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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: ” A ARTE E PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO DE ALUNOS COM DEFI CIÊNCIA INTELECTUAL: A FORMAÇÃO SOCIAL DOS SENTIDOS”
Autora Suely Rosa Matias
Escola de Atuação Escola Especial Esperança – APAE
Município da escola Nova Esperança
Núcleo Regional de Educação Paranavaí
Orientador Profa. Drª Sonia Mari Shima Barroco
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá
Disciplina/Área Educação Especial
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
Arte
Público Alvo
Alunos do Ensino Fundamental da Escola Especial
Localização
Escola Especial Esperança
Rua Visconde de Guarapuava, 413 – Centro
Nova Esperança - Paraná
Apresentação:
A presente proposta se atrela à área de estudos Rede de apoio à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) e tem como tema a Arte na Educação Especial. Intitula-se Arte e processo de humanização de alunos com deficiência intelectual: a formação social dos sentidos. Nesta proposta de trabalho temos investigado, por meio de estudos bibliográficos e de discussões sobre a prática escolar, a importância da arte na vida de alunos com NEE. Desta maneira, oferecer melhores subsídios para que alunos possam se comunicar e se expressar dentro de suas necessidades e limitações, de forma a conhecerem melhor a si mesmos, aos outros e ao mundo ao seu redor. Essas limitações devem ser superadas pelas compensações, conforme a Teoria Histórico-Cultural, matriz teórica que dá base ao trabalho. Um dos objetivos é investigar como a Arte, em suas diferentes
manifestações, pode ser trabalhada com alunos de uma escola especializada, contribuindo para a formação social dos sentidos e, por isso, da própria mente. Este projeto de intervenção será desenvolvido na Escola de Educação Especial Esperança no ano de 2011, com alunos com deficiência intelectual, e esperamos a sua socialização contribua para formação de professores que com ele tiverem contato.
Palavras-chave: Arte; Educação Especial; Teoria Histórico-Cultural
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA
“A ARTE E PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO DE ALUNOS COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: A FORMAÇÃO SOCIAL DOS
SENTIDOS”
Área: Educação Especial
Professora PDE: Suely Rosa Matias
IES: Universidade Estadual de Maringá – UEM
Orientadora: Profª Dra. Sonia Mari Shima Barroco
MARINGÁ – PR
2011
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA
Produção Didático - Pedagógica apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação, do Estado do Paraná, na área de Educação Especial, com o Título “A Arte e Processo de Humanização de Alunos com Deficiência Intelectual: A Formação Social dos Sentidos”, sob orientação da Profª Dra. Sonia Mari Shima Barroco.
MARINGÁ – PR
2011
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
“O Indivíduo”
“A Família”
“ A Sociedade”
“O que é o homem? Para Hegel é o sujeito lógico. Pa ra Pavlov é o soma, organismo. Para nós é a personalidade socia l = conjunto de relações sociais, encarnado no indivídu o...”
L. S. Vigotski
SUMÁRIO
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO .......................... ....................................................... 5 2 APRESENTAÇÃO DA TEMÁTICA, SUAS JUSTIFICATIVAS E O S ARGUMENTOS TEÓRICOS ....................................................................................... 5
2.1 CONSIDERAÇOES SOBRE AS ATIVIDADES DE ENSINO DE ARTES VISUAIS8
2.2 ATIVIDADE DE DESENHO: DA SUA REALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ................. 12 3 PROCEDIMENTOS DO MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO ... ....................... 15 3.1 EIXOS ................................................................................................................. 16
3.1.1 Indivíduo ......................................................................................................... 16
3.1.2 Família ............................................................................................................. 16
3.1.3 Sociedade ....................................................................................................... 16 3.2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES ................................................................ 17
3.2.1 Atividades com o Eixo Indivíduo .................................................................. 17
3.2.1.1 A História do Homem, Desenhos da Figura Hum ana ............................... 17
Atividade 1 : Desenho da Figura Humana ............ ................................................. 17
Atividade 2: Esquema Corporal ..................... ........................................................ 18
Atividade 3: Enfeitar o desenho da figura humana .. ............................................ 19
Atividade 4: Perceber o aroma ..................... .......................................................... 19
Atividade 5: Soltar a Voz.......................... ............................................................... 20
Atividade 6: Perceber o ritmo ..................... ............................................................ 20
Atividade 7: Recriar pessoas ...................... ........................................................... 21
Atividade 8: Movimentar faz bem ................... ........................................................ 21
Atividade 9: Criar gênios – História em quadrinhos ............................................ 22
Atividade 10: Sentir-se um artista ................ .......................................................... 23
Atividade 11: Pintura a dedo ...................... ............................................................ 23 Atividade 12: Perceber as texturas ................ ........................................................ 24 3.2.2 Atividades com o Eixo Família ...................................................................... 26 3.2.2.1 – A arte do Encontro ...................... ............................................................. 26
Atividade 1: A minha família – Painel representativ o .......................................... 26
Atividade 2: Montagem de cartaz sobre os tipos de f amília ................................ 27
Atividade 3: Tela de família, de Di Cavalcanti .... ................................................... 27
Atividade 4: Audição, canto e dança da música-Rap d a família ......................... 27
Atividade 5: Criar coreografia .................... ............................................................ 28
Atividade 6: Deslizar sobre o papel ............... ........................................................ 29 3.2.3 Atividades com o Eixo: Sociedade ............................................................... 29
3.2.3.1 – Sentir e Construir o Mundo .............. ....................................................... 29
Atividade 1: Conhecer o Mestre Vitalino ........... .................................................... 30
Atividade 2: Construir o mundo com argila ......... ................................................. 30
Atividade 3: Criar espantalho ..................... ............................................................ 31
Atividade 4: Representar personagens .............. ................................................... 32
Atividade 5: Desenho da figura humana ............. .................................................. 32
4 ORIENTAÇÕES AOS PROFESSORES ..................... ........................................... 33 5 AVALIAÇÃO ...................................... ................................................................... 34 6 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 34 7 ANEXO................................................................................................................... 36
7.1 FICHA DE AVALIAÇÃO A SER UTILIZADA DURANTE A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA .................................. 36
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1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1.1 Professor PDE: Suely Rosa Matias
1.2 Área PDE: Educação Especial
1.3 NRE: Paranavaí
1.4 IES: Universidade Estadual de Maringá
1.5 Professor Orientador: Dra. Sonia Mari Shima Barroco
1.6 Escola de Implementação: Escola de Educação Especial Esperança – Nova
Esperança
1.7 Público Objeto da Intervenção: Alunos da Educação Especial
2 APRESENTAÇÃO DA TEMÁTICA, SUAS JUSTIFICATIVAS E O S
ARGUMENTOS TEÓRICOS
O início da elaboração desta unidade foi motivada pela participação no
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE (2010/2011), programa de
formação continuada dos professores da rede pública do Estado do Paraná,
desenvolvido em convenio com as IES estaduais.
A presente unidade didática abordará alguns conceitos que se atrelam à área
de estudos Rede de apoio à inclusão de alunos com necessidades educacionais
especiais – NEE e tem como tema a Arte na Educação Especial. Dentro desta
proposta de trabalho, procuraremos investigar, por meio de estudos bibliográficos, a
importância da Arte na vida de alunos com NEE.
Justificamos essa temática e problema ante a nossa prática escolar que nos
leva a acreditar que ela contribui para o processo de humanização dos alunos, ao
proporcionar experiências, momentos ricos de sensibilização, criação e expressão. A
arte abarca atividades que, além de gerar o conhecimento próprio, contribuem para
a demonstração e conseqüente reflexão de que todos são capazes de realizar
elaborações de diferentes níveis e em diferentes áreas e são, por isso, merecedores
de respeito. Nesse sentido, o trabalho pretendido com Arte assume, ainda que de
maneira inicial, uma atenção voltada para o desenvolvimento humano. Isso porque
ao se uma disciplina, mas antes disso, uma área do saber humano, permite que, por
seu intermédio, se tenha uma dada percepção do mundo, seja provocada uma maior
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interação social, e estimule a apropriação do conhecimento que os homens
elaboraram e registraram (por pinturas, versos, imagens, cenas, sons etc. ) sobre a
vida em geral e sobre si mesmos em particular. Ou seja, entendemos que a Arte
registra e revela o próprio artista, como também, a humanidade em um dado
momento histórico, tendo esse artista consciência disto ou não. Assim, o contato
com a Arte, e o incentivo ao seu fazer, pode promover nos alunos o conhecimento
do outro e si mesmos, advindo do conhecimento do mundo capturado pelo artista,
objetivado por ele em sua obra, e apropriado pelos que a estudam (alunos).
Conviver e viver a arte ensiná-la, aprendê-la, realizá-la, se resume num processo em
busca da riqueza das subjetividades daqueles a quem tem sido negada, não
raramente, a possibilidade de pensamento e de autoria. Supomos que seja possível
que aqueles que com ela se envolvem possam alcançar um estágio diferenciado de
consciência, permitindo-lhes, por isso, uma relação diferenciada com o mundo.
Assim, a Arte na educação, sobretudo na Educação Especial, assume um
valor não mais apenas por formar artistas ou permitir a expressão e a fruição, mas
por formar indivíduos mais conscientes de si mesmos e da história da humanidade.
Pela Arte pode não só saber das suas aptidões, potencialidades e capacidades de
pensar, de elaborar, intervir, produzir, reconstruir, senão que desenvolvê-las a outro
patamar. Por esse modo, destaca-se a Arte em sua importância não só para a
expressão, para o embelezamento, dentre outros pontos já bem conhecidos, todavia
por sua condição de contribuir para a humanização – para a formação do homem
cultural.
Destacamos, no entanto, que sendo o homem um ser inacabado, em contínua
transformação e desenvolvimento, fazem-se necessárias intervenções que permitam
a superação de níveis mais primitivos em prol de um desenvolvimento cultural, isto
é, com apropriação das conquistas do gênero humano para si mesmos. Trata-se,
pois, de se tomar a Arte e a Educação, bem como o entendimento do
desenvolvimento humano a luz da Teoria Histórico-Cultural.
Essa opção teórica leva-nos a cuidar para que esse desenvolvimento se dê,
de fato, requer que haja um contexto em que os alunos com NEE se tornem cada
vez mais hábeis em suas interações, em seus processos de tornarem as conquistas
humanas como suas. Processo esse denominado de humanização. A Arte,
entendemos, poderá, desta maneira, oferecer melhores subsídios para que estes
alunos possam se comunicar e se expressar dentro de suas necessidades e
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limitações, de forma a conhecerem melhor a si mesmos, aos outros e ao mundo ao
seu redor. Tendo em vista a importância da experiência humana para o
desenvolvimento da imaginação e da criatividade, na aquisição do saber, é que se
pensou neste trabalho, pois a Arte pode contribuir para o processo educativo, e para
a prática pedagógica, no sentido de que proporciona novas experiências articuladas
à realidade e às necessidades de cada um.
Justificamos, assim, a presente proposta ante nosso compromisso com o
desenvolvimento dos alunos com NEE de Nova Esperança e com a formação dos
professores sob essa matriz teórica apontada, que subsidia a proposta educacional
no Estado do Paraná.
Não raramente, a Arte tem sido empregada para adorno do currículo e
como espetáculo, e não necessariamente para a formação humana dos alunos.
A esse respeito, Barroco (2007a) destaca o entendimento de Vygotski sobre
a criatividade humana:
[...] o homem é, a princípio, necessariamente criativo. As necessidades o levam a intervir de diferentes maneiras, e com o auxílio de diferentes recursos instrumentais, no mundo, na natureza, modificando-os. Ao modificá-los, conseqüentemente ele também sofre transformações em seu psiquismo. O homem acumula saberes que estão cristalizados em objetos, processos e instituições que serão apropriados pelos seus pares e pelas novas gerações (BARROCO, 2007, p.15).
Desta forma, a escola comum ou especial precisa propiciar a todos, tempo e
espaços sociais em que sejam possíveis intervenções para superação de limites que
impedem a aprendizagem. Deve buscar o ensino que leve ao desenvolvimento rumo
à humanização, e que forme indivíduos culturais sensíveis ao coletivo, à civilidade, à
sorte da humanidade.
É que a Arte, normalmente, traz em si situações e questões que implicam de
forma direta a todos os indivíduos, ao propor atividades que envolvem os sentidos e
o aspecto emocional, permitindo o tocar, o cheirar, o ouvir, o sentir, e, além disso,
está presente dentro e fora da escola, nas ruas, na mídia, nas relações, enfim, na
diversidade que é a vida humana.
Equivale dizer que a Arte deve interferir e expandir os sentidos, a
compreensão de outras situações de vida que são diferentes das experienciadas
pelos alunos, ampliando-lhes a visão de como as pessoas e o mundo se constituem,
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o que incide sobre a formação de um espírito critico, isto é, de uma mente que possa
ir para além da obviedade da aparência, que coloque os fatos e fenômenos em
relação entre si, e que busque pela essência não posta à primeira vista – ou seja a
superação de uma concepção mais ingênua da vida e do mundo. A arte mostra essa
diversidade do existir, apresenta um acervo para que o aluno possa situar-se, como
sujeito de sua realidade histórica, sendo ou não deficiente.
Pensando nisso, revela-se como uma problemática, o estudo teórico e a
intervenção docente em sala de aula com a Arte, no âmbito da escola especial,
traduzida com o questionamento: como contribuir para o processo de humanização
de alunos com NEE, por meio da diversidade da Arte, em uma escola especializada
do município de Nova Esperança?
Elegemos, para esse alcance, o trabalho com os eixos:
1. Indivíduo: fatos e fotos do desenvolvimento em tela.
2. Família: contos e cantos.
3. Sociedade: manipulada, modelada, recortada e colada.
E para efetivarmos o trabalho, contaremos com artistas do Modernismo por
expressarem uma nova concepção de mundo, homem e sociedade e também a Arte
Contemporânea, a mídia e a tecnologia. É a Arte brasileira auxiliando os
brasileirinhos. Com essa proposta supomos que a Arte possa ocupar um lugar
diferenciado: conteúdo que permite o trabalho com a genericidade. Por ela, os
alunos podem apropriar-se daquilo que qualificam os seres humanos como tais:
sujeitos que se individuam por participarem de grupos primários (família) e
secundários (escola) e da sociedade em geral.
2.1 CONSIDERAÇOES SOBRE AS ATIVIDADES DE ENSINO DE ARTES VISUAIS
Conforme Reily (1986, p.05-07), que mesmo sem estar preocupada em situar
suas defesas em um dado contexto histórico-social, aponta questões sobre o
desenho que nos parecem importantes. O desenho envolve algumas fases, que
podem ser identificadas conforme o que expomos a seguir.
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Seqüência de fases de desenho. A criança: 1. rabisca descontroladamente; 2 . rabisca com controle, segurando corretamente o lápis; 3. nomeia os rabiscos; 4. rabisca formas definidas; 5. desenha formas com um traço; 6. junta uma forma a outra; 7. está em fase pré- esquemática; 8. está na fase esquemática; 9. está na fase de realismo visual; 10. está na fase de naturalismo.
Essas fases do desenho podem ser contrapostas aos escritos de Luria (2006,
p. 48), sobre a apropriação da linguagem simbólica e o uso de signos. Este autor
explica que o pensamento classificatório não se trata apenas como um reflexo da
experiência individual, mas fruto de uma experiência partilhada, comunicada pela
sociedade através do seu sistema lingüístico. Os critérios difundidos pela sociedade
transforma os processos de pensamento gráfico-funcional em um esquema de
operações semânticas e lógicas, onde as palavras tornam-se instrumento norteador
da abstração e da generalização. Isso quer dizer que quanto mais mediações o
indivíduo recebe no decorrer do seu processo sócio-histórico, mais ele vai se
desenvolvendo, não ficando a mercê de uma fase pré determinada.
Para Reily (1986), as características de cada uma destas fases encontram-se
no término das fases mencionadas.
Fases da Aprendizagem da Pintura A criança: 1. segura o pincel corretamente; 2. pinta, no meio do papel, uma cor sobre as outras; troca de cor com o colega, mas ainda não lava o pincel; 3. põe o pincel numa cor, e depois na outra, esquecendo de lavar depois de terminar com a primeira; 4. começa a usar o papel todo, mas ainda sobrepõe as cores; pinta algumas formas, e não só áreas coloridas; 5. lembra de lavar o pincel depois de cada cor, mas o chacoalha no ar, ou deixa-o pingando ao invés de passá-lo na beirada do pote, ou enxugá-lo num trapo; 6. usa o papel todo, e mantém as cores originais, sem pintar uma sobre a outra; lava o pincel, enxugando-o espontaneamente; 7. muda de cor por iniciativa própria; começa a representar figuras.
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Lembramos que essa aprendizagem e a consequente desenvoltura esperada,
requer mediações, ensino-aprendizagem e treino. Os processos criadores, segundo
a psicologia vygotskiana não dispensa essas atividades, pelo contrário. A pessoa
cria sobre o material já elabora e do qual se apropria e sobre ele compõe novas
objetivações. A criança, no desenho, assim como em outras atividades, precisa se
apropriar das técnicas já elaboradas e com elas fazer novas elaborações.
Sob as mesmas observações em relação ao desenho, expomos as fases da
Aprendizagem de Colagem e as referentes a outras atividades.
A criança: 1.passa cola no meio do papel com a mão toda; 2.diferencia frente e verso, e vira o papel para passar cola no verso, e vira novamente para que a forma grude na folha; passa cola em excesso ou insuficiente, só no meio; 3.passa cola com o indicador, em excesso ou insuficiente; 4.passa cola na forma toda,mas não dosa bem a cola; 5.passa cola na forma toda na medida certa, com independência; 6.passa cola só nas beiradas do papel, dosando bem a quantidade de cola necessária. Observe como a criança organiza as formas em sua folha. Ela: _cola uma sobre as outras? _cola algumas para fora do papel? _ procura usar todo o espaço da folha, sem colar umas sobre as outras? _ monta alguma figura utilizando as formas que tem?
Fases da Aprendizagem de Recorte com Tesoura
A criança: 1. segura corretamente a tesoura; 2. pica uma tira estreita (no máximo 1 cm de largura): (a) enquanto o professor segura a tira; (b) segurando a tira sozinha; 3. corta uma franja com um pique por vez; 4. corta uma tira larga, com dois piques seguidos ou mais; 5. corta uma tira larga nos lugares indicados; 6. corta um quadrado em dos pedaços aproximadamente iguais; faz o mesmo seguindo uma linha marcada; 7. corta outros materiais como lã, barbante, plástico, etc.; 8. recorta mais ou menos ao redor de formas geométricas desenhadas num papel, ou figuras de revista bem ressaltadas do fundo; 9. corta uma diagonal riscada num quadrado; 10. corta até onde vai a marca e para quando não tem mais indicação, ou seja, sabe quando deve parar de cortar; 11. corta em cima da linha numa forma de linhas retas; 12. faz o mesmo em formas de linhas curvas; 13. recorta figuras de linhas mistas: (a) simples; (b) complexas (pode-se usar figuras de revistas);
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14. recorta formas livres, sem precisar desenhá-las primeiro.
Sequencia de Fases de Modelagem
A criança: 1. explora o material de forma primária (usando o nariz, a boca e o tato); 2. amassa, aperta, joga e mexe com a massa. Tira partes do todo e junta-as novamente; 3. faz cobrinhas na mesa e entre as mãos: (a) grandes, achatadas; (b) finas e uniformes; 4. faz bolinhas na mesa, e entre as mãos; 5. junta cobras, bolinhas e outras formas em novas combinações; nomeia o que está fazendo; 6. forma figuras e objetos reconhecíveis, como potes simples, animais, pessoas, caracóis, etc. 7. dá atenção ao acabamento, alisando o barro e enfeitando o trabalho com impressões de objetos, riscos e desenhos.
Considerando o ensino de Arte, e a prática que se desenvolve em geral, e na
escola especial ou especializada, vale destacar que não se trata de uma disciplina
ou atividade menor. Antes, a respeito do espaço em que elas devam ser
trabalhadas, Reily (1987) questiona:
Se uma escola pudesse oferecer às suas crianças uma sala para as aulas de Artes, como ela seria? Espaçosa, bem iluminada e arejada (mas sem aquelas correntes de vento que fazem voar os papeis em que as crianças desenham) Teria as paredes e o chão de material lavável, uma pia com torneira num canto da sala ou em local próximo, fora da sala, e lugar para guardar trabalhos e materiais. É necessário um armário fechado para materiais usados em aula, e principalmente para aquilo que é tóxico, como certas tintas, aguarrás, etc. Além de armários fechados são essências as prateleiras, pois as crianças precisam ter um lugar para guardar trabalhos tridimensionais até que possam terminá-los, e onde peças possam ficar para secar. Deve haver também um espaço próprio para as pastas dos alunos (para papel).
Essa defesa, na verdade, cabe para qualquer atividade educacional escolar.
Mas, ainda a esse respeito, Reily (1987) aponta que:
Outra necessidade para uma sala de Arte é um mural onde os trabalhos possam ser expostos e pendurados para secar. A aula de Arte é um período de sociabilização, e por isso é importante que as crianças sentem juntas, compartilhando material comum, interagindo enquanto fazem seus trabalhos individuais. Um grupo de crianças pode sentar ao redor de uma mesa, desde que tenha amplo espaço para trabalhar. As mesas da sala devem ser do mesmo tamanho, para que possam ser unidas para certas atividades. A mesa deve ser de material lavável –mármore, fórmica-
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que seja fácil de limpar. Elas podem também ser de madeira, protegidas de plástico grosso ou jornal durante certas atividades. É essencial que cada criança tenha seu avental ou uma camisa velha do pai que os cubra por completo. Por mais cuidadosa que a criança seja, acidentes são previstos como parte integrante das atividades de Arte.
Diante do exposto pela autora citada, entendemos que, de fato, um espaço
destinado à atividade de ensino de Artes deve favorecer na organização e
desenvolvimento das atividades previstas, levando a uma maior satisfação dos
alunos e dos professores pelas condições de realizar o planejado de modo efetivo.
Passamos a seguir ao detalhamento das atividades.
2.2 ATIVIDADE DE DESENHO: DA SUA REALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO
Toda criança passa por estágios distintos em seu desenho, e a criança com
NEE também. No caso da criança com NEE, pode haver um desenvolvimento
artístico mais lento, como também pode ocorrer uma estagnação em algum estágio,
sem progresso muito aparente. Estas fases foram estudadas e descritas por
inúmeros profissionais na área de Arte-Educação. O que se segue é de autora de
ReilY (1986), com base no trabalho de Viktor Lowenfeld e Rhoda Kelloff, que mesmo
não citando autores da Teoria Histórico-Cultural podem contribuir com nosso
trabalho, sem que com isso percamos o norte teórico-metodológico.
Fase da garatuja – Esta é a fase dos rabiscos, quando a criança explora livremente o espaço de papel, rabiscando não por motivos estéticos, mas por prazer cinético, ou seja, pela alegria que sente no próprio movimento do braço, movimento documentado no papel pelo lápis. No início seus rabiscos são descontrolados, muitas vezes sem focalização visual no papel. Mas, num certo movimento, a criança descobre que os riscos são feitos por ela própria, começando então, a se concertar na atividade com interesse renovado, passando a controlar os rabiscos que faz. Esta mudança não aparece necessariamente no papel; mas no comportamento da criança ao rabiscar. Ainda evoluindo, a criança começa a dar nome àquilo que está desenhando, mesmo que o adulto ainda não consiga distinguir a figura nomeada. Os rabiscos começam a ter formas circulares, formam leques, concentram-se num ponto só ou numa área do papel. De estes rabiscos direcionados vão surgir os traços que delimitam formas com uma única linha. Aparecem círculos, ovais, retângulos, triângulos, quadrados, cruzes e xis.
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A criança já controla melhor o lápis, e desenha formas isoladas que vai começar a juntar para criar seus próprios símbolos. É interessante observar que, mesmo nesta fase de rabiscos, existe uma evolução. A criança não passa diretamente do rabisco ao desenho do homem cabeça-pernas. Ela desenvolve do rabisco descontrolado ao rabisco controlado, do rabisco nomeado ao rabisco em formato, da forma com um traço até a junção das formas descobertas. A criança com NEE pode ficar muito tempo nesta fase dos rabiscos, e, se o professor não conhece a evolução que acontece nesta fase, ele não vai saber reconhecer o desenvolvimento que a criança está tendo, e nem vai saber como estimulá-la de acordo com o nível que ela já atingiu: Fase pré-esquemática – No processo de junção das formas, a criança descobre a “mandala”, que é o termo sânscrito que quer dizer círculo mágico. São mandalas os círculos concêntricos, os círculos cruzados, até os quadrados cruzados, ou, enfim, figuras perfeitamente simétrica. Aparece o asterisco: o sol, que é a primeira simbolização de criança. É assim que surgem, como uma elaboração da mandala, o homem, os animais e as flores. A criança adapta a mandala para desenvolver seu esquema humano. Os raios formam braços e pernas, com base no círculo. Os braços saem da cabeça como uma elaboração do círculo cruzado. No começo, o círculo é o homem; não a cabeça dele; e tudo mais é enfeite. A criança não está preocupada em representar o homem com um realismo anatômico, e sim com equilíbrio e simetria, simbolizando algumas coisas que ela sabe do homem. A evolução do desenho da criança e os símbolos por ela utilizados são de caráter universal e independem da cultura da qual ela faz parte. É muito gostoso seguir o desenho da criança neste período, pois é, nesta fase, que ela explora as combinações possíveis de traço e procura o esquema corporal que vai se tornar definitivo. Ela utiliza a cor pelo seu apelo emocional, sem nenhuma preocupação em representar as coisas realisticamente. Ela representa espaço como se estivesse no meio e as outras coisas ao redor, sem as relacionar logicamente. O tamanho das figuras indica sua importância para a criança. E esta fase deve ser aproveitada no trabalho de imaginação com atividades que ajudem a criança a inventar, a descobrir coisas em linhas e formas sugeridas, valorizando muito a criatividade individual. Fase esquemática – O esquema é a forma humana que a criança escolhe como seu desenho definitivo, que ela vai usar daquele momento em diante, modificando-o apenas quando as circunstâncias o exigirem. Este esquema é muito individualizado, pois cada criança descobre o seu. Algumas desenvolvem um esquema rico em detalhes e outras mantêm um esquema com pouca elaboração. Mas a grande mudança da fase anterior está na representação do espaço. As coisas não são mais colocadas no papel aleatoriamente, mas num conjunto inter-relacionado. A primeira indicação desta evolução, é a linha base, que pode ser o chão, a rua, água do mar ou um morro, e tudo fica em cima desta linha base, perpendicular a ela. O céu é também representado como uma linha que fica na parte superior da folha. O que nos diz muito sobre a criança e que indica o que ela está querendo mostrar são os desvios do esquema estabelecido. Devem ser observados com cuidado os seguintes aspectos:
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- A alteração do tamanho de partes importantes da figura; - A omissão de partes. -A mudança dos símbolos que se referem a partes emocionalmente importantes, havendo uma mudança na forma de parte transformada. O desenho desta fase é muito pessoal, retratando as experiências que são relevantes para a criança. Fase de realismo visual – É difícil encontrar uma criança com NEE, mesmo de nível educável, que tenha alcançado este nível de elaboração artística. Muitas vezes a criança chega nesta fase no período que coincide com a adolescência que, ao lado de uma série de preocupações, traz também um espírito bem mais critico e uma percepção mais nítida das suas próprias dificuldades. A criança não quer tentar, para não errar. Esta fase se caracteriza pela riqueza de detalhe, e a preocupação em representar as coisas realisticamente. A criança não usa mais o exagero e a omissão de partes menos importantes, e sim a elaboração dessas partes através de detalhes. Para representar espaço, ela trabalha com as linhas de base, preenchendo a área em baixo e trazendo o céu até o chão. Cria planos e os sobrepõe, para mostrar o que está na frente. A cor assume uma importância renovada, mas ainda não se trabalha luz e sombra, nem efeitos tridimensionais. A criança procura novas formas, e não repete mais o seu velho esquema corporal. Fase naturalista – De repente, as diferenças sexuais se tornam importantes e começam a ser trabalhadas no desenho. A figura humana passa a ter proporções corretas. A criança começa a observar as juntas, e desenha a figura em movimento, usando as juntas pela primeira vez. Até então a temática era muito parecida entre meninos e meninas. Agora meninos passam a desenhar coisas mecânicas, como foguetes, carros, fábricas, etc. Enquanto meninas desenham animais, principalmente o cavalo, e figuras humanas. Novos conceitos de espaço começam a ser trabalhado. Objetos bem distantes parecem ser menores, e o efeito atmosférico deixa-os mais apagado; com cores menos brilhantes do que as coisas que estão em primeiro plano. A criança mostra no seu desenho que entende o conceito de horizonte, com uma linha pouco distinta para representá-lo na distância. São aspectos novos que, vão fazer a criança observar novamente coisas que ela já viu milhares de vezes, mas sem este novo sentido de conhecer as coisas para representá-los realisticamente (REILY, 1989, p. 13-22) .
A respeito do que Reily expõe, consideramos que se possa utilizar esses
conhecimentos como base para o trabalho a ser desenvolvido pelo professor em
sala de aula.
Um dos princípios básicos do ensino de NEE é a adequação da matéria não
só às necessidades da criança, como também ao nível em que ela se encontra. É
imprescindível que o professor tenha expectativas realistas, com base no que ele
conhece das capacidades da criança para que não haja frustrações de ambas as
partes. A criança com NEE não tem um rendimento igualmente deficiente em todas
as áreas. Enquanto, por um lado, ela pode ter um comportamento social adequado,
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pode, por outro, apresentar algum comprometimento na área motora. Pode ter muita
dificuldade com abstração, mas um rendimento bom em estudos que dependem de
conhecimentos práticos. Cada criança é diferente.
O professor pode dar uma atividade simples em cada uma destas seis áreas.
Segue-se uma sequência de fases para cada atividade pela qual o aluno passa até
dominá-la. Desta maneira o professor poderá verificar aproximadamente o nível
prático em que a criança está no que ela precisa melhorar, e se a classe é
homogênea. Estas fases são simplesmente uma orientação para o professor. A
criança pode pular de fases ou permanecer muitos meses sem progresso aparente.
No fim do ano, outra avaliação igual pode indicar o progresso obtido ao ser
comparado com a avaliação inicial.
Observe se a criança trabalha com independência, ou se precisa de auxílio do
professor. Anote que tipo de ajuda a criança precisa, ajuda física total ou parcial; -
orientação verbal constante ou parcial, as anotações servirão de base para os
futuros encaminhamentos.
Verificar esse etapismo nas atividades, nunca deve, contudo, retirar a
importância da mediação instrumental do professor. Não se pode assumir o
posicionamento de que, se a criança não fez algo ela não está madura, e será
necessário esperar seu amadurecimento. Pelo contrário, para Vygotsky (2006)
quanto mais é ensinada, mais a criança aprende e, usando os termos adotados por
Reily, deve-se esperar a criança passar de fase.
Para a aplicação de algumas das atividades expostas a seguir, o professor
participante do GTR deverá passar pela etapa de formação teórica sobre a temática.
Serão disponibilizados textos sobre Indivíduo, Família e Sociedade. As leituras serão
dirigidas, com questões a serem respondidas, com o apoio da proponente.
3 PROCEDIMENTOS DO MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
As atividades deste material didático serão desenvolvidas de acordo com os
três eixos apontados a seguir:
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3.1 EIXOS
3.1.1 Indivíduo
Para o eixo Indivíduo elegemos os objetivos a serem buscados nas atividades:
-Trabalhar a compreensão da historicidade da formação humana junto aos
alunos com deficiência intelectual, situando o ser humano na linha do tempo e no
espaço, integrando ao trabalho de Arte os saberes da Psicologia, da História e
Geografia;
- Mostrar o indivíduo em diferentes espaços temporais, geográficos, culturais e
sociais.
3.1.2 Família
Para o eixo Família escolhemos os objetivos:
- Considerar que a família é uma organização social, constituída de inúmeras
formas ante diferentes contextos, unida por laços consanguíneos ou afetivos, que
compartilha, na maioria das vezes, o mesmo teto;
- Debater a diversidade das experiências familiares;
- Perceber como as famílias brasileiras de diferentes momentos históricos
foram captadas pelos pintores e fotógrafos;
- Levar as crianças com NEE a entenderem que a família necessita de
cuidados constantes para crescer e desenvolver-se.
3.1.3 Sociedade
Para o eixo Sociedade , os objetivos destacados são:
- Explicar que a sociedade é um conjunto de pessoas que compartilham ou não
de propósitos, preocupações e costumes comuns ou antagônicos, interagindo entre
si e podem se constituir de diferentes formas;
- Mostrar a importância da convivência social, esclarecendo que na vida em
sociedade sempre há problemas, onde as pessoas devem ter a capacidade de
administrar os conflitos, sabendo lidar com as frustrações e sonhos;
- Proporcionar aos alunos experiências para perceberem as várias funções
sociais e que estas são renovadas de acordo com as necessidades humanas.
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3.2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES
3.2.1 Atividades com o Eixo Indivíduo
3.2.1.1 A História do Homem, Desenhos da Figura Hum ana
Objetivos das Atividades:
- levar os alunos a compreensão do processo de historicidade da formação humana,
situando o ser humano na linha do tempo e no espaço;
- propiciar momentos de reflexão para compreender o significado de indivíduo
histórico-cultural;
- desenvolver a coordenação motora, a habilidade de descobrir e apreciar os valores
estéticos, assim como habilidades de observação e improvisação;
- explorar as partes do corpo através de conversação, gestos e mímicas envolvendo
músicas e instrumentos de percussão;
- representar de modo não caricato pessoas e objetos com proporções próprias, e
com sua maneira de ver;
- expressar por meio das atividades artísticas, as vivências emocionais.
Recursos Materiais:
Papel sulfite, papel pardo, lápis cera, caneta hidrográfica, botões, papel colorido,
tecido, papel crepom, tinta guache, lápis de cor, figuras das partes do corpo
humano, perfume, rádio, cd, instrumentos musicais, tecido tipo lençol, caneta
hidrográfica, almofada para carimbo, figuras de revistas, Telas de Cândido Portinari,
maisena, água, corante para bolo, sal, óleo, pó artificial para suco, bacia.
Atividade 1 : Desenho da Figura Humana
Neste momento os alunos irão desenhar uma figura humana
espontaneamente. É importante para a compreensão do professor do que se
constitui para os alunos uma figura humana. O professor deverá datar o desenho
para observações e comparação futuras.
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Atividade 2: Esquema Corporal
O professor explicará que o corpo humano é uma obra de arte e tem sido
representado no decorrer da história por diferentes artistas; de várias formas e
maneiras; retratando momentos, necessidades, desejos, frustrações e sonhos
humanos. Para enriquecer o momento, utilizar mapas, bandeiras, ilustrações e
outros recursos, para explicar que os seres humanos são diferentes dependendo do
país ou região onde nascem, mas que atualmente o que é uma característica
populacional brasileira, as raças têm se misturando e formado um novo homem. Tal
fato ocorre devido a fatores como, facilidades de comunicação entre as pessoas no
planeta, transportes como o avião que aproximou as nações e povos, dentre outros.
Em seguida, será solicitado as crianças que observem as diferenças
individuais entre elas, que nos constitui como seres únicos, observando: cor do
cabelo, olhos, tonalidade de pele; estatura; formato do rosto, etc
Após, explicar que o educando necessita conhecer o seu próprio corpo e
tomar consciência de suas partes. Esse conhecimento é fundamental para o seu
desenvolvimento psicomotor e domínio do ambiente. Nesta atividade cada parte do
corpo deverá ser explorada separadamente, para a compreensão de como uma
pessoa pode ser representada graficamente. Para isso, partimos sempre de sua
experiência individual. Um jeito agradável de iniciar este conhecimento na aula de
arte é desenhar o contorno da própria criança.
Sendo assim, cada criança deverá receber uma folha grande de papel pardo,
um pouco maior do que ela mesma. O contorno pode ser feito de várias maneiras,
levando em conta a idade da criança, seu desempenho motor e o espaço da sala de
aula. Com crianças pequenas o mais adequado é colocar o papel numa mesa
comprida, sentá-la no centro do papel, e em seguida, pedir-lhe que se deite ao longo
deste, com as pernas um pouco abertas e os braços estendidos, sem encostá-los no
corpo. As maiores podem trabalhar, com o papel no chão, ou mesmo pendurado na
parede, onde elas devem se encostar sem se mexer. As crianças trabalham em
duplas, uma desenhando a outra. Enquanto uma criança passa o lápis cera ou a
caneta hidrográfica em volta do corpo, a outra vai dizendo o nome do que ela está
contornando. Muitas vezes a criança não diferencia as partes do corpo da roupa que
ela está vestindo e, por isso, quanto menos roupa ela tiver nesta atividade, mais
facilitará a sua execução.
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Depois que a silhueta de todas ficarem prontas é interessante ver se as
crianças reconhecem de quem é cada uma. Quando houver dúvidas, elas podem
ficar na frente para ver quem cabe dentro do desenho.
Nesta hora é interessante dialogar com as crianças sobre a importância de
sermos seres únicos e que se constrói com a cultura que adquirimos, sendo pessoas
que têm um nome e uma história.
Atividade 3: Enfeitar o desenho da figura humana
É imprescindível falar da importância do homem ao longo da história, como
este formou as sociedades e se constituiu. Uma das características do homem
“dito”civilizado e humanizado é a utilização de roupas, pois este é um fato cultural.
Após esta discussão, dar prosseguimento a atividade iniciada anteriormente,
colocando um apoio sobre o papel, impossibilitando que este saia do lugar. As
crianças deverão ser orientadas para colocar vestuário no desenho do corpo
humano feito no papel pardo. Além, de pintar a silhueta, elas também podem
enfeitá-la, utilizando vários objetos, tais como: botões, formas ou flores de papel,
pedaços de pano, papel crepom, etc. A figura colorida se destaca mais do fundo e
fica mais visível como um todo para a criança, se esta já tiver noção de como são os
olhos, nariz, boca, cabelo e orelhas, caso contrário é fundamental a mediação do
professor, orientando-a e fazendo-a perceber estes detalhes do rosto.
O fundamental é que as crianças possam entender que usamos roupas e que
estas mostram um pouco de nossa personalidade, origem, desejos, etc. Que a
moda, além de representar uma cultura é também, muitas vezes, usada de forma a
levar o indivíduo ao consumismo exacerbo.
Atividade 4: Perceber o aroma
Observando imagens já preparadas anteriormente (folhas em papel cartão
com colagem de revistas de partes do corpo humano), comentar sobre as partes do
corpo, destacando os nomes corretamente.
O professor levará um perfume para as crianças usarem, destacando, por
exemplo, a nuca, o pulso, atrás da orelha, etc.
É fundamental refletir sobre as diferenças individuais, percebendo a figura
humana, tanto fisicamente, como em preferências.
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Ressaltar que o perfume também é uma forma de arte, que pode retratar a
cultura, a história e o tempo histórico dos homens. Aprofundar nessa temática,
citando a França como exemplo.
Atividade 5: Soltar a Voz
Cantar a melodia, gesticulando conforme sugere a letra.
Sugestão de música para cantar com as crianças.
Lavar as mãos Uma Lava a outra Lava uma Lava a outra Lava uma (mão) Lava a outra (mão) Lava uma (mão) Lava a outra (mão) (...) Trecho da música – Lavar as mãos de Arnaldo Antunes Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=STkpkJWMIxs
Nesta atividade será enfatizada a importância da música como uma arte que
pode transmitir emoções das mais variadas, como: tristeza, alegria, ódio, etc.E
também informar sobre os mais variados assuntos, realizando reflexões.
Nesta canção intitulada “Lavar as Mãos”, é importante levar o aluno a pensar
sobre a sua condição de indivíduo inserido na sociedade, que exige dele
determinados comportamentos e regras para viver e conviver em grupo.
Atividade 6: Perceber o ritmo
Uma das atividades de grande importância para o desenvolvimento do
indivíduo é a percepção dos sons a sua volta. O professor deve levar a criança a
pensar e perceber isso, pedindo a ela que feche os olhos. Notando que tudo tem um
som característico. Ela vai ouvir o som do vento, dos pássaros a cantar, das folhas a
balançar, o timbre das pessoas ou objetos, a respiração do colega, a batida do
coração, etc.
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Após isso, o professor inicia com palmas, ora lentamente, ora rapidamente, e
aos poucos irá introduzindo instrumentos de percussão, para que a criança perceba
os vários sons.
O objetivo é preparar a criança para acompanhar músicas com instrumentos
de percussão. Sendo esta uma das formas mais ricas de produzir a Arte.
Atividade 7: Recriar pessoas
O professor deve procurar figuras humanas em revista, onde as pessoas não
apareçam inteiramente e mostrá-las para as crianças, perguntando-lhes o que todas
as figuras têm em comum, além de serem figuras humanas. Se as crianças não
conseguirem adivinhar, dar umas dicas. Pergunte o que falta em cada pessoa. Uma
figura pode apresentar metade de um homem de terno, outra pode ser das pernas e
barra de saia de uma mulher e assim por diante. O professor demonstra o que todos
vão fazer. Ele recorta e cola a figura rapidamente. As crianças vão dar sugestões e
vai aparecendo uma figura com as partes adicionais em lápis de cera.
As figuras humanas devem ser simples de início, sem movimento de braços e
pernas, fotografadas de frente, para não confundir os alunos. Ou usar desenhos de
roupas, sem a figura humana, que são simples de completar, a partir das mangas,
gola, ou da barra da saia. O professor pode de início, realizar uma seleção de
figuras pensando no tamanho. Aos poucos, a criança poderá introduzir objetos que
gostariam para enfeitar o desenho.
Nesta atividade, faz-se necessário refletir sobre a figura humana na sua
condição de indivíduo na totalidade. O ser que é ao mesmo tempo individual e
social, sendo construído em contato com os seus pares, ou seja, o homem histórico-
cultural.
Outra questão importante, são os valores estéticos cultuados pela sociedade,
em relação a pessoa humana, em suas diferentes épocas e lugares. Levar as
crianças a falar o que pensam sobre isso.
Atividade 8: Movimentar faz bem
O professor estimula os alunos a falar e a fazer gestos e mímicas. Colocando
um tecido, tipo lençol, amarrando uma ponta; e a outra, alguém poderá segurar,
deixando o tecido alto para mostrar as pernas e os pés. Os alunos, um de cada vez,
passarão atrás do tecido e andarão de maneira diferente, ou até imitando alguém ou
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ainda, jogando amarelinha, pulando de um pé só, dançando etc., e os demais
assistirão. Quando todos se apresentarem, abaixar o tecido e agora farão atividades
mostrando os braços e mãos e assim sucessivamente. Sentindo interesse nos
alunos o professor poderá trabalhar outras partes do corpo e até desfilar sem o
tecido.
O ser humano cultural é construído na historicidade, é através das trocas de
experiências, do brincar, das atividades de imitação, de reflexão sobre elas, ele vai
sendo lapidado. É próprio da genericidade humana realizar tarefas como esta que
envolve as artes cênicas, tão antiga como a própria humanidade.
Enfatizar nesta atividade as questões que envolvem a individualidade do ser,
tais como: esconder os sentimentos, representar ser o que muitas vezes não
acredita ser, fantasiar, brincar, fingir, mentir etc.
Atividade 9: Criar gênios – História em quadrinhos
A história em quadrinhos pode ser feita com carimbos das digitais de cada
aluno. O professor mostrará como usar a impressão do dedo no guache como corpo
de uma figura, que vai ser completada com uma canetinha hidrográfica. Ele adiciona
braços, pernas, cabeça e os detalhes que caracterizam a personagem. A impressão
digital também pode ser a cabeça de um bicho; pode servir de pétala de flor, folha
de árvore, etc.
Antes dos alunos começarem, deve ser explicado que eles irão montar suas
próprias histórias com personagens escolhidos dentre aqueles que inventarem.
Cada criança começa a fazer experiências, utilizando várias impressões no papel,
completando-as e formando figuras diferentes A tinta para impressão também
poderá ser na almofada para carimbos colocando mais de uma cor (almofada).
Após, colocar a impressão, a criança deve primeiro limpar o dedo num pano úmido.
A história poderá ser contada oralmente . Mencionar as crianças que cada indivíduo
tem a sua digital diferente, quer dizer: única, ele é uma unidade que faz parte de
uma sociedade.
Essa atividade é uma das formas de arte mais popular entre as crianças, que
gostam de ouvir histórias, fantasiar, desenvolvendo a sua capacidade criadora.
Nesse sentido, é imprescindível que os alunos sejam levados a pensar no
papel individual exercido na sociedade, todos os personagens são seres que
pensam e fantasiam seu mundo.
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Atividade 10: Sentir-se um artista
Apresentar às crianças algumas telas de Candido Portinari, onde retrata
crianças e adolescentes de outras décadas, no entanto, com os mesmos sonhos e
encantamento de hoje. Relatar sobre o artista brasileiro, nascido em Brodósqui –
São Paulo, um artista que despertou pela vocação desde pequeno, quando ganhou
de sua avó uma caixa de lápis de cor e quando adulto valorizou em seus trabalhos
os trabalhadores e pessoas comuns do Brasil. Observando as cores, proporções,
brincadeiras, etc.
Atividade 11: Pintura a dedo
As crianças podem conhecer os materiais através dos seus sentidos. Por
esse motivo é aconselhável usar tinta comestível durante seu estágio de exploração
primária, ou enquanto não se conhece as crianças. A tinta pode ser feita da seguinte
maneira:
- Dissolva ½ xícara de maisena em 1 litro de água.
- Leve ao fogo e deixe ferver durante 1 minuto, mexendo sempre.
Esta base, colocada em potes rasos com tampas, deve ser colorida com
algumas pitadas ou gotas de corantes de bolo, em quantidade suficiente para dar
uma cor forte à tinta, sem, porém tirar-lhe a transparência. A tinta a base de maisena
deve ser usada no mesmo dia da feitura, e, se possível, enquanto ainda estiver
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morna, para que se possa explorar o aspecto de sua temperatura durante a
atividade.
Enquanto as crianças pintam, a tinta mantém uma cor muito viva e brilhante,
mas, infelizmente, este corante desbota no papel nos dias que se seguem.
É importante mostrar para elas que a tinta é uma arte milenar, sendo
aprimorada pela humanidade no decorrer de sua história. Há vários tipos de tinta,
podendo ser extraída de folhas, flores, areia e pedra, entre outras.
Após, mostrar para as crianças que misturando as tintas é possível surgir
outras cores. Atualmente, no mercado, há opções de criação de cores, conforme o
gosto da pessoa.
Dando continuidade a atividade, a criança pode colorir uma área, e depois,
puxar a outra cor por cima, misturar as duas e riscar na tinta com o dedo,
experienciando a criação de cores, para, em seguida, apagar tudo se quiser, pode
ficar muito tempo explorando diversos efeitos numa mesma folha. O papel deve ser
bem resistente. Para estimular uma evolução e uma constante curiosidade, em
relação ao que se pode fazer nesta técnica, é recomendável variar as tintas, as
cores, o tipo de papel, em tamanho e formatos.
Nesta hora, o professor pode introduzir alguns instrumentos para enriquecer
os traçados. Podendo usar canudos, palitos, pazinhas de madeira, garfos de
plásticos ou metal, cotonetes, tiras de papelão ou quaisquer materiais que os alunos
queiram experimentar.
Levando em conta o eixo indivíduo, explicar para os alunos que as cores
podem expressar sentimentos e emoções, sendo esta uma prática comum na nossa
cultura. Por exemplo, o verde significar esperança, o preto o luto e o branco a paz. E
que muitas pessoas gostam de se definir, através das cores. Afirmando serem
agitadas, por gostar de vermelho e assim, por diante. As cores também, simbolizam
uma nação, verde, amarelo, azul e branco são da bandeira brasileira. Em outros
povos e culturas esses conceitos vão se modificando.
Atividade 12: Perceber as texturas
Relatar às crianças o que Portinari descreve em seu livro Retalhos de minha
infância sobre os pés dos trabalhadores: “Impressionavam-me os pés dos
trabalhadores das fazendas de café. Pés disformes, pés que podem contar uma
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história. Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Pés semelhantes aos mapas:
com montes e vales, vincos como rios”.
Portinari comenta sobre os pés dos trabalhadores, pés cansados, sofridos. As
crianças, através de experiências, vão descobrir como e por meio de que as
sensações táteis são percebidas. É necessário proporcionar-lhes diversas
oportunidades para perceber as sensações de frio, quente, gelado, molhado, úmido,
seco, macio, mole, duro, etc.
Montando a massa de modelagem com as crianças, as mesmas sentirão a
textura e observarão os ingredientes colocados. Ao final desta etapa faremos pés,
realizando uma reflexão com base na obra do artista Portinari. As proporções de
cada elemento seguem abaixo:
- 2 xícaras de trigo;
- 1 xícara de sal;
- 1 colher óleo;
- pó artificial para suco, a cor que desejar;
- Água colocada aos poucos e mexer bem, ela oferece uma boa liga e não
gruda na mão. Usar no mesmo dia.
Depois de medir cada ingrediente e colocá-lo na bacia, a criança pode
começar a misturar tudo com as mãos. No início uma parte fica seca demais, mas
ela umedece rapidamente, acrescente se necessário mais um pouquinho de água.
Após misturar bem os ingredientes secos com a água, a massa deve ser
tirada da bacia para que a criança tenha mais espaço sobre a mesa para trabalhar.
Inicialmente, a criança quer que o professor faça cobra por ela; Depois, aprende a
rolar a massa na mesa, fazendo suas primeiras cobras, podendo elas ficarem
grossas, irregulares, amassadas. Mas com a prática, aprende a controlar a pressão
até conseguir enrolar cobras finas entre as duas mãos.
O ser humano passa por momentos de dificuldade em sua existência, por isso
os pés são utilizados nas obras de arte de Portinari, para expressar a luta, o
trabalho, o sonho, a esperança. Nesta tarefa da arte de modelar, pretende-se
mostrar para a criança que o homem é moldado pela sociedade, muitas vezes
explorado, sendo tirado dele a oportunidade de ser feliz e desfrutar das riquezas
produzidas por todos os homens ao longo da história, refletir sobre esse papel
exercido pelo homem.
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Avaliação das Atividades do Eixo: Indivíduo
A avaliação das atividades do Eixo Indivíduo será feita de forma contínua,
através de fichas descritivas, onde se registrará os seus avanços e conquistas, após
a mediação docente. Será levado em conta o interesse, a participação, a criatividade
e sobretudo o entendimento dos alunos do que significa ser indivíduo num processo
de homem sócio-histórico.
3.2.2 Atividades com o Eixo Família
3.2.2.1 – A arte do Encontro
Objetivos das Atividades:
- levar os alunos a entenderem o significado da organização familiar, percebendo as
várias constituições em diferentes momentos históricos e culturais;
- refletir sobre a diversidade das experiências familiares;
-expressar por meio das atividades artísticas, as vivências emocionais.
Recursos Materiais:
Tela de família de Cândido Portinari, revistas, fotografias, lápis de cor, papel
sulfite, CD, rádio, papel Paraná, tinta guache de várias cores, panos úmido, papel
higiênico, estopa, barbante e pincel.
Atividade 1: A minha família – Painel representativ o
Explicar para os alunos que a organização familiar se constitui por pessoas
que moram juntas, unidas por laços consanguíneos ou não. Os membros de uma
família costumam ter o mesmo sobrenome, herdado por seus ancestrais.
Desde o início do século XX predominam no Brasil o tipo de família nuclear.
Atualmente, as famílias podem ser constituídas de diferentes maneiras, pois muitos
casais se separam e tanto o homem quanto a mulher tornam a se casar, formando,
cada um, uma nova família.
Nas famílias também há problemas, por outro lado, são unidas por múltiplos
laços capazes de manter os membros unidos moralmente durante gerações.
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Após essa conversação, pedir para todos os alunos mostrar a fotografia de
sua família, solicitada a eles anteriormente, para a montagem de um painel,
representando as famílias do grupo.
É importante dizer que a terminologia “família” é usada de diversas formas,
também para representar um grupo de pessoas unidas por interesses e ideias
comuns, por exemplo: família carnavalesca.
Atividade 2: Montagem de cartaz sobre os tipos de f amília
Depois de conversar com os alunos sobre assuntos relacionados a dinâmica
familiar, tais como: contas a pagar (luz, água, telefone), educação dos filhos, meios
de transporte utilizados pela família, alimentação, farmácia, entre outros; pedir para
eles procurarem em revistas figuras que representam as várias famílias que temos
hoje na sociedade, montando um cartaz.
Atividade 3: Tela de família, de Di Cavalcanti
Conversar sobre a tela de família, de Di Cavalcanti, situando a época em que
ela foi produzida, momento em que os indivíduos se deparavam com inúmeros
problemas; por um lado, a euforia pelo desenvolvimento e tecnologia, por outro, a
constatação de que isso não bastava para garantir a vida de todos. O artista, Di
Cavalcanti foi idealizador e organizador da Semana de Arte moderna de 1922. O
nosso país foi inspiração para suas belíssimas obras, sendo possível, por meio
delas, o encontro com as principais questões que envolviam a nação.
Tendo como base o trabalho de Di Cavalcanti, solicitar às crianças que
comentem sobre suas famílias, falando onde moram, com quem moram, o que
costumam fazer no tempo livre, hábitos, costumes, desejos, sonhos, problemas,
esperanças, etc.
Neste momento elas realizarão produções artísticas, desenhos, e após
representar a família utilizando o recurso dramaturgia.
Atividade 4: Audição, canto e dança da música-Rap d a família
Cantar a canção Rap da família, refletindo sobre a temática abordada nesta,
conforme segue:
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Toin toin chic chic toin toin toin (papai nós te amamos) Toin toin chic chic toin toin toin (mamãe nós te amamos) Toin toin chic chic toin toin toin (irmão nós te amamos) Toin toi chic chic toin toin toin (família nós te amamos) Queremos falar sobre uma coisa legal Foi Deus que inventou é muito especial Então preste atenção para entender Nosso recado importante que é pra você Que bom é ter uma família, família abençoada por Deus, Papai mamãe e filhos todos sempre unidos buscando a DEUS A coisa mais preciosa que alguém pode ter Não são carros, ou mansões, dinheiro pra dar ou vender O mais importante o que mais tem valor É viver com a família nos caminhos do Senhor, Que bom é ter uma família... (...) Trecho da Música Rap da família - Letra e música Ana Paula Valadão. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=lxa6OcqIJB0
Após, as crianças dançarão de acordo com o ritmo da canção. Explicar para
elas que a dança é uma das mais encantadoras e populares formas de expressar a
Arte, pois desde a concepção o ser humano já dança no útero materno. Sendo o
movimento uma necessidade humana, que pode expressar a cultura, as tradições,
os anseios de um povo, num determinado momento histórico. Bem como, das
pessoas que a utiliza, externando emoções, desejos, etc.
Atividade 5: Criar coreografia
Os alunos dançarão livremente, criando vários passos e movimentos de
acordo com o ritmo musical apresentado. Com isso, as crianças serão levadas a
refletir que nós somos seres criativos. Segundo a teoria de Vigotski, devem ser
trabalhadas as nossas potencialidades criadoras, ou seja, formar o talento cultural.
O objetivo desta atividade é criar uma coreografia. Para isso, o professor deve
explicar o que é uma coreografia e como esta se constitui, mostrando também, a
importância do trabalho em conjunto e levando a pensar que neste instante está
formando uma família, ligada por interesses comuns.
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Atividade 6: Deslizar sobre o papel
O professor irá preparar o ambiente, formando um retângulo de nove folhas
de papel - paraná, estendidas no chão, uma ao lado da outra, construindo um
conjunto e numerando no verso as folhas.
Os alunos descalços com as calças previamente dobradas até o joelho,
andarão sobre as folhas colocadas no chão. Aos poucos, o professor vai colocando
tinta guache no papel e com os pés descalços as crianças vão colorindo todo o
espaço, misturando as cores e sentindo-as deslizar sobre o papel. Uma sugestão de
grande valia, é colocar também sobre o papel: barbante, papel higiênico molhado,
pedaços de estopa para formar texturas, etc. Tudo desenvolvido ao som de uma
música suave para que a crianças relaxe e se envolva na atividade.
Ao terminar, o aluno receberá um pano úmido para limpar os pés. O fundo do
trabalho está pronto. Quando estiver seco, deixar em cavaletes, em um local de fácil
acesso para as crianças irem desenhando, ou seja, criando e recriando nas folhas,
agora usando pinceis.
Com esta atividade, as crianças serão levadas a pensar sobre questões que
envolvem o cotidiano de uma família. Que cada pessoa deve respeitar o espaço do
outro para que as relações se situem de forma harmônica, tal qual na realização da
tarefa. Lembrando que a Arte é uma das formas de desenvolvimento humano,
formando o ser humano cultural humanizado, que respeita o outro.
Avaliação das Atividades do Eixo: Família
Neste eixo as atividades serão avaliadas de forma contínua e processual,
utilizando fichas descritivas para o registro dos avanços e conquistas, após a
mediação do professor. Será levado em conta o interesse, a participação e a
criatividade na execução das tarefas. As crianças deverão expressar a compreensão
do significado de família, suas diferentes concepções e interesses.
3.2.3 Atividades com o Eixo: Sociedade
3.2.3.1 – Sentir e Construir o Mundo
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Objetivos das Atividades:
- levar às crianças a reflexão sobre as várias formas de concepções de sociedade,
compreendendo o que elas significam e suas formas de organização;
- falar da importância da convivência social, mostrando suas formas e interesses;
- expressar por meio das atividades artísticas, as vivências emocionais, percebendo
a textura e desenvolvendo a criatividade.
Recursos Materiais:
Peças de artesanato de barro, imagens de bonecos de barro e argila, Cabo
de vassoura, prego, martelo, caixa de sapatos, peruca, tintas, canetão, vestuários e
fantasias.
Atividade 1: Conhecer o Mestre Vitalino
Levar aos alunos gravuras e peças de artesanato, lembrando sobre a Arte
feita de barro, a arte do Mestre Vitalino, um artista pernambucano que transformou
em pequenos bonecos de barro retratando a vida do nordeste do Brasil. Sua arte
retrata cenas que ele mesmo viu ou viveu: cantadores de feira, retirantes da seca,
homens, mulheres e crianças divertindo-se ou trabalhando. Os bonecos do Mestre
Vitalino e de seus seguidores alcançam um bom preço no resto do Brasil e em
várias partes do mundo. São peças que denotam a Arte do povo brasileiro.
Neste momento, será feita uma reflexão sobre a sociedade exposta na obra
do Mestre Vitalino, seu espaço geográfico e cultural, mostrando os anseios e
interesses.
Falar das várias manifestações artísticas e profissões que são abordadas na
obra do genial Mestre Vitalino. Realizando uma discussão sobre as diferentes
atuações exercidas pelos homens na sociedade em que vivem.
Atividade 2: Construir o mundo com argila
Nesta atividade que envolve o eixo sociedade, explicar para as crianças que a
sociedade se constitui de pessoas, situando-a neste contexto sócio-histórico.
Lembrar que na sociedade os indivíduos devem trabalhar, cumprir deveres e usufruir
de direitos. Porém, muitas vezes, a sociedade reproduz os interesses de uma classe
que domina, escraviza e explora, sendo a classe explorada, massificada,
reprodutora dos interesses da classe dominante.
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Assim, após essa reflexão profunda sobre a sociedade realizar a atividade
com argila, colocando-a no centro da mesa. Cada criança tem que arrancar do
monte de barro um pouco para si.
As crianças deverão lidar com a argila seguindo a mesma sequência com que
trabalham com a massa de modelagem. Durante as fases iniciais de exploração
aprendem a amassar, furar e arrancar pequenos pedaços para depois aprenderem a
fazer cobras e bolinhas.
Durante este período, o objetivo da modelagem é a própria exploração do
material onde a criança aprende a manipulá-lo, desenvolvendo sua coordenação
motora fina, ao mesmo tempo em que brinca. É somente na fase em que a criança
começa a juntar as formas que faz, criando peças harmoniosas, que vamos valorizar
o produto do seu trabalho, e não apenas o processo de modelagem em si.
Quando ela começa a formar pessoas, animais, objetos, vasos e panelinhas,
ou seja, uma sociedade, podem começar a guardar suas peças, deixando-as secar
na sombra, pois se forem colocadas ao sol perdem água com mais rapidez e
racham,danificando-as.
Quando for possível é recomendável queimar as peças num forno de
cerâmica a 60º C, ou em um forno de barro caseiro, para que não quebrem tão
facilmente. A cerâmica pode ser pintada com guache ou tinta látex.
Atividade 3: Criar espantalho
Apresentar a tela de Cândido Portinari “Espantalho”, observando o quadro, as
cores, o acabamento e a importância da tela historicamente. Lembrando que,
espantalho é um boneco, feito de roupas usadas e chapéu, podendo ou não ser
recheado com trapos, palhas, estopas ou outros materiais. São colocados em meio
a hortas ou plantações com o objetivo de espantar aves, simulando a presença de
humanos. Este meio de afugentar aves é relativamente antigo e está presente em
diversas culturas.
Enfocar que o espantalho se constitui numa forma de Arte, realizada com
muita frequência no meio rural de muitos países.
Depois de concluir essa conversação, as crianças reunidas em grupo, irão
montar um espantalho, utilizando os materiais, conforme será ilustrado e orientado
os passos, a seguir:
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1. Cruzeta: usando dois cabos de vassoura, montar uma cruz, sugerindo um
esqueleto.
2. Estrutura da cabeça: poderá ser montada com uma caixa de sapato.
3. Estrutura da mão: as mãos da pessoa que o manipulará.
4. Os pés serão representados pelos pés da pessoa que o manipulará.
5. Acabamento: Cabelo, rosto, acessórios, vestuários; sendo enfeitado,
conforme a escolha do personagem.
Para finalizar a atividade pedir para as crianças dar um nome ao espantalho
criado, explicando o porquê do nome escolhido.
Atividade 4: Representar personagens
Solicitar às crianças que formem duplas, sugerindo que cada equipe
represente personagens que fazem parte da sociedade, tais como: profissionais,
políticos, etc., desenvolvendo diálogos entre eles.
Após refletir sobre a ocupação destes personagens no sistema social.
Atividade 5: Desenho da figura humana
Pedir aos alunos que façam uma figura humana e datá-la. Para comparar com
a primeira que ele fez há aproximadamente dois meses. Esta figura servirá para
avaliar o processo de mediação docente, bem como, a compreensão das crianças
em relação aos eixos trabalhos: indivíduo, família e sociedade. Levando em
consideração se estas perceberam que o indivíduo é construído num processo
sócio-histórico, onde o ser humano sofre influência das relações que estabelece.
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Outra questão importante, é perceber se estas elas, através das atividades
artísticas, perceberam o valor da Arte enquanto recurso que forma homens culturais
humanizados.
Avaliação das Atividades do Eixo: Sociedade
A avaliação das atividades do Eixo Sociedade será feita de forma contínua,
através de fichas descritivas, onde se registrará os seus avanços e conquistas, após
a mediação e orientação do professor. Levar-se-á em conta o interesse, a
participação, a criatividade, a cooperatividade e também a interpretação das
crianças do que significa a sociedade nas suas diferentes concepções, espaços
geográficos e culturais.
4 ORIENTAÇÕES AOS PROFESSORES
Sabemos que a Arte pode provocar mudanças, transformando de modo
contínuo a nossa existência. O ensino de Arte deve proporcionar o desenvolvimento
do pensamento artístico, da percepção estética, contribuindo para formar o homem
cultural humanizado.
O conhecimento a respeito da Arte abre possibilidades para que o aluno
tenha uma compreensão mais aprofundada do mundo a sua volta, percebendo a
dimensão poética presente em todas as manifestações humanas, ele vai dando
sentido à experiência humana.
Portanto, é necessário que o professor saiba fazer uso desses instrumentos
que a Arte propicia para tornar as aulas ricas de sensibilização, com atividades de
reflexão e aprofundamento nas questões humanas. Devendo levar o aluno a pensar
sobre as mudanças de paradigmas e referências que ocorrem no cotidiano da nossa
sociedade.
Tal afirmativa é citada por Barroco (2007, p.197):
De início, a Arte levou-me a constatar diferentes maneiras do existir humano, das ações e reações humanas, que promovem as mudanças estruturais e conjunturais da sociedade. Pude observar o movimento suscitado nos homens a partir das transformações que
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provocam e que recaem, de modo bastante diferenciado, sobre cada um, penalizando a alguns mais e a outros menos. Ela permitiu-me considerar que uma das maneiras de reação reside no próprio modo como os indivíduos pensam e se retratam.
Assim, esse material didático aliado à experiência dos professores e do
acervo que as escolas possuem, poderá contribuir como um norte para o repensar
das aulas de Arte, no cotidiano escolar.
Servindo a arte não como mera produtora de espetáculos, mas como uma
maneira de produzir desenvolvimento nos homens, tornando-os humanizados.
5 AVALIAÇÃO
Partindo do pressuposto de que a avaliação é um processo contínuo que
deve nos levar a reflexões profundas sobre o processo de ensino e aprendizagem,
nesta Unidade Didático-Pedagógica, ela será desenvolvida no decorrer da aplicação
das atividades, através da utilização de uma ficha de caráter descritivo, abordando a
trajetória dos alunos. Será feita uma leitura da mediação prevista e da mediação
realizada, levando em conta os avanços do aluno no decorrer desse processo, o
entendimento dos eixos a serem trabalhados: o indivíduo, a família e a sociedade.
Além disso, serão considerados como fundamentais, aspectos como: o
interesse e o envolvimento das crianças nas atividades propostas, compreensão do
conteúdo, desenvoltura e a capacidade criadora.
Outro aspecto de fundamental importância é a contribuição da arte na
formação do homem cultural humanizado, perceber se as atividades de caráter
artístico provocaram mudanças nesse sentido.
Para finalizar o Projeto de Implementação Pedagógica na Escola será feita
uma exposição de fotos e trabalhos retratando momentos importantes das atividades
executadas com as crianças.
6 REFERÊNCIAS
BARROCO, Sonia Mari Shima. Psicologia Educacional e Arte: Uma leitura histórico-cultural da figura humana. Maringá: Eduem, 2007.
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BARROCO, Sonia Maria Shima. A educação especial do novo homem soviético e a psicologia de L. S. Vigotski: implicações e contribuições para a psicologia e a educação atuais. 2007. 414 p. Tese (Doutorado). Programa de Pós-graduação em Educação Escolar da Universidade Estadual Paulista. Araraquara, 2007.
COSTA, Cristina. Questões de Arte: o belo, a percepção estética e o fazer artístico. Moderna: São Paulo, 2006.
DIRETRIZES CURRICULARES ESTADUAIS. Os Processos Históricos do Ensino de Ate para as Crianças nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Maria José Dozza Subtil.
FERREIRA, Solange Lemi, Teatro e deficiência mental: a arte na superação de nossos limites. São Paulo: Mennon, 2002, p. 16-23.
FREITAS, Neli Ke PEREIRA, Janaina de A. Necessidades educativas especiais, arte, educação e inclusão. E-CURRICULUM: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de Pós Graduação: Currículo. São Paulo., v.2, n.2, 2007. (ISSN-1809-3876). www.pucsp.br/ecurriculum, acessado em 25 de agosto de 2010.
GOMBRICH, L. H. A história da arte, Trad. Álvaro Cabral. 16. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 1995.
OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky - Aprendizado e Desenvolvimento, Um processo Sócio- Histórico. Scipione, 1993.
REILY, Lúcia Helena. Atividades de Artes Plásticas na Escola. São Paulo: Pioneira, 1986.
RICHTER, Ivone Mendes; PIMENTEL, Lúcia Gouvêa, et. al. Multiculturalidade e Interdisciplinariedade. In: BARBOSA, Ana Mae (org.) Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2003. p. 85-93.
VIGOTSKI, L. S. Psicologia da arte. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
______LURIA A.R. e LEONTIEV A.N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem, Icone: São Paulo, 2006.
______LURIA A.R. Estudos sobre a história do comportamento: símios, homem primitivo e criança. Trad. Lolio Lourenço de Oliveira. Porto Alegre: Artes Médicas, Artes Médicas, 1996.
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7 ANEXO
7.1 FICHA DE AVALIAÇÃO A SER UTILIZADA DURANTE A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO
PEDAGÓGICA NA ESCOLA
MODELO
EIXO DATA ATIVIDADE MEDIAÇÃO PREVISTA MEDIAÇÃO REALIZADA
Observação: Essa ficha será adaptada e utilizada pa ra registrar as atividades, as mediações e o desenv olvimento de cada aluno.