estudo de retrofit de iluminação de salas de aula da...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – EEL
CENTRO TECNOLÓGICO – CTC
CAMPUS UNIVERSITÁRIO - TRINDADE - CEP 88040-900
FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA
Estudo de Retrofit de Iluminação
de Salas de Aula da UFSC
Monografia submetida à Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para aprovação da disciplina
EEL7890: Projeto Final
Acadêmico: Bruno Cordeiro Clasen
Orientador: Ênio Valmor Kassick, Dr.
Florianópolis, Julho de 2012.
ii
Estudo de Retrofit de Iluminação de Salas de Aula da
UFSC
Bruno Cordeiro Clasen
__________________________
Bruno Cordeiro Clasen
Acadêmico
_______________________________
Ênio Valmor Kassick, Dr.
Orientador do Curso de Engenharia Elétrica
iv
Agradecimentos
A minha família que nesse tempo de graduação não mediu esforços para me
apoiar nos estudos. Especialmente a minha mãe, Léia Regina Clasen, que sempre
me incentivou em tudo e principalmente conseguiu manter a ordem e a paz em casa
para que eu pudesse me dedicar aos estudos. Sem vocês esse sonho seria
impossível.
A minha tia-avó e madrinha Alda Maria de Souza (in memorian) que fez parte
da minha vida nos três primeiros anos de faculdade.
A minha tia Isolete Clasen Hoffmann (in memorian) por ter me inspirado
quando criança.
Aos meus colegas de sala de aula pela paciência comigo nas dificuldades
enfrentadas durante o curso e pelos momentos especiais que passamos não
somente nas horas de estudos, mas também nas atividades que realizamos.
Ao CPROF e ao meu orientador de estágio Irvando Luiz Speranzini que me
proporcionou a oportunidade de estágio e o desenvolvimento deste trabalho de
conclusão de curso. Aos colegas de trabalho Cristian, Daniel e Franz, pelo apoio,
paciência e prontidão quando solicitados a debater sobre minhas dificuldades.
Ao meu orientador do TCC Ênio Valmor Kassick.
Aos grandes mestres que ao longo desta caminhada trabalharam arduamente
conosco e que deixaram seu legado, partilhando experiências vivenciadas e,
sobretudo transmitindo o melhor de si, para que o nosso aprendizado fosse o
máximo.
v
Resumo
A Iluminação de qualidade deve ser priorizada no meio acadêmico. Esta
proposta de reprojeto consistiu na eficientização da iluminação de salas de aulas, do
campus central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi feita uma
contextualização sobre o quadro atual do Sistema Elétrico Brasileiro e de toda a
terminologia envolvida nos cálculos luminotécnicos com o presente trabalho.
Através do levantamento da qualidade da iluminação feito pelo CPROF,
primeiramente foram expostos os resultados e caracterizados por grupos os prédios
inseridos na pesquisa. Na sequência foram feitos os cálculos luminotécnicos e
apresentada a proposta de retrofit. Após esse momento foi comparada a atual
situação da iluminação com o projeto proposto gerando uma redução de 31,35% da
potência instalada. A fim de chegar a economia gerada pela diminuição de energia
utilizada em kWh e a demanda em kW utilizou-se o tempo médio da iluminação nas
salas de aula. Com o orçamento previsto para a realização da obra, juntamente com
as economias geradas calculadas pode-se chegar às conclusões do trabalho por
meio da análise do retorno financeiro, feita em duas abordagens, pelos métodos do
payback simples e payback descontado. Por fim, a análise dos resultados sugeriu
como economicamente viável a proposta do retrofit, tendo um retorno esperado em 1
ano e 3 meses para esta obra. Além disto, pode-se concluir que se expandir o
projeto para as outras construções da UFSC, como os prédios de salas de aula não
abordados e principalmente aos prédios administrativos e de salas de professores,
que atuam em um período maior no ano, ter-se-á uma visibilidade maior e um
retorno mais rápido do investimento.
Palavras-chave: Eficiência Energética, Retrofit, Iluminação de Salas de Aula.
vi
Sumário
1 Introdução ................................................................................................. 11
1.1 Motivação ........................................................................................... 11
1.2 Metodologia e Estrutura ..................................................................... 12
1.3 Conceitos Gerais de Iluminação ......................................................... 13
1.4 Sistema Elétrico Brasileiro .................................................................. 16
2 Revisão Bibliográfica................................................................................. 18
2.1 Conceitos Básicos de Iluminação ....................................................... 18
2.2 Sistema Tarifário Brasileiro ................................................................ 27
3 Início do trabalho ...................................................................................... 30
3.1 Aquisição dos dados .......................................................................... 30
3.2 Levantamento dos Dados ................................................................... 30
3.3 Classificação dos blocos .................................................................... 32
3.4 Densidade de Potência Instalada ....................................................... 35
3.5 Estimativa Potência total instalada ..................................................... 36
4 Solução Proposta ...................................................................................... 38
4.1 Especificações Técnicas .................................................................... 38
4.2 Cálculos Luminotécnicos .................................................................... 41
4.3 Potência Instalada Planejada ............................................................. 45
5 Análise do Retorno Financeiro .................................................................. 47
5.1 Economia de Energia Gerada ............................................................ 47
5.2 Levantamento de equipamentos a serem utilizados na reforma ........ 50
5.3 Custos ................................................................................................ 51
5.4 Cálculo de Retorno Financeiro ........................................................... 52
vii
5.4.1 Cálculo de Payback Simples ........................................................ 52
5.4.2 Cálculo de Payback Descontado.................................................. 52
6 Conclusão ................................................................................................. 55
7 Referências Bibliográficas ......................................................................... 57
Anexo A .......................................................................................................... 59
Anexo B .......................................................................................................... 61
viii
Lista de Figuras
Figura 1- Iluminação Geral ............................................................................. 15
Figura 2 – Densidade de Potência x Densidade de Potência Relativa ........... 20
Figura 3- Fluxo Luminoso ............................................................................... 20
Figura 4 - Fluxo Luminoso 2 ........................................................................... 21
Figura 5 – Eficiência Energética (lm/W) .......................................................... 21
Figura 6 – Pé-direito útil .................................................................................. 23
Figura 7 - Luminância ..................................................................................... 25
Figura 8 - Iluminância x Luminância ............................................................... 26
ix
Lista de Tabelas
Tabela 1- Subgrupos tarifários de consumidores de alta tensão .................... 28
Tabela 2 – Modalidade de fornecimento de energia elétrica .......................... 28
Tabela 3 – Dados das salas de aula............................................................... 31
Tabela 4 – Classificação quanto a semelhança física dos blocos .................. 32
Tabela 5 – Classificação quanto a existência de lâmpadas de 32 W ............. 33
Tabela 6 – Classificação quanto a existência de calhas reflexivas................. 33
Tabela 7 – Classificação quanto às pinturas das salas .................................. 34
Tabela 8 – Classificação quanto a Iluminância ............................................... 35
Tabela 9 – Densidade de potência instalada .................................................. 35
Tabela 10 - Situação atual dos centros .......................................................... 36
Tabela 11 – Análise luminotécnica do CTC .................................................... 42
Tabela 12 – CTC planejado ............................................................................ 43
Tabela 13 – CCB A planejado ........................................................................ 43
Tabela 14 – CCE planejado ............................................................................ 44
Tabela 15 – ARQ planejado ........................................................................... 44
Tabela 16 – EQA planejado ............................................................................ 44
Tabela 17 – Situação planejada dos centros .................................................. 45
Tabela 18 – Iluminância EQA medida ............................................................ 46
Tabela 19 – Economia de energia em kWh .................................................... 48
Tabela 20 – Preço de referência..................................................................... 49
Tabela 21 – Economia gerada pela redução da energia ................................ 49
Tabela 22 – Economia mensal total................................................................ 49
Tabela 23 – Levantamento de equipamentos ................................................. 50
Tabela 24 - Custos ......................................................................................... 51
x
Tabela 25 – Payback simples ......................................................................... 52
Tabela 26 – Payback simples x Payback descontado .................................... 54
11
1 Introdução
O Trabalho de Conclusão de Curso será baseado na experiência e
conhecimento de estágio na Coordenadoria de Planejamento de Recursos e
Ocupação Física, (CPROF), vinculado a Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), localizado no campus trindade, em Florianópolis.
A CPROF abrange uma vasta gama de competências no que diz respeito a
projetos envolvendo arquitetura e engenharia da UFSC. O departamento
desenvolve desde projetos de eficiência energética, análise do consumo de energia
dos diferentes centros de ensino, levantamento e mapeamento das cargas,
mensuramento da qualidade das instalações, gerenciamento da rede hidráulica a
partir do levantamento de consumo, dentre outras.
A pesquisa realizada contemplou um levantamento de dados da instalação
atual de iluminação de salas de aulas de alguns prédios da UFSC, que teve início
no começo de 2011. Um dos intuitos desse levantamento será uma proposta
simples de um retrofit que pode ser implementada na iluminação das salas de aula
da UFSC. Este retrofit não tem o intuito de fazer um projeto completo e criar um
modelo ótimo para a iluminação, mas sim, constatar a situação atual da iluminação
e mostrar se a mudança sugerida será válida financeiramente. Para tal, deve-se
levar em consideração o tipo de contrato de energia elétrica e as tarifações
utilizadas.
Os recursos computacionais necessários para a realização da pesquisa e do
estudo serão fornecidos pelo CPROF, assim como os softwares e licenças
envolvidos.
1.1 Motivação
O custo da energia, bem como seu consumo, são assuntos cada vez mais
abordados em balanços financeiros de qualquer instituição. Exigem cuidados
também crescentes em termos de eficiência do seu uso, os quais, quando bem
administrados, podem gerar grandes economias de energia.
12
Podem-se cortar os gastos de diversas maneiras, como por exemplo, no
aperfeiçoamento das instalações, na utilização de aparelhos mais eficientes, no uso
de comandos adequados e também na modalidade de fornecimento de energia
(contrato de demanda com a concessionária), resultando em uma tarifa mais
adequada ao consumo do local.
Quando se fala de retrofit de eficiência energética, não se pode omitir a parte
relacionada à iluminação. Com a importância deste tema e este também sendo um
prévio interesse do autor juntamente com o fato de estar atualmente estagiando no
CPROF foi concebida a ideia deste trabalho. Desta forma, se os objetivos forem
alcançados, as conclusões poderão ser de relevância para projetos já
implementados. Tendo o sucesso esperado, pode-se contribuir de alguma forma
para proposta já feita a concessionária distribuidora de energia elétrica (Centrais
Elétricas de Santa Catarina - Celesc) investir seu capital destinado à eficiência
energética.
1.2 Metodologia e Estrutura
Na sequência deste capítulo será exibido um apanhado geral sobre a
iluminação e alguns conceitos como o valor agregado da qualidade, o conforto
luminoso, os diferentes objetivos que se propõe um projeto destes e também os
sistemas de iluminação. Após isso haverá uma abordagem do histórico recente do
Sistema Elétrico Brasileiro, a fim de contextualizar o sistema tarifário atual e a
instituição responsável (Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL).
Já no capítulo dois serão apresentados os conceitos técnicos que servirão de
referência para o trabalho como um todo. Será apresentada toda a terminologia
envolvida na iluminação, suas fórmulas, símbolos e unidades, como também a
diferença conceitual dentre esses termos. No mesmo capítulo será mostrado como
é o sistema tarifário de energia brasileira e em qual modalidade se encaixam os
centros estudados da universidade.
O capítulo três colocará em detalhes os procedimentos realizados no
levantamento dos dados, mostrará como está atualmente a situação dos centros e
salas de aula que fazem parte deste estudo, e serão apresentadas tabelas com os
principais dados coletados.
13
No quarto capítulo mostrar-se-á a proposta de retrofit e as mudanças nos
equipamentos, como reatores de alto rendimento, lâmpadas e luminárias eficientes
e todos os cálculos luminotécnicos teóricos feitos para essa situação. Utilizando da
semelhança dentre as construções dos prédios da UFSC, será feita uma estimativa
de potência instalada para os prédios que não foram contemplados pela análise de
iluminância neste momento.
No quinto capítulo será feita uma estimativa de energia consumida (na ponta
e fora da ponta), e consequentemente uma estimativa total. Neste capítulo também
se fará o levantamento dos custos da obra, com orçamentos dos equipamentos e da
mão de obra esperada para a realização do projeto. Por fim, far-se-á o cálculo do
retorno financeiro, com duas abordagens sobre a previsão de retorno dos
investimentos do projeto (estudos de payback simples e payback descontado).
No capítulo seis haverá a conclusão do trabalho. Em um primeiro momento é
exposto o estudo deste caso e é analisado com os resultados obtidos com os
dados. Depois dessa etapa são analisados os pontos positivos e negativos desta
alternativa. E a conclusão, que se pode adiantar que o projeto é viável
economicamente, porém constatou-se que outros prédios, como os administrativos,
podem gerar uma economia ainda maior. Após isso serão avaliadas as possíveis
melhorias e estudos que podem dar continuidade e servir como guia para a
implementação prática da solução ou trabalhos futuros.
Por fim, serão apresentados a bibliografia e os anexos do trabalho.
1.3 Conceitos Gerais de Iluminação
Por se tratar de um local que tem por objetivo a especialização profissional e
científica, com função precípua de garantir o progresso nos diversos ramos de
conhecimento, pode-se dizer que a universidade é um ambiente diferenciado. As
salas e laboratórios de uma universidade têm de ser exemplares no que se refere à
utilização eficiente dos recursos energéticos, da qualidade dos materiais, sem
esquecer a qualidade de vida e o nível de conforto, podendo até, esses ambientes,
servirem de exemplo para atividades instrutivas educacionais. Na sequência serão
exibidos alguns termos introdutórios sobre iluminação.
14
Conforto luminoso
O que todos querem, profissionais e pesquisadores da área, como
engenheiros, arquiteto, empresas fornecedoras de tecnologias e no caso de uma
universidade, os alunos e professores, é que o ambiente tenha o melhor conforto
luminoso, a melhor qualidade e o menor custo possível. Esta equação parece
simples, porém depende de muitas variáveis. Em vias gerais conforto luminoso seria
luz natural e/ou artificial produzindo estímulos ambientais, ou seja, respostas
fisiológicas, gerando resultados em termos de quantidade e qualidade da luz como
também a sua distribuição no recinto.
Os objetivos e diretrizes
Para a iluminação, a função desta é, em primeiro e mais importante,
parâmetro para a definição de um projeto. A definição de qual sistema de iluminação
é indicado para uma sala de aula, como também a sua iluminância média pode-se
encontrar nas normas. Este trabalho basear-se-á nas normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas – (ABNT), mais especificamente a norma NBR5413,
a qual diz respeito à iluminância de interiores que é responsável por estabelecer a
iluminância média por tipo de sala, a norma NBR5382 – verificação de iluminância
de interiores para a aquisição dos dados de forma correta e por fim NBR5461 que
diz respeito à terminologia da iluminação.
Sistemas de Iluminação
Conforme consta em [6], o primeiro passo de um projeto luminotécnico é
definir o sistema de iluminação e não o número e tipos de lâmpadas e/ou luminárias.
Para isto pode-se usar como parâmetro as três perguntas que se seguem:
1. Como a luz deverá ser distribuída no ambiente?
2. Como a luminária irá distribuir a luz?
3. Qual é a ambientação que queremos dar, com a luz, a este espaço?
Qualquer que seja a resposta que obtivermos em relação a essas perguntas,
saberemos que o modelo de sistema adotado deverá ser escolhido em função do
propósito de atividade do local, ou seja, caso esse ambiente seja laborativo ou não.
15
Para se responder a primeira pergunta, classificamos os sistemas de acordo com a
distribuição de luminárias e os efeitos produzidos no plano de trabalho.
a) Iluminação geral: distribuição aproximadamente regular pelo teto;
iluminação horizontal de um certo nível médio; uniformidade. Tem a
vantagem de ter uma flexibilidade na disposição interna do ambiente – layout.
E por desvantagem não atender a especificações de locais que necessitam
de iluminâncias mais elevadas, grande consumo de energia, etc. A Figura 1
exemplifica um caso de iluminação geral.
b) Iluminação localizada: concentra-se a luminária em locais de principal
interesse. Exemplo: locais restritos em trabalhos de fábricas. Vantagens:
maior economia de energia. A mudança de layout é uma desvantagem, pois
teria que trocar a posição das luminárias também.
c) Iluminação de tarefa: luminárias perto da tarefa visual e do plano de
trabalho iluminando uma área muito pequena. Tem a vantagem de ter uma
economia maior ainda de energia e poder fazer controles luminotécnicos.
Como desvantagem tem-se a necessidade de utilizar outro tipo de iluminação
para complementar e apresenta menor flexibilidade na troca de posição do
plano de trabalho.
Fonte: Iluminação - Conceitos e Projetos. Osasco: Osram, 2009.
Figura 1- Iluminação Geral
No caso de um ambiente acadêmico, este se caracteriza como sendo um
local laborativo, e, portanto, o sistema de iluminação geral é o mais indicado para o
uso em salas de aula.
16
1.4 Sistema Elétrico Brasileiro
Achou-se pertinente apresentar uma breve descrição sobre o Sistema Elétrico
Brasileiro a fim de elucidar a atual situação do sistema tarifário brasileiro. O modelo,
tal qual conhecemos hoje, começou a se moldar na década de 90 do século
passado. Em 1993, se extinguiu a equalização tarifária com a lei 8.631 e criou-se o
contrato de suprimento entre geradores e distribuidores. Em 1996, após as
conclusões do Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro, coordenado
pelo Ministério de Minas e Energia, foi identificada a necessidade de criação de um
órgão regulador, a ANEEL, um operador para o sistema elétrico (Operador Nacional
do Sistema Elétrico – ONS) e um ambiente para a realização das transações de
compra e venda de energia elétrica (Mercado Atacadista de Energia Elétrica –
MAE).
É um fato por demais conhecido o aumento contínuo do consumo de energia
devido ao crescimento populacional e ao aumento de produção pelas indústrias.
Isso exige planejamento antecipado e execução de políticas econômicas
governamentais para suprir, a tempo, as necessidades de expansão da produção de
energia. Porém, após uma década sem investimentos e falta de planejamento,
somados com a falta de chuva, culminou com uma crise de abastecimento de
energia elétrica no ano de 2001, sucedendo racionamentos de consumo de energia
e até as interrupções ou falta de energia elétrica frequente.
Nos anos subsequentes, o Governo Federal através do Comitê de
revitalização do Modelo do Setor Elétrico, lançou as bases de um novo Setor
Elétrico Brasileiro. Em termos institucionais, definiu-se a criação de instituição
responsável pelo planejamento do setor elétrico a longo prazo (a Empresa de
Pesquisa Energética – EPE), uma instituição com a função de avaliar
permanentemente a segurança do suprimento de energia elétrica (o Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico - CMSE) e uma instituição para dar continuidade
aos trabalhos do MAE, relacionadas a comercialização de energia elétrica no
sistema interligado (a Câmara de Energia Elétrica – CCEE).
O novo modelo tem por objetivo:
Garantir a segurança do suprimento de energia elétrica;
Promover a modicidade tarifária;
17
Promover a inserção social no Setor Elétrico Brasileiro, em particular
pelos programas de universalização de atendimento;
Para o interesse desse trabalho a parte tarifária é a de maior relevância. Serão
apresentadas então as atribuições da reguladora ANEEL a qual é a responsável por
estipular essas tarifas.
Aneel
Com a responsabilidade de regular, fiscalizar e solucionar conflitos no ambiente
do Setor Elétrico Brasileiro, segundo a própria ANEEL esta tem como missão
“proporcionar condições favoráveis para o mercado de energia elétrica se
desenvolva em equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade”. Dentre as
várias atribuições da ANEEL, destaca-se a de maior pertinência para esse trabalho,
como a que segue:
Fixar os critérios para cálculo das Tarifas de Uso dos Sistemas Elétricos
de Transmissão e Distribuição - TUST e TUSD – (Lei nº 9.074/1995), e
arbitrar seus valores nos casos de negociação frustrada entre os agentes
envolvidos (Lei nº 9.724/96).
18
2 Revisão Bibliográfica
2.1 Conceitos Básicos de Iluminação
De acordo com [6], luz é, portanto, a radiação eletromagnética capaz de
produzir uma sensação e está compreendida entre 380 e 780nm. A combinação de
vermelho, azul e verde, as quais são chamadas de cores primárias, permite obter o
branco. Há uma tendência em pensar que os objetos possuem cores definidas,
porém, na verdade, eles apenas refletem a luz incidente sobre eles. Portanto agora,
ainda segundo [6], serão apresentados alguns conceitos importantes sobre
iluminação que se farão necessários para o entendimento desse trabalho. E são
eles:
Potência total instalada;
Densidade de potência;
Densidade de potência relativa;
Fluxo luminoso;
Eficiência energética da lâmpada;
Eficiência das luminárias;
Eficiência do recinto;
Índice de recinto;
Fator de utilização;
Fator de depreciação;
Nível de iluminância;
Intensidade luminosa;
Luminância;
Temperatura de Cor;
Fator de fluxo luminoso.
Estes são os principais conceitos relacionados à iluminação, e a seguir serão
explicados resumidamente cada um desses itens, procedidos de seu símbolo, e se
for o caso, sua unidade.
19
A. Potência Total Instalada: É o somatório da potência de todos os aparelhos
instalados na iluminação.
( 1 )
Onde, (n) é a quantidade de unidades utilizadas e w* é potência consumida
pelo conjunto de lâmpadas somada a potência de todos os reatores,
transformadores e/ou ignitores.
B. Densidade de Potência: Potência total instalada em watts por metro
quadrado de área.
(2)
C. Densidade de Potência Relativa
Símbolo: Dr
Unidade: W/m² p/ 100 lx
É a densidade de potência total instalada para cada 100 lx de iluminância.
Tomando como exemplo duas instalações fictícias, vide Figura 2, pode-se ter a
impressão que a instalação 2 é mais eficiente que a 1 já que a densidade de
potência 2, D2 = 20 W/m², é menor que a da instalação 1, D1 = 30 W/m². Porém, no
caso de se avaliar a eficiência de uma lâmpada tem-se que levar em consideração a
iluminância em ambos os casos. E para isso, o parâmetro que se deve usar é a
Densidade Relativa, como o que segue:
(3)
(4)
Logo, a instalação 2 consome mais energia por metro ao quadrado, e também
fornece menos luz. Portanto a instalação 1 é mais eficiente. Este conceito é
interessante quanto à comparação de rendimento de luminárias e lâmpadas.
20
Fonte: Iluminação - Conceitos e Projetos. Osasco: Osram, 2009.
Figura 2 – Densidade de Potência x Densidade de Potência Relativa
D. Fluxo Luminoso
Símbolo: ɸ
Unidade: lúmen (lm)
Fluxo luminoso é a radiação total da fonte entre os limites de comprimento de
onda mencionados (380 e 780 nm). Fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida
por uma fonte, medida em lúmens, na tensão nominal de funcionamento.
Fonte: Iluminação - Conceitos e Projetos. Osasco: Osram, 2009.
Figura 3- Fluxo Luminoso
21
Fonte: Iluminação - Conceitos e Projetos. Osasco: Osram, 2009.
Figura 4 - Fluxo Luminoso 2
E. Eficiência Energética da Lâmpada
Símbolo: ŋw
Unidade: lm/W (lúmen/watt)
As lâmpadas além de se diferenciarem pelos seus fluxos luminosos
caracterizam-se pelas diferentes potências que consomem. A seguir tem-se um
gráfico com vários tipos de lâmpadas e sua respectiva eficiência energética
expressa em lúmens por watt.
Fonte: Iluminação - Conceitos e Projetos. Osasco: Osram, 2009.
Figura 5 – Eficiência Energética (lm/W)
22
F. Eficiência das Luminárias:
Símbolo: ŋL
Unidade: adimensional.
Razão do Fluxo Luminoso emitido por uma luminária, em relação à soma dos
fluxos individuais das lâmpadas funcionando fora da luminária. Normalmente esse
fator é fornecido pelo fabricante da luminária.
G. Eficiência do Recinto
Símbolo: ŋʀ
Unidade: adimensional.
O valor da eficiência do recinto é dado por tabelas, contidas nos catálogos
dos fabricantes de luminárias, onde se relacionam os valores dos coeficientes de
reflexão do teto, paredes e piso, com a curva de distribuição luminosa da luminária
utilizada e o índice do recinto.
H. Índice de recinto: é a relação entre as dimensões e características do local.
A equação para cálculo direto desse índice é a seguinte:
(5)
Sendo,
a = comprimento do recinto
b = largura do recinto
h = pé-direito útil
h’= distância do teto ao plano de trabalho
H = pé direito
hpt = altura do plano de trabalho
h pend = altura do pendente da luminária
23
Fonte: Iluminação - Conceitos e Projetos. Osasco: Osram, 2009.
Figura 6 – Pé-direito útil
O pé direito útil é o valor do pé-direito total do recinto (H), menos a altura do
plano de trabalho (hpt), menos a altura do pendente da luminária (h pend). Isto é, a
distância real entre a luminária e o plano de trabalho.
(6)
O fluxo luminoso pode ser alterado de acordo com o tipo de luminária
empregada e as dimensões do recinto.
I. Fator de Utilização: É o fluxo luminoso final que irá incidir sobre o plano de
trabalho. Sua equação, nada mais é do que a multiplicação da eficiência das
luminárias (ŋL) com a eficiência do recinto (ŋʀ), conforme mostra a Equação (7).
(7)
Ele indica, portanto, a eficiência luminosa do conjunto lâmpada, luminária e
recinto. Determinados catálogos indicam tabelas de fatores de utilização para suas
luminárias. Apesar destes serem semelhantes às tabelas de eficiência do recinto, os
valores nelas encontrados não precisam ser multiplicados pela eficiência da
luminária, uma vez que cada tabela é específica para uma luminária e já considera a
sua perda na emissão do fluxo luminoso. Esta tabela nada mais é do que o valor da
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eficiência do recinto já multiplicado pela eficiência da luminária, encontrado pela
interseção do índice do recinto (K) e das refletâncias do teto, paredes e piso, nesta
ordem.
J. Fator de Depreciação
Símbolo: Fd
Unidade: % e adimensional.
Esta é decorrente da depreciação do fluxo luminoso da lâmpada e do
acúmulo de poeira sobre lâmpadas e luminárias. Valores aceitáveis são 20% para
ambientes com boa manutenção e 40% para ambientes com manutenção crítica
(galpões indústrias, garagens, etc.), isto é, originando Fatores de Depreciação de
0,8 e 0,6 respectivamente.
K. Iluminância
Símbolo: E
Unidade: lux (lm/m2)
Luz que uma lâmpada irradia, relacionada à superfície à qual incide, define
uma nova grandeza luminotécnica denominada de iluminamento, nível de
iluminação ou conforme ao padrão da NBR5461, iluminância. Expressa em lux (lx),
indica o fluxo luminoso de uma fonte de luz que incide sobre uma superfície situada
a certa distância dessa fonte.
(8)
L. Intensidade Luminosa
Símbolo: I
Unidade: candela (cd)
É o fluxo luminoso irradiado na direção de um determinado ponto.
M. Luminância: Das grandezas mencionadas, até então, nenhuma é visível, isto
é, os raios de luz não são vistos, a menos que sejam refletidos em uma superfície.
25
Portanto, luminância é a intensidade luminosa que emana de uma superfície
aparente.
A Equação (9) mostra uma das maneiras de se calcular a Luminância. O processo é
ilustrado pela Figura 7.
(9)
Na qual,
L = Luminância, em cd/m2;
I = Intensidade luminosa, em cd;
A = Área projetada;
α = ângulo considerado, em graus.
Fonte: Iluminação - Conceitos e Projetos. Osasco: Osram, 2009.
Figura 7 - Luminância
Pelo o fato de existirem termos tão próximos na sua terminologia, é
importante estar em mente a diferença entre Iluminância e Luminância. A Figura 8
ilustra de forma simples o que se refere cada grandeza.
26
Fonte: Iluminação - Conceitos e Projetos. Osasco: Osram, 2009.
Figura 8 - Iluminância x Luminância
N. Índice de Reprodução de cor (IRC)
Símbolo: IRC
Unidade: Adimensional
Objetos de luz podem parecer diferentes mesmo quando estão sendo
iluminados por lâmpadas de mesma tonalidade de cor. O IRC está compreendido
entre os valores de 0 a 100, onde o máximo seria a comparação com a luz natural, o
sol. Quanto maior a diferença na cor de um objeto iluminado por luz artificial a ele
iluminado pela luz natural, menor seu IRC.
O. Temperatura de Cor
Símbolo: T
Unidade: K (kelvin)
Pela dificuldade que se tem de distinguir as diferentes tonalidades de cores de
lâmpadas, foi estipulado que o melhor parâmetro pra tal grandeza era a temperatura
de cor, esta que é a aparência de cor da luz emitida pela fonte de luz. É importante
frisar que a temperatura de cor não está ligada com a eficiência energética de uma
lâmpada ou mesmo sua irradiação de calor. Quanto mais alta a temperatura de cor,
mais clara é essa luz. Se a luz é chamada de luz “quente” quer dizer que sua
27
temperatura de cor é menor, e logo se tem uma cor com um aspecto mais
amarelado. O contrário também é verdadeiro, quanto mais “fria” for uma cor, mais
alta será sua temperatura. A temperatura de cor está intimamente ligada com
atividade desenvolvida no ambiente em questão. Para ambientes mais
aconchegantes, se utiliza cores mais “quentes”, agora para ambientes laborativos,
como escritórios, e no presente caso, de uma sala de aula, o mais indicado seria
uma cor mais “fria”, que seja mais estimulante.
P. Fator de Fluxo Luminoso
Símbolo: Bf
Unidade: %
Também chamado de Fator de Reator ou do inglês (Ballast Factor - Bf). Este
fator é relação entre o fluxo luminoso obtido e o fluxo luminoso nominal da lâmpada.
Atualmente números comuns de Bf variam entre 0,9 a 1,1.
2.2 Sistema Tarifário Brasileiro
No Brasil, a tarifa de energia elétrica é o preço definido pela ANEEL que deve
ser pago pelos consumidores finais. As tarifas podem ser calculadas para
uma concessionária de distribuição (distribuidora) ou para uma concessionária de
transmissão (transmissora). O cálculo feito para as distribuidoras são as tarifas de
distribuição, que é o preço cobrado ao consumidor final. Segundo a resolução da
ANEEL n° 456/2000, que estabelece as condições gerais de energia elétrica, definiu
seis subgrupos tarifários para consumidores de alta tensão conectados às redes de
distribuição, conforme se observa na Tabela 1.
Na UFSC a fatura denominada de Cidade Universitária, é referente a uma
região com tensão de atendimento de 13,8 kV. Portanto, esta se enquadra no
subgrupo A4 o qual abrange as tensões de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV.
Para consumidores do Grupo A, existem três modalidades de fornecimento,
as quais são descritas na Tabela 2.
28
Tensão de Atendimento Classificação
Subgrupo A1 Tensão de fornecimento igual ou superior 230 kV
Subgrupo A2 Tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV
Subgrupo A3 Tensão de fornecimento de 69 kV
Subgrupo A3a Tensão de fornecimento de 30 a 44 kV
Subgrupo A4 Tensão de fornecimento de 2,3 a 25 kV
Subgrupo AS Tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV
Fonte: Resolução ANEEL N° 456/2000
Tabela 1- Subgrupos tarifários de consumidores de alta tensão
Tensão de Atendimento
Classificação
Convencional Caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia e/ou demanda de
potência independentemente das horas de utilização do dia e dos períodos do
ano.
Horo-sazonal
Azul
Modalidade de fornecimento estruturada a aplicação de tarifas diferenciadas de
consumo de energia elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia e dos
períodos do ano, bem como de tarefas diferenciadas de demandas de potência
de acordo com as horas de utilização do dia.
Horo-sazonal
Verde
Modalidade de fornecimento estruturada para a aplicação de tarifas diferenciadas
de consumo de energia elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia e
dos períodos do ano, bem como de uma única tarifa de demanda e potência.
Fonte: Resolução ANEEL N° 456/2000
Tabela 2 – Modalidade de fornecimento de energia elétrica
Os preços estipulados na ponta e fora da ponta estão divididos em duas
tarifas conforme a época do ano, o úmido e o seco, sendo o primeiro compreendido
entre os meses de Dezembro a Abril (período de chuvas mais abundante no
território nacional), e o segundo de Maio a Novembro. Como a malha elétrica
brasileira é dominada por usinas hidrelétricas, o período úmido é caracterizado por
29
um preço ligeiramente menor do que o seco. Podem ser conferidos em [11], o
endereço disponibilizado pela CELESC. Lá se encontram os preços sem a
incidência dos impostos, pois se deve agregar a este valor o ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços), como também o PIS/PASEP (Programa de
Integração Social - PIS e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
- PASEP) e o COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -
COFINS). O ICMS tem um valor fixo de 25% para a região de Florianópolis. Já os
impostos do PIS/PASEP e do COFINS, variam mês a mês.
30
3 Início do trabalho
3.1 Aquisição dos dados
A aquisição de dados feita faz parte de um projeto mais amplo iniciado pelo
CPROF, que visa fazer parte do programa da CELESC de eficiência energética, o
qual incluía também alguns prédios administrativos como o prédio da CERTI. Além
de iluminação foram levantados dados de climatização, outro fator determinante
quando o assunto é eficiência energética, porém não será abordado no presente
trabalho. Na parte de iluminação, foram coletados dados de toda a estrutura dos
prédios visitados. Além das salas de aula, foram contemplados salas de informática,
escritórios, auditórios, corredores, dentre outros ambientes. Como todo esse
conteúdo geraria um trabalho muito extenso, e de diferentes áreas de
conhecimento, no caso da climatização, optou-se por fazer um trabalho mais
detalhado e focado, onde o retrofit da iluminação das salas de aula foi o tema
escolhido. Este por ter grande visibilidade no meio acadêmico, com a iluminação
influenciando diretamente na qualidade das exposições das aulas, e por ter uma
parcela considerável de carga, justificou-se a importância desta escolha.
Este capítulo foi destinado a apresentar o panorama de como estão as
instalações da iluminação e sua iluminância média nos tipos de sala comuns nos
prédios. Serão apresentadas as características gerais das salas visitadas, como os
parâmetros físicos (área, altura do pé-direito, altura pé-direito útil, quantidade e
dimensões das janelas), cores do ambiente (paredes, tetos, chão e móveis), carga
instalada, tipos de lâmpadas, luminárias e reatores instalados.
3.2 Levantamento dos Dados
Como seria inviável apresentar o conteúdo de todas as salas que tiveram
seus dados levantados, será mostrada nessa primeira etapa uma tabela com o
intuito de exibir como os dados foram tratados.
31
Fonte: Levantamento CPROF
Tabela 3 – Dados das salas de aula
Na Tabela 3, está presente uma parte dos dados coletados no prédio do
CFH. Como se pode notar os principais dados são coletados, apresentando da
esquerda para direita, as dimensões da sala, a quantidade e as dimensões das
janelas, a cor do ambiente, o tipo de lâmpada encontrado e a cor desta e também a
quantidade de comandos presentes. Apesar de a presença das janelas
influenciarem na iluminância média, esta não será tratada no trabalho apresentado,
porém fica como proposta para trabalhos futuros. Observações de peculiaridades
das salas também foram coletadas. Detalhes como número de lâmpadas queimadas
e/ou reatores estragados foram levados em consideração.
Portanto os principais fatores colhidos e estão presentes no banco de dados
são:
Dimensões das salas (largura, comprimento, altura);
Claridade da pintura do recinto (parede, tetos, pisos);
Tipo da lâmpada (Fluorescente, Incandescente, etc.);
Presença do KIT UFSC (lâmpadas 32 W + luminárias com calhas
reflexivas + reator);
Cor da luz (Branca, Amarelada, etc.);
Quantidade de comandos para acionarem as lâmpadas;
Potência e quantidade das lâmpadas instaladas;
Iluminância média medida (lux);
Observações peculiares.
Cor Comando
L C A H Qtde L H teto parede piso móvel Kit luz Qtde
7.05 7.10 50.06 2.76 2 3.40 1.60 Branco Branco Escuro Clara F N Branca 2
7.05 7.06 49.77 2.76 2 3.40 1.60 Branco Branco Escuro Clara F N Branca 2
7.05 7.03 49.56 2.76 2 3.40 1.60 Branco Branco Escuro Clara F N Branca 2
7.05 7.14 50.34 2.76 2 3.40 1.60 Branco Branco Escuro Clara F N Branca 2
7.15 7.14 51.05 2.76 2 3.40 1.60 Branco Branco Escuro Clara F N Branca 2
7.15 7.10 50.77 2.76 2 3.40 1.60 Branco Branco Escuro Clara F N Branca 2
Dimensões Janela Cor alvenaria
Tipo
Lâmp
32
3.3 Classificação dos blocos
De forma simplista, a fim de avaliar a situação das instalações elétricas na
universidade, algumas etapas foram escolhidas no intuito de chegar a um panorama
que descrevesse de forma sucinta os prédios de salas de aula avaliados. Portanto,
a caracterização foi feita de acordo as seguintes etapas:
1. Estrutura Física dos Blocos
No campus universitário, existem alguns modelos de construções, e alguns
desses seguem o mesmo padrão na sua estrutura. Pensando nisso, para facilitar o
projeto, procurou-se inicialmente agrupar os prédios que tem suas construções
físicas semelhantes, levando em consideração a fachada como também as
disposições de salas nos blocos, como mostrado na Tabela 4.
Classificação quanto à semelhança na estrutura física dos centros
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
CTC CDS CCE ARQ EQA
CCS CCB A
CFH CCB B
CSE
CSE C
CSE D
CFH C
CFH D
Fonte: Levantamento feito pelo CPROF
Tabela 4 – Classificação quanto a semelhança física dos blocos
2. Lâmpadas de 32 W instaladas nas salas de aula
Mais recentemente, os prédios da UFSC que estão sendo projetados e os
que estão em construção, já utilizam as lâmpadas T5, de 28 W e fluxo luminoso de
2900 lm. Para o caso de reprojetos, o indicado é utilizar o padrão estipulado pelo
PRUEN com lâmpadas T8 de 32 W, como é o caso da maior parte dos prédios do
CCS e do CTC. Esses prédios tiveram reformas recém-concluídas no ano de 2010.
Porém, ainda se encontram algumas melhorias que podem ser feitas nestes
prédios, e irá ser exposto mais adiante. Por vezes encontra-se a presença de
33
luminárias com calhas reflexivas, juntamente com um reator compatível. Mesmo não
sendo hoje no mercado o mais eficiente, ainda é um conjunto com boa eficiência
energética. Criaram-se então dois grupos entre os prédios que foram visitados,
separados como demonstra a tabela na sequência:
Classificação quanto à existência de apenas lâmpadas de 32 W de potência nas salas de aula do bloco
Menos de 80% das salas Mais de 80% das salas
CTC x
CCS x
CFH x
CDS x
CCE x
CSE x
ARQ x
EQA x
Certi x
CCB x
Fonte: Levantamento feito pelo CPROF
Tabela 5 – Classificação quanto a existência de lâmpadas de 32 W
3. Quanto à existência de calhas reflexivas
Fonte: Levantamento feito pelo CPROF
Tabela 6 – Classificação quanto a existência de calhas reflexivas
Classificação quanto à existência de calhas reflexivas padrão UFSC nas luminárias de cada sala de aula do bloco.
Em menos de 80% das salas Em mais de 80% das salas
CTC x
CCS x
CFH x
CDS x
CCE x
CSE x
ARQ x
EQA x
Certi x
CCB x
34
Outro fator preponderante é a existência de calhas reflexivas. Muito importante
na qualidade da iluminação, foram averiguados e separados em grupos os prédios
que possuem ou não calhas reflexivas em mais de 80% de suas salas de aula.
4. Quanto à pintura das salas
A pintura do recinto é outro fator importante. O conjunto de pinturas de teto,
parede e piso são fundamentais para refletirem a luz incidente. Quanto mais clara
for a pintura do ambiente, mais irá influenciar na eficiência do recinto que
juntamente com a eficiência da lâmpada tem como produto o fator de utilização da
sala. A qualidade das pinturas das salas de aula foram separadas conforme a
seguir:
Classificação quanto à pintura com cores claras da parede, teto e piso das salas de aula do bloco.
Menos de 80% das salas Mais de 80% das salas
CTC x
CCS x
CFH x
CDS x
CCE x
CSE x
ARQ x
EQA x
Certi x
CCB x
Fonte: Levantamento feito pelo CPROF
Tabela 7 – Classificação quanto às pinturas das salas
Ou seja, ao analisar a Tabela 7 nota-se que todos os blocos visitados têm pelo
menos 80% das suas salas com pinturas boas.
5. Quanto à iluminância
Somente olhando para esse panorama mostrado na Tabela 8, consegue-se
uma noção de quais blocos estão com melhores instalações, porém deve-se
35
salientar que algumas salas satisfazem esta iluminância mínima, porém
apresentam o superdimensionamento, que não é desejável também.
Classificação quanto à média de iluminância (lux) de cada sala de aula do bloco está de acordo com a norma (obs.: 300 lx para uma sala de aula segundo a NBR5413).
Menos de 80% Mais de 80%
CTC x
CCS x
CFH x
CDS x
CCE x
CSE x
ARQ x
EQA x
Certi x
CCB x
Fonte: Levantamento feito pelo CPROF
Tabela 8 – Classificação quanto a Iluminância
3.4 Densidade de Potência Instalada
Com a finalidade de estipular uma grandeza para monitorar a qualidade das
instalações elétricas, a densidade de potência instalada se mostrou uma boa
referência.
Iluminação (W) Área (m²) Densidade de Potência Iluminação (W/m²)
ARQ 8.866 834 10,63
CCB A 5.024 403 12,47
CCB B 3.008 242 12,43
EQA 1.536 171 9,01
CFH 19.631 1.165 16,85
CTC 21.556 2.426 8,89
CCE 20.632 1.821 11,33
CSE 25.208 2.043 12,34
Total 105.461 9.105 11,58
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 9 – Densidade de potência instalada
36
Mesmo o CTC (Centro Tecnológico da UFSC) possuindo a densidade de
potência melhor dentre as instalações apuradas, este resultado é aquém do que se
pode conseguir para este prédio. Isto também não quer dizer que dentre esses
prédios o CTC é o que tem o projeto mais eficiente (e será mostrado que realmente
não o é), pois dentro de cada prédio, há padrões de salas com características
próprias. Os índices de recinto, juntamente com a área, influenciam diretamente na
potência mínima a ser instalada por sala. Em contrapartida, se analisarmos o outro
extremo, o CFH, o qual tem sua estrutura física semelhante ao CTC, notamos o
quanto deficitária é a instalação deste centro, possuindo uma média de 16,85 W/m²
nas salas. Além desse aspecto quantitativo, deve-se atentar ao valor qualitativo, que
no caso da iluminação nas salas de aula, é a iluminância de 300 lux. Em alguns
casos observou-se que a iluminância média encontra-se abaixo do indicado e outros
casos tem-se uma iluminância superdimensionada.
3.5 Estimativa Potência total instalada
Para fazer uma estimativa total de potência instalada, utilizou-se da
comparação dos centros já estudados com os que não tinham sido estudados. Para
tal foram utilizados os aspectos físicos construtivos de grupo, como mostrado na
Tabela 4, e que tivesse as instalações elétricas nos mesmos patamares de tempo e
de qualidade das instalações.
Centros Area m² Densidade de Potência - W/m²
Potência Iluminação (W)
Grupo 1 CTC + EEL 2426,17 8,88 21.556
CCS 1479,37 8,88 13.144
CFH 1164,59 16,86 19.631
CSE 2043,42 12,34 25.208
Grupo 2 CDS 297,69 12,45 3.706
CCB A e B 645 12,45 8.032
Grupo 3 CCE 1821,00 11,33 20632,00
Grupo 4 ARQ 834,00 10,63 8866,00
Grupo 5 EQA 170,56 9,01 1536,00
Total 10881,81 11,24 122311,13
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 10 - Situação atual dos centros
37
Os centros que aparecem em negrito tiveram sua potência estimada. A partir
da Densidade de Potência Média presente nos prédios avaliados, pode-se estimar a
potência instalada dos centros que não faziam parte do banco de dados,
multiplicando pela sua área em salas aula. O CSE por possuir um projeto de retrofit
inicializado em 2003, realizado pela equipe do PRUEN, usa-se como base o
relatório de 2007 referenciado em [12]. O CTC serviu como base para CCS por
terem concluídos seus retrofits em 2010. O CDS por sua vez teve sua carga
estimada através do prédio do CCB. No próximo capítulo serão exibidos os cálculos
luminotécnicos. Estes cálculos mostraram os padrões que serão adotados para um
projeto de iluminação.
38
4 Solução Proposta
Apesar de algumas construções da UFSC seguirem o mesmo padrão, outras
não o seguem. Para não se tornar um trabalho árduo, o desafio se torna em como
estipular então um estudo para se aplicar na universidade como um todo, tendo em
vista as diferenças nas suas construções físicas e de instalações. Estas estruturas
se diferenciam em área, altura do pé direito, quantidade de janelas, tipos de
comandos, tipos de lâmpadas instaladas, luminárias, etc. Logo, o mais indicado
seria estipular um padrão de densidade de potência para cada tipo de centro
através de uma sala padrão. Em um mesmo centro, estão presentes alguns tipos de
salas que não variam demasiadamente, porém devem ser analisados. Separa-se o
centro em algumas salas padrões e através dos cálculos consegue-se estimar com
certa precisão a potência total necessária para a iluminação de um bloco mantendo
a eficiência energética e a iluminância segundo as diretrizes da UFSC.
4.1 Especificações Técnicas
Como se pode ver em [10], as especificações técnicas dos equipamentos de
iluminação da UFSC segundo a PORTARIA Nº 161 /GR/2003, são dadas pelas
diretrizes para eficiência energética aprovada pela Comissão do Programa de
Racionalização do Uso de Energia – PRUEN. Todas as especificações quanto aos
tipos de equipamentos, pela sua importância e recorrência neste trabalho, estão
presentes também no Anexo A.
Agora com a ajuda do Anexo D dessas diretrizes, para locais em que os
níveis de iluminação de projeto sejam superiores a 200 lux, recomenda-se a
utilização do conjunto ou KIT (lâmpada, luminária e reator) composto por duas
lâmpadas fluorescentes tubulares T8 de 32 W e 2700 lm, luminária dupla com
refletores de alumínio polido e reator eletrônico.
A primeira alternativa que alguém poderia propor seria trocar todos os
equipamentos existentes pelos mais eficientes presentes no mercado. Atualmente
podemos encontrar no mercado lâmpadas de 28 W, com 2900 lm de fluxo luminoso
nominal (Exemplo: T5 HE 28 W/840 da OSRAM), ou mesmo as lâmpadas de LED,
39
cada vez mais presentes no cenário de iluminação. Ainda de acordo com [10], no
anexo D das diretrizes, no item 3, encontramos o trecho que diz o seguinte: “Os
conjuntos de equipamentos listados no Anexo A poderão, no futuro, ser alterados e
substituídos por equipamentos mais eficientes (como, por exemplo, a tecnologia T5
de lâmpadas fluorescentes), desde que venham a apresentar viabilidade
econômica.”. Porém, com o uso de cálculos simples, descartou-se essa opção, que
ainda não se mostra viável economicamente, pois não se pode simplesmente trocar
um ponto de lâmpada T8 por um T5, por exemplo. Um número considerável de
salas de aulas possuem lâmpadas nos padrões estipulados pelo PRUEN em bom
estado, inviabilizando, por enquanto, a substituição do padrão T8 por lâmpadas de
tecnologia T5. As lâmpadas e luminárias em bom estado atualmente instaladas (32
W / calhas reflexivas) podem e devem ser mantidas. A seguir serão expostas as
principais especificações técnicas do KIT e os modelos escolhidos para serem
utilizados nos cálculos luminotécnicos.
Lâmpada
Conforme já foi citado anteriormente, uma luminária dará suporte a duas
lâmpadas T8 de 32 W. Estas lâmpadas tem que ter um fluxo luminoso mínimo de
2700 lm. Como a atividade de uma sala de aula é uma atividade estimulante, e de
acordo com o anexo D de diretrizes do PRUEN foi determinado que a cor devesse
estar em uma faixa de 3000 K a 4000 K. O IRC acima de 85, para esses tipos de
ambiente, seria o indicado. Para uma lâmpada que atendesse as especificações
deste projeto, foi escolhida a cor de 4000 K, pois esta além de ser uma cor
estimulante possui um bom nível de conforto aos olhos.
T8 FO32W/840 da OSRAM;
Luminária
Após a decisão do padrão da lâmpada a ser utilizada no projeto, vem a
escolha da luminária. Algumas luminárias foram utilizadas nas simulações de
cálculos luminotécnicos e comparadas, como a Philips TMS 500, as da ITAIM 3320,
4410 e 4100 e Abalux A401. Mas, pelo fato de ter um custo benefício melhor,
atender as exigências da norma da UFSC e ter a disponibilidade no mercado foi
escolhida a ITAIM 3320.
40
ITAIM modelo 3320 (2x32W), rendimento de 84%;
Reator
O reator escolhido foi o Reator Eletrônico de Alto Fator de Potência (RET
AF), da empresa Trancil. Este que já foi testado pela UFSC, demonstrou os
melhores resultados, quanto a TDH em altas frequências, e tensão de partida. Outro
fator relevante é que se consegue comprar direto da fábrica com compras de grande
escala, conseguindo um preço mais acessível. Seu fator de fluxo luminoso é Bf =
1,00.
RET 2.32 AF da Trancil;
Após a definição do KIT, que será utilizado neste cálculo luminotécnico,
devem-se estabelecer os outros parâmetros em comum que serão utilizados na
estimativa de potência ideal. A seguir serão exibidas as variáveis comuns
encontradas no ambiente das salas de aula:
Altura do Pendente das luminárias
Conforme estipulado pelas diretrizes da UFSC, o modelo padronizado é
luminária do tipo sobrepor, que por simplicidade, será igualada a uma de embutir,
fazendo a altura do pendente igual a zero.
Claridade do Ambiente
Como se obteve uma média geral de qualidade na pintura das salas,
conforme consta na Tabela 7, todos os centros tem em pelos 80% das suas salas
uma pintura clara. Pela homogeneidade na pintura das salas entre os centros,
conclui-se que este não será um fator que diferenciá-los na iluminação nesse
momento, podendo assumir um padrão de qualidade comum, estipulados para esta
análise em 70, 50 e 10 por cento de claridade para tetos, paredes e pisos
respectivamente. Entretanto, o fator de recinto, estipulado pela claridade das
pinturas no ambiente, deve ser sempre monitorado, pois este influencia diretamente
na iluminância.
41
Depreciação da Iluminação
Todos os cálculos luminotécnicos que serão abordados neste trabalho
utilizarão o Fd de 80%. Como consta em [10], “O Fd engloba a depreciação natural
do fluxo luminoso das lâmpadas no decorrer do tempo e a depreciação do fluxo
luminoso que atinge o plano de trabalho devido ao acúmulo de sujeira tanto nas
lâmpadas e luminárias, como nas superfícies do ambiente, ao longo de um
determinado período de funcionamento. Para atingir a iluminância média de projeto
após um período de 24 meses, os projetos luminotécnicos executados na UFSC
deverão utilizar um fator de depreciação (Fd) igual a 0,80.”
4.2 Cálculos Luminotécnicos
Será feito agora o cálculo luminotécnico dos centros apurados, para cada
grupo, conforme denominado na Tabela 4, terá um estudo de um prédio modelo que
servirá de base para a estimativa do modelo como um todo. Serão detalhados os
tipos de sala do centro com seus respectivos resultados obtidos, e serão
apresentados os principais cálculos.
Os tipos de salas foram caracterizados conformes suas dimensões, largura e
comprimento, como também a altura do seu pé-direito, o que leva ao índice de
recinto, como pode ser observado na Equação (6). Com cada conjunto de índice de
recinto e coeficiente de reflexão encontra-se um fator de utilização (Fu)
correspondente, no catálogo da luminária utilizada. A partir deste momento,
estipula-se uma iluminância média planejada (Emp) de acordo com a Norma NBR-
5413 e as diretrizes da UFSC, e substitui-se na equação conforme segue:
(10)
Na Equação (10), n é o número fracionário de lâmpadas que caso fosse
possível distribuir uniformemente teria o efeito de chegar a Emp pretendida. Para
que se tenha uma boa distribuição de iluminação nas salas, o número de luminárias
deve ser par. Dividindo a Equação (10) por dois, ou seja, N = n/2, onde N é o
número de luminárias, e arredondando para o número par seguinte acha-se o
número mínimo de luminárias pretendidas N. Multiplica-se N por 2 para novamente
chegar ao número mínimo, agora inteiro, de lâmpadas que atendem ao requisito do
projeto. A Emp final pode ser observada na equação que segue:
42
(11)
Grupo 1
Com o intuito de provar que os centros preservam um padrão e que podem
sim ser relacionados entre si, será analisado o caso do prédio do CTC. Para o
Grupo 1, tem-se como base o cálculo feito no prédio do CTC, que inclui todo o
prédio de salas de aula juntamente com as salas de aula do prédio da engenharia
elétrica, envolvendo 7 tipos de salas no total. Na sequência encontra-se a tabela
resumida da análise luminotécnica.
ANÁLISE LUMINOTÉCNICA CTC
TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4 TIPO 5 TIPO 6 TIPO 7
Número de Salas 11 11 9 2 2 5 1
Área 49,00 82,24 49,00 41,57 33,02 51,12 137,75
Pé direito útil 1,88 1,88 2,02 2,42 2,42 2,42 2,32
Índice de Recinto 1,862 2,377 1,73 1,33 1,16 1,48 2,47
Fator de Utilização 0,690 0,730 0,68 0,62 0,58 0,64 0,74
Número de Lâmpadas
12,00 16,00 12,00 12,00 8,00 12,00 28,00
Iluminância Alcançada
365,00 306,78 359,71 386,57 303,55 324,49
324,90
Potência Instalada 384 512 384 384 256 384 896
Densidade de
Potencia (W/m²)
7,836735 6,22587 7,836735 9,237075 7,753605 7,51137
6,504537
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 11 – Análise luminotécnica do CTC
Observa-se que os tipos de salas que têm mais ocorrência são os três
primeiros tipos cadastrados, (Tipo 1, Tipo 2 e Tipo 3), que são responsáveis por
78% da área das salas de aula do bloco do CTC. Dos sete tipos de salas apurados,
nota-se também que somente o Tipo 4 possui um Dp maior que 8 W por metro ao
quadrado. Numa média ponderada, temos que a Dp geral do prédio de salas de
aula do CTC, será de 7,18 W/m² como apresentado na Tabela 12. Comprovando o
43
que foi exposto no capítulo anterior, o CTC na atualidade sendo o centro com a
menor Dp, com 8,89 W/m² ainda assim está aquém do que se pode conseguir com
o retrofit.
CTC PLANEJADO
Número de salas Área (m²) Potência Instalada (W) Densidade de Potência Média (W/m²)
41 2426,17 17.408 7,18
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 12 – CTC planejado
Pretende-se então estipular um valor razoável de Dp para este grupo.
Obviamente é sabido que esses valores são teóricos, e foram suprimidas neste
cálculo luminotécnico algumas informações como a posição da sala em relação ao
sol, o número de janelas, o número de vigas, etc. O valor de 7,18 W/m² será o
utilizado como a média para a estimativa de potência para todo o Grupo 1, o qual
tem em suas construções as mesmas características físicas.
Para não sobrecarregar o texto com excesso de tabelas, será exposto
somente o processo feito com o prédio do CTC, e os outros modelos de prédios de
cada grupo tiveram a mesma abordagem. Com a potência total planejada, e a área
total ocupada com as salas, chega-se no valor médio de Dp planejado para esse
bloco.
Grupo 2
A caracterização aqui foi a mesma adotada no prédio do CTC. Em primeiro
plano foi feito a diferenciação das salas e após isso se chega à Dp média total.
CCB A - TOTAL/MÉDIA PLANEJADA
Área Potência Instalada Densidade de Potência (W/m²)
404,28 3370 8,34
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 13 – CCB A planejado
44
Grupo 3
Para esse caso, vale destacar que por coincidência o valor de Dp do CCE foi
o mesmo encontrado no CCB A do Grupo 2, porém esses prédios possuem tipos e
disposições de salas diferentes.
CCE - TOTAL/MÉDIA PLANEJADA
Número de salas Área (m²) Potência Instalada (W) Densidade de Potência (W/m²)
47 1826,28 15232 8,34
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 14 – CCE planejado
Grupo 4
Para o Grupo 4, as 6 salas da arquitetura visitadas foram utilizadas para a
avaliação da densidade de potência instalada. Por as outras salas do centro serem
similares, o resultado será posteriormente utilizado para o total de 13 salas deste
prédio.
ARQ - TOTAL/MÉDIA PLANEJADA
Número de salas Área (m²) Potência Instalada (W) Densidade de Potência (W/m²)
6 385,37 3840 9,96
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 15 – ARQ planejado
Grupo 5
O prédio de construção mais nova dentre os avaliados, já foi projetado com o
padrão de 32 W, de acordo com as diretrizes estipuladas pela UFSC, na próxima
seção será comentado esse resultado.
EQA - TOTAL/MÉDIA PLANEJADA
Número de salas Área (m²) Potência Instalada (W) Densidade de Potência (W/m²)
4 170,57 1536 9,01
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 16 – EQA planejado
Como visto cada grupo terá um centro de referência. Esse centro foi
separado por tipos de salas para uma melhor caracterização geral da iluminação.
45
Por simplicidade foi definido o número de densidade média para cada centro de
referência.
4.3 Potência Instalada Planejada
Como foi definido na seção 4.2 a Dp média do bloco de aulas de referência
será expandido para os outros centros do mesmo grupo.
Situação Planejada dos Centros
Centros Area (m²) Densidade de Potência – (W/m²)
Potência Iluminação (W)
Diferenças de Potências (W)
Grupo 1 CTC + EEL 2426,17 7,18 17.420 4.136
CCS 1479,37 7,18 10.622 2.522
CFH 1164,59 7,18 8.362 11.269
CSE 2043,42 7,18 14.672 10.536
Grupo 2 CDS 297,69 8,34 2.483 1.223
CCB A e B 645 8,34 5.379 2.653
Grupo 3 CCE 1821,00 8,34 15.187 5.445
Grupo 4 ARQ 834,00 9,96 8.307 559
Grupo 5 EQA 170,56 9,01 1.536 0,00
Total 11881,81 7,72 83967,14 38.343
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 17 – Situação planejada dos centros
A coluna denominada Diferenças de Potências mostra a relação entre as
potências instaladas nos centros atualmente com as potências planejadas,
mostradas neste capítulo. Como frisado anteriormente, o prédio do EQA, está com
as instalações feitas conforme as normas de reformas da UFSC e, portanto, obteve-
se o mesmo resultado que o planejado, com uma densidade de potência de 9,01
W/m² em média entre as salas avaliadas. O interessante é que a iluminância medida
superou a calculada, mesmo porque o Fd de 80% serve para garantir a iluminância
projetada por um período de pelo menos 2 anos de uso.
46
Tipo da Lâmpa-
da
Cor Coman-do
Potência e Qtde
Iluminância (Lux)
Observações
Kit luz Qtde W Qtde mín méd máx
F S Br 2 32 12 90 245 400 Lâmpadas queimadas
F S Br 2 32 12 425 473 521
F S Br 2 32 12 340 410 480
F S Br 2 32 12 360 417.5 475
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 18 – Iluminância EQA medida
Na segunda coluna verifica-se a presença do KIT UFSC em todas as salas.
Das quatro salas avaliadas, apenas a primeira está fora da norma quanto à
iluminância, mas isso se deve ao fato de algumas lâmpadas estarem queimadas,
inviabilizando a comparação. Porém ao olhar as outras salas, nota-se que as
iluminâncias medidas estão até acima do esperado, com as médias variando de 410
á 473 lx. As médias de iluminância calculadas para estes tipos de salas variaram de
320 á 430 lx.
Valendo-se deste exemplo, concluí-se que as ilumiâncias que estão sendo
projetadas suprem as necessidades e até mesmo superam as expectativas, como
neste caso, e vão garantir uma iluminância de qualidade das salas projetadas pelo
tempo esperado.
No próximo capítulo será apresentada a economia e os custos para a
realização desse retrofit.
47
5 Análise do Retorno Financeiro
Este capítulo está dividido em três partes. Inicialmente será feito um estudo
de quanto de economia se consegue por dia, semana, mês e ano, com base na
tarifa utilizada pela CELESC do mês de Maio. Por segundo, se fará um
levantamento médio de quantas lâmpadas, luminárias e reatores seriam
necessários, resultando no capital a ser empregado para a realização do retrofit. E
por fim, o cálculo do tempo do retorno financeiro feito em 2 tratativas, uma mais
simples e outra mais completa.
5.1 Economia de Energia Gerada
A partir da diferença entre as potências instaladas atualmente e as potências
necessárias utilizando o KIT da UFSC, vem a necessidade de saber se é rentável
esse investimento. O primeiro passo é determinar a economia financeira que gerará
essa diminuição na potência instalada.
Carga horária
Necessita-se então, saber por quantas horas no dia as lâmpadas são utilizadas,
e em quais períodos (no horário de Ponta e Fora da Ponta). Após avaliar os horários
de aulas nos diferentes centros da UFSC, verificou-se que mesmo cada sala tendo
um horário distinto, elas possuem uma carga horária próxima. A partir desta
pesquisa, chega-se num valor que representa de maneira útil os horários das salas
avaliadas, onde 9 horas são operando em horários fora da ponta, e 2 horas e meia
em horários na ponta.
Dias letivos no calendário acadêmico
De acordo com o calendário acadêmico de 2012, para todos os cursos, o ano
letivo, terá um total de 210 dias no campus de Florianópolis. Porém estão incluídos
muitos sábados, os quais terão em funcionamento apenas algumas salas, não
podendo levar em consideração como um número final. Um número mais realista
seria uma média de 22 dias úteis por mês, com um total de 9 meses por ano (férias
48
no meio e no começo de cada ano). Portanto, estipularam-se 198 dias como uma
contagem mais adequada.
Energia economizada
A energia economizada nada mais é do que a diferença de potência
multiplicada pela quantidade de horas que a iluminação é utilizada. O quadro a
seguir mostra a quantidade equivalente por dia, semana, mês e ano de economia de
energia de 31,35% o equivalente a 38.344 W a menos de potência instalada.
A Energia Economizada com base em uma diminuição de potência instalada de 38,344 kW
Horas/ F.Ponta
Horas/ Ponta
Total de Horas
Energia F.Ponta (kWh)
Energia Ponta (kWh)
Dia 9 2,5 12 345,10 96
Semana 45 12,5 58 1.725,48 479
Mês 198 55 253 7.592,11 2109
Ano 1.782 495 2.277 68328,98 18.980
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 19 – Economia de energia em kWh
Preço da Energia
Todos os prédios que fazem parte desta pesquisa pertencem a maior fatura
dentre as seis existentes no Campus Trindade, a qual representa a parte intitulada
como Cidade Universitária. Como mencionado na seção 2.2, esta fatura é
responsável pela parte central da UFSC, uma região que é abastecida com uma
tensão de 13,8 kV e portanto pertence ao grupo A4 como mostra a Tabela 1. Dentro
desse grupo A4 a modalidade de fornecimento desta conta é a Horo-sazonal Verde
com sua definição exibida Tabela 2. Para estabelecer qual o preço utilizar, deve-se
levar em consideração que além da tarifa variar conforme a época do ano (período
seco e úmido), os impostos incidentes na tarifa (PIS/PASEP e COFINS) variam mês
a mês. Uma média não seria o mais indicado, pois o fato dele pertencer à tarifa de
período seco, a qual é predominante nos meses em que as salas de aulas ficam
funcionando, não representaria a melhor estimativa. Levando em conta isso, o preço
de Maio de 2012 foi o escolhido como referência, já que foi o correspondente ao
49
valor da última tarifa que o autor teve acesso e também por pertencer à tarifa de
período seco.
Outro preço que deve ser avaliado é o preço da demanda contratada. Para o
mês de março esse demanda teve um preço de R$ 15,59 por kW contratado. Como
esse retrofit tem uma redução na carga instalada em torno de 38,5 kW será suposta
uma redução da demanda contratada de 35 kW. Os preços utilizados são
apresentados a seguir:
F.Ponta (R$/KWh)
Ponta (R$/KWh) Demanda (R$/kW)
0,249003 1,538218 15,59
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 20 – Preço de referência
Economia Financeira Gerada
A partir da energia e do preço em reais por cada kWh cobrado, e com a
demanda contratada com seu respectivo preço, consegue-se estimar a economia
gerada da energia.
Economia total gerada pela energia
Custo F.Ponta (R$) Custo Ponta (R$) Total (R$)
Dia 85,93 147,45 233,38
Semana 429,65 737,27 1.166,92
Mês 1.890,46 3.243,98 5.134,43
Ano 17.014,12 29.195,79 46.209,91
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 21 – Economia gerada pela redução da energia
Para chegar ao total deve-se incluir o valor da redução da demanda, cujo
valor é R$ 545,60 mensal, perfazendo um total de R$ 5.680,04 por mês, esses
valores são apresentados na Tabela 22.
Economia da energia (R$) Economia da demanda (R$) Economia total (R$)
5.134,43 545,60 5.680,04
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 22 – Economia mensal total
50
5.2 Levantamento de equipamentos a serem utilizados na reforma
Com o estudo de cada levantamento de cada centro, contabilizou-se a
quantidade necessária de KIT a serem utilizados. Houve salas que já tinham a
luminária correspondente, porém a lâmpada não era a adequada. Mas na maioria,
será trocado o conjunto inteiro. Segue abaixo o levantamento feito, incluindo
também as lâmpadas queimadas levantadas por salas.
Quantidade de KITs de iluminação
Centros Luminárias Lâmpadas Reatores
Grupo 1 CTC + EEL 54 108 54
CFH 144 288 144
CCS 24 48 24
CSE 150 300 150
Grupo 2 CCB A e B 0 156 0
CDS 0 72 0
Grupo 3 CCE 100 200 100
Grupo 4 ARQ -10 -20 -10
Grupo 5 EQA 0 4 0
Total 462 1156 462
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 23 – Levantamento de equipamentos
A seguir serão destacadas as seguintes peculiaridades de cada grupo.
No Grupo 1, o CTC teve sua reforma terminada em 2010, porém as salas de
informática não tiveram o retrofit por indisponibilidade de horários para a realização
do serviço na época, por isso essas salas serão avaliadas. A maior sala do prédio
da Engenharia Elétrica também não teve sua reforma e será inclusa no reprojeto. O
CCS foi estimado proporcionalmente ao número de salas do CTC, já que ambos
tiveram a conclusão das obras na mesma época. O CFH terá todas as suas salas
modificadas, o que será o mesmo caso do CSE.
No Grupo 2, os prédios do CCB já possuem em sua estrutura calhas
reflexivas. Porém todas as suas lâmpadas são de baixa eficiência, e algumas de
potência ainda elevadas. Então todas as salas terão as lâmpadas trocadas pelas do
KIT. O CDS foi estimado proporcionalmente ao seu número de salas.
51
Do Grupo 3, o CCE , tem uma instalação com algumas lâmpadas conforme o
padrão mas outras não. Foram levantadas todas as salas que não possuíam o KIT e
nestas serão instalados os KITS completos.
No Grupo 4, o prédio da Arquitetura, tem suas salas com os padrões do KIT
de 32 W já instalado. Porém tem-se em algumas salas um superdimensionamento,
mesmo levando em consideração uma iluminância de 500 lm como recomendado
para os ateliês. Portanto, uma ideia seria remanejar os KITS em excesso para salas
de outros centros que possuírem os equipamentos defasados.
No Grupo 5, o qual tem somente o prédio do EQA, serão repostos os KITS na sala
que possui lâmpadas queimadas.
5.3 Custos
Conforme pesquisa de mercado e experiências de reprojetos passados, como
os realizados pelo PRUEN, referências [12], [13], [14] foram estipulados os custos
conforme é apresentado na Tabela 23. A mão de obra estimada de 20 reais por
ponto a ser instalado foi baseado em pregões feitos recentemente na UFSC. A
última linha desta tabela é a inclusão de um erro percentual que envolve alguns
parâmetros. Este erro servirá para assegurar gastos extras, como a necessidade de
compra de mais equipamentos não contabilizados, cálculos superdimensionados do
retrofit, salários para administração e supervisão da obra, e outros riscos ao projeto.
Custos - Orçamento da Obra
Luminária Lâmpada Reator Mão de Obra Soma KIT + Instalação
Preço R$ 73,60 R$ 6,76 R$ 15,20 R$ 20,00 R$ 115,56
TOTAL R$ 34.003,20 R$ 7.814,56 R$ 7.022,40 R$ 9.240,00 R$ 58.080,16
Erro (10%) R$ 37.403,52 R$ 8.596,02 R$ 7.724,64 R$ 10.164,00 R$ 63.888,18
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 24 - Custos
52
5.4 Cálculo de Retorno Financeiro
O cálculo do retorno financeiro será abordado em dois escopos diferentes.
Em ambos os métodos será utilizado o valor de erro de 10%, apresentado na tabela
de custos, a fim de se ter uma margem segura para a aceitação do projeto.
5.4.1 Cálculo de Payback Simples
O payback simples levará em consideração os custos do projeto e a mão de
obra para ser realizada a instalação dos materiais. Apesar desta forma ser básica,
produz uma noção importante da viabilidade do projeto.
Retorno Financeiro Simples
Tempo
Dias 247,45
Semanas 49,49
Meses 11,25
Anos 1,25
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 25 – Payback simples
O cálculo feito aqui foi justamente o custo e dividido pela economia do
referido período de análise, seja ele dia, semana, mês ou ano. O tempo em meses
apresentado é de 11,25. Mas, como foi dito anteriormente, o ano foi estipulado
como tendo 9 meses, sendo 3 meses de recesso escolar, então este valor
representa 12 meses de aulas, ou 15 meses incluindo o recesso. Portanto em
termos de anos são correspondentes a 1,25 anos, como apresentado na última
linha, sendo necessário 1 ano e 3 meses para o payback
5.4.2 Cálculo de Payback Descontado
O método de Payback Descontado é mais recomendado porque leva
em consideração o desconto do custo de oportunidade ao longo do tempo. O
rendimento mensal gerado pelo retrofit, segundo a matemática financeira, pode ser
chamado de fluxo de caixa. De acordo com [15], no módulo de payback descontado,
efetua-se a taxa de desconto antes de proceder a soma de fluxo de caixa, ou seja,
atualizar cada parcela de fluxo de caixa antes de diminuir do investimento inicial,
53
atualizar, significa descontar a taxa de juros. O valor de juros a ser usado foi
baseado em um fundo de investimento proporcional a este montante do Banco do
Brasil, o qual concede por ano uma taxa de 10,105 %, o que em termos mensais
geraria 0,805%. De forma mais didática, será utilizado o valor mensal de ganho no
retrofit de iluminação, no valor de 5.680,04. A atualização de cada parcela é
mostrada em (12).
(12)
Onde,
P = é o valor atualizado da parcela;
F= é o valor do ganho mensal gerado pela iluminação;
i = Juros;
t = O período de tempo correspondente da parcela.
Utilizando essa equação, consegue-se comparar os dois métodos de
payback simples e o de payback descontado, como mostrado na Tabela 25.
Mostra-se o horizonte até 18 meses de utilização das salas de aulas o
equivalente a 2 anos curriculares. Os números que aparecem em vermelho são
negativos. Conforme se percebe o payback simples mostrado na segunda coluna,
passa a ser positivo entre os meses 11 e 12 e o mesmo acontece com payback
descontado, como mostra a última coluna. Fazendo-se uma interpolação se chega
ao valor equivalente em meses do payback descontado o qual tem o valor de 11,83
meses. Ambos os casos de payback o retorno do dinheiro investido vem a partir de
1 ano e 3 meses (incluindo o período de férias). Porém, se analisar no horizonte
final da nossa tabela, nota-se que a diferença de lucro entre o payback simples e o
descontado já supera os 7 mil reais.
54
Payback Simples Valor Presente por Mês
Payback Descontado
Mês 0 R$ 63.888,18 R$ 5.680,04 R$ 63.888,18
Mês 1 R$ 58.208,14 R$ 5.634,68 R$ 58.253,50
Mês 2 R$ 52.528,10 R$ 5.589,68 R$ 52.663,81
Mês 3 R$ 46.848,06 R$ 5.545,05 R$ 47.118,77
Mês 4 R$ 41.168,02 R$ 5.500,76 R$ 41.618,00
Mês 5 R$ 35.487,98 R$ 5.456,84 R$ 36.161,16
Mês 6 R$ 29.807,94 R$ 5.413,26 R$ 30.747,90
Mês 7 R$ 24.127,90 R$ 5.370,03 R$ 25.377,87
Mês 8 R$ 18.447,86 R$ 5.327,15 R$ 20.050,73
Mês 9 R$ 12.767,82 R$ 5.284,61 R$ 14.766,12
Mês 10 R$ 7.087,78 R$ 5.242,41 R$ 9.523,71
Mês 11 R$ 1.407,74 R$ 5.200,54 R$ 4.323,17
Mês 12 R$ 4.272,30 R$ 5.159,01 R$ 835,84
Mês 13 R$ 9.952,34 R$ 5.117,81 R$ 5.953,65
Mês 14 R$ 15.632,38 R$ 5.076,94 R$ 11.030,60
Mês 15 R$ 21.312,42 R$ 5.036,40 R$ 16.067,00
Mês 16 R$ 26.992,46 R$ 4.996,18 R$ 21.063,18
Mês 17 R$ 32.672,50 R$ 4.956,28 R$ 26.019,46
Mês 18 R$ 38.352,53 R$ 4.916,70 R$ 30.936,16
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 26 – Payback simples x Payback descontado
55
6 Conclusão
Ao avaliar pesquisa realizada e os cálculos luminotécnicos pode-se confirmar
o sentimento inicial de que os prédios avaliados podem ser separados por grupos e
dentro desses grupos nota-se que os centros compartilham os mesmos padrões de
salas, como foi mostrado na Tabela 11. Com o estudo de payback na iluminação
das salas de aula, concluí-se que a proposta deve ser implementada. O fato de
alcançar 31,35% de redução da potência instalada nas salas avaliadas, cerca de
38,5 kW, irá impactar também na demanda de energia elétrica, reestabelecendo um
novo contrato, economizando ainda mais a conta da fatura de energia elétrica.
Portanto, é válido o estudo de reprojeto para os outros prédios de salas de
aula não contabilizados neste trabalho. Entretanto, é ainda mais válido a extensão
do estudo para os prédios de salas de professores e administrativos da UFSC,
como os prédios da Reitoria, Fapeu, CERTI, DAE, Prefeitura, entre inúmeros outros.
Esses além de possuírem uma carga horária maior durante o ano (menor período
de recesso do que as férias universitárias) possuem instalações menos eficientes
com uma maior potência instalada, gerando uma economia maior a ser
contabilizada.
Algumas outras possibilidades podem ser exploradas em projetos futuros. O
uso de mais comandos para ligarem as lâmpadas é um deles. Poderiam ser
estimados para 3 a quantidade de comandos para as salas que possuíssem três
linhas de luminárias, ou para 4 as salas com quatro fileiras, no prédio do CFH, por
exemplo, boa parte das salas possuem apenas dois comandos. Este conceito
serve para todas as salas de aulas da UFSC. Outro aspecto a ser estudado seria a
pintura das salas de aula. Apesar de constatado que atualmente mais de 80% das
salas de aulas visitadas estavam com uma claridade adequada, esta medida deve
sempre ser cogitada em um retrofit de iluminação, como já comprovado através de
[12], somente a pintura feita no prédio do CSE resultou em um acréscimo no
iluminamento de 11%.
Além dos benefícios gerados para a própria UFSC, pode-se destacar que
para o caso da concessionária haverá menos perdas no seu sistema, redução da
56
carga no período de ponta e ainda, se for expandido esse projeto cria-se uma
postergação de investimentos para a expansão do sistema elétrico. Já no escopo da
sociedade isso impactará em mais conscientização para o desenvolvimento
sustentável e qualidade de vida. Por fim, no âmbito do mercado, incentiva a
produção de equipamentos cada vez mais eficientes.
57
7 Referências Bibliográficas
[ 1 ] ABNT – NBR 5413: Associação Brasileira de Normas Técnicas. Iluminância
de Interiores.
[ 2 ] ABNT – NBR 5410: 2004 Associação Brasileira de Normas Técnicas
Instalações de Baixa Tensão. Rio de Janeiro 2004.
[ 3 ] COTRIM, Ademaro A. M. B, Instalações Elétricas – 4ª edição; revisão e
adaptação técnica em conformidade com a NBR-5410, São Paulo: Editora: Prentice
Hall, 2003.
[ 4 ] SANTOS, Afonso Henrique Moreira. Conservação de energia: eficiência
energética de instalações e equipamentos. 2. ed. Itajubá: Editora: EFEI, 2001.
[ 5 ] CREDER, Hélio. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC Editora S.A.,
2002.
[ 6 ] OSRAM (Ed.). Iluminação: Conceitos e Projetos. Osasco: Osram, 2009.
[ 7 ] ABNT – NBR 5482: Associação Brasileira de Normas Técnicas. Verificação
de Iluminância de Interiores.
[ 8 ] ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. http://www.aneel.gov.br/
[ 9 ] ABNT – NBR 5461: Associação Brasileira de Normas Técnicas. Iluminação –
Terminologia.
[ 10 ] DIRETRIZES, Disponível em: <www.pruen.ufsc.br>. Acesso em: 03 jul. 2012
[ 11 ] CELESC (Org.). Tabela de Taxas e Tarifas. Disponível em:
<http://portal.celesc.com.br/portal/grandesclientes>. Acesso em: 06 jul. 2012.
[ 12 ] Fagundes, João Carlos dos Santos. Resultados Projeto de Eficiência
Energética: Centro Sócio Econômico (CSE). Florianópolis, 2007.
[ 13 ] Fagundes, João Carlos dos Santos. Resultados Projeto de Eficiência
Energética: Centro Ciências da Saúde (CCS). Florianópolis, 2010.
[ 14 ] Fagundes, João Carlos dos Santos. Resultados Projeto de Eficiência
Energética: Centro Tecnológico (CTC). Florianópolis, 2010.
59
Anexo A
Especificações Técnicas dos Equipamentos de Iluminação da UFSC segundo
a PORTARIA Nº 161 /GR/2003, o e sanção do Reitor em exercício na época, Prof.
Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, da Universidade Federal de Santa Catarina, no uso
das suas atribuições que lhe confere o artigo 26 do Estatuto da UFSC, considerando
o disposto no Decreto nº 4.131, de 14 de fevereiro de 2002, e as diretrizes para
eficiência energética aprovada pela Comissão do Programa de Racionalização do
Uso de Energia – PRUEN.
Lâmpada T8 de 32 W:
Lâmpada fluorescente tubular de 26 mm (bulbo T8);
potência nominal de 32 W;
Fluxo luminoso igual ou superior a 2.700 lumens;
Índice de reprodução de cor (IRC) entre 75% a 85%;
Temperatura de cor entre 3.000 K a 4.000 K.
Luminária para 2 lâmpadas T8 de 32 W:
Luminária de sobrepor;
para 2 lâmpadas fluorescentes tubulares de 26 mm de diâmetro (bulbo
T8) de potência nominal de 32 W;
Com refletor de alumínio anodizado brilhante, de pureza superior ou
igual a 99,85% e taxa de reflexão mínima de 88%;
Com suporte ou alocação para o reator;
rendimento mínimo de 80%;
Com sistema de encaixe que possibilite fácil acesso ao equipamento
auxiliar (reator) e às lâmpadas, viabilizando a execução periódica de
procedimentos de manutenção e limpeza;
Apresentação da curva polar de distribuição com medição e referência
de laboratório que originou a medição;
Apresentação da tabela de fatores de utilização.
60
Reator eletrônico duplo para lâmpadas T8 de 32 W:
Fator de potência maior que 0,95;
Distorção harmônica total da corrente (THD) menor que 20% (medida
com THD da tensão menor que 3%); rendimento superior a 92%;
Fator de crista da corrente inferior a 1,7;
Partida rápida (não instantânea);
Fator de fluxo luminoso maior ou igual a 1,00;
Frequência de operação superior a 20 kHz;
Tensão de entrada: 220 Vca, com variação mínima de (+10%, -10%);
Invólucro não combustível (caso for metálico, deverá ser protegido
interna e externamente contra oxidação, por meio de pintura ou
processo equivalente);
Apresentação, de forma permanente e clara, das seguintes
identificações no reator:
a) nome ou marca do fabricante;
b) fator de potência;
c) tensão nominal de alimentação;
d) corrente nominal de alimentação;
e) tipo de lâmpada que se aplica;
f) potência total do circuito;
g) fator de fluxo luminoso do reator;
h) esquema de ligações;
i) frequência nominal;
j) faixa de temperatura ambiente para funcionamento;
k) tensão nominal;
l) data de fabricação ou código (neste caso, fornecer
informações para a identificação);
Conformidade com as normas da ABNT: NBR 14417 e NBR 14418.
61
Anexo B
Exemplo de Planilha do Cálculo Luminotécnico:
TIPO 1 CTC
Recinto: Sala Aula 113 - Tipo 1 Atividade: Estudo
Variavel Unid. Sistema
1 Comprimento a m 7,00
2 Largura b m 7,00
3 Área A=a*b m² 49,00
4 Pé direito H m 2,76
5 Altura do palno de
trabalho
Hpt m 0,88
6 Altura do pendente da
luminária
Hpend m 0
7 Pé direito útil h = H - Hpt - Hpend m 1,88
8 Indice de Recinto K = a*b/(h*(a+b)) 1,862
9 Fator de Depreciação Fd 0,8
10 Coef. De Reflexão do teto
ρteto % 70%
11 Coef. De Reflexão das
paredes ρparede %
50%
12 Coef. De Reflexão do
piso ρpiso %
10%
13 Iluminânção planejada Emp lx 300
14 Temp. De cor K 4000
15 Indice de reprodução de cor
IRC 85
16 Tipo de Lâmp. Fluorescente Tubular
17 Fabricante/Modelo de
Lâmp.
OSRAM / T8
FO32W/840
18 Potência da Lâmp. Plamp Watt 32
19 Fluxo luminoso de
cada Lâmp.
ф lm 2700
62
20 Lâmp. Por luminária Z Unid. 2
21 Tipo de Luminária Sobrepor
22 Fabricante/Modelo de
Luminária
Itaim/3320 2XT26 32W
23 Fator de utilização Fu 0,690
24 Quantidade de Lâmp. N = Emp*A/(ф*Fu*Bf*Fd) Unid. 9,86
25 Quantidade final de
Lâmp.
n Unid. 12,00
26 Quantidade de Lluminárias
N Unid. 6,00
27 Iluminância alcançada Em = n*ф*Fu*Bf*Fd/A lx 365,00
28 Tipo de reator Eletrônico
29 Modelo de reator Eco Master TL 2x32W
30 Qtde. Lâmp./reator Lr 2
31 Potência de cada reator
W 3
32 Fator de fluxo
luminoso do reator
Bf Bf 1
33 Nº total de reatores nreator Unid.
6,00
34 Potência total
instalada Lâmpadas Plamp W
384
35 Potência Lâmpadas +
Reatores
Ptot W
402
36 Densidade de Potencia Dp W/m²
7,836734694
37 Dens. De Pot. Relativa Dpr W/m²
6,441223833