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Disciplina: Estudo de linguagem e do Discurso PPGMC – TRABALHO EFETUADO PARA O MESTRADO DE MÍDIA E COTIDIANO DA UFF

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Cruzamento entre Ordem do Discurso e Arqueologia do Saber. Trabalho realizado como fim do curso de Mestrado de Mídia e Cotidiano da UFF.

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Page 1: Foucault

Disciplina: Estudo de linguagem e do DiscursoPPGMC – TRABALHO EFETUADO PARA O MESTRADO DE MÍDIA E COTIDIANO DA UFF

Page 2: Foucault

Ordem do Discurso Na obra Ordem do Discurso, Foucault lembra que o discurso é material e por ser construído, tem perigos e poderes. Surgem assim três modos de classificar, delimitar e controlar o discurso:

1- procedimentos internos,

2 - procedimentos externos

3 - Sistema de restrição.

Page 3: Foucault

Procedimentos internos Os procedimentos internos são três:

COMENTÁRIO

AUTOR

DISCIPLINA

Page 4: Foucault

comentários O comentário está presente em textos e conjuntos ritualizados de discursos que se narram. São aqueles que são ditos, permanecem ditos e ainda estão por dizer, ou seja, estão no nosso sistema de cultura como os texto religiosos, científicos e literários (p.21-22).

Neste contexto, é interessante observar que os textos jornalísticos podem ser comentários porque estão presentes no sistema cultural.

Na Internet, os comentários são as postagens, pois são discursos ditos e alguns ainda estão por dizer.

Page 5: Foucault

Autor O autor aqui não é portanto o autor da matéria e sim um local da onde se origina diversos discursos

Na Internet, o Autor pode ser um blog ou mesmo o Facebook, se for encarado como uma comunidade virtual.

Page 6: Foucault

Disciplina A disciplina se define por um domínio de objetos, um conjunto de métodos, um corpus de proposições consideradas verdadeiras, um jogo de regras e de definições, de técnicas e de instrumentos (p.30). Neste ponto, cada disciplina reconhece preposições verdadeiras e falsas (p.33).

Page 7: Foucault

Procedimentos externos Interdição, rejeição e rejeição do discurso, estabelecidos respectivamente:

PALAVRA PROIBIBIDA

SEGREGAÇÃO DA LOUCURA

VONTADE DA VERDADE (p.19).

Page 8: Foucault

INTERDIÇÃO DO DISCURSO = Palavra Proibida

O procedimento mais familiar da exclusão é a interdição do discurso (p.9). Neste contexto há três tipos de interdição: Tabu do objeto, ritual da circunstância, direito privilegiado ou exclusivo do sujeito que fala (p.9). Nesta perspectiva, não são todos que podem falar (direito privilegiado); nem tudo pode ser falado (tabu do objeto), que não se pode falar tudo em qualquer circunstância (ritual da circunstância): (GRIFO MEU). “Sabe-se bem que não se tem o direito de dizer tudo, que não se pode falar de tudo em qualquer circunstância, que qualquer um não pode falar de qualquer coisa” (Foucault, 2011, p.9)

Page 9: Foucault

SEGREGAÇÃO DA LOUCURA A segregação da loucura é realizada na proibição do discurso do louco, neste contexto há uma rejeição do discurso entre a razão e a loucura, ou seja, o que não pode ser explicado racionalmente é separado.

Page 10: Foucault

A vontade da verdade A vontade da verdade apoia-se sobre um suporte institucional: é ao mesmo tempo reforçada e reconduzida por todo com um conjunto de práticas como a pedagogia, é claro, como o sistema dos livros, da edição, das bibliotecas, como as sociedades de sábios outrora, os laboratórios hoje. Mas ela também é reconduzida, mais profundamente sem dúvida, pelo modo como o saber é aplicado em uma sociedade, como é valorizado, distribuído, repartido e de certo modo atribuído.

Na vontade de verdade, há um discurso que circula para justificar certas práticas (p.18).

O SABER GANHA UMA ATENÇÃO ESPECIAL EM ARQUEOLOGIA DO SABER

Page 11: Foucault

Sistemas de restrição Os sistemas de restrição são o terceiro grupo de procedimentos que permitem o controle do discurso (p.36) por impor aos indivíduos certo número de regras de modo estabelecer quem tenha acesso a eles (p.37).

A forma mais visível do sistema de restrição é o ritual por definir a qualificação que devem possuir os indivíduos que falam; por os gestos e comportamentos, as circunstâncias e todo conjunto de signos que devem acompanhar o discurso (p.39).

Neste aspecto, os discursos religiosos, jurídicos, terapêuticos e em parte políticos não podem ser dissociados dessa prática de um ritual que determina para os sujeitos que falam propriedades singulares e papéis preestabelecidos (p.39).

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Sociedade do Discurso Assim para o controle funcionar é necessário uma “Sociedade do Discurso” , cuja função é conservar ou produzir discursos e distribuí-los somente segundo regras estritas (p.39)

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Arqueologia do Saber Foucault retoma em Arqueologia do Saber a questão sobre a vontade da verdade: ou seja, o modo como o saber é aplicado em uma sociedade, como é valorizado, distribuído, repartido e de certo modo atribuído. Para isto, ele vai tomar na obra as Unidades do Discurso, olhando por onde se fórmula a descontinuidade (p. 23).

Page 14: Foucault

Questionando as verdades para questionar as verdades assumidas, agrupamentos que são aceitos (p.24), ele vai questionar o que é dado como certo, como por exemplo, deixar em suspenso os livros (p.25), porque os livros estão presos a outros livros, outros textos (p.26)

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O JÁ DITO Se um livro está preso a outro livro, então todo discurso repousa sobre um já dito (p.28). Para sair do ciclo da continuidade do discurso, é preciso renunciar a todos os temas que garantem o ciclo (p.28) e buscar a descontinuidade a partir dos enunciados (p.35), observando dois problemas principais: a relação entre acontecimento e discurso e relação entre enunciados (p.35).

Para isto Foucault vai estabelecer 4 hipóteses de como se estabelecem os laços dos enunciados

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Hipótese 1 A primeira hipótese é que os enunciados dispersos no tempo podem foram um conjunto quando se referem a único e mesmo objeto, como a loucura por exemplo. Mas como não existe uma verdade fechada sobre a loucura, fica a questão e a dúvida sobre a unidade do discurso ser transformado continuamente por uma multiplicidade de objetos.

Entendimento - - A loucura não pode ser descrita somente de 1 jeito e com uma única verdade

Page 17: Foucault

Hipótese 2 para definir um grupo de relações entre enunciados: Sua forma e seu tipo de encadeamento – p. 37 – exemplo ciência médica que pela 1 vez se constituiu um corpus de conhecimentos, um conjunto de descrições.Uma descrição que não parou de deslocar

Entendimento: Toda forma tem muitos encadeamentos, por isto a descrição é contínua e se desloca.

Page 18: Foucault

Hipótese 3 Não se poderia estabelecer grupos de enunciados, determinando-lhe o sistema de conceitos permanentes e coerentes que se encontram em jogo? P.39 Para isto, não devemos buscar coerência nos conceitos e SIM o jogo dos seus aparecimentos e de sua dispersão (p.40).

Entendimento: Não se pode buscar coerência nos enunciados, porque eles tem múltiplos entendimentos. Em cada contexto aparecem de um jeito. Não são permanentes pois se deslocam, se dispersam

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Hipótese 4 Supor que certa temática seja capaz de ligar e de animar, como um organismo que tem suas necessidades, sua força interna e suas capacidades de sobrevivência, um conjunto de discursos – p.40

Entendimento: O DISCURSO NÃO PODE estar preso a uma temática somente, ele precisa de forças para se deslocar e sobreviver na dispersão

PARA BUSCAR A DISPERSÃO, o autor procura denominar Sistemas de Dispersão que ele chama de Formações discursivas (p.43)

Page 20: Foucault

Formação Discursiva No caso em que se puder descrever, entre um certo número de enunciados, semelhante sistema de dispersão, e no caso, em que entre os objetos, os tipos de enunciação, os conceitos, as escolhas temáticas, se puder definir uma regularidade (uma ordem, correlações, posições e funcionamentos, transformações), diremos, por convenção que se trata de uma FORMAÇÃO DISCURSIVA – evitando assim, palavras demasiado carregadas de condições e consequências, inadequadas, aliás, para designar semelhante dispersão, tais como “ciência”, “ideologia” ou “teoria” , ou “domínio de objetividade” p.43

Entendimento: Aqui A ORDEM, correlações, posições e funcionamentos são Formações Discursivas, para NÃO se pensar em COERÊNCIA e sim no conjunto de discursos