folha metalúrgica nº 832

8
Filiado a CUT, CNM e FEM Nº 832 3ª edição de maio de 2016 Rua Júlio Hanser, 140 Lageado - Sorocaba/SP CEP 18030-320 Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região Assembleias definem PPR, banco de horas e conquista de direitos Jurídico Corte na Justiça do Trabalho afeta processos PÁG. 4 Parcerias Associados têm descontos em academias PÁG. 4 Suplemento Ministros de Temer ferem direitos sociais e trabalhistas Suplemento Especial Os trabalhadores das empresas Emerson, Scórpios e Johnson Controls já aprovaram PPR. Já na Toyota, a diretoria do SMetal promove plenária nesta sexta-feira para debater o benefício. No sábado, será a vez dos metalúrgicos da Apex Tool definir critérios de PPR e plano de cargos e salários Foguinho Foguinho Foguinho PÁG. 3 Johnson Controls: Assembleia com os trabalhadores, realizada pela diretoria do Sindicato na tarde de terça-feira, dia 17, aprovou o valor do Programa de Participação nos Resultados (PPR) Scórpios: Metalúrgicos da sistemista da Toyota também aprovaram acordo de PPR na sexta, dia 13 Emerson: Assembleia marca retomada do diálogo entre os trabalhadores da empresa e Sindicato

Upload: smetal-sorocaba-sindicato-dos-metalurgicos

Post on 30-Jul-2016

231 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

3ª edição de Maio de 2016

TRANSCRIPT

Filiado a CUT, CNM e FEM

Nº 832 3ª edição de maio de 2016 Rua Júlio Hanser, 140 Lageado - Sorocaba/SP CEP 18030-320

Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região

Assembleias definem PPR, banco de horas e conquista de direitos

Jurídico Corte na Justiça do Trabalho afeta processos

PÁG. 4

Parcerias Associados têm descontos em academias

PÁG. 4

SuplementoMinistros de Temer ferem direitos sociais e trabalhistas

SuplementoEspecial

Os trabalhadores das empresas Emerson, Scórpios e Johnson Controls já aprovaram PPR. Já na Toyota, a diretoria do SMetal promove plenária nesta sexta-feira para debater o benefício. No sábado, será a

vez dos metalúrgicos da Apex Tool definir critérios de PPR e plano de cargos e salários

Fogu

inho

Fogu

inho

Fogu

inho

PÁG. 3

Johnson Controls: Assembleia com os trabalhadores, realizada pela diretoria do Sindicato na tarde de terça-feira, dia 17, aprovou o valor do Programa de Participação nos Resultados (PPR)

Scórpios: Metalúrgicos da sistemista da Toyota também aprovaram acordo de PPR na sexta, dia 13 Emerson: Assembleia marca retomada do diálogo entre os trabalhadores da empresa e Sindicato

O deputado federal Vitor Lippi (PSDB/SP) foi condena-do, em primeira instância, por improbidade administrativa por autorizar contratos sem licitação no início de seu primeiro man-dato como prefeito de Sorocaba, em 2005. A decisão, tomada na Vara da Fazenda Pública no dia 3 maio, pela juíza Karla Peregrino Sotilo, determina que Lippi per-ca a atual ou futura função pú-blica pelo período de cinco anos.

A condenação se deu pela contratação de duas empresas para fazer serviços de tapa bura-

cos nas ruas de asfalto da cidade, sem realizar concorrência públi-ca. Além de Lippi, foram conde-nados o ex-secretário municipal da Administração, Januário Ren-na, e representantes das empre-sas contratadas, a Pratic Service & Terceirizados e a Obragen En-genharia e Construções.

Como a pena foi decretada na primeira instância da Justiça, em Sorocaba, os acusados podem recorrer da condenação. A pena só deve ser cumprida quando não couberem mais recursos à decisão.

Página 2 Folha Metalúrgica - Maio de 2016 - Ed. 832

Precisamos lutar contra o retrocesso e a barbárieO Brasil é o único país que até agora tem um sis-

tema de saúde que atende qualquer pessoa sem distin-ção. Trata-se do Sistema Único de Saúde (SUS) que precisa de muito mais estrutura e investimentos para ser melhor, mas que com o governo golpista de Mi-chel Temer (PMDB) e companhia corre sérios riscos de ser extinto.

O nomeado ministro da saúde Ricardo Barros re-cebeu financiamento para sua campanha eleitoral do presidente do Grupo Aliança, Elon Gomes de Almei-da, em 2014. Elon é sócio de uma empresa gigante de planos de saúde.

Não é à toa que o tal ministro da saúde já anunciou que pretende acabar com o sistema público de saúde. Entende a relação? Quem financiou a carreira do po-lítico fez um investimento e quer o retorno em lucros, não importa se a população em geral terá prejuízos.

Já o recém-nomeado ministro do trabalho, Ronal-do Nogueira, disse ser favorável à regulamentação da terceirização e que não vê problemas que o processo ocorra nas atividades fim das empresas.

Você, trabalhador, tem carteira assinada e bene-fícios garantidos na convenção coletiva, certo? Co-nhece trabalhadores terceirizados? Quem luta pelos direitos deles? O salário é inferior, o risco de aci-dentes de trabalho é muito maior, falta qualificação e reconhecimento. E é justamente isso que eles que-rem. Fazer do trabalhador mais uma mola, apenas

garantias de direitos para a classe trabalhadora mais? Quem está no poder agora é uma elite de homens brancos, racistas e com nenhum comprometimento com as famílias que dependem de salário e de inves-timentos em programas sociais.

Por sua vez, não se espera do ministro da fazenda, Henrique Meirelles, medidas econômicas que mini-mizem os impactos da crise do país. Pelo contrário, infelizmente, ele adota o pacote do aumento de desi-gualdade social para que ‘o país dos empresários’ vol-te a crescer. Só o bolo dessa elite crescerá, o que está reservado ao povo é a exploração da mão-de-obra no 'quanto mais barata melhor'.

Por isso tudo que vem ocorrendo no Brasil pre-cisamos nos manifestar, como a juventude vem fa-zendo. Organizados, os jovens têm mostrado a cara e vem realizando manifestações em todos os Estados brasileiros. O Levante Popular da Juventude é um desses exemplos de resistência. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) não reconhece esse governo golpista e continua fazendo assembleias com os tra-balhadores e participando de atos contra essa barbárie que se instalou no governo federal.

Manifeste-se também. É preciso acabar com essa farsa. Nossa categoria precisa de mais união e muita conscientização para lutar pela garantia de uma vida digna. Ninguém pode mexer nos nossos direitos!! Chega de retrocesso!

editorial

Essa lambança é referendada

pela frase “nenhum direito é absoluto”, dita pelo ministro

de Temer, Alexandre de Moraes

Vitor Lippi é condenado por contratar sem licitação

ex-prefeito coletivo de mulheres

Jornalista responsável: Paulo Rogério L. de Andrade

Redação e reportagem: Paulo Rogério L. de Andrade Fernanda Ikedo Daniela Gaspari

Fotografia: José Gonçalves Filho (Foguinho)

Projeto Gráfico e Editoração: Lucas Delgado Cássio de Abreu Freire

Auxiliar de Redação: Gabrielli Duarte Vagner Santos

ComunicaçãoSMetal

Folha Metalúrgica, Portal SMetal, Revista Ponto de Fusão,

redes sociais, comunicação visual e assessoria de imprensa

Sindicato do Metalúrgicos de Sorocaba e RegiãoRua Júlio Hanser, 140 - Sorocaba SP - www.smetal.org.br

Diretoria Executiva SMetal

Presidente: Ademilson Terto da Silva

Vice Presidente: Tiago Almeida do Nascimento

Secretário Geral: Leandro Cândido Soares

Administrativo e de Finanças: Alex Sandro Fogaça

Secretário de Organização: João de Moraes Farani

Diretor Executivo: Joel Américo de Oliveira

Diretor Executivo: Silvio Luiz Ferreira da Silva

Sede Sorocaba: Tel. (15) 3334-5400

Sede Iperó: Tel. (15) 3266-1888

Sede Araçariguama: Tel. (11) 4136-3840

Sede Piedade: Tel. (15) 3344-2362

Folha Metalúrgica Impressão: Bangraf Publicação: Semanal Tiragem: 30 mil exemplares

mais uma engrenagem da indústria do lucro acima da dignidade humana.

Por isso, somos contra esse golpe. A imprensa e organismos internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU), estão preocupadas com o Brasil. Essa lambança é referendada pela frase “ne-nhum direito é absoluto”, dita pelo ministro da justiça de Temer, Alexandre de Moraes, que já foi advogado da facção criminosa PCC.

Que raciocínio é esse? Não há leis no país, não há

Vagn

er S

antos

Encontro: O coletivo de Mulheres da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT São Paulo (FEM-CUT/SP) realizou nesta terça-feira, dia 17, na sede do SMetal Sorocaba, encontro para abordar a conjuntura política do Brasil. De acordo com Priscila Silva, dirigente do SMetal, a composição do governo Temer não merece reconhecimento do povo.

Improbidade: Ex-prefeito de Sorocaba, atual deputado federal, está envolvido em irregularidades

Fogu

inho

Trabalhadores das empresas Emerson, Scórpios e Johnson Controls, todas instala-das em Sorocaba, aprovaram nos últimos dias propostas de Programa de Participação nos Resultados (PPR).

A primeira foi a Emerson, que fica na zo- na industrial. A assembleia aconteceu na manhã de sexta-feira, dia 13, e foi aprovado valor de PPR, criação de banco de horas, para manutenção dos empregos, e renovação

da proposta de horário flexível.Já na Scórpios, empresa sistemista da

Toyota, foram realizadas duas assembleias na sexta-feira, às 6h e às 16h, para contemplar os trabalhadores de todos os turnos. Segundo o secretário de organização do SMetal, João Fa-rani, além de PPR, foram conquistados outros avanços na negociação, que vinha ocorrendo desde abril deste ano.

“Além do valor do PPR, que será pago nos

dias 5 de junho, a primeira parcela, e 20 de fe-vereiro do próximo ano, a segunda, o acordo ga-rantiu aumento na grade salarial”, disse Farani.

A assembleia na Johnson Controls aconte-ceu na última terça-feira, dia 17. A primeira parcela do PPR será paga em 20 de maio e a segunda ainda este ano, em 20 de dezembro.

Os valores do PPR não são divulgados para não comprometer negociações em andamento em fábricas de segmentos semelhantes.

Página 3Folha Metalúrgica - Maio 2016 - Ed. 832

Trabalhadores de mais três empresas aprovam acordos de PPR

nas fábricas

Convenção Coletiva garante estabilidade para trabalhador em vias de se aposentar

Com base na cláusula 34 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), do Grupo 8, da base do SMetal, o trabalhador Marcos de Almeida, 49 anos, após noti-ficação feita pelo departamento jurídico do SMetal, teve sua dis-pensa cancelada e retornou para a empresa YKK. A empresa o de-mitiu em abril, faltando apenas sete meses para ele se aposentar.

A cláusula garante estabilida-de a trabalhadores que estejam a menos de 18 meses da aposen-tadoria e que tenham mais de 10 anos de trabalho na empresa. A empresa reconheceu o direi-to, mas alegou não ter posto de trabalho para oferecer. Por isso,

o trabalhador terá o salário e benefícios garantidos enquanto perdurar a estabilidade, sendo dispensado de comparecer à em-presa. A rescisão será feita após esse período.

Fotos

: Fog

uinho

Emerson: União dos trabalhadores garantiu acordo de PPRJohnson: Assembleia aconteceu nesta terça, dia 17 Scórpios: As negociações foram iniciadas em abril

Plenária sobre PPR da Toyota

Adicional noturno e PPR na Apex Tool

O SMetal promove nesta sexta-feira, dia 20, às 16h, plenária com trabalhadores do primeiro turno da Toyota, de Sorocaba, para definir critérios de negociação de Programa de Participação nos Resultados (PPR). No domingo, dia 15, metalúrgicos do segundo turno da montadora se reuniram com a diretoria do Sindicato para debater as expectativas para a negociação. "Precisamos de união e mobilização dos trabalhadores para garantir que os critérios sejam atendidos. Por isso, a participação de todos é muito importante”, afirma o secretário-geral do SMetal, Leandro Soares.

A diretoria do SMetal realizou, nos dias 13 e 14 de maio, plenária com trabalhadores do 3º turno que foram desligados da empresa Apex Tool nos últimos dois anos, para informar sobre o acordo de extensão do adicional noturno. O objetivo da reunião foi discutir a abertura de processos dos ex-funcionários do terceiro turno para solicitar que a empresa repasse o valor de 35% do salário por duas horas a mais trabalhadas. Já neste sábado, dia 21, às 9h, a diretoria do Sindicato convida os trabalhadores da empresa para plenária na sede do SMetal, que irá debater PPR e plano de cargos e salários.

Direito: Empresa cancela demissão

Fogu

inho /

Arq

uivo S

Metal

Advogados do departamento jurí-dico do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) posi-cionam-se contra o corte de investi-mentos na Justiça Trabalhista, apro-vada pelo Congresso Nacional, e alertam para a lentidão dos processos.

Para a advogada Érika Mendes, que é presidente da Comissão de Di-reito Coletivo/Sindical da OAB So-rocaba, os trabalhadores com ações trabalhistas, como os metalúrgicos de Sorocaba, serão diretamente pre-judicados porque esse corte já oca-sionou demissão de 25% de traba-lhadores terceirizados na Justiça do Trabalho, além de representar pre-juízo à manutenção dos trabalhos de juízes e servidores.

“Sorocaba, apesar de ser uma ci-dade industrial, tem apenas quatro varas do trabalho e duas para serem implantadas. Já tem muita audiência sendo marcada somente para o ano que vem”, ressalta Érika.

Conforme o presidente do Tri-bunal Regional do Trabalho, o de-sembargador Lorival dos Santos, em entrevista ao jornal Cruzeiro do Sul, esse corte no orçamento tem a inten-ção de "deixar o Judiciário de joe-lhos". Somente na área de atuação do TRT-15 a redução será de R$ 49 mi-lhões. A proposta do corte partiu do relator da Comissão de Orçamento da Câmara, o deputado Ricardo Bar-ros (PP), que acaba de ser nomeado Ministro da Saúde de Temer.

Página 4 Folha Metalúrgica - Maio 2016 - Ed. 832

Corte de verbas na Justiça do Trabalho afeta metalúrgicos

processos trabalhistas

Artes marciais

Meio Ambiente

Academia Viva

Sócios e dependentes do SMetal que queiram praticar artes marciais têm descontos na academia Gracie Barra. Com a parceria entre a academia e o Sindicato, os sócios não pagam taxa de matrícula e a mensalidade de cada modalidade custa R$60. Os dependentes de sócios que já são alunos ganham desconto de 50% e pagam R$30 por modalidade. Para realizar matrícula o metalúrgico deve apresentar cartão de sócio. A academia Gracie Barra fica na Avenida Afonso Vergueiro, 2538 e conta também com uma unidade no Clube de Campo dos Metalúrgicos, na Avenida Victor Andrews, 4.100, Éden. Mais informações 3037-4641.

Foi aprovado nesta terça, dia 17, o projeto de Lei que institui a Política Municipal de Coleta, Tratamento e Reciclagem de Óleo e Gordura de Origem Vegetal ou Animal em Sorocaba. De autoria do vereador Izídio de Brito (PT), o PL prevê a realização de campanha educativa e a criação de postos de recolhimento pela prefeitura e também por organizadores de feiras e eventos, estes últimos sob pena de multas. A proposta seguirá para sanção ou veto do prefeito Antônio Carlos Pannunzio (PSDB).

O convênio entre o SMetal e a academia Viva oferece descontos aos sócios nas mensalidades das unidades Centro e Éden. O cartão de sócio e/ou dependente deve ser apresentado no ato da matrícula. No plano de 12 meses, na unidade Centro, a média mensal é de R$ 75 + R$ 39 da avaliação física. O Plano de 18 meses: média mensal de R$ 69 + R$ 39 da avaliação física + isenção da matrícula. No Éden, o plano 12 meses tem média mensal de R$ 55 + R$ 39 da avaliação física. O plano18 meses tem a média mensal de 49 + R$ 39 da avaliação física. Informações (15) 4062-9125.

notas

Protesto: Advogados do SMetal, como Márcio Mendes, destacam prejuízos com os cortes

Fogu

inho

Seminário debate os impactos do cenário atual na juventude trabalhadora

A comissão de Juventude Me-talúrgica do Sindicato dos Meta-lúrgicos do ABC realiza, nos dias 20, 21 e 22 de maio, no Instituto Cajamar, um seminário para de-bater o cenário nacional atual e os impactos na vida dos jovens traba-lhadores.

O encontro terá início às 9h de sexta-feira, dia 20, e encerrará as atividades às 13h de domingo. Es-tão sendo convidados jovens meta-lúrgicos que fazem parte de Comi-tês Sindicais de Empresas (CSEs) e militantes da base de atuação.

Membros do coletivo Juventude Metalúrgica de Sorocaba já confir-maram presença no evento.

Para o diretor-executivo do SMetal, Silvio Ferreira, que ocupa o cargo de Secretário de Juventu-de da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM), o encontro tem o papel de “debater a importância da participação dos jovens trabalhadores na luta con-tra um governo que quer retirar os direitos sociais e trabalhistas con-quistados com muito suor ao longo dos anos”. CNM: Silvio é secretário de Juventude

Fogu

inho

Aumento de processosConforme explica o advogado

Márcio Mendes, em Sorocaba são cerca de 22 mil processos trabalhis-tas, conforme estatística do TRT da 15ª região.

Dados do mesmo Tribunal apon-tam que, em dois anos, o número de processos trabalhistas distribuídos nas quatro varas de Sorocaba teve crescimento de 19,4%.

Mendes, assim como os demais advogados do departamento jurídi-co do SMetal, participou do ato de servidores, juízes e representantes da justiça trabalhista, realizado no dia 26 de abril, no Fórum Trabalhista de Sorocaba, para chamar a atenção so-bre os riscos que corre a justiça tra-balhista.

FIQUE ATENTO

METALÚRGICOS DO ABC

Em dezembro de 2015, o então deputado Ricardo Barros, atual Ministro da Saúde, foi o responsável por apontar cortes no Orçamento de 2016. Ele disse que a Justiça do Trabalho é “condescendente com os trabalhadores e que as leis trabalhistas precisam ser modernizadas”

# ESCOLHIDOS POR TEMER RESPONDEM POR CRIMES LEITORAIS, CORRUPÇÃO E VIOLAÇÕES EM DIREITOS HUMANOS

# METAS DO PMDB:PRIVATIZAÇÃO E REDUÇÃO DE DIREITOS TRABALHISTAS

Suplemento Especial da

Nº 832 - 3ª edição de maio de 2016

A Fiesp, por meio de seu presidente Paulo Skaf (PMDB), já se reuniu com Michel Temer (PMDB). Os resultados da pressão dos apoiadores do golpe já estão sendo anunciados. Privatização e a terceirização ampla já estão sendo orquestradas.

Com sete ministros citados na Operação Lava-Jato, além do próprio Michel Temer (PMDB) estar envolvido em escândalos de corrupção, o governo golpista deixa para segundo plano as pastas que foram reivindicações dos movimentos sociais. O da Cultura, que foi engolida pelo Ministério da Educação, e a pasta de Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos, que fica no Ministério da Justiça. Temer também extinguiu a Secretaria Nacional de Pessoas com Deficiência

Pág. 3

Pág. 2

Pág. 4

SUP

LEM

ENTO

ESP

ECIA

L

Quem sofrerá as ações esmagadoras de Temer

O enfraquecimentodas instituições

Maio 2016 - Pág. 2

Condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) no último dia 3 de maio por ter realizado doações de campanha acima do limite legal, o presidente interino Michel Temer, está inelegível pelos próximos oito anos.

Segundo a Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, a condenação se enquadra na Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos condenados na Justiça. A decisão não tem impacto em mandatos atuais.

Além de não poder se candidatar, Temer terá que pagar multa de R$ 80 mil por ter efetuado doações de campanha a dois candidatos a deputados federais do PMDB do Rio Grande do Sul, nas eleições de 2014, que somam R$ 100 mil. O valor é 11,9% do rendimento declarado pelo vice em 2013, superando o teto de 10% do rendimento anual exigido pela lei.

A assessoria de Temer afirmou que ele pretende pagar a multa, o que o liberaria de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, mas especialistas contestam.

Temer está impedido de se candidatar por oito anos

Ficha Suja

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) emitiu nota, em março deste ano, alertando para os riscos que as instituições democráticas do país correm com o momento delicado pelo qual passa o Brasil.

No texto, a CNBB, que lutou contra a ditadura, esclarece que é preciso “uma profunda reforma política que renove em suas entranhas o sistema político em vigor”.

O jornal norte-americano The New York Times publicou, pela segunda vez, editorial sobre a situação do Brasil. Em 12 de maio, dia seguinte ao afastamento da presidente Dilma Rousseff, artigo em espaço privilegiado do jornal afirma que os “detratores mais ardentes (de Dilma) são acusados de crimes mais escandalosos”.

Além disso, o texto ressalta que é discutível dizer se Dilma cometeu algum tipo de crime, pois não há evidências de que ela de fato tenha cometido algum tipo de crime.

Diante do alerta da CNBB e de tantas outras entidades e apesar da apreensão internacional em relação ao Brasil, os políticos golpistas, aliados ao setor financeiro estão “fazendo a festa”, ignorando os preceitos constitucionais.

Nossas instituições políticas, como Câmara dos Deputados e Senado Federal, prestam-se a passar por cima do Estado Democrático de Direito em favorecimento dos interesses dos políticos que querem retomar o poder para implantar o projeto elitista, de direita. Ou seja, flexibilização dos direitos trabalhistas, reforma da previdência dificultando a aposentadoria ao trabalhador, entre outras demandas, conservadoras.

É tempo de resistência e de muita luta para a manutenção dos direitos! Nós do movimento sindical, junto com os movimentos sociais e a sociedade organizada, de um forma geral, não aceitaremos o retrocesso. Vamos nos unir e nos fortalecer para defender a soberania do nosso povo!

Hipocrisia imperanos discursos do golpe

Com 367 votos a favor e 137 contra, a Câmara dos Deputados deu sequência ao rito do processo contra Dilma Rousseff, no dia 17 de abril.

Os discursos de justificativa dos deputados que votaram sim para o impeachment incluíram homenagens às famílias dos próprios políticos, apelos a Deus e até chegaram a citar ética e democracia.

Antes de darem seus votos ressaltaram: “Em homenagem à minha família, aos meus

amigos”, “O momento de reescrever a ética e a democracia brasileira”, “Pelos fundamentos do cristianismo”, “o caráter e o valor de um homem não se faz com ouro, nem prata, se faz pela sua posição”, “Pedindo as bênçãos de Nossa Senhora

de Nazaré, pelo meu Estado do Pará, pela minha família, pela minha honra, pelas minhas duas filhas”, etc.

Como no discurso de Paulo Skaf (PMDB), presidente da Fiesp, que diz combater a corrupção, mas que afirma ser necessário flexibilizar os direitos trabalhistas para a retomada do crescimento econômico no país.

Além de vazios, esses discursos mostram o quanto a direita, composta por grandes empresários e políticos ligados ao setor financeiro, precisam apelar na justificativa

de retomar o poder e assim, implementar seu projeto de país – direcionado aos próprios interesses.

Pág. 3 - Maio 2016

QUEM SÃO OS ESCOLHIDOSDE TEMER:

Há uma petição online que exige a suspensão da nomeação de sete ministros de Temer, que são investigados pela Operação Lava-Jato. Assim como Lula não pode assumir o cargo no mandato de Dilma, a lei deve ser aplicada a todos. Ou não? Acesse o link: bit.ly/1Wv0Rbr

Com essa composição de governo de Temer não resta dúvidas que o objetivo do processo de impeachment não é o combate à corrupção. Ele terá que cumprir os acordos feitos com os apoiadores do golpe e o custo disso cairá sobre a sociedade brasileira.

SECRETARIA DE GOVERNO

Geddel Vieira Lima(PMDB-BA)

Geddel já esteve ligado a escânda-los de corrupção, como no caso dos Anões do Orçamento, há 23 anos. No início de 2016, foi citado na Operação Lava Jato, suspeito de negociar propina com a construto-ra OAS, uma das maiores empresas brasileiras no setor de engenharia e infraestrutura.

CASA CIVIL

Eliseu Padilha(dep. federal/PMDB-RS)

Quando era ministro dos Transpor-tes do governo FHC (1997-2001), Padilha foi citado no escândalo dos Precatórios, sendo acusado de fraude no pagamento de dívidas ju-diciais, e segue como réu em ações que tramitam no STF. No escânda-lo, advogados e procuradores fo-ram acusados de elevar os valores devidos pela União.

JUSTIÇA E CIDADANIA

Alexandre de Moraes (PSDB-SP)

É citado em inquéritos que investi-gam o Primeiro Comando da Capi-tal (PCC) e a empresa Transcooper. Em 2016, à frente da Secretaria Segurança do Estado de SP, tornou sigilosos boletins de ocorrência re-gistrados pela polícia e de manuais e procedimentos da PM. Foi advo-gado de Eduardo Cunha em uma ação sobre uso de documento falso.

EDUCAÇÃO E CULTURA

Mendonça Filho(dep. federal/DEM-PE)

Quatro diretores da construtora Camargo Corrêa e outras seis pes-soas citam uma contribuição de R$ 100 mil de uma empresa do gru-po a Mendonça Filho. Ele também aparece na Operação Castelo de Areia, suspeito de ter recebido R$ 100 mil da empreiteira Camargo Correia. Ele admitiu ter recebido mais, R$ 300 mil, mas dentro da lei.

RELAÇÕES EXTERIORES

José Serra (senador/PSDB-SP)

Está presente em 20 páginas de certidão emitidas por crimes elei-torais e responde a três processos ativos por corrupção. Como sena-dor, é autor do PL que desobriga a Petrobrás de ser a operadora úni-ca e de ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal, entregando-o a ‘preço de banana’ para as multinacionais do petróleo

PLANEJAMENTO

Romero Jucá (senador/PMDB-RR)

Está na lista da Procuradoria Geral na Lava Jato e na Zelotes, acusa-do de ser um dos beneficiários do esquema de desvios de recursos na Petrobrás e na Receita Fede-ral. É autor do projeto de lei que ‘afrouxa’ as regras de licenciamento ambiental para obras consideradas estratégicas, proposta criticada por ambientalistas.

TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL

Mauricio Quintella (dep. federal/PR-AL)

Em 2014, foi condenado pela Justi-ça Federal, ao lado de outras nove pessoas, a ressarcir R$ 133,6 mi-lhões à União pela participação em esquema de desvio de recursos da merenda escolar em Alagoas. Foi investigado na Operação Gabiru, da PF, pelos atos cometidos quando era secretário de estado da Educa-ção, em Alagoas, durante o gover-no Ronaldo Lessa.

AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

Blairo Maggi (senador/ PR-MT)

Bilionário brasileiro, integrante da bancada ruralista, é um dos maio-res produtores de soja do mundo. Já entra com a polêmica de ter re-latado uma PEC que praticamente propõe o fim do licenciamento ambiental. Blairo está no centro de uma investigação federal sobre des-vios de recursos públicos em Mato Grosso.

DEFESA

Raul Jungmann (dep. federal/PPS-PE)

Foi acusado pela PGR de participar de um esquema de desvio de re-cursos públicos para pagamento de contratos de publicidade no Incra, época em que foi ministro do De-senvolvimento Agrário, entre 1998 e 2001. Chegou a ser investigado por fraude em licitação, peculato e corrupção. Os contratos somavam R$ 33 milhões. A Justiça arquivou o inquérito.

DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRÁRIO

Osmar Terra (dep. federal/PMDB-RS)

O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul apontou irre-gularidades nas gestões de Osmar Terra, quando exercia o cargo de Secretária de Saúde em uma pre-feitura, em 2009. Foi condenado ao pagamento de multa.

GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL

Sérgio Etchegoyen

É general de Exército da ativa. Fi-lho do general Leo Guedes Etche-goyen, que foi citado na Comissão da Verdade por graves violações aos diretos humanos durante a dita-dura militar. Ele considerou o rela-tório da Comissão como ‘leviano’.

SAÚDE

Ricardo Barros (dep. federal/PP-PR)

É citado em inquérito que investiga orientação dada por ele para dire-cionar uma licitação de publicida-de da prefeitura de Maringá. Com atuação na área de indústria e co-mércio, o novo ministro não tem histórico de contribuições na área da saúde.

ESPORTES

Leonardo Picciani (dep. federal/PMDB-RJ)

Mesmo sem experiência em esportes, o agropecuarista e advo-gado foi nomeado para o cargo de ministro. A única ligação que Leo-nardo teve com a área é o fato de ser dono da empresa que fornece material de construção civil para obras Olímpicas do Rio de Janeiro, o que vem sendo considerado ‘conflito de interesses’

Empresas envolvidas na Lava Jato fizeram doações legais às campanhas de 12 dos 13 ministros nomeados por Temer, que se candidataram a algum cargo eletivo em 2014.

O QUE QUER O PMDB?A conspiração do golpe ainda pode ser

vetado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)

Maio 2016 - Pág. 4

Após lançar, em outubro de 2015, o documento “Uma Ponte para o Futuro”, o PMDB divulgou no final de abril deste ano outro conjunto de propostas, dessa vez com ênfase nas áreas sociais.

O documento é o que Michel Temer (PMDB) pretende fazer em relação a praticamente todos os programas sociais dos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Na maioria das áreas, o documento defende mais proximidade entre governo e setor privado, representando mais privatizações. O PMDB deixa claro que o Estado deixará de ser o provedor direto de bens públicos e que deverá ter foco em prover apenas o que o mercado não consegue.

Além de privatizar bancos e outras estatais e fazer cortes em programas sociais, a ideia do PMDB, como explicado no primeiro documento “Uma Ponte para o futuro”, é também reduzir os direitos trabalhistas.

• Desregulamentar a CLT e aprofundar as terceirizações;

• Fim da política de reajustes reais anuais ao salário mínimo;

• Restrição de programas sociais como o Bolsa Família e também educacionais, como o Fies e o Pronatec;

• Reforma da Previdência que amplie a

idade mínima para a aposentadoria.

O que pretende Michel Temer e demais conspiradores do golpe

Com a ‘ascensão’ de Michel Temer à Presidência da República, o PMDB assume o cargo pela tercei-ra vez sem vencer nenhuma eleição. O primeiro foi José Sarney, em 1985, que assumiu o governo por causa da morte de Tancredo Neves, eleito via eleição indireta e que adoeceu e morreu antes de tomar posse. Sarney não tinha nenhum histórico no PMDB e se filiou em agosto de 1984, devido acordo com setores conservadores para poder concorrer como vice. O segundo, Itamar Franco, assinou ficha do PMDB em maio de 1992, quan-do o governo Collor já enfrentava uma grave crise. Itamar foi eleito pelo PRN, junto com Collor. Em outubro, assumiu como presidente interino após abertura de processo de impeachment.

Nos últimos meses, muito se faltou em com-bate à corrupção, citando o PT como o partido mais corrupto no país, mas será mesmo? Em setembro de 2012, a Folha de S.Paulo divulgou um ranking de partidos ‘fichas sujas’, levando em consideração os políticos impedidos a se candi-datarem pela Lei Ficha Limpa. Em primeiro lugar estava o PSDB, com 56 candidatos; em segundo está o PMDB, com 40; e em terceiro o PP, com 30. No levantamento da Justiça Federal, o Partido dos Trabalhadores aparece em oitavo lugar, com 18 candidatos ‘fichas sujas’. Das 317 candidaturas barradas pelo TSE, 53 estavam no Estado de São Paulo, sendo o líder no ranking se comparado a outros estados.

Com o anúncio dos ministros do governo interino de Michel Temer, a participação de mulheres no Poder Executivo Federal sofreu um grande retro-cesso e voltou ao patamar do governo de Geisel (1974-1979), durante a ditadura militar. No perí-odo democrático, o governo Temer é o primeiro a não ter nenhuma representante mulher. O go-verno Dilma foi o que teve o maior número de mulheres nos ministérios: 15 durante os seis anos de governo. O segundo é o governo Lula (2003 e 2011), com 11. Os três presidentes anteriores, Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), Itamar Franco (1992-1995) e Fernando Collor (1990-1992) nomearam duas mulheres cada um e José Sarney (1985-1990) apenas uma.

Eleições diretas Ficha Limpa Retrocesso

Sem ganhar nenhuma eleição, PMDB temterceiro presidente

PSDB e PMDB sãoos campeões em

‘fichas sujas’

Ministério de Temer é o primeiro sem mulheres

após a ditadura

Foto:

Valt

er C

ampa

nato/

Agê

ncia

Bras

il