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    Os guichs eletrnicos nicos comoferramentas de facilitao do comrcio

    Mdulo 1. Guichs nicos:

    Introduo, conceitos e modelos

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Este documento propriedade intelectual do Banco Interamericanode Desenvolvimento (BID). Qualquer reproduo parcial ou total

    deste documento deve ser informada a:[email protected] opinies includas nos contedos correspondem a seus autorese no refletem necessariamente a opinio do BancoInteramericano de Desenvolvimento.

    Os presentes materiais foram revisados luz das decisesministeriais tomadas no marco da Nona Conferncia Ministerial daOrganizao Mundial do Comrcio celebrada em Bali, Indonsia,em dezembro de 2013. Os ajustes foram realizados com afinalidade de refletir um maior alinhamento entre a temtica docurso e as prioridades identificadas na Declarao Ministerial edecises de Bali, em que participaram todos os membros do BID.

    Declarao de Bali

    Autor do curso:Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) (www.iadb.org), atravs de seuSetor de Integrao e Comrcio (INT)

    Coordenador do curso:Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) (www.iadb.org), atravs de seuSetor de Integrao e Comrcio, o Instituto para a Integrao da Amrica Latina e oCaribe (www.iadb.org/es/intal), o Instituto Interamericano para oDesenvolvimento Econmico e Social (INDES) (www.indes.org), a OrganizaoMundial de Aduanas (OMA)(www.wcoomd.org)e a Secretaria Geral do Sistema daIntegrao Centroamericana (SG-SICA)(http://www.sica.int/)

    Autor do Mdulo:

    Carolina Navarro Correcher, Chefe de Projetos da rea de Inovao eDesenvolvimento da Fundao Valenciaport.

    Coordenao pedaggica e de edio:OInstituto Interamericano para o Desenvolvimento Econmico e Social (INDES)(www.indes.org),em colaborao com aFundao Centro de Educao a Distnciapara o Desenvolvimento Econmico e Tecnolgico (CEDDET) (www.ceddet.org)

    2 Edio2015

    mailto:[email protected]:[email protected]://mc9.wto.org/es/proyecto-de-declaraci%C3%B3n-ministerial-de-balihttps://mc9.wto.org/es/proyecto-de-declaraci%C3%B3n-ministerial-de-balihttp://www.iadb.org/http://www.iadb.org/http://www.iadb.org/http://www.iadb.org/http://www.iadb.org/http://www.iadb.org/http://www.iadb.org/es/intalhttp://www.iadb.org/es/intalhttp://www.iadb.org/es/intalhttp://www.indes.org/http://www.indes.org/http://www.indes.org/http://www.wcoomd.org/http://www.wcoomd.org/http://www.wcoomd.org/http://www.sica.int/http://www.sica.int/http://www.sica.int/http://www.indes.org/http://www.indes.org/http://www.indes.org/http://www.ceddet.org/http://www.ceddet.org/http://www.ceddet.org/http://www.indes.org/http://www.sica.int/http://www.wcoomd.org/http://www.indes.org/http://www.iadb.org/es/intalhttp://www.iadb.org/http://www.iadb.org/https://mc9.wto.org/es/proyecto-de-declaraci%C3%B3n-ministerial-de-balimailto:[email protected]
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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    ndice

    ndice ....................................................................................... 3

    Glossrio ................................................................................... 5

    ndice de grficos ....................................................................... 6

    ndice de figuras ........................................................................ 6

    Apresentao ............................................................................. 7

    Objetivo do Mdulo ..................................................................... 9

    Perguntas orientadoras da aprendizagem ...................................... 9

    Unidade I. Conceito de Guich nico e o sistema de Guichs nicos 11

    Objetivos de aprendizagem ..................................................... 11

    I.1. Definio de Guich nico ................................................. 11

    I.1.1. Guich nico como instalao inteligente ....................... 20

    I.1.2. Guich nico como empresa virtual ............................... 22

    I.2. Sistema de Guichs nicos ................................................ 26

    I.2.1. Port Community Systems ............................................. 30

    I.2.2. O Acordo sobre Facilitao do Comrcio da OMC e os

    servios de Guich nico ...................................................... 35

    Resumo da Unidade .................................................................. 37

    Unidade II. Modelos de Guich nico e principais benefcios de sua

    implementao......................................................................... 40

    Objetivos de aprendizagem ..................................................... 40

    II.1. Tipologias e Modelos de Guichs nicos ............................. 40

    II.2. Modelos de Guichs nicos ............................................... 41

    II.2.1. Modelo 1 GU: Modelo de Autoridade nica .................... 41

    II.2.2. Modelo 2 GU: Sistema nico Automatizado ................... 42

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    II.2.3. Modelo 3 GU: Sistema de Informao Automatizado

    Transacional ........................................................................ 44

    II.2.4. Agncia Lder para o estabelecimento de um sistema deGuich nico ...................................................................... 46

    II.3. Principais Benefcios ........................................................ 48

    III.3.1. Benefcios para o Governo ......................................... 48

    III.3.2. Benefcios para o comrcio ......................................... 50

    Resumo da Unidade .................................................................. 52

    Unidade III. Passos para a implementao de Guichs nicos e

    fatores-chave de sucesso. ......................................................... 54

    Objetivos de aprendizagem ..................................................... 54

    III.1. Passos para a implementao de Guichs nicos ............... 54

    III.2. Fatores-chaves de sucesso para o estabelecimento de Guichs

    nicos .................................................................................. 58

    Resumo da Unidade .................................................................. 65

    Bibliografia .............................................................................. 67

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Glossrio

    EPCSA:European Port Community System Association

    B2B:Business-to-Business

    B2G:Business-to-Government

    CS:Community System

    CCS:Cargo Community System

    Integrated System:Sistema centralizado

    Interfaced System:Sistema distribudo

    UN/CEFACT:United Nations Centre for Trade Facilitation and

    Electronic Business

    G2G:Government-to-Government

    GU:Guich nico

    GUCE:Guichs nicos de Comrcio Exterior

    OMA:Organizao Mundial de Aduanas

    PCS:Port Community System

    PUCE:Portais nicos de Comrcio Exterior

    TI:Tecnologias da Informao

    TIC:Tecnologias da Informao e Comunicao

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    ndice de grficos

    Grfico n1. Guich nico como empresa virtual.

    Grfico n2. Fases do sistema de Guich nico.

    Grfico N3. Viso esquemtica sobre a combinao de PCS

    com servios de Guich nico

    Grfico n4. Modelo de autoridade nica.

    Grfico n5. Modelo centralizado de Guich nico.

    Grfico n6. Modelo distribudo de Guich nico.

    Grfico n7. Modelo misto de Guich nico.

    Grfico n8. Modelo transacional de Guich nico.

    Grfico n9. Benefcios de Guich nico para o governo.

    Grfico n10. Passos na Implementao de Guichs nicos.

    Grfico n11. Fatores-chave para o estabelecimento de Guichs

    nicos.

    ndice de figuras

    Figura 2.1. Os benefcios para os agentes vinculados ao comrcio.

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Apresentao

    O comrcio internacional requer um grande volume de informaoe de documentos para cumprir os trmites regulatrios que as

    autoridades governamentais exigem nos processos de importao,

    exportao e trnsito. Alm disso, normalmente, cada um destes

    documentos deve ser apresentado a diferentes agncias, cada

    uma com seus prprios sistemas (sejam manuais ou

    automticos) e com seus prprios modelos e formulrios.Estes

    trmites, junto com os custos associados ao seu cumprimento

    representam uma sria barreira para o desenvolvimento do comrcio

    internacional tanto para as empresas quanto para o governo.

    Uma forma de solucionar estes problemas se encontra na

    criao de um sistema de Guichs nicos1, mediante o qual a

    informao associada ao comrcio e ao transporte somente necessita

    ser apresentada em um nico ponto de entrada para serposteriormente distribuda a todos os organismos pblicos

    pertinentes para ser processada (aduanas, organismos

    regulatrios das operaes de comrcio exterior, corpos de

    segurana, autoridades porturias etc.). Esta possibilidade permite

    melhorar a disponibilidade e tornar a gesto da informao mais

    confivel, acelerar e simplificar os trmites documentais

    necessrios para o comrcio e harmonizar e compartilhar ainformao entre diferentes organismos competentes.

    1No Brasil adotou-se a denominao Portal nico de Comrcio Exterior (PUCE)para o programa de Guich nico. O PUCE uma iniciativa de reformulao dosprocessos de importao, exportao e trnsito aduaneiro. Maiores informaes

    em: http://portal.siscomex.gov.br/conheca-o-portal/programa-portal-unico-de-comercio-exterior.

    http://portal.siscomex.gov.br/conheca-o-portal/programa-portal-unico-de-comercio-exteriorhttp://portal.siscomex.gov.br/conheca-o-portal/programa-portal-unico-de-comercio-exteriorhttp://portal.siscomex.gov.br/conheca-o-portal/programa-portal-unico-de-comercio-exteriorhttp://portal.siscomex.gov.br/conheca-o-portal/programa-portal-unico-de-comercio-exteriorhttp://portal.siscomex.gov.br/conheca-o-portal/programa-portal-unico-de-comercio-exterior
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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Ao mesmo tempo, o uso de Guichs nicos permite melhorar a

    eficincia e o controle por parte dos organismos oficiais redundando

    em uma economia de custos, tanto para o comrcio quanto para o

    governo, mediante uma melhor utilizao dos recursos disponveis

    (por exemplo, atravs de um maior controle das taxas que devem ser

    pagas, ou de uma reduo do tempo necessrio em cumprir os

    trmites administrativos, etc.).

    Para abordar o assunto, este Mdulo compreende trs Unidades de

    aprendizagem: Unidade 1.Conceito de Guich nico e o sistema de

    Guichs nicos. Unidade 2. Modelos de Guichs nicos e principaisbenefcios de sua implementao e a Unidade 3. Passos para a

    implementao de Guichs nicos e fatores-chave de sucesso. Cada

    uma destas Unidades est integrada por sua vez por uma srie de

    atividades orientadas a facilitar e motivar a aprendizagem atravs de

    uma metodologia ativa de trabalho individual e de trabalho em

    equipe, que facilitada atravs da plataforma virtual do INDES.

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Objetivo do Mdulo

    Abordar os conceitos bsicos referentes aos Guichs nicos comoinstrumentos de facilitao do comrcio internacional, modelos de

    Guichs nicos, principais benefcios de implementao do sistema,

    tanto para os governos quanto para os agentes privados vinculados

    ao comrcio, os passos e fatores-chave de sucesso para sua

    implantao.

    Perguntas orientadoras da aprendizagem

    O que se entende por Guich nico e quais so as tipologias e

    modelos mais conhecidos?

    Deveria existir somente um Guich nico?

    Quais so algumas razes que motivam a implementao de

    Guichs nicos? E de quem deve partir a ideia de criao de um

    Guich nico?

    Qual deve ser o processo a ser seguido na implementao de

    Guichs nicos a fim de garantir o sucesso na implementao do

    sistema?

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Mdulo 1.Os Guichs nicos:Introduo, conceito emodelos

    Unidade 1. Conceito deGuich nico e o sistemade Guichs nicos.

    Unidade 2. Modelos deGuichs nicos eprincipais benefcios desua implementao

    Unidade 3. Passos para aimplementao deGuichs nicos efatores-chave desucesso

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Unidade I. Conceito de Guich nico e sistema de Guichs

    nicos

    Objetivos de aprendizagem

    Compreender o conceito de Guich nico a partir das definies

    tericas que se apresentam nesta primeira unidade para dotar o

    aluno de uma viso geral de tal conceito.

    Conhecer quais so as definies de um sistema de Guichs nicos

    para identificar quais so as principais caractersticas destes

    sistemas a partir da reviso das definies realizadas pelos

    diferentes organismos internacionais relacionados com o comrcio

    exterior.

    I.1. Definio de Guich nico

    O Guich nico um termo que foi amplamente utilizado nos ltimos

    anos e dedicou-se um grande esforo para definir os conceitos

    associados. A realidade que o Guich nico desafia os modelos

    tradicionais que foram utilizados para o controle do movimento demercadorias e dos meios de transporte.

    Para maior compreenso do que um Guich nico, vamos recuperar

    as definies deste conceito realizadas tanto pelo Centro de

    Facilitao de Comrcio e Comrcio Eletrnico das Naes Unidas

    (UN/CEFACT) em suaRecomendao e guia para o estabelecimento

    de um Guich nico para a melhoria do intercmbio de informao

    entre o comrcio e o governo (Recomendao n 33, 2005), quanto

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    pela Organizao Mundial de Aduanas (OMA) em seu Compndio

    sobre Guich nico (2011).

    Ambos os organismos internacionais trazem definies erecomendaes complementares da partir de diferentes pontos de

    vista, o primeiro mais tcnico e o segundo mais organizativo e

    metodolgico.

    Recomendao n33, 2005

    Em sua Recomendao n33, o Centro das Naes Unidas para aFacilitao do Comrcio e dos Negcios Eletrnicos (UN/CEFACT),sendo consciente de que o estabelecimento de Guichs nicos podecontribuir com a harmonizao e simplificao dos intercmbios deinformao entre os diferentes agentes do comrcio e os governos, econsiderando os benefcios reais que isto pode significar tanto para osprprios governos quanto para o comrcio, recomenda que osgovernos e os agentes envolvidos no comrcio internacional e omovimento de mercadorias considerem a possibilidade e, se for o caso,procedam ao estabelecimento de solues de Guich nico em seuspases, mediante a colaborao e o esforo conjunto de todas as

    autoridades governamentais envolvidas, bem como da parte privada.Para isso, juntamente com a Recomendao, o UN/CEFACT inclui umGuia para o estabelecimento de um Guich nico para melhoraro intercmbio eficiente de informao entre o comrcio e osgovernosque considerado um dos documentos bsicos de refernciapara a realizao de projetos de Guich nico. O UN/CEFACT definiuposteriormente outras Recomendaes que descrevem ferramentas emetodologias que permitem desenvolver este conceito a partir de outrasperspectivas tais como a recomendao 35 sobre como estabelecer omarco legal para um Guich nico no comrcio internacional

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Segundo a definio dada pelo UN/CEFACT umGuich nico:

    Em outras palavras, o objetivo de um Guich nico agilizar e

    simplificar os fluxos de informao entre os agentes vinculados

    ao comrcio e os Governos de maneira que todos os envolvidos se

    beneficiem nos processos entre fronteiras evitando a apresentao

    repetitiva de dados.

    A definio oferecida pelo UN/CEFACT est mais orientada

    transmisso de informao padronizada e aplicao de tecnologias

    da informao e comunicaes por serem estas umas das principais

    reas de conhecimento deste organismo internacional. Na

    Recomendao n33 a colaborao entre a Aduana e outros

    organismos regulatrios e de controle se explica em termos de fluxos

    de informao entre as diferentes partes envolvidas no comrcio e o

    transporte, onde a informao e os documentos devem ser

    apresentados em um nico ponto de entrada.

    uma ferramenta que permite, s partes envolvidas no comrcio etransporte, apresentar informao e documentos padronizadosatravs de um nico ponto de entrada com o objetivo de realizartodos os trmites relacionados com as operaes de exportao,importao e trnsito e, na qual, a informao deveria serapresentada uma s vez (preferivelmente em formato eletrnico)

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Esta recomendao e guia considerada como base da temtica de

    Guich nico e deu lugar a numerosos seminrios, oficinas e

    discusses que permitiram aprofundar nas implicaes e

    possibilidades deste conceito no comrcio exterior e no transporte.

    O UN/CEFACT definiu posteriormente outras Recomendaes que

    descrevem ferramentas e metodologias que permitem desenvolver

    este conceito a partir de outras perspectivas tais como a

    recomendao 35 sobre como estabelecer o marco legal para um

    Guich nico no comrcio internacional. No entanto, no se deve

    confundir um Guich nico com um sistema de informao, pois esteconceito vai muito alm disso. Na definio oferecida pela OMA,

    prefere utilizar-se o termo Sistema de Guich nico, no qual se

    sugere o Guich nico como:

    Uma filosofia de governana na qual as estruturas tradicionais degoverno se transformam para servir melhor s necessidades dos

    cidados, dos negcios e da economia. Sob o conceito de Guich nicoos procedimentos estabelecidos pelas diferentes agncias de governopassam a transformar-se em servios integrais e integrveis oferecidospelo governo derivando-se em uma maior simplificao dos trmitesque sero desenvolvidos de uma forma mais eficiente e coordenada comuma diminuio substancial dos custos de cumprimento das regulaes.O processo de criao de um sistema de Guich nico se baseia emuma transformao interativa que deve envolver diferentes iniciativas,algumas delas novas, mas outras j consolidadas ou em curso e quedevem ser apropriadamente integradas neste sistema atravs de umrigoroso trabalho de reengenharia.

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Em um Sistema de Guich nico, esta transformao das estruturas

    de governo para uma maior simplificao, facilitao, controle e

    transparncia o resultado de um processo interativo que integra

    diferentes iniciativas orientadas a este fim e que do lugar a distintas

    verses e distintos nveis de maturidade de Guichs nicos.

    O conceito de Guich nico no um conceito exclusivo das

    operaes de comrcio exterior. Este conceito encontrado tambm

    em outras reas de governo como pode ser o caso de um Guich

    nico para a criao de novas empresas, para centralizar os trmites

    de mudana de domiclio, a obteno de uma carteira de motorista,etc. Neste ponto poderamos nos questionar se somente pode existir

    um Guich nico ou podem existir vrios Guichs nicos para a

    gesto do comrcio e transporte internacional. Este aspecto foi

    tratado no captulo introdutrio do Compndio de Guich nico

    publicado pela OMA.

    No comrcio exterior existem diferentes organismos governamentais

    envolvidos neste tipo de operaes tais como a aduana, os

    organismos de inspeo sanitrios, fitossanitrios, zoosanitrios, de

    controle de medicamentos e de normas de aplicao a diferentes

    produtos, de proteo em fronteiras e de gesto de infraestruturas

    pblicas.

    Tradicionalmente estes diferentes rgos no estabeleceram canais

    para compartilhar informao entre eles, o que faz com que osoperadores de comrcio tenham que proporcionar a mesma

    informao a cada um destes organismos e que as inspees e o

    controle de cada um deles sejam realizados de forma no-coordenada

    e potencialmente com informao discordante.

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Esta situao no nada desejvel nem para os operadores do

    comrcio nem para a administrao ao possibilitar grandes

    ineficincias e uma menor capacidade de identificar riscos que

    possam existir ao utilizar-se informao parcial recebida em cada

    agncia em lugar de uma informao global que foi recebida pelo

    conjunto do governo.

    Como ilustrao deste tipo de circunstncias pode estar a

    discordncia de informaes que poderia acontecer entre as

    autoridades sanitrias e as aduaneiras relativas origem de um

    produto alimentcio, para evitar inspees ou proibies de introduode produtos no pas de destino, ou a discordncia entre a quantidade

    de mercadoria que foi descarregada em um porto e a que foi

    declarada em importao para evitar o pagamento de taxas ou

    tributos. Com a aplicao do conceito de Guich nico, todos os

    organismos pblicos disporiam do mesmo conjunto de informao

    que teria sido apresentado pelos operadores em um s ponto de

    entrada.

    A proposta de implementao de um Sistema de Guichs

    nicos pode partir de diferentes setores (martimo, comrcio,

    transporte, Aduanas), por exemplo, a partir do setor martimo se

    pode impulsionar a criao de um Guich nico que fornecer

    servios associados com os trmites associados aos navios. Por isso,

    podemos nos deparar com diferentes Guichs nicos, que

    devem ser complementares e estar em qualquer caso inter-

    relacionados entre si.

    Habitualmente, a organizao de um sistema de Guich nico

    coordenada por uma entidade que lidera o processo. Esta entidade

    deve ser reconhecida pelo resto das autoridades governamentais e

    agncias regulatrias implicadas.

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    O lder deve adotar um papel neutro e conciliador buscando e

    assegurando que todas as autoridades e agncias recebam ou

    tenham acesso informao de que necessitam para cumprir seus

    mandatos e objetivos.

    Alm disso, as autoridades participantes e as agncias devem buscar

    coordenar seus controles de tal forma que estes no se repitam e se

    desenvolvam no mesmo momento. Em alguns casos, os servios de

    Guich nico podem conectar-se com outros servios externos para

    fornecer servios como pagamento de impostos, taxas e cotas ou

    servios logsticos associados operao.

    Nos processos entre fronteiras, alm da Aduana, existem outras

    agncias governamentais (como inspees fitossanitrias,

    veterinrias, controle de drogas, etc.), com direito a paralisar a

    mercadoria que cruza as fronteiras. Frequentemente, devido falta

    de informao compartilhada entre essas agncias, os

    importadores/exportadores devem proporcionar a mesma informao

    a diferentes agncias governamentais.

    Em muitas ocasies, mesmo dispondo de servios de Guich nico,

    segue sendo exigido que se apresente a informao em papel em

    diferentes pontos, quando em muitas ocasies existe informao

    mais fivel e atualizada dentro dos prprios sistemas de informao

    do governo. Tambm frequente que a avaliao do risco seja

    realizada em cada uma das agncias com os dados especficos queesta recopilou e no se baseie na informao completa que o governo

    recebe dos agentes. Em consequncia, so realizadas mltiplas

    inspees em diferentes momentos. A avaliao do risco realizada

    por cada uma das agncias com seus dados especficos e no se

    baseia na informao completa que o governo recebe dos agentes.

    Da mesma maneira, existem experincias consolidadas em muitos

    pases nos que foram implantados diferentes sistemas de colaborao

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    logstica e de transporte, denominados Cargo ou Port Community

    Systemquando so utilizados em portos e aeroportos.

    Estes sistemas servem como ponto nico para o intercmbio deinformao entre os diferentes intervenientes das operaes logstico-

    porturias tais como o operador logstico e a comunidade comercial e

    do transporte e organismos pblicos regulatrios e de controle nestas

    instalaes. Estes sistemas esto agindo em muitas ocasies como

    pontos de entrada aos guichs nicos do governo atuando como

    interfaces entre os operadores e as aduanas, autoridades porturias e

    martimas e outras agncias regulatrias e de controle.

    Neste ponto cabe formular as seguintes questes relacionadas

    ao paradoxo Mltiplos Guichs nicos:

    Deveria existir somente um Guich nico?

    Poderiam existir mltiplas solues de Guich nico para

    diferentes setores que oferecem suporte ao comrciointernacional (martimo, porturio, transporte, comrcio,

    aduana, bancos,)?

    Como deveriam interagir esses mltiplos Guichs nicos?

    A responsabilidade de abastecimento do conceito de Guich

    nico poderia ser dividida em diferentes partes e cada uma

    delas ser abastecida por diferentes organizaes mediante

    sistemas baseados em tecnologias da informao?

    O conceito de Guich nico est associado exclusivamente a

    um nico sistema automatizado operado por uma s entidade

    ou a uma coleo de sistemas interoperveis e interconectados

    operados por diferentes entidades?

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Deveria existir uma nica entidade que orquestrasse e

    coordenasse o desenvolvimento do conceito de Guich nico ou

    de Mltiplos Guichs nicos?

    Os sistemas existentes utilizados pelas diferentes agncias

    deveriam ser eliminados em benefcio de um novo nico

    sistema que incorporasse todas as funcionalidades ou deveriam

    ser mantidos e preservados os sistemas e investimentos

    existentes?

    Como deveriam ser estabelecidos e delimitados os alcances dos

    Guichs nicos e dos sistemas corporativos de cada uma dasinstituies?

    muito provvel que existam tantas respostas a estas perguntas

    quanto alunos participantes deste curso. Isto se deve a que o

    conceito de Guich nico pode ser manifestado mediante diferentes

    aproximaes que dependero em grande medida do contexto scio-

    poltico e da complexidade do sistema. Sob esta situao,

    fundamental partir de um conceito e de uma base de definio de

    Guich nico suficientemente ampla e flexvel para permitir abarcar

    as diferentes iniciativas e sistemas que se criam em torno desta

    filosofia de governana para posteriormente poder caracterizar e

    particularizar cada realidade em um sistema concreto. Esta base

    permitir dotar o aluno de uma ampliao de viso suficiente para

    poder compreender as diferentes iniciativas de Guichs nicos que

    esto aparecendo tanto na regio quanto a nvel mundial.

    Dependendo do contexto no que se apresenta o Guich nico, cabe

    distinguir os Guichs nicos Nacionais, cujo objetivo coordenar a

    colaborao entre os diferentes organismos pblicos de um pas.

    Tambm podemos nos deparar com Guichs nicos regionais ou

    internacionais, cujo objetivo coordenar a colaborao entre

    agncias de diferentes pases, de tal forma que os dados que se

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    originam em um pas podem ser utilizados em outro pas sem que se

    requeira a apresentao dos mesmos por parte dos operadores

    econmicos e de transporte, ao serem realizadas estas comunicaes

    de governo a governo, entre diferentes pases. Poderamos encontrar

    exemplos de Guichs nicos regionais em servios de

    reconhecimento mtuo de certificados de origem eletrnicos, cujos

    dados se consultam do pas de destino ao pas de origem, ou no

    Trnsito Internacional de Mercadorias, onde os dados da declarao

    de trnsito se criam no pas de incio e so utilizados e atualizados

    nos diferentes pases de passagem e no pas de destino final do

    trnsito.

    I.1.1. Guich nico como instalao inteligente

    O conceito de Guich nico no simplesmente o de um portal

    ou servio que conecta o usurio com vrias agnciasgovernamentais. O valor agregado deste conceito que ele

    fornece ao usurio uma soluo integradapara suas transaes

    comerciais.

    A caracterstica fundamental do conceito de Guich nico reside em

    que este engloba a ideia de apresentar a informao uma s vez

    (one time submission) evitando duplicidades e a apresentao

    repetida da mesma informao.

    One time submission quer dizer que no necessrio que se

    introduza a mesma informao por parte do mesmo operador

    em diferentes agncias governamentais. No entanto, isto no

    implica que a entrega de todo o volume de informao se realize em

    uma nica transmisso nem exima outros operadores de apresentar

    tambm informao sobre as operaes. Assim, a informao pode

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    ser enviada em mltiplas transmisses e por diferentes operadores,

    permitindo aos agentes ir completando a informao medida que

    vo tendo lugar os processos logsticos, completando cada um dos

    estados necessrios para o despacho e controle das operaes de

    transporte e das mercadorias.

    Esta caracterstica no poderia ser conseguida sem uma padronizao

    e harmonizao dos dados e da documentao. Um aspecto

    fundamental na transmisso eletrnica de informao entre o usurio

    e as agncias governamentais e entre si que se trata de um ato

    importante orientado ao cumprimento da legislao. Assim, ainformao apresentada se denomina declarao e deve estar dotada

    de garantias suficientes na apresentao da documentao por meios

    eletrnicos para assegurar a integridade, autoria e o no repdio do

    trmite eletrnico. Para este fim, o uso de tcnicas avanadas de

    identificao e assinatura eletrnica de dados eletrnicos pode

    oferecer um nvel equivalente ou inclusive superior de segurana das

    funes de identificao, autenticidade, integridade e no repdio doque se dispe hoje em dia com os documentos em papel.

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Os usurios introduzem a informao requerida pelas Agncias

    (responsabilizando-se por sua legalidade) atravs dos Guich nico, o

    qual, por sua vez, inclui fluxos de informao cuja origem so as

    Agncias, o que implica que a resposta das Agncias esteja

    harmonizada e coordenada. Portanto, necessrio evitar fluxos de

    informao redundantes nas Agncias e nos usurios e vice-versa, de

    maneira que se utilize o verdadeiro potencial dos Guichs nicos.

    I.1.2. Guich nico como empresa virtual

    Os Guichs nicos fundamentam-se no intercmbio de documentao

    e na criao de processos de negcio suportados pelas Tecnologias da

    Informao e pelos avanos no comrcio eletrnico. O Guich nico

    pode ser visto como uma empresa virtual formada por diferentes

    agncias que proporcionam um aspecto nico e homogneo at o

    cliente.

    Em resumo, a caracterstica de One time submission se baseia nosseguintes princpios:

    Incremento gradual da entrada de dados: a possibilidade de irassociando dados introduzidos paulatina e individualmente como partedo sistema inteligente dos Guichs nicos

    Declaraes harmonizadas: Em um sistema de Guichs nicos,cada um dos agentes no est obrigado a introduzir os mesmos dadosrepetidamente para diferentes agncias

    A informao compartilhada entre as agncias: possvelcompartilhar a informao ou dividi-la para que cada uma das agnciaspossa realizar seus correspondentes controles

    Resposta harmonizada entre agncias:Cada Agncia processa suaresposta de maneira independente, mas o Guich nico dever dar umaresposta nica e harmonizada ao usurio

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Embora o sistema de Guichs nicos seja claramente diferente do

    efmero carter das empresas virtuais, onde diferentes companhias

    prestam servios aos clientes atravs de uma s via de entrada, h

    algumas semelhanas que podem ajudar a compreender o sistema de

    Guichs nicos.

    O conceito de empresa virtual emerge das interconexes

    eletrnicas que surgem para poder oferecer servios atravs

    de uma interface eletrnica de um portal web e uma rede de

    organizaes e entidades colaboradoras.

    One-stop-shops, como o caso dos portais web, do suporte

    comercial transao da empresa virtual, controlam os dados de

    entrada e os de sada e organizam todos os processos associados

    com o intercmbio de informao. Normalmente uma transao

    online envolve muitas companhias e os sistemas de informao de

    cada uma.

    No entanto, estas transaes comerciais so realizadas em segundosdevido coordenao existente nos processos de negcio de cada

    uma das partes, sendo realizada de uma maneira sequenciada por

    meio de mensagens eletrnicas padronizadas. Os portais web so

    apenas uma parte da histria. A complexidade e as transaes reais

    acontecem entre os sistemas TI e os diferentes organismos

    participantes.

    Compras pela internet, reserva de passagens areas ou reserva dehotis so alguns exemplos de comrcio eletrnico. Em todos estescasos, o portal atravs do qual o cliente realiza as gestes no temsequer por que pertencer diretamente a alguma das empresas quefornecem os servios.

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Em um sistema de Guich nico, os comerciantes em uma transao

    internacional obtm uma viso simplificada transparente da

    complexidade relacionada com as transaes cuidadosamente

    orquestradas e sincronizadas entre as diferentes agncias de

    governo, instituies financeiras, transportadores, operadores

    logsticos, despachantes de aduanas, operadores de terminais e

    infraestruturas intermodais, autoridades porturias, etc.

    Dentro da complexidade de uma transao internacional, podemos

    encontrar intercmbios de informao entre os operadores privados

    B2B (business-to-business), entre os operadores privados e osgovernos B2G (business-to-government), e entre as prprias

    agncias e entidades governamentais G2G (government-to-

    government). Para completar o ciclo surgem tambm os intercmbios

    de informao entre o governo e os operadores privados

    (government-to-business) que podem trazer benefcios sem

    precedentes nas operaes de comrcio exterior ao proporcionar de

    forma proativa s entidades governamentais a informao requeridapara um melhor planejamento e execuo logsticos.

    Dentro das entidades governamentais, como se mostra na figura

    seguinte, podem se distinguir os organismos reguladores e de

    controle do comrcio exterior, a aduana e as entidades de gesto de

    infraestruturas pblicas.

    Todas estas entidades governamentais devem colaborar entre si, como objetivo de criar um sistema eficiente de Guich nico, tal como se

    descreve no tema que segue.

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    Grfico n 1. Guich nico como empresa virtual

    Fonte: Elaborao prpria

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    I.2. Sistema de Guichs nicos

    A OMA considera o conceito de GU como um componente da Gesto

    Coordenada de Fronteiras, termo que utiliza para descrever osesforos globais para racionalizar e facilitar os procedimentos e

    sistemas de gesto de fronteiras.

    O desenvolvimento de sistemas automatizados de gesto, dentro das

    administraes aduaneiras e das agncias reguladoras e de proteo

    em fronteiras, um aspecto fundamental para a adoo de medidas

    facilitadoras oferecendo, ao mesmo tempo, melhoras substanciais nos

    objetivos perseguidos sobre funes arrecadatrias, proteo social e

    fomento do comrcio. No obstante, estes importantes

    desenvolvimentos no so apenas efeito da introduo de novas

    tecnologias e, em particular, de tecnologias da informao e

    comunicaes, mas tambm da adoo de novas filosofias e

    arquiteturas de gesto e governana que proporcionaram maiores

    graus de eficincia e eficcia nas prticas de comrcio internacional.

    O sistema de Guich nico deve ser aplicado para facilitar os

    complexos processos que regulam o movimento de

    mercadorias, meios de transporte e pessoas atravs das

    fronteiras dos pases. Tradicionalmente na Amrica Latina e no

    Caribe (ALC), estes Guichs nicos so conhecidos como GUCE ou

    Guichs nicos de Comrcio Exterior e oferecem a viso de uma

    interface simplificada entre os operadores econmicos e as agnciasde governo que regulam as fronteiras para dar uma resposta aos

    problemas inerentes relativos s caras ineficincias, falta de

    coordenao entre agncias e procedimentos administrativos e

    documentao pouco transparentes, e que derivam em uma lenta e

    complexa burocracia.

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    Neste sentido construir um sistema de Guichs nicos um processo

    particularmente complexo e necessita um grande trabalho de

    harmonizao de objetivos de cada um dos atores que, alm disso,

    trar muitas mudanas com relao ao funcionamento atual. Para

    esta mudana, a OMA define trs fases no desenvolvimento de um

    sistema de Guich nico. Vejamos:

    Por que se fala de sistema de Guichs nicos?

    Denomina-se sistema porque normalmenteas implementaes deGuichs nicos so a unio de instalaes independentesunidas por uma interface mtua e a adoo de processos denegcio coletivos. Este sistema composto pelo espaocompartilhado de cada uma das Agncias individuais e cada um deseus mandatos ou papis, regulaes, processos de negcio esistemas automatizados.

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    Grfico n 2. Fases do sistema de Guich nico

    Fonte: OMA. Fases no desenvolvimento de um sistema de Guich nico.

    Adaptao de desenho INDES 2013

    Em realidade, a fase de implementao de Guichs nicos em alguns

    casos pode durar vrios anos. Cada fase e sub-fase vai se

    construindo a partir do que vai sendo aprendido na anterior para

    conseguir progressivamente uma simplificao do comrcio no qual o

    sistema objetivo no deve ser o resultado de projetos individuais.

    Assim, a OMA fala em construir um Guich nico em lugar de

    desenvolver,j que, assim como no caso de um edifcio, os Guichsnicos precisam de um projeto que reflita suas verdadeiras

    necessidades. Ou seja, necessita ser construdo usando todas as

    habilidades da engenharia e uma vez que se testa e se certifica que a

    instalao funciona conforme os requerimentos, colocado em

    servio.

    Tal qual um edifcio a sede para um estilo de vida, os Guichs

    nicos so a sede de processos de negcio e fornecem uma coleo

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    de servios inter-relacionados. Assim como os projetos de

    construo, os Guichs nicos em algumas ocasies necessitaro

    desmantelar alguns dos edifcios existentes, ou renovar algumas das

    estruturas atuais.

    Hoje em dia, os avanos na interoperabilidade dos Sistemas de

    Informao e a arquitetura das Tecnologias de Informao

    introduziram novos paradigmas que ajudam a compreender como as

    organizaes podem colaborar. Graas a estes avanos as agncias

    podem colaborar entre elas e com o setor privado. Desde que as

    Naes Unidas publicaram sua recomendao n 33 o

    desenvolvimento de novos modelos de colaborao foi impulsionado.

    No existe um nico modo de construir um sistema de

    Guichs nicos, pode-se encontrar diferentes solues por todo o

    mundo e importante poder entender quais so as semelhanas e

    as diferenas de cada uma dessas solues. No obstante, um

    aspecto comum que deve orientar a construo de Guichs nicos

    que devem sempre ser desenvolvidos de maneira que respondam s

    verdadeiras necessidades, tanto do comrcio quanto do governo de

    forma integrada.

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    I.2.1. Port Community Systems e sua relao com os servios

    de Guich nico

    Em muitas ocasies se identifica que existe uma grande confuso

    entre um Guich nico e um sistema colaborativo logstico ou de

    transporte, como o caso dos sistemas de comunidade porturia ou

    de carga conhecidos tambm como Port Community System(PCS) ou

    Cargo Community System(CCS).

    A existncia de um PCS em um porto surge essencialmente da

    necessidade de maximizar a eficincia no uso das infraestruturas e

    operaes e de gerenciar a complexidade inerente nas atividades

    porturias, especialmente no transporte de mercadorias em

    continer. O crescimento do trfego de contineres se traduz em um

    incremento do volume de trabalho requerido para o planejamento,

    ordenamento, execuo e seguimento das operaes de forma

    eficiente. Neste contexto, os procedimentos e prticas manuais

    comeam a ver-se como inadequados e necessitam ser substitudos

    por outros mtodos nos quais as solues tecnolgicas tm um papel

    fundamental na identificao de reas de melhora.

    O conceito de PCS normalmente implementado com o compromisso

    de facilitar o acesso, o tratamento e a reutilizao de dados atravs

    Um PCS (Port Community System)

    Pode ser definido como um sistema informtico para o intercmbiode informao ligada a um porto cujo principal objetivo servir aosinteresses das diferentes empresas e entidades relacionadas com asatividades logstico-porturias, o transporte e o comrciointernacional.

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    de uma nica plataforma, desenvolver a infraestrutura e

    interconectividade necessrias, bem como outras atividades

    horizontais relativas a aspectos legais, padronizao e harmonizao

    do comrcio internacional.

    Em um sistema de comunidade porturia confluem todos os agentes

    ligados s operaes de navios e mercadorias no porto: operadores

    de terminais, operadores de transporte (martimo/ocenico, rodado e

    ferrovirio), expedidores ou freight forwarders, aduanas, organismos

    de inspeo, armazns, autoridades porturias e autoridades

    martimas. O PCS facilita o intercmbio de informao entre

    operadores privados B2B (business-to-business), entre osoperadores privados e organismos do governo B2G (business-to-

    government), e, pontualmente, pode desenvolver tambm

    intercmbios de informao entre organismos do governo (G2G)

    embora esta no seja sua funo principal. Um PCS , por

    conseguinte, complementar, alm de suplementar, aos servios de

    Guich nico oferecidos pelos organismos pblicos tanto a nvel

    nacional como internacional.

    A associao europeia de PCS (EPCSA) define o conceito de PCScomo uma plataforma eletrnica aberta e neutra que facilita ointercmbio de informao seguro e inteligente entre operadoresprivados e entidades pblicas com o objetivo de melhorar a posio

    competitiva das comunidades porturias e aeroporturias. Um PCSpermite otimizar os diferentes sistemas utilizados pelos diferentesintervenientes no porto, automatizando processos logsticos eporturios mediante um nico envio de dados que utilizado peloconjunto de processos que formam a cadeia logstica e detransporte.

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    Assim como no caso dos guichs nicos, a funcionalidade completa

    de um PCS pode servir para interconectar os diversos agentes e

    setores que formam a comunidade martimo-porturia, criando deste

    modo um sistema firmemente integrado. Abarcando atividades que

    vo desde a importao, a exportao, o transbordo, a consolidao,

    o transporte de mercadorias perigosas at o controle das estatsticas

    martimas.

    O PCS tem por objeto a eliminao dos trmites em papel

    desnecessrios que impedem que se atinja a mxima eficincia no

    transporte de mercadorias. Neste sentido, a utilizao do intercmbioeletrnico de dados se apresenta como um sistema efetivo, rpido e

    flexvel. Trata-se de um sistema de informao em tempo real, que

    melhora a eficincia em todas as fases do processo, passando pela

    carga e descarga do navio, o despacho de aduanas, a regulao e

    controle em fronteiras e a sada e entrada do terminal martimo.

    A existncia de um Guich nico porturio no est condicionada

    existncia de umport community system. Podemos encontrar portos

    nos que no existe um sistema de comunidade porturia, mas existe

    um nico ponto de entrada para a apresentao de declaraes

    mediante um Guich nico. De forma oposta, podemos encontrar

    portos nos que existe um sistema de comunidade porturia, mas no

    existe uma coordenao das diferentes agncias governamentais que

    faa surgir um Guich nico.

    De qualquer forma, existe uma diferena fundamental entre um

    Guich nico e um PCS: um Guich nico deveria ter um alcance

    nacional e, portanto, deve poder ser aplicvel em todo o pas e em

    todos os portos, enquanto um PCS tem um alcance mais local

    limitado a um porto.

    A integrao entre os PCS e os servios de Guich nico oferecidos a

    nvel nacional pode oferecer benefcios substanciais para todos os

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    operadores e organismos envolvidos. Desta forma, um PCS pode

    constituir-se em um ponto de acesso aos servios de Guich nico

    oferecidos pelo governo, mediante os quais se consegue atingir tanto

    os objetivos governamentais, quanto os das prprias empresas e os

    dos portos.

    O ponto de acesso aos servios de Guich nico consta tanto dos

    sistemas comunitrios como do sistema central do organismo do

    governo. Com o fim de apoiar os objetivos de um Guich nico, o

    ponto de acesso aos servios de um Guich nico oferecido pelos

    sistemas de comunidade de carga ou porturia abarca uma seopblico-privada e uma seo pblica.

    Por exemplo, o PCS fornece os servios e aplicaes para gerenciar

    toda a informao das escalas de navios e manifestos de carga das

    companhias de navegao, tanto para os fluxos de entrada quanto

    para os de sada. Baseando-se nesta informao, so distribudas as

    declaraes aduana, autoridade porturia e a outros organismos

    governamentais (B2G ou business-to-government). Estes organismos

    proporcionam informao de controle sobre as operaes

    comunidade porturia (G2B ou business-to-government). Ao mesmo

    tempo, a comunidade porturia pode reutilizar a informao j

    armazenada no PCS para a gesto das operaes (B2B ou business-

    to-business), tais como consulta das listas de descarga e autorizaes

    de sada, informao sobre chegada ou expedio de mercadorias,

    autorizaes de embarque, etc. Desta forma, garante-se a

    integridade dos dados no somente com respeito aos processos

    regulatrios, mas tambm no mbito empresarial.

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    Grfico No.3. Visio esquemtica sobre a combinao de PCS com servios

    de Guich nico

    No obstante, a combinao guichs nicos e PCS pode capacitar o

    fornecimento de servios de alto valor agregado em um porto

    associados com o planejamento, execuo e controle das operaes a

    toda a comunidade porturia e redundando em um maior

    aproveitamento de suas infraestruturas. Neste cenrio, o sistema de

    comunidade porturia age como canal de entrada ao Guich nico.

    A combinao de ambos os sistemas, o Guich nico com os sistemasPCS, permite oferecer solues que melhoram significativamente os

    controles por parte dos organismos pblicos, mas, ao mesmo tempo,

    simplificam e melhoram os procedimentos existentes no comrcio

    exterior, conseguindo substanciais economias de custos e tempo de

    estadia das mercadorias nos portos. Para realizar estas melhorias,

    necessrio, por um lado, a combinao das autorizaes emitidas

    pelos diferentes rgos pblicos, para poder executar as operaes e

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    autorizaes, que devem estar baseadas em uma anlise antecipada

    da informao e dos riscos, e que devem vincular-se com a

    informao e seguimento destas operaes. Esta potente combinao

    facilita a verdadeira consecuo de um porto sem papis, criando, por

    exemplo, procedimentos de liberao sem papis de mercadorias e

    de navios.

    I.2.2. O Acordo sobre Facilitao do Comrcio da OMC e os

    servios de Guich nico

    Depois de quase 10 anos de conversaes, os Membros da OMC

    concluram as negociaes relativas ao Acordo sobre Facilitao do

    Comrcio (AFC) na Nona Conferncia Ministerial, celebrada em Bali

    (Indonsia) em dezembro de 2013.

    O objetivo deste Acordo impulsionar o comrcio mundial agilizando

    o movimento, a retirada e o despacho aduaneiro das mercadorias.

    No Acordo da OMC, o Guich nico est tratado no Artigo 10.4:

    Pedir-se- aos Estados membros que se esforcem ao mximo

    para estabelecer ou manter um sistema de Guich nico para o

    envio de documentao e/ou requisitos de dados para a

    importao, a exportao ou o trnsito, e que simplifiquem os

    procedimentos para que no se tenha que entregar outra

    agncia na fronteira, que participar do sistema de Guich nico,

    a informao proporcionada atravs do prprio servio de

    Guich nico. Os Estados membros devem tambm

    estabelecer, se for possvel, servios eletrnicos de Guich

    nico.

    O uso de guichs nicos, no qual os comerciantes introduziro

    somente uma vez os dados requeridos para a importao ou a

    exportao, constitui-se em uma ferramenta ideal para a

    facilitao do comrcio. Estes sistemas precisam de um

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    compromisso de participao por parte das agncias relevantes

    nas fronteiras para que funcionem corretamente.

    O AFC da OMC entrar em vigor quando dois teros dos Membros

    tiverem ratificado a nvel interno um Protocolo de Emenda e

    notificado OMC sua aceitao do mesmo. O Protocolo de Emenda foi

    aberto oficialmente para aceitao no dia 27 de novembro de 2014.

    As informaes sobre as notificaes esto disponveis no site do

    Mecanismo para o Acordo sobre Facilitao do Comrcio:

    http://www.tfafacility.org/es.

    http://www.tfafacility.org/eshttp://www.tfafacility.org/es
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    Resumo da Unidade

    Do conceito de Guich nico

    Apresentamos aqui duas definies sobre o conceito de Guich

    nico fornecidas por dois organismos internacionais, o Centro de

    Facilitao de Comrcio e Comrcio Eletrnico das Naes Unidas

    (UN/CEFACT) e a Organizao Mundial de Aduanas (OMA), ambas as

    definies so complementares e com diferentes pontos de vista, um

    mais tcnico e outro mais organizativo e metodolgico.

    importante ter claro que o conceito de Guichs nicosno

    exclusivo de Comrcio Exterior. Tambm que a proposta de

    implementao de Guichs nicos pode partir de diferentes setores

    (martimo, comrcio, transporte, Aduana), por isso podemos nos

    encontrar com diferentes Guichs nicos que devem ser

    complementares e em qualquer caso estar inter-relacionados entre si.

    O sistema de Guich nico pode se manifestar mediante

    diferentes aproximaes que dependero em grande medida do

    contexto scio-poltico e da complexidade do sistema. Sob esta

    situao fundamental partir de um conceito e de uma base de

    definio de Guich nicoampla e flexvel o suficiente para permitir

    suportar as diferentes iniciativas e sistemas que se criam em torno

    desta filosofia de governana para posteriormente poder caracterizar

    e particularizar cada realidade em um sistema concreto.

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    Os Guichs Eletrnico nicos Como Ferramentas de Facilitao do Comrcio, Edio 2 Mdulo. 1

    Um grande valor agregado do conceito Guich nico que este

    fornece solues integradas para os usurios, e uma caracterstica

    fundamental reside na ideia one time submission (apresentar a

    informao uma s vez).

    Por ltimo foi apresentado o Guich nico como conceito de

    empresa virtual, que pode ajudar a compreender o sistema e as

    relaes dos Guichs nicos.

    Do sistema de Guichs nicos

    Fala-se de sistemas de Guichs nicos porque normalmente as

    implementaes de Guichs nicos so a unio de instalaes

    independentes unidas por uma interface mtua e a adoo de

    processos de negcio coletivos. Este sistema composto pelo espao

    compartilhado de cada uma das Agncias individuais e cada um de

    seus mandatos ou papis, regulaes, processos de negcio e

    sistemas automatizados.

    Para o desenvolvimento de sistemas de Guichs nicos a OMA

    define trs fases: Conceito de Guich nico, iniciativa de Guich

    nico e Sistema de Guich nico. Mas preciso levar em

    considerao que no existe um nico modo de construir tal sistema,

    por isso podem ser encontradas diferentes solues por todo o

    mundo.

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    Alm disso, nesta unidade se identificou o conceito de Port

    Community System e Cargo Community System, pois em algumas

    ocasies se produz confuso entre estes termos e o de Guich nico.

    PCS foi definido como um sistema informtico para o intercmbio de

    informao ligada a um porto cujo principal objetivo servir aos

    interesses das diferentes empresas e entidades relacionadas com as

    atividades logstico-porturias, o transporte e o comrcio

    internacional. Uma diferena fundamental entre PCS e GU que um

    Guich nico deveria ter um alcance nacional e, portanto, ser

    aplicvel a todos os portos enquanto um PCS tem um alcance localmais limitado a um porto.

    Como foi mencionado, a combinao de ambos os sistemas permite

    oferecer solues mais eficientes conseguindo substanciais economias

    de custos e tempo de estadia das mercadorias nos portos.

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    Unidade II. Modelos de Guichs nicos e principais

    benefcios de sua implementao

    Objetivos de aprendizagem

    Conhecer quais so as principais tipologias de Guichs nicos

    de maneira que se identifiquem quais so suas caractersticas a

    partir da reviso dos diferentes modelos existentes.

    Compreender quais so os benefcios que se derivam da

    implantao de Guichs nicos para identificar quais so os

    propsitos deste tipo de projetos tanto para os governos

    quanto para os agentes privados vinculados ao comrcio

    atravs da anlise de tais benefcios para cada um deles.

    II.1. Tipologias e Modelos de Guich nico

    Antes de considerar os diferentes modelos de Guich nico,

    importante destacar:

    Embora existam muitas prticas e relaes comerciais que socomuns a todos os pases, cada paspode ter tambm seusrequerimentos e condies particulares que determinaro aescolha tima do modelo de Guich nico.

    O aspecto crucialna implantao de um Guich nico reside

    em uma estreita cooperao de todas as entidadespblicas governamentais envolvidas.

    Um Guich nico nem sempre implica o uso de sistemasTIC avanados de ltima gerao, mas pode facilitar emgrande medida o comrcio mediante a definio apropriada deprocedimentos administrativos integrados apoiados porsistemas TIC existentes.

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    Embora existam diferentes aproximaes possveis para o

    estabelecimento de Guichs nicos, conta-se com trs modelos

    bsicos que foram identificados na Recomendao n 33 da

    UN/CEFACT.

    II.2. Modelos de Guichs nicos

    II.2.1. Modelo 1 GU: Modelo de Autoridade nica

    No primeiro modelo, uma nica Autoridade recebe toda a informao,

    em formato papel ou em formato eletrnico e a distribui para o restodas autoridades governamentais pertinentes facilitando a operao de

    comrcio.

    Este foi, por exemplo, o modelo seguido pelas administraes

    espanholas para a apresentao de manifestos de carga e

    descarga de forma eletrnica por parte dos operadores

    martimos nos que a Autoridade Porturia atua como Guich nico

    ante a Aduana.

    Grfico n 4. Modelo de Autoridade nica

    Fonte: Elaborao prpria

    SW

    Modelo deAutoridad nica

    integrado

    conectado

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    II.2.2. Modelo 2 GU: Sistema nico Automatizado

    Utiliza-se um nico sistema de informao (pblico ou privado) criado

    a tal efeito para a recepo, disseminao (e armazenamento) e

    gesto da informao relacionada com o comrcio e o transporte.

    Existem diferentes possibilidades dentro deste tipo de modelo.

    Sistema centralizado (Integrated System) no qual os dados

    so processados atravs de um nico sistema utilizado por todos osorganismos envolvidos.

    Podemos encontrar este tipo de sistema, por exemplo, em

    vrios pases da Amrica Latina e ele permite aos

    operadores econmicos apresentar dados em um s

    sistema, que por sua vez utilizado pelos diferentes organismosregulatrios.

    Grfico n 5. Modelo centralizado de Guich nico

    Fonte: Elaborao prpria

    SWSW

    Sistema

    Centralizado

    integrado

    integrado

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    Sistema distribudo (Interfaced System) mediante o qual a

    informao distribuda aos organismos pblicos envolvidos, atravs

    de interfaces interoperveis, que por sua vez integram esta

    informao e a processam.

    Este tipo de sistema foi estabelecido, por exemplo, nos

    Estados Unidos e permite que os operadores econmicos

    apresentem dados padronizados uma nica vez e o sistema

    processa e distribui os dados s outras agncias interessadas na

    transao.

    Grfico n 6. Modelo distribudo de Guich nico

    Fonte. Elaborao prpria

    Combinao dos sistemas centralizados e distribudos descritos

    anteriormente.

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    Grfico n 7. Modelo misto de Guich nico

    Fonte: Elaborao prpria

    Encontramos este tipo de sistema tambm em vrios pases

    da Amrica Latina e ele permite que os operadores

    econmicos apresentem dados em um s sistema, que por sua vez

    utilizado por vrios organismos regulatrios e ao mesmo tempo os

    dados so tambm transmitidos a outro sistema (principalmente da

    aduana) mediante uma interface interopervel.

    II.2.3. Modelo 3 GU: Sistema de Informao Automatizado

    Transacional

    Neste tipo de modelo, o usurio pode apresentar as declaraes de

    maneira eletrnica de vrias autoridades para serem processadas e

    aprovadas em uma s aplicao que coordena todo o fluxo de

    trabalho sob uma nica transao.

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    Estes sistemas costumam basear-se em procedimentos rgidos, que

    devem ser cumpridos para poder dar viabilidade a todo o trmite

    existindo uma srie de pr-identificaes e pr-validaes.

    Para estabelecer este tipo de sistema preciso fazer certas

    consideraes sobre o uso das bases de dados, j que para realizar

    estas transaes se dever realizar uma srie de pr-identificaes e

    pr-validaes antecipadamente.

    Este tipo de sistema se utiliza principalmente em pases

    asiticos como Singapura, Coreia e Ilhas Maurcio.

    Este sistema pode oferecer outros servios de valor agregado como

    clculo automtico das taxas que devem ser pagas, gesto de riscos

    ou conexo com bancos para pagamentos eletrnicos.

    Grfico n 8. Modelo transacional de Guich nico

    Fonte: Elaborao prpria

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    II.2.4. Agncia Lder para o estabelecimento de um sistema de

    Guich nico

    A escolha do modelo adequado de Guich nico depender de

    aspectos legais, polticos e organizativos de cada pas, por isso

    que extremamente importante partir de um estudo e diagnstico da

    situao atual sobre o comrcio e os servios e conexos fornecidos

    carga. De qualquer forma, a escolha da agncia apropriada para

    dirigir o estabelecimento e a operao de um Guich nico deve ser

    analisada durante as primeiras fases do projeto. Esta entidade dever

    possuir uma organizao robusta com viso, autoridade legal, suporte

    poltico, financeiro e humano necessrios para a realizao dos

    Guichs nicos e ter as interfaces adequadas com as outras

    administraes e agncias envolvidas.

    Em muitos casos, dado seu papel no controle dos trmites

    administrativos nas fronteiras; bem como na gesto da informao

    derivada das operaes de importao, exportao e trnsito, as

    agncias de comrcio exterior, as autoridades aduaneiras,

    autoridades porturias ou autoridades martimas podem ser as

    autoridades mais adequadas para liderar os projetos de criao de

    Guichs nicos. No entanto, em alguns pases, a agncia encarregada

    de liderar o projeto de Guich nico pode ser uma entidade privada

    (como, por exemplo, as Cmaras de Comrcio ou empresasfornecedoras de servios tecnolgicos) sempre que disponha

    formalmente de suporte institucional suficiente para exercer esta

    funo.

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    No obstante, esta no se deve confundir nem associar entidade

    lder dentro do processo de criao de um sistema de Guich nico

    com a entidade dominante do Guich nico. O processo de criao de

    um sistema de Guich nico um processo de colaborao entre

    agncias de governo e o lder deste processo deve se distinguir por

    sua neutralidade e busca da melhor soluo para todos os

    intervenientes no processo, buscando sempre o benefcio do pas e

    no o benefcio particular.

    Os Guichs nicos podem simplificar e facilitar em grande medida osprocessos requeridos para proporcionar e compartilhar a informaonecessria para cumprir os requerimentos normativos no comrcio eno transporte de um pas, tanto do ponto de vista dos operadoresprivados quanto das autoridades. Neste sentido, as tcnicasutilizadas para a gesto de riscos para o controle e o cumprimentode normativas (como pode ser o caso dos riscos aduaneiros) podemser melhoradas atravs do Guich nico, j que esta permite

    recopilar informao a partir de diversas fontes e de diferentesoperadores econmicos, de uma maneira sistemtica e, alm disso,combina esta informao com o objetivo de detectar inconsistnciasdevidas a uma falta de cumprimento da normativa ou erros nointencionais, dando lugar a procedimentos muito mais seguros eeficientes. Adicionalmente, a criao de um sistema de pagamentode taxas no prprio Guich nico oferece um meio rpido e efetivopara a recepo dos impostos e outras taxas pelas autoridadespblicas e agncias.

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    II.3. Principais Benefcios

    Um Guich nico pode simplificar e facilitar um considervel nmero

    de processos abastecendo e provendo a informao necessria para

    cumprir os requisitos legais do comrcio tanto para os agentes

    privados vinculados ao comrcio quanto para as prprias autoridades.

    O uso deste tipo de sistemas pode melhorar a eficincia e a

    efetividade dos controles oficiais e pode reduzir para as autoridades e

    para estes agentes, devido melhora no uso de recursos.

    A seguir vo ser analisados quais so os principais benefcios para os

    governos assim como para os agentes que intervm no comrcio:

    III.3.1. Benefcios para o Governo

    Um Guich nico pode conduzir a uma melhor coordenao dossistemas governamentais existentes e de seus processos, ao mesmo

    tempo em que promove que os organismos de governos se

    comuniquem e operem de uma forma mais aberta e facilitadora. Por

    exemplo, o usurio no somente pode introduzir toda a informao e

    documentos necessrios atravs de uma s entidade, mas tambm

    podem ser estabelecidos mecanismos mais efetivos para que a

    informao seja analisada rapidamente, dando lugar a uma maior

    fiabilidade dos dados recebidos e possa ser distribuda s agncias

    governamentais que se encontrarem envolvidas direta ou

    indiretamente no processo, cada uma recebendo a informao da que

    precisa para desenvolver suas funes, mas preservando aquelas

    informaes confidenciais que no so de sua competncia. Com isso

    se consegue uma melhor coordenao e cooperao das autoridades

    governamentais envolvidas no comrcio.

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    Graas aos Guichs nicos possvel melhorar os processos de

    gesto do risco, visto que se coletam dados de uma maneira

    sistemtica o que acarreta uma melhora na segurana e na eficincia

    dos procedimentos. A incluso de um sistema de pagamentos

    eletrnicos, unida soluo de Guich nico, dar lugar a um

    pagamento mais seguro, fivel e imediato de impostos, taxas e

    qualquer outro cargo que for requerido pelas autoridades

    governamentais e as agncias.

    Um Guich nico fornece informao atualizada sobre tarifas e outros

    procedimentos legais, o que reduz a possibilidade de qualquer erroinvoluntrio e aumenta a transparncia e a satisfao do usurio. Por

    outro lado, a coleta e coordenao da informao e a documentao

    atravs do Guich nico reduzir o uso de recursos humanos e

    financeiros, permitindo aos Governos realocar recursos que

    anteriormente eram ocupados com tarefas administrativas a reas de

    maior importncia.

    Portanto, pode-se resumir os benefcios para os governos como:

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    Grfico n 9. Benefcios de Guich nico para o governo

    Fonte: Elaborao prpria. Adaptao de desenho INDES- 2013

    III.3.2. Benefcios para o comrcio

    O principal benefcio para os agentes vinculados ao comrcio que os

    Guichs nicos podem fornecer-lhes um nico ponto ou canal

    onde apresentar a informao e documentao, a qual ser

    introduzida uma s vez(one time submission) eque chegar s

    mos de todas as agncias governamentais envolvidas nos

    procedimentos de importao, exportao ou trnsito. Alm disso,

    melhorar a transparncia e diminuir qualquer comportamento

    corrupto tanto do setor pblico quanto do privado.

    No caso de o Guich nico atuar como ponto central no que se

    disponha de toda a informao atualizada referente a regras,

    regulaes e requerimentos vinculados ao comrcio, ser possvel

    reduzir os custos administrativos associados s transaes e

    melhorar a satisfao do usurio. Vejamos:

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    Figura 2.1. Os benefcios para os agentes vinculados ao comrcio podem

    ser resumidos assim:

    Fonte: Elaborao prpria. Adaptao de desenho INDES 2013

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    Resumo da Unidade

    Foi apresentada aqui a classificao dos trs modelos bsicos de

    Guichs nicos que so propostos na Recomendao n 33 da

    UN/CEFACT, que so os que seguem:

    Modelo de Autoridade nica.

    Modelo nico Automatizado, que por sua vez pode ser

    centralizado (Integrated System), distribudo (Interfaced System)

    ou misto.

    Modelo de sistema de Informao Automatizado Transacional.Como se indicou na Unidade, a escolha do modelo adequado

    depender de aspectos legais, polticos e organizativos de cada pas.

    Alm disso, para o processo de implementao de sistemas de

    Guichs nicos, vital contar com uma agncia para dirigir o

    estabelecimento e a operao; esta entidade dever possuir uma

    organizao robusta com a viso, autoridade legal, suporte poltico,

    financeiro e humano necessrio para a realizao dos Guichs nicos.

    Tambm foram detalhados os principais benefcios que traz a

    implementao de sistemas de Guichs nicos, diferenciando-se, por

    um lado, nos benefcios para os governos e, por outro, nos benefcios

    para o comrcio. Como resumo destaca-se:

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    Benefcios para os governos:

    Uso mais eficiente e efetivo dos recursos

    Melhora na aplicao das leis fiscais

    Maior rapidez e fiabilidade na arrecadao de impostos, tributos

    e outras taxas

    Melhora da satisfao do usurio

    Melhora do controle e da segurana, habilitando uma anlise de

    riscos auxiliada por computador

    Incremento da integridade e da transparncia

    Benefcios para os agentes vinculados ao comrcio:

    Diminuio de custos devido reduo de atrasos

    Agilizao no despacho aduaneiro

    Melhora na aplicao da normativa

    Maior eficincia e eficcia no uso dos recursos

    Incremento da transparncia

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    Unidade III. Passos para a implementao de Guichs

    nicos e fatores-chave de sucesso.

    Objetivos de aprendizagem

    Conhecer a metodologia de implantao de um projeto de

    guichs nicos para compreender os passos bsicos

    necessrios para conseguir exitosamente a implantao de

    Guichs atravs da apresentao de tal metodologia.

    Reconhecer e analisar quais so os fatores-chave de

    sucesso para o estabelecimento de Guichs nicos a partir

    da enumerao dos mesmos.

    III.1. Passos para a implementao de Guichs nicos

    A implementao de Guichs nicos sugere um grande compromisso,

    j que envolve um grande nmero de participantes (tanto pblicos

    quanto privados) e requer o compromisso de muitos agentes tanto do

    lado governamental, quanto da rea empresarial. Portanto,

    essencial seguir uma metodologia sistemtica. Os passos a serem

    seguidos so mostrados a seguir e sero apresentados em detalhe no

    Mdulo 6:

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    Grfico n 10. Passos na Implementao de Guichs nicos

    Fonte. Elaborao prpria

    1. Desenvolver o conceito inicial de Guich nico: Em muitas

    ocasies o estabelecimento de Guichs nicos parte de uma breve

    descrio do conceito baseada em uma pesquisa preliminar, muito

    habitualmente encarregada pelo governo ou por alguma agnciagovernamental ou tambm pode acontecer que ser uma

    organizao privada fortemente vinculada ao comrcio que

    iniciar o estudo para a implementao de Guichs nicos.

    2. Deciso de estudar a viabilidade de um Guich nico:para

    isso recomendvel organizar uma reunio de alto nvel, na que

    estejam representados todos os agentes envolvidos no comrcio

    (como podem ser as cmaras de comrcio, associaes de

    importadores e exportadores, confederaes de indstrias,

    associaes empresariais, etc.), junto com as autoridades

    governamentais e as agncias, para debater sobre o conceito de

    Guich nico.

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    O objetivo desta reunio chegar a um acordo sobre o conceito

    do projeto e sobre o lanamento do estudo de viabilidade que

    incluir uma anlise detalhada das necessidades tecnolgicas.

    Supondo que se chega a uma deciso positiva sobre o

    desenvolvimento de um estudo de viabilidade, dever ser

    estabelecido um Grupo responsvel pela Gesto do Projeto

    (Comit de Projeto) composto pelos lderes dos agentes-chave,

    que estaro diretamente envolvidos na implementao e

    utilizao dos Guichs nicos. Alm disso, nesta reunio ser

    estabelecida a equipe de projeto com os representantes tcnicos e

    executivos necessrios para realizar a organizao e

    implementao do trabalho requerido para o projeto.

    3. Desenvolvimento do estudo de viabilidade: o estudo de

    viabilidade um elemento-chave no desenvolvimento global do

    projeto de Guichs nicos. O estudo dever determinar o objetivopotencial do Guich nico, o nvel e a natureza da demanda, os

    possveis cenrios para a implementao (incluindo as fases de

    implementao), a natureza das provas-piloto, o custo de

    implementao para cada um dos diferentes cenrios, outros

    recursos necessrios (humanos, tcnicos, etc.), os potencias

    benefcios, os riscos, prazo de implementao e a estratgia para

    a gesto.

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    4. Anlise dos resultados e escolha do cenrio de

    implementao: uma vez finalizado o estudo de viabilidade,

    sero apresentados os resultados que devero ser aprovados pela

    equipe do projeto, e que finalmente sero apresentados para sua

    validao final ao Comit de Projeto. Esta fase demandar um

    tempo considervel, e fundamental que durante o

    desenvolvimento do estudo de viabilidade, seja recolhido o maior

    nmero de informao bem como ir chegando a acordos, antes

    que o relatrio esteja finalizado. A seguir se apresentar a todas

    as autoridades governamentais e aos demais organismos e

    agentes vinculados ao comrcio o modelo de Guich nico

    escolhido, bem como o cenrio de implementao.

    5. Implementao: Seja qual for a forma escolhida para a

    implementao: mediante um piloto, por fases ou implantao

    total, necessrio iniciar o projeto com uma clara metodologia de

    gesto de projetos. O plano de gesto do projeto, que deve serformalmente acordado pelo Comit de Projetos e pela Equipe de

    Projeto, deve conter uma srie de atividades claramente definidas

    e interrelacionadas, assim como os fatos mais importantes, que

    ajudar a Equipe e o Comit em sua tarefa de planejar, executar,

    monitorar, avaliar e ajustar a implementao do projeto.

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    III.2. Fatores-chave de sucesso para o estabelecimento de

    Guichs nicos

    O sucesso na introduo e implementao do conceito de um Guich

    nico depende de um amplo nmero de pr-condies e fatores-

    chave, que variam de um pas a outro e de um projeto a outro. Neste

    material apresentada uma srie de pautas para o sucesso do

    projeto resultante da experincia de vrios pases:

    Grfico n 11. Fatores-chave para o estabelecimento de Guichs nicos

    Fonte: Elaborao prpria

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    1. Vontade Poltica

    A existncia de uma forte vontade poltica tanto por parte do

    Governo quanto do lado empresarial um dos fatores mais

    crticos para o sucesso na introduo de Guichs nicos.

    Conseguir esta vontade poltica requer uma apropriada

    disseminao de uma maneira clara e imparcial dos objetivos,

    implicaes, benefcios e possveis obstculos no

    estabelecimento de Guichs nicos. A disponibilidade de

    recursos para a implantao de Guichs em muitas ocasies

    est diretamente relacionada com o nvel de compromisso

    poltico e com o compromisso com o projeto.

    2. Forte Liderana da Agncia responsvel

    Relacionado com a necessidade de uma vontade poltica, pode-

    se destacar a existncia de uma organizao lder com um forte

    carter empreendedor e poderoso para o lanamento e

    seguimento em cada uma das fases de desenvolvimento. Estaorganizao deve contar com todo o apoio poltico, ter

    autoridade legal prpria e dispor de recursos financeiros e

    humanos. Alm disso, recomendvel que alguma pessoa

    dentro desta organizao que representar o papel de

    campeo no desenvolvimento do projeto. No obstante, esta

    funo de liderana deve estar unida a um esprito de

    colaborao e neutralidade, buscando sempre o benefcio dopase no o benefcio particular.

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    3. Cooperao entre Governo e representantes do Comrcio

    Um Guich nico um modelo de cooperao entre as agncias

    e o governo e entre o governo e os agentes envolvidos no

    comrcio. uma boa oportunidade para estabelecer uma

    cooperao pblico-privada para o estabelecimento e operativa

    do Sistema. Consequentemente, representantes de todos os

    setores, tanto pblicos quanto privados, devero ser

    convidados a participar desde o princpio no desenvolvimento

    do projeto. Deve-se incluir sua participao em todas as etapas

    do projeto desde o estabelecimento dos objetivos, anlise da

    situao, desenvolvimento do projeto at a implementao. O

    sucesso final do Guich nico depender do envolvimento,

    compromisso e predisposio de todas as partes para assegurar

    que se todas as suas necessidades sejam contempladas.

    4. Claro estabelecimento de objetivos e metas

    Como em qualquer tipo de projeto, as metas e objetivos doprojeto devem guiar cada uma das etapas do projeto. Estas

    metas e objetivos devem basear-se em uma anlise minuciosa

    das necessidades, aspirao e recursos dos participantes mais

    importantes e tambm da infraestrutura existente e dos atuais

    sistemas de intercmbio de informao. Os Guichs nicos so

    percebidos geralmente como parte da estratgia global de um

    pas para a facilitao do comrcio.

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    5. Facilidade e acessibilidade para o usurio

    Outro dos fatores-chave para o sucesso do projeto de Guich

    nico a facilidade e acessibilidade: para isso ser necessrio

    criar guias e instrues facilmente compreensveis para os

    usurios. Alm disso, muito til estabelecer um Servio de

    Suporte Tcnico que inclua formao, sobretudo para as

    primeiras fases de implementao do projeto. Em alguns pases

    se dever levar em conta a necessidade de dar servio em

    diferentes lnguas.

    6. Estabelecimento legal do sistema

    preciso levar em conta que um dos pr-requisitos para

    estabelecer um sistema de Guichs nicos estar atento

    legislao vigente. Ser preciso identificar todas as leis e as

    restries legais. Em muitas ocasies necessrio que algumas

    mudanas na legislao sejam realizadas para facilitar

    intercmbios/introduo de informao eletrnica e inclusivepara a assinatura digital. Alm disso, podem existir algumas

    restries legais relacionadas com o uso compartilhado de

    informao assim como podem ser necessrios acordos entre

    organizaes para a operativa dos Guichs nicos. Tambm

    devero ser analisadas outras questes legais relacionadas com

    a delegao de poderes e autoridade para a agncia lder.

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    7. Recomendaes e Padres Internacionais

    A implementao de Guichs nicos geralmente implica a

    harmonizao e padronizao dos documentos de comrcio

    assim como de dados. Para garantir a compatibilidade com

    outros sistemas internacionais e aplicaes, estes documentos

    e dados devem se basear em padres e recomendaes

    internacionais.

    8. Identificao de possveis obstculos

    possvel que alguns dos implicados, tanto governamentais

    quanto agentes do comrcio, no acolham com agrado a

    implementao de Guichs nicos. Neste caso, seria necessrio

    identificar as causas de sua oposio para poder trat-las o

    mais rpido possvel. Cada um dos obstculos identificados

    deve ser considerado de maneira individual, levando em conta

    a situao particular e suas necessidades. Claramente, o custo

    pode ser um dos maiores obstculos, mas deve ser balanceadolevando-se em considerao os benefcios que ele trar no

    futuro. No entanto, importante esclarecer as implicaes

    financeiras que o projeto acarreta para decidir se o projeto se

    realiza de uma maneira global ou por fases.

    9. Modelo financeiro

    Deve-se tomar uma deciso sobre o modelo financeiro que oSistema de Guich nico ter o mais rpido possvel. Este

    modelo pode variar desde um sistema totalmente financiado

    pelo estado at um sistema totalmente auto-suficiente.

    Tambm podem ser propostos modelos pblico-privados.

    Um dos fatores que influir nos responsveis para apoiar ou

    no a implementao de Guichs nicos ser que o modelo

    financeiro esteja claramente definido.

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    10.Possibilidade de pagamentos

    Alguns Guichs nicos incluem um sistema para o pagamento

    de parcelas, taxas e impostos bem como outros encargos. Isto

    pode supor um atrativo tanto para o Governo quanto para os

    usurios e especialmente interessante no caso de que o

    sistema tenha que gerar renda. No entanto, agregar estes

    sistemas de pagamento acarreta um esforo adicional de

    harmonizao e, sobretudo, de segurana.

    11.Promoo e marketing

    A promoo e o marketing do projeto de Guich nico so

    fundamentais e devem ter sido cuidadosamente planejados. A

    campanha de promoo deve envolver representantes-chave

    dos governos e do restante dos agentes vinculados ao

    comrcio, todos os componentes podem fornecer informao

    valiosa sobre as expectativas da comunidade de usurios ecolaborar diretamente na escolha das mensagens de promoo.

    necessrio estabelecer um planejamento claro da

    implementao que ajudar a desenvolver uma campanha de

    promoo e marketing e permitir aos potenciais usurios a

    planejar suas operaes e investimentos levando em conta tal

    programao. Na rea de marketing, deve-se identificar

    claramente quais so os benefcios e a economia que forneceeste tipo de projetos e a eficincia que se deriva do uso de um

    sistema de Guichs nicos.

    12.Estratgia de comunicao

    Se for estabelecido um mecanismo adequado para manter

    todos os participantes informados sobre as metas, objetivos e

    os progressos (e dificuldades), aumentar a confiana de todos

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    os implicados e se evitar mal-entendidos que poderiam

    arruinar a implementao do projeto. Neste contexto,

    extremamente importante controlar as expectativas de todos os

    envolvidos adequadamente, e nunca prometer mais do que se

    pode chegar a conseguir. tambm importante lembrar que os

    participantes no esperam milagres, resolver problemas

    prticos pode significar conseguir que se obtenha uma grande

    credibilidade.

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    Resumo da Unidade

    Nesta Unidade se apresentou uma metodologia para seguir no

    processo de implementao d