resfriamento e congelamento de sêmen de piau
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RESFRIAMENTO E CONGELAMENTO DO
SMEN DE PIAU-AULeporinus macrocephalus
GILSON FERREIRA DE MORAES
LAVRAS-MG2004
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GILSON FERREIRA DE MORAES
RESFRIAMENTO E CONGELAMENTO DO SMEN DEPIAU-AULeporinus macrocephalus.
Dissertao apresentada Universidade Federalde Lavras como parte das exigncias do Curso deMestrado em Zootecnia, rea de concentrao emAqicultura, para a obteno do ttulo deMestre.
Orientadora
Profa. PhD Ana Tereza de Mendona Viveiros
LAVRASMINAS GERAIS - BRASIL
2004
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Ficha Catalogrfica Preparada pela Diviso deProcessos Tcnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Moraes, Gilson Ferreira de
Resfriamento e congelamento do smen de piau-auLeporinus
Macrocephalus/ Gilson Ferreira de Moraes. -- Lavras:
UFLA, 2004.68 p. : il.
Orientadora: Ana Tereza de Mendona Viveiros.
Dissertao (Mestrado) UFLA.
Bibliografia.
1. Piscicultura. 2. Reproduo. 3. Smen. 4. Preservao. I. Universidade
Federal de Lavras. II. Ttulo.
CDD-639.375
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GILSON FERREIRA DE MORAES
RESFRIAMENTO E CONGELAMENTO DO SMEN DEPIAU-AULeporinus macrocephalus.
Dissertao apresentada Universidade Federalde Lavras como parte das exigncias do Curso deMestrado em Zootecnia, rea de concentrao emAqicultura, para a obteno do ttulo deMestre.
APROVADA em 18 de fevereiro de 2004
Prof. Dr. Luis David Solis Murgas UFLA
Profa. Dra. Priscila Vieira Rosa Logato UFLA
Prof. PhD Hugo Pereira Godinho PUC-MG.
Profa. PhD Ana Tereza de Mendona ViveirosUFLA
(Orientadora)
LAVRASMINAS GERAIS - BRASIL
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A meus pais, in memorian, em especial
minha me, por ter me apoiado tanto no
incio desta carreira durante a graduao. E
a meu filho pelo tempo que o privei de
minha companhia para realizar este
trabalho.
Dedico
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AGRADECIMENTOS
Profa .PhD Ana Tereza de Mendona Viveiros, pela orientao e
apoio.
direo da Escola Agrotcnica Federal de Machado (E.A.F.M.), pela
minha liberao para este estudo e disponibilizao de suas instalaes,
equipamento e transporte para que se realizasse este trabalho.
Ao Prof. Dr. Luis David Solis Murgas, por disponibilizar o Laboratrio de
Fisiologia e Farmacologia.Ao Prof. Dr. Rilke Tadeu Fonseca Freitas e ao Prof. Dr. Daniel Furtado, pela
ajuda estatstica durante a elaborao do projeto.
minha amiga Martha Janeth Prieto Guevara, pelo apoio e companheirismo
desde os primeiros momentos deste curso, assim como pela participao em
todas a fases desta pesquisa.
minha irm, Juveli Morais e minha cunhada, Roselene N. Morais,
pela ajuda, apoio e o grande carinho dispensado a mim e a meu filho, em todos
os momentos deste trabalho.Aos colegas Alexandre Nizio Maria, Alexmiliano V. Oliveira e Alssio
B. Miliorini, pela ajuda recebida.
A Paulo Antnio Maciel e Jos Benedito Incio, pela ajuda na realizao dos
trabalho na Escola Agrotecnica Federal de Machado.
empresa Minitub do Brasil, pela doao das palhetas usadas no
experimento de congelamento de smen.
A todos aqueles que contriburam para a realizao deste trabalho.
MUI T O OBR I GADO!!
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SUMRIO
Pgina
LISTA DE TABELAS.................................................................. ................. ....i
LISTA DE FIGURAS................................................................... ............... .....iii
RESUMO.......................................................................................................... iv
ABSTRACT........................................................................................................v
1 INTRODUO ............................................................................................01
2 OBJETIVOS .................................................................................................03
2.1 Objetivo geral..............................................................................................03
2.2 Objetivos especficos ..................................................................................03
3 REVISO DE LITERATURA. .....................................................................04
3.1Leporinus macrocephalus ...........................................................................04
3.2 Biologia reprodutiva dos peixes .................................................................05
3.3 Reproduo em cativeiro.............................................................................08
3.4 Preservao de smen de peixe ...................................................................09
3.4.1 Solues ativadoras da motilidade espermtica e diluidores de smen ...10
3.4.2 Agentes crioprotetores .............................................................................12
3.4.3 Resfriamento do smen............................................................................14
3.4.4 Congelamento de smen ..........................................................................15
3.4.5 Descongelamento.....................................................................................17
4 MATERIAL E MTODOS ..........................................................................18
4.1 Local do estudo ...........................................................................................18
4.2 Origem, captura e seleo dos reprodutores................................................18
4.3 Tratamento hormonal e coleta do smen.....................................................21
4.4 Caractersticas seminais. .............................................................................21
4.5 Experimento I - Solues ativadoras da motilidade espermtica e diluidores
de smen de smen durante o resfriamento.................................................23
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4.6 Experimento II - Crioprotetores durante o resfriamento .............................25
4.7 Experimento III - Congelamento do smen..................................................264.8 Anlise estatstica..........................................................................................28
5 RESULTADOS...............................................................................................32
5.1 Caractersticas seminais.................................................................................32
5.2 Experimento I - Solues ativadoras da motilidade espermtica e
diluidores de smen durante o resfriamento.................................................34
5.3 Experimento II - Uso de crioprotetores durante o resfriamento....................38
5.4 Experimento III - Congelamento do smen...................................................43
6 DISCUSSO..................................................................................................446.1 Caractersticas seminais.................................................................................44
6.2 Solues ativadoras da motilidade espermtica............................................45
6.3 Diluidores do smen durante o resfriamento.................................................47
6.4 Agentes crioprotetores...................................................................................48
6.5 Congelamento do smen................................................................................50
7 CONCLUSES...............................................................................................53
8 REFENCIAS BIBLIOGRFIA.....................................................................54
ANEXOS.............................................................................................................61
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Solues de NaCl como ativadoras e diluidoras
no smen dos peixes de espcies nativas............... 11
TABELA 2 Smen in natura preservado a temperaturas entre
0,5C e 2,9C ....................................................... 15
TABELA 3 Concentrao espermtica e volume de smen,
por faixa de peso de piau-au, observados nesse
estudo.................................................................... 32
TABELA 4 Coeficiente de correlao das caractersticas
seminais de piau-au em relao ao peso
corporal (n= 47)................................................... 33
TABELA 5 Efeitos de solues de NaCl e NaHCO3 em
diferentes concentraes sobre a taxa de
motilidade espermtica expressa em
porcentagem (mdia + desvio padro) do smen
fresco de piau-au............................................. 35
TABELA 6 Efeito de ativadores sobre a taxa de motilidade
espermtica expressa em porcentagem (Mdia
desvio padro) no smen fresco de piau-
au....................................................................... 37
TABELA 7 Motilidade espermtica expressa emporcentagem (mdia desvio padro), do
smen de piau-au, diludo em diferentes
solues e incubado a 5 C - 8C por at 48
horas................................................................... 39
TABELA 8 Taxa de motilidade espermtica expressa em
porcentagem (mdia desvio padro) do smende piau-au, incubado entre 5 C - 8 C, com
diluidores acrescidos de 10% de crioprotetorpor at 48 horas................................................... 40
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TABELA 9 Taxa de motilidade espermtica expressa em
porcentagem (mdia desvio padro) do smen
de piau-au, incubado entre 5 C - 8C comdiluidores acrescidos de um crioprotetor por at
48 horas............................................................... 42
TABELA 10 Taxa de motilidade espermtica expressa emporcentagem (Mdia desvio padro) do smen
de piau-au, criopreservado em diferentes
solues crioprotetoras....................................... 43
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Exemplar adulto de piau-au Leporinus
macrocephalus...................................................... 04
FIGURA 2 Diagrama do eixo hipotalmico hipofisrio
gonadal em peixes telesteos.1hormnio
liberador de gonadotropina2hormnio
luteinizante3hormnio foilculo esimulante......... 06
FIGURA3 Escola Agrotecnica Federal de Machado. A .
Vista parcial da Estao de Piscicultura; B.Laboratrio de reproduo, caixas de contenodos reprodutores................................................... 20
FIGURA4 A. Coleta do smen; B. Material utilizado para
avaliar a motilidade espermtica.......................... 22
FIGURA5 A. Envasamento do smen; B. Tipo de raque
usadas; C. Resfriamento de paletas no botijo de
vapor de nitrognio............................................... 27
FIGURA6 Espermatozoides de piau-au observados em
microscpio de contraste de fase, ocular100x...................................................................... 33
FIGURA7 Comportamento da motilidade espermtica aps
ativao em solues de NaCl e NaHCO3 emdiferentes concentraes no smen de piau -
au........................................................................ 36
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RESUMO
MORAES, Gilson Ferreira. Resfriamento e congelamento dosmen de piau-au Leporinus macrocephalus. 2004. 68 p.Dissertao (Mestrado em Aqicultura) Universidade
Federal de Lavras, Lavras, MG..*
O objetivo deste trabalho foi desenvolver um protocolo de preservao
de smen do piau-au (Leporinus macrocephalus) atravs do processo de
resfriamento e congelamento. Os trabalhos foram realizados na Escola
Agrotcnica Federal de Machado, Machado-MG. A taxa de motilidade
espermtica foi usada como medida para avaliar a qualidade do smen. No
experimento I foram avaliadas diversas solues diluidoras e ativadoras damotlidade espermtica comumente usadas em peixe, alm de solues de NaCl e
NaHCO3 em concentraes entre 25 e 200 mM. No experimento II foram
testados DMSO, etilenoglicol, glicerol e metanol como agentes crioprotetores
durante o resfriamento do smen. No experimento III amostras de smen foram
congeladas aps diluio em Kurokura (NaCl 128,4 mM, KCl 2,7 mM, CaCl21,4 mM, NaHCO3 2,4 mM) e NaCl 200 mM associados a 5 e 10% de
etilenoglicol e Kurokura associado a 5, 10 e 15% de metanol. A melhor soluo
ativadora da motilidade espermtica foi NaCl 25 mM. Solues salinas de
kurokura, NaCl 200 mM e Ginsburg fish Ringer (NaCl 123,2 mM, KCl 3,75
mM, CaCl23,0 mM, NaHCO32,65 mM) mantiveram a viabilidade espermtica
durante 48 horas de resfriamento. Taxas de motilidade acima de 80% foram
obtidas nas amostras diludas em Kurokura associado ou no ao metanol. Todasas amostras de smen congelado apresentaram baixas taxas de motilidade aps o
descongelamento. A maior taxa de motilidade (8%) foi observada em amostras
diludas em Kurokura com 5% de metanol.Smen de piau-au diludo em
soluo de Kurokura associada ou no ao metanol, mantm alta taxa de
motilidade espermtica aps resfriamento por 48 horas. As baixas taxas de
motilidade espermtica encontradas no smen aps descongelamento, mostram a
necessidade de realizao de novos testes com outros diluidores e crioprotetores.
* Comit Orientador: Ana Tereza Mendona Viveiros - UFLA (Orientadora), Priscila
Rosa Vieira Logato UFLA, Luis David Solis Murgas - UFLA
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ABSTRACT
MORAES, Gilson Ferreira. Semen cool storage and cryopreservation ofpiau-au Leporinus macrocephalus. 2004. 68 p. MSc Thesis
(Aquaculture) Federal University of Lavras, Lavras, MG.*
The aim of this research was to develop a cool storage and
cryopreservation protocol for piau-au (Leporinus macrocephalus) semen.
Sperm motility rate was used to access sperm quality after treatments. On
experiment I, several solutions commonly used as extenders or sperm motility
activators of fish semen, and NaCl and NaHCO3at 25 and 200 mM were tested.
On experiment II, DMSO, ethylene glycol, glycerol and methanol were tested as
cryoprotectants during cool storage. On experiment III, semen samples werefrozen after dilution on Kurokura solution (NaCl 128,4 mM, KCl 2,7 mM, CaCl21,4 mM, NaHCO3 2,4 mM) or NaCl 200 mM combined with 5 or 10% ethylene
glycol, and Kurokura combined with 5, 10 or 15% methanol. NaCl 25 mM
induced the highest motility rate and was used as sperm activator afterwards.
Kurokura solution, NaCl 200 mM and Ginsburg fish Ringer (NaCl 123,2 mM,
KCl 3,75 mM, CaCl23,0 mM, NaHCO32,65 mM) maintained sperm viabilityduring 48 hours of cooling storage. Semen diluted on Kurokura combined or not
with methanol produced motility rates above 80% after activation. All frozen-
thawed semen samples showed very low motility rates. The highest motility rate
(8%) was obtained with samples diluted in Kurokura solution and 5% methanol.
Piau-au semen diluted in Kurokura solution maintain high sperm motility after
48-hour cooling. Due to the very low sperm motility after thawing, it isnecessary to further investigate the effect of other cryoprotectants and extenders
on cryopreservation of piau-au semen.
*Comit Orientador: Ana Tereza Mendona Viveiros - UFLA (Orientadora),
Priscila Rosa Vieira Logato UFLA, Luis David Solis Murgas - UFLA
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1 INTRODUO
A constante interveno do homem no ambiente natural influencia
diretamente o hbitat de algumas espcies de peixes, principalmente aquelas que
realizam migraes durante o perodo reprodutivo, conhecidas por espcies de
piracema. A construo de grandes barragens, a poluio das guas, a pesca
predatria e a preferncia do consumidor por algumas espcies tm
proporcionado um declnio das populaes de peixes nos ambientes naturais.
Nesse contexto, a preservao de material gentico em espcies nativas por
congelamento assume um papel importante. Alm disso, o desenvolvimento de
tcnicas de preservao de smen proporciona melhoria no manejo reprodutivo,
pois a reproduo artificial de peixe em cativeiro, principalmente as espcies de
piracema, no tarefa fcil, j que, em cativeiro, estes peixes no sofrem os
estimulos ambientais necessrios para a sua reproduo.
A preservao de smen apresenta aplicaes prticas e cientficas. No
meio prtico, a preservao de smen pode melhorar o aproveitamento das
instalaes dentro das estaes de reproduo, reduzindo o estoque de machos,
eliminando a assincronia no amadurecimento dos gametas entre machos e
fmeas durante o perodo reprodutivo e auxiliando a recuperao de espcie
silvestres ameaadas de extino. No meio cientfico, pode-se citar o
fornecimento de material gentico para identificao de populaes, permitindo
estudos de melhoramento gentico e facilitando trocas e transportes de material
gentico entre instituies atuantes na rea.
O resfriamento de smen uma tcnica de preservao relativamente
simples, feito por meio de refrigerao a 4C 8 C, por perodos que variam de
dias at a algumas semanas.A criopreservao, por outro lado, uma tcnica bastante complexa e
refinada e, embora conserve o smen a -196C por tempo indeterminado, a
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tcnica que mais causa danos aos espermatozides, como excessiva desidratao
e o rompimento da membrana, causado pela formao de cristais de gelo nos
meios intra e extracelular.
A escolha do mtodo de conservao do smen (resfriamento ou
criopreservao), do diluente e do crioprotetor depende da sensibilidade
espermtica queles agentes qumicos, do uso destinado ao smen e do
equipamento disponvel. Aps o trmino da preservao, os espermatozides
devem ter integridade das membranas, apresentar uma boa motilidade e ter
capacidade de fecundao.
O piau-au (Leporinusmacrocephalus) foi escolhido para este estudo
por se tratar de uma espcie nativa de grande interesse comercial que, quando
mantida em cativeiro, apresenta problemas reprodutivos, tais como a baixa
produo de smen nos meses de piracema e a assincronia na maturao gonadal
entre machos e fmeas.
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Desenvolver um protocolo de preservao de smen do piau-au
(Leporinus macrocephalus) a curto prazo, atravs do processo de resfriamento e,
a longo prazo, atravs do processo de congelamento.
2.2 Objetivos especficos
Caracterizar o smen quanto concentrao espermtica, volume obtido
atravs de massagem abdominal e caractersticas macroscpicas como
colorao e viscosidade;
avaliar solues diluidoras do smen e ativadoras da motilidade espermtica;
avaliar os efeitos dos crioprotetores durante os processos de resfriamento e
congelamento.
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3 REVISO DE LITERATURA
3.1 Leporinus macrocephalus
Famlia: Anostomidae ;
Subfamlia: Characiformes;
Gnero:Leporinus (SPIX, 1829)
Espcie:Leporinusmacrocephalus ( Garavello & Britisk , 1988 )
Nome popular: Piau-au, Piaussu, Piauu, Piavuu.
FIGURA 1. Exemplar adulto de piau-auLeporinus macrocephalus
Originrio da Bacia do Rio Paraguai, o piau-au tem como caractersticas
corporais a boca grande e terminal no protrtil, corpo curto, grosso e coberto de
escamas. A colorao cinza-escuro, principalmente por causa da borda lateral
escura das escamas e o abdome amarelo. Indivduos de menor porte (at 25
cm) apresentam trs manchas verticais alongadas no flanco, que no aparecem
em indivduos maiores (acima de 40 cm). O piau apresenta nadadeiras dorsal,
adiposa, peitoral, abdominal, anal e caudal, podendo alcanar 50cm de
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comprimento e at 6kg de peso vivo (Garavello & Britski, 1988). um peixe
que possui hbito alimentar onvoro, alimentase de vegetais, razes, frutas,insetos e eventualmente de moluscos, alm de adaptar-se muito bem rao
(Castagnolli,1992). Realiza piracema e sua reproduo ocorre entre os meses
outubro e janeiro, apresentando desova total com ovos demersais no aderentes.
Em situao de cativeiro, apresenta pouca produo de smen. uma espcie
explorada em cativeiro com o objetivo de produo de carne e para a pesca
esportiva (Amaral, 1998).
3.2
Biologia reprodutiva dos peixes
Os peixes, assim como os demais organismos vivos, devem se adaptar ao
ambiente se pretendem sobreviver e prosperar. O ponto vital neste esforo de
sobrevivncia a capacidade de se reproduzir repetidamente e com xito durante
sua vida, acrescentando uma grande prole populao. Nesse sentido, diversas
adaptaes podem ser observadas em diferentes espcies de peixes, como idade
da primeira maturao sexual, poca de reproduo, local de reproduo ecuidados parentais.
Em peixes, assim como em aves e mamferos, todo o mecanismo
endcrino do eixo hipotlamo-hipfise-gnada, tem relao direta com os
fatores ambientais. Nos peixes, os fatores, como temperatura, fotoperodo,
chuvas, qualidade da gua, disponibilidade de alimento e possibilidade de
realizar migraes, desencadeiam o mecanismo endcrino do eixo hipotlamo-
hipfise-gnada, como est descrito na Figura 2.
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FIGURA 2. Diagrama do eixo hipotalmico-hipofisrio-gonadal, empeixes telesteos.
1hormnio liberador de gonadotropina;
2
hormnio luteinizante;3 hormnio folculo estimulante.
Adaptado de Viveiros, 2002.
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Os fatores ambientais estimulam o hipotlamo por meio de rgos
sensoriais ligados ao sistema nervoso. Se a intensidade dos estmulos for
suficiente para eliminar o efeito inibitrio da dopamina, o hipotlamo libera o
hormnio liberador de gonadotropina (GnRH) que vai estimular a hipfise a
liberar o hormnio luteinizante (LH) e o hormnio folculo estimulante (FSH).
As gonadas, uma vez estimuladas pelo LH e FSH, passam a liberar hormnio
ligado maturao final dos gametas 17 , 20 dihidroxi 4-pregnen 3-ona (17
, 20P4) responsvel pela migrao nuclear e pela hidratao do citoplasma
dos ovcitos. No estgio seguinte, a ovulao caracterizada pelo
desprendimento do ovcito do folculo para o lmen do ovrio, sob o controle do
hormnio prostaglandina (Woynarovich & Horvth, 1989; Sallum, 1999)
No caso dos machos, o sistema endcrino do eixo hipotalamo-hipfise-
gnada funciona da mesma forma que nas fmeas;, entretanto os hormnios
produzidos pelas gonadas so outros. Ao serem estimuladas pelo LH, as clulas
de Leydig presentes nos testculos produzem testosterona, que estimula a
espermatogonia a dividir-se em espermatcitos dentro das clulas de Sertoli. As
clulas de Leydig ainda produzem o 11-ketotestosterona, que responsvel pelo
incio do processo da liberao dos espermatozides no lmem do testculo e
produzem o 17 , 20 P4, que induz produo do fluido seminal no ducto
espermtico e acelera a espermiao (Sallum, 1999).
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3.3 Reproduo em cativeiro
As espcies de peixes que se reproduzem em guas paradas podem
eventualmente se reproduzir em cativeiro sem a interveno do homem. J as
espcies que necessitam de realizar migraes, como os peixes de piracema,
apresentam deficincias orgnicas com respeito reproduo, quando em
cativeiro. Nas fmeas, os ovcitos se desenvolvem, mas h um fracasso na
maturao final, ovulao e desova. Nos machos, podem reduzir a produo e a
qualidade dos espermatozides. Estes problemas reprodutivos esto relacionados
com a ausncia de estmulos ambientais como chuvas, realizar migraes e
disponibilidade de alimentos que so necessrios para estimular o hipotlamo a
liberar o GnRH (Woynarovich & Horvth, 1989; Sallum, 1999).
Para induzir artificialmente as respostas metablicas provocadas pelos
estmulos ambientais, so utilizados hormnios que atuam diretamente no
sistema hipotalmico-hipofisrio-gonadal. Vrios produtos tm sido utilizados
para este fim: injees de extrato bruto de hipfise de carpa (EBHC),
gonadotropina corinica humana (hCG), GnRH e seus anlogos, que podem
tambm ser utilizados em conjunto com antagonistas da dopamina, como
exemplo: pimozida e domperidone. A induo hormonal aumenta a quantidade
de hormnio no organismo do peixe, suprindo as deficincias de fatores
ambientais, desencadeando o processo reprodutivo, chegando maturao final
dos ovcitos (Zohar, 2001).
Os machos mantidos em cativeiro produzem pequeno volume de smen,
muitas vezes com baixa qualidade dos espermatozides, inadequados para o
processo de fertilizao artificial. O tratamento hormonal produz um aumento
passageiro no plasma seminal e pequeno incremento na produo deespermatozides, resultando na produo de um smen mais diludo, com baixo
espermatcrito. A diluio do smen um efeito desejvel, pois a alta
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concentrao de espermatozides faz com que o smen fique muito viscoso,
dificultando sua homogeneizao na gua e, conseqentemente, diminuindo sua
capacidade de fertilizao (Takashima et al., 1984).
Em espcies nativas, como pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus) o
tratamento com EBHC associado ao GnRH atuou efetivamente e aumentou o
volume do smen em 6 vezes e o nmero de espermatozides extrudos em 4,5
vezes. Efeito semelhante foi observado em machos de piracanjuba (Brycon
orbignyanus) quando se usou EBHC, proporcionando um aumento no volume de
duas vezes e no nmero de espermatozides de l,8 vez, quando comparado ao
smen de peixes no tratados (Bedore, 1999). Ribeiro (2003) usou com sucesso
para piau-au (Leporinus macrocephalus), dose nica de buserelina (GnRHa)
0,5 ml por kg de PV, 12 horas antes da coleta. Reidel (2002) obteve sucesso na
extrao do smen de machos de piau-au, aplicando dose nica de 2 mg kg-1
de
PV de EBHC 7 horas antes da coleta, mantendo a temperatura da gua em 25 C.
3.4 Preservao de smen de peixe
O resfriamento e o congelamento so mtodos usados na preservao de
smen de peixe. No resfriamento, o smen preservado por um perodo curto,
dias ou at semanas, estocado a baixas temperaturas de 4C a 5 C. J no
congelamento, o smen estocado temperatura de 196 C, por um perodo
indeterminado (Harvey & Kelley, 1988). Tanto no processo de resfriamento
como no de congelamento, necessrio que se dilua o smen a ser preservado,
facilitando assim o contato dos espermatozides com oxignio, no caso do
resfriamento e com os crioprotetores, no caso do congelamento. Aps o smenter sido preservado, os espermatozides devem ser ativados com uma soluo
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ativadora no momento de sua utilizao. Portanto, fundamental determinar
solues diluidoras do smen e ativadoras dos espermatozides.
3.4.1
Solues ativadoras da motilidade espermtica e diluidores de
smen
Soluo diluidora aquela que apenas dilui o smen, mantendo os
espermatozides imveis durante o armazenamento, enquanto que as solues
ativadoras promovem a ativao da motilidade dos espermatozides. H
substncias que podem ser ativadoras ou diluidoras, alterando apenas suas
concentraes, como, por exemplo o NaHCO3e NaCl.
No smen de curimat-pacu Prochilodus marggravii,as melhores taxas
de motilidade em solues de NaCl foram obtidas em baixas concentraes,
entre 25 e 75 mM, considerando que tambm bons resultados foram obtidos em
gua (Bedore et al., 1997). Solues de NaCl com concentraes de 200 mM e
150 mM no ativam os espermatozides, enquanto que, em concentraes de
100 mM a 25 mM, as taxas de motilidade crescem gradativamente, mas so
inferiores quando comparadas com gua destilada para o smen de curimbat
(Cruz, 2001). Testando o efeito de solues de NaCl em diferentes
concentraes no smen de pacu e piracanjuba, observou-se que os
espermatozides em concentraes de 150 mM ou maiores, permanecem
imveis, e em concentraes entre 25 mM e 75 mM, apresentaram as mais altas
taxas de ativao dos espermatozides (Bedore et al., 1999).
Em bagre africano (Clarias gariepinus), a motilidade espermtica caiu
parcialmente em soluo de NaCl entre 50 mM e 100 mM e, em solues comconcentraes acima de 200 mM, a motilidade foi totalmente inibida (Mansour
et al., 2002). A soluo ativadora de NaHCO3 119 mM produziu resultados
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significativamente superiores a NaCl 25 mM e gua destilada, quando testadas
em smen criopreservados com os crioprotetores DMSO, dimetilacetamida e
propilenoglicol, na espcie piau-au (L. macrocephalus; Ribeiro, 2003).
A soluo de NaHCO3119 mM pode ser usada satisfatoriamente como
ativadora dos espermatozides dos peixes aps o descongelamento. No entanto,
quando se faz a fertilizao, os ovos se aglutinam no fundo do recipiente,
fazendo com que a taxa de ecloso seja zero (Silveira, 2000).
Marques (2001), trabalhando com espcies nativas, testou solues de
NaCl como ativadoras e diluidoras dos espermatozides, avaliando a
porcentagem de motilidade e a durao da motilidade espermtica, como pode
ser visto na Tabela 1.
TABELA 1. Solues de NaCl como ativadoras e diluidoras no smen depeixes dos espcies nativas
EspcieSol. ativadora
NaCl (mM)
Sol. Diluidora
NaCl (mM)
MatrinchBrycon lundii 50 150
PiracanjubaBrycon orbignyanus 50 150
Pacu-caranha Piaractus mesopotamicus 50 200
PiaparaLeporinus elongatus 25 150
Piau-trs-pintasLeporinus frederici 50 150
Curimbat Prochilodus lineatus 50 100 e 150
Curimat-pacu Piaractus maggravii 50 200
Surubim Pseudoplatystoma coruscans 75 100 e 150
Fonte: Adapitado de Marques 2001
No smen de piracanjuba (B. orbignyanus), o diluidor composto por
gua de coco, dimetilsulfxido (DMSO) 10% e gema de ovo 5% apresentou
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melhor resultado em relao ao diluidor contendo glicose 5%, DMSO 10% e
gema de ovo 5%. Como soluo ativadora, aps o descongelamento, o NaHCO3
119 mM demonstrou melhor resultado em relao a NaHCO3 0,5% e gua
destilada (Murgas et al., 2001). A preservao do smen de curimba
(Prochilodus lineatus) resfriado a 4 C, usando o diluidor de smen de suino BTS
(beltsville thawing solution), apresentou melhor motilidade aps 168 horas,
quando se acrescentou Kl 0,16% ao diluidor, do que quando se acrescentou
citrato de sdio 1,28% (Fransciscatto et al., 2002).
Uma soluo diluente no deve ativar os espermatozides e deve ser
utilizada no processo de criopreservao para facilitar o contato do crioprotetor
com a clula espermtica, fazendo com que este atinja o interior dos
espermatozides rapidamente (Carolsfeld & Harvey, 1999).
O smen de enguia (Anguilla japonica) demonstra uma tendncia de
aumento da motilidade quando se eleva o pH para bsico, atingindo um ponto
mximo em pH de 9,2, usando-se um diluidor base de NaHCO3 em pH,
variando de 6,2 at 10,2, foi observado motilidade espermtica entre 0 at
136,6%, respectivamente, quando comparados ao controle (Tanaka et al., 2002).
3.4.2
Agentes crioprotetores
Existem dois grupos de crioprotetores: os permeveis e os
impermeveis. Os crioprotetores permeveis, tambm chamados intracelulares
so capazes de passar pela membrana celular e entrar para o interior das clulas,
podendo-se citar como exemplos o DMSO, o glicerol e o metanol. Os
crioprotetores permeveis diminuem a velocidade da formao de gelo da guaintracelular, reduzindo o efeito da mudanas do volume da clula.
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O grupo dos crioprotetores impermeveis, tambm chamados de
extracelulares, atravessam a membrana celular, como, por exemplo, acares
(sacarose e glicose) e protenas (gema de ovo, leite desnatado, soro e outros). Os
crioprotetores impermeveis tm habilidade de abaixar o ponto de congelamento
do meio extracelular. Combinando crioprotetores impermeveis com os
permeveis ocorre uma proteo mais completa da clula. A escolha de um
crioprotetor est associada toxicidade, permeabilidade na membrana celular e
solubilidade na gua durante o congelamento (Jamieson & Leung, 1991).
Dentre os crioprotetores usados na criopreservao do smen de peixe, o
metanol o mais permeavl, sendo eficiente em algumas espcies de peixes e
txico em outras (Harvey & Carosfeld, 1993). O metanol eficiente na
criopreservao dos espermatozides de tilpia (Harvey, 1983), salmondeos
(Lahnsteiner et al., 1997), bagre africano (C. gariepinus; Viveiros et al., 2000),
bitterling japanese (Tanakia limbata; Oiita et al., 2001); piracanjuba B.
orbignyanuse surubim P. Coruscans (Carolsfeld et al., 2003). J em espcies
como dourado (S. maxillosus; Carolsfeld et al., 2003) e pacu (P.mesopotamicus;
Bedore, 1989), no foi obtido bons resultados com o metanol como crioprotetor.
A permeabilidade dos crioprotetores pela membrana dos
espermatozides inversamente proporcional ao seu peso molecular. Em baixas
temperaturas, o DMSO continua permevel, isso pode ser usado para minimizar
sua toxicidade (Renard et al., 1984). O DMSO e o polietilenoglicol em
consrcio como crioprotetores uma combinao extremamente txica, porque
induz fuso da membrana dos espermatozides (Ashwood-Smith, 1986).
O DMSO 10% e DMA (dimetilacetamida) 10% apresentaram resultados
significativamente superiores ao glicerol 20% no processo de criopreservao do
smen de Salvelinus alpinusem palhetas de 1,7 mL (Richarson et at, 2000). Nobagre africano (C. gariepinus), o DMSO, nas concentraes de 5% e 10%, no
teve efeito txico sobre a qualidade do smen na taxa de fertilizao. J nas
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concentraes de 15% e 20%, os nveis de ecloso caram gradativamente
(Lock, 2000).
No smen de piau-au (Leporinus macrocephalus) foi testada a
toxicidade dos crioprotetores DMSO, DMA, propilenoglicol e metanol. Foi
observado que o incremento das concentraes de crioprotetores resulta na
reduo das respectivas taxas de motilidade. A reduo da taxa de motilidade foi
observada quando houve aumento de 5% para 10% de etilenoglicol,
propilenoglicol e metanol, assim como no aumento de 10% para 15% de DMSO
e DMA (Ribeiro et al., 2003).
3.4.3
Resfriamento do smen
Por ser um mtodo bastante simples de preservao de smen, o
resfriamento pode ser utilizado nas estaes de reproduo de peixe com
sucesso, podendo ser usado para solucionar vrios problemas de manejo
reprodutivo, tais como baixa produo de smen e assincronia na maturao
gonadal entre machos e fmeas.
Varias tcnicas so usadas no processo de resfriamento. O smen de
curimat-pacu (P. marggravii) foi conservado em geladeira, estocado em
seringas de 1ml e permaneceu com motilidade de 50%, aps 24 horas da coleta,
para peixes que foram tratados com E.B.H.C., enquanto que em smen de peixes
no tratados, aps 24 horas a motilidade foi quase nula (Bedore et al., 1997). No
smen de pacu (P.mesopotamicus), as maiores taxas de motilidade espermtica
observadas em 72 e 96 horas, foi no smen resfriado a 4 C com o diluidor 10%
DMSO, 5% BTS e 0,16% de KCl em relao ao smen diluido com o mesmodiluidor acrescido de 5% de DMSO (Miliorini et al., 2002).
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O smen de espcies nativas apresentando motilidade inicial de 80%, foi
preservado por algumas horas, mantidos em baixas temperaturas sem o uso de
diluidores, com pode ser visto na Tabela 2.
TABELA 2. Smen in natura preservado a temperaturas entre 0,5C a 2,9 C
EspcieTempo de Preservao
(horas)
Taxa de motilidade
(%)
Matrinch (B. lundii) 14 10
Piracanjuba (B. orbignyanus) 12 25
Piapara (L.elongatus) 8 30,5
Surubim (P. Coruscans) 18 25
Curimat-pacu (P. maggravii) 12 42
Curimbat (P. lineatus) 20 24
Piau-trs-pintas (L frederic) 7 34
Pacu-caranha (P. mesopotamicus) 20 40
Marques (2001)
3.4.4
Congelamento de smen
O smen de peixe a ser congelado necessita ser previamente diludo em
solues contendo diluidor(es) e crioprotetor(es). Os diluidores fazem com que o
crioprotetor atinja o interior dos espermatozides rapidamente, ao facilitar o seu
contato com a clula espermtica (Carolsfeld & Harvey, 1999). As propores
de diluio variam entre espcies e mesmo entre pesquisadores. Assim, Coser et
al. (1984) utilizaram a diluio de 1:4 (smen : diluente) para curimbat; Coser
et al. (1987) 1:4,5 para pacu; Harvey & Kelley (1988) 1:1 para tilpia; Babiak et
al. (1997) 1:3 para carpa comum e Bedore (1999) 1:4 para pacu-caranha e
piracanjuba.
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O congelamento deve ser feito em uma velocidade tima, em que no se
mantnha o equilbrio osmtico, saindo uma pequena quantidade de gua da
clula. A gua remanescente dentro da clula se vitrifica e forma pequenos
cristais de gelo tolervel a um rpido processo de descongelamento, evitando a
recristalizao. A baixa velocidade de congelamento causa excessiva perda de
gua da clula para o meio externo, pelo aumento da concentrao de soluto
extracelular, causando desidratao e morte da clula. Caso o congelamento seja
muito rpido, no haver tempo suficiente para a clula perder gua para o meio
externo, permanecendo grande quantidade de gua intracelular, formando
grandes cristais de gelo (Meryman et al., 1977; Ashwood-Smith, 1986).
O ponto de congelamento de uma soluo est linearmente relacionado
com a concentrao de soluto: quanto mais soluto, menor ser a temperatura de
congelamento. A relao entre a concentrao de soluto e o ponto de
congelamento ocorre at chegar a baixas temperaturas -100 C a -120C, no
mostrando influncia da presso atmosfrica. O ponto mximo de concentrao
de soluto para o congelamento estabelecido como ponto euttico (Jamieson,
1991).
O contato direto do smen com o nitrognio lquido provoca leses na
membrana plasmtica e pea intermediria do espermatozide. J no vapor
nitrognio lquido, os espermatozides sofrem um congelamento gradativo de
forma que as estruturas no so muito danificadas, embora o aspecto da
cromatina seja consideravelmente modificado (Billard, 1983). Os maiores
prejuzos conhecidos na estrutura dos espermatozides com relao ao
congelamento e descongelamento ocorrem na temperatura crtica entre 0 C e -40
C. De forma geral, a remoo de calor e a adio de crioprotetor so as causas
de prejuzos. J de uma forma mais detalhada, pode-se citar o choque de frio, osefeitos do pH, gelo intracelular e extracelular, soluto, volume e toxicidade dos
crioprotetores (Jamieson, 1991).
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A temperatura do smen deve ser levada rapidamente at -50C, porm
entre -50 a -80C deve ser em uma velocidade um pouco mais lenta. A partir
deste momento, o smen pode ser transferido para nitrognio lquido e a
temperatura levada a -196C (Horvarth & Caroslsfeld, 1993). Em contraste,
Viveiros et al. (2000) usaram trs etapas no congelamento do smen de bagre
africano (C. gariepinus). Primeiramente o smen foi resfriado a -5C/min entre
5 C a -40C. O smen permaneceu 5 minutos a -40C, depois foi mergulhado em
nitrognio lquido (-196C). Caroslsfeld et al. (2003), congelando smen de
espcies tropicais, levaram a temperatura de 28C para 8 C em 1 minuto e em
seguida, fizeram um rpido congelamento at -150C a -45C/min e uma
estabilizao mais gradual at 196 C.
Cruz (2001), realizando teste de velocidade de congelamento em botijo
de vapor de nitrognio lquido (CP 300 Taylor-Wharton), observou que a taxa de
resfriamento, medida entre 0 e 60 C, oscila entre 17,9 e 52,9 C/min, atingindo
-190 C aps 7 min, usando como embalagem paletas de 0,5 ml.
3.4.5
Descongelamento
A velocidade de congelamento , teoricamente, semelhante velocidade
de descongelamento. A maioria das clulas suporta um descongelamento rpido,
mesmo que ela no se hidrate totalmente, exceto para embries de mamferos. A
rapidez no descongelamento necessria para evitar a recristalizao, ou seja, o
agrupamento de pequenos cristais de gelo em grandes cristais de gelo, letal para
a clula (Jamieson, 1991).
H uma variao entre a opinio de diversos autores a respeito do tempoe da temperatura da gua para descongelar o smen estocado em palheta de 0,5
ml por meio de banho-maria. Richarson et at (2000) descongelaram smen de
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Salvelinus alpinusa 4C por 30 segundos; Horvarth & Urbnyi (2000) usaram
no smen de bagre-africano (C. gariepinus)40 C por 5 segundos; Murgas et al
(2001) usaram para o smen de piracanjuba (B. orbignyanus), 60C por 5
segundos; j Ribeiro (2003) descongelou o smen de piau-au (L.
macrocephalus) a 30C por 6 segundos.
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4 MATERIAL E MTODOS
4.1
Local do estudo
O presente trabalho foi realizado entre os meses de outubro de 2003 e
janeiro de 2004, no Setor de Piscicultura da Escola Agrotcnica Federal de
Machado, Machado,MG (E.A.F.M.)(Figura 2A). O municpio possui uma
topografia montanhosa, sua altitude mxima atinge 1.310 metros e a mnima 835
metros, estando a sede do municpio a 871 metros. A temperatura mdia anual
de 21,2C, com mdia mxima de 27 e mdia mnima de 14,2; o ndice
pluviomtrico no ano de 2001 foi de 1.824 mm. Machado situa-se na Bacia do
Rio Grande, fazendo parte das terras alagadas pela represa de Furnas. Seu
complexo hdrico formado pelos rios Dourado, Machado, So Tom e Sapuca,
alm dos crregos de Coroado, Jacutinga e Ouvidor.
4.2
Origem, captura e seleo dos reprodutores
Machos de piau-au (Leporinus macrocephalus) foram capturados em
viveiros de terra com 300 a 3000 m2e transferidos para viveiros de alvenaria de
100 m2 e 1 m de profundidade (Figura 3A). Os peixes foram selecionados
observando-se eliminao de smen em resposta a massagem manual na parede
celomtica e emisso de grunidos, seguindo os procedimentos descritos para esta
espcie por Sato (1999) e Ribeiro (2003).
Aps a seleo, os peixes foram levados ao laboratrio de reproduo da
E.A.F.M., onde foram pesados, identificados e mantidos 3 peixes por caixa de500 L (Figura 3B). A gua foi mantida a 25 C, com uma vazo em torno de 3
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L/min. Aps a extruso do smen, os reprodutores receberam tratamento anti-
sptico e foram devolvidos aos viveiros de alvenaria.
FIGURA 3. Escola Agrotecnica Federal de Machado.A. Vista parcialda Estao de Piscicultura; B. Laboratrio de reproduo,
caixas de conteno dos reprodutores.
A
B
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4.3 Tratamento hormonal e coleta do smen
Os machos receberam uma injeo de EBHC, na dose de 0,5 mg/kg de
peso corporal, 12 horas antes da coleta do smen, de acordo com o manejo de
rotina da estao.
A coleta foi feita aps limpar e enxugar a papila urogenital com toalha
de papel. Para isso foram feitas massagens manuais na parede celomtica, no
sentido crnio-caudal, tomando cuidado para que no ocorresse contaminao do
smen com fezes, urina, sangue ou mesmo gua do tanque. O smen foi coletado
em seringas graduadas e mantidas em banho de gelo (Figura 4A).
4.4
Caractersticas seminais
As seguintes caractersticas macroscpica do smen foram analisadas:
colorao, volume e viscosidade. Para a certifio de que o smen coletado no
estava contaminado, uma gota de smen foi levada ao microscpio ptico
(400X) e observada a motilidade espermtica (Figura 4B). A ausncia de
motilidade espontnea demonstra a no contaminao do smen.
O volume seminal foi medido no momento da coleta, com auxlio de
seringas de 1 ml. A concentrao espermtica foi determinada em cmara de
Neubauer, aps diluio de 1:1000 em soluo formol-salina (formol 6% e NaCl
0,9%) (Hancock, 1957). O valor obtido foi multiplicado pelo fator de correo
50000, obtendo-se o nmero de espermatozoides/mm3de smen.
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FIGURA 4. A. Coleta do smen; B. Material utilizado para avaliar a
motilidade espermtica.
A
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4.5Experimento I Solues ativadoras da motilidade espermtica e
diluidores de smen durante o resfriamento
Experimento Ia- Neste experimento foram avaliadas solues de NaCl
e NaHCO3em diferentes concentraes: 25, 50, 75, 100, 125, 150 e 200 mM. O
objetivo foi determinar a concentrao que induz s maiores taxas de motilidade
espermtica, assim como a concentrao que dilui o smen sem ativar a
motilidade espermtica, para cada uma das solues.
Foi utilizado o smen de trs diferentes peixes. De cada peixe foram
feitas trs observaes para cada tratamento. As amostras de 1L de smen
foram colocadas em lmina histolgica previamente focalizada no microscpio
optico em 400X (Figura 4B). Neste momento, as amostras receberam as
solues a serem testadas, na proporo de 1:5 (smen: soluo).
A taxa de motilidade dos espermatozides, isto , porcentagem de
espermatozides mveis em relao ao total observado, foi estimada em cada
uma destas solues. A durao da motilidade foi observada at dois minutos
aps a ativao.
Experimento Ib - O objetivo desse experimento foi avaliar vrias
solues tidas como ativadoras da motilidade espermtica.
Foram testadas as seguintes solues: NaHCO350 e 75 mM, NaCl 25
mM, gua destilada e gua in natura. Foi utilizado smen de trs peixes e de
cada peixe foram feitas trs observaes para cada tratamento. Os testes de
motilidade foram feitos seguindo-se a mesma metodologia do experimento Ia.
Experimento Ic - Este experimento teve como objetivo avaliarsolues tidas com diluidoras do smen. Foi observado motilidade espermtica
no smen diluido em varias solues. Assim um grupo maior de soluo foi
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testado como diluidora, dividindo o experimento em duas fases. Ainda, foi
observado que o pool de smen apresentou grande queda na taxa de motilidade,
em relao ao smen analisado individualmente. Assim, nos experimentos
seguintes, optou-se por testar os diluidores no smen de cada peixe
individualmente.
Primeira fase- foram testadas as seguintes solues como diluidoras do
smen :
a) NaCl 200 mM; ( pH 7,5 ; 399,84 mOsm/L)
b)
NaHCO3150 mM; ( pH 7,5 ; 300 mOsm/L)
c) NaHCO3200 mM; ( pH 7,5; 400 mOsm/L)
d) Ohta (Ohta and Izawa, 1996 ) : NaCl 143,3 mM, KCl 15,2 mM,
CaCl21,3 mM, MgCl21,6 mM, ( pH 8,2)
e) Kurokura (KuroKura et al, 1984) : NaCl 128,4 mM, KCl 2,7 mM,
CaCl21,4 mM, NaHCO3 2,4 mM, (pH 7,6)
Segunda fase- Foram testadas as seguintes solues como diluidoras do
smen :
a)Ginsburg fish Ringer I (G.F.R.I) (Adaptado de Ginsburg, 1963): NaCl
138,88 mM, KCl 4,19 mM, CaCl23,37 Mm; NaHCO32,97 mM, pH 7,6
b) Ginsburg fish Ringer II (G.F.R.II) (Viveiros et al, 2000): NaCl 123,2
mM, KCl 3,75 mM, CaCl23,0 mM, NaHCO32,65 mM, pH 7,6
c) Ginsburg fish Ringer III (G.F.R.III) (Ginsburg, 1963): NaCl 111,11
mM, KCl 3,35 mM, CaCl22,70 mM, NaHCO32,38 mM, pH 7,6
d) Extender II (Verreth, 1999): NaCl 76,92 mM; KCl 83,15mM;
MgCl26H20 0,787 mM; CaCl2 1,49 mM, NaHCO3 2,38 mM, pH 7,8;283mOsm/L.
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Em cada fase foi usado o smen de trs peixes. Uma alquota de smen
foi diluda 1:6 (smen : diluidor) e mantida em geladeira a temperatura entre 5C
e 8 C. A taxa de motilidade foi avaliada 0; 0,5; 1; 2; 12; 24 e 48 horas aps a
diluio, seguindo-se a metodologia do experimento Ia, proporcionando uma
diluio final de 1:42 (smen:soluo diluidora+ativadora).
4.6 Experimento II Crioprotetores durante o resfriamento
Experimento IIa Foi feito inicialmente uma avaliao dos
crioprotetores mais usados no smen de peixe : DMSO, etilenoglicol, glicerol e
o metanol. Cada criprotetor foi adicionado na concentrao de 10% a cada um
dos trs diferentes diluidores : NaCl 200 mM, Kurokura e Ginsburg fish Ringer
II (Experimento Ic).
Utilizou-se o smen de trs peixes. Uma alquota de smen foi diluda
1:6 (smen : diluidor + crioprotetor) e mantida em geladeira, sob temperatura de
5 C a 8 C. A taxa de motilidade foi avaliada 0; 0,5; 1; 24 e 48 horas aps a
diluio, seguindo-se a metodologia do experimento Ia.
Experimeto IIb Foram testados metanol e etilenoglicol nas
concentraes de 5, 10 e 15% associados aos diluidores NaCl 200 mM e
Kurokura.
Foi utilizado o smen de trs peixes. Uma alquota de smen foi diluda
1:10 (smen: diluidor+crioprotetor) e mantida em geladeira, sob temperatura de
4 C a 8 C. A taxa de motilidade foi avaliada 0; 0,5; 1; 24 e 48 horas aps a
diluio, seguindo-se a metodologia do experimento Ia.
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4.7.Experimento III - Congelamento do smen
Tendo como base o experimento IIb, foram tomadas as combinaes
diluidor + crioprotetor que proporcionaram as maiores taxas de motilidade
espermtica aps 30 minutos de incubao, pressupondo que o tempo de
manipulao do smen at iniciar o congelamento no ultrapasse esse perodo.
Devido ao pouco volume de smen obtido dos dois peixes utilizados, foi
necessrio fazer uma diluio maior, na proporo de 1:100
(smen:diluidor+crioprotetor). As solues crioprotetoras testadas foram NaCl
200 mM com 5% e 10% de metanol, Kurokura com 5%, 10% e 15% de metanol
e Kurokura com 5% e 10% de etilenoglicol.
O smen diludo foi envasado em palhetas de 0,5 mL numeradas,
(gentilmente doadas pela Minitub do Brasil), vedadas com esferas plsticas
(Figura 5A), acondicionadas em raques (Figura 5B), levando em torno de 2
minutos at serem transferidas para o botijo de vapor de nitrognio lquido
(Taylor-Warton, modelo CP 300) (Figura 5C). Decorridos 10 minutos de
exposio no vapor, as raques foram transferidas para botijo de nitrognio
lquido (M.V.E., modelo Volta 34).
A temperatura interna do botijo de vapor de nitrognio lquido foi
medida introduzindo-se a ponta do sensor de um termmetro digital (Figura 4C)
dentro de uma paleta de 0,5 mL vazia e ento colocada dentro do botijo na
mesma posio em que foram colocadas posteriormente as palhetas preenchidas
com smen diludo. Foi medido o tempo que a palheta levou para se estabilizar
em -176C, a partir da temperatura ambiente de aproximadamente 23 C.
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FIGURA 5. A. Evasamento do smen; B. Tipo de raque
usadas; C. Resfriamento de paletas no botijo
de vapor de nitrogenio.
C
B
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Aps 2 horas mantidas em nitrognio lquido, as palhetas foram
descongeladas em banho-maria a 60C, por 8 segundos com base em resultados
preliminares. Aps o descongelamento, a palheta foi enxugada, a extremidade
que estava vedada com esfera foi cortada e o smen depositado em placa de
petri, temperatura ambiente.
Do smen descongelado foram retiradas amostras de 1L colocadas em
lmina e ento levadas ao microscpio para realizar a leitura da motilidade. Foi
usada a soluo de NaCl 25 mM para ativar os espermatozides.
4.8 Anlise estatstica
Caractersticas seminais
A anlise de volume de smen e de concentrao espermtica foi feita em
relao ao peso dos doadores. Para isso, foi aplicado um teste de correlao de
Pearson, com o objetivo de se determinar uma possvel correlao entre as
variveis peso do doador, concentrao espermtica e volume de smen.
Experimento Ia e Ib - Foi usado um delineamento em bloco
inteiramente casualizado (DBC), em que o bloco controla a variao entre o
smen dos diferentes peixes . As mdias foram comparadas pelo teste de Scott-
Knott, 5% de significncia.
-
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O modelo estatstico utilizado foi o seguinte:
yij = + Ai + Bj + eij
em que:
yij = valor observado no tratamento i no bloco j;
= constante associada a todas as observaes;
Ai = efeitodo tratamento i, ( Exp Ia com i = 7 e Exp.Ib com i = 5 )
Bj = efeito do bloco j, com j=1,2,3;
eij= erro experimental associado a yij.
Experimento Ic (1 e 2 fase) e experimento IIa Foi utilizado um
DBC com parcela subdividida, usando no experimento Ic, o diluidor como
parcela e o tempo na subparcela. No experimento IIa o diluidor +10% de
crioprotetor foi analisado como parcela e o tempo na subparcela. O uso do bloco
serviu para controlar a variao entre smen dos diferentes peixes. As mdias
foram comparadas pelo teste de Scott-Knott, a 5% de significncia de.
O seguinte modelo estatstico foi utilizado:
yijk = + Di + Bj + eij + Tk + DTik + ek(ij)
em que:
yijk = observao referente subparcela k, da parcela i, no bloco j;
= constante associada a todas as observaes;
Di = efeito do tratamento i, (Exp.Ic: 1 fase i = 6; 2 fase i = 5 e Exp.IIa i =13)
Bj = efeito do bloco j,com j=1,2,3;
eij= erro experimental associado parcela i dentro do bloco j;
Tk= efeitodo tempo k, (Exp.Ic: 1 e 2 fase com k = 7; Exp.IIa com k = 5)
DTik = efeito da interao do diluidor i com o tempo k;ek(ij) = erro associado s observaes na subparcela k, dentro da parcela i do
bloco j.
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Experimento IIb Para testar diluidores associados a diferetesporcentagens de crioprotetores, foi usado um DBC com um fatorial na parcela
(2 diluidores X 2 crioprotetores) subdividida no tempo (5), em que o bloco
controla a variao entre o smen dos diferentes peixes.
O modelo estatstico utilizado foi:
Ykilj = +Di+Cl+Bj+(DC)il+e(il) j+Tk +ek(j)+(TD)ki+(TC)kl+(TDC)kil+ekil(j)
em que:
yijk = observao referente ao tempo k, do diluidor i, no crioprotetor l, no bloco j;
= constante associada a todas as observaes;
Di= efeito do diluidor i, com i = 1,2;
Cl= efeitodo crioprotetor l, com l = 1,2;
Bj = efeito do bloco j, com j=1,2,3;
(DC)il = efeito da interao crioprotetor i com o diluidor l, na parcela;
e(il) j= erro experimental associado parcela il dentro do bloco j.
Tk = efeito do tempo k, com k = 1,2...5;
ekj = erro experimental associado a observao do tempo k no bloco j;
(TD)ki= efeito da interao do tempo k com o diluidor i;
(TC)kl= efeito da interao do tempo k com o crioprotetor l da diluio;
(TDC)kil= efeito da interao do tempo k com o diluidor i com o crioprotetor l;
ekil(j) = erro associado s observaes na subparcela k, dentro da parcela i do
bloco j (Ykilj).
-
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Experimento III - Congelamento do smen
Para o teste de congelamento, foi feito um delineamento inteiramente
casualizado (DIC), com trs repeties. As mdias foram comparadas pelo teste
de Scott-Knott a 5%de significncia.
O modelo estatstico utilizado foi:
yij = + Ti + eij
em que:
yij = valor observado no tratamento i no bloco j;
= constante associada a todas as observaes;
Ti = efeitodo tratamento i, com i = 1,2,3,...,7;
eij= erro experimental associado ao tratamento i dentro da repetio j, com j =
1,2,3.
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5 RESULTADOS
5.1 Caractersticas seminais
O smen de piauau, nas condies deste trabalho, apresentou-se de
colorao branca e bastante viscoso. No entanto, o volume de smen obtido foi
muito baixo, variando de 0,13 mL a 0,79 mL dentre as diferentes faixas de peso,
como pode ser observado na Tabela 3. O volume de smen apresentou uma
correlao significativa, com um valor intermedirio (0,597), com o peso
corporal do peixe, indicando uma possvel correlao linear. A concentrao
espermtica no apresentou correlao com peso corporal, nem com o volume
do smen, como pode ser visto na Tabela 4.
TABELA 3. Concentrao espermtica e volume de smen, por faixa
de peso de piau-au, observados nesse estudo
Intervalo de
peso (g)
Freqncia
absoluta (n)
Freqncia
percentual
Sptz
x109mL
-1Volume
(mL)
[ 140 - 980) 4 8,51 4,91 0,13
[980 - 1820) 40 85,11 4,80 0.22
[1820-2660) 3 6,38 3,50 0.79
Total 47 100 Mdia 4,4
Sptz: espermatozoides
-
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TABELA 4. Coeficiente de correlao das caractersticas seminais depiau-au em relao ao peso corporal (n= 47).
VarivelVolume de
smenPeso
Concentrao 0,038 ns -0,072 ns
Volume de smen
-
0,597 *
(*) significativa (p0,05)
O espermatozide de piau-au apresenta cabea de forma ovide,
caracterstica morfolgica bastante primitiva, de acordo com classificao de
Billard (1970) & Jameison (1991), como pode ser visto na Figura 6.
FIGURA 6. Espermatozoides de piau-au, observao em
microscpio de contraste de fase, ocular 100x
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5.2Experimento I - Solues ativadoras da motilidade espermtica e
diluidores de smen durante o resfriamento
Experimento Ia - O aumento da concentrao de NaCl ou NaHCO3 e o
conseqente aumento na osmolaridade das solues testadas promoveram uma
diminuio na motilidade dos espermatozides de piau-au. A soluo de NaCl
25 mM induziu a motilidade em 78% dos espermatozides; quando a
concentrao da soluo de NaCl foi aumentada para 150 mM, a motilidade foi
induzida em apenas 2% dos espermatozides, tornando-se nula em soluo de
NaCl 200 mM, como apresentado na Tabela 5. J as solues pouco
concentradas de NaHCO3 se comportaram de forma diferente. A motilidade
espermtica aumentou quando a concentrao de NaHCO3passou de 25 mM a
75 mM. A partir de 75 mM houve uma queda da taxa de motilidade at que se
tornasse nula, nas concentraes de 150 e 200 mM (Tabela 5 e Figura 7).
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TABELA 5. Efeitos de solues de NaCl e NaHCO3 em diferentesconcentraes sobre a taxa de motilidade espermtica expressa em
porcentagem (mdia + desvio padro) do smen fresco de piau-au
( experimento Ia)
Concentrao
(mM)NaCl NaHCO3
25 78 16a
61 10c
50 62 16b
74 8b
75 29 6c
81 2a
100 15 8c
12 2d
125 6 3d
5 2e
150 2 2d
0 0f
200 0 0d
0 0f
a-fMdias com letra igual na coluna no diferem entre si pelo teste Scott-Knot
p
-
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2550
75100
125150
200
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
(mM)
NaHCO3 NaCl
(%Tx.
Mot
ilidade
FIGURA 7. Comportamento da motilidade espermtica aps ativao em
solues de NaCl e NaHCO3em diferentes concentraes no smen de piau-au.
Experimento Ib - A soluo de NaCl 25 mM foi significativamente
mais eficiente, como ativador da motilidade espermtica, em relao aos demais
tratamentos testados, como pode ser visto na Tabela 6. Nas solues de
NaHCO3, no foi observada diferena significativa na taxa de motilidade
espermtica quando se aumentou a concentrao de 50 para 75 mM. As menores
taxas de motilidade espermticas foram observadas aps ativao dos
espermatozides, com gua destilada e gua in natura.
-
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TABELA 6. Efeito de ativadores sobre a taxa de motilidade espermticaexpressa em porcentagem (mdia desvio padro) no smenfresco de piau-au (Experimento Ib)
Ativadores Motilidade (%)
gua destilada 47 7 c
gua in natura 51 5 c
NaHCO3 50 mM 78 9b
NaHCO3 75 mM 82 4b
NaCl 25 mM 87 4 aa-cMdias com letras iguais no diferem entre si, pelo teste Scott-Knott p0,05),
mantendo-se acima de 80% at 60 minutos aps a incubao. Imediatamente
aps a diluio do smen em soluo contendo crioprotetor (tempo 0), a
motilidade espermtica caiu (p
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TABELA 7. Motilidade espermtica expressa em porcentagem (mdia desvio padro), do smen
em diferentes solues e incubado a 5C- 8C por at 48 horas.Experimento Ic 1 e 2 Perodo de incubao (horas)
Diluidor0 0,5 1 2 12 2
1 Fase
Controle 87 3a A
77 10b B
83 4a A
86 5a A
73 26b B
59
NaHCO3 200mM 80 9b A
82 11a A
84 5a A
81 13a A
8 8c B
0
NaHCO3 150 mM 86 8a A
88 3a A
91 4a A
91 5a A
7 6c B
0
NaCl 200mM 82 4a A
84 9a A
86 3a A
89 7a A
87 6a A
85
Ohta & Izawa 75 3 b B 78 7 b B 82 5 a A 85 5 a A 84 7 a A 73
Kurokura 82 2a A
81 4b A
84 5a A
87 5a A
81 7a A
83
2 Fase
Controle 84 5a A
84 3a A
83 3a A
86 4a A
26 5c B
8
Ginsburg fish Ringer I 76 8a A
80 9a A
86 6a A
83 3a A
39 18b B
14
Ginsburg fish Ringer II 80 7a A
76 8a A
77 9b A
84 7a A
69 8a A
56
Ginsburg fish Ringer III 82 4a A
80 10a A
79 12b A
80 10a A
43 9b B
17
Extender II 19 4b A
22 7b A
21 3c A
21 7b A
29 6c A
20
a-d. A-DMdias com a mesma letra (maiscula na linha, minscula na coluna) no diferem entre sipelo teste scott-Knott p
-
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TABELA 8. Taxa de motilidade espermtica expressa em porcentagem (mdia desvio padro)
au, incubado entre 5-8C com diluidores acrescidos de 10% de crioprotetor por atSolues Perodo de incubao (horas)
Diluidor Crioprotetor 0 0,5 1 24
Controle --------- 91 8a A
87 5a A
86 5a A
17 10b B
DMSO 88 5a A
69 17bB
68 12b B
7 5cC
Glicerol 70 17b A
63 11c A
62 10b A
3 5c B
Etilenoglicol 80 27a A
74 12b A
68 17b B
0 0c C
NaCl 200mM
Metanol 90 9a A
74 19b B
77 14a B
3 5c C
DMSO 73 5b A
39 9d B
19 12d C
0 0c D
Glicerol 73 5b A
72 10b A
80 0a A
3 5c B
Etilenoglicol 76 11b A
46 7d B
50 13c B
1 0c C
Ginsburg
fish Ringer
Metanol 82 4a A
79 4a A
81 8a A
21 32b B
DMSO 73 9b A
60 7 c B
68 8b A
0 0c C
Glicerol 54 9c A
30 0e B
20 13d C
0 0c D
Etilenoglicol 84 7a A
73 7b B
84 8a A
3 5c C
Kurokura
Metanol 92 6a A
88 4a A
92 4a A
63 10a B
a-d. A-D Mdias com mesma letra (minscula na coluna, maiscula na linha) no diferem entre
0,05)
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Quando comparadas com o tempo 0 de incubao, 5 solues alm do
controle mantiveram altas taxas de motilidade espermtica aps 30 minutos deincubao: NaCl + glicerol, NaCl + tilenoglicol; G.F.R.II + glicerol, G.F.R.II +
metanol e Kurokura + metanol. As amostras de smen diluidas em G. F. R.II
acrecidas de metanol (79% de motilidade espermtica) e Kurokura acrescidas
metanol (88%) foram estatisticamente iguais ao controle (87%), aps 30 minutos
de incubao.
Aps 48 horas de incubao, o smen diludo em Ginsburg fish Ringer
II associado a metanol ainda apresentou 23% de motilidade espermtica e o
smen diludo em Kurokura associado a metanol apresentou 14% de motilidadeespermtica. As amostras diludas nas outras solues, bem como o controle,
apresentaram taxas de motilidade espermtica muito baixas (at 1%; Tabela 8).
Experimento IIb Os resultados deste experimento mostram que no
houve diferena significativa (p>0,05) na taxa de motilidade espermtica entre o
controle (84%) e as 16 combinaes de diluidor com crioprotetor, 30 minutos
aps a incubao, como apresentado na Tabela 9.
Aps 48 horas de incubao taxas de motilidade espermtica acima de50% foram observadas nas amostras de smen diludas em solues de Kurokura
com 0%, 5%, 10% e 15% de metanol e Kurokura com 0% e 5% de etilenoglicol.
importante salientar ainda que o smen diludo em Kurokura associado a 0%,
5% e 15% de metanol no sofreu efeito do tempo de incubao, mantendo taxas
de motilidade espermtica semelhantes (p>0,05) quelas registradas logo aps a
diluio (tempo 0; Tabela 9).
-
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TABELA 9. Taxa de motilidade espermtica expressa em porcentagem (mdia desvio padro) de s
acu, incubado entre 5 C-8C com diluidores acrescido de um crioprotetorpor at 48 horaSolues Perodo de incubao (horas)
Diluidor Crioprotetor % Crioprot. 0 0,5 1 24
Controle --------- --------- 87 6aA
84 7aA
90 1aA
42 24
0 87 5aA
82 4aA
73 13aA
31 6
5 82 8aA
81 10aA
74 12aA
42 16
10 88 4aA
84 5aA
73 15aA
40 9Metanol
15 86 5aA
79 6aA
61 20bB
20 20
0 89 3aA
76 19aA
79 9aA
54 26
5 80 9aA
72 7aA
77 10aA
27 25
10 78 8aA
69 10aA
78 15aA
2 2e
NaCl
200mM
Etilenoglico
l
15 76 5aA
61 6aA
44 27cA
1 0e
0 86 5aA
78 8aA
87 5aA
70 16
5 87 5aA
89 3aA
88 4aA
82 4
10 90 3aA
79 14aA
81 14aA
83 5Metanol
15 85 16aA
81 12aA
84 7aA
83 5
0 88 4aA
81 13aA
84 5aA
76 21
5 83 5aA
87 5aA
85 5aA
72 7
10 86 5aA
84 5aA
77 7aA
44 9
Kurokura
Etilenoglico
l
15 68 16aA
60 14aA
59 10bB
1 0e
a-e. A-D Mdias com mesma letra (minscula na coluna, maiscula na linha) no diferem entre si (
42
-
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5.4 Experimento III - Congelamento do smen
No procedimento para o congelamento do smen, foi registrado o tempo
necessrio para a queda da temperatura de 23 C at -80C, de 1,16 minuto em
mdia, gerando uma velocidade de congelamento de 88,8 C min-1
. As amostras
precisaram de cerca de 7 minutos para estabilizar a temperatura a -176C, sob as
condies de trabalho com o botijo de vapor de nitrognio lquido.
As amostra de smen congelado em Kurokura acrescidas de 5% de
metanol e 5% de etilenoglicol apresentaram motilidade espermtica aps o
descogelamento de 8% e 4%, respectivamente. Smen congelado em outras
solues no apresentou motilidade aps o descongelamento (Tabela 10).
TABELA 10. Taxa de motilidade espermtica expressa em porcentagem (mdia desvio padro) do smen de piau-au, criopreservado em
diferentes solues crioprotetoras (Exp.III).
Diluidor Crioprotetor Crioprotetor (%) Motilidade (%)
5% 4 6b
Etilenoglicol10% 0 0
c
5% 8 3a
10% 0 0c
Kurokura
Metanol
15% 0 0c
5% 0 0c
NaCl Etilenoglicol10% 0 0
c
a-cMdias seguidas da mesma letra na coluna no diferem entre si, pelo teste
Scott-Knott p
-
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6 DISCUSSO
6.1 Caractersticas seminais
As caractersticas observadas no smen de piau-au, assim como o baixo
volume de smen produzido (0,13 a 0,79 mL), coincidem com o descrito para as
espcies nativas, com exceo dos peixes de couro (Godinho, 2000). Na
tentativa de contornar essa dificuldade, alguns estudos foram feitos com o smen
de piau-au, coletado diretamente do testculo com o sacrifcio do macho
(Ribeiro, 2003).
A concentrao espermtica mdia do smen de piau-au observada no
presente estudo (4,4 x 109 sptz mL
-1) mostra valores relativamente baixos
quando comparados com o smen de outras espcies. Variadas taxas de
concentraes espermtica so descritas para diferentes espcies de peixes
nativos: piapara Leporinus elongatus 7 a 16 x 109
sptz.mL-1
; pacu-caranha
Piaractusmesopotamicus 7,1 a 11,1 x 109sptz.mL
-1; dourado S. maxillosus4,3 a
10 x 109
sptz.mL-1
(Godinho & Cser, 1995); curimat-pacu Prochilodus
marggravii 19 x 109
sptz.mL-1
(Bedore et al., 1997); curimbat Prochilodus
lineatus 10,6 x 109
sptz.mL-1
(Fransciscato et al., 2002) e pacu Piaractus
mesopotamicus 18,62 x 109
sptz.mL-1
(Miliorini et al., 2002). Como se pode ver
visto, h uma grande variao na concentrao espermtica entre as diferentes
espcies de peixes e at dentre as mesmas espcies. Estas variaes podem ser
explicadas pela variabilidade gentica entre as diferentes espcies e entre
indivduos da mesma espcie, seja pela incidncia da poca de coleta do smen,
pelo manejo de manuteno dos reprodutores e pelas condies ambientais daregio em que os dados foram coletados.
-
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Os resultados obtidos no presente trabalho mostram que no houve
correlao entre peso do reprodutor e concentrao espermtica e nem entre ovolume de smen coletado e concentrao espermtica (p>0,05). No entanto, a
correlao entre peso corporal e volume do smen apresentou-se significativa
com um valor intermedirio (0,597), indicando uma possvel correlao linear.
Convm salientar que necessrio investigar outros fatores, tais como gentica,
alimentao, poca de coleta, etc., para confirmar a correlao entre peso
corporal e volume de smen coletado.
6.2 Solues ativadorasda motilidade espermtica
Em espcies de peixes de gua doce, a motilidade dos espermatozides
iniciada quando o smen entra em contato com a gua, pela diminuio da
osmolaridade (Inoda, 1987; Carolsfeld & Harvey, 1999). A diferena existente
entre a baixa presso osmtica da gua em relao ao plasma seminal essencial
para iniciar a motilidade espermtica nessas espcies (Godinho, 2000). O smen
de peixes de gua doce pode tolerar osmolaridades entre 0 e 300 mOsml L-1
(Dzuba, 2002). Na frica do Sul, foi observada osmolaridade do smen ao redor
de 250 mOsmol L-1em espcies de gua doce (Inoda, 1987). No presente estudo,
baixas concentraes (< 75 mM) e conseqentemente, baixa osmolaridade (Fc----------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 196.761905 2.942 0.0912TRAT. 6 2861.777778 42.794 0.0000erro 12 66.873016----------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 20 18366.666667----------------------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 29.56Mdia geral: 27.6666667 Nmero de observaes: 21----------------------------------------------------------------------------------------------
NaHCO3----------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc----------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 1220.333333 5.657 0.0186TRAT. 6 3179.269841 14.738 0.0001erro 12 215.722222------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 20 24104.952381------------------------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 43.26Mdia geral: 33.9523810 Nmero de observaes: 21------------------------------------------------------------------------------------------------
-
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63
ANEXO 2
ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLUES ATIVADORASDA MOTILIDADE ESPERMTICA (EXP. Ib)
-------------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 120.555556 7.041 0.0025TRAT 4 2500.555556 15.712 0.0000erro 38 59.152047-------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 44 18291.111111-------------------------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 19.28Mdia geral: 65.4444444 Nmero de observaes: 45-------------------------------------------------------------------------------------------------
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ANEXO 3
ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLUES DILUIDORAS DOSMEN (EXP. IC 1a FASE)
-------------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 1886.637566 7.402 0.0081TEMPO 6 36556.227513 143.426 0.0000erro 1 12 254.878307TRAT 5 11021.839153 250.411 0.0000TEMPO*TRAT 30 3723.357672 84.593 0.0000erro 2 322 14172.851852 44. 015068-------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 377 407151.957672-------------------------------------------------------------------------------------------------CV 1 (%) = 24.40CV 2 (%) = 10.14Mdia geral: 65.4179894 Nmero de observaes: 378-------------------------------------------------------------------------------------------------
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ANEXO 4
ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLUES DILUIDORASDO SMEN (EXP. IC 2a FASE)
----------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc---------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 6291.622222 3.251 0.0744TEMPO 6 32030.980952 16.550 0.0000erro 1 12 1935.433333TRAT 4 27892.869841 16.436 0.0000TEMPO*TRAT 24 3545.999471 2.090 0.0027erro 2 266 1697.012531----------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 314 876075.130159----------------------------------------------------------------------------------------------CV 1 (%) = 82.60CV 2 (%) = 77.34Mdia geral: 53.2634921 Nmero de observaes: 315----------------------------------------------------------------------------------------------
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ANEXO 5
ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLUES DILUIDORASACRESCIDAS DE 10% DE CRIOPROTETORES (EXP.IIa)
-------------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 3 076.977117 1.823 0.1711TRAT 12 7606.543875 12.876 0.0000erro 1 23 590.769168TEMPO 4 47960.494017 1817.335 0.0000TRAT*TEMPO 48 1107.281054 13.600 0.0000erro 2 494 81.416194-------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 584 793308.215385-------------------------------------------------------------------------------------------------CV 1 (%) = 54.55CV 2 (%) = 20.25Mdia geral: 44.5589744 Nmero de observaes: 585-------------------------------------------------------------------------------------------------
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ANEXO 6
ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLES DILUIDORASACRESCIDAS DE CRIOPROTETORES NA PRESERVAO DO SMEN(EXP. IIb)
-------------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 4696.236601 6.527 0.0042TRAT 16 10856.666340 15.090 0.0000erro 1 32 719.468546TEMPO 4 89507.341830 137.626 0.0000erro 2 8 650.367320TEMPO*TRAT 64 1987.534191 25.035 0.0000erro 3 638 79.388776-------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 764 747206.661438-------------------------------------------------------------------------------------------------CV 1 (%) = 43.03CV 2 (%) = 40.91CV 3 (%) = 14.29Mdia geral: 62.3359477 Nmero de observaes: 765-------------------------------------------------------------------------------------------------
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ANEXO 7
ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLUESCRIOPROTETORAS NO CONGELAMENTO DO SMEN (EXP. VI)
-------------------------------------------------------------------------------------------------FV . GL SQ QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------Repetio . 2 75.523810 37.761905 6.961 0.0020Trat 6 579.269841 96.544974 17.798 0.0000erro 54 292.920635 5.424456------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 62 947.714286------------------------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 128.71Mdia geral: 1.8095238 Nmero de observaes: 63------------------------------------------------------------------------------------------------
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http://www.livrosgratis.com.br/cat_31/linguas/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_31/linguas/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_31/linguas/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_31/linguas/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_31/linguas/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_31/linguas/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_31/linguas/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_27/historia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_27/historia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_27/historia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_27/historia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_27/historia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_27/historia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_27/historia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_26/geografia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_26/geografia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_26/geografia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_26/geografia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_26/geografia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_26/geografia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_26/geografia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_25/geociencias/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_25/geociencias/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_25/geociencias/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_25/geociencias/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_25/geociencias/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_25/geociencias/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_25/geociencias/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_24/fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_24/fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_24/fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_24/fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_24/fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_24/fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_24/fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_23/filosofia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_23/filosofia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_23/filosofia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_23/filosofia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_23/filosofia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_23/filosofia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_23/filosofia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_22/farmacia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_22/farmacia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_22/farmacia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_22/farmacia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_22/farmacia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_22/farmacia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_22/farmacia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_21/engenharia_aeroespacial/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_21/engenharia_aeroespacial/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_21/engenharia_aeroespacial/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_21/engenharia_aeroespacial/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_21/engenharia_aeroespacial/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_21/engenharia_aeroespacial/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_21/engenharia_aeroespacial/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_21/engenharia_aeroespacial/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_21/engenharia_aeroespacial/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_20/educacao_fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_20/educacao_fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_20/educacao_fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_20/educacao_fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_20/educacao_fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_20/educacao_fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_20/educacao_fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_20/educacao_fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_20/educacao_fisica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_19/educacao_-_transito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_19/educacao_-_transito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_19/educacao_-_transito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_19/educacao_-_transito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_19/educacao_-_transito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_19/educacao_-_transito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_19/educacao_-_transito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_19/educacao_-_transito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_19/educacao_-_transito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_18/educacao/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_18/educacao/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_18/educacao/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_18/educacao/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_18/educacao/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_18/educacao/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_18/educacao/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_17/economia_domestica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_17/economia_domestica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_17/economia_domestica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_17/economia_domestica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_17/economia_domestica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_17/economia_domestica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_17/economia_domestica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_17/economia_domestica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_17/economia_domestica/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_16/economia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_16/economia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_16/economia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_16/economia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_16/economia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_16/economia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_16/economia/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_15/direitos_humanos/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_15/direitos_humanos/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_15/direitos_humanos/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_15/direitos_humanos/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_15/direitos_humanos/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_15/direitos_humanos/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_15/direitos_humanos/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_15/direitos_humanos/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_15/direitos_humanos/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_14/direito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_14/direito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_14/direito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_14/direito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_14/direito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_14/direito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_14/direito/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_13/defesa_civil/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_13/defesa_civil/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_13/defesa_civil/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_13/defesa_civil/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_13/defesa_civil/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_13/defesa_civil/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_13/defesa_civil/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_13/defesa_civil/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_13/defesa_civil/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_12/conselho_nacional_de_educacao_-_cne/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_12/conselho_nacional_de_educacao_-_cne/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_12/conselho_nacional_de_educacao_-_cne/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_12/conselho_nacional_de_educacao_-_cne/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_12/conselho_nacional_de_educacao_-_cne/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_12/conselho_nacional_de_educacao_-_cne/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_12/conselho_nacional_de_educacao_-_cne/1http://www.livrosgratis.com.br/cat_12/conselho_nacional_de_educacao_-_cne/1http://www.livrosgratis.c