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FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: REFLEXÕES E AÇÕES NA PRODUÇÃO DO DISCURSO ARGUMENTATIVO: EM FOCO, TEXTOS DO GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO
Autor ALESSANDRA ALEIXO BASTOS TASCA
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Marquês de Paranaguá- EFMT
Ensino Fundamental, Médio e Tecnológico
Município da escola Vera Cruz do Oeste- PR
Núcleo Regional de Educação
Cascavel
Professor Orientador Franciele Luzia de Oliveira Orsatto
Instituição de Ensino Superior
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE
Resumo
Em decorrência da prática como professora desta disciplina e
nas reflexões que se tem empreendido sobre a maneira como
o ensino de Língua Portuguesa vem sendo exercido nas
escolas, é que se recorre a este projeto, na busca de métodos
de ensino e aprendizagem mais eficientes e produtivos e que
sejam, ao mesmo tempo, mais interessantes aos alunos,
enfatizando as estratégias de argumentação e apresentação
de seu ponto de vista, capazes de persuadir o leitor,
evidenciando o conhecimento acerca da língua e do conteúdo
estruturante da disciplina.
Palavras-chave Discurso argumentativo, produção textual, artigo de opinião.
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo 3º ano Ensino Médio e 1º ano Pós Médio (Subsequente).
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
UNIDADE DIDÁTICA
REFLEXÕES E AÇÕES NA PRODUÇÃO DO DISCURSO ARGUMENTATIVO: EM FOCO, TEXTOS DO GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO
ALESSANDRA ALEIXO BASTOS TASCA
CASCAVEL/PR 2012
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
REFLEXÕES E AÇÕES NA PRODUÇÃO DO DISCURSO ARGUMENTATIVO: EM
FOCO, TEXTOS DO GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO
Material apresentado à Secretaria de Estado da Educação – SEED, Departamento de Políticas e Programas Educacionais – para cumprir as exigências do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, como requisito parcial dos trabalhos propostos para a participação e a execução deste programa. Orientadora: Profª.Franciele Luzia de Oliveira Orsatto, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE – Campus de Cascavel.
CASCAVEL/PR 2012
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1 IDENTIFICAÇÃO
Professora: Alessandra Aleixo Bastos Tasca
Área: Língua Portuguesa
NRE: Cascavel
Professor Orientador: Professora: Franciele Luzia de Oliveira Orsatto
IES vinculada: Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE
Escola de Intervenção: Colégio Estadual Marquês de Paranaguá- EFMT- Ensino
fundamental, Médio e Tecnológico- Vera Cruz do Oeste- PR
2 APRESENTAÇÃO
A presente Unidade didática é parte do Projeto de Intervenção Pedagógica “
Reflexões e ações na produção do discurso argumentativo: em foco, textos do
gênero artigo de opinião”, o qual é uma exigência do Programa de Desenvolvimento
Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná PDE-PR.
É muito clara em sala de aula, a dificuldade que o aluno tem em desenvolver
um texto argumentativo. Suas dificuldades vão desde a construção de uma tese
objetiva até a produção de argumentos consistentes que a sustentem. Tem-se
observado que cada vez mais nossos alunos saem da escola despreparados para
lidar com essa produção discursiva em seu dia a dia. Muitos alunos completam o
Ensino Médio e são incapazes de argumentar, organizar suas ideias e seu
raciocínio, uma vez que o ensino de Língua Portuguesa está cada vez mais se
afastando de seu propósito: o de tornar nossos alunos críticos, participativos e
atuantes, político e socialmente, estimulando sua capacidade intelectual, capazes de
produzir, ler e entender diferentes gêneros que circulam na sociedade. Assim
considera-se que o trabalho com textos de gêneros predominantemente
argumentativos têm pertinência no espaço escolar e que é função do professor de
Língua Portuguesa auxiliar seus alunos a ampliarem seu domínio de uso da
linguagem verbal.
Para isso, é importante reconhecer que os gêneros discursivos são construções
históricas, de caráter dinâmico, adaptáveis às necessidades sociais e culturais. Daí
a necessidade de enfocar o gênero artigo de opinião nesse nível de ensino e colocá-
la em prática na sala de aula, com o propósito de propiciar aos alunos o
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desenvolvimento da capacidade de compreender e produzir textos argumentativos,
tanto 3º ano Ensino Médio e 1º ano Pós Médio (Subsequente).
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com índices de divulgação na mídia, após avaliações
educacionais, como ENEM, PISA, SAEB, entre outros, mesmo vivendo na era da
informação, deparamo-nos com índices crescentes de analfabetismo funcional. Tem-
se observado que muitos alunos concluem a Educação Básica apresentando
defasagem na articulação da produção escrita, já que, convivendo numa sociedade
cada vez mais globalizada, requer, sem dúvida, cidadãos capazes de refletir e de
argumentar.
Isso leva-nos a repensar sobre o Ensino de Língua Portuguesa e muitos
questionamentos surgem sobre a capacidade do aluno de expressar-se, tanto
oralmente quanto através da escrita.
Durante muito tempo, o objetivo do ensino de Língua Portuguesa nas escolas
esteve centrado na codificação e decodificação da língua, já que a mesma era vista
como um sistema a serviço da comunicação. Alterações foram acontecendo e novas
concepções de língua e linguagem foram necessárias.
Dessa forma, faz-se necessário que o professor de Língua Portuguesa tenha
claras as concepções de linguagem, já que a forma como a tomamos como objeto
de ensino e aprendizagem influencia no modo como encaminharemos nossa prática
pedagógica. Por isso se justifica a importância de aprofundar o estudo sobre as
concepções da linguagem, pois ela constitui o eixo que articula todos os demais, que
compõem a disciplina, e qualquer concepção de linguagem está articulado a uma
concepção de mundo e também a uma concepção da realidade.
De acordo com Geraldi, a linguagem está presente em toda nossa vida, é por
meio dela que interagimos com o mundo.
[...] o ensino da Língua Portuguesa envolve articulação de método com concepção de linguagem e propõe três maneiras de concebê-la: como expressão do pensamento; como instrumento de comunicação e como forma de interação (GERALDI, 1984, p. 43).
A linguagem como expressão do pensamento, referente aos estudos de
Piaget, segundo Geraldi (1984) considera que, expressar-se constitui uma
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organização lógica do pensamento, assim, o pensar bem e falar bem eram
suficientes para a colocação das ideias no papel. Outra maneira de conceber a
linguagem é como instrumento de comunicação, onde a língua é vista como código,
cujo objetivo é transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor,
isolada de sua utilização. Dessa maneira ocorre a decodificação, desprezando os
aspectos semânticos da produção escrita.
A terceira concepção, sob o enfoque do autor, já citado, é a linguagem como
forma de interação, nela os falantes atuam como sujeitos, que sofre e pratica ações
da linguagem, atua sobre o ouvinte, constituindo vínculos, numa contínua
movimentação, que se caracteriza como ato enunciativo. Segundo Koch,
[...] o homem usa a língua porque vive em comunidades, nas quais tem necessidade de comunicar-se com os seus semelhantes, de estabelecer com eles relações dos mais variados tipos, de obter deles reações ou comportamentos, de atuar sobre eles das mais diversas maneiras, enfim, de interagir socialmente por meio do seu discurso (KOCH, 2011, p. 15).
Dessa maneira, “a linguagem passa a ser encarada como forma de ação,
ação sobre o mundo, dotada de intencionalidade, veiculadora de ideologia,
caracterizado, portanto pela argumentatividade” (KOCH, 2011, p. 15). Nessa
perspectiva, os gêneros passam a se constituir como componente do processo
discursivo e o texto a sua unidade de significação, dessa forma a aprendizagem se
fundamenta na reflexão sobre o uso da língua.
Segundo Bakhtin (1999), a linguagem surge da necessidade de relação entre
os indivíduos, é, portanto um fenômeno social, estabelecida pela interação verbal,
quando o sujeito a torna real, considerando os aspectos sociais, históricos e o
contexto de produção em que está inserido.
A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social de interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua. (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1986, p.123)
Assim, o processo de ensino da Língua Portuguesa deve ter como base o
sujeito e o contexto de sua produção, a utilização de palavras e frases fora de
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contexto não constitui mais objeto de estudo da língua, já que a linguagem é vista
como um fenômeno social que surge da necessidade de interação, segundo
reflexões do círculo de Bakhtin. Portanto, a escola deve propiciar ao aluno o estudo
de uma diversidade de textos, com diferentes funções, promovendo a leitura, a
análise e a discussão de textos de diferentes esferas sociais. A esse respeito,
menciona Britto, “o aprendizado efetivo da escrita não decorre de um processo de
treinamento, mas da inserção do sujeito no mundo, da relação que estabelece entre
o que aprende e seu universo sócio-histórico” (BRITTO, 1997, p.100).
Desse modo o texto deve ser a unidade básica da disciplina de Língua
Portuguesa, por meio de uma variedade de gêneros. A partir das ideias de Bakhtin
(1992), entende-se por gênero discursivo (gênero textual), toda produção de
linguagem (enunciado) oral ou escrita, determinado pela sua situação de
comunicação, sua finalidade comunicativa, sua temática e suas condições de
produção e circulação. “Gêneros moldam o pensamento que nós formamos e as
comunicações pelas quais interagimos. Gêneros são espaços familiares nos quais
nós criamos ações comunicativas inteligíveis uns com os outros e são guias que
usamos para explorar o não familiar” (BAZERMAN, 1997 apud DIONÍSIO, 2005).
Para Marcuschi (2000) o aprendizado da língua portuguesa, ressaltando a
trabalho com a exploração dos gêneros textuais nas modalidades da língua falada e
escrita serão positivamente bem-sucedidos, visto que os alunos obtêm capacidade
de se expressar distintamente nas manifestações às quais sejam expostos, uma vez
que realizamos ações na sociedade, por meio de processos de ler, escrever, falar e
ouvir, incorporando formas estáveis de enunciados.
São muitos os gêneros discursivos que podem ser abordados no trabalho em
sala de aula, porém esse trabalho deve primeiramente fundamentar-se no
conhecimento que o professor de Língua Portuguesa tem a respeito dos diferentes
gêneros discursivos, para que possa definir qual o gênero mais adequado a ser
abordado em cada série, levando em consideração as necessidades dos alunos.
Dentre os gêneros a ser trabalhado em sala de aula, está o artigo de opinião, que
pertence a ordem da argumentação, por suas características, aborda assuntos
sociais controversos, mostrando a sustentação de uma ideia, aceitando ou refutando
argumentos apresentados, o autor expõe seu ponto de vista através da escrita,
apresentando argumentos sustentados por verdades e opiniões. O discurso
argumentativo no artigo de opinião tem como base a persuasão ou o convencimento
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do leitor, com a intencionalidade de compartilhar uma opinião apresentada ou
mudança de ação por parte do interlocutor. Os meios de circulação do artigo de
opinião são; rádio, TV, jornais, revistas, internet, e outros.
Diante da consideração da necessidade de se trabalhar com um gênero
discursivo em sala de aula, de que o processo de comunicação se realiza através
deste e da visão da língua como interação social, fundamenta-se uma proposta de
trabalho de acordo com Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) que contemple a
comunicação, tanto oral quanto escrita, devendo ser ensinado sistematicamente pela
escola, e essa sistematização é denominada de sequência didática (SD), que pode
ser uma alternativa metodológica para o trabalho com o gênero artigo de opinião.
A SD é definida como uma sequência de módulos de ensino, de propriedades
contextuais e textuais de um texto, os quais tem a finalidade de organizar e melhorar
determinada prática de linguagem, constituindo a apropriação e a relação entre o
aluno e as práticas de linguagem existentes. “Elas buscam confrontar os alunos com
práticas de linguagem historicamente construídas, os gêneros textuais, para lhes dar
a possibilidade de reconstruí-las e delas se apropriarem”. (DOLZ e SCHNEUWLY,
2004, p.51).
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do
Paraná (DCE) de Língua Portuguesa,
[...] ao trabalhar com o tema do gênero selecionado o professor propiciará ao aluno a análise crítica do conteúdo do texto e seu valor ideológico, selecionando conteúdos específicos, seja para a prática de leitura ou produção (oral e/ou escrita) que
explorem discursivamente o texto (PARANÁ, 2008, p.64).
O trabalho com o artigo de opinião fundamenta-se de acordo com as DCEs
sobre gêneros textuais e seu trabalho em sala de aula irá proporcionar ao aluno o
desenvolvimento de sua autonomia, tanto no processo de leitura, quanto no
processo de produção textual, e sua emancipação em relação ao pensamento e às
práticas de linguagem, ajudando-o a ser mais participativo e inserido no espaço
social.
3 MATERIAL DIDÁTICO
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1 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO E SELEÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL
Em meio à vivência do dia a dia, estamos a todo instante nos posicionando a
respeito de diversos assuntos. É comum encontrar circulando nos meios de
comunicação temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos leitores. Por
isso, o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão
através do artigo de opinião, que é um gênero textual que apresenta,
predominantemente, sequências tipológicas argumentativas e que faz parte da
família de gêneros que circulam na esfera jornalística.
É importante estar preparado para produzir esse tipo de texto, pois em algum
momento poderão surgir oportunidades ou necessidades de expor ideias pessoais
através da escrita. Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção
de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos.
Diversos gêneros textuais podem ser utilizados para manifestar ideias e
pontos de vistas no contexto social. Além do artigo de opinião, já citado, há a carta
argumentativa, a carta do leitor, a charge, o cartum, o comentário interpretativo-
crítico, entre outros.
O artigo de opinião é geralmente construído a partir de uma questão polêmica
de relevância social, que tem sido notícia na esfera social, ou ainda, que esteja em
discussão na mídia. Atualmente, um tema que vem sendo abordado nos meios de
comunicação e que tem dividido opiniões entre os brasileiros é a “Copa de 2014”.
Sendo assim, este será o tema abordado nesta sequência didática. O primeiro passo
do trabalho será informar aos alunos que, para saberem mais sobre este tema, farão
leituras de textos, pesquisas, debates em sala de aula, para, na sequência,
realizarem a produção de um artigo de opinião, no qual se posicionarão sobre o
assunto. Os artigos produzidos por eles poderão ser lidos por professores, alunos e
outras pessoas, pois serão postados no blog
www.blogandocomartigodeopiniao.blogspot.com.
Assim sendo, para iniciar as atividades, é interessante diferenciar o gênero
artigo de opinião de outros gêneros afins, bem como ampliar o que os alunos sabem
sobre o assunto. Considerando-se que, geralmente, os alunos apresentam
dificuldades em diferenciar notícia e artigo de opinião, confundindo informação com
argumentação, será encaminhada a análise de uma notícia.
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Atividade 1 – Despertando a argumentatividade (2h/a)
*Para iniciar, coloque no quadro a manchete da notícia que será lida:
SUBCOMISSÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS VISITARÁ OBRAS DAS ARENAS DA COPA DO MUNDO
*Comece, também, a levantar questões para orientar a discussão.
Atividades antes da leitura:
Com base no título, peça aos alunos que respondam oralmente:
1. 1 Qual o provável assunto da notícia?
1.2 O que você já conhece sobre o assunto?
1.3 Você já leu algo a esse respeito, recentemente?
1.4 Qual a relevância desse assunto?
1.5 Qual a fonte desta notícia? O que vem apresentado no rodapé?
PROFESSOR (A):
Quando estimulamos estratégias de compreensão anteriormente à leitura, estamos
ativando o conhecimento prévio relevante dos alunos e estabelecendo inferências a
respeito do que será lido. É importante, contudo, que sejam sintetizadas as
informações discutidas e que o aluno saiba o objetivo da leitura que está prestes a
fazer.
* Depois dessa discussão inicial, entregue uma cópia da notícia para cada aluno e
socilite a leitura do texto completo. NOTÍCIA:
Disponível em: http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/subcomissao-da-camara-dos-deputados-visitara-obras-das-arenas-da-copa-do-mundo
Atividades após a leitura
Conversando com os alunos, reforce que o tema da notícia é a visitação das obras
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dos estádios que sediarão a Copa de 2014. Acrescente as seguintes questões para
finalizar a leitura:
1.6 O que você achou dessa notícia?
1. 7 Por que esse fato virou notícia?
1.8 Esta notícia foi retirada do Portal da Copa, que é um site oficial da copa do
Mundo da FIFA de 2014. Por que você acha que este site publicou esta notícia?
1.9 Por que motivo você acredita que a subcomissão permanente da Câmara dos
Deputados decidiu visitar primeiramente Brasília?
1.10 Qual é sua opinião sobre a visitação dos parlamentares às 11 cidades-sede?
1.11 Comente o esclarecimento do presidente da subcomissão, deputado Marcelo
Matos (PDT-RJ).
1.12 O autor da notícia dá sua própria opinião sobre o fato ou apenas o noticia e
registra sua repercussão?
1.13 Neste texto, o autor traz um fato ou uma opinião sobre um fato?
PROFESSOR (A):
Explique aos alunos que na notícia, o jornalista procura não tomar, ele mesmo,
posição a respeito do que divulga. Seu objetivo é apresentar o fato em si, assim
como sua repercussão, que também constitui um fato.
2 RECONHECIMENTO DO GÊNERO (4h/a)
PROFESSOR (A):
Apresente diversas amostras de textos com predominância de sequências
tipológicas argumentativas e de gêneros textuais diferentes, já que possuem
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semelhanças, e por isso mesmo, podem ser confundidas pelos alunos, para que eles
possam fazer uma análise e identificar suas principais características, observando
em especial, as características do gênero argumentativo.
Para isso é interessante dividir os alunos em equipes para leitura e desenvolvimento
de atividades de interpretação textual; cada grupo será responsável pelas atividades
do texto determinado a eles. Segue o exemplo de uma carta argumentativa, uma
carta do leitor, um artigo de opinião, uma charge, um cartum e uma tira para que
possam ler, debater e analisar.
TEXTO 1:
Disponível em:
http://veja.abril.com.br/040511/cara-presidente-p-166.shtml
TEXTO 2:
O que a Copa de 2014 representa para o Brasil?
* Por Robson Calil Chaar, sócio da Deloitte e um dos responsáveis pelo grupo multidisciplinar dedicado ao “Projeto Copa do Mundo 2014”. http://www.deloitte.com/view/pt_br/br/ad1d4871cdf03210VgnVCM100000ba42f00aRCRD.htm
TEXTO 3: TIRAS, CARTUNS E CHARGES
Disponível em:
http://boicoteacopa2014oficial.wordpress.com/category/humor-tirinhas-charges-hqs/
TEXTO 4: CARTA DOS LEITORES
Disponível em:
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT725252-2119,00.html ATIVIDADES RELACIONADAS AOS TEXTOS:
a) Em que veículo o texto foi publicado?
b) Qual é o assunto principal abordado pelo texto?
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c) Para que tipo de leitor o artigo se dirige?
d) Que importância essas informações podem ter para esse leitor?
e) Com que finalidade esse assunto é abordado?
f) Considerando que se trata de um texto argumentativo, que ideia ou tese o autor
parece defender? Com que argumentos?
g) Depois de ler seu texto, comente suas impressões de leitura.
PROFESSOR (A):
Esclareça as finalidades específicas de cada gênero textual, as principais
características, da carta argumentativa e do leitor, da tira, cartum e charge, e
aproveite para iniciar o reconhecimento do artigo de opinião através do exemplo
citado. Apresente algumas características do artigo de opinião:
“É um texto escrito com o objetivo de defender um ponto de vista, uma opinião sobre
algum assunto, geralmente atual e polêmico. É predominantemente argumentativo.
Este gênero textual tem o objetivo de persuadir o leitor ao ponto de vista defendido
pelo autor. São publicados, muitas vezes, em jornais, revistas impressas e
eletrônicas. O artigo de opinião provoca a discussão de um assunto vinculados
às questões sociais, temas que refletem a vida da maioria dos leitores. É com essa
finalidade que o autor argumenta, expõe suas ideias e opiniões, justifica e
exemplifica, porque deseja convencer o leitor a seguir sua lógica de interpretação.
No artigo de opinião, o autor defende uma tese, apresentando argumentos
favoráveis à mesma. Apresenta três partes: Introdução (apresentação da tese, da
ideia defendida pelo autor); Desenvolvimento (apresentação dos argumentos para a
defesa da tese) e Conclusão (síntese das ideias defendidas). Outro recurso do autor
do artigo de opinião é apresentar sequências explicativas para a compreensão do
leitor, o que demonstra o estabelecimento da relação de interlocução com o leitor”.
Após a realização das atividades de leitura e interpretação dos textos, sugerimos
que seja proporcionado aos alunos, reflexão e familiarização com o gênero “artigo
de opinião”. Para tanto, poderão ser direcionados questionamentos acerca do
gênero.
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a) Você já leu ou tem conhecimento de algum artigo de opinião? Qual era ao assunto
tratado?
b) Quais desses textos, estudados acima você considera que seja um artigo de
opinião? Por quê?
c) Qual é o veículo de circulação deste tipo de gênero textual?
d) Quem você considera o público leitor do artigo de opinião?
e) Qual o assunto tratado no artigo de opinião acima?
f) Qual a finalidade deste gênero textual?
OBSERVAÇÃO:
Aproveite para aprofundar a explicação sobre o que é o discurso argumentativo.
2.1 Pesquisa sobre o Gênero (4h/a)
PROFESSOR (A):
Leve para sala de aula revistas e jornais para que os alunos pesquisem textos do
gênero artigo de opinião. Peça que, além da procura, leiam, troquem e analisem os
artigos encontrados.
Selecione previamente alguns sites da Internet para que os alunos também realizem
a pesquisa no Laboratório de Informática da escola. Neste momento, eles
pesquisarão tanto a definição, meios de circulação, características e em quais meios
circulam, como também textos que possam servir de exemplos.
Sites sugeridos:
http://www.slideshare.net/jairjlnascimento/artigo-de-opiniao
http://www.brasilescola.com/redacao/artigo-opiniao.htm
http://www.portugues.com.br/redacao/artigo-opiniao-.html
http://www.revel.inf.br/files/artigos/revel_13_o_genero_textual_artigo_de_opini
ao.pdf
http://cassimiro.livreforum.com/t6-artigo-de-opiniao
http://www.slideshare.net/julianoortis/generos-textuais
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2.2 Leitura de Textos do Gênero (4h/a)
PROFESSOR (A):
Divida a sala de aula em grupos e distribua aos alunos textos do gênero artigo de
opinião, para que analisem o contexto de produção, a função social e a estrutura
composicional do gênero, bem como a forma como os autores articulam seus
argumentos em favor de sua posição. É fundamental que nesta etapa o aluno
familiarize-se com o gênero, para que posteriormente ele consiga identificá-lo e
produzi-lo.
TEXTO 1:
“O que a Copa de 2014 representa para o Brasil?” (Apresentado anteriormente,
no início da etapa de reconhecimento do gênero).
TEXTO 2:
O contagiante clima da Copa do Mundo já chegou! http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/tendencias-debates/o-contagiante-clima-da-copa-do-mundo-ja-chegou/
TEXTO 3:
Por Gilberto Dimenstein
Gol da Dilma na Copa do Mundo
É a primeira boa notícia que leio sobre a Copa do Mundo --um tema cercado de suspeitas de desperdícios. Até diria que é um gol da Dilma. O governo abriu 240 mil vagas de cursos gratuitos para formação de mão de obra exigida pela chegada de turistas durante a Copa do Mundo. Além dos cursos serem gratuitos (entre eles espanhol e inglês), haverá ajuda financeira para os candidatos escolhidos. Não se tem notícia, no Brasil, de uma oferta tão grande de cursos técnicos. A boa notícia é que os cursos serão presenciais e oferecidos pelo Sistema S (Senai, Senac), acostumados com esse tipo de formação. Sempre digo que a grande forma de inclusão dos mais pobres no mercado de trabalho não são necessariamente as faculdades (muitas delas de péssima qualidade). Formam-se advogados que nem sequer conseguem passar na prova da OAB. Todos têm a ganhar com a universalização dos cursos técnicos, a começar a economia que está de trabalhadores qualificados. Esse é um dos melhores investimentos que o Brasil pode fazer em educação.
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http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein/1112444-gol-da-dilma-na-copa-do-mundo.shtml
ATIVIDADES PARA OS ALUNOS:
Após a leitura, debate e reflexão sobre os artigos lidos, analisem e identifiquem o
que é solicitado na tabela abaixo:
QUESTÕES ARTIGO 1 ARTIGO 2 ARTIGO 3
Autor
Papel social do
autor
Local de
publicação
Data de
publicação
Suporte de
circulação
Questão polêmica
Posição do autor
a respeito da
polêmica
Argumentos que
o autor usa para
justificar sua
posição
O objetivo do
autor
3 SELEÇÃO DE UMA AMOSTRA DO GÊNERO
PROFESSOR (A):
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Para que os alunos obtenham maior clareza e compreensão acerca do gênero artigo
de opinião, é interessante selecionar um texto para que seja trabalhado tanto
aspectos relacionados ao seu contexto sócio-histórico e ideológico de produção,
como o estilo linguístico e sua estruturação formal, partindo de questões que
estimulem a leitura e a interpretação do texto. É interessante distribuir uma cópia do
texto abaixo para cada aluno.
TEXTO:
Às favas com a Copa do Mundo!
Posted by Adriano Paranaiba on 29/03/2012.
1.Há poucos dias, quando ministrava uma aula de economia em que o assunto era
2.oferta e demanda, fui incitado pela turma a usar exemplos empíricos, ou seja,
3.práticos (fazendo justiça e mencionando a moçada: alunos da turma 1CCNB da
4.Faculdade Araguaia). Como é de minha preferência, busquei um tema polêmico:
5.Seria a Copa do Mundo responsável por uma melhora na economia brasileira
6.antes, durante e depois do evento? Pronto: polêmica lançada!
7.Os que defendem, e esperam, que a Copa do Mundo contribua com benefícios
8.para o Brasil e para os brasileiros se apoiam em um aumento da demanda
9.agregada. Demanda agregada é a soma dos gastos dos agentes econômicos.
10.Bem diz Vasconcellos, em um de seus vários livros, que a demanda agregada é
11.realmente mais sensível, mais fácil de ser alterada, e produz resultados mais
12.rápidos a curto prazo que a oferta. A grande parcela do investimento capaz de
13.induzir o crescimento desta demanda pode vir dos investimentos do governo
14.federal na construção de estádios, pontes, melhoria dos aeroportos e rodovias,
15.levando a um ajuste rápido do investimento privado neste sentido. A construção
16.da infraestrutura beneficiaria os brasileiros gerando emprego e renda. Durante o
17.evento a quantidade de turistas aqueceria o setor do turismo e outros diversos
18.setores da economia e, mesmo após o evento, teríamos uma melhor
19.qualidade de vida da população em geral, graças à infraestrutura instalada. E
20.assim, nós brasileiros viveríamos felizes para sempre.
21.Gostaria de deixar claro que não estou sendo sarcástico e me opondo aos
22.keynesianos e aos neo-keynesianos, somente alerto que a conjuntura que
23.circunda a construção e preparação deste evento está cercada de equívocos e o
24.resultado pode levar senão a alguma forma de catástrofe social, parafraseando
25.Celso Furtado. Desculpem-me a expressão, mas o que vejo está mais próximo
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26.de um “pão e circo desconexo” do que de um Welfare State (Estado de Bem
27.Estar Social).
28.A construção das obras é dispendiosa e não demonstra que irá aumentar a oferta
29.de bens públicos: a reforma dos aeroportos, atualmente defasados em todos os
30.quesitos imagináveis, poderá, se tudo der certo, conseguir levar os aeroportos a
31.operarem no patamar da capacidade com que já deveriam estar funcionando,
32.correndo sérios riscos de tornarem-se obsoletos após o evento.
33.A fortuna gasta na construção de estádios trará grandes benefícios? Onde existia
34.uma Fonte Nova, teremos uma Nova Fonte Nova! Onde tinha um Maracanã,
35.vejam só, poderemos em 2014 ver: um novo Maracanã! E daí? 705 milhões
36.para 76 mil pagantes? O pior é que o atraso das obras cada dia mais
37.caracteriza-as como emergenciais – dado à proximidade do evento – o que
38.faz com que sejam dispensadas as licitações. Nos telejornais teremos as notícias
39.de inauguração dos estádios seguidas de notícias de ventiladores caindo na
40.cabeça de alunos nas escolas abandonadas, abandonadas às traças.
41.Contudo, o ponto que mais chama a atenção é a insegurança institucional que se
42.levanta. A lei da Copa, que quase não saiu, já recebe metralhada – à queima
43.roupa – das Medidas Provisórias do Palácio do Planalto. Por exemplo, o caso da
44.venda de bebidas alcoólicas: a FIFA pressiona e o Palácio do Planalto cede,
45.demonstrando que os patrocinadores da Copa têm mais força do que a soberania
46.nacional. Ora, após anos lutando por uma lei seca no trânsito, como fazer para os
47.torcedores lembrarem da existência de tal lei e ainda a cumprirem? Mesmo
48.porque, quando o Neymar marcar um gol, tenho a certeza de que ninguém
49.mais vai lembrar quem é o motorista da rodada! Além disso, para cada jogo que
50.o Brasil ganhar teremos um carnaval inesquecível! Ademais, o Brasil pode até
51.perder, visto que nos dias de jogos da seleção será feriado mesmo e a festa
52.começa antes da seleção canarinho entrar em campo!
53.Em um país sério, como a Inglaterra, estamos vendo o investimento na
54.construção de uma Olimpíada que deixará a infraestrutura que os londrinos
55.merecem. Quando penso no Brasil, só me lembro das obras dos Jogos Pan-
56.americanos Rio 2007. O Tribunal de Contas da União – TCU – também lembra.
57.Em seu relatório consolidado, produzido pelo Serviço de Coordenação de
58.Redes de Controle/Adplan, aponta que “os riscos de aditivos contratuais,
59.sobrepreço, aporte desnecessários de recursos federais e contratos
60.emergenciais são muito grandes, a exemplo das obras do Pan-2007”.
61.Mais do que ver a população envolvida em discutir se teremos direito ou não à
62.“meia entrada”, gostaria, neste ano eleitoral, de ver questões levantadas sobre
63.o direito à educação, saúde, educação, alimentação, trabalho, moradia,
17
64.segurança, previdência social, e aí sim, depois de tudo isso, lazer, para se ter
65.de fato o que comemorar.
Artigo de Opinião publicado no Jornal Diário da Manhã. Leia o artigo no site do DM,
pelo link http://www.dmdigital.com.br/novo/?ref=dmsite#!/view?e=20120329&p=21
3.1 Análise do contexto de produção e função social do gênero (2h/a) a) Você conhece o autor do texto? Que informações você conhece a respeito dele?
b) Qual o veículo de circulação do texto?
c) Em que data o artigo foi publicado?
d) A que tipo de leitor este texto se destina?
e) Qual é o assunto abordado? Que relação tem com a realidade atual?
f) Qual o objetivo principal deste texto?
g) Qual a importância de se discutir essa temática neste momento?
h) Qual o ponto de vista que o autor aborda neste texto?
PROFESSOR (A):
É interessante que o aluno pesquise sobre o autor. Para isso ele poderá utilizar o
laboratório de informática ou outro meio de pesquisa disponível na escola.
3.2 Análise do plano global e da estrutura composicional (2h/a) a) Através do título do texto, já é possível perceber o posicionamento do autor em
relação ao tema. Que elementos justificam essa afirmativa?
b) Qual das afirmações abaixo consiste na tese defendida por Adriano Paranaíba?
( ) Há poucos dias, quando ministrava uma aula de economia em que o assunto era
oferta e demanda, fui incitado pela turma a usar exemplos empíricos, ou seja,
práticos (fazendo justiça e mencionando a moçada: alunos da turma 1CCNB da
Faculdade Araguaia). (linhas 1 a 3)
( ) Seria a Copa do Mundo responsável por uma melhora na economia brasileira
antes, durante e depois do evento? (linhas 5 a 6)
18
( ) Os que defendem, e esperam, que a Copa do Mundo contribua com benefícios
para o Brasil e para os brasileiros se apoiam em um aumento da demanda
agregada. (linhas 7 a 8)
( ) Desculpem-me a expressão, mas o que vejo está mais próximo de um “pão e
circo desconexo” do que de um Welfare State (Estado de Bem Estar Social). (linhas
25 a 27)
c) Para defender sua opinião, o autor apresenta argumentos para justificar se a
Copa do Mundo seria responsável por uma melhoria na economia brasileira.
Encontre no texto os argumentos que ele usa para justificar sua opinião.
d) A base de um artigo de opinião é a discussão de uma questão polêmica. No texto
apresentado, o autor apresenta tanto os argumentos favoráveis à sua ideia quanto
argumentos que contestem sua opinião – os contra-argumentos. Relacione os
argumentos do autor com os respectivos contra-argumentos apresentados.
e) Localize e identifique, no texto, a tese apresentada pelo autor, os argumentos que
ele utiliza para defender sua ideia e os contra-argumentos mencionados pelo autor
que justificam a melhora na economia brasileira com a Copa do Mundo.
f) Na conclusão de um artigo, o autor faz uma reflexão a respeito da questão
polêmica, reforçando a tese defendida. Localize no texto e copie a passagem que
conclui a ideia defendida pelo autor.
g) Reescreva, na tabela abaixo, a sequência das ideias apresentadas no texto:
Apresentação da tese
Argumentos
Contra-argumentos
Conclusão
h) Juntamente com um colega, faça um resumo utilizando as principais informações
sobre o plano textual global do texto “Às favas com a Copa do Mundo”.
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PROFESSOR (A):
É importante que fique bem claro para os alunos a tese, os argumentos e os contra-
argumentos do texto estudado. Por isso, é interessante transpor para um cartaz o
texto assinalado essas informações, durante a realização do estudo dessa
sequência didática.
3.3 Questões de interpretação do texto: (2h/a) a) O que você acha da Copa do Mundo de 2014 ser realizada no Brasil? Qual é a
sua opinião sobre este assunto?
b) Procure o significado da palavra empírico num dicionário. Depois explique com
que sentido ela é utilizada na passagem do texto “fui incitado pela turma a usar
exemplos empíricos”.
c) Por que o autor cita o tema da Copa do Mundo como um exemplo empírico
polêmico?
d) Na linha 8, o autor utiliza a expressão “demanda agregada”. Explique essa
expressão, bem como seu significado dentro do contexto de produção do texto. Se
necessário, consulte novamente o dicionário.
e) “E assim, nós brasileiros viveríamos felizes para sempre.” (linhas 19 e 20). Por
que o autor utiliza essa expressão e como ela é interpretada neste contexto?
f) Na linha 33 o autor elabora um questionamento: “A fortuna gasta na construção de
estádios trará grandes benefícios?” Como você responderia a este questionamento?
g) Outro questionamento polêmico levantado pelo autor é em relação à lei seca no
trânsito (linhas 43 a 47). O que você pensa sobre esta polêmica?
h) Na conclusão do texto, o autor defende a ideia de se discutir questões
relacionadas ao direito à educação, alimentação, moradia, saúde, entre outros, e
depois de tudo isso, discutir essa questão de “lazer”. Você concorda com essa ideia?
20
O que pensa a respeito?
3.4 Estilo linguístico (4h/a)
PROFESSOR (A): Uma das características do artigo de opinião consiste no uso de elementos coesivos
que ajudam veicular o conteúdo do texto. Há ainda, os elementos que funcionam
como reforço da argumentação do texto, que tem, também, a finalidade de
convencer ou persuadir o leitor: são os operadores argumentativos. Eles estão,
segundo Koch (2004), entre os mecanismos responsáveis pela argumentatividade
de um texto.
É interessante apresentar aos alunos uma síntese dos principais tipos de
operadores, como também dos elementos de coesão referencial e sequencial, ou
ainda levá-los ao laboratório de informática para que realizem uma pesquisa sobre
este conteúdo.
1) Releia o trecho abaixo:
“Há poucos dias, quando ministrava uma aula de economia em que o assunto era
oferta e demanda, fui incitado pela turma a usar exemplos empíricos, ou seja,
práticos (fazendo justiça e mencionando a moçada: alunos da turma 1CCNB da
Faculdade Araguaia).”
a) Os termos em destaque, “quando” e “ou seja” estabelecem que relação de sentido
ao texto? Como podemos classificá-las?
b) A expressão “ou seja”, do trecho acima, expressa:
( ) Estabelece relação de justificativa
( ) Acrescenta uma nova informação
( ) Retifica a ideia anterior
( ) Estabelece uma comparação
2. Observe a expressão destacada no trecho seguinte:
21
“E assim, nós brasileiros viveríamos felizes para sempre.” (linhas 19 e 20). Para
compreendermos o sentido da expressão “e assim” temos que localizar no texto o
que foi informado anteriormente. Qual é esta informação?
3. “Gostaria de deixar claro que não estou sendo sarcástico e me opondo aos
keynesianos e aos neo-keynesianos, somente alerto que a conjuntura que circunda
a construção [...]” (linhas 21 a 23). A palavra que, em destaque, exerce que função
dentro deste contexto?
4. O pronome oblíquo “me”, do trecho acima, retoma que pessoa do discurso?
5. Qual a função sintática da palavra “onde” em destaque no trecho: “Onde existia
uma Fonte Nova, teremos uma Nova Fonte Nova! Onde tinha um Maracanã, vejam
só, poderemos em 2014 ver: um novo Maracanã! (linhas 33 a 35)
6. Na linha 37, na expressão “caracteriza-as”, que elemento do texto o pronome
retoma?
7. Na linha 41 a palavra “contudo” marca oposição entre dois enunciados ou
segmentos do texto. Localize-os.
8. Selecione no texto, na linha 49, a expressão que introduz um argumento e que
contrapõe a um argumento apresentado anteriormente.
9. No trecho selecionado, a expressão “visto que” estabelece que relação de sentido
ao contexto? “Ademais, o Brasil pode até perder, visto que nos dias de jogos da
seleção será feriado...”
PROFESSOR (A):
Outro recurso utilizado nos textos argumentativos são os modalizadores, que são
recursos linguísticos utilizadas pelo autor do texto para demonstrar suas intenções,
sentimentos, atitudes em relação ao seu discurso.
É interessante que os alunos pesquisem exemplos de modalizadores textuais no
laboratório de informática ou em outra fonte de pesquisa.
Algumas palavras que podem funcionar como modalizadores do discurso:
É necessário...
22
É possível...
Deve acontecer....
Quero dizer que...
Eu acredito que...
Desejo que...
Eu posso afirmar que....
É permitido....
Provavelmente, certamente,
necessariamente, felizmente....
Muito....
Quase....
Apenas....
Só...
Mesmo....
Até....
Não pode haver dúvidas de que...
É dever de todos que...
Todos sabem....
Fonte: KOCH, Ingedore Villaça. Argumentação e linguagem. 4. ed. São Paulo:
Cortez, 1996.
10. No trecho “Ademais, o Brasil pode até perder, visto que nos dias de jogos da
seleção será feriado mesmo e a festa começa antes da seleção canarinho entrar em
campo!” (linhas 50 a 52) a expressão “ademais” demonstra uma intenção do autor
do texto sobre a informação apresentada. Qual o papel desse advérbio no texto?
11. Destaque, nos fragmentos seguintes, as palavras que o autor emprega e que
evidenciam a sua opinião em relação ao assunto “Copa do Mundo”.
“Em um país sério, como a Inglaterra, estamos vendo o investimento na construção
de uma Olimpíada que deixará a infraestrutura que os londrinos merecem. Quando
penso no Brasil, só me lembro das obras dos Jogos Pan-americanos Rio 2007. O
Tribunal de Contas da União – TCU – também lembra.” (linhas 53 a 56).
23
12. Sublinhe as marcas do discurso pessoal do autor no trecho abaixo. A seguir,
explique a ideia, defendida pelo autor, neste fragmento:
“Mais do que ver a população envolvida em discutir se teremos direito ou não à
‘meia-entrada’, gostaria, neste ano eleitoral, de ver questões levantadas sobre o
direito à educação, saúde, educação, alimentação, trabalho, moradia, segurança,
previdência social, e aí sim, depois de tudo isso, lazer, para se ter de fato o que
comemorar.” (linhas 61 a 65)
4. PRODUÇÃO E REESCRITA DE TEXTOS: (6h/a)
PROFESSOR (A):
Antes da produção escrita, revise com os alunos a maneira como o autor usa seus
argumentos para compor seu artigo de opinião:
- insere-se numa questão polêmica que circula nos meios de comunicação;
- explicita uma opinião, através de uma tese a respeito dos fatos ou da polêmica em
questão;
- apresenta seus motivos, na forma de argumentos que sustentam a sua tese;
- antecipa e contesta outros argumentos (contra-argumentos);
- produz o texto de maneira que possa adequá-lo aos interlocutores;
- finaliza o raciocínio com uma conclusão explícita.
4.1 PRODUÇÃO TEXTUAL:
Após terem realizado leituras e atividades de textos sobre o tema “Copa do
Mundo no Brasil”, proponha aos alunos a elaboração de seu próprio artigo de
opinião, a partir de uma tese e de argumentos que a sustentem. É importante que os
alunos tenham conhecimento das expressões que deverão utilizar e também quanto
à elaboração e os critérios a serem considerados durante a produção do artigo.
Para que o trabalho tenha melhor resultado, é sugerido que se faça pelo menos três
reescritas do texto.
Primeira produção: é a primeira escrita – um rascunho do que se pretende
produzir. Apresentar a tese, os argumentos e contra-argumentos, se for o caso.
24
Segunda produção: é a primeira reescrita do texto – discutir se as ideias do texto
estão claras, objetivas e coerentes, assinalar erros gramaticais de ortografia e
concordância. (Essa correção poderá ser em grupo)
Terceira produção: segunda reescrita – reescrever o texto observando todos as
intervenções do professor. (individual)
Quarta produção- terceira reescrita- se necessário ainda, fazer a revisão final,
observando as últimas correções.
PROFESSOR (A):
Você poderá utilizar a tabela abaixo para que o próprio aluno faça sua autocorreção,
ou ainda, que ele faça em conjunto com os colegas. Este é um momento, onde
poderá haver interação entre a classe.
AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO DO GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO
CRITÉRIOS ESTÁ BOM PRECISA MELHORAR
1. O título está adequado ao contexto?
2. O tema é de relevância social?
3. O texto discute, com o leitor, uma
questão polêmica?
4. Consegue o objetivo de convencer o
leitor?
5. Contextualiza a questão discutida?
6. Usa argumentos concretos e
convincentes?
7. Há informações que você julga
relevante?
8. A conclusão é adequada e apresenta
25
uma possível reflexão?
9. Emprega adequadamente os
organizadores textuais?
10. Há o emprego correto de elementos
coesivos?
11. Seu texto está adequado às normas
gramaticais?
PROFESSOR (A):
Para correção dos textos dos alunos, poderá ser utilizada, como modelo, uma tabela
com um roteiro de avaliação linguístico-discursiva, produzido pela AMOP 2010 e
adaptado pela Profª. Dra. Carmem Teresinha Baumgärtner. Para tanto, é preciso
complementá-la e adaptá-la de acordo com a sua realidade pedagógica.
5. Circulação do gênero na sociedade (2h/a)
Esse é um momento muito importante para a produção escrita, o de tornar
público o texto produzido. Todos os textos produzidos, após as devidas correções,
serão publicados no blog: www.blogandocomartigodeopiniao.blogspot.com
Este blog será divulgado no site da escola para que os demais alunos e
membros escolares possam ter acesso aos textos produzidos nesta sequência
didática.
REFERÊNCIAS
AMOP – Associação dos Municípios do Oeste do Paraná. Departamento de Educação. Sequência Didática: uma proposta para o ensino da Língua Portuguesa no Ensino Fundamental – Anos iniciais. [Organizadoras Terezinha da Conceição Costa-Hübbes; Carmem Teresinha Baumgärtner]. Cascavel: ASSOESTE, 2009. Caderno Pedagógico 3 .
26
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003
BAKHTIN, M.(Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. 4. ed. Trad. De M.
Lahud e Y.Frateschi, 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1986.
___________ Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BRITTO, L. P. L. de. A sombra do Caos: ensino de língua x tradição gramatical. Campinas: ALB, 1997.
CITELLI, B. Produção e Leitura de Textos no Ensino Fundamental – Poema, Narrativa, Argumentação. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
DIONÍSIO, A. P. Gêneros multimodais e letramento. In: KARWOSKI, A. M.; GAYDECZKA B.; BRITO, K. S. (Org.). Gêneros textuais: Reflexões e Ensino.
Palmas: Kayangue, 2005.
DOLZ, B; NOVERRAZ, M; SCHNEUWLY, D. Gêneros orais e escritos na escola.
Trad. E org. ROJO, R. e CORDEIRO, G. L. Campinas= Mercado das Letras, 2004 GERALDI, J.W. O texto em sala de aula. Cascavel: Assoeste. 1984.
KOCH, I. G. V. Argumentação e linguagem. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
___________. Introdução à linguística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
MARCUSCHI, L. A Da fala para a escrita: Atividades de retextualização. 6. Ed. São Paulo: Cortez, 2005 PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares para Educação Básica – Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.