curso prático irpj 1 - 2014

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ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL COADAv. Armando Lombardi, 155 | Barra da Tijuca

Tel. (21) 2156-5900Rio de Janeiro | RJ | CEP 22640-020

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© 2014 COAD

CURSO PRÁTICO – IRPJTodos os direitos reservados

Produção Editorial: Cetex – Estudos Técnicos de ExcelênciaDireitos Autorais: COAD

Autor: Equipe Técnica COADCoordenação Editorial: Crystiane Cardoso de Souza

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Equipe Técnica COADColeção CURSO PRÁTICO – IRPJ – Volume I.Rio de Janeiro: COAD, 2014.

ISBN: 978-85-8390-005-4

2014

1ª edição – 1ª impressão

Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer matéria sem prévia autorização.

Os infratores serão punidos na forma da lei.

Atualização Profissional Continuada Ltda.

Estrada do Tindiba, 455Penchincha – Rio de Janeiro

CEP: 22740-360 – Tel: 2156-5900www.coad.com.br

APRESENTAÇÃO

Com este livro, a COAD inicia a edição de 2014 do Curso Prático de IRPJ.Este Curso Prático, composto de 12 volumes, traz, de forma detalhada,os procedimentos para apuração do lucro real, do lucro presumido e dolucro arbitrado, bases de cálculo do Imposto de Renda da pessoa jurídica.Os trabalhos contidos no Curso Prático de IRPJ são ilustrados com fartaexemplificação prática, visando facilitar o entendimento de cada tema.Neste primeiro volume, constam os seguintes temas:– Contribuintes e Responsáveis: onde relacionamos os contribuintes do

Imposto de Renda, na condição de pessoas jurídicas e equiparadas,bem como as pessoas consideradas responsáveis pelo pagamento destetributo;

– Lucro Real: apresentamos normas gerais relativas a esta forma de tri-butação, tais como empresas obrigadas, períodos de apuração e prazospara pagamento;

– Regime de Estimativa: forma de recolhimento mensal obrigatório doImposto de Renda para as empresas que optarem pela apuração anualdo lucro real. Este tema envolve três trabalhos, Pagamento Mensalcom base na Receita Bruta e Acréscimos, Suspensão ou Redução doPagamento Mensal e Ajuste Anual.

Boa leitura!

Equipe Técnica COAD

Índice

CONTRIBUINTES ERESPONSÁVEIS

1. PESSOAS JURÍDICAS ............................................................................................... 1

2. EQUIPARAÇÃO À PESSOA JURÍDICA ..................................................................... 1

2.1. EQUIPARAÇÃO POR PRÁTICA COMERCIAL................................................ 1

2.2. EQUIPARAÇÃO POR PRÁTICA IMOBILIÁRIA ............................................... 2

2.2.1. Incorporação e Loteamento sem Registro .......................................... 3

2.2.2. Incorporação de Prédio em Condomínio............................................. 3

2.2.3. Associação à Pessoa Jurídica ............................................................ 3

2.2.4. Desmembramento do Imóvel Rural..................................................... 3

2.2.5. Início da Equiparação.......................................................................... 4

2.2.6. Aplicação do Regime Fiscal ................................................................ 4

2.2.7. Determinação do Resultado................................................................ 4

2.2.8. Integração dos Imóveis ao Ativo ......................................................... 5

2.2.9. Capital da Empresa Individual............................................................. 5

2.2.10. Término da Equiparação..................................................................... 5

2.2.11. Desistência da Incorporação ou do Loteamento................................. 6

3. SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ....................................................... 6

3.1. RESPONSABILIDADE PARA COM TERCEIROS ........................................... 6

3.2. RESPONSABILIDADE PELOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES DEVIDOS.... 6

3.3. REGIME DE TRIBUTAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA.................................. 6

3.4. ESCRITURAÇÃO ............................................................................................. 7

3.4.1. ECF – Escrituração Contábil Fiscal..................................................... 7

3.5. RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES ................................. 7

3.6. DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES ECONÔMICO-FISCAIS DA PESSOAJURÍDICA (DIPJ) .............................................................................................. 8

4. NÃO EQUIPARAÇÃO À PESSOA JURÍDICA............................................................. 8

4.1. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL.......................................................... 8

4.1.1. Recolhimentos Fixos Mensais............................................................. 8

5. CONSÓRCIOS DE EMPRESAS................................................................................. 9

5.1. PAGAMENTOS SUJEITOS À RETENÇÃO NA FONTE .................................. 9

5.1.1. Consórcios que Realizam Contratação em Nome Próprio.................. 9

5.2. RECEBIMENTOS COM RETENÇÃO NA FONTE ........................................... 9

5.3. REGISTRO DAS OPERAÇÕES....................................................................... 9

6. SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO ............................................................ 10

6.1. SPE CONSTITUÍDA POR EMPRESAS DO SIMPLES NACIONAL ................. 10

6.1.2. Tratamento Tributário.......................................................................... 10

7. IMUNIDADE ................................................................................................................ 10

7.1. TEMPLOS DE QUALQUER CULTO ................................................................ 10

7.2. PARTIDOS POLÍTICOS E ENTIDADES SINDICAIS DOSTRABALHADORES .......................................................................................... 11

7.3. INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL..................... 11

7.3.1. Permissão para Remuneração de Diretores/Dirigentes...................... 12

7.4. SUSPENSÃO DA IMUNIDADE ....................................................................... 12

8. ISENÇÃO .................................................................................................................... 12

8.1. SOCIEDADES BENEFICENTES, FUNDAÇÕES, ASSOCIAÇÕES ESINDICATOS..................................................................................................... 13

8.2. COPAS FIFA 2013 E 2014 ............................................................................... 13

8.3. JOGOS OLÍMPICOS E PARAOLÍMPICOS DE 2016 ....................................... 13

9. SOCIEDADES COOPERATIVAS................................................................................ 13

9.1. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO ............................................................................. 14

9.2. COOPERATIVAS DE CONSUMO.................................................................... 14

10. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ............................................................................ 14

10.1. RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES................................................... 14

10.1.1. Sucessão Empresarial ........................................................................ 15

11. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS .................................................................... 15

LUCRO REAL

Normas Gerais

1. EMPRESAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL ............................................................ 17

1.1. VERIFICAÇÃO DO LIMITE DE RECEITA NO ANO-CALENDÁRIOANTERIOR ....................................................................................................... 17

1.1.1. Valores Integrantes da Receita Total .................................................. 18

1.2. EMPRESAS OPTANTES PELO REFIS ........................................................... 18

1.3. SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ............................................ 18

1.4. EMPRESAS IMOBILIÁRIAS............................................................................. 18

1.5. EMPRESAS EXPORTADORAS DE MERCADORIAS OU SERVIÇOS ........... 18

1.6. OPÇÃO PELO LUCRO REAL .......................................................................... 19

2. PERÍODO DE APURAÇÃO......................................................................................... 19

2.1. APURAÇÃO TRIMESTRAL.............................................................................. 19

2.1.1. Trimestres-Calendário......................................................................... 19

2.2. APURAÇÃO ANUAL (REGIME DE ESTIMATIVA)........................................... 19

2.2.1. Enquadramento no Balanço Anual...................................................... 19

2.2.2. Vantagens do Regime de Estimativa .................................................. 20

3. ESCOLHA DA FORMA DE APURAÇÃO .................................................................... 20

4. CISÃO, FUSÃO, INCORPORAÇÃO OU EXTINÇÃO.................................................. 21

5. PRAZOS DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO E DA CONTRIBUIÇÃO.................... 21

5.1. LUCRO REAL TRIMESTRAL ........................................................................... 21

5.1.1. Códigos do Darf .................................................................................. 22

5.2. LUCRO REAL ANUAL...................................................................................... 22

5.2.1. Códigos do Darf .................................................................................. 23

5.2.2. Ajuste Anual ........................................................................................ 23

5.2.3. Códigos do Darf .................................................................................. 24

REGIME DE ESTIMATIVAPagamento Mensal com Base na Receita Bruta e Acréscimos

1. CONCEITO DE LUCRO ESTIMADO .......................................................................... 25

2. DETERMINAÇÃO DO LUCRO ESTIMADO................................................................ 25

2.1. PERCENTUAIS APLICÁVEIS SOBRE A RECEITA BRUTA MENSAL............ 25

2.1.1. Atividades Diversificadas .................................................................... 26

2.1.2. Prestação de Serviços em Geral – Redução do Percentual ............... 26

2.1.3. Serviços Hospitalares.......................................................................... 28

2.1.4. Receitas Financeiras de Empresas Imobiliárias ................................. 29

2.1.5. Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia ..................................... 29

2.1.6. Software (Soluções de Consultas 99 SRRF-7ª RF/2003,111 SRRF-8 RF/2005, 6 SRRF-7ª RF/2006,144 SRRF-7ª RF/2006, 252 SRRF-7 RF/2007) .................................. 30

2.1.7. Abastecimento de Água e Exploração de Rodovias (AtoDeclaratório Normativo 16 Cosit/2000) ............................................... 30

2.1.8. Sondagem do Solo (Decisão 651 SRRF-6ª RF/97) ............................ 30

2.1.9. Perfuração de Poços Artesianos (Decisão 45 SRRF-9ª RF/2000) ....... 30

2.1.10. Industrialização ................................................................................... 31

2.1.11. Receitas de Aluguéis........................................................................... 33

2.1.12. Receitas de Máquinas Caça-Níqueis .................................................. 33

2.1.13. Representação Comercial................................................................... 33

2.1.14. Sociedades Corretoras........................................................................ 33

2.1.15. Serviços de Guindastes, Guinchos e Assemelhados.......................... 33

2.1.16. Sociedades Cooperativas ................................................................... 33

2.2. CONCEITO DE RECEITA BRUTA ................................................................... 34

2.2.1. Valores Integrantes da Receita Bruta Mensal..................................... 34

2.2.2. Valores não Incluídos na Receita Bruta .............................................. 34

2.2.3. Cômputo das Receitas ........................................................................ 36

2.3. ACRÉSCIMOS À BASE DE CÁLCULO DO IRPJ ............................................ 38

2.3.1. Determinação do Ganho de Capital .................................................... 39

2.3.2. Variações Monetárias.......................................................................... 40

2.4. VALORES NÃO ACRESCIDOS À BASE DE CÁLCULO ................................. 41

2.4.1. Receitas de Aplicações Financeiras ................................................... 41

3. CÁLCULO DO IMPOSTO MENSAL............................................................................ 41

3.1. LUCRO INFLACIONÁRIO DAS CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOSPÚBLICOS ........................................................................................................ 41

4. DEDUÇÕES DE INCENTIVOS FISCAIS .................................................................... 42

4.1. LIMITES DE DEDUÇÃO................................................................................... 42

5. COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO PAGO OU RETIDO................................................ 42

5.1. IMPOSTO DE RENDA RETIDO POR ÓRGÃOS E ENTIDADES FEDERAIS ... 43

5.2. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FORMA DO ARTIGO 29 DALEI 10.833/2003 ............................................................................................... 43

6. IMPOSTO PAGO A MAIOR OU INDEVIDAMENTE ................................................... 44

7. APLICAÇÃO EM INCENTIVOS FISCAIS REGIONAIS............................................... 44

7.1. OPÇÃO NO CURSO DO ANO-CALENDÁRIO................................................. 44

7.1.1. Códigos do Darf .................................................................................. 44

7.1.2. Opção Irretratável................................................................................ 44

7.1.3. Sociedade em Conta de Participação ................................................ 45

7.2. BASE DE CÁLCULO DOS INCENTIVOS ........................................................ 45

8. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO ............................................ 45

8.1. BASE DE CÁLCULO DA CSLL ........................................................................ 45

8.1.1. Percentuais Aplicáveis sobre a Receita Bruta Mensal........................ 45

8.2. ACRÉSCIMOS À BASE DE CÁLCULO DA CSLL............................................ 47

8.3. ALÍQUOTA........................................................................................................ 47

8.4. BÔNUS DE ADIMPLÊNCIA FISCAL ................................................................ 47

8.5. CSLL RETIDA POR ÓRGÃOS E ENTIDADES FEDERAIS ............................. 48

8.6. CSLL RETIDA NA FORMA DO ARTIGO 30 DA LEI 10.833/2003 ................... 48

8.7. CSLL RETIDA NA FORMA DO ARTIGO 33 DA LEI 10.833/2003 ................... 48

8.8. CSLL PAGA A MAIOR OU INDEVIDAMENTE................................................. 49

8.9. DEDUÇÃO DE CRÉDITO POR INDÚSTRIAS ADQUIRENTES DE BENSNOVOS ............................................................................................................. 49

8.9.1. Pessoa Jurídica Beneficiária ............................................................... 49

8.9.2. Cálculo do Crédito............................................................................... 49

8.9.3. Período de Gozo do Benefício ............................................................ 49

8.9.4. Momento da Utilização do Crédito ...................................................... 49

8.9.5. Limite da Utilização ............................................................................. 49

8.9.6. Hipótese de Vedação do Benefício ..................................................... 49

8.9.7. Pagamento Posterior da Parcela Deduzida ........................................ 50

8.9.8. Mudança de Forma de Tributação ...................................................... 50

8.9.9. Extinção da Pessoa Jurídica ............................................................... 50

8.9.10. Alienação dos Bens que Geraram o Benefício ................................... 50

8.9.11. Exemplo .............................................................................................. 50

9. PRAZO DE RECOLHIMENTO MENSAL DO IRPJ E DA CSLL.................................. 51

9.1. CÓDIGOS DO DARF........................................................................................ 51

10. REFLEXOS DA EXTINÇÃO DO RTT.......................................................................... 51

10.1. CONCEITO DE RECEITA BRUTA ................................................................... 52

10.2. PERCENTUAL DE LUCRATIVIDADE.............................................................. 52

10.3. ACRÉSCIMOS ÀS BASES DE CÁLCULO DO IRPJ E DA CSLL .................... 52

10.3.1. Ganho de Capital ................................................................................ 52

11. APLICAÇÃO PRÁTICA ............................................................................................... 53

11.1. DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO ............................ 53

11.2. CÁLCULO DO IMPOSTO A PAGAR................................................................ 53

11.3. DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL ... 54

11.4. CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL A PAGAR ....................................... 54

REGIME DE ESTIMATIVASuspensão ou Redução do Pagamento Mensal

1. BALANÇOS/BALANCETES DE SUSPENSÃO OU REDUÇÃO ................................. 57

1.1. DEFINIÇÃO DE PERÍODO EM CURSO .......................................................... 57

1.2. TRIBUTAÇÃO COM BASE NO LUCRO REAL ................................................ 58

1.3. APURAÇÃO DO LUCRO REAL ....................................................................... 58

1.3.1. Utilização do Lalur............................................................................... 58

1.3.2. Regime Tributário de Transição.......................................................... 61

1.4. TRANSCRIÇÃO DOS BALANÇOS NO DIÁRIO .............................................. 64

1.4.1. Prazo para Escrituração...................................................................... 64

1.4.2. Adoção da ECD................................................................................... 64

1.5. DISPENSA DO REGISTRO DE INVENTÁRIO ................................................ 65

1.6. CONCEITO DE IMPOSTO DEVIDO NO PERÍODO EM CURSO .................... 65

1.6.1. Alíquota do Imposto ............................................................................ 65

1.6.2. Adicional do Imposto ........................................................................... 65

1.6.3. Incentivos Fiscais de Dedução do Imposto......................................... 66

1.6.4. Redução e/ou Isenção do Imposto...................................................... 66

1.7. CONCEITO DE IMPOSTO DE RENDA PAGO ................................................ 66

1.7.1. Imposto Pago no Exterior.................................................................... 67

1.7.2. Inexistência de Atualização Monetária................................................ 67

1.8. APLICAÇÃO EM INCENTIVOS FISCAIS......................................................... 67

1.8.1. Base de Cálculo dos Incentivos Fiscais .............................................. 68

1.9. DEPÓSITOS PARA REINVESTIMENTO ......................................................... 68

1.9.1. Prazo para Efetivação do Depósito..................................................... 68

1.10. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO ................................. 69

1.10.1. Base de Cálculo Efetiva da CSLL ....................................................... 69

1.10.2. Base de Cálculo Negativa da CSLL.................................................... 69

1.10.3. Indedutibilidade da CSLL .................................................................... 70

1.10.4. Bônus de Adimplência Fiscal .............................................................. 70

1.10.5. Conceito de CSLL Devida no Período em Curso................................ 70

1.10.6. Conceito de CSLL Paga...................................................................... 70

1.10.7. Inexistência de Atualização Monetária................................................ 71

1.10.8. Dedução de Crédito por Indústrias Adquirentes de Bens Novos ........ 71

2. OBRIGATORIEDADE DO LUCRO REAL ................................................................... 72

3. FALTA OU INSUFICIÊNCIA DO PAGAMENTO MENSAL DO IMPOSTO ................. 72

4. APLICAÇÃO PRÁTICA ............................................................................................... 73

4.1. RETORNO AO CÁLCULO COM BASE NA RECEITA BRUTA EACRÉSCIMOS.................................................................................................. 77

5. REFLEXOS DA EXTINÇÃO DO RTT.......................................................................... 77

REGIME DE ESTIMATIVAAjuste Anual

1. SALDO A COMPENSAR OU A RESTITUIR .............................................................. 86

1.1. DECLARAÇÃO DA COMPENSAÇÃO.............................................................. 86

1.2. APLICAÇÃO PRÁTICA .................................................................................... 86

2. SALDO A PAGAR ....................................................................................................... 89

2.1. PREENCHIMENTO DO DARF ......................................................................... 90

2.1.1. Códigos de Recolhimento .................................................................. 90

2.1.2. Incentivos Fiscais Regionais ............................................................... 90

2.2. APLICAÇÃO PRÁTICA..................................................................................... 91

CONTRIBUINTES ERESPONSÁVEIS

Iniciando a série de trabalhos do Curso Prático de Imposto de Renda Pessoa Jurídica de2014, relacionamos a seguir as pessoas jurídicas e equiparadas, consideradas, perante alegislação deste imposto, como contribuintes, e aquelas consideradas responsáveissolidárias.

1. PESSOAS JURÍDICASSão contribuintes do Imposto de Renda na qualidade de pessoa jurídica:a) as pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, sejam quais forem

seus fins, nacionalidades ou participantes no capital social;b) as filiais, sucursais, agências ou representantes no País das pessoas jurídicas com

sede no exterior;c) os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações reali-

zadas por seus mandatários ou comissários no País;d) as empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como as suas sub-

sidiárias;e) as entidades submetidas ao regime de liquidação extrajudicial e de falência, pelo

período em que perdurarem os procedimentos para a realização de seu ativo e opagamento do passivo;

f) as sociedades civis de profissão legalmente regulamentada;g) as sociedades cooperativas de consumo que tenham por objeto a compra e forneci-

mento de bens aos consumidores;h) os fundos de investimentos imobiliários que aplicarem recursos em empreendi-

mento imobiliário que tenha como incorporador construtor ou sócio, quotista quepossua, isoladamente ou em conjunto com pessoas a ele ligada, mais de 25% dasquotas do fundo.

2. EQUIPARAÇÃO À PESSOA JURÍDICAPerante a legislação do Imposto de Renda, são consideradas equiparadas à pessoajurídica:a) as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissional-

mente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fimespeculativo de lucro, mediante venda a terceiros de bens ou serviços, quer seencontrem regularmente inscritas ou não junto ao órgão de Registro de Comércioou Registro Civil;

b) as pessoas físicas que promoverem a incorporação de prédios em condomínio ouloteamento de terrenos;

c) as sociedades em conta de participação.

2.1. EQUIPARAÇÃO POR PRÁTICA COMERCIALA equiparação à pessoa jurídica é uma prerrogativa da legislação do Impostode Renda que visa tributar a pessoa física equiparada, não importando o fato dehaver ou não inscrição no órgão de registro competente.

IRPJ/2014 – Nº 01 1

COAD ATC

São equiparadas a pessoas jurídicas, para os efeitos fiscais, as pessoas físicasmencionadas na letra “a” do item 2, ainda que não estejam legalmente consti-tuídas como tais:a) o proprietário de terras que exerça atividades de extração de minérios para

fornecimento a terceiros;b) proprietário de veículo que exerça o transporte de cargas ou passageiros,

quando contrata profissional para dirigi-lo, ou utilize mais de um veículo emsuas atividades profissionais;

c) o empreiteiro de obras, pessoa física, quando execute obras por empreitadacom venda de materiais ou concurso de profissionais qualificados, com o fimespeculativo de lucro;

d) o revendedor de bilhetes de loteria credenciado pela Caixa EconômicaFederal, com quota fixa para revenda;

e) a habitual e sistemática prestação de serviços por equipes de profissionais,sempre sob a responsabilidade de um só deles, em cujo nome os pagamen-tos sejam efetuados;

f) o agricultor, pessoa física, que transforme produtos de sua produção, parafabricação de óleos essenciais, aguardente e outras bebidas alcoólicas,inclusive vinho;

g) pessoa física que, habitual e profissionalmente, exerça atividade econômicade natureza comercial, através da venda de refeições e hospedagens a ter-ceiros, comumente denominada essa atividade como “pensão familiar”;

h) pessoa física que compra e vende automóveis ou caminhões, de maneirahabitual e profissionalmente;

i) o representante comercial que exerce atividades por conta própria que, con-sequentemente, adquire a condição de comerciante, independentementede qualquer requisito formal;

j) garimpeiros que contratam outros garimpeiros matriculados para explora-ção de substâncias minerais.

Para fins de equiparação da pessoa física, a caracterização da prestação deserviços como pessoa jurídica só ocorre quando:– o profissional, além da prestação do serviço, VENDE OS MATERIAIS nele

empregados; ou– para a prestação do serviço haja concurso de outros PROFISSIONAIS

QUALIFICADOS, ou seja, aqueles que por sua habilitação estariam aptos adesempenhar, por si, as mesmas atividades.

Portanto, a equiparação à pessoa jurídica só se verifica quando o rendimentoauferido não mais decorre do próprio trabalho, mas resulta da comercializaçãode bens ou da exploração do trabalho alheio, o que também caracteriza a finali-dade lucrativa.A equiparação da pessoa física, para fins da legislação do Imposto de Renda,não a transforma em pessoa jurídica perante o Direito Civil ou Comercial.

2.2. EQUIPARAÇÃO POR PRÁTICA IMOBILIÁRIANo caso de incorporações imobiliárias ou loteamentos com ou sem construção,cuja documentação seja arquivada no Registro Imobiliário, são equiparadas apessoas jurídicas as pessoas físicas que, nos termos da legislação pertinente:a) assumirem a iniciativa e a responsabilidade de incorporação e loteamento

em terrenos urbanos ou rurais;b) como titulares de terrenos ou glebas de terra, outorgarem mandato a cons-

trutor ou corretor de imóveis com poderes para alienação de frações ideais

IRPJ/2014 – Nº 01 2

COAD ATC

ou lotes de terreno, quando os mandantes se beneficiarem do produto des-sas alienações.

LoteamentoA legislação conceitua o loteamento de imóveis como sendo a subdivisão deárea em lotes, destinados a edificação de qualquer natureza, com abertura denovas vias de circulação e de logradouros públicos, ou de ampliação, modifica-ção ou prolongamento dos existentes.

Incorporação ImobiliáriaConceitua-se a incorporação imobiliária como sendo a atividade exercidacom a finalidade de promover e realizar a construção, para alienação total ouparcial de edifícios ou conjunto de edificações compostos de unidades autô-nomas.Essa atividade se caracteriza através do comprometimento ou da efetivação davenda de frações ideais de terreno que tenham por fim a vinculação de tais fra-ções a unidades autônomas em edifícios a serem construídos, ou em constru-ção, sob o regime de condomínio, entendendo-se, como tal, a propriedadecomum.

2.2.1. Incorporação e Loteamento sem RegistroTambém ficará equiparado à pessoa jurídica o proprietário ou titularde terrenos ou glebas de terras que, sem efetuar o registro dos docu-mentos de incorporação ou loteamento, neles promova a construçãode prédio com mais de duas unidades imobiliárias ou a execução deloteamento, se iniciar a alienação das unidades antes de decorridosos prazos a seguir, contados da data da averbação, no Registro deImóveis, da construção do prédio ou da aceitação das obras de lotea-mento:a) para os imóveis adquiridos até 30-6-77 – 36 meses;b) para os imóveis adquiridos após 30-6-77 – 60 meses.

2.2.2. Incorporação de Prédio em CondomínioNo caso de incorporação de prédio em condomínio promovida pordiversas pessoas físicas, cada uma delas se equipara à pessoa jurí-dica, sendo responsável pelo tributo devido, na proporção de sua par-ticipação no empreendimento. Isso porque os condomínios na pro-priedade de imóveis não são considerados sociedades de fato.

2.2.3. Associação à Pessoa JurídicaA pessoa física, proprietária de uma área de terra, também ficaráequiparada à pessoa jurídica quando se associar com pessoa jurí-dica constituída para a prática de operações imobiliárias, à qualassistirá executar e promover o empreendimento de loteamento,sendo o produto da venda de unidades rateado entre as partes naproporção estipulada.

2.2.4. Desmembramento do Imóvel RuralA subdivisão ou desmembramento de imóvel rural, adquirido após30-6-77, em mais de 10 lotes, ou a alienação de mais de 10 quinhõesou frações ideais desse imóvel, será equiparada a loteamento para osefeitos do subitem 2.2, exceto nos casos de partilha amigável ou judi-cial, em decorrência de herança, legado, doação como adiantamentoda legítima, ou extinção de condomínio.

IRPJ/2014 – Nº 01 3

COAD ATC

2.2.5. Início da EquiparaçãoA equiparação de pessoa física à pessoa jurídica, pelo desenvolvi-mento de atividade de incorporação e loteamento, ocorrerá a partir:a) da data de arquivamento da documentação do empreendimento,

no caso de incorporação ou loteamento;b) da data da primeira alienação, na situação examinada no subitem

2.2.1 anterior; ec) da data em que ocorrer a subdivisão ou desmembramento de imó-

vel rural em mais de 10 lotes, ou a alienação de mais de 10 qui-nhões ou frações ideais desse imóvel, no caso examinado nosubitem 2.2.4.

A equiparação da pessoa física à pessoa jurídica será determinada deacordo com as normas legais e regulamentares em vigor na data doinstrumento inicial de alienação do imóvel, ou do arquivamento dosdocumentos da incorporação, ou do loteamento.A posterior alteração de tais normas não atingirá as operações imobi-liárias já realizadas, nem os empreendimentos cuja documentação játenha sido arquivada no Registro Imobiliário.

2.2.6. Aplicação do Regime FiscalA aplicação do regime fiscal das pessoas jurídicas a pessoas físicas aelas equiparadas na forma do subitem 2.2 terá início na data em quese completarem as condições determinantes da equiparação.

2.2.7. Determinação do ResultadoO lucro da empresa individual imobiliária será determinado, ao tér-mino de cada período de apuração, segundo as regras aplicáveis aesta atividade, e compreenderá:a) o resultado da operação que determinar a equiparação;b) o resultado de incorporações ou loteamentos promovidos pelo

titular da empresa individual a partir da data da equiparação,abrangendo o resultado das alienações de todas as unidades imo-biliárias ou de todos os lotes de terreno integrantes do empreendi-mento;

c) as atualizações monetárias do preço das alienações de unidadesresidenciais ou não residenciais, construídas ou em construção, ede terrenos ou lotes de terrenos, com ou sem construção, integran-tes do empreendimento, contratadas a partir da data da equipara-ção, abrangendo:– as incidentes sobre série de prestações e parcelas intermediá-

rias, vinculadas ou não à entrega das chaves, representadas ounão por notas promissórias;

– as incidentes sobre dívidas correspondentes a notas promissó-rias, cédulas hipotecárias ou outros títulos equivalentes, recebi-dos em pagamento do preço de alienação;

– as calculadas a partir do vencimento dos débitos a que se refe-rem os tópicos anteriores, no caso de atraso no respectivopagamento, até sua efetiva liquidação;

d) os juros convencionados sobre a parte financiada do preço das alie-nações contratadas a partir da data da equiparação, bem como asmultas e juros de mora recebidos por atrasos de pagamento.

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Rendimentos ExcluídosNão serão computados para efeito de apuração do lucro da empresaindividual:– os rendimentos de locação, sublocação ou arrendamento de quais-

quer imóveis, percebidos pelo titular da empresa individual, bemcomo os decorrentes da exploração econômica de imóveis rurais,ainda que sejam imóveis cuja alienação acarrete a inclusão do cor-respondente resultado no lucro da empresa individual;

– outros rendimentos percebidos pelo titular da empresa individual.

2.2.8. Integração dos Imóveis ao AtivoOs imóveis objetos das operações serão considerados como inte-grantes do Ativo da empresa individual na data:a) do arquivamento da documentação da incorporação ou do lotea-

mento;b) da primeira alienação, nos casos de incorporação e loteamento

sem registro;c) em que ocorrer a subdivisão ou desmembramento de imóvel rural

em mais de 10 lotes;d) da alienação que determinar a equiparação, nos casos de aliena-

ção de mais de 10 quinhões ou frações ideais de imóveis rurais.

Valor de Incorporação de ImóveisPara efeito de determinação do valor de incorporação ao patrimônioda empresa individual, poderá ser atualizado monetariamente, até31-12-95, o custo do terreno ou das glebas de terra em que sejam pro-movidos loteamentos ou incorporações, bem como das construções ebenfeitorias executadas, incidindo a atualização, desde a época decada pagamento até a data da equiparação, se ocorrida até aqueladata, sobre a quantia efetivamente desembolsada pelo titular daempresa individual.

2.2.9. Capital da Empresa IndividualO capital, no caso de pessoa física equiparada à pessoa jurídica porprática de operações imobiliárias, será determinado, em cada períodode apuração, pelos recursos efetivamente investidos, em qualquerépoca, pela pessoa física titular da empresa individual, nos imóveisconsiderados como integrantes do seu Ativo, bem como sua correçãomonetária, deduzidos os custos relativos aos imóveis alienados naparte do preço cujo valor tenha sido recebido.Ou seja, o capital da empresa individual, no início de cada período deapuração (mensal, trimestral ou anual), será representado pela somados valores dos imóveis constantes do seu Ativo com os valores areceber relativos ao custo dos imóveis já vendidos em períodos deapuração anteriores.

2.2.10. Término da EquiparaçãoA pessoa física que, após a equiparação à pessoa jurídica, não pro-mover nenhum dos empreendimentos nem efetuar nenhuma aliena-ção de unidade imobiliária ou de lote de terreno integrante do em-preendimento, durante o prazo de 36 meses consecutivos, deixará deser considerada equiparada à pessoa jurídica, a partir do término

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deste prazo, salvo quanto aos efeitos tributários das operações entãoem andamento.Dessa forma, permanecerão no Ativo da empresa individual, para efei-to de tributação do lucro:a) as unidades imobiliárias e os lotes de terrenos integrantes de incor-

porações ou loteamentos, até sua alienação e, após esta, o saldo areceber, até o recebimento total do preço;

b) o saldo a receber do preço de imóveis já alienados, até seu recebi-mento total.

No entanto, a pessoa física poderá encerrar a empresa individual,desde que recolha o imposto que seria devido se os imóveis fossemalienados, com pagamento à vista, ao preço de mercado, ou se osaldo a receber, referido na letra “b”, fosse recebido integralmente.

2.2.11. Desistência da Incorporação ou do LoteamentoNão subsistirá a equiparação, em relação às incorporações imobiliá-rias ou loteamentos com ou sem construção, cuja documentação sejaarquivada no Cartório do Registro Imobiliário se, na forma da legisla-ção que rege tais empreendimentos, o interessado promover a aver-bação da desistência da incorporação ou o cancelamento da inscriçãodo loteamento.

3. SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃOCompreende-se por sociedade em conta de participação aquela em que duas ou maispessoas se reúnem, com o objetivo de lucro comum, a fim de realizar uma ou mais ope-rações. Embora a legislação civil não tenha conferido à SCP – Sociedade em Conta deParticipação personalidade jurídica, a legislação do Imposto de Renda, para fins fis-cais, equipara essa sociedade às demais pessoas jurídicas. Portanto, na apuraçãodos resultados das SCP, assim como na tributação dos lucros apurados, serão obser-vadas as normas aplicáveis às pessoas jurídicas em geral.

3.1. RESPONSABILIDADE PARA COM TERCEIROSNa SCP, a obrigação para com terceiros é apenas do sócio ostensivo ousócio-gerente, assim entendido a pessoa jurídica (sociedade empresária ousociedade simples) ou pessoa física que exerce a atividade constitutiva doobjeto social. Os outros sócios, denominados sócios ocultos ou sócios partici-pantes, podem ser pessoas físicas ou jurídicas, que se obrigam unicamentepara com o sócio ostensivo, por todos os resultados das transações e obriga-ções sociais empreendidas nos exatos termos do contrato.

3.2. RESPONSABILIDADE PELOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES DEVIDOSCompete ao sócio ostensivo a responsabilidade pela apuração e o recolhi-mento dos tributos e contribuições devidos pela SCP.O IRPJ, a CSLL, o PIS/Pasep e a Cofins devidos pela sociedade em conta departicipação devem ser apurados pelo sócio ostensivo em separado do impostoe das contribuições devidas pelo mesmo em função de suas atividades nor-mais.

3.3. REGIME DE TRIBUTAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDAAté o ano-calendário de 2000, os lucros das sociedades em conta de participa-ção somente puderam ser tributados com base no lucro real ou arbitrado.

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A partir do ano-calendário de 2001, de acordo com a Instrução Normativa 31SRF/2001, observadas as hipóteses de obrigatoriedade de observância doregime de tributação com base no lucro real previstas na legislação vigente, associedades em conta de participação passaram a poder optar pelo regime detributação com base no lucro presumido.A opção da SCP pelo regime do lucro presumido não implica a simultâneaopção do sócio ostensivo, nem a opção efetuada por este implica a opçãodaquela.

3.4. ESCRITURAÇÃOAté o ano-calendário de 2013, a escrituração das operações das sociedadesem conta de participação poderá, à opção do sócio ostensivo, ser efetuada noslivros deste ou em livros próprios da sociedade.Para efeito de escrituração das operações da sociedade em conta de participa-ção, deverá ser observado o que segue:a) se utilizados os livros do sócio ostensivo, os registros deverão ser feitos de

forma a evidenciar os lançamentos referentes à sociedade em conta de par-ticipação;

b) os resultados e o lucro real ou presumido correspondentes à sociedade emconta de participação deverão ser apurados e demonstrados destacada-mente dos resultados apurados e do lucro real ou presumido do sócio osten-sivo, ainda que a escrituração seja feita nos mesmos livros;

c) nos documentos relacionados com a atividade da sociedade em conta departicipação, o sócio ostensivo deverá fazer constar indicação de modo apermitir identificar sua vinculação com a referida sociedade.

3.4.1. ECF – Escrituração Contábil FiscalA partir do ano-calendário de 2014, de acordo com a Instrução Norma-tiva 1.422/2013, as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deve-rão apresentar anualmente ao Sped, até o último dia útil do mês dejulho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira, a ECF deforma centralizada pela matriz. A Escrituração Contábil Fiscal conteráa informação e controle, por meio de validações, das partes A e B doLivro Eletrônico de Apuração do Lucro Real (e-Lalur) e do Livro Eletrô-nico de Apuração da Base de Cálculo da CSLL (e-Lacs), bem como ainformação dos saldos e contas da ECD – Escrituração Contábil Digi-tal para o preenchimento inicial da ECF. A obrigatoriedade da ECFnão se aplica às pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional,aos órgãos públicos, às autarquias, às fundações públicas e às pes-soas jurídicas inativas.Conforme dispõe a referida IN 1.422, no caso de pessoas jurídicasque sejam sócias ostensivas de sociedades em conta de participação(SCP), a ECF deverá ser transmitida separadamente, para cada SCP,além da transmissão da ECF da sócia ostensiva.

3.5. RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕESO recolhimento dos tributos e contribuições devidos pela SCP deve ser efetua-do mediante utilização de Darf específico, em nome do sócio ostensivo.

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3.6. DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES ECONÔMICO-FISCAIS DA PESSOAJURÍDICA (DIPJ)A pessoa jurídica que for sócio ostensivo da sociedade em conta de participa-ção informará em sua DIPJ os valores referentes ao Imposto de Renda e contri-buições apurados pela SCP.Em relação aos fatos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, observado odisposto no subitem 3.4, com a criação da ECF, as pessoas jurídicas ficam dis-pensadas da escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) e daentrega da DIPJ.

4. NÃO EQUIPARAÇÃO À PESSOA JURÍDICANão se equiparam às pessoas jurídicas e, portanto, não são contribuintes do Impostode Renda como tal, observado o subitem 4.1:a) os consórcios constituídos na forma dos artigos 278 e 279 da Lei 6.404/76;b) a pessoa física que, individualmente, preste serviços profissionais, mesmo quando

possua estabelecimento em que desenvolva suas atividades e empregue auxilia-res;

c) a pessoa física que explore, individualmente, contratos de empreitada unicamentede mão de obra, sem o concurso de profissionais qualificados ou especializados;

d) os receptores de apostas da Loteria Esportiva e da Loteria de Números (Loto eSena), credenciados pela Caixa Econômica Federal, que não explorem, no mesmolocal, outra atividade comercial, ainda que, para atender exigência do órgão cre-denciador, estejam registrados como pessoa jurídica;

e) os condomínios de edifícios;f) os fundos em condomínio.

4.1. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUALEquipara-se à pessoa jurídica, para fins tributários, o Microempreendedor Indi-vidual (MEI), enquadrado nas condições da Lei Complementar 123/2006, comalteração da Lei Complementar 128/2008, optante pelo Simples Nacional.O MEI, considerado empresário individual, é aquele que exerce profissional-mente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação debens ou de serviços, excluindo-se deste conceito aquele que exerce profissãointelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso deauxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir ele-mento de empresa.

4.1.1. Recolhimentos Fixos MensaisMediante opção pelo Simei – Sistema de Recolhimento em ValoresFixos Mensais dos Tributos abrangidos pelo Simples Nacional, o Mi-croempreendedor Individual recolherá, mensalmente, de forma sim-plificada e em valores fixos, a contribuição previdenciária, na condiçãode contribuinte individual, o ICMS e/ou o ISS, caso seja contribuintedesses impostos.Em relação à atividade enquadrada no Simei, o MEI não está sujeito àincidência do Imposto de Renda e da CSLL. No entanto, o MEI sujei-ta-se à incidência do Imposto de Renda sobre rendimentos ou ganhoslíquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável e sobre aalienação de bens integrantes do Ativo Permanente (conforme classifi-cação da Lei 6.404/76, antes das alterações da Lei 11.941/2009).Para optar pelo Simei, o Microempreendedor Individual deverá verifi-car se sua atividade está relacionada na tabela de códigos CNAE queconsta do Anexo XIII da Resolução 94 CGSN/2011.

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5. CONSÓRCIOS DE EMPRESASNos consórcios de empresas, constituídos na forma dos artigos 278 e 279 daLei 6.404/76, cada pessoa jurídica consorciada deverá apropriar suas receitas, custose despesas incorridos, proporcionalmente à sua participação no empreendimento,conforme documento arquivado no órgão de registro. Cada pessoa jurídica consor-ciada deverá efetuar a escrituração segregada das operações relativas à sua partici-pação no consórcio em seus próprios livros contábeis, fiscais e auxiliares.Às receitas, custos, despesas, direitos e obrigações decorrentes das operações relati-vas às atividades dos consórcios aplica-se o regime tributário a que estão sujeitas aspessoas jurídicas consorciadas.

5.1. PAGAMENTOS SUJEITOS À RETENÇÃO NA FONTENos pagamentos decorrentes das operações do consórcio sujeitos à retençãona fonte dos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Bra-sil, a retenção, o recolhimento e o cumprimento das respectivas obrigaçõesacessórias deverão ser efetuados em nome de cada pessoa jurídica consor-ciada, proporcionalmente à sua participação no empreendimento.

5.1.1. Consórcios que Realizam Contratação em Nome PróprioDe acordo com a Lei 12.402/2011 e a Instrução Normativa 1.199RFB/2011, no caso do consórcio realizar a contratação, em nome pró-prio, de pessoas jurídicas ou físicas, com ou sem vínculo empregatício,a responsabilidade pela retenção dos tributos correspondentes e ocumprimento das respectivas obrigações acessórias, caberá:a) às consorciadas, mediante a utilização do CNPJ próprio de cada

pessoa jurídica, se o consórcio apenas efetuar as contratações,ficando a responsabilidade pelos pagamentos à conta das consor-ciadas beneficiárias das contratações; ou

b) ao consórcio, mediante a utilização do CNPJ próprio do consórcio,se este também efetuar os pagamentos relativos às contratações.Neste caso, as empresas consorciadas ficarão solidariamente res-ponsáveis.

5.2. RECEBIMENTOS COM RETENÇÃO NA FONTENos recebimentos de receitas decorrentes das operações do consórcio sujeitasà retenção do Imposto de Renda, da CSLL, do PIS e da Cofins, na forma dalegislação em vigor, a retenção deve ser efetuada em nome de cada pessoajurídica consorciada, proporcionalmente à sua participação no empreendi-mento.

5.3. REGISTRO DAS OPERAÇÕESA empresa líder do consórcio deverá manter registro contábil das operações doconsórcio por meio de escrituração segregada na sua contabilidade, em contasou subcontas distintas, ou mediante a escrituração de livros contábeis próprios,devidamente registrados para este fim, que deverá corresponder ao somatóriodos valores das receitas, custos e despesas das pessoas jurídicas consorcia-das, podendo tais valores serem individualizados proporcionalmente à partici-pação de cada consorciada no empreendimento.Para maiores informações sobre o consórcio de empresas, ver Orientaçãodivulgada no Fascículo 50/2011 do Colecionador de IR.

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6. SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICOA SPE – Sociedade de Propósito Específico não se constitui em um novo tipo jurídicode empresa como aqueles previstos no Código Civil. É uma forma de organizaçãoempresarial entre pessoas, físicas e/ou jurídicas, que deve se revestir como sociedadelimitada ou sociedade anônima, com um objetivo específico.A SPE pode ter como objetivo, entre outros, as parcerias público-privadas, a recupera-ção judicial de empresas para a superação de situação de crise econômico-financeirae a realização de negócios de compra e venda de bens por ME – Microempresas eEPP – Empresas de Pequeno Porte.Portanto, as SPE são contribuintes do Imposto de Renda na qualidade pessoa jurídica.

6.1. SPE CONSTITUÍDA POR EMPRESAS DO SIMPLES NACIONALUma das inovações feitas pela Lei Complementar 128/2008 no texto da LeiComplementar 123/2006 foi permitir que as ME ou as EPP optantes pelo Sim-ples Nacional realizem negócios de compra e venda de bens, para os mercadosnacional e internacional, por meio de SPE.Assim, essa SPE, que só pode ser constituída por empresas optantes do Sim-ples Nacional, terá por finalidade a realização de operações:a) de compra para revenda às microempresas ou empresas de pequeno porte

que sejam suas sócias;b) de venda de bens adquiridos das microempresas e empresas de pequeno

porte que sejam suas sócias para pessoas jurídicas que não sejam suassócias;

c) de exportação, exclusivamente, de bens a ela destinados pelas microem-presas e empresas de pequeno porte que dela façam parte.

Admite-se, ainda, que a SPE exerça atividades de promoção dos bens referi-dos na letra “b” anterior.

6.1.2. Tratamento TributárioA SPE constituída nos termos da LC/123/2006 apurará o Imposto deRenda das pessoas jurídicas com base no lucro real, devendo mantera escrituração dos livros Diário e Razão.

7. IMUNIDADENão são contribuintes do Imposto de Renda, uma vez que têm garantida a imunidadetributária constitucional, as seguintes instituições, desde que obedeçam às condiçõesprescritas na legislação pertinente:a) os templos de qualquer culto;b) os partidos políticos, inclusive suas fundações;c) as entidades sindicais de trabalhadores, sem fins lucrativos;d) as instituições de educação e as de assistência social, sem fins lucrativos.A entidade é tida sem fins lucrativos quando não apresentar superávit em suas contasou, caso apresente em determinado exercício, destine o referido resultado, integral-mente, à manutenção dos seus objetivos sociais.A imunidade limita-se apenas aos resultados relacionados às finalidades essenciaisdas entidades.

7.1. TEMPLOS DE QUALQUER CULTOOs templos de qualquer culto possuem imunidade constitucional independen-temente do atendimento a qualquer requisito legal.

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7.2. PARTIDOS POLÍTICOS E ENTIDADES SINDICAIS DOS TRABALHADORESOs partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades sindicais dostrabalhadores, são imunes do Imposto de Renda, desde que não possuam fina-lidade de lucro e:a) não distribuam qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a

qualquer título;b) apliquem seus recursos integralmente no País, na manutenção de seus

objetivos institucionais;c) mantenham escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos

de formalidade capazes de assegurar sua exatidão.A imunidade não exclui a atribuição legal dessas entidades da condição de res-ponsáveis pelo imposto que lhes caiba reter na fonte e não dispensa o cumpri-mento das obrigações acessórias por terceiros.

7.3. INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIALAs instituições de educação e de assistência social são imunes do Imposto deRenda desde que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídase os coloquem à disposição da população em geral, em caráter complementaràs atividades do Estado, sem finalidade de lucro.Para manter a imunidade, essas instituições estão obrigadas a:a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços presta-

dos;b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos

seus objetivos sociais;c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revesti-

dos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;d) conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 anos, contado da data da emis-

são, os documentos que comprovarem a origem de suas receitas e a efetiva-ção de suas despesas, bem como a realização de quaisquer outros atos ouoperações que venham a modificar a sua situação patrimonial;

e) apresentar, anualmente, a DIPJ, na forma e prazos previstos pela legis-lação, assim como, em relação aos fatos ocorridos a partir de 2014, aECF – Escrituração Contábil Fiscal;

f) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou credita-dos e a contribuição para a seguridade social relativa aos empregados, bemcomo cumprir as obrigações acessórias daí decorrentes (vigência suspensapelo STF – Supremo Tribunal Federal, através da Ação Direta de Inconstitu-cionalidade – ADIn. 1.802-3, de 27-8-98, até decisão final da ação);

g) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda àscondições para gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisãoou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público. A destinaçãoaplica-se, exclusivamente, à parcela do patrimônio adquirido a partir de 1º dejaneiro de 1998.

h) outros requisitos estabelecidos em lei específica, relacionados com o funcio-namento das entidades.

Aplicações FinanceirasA Lei 9.532/97, em seu artigo 12, § 1º, dispõe que os rendimentos e ganhos decapital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variávelpelas instituições de educação ou de assistência social não estão abrangidospela imunidade.Todavia, a vigência desse dispositivo foi suspensa pelo STF, através daADIn 1.802-3/98, até decisão final da ação.

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7.3.1. Permissão para Remuneração de Diretores/DirigentesDe acordo com a Lei 12.868/2013, a proibição de remunerar os diri-gentes mencionada na letra “a” do subitem 7.3 não impede a remune-ração aos diretores não estatutários que tenham vínculo empregatí-cio.A proibição também não atinge os dirigentes estatutários, desde querecebam remuneração inferior, em seu valor bruto, a 70% do limiteestabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivofederal, observadas as seguintes condições:– nenhum dirigente remunerado poderá ser cônjuge ou parente até

3º grau, inclusive afim, de instituidores, sócios, diretores, conse-lheiros, benfeitores ou equivalentes da instituição; e

– o total pago a título de remuneração para dirigentes, pelo exercíciodas atribuições estatutárias, deve ser inferior a 5 vezes o valor cor-respondente ao limite individual estabelecido.

O disposto não impede a remuneração da pessoa do dirigente estatu-tário ou diretor que, cumulativamente, tenha vínculo estatutário eempregatício, exceto se houver incompatibilidade de jornadas de tra-balho.

7.4. SUSPENSÃO DA IMUNIDADEA imunidade pode ser suspensa, se a entidade ou instituição praticar ou contri-buir para a prática de infração à legislação tributária, tais como:a) prestar informações falsas, omitir ou simular o recebimento de doações em

bens ou dinheiro ou de qualquer forma colaborar para que terceiro soneguetributos ou pratique ilícitos fiscais;

b) pagar, em favor a seus associados ou dirigentes, ou ainda, em favor desócios, acionistas ou dirigentes da pessoa jurídica a ela associada por qual-quer forma, despesas consideradas indedutíveis na determinação da basede cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro.

8. ISENÇÃOEstão isentas do Imposto de Renda:a) as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico;b) as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituí-

das e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem finslucrativos, inclusive os sindicatos patronais;

c) as entidades de previdência complementar fechadas e as abertas sem fins lucra-tivos;

d) as empresas estrangeiras de transportes terrestres, de navegação marítima eaérea se, no país de sua nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivogozarem das mesmas prerrogativas;

e) as associações de poupança e empréstimos autorizadas a funcionar que propiciemou facilitem a aquisição de casa própria aos associados, ou que captem, incentivemou disseminem a poupança; e

f) as sociedades de investimento, de cujo capital social participem pessoas físicas oujurídicas, residentes ou domiciliadas no exterior, que atenderem a normas e condi-ções que forem fixadas pelo Conselho Monetário Nacional para regular o ingressode recursos externos no País, destinados à subscrição ou aquisição das ações deemissão das referidas sociedades.

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8.1. SOCIEDADES BENEFICENTES, FUNDAÇÕES, ASSOCIAÇÕES E SINDICATOSPara manter a isenção, essas entidades devem observar as seguintes condi-ções:a) não podem apresentar superávit em suas contas ou, caso o apresente em

determinado exercício, devem destiná-lo integralmente à manutenção e aodesenvolvimento de seus objetivos sociais;

b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dosseus objetivos sociais;

c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revesti-dos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;

d) conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 anos, contado da data da emis-são, os documentos que comprovarem a origem de suas receitas e a efetiva-ção de suas despesas, bem como a realização de quaisquer outros atos ouoperações que venham a modificar a sua situação patrimonial;

f) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços presta-dos;

g) apresentar, anualmente, a DIPJ, na forma e prazos previstos pela legis-lação, assim como, em relação aos fatos ocorridos a partir de 2014, aECF – Escrituração Contábil Fiscal.

A isenção será suspensa quando as instituições deixarem de preencher as con-dições previstas pela lei ou ocorrerem as situações mencionadas no subi-tem 7.4.

8.2. COPAS FIFA 2013 E 2014A Lei 12.350/2010 instituiu medidas de desoneração tributária referentes à rea-lização, no Brasil, dos eventos da Copa das Confederações Fifa 2013 e daCopa do Mundo Fifa 2014. A referida Lei concede, no que se refere aos fatosgeradores que ocorrerem entre 1-1-2011 e 31-12-2015, isenção, entre outrostributos, do IRPJ à Subsidiária Fifa no Brasil, ao Copa do Mundo 2014 – ComitêOrganizador Brasileiro Ltda (LOC) e aos Prestadores de Serviços da Fifa.

8.3. JOGOS OLÍMPICOS E PARAOLÍMPICOS DE 2016De acordo com a Lei 12.780/2012, as empresas vinculadas ao Comitê Olím-pico Internacional (CIO), domiciliadas no País, e o Comitê Organizador dosJogos Olímpicos Rio 2016, em relação aos fatos geradores que ocorrerementre 1-1-2013 e 31-12-2017, estão isentos do pagamento do IRPJ, entreoutros tributos, decorrentes das atividades próprias diretamente vinculadas àorganização ou realização dos eventos ligados aos Jogos Olímpicos e Parao-límpicos de 2016.

9. SOCIEDADES COOPERATIVASAs sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação de regêncianão terão incidência do Imposto de Renda sobre suas atividades econômicas, de pro-veito comum, sem objetivo de lucro.A legislação veda às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quo-tas-partes do capital ou estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ounão, em favor de quaisquer associados ou terceiros, excetuados os juros até o máximode 12% ao ano atribuídos ao capital integralizado. A inobservância dessa disposiçãoimportará tributação dos resultados, na forma prevista no Regulamento do Imposto deRenda para as demais pessoas jurídicas.

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9.1. INCIDÊNCIA DO IMPOSTOAs cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica pagarãoo imposto calculado sobre os resultados positivos das operações e atividadesestranhas à sua finalidade, tais como:a) de comercialização ou industrialização, pelas cooperativas agropecuárias

ou de pesca, de produtos adquiridos de não associados, agricultores,pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumpri-mento de contratos ou para suprir capacidade ociosa de suas instalaçõesindustriais;

b) de fornecimento de bens ou serviços a não associados, para atender aosobjetivos sociais;

c) de participação em sociedades não cooperativas, para melhor atendimentodos próprios objetivos e de outros de caráter acessório ou complementar.

9.2. COOPERATIVAS DE CONSUMOAs sociedades cooperativas de consumo que tenham por objeto a compra e for-necimento de bens aos consumidores sujeitam-se às mesmas normas de inci-dência dos impostos e contribuições de competência da União, aplicáveis àsdemais pessoas jurídicas.

10. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIAO Código Tributário Nacional relaciona como solidariamente obrigadas ao crédito tri-butário:a) as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador

da obrigação principal; eb) as pessoas expressamente designadas por lei.O Regulamento do Imposto de Renda estabelece que, na impossibilidade de exigên-cia do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidaria-mente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem res-ponsáveis:a) os administradores de bens de terceiros, pelo imposto devido por estes;b) o síndico e o comissário, pelo imposto devido pela massa falida ou pelo concorda-

tário;c) os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelo imposto devido sobre

os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;d) os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

10.1. RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORESNo caso de fusão, cisão, transformação, incorporação ou extinção da pessoajurídica, a responsabilidade pelo pagamento do Imposto de Renda será transfe-rida para:a) a pessoa jurídica resultante da transformação de outra;b) a pessoa jurídica constituída pela fusão de outras, ou em decorrência de

cisão de sociedade;c) a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio da socie-

dade cindida;d) a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta mediante liquidação, ou seu

espólio, que continuar a exploração da atividade social, sob a mesma ououtra razão social, ou sob firma individual;

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e) os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica que deixar defuncionar sem proceder à liquidação, ou sem apresentar a declaração derendimentos no encerramento da liquidação.

Nesses casos, respondem solidariamente pelo imposto devido pela pessoajurídica:– as sociedades que receberem parcelas do patrimônio da pessoa jurídica

extinta por cisão;– a sociedade cindida e a sociedade que absorver parcela do seu patrimônio,

no caso de cisão parcial;– os sócios com poderes de administração da pessoa jurídica extinta.

10.1.1. Sucessão EmpresarialA pessoa física ou jurídica que adquirir de outra, por qualquer título,fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profis-sional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outrarazão social ou sob firma ou nome individual, responde pelo corres-pondente imposto devido até a data do evento:a) integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio,

indústria ou atividade;b) subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na explora-

ção ou iniciar dentro de 6 meses, a contar da data da alienação,nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústriaou profissão.

11. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROSSão pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributá-rias resultantes de atos praticados com excesso de poderes, ou infração de lei, con-trato social ou estatutos:a) os administradores de bens de terceiros, pelo imposto devido por estes;b) o síndico e o comissário, pelo imposto devido pela massa falida ou pelo concordatá-

rio;c) os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelo imposto devido sobre

os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;d) os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas;e) os mandatários, prepostos e empregados;f) os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei Complementar 123, de 14-12-2006 (Fascículo 07/2009 e Portal COAD);– Lei Complementar 128, de 19-12-2008 (Fascículo 52/2008 e Portal COAD);– Lei 5.172, de 25-10-66 – Código Tributário Nacional – artigo 124 (Portal COAD);– Lei 9.532, de 10-12-97 – artigos 12 a 18 (Informativo 50/97);– Lei 10.406, de 10-1-2002 – Código Civil (Portal COAD);– Lei 11.079, de 30-12-2004 – artigo 9º (Portal COAD);– Lei 11.101, de 9-2-2005 – artigo 50 (Portal COAD);– Lei 12.350, de 20-12-2010 (Fascículo 51/2010);– Lei 12.402, de 2-5-2011 (Fascículo18/2011);– Lei 12.780, de 9-1-2013 (Fascículo 02/2013);– Lei 12.868, de 15-10-2013 (Fascículo 42/2013);

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– Medida Provisória 2.168-40, de 24-8-2001 (Informativo 35/2001 e Portal COAD);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 146 a 148, 150

a 153, 155, 156 a 166, 179, 182 a 184, 190 e 207 a 211 (Portal COAD);– Resolução 94 CGSN, de 29-11-2011 (Portal COAD);– Instrução Normativa 31 SRF, de 29-3-2001 (Informativo 14/2001);– Instrução Normativa 179 SRF, de 30-12-87 (Informativo 53/87);– Instrução Normativa 1.199 RFB, de 14-10-2011 (Fascículo 14/2011);– Instrução Normativa 1.315 RFB, de 3-1-2013 (Fascículo 01/2013);– Instrução Normativa 1.422 RFB, de 19-12-2013 (Fascículo 51/2013);– Ato Declaratório Normativo 18 CST, de 18-9-78 (DO-U de 25-9-78);– Ato Declaratório Executivo 98 Cofis, de 20-12-2013 – Manual de Orientação do Leiaute

da ECF (Fascículo 52/2013);– Parecer Normativo 6 CST, de 19-2-86 (DO-U de 21-2-86);– Parecer Normativo 15 CST, de 23-7-84 (DO-U de 26-7-84);– Parecer Normativo 15 CST, de 6-5-86 (DO-U de 8-5-86);– Parecer Normativo 23 CST, de 27-9-84 (DO-U de 1-10-84);– Parecer Normativo 25 CST, de 31-3-76 (DO-U de 29-4-76);– Parecer Normativo 38 CST, de 24-3-75 (DO-U de 8-5-75);– Parecer Normativo 39 CST, de 2-6-77 (DO-U de 10-6-77);– Parecer Normativo 67 CST, de 13-9-76 (DO-U de 20-10-76);– Parecer Normativo 77 CST, de 25-2-72 (DO-U de 27-3-72);– Parecer Normativo 80 CST, de 8-10-76 (DO-U de 18-11-76);– Parecer Normativo 122 CST, de 8-7-74 (DO-U de 29-7-74);– Parecer Normativo 152 CST, de 3-12-75 (DO-U de 12-1-76);– Parecer Normativo 228 CST, de 10-3-71 (DO-U de 22-4-71);– Perguntas e Respostas – DIPJ/2013 – Capítulo III – RFB.

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LUCRO REAL

Normas Gerais

Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões oucompensações previstas ou autorizadas na legislação e corresponde à base de cálculo doimposto devido pelas pessoas jurídicas.

1. EMPRESAS OBRIGADAS AO LUCRO REALEstão obrigadas à tributação com base no lucro real as pessoas jurídicas enquadradasem qualquer das seguintes situações:a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha sido superior a R$ 78.000.000,00,

ou R$ 6.500.000,00 multiplicados pelo número de meses do período, quando infe-rior a 12 meses;

b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos dedesenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito,financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades cor-retoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valoresmobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empre-sas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privadaaberta;

c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos

à isenção ou redução do Imposto de Renda;e) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal do

imposto com base em estimativa;f) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de

assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, admi-nistração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantesde vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

g) que exerçam atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e constru-ção de imóveis, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quaishaja registro de custo orçado;

h) sociedade de propósito específico (SPE) constituída, exclusivamente, por micro-empresas ou empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional, naforma do que dispõe o artigo 56 da Lei Complementar 123/2006, com redação daLei Complementar 128/2008;

i) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros edo agronegócio.

1.1. VERIFICAÇÃO DO LIMITE DE RECEITA NO ANO-CALENDÁRIO ANTERIORPara efeito de apuração do limite total ou proporcional mencionado na letra “a”do item 1, deve-se tomar por base o somatório das receitas totais mensais aufe-ridas no ano-calendário anterior.Caso, no ano-calendário anterior, tenha havido opção pelo lucro presumido, areceita bruta auferida naquele ano será considerada segundo o regime de com-petência ou de caixa, observado o critério adotado pela pessoa jurídica.

IRPJ/2014 – Nº 01 17

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1.1.1. Valores Integrantes da Receita TotalPara fins de determinação do limite, devem ser consideradas:a) as receitas da prestação de serviços, da venda de produtos de

fabricação própria, da revenda de mercadorias, do transporte decargas, da industrialização de produtos em que a matéria-prima, oproduto intermediário e o material de embalagem tenham sido for-necidos pelo encomendante da industrialização, da atividade rural,e de outras atividades compreendidas nos objetivos sociais dapessoa jurídica;

b) a parcela de receitas auferidas nas exportações sujeitas às normasde preços de transferência que exceder ao valor já apropriado naescrituração da empresa, nos termos da legislação vigente;

c) as receitas de quaisquer outras fontes não relacionadas direta-mente com os objetivos sociais da pessoa jurídica, bem como osganhos de capital;

d) os ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos merca-dos de renda variável;

e) os rendimentos nominais auferidos em aplicações financeiras derenda fixa.

1.2. EMPRESAS OPTANTES PELO REFISNão estão obrigadas ao lucro real as pessoas jurídicas mencionadas nas letras“a”, “c”, “d” e “e” do item 1, que optaram pelo Programa de Recuperação Fiscal(Refis), podendo adotar a tributação com base no lucro presumido, durante operíodo em que permanecerem enquadradas no Refis.

1.3. SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃOAté o ano-calendário de 2000, independentemente do total de receita brutaauferida no ano-calendário anterior, as sociedades em conta de participação(SCP) estiveram impedidas de enquadrar-se no lucro presumido.A partir de 1º de janeiro de 2001, de acordo com a Instrução Normativa 31SRF/2001, observadas as hipóteses de obrigatoriedade do regime de tributa-ção com base no lucro real previstas na legislação vigente, as SCP ficaramautorizadas, ainda que não optantes pelo Refis, a adotar o lucro presumidocomo forma de tributação.A opção da SCP pelo regime do lucro presumido não implica a simultâneaopção do sócio ostensivo, nem a opção efetuada por este implica a opçãodaquela.

1.4. EMPRESAS IMOBILIÁRIASAs empresas que exploram atividades de compra e venda, loteamento, incor-poração e construção de imóveis estão obrigadas ao lucro real, ainda quetenham ingressado no Refis, enquanto não concluídas as operações imobiliá-rias para as quais haja registro do custo orçado.A obrigatoriedade alcança, inclusive, as SCP constituídas para a exploração deatividades imobiliárias.

1.5. EMPRESAS EXPORTADORAS DE MERCADORIAS OU SERVIÇOSDe acordo com o Ato Declaratório Interpretativo 5 SRF/2001, a hipótese deobrigatoriedade de tributação com base no lucro real, a que se refere a letra “c”do item 1, não se aplica às pessoas jurídicas que auferirem receitas da exporta-ção de mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior.

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Para esse efeito, NÃO se considera prestação direta de serviços aquela reali-zada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências, representações,coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídicaque lhes sejam assemelhadas.

1.6. OPÇÃO PELO LUCRO REALQualquer pessoa jurídica, ainda que não enquadrada nas situações de obriga-toriedade do lucro real, poderá optar por esta forma de tributação.

2. PERÍODO DE APURAÇÃOO período de apuração da pessoa jurídica obrigada ou optante pela tributação combase no lucro real poderá ser trimestral ou anual.

2.1. APURAÇÃO TRIMESTRALConsiste no cálculo do IRPJ e da CSLL sobre bases determinadas a partir deresultado apurado em balanço levantado a cada trimestre do ano-calendário,para recolhimento no trimestre seguinte, na forma da legislação vigente.No regime de apuração trimestral os recolhimentos do IRPJ e da CSLL são con-siderados definitivos.

2.1.1. Trimestres-CalendárioA empresa que adotar a apuração trimestral do lucro real obriga-se alevantar balanço ou balancete em 31 de março, 30 de junho, 30 desetembro e 31 de dezembro.

2.2. APURAÇÃO ANUAL (REGIME DE ESTIMATIVA)As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real poderão optar pela apuraçãoanual do lucro real, em 31 de dezembro do ano-calendário ou na data da extin-ção da empresa, sem prejuízo do recolhimento mensal do IRPJ e da CSLL combase em regime de estimativa.O IRPJ e a CSLL, pagos mensalmente, serão considerados como antecipaçãodos correspondentes valores apurados no balanço anual. O saldo, se houver,será pago, compensado ou restituído na forma da legislação vigente.

2.2.1. Enquadramento no Balanço AnualA pessoa jurídica enquadrada na apuração anual do lucro real pagará,durante o ano-calendário, o IRPJ e a CSLL, em cada mês, calculadoscom base na receita bruta e acréscimos, sendo facultado:a) suspender o pagamento do imposto e/ou da contribuição, desde

que demonstre que o valor do imposto e/ou contribuição devidos,calculados com base no lucro líquido ajustado do período emcurso, é igual ou inferior à soma do imposto e/ou contribuiçãopagos, correspondentes aos meses do mesmo ano-calendário,anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levan-tado;

b) reduzir o valor do imposto e/ou contribuição ao montante corres-pondente à diferença positiva entre o imposto e/ou contribuiçãodevidos no período em curso, e a soma do imposto e/ou contribui-ção pagos, correspondentes aos meses do mesmo ano-calen-dário, anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancetelevantado.

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2.2.2. Vantagens do Regime de EstimativaRegra geral, o regime de estimativa é a melhor forma de pagamento doimposto, principalmente se a empresa puder levantar, periodicamente,balanços ou balancetes intermediários para suspender ou reduzir opagamento mensal do imposto calculado com base na receita bruta eacréscimos. Nesse caso, a empresa pagará, durante o ano-calendário,somente os valores efetivamente devidos. No entanto, ainda que o con-tribuinte pague o imposto durante todo o ano com base na receita brutae acréscimos, o regime de estimativa pode ser mais vantajoso do que olucro real trimestral, conforme a seguir:

COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS E/OU DA BASE DECÁLCULO NEGATIVA DA CSLLSe a empresa adotar o lucro real trimestral, os recolhimentos doImposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquidoserão definitivos. Como a compensação de prejuízos fiscais está limi-tada a 30% do lucro real de períodos de apuração subsequentes, ocontribuinte que adotar a apuração trimestral poderá ficar sujeito aorecolhimento do imposto em determinados trimestres, mesmo ha-vendo prejuízos fiscais a compensar de trimestres anteriores. O mes-mo se aplica à base de cálculo negativa da Contribuição Social sobreo Lucro Líquido.No regime de estimativa, no balanço anual e nos balanços intermediá-rios de suspensão ou redução do pagamento mensal do imposto, osresultados negativos de um período são automaticamente absorvidospelos resultados positivos de outros períodos do mesmo ano-calen-dário, sem qualquer limitação.

ADICIONAL DO IMPOSTO DE RENDAOutra vantagem do regime de estimativa é a que diz respeito ao paga-mento do adicional do IRPJ. As empresas que adotarem a apuraçãotrimestral ficarão sujeitas ao adicional de 10% sobre a parcela do lucroreal que ultrapassar o limite de R$ 60.000,00. O valor recolhido seráconsiderado definitivo.Se o contribuinte optar pelo regime de estimativa, pode ocorrer quenos balanços de suspensão/redução e/ou no balanço anual não hajaincidência do adicional, por ter apurado prejuízo fiscal ou lucro realigual ou inferior ao limite de R$ 20.000,00, multiplicado pelo númerode meses do respectivo período de apuração.

3. ESCOLHA DA FORMA DE APURAÇÃOA adoção do lucro real trimestral ou a opção pelo regime de estimativa será irretratávelpara todo o ano-calendário. A opção pelo regime de estimativa será manifestada:a) com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início da ati-

vidade, calculado com base na receita bruta e acréscimos ou no lucro real apuradoem balanço/balancete de redução;

b) com a transcrição, no Diário e no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), dobalanço/balancete e da demonstração do prejuízo fiscal, respectivamente, relativosao mês de janeiro do ano-calendário.

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A adoção obrigatória da ECD – Escrituração Contábil Digital, pelas empresas do lucroreal, supre a obrigatoriedade de transcrever no livro Diário o balancete ou balanço desuspensão ou redução do imposto mencionada na letra “b” deste item.Em relação aos fatos ocorridos a partir de 2014, as pessoas jurídicas, inclusive as equi-paradas, deverão apresentar anualmente ao Sped, até o último dia útil do mês de julhodo ano seguinte ao ano-calendário a que se refira, a ECF – Escrituração Contábil Fis-cal de forma centralizada pela matriz. Na ECF haverá o preenchimento e controle, pormeio de validações, das partes A e B do Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real(e-Lalur) e do Livro Eletrônico de Apuração da Base de Cálculo da CSLL (e-Lacs), bemcomo a informação dos saldos e contas da ECD. A ECF substitui a DIPJ e o Livro deApuração do Lucro Real (Lalur).

4. CISÃO, FUSÃO, INCORPORAÇÃO OU EXTINÇÃOSem prejuízo do balanço que deverá ser levantado até 30 dias antes do evento, e daresponsabilidade por sucessão, o resultado do período que servirá de base para apu-ração do IRPJ e da CSLL, nos casos de extinção, incorporação, fusão ou cisão da pes-soa jurídica, compreenderá os fatos geradores ocorridos até a data do evento.Para esse efeito considera-se data do evento:a) a data da deliberação que aprovar a cisão, fusão ou incorporação;b) a data da extinção da pessoa jurídica, assim entendida a destinação total de seu

acervo líquido.

5. PRAZOS DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO E DA CONTRIBUIÇÃOAs pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real estão obrigadas a recolher o Impostode Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido nos prazos examinados aseguir.

5.1. LUCRO REAL TRIMESTRALSe a empresa adotar a apuração trimestral, deve recolher o IRPJ e a CSLL emquota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do tri-mestre de apuração, sendo-lhe permitido optar pelo parcelamento em até trêsquotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três mesessubsequentes ao de encerramento do período de apuração a que correspon-der. Em caso de parcelamento, as quotas do IRPJ e da CSLL ficarão sujeitas ajuros calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Cus-tódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partirdo primeiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do períodode apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% no mêsdo pagamento.Portanto, no ano-calendário de 2014, os prazos para recolhimento são osseguintes:

RECOLHIMENTO EM QUOTA ÚNICA

Períodos de Apuração/2014 Vencimento

1º trimestre 30-04-2014

2º trimestre 31-07-2014

3º trimestre 31-10-2014

4º trimestre 30-01-2015

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RECOLHIMENTO PARCELADO

Período de Apuração/2014 Quota Vencimento

1º trimestre

1 30-04-2014

2 30-05-2014

3 30-06-2014

2º trimestre

1 31-07-2014

2 29-08-2014

3 30-09-2014

3º trimestre

1 31-10-2014

2 28-11-2014

3 30-12-2014

4º trimestre

1 30-01-2015

2 27-02-2015

3 31-03-2015

Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 e o imposto ou contribui-ção inferior a R$ 2.000,00 deverá ser pago em quota única até o último dia útildo mês subsequente ao do encerramento do período de apuração.

5.1.1. Códigos do DarfPara o recolhimento trimestral do IRPJ e da CSLL serão utilizados osseguintes códigos no Darf:

Denominação Código do Darf

IRPJ

– Entidades Financeiras 1599

– Demais Empresas Obrigadas ao Lucro Real 0220

– Empresas NÃO Obrigadas ao Lucro Real 3373

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO

– Entidades Financeiras 2030

– Demais Empresas 6012

5.2. LUCRO REAL ANUALAs pessoas jurídicas que optarem pelo lucro real anual devem recolher o IRPJ ea Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devidos em cada mês até o últimodia útil do mês subsequente ao de encerramento do período de apuração.Dessa forma, no ano-calendário de 2014, os prazos são os seguintes:

Período de Apuração/2014 Vencimento

Janeiro 28-02-2014

Fevereiro 31-03-2014

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Período de Apuração/2014 Vencimento

Março 30-04-2014

Abril 30-05-2014

Maio 30-06-2014

Junho 31-07-2014

Julho 29-08-2014

Agosto 30-09-2014

Setembro 31-10-2014

Outubro 28-11-2014

Novembro 30-12-2014

Dezembro 30-01-2015

5.2.1. Códigos do DarfSerão utilizados os códigos a seguir para preenchimento do Darf norecolhimento mensal estimado do IRPJ e da CSLL:

Denominação Código do Darf

IRPJ

– Entidades Financeiras 2319

– Demais Empresas Obrigadas ao Lucro Real 2362

– Empresas NÃO Obrigadas ao Lucro Real 5993

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO

– Entidades Financeiras 2469

– Demais Empresas 2484

5.2.2. Ajuste AnualO IRPJ e a CSLL recolhidos durante o ano-calendário sob a forma deestimativa são compensáveis, sem o acréscimo de juros ou atualiza-ção monetária, com o imposto e a contribuição apurados no balançoanual de 31 de dezembro do respectivo ano.A diferença negativa apurada no balanço anual poderá ser compen-sada com o IRPJ devido e/ou CSLL devida a partir do mês de janeirodo ano-calendário subsequente ao do encerramento do período deapuração, assegurada a alternativa de requerer a restituição.Os valores a compensar ou a serem restituídos serão acrescidos dejuros na forma da legislação vigente.Se, porventura, a diferença for positiva, o saldo do imposto e/ou dacontribuição deverá ser pago, em quota única, até o último dia útil domês de março do ano subsequente, acrescido de juros calculados àtaxa Selic, a partir de fevereiro até o último dia do mês anterior ao dopagamento e de 1% no mês do pagamento.

IRPJ/2014 – Nº 01 23

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Esse prazo não se aplica aos valores do IRPJ e da CSLL relativos aomês de dezembro, que deverão ser recolhidos até o último dia útil domês de janeiro do ano subsequente.O saldo positivo apurado no ano-calendário de 2013 deverá ser reco-lhido em quota única até 31-3-2014. A empresa estará livre de juros sequitar o saldo do IRPJ/CSLL no mês de janeiro/2014.Este assunto encontra-se examinado neste Volume, no trabalho inti-tulado Ajuste Anual.

5.2.3. Códigos do DarfAs diferenças positivas do IRPJ e da CSLL serão recolhidas utilizan-do-se os códigos de Darf a seguir:

Denominação Código do Darf

IRPJ

– Instituições Financeiras 2390

– Demais Empresas Obrigadas ao Lucro Real 2430

– Empresas NÃO Obrigadas ao Lucro Real 2456

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO

– Instituiçõe Financeiras 6758

– Demais Empresas 6773

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei Complementar 123, de 14-12-2006 (Informativo 50/2006 e Portal COAD);– Lei Complementar 128, de 19-12-2008 (Fascículo 52/2008 e Portal COAD);– Lei 8.981, de 20-1-95 (Informativo 04/95);– Lei 9.065, de 20-6-95 (Informativo 25/95);– Lei 9.249, de 26-12-95 (Informativo 52/95);– Lei 9.430, de 27-12-96 (Informativo 53/96);– Lei 9.532, de 10-12-97 (Informativo 50/97);– Lei 9.718, de 27-11-98 (Portal COAD);– Lei 9.964, de 10-4-2000 (Informativo 15/2000);– Lei 12.249, de 11-6-2010 – artigo 22 (Fascículo 24/2010);– Lei 12.715, de 17-9-2012 – artigo 70 (Fascículo 38/2012);– Lei 12.814, de 16-5-2013 (Fascículo 20/2013);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 220 a 222,

228, 232, 235, 237, 246, 247, 542, 856 e 858 (Portal COAD);– Instrução Normativa 11SRF, de 21-2-96 (Informativo 08/96);– Instrução Normativa 25 SRF, de 25-2-99 (Informativo 09/99);– Instrução Normativa 31 SRF, de 29-3-2001 (Informativo 14/2001);– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 (Informativo 53/97);– Instrução Normativa 1.344 RFB, de 9-4-2013 – Instruções de Preenchimento da DIPJ/

2013 (Fascículo 15/2013);– Instrução Normativa 1.420 RFB, de 19-12-2013 (Fascículo 51/2013);– Instrução Normativa 1.422 RFB, de 19-12-2013 (Fascículo 51/2013);– Ato Declaratório 3 SRF, de 7-1-2000 (Informativo 02/2000);– Ato Declaratório Interpretativo 5 SRF, de 31-10-2001 (Informativo 44/2001).

IRPJ/2014 – Nº 01 24

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REGIME DE ESTIMATIVAPagamento Mensal com Basena Receita Bruta e Acréscimos

As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real que não puderem ou não quiserem apurar asbases de cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o LucroLíquido (CSLL) a cada trimestre poderão optar pelo lucro real anual, devendo, para isso,efetuar os respectivos recolhimentos mensalmente, sob o regime de estimativa, nas formasprevistas na legislação vigente.As pessoas jurídicas enquadradas no regime de estimativa, que optarem pelo recolhimentodo imposto com base na receita bruta e acréscimos, determinarão os valores de IRPJ eCSLL a recolher da forma examinada neste trabalho.

1. CONCEITO DE LUCRO ESTIMADOCompreende-se como lucro estimado, em cada mês, o montante determinado pelasoma das seguintes parcelas:a) valor resultante da aplicação dos percentuais de lucratividade fixados pela legisla-

ção vigente sobre a receita bruta da atividade;b) ganhos de capital, demais receitas e os resultados positivos correspondentes a

receitas não abrangidas pela letra “a”.

2. DETERMINAÇÃO DO LUCRO ESTIMADONo ano-calendário de 2014, para determinar a primeira parcela da base de cálculo doImposto de Renda, a pessoa jurídica deve aplicar, sobre a receita bruta mensal da ati-vidade, o percentual fixado no artigo 15 da Lei 9.249/95.

2.1. PERCENTUAIS APLICÁVEIS SOBRE A RECEITA BRUTA MENSAL

ATIVIDADE %

Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carbu-rante e gás natural 1,6

Prestação de serviços relativos ao exercício de profissões legalmente regula-mentadas 32

Prestação de serviços em geral

32 (*)

Intermediação de negócios (inclusive representação comercial por conta de tercei-ros e corretagem de seguros, imóveis e outros)

Administração, locação ou cessão de bens móveis e imóveis (exceto a receita dealuguéis, quando a pessoa jurídica não exercer a atividade de locação de imóveis)

Administração de consórcios de bens duráveis

Cessão de direitos de qualquer natureza

Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra

Factoring

Serviços de transporte, exceto o de cargas16

Instituições financeiras e empresas equiparadas

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ATIVIDADE %

Revenda de mercadorias

8

Venda de produtos de fabricação própria

Industrialização por encomenda (materiais fornecidos pelo encomendante)

Atividade rural

Representação comercial por conta própria

Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídosou adquiridos para revenda (ver subitem 2.1.4)

Execução de obras da construção civil, com emprego de material

Serviços hospitalares (ver subitem 2.1.3)

Serviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomiapatológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas (ver su-bitem 2.1.5)

Transporte de cargas

Outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços

Sobre o percentual de lucratividade aplicável à prestação de serviços vinculados acontratos de concessão de serviços públicos, veja, ainda, o item 10 deste trabalho.

2.1.1. Atividades DiversificadasA pessoa jurídica que exerça atividades diversificadas deverá segre-gar as receitas oriundas de cada atividade e aplicar o percentual res-pectivo, para efeito de determinação da base de cálculo mensal doImposto de Renda.

2.1.2. Prestação de Serviços em Geral – Redução do PercentualAs pessoas jurídicas cujas atividades sejam, exclusivamente, as assi-naladas (*) no subitem 2.1, podem utilizar, para determinação do lucroestimado, o percentual de 16%, desde que as respectivas receitasnão ultrapassem, em cada ano, o limite de R$ 120.000,00.

INAPLICABILIDADE DA REDUÇÃOA redução de 32 para 16% não se aplica aos serviços decorrentes deprofissões legalmente regulamentadas, mesmo com receita brutaanual de até R$ 120.000,00.

Cursos de informática (Solução de Consulta 17 SRRF-2ª RF/2002)As empresas do ramo de atividade de cursos de informática nãopodem recolher o imposto com base no lucro estimado utilizando opercentual reduzido de 16% sobre a receita bruta por tratar-se deprestação de serviços de profissão legalmente regulamentada.

Assessoria de comunicação, produção e realização de eventos(Solução de Consulta 292 SRRF-7ª RF/2001)Se a pessoa jurídica que exerce qualquer dessas atividades neces-sita, para exercê-la, de assessores, cujas profissões exijam regula-mentação legal, não poderá utilizar o percentual de 16% para determi-nação do lucro estimado, ainda que a receita anual não ultrapasseR$ 120.000,00.

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Desenvolvimento de software de engenharia, arquitetura e agrono-mia (Soluções de Consultas 234 SRRF-8ª RF/2001, 101 SRRF-6ªRF/2004, 530 SRRF-8ª RF/2006)A pessoa jurídica que presta serviços de projeto e produção, instala-ção e suporte de software aplicativos tecnológicos de engenharia,arquitetura e agronomia não pode utilizar o percentual de 16%, aindaque a sua receita bruta anual não ultrapasse R$ 120.000,00.

POSSIBILIDADE DA REDUÇÃODe acordo com entendimentos manifestados por diversas RegiõesFiscais, a redução do percentual para 16% pode ser aplicada nasseguintes situações.

Cursos livres de idiomas (Solução de Divergência 14 Cosit/2003)A pessoa jurídica cuja receita bruta anual não ultrapasse R$ 120.000,00e que preste somente serviços relativos a cursos livres de idiomas, pornão se tratar de prestação de serviços de profissão regulamentada,pode utilizar o percentual reduzido de 16% para determinar o lucroestimado.

Cursos de informática (Soluções de Consultas 236 SRRF-6ªRF/2001, 102 SRRF-6ª RF/2002, 74 SRRF-8ª RF/2005, 113 SRRF-9ªRF/2005)As empresas do ramo de atividade de cursos de informática podemrecolher o imposto com base no lucro estimado utilizando o percentualreduzido de 16% sobre a receita bruta por não tratar-se de prestaçãode serviços de profissão legalmente regulamentada.

Assessoria de comunicação, produção e realização de eventos(Solução de Consultas 292 SRRF-7ª RF/2001)Se a pessoa jurídica que exerce qualquer dessas atividades nãonecessita, para exercê-la, de assessores, cujas profissões exijamregulamentação legal, poderá utilizar o percentual de 16% para deter-minação do lucro estimado.

Desenvolvimento de software, exceto os de engenharia, arquite-tura e agronomia (Soluções de Consultas 234 SRRF-8ª RF/2001,101 SRRF-6ª RF/2004, 530 SRRF-8ª RF/2006)Para efeito de determinação da base de cálculo do Imposto de Renda,apurado com base no lucro estimado, a pessoa jurídica, exclusiva-mente, prestadora de serviços em geral, que não explore serviços pri-vativos de profissões legalmente regulamentadas, e que preste servi-ços de desenvolvimento de informática, não incluídos, nestes, os ser-viços de projeto e produção, instalação e suporte de software, aplicati-vos tecnológicos de engenharia, arquitetura e agronomia, pode apli-car o percentual de 16%, desde que sua receita bruta anual não ultra-passe R$ 120.000,00.

Serviços de terraplenagem (Solução de Consulta 4 SRRF-2ªRF/2003)A atividade de terraplenagem se insere no ramo da construção civil econfigura mera prestação de serviços sem emprego de materiais.Assim sendo, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta deladecorrente para apuração da base de cálculo do lucro estimado é de

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32%, podendo ser reduzido para 16% quando o valor da receita brutaanual não ultrapassar R$ 120.000,00.

EXCESSO DE RECEITA BRUTA DURANTE O ANOSe a receita bruta acumulada até determinado mês do ano-calendárioexceder o limite anual de R$ 120.000,00, a pessoa jurídica deverádeterminar novas bases de cálculo do Imposto de Renda com a apli-cação do percentual de 32%. A diferença de imposto apurada em rela-ção a cada mês transcorrido deverá ser paga em quota única, pormeio de Darf separado, preenchido com o código 2362 (empresasobrigadas ao lucro real) ou 5993 (empresas optantes pelo lucro real),até o último dia útil do mês subsequente àquele em que ocorrer oexcesso. Sobre a diferença recolhida no prazo previsto não incidirãoacréscimos legais.

EXEMPLOPessoa jurídica prestadora de serviços, que paga o Imposto de Rendamensal com base na receita bruta e acréscimos, apresenta os seguin-tes valores:

Mês/2014I

Receita Bruta MensalR$

IIReceita Bruta Acumulada

R$

Janeiro 24.323,04 24.323,04

Fevereiro 24.311,20 48.634,24

Março 40.657,92 89.292,16

Abril 49.643,12 138.935,28

Maio 50.849,04 189.784,32

Mês/2014

IRPJ Devido IRPJ RecolhidoVII

Diferençaa Recolher

(IV – VI)

R$

III32% de I

R$

IV15% de III

R$

V16% de I

R$

VI15% de V

R$

Janeiro 7.783,37 1.167,50 3.891,69 583,75 583,75

Fevereiro 7.779,58 1.166,94 3.889,79 583,47 583,47

Março 13.010,53 1.951,58 6.505,27 975,79 975,79

Abril 15.885,80 2.382,87 7.942,90 1.191,44 1.191,43

Diferença de IRPJ a recolher em quota única até 30-5-2014 3.334,44

Caso continue a pagar o imposto com base na receita bruta e acrésci-mos, a empresa utilizará o percentual de 32%.

2.1.3. Serviços HospitalaresA legislação vigente estabelece que as pessoas jurídicas, cuja ativi-dade seja a prestação de serviços hospitalares, quando enquadradasno lucro presumido ou optantes pelo regime de estimativa (receitabruta e acréscimos), na determinação da base de cálculo do imposto,em cada trimestre ou mês, deverão aplicar sobre a receita bruta da ati-vidade o percentual de 8%.

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Ato Declaratório Interpretativo 19 RFB/2007De acordo com o Ato Declaratório Interpretativo 19 RFB, de 7-12-2007,para efeito de enquadramento no conceito de serviços hospitalares,os estabelecimentos assistenciais de saúde devem dispor de estru-tura material e de pessoal destinada a atender a internação de pacien-tes, garantir atendimento básico de diagnóstico e tratamento, comequipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência per-manente prestada por médicos, possuir serviços de enfermagem eatendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas, comdisponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviços decirurgia e/ou parto, bem como registros médicos organizados para arápida observação e acompanhamento dos casos.São também considerados serviços hospitalares, os seguintes servi-ços:a) pré-hospitalares, na área de urgência, realizados por meio de UTI

móvel, instaladas em ambulâncias de suporte avançado (Tipo “D”)ou em aeronave de suporte médico (Tipo “E”);

b) de emergências médicas, realizados por meio de UTI móvel, insta-ladas em ambulâncias classificadas nos Tipos “A”, “B”, “C” e “F”,que possuam médicos e equipamentos que possibilitem oferecerao paciente suporte avançado de vida.

Ato Declaratório Interpretativo 18 SRF/2003Conforme Ato Declaratório Interpretativo 18 SRF/2003, independen-temente da forma de constituição da pessoa jurídica, não serão consi-derados serviços hospitalares, ainda que com o concurso de auxilia-res ou colaboradores, quando forem:– prestados exclusivamente pelos sócios da empresa; ou– referentes unicamente ao exercício de atividade intelectual, de

natureza científica, dos profissionais envolvidos.Consideram-se auxiliares e colaboradores, os profissionais sem amesma habilitação técnica dos sócios da empresa e que a esses pres-tem serviços de apoio técnico ou administrativo.

2.1.4. Receitas Financeiras de Empresas ImobiliáriasDesde 1-1-2006, no caso de pessoa jurídica que explore atividadesimobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliá-ria, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda deimóveis construídos ou adquiridos para a revenda, o percentual de 8%também será aplicado sobre a receita financeira, quando decorrenteda comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices oucoeficientes previstos em contrato.

2.1.5. Serviços Auxiliares de Diagnóstico e TerapiaA aplicação do percentual de 8% sobre as receitas provenientes deserviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenolo-gia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análisese patologias clínicas, conforme quadro do subitem 2.1, requer que aprestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedadeempresária e que atenda às normas da Anvisa – Agência Nacional deVigilância Sanitária.

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2.1.6. Software (Soluções de Consultas 99 SRRF-7ª RF/2003, 111SRRF-8 RF/2005, 6 SRRF-7ª RF/2006, 144 SRRF-7ª RF/2006, 252SRRF-7 RF/2007)São os seguintes os percentuais a aplicar sobre as respectivas recei-tas do trimestre:a) revenda de software: 8%b) venda de software (desenvolvimento e edição) pronto para uso (de

prateleira, standard): 8%c) venda (desenvolvimento) de software por encomenda: 32%d) atualização de software colocada à disposição de clientes, indistin-

tamente: 8%e) atualização de software específica para determinado cliente (sob

encomenda): 32%f) fornecimento de assistência técnica e manutenção permanente do

software: 32%g) locação de software: 32%

2.1.7. Abastecimento de Água e Exploração de Rodovias (Ato De-claratório Normativo 16 Cosit/2000)Para fins de se apurar a base de cálculo mensal estimada, é de 32% opercentual a aplicar sobre as receitas brutas provenientes das seguin-tes prestações de serviços:a) suprimento de água tratada e consequente coleta e tratamento de

esgotos, cobradas diretamente dos usuários dos serviços;b) exploração de rodovia mediante cobrança de preço aos usuários,

envolvendo execução de serviço de conservação, manutenção,melhoramentos para adequação de capacidade e segurança detrânsito, operação, monitoração, assistência aos usuários e outrosdefinidos em contratos, atos de concessão ou de permissão ou emnormas oficiais, auferidas por concessionária ou subconcessioná-ria de serviço público.

2.1.8. Sondagem do Solo (Decisão 651 SRRF-6ª RF/97)De acordo com o entendimento manifestado pela 6ª Região Fiscal daSuperintendência Regional da Receita Federal, é de 8% o percentuala ser aplicado sobre a receita bruta relativa a serviços de sondagemdo solo, como tal compreendida apenas a perfuração e coleta deamostra, com emprego de materiais.

2.1.9. Perfuração de Poços Artesianos (Decisão 45 SRRF-9ª RF/2000)As empresas que atuam no ramo de perfuração de poços artesianosutilizarão os seguintes percentuais para determinar a base de cálculomensal do imposto:a) em relação ao conjunto de atividades de perfuração, tubulação e

instalação de equipamentos para poços artesianos, desde queseja por empreitada, com utilização de materiais próprios: 8%

b) por não caracterizarem construção, as atividades de manutenção,reparos, reposição de partes, peças ou de natureza semelhante, oumesmo aquelas exclusivamente de montagem ou instalação: 32%

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2.1.10. IndustrializaçãoDe acordo com o Ato Declaratório Interpretativo 26 RFB/2008, parafins de apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, são con-sideradas industrialização as operações definidas no artigo 4º doDecreto 7.212/2010 – Regulamento do IPI, observadas as disposi-ções do artigo 5º c/c o artigo 7º do referido Decreto. Portanto, combase nos dispositivos citados, caracteriza-se industrialização qual-quer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acaba-mento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoepara consumo, tal como:a) a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários,

importe na obtenção de espécie nova (transformação);b) a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma,

alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparênciado produto (beneficiamento);

c) a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de queresulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob amesma classificação fiscal (montagem);

d) a que importe em alterar a apresentação do produto, pela coloca-ção da embalagem, ainda que em substituição da original, salvoquando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte damercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou

e) a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente deproduto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produtopara utilização (renovação ou recondicionamento).

São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização,o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condi-ção das instalações ou equipamentos empregados.

OPERAÇÕES NÃO CARACTERIZADAS COMO INDUSTRIALIZA-ÇÃONão serão consideradas como industrialização, as operações a se-guir:a) o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em emba-

lagem de apresentação:– na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorve-

terias, confeitarias, padarias, quitandas e semelhantes, desdeque os produtos se destinem à venda direta a consumidor; ou

– em cozinhas industriais, quando destinados à venda direta apessoas jurídicas e outras entidades, para consumo de seusfuncionários, empregados ou dirigentes;

b) o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, pormeio de máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares eestabelecimentos similares, para venda direta a consumidor;

c) a confecção ou preparo de produto de artesanato, assim conside-rado aquele proveniente de trabalho manual realizado por pessoanatural quando o trabalho não conte com o auxílio ou participaçãode terceiros assalariados e o produto seja vendido a consumidor,diretamente ou por intermédio de entidade de que o artesão façaparte ou seja assistido;

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d) a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ouusuário, em oficina ou na residência do confeccionador;

e) o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ouusuário, na residência do preparador ou em oficina, desde que, emqualquer caso, seja preponderante o trabalho profissional. Paraesse efeito, bem como para o disposto na letra “d” anterior, consi-dera-se:– oficina, o estabelecimento que empregar, no máximo, 5 operá-

rios e, caso utilize força motriz, não dispuser de potência supe-rior a 5 quilowatts; e

– trabalho preponderante, o que contribuir no preparo do produto,para formação de seu valor, a título de mão de obra, no mínimocom 60%;

f) a manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor, demedicamentos oficinais e magistrais, mediante receita médica;

g) a moagem de café torrado, realizada por comerciante varejistacomo atividade acessória;

h) a operação efetuada fora do estabelecimento industrial, consis-tente na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte:– edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e seme-

lhantes, e suas coberturas);– instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de refrige-

ração, estações e centrais telefônicas ou outros sistemas detelecomunicação e telefonia, estações, usinas e redes de distri-buição de energia elétrica e semelhantes; ou

– fixação de unidades ou complexos industriais ao solo;i) a montagem de óculos, mediante receita médica;j) o acondicionamento de produtos classificados nos Capítulos 16 a

22 da Tipi – Tabela de Incidência do IPI, adquiridos de terceiros, emembalagens confeccionadas sob a forma de cestas de natal esemelhantes;

k) o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usa-dos, nos casos em que se destinem ao uso da própria empresaexecutora ou quando essas operações sejam executadas porencomenda de terceiros não estabelecidos com o comércio de taisprodutos, bem assim o preparo, pelo consertador, restaurador ourecondicionador, de partes ou peças empregadas exclusiva eespecificamente naquelas operações;

l) o reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive mediantesubstituição de partes e peças, quando a operação for executadagratuitamente, ainda que por concessionários ou representantes,em virtude de garantia dada pelo fabricante;

m) a restauração de sacos usados, executada por processo rudimen-tar, ainda que com emprego de máquinas de costura; e

n) a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos,sob encomenda do consumidor ou usuário, realizada em estabele-cimento varejista, efetuada por máquina automática ou manual,desde que fabricante e varejista não sejam empresas interdepen-dentes, controladora, controlada ou coligadas.

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2.1.11. Receitas de AluguéisNo caso de administração e locação de imóveis próprios ou de tercei-ros, ou de administração de imóveis, a base de cálculo do impostoserá determinada com o percentual de 32 ou 16%.Tratando-se de locação de imóveis próprios, a aplicação de percen-tual somente será utilizado se este for o objetivo social da pessoa jurí-dica. Do contrário, a receita total dos aluguéis deverá ser acrescida nadeterminação da base de cálculo sobre a qual incidirá a alíquota doimposto, deduzidos os encargos necessários à sua percepção.

2.1.12. Receitas de Máquinas Caça-NíqueisDe acordo com a Solução de Consulta 10 SRRF – 9ª RF/2001, asempresas que exploram a atividade de jogos eletrônicos de azarmediante a utilização de máquinas caça-níqueis, quando tributadaspelo lucro presumido, devem calcular a base de cálculo do impostoaplicando o percentual de 32% sobre a receita bruta decorrente da ati-vidade (valor total das apostas recebidas).Embora a SC não disponha a respeito, entendemos que se a pessoajurídica com essa atividade for tributada pelo lucro real, deverá aplicaro mesmo percentual para determinar o lucro estimado mensal.

2.1.13. Representação ComercialA atividade de representação comercial por conta de terceiros é consi-derada intermediação de negócios, sujeita, portanto, ao percentual de32 ou 16% na determinação da base de cálculo do lucro. Se a repre-sentação comercial for por conta própria, a atividade será caracteri-zada como compra e venda de mercadorias, submetendo-se ao per-centual de 8%.

2.1.14. Sociedades CorretorasAs corretoras, inclusive as de seguros e imóveis, calcularão a primeiraparcela do lucro estimado de cada mês aplicando, sobre a receitabruta, o percentual de 32 ou 16%, por ser considerada esta atividadecomo intermediação de negócios.

2.1.15. Serviços de Guindastes, Guinchos e AssemelhadosDeve ser aplicado sobre a receita bruta relativa à prestação de servi-ços de guindastes, guinchos e assemelhados, o percentual de:a) 8%, quando as atividades executadas por esses equipamentos

sejam obrigatoriamente parte integrante de um contrato de trans-porte, e a receita seja auferida exclusivamente em função do ser-viço de transporte contratado; e

b) 32%, quando decorra da prestação de serviços que não integremum contrato de transporte ou da locação dos referidos equipamen-tos.

2.1.16. Sociedades CooperativasHavendo atos com associados e não associados, a sociedade coope-rativa deve destacar, em sua escrituração, as receitas de operaçõesda atividade própria daquelas decorrentes de atos NÃO cooperativoslegalmente permitidos.

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Na apuração do IRPJ devido a cada mês, a sociedade cooperativadeve proceder da seguinte forma:a) aplicar, sobre a receita bruta das operações com não associados, o

percentual correspondente à atividade;b) acrescer, à parcela apurada na forma da letra “a”, os ganhos de

capital, demais receitas e os resultados positivos correspondentesa receitas não abrangidas pela letra “a”, exceto os mencionados nosubitem 2.4.

2.2. CONCEITO DE RECEITA BRUTAA receita bruta das vendas e dos serviços sobre a qual incidirá o percentual dedeterminação do lucro estimado compreende o produto da venda de bens nasoperações de conta própria, o preços dos serviços prestados e o resultadoauferido nas operações de conta alheia, assim entendidos os negócios realiza-dos pela empresa em nome de terceiros.Sobre o conceito de receita bruta, veja, ainda, o item 10 deste trabalho.

2.2.1. Valores Integrantes da Receita Bruta MensalIntegram a receita bruta mensal as receitas decorrentes de:a) vendas de produtos de fabricação própria;b) vendas de mercadorias adquiridas para revenda;c) industrialização de produtos em que a matéria-prima, ou o produto

intermediário ou o material de embalagem tenham sido fornecidospor quem encomendou a industrialização;

d) atividade rural;e) serviços hospitalares;f) transporte de cargas;g) atividades de loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e

venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda, inclu-sive a receita financeira, quando decorrente da comercialização deimóveis e apurada por meio de índices ou coeficientes previstosem contrato;

h) outras atividades compreendidas nos objetivos sociais da pessoajurídica.

2.2.2. Valores não Incluídos na Receita BrutaNão são incluídos na receita bruta:I – Impostos Não Cumulativos

Não devem ser incluídos na receita bruta os impostos não cumula-tivos cobrados do comprador ou contratante, e do qual o vendedordos bens ou prestador de serviços seja mero depositário, como é ocaso do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).Já o ICMS incidente sobre as vendas NÃO deve ser excluído dareceita bruta operacional, de vez que esse imposto integra o preçode venda.O ICMS devido na condição de contribuinte substituto não integra areceita bruta operacional da pessoa jurídica.

II – Vendas Canceladas e Descontos IncondicionaisO contribuinte que optar pelo regime de estimativa deve considerara receita bruta excluída das vendas canceladas, das devoluçõesde mercadorias e dos descontos incondicionais.

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Desconto incondicional é a parcela redutora do preço de venda,constante da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de servi-ços, que não depende, para ser concedido, da ocorrência deevento posterior à emissão dos referidos documentos.Também não são incluídas as saídas que não decorram de venda,a exemplo de transferências de mercadorias para outro estabeleci-mento da mesma empresa.

ATIVIDADES INCENTIVADASAs receitas provenientes de atividade incentivada não comporão abase de cálculo do imposto mensal, na proporção do benefício a que apessoa jurídica, submetida à tributação com base no lucro real, fizerjus.

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E EQUIPARADASAs instituições financeiras e demais empresas a elas equiparadasdeterminarão a base de cálculo do imposto aplicando o percentual de16% sobre a receita bruta mensal da atividade, deduzidas as despe-sas e perdas a seguir especificadas.1. No caso das instituições financeiras, sociedades corretoras de títu-los, valores mobiliários e câmbio e sociedades de distribuidoras detítulos e valores mobiliários:– despesas incorridas na captação de recursos de terceiros;– despesas com obrigações por refinanciamentos, empréstimos e

repasses de recursos de órgãos e instituições oficiais e do exterior;– despesas de cessão de créditos;– despesas de câmbio;– perdas com títulos e aplicações financeiras de renda fixa;– perdas nas operações de renda variável;2. No caso de empresas de seguros privados:– o cosseguro e o resseguro cedidos, os valores referentes a cance-

lamentos e restituições de prêmios que houverem sido computa-dos em conta de receita, assim como a parcela dos prêmiosdestinada a constituição de provisões ou reservas técnicas;

3. No caso de entidades de previdência privada abertas e de empre-sas de capitalização, a parcela das contribuições e prêmios, respecti-vamente, destinada à constituição de provisões ou reservas técnicas;4. No caso de operadoras de planos de assistência à saúde:– as corresponsabilidades cedidas; e– a parcela das contraprestações pecuniárias destinada à constitui-

ção de provisões técnicas.É vedada a dedução de qualquer despesa administrativa.

PROPAGANDA E PUBLICIDADEDe acordo com as Soluções de Consultas 22 SRRF – 7ª RF/2004, 172SRRF – 6ª RF/2005, 28 SRRF – 10ª RF/2006, 247 SRRF – 6ªRF/2006, 53 SRRF – 8ª RF/2009, 96 SRRF – 8ª RF/2009, na base decálculo do IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devi-dos pelas agências de propaganda e publicidade optantes pelo lucropresumido, não é computado o preço dos serviços e suprimentosexternos (tais como serviços fotográficos, scanner e tratamento deimagem, fotolito e serviços gráficos) e as importâncias repassadas às

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empresas de rádio, televisão, jornais, publicidade ao ar livre (outdoor),cinema e revistas, nem os descontos por antecipação de pagamentocontratualmente reembolsado pelo cliente à agência.Ao nosso ver, o mesmo tratamento pode ser aplicado à empresa tribu-tada no regime de estimativa.

RESSARCIMENTO PELA PROPAGANDA ELEITORALConforme a Lei 9.504, de 1997, artigo 99, com as alterações do artigo3º da Lei 12.034, de 2009, e do artigo 58 da Lei 12.350, de 2010, asemissoras de rádio e televisão obrigadas à divulgação gratuita da pro-paganda partidária ou eleitoral e à veiculação de propaganda de ple-biscitos e referendos terão direito à compensação fiscal pela cedênciado horário.A compensação fiscal consiste na exclusão do lucro líquido, para efei-to de determinação do lucro real, do valor correspondente a 0,8 doresultado da multiplicação de 100% ou de 25% do tempo, respectiva-mente, das inserções e das transmissões em bloco, pelo preço doespaço comercializável comprovadamente vigente, assim conside-rado aquele divulgado pelas emissoras de rádio e televisão por inter-médio de tabela pública de preços de veiculação de publicidade, aten-didas as disposições regulamentares.A aplicação das tabelas públicas de preços de veiculação de publi-cidade, para fins de compensação fiscal, deverá atender ao se-guinte:a) deverá ser apurada mensalmente a variação percentual entre a

soma dos preços efetivamente praticados, assim considerados osvalores devidos às emissoras de rádio e televisão pelas veicula-ções comerciais locais, e o correspondente a 0,8 da soma dos res-pectivos preços constantes da tabela pública de veiculação depublicidade;

b) a variação percentual apurada na letra “a” deverá ser deduzida dospreços constantes da tabela pública mencionada anteriormente.

O valor apurado na forma ora examinada poderá ser deduzido dabase de cálculo dos recolhimentos mensais determinada com base nareceita bruta e acréscimos.O Decreto 7.791/2012, define os critérios para a determinação dacompensação fiscal, na apuração do IRPJ, pela cessão do horário nadivulgação gratuita da propaganda partidária e eleitoral, de plebisci-tos e referendos, bem como de comunicados, instruções e de outrasrequisições da Justiça Eleitoral.As empresas concessionárias de serviços públicos de telecomunica-ções, obrigadas ao tráfego gratuito de sinais de televisão e rádio tam-bém poderão fazer a exclusão da compensação fiscal da base de cál-culo do IRPJ na forma mencionada neste tópico.

2.2.3. Cômputo das ReceitasNa determinação do lucro estimado deve ser obedecido, regra geral, oregime de competência das receitas.

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EXCEÇÕES AO REGIME DE COMPETÊNCIADe acordo com o artigo 30 da Lei 8.981/95, alterado pela Lei 9.065/95e regulamentado pelo artigo 5º da Instrução Normativa 93 SRF/97,constituem exceções ao regime de competência das receitas:

� Atividades ImobiliáriasAs pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativas aloteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de pré-dios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídosou adquiridos para revenda, deverão considerar como receita bruta omontante efetivamente recebido, relativo às unidades imobiliáriasvendidas.

�Contratos a Longo PrazoI – Nos casos de contratos com prazo de execução superior a um ano,de construção por empreitada ou de fornecimento a preço predetermi-nado de bens ou serviços a serem produzidos, será computada nareceita bruta parte do preço total da empreitada, ou dos bens ou servi-ços a serem fornecidos, determinada mediante a aplicação, sobreesse preço total, da percentagem do contrato ou da produção execu-tada em cada mês, nos termos da Instrução Normativa 21 SRF/79,observado o disposto no inciso III;II – No caso de construções ou fornecimentos contratados com baseem preço unitário de quantidades de bens ou serviços produzidos emprazo inferior a um ano, a receita deverá ser incluída na base de cál-culo do IRPJ e da CSLL, no mês em que for completada cada unidade;III – A receita decorrente de fornecimento de bens e serviços para pes-soa jurídica de direito público ou empresas sob seu controle, empre-sas públicas, sociedades de economia mista ou sua subsidiária, noscasos de empreitada ou fornecimento contratado a longo prazo, nascondições do artigo 10 e § 2º do Decreto-Lei 1.598/77, será reconhe-cida no mês do recebimento. Essa regra aplica-se também aos crédi-tos quitados pelo Poder Público com títulos de sua emissão, inclusivecom Certificados de Securitização emitidos especificamente paraessa finalidade, caso em que a receita será reconhecida por ocasiãodo resgate dos títulos ou de sua alienação sob qualquer forma.

EMPRESAS DE FACTORING

As receitas obtidas pelas empresas de factoring, representadas peladiferença entre a quantia expressa no título de crédito adquirido e ovalor pago, deverão ser reconhecidas na data da operação.

SOCIEDADES CIVIS DE PROFISSÕES LEGALMENTE REGULA-MENTADASSe em períodos anteriores a 1997, a pessoa jurídica submeteu-se aoregime do Decreto-Lei 2.397/87 e recebeu receitas daqueles anos emanos posteriores, estas serão computadas no mês de seu efetivorecebimento, juntamente com a receita da competência do respectivomês.

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ATIVIDADE DE COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTO-RESA Lei 9.716/98 determina, em seu artigo 5º, que as pessoas jurídicasque tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos,a compra e venda de veículos automotores, PODERÃO equiparar,para efeitos tributários, como operação de consignação, as opera-ções de venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bemassim dos recebidos como parte do preço de veículos novos ou usa-dos. Os veículos usados a que se refere a citada lei serão objeto denota fiscal de entrada e, quando da venda, de nota fiscal de saída,sujeitando-se ao respectivo regime fiscal aplicável às operações deconsignação.Embora, segundo a Lei 9.716/98, a equiparação para fins tributáriosseja FACULTATIVA, a Receita Federal, através da IN 152 RFB/98,estabeleceu que a partir de 30-10-98, para efeito de apuração dasbases de cálculo do IRPJ e da CSLL (lucro estimado, presumido ouarbitrado), as revendas de veículos usados DEVEM ser equiparadasàs operações de consignação.Posteriormente, a Instrução Normativa 390 SRF/2004, que consoli-dou as normas de apuração e pagamento da CSLL, dispôs, em seuartigo 96, que para efeitos tributários, as revendas de veículos usadosPODERÃO ser equiparadas a operações de consignação.Portanto, de acordo com a IN 390 SRF/2004, que começou a vigorarem 2-2-2004, a equiparação das revendas de veículos usados a ope-rações de consignação é FACULTATIVA e não obrigatória, em conso-nância com o disposto no artigo 5º da Lei 9.716/98.Havendo equiparação, será computada como receita bruta, para efei-to de apuração da base de cálculo, a diferença entre o valor pelo qual oveículo usado tiver sido alienado, constante da Nota Fiscal de Saída, eo seu custo de aquisição, constante da Nota Fiscal de Entrada.Pode-se concluir que se não houver a equiparação, o contribuintedeverá computar como receita bruta o valor total da Nota Fiscal deVenda.Sobre essa matéria, sugerimos a leitura da Orientação divulgada noInformativo 11/2004.

2.3. ACRÉSCIMOS À BASE DE CÁLCULO DO IRPJDevem compor o lucro estimado, no mês em que forem auferidos, dentreoutros:a) os ganhos de capital auferidos nas alienações de bens e direitos do Ativo

Não Circulante (Investimento, Imobilizado e Intangíveis);b) os ganhos auferidos nas alienações de participações societárias permanen-

tes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societáriasque permanecerem no Ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calen-dário seguinte ao de suas aquisições;

c) os ganhos de capital auferidos nas alienações de ouro não consideradoativo financeiro;

d) a receita de locação de imóvel, quando a pessoa jurídica não exercer a ativi-dade de locação de imóveis, deduzida dos encargos necessários à sua per-cepção;

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e) os juros equivalentes à taxa referencial Selic, acumulada mensalmente, ede 1% no mês da compensação ou restituição, relativos a impostos e contri-buições pagos a maior ou indevidamente;

f) os juros ativos, não decorrentes de aplicações financeiras;g) as variações monetárias ativas;h) as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurí-

dica, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;i) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos

de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinhei-ro ou o valor dos bens e direitos que tenham sido entregues para a formaçãodo referido patrimônio;

j) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens e direitos.Sobre os acréscimos à base de cálculo do IRPJ, veja, ainda, o item 10 deste tra-balho.

2.3.1. Determinação do Ganho de CapitalO ganho de capital mencionado nas letras “a” a “c” corresponderá àdiferença positiva entre o valor da alienação e o respectivo valor con-tábil do bem.

VALOR CONTÁBILConsidera-se valor contábil, para efeito de apuração do ganho decapital:I – Investimentos Permanentes:a) participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição, o

custo de aquisição.b) participações societárias avaliadas pelo valor de Patrimônio Líqui-

do, a soma algébrica dos seguintes valores:– valor de Patrimônio Líquido pelo qual o investimento estiver

registrado;– ágio ou deságio na aquisição do investimento;– provisão para perdas, constituída até 31-12-95, quando dedutí-

vel.

II – Ouro Não Considerado Ativo Financeiro:Valor de aquisição.

III – Demais Bens e Direitos do Ativo Não Circulante (Investimento,Imobilizado e Intangíveis):O custo de aquisição, diminuído dos encargos de depreciação, amor-tização ou exaustão acumulada, inclusive o saldo registrado na Parte“B” do Lalur referente à depreciação acelerada incentivada.

IV – Outros Bens e Direitos Não Classificados no Ativo Não Circulante(Investimento, Imobilizado e Intangíveis):O custo de aquisição.

CUSTOS NÃO COMPROVADOSA não comprovação dos custos pela pessoa jurídica implicará a adi-ção integral da receita à base de cálculo do Imposto de Renda devidomensalmente.

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VENDAS A LONGO PRAZO DE BENS DO ATIVO NÃO CIRCULANTEO ganho de capital na venda de bem do Ativo Não Circulante (Investi-mento, Imobilizado e Intangíveis), deve ser acrescido integralmente àbase de cálculo do imposto no mês em que a operação for realizada.Tratando-se de bem vendido para recebimento, no todo ou em parte,após o término do ano-calendário seguinte ao da contratação, a pes-soa jurídica poderá, para efeito de determinar o lucro real, reconhecero lucro na proporção da parcela do preço recebida em cada período deapuração.Se o lucro for reconhecido na escrituração comercial no período deapuração em que ocorreu a venda, os ajustes e o controle do valordiferido serão efetuados no Lalur.Sobre a apuração do ganho de capital, veja, ainda, o item 10 deste tra-balho.

2.3.2. Variações MonetáriasDesde 1º de janeiro de 2000, as variações monetárias dos direitos decrédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câm-bio, serão consideradas, para efeito de determinação das bases decálculo do IRPJ, da CSLL, do PIS e da Cofins, quando da liquidaçãoda correspondente operação. À opção da pessoa jurídica, as varia-ções monetárias poderão ser consideradas na determinação da basede cálculo pelo regime de competência, sendo a opção aplicada atodo o ano-calendário.

ALTERAÇÕES A PARTIR DE 2011De acordo com a alteração do artigo 30 da Medida Provisória 2.158-35/2001, promovida pelo artigo 137 da Lei 12.249/2010 e regulamentadapela Instrução Normativa 1.079 RFB/2010, a partir do ano-calendáriode 2011, a opção do reconhecimento das variações cambiais peloregime de competência deverá ser exercida no mês de janeiro ou nomês de início de atividades e poderá ser alterada, no decorrer doano-calendário, caso ocorra elevada oscilação da taxa de câmbio.Considera-se, para este efeito, elevada oscilação da taxa de câmbioaquela superior a percentual determinado pelo Poder Executivo, con-forme comunicação editada através de Portaria do Ministério da Fa-zenda.A opção pelo regime de competência deverá ser comunicada à Secre-taria da Receita Federal do Brasil por intermédio da Declaração deDébitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) relativa ao mês deadoção do regime, não sendo admitida a sua retificação, para tal co-municação, fora do prazo de entrega.O retorno ao regime de caixa no decorrer do ano-calendário deveráser informado à RFB por intermédio da DCTF relativa ao mês subse-quente ao da publicação da Portaria Ministerial que comunicar a osci-lação da taxa de câmbio.Sobre o assunto, recomendamos a leitura do Trabalho divulgado noVolume 6 do Curso Prático de IRPJ/2012.

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ATIVIDADES IMOBILIÁRIASNas atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e cons-trução de imóveis, as variações monetárias ativas serão reconhecidassegundo as normas constantes das Instruções Normativas SRF 84,de 1979, 23, de 1983, e 67, de 1988, examinadas no Módulo 9 doCurso Prático do IRPJ 2008.

2.4. VALORES NÃO ACRESCIDOS À BASE DE CÁLCULODe acordo com a legislação vigente, não integram a base de cálculo do impostomensal:a) os rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicação financeira de

renda fixa e de renda variável;b) as recuperações de créditos que não representem ingressos de novas recei-

tas;c) a reversão de saldos de provisões anteriormente constituídas;d) os lucros e dividendos decorrentes de participações societárias avaliadas

pelo custo de aquisição;e) a contrapartida do ajuste por aumento do valor de investimentos avaliados

pelo método da equivalência patrimonial;f) os juros sobre o capital próprio auferidos;g) os valores recebidos dos Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao

ICMS e ao ISS, no âmbito de programas de concessão de crédito, de quetrata o artigo 4º da Lei 11.945/2009;

h) os créditos presumidos de IPI, apurados pelas empresas habilitadas ao Ino-var-Auto, de que trata o artigo 41 da 12.715/2012.

2.4.1. Receitas de Aplicações FinanceirasOs rendimentos e ganhos líquidos decorrentes de aplicações finan-ceiras de renda fixa e de renda variável somente serão consideradosna determinação da base de cálculo estimada quando NÃO tiveremsido submetidos à incidência do IR/Fonte ou ao recolhimento mensalem separado.

3. CÁLCULO DO IMPOSTO MENSALAs pessoas jurídicas em geral determinarão o Imposto de Renda a pagar aplicando,sobre a base de cálculo determinada da forma examinada no item 2, as seguintes alí-quotas:Alíquota básica:15% – aplicável sobre o total da base de cálculo apurada em cada mês;

Alíquota do adicional:10% – aplicável sobre a parcela da base de cálculo que ultrapassar, em cada mês, olimite de R$ 20.000,00.

3.1. LUCRO INFLACIONÁRIO DAS CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOSO lucro inflacionário acumulado, até 31 de dezembro de 1987, das concessio-nárias de serviços públicos de energia elétrica e de telecomunicações, dasempresas de saneamento básico e das empresas que exploram a atividade detransporte coletivo, observadas as legislações pertinentes, será tributado à alí-quota de 6%.

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4. DEDUÇÕES DE INCENTIVOS FISCAISDesde que observados os limites e prazos fixados na legislação vigente, a pessoa jurí-dica poderá deduzir, do IRPJ mensal calculado à alíquota de 15%, os incentivos fiscaisreferentes a:– Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT);– Atividades Culturais ou Artísticas;– Produção de obras e projetos audiovisuais;– Aquisição de quotas do Funcines;– Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente;– Fundos Nacional, Estaduais e Municipais do Idoso;– Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica-Pronon;– Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência-Pro-

nas/PCD;– Programa de Cultura do Trabalhador-Vale-cultura;– Atividades de Caráter Desportivo e Paradesportivo; e– Prorrogação da Licença-Maternidade.

4.1. LIMITES DE DEDUÇÃOOs limites para deduções do Imposto de Renda devido são os seguintes:

Deduções Específico%

Global%

Atividades Culturais ou Artísticas

Produção de obras e projetos audiovisuaisPatrocínio a projeto audiovisuais

ouAquisição de quotas do Funcines

4

34

3

4

Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) 4 –

Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente 1 –

Fundos do Idoso 1 –

Atividades de Caráter Desportivo e Paradesportivo 1 –

Prorrogação da Licença-maternidadeConforme Decreto 7.052/2009, que regulamentou a Lei 11.770/2008, observa-das as normas complementares da Instrução Normativa 991 RFB/2010, a pes-soa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir do imposto devido,em cada período de apuração, o total da remuneração da empregada pago noperíodo de prorrogação de sua licença-maternidade, vedada a dedução comodespesa operacional. A dedução fica limitada ao valor do imposto devido emcada período de apuração.

Sobre a dedução de incentivos fiscais, ver trabalho específico divulgado noVolume 12 do Curso Prático de 2013.

5. COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO PAGO OU RETIDOA empresa pode deduzir do imposto apurado em cada mês o Imposto de Renda pago ouretido na fonte sobre receitas que integraram a base de cálculo correspondente. Por-tanto, pode ser compensado o imposto que incidiu, dentre outros rendimentos, sobre:a) receitas de prestação de serviços caracterizadamente de natureza profissional,

segundo a norma específica;

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b) comissões, corretagens ou qualquer outra remuneração pela representação co-mercial ou pela mediação na realização de negócios civis ou mercantis;

c) comissões sobre as vendas de passagens, excursões ou viagens;d) receitas de serviços de propaganda e publicidade, prestados por agências de pro-

paganda;e) receitas da prestação de serviços de limpeza e conservação de imóveis, de segu-

rança, de vigilância e de locação de mão de obra;f) receitas da prestação de serviços de administração de distribuição de refeições

pelo sistema de refeição-convênio, e de administração de cartões de crédito;g) receitas da prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão

de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber;Se o valor do imposto pago ou retido for superior ao IRPJ mensal o excesso poderá sercompensado com o imposto mensal devido nos meses subsequentes.

5.1. IMPOSTO DE RENDA RETIDO POR ÓRGÃOS E ENTIDADES FEDERAISA Lei 9.430/96, através de seu artigo 64, introduziu na legislação tributária a sis-temática de retenção na fonte dos tributos e contribuições devidos por pessoasjurídicas que forneçam bens ou prestem serviços em geral a órgãos, autarquiase fundações da administração pública federal.A obrigatoriedade dessa retenção, aplicável aos pagamentos efetuados a partirde 1-1-97, alcança o IRPJ, a CSLL, o PIS/Pasep e a Cofins.A partir de 1º de fevereiro de 2004, por força do artigo 34 da Lei 10.833/2003,também ficaram obrigadas a efetuar essa retenção as seguintes entidades daadministração pública federal:a) empresas públicas;b) sociedades de economia mista; ec) demais entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maio-

ria do Capital Social com direito a voto, e que dela recebam recursos doTesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentá-ria e financeira na modalidade total no Sistema Integrado de AdministraçãoFinanceira do Governo Federal (Siafi).

O valor a reter será determinado mediante a aplicação, sobre o montante a serpago, do percentual identificado no Anexo I da Instrução Normativa 1.234RFB/2012, e alterações posteriores, correspondente à soma das alíquotas doImposto de Renda, da CSLL, da Cofins e do PIS/Pasep.Portanto, a empresa pode deduzir, do IRPJ mensal apurado, o valor do impostoretido na fonte pelo órgão ou entidade que efetuou o pagamento.

5.2. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FORMA DO ARTIGO 29 DA LEI 10.833/2003Por força do artigo 29 da Lei 10.833/2003, estão sujeitas ao desconto do Impostode Renda na fonte, à alíquota de 1,5%, as importâncias pagas ou creditadas porpessoas jurídicas a título de prestação de serviços a outras pessoas jurídicas queexplorem as atividades de prestação de serviços de assessoria creditícia, merca-dológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar ea receber, inclusive quando prestados por empresas de factoring.Os valores retidos serão considerados como antecipação dos que forem devi-dos pelo contribuinte que sofreu a retenção em relação ao Imposto de Renda.Portanto, a empresa prestadora do serviço pode deduzir, do IRPJ mensal apu-rado, o valor do imposto retido na fonte pela pessoa jurídica que efetuou o paga-mento.

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6. IMPOSTO PAGO A MAIOR OU INDEVIDAMENTEÉ permitido deduzir, do imposto apurado no mês o Imposto de Renda pago indevida-mente ou a maior em períodos anteriores.

7. APLICAÇÃO EM INCENTIVOS FISCAIS REGIONAISA Medida Provisória 634/2013 prorrogou, até 31-12-2017, a possibilidade de a pessoajurídica ou grupos de empresas coligadas de que trata o artigo 9º da Lei 8.167/91, alte-rado pela Medida Provisória 2.199-14/2001, que, isolada ou conjuntamente, dete-nham, pelo menos, 51% do capital votante de sociedade titular de projetos nas áreasde atuação da Sudam e da Sudene, aprovados e em processo de implantação até o dia2-5-2001, enquadrados em setores da economia considerados, pelo Poder Executivo,prioritários para o desenvolvimento regional, que sejam beneficiários das aplicaçõesno Finor e no Finam, optar pela aplicação de parte do Imposto de Renda em investi-mentos regionais.As aplicações somente poderão ser efetuadas até o final do prazo previsto para aimplantação dos respectivos projetos, desde que estejam em situação de regulari-dade, cumpridos todos os requisitos previstos e os cronogramas aprovados.A opção por aplicar parte do imposto no Finor e no Finam fica extinta a partir de 1º dejaneiro de 2018.

7.1. OPÇÃO NO CURSO DO ANO-CALENDÁRIOA opção poderá ser manifestada na DIPJ ou no curso do ano-calendário nasdatas de pagamento do imposto com base no lucro estimado apurado mensal-mente ou no lucro real apurado trimestralmente.A opção no curso do ano-calendário será manifestada mediante o recolhi-mento, por meio de Darf específico, de parte do imposto de valor equivalente aaté 6% para o Finor e Finam.Sem prejuízo do limite específico para cada incentivo, o conjunto das aplica-ções em favor do Finor e do Finam não pode exceder, em cada período de apu-ração, a 10%, incluídas as deduções compulsórias de 2,4% em favor do Pro-grama de Integração Nacional (PIN) e de 1,6% do Programa de Redistribuiçãode Terras e de Estímulo à Agroindústria do Norte e do Nordeste (Proterra).

7.1.1. Códigos do DarfOs códigos do Darf para recolhimento das aplicações relativas aoImposto de Renda devido sob a forma de estimativa são:

IRPJ – Finor – Estimativa – Opção art. 9º Lei 8.167/91 9017

IRPJ – Finam – Estimativa – Opção art. 9º Lei 8.167/91 9032

7.1.2. Opção IrretratávelA opção manifestada na forma no curso do ano-calendário é irretratá-vel, não podendo ser alterada.Se os valores destinados para os fundos excederem o total a que apessoa jurídica tiver direito, apurado na DIPJ, a parcela excedenteserá considerada como recursos próprios aplicados no respectivoprojeto.Na hipótese de pagamento a menor de imposto em virtude de excessode valor destinado para os fundos, a diferença deverá ser paga comacréscimo de multa e juros, calculados de conformidade com a legis-lação do Imposto de Renda.

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7.1.3. Sociedade em Conta de ParticipaçãoA opção para aplicar parcela do imposto em investimentos regionais,correspondente à Sociedade em Conta de Participação (SCP), seráefetuada pelo sócio ostensivo, em sua própria DIPJ.

7.2. BASE DE CÁLCULO DOS INCENTIVOSA base de cálculo dos incentivos fiscais regionais será determinada do seguintemodo:(+) Imposto de Renda devido à alíquota de 15%(+) Imposto de Renda a pagar de SCP(–) Atividades Culturais e Artísticas (Lei 8.313/91, artigos 18, 25 e 26, com as

alterações do artigo 1º da Lei nº 9.874, de 1999, e da MP 2.228-1/2001)(–) Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT)(–) Produção de obras e projetos audiovisuais(–) Aquisição de quotas dos Funcines(–) Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente(–) Atividades de Caráter Desportivo e Paradesportivo(–) Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon)(–) Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Defi-

ciência (Pronas/PCD)(–) Programa de Cultura do Trabalhador (Vale-cultura)(–) Prorrogação da Licença-maternidade(–) Fundos Nacional, Estaduais e Municipais do Idoso(=) Base de Cálculo do Incentivo

8. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDOOs contribuintes que pagarem o Imposto de Renda mensal com base na receita bruta eacréscimos deverão recolher a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a cada mês,também sob a forma de estimativa. Mantidas a base de cálculo e a alíquota previstasna legislação específica, aplicam-se à CSLL os mesmos períodos de apuração e for-mas de pagamento estabelecidos para o Imposto de Renda das pessoas jurídicas.

8.1. BASE DE CÁLCULO DA CSLLA base de cálculo estimada da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devecorresponder à soma dos seguintes valores:a) o valor resultante da aplicação, sobre a receita bruta da atividade, dos per-

centuais fixados pelo artigo 20 da Lei 9.249/95, e suas alterações;b) os ganhos de capital, demais receitas e os resultados positivos correspon-

dentes a receitas não abrangidas pela letra “a”.

8.1.1. Percentuais Aplicáveis sobre a Receita Bruta Mensal

ATIVIDADE %

Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gásnatural

12

Revenda de mercadorias

Venda de produtos de fabricação própria

Instituições Financeiras e empresas equiparadas

Industrialização por encomenda (material fornecido pelo encomendante)

Atividade rural

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ATIVIDADE %

Representação comercial por conta própria

12

Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou adqui-ridos para revenda

Execução de obras da construção civil com emprego de materiais

Serviços de transporte

Serviços hospitalares

Serviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patoló-gica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas

Outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços

Prestação de serviços relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas

32

Intermediação de negócios (inclusive representação comercial por conta de terceiros e cor-retagem de seguros, imóveis e outros)

Administração, locação ou cessão de bens móveis e imóveis (exceto a receita de aluguéis,quando a pessoa jurídica não exercer a atividade de locação de imóveis)

Administração de consórcios de bens duráveis

Cessão de direitos de qualquer natureza

Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra

Prestação de serviços em geral

Factoring

ATIVIDADES DIVERSIFICADASA pessoa jurídica que exerça atividades diversificadas deverá segregaras receitas oriundas de cada atividade e aplicar o percentual respec-tivo, para efeito de determinação da base de cálculo mensal da CSLL.

SOCIEDADES COOPERATIVASAs sociedades cooperativas (exceto as de consumo de que trata oartigo 69 da Lei 9.532/97) que obedecerem ao disposto na legislaçãoespecífica, relativamente aos atos cooperativos, ficam isentas daContribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).Portanto, havendo atos com associados e não associados, a socie-dade cooperativa deve destacar, em sua escrituração contábil, asreceitas de operações da atividade própria daquelas decorrentes deatos NÃO cooperativos legalmente permitidos.Na apuração da CSLL devida a cada mês, a sociedade cooperativadeve proceder da seguinte forma:a) aplicar, sobre a receita bruta das operações com não associados, o

percentual correspondente à atividade;b) acrescer, à parcela apurada na forma da letra “a”, os ganhos de

capital, demais receitas e os resultados positivos correspondentesa receitas não abrangidas pela letra “a”.

RECEITA FINANCEIRA DE EMPRESAS IMOBILIÁRIASNo caso de pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relati-vas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção deprédios destinados à venda, bem como venda de imóveis construídosou adquiridos para a revenda, também será aplicado o percentualde 12% sobre a receita financeira quando decorrente da comercializa-ção de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes pre-vistos em contrato.

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8.2. ACRÉSCIMOS À BASE DE CÁLCULO DA CSLLDevem compor a base de cálculo estimada da CSLL, no mês em que foremauferidos, dentre outros:a) os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de

renda fixa e de renda variável;b) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas

jurídicas e entre pessoas jurídicas e pessoas físicas;c) os ganhos de capital nas alienações de bens e direitos do Ativo Não Circu-

lante (Investimento, Imobilizado e Intangíveis);d) os ganhos de capital nas alienações de ouro não considerado ativo financeiro;e) os ganhos de capital auferidos nas alienações de participações societárias

permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participaçõessocietárias que permanecerem no ativo da pessoa jurídica até o término doano-calendário seguinte ao de suas aquisições;

f) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge), realizadas em bol-sas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

g) a receita da locação de imóveis, quando não for este o objeto social da pes-soa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;

h) os juros equivalentes à taxa referencial Selic, acumulada mensalmente, e de1% no mês da compensação ou da restituição, relativos a impostos e contri-buições pagos a maior ou indevidamente;

i) os juros e indenizações por lucros cessantes, decorrentes de sentençasjudiciais;

j) os juros ativos, não decorrentes de aplicações financeiras;l) as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurí-

dica, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;m) as variações monetárias ativas;n) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos

de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinhei-ro ou o valor dos bens e direitos que tenham sido entregues para a formaçãodo referido patrimônio;

o) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital de bens e direitos.Sobre os acréscimos à base de cálculo da CSLL, veja, ainda, o item 10 destetrabalho.

8.3. ALÍQUOTAA alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é de:– 15%, para as pessoas jurídicas de seguros privados, de capitalização, ban-

cos de qualquer espécie, distribuidoras de valores mobiliários, corretoras decâmbio e de valores mobiliários, sociedades de crédito, financiamento einvestimentos, sociedades de crédito imobiliário, administradoras de car-tões de crédito, sociedades de arrendamento mercantil, cooperativas decrédito e associações de poupança e empréstimo;

– 9%, no caso das demais pessoas jurídicas.

8.4. BÔNUS DE ADIMPLÊNCIA FISCALAs pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real ou presumido, adimplen-tes com os tributos e contribuições administrados pela Secretaria da ReceitaFederal do Brasil (RFB) nos últimos cinco anos-calendário, poderão beneficiar-se do bônus de 1% instituído pelo artigo 38 da Lei 10.637/2002. No caso de

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empresas enquadradas no regime de estimativa, o bônus será deduzido daCSLL devida apurada no ajuste anual de 31 de dezembro.Essa matéria encontra-se examinada de forma mais detalhada no Volume 12do Curso Prático do IRPJ/2011, no trabalho “Provisão para a CSLL”.

8.5. CSLL RETIDA POR ÓRGÃOS E ENTIDADES FEDERAISA pessoa jurídica poderá compensar, com a CSLL mensal apurada, os valoresda CSLL retidos na fonte por órgão, autarquia ou fundação da administraçãopública federal, quando do pagamento de valores relativos ao fornecimento debens ou serviços, na forma estabelecida pelo artigo 64 da Lei 9.430/96, regula-mentado pela Instrução Normativa 1.234 RFB, de 11-1-2012, e alterações pos-teriores.Também poderá ser compensada a CSLL retida na fonte por força do artigo 34da Lei 10.833/2003, nos pagamentos dessa natureza, efetuados por:a) empresas públicas;b) sociedades de economia mista; ec) demais entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maio-

ria do Capital Social com direito a voto, e que dela recebam recursos doTesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentá-ria e financeira na modalidade total no Sistema Integrado de AdministraçãoFinanceira do Governo Federal (Siafi).

8.6. CSLL RETIDA NA FORMA DO ARTIGO 30 DA LEI 10.833/2003De acordo com o artigo 30 da Lei 10.833/2003 e a Instrução Normativa 459SRF/2004, sujeitam-se à retenção na fonte da CSLL, da Cofins e do PIS/Pasepos seguintes pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoasjurídicas de direito privado:a) pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segu-

rança, vigilância, transporte de valores e locação de mão de obra;b) pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão

de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber;c) pela prestação de serviços profissionais.Essas retenções deverão ser efetuadas sem prejuízo da retenção do IR/Fonteàs alíquotas específicas.O valor retido da CSLL, da Cofins e do PIS/Pasep será determinado mediante aaplicação, sobre o montante a ser pago, do percentual de 4,65%, correspon-dente à soma das alíquotas de 1%, 3% e 0,65%, respectivamente.Por força da Lei 10.925/2004, a retenção somente incide sobre pagamentos devalor superior a R$ 5.000,00.Ocorrendo mais de um pagamento no mesmo mês à mesma pessoa jurídicadeverá ser efetuada a soma de todos os valores pagos no mês para efeito decálculo do limite de retenção, compensando-se o valor retido anteriormente.Portanto, quando for o caso, a pessoa jurídica poderá compensar os valores daCSLL retidos na fonte na forma do artigo 30 da Lei 10.833/2003, com o valor daCSLL mensal apurada.

8.7. CSLL RETIDA NA FORMA DO ARTIGO 33 DA LEI 10.833/2003De acordo com o artigo 33 da Lei 10.833/2003 e a Instrução Normativa 475SRF/2004, estão sujeitos à retenção na fonte da CSLL, da Cofins e doPIS/Pasep os pagamentos efetuados às pessoas jurídicas de direito privado,pelo fornecimento de bens ou pela prestação de serviços em geral, inclusive

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obras, pelos órgãos da administração direta, autarquias, e fundações da admi-nistração pública do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, que firma-rem convênios com a União na forma da Portaria 1.454 SRF/2004.O valor da retenção será determinado mediante a aplicação do percentual de4,65% sobre o valor bruto do documento fiscal, correspondente à soma das alí-quotas de 1%, 3% e 0,65%.Portanto, quando for o caso, a pessoa jurídica poderá compensar os valores daCSLL retidos na fonte na forma do artigo 33 da Lei 10.833/2003, com o valor daCSLL mensal apurada.

8.8. CSLL PAGA A MAIOR OU INDEVIDAMENTEÉ permitido deduzir, da CSLL apurada no mês, a CSLL paga indevidamente oua maior em períodos anteriores.

8.9. DEDUÇÃO DE CRÉDITO POR INDÚSTRIAS ADQUIRENTES DE BENS NOVOSO Governo Federal, com o objetivo de incentivar a indústria de bens de capital,concedeu, através da Lei 11.051/2004, com alteração da Lei 11.774/2008,benefício de desconto de crédito na apuração da Contribuição Social sobre oLucro Líquido das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, nas con-dições especificadas a seguir.

8.9.1. Pessoa Jurídica BeneficiáriaPoderá beneficiar-se do crédito da CSLL a pessoa jurídica que adqui-riu, no período de 1º de outubro de 2004 a 31 de dezembro de 2010,máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, relacio-nados no Anexo do Decreto 6.909/2009, destinados ao Ativo Imobili-zado e empregados em seu processo industrial.

8.9.2. Cálculo do CréditoO crédito será calculado à razão de 25% sobre a depreciação contábildos referidos bens.

8.9.3. Período de Gozo do BenefícioA empresa poderá beneficiar-se do crédito a partir do mês em que o bementrar em operação até o final do quarto ano-calendário subsequenteàquele a que se referir o mencionado mês.

8.9.4. Momento da Utilização do CréditoO crédito será deduzido do valor da CSLL apurada, no regime trimes-tral ou anual.É admitido utilizar o crédito no pagamento mensal por estimativa,sendo que, nesse caso, o crédito a ser efetivamente utilizado está limi-tado à CSLL apurada no encerramento do período de apuração.

8.9.5. Limite da UtilizaçãoA utilização do crédito está limitada ao saldo da CSLL a pagar, apu-rada trimestral ou anualmente, não gerando a parcela excedente, emqualquer hipótese, direito a restituição, compensação, ressarcimentoou aproveitamento em períodos de apuração posteriores.

8.9.6. Hipótese de Vedação do BenefícioÉ vedada a utilização do crédito no regime trimestral ou anual, bemcomo nos balancetes de suspensão/redução, na hipótese de a pessoa

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jurídica não compensar base de cálculo negativa de períodos anterio-res existente ou o fizer em valor inferior ao admitido na legislação.

8.9.7. Pagamento Posterior da Parcela DeduzidaA partir do quinto ano-calendário subsequente ao ano em que se ini-ciou o incentivo, a pessoa jurídica deverá adicionar o crédito anterior-mente utilizado à CSLL devida nesse período. Portanto, o créditodeduzido no primeiro ano deverá ser adicionado no quinto ano, o dosegundo ano, no sexto, e assim sucessivamente até serem tributadostodos os valores anteriormente utilizados a título de crédito.A parcela a ser adicionada será devida pelo seu valor integral, aindaque a pessoa jurídica apure, no período, base de cálculo negativa daCSLL.

8.9.8. Mudança de Forma de TributaçãoA pessoa jurídica que deixar de ser tributada com base no lucro realdeverá adicionar os créditos da CSLL, aproveitados anteriormente, aovalor da mencionada contribuição devido relativamente ao primeiroperíodo de apuração do novo regime de tributação adotado.A legislação prevê que no caso de opção pelo Simples, de que trataa Lei 9.317/96, o crédito da CSLL, aproveitado anteriormente, deveser recolhido em separado, em quota única, até o último dia útil dejaneiro do ano-calendário correspondente aos efeitos dessa opção.Embora não haja disposição expressa nesse sentido, entendemosque o mesmo tratamento será aplicado à empresa que optar pelo Sim-ples Nacional, instituído pela Lei Complementar 123/2006.

8.9.9. Extinção da Pessoa JurídicaEm caso de extinção, a pessoa jurídica deverá recolher, em quotaúnica, os créditos da CSLL aproveitados anteriormente até o últimodia útil do mês subsequente ao evento.

8.9.10. Alienação dos Bens que Geraram o BenefícioNa hipótese de alienação dos bens mencionados no subitem 8.9.1, ovalor total dos créditos aproveitados anteriormente deverá ser reco-lhido, em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao daalienação ou ser adicionado ao valor da CSLL devida no período deapuração em que ocorrer a alienação.

8.9.11. ExemploA Indústria Motta S/A, enquadrada no regime de lucro real anual em2014, adquiriu para o seu Ativo Imobilizado, em 2-1-2010, um cami-nhão de carga novo, à vista, no valor de R$ 871.200,00. Sabe-se,ainda, que:a) o bem foi colocado imediatamente em uso;b) o tempo de vida útil do veículo é fixado em 4 anos (depreciação à

taxa de 25% a. a.);c) a empresa não tem direito ao bônus de 1% a que se refere o sub-

item 8.4 deste trabalho;d) a CSLL estimada de janeiro/2014, apurada com base na receita

bruta e acréscimos, é de R$ 130.906,51.

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DEPRECIAÇÃO PROPORCIONAL:Taxa Anual: 25%

Taxa Proporcional:25%

12= 2,0833% de R$ 871.200,00 = R$ 18.149,71

CSLL A PAGARValor devido apurado no mês de janeiro/2014 .............R$ 130.906,51

UTILIZAÇÃO DO CRÉDITO DA CSLL25% de R$ 18.149,71.................................................(R$ 4.537,43)SALDO DA CSLL A PAGAR .......................................R$ 126.369,08

ESTE EXEMPLO NÃO ESTÁ COORDENADO COM A APLICAÇÃOPRÁTICA DESTE LIVRO.

9. PRAZO DE RECOLHIMENTO MENSAL DO IRPJ E DA CSLLO Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das empresasenquadradas no regime de estimativa devem ser recolhidos até o último dia útil do mêssubsequente ao de ocorrência dos respectivos fatos geradores.

9.1. CÓDIGOS DO DARFOs recolhimentos mensais serão efetuados mediante Darf com a utilização dosseguintes códigos:

Denominação Código do Darf

IRPJ

– Entidades Financeiras 2319

– Demais Empresas Obrigadas ao Lucro Real 2362

– Empresas NÃO Obrigadas ao Lucro Real 5993

– Ganhos em Aplicações de Renda Variável 3317

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO

– Entidades Financeiras 2469

– Demais Empresas 2484

10. REFLEXOS DA EXTINÇÃO DO RTTO Regime Tributário de Transição (RTT) foi instituído com a finalidade de neutralizar osefeitos das mudanças na escrituração contábil determinadas pelas Leis 11.638/2007 e11.941/2009.O RTT será extinto a partir de 1-1-2015, conforme dispõe a Medida Provisória 627/2013 que, além dessa revogação, estabelece um novo tratamento fiscal, entre outros,em relação à apuração da receita bruta, percentual de lucratividade e apuração doganho de capital na alienação de bens e direitos.As normas dispostas na MP 627/2013 poderão ser utilizadas já a partir do ano-calen-dário de 2014. No entanto, e antecipação implica na obediência, conforme o caso, atodas as regras estabelecidas nos artigos 1º a 66 da MP e terá em caráter irretratável.A Secretaria da Receita Federal do Brasil definirá a forma, o prazo e as condições daopção pela antecipação para o ano-calendário de 2014 das adequações da legislaçãotributária aos novos critérios contábeis.

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10.1. CONCEITO DE RECEITA BRUTAA pessoa jurídica que optar pela aplicação das normas da Medida Provisória627/2013 já no ano-calendário de 2014 deverá considerar como receita bruta:a) o produto da venda de bens na operação de conta própria;b) o preço da prestação de serviços em geral;c) o resultado auferido nas operações de conta alheia; ed) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não mencio-

nadas nas letras “a” a “c” anteriores.Na receita bruta, não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, desta-cadamente, do comprador ou contratante, pelo vendedor dos bens ou peloprestador dos serviços na condição de mero depositário.Entretanto, na receita bruta, incluem-se os tributos sobre ela incidentes e osvalores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII docaput do artigo 183 da Lei 6.404/76, das operações.

10.2. PERCENTUAL DE LUCRATIVIDADEA MP 627 fixou em 32%, o percentual a ser utilizado no caso de prestação deserviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento deinfraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviços públicos, parafins de apuração da base de cálculo estimada do IRPJ.No caso de contrato de concessão de serviços públicos em que a concessioná-ria reconhece como receita o direito de exploração recebido do poder conce-dente, o resultado decorrente desse reconhecimento não integrará as bases decálculo estimadas do IRPJ e da CSLL apuradas com base na receita bruta eacréscimos, exceto na hipótese de suspensão ou redução do pagamentodevido em cada mês.

10.3. ACRÉSCIMOS ÀS BASES DE CÁLCULO DO IRPJ E DA CSLLDeverão ser acrescidos às bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, os ganhos decapital, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitasnão abrangidas pelo subitem 10.1, com os respectivos valores decorrentes doajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do artigo 183 da Lei6.404/76.

10.3.1. Ganho de CapitalO ganho de capital nas alienações de investimentos, imobilizados eintangíveis corresponderá à diferença positiva entre o valor da aliena-ção e o respectivo valor contábil. Poderão ser considerados no valorcontábil, e na proporção deste, os respectivos valores decorrentesdos efeitos do ajuste a valor presente de que trata o inciso III do caputdo artigo 184 da Lei 6.404/76.Os ganhos decorrentes de avaliação de ativo ou passivo com base novalor justo não integrarão a base de cálculo do imposto, no momentoem que forem apurados. Nesta hipótese, os ganhos e perdas decor-rentes de avaliação do ativo com base em valor justo não serão consi-derados como parte integrante do valor contábil, excetuando-se osganhos que tenham sido anteriormente computados na base de cál-culo do imposto.

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11. APLICAÇÃO PRÁTICAEmpresa com atividade de revenda e manutenção de máquinas industriais, optantepelo regime de estimativa no ano-calendário de 2014, recolherá o IRPJ e a CSLLrelativos a janeiro com base na receita bruta e acréscimos, da forma demonstrada aseguir:

Dados R$

Receita da revenda de mercadorias 573.221,23

Devolução de venda (61.322,67)

511.898,56

Receita da prestação de serviços 187.661,71

CSLL retida na fonte na forma do artigo 30 da Lei 10.833/2003 1.364,81

Ganho na venda de veículo 34.120,32

Juros recebidos de clientes 20.472,18

Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixaIR/Fonte s/rendimentos: R$ 8.530,08

42.650,38

Dedução de Incentivo Fiscal – PAT:Refeições fornecidas no período: 4.961Custo médio efetivo por refeição: R$ 5,55Total das despesas com refeições: R$ 5,55 x 4.961 = 27.533,55

11.1. DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTOO lucro estimado será determinado da seguinte forma:

Receitas das atividades no mês de janeiro/2014– Revenda de mercadorias8% de R$ 511.898,56..................................R$ 40.951,88– Receita de prestação de serviços32% de R$ 187.661,71..................................R$ 60.051,75Lucro Estimado .........................................................................R$ 101.003,63Ganho de capital e demais receitas– Ganho na venda de veículo........................R$ 34.120,32– Juros de clientes.........................................R$ 20.472,18 R$ 54.592,50Base de cálculo do imposto mensal ...........................................R$ 155.596,13

11.2. CÁLCULO DO IMPOSTO A PAGARO Imposto de Renda a pagar relativo ao mês de janeiro de 2014 será calculadodo seguinte modo:Valor do Imposto de Renda15% de R$ 155.596,13..................................R$ 23.339,4210% de R$ 135.596,13(R$ 155.596,13 – R$ 20.000,00).....................R$ 13.559,61 R$ 36.899,03Dedução do PAT ..................................................................(–) R$ 933,58Valor do Imposto devido ............................................................R$ 35.965,45

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Cálculo do valor da dedução do PAT:

VALOR TOTAL DO INCENTIVO LIMITE INDIVIDUAL

Total das despesas com refeições:R$ 5,55 x 4.961 = R$ 27.533,55

4% de R$ 23.339,42 = R$ 933,58Base de cálculo do incentivo:R$ 1,99 (*) x 4.961 = R$ 9.872,39

Valor do incentivo:15% de R$ 9.872,39 = R$ 1.480,86

Excesso de incentivo do PAT:R$ 1.480,86 – R$ 933,58 = R$ 547,28

(*) O STJ – Superior Tribunal de Justiça, através do Recurso Especial 990.313, de 19-2-2008,entendeu que a Portaria Interministerial 326 MF-MTb-MS/77 e a Instrução Normativa 143SRF/86, ao fixarem os custos máximos para as refeições individuais como condição aogozo do incentivo fiscal previsto na Lei 6.321/76, violaram o princípio da legalidade e da hie-rarquia das leis, porque extrapolaram os limites do poder regulamentar. A PGFN, atravésdo Ato Declaratório 13 PGFN/2008, autorizou a dispensa de apresentação de contestação,de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fun-damento relevante nas ações judiciais que discutam a legalidade da fixação de valoresmáximos para refeições oferecidas no âmbito do PAT, através da Portaria Interministerial326 MTB-MF-MS/77 e da Instrução Normativa 143 SRF/86, para fins de cálculo do incen-tivo fiscal previsto na Lei 6.321/76.

11.3. DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIALA base de cálculo da CSLL relativa ao mês de janeiro de 2014 será determinadada seguinte forma:Receitas das atividades no mês de janeiro/2014– Revenda de mercadorias12% de R$ 511.898,56 .............................................................R$ 61.427,83– Receita de prestação de serviços32% de R$ 187.661,71 .............................................................R$ 60.051,75Base de cálculo da CSLL (I) ......................................................R$ 121.479,58Ganho de capital e demais receitas– Ganho na venda de veículo........................R$ 34.120,32– Juros de clientes.........................................R$ 20.472,18– Rendimentos de aplicações de renda fixa ....R$ 42.650,38 R$ 97.242,88Base de cálculo da CSLL (II) ......................................................R$ 218.722,46

11.4. CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL A PAGARA CSLL a pagar relativa ao mês de janeiro de 2014 será calculada do seguintemodo:

9% de R$ 218.722,46 ................................................................R$ 19.685,02Compensação da CSLL retida na fonte s/valor recebidopela prestação do serviço.........................................................(R$ 1.364,81)Valor da CSLL estimada a pagar................................................R$ 18.320,21

ESTE EXEMPLO DEVE SER CONSIDERADO ISOLADAMENTE, NÃO ESTAN-DO COORDENADO COM OS DEMAIS EXEMPLOS APRESENTADOS NES-TE LIVRO.

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FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei 7.689, de 15-12-88 (Informativos 49 e 51/98);– Lei 7.730, de 1989, artigo 28 (Informativos 03 e 05/98);– Lei 8.167, de 16-1-91 (Informativo 03/91);– Lei 8.541, de 23-12-92 (Informativo 52/95);– Lei 8.981, de 20-1-95 (Informativo 04/95);– Lei 9.065, de 20-6-95 (Informativos 25 e 27/95);– Lei 9.249, de 26-12-95 (Informativo 52/95);– Lei 9.316, de 22-11-96 (Informativo 48/96);– Lei 9.430, de 27-12-96 (Informativo 53/96);– Lei 9.532, de 10-12-97 (Informativo 50/97);– Lei 9.718, de 27-11-98 (Informativo 48/98);– Lei 10.637, de 30-12-2002 (Informativo 53/2002);– Lei 10.684, de 30-5-2003 (Informativo 23/2003);– Lei 10.833, de 29-12-2003 (Informativo 53/2003);– Lei 10.865, de 30-4-2004 (Informativo 18/2004);– Lei 10.925, de 23-7-2004 (Informativo 30/2004);– Lei 11.033, de 21-12-2004 (Informativo 50/2004);– Lei 11.051, de 29-12-2004 (Informativo 53/2004);– Lei 11.196, de 21-11-2005 (Informativo 47/2005);– Lei 11.727, de 23-6-2008 (Fascículo 26/2008);– Lei 11.770, de 9-9-2008 (Fascículo 37/2008);– Lei 11.774, de 17-9-2008 (Fascículo 38/2008);– Lei 11.941, de 27-5-2009 (Fascículo 22/2009);– Lei 11.945, de 4-6-2009 (Fascículo 23/2009);– Lei 12.034, de 29-9-2009 (Fascículo 40/2009);– Lei 12.213, de 20-1-2010 (Fascículo 03/2010);– Lei 12.249, de 11-6-2010 (Fascículo 24/2010);– Lei 12.594, de 18-1-2012 – artigos 87 e 88 (Fascículo 03/2012);– Lei 12.715, de 17-9-2012 – Art. 41, §7º (Fascículo 38/2012);– Lei 12.859, de 10-9-2013 (Fascículo 37/2013);– Medida Provisória 627, de 11-11-2013 (Fascículo 46/2013);– Medida Provisória 634, 26-12-2013 (Fascículo 52/2013);– Medida Provisória 2.158-35, de 24-8-2001 (Informativo 35/2001);– Medida Provisória 2.199-14, de 24-8-2001 (Informativo 35/2001);– Medida Provisória 2.228-1, de 6-9-2001 (Informativo 37/2001);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 220 a 229,

231, 395, 470, 475 a 486, § 1º, 495, 498, 541 a 543, 581, 582, 601, 612 e 858 (PortalCOAD);

– Decreto 5.730, de 20-3-2006 (Informativo 12/2006);– Decreto 6.180, de 3-8-2007 (Fascículo 32/2007);– Decreto 6.909, de 22-7-2009 (Fascículo 30/2009);– Decreto 7.052, de 23-12-2009 (Fascículo 53/2009);– Decreto 7.212, de 15-6-2010 (Portal COAD);– Decreto 7.791, de 17-8-2012 (Fascículo 34/2012);– Instrução Normativa 11 SRF, de 21-2-96 (Informativo 08/96);– Instrução Normativa 51 SRF, de 3-11-78 (Informativo 45/78);

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– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 (Informativo 53/97);– Instrução Normativa 152 SRF, de 16-12-98 (Informativo 50/98);– Instrução Normativa 213 SRF, de 7-10-2002 (Informativo 41/2002);– Instrução Normativa 267 SRF, de 23-12-2002 (Informativo 53/2002);– Instrução Normativa 390 SRF, de 30-1-2004 (Informativo 05/2004);– Instrução Normativa 459 SRF, de 18-10-2004 (Informativo 43/2004);– Instrução Normativa 475 SRF, de 6-12-2004 (Informativo 50/2004);– Instrução Normativa 633 SRF, de 22-3-2006 (Informativo 13/2006);– Instrução Normativa 810 RFB, de 21-1-2008 (Fascículo 04/2008);– Instrução Normativa 967 RFB, de 15-10-2009 (Fascículo 42/2009);– Instrução Normativa 973 RFB, de 27-11-2009 (Fascículo 49/2009);– Instrução Normativa 975 RFB, de 7-12-2009 (Fascículo 50/2009);– Instrução Normativa 991 RFB, de 21-1-2010 (Fascículo 19/2010);– Instrução Normativa 1.022 RFB, de 5-4-2010 (Fascículo 14/2010);– Instrução Normativa 1.079 RFB, de 3-11-2010 (Fascículo 44/2010);– Instrução Normativa 1.234 RFB, de 11-1-2012 (Fascículo 02/2012);– Instrução Normativa 1.300 RFB, de 20-11-2012 (Fascículo 47/2012);– Instrução Normativa1.344 RFB, de 9-4-2013 – Instruções de Preenchimento da DIPJ/

2013 (Fascículo 15/2013);– Instrução Normativa 1.353 RFB, de 30-4-2013 (Fascículo 18/2013);– Ato Declaratório Interpretativo 11 RFB, de 5-7-2007 (Fascículo 27/2007);– Ato Declaratório Interpretativo 18 SRF, de 23-10-2003 (Informativo 43/2003);– Ato Declaratório Interpretativo 19 RFB, de 7-12-2007 (Fascículo 50/2007);– Ato Declaratório Interpretativo 26 RFB, de 25-4-2008 (Fascículo 18/2008);– Ato Declaratório Normativo 6 Cosit, de 13-1-97 (Informativo 03/97);– Ato Declaratório Normativo 16 Cosit, de 31-10-2000 (Informativo 45/2000);– Ato Declaratório Normativo 22 Cosit, de 31-10-2000 (Informativo 45/2000);– Ato Declaratório Normativo 51 Cosit, de 1994 (Informativo 39/94);– Ato Declaratório Executivo 8 Corat, de 19-9-2001 (Informativo 38/2001);– Parecer Normativo 77 CST, de 23-10-86 (Informativo 44/86);– Decisão 45 SRRF – 9ª RF, de 27-4-2000 (Informativo 33/2000);– Decisão 105 SRRF – 10ª RF, de 21-9-2000 (Informativo 47/2000);– Decisão 651 SRRF – 6ª RF, de 1997 (Informativo 38/97);– Solução de Divergência 14 Cosit, de 7-8-2003 (Informativo 42/2003);– Solução de Consulta 1 Cosit, de 28-3-2002 (Informativo 14/2002);– Solução de Consulta 4 SRRF – 2ª RF, de 2-2-2003 (Informativo 20/2003);– Solução de Consulta 10 SRRF – 9ª RF, de 12-1-2001 (Informativo 17/2001);– Solução de Consulta 17 SRRF – 1ª RF, de 28-1-2002 (Informativo 9/2002);– Solução de Consulta 22 SRRF – 7ª RF, de 22-1-2004 (Informativo 46/2004);– Solução de Consulta 25 SRRF – 10ª RF, de 14-3-2001 (DO-U de 20-4-2001);– Solução de Consulta 60 SRRF – 8ª RF, de 15-4-2002 (Informativo 39/2002);– Solução de Consulta 71 SRRF – 6ª RF, de 30-4-2001 (Informativo 51/2001);– Solução de Consulta 173 SRRF – 10ª RF, de 24-10-2003 (Informativo 47/2003);– Solução de Consulta 202 SRRF – 6ª RF, de 18-11-2003 (Informativo 20/2003);– Solução de Consulta 292 SRRF – 7ª RF, de 19-11-2001 (Informativo 06/2002);– Perguntas e Respostas RFB – DIPJ/2013 – Capítulo XV.

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REGIME DE ESTIMATIVASuspensão ou Redução do

Pagamento Mensal

No trabalho anterior, examinamos o pagamento mensal do IRPJ e da CSLL com base nareceita bruta e acréscimos. A seguir, analisamos a redução ou suspensão do pagamentomensal, em decorrência do levantamento de balanços ou balancetes intermediários,sistemática que permite ao contribuinte planejar a sua carga tributária no decorrer doano-calendário.

1. BALANÇOS/BALANCETES DE SUSPENSÃO OU REDUÇÃOOs balanços ou balancetes utilizados para suspender ou reduzir o pagamento doimposto mensal deverão ser levantados com observância da legislação comercial efiscal, somente produzirão efeitos para determinação da parcela do Imposto de Rendae da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devidos no decorrer do ano-calendário.A dispensa do pagamento do imposto aplica-se, inclusive, à pessoa jurídica que, atra-vés de balanço ou balancete, comprovar a existência de prejuízo fiscal no mês de janeirodo ano-calendário.O pagamento mensal relativo ao mês de janeiro do ano-calendário poderá ser efetua-do com base em balanço ou balancete mensal, desde que neste fique demonstradoque o imposto devido no período é igual ou inferior ao calculado com base na receitabruta e acréscimos.As empresas que levantarem balanços ou balancetes, para fins de suspensão ou redu-ção do pagamento mensal do IRPJ e/ou da CSLL, devem consolidar as receitas e des-pesas dos meses abrangidos no período em curso, procedendo, em cada apuraçãointermediária, como se fosse no balanço anual.

1.1. DEFINIÇÃO DE PERÍODO EM CURSOConsidera-se período em curso aquele compreendido entre o dia 1º de janeiroou o de início da atividade e o último dia do mês a que se referir o balanço oubalancete.Assim, se a empresa resolver levantar balanços/balancetes em todos os mesesdo ano-calendário, com o objetivo de suspender/reduzir o pagamento mensalcom base na receita bruta e acréscimos, os períodos intermediários serão osseguintes:

Mês a que se refere a Suspensão/Redução Período em curso do Balanço/Balancete

Janeiro 1º a 31 de janeiro

Fevereiro 1º de janeiro a 28 de fevereiro

Março 1º de janeiro a 31 de março

Abril 1º de janeiro a 30 de abril

Maio 1º de janeiro a 31 de maio

Junho 1º de janeiro a 30 de junho

Julho 1º de janeiro a 31 de julho

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Mês a que se refere a Suspensão/Redução Período em curso do Balanço/Balancete

Agosto 1º de janeiro a 31 de agosto

Setembro 1º de janeiro a 30 de setembro

Outubro 1º de janeiro a 31 de outubro

Novembro 1º de janeiro a 30 de novembro

Dezembro 1º de janeiro a 31 de dezembro

Pode ocorrer, também, de a empresa recolher o imposto em alguns meses combase na receita bruta e resolver, em qualquer época do ano-calendário, levan-tar balanço/balancete intermediário para suspender/reduzir o pagamento men-sal do IRPJ e/ou da CSLL.Por exemplo, uma empresa que recolha o imposto dos meses de janeiro a agostocom base na receita bruta e acréscimos resolve levantar balanço/balancete inter-mediário para suspender/reduzir o pagamento referente a setembro. Nesse ca-so, o período intermediário a considerar será de 1º de janeiro a 30 de setembro.Se a mesma empresa recolher o imposto dos meses de outubro e novembro combase na receita bruta e acréscimos e quiser suspender/reduzir o pagamento doimposto relativo a dezembro, deverá levantar novo balanço/balancete interme-diário, dessa vez abrangendo o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro.

1.2. TRIBUTAÇÃO COM BASE NO LUCRO REALNos balanços/balancetes de suspensão ou redução, a pessoa jurídica deveráseguir todas as regras da legislação comercial e fiscal que estiverem em vigorno respectivo período de apuração.

1.3. APURAÇÃO DO LUCRO REALO resultado apurado em cada balanço ou balancete de suspensão/reduçãodeverá ser ajustado por todas as adições exigidas e exclusões e compensa-ções admitidas pela legislação do Imposto de Renda, exceto, nos balanços oubalancetes levantados de janeiro a novembro, as seguintes adições:a) dos lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior;b) das parcelas decorrentes da observância da sistemática de Preços de

Transferência.No Volume 11 do Curso Prático do IRPJ/2013, encontram-se especificados osajustes ao lucro líquido que devem ser realizados para efeito de apuração dolucro real.

1.3.1. Utilização do LalurA demonstração do lucro real relativa a cada período abrangido pelobalanço/balancete de suspensão ou redução deverá ser transcrita noLivro de Apuração do Lucro Real (Lalur), observando-se:– a cada balanço ou balancete levantado para fins de suspensão ou

redução do Imposto de Renda, o contribuinte deverá determinarum novo lucro real, desconsiderando as apurações procedidas emmeses anteriores do mesmo ano-calendário;

– as adições, exclusões e compensações, computadas na apuraçãodo lucro real de cada período em curso, deverão constar, discrimi-nadamente, na Parte “A” do Lalur, sendo os registros na Parte “B”do referido livro realizados somente no encerramento do ano-ca-lendário.

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A não escrituração do Lalur, até a data fixada para pagamento doimposto do respectivo mês, implicará a desconsideração do balançoou do balancete para efeito de suspensão ou redução, ensejando aaplicação de multa de ofício.

CRIAÇÃO DA ECFA Receita Federal, através da Instrução Normativa 1.422 RFB/2013,criou a partir do ano-calendário de 2014, a ECF (Escrituração ContábilFiscal). A ECF substitui a Declaração de Informações Econômi-co-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), com entrega prevista para oúltimo dia útil do mês de julho de 2015 ao Sistema Público de Escritu-ração Digital (Sped).A pessoa jurídica informará na ECF, detalhadamente, os ajustes dasbases de cálculo do IRPJ e da CSLL, com o preenchimento e controle,por meio de validações, das partes “A” e “B” do Livro Eletrônico deApuração do Lucro Real (e-Lalur) e do Livro Eletrônico de Apuraçãoda Base de Cálculo da CSLL (e-Lacs). Todos os saldos informadosnesses livros também serão controlados e, no caso da parte “B”,haverá o batimento de saldos de um ano para outro.Com a implantação da ECF as pessoas jurídicas ficam dispensadas,em relação aos fatos ocorridos a partir de 2014, da escrituração doLalur, prevista na IN 28 SRF/78, e da entrega da DIPJ.Assim sendo, a partir de 2014, os ajustes ao lucro líquido para deter-minação do lucro real de cada período em curso e suspensão ou redu-ção do pagamento mensal do imposto serão escriturados no e-Lalurcontido na ECF.

PREJUÍZOS FISCAISO saldo de prejuízos fiscais existente em 31 de dezembro do ano-ca-lendário anterior, controlado na Parte “B” do Lalur, poderá ser com-pensado com o lucro real apurado nos balanços ou balancetes de sus-pensão/redução do imposto. Deverá ser observado, contudo, o limitede 30% de que trata o artigo 15 da Lei 9.065/95, limite este que não seaplica quando se tratar de atividade rural e prejuízos fiscais apuradospor empresas industriais titulares de Programas Especiais de Expor-tação aprovados até 3-6-93, pela Comissão para Concessão deBenefícios Fiscais a Programas Especiais de Exportação (Befiex).Quanto a prejuízos fiscais apurados nos balanços/balancetes de sus-pensão ou redução, no regime de estimativa, os resultados negativosde um período serão automaticamente absorvidos pelos resultadospositivos de outros períodos do mesmo ano-calendário, sem qualquerlimitação.A compensação de prejuízos fiscais está examinada, com exemplospráticos, no Volume 10 do Curso Prático do IRPJ/2013.

PREJUÍZOS NÃO OPERACIONAISOs prejuízos não operacionais verificados em períodos de apuraçãodefinitiva (apuração trimestral ou anual) em que a pessoa jurídica apu-rar prejuízo fiscal, somente poderão ser compensados nos períodossubsequentes ao de sua apuração, com lucros da mesma natureza,observado o limite de 30%.

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Esta regra não se aplica aos prejuízos não operacionais apurados embalanços/balancetes levantados nos meses de janeiro a novembropara efeito de suspensão/redução do pagamento mensal do impostoe/ou Contribuição Social.A compensação de prejuízos fiscais não operacionais está exami-nada, com exemplos práticos, no Volume 10 do Curso Prático doIRPJ/2013.

INSTITUIÇÕES FINANCEIRASAs instituições financeiras e as demais instituições autorizadas a fun-cionar pelo Banco Central do Brasil devem computar como receitas oudespesas incorridas nas operações realizadas em mercados de liqui-dação futura:I – a diferença, apurada no último dia útil do mês, entre as variaçõesdas taxas, dos preços ou dos índices contratados (diferença de cur-vas), sendo o saldo apurado por ocasião da liquidação do contrato,inclusive por intermédio da cessão ou do encerramento da posição,nos casos de:a) swap e termo;b) futuro e outros derivativos com ajustes financeiros diários ou perió-

dicos de posições cujos ativos subjacentes aos contratos sejamtaxas de juros spot ou instrumentos de renda fixa para os quais sejapossível a apuração do critério previsto neste item I.

II – o resultado da soma algébrica dos ajustes apurados mensal-mente, no caso dos mercados referidos na letra “b” do item I cujos ati-vos subjacentes aos contratos sejam mercadorias, moedas, ativos derenda variável, taxas de juros a termo ou qualquer outro ativo ou variá-vel econômica para os quais não seja possível adotar o critério pre-visto no referido item;III – o resultado apurado na liquidação do contrato, inclusive atravésda cessão ou do encerramento da posição, no caso de opções edemais derivativos.Quando a operação for realizada no mercado de balcão, somenteserá admitido o reconhecimento de despesas ou de perdas, se a ope-ração tiver sido registrada em sistema que disponha de critérios paraaferir se os preços, na abertura ou no encerramento da posição, sãoconsistentes com os preços de mercado.No caso de operações de hedge realizadas em mercados de liquida-ção futura em bolsas no exterior, as receitas ou as despesas serãoapropriadas pelo resultado:– da soma algébrica dos ajustes apurados mensalmente, no caso de

contratos sujeitos a ajustes de posições;– auferido na liquidação do contrato, no caso dos demais derivativos.Poderão ser computados na determinação das bases de cálculo doIRPJ e da CSLL os resultados líquidos, positivos ou negativos, obtidosem operações de cobertura (hedge) realizadas em mercados de liqui-dação futura, diretamente pela empresa brasileira, em bolsas no exte-rior, observadas as instruções expedidas pelo Banco Central do Brasile pela Secretaria da Receita Federal. Os prejuízos e as perdas decor-rentes das demais operações realizadas no exterior somente poderão

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ser deduzidos até o limite dos ganhos auferidos no exterior, nãopodendo ser compensados com lucros e ganhos auferidos no Brasil.Os ajustes serão efetuados no Lalur.

RESSARCIMENTO PELA PROPAGANDA ELEITORALConforme a Lei 9.504, de 1997, artigo 99, com as alterações do artigo3º da Lei 12.034, de 2009, e do artigo 58 da Lei 12.350, de 2010, asemissoras de rádio e televisão obrigadas à divulgação gratuita da pro-paganda partidária ou eleitoral e à veiculação de propaganda de ple-biscitos e referendos terão direito à compensação fiscal pela cedênciado horário.A compensação fiscal consiste na exclusão do lucro líquido, para efei-to de determinação do lucro real, do valor correspondente a 0,8 doresultado da multiplicação de 100% ou de 25% do tempo, respectiva-mente, das inserções e das transmissões em bloco, pelo preço doespaço comercializável comprovadamente vigente, assim conside-rado aquele divulgado pelas emissoras de rádio e televisão por inter-médio de tabela pública de preços de veiculação de publicidade, aten-didas as disposições regulamentares.A aplicação das tabelas públicas de preços de veiculação de publici-dade, para fins de compensação fiscal, deverá atender ao seguinte:a) deverá ser apurada mensalmente a variação percentual entre a

soma dos preços efetivamente praticados, assim considerados osvalores devidos às emissoras de rádio e televisão pelas veicula-ções comerciais locais, e o correspondente a 0,8 da soma dos res-pectivos preços constantes da tabela pública de veiculação depublicidade;

b) a variação percentual apurada na letra “a” deverá ser deduzida dospreços constantes da tabela pública mencionada anteriormente.

O valor apurado na forma ora examinada poderá ser deduzido dabase de cálculo dos recolhimentos mensais determinada com baseem balanço ou balancete de suspensão ou redução.O Decreto 7.791/2012, define os critérios para a determinação dacompensação fiscal, na apuração do IRPJ, pela cessão do horário nadivulgação gratuita da propaganda partidária e eleitoral, de plebisci-tos e referendos, bem como de comunicados, instruções e de outrasrequisições da Justiça Eleitoral.As empresas concessionárias de serviços públicos de telecomunica-ções, obrigadas ao tráfego gratuito de sinais de televisão e rádio tam-bém poderão fazer a exclusão da compensação fiscal da base de cál-culo do IRPJ na forma mencionada neste tópico.

1.3.2. Regime Tributário de TransiçãoAs Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 introduziram, a partir de 1-1-2008,o processo de harmonização das normas contábeis brasileiras aospadrões internacionais de contabilidade.Visando neutralizar os impactos dos novos métodos e critérios contá-beis introduzidos pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 na apuraçãodas bases de cálculo do IRPJ e da CSLL devidos com base no lucroreal, presumido ou arbitrado, foi instituído o RTT – Regime Tributáriode Transição.

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No entanto, conforme já previsto na Lei 11.941/2009, a Medida Provi-sória 627/2013 extingue o RTT, a partir de 1-1-2015, e disciplina asadequações da legislação tributária aos novos critérios contábeisadotados desde 2008. É facultado à pessoa jurídica a adoção anteci-pada dessas adequações no ano-calendário de 2014 desde queobserve todas as regras estabelecidas nos artigos 1º a 66 da MP627/2013. Sobre os reflexos da extinção do RTT, veja o item 5 destetrabalho.

PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS DAS PESSOAS JURÍDICAS SUB-METIDAS AO RTTDesde que observe as normas pertinentes ao RTT, a pessoa jurídicafica dispensada de realizar, em sua escrituração comercial, qualquerprocedimento contábil determinado pela legislação tributária quealtere os saldos das contas patrimoniais ou de resultado quando emdesacordo com:a) os métodos e critérios estabelecidos pela Lei 6.404/76, alterada

pela Lei 11.638/2007 e pelos artigos 37 e 38 da Lei 11.941/2009; oub) as normas expedidas pela CVM e pelos demais órgãos regulado-

res.

PROCEDIMENTOS TRIBUTÁRIOS PARA AS PESSOAS JURÍDICASSUBMETIDAS AO RTTNa ocorrência de disposições da lei tributária que conduzam ouincentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentesdaqueles determinados pela Lei 6.404/76, com as alterações daLei 11.638/2007 e dos artigos 37 e 38 da Lei 11.941/2009 ou pelasnormas expedidas pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários edemais órgãos reguladores, a pessoa jurídica deverá realizar oseguinte procedimento:a) utilizar os métodos e critérios definidos pela Lei 6.404/76, para apu-

rar o resultado do exercício antes do Imposto de Renda, deduzidodas participações de debêntures, empregados, administradores epartes beneficiárias, com a adoção:– dos métodos e critérios introduzidos pela Lei 11.638/ 2007 e

pelos artigos 37 e 38 da Lei 11.941/2009; e– das determinações constantes das normas expedidas pela

CVM, no caso de companhias abertas e outras que optem pelasua observância;

b) realizar ajustes específicos ao lucro líquido do período, apurado nostermos da letra “a”, no Lalur, que revertam o efeito da utilização demétodos e critérios contábeis diferentes daqueles da legislação tri-butária, baseada nos critérios contábeis vigentes em 31-12-2007; e

c) realizar os demais ajustes, no Lalur, de adição, exclusão e com-pensação, prescritos ou autorizados pela legislação tributária, paraapuração da base de cálculo do imposto.

Na hipótese de ajustes temporários do imposto, realizados na vigên-cia do RTT e decorrentes de fatos ocorridos nesse período, que impli-quem ajustes em períodos subsequentes, permanece a obrigação deadições relativas a exclusões temporárias e a possibilidade de exclu-sões relativas a adições temporárias.

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SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTOSPara fins de aplicação do disposto nos tópicos sobre procedimentoscontábeis e tributários do RTT, relativamente às subvenções parainvestimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos,concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendi-mentos econômicos e às doações, feitas pelo Poder Público, a pessoajurídica deverá:a) reconhecer o valor da doação ou subvenção em conta do resultado

pelo regime de competência, inclusive com observância das deter-minações constantes das normas expedidas pela CVM, no caso decompanhias abertas e outras que optem pela sua observância;

b) excluir, no Lalur, o valor referente à parcela do lucro líquido doexercício decorrente de doações ou subvenções governamentaispara investimentos, para fins de apuração do lucro real;

c) manter a parcela do lucro líquido do exercício decorrente da doa-ção ou subvenção na conta de Reserva de Incentivos Fiscais, con-forme artigo 195-A da Lei 6.404/76;

d) adicionar, no Lalur, para fins de apuração do lucro real, o valor refe-rido na letra “b”, no momento em que ele tiver destinação diversadaquela referida na letra “c”.

�Destinação Diversa à Reserva de Incentivos FiscaisDeverá ser adicionado no Lalur, para fins de apuração do lucro real, ovalor referido na letra “b” anterior, caso tenha destinação diversadaquela referida na letra “c”, inclusive nas hipóteses de:– capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios

ou ao titular, mediante redução do capital social, hipótese em que abase para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor totaldas exclusões decorrentes de doações ou subvenções governa-mentais para investimentos;

– restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução docapital social, nos 5 anos anteriores à data da doação ou subven-ção, com posterior capitalização do valor da doação ou subvenção,hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído,limitado ao valor total das exclusões decorrentes de doações ousubvenções; ou

– integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios.

PRÊMIOS NA EMISSÃO DE DEBÊNTURESEm relação ao prêmio na emissão de debêntures, para fins de aplica-ção do disposto nos tópicos sobre procedimentos contábeis e tributá-rios do RTT, a pessoa jurídica deverá:a) reconhecer o valor do prêmio na emissão de debêntures em conta

do resultado pelo regime de competência e de acordo com asdeterminações constantes das normas expedidas pela CVM, nocaso de companhias abertas e outras que optem pela sua obser-vância;

b) excluir, no Lalur, o valor referente à parcela do lucro líquido doexercício decorrente do prêmio na emissão de debêntures, parafins de apuração do lucro real;

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c) manter o valor referente à parcela do lucro líquido do exercíciodecorrente do prêmio na emissão de debêntures em reserva delucros específica; e

d) adicionar, no Lalur, para fins de apuração do lucro real, o valorreferido na letra “b”, no momento em que ele tiver destinaçãodiversa daquela referida na letra “c” anterior.

�Destinação Diversa à Reserva de Lucros EspecíficaO prêmio na emissão de debêntures deverá ser adicionado no Lalur,para fins de apuração do lucro real, caso tenha destinação diversadaquela referida na letra “c”, inclusive nas hipóteses de:– capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios

ou ao titular, mediante redução do capital social, hipótese em que abase para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor totaldas exclusões decorrentes de prêmios na emissão de debêntures;

– restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução docapital social, nos 5 anos anteriores à data da emissão das debên-tures com o prêmio, com posterior capitalização do valor do prê-mio, hipótese em que a base para a incidência será o valorrestituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes de prê-mios na emissão de debêntures; ou

– integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios.

CONTROLE DOS AJUSTESAs pessoas jurídicas sujeitas ao lucro real, em observância ao RTT,para realização dos ajustes ao lucro líquido contábil, têm que manter,até 31-12-2013, o Controle Fiscal Contábil de Transição (Fcont),sendo proibida a substituição deste por qualquer outro controle oumemória de cálculo.A partir do ano-calendário de 2014, exercício de 2015, em substituiçãoao Fcont, deverá ser apresentada anualmente à RFB a EscrituraçãoContábil Fiscal (ECF), contendo todos os lançamentos do período deapuração considerando os métodos e critérios contábeis vigentes em31-12-2007.

1.4. TRANSCRIÇÃO DOS BALANÇOS NO DIÁRIOOs balanços/balancetes utilizados para suspender/reduzir o pagamento men-sal do imposto e/ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devem serlevantados com observância das leis comerciais e fiscais e, obrigatoriamente,transcritos no livro Diário.

1.4.1. Prazo para EscrituraçãoO balanço ou balancete deverá ser transcrito no livro Diário até a datafixada para pagamento do imposto do respectivo mês, ou seja, até oúltimo dia útil do mês subsequente ao da suspensão ou redução.

1.4.2. Adoção da ECDDe acordo com a Instrução Normativa 1.420 RFB/2013, a adoção obri-gatória da ECD – Escrituração Contábil Digital, pelas empresas dolucro real, supre a obrigatoriedade de transcrever no livro Diário obalancete ou balanço de suspensão ou redução do imposto, mencio-nada no subitem 1.4.

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1.5. DISPENSA DO REGISTRO DE INVENTÁRIOA RFB dispensou as pessoas jurídicas da escrituração do livro Registro deInventário à época dos balanços/balancetes intermediários levantados parasuspender/reduzir o pagamento do imposto mensal.No entanto, o contribuinte continua obrigado a promover, ao final de cadaperíodo em curso, levantamento e avaliação de seus estoques, na forma dalegislação específica.A empresa que mantiver registro permanente de estoques, integrado e coorde-nado com a contabilidade, poderá ajustar os saldos contábeis, pelo confrontocom a contagem física, somente ao final do ano-calendário ou no encerramentodo período de apuração, nos casos de incorporação, fusão, cisão ou encerra-mento de atividade.

1.6. CONCEITO DE IMPOSTO DEVIDO NO PERÍODO EM CURSOPara fins da suspensão ou redução do pagamento mensal do imposto, conside-ra-se Imposto de Renda devido no período em curso o resultado da aplicação daalíquota básica do imposto sobre o lucro real, acrescido do adicional e deduzido,quando for o caso, dos incentivos fiscais de dedução e de isenção ou redução.

1.6.1. Alíquota do ImpostoA alíquota básica do Imposto de Renda das pessoas jurídicas é de 15%.

1.6.2. Adicional do ImpostoHaverá incidência de adicional do imposto, à alíquota de 10%, sobre aparcela da base de cálculo que exceder o valor resultante da multipli-cação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do respectivo períodode apuração.Portanto, as empresas que levantarem balanço/balancete para sus-pender ou reduzir o pagamento mensal do imposto estarão obrigadasa recolher o adicional quando o lucro real do período em curso ultra-passar os seguintes limites:

Mês do balanço desuspensão/redução

Nº de meses doperíodo em curso

Limite do lucro parao adicional (R$)

Janeiro 1 20.000,00

Fevereiro 2 40.000,00

Março 3 60.000,00

Abril 4 80.000,00

Maio 5 100.000,00

Junho 6 120.000,00

Julho 7 140.000,00

Agosto 8 160.000,00

Setembro 9 180.000,00

Outubro 10 200.000,00

Novembro 11 220.000,00

Dezembro 12 240.000,00

A alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclu-sive instituições financeiras, sociedades seguradoras e assemelha-das.

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O adicional incide, inclusive, sobre os resultados tributáveis de pes-soa jurídica que explore atividade rural. No caso de atividades mistas,a base de cálculo do adicional será a soma do lucro real apurado nasatividades em geral com o lucro real apurado na atividade rural.O valor do adicional será recolhido integralmente, não sendo permiti-das quaisquer deduções.

1.6.3. Incentivos Fiscais de Dedução do ImpostoDesde que observe os limites individuais e globais fixados nas legisla-ções específicas, a pessoa jurídica poderá deduzir do Imposto deRenda devido a cada período em curso os incentivos fiscais do Pro-grama de Alimentação do Trabalhador (PAT), Operações de CaráterCultural e Artístico, Atividades Audiovisuais, Fundos de Financia-mento da Indústria Cinematográfica Nacional (Funcines), Fundos dosDireitos da Criança e do Adolescente, Programa de DesenvolvimentoTecnológico Industrial e Agropecuário (PDTI/PDTA) aprovados até31-12-2005, Projetos Desportivos e Paradesportivos, Prorrogação daLicença-maternidade, Fundos do Idoso, Programa Nacional de Apoioà Atenção Oncológica (Pronon) e Programa Nacional de Apoio àAtenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD).

Deduções Individual%

Global%

Atividades Culturais e ArtísticasProdução de obras e projetos audiovisuaisPatrocínio a projeto audiovisuais

ouAquisição de quotas dos Funcines

434

3

4

Programa de Alimentação do Trabalhador – PATPDTI ou PDTA – aprovado após 3-6-93

44

4

Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente 1 –

Fundos do Idoso 1 –

Projetos Desportivos e Paradesportivos 1 –

Sobre a dedução de incentivos fiscais, ver trabalho específico divul-gado no Volume 12 do Curso Prático de 2012.

1.6.4. Redução e/ou Isenção do ImpostoO Imposto de Renda apurado sobre o lucro real do período em cursopode ser deduzido, quando for o caso, pelos incentivos de isenção ouredução autorizados pela legislação vigente. Esses incentivos, queobrigam ao cálculo do lucro da exploração, podem ser usufruídospelas pessoas jurídicas mencionadas em trabalho específico, divul-gado no Volume 8 do Curso Prático de 2013.

1.7. CONCEITO DE IMPOSTO DE RENDA PAGOConsidera-se imposto pago, para efeito de comparação com o imposto apu-rado no balanço/balancete de suspensão/redução, a soma dos valores corres-pondentes ao Imposto de Renda:a) pago mensalmente com base na receita bruta e acréscimos e/ou em balan-

ços/balancetes de redução;

IRPJ/2014 – Nº 01 66

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b) retido na fonte sobre receitas ou rendimentos computados na determinaçãodo lucro real do período em curso, inclusive o relativo aos juros sobre o capi-tal próprio;

c) pago sobre os ganhos líquidos obtidos em aplicações financeiras de rendavariável;

d) retido na fonte por órgão ou entidade federal na forma do artigo 64 da Lei9.430/96, alterado pelo artigo 34 da Lei 10.833/2003.

IRPJ PAGO A MAIOR OU INDEVIDAMENTEÉ permitido deduzir, do imposto apurado no mês, o Imposto de Renda pagoindevidamente ou a maior em períodos anteriores.

1.7.1. Imposto Pago no ExteriorNo caso de levantamento de balanço/balancete de redução referenteao mês de dezembro, será também considerado imposto pago, paraefeito de comparação com o IRPJ devido, o valor do imposto pago noexterior, relativo a lucros disponibilizados, rendimentos e ganhos decapital auferidos no exterior durante todo o ano-calendário, os quaisdeverão estar incluídos no lucro real apurado com base nesse balan-ço ou balancete, desde que o imposto seja pago até 31 de janeiro doano-calendário subsequente àquele em que os rendimentos tenhamsido auferidos.O cômputo dos tributos pagos no país de domicílio da filial, sucursal,controlada ou coligada da pessoa jurídica, bem como o pago relativa-mente a rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior estálimitado:a) ao imposto pago no exterior, correspondente aos lucros de cada

filial, sucursal, controlada ou coligada, bem assim aos rendimentose ganhos de capital que houverem sido computados na determina-ção do lucro real; e

b) à diferença positiva entre os valores calculados sobre o lucro realcom e sem a inclusão dos referidos lucros, rendimentos e ganhosde capital provenientes do exterior.

A compensação do imposto pago no exterior encontra-se examinada,com exemplos práticos, no Volume 6 do Curso Prático do IRPJ/2013.

1.7.2. Inexistência de Atualização MonetáriaOs valores pagos ou retidos durante o ano-calendário serão deduzi-dos do imposto devido apurado no balanço/balancete de cada períodoem curso, bem como no balanço de ajuste anual, sem qualquer atuali-zação monetária.

1.8. APLICAÇÃO EM INCENTIVOS FISCAISAs pessoas jurídicas com projetos próprios, de que trata o artigo 9º da Lei8.167/91, com as alterações da Medida Provisória 2.199-14/2001, podemmanifestar a opção pela aplicação de parte do Imposto de Renda em investi-mentos regionais (Finor e Finam) na DIPJ ou no curso do ano-calendário, nasdatas de pagamento do imposto mensal, observados os limites e códigos doDarf mencionados no item 7 do trabalho anterior.

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1.8.1. Base de Cálculo dos Incentivos FiscaisAs pessoas jurídicas enquadradas no regime de estimativa que paga-rem o Imposto de Renda mensal com base em balanço/balancete deredução determinarão a base de cálculo dos incentivos fiscais Finor eFinam do modo a seguir.

Imposto Devido à Alíquota de 15%, inclusive da SCP, e IR sobre dife-rença entre o custo orçado e custo efetivo(–) Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT)(–) Atividades Culturais e Artísticas(–) Atividades Audiovisuais(–) Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional

(Funcines)(–) Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente(–) Atividades de Caráter Desportivo e Paradesportivo(–) ProgramaNacional de Apoio à Atenção Oncológica – Pronon;(–) Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com

Deficiência – Pronas/PCD;(–) Programa de Cultura do Trabalhador (Vale-cultura)(–) Valor da Remuneração da Prorrogação da Licença-Maternidade(–) Fundos Nacional, Estaduais e Municipais do Idoso(–) Desenvolvimento Tecnológico Industrial/Agropecuário (PDTI/PDTA),

aprovados até 31-12-2005(–) 3,33 X Redução por Reinvestimento(–) Imposto Pago no Exterior sobre Lucros Disponibilizados, Rendi-

mentos e Ganhos de Capital (*)(–) Imposto sobre Diferença entre o Custo Orçado e o Custo Efetivo(=) Base de Cálculo do Incentivo

(*) Somente no balanço/balancete de redução referente ao mês dedezembro.

1.9. DEPÓSITOS PARA REINVESTIMENTOAté o ano-calendário de 2018, as pessoas jurídicas que tenham empreendi-mentos enquadrados em setores da economia considerados, em ato do PoderExecutivo, prioritários para o desenvolvimento regional, nas áreas de atuaçãoda Sudene e da Sudam, poderão depositar no Banco do Nordeste do Brasil S/Ae no Banco da Amazônia S/A, respectivamente, para reinvestimento, o percen-tual de até 30% do imposto devido pelos referidos empreendimentos, calcula-dos sobre o lucro da exploração, acrescidos de 50% de recursos próprios,ficando, porém, a liberação desses recursos condicionada à aprovação doórgão competente, dos respectivos projetos técnicos econômicos de moderni-zação ou complementação de equipamento.

1.9.1. Prazo para Efetivação do DepósitoAs empresas enquadradas no regime de estimativa deverão efetuar odepósito (no Banco do Nordeste do Brasil S/A ou no Banco da Amazô-nia S/A) no mesmo prazo fixado para o pagamento do saldo doimposto apurado no balanço de ajuste anual, ou seja, até o último diaútil do mês de março de cada ano.Portanto, o incentivo não poderá ser utilizado para reduzir o valor dorecolhimento mensal do imposto determinado sobre base de cálculo

IRPJ/2014 – Nº 01 68

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apurada com base na receita bruta e acréscimos ou em balanço/balancete de redução.Sobre o assunto, ver trabalho sob o título ”Incentivos Fiscais Regio-nais”, divulgado no Volume 12 do Curso Prático do IRPJ/2013.

1.10. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDONo mês em que a pessoa jurídica utilizar balanço/balancete para suspender oureduzir o pagamento do Imposto de Renda, deverá calcular a ContribuiçãoSocial sobre o Lucro Líquido com base no resultado contábil apurado noperíodo em curso, ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislaçãovigente, com exceção dos ajustes a seguir, nos balanços levantados de janeiroa novembro:a) os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior;b) as parcelas decorrentes da observância da sistemática de Preços de Trans-

ferência;Assim, no mês em que o imposto calculado sobre o lucro estimado for superiorao devido com base no lucro real (ou se for apurado prejuízo fiscal), e aempresa optar pela redução (ou suspensão), também a CSLL deverá ser calcu-lada e recolhida com base no balanço, ainda que resulte superior ao valor cal-culado por estimativa. Nos meses seguintes, retornando a empresa a pagar oimposto com base na receita bruta e acréscimos, também a CSLL será calcu-lada dessa forma.

1.10.1. Base de Cálculo Efetiva da CSLLNo Volume 11 do Curso Prático do IRPJ/2013, estão especificadas asparcelas a adicionar e a excluir do lucro líquido na determinação dabase de cálculo da CSLL, de acordo com a legislação vigente.Quanto ao RTT – Regime Tributário de Transição, ver o subitem 1.3.2deste trabalho.

1.10.2. Base de Cálculo Negativa da CSLLA base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o LucroLíquido, remanescente em ano-calendário anterior, poderá ser com-pensada com a base de cálculo positiva apurada nos balanços de sus-pensão/redução, observado o limite de 30% fixado no artigo 16 daLei 9.065/95.Quanto à base de cálculo negativa apurada nos balanços/balancetesde suspensão ou redução, levantados durante o ano-calendário,assim como acontece com os prejuízos fiscais, os resultados negati-vos de um período serão automaticamente absorvidos pelos resulta-dos positivos de outros períodos do mesmo ano-calendário, sem qual-quer limitação.

ATIVIDADE RURALA limitação de 30% era observada, inclusive, para efeito de compen-sação da base de cálculo negativa da CSLL apurada pelas empresasrurais.Desde 13-3-2000, com a edição da Medida Provisória 1.991-15/ 2000,atual Medida Provisória 2.158-35/2001, esta limitação não mais seaplica ao resultado decorrente da exploração da atividade rural.A compensação da base de cálculo negativa da CSLL encontra-seexaminada no Volume 11 do Curso Prático de IRPJ/2013.

IRPJ/2014 – Nº 01 69

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1.10.3. Indedutibilidade da CSLLA CSLL é indedutível na apuração do lucro real e, também, para efeitode sua própria base de cálculo. Por essa razão, o valor devido deveser calculado aplicando-se a alíquota correspondente diretamentesobre o resultado contábil ajustado.

1.10.4. Bônus de Adimplência FiscalA Lei 10.637/2002, em seu artigo 38, estabelece que as pessoas jurí-dicas tributadas com base no lucro real ou presumido, adimplentesnos últimos cinco anos-calendário com os tributos e contribuiçõesadministrados pela RFB, poderão beneficiar-se do bônus de 1% a serdeduzido da CSLL devida apurada em 31 de dezembro.Tratando-se de empresas enquadradas no regime de estimativa, obônus correspondente ao ano-calendário somente poderá ser utili-zado para dedução da CSLL devida apurada no correspondentebalanço de ajuste anual.Essa matéria encontra-se examinada de forma mais detalhada no Vo-lume 12 do Curso Prático do IRPJ/2013, no trabalho “Provisão para aCSLL”.

1.10.5. Conceito de CSLL Devida no Período em CursoPara fins da suspensão ou redução do pagamento mensal da CSLL,considera-se Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida noperíodo em curso o resultado da aplicação, sobre a base de cálculopositiva apurada, da alíquota de:a) 15% para as pessoas jurídicas de seguros privados, de capitaliza-

ção, bancos de qualquer espécie, distribuidoras de valores mobi-liários, corretoras de câmbio e de valores mobiliários, sociedadesde crédito, financiamento e investimentos, sociedades de créditoimobiliário, administradoras de cartões de crédito, sociedades dearrendamento mercantil, cooperativas de crédito e associações depoupança e empréstimo; e de

b) 9% para as demais pessoas jurídicas.

1.10.6. Conceito de CSLL PagaConsidera-se CSLL paga, para efeito de comparação com a CSLLapurada no balanço/balancete de suspensão/redução, a soma dosvalores correspondentes à CSLL:a) paga mensalmente com base na receita bruta e acréscimos e/ou

em balanços/balancetes de redução;b) retida na fonte por pessoas jurídicas de direito privado, nos termos

do artigo 30 da Lei 10.833/2003;c) retida na fonte por órgão ou entidade federal na forma do artigo 64

da Lei 9.430/96, alterado pelo artigo 34 da Lei 10.833/2003;d) retida na fonte por órgão ou entidade estadual, municipal ou do Dis-

trito Federal, na forma do artigo 33 da Lei 10.833/2003.

IRPJ/2014 – Nº 01 70

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CSLL PAGA A MAIOR OU INDEVIDAMENTEÉ permitido deduzir, da CSLL apurada mês, a CSLL paga indevida-mente ou a maior em períodos anteriores.

COMPENSAÇÃO DA PARCELA EXCEDENTE DE IMPOSTO PAGONO EXTERIORA pessoa jurídica que tiver lucros, rendimentos e ganhos de capitalauferidos no exterior está obrigada a incluí-los nas bases de cálculodo IRPJ e da CSLL apuradas em 31 de dezembro do respectivoano-calendário, inclusive quando se tratar de balanço ou balancete desuspensão/redução levantado naquele mês.O saldo do Imposto de Renda pago no exterior, que exceder o valorcompensável com o IRPJ devido no Brasil, poderá ser compensadocom a CSLL devida, em virtude da adição à sua base de cálculo, doslucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior, até olimite acrescido em decorrência dessa adição.A compensação do imposto pago no exterior encontra-se examinada,com exemplos práticos, no Volume 6 do Curso Prático do IRPJ/2013.

1.10.7. Inexistência de Atualização MonetáriaOs valores pagos ou retidos durante o ano-calendário serão deduzi-dos da CSLL devida, apurada no balanço/balancete de cada períodoem curso, bem como no balanço de ajuste anual, sem qualquer atuali-zação monetária.

1.10.8. Dedução de Crédito por Indústrias Adquirentes de BensNovosConforme examinado no subitem 8.9 do trabalho anterior, a Lei11.051/ 2004, alterada pela Lei 11.774/2008, concede benefício dedesconto de crédito na apuração da CSLL das pessoas jurídicas tribu-tadas com base no lucro real que adquiriram, no período de 1º de outu-bro de 2004 a 31 de dezembro de 2010, máquinas, aparelhos, instru-mentos e equipamentos, novos, relacionados no Anexo ao Decreto6.909/2009, destinados ao Ativo Imobilizado e empregados em seuprocesso industrial.O crédito será calculado à razão de 25% sobre a depreciação contábildos referidos bens, podendo ser utilizado, inclusive, no pagamentomensal por estimativa.

EXEMPLO

Admitamos que a Indústria Motta S/A, a que se refere o exemplo dosubitem 8.9.11 do trabalho anterior, levante balancete de redução nomês de fevereiro/2014 e apure CSLL de R$ 154.333,81. Sabe-se,ainda, que a empresa não tem base negativa de CSLL de anos anterio-res a compensar.

DEPRECIAÇÃO PROPORCIONAL:Taxa Anual: 25%

TaxaProporcional:2512

%=2,0833%de2xR$871.200,00=R$18.149,71

IRPJ/2014 – Nº 01 71

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CSLL DEVIDAValor apurado no período em curso 1-1 a 28-2-2014...R$ 154.333,81

COMPENSAÇÃO DA CSLL ESTIMADA DO MÊSANTERIORValor de janeiro/2014 pago com base na receitabruta e acréscimos.....................................................(R$ 130.906,51)CSLL A PAGAR.........................................................R$ 23.427,30

UTILIZAÇÃO DO CRÉDITO DA CSLL25% de R$ 18.149,71.................................................(R$ 4.537,43)SALDO DA CSLL A PAGAR........................................R$ 18.889,87

ESTE EXEMPLO NÃO ESTÁ COORDENADO COM A APLICAÇÃOPRÁTICA DESTE VOLUME.

2. OBRIGATORIEDADE DO LUCRO REALA empresa que, no decorrer do ano-calendário, suspender ou reduzir o pagamentomensal do imposto e/ou da contribuição, ficará obrigada à tributação com base no lucroreal, ainda que não se enquadre nas situações que impedem a opção com base nolucro presumido.

3. FALTA OU INSUFICIÊNCIA DO PAGAMENTO MENSAL DO IMPOSTOA falta ou insuficiência de pagamento do Imposto de Renda e/ou da ContribuiçãoSocial sobre o Lucro Líquido sujeitará o contribuinte aos acréscimos legais previstosna legislação tributária federal. No caso de lançamento de ofício, no decorrer doano-calendário, será observada a forma de apuração da base de cálculo do Imposto deRenda adotada pela pessoa jurídica. A forma de apuração será informada pelo contri-buinte em atendimento à intimação específica do Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional.Quando a empresa mantiver escrituração contábil de acordo com a legislação comer-cial e fiscal, inclusive a escrituração do e-Lalur, demonstrando a base de cálculo doimposto relativa a cada trimestre, o lançamento será efetuado com base nas regras dolucro real trimestral.Deve ser considerado, ainda, que:a) se a empresa tiver optado pelo pagamento do imposto por estimativa, o lançamento

de ofício ficará restrito à multa de ofício sobre os valores não recolhidos;b) as infrações às regras de apuração do lucro real, verificadas nos procedimentos de

redução ou suspensão do imposto em determinado mês ensejarão a aplicação damulta de ofício sobre o valor indevidamente reduzido ou suspenso;

c) se o contribuinte não informar a forma de tributação adotada no prazo consignadona intimação, o Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional aplicará a multa de ofício sobreo valor apurado com base na receita bruta e acréscimos de cada mês, salvo se hou-ver sido adotado o lucro real trimestral;

d) verificada a falta de pagamento do imposto por estimativa, após o término doano-calendário, o lançamento de ofício abrangerá:– a multa de ofício sobre os valores devidos por estimativa e não recolhidos;– o imposto devido com base no lucro real apurado em 31 de dezembro, caso não

recolhido, acrescido de multa de ofício e juros de mora contados do vencimentoda quota única do imposto.

IRPJ/2014 – Nº 01 72

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4. APLICAÇÃO PRÁTICAPara melhor entendimento da matéria, apresentamos, a seguir, situações de suspen-são/redução do pagamento mensal do imposto.I – Admitamos uma pessoa jurídica prestadora de serviços, optante pelo regime deestimativa no ano-calendário de 2014, que apresente os seguintes dados em balance-tes isolados levantados nos três primeiros meses do ano, antes do IRPJ e da CSLL:

Balancetes Mensais (Resultados Isolados)

JaneiroR$

FevereiroR$

MarçoR$

Receitas 571.434,60 857.152,38 875.009,08

Despesas 714.293,00 469.794,60 625.025,98

Resultado contábil (142.858,40) 387.357.78 249.983,10

As receitas são exclusivamente da atividade de prestação de serviços, não havendo,nos três meses, outras receitas a considerar.Nas despesas de cada mês estão computados:– os encargos de depreciação de bens;– o custo dos serviços prestados;– contribuição não compulsória no valor de R$ 1.785,74 (janeiro);– gratificação de dirigente no valor de R$ 35.714,36 (março).Sabe-se, ainda, que a empresa:– não tem prejuízos fiscais/base de cálculo negativa da CSLL de períodos anteriores

a compensar;– não é beneficiária de incentivos fiscais de dedução do imposto;– somente contabiliza a Provisão para a CSLL em 31 de dezembro;– não possui ajustes do RTT.a) Se o IRPJ e a CSLL dos meses de janeiro a março/2014 forem calculados com base

na receita bruta e acréscimos, os valores devidos serão os seguintes:

Mês/2014

IReceitaBruta

R$

IRPJ Devido

IIBase deCálculo

(32% de I)

R$

III(15% de II)

R$

IV10% de

(II – R$ 20.000,00)

R$

VTotal

(III + IV)

R$

Janeiro 571.434,60 182.859,07 27.428,86 16.285,91 43.714,77

Fevereiro 857.152,38 274.288,76 41.143,31 25.428,87 66.572,18

Março 875.009,08 280.002,91 42.000,44 26.000,29 68.000,73

Mês/2014I

Receita Bruta

R$

IIBase de Cálculo

(32% de I)

R$

IIICSLL Devida

(9% de II)

R$

Janeiro 571.434,60 182.859,07 16.457,32

Fevereiro 857.152,38 274.288,76 24.685,99

Março 875.009,08 280.002,91 25.200,26

IRPJ/2014 – Nº 01 73

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b) Se a empresa levantar balanços/balancetes de suspensão/redução para determi-nar o lucro real e a base de cálculo da CSLL a cada período em curso, apurará osseguintes valores:

Cálculo da CSLL com base em balancetes de redução/suspensão

2014Janeiro1 a 31-1

R$

Fevereiro1-1 a 28-2

R$

Março1-1 a 31-3

R$

Resultado contábil consolidado (142.858,40) 244.499,38 494.482,48

Adições

Contribuição não compulsória 1.785,74 1.785,74 1.785,74

Exclusões – – –

Base de cálculo (141.072,66) 246.285,12 496.268,22

(x 9%) – 22.165,66 44.664,14

Compensação da CSLL Paga – – 22.165,66

Valor a comparar com o devido com base nareceita bruta e acréscimos – 22.165,66 22.498,48

Valor a recolher – 22.165,66 22.498,48

Cálculo do IRPJ com base em balancetes de redução/suspensão

2014Janeiro1 a 31-1

R$

Fevereiro1-1 a 28-2

R$

Março1-1 a 31-3

R$

Resultado contábil consolidado (142.858,40) 244.499,38 494.482,48

AdiçõesContribuição não compulsóriaGratificação a dirigente

1.785,34–

1.785,74–

1.785,7435.714,36

Exclusões – – –

Lucro real/prejuízo fiscal (141.072,66) 246.285,12 531.982,58

IRPJ (15%) – 36.942,77 79.797,39

IRPJ(10%s/o lucroreal–R$20.000,00p/mês) – 20.628,51 47.198,26

IRPJ Total – 57.571,28 126.995,65

Compensação do IR Pago – – (57.571,28)

Valor a comparar com o devido com base nareceita bruta e acréscimos – 57.751,28 69.424,37

Valor a recolher – 57.571,28 69.424,37

c) Comparação da carga tributária dos três primeiros meses do ano:

Mês/2014Receita Bruta e Acréscimos

R$Balancete de Suspensão/Redução

R$

IRPJ CSLL TOTAL IRPJ CSLL TOTAL

Janeiro 43.714,77 16.457,32 60.172,09 – – –

Fevereiro 66.572,18 24.685,99 91.258,17 57.571,28 22.165,66 79.736,94

Março 68.000,73 25.200,26 93.200,99 69.424,37 22.498,48 91.922,85

178.287,68 66.343,57 244.631,25 126.995,65 44.664,14 171.659,79

Como se observa, nos meses de janeiro a março/2014 será mais vantajoso para aempresa do exemplo utilizar balancetes para suspender/reduzir os pagamentos doIRPJ/CSLL.

IRPJ/2014 – Nº 01 74

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II – Empresa comercial, que optou pelo regime de estimativa no ano-calendário de2014, recolhe o IRPJ e a CSLL dos meses de janeiro a maio com base na receita brutae acréscimos:As receitas são exclusivamente da atividade de revenda de mercadorias, não haven-do, nesses meses, outras receitas a considerar. A empresa não é beneficiária deincentivos fiscais de dedução do imposto e não possui ajustes do RTT.

Mês/2014

IReceitaBruta

R$

IRPJ Devido

IIBase deCálculo(8% de I)

R$

III(15% de II)

R$

IV10% de

(II – R$ 20.000,00)

R$

VTotal

(III + IV)

R$

Janeiro 196.950,17 15.756,01 2.363,40 – 2.363,40

Fevereiro 321.432,03 25.714,56 3.857,18 571,46 4.428,64

Março 278.574,43 22.285,95 3.342,89 228,60 3.571,49

Abril 322.198,80 25.775,90 3.866,38 577,59 4.443,97

Maio 428.576,03 34.286,08 5.142,91 1.428,61 6.571,52

IRPJ Recolhido até 30-6-2014: 21.379,02

Mês/2014I

Receita Bruta

R$

IIBase de Cálculo

(12% de I)R$

IIICSLL Devida

(9% de II)R$

Janeiro 196.950,17 23.634,02 2.127,06

Fevereiro 321.432,03 38.571,84 3.471,47

Março 278.574,43 33.428,93 3.008,60

Abril 322.198,80 38.663,86 3.479,75

Maio 428.576,03 51.429,12 4.628,62

CSLL recolhida até 30-6-2014: 16.715,50

a) Se o IRPJ e a CSLL do mês de junho também forem calculados com base na receitabruta e acréscimos, os valores devidos serão os seguintes:

Mês/2014I

Receita Bruta

R$

IIBase de Cálculo

(12% de I)R$

IIICSLL Devida

(9% de II)R$

Junho 642.864,06 77.143,69 6.942,93

Mês/2014

IReceitaBruta

R$

IRPJ Devido

IIBase deCálculo(8% de I)

R$

III15% de II

R$

IV10% de

(II – R$ 20.000,00)

R$

VTotal

(III + IV)

R$

Junho 642.864,06 51.429,12 7.714,37 3.142,91 10.857,28

IRPJ/2014 – Nº 01 75

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b) Se a empresa resolver levantar balancete de suspensão/redução a fim de determi-nar o IRPJ e a CSLL efetivamente devidos até 30 de junho de 2014, a apuração seráfeita do seguinte modo:

Balancete do período de 1º de janeiro a 30 de junho de 2014

Receitas dos meses de janeiro a junho 2.190.595,52Despesas dos meses de janeiro a junho 2.064.307,92Resultado contábil consolidado em 30 de junho 126.287,60

Nas despesas de R$ 2.064.307,92 estão computados:– os encargos de depreciação de bens;– os custos das mercadorias revendidas;– gratificação a dirigente paga em fevereiro no valor de R$ 71.429,34Sabe-se, ainda, que no balanço anual de 31-12-2013, a empresa apurou prejuízo fiscal(R$ 357.146,70) e base de cálculo negativa da CSLL (R$ 392.891,86).

Cálculo da CSLL devida no período de 1-1 a 30-6-2014 R$Resultado contábil apurado em 30-6-2014 126.287,60

Adições –

Exclusões –

Base de cálculo positiva antes das compensações 126.287,60

Compensações30% de R$ 126.287,60 (37.886,28)

Base de cálculo positiva após a compensação da base negativa 88.401,329% de R$ 88.401,32 7.956,12Compensação da CSLL Paga até 28-6-2014 (16.715,50)Valor a comparar com o devido em junho/2014 com base na recei-ta bruta e acréscimos –CSLL devida em junho/2014 com base na receita bruta e acrésci-mos 6.942,93Valor a recolher até 31-7-2014 –

Cálculo do IRPJ devido no período de 1-1 a 30-6-2014 R$Resultado contábil apurado em 30-6-2014 126.287,60

AdiçõesGratificação de dirigente 71.429,34

Exclusões –

Lucro real antes da compensação do prejuízo fiscal 197.716,94

Compensações30% de R$ 197.716,94 (59.315,08)

Lucro real após a compensação do prejuízo fiscal 138.401,86IRPJ (15%) 20.760,28IRPJ (10% s/ o lucro real excedente a R$ 120.000,00 no período) 1.840,19IRPJ Total 22.600,47Compensação do IR Pago até 30-6-2014 21.379,02Valor a comparar com o devido em junho/2014 com base na recei-ta bruta e acréscimos 1.221,45IRPJ devido em junho/2014 com base na receita bruta e acrésci-mos 10.857,28Valor a recolher até 31-7-2014 1.221,45

IRPJ/2014 – Nº 01 76

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c) Comparação da carga tributária:

Mês/2014Receita Bruta e Acréscimos

R$Balancete de Suspensão/Redução

R$

IRPJ CSLL TOTAL IRPJ CSLL TOTAL

Junho 10.857,28 6.942,93 17.800,21 1.221,45 – 1.221,45

4.1. RETORNO AO CÁLCULO COM BASE NA RECEITA BRUTA E ACRÉSCIMOSSe em mês ou meses subsequentes o contribuinte verificar que os valores deIRPJ e CSLL a recolher apurados no balanço/balancete do período em curso,deduzidos os valores já pagos até o mês anterior, superam o IRPJ e a CSLLdevidos com base na receita bruta e acréscimos, poderá abandonar o métodode suspensão/redução e retornar ao lucro estimado.

5. REFLEXOS DA EXTINÇÃO DO RTTConforme já mencionado, a Medida Provisória 627/2013 extingue o RTT a partir de1-1-2015, disciplinando as adequações da legislação tributária aos novos critérioscontábeis adotados desde 2008, sendo permitida a adoção antecipada dessas ade-quações a partir de 1-1-2014.A Secretaria da Receita Federal do Brasil definirá a forma, o prazo e as condições paraesta opção.A modificação ou a adoção de métodos e critérios contábeis, por meio de atos adminis-trativos emitidos com base em competência atribuída em lei comercial, que sejam pos-teriores à publicação da MP 627, não terá implicação na apuração dos tributos federaisaté que lei tributária regule a matéria.Relacionamos a seguir, algumas alterações promovidas pela MP 627 na legislação doIRPJ e da CSLL a serem observadas a partir de 2014, em relação aos optantes pelaantecipação das novas disposições tributárias, e a partir de 2015, relativamente aosnão optantes. Para maiores detalhes, consulte a Medida Provisória 627/2013 divul-gada no Fascículo 46/2013 e no Portal COAD.

CUSTOS E DESPESAS COM ARRENDAMENTO MERCANTILNão será permitida a dedução para efeito do lucro real e da CSLL na pessoa jurídicaarrendatária:a) dos encargos de depreciação, amortização e exaustão gerados por bem objeto de

arrendamento mercantil aplicados na produção ou diretamente relacionados com aprodução. A pessoa jurídica deverá proceder ao ajuste no lucro líquido no períodode apuração em que o encargo de depreciação, amortização ou exaustão for apro-priado como custo de produção;

b) de despesas de depreciação, amortização e exaustão geradas por bem objeto dearrendamento mercantil, na hipótese em que a arrendatária reconheça contabil-mente o encargo;

c) as despesas financeiras incorridas pela arrendatária em contratos de arrenda-mento mercantil, inclusive os decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata oinciso III do caput do artigo 184 da Lei 6.404/76.

Todavia, poderão ser computadas na determinação do lucro real e da base de cálculoda CSLL, da pessoa jurídica arrendatária, as contraprestações pagas ou creditadaspor força de contrato de arrendamento mercantil, referentes a bens móveis ou imóveisintrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e servi-ços.

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RECEITA COM ARRENDAMENTO MERCANTILNa hipótese de operações de arrendamento mercantil quando há transferência subs-tancial dos riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo (arrendamento finan-ceiro), que não estejam sujeitas ao tratamento tributário previsto pela Lei 6.099/74, aspessoas jurídicas arrendadoras deverão reconhecer, para fins de apuração do lucroreal e da CSLL, o resultado relativo à operação de arrendamento mercantil proporcio-nalmente ao valor de cada contraprestação durante o período de vigência do contrato.Entende-se por resultado a diferença entre o valor do contrato de arrendamento esomatório dos custos diretos iniciais e o custo de aquisição ou construção dos bensarrendados.A pessoa jurídica deverá proceder, caso seja necessário, aos ajustes ao lucro líquidono Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real (e-Lalur) e do Livro Eletrônico de Apura-ção da Base de Cálculo da CSLL (e-Lacs).

DESPESA COM AQUISIÇÃO DE BENS DO ATIVOO custo de aquisição de bens do Ativo não Circulante Imobilizado e Intangível poderáser deduzido como despesa operacional, se o bem adquirido tiver valor unitário nãosuperior a R$ 1.200,00 ou prazo de vida útil não superior a um ano.

JUROS E OUTROS ENCARGOS DE EMPRÉSTIMOSOs juros e outros encargos, associados a empréstimos contraídos, especificamenteou não, para financiar a aquisição, construção ou produção de bens classificadoscomo estoques de longa maturação, propriedade para investimentos, Ativo Imobili-zado ou Ativo Intangível, podem ser registrados como custo do ativo, desde que incor-ridos até o momento em que os referidos bens estejam prontos para seu uso ou venda.Considera-se como encargo associado a empréstimo aquele em que o tomador devenecessariamente incorrer para fins de obtenção dos recursos.Alternativamente, os juros e outros encargos poderão ser excluídos na apuração dolucro real e na apuração da base de cálculo da CSLL quando incorridos, devendo seradicionados quando o respectivo ativo for realizado, inclusive mediante depreciação,amortização, exaustão, alienação ou baixa.

DESPESA COM EMISSÃO DE AÇÕESPoderão ser excluídos, na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL,quando incorridos, os custos associados às transações destinadas à obtenção derecursos próprios, mediante a distribuição primária de ações ou bônus de subscriçãocontabilizados no Patrimônio Líquido.

AJUSTE A VALOR PRESENTE – ATIVOSOs valores decorrentes do ajuste a valor presente dos elementos do Ativo decorrentesde operações de longo prazo e os demais quando houver efeito relevante, de que tratao inciso VIII do caput do artigo 183 da Lei 6.404/76, relativos a cada operação, somenteserão considerados na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, nomesmo período de apuração em que a receita ou resultado da operação deva ser ofe-recido à tributação.

AJUSTE A VALOR PRESENTE – PASSIVOSDa mesma forma, os valores decorrentes do ajuste a valor presente das obrigações,dos encargos e dos riscos classificados no Passivo não Circulante e os demais quandohouver efeito relevante, de que trata o inciso III do caput do artigo 184 da Lei 6.404/76,relativos a cada operação, somente serão considerados na determinação do lucro reale da base de cálculo da CSLL no período de apuração em que:a) o bem for revendido, no caso de aquisição a prazo de bem para revenda;

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b) o bem for utilizado como insumo na produção de bens ou serviços, no caso de aqui-sição a prazo de bem a ser utilizado como insumo na produção de bens ou serviços;

c) o ativo for realizado, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alie-nação ou baixa, no caso de aquisição a prazo de ativo não classificável nas letras 'a'e 'b' anteriores;

d) a despesa for incorrida, no caso de aquisição a prazo de bem ou serviço contabili-zado diretamente como despesa; e

e) o custo for incorrido, no caso de aquisição a prazo de bem ou serviço contabilizadodiretamente como custo de produção de bens ou serviços.

Nas hipóteses mencionadas nas letras ‘a’ a ‘c’, os valores decorrentes do ajuste a valorpresente deverão ser evidenciados contabilmente em subconta vinculada ao ativo.Os valores decorrentes de ajuste a valor presente não poderão ser considerados nadeterminação do lucro real e da base de cálculo da CSLL nas hipóteses:– da letra ‘c’, caso o valor realizado, inclusive mediante depreciação, amortização,

exaustão, alienação ou baixa, não seja dedutível;– da letra ‘d’, caso a despesa não seja dedutível; e– das letras ‘a’ a ‘c’, caso os valores decorrentes do ajuste a valor presente não

tenham sido evidenciados contabilmente em subconta vinculada ao ativo.

JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIOPara fins de cálculo da remuneração dos Juros sobre o Capital Próprio, para os efeitosde apuração do lucro era e da CSLL, serão consideradas exclusivamente as seguintescontas do Patrimônio Líquido: Capital Social; Reservas de Capital; Reservas deLucros; Ações em Tesouraria; e Prejuízos Acumulados.

DESPESAS PRÉ-OPERACIONAIS OU PRÉ-INDUSTRIAISPara fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, não serão com-putadas, no período de apuração em que incorridas, as despesas de:a) organização pré-operacionais ou pré-industriais, inclusive da fase inicial de opera-

ção, quando a empresa utilizou apenas parcialmente o seu equipamento ou as suasinstalações; e

b) expansão das atividades industriais.Essas despesas poderão ser excluídas para fins de determinação do lucro real e dabase de cálculo da CSLL, em quotas fixas mensais e no prazo mínimo de 5 anos, a par-tir do início das operações ou da plena utilização das instalações, no caso da letra ‘a’ e,no caso da letra ‘b’, do início das atividades das novas instalações.

VARIAÇÃO CAMBIAL – AJUSTE A VALOR PRESENTEAs variações monetárias em razão da taxa de câmbio referentes aos saldos de valoresa apropriar decorrentes de ajuste a valor presente não serão computadas na determi-nação do lucro real e da base de cálculo da CSLL.

GANHO NA AVALIAÇÃO A VALOR JUSTOO ganho decorrente de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo não serácomputado na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL desde que orespectivo aumento no valor do ativo ou redução no valor do passivo seja evidenciadocontabilmente em subconta vinculada ao ativo ou passivo. Na hipótese de não ser evi-denciado por meio de subconta, o ganho será tributado.O ganho evidenciado será computado na determinação do lucro real e da base de cál-culo da CSLL à medida que o ativo for realizado, inclusive mediante depreciação,amortização, exaustão, alienação ou baixa, ou quando o passivo for liquidado ou bai-xado. O ganho não será computado na determinação do lucro real e da base de cál-culo da CSLL caso o valor realizado, inclusive mediante depreciação, amortização,

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exaustão, alienação ou baixa, seja indedutível. Nesta hipótese, o ganho não poderáacarretar redução de prejuízo fiscal ou base negativa da CSLL do período, devendoser considerado em período de apuração seguinte em que exista lucro real ou basepositiva da CSLL antes do cômputo do referido ganho.O disposto neste tópico não se aplica aos ganhos no reconhecimento inicial de ativosavaliados com base no valor justo decorrentes de transações com terceiros, tais comodoações.

PERDA NA AVALIAÇÃO A VALOR JUSTOA perda decorrente de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo somentepoderá ser computada na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL àmedida que o ativo for realizado, inclusive mediante depreciação, amortização, exaus-tão, alienação ou baixa, ou quando o passivo for liquidado ou baixado, e desde que arespectiva redução no valor do ativo ou aumento no valor do passivo seja evidenciadacontabilmente em subconta vinculada ao ativo ou passivo. Na hipótese de não ser evi-denciada por meio de subconta, a perda será considerada indedutível.A referida perda não será computada na determinação do lucro real e da base de cál-culo da CSLL caso o valor realizado, inclusive mediante depreciação, amortização,exaustão, alienação ou baixa, seja indedutível.

AJUSTE A VALOR JUSTO NA PASSAGEM DO LUCRO PRESUMIDO PARALUCRO REALA pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido que, em período de apuração imedia-tamente posterior, passar a ser tributada pelo lucro real, deverá incluir nas bases decálculo do IRPJ e da base de cálculo da CSLL apurados pelo lucro presumido osganhos decorrentes de avaliação com base no valor justo, que façam parte do valorcontábil, e na proporção deste, relativos aos ativos constantes em seu patrimônio.A tributação dos ganhos poderá ser diferida para os períodos de apuração em que apessoa jurídica for tributada pelo lucro real, desde que observados os procedimentos erequisitos mencionados no tópico Ganho na Avaliação a Valor Justo examinado ante-riormente.As perdas verificadas somente poderão ser computadas na determinação do lucro reale da base de cálculo da CSLL dos períodos de apuração posteriores se observados osprocedimentos e requisitos previstos no tópico Perda na Avaliação a Valor Justo.O tratamento examinado neste tópico aplica-se, também, na hipótese de avaliaçãocom base no valor justo de passivos relacionados a ativos ainda não totalmente reali-zados na data de transição para o lucro real.

AJUSTE A VALOR JUSTO – GANHO DE CAPITAL SUBSCRIÇÃO DE AÇÕESO ganho decorrente de avaliação com base no valor justo de bem do ativo incorporadoao patrimônio de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens de capital social, ou devalores mobiliários emitidos por companhia, não será computado na determinação dolucro real e da base de cálculo da CSLL desde que o aumento no valor do bem do ativoseja evidenciado contabilmente em subconta vinculada à participação societária ouaos valores mobiliários, com discriminação do bem objeto de avaliação com base novalor justo, em condições de permitir a determinação da parcela realizada em cadaperíodo.O ganho evidenciado por meio da subconta será computado na determinação do lucroreal nas seguintes situações:a) na alienação ou na liquidação da participação societária ou dos valores mobiliários,

pelo montante realizado;

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b) em cada período-base, em montante igual à parte dos lucros, dividendos, juros ouparticipações recebidos pelo contribuinte, que corresponder à participação ou aosvalores mobiliários adquiridos com o aumento do valor do bem do ativo; ou

c) proporcionalmente ao valor realizado, no período-base em que a pessoa jurídicaque houver recebido o bem realizar seu valor, inclusive mediante depreciação,amortização, exaustão, alienação ou baixa, ou com ele integralizar capital de outrapessoa jurídica.

Não sendo evidenciado por meio de subconta na forma prevista, o ganho será tribu-tado e não poderá acarretar redução de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa daCSLL do período, e deverá, nesse caso, ser considerado em período de apuraçãoseguinte em que exista lucro real e base positiva da CSLL antes do cômputo do refe-rido ganho.Na hipótese de a subscrição de capital social ser feita por meio da entrega de participa-ção societária, será considerada realização, nos termos da letra “c”, a absorção dopatrimônio da investida, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, pela pessoa jurí-dica que teve o capital social subscrito por meio do recebimento da participação socie-tária. Esta forma de realização aplica-se inclusive quando a investida absorver, em vir-tude de incorporação, fusão ou cisão, o patrimônio da pessoa jurídica que teve o capi-tal social subscrito por meio do recebimento da participação societária.

AJUSTE A VALOR JUSTO – PERDA DE CAPITAL SUBSCRIÇÃO DE AÇÕESA perda decorrente de avaliação com base no valor justo de bem do ativo incorporadoao patrimônio de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens de capital social, ou devalores mobiliários emitidos por companhia, somente poderá ser computada na deter-minação do lucro real e da base de cálculo da CSLL caso a respectiva redução no valordo bem do ativo seja evidenciada contabilmente em subconta vinculada à participaçãosocietária ou aos valores mobiliários, com discriminação do bem objeto de avaliaçãocom base no valor justo, em condições de permitir a determinação da parcela realizadaem cada período, e:a) na alienação ou na liquidação da participação societária ou dos valores mobiliários,pelo montante realizado;b) em cada período-base, em montante igual à parte dos lucros, dividendos, juros ouparticipações recebidos pelo contribuinte, que corresponder à participação ou aosvalores mobiliários adquiridos com a redução do valor do bem do ativo; ouc) proporcionalmente ao valor realizado, no período-base em que a pessoa jurídicaque houver recebido o bem realizar seu valor, inclusive mediante depreciação, amorti-zação, exaustão, alienação ou baixa, ou com ele integralizar capital de outra pessoajurídica.Caso a perda não seja evidenciada por meio da referida subconta, será consideradaindedutível na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL.Na hipótese da subscrição de capital social ser feita por meio da entrega de participa-ção societária, será considerada realização, nos termos da letra “c”, a absorção dopatrimônio da investida, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, pela pessoa jurí-dica que teve o capital social subscrito por meio do recebimento da participação socie-tária. Este tratamento aplica-se inclusive quando a investida absorver, em virtude deincorporação, fusão ou cisão, o patrimônio da pessoa jurídica que teve o capital socialsubscrito por meio do recebimento da participação societária.

CONTRATOS DE LONGO PRAZONa hipótese de a pessoa jurídica utilizar critério para determinação da porcentagem docontrato ou da produção executada, distinto dos previstos na legislação do Imposto deRenda, que implique resultado do período diferente daquele que seria apurado com

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base nesses critérios, a diferença verificada deverá ser adicionada ou excluída, con-forme o caso, quando da apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL.O tratamento tributário dos contratos a longo prazo foi examinado no Volume 8 doCurso Prático de 2013.

SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTOSConforme tratamento já previsto na legislação, examinado no subitem 1.3.2 desteVolume, a MP 627/2013 dispõe que as subvenções para investimento, inclusive me-diante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ouexpansão de empreendimentos econômicos, e as doações, feitas pelo Poder Público,não serão computadas na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL,desde que, entre outras condições, seja registrada em reserva de lucros a que serefere o art. 195-A da Lei 6.404/76.

PRÊMIO NA EMISSÃO DE DEBÊNTURESObservadas as demais disposições do seu artigo 30, a MP 627 permite a exclusão doprêmio na emissão de debêntures do lucro real e da base de cálculo da CSLL desdeque a titularidade da debênture não seja de sócio ou titular da empresa emitente e queseu valor não seja distribuído a título de lucro ou dividendo.

TESTE DE RECUPERABILIDADEA pessoa jurídica poderá reconhecer na apuração do lucro real e da base de cálculo daCSLL somente os valores contabilizados como redução ao valor recuperável de ativos,que não tenham sido objeto de reversão, quando ocorrer a alienação ou baixa do bemcorrespondente. No caso de alienação ou baixa de um ativo que compõe uma unidadegeradora de caixa, o valor a ser reconhecido na apuração do lucro real e da base decálculo da CSLL deve ser proporcional à relação entre o valor contábil desse ativo e ototal da unidade geradora de caixa à data em que foi realizado o teste de recuperabili-dade.

DEDUTIBILIDADE DE DESPESA COM PAGAMENTO BASEADO EM AÇÕESO valor da remuneração dos serviços prestados por empregados ou similares, efe-tuada por meio de acordo com pagamento baseado em ações, deve ser adicionado aolucro líquido para fins de apuração do lucro real e da CSLL no período de apuração emque o custo ou a despesa for apropriado.A remuneração será dedutível somente depois do efetivo pagamento, quando liquida-dos em caixa ou outro ativo, ou depois da transferência da propriedade definitiva dasações ou opções, quando liquidados com instrumentos patrimoniais. Assim sendo, ovalor a ser excluído será:a) o efetivamente pago, quando a liquidação baseada em ação for efetuada em caixaou outro ativo financeiro; oub) o reconhecido no Patrimônio Líquido nos termos da legislação comercial, quando aliquidação for efetuada em instrumentos patrimoniais.As aquisições de serviços, desta forma e liquidadas com instrumentos patrimoniais,terão efeitos no cálculo dos Juros sobre o Capital Próprio somente depois da transfe-rência definitiva da propriedade dos referidos instrumentos patrimoniais.

CONTRATOS DE CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOSNo caso de contrato de concessão de serviços públicos em que a concessionária reco-nhece como receita o direito de exploração recebido do poder concedente, o resultadodecorrente desse reconhecimento deverá ser computado no lucro real e na base decálculo da CSLL à medida que ocorrer a realização do respectivo Ativo Intangível,inclusive mediante amortização, alienação ou baixa.

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Para fins dos pagamentos mensais estimados com base na receita bruta e acrésci-mos, a receita mencionada não integrará a base de cálculo, exceto na hipótese depagamento mensal com suspensão ou redução do imposto.No caso de contrato de concessão de serviços públicos, o contribuinte deverá:a) calcular o resultado tributável acumulado até 31 de dezembro de 2013, para os

optantes pela antecipação das regras da MP 627, ou até 31 de dezembro de 2014para os não optantes, considerados os métodos e critérios vigentes em 31 dedezembro de 2007;

b) calcular o resultado tributável acumulado até 31 de dezembro de 2013, para osoptantes pela antecipação das regras da MP 627, ou até 31 de dezembro de 2014para os não optantes, consideradas as disposições da MP 627 e da Lei 6.404/76;

c) calcular a diferença entre os valores referidos nas letras “a” e “b”; ed) adicionar, se negativa, ou excluir, se positiva, a diferença referida na letra “c”, na

apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, em quotas fixas mensais edurante o prazo restante de vigência do contrato.

A partir de 1º de janeiro de 2014 ou a partir de 1º de janeiro de 2015, conforme a opçãoda pessoa jurídica, o resultado tributável de todos os contratos de concessão de servi-ços públicos será determinado com base nas disposições da Medida Provisória627/2013 e da Lei 6.404/76.

DEPRECIAÇÃO – EXCLUSÃO NO E-LALURNa hipótese em que a quota de depreciação registrada na contabilidade do contri-buinte seja menor do que aquela calculada com base nas taxas fixadas pela ReceitaFederal, a diferença, até o limite do custo de aquisição do bem, poderá ser excluída dolucro líquido na apuração do Lucro Real e da CSLL.

DEDUÇÃO DA AMORTIZAÇÃO DO INTANGÍVELA amortização de direitos classificados no Ativo Intangível é considerada dedutível nadeterminação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, desde que os direitos este-jam intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e ser-viços da pessoa jurídica.

COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS NÃO OPERACIONAISDe acordo com a Medida Provisória 627/2013, artigo 66, o saldo de prejuízos não opera-cionais existente em 31-12-2013, para os optantes em antecipar para 2014 as adequa-ções da legislação tributária aos novos critérios contábeis implantados a partir de 2008,ou em 31-12-2014, para os não optantes, somente poderá ser compensado com oslucros decorrentes da alienação de bens e direitos do Ativo Imobilizado, Investimentos eIntangível, ainda que reclassificados para o Ativo Circulante com intenção de venda.A MP 627 mantém o tratamento da compensação de prejuízos não operacionaisdecorrentes da alienação de bens e direitos do Ativo Imobilizado, Investimento e Intan-gível, examinado no subitem 1.3.1., ainda que reclassificados para o Ativo Circulantecom intenção de venda.

PROVISÃO DE CUSTOS ESTIMADOS DE DESMONTAGENSOs gastos de desmontagem e retirada de item de Ativo Imobilizado ou restauração dolocal em que está situado somente serão dedutíveis quando efetivamente incorridos.Caso constitua provisão para gastos de desmontagem e retirada de item de Ativo Imo-bilizado ou restauração do local em que está situado, a pessoa jurídica deverá proce-der ao ajuste no lucro líquido para fins de apuração do lucro real e da CSLL, no períodode apuração em que o Imobilizado for realizado, inclusive por depreciação, amortiza-ção, exaustão, alienação ou baixa.Eventuais efeitos contabilizados no resultado, provenientes de ajustes na provisão oude atualização de seu valor, não serão computados na determinação do lucro real e dabase de cálculo da CSLL.

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FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei 7.689, de 15-12-88 (Informativos 49 e 51/98);– Lei 7.730, de 1989, artigo 28 (Informativos 03 e 05/98);– Lei 8.167, de 16-1-91 (Informativo 03/91);– Lei 8.541, de 23-12-92 (Informativo 52/95);– Lei 8.981, de 20-1-95 (Informativo 04/95);– Lei 9.065, de 20-6-95 (Informativos 25 e 27/95);– Lei 9.249, de 26-12-95 (Informativo 52/95);– Lei 9.316, de 22-11-96 (Informativo 48/96);– Lei 9.430, de 27-12-96 (Informativo 53/96);– Lei 9.532, de 10-12-97 (Informativo 50/97);– Lei 9.718, de 27-11-98 (Informativo 48/98);– Lei 10.637, de 30-12-2002 (Informativo 53/2002);– Lei 10.684, de 30-5-2003 (Informativo 23/2003);– Lei 10.833, de 29-12-2003 (Informativo 53/2003);– Lei 10.865, de 30-4-2004 (Informativo 18/2004);– Lei 10.925, de 23-7-2004 (Informativo 30/2004);– Lei 11.033, de 21-12-2004 (Informativo 50/2004);– Lei 11.051, de 29-12-2004 (Informativo 53/2004);– Lei 11.196, de 21-11-2005 (Informativo 47/2005);– Lei 11.484, de 31-5-2007 (Fascículo 23/2007);– Lei 11.638, de 28-12-2007 (Fascículo 1/2008);– Lei 11.727, de 23-6-2008 (Fascículo 26/2008);– Lei 11.770, de 9-9-2008 (Fascículo 37/2008);– Lei 11.774, de 17-9-2008 (Fascículo 38/2008);– Lei 11.941, de 27-5-2009 (Fascículo 22/2009);– Lei 11.945, de 4-6-2009 (Fascículo 23/2009);– Lei 12.034, de 29-9-2009 (Fascículo 13/2010);– Lei 12.213, de 12-1-2010 (Fascículo 40/2009);– Lei 12.715, de 17-9-2012 (Fascículo 38/2012);– Lei 12.546, de 14-12-2011 (Fascículo 50/2011);– Lei 12.766, de 27-12-2012 (Fascículo 01/2013);– Medida Provisória 627, de 11-11-2013 (Fascículo 46/2013);– Medida Provisória 634, 26-12-2013 (Fascículo 52/2013);– Medida Provisória 2.158-35, de 24-8-2001 (Informativo 35/2001);– Medida Provisória 2.199-14, de 24-8-2001 (Informativo 35/2001);– Medida Provisória 2.156-5, de 24-8-2001 (Informativo 35/2001);– Medida Provisória 2.157-5, de 24-8-2001 (Informativo 35/2001);– Medida Provisória 2.228-1, de 6-9-2001 (Informativo 37/2001);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 221 a 231,

238, 246, 344, 395, 470, 475 a 486, § 1º, 495, 498, 509, 511, 512, 541 a 543, 581, 582,601, 612 e 858 (Portal COAD);

– Decreto 5.730, de 20-3-2006 (Informativo 12/2006);– Decreto 6.180, de 3-8-2007 (Fascículo 32/2007);– Decreto 6.909, de 22-7-2009 (Fascículo 30/2009);– Decreto 7.052, de 23-12-2009 (Fascículo 53/2009);– Decreto 7.791, de 17-8-2012 (Fascículo 34/2012);

IRPJ/2014 – Nº 01 84

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– Instrução Normativa 11 SRF, de 21-2-96 (Informativo 08/96);– Instrução Normativa 51 SRF, de 3-11-78 (Informativo 45/78);– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 (Informativo 53/97);– Instrução Normativa 213 SRF, de 7-10-2002 (Informativo 41/2002);– Instrução Normativa 267 SRF, de 23-12-2002 (Informativo 53/2002);– Instrução Normativa 390 SRF, de 30-1-2004 (Informativo 05/2004);– Instrução Normativa 459 SRF, de 18-10-2004 (Informativo 43/2004);– Instrução Normativa 633 SRF, de 22-3-2006 (Informativo 13/2006);– Instrução Normativa 787 RFB, de 19-11-2007 (Fascículo 47/2007);– Instrução Normativa 810 RFB, de 21-1-2008 (Fascículo 04/2008);– Instrução Normativa 926 RFB, de 11-3-2009 (Fascículo 11/2009)– Instrução Normativa 967 RFB, de 15-10-2009 (Fascículo 42/2009);– Instrução Normativa 975 RFB, de 7-12-2009 (Fascículo 50/2009);– Instrução Normativa 1.022 RFB, de 5-4-2010 (Fascículo 14/2004);– Instrução Normativa 1.046 RFB, de 24-6-2010 (Fascículo 26/2010);– Instrução Normativa 1.139 RFB, de 28-3-2011 (Fascículo 13/2011);– Instrução Normativa 1.234 RFB, de 11-1-2012 (Fascículo 02/2012);– Instrução Normativa 1.272 RFB, de 4-6-2012 (Fascículo 23/2012);– Instrução Normativa 1.300 RFB, de 20-11-2012 (Fascículo 47/2012);– Instrução Normativa 1.312 RFB, de 28-12-2012 (Fascículo 01/2013);– Instrução Normativa 1.344 RFB, de 9-4-2013 – Instruções de Preenchimento da

DIPJ/2013 (Fascículo 15/2013);– Instrução Normativa 1.353 RFB, de 30-4-2013 (Fascículo 18/2013);– Perguntas & Respostas RFB – DIPJ/2013 Capítulo XV.

IRPJ/2014 – Nº 01 85

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REGIME DE ESTIMATIVAAjuste Anual

A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e o Imposto de Renda recolhidos durante oano-calendário sob a forma de estimativa, calculados com base na receita bruta eacréscimos ou em balanços/balancetes de suspensão ou redução, são compensáveis,sem juros e sem atualização monetária, com o IRPJ e a CSLL apurados no balanço anualde 31 de dezembro do respectivo ano. O saldo do imposto e/ou da contribuição, porventuraapurado, será pago, compensado ou restituído, conforme examinamos neste trabalho.

1. SALDO A COMPENSAR OU A RESTITUIRAs diferenças negativas do IRPJ e/ou da CSLL apuradas no ajuste anual poderão sercompensadas com tributo e/ou contribuição, exceto contribuição previdenciária, devi-dos a partir do mês de janeiro do ano-calendário subsequente ao do encerramento doperíodo de apuração, da seguinte forma:a) os valores pagos, nos vencimentos estipulados na legislação específica, com base

na receita bruta e acréscimos ou em balanço ou balancete de suspensão ou redu-ção nos meses de janeiro a novembro, que excederem o valor devido anualmente,serão acrescidos de juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais, acumuladamensalmente, a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subsequente àquele a quese referir o ajuste anual até o mês anterior ao da compensação e de 1% relativa-mente ao mês em que a compensação estiver sendo efetuada;

b) o valor pago, no vencimento estipulado em legislação específica, com base nareceita bruta e acréscimos ou em balanço ou balancete de suspensão ou reduçãorelativo ao mês de dezembro, que exceder ao valor devido anualmente, será acres-cido dos juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais, acumulada mensal-mente, a partir de 1º de fevereiro até o mês anterior ao da compensação e de 1%relativamente ao mês em que a compensação estiver sendo efetuada.

1.1. DECLARAÇÃO DA COMPENSAÇÃOA compensação efetuada pela pessoa jurídica, na data de sua efetivação,deverá ser informada à RFB mediante apresentação da Declaração de Com-pensação gerada a partir do programa PER/DComp ou, na impossibilidade desua utilização, mediante a apresentação do formulário Declaração de Compen-sação aprovado pela Instrução Normativa 1.300 RFB/2012, ao qual deverãoser anexados documentos comprobatórios do direito creditório.A compensação declarada à RFB extingue o crédito tributário, sob condiçãoresolutória da ulterior homologação do procedimento.

1.2. APLICAÇÃO PRÁTICAI – A Empresa TINK Ltda. apurou, no ajuste anual de 31 de dezembro de 2013,saldo a compensar de Imposto de Renda no valor de R$ 111.429,76. Sabe-seque o IRPJ estimado devido em dezembro/2013, pago em 31-1-2014, é deR$ 61.905,43.

IRPJ/2014 – Nº 01 86

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Em 2014, a empresa compensou o imposto pago a maior no ano-calendáriode 2013 com a Cofins referente ao mês de janeiro/2014, no valor deR$ 123.810,86, da forma a seguir:

1 IRPJ Devido no Ano de 2013 R$ 346.670,40

2 Recolhimentos Estimados – janeiro a novembro/2013 R$ 396.194,74

3 Excedente referente aos meses de janeiro a novembro (2 – 1) R$ 49.524,34

4 Recolhimento Estimado – dezembro/2013 R$ 61.905,43

5 Total dos Recolhimentos Estimados (2 + 4) R$ 458.100,17

Saldo a compensar em 25-2-2014:– Valor original total a compensar(R$ 458.100,17 – R$ 346.670,40)..............................................R$ 111.429,77

– Parcela excedente referente aosmeses de janeiro a novembro/2013 ...........................................R$ 49.524,34

– Cálculo da taxa de juros:0,79% (Selic de janeiro/2014 ) + 1% .......................................... 1,79%

– Valor a compensar acrescido dos juros:R$ 49.524,34 x 1,0179...............................................................R$ 50.410,83

– Parcela excedente referente a dezembro/2013 ......................R$ 61.905,43

– Taxa de juros: ......................................................................... 1%

– Valor a compensar acrescido dos juros:R$ 61.905,43 x 1,0100...............................................................R$ 62.524,48

– Valor total a compensar acrescido dos juros:R$ 50.410,83 + R$ 62.524,48 ....................................................R$ 112.935,31

– Cofins devida referente a janeiro/2014 ...................................R$ 123.810,86

– Compensação integral do saldo negativo apuradoem 31-12-2013 .................................................................... (–) R$ 112.935,31

– Saldo da Cofins de janeiro/2014 a pagar em 25-2-2014: .........R$ 10.875,55

II – Admitamos que a Empresa FONTES Ltda., enquadrada no regime de esti-mativa no ano-calendário de 2013, tenha apurado no ajuste anual de 31-12-2013saldo negativo do IRPJ no valor de R$ 94.286,98 e deseje compensá-lo com osseguintes valores de IRPJ estimados, já deduzidos do PAT e compensadoscom o IR/Fonte:Janeiro/2014: R$ 78.572,00Fevereiro/2014: R$ 110.001,18

Procedimento em fevereiro/2014, por ocasião do recolhimento do IRPJ dejaneiro/2014:

1 IRPJ Devido no Ano de 2013 R$ 738.578,60

2 Recolhimentos Estimados – janeiro a novembro R$ 707.150,46

3 Excedente referente aos meses de janeiro a novembro (2 – 1) –

4 Recolhimento Estimado – Dezembro R$ 125.715,12

5 Total dos Recolhimentos Estimados (2 + 4) R$ 832.865,58

6 Excedente Referente a Dezembro (5 – 3 – 1) R$ 94.286,98

IRPJ/2014 – Nº 01 87

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Saldo a compensar em 28-2-2014:

– Valor original total a compensar ..............................................R$ 94.286,98

– Parcela excedente referente a dezembro/2013.......................R$ 94.286,98

– Taxa de juros:.......................................................................... 1%

– Valor total a compensar acrescido dos juros:R$ 94.286,98 x 1,0100 =.........................................................R$ 95.229,85

– IRPJ devido referente a janeiro/2014 ......................................R$ 78.572,00

– Compensação parcial do saldo negativo apuradoem 31-12-2013 ................................................................. (–) R$ 78.572,00

– Saldo do IRPJ de janeiro/2014 com vencimentoem 28-2-2014 ......................................................................... – 0 –

Procedimento em março/2014, por ocasião do recolhimento do IRPJ defevereiro/2014:Saldo a compensar:

– Valor original compensado com o IRPJ de janeiro/2014:R$ 78.572,00 = R$ 77.794,06

1,0100

– Valor original a compensar com o IRPJ de fevereiro/2013:R$ 94.286,98 – R$ 77.794,06 = R$ 16.492,92

– Cálculo da taxa de juros:0,70% (Selic de fevereiro/2014-Estimada) + 1% ......................... 1,70%

– Valor a compensar acrescido dos juros:R$ 16.492,92 x 1,0170 ...........................................................R$ 16.773,30

IRPJ devido referente a fevereiro/2014 ..................................R$ 110.001,18

Compensação final do saldo negativoapurado em 31-12-2013 ................................................. (–) R$ 16.773,30

Saldo do IRPJ de fevereiro/2014 comvencimento em 31-3-2014......................................................R$ 93.227,88

Contabilização dos juros– Em obediência ao regime de competência, serão efetuados os seguintes lan-çamentos contábeis:• Pela compensação com o IRPJ de fevereiro/2014:

D – IRPJ A RECUPERAR (Ativo Circulante) 942,87C – JUROS ATIVOS (Receitas Financeiras) 942,87

1% de R$ 94.286,98

/ /

• Pela compensação com o IRPJ de janeiro/2014:D – IRPJ A PAGAR (Passivo Circulante) 78.572,00C – IRPJ a RECUPERAR (Ativo Circulante) 78.572,00

/ /

IRPJ/2014 – Nº 01 88

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Em 28-2-2014, a conta IRPJ A RECUPERAR, no Ativo Circulante, apresentaráa seguinte posição:

(D) (C) (S)

Saldo em 31-12-2013 94.286,98 – 94.286,98

Juros de fevereiro/2014 942,87 – 95.229,85

Compensação em fevereiro/2014 – 78.572,00 16.657,85

• Pela contabilização, em março/2014, dos juros incidentes sobre o saldo acompensar do IRPJ:D – IRPJ A RECUPERAR (Ativo Circulante) 115,45C – JUROS ATIVOS (Receitas Financeiras) 115,45

0,70% (Selic de fevereiro/2014 – Estimada)de R$ 16.492,92 (R$ 94.286,98 – R$ 77.794,06 –valor compensado descapitalizado)

/ /

Após o cômputo dos juros, a conta IRPJ A RECUPERAR, no Ativo Circulante,apresentará a seguinte posição:

(D) (C) (S)Saldo em 31-12-2013 94.286,98 – 94.286,98Juros de fevereiro/2014 942,87 – 95.229,85Compensação em fevereiro/2014 – 78.572,00 16.657,85Juros de março/2014 115,45 – 16.773,30

• Pela compensação do saldo com o IRPJ de fevereiro/2014:D – IRPJ A PAGAR (Passivo Circulante) 16.773,30C – IRPJ A RECUPERAR (Ativo Circulante) 16.773,30

/ /

O tratamento tributário-contábil examinado aplica-se, também, ao saldo acompensar da CSLL apurado no ajuste anual de 31-12-2013.Em relação aos saldos negativos de IRPJ/CSLL apurados no ajuste anual, sãoasseguradas ainda ao contribuinte as seguintes alternativas:a) utilizar na compensação com débitos próprios relativos a quaisquer tributos

e contribuições administrados pela RFB, exceto contribuições previden-ciárias;

b) requerer a restituição, mediante o Pedido Eletrônico de Restituição preen-chido através do programa PER/DComp.

2. SALDO A PAGARSe a diferença apurada no ajuste anual for positiva, o saldo do imposto e/ou da contri-buição deverá ser pago, em quota única, até o último dia útil do mês de março do anosubsequente.O saldo a pagar será acrescido de juros calculados à taxa Selic, a partir de fevereiro atéo último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês do pagamento.

IRPJ/2014 – Nº 01 89

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Portanto, se o saldo a pagar do imposto e/ou da contribuição social, apurado em31-12-2013, for recolhido no período de 1º a 31 de março de 2014, deverá ser acres-cido de juros relativos à taxa Selic de fevereiro/2014 mais 1% referente ao mês demarço/2014.No entanto, é facultado o recolhimento antecipado, observado o que segue:– sem acréscimo, se recolhido de 1º a 31 de janeiro/2014, ou– com acréscimo de 1%, se recolhido no período de 1º a 28 de fevereiro/2014.

Imposto Estimado de DezembroEsse tratamento não se aplica aos valores do IRPJ e da CSLL relativos ao mês dedezembro, que deverão ser recolhidos até o último dia útil do mês de janeiro do anosubsequente.

2.1. PREENCHIMENTO DO DARFO recolhimento do saldo do imposto e/ou contribuição será efetuado através deDarf, devendo, o valor dos juros, ser informado no campo 9.

2.1.1. Códigos de RecolhimentoPara recolhimento dos saldos a pagar do IRPJ e da CSLL, apuradosno ajuste anual, serão utilizados os seguintes códigos do Darf:

IMPOSTO DE RENDAInstituições Financeiras............................................................... 2390Demais Empresas Obrigadas ao Lucro Real ................................2430Demais Empresas não Obrigadas ao Lucro Real......................... 2456

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDOInstituições Financeiras ...............................................................6758Demais Empresas .......................................................................6773

2.1.2. Incentivos Fiscais RegionaisAs pessoas jurídicas submetidas ao regime de estimativa durante oano-calendário de 2013, que puderam optar pela aplicação do Impos-to de Renda em investimentos regionais (Finor, Finam e Funres), nocurso do ano-calendário, deverão recolher, também até 31-3-2014, aeventual diferença de valor relativo à opção apurada na Declaração,acrescida dos juros calculados à taxa Selic, conforme examinado noitem 2 deste trabalho.Se os valores destinados para os referidos fundos, excederem o totala que a pessoa jurídica tiver direito, apurado na DIPJ, a parcela exce-dente será considerada como recursos próprios aplicados no respec-tivo projeto.Por outro lado, na hipótese de pagamento a menor de imposto em vir-tude de excesso de valor destinado para os fundos, a diferença deveráser paga com acréscimo de multa e juros, calculados de conformidadecom a legislação do Imposto de Renda.

Códigos de RecolhimentoA parcela dos incentivos fiscais relativa ao ajuste anual deverá serrecolhida através de Darf preenchido com os seguintes códigos:Finor ............................................................................................9344Finam ..........................................................................................9360Funres .........................................................................................9372

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2.2. APLICAÇÃO PRÁTICAI – A Empresa HANSEN Ltda., tributada pelo lucro real anual em 2013, apresen-tou, em 31-12-2013, os seguintes valores:

1 IRPJ Devido no Ano R$ 163.865,70

2 Recolhimentos Estimados – janeiro a dezembro/2013 R$ 105.878,69

3 Diferença a Recolher (1 – 2) R$ 57.987,01

Para pagamento em 31-3-2014, a empresa procederá como segue:– Selic de fevereiro/2014 (Estimada) 0,70%

– Cálculo da taxa de juros:0,70% (Selic-fevereiro/2014) + 1% = 1,70%

– Valor do acréscimo dos juros:R$ 57.987,01x 1,70% ..............................................................R$ 985,78

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei 9.250, de 26-12-95 (Informativo 52/95);– Lei 9.430, de 27-12-96 (Informativo 53/96);– Lei 9.532, de 10-12-97 (Informativo 50/97);– Lei 10.637, de 30-12-2002 (Informativo 53/2002);– Lei 11.941, de 27-5-2009 (Fascículo 22/2009);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 601, 857 e 858

(Portal COAD);– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 (Informativo 53/97);– Instrução Normativa 267 SRF, de 23-12-2002 (Informativo 53/2002);– Instrução Normativa 1.300 RFB, de 20-11-2012 (Fascículo 47/2012);– Instrução Normativa 1.344 RFB, de 9-4-2013 – Instruções de Preenchimento da

DIPJ/2013 (Fascículo 15/2012);– Ato Declaratório 3 SRF, de 7-1-2000 (Fascículo 02/2000);– Ato Declaratório Executivo 10 Corat, de 18-1-2002 (Informativo 04/2002).

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