gestão - tce.ce.gov.br · boa gestão pública da política fiscal ... líticas, reservado às...

16
ESTE FASCÍCULO É PARTE INTEGRANTE DO CURSO CONTROLE CIDADÃO - FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA I UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE I ISBN 978-85-7529-683-7 O S TRIBUNAIS DE CONTAS E A BOA GESTÃO PÚBLICA DA POLÍTICA FISCAL NATALIA MARTINUZZI CASTILHO 5 UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE - ENSINO A DISTÂNCIA® GRATUITO Esta publicação não pode ser comercializada.

Upload: vonhan

Post on 20-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

EstE

fasc

ícu

lo é

part

E in

tEg

ran

tE d

o c

urs

o c

on

tro

lE c

ida

o -

fu

nd

ão

dEm

óc

rito

ro

ch

a i

un

ivEr

sid

ad

E a

bErt

a d

o n

ord

EstE

i is

bn 9

78-8

5-75

29-6

83-7

Os tribunais de cOntas e a boa gestão pública da política fiscal Natalia MartiNuzzi castilho

5UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE - ENSINO A DISTâNcIA®

GRATUITO

Esta publicação

não pode ser

comercializada.

sumáriO

1. Introdução ...............................................................................................................................................67

2. Legislação, transparência pública e controle social .........................................................67

3. Constituição de 1988 e os Tribunais de Contas no Brasil ..............................................69

4. Funções dos Tribunais de Contas ..............................................................................................72

5. Política fiscal com responsabilidade: a Lei de Responsabilidade Fiscal.................77

Síntese do Fascículo ...........................................................................................................................78

Referências ................................................................................................................................................79

Perfil da Autora ......................................................................................................................................79

ObjetivOs

1. Conhecer as principais normas que garantem os meios de se alcançar uma gestão orçamentária e finan-ceira responsável, eficiente, eficaz e transparente.

2. Compreender os instrumentos de fis-calização orçamentária e de realização do controle externo das contas públi-cas, em especial o Tribunal de Contas.

3. Entender a importância do regime democrático para a ampliação da transparência pública.

4. Analisar a importância dos Tribunais de Contas para a transparência, a probidade e a boa gestão pública.

ConTRoLE CidAdão 67

1. intrOduçãOEste fascículo aborda as formas de se

garantir o controle cidadão das contas pú-blicas, em especial a partir da criação dos Tribunais de Contas. Parte-se do pressu-posto de que a transparência pública é o meio essencial para garantir a legitimidade política do Poder Público. Se não há trans-parência e probidade administrativa, há um desvio da função social das instituições públicas, que é o de garantir o bem-estar comum. Por isso, buscam-se analisar quais foram as principais inovações trazidas pela Constituição de 1988 e pelas legislações posteriores, para garantir a prevenção e o combate à corrupção no Estado.

Um dos principais instrumentos de controle e fiscalização dos recursos públi-cos são os Tribunais de Contas. Entender como se deu a idealização dessa função fiscalizadora e quais são as atribuições desse órgão é fundamental para todos os cidadãos, pois cabe a toda sociedade par-ticipar e influir na política de sua cidade, estado e do País. Diante de tantos debates sobre a corrupção no Brasil, é fundamen-tal conhecer quais são os mecanismos de combate a esses problemas.

Para tratar o tema, dividiremos o tex-to em quatro partes. Em primeiro lugar, analisaremos a transparência pública e o controle social como expressões do regime democrático. Nos pontos seguintes, vamos conhecer como surge e quais são as funções do Tribunal de Contas. No último tópico, analisaremos outras formas de fiscalização orçamentária do Estado, a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000).

2. LegisLaçãO, transparência púbLica e cOntrOLe sOciaL

Para começar a compreender a finali-dade dos institutos constitucionais e da le-gislação existente sobre os tribunais de con-tas, algumas questões merecem destaque. Por que motivos a Constituição deu tanto destaque aos princípios da legalidade, le-gitimidade, economicidade, motivação e eficiência para a fiscalização das contas pú-blicas? Quais são os principais objetivos da política de controle interno e externo das contas públicas? Como os cidadãos podem se envolver para garantir que a transparên-cia pública seja uma realidade?

Para responder a essas questões, é ne-cessária uma breve e anterior reflexão sobre o objeto dessas normas, ou o que elas visam combater. Nesse sentido, observamos com muita frequência em nosso cotidiano, em especial no último ano (2014), a emergên-cia do debate sobre a corrupção, em espe-cial nos poderes Legislativo e Executivo.

Norbeto Bobbio e outros autores (1998, p. 293) conceituam o termo cor-rupção da seguinte maneira, na obra Dicionário de Política: “Assim se designa o fenômeno pelo qual um funcionário público é levado a agir de modo diverso dos padrões normativos do sistema, favo-recendo interesses particulares em troco de recompensa. Corrupto é, portanto, o com-portamento ilegal de quem desempenha um papel na estrutura estadual.” Para esses autores, a corrupção pode surgir tanto em um sistema político estável, em que as re-gras do jogo democrático são obedecidas por todos, sem exceção, quanto em um sistema instável. Isso porque a corrupção

A transparência pública é tema que vem ganhando destaque nos cenários nacional e internacional, isso também porque permite o controle social. ou seja, é uma maneira de capacitar o cidadão e, ao mesmo tempo, fortalecer a gestão pública democrática. o Portal da Transparência (www.portaldatransparencia.gov.br) é um passo importante nesse sentido. Foi lançado pela Controladoria-Geral da União (CGU) em novembro de 2004, e por meio dele qualquer cidadão pode acompanhar a execução financeira dos programas de governo federal. no portal também podemos acessar informações sobre “as verbas federais transferidas a estados, municípios e Distrito Federal, e diretamente ao cidadão, e também dados acerca dos gastos realizados pelo próprio Governo Federal em compras ou contratação de obras e serviços, por exemplo.” (PoRTAL DA TRAnSPARÊnCIA, sd.).

FUnDAção DEmóCRITo RoChA | UnIvERSIDADE ABERTA Do noRDESTE68

seria um modo de influir nas decisões po-líticas, reservado às pessoas que possuem meios, muitas vezes financeiros, de exercer essa influência. O mais importante, como pontuam os autores, é entender que esses tipos de práticas, tais como o nepotismo e o peculato, por exemplo, ameaçam o que há de fundamental em um sistema ju-rídico-político: a sua legitimidade.

De acordo com os objetivos e funda-mentos da República Federativa do Brasil, podemos observar que a atividade políti-ca, seja ela institucional ou não, deve es-tar relacionada à realização do bem-estar de todos os cidadãos. A realização desse objetivo, em uma sociedade desigual e complexa como a brasileira, está ligada a vários elementos. O primeiro que pode-mos destacar é a importância da demo-cracia, como regime político no qual se dá o exercício do poder do povo, em última análise, e a constante renovação dos diri-gentes máximos do Estado.

A democracia, portanto, é um ele-mento importante, que garante a liberdade de expressão e a participação da sociedade nas instituições políticas. Por isso, um re-gime democrático dificulta a propagação da corrupção, já que o Estado se encontra sempre submetido aos olhos e ouvidos da sociedade. Para isso acontecer, a lei funda-mental do Estado, a Constituição Federal de 1988, previu diversos instrumentos de

Nepotismo e PeculatoDe acordo com o Conselho nacional de Justiça (CnJ), nepotismo pode ser assim definido: “nepotismo é o favorecimento dos vínculos de parentesco nas relações de trabalho ou emprego. As práticas de

nepotismo substituem a avaliação de mérito para o exercício da função pública

pela valorização de laços de parentesco. [...] o fundamento das ações de combate ao

nepotismo é o fortalecimento da República e a resistência a ações de concentração de

poder que privatizam o espaço público.” (CnJ, 2015). Já o peculato consiste em

um tipo de crime contra a Administração Pública, cometido por funcionários públi-

cos. De acordo com o Código Penal, pode ser considerado funcionário público quem, embora transitoriamente ou sem remune-

ração, exerça cargo, emprego ou função pública. o crime de peculato consiste em subtrair dinheiro, valor ou qualquer outro

bem móvel, público ou privado, que esteja sob a posse da pessoa em razão do seu

cargo de funcionária pública.

Ditadura e CorrupçãoTornou-se comum, nos últimos tempos em

nosso País, ouvir de algumas pessoas a se-guinte expressão: “no tempo do militarismo

é que era bom, pelo menos não tinha cor-rupção”. no entanto, a ausência de liberdade

de expressão plena e de instrumentos de participação e controle social, durante o pe-

ríodo, camuflaram a existência de diversos casos de desvio de verbas públicas, nepotis-mo etc. Em pesquisa realizada pelo Instituto

Datafolha, no ano de 2014, para 68% das pessoas entrevistadas a corrupção é maior

no Brasil de hoje do que à época dos gene-rais. Entretanto, para os estudiosos ouvidos

na reportagem, a questão é controversa. De acordo com o historiador marcelo Ridenti, citado na matéria: “É uma percepção equi-vocada [achar que a corrupção era menor na ditadura]. É só lembrar daqueles casos da ponte Rio-niterói, da Transamazônica,

uma lista enorme [de escândalos]. É que o tempo passa e as pessoas vão esquecendo.”

(mEnDonçA, 2014).

controle da população sobre as contas pú-blicas. Podemos observar a diferença entre viver em uma democracia e em um regime ditatorial, quando o assunto é desvio de verbas públicas e corrupção.

No entanto, a conquista legal de instrumentos democráticos de controle e transparência pública, entendidos de maneira isolada, não é suficiente para as soluções desse problema. A existência de várias normas sobre esse assunto, como as que iremos estudar a seguir, não removeu esses problemas da nossa cultura política e institucional. De fato, convivemos há mui-to tempo com um grande déficit de meca-nismos democráticos e formas de educa-ção – escolar, comunitária, familiar – para a cidadania e a consciência dos direitos. Esse fato dificulta nosso compromisso com o controle social do Poder Público. Essa realidade também se relaciona com as práticas patrimonialistas, e muitas ve-zes coronelistas, das relações de poder construídas nas instituições públicas brasi-leiras. Isso pode ser observado na medida em que percebemos os atuais escândalos que envolvem os diversos setores da nos-sa classe política. Muitos dos problemas ocorrem, como se tem analisado nos úl-timos escândalos, devido ao repasse de valores, por grandes empresas, aos parti-dos políticos ou a políticos que prestigiem os projetos de desenvolvimento de tais

“Democracia significa, literalmente, poder do povo. Isso não quer dizer gover-no pelo povo. O poder sempre se diz em última análise: não se confunde com a administração dos assuntos correntes, nem mesmo com o governo atribuído a uma pessoa ou grupo. O que distingue, entre os gregos, a democracia das outras formas de poder por eles concebidas – aristocracia e monarquia – é que nestas duas a deci-são em última instância cabe a um grupo dos melhores (os aristoi, que têm a arete, isto é, a excelência de caráter) ou a um só, o rei. Na democracia, decide o demos, povo, mas isso não quer dizer que toda e qualquer medida de governo seja sua.”(RIBEIRO, 2010).

vOcê sabia?

ConTRoLE CidAdão 69

setores econômicos, mesmo que sejam contrários às normas legais e desviem a fi-nalidade da Administração Pública. A cor-rupção pode até ser entendida como a via mais rápida de acesso ao poder, mas ao mesmo tempo produz instabilidade polí-tica, moldando as instituições para outras finalidades, que não aquela de garantir o bem-estar coletivo, comum.

Foi divulgado um estudo em dezembro de 2014 pela organização Transparência Internacional sobre a percepção de cor-rupção no mundo. O estudo analisou 175 países e territórios. A Dinamarca lidera como nação mais transparente, pois a po-pulação tem menor percepção de que seus servidores públicos e políticos são corrup-tos. O país registrou um índice de 92 – a escala vai de 0 (extremamente corrupto) a 100 (muito transparente). Nesta escala, o Brasil atingiu o índice 43, o que o coloca como 69º lugar no ranking, situando-se na média dos países analisados na pesquisa (FERNANDES, 2014).

Ressaltamos, a partir desses dados e definições, algumas questões importantes para o nosso estudo. Em primeiro lugar, não é possível entender os conceitos de boa gestão pública, probidade e transpa-rência fora do contexto da democracia. A gestão eficaz e transparente da máquina pública é uma base capaz de garantir a legitimidade e a validade de todo o nosso sistema jurídico e político. O cumprimen-to das normas legais, portanto, é dever e direito do cidadão e dos agentes públicos. Por isso, o Estado deve aperfeiçoar e for-talecer formas de prevenção e combate à corrupção. Em segundo, apesar das crises atuais, precisamos conhecer quais foram os principais instrumentos trazidos pela Constituição de 1988 que podem nos aju-dar a fortalecer a boa gestão pública e a transparência no repasse e investimento dos recursos públicos. A previsão constitu-cional dos Tribunais de Contas e a Lei de Responsabilidade Fiscal são instrumentos importantes nesse sentido.

Você já se perguntou sobre como os recursos públicos da sua cidade estão sendo executados pelo Poder Público? Para você, se houvesse uma maior partici-pação e controle popular, os casos de compra de votos, “cabide de empregos” e afins poderiam se reduzir?

para refLetir

3. cOnstituiçãO de 1988 e Os tribunais de cOntas nO brasiL

A ideia de criação de um órgão res-ponsável por analisar a legalidade, aprovar as contas e gastos públicos e realizar um controle das atividades econômicas e fi-nanceiras da máquina pública não é nova. Ela remonta aos Conselhos da Fazenda, ao tempo do Brasil imperial. Tais Conselhos não possuíam garantias constitucionais, e somente com a Constituição da República, de 1891, instituiu-se o Tribunal de Contas da União (artigo 89). Essa garantia constitucio-nal muito se deve à aprovação do Decreto

nº 966-A, de iniciativa do então ministro da Fazenda, Rui Barbosa. O Tribunal de Contas da União, segundo idealizado pelo renomado jurista, deveria ser norteado pe-los princípios da autonomia, fiscalização, julgamento e vigilância. Nasceu o Tribunal com a atribuição de examinar, revisar e jul-gar todas as operações relacionadas com a receita e a despesa da União. Antes de serem aprovadas pelo Congresso Nacional, as contas deveriam necessariamente ser ve-rificadas por este órgão.

FUnDAção DEmóCRITo RoChA | UnIvERSIDADE ABERTA Do noRDESTE70

Nas constituições seguintes, podemos afirmar, com exceção do período ditatorial, que as ações deste órgão foram alargadas, no sentido de proporcionar um maior con-trole e fiscalização dos gastos públicos. A Constituição brasileira de 1934 conferiu-lhe poderes “que, diretamente, ou por de-legações organizadas de acordo com a lei, acompanhará a execução orçamentária e julgará as contas dos responsáveis por di-nheiros ou bens públicos” (BRASIL, 1934). A Constituição de 1937 manteve todas as competências. No mesmo sentido, a Constituição de 1946, ainda acrescentou-lhe a função de ”julgar a legalidade das concessões de aposentadorias, reformas e pensões” (BRASIL, 1946).

De acordo com Neto e Amorim (2014), a Constituição Federal de 1967, na vigência do Regime Militar, portanto, res-tringiu os poderes do Tribunal de Contas com a exclusão de algumas atribuições. O Tribunal deixou de examinar e julgar pre-viamente os atos e contratos geradores de despesas, por exemplo. Ainda conforme os autores (2014, p. 354), no auge do Regime: “foi editada a Emenda Constitucional nº 1, de 1969, que em seu artigo 70 e seguintes ratificou a restrição de poderes do Tribunal de Contas, ao estabelecer que a ’fiscaliza-ção financeira e orçamentária da União será exercida pelo Congresso Nacional me-diante controle externo e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo, insti-tuídos por lei’ e que este controle externo ‘será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União’ [...]”. No entanto, nessa fase o sistema também se inovou, pois foi concedida ao Tribunal a incumbência para o exercício de auditoria financeira e orça-mentária sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituindo, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo do Congresso Nacional, com auxí-lio da Corte de Contas, e de controle in-terno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar condições para um controle externo eficaz.”. (PORTAL DA TRANSPARÊNCIA, sd.).

A Constituição Cidadã de 1988 am-pliou as prerrogativas e conquistas do Tribunal de Contas citadas acima. Nos ar-tigos 71 a 74, as atribuições deste órgão são definidas, a partir do que se estabele-ce no artigo 70. Este dispositivo da nossa Constituição estabelece que a fiscalização dos recursos públicos deve se dar por meio do controle externo e do controle interno. Quais seriam as diferenças?

Conforme a Constituição Federal e a legislação ordinária, toda pessoa, seja ela física ou jurídica, que utilizar recursos pú-blicos deve justificar seu uso regular. São diversas as normas regulamentadoras so-bre a fiscalização da aplicação dos recursos públicos, dentre elas a Lei nº 4.320/1964. Nesta Lei, podemos identificar a distinção entre controle interno e externo das con-tas públicas. O controle interno é aquele exercido pelo Poder Executivo, de forma a garantir a legalidade dos atos de arrecada-ção de receita e de realização de despesas e a fidelidade dos agentes da administra-ção, que são responsáveis por bens e valo-res públicos. Por último, esse controle deve garantir, ainda, o cumprimento do progra-ma de trabalho, para realização de obras e prestação de serviços, em termos financei-ros. Assim, os órgãos do Poder Executivo fazem o controle interno das suas contas, verificando a legalidade dos atos de exe-cução orçamentária antes, durante e de-pois de qualquer gasto de bens ou valores públicos. Isso está disciplinado nos artigos 75 a 80 da Lei nº 4.320/1964. Já o con-trole externo, descrito nos artigos 81 a 82 da mesma lei, e exercido pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional), tem o au-xílio dos Tribunais de Contas.

Constituição Federal de 1988Art. 70 - A fiscalização contábil,

financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da

administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economi-cidade, aplicação das subvenções e

renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso nacional, mediante controle

externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qual-quer pessoa física ou jurídica, pública

ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e

valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assu-

ma obrigações de natureza pecuniária.

(mEnDonçA, 2014).

ConTRoLE CidAdão 71

Lei nº 4.320, de 17 de marçO de 1964.

Do Contrôle da Execução Orçamentária

CAPÍTULO IDisposições GeraisArt. 75. O contrôle da execução orçamentária compreenderá:I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a reali-

zação da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por

bens e valores públicos;III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em têrmos monetá-

rios e em têrmos de realização de obras e prestação de serviços.

CAPÍTULO IIDo Contrôle InternoArt. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de contrôle a que se refere o

artigo 75, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será

prévia, concomitante e subsequente.Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em

lei, ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos.

Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a ou-tro indicado na legislação, caberá o contrôle estabelecido no inciso III do artigo 75.

Parágrafo único. Esse contrôle far-se-á, quando for o caso, em termos de unidades de medida, previamente estabelecidos para cada atividade.

Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes verifi-car a exata observância dos limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, dentro do sistema que for instituído para êsse fim.

CAPÍTULO IIIDo Contrôle ExternoArt. 81. O contrôle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá

por objetivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.

Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.

§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

§ 2º Quando, no Munícipio não houver Tribunal de Contas ou órgão equiva-lente, a Câmara de Vereadores poderá designar peritos contadores para verifica-rem as contas do prefeito e sobre elas emitirem parecer.

para entender meLhOrVerificar a retidão (probidade) dos atos

da administração, analisar se o dinheiro público está sendo guardado e empregado conforme a lei disciplina e garantir o cum-primento das Leis Orçamentárias (da União, dos Estados e dos Municípios). Todas essas são funções relativas ao controle externo das contas públicas, conforme nos ensina o artigo 81, da Lei nº 4.320/1964.

Os Tribunais de Contas são os ór-gãos responsáveis por auxiliar o Poder Legislativo no processo de fiscalização fi-nanceira e orçamentária da aplicação dos recursos da Administração Pública. Mas isso significa dizer que os Tribunais de Contas são órgãos auxiliares, subordinado ao Poder Legislativo? Para a maioria dos autores, a resposta a essa pergunta é nega-tiva, já que a Constituição estabelece várias garantias, que citaremos a seguir, capazes de sustentar a independência e autono-mia deste órgão. Portanto, ele não estaria subordinado ao Congresso Nacional. Sua função seria auxiliar o Congresso no con-trole externo das finanças públicas.

De acordo com Odete Medauar (2003, p. 421): “Criado por iniciativa de Ruy Barbosa, em 1890, o Tribunal de Contas é instituição estatal independente, pois seus integrantes têm as mesmas garan-tias atribuídas ao Poder Judiciário (CF, art. 73, § 3º). Daí ser impossível considerá-lo subordinado ou inserido na estrutura do Legislativo. Se a sua função é atuar em au-xílio ao Legislativo, sua natureza, em razão das próprias normas constitucionais, é a de órgão independente, desvinculado da es-trutura de qualquer dos três poderes”.

FUnDAção DEmóCRITo RoChA | UnIvERSIDADE ABERTA Do noRDESTE72

4. funções dOs tribunais de cOntas

De acordo com a Constituição Federal, em seu Título IV (Da Organização dos Poderes), Capítulo I (Do Poder Legislativo), Seção IX (Da fiscalização contábil, financei-ra e orçamentária), o Tribunal de Contas da União tem como função essencial realizar a fiscalização contábil, financeira, orçamen-tária, operacional e patrimonial dos entes federativos, bem como da Administração Pública Direta e Indireta. Por analogia, as Constituições de cada estado da Federação disciplinam as normas pertinentes aos Tribunais de Contas estaduais.

A Administração Pública, no seu sen-tido subjetivo, significa o conjunto de ór-gãos de que se vale o Estado para atingir suas finalidades, descritas na Constituição Federal. Assim, os princípios constitucionais da Administração atingem a Administração Direta e Indireta (princípio da legalida-de, moralidade, impessoalidade, publici-dade e eficiência, descritos no art. 37 da Constituição Federal). Administração Direta é o conjunto dos órgãos que compõem os entes da Federação – União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Portanto, são os órgãos internos dessas pessoas ad-ministrativas, bem como elas próprias. Por exemplo: a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado do Ceará e o Governo do Estado. “[...] a Administração Direta do Estado abrange todos os órgãos dos Poderes políticos das pessoas federativas cuja competência seja

Essa discussão sobre a vinculação dos Tribunais de Contas ao Poder Legislativo é apenas teórica, ou existe uma repercussão prática em relação a essa interpretação do texto constitucional? Por que é interessante que o Tribunal seja um órgão autônomo?

para refLetira de exercer a atividades administrativa.” (CARVALHO FILHO, 2006). Já a adminis-tração indireta é o conjunto e pessoas ju-rídicas, que exercem funções administrati-vas, ou seja, tarefas de interesse do Estado, mas não compõem os órgãos do Estado. É o próprio Estado, executando algumas de suas atividades, de maneira descen-tralizada. De acordo com o art. 4º, II, do Decreto-Lei nº 200/67, a Administração indireta pode compreender os seguintes tipos de pessoas jurídicas: autarquias, em-presas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

As atribuições deste órgão, portanto, são muitas. Além das competências (fun-ções estabelecidas e atribuídas por meio de lei) previstas na Constituição, existem outras leis que estabelecem quais são as funções deste órgão. São elas: a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000), a Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993), a própria Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992) e, anual-mente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Fora dessas competências constitucionais e legais, o assunto estará além da esfera do Tribunal de Contas da União.

Os Tribunais de Contas, assim, de-vem cumprir com suas funções no sentido sempre de buscar aqueles princípios que citamos no começo do artigo: princípios da legalidade, legitimidade, economicidade, motivação e eficiência. Legalidade signifi-ca dizer que a Administração Pública não se exime de cumprir as disposições legais. Já a legitimidade significa que as despesas realizadas pelos gestores públicos devem ir ao encontro do interesse comum, do bem-estar geral da população, finalidade últi-ma das instituições públicas. Outro exem-plo consiste na fiscalização, junto ao Poder Público, do orçamento e da execução de obras importantes para a garantia dos direi-tos básicos da população, como de sanea-mento básico.

26/4/2015 tcu detecta atrasOs e inOperância em Obras de 2008 | pOLítica | O pOvO OnLine

No Estado onde apenas um a cada quatro cidadãos tem acesso à rede de esgoto, obras de saneamento básico previstas desde 2008 estão inacabadas. De acordo com auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) realizada em vários municípios brasileiros, convênios do Ceará apresentam atrasos de cronograma, de repasses de verba, defasagem de projetos e inoperância de obra. A fiscalização do TCU foi feita em cinco dos 184 municípios cearenses: Acopiara, Itapipoca, São Luís do Curu, Guaraciaba do Norte e Quixeré. Segundo o órgão federal, o valor dos convênios auditados é de aproximadamente R$ 14 milhões. Os repasses partiriam de recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa/CE), mas atrasaram.

Em Acopiara, a 345 km de Fortaleza, um projeto está defasado há cinco anos. O convênio e relatórios técnicos foram firmados em 2008 para obras que começaram somente em 2011. O TCU detectou incompatibilidade entre o valor pago ao município e a parte finalizada da obra. Foram repassados 94% da verba, mas apenas 69,7% da obra foi concluída. No caso do esgotamento sanitário de São Luís do Curu, a primeira parcela do recurso só foi liberada dois anos e sete meses após o fechamento do convênio.

O pagamento, informa o TCU, assim como nos outros casos, foi feito com percentual indevido. O superintendente da Funasa/CE, Regino Pinho, explica que a demora se deve a problemas com a gestão dos municípios. Ele alega que só pode liberar verbas após o cumprimento de uma série de compromissos. “As prefeituras são responsáveis pelas licitações, por exemplo. Não podemos repassar a primeira parcela sem que haja uma licitação”, justifica. Sobre irregularidade nos pagamentos, Pinho responde: “Prefeitos mudam projetos sem nos avisar e isso altera o valor do repasse”.

Superintendente da Funasa desde 2014, ele atribui os atrasos à falta de con-tinuidade da obra de uma gestão para outra, a pedidos de mudança no con-vênio e à demora de liberação de alvarás. Além das obras inacabadas, há uma construção “inoperante” em Itapipoca. O sistema de abastecimento de água na localidade Bela Vista, concluído com quase dois anos de atraso em 2012, segue incompleto e já possui parte da estrutura danificada. “A população não recebe água, pois não há reservatórios interligados para realizar o abastecimento”, apon-ta o órgão federal. A Funasa terá 180 dias para responder ao acórdão do TCU a partir da data de recebimento oficial.

NÚMEROS14,3 mi de reais foi o valor das obras auditadas pelo TCU em cinco municí-

pios do Ceará.

para entender meLhOr

ConTRoLE CidAdão 73

a de exercer a atividades administrativa.” (CARVALHO FILHO, 2006). Já a adminis-tração indireta é o conjunto e pessoas ju-rídicas, que exercem funções administrati-vas, ou seja, tarefas de interesse do Estado, mas não compõem os órgãos do Estado. É o próprio Estado, executando algumas de suas atividades, de maneira descen-tralizada. De acordo com o art. 4º, II, do Decreto-Lei nº 200/67, a Administração indireta pode compreender os seguintes tipos de pessoas jurídicas: autarquias, em-presas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

As atribuições deste órgão, portanto, são muitas. Além das competências (fun-ções estabelecidas e atribuídas por meio de lei) previstas na Constituição, existem outras leis que estabelecem quais são as funções deste órgão. São elas: a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000), a Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993), a própria Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992) e, anual-mente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Fora dessas competências constitucionais e legais, o assunto estará além da esfera do Tribunal de Contas da União.

Os Tribunais de Contas, assim, de-vem cumprir com suas funções no sentido sempre de buscar aqueles princípios que citamos no começo do artigo: princípios da legalidade, legitimidade, economicidade, motivação e eficiência. Legalidade signifi-ca dizer que a Administração Pública não se exime de cumprir as disposições legais. Já a legitimidade significa que as despesas realizadas pelos gestores públicos devem ir ao encontro do interesse comum, do bem-estar geral da população, finalidade últi-ma das instituições públicas. Outro exem-plo consiste na fiscalização, junto ao Poder Público, do orçamento e da execução de obras importantes para a garantia dos direi-tos básicos da população, como de sanea-mento básico.

26/4/2015 tcu detecta atrasOs e inOperância em Obras de 2008 | pOLítica | O pOvO OnLine

No Estado onde apenas um a cada quatro cidadãos tem acesso à rede de esgoto, obras de saneamento básico previstas desde 2008 estão inacabadas. De acordo com auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) realizada em vários municípios brasileiros, convênios do Ceará apresentam atrasos de cronograma, de repasses de verba, defasagem de projetos e inoperância de obra. A fiscalização do TCU foi feita em cinco dos 184 municípios cearenses: Acopiara, Itapipoca, São Luís do Curu, Guaraciaba do Norte e Quixeré. Segundo o órgão federal, o valor dos convênios auditados é de aproximadamente R$ 14 milhões. Os repasses partiriam de recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa/CE), mas atrasaram.

Em Acopiara, a 345 km de Fortaleza, um projeto está defasado há cinco anos. O convênio e relatórios técnicos foram firmados em 2008 para obras que começaram somente em 2011. O TCU detectou incompatibilidade entre o valor pago ao município e a parte finalizada da obra. Foram repassados 94% da verba, mas apenas 69,7% da obra foi concluída. No caso do esgotamento sanitário de São Luís do Curu, a primeira parcela do recurso só foi liberada dois anos e sete meses após o fechamento do convênio.

O pagamento, informa o TCU, assim como nos outros casos, foi feito com percentual indevido. O superintendente da Funasa/CE, Regino Pinho, explica que a demora se deve a problemas com a gestão dos municípios. Ele alega que só pode liberar verbas após o cumprimento de uma série de compromissos. “As prefeituras são responsáveis pelas licitações, por exemplo. Não podemos repassar a primeira parcela sem que haja uma licitação”, justifica. Sobre irregularidade nos pagamentos, Pinho responde: “Prefeitos mudam projetos sem nos avisar e isso altera o valor do repasse”.

Superintendente da Funasa desde 2014, ele atribui os atrasos à falta de con-tinuidade da obra de uma gestão para outra, a pedidos de mudança no con-vênio e à demora de liberação de alvarás. Além das obras inacabadas, há uma construção “inoperante” em Itapipoca. O sistema de abastecimento de água na localidade Bela Vista, concluído com quase dois anos de atraso em 2012, segue incompleto e já possui parte da estrutura danificada. “A população não recebe água, pois não há reservatórios interligados para realizar o abastecimento”, apon-ta o órgão federal. A Funasa terá 180 dias para responder ao acórdão do TCU a partir da data de recebimento oficial.

NÚMEROS14,3 mi de reais foi o valor das obras auditadas pelo TCU em cinco municí-

pios do Ceará.

para entender meLhOr

FUnDAção DEmóCRITo RoChA | UnIvERSIDADE ABERTA Do noRDESTE74

A aplicação do princípio da economi-cidade refere-se à relação custo/benefício, e se houve o aproveitamento econômico por parte da comunidade, no atendimen-to às necessidades públicas (ALVES et al., 2001). Isso significa dizer que o papel do Estado não é o de acumular lucros e rique-za, mas, sim, de garantir meios materiais para que sejam efetivados os direitos indi-viduais e coletivos de todas as pessoas, sem distinção. Por isso, o Estado deve investir em projetos e empreendimentos que se-jam capazes de garantir o máximo cumpri-mento do interesse e bem-estar públicos, da população como um todo.

As duas principais funções dos Tribunais de Contas são “julgar as contas apresentadas pelos administradores das entidades mencionadas acima, e emitir parecer sobre as contas apresentadas pelo chefe do Poder Executivo. Quem julga as contas apresentadas pelo presidente da República é o Congresso Nacional; por isso, não cabe ao TCU aprová-las ou desa-prová-las, mas apenas orientar o Congresso,

Na sua opinião, os princípios da legitimidade e economicidade estão sendo aplicados pelo Poder Público, municipal ou estadual?

para refLetirpor meio de um parecer prévio, analisado pelo Congresso.” (FOLHA DIREITO, 2008). Cabe ao Tribunal, também, realizar as au-ditorias em todas as unidades administra-tivas dos Poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo), bem como nas empresas públi-cas e sociedades de economia mista manti-das pelo Poder Público.

O Tribunal de Contas é também res-ponsável por fiscalizar se a admissão dos funcionários da Administração (Direta e Indireta) está se dando conforme as normas legais, fiscalizando atos de admissão, apo-sentadoria, reforma e pensão.

Apesar de exercer atividades adminis-trativas, e não judiciárias, cabe também ao Tribunal de Contas realizar inspeções e audi-torias, em qualquer Unidade Administrativa de qualquer Poder do Estado. Isso quer dizer que, a qualquer momento, o Tribunal pode-rá realizar auditoria em empresas públicas, em órgãos do Judiciário etc. Verificando alguma irregularidade, a Corte de Contas poderá aplicar aos responsáveis as sanções administrativas previstas em lei, dentre as quais podemos citar a multa, “proporcio-nal ao dano causado aos cofres públicos.” (BRASIL, 2007, p. 1073).

Assim, de acordo com o artigo 57, da Lei Orgânica do TCU (Lei 8.443/1992), a multa será aplicada em casos de: a) con-tas julgadas irregulares, ainda das quais não resulte débito; b) ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentá-ria, operacional e patrimonial; c) ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano aos cofres públi-cos; d) não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, de ações recomen-dadas pelo Tribunal, quando avalia as con-tas; d) impedimento ou obstrução às ins-peções e às auditorias determinadas; por fim, e) ocultar processos, documentos ou informações solicitadas pelo Tribunal, em inspeções e auditorias.

Portanto, o Tribunal de Contas é fun-damental para a boa gestão pública. Sua função primeira é a de apoiar e orientar

Outra importante função do Tribunal de Contas consiste em apresentar à Justiça Eleitoral, até o dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições, a relação dos candidatos que tiveram suas contas julgadas irregulares nos oito anos imediatamente anteriores à realização de cada eleição. Atenção! Quem declara a inelegibilidade é a Justiça Eleitoral (Poder Judiciário, ga-rantindo-se o contraditório e a ampla defesa). Ao Tribunal cabe apresentar a relação das pessoas físicas que se enquadram nos requisitos legais. A “lista”, remetida à Justiça Eleitoral, é extraída do cadastro de contas julgadas irregulares do TCU.

vOcê sabia?

Sanções AdministrativasA Lei De Responsabilidade Fiscal (Lei

Complementar – LC – nº 101/2000) e a Lei orgânica do Tribunal de Contas da União (Lei nº 8.443/1992) estabelecem

os tipos de multas e outras sanções, como por exemplo a restituição dos valores. outras sanções importantes, que recaem diretamente no agente

público, estão disciplinadas na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992. Esta Lei

estabelece quais são as sanções aplica-das aos agentes públicos em casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função

na administração pública.

ConTRoLE CidAdão 75

os responsáveis por planejar e executar o capital público, cumprindo com as metas e os projetos governamentais. No entanto, mesmo cumprindo esse papel pedagógico e educativo, é importante também que seja garantida a função de fiscalização rea-lizada pelos Tribunais de Contas. Por meio da fiscalização orçamentária, como afir-ma o artigo 70 da CF/88, é possível que sejam apuradas possíveis irregularidades causadas por agentes públicos. A apuração dessas irregularidades é muito importante, já que muitas delas correspondem à perda ou ao extravio do dinheiro público, ou al-guma outra atividade que resulte em dano aos cofres públicos. Muitos danos ao erá-rio não acontecem somente pela má-fé, pela realização de desvios ou de atos de corrupção, mas também podem acontecer pelo uso de práticas administrativas vicia-das e equivocadas que se revelam pouco eficientes e, muitas vezes, prejudiciais à economia pública.

Quem pode atuar como ministro do Tribunal de Contas, e como eles são esco-lhidos? A Constituição Federal também dis-ciplina essa matéria, em seu artigo 73. Com sede no Distrito Federal, o Tribunal possui capacidade de autogestão e autonomia de caráter financeiro, possuindo quadro de pessoal próprio. A Constituição ainda afirma que, no que for possível, ao TCU se aplicam as normas referentes às atribuições e competências dos Tribunais de Justiça, presentes no artigo 96, da CF/88. Isso signi-fica que, na prática, os Tribunais de Contas são “órgãos investidos de autonomia jurídi-ca, sem qualquer vínculo de subordinação institucional ao Poder Legislativo” (BRASIL, 2007, p. 1081). A competência institucio-nal dos Tribunais de Contas “não deriva, por isso mesmo, de delegação dos órgãos do Poder Legislativo, mas emana, de ma-neira primária, da própria Constituição da República” (BRASIL, 2007, p. 1081).

Os ministros do TCU são nove e to-dos, sem exceção, devem cumprir os re-quisitos determinados pela Constituição.

Erário

Erário significa tesouro público, é um termo oriundo do latim, aerarium. São os recursos financeiros do poder público. É o dinheiro, ou o conjunto de bens, composto pelos recursos financeiros, tesouro nacional, de que o Estado dispõe para administrar o País. o erário é controlado pelo conjunto de órgãos da administração pública, que tem o objetivo de arrecadar e fis-calizar tributos; portanto, é o conjunto de valores pertencentes ao Estado. Causar dano ao Erário é o mesmo que dizer causar dano aos órgãos da administração pública.

Constituição Federal de 1988Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e ela-borar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes fo-rem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obede-cido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à ad-ministração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;

[...]

FUnDAção DEmóCRITo RoChA | UnIvERSIDADE ABERTA Do noRDESTE76

Devem ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade; possuir idoneidade moral e re-putação ilibada; deter de notórios conhe-cimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública; possuir mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos citados acima. Destaca-se o fato de que, apenas no ano de 2011, foi escolhida a primeira mulher para o cargo de ministra do Tribunal de Contas, Ana Arraes, advogada e ex-servido-ra do Tribunal de Contas de Pernambuco, à época deputada federal.

Dos nove, um terço deve ser esco-lhido pelo presidente da República, com aprovação do Senado Federal, e dois ter-ços pelo Congresso Nacional. Os minis-tros possuem as mesmas garantias que são previstas aos membros da magistratura (juízes, desembargadores e membros das Cortes Superiores). Assim, por exemplo, um ministro ou conselheiro do Tribunal de Contas não pode perder o seu cargo, a não ser por decisão judicial. A isso dá-se o nome de vitaliciedade, uma das prerroga-tivas mais importantes dos juízes, que ga-rante a sua independência funcional. Para realizarem suas funções fiscalizatórias, no sentido de garantir a transparência públi-ca, a Constituição Federal entendeu que seria necessário garantir aos membros do Tribunal de Contas esses mesmos instru-mentos, capazes de subsidiar a autonomia, a independência e a imparcialidade dos juízes. Ainda, são aplicadas aos ministros as mesmas normas de aposentadoria e pen-são, constantes do art. 40 da Constituição. Isso significa também que os ministros do

TCU têm o mesmo regime de aposenta-doria dos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

É importante destacar que as atri-buições do TCU são do âmbito federal, e as funções básicas são aquelas definidas no artigo 71, da Constituição Federal. Isso quer dizer que os Tribunais de Contas dos Estados não podem fazer mais, nem menos, do que o que foi analisado acima. Portanto, “os Tribunais de Contas estaduais julgam as contas daqueles que administram dinheiro público do Estado, emitindo parecer a res-peito das contas apresentadas pelo gover-nador. Os TCEs também são responsáveis por julgar as contas dos municípios situa-dos em seus respectivos estados.” (FOLHA DIREITO, 2008). A Constituição de 1988 impede que os Municípios criem seus pró-prios Tribunais, Conselhos ou órgãos de con-tas municipais, em seu artigo 31, § 4º. No entanto, permite que os Estados-membros, mediante autônoma deliberação, instituam órgão estadual denominado Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios, incum-bido de auxiliar as Câmaras Municipais no exercício de seu poder de controle externo. Esses Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios são qualificados como órgãos estaduais e atuam, onde tenham sido insti-tuídos, como órgãos auxiliares e de coope-ração técnica das Câmaras de Vereadores. Existem Tribunais de Contas dos Municípios no Ceará, Bahia, Pará e Goiás. E há o Tribunal de Contas do Município de São Paulo e o do Município do Rio de Janeiro, que exis-tiam antes da vigência da Constituição de 1988 e foram mantidos.

Você considera que o Tribunal de Contas possui uma função pedagógica, na medida em que tem como missão prioritária prevenir desvios e irregularidades?

para refLetir

ConTRoLE CidAdão 77

5. pOLítica fiscaL cOm respOnsabiLidade: a Lei de respOnsabiLidade fiscaL

A Lei Complementar nº 101, denomi-nada Lei de Responsabilidade Fiscal, trans-formou a história da administração pública no Brasil, incrementando também o papel do Tribunal de Contas e sua capacidade de atuação. Essa Lei foi aprovada em um período em que diversos países do mun-do experimentavam as consequências da modernização e globalização capitalista, a partir do modelo neoliberal, o que exigia maior competitividade das nações. As eco-nomias nacionais passaram a receber pres-são internacional para regularizar as contas públicas, condicionando o repasse de re-cursos às medidas nesse sentido. Somado a esse cenário, a Emenda Constitucional n. 19, aprovada em 1998, estabelecia o prazo de 6 meses para que o Congresso Nacional apresentasse um projeto de lei comple-mentar que dispusesse sobre as finanças públicas e demais temas disciplinados pelo artigo 163, da CF/88.

Com a aprovação da Lei Comple-mentar nº 101, em 4 de maio de 2000, todos os governantes passaram a precisar obedecer a normas e limites mais rigoro-sos para administrar as finanças, prestan-do contas sobre quanto e como gastam os

o modelo neoliberal, ou neolibe-ralismo, em linhas gerais, pode ser definido como um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas, que postulam a não participação do estado na economia e a redução das políticas públicas destinadas a efetivar direitos econômicos e sociais. Surgiu na década de 1970, “por meio da Escola monetarista do economista milton Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a econo-mia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo.” (oLIvEIRA, 2007, sp.). A característica mais marcante desse modelo consiste na política de privati-zação de empresas estatais, a partir da livre circulação de capitais internacio-nais. Este modelo foi implementado no Brasil com mais força a partir dos governos de Fernando Collor de melo e Fernando henrique Cardoso.

recursos públicos. Essa medida respondeu aos anseios internacionais, de assegurar a estabilidade e a retomada do desenvol-vimento sustentável do País. Sob outra perspectiva, contudo, o cidadão e contri-buinte obtiveram bons frutos com a apro-vação da Lei. Obrigar os gestores públicos a divulgar informações sobre como se dá a utilização dos recursos é uma medida que incrementa e estimula a possibilidade de participação e controle democrático, por parte da sociedade civil.

A Lei de Responsabilidade Fiscal tem como finalidade o planejamento, a trans-parência, o controle e a responsabiliza-ção. O planejamento se refere ao plano a partir do qual os recursos públicos serão alocados e executados, de acordo com os instrumentos de planejamento exis-tentes: o Plano Plurianual – PPA; a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA, que com-põem o sistema orçamentário.

A transparência, conforme a LRF, deve ser realizada com a participação da sociedade e a ampla publicidade dos atos

FUnDAção DEmóCRITo RoChA | UnIvERSIDADE ABERTA Do noRDESTE78

demonstração, pelo Poder Executivo, até o fim dos meses de maio, setembro e fe-vereiro, do cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pú-blica, nas casas legislativas.

A LC 101/00, com o objetivo de combater o mau uso dos recursos pelos gestores, busca realizar uma política fis-cal planejada e responsável. Compete ao Tribunal de Contas, ao analisar as contas, avaliar se os objetivos da LRF estão de fato sendo cumpridos. Assim, o órgão avalia o desempenho da arrecadação em relação à previsão, atenta para as medidas que porventura foram adotadas para o combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial etc. Ou seja, a apreciação das contas, pelo Tribunal, deve ser pautada pela eficácia e eficiên-cia no gasto com os recursos públicos, pois esse é o objetivo principal da políti-ca fiscal que a LRF estabelece.

É interessante destacar que todas essas atividades desempenhadas pelo Tribunal de Contas devem proporcionar meios que assegurem ao povo o acesso às informa-ções imprescindíveis da política fiscal.

SínteSe do FaScículo

O Estado Democrático de Direito é um marco jurídico e político fundamental que possibilitou uma maior participação social na vida institucional do País. O avanço de-mocrático, como vimos, refletiu-se na am-pliação das formas de divulgação dos gastos públicos. Refletiu-se, também, na criação de uma nova gama de meios disponíveis à população para se exercer o controle social das políticas públicas e do orçamento públi-co. Nesse sentido, a instituição do Tribunal de Contas nos termos da Constituição de 1988, inaugurou novos papéis – social,

Você considera que o controle social exercido pelos cidadãos sobre as contas públicas é realizado no nosso País? Por que esses instrumentos de controle não são tão utilizados pela população?

para refLetir

e fatos ligados a arrecadação de receitas e realização de despesas pela Administração Pública. No âmbito do controle, temos a atuação fundamental do Tribunal de Contas, bem como do Congresso Nacional (ou Casas Legislativas dos Estados e Municípios). É importante destacar tam-bém que o controle pode, e deve, ser exercido pelo Ministério Público e pelo cidadão, conforme a Constituição Federal e a própria LRF.

A Lei de Responsabilidade Fiscal dis-põe, em seu artigo 48, a garantia da partici-pação popular e a realização de audiências públicas durante os processos de elaboração e discussão dos planos, Leis de Diretrizes Orçamentárias e orçamento. Logo, a partici-pação popular e a realização de audiências públicas deverão ser incentivadas.

Outro instrumento importante consta no artigo 49, que estabelece a obrigação de as contas apresentadas pelo chefe do Poder Executivo ficarem disponíveis du-rante todo o exercício, tanto no respec-tivo Poder Legislativo quanto no órgão técnico responsável por sua elaboração. Ainda, podemos observar o parágrafo 4º do artigo 9º da referida Lei, que obriga a

Lei de Responsabilidade FiscalArt. 48. São instrumentos de transpa-

rência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em

meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes

orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório

Resumido da Execução orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões

simplificadas desses documentos.

Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante

incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, du-

rante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes

orçamentárias e orçamentos.

Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão dis-poníveis, durante todo o exercício, no

respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elabora-ção, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

[...]

ConTRoLE CidAdão 79

econômico e político – para esse órgão. Cabe aos Tribunais de Contas não somen-te realizar um controle técnico dos gastos públicos. Esses Tribunais, dotados de auto-nomia e independência funcional, possuem como objetivo fundamental garantir que a gestão pública dos recursos se dê sob o olhar da responsabilidade e da legitimidade do in-teresse público. Assim, constatamos que os Tribunais de Contas são instrumentos funda-mentais para a transparência, a probidade e a boa gestão pública. Ainda, destacamos a importância da Lei de Responsabilidade Fiscal, que inaugurou as normas legais para o estabelecimento de uma gestão orçamen-tária e financeira responsável, eficiente, efi-caz e transparente no território nacional.

ReFeRênciaS

[1] ALVES, B. A.; GOMES, S. E. R.; AF-FONSO, A. G. Lei de Responsabilida-de Fiscal Comentada e Anotada. 3.ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2001.

[2] ALBUQUERQUE, F. B. Lei de Res-ponsabilidade Fiscal e o Poder Legis-lativo: uma análise do papel dos tri-bunais de contas. In: Anais do / XIV Congresso Nacional do CONPEDI. – Florianópolis: Fundação Boiteux, 2006, p. 461-479. Disponível em < http://www.conpedi.org.br/manaus/ar-quivos/anais/Felipe%20Braga%20Albu-querque.pdf > Acesso em 16/3/2015.

[3] CARVALHO, D. Orçamento e Con-tabilidade Pública. Teoria, Prática e mais de 800 exercícios. 4ª ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

[4] CARVALHO FILHO, J. dos S. Manual de Direito Administrativo. 15ª ed., Edi-tora Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2006.

[5] CNJ, Conselho Nacional de Justiça. O que é nepotismo? Disponível em < http://www.cnj.jus.br/campanhas/356-geral/13253-o-que-e-nepotismo > Acesso em 12/3/2015.

[6] FERNANDES, Daniela. Em ano de es-cândalos, Brasil melhora em ranking de corrupção. 03 de dezembro de 2014. BBC Brasil. Disponível em < http://www.bbc.co.uk/portuguese/no-ticias/2014/12/141202_ranking_trans-parencia_internacional_brasil_df_lgb > Acesso em 10/3/2015.

[7] FILGUEIRAS, I. TCU detecta atrasos e inoperância em obras de 2008. Jornal O POVO. Caderno Política, 25/4/2015. Disponível em < http://www.opovo.com.br/app/opovo/poli-tica/2015/04/25/noticiasjornalpoliti-ca,3428012/tcu-detecta-atrasos-e-i-noperancia-em-obras-de-2008.shtml > Acesso em 26/04/2013.

[8] MEDAUAR, Odete. Direito Adminis-trativo Moderno. 7ª ed. São Paulo: RT, 2003.

[9] MENDONÇA, Ricardo. Para 68%, cor-rupção é maior hoje que na época da di-tadura. Folha de São Paulo, 30/3/2014. Disponível em < http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/03/1433081-pa-ra-68-corrupcao-e-maior-hoje-que-na-epoca-da-ditadura.shtml > Acesso em 17/3/2015.

[10] NETO, H. C.; DE AMORIM, R. F. O IDEAL DE RUY BARBOSA NA CRIA-ÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS NO BRASIL. In: Anais do XXIII En-contro Nacional do CONPEDI/UFSC. Florianópolis: CONPEDI, 2014, pp. 343-359. Disponível em < http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=74d2b98d66f5e375 > Acesso em Acesso em 16/3/2015.

[11] RIBEIRO, Renato Janine. Democra-cia. In: Dicionário de Filosofia Po-lítica. BARRETTO, V. de P.; CULLE-TON, A. (coord). São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2010.

[12] ZANLUCA, J. C. Os princípios de contabilidade. Disponível em < http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/principiosfunda-mentais.htm > Acesso em 15/3/2015.

[13] BRASIL, 2007. Supremo Tribunal Fede-ral. A Constituição e o Supremo [recur-so eletrônico]. 4. ed., Brasília: Secretaria de Documentação, 2011. Disponível em <http://www.stf.jus.br/portal/cons-tituicao/artigoBD.asp?item=875>

[14] FOLHA DIREITO, Tribunais de contas municipais (TCMs). Para entender direito. Disponível em <http://di-reito.folha.uol.com.br/blog/tribunais-de-contas-municipais-tcms> Acesso em 26/04/2013.

[15] OLIVEIRA, Maria Susie de. A ética no terceiro setor e o novo liberalismo. 2007. Disponível em <https://books.google.com.br/books?id=Zj05BQAA-QBAJ&printsec=frontcover&hl=p-t-BR#v=onepage&q&f=false> Aces-so em 17/3/2015.

[16] PORTAL DA TRANSPARÊNCIA. Co-nheça o TCU: História. Disponível em <http://portal.tcu.gov.br/institucional/conheca-o-tcu/historia/> Acesso em 16/03/2015.

PeRFil da autoRa

nataLia martinuzzi castiLhO

Professora do curso de Direito da Unichristus e assessora jurídica do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca Ceará). Mestre em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – RS (Unisinos). Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Membro do Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS) e do Núcleo de Direitos Humanos da Unisinos.

CONTROLECIDADÃO

fdr.com.br/controlecidadao

ExPEdiEntE FUnDAção DEmóCRITo RoChA Presidência João dummar neto | Direção Geral Marcos tardinUnIvERSIDADE ABERTA Do noRDESTE Coordenação Geral Ana Paula Costa SalminCURSo ConTRoLE CIDADão | Concepção e Coordenação Geral Cliff Villar | Coordenação de Conteúdo Gustavo Feitosa | Coordenação Pedagógica Márcia Campos | Gerência de Produção Sérgio Falcão | Edição de Design Amaurício Cortez | Editora Adjunta de Design Karla Saraiva | Revisão de Texto daniela nogueira | Editoração Eletrônica Cristiane Frota | Ilustrações Carlus Campos | Catalogação na Fonte Kelly Pereira

Este fascículo é parte integrante do Curso Controle Cidadão da Fundação Demócrito Rocha (FDR) / Universidade Aberta do nordeste (Uane) ISBN 978-85-7529-683-7

FuNdação demóCrIto roChaAv. Aguanambi, 282/A - Joaquim TávoraCEP 60.055-402 - Fortaleza-CearáTel.: (85) 3255.6180 - 3255.6153Fax: (85) [email protected]@fdr.com.br

Este fascículo é parte integrante do Curso Controle Cidadão composto por 12 fascículos oferecido pela Universidade Aberta do nordeste (Uane), em decorrência do contrato celebrado entre o Tribunal de Contas do Estado do Ceará e a Fundação Demócrito Rocha (FDR), sob o nº 26/2014.

Realização Apoio