no município). Desenvolver um fundo fiduciário autárquico para apoiar uma causa específica ligada ao VIH/SIDA (p. ex., apoio a órfãos e crianças vulneráveis).

¢ 1.2 Membros eleitos das autarquias: lista de verificação Eis algumas ideias para membros eleitos das autarquias que foram implementadas eficazmente em diferentes circunstâncias. NOTA: estas actividades podem ser adequadas a diversos funcionários dos OPL e líderes das comunidades locais e não apenas aos membros eleitos das autarquias. § Definir uma agenda pública: os membros das autarquias estão na mira do público e os seus

compromissos e promessas públicas podem servir de referência para as respectivas comunidades. – Os membros das autarquias podem empenhar-se de forma activa e continuada no apoio a acções

contra o VIH/SIDA e convidar outros membros e funcionários das autarquias a adoptarem esta causa numa base de voluntariado.

– Os membros das juntas de freguesia podem tornar o VIH/SIDA um ponto de debate nas reuniões de freguesia (área eleitoral).

– Os membros das autarquias podem visitar clínicas, sanatórios e instalações para o tratamento de pessoas com VIH/SIDA para mostrar o seu apoio, aumentar o moral e atrair a atenção para as necessidades das comunidades vulneráveis.

– Incentivar o envolvimento das comunidades no desenvolvimento de respostas do PL ao VIH/SIDA.

§ Receber formação e promover a consciencialização das questões relacionadas com o

VIH/SIDA: os membros das autarquias podem empenhar-se em estar informados sobre o VIH/SIDA e manter-se a par de novos desenvolvimentos neste campo. – A nível da freguesia, podem ser realizadas campanhas de informação porta-a-porta e podem ser

mobilizados grupos de apoio, assim como comissões de acção contra o VIH/SIDA. – Os membros das autarquias podem dedicar-se à defesa de causas particulares, como, por

exemplo, acções de tratamento ou defesa e educação dos jovens. A discussão aberta destas questões pode aumentar a consciencialização dos OPL e do público.

§ Liderar dando o exemplo: os membros das autarquias podem empenhar-se publicamente em

intervenções ao nível do comportamento, como, por exemplo, falar com os seus filhos acerca do VIH/SIDA, encorajando-os ao uso de preservativo, à fidelidade a um só parceiro, à não discriminação de pessoas com VIH/SIDA ou a quaisquer outras acções que, no contexto, possam constituir boas práticas a seguir. – Um membro duma autarquia que se submeta a ATV ou que seja aberto acerca da sua própria

situação em termos de VIH cria um forte exemplo que outros podem seguir, incluindo outros líderes.

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¢ 1.3 Funcionários municipais: lista de verificação Os funcionários municipais, no desempenho das suas funções de planeamento e distribuição de serviço, têm muitas oportunidades para influenciar as respostas à epidemia e, em última análise, o impacto da mesma. Nos OPL atentos ao VIH/SIDA, os gestores e responsáveis dos departamentos podem fazer toda a diferença: § Identificando áreas onde o VIH/SIDA pode ter impactos específicos nas respectivas actividades

principais (ou seja, impacto na habitação, serviços de saúde pública, etc.) (Ferramentas 2.3 e 2.4).

§ Estando a par dos desenvolvimentos no seu campo relativamente ao VIH/SIDA. Em todas as

áreas da governação local existem modelos de resposta ao VIH/SIDA, desde a habitação à agricultura.

§ Estabelecendo grupos de trabalho interdepartamentais para partilhar experiências e ideias. § Integrando as questões relacionadas com o VIH/SIDA nas respectivas áreas de

responsabilidade (Ferramenta 3.5). § Apoiando activamente a implementação de uma política para o local de trabalho

(Ferramenta 3.3). § Falando acerca do VIH/SIDA de uma forma que reconheça a necessidade de desenvolver

melhores sistemas para dar resposta às necessidades das pessoas directamente afectadas e agir antecipadamente para responder com eficácia ao VIH/SIDA.

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1B. Estabelecimento ou reforço dos pontos focais do PL para o VIH/SIDA

Ferramentas: 1.4 Pontos focais para o VIH/SIDA: termos de referência 1.5 Equipa de tarefas para o VIH/SIDA: composição e função 1.6 Subequipa da política para o local de trabalho: composição e função 1.7 Rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA (RPVS): composição e função OBJECTIVO: No processo de desenvolvimento e implementação de uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA haverá muitas tarefas e actividades a desempenhar e coordenar. Será importante atribuir responsabilidades numa fase inicial do processo. No âmbito dos OPL, poderá ser útil identificar determinadas posições e grupos que assumirão a responsabilidade de diferentes aspectos deste processo (ponto focal para o VIH/SIDA, equipas de tarefas, subequipa da política para o local de trabalho). Além disso, os OPL poderão promover o desenvolvimento de uma rede de organizações comunitárias envolvidas no VIH/SIDA (Rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA). MODO DE UTILIZAÇÃO: Leia todas estas Ferramentas (1.4– 1.7) para identificar algumas das funções que as pessoas e grupos podem desempenhar na abordagem ao VIH/SIDA a nível do município. Utilize os termos de referência (Ferramenta 1.4) para facilitar o processo de identificação e nomeação do ponto focal para as questões do VIH/SIDA. O ponto focal deve ser responsável pela criação de uma equipa de tarefas para o VIH/SIDA e pode utilizar a Ferramenta 1.5 para ajudar a determinar a composição e função da equipa. Quando pretender desenvolver a política interna para o local de trabalho (Ferramenta 3.1), consulte a Ferramenta 1.6 para desenvolver uma subequipa da política para o local de trabalho, que levará este processo avante. É desejável que o envolvimento da comunidade na estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA tenha lugar o mais cedo possível. Num município pequeno, poderá ser simples desenvolver uma rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA logo numa fase inicial através de organizações conhecidas. Em municípios maiores, poderá ser necessário fazer um balanço das respostas locais existentes (Ferramenta 2.7). Em qualquer dos casos, pode utilizar a Ferramenta 1.7 como orientação quando realizar uma reunião introdutória com os grupos comunitários activos na área do VIH/SIDA.

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¢ 1.4 Pontos focais para o VIH/SIDA: termos de referência Embora, num sistema de poder local democrático , o responsável pelo poder local seja um líder eleito perante quem os funcionários públicos respondem directamente, o responsável de uma comissão especial sobre o VIH/SIDA que responde perante o presidente de câmara tanto pode ser um funcionário público como um membro da autarquia.

NOTA: Constatou-se, muitas vezes, que a experiência profissional dos funcionários públicos e o seu melhor entendimento dos aspectos operacionais da prestação de serviços formam uma base mais apropriada para o planeamento. No entanto, por vezes, os membros das autarquias dedicados e experientes podem ser igualmente eficazes. Questões de gestão: O ponto focal dever ser: § Um funcionário dos OPL a tempo inteiro, novo ou já existente, com experiência na área de

desenvolvimento social e económico, planeamento, saúde, educação ou serviços sociais/comunitários.

§ Formalmente designado como o ponto focal nomeado para o combate ao VIH/SIDA,

preferencialmente pela Comissão Executiva /de Gestão dos OPL. O ponto focal para o VIH/SIDA deve ser criado e financiado, de preferência, como um cargo a tempo inteiro. Caso tal não seja possível, a percentagem de tempo a atribuir às tarefas relacionadas com o VIH/SIDA deve ser claramente indicada e re flectida na avaliação do desempenho do indivíduo.

§ Responder perante a administração (Comissão Executiva /de Gestão). A descrição das funções do ponto focal deve reflectir as seguintes responsabilidades:

Funções internas: § Gerir e facilitar o trabalho da equipa de tarefas para o VIH/SIDA (Ferramenta 1.5). § Coordenar e realizar relatórios sobre o desenvolvimento, implementação, monitorização e

avaliação do programa e política para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA.

Funções externas: § Coordenar e realizar relatórios sobre o desenvolvimento, implementação, monitorização e

avaliação da estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA. § Realizar uma análise das potenciais parcerias com organizações da sociedade civil (OSC). § Promover a criação e garantir o apoio para uma rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA

(Ferramenta 1.7).

Nos casos em que a pessoa nomeada não tenha formação na área do VIH/SIDA, essa formação deve ser realizada. Qualificações: A pessoa ideal para este cargo deve ter: § Antiguidade no município e influência nos OPL e na comunidade.

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§ Boa posição e uma reputação incontroversa no âmbito do município e da comunidade. § Um mandato inequívoco da administração. § Boas capacidades organizativas. § Um grande interesse pela temática do VIH/SIDA. § Qualidades de liderança: incluindo boas capacidades de relacionamento interpessoal,

comunicação e ajuda. § Experiência em termos de planeamento e gestão financeira básica. ¢ 1.5 Equipa de tarefas para o VIH/SIDA: composição e função Composição: O tamanho da equipa de tarefas para o VIH/SIDA varia consoante a dimensão do município e os recursos disponíveis. Uma equipa de tarefas pode ter, no mínimo, 5 ou 6 pessoas e, no máximo, 10 a 12. Uma vez que a equipa de tarefas é um grupo de trabalho, é importante que os membros estejam empenhados na problemática do VIH/SIDA e tenham tempo/capacidade para desempenhar as tarefas que lhes são atribuídas. Sempre que possível, os membros dos OPL que pertençam à equipa de tarefas devem ser autorizados a alterar as suas funções por forma a atribuir uma percentagem de tempo (p. ex., 15%) ao trabalho no âmbito do VIH/SIDA.

A equipa de tarefas para o VIH/SIDA deve incluir: § O ponto focal para o VIH/SIDA § Funcionários da área de planeamento da autarquia § Grupo multissectorial de funcionários públicos e membros das autarquias (incluindo

representantes do gabinete do presidente de câmara, saúde, educação, etc.) § Alguns representantes da comunidade e outros intervenientes (p. ex. OSC, incluindo PLWHA,

grupos de mulheres, associações de jovens, organizações de base religiosa, associações informais de bairro, representantes do sector privado, fornecedores de serviços públicos locais).

Função: Responsabilizar-se pelo desenvolvimento e implementação do programa de resposta do PL ao VIH/SIDA, em colaboração com todos os OPL essenciais e intervenientes da comunidade. Gestão: A equipa de tarefas é coordenada e gerida pelo ponto focal para o VIH/SIDA, responde perante a autoridade máxima dos OPL (ou seja, o Presidente da Câmara) e situa-se como entidade independente (NÃO como parte dos departamentos de saúde ou serviços sociais). Mantém relações de trabalho com os órgãos distritais, regionais e nacionais de luta contra o VIH/SIDA.

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A equipa de tarefas deve reunir -se frequentemente para análises de situação e de impacto, desenvolvimento da estratégia e plano de implementação e na candidatura a fundos. Após estar definida uma estratégia de resposta ao VIH/SIDA e ter sido iniciada a sua implementação, a equipa de tarefas funcionará mais como uma equipa de monitorização e coordenação e, provavelmente, reunir-s e-á com menos frequência (talvez mensalmente ou de dois em dois meses). (Ferramenta 5.3) Tarefas: § Criar uma estratégia coerente de combate ao VIH/SIDA, tanto a nível interno (local de trabalho)

como a nível externo (prestação de serviços e coordenação local). § Fornecer uma estrutura de coordenação para a implementação de uma resposta ao VIH/SIDA. § Identificar e trabalhar com os pontos focais em todos os departamentos dos OPL responsáveis por

actividades de integração e monitorizar o respectivo progresso. § Promover a comunicação e elaboração de relatórios sobre a resposta do PL ao VIH/SIDA, tanto a

nível dos OPL como para o público. § Auxiliar na resolução de problemas quando os departamentos dos OPL ou os parceiros

enfrentarem obstáculos na implementação da resposta ao VIH/SIDA. § Gerir quaisquer financiamentos específicos (e requisitos relacionados com os financiamentos)

atribuídos à resposta do PL ao VIH/SIDA e/ou gerir propostas da comunidade para a utilização de fundos destinados ao combate ao VIH/SIDA cujo desembolso tenha sido autorizado pelos OPL. Monitorizar e elaborar um relatório sobre a forma como os fundos foram gastos no âmbito dos OPL.

§ Promover e apoiar a rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA (RPVS) (Ferramenta 1.7). § Reunir-se com equipas homólogas de outros municípios para partilhar a experiência adquirida. ¢ 1.6 Subequipa da política para o local de trabalho:3 composição e função Composição: Uma pequena subequipa (2 a 3 pessoas) da equipa de tarefas para o VIH/SIDA. A equipa deve incluir representantes das associações profissionais e sindicatos adequados. Sempre que possível, a equipa deve incluir uma pessoa que viva com VIH/SIDA, podendo mesmo desempenhar uma função de liderança na equipa. Função: Responsabilizar-se pelo desenvolvimento, implementação, monitorização/avaliação e resolução de problemas do programa e política para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA, a nível interno (Ferramentas 3.1-3.3). Gestão: O responsável da equipa da política para o local de trabalho responde perante o ponto focal para o VIH/SIDA e deve ter autoridade para estabelecer contacto, enquanto seu par, com directores de todos os sectores dos OPL, sobretudo com o director de recursos humanos. A liderança da resposta interna é mais eficaz quando realizada por alguém com experiência na área dos recursos humanos.

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Tarefas: § Estabelecer a fundamentação e objectivos de uma política para o local de trabalho através de um

processo de consulta. § Esboçar uma política para o local de trabalho. § Coordenar uma análise interna da política para o local de trabalho e promover a sua ratificação a

todos os níveis. § Clarificar a responsabilidade dos OPL para com os seus funcionários e investigar as questões

legais e de direitos da relação dos OPL com os respectivos funcionários. § Desenvolver um mecanismo transparente (e de não-confrontação) para lidar com casos especiais

e reclamações. § Descrever os passos que devem ser tomados na implementação da política e monitorizar essa

implementação. § Elaborar um relatório sobre a implementação e progresso do programa. § Promover a comunicação de questões relacionadas com a política para o local de trabalho com os

representantes governamentais a nível distrital/regional/nacional, consoante necessário. ¢ 1.7 Rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA (RPVS): composição e função Os OPL podem obter bons resultados ao apoiar as respostas locais ao VIH/SIDA já existentes. (Esta questão é discutida em profundidade na Ferramenta 2.7: Balanço das respostas locais ao VIH/SIDA.) Para incentivar este processo, sugere -se que os OPL apoiem o desenvolvimento de uma rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA (RPVS).

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Composição: A dimensão da rede varia consoante o interesse e o número de organizações que prestam serviços relacionados4 com o VIH/SIDA no município. A RPVS deve ser uma rede5 representativa e deve incluir: § Representantes individuais e de organizações § Pessoas que vivem com VIH/SIDA (PLWHA) § OSC locais que prestem serviços relacionados com a SIDA § Decisores de sectores -chave ou pessoas que possam influenciar os decisores § Peritos técnicos § Organizações de serviços municipais e serviços públicos (organizações não relacionadas com o

VIH/SIDA)

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Funções: Criar um fórum para partilha de informações e criação de relações entre as organizações de base comunitária para resposta ao VIH/SIDA e promover a comunicação/ cooperação entre estes grupos e os OPL. A RPVS também pode apoiar actividades de defesa da causa, alargamento do alcance e desenvolvimento de uma estratégia contra o VIH/SIDA. Gestão: Os representantes dos OPL podem participar na criação e divulgação de uma RPVS, mas a rede propriamente dita deve ficar fora da estrutura de gestão dos OPL. Para incentivar a participação da comunidade, os representantes da RPVS podem ser convidados a participar em algumas actividades da equipa de tarefas para o VIH/SIDA.

Actividades da RPVS

Criação de alianças. Estabelecer relações entre parceiros. Geração e partilha de informações. Fornecer uma estrutura para que os membros estabeleçam e mantenham comunicações essenciais entre si. Defesa da causa. Coordenar acções de defesa em questões identificadas pelos membros. Criação de competências e capacidades. Fornecer oportunidades formais e informais para melhorar as competências dos membros. Reforço da solidariedade. Garantir aos membros que o seu trabalho é importante, sobretudo quando o ambiente político e social não é favorável. Encorajar, motivar e galvanizar os parceiros. Criar oportunidades de cooperação. Gerar e/ou apoiar programas que sejam complementares, cooperativos e que se reforcem mutuamente. Monitorizar os indicadores da rede. Avaliar o progresso realizado e identificar problemas que necessitem de ser abordados.

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2. Compreensão da situação local

ANÁLISE GERAL Esta secção está dividida em três partes. Todas as actividades apresentadas nesta secção foram concebidas para permitir aos OPL a recolha das informações de que irão necessitar para desenvolver a estratégia de resposta ao VIH/SIDA. § Análise da situação e impacto (2A)

§ Avaliação das funções e responsabilidades dos OPL (2B)

§ Balanço das respostas locais ao VIH/SIDA (2C)

As informações recolhidas no seguimento deste processo irão ajudar os OPL a traçar o objectivo da estratégia contra o VIH/SIDA, identificando áreas onde podem expandir com maior eficácia as suas próprias actividades e mobilizar recursos através de parcerias com organizações locais.

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2A. Análise da situação e impacto Ferramentas: 2.1 Qual a classificação epidemiológica local em termos de VIH/SIDA? Recolha e análise dos dados disponíveis 2.2 Existem variações locais a ter em consideração? Criação de uma lista de verificação comparativa 2.3 Estimativa do impacto do VIH/SIDA a nível local: tabela 2.4 Estimativa do impacto do VIH/SIDA no funcionamento dos OPL: tabela OBJECTIVO: A resposta do PL ao VIH/SIDA terá de reflectir as questões específicas do VIH/SIDA que afectem o município. Para isso, os OPL devem melhor compreender de que forma a epidemia se alastra no município, qual o impacto provável que terá nos OPL e quais devem ser as áreas -alvo específicas para intervenção. Embora o principal resultado destas ferramentas seja a informação que pode ser utilizada no desenvolvimento da estratégia, esta informação também pode ser utilizada para defesa da causa no âmbito dos OPL (convencer os colegas relutantes) e da comunidade (junto dos líderes da comunidade, educadores, etc.). MODO DE UTILIZAÇÃO: Leia todas estas ferramentas para familiarizar-se com os 3 exercícios (Ferramentas 2.2, 2.3, 2.4) que serão realizados na análise da situação e impacto. Reuna os dados disponíveis sobre VIH/SIDA, a nível nacional e/ou local, para identificar a classificação da epidemia (Ferramenta 2.1). Atribua a tarefa de criar uma análise da situação (Ferramenta 2.2) a uma ou várias pessoas da equipa de tarefas. É possível complementar esta ferramenta (2.2) utilizando metodologias participativas com membros da comunidade, como, por exemplo, o mapeamento (consulte a Caixa 2.1 das Medidas), para obter uma perspectiva mais completa da epidemia local. Uma OSC local poderá promover este tipo de actividade. Será necessário elaborar um relatório com os resultados obtidos. Aplique o mesmo processo para a Ferramenta 2.3. Organize uma reunião da equipa de tarefas (também podem ser convidados representantes adicionais, dentro ou fora do âmbito dos OPL) para discutir os resultados das Ferramentas (2.2 e 2.3). Para fomentar a discussão, poderá ser útil que os membros da equipa de tarefas realizem o exercício da análise de impacto da Ferramenta 2.3 antes de se proceder à apresentação do relatório. Nesta reunião, utilize a Ferramenta 2.4 como exercício de grupo para analisar o impacto do VIH/SIDA no funcionamento dos OPL. No final da reunião, os participantes devem ter uma noção mais exacta da situação do VIH/SIDA na sua localidade. O ponto focal para o VIH/SIDA deve fomentar uma discussão para identificar algumas das área prioritárias na comunidade e no âmbito dos OPL.

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¢ 2.1 Qual é a classificação epidemiológica local em termos de VIH/SIDA? Recolha e análise dos dados disponíveis

As informações acerca da epidemia de VIH/SIDA a nível nacional podem ser úteis para compreender a epidemia a nível local. Estas informações poderão estar disponíveis no Ministério da Saúde, em inquéritos feitos ao domicílio, no Web site da UNAIDS e em perfis dos países disponíveis nos sites da Web da USAID e do Banco Mundial. Em algumas localidades (embora poucas) onde existem sites de vigilância urbana

6, poderão existir dados locais precisos. Também é possível obter dados locais a

partir de dados administrativos, como estatísticas de óbitos, taxas de frequência escolar e admissão de pacientes nos centros de saúde municipais (por exemplo, sanatórios).

Classificação da UNAIDS relativa à epidemia de VIH/SIDA

§ Nível reduzido: supõe-se que a prevalência de VIH seja inferior a 5% em todas as subpopulações conhecidas que se presume terem comportamentos de maior risco, como, por exemplo, profissionais do sexo, camionistas, trabalhadores migrantes, militares, homens que têm relações com outros homens e utilizadores de drogas injectáveis.

§ Concentrada: a prevalência de VIH ultrapassou os 5% em uma ou mais subpopulações que se presume terem comportamentos de maior risco, mas a prevalência entre as mulheres grávidas continua a ser inferior a 1%.

§ Generalizada: o VIH alastrou muito além das subpopulações com comportamentos de maior risco, que se encontram agora fortemente infectadas, e a prevalência entre as mulheres grávidas é superior a 1%. Nestas populações, a população rural poderá reflectir os níveis de infecção das áreas urbanas. A maioria dos países da África subsariana pertence a esta categoria.

¢ 2.2 Existem variações locais a ter em consideração? Criação de uma lista de

verificação comparativa Após terem sido recolhidos os dados nacionais, deve ser levantada a seguinte questão: “Existe algum motivo para pensar que a situação local difere substancialmente do perfil geral do país?” Os relatórios disponíveis sobre cada país poderão indicar certas regiões com maior prevalência e podem dar uma ideia da prevalência relativa nas áreas rurais e urbanas. Além disso, ao classificar a área, devem ser tidos em consideração factores especiais de risco ou protecção. Preparação: Antes de realizar este exercício, alguém deve ser incumbido de recolher quaisquer dados disponíveis relativos a subpopulações “em risco” a nível nacional. Quem: O exercício de classificação deve ser realizado por um grupo dos melhores especialistas disponíveis que conheçam a comunidade local e que estejam envolvidos no campo do VIH/SIDA. Esta pessoa (ou equipa) pode ser supervisionada por um membro da equipa de tarefas.

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Tarefa: Após a recolha dos dados disponíveis sobre o VIH/SIDA, utilize a tabela apresentada em seguida para comparar a localidade com os dados nacionais de prevalência de VIH. As considerações apresentadas na tabela podem ser úteis para a focalização da análise.

Considerações:

Os factores que se sabe que aumentam o risco são: Elevada densidade populacional. Vida familiar e comunitária perturbada por

motivos de guerra, fome ou rápidas alterações sociais/ padrões migratórios.

Existência de bairros de lata urbanos e grupos recentemente urbanizados.

Elevados níveis de pobreza e des igualdade.

Populações móveis e deslocadas, concentração de trabalho migrante

7 (tanto emigrante como

imigrante).

Elevados níveis de outras infecções sexualmente transmissíveis.

Áreas próximo das principais vias de transporte. Relações com vários parceiros . Indústria do sexo. Reduzida utilização do preservativo ou adopção

de comportamentos de prevenção. Migração económica associada às indústrias sazonais (p. ex. colheitas, pescas)

Níveis reduzidos de educação e intervenção.

Actividades criminosas e de gangs. Nota: Poderão existir outras dinâmicas sociais específicas da área que não sejam genericamente conhecidas como riscos de infecção e que devam ser incluídas.

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EXEMPLO Quando comparada com o perfil nacional de VIH/SIDA, a situação local em termos de VIH/SIDA é:

Sim Não Motivo/ evidência

Provavelmente superior à prevalência nacional de VIH em todos os grupos.

X Área essencialmente rural; os dados de ATV da cidade vizinha sugerem uma menor prevalência para a área; menos casos de SIDA detectados até à data e sobretudo em trabalhadores migrantes.

Provavelmente superior à prevalência média nacional de VIH em algumas subpopulações.

X Número reduzido de profissionais do sexo na cidade; afastado das principais vias de transporte.

Provavelmente igual à prevalência nacional de VIH em todos os grupos.

X Os mesmos motivos que acima.

Provavelmente igual à prevalência média nacional em algumas subpopulações.

X Parceiros e trabalhadores migrantes.

Provavelmente inferior à prevalência nacional em todos os grupos.

X Área tradicional; pouca movimentação de pessoas.

Provavelmente inferior à prevalência nacional em algumas subpopulações.

X Preconceitos enraizados sobre o facto de os jovens do sexo masculino terem uma vida sexual activa antes de serem iniciados na idade adulta.

NOTA: Este exercício foi concebido para fomentar a discussão sobre os riscos do VIH/SIDA a nível local e sobre o impacto que estes podem ter na prevalência do VIH/SIDA. Embora este exercício possa fornecer uma perspectiva mais correcta da situação local em termos de VIH/SIDA, trata-se apenas de uma estimativa. Apresentação das conclusões: A seguir ao exercício de comparação acima apresentado, deve ser elaborado um relatório com uma descrição sintética relativa a cada um dos seguintes tópicos: § Estimativa do estado da epidemia na área: em comparação com os dados nacionais e utilizando os

dados locais disponíveis. § Subpopulações em risco: calculadas com base no ponto anterior. § Dinâmicas de risco da epidemia na área: quais são as principais forças impulsionadores da

epidemia na área? § Dinâmicas de protecção contra a epidemia na área: quais são os principais factores que actuam

contra a disseminação da epidemia na área?

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Utilizar parcerias para realizar uma análise da situação Para optimizar a utilização dos seus recursos (tempo, dinheiro, informações), os OPL devem incentivar uma ampla participação e cooperação. No caso de realizarem uma análise da situação, os OPL poderão constatar que a participação de diferentes grupos/indivíduos poderá contribuir para uma análise muito mais enriquecida. Por exemplo: As organizações da sociedade civil (de uma rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA) podem esclarecer questões e prioridades da comunidade. Por exemplo, um grupo de formação de género poderá realizar uma actividade de avaliação participativa que identifique a forma como as mulheres aprendem acerca do VIH/SIDA e os desafios que enfrentam. A partilha de informações com os OPL poderá promover um programa orientado para abordar os desafios da igualdade entre os sexos. Os funcionários municipais podem conhecer bem os riscos do VIH/SIDA específicos de determinados sectores. Por exemplo, o responsável de um parque poderá identificar uma determinada área pública frequentada por utilizadores de drogas intravenosas. A partilha de informações com os OPL poderá promover um programa localizado de troca de agulhas. As pessoas que vivem com VIH/SIDA podem proporcionar uma perspectiva valiosa em termos de assistência e estigma. Por exemplo, a realização de entrevistas com PLWHA poderá revelar que os locais de ATV não são utilizados devido a quebras de confidencialidade por parte do pessoal clínico. A partilha de informações com os OPL poderá incentivar o desenvolvimento e aplicação de protocolos de confidencialidade. ¢ 2.3 Estimativa do impacto do VIH/SIDA a nível local: tabela Quem: A(s) pessoa(s) responsável pela análise da situação (Ferramenta 2.2) poderá, igualmente, promover este exercício. Tarefa: A tabela apresentada em seguida identifica algumas das principais áreas onde o VIH/SIDA pode ter/terá impacto no município. Modifique esta lista consoante necessário e, em seguida, classifique cada área numa escala de impacto entre grave – moderado – reduzido. Indique se é provável que o impacto seja concentrado ou generalizado em termos de localização ou concentração numa subpopulação específica. A tabela apresentada em seguida fornece uma estrutura útil para este fim. Após preencher a tabela, elabore uma descrição das áreas de impacto “grave” e “moderado” nos cenários projectados de cinco e de quinze anos. NOTA: A nível de análise, é de esperar que o resultado seja menos uma análise epidemiológica e mais uma indicação de prioridades locais com o objectivo de informar o desenvolvimento de uma estratégia local adequada.

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Classificação do impacto a médio prazo (5 anos)

Área de impacto: Qual é o impacto provável do VIH/SIDA em:

Grave Moderado Reduzido Concentrado Generalizado

Notas/ qualificações

Bem-estar económico da área

Rendimento familiar

Capacidade para pagar serviços municipais

Prestação/custo de serviços de saúde

Outras áreas relevantes

Classificação do impacto a longo prazo (15 anos)

Área de impacto Grave Moderado Reduzido Concentrado Generalizado

Notas/ qualificações

Igual ao acima exposto, mais áreas relevantes para o impacto a longo prazo

Apresentação dos resultados: Um relatório sobre o impacto local do VIH/SIDA poderá incluir o seguinte: § Estimativa da gravidade da epidemia de VIH na área. § Descrição de subpopulações de risco elevado e reduzido. § Descrição de factores de elevado risco e factores de protecção. § Estimativa da prevalência provável de SIDA no prazo de cinco anos. § Estimativa das áreas prováveis de grande impacto, com classificação para cada área numa escala

entre grave – moderado – reduzido. § Impacto na sociedade a médio e a longo prazo. § Recomendações relativas às opções de intervenção em termos de áreas de focalização. Realize um workshop para líderes dos OPL com base nas informações recolhidas ao longo do processo anterior. Como exercício de grupo para o workshop , pode solicitar aos participantes que apresentem a sua perspectiva sobre as implicações para a comunidade e os OPL. Também devem ser incentivados a sugerir acções que deveriam ser realizadas a curto, médio e longo prazo para mitigar o impacto do VIH/SIDA.

Embora as recomendações não sejam adequadas sem ter em consideração os poderes, funções e capacidades dos OPL (Ferramentas 2.5 e 2.6) e os recursos de resposta existentes na comunidade (Ferramenta 2.7), é útil ponderar acerca dos resultados da avaliação de impacto e a necessidade implícita de tipos de intervenção específicos.

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De que forma uma análise da situação pode afectar o desenvolvimento da estratég ia § É importante reflectir sobre se deve ser adoptada um focalização concentrada ou geral. Nas

epidemias concentradas , é melhor despender os recursos escassos para garantir que a epidemia não se generaliza, focalizando a atenção em grupos específicos de elevado risco.

§ É necessário ponderar cuidadosamente o timing da prevenção por oposição às intervenções para assistência/apoio . Por vezes, a ênfase colocada no desenvolvimento de sistemas de assistência e apoio é adiada até um ponto em que o impacto da SIDA já é fortemente sentido. Esta situação é problemática por diversas razões, incluindo o facto de a ênfase local a nível da assistência e apoio poder ter fortes efeitos de prevenção, pois alerta para a gravidade do VIH/SIDA quando as pessoas testemunham os esforços locais para uma focalização nas consequências da infecção por VIH.

§ Para avaliar o impacto previsto do VIH/SIDA, é importante compreender a evolução do VIH

para a SIDA e as diferentes exigências que serão colocadas aos OPL à medida que esta passagem se verifica. Não há qualquer norma prática para fazer uma estimativa da dimensão da epidemia de SIDA para além de calcular aproximadamente que, em muitos países, as pessoas que são hoje VIH-positivas, poderão estar doentes com SIDA no prazo de 6 anos. Estima-se que a maioria das pessoas actualmente infectadas com o VIH morrerão no prazo de 10 anos, devido à actual falta de opções acessíveis de tratamento anti-retroviral na maior parte dos países em desenvolvimento. Trata-se de estimativas cruéis, mas fornecem uma indicação de como o sistema de resposta pode adaptar-se aos diferentes desafios de combate a uma doença amplamente disseminada e aos profundos impactos da SIDA.

¢ 2.4 Estimativa do impacto do VIH/SIDA no funcionamento dos OPL: tabela Quem: Esta ferramenta pode ser utilizada por membros da equipa de tarefas [talvez a subequipa da política para o local de trabalho (Ferramenta 1.6)]. Será importante o contributo de todos os departamentos dos OPL, tanto na recolha de informações como na consciencialização. Tarefa: Utilize a tabela apresentada em seguida para estimular a discussão sobre o impacto do VIH/SIDA no funcionamento e desempenho dos OPL. Comece por analisar a lista e incluir áreas adicionais de impacto local que tenham sido identificadas. Utilize a tabela para classificar a gravidade de cada questão e fornecer algumas explicações. NOTA: Será difícil responder a muitas destas questões e devem ser abordadas de uma forma ampla como ferramentas de discussão aberta.

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Área de impacto no funcionamento dos OPL

Classificação da gravidade: custo potencial ou outros impactos

negativos

Implicações

Grave Moderado Reduzido Perda de capacidades a nível da administração

X – Epidemia concentrada que não deverá afectar grandemente a administração

Impacto na produtividade dos trabalhadores menos qualificados

X – Muito pessoal menos qualificado, proveniente do grupo de subpopulação mais vulnerável; por isso, prevalência potencialmente elevada do VIH – Facilmente substituíveis; por isso, o impacto é moderado

Custos das regalias dos funcionários, por exemplo, empréstimos para habitação

X – Custos de reforma antecipada, regalias médicas e pensões por incapacidade com potencial para devastarem o fundo de pensões municipal

Necessidade de um sistema de apoio para órfãos e crianças vulneráveis

– Problema de surgimento de órfãos, estando estimados mais de 1000 órfãos no prazo de 5 anos – Não existem estruturas de apoio formal ou da segurança social, pelo que terá de ser desenvolvida uma infra-estrutura básica

Impacto na produtividade devido a doença e absentismo

Outras áreas descuradas por mudança de focalização

Custos de recrutamento e formação de substitutos

Necessidade de serviços adicionais (dos OPL) para mitigar os impactos do VIH/SIDA nas comunidades afectadas

Impacto na prestação de serviços devido a doença, absentismo e quebra de produtividade

Outras áreas de impacto relevantes

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Apresentação das conclusões: Um relatório sobre o impacto do VIH/SIDA nos OPL poderá ser estruturado de acordo com o seguintes tópicos: § Impacto local do VIH/SIDA. § Risco para os recursos humanos dos OPL. § Impacto em termos das exigências de prestação de serviços. § Impacto na eficácia da prestação de serviços. § Riscos financeiros e áre as orçamentais de impacto. Este relatório será uma ferramenta preciosa para destacar as prioridades num programa e política para o local de trabalho (Ferramenta 3.1). NOTA: No caso das cidades e grandes zonas urbanas, poderá valer a pena realizar uma avaliação formal do impacto com estimativas de custos. No entanto, na maioria dos casos, bastará uma avaliação qualitativa das áreas de risco. O objectivo desta avaliação é fornecer um enquadramento para o desenvolvimento de estratégias para uma resposta interna ao VIH/SIDA, e muito do que é necessário apurar poderá ser alcançado sem necessidade duma avaliação de impacto altamente técnica e especializada.

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2B. Avaliação das funções e responsabilidades dos OPL

Ferramentas: 2.5 Compreender as responsabilidades dos agentes nacionais, distritais e municipais: tabela 2.6 Realizar uma auto-avaliação dos OPL: estudo OBJECTIVO: Os OPL não têm a capacidade nem estão mandatados para realizar programas locais alargados contra o VIH/SIDA. Em vez disso, os OPL podem integrar actividades relacionadas com o VIH/SIDA no trabalho que desenvolvem e criar um ambiente que fomente parcerias com OSC locais que trabalham no VIH/SIDA (Secção 2C). Nesta secção, os OPL são incentivados a analisar as suas próprias funções, mandatos e responsabilidades relativamente ao VIH/SIDA. A perspectiva resultante destes exercícios pode fornecer aos OPL um enquadramento para compreender quais poderão ser os parâmetros de uma estratégia de resposta ao VIH/SIDA. MODO DE UTILIZAÇÃO: O ponto focal, sozinho ou com uma pequena equipa, pode recolher documentação relevante (Plano Nacional de Luta Contra a SIDA, Constituição, etc.) para melhor compreender os mandatos dos OPL. Utilizando as Ferramentas 2.5 e 2.6, o ponto focal deve conseguir identificar alguns dos principais obstáculos e pontos fortes dos OPL. Poderá realizar-se um workshop com a equipa de tarefas e outros membros dos OPL para discutir os resultados. [Nota: Neste workshop , também poderá ser útil realizar uma avaliação de base do trabalho existente por parte dos OPL no âmbito do VIH/SIDA. Pode encontrar uma ferramenta para este fim na secção de avaliação (Ferramenta 5.5).] ¢ 2.5 Compreender as responsabilidades dos agentes nacionais, distritais e

municipais: tabela As funções e responsabilidades específicas relacionadas com a abordagem do VIH/SIDA varia consoante o nível e o sucesso das políticas de descentralização, sobretudo no âmbito da saúde. A tabela apresentada em seguida fornece um esquema genérico de algumas das funções e responsabilidades mais comuns relacionadas com o VIH/SIDA.

GOV. NACIONAL (MS, MAI, CNLS)

– Plano Nacional de Luta Contra a SIDA (incluindo a política geral para o local de trabalho) – Coordenação da descentralização dos serviços de saúde – Transferências fiscais para o poder local e regional – Enquadramento legal para parcerias – M&A nacional

GOV. DISTRITAL (Administração Regional

de Saúde) – Serviços de saúde terciários – Coordenar mecanismos de encaminhamento – Formação sobre o VIH/SIDA para todo o pessoal de saúde e, ainda, algum apoio técnico para parceiros locais de prestação de serviços – Aquisição e distribuição, a todos os níveis, de preservativos, kits de ATV, etc. – M&A

GOV. MUNICIPAL (OPL, Clínicas de cuidados

de saúde primários) - Ligação das clínicas de CSP e dos prestadores de serviços locais aos mecanismo s distritais de encaminhamento – Recolha de taxas de utilizador – Integração das questões do VIH/SIDA – Análise das lacunas de prestação de serviços e estabelecimento de acordos com parceiros locais - M&A

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¢ 2.6 Realizar uma auto-avaliação dos OPL: estudo Quem: O ponto focal para o VIH/SIDA, ou alguém nomeado para o efeito, pode analisar o questionário e atribuir uma classificação a cada um dos 15 itens. A classificação deve ser dada após considerar cada um dos pontos de discussão e quaisquer outras questões de relevância local. Tarefa: Utilize as questões apresentadas em seguida para melhor compreender os poderes e funções do poder local relativamente ao VIH/SIDA. Área de funcionamento do poder local

Nenhum problema

Problema ligeiro

Problema grave

1. Clareza em relação às expectativas do poder local (mandatos) em termos de prestação de serviços.

Discussão: § Em que áreas da prestação de serviços contra o VIH/SIDA

existe falta de clareza sobre os mandatos? § O mandato para o poder local no âmbito do Plano/Estratégia

Nacional de Luta Contra a SIDA é claro? § O mandato do departamento do poder local sobre a resposta

ao VIH/SIDA é claro ? § Existem directivas específicas do departamento do poder

local acerca da resposta ao VIH/SIDA?

2. Limitação dos poderes dos OPL para tomar decisões acerca das prioridades, estratégias e programas de resposta ao VIH/SIDA.

Discussão: § Quais são as limitações à autonomia do poder local em

termos de tomada de decisões no âmbito da resposta ao VIH/SIDA?

3. Expectativa de que os OPL assumam a responsabilidade pela tomada de decisões e planeamento que ultrapassem a capacidade existente para assumir respostas ao VIH/SIDA.

Discussão: § Em que áreas do funcionamento dos OPL é que as

expectativas ultrapassam a capacidade existente dos OPL?

4. Espera-se que os OPL realizem as funções mandatadas sem a necessária disposição fiscal por parte dos órgãos centrais que mandataram o PL. (Problemas de mandatos não provisionados.)

Discussão: § Em que áreas existem mandatos não provisionados?

(Continua na página seguinte)

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Área de funcionamento do poder local

Nenhum problema

Problema ligeiro

Problema grave

5. Até que ponto as funções de uma resposta do PL ao VIH/SIDA estão limitadas pelo problema de funções de direcção repartidas. (Um elemento de um serviço — p. ex., custos laboratoriais para ATV — é financiado por um nível governamental e outro elemento é fundado a um nível diferente — p. ex., recursos humanos e formação para aconselhamento para ATV.).

Discussão: § Em que áreas da resposta ao VIH/SIDA mandatada existem

funções repartidas de direcção? (Comece por discutir as áreas problemáticas mais comuns: p. ex. ATV, PTME, subsídios da segurança social.)

§ Quais são os problemas constatados em cada nível?

6. As relações intergovernamentais são de tal forma que a cooperação e comunicação entre departamentos governamentais descentralizados dificulta o planeamento integrado de desenvolvimento.

Discussão: § Que estruturas interdepartamentais existem através das quais

possa ser feito o planeamento integrado? § A descentralização foi feita verticalmente tornando a

cooperação entre departamentos problemática em termos de infra-estrutura básica? (Gabinetes dos OPL de diferentes departamentos em cidades diferentes.)

§ Existe resistência por parte de alguns departamentos à integração na estrutura dos OPL?

7. Os problemas sentidos na gestão da resposta ao VIH/SIDA a nível local podem ser resolvidos ao nível funcional melhorando as relações intergovernamentais e clarificando a acção cooperativa em termos das funções repartidas de direcção.

Discussão: § Que tipo de soluções podem ser implementadas pelos OPL? § Até que ponto estas soluções resolvem os problemas

sentidos?

8. Empenhamento dos OPL na resposta ao VIH/SIDA indicado por: acções passadas, planos, projectos-piloto, projectos a decorrer e atribuição de recursos.

Discussão: § Que tipo de soluções podem ser implementadas pelos OPL?

9. Prioridades do VIH/SIDA nos OPL. Discussão: § A que nível ou em que processo de tomada de decisões dos

OPL existe um problema de prioridades?

10. Fraca cooperação entre os funcionários e os membros das autarquias.

Discussão: § As relações ou confiança entre os funcionários e os membros

das autarquias criam problemas? § O trabalho conjunto dos funcionários e dos membros das

autarquias é negativamente afectado por tensões políticas?

(Continua na página seguinte)

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Área de funcionamento do poder local

Nenhum problema

Problema ligeiro

Problema grave

11. A liderança dos OPL apoia fortemente as respostas do PL ao VIH/SIDA.

Discussão: § O que fez a liderança para incentivar e apoiar a acção dos

OPL, tanto a nível interno como externo? § Qual é o perfil de liderança na percepção local? § Até que ponto a liderança dos OPL estabeleceu ligação com

outras lideranças (autoridades tradicionais, organizações de jovens, organizações de base religiosa, redes de OSC) para a construção de uma estrutura de resp osta?

12. Recursos de que os OPL dispõem para desenvolver respostas aos VIH/SIDA.

Discussão: § Até que ponto os problemas de recursos resultam de um

problema mais geral de receitas insuficientes dos OPL? § Os problemas de recursos devem-se parcialmente à forma

como os OPL atribuem recursos? § Os OPL tentaram angariar recursos externamente (p. ex.

através de donativos, empréstimos, parcerias, ONGs internacionais?

§ Os OPL tentaram angariar recursos de instituições e empresas locais?

§ Os OPL têm problemas de capacidade para angariar fundos das formas acima indicadas?

13. Entendimento insuficiente do impacto local do VIH/SIDA ou da resposta ao VIH/SIDA.

Discussão: § Foi realizado um estudo do impacto local? § Os OPL têm capacidade suficiente para liderar o processo de

entendimento e resposta?

14. Capacidade para estabelecer parcerias. Discussão: § Os OPL contrataram alguns prestadores de serviços

municipais (ou equivalentes)? § Os OPL estão envolvidos na coordenação das respostas

locais ao VIH/SIDA? § Foi feita alguma tentativa para desenvolver parcerias com

OSC de luta contra o VIH/SIDA? § Existe uma relação e um clima positivos para uma interacção

mais estreita entre as OSC locais e os OPL?

15. Capacidade para planear e gerir a resposta ao VIH/SIDA. Discussão: § Os OP L têm pessoal suficientemente habilitado nas áreas em

que estão mandatados para dar resposta ao VIH/SIDA? § Em que áreas existe uma formação ou orientação

inadequada?

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Apresentação das conclusões: 1. Após ter decidido uma classificação, a pessoa que preenche o estudo poderá anotar pontos centrais

que foram importantes na atribuição da classificação e redigir um relatório de trabalho sobre a análise realizada.

2. A análise pode ser entregue como uma apresentação com um documento de apoio num workshop especial da equipa de tarefas para o VIH/SIDA onde esteja presente a liderança dos OPL. Este workshop poderá ter uma duração de meio dia ou 4 horas.

3. Para cada um dos 15 pontos, pode ser coordenada uma discussão de grupo para confirmar ou alterar a “classificação do problema” atribuída a cada ponto.

4. Para todos os pontos classificados como sendo um problema “ligeiro” ou “grave”, a discussão poderá propor soluções possíveis. Neste processo, devem ser indicadas quais as questões que envolvem soluções internas ao nível dos OPL (funcionais) e quais as que têm de ser abordadas a um nível estrutural. Isto pode ser feito, por exemplo, clarificando com os departamentos dos OPL os mandatos e os grupos de pressão ( lobbies), talvez com o apoio de outros OPL para a re forma dos acordos orçamentais para apoiar as respostas do PL ao VIH/SIDA.

5. A equipa de tarefas para o VIH/SIDA pode criar um plano de acção ou determinar um processo para levar avante questões específicas.

NOTA: Em alternativa, isto pode ser realizado como exercício de grupo, o que pode, no entanto, tornar-se moroso e resultar numa análise menos profunda.

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2C. Balanço das respostas locais ao VIH/SIDA Ferramentas: 2.7 Balanço das respostas locais ao VIH/SIDA: questionário OBJECTIVO: A realização de um balanço das respostas locais ao VIH/SIDA tem quatro finalidades. Primeiro, a actividade em si mesma fornece à equipa de tarefas uma oportunidade para estabelecer relações directas com prestadores de serviços locais e demonstrar o empenhamento dos OPL no apoio à luta contra o VIH/SIDA. Segundo, o estudo permite à equipa de tarefas compreender que serviços são prestados e quais é que não são prestados, por forma a criar incentivos e parcerias para melhor responder às necessidades que não estão satisfeitas. Terceiro, através do processo de estudo, antecipa-se o facto de os prestadores de serviços locais irem desenvolver uma rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA que poderá servir como mecanismo de comunicação entre os OPL e os parceiros locais. Finalmente, uma base de dados detalhada dos prestadores de serviços locais fornece aos administradores dos OPL uma ferramenta para se manterem a par das organizações locais existentes. ¢ 2.7 Balanço das respostas locais ao VIH/SIDA Quem: A equipa de tarefas para o VIH/SIDA e as OSC que trabalham no âmbito do VIH/SIDA e assuntos afins. Tarefa: Utilize esta ferramenta para identificar as lacunas de prestação de serviços locais e para identificar potenciais parceiros que possam ajudar no desenvolvimento e implementação de uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA (Ferramentas 3.5, 3.6, 4.2, 4.3). O grupo de participantes reunido para esta actividade também poderá ter interesse em desenvolver uma rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA (consulte a Ferramenta 1.7). NOTA: O processo foi concebido para um OPL de pequena a média dimensão, com uma população máxima de 250.000 pessoas e com uma infra-estrutura organizacional existente que tenha, no máximo, 30 organizações de base comunitária e departamentos governamentais a trabalhar na prestação de serviços relacionados com o VIH/SIDA. O modelo de questionário é adequado para áreas maiores, mas o processo neste tipo de áreas e, sobretudo, nas cidades, necessitará de mais tempo e recursos e poderá pressupor um processo de lançamento, planeamento, administração, análise e feedback mais elaborado. 1. Lançamento da iniciativa § Convoque uma reunião, de preferência tendo por orador o Presidente da Câmara ou o líder dos

OPL. Esta reunião poderá ser publicitada na imprensa local a em todas as redes e canais de OSC locais.

§ Incentive as organizações a apresentarem-se e a descreverem as suas principais áreas de

intervenção. § Proponha a formação de uma “equipa para o estudo” para coordenar a “elaboração de um

balanço” das repostas locais existentes . Esta equipa deve incluir um pequeno grupo de pessoas que estejam presentes na reunião, que tenham algum apoio administrativo e de comunicação, que sejam líderes locais neste campo e que representem um leque de redes e organizações. (Mais tarde, esta equipa do estudo pode tornar-se o núcleo da rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA (Ferramenta 1.7).

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§ Ofereça os recursos dos OPL para realizar uma reunião desta equipa do estudo. § Registe os participantes presentes na reunião e elabore uma lista preliminar de OSC. Solicite

às OSC presentes que, numa folha à parte, elaborem uma lista de organizações não presentes mas envolvidas no trabalho contra o VIH/SIDA ao nível da comunidade.

2. Planeamento do estudo Reunião inicial da equipa do estudo § Convoque uma reunião da equipa do estudo. § Nomeie uma pessoa para supervisionar o processo de gestão dos questionários e realize uma

análise preliminar do estudo. § Estabeleça um prazo para as actividades e para enquadrar financeira, humana e materialmente os

custos essencialmente administrativos do estudo. (É possível realizar estas acções numa só reunião) Processo de desenvolvimento do instrumento § Analise o modelo de questionário e adapte-o às necessidades locais no contexto da reunião. § Encarregue o supervisor de providenciar a tradução do questionário e de realizar um teste prévio

do mesmo. § Discuta um plano de fornecimento dos questionários e ofereça apoio para o mesmo. (Consulte a

seguir o texto sobre fornecimento dos questionários.) 3. Realização do estudo § Crie uma equipa administrativa de uma pequena equipa de trabalho de campo (2 a 3 pessoas)

para assumir as tarefas administrativas (revisão, fornecimento e análise dos questionários). § Traduza e reveja o estudo. Pode omitir partes do questionário caso não sejam relevantes e

poderá ser necessário adicionar questões de importância local. Poderá, ainda, ser necessário traduzir para dialectos locais e fornecer a 2 ou 3 organizações para testarem se a linguagem é facilmente entendível e se as perguntas são claras. Esta “versão-piloto” é um passo útil para identificar as alterações necessárias que podem ser implementadas antes de ser preparada a versão final do questionário.

§ Forneça o estudo a todas as organizações indicadas na lista, bem como às organi zações de que se

tenha conhecimento no decorrer do estudo. O questionário pode ser respondido autonomamente por organizações com experiência no preenchimento de questionários. Neste caso, pode ser enviado por fax ou por e-mail, com uma carta de apresentação e um pedido para que seja devolvido até determinada data. O ideal será enviá-lo para o responsável de uma organização ou departamento. Noutros casos, é necessário que o questionário seja realizado individualmente, o que deve demorar entre meia a uma hora, no máximo.

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§ Garanta uma participação alargada. Apresente às organizações presentes uma lista de todas as organizações existentes e solicite-lhes que adicionem outras à lista para que seja realizada uma auditoria abrangente. No caso de instituições maiores, será necessário incluir os departamentos que ofereçam serviços diferentes e que provavelmente não estarão indicados nos relatórios de actividades de outros departamentos.

§ Apresente formalmente o questionário. O questionário poderá ser acompanhado de uma carta

do líder dos OPL que destaque os objectivos e metas do processo de pesquisa e que indique qual será o destino das informações. Aqueles que responderem, poderão ser convidados para um workshop com o objectivo de discutir os resultados, explorar as implicações e discutir formas de avançar no desenvolvimento de respostas ao VIH/SIDA.

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(Modelo de questionário)

RESPOSTAS DA COMUNIDADE AO VIH/SIDA NO MUNICÍPIO X Questionário sobre o VIH/SIDA para departamentos, instituições e organizações envolvidas nos

programas de luta contra o VIH/SIDA Este questionário foi desenvolvido por uma equipa de tarefas para o VIH/SIDA apoiada por __________(OPL). O estudo é realizado com o apoio de uma reunião de organizações de luta contra o VIH/SIDA da comunidade em ____________ (data). Foi concebido para ajudar a fazer um balanço daquilo que estamos a fazer em ____________ (área dos OPL) para discutir os resultados do estudo, com vista a que, juntos, possamos planear o reforço das nossas respostas ao problema do VIH/SIDA na nossa comunidade. Coloque um visto (P) na opção Sim ou Não, conforme aplicável à sua organização. Nome da organização ou instituição:

Departamento dentro da organização ou instituição (se aplicável):

Dados para contacto (telefone, fax, e-mail):

Pessoa que fornece as informações:

Cargo da pessoa na organização:

Como descreveria a sua organização? (Pode assinalar mais de uma categoria)

Governamental Sim Não Organização não governamental (ONG) Sim Não Organização de base comunitária (CBO) Sim Não Organização de base religiosa (FBO) Sim Não Com fins lucrativos Sim Não Desenvolvimento Sim Não Política Sim Não De mulheres Sim Não De jovens Sim Não Outras (descreva)

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1. TEM ALGUM PROGRAMA NUMA DAS SEGUINTES ÁREAS?

Educação e prevenção do VIH/SIDA Sim Não Se sim, preencha 2

Assistência e apoio a pessoas afectadas ou que vivem com VIH/SIDA

Sim Não Se sim, preencha 3

Tratamento relacionado com o VIH/SIDA Sim Não Se sim, preencha 4

Formação relacionada com o VIH/SIDA Sim Não Se sim, preencha 5

Assistência jurídica e direitos relacionados com o VIH/SIDA Sim Não Se sim, preencha 6

2. EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO DO VIH/SIDA

2.1 Quais dos seguintes grupos inclui no seu público-alvo?

Alunos do ensino pré-primário ou primário Sim Não Alunos do liceu/jovens Sim Não Alunos e pessoal de instituições terciárias Sim Não Membros da comunidade (incluindo eventos públicos e da comunidade, porta-a-porta) Sim Não Membros de organizações comunitárias Sim Não Líderes tradicionais Sim Não Pessoas em bares e cafés Sim Não Profissionais do sexo Sim Não Curandeiros e endireitas Sim Não Crianças de rua Sim Não Vítimas de violação, violência sexual e/ou maus tratos domésticos Sim Não Pessoas que vivem com ou que são directamente afectadas pelo VIH/SIDA Sim Não Trabalhadores da área da saúde Sim Não Trabalhadores (mão-de-obra) Sim Não Membros de igrejas ou mesquitas ou de outras organizações de base religiosa Sim Não Outros: descreva outros públicos que pretenda alcançar 2.2 Em quais das seguintes áreas presta serviços de educação e prevenção?

Prevenção de comportamentos Sim Não Competências para a vida Sim Não Luta contra o estigma relacionado com o VIH/SIDA Sim Não Nutrição e VIH/SIDA Sim Não Actividade de geração de rendimentos incluindo pequenas hortas Sim Não Respostas culturais ao VIH/SIDA Sim Não Respostas religiosas ao VIH/SIDA Sim Não Primeiros socorros e VIH/SIDA Sim Não Prevenção da transmissão do VIH de mãe para filho Sim Não Intervenções orientadas: p. ex., profissionais do sexo ou camionistas Sim Não Educação e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (IST) Sim Não Profilaxia pós-exposição Sim Não Serviços de saúde vocacionados para os adolescentes Sim Não Distribuição de preservativos Sim Não Serviços de aconselhamento e apoio Sim Não

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2.3 Serviços de ATV (aconselhamento e testes voluntários)

A sua organização dispõe de aconselhamento e testes voluntários? Sim Não Em caso afirmativo, qual é o custo deste tipo de serviços? É possível uma pessoa obter ATV mediante pedido? (ou seja, sem indicação médica) Sim Não É prestado algum aconselhamento de acompanhamento? Sim Não Pensa ter capacidade para ATV? Sim Não Considera que o ATV é uma área prioritária? Sim Não 2.4 Serviços de pós-exposição e profilaxia pós -exposição (PEP)

A sua organização fornece PEP e medicação anti-retroviral (ARV) após um ferimento com picada de agulha?

Sim Não

A sua organização fornece PEP e medicação ARV após uma violação? Sim Não É possível uma pessoa obter PEP mediante pedido? (ou seja, sem indicação médica) Sim Não É prestado algum aconselhamento? Sim Não É prestada alguma monitorização médica? Sim Não Qual é o custo deste tipo de serviços? 2.5 PLWHA como educadores

A sua organização utiliza pessoas VIH-positivas como educadores? Sim Não São remuneradas pelos serviços prestados? Sim Não Quem lhes ministrou formação para este trabalho? 2.6 Programas e políticas para o local de trabalho

A sua organização tem uma política de luta contra o VIH/SIDA para os funcionários? Sim Não A sua organização está envolvida na ajuda a outras organizações para desenvolver políticas para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA?

Sim Não

A sua organização está envolvida em promover respostas ao VIH/SIDA nos locais de trabalho?

Sim Não

Explique: 2.7 A quais dos seguintes materiais educativos tem acesso?

Vídeos Sim Não Em que idioma: Pósteres Sim Não Em que idioma: Panfletos Sim Não Em que idioma: Outros Sim Não Em que idioma: Tem dificuldades em obter materiais de divulgação? Sim Não De que tipo de materiais precisa e sobre que temas?

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2.8 Caso a sua organização distribua preservativos

São distribuídos gratuitamente? Sim Não São distribuídos preservativos femininos? Sim Não Quantos preservativos são distribuídos por mês? Masculinos: Femininos: Onde é feita a distribuição? Como é feita a distribuição? Onde são obtidos? Tem dificuldades em obter preservativos para distribuição? Sim Não Outros comentários: 2.9 De que assistência necessita para melhorar os seus esforços de prevenção? 3. ASSISTÊNCIA E APOIO A PLWHA E FAMÍLIAS DIRECTAMENTE AFECTADAS

3.1 Em que áreas da assistência e apoio se concentra a sua organização?

Órfãos e crianças vulneráveis Sim Não Serviços de assis tência social Sim Não Subsídios Sim Não Aconselhamento Sim Não Grupos de apoio Sim Não Abrigo e alojamento Sim Não Pessoas que vivem com VIH/SIDA Sim Não Apoio por pares Sim Não Famílias de apoio e prestadores de assistência Sim Não Assistência por internamento para doentes com SIDA Sim Não Cuidados terminais Sim Não Apoio aos prestadores de cuidados de saúde Sim Não Assistência domiciliária Sim Não Formação para assistência domiciliária Sim Não Assistência temporária (cuidados temporários por internamento) Sim Não Assistência emocional Sim Não Assistência espiritual (pastoral) Sim Não Promoção da assistência comunitária Sim Não

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Cuidados físicos (mudar a cama, dar banho, vestir, cuidados físicos básicos) Sim Não Assistência financeira (incluindo aconselhamento financeiro e taxas) Sim Não Assistência doméstica (incluindo cozinhar e limpar) Sim Não Apoio nutricional (incluindo alimentos e suplementos nutritivos) Sim Não Tratamento de infecções oportunistas Sim Não Reforço ao sistema i munitário (vitaminas e outros) Sim Não Consultas médicas para PLWHA Sim Não 3.2 Quem presta assistência na sua organização?

Trabalhadores da comunidade Sim Não Enfermeira profissional Sim Não Médicos Sim Não Voluntários prestadores de cuidados de saúde Sim Não Pessoal profissional (pago) Sim Não Outros: (explique) 4. TRATAMENTO (apenas para organizações que disponibilizem tratamento)

4.1 Que tipo de tratamento é disponibilizado?

Consulta em clínica de cuidados primários que disponibiliza tratamento de infecções oportunistas

Sim Não

Gestão “sindrómica” das IST Sim Não Gestão “sindrómica” da TB Sim Não Apoio ao DOTS Sim Não Terapia anti -retroviral paga pelo paciente (incluindo assistência médica) Sim Não Testes de medicamentos anti-retrovirais Sim Não 4.2 Que formas de assistência necessita de melhorar nos seus esforços de tratamento? 5. FORMAÇÃO (apenas para organizações que ministrem formação)

5.1 Ministra formação nas seguintes áreas ou para os seguintes grupos?

Capacidades de aconselhamento (com ênfase no VIH/SIDA) Sim Não Assistência domiciliária/Cuidados paliativos Sim Não Formação para formadores de competências para a vida Sim Não Curandeiros Sim Não Trabalhadores de outras organizações locais, que não a sua Sim Não Questões de atribuição de poderes às mulheres Sim Não Questões de discriminação sexual Sim Não

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Nutrição e VIH/SIDA Sim Não Profissionais da área da saúde Sim Não Formação de educadores da comunidade, incluindo educadores pares Sim Não Outros (especifique) 5.2 Que (1) habilitações profissionais e (2) experiência possui o principal formador da sua organização? (1) (2) 6. ASSISTÊNCIA JURÍDICA E DIREITOS (apenas para organizações que disponibilizem estes serviços) A sua organização tem um programa que disponibilize educação em matéria de direitos no âmbito do VIH/SIDA?

Sim Não

A sua organização tem alguém que dê aconselhamento jurídico no âmbito do VIH/SIDA?

Sim Não

Explique 7. QUAIS SÃO OS PLANOS DA SUA ORGANIZAÇÃO PARA O FUTURO NO ÂMB ITO DA RESPOSTA AO VIH/SIDA? 7.1 Planos que apenas foram discutidos, mas não implementados. 7.2 Planos que foram implementados como acção-piloto ou que estão em processo de implementação. 7.3 Planos que já estão totalmente implementados mas serão ainda mais desenvolvidos.

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7.4 Quais são os principais obstáculos e desafios que a organização enfrenta para cumprir a sua missão no que diz respeito ao VIH/SIDA?. 8. REDES ORGANIZACIONAIS

8.1 Ligações organizacionais

A. Enumere as organizações com as quais mantém contacto regular (pelo menos uma vez por semana) no âmbito do seu trabalho de combate ao VIH/SIDA.

B. Enumere as organizações com as quais mantém contacto, pelo menos, uma vez por mês, mas não uma vez por semana, no âmbito de questões relacionadas com o VIH/SIDA.

8.2 De que forma é que a sua organização encaminha os pacientes ou clientes para outras organizações? (pode escolher mais de uma opção)

fax telefone carta

Outras: (explique) 9. PESSOAL

Núme ro de pessoas da sua organização. Número de pessoas envolvidas em programas de luta contra o VIH/SIDA. Número de voluntários que trabalham com a sua organização. Em média, quantas horas é que cada voluntário trabalha para a organização por mês? As despesas dos voluntários estão cobertas? Sim Não

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10. FINANCIAMENTO

Quais são as fontes de financiamento da sua organização? (caso existam) Orçamento anual da sua organização. Orçamento gasto em programas de luta contra o VIH/SIDA. Já alguma vez os programas ou actividades da sua organização foram avaliados? Sim Não Em caso afirmativo, explique: A sua organização recebe apoio financeiro do Governo? Sim Não Qual é a fonte de financiamento governamental? Qual é o montante anual do financiamento governamental? ACTIVIDADES ADICIONAIS: Exercício de mapeamento Sempre que o tempo e os recursos o permitam, poderá ser útil realizar um exercício de mapeamento para melhor compreender a distribuição geográfica dos serviços, sobretudo em distritos ou municípios de maiores dimensões que cubram várias cidades pequenas e zonas rurais. É dada ênfase à prestação de serviços e ao alcance das intervenções, pelo que a distância e os acessos através de meios de transporte são factores importantes na diferenciação das áreas. Tarefa: Defina o número de áreas distintas que seja necessário e atribua uma letra a cada uma dessas áreas. Como parte do fornecimento do questionário, deve mostrar o mapa do município à pessoa que responde e pedir-lhe para identificar no mapa a sua localização actual. A pessoa que responde ao questionário deve ficar genericamente familiarizada com as diferentes áreas especificadas no mapa: por ex., A, B, C, D, E. Em seguida, devem ser colocadas as seguintes questões: 11. Mapeamento da estrutura de resposta ao VIH/SIDA: assinale com um visto (PP ) TODAS as opções aplicáveis: Em que áreas geográficas presta serviços? Primeiro, escreva o nome do serviço e, em seguida, assinale as caixas aplicáveis.

Áreas geográficas

Serviço: A B C D E Serviço: A B C D E Serviço: A B C D E Serviço: A B C D E Serviço: A B C D E Em que áreas possui instalações? A B C D E De que áreas é oriunda a maior parte dos seus clientes/ pacientes? A B C D E Caso tenha planos operacionais para alargar o seus serviços a áreas onde actualmente não presta serviços, quais são as áreas onde espera vir a prestar serviços no próximo ano?

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Escreva quaisquer comentários adicionais:

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4. Análise do questionário O procedimento apresentado em seguida para analisar os dados do questionário não requer qualquer conhecimento especializado de métodos de pesquisa; tudo o que é necessário é tempo, empenhamento e a capacidade para escrever um resumo. Para trazer rigor ao processo de elaboração de uma versão final, duas pessoas diferentes podem escrever resumos e comparar as suas interpretações, ou podem escrevê-lo em conjunto, discutindo os diferentes aspectos no decurso da elaboração. a. Deve escrever os nomes das organizações numa lista com duas colunas, indicando os tipos de

serviços prestados por cada organização. Nome da organização Serviços Organização x § Serviço completo de ATV

§ Grupos de apoio etc. b. Para cada área de serviços, elabore uma lista com duas colunas indicando as organizações activas

na área e as capacidades, recursos e serviços específicos que têm. Área do serviço: ATV Nome da organização Serviços específicos 1. Organização x § Aconselhamento antes e depois dos testes

§ Grupos de apoio § Aconselhamento de acompanhamento

2. Organização y § Serviços laboratoriais 3. Organização z § Serviço completo de ATV

§ Programa de PTME 4. etc. c. Em seguida, deve criar uma lista de organizações para cada uma das áreas de serviços

específicos das secções 2 a 6 do questionário. Área do serviço: ATV Serviços específicos Organização 1. Aconselhamento antes dos testes § Organização B

§ Organização D § Organização K §

2. Divulgação do ATV § Organização D 3. etc. § d. Deve estudar cada uma das tabelas da fase 3 (Assistência e apoio) e redigir uma descrição sucinta

do leque de serviços prestados na área. Esta descrição deve tentar compreender: que áreas são negligenciadas ; em que áreas há sobreposições e duplicações ; e onde existem possibilidades óbvias de colaboração. Ao elaborar estas descrições, deve sintetizar os comentários tecidos pelas organizações relativamente aos desafios, dificuldades, necessidades e planos (dados qualitativos das secções 2 a 7).

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e. É possível elaborar descrições das áreas onde existam fortes possibilidades de integração funcional de diferentes serviços em pontos de prestação de serviços.

f. Uma secção das relações entre organizações pode ser escrita verificando quais as organizações que

comunicam activamente entre si (secção 8 do questionário). Consultando as tabelas criadas com base no processo analítico “c” anteriormente apresentado, deve descrever as áreas onde é possível optimizar a colaboração.

g. Deve elaborar uma secção sobre os recursos de pessoal e financiamento (secções 9 e 10 do

questionário) disponíveis para as OSC, incluindo descrições sintéticas sobre cada um dos seguintes tópicos: fundos totais disponíveis para as OSC; níveis de financiamento de diferentes áreas da prestação de serviços; áreas de serviços onde existe mais e onde existe menos apoio, incluindo fontes de apoio governamentais; e áreas onde existe mais e onde existe menos apoio especializado e se recorre à assistência de voluntários.

h. Caso tenha realizado o exercício de mapeamento (secção 11), utilize o formato de duas colunas

apresentado em seguida para criar listas dos serviços disponíveis em cada área. Área Serviços 1. Área A § Assistência domiciliária 2. Área B § Serviços completo de ATV

§ Assistência domiciliária § Assistência temporária § Projectos educativos: escolas § Grupo de pares: formação; apoio

Com base nestas informações, deve elaborar uma descrição da distribuição dos programas de serviços da área. i. As etapas anteriores devem ser um bom ponto de partida para o desenvolvimento de uma base de

dados de organizações locais que prestam serviços no âmbito do VIH/SIDA. O processo de criação da base de dados terá de ser iniciado pelos OPL e activamente mantido pela equipa de tarefas para o VIH/SIDA no âmbito dos OPL ou, depois de estabelecida, pela rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA.

5. Apresentação dos resultados § Apresente os resultados num workshop com a duração de um dia realizado com a presença das

OSC e de membros da equipa de tarefas para o VIH/SIDA. Poderá dedicar metade do tempo à apresentação dos resultados e o restante à identificação, em conjunto, de áre as de colaboração e recomendações para coordenação e futuro desenvolvimento.

§ Proponha a formação de uma rede local de parcerias de combate ao VIH/SIDA (RPVS,

Ferramenta 1.7) que poderá ser organizada pelos OPL ou, caso já exista uma, proponha que os resultados do questionário sejam adoptados para uma reunião de planeamento nesta matéria e utilizados como base para integrar a temática do VIH/SIDA no plano de desenvolvimento dos OPL.

§ Conclua o trabalho da equipa de tarefas de auditoria redigindo as recomendações resultantes da

reunião e entregando-as ao responsável da RPVS que convocou a reunião.

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3. Desenvolvimento de uma estratégia de resposta do poder local ao VIH/SIDA

Ferramentas: A. ESTRATÉGIA INTERNA

3.1 Desenvolvimento de uma estratégia interna: perspectiva geral 3.2 Conformidade com os requisitos mínimos para o local de trabalho: lista de verificação 3.3 Modelo de política para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA: exemplo

B. ESTRATÉGIA EXTERNA 3.4 Documento de estratégia externa: exemplo 3.5 Desenvolvimento da estratégia de resposta externa do PL ao VIH/SIDA: folha de trabalho 3.6 Promoção da integração funcional: gestão de tarefas

OBJECTIVO: O objectivo de uma estratégia é fornecer uma estrutura para a forma como os OPL irão abordar o problema do VIH/SIDA na respectiva localidade. Esta estrutura deve identificar os objectivos da estratégia, a forma como esses objectivos serão atingidos e o que estará envolvido nesse processo. O fluxograma apresentado adiante mostra o contínuo de relações e actividades envolvidas no desenvolvimento e implementação de uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA. MODO DE UTILIZAÇÃO: A existência de uma subequipa da política para o local de trabalho (Ferramenta 1.7) poderá facilitar o desenvolvimento de uma estratégia interna (local de trabalho) (Ferramentas 3.1, 3.2, 3.3). O desenvolvimento desta política poderá ocorrer em simultâneo ou após o desenvolvimento da estratégia externa (Ferramentas 3.4 a 3.6). Nota: Uma estratégia com um amplo apoio necessita de muita consulta e de muitos intervenientes. Este processo poderá demorar algum tempo, mas valerá a pena.

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¢ 3.1 Desenvolvimento de uma estratégia interna: perspectiva geral Etapa 1: Criar uma subequipa da política para o local de trabalho (consulte a Ferramenta 1.6) Etapa 2: Recolher todas as informações de contextualização necessárias 9 . [Poderá incluir políticas nacionais existentes para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA, políticas do PL existentes para o local de trabalho, avaliações do impacto local (consulte as Ferramentas 2.1 a 2.4) e orçamentos disponíveis.] Etapa 3: Alcançar um consenso acerca dos seguintes aspectos: § Metas § Princípios orientadores § Elementos da política Etapa 4: Esboçar uma versão provisória da política (Ferramenta 3.3, abaixo) Etapa 5: Garantir uma ampla consulta de opiniões acerca da política, em seguida, revê-la com base no feedback obtido. (Os intervenientes a consultar incluem as associações profissionais, representantes dos sindicatos e grupos de parceiros a quem poderá ser solicitada a prestação de serviços ou formação para implementação da política.) Etapa 6: Desenvolver um plano de implementação e fornecer a política a todo o pessoal do PL. ¢ 3.2 Conformidade com os requisitos mínimos para o local de trabalho: lista

de verificação Os requisitos mínimos são um mecanismo utilizado na África do Sul e servem de orientação para as respostas ao VIH/SIDA no local de trabalho. Embora não exijam especificamente o desenvolvimento de uma política para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA, contêm princípios importantes que deverão ser incluídos em qualquer política interna que seja desenvolvida. As questões apresentadas em seguida poderão servir de orientação para os requisitos mínimos: A política: § proíbe uma discriminação injusta e fornece as medidas necessárias para promover a não-

descriminação com base no VIH/SIDA? § proíbe a realização de testes de VIH sem autorização legal? § promove o ATV? § garante confidencialidade relativamente ao estado de VIH de um funcionário?

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§ garante programas de educação, sensibilização e prevenção do VIH/SIDA? § incentiva a abertura e aceitação das PLWHA? § fornece as medidas necessárias para avaliar e prevenir o risco de exposição ocupacional ao VIH? § fornece as medidas necessárias para permitir a compensação de funcionários infectados em

consequência de um acidente de trabalho? § atribui responsabilidades pelo VIH/SIDA? § fornece uma estratégia de comunicação acerca de aspectos relacionados com o VIH/SIDA? § estabelece disposições para monitorizar e avaliar a política? § tem em consideração as implicações da discriminação sexual de todos os aspectos anteriores e

estabelece disposições relativamente a estas questões no ambiente de trabalho? Estes requisitos mínimos destinam-se a servir de base para o desenvolvimento de qualquer política. Uma política para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA deve, na medida em que o orçamento e a capacidade o permitam, abordar questões de prevenção, assistência e mitigação. ¢ 3.3 Modelo de política para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA:

exemplo O desenvolvimento de uma política dos OPL para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA deve ser coordenado pelos membros de uma subequipa da política para o local de trabalho (consulte a Ferramenta 1.6) e esta deve ser desenvolvida e implementada em conformidade com as políticas nacionais para o local de trabalho.

MODELO DE POLÍTICA PARA O LOCAL DE TRABALHO NO ÂMBITO DO VIH/SIDA

Contexto Esta secção poderá incluir: § Um breve parágrafo sobre a gravidade do VIH/SIDA e o risco que representa para o

bem-estar da comunidade e do tecido social do país. § Uma declaração de que as comunidades necessitam de OPL fortes para apoiarem a

luta contra a SIDA ao nível da comunidade. Deve ficar claro que as próprios OPL são susceptíveis de sofrer os efeitos do VIH/SIDA e que a sua capacidade de liderar e prestar serviços está ameaçada pela epidemia.

§ Uma declaração da necessidade de desenvolver e implementar programas e políticas abrangentes dos OPL para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA, por forma a que o município possa minimizar o impacto do VIH/SIDA no seu funcionamento e para que os OPL possam dar um exemplo de boas práticas à comunidade na resposta à epidemia e no cuidado pelo bem -estar dos seus membros.

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§ Uma declaração de que o programa para o local de trabalho complementa a

estratégia de luta dos OPL contra o VIH/SIDA, o que expressa o empenho dos OPL no apoio à luta contra a SIDA em todo o seu funcionamento.

Princípios Esta secção define os princípios nucleares da abordagem dos OPL ao VIH/SIDA. Estes podem incluir, entre outros: § O princípio da consulta dos funcionários e respectivos representantes no

desenvolvimento e implementação da política. § O princípio da concessão aos funcionários com VIH/SIDA os mesmos

direitos e responsabilidades (não-discriminação) concedidos a todos os funcionários, tendo por base o direito de confidencialidade relativamente ao seu estado de VIH.

§ O princípio de que os funcionários não serão obrigados a realizar testes de VIH e, sempre que estes sejam realizados, será com autorização informada e acompanhados de aconselhamento.

Empenhamento Elementos-chave do programa

Esta secção descreve: § O empenhamento dos recursos humanos e financeiros necessários para

desenvolver, implementar e manter o programa para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA e deve indicar os acordos orçamentais que irão apoiar o programa.

§ O empenhamento da liderança dos OPL na implementação prática da política.

Trata-se das características essenciais do que se pode esperar de uma política para o local de trabalho. Os pormenores variam consoante os tipos e dimensões dos OPL, mas os conceitos centrais podem ser facilmente adaptados a cada situação.

1. Coordenação e gestão § Nomeação de um ponto focal para o VIH/SIDA apoiado por uma equipa de

tarefas com representantes de todos os departamentos dos OPL e mandatado para responder perante a administração.

§ Assunção da responsabilidade por parte desta pessoa para traduzir a política para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA num programa para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA.

§ Apresentação regular de relatórios sobre a evolução do programa à Comissão de gestão/executiva dos OPL.

§ Garantia de que a liderança dos OPL irá utilizar as oportunidades adequadas para demostrar o seu apoio ao programa para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA.

§ Recrutamento: declaração de que, caso se considere que um candidato é adequado para realizar as funções a que se propõe, não lhe será negado o emprego por ser VIH-positivo.

§ Os OPL realizarão uma análise anual das necessidades internas da implementação da política para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA, incluindo uma análise das necessidades modificadas do programa para o local de trabalho à medida que a epidemia evolui.

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§ Os OPL deverão encomendar as avaliações de impacto necessárias para

fundamentar o planeamento estratégico, incluindo uma avaliação dos custos da epidemia para o município devido a infecção por VIH no âmbito dos OPL.

§ Os OPL deverão rever regularmente as regalias dos funcionários no contexto do impacto da epidemia.

§ Os OPL deverão desenvolver um plano de transmissão de capacidades como parte do desenvolvimento dos recursos humanos no contexto do VIH/SIDA.

§ O programa para o local de trabalho será sujeito a uma monitorização e revisão constantes. Serão recolhidos e analisados dados que permitam monitorizar as tendências registadas.

§ Quaisquer alterações efectuadas na política serão comunicadas a todos os funcionários.

2. Prevenção § Informação e educação : acesso a programas de educação abrangentes e

contínuos, incluindo actividades de consciencialização e distribuição de pequenos materiais de divulgação.

§ Educação por pares : utilização de educadores-pares no local de trabalho que serão formados e apoiados para divulgar informações sobre o VIH/SIDA.

§ Métodos de barreira : livre acesso a preservativos para protecção contra IST e VIH.

§ Aconselhamento e testes de VIH § Gestão de IST § Exposição ocupacional

3. Assistência e apoio § Cuidados de saúde: embora não exista cura para a infecção por VIH, os

cuidados de saúde preventivos e a mudança de estilo de vida (incluindo informações nutricionais) podem alterar significativamente a qualidade e a esperança de vida das PLWHA. Os OPL devem empenhar-se na disponibilização de intervenção e educação sustentável em relação a estilos de vida saudáveis como parte integrante do conjunto de serviços de saúde oferecidos aos funcionários.

§ Aconselhamento: os OPL devem fazer todos os esforços para disponibilizar o acesso a aconselhamento para os funcionários infectados e afectados, seja no trabalho ou em parceria com serviços da comunidade.

§ Comunicação: quando um funcionário já não conseguir desempenhar as suas funções devido à doença por VIH, deve ser incentivado a informar o respectivo supervisor.

§ Protecção dos direitos dos funcionários com VIH : a não-discriminação e a protecção dos direitos dos funcionários com VIH/SIDA são essenciais para criar um ambiente propício para um programa eficaz para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA. Os OPL terão um papel decisivo para evitar a discriminação e promover direitos iguais, independentemente do estado de VIH.

§ Regalias: os funcionário VIH-positivos têm direito às mesmas regalias que os funcionários não infectados.

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¢ 3.4 Documento de estratégia externa: exemplo A estratégia deve ser um documento simples e directo que possa ser compreendido por pessoas que não conheçam pormenorizadamente os OPL. A estrutura apresentada em seguida fornece um exemplo de uma es tratégia narrativa. Nota: Poderá ser útil incluir uma secção de contextualização/ fundamentação que descreva a epidemia de VIH/SIDA na localidade e o porquê da acção do PL. Consulte a secção “Introdução”, no texto principal, para obter a fundamentação geral. Visão:

O município X irá reduzir a taxa de transmissão do VIH/SIDA e garantir um ambiente seguro e acolhedor às pessoas que vivem com VIH/SIDA ou que por ele são afectadas. Metas:

[Declarações acerca das áreas prioritárias e o porquê de os OPL as abordarem.] 1. Garantir que todos os jovens tenham acesso a informações e recursos para tomarem decisões

seguras relativamente a questões sexuais. 2. Criar um ambiente livre do estigma do VIH/SIDA. 3. Garantir que as pessoas e famílias afectadas pelo VIH/SIDA não sejam empurradas para uma

situação de pobreza devido à doença.

Objectivos:

[Forma como a estratégia se propõe a atingir as metas traçadas. Se os objectivos foram cumpridos, deverão permitir a concretização da meta traçada. Poderão existir diversos objectivos por cada meta.]

1. Garantir que todos os estudantes do sétimo ano compreendam os riscos do VIH/SIDA e saibam como devem proteger-se.

2. Garantir que todo o pessoal das clínicas de cuidados primários foi sensibilizado para as políticas de confidencialidade e que as respeita.

3. Garantir que todas as pessoas e famílias afectadas pelo VIH/SIDA conhecem os seus direitos e os serviços que têm à sua disposição.

¢ 3.5 Desenvolvimento da estratégia de resposta externa do PL ao VIH/SIDA:

folha de trabalho Etapa 1: Recolher informações sobre as áreas prioritárias (Ferramentas 2.2 e 2.3), sobre a avaliação dos OPL (Ferramentas 2.4 a 2.6) e sobre as respostas locais existentes (Ferramenta 2.7). Etapa 2: Articular as áreas prioritárias

11. As áreas prioritárias devem reflectir as necessidades locais

específicas identificadas na Secção 2 (p. ex. necessidades da juventude ainda não resolvidas, riscos específicos de género, impacto negativo do estigma no acesso à assistência por parte das PLWHA e na utilização de ATV, impacto do VIH/SIDA nas famílias vulneráveis, etc.). As áreas prioritárias devem incluir os alvos de prevenção, assistência e mitigação.

ESTRATÉGIA EXTERNA

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Etapa 3: Para cada uma das áreas prioritárias identificadas, reflectir sobre as funções e responsabilida des dos OPL por forma a ver se existem quaisquer pontos fortes ou fracos específicos que influenciem ou definam o âmbito de aplicação da resposta dos OPL. Etapa 4: A área de actividades dos OPL deve ser desenvolvida através da consulta de todos os departamentos dos OPL. Em primeiro lugar, partilhe a lista de áreas prioritárias (secção a da caixa apresentada em seguida) e os pontos fortes/pontos fracos dos OPL (b) com todos os departamentos dos OPL e solicite -lhes que elaborem uma lista de quaisquer actividades existentes nesta área (c). A parte principal do exercício será para os departamentos recomendarem actividades que poderiam realizar (integrar) para dar resposta às áreas prioritárias. Estas actividades devem ser facilmente integradas no trabalho actualmente realizado e não deverão necessitar de novos programas alargados. Alguns departamentos poderão envolver-se na resposta a muitas das áreas prioritárias; outros poderão envolver-se apenas em algumas (consultar a Caixa 3.2 das Medidas). Depois de todos os departamentos entregarem as suas propostas, a equipa de tarefas deve seleccionar as actividades que serão incluídas na estratégia

12 (d) . Depois de revista, esta lista deve ser reenviada aos

departamentos, que definirão os orçamentos e planos de implementação (Secção 4). Estas tarefas também podem ser realizadas num workshop . Etapa 5: Após a equipa de tarefas ter uma perspectiva mais exacta das actividades que serão integradas nas actividades dos OPL, pode então identificar quais as actividades que po derá apoiar, contratar e incentivar entre os prestadores de serviços locais. A equipa de tarefas pode iniciar o processo identificando as áreas críticas onde a contratação de serviços de parceiros terá uma elevada prioridade. Em seguida, pode elaborar uma lista das actividades desejáveis que poderá querer apoiar ou ajudar (e). Esta lista provisória deve ser partilhada com a rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA, discutida e negociada.

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Guia dos órgãos do poder loc al para o combate ao VIH/SIDA

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FOLHA DE TRABALHO DA ESTRATÉGIA: CONSOLIDAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

a. Definição das prioridades

b. Avaliação dos pontos fortes/ fracos dos OPL

c. Os OPL já estão a dar resposta a esta questão? Em caso afirmativo, como?

d. Identificação das áreas de actividade dos OPL

e. Identificação das áreas de actividade dos parceiros.

Áreas prioritárias (consulte as Ferramentas 2.1, 2.2 e 2.3)

1. Pontos fortes dos OPL (P. forte). 2. Pontos fracos dos OPL (P. fracos) (consulte as Ferramentas 2.5, 2.6)

SIM (explique) NÃO 1. Em que departamentos os OPL poderiam abordar esta questão (no âmbito do seu mandato)? 2. Que actividades poderiam os OPL integrar no seu trabalho?

Que actividades poderiam ser contratadas junto dos parceiros locais? (consulte a Ferramenta 2.7) (Parcerias) 1. Actividade 2. Parceiros 1. Formar professores na área da prevenção do VIH/SIDA 2. OSC

1. Desenvolver materiais de educação e informação sobre VIH/SIDA orientados para os jovens 2. OSC

Conseguir fazer com que a prevenção contra o VIH/SIDA alcance a juventude em risco

P. forte – Iniciativa recente a nível nacional para abordar a temática do VIH/SIDA nas escolas, criando um ambiente receptivo a estas iniciativas P. fraco – Os professores não receberam devido a problemas de receitas do distrito P. fraco – O programa curricular é controlado pelo ministério central. O novo programa ainda não está disponível. P. fraco – Clínicas de CSP com falta de pessoal e sem tempo para intervenções de saúde não essenciais.

SIM (explique) NÃO 1. Departamentos da Educação, Saúde, parques, gabinete do Presidente de Câmara 2. Educação: - Permitir a utilização de escolas para campanhas de prevenção do VIH/SIDA coordenadas por grupos de jovens da comunidade. - Solicitar formação na área da prevenção do VIH/SIDA para professores. - Desenvolver um programa de certificação para estudantes do 7º ano na área da prevenção do VIH/SIDA. 3. Saúde: - Afixar mensagens de saúde para os jovens nas clínicas de CSP. - Solicitar formação para o pessoal das clínicas de CSP com vista ao esclarecimento dos jovens - Criar um ponto discreto de distribuição de preservativos para os jovens (no centro comunitário, áreas de desporto) Parques: - Utilizar painéis para afixar mensagens de saúde para os jovens. - Durante eventos desportivos públicos, incluir alguns programas de sensibilização para o VIH/SIDA (música, sessões de teatro, cinema, etc.)

1. Organizar actividades pós-escolares seguras para jovens em risco 2. OSC (organizações de base religiosa)

Gabinete do Presidente de Câmara: Solicitar aos Presidentes de Câmara que dialoguem com os jovens sobre questões relacionadas com o VIH/SIDA e convidar um representante dos jovens para fazer parte da equipa de tarefas.

1. Organizar workshops para raparigas em risco sobre VIH/SIDA, auto-estima e planeamento familiar 2. OSC (organizações de mulheres)

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1. Providenciar formação e organizar workshops para os OPL, estudantes e outras ONG 2. OSC (organizações de PLWHA)

1. Criar serviços adicionas de ATV 2. OSC

1. Desenvolver uma campanha de esclarecimento da comunidade para combater o estigma 2. OSC (organizações de base comunitária)

1. Sensibilizar os funcionários da área da saúde para questões relacionadas com o estigma e a confidencialidade 2. OSC (empresas privadas de consultoria)

Reduzir o estigma associado ao VIH/SIDA. a) no tratamento de PLWHA e respectivas famílias b) enquanto obstáculo ao acesso ao ATV

P. forte – O Presidente de Câmara tem abordado com bastante frequência a importância da redução do estigma. P. fraco – Os prestadores de saúde dos hospitais de referência, que não estão sob a jurisdição dos OPL, mostram-se relutantes em tratar pacientes VIH-positivos.

SIM (explique) NÃO 1. Gabinete do Presidente de Câmara, departamentos da Saúde, Educação 2. Gabinete do Presidente de Câmara: - Lançar campanhas municipais contra o estigma, convidando líderes da comunidade a falar sobre o assunto. - Certificar-se de que são cumpridas todas as políticas contra a discriminação. Pessoal dos OPL: - Convidar representantes das organizações de PLWHA para realizarem workshops em colaboração com o pessoal dos OPL. Saúde: - Insistir junto do órgão Distrital ou Regional de Luta contra a SIDA (ou do Ministério da Saúde) para organizar um fórum contra o estigma. - Solicitar workshops de sensibilização para todos os funcionários da área da saúde (de preferência, um workshop com funcionários locais e distritais da área da saúde), as acções de sensibilização deverão incluir questões relacionadas com a confidencialidade. - Reforçar a sensibilização para o serviço de ATV através de campanhas públicas de educação e esclarecimento da comunidade. Educação: Convidar membros de um grupo de PLWHA para falarem aos estudantes sobre o VIH/SIDA.

1. Divulgar mensagens de informação e educação e realizar espectáculos para acabar com o estigma. OSC (grupos de jovens)

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Guia dos órgãos do poder loc al para o combate ao VIH/SIDA

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¢ 3.6 Promoção da integração funcional; gestão de tarefas Para além da integração das actividades de combate ao VIH/SIDA no trabalho dos OPL e da contratação de serviços adicionais junto de parceiros, uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA deverá abordar as relações entre todos os serviços disponíveis, especialmente os serviços ligados à saúde e à assistência social. Isto designa -se por integração funcional e visa, simplesmente, garantir que existam ligações apropriadas e serviços de encaminhamento entre todos os prestadores de cuidados de saúde e funcionários da assistência social que trabalhem na área do VIH/SIDA (por ex., aconselhamento e testes voluntários (ATV), assistência domiciliária (HBC), tratamento hospitalar, aconselhamento nutricional e de saúde, etc.). Os OPL podem estar bem posicionados para tornar este processo mais simples, uma vez que podem manter o contacto com todos os prestadores de serviços públicos de saúde da região (em muitos casos, um hospital pode ser utilizado por vários municípios). A integração funcional diz respeito à coordenação de serviços de saúde, aconselhamento e assistência social de modo a que os serviços essenciais fiquem interligados de uma forma lógica e transparente. Quem: O ponto focal pode optar por desenvolver uma pequena subequipa (um ou dois membros da equipa de tarefas, incluindo um representante do Departamento de Saúde) para levar a cabo a integração funcional. Tarefa: Elaborar uma lista de todos os serviços de saúde, públicos e privados (não governamentais), prestados pela comunidade no domínio do VIH/SIDA. Utilize a Secção 8 da Ferramenta 2.7 para identificar todas as ligações existentes entre os serviços privados de saúde. Solicite ao representante de Departamento de Saúde que identifique quaisquer ligações que possam existir entre serviços públicos de saúde e destes últimos com os serviços privados de saúde. Depois de identificadas estas ligações, utilize as listas de verificação abaixo para analisar onde e como o PL pode promover serviços de encaminhamento e ligações operacionais mais eficazes entre os prestadores de serviços locais. O resultado final deste processo deverá ser um conjunto de tarefas específicas que serão apresentadas a cada um dos prestadores de serviços de saúde (o que poderá incluir sugestões processuais, formulários de encaminhamento, etc.).

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Integração funcional

Os cuidados continuados referem-se ao estabelecimento de uma experiência de continuidade para utilizadores de serviços assistência, nos vários locais onde são prestados cuidados de saúde. Isto significa que serviços, que vão desde subsídios sociais a tratamento médico e apoio psicossocial, se encontram unidos num quadro integrado com vista a melhorar o acesso aos cuidados de saúde. Este processo pode ser tão simples como reestruturar os horários de atendimento das clínicas aos doentes com VIH/SIDA por forma a coincidirem com os serviços de apoio da assistência social ou disponibilizar instalações para serviços de apoio social em clínicas de saúde. Pode, no entanto, envolver alterações mais complexas e sistémicas relacionadas com procedimentos de encaminhamento. Pode, ainda, requerer que se desenvolvam serviços nos vários departamentos que desconheçam os métodos de trabalho uns dos outros (por ex., subsídios da segurança social e médicos) e, possivelmente, a vários níveis do governo. Desafios: estas alterações obrigam a uma coordenação e planeamento cuidadosos. Para além disso, a prestação de cuidados continuados não é uma tarefa fácil num contexto onde as alterações a nível dos serviços se fazem muito lentamente.

Prevenção e cuidados continuados: embora se saiba que o VIH é transmitido por pessoas que são VIH-positivas, estes raramente são os destinatários dos programas de prevenção do VIH/SIDA. Os esforços de prevenção podem ser redobrados atraindo aqueles que já se encontram infectados para o sistema de assistência do VIH/SIDA. Os programas de ATV, os programas de apoio às PWLHA e os programas de PTME (Prevenção da transmissão do VIH de mãe para filho) são exemplos de programas que requerem um desenvolvimento coincidente na área da prevenção e da assistência. Desafios: a sincronização da prestação dos serviços constitui um desafio, especialmente quando estão envolvidos diversos pontos de prestação de serviços.

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Guia dos órgãos do poder loc al para o combate ao VIH/SIDA

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Metas da integração funcional num contexto de VIH/SIDA:

A integração funcional pode assumir várias formas, incluindo:

§ Criação de serviços de prevenção e cuidados

continuados § Implementação de prestação de serviços

continuados de saúde e apoio social § Juntar os serviços de combate ao VIH/SIDA

e os serviços de saúde mental. § Estabelecer uma ligação entre os recursos da

comunidade e os serviços de saúde § A utilização de um serviço conduz à

utilização de outro § Aconselhamento em programas de IST e

VIH § Gestão integrada das epidemias da SIDA e

da TB (tuberculose) § Gestão sindrómica das IST e da TB. § Criação de sistemas de manutenção de

registos para promover encaminhamentos entre várias agências de uma forma simples e eficaz

§ Ligações de encaminhamento de rotina entre

diferentes prestadores de serviços. § Juntar os serviços de prevenção e cura, que

por vezes são prestados por diferentes níveis do governo (por ex., serviços de cura prestados a nível distrital e serviços de prevenção a nível dos OPL).

§ Juntar a prestação de dois ou mais serviços que anteriormente funcionavam separadamente

§ Adicionar serviços novos ou actualizados a uma clínica de CSP existente

§ Integrar CSP nas actividades comunitárias, familiares ou de d esenvolvimento.

§ Clínicas e pessoal polivalentes. § Efectuar o planeamento de programas que

incluam outros sectores e elaboração dos respectivos orçamentos.

§ Sistemas de informação com registos sobre as fontes e destinos de encaminhamento.

§ Visitas de fiscalização que abranjam todos os aspectos de um serviço.

§ Integração do tratamento de IST em cuidados de saúde primários, bem como programas de capacitação e prevenção a nível do comportamento dos jovens

§ Envolvimento de líderes tradicionais, igrejas e serviços de apoio à comunidade na prestação de serviços de assistência.

O apoio ao processo de integração funcional pode ser levado a cabo através de: § Divulgação e reconhecimento de exemplos de sucesso e promoção activa da integração funcional

associada aos serviços de combate ao VIH/SIDA. § Criação de modelos para a realização de uma integração funcional. § Protocolos de desenvolvimento para apoiar a prática da integração funcional (por. ex., novos

protocolos de manutenção de registos ou de encaminhamento). § Atribuição de autoridade adequada ao(s) agente(s) que motiva(m) e conduz(em) a integração

funcional. § Criação de expectativas, incentivos e apoio vertical por forma a atingir os objectivos da

integração funcional. § Prever o trabalho extra necessário numa fase inic ial da integração funcional.

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4. Implementação da estratégia de resposta do poder local ao VIH/SIDA

Ferramentas: a. PLANOS DE IMPLEMENTAÇÃO

4.1 Desenvolvimento de um plano de implementação (PI): lista de verificação 4.2 Estruturas para implementação: tabela

b. GESTÃO DE PARCERIAS 4.3 Estruturas para parcerias: lista de verificação 4.4 Tirar o melhor partido da assistência técnica: lista de verificação c. MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS 4.5 Fazer o orçamento da resposta do PL ao VIH/SIDA: exemplo 4.6 Ir aos sítios certos, identificar recursos: lista de verificação 4.7 Competências essenciais de gestão financeira: tabela 4.8 Aprovisionamento: categorias e métodos: tabela

OBJECTIVO: Durante a implementação de uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA, a equip a de tarefas, assistida pelos colegas dos OPL e pelos parceiros, deverá desenvolver um sistema de gestão apropriado para garantir que as actividades propostas são financiadas, implementadas e controladas. O desenvolvimento de um plano de implementação deverá ser acompanhado de perto pelo desenvolvimento de uma estrutura de monitorização e avaliação (Secção 5). MODO DE UTILIZAÇÃO: Muita da informação necessária para desenvolver um plano de implementação e garantir um financiamento seguro deverá ser reunida a partir dos exercícios anteriores no processo de desenvolvimento da estratégia. Uma vez que muitas das actividades da estratégia serão, efectivamente, levadas a cabo por parceiros, é importante identificar os tipos de relações e requisitos necessários para as gerir (Ferramenta 4.3, 4.4). Embora o ponto focal (com a equipa de tarefas) tenha a responsabilidade de consolidar o plano de implementação final do PL (Ferramenta 4.1, 4.2) e o orçamento (Ferramenta 4.5), os vários componentes serão fornecidos pelos departamentos dos OPL e pelos parceiros (Ferramenta 4.2). O ponto focal, juntamente com colegas do Departamento de Finanças, deverá determinar que fundos estão ou não disponíveis e onde e como angariar fundos adicionais (Ferramenta 4.6). Será também da sua responsabilidade reflectir sobre os procedimentos da sua gestão fiduciária (e os dos seus parceiros) para se certificarem de que receberão a aprovação dos potenciais doadores quando submetidos a uma verificação minuciosa (Ferramentas 4.7, 4.8).

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¢ 4.1 Desenvolvimento de um plano de implementação (PI): lista de verificação O plano de implementação deverá incluir: § A descrição do contexto da estratégia e as áreas prioritárias que esta tem por objectivo abordar

(Ferramenta 3.4) § Enumeração dos objectivos da estratégia § Actividades que permitirão alcançar estes objectivos § Breve descrição dos parceiros e intervenientes no programa e respectivas responsabilidades

(Ferramentas 3.5, 4.2) § Plano de monitorização de avaliação (Ferramenta 5.3) § Orçamento (Ferramenta 4.5) Questões sobre o processo: § O plano está organizado por fases adequadamente definidas e limitadas no tempo? § Quais são as metas globais e as metas a atingir no primeiro ano? Existe algum plano de trabalho

pormenorizado para o primeiro ano? § O plano de trabalho dá conta dos recursos financeiros e humanos disponíveis? Se esse não for o

caso, o que está ser feito nesse sentido? § Para quando está agendado o início da implementação? É importante que exista um equilíbrio

entre a necessidade de desenvolver bases para o programa como um todo e a necessidade de iniciar imediatamente a implementação, mesmo que em jeito de experiência ou em pequena escala.

§ A ‘aprendizagem’ foi eficazmente integrada no plano através da integração apropriada das

ferramentas de M&A? (Secção 5) § Existem sistemas sólidos de gestão financeira? § Quais são os indicadores de desempenho para o plano? ¢ 4.2 Estruturas para implementação: tabela Tarefa: Utilize as tabelas abaixo para identificar as actividades que serão levadas a cabo, quem será o responsável pela implementação e monitorização (é provável que o responsável não seja o mesmo), qual o orçamento necessário para o primeiro ano do projecto, que fundos já existem para esta actividade, que fundos são ainda necessários (isto fará parte da proposta de orçamento global) e quais serão os resultados específicos (quantificados) da actividade (ou seja, número de professores

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formados, microcréditos concedidos, etc.). Para além disso, deverão ser tidas em conta algumas considerações relacionadas com a actividade e as relações instauradas (ou seja, um contrato deverá depender do cumprimento de determinadas condições por parte do parceiro, etc.). Nota: O quadro de exemplos foi organizado para corresponder à estratégia externa (integração, integração funcional, criação de parcerias) e à estratégia interna (política para o local de trabalho). As parcerias utilizadas na implementação da política para o local de trabalho deverão ser incluídas na caixa Política para o local de trabalh o.

Integração

EXEMPLO: (Transmitir aos jovens competências de

prevenção do VIH/SIDA)

(Área prioritária X)

(Área prioritária Y)

(Área prioritária Y)

O quê (actividade) Afixar pósteres de sensibilização para o VIH/SIDA em todas as salas de aula

Actividade 2 Actividade 3 Actividade 4

1. Quem implementará? 2. Quem controlará?

1. Ponto focal para a educação, OSC 2. Responsável pelo departamento de educação

Orçamento (1º ano) (consulte a Ferramenta 4.5) Fundos disponíveis (Informação fornecida pelo ponto focal,

com o Departamento de Finanças/Gabinete responsável pela elaboração de orçamentos)

Fundos adicionais necessários

(diferença entre os 2 itens acima)

Resultados (1º ano) - Concepção e produção de 50 pósteres - Pósteres afixados em 50 salas de aula

Outras considerações

Integração funcional

EXEMPLO: (Ligar todos os serviços relacionados com o VIH/SIDA –criando cuidados

continuados)

(Área prioritária X) Actividade 2

(Área prioritária Y) Actividade 3

(Área prioritária Y) Actividade 4

O quê (actividade) Ligar todos os centros locais de ATV a uma OSC da área da nutrição

1. Quem implementará? 2. Quem controlará?

1. Ponto focal para a saúde, OSC, centros de ATV 2. Ponto focal para o VIH/SIDA

Orçamento (1º ano) (consulte a Ferramenta 4.5) Fundos disponíveis (Informação fornecida pelo ponto focal,

com o Departamento de Finanças/Gabinete responsável pela elaboração de orçamentos)

Fundos adicionais necessários

(diferença entre os 2 itens acima)

Resultados (1º ano) - Base de dados para identificar os pacientes - Formulário informativo para pessoas que recorrem ao ATV, com dados pessoais para fornecimento de alimentos, aconselhamento, assistência e outros serviços por parte das OSC locais

Outras considerações

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Parcerias

EXEMPLO: (Criar um ambiente seguro para órfãos e

crianças vulneráveis (OVC))

(Área prioritária X)

(Área prioritária Y)

(Área prioritária Y)

O quê (actividade) Fornecer alojamento e serviços a 125 OVC locais

Actividade 2 Actividade 3 Actividade 4

1. Quem implementará? 2. Quem controlará?

1. As OSC 2. Ponto focal para o VIH/SIDA

Orçamento (1º ano) (A determinar) Fundos disponíveis Pode incluir ajudas ‘em espécie’ (ou

seja, tempo disponibilizado pelo pessoal, espaço disponível em edifícios dos OPL, etc.)

Fundos adicionais necessários

(A determinar)

Resultados (1º ano) - Alojamento seguro e confortável para 125 OVC (possível utilização de edifícios desocupados que pertençam aos OPL)

Outras considerações Para além de ser uma actividade de parceria, a prestação de assistência aos OVC obrigará também a uma integração funcional (com professores, pessoal de HBC, etc.), para garantir que as crianças vulneráveis sejam identificadas e recebam o apoio necessário.

Política para o local de trabalho

EXEMPLO: (Certificar-se de que o pessoal dos OPL e as famílias estão informados sobre o

VIH/SIDA)

(Área prioritária X) Actividade 2

(Área prioritária Y) Actividade 3

(Área prioritária Y) Actividade 4

O quê (actividade) Implementar um programa de aconselhamento por pares nos OPL

1. Quem implementará? 2. Quem controlará?

1. Subequipa da política para o local de trabalho, OSC, pessoal dos OPL 2. Ponto focal para o VIH/SIDA e directores -gerais

Orçamento (1º ano) (A determinar) Fundos disponíveis - tempo disponibilizado pelo pessoal

Fundos adicionais necessários

(A determinar)

Resultados (1º ano) - 20 conselheiros de pares formados nos OPL - Realização de 5 workshops sobre questões ligadas ao VIH/SIDA para o pessoal dos OPL

Outras considerações

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¢ 4.3 Estruturas para parcerias: lista de verificação Conforme ilustrado em ferramentas anteriores, serão provavelmente os parceiros a levar a cabo a maior parte das actividades apresentadas na estratégia. Uma vez que a abordagem de questões relacionadas com o VIH/SIDA não faz parte das actividades tradicionais dos OPL, o trabalho em parceria é a única forma de combate ao VIH/SIDA, seguindo uma estratégia a nível local.

Tipos de parcerias e acordos de parcerias

Protocolos de acordo: não se trata de um acordo legalmente vinculativo, mas de um “acordo de cavalheiros” para a realização de um trabalho conjunto. Pode incluir compromissos de prestação de determinados serviços, mas a essência do acordo baseia-se na confiança, na cooperação e outros âmbitos, bem como na vontade mútua de trabalhar em conjunto. As vantagens do acordo e a confiança que gera podem permitir ultrapassar os riscos potenciais de insuficiência de serviços por parte de um dos parceiros. Por exemplo, se um acordo para dar formação a enfermeiras de uma clínica de CSP sobre ATV conduzir a uma cooperação e encaminhamento mais eficazes entre uma organização de apoio à luta contra a SIDA e uma clínica local de CSP, poderá não ser muito preocupante se a clínica não for muito produtiva na prestação de serviços de ATV (desde que estes sejam prestados noutro local). Parcerias de assistência técnica: acordos para apoiar processos e serviços em áreas que requerem níveis elevados de competência para a instalação de programas e o estabelecimento de sistemas operacionais (Ferramenta 4.4). Determinadas formas de apoio à AT (assistência técnica) podem contribuir para a sustentabilidade, mas outras podem simplesmente preencher temporariamente a lacuna a nível da especialização.

Acordos de parceria para prestação de serviços: contratos de prestação de serviços contínuos por parte de uma agência aos OPL. Pode tratar-se de uma organização com fins ou sem fins lucrativos. No caso de uma organização com fins lucrativos, o contrato assentará numa parceria pública/privada. Serviços de consultoria: serviços de financiamento específicos, serviços de M&A, serviços de gestão de programas: recorrendo, geralmente, ao pagamento por serviço e, muitas vezes, à encomenda de um único serviço.

Algumas questões jurídicas e logísticas para orientar a discussão relativa aos parceiros: § Que tipo de utilização faz o departamento actualmente das OSC? Que funções adicionais podem

desempenhar estas organizações na prestação de cuidados de saúde primários? § Existe alguma política nacional ou directriz relacionada com as parcerias (com o sector da saúde

ou as OSC)? § Qual o quadro legal actual para a preparação de acordos de parceria?

GESTÃO DE PARCERIAS

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§ Qual o nível de risco associado ao acordo e será o quadro legal suficiente para salvaguardar os interesses do poder local e do público?

§ Estará a unidade equipada com recursos e apoio suficientes para a preparação e monitorização de

acordos de parceria com as OSC? No diz respeito à criação e aplicação de acordos de parceria de carácter legal, cabe às OPL: § Estipular normas para a prestação de serviços. § Controlar e avaliar a implementação do acordo. § Providenciar mecanismos que permitam transferir fundos, pessoal e activos. § Responsabilizar-se pela prestação do serviço no caso de o prestador de serviços não conseguir

suprir às necessidades ou romper o contrato por motivos de insolvência ou outros. § Garantir que o serviço continua a ser prestado após o fim do acordo. § Definir as responsabilidades dos OPL no respeitante aos tarifários. § Desenvolver mecanismos para apresentar emendas aos acordos de parceria. § Fornecer e garantir condições de prevenção da corrupção e do nepotismo. § Descrever os requisitos para concursos públicos (Ferramenta 4.7). § Criar um processo padrão para negociar e celebrar o acordo com um prestador de serviços. São apresentadas abaixo algumas questões importantes que deverão ser tomadas em consideração na avaliação da capacidade de realizar parcerias por parte das OSC. § A organização está regis tada legalmente? § Qual a sua capacidade de gestão financeira? § A organização tem alguma experiência em acordos para prestação de serviços? § A organização possui contratos de trabalho com o seu pessoal? § A organização utiliza planos de trabalho e possui sis temas de análise do desempenho? § A organização mantém actas escritas das reuniões e possui um sistema de gestão de documentos?

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¢ 4.4 Tirar o melhor partido da assistência técnica: lista de verificação Para além da contratação de parceiros para a realização de tarefas específicas relacionadas com a prestação de serviços de combate ao VIH/SIDA, é, igualmente, possível que os OPL necessitem de contratar parceiros que lhes prestem serviços de assistência técnica com vista ao apoio do desenvolvimento de capacidades em áreas como as finanças e a gestão de projectos. Com a assistência técnica, existe o risco de o parceiro fornecer simplesmente as competências necessárias e estas não serem transmitidas de forma adequada aos OPL. São apresentadas a seguir algumas linhas de orientação para programas do PL que visem assegurar que o apoio técnico não passe de uma mera solução provisória.

Programas de assistência/apoio técnico

Relativamente aos programas de assistência técnica (AT), deverão ser colocadas as questões seguintes: § O programa de assistência técnica foi concebido cuidadosamente com metas e objectivos claros

relacionados com o ponto central do programa, com as restrições a nível de recursos e com as necessidades técnicas?

§ Os assistentes técnicos possuem formação e conhecimentos adequados sobre o programa e estão familiarizados com o contexto local? Se esse não for o caso, o que pode ser feito para corrigir esta situação?

§ O programa de AT tem como destinatários todas as partes envolvidas na cadeia de prestação de serviços, incluindo os parceiros não governamentais?

§ O programa inclui revisão, formação de pares? § Foi ponderada a hipótese de apreciação do impacto pós-programa para avaliar a assistência

técnica? § Como se insere a assistência técnica no programa? NOTA: idealmente, o componente de

assistência técnica de uma proposta de programa deverá ter duas partes. A primeira incluirá os assistentes técnicos que agirão como ‘pares’. Serão integrados no programa a longo prazo, vindos de um ambiente de trabalho paralelo, mas mais desenvolvido e estável. A segunda está relacionada com a prestação de serviços por parte de assistentes técnicos especialistas, com conhecimentos técnicos e científicos, que serão contratados para o programa com vista a prestarem serviços de actualização de conhecimentos e de formação de competências a curto e médio prazo.

§ Qual o impacto do programa na sustentabilidade? NOTA: é imperativo que o programa de apoio técnico não preencha a ‘lacuna’ de capacidades que possa existir num departamento ou poder local. Nalguns casos, o assistente técnico começa a absorver algumas das formas de funcionamento diário dos poderes locais. Depois da partida do assistente técnico, a lacuna a nível de capacidades mantém-se e, muitas vezes, a instituição fica numa situação pior à existente antes do programa.

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¢ 4.5 Orçamentar o programa do PL para o combate ao VIH/SIDA: exemplo Tarefa: Utilize a estratégia e o plano de implementação para desenvolver um orçamento para cada actividade. Deverá ser solicitado a cada departamento e/ou parceiro que elabore o seu próprio orçamento. A equipa de tarefas para o VIH/SIDA deve fornecer a cada equipa do departamento responsável pela elaboração de orçamentos uma estimativa aproximada dos fundos que poderão ser solicitados. Depois de ter recebido todos os orçamentos, a equipa de tarefas pode criar um orçamento mais alargado e simplificado.

Orçamento-tipo

Finalidade Descrição Custo Objectivo 1 Garantir que todos os alunos do sétimo ano compreendem os riscos inerentes ao

VIH/SIDA e como devem proteger-se. Saídas 1 1.1. Formar 40 professores na área da divulgação de mensagens de prevenção do

VIH/SIDA. Actividade 1 Realizar 4 cursos de formação de meio-dia para 10 professores. Entradas Material - Blocos de notas, canetas, material didáctico ($20)

- Aluguer do espaço/alimentação durante a formação (11 pessoas @$3)

$53

Serviços - Consultor de formação (da ONG x), 4 dias @$50/dia - Transporte (de e para o local) 4 viagens @$2

$208

Obras públicas

N/A

Subsídios N/A Outros Tempo disponibilizado pelo(a) professor(a)

(contribuições ‘em espécie’ ~$1.000

Saídas 2 Total $261 Actividade 2 Entradas Material Serviços Obras

públicas

Subsídios Outros Total ¢ 4.6 Ir aos sítios certos, identificar re cursos Um dos possíveis locais onde os OPL podem procurar financiamentos para a implementação de uma estratégia de resposta do PL ao VIH/SIDA é junto dos Conselhos Nacionais de Luta contra a SIDA. Em muitos países, faz parte das responsabilidades dos CNLS apoiar uma estratégia descentralizada de combate ao SIDA. Dependendo do sistema de financiamento nacional para o VIH/SIDA, o acesso aos financiamentos por parte dos CNLS deve passar pelos Conselhos Distritais de Luta contra a SIDA, pelos Conselhos Regionais de Luta contra a SIDA ou, em alternativa, pelos ministérios do poder local que possam ter fundos para disponibilizar para o combate ao VIH/SIDA. Para além disso, doadores internacionais, tais como o Fundo Global e a Fundação Gates, estão cada vez mais interessados em financiar iniciativas locais. É, ainda, possível obter apoio adicional junto das OSC locais e nacionais, de fundações privadas, da cooperação entre cidades e de patrocinadores privados.

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Uma vez identificado o intermediário mais apropriado, os OPL terão de entregar, provavelmente, os seguintes documentos: § Proposta das actividades dos OPL13 § Orçamento prioritário para todas as actividades e quantidade de financiamentos solicitados junto

das várias fontes (com indicação das fontes de financiamento que estão garantidas e das que o não estão).

Se os OPL se propuserem agir na qualidade de intermediários de financiamento para as pequenas OSC, a equipa de tarefas terá de: § Solicitar propostas para iniciativas comunitárias de luta contra o VIH/SIDA. § Promover o desenvolvimento de propostas, especialmente entre as organizações a nível da

comunidade. § Rever as propostas e processar desembolsos para os beneficiários. § Coordenar um sistema de avaliação baseado nas saídas que liga o financiamento às saídas

comprovadas do projecto. § Informar as organizações às quais não foi concedido qualquer financiamento através desse

processo sobre os motivos que levaram ao não-financiamento. ¢ 4.7 Competências essenciais de gestão financeira: tabela A matriz seguinte ilustra os requisitos de gestão financeira para os parceiros participantes que recebem e desembolsam recursos para o combate ao VIH/SIDA do Programa Nacional de Luta contra a SIDA (PNLS). Mesmo quando o PNLS não é a principal fonte de financiamento, os requisitos seguintes funcionam como referências úteis para os OPL interessados em melhorar a sua capacidade de gestão fiduciária e avaliar a capacidade de organizações parceiras de base comunitária propostas.

Matriz de requisitos de gestão financeira recomendados para os OPL ou grandes ONG Prestadores de serviços

descentralizados: poder local, etc. (B)

Organizações terciárias: comunidades, organizações de base comunitária, etc. (C)

Método de contabilidade

i. Utilizar linguagem oficial ii. Sistema de contabilidade por partidas dobradas iii. Sistema informático ou manual

i. Utilizar linguagem local ii. Transacções registadas em formatos simples

Livros de contabilidade

i. Livro de caixa ii. Livro do fundo fixo de caixa iii. Registo de provisões iv. Registo do activo imobilizado v. Registo de cheques emitidos vi. Registo de pagamentos em numerário vii. Diário de transacções que não sejam em numerário viii. Registo de reposição de fundos e registo de despesas ix. Livro Razão Geral

i. Registo de pagamentos em numerário ii. Arquivo de documentos de suporte iii. Utilizar o menor número possível de formulários iv. Manutenção de registo de donativos ‘em espécie’.

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Guia dos órgãos do poder loc al para o combate ao VIH/SIDA

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Relatórios e Demonstrações Financeiras

i. Extractos bancários, mensais e anuais ii. Pedido de reposição de fundos, conforme necessário iii. Registo do progresso físico iv. Balanço v. Demonstrações das receitas e despesas ou resumo das fontes ou da utilização de fundos por categorias acordadas vi. Receitas e despesas actuais em comparação com o orç amento vii. Orçamento para o próximo ano fiscal 3 meses antes do final do ano

i. Extracto mensal de reconciliação do fundo de caixa ii. Pedido de reposição de fundos, conforme necessário iii. Relatório anual de donativos ‘em espécie’ em categorias predefinidas iv. Relatório da situação

Fluxo de relatórios

i. Todas as actividades dos OPL financiadas directamente por fundos dos PL (B) e ii. Soma das actividades de todas as organizações terciárias (C) financiadas pelos fundos do PL

i. Todas as actividades financiadas ii. Avaliação com base nas saídas, confiando, de preferência, no comprovativo de saídas acordadas, em vez de nos vários recibos

Auditoria interna

i. Avaliação anual dos procedimentos de gestão financeira

i. Avaliação aleatória ex-post das prá ticas e procedimentos de gestão financeira

Auditoria externa anual

i. Selecção aleatória de contas com despesa anual inferior a USDx,000 ii. Auditoria anual completa a contas com despesa anual equivalente ou superior a USDx,000

i. Selecção aleatória

¢ 4.8 Aprovisionamento: categorias e métodos14 O aprovisionamento é um processo de compra de recursos com vista a facilitar a implementação de projectos. Estes recursos incluem mercadorias (equipamento, material, consumíveis), obras públicas (construção/reparações/reabilitação/ampliação), serviços (consultores individuais, empresas de consultoria, formação, workshops) adquiridos em mercados locais e internacionais através de um processo competitivo e transparente. A função de uma política de aprovisionamento é garantir que as mercadorias são adquiridas a uma taxa de mercado competitiva e que o processo é transparente e aberto. Existem vários métodos de aprovisionamento dependendo daquilo que está a ser comprado e do respectivo custo. Na tabela a seguir são apresentados alguns dos métodos-chave, a sua definição, e a quem podem ser aplicados. Trata-se de métodos promovidos por vários doadores e agências governamentais. (NOTA: apenas foram aqui incluídos métodos que poderão interessar aos OPL)

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Método de aprovisionamento O que significa?

Para mercadorias e obras públicas

Concursos públicos nacionais (CPN)

Este procedimento é, geralmente, para os grupos de artigos que implicam valores monetários mais elevados e/ou artigos que não se encontram disponíveis a nível local. Deverá ser publicado um anúncio de concurso público na imprensa nacional, pelo menos 35 dias antes da abertura do concurso.

Concursos públicos locais (CPL)

Idênticos aos CPN, mas não de âmbito nacional. É publicado um anúncio de concurso público (geralmente, este método é utilizado para quantidades maiores de mercadorias) na imprensa local, pelo menos, 15 dias antes da abertura do concurso.

Compras locais (CL)

Este método é utilizado para aprovisionamento de artigos imediatamente disponíveis ou disponíveis em armazém que não possam ser agrupados numa embalagem maior de mercadorias. Os artigos são adquiridos com base nos orçamentos apresentados por, pelo menos, 3 fornecedores elegíveis do país. Os pedidos relativos a estes orçamentos incluirão um caderno de encargos/descrição clara, a quantidade de mercadorias, bem como as condições relacionadas com prazos de entrega, local de entrega ou de prestação do serviço, incluindo quaisquer requisitos a nível de instalações, conforme necessário. NOTA: Este será o método mais comum para pequenos OPL.

Para serviços (empresas e individuais)

Selecção do preço mais baixo (PB)

Este método é mais apropriado para a selecção de consultores para tarefas normais ou de rotina (auditorias, concepção de engenharia de trabalhos não complexos), onde já existem normas e práticas bem definidas, e envolvendo um contrato que implique pequenas quantias (a quantia é definida durante a preparação do projecto).

Selecção com base na relação qualidade/preço (SRQP)

A SRQP é utilizada para adquirir serviços junto de indivíduos ou empresas quando a qualidade do resultado é uma questão mais importante do que o preço. A SRQP utiliza um processo competitivo entre empresas candidatas seleccionadas que tem em consideração a qualidade da proposta e o custo dos serviços, durante a selecção do candidato vencedor. O preço enquanto factor de selecção é utilizado judiciosamente. A importância relativa concedida à qualidade e ao preço é determinada consoante o caso, dependendo da natureza da tarefa.

Selecção com base nas habilitações do consultor (SHC)

Este método pode ser utilizado para tarefas menos importantes, não se justificando a necessidade de preparar e avaliar propostas competitivas.

Selecção de fonte única (SFU)

A selecção de fonte única pode ser apropriada apenas se apresentar uma nítida vantagem relativamente à concorrência: (a) em tarefas que constituem uma continuação natural de trabalhos anteriores levados a cabo pela respectiva empresa/consultor; (b) quando se revela indispensável efectuar uma selecção rápida (por exemplo, numa emergência); (c) em tarefas muito pequenas15; ou (d) quando apenas uma empresa está habilitada ou possui a experiência necessária para efectuar a tarefa.

(NOTA: podem ser obtidas instruções mais pormenorizadas no gabinete nacional do Banco Mundial)

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5. Monitorização e avaliação Ferramentas:

5.1 Linhas de orientação para o desenvolvimento e a implementação da M&A: análise geral 5.2 Identificação de indicadores nacionais: tabela 5.3 Módulo básico para M&A: tabela 5.4 Avaliação do desempenho dos parceiros: lista de verificação 5.5 Apreciação rápida da acção dos OPL em áreas-chave: estudo de avaliação 6.6 Aplicação da monitorização e da avaliação

OBJECTIVO: A monitorização das actividades permite garant ir que os OPL recebam aquilo que pagam (ou seja, as actividades geram resultados efectivos). As actividades de avaliação asseguram que estas são realmente as actividades mais apropriadas (ou seja, produzem o resultado pretendido). Embora possa parecer que as actividades de M&A cumprem apenas requisitos burocráticos, estas podem, de facto, ser ferramentas úteis para estabelecer responsabilidades e para integrar a aprendizagem (ou seja, permitindo às partes com responsabilidades discutir os obstáculos que enf rentam e encontrar soluções criativas) (Ferramenta 5.6). MODO DE UTILIZAÇÃO: Em exercícios anteriores, é possível que a equipa de tarefas tenha encontrado estruturas de M&A relacionadas e já existentes nos OPL. (Ferramenta 5.2). Uma vez que o objectivo d e uma M&A útil é a simplicidade e a facilidade de utilização, seria importante baseá-la em actividades existentes. Muito do desenvolvimento da estrutura de M&A pode ser coordenado pelo ponto focal, utilizando os planos de implementação e estratégia expostos em ferramentas anteriores (Ferramentas 5.1 e 5.3). Porém, o processo de finalização das estruturas de M&A obrigará a uma consulta completa com todos os intervenientes e a considerações especiais na avaliação do desempenho dos parceiros (Ferramenta 5.4). As actividades de avaliação requerem dados de base por forma a que possam ser avaliados os impactos resultantes das actividades novas. A auto-avaliação (Ferramenta 5.5) fornece uma linha de orientação útil para uma avaliação dos OPL e pode ser levada a cabo durante a fase do projecto destinada a compreender a situação local (Secção 2). ¢ 5.1 Linhas de orientação para o desenvolvimento e a implementação da M&A16

Embora as considerações sobre a monitorização e avaliação devam fazer constantemente parte do processo de desenvolvimento do plano de implementação e da estratégia, é necessário recuar um pouco e coordenar a estratégia e os objectivos para um sistema de M&A.

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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Tomar a iniciativa 1ª etapa: Constituir um grupo de supervisão/supervisor para supervisionar o desenvolvimento do sistema de M&A. § No seio dos OPL, deverá existir uma pessoa da M&A na equipa de tarefas para o VIH/SIDA.

Incentiva-se uma participação alargada (por parte dos membros dos OPL, dos líderes da comunidade e dos representantes da OSC) no processo de monitorização.

2ª etapa: Definir o âmbito do processo. § O desenvolvimento de uma estrutura de M&A requer tempo e trabalho árduo. No caso de os OPL

nunca terem realizado anteriormente qualquer tipo de actividade de M&A, poderão pretender restringir o âmbito do processo apenas a um número reduzido de elementos da estratégia. Se, pelo contrário, os OPL tiverem experiência (ou apoio) nessa área, poderá ser uma oportunidade para desenvolver um estrutura mais alargada de M&B nos OPL, da qual a estratégia de combate ao VIH/SIDA seja apenas uma parte.

3ª etapa: Designar uma pessoa de referência em cada agência para trabalhar no processo de M&A. § Para garantir a utilidade da M&A, deverá ser nomeada, em cada sector, uma pessoa —

responsável pela implementação dos planos de trabalho relacionados com o combate ao VIH/SIDA — para explicar a finalidade da estrutura de M&A ao sector e auxiliar na recolha regular de indicadores.

4ª etapa: Identificar as metas, os objectivos e os beneficiários do programa. § Este aspecto deverá ser exposto de forma clara no desenvolvimento do plano de implementação e

da estratégia. No contexto da estrutura de M&A, é importante garantir que todas as actividades planeadas sejam concebidas tendo em mente um resultado orien tado para o beneficiário.

5ª etapa: Decidir os resultados a avaliar. § Este aspecto deverá ser tomado em consideração de acordo com as medidas que poderão ser

tomadas pelos OPL do CNLS (Ferramenta 5.2), bem como em conformidade com os progressos e metas que os OPL se propuserem alcançar.

6ª etapa: Seleccionar indicadores § A principal consideração a ter em conta durante a selecção de indicadores deve prender-se com a

sua mensurabilidade e a sua capacidade para contribuir para a melhoria da eficácia e da eficiência do programa.

Recolha de dados 7ª etapa: Identificar fontes de dados e recolher dados § Dependendo dos indicadores seleccionados, existe um leque alargado de métodos que podem ser

utilizados para reunir dados novos e existentes, incluindo a recolha de registos administrativos e a realização de estudos e grupos de foco.

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Análise de dados 8ª etapa: Comparar os resultados obtidos com as referências § A comparação dos resultados com referências (seleccionadas antecipadamente: 5ª etapa)

permitirá determinar se e até que ponto os OPL foram ou não bem sucedidos na obtenção dos objectivos propostos. As referências podem basear-se em desempenhos anteriores, alvos seleccionados previamente e/ou na comparação entre sectores.

9ª etapa: Fornecer informações explicativas para uma melhor compreensão dos indicadores § É possível que existam situações que impeçam seriamente a capacidade de os OPL

desempenharem a sua função no que respeita a indicadores específicos (por ex., retenção de fundos devido a um obstáculo administrativo, agitação política, etc.). Durante a análise dos indicadores, é indispensável dar conta de qualquer destas situações.

10ª etapa: Concluir a análise, apresentar relatório dos indicadores e aprender com a experiência § Deverá ser elaborado um relatório analítico sobre os indicadores e partilhado com todos os

intervenientes interessados (dentro e fora dos OPL). A divulgação do relatório deverá ser coordenada com reuniões abertas, para uma discussão crítica dos resultados. A elaboração de relatórios para a monitorização será, obviamente, mais frequente do que para a avaliação.

Utilizar a M&A 11ª etapa: Integrar a informação nos programas § A informação fornecida através da M&A pode ajudar a identificar (e a ultrapassar) obstáculos,

facilitar o planeamento de actividades adicionais ou novas e providenciar incentivos para sectores e unidades com bons desempenhos.

¢ 5.2 Identificação de indicadores nacionais Nalguns casos, os dados relacionados com o VIH/SIDA podem já ter sido recolhidos pelos OPL para os introduzir num sistema de monitorização nacional. Antes de iniciar o desenvolvimento de uma nova estrutura de M&A, é necessário determinar que indicadores já foram recolhidos e que indicadores ainda são necessários. A tabela a seguir apresenta alguns indicadores gerais de M&A, recolhidos pelos Conselhos Nacionais de Luta contra a SIDA. A coordenação com a estrutura nacional, por parte da estrutura de M&A do PL para combate ao VIH/SIDA, tornará mais fácil a partilha de dados.

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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Avaliação das respostas nacionais ao VIH/SIDA: exemplo de indicadores

Aumentar os serviços da sociedade civil 17. Número de organizações da sociedade civil que recebem financiamentos da CNLS 18. Percentagem dos financiamentos globais concedidos aos serviços da sociedade civil 19. Número de novos parceiros da sociedade civil aos quais foi apresentado o programa de luta contra a SIDA com o apoio da CNLS

20. Total de serviços de combate ao VIH/SIDA prestados pela sociedade civil Serviços de combate ao VIH/SIDA: prevenção 21. Número (a) de programas de combate ao VIH/SIDA produzidos na televisão/rádio (b) número de horas em que os programas passaram.

22. Número de brochuras/panfletos de prevenção do VIH/SIDA (a) desenvolvidos e (b) distribuídos

23. Número (a) de pessoal e (b) voluntários formados de prevenção do VIH 24. Número (a) de reuniões de prevenção realizadas e (b) número de homens/mulheres destinatários

25. Número de preservativos vendidos/dados 26. Número de homens/mulheres que recebem assistência contra a IST em estabelecimentos de saúde com pessoal formado e fornecimento contínuo de medicamentos

27. Número (a) e (b) percentagem de homens/mulheres que recebem aconselhamento e efectuam testes voluntários de combate ao VIH

28. Número (a) e percentagem (b) de mulheres sujeitas a testes e a receber PTME, se VIH-positivas

Serviços de combate ao VIH/SIDA: assistência 29. Número (a) de pessoal e (b) voluntários formados na área da assistência 30.Número (a) de grupos de apoio às PLWHA, (b) número de homens/mulheres recrutados; e (c) percentagem de homens/mulheres recrutados

31. Número (a) de projectos comunitários de assistência às pessoas afectadas pelo VIH/SIDA; (b) número de homens/mulheres recrutados; e (c) percentagem de homens/mulheres recrutados

32. Número (a) de projectos comunitários de apoio aos órfãos; (b) número de rapazes/raparigas órfãos recrutados; e (c) percentagem de rapazes/raparigas órfãos recrutados

33. Número (a) e (b) percentagem de rapazes/raparigas órfãos que recebem subsídio escolar

¢ 5.3 Módulo básico para M&A: tabela A tabela seguinte fornece um modelo para o planeamento básico de um programa de M&A. As entradas referem-se aos recursos necessários para uma actividade do programa. As actividades são o que é feito, descrito em forma de unidades independentes, tais como formação, módulos, reuniões e análises da situação. As saídas são os resultados das actividades, tais como número de pessoas formadas e relatórios concluídos sobre o projecto. Os resultados são trabalhos realizados pelo programa em termos de objectivos específicos a atingir. Os impactos correspondem à eficácia do programa na abordagem dos problemas e dos desafios que o motivaram. § Por exemplo, uma actividade com vista à realização de cursos de formação sobre prevenção do

VIH/SIDA e planeamento do projecto para pessoal do município necessitará de material para a formação e de formadores (entradas ). A formação deverá conduzir a uma maior sensibilização de um número específico de pessoas para o problema do VIH/SIDA do que a que existia anteriormente (saída). Os funcionários formados passarão agora a ter mais competências para criar actividades relacionadas com o combate ao VIH/SIDA (objectivo).

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Os membros dos OPL começam a falar publicamente sobre a prevenção do VIH/SIDA e a implementar actividades relacionadas com o combate ao VIH/SIDA. Como resultado da formação, o pessoal do município incluiu a questão do combate ao VIH/SIDA em três planos de trabalho do departamento (resultado). A razão pela qual pretendemos que os OPL sejam mais activos no combate ao VIH/SIDA, é porque desejamos reduzir a taxa de infecções por VIH/SIDA no município (impacto). NOTA: Embora a tabela abaixo forneça uma estrutura estilizada para a concepção de um programa de M&A, no processo de monitorização real, as entradas e saídas de cada actividade deverão ser documentadas e comparadas com as metas identificadas na estrutura geral. As lições serão retiradas dessa comparação entre os resultados efectivos e a meta a alcançar.

ESTRUTURA D E MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO

Monitorização e avaliação (exemplo)

Descrição Principais indicadores de desempenho

Fontes de informação

Riscos/considerações especiais

Quem é responsável pela monitorização?

Periodicidade

Monitorização Objectivo 1 Fornecer competências de prevenção do VIH/SIDA aos jovens

Actividades (Entradas)

1. Afixar pósteres de sensibilização para o VIH/SIDA em todas as salas de aula 2 .

Saídas 1a. Concepção e produção de 50 pósteres 1b. Afixação de pósteres em todas as salas de aula 2a. 2b.

1a. Cópias dos pósteres ao ponto focal para a educação 1b. Pósteres visíveis em todas as salas de aula

1a. Elaboração de relatórios para o ponto focal para a educação 1b. Visita às instalações

1. Responsável pelo departamento de educação

1. Duas vezes por ano

Avaliação Resultados

Impactos

Sugestões:

1. Utilize as ferramentas das secções relativas à estratégia (3) e ao plano de implementação (4) para determinar as diversas categorias.

2. Para simplificar o sistema, seleccione unicamente algumas actividades e saídas que serão

levadas a cabo para atingir cada um dos objectivos. A selecção das actividades representativas deverá ser efectuada através de um processo consultivo.

Monitorização e

avaliação

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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3. Os indicadores -chave de desempenho podem corresponder às saídas, desde que tenham sido articulados de forma suficientemente apropriada.

4. As fontes de informação deverão ser consideradas a ‘prova’ utilizada para mostrar que a

tarefa foi realmente levada a cabo. Esta pode ser apresentada em forma de relatórios por parte dos departamentos, certificados de formação emitidos, etc..

5. Nalgumas áreas, é possível que ocorram circunstâncias ou acontecimentos externos que

possam criar obstáculos ao desempenho (por ex., conflitos, problemas de desembolso de recursos das contas nacionais, perda de membros essenciais do pessoal, perturbações políticas, etc.). Estes factos devem ser referidos.

6. No plano de implementação, as pessoas deverão ser encarregadas de controlar as actividades.

Essas pessoas deverão ser explicitamente designadas para que exista um sistema claro de responsabilização.

7. As actividades de monitorização deverão ter uma periodicidade regular, por exemplo, todos

os 6 meses, para garantir que o dinheiro não está a ser gasto indevidamente e que as lições aprendidas podem ser incorporadas no plano de implementação.

8. A avaliação pode ter uma periodicidade menos regular, por exemplo, todos os 2 anos

(Ferramenta 5.5). ¢ 5.3 Avaliação do desempenho dos parceiros Para além da monitorização e avaliação das suas próprias actividades, os OPL (equipa de tarefas) são ainda responsáveis pela avaliação do desempenho dos seus parceiros. Para garantir acordos de parcerias bem sucedidos entre os OPL e as OSC, a gestão/supervisão do desempenho deve fazer parte integrante do planeamento, preparação, monitorização e implementação dos acordos/contratos de parcerias. Questões a ter em consideração durante a criação de sistemas de gestão de desempenho nas parcerias: § Que elementos deverão fazer parte do sistema de gestão de desempenho?

Condições essenciais para a gestão/supervisão do desempenho Metas de desempenho: níveis previstos de desempenho ou alvos a atingir com determinadas tarefas, quer a nível individual quer a nível da organização. Indicadores-chave de desempenho: relatórios que descrevem as dimensões de desempenho que são consideradas como essenciais durante a avaliação e análise. Avaliação do desempenho: Análise do desempenho em termos de indicadores e metas para determinar o êxito ou o fracasso. Monitorização do desempenho: acompanhamento contínuo para avaliar se as metas estão a ser atingidas. Indicadores de entradas, saídas e resultados: indicadores relacionados com os recursos utilizados nas actividades do programa, o rendimento do programa (saídas) e os resultados do programa (realização dos objectivos).

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§ Existem recursos internos suficientes no poder local para controlar o sistema de gestão de desempenho associado ao contrato? Caso contrário, é possível contratar no exterior essas actividades?

§ Qual a forma mais eficaz de se criar um sistema que desenvolva uma monitorização rigorosa e

fiável do desempenho? Recomenda-se que os OPL criem um sistema de gestão/supervisão do desempenho directamente relacionado com as condições do contrato e que: § Esteja em consonância com as prioridades, objectivos, indicadores e metas contidos no acordo de

parcerias. § Inclua medidas a tomar para melhorar o desempenho do contrato quando as metas de desempenho

não tiverem sido atingidas. § Estabeleça um processo de elaboração regular de relatórios para informar as estruturas

municipais/políticas e o público. § Envolva a organização com a qual foi estabelecida a parceria no processo de criação de um

sistema de gestão de desempenho. ¢ 5.3 Apreciação rápida da acção dos OPL em áreas-chave: estudo de avaliação

Esta ferramenta fornece aos OPL uma oportunidade de avaliar o seu próprio desempenho sem necessitar de recorrer a um exercício de avaliação dispendioso. Quem: Utilização como exercício de grupo com a equipa de tarefas e participantes convidados de todos os sectores. Primeiro, os participantes podem começar por preencher eles próprios a tabela e, em seguida, comparar e debater as suas apreciações numa discussão de grupo. Poderão, então, reunir as várias conclusões e, em grupo, chegar a uma conclusão final sobre o desempenho dos OPL em cada área. Desta forma, sem necessidade de recorrer a técnicos especialistas, podem obter uma compreensão rápida sobre as áreas mais importantes esquecidas ou negligenciadas e sobre as áreas em que a resposta dos OPL é forte. Quando: Esta ferramenta pode ser utilizada para desenvolver uma base para o desempenho dos OPL e ser utilizada em intervalos definidos (2-3 anos) como ferramenta de avaliação. Tarefa: A lista de actividades apresenta caracter ísticas essenciais dos OPL atentos ao VIH/SIDA e o panorama ideal seria a obtenção de uma classificação 5 para cada actividade. Analise cada uma das áreas de acção e classifique o desempenho dos OPL, colocando uma cruz num dos quadrados. Utilização das conclusões: Este exercício pode ter uma periodicidade regular (por ex.: anual) com vista a avaliar os progressos e identificar os obstáculos ao desenvolvimento. NOTA: É possível que existam opiniões divergentes sobre a importância ou não de determinadas áreas. É necessário prestar muita atenção a essas áreas, uma vez que podem por vezes tornar-se áreas inactivas. A falta de uma transparência na atribuição de responsabilidades para uma actividade específica relacionada com funções repartidas da direcção ou uma acção descoordenada relativamente a funções repartidas pode conduzir ao insucesso dos serviços. É importante identificar essas áreas no processo da avaliação e tomar nota das mesmas para posterior discussão.

Monitorização e

avaliação

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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APRECIAÇÃO RÁPIDA DA ACÇÃO DOS OPL EM ÁREAS -CHAVE

INDICADORES

1 Pouca a

nenhuma atenção nesta

área

2 Identificada para acção

futura

3 Em fase de

planeamento ou defesa

4 Actividade no

início, mas não bem ou

completamente estabelecida

5 Programa

bem desenvolvido ou actividade

concluída

Não importante ou não uma função dos

OPL

Avaliação do impacto local do VIH/SIDA.

Avaliação do impacto do VIH/SIDA no funcionamento do município

Identificação de áreas de elevado nível de transmissão e populações de alto risco

Implementação de um exercício ou processo para avaliação das prioridades e recursos existentes

Informada por uma compreensão das realidades e tendências locais

Balanço dos serviços existentes prestados nos OPL por serviços públicos de saúde, incluindo os que não estão sob a jurisdição dos OPL

Programas educativos de prevenção previstos.

Programas direccionados para áreas de elevado nível de transmissão e populações de alto risco

Actividade para permitir ou promover o acesso aos preservativos

Acção para permitir acesso global aos serviços de ATV

Acção para permitir acesso global à PTME

Programas para lidar com a prevenção, o tratamento/cuidados de saúde e mitigação do impacto em áreas da jurisdição dos OPL (ou seja, no âmbito de funções atribuídas aos OPL)

Acção para permitir acesso a PPE às vítimas de violação e de doenças ocupacionais

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INDICADORES

1 Pouca a

nenhuma atenção nesta

área

2 Identificada para acção

futura

3 Em fase de

planeamento ou defesa

4 Actividade no

início, mas não bem ou

completamente estabelecida

5 Programa

bem desenvolvido ou actividade

concluída

Não importante ou não uma função dos

OPL

Acção para abordar o problema dos órfãos, das crianças vulneráveis e das famílias em sofrimento

Acção para satisfazer as necessidades de assistência domiciliária e de assistência a doentes crónicos

Acção para combater o estigma e discriminação em relação às PLWHA

Acção para realizar ou apoiar acções de outros grupos de pressão para acesso ao tratamento

Consistente com as políticas nacionais de combate à SIDA e orientada para o contexto local

Sensibilização e referência a políticas nacionais de combate à SIDA e/ou quadro estratégico para o planeamento de processos

Presidentes de Câmara, directores-gerais municipais, comissões de gestão executiva ou equivalente, reconhecidos publicamente como líderes na resposta local ao VIH/SIDA

Liderança

Existência de uma equipa de tarefas dos OPL, mandatada pelos responsáveis dos OPL ou equivalente e prestando contas directamente aos responsáveis

Existência de uma política formal ratificada pelo organismo superior de tomadas de decisão dos OPL

Política interna para o combate ao VIH/SIDA (local de trabalho)

Actividades para promover e colocar em vigor as políticas

Monitorização e

avaliação

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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INDICADORES

1 Pouca a

nenhuma atenção nesta

área

2 Identificada para acção

futura

3 Em fase de

planeamento ou defesa

4 Actividade no

início, mas não bem ou

completamente estabelecida

5 Programa

bem desenvolvido ou actividade

concluída

Não importante ou não uma função dos

OPL

Programas educativos e de prevenção no local de trabalho

Identificação de serviços essenciais que não existam no distrito.

Participação dos líderes dos OPL em comissões e fóruns de combate ao VIH/SIDA na comunidade

Promoção de respostas ao VIH/SIDA por parte dos directores-gerais e empresas

Resposta e estratégia externas de combate ao VIH/SIDA

Coordenação de um processo de planeamento alargado à comunidade para apoiar áreas com serviços insuficientes ou sem serviços

Participação de todos os sectores e departamentos relevantes na equipa de tarefas para o VIH/SIDA

Programa para desenvolver integração funcional entre serviços municipais

Esforços para melhorar os serviços de assistência e apoio às PLWHA, incluindo redes de encaminhamento

Existência de um plano para melhorar os cuidados continuados

Integração funcional dos serviços no seio dos OPL e entre os OPL e as instituições da comunidade que trabalham no combate ao VIH/SIDA

Convocação de uma reunião de directores-gerais locais para planear a coordenação das respostas locais

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INDICADORES

1 Pouca a

nenhuma atenção nesta

área

2 Identificada para acção

futura

3 Em fase de

planeamento ou defesa

4 Actividade no

início, mas não bem ou

completamente estabelecida

5 Programa

bem desenvolvido ou actividade

concluída

Não importante ou não uma função dos

OPL

Integrada verticalmente, entre os níveis do poder local (por ex., região-distrito-município)

Transparência sobre a responsabilidade e financiamento de funções repartidas da direcção na prestação de serviços de prevenção

Transparência sobre a responsabilidade e financiamento de funções repartidas da direcção na prestação de serviços de prevenção

Existência de canais de comunicação entre os OPL e órgãos do poder mais centrais

Existência de canais transparentes de comunicação entre os OPL e órgãos do poder mais descentralizados

Existência de planos de resposta ao VIH/SIDA a nível do departamento

Elaboração de relatórios sobre as actividades por parte dos departamentos para a equipa de tarefas para o VIH/SIDA

Representação da comunidade e participação activa na(s) comissão(ões) dos OPL de combate ao VIH/SIDA

Participação da comunidade

Envolvimento das pessoas que vivem ou estão directamente afectadas pelo VIH/SIDA no programa municipal de combate ao VIH/SIDA

Monitorização e

avaliação

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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INDICADORES

1 Pouca a

nenhuma atenção nesta

área

2 Identificada para acção

futura

3 Em fase de

planeamento ou defesa

4 Actividade no

início, mas não bem ou

completamente estabelecida

5 Programa

bem desenvolvido ou actividade

concluída

Não importante ou não uma função dos

OPL

Identificação das necessidades das PLWHA e dos grupos vulneráveis (OVC, jovens, raparigas, etc.)

Formação ou assistência técnica em áreas onde a capacidade dos OPL não é suficiente

Existência de um plano de trabalho anual para a equipa de tarefas para o VIH/SIDA

Análise trimestral do progresso da equipa de tarefas para o VIH/SIDA

Processos de desenvolvimento e apoio ao programa

Desenvolvimento de indicadores-chave para monitorização do progresso em projectos-chave

¢ 5.3 Aplicação da monitorização e da avaliação Acompanhamento (Monitorização): § Levar a cabo exercícios de monitorização em intervalos regulares (talvez todos os 6 meses). (As

equipas deverão dispor de, pelo menos, 2 semanas para preparar os seus relatórios). § Quando a equipa de tarefas tiver recebido todos os relatórios de monitorização, deverá

desenvolver um pequeno relatório sintético, descrevendo as metas atingidas, as metas não atingidas, os obstáculos e as próximas medidas propostas.

§ Depois de divulgado o relatório sintético, a equipa de tarefas organiza um workshop com todas as

equipas para discutir as lições aprendidas e debater se existe alguma alteração que deva ser feita ao plano de implementação ou à estratégia. Para além disso, a estrutura de monitorização e avaliação deve ser analisada para incluir/eliminar/rever indicadores.

§ Pode ser útil efectuar um exercício semelhante com os parceiros. Este pode ser coordenado

através da rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA.

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Como correu o trabalho? (Avaliação): § A avaliação ocorre menos frequentemente do que a monitorização e faz uma análise global da

situação para avaliar se e até que ponto os OPL tiveram sucesso a nível de impacto. § Deverá ser elaborado um relatório de base antes da implementação de qualquer actividade na

estratégia. Este relatório deve incluir:

– Análise da situação e de impacto (Ferramentas 2.1-2.4) – Papéis e funções dos OPL (Ferramentas 2.5 e 2.6) – Apreciação rápida da acção dos OPL em áreas-chave (Ferramenta 5.5)

§ Nalguns casos, poderá ser útil contratar uma empresa externa para efectuar uma avaliação

aprofundada, talvez todos os 2-3 anos. Anualmente, a equipa de tarefas pode coordenar uma avaliação, revendo o estudo de apreciação rápida e quaisquer relatórios de monitorização que tenham sido elaborados.

§ A participação activa da comunidade no processo de avaliação pode permitir compreender melhor

se a estratégia e as actividades dos OPL foram eficazes ao contactarem com a comunidade. Poderá, no entanto, ser útil contratar uma OSC para levar a cabo algumas avaliações participativas.

17

Monitorização e

avaliação

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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Notas 1. Um primeiro passo importante para envolver a liderança no combate ao VIH/SIDA consiste em disponibilizar informação relevante e útil sobre o vírus. Este é um elemento essencial em todas as actividades de esclarecimento sobre o VIH/SIDA. Colegas da HEARD (Economia da saúde e divisão de investigação sobre o VIH/SIDA) (http://www.ac.za./und/heard/) e a ETU (Unidade de educação e formação) (http://www. Etu.org.za/toolbox/aids.htm) desenvolveram kits de ferramentas úteis para fornecer informações importantes sobre o VIH/SIDA aos líderes e aos membros da comunidade. 2. Outras redes internacionais podem incluir o projecto CITY-AIDS (http:/ews.unaids.org), o programa Cidades saudáveis (http://healthycities.org/index_english.html), a Federação Mundial de Cidades Unidas (http://www.fmcu-uto.org/), e a AIMF (Associação Internacional dos Presidentes de Câmara Francófonos: http://www.aimf.asso.fr/). 3. Embora o guia apenas faça referência a uma subequipa da política para o local de trabalho, os OPL podem optar por formar subequipas adicionais para se concentrarem em áreas específicas de interesse local (por ex., órfãos, acesso ao tratamento, etc.). 4. A rede de parcerias de combate ao VIH/SIDA não devem limitar-se apenas às organizações que abordem explicitamente o problema do VIH/SIDA, mas deverá constituir um fórum aberto a um leque de OSC cujo trabalho tenha impacto no combate ao VIH/SIDA (por ex., um organização de base comunitária que se focalize na formação baseada no sexos). 5. As redes podem ser ferramentas importantes para promover o intercâmbio de informação. Para além das redes de parcerias de combate ao VIH/SIDA para as OSC, os OPL pode também estar envolvidos em redes nacionais (Associações de poderes locais) e internacionais (consultar os Recursos para obter uma lista). 6. Estes recolhem dados regularmente para actualizar os dados de vigilância nacional. 7. Embora a migração seja identificada como um factor de risco local, os OPL podem preferir trabalhar com os seus homólogos na recepção e encaminhamento das comunidades com vista a desenvolver uma estratégia complementar. (Consultar o kit de ferramentas da UNDP para prevenção do VIH entre populações móveis). 8. Uma das áreas ma is difíceis, mas a mais importante do impacto são os ‘sítios críticos’ – aqueles que interrompem ou atrasam o trabalho se não forem efectuados (por ex., a pessoa responsável por manter uma base de dados central). Poderá ser útil para os OPL efectuar um exe rcício separado com vista a identificar esses sítios críticos e

desenvolver uma estratégia para garantir que recebam o recursos necessários. 9. Como acontece com muitas actividades e iniciativas propostas no guia, a política para o local de trabalho deverá ser desenvolvida tendo em especial atenção os financiamentos disponíveis e acessíveis, bem como as políticas e os mandatos definidos a nível nacional. 10. Departamento de serviços públicos e administração da África do Sul (2002). Gerir o problema do VIH/SIDA no local de trabalho. (http://www.policyproject.com/pubs/countryreports/AS_HIVguide.pdf) 11. Embora existam muitas áreas consideradas importantes pelos OPL, poderá ser necessário seleccionar apenas algumas para agir de imediato. Durante a selecção das áreas prioritárias, os OPL podem desejar consultar o plano nacional de luta contra a SIDA, por forma a conciliar as prioridades locais com as nacionais – e, assim, aumentar as probabilidades de obter financiamento. Os OPL podem, também, atender às capac idades das OSC e identificar áreas prioritárias que possam ser abordadas pelas OSC que já estejam a trabalhar no local. 12. Sempre que possível, as actividades seleccionadas deverão ser associadas a líderes individuais que aconselharão e orientarão a respectiva implementação. 13. As propostas de qualidade são importantes e, por vezes, as CNLS ou os doadores fornecem assistência técnica para apoiar o desenvolvimento da proposta. 14. (2003) Banco Mundial, Programa Nacional de Luta contra a SIDA, Manual gen érico de gestão de aprovisionamento para organizações de base comunitária e ONGs. (2002) Banco Mundial Preparação e implementação de apoio ao MAP para programas nacionais de luta contra a SIDA em África: linhas de orientação e lições aprendidas. http://www1.worldbank.org/hiv_aids/tools.asp 15. A quantia é definida durante a preparação do projecto. 16. Nayyar-Stone, R et al. (2002) Developing a Performance Management System for Local Governments: Na Operational Guideline. The Urban Institute (preparado para o Banco Mundial), Washington, DC. 17. Consultar o site PovertyNet para mais informações sobre a avaliação participativa. http://www.worldbank.og/poverty/impact/methods/particip.htm

Not

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ANEXO 2 Glossário NOTA: Este glossário apresenta uma selecção de termos relacionados com as respostas do poder local ao VIH/SIDA utilizados no guia. Não é, no entanto, um glossário exaustivo sobre termos relacionados com o VIH/SIDA ou o poder local. Actividade: acções ou conjunto de acções específicas e independentes que respondem à pergunta: “Como conseguirá o projecto atingir os seus objectivos?” Cada actividade deverá começar por um verbo – por ex.: Realizar quatro cursos de formação. Anti-retroviral (ARV): substância, medicamento ou processo que destrói um retrovírus (como o VIH) ou suprime a sua reprodução. Geralmente utilizado para descrever um activo medicamentoso contra o VIH. Aprovisionamento: modo de adquirir recursos de uma forma transparente e rentável.

Avaliação: a avaliação periódica dos resultados e, finalmente, o impacto de um programa. A avaliação pergunta: “Que objectivos atingimos?”. Geralmente, a avaliação utiliza dados de monitorização do programa, mas também envolve um programa específico e, muitas vezes, independente, de pesquisa. Confidencialidade: manter uma informação no âmbito privado. Esta é uma característica essencial dos serviços de aconselhamento e testes voluntários (ATV) e dos serviços de tratamento. Cuidados continuados: estabelecimento de uma experiência de continuidade para utilizadores de serviços de cuidados de saúde nos vários locais onde esses mesmos serviços são prestados. Tal significa que serviços que vão desde os subsídios sociais ao tratamento médico e ao apoio psicossocial estão interligados numa estrutura integrada para melhorar o acesso aos serviços de cuidados de saúde. Cuidados de saúde: actividades que prestam alguns serviços de saúde a pessoas que vivem com VIH/SIDA (por ex., programas de assistência domiciliária). Descentralização fiscal: descentralização da despesa governamental e da autoridade responsável pela angariação de receitas para as estruturas do poder local em harmonia com as responsabilidades funcionais que lhes são atribuídas. Descentralização horizontal: delegação de poderes de tomada de decisão, funções e recursos pela liderança dos OPL em comissões e estruturas mandatadas no seio dos OPL. Descentralização vertical: descentralização a nível de sectores e departamentos, sem ligação ou não integrados em estruturas e quadros de descentralização doutros sectores e departamentos. Desembolso: processo ou método através do qual os fundos monetários, provenientes de outra organização (Comissão Nacional de Luta contra a SIDA, doador, poder central), são atribuídos aos respectivos destinatários (por ex., OPL, OSC). Discriminação: tratar as pessoas de forma injusta e incorrecta com base no facto de pertencerem ou de serem consideradas como pertencendo a um determinado grupo. (Ver estigma). Estigma: manter uma atitude social depreciativa/negativa ou exibir um comportamento hostil ou discriminatório em relação a membros de um grupo (por ex., PLWHA) pelo simples facto de

Glossário

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pertencerem a esse mesmo grupo. Estratégia: os meios utilizados para atingir o objectivo – por ex., defesa da causa, educação, etc .

Estruturas intergovernamentais: estruturas internas do governo concebidas para apoiar relações intergovernamentais e um funcionamento coordenado entre sistemas. Funções repartidas da direcção: funções de direcção que são desempenhadas por partes, a vários níveis de descentralização (por ex., pagamento de salários do pessoal de ATV a um nível, custos laboratoriais a outro nível). Gestão sindrómica: método para diagnosticar IST (infecções sexualmente transmissíveis) baseado na identificação de síndromes, que são combinações dos sintomas apresentados pelo paciente e os sinais observados pelo prestador de cuidados de saúde. Devido à falta de laboratórios de teste em muitos locais com recursos insuficientes e às probabilidades de se obterem resultados inexactos baseados apenas na abordagem clínica dos prestadores de cuidados de saúde, a gestão sindrómica é, geralmente, o melhor recurso nestes locais. Imunodeficiência: deterioração ou incapacidade de certas partes do sistema imunitário para funcionar, faze ndo com que uma pessoa fique mais susceptível a certas doenças, o que não aconteceria em condições normais. Indicadores: medições dos progressos no sentido de atingir as metas propostas. Podem ser de curto ou longo prazo e reflectir o processo ou o progresso – por ex., são formados, todos os anos, em gestão sindrómica 20% de funcionários que prestam cuidados de saúde. Integração do VIH/SIDA: inserir a resposta ao VIH/SIDA em programas de desenvolvimento já existentes, em vez de a tornar uma questão comp letamente isolada. Integração funcional: Integração nos pontos de prestação de serviços de saúde, para garantir um compromisso contínuo com os sistemas de prestação de serviços, reconhecendo que a integração deve ser, antes de mais, orientada para os serviços públicos. Envolve, ainda, o desenvolvimento de redes de encaminhamento e consistência de normas e padrões de prática em serviços funcionalmente relacionados. Intervenientes: indivíduos e organizações afectadas (negativa ou positivamente) pelo resultado de uma actividade/projecto e/ou aqueles que podem afectar o resultado de uma intervenção proposta (por ex., PLWHA, jovens, sindicatos, prestadores de cuidados de saúde, líderes locais, etc.). Mandatos não provisionados: responsabilidade imposta pela legislação nos poderes regionais ou locais sem fundos correspondentes (por ex., fornecimento de programas internos para o local de trabalho no âmbito do VIH/SIDA, mas sem ajudas a nível dos custos envolvidos). Material/mercadorias: artigos prontos a utilizar, incluindo equipamento, consumíveis, medicamentos e suplementos nutritivos. Metas: descrição alargada de intenções. Deverão ser expressas em forma de afirmações no presente do indicativo – por ex., reduzo o impacto do SIDA nas comunidades afectadas . Monitorização baseada no desempenho: ferramenta de gestão que realça a forma como as metas estão a ser atingidas ao longo do tempo. A finalidade é determinar a importância dos objectivos, eficácia, eficiência, impacto e sustentabilidade com vista a incorporar as lições aprendidas no processo de tomadas de decisão.

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Monitorização: avaliação de rotina de actividades em curso e da sua evolução. A monitorização pergunta: “O que estamos a fazer?”. A monitorização abrange todos os aspectos da actividade do programa e envolve, idealmente, um plano para recolha sistemática de informação essencial ao programa, relativa às entradas, actividades/processos e saídas. Objectivo do projecto/resultado: efeito antecipado que o projecto obterá produzindo as saídas planeadas. Existe uma tendência para ser expresso em termos de “alteração de comportamento” de um grupo ou de uma instituição; supostamente, os resultados do projecto deverão facilitar esta alteração. Objectivos: descrição do que necessita ser feito para se atingir uma meta – por ex., melhorar a prestação de serviços de saúde às comunidades afectadas. Organização da Sociedade Civil (OSC): grupos não governamentais que prestam serviços públicos. As OSC incluem organizações de base comunitária (CBO), organizações de base religiosa (FBO), sindicatos, associações profissionais, fundações, instituições académicas e órgãos de comunicação social. Órgãos do poder local (OPL): estruturas governamentais instituídas constitucionalmente que funcionam como o poder mais próximo da comunidade. Parceria1: relação aberta entre vários parceiros, cuja força assenta nos contributos diversos, mas complementares, de cada um no sentido de atingir um objectivo comum. Planeamento de desenvolvimento integrado (PDI): desenvolvimento de um único plano de desenvolvimento para um OPL que inclui entradas de todos os sectores desse órgão a esse nível. Refere-se, igualmente, à integração de planos de desenvolvimento de níveis governamentais mais baixos nos planos de desenvolvimento de níveis governamentais mais altos. (por. ex., planos municipais em planos distritais). PLWHA: pessoas que vivem com VIH/SIDA. O termo pode, igualmente ser utilizado para referir todos aqueles que são afectados pelo VIH/SIDA, por ex., os membros da família. Política: documento que define a posição oficial de uma organização perante determinada questão.

Ponto focal: pessoa que concordou em desempenhar um papel activo na abordagem de determinada questão – neste caso o VIH/SIDA – na sua área ou departamento de trabalho. Por exemplo, um ponto focal do departamento de educação pode responsabilizar-se pela supervisão da integração do combate ao VIH/SIDA no sector da educação e concordar em agir como ponto de ligação com as OSC locais que trabalham com crianças. Relações intergovernamentais: relações, comunicações e acordos de cooperação operacional entre vários sectores do governo, ao mesmo nível do governo e, também, com os vários níveis governamentais (por ex., regional – distrital). Rentabilidade: avaliação da eficácia comparativa de estratégias independentes e de métodos para atingir os mesmos objectivos. Responsabilização: a capacidade de atribuir responsabilidades aos funcionários públicos, aos empregadores privados e aos prestadores de serviços, solicitando-lhes que respondam pelas suas políticas, acções e utilização de fundos.

1 Poderá encontrar uma definição mais completa sobre os tipos de parcerias na Ferramenta 4.3 do Anexo 1.

Glossário

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Saídas: indícios que mostram que alguma coisa foi feita – por ex., realização de workshops, distribuição de preservativos. Os resultados tangíveis que a equipa de gestão de projectos deverá poder garantir. Geralmente, a produção de saídas obedece a um calendário específico. Serviços de ATV (Aconselhamento e testes voluntários): o aconselhamento e testes voluntários no âmbito do VIH/SIDA é o processo através do qual um indivíduo recebe aconselhamento por forma a ser informado e poder decidir se pretende ou não submeter-se ao teste do vírus de imunodeficiência humana (VIH). Esta decisão deverá ser exclusivamente tomada pelo indivíduo depois de lhe ter sido garantido que o processo se manterá confidencial. O ATV é um componente essencial dos programas de cuidados de saúde e de prevenção do VIH. Serviços integrados: termo genérico para designar serviços que requerem entradas de diversos departamentos e parceiros dos OPL, mas que são serviços interligados na perspectiva dos utilizadores (por ex., serviços de saúde e de assistência social). Serviços: aquisição de especialidade técnica, quer na forma de um indivíduo ou de um grupo de pessoas (como uma OSC ou outra empresa). SID A (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida): última fase de infecção causada por um vírus, o Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH). Subsídios: apoios financeiros para actividades relacionadas com o VIH/SIDA (por ex., subsídios escolares para órfãos, apoio para iniciar uma actividade rentável para as PLWHA). Tratamento anti-retroviral (TAR): tratamento que pode evitar que o VIH destrua o sistema imunitário. VIH (Vírus de Imunodeficiência Humana): vírus que debilita gradualmente o sistema (imunitário) de defesas do corpo até que este deixa de conseguir combater infecções como a pneumonia, diarreia, tumores e outras doenças que podem, todas elas, fazer parte da SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida). Incapazes de combater a doença, a maioria das pessoas morre num período de três anos após o aparecimento dos primeiros sinais de SIDA. Grande parte das infecções provocadas pelo VIH é transmitida por relações sexuais, sem protecção, com alguém já infectado com o VIH. Este pode ser ainda transmitido através de sangue ou produtos com sangue infectado (transfusões de sangue), da partilha de agulhas contaminadas, de uma mulher infectada para o seu bebé antes do nascimento, durante o parto ou durante a amamentação. Visão (e missão): lemas utilizados para reflectir um empenhamento em agir por forma a alcançar-se um estado desejável – por ex., lutaremos por uma geração sem SIDA.

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ANEXO 3 Recursos, sites da Web e referências úteis

¢ Kits de ferramentas e melhores práticas HIV/AIDS Toolkit for Local Government.(HEARD) (Kit de ferramentas de combate ao VIH/SIDA para o poder local) http://www.und.ac.za/und/heard/publications/Local%20Govt%20toolkit%2001_website.pdf

Para além de fornecer um kit de ferramentas alargado para combate ao VIH/SIDA por parte dos poderes locais, a HEARD (Economia da saúde e divisão de investigação sobre o VIH/SIDA) criou igualmente uma série (mais geral) de kits de ferramentas destinadas ao poder central, tendo em atenção alguns sectores específicos, tais como o da educação, dos trabalhos públicos, das finanças, do trabalho, etc. http://www.und.ac.za/und/heard/

UNAIDS E-Workspace on Local Responses to HIV/AIDS and City -AIDS. (UNAIDS) (E-Workspace da UNAIDS sobre respostas locais ao VIH/SIDA e projecto City-AIDS (UNAIDS)) http://ews.unaids.org

Trata-se de um e -workspace (espaço de trabalho electrónico) coordenado pela UNAIDS/UNITAR/KIT, com vista a providenciar um local para partilhar estudos de caso e experiências no âmbito de questões relacionadas com respostas locais ao VIH/SIDA. (Nota: deve inscrever-se para poder utilizá -lo.)

HIV/AIDS and Local Governance in Sub Saharan Africa. (VIH/SIDA e poder local na África subsariana) (UNDP/UN-HABITAT/Gabinete Regional do Programa de Gestão Urbana para a África). Jornal ocasional 1 de Junho de 2002. [disponível no e-workspace acima indicado]

Este jornal coloca em evidência os desafios enfrentados pelos OPL no despertar para o problema da epidemia do VIH/SIDA na África subsariana. São apresentados estudos de caso da África do Sul e da Costa do Marfim para mostrar como os vários países lidam com a epidemia.

HIV/AIDS and Municipalities.(ETU, South Africa) (VIH/SIDA e municipalidades (programa ETU, África do Sul)) http://www.etu.org.za/toolbox/docs/aids/webaidsmun.html#develop

Trata-se de um guia para os municípios interessados em abordar a questão do VIH/SIDA. Inclui informações básicas sobre o VIH/SIDA e o seu impacto nos municípios. Inclui ainda linhas de orientação elementares com vista à realização de uma campanha de combate ao VIH/SIDA e ao desenvolvimento de estratégias locais. A Unidade de Educação e Formação (The Education and Training Unit) (ETU) desenvolveu uma série de kits de ferramentas sobre uma gama de tópicos relacionados com as respostas da comunidade ao VIH/SIDA. http://www.etu.org.za/toolbox/aids.html

Methods and Approaches for Local Responses to HIV/AIDS (UNAIDS, KIT, Royal Tropical Institute, Holanda) (Métodos e abordagens para respostas locais ao VIH/SIDA) http://www.kit.nl/health/html/lr_toolkit.asp

Este projecto fornece uma base de dados de manuais de práticas, técnicas e de formação para facilitar a obtenção de conhecimentos sobre as respostas locais ao VIH/SIDA. O KIT (Instituto Real dos Trópicos) trabalha em estreita colaboração com a UNAIDS, CITY-AIDS, e a UNITAR no desenvolvimento de materiais.

Strengthening Community Responses to HIV/AIDS: a Toolkit.(UNDP, Índia) (Um kit de ferramentas para reforçar as respostas da comunidade ao VIH/SIDA) http://www.undp.org/hiv/publications/toolkit/toolkit.html

Recursos, sites da W

eb e referências úteis

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Trata-se de um kit de ferramentas desenvolvido na Índia (mas com uma possível adaptação global) que fornece ferramentas e recursos às OSC para se manterem melhor informadas acerca do VIH/SIDA e, deste modo, conseguirem envolver as suas comunidades-alvo nas intervenções de combate ao VIH/SIDA. Considering HIV/AIDS in Development Assistance :A Toolkit. (Banco Mundial) (Kit de ferramentas para uma integração da questão do VIH/SIDA no apoio ao desenvolvimento) http://www.worldbank.org/aids-econ/toolkit/index.htm

Este kit de ferramentas tem por objectivo fornecer informações aos gestores de projectos da UE que trabalham em países de elevada prevalência de VIH/SIDA sobre a importância e o processo de incorporação da questão do VIH/SIDA no desenvolvimento e implementação de projectos.

Program on HIV/AIDS and the World of Work (Programa sobre o VIH/SIDA e o mundo do trabalho) (OIT: Organização Internacional do Trabalho) http://www.ilo.org/public/english/protection/trav/aids/

Apresenta o “Código de práticas” da OIT, que fornece princípios fundamentais para o desenvolvimento de políticas e linhas de orientação práticas a partir das quais podem ser desenvolvidas respostas concretas a nível da empresa, da comunidade e nacional na prevenção do VIH/SIDA, gestão e mitigação do impacto do VIH/SIDA no mundo do trabalho, cuidados de saúde e assistência a trabalhadores infectados e afectados pelo VIH/SIDA, e eliminação do estigma e da discriminação com base em estados de VIH reais ou observados.

HIV/AIDS Policy Compendium.(Policy Project) (Compêndio de princípios para o VIH/SIDA (Projecto de princípios) http://www.policyproject.com/index.cfm

Esta base de dados permite ao utilizador procurar políticas nacionais relativas ao VIH/SIDA. Contém mais de 3.400 citações extraídas de documentos de princípios de mais de 50 países.

HIV/AIDS Prevention and Care in Resource-Constrained Settings.(FHI- Family Health International) (Cuidados de saúde e prevenção do VIH/SIDA em locais com recursos insuficientes) www.fhi.org/en/aids/impact/impactpdfs/hivaidspreventioncare.pdf

Guia para a concepção e gestão dos programas de combate ao VIH/SIDA, bem como uma análise das melhores práticas em todas as áreas de intervenção.

HIV/AIDS Responses at Different Levels.(UNAIDS) (Combate ao VIH/SIDA a vários níveis) http://www.unaids.org/publications/documents/responses/index.html

Série de manuais e guias para integração, mobilização de recursos e monitorização e avaliação das respostas de combate ao VIH/SIDA a vários níveis governamentais e não governamentais.

Preparing and Implementing MAP Support to HIV/AIDS Country Programs in Africa Volume I. (Preparação e implementação de apoio ao MAP para programas nacionais de luta contra o VIH/SIDA em África. Volume 1) (Banco Mundial) e Monitoring and Evaluation Operations Manual (Manual de operações de monitorização e avaliação) .(Banco Mundial/UNAIDS) http://www1.worldbank.org/hiv_aids/tools.asp

Estas publicações oferecem uma explicação pormenorizada sobre os procedimentos do MAP (incluindo gestão financeira) e fornecem uma perspectiva geral abrangente das estruturas nacionais de monitorização e avaliação. Podem ser úteis para situar uma resposta de combate ao VIH/SIDA rte dos OPL no contexto nacional.

Tools to Support Participatory Decision Making in Urban Government (Ferramentas para apoiar uma tomada de decisão participativa na gestão urbana) http://www.unhabitat.org/cdrom/governance/start.htm

Este amplo directório on-line fornece informações sobre um conjunto cada vez maior de ferramentas de gestão urbana relacionadas e usadas na implementação de normas e princípios operacionais aceites internacionalmente para uma boa gestão urbana (o que é um elemento-chave

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para qualquer resposta de combate ao VIH/SIDA ): envolvimento dos civis, equidade, transparência e responsabilidade, segurança, subsidiaridade, eficácia e sustentabilidade.

Toolkit for HIV Prevention among Mobile Populations in the Greater Mekong Subregion (Kit de ferramentas para prevenção do VIH/SIDA entre populações móveis na maior sub-região do Mekong) (UNDP/ADB (BAD - Banco asiático de desenvolvimento)) http://www.adb.org/Documents/Manuals/Toolkit/default.asp

Kit de ferramentas para as organizações que planeiam trabalhar com populações móveis. Especificamente, o kit aborda formas de trabalho com grupos móveis de trabalhadores da construção civil, camionistas, marinheiros e profissionais do sexo migrantes.

¢¢ Recursos adicionais

a. Sites do Banco Mundial Grupo do Banco Mundial http://www.worldbank.org/ Desenvolvimento urbano http://www.worldbank.org/urban/ VIH/SIDA http://www1.worldbank.org/hiv_aids/ GenAIDS (Os sexos e a SIDA) http://www.worldbank.org/gender/genaids/home.htm

(ainda sobre este tópicos:

http://www.genderandaids.org/)

Instituto do Banco Mundial: Programa de aprendizagem para a gestão urbana e das cidades http://www.worldbank.org/wbi/urban/ PovertyNet http://www.worldbank.org/poverty/ b. NU, Agências de desenvolvimento internacional e redes UNAIDS ¢ http://www.unaids.org/

UNAIDS Epidemiological Fact Sheets (for countries) (Documentos de factos epidemiológicos da UNAIDS(para os países)) http://www.unaids.org/hivaidsinfo/statistics/fact_sheets/index_en.htm

UNDP HIV &Development Publications Site (Site de publicações para o desenvolvimento e o VIH da UNDP) ¢ http://www.undp.org/hiv/publications/index.htm

UNDP HIV Link: http://www.undp.org/hiv/links.htm UNDP Local Governance Link: http://www.undp.org/governance/local.htm

UN-Habitat ¢ http://www.unhabitat.org/ Urban Management HIV/AIDS Programme (Programa de gestão urbana de combate ao VIH/SIDA) ¢ http://www.unhabitat.org/programmes/hiv/default.asp World Health Organization (HIV/AIDS) (Organização Mundial de Saúde (VIH/SIDA) ¢ http://www.who.int/health_topics/hiv_infections/en/ Cities Alliance (Aliança das cidades) ¢ http://www.citiesalliance.org

Recursos, sites da W

eb e referências úteis

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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ABT Associates Reports (Relatórios dos sócios de transfusão autóloga de sangue) (relatórios analíticos sobre tópicos relacionados com o VIH/SIDA) ¢ http://www.abtassoc.com/Page.cfm?PageID=1660&RS=1 AIMF (Associação Internacional dos Presidentes de Câmara Francófonos) ¢ http://www.aimf.asso.fr/ Family Health International (HIV/AIDS) (Organização internacional para a saúde na família) ¢ http://www.fhi.org/en/HIVAIDS/index.htm Healthy Cities (Cidades saudáveis) ¢ http://www.healthycities.org/index_english.html MEASURE Evaluation (Monitoring and Evaluation to Assess and Use Results/Monitorização e avaliação para analisar e utilizar resultados )(USAID) ¢ http://www.cpc.unc.edu/measure/topics/hiv_aids/hiv_aids.html The Policy Project (Projecto de princípios) ¢ http://www.policyproject.com/index.cfm

Inclui Managing HIV/AIDS in the Workplace: A Guide for (South African) Government Departments. (Gestão do VIH/SIDA no local de trabalho: guia para os departamentos governamentais (África do Sul). http://www.policypro ject.com/countries.cfm?country=South%20Africa

World Federation of United Cities (Federação Mundial de Cidades Unidas) ¢ http://www.fmcu-uto.org/ c. Recursos nacionais e regionais relacionadas com o VIH/SIDA The Alliance of Mayors Initiative for Community Action on AIDS at the Local Level (AMICAALL) (Iniciativa da Aliança dos Presidentes de Câmara para Acção das Comunidades Locais contra a SIDA) ¢ http://www.amicaall.org/

Aliança de presidentes de câmara na África subsariana que se comprometeram em combater o VIH/SIDA através de um trabalho coordenado a nível municipal.

AIDS Law Project, South Africa (Projecto de lei para combate ao VIH/SIDA, África do Sul) ¢ http://www.hri.ca/partners/alp/

Fornece informação sobre os aspectos legais do VIH/SIDA. Este site destina-se aos cidadãos e aos municípios da África do Sul (na África do Sul e noutros lados do mundo).

AfroAIDSinfo ¢ http://www.afroaidsinfo.org/DesktopServlet

Projecto para a Internet do South African Medical Research Council (Conselho de investigação médica da África do Sul) para divulgação de informação sobre o VIH/SIDA junto de investigadores, profissionais da saúde, público, pessoas infectadas, educadores e «fazedores de políticas».

Centre for AIDS Development, Research and Evaluation (CADRE) (Centro de desenvolvimento, investigação e avaliação da SIDA), África do Sul ¢ http://www.cadre.org.za/

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Organização sem fins lucrativos a trabalhar em investigação social, desenvolvimento de projectos e comunicações no âmbito do VIH/SIDA. A CADRE possui uma ampla base de dados bibliográfica que permite efectuar pesquisas e que aborda uma séries de questões relacionadas com o VIH/SIDA.

Centre for HIV/AIDS Networking (HIVAN), (Centro para redes de combate ao VIH/SIDA) África do Sul ¢ http://www.hivan.org.za/gettoknowus/aboutus.asp

Fornece mecanismos para redes intersectoriais que se dedicam à investigação, formação e intervenção no âmbito do VIH/SIDA.

Equity Project (Projecto de equidade), África do Sul ¢ http://www.equityproject.co.za/Tools.htm

Fornece uma biblioteca alargada de publicações e ferramentas relacionadas com a prestação de serviços de saúde, incluindo o VIH/SIDA.

Health Economics & HIV/AIDS Research Division (HEARD) (Economia da saúde e divisão de investigação sobre o VIH/SIDA), África do Sul ¢ http://www.und.ac.za/und/heard/

Organização de investigação e ensino que aborda os impactos económicos, de desenvolvimento e sociais do VIH/SIDA.(Consultar os kits de ferramentas para obter recursos específicos)

Health Systems Trust (Grupo de sistemas de saúde), África do Sul ¢ http://www.hst.org.za/local/

Fornece uma base de dados pesquisável sobre os poderes locais e a saúde, incluindo o VIH/SIDA. Municipal Development Partnership (Parceria de desenvolvimento municipal) ¢ http://www.pdm-net.org/english/default.html

Parceria entre líderes africanos e a comunidade de patrocinadores (CIDA, Banco Mundial, UE, UN-Habitat, e cooperação francesa) que apoia políticas de descentralização e de criação de capacidades junto das autoridades locais africanas.

Southern Africa Aids Information Dissemination Service (Serviço sul-africano de divulgação de informação sobre a SIDA), Zimbabwe ¢ http://www.safaids.org.zw/safaidsweb/

Um recurso regional de divulgação de informação sobre o VIH/SIDA para promover, informar e apoiar respostas apropriadas de combate à epidemia nos campos da prevenção do VIH, da assistência, do planeamento a longo prazo e da forma como lidar com o impacto.

¢¢ Bibliografia seleccionada Atkinson S, Medeiros R, Oliveira P & de Almeida R.(2000)Going down to the local: incorporating

social organisation and political culture into assessments of decentralised health care. Social Science & Medicine 2000 Aug;51(4):619-36.

Bennett J &Rohde J.(1999)Mapping for primary health care: district maps, clinic catchment areas

and community mapping in the Eastern Cape Province Equity Project, Bisho.

Recursos, sites da W

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Guia dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA

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Bennett S, Miller Franco L, Kanfer R & Stubblebine P.(2000)The development of tools to measure the determinants and consequences of health worker motivation in developing countries. Partnerships for Health Reform Project, Abt Associates, Bethesda MD.

Bennett S.(2000) Analyzing the Process of Health Financing Reform in South Africa and Zambia:

Zambia Country Report. Abt Associates, Maryland. Bossert T, Beauvais J.& Bowser D.(2000)Decentralization of health systems: preliminary review of

four country case studies. Abt Associates, Bethesda MD. Bossert T, Chitah M, Simonet M, Mwansa L, Daura M, Mabandhala M, Bowser D, Sevilla J,

Beauvais J, Silondwa G & Simatele M.(2000)Decentralization of the health system in Zambia. Abt Associates, Bethesda MD.

Colvin M.& Mullick S.(1997) Draft outline of a National STD/HIV/AIDS surveillance strategy.

Medical research council, Durban. http://www.healthlink.org.za/stdstats/hivservy/outline1.htm Cupido, J.(2002)Assessment tool for NGO ’s: Proposed flow of EU funding for PHC Partnership Project.

Provincial Government Western Cape Department of Health. Department of Public Service and Administration, South Africa (2002).Managing HIV/AIDS in the

Workplace.(http://www.policyproject.com/pubs/countryreports/SA_HIVguide.pdf) Figueroa M, Kincaid D, Rani M.& Lewis G.(2002)Communicating for Social Change: An Integrated

Model for Measuring the Process and its Outcomes. The Communication for Social Ch ange Working Paper Series: No.1.The Rockefeller Foundation, New York.

Gordon G & Ndondo T.(2001)Developing a tool to assess the readiness of civil society organisations

to enter into partnership with municipal health departments. Reproductive Health Alliance/DFID/UNFPA, Pretoria.

Health Systems Trust.(2000)Equity gauge :an approach to monitoring equity in health and health

care in developing countries. Health Systems Trust, Durban. Health Systems Trust.(2001) Investigating the roles and functions of Clinic Supervisors in Three

districts in the Eastern Cape Province. A Research Report commissioned and published by the Health Systems Trust, July 2001.

Low-Beer and Stoneburner, “Uganda and the Challenge of AIDS,” in Whiteside and Poke ((eds.)

(2003).The Poli tical Economy of AIDS in Africa,(London:Ashgate,2003,in press) Knowles J, Leighton C &Stinson W.(1997)Measuring results of health sector reform for system

performance: A handbook of indicators. Abt Associates, Maryland. Mbere, N.(2002)Local Governance and HIV/AIDS. Issue paper 4:Fifth Africa Governance Forum –

Local Governance for Poverty Reduction in Africa. Maputo, May 2002.

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McCoy D, Buch E & Palmer N.(2000)Protecting efficient, comprehensive and integrated primary healthcare: Principals and guidelines for inter-government contracts/service agreements. Health Systems Trust, Durban.

Ndabeni-Ncube, J. in AIDS Orphans in Africa: Building an Urban Response, Woodrow Wilson

International Center for Scholars. Nayyar-Stone, R. et al.(2002) Developing a Performance Management System for Local Governments:

An Operational Guideline. The Urban Institute (prepared for The World Bank), Washington, DC. Plan International.(2002)HIV/AIDS Interventions: Orphan Support and Succession Planning, UK.

http://www.plan-international.org/ Smart R (2000)AIDS Brief for sectoral planners and managers: Civil service .HEARD, University of

Natal, Durban Smart R, Dennill K, Pleaner M.(2001)Planning in the new millennium -A primary HIV/AIDS capacity

development course for government planners. Department of Social Development, South Africa. The South African Cities Network (SACN). Innovation from Msunduzi Municipality, KwaZulu-Natal:

Municipal Strategy on HIV/AIDS. http://www.sacities.co.za/left/studies.stm Telyukov A, Stuer F & Krasovec K.(2000)Design and application of a costing framework to improve

the planning and management of HIV/AIDS programs. Abt Associates, Bethesda MD. The Alliance of Mayors and Municipal Leaders on HIV/AIDS in Africa: Summary Reports.10th

International Conference on HIV/AIDS and STDs in Africa. Whiteside A. (ed.)(1998) Implications of AIDS for demography and policy in southern Africa,

University of Natal Press. World Bank (2000)Intensifying Action Against HIV/AIDS in Africa: Responding to a Development

Crisis, African Region. World Bank HIV/AIDS Activities http://www.worldbank.org/html/extdr/pb/pbaidsactivities.htm World Bank (2002)Education and HIV/AIDS:A Window of Hope. http://www1.worldbank.org/hiv_aids/publications.asp

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ANEXO 4 Declaração de Abidjan dos presidentes de câmara e líderes municipais africanos sobre DST/SIDA

Declaração de Abidjan dos presidentes de câmara e dos líderes municipais africanos sobre DST/SIDA:

Nós, presidentes de câmara e líderes municipais de África, durante a reunião de 9 de Dezembro de 1997 em Abidjan, Costa do Marfim, por ocasião da X Conferência Internacional sobre DST/SIDA em África, adoptamos a declaração seguinte, designada “DECLARAÇÃO DE ABIDJAN”. Cientes de que as condições precárias das nossas cidades intensificam o impacto do VIH/SIDA nas comunidades vulneráveis, em particular junto das mulheres e jovens, e colocam em perigo os nossos planos de desenvolvimento local a longo prazo; Reconhecendo que as nossas cidades se estão a tornar cada vez mais centros de crescimento demográfico no nosso país e que, dado os poderes de que estão investidos, os nossos municípios têm um papel importante a desempenhar no confronto dos vários desafios colocados pela epidemia do VIH/SIDA. Comprometemo -nos, por este meio, a procurar soluções essenciais para as necessidades e realidades locais em consonância com os objectivos e princípios das Nações Unidas e com as nossas leis e regulamentos, com vista a combater mais eficazmente o VIH/SIDA nas nossas comunidades: Com este objectiv o, ficou acordado: § Apostar na redução do impacto socioeconómico do VIH/SIDA nas nossas comunidades através

da implementação de medidas eficazes para reduzir a transmissão do VIH. § Promover e coordenar abordagens locais multissectoriais para a prevenção e cuidados de saúde a

pessoas infectadas e afectadas pelo VIH. § Reunir esforços para mobilizar os recursos humanos e financeiros necessários com vista à

implementação de estratégias locais. § Garantir a participação activa das pessoas infectadas e afectadas pela epidemia do VIH na

concepção e implementação de estratégias locais. § Reforçar a solidariedade entre as nossas cidades e desenvolver uma parceria eficaz com

intervenientes nacionais e internacionais, públicos e privados. Assim, comprometemo-nos a: § Garantir que a procura de soluções eficazes para combater o VIH/SIDA se torne uma prioridade

das políticas públicas. § Envolver eficazmente os nossos cidadãos na concepção de planos de acção, na definição de

estratégias locais e na implementação de actividades. § Providenciar o apoio institucional necessário às nossas cidades e comunidades e consolidar a sua

capacidade de intervenção. § Garantir transparência e responsabilização na gestão de programas. § Criar uma ALIANÇA DE PRESIDENTES DE CÂMARA E LÍDERES MUNICIPAIS para

maximizar o empenhamento, a participação, a liderança, a capacidade e a experiência a nível das comunidades no confronto com o desafio da epidemia do VIH/SIDA, em África.

Abidjan, 9 de Dezembro de 1997

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ANEXO 5 Parceiros O GUIA dos órgãos do poder local para o combate ao VIH/SIDA foi desenvolvido em colaboração com os parceiros seguintes: § Banco Mundial § Programa das Nações Unidas par o Desenvolvimento (UNDP) § Aliança das Cidades § Aliança de presidentes de câmara e líderes municipais contra o VIH/SI DA, em África

(AMICAALL) Os seguintes parceiros possuem programas destinados especificamente ao combate do VIH/SIDA por parte dos OPL – Aliança de presidentes de câmara e líderes municipais contra o VIH/SIDA, em África (AMICAALL) e Programa de Gestão Urbana (PGU). Os OPL interessados em obter mais informações ou em envolver-se nestes programas são convidados a contactar directamente estas organizações.

Aliança de presidentes de câmara e líderes municipais contra o VIH/SIDA, em África Criada em 1998, a Aliança de presidentes de câmara e líderes municipais contra o VIH/SIDA, em África, é uma rede em expansão de órgãos do poder local, presidentes de câmara e líderes municipais empenhados em apoiar soluções sustentadas para combater o VIH/SIDA a nível local. A metal global da Aliança é incentivar e apoiar esforços a nível do poder local para evitar que o VIH se dissemine ainda mais e reduzir o impacto social e económico da epidemia nas pessoas e nas comunidades de África. A Aliança trabalha em parceria com o governo, as organizações da sociedade civil, o sector privado, os líderes da comunidade e organizações internacionais. Com o apoio da UNDP e da UNAIDS, a Aliança desenvolveu um mapa para agir a nível dos países: a Iniciativa da Aliança dos Presidentes de Câmara para Acção das Comunidades Locais contra a SIDA, ou AMICAALL. Foram criados grupos nacionais da Aliança e existem programas de acção da AMICAALL em várias fases de implementação em nove países. A Aliança está a ser acolhida pelo Governo da Namíbia e pela Cidade de Windhoek. A secretaria fornece apoio administrativo e de gestão às actividades da Aliança, facilita a mobilização de recursos e incentiva as parcerias com o governo e com as organizações da sociedade civil.

Alliance Secretariat P.O. Box 60401

Katatura, Windhoek Namibia

Tel. : +264 61 224730 Fax: +264 61 227890

E-mail: [email protected] Site da Web: www.amicaall.org

Parceiros

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Programa de Gestão Urbana (PGU) O Programa de Gestão Urbana (PGU) foi lançado em 1986 por iniciativa da UNDP, da UN-HABITAT, do Banco Mundial e de vários parceiros bilaterais (actualmente, o Reino Unido, Suécia, e Suíça). O PGU centra-se essencialmente em actividades que afectam as condições de vida dos pobres nas cidades e grandes meios urbanos. O programa continua a desenvolver e a aplicar conhecimentos de gestão urbana nos domínios da gestão urbana participativa, do alívio da pobreza urbana, da gestão ambiental urbana e do VIH/SIDA. As actividades relacionadas com o VIH/SIDA são implementadas através da metodologia de consulta na cidade do PGU – uma técnica utilizada em mais de 120 cidades, desde 1986, para desenvolver iniciativas abrangentes envolvendo os intervenientes, incluindo o poder e as autoridades locais das áreas urbanas. A metodologia de consulta na cidade é, não só, uma abordagem eficaz ao desenvolvimento local, mas, também, uma estratégia para reduzir o impacto do VIH/SIDA, através da mobilização da liderança da administração da cidade, em parceria com organizações de base comunitária, pessoas que vivem com VIH/SIDA, instituições de investigação académica e outros agentes da sociedade civil

Urban Management Programme United Nations Human Settlements Programme

P.O. Box 30030, Nairobi, 00100 Kenya E-mail: [email protected]

Site da Web: http://www.unhabitat.org/programmes/hiv/default.asp

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