fotografiarquitectura-revisao

81
FOTOGRAFIA DE ARQUITECTURA E INTERIORES ANTÓNIO LEAL INSTITUTO PORTUGUÊS DE FOTOGRAFIA

Upload: antonio-leal

Post on 31-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Uma proposta de trabalho para os interessados na Fotografia de Arquitectura e Interiores.

TRANSCRIPT

Page 1: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

FOTOGRAFIA DEARQUITECTURAEINTERIORES

ANTÓNIO LEALINSTITUTO PORTUGUÊS DE FOTOGRAFIA

Page 2: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

2ªedição – em revisãorevista e aumentada

Page 3: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

Um Olhar Sobre A Arquitectura

Toda a envolvência humana de desenvolvimento está centralizada na sobrevivência alimentar e naprotecção de um abrigo. O homem tem, na construção desse abrigo, elemento preponderante da suacultura, abrigos esses que, durante milénios, reflectiam a característica do lugar quanto à propostageográfica.As condições geológicas, o tipo de arborização, as condições climáticas, o tipo de movimentaçãodesses humanos, a organização desse grupo social, o seu desenvolvimento quanto a tecnologias deconstrução e a época em referência são factores determinantes para a caracterização da “arquitectura”de uma época ou região e em especial de um determinado grupo.

A crença no divino serviu de base a muitas das razões que erigiram obras arquitectónicas que tendochegado aos nossos dias, representam a capacidade do homem em pôr de pé construções que setornaram maravilhas da humanidade constituindo hoje valor da cultura Universal.Numa mesma época o desenvolvimento de determinado grupo sendo diferente, apresentava por issomesmo propostas caracterizadas pelo seu estado de desenvolvimento.Diferentes regiões do globo apresentam semelhanças no processo construtivo mesmo não tendo havidocontactos entre si.Por estas e mais razões a Arquitectura é a mais social das Artes. A Arquitectura serve como forma deanálise histórica, a Arquitectura serve a análise dos comportamentos sociais, a Arquitectura colaborana observação do desenvolvimento tecnológico, em suma a Arquitectura sendo uma componente dahistória ajuda a entender a própria história.Para um melhor entendimento dessa história a que a Arquitectura está ligada alguns endereços doespaço em rede aqui ficam:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura http://pt.wikipedia.org/wiki/História_da_Arquitetura http://www.greatbuildings.com/types.html

Mas a arquitectura, segundo a forma que ocupa as cidades desenvolvidas durante o século XX, está numa evolução nuncaimaginada. Propostas audaciosas invadem espaços numa mudança acelerada e o homem toma a audácia de tornar cidade aconstrução que antes era célula de cidades construídas. Qual imagem de criação de ficção cientifica em banda desenhada deautor futurista.

James-Law-Technosphere

Page 4: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

4

4

“Saber ver a Arquitectura”

Este o titulo de um livro de Bruno Zevi e que recomendo vivamente aos que pretendam enveredarpela área da Fotografia de Arquitectura. Fotografar Arquitectura pressupõe possuir algunsconhecimentos sobre a área a que dedicamos o nosso interesse. O cada vez maior números defotógrafos que se dedicam à Fotografia de Arquitectura, com formação em Arquitectura só vemreforçar uma opinião que me acompanha desde muitos anos atrás. Fotografar Arquitectura exigeconhecimentos sobre o que nos motiva.

Para uma resposta eficaz não é necessário uma licenciatura em Arquitectura, mas se conhecermosalgum do percurso que sustenta a evolução e a razão da Arquitectura mais facilmente executaremos astarefas para a realização de um trabalho com qualidade.

Da História da Arquitectura, no conhecimento dos seus estilos e evolução dos mesmos, o arquitectoe a sua obra, materiais usados e a razão da sua utilização, a região e a sua matriz de construção,aspectos da arquitectura vernacular (popular) razão de diferenças culturais dos povos. Áreas quequando fazem parte da formação de um fotógrafo de Arquitectura, completam o seu conhecimentotécnico no que à fotografia diz respeito.

Hatshepsut's Temple · Deir el-Bahri, Egypt Temple at Luxor · Luxor, Thebes, Egypt

Arco de Constantino · Roma, Itália Porta Nigra · Trier, Alemanha

A cultura do Antigo Egipto e o Império Romano deixaram marcas de incontornável importância, através da arquitectura que ainda perdura peloespaço da sua influência.

A Grécia e a antiguidade clássica deixaram também elementos arquitectónicos que marcam o espaço de sua influência.

Page 5: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

Um Olhar Sobre A Fotografia de Arquitectura

A Fotografia de Arquitectura foi ao longo da minha actividade profissional de Fotógrafo uma área de produçãoreduzida. Durante décadas o Arquitecto era ele mesmo um entrave ao aparecimento de especialistas nesta área. Fazia olevantamento fotográfico do material que produzia e quando não o próprio era alguém da sua equipa. E entenda-se atécompreendo, podia ser mau fotógrafo mas... conhecia a Obra.Mas, alguns foram ultrapassando a barreira para confiar ao Fotógrafo a responsabilidade de Ler a obra realizada peloArquitecto e Reescrever pela utilização da Luz a expressão de uma obra de Autor referenciado em folha de obra. OArquitecto aceitou por fim que o Fotógrafo sabia Ler e Reescrever a partir da sua Obra. Aí alguns fotógrafos, foram ouintuitivamente ou por conhecimento exterior à actividade da Fotografia, marcando a diferença com o material produzido.

Tal situação não reflectia a realidade da evolução da Fotografia no que à representação dizia respeito. A Fotografia estáligada à representação de elementos estáticos, pois no inicio a baixa sensibilidade dos materiais sensíveis obrigavam alongos tempos de exposição, e os edifícios não saiam do sítio. Realidade que motivou imensos fotógrafos a fazerem as suasfotos de exterior muito ligados à representação do espaço construído e assim a criar rapidamente uma escola que possoafirmar ser a que esteticamente se pode considerar a mais antiga e se possivelmente a mais conservadora. Um processo detrabalho desenvolvido com materiais pesados, com a possibilidade de ponderar a acção, (pois se o elemento a fotografarnão sai do seu local), favorecia a tomada de decisões bem elaboradas e decididas no momento adequado à representaçãopretendida.

Saber Arquitectura, Saber ler Obra, Saber Ver Arquitectura, Saber Respeitar o Autor são elementos de importânciamáxima para quem fotografa Arquitectura e Espaço Arquitectónico reproduzindo assim de forma bidimensional aquilo queao ser volumétrico tem nas três dimensões a razão da sua existência.Por tal a Fotografia de Arquitectura e Interiores é no meu entender, a realização fotográfica que aceitando o respeito pelaobra de terceiros, mais desafios cria, na relação compromisso/criatividade. E aqui, o Arquitecto, Construtor ouProprietário de uma obra, devem exigir uma leitura capaz da obra identificada para fotografar sem contudo castrarem aspossibilidades de o Fotógrafo partilhar com eles as capacidades que possui para recriar essa leitura. E, essa leitura passalogo pelo que se torna marca de muitas obras, que sendo desenhadas e construídas em relação com o meio ambiente sãomuitas vezes fotografadas no sentido de uma imagem da Luz "perfeita" como quem diz; Limpa, Correcta, Adequada. O queentenda-se, é a criação de uma representação plástica… muito de plástico.Como já disse em outro lugar, construção em ambiente frequentemente chuvoso com Arquitectura e materiais adequados edepois representada com um dia de Sol de Verão, não me parece fotografia que respeite a obra. Pode servir o interesse depromotor de vendas mas...?

Intensas são as mudanças operadas nos últimos anos no que são as propostas técnicas disponibilizadas pelo mercado, noque a câmaras diz respeito.

Se alguns anos antes as propostas para a realização de trabalhos na área da Fotografia de Arquitectura e Interiores (FAI)obrigavam a filtrar a ideia de realizar tais trabalhos com uma câmara pequeno-formato, pois não era uma opção quecorrespondesse às exigências de clientes e autores. Os quais acabavam a realizar os seus trabalhos com uma câmara tipoBanca Técnica ou com uma médio-formato e a utilização de uma objectiva “PC” (perspective correction), resultando eminvestimentos avultados para que o produto realizado correspondesse às exigências de ambas as partes.

Mas, perante a mudança dos tempos, o digital assume a liderança da quase totalidade dos trabalhos profissionais e a FAInão podia ficar de fora desta opção. Contudo se o digital assume o domínio desta fatia do trabalho Professional, e no qual aspropostas de trabalho em médio-formato são muito completas, tal não significa o abandono da reconhecida qualidadeproposta pelas câmaras tipo banca técnica as quais percorreram um caminho no sentido de permitirem o acoplamento dediferentes propostas de sistemas digitais.

Eis algumas propostas que podem ser encontradas nos endereços de sítios apresentados por alguns fabricantes e que emobservação atenta servirão ao melhor entendimento das opções a tomar.

Porquê médio-formato – http://www.mamiya.com/photography-why-medium-format.html

Uma interessante defesa do médio-formato, razões que se entendem e que justificam a utilização de um sistema que pelaproposta apresentada cobre várias e completas utilizações em diversos campos da fotografia. Quando utilizado um sistemaóptico baseado em objectivas “PC” o resultado é adequado ao desenvolvimento de tarefas de pós-produção digitalresultando num produto final de qualidade óptima.

Page 6: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

6

6

Eis algumas propostas deste fabricante de sistemas médio-formato.

The Mamiya DM33 & DM56 - http://www.mamiya.com/dm56-and-dm33.html

The Mamiya DM Series Digital Backs - http://www.mamiya.com/dm-series-digital-backs.html

Algumas propostas que pode encontrar no endereços seguintes e que correspondem com a anterior proposta ao que estádisponível no mercado de médio-formato.

PHASEONE – http://www.phaseone.com/Content/p1digitalbacks/Documentation.aspx

Hasselblad - H System http://www.hasselblad.com/1164

Para melhor conhecer um dos fabricantes cujas propostas se adequam ao trabalho que a FAI exige.Visite

http://www.luminous-landscape.com/reviews/cameras/arca-rm3d.shtml

Neste endereço vasta informação pode ser encontrada e a que o segmento das Bancas-Técnicas tem espaço para vastainformação.

O Sistema Digital de Bancas-Técnicashttp://www.luminous-landscape.com/reviews/cameras/digital-view.shtmlhttp://www.luminous-landscape.com/reviews/cameras/expensive-ps.shtml

http://www.cambo.com/Html/products_photo/set01/english/internet/Item504.htmlhttp://www.luminous-landscape.com/reviews/cameras/phase-one-0705.shtml

Page 7: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

Sistemas Banca-Técnica Para Acopolamento Digital

Page 8: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

8

8

http://www.alpa.ch/index.php

http://www.silvestricamera.com/

http://www.sinarbron.com/sinar.php

http://www.linhof.com/M679e.html

http://www.komamura.co.jp/e/digital/LDpro.html

Algumas propostas que visam adaptar alguns dos movimentos associados às câmaras banca técnica à utilização dascorrentes DSLR.

Page 9: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

9

9

Facilitando assim, o desenvolvimento de uma actividade em diversas frentes de trabalho, a partir de convencionais câmaraDSLR.

A representação fotográfica de uma obra arquitectónica é à partida um trabalho condicionado pelo discurso resultante doproduto em questão. Resultado de um processo criativo de um indivíduo ou equipa a Obra dialogará com a envolvência deoutras obras ou espaço e será percorrida por luzes e sombras em diálogo constante ao longo de uma variável permanentedeterminada pela hora do dia e pelas condições climáticas. O autor concebeu e criou um produto que se pretende emdiálogo com o lugar em que é implantado. Ora esse lugar irá dialogar com as diferentes horas do dia e com as diferentesépocas do ano. Assim sendo se ao longo do dia proporcionará uma leitura fácil de observar por quem deambula pelo lugar ese relaciona com a variável que é determinada pela hora do dia, já no que aos momentos climatéricos diz respeito aobservação poderá passar despercebida pela maioria. Um fim de tarde límpido e cromaticamente vistoso em que o Pôr-do-Sol tingirá de vermelhos vários os diferentes planos de uma construção que corresponderá de forma vibrante perante aincidência de uma forte luminosidade em dia de sol extremo e a que um dia chuvoso e encoberto forçosamente encobriráaspectos anteriormente vistos e que assim abrirá as portas a outras visões nunca antes vistas.Como fotógrafo e professor de Fotografia de Arquitectura, defendo que o meu trabalho deve repercutir o pensamento doautor, que concebeu um volume que tendo em principio vários pontos de vista não servirão na sua totalidade paraamostragem da obra. A obra arquitectónica vai viver com sol e com chuva mas a sua representatividade depende dodiscurso a que está ligado. Diferentes representações, de planos vários, projectarão sombras protectoras e abrirão portas àentrada da Luz a que materiais diversos usados na construção proporcionarão diferentes expressividades variando com adiferente Luz que sobre eles incidirá.Do vidro ao aço, passando pelo betão ou madeira e a que superfícies com cromatismos intensos ou suaves prefiguramsensações e sentires de afectos vários a que o autor da obra foi buscar razão para uma existência a que o Fotógrafo dará umarepresentação sustentada num plano, a Fotografia, a que a sua interpretação de Luz e Sombra dará vida.Surgindo a encomenda por parte de um cliente a satisfação desse cliente estará intimamente ligada à razão de utilização doproduto final.

Capacidade de observação, conhecimento da Arquitectura e da sua história e prática intensa são factores que por certosuportam a capacidade de executar trabalhos na área da FAI, a que o equipamento adequado corresponderá com a respostaque se lhe exige para a concretização das diferentes tarefas que o profissional terá que desenvolver.

O traço de um arquitecto marca a forma da obra de Arquitectura. Perante os olhos mais atentos a forma será acariciada pelaLuz independentemente de um amanhecer de Verão ou uma fim de tarde de rigoroso Inverno. A obra, espera-se estará emdiálogo com o espaço e a razão que a utilização determina. Ao fotógrafo a obrigação de uma leitura atenta da linguagemdessa obra. E, assim através dessa leitura, o fotógrafo realizará a sua obra, para ilustrar diversos produtos em que atridimensionalidade e volumetria continuará o percurso da representação, agora, na bidimensionalidade das fotografias porsi realizadas.

Page 10: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

10

10

A pretensão para uma representação “limpa” leva a que a maior percentagem das fotografias sejam recolhidas comcondições climáticas ditas de “ideais” o que prefigura a existência de dias ensolarados e limpos. Mas, aqui surge umarealidade a que o fotógrafo não pode fugir.A “não” existência de Fotografia de Arquitectura em tempo de chuva é da responsabilidade do cliente. Quando digo que aprimeira observação é a hora do dia para que as condições de iluminação sejam favoráveis à realização de um trabalho quevá ao encontro do pedido do cliente e que a época do ano será mais ou menos favorável a essa realização, tal não invalidaque a relação Fotógrafo/Cliente crie uma abertura para uma maior liberdade na concretização do trabalho.O discurso da Arquitectura é ele mesmo o discurso do seu volume, do seu cromatismo com a envolvência. E a Luz emLisboa não é a de Londres como não será a de Kualalumpur ou Sidney. Saber ler essa Luz é saber representar a obra e porvezes o Fotógrafo gostaria de liberdade para um discurso diferente, o que por certo o Arquitecto antecipadamente sentiuquando criou a obra a fotografar. Quantas vezes um lugar foi só por si desafio para uma obra diferente. Pois se a chuva é sópor si elemento de representação, com luminosidade própria, com movimento, com som com corpo de um volume elástico eque por isso mesmo passível de ser parte integrante da obra arquitectónica.

Cabe ao fotografo entender e caracterizar a obra e seu discurso com as características da região em que está implantada aobra a fotografar. E, aí vários serão os apoios de que se servirá para programar o seu trabalho.Deixo aqui algumas propostas:

http://www.meteo.pt/pt/ http://www.worldweather.org/003/m003.htm http://www.worldweather.org

Por vezes torna-se mesmo interessante olhar uma fotografia realizada após uma chuvada

Page 11: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

11

11

A programação de um trabalho por observação de gráficos que caracterizem os momentos de pluviosidade e deensolaramento de uma dada localização em determinado período associado às previsões climatéricas para essa mesmalocalização, vê facilitada a tomada de decisão quanto ao período com mais possibilidades de permitir a realização dotrabalho desejado.Opções inadequadas deitarão por terra o trabalho a realizar.

trabalho realizado por um aluno IPF200810

Como se verifica, um fim de tarde e em contra-luz não favorece a realização do trabalho idealizado, um possíveldesfasamento entre a ideia de Fotografia de Arquitectura e um processo de representação idealizado pelo autor, tornoucompletamente desinteressante o produto final obtido.

trabalho realizado por Raquel Jorge aluno IPF200810

Já este trabalho apresenta um conjunto de informação que viabiliza a ideia de Fotografia de Arquitectura.Tornando-se notória a qualidade que diferencia as diferentes apresentações aqui presentes.

Page 12: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

12

12

O entendimento quanto ás características da iluminação que mais favorece a representação da obra fotografada, é factor damáxima importância, quando pretendemos recolher um conjunto equilibrado de fotografias relativas a uma construção ouespaço.

Page 13: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

13

13

Torna-se apaixonante a percepção que gradualmente vamos adquirindo do que mais satisfaz a representação de diferentesambientes exteriores que enriquecem a sua representação em função do tipo de iluminação existente.

E a que, uma representação a Preto e Branco, vem por vezes reforçar os elementos representados.

Fotografia de Ana Batista aluno IPF 200810

Page 14: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

14

14

Mas por vezes a opção pela apresentação a P&B reduz a percepção da tridimensionalidade, principalmente se a fotografia érealizada com uma luz difusa, a qual produz imagens sem contraste, perdendo-se a leitura da tridimensionalidade.

Cromatismo, contras, linhas de fuga e sombras podem reforçar a leitura da tridimensionalidade dos elementosrepresentados, saiba fazer-se um uso correcto das possibilidades criadas.

Fotografia de Tiago Costa aluno IPF 200810

A diferente leitura das sombras projectadas proporciona uma mais forte leitura da tridimensionalidade na fotografia dadireita.

O estudo da projecção das sombras sobre a obra a fotografar e a subsequente avaliação do melhor período do dia paraproceder à recolha das imagens que procuramos torna prioritária a nossa percepção da representação que essas sombras irãoprovocar sobre os elementos a fotografar.

Page 15: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

15

15

Introduzir um exemplo – Fotografia de prédio em três situações de projecções de sombra diferentes(Exercício a solicitar)

Page 16: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

16

16

Aula I Ponto / linha / Plano

Perspectiva / Ponto de tomada deImagem

Correcção de perspectiva

A utilização das basculantes nossistemas tipo banca técnica

A utilização de objectivas comcorrecção de perspectiva

Utilização prática.

Da Arquitectura pode dizer-se, ser a arte que concebe e realiza edifícios, enquanto que a fotografia ditade “arquitectura” é a que reflecte essa realização. E, se para alguns a arquitectura reflecte a capacidade dohomem pôr ordem no caos da natureza, a fotografia será um meio de expressão essencialmente organizado.

I - Ponto / Linha / Plano

Ao observarmos um edifício/moradia, sentimo-nos logo colocados perante o facto, de a imagem que se nos depara serlimitada pelas fachadas e por um conjunto de arestas e vértices que delimitam o exterior do elemento em observação.

Através dessa observação, cria-se desde logo a noção de que a representação do elemento em causa só é completa, apartir da visualização do binómio Exterior / Interior.

A fotografia dita de “ arquitectura “, engloba um vasto conjunto de motivos, capazes de criar interesse, quanto àrealização da sua imagem fotográfica.

Todo um vasto conjunto de edificações, da moradia individual ao edifício de apartamentos, da sede de uma grandeempresa à instalação industrial ou ao recinto para a prática desportiva, os interiores das construções referidas e mesmo omobiliário que as equipa, tudo é susceptível de ser fotografado com base na referencia de que as imagens se enquadram nosprincípios da fotografia de “ Arquitectura “.

Exterior e Interior são assim elementos de um todo e, na representação fotográfica, traduzem a razão de intervençãodo arquitecto. É também a partir da diferente utilização de materiais de construção, e no jogo cor / iluminação, que seencontra a razão para a concretização do trabalho fotográfico, e daí "mostrar" o elemento construído.

A Cor obriga-nos a relativizar o Volume da obra com as diferentes manchas cromáticas que a compõem e é factor quedetermina muitas das nossas opções de enquadramento, face, ás características da Iluminação existente.

A maior ou menor intensidade luminosa, bem como a existência de uma Iluminação natural ou artificial, directa oudifusa são razões de condicionamento do trabalho a realizar.

O Volume dos elementos a fotografar é determinante, nas opções, quanto à distância a que será executada a fotografia,bem como a óptica a ser utilizada. Se bem que, muitas vezes, tal hipótese não tenha escolha possível, pois é o espaçoenvolvente a determinar as operações a realizar.

Entenda-se que, nem todas as fotografias, de elementos construídos poderão ser consideradas, como fazendo parte dachamada “ Fotografia de Arquitectura “.

A fotografia, considerada como de “arquitectura”, tem em si todo o discurso, da obra fotografada, permitindoreconhecer as características, do autor da obra fotografada.

Conhecendo as regras que condicionam ou delimitam a execução do tipo de fotografia que aqui estudamos, o fotógrafode arquitectura, expressa-se, por meio de um discurso fotográfico, que de certo modo, repete a linguagem dos arquitectos aorealizarem o seu projecto.

A noção que temos de proporção é, quase sempre, fruto da nossa relação com o que nos envolve. A noção de grande oupequeno é muitas vezes determinada pela nossa própria envergadura. A relação com as proporções na natureza foi perdidapela grande maioria de nós, que relacionamos o edifício alto com outro mais baixo e já não com a altura do pinheiro queestava a seu lado e não somos já capazes de ver que a grossura do castanheiro é razão para uma copa mais desenvolvida.

Page 17: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

17

17

Assim, as antigas proporções, preenchem agora, apenas os tratados de estética, enquanto que a vertical se lança de formaassustadora em direcção ao espaço.

Inserir elemento caracterizador de uma construção cujas proporções ultrapassem a dimensão do Humano

A relação entre os diferenteselementos presentes na imagem,permite-nos avaliar a dimensão daconstrução.

Page 18: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

18

18

A razão primeira da fotografia dita “dearquitectura “ é a de mostrar essa mesmaarquitectura, proporcionando condições paraa leitura da obra proposta pelo autor, oarquitecto.

Regra principal na execução deste tipo defotografia é o de um perfeito controlo daperspectiva, controlo esse que depende dotipo de óptica do formato utilizado e do pontode tomada da imagem.

Page 19: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

19

19

Fotografias de Fábio Arruda aluno IPF200810

A perspectiva e o seu domínio resulta numa representação que favorece a leitura da tridimensionalidade da fotografiarealizada e a partir dela numa observação mais rica quanto à disposição dos elementos representados.

Perspectiva Isométrica Perspectiva Axonometrica

Page 20: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

20

20

Page 21: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

21

21

ILUMINAÇÃOFILTROS

A utilização de filtros na fotografia de “Arquitectura e Interiores”, está directamente ligada à necessidade de adaptar aqualidade espectral da luz, à qualidade espectral da emulsão utilizada .

Uma vasta listagem de filtros está disponível para os que se dedicam ao tipo de fotografia que aqui estudamos. Poderáparecer demasiada extensa tal lista, mas uma melhor abordagem, por exemplo, dos diferentes tipos de lâmpadas destinadasa iluminação, tornará perceptível a razão de tão extensa lista de filtros.

Observando a proposta de iluminação de um reconhecido fabricante, no caso a “OSRAM”,facilmente se percebem as necessidades que se nos colocam na execução de fotografias no âmbito da “Arquitectura eInteriores”.

Tipo Ref. W Lm KIncandescência

Fosca Clas A FR 15 15 90Clas A FR 75 75 940Clas A FR 150 150 2200

Clara Clas A FR 150 150 2200

Branca BELLA T60 SIL 75 75 840

HalogéneoClara 64470 BT 40 490 2900K

Sílica 64470 BT SIL 40 460 2900K

Clara 64476 100 1600 2900K

Sílica 64476 BT SIL 100 1450 2900K

Tubular Clara 64861T 40 490 2800K

Tubular Fosca 64861TIM 40 430 2800K

Haloline 64690 100 1650 3000K

Halostar 24V 6446OU 100 2200 3000K

FluorescentesCompactas

DULLUX EL LL3W

3 100 2700K

5W 5 240 2700K7W 7 400 2700K

11W 11 600 2700K

DULUX T 13W/21-840 13 900 4000K13W/31-830 13 900 3000K13W/41-827 13 900 2700K18W/41-827 18 1200 2700K

DULUX L 18W/32 18 750 3000K

LUMILUXPLUS ECO

L 18W/41-827 18 1350 2700K

Page 22: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

22

22

Page 23: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

23

23

O facto de uma construção ser muito rica em elementos de forte reflectância, elementos cromados ou polidos,superfícies espelhadas ou muito claras em contraste com pedra ou betão escuros, obriga a optar por uma iluminação em queo afastamento em diafragmas entre zonas claras e escuras não seja excessivo.

Em Portugal, fotografar uma construção virada a Norte, torna-se deveras problemático. A constante presença do Sol noseu movimento de Nascente para Poente coloca-nos perante o clássico contraluz. Para a realização de um trabalho dequalidade, será determinante o conhecimento exacto da posição do Sol em relação a essa construção, ao longo dasdiferentes estações do ano ou então deve-se optar por utilizar uma iluminação difusa ou reflectida que pode muito bemsurgir em dia de chuva ou nublado. Ao atravessarem a neblina os feixes luminosos dispersam-se provocando um aumentoda luminância mínima, ao mesmo tempo que se verifica uma redução da máxima, resultando na obtenção de umaluminância mais uniforme.

O conhecimento do comportamento da luz em relação às variações meteorológicas, facilita as opções do trabalho adesenvolver.

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E CARACTERIZAÇÃO DA ILUMINAÇÃO ADEQUADA

A situação geográfica de uma qualquer construção relativiza a opção de tomada de uma fotografiaem consonância com as diferentes condições climáticas de uma determinada região.As possibilidades surgidas com o aparecimento dos suportes digitais vieram facilitar as decisões atomar no que à temperatura de cor diz respeito. Por isso cada vez mais facilmente se torna aceitável arealização de levantamentos fotográficos em qualquer altura do ano, sustentada que está a efectivapossibilidade de ser corrigida com efectiva facilidade o que é designado por “Balanço de Brancos”, e aque a representação de um cromatismo que vê na apresentação em monitor ou projecção, uma aberturapara uma expressão cromática mais forte e mais afastada de uma realidade reconstruída para esseprocesso de amostragem. Hoje o realismo de uma apresentação está mais em dissonância com arealidade do lugar e da obra. O que não afirma a realização de diferentes trabalhos sem umaobservação cuidada da obra e do lugar.

Uma cuidada análise das características da iluminação a que um prédio está submetido tornará maisfacilitada a acção a desenvolver para um trabalho responsável e reconhecido por autor e cliente.Frequentemente encontraremos construções a ser fotografadas em contra-luz ou com sombras muitomarcadas sobre o prédio razão do trabalho a desenvolver. Então, um golpe de “sorte” e um dia deneblina brilhante ou de céu nublado poderá propiciar uma verdadeira “caixa” de luz, que sendo difusa,anulará as sombras facilitando a representação uniforme de toda a informação relativa a esse prédio, ouem alguns casos a utilização de uma luz que caracteriza o inicio do dia e o fim de tarde, o lusco-fusco.

A correcção da temperatura de cor em zona de sombra estará dependente de um filtro da série81para quem faça da emulsão a cores ainda o seu suporte de imagem e recolha em película as suasfotografias.

Um outro aspecto que diz respeito à qualidade espectral da Luz e que se reforça quandofotografamos em principio de noite ou já à noite, é o tipo de iluminação usada nos diversos espaços.Sejam eles interiores ou exteriores.

Page 24: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

24

24

Ao fazermos depender a realização de um trabalho, por factores que se relacionam com a luminância dos elementos afotografar, equacionamos essa realização na base de factores que se relacionam com a intensidade da iluminação, mas, aqualidade espectral dessa iluminação, condiciona fortemente tal realização. A temperatura de cor do material utilizado naactividade fotográfica é normalmente referenciada para dois valores 5600K (dita luz do dia) e 3200K (designação para a luzartificial). Adequar o material existente às condições que se nos deparam é tarefa que enfrentamos com frequência. Sãosombras ou dias excessivamente nublados, quando não, dias de Inverno com qualidade espectral que nos proporcionamvalores inadequados para a obtenção de resultados satisfatórios.

O conhecimento das diferentes películas existentes no mercado, a consulta das tabelas disponibilizadas pelos fabricantese o domínio da utilização dos filtros de correcção, era o mínimo exigido ao fotógrafo de Arquitectura para a execução demuitos dos trabalhos que surgiam independente da época do ano e das suas condições meteorológicas. O facto de hoje comfacilidade controlarmos o Balanço de Brancos numa qualquer Câmara Digital veio facilitar a realização das tarefas que vãosurgindo independentemente do calendário das estações do ano e de uma mais favorável condição para a concretização dotrabalho.

Três elementos passíveis de ser adquiridos, Gossen (alemã), Sekonic (japonesa) e Kenko (japonesa, marca do conhecido fabricante Tokina)

Fotografia de Hugo Vieira da Silva aluno IPF 200810Com facilidade um sistema digital permite fotografar situações em que a variável - Temperatura de Cor – se controla facilmente no menu “Balanço

de Brancos”.

Um bom aparelho de medida, com uma eficienteindicação das correcções a efectuar, é elementar para aexecução de um trabalho correcto. Para o qual, umacompleta e qualificada colecção de filtros, não pode serdispensada.Ao lado um sistema que passou à história e que estavaassociado ao fabrico da célebre Minolta e que a criseeconómica que surgiu em 2009 fez desaparecer.

Page 25: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

25

25

Uma observação atenta, da informação relativa, a algumas das lâmpadas “OSRAM” rapidamente torna perceptível, arazão da utilização, dos diferentes tipos de filtros, disponibilizados pelo fabricante “LEE”.

Várias grupos de filtros, são descritos, no catálogo, do referido fabricante.Para uma mais fácil consulta do mesmo, reproduzimos aqui a apresentação e classificação original.

CORRECÇÃO DE TEMPERATURA DE COR

Filtro Conversão Correcção F85 B 5500K 3200K 2/3 ponto

85 C 5500K 3800K 2/3 ponto

80 C 3800K 5500K 1 ponto

80 A 3200K 5500K 2 pontos

81 D 3700K 3200K 2/3 ponto

81 A 3400K 3200K 1/3 ponto

82 A 3000K 3200K 1/3 ponto

82C 2800K 3200K 2/3 ponto

81 3300K 3200K 1/3 ponto

81B 3500K 3200K 1/3 ponto

81D 3700K 3200K 2/3 ponto

85C 5500K 3800K 2/3 ponto

Para uma mais completa, consulta das tabelas existentes, contacte odistribuidor dos produtos “LEE” / DULCIFOTO – Tv. Do Giestal 44

b Apartado 3298 – 1301 Lisboa 213645347

Page 26: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

26

26

VII - Forma e TexturaLuz directa / Luz difusa

Uma relação correcta, entre luz directa e luz difusa, determinará, uma boa iluminação deinteriores, daí resultando, condições de trabalho adequadas, para a realização de trabalhos comum padrão de qualidade aceitável. E, se a luz, com origem numa única fonte, luminosa, resultarána produção de sombras duras e na definição de espaço, já a modelação desse espaço será quasenula pois não nos revela nem as formas nem as texturas.

Assim é frequente a necessidade de além da iluminação existente em diferentes interiores, emque a iluminação resultante tem por base um misto de luz natural - luz artificial, introduzirsistemas extras para que a imagem produzida seja mais homogénea, face à redução de alguns"buracos negros".

A utilização de fontes de iluminação dirigidas provocará a formação de sombras duras e comdemasiadas projecções resultando ainda na produção de texturas muito acentuadas. Pela adiçãode difusores é possível reduzir o efeito de projecção, tornando mais suaves os contornos o queresulta na diminuição das sombras e no aumento de informação relativa aos diferentes aspectosdo motivo fotografado.

VIII - Iluminação Solar

A orientação da construção, relativamente ao Sol, obriga, a um controlo adequado, dasdiferenças de luz, reflectida pelos diferentes materiais, utilizados na construção. Uma iluminaçãomatinal, não proporciona, a obtenção dos mesmos resultados, que uma iluminação das 14 ou 15horas, bem como uma fotografia obtida com uma iluminação de forte intensidade luminosa emdia de nevoeiro no Inverno, não resultará em resultados nada semelhantes com os obtidos empleno Verão de Sol intenso.

Altura do Sol

Iluminação solar perpendicular aos raios solares ( lux )

Climas Soalheiros e menossoalheiros com céu limpo

Climas menos soalheiros comcéu medianamente limpo

5º10º15º20º30º40º50º60º70º80º90º

12000356005280065200800008850093600967009870099600

100000

840024900395004560056600619006560067700691006980070000

Page 27: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

27

27

- O DESENHO EM ARQUITECTURA

Um sofrível domínio dos diferentes tipos de desenho utilizado em "Desenho Arquitectónico" facilita a organização dotrabalho a desenvolver pelo fotógrafo. A planificação torna-se mais eficiente quando, pela utilização dos diversos desenhosde uma obra, sabemos realmente a implantação e orientação da mesma, bem como a estrutura real da construção, o que,embora facilite algumas tomadas de decisão, não anula o conhecimento real da obra a fotografar.

A escolha dos horários mais adequados para a realização das fotografias de exterior podem ser decididas em virtude dasinformações obtidas pela observação dos desenhos de implantação, os quais possibilitam a verificação da orientação dasdiferentes fachadas em relação ao Sol.

Diferentes tipos de desenhos se nos apresentam para serem utilizados na representação de diferentes momentos daconstrução, bem como de aspectos variáveis da mesma. Desde a representação de estrutura, ao desenho dos aspectosarquitectónicos, vários métodos de trabalho são utilizados pelos diferentes intervenientes do projecto, para a transmissão deinformação de diferente complexidade relativa a diferentes etapas de desenvolvimento da obra.

Para nós, fotógrafos, o método de representação que mais nos interessa conhecer é o do "Desenho Arquitectónico",pelas possibilidades que nos dá de previamente definir alguns dos passos a dar para a concretização do trabalho que iremosdesenvolver.

O " Desenho Arquitectónico " permite o estudo de diferentes situações de desenvolvimento da construção, a qual érepresentada a partir de desenhos de localização, desenhos de conjunto e desenhos de pormenor. São diversas, as escalasutilizadas para a execução dos diferentes tipos de representação.

Desenho Arquitectónico

desenhos de loca l i zaçãodesenhos de con juntodesenhos de pormenordesenhos de loca l i zação são utilizadas nas escalas 1:500 e 1:1000desenhos de con junto as escalas 1:50 ( para construções de menor dimensão),

1:100 e 1:200 para os restantes.desenhos de pormenor são executados com escalas que vão de 1:20 a 1:1.desenhos de loca l i zaçãodesenhos de implantaçãodesenhos de con juntop lanta da fundações , p lan ta dos andares e p lanta da cober tura .a l çado .cor tes são sempre verticais e proporcionam

informações complementares às plantas dos váriosandares.

Assim, para os desenhos de localização são utilizadas as escalas 1:500 e 1:1000, para os desenhos de conjunto as escalas1:50 ( para construções de menor dimensão), 1:100 e 1:200 para os restantes, enquanto que os desenhos de pormenor sãoexecutados com escalas que vão de 1:20 a 1:1. Os desenhos de localização definem o local e o posicionamento daconstrução, podendo apresentar os contornos gerais da construção, acompanhados pelos elementos que envolvem a obra,como por exemplo arruamentos, limites de propriedades e seus edifícios.

Integrando os desenhos de localização surgem os denominados "desenhos de volumes", os quais permitem aidentificação do local e a referenciação da distribuição dos edifícios, em conjugação com o que é definido nos planos daurbanização; e os "desenhos de implantação", a partir dos quais se torna possível referenciar a posição dos edifícios emrelação à implantação local, aos respectivos acessos e ao traçado geral do terreno.

Os desenhos de conjunto, tais como as plantas, os alçados e os cortes, definem forma e dimensão dos principaiselementos da construção.

As plantas dividem-se em planta das fundações, planta dos andares e planta da cobertura. As plantas das fundações e asplantas dos andares correspondem na realidade a cortes horizontais feitos a alturas determinadas.

Page 28: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

28

28

As fachadas serão representadas em desenhos cuja denominação é alçado. Os cortes são sempre verticais eproporcionam informações complementares às plantas dos vários andares.

Os desenhos de pormenor permitem a visualização de certos aspectos que não sendo passíveis de representação nosdesenhos de conjunto, face à escala utilizada, se tornam complementares ao possibilitarem uma melhor caracterização dealguns espaços da construção bem como de um conjunto de operações especializadas como, trabalhos de cantaria,serralharia e carpintaria.

Page 29: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

29

29

III - PerspectivaPonto de Tomada de Imagem

E, se para Kandinsky o ponto geométrico é invisível; para nós fotógrafos, ao observarmos a obra construída, váriosserão os "pontos" que, tornados visíveis, servirão para definir as linhas traçadas e que controlam a demarcação do"plano" (fachada).

Portas, janelas e varandas serão "pontos", que definindo "linhas", são parte integrante de um espaço que, a partir deplanos que se interseccionam, constróem a "Forma" que determina o volume e assim o elemento construído.

É a partir da Forma, nascida de planos cruzados, que surge então a fotografia caracterizada pela representaçãobidimensional de formas tridimensionais, e a Perspectiva reforçará então, mais ou menos intensamente, as característicasvolumétricas do elemento fotografado.

A Perspectiva criada, face ao Ponto de Tomada da Imagem, permitirá a maior ou menor noção da relaçãoexistente entre os "planos" que criam o Volume, enquanto que a escolha da óptica empregue, servirá para um maior oumenor referência da relação entre os diferentes "planos" (fachadas) .

A maior ou menor concentração de "pontos" ou "linhas" nos "planos" (elementos que constituem as fachadas),criará a noção de silêncio ou ruído das diferentes fachadas, diferenças que permitem ao fotógrafo explorar, para criação dasua imagem fotográfica, e em que a iluminação existente, directa ou difusa, terá intervenção deveras acentuada.

O ponto de tomada da imagem, é a razão primeira que determina o essencial dos resultados finais obtidos. Pontosde tomada de imagem abaixo da metade da altura dos elementos fotografados, poderão obrigar à utilização de objectivas decurta distância focal, bem como a movimentos de correcção excessivos. Assim é importante encontrar o ponto apartir do qual resulte o equilíbrio da composição.

(Fotografia de Alexandre Gomes –Oficina de Arquitectura e Interioresdo Instituto Português de Fotografia1997/98)

Na fotografia de arquitectura, o erro mais emevidência, é a inclinação das linhas verticais e aperspectiva criada nos diferentes planos. Tal resulta dafalta de paralelismo do plano de filme, com a fachada doelemento fotografado.

Um ângulo deveras acentuado originará umadeturpação da perspectiva e de tal modo, das proporçõesdo elemento fotografado. A acentuada perspectiva criadapela altura dos edifícios pode ser corrigida tomando comoopção uma altura média do elemento a fotografar, assimnada mais objectivo do que tomar como ponto de tomadada imagem, a construção frontal ao elemento que sepretende fotografar, bem como a obtenção de uma linhaperpendicular que corresponda ao eixo óptico daobjectiva utilizada.

Tal é de fácil realização a partir da utilização de umnível de bolha adaptado sobre a sapata da câmarafotográfica, a utilização de um visor de enquadramentocom linhas de perpendicularidade será conveniente,facilitando assim a realização de um enquadramentocorrecto.

Page 30: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

30

30

Quando se opta, pela obtenção de imagens fotográficas de diferentes construções, a partir de pontos de tomada daimagem, colocados a alguns metros do solo, as exigências quanto a movimentos de correcção diminuem, deixando mesmode se justificar tal utilização.

Algumas situações de trabalho são favorecidas pelo acesso a elementos de altura considerável e que assim facilitam arealização de algumas tarefas.

Fotografia Hugo Vieira da Silva aluno IPF 200810

Esta fotografia do Mosteiro dos Jerónimos e da sua envolvência torna-se possível pela possibilidade de utilização de umaconstrução fronteiriça, o Padrão dos Descobrimentos. Uma outra hora de trabalho e uma iluminação mais favorável e otrabalho corresponderia a um padrão de alta qualidade.

Page 31: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

E, se em desenho técnico, a perspectiva rigorosa é entendida como a obtida por meio da representação que nos édada através de uma fotografia tirada do ponto em que se encontra o observador, não deixa de ser verdade a existência deconsideráveis diferenças no resultado final obtido, face à utilização de objectivas de distância focal curta ou longa.

( Fotografia de Bruno Martins – Oficina deArquitectura e Interioresdo Instituto Português de Fotografia 1997/98)

A utilização de uma óptica de distância focallonga, bem como a tomada de imagem de umponto deveras afastado, possibilitará a correcçãoda perspectiva, que muitas vezes resulta emacentuadas linhas de fuga, em virtude dautilização de uma focal curta, e em que o ponto detomada da imagem se encontra em planos abaixoda média da altura do elemento fotografado.

Recorrendo a algumas alternativas resolvemosalguns dos problemas que se nos deparam narealização da actividade de fotógrafo de“arquitectura”. Contudo, a evolução natural nospequeno e médio formato, será a utilização dasobjectivas denominadas de “PC”, da designaçãoanglófona “perspective correction” e quefacilmente definimos de “ Correcção dePerspectiva”. Tal se deve ao facto de a suaconstrução permitir um descentramento verticalou horizontal, movimento esse que a mais nãocorresponde do que à tomada de imagem de umponto elevado, o mesmo que fizéramosanteriormente, quando procuramos um ponto deuma construção frontal que nos possibilitou aelevação a uma altura média, relativa ao elementofotografado. As objectivas “PC”, permitem assima obtenção de imagens ao nível da rua, como serealizássemos a imagem de um andar frontal evários andares acima. Obtendo-se dessa forma oparalelismo possível entre o plano do filme e oelemento fotografado.

O exemplo aqui apresentado,permite uma perfeita observação,das possibilidades, que resultamda variação, da distância focal, daóptica utilizada.

Page 32: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

32

32

Caracterização de algumas objectivas

utilizadas em pequeno-formato

DistânciaFocal

Ângulo deCampo

AberturaMáxima

AberturaMínima

Distância mínimade focagem

PC 28mm 74º f-3.5 f-22 0,3mPC 35mm 62º f-2.8 f-22 0,3m

85mm 28º30’ f-1.4 f-16 0,85m180mmED 13º40’ f-2.8 f-32 1,8m

AF-300mm IF-ED 8º10’ f-2.8 f-22 3,0m800mm IF-ED 3º f-5.6 f-32 8,0m

AF-1600mmED 4º10’ f-4 f-22 6,0m

Obs. Os valores aqui indicados referem-se a objectivas “NIKKOR”

E, se a variação da focalutilizada, na realização defotografias em exteriores se tornaimprescindível, é também umarealidade que a sua utilização emtrabalhos de interior facilita essarecolha.

O exemplo aqui apresentado,permite uma perfeita observação,das possibilidades, que resultamda variação, da distância focal, daóptica utilizada.

Page 33: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

33

33

Caracterização de algumas objectivas

utilizadas em médio-formato

6x4,5

DistânciaFocal

Ângulo deCampo

AberturaMáxima

AberturaMínima

Distância mínimade focagem

C 35mm 90º f-3.5 f-22 0,45 mC 45mm 76º f-2.8 f-22 0,45 m

Shift C 50mm 70º f-4 f-32 0,45 mC 80mm 47º f-1.9 f-22 0,7 mA 150mm 26º f-2.8 f-22 1,5 mC 210mm 19º f-4 f-32 2,5 m

ULD C 300mm 13º f-5.6 f-32 4,0 mC 500mm 8º f-5,6 f-45 9,0 m

As objectivas aqui descritas são do fabricante “MAMIYA”

Caracterização de algumas objectivas

utilizadas em grande-formato

DistânciaFocal

Ângulo deCampo

AberturaMáxima

AberturaMínima

DiâmetroDo circulo de imagem

65 mm (a) 105º f-4.5 45 Copal 0 170 mm150 mm (b) 72º f-5.6 64 Copal 0 214 mm480 mm (c) 46º f-11 90 Copal 3 396 mm

Obs. As objectivas aqui descritas são do fabricante RODENSTOCK – (a) Grandagon-N(b) Apo-Sironar-N / (c) Apo-Ronar

Uma consulta pormenorizada da informação distríbuida pelos diversos fabricantes de ópticapara fotografia, permitirá aos interessados, encontrar o material que mais se adapta às suasnecessidades.

Page 34: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

34

34

A opção do ponto de tomada de vista, a distancia focal utilizada e a direcção doeixo óptico da objectiva utilizada serão determinantes para a perspectiva obtidado elemento fotografado.

A variação do ponto detomada da imagem, bem comoda distância focal utilizada,interfere objectivamente com oresultado final obtido.

Page 35: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

35

35

O b j e c t i v a s p a r a G r a n d e - F o r m a t o

O circulo de imagem formado por estetipo de objectivas é mais uma razão paraa utilização deste sistema, na execuçãodas diferentes situações, que nos sãoapresentadas, para realização defotografias de arquitectura. Em funçãodo formato utilizado e em relação directacom o circulo de imagem da objectivaempregue, maior ou menor será apossibilidade da variação dos diferentesmovimentos, quer do bastidor frontal ( oque suporta a objectiva), quer do bastidortraseiro (o qual aceitará os diferentestipos de carregadores).

Circulo de Imagem

Page 36: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

36

36

NIKKOR-T ED 1200mm F18

Uma proposta “NIKKOR” para ogrande-formato, com uma invejáveldistância focal

Page 37: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

37

37

Acessórios indispensáveis à boa realização de “fotografia dearquitectura e interiores”

A emulsão utilizada, a óptica empregue, a câmara de que dispomos são elementospreponderantes para a boa realização de um trabalho que se pretende de qualidade.

Tal qualidade dependerá também de um conjunto de acções que passam por uma perfeitaestabilidade da câmara empregue, bem como por uma fotometria correcta. Assim, a utilização deum bom tripé, equipado com uma cabeça de qualidade, conjuntamente com um sistema defotometria de qualidade, serão razão para a obtenção de resultados satisfatórios para quantos sededicam à “Fotografia de Arquitectura e Interiores”.

Uma busca cuidada sobre as várias propostas do mercado de material fotográfico, evitarádesgostos quanto a uma aquisição despropositada. Ao longo deste texto vários materiais serãoreferidos e correspondem a propostas tecnológicas adequadas ao desenvolvimento da actividadeque estudamos.

FotometriaUm adequado controlo dos valores de medida das diferentes

características da luz, que irá impressionar a emulsão utilizada, serádeterminante, para a qualidade do original obtido.

No que se refere ao diafragma a utilizar, uma correcta mediçãoda luz incidente ou reflectida dependerá da qualidade do materialde medida utilizado. As propostas existentes no mercadofotográfico, cobrem as exigências de quantos se dedicam à fotografiade “Arquitectura e Interiores”, sendo vasto o leque de propostas.

Page 38: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

38

38

Para a realização de trabalhosfotográficos de grande exigência,o fotógrafo de “Arquitectura eInteriores”, não pode descuidar-se no que se refere à qualidadedos diferentes materiais queutiliza. Os tripés e acessórios quelhes estão associados, deverãogarantir o máximo deestabilidade, durante a recolhade imagens. O fabricante“Manfroto” é detentor de umvasto e qualificado catálogodestinado a um máximo deeficiência.

Medidor deângulo deinclinação

HORSEMAN

Page 39: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

39

39

IV - Pequeno, médio e grande formatos

Se bem que não seja o mais adequado à realização de fotografia de arquitectura e interiores, o" Pequeno formato " proporciona ao futuro profissional de fotografia, uma aproximação aeste tipo de fotografia, adquirindo através dele uma prática que lhe permitirá, mais tarde,evoluir para práticas mais exigentes.

O facto de alguns fabricantes de material óptico destinado ao 35 mm produzirem objectivasque permitem a correcção de perspectiva, viabiliza a obtenção de imagens de qualidadeaceitável.

Obj. PC Nikor 28 mm f / 3.5 Obj. PC Nikor 35 mm f / 2.8

O sistema F3 da Nikon continua a ser uma proposta eficiente para a concretização de algumassituações de fotografia de arquitectura, quando utilizados os sistemas ópticos aqui apresentados.

Pela utilização do visor reticulado tipo E, mais eficiente se torna a aplicação desta proposta daNikon. Uma outra câmara pode ser utilizada, a FM2 que muitas boas provas tem dado nas maisvariadas utilizações.

Page 40: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

40

40

Modernas propostas dofabricante nipónico “Nikon”, queacrescentam uma maior eficiênciaao sistema apresentado na páginaanterior.

Page 41: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

41

41

Nesta imagem, acoplada a uma “Nikon” F-100, aobjectiva PC MICRO-NIKKOR 2.8/85mmD.

Esta objectiva pode ser uma grande surpresapara os que se dedicam à fotografia dearquitectura, com a utilização do pequeno-formato.

Na imagem a forte concorrência que a“Canon” faz com a proposta completa que éconstituída pelo trio –TS-E 3.5/24mm L, TS-E2.8/45mm e a TS-E 2.8/90 mm.

Que mais desejar para uma proposta completano pequeno-formato.

SHIFT

TILT

Page 42: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

42

42

A “ Horseman”, criou umsistema que permite, a partir dautilização de uma câmara depequeno formato ou pelautilização de um médio formato(Pentax 6X7 ou Mamiya 6X4,5), eusando objectivas de ampliador,conseguir alguns movimentosdo bastidor frontal, em tudosemelhantes ás propostas dassuas já conhecidas 4x5 polg.“Field”.

Movimentos esses quepermitem de forma satisfatóriadar resposta à concretização dealguns dos objectivos a que sepropõem quantos se dedicam àárea, da fotografia de“Arquitectura e Interiores”.

Page 43: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

43

43

Proposta deveras interessante esta da “Horseman”. Pena que não tenha o representante emPortugal um maior apoio na divulgação deste sistema, permitindo assim e principalmente naárea do ensino, um melhor contacto com o sistema proposto. Em fotografia, (como em muitasoutras coisas), as compras por catálogo, não são o melhor processo. Desejamos que em breve omercado nacional disponha desta proposta.

Page 44: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

44

44

A utilização de sistemas propostos pelos fabricantes de material fotográfico em " Médio-formato ", alarga substancialmente as possibilidades de execução de material qualitativamentesuperior, e a par das objectivas com correcção de perspectiva surgem já materiaistecnologicamente mais evoluídos que possibilitam movimentos vários, quer do plano de filmequer do sistema óptico, o que se torna um valor acrescentado ao produto final.

MAMIYA RB 67 HASSELBLAD ArcBody

Mamiya 645 ProTL Hasselblad FLEXYbody

Carregadores para diferentes formatose “Polaroid” são também motivo parao reconhecimento da qualidade daproposta da “Mamiya”.

Page 45: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

45

45

O sistema “Mamyia 645”, propõe ainda, uma objectiva tipo “shift”, que abre assim, grandespossibilidades, na execução de imagens, na área da fotografia de “Arquitectura e Interiores”.

CARACTERÍSTICAS

Distância focal 50mmÂngulo de campo 70ºAbertura máxima f-4Abertura mínima f-32Distância mínima de focagem 0,45 m

Page 46: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

46

46

Várias propostas de diferentes fabricantes, se dirigem de forma eficaz, para a concretizaçãoda fotografia por nós definida de “Arquitectura e Interiores”.

De entre os diversos sistemas existentes no mercado, destacamos pela sua qualidade, por umacompleta panóplia de produtos e acessórios para além de uma boa proposta de preço, os sistemasRB, RZ e 645 do fabricante Mamiya.

A utilização da objectiva “shift” L 75 mm f/4.5 S/L, permite, a correcção da perspectivaprovocada pela altura do prédio em questão. A situação é resolvida, de forma satisfatória, nãopondo em causa, a qualidade do material obtido. O sistema propõe ainda um vasto conjunto decarregadores, que abrem assim uma proposta eficaz na realização de diferentes formatos emateriais.

A proposta de carregadorespara a RB 67 é completa

Page 47: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

47

47

O adaptador Tilt/Shift, permite um manuseamento, de alta precisão, acoplado com asdiferentes objectivas que a MAMIYA propõe. O resultado final é de alta qualidade, predispondoassim os utilizadores do médio formato, para a obtenção de material e grande qualidade.

No que respeita à fotografia de “Arquitectura e Interiores”, a utilização do presente sistema,não deixará ninguém insatisfeito.

Page 48: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

48

48

CAMBO

sinar

SINAR – CAMBO – HORSEMAN,

Estas algumas das propostas que é possívelencontrar no mercado nacional e que permitemescolhas variadas quer quanto a custos, querquanto a propostas de trabalho. Da 45FA daHorseman que permite inclusive uma utilizaçãoà mão, com visor directo, e cuja proposta écompletada por um vasto conjunto de acessórios,às ultra-sofisticadas SINAR, passando por umagrande-formato mais económica mas não menoscapaz, como as hipóteses que a CAMBO nosapresenta.

45FA – HORSEMAN

Page 49: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

49

49

De entre, os diversos modelos damarca “HORSEMAN”, umdestacamos nesta apresentação dealguns modelos e marcas de câmarasdedicadas ao grande formato, e quepermitem, uma eficiente aplicaçãonuma área específica como a dafotografia dita de “arquitectura einteriores”:

Referimo-nos ao modelo designadopor 45FA.

Sistema compacto, de grandeprecisão, e cujo peso (2Kg), permiteuma utilização mesmo sem tripé, apósum pouco de tempo dedicado ao seumanuseamento. Este modelo da“HORSEMAN” estimula a realizaçãode um vasto leque de trabalhos, faceás possibilidades que o acompanhamno que se refere, aos diferentesmovimentos, sendo ainda umacâmara, que por certo,corresponderá, aos mais exigentes doscriadores da “Fine Art Photography”.

As possibilidades que acompanham a45 FA no que se refere a movimento dedescentramento e basculação, sãoevidentes nas imagens que se mostram:

Page 50: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

50

50

A proposta da “HORSEMAN”, que aqui se apresenta, não se esgota numautilização de dimensões consideradas pela sua própria designação 45FA. Se o 4x5polegadas antevê a possibilidade de executar os formatos 9x12 cm e 10x12,5 cm; autilização de diferentes tipos de carregadores; do 6x7 ao 6x12, bem como a adição desistemas que permitem avançar para maiores dimensões, coloca ao alcance dos que opretendam, a obtenção da alta qualidade que o sistema permite.

A “HORSEMAN” dispõem ainda de uma variada proposta de sistemas tipobanca técnica, para diferentes dimensões no grande formato: Dessa propostadestacamos a LX ou LX-C. Podendo ainda, em qualquer dos sistemas, utilizar o “Horseman ISS – Intelligent Shutter System”, sistema este que proporciona o máximo deprecisão e fácil controlo das aberturas utilizadas, com variações de 1/2, 1/3, 1/4, 1/6 e1/10.

Precisão, Fiabilidade e Facilidade são atributos que este sistema apresenta paraos mais exigentes na área do grande formato e em que a “Fotografia de Arquitectura eInteriores” se enquadra.

Page 51: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

51

51

A utilização de sistemas tipo banco óptico, abrem uma maior possibilidade quanto aosdiferentes tipos de movimentos dos bastidores frontal e traseiro.

Na imagem, a proposta da “HORSEMAN” é completa.

Os valores que se disponibilizam para os diferentes movimentos,Rise/Fall - 60 mm Descentramento VerticalShift - 60 mm Descentramento HorizontalSwing - 360 ° Descentramento Angular HorizontalTilt - 360 ° Descentramento Angular verticalBase Tilt - 40 ° <> Movimento acessório de adição recente que

reforça as possibilidades do descentramentoangular vertical

Das muitas propostas tecnológicas da “Horseman” destaca-se a tecnologia digital do seuobturador ISS G2. Este sofisticadíssimo obturador, de alta precisão permite controlar variaçõesde 1, 1/2, 1/3, 1/6, e 1/10 de Diafragma, com velocidades de obturação dignas de referência; 1/125a 32 Seg. em passos de 1/3 ou de 1Seg a 99 min. 59 Seg. em passos de 1 Seg.. Precisão é pois coisaque não lhe falta, bem como um sofisticadíssimo conjunto de acessórios.

Page 52: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

52

52

Para lá da utilização do sistema banca técnica, é ainda possível a utilização de sistemasutilizando o médio formato e produzindo uma mancha 6x12 cm. de que apresentamos o modeloproduzido pela “HORSEMAN”.

Mais recentemente surgiu a “HORSEMAN SW6x9 Professional”, cujas características se

adaptam optimamente às exigências que se colocam na fotografia de “Arquitectura e Interiores”.A câmara em questão, permite a execução do 6x9 ou do 6x7cm, com a utilização de uma gama

de objectivas muito completa. Assim, estão disponibilizadas com abertura máxima a 4.5 asseguintes distâncias focais: 35, 45, 55, 65 mm e com abertura a 6.8 objectivas de 75 e 90mm.

Como elemento de valorização, a SW6x9 possui ainda a possibilidade de executar movimentosao nível da objectiva, em descentramento horizontal (Shift) 40mm e em descentramento vertical(Rise & Fall) 34mm.

Page 53: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

53

53

Máscaras para o vidro despolido, adaptáveis ao formato 10x12,5 cmvulgarmente designado 4x5”

Pela utilização de carregadores de diferentes formatos, é possível utilizar-se película 120 ou220, pode-se assim realizar desde o 6x7 ao 6x12 cm em câmaras de grande-formato, como sejapela utilização da “Horseman 45FA”.

Page 54: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

54

54

Diversas propostas da conhecida marca “SINAR”,permitindo a partir de um adaptador, utilizar película“120” e assim produzir diversas dimensões de imagem.Do 6x7 ao 6x9 uma completa proposta está disponívelpara quantos se dedicam à fotografia de “Arquitecturae Interiores”.

Pela utilização de um carregador apropriado épossível a utilização de emulsão instantânea“POLAROID”.

Page 55: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

55

55

O domínio dos diferentes movimentos que proporcionam ambos os bastidores das câmarasdesignadas por “banca técnica” ou “de banco óptico” essencial para o desenvolvimento dasdiversas acções de execução técnica que são exigidas a quantos se dedicam à “Fotografia deArquitectura e Interiores”.

Os movimentos base sofrem algumas variantes em função da proposta quer de fabricantequer do modelo proposto. Contudo, dominados os movimentos essenciais, facilmente se dará aadaptação às diferentes situações que se apresentam.

Esta apresentação permite facilmente perceber os mais elementares movimentos dossistemas tipo banco óptico.

Tilt Rise / Fall

Descentramento Angular Vertical Descentramento Vertical

Swing Shift

Descentramento Angular horizontal Descentramento Horizontal

Page 56: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

56

56

O crescimento natural de uma exigência tecnicamente superior conduz-nos, com toda anaturalidade, à utilização de sistemas de tecnologias cada dia mais sofisticadas e em que a par dautilização de sistemas ópticos de alta definição, vemos muitas vezes serem utilizadas dimensõesde película que poderemos considerar de verdadeiros "gigantes" do" Grande- formato", aosquais hoje se junta a utilização de sistemas de controlo informatizado a par de recolha deimagem digital.

Do “35 mm” ao “grande-formato” é possível encontrar uma vasta proposta de trabalho emimagem digital, propostas essas que se adaptam muitas vezes ao material utilizadoanteriormente.

O fabricante do sistema “Rollei” disponibilizauma proposta, em que a utilização de um dorsodigital, um corpo 6008 integral e a objectiva 55mm PCS Schneider Super-angulon PQ f/4,5HFT, abre as portas para a utilização do digitalna fotografia de arquitectura e interiores, nãopondo em causa a qualidade do material obtido.

Page 57: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

57

57

V - Correcção de perspectiva

E se o afastamento do ponto de tomada de vista e a utilização de uma altura média em relaçãoao elemento a fotografar reduzem a necessidade de movimentos de correcção da perspectiva, taismovimentos serão sempre a base da realização de um trabalho cuidado, razão pela qual é detodo o interesse o domínio dos mesmos.

Fotografia de Bruno Martins – Oficina de Fotografia de Fotografia de António Campos Leal, orientador daArquitectura e Interiores – Instituto Português de Fotografia “Oficina de Fotografia de Arquitectura e Interiores –

Instituto Português de Fotografia -

Fotografia obtida a partir doteleférico

O estudo da zona envolvente do elemento a fotografar, determina muitasdas opções de trabalho a tomar.

Page 58: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

58

58

Quer com a utilização de objectivas de controlo de perspectiva (PC) ou nos casos maisavançados, com a utilização de sistemas que permitam a oscilação do plano de filme ou daobjectiva, é possível realizar um conjunto de operações de correcção, indispensáveis à obtençãode resultados finais que a fotografia de arquitectura e interiores não pode dispensar.

Quando se utilizam sistemas designados de banco óptico ou banca técnica aumentam aspossibilidades oferecidas para a resolução eficaz dos diferentes obstáculos que se nos deparamna concretização de trabalhos fotográficos vocacionados para o que poderemos designar comofotografia de arquitectura e interiores.

Fotografia de Alexandre GomesOficina de Arquitectura e Interiores do Instituto Português de Fotografia)

Page 59: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

59

59

O Princípio de Scheimpflug

Pela aplicação do "Princípio de Scheimpflug" obteremos resultados mais satisfatórios no querespeita á utilização de aberturas de quociente de menor valor. A não aplicação do princípio emcausa obriga a que o Diafragma a utilizar seja bastante reduzido o que em muitos casos é quaseimpraticável.

O Princípio de Scheimpflug consiste na projecção de duas linhas imaginárias, uma traçada apartir do bastidor traseiro, e que corresponde mais concretamente ao plano de filme, a outratraçada a partir de um plano imaginário correspondente ao motivo a fotografar. No caso de umaconstrução, consideramos a fachada como elemento a partir do qual imaginamos essa linha.

Ao ponto em que as duas linhas se encontram, e que designaremos por ponto P,corresponderá a passagem de uma terceira linha imaginária a partir do bastidor frontal, (grossomodo corresponderá ao plano traçado perpendicularmente sobre o eixo óptico da objectiva).

Assim, por oscilação do bastidor frontal, é possível obter melhor rendimento da imagemformada, quanto à sua nitidez, reduzindo assim o valor do diafragma a utilizar.

Page 60: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

60

60

A Fotografia de Interiores

Page 61: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

61

61

A Fotografia de Interiores

A representação dos interiores é elemento por demais tratado na pintura e na gravura. Muitos foramos artistas que envolveram os personagens por si pintados, pelos ambientes que os relacionavam.

Damas em ambiente da corte, jovens príncipes em salas aprendendo com seus mestres e sábiosdemonstrando a sua actividade, preenchem muitas das telas legadas na história da arte aos tempos emque hoje a representação fotográfica repercute interiores de espantosa dimensão aos que preenchemfolhetos de venda imobiliária.

Teatro Alla Scalla – Fotografia de Vítor Arnaut – aluno IPF 200810

Page 62: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

62

62

Mas, é o espaço interior um vasto conjunto de elementos a representar. O espaço em si domina oprojecto de trabalho, são as suas dimensões que caracterizam a leitura das imagens a realizar e queservem de orientação às decisões a tomar quanto ao ponto de tomada de vista e quanto à óptica autilizar. Agora à que olhar a iluminação existente, natural ou artificial e qual a sua relação entre si e asua importância no espaço que nos propomos trabalhar. Fase seguinte, a decoração que ocupa o espaçoe que lhe dá o seu cunho pessoal e de individualidade, ou não.

Espaço minimalistas facilitarão a nossa decisão quanto aos pontos de tomada de vista bem como otipo de iluminação e sua colocação. Espaços recheados de elementos e carregados de objectosproporcionando uma intensa informação obrigando a um olhar mais treinado e a uma análise maisintensa da proposta que nos é dado fotografar.

Fotografia António Barradas – Aluno IPF 200810

Page 63: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

63

63

A representação de interiores obriga a cuidados relativo ao domínio das linhas que determinam a estrutura de composição da fotografia.

Um menor cuidado no que à orientação das que representadas na imagem concretizam diferentes linhas de fuga e dessa forma os pontos mais fortesda leitura dessa fotografia, e o trabalho perderá o discurso desejado.

O facto de uma construção ser muito rica em elementos de forte reflectância, elementos cromados ou polidos,superfícies espelhadas ou muito claras em contraste com pedra ou betão escuros, obriga a optar por uma iluminação em queo afastamento em diafragmas entre zonas claras e escuras não seja excessivo.

Em Portugal, fotografar uma construção virada a Norte, torna-se deveras problemático. A constante presença do Sol noseu movimento de Nascente para Poente coloca-nos perante o clássico contraluz. Para a realização de um trabalho dequalidade, será determinante o conhecimento exacto da posição do Sol em relação a essa construção, ao longo dasdiferentes estações do ano ou então deve-se optar por utilizar uma iluminação difusa ou reflectida que pode muito bemsurgir em dia de chuva ou nublado. Ao atravessarem a neblina os feixes luminosos dispersam-se provocando um aumentoda luminância mínima, ao mesmo tempo que se verifica uma redução da máxima, resultando na obtenção de umaluminância mais uniforme.

O conhecimento do comportamento da luz em relação às variações meteorológicas, facilita as opções do trabalho adesenvolver.

Ao fazermos depender a realização de um trabalho, por factores que se relacionam com a luminância dos elementos afotografar, equacionamos essa realização na base de factores que se relacionam com a intensidade da iluminação, mas, aqualidade espectral dessa iluminação, condiciona fortemente tal realização. A temperatura de cor do material utilizado naactividade fotográfica é normalmente referenciada para dois valores 5600K (dita luz do dia) e 3200K (designação para a luzartificial). Adequar o material existente às condições que se nos deparam é tarefa que enfrentamos com frequência. Sãosombras ou dias excessivamente nublados, quando não, dias de Inverno com qualidade espectral que nos proporcionamvalores inadequados para a obtenção de resultados satisfatórios.

O conhecimento das diferentes películas existentes no mercado, a consulta das tabelas disponibilizadas pelos fabricantese o domínio da utilização dos filtros de correcção, permitirá resolver de forma eficiente os diferentes obstáculos que se nosapresentam.

Page 64: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

64

64

Assim se desenvolvia o trabalho produzido antes do aparecimento do suporte digital. Hoje o suporte analógico faz quaseparte da história, perante a intensa utilização de sistemas digitais que possibilitam um controlo eficiente dos diversosvalores associados ao controlo da temperatura de cor. O que comummente é designado por Balanço de Brancos.

Page 65: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

65

65

Aula III IluminaçãoInterior / Exterior

Aspectos físicos esubjectivos da Luz

Forma e TexturaLuz directa / Luz difusa

Iluminação Solar

Luz do Sol, directa ereflectida

V - Iluminação Interior / Exterior

A utilização de diferentes tipos de fontes de luz facilitará certamente a realização dostrabalhos que se nos deparem. Assim, o domínio das técnicas que lhes estão associadas é pordemais evidente. Se a utilização de um único tipo de iluminação não acarreta grande grau dedificuldade para a realização de trabalhos de qualidade aceitável, já uma utilização mista obrigaa uma maior atenção das diferentes etapas do trabalho.

A utilização de iluminação artificial associada à presença de luz natural, obriga a umacorrecta partilha de iluminação das diferentes áreas de preenchimento da fotografia a executar.

Um equilíbrio, o mais correcto quanto possível, da temperatura, de cor, das diferentes fontesde luz, ou o jogo dessas diferenças, permitirá a realização de trabalhos, com uma qualidadesatisfatória. Uma coerência na relação luz directa/luz difusa é factor determinante para uma boailuminação de interiores.

Nesta fotografia, encontram-semisturados três tipos de luz.

A luz do Sol que entra pelasjanelas, a luz artificial queilumina o ambiente e a luz derelâmpago, introduzida parafazer ressaltar os sofás.

Page 66: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

66

66

VI - Aspectos físicos e subjectivos da Luz

A visualização de objectos, construções, etc., é feita a partir a partir do brilho e da cor dosmateriais em questão. E, se o brilho tem como razão de ser a quantidade de luz emitida/reflectidae recebida pelos nossos olhos, já a cor está relacionada com a qualidade dessa luz ou maisconcretamente com a qualidade espectral dessa luz. Qualidade essa directamente ligada com oscomprimentos de onda que com ela estão relacionados. Influenciando esta característica temos oque denominamos por “Temperatura de Cor”, unidade de medida do “SistemaInternacional” e utilizada na fotografia para caracterizar as fontes de luz. Expressa-se em Kelvin(K), e já não em graus Kelvin como anteriormente. Como temperatura de Cor entende-se atemperatura absoluta da radiação de um corpo negro emitindo a mesma cor da fonte de luz emcomparação.

A luz é uma manifestação de energia radiante e está ligada directamente ao sentido da visão,podendo contudo ser avaliada por processos físicos.

A caracterização subjectiva obtida a partir do sentido da visão, permite o erro que resulta emdiferenças de observação, que vão da intensidade à cor de um objecto, ao reflectirem umdeterminado conjunto de comprimentos de onda que, quando observados por um daltónico,resultam em informações incorrectas.

E, se um objecto se caracteriza por um brilho próprio, porque ele mesmo é fonte de produçãoluminosa, como por exemplo: o Sol, uma lâmpada, uma vela, um eléctrodo de soldadura, estamosassim perante fontes primárias de luz, já que os que reflectem luz são considerados fontessecundárias, como acontece com a Lua, paredes, tectos ou painéis reflectores.

Se um objecto apresenta a cor vermelha, taldeve-se ao facto de ele absorver da luz brancaque nele incide, as cores azul e verde,reflectindo essencialmente o vermelho.

Assim, se a síntese aditiva é de facto a misturaem igualdade de proporções da luz azul, verde evermelho, ao ser-lhe retirada as componentes deazul e verde restará o vermelho. Em oposição assuas cores complementares; amarelo, magenta eciano darão origem ao negro que corresponde defacto à ausência de luz.

A presença como elemento de iluminação defontes de luz caracterizadas por uma qualidadeespectral não similar à luz do Sol, originará umtipo de iluminação com cores dominantes. Assimno desenvolvimento de trabalhos com iluminaçãoartificial será necessário um perfeito domínio daqualidade dessa luz, de molde a ser conseguido oequilíbrio entre a iluminação existente e asemulsões utilizadas. O equilíbrio será conseguidoquer pela utilização de películas equilibradas paraluz artificial, quer pela utilização de filtros decorrecção: Um bom termoclorimetro em parceriacom uma colecção de filtros, o mais completaquanto possível é importante para uma boarealização do trabalho

Page 67: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

67

67

A maior ou menor distribuição de luz sobre uma superfície é designada por iluminação, eexprime-se em lúmens/m2 ou lux.

Direcção, dimensão e quantidade de determinada fonte de luz são factores que tornampossível uma perfeita visualização dos diferentes objectos iluminados num espaço determinado.

A relação existente entre luz natural, luzambiente e luz de relâmpago, favorece apercepção das características dasdiferentes salas.

A luz de relâmpago não destróio equilíbrio existente entre luznatural e a luz de iluminação.

A luz natural que penetra pelasjanelas, é compensada pela luz derelâmpago que foi distribuída comgrande coerência pela sala.

Page 68: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

68

68

Já a realização de um trabalho em que predomina a presença da luz natural, vê facilitada a acção.Haja uma boa escolha do momento ideal.

Fotografia José Lage aluno IPF 200810

Uma má relação entre as diferentes luminâncias e a falta de tratamento posterior resultará numa representaçãodeficiente.

Fotografia José Lage aluno IPF 200810

Page 69: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

69

69

VII - Forma e TexturaLuz directa / Luz difusa

Uma relação correcta, entre luz directa e luz difusa, determinará, uma boa iluminação deinteriores, daí resultando, condições de trabalho adequadas, para a realização de trabalhos comum padrão de qualidade aceitável. E, se a luz, com origem numa única fonte, luminosa, resultarána produção de sombras duras e na definição de espaço, já a modelação desse espaço será quasenula pois não nos revela nem as formas nem as texturas.

Assim é frequente a necessidade de além da iluminação existente em diferentes interiores, emque a iluminação resultante tem por base um misto de luz natural - luz artificial, introduzirsistemas extras para que a imagem produzida seja mais homogénea, face à redução de alguns"buracos negros".

A utilização de fontes de iluminação dirigidas provocará a formação de sombras duras e comdemasiadas projecções resultando ainda na produção de texturas muito acentuadas. Pela adiçãode difusores é possível reduzir o efeito de projecção, tornando mais suaves os contornos o queresulta na diminuição das sombras e no aumento de informação relativa aos diferentes aspectosdo motivo fotografado.

VIII - Iluminação Solar

A orientação da construção, relativamente ao Sol, obriga, a um controlo adequado, dasdiferenças de luz, reflectida pelos diferentes materiais, utilizados na construção. Uma iluminaçãomatinal, não proporciona, a obtenção dos mesmos resultados, que uma iluminação das 14 ou 15horas, bem como uma fotografia obtida com uma iluminação de forte intensidade luminosa emdia de nevoeiro no Inverno, não resultará em resultados nada semelhantes com os obtidos empleno Verão de Sol intenso.

Altura do Sol

Iluminação solar perpendicular aos raios solares ( lux )

Climas Soalheiros e menossoalheiros com céu limpo

Climas menos soalheiros comcéu medianamente limpo

5º10º15º20º30º40º50º60º70º80º90º

12000356005280065200800008850093600967009870099600

100000

840024900395004560056600619006560067700691006980070000

Page 70: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

70

70

Made by Kodak

Fonte de LuzTemperatura de cor

Kelvin

SolAumentando com a altura solar até

Céu:LimpoEncoberto

Céu limpo + SolValor observado mais frequentemente

40005300

10000 – 1000004500 – 70005000 – 7000

6000

Um perfeito equilíbrio entre atemperatura de cor, da película autilizar e a temperatura de cor daluz que utilizamos, bem como umaboa relação entre a qualidadeespectral dessa mesma luz, com ada emulsão utilizada são factoresque não podem ser esquecidos.

A justaposição de filtros nas fontes luminosas,permite manipular as características espectraisdessas fontes, adequando-as ao trabalho arealizar.

Page 71: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

71

71

Aula V Fotografia de Interiores

Expressão / Visualização Iluminação

Luz naturalLuz artificial

Utilização de apoioUtilização dominante

IX - Fotografia de Interiores

Expressão / Visualização

Fotografar o interior de um espaço urbano, de um espaço rural, de um museu ou de um estabelecimento comercial,obriga-nos a equacionar valores que caracterizam cada um dos espaços. A utilização de objectos e materiais adequados aritmos de vida que muitas vezes se encontram a anos-luz, proporcionam-nos formas de expressão muitas vezes dependentesde coisas muito simples; como por exemplo a não existência de uma sala de jantar em meio rural, a qual surge numa sódivisão que resultando de uma grande cozinha que transforma em utilização vária: Sala de jantar, cozinha e sala de estar.Tal apresentação obrigará, a uma perfeita sintonia por parte do fotógrafo, para com o sentir de um espaço com taiscaracterísticas.

Fotografia de Ana Batista aluno IPF 200810A gradação de cinzentos e a perspectiva provocada pelas linhas horizontais, torna mais forte a percepção da

tridimensionalidade.

Já uma sala de jantar com espaço de estar ou de jogo num meio urbano, obriga-nos a uma outra caracterização. Assim,perante dois exemplos com diferenças que poderão ser levadas ao extremo pela utilização de materiais de âmbito rural eantigo na habitação rural, enquanto que na da cidade se encontram elementos de decoração contemporâneo, para lá de umaintensa utilização de luz artificial; ao contrário da casa em meio rural que faz uma utilização intensa da luz natural associadaa alguns elementos característicos do princípio do século, e em que a utilização de luz artificial é exclusiva da zona deleitura.

A visualização destes espaços perfeitamente definidos não podem ser destruídos na suas características, pela utilizaçãodesajustada de elementos de iluminação introduzidos pelo fotógrafo.

Page 72: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

72

72

A relação entre a qualidade espectral de diferentes fontes de Luz é factor de diferenciação na estrutura da composição.

Page 73: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

73

73

A expressão pessoal e a fotografia em interiores

Alguns espaços são por si só, estimulantes para a concretização de trabalhos a que o autor associa a sua caracterizaçãopessoal. A realização espacial do mesmo, a apropriação de uma expressão em que a Luz marca a representação do espaço, acor ou a sua ausência estimulam a uma leitura pessoal dos espaços.

Espaço em que planos e linhas que se cruzam, no seu diálogo permanente com a Luz proporcionando um desafioestimulante para um processo criativo a que o autor deu azo.

Possibilitando assim uma leitura pessoal na representação de um espaço arquitectónico.

Conjunto de fotografias realizadas pelo autor,galeria de arte contemporânea novaOgiva - Óbidos

Page 74: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

74

74

X - Iluminação

Uma relação perfeita entre luz natural e luz artificial permitirá a criação de imagens que traduzam o "discurso" doambiente fotografado.

A utilização de iluminação de apoio, apoio esse que resulta da utilização sistemas electrónicos de luz de relâmpago,devem ter apenas como objectivo, iluminar áreas, em que, a penumbra existente, dificulte a percepção do que nela seencontra.

Já, a utilização de uma iluminação dominante por parte de sistemas electrónicos de luz de relâmpago, tem em vista,provocar resultados essenciais, para a visualização das áreas e elementos fotografados.

Uma iluminação equilibradaentre luz natural e luz artificial.

Iluminação predominantementede luz natural.

Page 75: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

75

75

Ao aceitar a relação entre a iluminação artificial existente num interior e a luz natural que penetra nesse interior ficamosalgumas vezes dependentes, de uma pós-produção, cujos resultados favorecem o produto resultante.

Fotografia de Filipe Gomes, aluno IPF 200810 Tratamento digital em ACDsee Pro 3

Uma pequena intervenção sobre a fotografia da esquerda e o resultado torna possível uma informação maispormenorizada.O que aplicado a um interior mais sofisticado, o transforma numa outra possibilidade de representação.

Opções várias que facilitam a recriação de um discurso que se adapte com maior coerência à publicação a que se destinaa fotografia em causa. No caso aqui apresentado é a luz ambiente, natural e artificial que realizam o discurso do ambienteregistado.

Page 76: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

76

76

Page 77: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

77

77

Ao passarmos a porta que dá acesso ao interior da construção, um variado conjunto deespaços, exigirão do fotógrafo, uma perfeita sintonia com o espírito que envolve, quer aconstrução, quer a decoração dos espaços interiores. As características da iluminação deverãoser conciliadas de forma a que prevaleça uma perfeita coerência entre a iluminação artificialexistente, entre a possível luz natural que entre no interior e o tipo de iluminação utilizada pelofotógrafo.

A relação entre áreas iluminadas e espaços de penumbra, deverá ser equacionada de forma aque a imagem obtida, traduza correctamente os valores existentes, mas sem que se perca aleitura da fotografia obtida.

Pronta a obra, dá-se início ao levantamento fotográfico do exterior e do interior, de um"sólido geométrico", cujas características são resultado de um processo criativo. Ao fotógrafocaberá recolher e representar o resultado final desse processo.

A relação existente entre os diferentestipos de iluminação, permite que semantenha a característica do ambiente

Page 78: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

78

A representação dos diferentes aspectos exteriores, tenderá para uma avaliação das verticaise das horizontais que delimitam o "sólido geométrico" construído.

A utilização criteriosa da óptica que mais se adapte ao trabalho pretendido, bem como ascorrecções necessárias das linhas de fuga (perspectiva) existentes, são factor elementar para queas fotografias obtidas, traduzam de forma correcta o elemento fotografado.

Nos aspecto de pormenor do exterior, deve-se recolher de forma eficiente tudo quanto digarespeito a acessos e sua metodologia; garagens, entradas de cadeiras de rodas, zonas de serviçospossuem características específicas que não devem passar despercebidas.

Dois aspectos do edifício, sede da CGD,fotografias realizadas durante o “workshop”de fotografia de “Arquitectura e Interiores”1998/99

Page 79: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

79

XI - InterioresCaracterização dos espaçosCaracterização dos materiais empregues na

construção e seus resultados finais

Já no interior, variados aspectos deverão ser contemplados por um levantamento fotográficocriterioso, o qual propiciará posteriormente, uma informação adequada de todas ascaracterísticas que envolve a "obra" acabada.

Dos acessos às escadarias, passando por corredores aos elevadores, verificaremos que avariedade dos elementos presentes, serão determinantes para o processo a desenvolver.

O vidro, a madeira, a pedra (em bruto ou polida), os metais e muitos e diversificadosmateriais, empregues em interiores, permitirão, obter imagens de muita agradabilidade, quandobem relacionada, a sua presença no trabalho que efectuamos.

Madeira, vidro, pedra e cobre são alguns dos materiaisutilizados na construção, e que, nestas imagens, reflectembem, as características do ambiente criado.

Page 80: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

80

Aula X Interiores

O espaço / O mobiliário Aproveitamento dascaracterísticas da decoração

XII - InterioresO espaço / O mobiliário

A observação do espaço a fotografar, e das suas características, quanto à iluminação e preenchimento físico, dá corpo àideia base que orienta o método do trabalho, que iremos desenvolver. A solidez do mobiliário empregue ou, pelo contrário,a fragilidade de linhas do mesmo, a cor que é a razão que o promove ou a existência de uma forte componente deiluminação artificial não directa, serão factores que possibilitarão ao fotógrafo a procura de um discurso adequado a cadauma das situações criadas. O mobiliário, cujas características, fortemente definidas por um desenho vanguardista, faz umaforte presença. Obrigando à procura de um processo expressivo que de certo diferenciará da representação de um espaçoem que mobiliário de séculos passados.

Espaços amplos e muito iluminados, por uma forte presença da luz natural, devem reflectir uma grande ligação aoexterior, enquanto que espaços em que a iluminação artificial reforça a sua presença, prefigura uma atitude intimista, maisvirada para o interior e daí para comportamentos em que a leitura e a música poderão ser dominantes.

(Entrada do IPF, fotografia realizada no âmbitodo “workshop” de fotografia de Arquitectura eInteriores – 1999/2000)

Sala de aula em estabelecimentodo Ensino Superior.

Page 81: FOTOGRAFIARQUITECTURA-REVISAO

81

Aproveitamento das características da decoração

As diferentes formas do comportamento humano acabam por se reflectir em gostos eprazeres; e, assim, é natural que a decoração de um espaço habitado acabe por reflectir essesmesmos gostos e prazeres. Se o tipo desportivo, preenche o seu espaço com produtos que fazemparte quer do seu imaginário quer mesmo da sua prática, já o amante de uma atitude maiscientífica, não meterá em casa um taco de basebol ou uma "makiwara", o que por certo umpraticante de "karate" não dispensará criando mesmo se possível, dentro de portas, um mini-ginásio. Enquanto o amante de pintura reforça o seu lote de livros com uma significativapresença de livros de arte.

São pois, estas diferenças que servirão de base a uma execução, tão brilhante quanto possível,do trabalho que nos propomos executar.

Respeito total, pela iluminaçãonatural, existente na sala.