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RELIGIÃO E CRIMINALIDADE NO BRASIL

FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM

CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS

LUCAS TIAGO RODRIGUES DE FREITAS

VITÓRIA 2012



Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas, Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE), como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Administração de Empresas.

Orientador: Prof. Dr. Arilton Teixeira

VITÓRIA 2012



Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Administração de Empresas, Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas

em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE), como requisito

parcial para a obtenção do título de Mestre em Administração de

Empresas.

Aprovada em 24 de Outubro de 2012.

COMISSÃO EXAMINADORA

Profº Dr.: ARILTON CARLOS CAMPANHARO TEIXEIRA

FUCAPE

Profº Dr.: BRUNO FUNCHAL

FUCAPE

Profº Dr.: ALEXANDRE OTTONI TEATINI SALLES

UFES

RESUMO

O intuito deste estudo é contribuir para a compreensão da relação entre

religiosidade e criminalidade em municípios brasileiros. Foi analisada a relação entre

taxas de cidadãos por tipo de religião (católica, evangélica, espírita, entre outras) e

taxas de criminalidade (homicídios, roubos, furtos, entre outros crimes). O método

utilizado foi Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). Os resultados encontrados

indicam que maiores taxas de cidadãos adeptos de religião estão relacionadas a

menores taxas de homicídios. Porém, essa relação não foi verificada para os outros

crimes analisados, o que pode ser considerado como um argumento contra a

isenção de impostos das instituições religiosas.

Palavras-chave: MQO, Religião, Criminalidade, Isenção de Impostos, Brasil.

ABSTRACT

The purpose of this study is to contribute to understanding the relationship between

religiosity and crime in Brazilian cities. It was analyzed the relationship between

citizens rates by type of religion (Catholic, Evangelical, spiritualists, among others)

and crime rate (murder, theft, robbery, among other crimes). The method used was

Ordinary Least Squares (OLS). The results indicate that higher rates of citizens

adherents of religion are related to lower homicide rates. But this relationship was not

seen for other crimes analyzed, which can be considered as an argument against the

tax exemption of religious institutions.

Keywords: OLS, Religion, Criminality, Tax Exemption, Brazil.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 8

3. METODOLOGIA ................................................................................................. 16

3.1. CRIMES NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO E DO

ESTADO DE SÃO PAULO ..................................................................................... 19

3.2. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS CRIMES ................................................ 21

3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DA RELIGIÃO ................................................ 21

3.4. MODELO ECONOMÉTRICO UTILIZADO ................................................... 23

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 26

4.1. RELIGIÃO E CRIMINALIDADE NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS ............ 26

4.2. RELIGIÃO E CRIMINALIDADE NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE SÃO

PAULO E DO ESPÍRITO SANTO .......................................................................... 28

4.3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 30

5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 32

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33

APÊNDICE A - RELIGIÃO E CRIMINALIDADE EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS . 38

APÊNDICE B - RELIGIÃO E CRIMINALIDADE EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DE

SÃO PAULO ............................................................................................................. 49

APÊNDICE C - RELIGIÃO E CRIMINALIDADE EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DO

ESPÍRITO SANTO .................................................................................................... 55

APÊNDICE D – CORRELAÇÃO ENTRE TAXAS DE RELIGIÃO E CRIMINALIDADE

EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS ............................................................................. 60

1. INTRODUÇÃO

A Constituição Brasileira isenta de impostos as instituições religiosas

(BRASIL, 1988), com o intuito de garantir a liberdade religiosa dos cidadãos. Para

Heaton (2006, p. 148), a isenção de instituições religiosas deveria resultar em

benefícios sociais, como a redução nos índices de criminalidade, por exemplo.

Conforme a Teoria da Escolha Racional, o cometimento de crimes é função

do benefício a ser obtido e dos custos de uma possível punição (BECKER, 1968;

1992; 1993; WRIGHT et al. 2004, p. 182, 196; MCCLENNEN, 2010; VALE, 2010).

Como as crenças religiosas (e.g. Deus, inferno, salvação, Nirvana, iluminação,

reencarnação) são atreladas a um aumento nos custos do comportamento

criminoso, a religião deveria ser um fator redutor de criminalidade (STARK, 1996).

Porém, a literatura relata tanto relações negativas, quanto relações positivas e

relações sem significância estatística entre religião e criminalidade (WASSERMAN,

1978; ALBRECHT; CHADWICK; ALCORN, 1977; HEATON, 2006).

O presente trabalho analisa se a religião é um fator redutor de criminalidade

nos municípios brasileiros, o que seria uma justificativa para a isenção de impostos

das instituições religiosas. Para realizar essa análise, foram utilizadas taxas de

cidadãos por tipo de religião e taxas de diversos tipos de crimes, incluindo

homicídios, ameaças, estupros e lesões corporais. Foram utilizados dados de

controle para escolaridade, segurança pública e renda, dentre outras informações

que poderiam se relacionar com o aumento ou redução da criminalidade.

Os resultados encontrados no presente estudo indicam que maiores taxas de

cidadãos adeptos religiosos estão relacionadas a menores taxas de homicídios.

Porém, essa relação negativa não foi verificada para os outros tipos de crimes

7

analisados, o que constitui um argumento a favor da taxação das instituições

religiosas.

As próximas seções apresentam uma revisão da literatura sobre religião e

criminalidade, a metodologia adotada no presente estudo, os resultados

encontrados, a análise dos resultados e a conclusão.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A religião está atrelada a um aumento de custos para o comportamento

criminoso: para ganhar a felicidade eterna após a morte, é necessário que a pessoa

acredite em Deus, siga os mandamentos e viva uma vida virtuosa (PASCAL, 2004,

p. 133-139). Os cidadãos protestantes calvinistas, pietistas, metodistas e batistas,

buscavam ter certeza da vida eterna por meio de uma vida ascética, conservando os

mandamentos religiosos e ofertando o melhor de si a Deus (WEBER, 2001, p. 91-

114), conduta que gerou benefícios sociais advindos da especialização do trabalho,

racionalização de processos produtivos, reinvestimentos e expansão de negócios

(WEBER, 2001, p. 122-134).

Manter uma boa conduta de vida não é norma apenas para religiões cristãs,

que predominam no Ocidente. No budismo, por exemplo, para ser feliz é preciso se

desapegar dos desejos e da ganância: a vida é um estado transitório, e o mérito das

ações auxilia no alcance da iluminação, do Nirvana. O Caminho Óctuplo do Budismo

inclui diretrizes específicas para se alcançar a iluminação: Entendimento Correto,

Pensamento Correto, Discurso Correto, Ação Correta, Meio de Vida Correto,

Empenho Correto, Atenção Correta e Concentração (Meditação) Correta. Como

resultado, tem-se uma vida com conduta ética, disciplina mental e sabedoria

(GROTH-MARNAT, 1992, p. 270-272).

A diversificação religiosa nas sociedades estimulou discussões acadêmicas:

pequenos grupos intolerantes não teriam força suficiente para perturbar a ordem

pública, ao contrário do que poderia acontecer caso o país estivesse dividido entre

dois ou três grandes grupos religiosos divergentes (HULL; BOLD, 1998; LEATHERS;

9

RAINES, 2008; PETERSON, 2009; SMITH, 2009; STEINER; LEINERT; FREY,

2010).

Ao longo da história humana, diferentes tipos de penalidades foram atribuídos

a indivíduos que cometeram atos contrários aos princípios de suas sociedades

(BAKEWELL, 1909, p.11; EMERTON, 1909; PLATÃO, 2002, p. 26; TAUSIET, 2008;

WATERFIELD, 2009; KLEINSTUBER, 2009, p. 228-230). Segundo Santos (2009, p.

171), um indivíduo só cometerá um crime se a utilidade esperada desse delito for

maior do que a utilidade que seria obtida com a aplicação do tempo em outras

atividades. À medida que o indivíduo obtém êxitos em seus crimes, ele aumenta a

sua expertise criminal, reduzindo a possibilidade de punição. Santos (2009, p.180)

argumenta que a baixa probabilidade de punição no Brasil incentiva o

comportamento criminoso. Os resultados obtidos por Santos (2009, p. 179), através

do método System GMM, indicam que os gastos com segurança pública nos

estados brasileiros não exercem efeitos com significância estatística sobre a

criminalidade (analisada por meio da proxy crimes letais por cem mil habitantes).

Conforme o estudo de Santos (2009, p. 190), aumentos na escolaridade podem

reduzir a criminalidade.

Ao trabalhar rotineiramente valores como solidariedade, bem-estar social,

combate ao uso de drogas e à violência, espera-se que as instituições religiosas

exerçam efeitos benéficos para a sociedade, incluindo-se a redução da criminalidade

(BÍBLIA, Exôdo 20: 13, 15 e 16; BÍBLIA, Deuteronômio 5: 17, 19 e 20; BÍBLIA,

Marcos 10: 19; CATECISMO, 1993, p.497-498; BARRO, 2004; BARRO;

MCCLEARY, 2005; MCCLEARY; BARRO, 2006a; MCCLEARY; BARRO, 2006b;

WARF; WINSBERG, 2008; PEDZIWIATR, 2008; CARDONA MOLTÓ et al., 2010;

BARRO; HWANG; MCCLEARY, 2010; MERINO, 2010).

10

Vários autores (e.g. WASSERMAN, 1978; STARK, 1996; HEATON, 2006;

SANTOS, 2009) procuraram verificar se a religião poderia exercer efeitos sobre a

criminalidade, que está relacionada a danos à propriedade privada e gastos públicos

com policiamento, sistemas judiciário, prisional e de saúde (BECKER, 1968;

DESLANDES; DE SOUZA MINAYO; DE LIMA, 2008; GAWRYSZEWSKI et al., 2008;

BAENA, 2011; PENGLASE, 2011; HEUFER, 2011, p. 1).

Estudos clássicos que relacionaram criminalidade e religião (ALBRECHT;

CHADWICK; ALCORN, 1977; HIGGINS; ALBRECHT, 1977; WASSERMAN, 1978;

STARK, 1996; BAIER; WRIGHT, 2001) costumam apresentar seus resultados sob a

forma de coeficientes de correlação: Coeficiente de Pearson1, Coeficiente Eta2 e

Estatística Gama3.

Hirschi e Stark (1969, p. 204) utilizaram a Estatística Gama para analisar

dados de 4.077 alunos do ensino médio do condado de Western Contra Costa, na

Califórnia. A criminalidade foi analisada a partir de dados reportados pelos alunos e

por dados de registros policiais (furtos, roubo de veículos, vandalismo, assalto)

(HIRSCHI; STARK, 1969, p. 204). A religião foi mensurada através da frequência à

igreja (uma vez por semana, 2 a 3 vezes ao mês, uma vez ao mês e feriados, quase

1 Conforme Martins (2000, p. 287-293), o Coeficiente de Pearson é uma medida de associação que

independe das unidades de medidas das variáveis. O r de Pearson varia entre -1 e +1: quanto maior for a associação linear entre as variáveis, mais próximo de -1 ou +1 será o valor de r. A ausência de correlação é indicada por r = 0. 2 O Coeficiente Eta (η) é uma medida geral de relações lineares e curvilíneas (LEY, 2007). Para

relações lineares ele é igual ao Coeficiente r de Pearson. Porém, para relações não lineares ele é maior que o r de Pearson. A diferença entre o Coeficiente Eta e o r de Pearson pode ser utilizada como uma medida da não-linearidade da relação entre variáveis (GARSON, 2012, p. 45). O valor de Eta varia de 0 a 1: indica a intensidade da correlação entre as variáveis, mas não informa se a correlação é positiva ou negativa (SALISES, [200-]). O Coeficiente Eta também pode ser utilizado elevado ao quadrado (η

2), como explicação para a variância (GRAVETTER; WALLNAU, 2008).

3 A Estatística Gama é descrita por Siegel e Castellan Jr. (2006, p. 326-333) como um instrumento

apropriado para medir a relação entre duas variáveis em escala ordinal (e.g. variáveis A e B, onde A e B são ordenadas pelos subscritos, A1 < A2 < ... < Ak e B1 < B2 < ... < Bk). Gama varia de -1 a +1: quanto mais próximo de -1 ou +1 for o valor de Gama, mais forte será a correlação entre as variáveis. Caso as variáveis analisadas sejam independentes, Gama = 0. Porém, Gama = 0 não implica necessariamente a independência das variáveis.

11

nunca e nunca) (HIRSCHI; STARK, 1969, p. 205-206). Conforme os resultados

obtidos por Hirschi e Stark (1969, p. 211), a religião não apresentou efeitos

estatisticamente significativos sobre a criminalidade.

Higgins e Albrecht (1977) encontraram efeitos negativos da religião sobre a

criminalidade ao analisar dados de 1.383 estudantes de Atlanta, no sul dos Estados

Unidos. A religiosidade foi medida por meio da frequência à igreja, variando de

“quase nunca” a “uma vez por semana ou mais”. Foram analisados 17 itens

relacionados à criminalidade, dentre os quais se destaca roubo de carro, dirigir carro

sem habilitação, venda e uso de narcóticos. Todos os 17 itens apresentaram

correlação negativa com a religiosidade. Os autores argumentam que os resultados

encontrados não necessariamente podem ser generalizados para outros locais fora

da região sul dos Estados Unidos ou mesmo para fora de Atlanta. A Tabela 1

apresenta alguns dos resultados obtidos por Higgins e Albrecht (1977, p. 954).

TABELA 1: FREQUÊNCIA À IGREJA E CRIMINALIDADE EM ATLANTA

Comportamento Criminoso Correlação Gama com

frequência à igreja

Dirigir carro sem licença -0,26

Portar faca, navalha, etc. -0,23

Dirigir rápido ou com imprudência -0,31

Tomar coisas com valor superior a US$ 10,00 -0,49

Usar força para tirar dinheiro de alguém -0,29

Brigar -0,22

Roubo de carro -0,31

Comprar bebidas alcoólicas -0,46

Ingerir bebidas alcoólicas -0,49

Vender narcóticos -0,44

Usar narcóticos -0,51

Cheirar cola -0,24

Destruir propriedade com valor acima de US$ 10,00 -0,31

Fonte: Adaptado de Higgins e Albrecht (1977, p. 954)

Albrecht, Chadwick e Alcorn (1977) analisaram dados de 244 adolescentes

mórmons de 3 estados do oeste dos Estados Unidos (Utah, Califórnia e Idaho), e

utilizaram os seguintes fatores para explicar a criminalidade: religião, criminalidade

sem e com vítimas, e características da família (conflitos familiares, tempo passado

12

junto com os pais, suporte e controle dos pais). A religião foi analisada por meio de

medidas de comportamento (frequência à Escola Dominical, cultos, orações, dentre

outras atividades da igreja) e de atitudes (acreditar em Deus, Jesus, Bíblia, Diabo).

Os resultados obtidos por Albrecht, Chadwick e Alcorn (1977, p. 270-271),

expressos em Coeficiente de Correlação de Pearson na Tabela 2, indicam que o

efeito da religião é maior para crimes sem vítima.

TABELA 2: RELIGIÃO E CRIMINALIDADE ENTRE ADOLESCENTES MÓRMONS

Religiosidade Crimes com vítima Crimes sem vítima

Homens Mulheres Homens Mulheres

Atitudes -0,08 -0,16* -0,28** -0,11

Comportamentos -0,07 -0,26** -0,38*** -0,42***

Fonte: Adaptado de Albrecht, Chadwick e Alcorn (1977, p. 270-271). ***p < 0,001; ** p < 0,01; * p < 0,05.

Wasserman (1978) relacionou dados de afiliações religiosas (Batistas,

Protestantes e Católicos) do ano de 1916, e taxas de homicídios do ano de 1920. Os

dados foram provenientes de 179 condados dos estados do Alabama, Louisiana,

Mississipi e Carolina do Sul, no Sul dos Estados Unidos (WASSERMAN, 1978, p.

416). Wasserman (1978, p. 417) utilizou controles para raça (porcentagem de

negros por condado) e classe social (porcentagem de homens rendeiros de terra

acima de 21 anos – uma proxy para a porcentagem de classe baixa). A relação entre

taxas de homicídios e protestantes negros, batistas brancos e católicos brancos não

se mostrou significativa para nenhum dos quatro estados. Apenas os resultados

para batistas negros da Carolina do Sul e de protestantes brancos do Alabama e do

Mississipi se mostraram significativos estatisticamente (WASSERMAN, 1978, p.

417). Os resultados significativos podem ser observados na Tabela 3.

13

TABELA 3: RELIGIÃO E TAXA DE HOMÍCIDIOS NO SUL DOS EUA

Religião, raça e local

Correlação parcial entre afiliação religiosa e taxas de Homicídios

(com controle para % negros e % rendeiros de terra)

Protestantes Brancos (Alabama) -0,26*

Protestantes Brancos (Mississipi) -0,23*

Batistas Negros (Carolina do Sul) 0,36*

Fonte: Adaptado de Wasserman (1978, p. 417). * p < 0,05.

Stark (1996) estudou a relação entre religião e criminalidade, utilizando dados

de diferentes áreas dos Estados Unidos. A partir de dados obtidos de uma amostra

nacional de 11.995 alunos do último ano do ensino médio, os resultados obtidos por

Stark (1996, p. 169-170) mostraram que cidadãos com maior frequência à igreja se

envolviam em menos problemas com a lei. Stark (1996, p. 171-172) analisou a

relação entre protestantes e católicos e o consumo de álcool e maconha. Os

resultados obtidos por Stark (1996, p. 169-172) podem ser observados na Tabela 4

e na Tabela 5.

TABELA 4: RELIGIÃO E PROBLEMAS COM A LEI NOS ESTADOS UNIDOS

Região Gama entre frequência à igreja e problemas com a lei

Leste -0,32**

Meio Oeste -0,36**

Sul -0,39**

Estados de Montanha -0,23**

Pacífico -0,02

EUA -0,31**

Fonte: Adaptdado de Stark (1996, p. 169-170). **p < 0,01.

TABELA 5: RELIGIÃO E CONSUMO DE ÁLCOOL E MACONHA NOS EUA

Religião Gama entre frequência à igreja

e não ter tomado bebida alcoólica nos 30 dias anteriores

Gama entre frequência à igreja e

nunca ter usado Maconha

Protestantes -0,21** -0,28**

Católicos -0,02 -0,22**

Protestantes (Pacífico) -0,26** -0,25*

Católicos (Pacífico) -0,23*

Protestantes (fora do Pacífico) -0,21**

Fonte: Adaptado de Stark (1996, p. 171-172). *p < 0,05; **p < 0,01.

Baier e Wright (2001) analisaram 60 trabalhos prévios que relacionaram

religião e criminalidade, incluindo os estudos de Hirschi e Stark (1969), Albrecht,

Chadwick e Alcorn (1977), Higgins e Albrecht (1977) e Stark (1996), referenciados

14

anteriormente. A maior parte dos estudos (71%) mensurou o efeito da religião sobre

a criminalidade por meio do Coeficiente de Correlação de Pearson (resultados

expressos em Estatística Gama foram convertidos para o Coeficiente de Pearson),

28% dos estudos utilizaram o Coeficiente Beta de modelos MQO padronizados e

apenas 1 utilizou Correlação Eta. Dentre os 79 efeitos listados nos estudos, dois

foram nulos e todos os outros 77 apresentaram relação negativa entre religião e

criminalidade (BAIER; WRIGHT, 2001, p. 8-11). Baier e Wright (2001, p. 16-17)

concluem que os resultados dos trabalhos anteriores evidenciam que a religião

exerce um efeito negativo sobre a criminalidade.

Lee e Bartkowski (2004, p. 1013-1014) analisaram a influência da religião nas

taxas de homicídios cometidos por jovens com menos de 18 anos utilizando dados

de 1440 condados rurais (população ≤ 20.000 habitantes) e de 449 condados

urbanos (população ≥ 100.000 habitantes) dos Estados Unidos. A religião foi

mensurada através da taxa per capita da população adepta de denominações

religiosas engajadas civilmente em organizações voluntárias. O relacionamento

entre vítima e agressor foi identificado e classificado em três categorias: familiar,

conhecido e estranho. Conforme os resultados obtidos por Lee e Bartkowski (2004,

p. 1015-1022), a religião exerceu efeito negativo sobre os homicídios cometidos por

jovens em condados rurais, porém, esse efeito ficou restrito aos homicídios em que

a vítima e o agressor tinham um relacionamento familiar. A religião não exerceu

efeito estatisticamente significativo sobre os homicídios cometidos nos condados

urbanos.

Heaton (2006, p.167) realizou uma análise cross-section de dados de 3.008

condados dos Estados Unidos, e não encontrou relação significativa

estatisticamente entre adesão religiosa e crimes violentos ou contra a propriedade.

15

O uso de modelos de MQO para estimação de efeitos da religião sobre a

criminalidade é criticado por Heaton (2006, p.148), que argumenta que para o

método MQO fornecer estimativas válidas da relação entre religião e crime, as

medidas de religião não podem ser correlacionadas com efeitos não observáveis da

criminalidade local. Caso uma alta taxa de crime em um local específico atraia

organizações religiosas em busca de adeptos, o método MQO estimaria o efeito da

religião sobre o crime com um viés para cima. Por outro lado, se as atividades

criminosas levarem os indivíduos a abandonar a religião, o crime tenderia a diminuir

a taxa de adeptos religiosos, o que causaria um viés para baixo nos coeficientes

MQO. Essa preocupação com o possível viés na estimação MQO levou Heaton

(2006, p. 148-151) a utilizar o método de Mínimos Quadrados de 2 Estágios. Heaton

(2006, p. 148) propõe o uso de taxas históricas de adesão religiosa como um

instrumento para a taxa de adesão religiosa atual. Em seu trabalho, Heaton (2006, p.

151) utilizou como instrumento para a adesão religiosa no ano 2000 as taxas de

adesão religiosa do ano 1916.

3. METODOLOGIA

A indisponibilidade de dados criminais no Brasil dificulta a realização de

pesquisas empíricas e a elaboração de políticas de segurança pública de qualidade

(SANTOS; KASSOUF, 2008, p. 347). As informações disponíveis ainda enfrentam o

problema do sub-registro de crimes, especialmente roubo, furtos, agressões físicas,

sequestros e estupros, juntamente com a falta de padronização nos procedimentos

de registros criminais entre as diferentes regiões do país (SANTOS; KASSOUF,

2008, p.348-349). Em meio a essas dificuldades, o presente estudo utilizou as

seguintes medidas para criminalidade:

taxas de homicídios, violência doméstica, sexual e outras, violência física,

violência psico-moral, ameaças, estupros, atentado violento ao pudor, assédio

sexual, enforcamento, tortura, envenenamento (municípios brasileiros);

taxas de furto, roubo, roubo de veículo, lesão corporal, homicídios (municípios

do Espírito Santo e de São Paulo).

Apesar da frequência a eventos religiosos, utilizada por Stark (1996, p. 169),

fornecer uma medida mais apurada da participação religiosa dos cidadãos,

normalmente esses dados não são mensurados para toda a população de um

município, estado ou país. Não dispondo de medidas mais apuradas, utilizou-se

taxas de cidadãos por tipo de religião (Católicos, Evangélicos de Missão,

Evangélicos Pentecostais, Evangélicos não determinados, Espíritas, não sabe,

Umbanda e Candomblé, outras religiões, sem declaração religiosa).

As fontes dos dados de crimes, religião e população estão descritas na

Tabela 6.

17

TABELA 6 – FONTES DE DADOS DE CRIMES, RELIGIÃO E POPULAÇÃO

Dados Descrição dos dados Fonte Ano

População População estadual e municipal – total, urbana, masculina.

DATASUS4,

SIDRA IBGE

5

2010, 2009

Crimes

Homicídios; violência doméstica, sexual e outras; violência física; violência psico-moral; ameaças; estupros; atentado violento ao pudor; assédio sexual; enforcamento; tortura; envenenamento.

DATASUS 2010, 2009

Cidadãos conforme religião

Habitantes com 10 anos ou mais de idade por classificação religiosa: católica, espírita, evangélica não determinada, evangélica de missão, evangélica pentecostal, não sabe, outras religiões, sem declaração, umbanda e candomblé.

SIDRA IBGE 2010

Fonte: Elaboração própria

Estudos anteriores que analisaram criminalidade e religião utilizaram como

dados de controle: classe social, sexo, raça, renda, desigualdade de renda,

desemprego, escolaridade, densidade demográfica, porcentagem de pais solteiros,

população jovem, abandono escolar, divórcios, taxa de prisão juvenil por posse de

drogas (cocaína e opiáceos), região do país, criminalidade em períodos anteriores,

gastos com segurança pública e taxa de urbanização (WASSERMAN, 1978, p. 417;

WRIGHT et al., 2004, p. 198; BEYERLEIN; HIPP, 2005, p. 1001; LEE;

BARTKOWSKI, 2004, p. 1014; SANTOS, 2009, p.173-174).

O presente estudo utilizou os dados exibidos na Tabela 7 como fonte para os

dados de controle.

4 Departamento de Informática do SUS (DATASUS)

5 Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA)

18

TABELA 7 - FONTES DE DADOS PARA CONTROLE


População População estadual e municipal – total, urbana, masculina.

DATASUS, SIDRA IBGE

2010, 2009

Densidade Demográfica

Número de habitantes residentes em relação à área (hab/km

2).

IBGE6 2010

População Carcerária

População do Sistema Penitenciário do Estado. MJ7 2010

Habitantes por profissional de

segurança pública

Relação Estadual de habitantes por profissional de segurança pública (policiais civis e militares e bombeiros militares).

MJ 2007

Despesa da justiça estadual por

habitante Despesa total da justiça estadual por habitante (R$). CNJ

8 2010

Escolaridade

% habitantes com ensino fundamental completo e médio incompleto; % habitantes com ensino médio completo e superior incompleto; % habitantes com ensino superior completo.

SIDRA IBGE 2010

Desemprego População economicamente ativa desocupada (%). SIDRA IBGE 2010

Renda Valor do rendimento nominal médio mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade (Reais).

SIDRA IBGE 2010

Programa de Geração de

Trabalho e Renda Existência de programa municipal de trabalho e renda. IBGE 2009

Delegacia de Polícia Civil

Existência de Delegacia de Polícia Civil no município. IBGE 2009

Guarda Municipal Existência de Guarda Municipal. IBGE 2009

Conselho Municipal de Esporte

Existência de Conselho Municipal de Esporte. IBGE 2009

Conselho Municipal de Habitação

Existência de Conselho Municipal de Habitação. IBGE 2009


A partir dos dados coletados foram calculadas as taxas de:

crimes por cem mil habitantes;

cidadãos por classificação religiosa por cem mil habitantes;

presos no estado por cem mil habitantes;

habitantes do sexo masculino no município (%);

urbanização dos municípios (população urbana/população total).

6 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

7 Ministério da Justiça (MJ)

8 Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

19

As demais variáveis que foram obtidas sob a forma de taxas não sofreram

modificações. As variáveis de existência de programa de geração de trabalho e

renda, guarda municipal, delegacia de polícia civil, conselho municipal de habitação

e conselho municipal de esporte foram utilizadas como variáveis Dummy.

3.1. CRIMES NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO E DO ESTADO DE SÃO PAULO

Devido à indisponibilidade de dados nacionais para crimes como roubos e

furtos, por exemplo, foram coletados dados de crimes dos municípios do Estado do

Espírito Santo e de São Paulo. A escolha do Espírito Santo se deve ao alto índice de

violência registrado no Estado ao longo da última década, conforme o Gráfico 1. A

escolha de São Paulo se deve à importância econômica, conforme o Gráfico 2.

Gráfico 1: Taxa de Homicídios no Espírito Santo e no Brasil Fonte: Elaboração própria – dados do DATASUS e IBGE

0

10

20

30

40

50

60

Homicídios ES / 100000hab

Homicídios Brasil /100000hab

20

Gráfico 2: PIB de São Paulo em relação ao PIB do Brasil (%) Fonte: Elaboração própria – dados do SEADE e IBGE

Foram coletados dados de furtos, roubos, roubos de veículos, lesões

corporais e homicídios dos Estados do Espírito Santo e de São Paulo, conforme a

Tabela 8.

TABELA 8 – FONTES DE DADOS DE CRIMES NO ESPÍRITO SANTO E EM SÃO PAULO


População População municipal. DATASUS 2010, 2009, 2008, 2007,

2006

Crimes no Espírito Santo

Furtos, roubos, roubos de veículos, lesões corporais (por cem mil habitantes).

IJSN9 2009, 2008

Homicídios. DATASUS 2010, 2009

Crimes em São Paulo

Furtos, roubos, roubos de veículos, lesões corporais dolosas e culposas.

SEADE10

2007, 2006

Homicídios. DATASUS 2010, 2009


A partir dos dados coletados, calculou-se a taxa de crimes por cem mil

habitantes.

9 Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN)

10 Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

PIB SP / PIB Brasil (%)

21

3.2. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS CRIMES

A estatística descritiva dos dados de crimes coletados está apresentada na

Tabela 9.

TABELA 9: ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS CRIMES ANALISADOS

Região Crime / 100.000 habitantes Ano Municípios analisados

Média Desvio-padrão

Máximo

Brasil

Homicídios 2010 5544 14,655 19,034 181,284

Ameaças 2010 424 15,575 30,472 432,326

Estupros 2010 369 8,653 8,609 50,338

Tortura 2010 158 4,328 5,851 40,517

Violência Física 2010 930 48,010 91,770 1000,294

Violência Doméstica, Sexual e outras

2010 1180 53,253 97,606 1059,712

Violência Psico-moral 2010 559 24,399 41,495 535,057

Atentado Violento ao Pudor 2010 225 4,662 4,800 27,243

Assédio Sexual 2010 184 4,544 5,651 33,550

Enforcamento 2010 164 5,779 8,708 55,279

Envenenamento 2010 148 18,210 22,512 117,839

Espírito Santo

Furtos 2009 78 207,762 153,221 726,560

Roubos 2009 78 59,045 86,167 500,690

Roubos de veículos 2009 78 15,886 24,657 128,460

Lesões Corporais 2009 78 313,088 150,038 720,010

Homicídios 2010 78 28,773 22,415 105,069

São Paulo

Furtos 2007 644 812,992 489,017 4102,721

Roubos 2007 644 131,001 175,173 1392,180

Roubos de veículos 2007 644 29,025 60,162 590,928

Lesões Corporais Dolosas 2007 644 640,613 269,610 1888,849

Lesões Corporais Culposas 2007 644 327,252 208,404 1560,125

Homicídios 2010 644 9,260 12,524 118,314

Fonte: Elaboração própria – Dados do SIDRA IBGE, SEADE, DATASUS, IJSN

3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DA RELIGIÃO

A estatística descritiva dos dados de religião coletados está apresentada na

Tabela 10.

22

TABELA 10: ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS DADOS DE RELIGIÃO

Região Ano Municípios analisados

Religião (idade ≥ 10 anos) / 100.000hab.

Média Desvio-padrão

Máximo

Brasil 2010 5544

Católicos 63793,51 11742,36 91728,31

Espíritas 608,40 1276,35 39486,08

Evangélicos Indeterminados

2114,00 2127,61 29386,71

Evangélicos de Missão

3012,70 4825,05 70461,87

Evangélicos Pentecostais

9003,58 5239,03 45580,81

Não Sabe 52,41 283,76 10344,83

Outras religiões 1279,80 1442,21 25796,08

Sem Declaração 6,14 82,78 3808,75

Umbanda e Candomblé

62,41 238,67 4854,75

Espírito Santo

2010 78

Católicos 52265,74 13328,14 78659,98

Espíritas 657,11 943,35 5603,22


1825,94 1378,28 5914,29


10990,87 10320,19 61592,46


11676,03 5018,43 23828,49

Não Sabe 44,73 128,16 1007,68


Sem Declaração 4,22 25,44 175,37


40,09 143,14 1196,05

São Paulo

2010 644

Católicos 59226,49 8868,28 82152,45

Espíritas 1489,76 1495,84 14064,44


3783,84 2382,74 15244,67


2062,34 1720,67 16799,19


12394,88 4377,09 38283,33

Não Sabe 123,44 741,77 10344,83


Sem Declaração 22,69 204,29 3808,75


84,90 158,05 2173,11

Fonte: Elaboração própria – Dados do SIDRA IBGE

23

3.4. MODELO ECONOMÉTRICO UTILIZADO

No presente estudo mensurou-se a relação entre religião e criminalidade por

meio do método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), escolhido por permitir

verificar se a relação entre diferentes variáveis é positiva ou negativa, com uso de

muitas variáveis independentes simultaneamente. O método MQO é considerado o

melhor estimador linear não viesado (WOOLDRIDGE, 2006, p. 99), desde que

atenda determinadas premissas, como a linearidade do modelo de regressão, o

valor médio do termo de erro ser zero e a variância do termo de erro ser a mesma

para todas as observações (GUJARATI, 2006, p. 53-61).

O modelo utilizado no presente estudo é descrito na Equação 1:

∑

onde:

X1 = Crime no ano anterior / 100.000hab.

X2 = Católicos (idade ≥ 10 anos) / 100.000hab.

X3 = Espíritas (idade ≥ 10 anos) / 100.000hab.

X4 = Evangélicos Indeterminados (idade ≥ 10 anos) / 100.000hab.

X5 = Evangélicos de Missão (idade ≥ 10 anos) / 100.000hab.

X6 = Evangélicos Pentecostais (idade ≥ 10 anos) / 100.000hab.

X7 = Não Sabe a Religião (idade ≥ 10 anos) / 100.000hab.

X8 = Outras Religiões (idade ≥ 10 anos) / 100.000hab.

X9 = Sem Declaração Religiosa (idade ≥ 10 anos) / 100.000hab.

X10 = Umbanda e Candomblé (idade ≥ 10 anos) / 100.000hab.

X11 = Densidade demográfica

(1)

24

X12 = Presos no Estado / 100.000hab.

X13 = Habitantes / profissional de segurança pública no Estado

X14 = Despesas da Justiça Estadual / habitante

X15 = Ensino Fund. Completo e Médio Incompleto (% hab.)

X16 = Ensino Médio Completo e Superior Incompleto (% hab.)

X17 = Ensino Superior Completo (% hab.)

X18 = População Economicamente Ativa Desocupada (%)

X19 = Rendimento Médio Mensal (R$)

X20 = Urbanização (Pop. Urbana / Pop. Total)

X21 = Homens no município (%)

X22 = Programa Municipal de Trabalho e Renda (existência)

X23 = Delegacia de Policia Civil (existência)

X24 = Guarda Municipal (existência)

X25 = Conselho Municipal de Esporte (existência)

X26 = Conselho Municipal de Habitação (existência)

A ausência de uma série temporal de dados de religião e crime impossibilitou

a realização de projeções futuras e dificultou a análise de problemas como

causalidade e endogeneidade, não abordados no presente trabalho.

O grau de ajuste dos modelos11 foi apresentado por meio dos valores de

R2ajustado. Como forma de verificar a significância geral dos modelos estimados

11

Segundo Wooldridge (2006, p. 77), o R2 mede o grau de ajuste do modelo: indica o quanto da

variação amostral da variável dependente é explicada pela reta do modelo MQO. Conforme Gujarati (2006, p. 175), R

2 pode ser ajustado quando se quer considerar o número de parâmetros utilizados

pelo modelo, obtendo-se o R2ajustado.

25

apresentou-se o Valor p do Teste F12. Para verificar a existência de problemas de

colinearidade entre as variáveis realizou-se o teste FIV13.

Cada crime foi analisado separadamente. Em cada análise, foram excluídos

da amostra os municípios que apresentaram:

“ignorado” para as informações de existência de Conselho Municipal de

Habitação, programa municipal de geração de trabalho e renda, Delegacia de Polícia

Civil e Guarda Municipal (Brasília – DF, Umuarama – PR, Sapucaia do Sul - RS);

informações sobre ocupação dos habitantes economicamente ativos iguais a

zero ou que não as apresentaram (15 municípios);

dados de crimes não disponíveis.

Os resíduos de todos os modelos foram salvos e utilizados para verificar a

existência de correlação com a variável de crime defasada.

Foram utilizados erros-padrões robustos14 para contornar problemas de

heterocedasticidade.

12

Segundo Gujarati (2006, p. 206-210), o Teste F é uma medida da significância geral da regressão estimada. O Valor p do Teste F testa a possibilidade de todos os coeficientes angulares em conjunto serem iguais a 0 (H0: β2 = β3 = ... = βk = 0). H0 pode ser rejeitada para valores p suficientemente baixos do Teste F. 13

O FIV (fator de inflação de variância) indica a intensidade com que as variâncias e covariâncias aumentam (GUJARATI, 2006, p.282): var (βj) = (σ

2 / ∑xj

2) FIVj.

14 Quando a variância do termo de erro ui do modelo não é constante, ou seja, quando não há

homocedasticidade, enfrenta-se o problema da heterocedasticidade (GUJARATI, 2006, p. 313-316). Os erros-padrões robustos de White são uma alternativa para contornar problemas de heterocedasticidade (GUJARATI, 2006, p.354-355).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As relações encontradas entre taxas de cidadãos por classificação religiosa e

criminalidade obtidas com MQO são apresentadas nesta seção. Os modelos

completos podem ser visualizados no Apêndice A, Apêndice B e Apêndice C.

Devido à utilização de correlação (Pearson, Gama, Eta) em estudos

anteriores (ALBRECHT; CHADWICK; ALCORN, 1977; BAIER; WRIGHT, 2001;

HIGGINS; ALBRECHT, 1977; WASSERMAN, 1978; STARK, 1996) que mensuraram

a relação entre religião e criminalidade, apresenta-se no Apêndice D as correlações

(Pearson) entre religião e criminalidade em municípios do Brasil. A divergência

encontrada entre os resultados obtidos com a correlação (Pearson) e o método

MQO evidencia a importância do uso de variáveis de controle para a obtenção de

estimativas mais realistas.

4.1. RELIGIÃO E CRIMINALIDADE NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

A Tabela 11 apresenta as relações entre as taxas de habitantes por

classificação religiosa e as taxas de homicídios, violência doméstica, sexual e

outras, violência física, violência psico-moral, ameaças, estupros, atentado violento

ao pudor, assédio sexual, enforcamento, tortura e envenenamento em municípios

brasileiros. Os modelos MQO completos podem ser visualizados no Apêndice A.

27

TA

BE

LA

11 –

RE

LIG

IÃO

E C

RIM

INA

LID

AD

E N

OS

MU

NIC

ÍPIO

S B

RA

SIL

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OS

Cid

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relig

ião

2010 / 1

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0ha

b

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e

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-0,0

00

69

p =

0,4

19

0,0

0835

p =

0,3

41

0,0

0162

p =

0,8

53

0,0

0359

p =

0,0

89

0,0

0147

p =

0,4

09

0,0

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p =

0,0

00

-0,0

00

47

p =

0,5

42

0,0

0013

p =

0,7

74

-0,0

00

45

p =

0,7

46

-0,0

00

61

p =

0,3

73

0,0

0454

p =

0,2

71

Fonte

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Nota

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16

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0,1

47

-0,0

05

52

p =

0,2

09

0,0

0093

p =

0,6

11

0,0

0063

p =

0,8

63

0,0

0269

p =

0,3

98

0,0

0020

p =

0,9

41

-0,0

12

02

p =

0,0

19

-0,0

08

62

p =

0,0

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0,0

0045

p =

0,9

85

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00

55

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0,0

01

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00

20

p =

0,9

22

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00

90

p =

0,6

96

0,0

0174

p =

0,0

88

0,0

0059

p =

0,4

15

0,0

0069

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0,0

36

-0,0

00

06

p =

0,8

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00

59

p =

0,3

41

0,0

0187

p =

0,1

74

0,0

0084

p =

0,3

28

-0,0

00

16

p =

0,9

55

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0,0

0087

p =

0,1

48

-0,0

05

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p =

0,1

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04

85

p =

0,2

18

-0,0

02

84

p =

0,0

11

-0,0

06

19

p =

0,5

22

-0,0

04

04

p =

0,1

41

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04

24

p =

0,2

27

-0,0

04

57

p =

0,2

47

-0,0

07

89

p =

0,0

39

-0,0

03

92

p =

0,3

21

-0,0

03

92

p =

0,7

85

Evang.

Pente

cost.

-0,0

00

48

p =

0,0

00

-0,0

00

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p =

0,7

65

0,0

0028

p =

0,8

53

0,0

0037

p =

0,5

85

0,0

0041

p =

0,4

56

0,0

0055

p =

0,0

06

0,0

0013

p =

0,4

39

0,0

0004

p =

0,8

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p =

0,5

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0,0

35

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0,0

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0,0

0167

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0,0

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0,0

0113

p =

0,0

61

0,0

0019

p =

0,4

64

0,0

0012

p =

0,5

63

0,0

0027

p =

0,4

54

0,0

0131

p =

0,0

01

0,0

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p =

0,0

55

0,0

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p =

0,0

86

Evang.

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-0,0

00

47

p =

0,0

02

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01

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p =

0,4

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00

21

p =

0,9

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00

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00

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00

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0,0

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p =

0,8

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0,0

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p =

0,0

31

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-0,0

01

22

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00

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00

02

p =

0,9

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0118

p =

0,7

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00

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p =

0,7

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00

01

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11

p =

0,7

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0,8

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00

05

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0,8

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0,0

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0,0

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p =

0,2

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0,0

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p =

0,8

24

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-0,0

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0,1

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0,0

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p =

0,2

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p =

0,2

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0,0

0098

p =

0,0

25

Obs.

5544

1180

930

559

424

369

225

184

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158

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100.0

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Sexual

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men

to

28

4.2. RELIGIÃO E CRIMINALIDADE NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO E DO ESPÍRITO SANTO

A Tabela 12 apresenta as relações entre as taxas de habitantes por

classificação religiosa e as taxas de crimes de homicídios, lesões corporais, furtos,

roubos e roubos de veículos nos municípios do Estado de São Paulo e do Estado do

Espírito Santo. Os modelos MQO completos podem ser visualizados no Apêndice B

e no Apêndice C.

As variáveis “Presos no Estado / 100.000habitantes”, “Habitantes por

profissional de segurança pública no Estado” e “Despesas da Justiça Estadual por

habitante” foram omitidas nos modelos dos municípios do Estado de São Paulo e do

Estado do Espírito Santo, por apresentarem apenas um valor para todos os

municípios do Estado em análise.

Para os modelos do Espírito Santo, várias variáveis apresentaram um valor

de FIV > 10, o que pode indicar problemas de multicolinearidade dessas variáveis

com os demais regressores, impedindo a estimação exata dos parâmetros

(GUJARATI, 2006, p. 292-295). Os modelos de homicídios, lesão corporal e roubos

dos municípios do Espírito Santo não apresentaram resíduos com distribuição

normal (Valor p > 10% para o teste de normalidade dos resíduos).

29

TA

BE

LA

12 –

RE

LIG

IÃO

E C

RIM

INA

LID

AD

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MU

NIC

ÍPIO

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30

4.3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A Constituição Federal do Brasil isenta as igrejas da cobrança de impostos

(BRASIL, 1988). Conforme o artigo 150, inciso VI, é vedado à União, aos Estados,

ao Distrito Federal e aos Municípios, instituir impostos sobre templos de qualquer

culto e sobre o patrimônio das instituições de educação e de assistência social sem

fins lucrativos.

A necessidade de fiscalização sobre as transações financeiras de

organizações religiosas e demais instituições sem fins lucrativos é acentuada devido

à possibilidade de lavagem de dinheiro (KINGSTON, 2011, p. 141). Além da

necessidade de fiscalização como forma de combate à corrupção, existem motivos

favoráveis à taxação das igrejas, dentre os quais se destaca a possibilidade de

acumulação de propriedades sem utilidade social (PITZER, 1880, p. 365;

ZOLLMANN, 1916, p. 646-657).

Os resultados apresentados nas seções 4.1 e 4.2 indicam que a relação entre

religião e criminalidade é negativa e estatisticamente significativa para os crimes de

homicídios em municípios do Brasil, para quase todas as religiões. Porém, a maioria

das relações entre religião e outros tipos diferentes de crimes (roubos, furtos, lesões

corporais, dentre outros) não é estatisticamente significativa. Além disso, foram

encontradas relações positivas com significância estatística entre taxas de religião e

estupro (Católicos, Evangélicos Pentecostais, outras religiões e Umbanda e

Candomblé) e entre taxas de religião e envenenamento (Católicos, Evangélicos

indeterminados, Evangélicos de Missão e Evangélicos Pentecostais). As relações

entre religião e enforcamentos foram positivas para Espíritas e Evangélicos de

Missão e negativa para Evangélicos Indeterminados.

31

A análise dos resultados expressos na Tabela 11 e Tabela 12 indica que não

existe uma tendência geral de queda na criminalidade com o aumento das taxas de

cidadãos adeptos religiosos.

Os resultados encontrados no presente trabalho diferem dos resultados

obtidos por Higgins e Albrecht (1977, p. 954), em que todos os crimes analisados se

relacionaram negativamente com a participação religiosa.

Conforme os resultados expressos na Tabela 12, a ausência generalizada de

relações significativas entre religião e crimes contra a propriedade em municípios de

São Paulo e do Espírito Santo está de acordo com os resultados obtidos por Heaton

(2006, p.167), que não encontrou relação significativa estatisticamente entre adesão

religiosa e crimes violentos ou contra a propriedade. A exceção se dá para as taxas

de homicídios nos municípios paulistas, que se relacionaram negativamente com as

taxas de Católicos, Espíritas, Evangélicos de Missão e Evangélicos Pentecostais, e

positivamente com as taxas de Umbanda e Candomblé.

Conforme a hipótese testada no presente estudo, esperava-se que a

religiosidade estivesse associada a menores taxas de criminalidade, mas não

apenas a um tipo específico de crime. A ausência de relações negativas entre as

taxas de religião e diferentes tipos de crimes pode ser utilizada como um argumento

contra a isenção de impostos das instituições religiosas.

Considerando-se as limitações do presente trabalho quanto às questões de

causalidade e endogeneidade, é importante ressaltar que os resultados encontrados

não devem ser utilizados para projeções futuras, pois apenas retratam a situação

atual das relações entre religião e criminalidade nos municípios analisados.

5. CONCLUSÃO

O presente estudo teve como objetivo analisar se a religiosidade dos

cidadãos dos municípios brasileiros estaria relacionada a uma redução na

criminalidade. Porém, os resultados obtidos com as regressões MQO indicam que

não existe um padrão generalizado entre aumento das taxas de cidadãos por

religião e redução nas taxas criminais nos municípios brasileiros.

Considerando-se que a isenção de impostos de organizações religiosas deva

resultar em benefícios sociais, as igrejas deveriam consequentemente estar

relacionadas a efeitos como a diminuição dos índices de criminalidade, por exemplo.

A ausência de relações negativas com significância estatística entre religião e

criminalidade encontrada no presente trabalho pode ser considerada como mais um

argumento a favor da taxação das organizações religiosas.

Ressalta-se como limitação do presente trabalho a utilização de dados de

diferentes anos, pois o ideal seria que os dados correspondessem exatamente ao

mesmo período de tempo.

Pesquisas futuras poderiam analisar a relação entre religião e criminalidade

nos municípios brasileiros utilizando dados de diferentes tipos de crimes e medidas

de religiosidade mais apuradas, como a frequência a eventos religiosos.

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WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2001.

WOOLDRIDGE, Jeffrey M. Introdução à Econometria: uma abordagem moderna. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

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ZOLLMANN, Carl. Tax Exemptions of American Church Property. Michigan Law Review, v.14, n. 8, p. 646-657, 1916.

APÊNDICE A - RELIGIÃO E CRIMINALIDADE EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS

TABELA A1 – HOMICÍDIOS NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Homicídios2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos

Número de Observações 5544 Valor p FIV

Constante 86,99707 0,0000 *** ------

Homicídios2009 / 100.000hab 0,445130 0,0000 *** 1,198

Católicos2010 / 100.000hab -0,000506 0,0000 *** 9,676

Espíritas2010 / 100.000hab -0,001224 0,0000 *** 1,670

Evang. não determinados2010 / 100.000hab -0,000469 0,0022 *** 1,933

Evangélicos de Missão2010 / 100.000hab -0,000421 0,0000 *** 3,116

Evangélicos Pentecostais2010 / 100.000hab -0,000480 0,0000 *** 4,966

Não sabe a religião2010 / 100.000hab 0,000868 0,1485 1,037

Outras Religiões2010 / 100.000hab -0,000546 0,0015 *** 1,552

Sem Declaração2010 / 100.000hab 0,002110 0,1687 1,082

Umbanda e Candomblé2010 / 100.000hab -0,000689 0,4195 1,339

Densidade Demográfica2010 (hab/km2) 0,001345 0,0011 *** 1,204

Presos no Estado2010 / 100.000hab 0,000473 0,8668 2,052

Habitantes por Profissional de Segurança Pública no Estado2007

-0,007916 0,0474 ** 2,066

Despesa Justiça Estadual2010 (R$) / habitante -0,022541 0,0519 * 3,082

Ensino Fundamental Completo e Médio Incompleto2010 (%)

0,072542 0,5731 2,469

Ensino Médio completo e superior incompleto2010 (%)

-0,117768 0,1578 3,762

Ensino Superior completo2010 (%) -0,202434 0,2433 4,237

Economicamente ativos desocupados2010 (%) 0,066504 0,0015 *** 1,681

Rendimento Médio Mensal2010 (R$) 0,004625 0,0480 ** 6,291

Taxa de Urbanização2010 2,277786 0,1797 2,562

Homens2010 (%) -0,771845 0,0000 *** 1,616

Programa Municipal de Geração de Trabalho e Renda2009 (Existência)

1,099530 0,0169 ** 1,101

Delegacia de Polícia Civil2009 (Existência) 0,269192 0,6986 1,121

Guarda Municipal2009 (Existência) 0,518767 0,3508 1,226

Conselho Municipal de Esporte2009 (Existência)

0,138219 0,8400 1,177

Conselho Municipal de Habitação2009 (Existência)

0,848976 0,0664 * 1,183

R2 0,312816 ------ ------ ------

R2ajustado 0,309578 ------ ------ ------

Erro Padrão Regressão 15,81604 ------ ------ ------

Teste F (26, 5517) 96,59320 0,0000 *** ------

Fonte: Elaboração própria *** Valor p <1%; ** Valor p < 5%; * Valor p < 10%.

39

TABELA A2 – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E OUTRAS NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Violência Doméstica, Sexual e Outras2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos

Número de Observações 1180 p-valor FIV

Constante 6,453114 0,9492 ------

Viol. Domést., Sex. e Outras2009 / 100.000hab 0,970403 0,0000 *** 1,100

Católicos2010 / 100.000hab -0,000541 0,5270 12,685

Espíritas2010 / 100.000hab -0,000019 0,9955 2,311

Evang. não determinados2010 / 100.000hab -0,001340 0,4667 2,706

Evangélicos de Missão2010 / 100.000hab 0,000567 0,6786 2,411

Evangélicos Pentecostais2010 / 100.000hab -0,000350 0,7654 6,774

Não sabe a religião2010 / 100.000hab -0,005116 0,1522 1,049

Outras Religiões2010 / 100.000hab -0,000195 0,9223 1,915

Sem Declaração2010 / 100.000hab -0,015822 0,0945 * 1,023

Umbanda e Candomblé2010 / 100.000hab 0,008347 0,3410 1,501

Densidade Demográfica2010 (hab/km2) -0,001588 0,1152 1,322



0,072157 0,0152 ** 2,102

Despesa Justiça Estadual2010 (R$) / habitante 0,263055 0,0251 ** 2,995


-0,456679 0,7150 3,317


-0,630589 0,3787 5,483

Ensino Superior completo2010 (%) 1,003891 0,6108 6,893

Economicamente ativos desocupados2010 (%) -0,523642 0,0452 ** 2,224

Rendimento Médio Mensal2010 (R$) 0,004052 0,8759 9,291


Homens2010 (%) -0,080100 0,9590 1,855


-2,214648 0,7414 1,121

Delegacia de Polícia Civil2009 (Existência) 16,00602 0,0363 ** 1,113

Guarda Municipal2009 (Existência) -1,279400 0,8177 1,337


-3,275316 0,5619 1,190


0,882480 0,8494 1,295

R2 0,383047 ------ ----- ------

R2ajustado 0,369134 ------ ----- ------

Erro Padrão Regressão 77,52594 ------ ----- ------

Teste F (26, 1153) 27,53310 0,0000 *** ------


40

TABELA A3 – VIOLÊNCIA FÍSICA NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Violência Física2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -12,55299 0,9149 ------

Violência Física2009 / 100.000hab 0,917492 0,0000 *** 1,123

Católicos2010 / 100.000hab -0,000316 0,7534 13,777

Espíritas2010 / 100.000hab 0,001185 0,7627 2,331



Evangélicos Pentecostais2010 / 100.000hab 0,000276 0,8531 7,229



Sem Declaração2010 / 100.000hab -0,016835 0,1466 1,030





0,081348 0,0088 *** 2,060

Despesa Justiça Estadual2010 (R$) / habitante 0,350614 0,0045 *** 3,072


-1,586036 0,2913 3,339


-0,523747 0,5255 5,746


Economicamente ativos desocupados2010 (%) -0,449121 0,1130 2,357



Homens2010 (%) -0,017928 0,9909 1,993


-0,989307 0,8887 1,140

Delegacia de Polícia Civil2009 (Existência) 14,92596 0,0843 * 1,142



-5,506949 0,3406 1,174


0,337836 0,9480 1,313

R2 0,368153 ------ ----- ------

R2ajustado 0,349960 ------ ----- ------


Teste F (26, 903) 20,23627 0,0000 *** ------


41

TABELA A4 – VIOLÊNCIA PSICO-MORAL NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Violência Psico-moral2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -123,9103 0,0936 * ------

Viol. Psico-moral2009 / 100.000hab 1,089014 0,0000 *** 1,113

Católicos2010 / 100.000hab 0,000551 0,2077 13,401

Espíritas2010 / 100.000hab -0,000355 0,7412 2,839


Evangélicos de Missão2010 / 100.000hab 0,001666 0,0606 * 2,849


Não sabe a religião2010 / 100.000hab -0,002839 0,0107 ** 1,097

Outras Religiões2010 / 100.000hab 0,001744 0,0882 * 2,130


Umbanda e Candomblé2010 / 100.000hab 0,003592 0,0890 * 1,696




0,040999 0,2240 3,232

Despesa Justiça Estadual2010 (R$) / habitante 0,029487 0,7274 3,804


-0,813906 0,3527 2,702


-0,396928 0,3842 4,692


Economicamente ativos desocupados2010 (%) 0,059412 0,6513 2,792


Taxa de Urbanização2010 29,77858 0,0656 * 3,311

Homens2010 (%) 1,183113 0,2320 2,669


-4,047236 0,2832 1,129




-2,499262 0,3243 1,188


1,906772 0,5457 1,303

R2 0,525690 ------ ----- ------

R2ajustado 0,502510 ------ ----- ------


Teste F (26, 532) 22,67808 0,0000 *** ------


42

TABELA A5 – AMEAÇAS NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Ameaças2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -85,02640 0,2651 ------

Ameaças2009 / 100.000hab 1,105527 0,0013 *** 1,140

Católicos2010 / 100.000hab 0,000521 0,1267 11,639

Espíritas2010 / 100.000hab -0,000011 0,9917 2,921





Outras Religiões2010 / 100.000hab 0,000591 0,4147 1,896




Presos no Estado2010 / 100.000hab -0,008049 0,4944 1,804


0,026074 0,4551 3,508



-0,158734 0,8488 2,667


-0,682251 0,0928 * 4,772



Rendimento Médio Mensal2010 (R$) -0,001758 0,8837 9,988


Homens2010 (%) 0,389301 0,6799 3,007


2,218940 0,5843 1,179




-0,654241 0,7541 1,195


-0,127987 0,9630 1,287

R2 0,455699 ------ ----- ------

R2ajustado 0,420052 ------ ----- ------


Teste F (26, 397) 12,78369 0,0000 *** ------


43

TABELA A6 – ESTUPROS NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Estupros2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -6,152820 0,8128 ------

Estupros2009 / 100.000hab 0,651765 0,0000 *** 1,431

Católicos2010 / 100.000hab 0,000231 0,0722 * 13,259

Espíritas2010 / 100.000hab -0,000109 0,7087 3,241



Evangélicos Pentecostais2010 / 100.000hab 0,000553 0,0057 *** 7,017


Outras Religiões2010 / 100.000hab 0,000689 0,0361 ** 2,401


Umbanda e Candomblé2010 / 100.000hab 0,004938 0,0000 *** 1,746


Presos no Estado2010 / 100.000hab -0,008287 0,0405 ** 1,794


-0,008267 0,4447 3,176

Despesa Justiça Estadual2010 (R$) / habitante -0,022816 0,3765 3,945


0,526797 0,1863 3,505


-0,111758 0,4041 5,018




Taxa de Urbanização2010 -7,339749 0,1439 3,831

Homens2010 (%) -0,025347 0,9543 3,395


-1,275645 0,3008 1,221

Delegacia de Polícia Civil2009 (Existência) -2,894086 0,3725 1,347



0,512622 0,5603 1,222


0,407082 0,6422 1,305

R2 0,369435 ------ ----- ------

R2ajustado 0,321498 ------ ----- ------


Teste F (26, 342) 7,706579 0,0000 *** ------


44

TABELA A7 – ATENTADO VIOL. AO PUDOR NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Atentado Viol. ao Pudor 2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante 3,447580 0,8796 ------

Atentado Viol. ao Pudor2009 / 100.000hab 0,485326 0,0000 *** 1,411

Católicos2010 / 100.000hab 0,000089 0,4273 13,449

Espíritas2010 / 100.000hab 0,000035 0,8801 2,576











-0,005740 0,4794 4,267



0,613685 0,0137 ** 2,838


-0,146350 0,1604 4,547




Taxa de Urbanização2010 -5,679689 0,0710 * 3,064

Homens2010 (%) 0,057649 0,8411 3,246


-0,414004 0,5820 1,204

Delegacia de Polícia Civil2009 (Existência) -5,985917 0,0005 *** 1,142



-0,322914 0,5513 1,346


-0,072176 0,8923 1,246

R2 0,483241 ------ ----- ------

R2ajustado 0,415383 ------ ----- ------


Teste F (26, 198) 7,121422 0,0000 *** ------


45

TABELA A8 – ASSÉDIO SEXUAL NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Assédio Sexual2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante 0,349304 0,9912 ------

Assédio Sexual2009 / 100.000hab 0,589624 0,0179 ** 1,399

Católicos2010 / 100.000hab 0,000033 0,8219 17,156

Espíritas2010 / 100.000hab -0,000054 0,8693 3,892

Evang. não determinados2010 / 100.000hab 0,000051 0,8687 4,007







Densidade Demográfica2010 (hab/km2) -0,000177 0,0819 * 1,575



-0,015817 0,0981 * 4,521

Despesa Justiça Estadual2010 (R$) / habitante -0,044741 0,0464 ** 5,742


0,483816 0,1538 3,022


0,039029 0,8131 5,468




Taxa de Urbanização2010 -11,10405 0,0202 ** 4,555

Homens2010 (%) 0,304068 0,5526 5,588


0,952656 0,3969 1,231




0,024322 0,9712 1,370


-2,045376 0,0210 ** 1,326

R2 0,485339 ------ ----- ------

R2ajustado 0,400109 ------ ----- ------


Teste F (26, 157) 5,694432 0,0000 *** ------


46

TABELA A9 – ENFORCAMENTO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Enforcamento2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -15,66366 0,7637 ------

Enforcamento2009 / 100.000hab 0,546779 0,0031 *** 1,594

Católicos2010 / 100.000hab 0,000251 0,2676 20,617

Espíritas2010 / 100.000hab 0,000795 0,0955 * 3,960

Evang. não determinados2010 / 100.000hab -0,000448 0,0858 * 3,053

Evangélicos de Missão2010 / 100.000hab 0,001311 0,0005 *** 3,138


Não sabe a religião2010 / 100.000hab -0,007885 0,0392 ** 1,315


Sem Declaração2010 / 100.000hab -0,012016 0,0190 ** 1,186


Densidade Demográfica2010 (hab/km2) 0,000025 0,8742 1,668

Presos no Estado2010 / 100.000hab 0,018439 0,0017 *** 2,629


-0,010605 0,2851 3,237



-0,822329 0,2108 2,424


0,040920 0,8459 4,394





Homens2010 (%) 0,360896 0,7433 4,403


0,224185 0,8660 1,336




-1,048363 0,3005 1,403


-1,497194 0,1620 1,515

R2 0,648599 ------ ----- ------

R2ajustado 0,581910 ------ ----- ------


Teste F (26, 137) 9,725709 0,0000 *** ------


47

TABELA A10 – TORTURA NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Tortura2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -81,42867 0,0066 *** ------

Tortura2009 / 100.000hab 0,373119 0,0001 *** 1,587

Católicos2010 / 100.000hab 0,000192 0,2826 12,776

Espíritas2010 / 100.000hab 0,000487 0,2281 3,743






Sem Declaração2010 / 100.000hab -0,008625 0,0021 *** 1,166





0,000480 0,9611 3,383



0,023080 0,9582 3,149


-0,347003 0,1825 7,017




Taxa de Urbanização2010 12,53709 0,0066 *** 5,956

Homens2010 (%) 1,258277 0,0013 *** 4,316


-2,209447 0,2084 1,233


Guarda Municipal2009 (Existência) -2,196055 0,0164 ** 1,618


-0,510294 0,5937 1,365


0,814212 0,3370 1,273

R2 0,459006 ------ ----- ------

R2ajustado 0,351634 ------ ----- ------


Teste F (26, 131) 4,274887 0,0000 *** ------


48

TABELA A11 – ENVENENAMENTO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Variável Dependente: Envenenamento2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -62,75485 0,5985 ------

Envenenamento2009 / 100.000hab 0,755428 0,0000 *** 1,980

Católicos2010 / 100.000hab 0,000979 0,0247 ** 26,266

Espíritas2010 / 100.000hab 0,000199 0,8244 3,330

Evang. não determinados2010 / 100.000hab 0,003609 0,0312 ** 6,478


Evangélicos Pentecostais2010 / 100.000hab 0,001376 0,0350 ** 11,446





Densidade Demográfica2010 (hab/km2) -0,001029 0,0871 * 1,699



-0,000292 0,9924 2,855



-0,094616 0,9273 6,215


-0,926596 0,0867 * 12,525





Homens2010 (%) -0,054515 0,9811 3,051


-4,873618 0,2355 1,400




-4,703158 0,0626 * 1,363


-3,447387 0,2325 1,767

R2 0,539337 ------ ----- ------

R2ajustado 0,440351 ------ ----- ------


Teste F (26, 121) 5,448644 0,0000 *** ------


APÊNDICE B - RELIGIÃO E CRIMINALIDADE EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

TABELA B1 – HOMICÍDIOS NOS MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO

Variável Dependente: HomicídiosSP2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante 58,65751 0,0110 ** ------

Homicídios SP2009 / 100.000hab 0,317938 0,0002 *** 1,206

Católicos2010 / 100.000hab -0,000567 0,0358 ** 9,277

Espíritas2010 / 100.000hab -0,001151 0,0107 ** 1,938


Evangélicos de Missão2010 / 100.000hab -0,000817 0,0602 * 1,754

Evangélicos Pentecostais2010 / 100.000hab -0,000691 0,0760 * 5,289




Umbanda e Candomblé2010 / 100.000hab 0,005721 0,0164 ** 1,487


Presos no Estado2010 / 100.000hab ----- ----- ----- -----


----- ----- ----- -----

Despesa Justiça Estadual2010 (R$) / habitante ----- ----- ----- -----


-0,068546 0,8365 1,304


-0,031045 0,8718 2,034

Ensino Superior completo2010 (%) 0,650843 0,0360 ** 4,403


Rendimento Médio Mensal2010 (R$) -0,009152 0,0626 * 4,508


Homens2010 (%) -0,173449 0,4928 1,964


-0,009042 0,9930 1,120




-0,388688 0,7128 1,187


0,728383 0,4601 1,250

R2 0,189163 ------ ------ ------

R2ajustado 0,159084 ------ ------ ------


Teste F (23, 620) 6,288791 0,0000 *** ------


50

TABELA B2 – LESÕES CORPORAIS DOLOSAS NOS MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO

Variável Dependente: Lesões Corporais Dolosas2007 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante 18,39592 0,9607 ------

Lesões Corporais Dolosas2006 / 100.000hab 0,787243 0,0000 *** 1,206

Católicos2010 / 100.000hab -0,000116 0,9650 9,014

Espíritas2010 / 100.000hab 0,001070 0,8707 1,932








Densidade Demográfica2010 (hab/km2) -0,008065 0,0231 ** 1,316



----- ----- ----- -----



-1,918712 0,6873 1,298


-4,913453 0,0507 * 2,032


Economicamente ativos desocupados2010 (%) 1,773518 0,0581 * 1,678



Homens2010 (%) 2,704494 0,5511 1,954


10,15096 0,5350 1,119




-11,39546 0,4816 1,186


-21,03683 0,1389 1,251

R2 0,604697 ------ ------ ------

R2ajustado 0,590033 ------ ------ ------


Teste F (23, 620) 41,23553 0,0000 *** ------


51

TABELA B3 – LESÕES CORPORAIS CULPOSAS NOS MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO

Variável Dependente: Lesões Corporais Culposas2007 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante 36,14562 0,8553 ------

Lesões Corporais Culposas2006 / 100.000hab 0,885707 0,0000 *** 1,419

Católicos2010 / 100.000hab 0,000149 0,9191 9,035

Espíritas2010 / 100.000hab 0,001806 0,6492 1,943











----- ----- ----- -----



4,496504 0,1034 1,308


-0,822495 0,6089 2,039

Ensino Superior completo2010 (%) 5,653371 0,0982 * 4,454




Homens2010 (%) -1,848477 0,3026 1,954


-15,13657 0,1459 * 1,122

Delegacia de Polícia Civil2009 (Existência) 40,26329 0,0410 ** 1,025



1,104534 0,8946 1,186


14,94593 0,1076 1,259

R2 0,785032 ------ ------ ------

R2ajustado 0,777058 ------ ------ ------


Teste F (23, 620) 98,44139 0,0000 *** ------


52

TABELA B4 – FURTOS NOS MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO

Variável Dependente: Furtos2007 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -201,5870 0,5528 ------

Furtos2006 / 100.000hab 0,868177 0,0000 *** 1,315

Católicos2010 / 100.000hab 0,001894 0,4849 9,361

Espíritas2010 / 100.000hab 0,010854 0,2290 1,931


Evangélicos de Missão2010 / 100.000hab -0,000236 0,9729 1,755






Densidade Demográfica2010 (hab/km2) -0,008976 0,0351 ** 1,335



----- ----- ----- -----



-1,556504 0,7675 1,306


-2,793935 0,3794 2,030



Rendimento Médio Mensal2010 (R$) 0,193369 0,0676 * 4,510


Homens2010 (%) -1,242880 0,7359 1,986


14,07617 0,4516 1,121


Guarda Municipal2009 (Existência) 45,95335 0,0439 ** 1,553


2,270762 0,9306 1,186


-13,17253 0,5092 1,250

R2 0,823834 ------ ------ ------

R2ajustado 0,817299 ------ ------ ------


Teste F (23, 620) 126,0610 0,0000 *** ------


53

TABELA B5 – ROUBOS NOS MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO

Variável Dependente: Roubo2007 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante 34,92296 0,6726 ------

Roubo2006 / 100.000hab 0,866869 0,0000 *** 2,722

Católicos2010 / 100.000hab -0,000473 0,4676 9,506

Espíritas2010 / 100.000hab 0,000900 0,5229 1,936











----- ----- ----- -----



-0,944374 0,4638 1,302


-1,305837 0,0981 * 2,051


Economicamente ativos desocupados2010 (%) 0,593643 0,0054 *** 1,679



Homens2010 (%) 0,113200 0,8804 1,982


1,261264 0,7766 1,118


Guarda Municipal2009 (Existência) 10,17257 0,0785 * 1,632


8,896509 0,1934 1,189


-3,987902 0,4575 1,258

R2 0,918577 ------ ------ ------

R2ajustado 0,915557 ------ ------ ------


Teste F (23, 620) 304,1117 0,0000 *** ------


54

TABELA B6 – ROUBO DE VEÍCULO NOS MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO

Variável Dependente: Roubo de veículo2007 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -78,52045 0,0386 ** ------

Roubo de veículo2006 / 100.000hab 0,784860 0,0000 *** 2,014

Católicos2010 / 100.000hab 0,000471 0,0965 * 9,098

Espíritas2010 / 100.000hab 0,000985 0,2268 1,939


Evangélicos de Missão2010 / 100.000hab 0,002315 0,0130 ** 1,743



Outras Religiões2010 / 100.000hab 0,001351 0,0999 * 1,563

Sem Declaração2010 / 100.000hab -0,003589 0,0599 * 1,415





----- ----- ----- -----



0,247258 0,6194 1,295


-0,008114 0,9796 2,033

Ensino Superior completo2010 (%) -1,607278 0,0684 * 4,404


Rendimento Médio Mensal2010 (R$) 0,024708 0,0706 * 4,798


Homens2010 (%) 0,458402 0,2005 1,955


-1,278786 0,5454 1,118




-2,180659 0,4475 1,186


0,925516 0,7285 1,250

R2 0,849504 ------ ------ ------

R2ajustado 0,843921 ------ ------ ------


Teste F (23, 620) 152,1611 0,0000 *** ------


APÊNDICE C - RELIGIÃO E CRIMINALIDADE EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

TABELA C1 – HOMICÍDIOS NOS MUNICÍPIOS DO ESPÍRITO SANTO

Variável Dependente: HomicídiosES2010 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante 209,8104 0,3543 ------

HomicídiosES2009 / 100.000hab 0,452151 0,0000 *** 2,880

Católicos2010 / 100.000hab -0,000116 0,8616 31,866

Espíritas2010 / 100.000hab 0,000993 0,7536 3,835






Sem Declaração2010 / 100.000hab 0,132254 0,0163 ** 1,236





----- ----- ----- -----



-1,372382 0,3352 1,713


-1,641351 0,0754 * 7,212





Homens2010 (%) -3,399490 0,4093 6,047


-3,027417 0,6293 1,800

Delegacia de Polícia Civil2009 (Existência) -16,46543 0,0255 ** 1,617



3,607871 0,6997 1,971


0,772093 0,8268 1,321

R2 0,719640 ------ ----- ------

R2ajustado 0,600227 ------ ----- ------


Teste F (23, 54) 6,026493 0,0000 *** ------


56

TABELA C2 – LESÃO CORPORAL NOS MUNICÍPIOS DO ESPÍRITO SANTO

Variável Dependente: Lesão Corporal2009 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante 653,8688 0,7040 ------

Lesão Corporal2008 / 100.000hab 0,604671 0,0000 *** 2,141

Católicos2010 / 100.000hab 0,000295 0,9503 31,807

Espíritas2010 / 100.000hab -0,006349 0,7941 3,686






Sem Declaração2010 / 100.000hab -0,918772 0,0092 *** 1,329





----- ----- ----- -----



-9,171029 0,4320 1,707


-14,93083 0,0358 ** 7,247




Taxa de Urbanização2010 328,2723 0,0616 * 9,920

Homens2010 (%) -6,763515 0,8185 6,178


12,28909 0,7434 1,686




19,16525 0,6656 1,947


-55,18213 0,0672 * 1,426

R2 0,700855 ------ ----- ------

R2ajustado 0,573442 ------ ----- ------


Teste F (23, 54) 5,500636 0,0000 *** ------


57

TABELA C3 – FURTOS NOS MUNICÍPIOS DO ESPÍRITO SANTO

Variável Dependente: Furtos2009 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -1243,353 0,3972 ------

Furtos2008 / 100.000hab 0,707805 0,0000 *** 1,741

Católicos2010 / 100.000hab -0,000499 0,9281 30,692

Espíritas2010 / 100.000hab -0,007522 0,7687 3,681











----- ----- ----- -----



-1,486609 0,9075 1,711


-5,025025 0,4265 7,402





Homens2010 (%) 25,65792 0,3038 6,084


20,48424 0,5998 1,706


Guarda Municipal2009 (Existência) -58,73587 0,0780 * 1,692


17,54981 0,6283 1,961


-42,93893 0,0873 * 1,366

R2 0,711141 ------ ----- ------

R2ajustado 0,588108 ------ ----- ------


Teste F (23, 54) 5,780094 0,0000 *** ------


58

TABELA C4 – ROUBO NOS MUNICÍPIOS DO ESPÍRITO SANTO

Variável Dependente: Roubo2009 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante -169,1952 0,6263 ------

Roubo2008 / 100.000hab 0,766045 0,0000 *** 4,281

Católicos2010 / 100.000hab 0,000257 0,8136 29,739

Espíritas2010 / 100.000hab 0,000848 0,8803 3,734






Sem Declaração2010 / 100.000hab -0,161073 0,0239 ** 1,230





----- ----- ----- -----



-1,798769 0,4749 1,721


-2,181133 0,1664 7,130



Rendimento Médio Mensal2010 (R$) 0,141208 0,0379 ** 26,605


Homens2010 (%) 2,499540 0,6788 6,042


9,773108 0,3278 1,705




-5,902752 0,6061 1,970


-5,497224 0,4461 1,323

R2 0,936777 ------ ----- ------

R2ajustado 0,909848 ------ ----- ------


Teste F (23, 54) 34,78761 0,0000 *** ------


59

TABELA C5 – ROUBO DE VEÍCULOS NOS MUNICÍPIOS DO ESPÍRITO SANTO

Variável Dependente: Roubo de veículos2009 / 100.000hab Erros-padrões robustos


Constante 34,56784 0,8429 ------

Roubo de veículos2008 / 100.000hab 1,017751 0,0000 *** 4,926

Católicos2010 / 100.000hab -0,000490 0,3403 30,398

Espíritas2010 / 100.000hab 0,001861 0,3889 3,781





Outras Religiões2010 / 100.000hab -0,004811 0,0248 ** 2,169






----- ----- ----- -----



0,091927 0,9103 1,713


-0,995508 0,2336 8,394


Economicamente ativos desocupados2010 (%) 0,442119 0,0133 ** 3,924



Homens2010 (%) 0,026492 0,9935 5,999


-1,268322 0,7778 1,691




-0,098546 0,9903 1,954


-4,596233 0,1638 1,488

R2 0,853956 ------ ----- ------

R2ajustado 0,791752 ------ ----- ------


Teste F (23, 54) 13,72834 0,0000 *** ------


APÊNDICE D – CORRELAÇÃO ENTRE TAXAS DE RELIGIÃO E CRIMINALIDADE EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS

TA

BE

LA

D1 –

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2010 / 1

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0,0

794

p =

0,0

000

-0,0

06

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p =

0,8

121

-0,0

37

4

p =

0,2

542

-0,0

79

4

p =

0,0

608

-0,0

74

2

p =

0,1

274

0,1

447

p =

0,0

053

-0,1

91

6

p =

0,0

039

-0,1

56

0

p =

0,0

345

-0,2

01

0

p =

0,0

098

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5

p =

0,0

217

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3

p =

0,0

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Fonte

: E

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0,4

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1

p =

0,3

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36

1

p =

0,2

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29

0

p =

0,4

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1

p =

0,7

727

-0,0

42

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p =

0,4

129

-0,0

44

9

p =

0,5

027

-0,0

61

9

p =

0,4

038

-0,1

32

4

p =

0,0

910

-0,1

54

4

p =

0,0

528

-0,1

69

5

p =

0,0

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0,1

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p =

0,0

000

0,0

001

p =

0,9

979

-0,0

16

2

p =

0,6

213

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47

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p =

0,2

578

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54

9

p =

0,2

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465

p =

0,3

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1

p =

0,0

042

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87

6

p =

0,2

372

-0,1

63

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p =

0,0

364

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p =

0,0

922

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6

p =

0,0

000

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0,0

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p =

0,0

003

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27

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p =

0,3

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35

9

p =

0,2

746

-0,0

35

4

p =

0,4

037

-0,0

91

1

p =

0,0

609

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13

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p =

0,0

292

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88

3

p =

0,0

046

-0,1

73

3

p =

0,0

187

-0,1

99

5

p =

0,0

104

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0,0

145

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p =

0,0

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p =

0,0

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0,0

281

p =

0,3

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0,0

288

p =

0,3

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-0,1

01

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p =

0,0

161

-0,1

12

2

p =

0,0

209

0,0

891

p =

0,0

874

0,0

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p =

0,2

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0,0

065

p =

0,9

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-0,2

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1

p =

0,0

078

-0,1

12

2

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0,1

606

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0,0

036

Evang.

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0,0

246

p =

0,0

666

0,0

073

p =

0,8

012

0,0

006

p =

0,9

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fundaÇÃo instituto capixaba de pesquisas em …§ão lucas... · o caminho Óctuplo do budismo...

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