facetas passo a passo

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laminados ceramicos

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    Facetas Laminadas de Prof. Dr. Fernando Mandarino

    1 Histrico

    O desenvolvimento dos procedimentos de confeco de facetas com o intuito de

    recobrimento da face vestibular dos dentes teve incio relatado na literatura a partir do sculo XX

    com o Dr Charles Pincus (1947) que foi considerado o precursor das facetas laminadas. Ele

    realizava o facetamento das superfcies vestibulares esteticamente desfavorveis atravs da fixao

    de dentes de acrlico com p adesivo sem qualquer desgaste dos dentes, o que era considerado,

    portanto um procedimento provisrio.

    Foi a partir de 1955 quando Buonocore desenvolveu a tcnica do condicionamento cido do

    esmalte e Bowen em 1963 desenvolveu as resinas compostas com o BISGMA, que novas

    perspectivas surgiram em relao aos procedimentos estticos adesivos e conseqentemente

    tambm em relao ao desenvolvimento das facetas laminadas de resina composta e posteriormente

    porcelana.

    Novamente a partir de 1970 a Odontologia passou por grandes mudanas em relao aos

    materiais restauradores estticos, procedimentos de adeso e tambm conceitos de preparo e

    restaurao conduzidos a cada vez mais maior preservao de estrutura dental e valorizao da

    esttica. Em 1974 Cooley foi o primeiro cirurgio dentista a recobrir a face vestibular dos dentes

    anteriores com resina composta para recuperao da esttica, a partir da descoberta dos aparelhos de

    luz ultravioleta em 1973 por Waller. Em 1975 Rochette descreveu uma tcnica de condicionamento

    das porcelanas com cido com o objetivo de se unir resina composta demonstrando a efetividade

    do silano nos reparos de porcelana. Em 1976 Faunce e Myers utilizaram dentes de acrlico

    adaptados ao preparo para facetas e fixados atravs do condicionamento cido do esmalte. Em 1979

    foi introduzido no mercado odontolgico um sistema de facetas pr-fabricadas de resina acrlica

    denominadas sistema Mastique.

    A partir de 1983 que as facetas de porcelana passaram a merecer lugar de destaque como

    opo restauradora, quando Simonsen e Calamia descrevem o condicionamento das porcelanas com

    cido fluordrico, com o mesmo propsito que se utilizava o condicionamento cido no esmalte

    dental. Tambm em 1983, foi proposta a tcnica de confeco de facetas laminadas de porcelana

    por Horn, destacando-se dos materiais e tcnicas at ento utilizadas pela superioridade de suas

    propriedades no s estticas como funcionais.

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    2 Indicaes

    2.1 Modificao da Forma ou Posio dos dentes

    Tem sua indicao favorvel em casos de dentes conides, ectpicos, girovertidos (ou mal

    posicionados), fechamento de diastemas, microdontia, harmonizao de espaos na Odontologia

    Cosmtica. Em muitos casos onde o dente se encontra em posio adequada e com ausncia de

    manchamentos pode se conseguir a remoo mnima de esmalte ou at mesmo ausncia de preparo

    no elemento dental.

    2.2 Correo esttica de defeitos estruturais

    As perdas de estrutura dentais sejam congnita ou adquirida que comprometem a esttica

    podem ser reparadas com o auxlio das facetas laminadas, tais como: cries extensas de esmalte,

    restauraes mltiplas, fraturas ou discrepncias de tamanho, amelognese imperfeita, eroso,

    abraso, abfrao.

    2.3 Modificao de Cor

    Pacientes com dentes pigmentados, principalmente vitalizados, e que no responderam

    favoravelmente ao clareamento dental, tm nos laminados um recurso bastante eficaz e

    conservador. Podemos citar como exemplo: casos de fluorose, pigmentao por tetraciclina,

    displasia de esmalte, tratamento endodntico iatrognico. Nestes casos o correto controle do grau de

    opacidade e translucidez dos materiais a serem utilizados fundamental para se obter uma esttica

    favorvel.

    2.4 Retentores de Prtese Adesiva em Porcelana Pura

    Existe a tcnica das Encore Bridges, indicada em casos de retentores estruturalmente

    hgidos, porm com comprometimento esttico, as facetas vestibulares so utilizadas unidas aos

    pilares da prtese.

    2.5 Reabilitao Oclusal

    Restabelecimento de guias oclusais por Facetamento Indireto.

  • 3

    2.6 Reparo de Prteses

    Reposio de Facetas perdidas ou deterioradas em coroas veneer. Quando as coroas

    apresentam-se apenas com comprometimento esttico das suas faces vestibulares, a confeco das

    facetas pode ser um recurso extremamente conservador ao invs de se substituir as coroas j

    existentes somente por motivo esttico.

    3 Contra-Indicaes (Limitaes para a sua Utilizao)

    3.1 Perda Estrutural com Comprometimento da Resistncia Dental

    Ao contrrio de outras restauraes protticas, as facetas laminadas no servem de reforo

    estrutura dental remanescente sobre a qual so colocadas. Desta forma seu uso pode apresentar

    riscos em casos onde a resistncia do dente se encontra comprometida.

    3.2 Comprometimento Oclusal

    Pacientes portadores de hbitos parafuncionais, classe III de Angle, ocluso topo a topo, no

    so os mais indicados para a utilizao de facetas porque os contatos oclusais devem

    preferencialmente estar em esmalte.

    3.3 Dentes Vestibularizados

    O preparo para facetas, nestes casos, no poderia corrigir a posio do dente em questo, por

    exigir um desgaste na maioria das vezes exagerado comprometendo estruturalmente o elemento

    dental.

    3.4 Disponibilidade de Esmalte

    O ideal para a confeco de facetas a presena de esmalte dental, pois garantiria o

    procedimento de adeso ideal minimizando, portanto a infiltrao marginal alm do fato de que a

    adeso em dentina no pode ser comparada em magnitude adeso ao esmalte.

  • 4

    4 Tipos de Facetas

    Podem ser confeccionadas pelas tcnicas direta ou indireta, sendo que pela primeira (direta),

    poderemos utilizar como material restaurador as resinas compostas fotopolimerizveis de

    micropartculas e/ou as resinas compostas hbridas, pela segunda (indireta) poderemos utilizar como

    material restaurador as resinas compostas indiretas, as porcelanas, e mais recentemente tambm os

    cermeros.

    4.1 Facetas Diretas em Resina Composta

    Facetas confeccionadas diretamente na boca do paciente utilizando-se resinas compostas

    fotopolimerizveis de micropartculas e/ou as resinas compostas hbridas.

    4.1.1 Vantagens das Facetas Diretas em Resina Composta

    => nica sesso

    => Reparo fcil, rpido, seguro e eficaz

    => Dentista controla cor e forma

    => Custo reduzido

    => Prepara mais conservador do que o preparo para as facetas indiretas

    => Dispensa etapas laboratoriais

    => No requer provisrio e moldagens

    4.1.2 Desvantagens das Facetas Diretas em Resina Composta

    => Os compsitos de uso direto apresentam resistncia ao desgaste menor do que a do esmalte

    dental

    => So menos resistentes do que as facetas de porcelana

    => Compsitos mais vulnerveis ao manchamento e desgaste

    => Menor estabilidade de cor do que as facetas de porcelana

    => Todos os compsitos atuais apresentam uma contrao de polimerizao. Podendo gerar trincas

    no esmalte e ou romper a unio adesiva com a dentina

  • 5

    5 Preparo Dentrio (Facetas Diretas e Facetas Indiretas)

    5.1 Fatores que Devem Ser Levados em Considerao

    Vrios aspectos esto envolvidos na seleo do tipo de faceta a ser utilizado , sendo que

    nenhuma delas pode satisfazer todas as caractersticas ideais ,porm importante verificar aspectos

    como :

    5.1.1 Idade do Paciente

    Em pacientes jovens preferir a princpio restauraes diretas de resina composta mesmo que

    os resultados estticos deixem a desejar, , pois desta forma podemos obter um a restaurao com um

    grau de desgaste menor com menor exposio ao de esmalte/ dentina, adiando para mais tarde o

    procedimento de facetamento indireto.

    5.1.2 Ocluso na Faceta

    reas onde ocorrerem ms posies dentrias com ocluso desfavorvel, a faceta no

    deveria ser indicada, como tambm em mordidas de topo, casos de bruxismo, hbitos

    parafuncionais ou anormais (roer unhas, morder lpis ), aspectos que esto includos nas limitaes

    das indicaes das facetas.

    5.1.3 Custo

    O custo deve ser analisado a princpio devido ao fato de que as facetas indiretas sejam elas

    de resina, cermeros ou porcelana bem mais onerosa ao paciente do que as diretas de resina

    composta.

    5.1.4 Condio Clnica dos Dentes Vizinhos

    Deve-se considerar a situao clnica dos dentes vizinhos em relao ao tipo de restaurao,

    colorao , ao posicionamento, quantidade de estrutura de esmalte presente, para que se faa um

    planejamento conjunto avaliando a melhor opo para aquele paciente especificamente.

  • 6

    5.1.5 Exigncias e Expectativas Estticas do Paciente

    O paciente deve sempre ser informado a respeito do resultado que se pretende e o que pode

    ser obtido para o seu caso especificamente. de extrema importncia a anlise das expectativas do

    paciente, e se esto condizentes com o resultado que poderia ser alcanado, considerando-se que os

    melhores resultados so obtidos em pacientes adultos jovens nos quais os dentes geralmente no

    apresentam alteraes de cor muito intensas.

    5.1.6 Outros fatores

    Outros fatores devem ser considerados, tais como:

    => A etiologia da alterao na cor dental

    => Linha do sorriso do paciente

    => Verificar se h apinhamento dental

    => Observar a quantidade de espao entre os dentes

    => Posio que o dente ocupa no arco

    => Tamanho e forma do dente

    => Grau de escurecimento

    => Limites do preparo, estes devem ser bem definidos e estabelecidos

    Cada um dos fatores que devem ser levados em considerao est diretamente relacionado

    com o tipo de preparo que ser realizado. Quando h necessidade de se realizar o preparo este deve

    seguir uma seqncia clnica.

    O preparo dentrio pode ou no ser realizado e seu desgaste de preferncia deve-se limitar

    ao esmalte, podendo variar de 0,2 2,0mm, com terminao gengival em chanfrado ao nvel ou

    ligeiramente subgengival. Nem sempre possvel evitar a exposio dentinria o que depender de

    fatores como o alinhamento do dente na arcada dental e o seu grau de escurecimento (dentes

    desvitalizados). A alterao na cor est intimamente ligada a profundidade do preparo. Em dentes

    com discreta alterao de cor o desgaste cervical de aproximadamente 0,4mm, e o desgaste do

    tero mdio e incisal de 0,5mm, j em dentes com severa alterao de cor o desgaste cervical de

    aproximadamente 0,5mm, e o desgaste do tero mdio e incisal de 0,7mm.

    Em alguns casos como os dentes inclinados para lingual; dentes com alterao de forma e

    dentes sem alterao de cor as facetas podem ser executadas sem nenhum tipo de preparo.

  • 7

    Atualmente no se constitui um problema a exposio dentinria, desde que tenhamos

    nossa disposio adesivos de ltima gerao que proporcionam a formao da camada hbrida com

    foras de adeso satisfatrias.

    A espessura de esmalte varia de um indivduo para outro de dente para dente e de uma

    regio para outra. Geralmente os preparos com profundidade at 0,6mm mantm o esmalte, mas s

    vezes, por questes estticas necessita-se de maior profundidade de preparo. Vale ressaltar, no

    entanto que uma margem de esmalte ao redor de todo preparo essencial para contornar o problema

    da infiltrao marginal.

    Deve-se, portanto ter conhecimento da espessura mdia de esmalte nos dentes anteriores que

    se apresenta mais espesso na sua borda incisal (cerca de 1,0-1,3mm), no tero mdio apresenta

    cerca de 0,8mm de espessura, adelgaando-se medida que se aproxima da regio cervical cuja

    espessura varia de 0,4 a 0,6 mm. Desta maneira, o desgaste no o mesmo em toda a superfcie

    vestibular do preparo, pois alm da variao de espessura de esmalte h tambm a inclinao das

    superfcies vestibulares que devero guiar o posicionamento da fresa utilizada.

    de fundamental importncia o conhecimento do calibre das fresas com as quais

    trabalhamos, podendo ser til para a orientao do grau de desgaste a ser realizado. Deve ser

    utilizado como parmetro sempre, a metade do dimetro da fresa.

    Para a obteno de um desgaste com cerca de 0,5 a 0,6mm pode-se utilizar fresas de 1,0 a

    1,2mm de dimetro, como por exemplo:

    => 1,0mm de dimetro: esfricas 1012, tronco-cnicas 2214

    => 1,2mm de dimetro: esfricas 1013, tronco-cnicas 4138

    Segundo LACY, nenhuma faceta circundada por esmalte apresentou infiltrao marginal, j

    nas facetas cuja terminao foi coincidente com restaurao de ionmero de vidro apresentaram

    extensa microinfiltrao, e aquelas cuja terminao foi em dentina o resultado variou de acordo com

    o material utilizado, ou seja: para as facetas em resina composta houve extensa infiltrao e para as

    de porcelana pouca infiltrao, mesmo nas terminaes em dentina.

    Em relao s superfcies proximais deve-se preservar os pontos de contato. Em relao

    borda incisal o preparo pode ser:

    => Trmino em lmina de faca: Trmino em bisel no bordo incisal evitando-se a terminao em

    topo (Sheets, 1990 Vieira, 1990 Mainieri, 1992);

    => Trmino em overlap: Estende-se at a superfcie lingual envolvendo toda a borda incisa do

    dente, opo defendida pela maioria dos autores (Brasil, 1993 Christensen, 1991 Gomes, 1996

    Gsman, 1997 Siervo, 1997 Souza, 1995), dentre outros.

  • 8

    6 Seqncia Clnica do Preparo

    6.1 Delimitao Perifrica do Preparo

    Deve ser confeccionada uma canaleta orientadora na regio cervical supra gengival,

    circundando toda a face vestibular do dente para mesial e distal sem romper o contato proximal com

    a inteno de facilitar a delimitao do chanfrado gengival.

    O material utilizado a fresa esfrica. Pode usar as fresas: 1011, 1012, 1013, ou 1014.

    6.2 Definio da Profundidade do Preparo

    Este procedimento realizado atravs da execuo de canaletas geralmente em n de trs no

    sentido vertical ou horizontal, ou nos dois sentidos simultaneamente cuja funo se estabelecer a

    extenso do desgaste a ser realizado.

    Deve ser confeccionada uma canaleta orientadora central no sentido crvico-incisal, levando

    em considerao a convexidade do dente. O desgaste deve ser feito em 3 planos:

    => Cervical;

    => Mdio;

    => incisal.

    No sentido horizontal, pode-se utilizar as seguintes fresas:

    => Pontas esfricas ou em forma de roda;

    => Pontas autolimitantes ns 4141 ou 4142 (KG Sorensen);

    => 4227 A (KG Sorensen);

    => Ns 1 e 2 do kit Brassler LVS;

    => S4 S8 S12 (Intensiv);

    Para determinar o corte estriado nas superfcies de cerca de 0,3-0,5mm pode-se utilizar as

    seguintes fresas:

    => Pontas de n 1 e 2 e 4141, 4142;

    No sentido vertical, podem utilizar a seguinte fresa:

    => Pontas tronco-cnicas de extremidade arredondada n 2135

  • 9

    6.3 Complementao do desgaste vestibular

    Aps a execuo das canaletas deve-se proceder complementao do desgaste vestibular

    orientando-se pelas canaletas, o que poder ser feito com uma ponta tronco-cnica de extremidade

    arredondada. Como, por exemplo:

    => 2135 (KG Sorensen) j utilizada para se fazer as canaletas verticais

    => 4138 (KG Sorensen), 3227 (KG Sorensen), ou a ponta n 3 do Kit Brassler.

    6.4 Extenso Subgengival

    Com a reduo da superfcie vestibular finalizada, deve-se proceder extenso subgengival

    requerida na grande maioria das situaes clnicas por razes estticas. No se faz necessrio o

    aprofundamento em mais de 0,2mm o que levaria a dificuldades para o controle de umidade no

    procedimento de cimentao e moldagem.

    A extenso pode variar de 0,1 a 0,3mm. O material que deve ser utilizado a fresa n 2135,

    afastador gengival ou um fio retrator.

    Aps a realizao de cada passo do preparo feito um acabamento com fresas especficas e

    este fica pronto para receber a restaurao de resina composta.

    Deve-se observar que o preparo dentrio para as facetas diretas consiste nestes passos

    descritos at aqui, no sendo realizado desgaste no bordo incisa.

    A partir da prxima etapa, realizamos a confeco do preparo para facetas indiretas

    diferindo-se pela confeco do bordo incisa e tambm pela profundidade do desgaste vestibular que

    neste ltimo caso maior, devido ao fato de se tratar de procedimento indireto onde acrescentamos

    a cimentao adesiva do laminado

    6.5 Terminao incisal do preparo

    Pode ser executada com as pontas de n 2135 ou (tronco-cnicas de extremidade

    arredondada), realizando-se canaletas incisais como referncia para o desgaste.

  • 10

    6.5.1 Variaes de Terminao do Bordo Incisal

    De acordo com estas variaes no trmino incisa podemos ter vrios tipos de preparo para

    facetas sendo os mais utilizados:

    => Lmina de Faca (trmino incisa em bisel);

    => Overlap (com sobrepasse palatino e trmino em chanfrado).

    6.5.1.1 Lmina de Faca (BISEL)

    O trmino realizado em bisel na borda incisa. Proporciona boa guia de insero e

    assentamento da pea.

    Alguns autores defendem o preparo mais conservador em lmina de faca por comprovarem a

    resistncia das restauraes cimentadas com este tipo de trmino. 17,20,24

    6.5.1.2 Sobrepasse Palatino (OVERLAP)

    Trmino sobrepassando a borda incisa cujo desgaste varia de 0,5 a 2,0mm, e a terminao

    lingual em chanfrado se une terminao proximal.

    Pode ser executada com as pontas de n 2135 ou (tronco-cnicas de extremidade

    arredondada), realizando-se canaletas incisais como referncia para o desgaste.

    Vrios so os autores que indicam o preparo incluindo o bordo incisa, apesar de ainda

    indicarem variaes de terminao, acreditam que a falta do sobrepasse representa um dos fatores

    predominantes para a falha das restauraes. 5,10,13,14,21,22

    Segundo GOMES 13, os preparos com envolvimento incisa devem ser indicados nas

    seguintes situaes:

    => Quando a espessura incisa for muito fina para suportar a faceta;

    => Quando for necessrio de 1,0 a 2,0mm de volume do material restaurador incisa;

    => Quando o esmalte incisa estiver estruturalmente comprometido;

    => Quando a incisa estiver sujeita a stress funcional;

    Segundo MEZZOMO 18 indica-se este tipo de preparo quando se quer aumentar o

    comprimento da coroa aumentando assim a espessura de material no bordo incisa o que ir conferir

    maior resistncia durante os contatos excursivos alm de aumentar a rea de esmalte disponvel.

  • 11

    6.6 Variaes de Preparo

    Outras variaes de preparo, menos utilizadas so sugeridas por alguns autores, de acordo

    com o caso especfico, como o preparo do tipo:

    => Janela 8,13

    => Slice8

    => Inlay, Classe IV 12

    6.6.1 Janela

    um preparo com trmino antes da borda incisal. um preparo crtico, pois apesar de

    proteger as facetas das foras oclusais apresenta dificuldades para a cimentao por no apresentar

    uma guia de insero para o assentamento da mesma. Alm disto pode resultar em um problema

    esttico devido ao fato do preparo terminar na rea mais translcida do dente.

    GOMES13 indica este tipo de preparo em caninos superiores com o objetivo de manter o

    deslize da guia canina em estrutura dental.

    BRASIL5, 1993 indica para os incisivos inferiores, considerando que por participarem dos

    movimentos excursivos (protuso) a borda incisa deve estar em estrutura dental.

    Proposto tambm por CHALIFOUX & DARVISH 8 em 1993.

    6.6.2 Slice

    Proposto por CHALIFOUX & DARVISH8 em 1993, sendo indicado para fechamento de

    diastemas, alterao de contatos proximais, e a diferena bsica se encontra na regio interproximal

    pois o preparo se estende de vestibular para lingual na regio interproximal sendo que os bordos da

    faceta se adaptam na face lingual do dente.

    6.6.3 Inlay, Classe IV

    Proposto por GARBER 12, 1996, este preparo constitui uma variao do convencional tendo

    a proposta de substituir com porcelana as faces incisais e/ou proximais faltantes, especialmente em

    casos de fratura ao invs de se utilizar as resinas compostas diretas.

  • 12

    6.7 Acabamento do Preparo

    Pode ser feito com pontas 2135F ou FF (KG Sorensen) ou a n 4 do kit Brassler LVS, ou

    pontas multilaminadas. Na face proximal pode-se utilizar tiras de lixa de ao para se remover

    espculas de esmalte se necessrio.

    7 Escolha do Material Restaurador

    Para confeccionar facetas diretas o material de escolha a resina composta. Esta

    classificada de acordo com a sua composio. Classificao das resinas compostas:

    => Macropartcula: Possuem grandes partculas de vidro ou quartzo;

    => Micropartcula: Possuem pequenas partculas de slica;

    => Hbrida: Possuem as duas partculas misturadas variadamente.

    => De acordo com as consideraes de cada tipo de resina podemos fazer as suas correta indicao.

    7.1 Consideraes Clnicas das Resinas Compostas de Macropartculas

    As resinas compostas de macropartculas apresentam-se as seguintes caractersticas:

    => Apresentam rugosidade superficial, devido s grandes dimenses das partculas

    => Difcil polimento

    => No dar uma boa lisura de superfcie

    => Susceptvel ao manchamento

    => Com base nas caractersticas encontradas neste material no podemos indic-lo para confeco

    de restauraes estticas.

    7.2 Consideraes Clnicas das Resinas Compostas de Micropartculas

    As resinas compostas de micropartculas apresentam-se as seguintes caractersticas:

    => Bom polimento

    => Excelente esttica

    => Baixa resistncia trao

    => Maior soro de gua

    => Alto coeficiente de expanso trmica

    => Menor mdulo de elasticidade

  • 13

    Este tipo de material o mais indicado para regio anterior, pois oferece uma excelente

    esttica. O mesmo no deve ser indicado para regio posterior da boca devido baixa resistncia.

    7.3 Resina Composta Hbrida

    Consideraes clnicas:

    => Melhor resistncia

    => Fora coesiva aumentada, dificultando a propagao de rachaduras.

    Este tipo de material o mais indicado para realizao de restauraes em dentes

    posteriores, devido s vantagens que estes oferecem quando comparado aos outros tipos de resina

    composta.

    7.4 Aparelhos Fotopolimerizadores

    O processo de polimerizao um fator de fundamental importncia no sucesso das facetas

    diretas com resina composta. E uma ateno toda especial deve ser dada aos aparelhos

    fotopolimerizadores.

    O processo de polimerizao nas resina composta somente ocorre em locais onde h

    incidncia de luz apresentando um comprimento de onda na faixa de 450 a 500nm, o que

    considerado ideal para promover a excitao do componente fotossensvel canforoquinona presente

    nestes compsitos.

    Uma polimerizao incompleta pode ser ocasionada por uma baixa intensidade de luz,

    tempo de exposio diminudo, incorreta execuo da tcnica de polimerizao, e ser influenciada

    pela composio do material, tipo de aparelho utilizado e seu estado de conservao.

    A manuteno das unidades fotopolimerizadoras fundamental, e deve ser feita atravs da

    avaliao de suas partes constituintes como verificao: do rendimento dos bulbos halgenos que

    podem deteriorar-se; do filamento; do refletor; estado da lmpada. E ainda, deve ser observado se

    h presena de resduos aderidos na ponteira da fibra tica.

    Vrios so os tipos de aparelhos fotopolimerizadores existentes no mercado, devemos

    conhecer um pouco a respeito desses aparelhos com a finalidade de fazer a escolha certa na hora de

    adquiri-los.

  • 14

    7.5 FACETAS INDIRETAS

    Podem ser confeccionadas com os seguintes materiais:

    => Resinas Compostas Indiretas;

    => Cermeros;

    => Porcelanas.

    7.5.1 Resinas Compostas Indiretas

    Atualmente as resinas indiretas tm sido utilizada com menor freqncia sendo consideradas

    como da 1 gerao de compsitos de laboratrio por TOUATI em 1996, compostos apenas por

    resinas de micropartculas (Isosit, Dentacolor).Desta forma apresentam propriedades bastante

    inferiores quando comparadas aos cermeros e s porcelanas, como: resistncia flexural de

    aproximadamente 60 Mpa, mdulo de elasticidade de 2000 Mpa, % de resina de 50% em volume de

    micropartculas de 0,04 micra. Devido a estas caractersticas que comprometiam clinicamente o

    desempenho do material como fratura de bordos, desgaste, instabilidade de cor, resistncia flexural

    inadequada, vem sendo substitudas pelos cermeros, materiais que apresentam na sua estrutura,

    componentes da resina composta e das cermicas (fibras cermicas) cujas caractersticas so

    superiores para o seu desempenho clnico.

    Marcas Comerciais: SR Isosit-N Cromasit, Dentacolor, Visio Gem,

    7.5.2 Cermeros

    A palavra cermero uma adaptao da terminologia inglesa CEROMER, que significa

    polmeros otimizados por cermica,os quais surgiram em1995, sendo que no Brasil apareceram por

    volta de 1996 indicados para facetas dentre outros tipos de restaurao como inlay, onlay,

    overlay,coroas e prteses fixas adesivas de at trs elementos.

    Estes materiais foram tambm classificados por TOUATI, em 1996 com a 2 gerao de

    compsitos de laboratrio.

    Os cermeros so considerados como resinas microhbridas que apresentam uma proporo

    de partculas minerais (cermicas ) alta, sendo de aproximadamente 70% em peso com dimetro de

    0,7 mm variando conforme a marca comercial.

    Este aumento na quantidade de partculas inorgnicas tem efeito significativo nas

    caractersticas mecnicas do material e a reduo do volume da matriz orgnica reduz a contrao

    de polimerizao e o desgaste intra-oral do material.

  • 15

    Marcas Comerciais: Artglass (Kulzer), Conquest (Jeneric Pentron), Columbus (Cenches et

    Metaux), Targis/Vectris (Ivoclar), Z100 MP (3M), Belle Glass HP (Belle de St. Claire),

    Sculpture/Fibrekor (Jeneric Pentron), Solidex (Shofu), Vita- Zeta(Vident).

    Propriedades Clnicas: Estes materiais apresentam caractersticas clnicas notveis, sendo

    superiores das resinas indiretas e algumas delas tambm superiores das porcelanas

    convencionais, como por exemplo:

    => Resistncia Flexural elevada: cerca de 120 Mpa, enquanto as cermicas convencionais

    (feldspticas) apresentam cerca de 70 Mpa.

    => Facilidade de Fabricao: fotopolimerizao e polimerizao complementar (calor e presso)

    => Resistncia Melhorada: mdulo de elasticidade semelhante ao da dentina (12000 Mpa) e boa

    resistncia fratura.

    => Facilidade de reparo intra-oral: bem mais fcil do que com as porcelanas porque o material

    apresenta em sua composio matriz orgnica resinosa.

    => Pouco ou nenhum desgaste no dentes antagonistas

    => Tcnica Clnica menos crtica: risco de fratura bem mais reduzido em relao s porcelanas,

    durante a manipulao da pea (prova e cimentao) , alm de tcnica de cimentao menos

    complexa.

    => Boa estabilidade de cor: alcanada com a incorporao das fibras cermicas.

    => Alto grau de polimento ps-cimentao: obtido com pastas diamantadas.

    * Os sistemas mais recentes so o Solidex e o Vita-Zeta que apesar de qualidades estticas notveis

    apresentam propriedades inferiores em relao aos outros materiais citados.

    Por exemplo, em relao sua composio, o Solidex apresenta cerca de 53% de partculas

    cermicas, resistncia flexural de 80 Mpa, mdulo de elasticidade de 5000 Mpa. Mas a resistncia

    flexural mesmo assim apresenta-se superior das porcelanas convencionais (cerca de 70 Mpa).

    7.5.3 Porcelanas

    As porcelanas passaram por um perodo de relativo esquecimento, com o surgimento das resinas

    compostas, para depois ressurgir com maior credibilidade. O fato tambm se relaciona s

    dificuldades inerentes tcnica de confeco e utilizao do material que de certa forma traziam

    uma srie de dificuldades, como a fragilidade e baixa resilincia, custo, falta de agente cimentante

    adequado, dificuldades na adaptao.

  • 16

    7.5.3.1 Composio

    => Feldspato: um mineral com alta concentrao de xido de potssio que confere grande

    resistncia s porcelanas

    => Slica e Oxignio: So componentes adicionados s porcelanas odontolgicas como matriz

    vtrea alm de alguns outros xidos(Alumina) conferindo s mesmas qualidades como: temperatura

    de fuso, viscosidade, resistncia mecnica, translucidez, e opacidade.

    => Alumina: A Alumina o que confere caractersticas ideais porcelana proporcionando maior

    resistncia para reduzir pontos de tenso durante o seu resfriamento, barrando desta maneira a

    propagao de trincas evitando possveis fraturas.

    7.5.3.2 Marcas Comerciais

    A verso mais moderna da porcelana contendo em sua composio a alumina o In-Ceram

    indicado para elementos unitrios e prteses fixas. Apresentam a mais alta resistncia trao:

    cerca de 450 Mpa,alm da vantagem de ter caractersticas pticas semelhantes s da dentina. Como

    desvantagens temos especialmente o custo de obteno requerendo forno especial, tempo alto de

    queima, alm da grande opacidade devido alta concentrao de alumina (35%).

    As marcas do tipo Dicor (Dentsply), IPS Empress (Ivoclar) so verses de tipos de

    porcelanas vtreas, fundidas, e injetadas em um molde obtido com o sistema de cera perdida,

    pintadas posteriormente.

    Resistncia trao: Dicor-152 Mpa, IPS Empress-126-182 Mpa.

    Na sua estrutura temos cristais de Mica tetraslica e flor enriquecida com xido de potssio,

    silcio, de zircnio que conferem ao material boa translucidez.

    Nestes sistemas a grande vantagem a ausncia de opaco o que proporciona adequado grau

    de translucidez.

    O sistema IPS Empress (Ivoclar) apresenta reforo de leucita o que lhe confere realmente

    maior resistncia em relao s porcelanas feldspticas convencionais.A sua excelente adaptao

    marginal especialmente em esmalte constitui um dos maiores benefcios comparadas s porcelanas

    convencionais e a outros sistemas.

    Mas as porcelanas mais utilizadas atualmente ainda so de mdia e de baixa fuso, como por

    exemplo: Ceramco (Dentsply), Dulceram LFC (Degussa), WillCeram, Excelco (Excelco), Fortune

    (Willians).

  • 17

    8 MOLDAGEM

    Uma boa moldagem fundamental para os procedimentos de facetas, sendo muito

    importante a utilizao de fios de afastamento gengival na regio do sulco gengival para a cpia de

    todo o trmino e alm da regio preparada.

    Devido preservao dos pontos de contato proximais comum ao removermos a

    moldagem a mesma se rasgar na regio de embrasura gengival dos dentes envolvidos, por isso um

    procedimento interessante seria o preenchimento da regio com cera.

    Deve-se montar os modelos em articulador semi-ajustvel para que se minimize o n de

    ajustes posteriormente na boca.

    Os materiais de moldagem so uma questo de preferncia pessoal, porm as siliconas de

    adio esto dentre um dos melhores materiais devido sua maior estabilidade dimensional por no

    haver a liberao de sub-produtos na sua reao qumica o que permite um tempo maior para que o

    modelo possa ser vazado, alm de poder ser duplicado. Em relao tcnica de moldagem a mais

    adequada para facetas laminadas a da dupla manipulao, ou seja, a manipulao e aplicao das

    siliconas pesada e leve simultaneamente o que permite a realizao de uma moldagem mais rpida

    sem a necessidade de alvios prvios13.

    9 Facetas Provisrias

    Segundo VIEIRA e cols 24 as facetas provisrias constituem um etapa de grande

    importncia no procedimento, porque restabelecem a anatomia dental, esttica, alm de auxiliar na

    escolha de cor e tambm para que se tenha uma idia prvia do resultado final. Alm disto

    TYLMAN salienta a importncia de se proteger o dente normalmente mais sensvel devido a uma

    possvel exposio dentinria.

    As tcnicas de confeco das facetas provisrias podem ser:

    => Facetas diretas de Resina Composta (Auto ou Fotopolimerizveis);

    => Facetas Indiretas: Matriz Vcuo ou Dente de estoque ou Prensadas.

    9.1 Facetas diretas de Resina Composta (Auto ou Fotopolimerizveis)

    Podem ser confeccionadas com resina autopolimerizvel ou fotopolimerizavel.As tcnicas

    podem ser atravs de matriz pr-fabricada,

    (tipo Easy Provi) ou com molde prvio de alginato.

  • 18

    9.2 Facetas Indiretas: Matriz Vcuo ou Dente de estoque ou Prensadas.

    Matriz a vcuo (polipropileno) obtida atravs do modelo de estudo com enceramento

    diagnstico do caso, facetas de dente de estoque o prensadas.

    A importncia da fase de facetas provisrias alm de manter o indivduo ativo socialmente

    consiste tambm em uma forma de diagnstico complementar para a avaliao da quantidade de

    desgaste realizado no preparo, forma e adaptao das facetas, tamanho, cor, mascaramento de

    possveis manchas.

    10 Cimentao das Facetas Provisrias

    O mtodo sugerido para a cimentao provisria consiste em se fazer um pequeno

    condicionamento cido no centro de cada dente e aplicar a resina composta diretamente sobre a rea

    condicionada evitando-se a aplicao de qualquer sistema adesivo, a no ser na face interna das

    facetas. Adapta-se a faceta provisria no dente e removem-se os excessos mais grosseiros antes da

    polimerizao.

    No interessante que cimentemos com procedimentos adesivos, pois alm de dificultar o

    procedimento de remoo do provisrio, pode-se contaminar a rea onde posteriormente se far a

    cimentao.

    Outra considerao importante evitar a utilizao de cimentos que contenham eugenol.

    11 Registro de Cor das Facetas

    A obteno da cor final da restaurao est relacionada com vrios aspectos como os

    colorimtricos (matiz, saturao, valor, fonte de luz), do material restaurador utilizado, e do agente

    cimentante.

    11.1 Registro da Cor dos Dentes

    Deve ser realizado sob condies de luz natural, pois os materiais sofrem o efeito do

    metamerismo, ou seja, variaes perceptveis de colorao frente a vrias fontes de luz.

    A cor um fenmeno fsico que envolve uma resposta psicolgica devido ao fato de que a

    sua percepo no a mesma para todos os indivduos.

  • 19

    Uma das suas caractersticas de ser tridimensional, ou seja, tem MATIZ, SATURAO,

    VALOR. Para se avaliar a cor, utiliza-se a escala Vita de cor.

    => MATIZ: o nome da cor.

    => SATURAO: representado pela quantidade de pigmentos que tem o matiz representando

    assim vrios graus de saturao (croma).

    => VALOR: o grau de luminosidade da cor.

    Na escala da VITA, temos os matizes representados por vrias letras e o croma (saturao)

    por vrios nmeros, como:

    A1, A2, A3, A4, (matiz marrom), B1, B2, B3, B4 (matiz amarelo), C1, C2, C3, C4, (matiz cinza),

    D1, D2, D3, D4 (matiz vermelho).

    Para a obteno adequada da cor, alm de fonte natural de luz, e desconsiderando-se as

    diferenas individuais de cada examinador deve-se de preferncia faz-lo aps a profilaxia, no

    deixando que o dente fique desidratado, o que ocorrer aps o isolamento relativo ou absoluto.

    Isto ocorre porque o esmalte apresenta 2% em contedo de gua sendo que a sua

    desidratao representar a alterao da colorao do dente em questo.O esmalte representa a

    estrutura mais mineralizada do organismo e a que apresenta o maior grau de translucidez sofrendo

    assim influncia da colorao da dentina que se apresenta mais saturada e opaca.

    Geralmente os dentes de uma arcada dental apresentam-se com o mesmo padro de cor

    (mesmo matiz), variando-se, no entanto o grau de saturao entre os dentes, sendo o canino o dente

    que apresenta o maior grau de saturao.

    A saturao mdia de um dente pode ser observada no seu tero mdio cuja cor dever ser

    escolhida baseando-se neste tero.

    Na obteno da cor, nos dentes com menor grau de saturao (A1, B1) a dificuldade para a

    tomada de cor maior do que se tivermos dentes com maior grau de saturao (A4, B4).Desta

    maneira, devemos tomar como base para determinao do matiz em um conjunto de dentes, os

    caninos, e a partir da fica fcil definir-se o grau de saturao varivel.

    12 Procedimentos Laboratoriais

    Existem duas formas de obteno de restauraes indiretas:

    => Atravs de modelo refratrio e

    => Da tcnica da lmina de platina (Porcelana);

  • 20

    12.1 Polimerizao e cura adicional por calor e/ou presso (Resinas

    indiretas/Cermeros)

    Quanto ao procedimento de obteno dos modelos, pode- se utilizar pinos para troquel ou

    vazar os dentes intercaladamente.

    O refratrio (para facetas de porcelana) o mais utilizado sendo empregado um material

    silico-fosfatado por duplicao do modelo original com silicona de adio.Este modelo ento

    troquelado e o material submetido a degaseificao com liberao de amnia e fosfato que podem

    contaminar a porcelana; este processo realizado sob uma temperatura correspondente de

    fundio do ouro, aps o qual o modelo submetido ao resfriamento, e subsequente hidratao em

    gua destilada at que desapaream as bolhas.

    A tcnica de aplicao e queima da porcelana se assemelha das coroas com a diferena de

    que bem mais sensvel devido espessura das facetas e maior dificuldade em se obter a cor

    adequada sem interferncias.

    13 Cimentao das Facetas Definitivas (Procedimentos Prvios)

    => Prova e Ajuste das Facetas

    => Preparo das Facetas

    => Preparo dos Dentes

    13.1 Prova e Ajuste das Facetas

    13.1.1 Remoo das facetas provisrias e polimento coronrio para limpeza dos dentes.

    13.1.2 Prova individual e de todas as facetas simultaneamente para verificao da integridade

    marginal e aspecto esttico. Para avaliao da cor final do laminado o ideal, que se utilize os

    cimentos-teste que determinaro a cor definitiva da faceta ps-cimentao. Preferencialmente

    devem ser hidrossolveis podendo assim ser removidos em gua corrente aps utilizao.

    => Deve-se ter todo o cuidado no manuseio destas facetas, especialmente quando se trata de

    laminados de porcelana devido sua fragilidade para que no ocorra fratura das peas.

    => As facetas podem ser manuseadas com instrumentos apropriados como do tipo ACU-PLACE

    (Hu-Friedy) ou com fita dupla face colada ao instrumento.

  • 21

    De acordo com GLAUCO VIEIRA24 algumas das caractersticas desejveis na escolha dos

    agentes cimentantes seriam:

    => Boa adesividade ao dente e s facetas

    => Boa adesividade s restauraes que por ventura existirem

    => Pequena espessura de pelcula

    => Adequado escoamento

    => Tempo de trabalho longo

    => Corrigir possveis falhas de adaptao

    13.2 Escolha dos Agentes Cimentantes

    A cimentao dos agentes cimentantes poder ser feita com cimentos base de resina

    composta cuja polimerizao poder ser de vrias formas como:

    => Foto-Ativados;

    => Quimicamente Ativados, ou

    => Duais.

    13.2.1 Agentes Cimentantes Fotoativados

    o que proporciona maior tempo de trabalho, porm somente deveriam ser utilizados em

    facetas com espessura mxima de 1,0mm e pequeno grau de agente opacificador no caso dos

    laminados de porcelana (facetas bastante translcidas), o que dificultaria a transmisso de luz.

    13.2.2 Agentes Cimentantes Quimicamente Ativados

    So os menos utilizados devido ao menor tempo de trabalho proporcionado e menores

    opes de cor. Devem ser utilizados apenas em casos de facetas bastante espessas ou opacas.

    13.2.3 Agentes Cimentantes de Polimerizao do Tipo Dual

    Seriam os mais indicados para a cimentao das facetas laminadas por apresentar duas

    vantagens que so o tempo suficiente para se posicionar as facetas antes do trmino da presa

    qumica e presa rpida, para a fotoativao aps a colocao da faceta em posio.

    Recomendados tambm para facetas com mais de 1,0mm de espessura ou bastante opacas.

  • 22

    13.3 Preparo das Facetas

    Aps a prova da adaptao e cor das facetas, deve-se proceder ao preparo tanto das facetas,

    quanto dos dentes onde se faro a cimentao das mesmas.

    13.3.1 Facetas de Porcelana

    Deve-se proteger a superfcie externa da faceta com cera, previamente ao tratamento de sua

    superfcie interna com cido fluordrico, 8-10%,1-3 min. (Gomes, 1996)13.

    O cido fluordrico tem como objetivo promover microretenes mecnicas com agente

    cimentante. Aps a aplicao deve-se mergulhar em soluo de bicarbonato de sdio para

    neutralizao. Quando cessar o desprendimento de bolhas a reao estar completa.

    Retira-se a pea coloca-se em ultra-som por 5 min. com lcool para limpeza definitiva.

    Aplicao do silano, que o agente qumico que propicia reteno qumica adicional das

    porcelanas s resinas, por melhorar o molhamento superficial pelo adesivo.So considerados

    agentes bifuncionais devido sua capacidade de reao c/ molculas da resina (orgnicas) e da

    porcelana (inorgnicas) deixando estas superfcies (porcelana) cheia de radicais S+ extremamente

    reativos.

    13.3.1.2 Silano

    A poro orgnica liga-se resina e a poro inorgnica liga-se porcelana. Os silanos

    podem ser:

    => Quimicamente ativados: pela mistura de dois lquidos (silano + cido), 30 Seg. antes do uso Ex:

    Silanit (Vivadent).Possuem os menores valores de resistncia adesiva;

    => cidos ativados: O silano ativado pelo cido fosfrico deixado p/ 60 Seg. antes da sua

    aplicao (30-40 Seg) sem remoo do cido colocado previamente. Ex: Silane Primer (Kerr

    Porcelain Repair Primer);

    => Pr-ativados: J se encontram prontos para uso. Aplicar p/ 10 min. e secar c/ jatos de ar.

    Ex: Ceramic Primer ( 3M Scoth bond multiuso plus ), Silane Primer (Bisco AllBondII )

    13.3.2 Facetas de Resina

    => Utilizao de cido fosfrico 37%, na superfcie interna das facetas.(Gomes, 1996)13.

    => Aplicao do Sistema Adesivo

  • 23

    13.3.3 Facetas de Cermeros

    Nas facetas dos novo materiais com CERMEROS, deve-se utilizar cido fosfrico, 37%.

    Alguns fabricantes recomendam a prvia utilizao do agente silano devido constituio

    dos cermeros similar das porcelanas, ou seja contm fibras cermicas.

    13.4 Preparo dos Dentes:

    => Isolamento do Campo Operatrio: Deve ser de preferncia isolamento absoluto, porm nem

    sempre isto possvel, quando o preparo se estende a nvel subgengival, podendo assim lanar mo

    ou do isolamento absoluto modificado ou do isolamento relativo.

    => Deve-se primeiramente proceder profilaxia c/ pedra-pomes e gua e em seguida condicionar o

    esmalte com cido fosfrico a 30-40% por 30 seg. e a dentina com ac. Fosfrico a 10% durante os

    ltimos 15 seg. Deve-se lavar copiosamente os dentes e secar sem, no entanto dessec-los.

    => Procede-se ento colocao do sistema adesivo que deve ser preferencialmente de 4 gerao

    (formao da camada hbrida). Pelo fato das facetas serem normalmente bastante delgadas podemos

    utilizar no s os sistemas adesivos duais como tambm somente fotoativados desde que a fonte

    polimerizadora apresente intensidade de luz acima de 400 mW/cm2.

    13.5 Cimentao Definitiva Propriamente DITA

    Com as facetas j previamente preparadas levamos com os instrumentos adequados ao dente

    j com o cimento adesivo colocado em sua face interna. Removemos os excessos mais grosseiros

    com fio dental (sentido gengivo-incisal) e pincel (cervical e palatino) j mantendo a faceta em

    posio, fazemos uma rpida polimerizao de 10 segundos para que possamos remover o restante

    dos excessos com bisturi, depois procedemos polimerizao final em todas as faces por no

    mnimo 40 seg. cada.

    13.3 Ajustes Finais

    Removido o isolamento devemos proceder aos ajustes finais com carbono lquido ou tira de

    papel carbono ultrafina. Os ajustes devero ser feitos tambm em protusiva e lateralidade.

  • 24

    14 Concluso

    O preparo dentrio para facetas laminadas apesar de ser uma forma de tratamento bastante

    conservadora na Prtese Dental uma das mais radicais em Dentstica Restauradora isto quando

    comparamos diversas opes de tratamento nas especialidades. Devemos sempre dar cincia ao

    paciente de todos os recursos disponveis, e nas situaes especficas para dentes anteriores

    esteticamente comprometidos teramos pelo menos quatro opes bsicas: deixar os dentes como

    esto, clare-los, fazer facetas ou colocar coroas.

    Quanto forma de preparo dental mais utilizado poderemos citar o preparo com sobrepasse

    palatino e de acordo com cada caso especfico poderemos lanar mo de outros tipos como lmina

    de faca, e s vezes at sem preparo algum.

    Podemos considerar que se trata de um procedimento que apresenta bastante utilidade na

    Odontologia Restauradora Esttica apresentando vrias opes de acordo com as expectativas e

    condies financeiras do paciente.

    Em se tratando de facetas diretas teremos como opo de material restaurador as resinas

    compostas de micropartculas e as hbridas.

    Com as facetas indiretas poderemos utilizar os cermeros ou os laminados de porcelana

    (convencional ou prensada).

    15 Referncias Bibliogrficas:

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    8. CHALIFOUX,P.R. & DARVISH,M. Pocelain veneer : concept, preparation, temporization,

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    Edio Atualizado WebMasters do Laboratrio de Pesquisa em Endodontia da FORP-USP

    Eduardo Luiz Barbin Jlio Csar Emboava Span

    Jesus Djalma Pcora

    17/07/2003