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FACULDADE PITÁGORAS - BELO HORIZONTE NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FACULDADE PITÁGORAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MBA DE CONTABILIDADE DIGITAL O CONTADOR DIANTE DAS RESPONSABILIDADES IMPOSTAS PELA ERA DIGITAL ALYNE HOSKEN CALDEIRA LUÍS CLAUDIO DE MOURA LUIZ FERNANDO CAMPOS Orientador Belo Horizonte - MG Janeiro / 2013

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FACULDADE PITÁGORAS - BELO HORIZONTE

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FACULDADE PITÁGORAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MBA DE CONTABILIDADE DIGITAL

O CONTADOR DIANTE DAS RESPONSABILIDADES IMPOSTAS PELA ERA

DIGITAL

ALYNE HOSKEN CALDEIRA

LUÍS CLAUDIO DE MOURA

LUIZ FERNANDO CAMPOS

Orientador

Belo Horizonte - MG

Janeiro / 2013

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FACULDADE PITÁGORAS - BELO HORIZONTE

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FACULDADE PITÁGORAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MBA DE CONTABILIDADE DIGITAL

ALYNE HOSKEN CALDEIRA

LUÍS CLAUDIO DE MOURA

O CONTADOR DIANTE DAS RESPONSABILIDADES IMPOSTAS PELA ERA

DIGITAL

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentada à Faculdade Pitágoras como

requisito para obtenção do título de

Especialização em MBA de Contabilidade

Digital.

Luiz Fernando Campos

Orientador

Belo Horizonte - MG

Janeiro / 2013

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FOLHA DE APROVAÇÃO

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RESUMO

CALDEIRA, Alyne Hosken – MOURA, Luís Cláudio de. O CONTADOR DIANTE DAS

RESPONSABILIDADES IMPOSTAS PELA ERA DIGITAL: Trabalho de Conclusão de

Curso (MBA em Contabilidade Digital) Faculdade Pitágoras. Belo Horizonte, 2013.

A globalização trouxe novidades no campo da ciência contábil que estão interferindo na

pessoa do contador, exigindo mudança de postura e adquirir novos conhecimentos urgentes do

tipo: comunicação, informação e sistema de informação. Responsabilidade Civil criminal pela

elaboração dos SPED’s. Nesta pesquisa será tratado o papel do profissional contábil diante

das novas responsabilidades impostas pela era digital, assim como vamos identificar as novas

tecnologias impostas ao profissional contábil; analisar os direitos e obrigações do profissional

contábil no direito digital; identificar os crimes contra ordem tributária Lei 8.137 e analisar o

aspecto de responsabilidade do contador contido no novo código civil brasileiro. Através de

uma pesquisa bibliográfica descritiva, foi analisado o conteúdo e chegou-se à conclusão de

que é exigido do contador muito mais do que um simples calculador de guias, é necessário

conhecimento aprofundado em diversas áreas, como economia, direito, informática,

tecnologia. Enfim, que as novas exigências é uma oportunidade de mudança para um novo

cenário de negócios.

Palavras-Chave:

Especialização Digital, Era do Conhecimento, Direito Digital, Limitação e Responsabilidade,

SPED, NFe, Assinatura Digital e Certificado Digital.

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EPÍGRAFE

“Ninguém pode construir em teu lugar as

pontes que precisarás para atravessar o rio da

vida – ninguém, exceto tu, só tu.”

Friedrich Nietzsche

“Numerati = membros de uma elite da ciência

da computação matemática focados em

analisar todos os nossos passos em busca de

padrões de comportamento que possam prever

o que queremos comprar, em quem vamos

votar por quem vamos nos apaixonar, quais

doenças teremos. Todas as áreas da atividade

humana oferecem dados que podem ser

armazenados, cruzados e exaustivamente

analisados em busca de informações.”

Numerati – Stephen Baker

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 25

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 26

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 09

1.1 Problema de pesquisa 09

1.2 Objetivos 09

1.2.1 Objetivo geral 09

1.2.2 Objetivos específicos 10

1.3 Justificativa 10

1.4.1 Metodologia 11

1.4.2 Abordagem da pesquisa 11

1.4.2 Tipo de pesquisa 12

1.4.2.1 Quanto aos fins 12

1.4.2.2 Quanto aos meios 13

1.4.3 Tratamento dos dados 13

1.4.4 Limitações do método 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO 14

2.1 História da Contabilidade 14

2.1.1 A origem da Contabilidade 14

2.1.2 Evolução da Contabilidade 16

2.1.3 O papel do profissional contábil 17

3 CONTABILIDADE DIGITAL 20

3.1 O novo perfil do contador e a demanda por este profissional 20

3.2 Identidade digital / Senhas 21

3.3 Documentos eletrônicos 22

3.4 Assinatura digital e certificado digital 22

4 FISCO DIGITAL – DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA AO SPED 26

4.1 Sistema Público de Escrituração Digital

4.1.1 Sped – Contábil 30

4.1.2 Sped – Fiscal 30

4.1.3 Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT) 31

4.1.4 Escrituração Fiscal Digital (EFD) – Contribuições 31

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4.1.5 Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) – Ambiente Nacional 33

4.1.6 Nota Fiscal de Serviços - (NFS-e) 33

4.1.7 Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) 34

4.1.8 Central de balanços 35

4.1.9 Escrituração Fiscal Digital – IRPJ (E-LALUR) 35

4.1.10 Escrituração Fiscal Digital – Social 37

5 A RESPONSABILIDADE DO CONTADOR PERANTE O CODIGO

CIVIL E SEUS CRIMES

38

5.1 Despersonificação da pessoa jurídica 38

5.2 Responsabilidade civil do contabilista – culpa e dolo 39

5.3 Preposto ou gerente 40

5.4 Crimes contra a ordem tributária Lei 8.137/90 41

6 CONCLUSÃO 44

REFERÊNCIAS 47

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1 INTRODUÇÃO

Há pouco tempo a Internet não passava de um projeto, o termo “globalização”

não havia sido cunhado e a transmissão de dados por fibra ótica não existia. Informação era

um item caro, pouco acessível e centralizado. O cotidiano do mundo jurídico resumia-se a

papéis, burocracia e prazos. Com mudanças ocorridas desde então, ingressamos na era do

tempo real, do deslocamento virtual dos negócios, da quebra de paradigmas. Essa nova era

traz transformações em vários segmentos da sociedade – não apenas transformações

tecnológicas, mas mudanças de conceitos, métodos de trabalho e estruturas. A Contabilidade

está sendo influenciada por essa nova realidade. A dinâmica da era da informação exige uma

mudança mais profunda na própria forma como a contabilidade é exercida e pensada em sua

prática cotidiana.

O profissional de qualquer área, em especial o contador, tem a obrigação de

estar em sintonia com as transformações que ocorrem na sociedade. Sabemos que o

nascimento da Internet é um dos grandes fatores responsáveis por esse momento, mas o

fundamental, antes de tudo, é entender que esses avanços não são fruto de uma realidade fria,

exclusivamente tecnológica, dissociada do mundo cotidiano e das práticas contábeis.

1.1 Problema de pesquisa

Qual o papel do profissional contábil imposto pelas mudanças da era digital?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

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Identificar a evolução da profissão contábil juntamente com as novas

tecnologias impostas ao profissional contábil dentro do contexto do direito digital e do código

civil.

1.2.2 Objetivos específicos

1 – Identificar o papel do contador na era digital;

2 – Identificar as novas tecnologias impostas ao profissional contábil;

3 – Analisar os direitos e obrigações do profissional contábil no direito digital;

4 – Identificar os crimes contra ordem tributária Lei 8.137;

5 – Analisar o aspecto de responsabilidade do contador contido no novo código civil

brasileiro.

1.3 Justificativa

Esta pesquisa se justifica devido os impactos das medidas e exigências para os

profissionais de contabilidade diante das mudanças da era digital. É necessário identificar o

papel do profissional contábil diante das novas tecnologias e analisar dentro do contexto do

direito digital, formando um conhecimento aprofundado a respeito do papel dos profissionais

de contabilidade, visto que os avanços sempre trazem obrigações de mudança de

comportamento a serem adotadas.

No entanto há uma grande preocupação entre os usuários dos serviços

contábeis; para os profissionais da contabilidade em estar se adequando a estes desafios, já

para os empresários, a preocupação é justarem-se as mudanças significativas e as possíveis

sanções estabelecidas, uma vez que o órgão governamental utiliza-se de tais avanços

tecnológicos para garantir e assegurar a arrecadação e também identificar evasão fiscal. Por

outro lado o mercado que busca soluções corporativas através de uma consultoria eficaz que

auxiliem na atual conjuntura mercadológica na tomada de suas decisões, e a esfera

governamental buscando garantir os recursos para o controle econômico-social do País.

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1.4 Metodologia

Para elaboração desta pesquisa, foram adotados alguns procedimentos

metodológicos que descrevem como a pesquisa foi realizada. Segundo Marconi e Lakatos

(2009, p. 83),

“o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com

maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos

válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e

auxiliando as decisões do cientista.”

Esse tópico descreverá os métodos que foram utilizados no decorrer da

pesquisa.

1.4.1 Abordagem da pesquisa

De acordo com Beuren (2008), a pesquisa possui tipologias quanto à

abordagem do problema, que são as pesquisas qualitativa e quantitativa. Enquanto a pesquisa

quantitativa dá mais ênfase aos resultados estatísticos, a pesquisa qualitativa está voltada para

as informações obtidas, visando destacar características não observadas pelo estudo

quantitativo.

A pesquisa foi caracterizada como qualitativa, pois levou em consideração os

aspectos descritos nas mudanças do papel do contador na era digital.

Richardson (1999, p.80), menciona que:

“os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a

complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas

variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos

sociais.”

Esse é o propósito da pesquisa que foi realizada, descrever e analisar os dados

obtidos para atender os objetivos levantados.

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1.4.2 Tipo de pesquisa

Inicialmente, vale ressaltar que, pesquisa, segundo Marconi e Lakatos (2009, p.

157),

“é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que

requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a

realidade ou para descobrir verdades parciais.”

Esta pesquisa parte de um problema, do qual foram extraídos alguns objetivos

específicos que foram trabalhados detalhadamente no decorrer do trabalho de forma reflexiva

baseado nos resultados obtidos.

1.4.2.1 Quanto aos fins

Esta pesquisa foi descritiva, pois, segundo Beuren (2008), através da descrição

tem-se uma visão mais precisa dos acontecimentos pesquisados. De acordo com Beuren

(2008), o tipo de pesquisa quanto aos fins pode ser exploratória, descritiva e explicativa. O

que vai determinar o tipo de pesquisa são os objetivos estabelecidos.

Na concepção de Gil (1999), a pesquisa descritiva tem como principal objetivo

descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de

relações entre as variáveis. Através da pesquisa foram analisados e interpretados alguns dados

que descreveram sobre as mudanças do papel do contador na era digital.

1.4.2.2 Quanto aos meios

De acordo com Beuren (2008) o procedimento ou técnica utilizado na pesquisa

é o elemento mais importante para identificar a coleta de dados, o tipo de pesquisa quanto aos

meios ou quanto aos procedimentos pode ser estudo de caso, pesquisa de levantamento,

pesquisa bibliográfica, documental, participante e experimental.

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Para cada pesquisa existe uma forma para levantar os dados, através de um

método ou técnica específica. O meio escolhido para realizar o estudo foi a pesquisa

bibliográfica. De acordo com Marconi e Lakatos (2001, p. 43-44) pesquisa bibliográfica

“trata-se do levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas,

publicações avulsas em impressa escrita.”

1.4.3 Tratamento dos dados

O tratamento dos dados é a forma com que os mesmos foram analisados e

interpretados. De acordo com Beuren (2008), existem várias maneiras para analisá-los, podem

ser através da análise de conteúdo, análise descritiva, análise documental e interpretação.

O método utilizado para analisar os dados obtidos através da pesquisa foi

análise de conteúdo. Richardson (1999, p. 224) afirma que a análise de conteúdo busca

compreender melhor um discurso, aprofundar suas características “gramaticais, fonológicas,

cognitivas, ideológicas” e extrair os dados mais importantes. As teorias mais relevantes

serviram de base para análise das inferências e percepções da pesquisa.

Durante a análise dos dados obtidos foram observados os pontos principais,

buscando analisar a mudança no papel do contador na era digital.

1.4.4 Limitações do método

Todas as técnicas de pesquisa possuem uma série de limitações, podendo ser

do próprio método escolhido ou serem encontradas no seu decorrer. As limitações existem e

fazem parte da construção do conhecimento. Nesta pesquisa não puderam ser esgotadas todas

as referências bibliográficas e muitas legislações foram atualizadas no decorrer do

desenvolvimento.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para tornar possível a construção desta pesquisa, é fundamental esclarecer e

analisar alguns conceitos necessários à compreensão da mesma. Foram pesquisadas as

principais perspectivas teóricas relacionadas com a evolução da profissão contábil, as novas

tecnologias e o direito digital na profissão contábil, com a finalidade de fundamentar

teoricamente a pesquisa, relacionar as principais obrigações ou as faltas contidas na Lei 8.137

(Crimes contra ordem tributária) que podem haver dentro destas novas obrigações juntamente

com o Código Civil Brasileiro no aspecto da responsabilidade solidária do Contador,

identificando o que é dolo ou culpa.

2.1 História da Contabilidade

Um pouco da história da contabilidade nós dá um cenário de onde estávamos, o

quanto já progrediu e sim, projetar o futuro próximo e mais longo. No contexto histórico a

continuidade da profissão contábil e determinante, está atividade existirá e não verificamos

fatos que possam suprir a existência deste profissional, mas, a persistência, diante dos riscos

colocados no campo da responsabilidade jurídica, inclui também a coragem deste profissional,

porque foram grandes os desafios.

2.1.1 A origem da Contabilidade

Iudícibus (2000) e Sá (2001), afirmam que a origem da contabilidade não é

recente, acreditam também que a contabilidade tenha aparecido em conjunto com algumas

manifestações do Ser Humano civilizado, por volta de 8.000 anos atrás.

Segundo Iudícibus (2000), foram encontradas provas arqueológicas com data

da pré-história evidenciando que primeiramente a história da contabilidade se misturava com

a história da própria humanidade e seu desenvolvimento. Esta ficou conhecida como sendo o

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início, a Idade de Sistematização ou Idade Média Contábil, diferenciada pelo aparecimento do

método das partidas dobradas.

Por volta de 1494, a Contabilidade veio para adotar um novo caminho em

busca da sua evolução, com o surgimento de diversos estudiosos a respeito do método da

digrafia, nessa época deu-se origem a Literatura Contábil. Nesse contexto, em 1840,

percebeu-se uma nova fase, apresentada como Idade Contemporânea ou Idade Científica da

contabilidade, tornando-a conhecida como Ciência, o que permanece até os dias atuais

(IUDÍCIBUS, 2000).

Conforme Iudícibus (2000), no Brasil a Contabilidade é relativamente nova.

No início foi ensinada nas Escolas Comerciais apenas regras de escrituração contábil. Em

1905 houve arregulamentação da profissão contábil conhecida como Guarda-livros. Em 1945

criou a primeira Faculdade de Ciências Contábeis.

[...] o curso superior em Ciências Contábeis teve início em 1962 com a

promulgação do Decreto 813, de 10 de março de 1962, alterado pelo Decreto

1.201, de 19 de junho de 1962, no qual autorizava o funcionamento da

Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Atuariais de Natal. Nessa

época esta faculdade era vinculada a então Sociedade Norterio Gradense de

Ensino, portanto, ainda não federalizada, apenas agregada a Universidade

Federal do Rio Grande do Norte por força de convênio datado de 27 de

setembro de 1965 (IUDÍCIBUS, 2000, p. 39).

Somente após 1962, atendendo a demanda de mercado, os cursos superiores na

área passam a surgir. Assim os contadores atendem os usuários da contabilidade que podem

ser pessoas jurídicas ou pessoas físicas, os quais têm por finalidade obter informações amplas

e fiéis da sua situação financeira e do seu patrimônio.

Na concepção de Fortes (2001, p. 53)

“as informações contábeis quando tratadas de forma integrada e global,

envolvendo a área de produção, administrativa, vendas e financeira torna-se

o mais importante instrumento para a tomada de decisões”.

Nesse sentido, a contabilidade deve ser conhecida pelo usuário como um

instrumento facilitador da administração. Uma vez que a compreensão das informações pelos

usuários facilita a tomada de decisão, considerando os conhecimentos que este terá da sua

situação financeira e nas perspectivas contábeis em relação ao futuro.

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2.1.2 Evolução da Contabilidade

Segundo Drummond, (1995, p. 75), a história da contabilidade se divide em

quatro períodos:

a) Contabilidade do Mundo Antigo – até 1202 da Era Cristã.

“A Contabilidade empírica, praticada pelo homem primitivo, já tinha como

objeto, o Patrimônio. Os primeiros registros processaram-se de forma

rudimentar, na memória do homem. Como este é um ser pensante,

inteligente, logo encontrou formas mais eficiente de processar os seus

registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos. O inventário

exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o

controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos,

metais, escravos, etc.”

O Sistema Contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de documentos e Selos de

Sigilo. Os registros se tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados em papiros ou

tábuas.

b) Contabilidade do Mundo Medieval – de 1202 da Era Cristã até 1494.

“Se os súmero-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os

egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita. Foi

um período importante na história do mundo, especialmente na história da

Contabilidade, denominada a “Era Técnica”, devido às grandes invenções,

como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc. O livro-caixa

recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro.”

Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito. O aperfeiçoamento e o

crescimento da Contabilidade foram a consequência natural das necessidades geradas pelo

advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII.

c) Contabilidade do Mundo Moderno – de 1494 até 1840.

“A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle

das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava. O aparecimento da

obra de Frei Luca Pacioli (Métodos das Partidas Dobradas), no século XV,

marca o início da fase moderna da Contabilidade. A obra de Pacioli não só

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sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedentes para que

novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto”.

d) Contabilidade do Mundo Cientifico – de 1840 até os dias de hoje.

“Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do

pensamento contábil: a primeira, chefiada por Francisco Vila, foi a Escola

Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giuseppe Cerboni; e a

terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Besta”.

Para Hendriksen (1999, p. 38)

“Os sistemas de partidas dobradas mais antigos são encontrados no norte da

Itália, e remontam ao séculos XIV. O Frei Luca Pacioli codificou tais

sistemas num apêndice a um livro publicado em Veneza em 1494. (...) A

contabilidade floresceu em solo fertilizado por séculos de aprendizagem e

comércio com o Oriente, invenções tais como a vela latina, a imprensa e um

novo sistema de números. “Em grande parte, esses avanços foram levados à

Europa da China e da Índia por estudiosos árabes”.

Segundo Hendriksen (1999, p. 41)

“Á medida que a história é contada, torna-se rapidamente evidente que a

contabilidade foi um produto de muitas mãos e muitas terras. A história da

contabilidade rapidamente mostra que nossa cultura deriva quase

inteiramente de outras culturas.”

2.1.3 O papel do profissional contábil

Ao tratar do papel do contador é imprescindível compreender que a

contabilidade tem a função de auxiliar na gestão empresarial e como tal o contador deve estar

certo que o seu papel ocupa uma posição de destaque no cenário econômico. Tendo em vista,

que auxilia na gestão patrimonial fornecendo informações a respeito da composição e

mutação patrimonial, além de poder planejar e definir estratégias cujos resultados surtirão

efeitos nas tarefas econômicas.

Assim, Flores (2009, p. 1) entende que uma das finalidades tácitas da

contabilidade

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“é o de apresentar demonstrativos e relatórios condizentes com as

necessidades de cada tipo de usuário, contendo elementos informativos que

os usuários consideram importantes para as suas decisões”.

Por isso, o papel da contabilidade nas organizações empresariais é

proporcionar a maior quantidade de informações, as quais devem seguir rigorosamente os

procedimentos, com a finalidade de ajudar os gestores e demais usuários contábeis na tomada

de decisões.

Doutrinadores como Flores (2009), Franco (1996), Silva (2003), asseguram

que o intuito da contabilidade é controlar os fenômenos ocorridos no patrimônio de uma

entidade, através do registro, da classificação, da demonstração expositiva, da análise e

interpretação dos fatos neles ocorridos. Nessas condições Franco (1996, p 22) afirma que

todas essas informações precisam fornecer orientações necessárias à tomada de decisões –

sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da

gestão da riqueza patrimonial. Franco (1996, p. 22) descreve que o contador deve ser

responsável pela realização dos serviços, assegurando principalmente a exatidão das

informações fornecidas. Pois os relatórios contábeis são os elementos empregados pela

Contabilidade para gerar informações. Nessa concepção os relatórios contábeis formam um

sistema constituído de informações que representam a realidade da empresa em determinado

período, com o objetivo de atender algum propósito ou resolver algum problema.

Diante dessa realidade a mundialização proporcionou o surgimento de novas

oportunidades essenciais para o contador desse novo século, transformando de mero

escriturário ou registrador em produtor de dados reais inerentes a técnica contábil e

financeiras de uma organização, nesta situação o contador é importante no fornecimento de

informações imprescindíveis para a tomada de decisões.

Por isso Silva (2003, p. 3) afirma que o contador precisa ser aceito como um:

“comunicador de informações essenciais a tomada de decisões, pois a

habilidade em avaliar fatos passados, perceber os presentes e predizer

eventos futuros pode ser compreendido como fator preponderante ao sucesso

empresarial”.

Consequentemente o perfil do contador nas últimas décadas tem-se

modificado. E em função da globalização, espera-se que este profissional seja mais

qualificado e conhecedor das ciências contábeis, administrativa e jurídica e agora tecnológicas

e de conhecimento.

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Diante dessas informações Silva (2003, p. 3) explica que:

[...] o perfil do contador moderno é o de um homem de valor que precisa

acumular muitos conhecimentos mas que tem um mercado de trabalho

garantido, todavia, que o profissional tenha consciência de que a maior

remuneração exige qualidade de trabalho e que esta se consegue com o

melhor conhecimento, com estudo, com aplicação, esses profissionais tem

que ser tecnicamente inteligentes capacitados. Capaz de compreender e

interagir com a política e social, em nível local, regional ou mesmo

internacional.

Já na visão de Padoveze (2004), o contador deve ser um diplomata no sentido

de fornecer as informações, mas nunca impor sua visão, pois sua obrigação é fornecer o que

pedem do jeito que pedem, desde que respeitando as exigências legais. Sua opinião deve ser

fornecida, se consultado ele pode opinar. Tudo isso em respeito a opinião do usuário, sem

deixar de lado a fidelidade (PADOVEZE, 2004, p. 64).

Segundo Padoveze (2004, p. 64) as informações contábeis devem ser

explicitadas no menor prazo possível. Uma informação morosa ou atrasada perderá toda sua

validade e fará parte do arquivo morto de dados. Pois a força e o encanto desse sistema “está

no rigor dos prazos estipulados pelos usuários e no seu cumprimento, caso contrário pode

ocasionar inclusive multa.

Diante dessa realidade Padoveze (2004, p. 64) explica que apesar de a

informação contábil ter como estereótipo sua exatidão e veracidade, mais importante do que

isso, muitas vezes, é o cumprimento do prazo das informações. Pois segundo ele “uma

informação aproximada dentro do prazo é muito mais importante do que uma informação

precisa atrasada (PADOVEZE, 2004, p. 64) .

Por fim, cabe salientar que o profissional da contabilidade tem entre outras

funções o papel de resolver enigma do processo administrativo e financeiro, não como

obrigado por deliberação, mas como responsáveis pelo arrolamento dos dados que preocupam

aos usufrutuários (SILVA, 2003, p. 3). E seu encargo é ter confiança de que o executivo se

norteie por elementos que favoreça a tomar a melhor decisão, pelo meio de seus documentos

contábeis, bem como os caminhos que devem ser percorridos (SILVA, 2003, p. 3).

Entre os muitos desafios enfrentados pelos contadores pode-se citar, a

contabilidade digital, Documentação Contábil, Nota Fiscal Eletrônica – NF-e, conforme

segue.

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3 CONTABILIDADE DIGITAL

3.1 O novo perfil do contador e a demanda por este profissional

Desde o início do século XXI e, mais intensamente, a partir de 2005, o Brasil

vem passado por vários processos de mudanças contábeis. Dentre elas podemos citar a

instituição da Nota Fiscal Eletrônica, a criação do Sistema Público de Escrituração Digital – o

SPED e, a partir de 2007, a convergência para as normas internacionais de Contabilidade

objetivada com a publicação da Lei 11.638 de 28 de Dezembro de 2007.

Diante disso, não existe mais a imagem dos antigos profissionais da

Contabilidade -- senhores sisudos que passavam o dia isolados em uma sala, atrás da máquina

de calcular e de uma montanha de papéis, formulários e notas fiscais. Atualmente, o contador

passou de tecnicista a analista (ABRANTES, 2010).

A função do contador no século XXI deve ser a de analista de dados, gestor de

informações e instrumento essencial na tomada de decisão, atendendo ao objetivo da

Contabilidade, que é prestar informações úteis para diferentes categorias de gestores.

Abrantes (2010) observa que, de acordo com a pesquisa da consultoria Robert Half, divulgada

em Julho de 2010, “96% das companhias brasileiras admitem que os profissionais de

Contabilidade tornaram-se peças centrais para a tomada de decisões”.

Com o processo de convergência para as normas internacionais, o contador está

também se voltando bruscamente de uma Contabilidade com objetivos fiscais, enraizada no

Regulamento do Imposto de Renda e ditada por ele, para uma Contabilidade com fins

societários, segundo a Lei 11.638/07, a Lei 11.941/09 e os diversos pronunciamentos do CPC

– Comitê de Pronunciamentos Contábeis, criado em 2005.

Além de todas as mudanças conceituais no processo de reconhecimento,

mensuração e divulgação dos fenômenos patrimoniais, o contador ainda encara desafios na

compreensão de conceitos na área de TI (Tecnologia da Informação), na implantação,

supervisão e validação de arquivos digitais (Sped Fiscal, Sped Contábil, Nota Fiscal

Eletrônica, e-LALUR, Manad, IN 86, FCONT etc.), sem contar com os desafios de

acompanhar diariamente a complexa legislação tributária reinante em nosso país (MORAES,

2010).

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Além dos arquivos citados, e das obrigações acessórias já vigentes -- como

SINTEGRA, DIPJ, DACON, DCTF, DIRF, RAIS, GFIP, CAGED, GIA --, também fazem

parte das novas obrigações do mundo pós SPED, a Escrituração Fiscal Digital das

Contribuições PIS/COFINS (EFD-PIS/COFINS) e o Conhecimento de Transporte Eletrônico

(CT-e).

De acordo com Duarte (2011), o Brasil está mudando da era da informação

para a Era Digital, em que o conhecimento é a principal competência exigida de um

profissional.

O contador da atualidade deve entender que, além de ser extremamente

estudioso e autodidata, também precisa relacionar-se com outras áreas afins à Contabilidade,

tais como o Direito, Administração, Matemática, Economia e Tecnologia da Informação, uma

vez que o conhecimento, sem sombra de dúvidas, será seu maior diferencial no mercado de

trabalho.

E de acordo com ZANLUCA (2011), outras habilidades indispensáveis ao

profissional de Contabilidade são “capacidade de se expressar de forma clara e sintética,

ótima redação, domínio de recursos de Informática e conhecimentos de Estatística”.

O mercado de trabalho para o contador vem-se expandindo juntamente com as

diversas mudanças ocorridas no cenário econômico nacional e internacional.

Como estamos na “Era do Conhecimento”, a sociedade vem concentrando sua atenção na

informação e, portanto, são excelentes as perspectivas para a profissão contábil, considerando

que, por excelência, a Contabilidade é a ciência da informação (MARION, 2005).

3.2 Identidade Digital / Senhas

Na era digital a senha é a identidade digital da pessoa ou entidade, pessoa física

ou pessoa jurídica, portanto devendo ser secreta e individual, torna-se mais segura quando

utilizada com um cartão com chips e criptografada. Sendo um dos mecanismos de segurança

aplicados a segurança da informação. A senha é o mecanismo lógico que impede ou limita o

acesso a informação, que está em ambiente controlado, geralmente eletrônico, e que, de outro

modo, ficaria exposta a alteração não autorizada por elemento mal intencionado.

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Um dos assuntos mais importantes a tratar na Lei é o tema da Identidade

Digital obrigatória. Não adianta ter qualquer outra lei, se não pudermos gerar prova de

autoria, seja para questões civis, criminais, trabalhistas, tributárias, entre outras. Isso deve ser

consolidado, unificado, senão cada vez que para o Judiciário corre-se o risco de o Juiz ter um

entendimento distinto. Há Juiz que entende que SENHA é suficiente para provar identidade,

outros aplicam isso apenas quando há o certificado digital da ICP-Brasil, e há ainda os que

dizem que só com assinatura do papel.

3.3 Documentos eletrônicos

Uma característica própria da sociedade digital é a crescente tendência de

diminuição do uso de documentos físicos na realização de contratos, propostas e mesmo para

a divulgação de obras, produtos e serviços, implicando a modificação de uma característica

básica que se tornou comum em nosso modelo de obrigações, o uso do papel.

A problemática da substituição do papel é mais cultural que jurídica, uma vez

que o Código Civil prevê contratos orais (art. 656 do Código Civil “O mandato pode ser

expresso ou tácito, verbal ou escrito”) e para esse desapego do papel foi criado a metodologia

de certificação de documentos e assinaturas com formato digital.

No Brasil destacamos ainda a questão da digitalização registrada, que

corresponde ao processo de transladação do documento original do suporte em papel para

digital e seu registro para guarda permanente e consulta, preservados como originais, com o

mesmo valor jurídico do original, não como cópia autenticada, digitalizada ou microfilmada.

O registro é efetuado em Cartório de Registro de Títulos e Documentos, seguindo os ditames

da Lei Federal 6.015/73, que dispõe sobre os registro públicos e dá outras providências.

3.4 Assinatura Digital e Certificado Digital

Antes de explanar sobre assinatura digital e certificado, devo repassar o que é

criptografia sem adentrar muito em Informática. A origem da certificação digital esta na

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criação de uma tecnologia de criptografia. Em termos técnicos, a criptografia é uma

ferramenta de codificação usada para envio de mensagens seguras em redes eletrônicas. É

muito utilizada no sistema bancário e financeiro. Na Internet, a tecnologia de criptografia

utiliza o formato assimétrico, ou seja, codifica as informações utilizando dois códigos,

chamados de chaves, sendo uma pública e outra privada para decodificação, que representam

a assinatura eletrônica do documento.

Assinatura eletrônica é uma chave privada, um código pessoal e irreproduzível

que evita os riscos de fraude e falsificação. Para o Direito Digital, uma chave criptográfica

significa que o conteúdo transmitido só pode ser lido pelo receptor que possua a mesma chave

e é reconhecida com a mesma validade da assinatura tradicional.

Certificado Digital é a assinatura do documento reconhecido e autenticado pelo

Governo (ICP Brasil) através da internet. O uso é necessário pelo motivo da velocidade dos

negócios que estão acontecendo pela internet. A assinatura eletrônica ou assinatura digital

utilizada em um documento de origem eletrônica, somente em documentos produzidos

digitalmente, que nada mais é que um documento eletrônico que contém o nome, um número

público exclusivo denominado chave pública e muitos outros dados que mostram quem somos

para as pessoas e para os sistemas de informação. A chave pública serve para validar uma

assinatura digital realizada em documentos eletrônicos. A assinatura digital utiliza técnicas da

criptografia digital, mais especificamente, da criptografia assimétrica. Através destas técnicas

é possível assinar uma mensagem, ou um documento, de forma que o receptor de um

documento seja capaz de identificar o remetente. Além disso, é possível proteger o conteúdo

de um documento contra eventuais espiões eletrônicos que venham a interceptá-lo durante sua

transmissão pela Internet.

Um certificado digital é um arquivo de computador que contém um conjunto

de informações referentes a entidade para o qual o certificado foi emitido (seja uma empresa,

pessoa física ou computador) mais a chave pública referente a chave privada que se acredita

ser de posse unicamente da entidade especificada no certificado. Basicamente, trata-se de um

documento eletrônico com assinatura digital que contêm dados como: nome do autor (que

pode ser uma pessoa, uma empresa, uma órgão do governo, etc.), entidade emissora, prazo de

validade e chave pública. Com o certificado digital, a parte interessada tem a certeza de estar

se relacionando com a pessoa ou com a entidade desejada.

Um certificado digital normalmente é usado para ligar uma entidade a uma

chave pública. Para garantir digitalmente, no caso de uma Infraestrutura de Chaves Públicas

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(ICP), o certificado é assinado pela Autoridade Certificadora (AC) que o emitiu, o certificado

é assinado pela própria entidade e assinado por outros que dizem confiar naquela entidade.

Em ambos os casos as assinaturas contidas em um certificado são atestamentos feitos por uma

entidade que diz confiar nos dados contidos naquele certificado.

Este documento assinado por certificação digital é mais usado pela Receita

Federal e Estadual para:

a) Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), substituindo a emissão do documento fiscal em papel.

b) e-CPF Simples, para as micro e pequenas empresas

c) Sistema Público de Escrituração Digital (SPED)

d) Central Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC)

e) Registro de operações e prestação de impostos federais, como: DCTF, DIRPF, DIRPJ,

PAF (SRF/MF).

f) Ultrapassando as operações da RFB e Secretaria de Receita Estadual, a certificação

também é usado para: PROUNI, FINEP, INPI, ComprasNet, Bancos, SISBACEN,

SICOMEX, DETRAN, etc.

Utiliza através de programas específicos que contem determinada segurança,

assinatura digital através de senha reconhecidos em cartões com chips, assinados digitalmente

por senhas.

Quadro 01

Tipo de certificados Processo de geração Mídia armazenadora Validade anos

A1 e S1 Software Arquivo 1

A2 e S2 Software Smart Card ou Token 2

A3 e S3 Hardware Smart Card ou Token 3

A4 e S4 Hardware Smart Card ou Token 3

Fonte: os próprios autores.

A ICP-Brasil oferece duas categorias de certificados digitais: A e S, sendo que

cada uma se divide em quatro tipos: A1, A2, A3 e A4; S1, S2, S3 e S4. A categoria A é

direcionada para fins de identificação e autenticação, enquanto que o tipo S é direcionado a

atividades sigilosas, para meros mortais contadores só interessa o tipo A.

O e-CPF e o e-CNPJ estão disponíveis nos tipos A1 e A3. As imagens abaixo,

obtidas no site da Receita Federal, mostram os modelos dos cartões inteligentes (tipo A3) para

esses certificados:

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Figura 01

Fonte: Site da Receita Federal

e-CPF e e-CNPJ - O primeiro é um certificado digital direcionado a pessoas

físicas, CPF (Cadastro de Pessoa Física), enquanto que o segundo é um certificado digital que

se destina a empresas ou entidades, de igual forma, CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa

Jurídica).

O uso de assinaturas e certificados digitais é extremamente importante,

principalmente pela velocidade com que as coisas acontecem na internet. Além disso,

determinadas aplicações, como as bancárias, são consideradas cruciais para a manutenção de

um negócio. Logo, o uso de certificados digitais pode chegar ao ponto de ser imprescindível.

Há muito ainda a ser discutido sobre o assunto, mas entre as divergências existentes, é

unânime a importância dessa tecnologia para a era da informação eletrônica.

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4 FISCO DIGITAL – DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA AO SPED

Outra questão relevante em termos de requisitos técnicos para uma empresa

operar “online” com as instituições públicas é o uso de um sistema de solução fiscal integrado

com um ERP. A exceção de grandes empresas, muitas não possuem este tipo de estrutura

ainda bem implementada, o que pode terminar a ocorrência de uma série de incidentes

inclusive de exteriorização de dados equivocados ao Fisco, por conta das exigências do

SPED, bem como da nota fiscal eletrônica.

A Emenda Constitucional nº 42/2003 introduziu o inciso XXII ao art. 37 da

Constituição Federal, que determina às administrações tributárias da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios atuarem de forma integrada, inclusive com o

compartilhamento de cadastros e informações fiscais.

Para atender à norma constitucional, foi realizado, em julho de 2004, em

Salvador, o I ENAT – Encontro Nacional de Administradores Tributários, reunindo o

Secretário da Receita Federal, os Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito Federal, e o

representante das Secretarias de Finanças dos Municípios das Capitais.

O Encontro teve como objetivo buscar soluções conjuntas nas três esferas de

Governo que promovessem maior integração administrativa, padronização e melhor qualidade

das informações; racionalização de custos e da carga de trabalho operacional no atendimento;

maior eficácia da fiscalização; maior possibilidade de realização de ações fiscais coordenadas

e integradas; maior possibilidade de intercâmbio de informações fiscais entre as diversas

esferas governamentais; cruzamento de informações em larga escala com dados padronizados

e uniformização de procedimentos.

Em consideração a esses requisitos, foram aprovados 2 Protocolos de

Cooperação Técnica, um objetivando a construção de um cadastro sincronizado que atendesse

aos interesses das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios e, outro, de caráter geral, que viabilizasse o desenvolvimento de métodos e

instrumentos que atendessem aos interesses das respectivas administrações tributárias.

Em agosto de 2005, no evento do II ENAT – Encontro Nacional de

Administradores Tributários, em São Paulo, o Secretário da Receita Federal, os Secretários de

Fazenda dos Estados e Distrito Federal, e os representantes das Secretarias de Finanças dos

Municípios das Capitais, buscando dar efetividade aos trabalhos de intercâmbio entre eles,

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assinaram os Protocolos de Cooperação nºs 02 e 03, com o objetivo de desenvolver e

implantar o SPED e a NF-e.

Em 22 de janeiro de 2007 iniciou o Sistema Público de Escrituração Digital

(SPED) que foi implementada pelo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC 2007-

2010) do Governo Federal, como parte das medidas de aperfeiçoamento do sistema tributário

e remoção de obstáculos burocráticos ao crescimento econômico (Decreto 6.022/2007. O

mesmo é constituído de três elementos: Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração

Fiscal Digital (EFD) e Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).

A ECD foi instituída pela IN RFB 787/2007 e é o envio de informações

contábeis (razão, balancetes diários, balanços, fichas de lançamento e auxiliares e outros) em

forma digital, visando à substituição dos livros físicos e sua eventual extinção. Já a EFD é um

arquivo digital com informações referentes às operações, prestações de serviços e apurações

de impostos do contribuinte. Contém os seguintes Livros Fiscais: Registro de Entradas,

Registro de Saída, Registro de Inventário, Registro de Apuração do IPI, Registro de Apuração

do ICMS. E no tocante à NF-e desde o Ajuste SINIEF 07/2005 já existente no Brasil.

Atualmente é regulada pelo ATO COTEPE 14/2007 e Protocolo ICMS 10/2007.

O SPED tem como objetivos, entre outros:

a) promover a integração dos Fiscos, mediante a padronização e o

compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas às restrições legais;

b) racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes,

com o estabelecimento de transmissão única de distintas obrigações acessórias de diferentes

órgãos fiscalizadores;

c) tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria do

controle dos processos, a rapidez no acesso às informações e a fiscalização mais efetiva das

operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica.

No âmbito do ICMS, de competência dos Estados e do Distrito Federal, foi

celebrado o Convênio ICMS nº 143/2006, que instituiu a Escrituração Fiscal Digital (EFD).

A EFD, materializada em arquivo digital, se constitui em um conjunto de

escrituração de documentos fiscais e outras informações de interesse dos Fiscos das Unidades

da Federação e da Secretaria da Receita Federal do Brasil bem como no registro de apuração

de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte.

Considera-se válida a EFD, para efeitos fiscais, após a confirmação de

recebimento do arquivo que a contém. A recepção e a validação dos dados relativos à EFD

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serão realizadas no ambiente nacional SPED instituído pelo Decreto nº 6.022/2007 e

administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com imediata retransmissão à

respectiva Unidade da Federação.

Observados os padrões fixados para o ambiente nacional SPED, em especial

quanto à validação, disponibilidade permanente, segurança e redundância, é facultadas às

Secretarias Estaduais de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito

Federal a recepção dos dados relativos à EFD diretamente em suas bases de dados, com

imediata retransmissão ao ambiente nacional SPED. (Decreto nº 6.022/2007; Convênio ICMS

nº 143/2006, Cláusula primeira)

A EFD é de uso obrigatório para os contribuintes do ICMS e do IPI. O

contribuinte poderá ser dispensado dessa obrigação, desde que a dispensa seja autorizada pelo

Fisco da Unidade da Federação em que esteja localizado e pela Secretaria da Receita Federal

do Brasil.

O contribuinte obrigado à EFD, a critério da unidade federada, fica dispensado

das obrigações de entrega dos arquivos estabelecidos pelo Convênio ICMS nº 57/1995

(Sintegra).

Os contribuintes do IPI e do ICMS estão obrigados à EFD desde 1.01.2009,

sendo facultada a cada uma das Unidades da Federação, em conjunto com a Secretaria da

Receita Federal do Brasil, estabelecer essa obrigação para determinados contribuintes durante

o exercício de 2008.

4.1 Sistema Público de Escrituração Digital

De modo geral, consiste na modernização da sistemática atual do cumprimento

das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos

órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos

documentos eletrônicos, garantindo, assim, a validade jurídica dos mesmos apenas na sua

forma digital.

a) Iniciou-se com três grandes projetos:

Escrituração Contábil Digital

Escrituração Fiscal Digital

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NF-e - Ambiente Nacional

EFD-Contribuições

Em estudo: e-Lalur (EFD-IRPJ), EFD-Social e a Central de Balanços.

b) Representa uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três

esferas governamentais: federal, estadual e municipal.

c) Mantém parceria com 20 instituições, entre órgãos públicos, conselho de

classe, associações e entidades civis, na construção conjunta do projeto.

d) Firma Protocolos de Cooperação com 27 empresas do setor privado,

participantes do projeto-piloto, objetivando o desenvolvimento e o disciplinamento

dos trabalhos conjuntos.

e) Possibilita, com as parcerias fisco-empresas, planejamento e identificação de

soluções antecipadas no cumprimento das obrigações acessórias, em face às

exigências a serem requeridas pelas administrações tributárias.

f) Faz com que a efetiva participação dos contribuintes na definição dos meios de

atendimento às obrigações tributárias acessórias exigidas pela legislação tributária

contribua para aprimorar esses mecanismos e confira a esses instrumentos maior grau

de legitimidade social.

g) Estabelece um novo tipo de relacionamento, baseado na transparência mútua,

com reflexos positivos para toda a sociedade.

Atuação:

1. Sped – Contábil

2. Sped – Fiscal

3. Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT)

4. Escrituração Fiscal Digital (EFD) – Contribuições

5. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) – Ambiente Nacional

6. Nota Fiscal de Serviços - (NFS-e)

7. Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e)

8. Central de balanços

9. Escrituração Fiscal Digital (EFD) - IRPJ ou Livro de Apuração do Lucro

Real (e-LALUR)

10. Escrituração Fiscal Digital (EFD)-Social

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4.1.1 Sped – Contábil

É a substituição da escrituração em papel pela Escrituração Contábil Digital -

ECD, também chamada de SPED-Contábil. Trata-se da obrigação de transmitir em versão

digital os seguintes livros:

I - livro Diário e seus auxiliares, se houver;

II - livro Razão e seus auxiliares, se houver;

III - livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos

assentamentos neles transcritos.

Segundo a Instrução Normativa RFB nº 787 de 19 de novembro de 2007, estão

obrigadas a adotar a ECD em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de

2008, as sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento econômico-tributário

diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 de novembro de 2007 e sujeitas à

tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real; (Redação dada pela Instrução

Normativa RFB nº 926, de 11 de março de 2009) em relação aos fatos contábeis desde 1º de

janeiro de 2009, as demais sociedades empresárias sujeitas à tributação do Imposto de Renda

com base no Lucro Real. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de

março de 2009). Em 2013 as empresas sujeitas a tributação do Imposto de Renda com base no

Lucro Presumido passaram a entregar o ECD.

Para as demais sociedades empresárias a ECD é facultativa.

As sociedades simples e as microempresas e empresas de pequeno porte

optantes pelo Simples Nacional estão dispensadas desta obrigação.

4.1.2 Sped – Fiscal

A Escrituração Fiscal Digital - EFD é um arquivo digital, que se constitui de

um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos

fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como de

registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo

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contribuinte. Este arquivo deverá ser assinado digitalmente e transmitido, via Internet, ao

ambiente Sped.

4.1.3 Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT)

Conforme disciplina a Instrução Normativa RFB nº 949/09, o Controle Fiscal

Contábil de Transição (FCONT) é uma escrituração, das contas patrimoniais e de resultado,

em partidas dobradas, que considera os métodos e critérios contábeis vigentes em 31.12.2007.

Em termos práticos, no Programa Validador e Assinador da entrada de dados do FCont devem

ser informados os lançamentos que:

a) efetuados na escrituração comercial, não devam ser considerados para fins de

apuração do resultado com base na legislação vigente em 31.12.2007. Ou seja, os

lançamentos que existem na escrituração comercial, mas que devem ser expurgados

para remover os reflexos das alterações introduzidas pela Lei nº 11.638, de 28 de

dezembro de 2007, e pelos artigos 37 e 38 da Lei nº 11.941, de 2009, que modifiquem

o critério de reconhecimento de receitas, custos e despesas computadas na escrituração

contábil, para apuração do lucro líquido do exercício definido no art. 191 da Lei nº

6.404, de 15 de dezembro de 1976;

b) não efetuados na escrituração comercial, mas que devam ser incluídos, para fins de

apuração do resultado, com base na legislação vigente em 31.12.2007.

4.1.4 Escrituração Fiscal Digital (EFD) – Contribuições

A Escrituração Fiscal Digital – EFD-Contribuições. Trata-se de um arquivo

digital instituído no Sistema Publico de Escrituração Digital – SPED, a ser utilizado pelas

pessoas jurídicas de direito privado na escrituração da Contribuição para o PIS/Pasep e da

Cofins, nos regimes de apuração não-cumulativo e/ou cumulativo, com base no conjunto de

documentos e operações representativos das receitas auferidas, bem como dos custos,

despesas, encargos e aquisições geradores de créditos da não-cumulatividade.

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Os documentos e operações da escrituração representativos de receitas

auferidas e de aquisições, custos, despesas e encargos incorridos, serão relacionadas no

arquivo da EFD-Contribuições em relação a cada estabelecimento da pessoa jurídica. A

escrituração das contribuições sociais e dos créditos será efetuada de forma centralizada, pelo

estabelecimento matriz da pessoa jurídica.

O arquivo da EFD-Contribuições deverá ser validado, assinado digitalmente e

transmitido, via Internet, ao ambiente Sped, até o 10º (décimo) dia útil do 2º (segundo) mês

subsequente a que serefira a escrituração, inclusive nos casos de extinção, incorporação, fusão

e cisão total ou parcial.

Conforme disciplina a Instrução Normativa RFB nº 1.052 de 5 de julho de

2010, estão obrigadas a adotar a EFD- Contribuições, conforme cronograma atualizado pela

Instrução Normativa RFB nº 1.218, de 2011:

I. em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, as

pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no

Lucro Real;

II. em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2012, as demais

pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no

Lucro Presumido ou Arbitrado;

III. em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2012, as pessoas

jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro

de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983.

Para a geração, validação e transmissão da escrituração digital referente ao mês

de janeiro de 2012, e meses posteriores, deverá a pessoa jurídica enquadrada no item I acima

(PJ tributada do Imposto de Renda pelo Lucro Real), utilizar a versão 1.07 do PVA da EFD-

Contribuições, ou as versões posteriores. No caso de atualizações de versões.

A versão 2.00, própria para a escrituração das operações da pessoa jurídica

tributada do Imposto de Renda com base no Lucro Presumido ou Arbitrado, será

disponibilizada pela Receita Federal no mês de abril de 2012.

A pessoa jurídica poderá retificar os arquivos originais da EFD-Contribuições,

referentes aos períodos do ano-calendário de 2011, até o último dia útil do mês de junho do

ano-calendário de 2012, mediante a transmissão de arquivo retificador da escrituração

substituída, nos termos do art. 8º da Instrução Normativa RFB nº 1.052 de 5 de julho de 2010.

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4.1.5 Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) – Ambiente Nacional

Para obter mais informações sobre o NF-e, conhecer o modelo operacional,

detalhes técnicos ou a legislação já editada sobre o tema, acesse o seguinte endereço:

www.nfe.fazenda.gov.br A integração e a cooperação entre Administrações Tributárias têm

sido temas muito debatidos em países federativos, especialmente naqueles que, como o Brasil,

possuem forte grau de descentralização fiscal. Atualmente, as Administrações Tributárias

despendem grandes somas de recursos para captar, tratar, armazenar e disponibilizar

informações sobre a emissão de notas fiscais dos contribuintes. Os volumes de transações

efetuadas e os montantes de recursos movimentados crescem num ritmo intenso e, na mesma

proporção, aumentam os custos inerentes à necessidade do Estado de detectar e prevenir a

evasão tributária.

4.1.6 Nota Fiscal de Serviços - (NFS-e)

O Projeto Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) está sendo desenvolvido

de forma integrada, pela Receita Federal do Brasil (RFB) e Associação Brasileira das

Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf), atendendo o Protocolo de Cooperação ENAT

nº 02, de 7 de dezembro de 2007, que atribuiu a coordenação e a responsabilidade pelo

desenvolvimento e implantação do Projeto da NFS-e. A Nota Fiscal de Serviços Eletrônica

(NFS-e) é um documento de existência digital, gerado e armazenado eletronicamente em

Ambiente Nacional pela RFB, pela prefeitura ou por outra entidade conveniada, para

documentar as operações de prestação de serviços. Esse projeto visa o benefício das

administrações tributárias padronizando e melhorando a qualidade das informações,

racionalizando os custos e gerando maior eficácia, bem como o aumento da competitividade

das empresas brasileiras pela racionalização das obrigações acessórias (redução do custo-

Brasil), em especial a dispensa da emissão e guarda de documentos em papel.

A partir de agora o contribuinte já pode confirmar as operações realizadas com a Nota Fiscal

Eletrônica (NF-e), informa a Secretaria da Fazenda. No portal nacional da NF-e, o serviço de

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manifestação do destinatário pode ser utilizado a partir do Certificado Digital do Contribuinte.

Nesse serviço, o contribuinte pode dar “ciência da emissão ou “confirmação da operação”.

A manifestação do destinatário pode ocorrer de forma espontânea por qualquer

contribuinte. A obrigatoriedade de confirmar a operação com a NF-e começou em 1º de

março de 2012 para os distribuidores de combustíveis e em julho para os postos de

combustíveis e transportadoras, revendedoras e retalhistas.

4.1.7 Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e)

O Conhecimento de Transporte eletrônico (CT-e) é o novo modelo de

documento fiscal eletrônico, instituído pelo AJUSTE SINIEF 09/07, de 25/10/2007, que

poderá ser utilizado para substituir um dos seguintes documentos fiscais:

a) Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8;

b) Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9;

c) Conhecimento Aéreo, modelo 10;

d) Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11;

e) Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 27;

f) Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando utilizada em transporte de

cargas.

O CT-e também poderá ser utilizado como documento fiscal eletrônico no

transporte duto viário e, futuramente, nos transportes multimodais. Podemos conceituar o CT-

e como um documento de existência exclusivamente digital, emitido e armazenado

eletronicamente, com o intuito de documentar uma prestação de serviços de transportes, cuja

validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente.

Autorização de Uso fornecida pela administração tributária do domicílio do

contribuinte. O Projeto Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) está sendo

desenvolvido, de forma integrada, pelas Secretarias de Fazenda dos Estados e Receita Federal

do Brasil, a partir da assinatura do Protocolo ENAT 03/2006, de 10/11/2006, que atribui ao

Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (ENCAT) a

coordenação e a responsabilidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto CT-e.

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4.1.8 Central de balanços

A Central de Balanços brasileira é um projeto integrante do Sistema Público de

Escrituração Digital (Sped), em fase inicial de desenvolvimento, que deverá reunir

demonstrativos contábeis e uma série de informações econômico-financeiras públicas das

empresas envolvidas no projeto. As informações coletadas serão mantidas em um repositório

e publicadas em diversos níveis de agregação. Esses dados serão utilizados para geração de

estatísticas, análises nacionais e internacionais (por setor econômico, forma jurídica e porte

das empresas), análises de risco creditício e estudos econômicos, contábeis e financeiros,

dentre outros usos. A Central tem como objetivo a captação de dados contábeis e financeiros

(notadamente as demonstrações contábeis), a agregação desses dados e a disponibilização à

sociedade, em meio magnético, dos dados originais e agregados.

4.1.9 Escrituração Fiscal Digital – IRPJ (E-LALUR)

O objetivo do sistema é eliminar a redundância de informações existentes na

escrituração contábil, no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) e na Declaração de

Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), facilitando o cumprimento da

obrigação acessória. De forma simplificada, o funcionamento do sistema será o seguinte:

Depois de baixado pela Internet e instalado, o Programa Gerador de Escrituração (PGE)

disponibilizará as seguintes funcionalidades:

a. digitação das adições, exclusões e compensações;

b. importação: o de arquivo contendo as adições e exclusões; o de informações

contábeis oriundas da Escrituração Contábil Digital (ECD); o de saldos da parte B do período

anterior.

c. cálculo dos tributos;

d. verificação de pendências;

e. assinatura do livro;

f. transmissão pela Internet;

g. visualização.

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Ao importar os dados da contabilidade, o e-Lalur os converterá para um padrão

bastante parecido com o que hoje se informa na DIPJ nas demonstrações contábeis. Para isto,

ele utilizará o "Plano de Contas Referencial" informado anteriormente na escrituração

contábil digital - ECD.

Feita a conversão, eventuais reclassificações ou redistribuições de saldos serão

possíveis. O volume destes ajustes dependerá da precisão da indicação do plano de contas

referencial na ECD.

Além das demais premissas do Sped, o e-Lalur tem as seguintes:

a. rastreabilidade das informações;

b. coerência aritmética dos saldos da parte B;

A rastreabilidade diz respeito a manter registros das movimentações que

resultem em alterações de saldos que irão compor as demonstrações contábeis baseadas no

plano de contas referencial.

A coerência aritmética dos saldos da parte B é a garantia de que eles estarão

matematicamente corretos. Para isto, uma das etapas será a conferência com os saldos do

período anterior de e-Lalur já transmitido. A cada conferência de saldo, o sistema obterá,

também, um extrato (semelhante a uma razão) completo de cada conta controlada na parte B.

A partir de tais elementos o PGE fará um "rascunho" da Demonstração do

Lucro Real, da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e dos

valores apurados para o IRPJ e a CSLL. Caso o contribuinte concorde com os valores

apresentados, basta assinar o livro e transmiti-lo pela Internet.

É importante ressaltar que o projeto se encontra em elaboração. Participam dos

trabalhos, além da Receita Federal do Brasil, o CFC, Fenacon, contribuintes, entidades de

classe, enfim, todos os parceiros cuja relação pode ser obtida na página principal do sitio.

e-Lalur agora ganhou novo nome: EFD-IRPJ (Escrituração Fiscal Digital –

IRPJ)

O projeto inicialmente denominado de e-Lalur, (Livo Eletrônico de

Escrituração e Apuração do IRPJ e CSLL sobre o Lucro Líquido da Pessoa Jurídica Tributada

pelo Lucro Real) agora ganhou novo nome: EFD-IRPJ (Escrituração Fiscal Digital – IRPJ).

O nome foi alterado, pois, além de englobar o e-Lalur, também haverá registros

para cálculo do IRPJ e da CSLL para as empresas tributadas pelo lucro presumido e pelo

lucro arbitrado. Também haverá informações das empresas imunes e isentas, bem como

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registros referentes às fichas de informações econômicas e gerais da DIPJ, gerando, por

consequência, a extinção da DIPJ.

Para as empresas que possuem escrituração contábil digital (ECD), por

intermédio da EFD-IRPJ será possível a recuperação dos saldos das contas contábeis

informadas na ECD, que serão utilizadas para construção de e-Lalur (Partes A e B) e cálculo

do IRPJ e da CSLL.

Pelo cronograma do projeto EFD-IRPJ, o sistema estará disponível para os

contribuintes em 2014.

4.1.10 Escrituração Fiscal Digital – Social

O projeto está em fase de estudos na Receita Federal e nos demais entes

públicos interessados, tendo como objetivo abranger a escrituração da folha de pagamento e,

em uma segunda fase, o Livro Registro de Empregados.

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5 A RESPONSABILIDADE DO CONTADOR PERANTE O CODIGO CIVIL E SEUS

CRIMES

5.1 Despersonificação da pessoa jurídica

O caput do art. 20, da Lei 3.071, de 1 de janeiro de 1916, Código Civil

Anterior, determinava, “As pessoas jurídicas tem existência distinta da dos seus membros”.

Forçando um pouco podemos concluir que distinta também é suas obrigações.

Portanto as pessoas jurídicas são dotadas de direitos e obrigações, independentemente, dos

direitos e obrigações dos seus sócios.

De modo geral a divida é uma obrigação personalíssima, ou seja, não pode

passar da pessoa do devedor. Dessa forma as dívidas da pessoa jurídica não poderiam ser

cobradas dos sócios, visto terem existência distinta e capital próprio, exceto na hipótese em

que o capital social não estivesse totalmente integralizado.

O art. 50, do código civil, passou a legislar sobre este assunto de forma

diferente, determinando que em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo

desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da

parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de

certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos

administradores ou sócios da pessoa jurídica. Sob o ponto de vista contábil, em razão do

artigo 50 caracterizar o abuso da personalidade jurídica também pela confusão patrimonial,

por extensão cremos nada impedir que cotejemos tal expressão dentro dos Princípios

Contábeis especificamente com o principio da entidade, o qual não permite que se misture o

patrimônio da pessoa jurídica com o da pessoa física de seus sócios, também chamada de

“desvio da finalidade”.

Nasce assim a teoria da desconsideração da pessoa jurídica, que tem lugar

quando há desvirtuamento da função da pessoa jurídica – teoria que se desenvolveu para

autorizar a quebra do regime jurídico a que a pessoa jurídica está subordinada e permitir que

se apliquem as normas que, não fora a existência dela, incidiram no caso concreto, evitando,

com isso a realização de fins ilícitos.

O artigo 1125 do código de 2002, determina que “ao Poder Executivo é

facultado, a qualquer tempo, cassar a autorização concedida a sociedade nacional ou

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estrangeira que infringir disposição de ordem publica ou praticar atos contrários aos fins

declarados no seu estatuto”.

5.2 Responsabilidade civil do contabilista – culpa e dolo

A profissão do contabilista tem suas normas regidas pelas normas do Decreto-

Lei 66408 de 1970, e de acordo com o Código de Ética criado pela Resolução CFC 803 de

1996. Hoje o contabilista é tido pelo Novo Código Civil, como o preposto responsável pela

escrituração contábil das sociedades empresárias, ou dos empresários.

A responsabilidade do contabilista foi ampliada com a entrada em vigor do

novo Código Civil, podendo o mesmo responder, pessoal e solidariamente perante a empresa

e terceiros, inclusive com patrimônio pessoal.

Responderá pessoalmente quando agir com culpa (art. 18, II, do Código Penal,

Decreto 2848 de 1940). Tal qual no ramo do direito penal; age com culpa aquele que age com

negligencia, imprudência ou imperícia, onde o agente embora pratique o ato desconhece ou

não espera o resultado, ou seja, o resultado é alheio à vontade do agente.

Sob a responsabilidade pessoal o contabilista responderá perante seu

contratante, o qual poderá exigir-lhe os reparos cabíveis.

Responderá solidariamente quando agir com dolo (art. 18, I, do Código Penal,

Decreto 2848 de 1940). A definição de dolo também emana do direito penal. Age com dolo o

agente que almeja o resultado e assume o risco de produzi-lo.

Desta forma o contabilista que assim agir sabe perfeitamente a gravidade do

ato que pratica, bem como conhece seus efeitos. Portanto aqui não caberá ao contabilista

alegar qualquer fato a seu favor – será solidariamente responsável por qualquer consequência

que decorra de ato seu, praticado com dolo.

Conclui-se que, salvo melhor juízo, doravante o contabilista poderá ser severamente

responsabilizado em qualquer hipótese, haja ele com culpa ou dolo, pois em função dessa

nova norma não poderá alegar praticamente nada a seu favor. Alegar desconhecimento

profissional por exemplo, terá agido com culpa (negligencia, imperícia ou imprudência), se

errar tendo o conhecimento necessário, terá agido com dolo, portanto esperava o resultado.

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5.3 Preposto ou gerente

O preposto não pode agir sem autorização escrita, na hipótese de fazê-lo,

responderá pelos atos do substituído e pelas obrigações por ele contratadas.

Dentre os prepostos, entre outros, podemos citar o gerente ou o contador e seus

auxiliares.

Gerente é o preposto permanente no exercício da empresa, na sede desta, ou

em sucursal, filial ou agencia.

Já o Contador responderá pelos assentos lançados nos livros ou fichas do

preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se

houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aqueles.

O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de

contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em

correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço

patrimonial e o de resultado econômico.

A escrituração ficará sob a responsabilidade do contabilista legalmente

habilitado, salvo se nenhum houver na localidade e será efetuada em idioma e moeda corrente

nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em

branco, nem borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.

O empresário e sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda

toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não

ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.

Aqui a prescrição e a decadência merecem pequeno destaque. Já há muito é do

conhecimento dos contabilistas que a destruição de documentos deve respeitar os prazos do

direito tributário, do direito trabalhista e previdenciário Entre outros, e agora, entendemos,

também o prazo do direito civil, que pode ser de até dez anos, em se tratando de direito real.

Neste momento e recomendável relembrar o capítulo relativo à

despersonificação da pessoa jurídica, pois a escrituração será o principal elemento capaz de

justificar tal procedimento. É de ressaltar também que é através da escrituração que será

obtida as provas e os elementos necessários para caracterizar os atos dos contabilistas de

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dolosos ou culposos, portanto não será demais rememorar aqui também a responsabilidade do

contabilista.

Por óbvio, omitimos aqui comentários pertinentes às normas tributárias, que

são regidas por regras próprias, por extrapolar os objetivos deste trabalho, entretanto é

oportuno registrar que da mesma escrituração serão extraídas informações do âmbito

tributário e civil.

A nova Lei em seu art. 1180 não dispensa o uso do Diário, no entanto autoriza

substitui-lo por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica e mesmo assim não

dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de

resultado econômico.

Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as

fichas, antes de postos em uso, deve ser autenticado no Registro Público de Empresas

Mercantis. Essa autenticação está condicionada a que o requerente, empresário ou sociedade

empresária esteja inscrito no mesmo órgão.

5.4 Crimes contra a ordem tributária Lei 8.137/90

Destacamos neste capitulo somente os principais atos ilícitos que devem

embasar dentro das obrigações digitais e que podem atingir o profissional contábil.

Não há diferença, entre o ilícito fiscal e o ilícito penal, pois é violação ao

comando da norma jurídica, mas infração fiscal é sinônima de ilícito tributário, que significa

ato contrário à lei relacionado com a obrigação tributária principal ou acessória.

O Direito Penal não trata como crime o não pagamento do tributo, mas a

conduta dolosa que, se enquadrando nas figuras típicas previstas na Lei 8.137/90. Portanto

somente haverá crime após a ocorrência do fato gerador, em que o sujeito ativo do crime

tributário visa a ocultar o nascimento da obrigação tributária e constituição do crédito

tributário, induzindo as autoridades fiscais em erro, a fim de obter supressão ou redução de

tributo.

Os crimes definidos nos arts. 1º e 2º da Lei 8.137/90, o art. 1º, caput, dispõe:

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“Art. 1º. Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir

tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes

condutas: (...).”

Neste sentido, conforme já exposto, somente haverá supressão ou redução do

tributo ou contribuição social após a ocorrência do fato gerador ou imponível previsto na

legislação tributária, sendo possível afirmar que não haverá crime contra a ordem tributária

senão após a ocorrência do fato gerador; isso redução de tributo ou contribuição social,

elementos típicos que constam do caput, como conseqüência necessária das figuras delituosas

previstas nos tipos penais contra a ordem tributária, tratadas no art. 1º.

Neste artigo prevê cinco tipos penais de núcleos variados, que constituem

crimes tributários. No caput esta descrita o conceito e nos incisos o legislador listou as

condutas que implicam lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penal tutelado.

“I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades

fazendárias;”

Dispõe sobre a falsidade ideológica. O tipo do inciso sob comento, prevê duas

modalidades ideológicas;

a) omitir informação: conduta omissiva;

b) prestar declaração falsa: conduta comissiva.

“II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou

omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido

pela lei fiscal;”

Dispõe sobre o estelionato (com relação ao elemento fraude) e a falsidade

ideológica.

“III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou

qualquer outro documento relativo à operação tributável;”

Falsificar significa criar materialmente, fabricar, formar ou contrafazer

documento, total ou parcialmente.

“IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba

ou deva saber falso ou inexato;”

Neste inciso está implícito que não basta à ação física de elaborar, distribuir,

fornecer, omitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato.

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“V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou

documento equivalente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de

serviço, efetivamente realizada, ou fornece-la em desacordo com a

legislação.”

“Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no

prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertida em horas em razão da

maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao

atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V”.

O contribuinte é obrigado a fornecer à autoridade encarregada da arrecadação

dos tributos, todos os documentos relativos à tributação.

Agora, sim, temos elencadas as principais responsabilidades dentro de uma Lei

criminal para aplicarmos ao Direito Digital.

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6 CONCLUSÃO

Dois são os fatores que estão interagindo hoje com uma velocidade cada vez

mais crescente sobre a Contabilidade dando ênfase na Era do Conhecimento, o primeiro é a

necessidade de controle gerencial do empresário nos processos administrativo e financeiros e

cada vez mais tendo na informática o seu apoio, ou melhor, a única ferramenta. Pode-se

chamar de o “amadurecimento gerencial dos empreendedores brasileiros”.

O segundo fator acelerador de mudanças na realidade brasileira rumo a Era do

Conhecimento está sendo movido pelo fisco, o conjunto de ações das autoridades fiscais

brasileiras no sentido de obter informações sobre todas as operações empresariais em formato

eletrônico, ou seja, a vigilância em tempo real por parte do fisco é avassalador.

Quando foi citado “Numerati – Stephen Baker” foi exatamente em concluir que

através da informática todo é possível até mesmo buscar tendências sociais como através dos

sistemas de “Business Intelligence”. Esta mensagem foi deixada pelo fato de agora não existir

acumulo de informações inúteis e sim, somente informações que poderem ser trabalhadas,

cruzadas e estruturadas a formar ideias e comportamentos. Segue novamente:

“Numerati = membros de uma elite da ciência da computação matemática

focados em analisar todos os nossos passos em busca de padrões de

comportamento que possam prever o que queremos comprar, em quem

vamos votar por quem vamos nos apaixonar, quais doenças teremos. Todas

as áreas da atividade humana oferecem dados que podem ser armazenados,

cruzados e exaustivamente analisados em busca de informações.”Numerati –

Stephen Baker

Hoje vive-se uma revolução na Contabilidade, seja pela tecnologia, seja pela

gestão. A contabilidade não está terminando, está diante de processos padronizados, onde o

pensar agora e o foco principal. Parece que o fim apocalíptico está chegando. Ou seria o

renascimento de uma nova era? Ambas as coisas: O fim e o início.

Diante das considerações expostas, conclui-se que a revolução tecnológica ou

era digital consubstancia-se em fato novo que produz intensas mudanças na estrutura social,

constituindo caminho irreversível, modificando o Direito ao ponto de exigir uma

reestruturação do sistema jurídico, que deve se adequar a essa nova realidade.

Tal avanço tecnológico apresenta fatores positivos para melhorar a

fiscalização, objetivando aumentar a segurança, clareza e celeridade do procedimento fiscal,

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tornando mais fácil o cruzamento entre as declarações e informações entregues pelos

contribuintes e a sua escrita contábil, eliminando entraves burocráticos.

Contudo, uma mudança dessa magnitude exige severa cautela por parte dos

operadores do direito, que devem estar atentos aos efeitos decorrentes de tamanha inovação,

uma vez que o novo modo de agir do fisco de posse das informações que toma conhecimento

via SPED, somente será valido se respeitar as garantias e diretos fundamentais do

contribuinte.

Do contrário, desrespeitados os preceitos constitucionais, o SPED e estruturas

digitais equivalentes poderão gerar insegurança jurídica e arbitrariedades contrárias ao

Direito, sobretudo o Direito Público, onde a interpretação restritiva limita qualquer atuação

arbitrária ou não prevista no direito codificado.

Nesta pesquisa realizada, o objetivo geral foi em apresentar uma situação que

poderá acontecer daqui para frente. O contador devera estar atento às mudanças e se precaver

de qualquer risco que a profissão exige, porque estes riscos estarão mais visíveis.

Através da pesquisa foi possível verificar que as mudanças estão sendo

impostas e não há escolha, as faculdades e escolas formadores de profissionais para a

contabilidade terão que reformular os cursos, ou esta obrigação de busca da prática será do

profissional; que pela experiência, isto é, ter o amargo de aprender com os erros, este é o

caminho mais duro, mais difícil, mas pelo estudo e reflexão é o mais nobre.

"Há três métodos para obter sabedoria: primeiro, pelo estudo e reflexão, que

é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por

experiência, que é o mais amargo." (citação sem autor)

As habilidades e competências exigidas para o profissional contábil são

essenciais para atender as expectativas do mercado de trabalho. O Contador possui muitas

atribuições e precisa estar preparado, além disso, são diversas dificuldades, como mudanças

na legislação e nos procedimentos do dia-a-dia que exigem habilidades e competências mais

aprimoradas para que possam exercer a profissão com ética e responsabilidade.

Um dos pontos fundamentais para atender as exigências da contabilidade

digital é na escolha, após na implantação do ERP. A implantação de um ERP não é uma tarefa

simples, nem para a empresa que compra ou mesmo para a empresa que implanta, pois dentro

deste processo existem questões culturais, que nem sempre são possíveis de serem quebrados.

Mas, é justamente o ERP que é o responsável por todas as informações que movimentam uma

empresa, e é em cima destas informações em que todas as principais decisões são tomadas.

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Para ser competitivo precisamos errar pouco, pois é exatamente no nível de acerto ou erro que

pode estar o sucesso ou o fracasso do negócio. O fracasso ocorre quando a empresa não

reconhece suas próprias fragilidades e desiste de tentar mudar, muitas vezes sair da zona de

conforto gera atrito dentro da empresa, neste momento, ela pode estar fazendo a sua opção

pelo não crescimento e/ou pela não preparação para um cenário mais competitivo.

Desta forma, pode-se salientar que o SPED, não é uma obrigatoriedade é, sem

dúvida, uma oportunidade de mudança para um novo cenário de negócios, onde prevalecerá o

preparo e a competência para entregar melhor e mais rápido o que foi vendido.

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REFERÊNCIAS

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Brasileira de Contabilidade. 24, nº 93, p. 72-78 maio-jun.1995.

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arts. 1º a 3º, 11, 12, 15 e 16 da Lei n. 8.136, de 27.12.1990, e 34 da Lei n. 9.249, de

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