3 sistemas de resfriamento do motor

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 SISTEMAS DE RESFRIAMENTO DO MOTOR Daffenis Rodrigues Felipe Salim Gomes Janyr Ramos da Fonseca Levi Marques Ferreira de Almeida Monique Ribeiro Gonçalves Gama RIO DE JANEIRO 2014

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  • SISTEMAS DE RESFRIAMENTO DO MOTOR

    Daffenis Rodrigues

    Felipe Salim Gomes

    Janyr Ramos da Fonseca

    Levi Marques Ferreira de Almeida

    Monique Ribeiro Gonalves Gama

    RIO DE JANEIRO

    2014

  • DAFFENIS RODRIGUES

    FELIPE SALIM GOMES

    JANYR RAMOS DA FONSECA

    LEVI MARQUES FERREIRA DE ALMEIDA

    MONIQUE RIBEIRO GONALVES GAMA

    Alunos do Curso superior de Tecnologia em Construo Naval

    SISTEMAS DE RESFRIAMENTO DO MOTOR

    Trabalho da disciplina Sistemas de Propulso

    Naval e Auxiliares, ministrada pela professora

    Yipsy Roque Benito, usado como requisito

    parcial para obteno da pontuao semestral

    necessria que acuse o aproveitamento de

    disciplina.

    RIO DE JANEIRO

    2014

  • II

    RESUMO

    Apresenta-se nesse texto o trabalho de pesquisa realizado pelos autores em Sistemas de

    Resfriamento do Motor. Esse estudo foi examinado observando os avanos alcanados pela

    indstria no setor de tecnologia aplicada a motores. Ser demonstrado ao longo das sees

    deste trabalho a forma como os autores conduziram o raciocnio para traar o perfil da

    tecnologia supracitada, sua funcionalidade, suas caractersticas particulares e um estudo sobre

    a composio de sua estrutura bsica e as abordagens fsicas envolvidas em seus processos.

    Palavras-chave: motor, arrefecimento, eficincia.

  • III

    SUMRIO

    RESUMO .................................................................................................................................. II

    SUMRIO .............................................................................................................................. III

    LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. IV

    1 INTRODUO ..................................................................................................................... 1

    2 DESCRIO DO SISTEMA E SEUS COMPONENTES ................................................ 2

    3 ABORDAGEM TERMODINMICA DO SISTEMA ....................................................... 7

    3.1 MECANISMOS DE TRANSMISSO DE CALOR............................................9

    4 APLICAO ESPECFICA NA REA NAVAL ........................................................... 10

    4.1 SISTEMA DE GUA DOCE...............................................................................11

    4.2 SISTEMA DE GUA SALGADA.......................................................................14

    5 CONCLUSO......................................................................................................................17

    6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................................. 17

  • IV

    LISTA DE FIGURAS

    Fig. 2-1 Exemplo que Ilustra o Fluxo de gua dentro de um Motor.........................................2

    Fig. 2-2 Camisas do motor do bloco de cilindros de um motor v-6...........................................3

    Fig. 2-3 Geometrias mais comuns dos radiadores......................................................................4

    Fig. 2-4 Bomba de lquido de arrefecimento da marca Daihatsu em 2009.................................4

    Fig. 2-5 Uma Vlvula Termosttica fechada e aberta.................................................................5

    Fig. 2-6 Arrefecimento por ar.....................................................................................................5

    Fig. 2-7 Aletas.............................................................................................................................6

    Fig. 2-8 Ventoinha......................................................................................................................6

    Fig. 3-1 Diagrama de fluxo de energia em um motor de combusto interna..............................7

    Fig. 4-1 Sistema onde a gua salgada resfria a gua doce........................................................11

    Fig. 4-2 Sistema bsico de gua Doce.....................................................................................12

    Fig. 4-3 Sistema de gua Doce com tanque de separao de leo...........................................13

    Fig. 4-4 Desenho mais complexo de um Sistema de Resfriamento (gua doce)......................13

    Fig. 4-5 Outra ilustrao do sistema de gua fechado(gua doce)............................................14

    Fig. 4-6 Sistema de gua Salgada............................................................................................14

    Fig. 4-7 Sistema de resfriamento do motor com as redes de gua doce e salgada....................15

    Fig. 4-8 Desenho mais complexo de um Sistema de Resfriamento (gua salgada)..................15

    Fig. 4-9 Outra ilustrao do sistema de gua aberto(gua salgada)..........................................16

  • 1

    1. INTRODUO

    Antes dos atuais avanos tecnolgicos foi constatado pela engenharia que as altas

    temperaturas dentro dos motores fazem com que eles sofram menos desgaste, graas as ligas

    metlicas componentes destes motores que atingem seu ponto mximo de dilatao ao serem

    superaquecidas, assim reduzindo os atritos que consequentemente produzem um maior

    desgaste. Para que a temperatura dentro dos motores no exceda os limites desejveis para

    seu bom funcionamento foi inventado o sistema de resfriamento ou arrefecimento, que se pe

    a manter uma temperatura ideal (estabilizada) para o motor atravs da retirada do excesso de

    calor produzido em sua superfcie.

    De acordo com Ray T. Bohacz, no livro Engine Cooling Systems (2007) existem basicamente

    trs motivos que justificam o porque de um motor possuir um sistema de resfriamento ou

    arrefecimento:

    1. Promover uma eficincia volumtrica elevada que minimize os fluxos de calor da estrutura

    do motor para o ar de ingresso.

    2. Evitar a detonao provinda de temperaturas elevadas na cmara de combusto.

    3. Prevenir falhas mecnicas nos materiais que aconteam por cargas trmicas elevadas

    provindas de gradientes trmicos em excesso.

    Existe mais de uma forma de se resfriar um motor, e isso ser abordado ao longo deste

    trabalho.

  • 2

    2. DESCRIO DO SISTEMA E SEUS COMPONENTES

    Na maioria dos motores existentes utiliza-se a gua como o meio para se obter a refrigerao,

    e esta substncia chamada de lquido de arrefecimento. Ainda possvel se utilizar outros

    lquidos orgnicos, refrigerantes e solues de natureza polimrica encontradas na aplicao

    dos nanofluidos.

    Numa descrio bsica para este funcionamento, observa-se que atravs da circulao da gua

    pelos dutos internos do bloco do motor o calor presente nestas superfcies devido combusto

    transferido para a gua, que aps isso passa por algum dispositivo de troca de calor com o

    ar, como por exemplo o radiador. Nesta etapa a gua resfriada e volta para o motor. A gua

    circula pelo sistema, ajudada por uma bomba de acionamento dependente do motor. Os

    motores modernos possuem eletroventilador acionado com termostato, um regulador de fluxo

    que se inicia atravs da deteco da temperatura do lquido quando esta atinge valores

    excedentes. importante mencionar que, por outro lado, o alto grau de resfriamento do

    lquido de arrefecimento tambm no desejvel, j que pode provocar uma mistura de

    combustvel no vaporizado e leo (segundo T. K. Garrett, Kenneth Newton e William

    Steeds, The Motor Vehicle, 1966).

    Fig. 2-1 Exemplo que Ilustra o Fluxo da gua dentro de um Motor (4shared.com).

  • 3

    De acordo com Taylor, C.F. no livro Anlise dos Motores de Combusto Interna (1971), as

    transmisses de calor ao liquido de arrefecimento so vistas nos seguintes processos:

    - Transmisso atravs do fluido de trabalho durante a compresso e expanso.

    - Transmisso atravs do atrito vindo do pisto para as paredes do cilindro.

    - Transmisso para o cilindro por meio do processo de descarga.

    Para ser desejvel ao uso, o fluido de arrefecimento deve possuir algumas caractersticas, tais

    como um elevado calor especfico e condutividade trmica a fim de proporcionar um aumento

    de troca de calor e a capacidade de transportar energia, ter uma viscosidade baixa para no

    exigir muito do trabalho de bombeamento, possuir baixo potencial de corroso nas paredes do

    sistema, ser capaz de reter uma quantidade de processos mnima, ser capaz de lubrificar o

    sistema, ter propriedades anticongelantes para situaes que apresentem baixa temperatura.

    (Ray T. Bohacz, no livro Engine Cooling Systems , 2007)

    Desta forma, os componentes principais que constituem a estrutura bsica do sistema de

    arrefecimento por gua em motores so:

    Passagens de fluido no bloco

    O fluido de arrefecimento circula atravs de tubos que envolvem os cilindros do motor,

    denominados camisas midas ou camisas de gua conforme a figura abaixo.

    Fig. 2-2 Camisas do motor do bloco de cilindros de um motor v-6 (Crouse,W.H.; Anglin,

    D.L. em Automotive air conditioning, 1977).

  • 4

    Radiador

    Atravs do radiador possvel eliminar o calor retido pelo lquido de arrefecimento por meio

    da troca de calor com o ar ambiente.

    Fig. 2-3 Geometrias mais comuns dos radiadores.

    Bomba de lquido de arrefecimento

    O lquido de arrefecimento circula atravs das camisas midas do motor devido a uma bomba

    que na maioria dos casos do tipo centrfuga, da qual impulsiona o fluido at que ele alcance

    uma velocidade especfica que varie de acordo com a capacidade da bomba. De acordo com

    Ray T. Bohacz, no livro Engine Cooling Systems (2007), atravs do aumento do

    bombeamento causado por perdas que acontecem internamente denominadas perdas

    mecnicas, perdas de atrito do impulsor, vazamentos e perdas hidrulicas, pode-se determinar

    a eficincia de uma bomba.

    Fig. 2-4 Bomba de lquido de arrefecimento da marca Daihatsu em 2009.

  • 5

    Termostato

    So dispositivos pertencentes ao sistema de arrefecimento, capazes de regular a temperatura

    de operao do motor atravs da vedao da quantidade de gua que atravessa o radiador. Em

    temperaturas baixas a passagem de gua bloqueada contendo todo o lquido de

    arrefecimento a circular somente dentro do motor. Alcanando temperaturas mais altas que

    podem variar dependendo do tipo de motor, a vlvula do termostato se abre para permitir que

    o lquido circule para o radiador.

    Fig. 2-5 Uma Vlvula Termosttica fechada e aberta.

    Alm de se obter refrigerao por gua, existe tambm o sistema de resfriamento ou

    arrefecimento por ar, muito encontrado em motores do tipo boxer por exemplo. Neste sistema

    um insuflador (tambm chamado de ventoinha ou ventilador) impulsiona o ar frio sobre o

    bloco do motor para resfria-lo. Este um sistema menos eficiente que o do resfriamento por

    gua, j que as peas no conseguem uma dilatao mxima provocada por aquecimento,

    resultando em ciclos de expanso/contrao mais severos, que podem acelerar a fadiga do

    metal.

    Fig. 2-6 Arrefecimento por ar.

  • 6

    Seus componentes so:

    Aletas

    Localizadas no cabeote e nas partes externas dos cilindros com a finalidade de aumentar a

    superfcie de contato entre o motor e o meio arrefecedor, o ar. As aletas devem estar sempre

    limpas e nunca devem ser pintadas, pois poeira e tinta dificultam a dissipao do calor.

    (Carlos Alberto Alves Varella, Sistemas Auxiliares dos Motores de Combusto Interna,

    UFRRJ, 2012)

    Fig. 2-7 Aletas.

    Ventoinha

    Produo de corrente de ar entre o meio ambiente e o motor. A ventoinha fora uma corrente

    de ar atravs das aletas para aumentar a transferncia de calor entre o motor e o meio

    ambiente. (Carlos Alberto Alves Varella, Sistemas Auxiliares dos Motores de Combusto

    Interna, UFRRJ, 2012)

    Fig. 2-8 Ventoinha.

  • 7

    Dutos e Defletores

    Conduo e orientao da corrente de ar na direo das aletas de arrefecimento. (Carlos

    Alberto Alves Varella, Sistemas Auxiliares dos Motores de Combusto Interna, UFRRJ,

    2012)

    3. ABORDAGEM TERMODINMICA DO SISTEMA

    Nesta parte ser feito um panorama dos processos termodinmicos que ocorrem dentro de um

    motor de combusto interna relacionando com o sistema de resfriamento. Heywood J.B. no

    livro Internal Combustion Engine Fundamentals (1988), descreve uma distribuio detalhada

    da energia do motor enquanto h combusto interna. mostrada uma transformao da

    energia qumica vinda do combustvel nos diferentes processos que fazem a transferncia de

    calor e realizao de trabalho:

    Fig. 3-1 Diagrama de fluxo de energia em um motor de combusto interna (Heywood

    J.B. no livro Internal Combustion Engine Fundamentals, 1988).

  • 8

    Na figura 3-1, o parmetro observado em mfQLHV o produto da vazo mssica de

    combustvel pelo poder calorfico inferior; Qw seria a taxa de transferncia de calor s paredes

    da cmara de combusto; He o fluxo de entalpia nos gases de exausto; Pb a potncia no

    eixo; Ptf a potncia total de atrito; Pi a potncia indicada; Ppf a potncia de atrito no

    pisto; Qcool a taxa de rejeio de calor ao fluido de arrefecimento; Qc,e tambm a taxa de

    rejeio de calor ao fluido de arrefecimento porm na passagem de exausto; He,s,a o fluxo

    da entalpia de calor sensvel dos gases de exausto jogados na atmosfera; He,i,c o fluxo na

    entalpia qumica dos gases de exausto devido combusto incompleta; Qe,r o fluxo de calor

    por radiao do sistema de escape; Ee,k a taxa de variao da energia cintica dos gases de

    escape e; Qminsc a soma das taxas de transferncia de calor remanescentes.

    De acordo com Ray T. Bohacz, no livro Engine Cooling Systems (2007), uma pequena

    porcentagem da energia total de combusto reservada ao eixo, e aproximadamente 75% se

    perdem, de forma que o restante aproveitado na forma de trabalho.

    Segundo Heywood J.B. cita em Internal Combustion Engine Fundamentals (1988), ao fazer

    um balano energtico geral, considerando-se o volume de controle relacionado a superfcie

    do motor, a seguinte forma obtida para regime permanente na primeira lei da

    termodinmica:

    Onde Pb a potncia ao eixo; Qcool a taxa de transferncia de calor ao fluido de arrefecimento;

    He,ic o fluxo de entalpia nos gases de exausto devido combusto incompleta; mhe,s o

    produto da vaso mssica pela entalpia de calor sensvel dos gases de escape e mfQLHV o

    produto da vaso mssica do combustvel pelo poder calorfico inferior.

  • 9

    3.1 MECANISMOS DE TRANSMISSO DE CALOR

    No motor de combusto interna existem mecanismos para transmisso de calor entre dois

    corpos que possuam diferenas de temperatura e que ocorrem enquanto o motor est operante,

    sendo que um pode prevalecer sobre o outro de acordo com suas localizaes. Os mecanismos

    so: conduo, conveco e radiao. A distribuio de temperaturas mutvel dentro dos

    componentes do motor, sobretudo nas vizinhanas da cmara de combusto.

    O mecanismo chamado conduo pode acontecer em gases, slidos e lquidos e ocorre da

    interao entre partculas adjacentes da substncia. Geralmente ocorre atravs das paredes do

    bloco de cilindros e dos tubos do radiador. A conveco ocorre entre um liquido e um slido

    escoando sobre a superfcie. No sistema de resfriamento ou arrefecimento essa transferncia

    se d entre o gs da combusto (no lado da cmara de combusto) ou o ar (no lado do

    radiador), o fluido de arrefecimento e as superfcies slidas do motor. A taxa de transferncia

    de calor, Q, atravs da superfcie de troca de calor A proporcional diferena de

    temperatura existente entre a superfcie e o lquido que escoa sobre ela. Essa taxa de

    transferncia de calor pode ser expressa segundo a lei de Newton do resfriamento:

    Onde o coeficiente de troca de calor por conveco, e Tw e T so respectivamente as

    temperaturas da superfcie e do fluido.

    Por fim tem-se que a radiao a transmisso de energia que se utiliza de ondas

    eletromagnticas atravs do espao sem um meio de transmisso. Segundo Holman J.P. no

    livro Heat Transfer (1981) a taxa de transferncia de calor relaciona-se com as potncias

    quartas das temperaturas envolvidas e pode ser expressa pela seguinte expresso algbrica:

    Onde FG apresenta-se como uma funo do fator geomtrico; F uma funo da emissividade;

    chamada constante de Stefan Boltzmann (5,669 x 10-8 W/m2K4); A a rea de troca de

  • 10

    calor e T a temperatura dos corpos que esto trocando calor. Este tipo de transferncia de

    calor acontece atravs das fronteiras do sistema; mas a maior quantidade de calor trocada

    entre o fluido de trabalho e as peas do motor acontece por conveco forada, de acordo com

    Taylor C.F. no livro Anlise dos Motores de Combusto Interna (1971).

    Desta forma se faz um mapeamento de como acontecem as trocas de calor para um sistema de

    arrefecimento dentro de um combusto. Levando-se em considerao os tipos de processo e

    at mesmo a forma em que se apresenta o fluido.

    4. APLICAO ESPECFICA NA REA NAVAL

    No meio naval o sistema de resfriamento utilizado o de fluido de arrefecimento, feito por

    gua. A gua como fluido de trabalho dentro dos motores de navios pode ser doce ou salgada

    e tambm podem ser classificadas em sistemas simples ou convencionais e sistemas

    sofisticados ou complexos.

    Os sistemas simples ou convencionais so mais utilizados em motores que queimam

    combustvel leve, como por exemplo o lcool, e a gua doce circula em um circuito fechado

    que inclui as camisas midas que envolvem os cilindros. J a gua salgada circula por um

    circuito aberto, que inclui os resfriadores de gua doce das camisas, leo lubrificante e ar. Em

    barcos pequenos como por exemplo os pesqueiros, se utiliza apenas o sistema aberto de

    refrigerao. Os sistemas considerados mais complexos possuem circuitos de baixa

    temperatura que inclui os resfriadores de ar de carga e turbo-carregador, e tambm de alta

    temperatura que inclui as camisas dos cilindros, o resfriado de leo lubrificante e o resfriado

    de ar.

    Existe tambm outro tipo de sistema do qual utiliza um resfriador central onde a gua circula

    salgada e troca calor com o circuito fechado de gua doce, incluindo as camisas midas que

    envolvem os cilindros, o resfriado de leo lubrificante e o resfriado de ar. Esse sistema pode

    ser visto na figura 4-1. Alm de captar, filtrar e circular a gua salgada para os trocadores de

    calor ou para o resfriador central, o sistema faz com que a gua doce percorra as camisas

    absorvendo o calor originado pela combusto, mas a temperatura da gua das camisas deve

    ser mantida alta o suficiente para impedir que acontea condensao de gases corrosivos nas

    paredes dos cilindros e baixa em um nvel que no permita a formao de bolsas de vapor em

    pontos isolados.

  • 11

    Fig. 4-1 Sistema onde a gua salgada resfria a gua doce.

    Em motores super-carregados o resfriamento do ar de carga tem por finalidade promover a

    diminuio da densidade de uma dada massa de ar, permitindo assim que uma maior

    quantidade de ar possa ser admitida nos cilindros.

    Nos motores que queimam combustvel residual, a combusto requer temperaturas timas de

    operao em todas as cargas. Em cargas elevadas a temperatura deve ser baixa o bastante para

    que seja limitada a carga trmica e para que na cmara de combusto no ocorra a corroso a

    quente dos componentes. A temperatura deve ser alta o bastante para cargas baixas para que a

    combusto completa seja garantida e para que no ocorra a corroso a frio na cmara de

    combusto.

    4.1 SISTEMA DE GUA DOCE

    Neste sistema a bomba acoplada ao motor, acionada pelo eixo de manivelas, via trem de

    engrenagens. O sistema complementado com um tanque de expanso e um trocador de

    calor. A gua resfria diversas partes do motor como as camisas e cabeotes dos cilindros,

    caracol da turbina (conjunto turbocompressor), mancal de escora. A gua que vem da bomba

    atravessa o resfriador indo para o manifold de distribuio. Parte do liquido injetado, de

    baixo para cima, nas camisas midas, seguindo para os cabeotes. Durante esse processo a

    outra parte do liquido encaminhada aos turbocompressores. A gua que vem dos

    turbocompressores e dos cabeotes retorna para a suco da bomba. Existem outros pontos

    que podem ser resfriados por gua doce, como os pistes, atravs de tubos telescpicos

    inseridos nas hastes em motores tipo cruzeta. (Existe um circuito a parte para refrigerao dos

    pistes e injetores).

  • 12

    Fig. 4-2 Sistema bsico de gua Doce.

    Na figura 4-1 h uma esquematizao bsica para o entendimento do sistema de gua doce no

    resfriamento do motor. Nela a gua circula pelo motor e passa por um trocador de calor,

    sendo resfriada por gua salgada e bombeada novamente para o motor. Existem duas bombas

    centrfugas auto-escorvantes, ou seja, que operam acima do nvel do lquido (uma em

    operao e outra de reserva), que so acionadas por motores eltricos. H uma vlvula de by-

    pass no circuito controlada por um termostato e pode-se desviar toda gua ou parte dela para a

    suco da bomba quando a temperatura da gua doce for baixa. Integrado no circuito, existe

    um tanque de expanso e reposio (tanque de compensao) que tem por finalidade

    compensar a expanso da gua devido ao aumento da temperatura. Tambm usado para

    reposio de gua perdida por evaporao, vazamento, etc.

    A temperatura de entrada da gua no motor deve ser regulada pra que a temperatura de sada

    se situe prximo a um determinado valor (65C a 70C). As superfcies que se encontram com

    temperaturas mais baixas so as que tem prioridade de resfriamento para o fluxo da gua.

    Quando o resfriamento dos injetores do motor feito por meio de gua doce, existe um

    circuito idntico ao descrito acima, com a incluso de mais um elemento, o tanque de

    separao de leo.

  • 13

    Fig. 4-3 Sistema de gua Doce com tanque de separao de leo.

    Fig. 4-4 Desenho mais complexo de um Sistema de Resfriamento (gua doce).

  • 14

    Fig. 4-5 Outra ilustrao do sistema de gua fechado (gua doce).

    4.2 SISTEMA DE GUA SALGADA

    Neste sistema a bomba acoplada ao motor e acionada pelo eixo de manivelas, via trem de

    engrenagens. Utiliza gua do mar para retirar o calor dos fluidos que circulam nos sistemas de

    lubrificao e de gua doce de resfriamento, passando pelos diversos resfriadores (trocadores

    de calor, incluindo o resfriador de ar quando houver). A bomba succiona a gua salgada

    proveniente de mar via filtro e vlvulas de isolamento. Uma parte da gua salgada forada

    para o resfriador de ar de carga, resfriador de leo do motor, descarga de gases, enquanto a

    outra parte direcionada para o resfriador da gua do circuito fechado do motor. Aps a

    utilizao a gua salgada descarregada pelo costado da embarcao.

    Fig. 4-6 Sistema de gua Salgada.

  • 15

    Fig. 4-7 Sistema de resfriamento do motor com as redes de gua doce e salgada.

    Fig. 4-8 Desenho mais complexo de um Sistema de Resfriamento (gua salgada).

  • 16

    Fig. 4-9 Outra ilustrao do sistema de gua aberto (gua salgada).

  • 17

    5. CONCLUSO

    O grupo concluiu atravs deste trabalho que o sistema de resfriamento de um motor deve ser

    preciso e sofisticado o bastante para manter-se sensvel s mudanas de temperatura que

    ocorrem dentro de um motor, de maneira que acompanhe as complexidades dos sistemas

    termodinmicos atuantes e promova funcionamento adequado. Da mesma forma nota-se a

    importncia de um sistema de resfriamento para a vida til de um motor.

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Especializao em Engenharia Naval Mdulo 5 Instalaes Propulsoras e Sistemas

    Auxiliares.

    The Society of Naval Architects and Marine Engineers - Marine Engineering 1971.

    Ray T. Bohacz - Engine Cooling Systems 2007.

    T. K. Garrett, Kenneth Newton e William Steeds - The Motor Vehicle 1966.

    Taylor, C.F. - Anlise dos Motores de Combusto Interna 1971.

    Crouse, W.H.; Anglin, D.L. - Automotive air conditioning 1977.

    Carlos Alberto Alves Varella - Sistemas Auxiliares dos Motores de Combusto Interna -

    UFRRJ, 2012.

    Heywood J.B. - Internal Combustion Engine Fundamentals 1988.

    Antnio Carlos Lessa Maffei Monitorao e Diagnstico de Motores de Propulso

    Martima UFRJ, 2007.

    Luiz Augusto Rocha Baptista - Manuteno Preditiva de Motores Diesel de Parmetros

    Nacionais UFRJ, 1999.