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Sérgio Alfredo Macore Factores Associados a Evolução de Casos de Paralisias Periféricas (Pacientes dos 0 aos 60 anos do Hospital Provincial de Pemba, 2015 à 2016) (Licenciatura em Saúde Pública) ISCTAC Pemba 2017

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Page 1: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

Sérgio Alfredo Macore

Factores Associados a Evolução de Casos de Paralisias Periféricas (Pacientes dos 0 aos 60

anos do Hospital Provincial de Pemba, 2015 à 2016)

(Licenciatura em Saúde Pública)

ISCTAC

Pemba

2017

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i

Sérgio Alfredo Macore

Factores Associados a Evolução de Casos de Paralisias Periféricas (Pacientes dos 0 aos 60

anos do Hospital Provincial de Pemba, 2015 à 2016)

Monografia Científica a ser apresentada na

Faculdade de ciências de saúde, Para a Obtenção do

Grau Académico de Licenciatura em Saúde Pública.

Supervisor

dr.Custódio Saria N’coi

ISCTAC

Pemba

2017

Page 3: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

ii

ÍNDICE

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................v

LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................................ vi

LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................. vii

DECLARAÇÃO ..................................................................................................................... viii

APROVAÇÃO DO JÚRI .......................................................................................................... ix

DEDICATÓRIA .........................................................................................................................x

AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. xi

RESUMO ................................................................................................................................ xii

CAPITULO I – INTRODUÇÃO .................................................................................................1

1.1.Introdução .........................................................................................................................1

1.2.Contextualização ...............................................................................................................3

1.3.Delimitação do tema ..........................................................................................................3

1.4.Objectivos .........................................................................................................................4

1.4.1.Objectivo geral ............................................................................................................4

1.4.2.Objectivos específicos .................................................................................................4

1.5.Problema ...........................................................................................................................5

1.6.Hipóteses ...........................................................................................................................5

1.6.1.Hipótese Primária. ........................................................................................................6

1.6.2.Hipótese Secundária .....................................................................................................6

1.7.Justificativa........................................................................................................................6

1.8.Metodologia de investigação ..............................................................................................7

1.8.1.Tipos de Pesquisa ........................................................................................................7

1.9.Métodos e Técnicas de Pesquisa ........................................................................................8

1.9.1. Método de abordagem ................................................................................................8

1.9.2.Métodos de procedimentos ..........................................................................................9

1.10.Técnicas de Pesquisa........................................................................................................9

1.10.1.Observação ................................................................................................................9

1.10.2.Questionário ..............................................................................................................9

Page 4: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

iii

1.11.Universo e Amostra ....................................................................................................... 10

1.11.1.Método de Apresentação e Análise de Dados ........................................................... 10

1.11.2.Considerações Éticas ............................................................................................... 11

1.12.Descrição da área de estudo ........................................................................................... 11

1.12.1.Localização geográfica da cidade de Pemba ............................................................ 11

1.12.1.Limites geográficos ................................................................................................. 11

1.12.2.Aspectos Histórico-Culturais e Económicos ............................................................ 11

1.12.3.Local de estudo (HPP) ............................................................................................. 12

1.14.Organograma do HPP .................................................................................................... 13

CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 14

2.1.Conceitos Gerais .............................................................................................................. 14

2.2.Paralisia Facial Periférica ............................................................................................... 14

2.2.1.Paciente pode ter uma paralisia facial periférica......................................................... 15

2.2.2.Como reconhecer a paralisia facial periférica ............................................................. 15

2.2.3.Outros sintomas podem associar-se a essa fraqueza ................................................... 15

2.3.A causa da paralisia facial periférica ................................................................................ 15

2.4.A evolução da paralisia facial periférica sem causa aparente (paralisia de bell) ................ 16

2.5.O tratamento da paralisia de bell ...................................................................................... 16

2.5.1.Que exames devem ser solicitados? ........................................................................... 17

2.5.2.Casos com recuperação insatisfatória (sequelas) ........................................................ 17

2.5.3.Anatomia e fisiologia do nervo facial ........................................................................ 17

2.6.Fisiopatologia da lesão neural .......................................................................................... 22

2.6.1.Doenças que cursam com paralisia facial periférica ................................................... 23

2.7.Avaliação do paciente com paralisia facial ....................................................................... 24

CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ............... 26

3.1.Questionário dirigido ao Pessoal da Saúde do HPP .......................................................... 27

3.2.Paralisia Facial Periférica ................................................................................................. 28

3.3.Evolução Normal da Paralisia Facial Periférica ................................................................ 28

3.4.Tempo de tratamento das PFP .......................................................................................... 29

3.5.A procura de Cuidados Médicos ...................................................................................... 32

3.6.Caracterização Demográfica Social dos Pacientes de PFP e acompanhantes ..................... 35

Page 5: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

iv

3.7.Validação das Hipóteses .................................................................................................. 38

CAPITULO IV: CONCLUSÃO E RECOMEDAÇÕES ............................................................ 39

5.1.Conclusão ........................................................................................................................ 39

5.2.Recomendações ............................................................................................................... 40

Bibliografia ............................................................................................................................... 41

Page 6: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

v

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Quadro resumo do universo ....................................................................................... 10

Tabela 2: Total de inqueridos no Estudo .................................................................................... 26

Tabela 3: Género dos inqueridos ............................................................................................... 26

Tabela 4: Total de inqueridos em relação a faixa Etária ............................................................. 27

Tabela 5: Tabela comparativa da população mais afectada pela PFP 2015 vs 2016 .................... 29

Tabela 6: Conhecimento sobre a PFP por parte dos Pacientes e acompanhantes ........................ 36

Tabela 7: Causas das PFP .......................................................................................................... 36

Tabela 8: Doenças ligadas a PFP ............................................................................................... 37

Page 7: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

vi

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Índice de Recuperação Definitiva da PFP ................................................................. 30

Gráfico 2: Sensibilização de pacientes e comunidades no tratamento da PFP ............................. 31

Gráfico 3: Procura de Cuidados Médicos................................................................................... 32

Gráfico 4: situação de PFP e outras condições de saúde ............................................................. 38

Page 8: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

vii

LISTA DE ABREVIATURAS

PFP Paralisia Facial Periférica

ISCTAC Instituto Superior de Ciências e Tecnologia Alberto Chipande

HPP Hospital Provincial de Pemba

HIV Vírus de Imunodeficiência Humana

FAF Ferimento por arma de fogo

CAE Artrite encefalite Caprina

CEC Circulação Extra corpórea

CBC Carcinoma basocelular

OMA Otite Media aguda

OMC Otite Media crónica

Fa Frequência Absoluta

Fr Frequência Relativa

DTS Doenças de Transmissão Sexual

SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquiridas

Page 9: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

viii

DECLARAÇÃO

Declaro que esta monografia científica foi o resultado da minha investigação pessoal e das

orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão

devidamente mencionadas no texto, nas notas e bibliografia final.

Declaro ainda que esta monografia não foi apresentada em nenhuma outra instituição para

obtenção de qualquer grau académico.

Pemba, ______de Março de 2017

Nome do Autor

______________________________________________

Sérgio Alfredo Macore

Nome do Supervisor

_____________________________________________

Custódio Saria N’coi

Page 10: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

ix

APROVAÇÃO DO JÚRI

Este trabalho foi aprovado ……. Valores no dia …… de …………….….. de 2016, por nós,

membros do júri examinador do Instituto Superior de Ciências e Tecnologias Alberto Chipande

(ISCTAC).

Membros do Júri Examinador

__________________________________________

(O presidente do júri)

___________________________________________

(O arguente)

___________________________________________

Custódio Saria N’coi

Page 11: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

x

DEDICATÓRIA

Aos meus pais: Alfredo Macore e Jacinta João Baptista.

Page 12: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

xi

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço à Deus por me dar o dom da vida e a capacidade de superar todas as

dificuldades e barreiras encontradas durante a minha caminhada.

Em seguida agradecer o meu supervisor dr: Custódio Saria N’coi , pelo empenho e dedicação no

acompanhamento da presente monografia e pelos ensinamentos indispensáveis por ele

transmitidos.

A todos os docentes da ISCTAC-Pemba, em particular ao STAFF da Faculdade de Saúde

Pública pelos conhecimentos por eles transmitidos durante a minha formação académica, vai o

meu Kihoshukuru.

Aos meus colegas de carteira, pelo companheirismo e interacção académica que demonstraram

ao longo deste percurso.

Finalmente agradecer a todos que directa ou indirectamente deu de si para o alcance deste

objectivo.

O meu muito obrigado

Page 13: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

xii

RESUMO

Neste trabalho de pesquisa analisa-se a Factores Associados a Evolução de Casos de Paralisias

Periféricas (Pacientes dos 0 aos 60 anos do Hospital Provincial de Pemba, 2015 à 2016). A

análise tem como referencia um estudo de caso, da disfunção do nervo que movimenta os

músculos de metade da face dos pacientes que afluem na maior unidade de referência em termos

de serviços prestados em cuidados de saúde auxiliares ao nível Terciário dos Serviços Nacionais

de Saúde dentro da Província de Cabo Delgado. O estudo está dividido em quatro (04) capítulos:

No primeiro, nominalizado por introdução, debruça-se a contextualização do tema em alusão,

aspectos espaciais e temporal da pesquisa, a problematização da pesquisa e a sua respectiva

pertinência, destaca-se ainda os aspectos metodológicos da pesquisa, técnicas e a descrição da

população alvo da pesquisa, resenha do local da pesquisa e organigrama do HPP; O Segundo

capítulo da pesquisa visa fundamentalmente trazer aspectos inerentes a fundamentação teórica

sobre a paralisia facial periférica como reconhecer a paralisia facial periférica, a causa da

paralisia facial periférica, anatomia e fisiologia do nervo facial o tratamento da paralisia de bell,

casos com recuperação insatisfatória (sequelas), a evolução da paralisia facial periférica sem

causa aparente; No penúltimo capítulo é especialmente para apresentação, análise e interpretação

dos dados recolhidos na realização da pesquisa no campo; E ultimo capitulo, cinge

necessariamente em trazer uma análise conducente do trabalho através da conclusão feita na base

dos objectivos previamente definidos, constatações e as recomendações do trabalho. Realizou-se

uma pesquisa de trabalho no campo para facultar o contacto directo com a comunidade,

pacientes e técnicos ou médicos do HPP e investigar em loco sobre os factores que concorrem

para aumento do índice das necessidades registadas no HPP; em tornar eficiente o atendimento e

tratamento de pacientes e em resultado da crescente exigência da qualidade de vida ou saúde no

pais no geral e Pemba em particular, pelo facto ainda de que as actividades exercidas serem

sujeitas a muitos riscos, o que obriga, os seus actores a procura de estratégias eficientes e eficaz

no atendimento ou acompanhamentos e tratamento dos pacientes. E dentro deste tripé, o trabalho

tem como objectivo Geral: Analisar aos Factores associados à evolução da paralisia periféricas

nos pacientes de 0 aos 60 anos de idade que frequentam no HPP; e este foi desdobrado em

seguintes objectivos específicos: Identificar os factores associados à evolução da Paralisia facial

Periférica na cidade de Pemba no período compreendido de 2015 a 2016; Caracterizar o índice

de vida dos pacientes após a paralisia facial periférica no período em destaque; Descrever os

procedimentos levados a cabo no processo de atendimento personalizado dos pacientes de

paralisia periférica de 0 aos 60 anos no hospital provincial de Pemba; Levantar os principais

constrangimentos e propor melhorias no processo de atendimento de pacientes de paralisia facial

periférica de 0 a 60 anos no Hospital provincial de Pemba. Contudo, os resultados esperados no

termo do trabalho é a contribuição das iniciativas que resultem no bom atendimento e ou

acompanhamento de pacientes paralisia Facial periférica do Hospital Provincial e Pemba; por

este motivo, o trabalho é sobejamente importante pois este poderá futuramente consciencializar

aos munícipes e outros operadores locais dos factores da PFP.A recomendação geral referenciada

no desenvolvimento desse trabalho é que se desenhe mais políticas de saúde pública e quando é

notável recentemente o sintoma, deve procurar os cuidados médicos ou serviços de atendimento de emergência o mais urgente possível.

Palavras-chave: Paralisia, Facial e Periferica.

Page 14: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

xiii

Abstract

In this research work, we analyze the Factors Associated with the Evolution of Cases of

Peripheral Paralysis (Patients from 0 to 60 years of the Pemba Provincial Hospital, 2015 to

2016). The analysis is based on a case study of the dysfunction of the nerve that moves the

muscles of half the face of the patients that flock in the largest reference unit in terms of services

provided in auxiliary health care at the tertiary level of the National Health Services within Of

the Province of Cabo Delgado. The study is divided into four (04) chapters: The first,

nominalized by introduction, addresses the contextualization of the theme in allusion, spatial and

temporal aspects of the research, the research problematization and its pertinence,

Methodological aspects of the research, techniques and description of the target population of the

research, review of the research site and HPP organization chart; The second chapter of the

research aims to bring about aspects inherent to the theoretical basis of peripheral facial

paralysis, such as peripheral facial paralysis, peripheral facial paralysis, facial nerve anatomy and

physiology, and the treatment of bell paralysis, cases with unsatisfactory recovery ( Sequelae),

the evolution of peripheral facial paralysis without apparent cause; In the penultimate chapter it

is especially for presentation, analysis and interpretation of the data collected in the

accomplishment of the research in the field; In the last chapter, it necessarily involves bringing a

conductive analysis of the work through the conclusion made on the basis of the previously

defined objectives, findings and recommendations of the work. A field work survey was

conducted to provide direct contact with the HPP community, patients, and technicians or

physicians, and to investigate locally the factors that contribute to the increase in the HPP needs

index; To make the treatment and care of patients efficient and as a result of the increasing

demand for quality of life or health in the country in general and Pemba in particular, because the

activities carried out are still subject to many risks. Actors seeking efficient and effective

strategies in the care or follow-up and treatment of patients. And within this tripod, the work has

as a general objective: To analyze the factors associated with the evolution of peripheral

paralysis in patients from 0 to 60 years of age who attend PPH; And this was deployed in the

following specific objectives: Identify the factors associated with the evolution of Peripheral

Facial Paralysis in the city of Pemba in the period from 2015 to 2016; To characterize the life

index of the patients after the peripheral facial paralysis in the highlighted period; To describe

the procedures carried out in the process of personalized care of the patients of peripheral

paralysis from 0 to 60 years in the provincial hospital of Pemba; To raise the main constraints

and to propose improvements in the process of care of patients with peripheral facial paralysis

from 0 to 60 years in the Pemba Provincial Hospital. However, the expected results at the end of

the work are the contribution of the initiatives that result in the good care and / or follow-up of

patients with peripheral Facial paralysis of the Provincial Hospital and Pemba; For this reason,

the work is extremely important because it may in the future raise awareness among local

residents and other factors of the PFP. The general recommendation referenced in the

development of this work is to develop more public health policies and when the symptom is

recent, You should seek medical care or emergency care services as urgently as possible.

Palavras-Chave: Paralysis, Facial, Peripheral.

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1

CAPITULO I – INTRODUÇÃO

1.1.Introdução

A paralisia facial periférica (PFP) é uma entidade que angustia paciente e médico envolvidos,

levando muitas vezes, a exames desnecessários, caros e até mesmo a tratamentos inapropriados.

Várias doenças podem afectar a função do nervo facial, incluindo diabete, infecção pelo vírus da

imunodeficiência humana (HIV), doença de Lyme, fracturas do osso temporal, tumores da

parótida e do ângulo ponto-cerebelar, otite média, herpes zoster oticus (síndrome de Ramsay

Hunt), sarcoidose, eclâmpsia, amiloidose e a Síndrome de Guillain-Barré. Porém, a apresentação

mais comum da PFP é a idiopática ou Paralisia de Bell, que ocorre em 60-80% dos casos e é

diagnosticada após a exclusão de todas as etiologias possíveis. O exame físico, incluindo

otoscopia, exame da parótida e pares cranianos, é importante na determinação da causa e da

localização da injúria ao nervo facial.

É nesta visão que surge o tema da presente trabalho de pesquisa subordinado a Factores

Associados a Evolução de Casos de Paralisias Periféricas (Pacientes dos 0 aos 60 anos do

Hospital Provincial de Pemba, 2015 à 2016), é causada pelo mau funcionamento de algumas

áreas do sistema nervoso central, que deixa de transmitir impulsos para a activação muscular.

Portanto, com o intuito de se aprofundar a delimitação do tema pretendeu-se resolver a seguinte

questão: Que Factores estão Associados a Evolução de Casos de Paralisias Periféricas

(Pacientes dos 0 aos 60 anos do Hospital Provincial de Pemba, 2015 à 2016)?

A cidade de Pemba é capital da província de Cabo Delgado e é uma cidade que apresenta maior

número de pessoas que procuram tratamento desta doença. Basta olhar que nos últimos anos, o

hospital Provincial de Pemba tem mostrado uma forte capacidade de acomodar e ou responder as

necessidades da população, no que tange a diversas enfermidades. Dai que a pesquisa tem como

objectivo: Analisar aos Factores associados à evolução das paralisias periféricas nos pacientes de

0 aos 60 anos de idade na cidade de Pemba;

Este estudo tem como pertinência académica e social o facto de o tema ser de grande importância

para académicos na área da Saúde publica e nas organizações que buscam o sucesso, fornecendo

a ribalta necessária para situações análogas aos profissionais e outros utentes

Page 16: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

2

Pensa-se que a esta pesquisa foi fruto de uma revisão bibliográfica, onde a metodologia quanto

ao estudo foi baseada em descritiva e quanto aos procedimentos técnicos usou-se a bibliográfica

assim como documental e observação directa na actividade quotidiana de acompanhamento de

pacientes. Pretendeu-se ainda salientar o quão crucial é a qualidade no atendimento de pacientes

para aumento do rendimento do profissional e não só, mas também para deixar satisfeito e

conduzir a rápida melhoria do utente, uma vez que ele é activo na saúde publica.

Este trabalho é sobejamente importante a sua concretização pois divulga os conhecimentos

adquiridos sobre o tema ao público em geral, para a consciencialização a respeito do problema e

para subsidiar a adopção de medidas de adaptação aos impactos da Paralisia Periférica na faixa

etária em estudo. Acompanhamento de pacientes de paralisia periférica no HPP, e outros pontos

que remeteram a desenvolver o presente trabalho.

Assim, o trabalho apresenta três (3) capítulos. No primeiro apresentou-se a contextualização do

tema em alusão, aspectos metodológicos, a descrição do HPP e cidade de Pemba que é o local

onde decorrera a pesquisa, um breve historial da cidade, bem como a respectiva divisão

administrativa. No segundo capítulo fez-se a fundamentação teórica sobre a Paralisia Facial

periférica e outros itens relevantes a actividade de gestão do fundo de acção social escolar. No

terceiro e último capítulo fez –se apresentação, a análise e interpretação dos dados recolhidos na

realização da pesquisa no campo, Conclusão, Sugestões e elementos pós-textuais.

Page 17: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

3

1.2.Contextualização

A presente pesquisa pretende debruçar-se sobre Factores Associados a Evolução de Casos de

Paralisias Facial Periféricas (Pacientes dos 0 aos 60 anos do Hospital Provincial de Pemba, 2015

à 2016)

Este trabalho de Investigação surgiu no âmbito da licenciatura em Saúde Publica na Faculdade

de ciências de Saúde – ISCTAC, Delegação de Pemba. O ponto de partida para esta investigação

consistiu pelo facto de se observar a maior procura de cuidados médicos por pacientes de

Paralisia Facial Periférica no HPP.

A curiosidade acentuou-se do notório aumento do índice das necessidades registadas no HPP em

tornar eficiente o atendimento e tratamento de pacientes e em resultado da crescente exigência da

qualidade de vida ou saúde no pais no geral e Pemba em particular, pelo facto ainda de que as

actividades exercidas serem sujeitas a muitos riscos, o que obriga, os seus actores a procura de

estratégias eficientes e eficaz no atendimento ou acompanhamentos e tratamento dos pacientes.

O ambiente está cada vez mais competitivo, devido às profundas modificações políticas,

económicas, sociais e culturais porque a sociedade é dinâmica. Nesta vertente, o presente

trabalho tem como o objectivo Analisar aos Factores associados à evolução da paralisia

periféricas nos pacientes de 0 aos 60 anos de idade na cidade de Pemba;

O mesmo possibilitará a compreensão da importância da construção de estratégias de gestão

eficientes dos pacientes e reconhecendo os diferentes tipos de estágios de pacientes de paralisis

facial periférica.

1.3.Delimitação do tema

O tema em estudo, Factores Associados a Evolução de Casos de Paralisias Facial Periféricas, foi

realizado numa instituição Pública, e o seu maior enfoque de análise foi o Hospital Provincial de

Pemba no período de compreendido entre 2015 a 2016.

Os índices de propagação da paralisia periférica que se tem registado nos últimos anos em

Moçambique, faz com que haja sempre uma crescente preocupação por parte dos pacientes na

procura de cuidados médicos no HPP e dos dirigentes desta instituição em modernizar e

actualizar o seu papel como responsável na Saúde pública, dai que reside a escolha deste local de

pesquisa.

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4

O estudo focaliza-se no intervalo compreendido entre o ano de 2015 a 2016. Na verdade este

período deve-se pelo facto de verificar-se maior número de pessoas que procuram os cuidados

médicos naquela instituição pública.

1.4.Objectivos

Constituem a finalidade de uma pesquisa ou de um trabalho científico, ou seja a meta que se

pretende atingir com a elaboração da pesquisa. Dividem - se em gerais, que São definidas nas

perspectivas globais do trabalho, isto é na dimensão mais ampla pretendida com a pesquisa.

Consegue-se visualizar a intenção do pesquisador, sem identificação das estratégias pretendidas

e os específicos, define metas específicas da pesquisa que sucessivamente complementam e

viabilizam o alcance do objectivo geral, dando os detalhes, os pontos precisos (estratégias) sobre

os quais o pesquisador vai actuar e condicionam a formulação do problema e das hipóteses

orientadoras. Sendo assim, foram formulados os seguintes objectivos:

1.4.1.Objectivo geral

Analisar aos Factores associados à evolução da paralisia periféricas nos pacientes de 0

aos 60 anos de idade que frequentam no HPP;

1.4.2.Objectivos específicos

Identificar os factores associados à evolução da Paralisia facial Periférica na cidade de

Pemba no período compreendido de 2015 a 2016;

Caracterizar o índice de vida dos pacientes após a paralisia facial periférica no período

em destaque;

Descrever os procedimentos levados a cabo no processo de atendimento personalizado

dos pacientes de paralisia periférica de 0 aos 60 anos no hospital provincial de Pemba;

Levantar os principais constrangimentos e propor melhorias no processo de atendimento

de pacientes de paralisia facial periférica de 0 a 60 anos no Hospital provincial de Pemba.

Page 19: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

5

1.5.Problema

A Paralisia Facial Periférica é uma disfunção do nervo que movimenta os músculos de metade da

face. O problema não esta no cérebro, e sim no nervo entre sua saída do cérebro e sua chegada

nos músculos da face. Essa disfunção do nervo pode ocorrer por infecções, traumas, distúrbios

de glicemia, tumores de parótida, etc. A paralisia periférica é um acontecimento repentino que

geralmente assusta bastante o paciente e os seus familiares. Ocorre fraqueza ou ate paralisia de

um lado do rosto, fazendo que a boca entorte para o lado saudável e conduz ao paciente ao medo

com receios.

O Hospital Provincial de Pemba (HPP) é a maior unidade de referência em termos de serviços

prestados em cuidados de saúde auxiliares ao nível Terciário dos Serviços Nacionais de Saúde

dentro da Província de Cabo Delgado. Sendo assim, a razão pela qual há maior aforo em termos

de procura dos serviços de cuidados médicos auxiliares dos pacientes, provenientes em todos os

distritos da Província, assim como os da cidade de Pemba. A maioria dos pacientes que buscam

os serviços de cuidados de saúde auxiliares são os pacientes com paralisia periféricas.

Sendo assim, diante do exposto, percebe-se que a procura dos serviços de saúde no HPP

necessita de um bom acompanhamento ou atendimento dos pacientes de Paralisia Periférica,

como forma de responder as exigências da Saúde Pública. Dai que, a pesquisa segue um estudo

teórico e argumentativo, no intuito de elucidar ou buscar resposta para a seguinte problemática:

Que Factores estão Associados a Evolução de Casos de Paralisias Periféricas (Pacientes dos 0

aos 60 anos do Hospital Provincial de Pemba, 2015 à 2016)?

1.6.Hipóteses

“Hipótese é a proposição testáveis que pode vir ser a solução do problema que formulamos para

a nossa pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser confirmadas ou refutadas com

o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são

soluções possíveis para a sua resolução”, (GIL, 1996:56).

Hipótese, segundo LAKATOS & MARCONI (2003:161), é uma preposição que se faz na

tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema. É uma suposição que

antecede a constatação dos factos.

Page 20: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

6

Percebe- se que as hipóteses são as possíveis ideias ou seja soluções que são respostas a ser

encontradas ou que são plausíveis e podem ser provisórias dependendo de cada pesquisa e que

depois podem ser testadas para o problema da pesquisa. Na verdade, essas respostas poderão ser

confirmadas ou seja testadas com o desenvolvimento da pesquisa em causa.As principais

Hipóteses levantadas nesta pesquisa são:

1.6.1.Hipótese Primária

O maior índice de acidentes de viação nas estradas do Pais nos últimos tempos, conduz à

evolução de casos de Paralisias Facial Periféricas no HPP;

1.6.2.Hipótese Secundária

Os Traumas e estresses nas pessoas da faixa etária em estuda, contribui significativamente na

maior parte dos pacientes com casos de Paralisias Periféricas na Cidade de Pemba,

1.7.Justificativa

Ao lado das tendências crescentes da Paralisia Facial Periférica na cidade de Pemba e o autor,

sendo morador desta urbe, escolheu este tema baseando-se em três elementos principais,

nomeadamente: motivações pessoais académicas; relevância científica e utilidade do tema no

contexto Social.

Vários são os factores que contribuem para a existência da paralisia periférica nos pacientes de 0

a 60 anos de idade; e Por curioso que seja, várias doenças podem contribuir, incluindo o diabete,

infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), doença de Lyme, fraturas do osso

temporal, tumores da parótida e do ângulo ponto-cerebelar, otite média, herpes zoster oticus

(síndrome de Ramsay Hunt), sarcoidose, eclâmpsia, amiloidose e a Síndrome de Guillain-Barré.

No que diz respeito a arena científica, este tema é obviamente importante, pois permitira

futuramente que se abrirá caminhos para estudo de situações anómalas de PFP ou sendo um

trabalho não acabado, abrira caminhos para as futuras investigações.

Na sua utilidade dentro do quadro actual Social, de um lado a comunidade passara assimilar

mecanismos e metodologias de precaução e primeiros socorros em caso de um membro padecer

de paralisia facial periféricas, principalmente assegurar um acompanhamento do paciente ate ao

hospital ou Centro de Saúde próximo a sua residência.

Page 21: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

7

A pertinência do mesmo, torna acentuada na medida em que trabalho poderá munir os

profissionais da Saúde em ferramentas necessárias para actividade quotidiana. Pretende-se ainda

salientar o quão crucial é a qualidade no atendimento de pacientes para aumento do rendimento

do profissional e não só, mas também para deixar satisfeito e conduzir a rápida melhoria do

utente, uma vez que ele é activo na saúde pública.

Este trabalho tem como justificativa, pois mostrará os resultados obtidos através de análises que

foram feitas e estudados por meio académico e apresentados numa publicação conhecida no

meio editorial especializado. A pesquisa representa um trabalho interessante, pois amplia as

Informações necessárias para o conhecimento, unindo teoria e prática.

1.8.Metodologia de investigação

Segundo GOLDENBERG (1997) define o método como a observação sistemática dos

fenómenos da realidade através de uma sucessão de passos, orientados por conhecimentos

teóricos, buscando explicar a causa desses fenómenos, suas correlações e aspectos não revelados.

A característica essencial do método científico é a investigação organizada, o controle rigoroso

das observações e a utilização de conhecimentos teóricos.

Segundo LAKATOS & MARCONI (1995:106), os métodos podem ser subdivididos em métodos

de abordagem e métodos de procedimentos. Neste estudo, usam-se duas abordagens para definir

e classificar os métodos, assim temos os métodos de abordagem e de procedimento.

1.8.1.Tipos de Pesquisa

Quanto aos objectivos, a pesquisa é explicativa. Esta pesquisa, segundo MARCONI e

LAKATOS (2005:36), Permite uma liberdade do pesquisado para dar ideias que podem ser

acomodadas. Optou-se por este tipo de pesquisa porque a preocupação desta investigação é de

analisar aos factores associados à evolução da paralisia facial periféricas nos pacientes de 0 aos

60 anos de idade que frequentam o HPP;

O método usado é qualitativo o qual segundo IVALA (2007): “permite mergulhar na

complexidade dos conhecimentos reais e indaga não apenas o evidente, mas também as

contradições, os conflitos, as resistências a partir da interpretação dos dados no contexto da sua

produção”.

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Assim, a pesquisa qualitativa permite a investigação directa, a observação e a descrição dos

fenómenos e a explicação causal dos mesmos.

Quanto aos procedimentos, a pesquisa foi do campo (a pesquisa privilegiar-se-á a um observação

directa e um inquérito. É óbvio que o trabalho se sustenta na pesquisa bibliográfica e

documental.

Em suma a presente pesquisa cingiu numa abordagem quantitativa - e desencadeiam o processo

científico. São como soluções provisórias ao problema, servem para orientar a investigação e

necessitam teste, verificação, focalizando os segmentos a serem observados, evitando dispersões.

Esse tipo de abordagem faz referência ao processo investigativo e desenvolvimento de novos

saberes ou a compreensão dos conhecimentos já existentes, importantes na determinação dos

meios pelos quais se pode desenvolver processos com vista a satisfação da necessidade do

trabalho.

1.9.Métodos e Técnicas de Pesquisa

Trata-se de procedimentos a foram seguidos na realização de uma pesquisa. Trata-se também de

uma explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de toda a acção desenvolvida no método

de trabalho de pesquisa e pode ser entendida como caminhos pelos quais o pesquisador usou para

o alcance dos objectivos traçados, sendo que a técnica usada para desenvolver o estudo foi o

questionário.

1.9.1. Método de abordagem

O método de abordagem escolhido é o dedutivo que, recorrendo às respostas dos entrevistados,

inqueridos e da observação, os dados foram inferidos a todos no HPP. A generalização ajudará as

outras partes não abrangidas pela pesquisa em recomendações e sugestões dadas pela presente

pesquisa.

Page 23: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

9

1.9.2.Métodos de procedimentos

A pesquisa baseou-se nos seguintes métodos de procedimentos: método comparativo, na medida

em que far-se-ia a comparação entre os dados dos dois anos em estudo e o nível de atendimento

dos pacientes. Usou-se também o método histórico ao longo da revisão bibliográfica sobre a

Paralisia Facial Periférica. Por último, na perspectiva de evitar-se a viciação de resultados e

fazer-se uma ligação lógica entre os dados bibliográficos com os obtidos através de observação,

inquérito, usou-se o método estatístico na interpretação e demonstração de dados.

1.10.Técnicas de Pesquisa

Durante a realização da pesquisa, o pesquisador usou várias técnicas, dentre as quais a

observação directa pelo facto de recair no alvo, no ambiente físico do Hospital Provincial de

Pemba, no ambiente sócio-relacional, na utilização do material e na aplicação dos meios e um

questionário com intuito de buscar dos informante os factores que conduzem a proliferação da

paralisia facial periférica na cidade de Pemba.

1.10.1.Observação

Na perspectiva de ALARCÃO & TAVARES (1987) apud DIAS et al (2008:62) “a observação é

o conjunto de actividades destinadas a obter informações sobre o que se passa (…) com a

finalidade de, mais tarde, proceder a uma análise do processo”. Neste caso concreto usou-se a

observação participativa com um bloco de notas, um lápis e uma esferográfica para registar toda

a informação da observação. Portanto, observar-se-á algumas actividades quotidianas de médicos

e técnicos de saúde no hospital provincial de Pemba, onde se viu o nível elevado de pacientes

que procuram os cuidados médicos.

1.10.2.Questionário

“Questionários consiste num documento escrito, usado para guiar uma ou mais pessoas a

responder a uma lista de questões. Há um contacto directo entre os dois intervenientes e pode ser

administrado pelo correio, telefone e outros meios” (SERRA, 2003:55).

De acordo com MARCONI e LAKATOS (1999:13) apud IVALA e LUIS (2007:33), “ O

questionário é um instrumento de colecta de dados constituído por uma série ordenada de

perguntas, que devem ser respondidas por escritos e sem a presença do inquiridor”.

Page 24: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

10

Usada precisamente para recolha de dados, constituída por uma serie ordenada de perguntas, que

devem ser respondidas por escrito. Serão efectuado à médicos e ou técnicos do Hospital

Provincial de Pemba, envolvendo ainda os pacientes desta instituição de saúde com o objectivo

de saber destes o os factores que estão por de trás na evolução da paralisia facial periférica.

No concernente à estrutura do questionário é de referir que as perguntas abaertas e fechadas que

foram elaboradas em volta da temática sobre a paralisias facial periférica, relativamente os

factores que conduzem a maiores índices na actualidade, atendimento de pacientes e as suas

implicações de acordo com as obras consultadas com vista a poder colher no máximo

informações que permitem avaliar o actual cenário.

1.11.Universo e Amostra

A pesquisa evolveu um universo misto, constituído por médicos e técnicos do Hospital

[provincial de Pemba, Pacientes e ou pacientes que frequentam no hospital provincial de Pemba

e a alguns membros da comunidade conhecedores do tema em estudo. Deste universo, retirou-se

a seguinte amostra:

Tabela 1: Quadro resumo do universo

Componentes de amostra N.º de informantes Técnicas de colecta de

dados

Médicos e Técnicos do HPP 12

Observação e Questionário Pacientes e ou Pacientes do HP 30

Membros da comunidade local

(acomapanhates de pacientes)

8

Total da População Alvo 50

Fonte: Adaptada pela autora

1.11.1.Método de Apresentação e Análise de Dados

Os dados recolhidos foram alvos de um tratamento estatístico, com emprego de comparação de

frequências, particularmente as variáveis quantitativas foram apresentadas em termos de

frequência e percentagem. O processamento de dados foi feito numa base concebida, onde se fez

Page 25: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

11

a respectiva análise em tabelas e gráficos num programa do Microsoft Excel 2010 de acordo com

a natureza da informação e análise pretendida.

1.11.2.Considerações Éticas

De acordo com as exigências éticas e científicas fundamentais, foi privilegiado termo de

consentimento livre e esclarecido e a pesquisa apresenta relevância social, foi desenvolvida,

respeitando os valores sociais, morais, e éticos. Todo processo de investigação, obedeceu aos

princípios éticos dispostos pelo comité Institucional da Bioética da ISCTAC e foi submetido a

este Comité para sua devida aprovação.

1.12.Descrição da área de estudo

O presente estudo teve como área de estudo a cidade Municipal de Pemba com destaque os

serviços de Fisioterapia do Hospital Provincial de Pemba.

1.12.1.Localização geográfica da cidade de Pemba

De acordo com o SITCD – Sistema de Informação Territorial da Província de Cabo Delgado

(2003), o Município de Pemba localiza-se na costa Oriental de África, em Moçambique, à Sul da

Província de Cabo Delgado e junto à Baia de Pemba. Está dividido em 10 bairros sendo o bairro

de Natite, o segundo mais populoso, depois de Cariacó, com uma população estimadas em 33083

habitantes de acordo os dados do último censo populacional de 2007.

1.12.1.Limites geográficos

Norte: Praia de Inos

Sul: Bairro de Cimento

Este: Bairro de Cariacó

Oeste: Bairro de Ingonane

1.12.2.Aspectos Histórico-Culturais e Económicos

Segundo Alvarinho (1991), o embrião que veio dar origem ao actual Município de Pemba data

de 1857, como parcela da “Colónia 8 de Dezembro”, fundada por Jerónimo Romero. Em 1898 é

criado o Concelho de Pemba com sede na povoação de “Pampira”.

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A 22 Novembro de 1899 o Ministério da Marinha e Ultramar Português muda o nome de Pemba

para “Porto Amélia” em homenagem à última rainha de Portugal D. Amélia de Bragança; em

1932 Porto Amélia torna-se Câmara Municipal e a 19 de Dezembro de 1934 ascende a vila.

Foi elevada à categoria de cidade em 1958 pelo decreto-lei de 18 de Outubro do Governo-Geral

da Província. Por ordem do Presidente Samora Machel a cidade de Porto Amélia volta a

denominar-se Pemba a escassos meses da independência de Moçambique (Alvarinho, 1991).

A religião predominante é a muçulmana praticada por maior número dos munícipes e seguindo-

lhe a católica e as protestantes.

Apresenta uma miscelânea cultural e linguística sendo as línguas predominantes: Emakwua,

Shimakonde, Kimwani, kiswahili seguida das outras, (INE, 2007).

1.12.3.Local de estudo (HPP)

O estudo foi realizado no Hospital Provincial de Pemba durante 6 semanas e envolveu

funcionários que tratam doentes com paralisia facial, acompanhantes e proprios pacientes. O

Hospital Provincial de Pemba é do nível terciário, atende doentes vindos de toda a Província por

se tratar de uma unidade sanitária com pessoal e equipamento especializado com uma capacidade

de 272 camas e constituído por 22 sectores, um dos quais os serviços de Fisioterapia onde

decorreu o estudo. Vides o organigrama do HPP.

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1.14.Organograma do HPP

DirecÇão Geral

Direcção Clínica

Direcção do S. de

Ortopedia

Direcção do Servico de Cirurgia

Dir. de S. de

Madicina 1

Dir. do S. de

Banco de Socorros

Dir. S. B. Operatori

oDir. do S.

de Medicina1

Dir. do servico de Pediatria

Dir. S. Maternida

deDir.

S.Cons. Externa

Banco de Sangue

Laboratorio

Radiologia

Consultas Externas

Fisioterapia

Arquivo Clinico

Dir. Enfermagem

Enf. de Medicina2

Enf. de Cirurgia

Enf. de Medicina1

Enf.Pediatria

Enf. de Ortopedia

PCI

Maternidade

Banco de Socorro

Bloco Operatório

Higiene e Limpeza

Direcção Administrativa

Contabilidade

Recursos Humanos

Planificação e Estatistica

Secretaria

Transportes

Património

Nutrição e Dietética

Manutenção

Jardinagem

Lavandaria

SeguranÇaSECTOR DE COSTURA

Colectivo Restrito da Direcção

Colectivo da Direcção

Colectivo Alargado da Direcção

UGEA

Conselho Comunitário

Gabinete de Utente e Apoio Social

DIRECCAO CIENTIFICA

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CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.Conceitos Gerais

A paralisia é o estado ou situação de imobilidade, seja ela total ou parcial. A poliomielite

(vulgarmente tratada por paralisia infantil) caracteriza-se por ser uma doença que pode paralisar

completamente os músculos das pernas, impedindo a pessoa de andar.

A paralisia é causada pelo mau funcionamento de algumas áreas do sistema nervoso central, que

deixa de transmitir impulsos para a activação muscular. A sede do distúrbio pode estar nas

células do encéfalo ou da medula, ou nos nervos que vão ao músculo.

A poliomielite é um tipo de paralisia em que os músculos mostram-se relaxados e fracos e a sede

da perturbação está nos nervos ligado ao músculo.

O tratamento depende de medicamentos, exercícios, massagens, aplicações eléctricas,

fisioterapia etc.

Entretanto, Falar sobre a Paralisia periférica nos remete a uma reflexão de seu contexto histórico

para melhor compreender a actualidade.

Segundo, CORREA, C.L (2011),

2.2.Paralisia Facial Periférica

Para TELES (2010:76) “A Paralisia Facial Periférica é uma disfunção do nervo que movimenta

os músculos de metade da face. O problema não está no cérebro, e sim no nervo entre sua saída

do cérebro e sua chegada nos músculos da face”.

A disfunção do nervo pode ocorrer por diversas razões: infecções, traumas, distúrbios de

glicemia, tumores de parótida, etc; mas na maioria dos casos nenhuma causa é identificada.

Chamamos esses casos sem um desencadeante óbvio de Paralisia de Bell.

A procura de um médico Neurologista é fundamental para reconhecer a paralisia facial,

diferenciar sua forma Central (doença no Cérebro – AVC, por exemplo) e sua forma periférica

(doença no nervo – paralisia de Bell, por exemplo) e definir a necessidade de exames

complementares e tratamento.

Page 29: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

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2.2.1.Paciente pode ter uma paralisia facial periférica

Virtualmente qualquer pessoa, mesmo sem qualquer outra patologia, pode ter paralisia facial

periférica. Ocorre em homens e mulheres de qualquer idade. É rara abaixo dos 10 anos de idade.

Uma população que tem risco maior são as gestantes e mulheres que acabaram de dar a luz.

2.2.2.Como reconhecer a paralisia facial periférica

O quadro é geralmente bem agudo o paciente acorda ou percebe de uma hora para outra uma

assimetria no rosto. A fraqueza acomete toda uma metade da face, da boca até a testa. A boca

entorta para o lado preservado, o olho do lado acometido tem dificuldade de fechar a pálpebra

(ficando mais aberto),o paciente não consegue elevar a sobrancelha do lado acometido, as rugas

da testa do lado alterado desaparecem.

2.2.3.Outros sintomas podem associar-se a essa fraqueza

1. Alteração do paladar na metade da língua do lado paciente (mais sentida nos 2/3

anteriores da língua).

2. Redução das lágrimas e saliva do lado acometido (dificilmente esse sintoma é percebido

pelo paciente).

3. Algum formigamento ou dormência nos músculos fracos pode ser notada, mas

geralmente não é proeminente.

4. Alguns pacientes referem dor na região atrás da orelha do lado com a paralisia.

2.3.A causa da paralisia facial periférica

A grande maioria das paralisias faciais periféricas agudas não apresenta causa identificável.

Estima-se que uma boa parte desses casos sejam gerados por reactivação do vírus herpes tipo 1

(aquele que causa lesão eventual nos lábios – com vesículas). O vírus do herpes ficaria latente

nos nervos por muitos anos e eventualmente geraria uma inflamação que causaria boa parte das

paralisias faciais. Essa é uma teoria forte, mas de difícil comprovação nos casos do dia-a-dia, por

isso fica sempre como a principal hipótese nos casos sem outra explicação demonstrável. Mesmo

sendo uma reactivação viral o paciente geralmente não apresenta febre, outros sintomas virais e,

na grande maioria das vezes, não apresentam as vesículas lábias concomitantemente.

Page 30: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

16

A Paralisia de Bell (paralisia facial periférica sem causa aparente) é causada provavelmente pela

reactivação do herpes simples tipo 1. Se não houver sinais de alarme o paciente pode receber o

tratamento e alta mesmo sem realizar exames, devendo fazer seguimento ambulatorial.

Outras causas infecciosas podem ser pensadas em casos seleccionados, tais como HIV, Herpes

Zoster e Doença de Lyme; causas imunológicas, como a Polirradiculoneurite, a Miastenia Gravis

e a Sarcoidose; causas vasculares, como conflito neuro-vascular grave e isquemia do

nervo facial; causas tumorais, como metástase ou neurinomas . São doenças mais raras

e investigadas em casos seleccionados, quando o contexto clínico é propício ao seu

aparecimento, o quadro clínico é sugestivo ou a evolução é desfavorável.

2.4.A evolução da paralisia facial periférica sem causa aparente (paralisia de bell)

A paralisia de Bell é de evolução benigna. A percebida de repente pelo paciente ou seus

familiares, pode piorar em dias. A intensidade da fraqueza vária de paciente para paciente.

Atinge o ápice clínico, fica estável em um período que dura de dias a poucas semanas e apresenta

melhora progressiva após.

A grande maioria dos pacientes apresenta recuperação total ou bem satisfatória entre 4 e 8

semanas. Mesmo sem medicações. Uma pequena parcela de paciente pode ficar com sequelas

(algum grau de fraqueza após término da fase de recuperação – ou mesmo paralisia total).

2.5.O tratamento da paralisia de bell

A Paralisia Facial geralmente tem boa evolução mesmo sem tratamento algum. No entanto,

alguns trabalhos mostram alguma acção no intuito de acelerar a recuperação com uso de

Corticóide associado ou não com medicação Anti-viral. Essas medicações são utilizadas em

alguns casos, a decisão dependerá do grau da fraqueza, tempo de instalação, contexto clínico

(idade da paciente, doenças de base, etc…). A decisão fica a cargo do médico que assiste o

paciente.

Independente se o paciente fará uso ou não de alguma medicação por boca um cuidado

extremamente importante é com o olho do lado paralisado:

Page 31: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

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A fraqueza na face gera dificuldade de oclusão do olho do lado fraco. A dificuldade em fechar as

pálpebras pode gerar secura ocular e predispor o paciente a úlcera de córnea, uma complicação

oftalmológica grave da paralisia facial. Para evitar tal complicação é recomendado o uso de

lágrima artificial (colírio lubrificante) e ocluir o olho durante o sono (usando uma fita adesiva,

por exemplo). Esses cuidados são importantes até que o paciente possa realizar essa oclusão sem

nenhuma dificuldade.

2.5.1.Que exames devem ser solicitados?

A decisão de realizar ou não exames é do médico e depende de cada caso. Geralmente o

diagnóstico é baseado na história clínica e no exame clínico e neurológico do paciente. Em uma

boa parcela de casos nenhum exame precisa necessariamente ser solicitado. O paciente deve ser

orientado e seguido até a recuperação. Em casos seleccionados pode ser útil a Ressonância

Nuclear Magnética (para estudo da anatomia do nervo), o estudo do licor (colhido através de

punção na região lombar), exames de sangue, eletroneuromiografia, etc…

2.5.2.Casos com recuperação insatisfatória (sequelas)

Nos casos com recuperação insatisfatória é possível utilização de Botox (no lado bom), para

melhorar a simetria (uma vez que o aspecto estético é a principal problema da paralisia sequelar).

Há outras opções cirúrgicas como descompressão do nervo em casos graves (ainda em estudo) e

microcirurgia de transposição de nervo (também medida de excepção).

2.5.3.Anatomia e fisiologia do nervo facial

O nervo facial é um nervo misto (motor e sensitivo), constituído por fibras aferentes e eferentes

gerais e especiais. As fibras viscerais aferentes especiais conduzem o senso do sabor dos dois

terços anteriores da língua via nervos corda do tímpano e lingual (gânglio geniculado), e via

nervo intermédio (trato solitário). As fibras viscerais eferentes gerais constituem o sistema

parassimpático.

O nervo petroso superficial maior enerva as glândulas lacrimais e palatinas saindo do núcleo

saliva tório superior, passando pelo hiato do facial e gânglio esfenopalatino. O nervo petroso

superficial menor promove estímulo secretor para a glândula parótida e faz sinapse no gânglio

Page 32: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

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ótico. Os nervos corda do tímpano e lingual promovem inervação secretora para as glândulas

submandibulares e sublinguais, fazendo sinapse no gânglio submandibular.

As fibras viscerais eferentes especiais originam-se do núcleo motor do facial e passam através

do osso temporal, (excepto as fibras para o músculo de estapédio), indo em direcção ao forame

estilomastoideo, inervando os músculos auriculares, ventre posterior do digástrico, estilohióideo

e platisma, além da musculatura facial superficial (mímica). Evidências de que fibras aferentes

sensitivas promoveriam sensibilidade da concha e conduto auditivo externo e propriocepção da

face são contraditórias. Estas fibras seriam responsáveis pela otalgia na síndrome de Bell e dor

na infecção pelo herpes zoster. No seu percurso, desde o córtex cerebral até as suas ramificações

terminais nos músculos da face, o nervo facial pode ser dividido em 3 segmentos: supranuclear,

nuclear e infranuclear.

1) SEGMENTO SUPRANUCLEAR: É formado pelos tratos córticonucleares que são

constituídos pelos axônios dos neurônios que têm origem no giro pré-central do córtex cerebral e

caminham até atingirem o núcleo motor do facial, localizado na ponte. Além dessas fibras, o

segmento supranuclear apresenta fibras extrapiramidais que atingem o núcleo do facial. Por esse

motivo, nas paralisias supranucleares (paralisias centrais), pode haver contração involuntária da

musculatura da mímica durante manifestações emocionais.

2) SEGMENTO NUCLEAR: O nervo facial, VII par craniano, é um nervo misto, sendo 80% de

suas fibras de característica motora. O seu núcleo de origem localiza-se no assoalho do quarto

ventrículo, descrevendo um trajecto circular em torno do núcleo do motor ocular externo, e em

companhia do nervo intermédio (Wrisberg) e do nervo acústico, o nervo facial atravessa a região

do ângulo ponto-cerebelar, dirigindo-se ao meato acústico interno, onde, no fundo deste, penetra

em um canal ósseo conhecido como canal de Falópio.

O núcleo é constituído por um grupo ventral de neurônios (responsáveis pela motricidade da

metade inferior da face) e outro dorsal (responsável pela motricidade da metade superior da

face). Uma parte das fibras dos feixes córticonucleares que se dirigem para os grupos de células

dorsais cruza a linha média, resultando em inervação ipsi e contralateral dessa parte do núcleo.

Esse fato pode explicar a preservação da movimentação da metade superior da face bilateral e

paralisia da metade inferior da face contralateral nas lesões supranucleares do facial.

Page 33: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

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A grande maioria das fibras dos feixes córticonucleares que se dirigem para o grupo de células

ventrais cruza a linha média e atingem os núcleos contralaterais. A lesão isolada do núcleo do

facial caracteriza-se por uma paralisia do tipo periférico, ou seja, com o comprometimento da

musculatura de toda a face ipsilateral. Os axônios que saem dos neurônios do núcleo motor do

facial fazem uma alça ao redor do nervo abducente (VI nervo craniano). Devido a essa estreita

relação, as lesões do segmento nuclear do facial estão freqüentemente associadas a

comprometimento do nervo abducente.

3) SEGMENTO INFRANUCLEAR: O tronco do nervo facial, constituído pelo nervo facial

propriamente dito e pelo nervo intermédio, emerge do tronco encefálico na porção ventrolateral

do sulco bulbopontino, na altura do ângulo ponto-cerebelar, iniciando seu segmento infranuclear.

Desde sua saída do tronco até os ramos terminais na face, é subdividido em 6 segmentos: pontino

(intracraniano), meatal, labiríntico, timpânico, mastoídeo e extratemporal.

a) SEGMENTO PONTINO (INTRACRANIANO): Tem início no núcleo de origem onde se

junta ao nervo vestibulococlear (VIII par craniano) e intermédio até penetrarem no meato

acústico interno. Mede aproximadamente 10mm. As lesões desse segmento caracterizam-se,

portanto, pela associação de déficits vestibulares e cocleares, além de PFP homolateral.

b) SEGMENTO MEATAL: Os dois componentes do nervo facial (o nervo facial propriamente

dito e o nervo intermédio) penetram no meato acústico interno, onde perdem sua individualidade,

constituindo um tronco único até encontrar o canal de Falópio. Um septo ósseo conhecido como

crista falciforme ou "barra de Bill" (Bill´s Bar) separa este espaço da área do vestíbulo superior.

Esta área superior é separada da inferior pela crista transversa e na porção inferior encontra-se o

nervo vestibular inferior e o nervo nuclear. Esse segmento mede aproximadamente 8mm e nele o

nervo facial é muito resistente a processos de estiramento e compressão de evolução lenta. Por

esse motivo, lesões em decorrência de processos expansivos, como o schwanoma do nervo

vestibular, frequentemente, se manifestam por alterações na secreção lacrimal, salivar e

gustativa, decorrentes do comprometimento do nervo intermédio, e só tardiamente ocorre

comprometimento motor do nervo facial.

c) SEGMENTO LABIRÍNTICO: Recebe este nome porque o nervo facial passa entre o

labirinto coclear e o vestibular. Inicia-se no fundo do meato com aproximadamente 2-4 mm de

Page 34: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

20

comprimento, terminando no gânglio geniculado, onde saem o primeiro ramo (nervo petroso

superficial maior) e o segundo ramo (nervo petroso superficial menor). Ao sair do meato

acústico interno, o nervo sofre uma compressão fisiológica, pois o início do canal facial é sua

porção mais estreita. Por isso, nesse segmento o nervo facial é mais vulnerável a processos

inflamatórios. Além disso, essa é a única área onde o nervo facial não é suprido por anastomoses

arteriais em forma de arcadas e sim por um suprimento arterial único, que o deixa mais

suscetível a processos isquêmicos. Ao chegar ao gânglio geniculado o nervo faz uma curva para

trás de 40-80 graus, terminando o segmento labiríntico.

d) SEGMENTO TIMPÂNICO: Tem aproximadamente 11 mm de comprimento, cursando

póstero-superiormente ao processo cocleariforme e janela oval, fazendo uma segunda curva

(segundo joelho) em direção ao canal semicircular lateral (110 - 120 graus). Este segmento

divide-se em uma porção proximal vertical ou cocleariforme e uma porção distal horizontal ou

estapediana, de onde ocorre a emissão do terceiro ramo (nervo estapédio). Pode ocorrer

deiscência do nervo facial em 50% dos casos a nível da orelha média no segmento timpânico.

e) SEGMENTO MASTÓIDEO: É o segmento que está dentro do canal facial localizado na

parede anterior da apófise mastóide, estendendo-se verticalmente desde a caixa timpânica até o

forame estilomastoideo. Mede aproximadamente 13 mm e nele ocorre a origem do quarto ramo

do facial, o nervo corda do tímpano.

f) SEGMENTO EXTRATEMPORAL: Inicia-se junto ao forame estilomastoideo e, ao atingir

a parótida, começa a se dividir em têmporo-facial e cervico-facial. A seguir, divide-se em 5

ramos: cervical, mandibular, bucal, zigomático e temporal.

A vascularização do nervo facial, em sua porção intratemporal, é fornecida pelos sistemas

arteriais carotídeo e vértebro-basilar. No canal auditivo interno, o segmento meatal é nutrido por

ramos labirínticos terminais da artéria cerebelar ântero-inferior. Assim, os segmentos

intratemporais recebem irrigação das seguintes artérias:

1) artéria petrosa: ramo da artéria meníngea média que penetra no osso temporal, irrigando a

região do gânglio geniculado, segmento timpânico e parte do labirinto.

Page 35: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

21

2) artéria estilomastoídea: geralmente é ramo da artéria occipital. Penetra com trajeto ascendente

no forame estilomastoideo. É responsável pela irrigação do segmento mastoídeo e ramos do

nervo facial nesta região, colaborando com a vascularização do segmento timpânico.

O nervo facial intratemporal possui uma rica rede de anastomoses para prevenir sua isquemia,

com exceção do segmento labiríntico, ao nível da junção dos sistemas carotídeo e vértebro-

basilar. É exatamente essa região de menor irrigação que está envolvida, na maioria das vezes,

nos processos de paralisia idiopática, herpes zoster oticus, e paralisias tardias devido a fracturas

ou manipulação cirúrgica via translabiríntica ou fossa média. A anatomia do nervo facial é

extremamente importante para compreensão de suas patologias, bem como para uma exposição

adequada da mastóide e do ouvido médio em cirurgias otológicas. No acesso da fossa média, os

parâmetros anatómicos são a eminência arqueada, o plano meatal, o hiato facial, o nervo petroso

superficial maior.

Na via translabiríntica, deve-se visualizar a ampola superior e a lâmina vertical (Bill's Bar). Na

orelha média, os parâmetros para localização do nervo facial são o processo cocleariforme, a

janela oval, o canal semicircular lateral, o nervo corda do tímpano, além da ranhura do

digástrico. O nervo facial passa medial e inferior ao canal semicircular lateral.

Anomalias do nervo facial são raras, sendo a mais comum a deiscência do nervo facial de seu

canal, o que leva à exposição do mesmo à injúria durante uma cirurgia de osso temporal. A

localização mais frequente é o segmento timpânico acima da janela oval, seguido pelo gânglio

geniculado e segmento mastóideo adjacente às células retrofaciais.

O curso desse nervo normalmente é constante, porém variações anatômicas podem ocorrer.

Deve-se suspeitar de anomalias do canal de Falópio em casos de atresia congénita de orelha

média e anomalias de cápsula óptica. A complexidade morfológica, funcional e topográfica dos

nervos periféricos, e do facial em particular, associada a factores biológicos e cirúrgicos, influem

na qualidade da regeneração axonal e consequente função muscular após correcção cirúrgica de

uma injúria do nervo. A estrutura do nervo facial é composta de endoneuro, perineuro e

epineuro, sendo que as disposições não são constantes ao longo de seu trajecto.

No ângulo ponto-cerebelar e conduto auditivo interno, as fibras são arranjadas em feixes

paralelos com pequeno suporte de endoneuro, sem a presença de perineuro. No seguimento

Page 36: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

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labiríntico, as fibras formam uma colecção simples compacta com pouco endoneuro e uma fina

bainha. O nervo ocupa apenas 25% a 50% do canal ósseo. No segmento timpânico, o nervo é

composto por um único feixe. O epineuro é mais espesso que no segmento labiríntico. No

segmento mastoídeo, o nervo é composto por vários feixes.

Após o forame estilomastoideo, há vários feixes e um perineuro bem definido e espesso. Por

apresentar um envoltório conjuntivo mais frágil, as fibras da porção intracraniana são mais

vulneráveis às agressões, além de serem menos onduladas, apresentando assim menor

elasticidade e maior sensibilidade às lesões por estiramento agudo.

2.6.Fisiopatologia da lesão neural

Classificação das lesões nervosas e respectivas alterações morfológicas dos nervos

classicamente, a lesão neural é descrita como neuropraxia, axoniotmese ou neurotmese (Seddon-

1943). Posteriormente, Sunderland (1977) classificou-as em 5 classes, subdividindo a

neurotmese em 3 classes A neuropraxia (classe I) é resultado de uma compressão do fluxo de

axoplasma ao axônio distal, promovendo uma anóxia local nos axônios por compressão dos

vasos sanguíneos. Ocorre um fenômeno de adelgaçamento da fibra nervosa com desmielinização

focal. A condução nervosa está preservada acima e abaixo do local da lesão, não ocorrendo

degeneração walleriana. Uma vez removido o processo compressivo, ocorre remielinização,

reaparecendo a condução em dias ou semanas, com função nervosa condutiva normal.

A axoniotmese (classe II) descreve o estado de degeneração walleriana distal à lesão,

caracterizada por preservação do endoneuro dos axônios motores. Geralmente, é produzida por

uma compressão mais intensa ou mais prolongada das arteríolas e da drenagem venosa neural,

com aumento da pressão intraneural, bloqueando os influxos de nutrientes através do axoplasma.

Se o endoneuro permanecer preservado, a regeneração ocorre até completa recuperação em

semanas a meses, dependendo da distância a ser percorrida pelo axônio entre o local da lesão e o

órgão efetivo, além de outros fatores, como a idade do paciente. A neurotmese (classe III a V)

representa degeneração walleriana seguido de perda da camada endoneural (classe III), perda das

camadas endo e perineural (classe IV) e perda das camadas endo, peri e epineural (classe V),

com algum comprometimento da estrutura de sustentação conjuntiva do nervo (o que não ocorre

nas demais classes) e lesão axonal.

Page 37: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

23

No local da injúria, forma-se um abaulamento denominado neuroma. Havendo proximidade dos

tubos endoneurais comprometidos, a recuperação funcional espontânea pode ocorrer, porém nem

sempre é satisfatória devido à possibilidade de desacerto entre as fibras em regeneração

espontânea e seus respectivos cotos de tubos distais. Modelos experimentais com macacos

Rhesus demonstraram que mesmo após a remoção de 0,5 a 1 cm do tronco parotídeo do nervo

facial resultou em reinervação com níveis variados de função do nervo em 78% dos casos.

2.6.1.Doenças que cursam com paralisia facial periférica

A. Extracranianas:

1– Traumáticas: laceração facial, contusão, FAF, fratura de mandíbula, injúrias iatrogênicas,

paralisia do neonato (trauma de parto).

2 – Neoplásicas: parótida, CAE, neuroma de facial.

3 – Congênitas: ausência de musculatura facial.

B. Intratemporais:

1 – Traumáticas: fratura da pirâmide petrosa, ferimentos penetrantes, injúrias iatrogênicas.

2 – Neoplásicas: tumor glômico, colesteatoma, neuroma de facial, hemangioma, meningioma,

neuroma de acústico, rabdomiossarcoma, cisto aracnóideo, CEC, CBC, metástases.

3 – Infecciosas: OMA, OMC, otite externa maligna, Herpes zoster oticus.

4 – Idiopáticas: Paralisia de Bell, Síndrome de Melkersson Rosenthal.

5 – Congênitas: osteopetrose, colesteatoma.

C. Intracranianas:

1 – Injúria iatrogênica

2 – Neoplasias

3– Congênitas: Síndrome de Möbius, ausência de unidade motora

Page 38: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

24

D. Doenças que podem causar PFP bilateral:

Diabetes mellitus, Paralisia de Bell, Sarcoidose, Poliarterite nodosa, Síndrome de Guillain Barré,

Miastenia gravis, Paralisia bulbar, Porfiria, Leucemias, Distrofia miotônica, Meningite,

Síndrome de Möbius, Botulismo, Mononucleose infecciosa, Lepra, Malária, Poliomielite,

Doença de Lyme, Sífilis, uso de isoniazida, Osteopetrose, Neuropatia por vacinação.

2.7.Avaliação do paciente com paralisia facial

A primeira indagação importante que o médico deve fazer é: Trata-se realmente de uma paralisia

periférica? Como visto anteriormente, em uma paralisia central somente há envolvimento do

movimento voluntário do terço inferior do da face, e as secreções salivares e lacrimais e a

gustação não estão envolvidas. Pacientes com essa característica devem ser encaminhados ao

neurologista com urgência.

A avaliação clínica do grau de paralisia facial é um dado subjectivo e que difere de examinador

para examinador. Diversos sistemas têm sido propostos na padronização de uma escala universal,

sendo o Sistema de House-Brackmann o mais amplamente aceito e adoptado pela Academia

Americana de Otorrinolaringologia.

Grau I: Normal Função facial normal em todas as áreas

Grau II: Disfunção Leve Geral: leve fraqueza notável apenas à inspecção próxima; pode

haver sincinesia muito discreta No repouso: simetria e tônus normais Ao movimento:

Testa: função boa a moderada Olho: fechamento completo com mínimo esforço Boca:

leve assimetria

Grau III: Disfunção Moderada Geral: diferença óbvia mas não desfigurante entre os dois

lados; sincinesia e/ou espasmo hemifacial notáveis mas não severos no repouso: simetria

e tônus normais ao movimento: Testa: movimento moderado a leve Olho: fechamento

completo com esforço Boca: levemente fraca com o máximo esforço.

Grau IV: Disfunção Moderadamente Severa Geral: fraqueza óbvia e/ou assimetria

desfigurante no repouso: simetria e tonos normais ao movimento: Testa: nenhum

movimento olho: fechamento incompleto Boca: assimetria com o máximo esforço

Page 39: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

25

Grau V: Disfunção Severa Geral: apenas uma movimentação discretamente perceptível

No repouso: assimetria Ao movimento: Testa: nenhum movimento olho: fechamento

incompleto boca: movimento discreto.

Grau VI: Paralisia total nenhum movimento.

Apesar de tratar-se da maioria dos casos (70 a 80%), o diagnóstico de paralisia de Bell

(idiopática) é de exclusão, e portanto são fundamentais anamnese detalhada e exame físico

minucioso. O episódio súbito de uma paralisia requer uma avaliação completa para excluir todas

as etiologias conhecidas de paralisia motora. Muitos pacientes que receberam o diagnóstico de

Paralisia de Bell têm sofrido de atrasos deletérios no diagnóstico e tratamento de condições

como: colesteatoma, tumores parotídeos ocultos e schwanomas do acústico.

Page 40: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

26

CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Seguidamente são apresentados e interpretados os dados. A interpretação dos dados é sustentada

pela informação bibliográfica e teórica constante do capítulo de fundamentação teórica. Para o

efeito, intersectam-se os dados da fundamentação teórica com os dados recolhidos através da

observação e questionário. Com o inquérito pretendeu-se analisar os factores estão associados a

evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do Hospital Provincial

de Pemba, 2015 à 2016) contribuindo para um bom acompanhamento dos pacientes e um nível

de satisfação considerável.

Tabela 2: Total de inqueridos no Estudo

Inqueridos Fa Fr (%)

Medicos 2 6

Tecnicos 2 6

Pacientes 24 68

Acompanhantes 7 20

Total 35 100

Fonte: Adaptado pela Autora

A tabela mostra que, da população prevista para ser inqueridos foi possível trabalhar com 35

elementos que correspondem a amostra deste trabalho. Assim, temos: quatro (4) Médicos e

Técnicos do HPP, vinte e quatro (24) pacientes que frequentam no tratamento ambulatório da

fisioterapia e do em estado de observação clínica no HPP e sete (7) acompanhantes ou membros

da comunidade local.

Tabela 3: Género dos inqueridos

Sexo Fa Fr (%)

M 22 63

Page 41: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

27

F 13 37

Total 35 100

Fonte: Autora da pesquisa.

A tabela -02, mostra que a maior parte de inqueridos foram do sexo masculino com a

percentagem 63, relativamente aos do sexo feminino trespassam à 37%.

Tabela 4: Total de inqueridos em relação a faixa Etária

Idade(anos) Fa Fr(%)

0 – 10 1 3

11 – 17 7 20

18 – 34 9 26

35 – 49 14 40

>50 4 11

Total 35 100

No que tange a faixa etária desta amostra populacional, cobriu-se a seguinte: 0-10 anos, com

representatividade de 1 (um) elemento, que corresponde a 3%, População total entre 11-17 anos

com uma média de (7) elementos, isto é 20%, Por um lado a População total entre 18- 34 anos

contou com nove (9) inqueridos que soma 26% e por outro lado População total entre 35-49 anos

foi a mais representada com catorze (14) membros da amostra populacional, ilustrando 40% e

por último contou ainda os maiores de 50 anos, sendo estes compostos por quatro (4) inqueridos,

que são os restantes 11% desta população da pesquisa.

3.1.Questionário dirigido ao Pessoal da Saúde do HPP

Um total de 13% da amostra populacional é constituído pelo pessoal da Saúde do Hospital

Provincial de Pemba, a destacar: medico, técnicos clínico e de medicina preventiva e servente. A

saúde pública procura melhorar as condições de saúde das comunidades através da promoção de

estilos de vida saudáveis, das campanhas de sensibilização, da educação e da investigação

Page 42: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

28

3.2.Paralisia Facial Periférica

Em primeiro lugar, importa recordar que todo o funcionamento do aparelho do Estado é maior de

idade, isto é, já possui 18 ou mais anos de vida. Nesta óptica, o HPP segue as normas vinculadas

na Lei de Trabalho, Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, a Constituição da

República e entre outros documentos normativos. Dai que os funcionários desta instituição são

conhecedores da matéria em alusão e são capazes de dar juízo de valores nas questões

apresentadas;

Em linhas gerais, os 95% do Pessoal Saúde do HPP responderam “Sim”, na medida em que

demonstram-se conhecedores do tema da pesquisa e esta justificação é validada pelas seguintes

afirmações: “ PFP é uma imobilidade seja total ou parcial causada por um mau funcionamento

do sistema nervoso, deixando de transmitir impulsos para activação muscular”. Outro inquerido

definiu a Paralisia Facial Periférica como sendo “um evento que causa grande ansiedade e a

consequente perca de movimento da face, que normalmente tem sido um lado do rosto”.

Seguidamente os inqueridos citaram os principais sinais e alguns sintomas da paralisia facial

periférica:

Contracção involuntária de músculos;

Cegueira parcial e complexa;

Dores de cabeça, ouvido e do pescoço;

Entortamento da boca e derrame de saliva excessiva; etc

3.3.Evolução Normal da Paralisia Facial Periférica

Para os intervenientes da pesquisa não há linearidade na evolução desta patologia, sendo que a

mesma pode evoluir de forma desbloqueada, dependendo das causas e ou factores que

conduziram para a sua origem. Porem, coloca-se ainda o tipo de paralisia e tratamento aplicado

podem ainda ditar a evolução do mesmo. Comummente e acontece com o fecho da vista ou de

um dos olhos, também pode-se notar a sua redução, seguido pelo desvio da boca, perca dos

movimentos do membros superiores ate inferiores, etc. Assim, os munícipes da baia de Pemba,

particularmente o pessoal da saúde apontam os acidentes de viação e problemas laborais

(profissionais) como principais factores que concorrem para a evolução da PFP na cidade,

destaca-se também: a temperatura, má alimentação, problemas sociais, que inferem sob todas

Page 43: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

29

extractos sociais. Assim, as hipóteses formuladas anteriormente comprovam-se, pois os conflitos

laborais podem conduzir ao despedimento, consequentemente a pessoa torna-se ociosa.

Para o Pessoal da Saúde do Hospital Provincial de Pemba, a Paralisia Facial Periférica é uma

patologia relativamente comum de origem e evolução benigna. O susto é grande no começo, é

necessária a procura de um médico com experiência para diferenciá-la de um quadro central. O

médico decidirá se há ou não necessidade de exames e se há ou não vantagem do tratamento com

medicações. Cuidado especial com o olho deve ser tomado na grande maioria dos casos. O

seguimento clínico é fundamental para reconhecer e intervir no caso de evolução desfavorável.

3.4.Tempo de tratamento das PFP

Geralmente a paralisia leva pouco tempo para o seu tratamento, porem o tipo de paralisia poderá

ditar este melhoramento do paciente. Dai que existem aqueles que recuperam rapidamente o seu

estado normal, aqueles que levam muito tempo para superar e quem vive para o resto da sua

vida. Todavia, o mais observado o tratamento leva em média 2-3 meses, sendo que é

condicionado por vários factores: idade, sexo, o tipo de tratamento e o tempo que foi

diagnosticado.

A paralisia facial periférica é uma doença de bom prognóstico, uma vez que a maioria dos

pacientes pode recuperar-se sem tratamento. No entanto, com tratamento a recuperação costuma

ser mais rápida, e menor o risco de complicações. O desejável é que ela ocorra durante as três

primeiras semanas a contar do início dos sintomas. Quando isso não acontece, o risco de

sequelas permanentes aumenta.

Tabela 5: Tabela comparativa da população mais afectada pela PFP 2015 vs 2016

Idade 2015 % 2016 %

0 – 10 0 0 5 6

11 – 17 3 5 1 1

18 – 34 8 14 12 15

35 – 49 33 56 48 58

50 ou maior 15 25 17 20

Page 44: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

30

Total 59 100 83 100

Fonte: Adaptada pela Autora

O quadro comparativo acima mostra dados de procura de cuidados médicos por cada faixa etária

de pacientes no HPP. Relativamente ao período de estudo de 2015 a 2016 a faixa etária que foi

mais abrangida é a de 35 – 49 anos, seguida pelos maiores de 50 anos. De referir somente que

todas faixas no presente ano de 2016 já procuram cuidados médicos de PFP no Hospital

Provincial de Pemba, relativamente ao ano passado a primeira faixa etária (0-10) esta não foi

abrangida ou melhor não houve registo daquele que é a maior unidade hospitalar da província.

Notou-se ainda unanimidade ao afirmar-se que há diferença no nível de recuperação entre uma

criança e um adulto ou ainda, o nível de evolução no tratamento da PFP varia tendendo a faixa

etária do paciente, porem é notável que a criança recupera com maior mobilidade ou naturalidade

que um adulto. Não só, o tratamento a maior parte dos pacientes voltam ao convívio normal, isto

é positiva, porem existem aqueles que ficam com sequelas e geralmente estes não no inicio da

PFP não escarram a doença com toda naturalidade e mesmo assim, não assimilam a medicação e

os passos após o tratamento.

Gráfico 1: Índice de Recuperação Definitiva da PFP

Fonte: Adaptado pela autora, 2016

O gráfico acima mostra divergência de opinião relativamente a recuperação parcial e completa

de uma Paralisia Facial Periférica, onde 75% dos inqueridos afirma que após uma recuperação

parcial de um paciente é possível a sua recuperação definitiva., porem os 5% destes inqueridos

0%

50%

100%

SimNao

Talves

75%

5% 20%

Page 45: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

31

refutam essa possibilidade de recuperação. Não obstante, 25% da amostra populacional

manifestaram a dúvida, dizendo “Talvez”. Essa mínima parte revela a falta de informações ou a

falta da cultura de leitura no sentido de limar essas situações que ate certo ponto podem criar

embaraços na actividade quotidiana de um profissional como uma situação anómala.

Com isto, mais uma vez torna imperiosa a realização de pesquisa subsequentes sobre o tema em

destaque, tratando-se deste, ser humildemente uma pesquisa inacabada, visto que na sociedade

em que a nossa vivemos saúde é facilmente perde-se é importante para concretização e o

desenvolvimento de programas para o bem-estar da comunidade.

Não existe, entretanto, uma conduta terapêutica padrão para a doença. Tudo depende do tipo e

extensão do dano sofrido pelo nervo facial, das condições clínicas e da idade do paciente.

Portanto, de acordo com as particularidades de cada caso, o mais comum é prescrever

medicamentos anti-inflamatórios (corticosteroides) para reduzir o edema do nervo facial e

recuperar a enervação dos tecidos. Esse esquema funciona melhor quando introduzido assim que

surgem os primeiros sintomas.

Durante todo o tratamento, os olhos exigem atenção especial. Como os portadores do transtorno

apresentam dificuldade para fechar os olhos e menor produção de lágrimas, a aplicação de

colírios lubrificantes (lágrimas artificiais), várias vezes por dia, e de pomadas oftalmológicas

especiais à noite, assim como o uso de tampões para manter o olho fechado são medidas

indispensáveis para manter o olho hidratado e evitar lesões graves na córnea.

Gráfico 2: Sensibilização de pacientes e comunidades no tratamento da PFP

Fonte: Adaptado pela autora, 2016

85%

15%0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Nao

Page 46: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

32

Para 85% dos inqueridos, a direcção do HPP, tem promovido a actividades de gestão e

sensibilização dos pacientes e a comunidade para o tratamento de diversas doenças, pese embora

o caso da PFP não tenham observado a sua acção concreta. Estes apontaram como formas de

participação as campanhas de combate à malária, DTS/HIV/ doação de Sangue, sendo as mais

frequentes, onde se explica a comunidade os procedimentos de em caso de contrair ou

manifestar-se uma doença, através de cartazes, seminários, capacitação e formação, com

destaque para os seguintes temas: Paralisia e seus tipos; tratamento da Paralisia, Sintomas e

causas da paralisia, HIV/SIDA, Malaria, doenças diarreicas, etc.

Relativamente os 15% disseram que não participaram, pois a sua tarefa não exige directamente

no acompanhamento e tratamento de pacientes. O que pode se entender que apesar de ter uma

representatividade a minoria existem pessoas que não conhecem aquela que é a sua tarefa dentro

das instituições ou ainda as tarefas são executadas unilateralmente, não existindo a abrangência

ou envolvimento de todo staff para colaboração das actividades.

3.5.A procura de Cuidados Médicos

No que concerne a este item, os inqueridos em 100% efectivamente notaram que há maior

procura de cuidados médicos, particularmente no presente ano houve muita gente a procura

desses serviços devido ao índice de acidentes de viação, estresses, fadiga extrema, mudanças

bruscas de temperatura, baixa da imunidade, tumores e traumas, distúrbios na glândula

parótida, otite média, sem deixar aparte vírus de herpes variados e a resposta em termos de

atendimento e no tratamento desses pacientes tem sido positivo e mais rápido possível, em media

três (3) semanas o paciente volta a seguir no seu convívio familiar comum.

Gráfico 3: Procura de Cuidados Médicos

Adaptado pelo autor, 2016

100%

0%0%

50%

100%

150%

Sim Nao

Page 47: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

33

Como se pode ver pelo gráfico, os inqueridos em estudo, em 100% dos afirmam que tem havido

maior procura de cuidados médicos por parte dos pacientes. Portanto, há maior preocupação de

melhorar o nível de saúde e ou de vida por parte da comunidade.

Sendo assim, geralmente recomenda-se o paciente a ter cuidados como:

Quanto mais precoce for o tratamento melhor possibilidade tem de se evitar sequelas;

Relativamente ao olho tem de evitar esforçar, podendo recorrer o uso de pomadas ou

gotas oftalmológicas;

Repousar ou dormir o bastante e muito cedo, evitando nervosismos.

Relativamente aos acompanhantes e os demais familiares de pacientes de PFP é correcto que

desencadeiem uma serie de acções tais como:

Um suporte social abrangente para o paciente;

Plena compreensão das orientações clínicas para o auxilio no tratamento;

Procurar entender a tipologia de Paralisia e a sua evolução;

Estar atenta no paciente e disponível para lhe dar o devido acompanhamento para que se

senta a vontade.

Diante dessas acções indicadas para o paciente e os familiares, evita o seguinte:

A principal complicação da paralisia facial periférica é o ressecamento do olho que

permanece aberto no lado paralisado. Essa inaptidão para piscar ou fechar o olho pode

causar lesões permanentes na córnea que levam a graves problemas de visão, inclusive

cegueira.

Outra complicação é a sincinesia olho/boca, ou seja, a ocorrência de movimentos

involuntários, mas simultâneos, provocados por um comando este, sim, voluntário de um

grupo muscular distinto. Por exemplo, a pessoa sorri e, sem querer, fecha o olho do lado

afectado ou, então, ergue o canto da boca, quando fecha os olhos.

Embora rara, a síndrome de Bogorad, ou reflexo gustolacrimal, é outra sequela que

envolve a regeneração defeituosa do nervo facial. Também conhecida por “síndrome das

Page 48: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

34

lágrimas de crocodilo”, interfere no funcionamento das glândulas lacrimais e salivares. O

sinal mais evidente do problema é a pessoa lacrimejar enquanto se alimenta.

Geralmente os casos de Paralisia Facial Periférica passam por uma avaliação clínica mais rápida

possível, embora nota-se muita dificuldade para seguir todas as fases ate o seu diagnóstico, pois

depende muitos factores. Por isso, ao primeiro sinal de alterações nos músculos da face, a pessoa

deve procurar um médico e seguir suas recomendações. Nas fases iniciais da doença, os

músculos ainda não passaram por um processo de atrofia que, certamente, prejudicará a

recuperação.

O diagnóstico baseia-se na avaliação clínica e neurológica do paciente. Quando necessário,

porém, a eletroneuromiografia é um exame útil para estimar a gravidade das lesões do sistema

nervoso periférico e registar a actividade eléctrica dos nervos e músculos envolvidos.

Para melhor conduzir o tratamento, é fundamental estabelecer o diagnóstico diferencial entre a

paralisia facial central e a doença periférica. No primeiro caso, a lesão no nervo craniano ocorre

em seu trajecto dentro do cérebro e pode ser determinada por acidente vascular cerebral,

tumores, SIDA, diabetes, por exemplo, mas a perda dos movimentos atinge apenas o terço

inferior de um lado da face. Portanto, a pessoa consegue franzir a testa, erguer a sobrancelha,

abrir e fechar os olhos, mas a boca entorta, o que dificulta a articulação das palavras e a

mastigação. São também sinais importantes para o diagnóstico diferencial o deficit motor

unilateral, principalmente nos braços e pernas, e a dificuldade para permanecer em pé.

Na paralisia facial periférica, a lesão ocorre depois que o nervo deixou o cérebro e compromete

todos os movimentos mímicos de metade da face, não importa se do lado direito ou do esquerdo

(raramente dos dois lados), sem afectar a condução nervosa para os músculos de outras regiões

do corpo.

Exames como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada são recursos que podem

ajudar a estabelecer o diagnóstico diferencial da paralisia facial e evitar complicações.

Page 49: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

35

3.6.Caracterização Demográfica Social dos Pacientes de PFP e acompanhantes

Um dado verídico é a faixa etária que mais sofre da PFP é a de 35 – 49 anos, relativamente ao

período de estudo de 2015 a 2016. Dos pacientes com quem se trabalhou sete (13) são mulheres,

igual 42% e 18 são homens, o que corresponde a 58% respectivamente. Com esses dados pode-

se concluir que os homens sofrem mais de problemas de Paralisia facial periférica, em

detrimento as mulheres. Porém, constatou-se que aqueles pacientes com uns extractos sociais

elevados facilmente sofrem desta doença devido a nível de preocupações e ou necessidades deste

tipo de pessoas, uma vez que quanto mais o nível socioeconómico evolui ou aumenta, os índices

de problemas ou necessidades aumentam.

No entanto, os pacientes inqueridos na sua maioria tinham nível superior, sendo estes num total

de 11, ensino médios 14 inqueridos, 3 pacientes para os níveis básicos e primário

respectivamente. Na maior parte desses pacientes apesar de alguns registarem a sua melhoria e

que pura e simplesmente procuravam cuidados médicos para efeitos de controlo da doença, estes

já não exercem as funções que antes da doença desempenhavam. Isto revela que, alguns sectores

actividade aceleram também os índices de recaída desta doença, pois alguns estão em casa sem

nenhuma ocupação. É importante que essas pessoas não se sintam improdutivas, ocupando lhes

em algumas tarefas que lhe colocam junto da convivência habitual.

O acompanhamento de pacientes de PFP e Tratamentos caseiros utilizando gelo e fisioterapia

facial tem se mostrado muito benéficos na maioria dos casos, porém é importante que os

exercícios de fisioterapia sejam realizados várias vezes ao dia, todos os dias, para potencializar o

tratamento. Nesta a presença dos demais familiares é pertinente para poder ajudar nesses

momentos difíceis do paciente.

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Indagados se os inqueridos tinham conhecimento das PFP, estes manifestaram firmeza nas suas

respostas. Vides a tabela abaixo:

Tabela 6: Conhecimento sobre a PFP por parte dos Pacientes e acompanhantes

PFP Fa Fr %()

Uma imobilidade seja total ou parcial causada por um mau funcionamento

do sistema nervoso, deixando de transmitir impulsos para activação

muscular”.

15

48

Um evento que causa grande ansiedade e a consequente perca de

movimento da face, que normalmente tem sido um lado do rosto”.

9

29

Fraqueza súbita nos músculos da face ou rosto afectando qualquer pessoa

e em qualquer idade.

7

23

Fonte: Autora da pesquisa

Como pode deparar com as respostas na tabela acima, os inqueridos apesar de tratar de

diferentes extratos sociais, estes conhecem ou melhor, sabem explicar o que é a PFP. Para esta

questão a pelo fundo e a forma das respostas dadas pelos inqueridos remetem a mesma

asserção. Sendo assim, em 100% conceituaram sem haver nenhum valor antitético, o que

significa que os inqueridos estão inteirados ou conhecem o assunto tratado neste

trabalho.Sendo assim, apontou-se de igual modo as seguintes causas:

Tabela 7: Causas das PFP

Causas Fa Fr(%)

Acidentes de viação 4 13

Traumas e estresses; 16 52

Doenças infecciosas 3 10

Tensão Arterial 6 19

Doenças oportunistas. 2 6

Total 31 100

Fonte: Autora da pesquisa

Page 51: Factores associados a evolução de casos de paralisias periféricas (pacientes dos 0 aos 60 anos do hospital provincial de pemba

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Relativamente as da PFP, 52% dos inqueridos destacam as traumas e estresses como

principalmente vector das PFP, seguidos pela tensão arterial, que foi apontada por 19% dos

inqueridos. Por mais adiante notabilizam-se os acidentes de viação 13%, doenças infecciosas

10% e doenças oportunistas com uma media de 6% de inqueridos.

Com estas informações, pode-se perceber nitidamente que os inqueridos possuem uma noção do

tema da presente pesquisa e que as informações por estes prestadas de certa maneira contribuir

para a confirmação das hipóteses formuladas neste trabalho, uma vez que ficou claro que as

traumas e estresses são principais causas da PFP, não só poderão ser úteis para o

desenvolvimento das próximas pesquisas, uma vez que este humildemente não constitui uma

pesquisa acabada.

Os pacientes inqueridos no HPP na sua maioria vivem acompanhados dos seus familiares, porem

nem todos têm a mesma sorte, existem aqueles que vivem sozinhos e necessitam de apoio para

praticar os diferentes exercícios caseiros recomendados.

Tabela 8: Doenças ligadas a PFP

Situação Fa Fr(%)

Doen

ças

lig

ad

as

a P

FP

Circulatória 2 6,4

Diabetes Mellitus 5 16,2

Sistema Nervoso 11 35

Vasculares 7 23

Respiratórias 4 13

HIV/SIDA 2 6,4

Outras 0 0

Total 31

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A maior parte da amostra de pacientes de paralisia Facial periférica já teve uma doença aguda

recentemente. Isto é, os pacientes que apresentam outras condições de saúde, podem prosseguir

com o tratamento simultânea das mesmas, desde que se queixe precocemente ao técnico clínico e

ou médicos, para a sua avaliação. Vides o gráfico a seguir.

Gráfico 4: situação de PFP e outras condições de saúde

Fonte: Autora da Pesquisa

O gráfico acima demonstra o nível de pacientes em condição de PFP relativamente as outras

condições de saúde, isto é, doentes que para alem da paralisia já manifestaram outros tipos de

doenças. Sendo que 60% dos pacientes já trataram a PFP e outras doenças simultaneamente e os

40% apenas trataram a paralisia Facial Periférica. Com isto, pode se perceber que é possível

tratar a PFP e as outras doenças simultaneamente. Nesta vertente deixou-se as seguintes

orientacoes pelos inqueridos: seguir com as orientacoes medicas e fazer exercícios físicos; Ter

um bom atendimento e acompanhamento; Não abandonar o tratamento ;Procurar ajuada medica

o mais rápido possível;

3.7.Validação das Hipóteses

Todas as hipóteses formuladas ao longo da pesquisa foram confirmadas na medida em que

constatou0-se que as acidentes de viação e a falta de ocupação contribuem significativamente

evolução da Paralisia facial periférica.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

SimNao

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CAPITULO IV: CONCLUSÃO E RECOMEDAÇÕES

5.1.Conclusão

Diversas técnicas fitoterapêuticas têm sido utilizadas com a finalidade de activar adequadamente

a dinâmica muscular facial do nervo paralisado. Apesar de ser uma condição multidisciplinar, a

fisioterapia é uma opção efectiva dentre as opções terapêuticas conservadores, através da

electroterapia, agentes térmicos, massoterapia e cinesioterapia.

Dai que, este estudo demonstrou que as características dos indivíduos com paralisia atendidos na

fisioterapia são similares a outras populações. Os mesmos apresentaram melhoria do quadro

inicial após tratamento com recursos de cinesioterapia sugeridos pela prática clínica e literatura

científica.

Na verdade, a paralisia periférica decorre da interrupção do influxo nervoso de qualquer um dos

segmentos do nervo. Seu acometimento resulta em paralisia completa ou da mímica facial e pode

estar associada a: distúrbios da gustação, salivação e lacrimejamento, hiperacusia e hipoestesia

no canal auditivo externo. Em torno de 50% da população acometida por paralisia periférica a

etiologia é desconhecida. A primeira maior incidência é a idiopática, ou de Bell, e a segunda, é

traumática, entre outras. Hipertensão arterial, diabetes mellitus, viroses, gravidez e puerpério são

apontadas como condições associadas.

Contudo, o grau de recuperação da função do nervo da paralisia depende da idade do paciente,

do tipo de lesão, da etiologia, nutrição do nervo, comprometimento neuromuscular e terapêutica

instituída. A recuperação da lesão do nervo pode acorrer em algumas semanas, até quatro anos.

O tratamento da paralisia periférica requer abordagem médica, fisioterapêutica e

fonoaudiológica. A fisioterapia é indispensável com o objectivo principal de restabelecer o

trofismo, a força e a função muscular. Os recursos sugeridos pela literatura são: cinesioterapia,

massagem e eletrotermoterapia, confirmados por ensaio clínico aleatório e revisão sistemática

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5.2.Recomendações

A Organização Mundial da Saúde define saúde como “estado de completo bem-estar físico,

mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”. Diante disso, embora

cerca de 80% dos pacientes recupere completamente (ou quase completamente) os movimentos

faciais, durante algum tempo eles apresentam transtornos funcionais e estéticos que, sem dúvida,

interferem na qualidade de vida e podem ter reflexos no desempenho social, psicológico e

profissional dos portadores da enfermidade.

Por isso, ao primeiro sinal de alterações nos músculos da face, a pessoa deve procurar um

médico e seguir suas recomendações. Nas fases iniciais da doença, os músculos ainda não

passaram por um processo de atrofia que, certamente, prejudicará a recuperação.

Dai que, em termos de recomendações, listo as seguintes:

Não parar ou cancelar o tratamento e seguir todo o tipo de acompanhamento prescrito

pelo técnico clínico;

Quando é notável recentemente o sintoma, deve procurar os cuidados médicos ou

serviços de atendimento de emergência o mais urgente possível;

Falar ou conversar com a família sobre o seu estado de saúde e particularmente sobre

esta doença de PFP.

Praticar exercícios físicos e portar acessórios recomendados;

Estar saudável é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a

ausência de enfermidade ou invalidez”. Diante disso, embora cerca de 80% dos pacientes

recupere completamente (ou quase completamente) os movimentos faciais, durante

algum tempo eles apresentam transtornos funcionais e estéticos que, sem dúvida,

interferem na qualidade de vida e podem ter reflexos no desempenho social, psicológico e

profissional dos portadores da enfermidade.

É fundamental inserir no serviço de fisioterapia protocolos que facilitem os registos de

dados dos indivíduos com paralisia facial encaminhados para tratamento, como por

exemplo: tratamento médico associado, avaliação motora inicial e final, recursos

seleccionados, relatório de tratamento, permitindo assim estudos analíticos.

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