feridas e curativos

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Curso de Feridas e Curativos – Técnicas e Tratamentos MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.

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Feridas e Curativos

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  • Curso de

    Feridas e Curativos Tcnicas e Tratamentos

    MDULO IV

    Ateno: O material deste mdulo est disponvel apenas como parmetro de estudos para este Programa de Educao Continuada, proibida qualquer forma de comercializao do mesmo. Os crditos do contedo aqui contido so dados a seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    MDULO IV

    UTCNICA DE CURATIVOU

    AGORA, CUIDANDO... Como discutido anteriormente, tratar uma leso no significa apenas aplicar um

    produto ou substncia, significa cuidar de um ser nico, que possui suas peculiaridades e

    que devem ser respeitadas na hora de escolher a forma de tratamento.

    O tratamento da uma leso com a utilizao de um curativo tem vrias finalidades

    como limpar a ferida, proteger de traumas mecnicos e imobilizar, alm de prevenir contra

    infeces exgenas.

    Definio um meio teraputico que consiste na limpeza, com aplicao de procedimentos

    asspticos, que vai desde a irrigao como soluo fisiolgica at s coberturas

    especficas que podero auxiliar no processo de cicatrizao.

    A escolha dos curativos

    Os curativos e os cuidados devem ser estabelecidos conforme: A etiologia e localizao da leso; Tamanho de ferida Condies clnicas Fases do processo de cicatrizao.

    A enfermagem deve ser bastante criteriosa utilizar de curativos e medicamentos

    nas leses, considerando os seguintes fatores no processo de cicatrizao, uma vez que,

    j sabido, que podemos interferir tanto de uma forma positiva quanto negativa no

    tratamento:

    As propriedades fsicas de proteo e manuteno de medicamentos;

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    Intervalo de trocas entre o curativo. TIPOS DE CURATIVOS

    1. Abertos: Utilizados em algumas feridas agudas; 2. Semi-oclusivos: Curativos comumente utilizados em Feridas cirrgicas. Absorvem e isolam o exsudato, permitem exposio da ferida ao ar.

    Foto: M. Souza

    Foto: M. Souza

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    3. Oclusivos: Tm como finalidade vedar e impedir a perda de fluidos, bem como proporcionar isolamento trmico. A vedao feita atravs de gazes, faixas e espuma.

    4. Compressivos: Reduzem o fluxo sanguneo e promovem a hemostasia. Aproxima as bordas da ferida.

    Foto: M. Souza

    Foto: M. Souza

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    VANTAGENS DO MEIO MIDO

    O meio mido tem algumas vantagens em relao aos curativos secos. Estimula a

    epitelizao, a formao do tecido de granulao e maior vascularizao. Facilita a

    remoo do tecido necrtico e impede a formao de espessamento de fibrina. Promove

    a diminuio da dor, evitando traumas na troca do curativo, alm de manter a temperatura

    corprea.

    NORMAS DE ASSEPSIA

    Lavar as mos antes e aps a realizao dos curativos; Obedecer aos princpios de assepsia; Remover assepticamente tecidos necrosados; Obedecer aos princpios de realizao do procedimento: do menos para o mais

    contaminado.

    Utilizar luvas estreis em substituio ao material de curativo ou em procedimento que possam entrar em contato com a ferida/lcera.

    Curativos removidos para inspeo da leso devem ser trocados imediatamente.

    NORMAS TCNICAS PARA REALIZAO DOS CURATIVOS

    Tcnica assptica ou estril:

    Lavar as mos com soluo antissptica antes e aps a realizao do curativo; Utilizar material e luvas estreis para manipular a leso; Limpar a leso com soluo estril; Utilizar cobertura estril; Recomendada a utilizao exclusiva da tcnica para tratamento hospitalar;

    Tcnica limpa:

    Lavar as mos com gua e sabo; Utilizar material limpo para a manipulao da leso;

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    Limpar a leso com gua limpa e tratada; A cobertura da leso deve ser preferencialmente estril; Tcnica utilizada no tratamento domiciliar.

    O CDC (Center for Disease Control), em 1994, considerou as mos como principal

    veculo de transmisso de infeces, preconizando padres para o procedimento de

    lavagem e antissepsia das mos.

    LAVAGEM DAS MOS

    Objetivo da lavagem das mos:

    Remover a sujeira das mos e quebrar cadeia de infeco; Reduzir as contaminaes cruzadas; Melhorar, na viso do pblico, a imagem de higiene e a credibilidade dos profissionais

    da rea de sade.

    Observaes importantes:

    Retirar anis, relgios e pulseiras; No encostar na pia; Utilizar sabo lquido; No indicado uso de toalhas de pano e coletivas; Utilizar creme hidratante de uso nico e de pote individual para as mos. MATERIAL PARA CURATIVOS

    Pacote de curativo

    O pacote de curativo deve obedecer a princpios de assepsia e esterilizao,

    podendo ser descartvel ou no. importante lembrar que o pacote nunca deve ser

    utilizado caso haja suspeita que ele no tenha sido esterilizado.

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    Soro fisiolgico 0,9% ou gua destilada

    Deve ser aquecido prximo a temperatura de 37 C quando utilizado em tecido de

    granulao e epitelizao, em temperatura inferior a essa ocorrer um choque trmico, e

    a pele levar de 03 a 04 horas para voltar a temperatura normal;

    Tcnica do jato de soro

    Tcnica utilizada para higienizao do tecido de granulao. Nesta tcnica pode-se

    utilizar o prprio frasco de soro ou uma seringa de 20 ml, e agulha 40X12 mm, para

    exercer a devida presso (04 a 15 pps);

    Alm do tecido de granulao essa tcnica utilizada para limpeza de cavidades e

    pontos subtotais, reas de difcil acesso apenas com gaze mida.

    Os pontos subtotais so pontos que abrangem todas as camadas da parede

    abdominal, da pele at o peritnio. Eles so confeccionados com equipo de soro e fio tipo

    cordon. Para proceder a limpeza desses pontos, deve-se lavar todos os pontos

    introduzindo soro fisiolgico 0,9% com auxlio de uma seringa com agulha 40X12mm no

    interior de cada ponto, colocando uma gaze no lado oposto para reter a soluo.

    Foto: C. Pompeo / M. Souza Foto: M. Souza

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    Continuar a limpeza de todo o restante da leso, com o auxlio de uma pina,

    utilizando a tcnica assptica. Realizar a limpeza de dentro pra fora e de cima pra baixo,

    utilizando as duas faces da gaze sem voltar ao incio da inciso.

    Fita adesiva

    A fita adesiva sempre deve ser retirada molhando-a com SF 0,9%, para evitar a

    leso da pele do paciente por trauma local. Se possvel deve priorizadas a utilizao das

    fitas indicadas pelo fabricante, como hipoalergnicas e nunca deve ser utilizada fita crepe

    adesiva direto pele do paciente;

    TCNICA PARA REALIZAO DE CURATIVOS

    Princpios bsicos para a realizao dos curativos

    Esses princpios, por serem princpios bsicos podem e devem ser adaptados e

    empregados de acordo com o tipo de curativo. Tendo sempre o cuidado de evitar as

    infeces cruzadas.

    Separar o material a ser utilizado, observando: - Data de validade;

    - Se est embalado adequadamente;

    Pontos subtotais.

    Foto: M. Souza

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    Separar os anti-spticos a serem utilizados: Orientar o paciente sobre o que ser realizado com ele; Avaliar a leso; Separar o anti-sptico adequado para a realizao do curativo;

    Curativos das feridas limpas:

    Comear a limpeza do local de inciso, com movimentos de dentro para fora; Nunca passar o lado sujo da gaze duas vezes sobre a leso; O centro da ferida assptica sempre mais limpo que as bordas pois est mais

    protegido de contaminao.

    Feridas cirrgicas e traumticas:

    As primeiras 24 horas so especialmente importantes, porque o edema maior neste perodo;

    O edema depende do tipo da ferida, podendo permanecer de 72 a 96 horas, e nesse tempo o curativo dever permanecer fechado.

    Os curativos proporcionam proteo fsica para a leso, estabiliza o fechamento da ferida, absorvem a drenagem serosa e protegem contra infeco.

    Curativos das feridas contaminadas ou infectadas:

    Deve-se iniciar a limpeza de fora pra dentro da leso, ou seja, das bordas para o centro, para no espalhar infeco nos tecidos ao redor da ferida.

    lceras de estase venosa: Objetivo principal reduzir a hipertenso venosa devido a incompetncia vascular.

    Melhorar o retorno venoso, diminuindo as reas pobre em nutrientes e oxignio.:

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    Tratamento compressivo para as lceras venosas O tratamento compressivo melhora a funo da bomba muscular da panturrilha e

    reduz o edema, melhorando assim o retorno venoso.

    Os tratamentos mais utilizados so:

    Meias elsticas; Ataduras elsticas de alta compresso; Bota de unna;

    IMPORTANTE!!!!!!!!!!

    Antes de iniciar o tratamento compressivo deve ser bem investigado se o paciente

    no portador de lceras arteriais:

    Verificar pulso pedioso, caso fraco ou ausente, h necessidade de avaliao especializada;

    Sinais de necrose nos dedos ou dorso do p; Cianose de extremidades; Aumento na dor com elevao do membro.

    Curativo de lcera plantar:

    Objetivo do tratamento reduzir a hiperpresso sobre a ferida: Repouso; Imobilizao com tala gessada; Palmilhas; PRECAUES PADRO

    So precaues universais, indicadas durante o atendimento a qualquer paciente

    (USP, 1997).

    Lavagem das mos com gua e sabo, antes, durante (entre os diferentes procedimentos) e depois do atendimento ao paciente. Depois de tocar superfcies

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    contaminadas, aps o contato com fluidos corporais do paciente e aps a reirada das

    luvas.

    Luvas (de procedimento), uso indicado quando executar procedimentos que envolvam sangue e outros fluidos corporais, mucosas, pele no ntegra, e quaisquer itens que

    esto ou possam estar contaminados.

    Mscaras, respiradores (mscaras) e protetor ocular, uso indicado quando houver possibilidade de respingos de material suspeito de estar contaminado, ou

    aerossolizao do agente infeccioso.

    Recipiente de paredes rgidas, para descartar agulhas e materiais cortantes; Equipamentos, limpeza e desinfeco; Alojamento do paciente, privativo ou comum se for uma mesma patologia; Avental de contgio, indicao quando h possibilidade das vestes se contaminarem.

    ALGUNS PRODUTOS E TCNICAS UTILIZADAS EM CURATIVOS ANTISSEPSIA

    um processo de desinfeco das camadas superficiais ou profundas da pele,

    inativando, destruindo ou removendo os microorganismos, mediante a aplicao de

    antisspticos.

    Antisspticos

    Substncias capazes de impedir a proliferao de microorganismos pela sua

    destruio ou inativao. Essas substncias reduzem a carga bacteriana sobre a

    superfcie da clula mediante ao bactericida e bacteriosttica.

    Bactericida: Podem destruir os microorganismos. Bacteriosttica: Permite que os microorganismos permaneam viveis, porm

    impedem que se reproduzam (inibidor do crescimento).

    Todos os antisspticos tm uma ao histoltica e, portanto, diminuem os

    processos cicatriciais, se usados inconvenientemente.

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    PVPI (POLIVINIL PIRRILIDONA - IODO) Mecanismo de ao

    Reduz a carga bacteriana por destruio das protenas; Estudos in vivo indicam que ele reduz a carga bacteriana da pele de 68% a 84% em

    uma nica aplicao, e de 92% a 96% em seis aplicaes sucessivas.

    Vantagens e indicaes

    Antissptico de amplo espectro; Ativo no combate de bactrias gram positivas e gram negativas; Esporicida e fungicida; Na ausncia de matria orgnica a grande maioria das bactrias destruda ao fim de

    10 segundos por soluo a 1%.

    Indicado em todas as formas de infeco clinicamente presentes ou de colonizao; Mantm ao germicida residual;

    Desvantagens e contra indicao

    Seu emprego deve ser LIMITADO a resoluo dos fenmenos infecciosos; citotxico para os fibroblastos; Retarda o processo de cura (epitelizao) Seu uso deve ser restrito no caso de insuficincia renal (nefrotxico) contra indicado em mulheres que amamentam; NO previne infeco; Podem ocorrer fenmenos alrgicos. Quando o paciente apresenta hipersensibilidade

    ao iodo, os sintomas podem ocorrer sob a forma de febre e erupes cutneas

    generalizadas;

    Apresentao

    encontrado na forma de soluo;

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    PVPI degermante: o PVPI diludo em uma soluo de detergente neutro. Pode ser usado para a antissepsia das mos, tricotomias ou para antissepsia de feridas sujas.

    PVPI tpico: o PVPI diludo em soluo aquosa. Pode ser utilizado para antissepsia de feridas e mucosas.

    PVPI tintura: o PVPI diludo em soluo alcolica a 70%, deve ser utilizado somente em assepsia de pele ntegra.

    Cuidados na aplicao

    Por ser uma soluo aquosa passvel de contaminao por Gram positivos. Podendo estar colonizado em 12 horas e infectado em at 48 horas.

    Manter a rotina de troca do frasco a cada 07 dias; No deve ser removido da ferida.

    PERXIDO DE HIDROGNIO OU GUA OXIGENADA

    O que ?

    um antissptico brando; particularmente adequado para lavagem de feridas e mucosas onde haja tecido

    morto, pois a produo de gs, em virtude da ao de uma enzima (catalase) facilita a

    limpeza da rea ou da cavidade fechada.

    Vantagens e indicao

    Como antisspticos em lceras com sinais de infeco; Sua efervescncia tem uma potente ao nos materiais liberados pela lcera; Favorece a hemostasia aps procedimento cirrgico; Antisspticos de primeira escolha em escoriaes e outras leses perfurocortantes,

    que podem facilitar a contaminao por bactrias anaerbias (Clostridium tetani).

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    Desvantagens e contra indicao

    Quando aplicado em leses onde h presena de tecido de granulao, os tecidos so destrudos por destruio das clulas.

    Cuidados na aplicao

    Uma vez empregado deve ser removido por uma lavagem com soro fisiolgico 0,9%. Abrigar a soluo longe do calor e da luz, acondicionada em recipiente opaco ou

    revestido com papel laminado.

    SULFADIAZINA PRATA 1%

    Vantagens e indicaes

    Baixa toxicidade; de fcil remoo da leso, no causa dor; Se aplicada imediatamente superfcie queimada reduz o nvel de infeces

    secundrias, diminui o tempo de internao, e queda no custo de internao

    hospitalar;

    Baixo custo; Desvantagens e contra indicaes

    Hipersensibilidade ao produto; No pode ser utilizado concomitante a outros antisspticos derivados de iodo, sdio e

    potssio.

    Cuidados na aplicao

    Deve ser aplicado com luvas estreis ou com o auxlio de uma esptula; Aplicar o creme com e manter 03 mm de espessura; Lavar a leso com gua corrente e/ou gua destilada; Deve ser trocada a cada 12 horas ou quando a cobertura secundria estiver saturada.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    Retirar o excesso de pomada a cada troca de curativo.

    ANTISSPTICOS INDUSTRIALIZADOS

    CARVO ATIVADO COM PRATA Descrio

    composto por uma almofada a base de nylon com relativa no aderncia, em seu interior tem um tecido de carvo ativado com pasta de nitrato de prata a 1%.

    selado nos 04 lados, esterilizado e embalado individualmente. O tecido de carvo ativado um material que possui poros em sua superfcie, que so

    capazes de capturar molculas que ficam presas por atrao eltrica do carvo.

    Foto: M. Souza

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    Ao/Caractersticas

    Adsoro dos microorganismos e secreo purulenta no tecido de carvo, atravs de ao magntica. Com isso as bactrias ficam presas no carvo, longe do tecido

    danificado;

    O exsudato da leso absorvido pelo curativo secundrio. A prata age impedindo a proliferao bacteriana; Vantagens e indicaes

    Antissptico e absorvente; Indicado em feridas exsudantes e/ou malcheirosas; Ao antiinflamatria; bactericida; Estimula o tecido de granulao; Preserva tecido epitelial; Reduz significativamente o tempo de troca de curativo; Reduz o traumatismo no ato da remoo; Mtodo moderno que diminui o desconforto do paciente; Diminui odor; Desvantagens e contra indicao

    Pode causar sangramento controlvel por ser aderente quando utilizados em leso com pouca exsudao;

    Cuidados na aplicao

    No utilizar em reas de granulao, doadoras de enxerto ou em queimaduras; Fazer a limpeza da ferida e aplicar o produto diretamente sobre a ferida com tcnica

    assptica;

    No pode ser cortado; Pode ser dobrado, amassado, para ter contato direto com a ferida; Deve ser coberto com curativo secundrio e este deve ser substitudo sempre que

    estiver mido;

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    Utilizar leo de girassol para retirar o carvo ativado da ferida, evitando sangramento e para impedir que a secreo contida no carvo retorne para o leito da ferida.

    Na fase inicial do tratamento, deve ser trocado em intervalos de 48 a 72 horas. A medida que a secreo do curativo, pela exsudao, for diminuindo, a troca poder ser

    prolongada por at 07 dias, no mximo.

    Foto: M. Souza Foto: M. Souza

    Foto: J. Johnson

    Foto: J. Johnson

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    ALGINATO DE CLCIO

    Mecanismo de ao: O sdio presente no exsudato e no sangue interage com o clcio presente no

    curativo de alginato. A troca inica:

    Resulta na formao de um gel que mantm o meio mido para a cicatrizao, alm de auxiliar no desbridamento autoltico.

    Aumenta capacidade de absoro e induz hemostasia; Vantagens e indicaes:

    lceras limpas e com exsudato, d origem a um gel e impede a adeso a ferida e mantm um microambiente mido.

    indolor nas trocas; Pode ser usado em feridas com cavidade de difcil acesso; Acelera o processo de cicatrizao; Alcana a hemostasia entre 03 e 05 minutos; Super absorvente, com reduo das trocas e dos vazamentos.

    Desvantagens e contra indicao:

    No caso de pouca secreo, pode secar dando origem a uma crosta muito aderente e de difcil remoo;

    Contra indicado em queimaduras;

    Cuidados na aplicao:

    Umedecer a fibra com SF 0,9%; No deixar que a fibra de alginato ultrapasse a borda da ferida, com risco de prejudicar

    a epitelizao;

    Ocluir com curativo secundrio;

    Troca do curativo:

    Feridas infectadas: No mximo em 24 horas;

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    Feridas limpas com sangramentos: a cada 48 horas; Feridas limpas exsudativas: quando saturar. Quando o exsudato reduzir, e a freqncia das trocas estiver sendo feita a cada 03 a

    04 dias, significa que hora de utilizar outro curativo;

    Foto: M. Souza Fonte: Convatec

    Foto: C. Pompeo Foto: C. Pompeo

  • 93

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    Caso: Leso em regio radial, com reas sangrantes, as quais foram suturadas

    cirurgicamente (Foto 1), porm ainda com difcil controle do sangramento. Foi iniciado o

    uso de Alginato de Clcio. A 1 foto foi tirada no incio do tratamento com o Alginato, a 2

    foto, na troca do produto em 05 dias, aponta diminuio do sangramento e da rea de

    esfacelo (por autlise, que ser visto mais adiante) e a 3 foto, nova troca em mais 05

    dias, observado diminuio da rea lesada, retrao da ferida com presena de tecido de

    epitelizao nas bordas e rea j cicatrizada.

    LCOOL

    Ao: antissptico Vantagens e indicaes: NENHUMA Desvantagens e contra indicaes: Aumenta por 06 vezes a incidncia de

    escaras;

    Seu uso freqente causa ressecamento e liquidificao da pele por remoo dos

    lipdios cutneos;

    Modalidade de emprego: NUNCA! Seu uso tem apenas valor histrico

    Foto: C. Pompeo

  • 94

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    DESBRIDAMENTO OU DEBRIDAMENTO

    Desbridamento = debridamento

    Definio: a remoo do tecido necrosado de uma leso.

    A AHCPR (Agency Tfor Health Care Policy and Research) T recomenda que qualquer tecido necrtico observado durante a avaliao inicial ou subseqente dever

    ser desbridada, desde que a interveno seja consistente com os objetivos globais do

    tratamento e condies clnicas do paciente.

    Entretanto existem algumas situaes em que no recomendado o

    desbridamento de tecido desvitalizado, como em feridas isqumicas com necrose seca.

    Estas necessitam que sua condio vascular seja melhorada antes de ser desbridada.

    Neste caso, a escara promove uma barreira contra infeco

    Outra exceo se faz em pacientes fora de possibilidades teraputicas que

    possuem lceras com presena de escaras, que ao desbridar pode promover desconforto,

    dor, e devido s condies clnicas, no dispor de tempo e condies para a

    cicatrizao.

    TECIDO NECROSADO

    Dificulta o fornecimento de sangue (oxigenao e nutrio dos tecidos); Atua como meio de cultura de bactrias; Inibe a ao dos leuccitos em controlar microorganismos invasores; Aumenta a possibilidade de infeco sistmica; Inibe a migrao de clulas epiteliais, interrompendo a segunda fase do processo de

    cicatrizao;

    Impede a atuao de substncias antibacterianas administradas por via tpica; A presena deste tecido pode esconder a extenso e possvel penetrao da ferida. POR ISSO...

    importante que o tecido desvitalizado/necrosado seja removido das feridas, pois

    o processo de cicatrizao e a regenerao epitelial no so possveis sem o

    desbridamento regular e cuidadoso.

  • 95

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    MTODOS DE DESBRIDAMENTO

    MTODO CIRRGICO: a resseco dos tecidos necrosados, utilizados quando a rea necrtica muito

    extensa e/ou profunda, e quando o tecido necrtico mais desidratado, mais firme,

    seco, petrificado e caloso.

    A execuo de responsabilidade mdica, envolvendo analgesia ou anestesia para a realizao do procedimento.

    Cuidados de enfermagem:

    Compresso no local (curativo compressivo) Observar sinais de choque (hipotenso, sudorese, palidez, taquicardia e alterao do

    nvel de conscincia);

    Se a hemostasia no acontecer, ser necessria a assistncia mdica para avaliao e provvel sutura do(s) vasos lesionados.

    MTODO MECNICO a remoo dos tecidos necrticos pela limpeza mecnica, utilizando-se de frico de

    gaze umedecida com SF 0,9% ou da aplicao da gaze umedecida sobre a necrose e

    aps a secagem retir-la com conseqente desbridamento.

    Tcnica muito traumtica; Lesa tecidos viveis prximos a necrose.

    Foto: C. Pompeo / M. Souza Foto: C. Pompeo / M. Souza

  • 96

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    MTODOS QUMICOS Consiste na utilizao de agentes qumicos/enzimticos. Dentre eles:

    Colagenase Papana...

    COLAGENASE

    Mecanismo de ao:

    Desbridante, fibrinoltica. uma enzima proteoltica que consome as pontes do colgeno natural, favorecendo a

    remoo da necrose.

    Vantagens e indicaes:

    indicado nas lceras com presena de reas necrticas com acmulo de fibrina no fundo da leso;

    indicado em feridas isqumicas.

    Desvantagens e contra indicao:

    Alta concentrao de colagenase pode causar eritema e descamao nos bordos da leso.

    Quando em excesso e com sobras nas bordas causa endurecimento do tecido; No age na presena de tecido necrtico seco (escara).

    Cuidados na aplicao:

    O curativo e a troca dever ser realizada a cada 08 ou 12 horas; Deve ser aplicada uma fina camada; Deve ser mantido um ambiente mido para melhor efeito do produto; inativada na presena de gua oxigenada, algodo e ressecamento da leso. Requer um curativo secundrio oclusivo.

  • 97

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    Caso: lcera de presso em regio sacral, curativo com Colagenase. Diminuio do

    tecido necrtico (esfacelo) com 07 dias de uso.

    Foto: C. Pompeo Foto: C. Pompeo

    Foto: C. Pompeo Foto: C. Pompeo

    Caso: Leso qumica (flebite) em uso de

    Colagenase + TCM (Triglicrides de

    Cadeia Mdia), evoluo da leso com 10

    dias de tratamento, com diminuio do

    tecido de necrose e retrao da ferida.

    Foto: C. Pompeo

  • 98

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    PAPANA

    Descrio:

    Enzima proteoltica, bactericida e bacteriosttica e de ao antiinflamatria. De origem vegetal extrada da Carica papaya. Aps o seu preparo, obtm-se um p de

    cor leitosa, com odor forte e caracterstico.

    inativada ao reagir com agentes oxidantes como o ferro, oxignio, derivados do iodo, gua oxigenada e nitrato de prata.

    Ao:

    A papana uma mistura complexa de enzimas proteolticas e peroxidases, ou seja, capaz de decompor substncias proteicas.

    Como desbridante, liquefaz o tecido necrtico. Atua como antiinflamatrio, agindo ao nvel das prostraglandinas. Fibrinoltica, provoca uma diluio na rede de fibrina dos cogulos, podendo provocar

    sangramento por esta razo, no interferindo nos fatores de coagulao;

    Efeito bactericida e bacteriosttico. Rompe a parede celular de bactrias especialmente aquelas de parede predominantemente protica.

    Estimula o desenvolvimento de tecido de granulao e auxilia no processo cicatricial atravs do alinhamento dos fibroblastos, reduzindo a possibilidade de formao de

    quelides.

    Apresentao:

    comercializada purificada na forma de p, em diferentes concentraes, que variam de 02% a 10%, podendo ser manipulada/preparada na forma de pomada ou gel.

    Vantagens e indicaes:

    Indicadas em feridas necrticas e fibrinas; Preserva capilares e tecido de granulao;

  • 99

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    A soluo de papana pode ser utilizada em leses muito profundas com exposio de estrutura ssea, em deiscncia cirrgica com eviscerao em fstula pleural, em

    grandes queimados, entre outros.

    % INDICAO

    2% FERIDA COM TECIDO DE GRANULAO

    5-6% FERIDAS COM EXSUDATO PURULENTO

    10% FERIDAS NECRTICAS

    Desvantagens e contra indicao:

    Em leses infecciosas pode ocorrer irritao do tecido perilesionado, pois a produo do exsudato aumentada com o uso da papana;

    Nesta enzima existe um radical sulfidrila (SH) que facilmente oxidado quando em contato com substncias compostas por iodo, oxignio e ferro, e quando

    armazenada em temperaturas elevadas.

    Cuidados na aplicao:

    Proteger a pele perilesional com alguma substncia que forme uma pelcula protetora; Manter o produto em refrigerao; A limpeza da leso deve ser feita com gua destilada, para evitar a inativao do

    radical sulfidrila;

    Ao utilizar o lavado de papana, diluir a papana p em gua destilada e em recipiente plstico.

    Foto: M. Souza

  • 100

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    Caso: lcera de presso em regio sacral, presena de tecido de necrose (esfacelo) ao

    centro da leso. Foto mostrando a aplicao da Papana, neste caso associou-se a

    papana ao TCM com AGE como forma de proteger a rea vivel (Tecido de granulao).

    Aplicou-se o TCM com AGE sobre toda rea com tecido de granulao e a Papana

    delimitada apenas rea com esfacelo, o TCM age como uma barreira protetora por ser

    uma substncia oleosa evita que a Papana entre em contato com a granulao.

    Foto: M. Souza Foto: M. Souza

    Foto: M. Souza

    Foto: M. Souza

  • 101

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    Caso: lcera de presso em regio sacral, de grande extenso e profundidade. Na

    primeira foto, observa-se a presena de grande rea de tecido necrtico (escara e

    esfacelo), as demais fotos foram tiradas aps 30 dias de uso de Papana a 10%, sendo a

    3 e 4 foto com 20 dias de tratamento e as 5 e 6 fotos com 30 dias de evoluo.

    Foto: M. Souza Foto: M. Souza

    Foto: M. Souza Foto: M. Souza

  • 102

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    DESBRIDAMENTO POR AUTLISE

    o desbridamento realizado pelo organismo; facilitado pelo meio mido, onde ocorre a digesto das clulas mortas pelas prprias

    enzimas presentes no leito da leso.

    HIDROGEL

    Composio: Gel transparente, incolor, composto por:

    gua (77,7%): Mantm o meio mido; carboximetilcelulose CMC (2,3%): Facilita a rehidratao celular e o

    desbridamento;

    Propilenoglicol PPG (20%): Estimula a liberao de exsudato; Mecanismo de ao:

    Amolece e remove tecido desvitalizado atravs de desbridamento autoltico. Provoca uma hidratao compacta do tecido necrtico, favorecendo uma rpida

    autlise com ativao simultnea dos processos de granulao.

    Protege as terminaes nervosas expostas e diminui a dor;

    Vantagens e indicaes

    Indicado na deterso de necroses e escaras; Indicado, tambm, em lceras secas, leses no cavitrias; No adere ao fundo da ferida tornando fcil a sua remoo; Apresenta-se em placas transparentes que permitem freqentes controles da lcera

    sem retirar o produto.

    Desvantagens e contra indicaes

    So de alto custo; Produzem um intenso e desagradvel odor;

  • 103

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    Contra indicado em lceras infectadas e hiperexsudantes; Pode acarretar um agravamento no caso de macerao em leses da pele

    perilesional.

    Cuidados na aplicao

    Espalhar o gel sob a ferida assepticamente; Ocluir a ferida com cobertura secundria estril; No usar produtos iodados; aconselhvel a cobertura com uma pelcula semipermevel para prevenir o

    ressecamento.

    Periodicidade de troca:

    Feridas infectadas: No mximo em 24 horas; Necrose: No mximo em 72 horas; Na forma de placa: troca de 01 a 07 dias;

    CURATIVO COM GAZE

    GAZE SIMPLES

    Vantagens:

    Baixo custo; Facilidade do seu uso; Esto disponveis na maioria das instituies. Desvantagens:

    No se deve utilizar gaze seca diretamente na leso,exceto quando se deseja o desbridamento.

    Tem pouca capacidade de absoro do exsudato;

  • 104

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    Exigem trocas freqentes, precisam de cobertura secundria e fixao e pode provocar macerao das reas adjacentes;

    Permeveis a bactrias, podem soltar fios e fibras, que atuam como corpo estranho, podendo provocar inflamao e infeco.

    ------------------FIM DO MDULO IV-----------------

    Foto: C. Pompeo / M. Souza Foto: C. Pompeo / M. Souza