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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável SUPRAM - CM Av Nossa Senhora do Carmo Nº 90 – Bairro Savassi - Belo Horizonte – MG CEP 30030-000 Página: 1/17 PARECER ÚNICO Nº 103/2011 PROTOCOLO Nº 352670/2011 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental: 0226/1991/014/2010 Licença Prévia concomitante com Licença de Instalação Validade Classe: 3/M Outorga: Não se aplica Processo AIA Nº: 1997/2010 DNPM: 803274/1978 4 anos Empreendimento: Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. - USIMINAS CNPJ: 60.894.730/0058-40 Município: Mateus Leme Unidade de Conservação: APEE Manancial Rio Manso (0,06km) Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco Sub Bacia: Rio Paraopeba Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe A-02-03-8 Lavra a Céu Aberto 3 Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes: SIM NÃO Automonitoramento: SIM NÃO Responsável legal pelo empreendimento Emerson Florêncio Registro de classe - Responsável técnico pelos estudos apresentados Nivio Tadeu Lasmar Pereira Registro de classe MG-28783/D Data: 19/05/2011 Equipe Interdisciplinar: MASP Assinatura Jacqueline Moreira Nogueira 1.155.020-9 Angélica de Araújo Oliveira 1.213.696-6 Gladson de Oliveira 1.149.306-1 Thiago Cavanelas Gelape 1.150.193-9 Regina Maia Guimarães 1.043.92-3 De Acordo: Isabel Cristina R.C. Meneses (Diretora Técnica da SUPRAM CM) MASP: 1.043.798-6 Ass:

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PARECER ÚNICO Nº 103/2011 PROTOCOLO Nº 352670/2011 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental: 0226/1991/014/2010 Licença Prévia

concomitante com Licença de Instalação

Validade

Classe: 3/M Outorga: Não se aplica

Processo AIA Nº: 1997/2010 DNPM: 803274/1978

4 anos

Empreendimento: Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. - USIMINAS CNPJ: 60.894.730/0058-40 Município: Mateus Leme

Unidade de Conservação: APEE Manancial Rio Manso (0,06km) Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco Sub Bacia: Rio Paraopeba

Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe

A-02-03-8 Lavra a Céu Aberto 3 Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes: SIM NÃO Automonitoramento: SIM NÃO

Responsável legal pelo empreendimento Emerson Florêncio

Registro de classe -

Responsável técnico pelos estudos apresentados Nivio Tadeu Lasmar Pereira

Registro de classe MG-28783/D

Data: 19/05/2011 Equipe Interdisciplinar: MASP Assinatura Jacqueline Moreira Nogueira 1.155.020-9 Angélica de Araújo Oliveira 1.213.696-6 Gladson de Oliveira 1.149.306-1 Thiago Cavanelas Gelape 1.150.193-9 Regina Maia Guimarães 1.043.92-3

De Acordo: Isabel Cristina R.C. Meneses (Diretora Técnica da SUPRAM CM) MASP: 1.043.798-6

Ass:

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1 - INTRODUÇÃO Este Parecer Único visa subsidiar o julgamento do pedido de Licença de Prévia concomitante com Licença de Instalação – LP+LI para a expansão da lavra da Mina Leste situada entre os limites dos municípios de Itatiaiuçu e Mateus Leme/MG, apresentado pelo empreendimento Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – USIMINAS. As orientações para a formalização do processo de regularização ambiental do referido empreendimento foram geradas a partir do protocolo do Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento – FCE Nº R030755/2010 e da emissão do Formulário de Orientação Básica – FOBI Nº 183192/2010. A análise técnica pautou-se nas informações apresentadas no Estudo de Impacto Ambiental – EIA, Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, Plano de Controle Ambiental - PCA, bem como nas verificações em vistoria realizada no empreendimento no dia 23/02/2011 (Auto de Fiscalização N° 44396/2011). 2 - LOCALIZAÇÃO E ACESSO A área destinada à implantação da ampliação da lavra da Mina Leste compreende a porção norte da Serra Azul e está inserida nos municípios de Itatiaiuçu e Mateus Leme/MG. O acesso à área, a partir de Belo Horizonte, pode ser feito pela rodovia BR-381 (Fernão Dias), por um percurso de aproximadamente 63km. A partir da passagem pela ponte sobre o Rio Veloso, segue-se por uma estrada secundária, por um percurso de aproximadamente 4,5Km até atingir a portaria da Mina Leste. Figura 1: Localização da Mina Leste

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3 – CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO A Mina Leste, antiga Global Mineração LTDA, é representada por alguns direitos minerários na porção Leste da Serra Azul, entre eles os títulos minerários: 803.274/1978, 830.049/1979, 830.473/1981, 814.668/1973, 007.716/1957 e 830.149/1981, cujas atividades estão relacionadas à extração do minério (desmonte, carregamento e transporte) e do material estéril (desmonte, carregamento, transporte e disposição), beneficiamento, estocagem, expedição e contenção de rejeitos. A necessidade de ampliação da Mina Leste objetiva a viabilização da continuidade das atividades minerárias, a partir da introdução de novas tecnologias no processo de lavra. A área de intervenção, prevista no processo, é de 87,03ha e uma produção de 1.500.000 t/ano de ROM. O minério lavrado será beneficiado na Unidade de Tratamento de Minérios existente da Mina Leste, sendo que parte será beneficiada na Unidade de Tratamento de Minérios da Mina Central, que está em fase de instalação para o repotenciamento da planta. O minério lavrado será conduzido por meio de mineroduto que interligará a Mina Leste a Mina Central. O método de lavra estabelecido para a Mina Leste é em bancos a céu aberto considerando a distribuição espacial do minério e do estéril e a variabilidade de teores, que implicam na necessidade de se lavrarem, simultaneamente, várias frentes, de modo a permitirem a realização do “blending” adequado à alimentação da UTM Mina Leste e da UTM Mina Central segundo as especificações requeridas. Atividades de Lavra Para lavrar o minério são utilizados equipamentos de escavação, carga e transporte. Os diferentes tipos de minério, provenientes de mais de uma frente de lavra, são transportados por caminhões convencionais até a UTM Mina Leste e no futuro para a UTM Mina Central, após a desmobilização da UTM Mina Leste. A cava de exaustão se baseia em modelo geológico e geotécnico, sendo projetada em obediência aos seguintes parâmetros:

• Ângulo geral de taludes (sem setorização): 43° • Ângulo individual de taludes: 57° • Largura das bermas: 8 metros • Altura dos bancos: 20 metros

O material estéril gerado na lavra e disposto na Pilha de Estéril da Mina Leste é da ordem de 3.000.000m3. Para o carregamento do minério e do estéril são utilizados retroescavadeiras hidráulicas e carregadeiras de roda e para o transporte são utilizados caminhões basculantes convencionais para o minério e estéreis, bem como dos equipamentos auxiliares de lavra tais como:

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• Tratores de esteiras (desmonte mecânico, espalhamento do estéril em pilhas, abertura de estradas e acessos, acertos de rampas e praças, desmatamento e limpeza etc.);

• Motoniveladora (manutenção de praças, estradas e acessos); • Caminhões tanque irrigadores (irrigação de praças e pistas de rolamento); • Comboio de lubrificação (abastecimento e lubrificação dos equipamentos de lavra); • Caminhões médios e leves (transporte interno de peças e explosivos); • Camionetes e automóveis (transporte do pessoal de administração).

Cerca de 70 % das massas de minério e de estéreis necessitam o emprego de explosivos para os seus desmontes e, cerca de 80% da furação são executados pela perfuratriz Bucyrus, modelo 35 R e os restantes 20% pela perfuratriz Ingersoll Rand, modelo ECM 660. Recuperação Após a lavra tem início a recuperação das áreas degradadas que é feita na medida em que se encerram as operações em cada uma delas. Esta recuperação se constitui, basicamente, de revegetação de taludes e plataformas, contenção de voçorocas, manutenção do sistema de drenagem e outras atividades específicas que objetivem o controle ambiental. 4 – DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Áreas de influência do empreendimento Segue a definição das áreas de influência do empreendimento, conforme apresentação dos estudos ambientais:

• Área de Influência Indireta – AII: considera-se como AII, para os meios físico e biótico, a área que envolve a bacia do Córrego Pedreira e a bacia do Córrego Capoeira. Já para o meio antrópico são considerados os municípios de Mateus Lema e Itatiaiuçu.

• Área de Influência Direta – AID: a delimitação da AID para os meios físico e biótico é definida como o entorno do conjunto das terras que serão utilizadas para a ampliação da lavra. Seu perímetro é definido pelos 500 metros a partir da área ocupada pela cava. Quanto ao meio antrópico, a AID corresponde às instalações de apoio da Mina Leste.

• Área Diretamente Afetada – ADA: considera-se como ADA para os meios físico, biótico e antrópico todos os locais que serão ocupados pela instalação do empreendimento.

Meio físico A região de inserção do empreendimento encontra-se sob incidência do clima do tipo CWa mesotérmico úmido, segundo a classificação de Koppen. De acordo com o IBGE (NIMER, 1.989), nos domínios do tipo climático Tropical, subquente, semi-úmido, caracterizado por apresentar de 4 a 5 meses secos ao ano, o verão é quente, embora não registre máximas diárias muito elevadas, com o mês mais quente acusando média superior a 22º C. A Mina Leste localiza-se na porção mediana da Serra do Itatiaiuçu, demarcada por forte influência da geologia estrutural. Trata-se de uma área intensamente deformada estruturalmente, predominando as rochas metassedimentares do Super Grupo Minas que

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formam o alinhamento da serra, posicionadas entre os granitos – gnáissico Souza Noschese ao Norte e os xistos Nova Lima ao Sul. As rochas do Super Grupo Minas encontram-se extremamente dobradas, apresentando-se verticalizadas e em alguns pontos com fortes mergulhos invertidos com direção Leste/Oeste, como dito, configurando o alinhamento da Serra do Itatiaiuçu. A cumeada da serra é formada por rochas itabiriticas da Formação Cauê, onde se localizam as áreas de lavra. Na vertente norte da serra, os terrenos são caracterizados pela ocorrência de rochas filíticas e quartzíticas do Grupo Piracicaba, notadamente pelas rochas das Formações Fecho do Funil (filitos) e Cercadinho (quartzito). Estes terrenos apresentam cobertura superficial de solos originados da decomposição das rochas citadas além de solos coluvionais, ferruginosos, formados pelo imtemperismo dos itabitiros e das coberturas de canga do topo da serra. Na área de inserção do empreendimento é possível identificar dois domínios geomorfológicos condicionados pelo arcabouço litológico e estrutural. Tais domínios são marcados pelas formações vegetais. O primeiro Domínio caracteriza-se por cristas irregulares de itabiritos da Formação Cauê que se destacam como pontões na topografia. Neste domínio, a principal expressão geomorfológica é representada pelo pico do Itatiaiuçu (Morro da Serra Dentada) que atinge a cota de 1.435 metros. A vegetação é escassa e restrita a ravinas, sendo do tipo campo rupestre. O segundo Domínio caracteriza-se por formas colinosas arredondadas de topo convexo elaboradas sobre quartzo-xistos do Grupo Nova Lima e quartzitos do Grupo Caraça. Nos vales observa-se a Floresta Perenifólia Higrófila de Várzea compondo a mata galeria. A Serra de Itatiaiuçú se constitui no divisor de águas das bacias hidrográficas do Ribeirão Serra Azul e do Rio Veloso, respectivamente posicionados nas vertentes sudoeste e noroeste da referida serra. O Rio Veloso é um dos principais formadores do Rio Manso que passa a correr aproximadamente paralelo a Serra do Itatiaiuçu, para desaguar no Rio Paraopeba, nas proximidades da Cidade de Brumadinho. O Rio Paraopeba se constitui no nível de base local condicionando o nível de dissecação do relevo. Morfologicamente, a região se caracteriza por contrastes de relevo. Tanto ao norte como ao sul da serra, seus flancos são fortemente inclinados. Em função do quadro geoestrutural, apresenta mergulhos subverticais, invertidos e intensamente dobrados, um clásssico exemplo de Hog-back. Os terrenos da vertente norte/noroeste da serra, bacia hidrográfica do sistema Serra Azul, exibem-se suavemente ondulados na forma de meia laranja e encostas suaves. A densidade de drenagens, quando comparada ao Rio Manso, é mais baixa e menos encaixada. Os vales são abertos sendo freqüentes os baixios extensos ocupados por aluviões. O padrão de drenagem é mais sinuoso do que reto, predominando o típico dendrítico punado. Nesta vertente o trabalho do intemperismo foi menor, mas, em compensação, os sedimentos se romperam quase na vertical, tornando sua inclinação mais forte.

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Na vertente sul/sudoeste da serra, em direção ao Rio Veloso, predominam terrenos elevados (1.000m) e de encostas íngremes, onde os itabiritos formam cristas que auxiliam na sustentação do relevo. As drenagens são muito encaixadas, apresentando densidade média a elevada e gradiente elevado. Ocorre também intenso ravinamento, com drenagens secas a maior parte do ano. O padrão de drenagem predominante é reto-paralelo. Coberturas detríticas coluvionares de idade provavelmente Terciária/Quaternária e depósitos de talus são verificados na serra. Localmente encontram-se cangas bastante resistentes que auxiliam na sustentação do relevo Os solos encontrados na área de inserção do empreendimento são: Latossolo Vermelho-Escuro (LVE), Latossolo Ferrífero (LF), Podzólico Vermelho-Escuro (PVE), Cambissolo, Glei Húmicos (GH) considerados como solos hidromórficos com alto teor de matéria orgânica, Solos litólicos (SL) e os afloramentos rochosos. A Serra do Itatiaiuçu está inserida na Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, que apresenta como principais afluentes (sub-bacias) o Rio Manso e o Ribeirão Serra Azul, que se encontram posicionados respectivamente nas vertentes sudeste e noroeste. Localmente a Mina Leste é balizada pela Serra Azul, que atua como um divisor de águas local entre os córregos do Funil, Ribeirão do Diogo e trbutários e dos córregos Mourão e Vieira que se direcionam para a micro-bacia do Rio Veloso, que é um afluente do Rio Manso. Todos estes cursos d’água integram-se à sub-bacia do Rio Paraopeba. Meio biótico FLORA

Caracterização geral da área

Segundo levantamento realizado pelo IBGE (Mapa de Biomas do Brasil, 2004), o local encontra-se no bioma mata atlântica em região de transição com o bioma cerrado, sendo a vegetação classificada como cerrado (savana).

Nos locais visitados pode-se observar a predominância da vegetação de tipologia de cerrado e desta formação em transição com a Floresta Estacional Semidecidual. De um modo geral, a topografia varia entre ondulada a acidentada, em alguns locais apresentando inclinação bastante íngreme, com altitudes variando entre 1110 a 1180 metros.

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Classificação de biomas para a região estudada. IBGE 2004

Localmente a realidade mostra predominância de cerrado gramíneo lenhoso, bastante característico na região. Mais especificamente na Área Diretamente Afetada do empreendimento esse cerrado não se apresenta de forma contígua, sendo representada por blocos distribuídos na área, isolados pelos campos mais limpos. Manchas de vegetação de fisionomia de transição com Floresta Estacional Semidecidual podem ser encontradas em locais específicos como fundos de grotas e algumas encostas mais protegidas de radiação solar incidente. A presença de tais formações transicionais, com aparecimento de espécies de características deciduais e espécies associadas, é potencializada por condições edáficas, microclimáticas e de umidade favoráveis, tendo em vista tratar-se de região caracterizada pela transição entre os biomas envolvidos. Além dos estratos arbóreos existentes pode-se observar a presença de campos graminosos sem rendimento lenhoso significativo na área diretamente afetada. Nas cumeadas da serra, sempre nas proximidades dos picos e cobrindo encostas rochosas abruptas, é encontrada a formação denominada de Campo Rupestre de Altitude. O campo rupestre de altitude ocorre sobre canga laterítica, sempre agrupadas em comunidades diversificadas, ora medrando diretamente sobre a canga, ora ocupando as fendas e frestas entre os matacos de rocha itabirítica. Predominam as comunidades de Portulaca mucronata, Hippeastrum sp., de Velloziaceae (Vellozia cf. rupicola, V. compacta, Vellozia sp.) ao lado de agrupamentos de bromeliáceas Dichya oligantha, Aechmea sp. e orquídeas Pleurothallis rupestris, Laelia crispilabia e Epidendrum ellipticum. Nos terrenos com afloramentos rochosos, são vistas herbáceas tais como Paepalanthus sp., Begonia lobata, e Pteridophyta diversas. Além das gramíneas Panicum sp., Eragrostis sp., Echinolaema inflexa e o capim gordura, crescem por entre as rochas, a flor-do-céu (Evolvulus sp.), aráceas como o Anthurium sp. e Phylodendron sp., a arnica-do-campo (Lychnophora erycoides), gervão azul (Stachtarpheta glabra), Sinningia magnifica, Cambessedesia hilariana, peninha (Chamaecrista spp.), Mimosa sp., Tibouchina multiflora, Leandra sp. Miconia sp., Diplusodon sp., esponjinha (Calliandra sp.), Byrsonima spp. (muricis diversos), borboleta (Banisteriopsis sp.), Eremanthus sp. e Cactaceae.

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Espécies de cerrado encontradas no empreendimento

Espécies da flora ameaçadas de extinção

As espécies da flora de ocorrência segundo o inventário florestal foram contrastadas contra a listagem de espécies ameaçadas de extinção segundo Instrução Normativa Nº 6 de 23 de Setembro de 2008 do Ministério do Meio Ambiente.

Segundo a checagem constatou-se que não ocorreram espécies listadas como ameaçadas de extinção presentes nas áreas em estudo.

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FAUNA

Caracterização Local

A caracterização da fauna de vertebrados terrestres está intimamente relacionada aos tipos de vegetação existentes na área, suas extensões, localizações e estados de conservação. As formações vegetais atuais devem também ser comparadas às que primitivamente ali existiam para que, na medida do possível, se avalie a evolução das modificações ambientais causadas pelo homem.

Avaliando-se o que resta da vegetação nativa na região e de sua localização, pode-se inferir que a parte da área de inserção da Mina Leste era coberta por densa floresta. A área em questão, atualmente apresenta apenas fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual em estágio secundário de regeneração, em meio a pastagens e culturas.

Analisada sob esta perspectiva a fauna amostrada na área destinada a instalação do empreendimento não pode ser considerada conservada, haja vista a descaracterização da mesma.

Herpetofauna (Répteis)

Para o diagnóstico da herpetofauna, foram levantados primeiramente, dados bibliográficos sobre a distribuição das espécies na região, e só depois iniciou-se a pesquisa de campo. A intenção dos trabalhos de campo era obter dados sobre as espécies de anfíbios e répteis presentes na região.

O encontro com espécies de répteis é raro em estudos de curto prazo de tempo, o que torna as informações secundárias bastante importantes para a caracterização do grupo. Entretanto, foram feitas buscas nos locais de mais provável ocorrência. De acordo com a literatura, o encontro destes animais são casos fortuitos na natureza, devido a seu aspecto críptico e hábitos, muitas vezes, fossoriais. Segundo os estudos ambientais, durante as observações em campo, principalmente nas áreas mais preservadas, notou-se a presença de tocas, buracos e monte de pedras, locais que favorecem o abrigo dos répteis. Todas as espécies de ocorrência na área são comuns e de grande plasticidade, tais como sapo, perereca, rã, cobra-cipó, calango, lagartixa-preta, calango, lagarto rabo verde, entre outros. Na aérea de Camargos, foi observado rastro deixado por um anfíbio anuro em área próxima a pequena poça d’água.

A listagem a seguir apresenta a taxonomia das espécies de provável ocorrência e registradas na área em estudo.

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Distribuição da herpetofauna na área de influência da Mina Leste

Avifauna (Aves)

Os estudos de campo para avaliação e caracterização da avifauna na área do empreendimento foram realizados a partir de transectos com paradas para observação e fotografias das aves. As caminhadas foram realizadas em parte no período da manhã e parte no final da tarde, momento de maior atividade dos indivíduos desse grupo, objetivando detectar o maior número de espécies. A identificação das espécies foi realizada a partir de observações feitas com um auxílio de um binóculo (Tasco 15X20 mm) e também pela vocalização. Foram ainda realizadas entrevistas com moradores locais e por fim pesquisas bibliográficas para auxiliar no levantamento.

Nos fragmentos florestais existentes na área de inserção do empreendimento, caracterizado por reduzidas dimensões e circundados por áreas antropizadas, a avifauna é caracterizada por uma composição em espécies típica de ambientes mais abertos e alterados.

A área de inserção da Mina Leste encontra-se parcialmente antropizada, sendo que a diversidade de espécies registradas nessa área não é significativa. O local serve como abrigo para algumas espécies afugentadas, em função do ruído nas áreas ocupadas pela mineração. Isso demonstra a adaptabilidade da maioria das espécies que habitam a área.

Segundo os estudos ambientais apresentados, foram registradas 72 espécies de aves, pertencentes a 16 ordens, 33 famílias. As famílias mais representativas foram Trochilidae (6 espécies; 8,33%) e Emberizidae e Fluvicolinae (5 espécies; 6,94%). O predomínio de aves carnívoras e onívoras em ambientes alterados já era esperado, uma vez que essas guildas

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alimentares são formadas principalmente por espécies generalistas que podem se beneficiar das mudanças antrópicas, em termos da disponibilidade de alimento (VILLANUEVA & SILVA, 1996). Mastofauna (Mamíferos)

Para o levantamento dos mamíferos, neste estudo foram realizadas caminhadas aleatórias em busca de vestígios diretos e indiretos (pegadas, fezes, vocalização) além da tentativa de captura dos pequenos mamíferos. A lista de mamíferos foi elaborada com base em animais detectados de forma indireta e por entrevistas com moradores locais na área de estudo.

Segundo os estudos ambienatis, na área de influência do empreendimento foram observadas algumas pegadas de animais como Cachorro-do-mato e Gato-do-mato-pequeno, registradas em solo úmido. Outra amostragem indireta observada em campo foram algumas fezes, tendo sido encontrada em campo rupestre, as fezes indicam a presença na área de Silvilagus brasiliensis, conhecido popularmente como tapeti. A área de Influência Indireta representada por Camargos, encontra-se em melhor estado de conservação, possuindo, consequentemente, menor pressão antrópica. Foi possível visualizar na referida área, vestígios de gambá, Jaguatirica e veado. De acordo com os estudos, sugere-se a ocorrência de 26 espécies de mamíferos na futura área afetada e de influência prevista para a implantação da Mina Leste.

O quadro abaixo demonstra as espécies registradas e de provável ocorrência na área da Mina Leste.

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Meio antrópico Município de Mateus Leme O Município de Mateus Leme tem a maior parte de sua população residente na área urbana. Somam-se 84,42% da população vivendo na área urbana, restando 15,58% residentes em área rural, formada por pequenas comunidades (IBGE, Censo 2000). Em 2007, o município apresentou 25.627 residentes, representada por 49,5% de residentes do sexo masculino e 50,5% dos residentes do sexo feminino. Com um território de 303km2 a densidade demográfica de Mateus Leme é de 84,57hab/km². Mateus Leme entre os anos de 1950 a 1980 experimentou uma aceleração na sua taxa de crescimento demográfico. A facilidade de acesso através das Rodovias BR-262 e MG-050 facilitando o deslocamento entre diversos municípios próximos foram aspectos importantes que refletiram na dinâmica populacional. De modo geral a análise da estrutura produtiva do município demonstra que a base da economia concentra-se nas atividades dos setores secundário e terciário. As atividades industriais principais do município, conforme apresentado anteriormente, referem-se à extração e beneficiamento mineral e produção de insumos para essas atividades, o que se explica pelo fato do município possuir importantes reservas minerais de ferro. A atividade de mineração incide sobre o município o CFEM - Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais. Os recursos da CFEM são distribuídos da seguinte forma: • 12% para a União (DNPM, IBAMA e MCT); • 23% para o Estado onde for extraída a substância mineral;

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• 65% para o município produtor. A outra base de sustentação econômica do município é a produção agropecuária (horticultura e pecuária) onde se pratica a agricultura familiar e a produção destinada à comercialização, beneficiada pela proximidade com Belo Horizonte e o CEASA. A agricultura é comumente executada para subsistência. Verifica-se que das lavouras permanentes o café é o produto que apresentou maior área plantada. As lavouras temporárias são mais significantes no município, uma vez que apresentam maiores áreas plantadas. Os principais produtos cultivados são: o milho e o feijão. A pecuária tem sido ainda responsável pela geração de postos de trabalho e pelo consumo de um grande volume de insumos industriais, gerando um movimento econômico expressivo e tornando-se uma via importante e eficaz de desenvolvimento do meio rural. As atividades que envolvem o segmento de vestuário (confecção, calçados, acessórios, artefatos de tecido e couro) são caracterizadas pelo baixo investimento e uso intensivo de mão-de-obra. Sistema Serra Azul O município de Mateus Leme é abastecido pelo Sistema Serra Azul, que iniciou sua operação em 1982. Possui captação superficial em barragem de acumulação e uma Estação de Tratamento de Água (ETA) do tipo filtração direta de fluxo descendente, que purifica a água bruta pelos processos de oxidação, coagulação, filtração, desinfecção, fluoretação e estabilização. A água é distribuída à população através de 96.824 metros de redes. O sistema atende a 20.928 habitantes. A vazão média de água tratada distribuída a Mateus Leme é de 3,5 milhões de litros por dia. Município de Itatiaiuçu O Município de Itaitaiuçú pertence à microrregião de Itaguara, que se situa ao sul da região Central de Minas Gerais. Também pertence à Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH, com outros 34 municípios. As principais atividades econômicas de Itatiaiuçu estão representadas pela atividade minerária, sendo que as principais reservas minerais é o ferro e a grafita. Outra base de sustentação econômica do município é a produção agropecuária (horticultura e pecuária), onde se pratica a agricultura familiar e a produção destinada à comercialização, beneficiada pela proximidade com Belo Horizonte e o CEASA. Os principais produtos comercializados são: tangerina e hortaliças em geral. A produção hortícola, proporcionou a organização da Associação dos Horticultores de Itatiaiuçu, atualmente com 25 associados (EMATER, 2008). Os principais produtos de cultura permanente são: banana, café, limão e tangerina. Já os de cultura temporária são: batata-doce, cana-de-açúcar, feijão, mandioca, milho e tomate. (IBGE, Produção Agrícola Municipal 2006). Quanto à pecuária, ela se caracteriza pela predominância dos rebanhos: bovino, galináceos e suínos. Essa configuração, de acordo com a análise ora realizada, indica a existência de uma

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estrutura tradicional de criação animal voltada para atender à demanda regional de leite e de carnes bovina e suína, complementada pela existência de criatórios de frangos também destinados ao consumo da população urbana da microrregião. 5 – IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS Impactos Ambientais Na fase de implantação e operação do empreendimento haverá uma série de impactos, tanto positivos quanto negativos e de diversas magnitudes. São eles: Alteração da estrutura e do uso dos solos: A remoção da cobertura vegetal e da cobertura pedológica superficial nas áreas afetadas pela cava da Mina Leste durante as atividades de decapeamento provocará a alteração da estrutura original do solo em uma área de aproximadamente 30,26ha. Alteração da morfologia do relevo e da paisagem: A expansão da lavra provocará grandes alterações na morfologia do relevo e da paisagem da região, gerando um impacto visual na paisagem local. Alteração da qualidade das águas superficiais pelas erosões e carreamento de sólidos: A ampliação da lavra da Mina Leste irá causar a alteração e exposição do solo em uma área de grande extensão, podendo resultar na instalação de processos erosivos e no conseqüente carreamento de sólidos pelas águas das chuvas, o que implicará no comprometimento da qualidade das águas e o assoreamento dos cursos d’água localizados a jusante. Alteração da qualidade das águas pela geração de resíduos sólidos: Durante a fase de implantação, os resíduos sólidos típicos de construção civil (sucatas metálicas, entulhos, sacos de cimento, sobras de madeiras), sucatas metálicas e resíduos, tipo domésticos, serão gerados exclusivamente nos locais das obras de expansão da cava e áreas de apoio operacional, principalmente durante as refeições e atividades de higiene dos empregados contratados para a execução dessas. Esses resíduos sólidos serão coletados, acondicionados e armazenados temporariamente até o destino final, conforme detalhado no Programa de Gestão dos Resíduos Sólidos. Alteração da qualidade das águas pela geração de efluentes líquidos: Durante as obras para a expansão da cava e da abertura dos acessos de serviço, serão gerados efluentes sanitários pelos empregados aí envolvidos. Já durante a fase de operação, além dos efluentes sanitários gerados pelos empregados envolvidos nas atividades de lavra, serão gerados também efluentes oleosos nas operações de manutenção das máquinas e equipamentos realizados na oficina de manutenção. Alteração da qualidade do ar pela geração de emissões fugitivas: Nas fases de implantação e operação da Mina Leste, a geração de emissões atmosféricas fugitivas (material particulado) será proveniente das atividades de terraplenagem, desmonte de rocha, movimentações de máquinas nas frentes de lavra, tráfego de caminhões no transporte do estéril para a pilha, transporte de minério para planta de beneficiamento. Essas atividades provocarão

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alterações da qualidade do ar, podendo gerar, como conseqüência, incômodos às populações vizinhas da área e aos empregados e ainda aqueles que trafegam pela MG-431. Alteração do nível de pressão sonora: Durante a fase de implantação, haverá a geração de ruído em função da movimentação de veículos e equipamentos para a execução dos serviços de terraplenagem e obras em geral. Já na fase de operação da Mina Leste, a alteração do nível de pressão sonora será proveniente do tráfego intenso de equipamentos e caminhões, bem como das atividades de desmonte de rocha com o uso de explosivos. Uma vez que essas atividades, apesar de restritas às áreas da mineração, se darão próximas aos sítios existentes no entorno do empreendimento, pode-se prever que o incômodo será de média a alta magnitude. Alteração do nível de vibração pelas detonações: Nos locais situados no entorno da área da detonação, a energia transmitida ao maciço rochoso é pressentida na forma de uma vibração do terreno, que corresponde à passagem, através dos materiais, de ondas sísmicas cuja frente se desloca radialmente a partir do ponto de detonação. Essas ondas produzem um movimento de partículas nos materiais. Perda de vegetação nativa: Durante a implantação e operação da mina da Mina Leste, será suprimido 2,87 ha de vegetação nativa, sendo 1,93 ha representados por cerrado e 0,94 correspondente aos campos nativos. Alteração na estrutura das comunidades planctônica e bentônica: A alteração da qualidade da água devido ao aumento nas concentrações de sólidos e nos valores de turbidez poderá causar impactos indiretos sobre a comunidade fitoplanctônica. Os grupos tolerantes a sistemas mais impactados serão favorecidos, principalmente, pela redução da disponibilidade de luz a ser utilizada pelas algas no processo de fotossíntese e pela perda da qualidade estrutural dos habitats. Possibilidade de perda da fauna: A supressão de trechos de formações florestais e da faixa de ecótone (que contribui para a manutenção de algumas espécies florestais e para a redução do efeito de borda) poderá gerar a perda local de abrigo e de oferta de recursos alimentares para as comunidades florestais, provocando o afugentamento e a dispersão de suas populações para áreas florestais fora da ADA. Afugentamento de fauna: As diversas atividades relacionadas à implantação e operação da Mina Leste (obras civis e intensificação do tráfego de veículos e equipamentos, lavra do minério, detonações, operação da planta de beneficiamento, transporte do minério e estéril, tráfego de veículos e equipamentos etc) irão gerar ruídos em níveis impactantes para a fauna local. A diminuição da qualidade ambiental local e a elevação dos níveis de estresse aos quais os espécimes estão submetidos poderão induzir o deslocamento de indivíduos para ambientes fora da área atingida. Perda de espécimes da fauna silvestre por atropelamento: Durante as fases de implantação e de operação do empreendimento haverá um aumento no tráfego de caminhões nas vias de acesso a Mina. Portanto, o incremento no trânsito de maquinário e veículos pesados poderá causar atropelamentos de exemplares da fauna terrestre.

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Intensificação de caça e coletas predatórias de flora e fauna: A maior freqüência humana, devido à implantação e operação do empreendimento, poderá ocasionar coletas predatórias e a conseqüente redução de populações de espécies da flora (fornecedoras de madeira, lenha; espécies ornamentais) e da fauna (principalmente espécies cinegéticas, ou seja, com valor estético, alimentar ou comercial). Ampliação da oferta de emprego local e regional: Durante a fase de implantação da Mina Leste serão gerados, no pico da obra, vários postos de trabalho, um contingente considerável de mão-de-obra a ser recrutado nos municípios sob a influência do empreendimento. Incremento da renda municipal: A operação do empreendimento implicará em aumento na produção de minério de ferro no município de Itatiaiuçu e Mateus Leme e, conseqüentemente, um acréscimo em sua renda em função da geração de impostos (ICMS e CFEM). Incômodo à população vizinha: As operações de detonação na área de lavra e da planta de beneficiamento e, a movimentação de máquinas e veículos de carga no transporte e disposição do material estéril, que irão gerar vibração, poeira e ruído, podem provocar incômodos à população vizinha. Impacto Visual: O projeto a ser licenciado localiza-se em uma região com ocorrência de alterações ambientais e existência de atividades diversas em seu entorno, principalmente ligadas à mineração. A área de implantação do empreendimento encontra-se parcialmente antropizada, entretanto, haverá durante toda a vida útil do empreendimento movimentação de volume de terra considerável. Desvalorização Imobiliária: A implantação do projeto poderá trazer mudanças na qualidade ambiental dos habitantes do entorno ao empreendimento, particularmente mudanças relativas à alteração do uso do solo. Com a implantação do empreendimento e por toda sua operação, os imóveis rurais próximos à Mina Leste possivelmente serão desvalorizados. Este é um impacto adverso, local, de média magnitude, e irreversível. Medidas Mitigadoras Acompanhamento da supressão vegetal e minimização dos processos erosivos: A remoção da vegetação deverá se restringir ao mínimo absolutamente indispensável à expansão da lavra. O material de serrapilheira, quando houver será retirado e estocado em leiras, no entorno, respeitando as vias de acesso, para posterior utilização na revegetação e áreas impactadas do empreendimento minerário. Será prioritário o emprego deste material na revegetação das áreas liberadas pelas atividades da Mina Leste. Objetivando reduzir o impacto adverso sobre o meio biótico, principalmente em relação à fauna local, a atividade de supressão será realizada, quando possível, manualmente. Haverá acompanhamento de profissionais especializados e habilitados para o resgate e salvamento de ninhos e espécies da fauna, principalmente filhotes, considerando a sua introdução nas áreas remanescentes de propriedade do empreendedor. Minimização de impactos sobre as águas superficiais e subterrâneas: Durante as obras de escavação e preparo das fundações, incluindo a construção do sistema de drenagem interna,

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ações deverão ser adotadas no sentido de proteger tanto as águas superficiais como as águas subterrâneas. Medidas de Proteção à Fauna: Para que sejam minimizados os efeitos negativos do empreendimento sobre a fauna algumas medidas deverão ser adotadas: a orientação aos funcionários da empresa responsável pela supressão da vegetação no sentido de que não promovam a caça ou o abate de espécimes da fauna que será mobilizada com as intervenções e, se necessário, auxiliem nas eventuais operações de resgate; ao final da vida útil do empreendimento, deverão ser estimuladas as condições para que ocorra uma efetiva recolonização da flora nativa, das áreas possíveis, induzindo o crescimento da vegetação no entorno, o que propiciará o retorno gradativo da fauna. Minimização de emissão de poeiras e níveis de ruído: Durante as obras de implantação do empreendimento a movimentação de veículos e máquinas pesadas relacionadas às ações supramencionadas constitui a maior fonte de ruídos e vibrações. Também provoca a emissão de gases e de material particulados derivados da queima de combustível e poeira respectivamente. Algumas medidas, incorporadas na rotina da construção, serão fundamentais para evitar ou minimizar essas fontes. São elas: uso dos equipamentos com a melhor tecnologia visando à diminuição de ruídos e lançamento de gases na atmosfera; uso dos abafadores de som nos locais onde serão executadas as intervenções com máquinas e equipamentos, além de outros equipamentos de proteção individual (EPI’s); umectação através de caminhões-pipa nos locais onde serão executadas as obras e nas estradas e acessos principais, onde haverá maior circulação de veículos; manutenção regular dos veículos e equipamentos para reduzir o nível de ruído e a emissão de gases. Modificação da paisagem: Com vistas a evitar ou minimizar os impactos causados no relevo e medidas de controle dos processos erosivos e assoreamento, a supressão da vegetação, decapeamento dos solos e a terraplenagem, serão efetuados na menor área possível e seguidos imediatamente por uma intervenção-fim, de forma a evitar que os terrenos fiquem expostos por longos períodos. Também está prevista a recomposição vegetal em tempo hábil dos taludes e bermas já finalizados. Para tanto, terão tratamento vegetacional através do plantio de gramíneas, utilizando métodos como semeadura a lanço, grama em placas, hidrossemeadura, entre outros, de acordo com as características da área a ser revegetada. Com esse procedimento o impacto visual será mitigado em curto prazo. Minimização de Impactos sobre Recursos Hídricos: A proteção dos recursos hídricos na área de enfoque do empreendimento está diretamente relacionada com as medidas de controle das drenagens implantadas em cada estrutura operacional que compõe as atividades da Mina Leste. O dimensionamento das estruturas de drenagem e de contenção de processos erosivos será realizado durante a expansão da lavra. Nos estudos, considerou-se a necessidade de controle da dispersão espacial das águas pluviais e o direcionamento do fluxo de drenagem para sub-bacias onde já existem estruturas de contenção de sedimentos.

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6 - PROGRAMAS E PLANOS A empresa apresentou os seguintes planos e programas:

• Controle na remoção e estocagem de solo do decapeamento; • Monitoramento geomecânico da cava; • Programa de reabilitação das áreas degradadas; • Controle de processos erosivos; • Programa de supressão da vegetação; • Gestão dos resíduos sólidos; • Monitoramento dos efluentes líquidos; • Controle das emissões dos materiais particulados (poeira); • Monitoramento hídrico; • Controle de vibração e ruído; • Programa de educação ambiental; • Compensação Ambiental.

7 - ANÁLISE AMBIENTAL Zoneamento Ecológico Econômico - ZEE Após consulta ao Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE, para o ponto do empreendimento em análise, cujas coordenadas UTM são 561.778 (X) e 7.772.022 (Y) (Datum SAD 69 – Fuso 23S), considerando um raio de 300 m, foi constatado que a maior parte da faixa analisada possui vulnerabilidade natural média. Quanto à potencialidade social, 100% da faixa analisada corresponde à classe favorável. A seguir, gráficos demonstrativos da situação descrita:

Fonte: Site ZEE, acesso em 05/05/2011

Unidade de Conservação Foi realizada consulta no SIAM – Sistema Integrado de Informação Ambiental, e conforme Relatório de Restrições Ambientais (coordenadas geográficas -44.3677143383436, -20.1233096801327, SAD69), o empreendimento USIMINAS está à aproximadamente 0,06km da APEE Manancial Rio Manso. Desta forma foi expedido pelo IEF, Termo de Autorização N°

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016/2011, o qual consta nos autos do Processo Administrativo, favorável ao prosseguimento do Licenciamento em questão. Compensação Ambiental A expansão da área de lavra da Mina Leste intervirá em uma área total de 30,26ha, promovendo a remoção de 2,87ha de vegetação nativa, nas fisionomias de Cerrado strictu sensu e campo, causando significativo impacto ambiental, tanto na flora quanto na fauna, sendo recomendada, assim, a cobrança de compensação ambiental, de acordo com a Lei Federal 9.985/00 e Decreto Estadual 45.175/09. Compensação Florestal O empreendimento exigirá a remoção de 2,87 ha de vegetação nativa, nas fitofisionomias de Cerrado strictu sensu e Campo, sendo recomendada, assim, a cobrança da compensação florestal, de acordo com a Lei Estadual 14.309/02 e Decreto Estadual 43.710/04. Compensação da Mata Atlântica A área objeto da intervenção localiza-se dentro dos limites do bioma Mata Atlântica, de acordo com o mapa do IBGE, a que se refere a Lei Federal 11.428/06 e o Decreto Federal 6.660/08, sendo assim recomendada a cobrança desta compensação. Reserva Legal A Reserva Legal referente à matrícula 27.216 do Cartório de Registro de Imóveis de Mateus Leme encontra-se averbada à margem da mesma, em averbação datada de 18/10/06. A Reserva Legal referente à matrícula 26.368 do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Itaúna, correspondente a uma área de 24,4 ha, encontra-se averbada em condomínio com as Reservas Legais de outras matrículas, todas alocadas em uma área de 231,48 ha, que abrange a totalidade das matrículas 3.989, 3.990, 3.991, 3.992, 3.993, 3.994, 3.995, 3035, todas do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Igarapé-MG, e matrículas 82.385 e 61.559 do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Betim-MG, com finalidade de criação de corredores ecológicos e conservação da biodiversidade, conforme termo averbado em 15/03/2010 (à margem da matrícula 26.368). Autorização para Intervenção Ambiental – AIA

A área requerida para o avanço de lavra da mina leste, e que necessita de supressão de vegetação nativa, perfaz uma área total de 2,87 ha, na fitofisionomia de cerrado strictu-sensu e campo nativo, conforme tabela abaixo:

Tabela - Distribuição de áreas segundo uso e ocupação do solo

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Para o empreendimento proposto não é previsto a intervenção em Áreas de Preservação Permanente, e o rendimento lenhoso total estimado pelo inventário florestal é de 98,75m3.

Anteriormente ao início das atividades de desmate o empreendedor deverá implementar o plano de resgate da flora, abrangendo toda a Área Diretamente Afetada (ADA) pelo empreendimento. A atividade de supressão da vegetação deverá ser realizada de forma gradual, permitindo, assim, o deslocamento da fauna para áreas vizinhas, e evitando a exposição desnecessária de áreas desnudadas à ação de processos erosivos. A retirada do material lenhoso do terreno deverá ser realizada por meio de carregamento (manual ou mecanizado), evitando-se assim seu arraste pelo solo.

Posteriormente à supressão da vegetação, a empresa deverá proceder ao recolhimento da camada de serrapilheira, juntamente com o solo orgânico, e ao seu correto armazenamento, para posterior utilização na recuperação das áreas degradadas da mina ou áreas de compensação.

8 - CONTROLE PROCESSUAL

O processo encontra-se formalizado e instruído com a documentação listada no FOB, constando dentre outros as declarações emitidas pela Prefeitura Municipal de Itatiaiuçu e de Mateus Leme, fls. 11 e 12, declarando que o tipo de atividade desenvolvida e o local de instalação do empreendimento estão em conformidade com as Leis e Regulamentos Administrativos dos Municípios. Os custos de análise do licenciamento foram devidamente quitados, bem como os emolumentos, conforme se comprova nos recibos apresentados aos autos, fls. 19/22. A certidão negativa de débito ambiental foi expedida pela Diretoria Operacional da SUPRAM CM dando conta da inexistência de débitos ambientais até aquela data, fls. 501. Os estudos apresentados estão acompanhados da ART do responsável anotado junto ao respectivo órgão de classe do profissional, fls. 498. Em atendimento ao Princípio da Publicidade e ao previsto na Deliberação Normativa COPAM nº 13/95 foi publicada em jornal de grande circulação o requerimento das Licenças Prévia e de Instalação, informando que o RIMA encontrava-se à disposição para consulta no órgão ambiental, inclusive para possíveis solicitações de realização de Audiência Pública, fls. 499. Pelo órgão ambiental foi publicado no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, fls. 500. Salienta-se, que não houve requerimento de audiência pública referente a este empreendimento. O empreendimento encontra-se localizado a 0,06 km da APEE Manancial Rio Manso, conforme a Lei 19.484/11 as Áreas de Proteção Especial não se enquadram como unidade de conservação de uso sustentável. Apesar disso, como já havia a solicitação de anuência pela SUPRAM CM, foi emitido pelo Diretor de Áreas Protegidas do IEF um Termo de Autorização favorável a implantação do empreendimento. O empreendimento encontra-se regular junto ao DNPM, comprovado nos autos às fls. 13/18.

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Tendo em vista o alto grau de impacto proveniente da implantação do empreendimento, julga-se pertinente a cobrança da compensação ambiental, conforme a Lei 9985 de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), motivo pelo qual foi sugerida a condicionante nº 1.

Conforme art. 36 da Lei 14.309/2002, que dispõe sobre a política florestal e de proteção à biodiversidade no Estado de Minas Gerais “o licenciamento de empreendimentos minerários causadores de significativos impactos ambientais, como supressão de vegetação nativa, deslocamento de populações, utilização de áreas de preservação permanente, cavidades subterrâneas e outros, fica condicionado à adoção, pelo empreendedor de estabelecimento de medida compensatória que inclua a criação, implantação ou manutenção de unidades de conservação de proteção integral.” Diante disso, a equipe técnica da Supram Central sugere a incidência dessa compensação, conforme condicionante nº 2. As atividades de mineração estão amparadas, legalmente, como de utilidade pública. Sendo assim, torna-se possível a autorização para intervenção/supressão de vegetação nativa, uma área total de 2,87 ha localizada dentro dos limites do bioma Mata Atlântica, de acordo com o mapa do IBGE. Assim, foi estabelecida a condicionante nº 3. Trata-se de empreendimento classe 3 (três), a análise técnica conclui pela concessão da licença prévia concomitante com licença de instalação, com validade de 4 (quatro) anos, condicionado às determinações constantes nos anexos deste Parecer Único. Deste modo, não havendo óbice, recomendamos o deferimento nos termos do parecer técnico. 9 - CONCLUSÃO Em razão do exposto, recomendamos ao Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM o deferimento do pedido de Licença Prévia concomitante com Licença de Instalação requerida pela empresa Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A - USIMINAS – ampliação da área de lavra da Mina Leste, pelo prazo de 04 (quatro) anos, acompanhado das condicionantes expressas nos Anexos I e II, entendimento este a ser seguido, conforme disposto no artigo 1º da Deliberação Normativa nº 17, de 17 de dezembro de 1996. Cabe esclarecer que a Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana, não possui responsabilidade técnica e jurídica sobre os estudos ambientais autorizados nessa licença, sendo a elaboração, instalação e operação, tanto a comprovação quanto a eficiência destes de inteira responsabilidade da(s) empresa(s) responsável (is) e/ou seu(s) responsável (is) técnico(s). Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Opina-se que a observação acima conste do certificado de licenciamento a ser emitido.

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ANEXO I Processo COPAM: Nº:00226/1991/014/2010 Classe 3/M Empreendedor: Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A - USIMINAS Empreendimento: Expansão da Área de Lavra da Mina Leste Estruturas a serem licenciadas: A-02-03-8 – Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco – minério de ferro. Referência: CONDICIONANTES DA LP + LI PRAZO: 04 anos

ITEM DESCRIÇÃO PRAZO

1

Protocolar, na Gerência de Compensação Ambiental/Núcleo de Compensação Ambiental do Instituto Estadual de Florestas – IEF, solicitação para abertura de processo de cumprimento da compensação ambiental de acordo com a Lei Nº 9.985/2000 e Decreto Estadual 45.175/2009.

Até 30 dias da publicação da decisão da URC, que

estabeleceu essa condicionante.

2

Protocolar, na Gerência de Compensação Ambiental/Núcleo de Compensação Ambiental do Instituto Estadual de Florestas – IEF, solicitação para abertura de processo de cumprimento da compensação ambiental de acordo com a Lei Nº 14.309/2002.

Até 30 dias da publicação da decisão da URC, que

estabeleceu essa condicionante.

3

Protocolar, na Gerência de Compensação Ambiental/Núcleo de Compensação Ambiental do Instituto Estadual de Florestas – IEF, solicitação para abertura de processo de cumprimento da compensação ambiental de acordo com a Lei Nº 11.428/2006 e Decreto 6.660/2008, por supressão de vegetação em área de domínio do bioma Mata Atlântica.

Até 30 dias da publicação da decisão da URC, que

estabeleceu essa condicionante.

4

Dar continuidade aos Programas de Monitoramento, conforme LO 357/2007, valida até 13/12/2013, obedecendo as diretrizes estabelecidas na Deliberação Normativa do COPAM nº 165/2011 de 11/04/2011.

Durante a vigência da Licença Ambiental

Ressalta-se que eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas nos Anexos deste Parecer Único, poderão ser resolvidos junto à própria SUPRAM, mediante a análise técnica e jurídica, desde que não alterem o mérito/conteúdo das condicionantes.

Destaca-se que todas as condicionantes deverão ser protocoladas junto ao Órgão Ambiental no prazo fixado.

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SISTEMA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE

ANEXO III DO PARECER ÚNICO

AGENDA VERDE

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO

Tipo de Requerimento de Intervenção Ambiental Número do Processo Data da Formalização

Unidade do SISEMA Responsável processo

1.1 Integrado a processo de Licenciamento Ambiental 0226/1991/014/2010 30/04/2010 SUPRAM CM

1.2 Integrado a processo de APEF 01997/2010 30/04/2010 SUPRAM CM

1.3 Não integrado a processo de Lic. Ambiental ou AAF

2. IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELA INTERVENÇÃO AMBIENTAL 2.1 Nome: Usinas Siderúrgicas de Minas Gerias S/A - USIMINAS 2.2 CPF/CNPJ: 60.894.730/0001-05 2.3 Endereço: Rua Prof. José Vieira de Mendonça, 3.011 2.4 Bairro: Engenho Nogueira

2.5 Município: Belo Horizonte 2.6 UF: MG 2.7 CEP: 31.310-260 2.8 Telefone(s): (31) 3499-8828 e 3572-4031 2.9 e-mail: [email protected]

3. IDENTIFICAÇÃO DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL 3.1 Nome: O mesmo. 3.2 CPF/CNPJ: 3.3 Endereço: 3.4 Bairro: 3.5 Município: 3.6 UF: 3.7 CEP: 3.8 Telefone(s): 3.9 e-mail:

4. IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL 4.1 Denominação: Minas Leste 4.2 Área total (ha): 11,39/122,00 4.3 Município/Distrito: Mateus Leme/Itatiaiuçu 4.4 INCRA (CCIR): 4.5 Matrícula no Cartório Registro de Imóveis: 27.216/26.368 Livro: 2/2-DU Folha: /168 Comarca: Mateus Leme/Itaúna 4.6 Nº. registro da Posse no Cartório de Notas: Livro: Folha: Comarca:

X(6): 561.778 Datum: SAD 69 4.7 Coordenada Plana (UTM)

Y(7): 7.772.022 Fuso: 23 5. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DO IMÓVEL

5.1 Bacia hidrográfica: Rio São Francisco 5.2. Sub-bacia ou microbacia hidrográfica: Rio Paraopeba 5.3 Bioma/ Transição entre biomas onde está inserido o imóvel Área (ha)

5.8.1 Caatinga 5.8.2 Cerrado 5.8.3 Mata Atlântica 5.8.4 Ecótono (especificar): Cerrado e Mata Atlântica 133,39

5.8.5 Total 133,39 5.4 Uso do solo do imóvel Área (ha)

5.9.1.1 Sem exploração econômica 5.4.1 Área com cobertura vegetal nativa

5.9.1.2 Com exploração sustentável através de Manejo 5.9.2.1 Agricultura 5.9.2.2 Pecuária 5.9.2.3 Silvicultura Eucalipto 5.9.2.4 Silvicultura Pinus 5.9.2.5 Silvicultura Outros 5.9.2.6 Mineração 5.9.2.7 Assentamento

5.4.2 Área com uso alternativo

5.9.2.8 Infra-estrutura

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5.9.2.9 Outros 5.4.3. Área já desmatada, porém abandonada, subutilizada ou utilizada de forma inadequada, segundo vocação e capacidade de suporte do solo.

5.4.4 Total

5.5 Regularização da Reserva Legal – RL

5.5.1 Área de RL desonerada (ha): 2,38 e 231,48 5.10.1.2 Data da averbação: 18/10/06 e 15/03/10

5.5.2.3 Total 5.5.3. Matrícula no Cartório Registro de Imóveis: Várias Livro: Folha: Comarca: 5.5.4. Bacia Hidrográfica: São Francisco 5.5.5 Sub-bacia ou Microbacia: Paraopeba 5.5.6 Bioma: 5.5.7 Fisionomia:

6. INTERVENÇÃO AMBIENTAL REQUERIDA E PASSÍVEL DE APROVAÇÃO Quantidade

6.1 Tipo de Intervenção Requerida Passível de

Aprovação unid

6.1.1 Supressão da cobertura vegetal nativa com destoca 1,93 1,93 ha

6.1.2 Supressão da cobertura vegetal nativa sem destoca 0,94 0,94 ha

6.1.3 Intervenção em APP com supressão de vegetação nativa ha

6.1.4 Intervenção em APP sem supressão de vegetação nativa ha

6.1.5 Destoca em área de vegetação nativa ha

6.1.6 Limpeza de área, com aproveitamento econômico do material lenhoso. (Eucalipto e Pinnus)

ha

6.1.7 Corte árvores isoladas em meio rural (especificado no item 12) un

6.1.8 Coleta/Extração de plantas (especificado no item 12) un

6.1.9 Coleta/Extração produtos da flora nativa (especificado no item 12) kg

6.1.10 Manejo Sustentável de Vegetação Nativa ha

6.1.11 Regularização de Ocupação Antrópica Consolidada em APP ha

Demarcação e Averbação ou Registro ha

Relocação ha

Recomposição ha

Compensação ha

6.1.12 Regularização de Reserva Legal

Desoneração ha

7. COBERTURA VEGETAL NATIVA DA ÁREA PASSÍVEL DE APROVAÇÃO

7.1 Bioma/Transição entre biomas Área (ha)

7.1.1 Caatinga 7.1.2 Cerrado 2,87 7.1.3 Mata Atlântica 7.1.4 Ecótono (especificar) Cerrado e Mata Atlântica 7.1.5 Total 2,87

8. PLANO DE UTILIZAÇÃO PRETENDIDA 8.1 Uso proposto Especificação Área (ha) 8.1.1 Agricultura 8.1.2 Pecuária 8.1.3 Silvicultura Eucalipto 8.1.4 Silvicultura Pinus 8.1.5 Silvicultura Outros 8.1.6 Mineração Pit de lavra 2,87 8.1.7 Assentamento 8.1.8 Infra-estrutura 8.1.9 Manejo Sustentável da Vegetação Nativa 8.1.10 Outro

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9. DO PRODUTO OU SUBPRODUTO FLORESTAL/VEGETAL PASSÍVEL DE APROVAÇÃO 9.1 Produto/Subproduto Especificação Qtde Unidade 9.1.1 Lenha Nativa 98,75 m3

9.1.2 Carvão 9.1.3 Torete 9.1.4 Madeira em tora 9.1.5 Dormentes/ Achas/Mourões/Postes 9.1.6 Flores/ Folhas/ Frutos/ Cascas/Raízes 9.1.7 Outros m3

10. PARECER TÉCNICO, MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS FLORESTAIS.

Consta no Parecer Único nº. 103/2011 de 16 de maio de 2011

11. RESPONSÁVEIS PELO PARECER TÉCNICO.

Thiago Cavanelas Gelape MASP: 1150193-9

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ANEXO IV

Tabela 1

Indicadores ambientais para o cálculo da relevância dos significativos impactos ambientais, componente do cálculo do grau do impacto ambiental Relevância Marcar com X Valoração

Interferência em áreas de ocorrência de espécies ameaçadas de extinção, raras, endêmicas, novas e vulneráveis e/ou em áreas de e reprodução, de pouso e de rotas migratórias

0,0750

Introdução ou facilitação de espécies alóctones (invasoras) 0,0100

ecossistemas especialmente protegidos (Lei 14.309)

0,0500 Interferência /supressão de vegetação, acarretando fragmentação.

outros biomas 0,0450

Interferência em cavernas, abrigos ou fenômenos cársticos e sítios paleontológicos 0,0250

Interferência em UCs de proteção integral, seu entorno (10km) ou zona de amortecimento 0,1000

Interferência em áreas prioritárias para a conservação, conforme "Biodiversidade em Minas Gerais - Um Atlas para sua Conservação"

Importância Biológica Especial

0,0500

Importância Biológica Extrema

0,0450

Importância Biológica Muito Alta

0,0400

Interferência em áreas prioritárias para a conservação, conforme "Biodiversidade em Minas Gerais - Um Atlas para sua Conservação" Importância Biológica

Alta 0,0350

Alteração da qualidade físico-química da água, do solo ou do ar.

X 0,0250

Rebaixamento ou soerguimento de aqüíferos ou águas superficiais. 0,0250

Transformação ambiente lótico em lêntico 0,0450

Interferência em paisagens notáveis 0,0300

Emissão de gases que contribuem efeito estufa 0,0250

Aumento da erodibilidade do solo X 0,0300

Emissão de sons e ruídos residuais X 0,0100

Somatório Relevância

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Tabela 2

Índices de valoração do fator de temporalidade, componente do cálculo do grau do impacto ambiental

Duração Marcar com X Valoração (%)

Imediata - 0 a 5 anos 0,0500

Curta - > 5 a 10 anos 0,0650

Média - >10 a 20 anos 0,0850

Longa - >20 anos X 0,1000

Tabela 3

Índices de valoração do fator de abrangência, componente do cálculo do grau do impacto ambiental

Localização Marcar com X Valoração (%)

Área de Interferência Direta (1) 0,03

Área de Interferência Indireta (2) X 0,05