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FLIP-FLOPS L.1 - FLIP-FLOPS L.1.1 - Introdução Os flip-flops, por contraposição aos circuitos combinatórios, são circuitos com memória. O valor das saídas num dado instante não depende apenas da combinação das entradas nesse instante. Depende também das combinações anteriores - história do sistema. 1

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FLIP-FLOPS L.1 - FLIP-FLOPS L.1.1 - Introdução Os flip-flops, por contraposição aos circuitos combinatórios, são circuitos com memória. O valor das saídas num dado instante não depende apenas da combinação das entradas nesse instante. Depende também das combinações anteriores - história do sistema.

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Exemplo: circuito com realimentação

A

B

0/1/00/1/1

0/1/1

A

B

Fig 114

Este circuito, para além da entrada externa A, tem uma entrada interna B, que é uma realimentação da saída para a entrada da porta OR. Se inicialmente for A=B=0, a saída é 0. Quando A é colocado a 1, a saída do circuito passa a 1. Devido à realimentação, a entrada B passa também a ter o valor 1.

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Agora, mesmo que A volte a tomar o valor 0, a saída terá sempre o valor 1, pois é sempre B=1. Considerando que este circuito tem apenas uma entrada (A) e uma saída (B) externas, verifica-se que a um mesmo valor de entrada, não lhe correspondente sempre o mesmo valor de saída. A saída depende da evolução da entrada, ou seja do seu passado.

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L.1.2 - Flip-flop RS Flip-flop ou báscula RS

S

R0/0

1/00/0

1/1

Q

Q*

S

R

Q

Q*

Fig 115

O nível 0 é o elemento neutro da porta OR, pelo que para S=R=0 o valor das saídas fica dependente apenas das entradas internas.

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Para S=R=0 o circuito está no estado Q=0 (e Q*=1) ou Q=1 (e Q*=0). Normalmente Q* é Q, mas para S=R=1 Q=Q*=0, pelo que há uma situação em que Q* não é igual a Q. Nas outras situações Q*=Q, pelo que basta conhecer a saída Q que define o estado do flip-flop.

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Estados do flip-flop RS As entradas S e R a 0 não impõem valores na saída. Quando S=1 e R=0 (set), a saída é Q=1. Se S voltar a 0, a saída mantém-se. Quando S=0 e R=1 (reset), a saída é Q=0. Se R voltar a 0, a saída mantém-se. Deve evitar-se a transição simultânea de S=R=1 para S=R=0 pois o estado final é imprevisível. Teoricamente oscilaria entre Q=Q*=0 e Q=Q*=1. No entanto, devido a diferentes atrasos de propagação, acaba por estabilizar em Q=0 (e Q*=1) ou Q=1 (e Q*=0).

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Tabela de funcionamento do flip-flop RS

Entradas S R

Saída Q

0 0 mantém-se 1 0 1 0 1 0 1 1 0 (Q*=0)

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Diagrama temporal

R

S

Q

Q*=Q=0 Fig 116

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Realização de um flip-flop RS com NAND's

S

R

QS

R

Q

QQ

S

R Fig 117

Tem uma tabela de funcionamento idêntica à do circuito anterior excepto para S=R=1 em que Q=Q*=1. Os NAND's foram antecedidos de NOT's pois o elemento neutro do NAND é o 1.

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Flip-flop RS com entradas activas a 0

QS

R

Q

QQ

S

R Fig 118

Neste circuito, para S=0, a saída é Q=1. Para R=0, a saída é Q=0. O estado de não activação das entradas é S=R=1. Este circuito é muito usado para filtrar o ruído gerado pelos interruptores electromecânicos.

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5V

0V

VA

VA

Fig 119

QS

R

5 V

5 V

1

0

Fig 120

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L.1.3 - Flip-flop RST O flip-flop RST é um flip-flop RS com uma entrada de controle T.

Q

Q

S

R

T

R'

S'

Fig 121

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Quando T=1 as portas NAND estão abertas e o circuito transforma-se num RS simples. Quando T=0 as portas NAND estão fechadas, obtendo- -se S'=R'=1 que não afecta o estado do flip-flop. A entrada T tem um efeito de trinco (latch): quando T=1 permite o funcionamento do

circuito; quando T=0 impede qualquer alteração no estado

do flip-flop.

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Este flip-flop dá origem a uma situação indesejável que é ter S=R=1 com T=1 e em seguida fazer T=0. Como consequência passa-se de S'=R'=0 para S'=R'=1, que leva a um estado indeterminado. L.1.4 - Flip-flop D básico ou latch D O flip-flop D básico é construído com base no RST fazendo R=S.

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D

Q

Q

T

D

S

R

Q

Q

T

D

T

Q

Q

Fig 122

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Este flip-flop tem o nome de trinco bi-estável ou trinco de dados (data latch ou D latch). A tabela de funcionamento do latch D pode ser obtida da do RST, notando que não são agora possíveis as entradas S=R=0 e S=R=1. Se T=1, a saída segue a entrada:

se D=0, Q=0; se D=1, Q=1.

Se T=0 a saída Q mantém o valor que tinha no instante em que T transitou para 0.

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Tabela de funcionamento do latch D

T D Q 1 0 0 1 1 1 0 mantém-se

Diagrama temporal exemplificativo

D

T

Q

*

*

*

* Fig 123

Os valores da entrada D ficam memorizados na saída Q, nos instantes em que T vai a 0, indicados com *.

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Exemplo de aplicação

a

b

c

d

e

f

g

Conversor

segmentos

BCD - 7

D

TQ

D

TQ

D

TQ

D

TQ

Q

Q

Q

Q

D'

C'

B'

A'

D

C

B

A

D

C

B

A

T Fig 124

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Variante de logigrama do latch D

Q

Q

T

Da

Fig 125

Esta variante do latch D poupa um circuito inversor. A negação da entrada é feita pelo NAND a que faz parte do flip-flop RST.

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L.5 - Flip-flop D edge triggered O flip-flop D edge triggered (disparado pelo flanco) pode ser realizado a partir de um latch D. Gerador de picos

A

A'

BA

A'

B

t=3tpd

Fig 126

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Do ponto de vista lógico, o circuito anterior tem saída sempre nula: B=A.A=0. No entanto se se tiver em conta os tempos de propagação das portas, conclui-se que A' é a negação de A, mas atrasado de três vezes o tempo de propagação de um inversor. Aplicando o gerador de picos na entrada T do latch D, obtemos um novo flip-flop: flip-flop D edge triggered.

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D

Q

Q

T

D

T

Q

CP

CP

D D QD

CPQ Q

Fig 127

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O flip-flop D edge triggered é activado no flanco

positivo (0 1) do CP (clock pulse - impulso de relógio). Nesta transição, o valor que estiver na entrada D é memorizado e colocado na saída Q. Diagrama temporal exemplificativo

D

CP

Q

* * *

*

Fig 128

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Nas transições positivas do relógio (CP), o valor da entradas (assinalado por *) é colocado na saída. Neste flip-flop a saída é síncrona com a entrada de relógio: só pode mudar quando CP transita de 0 1. Exemplo: divisor de frequência

D

CP

Q

Q

CP

Q

Fig 129

Sempre que se dá a transição de CP de 0 1, a saída Q toma o valor de D (=Q).

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Pode pôr-se a questão de, após Q passar a 0, este valor ser realimentado na entrada e Q passar a 0 novamente. Para tal não acontecer é necessário que a transição de CP seja bastante rápida. No latch D, que fica aberto durante o tempo que o relógio estiver a 1, esta situação origina à saída uma oscilação de alta frequência.

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Pelo contrário no flip-flop D edge triggered de cada vez que há uma transição do relógio de 0 1 a saída muda de valor apenas uma vez, obtendo-se uma onda quadrada com metade da frequência da onda de entrada. A um flip-flop cuja saída muda em cada transição do relógio (positiva ou negativa) chama-se flip-flop T e é fundamentalmente usado como contador ou divisor de frequência (divisor por 2).

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Flip-flop D edge triggered (outra realização)

Q

Q

D Q

CPQ

D

CP

Fig 130

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L.1.6 - Flip-flop JK master-slave Flip-flop SR master-slave

S

R

T

Q

Q

Q

Q

i

i

slavemaster

Fig 131

A estrutura deste flip-flop baseia-se em 2 RST's.

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O funcionamento dos flip-flop's master-slave efectua-se em 2 fases distintas. Na primeira T=1 abre o master e mantém o slave fechado, permitindo que as entradas S e R determinem o estados das saídas internas Qi e Qi não havendo alterações na saída do flip-flop. Na segunda fase T=0 e nesse instante o master é fechado e o slave abre permitindo assim que o que ficou memorizado em Qi e Qi passe para as saídas externas Q e Q. Conclui-se que neste flip-flop a saída muda apenas quando o relógio ou trigger transita de 1 0

( ).

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1ª fase

T=1 Master aberto Slave fechado

Aquisição de dados: S e R determinam estado interno

2ª fase

T=0 Master fechadoSlave aberto

Transmissão do estado interno para a saída externa

A tabela de funcionamento do RS master-slave é idêntica à do RST, mas no master-slave a saída está sincronizada com a transição (1 0) do relógio. Para S=0 e R=1, ou S=1 e R=0, enquanto T=1, as entradas determinam o estado interno Qi. Quando T for a 0, Qi é transferido para Q. Se S=R=0 e T=1, o estado Qi não é alterado. No entanto as entradas S=R=1 geram um estado indeterminado.

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Flip-flop JK master-slave

T

Q

Q

Q

Q

i

i

slavemaster

J

K

S1

R1

Fig 132

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Flip-flop JK master-slave (outra representação)

T

Q

Q

Q

Q

i

i

slavemaster

K

S1

R1

1

1

1T

Q

Q

S

R

2 2T2

22

JQ

Q

Fig 132a

A realimentação cruzada das saídas para as entradas transforma o flip-flop SR master-slave num JK master-slave e elimina a situação inconveniente de S=R=1.

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Se for J=K=1 e Q=0, a entrada K fica fechada pelo que S1=1 e R1=0. Se pelo contrário for Q=1, a entrada J fica inibida, ficando S1=0 e R1=1. Em qualquer dos casos o flip-flop muda de estado

quando há uma transição do relógio de 1 0 ( ) e J=K=1. Para outras combinações de entrada, as linhas de realimentação não alteram o funcionamento do flip- -flop.

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Diagrama temporal exemplificativo

J

K

T

Q

Q

i

Fig 133

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L.1.7 - Tabelas de funcionamento dos flip-flops

S R Q 0 0 mantém-se

RS básico 0 1 0 1 0 1 1 1 -

T S R Q 0 mantém-se

latch RST 1 0 0 mantém-se 1 0 1 0 1 1 0 1 1 1 1 -

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T D Q 0 mantém-se

latch D 1 0 0 1 1 1

T D Q 0 0

D edge triggered 1 1

0,1 ou Q

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T J K Qt 0 0 Q

JK edge triggered 0 1 0

1 0 1

1 1 Q

0,1 ou Q

T J K Qt

0 0 Q

JK master-slave 0 1 0

1 0 1

1 1 Q

0 Q

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Os símbolos Q e Qt nos flip-flops síncronos referem a saída antes e depois da transição activa do relógio:

Qt = Q flip-flop mantém o estado Qt = Q flip-flop muda de estado

Para além destes existe o flip-flop T síncrono com uma entrada T e cuja saída muda de estado em cada transição activa do relógio. É equivalente ao flip-flop JK com J=K=1 ou ao flip-flop D com D=Q.

Q

Q

D

CP

Q

QT

Q

Q

T CP

1

1

J

K

T

Fig 134

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L.1.8 - Flip-flops integrados Para além das entradas J e K ou D, nos flip-flops integrados existem normalmente duas outras entradas:

Preset Clear

cujo funcionamento é assíncrono, ou seja cujo efeito sobre a saída do flip-flop não depende da transição do relógio.

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Flip-flop JK master-slave com entradas assíncronas de Preset e Clear

Q

Q

Q

Q

i

i

J

K

preset

CKclear

Fig 135 As duas entradas são activas a 0, pelo que Preset=Clear=1 não produz efeito algum sobre o circuito.

40

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Quando Clear=0, as saídas Qi e Q vão a 0, é feita a limpeza (clear ou reset) dos 2 flip-flops RST master e slave. Quando Preset=0, as saídas Qi e Q vão a 1. Não se deve actuar simultaneamente o Preset e o Clear pois isso dá origem a um funcionamento incorrecto do flip-flop.

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Símbolos lógicos de flip-flops

Q

Q

CP

J

K

preset

clear

Q

Q

CP

J

K

preset

clear

Q

Q

CP

preset

clear

Q

Q

CP

preset

clear

D D

Fig 136

Os flip-flops com símbolo de negação na entrada de relógio são activos na transição negativa de 1

0 ( ) de CP.

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Exemplos de flip-flops integrados Flip-flops assíncronos

RS básico com NAND's 74279 (4 flip-flops) D latch 74373 (8 flip-flops)

Flip-flops síncronos

D edge triggered 74175 (4 flip-flops) JK edge triggered 74112 (2 flip-flops) JK master-slave 7476 (2 flip-flops)

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Na utilização dos flip-flops é necessário atender às seguintes variáveis: set-up time - intervalo de tempo anterior à

transição activa do relógio durante o qual as entradas de dados têm de permanecer estáveis;

hold time - intervalo de tempo posterior à

transição activa do relógio durante o qual as entradas de dados têm de permanecer estáveis.

Estes valores são da ordem de 25 a 40 ns para flip-flops TTL.

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L.2 - CONTADORES L.2.1 - Contadores assíncronos Os contadores e divisores de frequência são construídos com base em flip-flops síncronos, master-slave ou edge triggered.

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Divisor por 2

Q

Q

D

CP

Q

QT

Q

Q

CP

1

1

J

K

A AA

B B B

T

T

A

B

Entrada A

Saída B

Fig 137

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Em cada transição de 1 0 da entrada, a saída muda de valor lógico, obtendo-se na saída um sinal com período duplo do sinal de entrada: TB=2.TA. Ligando 3 flip-flops em cadeia obtém-se

Q

Q

CP

1

1

J

K

Q

Q

CP

1

1 K

Q

Q

CP

1

1

J

K

J0

0

0

0

0 1 1

1

11 2 2

2

22

CK

Q0

Q1 Q

2

Fig 138

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As formas de onda das saídas deste circuito apresentam-se no diagrama temporal abaixo.

T

CK

Q0 0 1

Q1

Q2

0 1 0 1 0 1 0 1

0 0 1 1 0 0 1 1 0 0

0 00 0 1 1 1 1 0 0

000 001 010 011 100 101 110 111 000 001Q2 Q 0Q1 Fig 138a

48

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Q0 muda de estado sempre que CK transita de 1 0.

Q0 é o relógio de Q1, pelo que Q1 só muda de estado quando Q0 transitar de 1 0.

Q2 só muda quando Q1 transitar de 1 0. A frequência de Q0 é metade da de CK, Q1 é um quarto de CK e Q2 é um oitavo. Para n flip-flops a saída do último tem uma frequência que é 1/2n da entrada de relógio. O circuito anterior pode ser considerado um contador se se tiver em conta o conjunto das 3 saídas Q2Q1Q0.

49

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Para cada combinação das saídas define-se um estado do contador. O contador anterior é, então, um contador de 8 estados, ou contador módulo 8. Cada estado do contador tem uma duração de um período de relógio durante o qual as saídas se mantêm inalteradas.

50

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Tabela de contagem

Contagem decimal

Q2 Q1 Q0

0 0 0 0 1 0 0 1 2 0 1 0 3 0 1 1 4 1 0 0 5 1 0 1 6 1 1 0 7 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 ... ...

51

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As 8 combinações possíveis correspondem a uma sequência binária natural, pelo que se trata de um contador crescente ou ascendente. A figura abaixo mostra um contador descendente módulo 16.

Q

Q

CP

1

1

J

K

Q

Q

CP

1

1 K

Q

Q

CP

1

1

J

K

J0

0

0

0

0 1 1

1

11 2 2

2

22

CK

Q0

Q1 Q

2

Q

CP

1

1

J

K

Q3

3

3Q3

3

3

Fig 139

Neste circuito, Q0 muda em cada transição negativa

do relógio (1 0 ).

52

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Os flip-flops seguintes mudam também de estado quando a saída Q do flip-flop anterior transita de 1 0, ou seja quando Q transita de 0 1. Diagrama temporal do contador

CK

Q0

Q1

Q2

Q2 Q 0Q1 0000 1111 1110 1101 1100 1011 1010 1001 1000 0111Q3

Q3

Fig 139a

53

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Tabela de contagem

Contagem decimal

Q3 Q2 Q1 Q0

0 0 0 0 0 15 1 1 1 1 14 1 1 1 0 13 1 1 0 1 12 1 1 0 0 11 1 0 1 1 10 1 0 1 0 9 1 0 0 1 8 1 0 0 0 7 0 1 1 1 6 0 1 1 0 5 0 1 0 1 4 0 1 0 0 3 0 0 1 1 2 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 15 1 1 1 1 ... ...

54

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Contadores crescentes e decrescentes

Q

Q

CPCK

Q0

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q Q Q

Q

Q

CPCK

Q0

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q Q Q

Q

Q

CPCK

Q0

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q Q Q1 2 3

1 2 31 2 3

Q

Q

CPCK

Q0

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q Q Q1 2 3

Contadores binários crescentes Contadores binários decrescentes Fig 140

55

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Andar típico de um contador Up-Down

Q

Q

Q

Q

n n+1

n+1

n+1

n

n

CK CK

UD=1

UD=0

UD (Up-Down) Fig 141

56

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Implementação lógica

Q

Q

Q

Q

n n+1

n+1

n+1

n

n

CK CK

UD Fig 141a

57

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Contador crescente-decrescente de 4 bits

QQQ

Q

Q

Q

Q

UD

T0

0

0

CK 1

1

1T

Q

Q

T

Q

Q

Q0

2

2

2

T3

3

3

1 2 3

a

b

a

b

a

b

Fig 142

Quando UD=1, as portas a estão abertas pelo que em T aparece a saída Q do flip-flop anterior, e assim o contador está na posição crescente (Up). Quando UD=0, são as portas b que estão abertas pelo que em T aparece a saída Q do flip-flop anterior, e assim o contador está na posição decrescente (Down).

58

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Contadores não binários

Todos os contadores até agora apresentados têm um número de contagem que é uma potência de 2. Para conseguir um contador de módulo diferente de 2n pode utilizar-se um contador binário cuja contagem se interrompe no número pretendido. Contador módulo 10

Q

Q

CKQ

Q

Q

Q

Q

Q

A B C D

DCBA

Clear

T T T T

Cl Cl Cl Cl Fig 143

59

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Este contador foi construído com base num contador módulo 16, interrompendo-se a contagem quando se detecta o estado 10(10). O estado 10(10) é descodificado por meio de uma porta NAND e a interrupção é conseguida por actuação das entradas Clear dos 4 flip-flops.

60

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Diagrama temporal

CK

000010011000 0111

A

C

D

B

DCBA 0000100110000001 0010 0011 0100 0101 0110

Clear

1010(10) (10)

(8) (9) (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (0)

1010

Fig 143a

61

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De notar que o estado 10(10) aparece momentaneamente nas saídas do contador. Nessa altura, a porta NAND descodificadora obtém 0 à saída e actua as entradas Clear dos flip-flops.

O contador passa do estado DCBA=1010 para DCBA=0000 desactivando a porta descodificadora e também os Clear.

Normalmente o intervalo de tempo em que o contador está no estado 10(10) é inferior ao período de relógio, o que garante uma contagem correcta.

A porta descodificadora do circuito anterior pode ser simplificada usando o mapa de Karnaugh, no entanto pode observar-se que de 0 a 9 nunca aparece a combinação D=B=1, ou seja a combinação DCBA=11 apenas ocorre para o número 10 e superiores.

62

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Descodificando apenas D=B=1 obtém-se:

Q

Q

CKQ

Q

Q

Q

Q

Q

A B C D

ClearT T T T

DB

Fig 144

Pode utilizar-se este método de descodificação de um estado para construir um contador de um módulo qualquer.

63

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L.2.2 - Contadores síncronos Nos contadores estudados na secção anterior, a saída de um flip-flop está ligada à entrada de relógio do flip-flop seguinte: são contadores assíncronos ou de transporte (ripple counters). Considerando que existe um tempo de propagação tpd (da ordem de 40 ns) entre a actuação da entrada de relógio e a mudança da saída do flip-flop, verifica-se que nem todos os flip-flops mudam de estado ao mesmo tempo.

64

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Analisando o diagrama temporal seguinte verifica-se que a passagem do estado DCBA=0111 para DCBA=1000, não é imediata, mas faz-se pelos estados intermédios 0110, 0100 e 0000. Isto deve-se ao facto de, após a transição do relógio, um flip-flop só poder mudar de estado depois do flip-flop anterior ter mudado.

65

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CK

A

B

C

D

DCBA0101 0110 0111 1000 1001

0100 0110 0100 0000

(5) 4 (6) (7) (8) (9)4 06

tpd

Fig 145

66

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Esta situação apresenta o seguinte inconveniente: se se usar uma porta descodificadora para detecção de determinado estado, por exemplo o estado 4, essa porta daria saída 1 no estado 4 como se pretende, mas também na transição de 5 para 6 e de 7 para 8. Estes picos nas saídas do contador podem ser evitados se se utilizarem contadores síncronos. Os contadores síncronos têm a característica de as entradas de CK de todos os flip-flops estarem ligadas entre si, garantindo desta forma a simultaneidade nas mudanças de estado dos vários flip-flops, evitando assim os picos.

67

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O inconveniente dos contadores síncronos é o de necessitarem de lógica adicional. Contador binário ascendente síncrono

Q

CK

QQ Q

A B C D

1 J

K

J

K

J

K

J

K

Ck Ck Ck Ck

QJ

K

Ck

E

Fig 146

68

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Circuito alternativo

A B C D E

Q

CK

QQ QJ

K

J

K

J

K

J

K

Ck Ck Ck Ck

QJ

K

Ck

1

Fig 146a

O circuito alternativo é mais simples pois utiliza portas AND de 2 entradas. Tem no entanto o inconveniente de o tempo de propagação se ir acumulando à medida que se caminha para a direita.

69

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Para ambos os circuitos as equações das entradas são:

JA=KA=1 JB=KB=A JC=KC=A.B

JD=KD=A.B.C JE=KE=A.B.C.D

Obtém-se, assim a seguinte tabela de transições:

Estado presente

Entradas actuais

Estado seguinte

E D C B A JE KE JD KD JC KC JB KB JA KA E D C B A 0 - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 - 11 - 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 0 - 22 - 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 1 - 33 - 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 - 44 - 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 1 - 55 - 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 - 6

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L.2.3 - Síntese de circuitos síncronos

De seguida vai expor-se o método de síntese de ciruitos síncronos, exemplificando para um contador decimal ascendente síncrono, a partir de flip-flops JK.

Antes de mais é necessário conhecer a tabela de excitação dos flip-flops a utilizar. Tabela de excitação do flip-flop D

Estado presente

Estado seguinte

Entrada presente

Qt Qt+1 Dt

0 0

1 1

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Tabela de excitação do flip-flop JK

Estado presente

Estado seguinte

Entrada presente

Qt Qt+1 Jt Kt

0 0 0 0 1 1 0 1 1 0

72

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Para a síntese do circuito é necessário construir a respectiva tabela de transição de estados.

Dt Ct Bt At Dt+1 Ct+1 Bt+1 At+1 0 - 0 0 0 0 0 0 0 1 1 - 0 0 0 1 0 0 1 0 2 - 0 0 1 0 0 0 1 1 3 - 0 0 1 1 0 1 0 0 4 - 0 1 0 0 0 1 0 1 5 - 0 1 0 1 0 1 1 0 6 - 0 1 1 0 0 1 1 1 7 - 0 1 1 1 1 0 0 0 8 - 1 0 0 0 1 0 0 1 9 - 1 0 0 1 0 0 0 0 10 - 1 0 1 0 11 - 1 0 1 1 12 - 1 1 0 0 13 - 1 1 0 1 14 - 1 1 1 0 15 - 1 1 1 1

73

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Considerando JD KD as entradas do flip-flop do estado D, JC KC as entradas do flip-flop do estado C etc., constrói-se a tabela que segue. Na primeira linha pretende-se que o contador transite de 0(10) para 1(10). Assim, do estado DtCtBtAt=0000 pretende-se atingir o estado Dt+1Ct+1Bt+1At+1=0001. Para tal, os flip-flops D, C e B devem transitar de 0 para 0 e o flip-flop A deve transitar de 0 para 1. Para obter estas transições escreve-se na 1ª linha da tabela seguinte JDKD=0, JCKC=0, JBKB=0 e

JAKA=1.

74

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Dt Ct Bt At JD KD JC KC JB KB JA KA

0 - 0 0 0 0 0 0 0 1 1 - 0 0 0 1 0 0 1 1 2 - 0 0 1 0 0 0 0 1 3 - 0 0 1 1 0 1 1 1 4 - 0 1 0 0 0 0 0 1 5 - 0 1 0 1 0 0 1 1 6 - 0 1 1 0 0 0 0 1 7 - 0 1 1 1 1 1 1 1 8 - 1 0 0 0 0 0 0 1 9 - 1 0 0 1 1 0 0 1 10 - 1 0 1 0 11 - 1 0 1 1 12 - 1 1 0 0 13 - 1 1 0 1 14 - 1 1 1 0 15 - 1 1 1 1

75

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As funções JD, KD, JC, KC, JB, KB, JA e KA podem ser simplificadas através de mapas de Karnaugh. A partir das equações correspondentes pode construir-se o circuito pretendido, ou seja, o contador decimal ascendente.

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Simplificação das funções

Fig 147

Fig 148

77

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Fig 149

Fig 150

78

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Circuito correspondente

Q

CK

QQ Q

A B C D

1 J

K

J

K

J

K

J

K

Ck Ck Ck Ck

QQQQ

A B C D

Fig 151

79

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Exercício 1: sintetizar o mesmo contador com base em flip-flops do tipo D. Exercício 2: sintetizar um contador binário reflectido.

80

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Os contadores podem classificar-se quanto à estrutura, ao módulo e modo de contagem. Estrutura: Síncronos Assíncronos Módulo de contagem: Potência de 2 Diferente duma potência de 2 Sequência de contagem: Binária natural

Crescente, decrescente, crescente e decrescente

Outras sequências Ex: Código reflectido (ou de Gray)

81

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L.2.4 - Contadores integrados Existem no mercado diversos tipos de contadores integrados nas famílias TTL e CMOS, alguns dos quais são analisados nesta secção. Contador decimal: 7490

1 2 3 4 5 6 7

891011121314

VCC

GND

7490

QA Q BQ QD CCKA

CKBD R0 9R

14

1

CKA

CKBD R0 9R

2 3 6 7

QA BQ QC QD

12 9 8 11

CKA

QA CKBD BQ QC QD

:2 :5

Fig 152

82

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O 7490 é constituído por 2 subcontadores, um divisor por 2 e um divisor por 5. As entradas R0 e R9 são utilizadas para inicializar o contador no estado 0 e 9 respectivamente. Para efectuar uma contagem decimal é necessário ligar a saída QA à entrada de relógio CKBD. Exercício 3: desenhar as formas de onda das saídas do contador decimal.

83

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Os contadores 7492 e 7493 têm uma estrutura análoga à do 7490, mas têm módulos de contagem diferentes. O 7492 é um contador módulo 12 e tem um divisor por 2 e um divisor por 6. O 7493 é um contador módulo 16 e tem um divisor por 2 e um divisor por 8.

84

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L.2.5 - Contadores de diversos módulos de contagem Contador de 2 estados

D

CP

Q

Q

Q

Q

CP

1

1

J

K

QA Q

A

CP

QA

Fig 153

85

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Contador de 3 estados

Q

Q

CP

1

J

K

QA

CP

QA

Q

Q1

J

K

QB

Q

0

0 0

01

1B

Fig 154

86

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Contador de 4 estados

Q

Q

CP

1

J

K

QA

CP

QA

Q

Q

J

K

QB

Q

0

0 0

01

1

1

1

1

B

Fig 155

87

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Contador de 5 estados

CKBD

BQ QC D

Q

Q

0

0 0

01

1 1

1

:5 do 7490

QBD

B

C

0

Q 0 0 0 0D1

0

CK

Fig 156

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Contador de 6 estados

Q

Q

0

0 0

01

1 1

1

B

C

0A

ACK

Q 0 0 0 0 1

0

1

0

1

CKA

CKBD

R0

QA BQ QC QD

7490

Fig 157

O contador módulo 6 pode também ser realizado directamente a partir do divisor por 6 do circuito integrado 7492.

89

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O contador módulo 7 pode ser obtido a partir de um circuito integrado 7492, com CPBD=QA, e QA e QD ligados nas entradas R0 (ver tabela de funcionamento do 7492).

O contador módulo 8 obtém-se da ligação de 3 flip-flops em cadeia.

O contador módulo 9 pode ser obtido a partir de um circuito integrado 7490 ou 7493, com CPBD=QA, e QA e QD ligados nas entradas R0.

O contador módulo 10 obtém-se directamente do circuito integrado 7490.

90

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L.2.6 - Realização de um relógio digital Pode realizar-se um relógio digital utilizando contadores decimais 7490. Para contar minutos e segundos é necessário um contador módulo 60 que pode ser executado ligando em cadeia um contador módulo 10 e um módulo 6.

91

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Contador módulo 60

CKA

CKBD

R

Q Q Q Q

7490R01 02 CKA

CKBD

R

Q Q Q Q

7490R01 02

D C B A

D C B A

Desc: BCD - 7 segm

D C B A

Desc: BCD - 7 segm

UnidadesDezenas

Entrada docontador

Para o próximocontador(horas ouminutos)

D C B A

Fig 158

92

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Para as horas é necessário um contador módulo 12. Este contador é composto por um contador de unidades e um contador de dezenas. O contador de dezenas conta apenas entre 0 e 1. A sequência de contagem deverá ser 123...10111212.... Como o reset do 7490 coloca o contador a 0, tem que utilizar um flip- -flop e actuar a sua entrada de Preset.

93

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Contador das horas

D C B A

Desc: BCD - 7 segm

QA

CKBD

BQ QC QD

:2 :5

Q J

K

HorasDezenasde horas

R0

preset

1

1

CKA

CK

7490 Fig 159

94

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Relógio digital

Q Q Q Q

7490R

Q Q Q Q

7490

D C B A D C B A

0 R0

Descodificador Descodificador

D C B A D C B A

Q Q Q Q

7490R

Q Q Q Q

7490

D C B A D C B A

0 R0

Descodificador Descodificador

D C B A D C B AD C B A

QA BQ QC QD Q J

K

1

1

7490

Descodificador

R0

Horas Minutos Segundos

Osc.1 Hz

Fig 160

95

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L.2.7 - Contadores de entradas paralelas Os contadores 74160 (decimal) e 74161 (binário) são síncronos e podem ser carregados de modo paralelo. A entrada PL de carregamento paralelo (parallel load) permite alterar a sequência de contagem fazendo o contador saltar para o estado pretendido.

96

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CK

0 2 3

Q0 1Q Q2 Q3

P P1 P PPL

CLR

ENP

ENTRCO74160/1 0

9

1

2 3

4

5

6

78

PL=1

PL=1

PL=1 PL=0

PL=0

PL=0PL=0

Fig 161

ENP, ENT - Entradas de inibição de contagem, para ligação de contadores em cadeia. Devem ser 1 para um único contador.

CLR - Clear PL - Parallel Load RCO - Ripple Carry Output

97

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Formas de onda

CK

P P P P3 2 1 0

PL

3 2 1 0Q Q Q Q

5 8 6 4

1 2 3 4 8 8 6 7 8 9 0 Fig 161a

Quando PL=1, o contador muda de estado em cada

transição positiva ( ) da entrada de relógio CK, segundo o código binário natural crescente. Se PL=0 o contador muda para o estado definido pelas entradas paralelas P3P2P1P0, na próxima

transição positiva ( ) do relógio.

98

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Uma aplicação possível destes circuitos é o contador programável apresentado abaixo.

Entradas paralelas P3P2P1P0

Divisão de frequência

CK

0 2 3

Q0 1Q Q2 Q3

P P1 P PPL

RCO74160

Entradasprogramáveis

Fig 162

8 - 1 0 0 0 7 - 0 1 1 1 6 - 0 1 1 0 5 - 0 1 0 1 4 - 0 1 0 0 3 - 0 0 1 1 2 - 0 0 1 0 1 - 0 0 0 1 0 - 0 0 0 0

2 3 4 5 6 7 8 9 10

No fim de cada contagem RCO vai a 1 e o estado do contador é carregado com P3P2P1P0.

99

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L.2.8 - Contadores crescentes/decrescentes Os contadores 74192 (decimal) e 74193 (binário) são bidireccionais, ou seja, do tipo crescente/decrescente. Têm duas entradas de relógio, uma para contagem crescente (UP) e outra para decescente (DOWN). Contador UP/DOWN

Q Q Q Q

P P P PPL

3210

3210

CLR

74192/3UP

DOWN BO

CO

CO - Carry Out - Borrow Out BO

Fig 163

100

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Quando PL=1, o estado do contador é incrementado ou decrementado consoante a entrada UP ou DOWN em

que se der a transição positiva ( ) do relógio. A entrada de relógio que não estiver a ser usada deve manter-se a 1 para não haver incorrecção na contagem. Ligação de 2 contadores UP/DOWN

PL

74192/3UP

DOWN BO

CO74192/3

UP

DOWN BO

CO

Fig 164

101

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L.3 - REGISTOS DE DESLOCAMENTO L.3.1 - Estruturas de registos de deslocamento Os registos de deslocamento (shift registers) são circuitos síncronos com uma estrutura muito simples: a saída de cada flip-flop está ligada à entrada do próximo.

Q

Q

CP

CK

Q0

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q Q Q1 2 3

D D D D0 1 2 3 Q

Q

CP

CK

Q0

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q Q Q1 2 3

0 1 2 3J J J J

0 1 2 3K K K K

D D

Fig 165

102

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Os dois registos apresentados são síncronos e têm um funcionamento igual, pois no registo de deslocamento realizado com flip-flops JK o flip- -flop da esquerda está ligado de forma a simular um flip-flop D. Em ambos os casos, quando vem uma transição

negativa do relógio ( ), o estado de um flip-flop é guardado no flip-flop seguinte.

103

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0 0 0 01 0 0 0 0 0 01

0 0 0 0 0 0 0

0 1

0 1 1 0 1 1 0 1

1

0 0 00 00 0 1 0 0

Estado inicial Após 1º impulso Após 2º impulso

Após 4º impulso Após 5º impulsoApós 3º impulso

Após 6º impulso Após 7º impulso

0 00 0 0

Após 8º impulso

Fig 166

104

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Registo de deslocamento de entrada paralela e saída série (74165)

Q

Q

CP

CK

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

Q

Q

CP

S

R

S

R

S

R

S

R

S

R

S

R

S

R

S

RA

A

H

H

G

G

F

F

E

E

D

D

C

C

B

B

A HGFEDCB

Shift/Load

EntradaSérie

Preset

Clear

Saídasérie

QH

Fig 167

105

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Quando a entrada Shift/Load é 1, o circuito desloca os dados de cada flip-flop sempre que há

uma transição positiva ( ) da entrada de relógio CK. Se a entrada Shift/Load é 0, todos os NAND's ficam abertos e deste modo é feito o preset ou ou clear de cada flip-flop consoante a entrada paralela é 1 ou 0, respectivamente.

106

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Registo de deslocamento universal (74195)

QQQ

Q

QQ

0 0

0

1

1

1 Q

Q

Q

Q

Q0

2

2

2 3

3

3

1 2 3

D D D D

CLR

CK

D

PE

0 1 2 3P P P P

a

b

a

b

a

b

a

b

Q

Fig 168

Neste registo o carregamento paralelo é síncrono. A entrada PE selecciona uma das entradas a ou b do multiplexer que actua cada flip-flop.

107

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Se PE=0 os AND a estão abertos e os AND b fechados, permitindo o carregamento paralelo na

próxima transição positiva ( ) do relógio. Se PE=1 os AND a estão fechados e os b abertos, permitindo o deslocamento na próxima transição positiva do relógio.

108

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Registo de deslocamento para a esquerda e para a direita

QA BQ QC QD

PE

CP

D

Entrada sérieno deslocamentopara a esquerda

Entrada sérieno deslocamentopara a direita

A B C DP P P P

Fig 169

109

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Registo de deslocamento com diversos modos de funcionamento (74198)

A B C DP P P P A B C DP P P P

A B C D A B C DQ Q Q Q Q Q Q Q

CP

SL

74198

SR

CLR

S1 S0

Fig 170

Entradas de controlo S1 S0

Modo de funcionamento (74198)

0 0 0 1 1 0 1 1

Inibe o relógio: mantém o estado Desloca para a direita Deloca para a esquerda Carregamento paralelo síncrono

110

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L.3.2 - Contadores em anel Um contador em anel é constituído por um registo de deslocamento em que a saída do último flip-flop está ligada à entrada série. Este circuito passa por vários estados que se repetem ciclicamente, definindo o seu módulo de contagem.

111

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Contador em anel de 5 estados

1 0 0 0 0D

Q Q Q Q Q0 1 2 3 4

CP

Q Q Q Q Q0 1 2 3 4

1 0 0 0 0

0 0 0

0 0 0

0 0 0

0 0 0

0 1

0 1

0 1

0 1 Fig 171

112

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CK

Q0

Q1

Q2

Q3

Q4

Fig 171a

Um contador em anel com n flip-flops tem apenas n estados, enquanto que um contador binário tem 2n estados.

A vantagem do contador em anel anterior é que só tem uma saída a 1, ou seja, as saídas estão já descodificadas.

113

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Se o estado inicial do contador em anel não possuir apenas 1 zero, o contador terá uma sequência de estados diferente do que se pretende. Ciclos de contagem do contador em anel

0000

1111

0001 1000

0010 0100

1001 1100

0011 0110

0111

1110

1011

1101

1010

0101

Q Q QQ0 1 2 3

Fig 172

114

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Para evitar esta situação acrescenta-se ao contador um circuito de auto-arranque.

Q

CK

QQ QD D D D

Q Q Q Q0 1 2 3

Fig 173

115

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0000

1111

0001

1000

0010

0100 1001

1100

0011

0110

0111

1110

1011

1101

1010

0101

Fig 173a

116

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Os contadores de Johnson diferem dos contadores em anel pelo facto de ligar à entrada série do registo de deslocamento a saída negada do último flip-flop.

Q

CK

QQ QD D D D

Q Q Q Q0 1 2 3

Q

Fig 174

Os contadores de Johnson têm um ciclo de contagem de 2 n estados.

117

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Nos contadores de Johnson as saídas estão semi- -descodificadas, pelo que são uma solução de compromisso entre os contadores em anel que têm muitos flip-flops e as saídas descodificadas e os contadores binários que têm poucos flip-flops e as saídas codificadas. Geradores de sequências aleatórias módulo 255

Q0Q Q Q Q Q Q Q1 2 3 4 5 6 7

D0

0D = Q

3Q4

Q5

Q7

Fig 175

118

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Nestes circuitos a sequência de contagem é pseudo-aleatória. Com a ligação adequada de algumas saídas do registo de deslocamento pode conseguir-se um ciclo de 2n-1 estados.