proc tec feridas curativos 1
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Programa de Educação Continuada a Distância Programa de Educação Continuada a Distância
Curso de Procedimentos Técnicos em Feridas e
Curativos
Curso de Procedimentos Técnicos em Feridas e
Curativos
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Curso de Procedimentos Técnicos em Feridas e
Curativos
Curso de Procedimentos Técnicos em Feridas e
Curativos
MÓDULO I MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.
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SUMÁRIO Módulo I Apresentação
Pele: o maior órgão do corpo humano
Suas funções vitais e importância de sua preservação
Aspectos Morfofuncionais da pele
Morfologia Cutânea
Módulo II Feridas: um problema de saúde coletiva
Avaliando a Ferida
Processo de Avaliação
Tipos de Escalas para avaliação da dor
Módulo III Cuidando de pessoas com feridas: conhecimentos e competências técnicas,
científicas e humanas
Fase de hemostasia
Fase de inflamação
Fase proliferativa
Fase de epitelização
Fase de maturação
Fatores adversos ao processo de cicatrização e responsabilidades da enfermagem
Competência humana e ético-legal na avaliação e tratamento de feridas. Anotações
e registro de dados
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Modelo de fluxo de atendimento e alguns resultados obtidos
Módulo IV Recursos para o Tratamento de Feridas e importância do controle de infecções
Métodos de Desbridamento
Desbridamento Autolítico
Desbridamento Mecânico
Desbridamento Cirúrgico
Desbridamento com Instrumental Conservador
Desbridamento Enzimático
Desbridamento Biológico
Produtos mais utilizados no tratamento de feridas
Ácidos Graxos Essenciais
Alginato de cálcio e sódio
Bota de Unna
Carvão Ativado e Prata
Clorexidina: (Di-Gluconato de Clorexidina)
Colagenase
Coberturas impregnadas com Prata
Filme Transparente semipermeável
Hidrocolóide
Hidrogel : amorfo ou em placa
Hidropolímero
Oxigênio hiperbárico
Papaína
Protetores cutâneos para estomas
Sulfadiazina de prata a 1%
Atribuições dos diferentes profissionais de enfermagem na prevenção e tratamento
de feridas
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MÓDULO I
Apresentação
O tratamento de feridas é um processo dinâmico, que requer constante
atualização por parte dos profissionais de saúde, visto que envolve inúmeros
componentes e ações, que não se restringem à simples troca de curativos ou
indicação de coberturas (Mandelbaum, 2003).
Os novos conhecimentos sobre os processos envolvidos na cicatrização e
as constantes descobertas sobre tecnologias e recursos são, ao mesmo tempo, um
fato extremamente positivo, mas também um grande desafio, pois exigem dos
profissionais de enfermagem sólida formação e permanente capacitação em relação
aos aspectos biológicos, socioeconômicos e psicossociais que envolvem o cuidado
às pessoas com feridas (Brandão,2004).
As instituições prestadoras de atenção à saúde e a comunidade exigem
cada vez mais um perfil profissional pautado no tripé: conhecimento, habilidade
técnica e ética, responsabilidade social e ambiental , por meio de uma atuação
competente e com base em acurada evidência científica na escolha das melhores
condutas e na tomada de decisão em cada situação específica (GAMBA, M.A.;
MANDELBAUM, M.H.S.; PINTO, M.D.F, 2008).
Podemos afirmar que a última década marcou uma verdadeira revolução nos
conhecimentos teóricos e, consequentemente, nas condutas práticas relacionadas
aos cuidados com feridas. Estas mudanças exigem que os profissionais de
enfermagem revejam conceitos e práticas, desenvolvam novos protocolos, e tomem
decisões que resultem em propostas mais eficazes face aos problemas que
envolvem os cuidados com a pele e o tratamento de feridas. A realização de
curativos de forma adequada é uma parte importante do tratamento de feridas, tanto
para a prevenção de complicações, como para a sua resolutividade, devendo ser
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parte integrante do cuidado integral à saúde das pessoas. (Borges, 2005).
Focalizaremos a importância do preparo adequado dos profissionais de enfermagem
para avaliação das condições da pele e do seu conhecimento como o maior órgão
do corpo humano, por suas funções vitais e pelos impactos provocados pelas feridas
nas pessoas por elas acometidas (Mandelbaum, 2007).
Dados publicados por organismos nacionais e internacionais demonstram
que as feridas, agudas e crônicas, representam um importante problema de saúde
pública, tanto no Brasil como na maioria dos países, o que requer um grande
investimento na formação de recursos humanos devidamente capacitados para atuar
de forma competente frente a este sério agravo, contribuindo, desta forma, para a
redução dos elevados índices de morbimortalidade hoje registrados pelos diferentes
tipos de feridas (GNEAUPP, 2008) pelos profissionais da rede. No Brasil, o Conselho
Federal de Enfermagem e várias associações de especialistas têm procurado
chamar a atenção para a necessidade de projetos de capacitação nesta área do
cuidado de enfermagem, tendo sido identificadas várias lacunas em relação à
abordagem do paciente, à indicação do tratamento para o mesmo, à dificuldade de
organizar e sistematizar a assistência prestada ao paciente portador de ferida, com a
prática de condutas inadequadas, ultrapassadas e desprovidas do necessário
embasamento técnico e científico (Cofen, 2008).
Diante destas demandas evidenciou-se a necessidade de elaboração deste
conjunto de módulos didáticos, que contribuem para a atualização de informações e
conhecimentos, bem como, servem de ferramenta didático-pedagógica para a
reciclagem dos que já atuam nesta área, ou daqueles que estejam em fase de
formação e se deparam com a falta deste tipo de conteúdo nos cursos de formação
profissional.
Com esta ferramenta, visamos ainda oferecer um guia de referência para a
prática, contribuindo para a criação de um padrão de abordagem multidisciplinar nas
ações dos profissionais e sistematizar a assistência a ser prestada.
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Fornecendo subsídios para a implementação de uma assistência mais
satisfatória e com maior qualidade aos portadores de feridas, pretendemos provocar
a reflexão crítica e motivação para mudança nas atuais condutas, incentivando a
criação de novos modelos, que estimulem a criatividade dos profissionais e
valorizem a educação para a saúde e o autocuidado por parte da população
Pele : o maior órgão do corpo humano
Suas funções vitais e importância de sua preservação
A pele ou cútis por definição é o manto de revestimento do nosso organismo,
indispensável à vida e que isola os componentes orgânicos do meio exterior (1, 2).
Porém, a pele não é apenas um envoltório protetor. É um sistema orgânico que
regula a temperatura corpórea, detecta os estímulos dolorosos e agradáveis, impede
a entrada de substâncias no organismo e provê um escudo protetor contra os efeitos
nocivos do sol (3).
A pele compõe-se, essencialmente, de três grandes camadas: uma superior
– a epiderme; uma camada intermediária – a derme; e uma camada profunda, a
hipoderme (1,2,4,5,6).
A pele é o maior e o mais pesado órgão do corpo humano. Cobre entre 1,5 e
2 metros quadrados e contribui com um sexto (mais de 15%) do peso corpóreo total.
Apresenta grandes variações ao longo de sua extensão, sendo ora mais flexível e
elástica, ora mais rígida (1). Toda sua superfície é composta por sulcos e saliências,
particularmente acentuadas nas regiões palmo-plantares e extremidades dos dedos,
onde por sua disposição individual e peculiar recebem o nome de dermatóglifos e
permitem sua utilização na identificação dos indivíduos por meio da datiloscopia e
também a diagnose de enfermidades genéticas, pelas impressões palmo – plantares (1) .
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A superfície cutânea apresenta, ainda, de acordo com os segmentos
corpóreos, variações e pregas, articulares e musculares, orifícios pilossebáceos e
orifícios sudoríparos (1) .
A cor da pele é determinada pela conjunção de vários fatores, alguns de
ordem genético-racial, como a quantidade de pigmento – a Melanina; outros de
ordem individual, regional e mesmo sexual, como a espessura de seus vários
componentes e, ainda, conteúdo sanguíneo de seus vasos (1).
A cor, a textura e as pregas da pele são importantes, como vimos acima,
para caracterizar os indivíduos. Qualquer alteração do aspecto ou da função da pele
pode acarretar consequências importantes para a saúde física e mental(3) .
Embriologicamente, a pele deriva dos folhetos ectodérmicos e
mesodérmicos. As estruturas epiteliais – epiderme, folículos pilossebáceos,
glândulas apócrinas, glândulas écrinas e unhas – derivam do ectoderma. Os nervos
e os melanócitos originam-se no neuroectoderma e as fibras colágenas e elásticas,
vasos sangüíneos, músculos e tecido adiposo originam-se do mesoderma (1, 2). Maior
detalhamento da embriogênese da pele humana pode ser vista na Tabela I(1, 5) .
Tabela 1 – Embriogênese da Pele Humana.
EMBRIOGÊNESE DA PELE HUMANA PERÍODO EMBRIONÁRIO
3ª SEMANA Epiderme – camada única de células indiferenciadas, cuja reprodução resulta em aumento do número de camadas e na formação dos anexos cutâneos. Invasão desta estrutura por células da crista neural – Melanócitos – dando origem ao sistema pigmentar cutâneo.
9ª SEMANA Início da formação do Aparelho Pilossebáceo.
10ª SEMANA Primórdios da matriz ungueal.
11ª SEMANA Epiderme – Melanócitos já evidenciáveis , tornando-se numerosos entre a 12ª e a 14ª
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semanas.
14ª SEMANA Início da formação das glândulas sudoríparas écrinas (regiões palmo-plantares).
PERÍODO FETAL
2º-4º MÊS Derme – surgem as primeiras estruturas fibrilares. Estabelecimento da hipoderme.
3º MÊS Epiderme – Células de Langerhans. Derme - Aparecimento dos primeiros vasos sanguíneos.
3º-4º MÊS Epiderme – Células de Merkel Derme - Observa-se as primeiras fibras nervosas (colorações com a colinesterase).
6º MÊS Primórdios das Glândulas sudoríparas apócrinas.
Aspectos Morfofuncionais
Morfologia Cutânea
A pele compõe-se, essencialmente, de três grandes camadas
interdependentes: epiderme, derme e hipoderme.
Figura 1 – Composição da Pele.
Fonte: Disponível em:<www.escoladepostura.com.br>.
Epiderme
A epiderme é constituída por um epitélio estratificado (1,2,6) cuja espessura
apresenta variações topográficas desde 0,4mm nas pálpebras até 1,6mm nas
regiões palmo-plantares(1).
De acordo com a região topográfica a epiderme pode compor-se de quatro
ou cinco camadas, a saber:
Camada Basal ou Germinativa
É a mais profunda das camadas da epiderme(1). É essencialmente
germinativa, assim a renovação constante da epiderme é feita pelas células desta
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camada, que se dividem constantemente, observando-se assim sempre intensa
atividade mitótica nesta camada(1,2).
É constituída por dois tipos celulares:
- Células basais
- Melanócitos
As células basais estão unidas entre si e às células espinhosas
suprajacentes, e estas entre si, por intermédio das chamadas pontes intercelulares
ou desmossomas. Na porção inferior das células basais fazendo sua conexão com a
membrana basal, devido à presença de apenas uma placa de aderência, recebem a
denominação de hemidesmossomas.
Estas estruturas são, portanto, estruturas de adesão localizadas entre as
células e que dão suporte ao nosso epitélio.
A renovação completa, desde a divisão da célula basal até a eliminação das
lâminas córneas, faz-se em 59-65 dias, assim distribuídos:
- Divisão celular = 19 dias
- Trânsito por meio da camada de Malpighi = 26-42 dias
- Trânsito por meio do estrato córneo = 19 dias (2)
O processo de maturação dos queratinócitos desde a camada germinativa
até as várias camadas da epiderme é complexo e multifatorial e é influenciado por
fatores genéticos, sistêmicos e ambientais(1).
Quanto aos melanócitos são as células produtoras de pigmento, localizam-
se predominantemente no nível da camada basal, na proporção de 1 melanócito
para 10 queratinócitos basais(2, 4). Na coloração habitual pela hematoxilina-eosina,
aparecem como células claras (1, 4), com núcleo pequeno hipercromático e
citoplasma transparente, levemente basófilo. Já por meio de colorações pela prata
podemos evidenciar sua natureza dendrítica, com numerosos prolongamentos
longos e ramificados, que se relacionam com as células espinhosas suprajacentes (1).
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Essa associação (melanócitos-queratinócitos) constitui as unidades
epidermo-melânicas. O número de melanócitos é aproximadamente o mesmo em
todas as raças (1, 2, 4, 6). Portanto, as diferenças raciais de pigmentação não
dependem do número, mas da capacidade funcional dos melanócitos(1, 4, 6). O
número de melanócitos varia, entretanto, com a região do corpo. Na cabeça há 2 a 3
vezes mais melanócitos do que nas demais regiões, com exceção da bolsa escrotal. (2). Os melanócitos possuem em seu citoplasma organelas especializadas,
denominadas melanossomas, responsáveis pela síntese e deposição da melanina (1,
4).
Quando repletos de melanina, os melanossomas são injetados no interior
dos queratinócitos da unidade epidermo-melânica correspondente.
O pigmento melânico compreende dois tipos de melanina, que normalmente
se apresentam em mistura: a eumelanina (marrom) e as feomelaninas (amarelo-
avermelhadas), ambas originadas da tirosina (1, 2, 6).
Abaixo da camada basal encontramos uma fina estrutura constituída de
mucopolissacarídeos neutros, a MEMBRANA BASAL. Habitualmente não é visível à
microscopia óptica comum com H.E. (hematoxilina-eosina), mas pode ser
evidenciada pela coloração com P.A.S. (ácido periódico de Schiff). Na Microscopia
Eletrônica podemos verificar que esta é uma estrutura altamente complexa,
constituindo o que se denomina Zona de Membrana Basal (ZMB). Esta é formada
ultraestruturalmente por quatro componentes bem definidos:
1- Membrana plasmática das células basais, vesículas plasmalêmicas e
os hemidesmossomos;
2- Lâmina Lúcida;
3- Lâmina Densa ou Lâmina Basal;
4- Sublâmina Densa.
As principais funções da Zona de Membrana Basal são: aderência
dermoepidérmica, suporte mecânico e função de barreira(1, 2).
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Camada Espinhosa ou Malpighiana
É formada pelas chamadas células escamosas ou espinhosas, que tem
configuração poliédrica. Elas são numerosas, dispõe-se em camadas e vão se
achatando progressivamente em direção à superfície.
Estão unidas entre si pelas pontes intercelulares (desmossomas), já citadas
anteriormente (1).
Camada Granulosa
É constituída pelas células granulosas, células achatadas e com abundantes
grânulos irregulares que se compõe de queratohialina (1, 2, 6). Em áreas de
queratinização imperfeita esta camada pode estar ausente (1).
Camada Córnea
É a camada mais externa, constituindo o verdadeiro limite entre o indivíduo e
o meio ambiente (1, 2). É constituída por lâminas superpostas de queratina, cuja
espessura varia com a região, sendo mais espessa nas regiões palmo-plantares. É a
camada morta da epiderme, é muito hidrófila e exerce função protetora contra as
agressões físicas, químicas e biológicas (1).
Nas regiões palmo-plantares, existe ainda mais uma camada compondo a
epiderme. É o Estrato Lúcido situado entre a camada córnea e a granulosa,
composto por 2 a 3 camadas de células anucleadas, planas, de aspecto homogêneo
e transparente (1, 2).
Fazem parte ainda da histoarquitetura da epiderme as células de
Langerhans e as células de Merkel.
As células de Langerhans são células dendríticas (1, 2, 4). São perfeitamente
caracterizadas e identificadas na Microscopia Eletrônica por corpúsculos peculiares
em forma de raquete de tênis, chamados Grânulos de Langerhans (ou de Bierbeck)
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(1, 6). Tem origem e função discutidas, sendo hoje consideradas células monocitárias
macrofágicas de localização epidérmica, com função imunológica, atuando no
processamento primário de antígenos exógenos que atingem a pele, seriam assim
células apresentadoras de antígenos que iniciariam o processo de ativação
linfocitária. As Células de Langerhans são também encontradas na derme, nos
linfáticos da derme, linfonodos e timo e sua distribuição na epiderme é
topograficamente variável, sendo mais abundantes na cabeça, face, pescoço, tronco
e membros, existindo em menor número nas regiões palmo-plantares, genitais e
região sacro-coccígea (1).
As células de Langerhans constituem 2-8% da população celular total da
epiderme e originam-se da medula óssea.
As células de Merkel não são visíveis à microscopia óptica e à microscopia
eletrônica demonstram grânulos eletron-densos característicos destas células, que
contém substâncias neurotransmissoras. São encontradas principalmente nos
lábios, dedos, boca e membrana externa dos folículos pilosos. Sua origem é
discutida – não se sabe se tem origem neural ou se é um queratinócito modificado.
Podem originar Carcinomas e são encontradas na Reticulose pagetóide (forma de
Linfoma Cutâneo) (1, 2). Em determinadas localizações, organizam-se em estruturas
especializadas denominadas discos táteis (2).
Derme
A derme tem espessura variável ao longo do organismo, desde 1 até 4 mm,
e compõe-se de 3 porções: a derme papilar, a derme perianexial e a derme reticular (1, 2).
A derme compreende a substância fundamental, rica em
mucopolissacarídeos e material fibrilar de três tipos: fibras colágenas, fibras elásticas
e fibras reticulares. Todas são sintetizadas a partir dos fibroblastos.
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Na derme papilar encontramos uma camada pouco espessa de fibras
colágenas finas, fibras elásticas, numerosos fibroblastos e abundante substância
fundamental, formando as papilas dérmicas, que se amoldam aos cones
epidérmicos.
A derme perianexial é estruturalmente idêntica à derme papilar, dispondo-se,
porém, ao redor dos anexos. Juntas, compõem a unidade anatômica denominada
derme adventicial.
A derme reticular é a porção mais espessa, correspondendo ao restante da
derme que se estende até o subcutâneo. É composta de feixes colágenos mais
espessos, dispostos, em sua maior parte, paralelamente à epiderme. Nesta, se
comparado à derme papilar há menor quantidade de fibroblastos e de substância
fundamental (1).
Substância Fundamental
É composta essencialmente de mucopolissacarídeos, onde os hialuronidatos
e os condroitinsulfatos são os mais importantes. Participa na resistência mecânica
da pele às compressões e estiramentos(1) .
Material Fibrilar:
Fibras Colágenas – Compreendem 95% do tecido conectivo da derme,
sendo então seu principal componente. O colágeno dérmico é composto por mais de
10 tipos diferentes de fibras que constituem a principal proteína estrutural de todo o
corpo, sendo encontrado também nos tendões, nos ligamentos e no revestimento
dos ossos (1, 4). Representam aproximadamente 70% do peso seco da pele (1, 2, 4).
Fibras Elásticas – São microfibrilas que, na derme papilar, orientam-se
perpendicularmente à epiderme (fibras oxitalânicas) e na derme reticular mostram-se
mais espessas e dispostas paralelamente à epiderme (fibras elásticas maduras).
Intermediariamente encontram-se as fibras eulaunínicas. Estas fibras compõem o
sistema elástico da pele (1, 2).
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Aparentemente todas estas fibras representam estágios da elastogênese
normal e estão envolvidas, as mais superficiais, na ligação entre a epiderme e a
derme e, as mais profundas, pelo seu maior teor de elastina, na absorção dos
choques e distensões que se produzem na pele (1).
Fibras Reticulares – Semelhantes às fibras colágenas em sua periodicidade,
mas menores em diâmetro. São encontradas, em grande número na parte superior
da derme papilar, e atuam como fibrilas fixas ou de ancoragem para a lâmina basal (2, 4).
A derme aloja as estruturas anexiais da pele, glândulas sudoríparas, folículo
pilossebáceo e o musculoeretor do pelo. Encontram-se ainda suas células próprias:
fibroblastos, histiócitos, mastócitos, células mesenquimais indiferenciadas e as
células de origem sanguínea, leucócitos e plasmócitos. Em quantidades variáveis
também se encontram vasos sanguíneos, linfáticos e estruturas nervosas (1).
Hipoderme
Também denominada panículo adiposo ou tecido celular subcutâneo, é a
camada mais profunda da pele (1, 2), de espessura váriável, formada exclusivamente
de tecido adiposo, isto é, células repletas de gordura, que se subdividem em lóbulos
separados por septos fibrosos conjuntivo-vasculares. Em sua porção superior,
relaciona-se com a derme, constituindo a junção dermo-hipodérmica, sede das
porções secretoras das glândulas apócrinas e écrinas e de pelos, vasos e nervos(1).
Funções da hipoderme: depósito nutritivo de reserva, isolamento térmico e
proteção mecânica do organismo às pressões e traumatismos externos. Facilita
também a motilidade da pele em relação às estruturas subjacentes (1, 2).
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Anexos Cutâneos
Glândulas Sudoríparas
Na pele normal encontramos dois tipos de glândulas sudoríparas: glândulas
sudoríparas écrinas e glândulas sudoríparas apócrinas.
As glândulas sudoríparas écrinas estão dispersas por toda a pele, porém em
maior quantidade nas regiões palmo-plantares e axilas. (1,2) São glândulas tubulares
que desembocam na superfície por meio da epiderme e compõem-se de três
segmentos: porção secretora (glândula propriamente dita), conduto sudoríparo
intradérmico e conduto sudoríparo intraepidérmico. O orifício de saída da glândula
sudorípara écrina, é chamado de poro ou acrossiríngio e encontra-se rodeado por
um anel de queratina. As glândulas écrinas são inervadas por fibras simpáticas pós-
ganglionares não-mielinizadas. Fisiologicamente, porém, são regidas por
mediadores parassimpáticos, ainda que respondam em menor grau a mediadores
simpatomiméticos. Assim, drogas parassimpatomiméticas como a acetilcolina, a
pilocarpina, estimulam a sudorese e drogas parassimpatolíticas como a atropina a
inibem. Também são estimuladas pela adrenalina, porém o mecanismo desta ação
ainda é discutido.
A secreção sudoral écrina é incolor, inodora, hipotônica. (1)
Figura 2 – Formação do suor.
Fonte: Disponível em: <www.sobiologia.com.br>.
As glândulas apócrinas localizam-se em axilas, regiões perimamilar e
anogenital e, ainda, modificadamente, no conduto auditivo externo (Glândulas
ceruminosas), nas pálpebras (Glândulas de Moll) e na mama (Glândulas mamárias) (1, 2).
As glândulas sudoríparas apócrinas pela sua própria embriogênese, a partir
da invaginação formadora do folículo piloso, desembocam, em geral, nos folículos
pilossebáceos, acima da glândula sebácea e não diretamente na superfície
epidérmica(1, 2).
As glândulas apócrinas são tubulares e compõem-se de uma porção
secretora, cuja luz é 200 vezes a de uma glândula écrina, e uma porção ductal. As
glândulas apócrinas são estimuladas adrenergicamente (adrenalina/ noradrenalina),
mas alguns estímulos parassimpatomiméticos, como por exemplo, a metacolina,
também a estimulam (1).
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As glândulas apócrinas secretam pequenas quantidades de secreção, de
aspecto leitoso, a intervalos longos de tempo (1, 2). O odor presente nas áreas
povoadas por estas glândulas não decorre diretamente de sua secreção, mas sim de
produtos de decomposição desta, por meio de enzimas bacterianas (2). O verdadeiro
significado funcional da secreção apócrina no homem é desconhecido, admitindo-se
que represente alguma função sexual vestigial (1).
Aparelho Pilossebáceo
Figura 3 – Aparelho Pilossebáceo.
Fonte: Disponível em: <www.colegiosaofrancisco.com.br>.
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Os pelos são estruturas filiformes, constituídas por células queratinizadas
produzidas pelos folículos pilosos(1).
Existem dois tipos de pelos:
Fetal ou lanugo – pilosidade fina e clara que se assemelha aos pelos pouco
desenvolvidos do adulto (pelo velus);
Terminal – Pelo espesso e pigmentado, presente nas áreas de barba, couro
cabeludo, axilas e púbis (1, 6).
Os pelos compõem-se de uma parte livre, a haste, e uma porção
intradérmica, a raiz. Anexam-se ao folículo piloso: a glândula sebácea,
superiormente; o musculoeretor do pelo, inferiormente; e, em certas regiões
corpóreas, o duto excretor de uma glândula apócrina que desemboca no folículo,
acima da glândula sebácea.
O folículo piloso compreende as seguintes porções:
Infundíbulo – entre o óstio e o ponto de inserção da glândula sebácea;
Acrotríquio – porção intraepidérmica do folículo;
Istmo – entre a abertura da glândula sebácea no folículo e o ponto de
inserção do musculoeretor do pelo;
Segmento inferior – porção restante, situada abaixo do musculoeretor do
pelo.
No segmento inferior, encontra-se uma expansão, o bulbo piloso, que
contém a matriz do pelo. Enquanto as células germinativas da epiderme formam
uma única linhagem de células, as células da matriz do pelo produzem seis
linhagens diferentes que dão origem às diferentes camadas que vão compor à
estrutura do pelo humano.
O componente principal do pelo é a queratina e participam de sua estrutura
cerca de 20 aminoácidos, sendo particularmente importantes a císteína, a arginina e
a citrulina, encontradas exclusivamente em pelos humanos (1).
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O crescimento do pelo humano é cíclico, mas cada folículo atua como uma
unidade independente, portanto, os seres humanos não mudam os pelos
sincronicamente como acontece com a maioria dos animais. Cada folículo piloso
passa por estágios periódicos de atividade e quiescência, que constituem o ciclo do
pelo (1, 2, 4, 6).
A fase anágena é fase de crescimento, de máxima expressão estrutural e
dura de 3 a 4 anos.
A fase catágena constitui uma fase estacionária, fase transicional de
atividade. Há uma diminuição da proliferação celular até cessar. Interrompe-se
também a melanogênese na matriz. O folículo se reduz a 1/3 de suas dimensões
anteriores e a extremidade do pelo assume formato de clava - “pelo em clava”. A
fase cátágena dura de 3 a 4 semanas.
A fase telógena corresponde à fase de desprendimento do pelo, finalizando
o ciclo e dura de 3 a 4 meses.
Analisando um couro cabeludo normal encontramos: 85% dos cabelos na
fase anágena, 1% na fase catágena e 14% na fase telógena. Estes percentuais
constituem o tricograma normal do couro cabeludo.
É considerada normal uma eliminação de 50 a 100 fios de cabelos dia. Já
em relação ao crescimento, as médias são de 0,4 mm/dia na região do vértex e
0,35mm/dia nas têmporas, sendo que os cabelos das mulheres crescem mais
rapidamente que o dos homens, os cabelos crescem mais durante o dia e em
períodos de stress (1).
Os fatores reguladores do ciclo piloso são desconhecidos, admitindo-se
influência de condições intrínsecas ao folículo e condições extrínsecas como: fatores
sistêmicos, nutricionais, emocionais e especialmente humorais (andrógenos).
Os pelos são importantes na proteção nas áreas orificiais, na proteção do
couro cabeludo, reduzindo o atrito em áreas intertriginosas, além de participar do
aparelho sensorial cutâneo (1).
As glândulas sebáceas estão presentes em toda a pele, exceto regiões
palmo-plantares. Excepcionalmente podem estar presentes também
heterotopicamente na mucosa bucal e lábios, constituindo os chamados Grânulos de
Fordyce. Desembocam sempre no folículo pilossebáceo, com ou sem pelo, sendo
seu tamanho inversamente proporcional às dimensões do pelo presente no folículo
correspondente.
As glândulas sebáceas são compostas de vários lóbulos e o produto de sua
atividade é o sebum.
As glândulas sebáceas são ativadas por andrógenos, sendo independentes
de estimulação neural. Por isso são moderadamente desenvolvidas no recém-
nascido, por ação dos andrógenos maternos, passivamente transferidos. Depois
sofrem acentuada regressão, só voltando a se desenvolver na puberdade, quando
se inicia, então, produção androgênica própria a nível testicular, ovariano e
suprarrenal (1, 2).
Unhas
Figura 4 – Unhas.
Fonte: Disponível em: <www.latinstock.com.br>.
22 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
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As unhas são lâminas queratinizadas que recobrem a última falange dos
dedos(1, 2, 6). Uma unha tem quatro partes: raiz ou matriz, área semilunar de células
epiteliais proliferativas, parcialmente cobertas pela dobra ungueal posterior e
parcialmente visível em área mais clara chamada lúnula; lâmina, aderente ao leito
ungueal; dobras laterais e borda livre (1, 6) .
Participam da formação da lâmina ungueal a matriz e o leito ungueal.
A espessura das unhas varia de 0,5 a 0,75 mm e seu crescimento é de
cerca de 0,1 mm por dia nas unhas das mãos, sendo mais lento nas unhas dos pés.
O crescimento ungueal sofre variações individuais e é influenciado por fatores
sistêmicos e locais (1).
Inervação Cutânea
É eminentemente sensitiva. Os nervos sensitivos, que sempre são
mielinizados em algumas regiões corpóreas como palmas e plantas, lábios, genitais
formam órgãos terminais específicos. São estes:
Corpúsculos de Vater-Pacini – localizam-se especialmente nas regiões
palmoplantares e são específicos para a sensibilidade à pressão;
Corpúsculos de Meissner – localizam-se também em mãos e pés,
especialmente nas polpas digitais e são responsáveis pelo tato;
Corpúsculos de Krause – ou órgãos terminais mucocutâneos, pois ocorrem
nas áreas de transição entre pele e mucosas (glande, prepúcio, clitóris, vulva, e em
menor quantidade lábios, língua, pálpebras e região perianal). Sensibilidade térmica
(frio);
Corpúsculos de Ruffini – particularmente numerosos na região plantar.
Sensibilidade térmica (calor);
Meniscos de Merkel-Ranvier – localizam-se em polpas digitais. Sensibilidade
tátil;
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Disco Pilar – localizam-se próximos aos folículos pilosos. Sensibilidade tátil.
Terminações Nervosas Livres – Dor
Os impulsos nervosos chegam ao sistema nervoso central pelo caminho dos
gânglios da raiz dorsal (1, 2).
A inervação motora da pele é suprida pelo sistema nervoso autônomo cujas
fibras adrenérgicas provocam contração das células musculares lisas das paredes
arteriolares (vasoconstrição), contraem o musculoeretor do pelo, ativam o corpúsculo
glômico e por meio das células mioepiteliais das glândulas apócrinas promovem sua
secreção. As fibras colinérgicas medeiam a secreção sudorípara écrina (1).
Vascularização Cutânea
Vasos Sanguíneos
A rica vascularização sanguínea da pele supera o necessário ao seu
suprimento metabólico, fato justificado pelo papel que desempenha na regulação da
temperatura, pressão arterial, cicatrização e fenômenos imunológicos (2).
A vascularidade dérmica consiste, principalmente, de dois importantes
plexos intercomunicantes:
Plexo superficial ou subpapilar –percorre a porção papilar da derme, paralela
à epiderme, composto essencialmente de capilares;
Plexo profundo ou dermo-hipodérmico – ao redor de folículos pilosos e
glândulas écrinas, formado de arteríolas.
A epiderme não é vascularizada, sua nutrição se faz a partir do plexo
subpapilar
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Em determinadas regiões, tais como sulcos e leitos ungueais, orelhas e
centro da face, o aparelho vascular cutâneo apresenta formações especiais, os
glômus. Estes estão ligados funcionalmente à regulação térmica, são anastomoses
arteriovenosas (1, 2, 4, 5).
Vasos Linfáticos
Acompanham a vascularização sanguínea (1, 2, 4, 5).
A rede linfática é responsável pela drenagem de fluido extracelular, de
células e de moléculas maiores (proteínas, lipídios, etc.). O fluxo linfático depende
de fatores extrínsecos, como pulsação arterial, gravidade e contração da
musculatura estriada (2).
Musculoscutâneos
A musculatura da pele é predominantemente lisa e compreende os
musculoseretores dos pelos, o dartos do escroto e a musculatura da aréola
mamária.
A musculatura estriada encontra-se no pescoço (platisma) e na face
(musculatura da mímica) (1, 2).
Fisiologia Cutânea
Devido à sua arquitetura e às suas propriedades físicas, químicas e
biológicas, a pele é um órgão capaz de exercer diversas funções:
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Proteção
Constitui barreira de proteção para as estruturas internas do organismo à
ação de agentes externos e, ao mesmo tempo, impede perdas de água, eletrólitos e
outras substâncias do meio interno (1).
Nesta função protetora a camada córnea tem importância relevante, graças
às suas propriedades:
- Impermeabilidade relativa à água e eletrólitos, evitando perdas hídricas e
eletrolíticas e limitando a penetração de substâncias exógenas;
- Resistência relativa a agentes danosos corrosivos;
- Alta impedância elétrica, que restringe a passagem de corrente elétrica
pela pele;
- Superfície relativamente seca, retardando a proliferação de
microrganismos.
Quimicamente, representa uma membrana limitadora à passagem de
moléculas(1, 6).
Também são de grande importância as unidades epidermomelânicas, pelo
obstáculo que representam à ação das radiações ultravioleta. A melanina por elas
produzida e distribuída pela epiderme protege a pele das radiações ultravioleta do
sol por meio da absorção da energia irradiante. Os melanócitos não só absorvem
como também difundem a radiação ultravioleta (1, 2).
Proteção Imunológica
Graças aos seus componentes dérmicos participantes do Sistema
Retículoendotelial (S.R.E.), a pele é um órgão de grande atividade imunológica,
onde atuam intensamente os componentes da imunidade humoral e celular, motivo
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pelo qual, hoje, grande quantidade de testes imunológicos, bem como práticas
imunoterápicas, são estudados na pele (1).
Termorregulação
O controle homeostático da temperatura orgânica é exercido basicamente
pelo sistema vascular e sudoríparo da pele. As glândulas sudoríparas fornecem o
revestimento cutâneo de água que, por evaporação, esfria a superfície corpórea, e
os vasos sanguíneos, por meio da dilatação ou constrição, ampliam ou diminuem o
fluxo sanguíneo periférico, permitindo maior ou menor dissipação calórica (1, 2).
Percepção
Em razão à complexa e especializada rede nervosa cutânea, a pele é como
já vimos, o órgão receptor sensitivo do calor, frio, dor e tato (1, 2).
Secreção
A secreção sebácea é importante na manutenção eutrófica da própria pele,
particularmente da camada córnea, evitando a perda de água. O sebum tem
propriedades de: barreira de proteção, emulsificação de substâncias, atividade
antimicrobiana, antibacteriana e antifúngica, precursor da vitamina D (1, 2).
Em relação às glândulas sudoríparas, a eliminação de restos metabólicos
não tem valor como função excretora (1). Porém, as secreções sebáceas e sudoral
constituem as fases adiposas e oleosas da emulsão que recobre a superfície
cutânea. Juntos, os eletrólitos do suor e os ácidos graxos atuam como agentes
emulsificantes e vão, assim, determinar o pH cutâneo normal, com suas variações
topográficas (1).
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O pH médio normal da pele é de 5,4 – 5,6 (1).
Além das funções vitais expostas, as propriedades físico-químico-biológicas
da pele também permitem a administração percutânea de medicamentos, pela sua
grande capacidade de absorção.
Notas Módulo I:
1- SAMPAIO, S. A. P.; Rivitti EA. Dermatologia. 3.ed. São Paulo: Artes
Médicas, 2007. p. 1-37.
2- AZULAY, D. R. Dermatologia. 4.ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan,
2006. p. 1-15.
3- MANUAL MERCK. Seção 18. Distúrbios da Pele - Biologia da Pele.
Disponível em: <http://www.manualmerck.net>. Acesso em 12 jan. 2008.
4- ARNOLD JR, H. L.; ODOM, R. B.; JAMES, W. D. Doenças da Pele de Andrews – Dermatologia Clínica. São Paulo: Manole, 1994. p. 1-14.
5- HOLBROOK, KA; WOLFF, K. The Structure and Development of Skin In:
FITZPATRICK, T.B. et al. Dermatology in General Medicine. New York: Mcgraw
Hill Inc., 1993. vol. 1, p. 1-97.
6- CUCÉ, L.C.; FESTA NETO, C. Manual de Dermatologia, Rio de Janeiro:
Livraria Atheneu, 1990. p.3-13.
------------------ FIM DO MÓDULO I ---------------------