resfriamento e congelamento de sêmen de piau

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  • 7/25/2019 Resfriamento e Congelamento de Smen de Piau

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    RESFRIAMENTO E CONGELAMENTO DO

    SMEN DE PIAU-AULeporinus macrocephalus

    GILSON FERREIRA DE MORAES

    LAVRAS-MG2004

  • 7/25/2019 Resfriamento e Congelamento de Smen de Piau

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    GILSON FERREIRA DE MORAES

    RESFRIAMENTO E CONGELAMENTO DO SMEN DEPIAU-AULeporinus macrocephalus.

    Dissertao apresentada Universidade Federalde Lavras como parte das exigncias do Curso deMestrado em Zootecnia, rea de concentrao emAqicultura, para a obteno do ttulo deMestre.

    Orientadora

    Profa. PhD Ana Tereza de Mendona Viveiros

    LAVRASMINAS GERAIS - BRASIL

    2004

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    Ficha Catalogrfica Preparada pela Diviso deProcessos Tcnicos da

    Biblioteca Central da UFLA

    Moraes, Gilson Ferreira de

    Resfriamento e congelamento do smen de piau-auLeporinus

    Macrocephalus/ Gilson Ferreira de Moraes. -- Lavras:

    UFLA, 2004.68 p. : il.

    Orientadora: Ana Tereza de Mendona Viveiros.

    Dissertao (Mestrado) UFLA.

    Bibliografia.

    1. Piscicultura. 2. Reproduo. 3. Smen. 4. Preservao. I. Universidade

    Federal de Lavras. II. Ttulo.

    CDD-639.375

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    GILSON FERREIRA DE MORAES

    RESFRIAMENTO E CONGELAMENTO DO SMEN DEPIAU-AULeporinus macrocephalus.

    Dissertao apresentada Universidade Federalde Lavras como parte das exigncias do Curso deMestrado em Zootecnia, rea de concentrao emAqicultura, para a obteno do ttulo deMestre.

    APROVADA em 18 de fevereiro de 2004

    Prof. Dr. Luis David Solis Murgas UFLA

    Profa. Dra. Priscila Vieira Rosa Logato UFLA

    Prof. PhD Hugo Pereira Godinho PUC-MG.

    Profa. PhD Ana Tereza de Mendona ViveirosUFLA

    (Orientadora)

    LAVRASMINAS GERAIS - BRASIL

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    A meus pais, in memorian, em especial

    minha me, por ter me apoiado tanto no

    incio desta carreira durante a graduao. E

    a meu filho pelo tempo que o privei de

    minha companhia para realizar este

    trabalho.

    Dedico

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    AGRADECIMENTOS

    Profa .PhD Ana Tereza de Mendona Viveiros, pela orientao e

    apoio.

    direo da Escola Agrotcnica Federal de Machado (E.A.F.M.), pela

    minha liberao para este estudo e disponibilizao de suas instalaes,

    equipamento e transporte para que se realizasse este trabalho.

    Ao Prof. Dr. Luis David Solis Murgas, por disponibilizar o Laboratrio de

    Fisiologia e Farmacologia.Ao Prof. Dr. Rilke Tadeu Fonseca Freitas e ao Prof. Dr. Daniel Furtado, pela

    ajuda estatstica durante a elaborao do projeto.

    minha amiga Martha Janeth Prieto Guevara, pelo apoio e companheirismo

    desde os primeiros momentos deste curso, assim como pela participao em

    todas a fases desta pesquisa.

    minha irm, Juveli Morais e minha cunhada, Roselene N. Morais,

    pela ajuda, apoio e o grande carinho dispensado a mim e a meu filho, em todos

    os momentos deste trabalho.Aos colegas Alexandre Nizio Maria, Alexmiliano V. Oliveira e Alssio

    B. Miliorini, pela ajuda recebida.

    A Paulo Antnio Maciel e Jos Benedito Incio, pela ajuda na realizao dos

    trabalho na Escola Agrotecnica Federal de Machado.

    empresa Minitub do Brasil, pela doao das palhetas usadas no

    experimento de congelamento de smen.

    A todos aqueles que contriburam para a realizao deste trabalho.

    MUI T O OBR I GADO!!

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    SUMRIO

    Pgina

    LISTA DE TABELAS.................................................................. ................. ....i

    LISTA DE FIGURAS................................................................... ............... .....iii

    RESUMO.......................................................................................................... iv

    ABSTRACT........................................................................................................v

    1 INTRODUO ............................................................................................01

    2 OBJETIVOS .................................................................................................03

    2.1 Objetivo geral..............................................................................................03

    2.2 Objetivos especficos ..................................................................................03

    3 REVISO DE LITERATURA. .....................................................................04

    3.1Leporinus macrocephalus ...........................................................................04

    3.2 Biologia reprodutiva dos peixes .................................................................05

    3.3 Reproduo em cativeiro.............................................................................08

    3.4 Preservao de smen de peixe ...................................................................09

    3.4.1 Solues ativadoras da motilidade espermtica e diluidores de smen ...10

    3.4.2 Agentes crioprotetores .............................................................................12

    3.4.3 Resfriamento do smen............................................................................14

    3.4.4 Congelamento de smen ..........................................................................15

    3.4.5 Descongelamento.....................................................................................17

    4 MATERIAL E MTODOS ..........................................................................18

    4.1 Local do estudo ...........................................................................................18

    4.2 Origem, captura e seleo dos reprodutores................................................18

    4.3 Tratamento hormonal e coleta do smen.....................................................21

    4.4 Caractersticas seminais. .............................................................................21

    4.5 Experimento I - Solues ativadoras da motilidade espermtica e diluidores

    de smen de smen durante o resfriamento.................................................23

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    4.6 Experimento II - Crioprotetores durante o resfriamento .............................25

    4.7 Experimento III - Congelamento do smen..................................................264.8 Anlise estatstica..........................................................................................28

    5 RESULTADOS...............................................................................................32

    5.1 Caractersticas seminais.................................................................................32

    5.2 Experimento I - Solues ativadoras da motilidade espermtica e

    diluidores de smen durante o resfriamento.................................................34

    5.3 Experimento II - Uso de crioprotetores durante o resfriamento....................38

    5.4 Experimento III - Congelamento do smen...................................................43

    6 DISCUSSO..................................................................................................446.1 Caractersticas seminais.................................................................................44

    6.2 Solues ativadoras da motilidade espermtica............................................45

    6.3 Diluidores do smen durante o resfriamento.................................................47

    6.4 Agentes crioprotetores...................................................................................48

    6.5 Congelamento do smen................................................................................50

    7 CONCLUSES...............................................................................................53

    8 REFENCIAS BIBLIOGRFIA.....................................................................54

    ANEXOS.............................................................................................................61

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    i

    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 Solues de NaCl como ativadoras e diluidoras

    no smen dos peixes de espcies nativas............... 11

    TABELA 2 Smen in natura preservado a temperaturas entre

    0,5C e 2,9C ....................................................... 15

    TABELA 3 Concentrao espermtica e volume de smen,

    por faixa de peso de piau-au, observados nesse

    estudo.................................................................... 32

    TABELA 4 Coeficiente de correlao das caractersticas

    seminais de piau-au em relao ao peso

    corporal (n= 47)................................................... 33

    TABELA 5 Efeitos de solues de NaCl e NaHCO3 em

    diferentes concentraes sobre a taxa de

    motilidade espermtica expressa em

    porcentagem (mdia + desvio padro) do smen

    fresco de piau-au............................................. 35

    TABELA 6 Efeito de ativadores sobre a taxa de motilidade

    espermtica expressa em porcentagem (Mdia

    desvio padro) no smen fresco de piau-

    au....................................................................... 37

    TABELA 7 Motilidade espermtica expressa emporcentagem (mdia desvio padro), do

    smen de piau-au, diludo em diferentes

    solues e incubado a 5 C - 8C por at 48

    horas................................................................... 39

    TABELA 8 Taxa de motilidade espermtica expressa em

    porcentagem (mdia desvio padro) do smende piau-au, incubado entre 5 C - 8 C, com

    diluidores acrescidos de 10% de crioprotetorpor at 48 horas................................................... 40

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    ii

    TABELA 9 Taxa de motilidade espermtica expressa em

    porcentagem (mdia desvio padro) do smen

    de piau-au, incubado entre 5 C - 8C comdiluidores acrescidos de um crioprotetor por at

    48 horas............................................................... 42

    TABELA 10 Taxa de motilidade espermtica expressa emporcentagem (Mdia desvio padro) do smen

    de piau-au, criopreservado em diferentes

    solues crioprotetoras....................................... 43

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    iii

    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 Exemplar adulto de piau-au Leporinus

    macrocephalus...................................................... 04

    FIGURA 2 Diagrama do eixo hipotalmico hipofisrio

    gonadal em peixes telesteos.1hormnio

    liberador de gonadotropina2hormnio

    luteinizante3hormnio foilculo esimulante......... 06

    FIGURA3 Escola Agrotecnica Federal de Machado. A .

    Vista parcial da Estao de Piscicultura; B.Laboratrio de reproduo, caixas de contenodos reprodutores................................................... 20

    FIGURA4 A. Coleta do smen; B. Material utilizado para

    avaliar a motilidade espermtica.......................... 22

    FIGURA5 A. Envasamento do smen; B. Tipo de raque

    usadas; C. Resfriamento de paletas no botijo de

    vapor de nitrognio............................................... 27

    FIGURA6 Espermatozoides de piau-au observados em

    microscpio de contraste de fase, ocular100x...................................................................... 33

    FIGURA7 Comportamento da motilidade espermtica aps

    ativao em solues de NaCl e NaHCO3 emdiferentes concentraes no smen de piau -

    au........................................................................ 36

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    iv

    RESUMO

    MORAES, Gilson Ferreira. Resfriamento e congelamento dosmen de piau-au Leporinus macrocephalus. 2004. 68 p.Dissertao (Mestrado em Aqicultura) Universidade

    Federal de Lavras, Lavras, MG..*

    O objetivo deste trabalho foi desenvolver um protocolo de preservao

    de smen do piau-au (Leporinus macrocephalus) atravs do processo de

    resfriamento e congelamento. Os trabalhos foram realizados na Escola

    Agrotcnica Federal de Machado, Machado-MG. A taxa de motilidade

    espermtica foi usada como medida para avaliar a qualidade do smen. No

    experimento I foram avaliadas diversas solues diluidoras e ativadoras damotlidade espermtica comumente usadas em peixe, alm de solues de NaCl e

    NaHCO3 em concentraes entre 25 e 200 mM. No experimento II foram

    testados DMSO, etilenoglicol, glicerol e metanol como agentes crioprotetores

    durante o resfriamento do smen. No experimento III amostras de smen foram

    congeladas aps diluio em Kurokura (NaCl 128,4 mM, KCl 2,7 mM, CaCl21,4 mM, NaHCO3 2,4 mM) e NaCl 200 mM associados a 5 e 10% de

    etilenoglicol e Kurokura associado a 5, 10 e 15% de metanol. A melhor soluo

    ativadora da motilidade espermtica foi NaCl 25 mM. Solues salinas de

    kurokura, NaCl 200 mM e Ginsburg fish Ringer (NaCl 123,2 mM, KCl 3,75

    mM, CaCl23,0 mM, NaHCO32,65 mM) mantiveram a viabilidade espermtica

    durante 48 horas de resfriamento. Taxas de motilidade acima de 80% foram

    obtidas nas amostras diludas em Kurokura associado ou no ao metanol. Todasas amostras de smen congelado apresentaram baixas taxas de motilidade aps o

    descongelamento. A maior taxa de motilidade (8%) foi observada em amostras

    diludas em Kurokura com 5% de metanol.Smen de piau-au diludo em

    soluo de Kurokura associada ou no ao metanol, mantm alta taxa de

    motilidade espermtica aps resfriamento por 48 horas. As baixas taxas de

    motilidade espermtica encontradas no smen aps descongelamento, mostram a

    necessidade de realizao de novos testes com outros diluidores e crioprotetores.

    * Comit Orientador: Ana Tereza Mendona Viveiros - UFLA (Orientadora), Priscila

    Rosa Vieira Logato UFLA, Luis David Solis Murgas - UFLA

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    v

    ABSTRACT

    MORAES, Gilson Ferreira. Semen cool storage and cryopreservation ofpiau-au Leporinus macrocephalus. 2004. 68 p. MSc Thesis

    (Aquaculture) Federal University of Lavras, Lavras, MG.*

    The aim of this research was to develop a cool storage and

    cryopreservation protocol for piau-au (Leporinus macrocephalus) semen.

    Sperm motility rate was used to access sperm quality after treatments. On

    experiment I, several solutions commonly used as extenders or sperm motility

    activators of fish semen, and NaCl and NaHCO3at 25 and 200 mM were tested.

    On experiment II, DMSO, ethylene glycol, glycerol and methanol were tested as

    cryoprotectants during cool storage. On experiment III, semen samples werefrozen after dilution on Kurokura solution (NaCl 128,4 mM, KCl 2,7 mM, CaCl21,4 mM, NaHCO3 2,4 mM) or NaCl 200 mM combined with 5 or 10% ethylene

    glycol, and Kurokura combined with 5, 10 or 15% methanol. NaCl 25 mM

    induced the highest motility rate and was used as sperm activator afterwards.

    Kurokura solution, NaCl 200 mM and Ginsburg fish Ringer (NaCl 123,2 mM,

    KCl 3,75 mM, CaCl23,0 mM, NaHCO32,65 mM) maintained sperm viabilityduring 48 hours of cooling storage. Semen diluted on Kurokura combined or not

    with methanol produced motility rates above 80% after activation. All frozen-

    thawed semen samples showed very low motility rates. The highest motility rate

    (8%) was obtained with samples diluted in Kurokura solution and 5% methanol.

    Piau-au semen diluted in Kurokura solution maintain high sperm motility after

    48-hour cooling. Due to the very low sperm motility after thawing, it isnecessary to further investigate the effect of other cryoprotectants and extenders

    on cryopreservation of piau-au semen.

    *Comit Orientador: Ana Tereza Mendona Viveiros - UFLA (Orientadora),

    Priscila Rosa Vieira Logato UFLA, Luis David Solis Murgas - UFLA

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    1

    1 INTRODUO

    A constante interveno do homem no ambiente natural influencia

    diretamente o hbitat de algumas espcies de peixes, principalmente aquelas que

    realizam migraes durante o perodo reprodutivo, conhecidas por espcies de

    piracema. A construo de grandes barragens, a poluio das guas, a pesca

    predatria e a preferncia do consumidor por algumas espcies tm

    proporcionado um declnio das populaes de peixes nos ambientes naturais.

    Nesse contexto, a preservao de material gentico em espcies nativas por

    congelamento assume um papel importante. Alm disso, o desenvolvimento de

    tcnicas de preservao de smen proporciona melhoria no manejo reprodutivo,

    pois a reproduo artificial de peixe em cativeiro, principalmente as espcies de

    piracema, no tarefa fcil, j que, em cativeiro, estes peixes no sofrem os

    estimulos ambientais necessrios para a sua reproduo.

    A preservao de smen apresenta aplicaes prticas e cientficas. No

    meio prtico, a preservao de smen pode melhorar o aproveitamento das

    instalaes dentro das estaes de reproduo, reduzindo o estoque de machos,

    eliminando a assincronia no amadurecimento dos gametas entre machos e

    fmeas durante o perodo reprodutivo e auxiliando a recuperao de espcie

    silvestres ameaadas de extino. No meio cientfico, pode-se citar o

    fornecimento de material gentico para identificao de populaes, permitindo

    estudos de melhoramento gentico e facilitando trocas e transportes de material

    gentico entre instituies atuantes na rea.

    O resfriamento de smen uma tcnica de preservao relativamente

    simples, feito por meio de refrigerao a 4C 8 C, por perodos que variam de

    dias at a algumas semanas.A criopreservao, por outro lado, uma tcnica bastante complexa e

    refinada e, embora conserve o smen a -196C por tempo indeterminado, a

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    2

    tcnica que mais causa danos aos espermatozides, como excessiva desidratao

    e o rompimento da membrana, causado pela formao de cristais de gelo nos

    meios intra e extracelular.

    A escolha do mtodo de conservao do smen (resfriamento ou

    criopreservao), do diluente e do crioprotetor depende da sensibilidade

    espermtica queles agentes qumicos, do uso destinado ao smen e do

    equipamento disponvel. Aps o trmino da preservao, os espermatozides

    devem ter integridade das membranas, apresentar uma boa motilidade e ter

    capacidade de fecundao.

    O piau-au (Leporinusmacrocephalus) foi escolhido para este estudo

    por se tratar de uma espcie nativa de grande interesse comercial que, quando

    mantida em cativeiro, apresenta problemas reprodutivos, tais como a baixa

    produo de smen nos meses de piracema e a assincronia na maturao gonadal

    entre machos e fmeas.

  • 7/25/2019 Resfriamento e Congelamento de Smen de Piau

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    3

    2 OBJETIVOS

    2.1 Objetivo geral

    Desenvolver um protocolo de preservao de smen do piau-au

    (Leporinus macrocephalus) a curto prazo, atravs do processo de resfriamento e,

    a longo prazo, atravs do processo de congelamento.

    2.2 Objetivos especficos

    Caracterizar o smen quanto concentrao espermtica, volume obtido

    atravs de massagem abdominal e caractersticas macroscpicas como

    colorao e viscosidade;

    avaliar solues diluidoras do smen e ativadoras da motilidade espermtica;

    avaliar os efeitos dos crioprotetores durante os processos de resfriamento e

    congelamento.

  • 7/25/2019 Resfriamento e Congelamento de Smen de Piau

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    4

    3 REVISO DE LITERATURA

    3.1 Leporinus macrocephalus

    Famlia: Anostomidae ;

    Subfamlia: Characiformes;

    Gnero:Leporinus (SPIX, 1829)

    Espcie:Leporinusmacrocephalus ( Garavello & Britisk , 1988 )

    Nome popular: Piau-au, Piaussu, Piauu, Piavuu.

    FIGURA 1. Exemplar adulto de piau-auLeporinus macrocephalus

    Originrio da Bacia do Rio Paraguai, o piau-au tem como caractersticas

    corporais a boca grande e terminal no protrtil, corpo curto, grosso e coberto de

    escamas. A colorao cinza-escuro, principalmente por causa da borda lateral

    escura das escamas e o abdome amarelo. Indivduos de menor porte (at 25

    cm) apresentam trs manchas verticais alongadas no flanco, que no aparecem

    em indivduos maiores (acima de 40 cm). O piau apresenta nadadeiras dorsal,

    adiposa, peitoral, abdominal, anal e caudal, podendo alcanar 50cm de

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    5

    comprimento e at 6kg de peso vivo (Garavello & Britski, 1988). um peixe

    que possui hbito alimentar onvoro, alimentase de vegetais, razes, frutas,insetos e eventualmente de moluscos, alm de adaptar-se muito bem rao

    (Castagnolli,1992). Realiza piracema e sua reproduo ocorre entre os meses

    outubro e janeiro, apresentando desova total com ovos demersais no aderentes.

    Em situao de cativeiro, apresenta pouca produo de smen. uma espcie

    explorada em cativeiro com o objetivo de produo de carne e para a pesca

    esportiva (Amaral, 1998).

    3.2

    Biologia reprodutiva dos peixes

    Os peixes, assim como os demais organismos vivos, devem se adaptar ao

    ambiente se pretendem sobreviver e prosperar. O ponto vital neste esforo de

    sobrevivncia a capacidade de se reproduzir repetidamente e com xito durante

    sua vida, acrescentando uma grande prole populao. Nesse sentido, diversas

    adaptaes podem ser observadas em diferentes espcies de peixes, como idade

    da primeira maturao sexual, poca de reproduo, local de reproduo ecuidados parentais.

    Em peixes, assim como em aves e mamferos, todo o mecanismo

    endcrino do eixo hipotlamo-hipfise-gnada, tem relao direta com os

    fatores ambientais. Nos peixes, os fatores, como temperatura, fotoperodo,

    chuvas, qualidade da gua, disponibilidade de alimento e possibilidade de

    realizar migraes, desencadeiam o mecanismo endcrino do eixo hipotlamo-

    hipfise-gnada, como est descrito na Figura 2.

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    6

    FIGURA 2. Diagrama do eixo hipotalmico-hipofisrio-gonadal, empeixes telesteos.

    1hormnio liberador de gonadotropina;

    2

    hormnio luteinizante;3 hormnio folculo estimulante.

    Adaptado de Viveiros, 2002.

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    7

    Os fatores ambientais estimulam o hipotlamo por meio de rgos

    sensoriais ligados ao sistema nervoso. Se a intensidade dos estmulos for

    suficiente para eliminar o efeito inibitrio da dopamina, o hipotlamo libera o

    hormnio liberador de gonadotropina (GnRH) que vai estimular a hipfise a

    liberar o hormnio luteinizante (LH) e o hormnio folculo estimulante (FSH).

    As gonadas, uma vez estimuladas pelo LH e FSH, passam a liberar hormnio

    ligado maturao final dos gametas 17 , 20 dihidroxi 4-pregnen 3-ona (17

    , 20P4) responsvel pela migrao nuclear e pela hidratao do citoplasma

    dos ovcitos. No estgio seguinte, a ovulao caracterizada pelo

    desprendimento do ovcito do folculo para o lmen do ovrio, sob o controle do

    hormnio prostaglandina (Woynarovich & Horvth, 1989; Sallum, 1999)

    No caso dos machos, o sistema endcrino do eixo hipotalamo-hipfise-

    gnada funciona da mesma forma que nas fmeas;, entretanto os hormnios

    produzidos pelas gonadas so outros. Ao serem estimuladas pelo LH, as clulas

    de Leydig presentes nos testculos produzem testosterona, que estimula a

    espermatogonia a dividir-se em espermatcitos dentro das clulas de Sertoli. As

    clulas de Leydig ainda produzem o 11-ketotestosterona, que responsvel pelo

    incio do processo da liberao dos espermatozides no lmem do testculo e

    produzem o 17 , 20 P4, que induz produo do fluido seminal no ducto

    espermtico e acelera a espermiao (Sallum, 1999).

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    8

    3.3 Reproduo em cativeiro

    As espcies de peixes que se reproduzem em guas paradas podem

    eventualmente se reproduzir em cativeiro sem a interveno do homem. J as

    espcies que necessitam de realizar migraes, como os peixes de piracema,

    apresentam deficincias orgnicas com respeito reproduo, quando em

    cativeiro. Nas fmeas, os ovcitos se desenvolvem, mas h um fracasso na

    maturao final, ovulao e desova. Nos machos, podem reduzir a produo e a

    qualidade dos espermatozides. Estes problemas reprodutivos esto relacionados

    com a ausncia de estmulos ambientais como chuvas, realizar migraes e

    disponibilidade de alimentos que so necessrios para estimular o hipotlamo a

    liberar o GnRH (Woynarovich & Horvth, 1989; Sallum, 1999).

    Para induzir artificialmente as respostas metablicas provocadas pelos

    estmulos ambientais, so utilizados hormnios que atuam diretamente no

    sistema hipotalmico-hipofisrio-gonadal. Vrios produtos tm sido utilizados

    para este fim: injees de extrato bruto de hipfise de carpa (EBHC),

    gonadotropina corinica humana (hCG), GnRH e seus anlogos, que podem

    tambm ser utilizados em conjunto com antagonistas da dopamina, como

    exemplo: pimozida e domperidone. A induo hormonal aumenta a quantidade

    de hormnio no organismo do peixe, suprindo as deficincias de fatores

    ambientais, desencadeando o processo reprodutivo, chegando maturao final

    dos ovcitos (Zohar, 2001).

    Os machos mantidos em cativeiro produzem pequeno volume de smen,

    muitas vezes com baixa qualidade dos espermatozides, inadequados para o

    processo de fertilizao artificial. O tratamento hormonal produz um aumento

    passageiro no plasma seminal e pequeno incremento na produo deespermatozides, resultando na produo de um smen mais diludo, com baixo

    espermatcrito. A diluio do smen um efeito desejvel, pois a alta

  • 7/25/2019 Resfriamento e Congelamento de Smen de Piau

    22/83

    9

    concentrao de espermatozides faz com que o smen fique muito viscoso,

    dificultando sua homogeneizao na gua e, conseqentemente, diminuindo sua

    capacidade de fertilizao (Takashima et al., 1984).

    Em espcies nativas, como pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus) o

    tratamento com EBHC associado ao GnRH atuou efetivamente e aumentou o

    volume do smen em 6 vezes e o nmero de espermatozides extrudos em 4,5

    vezes. Efeito semelhante foi observado em machos de piracanjuba (Brycon

    orbignyanus) quando se usou EBHC, proporcionando um aumento no volume de

    duas vezes e no nmero de espermatozides de l,8 vez, quando comparado ao

    smen de peixes no tratados (Bedore, 1999). Ribeiro (2003) usou com sucesso

    para piau-au (Leporinus macrocephalus), dose nica de buserelina (GnRHa)

    0,5 ml por kg de PV, 12 horas antes da coleta. Reidel (2002) obteve sucesso na

    extrao do smen de machos de piau-au, aplicando dose nica de 2 mg kg-1

    de

    PV de EBHC 7 horas antes da coleta, mantendo a temperatura da gua em 25 C.

    3.4 Preservao de smen de peixe

    O resfriamento e o congelamento so mtodos usados na preservao de

    smen de peixe. No resfriamento, o smen preservado por um perodo curto,

    dias ou at semanas, estocado a baixas temperaturas de 4C a 5 C. J no

    congelamento, o smen estocado temperatura de 196 C, por um perodo

    indeterminado (Harvey & Kelley, 1988). Tanto no processo de resfriamento

    como no de congelamento, necessrio que se dilua o smen a ser preservado,

    facilitando assim o contato dos espermatozides com oxignio, no caso do

    resfriamento e com os crioprotetores, no caso do congelamento. Aps o smenter sido preservado, os espermatozides devem ser ativados com uma soluo

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    ativadora no momento de sua utilizao. Portanto, fundamental determinar

    solues diluidoras do smen e ativadoras dos espermatozides.

    3.4.1

    Solues ativadoras da motilidade espermtica e diluidores de

    smen

    Soluo diluidora aquela que apenas dilui o smen, mantendo os

    espermatozides imveis durante o armazenamento, enquanto que as solues

    ativadoras promovem a ativao da motilidade dos espermatozides. H

    substncias que podem ser ativadoras ou diluidoras, alterando apenas suas

    concentraes, como, por exemplo o NaHCO3e NaCl.

    No smen de curimat-pacu Prochilodus marggravii,as melhores taxas

    de motilidade em solues de NaCl foram obtidas em baixas concentraes,

    entre 25 e 75 mM, considerando que tambm bons resultados foram obtidos em

    gua (Bedore et al., 1997). Solues de NaCl com concentraes de 200 mM e

    150 mM no ativam os espermatozides, enquanto que, em concentraes de

    100 mM a 25 mM, as taxas de motilidade crescem gradativamente, mas so

    inferiores quando comparadas com gua destilada para o smen de curimbat

    (Cruz, 2001). Testando o efeito de solues de NaCl em diferentes

    concentraes no smen de pacu e piracanjuba, observou-se que os

    espermatozides em concentraes de 150 mM ou maiores, permanecem

    imveis, e em concentraes entre 25 mM e 75 mM, apresentaram as mais altas

    taxas de ativao dos espermatozides (Bedore et al., 1999).

    Em bagre africano (Clarias gariepinus), a motilidade espermtica caiu

    parcialmente em soluo de NaCl entre 50 mM e 100 mM e, em solues comconcentraes acima de 200 mM, a motilidade foi totalmente inibida (Mansour

    et al., 2002). A soluo ativadora de NaHCO3 119 mM produziu resultados

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    significativamente superiores a NaCl 25 mM e gua destilada, quando testadas

    em smen criopreservados com os crioprotetores DMSO, dimetilacetamida e

    propilenoglicol, na espcie piau-au (L. macrocephalus; Ribeiro, 2003).

    A soluo de NaHCO3119 mM pode ser usada satisfatoriamente como

    ativadora dos espermatozides dos peixes aps o descongelamento. No entanto,

    quando se faz a fertilizao, os ovos se aglutinam no fundo do recipiente,

    fazendo com que a taxa de ecloso seja zero (Silveira, 2000).

    Marques (2001), trabalhando com espcies nativas, testou solues de

    NaCl como ativadoras e diluidoras dos espermatozides, avaliando a

    porcentagem de motilidade e a durao da motilidade espermtica, como pode

    ser visto na Tabela 1.

    TABELA 1. Solues de NaCl como ativadoras e diluidoras no smen depeixes dos espcies nativas

    EspcieSol. ativadora

    NaCl (mM)

    Sol. Diluidora

    NaCl (mM)

    MatrinchBrycon lundii 50 150

    PiracanjubaBrycon orbignyanus 50 150

    Pacu-caranha Piaractus mesopotamicus 50 200

    PiaparaLeporinus elongatus 25 150

    Piau-trs-pintasLeporinus frederici 50 150

    Curimbat Prochilodus lineatus 50 100 e 150

    Curimat-pacu Piaractus maggravii 50 200

    Surubim Pseudoplatystoma coruscans 75 100 e 150

    Fonte: Adapitado de Marques 2001

    No smen de piracanjuba (B. orbignyanus), o diluidor composto por

    gua de coco, dimetilsulfxido (DMSO) 10% e gema de ovo 5% apresentou

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    melhor resultado em relao ao diluidor contendo glicose 5%, DMSO 10% e

    gema de ovo 5%. Como soluo ativadora, aps o descongelamento, o NaHCO3

    119 mM demonstrou melhor resultado em relao a NaHCO3 0,5% e gua

    destilada (Murgas et al., 2001). A preservao do smen de curimba

    (Prochilodus lineatus) resfriado a 4 C, usando o diluidor de smen de suino BTS

    (beltsville thawing solution), apresentou melhor motilidade aps 168 horas,

    quando se acrescentou Kl 0,16% ao diluidor, do que quando se acrescentou

    citrato de sdio 1,28% (Fransciscatto et al., 2002).

    Uma soluo diluente no deve ativar os espermatozides e deve ser

    utilizada no processo de criopreservao para facilitar o contato do crioprotetor

    com a clula espermtica, fazendo com que este atinja o interior dos

    espermatozides rapidamente (Carolsfeld & Harvey, 1999).

    O smen de enguia (Anguilla japonica) demonstra uma tendncia de

    aumento da motilidade quando se eleva o pH para bsico, atingindo um ponto

    mximo em pH de 9,2, usando-se um diluidor base de NaHCO3 em pH,

    variando de 6,2 at 10,2, foi observado motilidade espermtica entre 0 at

    136,6%, respectivamente, quando comparados ao controle (Tanaka et al., 2002).

    3.4.2

    Agentes crioprotetores

    Existem dois grupos de crioprotetores: os permeveis e os

    impermeveis. Os crioprotetores permeveis, tambm chamados intracelulares

    so capazes de passar pela membrana celular e entrar para o interior das clulas,

    podendo-se citar como exemplos o DMSO, o glicerol e o metanol. Os

    crioprotetores permeveis diminuem a velocidade da formao de gelo da guaintracelular, reduzindo o efeito da mudanas do volume da clula.

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    O grupo dos crioprotetores impermeveis, tambm chamados de

    extracelulares, atravessam a membrana celular, como, por exemplo, acares

    (sacarose e glicose) e protenas (gema de ovo, leite desnatado, soro e outros). Os

    crioprotetores impermeveis tm habilidade de abaixar o ponto de congelamento

    do meio extracelular. Combinando crioprotetores impermeveis com os

    permeveis ocorre uma proteo mais completa da clula. A escolha de um

    crioprotetor est associada toxicidade, permeabilidade na membrana celular e

    solubilidade na gua durante o congelamento (Jamieson & Leung, 1991).

    Dentre os crioprotetores usados na criopreservao do smen de peixe, o

    metanol o mais permeavl, sendo eficiente em algumas espcies de peixes e

    txico em outras (Harvey & Carosfeld, 1993). O metanol eficiente na

    criopreservao dos espermatozides de tilpia (Harvey, 1983), salmondeos

    (Lahnsteiner et al., 1997), bagre africano (C. gariepinus; Viveiros et al., 2000),

    bitterling japanese (Tanakia limbata; Oiita et al., 2001); piracanjuba B.

    orbignyanuse surubim P. Coruscans (Carolsfeld et al., 2003). J em espcies

    como dourado (S. maxillosus; Carolsfeld et al., 2003) e pacu (P.mesopotamicus;

    Bedore, 1989), no foi obtido bons resultados com o metanol como crioprotetor.

    A permeabilidade dos crioprotetores pela membrana dos

    espermatozides inversamente proporcional ao seu peso molecular. Em baixas

    temperaturas, o DMSO continua permevel, isso pode ser usado para minimizar

    sua toxicidade (Renard et al., 1984). O DMSO e o polietilenoglicol em

    consrcio como crioprotetores uma combinao extremamente txica, porque

    induz fuso da membrana dos espermatozides (Ashwood-Smith, 1986).

    O DMSO 10% e DMA (dimetilacetamida) 10% apresentaram resultados

    significativamente superiores ao glicerol 20% no processo de criopreservao do

    smen de Salvelinus alpinusem palhetas de 1,7 mL (Richarson et at, 2000). Nobagre africano (C. gariepinus), o DMSO, nas concentraes de 5% e 10%, no

    teve efeito txico sobre a qualidade do smen na taxa de fertilizao. J nas

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    concentraes de 15% e 20%, os nveis de ecloso caram gradativamente

    (Lock, 2000).

    No smen de piau-au (Leporinus macrocephalus) foi testada a

    toxicidade dos crioprotetores DMSO, DMA, propilenoglicol e metanol. Foi

    observado que o incremento das concentraes de crioprotetores resulta na

    reduo das respectivas taxas de motilidade. A reduo da taxa de motilidade foi

    observada quando houve aumento de 5% para 10% de etilenoglicol,

    propilenoglicol e metanol, assim como no aumento de 10% para 15% de DMSO

    e DMA (Ribeiro et al., 2003).

    3.4.3

    Resfriamento do smen

    Por ser um mtodo bastante simples de preservao de smen, o

    resfriamento pode ser utilizado nas estaes de reproduo de peixe com

    sucesso, podendo ser usado para solucionar vrios problemas de manejo

    reprodutivo, tais como baixa produo de smen e assincronia na maturao

    gonadal entre machos e fmeas.

    Varias tcnicas so usadas no processo de resfriamento. O smen de

    curimat-pacu (P. marggravii) foi conservado em geladeira, estocado em

    seringas de 1ml e permaneceu com motilidade de 50%, aps 24 horas da coleta,

    para peixes que foram tratados com E.B.H.C., enquanto que em smen de peixes

    no tratados, aps 24 horas a motilidade foi quase nula (Bedore et al., 1997). No

    smen de pacu (P.mesopotamicus), as maiores taxas de motilidade espermtica

    observadas em 72 e 96 horas, foi no smen resfriado a 4 C com o diluidor 10%

    DMSO, 5% BTS e 0,16% de KCl em relao ao smen diluido com o mesmodiluidor acrescido de 5% de DMSO (Miliorini et al., 2002).

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    O smen de espcies nativas apresentando motilidade inicial de 80%, foi

    preservado por algumas horas, mantidos em baixas temperaturas sem o uso de

    diluidores, com pode ser visto na Tabela 2.

    TABELA 2. Smen in natura preservado a temperaturas entre 0,5C a 2,9 C

    EspcieTempo de Preservao

    (horas)

    Taxa de motilidade

    (%)

    Matrinch (B. lundii) 14 10

    Piracanjuba (B. orbignyanus) 12 25

    Piapara (L.elongatus) 8 30,5

    Surubim (P. Coruscans) 18 25

    Curimat-pacu (P. maggravii) 12 42

    Curimbat (P. lineatus) 20 24

    Piau-trs-pintas (L frederic) 7 34

    Pacu-caranha (P. mesopotamicus) 20 40

    Marques (2001)

    3.4.4

    Congelamento de smen

    O smen de peixe a ser congelado necessita ser previamente diludo em

    solues contendo diluidor(es) e crioprotetor(es). Os diluidores fazem com que o

    crioprotetor atinja o interior dos espermatozides rapidamente, ao facilitar o seu

    contato com a clula espermtica (Carolsfeld & Harvey, 1999). As propores

    de diluio variam entre espcies e mesmo entre pesquisadores. Assim, Coser et

    al. (1984) utilizaram a diluio de 1:4 (smen : diluente) para curimbat; Coser

    et al. (1987) 1:4,5 para pacu; Harvey & Kelley (1988) 1:1 para tilpia; Babiak et

    al. (1997) 1:3 para carpa comum e Bedore (1999) 1:4 para pacu-caranha e

    piracanjuba.

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    O congelamento deve ser feito em uma velocidade tima, em que no se

    mantnha o equilbrio osmtico, saindo uma pequena quantidade de gua da

    clula. A gua remanescente dentro da clula se vitrifica e forma pequenos

    cristais de gelo tolervel a um rpido processo de descongelamento, evitando a

    recristalizao. A baixa velocidade de congelamento causa excessiva perda de

    gua da clula para o meio externo, pelo aumento da concentrao de soluto

    extracelular, causando desidratao e morte da clula. Caso o congelamento seja

    muito rpido, no haver tempo suficiente para a clula perder gua para o meio

    externo, permanecendo grande quantidade de gua intracelular, formando

    grandes cristais de gelo (Meryman et al., 1977; Ashwood-Smith, 1986).

    O ponto de congelamento de uma soluo est linearmente relacionado

    com a concentrao de soluto: quanto mais soluto, menor ser a temperatura de

    congelamento. A relao entre a concentrao de soluto e o ponto de

    congelamento ocorre at chegar a baixas temperaturas -100 C a -120C, no

    mostrando influncia da presso atmosfrica. O ponto mximo de concentrao

    de soluto para o congelamento estabelecido como ponto euttico (Jamieson,

    1991).

    O contato direto do smen com o nitrognio lquido provoca leses na

    membrana plasmtica e pea intermediria do espermatozide. J no vapor

    nitrognio lquido, os espermatozides sofrem um congelamento gradativo de

    forma que as estruturas no so muito danificadas, embora o aspecto da

    cromatina seja consideravelmente modificado (Billard, 1983). Os maiores

    prejuzos conhecidos na estrutura dos espermatozides com relao ao

    congelamento e descongelamento ocorrem na temperatura crtica entre 0 C e -40

    C. De forma geral, a remoo de calor e a adio de crioprotetor so as causas

    de prejuzos. J de uma forma mais detalhada, pode-se citar o choque de frio, osefeitos do pH, gelo intracelular e extracelular, soluto, volume e toxicidade dos

    crioprotetores (Jamieson, 1991).

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    A temperatura do smen deve ser levada rapidamente at -50C, porm

    entre -50 a -80C deve ser em uma velocidade um pouco mais lenta. A partir

    deste momento, o smen pode ser transferido para nitrognio lquido e a

    temperatura levada a -196C (Horvarth & Caroslsfeld, 1993). Em contraste,

    Viveiros et al. (2000) usaram trs etapas no congelamento do smen de bagre

    africano (C. gariepinus). Primeiramente o smen foi resfriado a -5C/min entre

    5 C a -40C. O smen permaneceu 5 minutos a -40C, depois foi mergulhado em

    nitrognio lquido (-196C). Caroslsfeld et al. (2003), congelando smen de

    espcies tropicais, levaram a temperatura de 28C para 8 C em 1 minuto e em

    seguida, fizeram um rpido congelamento at -150C a -45C/min e uma

    estabilizao mais gradual at 196 C.

    Cruz (2001), realizando teste de velocidade de congelamento em botijo

    de vapor de nitrognio lquido (CP 300 Taylor-Wharton), observou que a taxa de

    resfriamento, medida entre 0 e 60 C, oscila entre 17,9 e 52,9 C/min, atingindo

    -190 C aps 7 min, usando como embalagem paletas de 0,5 ml.

    3.4.5

    Descongelamento

    A velocidade de congelamento , teoricamente, semelhante velocidade

    de descongelamento. A maioria das clulas suporta um descongelamento rpido,

    mesmo que ela no se hidrate totalmente, exceto para embries de mamferos. A

    rapidez no descongelamento necessria para evitar a recristalizao, ou seja, o

    agrupamento de pequenos cristais de gelo em grandes cristais de gelo, letal para

    a clula (Jamieson, 1991).

    H uma variao entre a opinio de diversos autores a respeito do tempoe da temperatura da gua para descongelar o smen estocado em palheta de 0,5

    ml por meio de banho-maria. Richarson et at (2000) descongelaram smen de

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    Salvelinus alpinusa 4C por 30 segundos; Horvarth & Urbnyi (2000) usaram

    no smen de bagre-africano (C. gariepinus)40 C por 5 segundos; Murgas et al

    (2001) usaram para o smen de piracanjuba (B. orbignyanus), 60C por 5

    segundos; j Ribeiro (2003) descongelou o smen de piau-au (L.

    macrocephalus) a 30C por 6 segundos.

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    4 MATERIAL E MTODOS

    4.1

    Local do estudo

    O presente trabalho foi realizado entre os meses de outubro de 2003 e

    janeiro de 2004, no Setor de Piscicultura da Escola Agrotcnica Federal de

    Machado, Machado,MG (E.A.F.M.)(Figura 2A). O municpio possui uma

    topografia montanhosa, sua altitude mxima atinge 1.310 metros e a mnima 835

    metros, estando a sede do municpio a 871 metros. A temperatura mdia anual

    de 21,2C, com mdia mxima de 27 e mdia mnima de 14,2; o ndice

    pluviomtrico no ano de 2001 foi de 1.824 mm. Machado situa-se na Bacia do

    Rio Grande, fazendo parte das terras alagadas pela represa de Furnas. Seu

    complexo hdrico formado pelos rios Dourado, Machado, So Tom e Sapuca,

    alm dos crregos de Coroado, Jacutinga e Ouvidor.

    4.2

    Origem, captura e seleo dos reprodutores

    Machos de piau-au (Leporinus macrocephalus) foram capturados em

    viveiros de terra com 300 a 3000 m2e transferidos para viveiros de alvenaria de

    100 m2 e 1 m de profundidade (Figura 3A). Os peixes foram selecionados

    observando-se eliminao de smen em resposta a massagem manual na parede

    celomtica e emisso de grunidos, seguindo os procedimentos descritos para esta

    espcie por Sato (1999) e Ribeiro (2003).

    Aps a seleo, os peixes foram levados ao laboratrio de reproduo da

    E.A.F.M., onde foram pesados, identificados e mantidos 3 peixes por caixa de500 L (Figura 3B). A gua foi mantida a 25 C, com uma vazo em torno de 3

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    L/min. Aps a extruso do smen, os reprodutores receberam tratamento anti-

    sptico e foram devolvidos aos viveiros de alvenaria.

    FIGURA 3. Escola Agrotecnica Federal de Machado.A. Vista parcialda Estao de Piscicultura; B. Laboratrio de reproduo,

    caixas de conteno dos reprodutores.

    A

    B

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    4.3 Tratamento hormonal e coleta do smen

    Os machos receberam uma injeo de EBHC, na dose de 0,5 mg/kg de

    peso corporal, 12 horas antes da coleta do smen, de acordo com o manejo de

    rotina da estao.

    A coleta foi feita aps limpar e enxugar a papila urogenital com toalha

    de papel. Para isso foram feitas massagens manuais na parede celomtica, no

    sentido crnio-caudal, tomando cuidado para que no ocorresse contaminao do

    smen com fezes, urina, sangue ou mesmo gua do tanque. O smen foi coletado

    em seringas graduadas e mantidas em banho de gelo (Figura 4A).

    4.4

    Caractersticas seminais

    As seguintes caractersticas macroscpica do smen foram analisadas:

    colorao, volume e viscosidade. Para a certifio de que o smen coletado no

    estava contaminado, uma gota de smen foi levada ao microscpio ptico

    (400X) e observada a motilidade espermtica (Figura 4B). A ausncia de

    motilidade espontnea demonstra a no contaminao do smen.

    O volume seminal foi medido no momento da coleta, com auxlio de

    seringas de 1 ml. A concentrao espermtica foi determinada em cmara de

    Neubauer, aps diluio de 1:1000 em soluo formol-salina (formol 6% e NaCl

    0,9%) (Hancock, 1957). O valor obtido foi multiplicado pelo fator de correo

    50000, obtendo-se o nmero de espermatozoides/mm3de smen.

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    FIGURA 4. A. Coleta do smen; B. Material utilizado para avaliar a

    motilidade espermtica.

    A

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    4.5Experimento I Solues ativadoras da motilidade espermtica e

    diluidores de smen durante o resfriamento

    Experimento Ia- Neste experimento foram avaliadas solues de NaCl

    e NaHCO3em diferentes concentraes: 25, 50, 75, 100, 125, 150 e 200 mM. O

    objetivo foi determinar a concentrao que induz s maiores taxas de motilidade

    espermtica, assim como a concentrao que dilui o smen sem ativar a

    motilidade espermtica, para cada uma das solues.

    Foi utilizado o smen de trs diferentes peixes. De cada peixe foram

    feitas trs observaes para cada tratamento. As amostras de 1L de smen

    foram colocadas em lmina histolgica previamente focalizada no microscpio

    optico em 400X (Figura 4B). Neste momento, as amostras receberam as

    solues a serem testadas, na proporo de 1:5 (smen: soluo).

    A taxa de motilidade dos espermatozides, isto , porcentagem de

    espermatozides mveis em relao ao total observado, foi estimada em cada

    uma destas solues. A durao da motilidade foi observada at dois minutos

    aps a ativao.

    Experimento Ib - O objetivo desse experimento foi avaliar vrias

    solues tidas como ativadoras da motilidade espermtica.

    Foram testadas as seguintes solues: NaHCO350 e 75 mM, NaCl 25

    mM, gua destilada e gua in natura. Foi utilizado smen de trs peixes e de

    cada peixe foram feitas trs observaes para cada tratamento. Os testes de

    motilidade foram feitos seguindo-se a mesma metodologia do experimento Ia.

    Experimento Ic - Este experimento teve como objetivo avaliarsolues tidas com diluidoras do smen. Foi observado motilidade espermtica

    no smen diluido em varias solues. Assim um grupo maior de soluo foi

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    37/83

    24

    testado como diluidora, dividindo o experimento em duas fases. Ainda, foi

    observado que o pool de smen apresentou grande queda na taxa de motilidade,

    em relao ao smen analisado individualmente. Assim, nos experimentos

    seguintes, optou-se por testar os diluidores no smen de cada peixe

    individualmente.

    Primeira fase- foram testadas as seguintes solues como diluidoras do

    smen :

    a) NaCl 200 mM; ( pH 7,5 ; 399,84 mOsm/L)

    b)

    NaHCO3150 mM; ( pH 7,5 ; 300 mOsm/L)

    c) NaHCO3200 mM; ( pH 7,5; 400 mOsm/L)

    d) Ohta (Ohta and Izawa, 1996 ) : NaCl 143,3 mM, KCl 15,2 mM,

    CaCl21,3 mM, MgCl21,6 mM, ( pH 8,2)

    e) Kurokura (KuroKura et al, 1984) : NaCl 128,4 mM, KCl 2,7 mM,

    CaCl21,4 mM, NaHCO3 2,4 mM, (pH 7,6)

    Segunda fase- Foram testadas as seguintes solues como diluidoras do

    smen :

    a)Ginsburg fish Ringer I (G.F.R.I) (Adaptado de Ginsburg, 1963): NaCl

    138,88 mM, KCl 4,19 mM, CaCl23,37 Mm; NaHCO32,97 mM, pH 7,6

    b) Ginsburg fish Ringer II (G.F.R.II) (Viveiros et al, 2000): NaCl 123,2

    mM, KCl 3,75 mM, CaCl23,0 mM, NaHCO32,65 mM, pH 7,6

    c) Ginsburg fish Ringer III (G.F.R.III) (Ginsburg, 1963): NaCl 111,11

    mM, KCl 3,35 mM, CaCl22,70 mM, NaHCO32,38 mM, pH 7,6

    d) Extender II (Verreth, 1999): NaCl 76,92 mM; KCl 83,15mM;

    MgCl26H20 0,787 mM; CaCl2 1,49 mM, NaHCO3 2,38 mM, pH 7,8;283mOsm/L.

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    25

    Em cada fase foi usado o smen de trs peixes. Uma alquota de smen

    foi diluda 1:6 (smen : diluidor) e mantida em geladeira a temperatura entre 5C

    e 8 C. A taxa de motilidade foi avaliada 0; 0,5; 1; 2; 12; 24 e 48 horas aps a

    diluio, seguindo-se a metodologia do experimento Ia, proporcionando uma

    diluio final de 1:42 (smen:soluo diluidora+ativadora).

    4.6 Experimento II Crioprotetores durante o resfriamento

    Experimento IIa Foi feito inicialmente uma avaliao dos

    crioprotetores mais usados no smen de peixe : DMSO, etilenoglicol, glicerol e

    o metanol. Cada criprotetor foi adicionado na concentrao de 10% a cada um

    dos trs diferentes diluidores : NaCl 200 mM, Kurokura e Ginsburg fish Ringer

    II (Experimento Ic).

    Utilizou-se o smen de trs peixes. Uma alquota de smen foi diluda

    1:6 (smen : diluidor + crioprotetor) e mantida em geladeira, sob temperatura de

    5 C a 8 C. A taxa de motilidade foi avaliada 0; 0,5; 1; 24 e 48 horas aps a

    diluio, seguindo-se a metodologia do experimento Ia.

    Experimeto IIb Foram testados metanol e etilenoglicol nas

    concentraes de 5, 10 e 15% associados aos diluidores NaCl 200 mM e

    Kurokura.

    Foi utilizado o smen de trs peixes. Uma alquota de smen foi diluda

    1:10 (smen: diluidor+crioprotetor) e mantida em geladeira, sob temperatura de

    4 C a 8 C. A taxa de motilidade foi avaliada 0; 0,5; 1; 24 e 48 horas aps a

    diluio, seguindo-se a metodologia do experimento Ia.

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    26

    4.7.Experimento III - Congelamento do smen

    Tendo como base o experimento IIb, foram tomadas as combinaes

    diluidor + crioprotetor que proporcionaram as maiores taxas de motilidade

    espermtica aps 30 minutos de incubao, pressupondo que o tempo de

    manipulao do smen at iniciar o congelamento no ultrapasse esse perodo.

    Devido ao pouco volume de smen obtido dos dois peixes utilizados, foi

    necessrio fazer uma diluio maior, na proporo de 1:100

    (smen:diluidor+crioprotetor). As solues crioprotetoras testadas foram NaCl

    200 mM com 5% e 10% de metanol, Kurokura com 5%, 10% e 15% de metanol

    e Kurokura com 5% e 10% de etilenoglicol.

    O smen diludo foi envasado em palhetas de 0,5 mL numeradas,

    (gentilmente doadas pela Minitub do Brasil), vedadas com esferas plsticas

    (Figura 5A), acondicionadas em raques (Figura 5B), levando em torno de 2

    minutos at serem transferidas para o botijo de vapor de nitrognio lquido

    (Taylor-Warton, modelo CP 300) (Figura 5C). Decorridos 10 minutos de

    exposio no vapor, as raques foram transferidas para botijo de nitrognio

    lquido (M.V.E., modelo Volta 34).

    A temperatura interna do botijo de vapor de nitrognio lquido foi

    medida introduzindo-se a ponta do sensor de um termmetro digital (Figura 4C)

    dentro de uma paleta de 0,5 mL vazia e ento colocada dentro do botijo na

    mesma posio em que foram colocadas posteriormente as palhetas preenchidas

    com smen diludo. Foi medido o tempo que a palheta levou para se estabilizar

    em -176C, a partir da temperatura ambiente de aproximadamente 23 C.

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    FIGURA 5. A. Evasamento do smen; B. Tipo de raque

    usadas; C. Resfriamento de paletas no botijo

    de vapor de nitrogenio.

    C

    B

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    Aps 2 horas mantidas em nitrognio lquido, as palhetas foram

    descongeladas em banho-maria a 60C, por 8 segundos com base em resultados

    preliminares. Aps o descongelamento, a palheta foi enxugada, a extremidade

    que estava vedada com esfera foi cortada e o smen depositado em placa de

    petri, temperatura ambiente.

    Do smen descongelado foram retiradas amostras de 1L colocadas em

    lmina e ento levadas ao microscpio para realizar a leitura da motilidade. Foi

    usada a soluo de NaCl 25 mM para ativar os espermatozides.

    4.8 Anlise estatstica

    Caractersticas seminais

    A anlise de volume de smen e de concentrao espermtica foi feita em

    relao ao peso dos doadores. Para isso, foi aplicado um teste de correlao de

    Pearson, com o objetivo de se determinar uma possvel correlao entre as

    variveis peso do doador, concentrao espermtica e volume de smen.

    Experimento Ia e Ib - Foi usado um delineamento em bloco

    inteiramente casualizado (DBC), em que o bloco controla a variao entre o

    smen dos diferentes peixes . As mdias foram comparadas pelo teste de Scott-

    Knott, 5% de significncia.

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    O modelo estatstico utilizado foi o seguinte:

    yij = + Ai + Bj + eij

    em que:

    yij = valor observado no tratamento i no bloco j;

    = constante associada a todas as observaes;

    Ai = efeitodo tratamento i, ( Exp Ia com i = 7 e Exp.Ib com i = 5 )

    Bj = efeito do bloco j, com j=1,2,3;

    eij= erro experimental associado a yij.

    Experimento Ic (1 e 2 fase) e experimento IIa Foi utilizado um

    DBC com parcela subdividida, usando no experimento Ic, o diluidor como

    parcela e o tempo na subparcela. No experimento IIa o diluidor +10% de

    crioprotetor foi analisado como parcela e o tempo na subparcela. O uso do bloco

    serviu para controlar a variao entre smen dos diferentes peixes. As mdias

    foram comparadas pelo teste de Scott-Knott, a 5% de significncia de.

    O seguinte modelo estatstico foi utilizado:

    yijk = + Di + Bj + eij + Tk + DTik + ek(ij)

    em que:

    yijk = observao referente subparcela k, da parcela i, no bloco j;

    = constante associada a todas as observaes;

    Di = efeito do tratamento i, (Exp.Ic: 1 fase i = 6; 2 fase i = 5 e Exp.IIa i =13)

    Bj = efeito do bloco j,com j=1,2,3;

    eij= erro experimental associado parcela i dentro do bloco j;

    Tk= efeitodo tempo k, (Exp.Ic: 1 e 2 fase com k = 7; Exp.IIa com k = 5)

    DTik = efeito da interao do diluidor i com o tempo k;ek(ij) = erro associado s observaes na subparcela k, dentro da parcela i do

    bloco j.

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    Experimento IIb Para testar diluidores associados a diferetesporcentagens de crioprotetores, foi usado um DBC com um fatorial na parcela

    (2 diluidores X 2 crioprotetores) subdividida no tempo (5), em que o bloco

    controla a variao entre o smen dos diferentes peixes.

    O modelo estatstico utilizado foi:

    Ykilj = +Di+Cl+Bj+(DC)il+e(il) j+Tk +ek(j)+(TD)ki+(TC)kl+(TDC)kil+ekil(j)

    em que:

    yijk = observao referente ao tempo k, do diluidor i, no crioprotetor l, no bloco j;

    = constante associada a todas as observaes;

    Di= efeito do diluidor i, com i = 1,2;

    Cl= efeitodo crioprotetor l, com l = 1,2;

    Bj = efeito do bloco j, com j=1,2,3;

    (DC)il = efeito da interao crioprotetor i com o diluidor l, na parcela;

    e(il) j= erro experimental associado parcela il dentro do bloco j.

    Tk = efeito do tempo k, com k = 1,2...5;

    ekj = erro experimental associado a observao do tempo k no bloco j;

    (TD)ki= efeito da interao do tempo k com o diluidor i;

    (TC)kl= efeito da interao do tempo k com o crioprotetor l da diluio;

    (TDC)kil= efeito da interao do tempo k com o diluidor i com o crioprotetor l;

    ekil(j) = erro associado s observaes na subparcela k, dentro da parcela i do

    bloco j (Ykilj).

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    Experimento III - Congelamento do smen

    Para o teste de congelamento, foi feito um delineamento inteiramente

    casualizado (DIC), com trs repeties. As mdias foram comparadas pelo teste

    de Scott-Knott a 5%de significncia.

    O modelo estatstico utilizado foi:

    yij = + Ti + eij

    em que:

    yij = valor observado no tratamento i no bloco j;

    = constante associada a todas as observaes;

    Ti = efeitodo tratamento i, com i = 1,2,3,...,7;

    eij= erro experimental associado ao tratamento i dentro da repetio j, com j =

    1,2,3.

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    5 RESULTADOS

    5.1 Caractersticas seminais

    O smen de piauau, nas condies deste trabalho, apresentou-se de

    colorao branca e bastante viscoso. No entanto, o volume de smen obtido foi

    muito baixo, variando de 0,13 mL a 0,79 mL dentre as diferentes faixas de peso,

    como pode ser observado na Tabela 3. O volume de smen apresentou uma

    correlao significativa, com um valor intermedirio (0,597), com o peso

    corporal do peixe, indicando uma possvel correlao linear. A concentrao

    espermtica no apresentou correlao com peso corporal, nem com o volume

    do smen, como pode ser visto na Tabela 4.

    TABELA 3. Concentrao espermtica e volume de smen, por faixa

    de peso de piau-au, observados nesse estudo

    Intervalo de

    peso (g)

    Freqncia

    absoluta (n)

    Freqncia

    percentual

    Sptz

    x109mL

    -1Volume

    (mL)

    [ 140 - 980) 4 8,51 4,91 0,13

    [980 - 1820) 40 85,11 4,80 0.22

    [1820-2660) 3 6,38 3,50 0.79

    Total 47 100 Mdia 4,4

    Sptz: espermatozoides

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    TABELA 4. Coeficiente de correlao das caractersticas seminais depiau-au em relao ao peso corporal (n= 47).

    VarivelVolume de

    smenPeso

    Concentrao 0,038 ns -0,072 ns

    Volume de smen

    -

    0,597 *

    (*) significativa (p0,05)

    O espermatozide de piau-au apresenta cabea de forma ovide,

    caracterstica morfolgica bastante primitiva, de acordo com classificao de

    Billard (1970) & Jameison (1991), como pode ser visto na Figura 6.

    FIGURA 6. Espermatozoides de piau-au, observao em

    microscpio de contraste de fase, ocular 100x

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    34

    5.2Experimento I - Solues ativadoras da motilidade espermtica e

    diluidores de smen durante o resfriamento

    Experimento Ia - O aumento da concentrao de NaCl ou NaHCO3 e o

    conseqente aumento na osmolaridade das solues testadas promoveram uma

    diminuio na motilidade dos espermatozides de piau-au. A soluo de NaCl

    25 mM induziu a motilidade em 78% dos espermatozides; quando a

    concentrao da soluo de NaCl foi aumentada para 150 mM, a motilidade foi

    induzida em apenas 2% dos espermatozides, tornando-se nula em soluo de

    NaCl 200 mM, como apresentado na Tabela 5. J as solues pouco

    concentradas de NaHCO3 se comportaram de forma diferente. A motilidade

    espermtica aumentou quando a concentrao de NaHCO3passou de 25 mM a

    75 mM. A partir de 75 mM houve uma queda da taxa de motilidade at que se

    tornasse nula, nas concentraes de 150 e 200 mM (Tabela 5 e Figura 7).

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    TABELA 5. Efeitos de solues de NaCl e NaHCO3 em diferentesconcentraes sobre a taxa de motilidade espermtica expressa em

    porcentagem (mdia + desvio padro) do smen fresco de piau-au

    ( experimento Ia)

    Concentrao

    (mM)NaCl NaHCO3

    25 78 16a

    61 10c

    50 62 16b

    74 8b

    75 29 6c

    81 2a

    100 15 8c

    12 2d

    125 6 3d

    5 2e

    150 2 2d

    0 0f

    200 0 0d

    0 0f

    a-fMdias com letra igual na coluna no diferem entre si pelo teste Scott-Knot

    p

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    2550

    75100

    125150

    200

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    (mM)

    NaHCO3 NaCl

    (%Tx.

    Mot

    ilidade

    FIGURA 7. Comportamento da motilidade espermtica aps ativao em

    solues de NaCl e NaHCO3em diferentes concentraes no smen de piau-au.

    Experimento Ib - A soluo de NaCl 25 mM foi significativamente

    mais eficiente, como ativador da motilidade espermtica, em relao aos demais

    tratamentos testados, como pode ser visto na Tabela 6. Nas solues de

    NaHCO3, no foi observada diferena significativa na taxa de motilidade

    espermtica quando se aumentou a concentrao de 50 para 75 mM. As menores

    taxas de motilidade espermticas foram observadas aps ativao dos

    espermatozides, com gua destilada e gua in natura.

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    TABELA 6. Efeito de ativadores sobre a taxa de motilidade espermticaexpressa em porcentagem (mdia desvio padro) no smenfresco de piau-au (Experimento Ib)

    Ativadores Motilidade (%)

    gua destilada 47 7 c

    gua in natura 51 5 c

    NaHCO3 50 mM 78 9b

    NaHCO3 75 mM 82 4b

    NaCl 25 mM 87 4 aa-cMdias com letras iguais no diferem entre si, pelo teste Scott-Knott p0,05),

    mantendo-se acima de 80% at 60 minutos aps a incubao. Imediatamente

    aps a diluio do smen em soluo contendo crioprotetor (tempo 0), a

    motilidade espermtica caiu (p

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    TABELA 7. Motilidade espermtica expressa em porcentagem (mdia desvio padro), do smen

    em diferentes solues e incubado a 5C- 8C por at 48 horas.Experimento Ic 1 e 2 Perodo de incubao (horas)

    Diluidor0 0,5 1 2 12 2

    1 Fase

    Controle 87 3a A

    77 10b B

    83 4a A

    86 5a A

    73 26b B

    59

    NaHCO3 200mM 80 9b A

    82 11a A

    84 5a A

    81 13a A

    8 8c B

    0

    NaHCO3 150 mM 86 8a A

    88 3a A

    91 4a A

    91 5a A

    7 6c B

    0

    NaCl 200mM 82 4a A

    84 9a A

    86 3a A

    89 7a A

    87 6a A

    85

    Ohta & Izawa 75 3 b B 78 7 b B 82 5 a A 85 5 a A 84 7 a A 73

    Kurokura 82 2a A

    81 4b A

    84 5a A

    87 5a A

    81 7a A

    83

    2 Fase

    Controle 84 5a A

    84 3a A

    83 3a A

    86 4a A

    26 5c B

    8

    Ginsburg fish Ringer I 76 8a A

    80 9a A

    86 6a A

    83 3a A

    39 18b B

    14

    Ginsburg fish Ringer II 80 7a A

    76 8a A

    77 9b A

    84 7a A

    69 8a A

    56

    Ginsburg fish Ringer III 82 4a A

    80 10a A

    79 12b A

    80 10a A

    43 9b B

    17

    Extender II 19 4b A

    22 7b A

    21 3c A

    21 7b A

    29 6c A

    20

    a-d. A-DMdias com a mesma letra (maiscula na linha, minscula na coluna) no diferem entre sipelo teste scott-Knott p

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    TABELA 8. Taxa de motilidade espermtica expressa em porcentagem (mdia desvio padro)

    au, incubado entre 5-8C com diluidores acrescidos de 10% de crioprotetor por atSolues Perodo de incubao (horas)

    Diluidor Crioprotetor 0 0,5 1 24

    Controle --------- 91 8a A

    87 5a A

    86 5a A

    17 10b B

    DMSO 88 5a A

    69 17bB

    68 12b B

    7 5cC

    Glicerol 70 17b A

    63 11c A

    62 10b A

    3 5c B

    Etilenoglicol 80 27a A

    74 12b A

    68 17b B

    0 0c C

    NaCl 200mM

    Metanol 90 9a A

    74 19b B

    77 14a B

    3 5c C

    DMSO 73 5b A

    39 9d B

    19 12d C

    0 0c D

    Glicerol 73 5b A

    72 10b A

    80 0a A

    3 5c B

    Etilenoglicol 76 11b A

    46 7d B

    50 13c B

    1 0c C

    Ginsburg

    fish Ringer

    Metanol 82 4a A

    79 4a A

    81 8a A

    21 32b B

    DMSO 73 9b A

    60 7 c B

    68 8b A

    0 0c C

    Glicerol 54 9c A

    30 0e B

    20 13d C

    0 0c D

    Etilenoglicol 84 7a A

    73 7b B

    84 8a A

    3 5c C

    Kurokura

    Metanol 92 6a A

    88 4a A

    92 4a A

    63 10a B

    a-d. A-D Mdias com mesma letra (minscula na coluna, maiscula na linha) no diferem entre

    0,05)

    40

  • 7/25/2019 Resfriamento e Congelamento de Smen de Piau

    54/83

    41

    Quando comparadas com o tempo 0 de incubao, 5 solues alm do

    controle mantiveram altas taxas de motilidade espermtica aps 30 minutos deincubao: NaCl + glicerol, NaCl + tilenoglicol; G.F.R.II + glicerol, G.F.R.II +

    metanol e Kurokura + metanol. As amostras de smen diluidas em G. F. R.II

    acrecidas de metanol (79% de motilidade espermtica) e Kurokura acrescidas

    metanol (88%) foram estatisticamente iguais ao controle (87%), aps 30 minutos

    de incubao.

    Aps 48 horas de incubao, o smen diludo em Ginsburg fish Ringer

    II associado a metanol ainda apresentou 23% de motilidade espermtica e o

    smen diludo em Kurokura associado a metanol apresentou 14% de motilidadeespermtica. As amostras diludas nas outras solues, bem como o controle,

    apresentaram taxas de motilidade espermtica muito baixas (at 1%; Tabela 8).

    Experimento IIb Os resultados deste experimento mostram que no

    houve diferena significativa (p>0,05) na taxa de motilidade espermtica entre o

    controle (84%) e as 16 combinaes de diluidor com crioprotetor, 30 minutos

    aps a incubao, como apresentado na Tabela 9.

    Aps 48 horas de incubao taxas de motilidade espermtica acima de50% foram observadas nas amostras de smen diludas em solues de Kurokura

    com 0%, 5%, 10% e 15% de metanol e Kurokura com 0% e 5% de etilenoglicol.

    importante salientar ainda que o smen diludo em Kurokura associado a 0%,

    5% e 15% de metanol no sofreu efeito do tempo de incubao, mantendo taxas

    de motilidade espermtica semelhantes (p>0,05) quelas registradas logo aps a

    diluio (tempo 0; Tabela 9).

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    TABELA 9. Taxa de motilidade espermtica expressa em porcentagem (mdia desvio padro) de s

    acu, incubado entre 5 C-8C com diluidores acrescido de um crioprotetorpor at 48 horaSolues Perodo de incubao (horas)

    Diluidor Crioprotetor % Crioprot. 0 0,5 1 24

    Controle --------- --------- 87 6aA

    84 7aA

    90 1aA

    42 24

    0 87 5aA

    82 4aA

    73 13aA

    31 6

    5 82 8aA

    81 10aA

    74 12aA

    42 16

    10 88 4aA

    84 5aA

    73 15aA

    40 9Metanol

    15 86 5aA

    79 6aA

    61 20bB

    20 20

    0 89 3aA

    76 19aA

    79 9aA

    54 26

    5 80 9aA

    72 7aA

    77 10aA

    27 25

    10 78 8aA

    69 10aA

    78 15aA

    2 2e

    NaCl

    200mM

    Etilenoglico

    l

    15 76 5aA

    61 6aA

    44 27cA

    1 0e

    0 86 5aA

    78 8aA

    87 5aA

    70 16

    5 87 5aA

    89 3aA

    88 4aA

    82 4

    10 90 3aA

    79 14aA

    81 14aA

    83 5Metanol

    15 85 16aA

    81 12aA

    84 7aA

    83 5

    0 88 4aA

    81 13aA

    84 5aA

    76 21

    5 83 5aA

    87 5aA

    85 5aA

    72 7

    10 86 5aA

    84 5aA

    77 7aA

    44 9

    Kurokura

    Etilenoglico

    l

    15 68 16aA

    60 14aA

    59 10bB

    1 0e

    a-e. A-D Mdias com mesma letra (minscula na coluna, maiscula na linha) no diferem entre si (

    42

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    43

    5.4 Experimento III - Congelamento do smen

    No procedimento para o congelamento do smen, foi registrado o tempo

    necessrio para a queda da temperatura de 23 C at -80C, de 1,16 minuto em

    mdia, gerando uma velocidade de congelamento de 88,8 C min-1

    . As amostras

    precisaram de cerca de 7 minutos para estabilizar a temperatura a -176C, sob as

    condies de trabalho com o botijo de vapor de nitrognio lquido.

    As amostra de smen congelado em Kurokura acrescidas de 5% de

    metanol e 5% de etilenoglicol apresentaram motilidade espermtica aps o

    descogelamento de 8% e 4%, respectivamente. Smen congelado em outras

    solues no apresentou motilidade aps o descongelamento (Tabela 10).

    TABELA 10. Taxa de motilidade espermtica expressa em porcentagem (mdia desvio padro) do smen de piau-au, criopreservado em

    diferentes solues crioprotetoras (Exp.III).

    Diluidor Crioprotetor Crioprotetor (%) Motilidade (%)

    5% 4 6b

    Etilenoglicol10% 0 0

    c

    5% 8 3a

    10% 0 0c

    Kurokura

    Metanol

    15% 0 0c

    5% 0 0c

    NaCl Etilenoglicol10% 0 0

    c

    a-cMdias seguidas da mesma letra na coluna no diferem entre si, pelo teste

    Scott-Knott p

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    44

    6 DISCUSSO

    6.1 Caractersticas seminais

    As caractersticas observadas no smen de piau-au, assim como o baixo

    volume de smen produzido (0,13 a 0,79 mL), coincidem com o descrito para as

    espcies nativas, com exceo dos peixes de couro (Godinho, 2000). Na

    tentativa de contornar essa dificuldade, alguns estudos foram feitos com o smen

    de piau-au, coletado diretamente do testculo com o sacrifcio do macho

    (Ribeiro, 2003).

    A concentrao espermtica mdia do smen de piau-au observada no

    presente estudo (4,4 x 109 sptz mL

    -1) mostra valores relativamente baixos

    quando comparados com o smen de outras espcies. Variadas taxas de

    concentraes espermtica so descritas para diferentes espcies de peixes

    nativos: piapara Leporinus elongatus 7 a 16 x 109

    sptz.mL-1

    ; pacu-caranha

    Piaractusmesopotamicus 7,1 a 11,1 x 109sptz.mL

    -1; dourado S. maxillosus4,3 a

    10 x 109

    sptz.mL-1

    (Godinho & Cser, 1995); curimat-pacu Prochilodus

    marggravii 19 x 109

    sptz.mL-1

    (Bedore et al., 1997); curimbat Prochilodus

    lineatus 10,6 x 109

    sptz.mL-1

    (Fransciscato et al., 2002) e pacu Piaractus

    mesopotamicus 18,62 x 109

    sptz.mL-1

    (Miliorini et al., 2002). Como se pode ver

    visto, h uma grande variao na concentrao espermtica entre as diferentes

    espcies de peixes e at dentre as mesmas espcies. Estas variaes podem ser

    explicadas pela variabilidade gentica entre as diferentes espcies e entre

    indivduos da mesma espcie, seja pela incidncia da poca de coleta do smen,

    pelo manejo de manuteno dos reprodutores e pelas condies ambientais daregio em que os dados foram coletados.

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    Os resultados obtidos no presente trabalho mostram que no houve

    correlao entre peso do reprodutor e concentrao espermtica e nem entre ovolume de smen coletado e concentrao espermtica (p>0,05). No entanto, a

    correlao entre peso corporal e volume do smen apresentou-se significativa

    com um valor intermedirio (0,597), indicando uma possvel correlao linear.

    Convm salientar que necessrio investigar outros fatores, tais como gentica,

    alimentao, poca de coleta, etc., para confirmar a correlao entre peso

    corporal e volume de smen coletado.

    6.2 Solues ativadorasda motilidade espermtica

    Em espcies de peixes de gua doce, a motilidade dos espermatozides

    iniciada quando o smen entra em contato com a gua, pela diminuio da

    osmolaridade (Inoda, 1987; Carolsfeld & Harvey, 1999). A diferena existente

    entre a baixa presso osmtica da gua em relao ao plasma seminal essencial

    para iniciar a motilidade espermtica nessas espcies (Godinho, 2000). O smen

    de peixes de gua doce pode tolerar osmolaridades entre 0 e 300 mOsml L-1

    (Dzuba, 2002). Na frica do Sul, foi observada osmolaridade do smen ao redor

    de 250 mOsmol L-1em espcies de gua doce (Inoda, 1987). No presente estudo,

    baixas concentraes (< 75 mM) e conseqentemente, baixa osmolaridade (Fc----------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 196.761905 2.942 0.0912TRAT. 6 2861.777778 42.794 0.0000erro 12 66.873016----------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 20 18366.666667----------------------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 29.56Mdia geral: 27.6666667 Nmero de observaes: 21----------------------------------------------------------------------------------------------

    NaHCO3----------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc----------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 1220.333333 5.657 0.0186TRAT. 6 3179.269841 14.738 0.0001erro 12 215.722222------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 20 24104.952381------------------------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 43.26Mdia geral: 33.9523810 Nmero de observaes: 21------------------------------------------------------------------------------------------------

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    ANEXO 2

    ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLUES ATIVADORASDA MOTILIDADE ESPERMTICA (EXP. Ib)

    -------------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 120.555556 7.041 0.0025TRAT 4 2500.555556 15.712 0.0000erro 38 59.152047-------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 44 18291.111111-------------------------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 19.28Mdia geral: 65.4444444 Nmero de observaes: 45-------------------------------------------------------------------------------------------------

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    ANEXO 3

    ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLUES DILUIDORAS DOSMEN (EXP. IC 1a FASE)

    -------------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 1886.637566 7.402 0.0081TEMPO 6 36556.227513 143.426 0.0000erro 1 12 254.878307TRAT 5 11021.839153 250.411 0.0000TEMPO*TRAT 30 3723.357672 84.593 0.0000erro 2 322 14172.851852 44. 015068-------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 377 407151.957672-------------------------------------------------------------------------------------------------CV 1 (%) = 24.40CV 2 (%) = 10.14Mdia geral: 65.4179894 Nmero de observaes: 378-------------------------------------------------------------------------------------------------

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    ANEXO 4

    ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLUES DILUIDORASDO SMEN (EXP. IC 2a FASE)

    ----------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc---------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 6291.622222 3.251 0.0744TEMPO 6 32030.980952 16.550 0.0000erro 1 12 1935.433333TRAT 4 27892.869841 16.436 0.0000TEMPO*TRAT 24 3545.999471 2.090 0.0027erro 2 266 1697.012531----------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 314 876075.130159----------------------------------------------------------------------------------------------CV 1 (%) = 82.60CV 2 (%) = 77.34Mdia geral: 53.2634921 Nmero de observaes: 315----------------------------------------------------------------------------------------------

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    ANEXO 5

    ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLUES DILUIDORASACRESCIDAS DE 10% DE CRIOPROTETORES (EXP.IIa)

    -------------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 3 076.977117 1.823 0.1711TRAT 12 7606.543875 12.876 0.0000erro 1 23 590.769168TEMPO 4 47960.494017 1817.335 0.0000TRAT*TEMPO 48 1107.281054 13.600 0.0000erro 2 494 81.416194-------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 584 793308.215385-------------------------------------------------------------------------------------------------CV 1 (%) = 54.55CV 2 (%) = 20.25Mdia geral: 44.5589744 Nmero de observaes: 585-------------------------------------------------------------------------------------------------

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    ANEXO 6

    ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLES DILUIDORASACRESCIDAS DE CRIOPROTETORES NA PRESERVAO DO SMEN(EXP. IIb)

    -------------------------------------------------------------------------------------------------FV GL QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------BLOCO 2 4696.236601 6.527 0.0042TRAT 16 10856.666340 15.090 0.0000erro 1 32 719.468546TEMPO 4 89507.341830 137.626 0.0000erro 2 8 650.367320TEMPO*TRAT 64 1987.534191 25.035 0.0000erro 3 638 79.388776-------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 764 747206.661438-------------------------------------------------------------------------------------------------CV 1 (%) = 43.03CV 2 (%) = 40.91CV 3 (%) = 14.29Mdia geral: 62.3359477 Nmero de observaes: 765-------------------------------------------------------------------------------------------------

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    ANEXO 7

    ANLISE DE VARINCIA DO EFEITO DE SOLUESCRIOPROTETORAS NO CONGELAMENTO DO SMEN (EXP. VI)

    -------------------------------------------------------------------------------------------------FV . GL SQ QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------Repetio . 2 75.523810 37.761905 6.961 0.0020Trat 6 579.269841 96.544974 17.798 0.0000erro 54 292.920635 5.424456------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 62 947.714286------------------------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 128.71Mdia geral: 1.8095238 Nmero de observaes: 63------------------------------------------------------------------------------------------------

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