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Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Sede Acadêmica Brasil Programa: Co-Edições Convênio: ABC/MTE/SEFOR - FLACSO/Brasil (1999-2000) COLEÇÃO POLÍTICAS PÚBLICAS DE TRABALHO, EMPREGO, E GERAÇÃO DE RENDA EXPERIÊNCIAS INOVADORAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: memória em construção de experiências inovadoras na qualificação do trabalhador (1996 – 1999) Organização: Célia Reis Camargo

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Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais

Sede Acadêmica Brasil

Programa: Co-Edições

Convênio: ABC/MTE/SEFOR - FLACSO/Brasil (1999-2000)

COLEÇÃO POLÍTICAS PÚBLICAS DE TRABALHO, EMPREGO, E GERAÇÃO DE RENDA

EXPERIÊNCIAS INOVADORAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL:

memória em construção de experiências inovadoras na qualificação do trabalhador (1996 – 1999)

Organização: Célia Reis Camargo

FLACSO
Esta é uma versão preliminar. Brevemente a versão final deste livro estará disponível, tanto para leitura on-line, quanto para "download", na Biblioteca Virtual Herbert de Souza, no web site da FLACSO, em http://www.flacso.org.br.
FLACSO
Dê um duplo clique no ícone ao lado para ler nota importante sobre este livro.

“A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que

seria inevitável não fosse a renovação e a vinda dos novos e dos jovens.”

(Hannah Arendt)

“Devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens.”

( Jacques Le Goff)

“...narrar é resistir.” (Guimarães Rosa)

1. Compartilhar informações, criar identidades, construir memória Quando a Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego- MTE/SPPE (antiga SEFOR) e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais - FLACSO, no âmbito do projeto REPLANFOR, decidiram organizar uma publicação sobre as experiências inovadoras realizadas durante a implantação do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador - PLANFOR, a idéia fundamental foi a de transferir conhecimentos e informações à ampla rede nacional de instituições de educação profissional. Vislumbrava-se a possibilidade de criar recursos para um compartilhamento de informações que pudessem ser utilizadas pelos profissionais que atuam nessa área, favorecendo a reprodução das alternativas e dos encaminhamentos formulados naquelas iniciativas. As propostas originais poderiam ser estudadas e recriadas, em novos espaços sociais, no universo dos municípios brasileiros. De outro lado, apenas a difusão desse conhecimento reunido já bastaria para criar situações de reflexão, necessárias ao entendimento das novas exigências da produção e das alterações que se verificam no mundo do trabalho. Reflexões indispensáveis para fundamentar ações conscientes na direção de políticas e práticas sociais. Com este volume apresenta-se uma amostra do conjunto das iniciativas de caráter inovador, que foram assim consideradas por seus próprios responsáveis/contratantes, membros integrantes das secretarias estaduais de trabalho e/ou emprego. Os conjuntos de informações aqui reunidos constituem, portanto, idéias matrizes. Suas características, metodologias, objetivos e parcerias de execução, entre outros elementos, podem ser adaptados conforme as necessidades ou particularidades regionais/locais onde se efetive a sua realização. As ações registradas e descritas realizaram-se no âmbito dos Planos Estaduais de Qualificação – PEQs, que articulam as ofertas e as demandas locais por educação profissional, contemplando projetos e ações cuja execução pretende chegar paulatinamente a beneficiar anualmente cerca de 20% da população economicamente ativa (PEA). Sob a gestão das Secretarias Estaduais de Trabalho ou órgãos equivalentes, viabilizam-se pela mobilização de fontes públicas e privadas de financiamento e pela utilização de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador–FAT. As Comissões Estaduais de Trabalho – CETs, por sua vez, aprovam e homologam os PEQs, supervisionando sua execução. Vale enfatizar que as demandas de educação profissional, articuladas e priorizadas pelas CETs, são definidas pelas Comissões Municipais de Trabalho, ou pelas instâncias equivalentes. Esta configuração dos trabalhos para a formulação e o gerenciamento de políticas públicas de trabalho e renda (PPTRs), expressa a ação de colegiados tripartites e

paritários. Envolvendo a sociedade civil, fundamenta-se nos pressupostos de participação, descentralização e controle social sobre os recursos financeiros. O Conselho Deliberativo do FAT – CODEFAT representa na esfera nacional este poder colegiado. É desse modo, portanto, que estão sendo articulados os mecanismos de gestão dessas políticas: intermediação de mão de obra, geração de emprego e renda, seguro desemprego, informações sobre o mercado de trabalho e qualificação profissional. Nesse sentido, abordou-se o conjunto das experiências inovadoras que se realizaram a partir de 1996, quando o PLANFOR experimentava suas primeiras intervenções num sistema tradicional de organização e de formação para o trabalho, no Brasil. Concebendo a função pública da educação profissional como uma ação de fomento e de articulação por parte do Estado, atribuiu-se valor máximo às ações de formação e de capacitação do trabalhador, propondo a integração da educação profissional, em caráter permanente, ao conjunto das ações constitutivas das políticas sociais, em particular da política pública de emprego, trabalho e renda - PPTR. Para o leitor interessado nessas questões, mas pouco familiarizado com essas recentes ações do poder público federal, vale lembrar que, na elaboração e implantação do PLANFOR, foi pressuposto fundamental o reconhecimento de uma nova institucionalidade para a Educação Profissional (EP):

“sintetizada na necessidade de mobilização, articulação, integração e reorientação de toda capacidade instalada no País, com foco na formação massiva do cidadão produtivo.”1

Ao lado da articulação institucional, que mobiliza uma rede nacional de instituições atuantes na área, e do apoio à sociedade civil, expresso nas ações de qualificação dirigidas para os segmentos mais vulneráveis da PEA, o avanço conceitual foi definido como linha de atuação essencial do Plano. Tratava-se da

“construção e consolidação de um novo enfoque conceitual e metodológico da EP, orientada pela efetiva demanda do setor produtivo, reunindo interesses e necessidades de trabalhadores, empresários, comunidades.”2

Essa linha de atuação fundamenta-se na necessidade de criar suportes políticos e programas de trabalho que possam dar conta de exigências impostas pelo processo de reestruturação produtiva da economia, que ocorre em escala mundial.

1 Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Educação Profissional: um projeto para o desenvolvimento sustentado. 1999, p. 27. 2 Idem, p. 40.

O novo modelo global de produção exige, entre outras condições, requisitos cada vez mais elevados de desempenho, agravando a tendência de exclusão social de trabalhadores de baixa qualificação profissional. A redução de ofertas do mercado formal faz aumentar a pobreza e o desemprego, criando demandas sociais que o Estado não consegue atender se forem mantidas as fórmulas convencionais de encaminhamento da organização e das relações de trabalho: os “mercados podem ser internacionais, mas riqueza, prosperidade ou precarização serão sempre fenômenos nacionais e locais”.3 Nesse sentido, modifica-se a natureza das relações entre o Estado, o setor privado e a sociedade civil. A escolha de prioridades e a redefinição de papéis torna-se indispensável: “não se trata mais de reduzir radicalmente o papel do Estado, mas de modificá-lo profundamente, transformando-o e fortalecendo-o para novos papéis fundamentais. (...) Na ausência dessas políticas e de programas governamentais, o suporte político para a globalização poderá se fragilizar”.4 O PLANFOR expressa, portanto, as reflexões sobre essa nova realidade e contempla uma série de ações dirigidas para a formulação de estratégias articuladoras de uma política nacional de educação profissional, redefinindo as relações entre seus atores e agentes, desenvolvendo metodologias diferenciadas de qualificação para os diferentes grupos de sua população – alvo, descentralizando e fortalecendo a participação e a capacidade de execução local. No bojo dessa nova concepção de ação pública é que se promoveram inúmeras experiências inovadoras. A educação profissional, tratada em novos termos, demanda a formulação de experimentos criativos, cujos resultados sejam capazes de apontar para o desenvolvimento de um projeto novo, de fortalecimento da cidadania, de ampliação das oportunidades de trabalho, elevando a qualificação do trabalhador e a qualidade da produção. Um conhecimento mais detalhado e aprofundado dessas realizações permite que se formulem e se consolidem novos modelos de entendimento, que sejam identificados os elos que dão novo sentido ao mundo contemporâneo e, por isso mesmo, que se efetive uma participação consciente dos diversos segmentos sociais: “a crise não é da realidade, que se transforma continuamente, mas de nossos modelos de compreensão dessa realidade”.5 Sendo assim, essas ações devem ser também objeto de memória.

3 Giberto Dupas. Economia global e exclusão social. 1999, p. 199. 4 Gilberto Dupas, ob. cit., p. 198. 5 Danilo Santos Miranda, na apresentação à edição brasileira do livro organizado por Domenico de Masi, A Sociedade Pós – Industrial, 1999.

Isto quer dizer que, acompanhando o teor de inovação que contêm, devemos ir além dos procedimentos convencionais de divulgação e de oferta de informações, levando adiante o propósito de inovar em todos os sentidos possíveis. A construção da memória técnica desse momento particular, seguramente, é uma responsabilidade da qual não se pode fugir. Dar início ao cumprimento dessa responsabilidade é o segundo propósito deste trabalho. A intenção foi a de oferecer ao leitor, especialmente a aqueles que já atuam na área, recursos, subsídios e orientações técnicas para que as informações e os documentos que estão sendo produzidos, a partir do desenvolvimento PLANFOR, possam ser organizados e manejados de modo a constituir verdadeiramente um apoio informativo para a ação dos colegiados, que dependem da construção de suas memórias institucionais. Partindo-se do princípio de que informação desorganizada é informação perdida, essa tarefa torna-se, sem dúvida, essencial ao bom andamento dos trabalhos das comissões estaduais e municipais. Num momento crucial de formulação de novas concepções, de encaminhamentos para definir rumos de inserção social do trabalhador brasileiro, de avaliação de nossos padrões de organização e de criação de novas perspectivas, o apoio informativo torna-se ponto chave para instrumentalizar ações dessa envergadura. Por todas essas razões este volume foi organizado em duas partes. A primeira, tratando as experiências inovadoras do ponto de vista de seu conteúdo e de seu significado no quadro geral de construção de uma política pública. A segunda parte, trata das formas de cadastramento e de pesquisa dessas ações. Como encarte desta publicação encontra-se um CD que contém gravado um banco de dados, onde estão cadastradas as experiências inovadoras desenvolvidas durante a implantação do PLANFOR, entre 1996 e 1999, identificadas até o momento pela SEFOR.6 Pesquisas mais refinadas poderão ser realizadas por aqueles que consultem o banco. Sua utilidade maior, porém, é a de permitir novos cadastramentos, que poderão servir para a organização das informações locais e, em decorrência, disponibilizá-las amplamente para as comunidades. As sugestões de procedimentos técnicos a adotar para a classificação das novas informações, bem como o roteiro de instruções para seu uso, incluindo a pesquisa, estão reunidos nessa segunda parte do livro. Foi um esforço direcionado para a criação de condições mais favoráveis ao registro e controle das informações, desejo manifesto em diversas ocasiões pelas comissões municipais e estaduais de trabalho e emprego (CMTs e CETs). Durante o Programa de Qualificação das Comissões Estaduais de Trabalho, realizado

6 MTE/SEFOR. Catálogo de Projetos: experiências inovadoras. 1999.

também pelo Projeto REPLANFOR, foram apontadas questões relacionadas aos mecanismos de comunicação/informação como base de vários dos problemas enfrentados pelas comissões no exercício de suas atividades. Tais questões foram consideradas decisivas para a atuação dos conselhos, interferindo em todas as dimensões do trabalho.7 Os experimentos de inovação, estimulados pelo PLANFOR, têm um caráter emblemático, representando aquilo que hoje estamos sendo capazes de imaginar e de criar, no propósito de transformar a sociedade brasileira numa realidade mais justa e viável. Constituem um conjunto de ações que, no futuro, poderão ser encaradas como fundadoras de um novo tempo, de um novo homem. Infelizmente não nos é dado conhecer os resultados desse processo. Ignoramos a conclusão daquilo que estamos estudando, que é a história do tempo presente. Dessa perspectiva, falamos e refletimos na esteira dos acontecimentos, coletando dados, produzindo informações, rompendo com velhas tradições. Isto justifica, por si só, encarar a Educação Profissional como um novo lugar de memória.

7 Para informações mais aprofundadas sobre o assunto ver o volume dessa mesma coleção de publicações do Projeto REPLANFOR, POLITICAS PUBLICAS DE TRABALHO E RENDA E CONTROLE DEMOCRÁTICO: A Qualificação dos Conselheiros Estaduais de Trabalho no Brasil , também publicado em coedição com a Fundação Editora da UNESP.

2. Operacionalizando conceitos: a idéia de inovação na política de educação profissional O conceito de inovação está na própria base do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador. Todas as ações dele decorrentes enquadram-se nas novas formas de abordagem da educação profissional. No entanto, para efeito de qualificar as experiências que - entre todas as que se realizaram no cumprimento dos Planos Estaduais de Qualificação - tragam em si os requisitos essenciais que o conceito pressupõe, tome-se por base que:

“O conceito de inovação diz respeito a pelo menos uma das seguintes dimensões: clientela atendida (abrangendo não somente populações excluídas, mas qualquer segmento da PEA pressionado por necessidades de aperfeiçoamento e atualização); metodologia desenvolvida e aplicada, parcerias formadas, exploração e aproveitamento de oportunidades de geração de trabalho e renda, aumento de produtividade, qualidade; manutenção do emprego”.8

Sintetizados dessa forma, esses foram os critérios que nortearam o desenvolvimento das ações denominadas experiências inovadoras. Desde o ano de 1996 essa idéia vem sendo trabalhada como forma de operacionalizar a nova institucionalidade da educação profissional, procurando introduzi-la e aprofundá-la na concepção e no planejamento dos trabalhos de qualificação do trabalhador, em todas as unidades da federação. Em poucas palavras, tratava-se de experimentar para inovar a estrutura e o conteúdo da EP no Brasil, atuando no sentido de atingir quantitativa e qualitativamente o conjunto da população trabalhadora. Destacam-se algumas preocupações fundamentais nesse processo, que caracterizam esses “experimentos”: a elevação de competências básicas e de escolaridade do trabalhador; a inclusão de segmentos da força de trabalho tradicionalmente discriminados (gênero, raça/cor, portadores de necessidades especiais, entre outros), assegurando a diversidade nas oportunidades de trabalho; a qualificação para o setor informal; a mobilização de jovens em situação de risco social; o desenvolvimento de comunidades rurais; a atenção para novas ocupações e novas áreas de atuação, como a cultura e o meio ambiente; a formação de gestores, empreendedores; a criação de novas metodologias e materiais didáticos; a qualificação para processos tecnológicos cada vez mais sofisticados; a orientação e treinamento para práticas associativas e micro – empreendimentos; a atenção para o setor de serviços.

8 MTb. Avaliação Gerencial. 1996 e 1997. Ver também Catálogo de Projetos. Experiências Inovadoras, ob. cit.

2.1 Síntese das ações Entre 1996 e 1998 realizaram-se essas primeiras experiências, várias delas estendidas ou repetidas no ano de 1999 e outras, com previsões feitas para o período 1999 – 2002. As equipes de trabalho da FLACSO/Projeto REPLANFOR tiveram a oportunidade de acompanhar de perto esse processo, particularmente no desenvolvimento das atividades de apoio às comissões e secretarias estaduais de trabalho, visando o aperfeiçoamento da elaboração dos PEQs mediante a qualificação de seus membros.9 Verificou-se que a assimilação do conceito de inovação não se efetuou com facilidade, fato que se justifica se considerarmos o impacto das transformações que estavam sendo propostas no sistema tradicional de educação profissional, marcado até então pela homogeneidade e centralização. Houve uma tendência inicial para considerar como inovador o que era “novo”, “exótico”, “inusitado”. As inovações, entendidas como avanços em dimensões fundamentais do PLANFOR, freqüentemente ficavam de lado. Parecia difícil, por exemplo, conceber uma experiência inovadora como um caminho para realmente avançar, pouco que fosse, no planejamento da educação profissional com foco na demanda. O mesmo se poderia dizer sobre o estabelecimento das parcerias, que atendem ao objetivo de articulação institucional. Esses aspectos, num primeiro momento, não eram vistos como elemento de inovação. De certo modo, era exatamente o caráter inovador do PLANFOR que provocava essas dificuldades iniciais de assimilação prática. Mas, como sempre acaba acontecendo, a incorporação dessas idéias foi se consubstanciando no exercício das próprias tarefas de planejamento e execução. Um dos instrumentos de trabalho utilizados sistematicamente, entre os agentes que atuam nas unidades da federação e em todas as seções de trabalho, para ampliar o conceito de inovação e, ao mesmo tempo, aprofundar o seu significado como elemento fundamental da política de trabalho e renda, foi a comparação entre a abordagem tradicional da educação profissional e as novas propostas de tratamento da questão, do ponto de vista do PLANFOR. O novo conceito de qualificação, para ser implementado, deveria estar baseado na observação das transformações verificadas no processo produtivo e na análise dos resultados e implicações que dele decorrem.

9 Ver especialmente os volumes desta mesma coleção: 1. PLANEJANDO COM FOCO NA DEMANDA DO MERCADO DE TRABALHO: Apoio à Elaboração dos Planos Estaduais de Qualificação Profissional/PEQs 1999-2002 (organizado por Fausto, Garcia e Ackermann); 2. POLITICAS PUBLICAS DE TRABALHO E RENDA E CONTROLE DEMOCRÁTICO: A Qualificação dos Conselheiros Estaduais de Trabalho no Brasil (organizado por Vogel e Yannoulas).

Esse quadro comparativo, foi objeto base das ações e de várias publicações da MTE/SPPE (antiga SEFOR).10 No entanto, é importante reproduzi-lo, mais uma vez, para que seja possível compreender, no conjunto deste trabalho, o quadro conceitual e os pressupostos que estiveram na base do planejamento e na execução das experiências inovadoras. Abordando a trajetória da Reestruturação Produtiva, é traçada uma comparação entre o “antigo” e o “novo”, contemplando os diversos aspectos desse processo. Do ponto de vista da Economia/Mercado, o processo de transformação é caracterizado da seguinte forma:

“Antigo” “Novo” Expansão Crise

Estável Instável Concorrência local Concorrência global

“Vendedor” “Comprador” “A empresa manda” “O cliente é o rei”

A caracterização do Produto, decorrente desses dois momentos distintos, envolve os seguintes aspectos de diferenciação:

“Antigo” “Novo” Padronizado Diversificado

Ciclo de vida longo Ciclo de vida curto Inovação em patamares Inovação contínua

Fabricação em massa Séries médias, pequenas Quantidade Qualidade

Quanto às tecnologias que envolvem o processo de produção, são destacados como aspectos básicos de distinção:

10 Ver “Módulo Sociologia do Trabalho” do livro desta mesma coleção, “Politicas Públicas de Trabalho e Renda e Controle Democrático”.

“Antigo” “Novo” Equipamentos especializados Equipamentos flexíveis

Equipamentos especiais Equipamentos universais Base eletro - mecânica Base eletro - eletrônica

Linhas de montagem Células de fabricação

As formas de gestão e organização apresentam como elementos distintivos principais:

“Antigo” “Novo” Hierárquica Participativa

Vertical Horizontal Centralizada Descentralizada

Controladora Formadora Punitiva Orientadora

“O chefe tem sempre razão” “Todos são responsáveis” A partir dessas constatações, o quadro comparativo aborda as características desse processo nos aspectos essenciais para a nova institucionalidade da educação profissional. O primeiro deles, é a diferenciação do Trabalho:

“Antigo” “Novo” Tarefas/operações Processos

Dividido Integrado Prescrito Aleatório Repetitivo Flexível

Especializado Polivalente Heterocontrolado Autocontrolado

Posto Equipe

Finalmente, a questão da Qualificação aparece como o diagnóstico conclusivo do quadro, fundamento as novas práticas necessárias à qualificação do trabalhador:

“Antigo” “Novo” Habilidade Competência

Saber (fazer) Aprender (ser, aprender) Disciplina Autocontrole

Obediência Iniciativa Conformidade a normas Gestão do aleatório

Reação Ação, pró-ação Memorização Raciocínio

Execução Diagnóstico Concentração Atenção

Formação curta ou longa Formação contínua Individual Coletiva

Isolamento Comunicação Além dessa pauta, elaborada como ideário de apoio às ações do PLANFOR, as equipes da FLACSO trabalharam, junto aos Estados, com elementos complementares da análise comparativa entre o “antigo” e o “novo”, pretendendo com isto enriquecer os métodos de operacionalização e de ampliação das referências fundamentais do PLANFOR. Tratando das Tendências e Desafios decorrentes da nova institucionalidade da educação profissional no Brasil, foi utilizado o seguinte quadro comparativo para trazer consistência de conhecimento e de informações às atividades de apoio ao planejamento e qualificação. Observe-se a atenção dada para elementos de análise que favorecem o entendimento de fatores determinantes de novos paradigmas a ser adotados na construção de políticas públicas:

Antiga Institucionalidade Nova Institucionalidade Estado

Populismo/ autoritarismo/ exceção Construção democrática Centralização Descentralização/ participação

Execução Articulação Economia / mercado

Substituição importações/ protecionismo Abertura/ competição Competição doméstica/ local Concorrência global

Crescimento acelerado com exclusão Crescimento com eqüidade “Milagre brasileiro” Desenvolvimento sustentado

Relações capital - trabalho Tutela estatal (CLT) Negociação

Sindicatos protegidos Livre associação Direitos individuais Direitos coletivos

Rigidez Flexibilização Trabalho/qualificação

Emprego estável/carreira única Mudanças contínuas Especialização Polivalência

Assalariamento Novas formas de inserção Industrial Serviços

Elites operárias (metal-mecânica) Novas ocupações Educação profissional

Substitutiva/ dicotômica à educação geral

Complementar

Redes e sistemas nacionais Multiplicidade de atores/agentes

Clientelas restritas População economicamente ativa (PEA) Viés branco/ masculino Foco na diversidade

Centralização Descentralização Gestão governo + empresários Gestão tri/multipartite

Formação longa Formação permanente

Escolar Contextualizada Foco: oferta de formação Foco: demanda setor produtivo

Assistencialismo Geração de renda “Operário padrão” Cidadão produtivo

O trabalho com tais elementos de compreensão dos múltiplos aspectos constitutivos do mundo contemporâneo e, em particular, de suas implicações no

Brasil, conduzia à definição de uma agenda da nova institucionalidade, assim formulada:

Quanto à definição e implementação de uma política educacional global: o erradicação do analfabetismo na PEA; o elevação da escolaridade de jovens e adultos (supletivo); o universalização da educação básica pública, gratuita; o ampliação do ensino superior; o melhoria geral de qualidade.

Quanto à mobilização, articulação e fortalecimento da rede nacional de EP: o universidades (extensão); o escolas técnicas públicas e privadas; o sindicatos/ associações de trabalhadores; o fundações/ institutos públicos e privados; o ONGs; o ensino profissional livre (privado); o Sistema “S” (Senai/ Sesi; Senac/ Sesc; Senar; Senat/ Sest).

Quanto à reestruturação de sistemas nacionais de educação profissional: o foco: demanda do setor produtivo; o tri/ multipartite; o clientela: PEA; o financiamento: público + privado; o modelo pedagógico/ organização: flexibilização, inovação; o organização: centros de excelência + centros públicos de EP.

Essa agenda finaliza trazendo à tona o eixo central dos trabalhos:

resgate da EP como instrumento de política pública de trabalho e geração de renda, portanto, como questão de Estado.

2.2 Procedimentos para a coleta de dados Dispomos hoje de uma amostra suficientemente representativa das realizações que se efetivaram com base nas reflexões suscitadas por essas pautas de discussão. O conhecimento delas ilustra os esforços feitos no sentido de tornar cada vez mais preciso o conceito de inovação dentro do PLANFOR. Antes de descrevê-las, porém, é necessário prestar algumas informações sobre os procedimentos que foram adotados na coleta e sistematização de dados, na apresentação das experiências inovadoras e, finalmente, na montagem do Banco de Dados. Do material utilizado

Foram três os conjuntos básicos de informações utilizados para a organização deste trabalho. Em primeiro lugar, o Catálogo de Projetos: Experiências Inovadoras, que deu início à Série Acervo PLANFOR,11 publicado em sua primeira edição pelo Ministério do Trabalho - MTb, em dezembro de 1998. Em 1999, já incluindo novos registros, foi publicada a segunda edição, cadastrando um total de 179 experiências, desenvolvidas no âmbito dos Planos Estaduais de Qualificação - PEQs.12 Em segundo lugar, utilizamos os relatórios enviados pelas Secretarias Estaduais de Trabalho/Emprego, solicitados pelas equipes de campo do Projeto REPLANFOR. Um roteiro básico de informações, estruturado especialmente para coletar material para a elaboração deste livro, contemplava, além dos dados fundamentais da experiência descrita, aspectos essenciais para identificar sua natureza. Assim, foram dados essenciais:

a indicação das cinco experiências mais importantes desenvolvidas no Estado, sob o ponto de vista da inovação; o relato que justificava os aspectos inovadores de cada uma delas, revelando as suas particularidades, tanto na perspectiva das demandas locais quanto das novas formas de tratamento das questões que, do ponto de vista de seus realizadores e executores, envolviam o mundo do trabalho em suas comunidades.

Por último, recorremos aos documentos enviados à FLACSO por catorze dos estados brasileiros,13 entre fotos, vídeos, textos de projetos, de metodologias, produtos finais (materiais didáticos, textos técnicos, livros, diagnósticos, entre outros), como forma de elucidar e comprovar o caráter inovador daquelas experiências, selecionadas como as mais representativas da unidade da federação. Além disso, como procedimento complementar, utilizamos o acervo de documentos do NID - Núcleo de Informação e Documentação da SPPE, órgão de

11 Ob. cit., Brasília, 1999. Essa publicação foi elaborada por consultoria vinculada ao projeto REPLANFOR, como parte dos trabalhos de apoio técnico prestado ao NID – Núcleo de Informação e Documentação da MTE/SPPE (antiga SEFOR). A série Acervo PLANFOR inclui ainda o Catálogo de Produtos, com edição atualizada em 1999. 12 Das duas edições foram excluídas as experiências realizadas a partir de Parcerias firmadas entre a SPPE e diferentes instituições brasileiras que, obrigatoriamente, desenvolveram projetos inovadores voltados para a qualificação do trabalhador. 13 Foram eles: Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.

apoio gerencial e informativo, que abriga o acervo documental relativo à implantação do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador.14 A coleta de informações A sistemática de coleta de documentos e informações foi composta de duas grandes etapas. Na seqüência, essas fases estão discriminadas e descritas, repassando-se ao leitor o modelo de procedimentos, adotado no sentido de tornar públicas as situações de inovação criadas pelos diversos grupos de atuação local/regional, no âmbito da formação profissional. 1a Fase: Coleta de documentos e informações junto aos estados e Distrito Federal. Num primeiro momento, as equipes de campo da FLACSO/ REPLANFOR solicitaram a identificação de todas as experiências que as equipes das Secretarias Estaduais de Trabalho considerassem inovadoras, no âmbito da implementação do PLANFOR. Os critérios para esse processo de identificação deveriam levar em conta as formas de inovação, sob múltiplos aspectos, fossem em termos de articulação institucional, de avanço conceitual e metodológico ou ainda nas atividades de apoio à sociedade civil, entre as quais se destacam, pela amplitude e pelo vulto, os PEQs. Identificadas as experiências, as equipes das Secretarias coletaram os materiais que as documentavam, entre eles textos, relatórios, fotografias, vídeos e outros produtos de trabalho.15 Depois de reunido o material, coube ainda a cada Secretaria a seleção das cinco experiências de maior destaque, realizadas no estado (ou no Distrito Federal), quanto ao grau de inovação. Para fundamentar essa avaliação os membros das Secretarias elaboraram documento específico constituído por uma breve justificativa da seleção, hierarquizando as cinco experiências mais relevantes. Vale a pena destacar que o objetivo, nesse caso, era obter um perfil das iniciativas com maior teor de inovação, na perspectiva de quem as conduzia, ou seja, das equipes estaduais em atuação que, evidentemente, detinham o conhecimento sobre a realidade de seu próprio estado/região. Desse modo, foi possível trazer à tona os valores locais e, principalmente, as suas particularidades dos pontos de vista da demanda de mercado, de demandas sociais, das condições de vida, das possibilidades de articulação e negociação, dos quadros institucionais de

14 O Projeto REPLANFOR, por meio de consultorias especializadas, contemplou o apoio técnico ao NID/SPPE, na organização e classificação do acervo documental sob sua guarda e na informatização dos dados relativos a esse acervo. 15 Com respeito aos produtos produzidos como resultado dos PEQs ou de Parcerias foi organizado pelo NID/SPPE e publicado pelo MTE o Catálogo de Produtos, com edição atualizada de 1999.

executores disponíveis, das formas de mobilização (ou desmobilização) social existentes e assim por diante. Esse material, finalmente, foi encaminhado à coordenação do Projeto REPLANFOR para organização e processamento dos dados. A resposta a essa solicitação, por parte das Secretarias, foi quase completa. Recebemos os dados de caracterização relativos às cinco experiências mais importantes, seguidos de suas respectivas justificativas. O formulário para coletar e padronizar essas informações16 foi apresentado e preenchido (individualmente, para cada experiência) de acordo com o seguinte modelo:

Experiências Inovadoras Unidade da Federação:

Título da experiência: Entidade(s) executora(s): Descrição sumária:

Justificativa* Metas**

Datas * Por que a experiência é considerada inovadora considerando metodologia, recursos utilizados, clientela,conteúdo programático e outros. ** Ressaltar o que já foi realizado *** De início e término da ação (assinalar se há previsão de repetição). No entanto, as informações complementares - que envolviam o envio de documentação para possibilitar maiores esclarecimentos sobre suas razões ou condições de execução – foram enviadas por apenas 14 unidades. Por essa razão, houve necessidade de complementar a reunião de material relativo às inovações do PLANFOR. 2a Fase: Pesquisa de documentos e informações junto à SPPE. Essa exigência foi cumprida com facilidade, considerando a existência do Núcleo de Documentação e Informação – NID, da SPPE, órgão criado para dar apoio informativo e gerencial à Secretaria. Reunindo um volume considerável de documentos produzidos como resultado dos trabalhos de implantação do PLANFOR, no Distrito Federal, estados e municípios brasileiros, o NID organiza a sua memória técnica e desenvolve atividades que

16 O mesmo formulário alimentou de dados a publicação já mencionada Catálogo de Projetos: Experiências Inovadoras.

visam a organização desse material e o seu tratamento técnico, tornando-os acessíveis para consulta por todos aqueles que estão envolvidos na rede institucional da educação profissional.17 Desse modo, a SPPE mantém tais serviços de documentação dirigidos também para o apoio a gestores, grupos sociais em qualificação, pesquisadores e educadores. A consulta ao acervo do NID envolveu análise e seleção de documentos e informações relativas às experiências inovadoras, incluindo a Coleção de Produtos, mantida como uma das principais coleções relativas à memória técnica do PLANFOR, constituída por projetos, material didático, metodologias, textos, publicações, documentos técnicos e normativos, CDs, vídeos e demais resultados finais dos PEQs e das parcerias institucionais.

2.3 Processamento das informações Classificação e cadastramento das experiências inovadoras em banco de dados Concluídos os trabalhos de coleta e reunião de documentos e informações, seguiu-se a sua sistematização. O principal recurso utilizado foi a construção de um banco de dados com a finalidade de armazenar, de forma organizada, os dados coletados. Foi desse modo que registramos as informações extraídas dos vários conjuntos de documentos e também de algumas publicações, já mencionadas, o que possibilitou a combinação dos dados de várias formas. O resultado final envolveu a classificação das experiências e a conclusão de um cadastro eletrônico, o mais completo possível, até o momento. Para otimizar as possibilidades de utilização do cadastro foram elaboradas listas de termos e de assuntos, instrumentos que permitirão às equipes de trabalho que atuam nas unidades federativas realizar seus próprios cadastramentos, tomando como base, para classificação e registro, esse primeiro vocabulário controlado. A seleção das experiências: critérios Nem todos os estados brasileiros puderam referenciar o desenvolvimento de cinco experiências inovadoras, conforme lhes havia sido solicitado. Houve casos em que apenas uma foi apontada. Por outro lado, houve casos em que foram apontadas mais de uma dezena de iniciativas com características de inovação. 17 Essa iniciativa da SPPE é um exemplo que, sempre que possível, deveria ser adotado como padrão, pelos estados brasileiros. Constituir órgãos de documentação e de apoio informativo, além de manter os arquivos bem organizados é uma das formas mais importantes de assegurar uma gestão de trabalho responsável e com qualidade.

A preocupação com os critérios de seleção das experiências que deveriam ser divulgadas esteve condicionada à idéia de que não se poderia correr o risco de apresentá-las de forma a gerar comparações de natureza quantitativa. Em outras palavras, não seria conveniente que a sua apresentação levasse o leitor a um julgamento equivocado, buscando identificar as unidades da federação “mais inovadoras”, dada a quantidade de experiências desenvolvidas. Pensando dessa forma, a escolha e descrição dessas experiências foram estruturadas de uma outra perspectiva, buscando o entendimento do conceito de inovação que estava presente nos próprios textos e relatos enviados, procurando descobrir de que maneira esse conceito, por diversas vezes se redefine, se modifica ou se amplia, lá nas unidades federativas onde tiveram lugar, onde o ideário político encontra as particularidades e se concretiza em práticas sociais diferenciadas. Por isso, a seleção das experiências não se prendeu a um padrão de quantidade para cada estado. Foram destacadas e agrupadas, ora pelo que possuíam de comum, no mesmo estado ou entre vários deles, ora por suas particularidades. O importante foi tratá-las de modo a desvendar, as várias faces do conceito de inovação, que emergem na implementação do PLANFOR. Essa conduta teve implicações no modo como foram processados os dados. Tão importante quanto à ordenação das informações de identificação e caracterização da experiência (data, local, metas, título, objetivos, executores, etc) foi a sistematização dos argumentos utilizados pelas secretarias de trabalho para justificar o teor de inovação. Como se verá no próximo capítulo, esses argumentos foram arrolados com o mesmo cuidado com que foram descritas as iniciativas a que se referem. Ordenação das informações: perfil das experiências inovadoras por clientela É evidente que o aspecto fundamental para a organização das informações refere-se à clientela objeto das ações de qualificação. Por esse motivo, os dados presentes em todas as experiências cadastradas foram extraídos e agrupados, constituindo uma primeira lista de termos que serviu de padrão de classificação. A transcrição dessa lista, além de possibilitar uma visão global da clientela atingida por essas experiências, poderá ser utilizada para o cadastramento de novos registros, por aqueles que se servirem do BANCO DE EXPERIÊNCIAS INOVADORAS para uso nos trabalhos de organização da memória técnica, nos estados, municípios e distrito federal. Essa relação compõe-se do vocabulário específico do PLANFOR para tratar a população alvo de suas ações, qualificando-a de forma muito diversificada, precisando as suas condições, perfis e particularidades. Essa qualificação minuciosa é fundamental para atingir os seus objetivos, especialmente quando se trata de acionar os vários mecanismos para ampliar o universo dos grupos sociais discriminados ou carentes de formação e qualificação.

Esta lista pode ser ampliada, futuramente, conforme exigirem as características de novos registros, cujo conteúdo revele novas clientelas. A relação apresenta termos que se desdobram. Inicia-se a especificação pelo termo mais genérico. Por exemplo, mulheres. Como há várias categorizações, este termo é desdobrado em mulheres índias, mulheres detentas, mulheres em situação de risco social etc. Vale enfatizar a importância que essa forma de relacionar o vocabulário assume para que a busca de informações possa ser efetuada de modo mais rápido e preciso. Não seria demais lembrar que, embora o tempo consumido nessa tarefa de organização de informações seja maior, o tempo despendido na sua busca será, depois, muito menor. Até o momento em que se concluiu a coleta de termos,18 foram identificados os seguintes:

Acompanhantes Adolescentes.

o Adolescentes negros Adultos.

o Adultos analfabetos (não alfabetizados) Agentes.

o Agentes comunitários o Agentes culturais o Agentes de saúde o Agentes de turismo o Agentes voluntários

Agricultores Albergados Aqüicultores Árbitros de futebol Artesãos Assentados rurais Associação Comunitária Atendentes.

o Atendentes infantis Autistas.

o Parentes de autistas Autônomos

18 Esta relação é baseada exclusivamente na classificação das experiências inovadoras que tiveram lugar no PLANFOR, entre 1996 e 1999. Daí decorre a ausência de inúmeros segmentos econômicos nessa lista. Fonte de coleta: Catálogo de Projetos: Experiências Inovadoras, ob. cit.

Aviadores Balconistas.

o Balconistas de farmácia Bancários.

o Bancários desempregados o Bancários em risco de desemprego (demissão) o Bancários de baixa e média escolaridade

Carvoeiros Castanheiros Catadores de papel Comunidades.

o Comunidades carentes o Comunidades com baixa escolarização o Comunidades negras o Comunidades pesqueiras

Conselheiros municipais (representantes da sociedade civil) Contadores Deficientes.

o Deficientes desempregados o Deficientes visuais o Parentes de deficientes

Desempregados. o Desempregados com baixa escolaridade

Detentos (presos) o Detentos em regime aberto

Diversos Egressos.

o Egressos do PEQ o Egressos do sistema penitenciário

Empreendedores Empregadas domésticas Engenheiros Estudantes.

o Estudantes do ensino médio (secundaristas) o Estudantes do ensino técnico. o Estudantes em busca do primeiro emprego

Famílias. o Famílias de agricultores em assentamentos o Famílias de pequenos produtores rurais

Feirantes Funcionários públicos Gestores.

o Gestores de educação profissional o Gestores de geração de trabalho e renda

Graduados Instrutores Jornalistas

Jovens. Jovens albergados

o Jovens analfabetos (não alfabetizados) o Jovens carentes o Jovens em desemprego prolongado o Jovens em situação de risco social o Jovens excedentes do serviço militar o Jovens meninos de rua

Líderes comunitários Meeiros Microempreendedores (empresários). Microempreendedores rurais Militares Mulheres.

o Mulheres agricultoras o Mulheres costureiras o Mulheres de produtores rurais o Mulheres de trabalhadores rurais o Mulheres desempregadas o Mulheres em situação de risco o Mulheres em situação de risco social o Mulheres índias o Mulheres parteiras o Mulheres presidiárias o Mulheres prostitutas o Mulheres servidoras públicas o Mulheres vendedoras

Músicos Operários de construção civil Pedreiros.

o Serventes de pedreiro Pequenas comunidades (moradores locais) Pequenos empreendedores Pequenos produtores Pescadores Policiais civis Policiais militares.

o Oficiais da Polícia Militar Populações ribeirinhas Portadores.

o Portadores de deficiências o Portadores de HIV o Portadores de necessidades especiais

Posseiros Povos (populações) indígenas - em situação de risco social Pequenos produtores rurais.

o Pequenos produtores rurais remanejados involuntariamente Produtores.

o Produtores culturais o Produtores da indústria de audiovisuais

Professores leigos Profissionais da educação Seringueiros Servidores e técnicos de delegacias Servidores públicos Subempregados Técnicos de secretarias (municipais, estaduais) Trabalhadores.

o Trabalhadores ambulantes o Trabalhadores da construção civil o Trabalhadores da indústria naval o Trabalhadores de creches e asilos o Trabalhadores de gastronomia o Trabalhadores de hotelaria o Trabalhadores de turismo o Trabalhadores desempregados em situação de risco social o Trabalhadores desempregados o Trabalhadores do comércio o Trabalhadores negros o Trabalhadores rurais de baixa renda o Trabalhadores rurais

Ordenação das informações: inserção das experiências inovadoras em segmentos econômicos. Do mesmo modo que a clientela, foi importante para o agrupamento das informações verificar os grandes segmentos econômicos em que se inseriram, especialmente para que se pudesse recuperar as iniciativas para geração de trabalho e renda desenvolvidas como alternativas ao trabalho industrial, que predominava anteriormente. Há desdobramentos desses segmentos econômicos,19 mas para uma visão mais imediata desse perfil, a lista que se segue sintetiza o universo daquelas ações:

Administração Agroindústria Agropecuária Artes Comércio Comunicações Construção Civil Cultura

19 Consultar o Vocabulário Controlado que foi elaborado para orientar aqueles que pretendam desenvolver trabalho semelhante de organização dos documentos e informações técnicas, que consta da Segunda Parte deste livro.

Desenvolvimento Comunitário Economia informal Educação Esportes Extrativismo Indústria Meio Ambiente Micro- empreendimentos Produção Artesanal Saúde Segurança Pública Serviços Turismo

2.4 Banco de dados para cadastramento e pesquisa Como já foi dito antes, a descrição e as observações apresentadas neste trabalho, sobre o caráter inovador das experiências de educação profissional, basearam-se principalmente nos dados registrados no Catálogo de Projetos: Experiências Inovadoras. O catálogo, enquanto instrumento de pesquisa, relaciona as iniciativas identificadas em todo o território nacional, agrupando-as por região (Norte, Nordeste, Sudoeste, Centro- Oeste e Sul); em cada região, foram relacionadas as unidades da federação que a integram e, dentro de cada uma das unidades foram discriminadas e ordenadas as experiências nelas desenvolvidas. Essa forma de classificação é uma das mais utilizadas quando se trata de apresentar um panorama, uma visão global de ações de ampla realização, envolvendo diversos setores e áreas geográficas. Tal procedimento permite a localização precisa das atividades cadastradas nos locais onde ocorreram e, principalmente, recupera a quantidade de ações desenvolvidas em cada setor ou área, trazendo à tona muitas vezes, suas particularidades regionais ou locais. Para a implementação do PLANFOR, a produção desse primeiro instrumento de referência derivou exatamente dessa intenção específica: informar a sociedade sobre os resultados alcançados por iniciativas que encaravam o desafio de contemplar a diversidade regional e social dos trabalhadores em nosso país, beneficiando segmentos da população economicamente ativa. Desse modo, a divulgação dessas informações atendia à expectativa de estimular as possibilidades de intercâmbio entre os parceiros e executores do PLANFOR, enfim, entre todos os envolvidos e integrantes da rede de educação profissional.

As formas de utilização dessas informações, entretanto, são muitas, estendendo-se para além dessas expectativas, já por si fundamentais e indispensáveis aos objetivos de interação de executores e parceiros. Diante das possibilidades de análise que o assunto das experiências de inovação suscita, verificou-se que seria possível trabalhar com outras formas de classificação, procurando descortinar novos elementos contidos nessas iniciativas. Para agilizar os trabalhos foi desenvolvido um banco de dados que permitiu a incorporação de todas as informações que compuseram o Catálogo de Projetos: Experiências Inovadoras. Em seguida, foi construída uma estrutura de pesquisa que possibilitou a combinação dos diferentes dados, conforme as múltiplas perspectivas de análise. Na execução dessa etapa do trabalho percebemos que seu aproveitamento não deveria ficar restrito apenas ao cumprimento de atividades para organizar uma publicação que descrevesse mais detalhadamente o perfil das iniciativas de inovação para a formação do trabalhador. Por que não estender esta possibilidade aos agentes e parceiros do PLANFOR?, foi a pergunta que se impôs imediatamente, considerando o propósito de criar novos instrumentos de trabalho para a rede de educação profissional e de repassar sistematicamente os conhecimentos gerados por seus vários integrantes. Foi assim que surgiu a idéia de transformar o banco das experiências inovadoras, que era então apenas uma ferramenta de trabalho temporária para facilitar o manejo e a combinação de dados, no BANCO DE EXPERIÊNCIAS EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, na forma de um CD-ROM, como encarte da publicação. Como um recurso de trabalho mais elaborado, a ferramenta pôde ser transformada num produto para uso geral dos agentes desse processo. Alguns resultados práticos e de curto prazo podem ser apontados na utilização do Banco:

Inclusão imediata de novos registros; Armazenamento padronizado das informações sobre cursos, projetos, experiências inovadoras, iniciativas de cooperação, intermediação de negociações e outras práticas de trabalho similares; Produção de relatórios, sínteses de atividades, listas de informação e demais documentos de trabalho, por meio do recurso da pesquisa ao Banco; Uso concomitante do Banco e de um documento de trabalho em elaboração. O armazenamento em base única de dados permite que os conjuntos de informações sejam rapidamente recuperados. O recurso da impressão, disponível na tela de pesquisa do Banco, permite salvar as informações e transferi-las para outro documento, trazendo grande

facilidade nos casos em que se torne necessário inserir os dados localizados na pesquisa; Agilização de coletas de dados para avaliações e análises de atividades, conforme perspectivas específicas de interesse e de abordagem; O compartilhamento da informação por todos os membros das equipes de trabalho atuantes na área da educação profissional.

3. (Re) Construindo conceitos: relatos das experiências inovadoras

O conjunto das experiências inovadoras que foram relacionadas a partir das informações e do material enviado pelas secretarias estaduais de trabalho e emprego (ou órgãos equivalentes) compõe a lista apresentada a seguir. Para melhor compreensão do leitor, sobre a forma como foi arrolado esse conjunto de iniciativas, algumas observações preliminares se fazem necessárias: Os títulos das experiências estão ordenados alfabeticamente, seguidos da sigla dos estados onde se realizaram; Foram excluídas dos títulos as palavras projetos, programas ou equivalentes. Manteve-se apenas esta denominação para os casos de nomenclatura oficial de programas nacionais ou estaduais; Da mesma forma, foram deslocadas do título expressões como: capacitação, qualificação, requalificação, treinamento, etc. Essas palavras foram colocadas ao final do título, entre parênteses. Dessa forma, a leitura pode ser feita, conhecendo-se, de imediato, a temática de qualificação, o tipo de clientela ou o tipo da iniciativa que se procura localizar.20 No momento da descrição das experiências essas informações serão naturalmente recuperadas. As experiências assinaladas com o asterisco (*) ao final do título são aquelas que se encontram descritas neste volume.21 Relação nominal das experiências inovadoras/PLANFOR (1996 – 1999)22

Ações móveis de educação profissional - RN Acompanhante de paciente em domicílio - CE Adolescentes e jovens em situação de risco - RN Agentes comunitários de saúde do Estado do Paraná (Atualização de) - PR Agentes de saúde indígenas: Programa Nacional para Trabalhadores de Saúde - MS Agentes indígenas de saúde – AIS (Capacitação profissional de) - TO Agricultores familiares – Pernambuco Solidário na Seca (Capacitação de) - PE Agropecuária orgânica - CE AJEUM – Cozinha africana e afro – brasileira - RJ

20 Para consulta de outras informações no Banco de Experiências em Educação Profissional, procure pelo Estado ou digite uma palavra do título, na tela de pesquisa. 21 O detalhamento da descrição variou conforme a disponibilidade de documentos e informações a que pudemos ter acesso. 22 Nem todas as iniciativas ocorridas durante o ano de 1999 estão arroladas, uma vez que a coleta de informações teve fim em meados de 1999.

Aldeia indígena (Qualificação profissional em) - PA∗ Alfabetização de jovens e adultos - AM Alfabetização de jovens e adultos dos assentamentos - PB Alfabetização de jovens e adultos e Supletivo de 1º grau - RS Apoio aos autônomos - PB Aprender construindo - SC Aproveitamento de alimentos - RJ Área de hotelaria e gastronomia no DF (Treinamento a profissionais da) - DF Áreas de reforma agrária (Qualificação em) - CE Artes navais - SE Artesanato e desenvolvimento comunitário – Projeto Rodovalho - MS Assentamentos rurais – Industrialização de frutas - TO Associativismo e cooperativismo/ Organização do trabalho/ Mentalidade empreendedora - RJ Atendimento ao sistema penitenciário - SC Auxiliares de enfermagem (Qualificação de) - PR Baianas de acarajé e de mingau – BA ∗ Bancária (Qualificação e requalificação) - SC Beneficiamento da fibra de coco – PA ∗ Beneficiários do PROGER (Qualificação e acompanhamento dos) - PR Beneficiários do Programa Bacia Leiteira (Qualificação profissional dos) - TO Beneficiários do seguro – desemprego (Requalificação para) - AM Bolsa – Alfa - DF Bolsa – Escola - DF Cadastro de entidades de educação profissional na Internet - PR Cafeicultura do Estado (Qualificação da) - PE Catadores de papel (Treinamento e capacitação para) - SP Centro de Treinamento e Ensino – RHEA - MG Centro Experimental Público de Formação Profissional: Programa Aprendendo a Aprender - SP Centros de produção comunitária – RR ∗ Chão de Fábrica - SC Cidadania da perspectiva da raça negra - BA Cinema e vídeo (Treinamento na área de) - DF Comercialização de produtos artesanais indígenas – AM ∗ Comércio exterior (Curso de) - TO Condutores Mirins de Turismo - DF Consórcio de Prefeituras - MG Construção civil - Prédios históricos (Qualificação de trabalhadores da) - PE Construir um sonho - SE Cooperativa dos Produtores de Calçados e Componentes de Campina Grande Ltda - COOPERCAM - PB Couro ecológico - AC Crédito/ Capacitação para o pequeno trabalhador rural - PB

Cuidadores de idosos - MT Deficiente mental/ APAE’s – SC ∗ Deficiente visual – SC ∗ Deficientes (Curso de capacitação de) - TO Deficientes auditivos (Capacitação de) - TO Deficientes visuais (Qualificação para) - CE Desenvolvimento de habilidades básicas e específicas dos alunos do curso de iniciação à informática - AM Desenvolvimento de modelo da ação integrada de intermediação do trabalhador autônomo e qualificado - MT Detentos e egressos do sistema penitenciário - GO Direitos humanos para policiais civis (Curso de atualização em) - PR Educação contextualizada - AM Educação na saúde - SP Educação profissional nas áreas de assentamento agrário - SC Educadores infantis - PR Educadores infantis leigos (Qualificação de) - CE Educar Trabalhando - MG Escola Zé Peão - PB Estofaria - AM Executivos juvenis - RR Fábrica - Escola de equipamentos para portadores de deficiência – MA ∗ Fabricação de papel artesanal – RO ∗ Fabricação de produtos de higiene e limpeza com matéria – prima alternativa - MT Famílias atingidas pelo reservatório da Usina Hidrelétrica de Dona Francisca (Treinamento e capacitação rural das) - RS Feirante cidadão - BA Fênix de Viver - MG Fomento e implantação de micro e pequenas unidades de produção agroindustrial no semiárido paraibano – PB ∗ Formação de formadores - DF Formação de incubadora virtual em projetos agro- industriais na região do Pólo de Desenvolvimento Integrado do Alto Piranhas - PB Formação de jovens empreendedores - SP Formação de mensageiros – AM ∗ Formação do Trabalhador. Um novo perfil para o mundo do trabalho - AL Fórum Catarinense de Desenvolvimento - SC Funcionários das prefeituras abrangidas pelo Programa Comunidade Solidária (Capacitação de) - TO Geração de renda – Programa de prevenção à imunodeficiência – Bem Viver - RS Gestores municipais de saúde para a região do centro oeste do Paraná (Capacitação de) - PR Guias mirins para parques ecológicos – AC ∗

Habilidades básicas, específicas e de gestão: Programa Aprendendo a Aprender - SP HIV - SC Implantação do Pólo Têxtil em Ceará Mirim - RN Implantação do Pólo Têxtil em Santa Cruz - RN Indústria automotiva (Qualificação de trabalhadores para a) - PR Indústria de cerâmica do Estado do Paraná (Qualificação de recursos humanos na) - PR Informática – Aprenda em casa - CE Informática (Treinamento para os profissionais na área de) - DF Informática para detentos – RJ Inserção e Permanência de Pessoas Portadoras de Deficiências no Mercado de Trabalho – PA ∗ Inserção produtiva de mão de obra de baixa escolaridade - MT Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual do Ceará - CE IPQ – Instituto de Psiquiatria de São Pedro de Alcântara – SC ∗ Jacarelândia – O país da percussão - RJ Jovens e adolescentes em situação de risco social (Qualificação e acompanhamento de) - PR Jovens pobres e desempregados (Capacitação empresarial para) - PE Lapidação de pedras preciosas e semipreciosas - DF MAÇAIOK – AL ∗ Mães do Programa Bolsa – Escola da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (Qualificação profissional das) - MG Mão de obra para indústrias de confecções de Matinha e Lima Campos (Treinamento de) - MA Marketing para todos - CE Master em Gastronomia - RS Mercês de Cima - MG Mestres artesãos/ Oficinas da Alegria – MG ∗ Modelagem conceitual da Coordenadoria de Formação Profissional - PR Movimento negro - SC Mulher Cidadã - RN Mulher em movimento – SC ∗ Mulheres indígenas. Corte, costura e vagonite – AC Mulheres taxistas. Turismo – CE ∗ Multiplicadores em desenvolvimento auto- sustentável na agricultura - SC Música instrumental e percussão - PB Novas tecnologias agrícolas - ES Nutrição e alimentação (Qualificação profissional na área de) - PE Observatório permanente de situações de emprego e formação profissional: Programa Aprendendo a Aprender - SP Oficinas de orientação profissional para os estudantes secundaristas da rede pública do Ceará - CE Olho Vivo – PA ∗ Operação e manutenção de motosserra – RO ∗

Operador de rádio – chamada para cegos – RJ ∗ Orquestra afro-brasileira - RJ Orquestra Filarmônica do Estado do Acre – AC ∗ Paisagismo (Qualificação profissional na área de) - DF Perfumaria para cegos (Curso de) - RJ Pesca artesanal - MT Pesca industrial e artesanal - ES Pessoal do setor turístico (Capacitação de) - PE Pessoas portadoras de deficiência – Inserção e permanência no mercado de trabalho - PA Pessoas portadoras de necessidades especiais – Produção de Limpeza (Qualificação de) - MT Planejamento municipal de atividades sustentáveis – Araguainha – MT ∗ Polícia comunitária - PB Policiais militares (Qualificação dos) - SC Policiais militares em polícia interativa - (Requalificação de) - PE Políticas públicas (Capacitação de) - SC Pólo Audiovisual - MG Pólo calçadista (Qualificação para o) - BA Prática de banda – PA ∗ Prevenção de alcoolismo e formação profissional - PB Pró Amazônia: formação gerencial para população indígena em cooperativismo, associativismo e projetos – RO ∗ Professor leigo (Qualificação do): Programa Nacional para Serviços Pessoais – MS Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos – PAJAS – PB ∗ Programa Estadual de Apoio à Erradicação do Trabalho Escravo nas Carvoarias de MS - MS Programa Estadual para Autogestores e Microempreendedores . Trabalhadores ambulantes - MS Programa Estadual para População Indígena - MS Programa Integrar - MG Programa Integrar - PA Programa Integrar - RJ Programa Integrar - RS Programa Integrar - SP Programa Nacional para Pessoas Portadoras de Deficiência - MS Projeto Atualizar - SC Projeto Fazendo Fazer – Oficina para formação de produtores visuais - RJ Projeto Trabalhar - CE Projeto Trabalhar - GO Providência - MG Rádio comunitária – RJ ∗ Recursos humanos para construção de cisternas no meio rural (Capacitação de) - PB

Regentes e instrumentistas de banda de música e orquestras de pau- e- corda (Capacitação de) - PE Renovação da produção artesanal – CE ∗ Resgate e valorização das parteiras tradicionais/indígenas – AP ∗ S.O.S. Costa Leste – SC ∗ Saúde da família para agentes de saúde (Capacitação de) - CE Saúde da mulher (Capacitação para a) - RN Segurança pública cidadã – Carnaval é coisa séria - BA Seminário de qualificação do jovem empreendedor - RS Serviço Civil Voluntário - DF∗ Serviço Civil Voluntário – RJ ∗ Servidores de administração pública do Estado de Pernambuco (Capacitação de)- PE Servidores em delegacias sobre violência contra mulheres (Capacitação de) – PB∗ Sócio Institucional (Projeto de capacitação) - MA Supletivo de 2º grau – RS Técnicos de espetáculos de diversões – RJ ∗ TENENGE – COPESUL - RS Trabalhadores da construção civil (Qualificação profissional para) - MA Trabalhadores da indústria da construção civil: Projeto Trabalhar - MS Trabalhadores da Zona da Mata (Qualificação dos) - PE Trabalhadores do Pólo Gesseiro (Qualificação dos) - PE Trabalhadores em técnicas de restauração – IIª etapa: estágio canteiro – escola (Capacitação de) - AM Trabalho sócio- educativo e/ou autônomos - CE TV do Trabalhador - PI Vale do São Francisco (Capacitação profissional do) - PE Valorização da mulher – MG ∗

Como se pode ver, em curto período, revela-se um grande esforço empreendido na busca de encaminhamentos e de soluções criativas para fundamentar uma nova política de educação profissional. Especialmente no que diz respeito às propostas de ampliar o universo da população brasileira a ser atingida como alvo de formação e qualificação e, de outro lado, na formulação de novos conteúdos de qualificação como resposta às exigências da reestruturação produtiva, das inovações tecnológicas e das novas relações entre capital e trabalho. Passemos então à caracterização dessas experiências inovadoras. Ao conhecê-las teremos oportunidade de refletir sobre as diversas maneiras de entendê-las e, de outro lado, sobre os caminhos que estão sendo apontados e o significado que a inovação assume na prática, com a concretização desses projetos de trabalho. Lembre-se que a sua identificação foi feita nos próprios estados brasileiros (além do DF), apontando as mais relevantes no quadro local ou regional.

3.1 “Do Oiapoque ao Chuí”: clientelas em destaque As prioridades atribuídas a determinados tipos de clientela caracterizaram as experiências inovadoras desenvolvidas nas diversas unidades da federação. Seguindo as recomendações do PLANFOR, quanto à necessidade de focá-las nos segmentos da população mais vulneráveis, marcados pela baixa escolaridade e carência de qualificação, para inserção no mercado de trabalho, ou para o desenvolvimento de atividades geradoras de renda, os projetos e programas de trabalho desenvolvidos apresentaram várias características comuns. Entre elas a identificação de novos segmentos populacionais e sociais que, definidos como população- alvo de suas ações, iniciassem o processo de reversão das práticas tradicionais de educação profissional. A categorização de tais clientelas, atribuindo prioridade à idéia da diversidade e da igualdade de oportunidades de trabalho, assumiu uma configuração particular no conjunto das experiências apontadas por seus realizadores como as mais relevantes. Nas observações feitas a seguir não foram colocadas em destaque as experiências dirigidas para trabalhadores desempregados que, como se pode supor, constitui uma vasta clientela, prioritária, carente de ações de educação profissional. Muitos projetos foram desenvolvidos no sentido de atender as demandas de situações de desemprego prolongado, qualificando ou requalificando os trabalhadores para outros setores, serviços e ocupações. O desenvolvimento desses projetos inovadores será abordado quando forem descritas as suas características quanto aos novos conteúdos e novas áreas de ação para o trabalho. As categorias de clientela discriminadas apontam para um refinamento dos critérios para sua definição e especificação. Afinal, desempregados homens, mulheres e jovens constituem designações muito genéricas. Os planos estaduais de formação profissional estão tornando cada vez mais precisas as identidades das clientelas atendidas, inclusive no sentido de identificar segmentos emergentes, que estão a merecer atenção. Esse trabalho é indispensável para a construção da política pública de trabalho e renda, na medida que os perfis sociais, cuidadosamente traçados, fundamentam todas as ações subseqüentes de metodologias, conteúdos programáticos para cursos, materiais didáticos, intermediações de mão de obra, identificação de demandas etc. O fortalecimento das comunidades indígenas Os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Pará e Santa Catarina foram unidades federativas que elegeram essa clientela como um dos elementos de avanço das práticas de inovação, desenvolvidas no sentido de uma nova política de educação profissional.

“...aumentando a qualidade da produção.”23 Qualificação Profissional em Aldeia Indígena foi um projeto inovador desenvolvido no Pará, em parceria com o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, com o SENAI – Serviço nacional de Aprendizagem Industrial e com o SEBRAE - Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa. O desenvolvimento dessa experiência marcou a abertura do Plano Estadual de Educação Profissional para as comunidades indígenas. A preocupação fundamental que norteou a execução do projeto esteve no aumento da qualidade da produção agrícola e pecuária, principais atividades da tribo dos Gaviões. Com a articulação da FUNAI, foi possível executá-la no município de Bom Jesus do Tocantins, qualificando membros da tribo que vive na aldeia Mãe do Rio. Os cursos de olericultura básica (cultura de legumes), bovinocultura do leite, avicultura básica e processamento de frutas regionais foram realizados com o propósito de assegurar melhor qualidade à produção comunitária local, “agregando valor ao produto e garantindo, além de sua subsistência, a colocação dos produtos no mercado, melhorando, assim, a renda da comunidade.” Essas atividades foram complementadas por cursos de panificação e artesanato. A dificuldade apontada pelos executores do projeto foi a carência de recursos para deslocamento e alimentação. Esse problema fez com que fossem encaminhados poucos membros, apesar das vagas garantidas nos cursos. Mesmo assim, foram treinados aproximadamente 100 membros da tribo dos Gaviões. Outro exemplo de trabalho foi o que se realizou no Estado do Amazonas. Comercialização dos Produtos Artesanais Indígenas foi uma iniciativa desenvolvida em parceria de execução com a ADCAM- Associação para o Desenvolvimento Coesivo da Amazônia. O projeto de trabalho também inovou ao reunir número expressivo de representantes de várias etnias, entre elas: Tikuna, Wanano, Saterê, Dessana, Tariano, Tukano, Mura, Piratapuia, Macuxi, Baniwa, Arapaço e Wapichana. Envolveu também a participação da AMARN- Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro, a AMISM - Associação das Mulheres Indígenas Saterê – Mawé e ainda o MEIAM- Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas. O objetivo do projeto foi a capacitação para comercialização dos produtos artesanais indígenas, incluindo a expectativa de promover maior integração entre os povos e contribuir para a fixação em seu habitat. 23 Todas as citações feitas dessa forma, neste capítulo, foram extraídas dos documentos enviados pelos estados, principalmente de seus textos que apresentavam os critérios que justificaram a inovação das experiências apontadas como as mais relevantes.

Em Rondônia, o projeto Pró- Amazônia: Formação Gerencial para População Indígena em Cooperativismo, Associativismo e Projetos foi desenvolvido com o objetivo de “capacitar lideranças indígenas no gerenciamento organizacional, financeiro e político de suas associações.” O propósito de criar condições para a autonomia dos povos indígenas no estado foi apontado como a base de estruturação de todas as ações realizadas. Constituiu a primeira experiência de capacitação em gerenciamento e elaboração de projetos oferecida a lideranças indígenas, realizada em Cacoal. Essas lideranças representavam doze comunidades distintas reunidas em aldeias no estado de Rondônia. Atividades coletivas de inter- relação grupal foram desenvolvidas na primeira etapa do trabalho, entremeando exposições teóricas com exercícios práticos de dinâmica de grupo, técnicas de relaxamento e de relações interpessoais, jogos cooperativos e atividades lúdicas relacionadas às temáticas em foco. A metodologia utilizada facilitou a acomodação dos conteúdos, promovendo a integração do grupo e permitindo que as lideranças presentes estabelecessem a relação entre a teoria e a prática da organização associativa. Assim, situações- problema foram postas para discussão, exigindo levantamentos de hipóteses, testes de alternativas, elencos de soluções possíveis. O resultado foi que o índice de aproveitamento, segundo seus realizadores, superou as expectativas, dado o conteúdo do curso e as dificuldades de assimilação. O trabalho coletivo finalizou com um anteprojeto, elaborado pelas lideranças, que consideraram a condição sociocultural de cada comunidade envolvida. Esse produto foi reservado para teste para que, na segunda etapa, fosse possível corrigir ou aprimorar suas proposições. Os artesãos e o resgate das tradições culturais Várias experiências inovadoras representaram a tendência apresentada em muitos estados pela busca de valorização das manifestações culturais e das práticas populares tradicionais, trazendo à tona particularidades locais.

“...transformando as tradições em atividades produtivas”. O projeto Maçaiok, desenvolvido em Maceió, no Estado de Alagoas, foi uma das experiências de inovação que melhor representa essa busca de revalorização das tradições culturais, especialmente no que diz respeito ao artesanato popular. Apresentado como uma alternativa de profissionalização continuada para os excluídos do processo produtivo e como uma ação imediata do poder público no encaminhamento de graves questões sociais, estabeleceu como objetivo principal a formação de artesãos especializados na técnica do filé. Como se sabe, o filé representa uma das formas mais antigas de confecção de renda, em Alagoas.

Vislumbrando a perspectiva de abrir espaço para sua comercialização, esse projeto contemplou ainda a capacitação dos artesãos para a instalação e gerenciamento de pequenas e micro- empresas ou cooperativas, a identificação de pontos de venda para escoamento de sua produção e a instrumentalização dos jovens envolvidos no projeto para atuarem como estilistas e consultores de moda. Vale destacar, na concepção do trabalho, a atenção dada à técnica do filé como uma forma de resgate das manifestações culturais, residindo aí o teor maior da inovação: transformá-la em atividade produtiva e geradora de renda. Dessa forma, a proposta é, ao lado da recuperação e disseminação das técnicas antigas de produção, inovar a arte do filé com a adoção de várias técnicas e estilos. Para a operacionalização do projeto Maçaiok foram envolvidos o PROGER/MCZ e a Fundação Teotônio Vilela. O primeiro, responsável pela infra- estrutura dos treinamentos (filé e técnica de estilista), por sua avaliação e pela comercialização e escoamento da mercadoria produzida. À Fundação Teotônio Vilela coube a realização de cursos sobre associativismo e cooperativismo e a participação no acompanhamento e avaliação dos resultados. A Prefeitura Municipal de Maceió, por meio do projeto Cidadão, e EMTURMA (empresa de turismo local) também foram envolvidas no esforço de articulação institucional para concretização dos objetivos do projeto. Com enfoque distinto, mas apontando o resgate de tradições na produção artesanal, destaca-se o Atelier de Arte Yara Tupinambá e o Instituto de Promoção Social e Humana Darcy Ribeiro, que executaram o projeto Mestres Artesãos. Oficinas da Alegria. Foram realizadas 38 oficinas de arte ministradas por artistas plásticos e artesãos, além de cursos de cerâmica, cor e criação, pintura, papel reciclado, serigrafia e tapeçaria. Aulas de português instrumental e de gerenciamento complementaram os trabalhos. Nessa primeira experiência foram treinados 822 alunos, dos quais vários se organizaram em cooperativas (municípios de Congonhas e Nova Lima) sob orientação dos professores, com patrocínio de outras instituições. O projeto envolveu a qualificação, entre seus alunos, de pessoas portadoras de deficiência, ligadas à Associação Mineira de Reabilitação. A concepção do trabalho fundamentou-se no pressuposto de que o desenvolvimento do potencial artístico recupera a auto- estima e, ao mesmo tempo, abre perspectivas de trabalho remunerado com o aprimoramento da produção artística- artesanal, que procurou fazer frente ao produto internacional que chega ao Brasil em grande quantidade. O enfoque cultural e artístico do artesanato tem como finalidade incentivar o artesão a trabalhar em duas frentes: “a busca da tradição”, desenvolvendo, por exemplo, “o treinamento de pessoas na área da tapeçaria de retalhos, velho hábito das famílias mineiras, reciclado à luz

da arte”; de outro lado, o uso de tecnologias contemporâneas, como a serigrafia e o aprendizado de técnicas de forma e raky, na área de cerâmica. Na perspectiva de tratar o artesanato com vistas a preparar seus produtores para a competição no mercado internacional, mas sem esquecer o resgate das práticas tradicionais de trabalho, lembramos aqui o estado do Ceará, com o Programa de Renovação da Produção Artesanal, executado pela Fundação da Ação Social- FAS, investindo na melhoria das condições da produção. A finalidade foi dotá-la de “maior competitividade no mercado globalizado”. Por isso desenvolveu-se o trabalho de capacitação dos artesãos, de ação continuada, com vistas ao aperfeiçoamento de suas habilidades. Introduzindo o uso de novas tecnologias, materiais e até mesmo novos designs, não deixando de contemplar os envolvidos com treinamentos gerenciais e com o apoio à comercialização do artesanato no estado. De acordo com os realizadores do projeto, o teor de inovação decorre do fato de que, pela primeira vez, ocorre uma intervenção planejada na produção artesanal, atribuindo-se prioridade às técnicas mais tradicionais e com maior capacidade de absorção de mão de obra. A preocupação com a manutenção de suas características culturais condiciona a metodologia de trabalho para a capacitação dos artesãos. Inovadora é também, pela montagem de laboratórios organizacionais desenvolvidos nos municípios- pólos de artesanato, onde são oferecidos os treinamentos específicos de técnicas artesanais, organização e financiamento de micro- empreendedores e de empreendimentos coletivos (centrais de comercialização e de unidades produtivas). Entre maio de 1997 e outubro de 1998 foram realizadas oficinas organizacionais em 15 municípios- pólos de artesanato e ainda 400 cursos de artesanato, que envolveram cerca de 7 200 treinandos. Uma visão integral das pessoas portadoras de deficiências Inserção e Permanência de Pessoas Portadoras de Deficiências no Mercado de Trabalho foi projeto desenvolvido no Estado do Pará, em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos, promovendo ações de intermediação de mão de obra e de qualificação profissional. O objetivo, explicitado no próprio título, foi o de assegurar às pessoas portadoras de deficiências “condições efetivas de integração e permanência no mercado de trabalho.” Ao lado do treinamento profissionalizante para os integrantes do projeto, o destaque para o teor de inovação foi atribuído ao conjunto dos serviços oferecidos para atingir esse objetivo: orientação vocacional, sensibilização de empregadores e capacitação de pessoal nas empresas para o trato com os portadores de deficiências.

Essa concepção de trabalho, calcada numa visão integral do portador de deficiência atendido, incluiu o acompanhamento sistemático daqueles que foram colocados no mercado de trabalho e a realização de ações complementares de readaptação, procurando assegurar a manutenção das vagas conquistadas. A criação de uma cooperativa de portadores de deficiências, com um número inicial de 55 membros, onde se desenvolvem atividades produtivas, foi um dos resultados mais positivos do projeto, considerando o desdobramento da qualificação em iniciativas que consolidam as possibilidades de inserção no mercado de trabalho. O Estado de Santa Catarina destacou três projetos inovadores voltados para as pessoas portadoras de deficiências, demonstrando prioridade a essa clientela nas ações estaduais de qualificação. O primeiro deles, o Projeto IPQ, desenvolvido junto ao Instituto de Psiquiatria de São Pedro de Alcântara, para pessoas com deficiências mentais que necessitam de atendimento especial, atuando ainda nos municípios de Florianópolis e São José. O segundo, também voltado para a mesma área de trabalho, Projeto Deficiente Mental, envolvendo as APAE’s existentes no estado, foi desenvolvido em todos os municípios, buscando a profissionalização de pais, parentes e portadores de necessidades especiais. Atenção particular foi dada aos envolvidos no projeto que enfrentavam situação de desemprego. Finalmente, o Projeto Deficiente Visual, que teve lugar na grande Florianópolis: além das ações de capacitação, voltadas para a profissionalização dos deficientes visuais, gerou como resultado a criação da primeira cooperativa de pessoas portadoras de necessidades especiais na área visual.

“...realizar o sonho de empregabilidade imediata.” Duas experiências inovadoras merecem referência por sua realização no Estado do Rio de Janeiro, indicando caminhos possíveis para inserções em mercado de trabalho. Os projetos Radio Comunitária e Operador de Radio- chamada para Cegos foram executados, respectivamente, pela União de Cegos do Brasil- UCB e pela Caixa Escolar do Instituto Benjamin Constant. O primeiro contemplou a realização de um curso ministrado pela própria UCB, voltado para a capacitação de operadoria de áudio. A presidência da entidade executora cedeu o espaço físico e os equipamentos para a criação da Rádio Comunitária Sabiá, que foi ao ar, operando com a maioria de seus empregados deficientes visuais e devidamente qualificados. No mesmo sentido desenvolveu-se o curso de operador de rádio- chamada para cegos. Atendendo à demanda dos portadores de deficiências visuais, criou condições para a criação e ocupação de um novo posto de trabalho, atendendo a um setor do mercado em franca expansão (Sistema Pager).

As características de inovação não residem apenas na criação de postos de trabalho e na clientela qualificada. Envolve também a metodologia adotada, que adotou o sistema DOS - VOX, criado por um cego, tendo estendido seu uso aos operadores de rádio- chamada. A Fábrica- Escola de Equipamentos para Portadores de Deficiência foi um empreendimento realizado no Estado do Maranhão e executado pelo Centro Federal de Educação Tecnológica- CEFET. Inicialmente, proporcionou condições e oportunidade de trabalho a 75 pessoas portadoras de deficiências, que foram qualificados para a produção de cadeiras de rodas, bengalas e demais equipamentos utilizados. A implementação do projeto foi viabilizada por meio de parcerias entre a Universidade Federal do Maranhão- UFMA, a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado, a que couberam a elaboração e orientação técnica para a implementação da fábrica, a empresa Alumínio do Maranhão S.A- ALUMAR, que financiou a construção do galpão industrial, a Secretaria de Estado da Solidariedade, Cidadania e Trabalho- SOLECIT, que viabilizou a capacitação por meio do PEQ e o Centro Federal de Educação Tecnológica- CEFET, que executou a qualificação profissional dos trabalhadores e dirigentes da fábrica. A empregabilidade da clientela qualificada foi imediata. Jovens em situação de desemprego e de risco social: bases para o exercício da cidadania Trinta e duas experiências inovadoras envolveram ações de educação profissional voltadas para jovens, o que corresponde a aproximadamente 17% do total das experiências arroladas. Dessas, registramos um total de 24 projetos dirigidos especificamente para jovens em situação de risco social. Das vinte e sete unidades da federação (incluindo o Distrito Federal), dez delas apontaram como inovadores projetos desenvolvidos com o objetivo de atender a essa clientela prioritária: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Sergipe. Observa-se que o conteúdo predominante dessas ações de qualificação é voltado para a cultura as artes (com grande peso para as atividades musicais), a produção artesanal e a área de comunicação visual. Aproximadamente 50% dos projetos que qualificam jovens em situação de risco social apresentam essas características. No Pará, o projeto Olho Vivo voltou-se para a clientela de jovens com baixa escolaridade, entre 14 e 18 anos. Entre eles, os adolescentes atendidos pela Fundação da Criança e do Adolescente24 e jovens oriundos de famílias de baixa renda. 24 Esta entidade é vinculada à SETEPS – Secretaria de Estado do Trabalho e Promoção Social.

Seu objetivo principal foi a profissionalização dessa clientela, utilizando como eixos centrais de trabalho a arte-educação, a saúde, o meio ambiente, a pesquisa, o intercâmbio cultural e a profissionalização na produção de vídeos. Os jovens participantes, obrigados a uma freqüência regular às atividades, receberam bolsa- auxílio mensal, para transporte e lanche, no valor de 50 reais. Os esforços de articulação institucional podem ser percebidos pelos diversos tipos de recursos mobilizados para a viabilização do projeto. Envolveram a Universidade Federal do Pará- UFPA, a UNICEF e a Comunidade Solidária. A parceria foi desenvolvida com o Centro Artístico Amazônia Rádio Margarida. Como elemento de inovação foi destacada a possibilidade de oferecer aos participantes do projeto as condições para o exercício de uma atividade profissional viável, com demanda de mercado consolidada. Ao mesmo tempo, abrem “novos horizontes de vivência pessoal e profissional” 25, ao propiciar a esses jovens o acesso ao conhecimento e ao manejo de instrumentos e técnicas com que, até então, nunca haviam tido oportunidade de contato. Devemos lembrar também o Serviço Civil Voluntário, executado pela VIVA RIO, no Rio de Janeiro, com o objetivo fundamental de desenvolver o serviço civil como instrumento de qualificação profissional, respondendo efetivamente às demandas e carências detectadas na clientela dos jovens em situação de risco social. O projeto, de ação continuada, assegurou a todos os inscritos a formação de 1º grau, a capacitação em informática e o desenvolvimento de habilidades de gestão, pequenos negócios e empreendimentos sociais. Garantia-se também ocupação e renda para os jovens, durante a execução do programa. Na base das ações de capacitação está o propósito de desenvolver nos jovens os valores da cidadania, nacionalidade e solidariedade, por meio de ações objetivas de prestação de serviços comunitários. Uma parcela significativa da clientela atendida pelo projeto é formada por jovens excedentes das Forças Armadas. Para o desenvolvimento dos trabalhos, essa experiência acionou inúmeras instituições e entidades da sociedade civil, como igrejas, escolas, associações de moradores e sindicatos. Até o final de 1998 haviam sido qualificados 1 254 jovens, com previsão para treinamento de outros 2 700. Iniciativa do mesmo teor foi realizada no Distrito Federal, para jovens nascidos em 1979.

25 Informações retiradas do folder “Projetos inovadores, novas oportunidades”, divulgando ações do Plano de Educação Profissional do Pará.

Para as equipes das secretarias dessas duas unidades da federação, onde teve lugar o Serviço Civil Voluntário, foram apontados como fator de inovação os resultados e desdobramentos desse trabalho para a própria sociedade. Em primeiro lugar, pelo impacto que um amplo programa de cidadania pode provocar, e pelos benefícios concretos decorrentes da prestação dos serviços comunitários. Beneficia-se a sociedade também pelo resultado das ações educativas e pela criação de novas metodologias para a formação de jovens. Ao mesmo tempo, as entidades e instituições envolvidas no projeto usufruem contingentes de jovens para o desenvolvimento de suas ações de solidariedade comunitária, criando inclusive estações de trabalho/educação, onde a informática ocupa lugar de destaque. Para finalizar a exemplificação da diversidade de caminhos criados para responder à questão social dos jovens em situação de risco, fazemos referência à Orquestra Filarmônica do Acre, voltada para o ensino da música erudita para meninos atendidos por abrigos e privados de liberdade por decisão judicial. Foi desenvolvido com o propósito de gerar condições de reintegração social. Além desse trabalho registra-se, nesse estado, a execução do projeto Guias Mirins para Parques Ecológicos, que qualificou meninos de rua para atuar nas atividades de turismo. Trabalhadores e produtores rurais: o desenvolvimento comunitário Incluindo áreas de assentamento rural, as experiências inovadoras denotam atenção para pequenos produtores rurais e, especialmente, para trabalhadores rurais. Os projetos identificados apresentam uma característica comum: todos eles promovem iniciativas de capacitação no sentido de articular as comunidades em torno de atividades geradoras de renda, otimizando recursos naturais locais disponíveis e, em muitos casos, conciliando as atividades com novos enfoques para o meio ambiente, seja desenvolvendo atitudes de preservação ou implantando novas formas de produção e de aproveitamento dos recursos que levam esse fator em consideração. Outro aspecto que caracteriza o tratamento dado a essa clientela pelos projetos de educação profissional é a preocupação com as possibilidades de auto- organização dessas comunidades na gerência da produção e na colocação de seus produtos. Grande parte das ações contempla a capacitação para o associativismo e para a gestão de pequenos empreendimentos. Um total de catorze projetos inovadores foi apontado como ações dirigidas para trabalhadores e produtores rurais. Esse número, entretanto, não inclui aqueles que foram desenvolvidos para trabalhadores e produtores que se dedicam ao extrativismo e para comunidades pesqueiras. Se incluirmos esses segmentos populacionais no conjunto dessas iniciativas que promovem o desenvolvimento comunitário, esse número eleva-se para 20 projetos, ultrapassando os 10% do total das experiências inovadoras arroladas.

De modo geral essas iniciativas concentraram-se nos estados da região nordeste e centro- oeste (CE, SE, RN, PE, MT, MS, AC). De outras regiões, aparecem os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais e Pará. Um primeiro exemplo que transmite bem o espírito que presidiu a concepção geral desse projetos é o Beneficiamento da Fibra de Coco. Constitui uma das experiências que procurou inovar no cumprimento de dois objetivos fundamentais, inter- relacionados: otimizar o aproveitamento de recursos naturais do Estado do Pará e criar recursos de melhoria do nível de vida das comunidades rurais, ampliando a renda familiar e inserindo-as no mercado de trabalho. Pequenos produtores rurais foram capacitados para desenvolver o processo de substituição de produtos sintéticos por produtos naturais, biodegradáveis e recicláveis. O beneficiamento da fibra do coco, já no primeiro momento, teve direção certa: a indústria automobilística, que dela se utiliza a partir da produção de bancos, encostos e outros acessórios. O projeto, iniciado no município de Ponta de Pedras, foi implantado em 15 municípios do estado, tendo como meta a criação de unidades de processamento da fibra de coco, responsáveis por abastecer de matéria- prima a unidade maior, localizada na Região Metropolitana de Belém. Nessa unidade realiza-se, então, a montagem dos acessórios e demais produtos. A parceria que tornou possível a realização do projeto foi feita com a UFPA, por meio de seu Núcleo de Ação para o Desenvolvimento Sustentável Poemar. Já no Estado da Paraíba a clientela de trabalhadores e produtores rurais foi contemplada com o Projeto de Fomento à Implantação de Micro e Pequenas Unidades de Produção Agroindustrial no Semi-árido Paraibano. Com o envolvimento do Programa de estudos e Ações para o Semi- árido – PEASA, o projeto foi implantado em 14 unidades agro- industriais do semi- árido, como alternativa de geração de emprego e renda para a agricultura familiar, havendo previsão para ampliar esse quadro de unidades. Além de implantar e fazer o acompanhamento do funcionamento de cada uma das unidades, outras ações foram executadas pelo projeto. Entre elas, a transferência de tecnologias e treinamentos relativos a saúde, educação e gestão. Até o final do ano de 1998 já haviam sido realizados 75 cursos com carga horária de aproximadamente 30 horas cada. Na continuidade dessas ações, a partir dos resultados já alcançados, está prevista a ampliação do conteúdo das atividades de qualificação para gestão e administração de empreendimentos agroindustriais, comercialização, educação ambiental, atualização tecnológica e associativismo/corporativismo.

“...o despertar para uma nova vida.” Em Araguainha, município estagnado economicamente, no Estado de Mato Grosso, o Planejamento Municipal de Atividades Sustentáveis, projeto ligado ao Programa Qualificar, desenvolveu ações de qualificação e desenvolvimento estratégico. Procurando fortalecer alguns segmentos organizados da sociedade local, estimulou o associativismo e a formação de cooperativas de produção. Executado pela PROCEDE- Cooperativa de Trabalho dos Profissionais do Ensino Não- formal, o projeto envolveu ações de planejamento de atividades sustentáveis com a participação da população nas decisões do desenvolvimento do município, utilizando metodologia que estimula essa participação e que capacita os diferentes grupos para o planejamento de atividades coletivas e associativas. Vale lembrar que o município de Araguainha faz parte do Programa Comunidade Solidária, por ser considerado de alto índice de pobreza. Entre as alternativas estabelecidas nesse planejamento está a criação de indústrias de produtos de higiene e limpeza, embutidos, defumados, doces e conservas (alternativas em longo prazo). O planejamento de comercialização de produtos agropecuários (arroz, leite e derivados) definiu ações de curto prazo. Após a execução desse projeto, em 1998, a PROCEDE manteve assessoramento eventual, no encaminhamento e elaboração de projetos e propostas de interesse da comunidade. As mulheres: discriminadas, em situação de risco social, desempregadas Doze projetos foram desenvolvidos com o propósito de atingir diretamente grupos e comunidades de mulheres, carentes de capacitação e de inserção no mercado de trabalho. Destacaram-se como sede dessas experiências os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Acre, Bahia, Minas Gerais e Amapá. As ações previstas em seus Planos Estaduais de Educação Profissional atingem detentas, cozinheiras, mães de meninos de rua, costureiras, parteiras, prostitutas, artesãs e diversos grupos de mulheres que, como a maioria, necessitam de capacitação para o desenvolvimento de atividades geradoras de renda e, em muitos casos, de complementação da renda familiar.

“...maior qualidade na milenar profissão de partejar.” Resgate e Valorização das Parteiras Tradicionais Indígenas é a uma das experiências inovadoras mais conhecidas. Desenvolvida no Amapá, voltou-se para a capacitação de mulheres parteiras tradicionais de vários municípios do Estado. O objetivo foi o de melhorar a qualidade da assistência ao parto domiciliar, possibilitando assim a elevação da qualidade de vida, a humanização do nascimento e a redução da mortalidade materna e o tétano neonatal. A capacitação foi concebida dentro de uma visão de integridade da saúde, tratando

dos direitos reprodutivos, da segurança e da competência na “arte de partejar”. Cuidou-se ainda de difundir a experiência com a elaboração de material educativo para toda a população.26 O Centro Ativo de Integração do Ser - CAIS do Parto, foi o órgão executor do projeto. Os cursos ministrados foram realizados em parceria com a UNICEF, a Secretaria Estadual de Saúde, Coordenação de Articulação com ONGs e com a Secretaria Estadual do Trabalho e Cidadania. Esse projeto também valorizou o resgate de práticas populares tradicionais, desta vez na área da saúde. Aprimorando os costumes e as “artes”, proporcionou às comunidades do Estado: o intercâmbio de experiências e conhecimentos na prática de exercícios, teóricos e físicos, trabalhando o equilíbrio mente e corpo. No ano de 1997 foram treinadas 202 parteiras dos municípios de Oiapoque, Amapá e Laranjal do Jari, estendendo-se depois para os municípios de Vitória do Jari, Calçoene, Pracanuba e Tartarugalzinho.

“...sem esquecer a tradição.” Em Salvador, Bahia, concretizou-se também uma experiência de muito impacto e repercussão pública: o Programa Baianas de Acarajé e de Mingau. Com presença marcante no comércio varejista de alimentação, como vendedoras autônomas, as baianas mobilizam milhares de pessoas do município, envolvidas na confecção e comercialização de seus produtos. Foram qualificadas em habilidades de gestão, cultura baiana, associativismo, qualidade de produto, higiene e manipulação de alimentos, segurança do trabalho e noções de inglês. Voltado para a criação de condições de competitividade e para organização de atividade econômica desenvolvida no mercado informal, o programa foi elaborado com o objetivo de reorganizar, reestruturar e modernizar a atividade de produção comercial das baianas de acarajé e de mingau, “sem esquecer a tradição, que qualifica e legitima a realização da produção”. Sua execução foi viabilizada pelas parcerias com a Prefeitura Municipal de Salvador, o Banco do Nordeste, a Universidade Federal da Bahia- UFBA e a Empresa de Turismo de Salvador. Deve-se destacar a preocupação com a padronização de equipamentos e vestes tradicionais utilizadas pelas baianas e o apoio organizacional, financeiro e gerencial às associações representativas da categoria. A primeira experiência capacitou 60 baianas, em 1998. Para o ano de 1999 a previsão era qualificar, ao longo do ano, 2 000 baianas. No município de Belo Horizonte, Minas Gerais, o Instituto de Promoção Social e Humana Professor Darcy Ribeiro e o Sindicato das Costureiras de Belo Horizonte 26 O acervo de documentos do NID/SPPE dispõe de fotografias que registraram alguns momentos da execução dessa experiência.

deram execução ao projeto Valorização da Mulher. Iniciado em 1997 o projeto qualifica e requalifica trabalhadoras da indústria de confecção, onde são majoritárias mulheres negras, de baixa escolaridade e reduzido nível de rendimentos. A elevação de conhecimentos e habilidades eleva suas chances de sobrevivência num mercado em plena transformação. Os cursos ministrados de corte e costura, desenho e linguagem de moda, formação complementar, modelagem e serigrafia já beneficiaram mais de 6 000 pessoas. Merece destaque a metodologia utilizada, que introduziu o desenho e a linguagem da moda, além de disciplinas como o francês e a matemática nos cursos de corte e costura. Relatam os executores do projeto que as primeiras turmas foram compostas por clientela específica de mulheres, prostitutas: “... eram as mulheres de vida fácil ou profissionais do sexo como se autodesignam, em vários cursos. Esta clientela não só teve oportunidade de conviver sem constrangimento com donas de casa, adolescentes e idosas como concretizar o sonho de uma nova profissão.” O projeto acabou sendo ampliado para outros segmentos da população, socialmente discriminados, envolvendo parcerias com muitas associações e entidades de ação comunitária. Encerrando os exemplos que demonstram a diversidade das ações e dos caminhos explorados nessas iniciativas, devemos lembrar a experiência Mulher Cidadã, que teve lugar no Rio Grande do Norte, empenhada na criação e implantação de um espaço equipado adequadamente para abrigar mulheres que foram habilitadas nas atividades de manicure, cabeleireira e depilação. O projeto possibilitou o exercício dessas profissões, de forma cooperativada, assegurando treinamento a outras mulheres interessadas na execução desses serviços. Também merece referência o projeto Mulheres Taxistas, realizado em Fortaleza, Ceará, que formou mulheres taxistas para o turismo, preparando-as em cursos de atendimento ao público, direção defensiva, segurança e saúde no trabalho. Trabalhadores que combatem a violência Chama a atenção de quem analisa o conjunto dos projetos inovadores a presença marcante e, de certo modo, inesperada de algumas clientelas, selecionadas como segmento da população economicamente ativa, carentes de ações de capacitação e de educação profissional. Conhecendo o teor dessas realizações facilmente se revelam as razões essenciais de sua condição emergente. É o caso, por exemplo, de policiais civis e militares e de servidores de delegacias e órgãos de segurança pública. Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraná e Santa Catarina apontaram o tratamento dessa questão entre seus projetos inovadores.

“...visando a humanização.” A qualificação de policiais e agentes que atuam na área da segurança pública foi objeto de onze projetos inovadores. Tratando da capacitação para a segurança no turismo e em grandes eventos populares (como o Carnaval em Salvador), para o combate à violência e ao turismo sexual, para o policiamento comunitário, para a atualização de conhecimentos em direitos humanos visando novas atitudes, esses projetos reafirmam sua condição de apoio à sociedade civil no encaminhamento de soluções para algumas de suas questões sociais mais graves. Para ilustrar, apontamos aqui o projeto Capacitação de Servidores em Delegacias sobre Violência contra Mulheres, que teve sua execução em diversos municípios do Estado da Paraíba. Além da capacitação de habilidades específicas, promoveram-se articulações entre delegados e técnicos das delegacias da mulher, existentes no estado, recuperando a história e o processo de formação de cada uma das delegacias no contexto municipal. Os órgãos públicos e a sociedade foram mobilizados. A intenção: desenvolver metodologias e técnicas para registro e análise da violência contra a mulher, o conhecimento de fundamentos teóricos sócio- antropológicos sobre violência, o levantamento de demandas de qualificação e, finalmente, a elaboração de um plano de capacitação. Estiveram envolvidos no projeto, como executores, a Universidade federal da Paraíba - UFPB e a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado. Um quadro-resumo relativo às clientelas destacadas nas experiências inovadoras pode ser apresentado da seguinte forma:

Clientela Nº de Projetos Desenvolvidos Comunidades indígenas 07

Artesãos 24

Portadores de deficiências 10

Jovens em situação de risco social 24

Trabalhadores e produtores rurais 14

Mulheres em situação de risco social 12

Policiais e segurança pública 11

Total de projetos: 102

Total de projetos inovadores: 187

3.2. Elementos de avanço conceitual e indicativos de tendências Na impossibilidade de descrever com maiores detalhes todas as experiências de qualificação profissional que foram apontadas como inovadoras, alguns destaques serão apresentados nesta seção. Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, não se trata de apresentar as “melhores” ou as mais “importantes” experiências inovadoras, nem de apontar os estados brasileiros vistos como os “mais inovadores”, mas de ilustrar o processo de redefinição das práticas de educação profissional em nosso país, desencadeado pelo PLANFOR. Entenda-se por isto a escolha de experiências que possuem características ou particularidades capazes de indicar formas e possibilidades de trabalho, condicionadas pelas realidades locais, revelando resultados muitas vezes imediatos, trazendo em seu bojo elementos de avanço que estão sendo formulados e experimentados nas diversas unidades da Federação. A tentativa, portanto, é a de elencar um conjunto de exemplos que produzam um retrato das várias faces que o propósito de inovação vem assumindo no quadro mais amplo da diversidade das regiões brasileiras, considerando variáveis de natureza social, econômica, cultural, educacional e tantas outras que estejam presentes nos diagnósticos extraídos das análises de demanda, que se encontram na base dos planos estaduais de educação e qualificação profissional. O leitor encontrará exemplos de trabalho de extrema simplicidade, singelos pode-se dizer, mas de impacto e significado profundos nas pequenas comunidades para as quais foram produzidos. São os novos modelos de ação coletiva que emergem, são as novas atitudes e práticas sociais “inventadas” diante de transformações em pleno processo, no mundo da produção e do trabalho27. No Estado de SANTA CATARINA duas realizações podem ser apontadas como exemplos capazes de transmitir o espírito de trabalho que preside as iniciativas de inovação. O primeiro deles é o projeto Mulher em Movimento, experiência que revela a prioridade atribuída por diversas unidades da federação às ações voltadas para os assentamentos e as comunidades rurais, procurando atingir populações que se encontram em crítica situação econômica e social, dado o processo de concentração urbana e de esvaziamento das áreas rurais. Esse processo, evidentemente, carrega consigo conseqüências que cada vez mais comprometem a produtividade dessas áreas e as possibilidades de manutenção das comunidades num patamar mínimo de acesso a conhecimentos, bens e recursos 27 Lembre-se que essa escolha também esteve condicionada, em certos momentos, à disponibilidade de documentos e informações sobre o trabalho realizado. Houve casos em que, apesar da magnitude da experiência, não foi possível trazê-la como destaque pela falta de material complementar necessário à sua descrição mais detalhada. No momento de coleta de dados para a produção deste volume o acervo do NID- Núçleo de Documentação e Informação da SPPE estava em pleno processo de organização.

de todo o tipo, a partir dos quais possam superar sua condição de extrema desvantagem e viabilizar sua permanência na área rural. Mulher em Movimento articulou-se ao Programa Nacional de Qualificação de Trabalhadores em Assentamentos e Comunidades Rurais, voltando-se principalmente para a clientela das mulheres agricultoras, com a finalidade de criar condições para a sua inserção no mercado de trabalho (formal e informal) e de capacitá-las para o trabalho associativo. A área de abrangência para a execução do projeto englobou 28 municípios. Iniciado em março de 1997, foi concebido pela Coordenadoria Regional do Alto Vale do Itajaí, como trabalho de ação continuada, envolvendo a participação da UFSC- Universidade Federal de Santa Catarina e as parcerias das primeiras damas dos municípios envolvidos. Surgiu da constatação de que, nos vários programas mantidos pelo Governo do Estado na região, a presença da mulher como objeto de atenção era pouco expressiva. Observou-se principalmente que sua participação se limitava a atividades “com poucas perspectivas de ascensão social, tendo como principal causa a falta de qualificação profissional, gerando com isso uma série de outros problemas no âmbito familiar, afetivo e pessoal.”28 Nesse sentido ficam claras as intenções que assinalam a concepção e a execução do projeto, quando se explicitam os objetivos das ações de capacitação voltadas para a sua participação na renda familiar, sua independência econômica, sua realização profissional e seu crescimento pessoal. “Não víamos nos cursos do Conselho Municipal do Trabalho e Emprego a presença feminina de forma significante, e quando isso ocorria, era apenas mais um curso sendo preenchido como resultado pouco produtivo. Era preciso inovar, despertar a mulher para o mundo, motivar e se unir num propósito único, o de geração de renda. Hoje fortalecidas e com o movimento crescendo a cada ano (...) a mulher do Alto Vale do Itajaí vem sendo geradora de renda e agente de transformação na melhoria da qualidade de vida, o que justifica a continuidade desse movimento, mesmo porque não seria mais possível terminá-lo.” 29 Foram estabelecidas três etapas para o desenvolvimento do projeto: Mulher Consciente, Mulher Capacitada e Mulher Ativa. Cada uma delas, respectivamente cumpre as seguintes funções:

28 Informação extraída do documento “Projeto Mulher em Movimento”, que apresenta os dados fundamentais da experiência e descreve suas características, metodologia e resultados. Arquivo da FLACSO/ Documentos do Projeto REPLANFOR. 29 idem, p 1.

Consciência A finalidade é estimular e motivar as mulheres para traçar metas e objetivos que as tornem cidadãs economicamente ativas, geradoras de renda. Por meio de um Encontro, com carga horária de dez horas, realizado sempre no Dia Internacional da Mulher, reúnem-se mulheres de todas as classes sociais. Nele são realizados depoimentos, palestras e debates. Complementam os trabalhos exposições que tratam da conjuntura política e econômica, tratando da globalização e de seus resultados, entre os quais a urgência de qualificação profissional. Ao longo do ano os encontros ocorrem em grupos menores, nos municípios, sob a coordenação das primeiras damas parceiras do projeto. Capacitação A finalidade é promover cursos e ações que assegurem o seu ingresso no mercado formal e informal. Os cursos são definidos pelo Forum Feminino, realizado em cada município, onde são ouvidas as lideranças femininas que apresentam as demandas locais, as áreas mais favoráveis para projetos de geração de renda e as habilidades que devem ser alvo dos trabalhos de qualificação. Como já se disse, para a clientela dos cursos definiu-se como prioridade a mulher agricultora que, de todas, foi a mais esquecida e a que tem as menores oportunidades. Para essas mulheres, as atividades são programadas de modo a conciliá-las com o período da safra agrícola. Ação Constitui a etapa em que a mulher já inicia suas atividades de geração de renda, mesmo que ainda de modo informal. Nesse momento do trabalho são desenvolvidas várias atividades, como exposições dos produtos, encontros, orientações para a formação de cooperativas. Um dos desdobramentos que merece referência foi o Primeiro Encontro de Multiplicadores, ocorrido em Florianópolis, voltado para estudo sobre cooperativas de produção, agregando elementos do setor de turismo, já viabilizado na região. Apenas no ano de 1988 já haviam sido beneficiadas 3 160 mulheres, a maioria com família constituída, pertencente às camadas sociais mais carentes (cerca de 90%) e com baixa escolarização, 70% delas com primeiro grau incompleto. Registre-se a previsão, para 1999, de qualificar mais 5000 mulheres. Ainda sobre essas ações e seus resultados há ainda alguns aspectos para os quais é preciso chamar a atenção. Em primeiro lugar, o fato de que todos os cursos de capacitação foram realizados junto às comunidades de origem dos participantes, acompanhados e orientados por professores e técnicos.

Além disso, é essencial a referência a resultados importantes como os esforços para a criação da Organização MULHER EM MOVIMENTO e os estudos realizados para tornar auto- sustentáveis muitas das atividades envolvidas pelo projeto, por meio da criação das Cooperativas de Produção. O Programa SOS Costa Leste foi realizado em sua fase piloto em 1998, centrando-se na ação comunitária. Qualificou empresários, trabalhadores, pescadores e desempregados do município de Florianópolis, capital do Estado. Entre seus objetivos esteve o resgate das tradições culturais presentes no artesanato, folclore, culinária, pesca, arquitetura, linguagem, hábitos e em tantos outros aspectos que resgatam e valorizam uma cultura de base açoriana. O fortalecimento e o resgate dessas tradições dirigiu-se para ações de qualificação dirigidas para a inserção de trabalhadores no mercado de trabalho do setor turístico e para o fortalecimento da consciência ambiental relativa à ecologia do Leste da Ilha de Florianópolis. As comunidades envolvidas no programa foram: Lagoa da Conceição, Barra da Lagoa, Canto da Lagoa, Porto da lagoa, Costa da Lagoa, praia Mole, Joaquina e Rio Tavares. Levando em conta as possibilidades de aproveitar as demandas do turismo na região, foram desenvolvidos cursos de qualificação que preparavam cozinheiros, taxistas, garçons, copeiros, gerentes e recepcionistas de hotel, além de estimular a criação de cooperativas de pesca artesanal e de artesanato, voltadas principalmente para o desenvolvimento de comunidades capazes de alimentar o mercado gerado pelas necessidades de atendimento aos turistas. O trabalho envolveu diagnósticos e análises que fundamentassem a aplicação dos objetivos do programa em diferentes comunidades com traços culturais que caracterizam o “mosaico cultural catarinense”, e que dessem respaldo à concepção e execução dos cursos, principalmente no que se refere às possibilidades de geração de renda e de empregabilidade imediatas. Nesse sentido foi fundamental para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e da Família a realizar as parcerias com a Fundação de Pesquisa do Centro Sócio- Econômico de Santa Catarina- FEPESE, com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária- FEPEU e com o Instituto Treinar (ONG). Vale lembrar aqui a promoção de várias parcerias “operacionais” que mobilizaram diversas instituições locais ou estaduais30 e de entidades comunitárias do sistema lagunar da Lagoa da Conceição.31 30 Federação das Associações Profissionais de Artesãos de Santa Catarina- FAPASC, EPAGRI, RECREARTE, UFSC, Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, Fundação Catarinense de Cultura, ACIF/LAGOA, Fundação Franklin Cacaes. 31 Sociedade Amigos da Lagoa- SAL, Amola, Fundação da Lagoa, Centro Comunitário da Barra da Lagoa, Delegacia de Polícia da Barra da Lagoa, Cooper Barco, SOS Praia Mole, e entidades comunitárias da Costa da Lagoa.

Formulando uma intervenção para uso e manejo corretos do acervo cultural, natural, paisagístico e turístico da região, o programa estabelecia como procedimento metodológico essencial o envolvimento das comunidades e a realização de ações coletivas. A envergadura dos propósitos e a amplitude das ações previstas podem ser medidas pelo restante dos objetivos estabelecidos: mapeamento natural- paisagístico, da infra- estrutura turística e da cultura de base açoriana, todos voltados à elaboração de diagnósticos das comunidades envolvidas32; desenvolvimento da consciência de cidadania por meio da participação das comunidades na definição dos projetos fundamentais de trabalho; identificação do potencial arquitetônico visando a preservação da arquitetura típica; retomada da prática do artesanato açoriano; desenvolvimento do associativismo e de cooperativas de produção. Dado o número de parceiros que o programa conseguiu envolver e o quadro global dos objetivos traçados foi necessário criar grupos especializados de parceiros institucionais para otimizar os trabalhos de planejamento e execução. Foram assim constituídos: grupo de acervo histórico- arquitetônico, grupo de artesanato, grupo de turismo e o grupo de apoio ao desenvolvimento comunitário. Todos elaboraram análises técnicas e propostas de ações.33 Consolidadas e desenvolvidas as metodologias de trabalho, testadas em campo, a experiência será estendida para outras comunidades do Estado de Santa Catarina, interessadas em “ampliar suas alternativas de trabalho e renda através do resgate e valorização da cultura, turismo e desenvolvimento das comunidades”.34 No Estado do RIO DE JANEIRO, o Curso para Técnicos de Espetáculos de Diversões foi criado num dos maiores e melhores teatros da cidade do Rio de Janeiro, o Teatro Odylo Costa, filho, envolvendo a parceria com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro- UERJ. A demanda por mão de obra especializada em espetáculos de diversões, especialmente no âmbito da produção teatral, foi identificada: “a rapidez com que esses profissionais vêm desaparecendo do mercado torna urgente a criação de

32 Dados sobre o mapeamento realizado podem se acessados pela Internet, na homepage do Instituto Treinar: http://www.institutotreinar.com.br. 33 Informações mais detalhadas sobre a metodologia de trabalho podem ser encontradas no documento “Programa SOS Costa Leste. Síntese Preliminar de Atividades Desenvolvidas 1998”, que apresenta os dados fundamentais da experiência e descreve suas características, metodologia e resultados. Arquivo da FLACSO/ Documentos do Projeto REPLANFOR. 34 Informação extraída do documento “Programa SOS Costa Leste. Síntese Preliminar de Atividades Desenvolvidas 1998”.

cursos de qualificação.” 35 Por outro lado, foi considerada fundamental, como novo elemento de demanda, a emergência de um mercado de trabalho surgido a partir da “consolidação das grandes emissoras de televisão com suas cidades cenográficas e o desfile das escolas de samba, que consomem um significativo número de profissionais técnicos do grande espetáculo. (...) a iniciativa coloca a UERJ e o SEAS/SINE-RJ num momento de pioneirismo e fortalecimento da nossa cena espetacular. Cena que se renova a partir de sua prática e da reflexão sobre o fazer artístico, proposta principal de nosso programa.” 36 Prova das possibilidades de inserção em curto prazo no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, de busca de alternativas de profissionalização foi a enorme procura dos cursos, no período das inscrições. Tanto que, dos 100 alunos inscritos, 75 ficaram sob a responsabilidade do SINE e 25 da UERJ, que decidiu tomar para si a responsabilidade deste excedente. em função da enorme procura. Os cursos oferecidos (quatro meses, com aulas diárias que ocupam todo o período da tarde) foram programados com o propósito de integrar a qualificação para as habilidades básicas, as habilidades de gestão e as habilidades específicas nas seguintes especializações: auxiliar de carpinteiro teatral, auxiliar de eletricista de espetáculos, auxiliar de técnico de som, auxiliar de maquinista cênico e auxiliar de pintor cênico. Todos os cursos abordam Língua Portuguesa e Interpretação de textos, Cidadania e Política, Saúde e Segurança do Trabalhador, História das Artes Cênicas, Gestão, Matemática e Desenho Básico, além de oferecer aulas de Espanhol e de Inglês, onde se trabalha vocabulário básico com a finalidade de facilitar a leitura de manuais de instrução de equipamentos, catálogos de materiais e o conhecimento de novas técnicas em publicações especializadas. Algumas medidas de apoio aos alunos foram definidas previamente: o direito a lanche diário e vale- transporte; aquisição gratuita de material didático, camisetas e crachás; e o direito a seguro contra acidentes. O certificado de freqüência e aproveitamento é expedido pelo SINE e, para os melhores alunos, o Sindicato dos Artistas e Técnicos de Diversões fornece o registro provisório de auxiliar técnico. De acordo com uma primeira avaliação feita pelos executores do projeto, é importante mencionar, entre outros aspectos, o baixíssimo índice de evasão e a qualidade média de desempenho dos alunos. A produção prática “foi de grande qualidade, muitas vezes indo além do objetivo da formação de auxiliares técnicos. Alguns de nossos alunos apresentaram um aproveitamento que os coloca em condições de, muito em breve, assumirem a responsabilidade por seus trabalhos”.37 35 Informação extraída do documento “Curso para Técnicos de Espetáculos de Diversões”, elaborado pela UERJ, 1998. Arquivo da FLACSO/ Documentos do Projeto REPLANFOR. 36 Idem. 37 Na mesma linha de ação e atendendo ao mesmo tipo de demanda do mercado, convém mencionar o trabalho da Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ e da Fundação Bio-Rio, que atuaram como

No AMAZONAS a experiência inovadora Formação de Mensageiros voltou-se para a clientela dos jovens em situação de risco social. Expressa com clareza os enfoques de trabalho que caracterizam as ações de educação profissional para esse segmento da população brasileira, contemplado como prioridade nos planos estaduais de qualificação. São jovens oriundos de bairros muito pobres, de famílias carentes, excluídos de todo e qualquer sistema de proteção social. São também jovens amparados por institutos e fundações38 que trabalham com meninos e meninas de rua, cuidando de sua assistência e promoção sociais. O Curso Formação de Mensageiros definiu como ementa do projeto: “Os participantes terão conhecimento das características de comportamento adequado ao ambiente de trabalho. Relacionamentos profissionais e a prática da comunicação no local de trabalho. Conhecerão as atividades relativas ao cargo de mensageiro, específicas e não específicas de suas responsabilidades e seu compromisso com a empresa, com os colegas e com o cliente”. 39 Esse conjunto de conhecimentos é fundamentado por uma concepção pedagógica que objetiva a construção da cidadania (direitos e deveres) e o aprimoramento da higiene pessoal e da boa apresentação. Utilizando o padrão adotado na maior parte das ações desse tipo, o curso foi estruturado em módulos de habilidades básicas e habilidades específicas, ministradas a partir de técnicas de dinâmica de grupo, sensibilização de ludopedagogia, relações humanas e interpessoais. Nesse último tópico, o trabalho dá ênfase ao relacionamento familiar, estimulando relações cordiais: “No início alguns alunos, inclusive as meninas, não aceitavam sequer um afago em suas cabeças.Mais ou menos tr6es ou quatro dias depois do início do curso, eles nos procuravam e sempre davam um jeito de estarem bem próximos.” 40 Em 1998 foi beneficiado um conjunto de 12 turmas, totalizando 480 adolescentes.

parceiros da SETRAS e do SINE/RJ no desenvolvimento de projetos voltados para a cultura e a comunicação. Atrelados ao Programa Nacional de Serviços Pessoais foram estruturados os cursos para qualificação para: Formação de Instrutores de Dança de Salão, Básico de Cenotécnica Teatral e Confecção de Adereços e Indumentária. Para informações detalhadas ver dossiê que reune textos didáticos e documentos iconográficos que registram a produção dos alunos. Arquivo FLACSO/ Projeto REPLANFOR. 38 No caso dessa experiência desenvolvida no Estado do Amazonas, são amparados pelo IEBEM/FUNDACOM, parceiros de FIEAM/DAMPI/SETRAB. 39 Informações extraídas do relatório “Ação: Formação de Formadores” , ilustrado. Arquivo FLACSO/ Projeto REPLANFOR. 40 Idem.

No Estado de RONDÔNIA, o curso de Fabricação de Papel Artesanal foi realizado em parceria com o SENAR. As ações de qualificação foram dirigidas para produtores rurais maiores de 14 anos, em atividade escolar. Em síntese, o curso preparou os alunos para a fabricação de objetos como abajures, porta- lápis, cadernos, agendas, cartões, envelopes, pranchetas, pastas para documentos, todos feitos com fibras vegetais extraídas da flora local, abundantes na região: bambu, arroz, espada de São Jorge, sisal, bananeira, coroa de abacaxi. Da mesma forma produziram-se os corantes necessários, aproveitando os recursos naturais existentes de frutos, sementes, cascas e folhas: urucum, erva- de- passarinho, casca de cajueiro, casca de jenipapo, cebola, grãos de café e folhas de língua de vaca, entre outros. O desenvolvimento da habilidade para a fabricação desses produtos não se restringiu apenas às técnicas de preparo do papel, que compuseram o conteúdo programático das aulas práticas. As aulas teóricas, que também totalizaram a carga horária de 20 horas, tratavam de temas que possibilitavam ao aluno um entendimento global da atividade que passava a executar. Assim, foram preparados com conhecimentos sobre a história do papel, os diversos processos de sua fabricação, questões relativas à comercialização, aspectos da reciclagem do papel, noções de química, problemas com produtores químicos e legislação ambiental. É evidente, nessa experiência, a preocupação com a conscientização ecológica do homem do campo e com a orientação complementar, visando sua capacidade para comercializar a própria produção. Operação e Manutenção de Motosserra foi outro dos cursos desenvolvidos em parceria com o SENAR/RO, no Estado de Rondônia, também voltado para o aproveitamento dos recursos naturais abundantes na região, com orientação para a preservação do meio ambiente. Nesse caso, voltou-se para o aperfeiçoamento de atividade que já era realizada anteriormente - a exploração de madeira - promovendo a utilização de técnicas de melhor aproveitamento, evitando o desgaste de materiais de uso permanente. A inovação apontada está no desenvolvimento de algumas peças básicas: cantoneira, encaixe de cantoneira e peças complementares (foto nº...) A cantoneira, peça fundamental, torna-se apoio corrediço para que, em aproximadamente dois minutos, seja retirada da tora de madeira uma tábua, semipronta, de pelo menos 5 milímetros por 3 metros. O resultado do uso de instrumentos tão simples e práticos é a economia do combustível utilizado na operação do equipamento, em decorrência da diminuição do tempo gasto na obtenção das tábuas. As famílias da área rural beneficiaram-se imediatamente dos resultados do curso, que possibilitou a construção de inúmeras moradias, além de móveis e utensílios.

O Estado da PARAÍBA desenvolveu, em 1998, o Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos – PAJAS. Esse trabalho foi selecionado como um dos cinco melhores na categoria Instituições sem Fins Lucrativos do Prêmio Educação para a Qualidade do Trabalho, do Ministério da Educação e do Desporto- MEC. O prêmio foi criado para estimular ações na área pública e privada que se voltem para eliminar o analfabetismo, ampliando o alcance da educação fundamental. O PAJAS, executado pela Associação Serviço de Educação Popular- SEDUP, realiza-se em comunidades rurais e urbanas. O objetivo é ensinar a ler e escrever, “despertando o senso crítico de forma construtiva”. Uma das características essenciais do método de trabalho é a utilização de jogos de fichas de leitura e exercícios de fixação, que permitem trabalhar com turmas de alunos que apresentem diferentes níveis de aprendizagem. Dessa forma, “enquanto alguns alunos da turma estudam com determinadas fichas o alfabetizador pode trabalhar oralmente com outro grupo de alunos que esteja em outra fase de aprendizagem”.41 Tudo indica que o método é responsável pela diminuição do índice de evasão, uma vez que favorece aqueles alunos que possuem ritmo mais lento de aprendizagem pois, em sistemáticas convencionais, costumam sentir-se desestimulados pelas dificuldades de acompanhar o resto da turma. Esse programa de alfabetização, desenvolvido na área rural, junto a assentamentos e comunidades, foi um dos seis ganhadores do Prêmio Especial Paulo Freire.42 O crescimento do número de áreas assentadas pelo INCRA na região do brejo paraibano tornou imperiosa a necessidade de requalificação de mão de obra. Cortadores de cana-de-açúcar, trabalhadores alugados e sem- terra passaram para a condição de pequenos produtores rurais, apresentando grande demanda para atendimento em qualificação profissional e em programas de geração de renda. A Associação SEDUP articulou o Programa de Alfabetização com o Programa de Geração e Renda, redimensionando-o para atender trabalhadores rurais assentados. Cursos de associativismo, cooperativismo, gestão para pequenos produtores, cursos técnicos de caprinocultura, fruticultura, horticultura, entre outros, foram oferecidos conforme as necessidades locais. Em RORAIMA o projeto Centros de Produção Comunitária teve como objetivo estimular, de forma associativa, a geração de trabalho e renda orientada para a criação de futuras micro e pequenas empresas.

41 Recriar. Publicação da SEDUP, dezembro, nº 2. 42 Prêmio resultante de convênio entre Fiesp, CNI/Sesi/FAT e Fundação Roberto Marinho.

Como parceiros, coordenados pela Secretaria de Estado do Trabalho e Bem Estar Social- SETRABES, atuaram o SENAI, o SEBRAE, o SENAR e o Banco de Roraima- BANER, este como agência de fomento. O projeto dos centros comunitários foi implantado em 1996, criando linhas de produção e geração de renda a pessoas excluídas do mercado formal com a finalidade de realizar atividades produtivas rentáveis, com padrão de qualidade elevado e custos abaixo dos praticados no mercado local. Os associados aos centros, com financiamento do governo estadual, receberam espaço físico, mobiliário, kits de costura industrial e equipamentos para a execução de doces artesanais fabricados com frutas regionais. Participando dos cursos de capacitação e aperfeiçoamento, foram qualificados de modo a exercer suas atividades de forma associativa, na perspectiva de futuras micro e pequenas empresas. Os treinamentos foram concentrados principalmente no setor de confecção, com produção de uniformes escolares, roupas hospitalares e enxovais para bebê. A produção que resulta dessas atividades é adquirida pelo Governo que a distribui entre os hospitais e escolas da rede pública. Vale lembrar que a iniciativa significou um aquecimento da economia local, o que levou à projeção, para o ano de 1999, de uma Central de Comercialização e da criação de novos centros, conforme a vocação da região e as necessidades do mercado. Até o final de 1998, dezessete centros haviam sido implantados no estado, tendo gerado renda e trabalho para 120 pessoas e qualificação para todos os associados. Prática de Banda foi o mais antigo dos projetos inovadores desenvolvidos no PARÁ. Estabeleceu como objetivo “a manutenção da tradição das bandas de música nas cidades interioranas, através da qualificação e do aperfeiçoamento profissional de jovens em situação de risco e adultos, além do desenvolvimento de sua sensibilidade para a música.” A falta de acesso aos bens culturais foi considerada a principal carência do músico paraense do interior do Estado. O convênio com a Fundação Carlos Gomes, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, viabilizou a primeira tentativa profissionalizante no campo do ensino musical, qualificando, num primeiro momento, cerca de 900 pessoas. Quatro cursos fundamentais, ministrados de modo integrado com o ensino coletivo de instrumentos de sopro e percussão, compõem o método43 utilizado para a qualificação e o aperfeiçoamento profissional dos componentes das bandas: Musicalização (iniciantes); Prática de bandas (iniciados); Conserto e manutenção de instrumentos (músicos profissionais); e finalmente, Formação de formadores em educação musical.

43 Método Joel Barbosa, estruturado especificamente para a formação de bandas.

A conseqüência imediata dos trabalhos é o aperfeiçoamento técnico e artístico das bandas, o aprimoramento da qualidade de suas apresentações, a ampliação de suas oportunidades de trabalho, inclusive fora do estado. Como exemplo foi destacada a atuação da Banda Wilson Fonseca, de Santarém, que recebeu o Prêmio Nacional de Cultura 98, na categoria Arte Popular.

4. Construindo a memória da ação

4.1 A importância da memória técnica na concepção e na implantação de políticas públicas A expressão memória técnica, no senso comum, significa a reunião de registros e de informações sobre um determinado “know-how”, um “saber fazer”. Nesse sentido, associa-se principalmente aos conhecimentos e recursos gerados para a produção de tecnologias. A memória técnica é geralmente reunida com a finalidade de apoiar o desenvolvimento desses saberes dos próprios grupos de pessoas que os produziram. Eventualmente acrescenta-se o propósito de transferi-los a outros grupos ou comunidades especializadas. Esse significado reflete aspectos essenciais que caracterizam a sociedade contemporânea, especialmente no que diz respeito à posição que a tecnologia ocupa e ao papel que o desenvolvimento tecnológico desempenha na vida de todos nós. Não se pode esquecer que é a partir disso e do caráter transnacional das tecnologias de produção e de informação que se estabelecem novos sistemas de dependência, novos mecanismos de divisão internacional do trabalho e, finalmente, novas situações de exclusão social, para aqueles que não têm acesso ou qualificação para o exercício de atividades e funções que implicam a criação de métodos, de processos, ou a gestão de tecnologias. Por outro lado, compreendida assim, a memória técnica expressa uma separação equivocada entre o que é técnico e o que é científico, entre o técnico e o administrativo, o cultural, o político e assim por diante. Na verdade, a construção de uma memória técnica é tarefa muito mais ampla. O saber fazer pode referir-se a processos complexos, desenvolvidos no âmbito social, sem estar restrito a conhecimentos específicos de uma técnica ou tecnologia determinada. Este é o caso do PLANFOR e das experiências inovadoras realizadas no Brasil, como forma de avançar no processo de ajuste social e político às transformações da produção e do mundo do trabalho. O fato é que temos a tendência para acreditar que a implantação de uma política pública não constitua objeto de um trabalho cuidadoso e sistemático de organização de suas informações no sentido de revelar técnicas de trabalho, concepções, metodologias, modos de encarar o corpo social. No entanto, são exatamente as políticas públicas que, ao serem concebidas e implantadas, revelam as escolhas sociais e as opções políticas que se fizeram para o corpo social. Preservar e organizar a memória técnica do processo de construção e implantação de uma política pública significa estar mantendo como

patrimônio a ser utilizado por toda a sociedade a escrita do Estado, feita ou não com a participação da sociedade.

4.2 Descrição do banco de dados Seu conteúdo básico, em banco de dados (Microsoft Access), é o registro das experiências inovadoras, já cadastradas e descritas pelo MTE/SPPTE/ NID, podendo ser atualizado permanentemente. Portanto, o CADASTRO DE EXPERIÊNCIAS está aberto à inclusão de novos registros. Pode ser utilizado para cadastrar iniciativas locais, independentemente de seu caráter inovador, possibilitando uma recuperação mais rápida das informações essenciais sobre as condições de sua realização (data, local, título, executores, etc) e sobre suas características fundamentais de conteúdo como o resumo descritivo, a especificação do segmento econômico em que se inseriu, a clientela atingida, os produtos gerados, as metas atingidas. A PESQUISA DE EXPERIÊNCIAS possibilita que se localize a atividade, ou conjunto de atividades, conforme interesses específicos. É possível, por exemplo, que se queira localizar todas as experiências desenvolvidas para capacitação de mulheres, na área de saúde, nos estados do NE; ou então, proceder a uma pesquisa específica sobre capacitação desenvolvida no segmento econômico extrativismo, mas apenas aquelas que visavam a produção para o artesanato. E assim por diante. Localizada(a) a(s) informação(ões), visualiza-se imediatamente uma lista resumida dos registros encontrados. Selecionando aqueles que interessam, dá-se o acesso à ficha completa do(s) registro(s) encontrado(s), composta por todos os dados inseridos anteriormente no cadastro. Esses dados poderão ser impressos, caso seja de interesse do usuário do banco.

4.3 Procedimentos de classificação O registro de experiências e atividades envolve o processamento de diversos tipos de dados. Os mais importantes, para efeitos de classificação são os campos: segmento econômico, clientela e descrição, na medida em que se configuram como as informações essenciais de conteúdo. A definição correta e precisa dos dados exige, daquele que os está registrando, um juízo de valor. Para emiti-lo e transformá-lo em informação de boa qualidade é preciso analisar o conjunto da experiência (ou atividade, produto etc) que está sendo cadastrada e, em seguida, atribuir a ela uma qualidade. Adotando essa perspectiva de trabalho criamos um espaço organizado onde os dados são transformados em informações, sistematizadas e acessíveis, municiando os

técnicos e funcionários de uma instituição de instrumentos de apoio que propiciem a reflexão e a geração dos conhecimentos necessários ao exercício das funções que ocupam. Acreditando que um bom trabalho não pode ser executado sem uma estrutura de documentação e de informação adequada é que, a seguir, foram apresentadas especificações sobre certos procedimentos de trabalho, sugestões de atividades e recomendações que, se aceitas e adotadas, poderão trazer resultados positivos às ações voltadas para a continuidade da implementação do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador - PLANFOR. Para efeitos de cadastramento e caracterização das experiências inovadoras procedeu-se a uma padronização básica. As listas básicas de segmentos econômicos e de clientela poderão ser ampliadas e desdobradas sempre que necessário, desde que se obedeça ao vocabulário controlado e à lista de termos específicos. Quando se esgotam essas possibilidades é que se recorre a um novo termo de classificação. O registro de experiências e atividades envolve o processamento de diversos tipos de dados. Os mais importantes, para efeitos de classificação são os campos: segmento econômico, clientela e descrição, na medida em que se configuram como as informações essenciais de conteúdo. A definição correta e precisa dos dados exige, daquele que os está registrando, um juízo de valor. Para emiti-lo e transformá-lo em informação de boa qualidade é preciso analisar o conjunto da experiência (ou atividade, produto etc) que está sendo cadastrada e, em seguida, atribuir a ela uma qualidade. Adotando essa perspectiva de trabalho criamos um espaço organizado onde os dados são transformados em informações, sistematizadas e acessíveis, municiando os técnicos e funcionários de uma instituição de instrumentos de apoio que propiciem a reflexão e a geração dos conhecimentos necessários ao exercício das funções que ocupam. Acreditando que um bom trabalho não pode ser executado sem uma estrutura de documentação e de informação adequada é que, a seguir, foram apresentadas especificações sobre certos procedimentos de trabalho, sugestões de atividades e recomendações que, se aceitas e adotadas, poderão trazer resultados positivos às ações voltadas para a continuidade da implementação do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador - PLANFOR. Para efeitos de cadastramento e caracterização das experiências inovadoras procedeu-se a uma padronização básica. Assim, para o usuário que consulta o cadastro é possível encontrar definições de um segmento econômico, como nos exemplos:

Agricultura/ Desenvolvimento comunitário

Construção Civil/ Cultura/ Patrimônio histórico A opção por esse tipo de descrição decorre da intenção de transmitir, de imediato, o conteúdo informativo preciso da experiência desenvolvida. No primeiro exemplo, agricultura é o termo mais abrangente, definido pelo CNAE, ao contrário do termo desenvolvimento comunitário, criado para elucidar a modalidade que a experiência apresentou dentro do segmento econômico. Nesse caso específico, o procedimento adotado permite uma pesquisa mais aprofundada, dirigida para iniciativas de qualificação no setor primário (agricultura), mas especificamente voltada para o desenvolvimento de pequenas comunidades rurais. O segundo exemplo, construção civil/ cultura/ patrimônio histórico (encontro de segmentos tão fora do comum!) reflete com propriedade a experiência desenvolvida no estado de Pernambuco, capacitando trabalhadores como mão-de-obra especializada na recuperação de prédios tombados pelo seu valor histórico. Os serviços de recuperação desse tipo de edificação exigem procedimentos bastante diferenciados daqueles executados nas construções comuns, gerando uma capacitação para trabalho especializado. Há outros casos em que foi possível dar ainda maior definição à relação segmento econômico-conteúdo da experiência. Vejamos o exemplo:

Agricultura/ Desenvolvimento comunitário/ Cafeicultura Proceder dessa forma numa atividade de classificação significa possibilitar a realização de uma pesquisa bastante refinada para o usuário, que poderia localizar rapidamente uma experiência inserida no setor primário da economia (agricultura), mas que se referisse estritamente a técnicas de cafeicultura em pequenas comunidades rurais. Portanto, a introdução de "subsegmentos" na classificação, ou seja, o acréscimo dos detalhamentos mencionados, permite que o perfil das atividades ou experiências cadastradas apareça mais nítido e em contornos mais bem definidos. O manejo dos dados, de forma combinada, como é o caso deste banco, pode conduzir a duas possibilidades básicas de análise: identificação dos segmentos de concentração onde se realizaram e, em decorrência, identificação das possíveis tendências apresentadas pelas iniciativas de qualificação, quanto aos setores econômicos e respectivos segmentos para os quais estejam se dirigindo. Percorrendo o conjunto das experiências cadastradas pelo MTE/ SPPTE/ NID, realizadas entre 1996 e 1999, foram arrolados os segmentos econômicos que poderão ser utilizados pelos usuários do banco para realizar seus novos registros. Essa lista básica poderá ser ampliada sempre que esses novos registros o exigirem. Recomenda-se,então, que essas listas sejam impressas, como instrumento de trabalho à parte, disponível a todos os técnicos que trabalhem com

o cadastramento de novos registros, e que sejam atualizadas sistematicamente para agilizar o trabalho de classificação local. Recomenda-se também que as equipes de trabalho discutam a inserção dos termos novos, para que seja efetuada a sua padronização, evitando o uso simultâneo de sinônimos ou mesmo a adoção de termos imprecisos ou incorretos. Nesse caso específico, convém a presença de um técnico especializado na área, como um bibliotecário, documentalista ou arquivista, caso seja possível. Esses profissionais podem trazer benefícios valiosos para o trabalho de análise da informação, contribuindo para a qualidade dos levantamentos, da organização das informações, do controle dos documentos produzidos e acumulados, enfim, das fontes de informações que fundamentam as avaliações que o exercício do trabalho em educação profissional exige. Os procedimentos de classificação por clientela devem ser aplicados aos grupos/segmentos sociais que foram objeto da ação - curso, experiência, atividade etc. A caracterização dos grupos refere-se geralmente a ocupações, profissões, situações de trabalho e condições sociais em que se encontram. Para a classificação de novas experiências, os procedimentos recomendados para a classificação dos segmentos econômicos devem ser seguidos da mesma forma.

4.4 Vocabulário controlado: PLANFOR/ Experiências Inovadoras O conjunto de termos que foi relacionado a seguir constitui a primeira versão de um vocabulário controlado, elaborado com base em documentos e publicações relativas às experiências inovadoras do PLANFOR, no âmbito dos Planos Estaduais de Qualificação. Tem a finalidade de subsidiar os bibliotecários, técnicos em documentação, arquivistas e outros profissionais que atuam junto às secretarias de trabalho (ou equivalentes) e às comissões estaduais e municipais de trabalho e emprego, no cumprimento de funções relacionadas à guarda de documentos e à organização e disponibilização de informações. A organização, preservação e acesso da memória técnica do PLANFOR, especialmente no que se refere às experiências inovadoras, depende de um trabalho técnico adequado, compatível com as normas internacionais para o processamento técnico de documentos e para a produção de instrumentos de pesquisa e referência. Essa versão do vocabulário já pode constituir o primeiro passo para que sejam padronizados os termos utilizados (assuntos) como palavras- chave e como caminho para a busca de informações. A possibilidade de ampliação desse vocabulário é permanente.

Para entendimento da relação elaborada, são importantes as seguintes informações:

a coluna da esquerda se compõe de termos autorizados; a coluna da direita refere-se aos termos relacionados ao termo principal, exigindo remissivas ou devendo ser substituídos sempre que possível.

A: TA TR

abastecimento popular abastecimento alimentação produto alimentar básico

ação comunitária conselho comunitário desenvolvimento comunitário

acervo histórico acervo acervo cultural bens culturais patrimônio histórico

acordo intersindical acordo coletivo de trabalho sindicato

administração administração pública órgão de assistência

administração pública direta administração pública indireta serviço público

adolescência adolescente juventude

adolescente adolescência conselho tutelar menor direito à convivência familiar vara da infância e da juventude

agente de saúde pública saúde pública agricultura agro- técnica

atividade agrícola atividade sazonal contrato de trabalho agrícola direito agrário estância leiteira lavoura máquina agrícola zoneamento agro- ecológico

agricultura alternativa UP = agricultura biológica agroindústria agronomia ciências agrícolas agropecuária atividade agropecuária

atividade agrícola atividade pecuária atividade rural

agro- técnica agricultura alcoolismo alcoólatra

farmacodependência alfabetização

alimentação (PRONAN) abastecimento popular dietista direito à alimentação nutrição ração comum ração operacional vale-refeição

analfabeto analfabetismo análise clínica apartamento habitação

residência arbitro arbitramento

juiz arborização paisagismo área de proteção ambiental área ecológica

ecologia meio ambiente recursos ambientais reserva ecológica

arte dramática artefatos artes atividade artística

Centro de Artes artes cênicas artes plásticas plástica artesanato empresa artesanal artesão asilo assédio sexual crime contra a liberdade sexual

estupro exploração sexual sexo

assentamento rural recenseamento sem-terra

assistência social associativismo associação

cooperativismo liberdade de associação

atendente atividade agrícola agricultura

atividade agropecuária atividade extrativa extrativismo atividade industrial desenvolvimento industrial

indústria atividade sazonal agricultura

safreiro

trabalho rural autismo avicultura ornitologia

ovo

B: TA TR

bancário banda musical beneficiamento bens culturais acervo cultural

acervo histórico patrimônio artístico patrimônio histórico

bens paisagísticos UP= paisagens naturais notáveis ação civil pública fundo de defesa de direitos difusos paisagismo patrimônio paisagístico recursos naturais reserva ecológica

bens turísticos ação civil pública patrimônio cultural patrimônio histórico patrimônio turístico turismo

biodiversidade biologia biomassa florestal biotecnologia desenvolvimento sustentável ecossistema equilíbrio ecológico fauna flora floresta tropical meio ambiente recursos ambientais recursos florestais recursos naturais reserva biológica

bolsa de aprendizagem aprendiz estágio

bolsa de estudo bolsa especial bolsa de trabalho bolsa especial bolsa de estudo bombeiro corpo de bombeiros

bombeiro militar

C: TA TR

(CUT) UP= Central Única dos Trabalhadores Central sindical sindicato

café caráter artístico caráter cultural carpinteiro carvoeiro carvão categoria funcional categoria profissional profissional liberal

profissão profissão liberal

central sindical (CGT) (CUT) confederação sindical federação sindical sindicato

cerâmica cidadania direitos e garantias individuais cidadão cidade monumento patrimônio histórico cinema cineclube

cinema educativo indústria cinematográfica

comerciante ambulante camelô vendedor ambulante

comércio atividade comercial comerciário estabelecimento comercial

comércio ambulante comerciário ambulante trailer

comércio varejista vendas à varejo comissão sindical sindicato comunicação social comunicação visual comunicações comunidade UP= coletividade

conselho comunitário desenvolvimento comunitário direito à convivência comunitária

comunidade eclesial comunidade indígena

comunidade rural população rural zona rural

condições de trabalho acidente de trabalho atividade insalubre higiene do trabalho insalubridade inspeção do trabalho jornada de trabalho medicina do trabalho periculosidade proteção ao trabalho segurança no trabalho

confecção confederação sindical central sindical

federação nacional federação sindical sindicato

confeitaria UP= doceria bar padaria restaurante confeiteira

conselho comunitário ação comunitária comunidade desenvolvimento social previdência social

conselhos municipais conservação conservador do patrimônio histórico patrimônio histórico construção construção civil casa pré-fabricada construção naval consumidor Procon

código de defesa do consumidor contabilidade contador contabilista

empresa de serviços contábeis técnico de contabilidade

contrato de trabalho agrícola agricultor agricultura trabalhador rural

cooperativa UP= sociedade cooperativa cooperativa agrícola cooperativa agropecuária cooperativa de abastecimento cooperativa de consumo cooperativa educacional

cooperativa escolar cooperativa habitacional cooperativa operária cooperativa rural cooperativismo associativismo cosméticos costureiro couro peles cozinheira empregado doméstico creche crédito rural carteira de crédito rural

financiamento rural criança infância

menor ministério da criança mortalidade infantil programa de alimentação infantil puericultura recém-nascido (PRONAICA)

criança carente menor pessoa carente programa de alimentação infantil

crime contra a liberdade sexual assédio sexual atentado ao pudor crime contra os costumes estupro exploração sexual homossexual

cultura cultura afro-brasileira capoeira

etnografia brasileira negro

curso profissionalizante curso supletivo

D: TA TR

deficiência defeito ensino especial

deficiência física ensino especial pessoa incapaz

deficiência mental deficiente físico deficiente mental desempregado desemprego

desemprego auxílio desemprego desempregado emprego mercado de trabalho salário desemprego seguro desemprego

desenvolvimento agrário desenvolvimento agrícola desenvolvimento agropecuário desenvolvimento comunitário ação comunitária

comunidade mutirão

desenvolvimento cultural cooperativa cultural cultura intercâmbio cultural promoção cultural

desenvolvimento educacional desenvolvimento industrial desenvolvimento regional desenvolvimento rural desenvolvimento social conselho comunitário desenvolvimento sustentável (ECO-92)

biodiversidade desenvolvimento econômico ecologia impacto ambiental manejo ecológico meio ambiente pobreza

desenvolvimento tecnológico desenvolvimento turístico desenvolvimento urbano desigualdade regional despoluição ecologia

meio ambiente poluição

detenção prisão detento preso

recluso ex-detento

diarista empregado diarista dietista alimentação

nutricionista digitação direito direito à alimentação alimentação

direitos sociais

nutrição direito à educação assistência pré-escolar

direitos sociais educação educação pré-escolar ensino fundamental

direito agrário agricultura direitos e garantias individuais cidadania

direito à dignidade direito à igualdade direito à liberdade direito à vida direito ao respeito direitos e garantias fundamentais direitos humanos habeas corpus mandato de segurança coletivo

direitos humanos apartheid direitos e garantias individuais

direitos sociais direito à alimentação direito à convivência comunitária direito à convivência familiar direito à educação direito à previdência social direito à profissionalização direito ao lazer educação infância lazer legislação social licença-gestante licença paternidade maternidade pessoa carente previdência social segurança trabalho

discriminação UP= preconceito discriminação racial UP= racismo

negro Lei Afonso Arinos segregação

discriminação sexual feminismo gestante mulher

doméstica drogaria farmácia

E:

TA TR

(EPI) UP= Equipamento de proteção individua; acidente de trabalho higiene do trabalho proteção ao trabalho segurança no trabalho

ecologia área de proteção ambiental camada de ozônio desenvolvimento sustentável despoluição ecossistema equilíbrio ecológico fiscal ambiental impacto ambiental manejo ecológico mata atlântica meio ambiente política de meio ambiente poluição poluição marinha programa nossa natureza queimada reserva ecológica zoneamento agro- ecológico zoneamento ecológico-econômico

economia economia doméstica economia familiar economia familiar economia doméstica economia popular economia rural ecossistema biodiversidade

ecologias equilíbrio ecológico meio ambiente programa nossa natureza

editoração edição publicação

educação direito a educação direitos sociais tele- educação

educação artística educação básica ensino fundamental

ensino de 1º grau

educação informal educação musical educação pré-escolar UP= ensino pré-escolar

assistência pré-escolar direito à educação

educação técnica eletricista eletrônica eletro- técnico empregado empregado doméstico confeiteira

cozinheira lavadeira empregador doméstico

empregado rural empregado sindicalizado sindicato empregador rural emprego desemprego

empreitada mercado de trabalho serviço tarefa trabalho

empreitada UP= serviço de empreitada, tarefa por empreitada, trabalho por empreitada emprego serviço sub contratação sub empreitada tarefa trabalho

empresa agroindustrial empresa artesanal empresa comercial engenheiro ensino especial aluno especial

autismo deficiência física deficiente físico deficiência mental deficiente mental

equilíbrio ecológico biodiversidade ecologia ecossistema meio ambiente

equipamento equipamento médico-hospitalar material hospitalar

escola comunitária esportes treinador de futebol

futebol futebol amador esporte amador esporte profissional

estância leiteira agricultura gado leiteiro leite

estatuto da terra política agrícola programa nacional de política fundiária projeto fundiário reforma agrária

estudante aluno carteira estudantil

ética comissão de ética tribunal regional de ética profissional

ex-detento UP= ex-presidiário, ex-detento detento

ex-mulher divórcio mulher separação judicial

exploração sexual assédio sexual crime contra a liberdade sexual lenocínio prostituição sexo

extrativismo atividade extrativista

F: TA TR

(FCP) UP= Fundação Cultural Palmares negro

(FUNDHAB) UP= Fundo de Assistência Habitacional assistência habitacional habitação

fábrica UP= estabelecimento fabril indústria

farmácia drogaria favelas UP= núcleo habitacional provisório federação nacional federação sindical UP= sindicato de grau superior

central sindical confederação sindical federação nacional

sindicato feira livre feira permanente

feira modelo feminismo discriminação sexual

gestante mulher

fibra de coco coco fibra vegetal fibra natural

plantas têxteis fibra natural fibra vegetal fiscal ambiental fotografia função social da propriedade desapropriação

interesse social reforma agrária

funcionário público servidor estável regime estatutário

fundo de reconstituição de bens lesados bens culturais patrimônio cultural patrimônio histórico

G: TA TR

gerente gestor geriatria idoso

velhice sociedade brasileira de geriatria e gereontologia

gestante discriminação sexual feminismo gravidez licença a gestante mulher mãe nutriz parto múltiplo parturiente

gestão co-gestão gestor gerente guia de turismo

H: TA TR

habitação (FUNDHAB) (SFH) apartamento

casa habitação popular UP= moradia popular

assentamento populacional higiene limpeza

saúde higiene do trabalho UP= higiene industrial

(EPI) condições de trabalho medicina do trabalho segurança no trabalho

horta comunitária hortaliça horticultura

horticultura UP= olericultura hortaliça

hotel empresa de hotelaria hospedagem de turismo turismo

I: TA TR

(IPHAN) UP= Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) diretoria do patrimônio patrimônio artístico patrimônio histórico serviço do patrimônio histórico e artístico nacional

impacto ambiental desenvolvimento sustentável ecologia manejo ecológico meio ambiente

incubadora índio grupo indígena

FUNAI SPI

indústria atividade industrial produção industrial fábrica setor secundário

indústria automotiva indústria de alimentação indústria de fiação e tecelagem empresa de fiação

indústria têxtil tecelagem

indústria de mobiliário UP= indústria de móveis indústria extrativa atividade extrativa indústria metalúrgica empresa de metalurgia

metalurgia indústria naval empresa naval

material naval indústria pesqueira UP= indústria da pesca

indústria de alimentação pesca

indústria petroquímica indústria química petroquímica

indústria siderúrgica empresa de siderurgia siderurgia

indústria têxtil empresa de fiação empresa de produtos têxteis indústria de fiação e tecelagem produto têxtil tecelagem

infância criança direitos sociais puericultura recém-nascido

informática indústria da informática inspetor ambiental fiscal ambiental

inspetor inspeção meio ambiente

integração social reintegração social irrigação

J: TA TR

jornalista repórter revisor

juventude adolescência

L:

TA TR

lavadeira empregado doméstico lavanderia

lavanderia lavadeira

lavoura UP= plantação agricultura

legislação tributária Lei de Diretrizes e Bases da Educação UP= Lei de Diretrizes e Bases – LDB

Lei Darcy Ribeiro leitura lenocínio crime contra os costumes

exploração sexual prostituição trottoir

líder chefe dirigente

liderança limpeza língua espanhola língua estrangeira UP= idioma estrangeiro

idioma oficial língua espanhola língua francesa língua inglesa língua portuguesa

língua francesa língua inglesa língua portuguesa loteamento

M: TA TR

(MHN) UP= Museu Histórico Nacional

(PRO-MEMÓRIA) documento histórico Instituto Histórico e Geográfico patrimônio histórico registro histórico

(MI) UP= Museu Imperial (PRO-MEMÓRIA) patrimônio histórico

mãe ascendente gestante licença a gestante

manejo ecológico desenvolvimento sustentável ecologia impacto ambiental meio ambiente

manicure salão de beleza maquilador cosméticos

produtos de beleza salão de beleza

máquina agrícola agricultura equipamento agrícola patrulha motomecanizada trator

marketing massagista duchista mata atlântica ecologia

floresta amazônica pantanal matogrossense serra do mar vegetação primária vegetação secundária zona costeira

mecânica mecânico média propriedade médio produtor rural

pequena propriedade pequeno produtor rural reforma agrária

medicina do trabalho acidente de trabalho condições de trabalho higiene do trabalho médico do trabalho segurança do trabalho

meeiro economia familiar pequeno produtor rural

meio ambiente área de proteção ambiental biodiversidade camada de ozônio desenvolvimento sustentável despoluição ecologia ecossistema equilíbrio ecológico fiscal ambiental impacto ambiental inspetor ambiental manejo ecológico política de meio ambiente poluição queimada reserva ecológica reserva extrativista

resíduos perigosos menor adolescente

código de menores corrupção de menores criança criança carente menoridade projeto minha gente recém nascido

menor abandonado menor assistido mercado de trabalho desemprego

emprego mão-de-obra

merendeira auxiliar de assistência a educação metalurgia metodologia microempresa ministério da criança adolescente

criança estatuto da criança e do adolescente projeto minha gente

moda mortalidade infantil criança mulher discriminação sexual

ex-mulher feminismo gestante programa de apoio a mulher rural

música obra musical música ao vivo

música erudita música popular folclore músico artista

ator compositor

mutirão desenvolvimento comunitário tarefa

N:

TA TR

navegação comércio marítimo vias navegáveis

navegação marítima navegação de longo curso

pirataria porto marítimo transporte marítimo

negro UP= pessoa de cor (FCP) cultura afro-brasileira discriminação racial quilombos

nutrimento alimentação nutrição

nutrição (PRONAN) aleitamento materno alimentação cesta de alimentos básicos desnutrição direito à alimentação nutrimento

O:

TA TR

oficina olaria empresa de cimento orientação orientação pedagógica orientação educacional orientação pedagógica orientação educacional orientador pedagógico orientador educacional orquestra

P:

TA TR

(PRO-FRUTI) UP= Programa Nacional de arborização com árvores frutíferas ecologia paisagismo

(PRONAICA) UP= Programa Nacional de atenção integral a criança e ao adolescente

(PRONAN) UP= Programa Nacional de Alimentação e Nutrição alimentação nutrição

paisagismo arborização bens paisagísticos urbanismo

parceria sociedade parque ecológico parque industrial indústria parteira patrimônio histórico (IPHAN)

(MHN) (MI) (SPHAN) acervo histórico bens turísticos cidade monumento conservação do patrimônio histórico fundo de reconstituição de bens legados

pedagogia pedreiro perfume pesca artesanal pescador artesanal pesca profissional pescador profissional pescador economia familiar

embarcação pesqueira pescador artesanal pesca artesanal pescador profissional pesca pessoa incapaz deficiência física

pessoa deficiente surdo

pintor pintura planejamento planejamento administrativo planejamento agrícola planejamento social plantas medicinais ervanário

substância medicinal plantas ornamentais policial militar polícia militar policiamento política agrícola estatuto da terra

programa nacional de política fundiária projeto fundiário reforma agrária

política de meio ambiente UP= política ambiental ecologia meio ambiente

poluição UP= contaminação ambiental cloro flúor carbono despoluição ecologia

meio ambiente poluição industrial poluição marítima poluição nuclear poluição sonora produtos poluentes resíduos perigosos

poluição marinha UP= poluição do mar, poluição marítima ecologia mar poluição

posseiro pequeno produtor rural sem terra

preservação preso detento

recluso primeiros socorros processamento reprocessamento produção agrícola produção agropecuária

produção vegetal produção agropecuária produção animal produção audiovisual produção hortifrutigranjeira produto frutigranjeiro

produto hortigranjeiro produção industrial indústria produção têxtil empresa de fiação

indústria têxtil tecido

produção vegetal produção vegetal produto florestal

produto vegetal industrializado produto manufaturado produtor rural economia familiar

empregado rural fazendeiro médio produtor rural mini produtor rural pequeno agricultor pequeno produtor rural propriedade produtiva

produtos primários minério produção agrícola

professor profissional autônomo trabalhador autônomo

profissional liberal profissional liberal categoria profissional

profissão profissão liberal

programa de alimentação infantil criança criança carente

programa de apoio a mulher rural mulher programa nacional de política fundiária assuntos fundiários

estatuto da terra política agrícola política fundiária projeto fundiário reforma agrária

programa nossa natureza Amazônia legal área de proteção ambiental comunidade indígena ecologia ecossistema flora política florestal

projeto de reforma agrária projeto de colonização projeto fundiário reforma agrária

projeto fundiário discriminação de terras estatuto da terra política agrícola programa nacional de política fundiária projeto de reforma agrária reforma agrária

propaganda propaganda comercial publicidade

propriedade improdutiva UP= terra improdutiva propriedade produtiva reforma agrária

propriedade produtiva produtor rural propriedade improdutiva reforma agrária

prostituição exploração sexual lenocínio trottoir

prostituta puericultura assistência materno-infantil

criança infância projeto minha gente

Q: TA TR

qualidade qualidade de vida qualidade industrial qualificação quilombos cultura afro-brasileira

grupo étnico negro

R: TA TR

ranicultura rã recém nascido criança

infância menor

reciclagem material reciclável recluso detento

preso reflorestamento floresta

florestamento silvicultura floresta tropical

reforma agrária (FUNMIRAD) estatuto da terra função social da propriedade média propriedade política agrícola programa nacional de política fundiária projeto fundiário propriedade improdutiva propriedade produtiva sem-terra

relações humanas relações públicas reserva ecológica área de proteção ambiental

área ecológica bens paisagísticos ecologia meio ambiente

reserva extrativista meio ambiente recursos naturais zoneamento ecológico-econômico

residência apartamento domicílio

habitação

S: TA TR

(SFH) UP= Sistema Financeiro de Habitação habitação plano de equivalência salarial saldo devedor residual

(SPHAN) UP= Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IBCP) (IPHAN) (PRÓ-LEITURA) PRÓ-MEMÓRIA) patrimônio artístico patrimônio histórico secretaria da cultura serviço do patrimônio histórico e artístico nacional

salão de beleza barbearia cabeleireiro manicure maquilador pedicure

saúde pública agente de saúde pública direito à saúde inspetoria de saúde doença transmissível serviço de saúde posto de saúde

secretariado secretariado executivo técnico em secretariado

segurança no trabalho (EPI) acidente de trabalho condições de trabalho higiene do trabalho medicina do trabalho supervisor de segurança do trabalho

segurança pública posto policial guarda municipal

sem-terra assentamento rural pequeno produtor rural posseiro reforma agrária trabalhador rural

seringal seringueiro servente serviço emprego

empreitada tarefa trabalho

serviço civil serviço dentário serviço médico serviço militar serviço público serviço social serviço de assistência ao menor

serviço de assistência médica domiciliar serviços domésticos serviços gerais servidor funcionário

serventuário servidor público servidor público civil servidor público estadual servidor público municipal setor secundário indústria sexo assédio sexual

conjunção carnal educação sexual exploração sexual liberdade sexual sexualidade

sindicato UP= agremiação trabalhista, entidade sindical (CUT) acordo intersindical central sindical confederação sindical empregado sindicalizado federação nacional federação sindical

sistema penitenciário penitenciária política penitenciária regime penitenciário

soldador

T: TA TR

tarefa emprego empreitada mutirão serviço trabalho

táxi teatro empresa teatral tecelagem indústria de fiação e tecelagem

indústria têxtil tecido

tecido produto têxtil tecelagem

técnico esportivo técnico naval tecnologia tecnologia agronômica tecnologia educacional tecnologia industrial tele- educação educação

televisão educativa telefonista trabalhador UP= operário trabalhador avulso trabalhador rural trabalhador urbano trabalho direitos sociais

emprego serviço tarefa

trabalho assalariado trabalho de campo trabalho educativo treinamento adestramento turismo agência de turismo

bens turísticos camping guia de turismo hospedagem de turismo secretaria de turismo serviços turísticos

U: TA TR

urbanismo paisagismo planejamento urbano sistema urbano solo urbano

V: TA TR

vale refeição UP= ticket refeição, vale-refeição alimentação alimentação gratuita bônus cesta de alimentos básicos diária de alimentação vale transporte

vestuário roupas viciado em drogas droga

toxicomania videotape gravação

televisão videocassete

violência coação física terrorismo violência arbitrária

visita

Z: TA TR

zoneamento agro- ecológico agricultura ecologia zoneamento ecológico-econômico

zoneamento ecológico-econômico ecologia reserva extrativista zoneamento zoneamento agro- ecológico

4.5 Lista de Termos Específicos

Esta relação de palavras chave fora de contexto consiste no conjunto de termos específicos do PLANFOR, para as experiências inovadoras. Isto quer dizer que não compõem a relação anterior onde constam os termos padronizados, dadas as particularidades de seu uso institucional. Da mesma forma que o vocabulário controlado, serve para subsidiar as atividades técnicas de apoio gerencial e informativo aos trabalhos da rede de educação profissional.

A ação comunitária acessórios cirúrgicos acessórios hospitalares adorno agente agente comunitário agentes multiplicadores agentes voluntários agricultura ecológica agro- extrativismo agropecuária orgânica albergado albergue aldeias indígenas área rural autofinanciamento autogestão auxiliar de laboratório auxiliar de saúde aviador

B bovinocultura babá balconista barman bijuteria bolsa familiar para a Educação bolsa-auxílio bolsa-escola

C câmara camareiro capacitação castanheiro catador de papel comercialização comunidade agrícola comunidade pesqueira controle de produção controle de qualidade copeiro corte e costura costura industrial culinária cultura cafeeira

D design dramaturgia doença ocupacional delegacia da mulher delegacia especializada drogado docente desenho arquitetônico

E educação a distância educação comunitária educação infantil educação profissional educador educador musical equipamentos para deficientes escola artesanal escrita espanhol estética estudante de escola de ensino médio estudante de escola pública estudante de escola técnica ética profissional

F

faxineira feirante francês francês instrumental fundição de jóias

G gastronomia gênero gerência gerontologia

H higiene hospitalar HIV horta domiciliar hortifrutigranjeiros

I idioma estrangeiro indígena indústria audiovisual indústria cultural indústria de calçados indústria de pesca indústria de tecelagem inglês instituição social instrumentos musicais

J jardinagem jardineiro jovem drogado jovens juiz de futebol

M manicultura marcenaria marceneiro meio rural menino de rua mestre de obras

método Paulo Freire microcomputador micro empreendimento minhocultura modelagem montador multimídia música afro-brasileira musicalização músico amador

O oficina comunitária orientação profissional orientação vocacional

P panificação parto domiciliar pastoral da criança pequena empresa percussão perfume pesca industrial planejamento de negócios planejamento de produção policiamento comunitário políticas públicas pomar PPDs – pessoa portadora de deficiências prédios históricos pré-escola produção artesanal produção comercial produção cultural produto de higiene professor leigo Programa Saúde da Família promotor de vendas psicoterapêutica

R raça negra recepcionista recursos audiovisuais

retocador risco social

S saúde da mulher segurança turística serviço autônomo serviços emergenciais subempregados

T tapeçaria taxista terceirização trabalhador ambulante treinamento vocacional turismo sexual TV do trabalhador

U utilidades domésticas

V vagonite violência contra a mulher violência contra o menor violência doméstica visita domiciliar