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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA LEONARDO VANZELI CARVALHO A TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS OURINHOS-SP 2015

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

LEONARDO VANZELI CARVALHO

A TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS

OURINHOS-SP 2015

LEONARDO VANZELI CARVALHO

A TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária das Faculdades Integradas de Ourinhos, como pré-requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Medicina Veterinária. Orientadora: Profª. Drª. Fernanda Saules Ignácio

OURINHOS-SP

2015

CARVALHO, Leonardo Vanzeli.

A transferência de embriões em equinos./ Leonardo Vanzeli Carvalho. – Ourinhos, SP: FIO, 2015. 41 f.; 30 cm Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina Veterinária) - Faculdades Integradas de Ourinhos, 2015 Orientadora: Profª.Drª. Fernanda Saules Ignácio 1.Biotecnologia 2.Transferência de embrião3.Eqüina 4. Manejo I. Titulo

LEONARDO VANZELI CARVALHO

A TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS

Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenção do título de Bacharel em

Medicina Veterinária, no Curso de Medicina Veterinária, das Faculdades Integradas

de Ourinhos.

Ourinhos, Dezembro 2015.

Prof. PhD. Cláudia Yumi Matsubara Rodrigues Ferreira

Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária Roque Quagliato

BANCA EXAMINADORA

______________________ _______________________ Prof. PhD. Cláudia Yumi Matsubara Prof° Me. Renata Tortorello Rossetti Faculdade de Medicina Veterinária Faculdade de Medicina Veterinária Roque Quagliato – FIO Roque Quagliato - FIO

______________________ Orientadora. Profª.Drª Fernanda Saules Ignácio

Faculdade de Medicina Veterinária Roque Quagliato – FIO

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, em especial meu avô, mãe e irmã que não mediram esforços para realização desse sonho.

AGRADECIMENTO

Primeiramente, agradeço a Deus por mais essa conquista. À professora e orientadora Fernanda Saules Ignácio, pela paciência, determinação e experiência com que me orientou para a realização deste trabalho. Agradeço aos amigos de turma, em especial Renan Busolim Silva, Eliseu Garcia, Thais Cardoso, Kaio Pegorer, Rodrigo Rosa, Layson Silva, Antenor Bueno, Adriano Barduco, Alvaro Garcia e Arthur Negrão. Aos Professores pela dedicação e competência com que tornaram possível a minha formação. A minha família que me deu todo suporte e apoio. Ao Abelardo Lupion e ao Luiz C. Comegno Júnior, por me conceder o estágio proporcionando a oportunidade de um enorme ganho de conhecimento e experiência.

RESUMO

A transferência de embriões é uma das biotecnologias da reprodução mais utilizadas para a espécie equina, sendo o Brasil um dos três maiores produtores de embriões do mundo. O objetivo deste trabalho é revisar as técnicas, as bases fisiológicas para realização dos procedimentos e a importância da transferência de embriões para a indústria e o mercado do cavalo, dadas à possibilidade de versatilidade no manejo e posterior comercialização dos produtos. Estes pontos estão intimamente ligados aos avanços reproduzidos pelo melhoramento genético baseados no desenvolvimento e, ou melhoramento de técnicas. Esta técnica apresenta resultados satisfatórios não somente no produto final e taxas de prenhez, mas também no fator custo, o que viabiliza seu uso comercial em larga escala. Palavras-chave: Biotecnologia. Transferência de embrião. Equina. Manejo.

ABSTRACT

Embryo transfer is one of the most used reproduction biotechnologies in the horse, and Brazil is one of the three countries of higher number of transferred embryos. The aim of this work is to review techniques, physiologic basis and the importance of embryo transfer for the horse industry. These points of views are right connected to the genetic improvement achieved with the embryo transfer. This technique shows satisfactory results which enables its widely commercial use.

Keywords: Biotechnology. Embryo transfer. Equine. Management.

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1. RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM MEDICINA

VETERINÁRIA- PECUÁRIA SELETIVA BEKA (NELORE BEKA) SANTO ANTÔNIO DA

PLATINA – PR

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO CURRICULAR REALIZADO NA FAZENDA

PECUÁRIA SELETIVA BEKA LTDA (NELORE BEKA), SANTO ANTÔNIO DA PLATINA –

PR... ...................................................................................................................................... 2

3.1 Estrutura física ........................................................................................................... 2

3.2 Atividades desenvolvidas .......................................................................................... 6

3.3 Conclusão ................................................................................................................... 7

4. CAPÍTULO 2. A TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS................................. 8

5. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9

6. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 11

6.1 Seleção e manejo da égua doadora e receptora .................................................... 12

7.TÉCNICA DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES ........................................................... 15

7.1. Fisiologia da reprodução ........................................................................................ 15

7.2. Utilização dos hormônios ....................................................................................... 17

7.3 Ciclo estral e sincronização .................................................................................... 17

7.4 Colheita de embriões ............................................................................................... 19

7.5 Classificação e manipulação do embrião ............................................................... 20

7.6 Inovulação ................................................................................................................ 21

7.7 Vantagens e desvantagens da Transferência de Embrião (TE) ............................ 22

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 25

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 26

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Baias, pavilhão 1.......................................................................... 3

FIGURA 2- Baias, pavilhão 2.......................................................................... 3

FIGURA 3- Confinamento............................................................................... 4

FIGURA 4- Mangueira para o manejo............................................................ 4

FIGURA 5- Trincheiras para armazenagem do silo........................................ 5

FIGURA 6- Área de pastagem........................................................................ 5

FIGURA 7- Piquetes.........................................................................................6

CAPÍTULO 1. RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA- PECUÁRIA SELETIVA BEKA (NELORE

BEKA) SANTO ANTÔNIO DA PLATINA – PR

1

1. INTRODUÇÃO

O estágio curricular supervisionado é uma etapa onde o acadêmico de

Medicina Veterinária, pode colocar em prática todo o conhecimento adquirido

durante a graduação, aprimorar a comunicação e a se relacionar com as

pessoas. Possibilita o estagiário estar em contato com as adversidades do dia a

dia, podendo desta forma aprender a contornar situações, imprevistos e absorver

a experiência vinda de profissionais atuantes há mais tempo, estabelecendo

assim melhor comunicação entre as pessoas que prestam serviços e as que

necessitam. Além de todo ganho mencionado acima é uma forma de preparar o

acadêmico para o mercado de trabalho. Assim, a primeira parte deste trabalho de

conclusão de curso, tem por objetivo, relatar as experiências obtidas no período

de estagio, neste caso, realizado na Fazenda Pecuária Seletiva Beka Ltda

(Nelore Beka) em Santo Antonio da Platina. Fazenda onde há alguns anos tinha

por objetivo a criação do gado PO de elite, e que por sua vez, em 2009, o

proprietário optou por começar a inovar seu rebanho, trazendo da Índia novas

linhagens do nelore, visando a melhoria genética do seu rebanho, melhora em

precocidade e rusticidade, ganho de peso e demais características e junto com

isso proporcionando novas seleções de touros POI e ½ sangue POI e também de

matrizes, renovando todo seu rebanho e com isso, obtendo resultados positivos

podendo difundir essas linhagens por todo Brasil. O relatório expõe as

experiências colocadas em prática pelo autor supervisionado por um profissional

qualificado na área específica descrita.

2

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO CURRICULAR

REALIZADO NA FAZENDA PECUÁRIA SELETIVA BEKA LTDA

(NELORE BEKA), SANTO ANTÔNIO DA PLATINA – PR.

O estágio foi realizado no período de Agosto a Novembro de 2015, na

Fazenda Pecuária Seletiva Beka Ltda (Nelore Beka), perfazendo um total de 635

horas de estágio, localizada em Santo Antonio da Platina - PR, Bairro:

Guimarães Carneiro, BR - 153.

Os funcionários, habitualmente, cumprem a carga de oito horas de trabalho,

(07h00min as 17h00min, com intervalo de duas horas) e, eventualmente hora extra.

A propriedade conta com Médico Veterinário e gerente, tratador de animais,

responsável pelos animais embaiados, responsável pelos animais de campo,

responsáveis pela limpeza, cozinheira, responsáveis pela manutenção da fazenda,

que é destinada a criação de bovinos de corte e melhoramento genético da raça

nelore, com o intuito de produzir reprodutores e matrizes, juntamente com venda de

sêmen e também seus produtos finais.

3.1 Estrutura física

A fazenda conta com uma infra-estrutura dividida em setores, por exemplo:

O escritório onde é feita toda parte burocrática e contábil da propriedade; a sede

onde se localiza a residência e área de lazer do proprietário; as casas dos

funcionários da fazenda; uma pequena capela; pavilhões onde alguns animais

selecionados permanecem em baias (Figura 1 e 2) separadas, com cocho de água e

ração individuais; a área de confinamento (Figura 3), com varias divisões, onde

também ficam animais selecionados e divididos conforme faixa etária e sexo, entre

doadoras e touros, porém são lotes maiores e dividem cochos para ração e água; a

“mangueira” (Figura 4) onde é feito o manejo sanitário dos animais, manejo

reprodutivo, onde conta com varias repartições, tronco de contenção, balança para

pesagem, embarcador e uma sala para armazenar medicamentos, ferramentas e

3

instrumentos utilizados para o manejo dos animais. Possui também uma área onde

tem construído quatro “trincheiras” (Figura 5) para deposito de silo, que é utilizado

para a alimentação do gado. O armazenamento de ração, sal, feno e outros, são

feito em barracões localizados próximo as baias.

Figura 1: Baias, pavilhão 1 Fazenda Pecuária Seletiva Beka Ltda (Fonte: Arquivo pessoal, 2015).

Figura 2: Baias, pavilhão 2.Fazenda Pecuária Seletiva Beka Ltda (Fonte: Arquivo pessoal, 2015).

4

Figura 3: Confinamento. Fazenda Pecuária Seletiva Beka Ltda (Fonte: Arquivo pessoal, 2015).

Figura 4: Mangueira para o manejo, Fazenda Pecuária Seletiva Beka Ltda (Fonte: Arquivo pessoal,

2015.)

5

Figura 5: Trincheiras para armazenagem do silo, Fazenda Pecuária Seletiva Beka Ltda (Fonte:

Arquivo pessoal, 2014)

O restante da fazenda é de pastagem (Figura 6) separada em módulos, cada

um é dividido em vários piquetes, no centro de cada piquete encontra se cochos

cobertos para ração, bebedouro e creeping feeding (Figura 7) para os bezerros,

destinados para as receptoras e algumas matrizes. Possui também os destinados

aos cavalos utilizados no manejo dos animais, para éguas prenhes e para as vacas

leiteiras onde é realizada a ordenha e distribuição.

Figura 6: Área de pastagem, Fazenda Pecuária Seletiva Beka Ltda (Fonte: Arquivo pessoal, 2014)

6

.

Figura 7: Piquetes, Fazenda Pecuária Seletiva Beka Ltda (Fonte: Arquivo pessoal, 2014)

3.2 Atividades desenvolvidas

Nos diversos setores da fazenda, supervisionado pelo Médico Veterinário Luiz

Carmelo Comegno Junior CRMV 6646-PR, foram realizadas atividades na área da

bovinocultura de corte e melhoramento genético como: manejo sanitário e nutricional

dos animais, cuidados com animais doentes e animais lesionados, cuidados com

recém nascidos e desmama, vacinações necessárias, avaliações de touros

(andrológico), marcação e identificação dos animais na reprodução juntamente com

manejo reprodutivo (Coleta e transferência de embriões) entre outras atividades

operacionais no dia a dia da fazenda. Os procedimentos como coleta de embriões,

transferência, exame andrológico, foi possível apenas acompanhar a realização dos

mesmos por serem feitos por empresas prestadoras de serviços. Já as demais

atividades como: vacinação (aftosa, clostridium, vermífugos), curativos, aplicação de

antibióticos, antiinflamatórios e demais medicamentos como terapia em animais

adoentados, marcação dos animais, foi possível realizar. Através da experiência

7

obtida nesse período, foi possível realizar diversos procedimentos e aprendizados

que resultaram na facilitação do manejo e cuidado com os animais.

3.3 Conclusão

O estágio curricular proporcionou adquirir uma vasta experiência e prática nas

atividades desenvolvidas, possibilitando interagir com profissionais tanto na área da

Medicina Veterinária quanto outras. Teve a oportunidade acompanhar a conduta de

trabalho, tanto com pacientes (animais tratados individualmente em baias) como

proprietários (demais propriedades) e funcionários, maneiras de pensar e agir diante

de alguma adversidade. Adquirir novos conhecimentos e experiências, aprender

vários procedimentos na prática e aprimorar outros que foram adquiridos no período

da graduação. Foi possível saber mais sobre as exigências do mercado de trabalho,

novas tendências na área da bovinocultura de corte e também sobre a inovação da

raça nelore no Brasil. Obtendo um ótimo aproveitamento e dedicação no período de

estágio.

8

CAPÍTULO 2. A TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS

9

5. INTRODUÇÃO

Os cavalos estiveram presentes na vida do homem em situações diversas e

nos séculos anteriores participaram efetivamente das guerras. Com o passar do

tempo e com o advento da agricultura a sua participação foi primordial na produção

de alimentos, onde serviram como animais de tração na atividade do campo e

transporte, primeiramente como objetivo da própria subsistência do ser humano e foi

perdendo seu espaço no campo com a chegada da mecanização, que buscou acima

de tudo como conseqüência do capitalismo, o aumento de produção, sua

comercialização.

Nas últimas décadas estiveram presentes também nos esportes e atualmente

o mercado tem apostado na melhoria genética com o objetivo de explorar outras

fontes de comercialização no que concerne aos eqüinos.

Assim, foi abordado neste trabalho a biotécnica de transferência de embrião

na espécie equina, de forma que, no primeiro momento, torna-se necessário para

entendimento do assunto, conhecer a técnica, que atualmente, é considerada uma

biotécnica de grande importância para a indústria e o mercado do cavalo, dadas as

possibilidades de versatilidade no seu manejo e posterior comercialização,

intimamente ligados aos avanços reproduzidos pelo melhoramento genético

baseados no desenvolvimento e, ou melhoramento de técnicas.

Esta técnica apresentou resultados satisfatórios não somente no produto final

bem como no fator custo, uma vez que houve a sua diminuição, pois a utlização dos

superovulatórios e criopreservação de embriões potencializa o seu uso de forma

adequada com perdas menores e mais possiblidades de ganhos, não somente em

quantidade, mas em qualidade como um todo.

Torna-se necessário também abordar a biotecnologia, suas definições e os

fundamentos teóricos que a fundamentam, uma vez que foi por meio desta

oportunizou-se o melhoramento genético, favorecendo também o aprimoramento

das raças e porteriormente os seus cruzamentos.

Fica evidente que a mesma busca atingir, através da seleção e do

cruzamento, a qualidade no produto final, sempre ligados a probabilidade de maior

ganho relacionado a venda do produto. Para que esta estratégia tenha o sucesso

10

esperado há que se respeitarem os protocolos de sincronização de estro, bem como

a indução da ovulação e os outros aspectos relacionados à aplicação da tecnologia

referida.

O objetivo deste trabalho é revisar as técnicas, as bases fisiológicas para

realização dos procedimentos e a importância da transferência de embriões para a

indústria e o mercado do cavalo, dadas à possibilidade de versatilidade no manejo e

posterior comercialização dos produtos.

11

6. REVISÃO DE LITERATURA

Os primeiros estudos envolvendo a transferência de embriões na espécie

equina foram realizados em 1969, por um grupo de pesquisadores japoneses,que

relatou, em 1972, uma taxa de 45% de sucesso nas colheitas dos embriões, porém

sem nenhuma concepção confirmada (OGURI e TSUTSUMI, 1972).

Somente nos anos 70, em Cambridge, na Inglaterra, Allen e Rowson (1972),

conseguiram desenvolver as primeiras transferências de embriões em eqüinos bem

sucedidas, onde os mesmos foram coletados e transferidos por cirurgia via

laparotomia, pelo flanco ou linha média (ALLEN, 2005). Em 1980, Oguri e Tsutsumi

(1972) realizaram a técnica de transferência não cirúrgica em éguas.

No Brasil, a biotécnica teve seu início na espécie eqüina, em 1987 e os

grandes responsáveis foram os médicos veterinários João Junqueira Fleury,

Cezinande Meira e Marc Henry, através dos métodos cirúrgico e não-cirúrgico.

(FLEURY et al., 1987; MEIRA e HENRY, 1991).

Apesar de a espécie equina ter sido considerada por muito tempo como a de

menor fertilidade entre as espécies domésticas, o que foi atribuído a características

de seleção e problemas relacionados ao manejo reprodutivo (GINTHER, 1992), o

cavalo passou a ser usados na prática de vários esportes e de lazer, e não mais,

historicamente falando, apenas no transporte ou simplesmente como tração animal.

As duas técnicas de reprodução que dominam a reprodução equina e que são

as mais utilizadas são: a Inseminação Artificial (IA) e a Transferência de Embrião

(TE). A inseminação artificial em equinos é largamente praticada em todo o mundo,

e a maneira mais comumente usada nessa espécie é mediante o resfriamento e

transporte de sêmen (LOOMIS, 2006).

Se bem conduzidas, tanto a inseminação artificial como a transferência de

embrião podem ser consideradas financeiramente viáveis e podem vir a contribuir

para a melhoria genética de uma raça.

Assim, partimos do caso da equinocultura e da transferência de embrião,

como instrumento direto do melhoramento genético e como finalidade da

biotecnologia.

12

De fato, esta técnica é considerada uma importante ferramenta para o

melhoramento genético no plantel e tem apresentado um impacto maior na indústria

equina, tornando-a uma importante fonte geradora de renda.

Esta biotécnica pode ser definida como uma técnica de reprodução assistida

que possibilita retirar o embrião de uma égua doadora previamente inseminada para

que este seja transferido para uma égua denominada de receptora,com boa

qualidade uterina e habilidade materna. Segundo Arruda, esta é uma ferramenta

promissora para essa finalidade (ARRUDA et al., 2001).

O diferencial desta técnica destaca-se pelo fato de que, efetivamente, se dá a

produção de múltiplos potros por ovulação da doadora durante o ano, que servirá

como uma barriga de aluguel e criará o potro até o desmame.

6.1 Seleção e manejo da égua doadora e receptora

Antes de selecionar a égua doadora, deve-se observar o seu histórico de

reprodução e apresentar um teste negativo para anemia infecciosa equina, alem de

receber as vacinas e vermífugos necessários. Sobre esta questão, Squires (1999)

reitera que, para a seleção da égua doadora deve ser observado o seu histórico

reprodutivo, bem como a fertilidade e genitores, as diretrizes do registro da raça, o

valor potencial do potro resultante e o número de gestações desejadas (SQUIRES et

al., 1999).

A doadora deve ser avaliada pelo médico veterinário, a escolha da doadora

normalmente é feita pelo proprietário, que considerará alguns requisitos tais como:

apresentar alto desempenho esportivo e/ou alto valor genético, mas que por algum

motivo, não possa levar a gestação a termo em função de ainda estar competindo,

ou ainda pela idade avançada. A história reprodutiva da égua e a idade são

provavelmente os aspectos mais importantes que um veterinário deve ter em conta

quando examina uma égua (SAMPER et al., 2008).

A égua doadora ou em cio deve ser examinada diariamente para monitorar o

crescimento folicular, permitindo o momento correto para que ocorra a inseminação

(VANDERWALL & WOODS, 2007).

13

Para observar estas questões há que se monitorar atividade folicular e

ovulação da égua, ou seja, o seu comportamento reprodutivo que pode ser feito

através do exame completo do trato reprodutivo e avaliação de um ou dois ciclos

estrais consecutivos e também por meio da palpação transretal e da

ultrassonografia.

A ovulação da maioria das éguas ocorre em ciclos que duram

aproximadamente 21 dias e a coleta de um embrião a cada intervalo. Pode ocorrer

ainda a dupla ovulação, que permite que sejam coletados até dois embriões em

apenas um ciclo. Isto não ocorre comumente, só entre algumas linhagens de

cavalos.

De acordo com McKinnon & Squires(2007) para que o processo ocorra sem

sustos, seria interassante ter ao menos duas receptoras disponíveis para cada

doadora, permitindo assim, no momento da inovulação, escolher a que apresenta as

melhores condições reprodutivas para receber o embrião para que não ocorram

perdas de material.

Para a escolha da égua receptora há que se considerarem alguns fatores,

entre eles está o fato de que a égua precisa apresentar várias características, tais

como boa qualidade uterina, conformação vulvar e habilidade materna; além de

grande porte para evitar problemas de parto. Também é interessante que seja dócil

para facilitar o seu manejo e o do potro que vai nascer.

Muitas vezes, as receptoras, são consideradas éguas de baixo valor

zootécnico, no entanto são peças fundamentais no programa de transferência de

embriões, pois serão elas que vão gestar e criar o potro até o desmame. No entanto,

a carga genética da égua que carrega o potro nada influencia nas características

deste animal, pois as suas característias genéticas foram determinadas pela égua

que produziu o óvulo e pelo doador dos espermatozóides.

Assim, Carnevale et al., (2000), orienta que essas éguas precisam estar em

boas condições corporais como o lúteo bem definido, o tónus da cérvix e útero e a

presença de edema uterino, devem ser avaliados e registados (MACPHERSON,

2010) e nenhuma outra alteração no útero, já que caberá à receptora reconhecer o

embrião e fornecer as condições necessárias ao seu desenvolvimento (FLEURY et

al., 2007).

14

Vanderwall & Woods (2007) e Squires et al. (1999) reiteram ainda outros

critérios que devem ser obsevados como: o peso do animal deve ser entre 400 a

550 kg, idade de 3 a 10 anos, boa índole e bom desenvolvimento mamário, além de

ciclos estrais normais e livres de anormalidades uterinas e ovarianas.

No dia em que o embrião for transferido, é necessário avaliar as receptoras

por meio de exames ginecológicos fazendo uso da palpação retal e utilizando o

ultra-som por via trans-retal para a avaliação das mesmas. Onde vai ser verificado o

tônus uterino e também da cérvix, as características morfológicas do corpo lúteo e

se as receptoras possuem anormalidades como edema, cistos, presença de liquido

e ou ar no útero, isso no momento em que for realizada a transferência do embrião

(Carnevale et al., 2000) – e respeitando as definições descritas por (Caiado et al.

2007), sendo feita a classificação como receptoras excelentes, boas, marginalmente

aceitáveis e inaceitáveis:

Excelentes: Éguas com presença de no mínimo um corpo lúteo com

ecogenicidade bem delimitada, o tônus uterino deve estar em 3 ou 4 , cérvix fechada

firmemente e sem presença de alterações como dobras uterina e cistos;

Boas: receptoras com tônus uterino e corpo lúteo nas mesmas condições

citadas em éguas excelentes, podendo ter dobras endometriais consideradas

brandas e ou a cérvix não tão firmemente fechada;

Marginalmente aceitáveis: possui o corpo lúteo, mas de tamanho reduzido e

ou ecogenicamente ruim, o tônus uterino pode estar entre 2 e 3 e afrouxamento no

fechamento da cérvix;

Inaceitáveis: ausência de corpo lúteo ou sem definição, a tonicidade do útero

menor ou igual a 2, útero com alterações patológicas, endométrio com presença de

edema acentuado e cérvix aberta.

15

7.TÉCNICA DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES

Com relação às técnicas utilizadas para a transferência de embriões pode-se

citar a técnica cirúrgica, por incisão ao flanco, ou pela técnica não cirúrgica por via

cervical.

Mas segundo Fleury (et al., 2007) o método menos invasivo mais utilizado

para a transferência de embriões é a transferência não cirúrgica coberta, que

consiste em depositar o embrião no corpo do útero utilizando um equipamento para

inovulação conhecido como pipeta de inseminação artificial que atravessa a cérvix.

Esta técnica é considerada rápida, podendo obter alto percentual de prenhez.

Carnevale (et al, 2000) descreve que é fundamental nesse momento que a

receptoras esteja em total condições de receber o material, devendo assim fazer a

palpação observando se a cérvix se encontra firme e fechada e com aumento de

tônus uterino (cilíndrico e tubular) de modo que esta avaliação possa determinar seu

status clínico, e determinar uma probabilidade de sucesso do procedimento.

Além disso, por meio de exame ultrassonográfico pode-se observar se não há

evidência de dobras endometriais ou secreção uterina que possam colocar a

transferencia em risco (CARNEVALE, 2000).

No país, as raças que mais utilizam a técnica são: Mangalarga Marchador,

Campolina, Quarto de Milha e Mangalarga Paulista. O uso do sêmen refrigerado e

transportado é uma necessidade, devido à tendência dos garanhões pertencerem a

diversos proprietários (LOSINNO; ALVARENGA, 2006).

7.1. Fisiologia da reprodução

A fisiologia, ao estudar o funcionamento do organismo, voltadas à reprodução

eqüina, colabora no sentido de observar quando os animais estarão em estro, ou

seja, neste caso específico, quando demonstrar receptividade sexual ao rufião ou

através da constatação de atividade folicular, tônus uterino e cervical, determinada

pela palpação naqueles que não exteriorizavam sinais de cio (ROMANO, et al.

1998).

16

Independente da manifestação externa de estro, os animais podem ser

acompanhados por exame ginecológico semanais, para que suas características

anatômicas e fisiológicas poder ser avaliadas procurando-se estros silenciosos.

(ROMANO, et al. 1998).

Normalmente o ciclo estral é descrito tendo como início a ovulação definida

por dia 0, e o fim do ciclo sendo um dia antes da ovulação seguinte. As éguas

possuem um intervalo médio entre as ovulações de aproximadamente doze dias,

podendo ter variações de 18 a 24 dias. Qualquer alteração nesse tempo, sendo

intervalos muito menores ou maiores pode indicar anormalidades. (LEY, 2006).

A fase folicular (estro) tem duração aproximadamente de 3 a 7 dias, sendo

caracterizada pela presença de um ou mais folículos pré – ovulatórios de tamanho

superior a 30 mm de diâmetro, presença da ação do estrógeno e por alterações de

comportamento demonstrando aceitação ao garanhão (LEY, 2006).

O folículo pré-ovulatório cresce aproximadamente cerca de 3 mm por dia,

assim sendo possível saber a freqüência com que é realizado a palpação retal e

exame ultrassonográfico para avaliar o crescimento folicular e o momento para a

ovulação. (GODDART, 1995).

Na fase de corpo lúteo, fase luteínica ou diestro, tem duração de

aproximadamente de 13 a 17 dias, caracterizada pela presença do corpo lúteo, pela

ação da progesterona e ausência de manifestações de comportamento de aceitação

ao macho. (LEY, 2006).

Após a égua ter ovulado, o corpo lúteo começa a se desenvolver e pode ter

vida útil de aproximadamente 85 dias, considerando que o endométrio não inicie a

liberação de prostaglandina, o corpo lúteo não entra em luteólise e segue na

produção de progesterona sem que aconteça a sua regressão. (LEY, 2006).

Quando uma égua ovula e é coberta e ou inseminada corretamente, resulta

na produção de um embrião viável. O embrião estando em desenvolvimento e em

fase de mobilidade no útero começa a sinalizar o endométrio com a liberação de

estrógeno, inibindo a liberação da prostaglandina pelo endométrio. Essa fase é

denominada de reconhecimento materno da gestação, que pode durar até próximo

ao 17° dia da gestação ou ocorrer entre os dias 12 e 14 posteriormente a ovulação

que obteve produção. (LEY, 2006).

17

7.2. Utilização dos hormônios

Na eqüinocultura, o melhoramento genético dos animais ocasiona em maior

aproveitamento e intensificação do ritmo e consequentemente na sua eficiência

reprodutiva (FARIA; GRADELA, 2010).

O que se conhece como manejo consiste em monitorar o comportamento

reprodutivo das éguas, através do emprego da palpação transretal e da

ultrassonografia para monitorar a atividade folicular e ovulação, além do uso de

hormônios exógenos para sincronizar o estro e ovulação (VANDERWALL &

WOODS, 2007).

Quando em cio, a égua doadora é examinada para monitorar o crescimento

folicular, permitindo o ótimo momento para inseminação com sêmen fresco,

refrigerado ou congelado (VANDERWALL & WOODS, 2007).

Devido às influências do fotoperíodo, a incidência de ovulações varia no

decorrer do ano, o que de certa forma limita a utilização reprodutiva das éguas, de

modo que autilização da hormonioterapia aplicada à ginecologia equina

desempenha papel primordial (FARIA; GRADELA, 2010).

Essa técnica quando utlizada de forma correta colabora, por meio da melhora

da eficiência reprodutiva de animais de alto valor genético, para o aumento dos

lucros gerando benefícios tanto para o profissional quanto para o proprietário.

Pode-se citar como benefícios da hormonioterapia, o aumento do período de

ciclicidade durante o ano, a diminuição do ciclo estral, o aumento do número de

ovulações por ciclo e, consequentemente, de embriões por ciclo. Outra possibilidade

é a sua contribuição na utilização de biotécnicas reprodutivas, como inseminação

artificial (IA), transferência de embriões (TE).(FARIA; GRADELA, 2010).

7.3 Ciclo estral e sincronização

Outra questão muito importante é o controle do ciclo estral e sincronização da

ovulação de doadoras e receptoras ou sincronização do estro. A sincronização entre

doadora e receptora é uma técnica relativamente simples e consiste em observar o

ciclo estral de ambas. Ciclo estral é um conjunto de alterações dos níveis hormonais,

18

que se refletem sobre o trato reprodutivo e em alterações comportamentais da égua,

nesse sentido, produção de estradiol pelos folículos (MOREL, 2005).

De acordo com Allen (2001), geralmente, administra-se uma injeção

intramuscular de PGF2α na égua doadora 1 ou 2 dias a frente da mesma terapia

aplicada nas receptoras. O estro pode ser induzido através da administração de uma

injecção de PGF2α, que põe fim à fase lútea (SAMPER, 2008). Por esta razão, esta

prostaglandina e os seus análogos sintéticos têm sido usados efectivamente para

induzir lise do CL e a indução do estro (ALCÁNTARA et al., 2005).

A prostaglandina é caracterizada por ser um hormônio luteólitico, sendo que

age controlando a lise do corpo lúteo que se da através de sua liberação pelo

endométrio próximos dos dias 13 a 16 posteriormente a ovulação nas éguas que

não estão em gestação (Milvae et al., 1996).

Seu uso pode ser para por fim a fase luteínica prolongada, controle do

período da ovulação, realizar sincronização do estro, no tratamento de infecções

endometriais e solucionar pseudogestação. (McKinnon e Voss, 1992).

Com relação ao uso de prostaglandina, alguns autores como (Lindeberg, et

al., 2002) e Nielson (et al., 2008), defendem que a mesma está associada a taxas de

gestação mais baixas (dependendo do dia de aplicação, e fase do ciclo). Já Metcalf

e Thompson (2010) demonstram ser contrários à esta teoria e defendem o fato que

o uso de prostaglandinas para indução do estro não afeta as taxas de gestação.

A ação da progesterona (P4) tem um papel fundamental na gestação, é

liberado pelas células luteínicas do corpo lúteo, pela placenta e pelas glândulas

adrenais. Sua ação se da através da estimulação pelo LH, assim sendo secretada a

progesterona que proporciona o fim dos sinais de estro e dos sinais de receptividade

ao garanhão, torna o útero um ambiente propício para chegada de um embrião,

estimulando as glândulas endometriais a secretar o leite uterino e com isso

mantendo a gestação e também proporciona o aumento do tônus uterino. (Hafez e

Hafez, 2004).

Para as fêmeas usadas como receptoras de embrião a progesterona ajuda

aumentando o tônus uterino. (Caiado et al., 2007). Mantém a gestação, com

tratamento tendo início após o diagnóstico de gestação confirmado, entre o 14° ao

19

20° dia depois da ovulação, mantendo a terapia até próximo dos dias 100 e 120 da

gestação. (McKinnon e Voss, 1992).

Com o uso da progesterona, torna possível realizar a inovulação em éguas

que foram selecionadas como receptoras de embrião, em apenas dois dias pós-

ovulação (receptoras em D2), sem que os índices de taxa de prenhez diminuam

comparados a inovulações feitas em receptoras consideradas excelentes e boas

estando em D5 e D6 posteriormente a ovulação. (Caiado et al., 2007).

De qualquer forma, em todos os protocolos de sincronização empregados,

monitora-se o crescimento folicular por ultrassonografia e utiliza-se hCG, GnRH ou

EPE (DUCHAMP et al., 1987) a fim de induzir ovulação nas éguas receptoras dentro

de 48 h depois que a doadora for inseminada.

O hCG utilizado como indutor da ovulação nas éguas mostra-se bastante

eficiente, sendo que diminui a duração do estro, com isso diminuindo o tempo até a

ovulação que pode ocorrer em até 48 horas após aplicação, e com sua utilização

torna possível reduzir a quantidade de inseminações e ou coberturas necessárias

por ciclo estral. (Bergefelt, 2000; Ley, 2006).

Segundo Oliveira e Souza (2003) além de sincronizar o estro e a ovulação,

melhoram os índices de fertilidade e taxas de prenhez da receptora.

Com o aumento da progesterona, estimulado pelo hCG, obtém melhoras no

tônus do útero e da cérvix, na morfologia, diâmetro e na ecogenicidade do corpo

lúteo, sendo que essas são as principais características desejadas em uma

receptora na transferência de embrião. (Sousa, 2006; Fleury et al., 2007).

7.4 Colheita de embriões

A colheita dos embriões é realizada pelo procedimento não cirúrgico

transvaginal, lavagem uterina transcervical (lavado) para coleta do embrião, feita de

6 a 9 dias após a ovulação da doadora; e foi descrito primeiramente em eqüinos por

Oguri e Tsutsumi (1972), que utilizaram um cateter de três vias, onde o lavado era

então realizado no corno ipsilateral à ovulação, inflando o balão do cateter na base

desse corno.

20

Segundo Fleury, (2007) ocorrida a ovulação, recomenda-se que a colheita de

embriões seja realizada nos dias 7 ou 8 pós-ovulação; os dias 6 e 9 também são

utilizados pelos técnicos, porem em menor freqüência, por ainda estarem imaturos

no caso do dia 6 e ou por difícil manipulação devido ao seu tamanho no dia 9 .

Vanderwall (2007) explica que a colheita de embrião é executada utilizando-

se a lavagem uterina transcervical. Atualmente, usa-se um cateter de silicone com

balão (VEUF-80, Bivona, Inc., Gary, IN 46406) com diâmetro de 8,0 mm; porém,

outros estilos de cateter estão disponíveis.

Com o cateter devidamente inserido no corpo uterino, e com o balão (cuff)

inflado na região cranial da cérvix é realizado o lavado (flushing) do útero de 3 a 4

vezes. Atualmente utiliza-se o Ringer com lactato de sódio como solução para

realizar a coleta dos embriões, considerando o grande volume de infusão e ao seu

baixo custo comparado as demais soluções. (Alvarenga et al., 1993; Fleury, 1998b;

Caiado et al., 2005).

Fleury (et al., 2001); Squires (et al., 2003) e Silva (2003) descrevem

procedimentos do lavado explicando que atualmente o balão é inflado,

aproximadamente com 60 mL de ar, no corpo do útero, tracionando o cateter

caudalmente para se ajustar no óstio cranial da cérvix, lavando-se os dois cornos.

Dependendo do tamanho do útero da égua doadora, são usados durante todo

o processo de recuperação 3 a 6 litros (DAELS, 2007) e o volume recuperado

representa normalmente de 95% a 98% do volume infundido (IMEL, 1981;

CARVALHO, 2000; SILVA, 2003). Estes procedimentos permaneceram

essencialmente inalterados durante as últimas duas décadas (SQUIRES et al.,

2003).

7.5 Classificação e manipulação do embrião

Com relação ao rastreamento dos embriões é realizado com auxílio de uma

lupa sob aumento de 10X e a classificação embrionária é realizada utilizando-se 40X

de aumento e removido com o ajuda de uma palheta de 0,5 ou 0,25 mL, acoplada a

uma seringa de insulina, e transferido para uma placa de petri menor (35 x 10 mm),

21

contendo o meio de manutenção TQC®, Ham F10, Encare®, dentre outros (LIRA, et

al., 2009).

Em seguida é feita a sua classificação, conforme as recomendações da IETS

(International Embryo Transfer Society), descritas por McKinnon & Squires (1988)

atribuindo-lhe um escore de 1 a 5, levando em consideração a sua morfologia,o seu

formato, simetria, coloração, extrusão celular e integridade de zona pelúcida.

(MCKINNON & SQUIRES, 1988).

Conforme a classificação de 1 a 5, é seguido os parâmetros segundo

MCKINNON & SQUIRES, (1998):

Qualidade 1 - excelente, caracterizado por ser esféricos e com as células de

tamanho e cor uniforme;

Qualidade 2 - bom, possuindo forma irregular e podendo ter pouca extrusão

dos blastômeros;

Qualidade 3 - regular, onde possui vários blastômeros em extrusão,

degeneração nas células do botão germinativo e ou colapso da blastocele;

Qualidade 4 - ruim, onde existe varios blastômeros extrusos, blastocele

severamente colapsada e botão germinativo escuro;

Qualidade 5 – degenerado, totalmente degenerados, destruição das células

do trofoblasto e total colapso do embrião.

E segundo Vanderwall (2007), é classificado quanto ao estágio de

desenvolvimento sendo em mórula (M), blastocisto inicial (Bi), blastocisto (Bl) e

blastocisto expandido(Bx).

Antes de transferir o embrião para uma égua receptora ou ser condicionado

ao resfriamento para o transporte, o mesmo é lavado em 10 passagens

consecutivas para eliminar as impurezas presentes na zona pelúcida

(VANDERWALL D.K. & WOODS G.L., 2010).

7.6 Inovulação

Primeiramente é feita a avaliação da receptora, para que possa selecionar a

que esteja mais apta para receber o embrião. Assim por meio da palpação retal

avaliando características como: cérvix firmemente fechada, tônus uterino aumentado

22

e com o ultrassom avaliar ausência de alterações como dobras endometriais e

presença de liquido no útero, que são características desejadas no dia da

inovulação. Também pode ser feito a utilização da progesterona exógena nas

receptoras (no intervalo de D0, dia da ovulação, a D5), para que o útero tenha mais

exposição ao hormônio tornando o ambiente favorável ao desenvolvimento do

embrião. Visando utilizá-las para inovulação em D2, podendo obter índices

parecidos de taxa de prenhez comparados com receptoras classificadas como

excelentes estando em D5 (receptoras em D5 e D6 são consideradas excelentes).

(CARNEVALE, 2000).

O material comumente utilizado para realizar a inovulação é a pipeta de

inseminação artificial (CARNEVALE, 2000). Sendo colocada uma camisinha

protetora para evitar contaminação da ponteira da pipeta, lembrando de estourá-la

assim que o aplicado estiver no 1/3 inicial da cérvix. A inovulação só se inicia com a

receptora devidamente contida, e com a região perineal e vulva corretamente

higienizada. Juntamente com a experiência do técnico, lubrificação da luva, e

cuidados com contaminação, o embrião é depositado no corpo do útero.

(CARNEVALE, 2000).

7.7 Vantagens e desvantagens da Transferência de Embrião (TE)

Podem-se observar as inúmeras vantagens da técnica de transferência de

embriões que permite aos proprietários a obtenção de mais de um produto ao ano e

a produção de éguas de grande valor, de forma a obter mais lucratividade.

(VANDERWALL & WOODS, 2007).

A grande maioria dos embriões equinos coletados é de qualidade boa ou

excelente, provavelmente devido ao transporte seletivo de embriões viáveis através

do oviduto (Weber et al., 1991). Isto ocorre porque os embriões de má qualidade,

mortos e ovócitos não fertilizados costumam ficar retidos no oviduto.

Além disso, por meio desta técnica, podem-se obter produtos de éguas, que

por algum motivo, não possam levar uma gestação a termo, seja por conta de

prenhêz de éguas com idade avançada, ou ainda, produtos de éguas que estão

23

competindo, sem que para isso precisem ser retiradas das competições (LIRA,

2009).

Esta biotécnica tem sido utilizada como uma gestão de procedimentos para a

produção de múltiplos potros por égua durante o ano, o melhor aproveitamento de

éguas que possuam alto valor zootécnico e sejam idosas ou que estejam em

atividade esportiva (Hurtgen, 2008; Arruda et al., 2001; Daels, 2007).

Outras questões que devem ser levadas em conta são com relação a

adaptações de manejo, estrutura, equipamentos e profissionais capacitados para

trabalhar de acordo com a necessidade do proprietário e do animal. (CARNEVALE,

et al., 2000)

De acordo com leituras, pode-se observar que se somam a estas vantagens a

prevenção da transmissão de várias doenças sexualmente transmissíveis, lesões

por transporte dos animais e contaminações uterinas na égua, que possam vir a

desencadear perda de material genético significativo bem como perdas financeiras

para o produtor. (SAMPER et al., 2008; CARNEVALE, et al., 2000; VANDERWALL &

WOODS, 2007).

Com relação aos custos para a realização da inseminação artificial não há

necessidade de investimentos altos de infraestrutura, o mínimo, que seria o tronco

de contenção, já é o suficiente. Já para instalação de um programa de transferência

de embriões um investimento maior é necessário, uma vez que o embrião precisa

ser manipulado em um laboratório limpo e com equipamentos ideais para sua

manipulação (CARNEVALE, et al., 2000; VANDERWALL & WOODS, 2007).

Alguns autores como Arruda (ARRUDA et al., 2001), defendem que por meio

desta técnica é possível promover maior controle de doenças quando da

transferência de material genético entre estados ou países, bem como a obtenção

de divisas através de exportações de embriões congelados .

No Brasil destaca-se como o segundo país que mais a utiliza esta técnica e

nas ultimas décadas, houve um grande avanço desta biotécnica aplicada a referida

espécie, melhorando consideravelmente as taxas de prenhez de 12,5% a 74.55%

(VOGELSANG et AL., 1979; OGURI & TSUTSUMI 1980; FLEURY & ALVARENGA,

1999; PERES et al., 2002; ROCHA., et al., 2004).

24

Como desvantagem é necessário citar o fato de que manipular

excessivamente ao longo dos anos pode causar algumas alterações no trato

reprodutivo das éguas reduzindo a eficiência da técnica, no entanto, a TE não causa

nenhuma complicação séria para doadoras nem receptoras se realizada dentro das

condições ideais de higiene e utilizando materiais estéreis.

Com relação a Inseminação Artificial, menos complicações ainda podem ser

citadas, pelo contrário, é uma forma de prevenir muitas lesões e contaminações na

égua e no garanhão.

Outra importante questão a ser levantada é o fato da necessidade de

receptoras de boa qualidade e em um número razoável para sincronização de

doadoras e receptoras, seja na propriedade ou em bancos de receptoras. A

ausência destes investimentos e adaptações que promovem as desvantagens que a

técnica pode trazer causando perdas para o produtor (CARNEVALE, et al. 2000).

25

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As técnicas de reprodução assistida surgiram com a tecnologia aplicada à

ciência e podem ser usadas para ampliar as possibilidades de obter produtos de

melhor qualidade e no caso, dos eqüinos, de maior qualidade genética e, por

conseguinte, valor comercial.

A cada três transferências consegue-se uma prenhez, ou seja, 33% de

chance de alcançar uma prenhez por TE. No entanto, este número pode melhorar se

trabalharmos com animais seja em qualquer etapa do procedimento, de alto valor

genético, tendo bom desempenho esportivo e com índice de fertilidade bons no caso

de doadores e principalmente receptoras de boa qualidade e eficiência reprodutiva,

objetivando subir esta estimativa.

A Transferência de Embriões é ainda considerada uma técnica em ascensão

no mercado mas, que tem grandes chances de ainda melhorar sua técnica e isso

pode ocorrer mediante pesquisas e estudos.

Esta área que está em constante evolução seja no mercado ou em seu

aspecto científico, pode ser um campo um tanto quanto promissor para os

especialistas que trabalham na área.

26

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