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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL TAISE FERNANDA OKUBARA PROJETO DE RETROFIT DE GALPÃO DE TRIAGEM DE RECICLÁVEIS VISANDO BAIXO CUSTO OPERACIONAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2017

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

TAISE FERNANDA OKUBARA

PROJETO DE RETROFIT DE GALPÃO DE TRIAGEM DE RECICLÁVEIS VISANDO BAIXO CUSTO OPERACIONAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA 2017

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TAISE FERNANDA OKUBARA

PROJETO DE RETROFIT DE GALPÃO DE TRIAGEM DE RECICLÁVEIS VISANDO BAIXO CUSTO OPERACIONAL

Trabalho de Conclusão de Curso 2, do Curso Superior de Engenharia Civil do Departamento Acadêmico de Construção Civil – DACOC – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientadora: Profa. Dra. Stella Maris da Cruz Bezerra

Co-orientador: Prof. Dr. José Alberto Cerri

Curitiba 2017

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Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba – Sede Ecoville

Departamento Acadêmico de Construção Civil Curso de Engenharia Civil

FOLHA DE APROVAÇÃO

PROJETO DE RETROFIT DE GALPÃO DE TRIAGEM DE RECICLÁVEIS VISANDO BAIXO CUSTO OPERACIONAL

Por

TAISE FERNANDA OKUBARA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, defendido e aprovado em 03 de julho

de 2017, pela seguinte banca de avaliação:

__________________________________ ___ Profa. Orientadora – Stella Maris da Cruz Bezerra, Dra.

UTFPR

__________________________________ ___ Prof. Co-Orientador – José Alberto Cerri, Dr.

UTFPR

__________________________________ ___ Profa. Celimar Azambuja Teixeira, Dra.

UTFPR

___________________________________ _____ Prof. Wellington Mazer, Dr.

UTFPR

UTFPR - Deputado Heitor de Alencar Furtado, 5000 - Curitiba - PR Brasil www.utfpr.edu.br [email protected] telefone DACOC: (041) 3279-4500

OBS.: O documento assinado encontra-se em posse da coordenação do curso.

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RESUMO

OKUBARA, Taise Fernanda. Projeto de retrofit de galpão de triagem de recicláveis visando baixo custo operacional. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil). UniversidadeTecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2017. Neste trabalho são apresentados projetos para adaptação de sistemas elétricos e hidrossanitários, contemplando medidas de eficiência energética e uso racional da água. Os projetos incluindo estas medidas de sustentabilidade foram desenvolvidos para um galpão onde atualmente é realizada a triagem de materiais recicláveis. Aproximadamente onze trabalhadores atuam neste galpão, os quais fazem parte da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Ilha. A medida de eficiência energética proposta foi contemplar iluminação natural em um projeto automatizado para iluminação artificial. Desta forma, a iluminação artificial será utilizada apenas quando a iluminação natural não for suficiente. As medidas para uso racional de água contemplaram a redução no consumo de água potável, ao incluir louças e metais sanitários de volume reduzido de água, e a implementação de aproveitamento de água de chuva para usos não potáveis. Os consumos de energia e água considerando os projetos elétrico e hidrossánitario convencionais foram comparados com os consumos dos projetos contemplando as medidas de sustentabilidade propostas.A redução no consumo de energia foi aproximadamente 30% (258,47kWh), o que representa economia de R$ 393,61 reais mensais na conta de energia elétrica. A redução no consumo de água foi aproximadamente 77% (7 m3), que representa R$6,57 reais mensais de economia na conta de água. As centrais de triagem de recicláveis cumprem um papel fundamental na gestão dos residos sólidos urbanos e, portanto, contribuem para a construção de uma cidade mais sustentável. A sustentabilidade, porém, não está restrita às questões ambientais – ela possui outros dois pilares fundamentais: a sustentabilidade social e a econômica. Este trabalho buscou propor melhorias no galpão, com o intuito de contribuir para tornar a Associação Ilha em um negócio mais sustentável, no sentido completo da palavra. Palavras-chave: Central de triagem de recicláveis. Sustentabiliade. Uso racional da água. Eficiencia energética. Iluminação natural. Simulação computacional. Projeto elétrico. Projeto hidrossanitario.

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ABSTRACT

OKUBARA, Taise Fernanda. Retrofit project of a recyclable sorting warehouse aiming to achieve low operational cost. 2017. Final paper for Civil Engineering Undergraduation Course. Federal University of Technology – Paraná. Curitiba, 2017. This work brings projects that aim to adapt electrical and hydro-sanitary building systems, contemplating energy efficiency and rational water use measures. The projects containing these sustainability measures were developed for a warehouse which currently serves as a recyclable sorting facility. Around eleven people work in this warehouse, all of which are part of the “Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Ilha”. The proposed energy efficiency measure was to design for daylightning and integrated it in an automated artificial lightning system. Therefore artificial lightning will only be used when daylightning cannot provide the necessary illuminance levels. When it comes to rational water use, the proposed measures are to reduce potable water consumption by the use of efficient plumbing fixtures, and rainwater harvesting as an alternative source for non potable uses. Energy and water consumption values for conventional eletric and hydro-sanitary systems were compared to energy and water consumption of the proposed projects designed with sustainable features. Energy consumption was reducted by approximately 30% (258,47kWh), which represents an economy of R$ 393,61 “reais” per month on the utility electricity bill. Water consumption reduction was of approximately 77% (7 m3), which represents R$6,57 reais per month of economy on the water bill. Recyclables sorting centers have an importante role in urban solid waste management, contributing to the creation of a more sustainable city. Sustainability, however, is not only about environmental issues – there are two other important pillars: social and economic sustainability. This work sought to improve the situation of the warehouse of “Associação Ilha” to make it a more sustainable business, in all senses of the word. Palavras-chave: Recycling warehouse. Sustainability. Rational water use. Energy efficiency. Daylightning. Computational simulation. Electrical project. Hydro-saniatary project.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Catadores de material reciclável e reutilizável por faixa etária no Brasil (em

porcentagem). ........................................................................................................... 19

Figura 2 - Radiação solar no plano horizontal: (a) no Brasil e (b) na Alemanha ....... 30

Figura 3 - Abertura zenital: sheds (imagens superiores) e domos (imagens inferiores).

.................................................................................................................................. 32

Figura 4 - Abertura zenital: a) claraboia e b) lanternim ............................................. 32

Figura 5 - Abertura zenital: tetos translúcidos ........................................................... 33

Figura 6 - Galpão da Associação Ilha – área externa: a) vista frontal e b) acesso

lateral ........................................................................................................................ 42

Figura 7 - Galpão da Associação Ilha – área interna: a) espaço de triagem e b)

detalhe da laje abaulada. .......................................................................................... 44

Figura 8 - Galpão da Associação Ilha - sanitários: (a) espaço na entrada e (b)

detalhe do interior ...................................................................................................... 44

Figura 9 – Situação atual da cobertura do galpão da Associação Ilha ...................... 45

Figura 10 - Galpão da Associação Ilha - entorno: a) acesso do caminhão e b) rejeitos

depositados no passeio para posterior coleta pela PMAT ........................................ 46

Figura 11 - Galpão da Associação Ilha - postos de trabalho improvisados: a) uma

das áreas de trabalho individual, b) catadora cercada dos bags de recicláveis ........ 47

Figura 12– Cenário 1 modelado no software SketchUp ............................................ 54

Figura 13 – Modelo tridimensional do galpão exportado para o software Rhinoceros

.................................................................................................................................. 55

Figura 14 – Inserção a carta solar de Curitiba no software Rhinoceros para

simulação .................................................................................................................. 56

Figura 15 – Determinação da altura do grid para análise de autonomia de luz solar 57

Figura 16 – Resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar para

Cenário 1 ................................................................................................................... 58

Figura 17 – Apresentação da legenda de resultado da simulação computacional de

autonomia de luz solar para Cenário 1 ...................................................................... 58

Figura 18 – Cenário 2 modelado no software SketchUp ........................................... 60

Figura 19 – Resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar para

Cenário 2 ................................................................................................................... 61

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Figura 20 – Detalhe da legenda de resultado da simulação computacional de

autonomia de luz solar para Cenário 2 ...................................................................... 62

Figura 21 – Resultado da simulação computacional de iluminação artificial, pelo

software DIALux ........................................................................................................ 66

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LISTA DE GRAFICOS Gráfico 1 – Composição do consumo de energia elétrica no galpão com o projeto

convencional ............................................................................................................. 52

Gráfico 2 – Média de disponibilidade de luz solar (lux) nas horas de trabalho por

estação no Cenário 1 ................................................................................................ 59

Gráfico 3 – Média de disponibilidade de luz solar (lux) nas horas de trabalho por

estação para o cenário 2 ........................................................................................... 63

Gráfico 4 – Precipitação mensal média do município de Curitiba nos últimos 10 anos,

entre 2006 e 2016 ..................................................................................................... 71

Gráfico 5 – Aproveitamento da água de chuva e demanda para usos-não potáveis a

ser suprida................................................................................................................. 73

Gráfico 6 – Comparação da composição do consumo de energia elétrica nos

projetos convencional e proposto .............................................................................. 76

Gráfico 7 – Comparativo entre a economia na demanda de água (volume) e a

economia na conta de água mensal (reais) .............................................................. 78

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LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Consumo mensal de energia do galpão com o projeto convencional .... 51

Quadro 2 – Economia de energia elétrica alcançada com sistema proposto de

iluminação eficiente para a área de triagem .............................................................. 67

Quadro 3 – Consumo de água potável do galpão com um projeto de instalações

hidrossanitárias convencional ................................................................................... 68

Quadro 4 – Consumo de água potável do galpão com um projeto de instalações

hidrossanitárias com uso de metais e louças eficientes ............................................ 69

Quadro 5 – Separação do consumo de água mensal do projeto proposto em usos

potáveis e usos não-potáveis .................................................................................... 70

Quadro 6 – Potencial de captação de água de chuva na cobertura do galpão ......... 72

Quadro 7 – Análise da possibilidade de suprir toda a demanda não-potável com

água da chuva ........................................................................................................... 72

Quadro 8 – Consumo mensal de energia elétrica da Associação Ilha com projeto

convencional e com o projeto proposto ..................................................................... 75

Quadro 9 – Economia global de água potável do sistema de instalações

hidrossanitárias eficiente proposto ............................................................................ 77

Quadro 10 – Consumo mensal de água potável da Associação Ilha com projeto

convencional e com o projeto eficiente proposto ....................................................... 77

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Fator de demanda aplicável para cada faixa de potencia instalada ........ 25

Tabela 2 – Nível de iluminância para ambientes de trabalho .................................... 25

Tabela 3 - Instalações de apoio em galpões de triagem de recicláveis: sanitários e

vestiários ................................................................................................................... 26

Tabela 4 – Metais e louças sanitárias de vazão reduzida ......................................... 34

Tabela 5 – Número estimado de usos diários para os metais e louças .................... 35

Tabela 6 – Fluxo por acionamento e fluxo por ciclo de metais e louças convencionais

.................................................................................................................................. 35

Tabela 7 - Legislações municipais brasileiras acerca do uso racional da água ........ 36

Tabela 8 – Propriedades atribuídas às superfícies tridimensionais no software

Rhinoceros ................................................................................................................ 55

Tabela 9 – Grupos atribuídos pelo Rhinoceros para o Cenário 1.............................. 59

Tabela 10 – Grupos atribuídos pelo Rhinoceros para o Cenário 2 ............................ 62

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos

Especiais BBC British Broadcasting Corporation BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CEFURIA Centro de Formação Urbana e Rural Irmã Araújo CEMPRE Compromisso Empresarial para Reciclagem CNI Confederação Nacional da Indústria COPEL Companhia Paranaense de Energia EERE Energy Efficiency and Renewable Energy – U. S. Energy Department EMAU

Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo

IESNA Illuminating Engineering Society of North America IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas LANL Los Alamos National Laboratory NBI New Buildings Institute NR Norma Regulamentadora PAC Programa de Aceleração do Crescimento PNRS Plano Nacional de Resíduos Sólidos PMAT Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré PURAE Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações

RSU Resíduos Sólidos Urbanos SABESP Saneamento Básico do Estado de São Paulo SANEPAR Companhia de Saneamento do Paraná UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná UV Ultravioleta

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 13

1.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 16

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 16

1.3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 17

2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................... 18

2.1. CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS E CENTRAIS DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ................................................................................ 18

2.2. PROCESSOS DE TRABALHO E EQUIPAMENTOS EM CENTRAIS DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ............................................................... 22

2.3. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDROSSANITÁRIAS EM CENTRAIS DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ...................................... 24 2.3.1 Projeto de instalações elétricas ............................................................................................................................ 24 2.3.2 Projeto de água fria...................................................................................................................................................... 25 2.3.3 Projeto de esgotamento sanitário ........................................................................................................................ 27

2.4 PREMISSAS DE SUSTENTABILIDADE APLICÁVEIS AOS PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDROSSANITÁRIAS ............................................. 27 2.4.1 Estudo luminotécnico .................................................................................................................................................. 28 2.4.2 Uso racional de água .................................................................................................................................................. 34

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 38

3.1 IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA ADEQUAÇÃO DO GALPÃO DA ASSOCIAÇÃO ILHA COMO CENTRAL DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ........................................................................................................... 38

3.2 SELEÇÃO DAS PREMISSAS DE SUSTENTABILIDADE PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E USO RACIONAL DE ÁGUA PARA O GALPÃO DA ASSOCIAÇÃO ILHA 38

3.3 ADEQUAÇÃO DO PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS COVENCIONAL PARA CONTEMPLAR MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 39

3.4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS PARA USO RACIONAL DA ÁGUA ....................................... 40

3.5 ESTIMATIVA DA ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA E ÁGUA POTÁVEL NO GALPÃO COM OS PROJETOS PROPOSTOS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E USO RACIONAL DE ÁGUA ........................................................... 41

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 42 4.1 CONDIÇÕES DA EDIFICAÇÃO DO GALPÃO ............................................................................................. 42 4.2 ETAPAS DE TRABALHO NO GALPÃO ........................................................................................................... 46

4.3 AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA ADEQUAÇÃO DO GALPÃO COMO CENTRAL DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ....................................... 47

4.4 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO GALPÃO ..................................................................................... 49 4.4.1 Estimativa do consumo de energia elétrica do projeto convencional ............................................... 50 4.4.2 Definição do nível de iluminância ......................................................................................................................... 53 4.4.3 Cenário 1 ........................................................................................................................................................................... 53 4.4.4 Cenário 2 ........................................................................................................................................................................... 60 4.4.5 Projeto de iluminação da área de triagem baseado nas medidas de eficiência ......................... 64 4.4.6 Consumo de energia do projeto proposto de instalações elétricas com iluminação eficiente 66

4.5 PROJETO DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS PARA USO RACIONAL DE ÁGUA ............................................................................................... 67 4.5.1 Cálculo da demanda de água do galpão ......................................................................................................... 68 4.5.2 Aproveitamento de água de chuva como fonte alternativa de abastecimento para usos não potáveis 70 4.5.3 Projeto de instalações hidrossanitárias eficientes proposto .................................................................. 73

4.6 ECONOMIA DE ENERGIA E ÁGUA POTÁVEL NO GALPÃO COM AS PREMISSAS DE SUSTENTABILIDADE ADOTADAS .............................................. 74 4.6.1 Projeto de instalações elétricas ............................................................................................................................ 74 4.6.2 Projeto de instalações hidrossanitárias ............................................................................................................ 76

5. CONCLUSÃO ................................................................................................. 79 6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................................. 81 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 82

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1. INTRODUÇÃO

O conceito e aplicação de premissas de sustentabilidade ambiental na

construção civil vêm recebendo incessante atenção da sociedade e de todos os

setores da economia nas últimas décadas. O impacto das atividades industriais, a

degradação do meio ambiente e a exploração dos recursos naturais são temas de

diversos compromissos entre nações e metas de planos nacionais. O governo

alemão, por exemplo, se comprometeu a reduzir a demanda de energia primária dos

edifícios em 80% até 2050, meta que irá requerer o aumento da taxa de retrofits1 de

eficiência energética dos atuais 0.8% para 2% ao ano (NEUHOFF et al., 2011 apud

SHAO et al., 2014). Nos Estados Unidos, a Califórnia sofre uma crise no

abastecimento de água desde 2013 (FOLHA DE SÃO PAULO, 2015) e medidas

emergenciais de economia foram tomadas pelo governo daquele estado como, por

exemplo, a aplicação de multas que chegam a US$ 500 (quinhentos dólares) para

quem for flagrado em situação de desperdício de água (CALIFORNIA STATE

WATER RESOURCES CONTROL BOARD, 2014). Em abril de 2014, a cidade de

Santa Bárbara, na Califórnia, já havia arrecadado mais de US$ 1 milhão (um milhão

de dólares) em multas (CALIFORNIA STATE WATER RESOURCES CONTROL

BOARD, 2014).

Na cidade de São Paulo, a crise de abastecimento de água decorrente da

estiagem no sistema Cantareira (responsável pela produção de água potável para

cerca de 8 milhões de pessoas na capital) obrigou os cidadãos a entrarem em

sistema de racionamento não oficial. A empresa concessionária do serviço de

abastecimento de água Sabesp (Saneamento Básico do Estado de São Paulo)

iniciou em novembro de 2014 a adoção de medidas de incentivo à economia de

água, como a redução de 30% no custo da conta daqueles que economizassem

mais que 20% do consumo de água no mês (SABESP, 2014). A multifuncionalidade

da água faz com que a falta de chuvas e a crise hídrica provoquem não apenas o

aumento na tarifa de água pois, adicionalmente, o Brasil tem como matriz energética

principal as usinas hidrelétricas. No Paraná, desde março de 2015, as tarifas de

energia elétrica sofreram reajuste de 36,79% em média (COPEL, 2015).

1 Retro, do latim, significa “movimentar-se para trás” e fit, do inglês, significa “adaptação, ajuste”. Portanto, no conceito da construção civil, retrofit é qualquer tipo de reforma, renovação ou intervenção à uma edificação (MORAES e QUELHAS, 2012).

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Devido a esse panorama, a preocupação com a conservação do meio

ambiente e dos recursos naturais tem sido motivada tanto pelo aspecto ambiental

como financeiro. Em menor escala, é possível notar claramente a influência das

questões ambientais para os cidadãos em geral e, principalmente para o

desempenho dos setores industrial e comercial. O aumento na tarifa da energia

elétrica se reflete em maior custo operacional mensal e, com isso, a escassez de

água influencia diretamente o processo produtivo de indústrias e de atividades

comerciais, contribuindo para a perda de competitividade o que gera o processo de

demissões. Buscar alternativas para minimizar a suscetibilidade das empresas a

essas situações é indispensável para que elas alcancem resultados financeiros

positivos. Essa necessidade torna-se ainda mais aparente em negócios que

trabalham com reduzidas margens de lucro.

Um dos setores da economia que trabalha com lucratividade mínima são

as associações de catadores de recicláveis. Bosi (2009) realizou uma pesquisa com

91 catadores do oeste do Paraná, dos quais 71,4% tinham renda mensal média

inferior ao salário mínimo da época (R$ 300,00). Em dado mais recente, com base

no relato feito à BBC Brasil pela catadora Glória Cristina dos Santos, que trabalhou

no aterro Jardim Gramacho, a renda mensal pode variar de R$ 500 a R$ 2.500

(quinhentos até dois mil e quinhentos reais) dependendo da disponibilidade de

resíduos (BBC BRASIL, 2015). O aterro Jardim Gramacho foi fechado em 2012 e

era o maior aterro da América Latina, sendo que agora o aterro de Brasília ocupa

essa colocação (BBC BRASIL, 2015). A renda das famílias que participam em

associação de catadores é influenciada por toda e qualquer variação sobre o custo

de operação dos galpões de triagem onde trabalham.

O importante papel que a triagem de recicláveis feita pelos catadores

representa na gestão dos resíduos sólidos não reflete a visão que a sociedade

possui da atividade. A preocupação ambiental com o espaço urbano, por algum

motivo, não engloba as associações de catadores, que são tratadas com descaso

pela população e pelo poder público. Uma solução para essas duas problemáticas -

o custo de operação dos galpões de catadores e sua ilógica exclusão no tocante às

questões ambientais urbanas - pode ser proposta ao utilizar projetos contemplando

aspectos de construções sustentáveis visando minimizar os custos de operação das

centrais de triagem.

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Segundo o Comitê Técnico da ISO uma edificação sustentável é aquela

que “pode manter moderadamente ou melhorar a qualidade de vida [...] ao mesmo

tempo em que conserva a energia e os recursos” (ISO/TC 59/SC2 N459).

Portanto, neste trabalho serão realizados estudos sobre premissas de

sustentabilidade para desenvolver projetos de instalações elétricas e

hidrossanitárias visando eficiência energética e uso racional de água para um galpão

de triagem de materiais recicláveis. Esse galpão está localizado em zona urbana, no

município de Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, estado do

Paraná. Nela trabalham atualmente onze pessoas, cuja renda depende, na maioria

dos casos, exclusivamente da venda de materiais recicláveis. Os trabalhadores em

questão são membros da “Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Ilha”,

doravante citada nesse trabalho como Associação Ilha.

O galpão pertence a massa falida da “Likakal Indústria Eletrônica Ltda.” e

estava abandonado desde 1990. A Associação Ilha ocupou o galpão em 2011 e,

desde então, reivindica a posse do local, em conjunto com a Prefeitura Municipal de

Almirante Tamandaré (PMAT). Essa disputa judicial acontece com o apoio da

organização não governamental denominada “Centro de Formação Urbana e Rural

Irmã Araújo” (CEFURIA), que será referenciada neste trabalho como ONG CEFURIA.

Em função desta disputa judicial, o galpão não possui ligação com a rede municipal

de abastecimento de água potável e nem com a rede de fornecimento de energia

elétrica. Esta ausência dos serviços de fornecimento, apesar de não gerar contas

mensais para a Associação Ilha, prejudice significativamente o trabalho no local. Por

esta razão, assim que a situação de posse for regularizada, estes serviços deverão

ser solicitados às companhias locais de abastecimento de água e energia,

respectivamente a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e a Companhia

Paranaense de Energia (Copel).

Em 2014, uma equipe da ONG CEFURIA solicitou a colaboração da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) para avaliar diversas

questões relacionados à comunidade onde os catadores moram. Um primeiro

projeto de extensão universitária intitulado “Moradia e Meio Ambiente: A Construção

do Diálogo na Urbanização do Assentamento do Pilarzinho: Ilha” foi realizado em

2014 (LEMOS et al., 2015). Na sequência, outros trabalhos seguiram com o apoio

da UTFPR desde 2015 e continuam até a presente data. Os estudos realizados até

este momento apontam para a necessidade imediata de adequação do galpão

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usado pela associação para triagem de recicláveis, pois o local não passou por

nenhuma reforma ou adequação para o trabalho (LEMOS et al., 2015; BEZERRA et

al., 2015).

Com isso, existe a oportunidade do desenvolvimento de estudos para

reforma do galpão baseado em premissas de sustentabilidade também para as

instalações elétricas e hidrossanitárias, para melhorar não apenas as condições de

trabalho dos catadores, como também a margem de lucro da Associação Ilha por

meio da redução do custo de operação.

1.1. OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é realizar estudos sobre premissas de

sustentabilidade para desenvolver projetos de instalações elétricas e

hidrossanitárias, visando eficiência energética 2 e uso racional de água no galpão de

triagem de recicláveis da Associação Ilha. Os projetos desenvolvidos a partir destes

estudos deverão resultar em baixo custo de operação do galpão.

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos deste trabalho são:

• Identificar as ações prioritárias para adequar o layout do galpão, visando

melhoria das condições de trabalho;

• Definir as premissas de sustentabilidade aplicáveis aos estudos de

adequação do galpão, para o desenvolvimento de projetos de instalações

elétricas e hidrossanitárias a partir das viabilidades técnica e financeira;

• Realizar o projeto de adequação da iluminação proposta em um projeto

convencional de instalações elétricas elaborado anteriormente para o galpão,

buscando eficiência energética, baseado nas premissas de sustentabilidade

previamente definidas;

• Desenvolver os projetos de instalações hidrossanitárias para serem baseados

nas premissas de sustentabilidade previamente definidas; e

2 Para este trabalho, a eficiência energética estará restrita ao sistema de iluminação da edificação.

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• Comparar os resultados de consumo de energia elétrica e de água potável

dos projetos propostos baseado nas premissas de sustentabilidade, com os

de instalações convencionais.

1.3. JUSTIFICATIVA

A motivação deste trabalho provém da oportunidade de inserir diretrizes

de sustentabilidade às práticas da engenharia civil na transformação da sociedade e,

em específico nesse projeto, pela relevância social e ambiental. Além disso, este

trabalho oferece a oportunidade de desenvolver projetos de engenharia a partir de

uma situação real, incluindo os desafios de adaptar as instalações do galpão

atualmente em condições de precariedade e carência.

É claro o papel da universidade como geradora de conhecimento

científico e como formadora de profissionais qualificados e capacitados, mas deve

ser lembrada também a responsabilidade da instituição em promover a formação de

cidadãos socialmente responsáveis e engajados. Conforme a conclusão alcançada

no Simpósio Universidade e Compromisso Social realizado em 2005, o maior papel

da universidade é a transformação social (PORTAL DO MINISTÉRIO DA

EDUCAÇÃO, 2005) e a aplicabilidade do conhecimento produzido deve ser sempre

discutida e implementada. Portanto, a ideia em desenvolver um trabalho de

conclusão de curso a partir de uma necessidade real da Associação Ilha apresentou-

se como uma oportunidade para atuar além do âmbito meramente acadêmico e

participar ativamente como agente transformadora da realidade social regional.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

Nesta seção serão apresentados os conceitos necessários para o

desenvolvimento deste trabalho. Inicialmente será contextualizada a situação atual e

um histórico dos trabalhadores em questão, também denominados catadores de

materiais recicláveis. Na sequência serão relatados os processos do trabalho e os

equipamentos auxiliares nas centrais de triagem de materiais recicláveis. Após esta

contextualização da situação dos catadores e das centrais de triagem, serão

apresentadas as características para o desenvolvimento de projetos de instalações

elétricas e hidrossanitárias, baseadas em premissas de sustentabilidade, visando

eficiência energética e uso racional da água em centrais de triagem de materiais

recicláveis.

2.1. CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS E CENTRAIS DE TRIAGEM

DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

Desde 2002 foi reconhecida e oficializada no Brasil a profissão de catador

de material reciclável (BRASIL, 2002). A organização Compromisso Empresarial

para Reciclagem (CEMPRE) estimou que, em 2013, o número de catadores no

Brasil era aproximadamente 800 mil (CEMPRE, 2013). Os catadores recolhem

materiais que possam ser reaproveitados ou reciclados para posterior

comercialização e exercem sua atividade individual ou coletivamente (ARANTES e

BORGES, 2013).

“Contudo, o reconhecimento da profissão não implicou mudança nas

condições de vida e trabalho dos catadores, os quais atuam sem

vínculo empregatício e sem direitos, ganham, em geral, menos de

um salário mínimo, disputam materiais recicláveis com seus pares,

não estão inseridos nos sistemas de gestão de resíduos e enfrentam

a exploração da indústria da reciclagem (BORTOLI, 2009)”.

O perfil dos catadores, segundo Bosi (2009), é caracterizado pela baixa

escolaridade, idade avançada e por uma qualificação profissional considerada

inadequada para demais empregos do setor industrial e de serviços. O mesmo autor

destaca que a categoria tem jornada de trabalho extensa e que tornam-se ainda

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mais penosas quando exercidas coletando recicláveis com carrinhos nas vias

públicas. O documento intitulado “Relatório Anual da Situação dos Catadores de

Material Reciclável e Reutilizável”, que foi publicado pelo Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada (IPEA) em 2013, indica que a média de idade das pessoas que

declaram exercer essa função no Brasil é de 39,4 anos, com pouca variação entre

as regiões (IPEA, 2013). Na Figura 1 é mostrado o número em percentual dos

catadores por faixa etária nas diferentes regiões do Brasil.

Figura 1 - Catadores de material reciclável e reutilizável por faixa etária no Brasil (em porcentagem). Fonte: IPEA, 2013

Para Souza (2005 apud ARANTES e BORGES, 2013) as associações e

cooperativas de trabalho são um avanço, devido à possibilidade de permitirem a

mecanização de algumas etapas. Além disso, a coleta e transporte do material

reciclável até as associações, quando passa a ser realizada pelo poder público,

pode minimizar a necessidade do uso de carrinhos nas vias públicas.

Também para Calderoni (1998), associar-se em cooperativas é uma

forma de melhorar as condições de trabalho dos catadores. O autor destaca que o

trabalho em cooperativa faz crescer os ganhos dos catadores quando comparados

àqueles que exercem a atividade individualmente, além de torná-los menos

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vulneráveis ao negociarem seus produtos com os intermediários e/ou as indústrias

recicladoras.

Coelho et al. (2011) sugerem a gestão integrada de resíduos 3 como

opção para reduzir custos municipais com coleta seletiva e implantação de aterros

sanitários. Os mesmos autores sugerem, também, as centrais de triagem de

materiais recicláveis como uma alternativa intermediária de complementação do

gerenciamento de resíduos sólidos urbanos (RSU), pois reduzem principalmente os

custos de disposição desses resíduos. Assim, a triagem e remoção de material

reciclável colaboram para diminuir o volume do que será depositado nos aterros.

Porém, das 209.280 toneladas de RSU geradas diariamente no Brasil em 2013,

mais de 41% ainda seguiram para destino final em lixões e aterros sanitários

(ABRELPE, 2013).

Corroborando o importante papel das centrais de triagem está a Política

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criada em 2010 pela Lei Federal nº 12.305

(BRASIL, 2010). Entre os objetivos da lei estão a redução da geração e da

destinação de resíduos sólidos para aterros sanitários, de modo a maximizar a vida

útil desses (BRASIL, 2010). As centrais de triagem cumprem positivamente o

objetivo da PNRS no sentido de destinar a maior parte dos RSU para reciclagem.

Desta forma, apenas os rejeitos (ou seja, aqueles materiais que não oferecem

possibilidade de reúso, reciclagem ou reaproveitamento) serão destinados à aterros,

reduzindo assim o espaço e investimento financeiro necessários para a disposição

final. O governo federal também aponta a triagem como parte integrante da limpeza

urbana, ao estabelecer as diretrizes nacionais para o saneamento básico com a Lei

Federal nº 11.445, no inciso II do artigo 7 (BRASIL, 2007). Desta forma, fica claro

que a coleta seletiva associada à triagem em centrais, permite uma melhor

separação e comercialização dos materiais a serem reciclados (TOCHETTO et al.,

2011).

Existem registros da instalação de centrais de triagem em São Paulo e

Curitiba já na década de 1930 (EIGENHEER, 1993). Porém, só foram surgir

números significativos em meados da década de 1980 (BLEY, 1993), quando o

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou linhas de 3 Gestão Integrada de Resíduos Sólidos: são todas as ações que visem soluções para os resíduos sólidos, incluindo os planos nacionais, estaduais, municipais e os de gerenciamento. Engloba também os resíduos do serviço de saúde, construção civil, mineração, entre outros (MMA, s.d).

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crédito para que as prefeituras municipais adquirissem equipamentos para as

centrais (GONÇALVES, 2007). Mais recentemente, o governo federal voltou a

disponibilizar recursos para a área de saneamento básico por meio do Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC). Um dos programas de financiamento do PAC

visou incentivar as políticas de reciclagem de materiais e às cooperativas de

catadores (PITA, 2011).

Com a intenção de facilitar o aporte de recursos do PAC para o

gerenciamento de resíduos sólidos, o Ministério das Cidades divulgou, em 2008, um

documento denominado “Elementos para a organização da coleta seletiva e projeto

dos galpões de triagem” (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2008).

O primeiro ponto destacado naquele documento é que deve-se definir um

projeto de galpão eficiente para que seja melhorada a segurança e a renda dos

catadores.

Além disso, o documento recomenda a exploração de ventilação superior

cruzada e o uso de exaustores eólicos, assim como a exploração do uso de sheds4

e superfícies brancas para redução da iluminação artificial. O documento também

sugere que seja estudada a viabilidade da instalação de painéis fotovoltaicos para

geração da energia elétrica. No que tange os projetos complementares, é sugerido

pelo Ministério das Cidades que seja prevista a posição da prensa e demais

tomadas de apoio, bem como a distribuição de telefonia e dados, além da proteção

contra descargas atmosféricas. Um projeto importante é a proteção contra incêndio,

devido à inflamabilidade da maioria dos materiais que são manejados dentro de

galpões de triagem de materiais recicláveis. Com relação ao uso de água, é

recomendada a previsão de diversos pontos de uso espalhados pelo galpão e,

sempre que possível, a captação e aproveitamento de água de chuva, projetando

sistema de captação, filtragem, armazenamento e distribuição para fins não potáveis

(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2008).

4 O termo shed designa os telhados em forma de serra, com um dos planos em vidro para favorecer a iluminação natural. São bastante comum em fábricas e galpões.

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2.2. PROCESSOS DE TRABALHO E EQUIPAMENTOS EM CENTRAIS DE

TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

A coleta seletiva é otimizada quando acontece na etapa de descarte a

adequada separação de materiais recicláveis e não recicláveis, tendo em vista a

facilitação do encaminhamento para a reciclagem (RIBEIRO e BENSEN, 2007). O

artigo 18 do PNRS prevê que os municípios deverão elaborar um plano municipal de

gestão integrada de resíduos sólidos, para que tenham acesso a recursos da União

destinados a limpeza urbana. Ainda de acordo com o PNRS os municípios deverão

implantar a coleta seletiva com participação de cooperativas ou outras formas de

associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, formadas por

pessoas físicas de baixa renda (BRASIL, 2010).

Gonçalves (2004) faz uma observação pertinente ao afirmar que os

processos de trabalho dos catadores diferenciam-se por vários fatores, os quais

englobam desde o local de execução da triagem até a dinâmica de divisão das

tarefas, os equipamentos utilizados e por consequência a relação estabelecida entre

os próprios catadores. Como exemplo, a existência de esteira central ou de estações

individuais de trabalho são as duas formas de organização mais comuns nas

centrais de triagem gerenciadas por cooperativas ou associações de catadores, e

ditam processos de trabalho bastante diferentes.

A adoção de uma esteira de separação é uma possibilidade de aumentar

a eficiência no trabalho, minimizando deslocamentos e carregamentos manuais de

peso, além de aumentar a produtividade, o que consequentemente aumenta o lucro

(ARANTES e BORGES, 2013). Porém, Lima e Oliveira (2008) advertem que a

implantação desse tipo de tecnologia determina a velocidade e o ritmo de produção,

podendo excluir do processo aqueles de idade avançada e/ou os que possuam suas

capacidades físicas diminuídas. Desta forma, “obter-se-iam ganhos de produtividade

técnica em detrimento da ‘produtividade social’, que define as associações de

catadores desde o seu surgimento” (LIMA e OLIVEIRA, 2008). Contudo, esse

aspecto pode ser superado em uma central de triagem, mantendo-se a

produtividade e ao mesmo tempo dando oportunidade a pessoas idosas ou com

capacidade diminuída, simplesmente designando outra tarefa que exija menor

agilidade ou vigor físico. Por outro lado, as estações de trabalho também podem ser

individuais, onde o processo de triagem é totalmente manual, com os cooperados

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trabalhando em pé ao redor de uma mesa de triagem, separando cada tipo de

resíduo reciclável e armazenando em diferentes recipientes (bombonas, tambores,

sacos ou os chamados bags5) (COCKELL et al., 2004).

O processo de trabalho dos catadores pode ser resumido, de maneira

geral, em três fases: coleta, separação e comercialização dos recicláveis (SILVA et

al., 2005). Algumas vezes a coleta é realizada pelo poder público, conforme indicado

anteriormente, outras vezes a coleta é realizada pelos próprios catadores em

carrinhos nas vias públicas. Portanto, entre a coleta e a comercialização, são

necessárias algumas etapas de separação dos materiais recicláveis nos galpões de

triagem. Após a separação ocorre a prensagem que, em geral, é realizada com

auxílio de prensas hidráulicas ou elétricas. Esse processo é realizado para que os

materiais prensados e enfardados ocupem menor área de armazenamento e

também, pela facilidade de pesagem e comercialização dos fardos. Alguns galpões

possuem balanças para pesagem dos fardos e em outros, os comerciantes que vão

até o galpão para comprar os materiais triados levam a balança. Os materiais

recicláveis já separados são então vendidos, por peso, geralmente para

intermediários, os quais farão a comercialização final com as indústrias de

reciclagem (GONÇALVES, 2004).

O trabalho com resíduos sólidos urbanos é uma atividade de risco à

saúde dos trabalhadores, seja ele o risco de acidentes de trabalho, contaminação

biológica ou ergonômico (ARANTES e BORGES, 2008; COCKELL et al., 2004;

GONÇALVES, 2004). Dall’Agnol e Fernandes (2007) apontam que a diarreia é a

mais frequente das doenças causadas por contato direto ou indireto com os resíduos

e, está intimamente relacionada com a falta de limpeza das mãos após a realização

do trabalho de triagem. Condições desfavoráveis de trabalho também podem

acarretar em acidentes como cortes, perfurações e queimaduras (SIQUEIRA e

MORAES, 2009).

A partir das informações anteriores, infere-se que no caso do galpão

utlizado pelos catadores da Associação Ilha: (1) a falta de infraestrutura adequada

do galpão em que é realizado o trabalho constitui uma situação de risco para a

saúde dos trabalhadores e, (2) alguns dos itens comuns para a realização do

5 Bags são sacolas flexíveis feitas de polietileno ou polipropileno, com alça reforçada e grande capacidade volumétrica (carga de trabalho entre 250kg a 2000kg).

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trabalho em centrais de triagem, e que seriam úteis para a Associação Ilha, são

mesas para triagem, esteira, bags, prensa e balança.

2.3. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDROSSANITÁRIAS EM

CENTRAIS DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

Para prover as condições de trabalho adequadas, é necessário que um

galpão de triagem de resíduos possua sistema elétrico e hidrossanitário aprovados

pelos órgãos competentes.

2.3.1 Projeto de instalações elétricas

A norma que rege as instalações de baixa tensão é a ABNT NBR

5410:2004, versão corrigida: 2008 (ABNT, 2004 e 2008). A aplicação da norma

ABNT NBR 5410:2004, versão corrigida: 2008 não dispensa o atendimento a outras

normas complementares. As instalações elétricas estão sujeitas também às normas

para fornecimento de energia estabelecidas pelas autoridades reguladoras e pelas

empresas distribuidoras de eletricidade (ABNT, 2004). Portanto, em complemento à

normativa nacional, a Companhia Paranaense de Energia (COPEL) publicou em

2012 uma nova versão da Norma Técnica NTC 901100 sobre fornecimento em

tensão secundária de distribuição no estado do Paraná (COPEL, 2012).

A fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento

adequado das instalações e a conservação dos bens, a ABNT NBR 5410:2004,

versão corrigida: 2008 aplica-se à novas instalações elétricas ou as reformas em

instalações existentes de edificações, seja seu uso residencial, comercial, público,

industrial, de serviços, entre outros (ABNT, 2004 e 2008).

É necessário também diferenciar a potência instalada da potência

demandada. A potência demandada em um edifício é menor do que a potência

instalada na edificação (NISKIER, MACINTYRE, 2000). A potência demandada é

determinada levando-se em conta fatores como a simultaneidade do uso de energia

(TATIETSE, 2002). Em seu estudo específico para galpões industriais, MOURA

(2006) sugere que os primeiros 20kWh tem demanda de 100% e para os que

excedem esse valor, a demanda é de 70%.

Na Tabela 1 segue um resumo dos valores sugeridos para padrões de

uso residenciais, de acordo com Niskier e Macintyre (2000).

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Tabela 1 – Fator de demanda aplicável para cada faixa de potencia instalada

Potencia instalada (kW) Fator de demanda (%) 0 - 1 86 1 - 2 75 2 - 3 66 3 - 4 59 4 – 5 52 5 – 6 45 6 - 7 40 7 – 8 35 8 – 9 31

9 – 10 27 > 10 24

Fonte: NISKIER, MACINTYRE, 2000

Além de projetar as instalações elétricas para suprir a demanda da

edificação, também é parte de um projeto elétrico atender as iluminâncias mínimas e

promover conforto visual aos ocupantes da edificação (ARAÚJO et al., s.d.).

A Norma Brasileira ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013, demoninada

“Iluminação de ambientes de trabalho – Parte 1: Interior”, recomenda valores de

iluminância para áreas de trabalho internas (ABNT, 2013). Alguns destes valores

que se farão pertinentes a este trabalho estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 – Nível de iluminância para ambientes de trabalho

Ambiente Iluminância necessária (lux) Corredores 100

Vestiário/banheiro/toalete 200 Sala de reunião 500

Instalações de processamento com trabalho manual constante

300

Área de triagem de papel e impressão manual

500

Fonte: adaptado de ABNT NBR ISO 8995:2013 (ABNT, 2013)

Todos os procedimentos de projeto, execução e instalação do sistema

elétrico predial podem ser consultados por completo nas normas supracitadas e

devem ser seguidos para aprovação de um projeto elétrico no órgão competente

regional.

2.3.2 Projeto de água fria

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) emitiu, em 1998, a

norma brasileira ABNT NBR 5626:1998 que versa sobre a instalação predial de água

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fria (ABNT, 1998). As exigências a se observar no projeto, segundo a norma em

questão, são:

“a) preservar a potabilidade da água, b) garantir o abastecimento de água de forma contínua, em

quantidade adequada (...),

c) promover economia de água e energia,

d) possibilitar manutenção fácil e econômica,

e) evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente,

f) proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização

adequadamente localizadas, de fácil operação (...)” (ABNT, 1998).

Os procedimentos de dimensionamento de um sistema de abastecimento

de água fria estão detalhados na versão de 1998, a última edição desta norma, e as

exigências e recomendações nela previstas devem ser seguidas pelos projetistas,

instaladores, construtores, fabricantes, concessionárias e pelos próprios usuários

(ABNT, 1998).

Para ambientes de trabalho, por vezes os projetos complementares

devem seguir diretrizes especificas, como por exemplo, os níveis de iluminância

mínimos (vide item 2.3.1 apresentado neste trabalho).

Quanto às instalações de apoio para sanitários e vestiários, é

recomendado que seja seguida a Norma Regulamentadora NR-24 (Ministério do

Trabalho e Emprego,1978) com atenção a Tabela 3.

Tabela 3 - Instalações de apoio em galpões de triagem de recicláveis: sanitários e vestiários

Equipamento Quantidade por usuário Dimensões Vaso sanitário 1 para cada 20 usuários Box mínimo 1 m²

Lavatório 1 para cada 20 usuários Largura mínima 0,60 m Chuveiro 1 para cada 10 usuários - Vestiário Armários individuais 1,50 m² por usuário Armário Compartimentos duplos H=0,9 m; L=0,3 m; P=0,4 m

Obs.: H = altura, L = largura e P= profundidade.

Fonte: adaptado de Norma Regulamentadora No. 24 (MTE, 1978)

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2.3.3 Projeto de esgotamento sanitário

O sistema de esgotamento sanitário tem como função básica a coleta e

transporte de efluentes provenientes do uso adequado dos aparelhos sanitários a

um destino adequado (ABNT, 1999). A ABNT publicou também a norma ABNT NBR

8160:1999 que discorre sobre o projeto e a execução de sistemas prediais de esgoto

sanitário, a qual esclarece que o sistema deve ser projetado de modo a:

“a) evitar a contaminação da água (...),

b) permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos

introduzidos, evitando (...) a formação de depósitos no interior das

tubulações,

c) impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial

de esgoto sanitário atinjam áreas de utilização,

d) impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior do sistema

(...)” (ABNT, 1999).

Na norma em questão podem ser encontradas na íntegra todas as

disposições de projeto, as tabelas necessárias para o dimensionamento e os

detalhes de execução e construção de um sistema que atenda as exigências

mínimas de higiene, segurança e conforto dos usuários (ABNT, 1999).

2.4 PREMISSAS DE SUSTENTABILIDADE APLICÁVEIS AOS PROJETOS DE

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDROSSANITÁRIAS

O Green Building Council norte americano define a construção

sustentável como um conceito holístico que começa desde a compreensão de como

o espaço construído pode afetar profundamente, para bem ou para mal, o ambiente

natural onde está inserido e as pessoas que o habitam diariamente. Uma construção

sustentável busca amplificar os efeitos positivos e mitigar os negativos durante todo

o ciclo de vida da edificação. Apesar de existirem inúmeras definições diferentes de

construções sustentáveis, a mais amplamente aceita caracteriza como sustentáveis

aquelas edificações que, durante seu planejamento, projeto, construção e operação

preocupam-se com aspectos relacionados ao uso de energia, uso da água,

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qualidade interna do ambiente, seleção dos materiais, componentes e seu efeito no

ambiente em que se instala (USGBC, 2014).

Aplicando este conceito às centrais de triagem de materiais recicláveis, é

possível buscar medidas que vão além da adequada operação da edificação e

também da segurança no trabalho dos catadores. Ao utilizar soluções alternativas

aos projetos tradicionais, visa-se assegurar um custo de operação tão baixo quanto

possível e, desta forma, possibilitar maior margem de lucro à central de triagem e

consequentemente o aumento da renda familiar dos catadores. Portanto, para o

galpão utlizado pelos catadores da Associação Ilha, é possível a proposição de uma

reforma que atenda também os princípios de construção sustentável.

A partir das considerações acima, na sequência serão apresentados

alguns conceitos e alternativas para uma proposta de reforma no galpão, seguindo

princípios de construção sustentável específicos para as instalações elétricas e

hidrossanitárias.

2.4.1 Estudo luminotécnico

A sustentabilidade em edificações, segundo Toledo (2008), está

intimamente relacionada, entre outros aspectos, à eficiência energética e ao estudo

luminotécnico, que por sua vez tem impacto direto no consumo de energia elétrica

nas edificações.

Para Souza (2003), um estudo luminotécnico aborda, qualitativa e

quantitativamente, o uso eficiente de sistemas que integrem iluminação natural e

artificial, proporcionando aos usuários ambientes agradáveis e evitando o

desperdício da energia elétrica. Portanto, um estudo luminotécnico pode reduzir o

prazo para retorno do investimento em sistemas tecnologicamente eficientes.

O aproveitamento da iluminação natural acontece quando a iluminação

artificial serve à função de suplementar as mudanças nos níveis de iluminação

natural e manter constante a iluminância de projeto usando técnicas de controle

como, por exemplo, a dimerização6 (LANL, 2002). A redução no consumo de energia

elétrica pode ser mais significativa quando a iluminação natural for empregada em

6 Um sistema dimerizável utiliza um dispositivo chamado dimmer, que controla a corrente elétrica liberada para alimentar a lâmpada, o que resulta numa variação da intensidade do fluxo luminoso.

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conjunto com sistemas de controle adequados da iluminação artificial (TOLEDO,

2008).

Ao serem definidas as intenções globais do estudo luminotécnico, ou seja,

as demandas de iluminação para o local, devem ser definidos os papéis a serem

desempenhados pela luz natural e pela artificial (IESNA, 2000). Para isso, o

Illuminating Engineering Society of North America (IESNA) (2000) aponta que é

necessário conhecer o comportamento e desempenho da luz natural no ambiente do

projeto em diferentes períodos ao longo do ano.

Quando se trata de estudos de iluminação natural, vários métodos de

previsão estão disponíveis na literatura, geralmente divididos em métodos de cálculo

e gráficos, além de modelos reduzidos (TOLEDO, 2008). Atualmente, os recursos

computacionais permitem aplicar as rotinas de cálculo por meio de simulações em

computador, as quais possibilitam o estudo da iluminação nas edificações de forma

complexa, porém com agilidade e precisão (LIMA e CHRISTAKOU, 2007).

2.4.1.1 Aproveitamento da iluminação natural

A luz natural admitida no interior das edificações é proveniente

diretamente do sol, luz difundida na atmosfera e a luz refletida no entorno (ABNT,

2004).

“Além das condições atmosféricas (nebulosidade, umidade relativa

do ar, etc.), a disponibilidade de radiação solar, também denominada

energia total incidente sobre a superfície terrestre, depende da

latitude local e da posição no tempo (hora do dia e do ano). Isso se

deve à inclinação do eixo imaginário em torno do qual a Terra gira

diariamente (movimento de rotação) e à trajetória elíptica que a Terra

descreve ao redor do sol (...)” (ANEEL, 2005, p. 30).

Um projeto adequado de iluminação natural, segundo a norma brasileira

(ABNT NBR 15215:2005), deve tirar proveito e controlar a luz solar disponível,

devendo ser prioridade, em termos de exposição a luz solar, estabelecer os valores

de iluminância necessários para as atividades em cada ambiente (ABNT, 2005).

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A ABNT NBR ISO 8995:2013, apresenta os requisitos para iluminação no

interior de ambientes de trabalho e define que uma boa iluminação requer igual

atenção para a quantidade e para a qualidade (ABNT, 2013). A provisão de

iluminação necessária para a realização de uma tarefa é requisito do projeto

luminotécnico, mas a visibilidade depende de outros fatores além deste, como a

maneira que a luz é fornecida e a superfície de trabalho. A norma em questão leva

em consideração, além da iluminância, o limite referente ao desconforto por

ofuscamento, respeitando requisitos de segurança, saúde e desempenho eficiente

do trabalho (ABNT, 2013).

O Brasil apresenta elevada incidência de radiação solar, com uma média

de 280 dias de sol por ano, e observa-se na Figura 2 que a região menos

ensolarada do país apresenta índices solares acima dos valores máximos que

recebe a Alemanha (CABRAL et al., 2013), um dos países expoentes na fotogeração

de energia elétrica.

Figura 2 - Radiação solar no plano horizontal: (a) no Brasil e (b) na Alemanha Fonte: Rüther et al. (2006) e Solargis (2011).

Tal fato possibilita que no Brasil se aproveite tanto o potencial de

iluminação natural quanto o de geração de energia elétrica por meio da radiação

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solar. No guia avançado para iluminação do New Buildings Institute (2003), a

iluminação natural é apresentada como um sistema composto por aberturas laterais

e zenitais – que são aberturas nas coberturas – que permitem a passagem da luz

natural para o interior da edificação. O mesmo documento explica que as superfícies

do edifício atuam como protetores e refletores, modelando e distribuindo a luz no

ambiente interno (NBI, 2003).

As aberturas laterais mais tradicionais são as janelas, que variam em

comprimento, altura, forma de movimentação para permitir o fluxo de ar e quanto à

sua disposição em um ambiente. Ao contrário das aberturas laterais, as aberturas

zenitais proporcionam maior iluminância e uma distribuição mais uniforme da

iluminação natural interna se estiverem uniformemente distribuídas pela cobertura

(TOLEDO, 2008). Consequentemente, as aberturas zenitais recebem uma carga

térmica7 maior que as aberturas laterais e, portanto, devem ser usadas com critério,

sendo necessária a condução de análises de conforto térmico para comprovação da

qualidade do ambiente interno (AMORIM, 2002).

Exemplos de elementos zenitas são apresentados na Figura 3: os

horizontais (tipo shed e tipo monitor) e os domos. Na Figura 4 podem ser vistos

exemplos de claraboias e lanternins e na Figura 5 segue uma ilustração de teto

translúcido.

7 Carga térmica é o somatório de todas as formas de calor presentes num ambiente (ENEBRÁS, s.d.)

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Figura 3 - Abertura zenital: sheds (imagens superiores) e domos (imagens inferiores).

Fonte: CEAP, s.d.

Figura 4 - Abertura zenital: a) claraboia e b) lanternim

Fonte: Arte UOL, 2015.

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Figura 5 - Abertura zenital: tetos translúcidos

Fonte: Autoria própria, 2015. 2.4.1.2 Simulação computacional de iluminação natural e artificial

A avaliação da iluminação natural em um projeto pode ser realizada

basicamente de três maneiras: métodos gráficos simplificados, simulações com

modelos em escala reduzida e simulação por meio de softwares computacionais

(PAPST et al., 1998). Vários são os softwares disponíveis atualmente para

simulação de iluminação natural, entre eles destacam-se: Daysim (Reinhart et al.,

2011) e © DIVA for Rhino version 3.0 (SOLEMMA, 2014).

Associado às simulações de iluminação natural, podem ser usados ainda

softwares de previsão de consumo energético, entre eles o mais utilizado é o

EnergyPlus™ (EERE, 2014) e para simulação da iluminação artificial, o

software DIALux (DIAL, 2008). O uso conjunto destas simulações - a de

iluminação natural e artificial - ajuda a prever a autonomia da luz natural e assim

indicar tanto o complemento necessário da iluminação artificial como a eficiência

energética dos cenários propostos.

Considerando que será necessária uma reforma no galpão utilizado pelos

catadores da Associação Ilha, incluindo o reparo ou substituição do material da

cobertura, será importante adotar as premissas de sustentabilidade para eficiência

energética aqui indicadas, incluindo aproveitamento da luz natural. Desta forma, o

custo mensal com a conta do consumo de energia elétrica poderá ser reduzido.

Na sequência serão apresentadas as propostas para a reforma das

instalações hidrossanitárias do galpão.

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2.4.2 Uso racional de água

A crescente escassez de recursos naturais, inclusive a água, induz, por

um lado, a seu uso racional, e, por outro, à busca de novas fontes ou alternativas à

água potável, quando seu uso não for exigido (FIORIN, 2005). Como ponto de

partida, deve-se estudar as ações para redução da demanda de água dos usuários

nas edificações e, na sequência, as possíveis formas seguras de oferta de água

proveniente de fontes alternativas (CNI, 2013).

No que tange o esgotamento sanitário, a coleta adequada e destinação à

rede municipal já consiste em uma medida ambiental e de saúde pública. Os

prejuízos socioambientais causados pelo esgoto não coletado são dos mais diversos

e presentes na realidade dos continentes africano, asiático e sul americano (VAZ,

2009).

2.4.2.1 Uso de metais e louças eficientes

O conceito de gestão da demanda, no âmbito da gestão de recursos

hídricos, é entendido como toda e qualquer medida voltada a reduzir o consumo de

água final dos usuários, sem prejuízo dos atributos de higiene e conforto dos

sistemas originais (NETO, JULIO, 2014). Tal redução pode ser obtida por meio da

mudança de hábitos no uso da água ou mediante a adoção de aparelhos e

equipamentos poupadores (PNCDA, 2000).

Metais e louças sanitárias de vazão reduzida já estão amplamente

difundidos no mercado e optar por tais opções incorre em um aumento quase

desprezível no custo total de uma obra (SCHROTH, 2016).

Uma lista de metais e louças sanitárias, com os respectivos valores de

vazão, está apresentada na Tabela 4, conforme opções disponíveis em lojas de

materiais de construção na Região Metropolitana de Curitiba (PR). Tabela 4 – Metais e louças sanitárias de vazão reduzida

Equipamento economizador Fluxo reduzido Vaso sanitário dual-flush 3 e 6 litros Lavatório com arejador 1,8 litros/minuto

Chuveiro 8 litros/minuto Torneira com arejador 3,6 litros/minuto

Obs: Dados obtidos em lojas de materiais de construção na Região Metropolitana de Curitiba (PR).

Fonte: adaptado de SCHROTH (2016).

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Um dos principais difusores de medidas de eficiência no uso da água são

as certiciações ambientais de edificações, como a Leardeship in Energy and

Environmental Design (LEED) do Green Building Council (GBC). Estas cerficiações

servem o duplo papel de possibilitar a comparação entre as práticas convencionais

de mercado e as iniciativas sustentáveis na construção civil, bem como premiam e

atestam imparcialmente aquelas iniciativas que efetivamente tragam benefícios.

As diretrizes do LEED, organizadas na forma de um manual chamado

Referencial Guide (USGBC, 2009) trazem dados para os usos diários dos metais e

louças sanitárias em ambientes de trabalho, bem como fornecem os respectivos

valores de referência de vazão para aparelhos sanitários convencionais. As

diretrizes da certificação no tangente à estimativa de consumo pertinentes a este

trabalho estão resumidas nas Tabelas 5 e 6.

Tabela 5 – Número estimado de usos diários para os metais e louças

Usos por ocupante Usos por visitante Bacia sanitária1 3 0,5

Lavatório 3 0,5 Chuveiro 1 0

Torneiras de pia/tanque 0,1 0,1

Fonte: Adaptado de LEED Reference Guide (USGBC, 2009) 1 Caso o sistema seja dual-flush, consideram-se 2 descargas no fluxo reduzido e 1 no fluxo completo.

Tabela 6 – Fluxo por acionamento e fluxo por ciclo de metais e louças convencionais

Fluxo por acionamento

Fluxo por ciclo Duração do ciclo

Bacia sanitária 6 litros - - Lavatório - 1,9 litros/minuto 30 segundos Chuveiro - 9,5 litros/minuto 5 minutos

Torneiras de pia/tanque - 8,3 litros/minuto 15/30 segundos

Fonte: Adaptado de LEED Reference Guide (USGBC, 2009).

2.4.2.2 Água de chuva como fonte alternativa no abastecimento de água

Captar água de chuva é uma técnica antiga cuja popularidade tem sido

renovada, devido à qualidade inerente da água pluvial e ao interesse em reduzir o

consumo de água potável, onde possível o uso de água não potável (TEXAS

WATER DEVELOPMENT BOARD, 2005).

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Atualmente, muitas cidades estão estabelecendo medidas que induzam a

utilização de fontes alternativas para captação de água de chuva nas novas

edificações (JABUR, BENETTI, SILIPRANDI, 2011). Na Tabela 7 é ilustrado um

breve histórico da evolução das legislações brasileiras a respeito do uso racional da

água.

Tabela 7 - Legislações municipais brasileiras acerca do uso racional da água

Município - Estado Legislação Viçosa - MG Lei Municipal 14401/2001 Recife - PE Lei Municipal 16759/2002

Maringá - PR Leis Municipais 6345/2003 e 6339/2003 Passo Fundo - RS Lei Complementar 110/2003

São José - SC Lei Municipal 4082/2003 Curitiba - PR Lei Municipal 10785/2003

Rio de Janeiro - RJ Decreto Municipal 23940/2004 São Paulo - SP Decreto Municipal 47731/2006 Campinas - SP Lei Municipal 12474/2006

Matão - SP Projeto de Lei Municipal 042/2006 Americana - SP Projeto de Lei Municipal 093/2006 Cascavel - PR Lei Municipal 4631/2007

Vitória - ES Lei Municipal 7079/2007

Fonte: adaptado de BEZERRA et al., 2010

A ABNT publicou em 1989 a ABNT NBR 10844:1989 que trata de

sistemas prediais para águas pluviais. A norma em questão fixa exigências e

critérios necessários aos projetos e se aplica a drenagem de águas pluviais em

coberturas e demais áreas associadas ao edifício (ABNT, 1989). Os procedimentos

de dimensionamento dos componentes de captação do sistema de águas pluviais

podem ser encontrados na íntegra na referida normativa. Porém, esta norma não

trata das questões de armazenamento para posterior aproveitamento de água de

chuva.

Apenas em 2007 é que foi publicada a ABNT NBR 15527:2007, norma

essa que apresenta os requisitos, e demais recomendações normativas de projeto,

para o aproveitamento de água da chuva de coberturas em áreas urbanas, para fins

não potáveis (ABNT, 2007).

A partir da média pluviométrica mensal e usando a área de telhado como

a área de captação, calcula-se o potencial de captação de água de chuva por meio

da equação 1, sugerida na norma ABNT NBR 15527:2007 (ABNT, 2007).

V = p x A x C x η (1)

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Onde:

V = volume de agua de chuva aproveitável (m3)

p = precipitação media mensal (m)

A = área de captação (m2)

C = coeficiente superficial de escoamento da cobertura (adimensional)

η = coeficiente de aproveitamento (adimensional)

A utilização de água da chuva para fins não potáveis pode ser realizada

com sistemas simples de implantação e operação (JABUR et al., 2011). Tais fins

não potáveis incluem usos como irrigação, lavagem de pisos e descargas em

sanitários (DEVKOTA et al., 2015).

O aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis no galpão

utlizado pelos catadores da Associação Ilha poderá contribuir para a redução do

consumo de água potável, onde esta não for necessária. Consequentemente, a

utilização desta fonte alternativa poderá colaborar para reduzir o custo mensal com a

conta de consumo de água potável.

Após esta revisão da literatura referente aos objetivos deste trabalho, o

próximo capítulo apresentará os procedimentos metodológicos utilizados.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capitulo são descritas as etapas para o desenvolvimento do

presente trabalho.

3.1 IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA ADEQUAÇÃO DO GALPÃO DA ASSOCIAÇÃO ILHA COMO CENTRAL DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

A primeira etapa foi conhecer o local e as condições de trabalho no

galpão da Associação Ilha. Para tanto foram realizadas:

• leitura das publicações resultantes de estudos prévios realizados

no galpão da Associação Ilha;

• visitas ao galpão para coleta de dados, registros fotográficos e

análise das condições da edificação e do terreno onde está

localizado; e

• conversas com os trabalhadores da Associação Ilha sobre as

atividades realizadas no galpão, incluindo as demandas para a

melhoria das condições de trabalho.

3.2 SELEÇÃO DAS PREMISSAS DE SUSTENTABILIDADE PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E USO RACIONAL DE ÁGUA PARA O GALPÃO DA ASSOCIAÇÃO ILHA

A segunda etapa do trabalho foi a seleção das alternativas a serem

consideradas na reforma do galpão da Associação Ilha, baseadas nos prinçipios de

construção sustentável. Esta seleção levou em consideração os seguintes aspectos:

• revisão bibliográfica sobre o funcionamento de centrais de triagem

de materiais recicláveis;

• revisão bibliográfica sobre alternativas para eficiência energética e

uso racional de água em centrais de triagem de materiais

recicláveis;

• análise da situação atual da edificação do galpão e das

possibilidades de melhoria, a partir dos dados coletados no local

(conforme descrição no item 3.1); e

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• análise de todos os dados obtidos e conhecimentos adquiridos

para realizar a seleção das alternativas mais adequadas à

realidade da Associação Ilha, levando em consideração a

viabilidade técnica, econômica e os custos de manutenção

atrelados a cada alternativa.

3.3 ADEQUAÇÃO DO PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS COVENCIONAL PARA CONTEMPLAR MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Conforme indicado anteriormente neste trabalho, o galpão da Associação

Ilha vem sendo estudado desde 2014 por uma equipe da UTFPR, composta por

diversos professores e estudantes. Um dos resultados anteriores foi o

desenvolvimento de um projeto de instalações elétricas, porém sem considerar

questões mais específicas de eficiência energética (Apêndice III). Aquele projeto,

neste trabalho denominado projeto convencional, foi utilizado como referencia para a

realização de uma adequação baseada nas alternativas selecionadas conforme

descrição no item 3.2. As etapas para adequação do projeto convencional foram:

• Estimativa do consumo de energia previsto para o projeto

convencional;

• Identificação do maior ponto de consumo do projeto convencional e

escolha das medidas de eficiência adequadas para melhorar seu

desempenho;

• Realização do estudo luminotécnico, seguindo as etapas abaixo:

o Seleção de dois cenários de abertura zenital, aqui

denominados 1 e 2, com aberturas na cobertura

equivalentes a 3% a 6% da área de piso.

Cenário 1: composto pelas aberturas previstas em

projeto arquitetônico (janelas) somadas a uma

área de abertura zenital na cobertura, referente a

3% da área do piso. Essas aberturas zenitais

foram propostas por meio de utilização de telhas

translúcidas de policarbonato na cobertura.

Cenário 2: composto pelas aberturas previstas em

projeto arquitetônico (janelas) somadas a uma

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área de abertura zenital na cobertura, referente a

6% da área do piso. Novamente, essas aberturas

zenitais foram propostas por meio de utilização de

telhas translúcidas de policarbonato na cobertura.

o Modelagem computacional em 3D da edificação completa

do galpão, para cada um dos cenários 1 e 2, utilizando o

software SketchUp (TRIMBLE, 2016);

o Simulação do aproveitamento da luz solar para iluminação

natural, para cada um dos cenários 1 e 2, utilizando o plug-

in © DIVA for Rhino version 3.0 (SOLEMMA, 2014) do

software Rhinocerus;

o A partir das simulações do aproveitamento da luz solar para

iluminação natural, para cada um dos cenários 1 e 2, a

opção que apresentou melhores resultados foi selecionada

como o cenário proposto de abertura zenital;

• Sob o cenário proposto de abertura zenital, ou seja, no cenário

ideal para iluminação natural, foi estudada a melhor alternativa de

iluminação artificial para complementar a iluminação natural. Tal

estudo foi feito também por meio de simulações computacionais.

Esta simulação da iluminação artificial foi realizada por meio de um

software especifico para simulação de iluminação artificial

chamado DIALux (DIAL, 2008);

• A partir destas simulações, foram determinadas a disposição dos

pontos de iluminação e a especificação do modelo de luminárias e

lâmpadas para eficiência energética; e

• O projeto proposto de instalações elétricas foi desenvolvido com

base na NBR 5410:2004 versao corrigida: 2008 (ABNT, 2004 e

2008).

3.4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS PARA USO RACIONAL DA ÁGUA

Para desenvolvimento do projeto de instalações hidrossanitárias baseado

nas premissas de sustentabilidade foram necessárias as seguintes etapas:

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• cálculo da demanda de água do galpão para um projeto

convencional de instalações hidrossanitárias;

• cálculo da demanda de água do galpão contemplando a utilização

de dispositivos economizadores de água: metais e louças

sanitárias de fluxo reduzido;

• determinação das parcelas de uso de água, separando demanda

de água potável e água não potável;

• desenvolvimento de projeto para aproveitamento de água de chuva

para finalidades não potáveis, a partir da avaliação do potencial de

aproveitamento de água de chuva para suprir a demanda de usos

não potáveis, de acordo com a recomendação da norma brasileira

ABNT 15527:2007 (ABNT, 2007);

• desenvolvimento de projeto de instalações de água fria, de acordo

com as recomendações da norma brasileira ABNT NBR 5626:1998

(ABNT, 1998), e contemplando uso racional de água; e

• desenvolvimento de projeto de esgotamento sanitário, de acordo

com as recomendações da norma brasileira ABNT NBR 8160:1999

(ABNT, 1999).

3.5 ESTIMATIVA DA ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA E ÁGUA POTÁVEL

NO GALPÃO COM OS PROJETOS PROPOSTOS PARA EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA E USO RACIONAL DE ÁGUA

Os consumos de energia e água calculados para os projetos

convencionais e para os projetos baseados nas premissas de sustentabilidade

selecionadas foram comparados. A partir desses consumos, o custo previsto de

operação do galpão para os projetos de instalações convencionais e para as

instalações com premissas de sustentabilidade também foram estimados, com base

nos valores praticados pelas concessionárias fornecedoras no momento da

realização da análise.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão descritas a situação atual do galpão onde trabalham

os catadores de reciclávies integrantes da Associação Ilha. Na sequência serão

indicadas as ações prioritárias para melhoria das condições da estrutura do galpão e,

consequentemente, das condições de trabalho no local. Com base nestas

informações, serão apresentadas as propostas para adequação das instalações,

baseadas em premissas de sustentabilidade. Ao final deste capítulo será realizada

uma estimativa da economia na operação do galpão, em termos de consumo de

energia elétrica e água potável, após acontecer a regularização da situação de

posse. Esta comparação será feita entre duas situações, considerando: (1) a

implantação de projetos de instalações elétricas e hidrossanitárias pelos sistemas

convencionais e (2) ao adotar medidas de eficiência energética e de uso racional de

água nos projetos propostos.

4.1 CONDIÇÕES DA EDIFICAÇÃO DO GALPÃO

O galpão utilizado pelos catadores da Associação Ilha está localizado no

município de Almirante Tamandaré (PR). A edificação possui cerca de 270 metros

quadrados de área coberta, além de uma área externa, formando um acesso lateral

de aproximadamente 90 metros quadrados (Figura 6).

Figura 6 - Galpão da Associação Ilha – área externa: a) vista frontal e b) acesso lateral Fonte: Autoria própria, 2015.

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A edificação é composta de dois pavimentos, o térreo e o mezanino. O

pavimento térreo possui uma área principal ampla, de aproximadamente 219 metros

quadrados, doravante chamada área de triagem, onde os trabalhadores delimitaram

seus espaços de trabalho e realizam o processo de separação dos recicláveis

(Figura 7 e 9). Em um dos espaços do pavimento térreo existe uma laje de

aproximadamente 25 metros quadrados que está abaulada e apoiada sobre escoras.

Segundo informações dos catadores, esta laje servia como um outro mezanino, mas

atualmente não parece ser seguro circular sobre ela (Figura 7b).

Ainda no pavimento térreo existem dois banheiros, que estão desativados

devido ao fato de o galpão não possuir fornecimento de água potável da

concessionária (Figura 8). Também no pavimento térreo existem dois espaços

menores que estão sendo utilizados para armazenar rejeitos da triagem dos

recicláveis. As Figuras 7, 8 e 9 contemplam imagens do pavimento térreo do galpão.

A cobertura da área de triagem, composta por telhas de fibrocimento, encontra-se

em estado precário, conforme visto na Figura 9.

O segundo pavimento, doravante denominado mezanino, possui uma

parte que está sendo utilizada como uma moradia improvisada, composta por sala,

banheiro e quarto. A outra parte possui uma área sem uso definido, que atualmente

está ocupada por rejeitos da triagem dos recicláveis. O acesso ao mezanino se dá

por escadas existentes nos dois lados.

O projeto arquitetônico destes dois pavimentos, contemplando um estudo

para reforma do local, encontra-se no Apêndice II.

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Figura 7 - Galpão da Associação Ilha – área interna: a) espaço de triagem e b) detalhe da laje abaulada. Fonte: Autoria própria, 2015

Figura 8 - Galpão da Associação Ilha - sanitários: (a) espaço na entrada e (b) detalhe do interior Fonte: Autoria própria, 2017

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Figura 9 – Situação atual da cobertura do galpão da Associação Ilha

Fonte: Autoria própria, 2017

Na figura 10 é ilustrado o entorno do galpão, que fica localizado em um

terreno de esquina. O espaço é composto de área externa para acesso lateral e uma

área não calçada de passeio. O passeio contorna as duas faces da edificação, onde

atualmente cresce vegetação e há acúmulo de rejeitos.

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Figura 10 - Galpão da Associação Ilha - entorno: a) acesso do caminhão e b) rejeitos depositados no passeio para posterior coleta pela PMAT Fonte: Autoria própria, 2015.

4.2 ETAPAS DE TRABALHO NO GALPÃO

A Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré (PMAT) entrega

semanalmente, no galpão da Associação Ilha, uma carga de materiais provenientes

da coleta seletiva realizada no município. O caminhão da coleta seletiva da PMAT

descarrega o material coletado na área de acesso lateral do galpão. Após o

caminhão descarregar o material, cada trabalhador leva uma parte para sua área de

trabalho, onde farão a separação dos diferentes tipos de recicláveis.

Os catadores se dividem informalmente em áreas de trabalho distintas,

onde cada trabalhador se cerca dos materiais a serem triados e os separa por tipos,

armazenando-os em bags8 (Figura 11). Na ocasião de realização deste trabalho de

conclusão de curso, eram aproximadamente onze catadores no galpão. Os

catadores trabalhavam com mesas improvisadas, ou separando os recicláveis no

próprio piso, realizando movimentos repetitivos de agachamento e levantamento.

Os resíduos não são prensados e nem pesados pelos catadores, antes da

comercialização. Existe uma prensa e uma balança no galpão, mas estes

equipamentos só funcionariam se tivesse energia elétrica disponível. A venda é

8 A definição de bags encontra-se na nota de rodapé 4 do item 2.2 deste trabalho.

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realizada para um comprador que vem ao galpão, trazendo a própria balança em

seu caminhão.

Figura 11 - Galpão da Associação Ilha - postos de trabalho improvisados: a) uma das áreas de trabalho individual, b) catadora cercada dos bags de recicláveis Fonte: Autoria própria, 2015.

4.3 AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA ADEQUAÇÃO DO GALPÃO COMO CENTRAL DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

A partir da caracterização da situação atual e dos estudos realizados,

algumas ações foram identificadas como prioritárias para a melhoria das condições

de trabalho no galpão da Associação Ilha.

Uma das ações iniciais trata do reparo da cobertura, que atualmente está

severamente danificada (Figura 9), deixando os trabalhadores dentro do galpão

sujeitos às intempéries e sem possibilidade de trabalho em dias de chuva. Além

desta, uma outra ação fundamental é a remoção de uma laje abaulada situada em

uma parte do pavimento térreo, pois esta laje pode desabar e causar acidente aos

trabalhadores (Figura 7b, descrita anteriormente no item 4.1). A necessidade de

remoção desta laje foi confirmada após uma análise da sua estabilidade estrutural e

a viabilidade técnica de sua retirada. Esta avaliação foi realizada por um professor

do Departamento de Construção Civil da UTFPR, o qual concluiu que a retirada da

laje não afetará a estabilidade estrutural do galpão. Sendo assim, as propostas de

ações prioritárias definidas neste trabalho consideraram a efetivação da reforma da

cobertura e a retirada da laje e, consequentemente, os demais projetos

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desenvolvidos para as instalações elétricas e hidrossanitárias seguiram também

estas condições.

A partir destas considerações, as seguintes ações foram identificadas

como prioritárias para adequação do galpão como central de triagem:

• remoção da laje abaulada existente no pavimento térreo;

• reparo da cobertura do galpão;

• reforma do galpão para reparar paredes e pisos, bem como esquadrias

de janelas e portas;

• nivelamento do piso do pavimento térreo;

• reforma no pavimento térreo para contemplar escritório e local para

instalação de prensa e balança para os recicláveis;

• ainda no pavimento térreo, realização de reforma nos dois banheiros,

aumentando a área interna para possibilitar o uso como vestiário;

• proposta de melhor disposição de áreas de trabalho para cada catador,

favorecendo a organização da área de triagem;

• reforma no pavimento superior (mezanino), para acomodar um

pequeno apartamento para um vigilante em uma parte, e na outra parte

contemplar refeitório, área de descanso e banheiro;

• definição de espaço coberto para armazenamento dos resíduos já

triados e preparados para a venda;

• instalação de projeto de prevenção e combate à incêndios; e

• regularização da posse do galpão para possibilitar a ligação com as

redes municipais de fornecimento de energia elétrica, além de

abastecimento de água potável e esgotamento sanitário.

A questão da regularização da posse está sendo acompanhada pela ONG

CEFURIA, junto à Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré.

A proposta de melhor disposição das áreas de trabalho, incluindo

algumas reformas, para o melhor aproveitamento da estrutura como central de

triagem de resíduos recicláveis, foi elaborada por estudantes do curso de Arquitetura

e Urbanismo da UTFPR, sendo alguns participantes do Escritório Modelo de

Arquitetura e Urbanismo, EMAU Tupis. Os projetos arquitetônicos do pavimento

térreo e do mezanino, contemplando a proposta de reforma, estão no Apêndice II.

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Além disso, estudantes do curso Técnico em Segurança do Trabalho da

UTFPR realizaram entre 2014 e 2015 vários estudos das condições de trabalho na

Associação Ilha. A partir daqueles estudos, foram propostas medidas de segurança

no trabalho para melhorar as condições de trabalho dos catadores, incluindo um

treinamento para os trabalhadores (BEZERRA et al., 2015; BUDEL et al., 2015).

Neste trabalho de conclusão de curso, além do acompanhamento das

etapas de definição de prioridades aqui descritas, foram desenvolvidos estudos e

projetos para resultarem em instalações elétricas e hidrossanitárias com baixo

custos de operação, após a regularização da posse do galpão.

4.4 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO GALPÃO

Partindo do princípio de que a medida de eficiência energética mais

adequada para a Associação Ilha é aliar a iluminação natural com uma iluminação

artificial econômica, o projeto aqui proposto dá preferência à iluminação natural e

automatiza a iluminação artificial para entrar apenas como complementação. A

iluminação artificial proposta é feita com luminárias de LED9, que possuem vida útil

extremamente longa e não requerem manutenção, além de estarem difundidas no

mercado. O controle automatizado será por meio de dimerizadores.

Para o desenvolvimento deste estudo, foi necessário realizar o

georreferenciamento e a locação do galpão no terreno, para obtenção dos dados de

dimensão do terreno e coordenadas geográficas da edificação. Tanto o

georreferenciamento, quanto a locação do galpão no terreno, foram realizados

voluntariamente por estudantes integrantes da Tetris Empresa Júnior de Construção

Civil da UTFPR. Para isto, foi utilizado um equipamento de GPS e uma estação total.

O projeto da locação do galpão está apresentado no Apêndice I.

Conforme já mencionado na metodologia, alguns estudantes do Curso de

Arquitetura e Urbanismo da UTFPR, incluindo membros do Escritório Modelo de

Arquitetura e Urbanismo EMAU Tupis, em parceria com o engenheiro eletricista

Natalino das Neves Junior, do escritório de projetos elétricos Idear, desenvolveram

voluntariamente dois projetos que foram usados como base neste trabalho: os

projetos arquitetônicos para reforma do galpão, que está apresentado no Apêndice II,

9 LED é a sigla para Light Emitting Diode, ou diodo emissor de luz, em tradução literal.

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e o projeto convencional de instalações elétricas (Apêndice III). Estes projetos

formam a base para os demais estudos desenvolvidos neste trabalho de conclusão

de curso.

4.4.1 Estimativa do consumo de energia elétrica do projeto convencional

O projeto de instalações elétricas existente, caracterizado como um

projeto convencional (Apêndice III) foi considerado como base para o cálculo do

consumo energético do galpão. Naquele projeto foram incluídas 20 luminárias para a

área de triagem, cada luminária com 2 lâmpadas tubulares fluorescentes de 32W

(Watts). Ou seja, 40 lampadas de 32W cada (respectivamente, quantidade e

potência, apresentadas no Quadro 1 para iluminação na área de triagem). Nos

demais espaços foi prevista iluminação com lâmpadas de LED de 25W, num total de

17 lâmpadas. Naquele projeto convencional não foi considerado o aproveitamento

de iluminação natural, ou seja, foi considerada exclusivamente iluminação artificial.

A partir do projeto elétrico convencional foram obtidos o número

(quantidade) de pontos de consumo de energia e a potência nominal dos pontos e

equipamentos, apresentadas no Quadro 1. A potência instalada é simplesmente a

multiplicação da quantidade de pontos de consumo e sua respectiva potência. Já a

demanda apresentada no mesmo quadro foi baseada nas seguintes considerações:

• Considerando 10 horas de trabalho por dia ao longo de 22 dias de

trabalho em um mês típico. A demanda de iluminação da área de

triagem foi estimada baseada nas diretrizes de MOURA (2006)

para galpões industriais, onde os primeiros 20kWh tem demanda

de 100% e para os que excedem esse valor, a demanda é de 70%;

• A demanda para a iluminação das demais áreas foi calculada de

forma similar a da área de triagem, mas considerando uso em

apenas metade das horas de diárias de ocupação do galpão e fator

de demanda segundo NISKIER e MACINTYRE10. Isso porque o

uso da iluminação fora da área de triagem tem padrões de usos

mais parecidos com os de uma residência do que os de uma

indústria;

10 Os referidos valores de fator de potência estão apresentados na Tabela 1 deste trabalho.

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• A estimativa da demanda das tomadas de uso geral (TUG) e das

tomadas de uso especifico (TUE) foi análoga a iluminação das

demais áreas (usando os mesmos fatores de demanda). A

tomadas de uso geral foram consideras como usadas por metade

das horas ocupadas do galpão, e para as de uso especifico foi

considerado uso de 3 horas por dia;

• Para manter a consistência nos cálculos apresentados neste

trabalho, a quantidade de banhos diários e sua duração foi a

mesma adotada no cálculo de consumo de água, ou seja, em torno

de 2 banhos diários com duração média de 5 minutos cada, ao

longo dos 22 dias de trabalho do mês (conforme calculado no item

4.5.1.1 e apresentado no Quadro 3);

• Supôs-se também que a prensa seja utilizada por, em média, 1

hora por dia ao longo dos 22 dias de trabalho do mês.

O Quadro 1 demonstra a potência instalada e a potência demandada pelo

galpão no projeto convencional de instalações elétricas, bem como o consumo

mensal de energia.

Potência (W) QuantidadePotência

Instalada (kW)

Potência Demandada

(kW)

Consumo mensal de

energia (kWh)Iluminação área de triagem (kWh) 32 40 1,28 1,28 281,60

Iluminação demais áreas (kWh) 25 17 0,43 0,43 47,30

TUG (kWh) 100 32 3,20 2,39 262,68

TUE (kWh) 600 6 3,60 2,62 173,18

Chuveiros (kWh) 7400 4 29,60 1,23 27,13

Prensa (kWh) 3700 1 3,70 3,70 81,40

873,30Consumo mensal de energia no cenário convencional (kWh)

Quadro 1 – Consumo mensal de energia do galpão com o projeto convencional Fonte: Autoria própria, 2017.

Conforme o Quadro 1, a estimativa de consumo de energia elétrica

mensal no galpão, seguindo um projeto de instalações convencional, resultou em

aproximadamente 873,30 kWh.

O Grafico 1 demonstra a composição do consumo de energia elétrica do

galpão.

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Gráfico 1 – Composição do consumo de energia elétrica no galpão com o projeto convencional

Fonte: Autoria própria, 2017.

A partir da segmentação da demanda (Quadro 1 e Gráfico 1), fica claro

que a iluminação artificial para a área de triagem e as tomadas são os maiores

pontos de consumos da edificação. É importante salientar que a alteração no

numero de pontos de tomadas poderia prejudicar a atividade no galpão, e que as

cargas das tomadas não podem ser alteradas. O consumo da prensa também não

pode ser alterado, posto que foi baseado no equipamento já em posse da

Associação Ilha.

O consumo do chuveiro é mínimo (3%) bem como o consumo da

iluminação das demais áreas (6%) pois estas já contavam iluminação LED no

cenário convencional, ou seja, a iluminação das demais áreas já é considerada, de

certa forma, eficiente.

Conclui-se então que a melhor forma de impactar no consumo de energia

do galpão da Associação Ilha é reduzindo o consumo da iluminação da área de

triagem. Portanto, foi proposto um sistema de iluminação eficiente para a área de

triagem, que priorize a iluminação natural e integre a uma iluminação artificial

complementar automatizada e de baixo consumo. Este sistema de iluminação

eficiente foi determinado com base nos estudo descritos a seguir.

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4.4.2 Definição do nível de iluminância

O estudo luminotécnico consistiu na definição do nível de iluminância

adequado para a realização do trabalho dentro do galpão; essa etapa foi concluída

seguindo as definições da norma ABNT NBR ISO 8995:2013 (ABNT, 2013).

Conforme apresentado na Tabela 2 do item 2.3.1 da revisão bibliográfica

deste trabalho, os valores de iluminância mínimos para áreas de trabalho do galpão

foram:

• Sala de reunião: 500 lux;

• Área de triagem 11: 400 lux;

• Corredores (Circulação): 100 lux.

Conforme indicado anteriormente, para a realização deste estudo

luminotécnico foram considerados dois cenários de aberturas zenitais. Estes

cenários chamados Cenário 1 e Cenário 2 correspondem, respectivamente, a áreas

de abertura zenital na cobertura referentes a 3% e 6% da área do piso. Estes

cenários foram modelados e simulados, conforme descrito a seguir.

4.4.3 Cenário 1

Foi preciso modelar em três dimensões o galpão para posterior simulação

computacional de aproveitamento de iluminação natural.

4.4.3.1 Modelagem tridimensional do Cenário 1

A modelagem do Cenário 1 foi realizada no software SketchUp (TRIMBLE,

2016) conforme mostrado na Figura 12. Varias opções de disposições dos zenitais

foram restadas até que fosse escolhido o posicionamento visto na Figura 12.

11 Não existe requisito normativo específico para áreas de triagem de resíduos. A partir dos valores para atividades com demandas similares de iluminação, no caso ‘Instalações de processamento com trabalho manual constante’ e ‘Triagem de papel e impressão manual’ (Tabela 2), adotou-se uma média de 400 lux como iluminância mínima necessária.

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Figura 12– Cenário 1 modelado no software SketchUp Fonte: Autoria própria, 2017.

4.4.3.2 Simulação de iluminação natural do Cenário 1

Após desenvolver o modelo 3D, este foi exportado para o software

Rhinoceros (Robert McNeel & Associates, 2012) 12 , onde as propriedades dos

materiais constituintes do galpão foram atribuídas às superfícies tridimensionais

(vide Tabela 8), para então simular o aproveitamento de iluminação natural. A

simulação computacional foi realizada com um plug-in do próprio Rhinocerus

chamado © DIVA for Rhino version 3.0 (SOLEMMA, 2014). Na simulação, o

resultado buscado foi a autonomia de luz solar (ou daylight autonomy) para cada

cenário.

Para obter esse resultado, alimentou-se o © DIVA for Rhino version 3.0

com as seguintes informações:

• Características dos materiais (paredes, piso, telhas, vidros e

portas), ver Tabela 8;

• Localização da edificação (coordenadas geográficas);

• Inserção das cartas solares da localidade (Figura 14);

12 O Rhinocerus é um software de modelagem tridimensional (3D).

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• Horas de trabalho (foi considerado das 7h00 as 18h00);

• Altura da bancada de trabalho (foi considerado em torno de 80

centímetros acima do piso);

• e nível de iluminância pretendido (400 lux na área de triagem).

Com esses dados, o © DIVA for Rhino version 3.0 forneceu a daylight

autonomy, ou seja, a porcentagem das horas ocupadas que a iluminância

necessária (400 lux) é atingida apenas com iluminação natural.

Tabela 8 – Propriedades atribuídas às superfícies tridimensionais no software Rhinoceros

Superfície Material Paredes Alvenaria - revestimento simples de massa corrida Telhas Fibrocimento

Telhas translúcidas Policarbonato translúcido Vidros Vidro simples

Mesa/estação de trabalho Madeira Piso Concreto (cinza)

Fonte: Autoria própria.

Na Figura 13 é ilustrado o modelo do galpão exportado do software

SketchUp para o software Rhinoceros. Os elementos construtivos (paredes, piso,

telhado, etc.) foram transformados em superfícies sólidas para as quais foram

atribuídos os materiais mencionados na Tabela 8.

Figura 13 – Modelo tridimensional do galpão exportado para o software Rhinoceros Fonte: Autoria própria, 2015.

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O próximo passo foi inserir a carta solar do local. Não há, porém, carta

solar para Almirante Tamandaré. Devido a sua proximidade com Curitiba e

considerando que existe tal informação atualizada para a capital paranaense, foi

utilizada a carta solar de Curitiba para simular a iluminação natural. Na Figura 14 é

mostrado esse passo.

Figura 14 – Inserção a carta solar de Curitiba no software Rhinoceros para simulação Fonte: Autoria própria, 2015.

Na sequência, foi definida a superfície de análise, também chamada de

grid. No caso do galpão, o grid foi definido a 80 cm do piso, que é aproximadamente

a altura da estação de trabalho prevista. O grid definido está apresentado na Figura

15.

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57

Figura 15 – Determinação da altura do grid para análise de autonomia de luz solar Fonte: Autoria própria, 2015.

4.4.3.3 Resultados da simulação computacional de autonomia de luz solar do

Cenário 1

O Cenário 1 apresentou, em relação ao aproveitamento de iluminação

natural, com uma autonomia de luz solar para a área de triagem de

aproximadamente 89% das horas ocupadas.

As demais áreas (administração e depósito) também alcançaram certa

autonomia de luz solar, com 66% das horas ocupadas para o depósito e 46% para a

administração.

Nas figuras 16 e 17 são mostrados, respectivamente, o resultado de

autonomia de luz solar para o cenário 1 e um detalhe da legenda explicativa

fornecida pelo software Rhinoceros.

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Figura 16 – Resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar para Cenário 1 Fonte: Autoria própria, 2017.

Figura 17 – Apresentação da legenda de resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar para Cenário 1 Fonte: Autoria própria, 2017.

Neste cenário, foram analisadas apenas as áreas de trabalho do

pavimento térreo. Ao utilizar o software Rhinoceros (Robert McNeel & Associates,

2012), os resultados foram apresentados em grupos chamados “nodegroups”. Na

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Tabela 9 é mostrada a correspondência entre os grupos criados pelo software

Rhinoceros e as áreas conforme nomeadas no projeto arquitetônico.

Tabela 9 – Grupos atribuídos pelo Rhinoceros para o Cenário 1

Denominação Referente à(s) área(s) nodegroup00 Área de triagem nodegroup01 Área de depósito nodegroup02 Administração

Fonte: Autoria própria

A simulação produz também um relatório da quantidade de lux disponível

em cada ponto do grid de análise, a cada hora do ano. Esses dados de saída foram

compilados e estão apresentados no Gráfico 2. A pior situação de iluminância

acontece no inverno, onde as 06:30 da manhã não há qualquer disponibilidade de

luz solar no interior do galpão, e a iluminância máxima (que acontece as 12:30) é

pouco maior que 1200 lux.

Gráfico 2 – Média de disponibilidade de luz solar (lux) nas horas de trabalho por estação no

Cenário 1

Fonte: Autoria própria, 2017.

Analisando o Gráfico 2 e as Figuras 16 e 17 nota-se que nesta configuração

de aberturas zenitais, a disponibilidade de luz solar no interior do galpão ultrapassa

com folga a iluminância necessária para a realização das atividades. Nota-se

também que, independente da estação do ano, na primeira hora de trabalho será

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60

necessário complementar a iluminação natural com iluminação artificial para atingir o

nível de iluminância desejado. No outono e no inverno, será preciso iluminação

artificial nas duas primeiras horas de trabalho da manhã e também no final da tarde.

4.4.4 Cenário 2

Foi preciso modelar em três dimensões o cenário 2 para posterior

simulação computacional de aproveitamento de iluminação natural.

4.4.4.1 Modelagem tridimensional do Cenário 2

A modelagem do cenário 2 foi realizada no software SketchUp (TRIMBLE,

2016). Novamente, até que fosse definida a configuração de aberturas zenitais

mostrada na Figura 18, varias opções de localização foram testadas.

Figura 18 – Cenário 2 modelado no software SketchUp Fonte: Autoria própria, 2017.

4.4.4.2 Simulação de iluminação natural do Cenário 2

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O processo utilizado para realizar a simulação de iluminação natural do

cenário 2 foi o mesmo já descrito no ítem “4.3.3.2 – Simulação de iluminação

natural” do presente trabalho.

4.4.4.3 Resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar do

Cenário 2

O Cenário 2 apresentou uma autonomia de luz solar para a área de

triagem de aproximadamente 92% das horas ocupadas. A administração e o

depósito também alcançaram melhoria na autonomia de luz solar, com 70% das

horas ocupadas para o depósito e 47% para a administração.

As figuras 19 e 20 ilustram, respectivamente, o resultado de autonomia de

luz solar para o cenário 2 e um detalhe da legenda explicativa fornecida pelo

software Rhinoceros.

Figura 19 – Resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar para Cenário 2 Fonte: Autoria própria, 2017.

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62

Figura 20 – Detalhe da legenda de resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar para Cenário 2 Fonte: Autoria própria, 2017.

Novamente, foram analisadas apenas as áreas de trabalho e o software

Rhinoceros dividiu-as em nos já mencionados “nodegroups.” Na Tabela 10 é

mostrada a correspondência entre os grupos criados pelo software Rhinocerus e as

áreas conforme nomeadas no projeto arquitetônico.

Tabela 10 – Grupos atribuídos pelo Rhinoceros para o Cenário 2

Denominação Referente à(s) área(s) nodegroup00 Área de triagem nodegroup01 Administração nodegroup02 Área de depósito

Fonte: Autoria própria

Novamente, os resultados do relatório de lux disponível em cada ponto do

grid a cada hora do ano foram compilados e estão apresentados no Gráfico 3.

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Gráfico 3 – Média de disponibilidade de luz solar (lux) nas horas de trabalho por estação para o cenário 2

Fonte: Autoria própria, 2017.

Analisando o Gráfico 3 e as Figuras 19 e 20 é possível notar que nesta

configuração de aberturas zenitais a disponibilidade de luz solar no interior do

galpão também ultrapassa com folga a iluminância necessária para a realização das

atividades. Novamente, em todas as estações do ano será necessária iluminação

artificial na primeira hora de trabalho da manhã. Análogo ao cenário anterior, no

outono e no inverno, será preciso iluminação artificial nas duas primeiras horas de

trabalho da manhã e no final da tarde.

Pela observação dos dois gráficos nota-se que o galpão está recebendo

muito mais luz solar do que necessário para a realização do trabalho de triagem e

que, além disso, o aumento da abertura zenital de 3% para 6% não resultou em

diferenças significativas na quantidade de horas em que a iluminação artificial se faz

necessária. Portanto, o cenário ideal escolhido foi o cenário 1, visto que aumentar a

abertura zenital de 3% para 6% não impactou significativamente na autonomia de

luz solar e poderia acarretar em ganhos térmicos13 para a edificação. As aberturas

são propostas por meio de telhas translucidas de policarbonato.

13 Não foi realizado neste trabalho o estudo do conforto térmico para o galpão.

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64

4.4.5 Projeto de iluminação da área de triagem baseado nas medidas de eficiência

Os resultados das simulações computacionais de aproveitamento de

iluminação natural previamente apresentados resultaram em necessidades similares

de complementação por meio de iluminação artificial, por algumas horas do periodo

de trabalho no galpão. Tais resultados podem levar a crer que a melhor solução

seria, então, propor um sistema de iluminação artificial com temporizador (timers).

Esses sistemas são ligados e desligados automaticamente conforme os horários de

necessidade pré-determinados, que no caso da Associação Ilha parecem ser

sempre nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde. Porém, vale ressaltar

que as iluminâncias alcançadas e apresentadas nos gráficos 2 e 3 são os valores

médios para cada horário. Portanto, pode ser que haja necessidade de

complementação da iluminação natural com a artificial em dias e horários diferentes

daqueles representados pela média.

Sendo assim, um sistema automatizado para ligar e desligar em horários

específicos ainda seria, de certa forma, ineficiente. Essa automação poderia prover

iluminação artificial em momentos onde ela não é realmente necessária, e, em

contrapartida, deixar de complementar a iluminação natural em momentos onde há

real necessidade.

Foi então proposto um sistema de dimerização das luminárias cujo ajuste

é automático e baseado em um sensor. Esse sensor realiza a leitura do nível de

iluminância da superfície e ajusta constantemente a corrente liberada para a

lâmpada. Desta forma, a intensidade da corrente liberada controla a potência

fornecida pela luminária e garante que os 400 lux necessários na bancada de

trabalho estejam sendo sempre atingidos.

Esse sistema de dimerização também garante que a economia calculada

em projeto seja atingida na prática, visto que a iluminação natural apenas será

complementada com a artificial nas horas de real necessidade. Portanto, a utilização

das luminárias dimerizáveis, em conjunto com a iluminação natural por meio do

cenário 1 de aberturas zenitais, foi considerado como o sistema mais eficiente, que

resultará em maior redução de consumo de energia elétrica para iluminação.

Ao projetar a iluminação artificial, buscou-se garantir menor potência

instalada e assegurar que a iluminância necessária fosse atingida. Devido a sua

maior eficiência (relação lúmen/watt) e vida útil, foram especificadas luminárias de

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LED. A iluminação artificial também foi simulada por meio de um software específico,

chamado DIALux (Dial, 2008). Esse programa também exige a modelagem

tridimensional do espaço estudado e a inserção das características das superfícies.

A diferença é que, nesse caso, não é levada em consideração nenhuma

contribuição da luz solar. As características das luminárias são inseridas no software

DIALux, tais como a potência, o fluxo luminoso (lúmens), a temperatura da cor, o

facho luminoso, entre outras. Estes dados de luminárias são disponibilizados pela

maioria dos fornecedores de equipamentos de iluminação, em arquivos digitais de

formato próprio para simulações computacionais.

Alguns testes foram realizados utilizando luminárias de diferentes

fornecedores e simulando a iluminância alcançada com cada uma delas no software

DIALux. Dentre aquelas que forneceram os níveis mínimos de iluminância, os

critérios para escolha da melhor luminária foram: maior relação de lúmen fornecido

por watt consumido, vida útil, preço de mercado e possibilidade de dimerização.

Após estes testes, a luminária aqui selecionada foi do fornecedor Itaim Iluminação,

modelo TSUNAMI 80W Médio com Driver Dimerizável. Compatível com esta

luminária, foi sugerido também o dimerizador LuxSense da Phillips. As fichas

técnicas dos dois produtos são apresentadas ao final desde trabalho no Apêndice V.

Com a disposição de 12 luminárias do modelo supracitado na área de

triagem, alcançou-se iluminância de 400 lux na bancada de trabalho e entre 100 e

200 lux nas áreas de circulação. Estes valores adequam-se aos níveis normatizados

apresentados na Tabela 4. O resultado da simulação computacional é apresentado

na Figura 21.

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Figura 21 – Resultado da simulação computacional de iluminação artificial, pelo software DIALux Fonte: Autoria própria, 2017.

A automatização e adequação da quantidade de pontos de iluminação

foram alteradas no projeto convencional proposto. Além disso, as doze luminárias

também foram divididas em dois grupos controlados por interruptores distintos.

Desta forma, não é necessário que se acendam todas as luzes da área de triagem

quando apenas uma área estiver precisando. A partir dos estudos luminotécnicos

aqui descritos, foi possível fazer a adequação do projeto convencional, para resultar

em um projeto de instalações elétricas eficientes (Apêndice IV), bem como as

especificações da luminária e do dimerizador sugeridos (Apêndice V).

4.4.6 Consumo de energia do projeto proposto de instalações elétricas com

iluminação eficiente

O projeto de instalações elétricas proposto neste trabalho possui 12

luminárias LED na área de triagem de 80W cada. As demais áreas do galpão já

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possuíam lâmpadas de LED no projeto convencional, bem como seria no projeto

proposto por neste trabalho. Portanto, esses ambientes não foram considerados no

cálculo da economia e nenhuma adequação foi proposta em projeto. Além disso, ao

projeto proposto foi aplicado o Cenário 1 de aberturas zenitais, que foi definido como

o cenário ideal para aproveitamento de iluminação natural. Portanto o consumo das

lâmpadas foi considerado apenas como complementar à iluminação natural; ou seja,

como o cenário obteve 89% de autonomia de iluminação natural (daylight autonomy),

a iluminação artificial só será usada em 11% das horas de trabalho. O comparativo

está apresentado no Quadro 2.

Horas de trabalho/dia

Consumo diário (Wh)

Tradicional 10 12.800,0 281,60Proposto 10 1.051,2 23,13

258,47

92%

Consumo mensal (kWh)

Cenário

Iluminção NaturalIluminção artificial

Autonomia de luz solar (%)

0,089,05

Potência instalada de iluminação na área de

triagem (W)1280960

Redução mensal no consumo de energia para iluminação da área de triagem(kWh)Redução mensal no consumo de energia para iluminação (%) Quadro 2 – Economia de energia elétrica alcançada com sistema proposto de iluminação eficiente para a área de triagem Fonte: Autoria própria, 2017.

A redução encontrada no consumo de energia elétrica para iluminação da

área de triagem foi significativa, ultrapassando os 92%. Considerando que a tarifa de

energia da Copel para o subgrupo B3 (categoria geral para comércio/indústria) em

maio de 2017 estava em R$ 0,64020/kWh (já com ICMS e PIS/COFINS inclusos), a

economia mensal dos 258,47kWh resulta numa economia de R$ 165,47 por mês no

custo operacional do galpão.

4.5 PROJETO DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS PARA USO RACIONAL DE ÁGUA

Para realização do projeto de instalações hidrossanitárias para uso

racional de água, primeiro buscou-se reduzir o consumo de água por meio da

utilização de metais e louças eficientes. Depois, foi proposto o aproveitamento de

água de chuva como fonte alternativa de abastecimento para usos não potáveis.

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4.5.1 Cálculo da demanda de água do galpão

O método usado para realizar a estimativa da demanda de água para o

galpão foi baseado nas diretrizes da certificação ambiental LEED (USGBC, 2009).

Para os items 4.5.1.1 e 4.5.1.2, apresentados na sequência, o número de usos

diários dos metais e louças por ocupantes foi definido conforme Tabela 5,

apresentada no item 2.4.2.1 da revisão bibliográfica deste trabalho. Os resultados

estão apresentados nos Quadros 3 e 4.

4.5.1.1 Cálculo do consumo de água do galpão com um projeto convencional

O consumo de água foi estimado para o galpão num projeto convencional

de instalações hidrossanitárias, seguindo as diretrizes da certificação ambiental

LEED (USGBC, 2009). As vazões utilizadas para metais e louças convencionais

foram aquelas apresentadas na Tabela 6 do item 2.4.2.1 da revisão bibliográfica

deste trabalho. Os resultados estão apresentados no Quadro 3.

A ocupação atual do galpão é de 11 catadores, mas a proposta de

reforma do galpão prevê 12 estações de trabalho. Portanto, foi considerada nos

cálculos uma ocupação de 12 pessoas, com uma estimativa de outros 12 visitantes.

Tal valor foi estimado a partir das conversas preliminares com os catadores, que

relataram que as vezes algum outro membro da família vai junto ao galpão, mesmo

que por apenas algumas horas do dia, para ajudar na triagem.

Os cálculos e o resultado do consumo de água de um projeto de

instalações hidrossanitárias convencional está apresentado no Quadro 3.

Dados dos metais Duração Vazão Usos diáriosIdentificação Tempo de ciclo (seg) Convencional Ocupantes Visitantes

Bacia sanitária - 6,00 3,0 0,5 42,0 252,00Lavatório 30 1,90 3,0 0,5 42,0 39,90Torneira 15 8,30 1,0 0,0 12,0 24,90Torneira 30 8,30 1,0 0,0 12,0 49,80Chuveiro 300 9,50 0,1 0,0 1,2 57,00

Previsão de consumo mensal de água potável no sistema convencional (litros/mês) 9.319,20

Usos esperados

Elétrico

Sem temporizadorPia de cozinhaTanque

TipoConsumo

diário Convencional

Quadro 3 – Consumo de água potável do galpão com um projeto de instalações hidrossanitárias convencional Fonte: Autoria própria, 2017. 1 lpm = litros por minuto 2 lpa = litros por acionamento

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69

4.5.1.2 Redução do consumo de água por meio de metais e louças eficientes

Foram propostos metais e louças eficientes que fossem amplamente

difundidos no mercado e que não acarretassem em custos adicionais excessivos às

instalações. As vazões dos metais e louças sugeridos são aqueles apresentados na

Tabela 3 do item 2.4.2.1.

Conforme explicado na revisão bibliográfica (item 2.4.2.1), a vazão de

uma bacia sanitária de acionamento duplo (dual-flush) é calculada considerando 2

acionamentos de fluxo reduzido (3 litros) e um acionamento de fluxo completo (6

litros), o que resulta em uma vazão média de 4 litros por acionamento (lpa).

Com os valores das vazões reduzidas provindas dos metais e louças

eficientes, foi possível calcular um novo consumo de água potável para o galpão da

Associação Ilha. Esse novo consumo está apresentado no Quadro 4.

Dados dos metais e louças Duração Vazão Usos diários

Identificação Tempo de ciclo (seg)

Proposto(lpm¹/lpa²)

Ocupantes regulares

VisitantesUsos

esperados por dia

Bacia sanitária - 4,00 3,0 0,5 42,0 168,00Lavatório 30 1,8 3,0 0,5 42,0 37,80Torneira 15 3,6 1,0 0,0 12,0 10,80Torneira 30 3,6 1,0 0,0 12,0 21,60Chuveiro 300 8 0,1 0,0 1,2 48,00

Previsão de consumo mensal de água potável no sistema eficiente proposto (litros/mês) 6.296,40

Consumo diário (litros)

Dual-flushSem temporizadorPia de cozinhaTanqueElétrico

Tipo

Quadro 4 – Consumo de água potável do galpão com um projeto de instalações hidrossanitárias com uso de metais e louças eficientes Fonte: Autoria própria, 2017. 1 lpm = litros por minuto 2 lpa = litros por acionamento

Comparando a demanda em um projeto de instalações hidrossanitárias

convencional, com um projeto de instalações hidrossanitárias incluindo metais e

louças eficientes, encontrou-se uma redução de 32% no consumo de água potável

do galpão.

4.5.1.3 Separação da demanda de água em usos potáveis e não potáveis

Para reduzir ainda mais a demanda de água potável do galpão da

Associação Ilha, será proposto o aproveitamento de água da chuva para suprir as

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demandas não-potáveis. Sendo assim, o consumo apresentado no Quadro 4 foi

subdivido em usos potáveis e usos não potáveis, que estão apresentados no Quadro

5.

Usos potáveisUsos não-potáveis

Consumo (litros/dia)

Lavatório Bacia sanitária 168,0

Pia de cozinha Tanque 21,6

Chuveiro

Consumo mensal de água potável (litros/mês) 2125,2Consumo mensal de água não-potável (litros/mês) 4171,2

Consumo (litros/dia)

37,8

10,8

48,0

Quadro 5 – Separação do consumo de água mensal do projeto proposto em usos potáveis e usos não-potáveis Fonte: Autoria própria, 2017.

Analisando o Quadro 5 nota-se que a maior parte (66,25%) da demanda

de água do galpão é para usos não potáveis. Esse resultado informa que será

necessário suprir 4,17m³ de água não-potável por mês de fonte alternativa.

4.5.2 Aproveitamento de água de chuva como fonte alternativa de abastecimento para usos não potáveis

Para garantir que o aproveitamento da água da chuva supriria as

necessidades não potáveis da Associação, foram analisados os dados

pluviométricos da cidade de Curitiba para os últimos dez anos, fornecidos pelo

Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Os índices de Curitiba foram utilizados,

novamente, por haver disponibilidade de informações atuais para a capital enquanto

que para a localidade do galpão (Almirante Tamandaré) não há tais registros. No

Gráfico 4 são apresentadas as médias pluviométricas mensais para o município de

Curitiba obtidas pela compilação da série de dados dos últimos 10 anos, entre 2006

e 2016.

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Gráfico 4 – Precipitação mensal média do município de Curitiba nos últimos 10 anos, entre 2006 e 2016

Fonte: Elaborado a partir de dados obtidos no website do INMET, 2017.

A área de captação de água de chuva foi definida como toda a superfície

de cobertura, e o coeficiente superficial de escoamento da cobertura foi adotado

como o valor indicado pela referida norma para telhas de fibrocimento (C=0,9). O

coeficiente de aproveitamento , também conhecido como fator de eficiência do

sistema, varia dependendo da utilização ou não de sistema de descarte da primeira

chuva (first-flush). Para este projeto, é utilizado sistema de descarte da primeira

chuva e foi então adotado um valor de que é um valor considerado

adequado às boas práticas de projeto (TOMAZ, 2003). A partir destes valores, foi

usada a equação já apresentada na metodologia, a partir da norma da ABNT (ABNT,

2007).

O resultado do potencial de captação de água de chuva por mês está

apresentado no Quadro 6.

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MesesPrecipitação Media

Mensal (mm)Área de

Captação (m²)C * η

Potencial volume captado

de Chuva (m³)Janeiro 226,22 52,80

Fevereiro 192,92 45,03Março 141,96 33,13Abril 116,01 27,08Maio 96,06 22,42Junho 137,33 32,05Julho 132,23 30,86

Agosto 90,51 21,12Setembro 124,37 29,03Outubro 171,71 40,08

Novembro 128,98 30,10Dezembro 169,76 39,62

Total 1728,06 403,32

0,72324,16

Quadro 6 – Potencial de captação de água de chuva na cobertura do galpão Fonte: Autoria própria, 2017.

A partir desse potencial de volume de captação e do consumo esperado

do galpão para usos não potáveis (4,17 metros cúbicos, calculados no idem 4.5.1.3

deste trabalho e apresentado no Quadro 3), foi analisado em quais meses o volume

de água da chuva iria suprir a demanda para descargas de sanitários e torneiras

externas. A demanda é constante em todos os meses e o potencial captado a cada

mês já foi anteriormente apresentado no Quadro 6. Os resultados da comparação

entre a demanda mensal de agua para usos não potáveis e o potencial de captação

de agua de chuva a cada mês estão apresentados no Quadro 7.

Meses

Potencial volume captado

de Chuva (m³)

Volume captado é maior que a

demanda?

Janeiro 52,80 SIMFevereiro 45,03 SIM

Março 33,13 SIMAbril 27,08 SIMMaio 22,42 SIMJunho 32,05 SIMJulho 30,86 SIM

Agosto 21,12 SIMSetembro 29,03 SIMOutubro 40,08 SIM

Novembro 30,10 SIMDezembro 39,62 SIM

Total 403,32

4,17

4,174,17

50,04

4,174,174,174,174,17

Sistema Proposto Demanda Mensal - Usos

não potáveis (m³)4,174,174,174,17

Quadro 7 – Análise da possibilidade de suprir toda a demanda não-potável com água da chuva Fonte: Autoria própria, 2017.

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73

Foi dimensionado um reservatório que suprisse o consumo do galpão

considerando um período de estiagem de 12 dias, que é um valor conservador para

a região. Os cálculos resultaram em um volume em torno de 1700 litros. Portanto, foi

adotada uma cisterna para agua de chuva de 2000L. Este reservatório será

posicionado no acesso lateral, junto ao muro de fundo do terreno (Apêndice VI).

Para melhor entendimento, o Gráfico 5 também ilustra os resultados

encontrados.

Gráfico 5 – Aproveitamento da água de chuva e demanda para usos-não potáveis a ser suprida

Fonte: Autoria própria, 2017.

A partir destes resultados é possível afirmar que a água de chuva

conseguirá suprir por completo as necessidades do galpão para usos não potáveis.

De qualquer maneira, para garantir que não falte água mesmo em situações atípicas

de estiagem, a cisterna de água da chuva possui uma entrada de água potável da

rede pública para abastecimento em casos de emergência. Essa entrada permanece

fechada por válvula-boia enquanto o nível de água da cisterna de água de chuva

estiver acima do nível mínimo.

4.5.3 Projeto de instalações hidrossanitárias eficientes proposto

A partir desses resultados, foram desenvolvidos os projetos de esgoto

sanitário, água fria e águas pluviais, de acordo com a ABNT NBR 8160:1999 (ABNT,

1999), a ABNT NBR 5626:1998 (ABNT, 1998) e a ABNT NBR 10844:1989 (ABNT,

1989), respectivamente. Foi também importante no desenvolvimento do projeto para

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o sistema de aproveitamento de água de chuva a norma ABNT NBR 15527:2007

(ABNT, 2007).

Um dos principais desafios no estudo do projeto hidrossanitário foi a

determinação da localização da caixa d’água de água potável, em função da

limitação de espaço na cobertura. Por este motivo, a cisterna de água potável foi

posicionada no térreo, ao lado da caixa d’água de água de chuva no muro de fundo

do acesso lateral, e a linha de distribuição foi pressurizada. Vale ressaltar que o

reservatório de armazenamento de água de chuva também foi posicionado no térreo

com pressurização para distribuição. As linhas de distribuição de água potável e de

água de chuva são sinalizadas e não possuem ligação, portanto não há riscos de

contaminação.

O projeto de prevenção e combate a incêndio ficou fora do escopo deste

trabalho, mas deverá ser desenvolvido e incluído na reforma do galpão.

Quanto ao projeto de esgotamento sanitário, nenhum sistema de

tratamento de efluentes com finalidade de reúso foi proposto para o galpão. O

motivo foi evitar tecnologias que demandassem manutenção especializada e/ou

acrescentar complexidade. Porém, promover a ligação da edificação à rede

municipal de coleta já configura como um avanço, evitando que o esgoto siga para

fossa séptica.

O projeto de instalações hidrossanitárias desenvolvido está incluído no

Apêndice VI.

4.6 ECONOMIA DE ENERGIA E ÁGUA POTÁVEL NO GALPÃO COM AS PREMISSAS DE SUSTENTABILIDADE ADOTADAS

Os consumos e respectivos custos operacionais dos projetos de

instalações tradicionais e dos projetos de instalações eficientes propostos foram

comparados e analisados.

4.6.1 Projeto de instalações elétricas

A economia do sistema integrado de iluminação natural e artificial

proposto foi analisada com relação ao consumo global do galpão, e comparada com

o consumo da mesma edificação com o projeto de instalações elétricas convencional

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75

(sem iluminação eficiente na área de triagem). Os resultados estão apresentados no

Quadro 8.

Projeto

convencionalProjeto

proposto281,60 23,13591,70 591,70873,30 614,83559,09 393,61

258,47165,4729,6%

Consumo mensal

Iluminação área de triagem (kWh)Demais usos (kWh)

Total (em R$)Total (em kWh)

Redução no custo de operação mensal (%)Redução no custo de operação mensal (R$)

Redução no consumo mensal de energia (kWh)

Quadro 8 – Consumo mensal de energia elétrica da Associação Ilha com projeto convencional e com o projeto proposto Fonte: Autoria própria, 2017.

Pode ser observado que houve uma redução de mais de 92% de

consumo de energia elétrica para iluminação da área de triagem (de 281,60 kWh

mensais para 23,12 kWh). Nota-se também que a redução no consumo global de

energia mensal do galpão foi significativa (de 873,30 kWh para 614,83 kWh) e tal

economia diminuirá o custo de operação mensal da Associação Ilha (de R$ 559,09

para R$ 393,61). A título de informação, é interessante apontar que a economia dos

três primeiros meses já seria mais que suficiente para pagar o investimento inicial

com os dois dimerizadores, cujo preço médio foi em torno de R$ 200 reais quando

orçado em lojas de iluminação na capital paranaense.

O Gráfico 1 apresentado no item “4.4.1 Estimativa do consumo de energia

elétrica do projeto convencional” enfatizou quão representativo era o consumo com a

iluminação da área de triagem no projeto convencional. Em torno de 30% da

demanda de eletricidade do galpão era apenas para suprir esta iluminação. Ao focar

esforços para reduzir o maior ponto de consumo energético da Associação Ilha, foi

possível alcançar uma redução considerável no custo operacional mensal. A

primeira coluna do Gráfico 6 é uma releitura do Gráfico 1, demonstrando a

composição do consumo de energia elétrica do galpão no projeto convencional. A

segunda coluna demonstra a nova composição do consumo de energia elétrica do

galpão, no projeto proposto de iluminação eficiente da área de triagem. Observa-se

que a representatividade da iluminação da área de triagem caiu de 30% da demanda

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76

total de energia do projeto convencional para 4% da demanda total de energia do

projeto proposto.

Gráfico 6 – Comparação da composição do consumo de energia elétrica nos projetos

convencional e proposto

Fonte: Autoria própria, 2017.

4.6.2 Projeto de instalações hidrossanitárias

Com relação ao projeto hidrossanitário, foi possível calcular a economia

total do sistema, incluindo o uso de metais e louças eficientes, e o aproveitamento

de água de chuva para descargas de vasos sanitários e torneiras externas. A

redução final no consumo de água do galpão da Associação Ilha devido às medidas

propostas por este trabalho está apresentada no Quadro 9.

O projeto convencional consome mais de 9,3 metros cúbicos de água

potável por mês, enquanto o projeto proposto consome aproximadamente 2,1

metros cúbicos, ou seja, uma redução mensal de 77,2% no consumo de água

potável. Do volume de água potável economizado, em torno de 3 metros cúbicos

foram resultado da adoção de metais e louças eficientes e os outros 4,2 metros

cúbicos foram substituídos por água da chuva.

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Consumo mensal do projeto convencional (litros/mês) 9.319,20Consumo mensal do projeto proposto com metais e louças eficientes (litros/mês) 6.296,40Volume anual de água de chuva usada para fins não potáveis(litros/mês) 4.171,20Consumo mensal do projeto proposto (litros/mês) 2.125,20Redução global no consumo de água da edificação (%) 77,20%

Quadro 9 – Economia global de água potável do sistema de instalações hidrossanitárias eficiente proposto Fonte: Autoria própria, 2017.

Para estimar a parcela do custo operacional mensal do galpão com

consumo de água potável, foram usados os custos homologados em abril de 2017

para o metro cúbico de água fornecido pela SANEPAR. Para a categoria

“comercial/utilidade pública/poder público”, a tarifa mínima é de R$59,22 (consumo

até 5m³). Depois disso, entre 6m³ e 10m³ é cobrado R$1,52/m³. Os resultados estão

apresentados no Quadro 10. No projeto aqui proposto, a economia de água em

volume foi de 7,19 metros cúbicos por mês, mas esse volume se traduz em uma

economia na conta de água de apenas R$ 6,57. Desta forma, o custo mensal da

conta de água diminuirá de R$ 65,79 para R$ 59,22.

Tradicional Proposto

9,32 2,1365,79 59,22

7,196,57

Consumo mensal de água potável (R$)Consumo mensal de água potável (m³)

Redução no consumo mensal (m³)Redução no consumo mensal (R$)

Quadro 10 – Consumo mensal de água potável da Associação Ilha com projeto convencional e com o projeto eficiente proposto Fonte: Autoria própria, 2017.

Analisando o quadro acima, é possível notar que apesar da economia de

água potável ultrapassar 77% em volume, seu impacto na conta de água é quase

insignificante. O Gráfico 7 representa a comparação entre essas reduções. O motivo

principal da pequena economia em termos de custo é que os primeiros metros

cúbicos de água não são cobrados por custo unitário: existe uma tarifa mínima de

R$59,22 para consumos até 5m³.

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Gráfico 7 – Comparativo entre a economia na demanda de água (volume) e a economia na conta de água mensal (reais)

Fonte: Autoria própria, 2017.

O consumo de água potável pelo projeto proposto para o galpão será de

2,13 metros cúbicos, que representa menos da metade da tarifa mínima de 5 metros

cúbicos (tarifado sem descontos). Além disso, o custo da água é extremamente

barato quando comparado, por exemplo, ao preço da energia elétrica.

Independente de se obter maior ou menor economia financeira,

certamente a redução no consumo de energia e água potável devem ser

incentivadas. Os estudos e projetos realizados neste trabalho seguem esta premissa.

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79

5. CONCLUSÃO

O papel da universidade na formação de uma sociedade sustentável e

justa deve ir além dos programas de inclusão para ingresso ao ensino superior. Os

estudantes, uma vez inseridos na vida universitária, devem ser incentivados e ter

oportunidades para exercer ativamente o papel de protagonistas na mudança da

realidade social. Os universitários passam anos na graduação para adquirir

conhecimentos que tem o potencial de transformar a sociedade, e a comunidade

apresenta-se como uma fonte inesgotável de casos onde esse conhecimento pode

sair do plano meramente intelectual e transformar-se em ferramenta aplicável. A

universidade precisa ser a ponte entre as duas partes interessadas. Projetos como o

da Associação Ilha, onde a aliança entre a universidade e a comunidade traz

resultados tão positivos para as duas partes, não deveriam ser exceções.

Ao conhecer o caso da comunidade Ilha e após as conversas iniciais com

os catadores, a possibilidade de impactar positivamente na vida das famílias ficou

clara e foi a maior motivação para o desenvolvimento deste trabalho. Depois disso,

aliar a sustentabilidade social com a ambiental foi um passo natural. Outro ponto

determinante foi o envolvimento e suporte da ONG CEFURIA, que deu autonomia

para que os projetos fossem desenvolvidos da forma que a autora julgasse

tecnicamente viável e que melhor atendesse aos anseios dos catadores.

O uso da iluminação natural foi o ponto que resultou em impactos mais

positivos no custo de operação do galpão. Com abertura zenital de apenas 3% da

área do piso, foi possível alcançar aproximadamente 89% de horas autonomia de luz

solar. Isso resultou em economia de 92% no consumo de energia elétrica da

iluminação da área de triagem (de 281,6 kWh mensais para 23,12 kWh). Propôs-se

ainda que a pouca iluminação artificial necessária fosse suprida com um sistema

automatizado de dimerização em luminárias eficientes de LED. Esse sistema

integrado de iluminação natural e artificial resultou em uma redução no consumo

global de energia elétrica de 258,47kWh por mês, que se traduz em uma economia

de R$165,47 na conta de energia elétrica (quase 30% de redução em custo

operacional, que passou de R$ 559,09 para R$ 393,61). Em todas as etapas do

dimensionamento e especificação do sistema integrado de iluminação, o ponto de

partida foi que a economia de energia não poderia interferir no desempenho das

instalações e de forma alguma prejudicar a segurança e conforto dos ocupantes. Por

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esta razão, todas as medidas propostas passaram por simulações computacionais

para garantir que a iluminância esteja sempre dentro dos padrões normatizados para

o desempenho das atividades no galpão.

As medidas propostas para o uso racional de água também apresentaram

resultados positivos. O emprego de metais e louças eficientes reduziu o consumo de

água potável de 9,32 m3 a 6,30 m3 (aproximadamente 32%). Esse resultado foi,

ainda, maximizado pelo aproveitamento de água de chuva para usos não potáveis.

O projeto proposto de instalações hidrossanitárias, combinando o uso de metais e

louças eficientes e o aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis,

reduziu o consumo mensal previsto para a Associação Ilha de 9,32m3 para apenas

2,13m3 de água potável. Contudo, essa redução de 77,2% no volume de água

previsto mensalmente se traduz em uma economia de apenas R$ 6,57 na conta de

água. Isto se traduz em aproximadamente 10% de redução do custo de operação,

em comparação com um projeto sem estas medidas. A pequena redução obtida

para o valor financeiro da conta mensal de água deve-se ao sistema de tarifação da

água potável no local de estudo, que apresenta uma tarifa mínima de cobrança para

consumos até 5m3. Apesar da falta de incentivo financeiro para a adoção de

medidas de redução do consumo de água potável, o aspecto ambiental da redução

no consumo de água potável ainda torna o projeto proposto interessante.

Os resultados obtidos neste estudo comprovam que a adoção de

premissas de sustentabilidade na elaboração dos projetos de sistemas das

edificações trazem benefícios ambientais e econômicos. Portanto, estas medidas

devem ser incentivadas em qualquer tipo de projeto, mas principalmente em

situações como a apresentada neste trabalho, onde reduzir o custo de operação

pode contribuir significativamente para aumentar a renda dos trabalhadores.

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6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A Associação Ilha, além do apoio da ONG CEFURIA, também conta

atualmente com uma parceria com a UTFPR. Desta forma, outros estudos poderão

surgir. Neste sentido, outros pontos válidos a serem analisados em estudos futuros

são:

• Elaboração de orçamento para implantação das medidas propostas neste

trabalho;

• Estudo de conforto térmico da edificação, visando possível implantação de

medidas para otimizar as condições de trabalho no local;

• Projeto de prevenção e combate a incêndio;

• Estudo técnico para avaliação do potencial de geração de energia renovável

por meio implantação de placas fotovoltaicas na cobertura do galpão; e

• Comissionamento da obra para avaliar o desempenho dos sistemas

propostos e averiguar se a redução no consumo de energia elétrica e água

previstas neste trabalho serão efetivamente alcançadas durante a operação

do edifício.

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APÊNDICES

Apêndice I – Georreferenciamento

Apêndice II – Arquitetônico e layout interno

Apêndice III – Projeto elétrico convencional

Apêndice IV – Projeto elétrico proposto com iluminação natural integrada a artificial

Apêndice V – Fichas técnicas da luminária eficiente e do dimerizador

Apêndice VI – Projeto hidrossanitário proposto com medidas de uso racional da água

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APÊNDICE I

Este projeto de georreferenciamento foi desenvolvido voluntariamente

pelos alunos e alunas da Tetris Empresa Júnior de Construção Civil da UTFPR.

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OB

RA

O A

UT

OR

D

O P

RO

JE

TO

E

O

RESPONSÁVEL

TÉCNICO

SÃO

RESPONSÁVEIS

C

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IL

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TR

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EN

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TO

S D

AS

ESPECIFICAÇÕES

C

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O D

EC

RA

TO

212/2007-S

MU

, D

O

RE

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DE

EDIFICAÇÕES

D

A LEGISLAÇÃO

P

RIN

CIP

AL

E

N

OR

MA

S

BR

AS

ILE

IR

AS

V

IG

EN

TE

S,

SUJEITANDO-SE ÀS SANÇÕES LEGAIS DECORRENTES DE EVENTUAIS PREJUÍZOS DE TERCEIROS.

PROPRIETÁRIO

AU

TO

R D

O P

RO

JE

TO

TAÍSE OKUBARA

TE

TR

IS

RESPONSÁVEL TÉCNICO

TE

TR

IS

REFERÊNCIA

ES

CA

LA

DA

TA

IN

DIC

AD

A

11/0

9/2015

PR

AN

CH

A

EM

PR

ES

A

TETRIS - EMPRESA JÚNIOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL

-16,520446990,290448542U

TM:

N 7175221

O 670834

-17,85018468-7,526254002U

TM:

N 7173891

O 663014

-14,39750316-13,00107919U

TM:

N 7175221

O 670834

-10,5772471,7084071U

TM:

N 7192798

O 659835

-25,45895299-18,99479572U

TM:

N 7166281

O 651544

-17,05666692-19,33075676U

TM:

N 7174602

O 651217

-11,30704722-31,76072867U

TM:

N 7180431

O 638784

-14,62110374-33,89024015U

TM:

N 7177121

O 636654

-11,86922787-35,94457437U

TM:

N 7179871

O 634594

-3,632907631-30,40393405U

TM:

N 7188111

O 640144

5,534594245-35,9235632U

TM:

N 7197281

O 634623

RU

A JO

AN

A D

'A

RK

Galpão em alvenaria

R

U

A

N

O

S

T

R

A

D

A

M

U

S

ES

CA

LA

1:100

LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

1/1

PR

OD

UC

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B

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N A

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K E

DU

CA

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L P

RO

DU

CT

PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCTP

RO

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ES

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CA

TIO

NA

L P

RO

DU

CT

PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

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APÊNDICE II

Este projeto arquitetônico e layout interno foi desenvolvido voluntariamente

pelos alunos e alunas do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbainsmo da UTFPR,

EMAU Tupis.

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primeiros socorros

Administração/ reunião/

Sobe

Balança

Armários Individuais

Área: 21,73m²

Bwc

Área: 3,70m²

Bwc

Área: 3,70m²

Prensa h=3m

Sobe

Área de Armazenagem

Área: 39,14 m²

Projeção da cobertura

papelão

papel

plástico

plástico/PET

descarte

vidro

metal

papelão

papel

plástico

plástico/PET

descarte

vidro

metal

papelão

papel

plástico

plástico/PET

descarte

vidro

metal

papelão

papel

plástico

plástico/PET

descarte

vidro

metal

papelão

papel

plástico

plástico/PET

descarte

vidro

metal

papelão

papel

plástico

plástico/PET

descarte

vidro

metal

papelão

papel

plástico

plástico/PET

descarte

vidro

metal

papelão

papel

plástico

plástico/PET

descarte

vidro

metal

papelão

papel

plástico

plástico/PET

descarte

vidro

metal

papelão

papel

plástico

plástico/PET

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vidro

metal

papelão

papel

plástico

plástico/PET

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vidro

metal

papelão

papel

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plástico/PET

descarte

vidro

metal

PLANTA TÉR

REO

Ver detalhe bancada

PR

OJE

TO A

RQ

UITE

TÔN

ICO

GA

LPÃ

OP

rojeto realizado pelo escritório modelo TU

PIS

em conjunto com

os trabalhores e trabalhadoras do galpão de m

ateriais recicláveis da comunidade da Ilha, sob orientação da professora S

tella Bezerra.

TUP

IS

Trabalho Universitário e P

rojetos de Interesse Social

17 de Julho de 2016

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SobeSobe

Peitoril 1,5m

Copa/Estar

Área: m²

Quarto

Área: 8,80m²

circulaçãoÁrea: 3,80m

²

Sala/Cozinha

Área: 15,80m²

Bwc

Área: 3,70m²

Bwc

Área: 3,70m²

PLANTA M

EZANIN

O

PR

OJE

TO A

RQ

UITE

TÔN

ICO

GA

LPÃ

OP

rojeto realizado pelo escritório modelo TU

PIS

em conjunto com

os trabalhores e trabalhadoras do galpão de m

ateriais recicláveis da comunidade da Ilha, sob orientação da professora S

tella Bezerra.

TUP

IS

Trabalho Universitário e P

rojetos de Interesse Social

17 de Julho de 2016

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QUARTO

SALA/COZINHA

2,65m

0,00m

BWC

BWC

BWCBWC

ADMINISTRAÇÃO

COPA/ESTAR

DEPÓSITO GERAL

CO

RTE AA'

papelão

papel

plástico

plástico/PET

descarte

vidro

metal

PR

OJE

TO A

RQ

UITE

TÔN

ICO

GA

LPÃ

OP

rojeto realizado pelo escritório modelo TU

PIS

em conjunto com

os trabalhores e trabalhadoras do galpão de m

ateriais recicláveis da comunidade da Ilha, sob orientação da professora S

tella Bezerra.

TUP

IS

Trabalho Universitário e P

rojetos de Interesse Social

17 de Julho de 2016

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1720

498

498

498

498

1990

PLA

NT

A C

OB

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TU

RA

Esc.: 1

:5

0

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APÊNDICE III

Este projeto elétrico convencional foi desenvolvido voluntariamente pelo

engenheiro eletricista Natalino das Neves Junior, do escritório Idear, em parceria com

estudantes do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbainsmo da UTFPR, EMAU Tupis.

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TUP

IS

Trabalho Universitário e P

rojetos de Interesse Social

17 de Julho de 2016

PR

OJE

TO E

LÉTR

ICO

GA

LPÃ

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rojeto realizado pelo escritório modelo TU

PIS

em conjunto com

os trabalhores e trabalhadoras do galpão de m

ateriais recicláveis da comunidade da Ilha, sob orientação da professora S

tella Bezerra e E

ng. elétrico Natalino Junior

PLANTA ELÉTR

ICO

TÉRR

EO

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TUP

IS

Trabalho Universitário e P

rojetos de Interesse Social

17 de Julho de 2016

PR

OJE

TO E

LÉTR

ICO

GA

LPÃ

OP

rojeto realizado pelo escritório modelo TU

PIS

em conjunto com

os trabalhores e trabalhadoras do galpão de m

ateriais recicláveis da comunidade da Ilha, sob orientação da professora S

tella Bezerra e E

ng. elétrico Natalino Junior

PLANTA ELÉTR

ICO

MEZAN

INO

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APÊNDICE IV

Este projeto elétrico proposto com iluminação natural integrada a artificial

foi desenvolvido pela autora deste trabalho. Para obtenção do projeto em melhor

resolução, favor entrar em contato a autora Taise Fernanda Okubara pelo e-mail

[email protected] ou com a orientadora Stella Maris da Cruz Bezerra pelo e-mail

[email protected].

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be

So

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8-G

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2-R

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m )

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O

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m )

DIA

M. IN

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LEGENDA

Interruptor sim

ples 1 tecla - 1,10m

do piso

a

Tom

ada hexagonal (N

BR

14136) - 2P

+T

127V

a 0,30m

do piso

Tom

ada hexagonal (N

BR

14136) - 2P

+T

a 1,10m

do piso, exceto as

Eletroduto de P

VC

flexível em

butido na parede ou sobre o forro

Quadro de distribuição - E

MB

UT

IR

Tom

ada hexagonal (N

BR

14136) - 2P

+T

a 2,20m

do piso

Interruptor sim

ples 2 teclas - 1,10m

do piso

a

a

Interruptor paralelo 1 tecla - 1,10m

do piso

a

Interruptor paralelo 2 teclas - 1,10m

do piso

a

a

Ponto de luz em

butido no gesso

Dim

mer para lum

inária de LE

D

tom

adas localizadas na cozinha que estão a 1,02m

do piso

ou conform

e indicado

Tom

ada hexagonal (N

BR

14136) - 2P

+T

a 1,10m

do piso

+

interruptor sim

ples 1 tecla - 1,10m

do piso

Lum

inária LE

D 80w

c/ driver dim

erizável

Fiação de interligação entre dim

erizador e lum

inárias-escravas

A1

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AutoCAD SHX Text
19 13 1/2"
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25 19 3/4"
AutoCAD SHX Text
TABELA EQUIV. ELETRODUTOS
Page 104: PROJETO DE RETROFIT DE GALPÃO DE TRIAGEM DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/9026/1/CT_COECI_201… · PROJETO DE RETROFIT DE GALPÃO DE TRIAGEM DE RECICLÁVEIS

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do piso

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a

Interruptor paralelo 2 teclas - 1,10m

do piso

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AutoCAD SHX Text
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AutoCAD SHX Text
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AutoCAD SHX Text
TABELA EQUIV. ELETRODUTOS
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APÊNDICE V

Neste anexo constam as fichas técnicas da luminária eficiente e do

dimerizador especificados no projeto elétrico proposto apresentado no apêndice IV.

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Especificação: Luminária pendente com barras de LED 80W e emissão de luz na cor branco neutro 4000K (±200). Corpo e aletas em chapa de aço tratada com acabamento em pintura eletrostática na cor branca. Refletor em alumínio anodizado de alto brilho e facho médio. Alojamento do driver no próprio corpo e instalação em perfilado através de duas suspensões tipo gancho I-45 (não inclusos). 3 Drivers 700mA 220V(necessita 3 drivers).

Rendimento: 100%

Dimensões: a= 50 x b= 266 x c= 760 x d= 545mm

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Espaçamento S = 0,25H Espaçamento S = 1,00H

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LuxSense DatasheetLRL1220 TL5/TL-D sensor

Description

• LuxSenseisaDayLightdependingRegulationoption(DLR)forluminairesequippedwithaPhilipsHF-Rballast.Thesensormeasuresthereflectedlightcomingfromthesurfacebelow.Itdimsthelampoutputwhenthelightlevelexceedstherequiredlightleveldefinedbythelightsensorsetpoint.

• LuxSensecanbeinstalledintheluminairebyclickingitontothelampwithaclip.

• LuxSenseisavailableintwoversions;eitherwithaTL5oraTL-Dlampclip.Aseparatesensorisnotavailable.

Features

• LuxSenseisconnectedtothe1-10VDCcontrolinputoftheHF-Rballast.

• LuxSenseiscalibratedforuseinastandardofficesituationwith600luxinstalledand500luxrequired.

• Ifneeded,LuxSensecanbemanuallyadjustedbyarotatingdiaphragmatoadjustthesetpoint.Thesensitivityofthesensorcanbechangedwithinarangefrom1/3to3.

• ThenewsetpointcanbecopiedforallLuxSenseluminaireswithsimilardaylightandreflectionsconditions

• LuxSensecanregulateupto20luminairesequippedwithPhilipsHF-Rballasts

Application

• LuxSenseismeanttosaveenergybyreducingexcessivelightdueto: - overdesign(e.g.600luxinstalledand500luxrequired) - daylightingress(seesavingspotentialbelow)

• Energysavingspotentialis35%onaverage:

Energy saving potential of LuxSense depending on location and season

Assumptions:600luxinstalled,500luxrequired,averageEuropeanofficebuilding,luminairepositionon1mresp3.5mfromthewindow,comparedtoanequivalentinstallationwithelectronicnondimmableballast(HF-P).

• LuxSenseisdesignedforaverageceilingheightsof2.5to3.5m.

• LuxSensecanbeusedaloneorincombinationwithothercontrolproductsinordertoaddthedaylightregulationfunctionality.(e.g.:combinationofLuxSensewithOccuswitch).

1/5

LRL1220

summerwindowside

corridorside

windowside

corridorside

55%

35%

45%

25%

45%

south north

25%

35%

15%winter

Dimensions in mm

Dimensions in mm

ø24.5

21

42

49

18

25

LRL1220TL5

ø21

21

35

42

18

25

LRL1220TL-D

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LuxSense DatasheetLRL1220 TL5/TL-D sensor

2/5

Technical Data

Environmental conditionsOperationconditions Ambienttemperature 5°Cto55°C Rel.humidity 15%to90%,nocondensation Max.temperatureofclipto lampcontactsurface 70°CStorageconditions Ambienttemperature -25°Cto70°C Rel.humidity 5%to95%at25°C

Safety Whenconnectedtothecontrol inputofaPhilipsHF-Rballast,the sensorhasdoubleisolationtomains connectedparts.Connection 2x0.5mm2,flyingleads,length 700mm.Colourcodingofcable: white/grey+,white–. Whenincorrectlyconnectedtothe ballastdiminput,theballastinputis shortcircuited,resultinginminimum lightoutput.

Housing material ASA colour lightgrey(similartoRAL7035)Weight/dimensions Approx.20grams,25x21x19mm.EMC AccordingtoIEC61547/EN61000-6-1Controlsignalinput - operatingvoltage:+1.5-+10V

DC

- operatingcurrentsink100µA-3mA (sufficientfor20PhilipsHF-Rballasts) - controlvoltagevariation:<0.5V overcurrentandtemp.range - defaultsetting:5VDCat37.5lux/ 140µA(factorycalibrationtool) - stepresponse:within2sec.on5V afterpower-upincaseof insufficientambientlight - max.inputvoltage (maximumrating):15VDC

- max.currentsink (maximumrating):50mAOpticalcharacteristics - Itisassumedthatthereflectionin aroomissuchthatalightlevelof 500luxonatable(0.8mtrin height)willresultin25luxseenby thesensoratceilingheight(2.5 mtr)underaviewingangleof45° - Theopeninganglecanbeadapted bythediafragmcontrol,realizing anattenuationfactorbetween1/3 and3.

Control characteristics LuxSensecompensatesapproximatelyfor50%oftheaddedlight(simulatedandmeasuredwithafluorescentlightsource).Seegraphbelow.Incaseofanaturallightsource,thecompensationishigherthan50%.

LuxSense control characteristics

PleasenotethatLuxSenseisnotdesignedformaintainingaconstantlightlevel.

Warnings:• TheLuxSenselampclipsaredesignedforuseonlampswith

asurfacetemperaturelowerthan70°C.ThisexcludesforinstanceTL5HighOutput(HO)andsimilarlamps.

• TheLuxSenseisdesignedtodimtheartificiallightwhendaylightisavailable.Itisnotdesignedtodimtheartificiallighttoaspecificlevel.ItisthereforenotpossibletousetheLuxSensetoreducetheoveralllightlevelinanarea.ThedaylightdependingregulationwillnotfunctioncorrectlywhentheLuxSenseissettoalightlevelmorethan20%lowerthanthenominaloutputoftheluminaires.

0 200 400 600 800 1000Daylight (lux)

Installed

Required

Luminaire output

Total, without se

nsor

Total, with sensor

Daylight

Tabl

etop

ligh

tleve

l (lu

x)

1200 1400 1600 1800 20000

500

1000

1500

2000

2500

3000

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LuxSense DatasheetLRL1220 TL5/TL-D sensor

3/5

Installation

MounttheluminairewithLuxSenseDLRoption.

Measuretheluxlevelunderthelightsensor(withnoornegligibledaylightcontribution).

Ifneeded,turnthediaphragmuntiltherequiredlightlevelisreached(withnoornegligibledaylightcontribution).

Manualadjustmentofthelightsensor.

Copythenewsetpointinotherroomsincaseofsimilardaylightandreflectionconditionsbelowthesensor.

Installation warning

Throughlooping LuxSense Master luminaire (M) to slave luminaire (S)• Upto19slaveluminairescanbeloopedthroughto1MasterluminaireifallluminairesareequippedwithPhilipsHF-Rballasts.

• SlaveluminairesshouldhavesimilardaylightconditionstotheMasterluminaire

• Throughloopingshallbedonebyconnecting1-10V“+to+”and”–to–“usingmainsratedcablewithastrainreliefateachluminaire

• Throughloopingofluminairesshallonlybedonewithinthesamedistributioncircuit

• Neverloopthrough2Masterluminaires!

Luxmeter

= 500 Lux

≠ 500 Lux

Luxmeter500 lux

+ -

Min 1.5 m

220-240V

Luxsense(Master)

220-240V

M S

L3N L1L2 PE Max. 19x Philips HF-R ballast

M S230V 230V1-10V

+ +–

+-–

S S230V 230V1-10V

+ +-

+--

S

M S!

M

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Installation of LuxSense into the luminaire

Connecting diagram of the sensor to the ballast

• themaximumambienttemperatureTashouldalwaysremainbelow55˚C

• thesensitivityopeningangleshouldneverbeobscuredbytheopticsoranyotherpartoftheluminaire

•metalopticsshallbeproperlyconnectedto“earth”

LuxSensecanbefixedintheluminaireeitherwithalampcliporaspeciallamellabracket(notsuppliedbyPhilips).

a.Mountingonthelamp

LuxSense mounted with a lamp clip

•OnlyforTLDandT5lamps•NeverwithHighoutputlamps• LuxSenseshallbepositioned7cmwayfromtheendcapontheelectrically“cold”sideofthelamp(thatsideofthelamp,wherethelongwiresareconnectedto).Thisisthesideofthelampthatisconnectedtotheterminalsoftheballastthatallowsforthelongestwiringtothelamp.

b.Mountingontheendlamella

LuxSense mounted with an end lamella brachet

• Asanalternative,thesensorcanbemountedtotheendlamellawithaspecialbracketprovidedbytheluminairemanufacturer(notsuppliedbyPhilips).

• ThelamellabracketshallbedesignedinsuchawaythatTa<55°C.• Itisrecommendedtomountthesensor7cmawayfromtheendcaponthe(electrical)“cold”sideofthelamp.

LuxSense DatasheetLRL1220 TL5/TL-D sensor

4/5

7 cm

!

end lamella

special bracket

19

14.1

5.1

front view;dimensionshave to be

exactly implemented

side view;design depending

on luminaire optic

16.9

LN

White

White/grey

Ballast

> 7 cm

-+

NL

LuxSense on end lamella bracket

Dimensions for end lamella bracket (example)Dimensions in mm.

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LuxSense DatasheetLRL1220 TL5/TL-D sensor

5/5

32226363505303/2012Datasubjecttochange

www.philips.com/lightingcontrols

Packing dataType Box dimensions Qty Material Weight (Kg) (mm) net grossTL5OuterBox(100pcs.) 408x328x125 100 cardboard 2.4 3TL-DOuterBox(100pcs.) 408x328x125 100 cardboard 2.4 3

Ordering DataType MOQ Ordering number EAN code level 1 EAN code level 3 EOCLRL1220TL5LuxSense 100 913700182182 8711559670102 8711559670119 67010230LRL1220TL-DLuxSense 100 913700182282 8711559670126 8711559670133 67012630

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APÊNDICE VI

Este projeto hidrossanitário proposto com medidas de uso racional da água

foi desenvolvido pela autora deste trabalho. Para obtenção do projeto em melhor

resolução, favor entrar em contato a autora Taise Fernanda Okubara pelo e-mail

[email protected] ou com a orientadora Stella Maris da Cruz Bezerra pelo e-mail

[email protected].

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