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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS
MEDICINA VETERINÁRIA
MANEJO CIRÚRGICO DE APRESENTAÇÕES INCOMUNS DE PIOMETRA DE CÃES E GATOS E TÉCNICAS VÍDEO ASSISTIDAS
DE OVARIOHISTERECTOMIA - REVISÃO DE LITERATURA
ARIANE RIBEIRO DE OLIVEIRA
OURINHOS- SP
2017
1
ARIANE RIBEIRO DE OLIVEIRA
MANEJO CIRÚRGICO DE APRESENTAÇÕES INCOMUNS DE PIOMETRA DE CÃES E GATOS E TÉCNICAS VÍDEO ASSISTIDAS
DE OVARIOHISTERECTOMIA - REVISÃO DE LITERATURA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária das Faculdades Integradas de Ourinhos como pré-requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Médica Veterinária.
Orientador: Profº. Me. Nazilton de Paula Reis Filho
OURINHOS – SP
2017
2
Oliveira, Ariane Ribeiro de
Manejo cirúrgico de apresentações incomuns de piometra de cães e gatos e outras técnicas vídeo assistidas de ovariohisterectomia – revisão de literatura. – Ourinhos, SP: FIO, 2017.
58 f; 30 cm.
Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina Veterinária) – Faculdades Integradas de Ourinhos, 2017.
Orientador: Prof. Me .Nazilton de Paula Reis Filho
1. Útero . 2. Piometra. 3. Cirúrgia. I. Título
3
4
DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha família, que muito me apoiou e me incentivou a realizá-lo. À memória de meu avô que sempre me apoiou e sempre será à base da minha vida.
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао
longo dе minha vida, nãо somente nestes anos como universitária, mаs еm todos оs
momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer.
Agradeço а todos os professores que mе proporcionaram conhecimento
profissional e pessoal, através de manifestação de caráter е afetividade da
educação no processo de minha formação profissional, por tanto qυе se dedicaram а
mim, não somente por terem mе ensinado, mas por terem mе feito aprender, em
especial ao meu orientador Nazilton. А palavra mestre, nunca fará justiça
аоs professores dedicados аоs quais sem nominar terão os meus eternos
agradecimentos.
Agradeço a minha família, em especial aos meus pais, Eloisa e Eduardo, que
sempre me apoiaram no que foi preciso, agradeço também a minha irmã Aline que
sempre esteve ao meu lado em momentos difíceis. À memória de meu amado avô
Sebastião, que sempre serviu de exemplo e de base em minha vida.
Meus agradecimentos aos amigos, em especial a Kelly, Nathalia, Mayara,
irmãs de amizade que fizeram parte da minha formação e vão continuar presente na
minha vida com certeza. Aos amigos de trabalho do Hospital Veterinário Bicho da
Gente, em especial a doutora Isabel, por ter me proporcionado muito conhecimento
na área e ter me dado à oportunidade de acompanhá-la em seu dia a dia na rotina
do hospital.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu
muito obrigada.
6
“O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar com mais inteligência”. Henry Ford
7
RESUMO
Entre as alterações reprodutivas que acometem cães e gatos, podemos destacar a piometra; doença do trato reprodutivo das cadelas e gatas muito comum em clínicas de pequenos animais. Esta enfermidade é caracterizada pelo acumulo de secreção infecciosa no interior do útero, resultado da elevação hormonal que as fêmeas sofrem ao longo de toda a sua vida reprodutiva. Com o aumento dos hormônios femininos estrógeno e progesterona o útero começa a produzir mais secreções, porém há uma diminuição nas células de defesa do útero facilitando a proliferação de bactérias, dando origem a piometra que é uma infecção mediada por alguns hormônios responsáveis pelo ciclo estral. A piometra é uma doença que pode ser classificada de duas formas; piometra aberta, e piometra fechada. Estudos mostram que o melhor tratamento para esta patologia é a intervenção cirúrgica, entre essas técnicas podemos destacar a ovariohisterectomia. Este procedimento vem ganhando técnicas que visam o bem estar animal; podendo estes ser beneficiados pela terapêutica videoassistida, acesso minimamente invasivos que podem proporcionar menor trauma tecidual ao paciente favorecendo a recuperação pós-operatório. Cabe, porém ao cirurgião decidir a melhor técnica, levando em consideração a sua experiência e ao estado geral do paciente, desde que haja material necessário para este fim e treinamento do cirurgião e sua equipe. Dessa forma, esse trabalho procura descrever essas técnicas e a disseminação das mesmas para que seja mais uma opção no tratamento da piometra. Palavras-chave: Útero. Piometra. Cirurgia.
8
ABSTRACT
Among the reproductive alterations that affect dogs and cats, we can highlight the pyometra; disease of the reproductive tract of bitches and cats very common in small animal clinics. This disease is characterized by the accumulation of infectious secretion inside the uterus, a result of the hormonal elevation that females suffer throughout their reproductive life. With the increase of the female hormones estrogen and progesterone the uterus begins to produce more secretions, however there is a decrease in the cells of defense of the uterus facilitating the proliferation of bacteria, giving rise to pyometra which is an infection mediated by some hormones responsible for the estrous cycle. Pyometra is a disease that can be classified in two ways; open pyometra, and closed pyometra. Studies show that the best treatment for this pathology is the surgical intervention, among these techniques we can highlight ovariohysterectomy. This procedure has gained techniques that aim at animal welfare; which may be benefited by video-assisted therapy, minimally invasive access that may provide less tissue trauma to the patient favoring postoperative recovery. It is up to the surgeon to decide the best technique, taking into account his experience and the general condition of the patient, as long as there is material necessary for this purpose and training of the surgeon and his team. Thus, this work seeks to describe these techniques and the dissemination of them so that it is another option in the treatment of pyometra. Keywords: Uterus. Piometra. Surgery.
9
SUMÁRIO
PARTE I: RELATÓRIO OBRIGATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 15
1 – INTRODUÇÃO.............................................................................................. 15
2 – DESCRIÇÃO DOS LOCAIS DE ESTÁGIO.................................................. 16
2.1 – HOSPITAL VETERINÁRIO BICHO DA GENTE........................................ 16
2.2 – HOSPITAL VETERINÁRIO CLINIVET....................................................... 19
3 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO DE ESTÁGIO
SUPERVISIONADO............................................................................................
23
3.1 – HOSPITAL VETERINÁRIO BICHO DA GENTE........................................ 23
3.2 – HOSPITAL VETERINÁRIO CLINIVET....................................................... 24
4 – CASUÍSTICAS ACOMPANHADAS NO PERÍODO DO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO............................................................................................. 24
4.1 – HOSPITAL VETERINÁRIO BICHO DA GENTE......................................... 24
4.2 – HOSPITAL VETERINÁRIO CLINIVET........................................................ 28
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 33
5.1 – HOSPITAL VETERINÁRIO BICHO DA GENTE......................................... 34
5.2 – HOSPITAL VETERINÁRIO CLINIVET........................................................ 34
PARTE II: MANEJO DE APRESENTAÇÕES CLÍNICAS INCOMUNS DE
PIOMETRA DE CÃES E GATOS
35
1 – INTRODUÇÃO............................................................................................... 35
2 – REVISÃO DE LITERATURA......................................................................... 36
2.1 – FISIOPATOLOGIA...................................................................................... 36
2.2 – SINAIS CLÍNICOS...................................................................................... 38
2.3 – DIAGNÓSTICO........................................................................................... 39
2.4 – TRATAMENTO........................................................................................... 40
2.5 – MANEJO CIRÚRGICO DAS APRESENTAÇÕES INCOMUNS DE
PIOMETRA..........................................................................................................
41
2.5.1 – OVARIOHISTERECTOMIA VIA ACESSO INGUINAL............................. 41
2.5.2 – HÉRNIA VAGINAL ENVOLVENDO CORNO UTERINO COM
PIOMETRA..........................................................................................................
44
10
2.5.3 – PIOMETRA ASSOCIADA À TORÇÃO DE ÚTERO................................. 45
2.5.4 – OVARIOHISTERECTOMIA TERAPÊUTICA PELO FLANCO................. 46
2.5.5 – OVARIOHISTERECTOMIA LAPAROSCÓPICA EM CADELA COM
OVÁRIOS REMANESCENTES E PIOMETRA DE CORNOS UTERINOS..........
47
2.5.6 – OVÁRIOHISTERECTOMIA TERAPÊUTICA VIDEOASSISTIDA COM
TRÊS PORTAIS...................................................................................................
48
2.6 – MANEJO PÓS OPERATÓRIO................................................................... 50
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 52
4 – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................. 53
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fachada do prédio do Hospital Veterinário Bicho da Gente.................. 16
Figura 2 – Recepção, área de espera e pet shop do Hospital Veterinário Bicho
da Gente..................................................................................................................
17
Figura 3 – Consultório............................................................................................. 17
Figura 4 – Sala de Vacina....................................................................................... 17
Figura 5 – Sala atendimento de felinos.................................................................. 17
Figura 6 – Sala de internação................................................................................. 17
Figura 7 – Sala de Raios-X..................................................................................... 18
Figura 8 – Sala de revelação de Raios – X............................................................ 18
Figura 9 – Sala de paramentação........................................................................... 18
Figura 10 – Centro Cirúrgico................................................................................... 18
Figura 11 – Sala de esterilização............................................................................ 18
Figura 12 – Sala lavagem de material.................................................................... 18
Figura 13 – Ala infecciosa....................................................................................... 19
Figura 14 – Fachada do prédio do Hospital Veterinário Clinivet............................. 20
Figura 15 – Sala de atendimento............................................................................ 20
Figura 16 – Sala de internamento........................................................................... 20
Figura 17 – Sala de internamento de felinos.......................................................... 20
Figura 18 – Sala de internamento para cães.......................................................... 20
Figura 19 – Ala de infecciosos................................................................................ 21
Figura 20 – Ala de unidade semi intensiva............................................................. 21
Figura 21 – Sala de alta.......................................................................................... 21
Figura 22 – Área de recepção 1............................................................................. 21
Figura 23 – Área de recepção 2............................................................................. 21
Figura 24 – Sala de ultrassonografia...................................................................... 21
Figura 25 – Sala de revelação de Raios-X............................................................. 22
Figura 26 – Sala de realização de Raios-X............................................................ 22
Figura 27 – Sala de tomografia computadorizada.................................................. 22
Figura 28 – Sala de procedimento quimioterápico................................................. 22
Figura 29 – Ala cirúrgica 1...................................................................................... 22
Figura 30 – Ala cirúrgica 2...................................................................................... 22
12
Figura 31 – Endoscopia para retirada..................................................................... 23
Figura 32 – Sala de procedimento de corpo estranho............................................ 23
Figura 33 – Sala de vacina..................................................................................... 23
Figura 35 – Útero aumentado e friável de uma cadela (A) e em uma felina com
piometra (B).............................................................................................................
37
Figura 36 – Manobras para exposição do ovário, mesovário e dos vasos
ovarianos.................................................................................................................
42
Figura 37 – A imagem A representa dissecação do tecido mamário e deve
localizar o anel inguinal, na B realiza incisão no saco herniário, na imagem C
realiza a dissecção do saco herniário se necessário e deve realizar a síntese do
mesmo D e por último a síntese da musculatura do anel inguinal na imagem
E..............................................................................................................................
43
Figura38 – Ampliação do defeito herniário............................................................. 44
Figura 39 – Subdivisão da equipe para correção da hérnia vaginal com
piometra...................................................................................................................
45
Figura 40 –Técnica de hemostasia, utilizando 3 pinças......................................... 47
Figura 41 – Abdômen de uma cadela, sendo preparada para cirurgia
videoassistida com três portais................................................................................
49
Figura 42 – Exteriorização do ovário e do corpo do útero...................................... 50
13
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Casos acompanhados nas áreas de Clínica Médica Cirúrgica de
Pequenos Animais e Clínica Médica de Pequenos Animais, subdivididos em
animais inteiros e animais castrados em suas respectivas espécie e gênero,
no Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à
29 de setembro de 2017......................................................................................
25
Gráfico 2 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de
Pequenos Animais, subdividido em procedimento cirúrgico terapêutico, no
Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29
de setembro de 2017............................................................................................
26
Gráfico 3 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de
Pequenos Animais, subdividido em procedimento cirúrgico de tratamento, no
Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29
de setembro de 2017............................................................................................
26
Gráfico 4 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica de Pequenos
Animais, subdivididos nas diversas doenças acompanhadas no Hospital
Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29 de
setembro de 2017.................................................................................................
27
Gráfico 5 – Raças de gatos acompanhado nos setores de Clínica Médica
Cirúrgica de Pequenos Animais e Clínica Médica de Pequenos Animais, no
Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29
de setembro de 2017............................................................................................
28
Gráfico 6 – Raças de cães acompanhado nos setores de Clínica Médica
Cirúrgica de Pequenos Animais e Clínica Médica de Pequenos Animais, no
Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29
de setembro de 2017............................................................................................
28
Gráfico 7 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de
Pequenos Animais, subdivididos em animais inteiros e animais castrados em
suas respectivas raças, no Hospital Clinivet, no período de 1 de outubro de
2017 à 8 de novembro de 2017............................................................................
29
14
Gráfico 8 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de
Pequenos Animais, subdivididos em diversas cirurgias de tecido mole, no
Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de
novembro de 2017................................................................................................
30
Gráfico 9 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de
Pequenos Animais, subdivididos em diferentes cirurgias ortopédicas, no
Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de
novembro de 2017................................................................................................
30
Gráfico 10 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de
Pequenos Animais, subdivididos em diferentes cirurgias oncológicas, no
Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de
novembro de 2017................................................................................................
31
Gráfico 11 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de
Pequenos Animais, subdivididos em diferentes cirurgias oftálmicas, no Hospital
Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de novembro de
2017......................................................................................................................
31
Gráfico 12 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de
Pequenos Animais, subdivididos em diferentes exames vídeo- assistidos, no
Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de
novembro de 2017................................................................................................
32
Gráfico 13 – Raça de gato acompanhado no setor de Clínica Médica Cirúrgica
de Pequenos Animais, no Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de
outubro de 2017 à 8 de novembro de 2017..........................................................
32
Gráfico 14 – Diversas raças de cães acompanhadas no setor de Clínica
Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, no Hospital Veterinário Clinivet, no
período de 1 de outubro de 2017 à 8 de novembro de 2017................................
33
15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CO2 Dióxido de Carbono
E2 Estrógeno
FA Fosfatase Alcalina
FSH Hormônio Folículo Estimulante
HEC Hiperplasia Endometrial Cística
LH Hormônio Luteinizante
OHE Ovário Histerectomia
P4 Progesterona
SRD Sem Raça Definida
TPLO Osteotomia de Nivelamento do Platô Tibial
16
PARTE I: RELATÓRIO OBRIGATÓRIO DE ESTÁGIO
SUPERVISIONADO
1 – INTRODUÇÃO
O estágio curricular supervisionado consiste em um processo planejado,
visando à integração entre conhecimento práticos e teóricos que complementam a
formação acadêmica do aluno, tendo como objetivo relatar as atividades
desenvolvidas pela aluna Ariane Ribeiro de Oliveira, discente do curso de Medicina
Veterinária, das Faculdades Integradas de Ourinhos, com orientação do Professor
Me. Nazilton de Paula Reis Filho, sendo assim; mais do que uma experiência prática
vivida, é uma oportunidade para que o estagiário experimente a profissão na prática.
Dessa forma, o estágio é um momento de crescimento profissional, na busca
da construção do conhecimento, a partir do convívio do corpo docente e discente da
instituição, e a apresentação de diversos textos de aspectos comprovativos, no qual
podemos desenvolver atividades interativas em parceria com outros profissionais; ao
mesmo tempo enfoca a integração teórica-prática colocando-nos diante de situações
que irão exigir todo nosso conhecimento adquirido durante o curso e nos
qualificando profissionalmente.
O estágio foi realizado em dois estabelecimentos distintos, sendo nas áreas
de clínica médica e cirúrgica de pequenos animais. Inicialmente foram cumpridas
200 horas, compreendidas no período de 01 de agosto de 2017 a 30 de setembro de
2017,perfazendo dois meses, no setor de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica de
Pequenos Animais; sob a supervisão da Médica Veterinária Isabel Cristina Munhoz
no Hospital Veterinário Bicho da Gente, localizado na cidade de Ourinhos, Estado de
São Paulo. O segundo estabelecimento é o Hospital Veterinário Clinivet, esta
localizado na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, tendo início em 01 de outubro
de 2017 a 30 de novembro de 2017, onde foram cumpridas 200 horas de estágio no
setor de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, sob a supervisão do Doutor
Rodrigo Friesen. A somatória das cargas horárias totalizou 400 horas de estágio.
17
2 – DESCRIÇÃO DOS LOCAIS DE ESTÁGIO
2.1 – Hospital Veterinário Bicho da Gente
O Hospital Veterinário Bicho da Gente situa-se na Avenida Jacinto Ferreira de
Sá, número 846, na cidade de Ourinhos – São Paulo (Figura 1). O Hospital conta
com atendimento 24 horas, nas áreas de clínica médica geral, cirurgias em tecidos
moles, ortopedia, emergências, clínica médica de animais silvestres, fisioterapia em
pequenos animais, diagnóstico por imagem, nutrição animal, cardiologia e oncologia.
A estrutura do Hospital Veterinário Bicho da Gente é composta por uma
recepção, local de espera para atendimentos e pet shop (Figura 2), um consultório
(Figura 3), uma sala de vacina (Figura 4), uma sala especializada em atendimento
de felinos (Figura 5) e uma internação (Figura 6). O Hospital ainda dispõe de uma
sala com equipamentos de Raios-X computadorizado (Figura 7), uma sala de
revelação de Raios–X (Figura 8), uma sala de paramentação (Figura 9), um centro
cirúrgico (Figura 10), sala de esterilização (Figura 11), sala de descontaminação
onde os materiais são lavados (Figura 12) e ala de isolamento para doenças
infectocontagiosas (Figura 13). A equipe é formada por cinco Médicos Veterinários.
Figura 1 –Fachada do prédio do Hospital Veterinário Bicho da Gente
Fonte: Arquivo pessoal (2017)
18
Figura 2 – Recepção, área de espera e pet shop do Hospital Veterinário Bicho da Gente
Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 3 –Consultório Figura 4 –Sala de Vacina
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 5 –Sala atendimento de felinos Figura 6 –Sala de internação HBGHHHHHH
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
19
Figura 7 –Sala de Raios-X Figura 8 –Sala de revelação de Raios - X
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 9 –Sala de paramentação Figura 10 –Centro Cirúrgico
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 11 –Sala de esterilização Figura 12 –Sala lavagem de material
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
20
Figura 13: Ala infecciosa
Fonte: Arquivo pessoal (2017)
2.2 – Hospital Veterinário Clinivet
O Hospital Veterinário Clinivet (figura 14), surgiu em 1987, com intuito de
diferenciar o tratamento aos animais de estimação, além de oferecer recursos
tecnológicos de última geração. Está localizado na Rua Holanda, nº 894, na cidade
de Curitiba – Paraná. O hospital conta com atendimento 24 horas, nas áreas de
acupuntura, anestesiologia, cardiologia, dermatologia, especialista em felinos,
fisioterapia, hemoterapia, neurologia, nefrologia e urologia, odontologia, oftalmologia,
oncologia, ortopedia e reprodução.
O Hospital Clinivet possui em sua estrutura 10 consultórios (figura 15), ala de
internação (figura 16), salas de emergência, ala de internação para felinos (figura
17), ala de internamento para cães (figura 18), ala de internação para doenças
infecciosas (figura 19), ala de unidade semi intensiva (figura 20), sala de alta do
paciente (figura 21), área de recepção 1 (figura 22), área de recepção 2 (figura 23),
serviço de diagnóstico por imagem - ultrassonografia (figura 24), raios-X (figura 25 e
figura 26) e tomografia computadorizada (figura 27), equipe de anestesiologistas,
laboratório clínico, centro de fisioterapia, auditório, sala para procedimento de
quimioterapia (figura 28), centro de cardiologia e ecocardiografia, bloco cirúrgico
divido em ala 1, onde é realizado as cirurgias mais invasivas e encontra-se ali o arco
cirúrgico, onde o cirurgião realiza raios-x em tempo real no momento da operação
(figura 29) e ala 2 (figura 30), sala de odontologia, endoscopia (figura 31), sala de
procedimentos (figura 32) e sala de vacina (figura 33). A equipe é formada por 46
profissionais, divididos em suas especialidades.
21
Figura 14 –Fachada do prédio do Hospital Veterinário Clinivet
Fonte:Arquivo pessoal (2017)
Figura 15 – Sala de atendimento Figura 16 – Ala de internamento
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 17 – Ala de internamento de felinos Figura 18 – Ala de internamento para cães
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
22
Figura 19 – Ala de infecciosos Figura 20 – Ala de unidade semi-intensiva
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 21 – Sala de alta Figura 22 – Área de recepção 1
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 23 – Área de recepção 2 Figura 24 – Sala de ultrassonografia
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
23
Figura 25 – Sala de revelação de Raios-X Figura 26 – Sala de realização de Raios-X
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 27 – Sala de tomografia computadorizada Figura 28 – Sala de procedimento quimioterápico
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 29 – Sala cirúrgica 1 Figura 30 – Sala cirúrgica 2
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
24
Figura 31 – Endoscopia para retirada de corpo estranho
Fonte: Arquivo pessoal (2017)
Figura 32 – Sala de procedimento Figura 33 – Sala de vacina
Fonte: Arquivo pessoal (2017) Fonte: Arquivo pessoal (2017)
3 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO DE ESTÁGIO
SUPERVISIONADO
3.1 – Hospital Veterinário Bicho da Gente
O estágio supervisionado tem como objetivo a formação básica do indivíduo,
assegurando-lhe competências que garantam seu aprimoramento e permitam
acompanhar as mudanças que ocorrem a todo tempo, dessa forma o intuito é fazer
com que o estagiário desenvolva atividades sob a supervisão e avaliação de um
profissional qualificado.
O Hospital Veterinário Bicho da Gente executa uma grande variedade de
atividades no setor de clínica médica e cirúrgica, as quais puderam ser
25
acompanhadas durante o estágio. As atividades realizadas na área de clínica
médica consistiam em acompanhar atendimentos realizados no período da manhã e
da tarde; no qual o animal era submetido a uma anamnese detalhada, a exames
físicos e em alguns casos a exames complementares, já na área de clínica cirúrgica
foi possível realizar algumas funções, como auxiliar ou função volante em diversas
cirurgias.
O hospital conta com a ajuda e responsabilidade do estagiário para a
realização de tricotomia, acesso venoso, antissepsia, administração de anestésicos
e outros medicamentos como antibióticos, anti inflamatórios, analgésicos, dentre
outros, além de poder auxiliar em diversas cirurgias.
3.2 – Hospital Veterinário Clinivet
Na dinâmica o estágio complementa a formação acadêmica do profissional,
primeiro com as observações que foram acompanhadas no Hospital Veterinário
Clinivet. A princípio as atividades eram realizadas no período da manhã e no período
da tarde, onde o estagiário era responsável pela tricotomia e antissepsia.
Podemos dizer que a Clinivet prioriza o momento em que o acadêmico passa
a compreender a realidade, pois é a partir da interação direta com os profissionais
que os saberes serão otimizados, ou seja, teoria e prática vivenciada em situações
reais de vida e estágio faz com que o estagiário vivencie e coloque em prática suas
teorias. Como volante pude observar vários procedimentos como: a preparação pré-
cirúrgica que segue todo um protocolo onde realiza-se exames pré-operatórios como
hemograma, perfil anestésico, bioquímicos, e quando os pacientes eram mais idosos
realizava-se o ecocardiograma e o eletrocardiograma.
4 – CASUÍSTICAS ACOMPANHADAS NO PERÍODO DO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO
4.1 – Hospital Veterinário Bicho da Gente
Durante o período de estágio, que se deu do dia 1 de agosto de 2017 a 29 de
setembro de 2017, foram acompanhados 119 casos no Hospital Veterinário Bicho da
26
Gente, na parte de Clínica Médica de Pequenos Animais e Clínica Médica Cirúrgica
de Pequenos Animais, sendo 39 da espécie felina e 84 pacientes da espécie canina.
Dentre a espécie felina, 17 fêmeas inteiras e cinco castradas, 13 machos
inteiros e quatro castrados. Na espécie canina foram atendidos 37 fêmeas inteiras,
sete castradas e 36 machos inteiros e quatro castrados, representados no gráfico 1.
Gráfico 1 – Casos acompanhados nas áreas de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais e Clínica Médica de Pequenos Animais, subdivididos em animais inteiros e animais castrados em suas respectivas espécie e gênero, no Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29 de setembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
A casuística no Hospital Veterinário Bicho da Gente foi alta, pois é um hospital
de grande fluxo, apesar da cidade de Ourinhos não ser muito populosa. Foram
acompanhados cirurgias profiláticas como ovariohisterectomia (OHE) e
orquiectomia, representados no gráfico 2 e cirurgias terapêuticas como oncológicas,
ortopédicas, urogenitais, tecidos moles e músculo esquelético, sendo representados
no gráfico 3.
27
Gráfico 2 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, subdividido em procedimento cirúrgico profilático, no Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29 de setembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
Gráfico 3 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, subdividido em procedimento cirúrgico de tratamento, no Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29 de setembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
Na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, a doença infecciosa que
teve mais destaque foi a Erliquiose, pois a cidade tem um clima quente onde
favorece oaparecimento do seu vetor, o carrapato Rhipicephalus sanguineus. Outras
28
doenças também tiveram destaques como parvovirose, dermatites, cinomose e
rinotraqueíte felina, como representados no gráfico 4.
Gráfico 4 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, subdivididos nas diversas doenças acompanhadas no Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29 de setembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
A raça SRD destacou-se nas duas espécies. Na espécie felina perfez um total
de 39 animais, sendo 89% SRD, seguido da raça Persa e Siamês, como mostra o
gráfico 5. Já na espécie canina totalizou-se 84 animais, sendo 39% SRD, seguido de
Pinscher, Lhasa Apso, dentre outras raças, mostrado no gráfico 6.
29
Gráfico 5 – Raças de gatos acompanhado nos setores de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais e Clínica Médica de Pequenos Animais, no Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29 de setembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
Gráfico 6 – Raças de cães acompanhado nos setores de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais e Clínica Médica de Pequenos Animais, no Hospital Veterinário Bicho da Gente, no período de 1 de agosto de 2017 à 29 de setembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
4.2 – Hospital Veterinário Clinivet
Durante o período de estágio que se deu do dia 1 de outubro de 2017 a 9 de
novembro de 2017, foram acompanhadas cirurgias em 10 animais da espécie felina
30
e 80 da espécie canina, totalizando 90 animais. Sendo apenas quatro da espécie
felina e 22 da espécie canina estéreis, como mostra o gráfico 7.
O número de cirurgias realizadas em fêmeas foi maior em ambas as
espécies. Na parte de cirurgia de tecidos moles, foram realizados procedimentos do
trato reprodutor, genitourinário, músculo esquelético, representados no gráfico 8,
cirurgias ortopédicas, como Osteotomia de Nivelamento do Platô Tibial (TPLO),
hérnia de disco, luxação de patela, dentre outras, representadas no gráfico 9. Nas
cirurgias oncológicas, destacou-se a mastectomia, seguido por biopsias, como
mostra o gráfico 10. Dentre as cirurgias oftálmicas, tiveram destaque a cirurgia de
catarata e de enucleação, mostradas no gráfico 11.
Gráfico 7 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, subdivididos em animais inteiros e animais castrados em suas respectivas raças, no Hospital Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de novembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
31
Gráfico 8 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, subdivididos em diversas cirurgias de tecido mole, no Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de novembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
Gráfico 9 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, subdivididos em diferentes cirurgias ortopédicas, no Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de novembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
2
1 1 1
2 2 2 2
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CIRURGIA ORTOPÉDICA
CANINO MACHO CANINO FÊMEA FELINO MACHO FELINO FÊMEA
32
Gráfico 10 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, subdivididos em diferentes cirurgias oncológicas, no Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de novembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
Gráfico 11 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, subdivididos em diferentes cirurgias oftálmicas, no Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de novembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
Os exames vídeo-assistidos tinham finalidades de coleta de material para
biópsia, retirada de corpo estranho, melhorando a qualidade de vida do animal,
sendo considerado minimamente invasivo, além da recuperação do animal ser mais
rápida, como mostra o gráfico 12.
33
Gráfico 12 – Casos acompanhados na área de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, subdivididos em diferentes exames vídeo- assistidos, no Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de novembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
O Hospital Veterinário Clinivet está localizado na cidade de Curitiba, cidade
com um grande número populacional no qual o nível social dos tutores é mais
elevado. A raça SRD teve mais destaque nas duas espécies, sendo 100% dos
felinos, representados no gráfico 13. Já na espécie canina, representa 27% de SRD,
seguidos por Lhasa Apso, Maltes e ShihTzu, dentre outras, representados no gráfico
14.
O número total dos procedimentos cirúrgicos realizados foi maior que o
número total de pacientes, pois em alguns casos realizou-se mais de um
procedimento cirúrgico.
Gráfico 13 – Raça de gato acompanhado no setor de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, no Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de novembro de 2017.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
34
Gráfico 14 – Diversas raças de cães acompanhadas no setor de Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, no Hospital Veterinário Clinivet, no período de 1 de outubro de 2017 à 8 de novembro de 2017.
Fonte: arquivo pessoal, 2017.
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Medicina Veterinária abrange diversos segmentos, dentre eles podemos
destacar assistência clínica e cirúrgica a animais domésticos e silvestres; além de
cuidar da saúde, alimentação, reprodução e inspeção da produção de alimentos de
origem animal através do cumprimento das normas de higiene com a finalidade de
evitar a transmissão de doenças aos seres humanos.
O estágio curricular supervisionado permite fortalecer a área de conhecimento
da profissão, onde cada etapa se torna importante e enriquecedora, são momentos
únicos vividos em cada hospital estagiado, encarando de frente os problemas como
imaturidade, insegurança, nervosismo. Contudo, a forma com que se vivenciam os
momentos, as experiências vão sendo adquiridas, e se tornando prazerosas,
deixando de lado os obstáculos e as incertezas.
A seguir destacamos os principais pontos positivos e negativos de cada
hospital estagiado.
35
5.1 – Hospital Veterinário Bicho da Gente
Pode-se observar que no Hospital Veterinário Bicho da Gente o retorno
satisfatório deu-se não apenas pelo aprendizado; mas sim pelos gestos de aceitação
e pelo retorno de cada atividade desenvolvida. Como por exemplo, auxiliar em
diversas cirurgias, realização de tricotomia pré-cirúrgica, administração de
medicamentos, cateterismo, onde todas estas atividades puderam ser realizadas
pelo próprio estagiário. Já em contra partida pode-se perceber que muitos dos
profissionais ali presentes possuem alguns vícios por terem mais experiência na
área e por estarem neste local de trabalho há certo tempo.
5.2 – Hospital Veterinário Clinivet
Posso dizer que no Hospital Veterinário Clinivet, os resultados positivos se
dão pela presença de diversas cirurgias onde pude observar novas técnicas
cirúrgicas e anestésicas, exercendo a função de volante no ato cirúrgico, obtendo
maior aprendizagem sobre o assunto abordado, aprender que o ensinar é
desenvolver habilidades que possibilitem a construção do conhecimento e dos
valores necessários ao profissional.
Pude também perceber que entre as diversas competências dos profissionais
existentes, a responsabilidade é primordial; pois vai além do simples conhecimento,
onde o comprometimento com o cliente é essencial, sendo assim um lado
insatisfatório, pois o manuseio e a lida do paciente, não podem ser realizados pelo
estagiário.
36
PARTE II: MANEJO CIRÚRGICO DE APRESENTAÇÕES INCOMUNS DE PIOMETRA DE CÃES E GATOS E OUTRAS TÉCNICAS VÍDEO ASSISTIDAS DE OVARIOHISTERECTOMIA
1 – INTRODUÇÃO
Entre as alterações reprodutivas que acometem cães e gatos, podemos
destacar a piometra; doença do trato reprodutivo das cadelas e gatas muito comum
nas clinicas de pequenos animais.
Estudos demonstram que esta enfermidade é caracterizada pelo acúmulo de
secreção infecciosa no interior do útero, resultado de disfunções hormonais que as
fêmeas sofrem no aparelho reprodutor ao longo de toda a sua vida (COUTO;
NELSON, 2006; FERREIRA; LOPES, 2000).
A piometra é uma infecção que acomete animais de meia idade a idosos, ou
animais jovens que foram submetidos a terapias hormonais.(JOHNSON, 1995;
MARTINS et al., 2002; SEVELIUS; TIDHOLM; THORENTOLLING, 1990; WHEATON
et al., 1989).
É uma doença que pode ser classificada de duas formas; piometra aberta,
caracterizada por secreção vaginal purulenta, sanguinolenta e fétida; e piometra
fechada, onde não há corrimento devido a isso é a forma mais silenciosa da doença;
portanto mais perigosa. (COUTO; NELSON, 2006; GILBERT; NOTHLING; OETTLE,
1989).
Essa patologia causa alterações clínicas em todo organismo do animal, pois
as bactérias não se limitam somente ao útero causando letargia, inapetência,
aumento de volume abdominal (principalmente nos casos de piometra fechada),
dores abdominais, depressão, secreção vaginal (nos casos de piometra aberta),
anorexia, diarreia e vomito (ALVARENGA et al., 1995; COUTO; NELSON, 2006;
GILBERT, 1992; MEMON; MICKELSEN, 1993; FELDMAN; NELSON, 1996).
Normalmente a piometra pode ser diagnosticada sem maiores complicações
através de exame físico; porém para se ter a dimensão da doença pode-se recorrer
a exames mais específicos como hemograma e ultrassom. Através do hemograma é
possível saber se o animal apresenta anemia, normalmente esses pacientes
apresentam sinais de anemia com grau leve a moderado, que comumente é
37
normocítica normocrômica não regenerativa. (GILBERT, 1992; FELDMAN; NELSON,
1996).
O ultrassom tem sido um dos recursos mais utilizados no auxílio do
diagnóstico de piometra; pois permite ao médico veterinário avaliar o tamanho, a
espessura e o conteúdo dentro do útero do animal (ALLEN, 1995; NELSON;
FELDMAN, 1986)
Assim, como em outras patologias, o diagnóstico precoce pode ajudar na
diminuição de óbitos, além de evitar a septicemia e endotoxemia (JOHNSON, 1995).
Partindo desse princípio, discutiremos alternativas que favorecem muito em
casos de apresentações clínicas incomuns de piometra e que podem proporcionar
menor trauma tecidual ao paciente favorecendo a recuperação pós-operatória.
Estudos mostram que existem várias formas de intervenção cirúrgica para o
tratamento da piometra, porém o objetivo desse trabalho é mostrar as técnicas
incomuns de tratamento e a pouca utilização das mesmas; isto ocorre devido aos
poucos relatos existente na literatura.
Para uma análise mais apurada sobre o assunto, e com base nos
pressupostos teóricos de alguns autores procurou-se coletar dados considerados
importantes, recorrendo a uma pesquisa de cunho bibliográfico; objetivando
descrever essas técnicas.
2 – REVISÃO DE LITERATURA
2.1 – FISIOPATOLOGIA
Os hormônios com participação no ciclo estral das cadelas são o estrógeno
(E2), progesterona (P4), hormônio folículo estimulante (FSH) e o hormônio
luteinizante (LH). O FSH irá influenciar no desenvolvimento dos folículos ovarianos e
na consequente proliferação de células foliculares para a produção do estrógeno,
onde este terá influência na proliferação das células epiteliais da mucosa vaginal,
aumentando a espessura endometrial, promovendo a abertura da cérvix, elevando o
fluxo sanguíneo uterino e, também, a resposta inflamatória celular (OLIVEIRA,
2007).
38
Durante o ciclo estral essas fêmeas sofrem uma intensa elevação hormonal
de estrógeno e progesterona, devido essa carga hormonal o útero começa a
produzir mais secreções, consequentemente aumenta seu tamanho. Com a elevada
concentração de progesterona há uma diminuição nas células de defesa do útero, o
que facilita a proliferação de bactérias (FELDMAN; NELSON, 1996; GANDOTRA et
al., 1994; JOHNSON, 1995; PRESTES et al., 1991).
A piometra (figura 35) é uma doença que pode surgir após dois meses da
ovulação, devido ao diestro ser muito longo ocorre o aumento da concentração
plasmática de progesterona. Este crescimento também sofre ajuda da inibição da
resposta do infiltrado leucocitário em infecções por causa da progesterona
(COGGAN et al., 2004).
Figura 35: Útero aumentado e friável de uma cadela (A) e de uma felina com piometra (B).
Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
A Hiperplasia endometrial cística é mediada por alguns hormônios
responsáveis pelo ciclo estral, ocorrendo geralmente durante o diestro (fase que
pode durar até 75 dias), pois é nesse período que o útero fica mais susceptível a
infecções de bactérias devido a elevada concentração sanguínea de progesterona,
favorecendo ao aparecimento de piometra (BLENDINGER; BOSTEDT;
HOFFMANN,1997; COUTO; NELSON, 2006; FELDMAN; NELSON, 1996).
A estimulação da progesterona irá resultar em uma proliferação do
endométrio, secreções das glândulas uterinas e diminuição das contrações do
miométrio. Quando o endométrio estiver sobre a ação da progesterona, ocorrerá
39
hipertrofia secundária ao aumento das glândulas, que consequentemente será
acompanhado de aumento de um fluido estéril, que será armazenado dentro do
útero, sendo um ótimo meio de cultura para o crescimento de bactérias. Este
crescimento recebe influência da inibição da resposta do infiltrado leucocitário em
infecções devido à concentração de progesterona (DE BOSSCHERE et al., 2001;
PRETZER, 2008; COGGAN et al., 2005).
O estrógeno tem várias ações sobre o útero, dentre elas, a ação antagonista
à progesterona (MARTINS, 2007). A estimulação do estrógeno possibilita a abertura
da cérvix, o que facilita a entrada de bactérias vaginais até o lúmen uterino; onde
estas irão encontrar nutrientes e pH favorável ao seu crescimento, assim a resposta
inflamatória irá diminuir e dar inicio ao processo da piometra (OLIVEIRA, 2007).
Em casos de hiperplasia endometrial cística (HEC), podem ocorrer alterações
patológicas, onde estas irão predispor a sepse, isso se dá devido a uma resposta
anormal do útero, em relação à exposição repetida de progesterona. A progesterona
atua na redução da resposta leucocitária e contração do útero, sendo estes,
mecanismos de defesa do organismo do animal (FELDMAN, 1996)
A contaminação uterina ocorre na fase de pro-estro ou estro. As bactérias da
flora vaginal são mais comumente encontradas na piometra, que, por via
ascendente, acabam penetrando no ambiente intrauterino (ANDRADE, 2002).
A bactéria mais frequente é a Escherechia coli, representando cerca de 56%
a 90% das bactérias, e pode aderir à receptores uterinos, que são estimulados pela
progesterona no miométrio e no endométrio (FELDMAN, 1996).
Outros tipos de bactérias tem sido isoladas em úteros infectados, como
Staphilococcus schleiferi, Staphilococcus epidermidis, Streptococcus sp,
Streptococcus canis, Klebsiella pneumoniae, Morganella morganiie Pseudomonas
aeruginosa (WESS et al., 2004). Culturas de cadelas com piometra, geralmente
demonstram apenas um único tipo de bactéria, porém, podem ocorrer crescimentos
mistos (MEMON & MICKELSEN, 1993).
2.2 – SINAIS CLÍNICOS
Os sinais clínicos mais comumente observados são: letargia, anorexia e
desidratação. As cadelas podem apresentar secreção purulenta na vulva,
depressão, poliúria com polidipsia compensatória (TROXEL et al., 2002). Mucosa
40
vulvar hiperemica, edemaciada ou hipertrofiada também podem ser observadas
(FELDMAN, 1996). Hipertermia é um achado clínico mais comum em casos de
piometra fechada, já em casos de piometras abertas a temperatura estará normal ou
raramente aumentada (GEOFFREY, 1979). A piometra aberta, apresentará
secreção vulvar, podendo ser mucopurulenta ou sanguinolenta (COUTO; NELSON,
2006).
Em casos de piometra fechada, a fêmea normalmente está bem debilitada
clinicamente (FELDMAN, 1996). Na palpação abdominal pode-se perceber a
distensão abdominal e o útero de tamanho aumentado. A palpação deve ser
realizada com cuidado, pois o aumento do útero deixa a parede do órgão friável,
podendo ocorrer à ruptura em palpações mais bruscas (COUTO; NELSON, 2006).
2.3 - DIAGNÓSTICO
O diagnóstico se dá pelo histórico clínico do paciente, onde o tutor relata a
utilização de estrogênio frequentemente ao logo da vida para evitar a concepção de
uma cruza indesejada. Além disso, deve-se realizar o exame físico e exames
complementares, como por exemplo, vaginoscopia, hemograma, bioquímico,
citologia vaginal e ultrassom (TROXEL et al., 2002).
Com o uso da vaginoscopia, pode-se avaliar a mucosa vaginal, onde poderá
constatar se há inflamação, infecção, e descartar diferenciais como presença de
massa, corpo estranho, além de auxiliar a descoberta da origem da descarga vaginal
(FELDMAN, 1996).
No hemograma pode-se encontrar leucocitose com neutrofilia com desvio a
esquerda, monocitose e anemia não regenerativa. Já os exames bioquímicos podem
apresentar aumento da fosfatase alcalina (FA), hiperproteinemia e azotemia pré
renal (BOJRAB, 1996; SHAW & IHLE, 1999; FRANSSON & RANGLE, 2003;
FERREIRA, 2006; HAGMAN et al., 2006).
A citologia vaginal é útil na determinação da natureza da descarga vulvar
(NELSON; FELDMAN, 1986). Nela será encontrada secreção purulenta, com mau
odor e grande quantidade de polimorfosnucleares degenerados (JEFFCOATE, 1999)
O exame ultrassonográfico auxilia cada vez mais no diagnóstico de diversas
patologias, nas alterações de estruturas. Com a presença de fluídos abdominais não
irá interferir na imagem ultrassonográfico, onde fornece alterações de forma,
41
tamanho, conteúdo (POFFENBARGER e FEENEY, 1986; RIVERS e JOHNSTON,
1991). Avalia o tamanho do útero, a espessura da parede do útero, o conteúdo
dentro do mesmo, podendo ser seroso ou viscoso, sendo este o exame essencial
para diagnóstico (ALLEN, 1995; NELSON; FELDMAN, 1986).
O exame de escolha para diagnóstico de piometra é de ultrassom, pois
determina dimensões uterinas, espessamento da parede, presenças de cistos
ovarianos e presença de líquidos ou estruturas fetais no interior deste órgão
(FELDMAN e NELSON, 1996; SLATTER, 1998; FOSSUM, 2005). Além de
fundamental para o diagnóstico, é útil o uso do mesmo para achados de
diagnósticos diferenciais (ETTINGER e FELDMAN, 2004).
Quando há aumento de volume uterino, apresenta na imagem, uma estrutura
tubular bem definida com um diâmetro de 0,5 a 4,0 cm, com o conteúdo menos
ecogênico que a parede, com cintilações ecogênicas evidentes, avaliados no
ultrassom (FERREIRA e LOPES, 2000). Em casos de complicações, consegue
avaliar o estado dos rins (SORRIBAS, 2009).
2.4 - TRATAMENTO
Após o diagnóstico da doença, deve-se realizar o tratamento cirúrgico, pois
pode ocorrer septicemia e morte do animal. Primeiramente deve ser feita
fluidoterapia para melhorar o quadro de desidratação do animal e melhorar a função
renal, deve-se administrar antibióticos de largo espectro, principalmente contra a
Escherichia coli. Os antibióticos mais utilizados são trimetropinsulfonamidas,
ampicilina, amoxicilina com clavulanato, cefalexina, enrofloxacino, levando em
consideração os resultados do antibiograma (SLATTER, 1998; FERREIRA E
LOPES, 2000; ETTINGER E FELDMAN, 2004; RABELO, 2005; SMITH, 2006). Após
a estabilização do paciente, é indicado o tratamento cirúrgico (FELDMAN E
NELSON, 1996).
A piometra é secundária a um distúrbio hormonal, ou seja, deve retirar a fonte
hormonal, por meio da OHE, para cessar o problema. (FELDMAN e NELSON, 1996;
SLATTER, 1998; FERREIRA e LOPES, 2000; ANDRADE, 2002; JUTKOWITZ, 2005;
RABELO, 2005; FOSSUM, 2008; VERSTEGEN e DHALIWAL, 2008; SORRIBAS,
2009).
42
Indica-se a antibioticoterapia de suporte antes da cirurgia que deve ser
mantida por sete a 10 dias (FELDMAN E NELSON, 1996; SLATTER, 1998;
FERREIRA e LOPES, 2000; ANDRADE, 2002; SMITH, 2006). A técnica cirúrgica
convencional é a mesma realizada em OHE eletivas, porém deve- se manipular o
útero delicadamente (SLATTER, 1998; BOJRAB, 2005; FOSSUM, 2005;
SORRIBAS, 2009).
Pode ocorrer complicações pós-cirúrgicas, como a septicemia generalizada.
Além disso, infartos esplênicos, trombose vascular causada por endocardite ou
miocardite acompanhada de trombo êmbolo ao cérebro e sistema músculo
esquelético (SLATTER, 1998).
2.5 – MANEJO CIRÚRGICO DAS APRESENTAÇÕES INCOMUNS DE PIOMETRA
2.5.1 – OVARIOHISTERECTOMIA VIA ACESSO INGUINAL
A ovariohisterectomia via acesso inguinal pode ser uma escolha em casos de
histerocele associados à piometra, esta alteração deverá ser corrigida
concomitantemente. Esse acesso possui um nível de dificuldade mais elevado do
que a técnica convencional, devido as estruturas anatômicas abordadas no local, é
necessário que se tenha muito cuidado, pois vasos de grande calibre, como os
ovarianos, não devem ser tensionados excessivamente, devido aos riscos de ruptura
e hemorragia. Esta técnica não deve ser de primeira escolha em casos confirmadas
de piometra, pois é uma cirurgia de muita cautela, principalmente em casos de
drenagem abdominal do conteúdo purulento da tuba uterina (FERANTI; BRUN,
2017).
O início da abordagem se dá com uma incisão paramamária, sobre o
conteúdo herniário, abrangendo pele e subcutâneo, não adentrando na hérnia.
Deve- se dissecar e isolar o saco herniário do subcutâneo, onde este será removido
juntamente com o anel inguinal externo. Após a abertura do saco herniário, deve- se
isolar, cuidadosamente e com compressas úmidas, um corno uterino com a piometra
mantendo o outro corno dentro da cavidade abdominal. Para a ruptura do ligamento
suspensor do ovário, será necessário que o dedo indicador do cirurgião adentre a
cavidade abdominal. Após romper o ligamento, o ovário será exposto através do
43
defeito do anel herniário, assim será possível a utilização da técnica de três pinças
modificada. A escolha das pinças deve ser bem cautelosa, onde serão escolhidas
pinças mais delicada e que não rompam os vasos do ovário. Deve-se realizar as
ligaduras e sempre certificar que a hemostasia foi realizada com sucesso. Assim,
deve-se tracionar o corno uterino contralateral e repetir a técnica (FERANTI; BRUN,
2017).
Em seguida deve- se tracionar o corpo do útero e aplicar as ligaduras
próximas a cérvix, em casos de piometra aberta. Em casos de piometra fechada
pode ser mantido a cérvix, desde que a mucosa remanescente junto ao coto seja
completamente removida. Realiza- se a técnica de três pinças (figura 36), onde de
preferência em cada vaso seja realizada uma ligadura para maior segurança de
hemostasia. Após a retirada do útero, realiza- se a técnica de omentalização do coto
remanescente para evitar futuras aderências ou contaminações. Assim, deve
diminuir o saco herniário (figura 37), debridar o anel e realizar a síntese com fio
absorvível (FOSSUM, 2013).
Figura 36 – Manobras para exposição do ovário, mesovário e dos vasos ovariano.
Fonte: FERANTI; BRUN, 2017.
44
Na figura A o dedo do cirurgião sobre o ligamento suspensor do ovário, na figura B ocorre a
ruptura do ligamento suspensor. Na figura C, há exposição do ovário e do mesovário e na figura D
ocorre a hemostasia do vaso ovariano. Fonte: FERANTI; BRUN, 2017, p. 273.
Figura 37 – A imagem A representa dissecação do tecido mamário e deve localizar o anel inguinal,
na B realiza incisão no saco herniário, na imagem C realiza a dissecção do saco herniário se
necessário e deve realizar a síntese do mesmo D e por último a síntese da musculatura do anel
inguinal na imagem E.
Fonte: FOSSUM, 2013.
A histerocele inguinal é uma hérnia pouco frequente que será caracterizada
quando ocorre à protrusão do corpo do útero pelo canal inguinal (figura 38), assim,
pode levar a um quadro de piometra, onde ocorrerá o desequilíbrio hormonal,
enfraquecimento do tecido conjuntivo, distendendo os anéis inguinais. Vários fatores
podem desenvolver a enfermidade, como por exemplo, a obesidade, pois haverá um
45
aumento da pressão intra - abdominal devido ao acúmulo de gordura (SILVA, et al.,
2014).
Figura38 – Ampliação do defeito hernário
Fonte: FERANTI; BRUN, 2017.
Em alguns casos há a necessidade em ampliar o defeito herniário para uma
melhor exposição do corno uterino (A), amplia-se a incisão, como esta sendo
representada pela seta, na linha tracejada (B), para uma certa divisão das forças
sobre a sutura do principal defeito. Assim o corno uterino será exposto, através da
ampliação do defeito pelo acesso parietal (C).
2.5.2 – HÉRNIA VAGINAL ENVOLVENDO CORNO UTERINO COM PIOMETRA
A hérnia vaginal envolvendo o corno uterino com piometra pode ocorrer
quando a cadela possui uma laceração vaginal e, em conjunto, corno uterino
composto por conteúdo purulento, que acaba se exteriorizando através do orifício
(BRUN, et al 2004).
Para a realização da cirurgia, deve realizar uma ampla tricotomia, por toda a
parede ventral, a superfície interna da coxa, períneo e base da cauda. Deve irrigar
com solução de polivinilpirrolidona- iodo a 0,1%. Separam-se em duas equipes
(Figura 39), onde a primeira equipe ficara responsável pela região abdominal, para a
hemostasia e secção dos vasos ovarianos, assim o corno uterino pode ser retirado
através do orifício vaginal. Realiza- se a hemostasia e secção contralateral para a
exteriorização completa, porém a segunda equipe traciona para ocorrer à remoção
através da laceração vaginal, tomando cuidado na hora de tracionar esse útero, para
que não ocorra a ruptura (FERANTI; BRUN, 2017).
46
Figura 39 – Subdivisão da equipe para correção da hérnia vaginal com piometra
Fonte: FERANTI; BRUN, 2017, p. 276.
De acordo com a Figura 39, podemos verificar a subdivisão das partes para
correção da hérnia vaginal com piometra, onde uma equipe é responsável pelo
procedimento abdominal e a outra pela parte vaginal. Anest= anestesista, Aux =
auxiliar, Cir= cirurgião, Inst= instrumentador, Vol= volante.
Após a completa exteriorização, realiza a secção da vagina próximo a cervix,
em seguida deve-se reposicionar o coto vaginal dentro do abdômen e a sub equipe
responsável pela abertura abdominal, realiza a omentalização do coto (BRUN, 2015;
BRUN et al., 2011).
2.5.3 – PIOMETRA ASSOCIADA À TORÇÃO DE ÚTERO
Considerada uma patologia bastante rara e de difícil diagnóstico, a piometra
associada à torção uterina geralmente está associada por um aumento de volume e
algumas alterações nos órgãos pélvicos. As torções uterinas são mais comuns em
47
úteros gravídicos e em terço final de gestação, podendo ser causada por uma
mudança brusca da posição do animal, por movimentos fetais intensos. Seu
diagnóstico sempre é realizado em um ato cirúrgico, pois o exame de
ultrassonografia pode ser inespecífico (FOSSUM, 2005).
Há uma possibilidade da paciente apresentar a piometra e em seguida levar a
torção uterina. Assim indica- se a realização da hemostasia dos vasos ovarianos e
mesovários e sua secção, podendo ser realizada pelo método de três pinças ou
técnica das três pinças modificada, os vasos uterinos e do corpo do útero não deve
distorcer o órgão por risco de ruptura, pois o órgão encontra-se friável. Todo esse
cuidado irá evitar uma drenagem de espécimes de reativos de oxigênio, toxinas e de
bactérias que ocorreriam em caso de distorção para fora do útero (BRUN;
BACELLOSS; DA MOTTA, 2004).
A técnica de OHE deve ser aplicada normalmente, tomando muito cuidado
com as ligaduras por causa da mudança anatômica que o órgão pode sofrer
decorrido a esta patologia (FERANTI; BRUN, 2017).
2.5.4 – OVARIOHISTERECTOMIA TERAPÊUTICA PELO FLANCO
A técnica de OHE pelo flanco em pequenos animais não é comum. É indicado
em pacientes que contém um excessivo desenvolvimento das glândulas mamárias,
através de hiperplasia ou lactação, por exemplo, ou outras anormalidades que
impossibilitam o acesso através da linha media ventral. A vantagem dessa técnica é
que permite a observação da ferida de uma ampla distância, principalmente para
animais ariscos, além de reduzir o risco de evisceração em caso de deiscência de
pontos (FERANTI; BRUN, 2017).
O animal é posicionado em decúbito lateral esquerdo ou direito, sendo que o
lado direito oferece melhor acesso, pois o ovário direito se posiciona mais
cranialmente do que o contralateral. Após todo processo pré-cirúrgico, como
antissepsia e colocação do pano de campo, realiza-se a incisão de pele e
subcutâneo em sentido dorsoventral, em região do ponto médio entre a última
costela e a tuberosidade ilíaca. Deve se tomar cuidado com a artéria abdominal que
se encontra próximo ao acesso. Após a abordagem, deve-se realizar a identificação
e dissecação dos músculos abdominais externos e internos através do uso da
tesoura Metzenbaum e assim se tem acesso abdominal. Encontra-se o corno uterino
48
sendo distendido e tracionado, delicadamente, utilizando compressas umedecidas
para proporcionar maior alcance e máxima exposição das estruturas. Realiza-se a
OHE normalmente, através da realização do método de três pinças (figura 40) e
utiliza-se fios absorvíveis monofilamentares 2-0 ou 3-0 para a ligadura dos pedículos
e vasos uterinos. Após a OHE, verifica- se a ausência de hemorragias e outras
complicações, para poder fazer a síntese do local de incisão (FOSSUM, 2013).
Figura 40 – Técnica de hemostasia, utilizando 3 pinças
Fonte: FOSSUM, 2013.
2.5.5 – OVARIOHISTERECTOMIA LAPAROSCÓPICA EM CADELA COM
OVÁRIOS REMANESCENTES E PIOMETRA DE COTO UTERINOS
A piometra de coto está associada quando há resíduo de tecido ovariano,
assim, para evitar a patologia, deve ser excisado o tecido ovariano e o coto, sendo
uma doença de difícil diagnóstico (FOSSUM, 2005). Quando há restos ovarianos,
haverá ciclos estrais, com secreção de progesterona, estimulação uterina e a
inflamação pode ocorrer, sendo então conhecida como síndrome do ovário
remanescente (SANTOS, 2009).
Para a realização cirúrgica, o animal deve ser posicionado em decúbito
dorsal, realiza-se a lavagem da vulva e vagina com clorexidina 0,2% para a
sondagem uretral para esvaziar a bexiga e evitar, assim, possíveis lesões
49
iatrogênicas durante a cirurgia. Realiza a antissepsia no campo cirúrgico e colocam-
se panos de campo e compressas (FOSSUM, 2005).
Deve-se realizar uma incisão de 0,5 a 1,0 cm sobre a cicatriz umbilical para
colocar um trocarte de 5 a 10 mm e insuflar a cavidade abdominal com CO2
medicinal até obter uma pressão desejada. A abordagem é através de uma incisão
na linha média ventral, caudalmente ao trocarte para poder introduzir outro trocarte
de 5 ou 10mm, por onde serão introduzidos os instrumentos cirúrgicos (FERANTI;
BRUN, 2017).
Após a introdução dos portais, o animal é colocado em decúbito lateral direito,
e deve-se pinçar o ligamento suspensor do ovário esquerdo com uma pinça Kelly e
realiza uma sutura transparietal temporária para melhorar a visualização dos vasos
ovarianos, para que se possa cauterizar-lo e seccioná-lo. Reposiciona-se o animal
em decúbito lateral esquerdo e realiza-se o mesmo procedimento deste lado
(FERANTI; BRUN, 2017).
Logo em seguida o animal deve ser reposicionado em decúbito dorsal para
realizar uma inspeção da região. Assim que a inspeção terminar, deve-se expor os
ovários e os segmentos uterinos no momento de remoção da cânula. Em casos de
aumento do corno uterino, deve-se fazer uma aspiração do conteúdo intraluminal,
com o auxilio de um cateter, para facilitar a sua remoção sem precisar aumentar a
incisão cirúrgica. Verifica- se a ausência de hemorragia, realiza-se a sutura da
musculatura, subcutâneo e logo em seguida da pele (FERANTI; BRUN, 2017).
2.5.6 – OVÁRIO HISTERECTOMIA TERAPÊUTICA VIDEOASSISTIDA COM TRÊS
PORTAIS
Pensando no bem estar animal a medicina veterinária vem constantemente
aperfeiçoando suas técnicas terapêuticas, entre as quais podemos destacar os
procedimentos cirúrgicos realizados através da videocirurgia (BECK et al.,2004).
Entre as indicações para esta cirurgia está o controle populacional de cães e
gatos; além de ser uma técnica que auxilia na prevenção de doenças do sistema
reprodutor desses animais (CARVALHO et al., 2007).
A técnica terapêutica utilizando três cânulas de acesso é um procedimento
muito utilizado nas OHE de rotina, pois permite ao cirurgião uma melhor
50
identificação e manipulação uterina; nesse procedimento é possível fazer uso das
duas mãos o que o torna mais rápido e simples (BRUN, 2015).
No caso do animal estar acometido por piometra o procedimento com três
cânulas torna-se mais viável, pois devido à infecção o útero aumenta seu tamanho;
necessitando assim de uma incisão maior para a retirada segura do mesmo
(SCHIOCHET et al., 2009) .
Enquanto que a técnica videoassistida com dois portais é considerada um dos
procedimentos cirúrgicos mais versáteis e fácil de ser realizado; principalmente nos
casos cirúrgicos de esterilização, pois causa menor lesão tecidual, e
consequentemente recuperação mais rápida (FERREIRA et al., 2011).
Para esse procedimento, coloca-se o animal em decúbito dorsal (figura 41),
realiza a antissepsia da vulva e do campo operatório com clorexidina a 0,2% e
posteriormente a sondagem uretral sempre que possível. Após a colocação dos
campos operatórios, realiza-se uma incisão de 0,5 a 1,0 cm aproximadamente,
sobre a cicatriz umbilical, para a passagem do trocarte de 5 a 10 mm e para a
passagem do endoscópio e insuflação da cavidade abdominal (BRUN et al, 2015).
Figura 41 – Abdômen de uma cadela, sendo preparada para cirurgia videoassistida com três portais.
Fonte: FERANTI; BRUN, 2017.
Deve-se insuflar a cavidade abdominal com CO2 medicinal até atingir uma
pressão desejada, variando conforme as condições e tamanho do animal. Após
introduz um segundo trocarte de 10 mm na parede abdominal lateral do lado direito
e um terceiro trocarte de 5 mm no abdômen ao lado esquerdo. Apreende o
51
ligamento próprio do ovário do lado direito com a pinça Kelly e realizara cauterização
bipolar dos vasos do ovário e deve seccionar, e em seguida realiza-se a mesma
manobra do lado esquerdo (BRUN et al, 2015).
Logo em seguida, efetua uma incisão na linha média ventral pré- púbica para
poder exteriorizar os ovários e cornos uterinos. É indicada a realização da etapa
aberta para realizar a hemostasia dos vasos uterinos, para minimizar o risco de
contaminação da região abdominal pelo extravasamento do conteúdo purulento
uterino e também facilita a remoção do útero de grandes dimensões (figura 42). A
hemostasia dos vasos se dá pela técnica de três pinças aplicadas no corpo uterino,
cranial a cérvix, com fio absorvível monofilamentar 2-0 (FERANTI; BRUN, 2017).
Figura 42 – Exteriorização do ovário e do corpo do útero.
Fonte: FERANTI; BRUN, 2017.
Após a hemostasia, remove a mucosa excedente e omentaliza o coto através
da técnica convencional. Em seguida, verifica-se há ausência de hemorragia, realiza
a sutura do músculo e do subcutâneo nas feridas e finaliza com sutura de pele
(FOSSUM, 2013).
2.6 – MANEJO PÓS OPERATÓRIO
Após a realização cirúrgica, deve ser administrado analgésicos, se houver
necessidade. O animal também deve ser monitorado 24 a 48 horas após o ato
cirúrgico quando há sepsia e choque, desidratação, desequilíbrio eletrolítico ou
52
ácidos-básicos, hipoproteinemia ou anemia grave, necessitando às vezes de
transfusão sanguínea. É de grande relevância continuar com fluidoterapia, até que
animal esteja se alimentando e ingerindo água naturalmente, e administrar
antibióticos conforme os resultados da cultura e antibiograma, por cerca de 10 a 14
dias consecutivos (FOSSUM, 2005).
Caso ocorra redução da produção urinária, o ideal é administrar dopamina (1 a
2 µg/kg) em dose baixa, ou diuréticos (furosemida 2 a 4 mg/kg). Em casos de
desconforto abdominal, temperatura corporal elevada e dor, esses sinais são de
peritonite (FOSSUM, 2005).
53
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Piometra é uma patologia muito frequente na clínica de pequenos animais,
não há uma predisposição, racial e de idade, porém toda cadela não castrada
aumenta a probabilidade de desenvolver esta enfermidade.
Deve-se observar todos os sinais clínicos do paciente por meio de uma
anamnese detalhada e perante o exame físico, podendo assim dar início a um
diagnóstico precoce, e um bom resultado no tratamento. Para a confirmação do
diagnóstico, deve-se realizar exames complementares, como por exemplo
hemograma completo, perfil bioquímico e ultrassonografia, sendo o método mais
utilizado na rotina clínica.
O melhor tratamento é a remoção cirúrgica do útero com piometra, levando a
uma resolução completa do problema. Há diversas técnicas a serem realizadas,
como por exemplo, os métodos convencionais ou videoassistidos, para isso deve-se
levar em consideração o tamanho do útero, outras patologias associadas como
hérnias e neoplasias que dificultem o acesso convencional por celiotomia. Cabe ao
cirurgião decidir a melhor técnica, levando em consideração a sua experiência e ao
estado geral do paciente, podendo estes ser em beneficiados pelo acesso
minimamente invasivos, desde que haja material necessário para este fim e
treinamento do cirurgião e de sua equipe.
O prognóstico depende da relação entre o tempo do diagnóstico e início do
tratamento, levando em consideração o estado geral do paciente.
54
4 – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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