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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 Prédio 6, 1ºAndar CEP 05489-900 São Paulo SP Tel.: (0xx11) 3133-3622 Fax.: (0xx11) 3133-3621 E-mail: [email protected] Pág 1 de 12 Ata da Audiência Pública sobre o Plano de Trabalho para elaboração do EIA/RIMA do empreendimento “Unidade Industrial para a Produção de Aminoácido Lisina”, de responsabilidade de CJ do Brasil Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda., realizada no dia 11 de agosto de 2005, na cidade de Piracicaba. Realizou-se, no dia 11 de agosto de 2005, às 17h00, no Anfiteatro da Prefeitura Municipal de Piracicaba, Rua Antônio Correa Barbosa, 2233, Piracicaba-SP, a Audiência Pública sobre o Plano de Trabalho para elaboração do EIA/RIMA do empreendimento “Unidade Industrial para a Produção de Aminoácido Lisina”, de responsabilidade de CJ do Brasil Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda.. Dando início aos trabalhos, a Secretária-Executiva Adjunta do Consema, Cecília Martins Pinto, declarou que, em nome do Secretário de Estado do Meio Ambiente e Presidente do Consema, Prof. José Goldemberg, saudava e dava boas-vindas a todos os que haviam comparecido os representantes dos Poderes Executivo e Legislativo, de órgãos públicos e de entidades civis e ambientalistas, enfim, todos que vieram participar dessa Audiência Pública sobre o Plano de Trabalho para elaboração do EIA/RIMA do empreendimento ”Unidade Industrial para a Produção de Aminoácido Lisina”, de responsabilidade de CJ do Brasil Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda. Declarou que tinha a missão de inicialmente compor a Mesa de Trabalhos, chamando para dela fazerem parte os representantes da Coordenadoria de Licenciamento Ambiental e de Proteção dos Recursos Naturais-CPRN, Eng o Pedro Stech, e do Conselho Estadual do Meio Ambiente, conselheiro Paulo Figueiredo. Depois de explicar que a audiência pública constituía um dos momentos do processo de licenciamento ambiental cujo objetivo era ouvir a sociedade e recolher subsídios sobre o projeto específico que seria apresentado, contribuições essas que seriam juntadas ao processo para que os técnicos dos órgãos responsáveis pelo licenciamento as analisassem e verificassem a possibilidade de incorporá-las ao projeto, a Secretária-Executiva Adjunta expôs resumidamente as normas estabelecidas pela Deliberação Consema 34/01 para a condução de audiências públicas. Em seguida, após o representante da Coordenadoria de Licenciamento Ambiental e de Proteção dos Recursos Naturais, Eng o Pedro Stech, informar em que fase do processo de licenciamento ambiental o projeto se encontrava e de tecer comentários a respeito da importância da participação da comunidade nas audiências públicas, passou-se à etapa em que se manifestam os representantes do empreendedor e da equipe técnica responsável pela elaboração do Plano de Trabalho. Jacinto C. Júnior, representante do consultor e da empresa Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental, inicialmente informou que a empresa CJ do Brasil pertencia a um grupo sul-coreano que, presente há décadas na Coréia do Sul e incluído entre as dez maiores empresas - e em outros Países, como a Austrália e os Estados Unidos, estava se expandido no Brasil com a implantação de atividades dos ramos alimentício, bio-farmacêutico, logístico e de entretenimento, e que, depois de analisar várias alternativas locacionais, esse grupo escolheu a cidade de Piracicaba para implantar uma unidade de fabricação de lisina, cuja produção de aminoácidos com previsão anual de 57 mil e 700 toneladas - destinar-se-ia ao mercado da América do Sul. Informou também: 1) que esse produto era um aminoácido essencial um produto vegetal - produzido a partir da fermentação do açúcar bruto; 2) que, além das lisinas cristal e líquida, essa unidade também produziria alguns subprodutos, como um líquido fertilizante utilizado para irrigação agrícola, sulfato de amônia e a proteína prozim, e que todos eles seriam encaminhados às indústrias alimentícias para fabricação de ração para suínos e aves; 3) que outra matéria-prima a ser utilizada por essa unidade, além da cana-de-açúcar, seriam amônia, ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido fosfórico e soda cáustica; 4) que a planta que se

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 – Prédio 6, 1ºAndar CEP 05489-900 São Paulo – SP

Tel.: (0xx11) 3133-3622 Fax.: (0xx11) 3133-3621 E-mail: [email protected]

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Ata da Audiência Pública sobre o Plano de Trabalho para elaboração do EIA/RIMA do

empreendimento “Unidade Industrial para a Produção de Aminoácido Lisina”, de

responsabilidade de CJ do Brasil Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda.,

realizada no dia 11 de agosto de 2005, na cidade de Piracicaba.

Realizou-se, no dia 11 de agosto de 2005, às 17h00, no Anfiteatro da Prefeitura Municipal de

Piracicaba, Rua Antônio Correa Barbosa, 2233, Piracicaba-SP, a Audiência Pública sobre o Plano de

Trabalho para elaboração do EIA/RIMA do empreendimento “Unidade Industrial para a Produção de

Aminoácido Lisina”, de responsabilidade de CJ do Brasil Indústria e Comércio de Produtos

Alimentícios Ltda.. Dando início aos trabalhos, a Secretária-Executiva Adjunta do Consema, Cecília

Martins Pinto, declarou que, em nome do Secretário de Estado do Meio Ambiente e Presidente do

Consema, Prof. José Goldemberg, saudava e dava boas-vindas a todos os que haviam comparecido –

os representantes dos Poderes Executivo e Legislativo, de órgãos públicos e de entidades civis e

ambientalistas, enfim, todos que vieram participar dessa Audiência Pública sobre o Plano de

Trabalho para elaboração do EIA/RIMA do empreendimento ”Unidade Industrial para a Produção de

Aminoácido Lisina”, de responsabilidade de CJ do Brasil Indústria e Comércio de Produtos

Alimentícios Ltda. Declarou que tinha a missão de inicialmente compor a Mesa de Trabalhos,

chamando para dela fazerem parte os representantes da Coordenadoria de Licenciamento Ambiental

e de Proteção dos Recursos Naturais-CPRN, Engo

Pedro Stech, e do Conselho Estadual do Meio

Ambiente, conselheiro Paulo Figueiredo. Depois de explicar que a audiência pública constituía um

dos momentos do processo de licenciamento ambiental cujo objetivo era ouvir a sociedade e recolher

subsídios sobre o projeto específico que seria apresentado, contribuições essas que seriam juntadas

ao processo para que os técnicos dos órgãos responsáveis pelo licenciamento as analisassem e

verificassem a possibilidade de incorporá-las ao projeto, a Secretária-Executiva Adjunta expôs

resumidamente as normas estabelecidas pela Deliberação Consema 34/01 para a condução de

audiências públicas. Em seguida, após o representante da Coordenadoria de Licenciamento

Ambiental e de Proteção dos Recursos Naturais, Engo

Pedro Stech, informar em que fase do processo

de licenciamento ambiental o projeto se encontrava e de tecer comentários a respeito da importância

da participação da comunidade nas audiências públicas, passou-se à etapa em que se manifestam os

representantes do empreendedor e da equipe técnica responsável pela elaboração do Plano de

Trabalho. Jacinto C. Júnior, representante do consultor e da empresa Walm Engenharia e Tecnologia

Ambiental, inicialmente informou que a empresa CJ do Brasil pertencia a um grupo sul-coreano que,

presente há décadas na Coréia do Sul – e incluído entre as dez maiores empresas - e em outros

Países, como a Austrália e os Estados Unidos, estava se expandido no Brasil com a implantação de

atividades dos ramos alimentício, bio-farmacêutico, logístico e de entretenimento, e que, depois de

analisar várias alternativas locacionais, esse grupo escolheu a cidade de Piracicaba para implantar

uma unidade de fabricação de lisina, cuja produção de aminoácidos – com previsão anual de 57 mil e

700 toneladas - destinar-se-ia ao mercado da América do Sul. Informou também: 1) que esse produto

era um aminoácido essencial – um produto vegetal - produzido a partir da fermentação do açúcar

bruto; 2) que, além das lisinas cristal e líquida, essa unidade também produziria alguns subprodutos,

como um líquido fertilizante utilizado para irrigação agrícola, sulfato de amônia e a proteína prozim,

e que todos eles seriam encaminhados às indústrias alimentícias para fabricação de ração para suínos

e aves; 3) que outra matéria-prima a ser utilizada por essa unidade, além da cana-de-açúcar, seriam

amônia, ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido fosfórico e soda cáustica; 4) que a planta que se

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pretendia instalar no Distrito Industrial de Piracicaba - em área plana próxima da rodovia que ligava

esse Município ao de São Pedro - era similar a de uma outra unidade desse grupo localizada na

Indonésia; 5) que na unidade de Piracicaba seriam investidos cerca de 202 milhões de reais para

construção da fábrica, cujas etapas de implantação e de operação se previa que gerassem,

respectivamente, 1 mil e 400 empregos diretos e 200 empregos fixos; 6) que essa unidade contaria

com estação de tratamento de água - que seria captada no Rio Piracicaba –, e sua disponibilidade

hídrica na seção de captação em frente da fábrica seria de 9256,45 litros por segundo, embora a

captação fosse de apenas 108 litro/segundo; 7) que essa unidade contaria também com estação de

tratamento de efluentes, torre de resfriamento, tecnologia de redução do consumo de água, de

separação da biomassa e de reutilização de subprodutos, utilizaria em suas caldeiras gás natural, o

que reduziria a produção de Nox, e que os resíduos sólidos seriam dispostos em aterros licenciados

pelos órgãos ambientais; 8) que os responsáveis por essa unidade solicitaram e receberam outorga de

captação de água e autorização de lançamento de efluentes, lançamento este que atenderia o disposto

pelo Decreto Estadual nº 8464; 9) que o consumo de energia elétrica seria de 10 megawatts/hora; 10)

que o Plano de Trabalho, elaborado de acordo com as exigências e determinações estabelecidas pela

legislação ambiental, federal e estadual, incluía a caracterização do empreendimento, a descrição das

alternativas locacionais, diagnóstico ambiental dos meios físico, biótico e antrópico, identificação

dos potenciais impactos positivos e negativos a serem causados, descrição sumária dos aspectos

climáticos,da qualidade do ar e das águas e do balanço hídrico, aspectos sobre os quais seriam

realizados estudos aprofundados, como igualmente o seriam acerca da hidrogeologia, da ictiofauna,

da fauna e da flora; 11) que igualmente seria analisado o aspecto sócio-econômico do Município,

análise esta que incluiria breve história sobre o desenvolvimento do Município de Piracicaba e, entre

outros, levantamentos sobre sua atual situação no que diz respeito à demografia, à educação, à

habitação, à saúde, às atividades econômicas, à infra-estrutura existente, às ocorrências arqueológicas

e ao uso e à ocupação do solo. Passou-se à etapa em que se manifestam os representantes do Coletivo

das Entidades Ambientalistas Cadastradas no Consema. Maria da Glória Siqueira de Melo, depois de

lamentar que o Plano de Trabalho tivesse sido colocado à disposição dos interessados apenas no

sexto andar da Prefeitura, pois, levando-se em conta que, se aprovado esse empreendimento, seu

funcionamento provocaria significativas mudanças na vida da cidade e da população, que seriam

colocadas em situação de risco, cópias desse documento deveriam ter ficado à disposição da

população em outros locais, inclusive durante o horário noturno, de modo a facilitar o acesso da

população, e que, da mesma forma, deveria se proceder em relação ao EIA/RIMA. Kátia Belmente,

igualmente representante do Coletivo das Entidades Ambientalistas Cadastradas no Consema,

comentou que, mesmo se se levasse em conta a possibilidade de esse empreendimento gerar

empregos no Município de Piracicaba, era fundamental que se aprofundassem as discussões sobre os

impactos que provocaria, ou seja, sobre sua sustentabilidade ambiental, especialmente no que dizia

respeito à utilização da água do Rio Piracicaba, e também se fazia necessário fossem oferecidos

detalhamentos sobre o aminoácido lisina, sua utilização e que impactos o funcionamento dessa

unidade industrial que o produziria provocaria nos recursos ambientais do Município e da região.

Paulo Jorge Moraes Figueiredo, representante do Proam, teceu os seguintes comentários: 1) que

manifestava sua satisfação em participar de uma audiência pública sobre o Plano de Trabalho desse

empreendimento, pois a análise e a discussão desse documento constituíam uma etapa anterior à

elaboração dos estudos ambientais propriamente ditos, e, portanto, uma oportunidade única para a

sociedade fazer suas advertências, admoestações, sugestões e críticas ao empreendedor e aos

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profissionais responsáveis pelas análises dos diferentes atributos ambientais a serem afetados pelo

funcionamento do empreendimento; 2.) que não se podia deixar de enxergar que Piracicaba era uma

região que se tornara saturada do ponto de vista ambiental, por se encontrar degradada a qualidade de

suas águas, do ar e de seu solo; 3) que, na visão do movimento ambientalista, a região que envolvia

os Municípios de Piracicaba, Campinas, Paulínia e Jundiaí, que constituía o eixo de expansão a partir

das Rodovias Anhangüera e Luiz de Queiroz, se encontrava em condição semelhante à do Município

de Cubatão nos anos 70 e 80, porque se tornara uma região fortemente adensada, em virtude,

principalmente, da existência de um grande número de indústrias que, embora gerassem elevadas

arrecadações, acarretavam nefastos danos ao meio ambiente; 4) que as condições ambientais do

Município de Piracicaba se encontravam no limite, ou seja, não mais suportariam o funcionamento

de uma grande indústria, o que fazia com que fosse este o momento decisivo para se exercer

escolhas, inclusive em relação a alguns processos produtivos, os quais não eram condizentes com o

estágio de saturação da região; 5) que se vinham notando alguns avanços no âmbito do planejamento,

inclusive com apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, como era o caso de Paulínia, com

propostas de substituição dos processos produtivos obsoletos - que produzem grande quantidade de

resíduos e elevado consumo de energia - por processos menos impactantes, e que, coerentemente

com essa proposta, a implantação de novos empreendimentos ou indústrias só se tornava possível

com substituições capazes de reduzir a carga de emissão de poluidores ambientais; 6) que esse

procedimento adotado por Paulínia deveria ser também adotado pelo Município de Piracicaba,

inclusive em virtude da ocorrência de evidentes problemas de saúde pública, entre os quais

sobressaíam doenças respiratórias decorrentes dos processos de queimada, e que nem mesmo o

argumento da geração de empregos e de aumento de renda no Município justificaria a implantação de

novos empreendimentos poluidores; 7) que se fazia necessário que o setor produtivo se adequasse à

realidade ambiental dos contextos em que funcionavam, respeitando sua capacidade de suporte

ambiental, ou seja, a disponibilidade existente de água, o grau de saturação do ar e a disponibilidade

de áreas capazes de “metabolizar” a indústria na cidade, o que tornava necessário a implementação

de gestões administrativas preocupadas com a qualidade de vida da população; 8) que, por

desconhecer o processo de fabricação de aminoácidos, especialmente da lisina, buscara subsídios a

seu respeito, os quais o levaram a concluir que se tratava de processo de fermentação que geraria

grande quantidade de resíduos com alta carga orgânica, chamados pelo empreendedor de líquido

fertilizante, e essa característica de produzir resíduos levava esse processo a se assemelhar ao da

indústria sucroalcoleira, que, presente na região, igualmente gerava grande descarte – no caso, a

vinhaça -, a qual, jogada no campo em excessiva quantidade, acabava não sendo incorporada pelas

plantas, e, com a ação das chuvas, chegava às águas superficiais; 9) que, embora não estivesse se

referindo à contaminação do lençol freático, era preciso que esses efluentes fossem tratados de forma

cuidadosa e adequada, tornando-se necessário, por isso, se conhecer a qualidade desses efluentes; 10)

que, apesar de o projeto prever pequeno consumo de água, era preciso se levar em conta que, pelo

fato de esse processamento industrial utilizar açúcar, amônia, ácido sulfúrico, soda,ou seja, uma série

de produtos que provocavam danos à saúde se não forem adequadamente manuseados, recomendava-

se fossem rigorosamente analisados os possíveis riscos a que seriam submetidos o trabalhador e o

meio ambiente local; 11) que não se poderia conceber o descarte do processo produtivo como se

fosse sempre passível de reutilização, porque isso nem sempre acontecia, e essa constatação tornava

necessário se pensar nos efluentes gerados, que eram cargas orgânicas que, se jogadas no rio sem

tratamento adequado, poderiam causar verdadeiras tragédias, e, num processo industrial como o que

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estava sendo proposto, os vários elementos e insumos a ele incorporados, entre os quais açúcar,

amônia, ácido sulfúrico, clorídrico, fosfórico, soda, eram todos eles produtores de risco; 12) que tal

constatação tornava necessário se exigir que o Estudo de Impacto Ambiental a ser elaborado sobre

esse processo industrial contemplasse, com precisão, o potencial de risco a ele inerente, inclusive a

possibilidade de acidentes rodoviários ou operacionais capazes de provocar vazamento desses

produtos no Rio Piracicaba, levando-se em conta as características e o grau de saturação desse

manancial; 13) que, ao ouvir do consultor informação sobre disposição de resíduo Classe II em aterro

sanitário, era necessário se ter consciência da inexistência de um aterro controlado no Município e de

que há mais de uma década se vinha debatendo a implantação ou não de aterros industriais no

Município, não tendo a sociedade local chegado até agora a algum consenso, e esse dado também

deveria constar dos estudos; 14) que esses estudos deveriam apresentar alternativas locacionais

situadas em diversos pontos do território do Município, e não com um distanciamento mínimo entre

si como foi o caso daquelas apresentadas para implantação da Termelétrica Carioba II, e que

igualmente deveriam ser apresentadas alternativas tecnológicas e compará-las entre si, ou seja,

comparar, por exemplo, a torre de resfriamento, que, como afirmou o consultor, possuía a qualidade

de evitar descartes, com outras tecnologias, isto é, com o estado da arte das tecnologias de

refrigeração no Primeiro Mundo, por se levar em conta a pouca disponibilidade de água na região;

15) que, no que concernia às compensações ambientais, propunha que elas não consistissem na

recuperação da mata ciliar do próprio empreendimento, mas, sim, que se constituíssem efetivamente

em compensação ambiental, e que, portanto, o critério para sua definição fosse a degradação dos

recursos da região e a existência, na região, dos vários problemas aqui referidos. Passou-se à etapa

em que se manifestam os representantes da sociedade civil. Carlos Roberto Rodrigues, representante

do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia de Piracicaba, depois de citar o provérbio que diz

ser necessário se dar o primeiro passo se se pretende ir até a China, comentou que a implantação

dessa unidade industrial em Ártemis poderia mobilizar outras empresas e empreendimentos a

procederem da mesma forma; que o contexto do desenvolvimento sustentável da região de Piracicaba

envolvia três dimensões, que eram a social, a ambiental e a econômica; que esse Município possuía

um planejamento até o ano 2010, o qual incluía várias expectativas de desenvolvimento, como bem

explicitava o Projemap - projeto que tinha como objetivo atrair novas empresas e negócios para o

Município; que, por outro lado, se aprovada a implantação desse empreendimento, ele teria em vista

três vértices - ou três pontas -, que davam conta de toda a dimensão ambiental, por envolver as

questões lixo, resíduos e água; que o tratamento do esgoto, como todos sabiam, era outra questão a

ser resolvida na cidade, motivo por que propunha constituísse uma das medidas compensatórias a

participação dessa indústria na implementação de soluções para o grave problema de saneamento

básico; que propunha também constituísse outra medida de compensação a participação da empresa

responsável por essa unidade industrial na implementação de programas sociais para a região, e que

um deles tivesse como objetivo promover a inserção da população ribeirinha no processo de

desenvolvimento do Distrito de Ártemis, envolvendo todos os bairros próximos, uma vez que o

funcionamento desse empreendimento afetaria Ártemis e todo o entorno; e que a terceira proposta era

que essa empresa estudasse a possibilidade de doar ao Município de Piracicaba uma reserva

ecológica, que funcionasse ou como parque ecológico ou como área de lazer, e reflorestasse a área

limítrofe desse parque ou as margens do Rio Piracicaba; que outra proposta era que esse

empreendimento promovesse o reúso da água e o aproveitamento das águas de chuva, o que muito

contribuiria para uma racionalidade do uso da água. Lourival Fonte Junior, professor vinculado à

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Universidade Metodista de Piracicaba, comentou que fazia parte do Núcleo de Estudos

Interdisciplinares em Meio Ambiente, Energia e Sociedade que funcionava no âmbito da

Universidade Metodista, e que as discussões por ele realizadas levaram à constatação de que as

indústrias em funcionamento nesse Município produziam, em grande quantidade, um líquido

fertilizante, parecido com a vinhaça, e, para se ter uma idéia, a cada litro de álcool produzido eram

gerados de oito a dez litros ou dez metros cúbicos de vinhaça, resíduo este que, embora funcionasse

como fertilizante, sua incorporação ao solo vinha sendo de oito a dez vezes maior que os níveis

estabelecidos pela Cetesb, como comprovava trabalho recentemente desenvolvido pela Unimep sobre

uma usina em funcionamento na região; que, levando-se em conta essa situação, era problemático o

aumento da produção desse tipo de resíduo, pois, dada a impossibilidade de seu aproveitamento

como fertilizante, ele passaria a se constituir um descarte, e essa possibilidade colocava a

necessidade de se analisar seus componentes com o objetivo de se esclarecer o que de fato estava

sendo jogado no solo; que outra questão importante, como já foi dito, dizia respeito ao uso da água,

que aparecia nesse Plano de Trabalho como um dos significativos impactos que o funcionamento

dessa unidade industrial acarretaria, e que, no entanto, era necessário se ter consciência da

impossibilidade de o Rio Piracicaba suportar mais esse impacto; que, outro dado importante dizia

respeito aos dados fornecidos pela Cetesb sobre a qualidade do ar da região, que revelavam não ser

boa, e que esses dados deveriam ser utilizados nos estudos ambientais que fariam o diagnóstico sobre

a viabilidade ou inviabilidade desse empreendimento. José Antônio de Godoy, representante da

Associação Comercial e Industrial de Piracicaba, comentou que analisava a instalação dessa empresa

no Município na perspectiva dos benefícios que ela traria, e que a associação que representava teve

conhecimento da responsabilidade ambiental e social do empreendedor quando esse projeto lhe foi

apresentado, pois, nessa oportunidade, foi relatado o procedimento do empreendedor nos outros

locais onde essa empresa atuava; que a entidade que representava também confiava nos técnicos que,

após analisar esse projeto - examinar suas características e os danos que elas poderiam provocar -,

por certo o dotariam de mecanismos e cuidados de modo a que sua implantação não trouxesse

nenhum risco para o meio ambiente e seu funcionamento efetivamente contribuísse para o

desenvolvimento e o crescimento de Piracicaba, de modo a que esse Município se tornasse em um

efetivo pólo do desenvolvimento da região. Hans Eckert, representante do Centro das Indústrias do

Estado de São Paulo-CIESP, comentou que as empresas coreanas, presentes no mercado

internacional, atendiam todas as normas e exigências e que o cuidado que dispensavam aos aspectos

social e ambiental lhes trouxeram várias certificações; que outro critério para sua tranqüilidade em

relação ao meio ambiente era a existência, hoje, de tecnologias capazes de controlar tudo o que

estava sendo despejado nos rios, além da existência de normas e exigências que controlavam todos os

sistemas, avaliando tudo o que se processava ou acontecia, como bem mostrava o funcionamento de

outras multinacionais no Município de Piracicaba; que, por outro lado, só depois de sua instalação,

seria possível se exigir dessa empresa benefícios para o meio ambiente e para a comunidade. José

Luiz Ribeiro, representante do Sindicato dos Metalúrgicos, comentou que esse sindicato lutava pela

melhoria das condições ambientais do Município, e que o interessante do regime democrático era a

convivência entre aqueles que se posicionavam favoráveis e contrariamente à implantação de um

mesmo projeto ou de mudanças, e, no caso desse empreendimento, em nome dos trabalhadores de

Piracicaba posicionava-se favorável à sua implantação em virtude dos benefícios que ele traria,

especialmente no que dizia respeito à geração de empregos; que a entidade que representava lutaria

para que fosse contratada, para preenchê-los, a mão-de-obra local, pois essa medida em si mesma já

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consistiria numa grande compensação, na medida em contribuiria para amenizar a fome daqueles que

se encontravam desempregados; e que esse sindicato acompanharia de perto o licenciamento desse

projeto e, se ele vier a ser aprovado, se preocupará com a saúde dos trabalhadores, ou seja, com o

meio ambiente no interior da empresa; que essa empresa já entrara em contato com o Sindicato dos

Trabalhadores das Indústrias da Alimentação de Piracicaba, o que demonstrava sua boa vontade e

transparência. Fânio Luiz Gomes, representante do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de

Alimentação em Piracicaba, comentou que esse sindicato representava seiscentos mil trabalhadores

no setor de alimentação do Estado de São Paulo, e que, como seu representante, vira com

tranqüilidade o que foi apresentado e o posicionamento dos representantes dos diferentes segmentos

que se haviam manifestado; que esse sindicato desejava fosse esse projeto rapidamente aprovado

para que a empresa pudesse dar início às suas atividades o mais breve possível, e que, com certeza,

todos os cuidados seriam adotados, e esse sindicato, juntamente com todos os órgãos, continuariam

vigilantes com a saúde e a segurança dos trabalhadores. Isidoro Camolese Filho, representante da

Fundação Educacional e Cultural Elvira Guarda Mascarin de Piracicaba, comentou que essa era a

entidade mais nova de Piracicaba que discutia a questão ambiental, e que, embora não conhecesse

ninguém que fizesse parte do Conselho Estadual do Meio Ambiente, solicitaria sua inclusão nesse

conselho, e convidava membros da Unimep e de outras universidades para trabalharem com essa

entidade com vistas ao desenvolvimento da região e com vistas à implantação de um projeto

educacional que levasse em conta o meio ambiente. Sérgio Horlink, representante da entidade

Piracicaba 2010, comentou que considerava essa reunião importante, pois demonstrava o grau de

evolução da população da cidade, e que era imprescindível que todos os setores sociais se

envolvessem com ela; que a entidade que representava havia formatado, conjuntamente com outros

setores do Município envolvidos com a questão social, a Agenda 21 de Piracicaba, cujo principal

objetivo era tratar a sociedade em todas as suas dimensões, quais sejam, ambiental, sócio-econômica,

política, urbanística e cultural; que essa entidade era favorável à implantação dessa unidade

industrial, e sugeria que, quando da elaboração do EIA/RIMA, fossem levadas em conta as

determinações legais relativas ao lançamento dos efluentes, à vazão de estiagem, aos procedimentos

do reúso industrial da água e de energia, ao reaproveitamento de matéria-prima e à utilização de

tecnologias limpas de prevenção à poluição, e que, em relação aos resíduos sólidos, esse estudo

deveria explicitar as taxas de aplicação e conter proposta de monitoramento contínuo, e propunha

também que, em relação aos empregos, o EIA/RIMA indicasse as instituições a serem contatadas,

entre as quais o Senai e o Senac, e outras entidades com atuação em Piracicaba, para quedessem

preferência à mão-de-obra local. Passou-se à etapa em que as pessoas se manifestam em seu próprio

nome. Eloá Marconi declarou que, como cidadã, pretendia apenas colocar e democratizar suas

dúvidas, que se deviam, por certo, à dificuldade em se estabelecer o nexo causal entre a maneira

como a cidade inchava, recebia novas empresas que poluíam ou que, potencialmente, poluíam e a

violência urbana, que se devia talvez ao fato de que cada empresa ao se implantar atraía grande

quantidade de imigrantes, os quais, muitas vezes, não encontravam emprego na cidade, motivo pelo

qual os empregos a serem gerados deveriam ser preenchidos pela mão-de-obra local, pois de nada

adiantava o crescimento do PIB se piorava a qualidade de vida; que sua pretensão era colocar esse

ponto de vista, pois acreditava que todos os que estavam presentes não pretendiam viver numa cidade

violenta, com enormes desigualdades sociais e com a degradação da água, do solo e do ar e,

conseqüentemente, com a piora de sua qualidade de vida. Luis Carlos Gregório Ramos declarou que

pretendia fazer uma série de perguntas: 1) o que era a biomassa, como seria separada a lisina, que era

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o produto principal, dos subprodutos que provinham de sua fermentação; 2) quais os gases emitidos

com a evaporação e se eles provocariam algum impacto na atmosfera da região; 3) qual a função da

proteína prozim e onde e como ela seria aplicada e igualmente onde seria aplicado ou se seria

descartado o sulfato de amônia e qual a sua utilização; 4) como se daria o armazenamento e o

transporte dos produtos referidos pelo ambientalista Paulo Figueiredo como perigosos, e como eles

deveriam ser tratados no caso da ocorrência de acidente e de contaminação do rio ou do solo; 5) qual

o funcionamento da torre de resfriamento e se uma quantidade de água considerável seria devolvida

por ela ao rio, e, nesse caso, se essa água seria devolvida numa temperatura mais elevada; 6) qual o

volume dos efluentes que seriam lançados no rio e quais as suas condições; 7) se haveria infiltração

de efluentes tóxicos no solo; 8) se a Cetesb faria monitoramentos periódicos da qualidade da água do

rio localizado em volta da planta; 9) e se a cana utilizada seria queimada ou utilizada na forma crua

Passou-se à etapa em que se manifestam os representantes de órgãos públicos. Milton Sérgio Bissoli,

Procurador-Geral do Município de Piracicaba, declarou que, como o objetivo de se construírem

Distritos Industriais no Município se fez necessário alterar a destinação da área na qual seria

implantada essa unidade industrial, anteriormente destinada à urbanização, e que tal alteração

permitia, inclusive, o parcelamento do solo; que, de acordo com a justificativa técnica oferecida pelo

Instituto de Pesquisa e Planejamento de Piracicaba, concluiu-se que a implantação de indústrias nessa

área, precisamente no Bairro Itaperu, seria tecnicamente viável, desde que analisadas, entre outras, as

questões ambientais e observadas as legislações municipal, estadual e federal pertinentes; que existia,

obviamente, por parte do Município a preocupação com o impacto ambiental, e tal preocupação fora

contemplada pela legislação que iria de agora em diante normatizar a zona industrial ou a zona

específica urbana onde seria implantada essa unidade industrial de responsabilidade da CJ do Brasil.

João Chaddad, vinculado ao Instituto de Pesquisa e Planejamento de Piracicaba, declarou que

representava, nessa audiência, a equipe de planejamento da Prefeitura do Município de Piracicaba,

órgão este que tinha grande preocupação com o crescimento ordenado da cidade, e que um

acontecimento digno de nota ocorrido nesses últimos dias tinha sido o envio à Câmara de

Vereadores, pelo Prefeito do Município, do Plano Diretor, o qual contemplava aspectos importantes,

como o sistema viário e os distritos industriais; que, em relação a esses distritos, eles possuíam

características diferentes, uma vez que, naquele localizado ao leste, os lotes eram médios e pequenos,

enquanto, naquele localizado ao norte, o tamanho dos lotes era de médio para cima, e que nesse que

estava sendo criado e que se situaria a oeste os lotes seriam destinados às grandes unidades

indústrias; que o Município de Piracicaba era a passagem por terra para o Mercosul, e, sendo assim,

possuía uma situação geográfica privilegiada, uma vez que os produtos e/ou veículos vindos de

Brasília, São José do Rio Preto e Belo Horizonte passavam obrigatoriamente por esse Município, e

que o gás natural oriundo da Bolívia também passaria por seu território, o que permitiria que alguns

empreendimentos fossem movidos por esse gás; que, por todos esses motivos, se podia afirmar que

Piracicaba se situava numa das regiões mais prósperas do Estado de São Paulo e, conseqüentemente,

do Brasil; que rodovias não só interligavam Ártemis aos Municípios de Águas de São Pedro, Bauru,

Botucatu e a uma série de outras cidades daquela região como também saíam de outras regiões e

chegavam a Ártemis; que o anel viário a ser construído fortaleceria mais ainda essa situação

privilegiada do Município de Piracicaba; que também seria construído um modal de cargas em

direção a São Paulo e a Santos e se esperava que brevemente fosse implantada uma hidrovia em

Piracicaba. Passou-se à etapa em que se manifestam os representantes do Poder Legislativo. Roberto

Moraes, Deputado Estadual, comentou que, na verdade, participara de algumas atividades

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promovidas pelo Consema na cidade, como, por exemplo, da audiência pública que discutiu o

EIA/RIMA da ampliação da unidade industrial de responsabilidade da Belgo-Mineira, e,

anteriormente, da audiência sobre os estudos ambientais da Termoelétrica Carioba II, em relação à

qual a população de Piracicaba manifestou-se contrariamente à sua implantação; que todos sabiam da

importância da geração de empregos, sabiam da importância da vinda de novas empresas para a

cidade, todos sabiam da importância do meio ambiente da região de Piracicaba e que ele precisava

ser protegido, especialmente em virtude da existência de alguns problemas; que todos também

sabiam que o Município precisava de investimentos, precisava que mais empresas se instalassem em

seu território e trouxessem mais riqueza e mais desenvolvimento para a cidade com a criação de

novos empregos, diretos e indiretos; que Piracicaba conseguira, através de uma articulação muito

bem-elaborada pelo seu meio político, que essa empresa se instalasse nesse Município, e isso

significava aumento na arrecadação de impostos da cidade, significava geração de empregos e,

conseqüentemente, geração de renda; que o Governador já havia liberado o projeto técnico do

primeiro trecho do anel viário, que era um sonho antigo da cidade que agora se concretizava; que,

como Deputado eleito pela cidade, apoiava esse empreendimento, apoiava que novos

empreendimentos fossem implantados na cidade, o que tornava necessário que ela reduzisse seus

impostos para atrair mais investimentos ainda, porque só gerando emprego e renda, ela continuaria

sendo ponto de referência em termos de desenvolvimento para o País. Passou-se à etapa em que se

manifestam os representantes do Poder Executivo. Vlamir Augusto Schiavuzzo, Secretário Municipal

de Meio Ambiente, comentou que, quando tivemos a oportunidade de conhecer o Plano de Trabalho

que ficou à disposição na Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, verificamos que uma

empresa que precisava de uma área com tais proporções necessitava de estudos especiais sobre o

meio ambiente, mas verificamos nesse mesmo documento que todos eles estavam contemplados;

que, além disso, confiamos nos técnicos dos órgãos ambientais que terão a responsabilidade de

estudar, analisar e propor sugestões e mudanças capazes de evitar ou mitigar os impactos ambientais

que vierem a ser causados, o que dará muita segurança à população de Piracicaba e região; que

aproveitamos essa oportunidade para solicitar que os recursos previstos pela legislação do Sistema

Nacional de Unidades de Conservação - mais conhecida como a lei do SNUC - sejam aplicados no

Município de Piracicaba, e que, com vistas à elaboração de projetos que visem promover a qualidade

ambiental e a preservação dos recursos naturais, a Prefeitura de Piracicaba, através da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente, se colocava à disposição, e, além de se colocar à disposição para

realização de tais propósitos, esse órgão também se propunha a acompanhar, passo a passo, todas as

etapas do licenciamento, e, se se fizer necessário e se o projeto for aprovado, todas as etapas da

implantação e de construção desse empreendimento. Luciano Almeida, Secretário Municipal da

Indústria e do Comércio de Piracicaba, declarou que ofereceria algumas informações que diziam

respeito a esse empreendimento, precisamente sobre os cuidados ambientais que ele,

obrigatoriamente, teria de adotar, porque, se assim não procedesse, não conseguiria exportar grande

parte de sua produção para os Estados Unidos, como pretendia, uma vez que uma das contrapartidas

para a exportação era o atendimento de uma série de exigências ambientais; que esse grupo

representava para o Município de Piracicaba também investimentos indiretos que elevariam ainda

mais a arrecadação de impostos, e, no que se referia a projetos ambientais, era o próprio EIA/RIMA

que exigia que essa empresa investisse nesses projetos cerca de 1 milhão de reais; que, talvez até esse

momento, nenhum empreendimento se enquadrasse tão bem no Município como esse, em virtude dos

insumos de que se utilizava e dos produtos de que necessitava lançar mão em seu processo produtivo,

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pois essas condições eram tais que possibilitava se redobrasse o retorno à economia local; que

acreditava que o impacto mais importante provocado por essa empresa consistiria na credibilidade

que ela oferecia à Piracicaba ao conferir-lhe o estatuto de cidade industrial; que esperava que

reuniões como essa se realizassem a cada mês com o objetivo de se discutir a viabilidade ambiental

de projetos, para cuja implantação no Município ele despenderia todo o esforço necessário, de modo

a torná-lo um Município industrial. Barjas Negri, Prefeito do Município de Piracicaba, comentou

que, com muita alegria, comparecia a essa audiência pública e agradecia a presença de cada pessoa:

representantes dos trabalhadores, dos empresários, da empresa coreana, dos técnicos e das empresas

de consultoria e do Poder Executivo, enfim, a todos que se dispuseram a acompanhar e participar

desse debate público que tinha como objetivo analisar e discutir o Estudo de Impacto Ambiental de

uma unidade industrial que pretendia instalar-se em Piracicaba; que, semelhante à planta que seria

instalada nesse Município, apenas duas outras havia que possuíam, como essa, certificados de

qualidade ambiental, motivo pelo qual agradecia imensamente à CJ do Brasil ter escolhido esse

Município, e que, uma vez aprovado esse estudo, a população de Piracicaba os receberia de braços

abertos, pelo que essa empresa representaria para todos, em virtude dos empregos e da renda que

geraria; que a preocupação ambiental não era monopólio apenas de pequenos grupos acadêmicos,

mas, sim, uma prerrogativa de todos os piracicabanos, entre os quais o Prefeito não constituía uma

exceção; que, para fazer tal convite, o Prefeito debatera durante alguns meses aspectos que diziam

respeito ao desenvolvimento econômico e sua relação com o meio ambiente da cidade, pois não era

irresponsável a ponto de entrar numa aventura que denegriria a imagem de sua cidade, ao ampliar

seus problemas ambientais; que esse debate – uma das etapas do licenciamento anteriores à

apresentação do EIA/RIMA – obrigatoriamente não necessitaria ser feito, mas a empresa decidiu

realizá-lo com o objetivo de ouvir as críticas e sugestões da população e incorporá-las aos estudos

ambientais; que o investimento que seria feito no Município de Piracicaba agregaria valor na medida

em que a empresa utilizaria matéria-prima que se encontrava em abundância no Município, que era o

açúcar; que durante duas décadas a cidade enfrentou problemas relacionados com o seu crescimento

econômico, pois o índice de participação do Município caiu durante bom período, mas que agora ele

retornava ao patamar antigo com a inserção do Município no ciclo das exportações brasileiras; que

tudo aquilo que gerava valor adicionado gerava receita, e isso significava mais investimentos para a

melhoria do meio ambiente, mais recursos para as áreas da educação e da saúde e para os sistemas

viário e de segurança; que, embora parecesse pequena a geração de emprego, lembrava a todos que a

Prefeitura de Piracicaba oferecia todo apoio até mesmo aquele empresário que, com sua micro-

empresa, geraria apenas dois empregos; que, na sociedade industrial globalizada, gerar emprego

constituía um imperativo, e que a esses duzentos empregos gerado se somariam outros tantos em

decorrência das articulações e do entorno logístico que o funcionamento dessa empresa exigiria; que,

como afirmou o Secretário Municipal de Meio Ambiente, a Prefeitura acompanharia as questões

relacionadas com a prevenção ou mitigação dos impactos ambientais previstos pelos estudos, como

também lutaria para que outras empresas desse porte se instalassem no Município, pois Piracicaba

precisava se desenvolver, crescer, pois ela possuía mão-de-obra qualificada, possuía matéria-prima e

se encontrava inserida na economia do Estado de São Paulo; que, com certeza, a empresa ouviria as

sugestões feitas e as incorporaria nos estudos, e que essa contribuição que ela daria permitiria que

não só Piracicaba, não só o Estado de São Paulo, mas também o Brasil ganhasse com o progresso

desse Município. Passou-se à etapa das réplicas. Jacinto Constâncio Júnior, representante da Walm

Engenharia e Tecnologia Ambiental e da CJ do Brasil, Indústria e Comércio de Produtos

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Alimentícios Ltda., esclareceu que muitas questões levantadas seriam obviamente respondidas no

Estudo de Impacto Ambiental, o qual teria um capítulo específico sobre a caracterização do

empreendimento, mas que tentaria responder a algumas perguntas: 1) que, em relação ao andamento

dos trabalhos, já haviam sido realizadas algumas reuniões, inclusive no âmbito do próprio Consema –

precisamente no âmbito da Câmara Técnica de Empreendimentos Industriais ou Imobiliários e de

Projetos Urbanísticos -, oportunidade em que foi apresentado esse projeto e recebidas sugestões; que

outra reunião foi realizada com o grupo técnico do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba,

há cerca de quinze dias atrás, oportunidade em que novamente foi feita uma apresentação desse

projeto, e que a empresa tinha disponibilidade de realizar quantas reuniões se fizerem necessárias; 2)

que essa audiência pública havia sido amplamente divulgada por jornais locais e regionais e pela

Rádio Difusora de Piracicaba; 3) que o Plano de Trabalho ficou durante trinta dias à disposição para

consultas, e que igualmente o RIMA ficaria disponível para consulta na Câmara de Vereadores; 4)

que, em relação ao consumo de água, se previa que esse empreendimento utilizaria cerca de 108

litros de água por segundo, ou seja, captaria um centésimo da água disponível na seção que seria

utilizada, lembrando que à jusante existia a foz, que era o Reservatório Barra Bonita, e que os

Municípios à jusante, Águas de São Pedro e São Pedro, não faziam suas captações nesse trecho do

rio, e que, portanto, o empreendimento, em virtude de suas características, não consumiria grande

quantidade de água, e o consumo que faria não seria consumptivo, uma vez que metade dos 9.370

metros cúbicos captados por dia voltaria tratada para o rio; 5) que seriam elaborados todos os estudos

necessários, de modo a se atender à legislação específica, e o projeto teria todas as informações a

respeito da composição do líquido fertilizante, da sua utilização em outros Países, tudo o que a planta

possuía e a prática agrícola adequada para a sua utilização; 6) que existia um plano de aplicação da

vinhaça no Estado de São Paulo, de responsabilidade da Cetesb, em torno de 150 metros cúbicos por

hectare, ou seja, mais ou menos 15 litros por metro quadrado; 7) que a produção do líquido

fertilizante seria de 57.900 toneladas ao ano; 8) que, em relação à monitoração de produtos e ao risco

existente em sua manipulação, tinha a dizer que esses produtos químicos seriam usados no processo

industrial e estocados de acordo com as normas e as leis brasileiras; 9) que, em relação ao resíduo

Classe II, a situação do Aterro Sanitário de Piracicaba estava sendo acompanhada, e que, quando

esse empreendimento entrasse em operação, se não houver condições de se dispor os resíduos nesse

aterro, se procurariam outras alternativas para sua disposição adequada, e que, nessa perspectiva,

algumas consultas já haviam sido feitas; 10) que, em relação às alternativas locacionais, um capítulo

específico do EIA trataria dessa questão, até mesmo porque a CJ está a quase um ano estudando qual

o local mais adequado para sua instalação; 11) que, em relação a programas a serem desenvolvidos

com a população, as ações educativas praticadas pela CJ concorreram para que ela fosse designada,

na Coréia, uma das treze empresas mais importantes na área ambiental; 12) que, em relação à

qualidade do ar, utilizar-se-ão as estações da Cetesb como referência, mas também mensurações

não-oficiais poderiam der feitas; 13) que outra característica desse empreendimento era que

praticamente todos os recursos de que ele necessitava Piracicaba poderia oferecer, entre os quais um

setor metalúrgico e de serviços bastante desenvolvido; 14) que, como toda a sociedade piracicabana,

a empresa pretendia ver o Rio Piracicaba tornar-se Classe II, mas, infelizmente, no trecho onde seria

implantado esse projeto ele era Classe IV, mas que a Resolução Conama 357 continuaria sendo uma

meta a ser alcançada; 15) que, em relação às compensações, mesmo sabendo que ocuparemos uma

área degradada, será assinado um termo de recomposição florestal com o DEPRN de toda a faixa até

cem metros desde a margem do Rio Piracicaba, onde hoje não existia mata ciliar; 16) que, por se

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tratar de empreendimento de grande porte, passível de licenciamento por EIA/RIMA, ele tinha de

necessariamente atender à lei federal do SNUC, que é o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação, que previa o pagamento mínimo de 0,5% do valor do empreendimento, para ser

aplicado prioritariamente em unidades de conservação, e que, além desse percentual, o EIA proporia

outras compensações; 16) que as questões relacionadas com a separação da biomassa, da evaporação

e da composição do líquido fertilizante estariam respondidas no item caracterização do

empreendimento, mas que, de antemão, esclarecia que não ocorreria infiltração no solo e que a bacia

de contenção, onde ficaria contido o líquido fertilizante, seria projetada de acordo com as normas

brasileiras, ou seja, com solo compactado, manta apropriada e bacia para evitar vazamentos, e que,

mesmo cumprindo todas as exigências, o EIA proporia programa de monitoramento da qualidade da

água subterrânea; 17) que, em relação às emissões, todos os componentes que tinham em sua

composição gás natural seriam considerados no estudo de qualidade do ar; 18) e que todos os

subsídios colhidos nessa audiência seriam utilizados para elaboração do Termo de Referência. Paulo

Figueiredo, representante do Coletivo das Entidades Ambientalistas Cadastradas no Consema,

comentou que essa audiência poderia ter sido menos longa, pois considerou exagerada a ênfase dada

ao aspecto econômico do empreendimento, pois se deveria debater tão somente os aspectos

ambientais, mas que, mesmo assim, achava importante que essas reuniões ocorressem para que as

pessoas adquirissem familiaridade com o processo de licenciamento ambiental; que a priori não era

contrário e nem favorável à indústria, até mesmo porque todos utilizavam produtos industriais, e que,

se essa indústria for implantada e operar de acordo com as normas ambientais, ninguém poderia a ela

se opor; que uma amostragem realizada às custas do movimento ambientalista e do movimento

Nastalis detectou uma área contaminada em nível de intervenção, o que depois foi reiterado pela

Cetesb, e que esse trabalho realizado pelo movimento ambientalista era numa atividade talvez a mais

importante por ele realizada, porque se tratava do controle social sobre os sistemas produtivos, sobre

os gestores, e até sobre o próprio órgão de controle do Estado de São Paulo; que o movimento

ambientalista do Estado de São Paulo com muita freqüência era convidado para auxiliar movimentos

ambientalistas de outras partes do Brasil, e até mesmo movimentos ambientalistas internacionais, e

que mais do que se considerar competente, os membros do movimento reconheciam nisso uma

militância; que existiam problemas ambientais à farta no Município de Piracicaba, todos os

conheciam, bastava andar ao longo do rio e ter olhos para vê-los; que entendia que seriam

incorporadas aos estudos todas as sugestões feitas durante essa audiência e por ocasião das reuniões

realizadas no âmbito da Câmara Técnica do Consema e do Comitê de Bacia, e que, se isso não

acontecesse, o Engº Pedro Stech, conselheiro e diretor do DAIA seria cobrado por isso, e se tratava

de uma cobrança intensa que vinha se dando ao longo do processo; e que, ao terminar, chamava

atenção para a questão da incorporação dos subprodutos e resíduos na terra, porque isso vinha se

tornando uma prática em Piracicaba, e não só com a vinhaça, mas, também, com o vidro e com

metais pesados no solo, o que era justificado com o argumento da “nutrificação” ou da incorporação

de micronutrientes metálicos no solo; que se tratava, pois, de uma questão preocupante, a da

contaminação da área agrícola do Município e da região; e que, por fim, reiterava que essa

participação, ou esse controle social, constituía uma obrigação, uma atividade, do movimento

ambientalista e era realizado com muita paixão. Passou-se à etapa em que se manifesta o

representante do Consema. O conselheiro Luciano Shiguero Sakurai, representante no Conselho da

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, comentou que essa era uma etapa muito importante

do processo de licenciamento ambiental, pois se tratava do procedimento democrático de ouvir a

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sociedade, processo este que por si mesmo conferia grandes benefícios tanto ao empreendedor como

a todos os membros da sociedade que dele participavam; que era fundamental o processo de

comunicação que ocorreu durante a audiência e que tudo o que foi dito teria pronto acolhimento no

âmbito do Conselho Estadual do Meio Ambiente e pela equipe do DAIA, gerenciada pelo Engº.

Pedro Stech, pois tudo foi anotado e gravado e seria levado em consideração tecnicamente; e, mais

ainda, que, se alguém ainda quisesse contribuir, poderia encaminhar sua contribuição para a

Secretaria-Executiva ou para qualquer um dos membros do Consema; que, no Mundo globalizado de

hoje, era muito importante tomar contato com essa proposta da CJ do Brasil, proposta responsável e

que ia muito além do que se esperava, e que pelo que ouviu tinha certeza de que essa empresa não

tinha nenhum interesse em queimar etapa ou deixar que aspectos importantes passassem

despercebidos, e que taç perspectiva era aquela na qual perfilavam todos os membros do Consema.

Foi entreguem durante a audiência, correspondência encaminhada por Gustavo Ferber, Produtor

Rural e Ecologista, cujo original será encaminhado ao DAIA e cuja cópia integraria a pasta desta

reunião. A Secretária-Executiva Adjunta do Consema agradeceu, em nome do Secretário de Estado

do Meio Ambiente, Prof. José Goldemberg, a presença de todos e declarou terem sido cumpridas

todas as etapas da audiência pública previstas pela Deliberação Consema 34/2001. Eu, Paula

Frassinete de Queiroz Siqueira, Diretora da Divisão de Documentação e Consulta da Secretaria

Executiva do Consema, lavrei e assino a presente ata.