estratégias de desenvolvimento regional - unioeste

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1 Estratégias de Desenvolvimento Regional Região Oeste do Paraná

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Page 1: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

1

Estratégias deDesenvolvimento Regional

Região Oeste do Paraná

Page 2: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

2

UNIOESTEUNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

REITORAlcibiades Luiz Orlando

VICE-REITORBenedito Martins Gomes

CHEFE DE GABINETENilza Altavini

PRÓ-REITORA DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTOSônia Regina Sari Ferreira

PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃOEurides Kuster Macedo Júnior

PRÓ-REITOR DE EXTENSÃOWilson João Zonin

PRÓ-REITORA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃOFabiana Scarparo Naufel

UNIDADES UNIVERSITÁRIASDIRETORES GERAIS

CAMPUS DE CASCAVELPaulo Sérgio Wolf

CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇURenata Camacho Bezerra

CAMPUS DE FRANCISCO BELTRÃOJosé Maria Ramos

CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDONDavi Felix Schreiner

CAMPUS DE TOLEDOJosé Dilson Silva de Oliveira

DIRETOR DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIOAlberto Rodrigues Pompeu

Page 3: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

3

Alfredo Fonceca PerisOrganizador

Estratégias deDesenvolvimento Regional

Região Oeste do Paraná

2ª reimpressão

EdunioesteCascavel

2008

Page 4: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

4

© 2003, EDUNIOESTE

CAPA

Idealização: Alfredo Fonceca Peris, Mariângela AlicePieruccini, Ricardo Silveira Martins e Shiguero IwakeArte-final: Shiguero Iwake

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Shiguero Iwake

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Rachel Cotrim

REVISÃO TÉCNICA

Alfredo Fonceca Peris

FICHA CATALOGRÁFICA

Marilene de Fátima Donadel - CRB 9/924

IMPRESSÃO E ACABAMENTO

Editora e Gráfica Universitária - EDUNIOESTERua Universitária, 1619e-mail: [email protected] (45) 3220-3085 Fax (45) 3324-4590CEP 85819-110 - Cascavel PR

Estratégias de desenvolvimento regional : Região Oeste doParaná / Organização de Alfredo Fonceca Peris. - Casca-vel: Cascavel, 2003.536 p.

Vários Autores

ISBN: 85-86571-86-5

1.Desenvolvimento regional – Paraná – Região Oeste2.Desenvolvimento econômico – Paraná – Região Oeste 3. Econo-mia regional 4.Paraná – Região Oeste – Condições econômicas5. Paraná –Região oeste – Condições políticas I. Peris, AlfredoFonceca, Org.

CDD 20. ed. 338.98162

E82

Page 5: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

5

Com base no Relatório Final de Pesquisa,resultado do Convênio nº. 5577/98 entre aItaipu Binacional e a Universidade Estadualdo Oeste do Paraná.Centro de Ciências Sociais e Aplicadas,Colegiados dos Cursos de CiênciasEconômicas � Campus de Cascavel eCampus de Toledo.

Page 6: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

6

Page 7: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

7

Sumário

AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 15

PREFÁCIO ...................................................................................................... 17

SOBRE OS AUTORES ....................................................................................... 19

COORDENAÇÃO, PARTICIPANTES E GRUPOS DE TRABALHO ............................... 21

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 23

CAPÍTULO 1 - CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

1.1 O Oeste Paranaense Como Espaço Geográfico.Mas Qual Espaço? ............................................................................... 29

1.2 O Oeste Paranaense: Uma História de Portugueses, Espanhóis eIndígenas .............................................................................................. 31

1.3 Uma História de Missionários e Indígenas .......................................... 361.3.1 Reduções Jesuíticas: Um Exemplo de Administração e

Organização Comunitária ........................................................... 381.4 Uma História de Bandeirantes e de Escravos .................................... 401.5 A Colônia Militar de Foz do Iguaçu é Criada, Mas a Região

é o Paraíso dos Obrageiros .................................................................. 431.6 Uma Nova História de Espanhóis. As Obrages, os Obrageiros

e Seus Mensus ..................................................................................... 501.7 No Rio Paraná só Navegam Vapores Argentinos e Paraguaios ............. 511.8 Uma Terra de Abandono e de Desmandos ......................................... 541.9 Para os Mensus o Chicote e a Winchester ......................................... 56

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

8

1.10 O Oeste Paranaense nos Caminhos dos Revolucionários de1924 e de 1930 ..................................................................................... 60

1.11 A Nacionalização e o Povoamento de Uma Região até Então

Esquecida ............................................................................................. 64

CAPÍTULO 2 - OESTE DO PARANÁ: CARACTERIZAÇÃO ENQUANTO REGIÃO

2.1 Introdução ............................................................................................ 77

2.2 O Conceito de Região: Diferentes Perspectivas de Análise .............. 78

2.3 Critérios Para o Estabelecimento das Divisões Regionais .................. 82

2.4 O Enquadramento da Região Oeste do Paraná nas Diferentes

Regionalizações Propostas Para o Território Paranaense .................. 88

CAPÍTULO 3 - CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

3.1 Introdução ..........................................................................................105

3.2 Colonização, Desenvolvimento e o Processo de Emancipação

dos Municípios na Região Oeste do Paraná .....................................106

3.3 A Emancipação do Município de Foz do Iguaçu � (1914) ................112

3.4 O Processo de Emancipação dos Municípios na Década

de 1950 ...............................................................................................115

3.4.1 A Emancipação do Município de Guaíra (1951) .....................115

3.4.2 A Emancipação do Município de Toledo (1951) .....................116

3.4.3 A Emancipação do Município de Cascavel (1951) .................119

3.4.4 A Emancipação do Município de Guaraniaçu (1951) ..............121

3.5 O Processo de Emancipação dos Municípios da Região Oeste

na Década de 1960 ............................................................................124

3.5.1 A Emancipação do Município de Corbélia (1961) ....................124

3.5.2 A Emancipação do Município de Formosa do Oeste (1961) .........125

3.5.3 A Emancipação do Município de Capitão Leônidas

Marques (1964) ........................................................................126

3.5.4 A Emancipação do Município de Assis Chateaubriand (1966) ....127

3.5.5 A Emancipação do Município de Nova Aurora (1967) ............128

3.5.6 A Emancipação do Município de São Miguel do

Iguaçu (1961) ..........................................................................130

Page 9: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

9

3.5.7 A Emancipação do Município de Marechal Cândido

Rondon (1960) ..........................................................................131

3.5.8 A Emancipação do Município de Palotina (1960) ....................131

3.5.9 A Emancipação do Município de Terra Roxa do

Oeste (1960) ............................................................................1373.5.10 A Emancipação do Município de Matelândia (1960) .............1383.5.11 A Emancipação do Município de Medianeira (1960) .............1423.5.12 A Emancipação do Município de Céu Azul (1966) ................1453.5.13 A Emancipação do Município de Santa Helena (1967) .........1463.5.14 A Emancipação do Município de Catanduvas (1960) ............150

3.6 O Processo de Emancipação dos Municípios na Década de 1970 ..1513.6.1 A Emancipação do Município de Cafelândia (1979) ................1513.6.2 A Emancipação do Município de Tupãssi (1979) .....................1523.6.3 A Emancipação do Município de Nova Santa Rosa (1973) .......1533.6.4 A Emancipação do Município de Vera Cruz do Oeste (1979) .....153

3.7 O Processo de Emancipação dos Municípios na Década de 1980 ..1543.7.1 A Emancipação do Município de Santa Tereza do

Oeste (1989) .............................................................................1543.7.2 A Emancipação do Município de São José das

Palmeiras (1980) .......................................................................1543.7.3 A Emancipação do Município de Boa Vista da

Aparecida (1980) ......................................................................1553.7.4 A Emancipação do Município de Braganey (1982) .................1563.7.5 A Emancipação do Município de Campo Bonito (1986) ..........1563.7.6 A Emancipação do Município de Três Barras do Paraná

(1980) ........................................................................................1573.7.7 A Emancipação do Município de Santa Terezinha de

Itaipu (1982) ..............................................................................1583.7.8 A Emancipação do Município de Missal (1981) ........................1593.7.9 A Emancipação do Município de Diamante do Oeste (1987) ......1603.7.10 A Emancipação do Município de Ibema (1989) .....................1613.7.11 A Emancipação do Município de Jesuítas (1980) ...................1613.7.12 A Emancipação do Município de Lindoeste (1989) ................1623.7.13 A Emancipação do Município de Ouro Verde do

Oeste(1989) ............................................................................162

SUMÁRIO

Page 10: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

10

3.8 O Processo de Emancipação dos Municípios na Década de 1990 ..163

3.8.1 A Emancipação do Município de Maripá (1990) .......................163

3.8.2 A Emancipação do Município de São Pedro do Iguaçu (1990) ....164

3.8.3 A Emancipação do Município de Anahy (1990) ........................165

3.8.4 A Emancipação do Município de Diamante do Sul (1990) ........165

3.8.5 A Emancipação do Município de Entre Rios do Oeste (1990) ..166

3.8.6 A Emancipação do Município de Iguatu (1990) .........................166

3.8.7 A Emancipação do Município de Iracema do Oeste (1990) ......167

3.8.8 A Emancipação do Município de Itaipulândia (1992) .................167

3.8.9 A Emancipação do Município de Mercedes (1990) ...................168

3.8.10 A Emancipação do Município de Pato Bragado (1990) ...........169

3.8.11 A Emancipação do Município de Quatro Pontes (1990) ..........169

3.8.12 A Emancipação do Município de Ramilândia (1991) ...............170

3.8.13 A Emancipação do Município de Serranópolis do Iguaçu

(1995) ......................................................................................170

3.8.14 A Emancipação do Município de Santa Lúcia (1990) ..............171

3.9 Conclusão ...........................................................................................173

CAPÍTULO 4 - INTEGRAÇÃO DA REGIÃO: PARANÁ, BRASIL E MERCOSUL

4.1 Introdução ..........................................................................................179

4.2 A Região Oeste do Paraná e o Prata ................................................180

4.3 A Estrutura Produtiva da Região Oeste do Paraná no Prata ...........182

4.4 A Região Oeste do Paraná e a Integração Mediterrânea ................185

4.5 A Região Oeste do Paraná e a Região Sul .......................................186

4.6 A Região Oeste do Paraná e o Sudeste do Brasil ............................187

4.7 Caracterização da Hidrovia da Bacia do Rio Paraná .......................187

CAPÍTULO 5 - A REGIÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA PARANAENSE

5.1 Introdução ..........................................................................................1935.2 Análise Comparativa da Região Oeste do Paraná em

Relação ao Estado .............................................................................1945.2.1 Análise de Variáveis Sócio-Econômicas ..................................194

5.3 Produção Agrícola .............................................................................202

Page 11: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

11

CAPÍTULO 6 - HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNICÍPIOS: PÓLOS,SUB-PÓLOS E LIDERANÇA SETORIAL

6.1 Introdução ..........................................................................................209

6.2 Metodologia ........................................................................................211

6.2.1 Métodos de Análise Regional ...................................................211

6.2.2 Área de Estudo ..........................................................................212

6.2.3 Indicadores de Análise Regional ..............................................212

6.2.3.1 A Matriz de Informações .......................................................213

6.2.3.2 Medidas de Localização ........................................................214

6.2.3.2.1 Quociente Locacional .........................................................214

6.2.3.2.2 Coeficiente de Localização ................................................215

6.2.3.2.3 Coeficiente de Associação Geográfica ..............................215

6.2.3.2.4 Coeficiente de Redistribuição .............................................216

6.2.3.3 Medidas Regionais .................................................................216

6.2.3.3.1 Coeficiente de Especialização ............................................216

6.3 Análise dos Resultados dos Indicadores ...........................................217

6.3.1 Microrregião de Cascavel � Energia Elétrica 1993/1997 ............217

6.3.2 Microrregião de Foz do Iguaçu � Energia Elétrica 1993/1997 ..220

6.3.3 Microrregião de Toledo � Energia Elétrica 1993/1997 ............222

6.4 Análise Adicional com PIB e Valor Adicionado Municipal ...............225

6.5 Considerações Finais .........................................................................228

CAPÍTULO 7 - RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO

E APLICAÇÃO

7.1 Introdução ..........................................................................................251

7.2 Metodologia ........................................................................................253

7.3 Panorama das Finanças Públicas Municipais no Brasil ....................254

7.4 Receitas Municipais ...........................................................................256

7.4.1 Receitas de Capital ...................................................................258

7.4.2 Receitas Correntes ...................................................................259

7.4.3 Indicadores de Receitas Municipais .........................................260

7.5 Despesas Municipais .........................................................................261

7.5.1 Despesas por Categoria ...........................................................262

SUMÁRIO

Page 12: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

12

7.5.2 Despesas por Função ...............................................................262

7.6 Municípios �Lindeiros� e os Royalties ..............................................265

7.7 Considerações Finais .........................................................................266

CAPÍTULO 8 - CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

8.1 Introdução ..........................................................................................289

8.2 Aspectos da Infra-Estrutura de Transporte ......................................290

8.2.1 O Desempenho do Transporte Ferroviário no Estado do

Paraná na Movimentação de Soja Para Exportação ...............290

8.2.2 Impactos do Pedagiamento das Rodovias ................................295

8.2.3 Prognóstico da Demanda de Transportes Para a

Produção Agrícola Paranaense ................................................297

8.2.3.1 Estimativa de Fluxos Interzonais ...........................................299

8.2.3 Análise das Implicações dos Resultados ..................................301

8.3 Análise do Plano Diretor de Transportes do Estado do Paraná .......303

8.3.1 Sobre a Abordagem Utilizada ...................................................305

8.3.2 Sobre a Exclusão da Construção da Ferroeste, no

Trecho Cascavel-Guaíra ...........................................................305

8.3.3 Considerações Finais ................................................................307

CAPÍTULO 9 - EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

9.0 Eixos de Desenvolvimento Intra-Regionais .......................................315

9.1 Variáveis Gerais .................................................................................319

9.2 Variáveis Agropecuárias ....................................................................321

9.3 Variáveis Urbanas ..............................................................................323

9.4 Aspectos Qualitativos ........................................................................324

9.5 As Demais Ligações Rodoviárias .....................................................328

9.6 Considerações Finais .........................................................................331

CAPÍTULO 10 - MEIO AMBIENTE: QUESTÕES PARA A DISCUSSÃO

10.1 Introdução .........................................................................................357

10.2 Resultados de Uma Prévia Prospectiva ...........................................359

Page 13: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

13

CAPÍTULO 11 - EVOLUÇÃO DO DINAMISMO DO CONSUMO DE ENERGIA

11.1 Introdução .........................................................................................36511.2 Utilização da Energia Elétrica da Região em Relação ao

Estado do Paraná ..............................................................................36611.3 Utilização da Energia nas Microrregiões em Relação à Região .....371

CAPÍTULO 12 - EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES

DE SAÚDE

12.1Introdução ..........................................................................................37712.2Indicadores de Saúde na Região Oeste do Paraná ...........................379

12.2.1 Mortalidade Infantil ...............................................................37912.2.2 Mortalidade Materna ............................................................38512.2.3 Cobertura Vacinal .................................................................389

12.3A Oferta de Serviços Médico-Hospitares na Região Oeste doParaná ...............................................................................................39012.3.1 As Despesas Realizadas em Saúde .....................................39112.3.2 A Estrutura Para o Atendimento à Saúde ............................393

12.4 Recursos Humanos Inseridos nos Serviços de Saúde Regionais .....40012.5 Os Programas de Saúde e o Caráter da Prevenção ........................40212.6 A Questão dos Serviços de Saúde Privados .....................................40512.7 Considerações Finais .........................................................................409

CAPÍTULO 13 - EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

13.1Introdução ..........................................................................................431

13.2Contextualização da Educação ..........................................................433

13.2.1 No Brasil ...............................................................................433

13.2.2 No Paraná .............................................................................440

13.2.3 Na Região Oeste do Paraná.................................................446

13.2.3.1 Do Início da Colonização Até a Primeira Metade da

Década de 1980...................................................................446

13.2.3.2 Do Início da Segunda Metade da Década de 1980

aos Dias Atuais ....................................................................468

13.3 A Infra-Estrutura Educacional na Região Oeste do Paraná ............477

SUMÁRIO

Page 14: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

14

13.3.1 Os Núcleos Regionais de Educação ....................................47713.3.2 O Ensino Fundamental e o Ensino Médio na Região

Oeste do Paraná ...................................................................47913.3.3 A Educação Federal na Região Oeste do Paraná ...............49513.3.4 O Ensino Superior na Região Oeste do Paraná ...................498

13.4 Considerações Finais .........................................................................508

PROGNÓSTICO

1 Introdução ..........................................................................................511

2 Processo de polarização ....................................................................512

3 Aspectos econômicos ........................................................................514

3.1 O agronegócio ..............................................................................514

3.2 A indústria ....................................................................................517

3.3 O setor comercial ........................................................................518

3.4 O setor de prestação de serviços ................................................519

3.4.1 Turismo ...............................................................................520

4 Aspectos sociais .................................................................................521

4.1 Educação......................................................................................521

4.2 Saúde ............................................................................................525

5 Aspectos ambientais ..........................................................................527

6 Infra-estrutura de transporte .............................................................529

7 Intervenção do setor público ..............................................................532

8 Organização para o desenvolvimento ................................................534

Page 15: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

15

Agradecimentos

As discussões propostas neste livro tiveram início, ainda no ano de1997, nos entendimentos com o corpo técnico da Diretoria de Coordenaçãoda Itaipu Binacional, mais particularmente com os Srs. Benhur Bacega eElias Absi, a quem devemos nossos mais sinceros agradecimentos. Muitogratos somos, também, a toda a diretoria da Itaipu Binacional que confiou atarefa de elaborar este trabalho a Unioeste e, pacientemente, esperou pelasua conclusão, sem que, em momento algum, interferisse na metodologia pornós utilizada.

O caminho trilhado na Região Oeste do Paraná para a elaboração dadiscussão presente neste livro contou com a colaboração de profissionais dediferentes áreas de atuação que disponibilizaram o seu tempo e, principalmente,preciosas informações e caracterizações sobre as temáticas tratadas.

Dentre estes, citamos, em especial, as entidades e organismos privadose públicos nas esferas federais, estaduais e municipais, as quais, não vamosenumerá-las, para não cometermos a injustiça de deixar de citar algumas.Para a elaboração de cada um dos capítulos deste livro, muitas reflexões ediscussões foram construídas juntos com os membros destas entidades eorganismos, contribuindo sobremaneira para o avanço do conhecimento, bemcomo para sua sistematização. A todos, o nosso muito obrigado.

Neste sentido, queremos manifestar nossos agradecimentos aosPrefeitos e Secretários dos municípios visitados, pelas informações obtidastanto nos canais formais bem como pela informalidade e exposição dasrealidades locais.

Ao chefe do Escritório Regional do IBGE, em Cascavel, Sr. Usías

Page 16: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

16

Marcelino, pela contribuição dada em relação aos Censos existentes.A todos os funcionários dos Núcleos Regionais de Educação,

particularmente ao pessoal do Núcleo de Cascavel, por tolerar nossa presençacoletando as informações, diretamente nas listas de chamadas, para aelaboração do Capítulo Evolução e Caracterização do Sistema Educacional.

À Secretária Municipal de Saúde de Cascavel, médica sanitaristaLilimar Mori, pela conversa amiga que permitiu o entendimento da dimensãosaúde no contexto da cidadania. A Veterinária Roselane Langer, técnica da10.ª Regional de Saúde, pela leitura cuidadosa e crítica, bem como pelasvaliosas sugestões feitas ao Capítulo referente aos Indicadores de Saúde naRegião Oeste do Paraná.

A todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, contribuíram paraa realização deste trabalho e que, talvez até pelo tanto de tempo despendidono mesmo, tenhamos cometido aquele pecado tão peculiar a nós, sereshumanos, que é o de esquecer de agradecer a quem, em algum momento, nosajuda, nosso sincero muito obrigado.

Os Autores

Page 17: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

17

Prefácio

Os cursos de Ciências Econômicas da Unioeste, nos Campi deCascavel e Toledo, cumprindo suas funções institucionais, que prevêemalém do ensino, a pesquisa e a extensão, empreenderam um amplo esforçode investigação tendo como objeto de estudo o espaço geográfico denominadoRegião Oeste do Paraná.

O trabalho foi realizado em estreita cooperação com a ItaipuBinacional que, enquanto instituição presente e participante ativa na RegiãoOeste do Paraná, permitiu, com o financiamento para a realização destetrabalho, muito mais do que a elaboração de um diagnóstico e de um prognósticoacerca da Região. Possibilitou à Unioeste a formação de uma consciênciamais reflexiva e mais crítica sobre a realidade na qual está inserida para queações mais coerentes possam ser desenvolvidas no âmbito da pesquisa, doensino e da extensão, contribuindo, dessa forma, para a melhoria da qualidadede vida da população regional.

Outras entidades e organismos privados e públicos, nas esferas mu-nicipal, estadual e federal, contribuíram fornecendo informações. Dessetrabalho, resultaram 13 capítulos técnicos, que abordam a evolução da RegiãoOeste do Paraná, nas áreas histórica, econômica, social, demográfica, ambientale estrutural. Na conclusão desta parte do estudo foram identificados pontosde estrangulamento e apontadas algumas possibilidades de desenvolvimentoregional.

Com base nos capítulos técnicos foi elaborado o prognóstico acercada Região que compõe a parte final do trabalho. Neste, são apontadas algumasestratégias de desenvolvimento para a Região.

Page 18: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

18

Este livro é uma contribuição que tem como objetivo principal fomentara reflexão e subsidiar as ações políticas dos governos na Região. Urge definir,para o Oeste do Paraná, uma política moderna, sintonizada com os grandesdesafios que se traduzem na necessidade de uma trajetória de desenvolvimentosocioeconômico, infraestrutural e ambiental mais eqüânime, reduzindo osdesequilíbrios ainda existentes.

Prof. Alfredo Fonceca PerisOrganizador

Page 19: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

19

Sobre os autores

ALFREDO FONCECA PERIS - Economista. Professor da UniversidadeEstadual do Oeste do Paraná, campus Cascavel (Unioeste). Mestre emTeoria Econômica - UEM - 2001.

ELIÉZIO GOULART BRAGA - Economista. Professor colaborador daUniversidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Cascavel (Unioeste).Especialista em Economia Empresarial - Unioeste - 2001.

JANDIR FERRERA DE LIMA - Economista. Professor da UniversidadeEstadual do Oeste do Paraná, campus Toledo (Unioeste). Mestre emEconomia - UFBA - 1997.

JOSÉ AUGUSTO COLODEL - Historiador no Município de Santa Helena-PR.Bacharel em História - UFPR - 1984.

MARCOS WAGNER DA FONSECA - Economista. Professor da UniversidadeEstadual do Oeste do Paraná, campus Cascavel (Unioeste). Mestre emTeoria Econômica - UEM - 2002.

MARIA DA PIEDADE ARAÚJO - Economista. Professora da UniversidadeEstadual do Oeste do Paraná, campus Toledo (Unioeste). Mestre emEconomia Aplicada - ESALQ/USP - 1996.

Page 20: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

20

MARIÂNGELA ALICE PIERUCCINI - Economista. Professora da UniversidadeEstadual do Oeste do Paraná, campus Cascavel (Unioeste). Mestre emDesenvolvimento Regional - UEM - 1998.

RICARDO SILVEIRA MARTINS - Economista. Professor da UniversidadeEstadual do Oeste do Paraná, campus Toledo (Unioeste). Doutor emEconomia Aplicada - ESALQ/USP - 1995.

RONALDO BULHÕES - Economista. Professor da Universidade Estadual doOeste do Paraná, campus Cascavel (Unioeste). Mestre em EconomiaAplicada - ESALQ/USP - 1998.

OLGA DA CONCEIÇÃO PINTO TSCHÁ - Acadêmica do curso de CiênciasEconômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campusCascavel (Unioeste).

SHIGUERO IWAKE - Acadêmico do curso de Ciências Econômicas da

Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Cascavel (Unioeste).

Page 21: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

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Coordenação, participantese grupos de trabalho

1) COORDENAÇÃO GERAL

1998 � Prof. Gerson Henrique da Silva1999/2001 � Prof. Ronaldo Bulhões2002 � Prof. Alfredo Fonceca Peris2003 � Prof. Marcos Wagner da Fonseca

Colaboração EspecialProf. Fernando Cardoso Pedrão � UFBA (Universidade Federal da Bahia)

Assessoria da Coordenação GeralProf. Luís Alberto Ferreira GarciaProf. Marcos Wagner da Fonseca

2) PESQUISADORES - RELATORES

Prof. Alfredo Fonceca PerisProf. Eliézio Goulart BragaProf. Jandir Ferrera de LimaProf. José Augusto ColodelProf. Marcos Wagner da Fonseca

Page 22: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Profa. Maria da Piedade AraújoProfa. Mariângela Alice PierucciniProf. Ricardo Silveira MartinsProf. Ronaldo Bulhões

3) COLABORADORES

Profa. Cleide Buzzanello MartinsProf. Francisco SambattiProfa. Frieda Maria Baumgartner (in memoriam)Prof. Luís Alberto Ferreira GarciaProfa. Miriam Beatriz Schneider BraunProf. Moacir PifferAcadêmico Emerson VagnerAcadêmico Fábio Spanhol

4) ACADÊMICOS-BOLSISTAS

Adriana Paula RamboCarolina Aguiar MenezesOlga da Conceição Pinto TscháRosângela Idema DiasShiguero Iwake

5) APOIO INSTITUCIONAL

Pró-Reitoria de Administração e Assessoria de Convênios da UNIOESTE.

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Introdução

As proposições elaboradas acerca de políticas de desenvolvimentoregional esbarram, muitas vezes, na ausência de estratégias consensuais queindiquem as prioridades e fundamentem decisões políticas duradouras, muitoembora se tenha gerado grande acervo de conhecimento sobre os problemasregionais e suas diferentes alternativas de ação. �O que fazer�, em relaçãoàs questões regionais, é relativamente mais fácil do que o �Como fazer�.Infelizmente, esta constatação não tem sido levada em conta, na maioria dasvezes, na elaboração e na implementação das políticas regionais.

É neste contexto que surgiu o projeto �Mesorregião Oeste doParaná: Diagnóstico e Perspectivas�. Iniciou-se em 1998, como resultadode amplas discussões ocorridas durante os encontros entre os técnicos daItaipu/Binacional e os professores-pesquisadores da Unioeste. O trabalhotem envolvido, até o presente momento, os pesquisadores da Unioeste, quetrabalharam no desenvolvimento de inúmeros estudos que balizam estediagnóstico regional. Além do diagnóstico, representado pelos treze capítulos,foram elaborados alguns cenários para o futuro, tanto em termos de tendênciascomo, também, em relação aos objetivos almejados pela sociedade, que seconstituem no prognóstico.

Deve-se ressaltar que, no processo de construção da pesquisa, foramencontradas algumas restrições e dificuldades, principalmente em relação àsistematização da coleta primária dos dados existentes nos órgãos municipaisda Região. Estes limitadores no processo de coleta, caracterizam-se naausência de metodologia nos municípios para a homogeneização dos dados esua inserção no Banco de Dados, constituído para a realização do diagnóstico.

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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O presente volume está organizado em duas partes, além destaintrodução. A primeira parte é composta pelos treze capítulos que compõemo que se designou �Diagnóstico�. A segunda parte é composta pelo que sedenominou, neste trabalho, de �Prognóstico�.

Na primeira parte, que caracteriza o Diagnóstico, são reexaminadas

e caracterizadas algumas das principais dimensões acerca da Região Oeste

do Paraná, optando-se por uma compreensão mais ampliada da mesma. É

esta Região, constituída por 50 municípios, o objeto desta pesquisa. Ao longo

dos treze Capítulos seguintes, são apresentados os resultados da pesquisa

que durou quatro anos e que mobilizou os professores-pesquisadores e

acadêmicos-bolsistas dos cursos de Ciências Econômicas da Unioeste �

Campus de Cascavel e Toledo, bem como do Curso de Informática da

Unioeste, Campus de Cascavel. Além destes, colaborou, significativamente o

historiador José Augusto Colodel, autor do primeiro Capítulo.

Neste Primeiro Capítulo, denominado �Cinco Séculos de História�,

são identificados alguns elementos que permitem resgatar a história da Região,

possibilitando estudá-la, compreendê-la e torná-la de conhecimento público.

Dentre estes elementos, surgem as obrages.

Segundo o autor, �As obrages apresentam-se como a pedra de toque

e a derradeira presença espanhola � mais especificamente argentina - no

Oeste paranaense. É o epílogo de uma história que remonta ao Século XV,

quando o Tratado de Tordesilhas definiu que mais de 90% do atual território

do Estado do Paraná pertenciam à Coroa Espanhola�. A Região Oeste do

Paraná tem uma história composta por portugueses, espanhóis e indígenas,

bem como bandeirantes, escravos e missionários. Essa história subsidia a

construção deste primeiro capítulo.

O Segundo Capítulo, denominado �Oeste do Paraná:

Caracterização enquanto Região� vem complementar o capítulo introdutório

do diagnóstico e toma como base a dissertação de Mestrado da Professora

Mariângela Alice Pieruccini, que caracteriza o processo de constituição do

complexo agroindustrial na Região Oeste do Paraná.A análise foi elaborada considerando o conceito de região e apresenta

os principais critérios utilizados para a definição do recorte territorial definidocomo Região Oeste do Paraná; insere-se, nesta discussão, a combinação dos

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potenciais natural e humano que sustentaram a ocupação territorial efetivadesta Região, a partir de 1940.

�Criação dos Municípios e Processos Emancipatórios� constituio Terceiro Capítulo do diagnóstico proposto. Para a elaboração do diagnóstico,a análise contribui na apresentação das dinâmicas emancipatórias dos cinqüentamunicípios inseridos na Região. Ressalta-se o caráter político de muitas destasemancipações que se mostraram inviáveis, sob o aspecto de sustentabilidadee de viabilidade econômica municipal, diante dos indicadores demográficosque apontavam para a involução populacional, principalmente dos municípiosmenores que integram a Região.

No Capítulo Quarto, denominado �Integração da Região: Paraná,Brasil e Mercosul�, são discutidos os impactos do processo de integraçãosobre esta Região. O trabalho é subdividido em dois enfoques principais,concentrando-se, especialmente, nos impactos da integração junto àagroindústria e agropecuária. Primeiramente, a discussão concentra-se nasrelações do Paraná com o Mercosul. Na seqüência, nas relações de integraçãodo Paraná junto aos seus vizinhos de fronteira. Ressalta-se que a análise daBacia do Prata envolve uma série de elementos geopolíticos. Esta análisecaracteriza, estritamente, o aspecto econômico da integração.

No Capítulo Quinto, designado de �A Região no contexto daEconomia Paranaense�, apresenta-se um comparativo da Região Oeste doParaná em relação ao total do Estado. As variáveis comparadas foram:contagem da população, taxa de mortalidade, distribuição da renda familiar,distribuição setorial da mão-de-obra empregada, valor adicionado por setor eprodução agrícola.

Os principais resultados mostraram que o movimento populacionalteve um comportamento semelhante ao do Estado do Paraná. Há uma elevadataxa de urbanização, não só na Região, mas, também, nas distintasmicrorregiões. Destaca-se, outrossim, �o comportamento da taxa demortalidade que teve uma queda considerável de 1978 até 1994. Com relaçãoà renda média familiar, pode-se dizer que ela é relativamente baixa, não só naRegião como para o Estado como um todo, refletindo-se, desta forma, numaelevada desigualdade de renda�, segundo a autora. Ficou confirmada, ainda,a expressiva participação do setor agrícola na economia regional.

No Capítulo Sexto, denominado �Hierarquização Econômica dos

INTRODUÇÃO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Municípios: pólos, sub-pólos e liderança setorial�, são construídos osindicadores de análise regional, divididos em três grupos. O primeiro grupoconsistiu na construção da matriz de informação, necessária para oacontecimento dos outros dois grupos. O segundo grupo contém as medidasde localização que se subdividem em quociente locacional, coeficiente delocalização, coeficiente de associação geográfica e coeficiente deredistribuição. O terceiro grupo é constituído pelas medidas regionais, divididasem coeficiente de especialização e coeficiente de reestruturação.Complementando esta análise, são apresentados dados referentes ao valoragregado e PIB (Produto Interno Bruto) para cada município, setorialmente.

Os �Recursos Públicos Municipais: Arrecadação e Aplicação�são o objeto de análise do Capítulo Sétimo do presente diagnóstico. A análisevincula as receitas municipais, com ênfase na dependência das transferênciasna arrecadação geral dos municípios e nas formas pelas quais os gastos sãorealizados, no que tange às despesas correntes e de capital. Insere-se, nestadiscussão, a questão dos royalties de eletricidade recebidos pelos municípios,bem como a questão do ICMS ecológico.

O Capítulo Oitavo, denominado �Caracterização da Infra-Estruturade Transporte�, discute os aspectos referentes à infra-estrutura de transporteda Região Oeste do Paraná, identificando os pontos de estrangulamento nainfra-estrutura de transporte do Estado e relaciona os investimentos previstospara a Região, segundo o Plano Diretor estadual.

O Capítulo Nono possui, como base, a dissertação de Mestrado doProfessor Alfredo Fonceca Peris e caracteriza os �Eixos de DesenvolvimentoIntra-Regionais�. A ligação Cascavel-Foz do Iguaçu e a ligação Cascavel-Guaíra podem ser consideradas eixos de desenvolvimento regional. Sãodestacadas, ainda, as demais ligações rodoviárias da Região Oeste do Paranácom outras regiões do Estado, com outras regiões do País e com o Exterior.Estas ligações, embora não possam ser consideradas enquanto eixos dedesenvolvimento, têm seu papel de destaque no contexto econômico regional.

O Capítulo Décimo, intitulado �Meio Ambiente: Questões para adiscussão�, apresenta uma síntese das principais variáveis inseridas na questãoambiental regional. Sinteticamente, procura caracterizar os principaiscondicionantes do meio-ambiente na Região, considerando, principalmente,as transformações resultantes da ação antrópica verificadas na Região Oeste

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do Paraná, decorrentes do ciclo da madeira e do processo de modernizaçãotecnológica da agricultura regional. São apresentadas, também, informaçõesde caráter mais genérico acerca do potencial hídrico e caracterizações dafauna e da flora da Região.

No Capítulo Décimo Primeiro, apresenta-se a �Evolução doDinamismo do Consumo de Energia�. Esta parte da pesquisa objetivouanalisar os diversos tipos de energia utilizadas no Estado, na Região Oeste doParaná e nas suas três microrregiões (Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo). Ostipos de energia analisados foram: energia elétrica, lenha, óleo diesel, álcool,gás liqüefeito de petróleo (GLP), gasolina e querosene, sendo consideradosenergia elétrica e óleo diesel como insumos modernos. As restrições naestruturação deste Capítulo ocorreram por conta das dificuldades na coletade todas as informações necessárias para o estudo.

As análises realizadas indicam que a modernização tecnológica daagricultura, ocorrida na Região Oeste do Paraná, baseou-se no consumo dasdiversas fontes de energia, bem como na utilização de insumos modernos naagricultura.

A caracterização dos principais indicadores de Saúde na Região Oestedo Paraná é o objeto de análise do Capítulo Décimo Segundo, apresentadocomo �Evolução e Caracterização dos Indicadores de Saúde�. A análisefoi elaborada mediante a sistematização das informações sobre saúde, coletadasde forma secundária nos principais Bancos de Dados do Estado do Paraná,bem como por meio do Ministério da Saúde. O diagnóstico toma comoreferência os principais indicadores básicos do desenvolvimento humano.Metodologicamente, a análise pauta-se nas Regionais de Saúde que agregama dinâmica dos municípios da Região. Os resultados obtidos, valendo-se dasérie histórica caracterizada, apontam para melhorias nos indicadores de saúdeda Região. Entretanto vale acrescentar que, tanto em nível regional comoconsiderando o Estado do Paraná, ainda se verifica certo distanciamento dascondições ideais preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

�Evolução e Caracterização do Sistema Educacional�, é o objetode análise do Capítulo Décimo Terceiro e último desta pesquisa. Caracterizam-se as primeiras iniciativas educacionais realizadas até os dias atuais. Como oprocesso educacional de uma região não ocorre de forma desvinculada docontexto estadual e nacional, no qual a mesma encontra-se inserida, necessário

INTRODUÇÃO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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se faz compreender como iniciou e evoluiu a educação, no Brasil e no Estadodo Paraná, desde a chegada dos primeiros educadores, contemplando afilosofia sobre a qual estava fundamentada esta instrução, até nossos dias.

Tratando, especificamente, do objetivo desta parte da pesquisa, aeducação na Região, a discussão está subsidiada na Dissertação de Mestradodo professor Ivo Oss Emer, que discutiu o processo educacional na RegiãoOeste do Paraná, desde as primeiras iniciativas, até o fim da primeira metadeda década de 1980. No presente capítulo, são apresentados dados quedemonstram a evolução do ensino na Região, incluindo o ensino superior. Ainfra-estrutura educacional foi, também, contemplada.

A segunda parte deste estudo, denominado �Mesorregião Oeste doParaná: Diagnóstico e Perspectivas�, que ora publicamos, distingue um cenáriode tendências que representa a trajetória esperada do desenvolvimento naRegião Oeste do Paraná, caracterizando-se, desta forma, em um prognósticopara esta Região.

Os resultados obtidos evidenciam vários aspectos da vida social eeconômica da Região. Espera-se que os mesmos contribuam para que acomunidade regional possa compreender as bases de sua formação,contemplando o crescimento e o desenvolvimento de alguns dos maisimportantes segmentos da economia regional.

O �diagnóstico� e o �prognóstico,� publicados neste livro, inovamem muitos e relevantes aspectos, a concepção acerca do processo dedesenvolvimento da Região Oeste do Paraná. É um convite ao diálogo, quepoderá aperfeiçoá-los e enriquecê-los. É, principalmente, um convite à açãoguiada por objetivos compartilhados, regional e nacionalmente, por todos osatores envolvidos.

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1Cinco Séculos de História

José Augusto Colodel

1.1 O OESTE PARANAENSE COMO ESPAÇO GEOGRÁFICO. MAS QUAL

ESPAÇO?

Saí daqui um dia [Santa Helena] e fui a Foz do

Iguaçu. Era tudo estrada de obrage, que entrava

pra cá e pra lá. Eu me perdi. Peguei uma estrada

errada, fui dezoito quilômetros pro centro do mato!

Era tudo obrage!

(José Pedretti � depoimento) 1

Inicialmente, deve-se ressaltar que a adoção da Região Oeste doParaná, enquanto espaço delimitado de estudo, não carrega, em seu bojo, ofalso pressuposto de que ele independe do espaço maior que o cerca, seja elegeográfico, histórico ou cultural. Não se tem a idéia de resgatar, fazer � issoseria muita pretensão! - ou abrigar, numa espécie de história micro-regional,fragmentada ou descompromissada. O que se pretende é descobrir algunselementos que permitam identificar a história desta Região para melhor estudá-la, compreendê-la e torná-la de conhecimento público. Essa é a tarefaprimordial!

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Mas volte-se a questão da delimitação geográfica. Por que tal

conformação? Que critérios foram usados para adotá-la? Por quê?

Evitando prolongamentos desnecessários, pode-se afirmar que, em

última instância, o elemento que levou, como historiador, a dimensioná-la dessa

maneira, foi a existência e marcante influência do sistema de obrages em

toda essa Região. Nesse sentido, foi a presença dessas propriedades e/ou

explorações, já típicas desde o Século XIX no território argentino, que

determinou, sobremaneira, os horizontes geográficos desta pesquisa.

Será falado, detalhadamente, dessas obrages no transcorrer deste

texto, mas deve-se adiantar que elas não representavam uma forma de

exploração meramente econômica.2 Longe disso. Elas carregavam em si e

manifestavam todo um universo sócio-cultural específico. Assim as obrages

apareceram nesta Região como um elemento histórico diferenciado, único

dentro da própria história do Paraná. Em resumo, são os seus limites máximos

de expansão que nos darão os contornos da Região a ser estudada.

A sua presença no Oeste paranaense, por mais de cinqüenta anos,

deixou marcas fortíssimas � e não poderia ser diferente. As áreas de terras,

adquiridas pelas companhias colonizadoras, a partir da década de 1940, e os

territórios dos futuros municípios que seriam criados, teriam, como uma primeira

base geográfica, as antigas obrages. Estas foram a maior demonstração da

falta de interesse que a Região despertava junto às autoridades estaduais e

federais e, também, foram elas as responsáveis pela nacionalização das áreas

de fronteira, levada a efeito por Getúlio Vargas, logo após ter sido vitorioso

com a chamada Revolução de 1930. Alguns anos antes, em 1924-25, as tropas

revolucionárias, que dariam origem à Coluna Prestes, combateram na região

e, juntamente com os repórteres que as acompanhavam, fizeram in loco uma

radiografia nada alentadora da presença das obrages nos sertões oestinos.

As obrages ficaram conhecidas a nível nacional, e isto era o que os obrageros

não queriam!

As obrages apresentaram-se como a pedra de toque e a derradeira

presença espanhola � mais especificamente argentina - no Oeste paranaense.

É o epílogo de uma história que remonta ao Século XV, quando o Tratado de

Tordesilhas definiu que mais de 90% do atual território do Estado do Paraná

pertencia à Coroa Espanhola. É sobre essa história que se deve falar. Termos

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como obrages, obrageros, mensus, barracón, antecipo, não soarão tãoestranhos a partir de agora.

1.2 O OESTE PARANAENSE: UMA HISTÓRIA DE PORTUGUESES, ESPANHÓIS

E INDÍGENAS3

Foi lá pelo final do Século XV que os reinos de Espanha e Portugalresolveram, finalmente, dividir entre si os vastos domínios que haviamdescoberto na América. Desse acordo, resultou o tão famoso Tratado deTordesilhas, assinado, formalmente, em 7 de junho de 1494, na cidade espanholade mesmo nome. Traçando uma linha imaginária de Norte a Sul da América,pensavam, ingenuamente, resolver os problemas e desavenças diplomáticasque vinham tendo desde que colocaram os seus pés na América.

Através desse meridiano, coube à Espanha toda a região que,atualmente, é o território paranaense, incluindo, naturalmente, toda a RegiãoOeste. Assim não é de estranhar que, desde o início do Século XVI, osespanhóis resolveram levar a efeito suas primeiras viagens de exploraçãoaos territórios que lhes pertenciam pelo Tratado de Tordesilhas.

Já durante os primeiros meses de 1516, o aventureiro espanhol Joãode Solís penetrou no Estuário do Prata. Tendo desembarcado nas costas daatual República do Uruguai, sofreu violento ataque indígena da nação Guarani.Não resistiu e ali mesmo morreu, juntamente com a maioria dos soldados quecompunham essa expedição pioneira. Os sobreviventes retornaram aosdomínios portugueses. O azar os perseguia e no litoral de Santa Catarina,uma das caravelas que compunha a esquadra naufragou. Os náufragosestavam sob o comando de Aleixo Garcia e, nos contatos que mantiveramcom os indígenas, tomaram conhecimento de um suposto império no oesteonde a prata era abundante. Em 1521, voltaram em busca desse império deprata.

Para tanto, apropriaram-se de uma antiga rede de caminhos indígenas4

e, destes, utilizaram o chamado de Peabiru.Percorrendo o Peabiru em penosa viagem, Aleixo Garcia chegou aos

Andes, onde conseguiu amealhar porções de ouro e prata das tribos indígenasali radicadas. Munidos de imensa fortuna, empreenderam a viagem de volta.

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Novamente, os indígenas hostis estavam atentos e emboscaram a caravana,matando muitos de seus componentes, inclusive o seu comandante. Osremanescentes, carregando o fruto da pilhagem em ouro e prata, foram darno litoral catarinense, de onde as façanhas da expedição de Aleixo Garcia e anotícia da existência de fabulosas riquezas se espalharam como fogo ao vento.

Um dos muitos que tiveram conhecimento dessas notícias foi SebastiãoCaboto, outro aventureiro espanhol. Nessa época, ele estava assentado nolitoral de Pernambuco e não perdeu muito tempo em montar uma expediçãoque viesse até a agora conhecida Região da Bacia do Prata. Obstinado,burlando a negativa de seus superiores, Caboto chegou ao litoral catarinenseem 1527. Dali, comandando dois navios, rumou célere em direção ao rio daPrata. Na confluência desse rio com o Carcanhará, fundou um porto queseria a sua base para as futuras penetrações em direção às riquezas indígenas.A povoação, ali estabelecida, foi batizada com o nome de Sancti Spiritu.Essa importante base de operações seria, anos mais tarde, destruída pelosíndios. De um modo geral, as tentativas de Caboto em pôr as mãos na prataindígena fracassaram quase que inteiramente. Homem de métodos violentos,desde cedo foi hostilizado pelas tribos existentes na Região. As suas investidastinham, via de regra, resultados desalentadores.

Enquanto esses aventureiros espanhóis faziam as primeirasexplorações e penetrações no território platino, os seus rivais portuguesesnão se mantiveram alheios ao que vinha acontecendo. Afinal, ouro e prataeram as riquezas que moviam o mundo conhecido e sustentavam a posiçãodos reinos metalistas de Portugal e Espanha.

Já por volta de 1531, expedições de aventureiros portuguesesiniciaram, por conta própria, sua corrida particular ao Prata, tendo como pontode partida o rio Amazonas, o rio da Prata e, também, seguiram por longos equase insuperáveis caminhos terrestres.

Como não poderia deixar de ser, as investidas portuguesas ao ocidentedo Paraná começaram a preocupar as autoridades espanholas, que nãoqueriam dividir, de maneira alguma, os despojos em ouro e prata que poderiamarrebanhar naqueles territórios que estavam sob sua jurisdição pelo Tratadode Tordesilhas.

A alternativa encontrada, para consolidar definitivamente a bandeiraespanhola naqueles domínios, era a fundação de um aglomerado urbano que

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33

servisse como pólo comercial e centro irradiador das expedições que para láse deslocavam. Deveria servir, também, como um aquartelamento militar queoferecesse proteção segura aos súditos do Reino de Espanha. Deveria ficarbem claro aos ambiciosos portugueses que toda aquela porção do territórioamericano estava firmemente em mãos espanholas. O tempo iria demonstrarque tal pretensão não resistiria ao ímpeto dos aventureiros portugueses.

De Madri, veio a ordem para que fosse organizada uma grande

expedição ao Prata. A armada era comandada pelo mercenário Pedro de

Mendonza. Sua especialidade era o saque e a destruição. Fizera fama e fortuna

na Europa, chegando a ganhar o título de Dom como recompensa pelos saques

que cometera em terras italianas, notadamente em Roma.

Pedro de Mendonza partiu da Espanha em 1535 e, em 3 de fevereiro

do ano seguinte, concretizou a fundação de um porto que deliberou denominar

de Nuestra Señora del Buen Aires, constituindo, dessa maneira, a base do

primeiro Adelantado espanhol do rio da Prata. Subindo esse rio, fincou as

bases de duas novas povoações: Corpus Christi e Nuestra Señora de Buena

Esperanza. Iniciava-se, assim, a presença definitiva da gente espanhola em

terras da Bacia do Prata. Após ter fundado Buenos Aires, Pedro de Mendonza

achou por bem retornar à Espanha. Morreu na viagem de volta. Ficou como

seu substituto João de Ayolas.

A conquista das terras do Prata não se dava de maneira pacífica,

embora os primeiros contatos entre as tropas de João Ayolas e os índios

tivessem sido relativamente pacíficos. Os espanhóis logo abandonaram a política

da boa vizinhança e passaram a investir brutalmente sobre as tribos indígenas,

utilizando-se, para tanto, de métodos sanguinários. Aldeias eram

completamente destruídas pela passagem dos espanhóis. Os homens eram

assassinados e as mulheres violentadas. Nem mesmo as crianças eram

poupadas. Os naturais da terra se revoltaram e passaram a combater

desesperadamente os invasores de além mar. Não demorou muito para que

todas as povoações fundadas pelos espanhóis sofressem o assédio belicoso

dos indígenas. Muitos dos seus habitantes foram mortos e, os sobreviventes,

tiveram que se abrigar em Buenos Aires. O próprio Ayolas foi vitimado pela

violência que trouxe para a Região. Foi emboscado e morto em terras

paraguaias.

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

Page 34: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Não querendo compartilhar da sorte de Ayolas, Domingos Martinez

de Irala, seu companheiro e braço direito, fugiu desenfreadamente e fixou

acampamento em Candelária, onde, mais tarde, foi encontrado por outras

expedições. Estas permaneceram em Candelária por algum tempo e, depois,

rumaram para o Sul onde fundaram um novo acampamento, estrategicamente

localizado num terreno que oferecia excelentes condições de defesa aos

possíveis ataques indígenas. Este acampamento recebeu mais e mais

aventureiros, cresceu e deu origem à cidade de Assunção.

Sob o comando de Irala, Assunção logo passou a exercer grande

influência sobre o destino dos espanhóis que se concentravam no Prata.

Note-se que as qualidades administrativas de Irala logo se fizeram

sentir. Enérgico, organizado e inflexível em suas decisões, deu início a todo

um trabalho de melhorias nos núcleos urbanos que sobreviveram aos ataques

indígenas, quais sejam: Buenos Aires, Corpus Cristi e Boa Esperança. Usando

de métodos violentos logrou impor rígida disciplina. Consolidou, na ponta da

lança, tanto a lei como a ordem espanhola. Com os poucos soldados que tinha

sob o seu comando jamais teria conseguido atingir seus intentos. Para tanto,

contou com a ajuda inestimável dos guerreiros da nação Guarani, que a ele

aliaram-se, porque estavam envolvidos em mais de uma das suas incontáveis

guerras com as tribos vizinhas.

Tendo conseguido firmar sua liderança frente aos outros aventureiros

espanhóis, voltou seus olhos ao que realmente lhe interessava, ou seja, a

espoliação das riquezas indígenas e o eventual objetivo de povoamento de

toda aquela Região. O Adelantado do rio da Prata passou a ter um novo

comandante-supremo.

Como nem tudo é o que se pretende que seja, o destino reservou

mudanças profundas na vida de Irala, e elas tiveram como origem a Corte

espanhola. Acontece que o imperador Carlos V achou por bem designar um

novo Adelantado para capitanear o governo de Assunção. A escolha do

imperador recaiu sobre os ombros de um cavalheiro conhecido como Pedro

Alvarez Nuñez Cabeza de Vaca.

Desejoso por conhecer seus futuros domínios e súditos, Cabeza de

Vaca empreendeu viagem ao rio da Prata. Corria o ano de 1541.

Page 35: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

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Iniciou a marcha a 18 de Outubro de 1541 [...] depois de dezenove dias de marcha porflorestas e montanhas, chegaram às aldeias dos índios Guaranis [...] no dia 1º deDezembro a expedição varou o Iguassú ou Água Grande e, dois dias depois, o Tibagi[...] levava, portanto, a caravana na direção Noroeste (...) resolveu, então, marcharpara o Sul, chegando a 14 de Janeiro de 1542 às margens do Iguassú [...] poucos diasdepois chegavam à Foz do Iguassú, atravessando o rio Paraná, auxiliado pelos Gua-ranis [...] no dia 11 de Março de 1542 entrou em Assunção após uma peregrinação de

seis meses. (FIGUEIREDO, 1937, p. 68-70).

O temperamento de Cabeza de Vaca era completamente diferentedo de Irala. Chegando em Assunção, resguardou-se em indolência e cercou-se de um �luxo que é incompatível com a vida de Assunção e se descuidandono trato com os indígenas�. (CHMYZ, 1976, p. 68). Foi somente no anoseguinte que decidiu fazer uma incursão a Serra do Prata. Quem deveriacomandar essa expedição seria Irala, todavia Cabeza de Vaca assim nãodesejava. Confronto de interesses e ciúmes passaram a reinar em Assunção,a partir desse episódio. Ao retornar, em 1544, Cabeza de Vaca foi obrigado aenfrentar um articulado motim popular que o destituiu das suas funçõesadministrativas e políticas como Adelantado. Escorraçado de Assunção foiobrigado a juntar suas malas e voltar para a Espanha. Certo foi que a partidade Cabeza de Vaca não bastou para acalmar os ânimos em Assunção.Partidários de Irala e Cabeza de Vaca passaram a admoestar-se na defesados interesses de seus chefes. O conflito derrubou por terra as conquistasadministrativas e políticas de Irala. Quem se saiu bem nessa história foram osindígenas que, na luta para sobreviverem, procuravam se unir a um grupo ououtro, na esperança de tirarem um pouco de benefício da situação.

Enquanto estava no poder, Irala levou adiante seu projeto de subir orio Paraná até o Tietê. O povoamento gradual da margem esquerda do Paranáera benéfico aos interesses espanhóis, à medida que ampliava os seus domínios.

Não se esquecia, em nenhum momento, que os portuguesesprocuravam chegar ao Prata, partindo do litoral atlântico por caminhosterrestres. Já os espanhóis procuravam o caminho inverso, pois a porçãooriental da América encontrava-se sob jurisdição portuguesa.

Tendo atingido a porção setentrional do rio Paraná, Irala determinouao seu comandado, Garcia Rodrigues de Vergara, que por ali fundasse umnúcleo urbano. Serviria ele de ponta-de-lança para as futuras penetrações

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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pelos sertões circunvizinhos. O núcleo de Ontiveros nasceu na margem dorio Paraná com essa função. Isso no ano de 1554. Entretanto ele teve vidacurta e logo foi abandonado.

Foi em 1556 que o próprio Irala incumbiu ao capitão Ruy DiazMelgarejo a fundação de um outro vilarejo espanhol naquela Região. Essacomunidade recebeu o nome de Ciudad Real, sendo que os seus primeiroshabitantes foram uma centena de espanhóis deslocados de Assunção.(SILVEIRA NETTO, 1914, p. 93). Diferentemente do que ocorreu comOntiveros, Ciudad Real logrou progredir. Ali foi incentivado o plantio de gênerosalimentícios diversificados, a criação de alguns animais e a exploração daerva-mate nativa, que chegou a ser comercializada, anos mais tarde, comalgumas reduções jesuíticas do Rio Grande do Sul. Parece que a procura demetais preciosos não foi coroada de sucesso.

Mas quem podia esquecer do ouro e da prata! Foi sempre procurandoesses metais e estando sempre atentos aos rumores que denunciavam a suapresença que os espanhóis seguiam em frente. A Leste de Ciudad Realfundaram um outro núcleo populacional. Chamaram-no de Vila Rica doEspírito Santo. O ano de sua fundação ainda é incerto, mas deve ter sidoentre 1570 e 1576.

Deve-se deixar esta narrativa por uns instantes, para que se possarelatar uma outra história não menos interessante e não menos importantepara os destinos desta Região.

1.3 UMA HISTÓRIA DE MISSIONÁRIOS E INDÍGENAS

Em meio a todo esse processo de reconhecimento, penetração,exploração e povoamento rarefeito efetuado na região do Guairá5 , a IgrejaCatólica, através da ação da Companhia de Jesus6 , foi protagonista de açõesmuito importantes.

Essa participação se deu desde o momento em que os espanhóisestabeleceram suas primeiras povoações no Prata. Dentro dos quadrosadministrativos e funcionais dessas comunidades, existiam setoresdenominados de reduções organizadas ou de colônias de naturais. Taissetores estavam sob o comando de um clérigo, que tinha como função

Page 37: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

37

catequizar os indígenas que estavam sob a sua tutela. Embora tivessem certa

autonomia para a realização de seu trabalho, esses religiosos deviam prestar

obediência ao comandante militar da comunidade, aceitando os ditames de

ordem e disciplina por ele explicitados. E foi nesse aspecto que começaram a

brotar discordâncias cada vez maiores entre os clérigos e os aventureiros

espanhóis. Os religiosos pretendiam levar adiante um trabalho que gostavam

de chamar de pacificador, levando a fé cristã ocidental aos indígenas, vistos

como pagãos e sem alma. Pretendiam, em suma, a conquista espiritual dos

silvícolas, passando por cima de toda a tradição histórico-cultural que estes

haviam adquirido, vivencialmente, com o passar dos séculos. Já os aventureiros

espanhóis tinham planos completamente diferentes para os indígenas que

haviam caído em suas mãos ou se encontravam sob a sua esfera de influência.

Além de espoliarem as suas riquezas, seqüestrarem e molestarem suas

mulheres, violarem o seu legado cultural, queriam, também, usá-los como

mão-de-obra nas tarefas mais pesadas da comunidade. Queriam, ainda,

arregimentá-los como soldados sem soldo na conquistas das tribos que lhes

permaneciam hostis.

É fácil perceber que, tanto aventureiros como religiosos, exerciam

atitudes de exploração e opressão. Os primeiros exerciam-nas de maneira

mais violenta, brutal. Já os religiosos procuraram adotar mecanismos mais

sutis, mas nem por isso mesmo diferentes. A cruz e a espada, nesse sentido,

caminhavam passo a passo. A conquista espiritual ou corporal era o que se

pretendia! Foi o que se fez!

Como as divergências cresciam dia a dia, os religiosos deliberaram

afastar-se das comunidades espanholas e montar seu projeto catequizador

em outros lugares. Embrenharam-se mata adentro, organizaram e fundaram

aldeamentos totalmente administrados por padres da Companhia de Jesus,

auxiliados por civis. São esses aldeamentos que ficaram conhecidos pelo nome

de Reduções Jesuíticas.

No Ano de Nosso Senhor de 1600, as autoridades administrativas

espanholas, sediadas em Assunção, acharam por bem transformar a Ciudad

Real em sede da Província de Guairá. É tanto ali como em Vila Rica do

Espírito Santo, a partir de 1610, que os jesuítas iniciaram, mais

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

38

sistematicamente, suas tarefas de catequese junto aos indígenas e espanhóis

ali residentes. Entendiam os jesuítas que a situação espiritual desses últimos

era lastimável.

Importante, muito importante. Foi através da Província del Guairá e

pela atividade missioneira dos jesuítas, que a Coroa espanhola ampliou a sua

presença e o seu campo de atuação no atual Oeste paranaense. A atividade

dos jesuítas ocorreu num ritmo tão frenético que, em menos de vinte anos,

mais de uma dezena de Reduções Jesuíticas foram criadas por todo o Oeste

do Paraná, tendo como limite máximo de expansão o rio Tibagi.

Como eram bem administradas pelos padres da Companhia de Jesus,

as reduções tiveram um grau de desenvolvimento material bastante acentuado.

À medida que levavam adiante a doutrinação religiosa dos indígenas � facilitada

pelo fato de que os mesmos ficavam restritos aos espaços físicos que

compunham as reduções � os missionários também adestravam-nos como

uma apta e laboriosa mão-de-obra. 7

1.3.1 Reduções Jesuíticas: Um Exemplo de Administração eOrganização Comunitárias

Quando se pára para observar o caráter organizacional das Reduções

Jesuíticas no Guairá, de pronto se sobressai a excelência do modo de vida

comunitário, quando se trata das relações sociais ali estabelecidas. Por

exemplo, todas as terras eram trabalhadas em regime comunal, sendo que o

produto colhido � milho ou mandioca � era repartido entre todos os membros

da Redução. Havia, também, a criação de gado, que era feita em pastos

comuns até o momento em que era abatido. A carne e o couro eram distribuídos

igualmente entre todos.Homens e mulheres tinham que realizar tarefas determinadas. Os

homens tinham como centro de interesse a agricultura e a criação de gado,dentre outras. Já às mulheres era reservado o trabalho de artesanato. Alémda alimentação, também eram elas que proviam a Redução das peças devestuário, aproveitando peças de tecidos de lã e de algodão feitos ali mesmo.Na verdade, a Redução era quase auto-sustentável, já que tinha entre os seus

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membros artesãos, carpinteiros, pedreiros, tecelões, pintores, ferreiros,

estatuários e fundidores.

Quem se encarregava de toda a área educacional eram os padres.

Afinal, a catequese dos indígenas era o seu principal objetivo. Das aulas,

todos os membros da Redução tinham que participar, não importando se fossem

crianças ou adultos. Os adultos tinham suas aulas em horários especiais, quando

estavam livres dos seus afazeres diários.

Toda a safra colhida era depositada em grandes barracões, espécie

de armazéns gerais. Ali ficavam bem abrigados das intempéries os produtos

colhidos, retirados somente para o consumo dos moradores da Redução ou

para serem vendidos ou trocados por outros gêneros.

Num dos ótimos e indispensáveis livros produzidos pela historiografia

paranaense8 dos anos 1960, nos é ensinado que as aldeias respeitavam normas

de planejamento urbano, sendo �divididas em quadras que umas davam para

a praça, de forma quadrada ou retangular, situada no centro da povoação. A

igreja, as casas dos padres, a escola, as oficinas, os depósitos e o cemitério,

geralmente, em um único lado, enquanto nos demais estavam os edifícios

com as habitações para as famílias indígenas�. (BALHANA et all, p. 52). Os

indígenas habitavam em casas de taipa, ou seja, casas de barro feitas à mão,

casas de pau-a-pique.

Não demorou muito tempo e os espanhóis, que moravam em outras

comunidades, começaram a ficar enciumados com a prosperidade alcançada

pelas Reduções Jesuíticas. As Reduções haviam se estabelecido e se firmado

como concorrentes comerciais dos mais fortes e atuantes. Além disso, estavam

centralizando grandes contingentes de mão-de-obra indígena, que preferiam

ficar sob a guarda dos padres do que sobre a chibata dos aventureiros-militares

espanhóis. Estes, que se consideravam os verdadeiros súditos do Rei de

Espanha, não se conformavam com essa situação e logo tomaram medidas

drásticas a respeito.

As Reduções Jesuíticas estavam, sem que os padres da Companhia

de Jesus tivessem a menor desconfiança, com os anos contados. A ciumeira

dos aventureiros espanhóis não foi nada, quando comparada com a avidez

portuguesa por aquelas terras e por escravos.

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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1.4 UMA HISTÓRIA DE BANDEIRANTES E DE ESCRAVOS

Concomitantemente com a confrontação entre os espanhóis e osjesuítas, a Leste, nos domínios lusitanos, a carência de mão-de-obra tambémse fazia sentir nas grandes propriedades rurais paulistas. Quem trabalhava desol a sol eram os escravos provenientes de mama África, mas a sua remessanão era suficiente para as demandas locais, embora o tráfico de escravosestivesse funcionando regularmente. Além de chegarem ao Brasil em númerosinsuficientes, os escravos iam se tornando cada vez mais caros pela famosalei da oferta e da procura. Sendo assim, o que fazer? Escravizar os indígenasque podiam ser aprisionados em território inicialmente controlado pela Coroaportuguesa? Foi o que fizeram. Mas dados os azares demográficos, tambémos escravos indígenas logo rarearam, e a falta de braços para a lavouracomeçou a pesar cada vez mais. O negócio foi passar por cima da linhaimaginária, conhecida como Meridiano de Tordesilhas, e lançar mão aosmilhares de índios que habitavam toda a porção ocidental do atual territóriobrasileiro � com o Oeste paranaense incluído, é óbvio.

Como a necessidade é a mãe de todas as atitudes, já nos primeirosanos do Século XVII, bandeirantes9 , oriundos de terras de São Vicente, seinternaram nos domínios espanhóis com o firme propósito de aprisionar osindígenas que encontrassem, para, depois, vendê-los aos senhores fazendeirospaulistas. No mercado de escravos, o preço obtido por índio capturado eraótimo e compensava todos os riscos enfrentados por essas expedições depilhagem.

A notícia da presença de aventureiros portugueses na Região doGuairá caiu como um raio entre as comunidades espanholas. Mais temerosos,ainda, ficaram os missionários da Companhia de Jesus. As queixas espanholas,desaprovando essas invasões territoriais, são cada vez mais veementes. OGoverno da Capitania de São Paulo responde que também as desaprova,mas que por falta de recursos materiais e humanos não pode fazer muitacoisa. Na verdade, as autoridades paulistas davam total apoio às expediçõesbandeirantes. Os interesses comerciais e políticos falavam bem mais alto doque a obediência de meras formalidades diplomáticas expostas num tratadoque tinha tudo para ser descumprido.

Os portugueses, em vez de refrear seu ímpeto pela captura de mão-

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de-obra escrava, aumentam-no cada vez mais. Como se não bastasseescravizar os indígenas que viviam espalhados pelas tribos no Guairá, tambémcomeçaram a atacar, de modo sistemático e impiedoso, as Reduções Jesuíticasestabelecidas naquela Região. Saliente-se que o ataque a essas Reduçõesrevestia-se de uma enorme vantagem aos portugueses, à medida que osindígenas ali aldeados já haviam sido completamente domesticados pelosjesuítas, constituindo-se numa farta reserva de mão-de-obra, previamentedisciplinada.

Os jesuítas, atacados violentamente pelas expedições portuguesas e não contandocom o apoio integral dos espanhóis que ali habitavam, viram suas Reduções seremdevastadas num ritmo incrivelmente veloz. Comandadas pelo bandeirante AntônioRaposo Tavares, as expedições portuguesas lograram destruir todas as Reduções doGuairá no espaço de tempo de apenas quatro anos! De 1629 a 1632. (COLODEL,

1988, p. 33 ).

Dos quarenta mil índios aldeados na Província do Guairá, restavamsomente doze mil em 1631!

Diante das investidas portuguesas, as Reduções jamais foramrestauradas, e os indígenas, que delas sobreviveram, fugiram ou foramtransferidos pelos jesuítas cada vez mais para o interior. Contigentes indígenasatravessaram o rio Iguaçu. Outros chegaram ao território paraguaio, ondefundaram uma outra comunidade de nome Vila Rica.

Durante o êxodo dos jesuítas pelos rios Paranapanema e Paraná atéa Região do Paraná-Uruguai, constantes também foram os ataques perpetradospelos próprios espanhóis, que se aproveitaram da oportunidade, paraarrebanhar alguns índios e reduzi-los à escravidão. Dos aldeamentosexistentes, somente os de Santo Inácio Mini e Nossa Senhora de Loretoconseguiram escapar ilesos dessa tragédia, por se situarem na Região maissetentrional das terras paranaenses.

As investidas portuguesas não se resumiram aos ataques às ReduçõesJesuíticas. Povoações espanholas também não conseguiram escapar à suafúria. Tanto que, Vila Rica e Ciudad Real tiveram que ser abandonadas em1632, após terem sido assediadas pelas expedições militares paulistas.

Essa rotina de saques e destruição somente chegaria a termo lá porvolta de 1641, quando os remanescentes jesuítas e indígenas organizaram-se

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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e derrotaram a Bandeira de Jerônimo Pedroso de Barros e Manuel Pires,junto ao rio Mbororé. Após mais de meio século, os paulistas conheceram osabor amargo da derrota. Porém essa vitória isolada em nada contribuiria,para reverter uma situação que se impunha como nova.

A presença das bandeiras paulistas na porção ocidental do territórioparanaense teve, como contrapartida, o surgimento de novos delineamentospolíticos e econômicos em toda essa imensa Região, até então controlada,exclusivamente, pelos interesses espanhóis. Agindo de maneira tempestuosae destruidora, as Bandeiras serviram como fator decisivo para a desarticulaçãoe rompimento da expansão espanhola rumo ao Oceano Atlântico � expansãoque tinha como ponta-de-lança as Reduções Jesuíticas. Sendo obrigados aabandonar toda a Região compreendida pela margem esquerda do rio Paraná,os espanhóis deixaram o caminho livre para que se estabelecesse o utipossidetis português naquelas paragens ainda, diplomaticamente, pertencentesao Reino de Espanha.

A presença portuguesa por toda esta Região foi se impondo com osanos. O Meridiano de Tordesilhas há muito que foi ultrapassado e foi perdendosua magnitude delimitatória. Finalmente, em 1750 foi celebrado o Tratado deMadri, o qual confirmou, diplomaticamente, as novas fronteiras entre osdomínios espanhóis e portugueses. O Oeste paranaense foi ratificado comoportuguês, sendo, o rio Paraná, a fronteira natural com as possessõesespanholas.

Com a destruição das Reduções Jesuíticas e das demais povoaçõesespanholas no Guairá, a margem esquerda do Paraná viu-se num estado dequase completo abandono. Afinal de contas, os portugueses tinham interessesnos indígenas que podiam escravizar, e estes abandonaram aquela área. Assim,deserta e sem atrativos econômicos ou políticos, ficaria por mais de umacentena de anos.

Assim, chega-se, então, ao Século XIX. Agora não serão mais aspedras e metais preciosos ou o preamento de indígenas a serem escravizados,os fatores que atrairão novos interesses para o Oeste paranaense. Novosprodutos estão em destaque. Erva-mate e a madeira é o binômio econômicoque desperta a cobiça de novos aventureiros.

Serão novamente os espanhóis e seus descendentes os responsáveispelo processo de exploração econômica dessas novas riquezas vegetais. Só

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que o retorno desses aventureiros ao Oeste paranaense se deu de maneiramuito mais organizada. Exerceram, durante um vasto espaço temporal,completo controle político e econômico em todas as esferas de interessesrepresentativas. Para tanto, muitas vezes contaram com a impotência eincompetência administrativas das autoridades governamentais brasileiras, sejapelo abandono ou pela adoção de uma política de colonização equivocada.

Seja como for, a presença estrangeira no Oeste paranaense tevecomo conseqüência a estruturação de um universo social típico, com formasde exploração e dominação específicas, alicerçadas no mandonismo local etendo como pólo irradiador verdadeiros impérios agrários � as obrages.

1.5 A COLÔNIA MILITAR DE FOZ DO IGUAÇU É CRIADA, MAS A REGIÃO

É O PARAÍSO DOS OBRAGEROS10

A história da ocupação moderna do Oeste paranaense tem seapresentado aos historiadores com um balizamento temporal bastante nítido eque pode ser vislumbrado, a partir da segunda metade do Século XIX. Ogrande acontecimento deste período foi a deflagração da Guerra do Paraguai,que se prolongou, sangrentamente, de 1865 a 1870. Milhares de mortos, feridose mutilados foram o saldo desse conflito que pintou de vermelho a Bacia doPrata. Após o seu término, o Paraguai, completamente arrasado, viu-sederrotado pela Tríplice Aliança, formada pelo Império do Brasil, Argentina eUruguai.

Nem terminou a guerra e surgiu, entre segmentos da oficialidade doExército Imperial, notadamente aqueles ligados ao Ministério da Guerra, aidéia da criação de uma Colônia Militar no Extremo-Oeste paranaense.Entendiam que esta Região tinha um valor estratégico muito grande e nãopoderia ficar desguarnecida. Deveria ser criada e funcionar como um bastiãoda defesa nacional nessas fronteiras. O prolongado conflito contra o Paraguaihavia demonstrado, cabalmente, o quanto era temerário deixar essas fronteirasabandonadas. Além disso, entendia-se que essa Colônia Militar deveria abrigar,sob a sua jurisdição, um núcleo urbano, ponto inicial da colonização epovoamento de toda a Região.

A fundação da Colônia Militar ficou no papel até o ano de 1888. O

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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período compreendido entre o término da Guerra do Paraguai e esse ano foimarcado por acontecimentos que a obscureceram. Não se pode esquecerque esses anos foram cruciais para o movimento abolicionista, finalmentevitorioso com a Lei Áurea de 1888, e para os embates entre militares e civis,os quais culminariam com a Proclamação da República, em 1889.

O ano de 1888 foi decisivo, porque foi nele que Thomaz José Coelhode Almeida, um político voltado aos interesses das classes militares, assumiua pasta do Ministério da Guerra. Como Ministro da Guerra, um dos seusprimeiros atos foi a criação de uma Comissão Estratégica, com encargosextremamente ambiciosos em todo o território nacional11. A criação destaComissão agradou em muito os militares que defendiam abertamente, desdeo fim da Guerra do Paraguai, a fundação de uma Colônia Militar na foz do rioIguaçu e a retomada dos interesses nacionais no Oeste paranaense.

A chefia da Comissão Estratégica foi entregue ao capitão Belarminode Mendonça Lobo, que achou por bem escolher a cidade de Guarapuavacomo o centro nervoso dos trabalhos da Comissão. A escolha se deu porqueesta cidade era o centro urbano mais próximo da região a ser explorada.

Não tardou, e Guarapuava transformou-se num enorme acampamento,com homens e fartas quantidades de suprimentos chegando regularmente. Ocorpo técnico da Comissão era formado por quatorze oficiais do Exército,especialistas em diversas áreas de conhecimento.

Dentro desse quadro de pessoal, foi nomeado o engenheiro militar e2º tenente, José Joaquim Firmino, para a tarefa de comandar o destacamentoque teria a honra de descobrir a foz do rio Iguaçu.

As providências destinadas a aparelhar e organizar a expediçãosediada em Guarapuava demoraram algumas semanas. Foi, somente, em finsde novembro de 1888 que se iniciaram os trabalhos de abertura das picadasque seguiriam até a foz do Iguaçu. Quem pensou que seria fácil chegar até láse enganou redondamente. A abertura dessa picada, com três metros de largura,caminhava a passo de tartaruga em meio à mata fechada, perigosa, insalubre,quase instransponível. Avançava resoluta a expedição, transpondo a matacom golpes de facão, machados, usando serras e enxadas. E assim foi durantesete meses e vinte dias, suportando chuvas torrenciais, cobras, animaisselvagens, aranhas venenosas e enxames de vorazes mosquitos.

Um dos maiores inconvenientes era a falta de abastecimento regular

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via Guarapuava. Nessas ocasiões, ficava a expedição à mercê do clima, nemsempre favorável. Aos homens restava a alternativa alimentar representadapela caça da anta, do porco do mato, do veado, dentre outras. Quando choviademais, os homens eram obrigados a montar acampamento e esperar,pacientemente, que o tempo melhorasse. Barracas de lonas eram montadasno meio da mata. Protegiam-nas, precariamente, dois homens que, muitasvezes, encharcados, contraíam fortíssimas gripes e resfriados, que não sendobem tratados, se transformavam em perigosas bronquites.

Como se tudo isso não bastasse, a expedição foi a responsável poruma descoberta inesperada e muito desagradável para os militares que acomandavam. Aquele sertão não era, de maneira alguma, inexplorado edesabitado como se supunha. Mas como é que pode?!

Acontece que a expedição se deparou com uma série inequívoca devestígios que denunciavam a presença estrangeira naquelas paragens. Maisdo que isso, provas concretas da existência de exploração comercial e ilícita,tanto da erva-mate, como da madeira nativa, aliás, abundantes e ricas emvariedade na Região.

Compunha esta expedição um sargento vindo do Rio de Janeiro, denome José Maria de Brito. Testemunha ocular dessa descoberta inesperadarelatou, de forma escrita, o espanto e a excitação que tomaram conta daturma que abria a picada até o rio Paraná.

Constatada a existência da picada (...) os homens da turma que estavam presentes,experimentaram tanta emoção, tão forte, tão viva que não puderam falar.- Que caminho é este, diziam uns.- D�onde vem, diziam outros.

Todos estavam dominados por uma ânsia sem limite. (BRITO, 1938, p. 59).

Passado o susto, adentrando na picada encontrada, viram-se oshomens da expedição frente a frente com um acampamento composto porervateiros paraguaios. Surpresa também do lado paraguaio, que jamaisesperava ver militares brasileiros naquelas matas. Este primeiro contato entrebrasileiros e paraguaios revelou, por primeiro, a existência de uma granderede de exploração da erva-mate oestina por comerciantes estrangeiros. Outrosacampamentos e picadas foram descobertos mais tarde, comprovando o início

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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da devastação que já estavam sendo vítimas as nossas reservas de erva-mate e de madeira. O contrabando era uma atividade muito usada e bemconhecida já naqueles anos.

A frente expansionista, oriunda da Argentina, já ultrapassara as suasfronteiras e penetrara, ilegalmente, no território brasileiro, onde dera início àmontagem de uma sofisticada rede de contrabando que tinha como principalvia de comunicação o rio Paraná, como será visto adiante.

Tendo tomado contato com a Região onde deveria ser futuramentefundada a Colônia Militar, retornou para Guarapuava, em 1889, a expediçãocomandada por Joaquim José Firmino.

Nem bem Firmino assentou poeira em Guarapuava e já uma segundaexpedição estava sendo preparada a toque de caixa. A pressa tinha suasraízes na descoberta das picadas e dos acampamentos paraguaios. Os militaresficaram decepcionados e, sobretudo, alarmados, não poupando severas críticasàs autoridades imperiais que, a seu ver, eram culpadas por deixaram a Regiãonaquele estado de completo abandono. Reafirmavam que, desde o términoda Guerra do Paraguai, vinham alertando o governo de que esta Regiãoencontrava-se desguarnecida e sujeita à cobiça estrangeira, e que este provarasua inépcia em resolver a questão.

No Rio de Janeiro, o Ministério da Guerra recebeu o relatórioencaminhado por Firmino e tomou medidas imediatas. Em resposta, ordenouque a Colônia Militar deveria ser fundada, o mais breve possível, por umasegunda expedição. Como ordens são ordens, esta expedição partiu deGuarapuava no dia 13 de setembro de 1889, comandada, agora, pelo 1º tenente,Antônio Batista da Costa Júnior, sendo composta por �34 soldados, 12 operárioscivis, 3 mulheres casadas com soldados, 4 tropeiros encarregados da tropacom 34 cargueiros, carregados com víveres, material, bagagem, etc.�. (BRITO,1938, p. 44).

Por ordem de seu comandante foi construído um depósito a meiocaminho de Guarapuava e o futuro núcleo de Catanduvas. Esperava-se, assim,resolver os constantes problemas de abastecimento que atormentaram aexpedição do tenente Firmino. O local, onde estava esse depósito, foi batizadode Chagú e seria muito útil aos viajantes que atravessariam aquelas matasem direção a foz do Iguaçu.

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Atendendo as ordens recebidas do Ministério da Guerra, a expedição

determinou que os acampamentos encontrados fossem desmontados e que

os paraguaios retornassem para o seu país, pois se encontravam em territóriobrasileiro, ilegalmente. Nos anos subsequentes, a tarefa de policiamento da

Região tornou-se praticamente impossível pelo tamanho da área a ser

patrulhada, pelo pequeno número de efetivos e pelo grande número de

aventureiros paraguaios e argentinos que se encontravam espalhados pelamata. Continuaram num ritmo cada vez mais intenso a retirada ilegal da erva-

mate e da madeira. Estando já há muitos anos indo e vindo pelo Oeste

paranaense, argentinos e paraguaios conheciam muito bem essa Região, o

que não acontecia com os militares brasileiros.

A segunda expedição chegou, finalmente, a foz do rio Iguaçu em 22

de novembro de 1889, em plena vigência do regime republicano, proclamado

no dia 15. Foram mais de dois meses de marcha. No dia 23, foram iniciadosos trabalhos de fundação e instalação da Colônia Militar. No primeiro edital,

ficou autorizada a concessão de lotes a todos os interessados que ali desejassem

matricular-se. Iniciava-se, formalmente, a presença brasileira no Extremo

Oeste paranaense.

Nos meses que se seguiam, o problema que mais afligia a diminuta

população que residia na Colônia Militar era a precária via de comunicação

terrestre com Guarapuava. A picada havia sido, provisoriamente, aberta, mas

era, praticamente, intransitável. Para melhorar suas condições de tráfego, foiordenado que se formassem turmas de trabalhadores que teriam a função de

alargar e melhorar o seu leito.

Os trabalhos de conservação eram intermináveis. O mato insuperável,o calor escaldante, as chuvas constantes e as moléstias transformavam a

empreitada em epopéia. As longas distâncias a serem vencidas pelas turmas de

trabalhadores abatia-lhes o ânimo. Para diminuir tais agruras, a Comissão

Estratégica, logo no início dos trabalhos, resolveu criar o posto de abastecimentode Catanduvas, hoje município da Região Oeste do Paraná. O lugarejo

prosperou em torno do depósito destinado a abastecer as turmas de

trabalhadores, os viajantes que, eventualmente, percorriam a Região e a própria

Colônia Militar de Foz do Iguaçu. O estafeta do Correio também ali parava.

O tempo corria célere, e a Colônia Militar ali permanecia, na foz do

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Iguaçu, praticamente isolada dos outros centros urbanos mais populosos pela

falta de vias de comunicação adequadas. Esse isolamento em nada contribuiu

para que a Colônia Militar pudesse levar a contento a missão de policiar e dar

início ao povoamento brasileiro na Região. Estava como que de costas para o

restante do território paranaense e de frente para os vizinhos platinos. E foram

estes vizinhos que passaram a monopolizar a vida social e econômica da

margem esquerda do rio Paraná � de Guaíra a Foz do Iguaçu. É óbvio e,

compreensível, que os comerciantes platinos não tivessem nenhum interesse

que a Colônia Militar prosperasse e que atraísse para sua órbita levas de

novos moradores. Em vez de contribuir para o progresso da Colônia, esses

comerciantes procuraram obstaculizá-lo.

Além da picada que ligava a Colônia Militar a Guarapuava, o outro

caminho usado era o rio Paraná. Aliás, a navegação fluvial por esse rio era

muito mais rápida e eficiente do que o caminho terrestre e era completamente

controlada por empresas de navegação argentinas e paraguaias.

Os transtornos eram diários. A alimentação vinda da Argentina para

Foz do Iguaçu era de baixa qualidade e, o seu preço, exorbitante.

Os gêneros fornecidos não eram bons e a carne seca que vinha de Posadas [cidadeargentina à margem do rio Paraná] coberta de uma camada branca de bolor, continhaalém dos ossos das costelas, todas as vértebras, buxo, língua, beiços, etc., só faltandoo couro para complementar o peso dessas apetitosas mantas de belíssimo xarque.

(ABREU, 1896, p. 20).

Muitas vezes, os vapores deixavam, propositadamente, de entregar

no prazo certo as mercadorias encomendadas pelos habitantes de Foz.

Resumindo, para os argentinos e paraguaios, os brasileiros eram vistos

como estranhos e, até mesmo, como intrusos num território que era

legitimamente seu!

Nem nas transações cambiais, a moeda brasileira tinha valor. O nosso

dinheiro tinha um valor de troca imensamente inferior ao peso argentino e ao

guarani. Essa diferença cambial ficou praticamente inalterada até a década de

1930, apesar das medidas tomadas pelo governo brasileiro para amenizá-la.

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A Colônia batia de frente com todo tipo de dificuldades, mas mesmo

assim crescia, lentamente, mas crescia. Cândido Ferreira de Abreu12 conta

que, em 1905, cinqüenta e oito famílias já haviam adquirido seus lotes. Além

dessas, o restante da população era composto por paraguaios que viviam da

extração da erva-mate e de argentinos que dominavam em todas as atividades

comerciais urbanas. Perambulavam por ali, também, alguns indígenas,

reduzidos ao estado de pura mendicância.

Em 1892, o Ministério da Guerra entendeu que as tarefas da Comissão

Estratégica haviam sido cumpridas e que ela deveria se desmembrar da Colônia

Militar, pois a mesma estava num patamar de desenvolvimento que lhe permitia

caminhar com as próprias pernas. A Colônia continuaria a receber subvenções

do Governo Federal, e a Comissão Estratégica ficaria restrita aos trabalhos

de conservação da estrada Guarapuava-Foz do Iguaçu.

A saída da Comissão Estratégica em nada ajudou a vida da Colônia.

As autoridades governamentais haviam estabelecido que a Colônia deveria

ser um centro agrícola e pastoril. Nada disso estava acontecendo. As

poucas famílias de colonos que haviam se instalado nos lotes cedidos pela

Colônia estavam pouco a pouco abandonando a atividade agrícola e se

voltando para a extração da erva-mate nativa � este sim o grande negócio

da Região, o mais lucrativo. Era extraída em quantidade, sem quaisquer

escrúpulos. As próprias autoridades policiais faziam muitas vezes vista

grossa ao que estava acontecendo, recebendo em troca algum incentivo

pecuniário.

Além da erva-mate, a madeira de lei, as melhores espécies, também

eram derrubadas. As toras, depois de retiradas da mata e transformadas em

pranchas tinham como destino o rio Paraná, onde eram embarcadas nos

vapores de bandeira argentina que seguiam céleres para os portos de

Corrientes e Missiones. Assim se procedia, desde Guaíra até Foz do Iguaçu!

A extração comercial da erva-mate e da madeira na Região Oeste

do Paraná assentou-se num modelo de exploração que ficou conhecido pela

história como obrages. Permaneceram em franca atividade por mais de meio

século. É sobre elas que será falado agora. Sobre elas e sobre a navegação a

vapor pelo rio Paraná.

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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1.6 UMA NOVA HISTÓRIA DE ESPANHÓIS. AS OBRAGES, OS OBRAGEROS ESEUS MENSUS

Durante os mais de cinqüenta anos em que essas companhiasestrangeiras ficaram no Oeste paranaense, explorando suas riquezas vegetais,sua mão-de-obra era, na sua quase totalidade, composta por trabalhadoresvindos de terras paraguaias. Eram os chamados guaranis modernos.Propunham-se a trabalhar braçalmente nas obrages e eram conhecidos nalida como mensus. O termo tem sua equivalência ao nosso peão, sendo que otrabalho desses mensus era pago mensalmente, ou, pelo menos, a sua contaera assim movimentada. Caso se queira procurar a raiz etimológica daexpressão mensu, se descobrirá que ela vem do espanhol e quer dizer mensual,ou seja, mensalista.

Definidos os mensus, é possível caracterizar o que foram as obrages.Elas nada mais foram do que imensos domínios rurais que se estabeleceramno Oeste paranaense e, também, na porção sul do Estado do Mato Grosso. Otermo também é castelhano e vem designar as propriedades e/ou exploraçõesinstaladas onde havia a predominância da paisagem de clima subtropical, tantona Argentina como no Paraguai. Foi nesses países, desde o início do SéculoXIX, que as obrages surgiram, desenvolveram suas características norteadoras,fixaram seus objetivos e delimitaram seus espaços de atuação.

Existiam, unicamente, para a exploração intensiva dos produtos queabundavam em suas áreas. É claro que tais produtos tinham que ter umaexcelente rentabilidade comercial. A cobertura vegetal servia para ser retiradae não havia o menor interesse, por parte dos obrageros, que essas áreasfossem povoadas ou atraíssem moradores que nelas se fixassem. A colonizaçãoestava completamente descartada. A obrage só despertava interesse, enquantotivesse lucratividade. Quando suas reservas vegetais se esgotavam, as obrageseram de pronto abandonadas. Também não havia interesse no replantio dessasespécies vegetais. Investimento mínimo com retorno absoluto, este era oprincípio econômico que regia as obrages. Este servia ainda mais, caso aobrage fosse localizada em território estrangeiro, como era o caso do Oesteparanaense.

Os obrageros se intrometeram no Oeste paranaense, quando asobrages que possuíam em terras argentinas começaram a declinar, a tornar-

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se deficitárias13. Chegaram e logo vislumbraram a riqueza que estava aoalcance de suas mãos. A conjuntura econômica de mercados era francamentefavorável, sendo a procura, por erva-mate e madeira, magnífica e os lucrosauferidos, imensos. A erva-mate era consumida em larga escala em todo omercado platino, e a madeira era bastante procurada na própria Argentina,sendo facilmente exportada para os Estados Unidos e para o Canadá, porótimos preços.

1.7 NO RIO PARANÁ SÓ NAVEGAVAM VAPORES ARGENTINOS E PARAGUAIOS

Para facilitar o escoamento desses produtos, os capitalistas argentinosorganizaram e controlaram a navegação pelo rio Paraná, a principal artériade comunicação com todo o Oeste paranaense e Sul do Mato Grosso. Nosprimeiros anos do Século XX, �cerca de 18 portos se abrem na costa brasileira,da foz do Iguassú para cima, para dar passagem às hervas e madeiras extraídasdessa riquíssima e opulenta zona, e dos quais os mais importantes são: o BelaVista, o Leonor, o Hoco-y, o Sol de Maio, o São Vicente e o São Miguel�.(NASCIMENTO, 1903, p. 107-108). A única embarcação de nacionalidadebrasileira presente nas águas do rio Paraná era um vaporzinho pertencente àrepartição aduaneira e que para lá foi enviado em 1907. Só este.

Em 1914, quando se iniciou a Primeira Grande Guerra, as águas doParanazão eram sulcadas por nada menos que cinco vapores argentinos eparaguaios. Eram embarcações grandes e confortáveis, pesando cerca deduzentas toneladas. Havia também lanchas e chatas que subiam e desciam ogrande rio. Possuindo o controle da navegação, os obrageros detinham emsuas mãos os vistos de entrada e de saída para a Região. Podiam evitar afuga dos mensus e a entrada de elementos tidos como indesejáveis aos seusinteresses. O que os obrageros não queriam é que suas atividades em terrasparanaenses fossem divulgadas ao grande público.

Para se chegar ao Oeste paranaense, notadamente a Foz do Iguaçu,que era o centro populacional mais significativo, longos e penosos eram oscaminhos. Caso o viajante teimasse em vir por terra, o trajeto era o seguinte:partindo da cidade de Curitiba, ele deveria seguir até Ponta Grossa por estrada

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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de ferro; de Ponta Grossa até Guarapuava, fazendo uso de estradas de rodagemem lamentável estado de conservação; de Guarapuava até Foz do Iguaçu, eletinha, necessariamente, que seguir pela picada aberta pela ComissãoEstratégica, que teria o seu leito, razoavelmente melhorado, somente em 1920.

Domingos Nascimento, que dedicou a essa Região um roteiro deviagem de inegável valor histórico, fez um relato por demais interessante dotrecho compreendido pela picada que ligava Guarapuava a Foz do Iguaçu.

As florestas cada vez mais acumuladas, os caminhos cada vez mais horrorosos. Nemum raio de luz penetra essas amplas cathedraes de silencio e de mistério. Porque,meus senhores, os perigos se sucedem, num abrir e fechar d�olhos. Aqui é umdespenhadeiro, ali uma subida íngreme, mais alem uma ponta de tacuara que nos caesobre o rosto ou nos deixa a roupa em frangalhos, ferindo-nos como lanças aceradas;os caldeirões, os precipícios, os troncos decepados que atravancam os caminhos enos magoam os ossos, a um simples descuido ou na desobediência da montada.

(NASCIMENTO, 1903, p. 90).

Tendo sido concluída a Estrada de Ferro São Paulo � Rio Grande, aligação entre Curitiba e Ponta Grossa passou a ser feita pela Estrada deFerro do Paraná. Por esta estrada, podia-se ir até o Paso de Los Libres e daliaté Posadas, na Argentina onde, de vapor, chegava-se ao Iguaçu.

A viagem fluvial era aquela via Montevidéu, com escalas programadasem Buenos Aires, Rosário, Corrientes e Posadas. Desta localidade, em direçãoao Oeste paranaense, três empresas argentinas e paraguaias eram quemcontrolavam o transporte de cargas e passageiros. Seus nomes: CompañiaMercantil y de Transporte Domingos Barthe, com os vapores Tembey eBell, que zarpavam nos dias 10, 20 e 30 de cada mês; Nuñez Gibaja Martinezy Co., proprietária dos vapores Salto e España, que partiam dias 4, 14 e 24 decada mês e Juan B. Molla, dona do vapor Iberá, que saía nos dias 8, 18 e 28.

Todos esses vapores tinham como ponto de parada Foz do Iguaçu ePorto Aguirre, na margem argentina. Dali para frente venciam as correntezasdo Paraná até Porto Mendes, do lado brasileiro.

Mas não eram somente os grandes vapores os únicos barcos quesulcavam as águas do Paraná. Existiam outros tipos de embarcações, menorese, nem por isso, menos importantes. Eram as lanchas a vapor, as chatas e aschalanas. Tinham o fundo chato, para navegarem em águas rasas e não

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encalharem em bancos de areia e serviam como meio de transporte parapequenas distâncias. Pelo seu tamanho e potência diminutos, não se atreviama navegar por onde a correnteza era muito forte e mortífera.

Os grandes vapores serviam, também, como uma espécie de casas

comerciais flutuantes, vendendo ou recebendo mercadorias das povoações

ribeirinhas. Para embarcá-las ou desembarcá-las nos lugares onde a margem

do rio Paraná era muito alta � em alguns pontos ela chegava a ter mais deuma centena de metros � era utilizado um mecanismo engenhoso e que era

conhecido como zorra. Ela consistia em duas linhas de trilhos paralelos, com

um só declive. Em cada uma dessas linhas de trilho corria um vagonete. Com

a descida de um vagonete, subia outro, em direção oposta, de modo que,quando um estacionava lá embaixo, o outro parava cá em cima, na plataforma

de desembarque.

Quando o negócio era o transporte de mercadorias, o trabalho se

desenvolvia com rapidez, mas quando era o transporte de passageiros, eletinha que ser feito com todo o cuidado, mesmo porque os vagonetes atingiam

altíssimas velocidades, e ninguém queria que um vagonete despencasse

barranca abaixo, matando seus ocupantes.

Os grandes vapores, quais aqueles do Missouri ou Mississipi, tinham

grande potência e se serviam de duas grandes rodas laterais ou uma localizada

na popa, para se locomoverem. As lanchas e chatas eram impulsionadas por

hélices instaladas na popa.

Além dessas embarcações, era muito comum que, pelo rio Paraná,

descessem as jangadas, que são conhecidas em outras regiões do Brasil

como marombas. Elas eram um notável e perigoso artifício, usado pelos

obrageros, para o transporte fluvial de grandes quantidades de madeira. Comofuncionava esse sistema? As árvores, depois de derrubadas e limpas, eram

levadas até a margem do rio, de onde eram lançadas à água e firmemente

amarradas umas às outras. Formava-se uma espécie de assoalho gradeado.

Para obterem melhores condições de navegabilidade e de segurança, os seusconstrutores amarravam, alternadamente, madeiras leves e pesadas. O

trabalho era tão bem feito que algumas jangadas chegavam a ter mais de mil

toras, conduzidas rio abaixo por experientes jangadeiros. No meio das fortescorrentezas do Paraná, não foram poucas as jangadas que se desprenderam,

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desgovernaram-se e causaram a morte de seus condutores. Os caprichos dogrande rio somente poderiam ser vencidos por homens portadores de vastaexperiência de pilotagem no percurso de 120 quilômetros navegáveis doParaná.

A navegação fluvial era, nada mais nada menos, que um apêndicenecessário de todo o complexo de exploração a que foi submetido todo oOeste paranaense. Nasceu, floresceu e sobreviveu em função da extraçãovegetal e entrou em colapso irremediável, quando o Governo do Brasil passoua nacionalizar a Região, a partir da década de 1930.

Com o estabelecimento da atividade obragera em terras paranaensese no Sul do Mato Grosso, os portos de Posadas - a Capital do Território deMissiones - e Corrientes passaram a monopolizar, direta e indiretamente, asrelações comerciais por todo o curso dos rios Uruguai e, notadamente, doParaná.

Corrientes é um grande mercado de madeiras. As jangadas que descem o Alto Paranásão ali modificadas; compõem-se de várias qualidades dentre as quais avultam ocedro, ipê [lapacho], o louro [peteribi], etc. O movimento comercial de Corrientesconsiste ainda em gado, couro, tabaco, amendoim, polvilho de mandioca, etc.Estanceiros do Rio Grande do Sul vão ali comprar gado. Faz-se beneficiamento deerva mate brasileira e paraguaia [...] sendo depois expedida para Buenos Aires eoutros departamentos. (NOGUEIRA, 1920, p. 60).

1.8 UMA TERRA DE ABANDONO E DE DESMANDOS

Era tão grande o desinteresse pelas coisas do Oeste paranaense que,

somente em 1913, foi criado pelo Governo do Estado do Paraná uma repartição

do Serviço Fiscal. Naquele mesmo ano, instalou-se a Coletoria. Alguns anos

antes, em 1904, o Governo Federal havia instalado em Foz do Iguaçu a Mesa

de Rendas.

Apesar de terem sido criadas, essas duas repartições se encontravam

em estado lamentável. Seu trabalho de fiscalização, a partir da década de

1920, era praticamente inexistente. O contrabando corria solto, e a arrecadação

aduaneira era irrisória. Não se achava ninguém, para se internar nesses sertões

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e levar adiante os serviços de fiscalização. Para os que vinham, era umaespécie de castigo. Em aqui chegando, a troco de baixíssimos salários, sentiam-se também marginalizados e enveredavam pelos caminhos da corrupção.

A própria aplicação da justiça caminhava a passo de tartaruga. Aforça policial contava, inclusive, com elementos de origem paraguaia quefaziam de tudo, menos cumprir a lei. Não existiam oficiais de justiça, e a suafunção era exercida por algum oficial da Força Pública do Estado do Paraná,sem qualquer habilitação.

Mesmo que quisesse, a força policial, sediada em Foz, não podiafazer muita coisa. Seus efetivos eram medíocres, mal equipados e com saláriosde fome.

Se em Foz era essa a situação, imagine-se o que não acontecia nasregiões mais afastadas. Nestes lugares, vivia-se num mundo todo próprio,dominado absolutamente por aqueles que detinham o controle econômico emsuas mãos. A lei confundia-se com os mandos e desmandos dos obrageros eseus capatazes. As obrages constituíram-se em verdadeiros impériosexploratórios e policiais, onde os peões ou mensus situavam-se numa escalade completa obediência e submissão.

Como se não bastasse toda a violência perpetrada pelos obrageros e

seus capatazes contra os mensus, a força policial também se excedia em

procedimentos que extrapolavam em muito seus limites legais. A convivência

e mesmo conivência com os grandes obrageros era notória e contribuía,decisivamente, para a manutenção do status quo social e político reinante.

Toda essa situação de insegurança afetava diretamente o povoamento

da Região. Os poucos colonos, que se estabeleceram na Foz, foramabandonando suas terras já que as mesmas eram invadidas, impunemente,

pelos obrageros, que delas retiravam a madeira. Além disso, o plantio de

lavoura era completamente inviável. Vender para quem? Tudo isso sem

esquecer que o mapeamento da Região como um todo e, das propriedadesem particular, era completamente deficiente. No caso de litígios entre divisas,

quem sempre levava a melhor eram os grandes concessionários de terras,

pacificamente, ou fazendo uso da violência descarada. Mapas detalhados

somente apareceram nos anos 1930, quando o governo revolucionário deVargas resolveu abandonar a política de concessão de terras na chamada

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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faixa de fronteira. A Constituição de 1937, promulgada sob a égide do EstadoNovo, determinou que, dentro de uma faixa de 150 quilômetros ao longo dasfronteiras nacionais, nenhuma concessão de terras ou abertura de vias decomunicação poderia ser realizada sem a prévia autorização do ConselhoSuperior de Segurança Nacional.

1.9 PARA OS MENSUS O CHICOTE E A WINCHESTER

O Século XIX estava chegando ao fim e, no território paranaense,ainda havia vastíssimas áreas ainda despovoadas. Diante desta realidade, oGoverno Imperial e, depois, o Republicano, acharam por bem adotar umapolítica de concessão de terras. Tal política levou em conta a construção deferrovias, intensificada entre os anos de 1880 a 1900, que deveriam integraressas regiões ao restante do conjunto nacional.

No Estado do Paraná, no período conjuntural da Primeira República(1889-1930), foram encetadas grandes concessões de terras. No Oesteparanaense, imensas fatias de terras foram adquiridas a preço vil e, sobreelas, assentaram-se legalmente as obrages. As principais foram concedidas aWaldemar Matte, Miguel Matte, à Companhia São Paulo � Rio Grande, Petry,Meyer B. Azambuja, Domingos Barthe, Nuñes y Gibaja, Companhia MaderasAlto Paraná, Companhia Mate Laranjeira e a Julio Tomás Alica.

Eram nessas obrages que viviam os mensus, atrelados num sistemade trabalho desgastante e opressor. A violência era a sua marca registrada.

Pode-se começar a descrição desse processo pelo modelo de contratovigente para a contratação desses trabalhadores das matas em todo o AltoParaná. Era o cruel antecipo. Antecipo? Sim, uma espécie de adiantamentoem dinheiro � algumas centenas de pesos � dado aos mensus antes que elesembarcassem, para trabalharem nas obrages. Não se pense que o antecipoera um gesto fraternal dos obrageros. Nada disso! Os obrageros apostavamno endividamento imediato dos mensus. Para não correrem riscos, atrasavama viagem ao Alto Paraná por quatro ou cinco dias. Na espera do embarque ecom dinheiro no bolso, os mensus caíam na farra, embebedando-se nos muitosbares e prostíbulos existentes nos portos de Encarnación, Corrientes e Posadas

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� que era de onde os vapores partiam rumo ao Oeste paranaense. Empouquíssimo tempo, estavam sem dinheiro nos bolsos. A partir deste momento,o seu destino estava nas mãos dos obrageros, endividados antes mesmo decomeçar a trabalhar.

Eram os vapores que traziam a notícia de que havia trabalho nasobrages. Os primeiros a ficarem sabendo eram os escritórios de contrataciónque, imediatamente, nomeavam um comissionista, para fazer a seleção econtratação da mão-de-obra requerida. Seu salário era proporcional ao númerode mensus que contratava. Estes eram avaliados pelo seu vigor físico eexperiência anterior na extração da erva-mate e no corte de madeira. A ofertade mão-de-obra era muito maior do que a procura, o que facilitava o trabalhodos comissionistas, principalmente, quando se fazia o conchavo com o mensu,ou seja, o acerto salarial. Somente após ter sido feito o conchavo, o mensurecebia o antecipo e selava o seu destino nas matas paranaenses.

O trabalho dos mensus era controlado de perto por um capataz queera um homem de extrema confiança do obragero. Na verdade, uma espéciede feitor. Os métodos adotados pelo capataz faziam-no temido e respeitadonas obrages. A disciplina era férrea, e os atos de violência, cometidos peloscapatazes, eram corriqueiros.

Dentro das obrages, os mensus eram como verdadeiros prisioneiros.Prisioneiros da dívida gerada pelo antecipo e prisioneiros nas mãos brutaisdos capatazes, porque não tinham como deixar a obrage. Os caminhosterrestres eram temerários pela vigilância, falta de comida, animais ferozes,insetos e pelas doenças crônicas. Aventurar-se pelas correntezas do rioParaná, não menos vigiado, em frágeis canoas, era verdadeira loucura. Éclaro que houve casos de tentativas de fugas bem sucedidas, mas a maiorialevou consigo o selo do fracasso e a morte daqueles que se dispuseram aarriscar suas vidas na aventura da liberdade.

Nas obrages, o endividamento dos mensus só aumentava. O únicolugar para a compra de mantimentos, roupas e outros gêneros de primeiranecessidade, era no barracón. É quase desnecessário dizer que ele era depropriedade do obragero. No barracón, havia a conta corrente e a caderneta,onde todos os gastos dos mensus eram, diligentemente, anotados. Os preçosdas mercadorias eram absurdos. Prisioneiros, também, do barracón e da contacorrente!

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Para os mensus embrenhados na mata, nem o direito de adoecer era

permitido. Nos acampamentos, não havia assistência médica. A malária reinava

inconteste, tendo como companhia as doenças venéreas, picadas de cobras e

insetos, fraturas, ataques de animais e os tão comuns ferimentos com machados

e facões.

[...] o doente. Encontrei-o deitado no chão, sobre uma enxerga [espécie de colchãorústico], naquele rancho, apresentando no rosto uma cor terrosa. A parte superior dopé direito, onde sofrera a mordedura de uma cobra jararacussu, estava toda apodrecida,

cheia de larvas de moscas e exalando um cheiro fétido. (FRANCO, s/data, p. 43-44).

Um outro [...] teve as pernas mordidas por carrapatos, mordeduras que se agravaramde tal modo que transformaram as regiões atacadas por esses parasitas, em duaschagas vivas. O curativo [...] consistia em revestir as partes feridas, que eram as duaspernas, do joelho para baixo, de graxa de vaca � a que era empregada no tempero dojupurá -, isso feito perto do fogo, e depois de besuntadas as feridas, agarrar um tiçãobem aceso e aproximar da ferida de modo que o calor fosse derretendo a graxa. Isso elefazia porque não havia outra qualquer droga de que pudesse fazer uso, mas também

porque sentia alívio com isso. (Idem, p. 38).

No caso de ferimentos ou doenças mais graves, que impossibilitassem

o mensu de trabalhar, este era colocado de lado, abandonado ao desamparo e

entregue à própria sorte. Quem não trabalha, não rende, não come!

[um mensu] ficara adoentado de um pé, invalidado alguns dias para o serviço. Foimandado trabalhar, e desculpou-se mostrando grande ferida aberta, vermelha comouma flor de cactus: não podia caminhar, nem manter-se de pé. Foi imediatamentedespachado e mandado sair do acampamento. O infeliz não teve outro remédio queseguir quase de rastro para a colônia [Foz do Iguaçu], por um caminho todo cobertode lodaçais, distante 26 léguas [156 quilômetros]. E o mais notável é o seguinte:pedira duas espigas de milho para a viagem e lhe foram negadas! (NASCIMENTO,1903, p. 95-96).

Atos de crueldade como este eram sustentados pela pura e simples

intimidação, levados a efeito por verdadeiros pistoleiros. A arregimentação

destes homens, escolhidos a dedo pelas suas habilidades, era fato comum e

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de conhecimento público. Normalmente, eram estrangeiros, argentinos, com

um passado repleto de crimes em sua terra natal, de onde saíam muitas

vezes foragidos. Nas obrages, se cercavam de capangas contratados,

recebiam um bom salário e tinham a liberdade para agir como bem

entendessem.

O sistema de obrages havia fincado profundamente suas raízes no

Oeste paranaense por quase meio século. Nestes anos, impôs-se como um

modelo político, econômico e social. Uma realidade própria dentro da

realidade paranaense, marcada pelo isolamento geográfico e voltada aos

interesses dos capitalistas platinos, notadamente, aqueles de Corrientes e

Missiones. Da exploração intensiva da erva-mate e madeira, criou-se uma

classe de proprietários e comerciantes poderosos, verdadeiros senhores,

montados em impérios agrários imensos. A presença brasileira nessa

conjuntura era insignificante, apenas nominal, assim como o eram as suas

repartições públicas, fiscais e aduaneiras. Os limites do que era legal ou

ilegal passavam, invariavelmente, pelo crivo dos obrageros, juízes e policiais

ao mesmo tempo. Nenhuma tentativa mais séria de ocupação ou colonização

foi encetada, pois não havia o menor interesse de que tal acontecesse.

Perpetuava-se o Oeste paranaense como um largo vazio demográfico, longo

e premeditado. Os poucos ocupantes resumiam-se a aventureiros de todas

as espécies, remanescentes indígenas, soldados desertores, bandidos

foragidos, alguns colonos miseráveis, paraguaios itinerantes e um punhado

de policiais da Força Pública Estadual.

Entretanto acontecimentos completamente alheios à Região iriam

abalar e, finalmente, desarticular as relações econômicas e de poder, aqui

implantados pelos obrageros. Os sinais de mudança se anunciaram com a

passagem das tropas revolucionárias em 1924-25. Rebeldes paulistas e

gaúchos, sendo dentre todos o mais notável, Luiz Carlos Prestes,

palmilharam e combateram nos domínios dos obrageros. Em suas andanças

e combates contra as forças legalistas, comandadas pelo então general

Cândido Rondon, tomaram conhecimento in loco de tudo o que aqui

acontecia, e as repercussões dos seus atos e relatos foram maiores do

que se poderia supor.

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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1.10 O OESTE PARANAENSE NOS CAMINHOS DOS REVOLUCIONÁRIOS

DE 1924 E DE 1930

No plano político, a chamada República Velha (1889-1930) foicaracterizada, também, pela primazia dos Estados de São Paulo e MinasGerais, que se revezavam na escolha dos candidatos à Presidência daRepública. Era a política do café com leite.

Os militares, por sua vez, comportavam-se de acordo com osinteresses das elites dirigentes, defendendo as relações de poder e ao statusquo vigentes. Para corroborar com esta tese, pode-se citar as intervençõesdo Exército Brasileiro em Canudos, no Contestado ou na Farroupilha.Preferiam não interferir nos assuntos políticos ... por enquanto. Ainda nãotinham, por assim dizer, tomado consciência da sua força e do poder quedetinham nas mãos.

A aparente harmonia, existente entre os setores civis e militares,começou a balançar, quando, no governo de Epitácio Pessoa (1919 a 1922),foi nomeado, como Ministro da Guerra, o político Pandiá Calógeras. Era umaafronta para o Exército ser comandado por um elemento à paisana e não porum militar de carreira. Os protestos foram inevitáveis.

A situação política se agravou ainda mais, quando, no já tradicionalrevezamento entre Minas e São Paulo, para escolha do candidato a presidente,foi indicado o mineiro Arthur Bernardes. Este nome não agradou nem umpouco as oligarquias riograndenses, que se entendiam fortes para tambémpleitear uma candidatura de sua própria escolha. Criou-se, então, a conhecidaRepublicana, com apoio dos Estados de Pernambuco e Rio de Janeiro e tendocomo candidato o carioca Nilo Peçanha. Entretanto a máquina eleitoral dadupla - café com leite - fez-se pesar, e Arthur Bernardes ganhou as eleiçõespresidenciais realizadas em março de 1922.

O convívio entre Arthur Bernardes e alguns segmentos militares nuncafoi tranqüilo. Piorou, quando o presidente mandou prender Hermes da Fonseca,por este ter descumprido ordens de intervir em Pernambuco e prenderopositores ao governo. Três dias depois de sua prisão, rebelaram-se, no dia05 de julho de 1922, os 18 do Forte de Copacabana e a Escola Militar, no Riode Janeiro. A repressão foi instantânea, e o movimento deu em nada. Os

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meses seguintes foram marcados por processos contra os militares envolvidosna conspiração de julho. Carreiras foram cortadas, oficiais partiram para oexílio e para a clandestinidade. Essa derrota não os abateu. Continuaram sereunindo, articulando-se, conspirando. Tinham que derrubar Arthur Bernardes.Uma nova intervenção armada foi planejada e executada.

O movimento teve data marcada para eclodir. A escolha foi pelo dia05 de julho de 1924, exatamente, dois anos após o episódio dos 18 do Forte.Guarnições militares se rebelaram em São Paulo, Bela Vista, Mato Grosso,Aracaju e Manaus. Com exceção de São Paulo, onde os rebeldes chegarama ocupar a Capital, a revolta foi imediatamente sufocada nos demais Estados.Um completo fracasso!

Cercados por forças leais a Arthur Bernardes, em maior número, osrebeldes abandonaram São Paulo e penetraram no Oeste Paranaense. Foi achamada Coluna Paulista, comandada por Izidoro Dias Lopes.

Em 31 de agosto de 1924, foi capturado o Porto São José, a primeiralocalidade paranaense ocupada pelas tropas rebeldes. Deste porto, ocuparamGuaíra, enquanto o restante da Coluna Paulista descia, vagarosamente, o rioParaná. Porto Mendes foi tomado em 15 de setembro e, no dia 19, caiu PortoBritânia. De lá, um batalhão foi enviado em direção a Guarapuava com ordensde não ultrapassar Catanduvas.

A vanguarda rebelde, que tomou Guaíra, não perdeu tempo e marchoucélere pela margem esquerda do Paraná, atingindo Foz do Iguaçu. Tomouaquela cidade com apenas dez homens, sob o comando de Juarez Távora!Com a queda de Foz, todo o Oeste paranaense encontrou-se em mãosrevolucionárias.

O contingente rebelde contava com, aproximadamente, três milhomens contra dez mil soldados das forças governamentais, comandados peloGeneral Rondon.

Na noite de 28 para 29 de outubro, quando a Coluna Paulista já seencontrava fundo no Oeste paranaense, foi que se deu o levante comandadopor Luiz Carlos Prestes, no Rio Grande do Sul. Da mesma forma que ocorreraem São Paulo, os rebeldes gaúchos foram derrotados e perseguidos, sendoobrigados a se dirigirem ao Paraná. Era a chamada Divisão Rio Grande.

Por aqui, as tropas da Coluna Paulista investiram, a partir da localidade

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

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de Belarmino, contra as forças do governo estacionadas nos Montes Medeiros.O ataque fracassou, e os revolucionários foram obrigados a refugiarem-seem Catanduvas, em dezembro de 1924.

Para as tropas da Divisão Rio Grande atingirem o Paraná foi umaárdua tarefa. Durante a maior parte dos meses de fevereiro e março de 1925,Prestes viu-se envolvido em inúmeras escaramuças na Região do Contestado,lutando contra efetivos quase dez vezes maiores.

Catanduvas agüentou-se o quanto pôde. Isolada e cercada, rendeu-se no dia 29 de março de 1925.

Ao atravessar o rio Iguaçu, Prestes recebeu a notícia da queda deCatanduvas. Temendo, também, ser cercado, forçou a marcha para poderencontrar-se com os remanescentes das tropas de Catanduvas, nocruzamento Benjamin. O encontro de Prestes com Miguel Costa deu-seem 3 de abril de 1925.

Em Benjamin, decidiram que as tropas deveriam concentrar-se emSanta Helena, para, depois, marcharem até Guaíra. Em outra reunião decisiva,realizada pelo Alto-Comando revolucionário em Foz do Iguaçu, deliberou-seque as tropas deveriam seguir de Santa Helena até Porto Mendes e, dali,atravessar o rio Paraná.

Após permanecerem cerca de oito meses no Oeste paranaense, astropas rebeldes deixaram esta Região. A saída deu-se em Porto Mendes,entre os dias 27 e 29 de abril de 1925. Para a travessia do Paraná, foramcapturados e usados os vapores Bell e Assis Brasil. Foram evacuados maisde mil soldados, seiscentos animais de carga, tração ou montaria, materialbélico, bagagens e gêneros alimentícios necessários para cinco dias de marcha.Rondon havia perdido a oportunidade para cortar a trajetória do movimentorebelde. Esta nunca mais se apresentaria durante todos os cerca de trinta milquilômetros que percorreria, a agora conhecida Coluna Prestes, por quase atotalidade do território brasileiro, até se internar na Bolívia em 1927 14 , reduzidaa oitocentos homens.

Nos rincões oestinos, ao mesmo tempo em que combateram as forçasgovernamentais, os destacamentos rebeldes penetraram nas obrages elibertaram, na medida do possível, os mensus que por ali se encontravamtrabalhando em estado quase servil.

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O depoimento de João Cabanas15 , nesse sentido, é surpreendente,mostrando o sistema de opressão, coerção e violência em que se sustentavamas obrages, adquiridas pelas graças do Governo Estadual.

O capataz em matéria de autoridade, é um ser único, sui generis, nele se encontramas atribuições que vão desde o soldado de polícia até o Supremo Tribunal Federal epossui dentro do cérebro estúpido um código de castigos que começa no pontapé esegue até o fuzilamento, e às vezes a autoridade do brutamontes estende-se tambémpelos domínios da religião, impondo ao escravo [mensu] a sua própria crença. E oescravo é sempre paraguaio ou até brasileiro porém o capataz, este, na sua totalidadeviu a luz do dia na Província de Corrientes, República Argentina [...] o sistema deescravatura nos referidos ervais toca ao auge quando o escravo tem família; pois asprimícias da virgindade das suas filhas são fruto ótimo que premia a atividade docapataz e mesmo a esposa ou companheira não é jamais respeitada, tendo odesafortunado trabalhador de aceitar tudo isso sorrindo ao seu algoz comoagradecimento pela preferência que deu à família, distinguindo-a com a desonra. Secom humildade, o escravo reclama contra a má alimentação, se na hora do acesso demalária ergue os olhos súplices ao capataz, implorando um descanso; se no seu peitobrota um suspiro traindo a nostalgia que lhe vai na alma, em qualquer desses casossente imediatamente no dorso nu e encurvado, caírem as correias causticamente dovil instrumento de suplício empunhado pelo impiedoso capataz; e se revolta contrao vergonhoso cativeiro a que o sujeitaram, depois de falazes promessas na generosaterra guarani, rápido como um raio, um tiro o abate!Imagine-se que soma de poderesnão enfeixava em suas mãos, o tirano que exerce o cargo de administrador em umazona onde se explora a indústria extrativa da erva-mate. (CABANAS, apud

WACHOWICZ, 1982, p. 55-56).

A presença das tropas rebeldes fez com que os obrageros e seushomens de confiança abandonassem, às pressas, a Região. Houve muitosfuzilamentos de capatazes e de capangas, condenados por maus tratos aosmensus, ou por colaborarem, ou espionarem em favor das forçasgovernamentais. Propriedades foram atacadas e incendiadas, e seus benscassados. Para aumentarem seus efetivos militares, os rebeldes aceitaramcomo soldados mais de uma centena de mensus libertos, oriundos,principalmente, da obrage de Julio Tomás Allica, cuja sede era em PortoArtaza.

Os rebeldes também procuraram denunciar para a opinião públicanacional todos os desmandos que por aqui aconteciam. Suas denúncias,todavia, quase não atingiram o grande público já que a maioria absoluta dos

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veículos de comunicação, notadamente a imprensa escrita, era controlada, ouestava comprometida, ideologicamente, com o governo de Arthur Bernardes.Foi, principalmente, através dos depoimentos dos agentes envolvidos, sejameles rebeldes ou governistas, que se pode ter uma visão mais esclarecedorados acontecimentos daquele período histórico. Se essas denúncias não atingiramo grande público, calaram fundo entre os militares que participaram domovimento de 1924 e que teriam participação fundamental, anos mais tarde,quando se fez a chamada Revolução de 1930. Afinal de contas, os rebeldesgaúchos e paulistas, embora derrotados, prestaram um serviço de notávelmagnitude para o vir-a-ser do Oeste paranaense.

1.11 A NACIONALIZAÇÃO E O POVOAMENTO DE UMA REGIÃO ATÉ ENTÃO

ESQUECIDA

A passagem das tropas rebeldes e legalistas, em 1924-25, foiacompanhada de perto pelos olhares curiosos e assustados dos colonos quevinham se estabelecendo no Oeste, desde o início daquela década. Foi o casode Santa Helena, por exemplo, cujas primeiras famílias de colonos fixaramresidência em propriedades à margem do rio Paraná, já a partir de 1920. NoOeste, nada mais havia do que um arremedo de povoamento. A verdadeiracorrente povoadora somente ganharia impulso definitivo, a partir da décadade 1940.

A Revolução de 1930 encontrou o Oeste paranaense aindadespovoado e dominado pelos interesses dos obrageros. Acontece que, entreos líderes da revolução de Vargas, havia inúmeros militares que palmilharamesta Região, durante os episódios de 1924-25. Viram, bem de perto, o queestava acontecendo e se indignaram. Afinal de contas, a quem pertencia achamada fronteira guarani? Ao Brasil ou aos capitalistas platinos? Em poucotempo essa indignação deu origem a medidas de natureza prática, com oobjetivo de nacionalizar o Oeste do Paraná16.

Tomando a dianteira e procurando esvaziar o argumento federal deque a Região encontrava-se abandonada, o governo paranaense, além de nomearOthon Mäeder, Prefeito de Foz do Iguaçu, determinou que todos os documentos

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oficiais, anúncios comerciais e avisos fossem em língua portuguesa. Asrepartições públicas deveriam fazer circular e cobrar todos os tributos quelhe eram devidos, unicamente, em moeda brasileira. Além disso, providenciou-se para que as repartições públicas e outros segmentos da sociedadeorganizada de Foz e Guaíra recebessem os jornais de Curitiba, deixando-osinformados do que acontecia no Paraná e no Brasil. É desta época, a primeiratentativa de transformar Foz do Iguaçu em um centro turístico internacional17.

O Governo Federal pensava além. Também queria nacionalizar aimensa Região Oeste. Todavia, entendia que era necessário e fundamentalque o seu efetivo povoamento fosse uma realidade. Desta vontade política, éque nasceu a política governamental denominada de marcha para o Oeste.Em tese, uma maré povoadora que, partindo do litoral já ocupado, penetrarianos sertões brasileiros, através de estradas de ferro e hidrovias a seremconstruídas. Um plágio tupiniquim do que fizeram os norte-americanos, apartir de meados do Século XIX.

Nessa ideologia de neo-povoamento, que se pretendia comorevolucionária, retirou-se do baú da história o bandeirantismo, enquantomovimento fomentador da expansão e da reconquista territoriais. Novospovoadores, como foram os bandeirantes paulistas do Século XVII. Maisuma vez avançariam, inexoravelmente, rumo às fronteiras oestinas, retirando-as do domínio estrangeiro. Novamente, os usurpadores dos domínios da pátriasão encontrados entre os espanhóis e seus descendentes. Para a revoluçãovitoriosa, são, principalmente, os obrageros, os novos aventureiros.

Em Obrageros, mensus e colonos, WACHOWICZ (1982), contaque o Governo Federal enviou para o Oeste paranaense uma comissão chefiadapor Zeno Silva. Deveria verificar in loco a situação e encaminhar um relatóriocompleto ao Rio de Janeiro. O relatório redigido era completamentedesfavorável ao Paraná, responsabilizando-o pelo histórico abandono da Regiãoe propunha que a mesma deveria ser nacionalizada pelo Governo Federal.Nasceu, deste relatório, a idéia da criação de um território federal com porçõesde terras do Oeste paranaense e catarinense, estas últimas ganhas por SantaCatarina, quando da solução, em 1916, da questão do Contestado. O Paranáreagiu prontamente e, contrariamente, a tal desmembramento.

Talvez a reação mais importante, ou ao menos aquela que redefiniriaos rumos do povoamento desta Região, tenha sido o Decreto Estadual nº 300,

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de autoria do Governo do Paraná. Por este instrumento legal, eram devolvidasao patrimônio do Estado imensas extensões de terras, anteriormenteconcedidas e tituladas a grupos econômicos nacionais e estrangeiros.

Com a revolução de 1930 que denunciara também as negociatas de terra no Paraná,várias concessões, sobretudo pela inoperância e o não cumprimento de cláusulascontratuais, foram anuladas, voltando 2.300.000 hectares de terra ao patrimônio doEstado. O Decreto nº 300, de 3 de novembro de 1930, fizera reverter ao Estado,1.700.000 hectares da Braviaco [...] o Decreto nº 1678, de 17 de julho de 1934,operava o mesmo em relação a 240.000 hectares que haviam sido concedidos aMeyer, Anes e Cia. Ltda., depois Companhia de Colonização Espéria. Da mesmamaneira, foram também anulados os 87.000 hectares concedidos a Miguel Matte.

(WESTPHALEN et alli, 1968, p. 5).

O Decreto nº 300, além de dar essas terras ao controle do Paraná,abriu as portas para que as mesmas, notadamente no Oeste, ficassem abertasao povoamento com levas migratórias vindas do Estado do Rio Grande do Sule, em menor escala, de Santa Catarina.

Estando à testa do governo revolucionário, Getúlio Vargas não ficouinsensível aos apelos dos seus conterrâneos gaúchos. Os reclames vinhamde longe, e os maiores eram por novas porções de terras que pudessemacomodar o excedente populacional que vinha se formando nas pequenaspropriedades rurais estabelecidas pelo interior do Rio Grande do Sul. Aexpansão da fronteira agrícola gaúcha havia se detido na divisa com SantaCatarina e não encontrava mais espaços vazios, para ampliar seus horizontes.Não demorou muito para que Getúlio e os capitalistas gaúchos voltassemseus olhos para o Oeste catarinense e paranaense, este último, também,despovoado e nas mãos do Governo do Paraná. Ali estava, por extensão, aoportunidade para contentar e orientar o povoamento tão pretendido pelosideólogos da marcha para o Oeste. Eis os novos bandeirantes! Uma marchatendo o eixo Sul-Norte como orientador, saliente-se.

Na tentativa de amenizar uma possível reação contrária, vinda dasautoridades paranaenses e catarinenses, Getúlio defendeu a criação de doisterritórios federais na Região: o Território Federal de Ponta Porã e o TerritórioFederal do Iguaçu. A justificativa oficial era a nacionalização da fronteiraguarani, mas o que se pretendia era retirar do controle desses Estados a sua

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porção ocidental e abrir caminho para as companhias colonizadoras.

A oposição de Mário Tourinho custou-lhe o cargo de Interventor. Emseu lugar assumiu Manoel Ribas, o popular Maneco Facão, escolhidopessoalmente por Getúlio. Apesar de ter nascido em Ponta Grossa, mudou-separa Santa Maria, no Rio Grande do Sul. No caso da criação do TerritórioFederal do Iguaçu, como era de se esperar, teve uma postura favorável aVargas, não criando quaisquer obstáculos aos intentos do mandatário gaúcho.

Até 1937, quando se instalou como ditador no chamado Estado Novo,Getúlio contemporizou com as elites políticas paranaenses. Receava magoá-las, precisava, ainda, de seu apoio. Naquele ano, todavia, viu-se suficientementeforte, para fazer inserir o artigo 165 na Constituição Federal, o qual criavauma faixa de fronteira de 150 quilômetros de largura. Nesta faixa, osGovernos Estaduais ficavam proibidos de fazer quaisquer investimentos ouprojetos colonizadores, sem prévia autorização do Governo Federal. É claroque o Oeste paranaense ficava dentro do perímetro da faixa de fronteirarecém-criada.

Nos anos que se seguiram, o Paraná interrompeu, por completo, seusprojetos colonizadores, enquanto, no Rio de Janeiro, se preparava a legislaçãoordinária que definiria o povoamento da faixa de fronteira. Dentre outrosdispositivos legais, criou-se, oficialmente, o Território Federal do Iguaçu, em13 de setembro de 1943. A capital seria Foz do Iguaçu e, mais tarde, Laranjeirasdo Sul.

O Território Federal do Iguaçu permaneceria em vigência até que foiextinto por uma emenda inserida na Constituição de 1946. É bom lembrar queGetúlio Vargas foi afastado do poder em 1945, quando foi derrotado naseleições presidenciais, por Eurico Gaspar Dutra.

Foi dentro desse contexto político, advindo da Revolução de 1930,que o povoamento do Oeste paranaense recebeu seu impulso definitivo. Opontapé inicial foi dado pelo próprio governo paranaense.

A partir de 1939, o Governo do Estado resolveu colonizar também as suas terrasdevolutas [adquiridas por devolução, despovoadas] e de antigas concessões, noOeste paranaense, fundando, na margem esquerda do Piquiri, as colônias Piquiri,Cantu, Goio-Bang e Goio-Erê, e, à margem direita do Ivaí, as colônias Manuel Ribas,Muquilão e Mourão. Seguiu planos de colonização, demarcando os lotes rurais e

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prevendo áreas para a instalação de núcleos urbanos. Os lotes agrícolas, nessascolônias, foram, em geral, de áreas superiores àqueles do Norte do Paraná, medindo,

em média, mais de 20 alqueires. (WESTPHALEN et all, 1968, p. 20).

A década de 1940 revelou-se, principalmente, como uma etapa depovoamento intensivo, onde as companhias colonizadoras particulares, gaúchasem sua maioria absoluta, desempenharam um papel de capital importância. Aação governamental cedeu espaço aos empreendimentos de caráterempresarial, alicerçados, fundamentalmente, na venda de pequenos lotesagrícolas aos colonos interessados no cultivo direto da terra. Os projetoscolonizadores se multiplicaram e atraíram milhares de famílias durante asdécadas de 1940-50. Pode-se chamar esta fase de povoamento sulista, já quea corrente colonizadora tem sua origem, preferencialmente, nos Estados doRio Grande do Sul e Santa Catarina. Ela entrou na década de 1970, formandovários municípios oestinos. (vide quadro I)

Durante a década de 40, a população dobrou de 145.000 habitantes para 295.000, oque se deveu principalmente à entrada de uns 116.000 imigrantes [na verdademigrantes], tendo se dado a penetração da região tanto pelo sul como, também, efeitodo transbordamento da nova região cafeeira, pelo norte, através de Campo Mourãoe ao longo da ferrovia projetada de Cianorte para Guaíra. Durante o decênio 1950-60, porém, a imigração [sic] para o oeste do Estado deu um salto para 580.000pessoas e a população total para 988.000, representando um aumento deaproximadamente sete vezes em cerca de vinte anos; posteriormente, com a aceleraçãoda imigração [sic] líquida depois de 1960 (423.000 em cinco anos), a populaçãoalcançou 1.584.000 em 1965. Neste ano a densidade demográfica para todo o oesteera de 46,1 hab./milha quadrada [1 milha é igual 2.200 metros], maior do que a doleste do Paraná em 1965 se excluirmos a zona de Curitiba [...] como resultado daSegunda onda de explosão demográfica no Paraná resultante da imigração [sic], aparticipação do oeste na população total do Estado aumentou de 11,7 para 27,1 por

cento durante o período 1940-65. (NICHOLLS, 1971, p. 39).

Talvez o exemplo mais marcante dessa fase colonizadora, pelaorganização e pelo sucesso alcançado, tenha sido a Industrial Madeireira eColonizadora Rio Paraná S.A. - a famosíssima Maripá. Sua sede era no atualMunicípio de Toledo e estruturou-se no ano de 1946, formada por acionistasgaúchos. Naquele ano, a Maripá comprou a Fazenda Britânia da CompañiaMaderas del Alto Paraná, que era uma das concessionárias de terras que

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havia na Região. Adquiriu 124 mil alqueires, montou seu escritório, abriuestradas e picadas, mediu e demarcou os lotes urbanos e rurais e iniciou a suavenda. Já em 1951, todas as áreas medidas e demarcadas estavam vendidasou compromissadas!

Os fundadores da Maripá também tiveram participação ativa emoutros empreendimentos colonizadores no Oeste paranaense. Pode-se citar,entre eles, a Colonizadora Gaúcha Ltda. (São Miguel do Iguaçu); IndustrialAgrícola Bento Gonçalves (Medianeira); Colonizadora Matelândia(Matelândia); Terras e Pinhais Ltda. (São Jorge - Foz do Iguaçu) e a Pinho eTerras Ltda. (Céu Azul).

Antes dela, o Oeste foi alcançado por uma rarefeita frente de ocupaçãoe colonização proveniente do chamado Paraná Tradicional, tendo como centrosirradiadores os Campos de Guarapuava, das antigas colônias de imigranteseuropeus estabelecidos no terceiro planalto e de Laranjeiras do Sul, dentreoutros. Seu principal eixo de penetração, como já foi dito, foi a estrada ligandoGuarapuava a Foz do Iguaçu. Este fluxo populacional encontrou espaço nosatuais territórios de Cascavel, Catanduvas, Guaraniaçu e Foz do Iguaçu.

Finalmente, tem-se uma terceira frente de colonização. Depois deter ocupado o Norte paranaense, atraída pela economia cafeeira, atravessouo rio Piquiri e chegou ao Oeste. Este fluxo populacional foi composto porelementos que haviam saído dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, EspíritoSanto e, também, do Nordeste brasileiro. Da sua ação povoadora, surgiramos Municípios de Guaíra, Palotina, Terra Roxa, Assis Chateaubriand, Formosado Oeste, Nova Aurora, Vera Cruz do Oeste, Ouro Verde do Oeste,Cafelândia, Tupãssi, Corbélia, Braganey, dentre outros. (Vide Quadro I)

No final da década de 1980, o Oeste paranaense encontrava-se comouma região com estabilidade geográfica e demográfica

18. A sua inserção

econômica com o restante do mercado nacional, iniciada com a criação erevenda de suínos na década de 1960, e, também internacional, deu-se com amecanização da agricultura, iniciada já no início dos anos 1970, proliferaçãodo sistema financeiro e com o plantio intensivo da soja e do milho.

Procurou-se trazer à tona, nestas poucas páginas, nada mais nadamenos do que cinco séculos de história! Tarefa ambiciosa, porém necessária,e que pouco agrada aos pesquisadores. Obviamente, o que se relatou foramalgumas linhas-mestras. Uma história conjuntural, quase estrutural. Na prática,

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uma história de espanhóis, de portugueses, de indígenas e de jesuítas. Tambémuma história de obrageros, de mensus, de revolucionários, de colonos e demigrantes. Uma história de homens como agentes da sua própria história.

Talvez uma sinopse de história regional, com todos os inconvenientesque uma sinopse possa ter.

Continua na próxima página.

QUADRO 1: Mesorregião Geográfica Oeste (IBGE)

OIPÍCINUM OÃÇAIRCEDONA EDODARBMEMSED

yhanA 09.60.11 ailébroC

dnairbuaetahCsissA 66.80.72 anitolaP/levacsaC/odeloT

adicerapAadatsiVaoB 18.21.22 seuqraMsadinôeL.paC

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aidnâlefaC 97.21.82 levacsaC

otinoBopmaC 68.01.13 uçainarauG

seuqraMsadinôeLoãtipaC 46.40.82 levacsaC

levacsaC 15.40.20 uçaugIodzoF

savudnataC 06.70.52 uçainarauG

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ailébroC 16.60.01 levacsaC

etseO'DetnamaiD 78.21.12 aidnâletaM

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uçaugIodzoF 41.30.41 avauparauG

aríauG 15.11.41 uçaugIodzoF

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amebI 98.60.21 savudnataC

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etseOodamecarI 09.70.40 etseOodasomroF

satíuseJ 08.50.31 etseOodasomroF

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nodnoR.ClahceraM 06.70.52 odeloT

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aidnâletaM 06.70.52 uçaugIodzoF

arienaideM 06.70.52 uçaugIodzoF

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lassiM 18.21.31 arienaideM

aroruAavoN 76.90.52 levacsaC/etseOodasomroF

asoRatnaSavoN 37.60.02 odeloT/anitolaP/etseOodaxoRarreT

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Continuação do QUADRO 1

Fonte: PARANÁ. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hidrícos. Coordenadoriade Terras, Cartografia de Cadastro. Divisão de Cartografia. Arquivo Gráfico de EstruturasTerritoriais, 1999.

NOTAS:

1. PEDRETTI, José. Obrages & companhias colonizadoras: Santa Helena na história doOeste paranaense até 1960. Entrevista.

2. Salienta-se que o governo argentino, também, contribuiu para a decadência das obragesno Oeste paranaense e mato-grossense, a partir do momento em que incentivou e até subsidiouo plantio científico de ervais no território de Missiones. Assim o fez para diminuir sua dependênciada erva-mate brasileira. A partir da década de 1930, o governo argentino dobrou a carga tributáriapara a importação da erva-mate. Assim, quando se iniciou a nacionalização da Região pelasautoridades brasileiras, as obrages já mostravam claros sinais de inviabilidade econômica.

3. As linhas a seguir se baseiam, essencialmente, em COLODEL, José Augusto.Portugueses, espanhóis e indígenas: os conflitos pela posse da Região Oeste manifestam-sedesde cedo. Capítulo I. Obrages & companhias colonizadoras: Santa Helena na história doOeste paranaense até 1960. Cascavel: Assoeste, 1988. p. 21-50.

4. Partindo da Capitania de São Vicente, em São Paulo, essa vasta rede de caminhos quepossuía uma direção geral Leste-Oeste, atravessava todo o território paranaense indo dar no rioParaná, na altura da foz do rio Piquiri. Saindo do atual território brasileiro, ele cortava o Chacoparaguaio até chegar aos planaltos peruanos e, dali, ao Oceano Pacífico.

CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

OIPÍCINUM OÃÇAIRCEDONA EDODARBMEMSED

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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5. O termo, Guará ou Guairá, foi retirado do nome de um cacique que exerceu forteinfluência nessa Região à época da fundação da Ciudad Real.

6. A Companhia de Jesus constituiu-se numa sociedade missionária que foi fundada noano de 1534 por Santo Inácio de Loyola. Seu objetivo primordial era a defesa do catolicismodiante da Reforma Protestante e, também, difundi-lo nas novas terras descobertas no Ocidentee Oriente. No Brasil, os primeiros jesuítas chegam em 1549, comandados pelo padre Manoel deNóbrega. Em 1759 foram expulsos pelo marquês de Pombal, sob a alegação de que a Companhiahavia se tornado quase tão poderosa quanto o Estado. O envolvimento dos jesuítas nos conflitosocorridos nas reduções jesuíticas da Região do Guairá serviu como pretexto para expulsá-los doBrasil.

7. Deve-se ter em mente que as Reduções, além de produzirem os meios essenciais paraa sua subsistência, passaram, também, a comercializar produtos que lhes eram excedentes.Uma outra significativa fonte de renda eram as remessas de erva-mate nativa que eram colhidasnas proximidades das Reduções e comercializadas em vários pontos da Região.

8. BALHANA, Altiva Pilatti et all. História do Paraná. Vol. 1. Curitiba : Grafipar, v. I, 1969.9. Responsável pela incorporação de cerca de dois terços do atual território nacional à

Coroa portuguesa, o bandeirantismo pode ser dividido, em linhas gerais, em duas fases: atémeados do Século XVII, as expedições bandeirantes dirigiram-se ao Sul à cata de indígenas paraserem escravizados; daí para frente seu interesse maior foi a busca de metais e pedras preciosas.

10. O texto que se segue foi originariamente escrito para ser parte integrante do livroMatelândia: história & contexto, de nossa autoria e publicado no ano de 1992.

11. Dentre outras tarefas, caberia a essa Comissão Estratégica a construção de umaestrada de rodagem ligando as cidades de Porto União a Palmas; ligar Palmas até Guarapuava;de Guarapuava abrir uma estrada até atingir o rio Cobre; seguir por este rio até a confluênciacom o rio Piquiri; seguir o curso deste rio até a foz do rio Paraná; atravessar este rio e chegar noEstado do Mato Grosso. Naquele Estado deveria proceder à construção de estradas estratégicasque facilitassem a sua interação com o restante da região explorada e, o que mais interessa nestetexto, descobrir a foz do Iguaçu e ali iniciar a fundação de uma Colônia Militar.

12. ABREU, Cândido Ferreira de. Colônia Militar do Iguaçu � 1905. Boletim doInstituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense, Curitiba, v. 22, p. 129-135, 1974.

13. Na Argentina, as obrages desenvolveram-se, principalmente, nas províncias deMissiones e Corrientes. Nestas regiões, alicerçaram-se, basicamente, na extração de madeira. Aerva-mate nativa não compensava a sua exploração intensiva. Além disso, tanto �Corrientescomo Missiones, sobretudo esta última, eram territórios argentinos de baixa densidadedemográfica, localizados no extremo nordeste argentino�. (WACHOWICZ, 1982, p. 45).

14. Nesse longo caminho revolucionário, a Coluna Prestes, sempre combatendo, passoupelos Estados do Paraná, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Ceará,Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

15. João Cabanas era um antigo tenente do Regimento Estadual de Cavalaria de São Paulo,ao qual também pertencia Miguel Costa. Aderiu ao movimento militar do lado dos revolucionáriose atuou, intensamente, no Oeste paranaense. Com a sua tão famosa Coluna da Morte, vasculhouboa parte das matas do Alto Paraná. Ficou chocado pela forma desumana com que eramtratados os mensus.

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16. As autoridades revolucionárias colocadas à testa do Governo do Paraná � aInterventoria coube ao General Mário Monteiro Tourinho, de 1930 a 1932 - ficaram alarmadas,quando surgiu, em âmbito federal, a idéia da criação de novas unidades federativas no Oesteparanaense, catarinense e mato-grossense, usando, para isso, grandes áreas territoriais destesEstados. Alegavam, no Rio de Janeiro, que o Estado do Paraná, durante anos e anos, nada haviafeito, para nacionalizar a sua fronteira.

17. A proposta foi apresentada por Ozório do Rosário Correia, que pretendia transformar,durante dez anos, a Prefeitura de Foz do Iguaçu em prefeitura especial. Para tanto, toda aarrecadação federal, estadual e municipal, seriam imediatamente aplicadas na infra-estruturaturística do próprio município. Pretendia-se, também, a criação de cassinos, parques de diversões,hotéis e a execução de melhorias na navegação pelo rio Paraná.

18. Entretanto, desde meados desta década, o Extremo-Oeste foi alvo de uma últimagrande modificação geográfica e demográfica que teve efeitos sócio-econômicos duradourossobre toda a Região. Esta mudança teve origem na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu,iniciada em 1974. A formação do seu Reservatório, em 1982, somente foi possível através dadesapropriação de milhares de propriedades rurais e na migração forçada de milhares de colonosestabelecidos em áreas marginais ao rio Paraná e cujo destino ainda é merecedor de estudos maisaprofundados. Em 1982 os municípios atingidos pelo Reservatório de Itaipu foram os seguintes:Santa Helena, Marechal Cândido Rondon, Terra Roxa, Guaíra, Matelândia, Medianeira, SãoMiguel do Iguaçu e Foz do Iguaçu. Pelos desmembramentos territoriais ocorridos desde então,recebem atualmente os chamados royalties também os municípios de Diamante D�Oeste, EntreRios do Oeste, Itaipulândia, Mercedes, Missal, Pato Bragado, São José das Palmeiras, SantaTerezinha de Itaipu e Mundo Novo. Este último no Estado do Mato Grosso do Sul.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Cândido Ferreira de. A Foz do Iguaçu: ligeira descrição de uma viagem feita

de Guarapuava à Colônia de Foz do Iguaçu em novembro de 1892. Curitiba:

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ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO OESTE DO PARANÁ. Relatório de Avaliação.

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2Oeste do Paraná:

Caracterização Enquanto Região

Mariângela Alice PierucciniRonaldo Bulhões

2.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo tem como objetivo uma discussão acerca da evoluçãoda Região Oeste do Paraná enquanto região, isto é, busca-se oentendimento das implicações desta Região em relação à organização doespaço local.1

Portanto, admitindo ser a região �um espaço organizado�2, faz-senecessário, antes do início da discussão acerca da evolução do Oeste doParaná, enquanto região, uma breve exposição sobre espaço e organizaçãodo espaço.

As especificidades, que resultam da combinação entre homem enatureza, organizam um espaço e definem, portanto, uma região, podendo amesma ser analisada sob diferentes conceitos e critérios. A observação maisatenta destes critérios é de extrema importância, porque proporciona, nestes

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termos, uma descrição mais completa das características mais relevantes emcada território.

Também, a partir da análise da evolução da Região Oeste do Paraná,obtém-se o entendimento sobre a configuração atual deste espaço econômico3,no qual estão inseridas as atividades agroindustriais. Justifica-se, assim, aimportância do estudo da evolução do Oeste, enquanto região, visto que,segundo ROLIM (1995, p. 50): �A estruturação territorial de uma sociedadedecorre das grandes transformações que ela sofre�.

Toma-se, também, como referência para as necessárias observaçõesdeste item, o artigo de MUNIZ FILHO (1996, p. 149-173), sobre a divisãoregional do Paraná. Este autor aborda os diferentes critérios pelos quais passoueste Estado, em termos de planejamento territorial, até 1989. Dentre estescritérios, o autor relaciona, também, o aspecto da polarização, ou seja, aexistência dos centros regionais por excelência. Cidades como Cascavel,Toledo, Marechal Cândido Rondon e Foz do Iguaçu, apresentam estacaracterística em relação à Região Oeste. Caberia a menção de alguns pontosque tratam do fenômeno da polarização, mencionados por autores comoPERROUX (1967).

Através destas caracterizações, apresenta-se a Região Oeste,resgatando-se, inicialmente, algumas definições acerca de espaço eorganização do mesmo.

2.2 O CONCEITO DE REGIÃO: DIFERENTES PERSPECTIVAS DE ANÁLISE

No trabalho de PONTES (1987, p. 324), entende-se que a região e aregionalização relacionam-se ao �conceito de espaço como um produto dasociedade�. A autora subjuga a questão do espaço e da região à hegemoniado capital, aos diferentes estágios do desenvolvimento capitalista e procedesua análise nestes termos.

Deste modo, o espaço geográfico pode ser definido, também, segundoessa autora como �o suporte de uma sociedade e de uma economia, e comotal, o referido é objeto de apropriação e lugar onde se desenvolvem asestratégias dos grupos sociais�.

Nesta interpretação, admite-se que �os espaços e suas sociedades

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podem ser conceituados como regiões�. (PONTES, 1987, p. 324).ANDRADE (1973, p. 31), aborda esta questão em seu trabalho,

afirmando que �o homem costuma dividir o espaço de acordo com ascaracterísticas que apresenta em suas várias porções, levando em conta,sobretudo, as características oriundas da influência das condições naturais edo aproveitamento do espaço�.

É através destas características que ocorre a diferenciação daspaisagens, tornando-se possível o estudo da organização do espaço.

A primeira justificativa para a inserção dos aspectos relacionados àorganização do espaço, pode ser encontrada em ANDRADE, citado porMORO (1990, p. 2), onde o autor menciona a contínua transformação darealidade, afirmando que: �no momento histórico em que vivemos, de vez queas definições e os objetos das ciências não são imutáveis, sofremtransformações com as mudanças que se operam na sociedade e na natureza,ou melhor, a forma como a sociedade organiza o espaço terrestre, visandomelhor explorar e dispor dos recursos da natureza�.

Nesta definição, cabe, também, lembrar que nas transformações,sofridas pela Região Oeste do Paraná, a sociedade que ali se organizou econtinua a fazê-lo de forma contínua, proporcionou, mediante a utilização dosrecursos naturais, uma ampla dinamização na produção agrícola, relacionadaem grande parte à agroindústria local.

A esta organização, RITTER, citado por MORO (1990, p. 6), definea �existência de uma multiplicidade de fenômenos heterogêneos que, quandoem combinação dão unidade e coerência a uma área�.

Ainda em relação aos diferentes conceitos que se apresentam, apartir da definição de espaço, dois merecem especial consideração: o próprioconceito de organização do espaço e, também, a organização espacial.CHRISTOFOLETTI, citado por MORO (1990, p. 8), define esta questão desemântica:

A organização espacial indica a existência de uma unidade resultante, de um produtoterminal, possível de ser delimitado na superfície terrestre. A organização do espaçorefere-se à dinâmica e aos processos que promovem a organização do espaço,denunciando mecanismos geradores para atingir um produto. Obviamente, o estudoda organização espacial automaticamente inclui a análise dos processos e mecanismosresponsáveis pela organização do espaço. (CHRISTOFOLETTI apud MORO,

1990, p. 8).

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A análise deste trabalho recai, portanto, nas questões relativas àorganização do espaço da Região Oeste do Paraná, no que tange àsmodificações proporcionadas pelos diferentes padrões agroindustriais que alisão verificados. Para LABASSE, citado por MORO (1990, p. 10), estasquestões voltam-se, especificamente, ao controle da evolução das paisagensrurais e urbanas. De um modo mais estrito, é relevante a verificação daexistência de correlação entre as atividades agrícolas da Região e aagroindústria local. Isto interessa na medida em que contribui para a formaçãode uma dinâmica própria, responsável pela atual configuração da Região Oeste,voltada, economicamente, à atividade agropecuária, com um setor industrialem muito atrelado ao processamento dos produtos gerados por esta atividade.É esta a dinâmica responsável pela formação desta região, isto é, através daorganização deste espaço, concebe-se a Região Oeste. �A expressãoorganização do espaço, por outro lado, só adquire sentido quando expressa oresultado da ação do homem organizando o espaço.� (CHOLLEY, apudMORO, 1990, p. 12).

Acrescenta-se, ainda, que o espaço, enquanto organização, é umprocesso e, como tal, está em permanente transformação. MORO (1990, p.13), a este respeito, descreve o pensamento de ANDRADE: �[...] refletirlevando em conta que o espaço nunca está organizado de forma definitiva,que ele não é estático, ao contrário, é profundamente dinâmico e vai semodificando dialeticamente de forma permanente�.

Portanto é dentro do contexto de espaço organizado que se apresentauma região, e mais, é através da combinação do potencial natural e humanoque pode ser resgatada a um dos aspectos da evolução do Oeste, enquantoregião, pois isto reflete a ação do homem sobre o meio, gerandoespecificidades próprias no espaço local.

Assim, inicialmente, o conceito de região pode ser considerado flexível,segundo FRIEDMANN (1960, p. 33), podendo corresponder a grandevariedade de significações. Este autor continua sua análise, afirmando: � [...]nossa definição de região terá de ser extremamente geral, podemos dizer queuma região é uma área delimitada de acordo com certos critérios; teremosregiões diferentes, segundo os critérios que decidirmos utilizar.[...] Não sepode falar numa região melhor4 nem numa melhor definição de certa região�.

FRIEDMANN (1960, p. 33) propõe, em virtude da flexibilidade do

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conceito, que a própria delimitação regional pode ser modificada, à medidaque se definam novas finalidades e circunstâncias diversas. Complementandoeste conceito, pode-se afirmar, também, que o conceito de região é �dinâmicoe subjetivo�. (GUIMARÃES apud ANDRADE, 1973, p. 37).

Uma das conceituações sobre região que, também, merece serdestacada, é a que apresenta a divisão espacial do trabalho como um dosfatores que podem determinar uma região. A este respeito ROLIM (1995, p.50), afirma que esta espacialidade relaciona-se �com a formação de sub-unidades de produção com uma certa especialização, em âmbitos territoriaisrestritos e diferenciáveis, pertencentes a um sistema de produção social�.

Para a questão relativa à espacialidade das atividades econômicas,este autor considera importante a noção conceitual de região, mesmo sabendodas dificuldades relativas à construção deste conceito.

HESPANHOL (1996, p. 14), utilizando-se da análise de LIPIETZ,menciona as diferenciações que decorrem da formação de sub-unidades deprodução. Afirma, deste modo, que �a estruturação do espaço, como produtoda articulação dos modos de produção, depois como produto do desdobramentodo capital monopolista baseado no desenvolvimento desigual, aparece [...]como produto das leis imanentes do materialismo histórico e, maisparticularmente da acumulação do capital�.

Em sua análise, ROLIM (1995, p. 50), citando CORAGGIO, conclui:�[...] uma vez decifrados os processos gerais de espacialidade de umadeterminada sociedade, é possível delimitar concretamente as suas regiões,já que a entendemos como o locus de um determinado sub-processo social oucomo uma área onde determinadas características tenham uma relativahomogeneidade�.

Esta homogeneidade, tratada pelo autor, traduz-se na prática, comoum dos critérios utilizados para a definição de uma região, sendo denominadaregião homogênea5. Ao outro aspecto, relacionado aos sub-processos sociais,apresenta-se a definição dada por SANTOS, no trabalho de PONTES (1987,p. 325), onde este autor coloca a região como �o locus de determinadas funçõesda sociedade total em um momento dado�. A autora complementa estaobservação afirmando que �a cada momento histórico, a região ou umsubespaço do espaço nacional total, aparece como o melhor lugar para arealização de um certo número de atividades�.

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PONTES (1987, p. 325), apresenta ainda a definição estabelecidapor DUARTE, onde a região é vista como �uma dimensão espacial dasespecificidades sociais em uma totalidade espaço-social�.

Caracteriza-se, deste modo, que a construção do todo contéminúmeras características que são responsáveis pela não homogeneização deum espaço maior. A autora afirma, também, que muitos espaços podem nãose constituir em regiões, se sofrerem influência de sociedades ditas exógenasàquele local.

Através destas definições, podem então ser estabelecidos critériospara uma divisão regional, e estes critérios obedecem a finalidades específicas.Procura-se, assim, apresentá-los em relação às diferenças existentes, quandoda adoção de cada um em especial. Vale lembrar neste sentido que: �A regiãoé um todo orgânico e como tal deve ser planejada�, segundo FRIEDMANN(1961, p. 55).

2.3 CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DAS DIVISÕES REGIONAIS

Para FRIEDMANN (1961, p. 34), existem dois tipos de critérios quepodem ser utilizados em uma análise regional, a saber: critérios dehomogeneidade e critérios de interação. Quanto ao primeiro, o autor destacaa região concebida de acordo com uma de suas características, podendo ser,clima, vegetação, topografia, solos, hidrografia, tipo de agricultura, cultura,entre outros aspectos. Como crítica a este critério, o autor assim a expõe:�Embora, na verdade muitas características de uma mesma região seapresentem inter-relacionadas, [...] muitas dessas tentativas falham emconseguir razoável harmonia de opiniões sobre as linhas exatas por ondedeveriam passar os limites regionais�.

Já no que concerne às regiões de interação, o autor as delimita comona base da ação recíproca das atividades sociais e econômicas. Na visão deFRIEDMANN (1961, p. 34), isto ocorre porque �estas atividades sociais eeconômicas se orientam rumo a centros de atividades (cidades) e que algumasáreas são orientadas de modo mais intenso na direção de um centro do quena de outro�.

Portanto, neste critério, incluem-se: mercadorias e serviços, tráfego,

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investimentos de capitais, além de outros aspectos.Especificamente, para as regiões homogêneas, têm-se as bacias

hidrográficas. Estas são caracterizadas pelo autor como um tipo de regiãocada vez mais comum. Porém este conceito é tido como ambíguo6. A esterespeito, ANDRADE (1973, p. 33), afirma que a �idéia de se estabeleceremos limites regionais a partir das bacias fluviais deveu-se em muito, ao fato deserem os rios ainda, as principais vias de penetração�.

Outro tipo de região, inserida no critério de homogeneidade, é a regiãoque se baseia no solo, vegetação e/ou clima e, geralmente, objetiva aorganização de dados básicos para facilitação de análises posteriores. Baseia-se, portanto, no critério que define a região por área de extensão de umelemento natural. Além destes dois tipos de região, o critério de regiõeshomogêneas contém, também, as regiões culturais, absorvendo gostos, valorese costumes de determinada sociedade.

Quanto ao critério de interação, algumas regiões podem serestabelecidas. Entre estas, destaca-se a região urbana7 . Para FRIEDMANN(1961, p. 37), a mesma não passa de uma extensão da cidade propriamentedita, podendo incluir, também, áreas predominantemente rurais. O importantenesta caracterização é que �[...] a economia da área que circunda a cidade ésempre estreitamente ligada à da própria cidade�.

O que o autor descreve é que, para as regiões urbanas, o que interessasão as interações das atividades sociais e econômicas, não, necessariamente,levando-se em conta as fronteiras políticas.

Outra região de interação, que pode ser estabelecida, refere-se àsregiões de interdependência. Esta se caracteriza à medida que certos fluxossão eliminados e outros ganham importância. O que FRIEDMANN (1961, p.38) afirma, a este respeito, é que:

[...] à medida em que nos afastamos da cidade central, as relações sociais e comerciaisentre as áreas por nós atingidas e a referida cidade se tornam progressivamente maisfracas, enquanto já se vai sentindo a influência de uma outra cidade. [...] Será importanteindicar que as cidades e regiões urbanas se nos apresentam como que em ordemhierárquica, as cidades maiores �dominando� as menores, por prestarem um número

maior de serviços a uma área mais ampla.8

Outra caracterização, acerca dos diferentes critérios de regiões, que

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merece ser destacada é apresentada por ANDRADE (1973). Dentre osinúmeros aspectos que possibilitam a diferenciação dos espaços, a saber,contingências históricas e políticas, fronteiras, destaca-se a divisão político-administrativa, inserida no critério histórico-político. Segundo este autor, �[...]a divisão político administrativa, colocando áreas de maior ou menor expressãoterritorial sob a influência de um centro de decisões, vem contribuir paracaracterizar certas porções, provocando novas delimitações quanto àorganização do espaço, adoção de língua, costumes e de organização política,etc�. (ANDRADE, 1973, p. 31).

A crítica, estabelecida pelo autor, refere-se ao fato de que, nestecritério, desconsideram-se fatores importantes, tais como, as condiçõesnaturais, demográficas e econômicas que implicam, também, na formação dapaisagem.

Sobre as regiões naturais, inseridas no critério geográfico, ANDRADE(1973, p. 34) destaca o trabalho elaborado por RICCHIERI, como contribuiçãoà evolução do pensamento geográfico. Para este geógrafo, as regiões podemser divididas em três regiões, a saber: elementar, calcada, geralmente, emapenas um fenômeno; região geográfica complexa, que compreende áreassobre as quais se superpunham várias regiões elementares e a região integral,definida como um conjunto de regiões complexas. Destaca-se que as trêsregiões definidas têm caráter basicamente natural, conforme propõeANDRADE (1973, p. 35), dando grande importância aos elementos físicos equase desconhecendo a influência dos fatores humanos.

Quanto à definição de região geográfica, ANDRADE (1973, p. 37),apresenta o trabalho realizado por CHOLLEY, onde a região é conceituadacomo: �[...] primeiro, o resultado de uma organização, conseqüente dapresença do homem e, segundo, a circunstância de ser o conceitoeminentemente dinâmico, não podendo ser confundido, quer quanto à suaescala, quer quanto suas características�.

Em sua visão, (ANDRADE, 1981), afirma que a região implica emum princípio de organização. As regiões geográficas congregam, a partirdesta definição, tanto a organização do espaço, que surge de acordo com asnecessidades humanas, quanto os aspectos relativos ao domínio físico. Adiversificação no tempo e no espaço está implícita nestes pontos.

A noção de espaço volta a ser destacada, quando se identifica um

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outro tipo de região, chamada região econômica, inserida no contexto da NovaGeografia9.

HESPANHOL (1996, p. 10), observa este tipo de região, inserindo-ana perspectiva da Escola da Centralização10, citando autores comoPERROUX (1967) e HIRSCHMAN (1958).

PERROUX (1967)11 afirma que os espaços econômicos definem-seem função da polarização, planificação ou homogeneidade de suas estruturas,ou seja, definem-se pelas relações econômicas entre elementos econômicos.Deste modo, encara o conceito sob três diferentes visões, a saber: o espaçoeconômico como conteúdo de um plano, o espaço econômico como um campode forças e o espaço econômico como um conjunto homogêneo, surgindo,assim, três tipos de regiões econômicas, região plano, região polarizada eregião homogênea.

Interessa, portanto, uma breve discussão acerca do entendimentodos três diferentes tipos de espaço. PERROUX (1967, p. 150), em relaçãoao espaço como conteúdo de um plano, o descreve como �[...] o conjunto dasrelações estabelecidas entre a empresa e, por um lado, os fornecedores deinput (matéria-prima, mão-de-obra, capitais) e, por outro lado, os compradoresde output (compradores intermediários, compradores finais�.

Não existe, portanto, para o autor, condições de representaçãocartográfica deste espaço, nem tampouco a um quadro específico decaracterísticas. ROCHEFORT, citado por ANDRADE (1973, p. 40), descreveeste plano como resultado direto do arbítrio humano, uma vez que, �[...] é umespaço submetido a uma decisão�.

PERROUX (1967, p. 151) apresenta, ainda, o espaço definido comocampo de forças, caracterizado �por centro (pólos ou sedes) de emanação deforças centrífugas e recepção de forças centrípetas�.

Esta relação de forças, descrita pelo autor, passa pela empresa,atraindo ou expulsando os elementos econômicos. Através disto, delimita-seuma zona de influência econômica, que se sobrepõe à influência topográfica.ANDRADE (1973, p. 40), descreve a região concernente a este espaço comoregião polarizada que �[...] resulta da observação da interdependência existenteentre várias áreas, às vezes pertencentes a regiões homogêneas diversas,devido à irradiação da influência comercial das aglomerações urbanas�. Oautor continua a interessante análise sobre a região polarizada, afirmando,

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ainda, que: �O poder de atração que uma cidade exerce em torno da área quea cerca, conseqüente das transações comerciais que realiza com as áreasrurais, provoca a formação de áreas de influência e, em conseqüência, regiõespolarizadas�. (ANDRADE, 1973, p. 40).

O pensamento de HIRSCHMAN, descrito por HESPANHOL (1996,p. 10) vem somar neste sentido. Afirma-se, assim, que:

...uma economia, para atingir níveis de renda mais elevados, precisa promover - eassim o fará - primeiro, no seu próprio âmbito interno, um ou vários centros regionaisde força dinâmica. A necessidade da emergência de pontos de desenvolvimento oupólos de desenvolvimento12 , no curso do processo desenvolvimentista, indica quea desigualdade internacional e inter-regional do crescimento é condição concomitante

e inevitável do próprio desenvolvimento.

Finalmente, descreve-se o espaço como um conjunto homogêneo,ocupado pela empresa. As relações econômicas, neste espaço, referem-seàs unidades e sua estrutura ou às relações entre estas unidades. Este conjuntohomogêneo traduz-se em estruturas de produção e preço que tendem aaproximar-se em um regime de concorrência, num mesmo espaço econômico.Assim, a região que traduz este espaço homogêneo é entendida por Boudeville,citado por ANDRADE (1973, p. 40) como �o espaço contínuo em que cadauma das partes que o constituem apresenta características que a aproximamuma das outras�.

Ainda em ANDRADE (1973, p. 41), entre as diferentes conceituaçõesde região, destaca-se, também, a que se refere à região organizada, descritaatravés do trabalho de Kayser, aplicada, através de uma classificação dasformas de utilização do espaço, fornecendo, assim, um critério geo-econômico.Em se tratando de países desenvolvidos, a região pode ser caracterizada portrês aspectos fundamentais. Primeiramente, pela solidariedade entre seushabitantes, pela organização em torno de um centro e pela participação emum conjunto. Este conjunto de características, laços, de acordo com Kayser,citado por ANDRADE (1973, p. 42), �imprimem ao espaço uma certahomogeneidade, mas só têm condições para produzir uma região se são capazesde criar uma organização econômica e social�.

Esta organização em torno de um centro é denominada então de�pólo� ou �nó�. Tal centro, na visão deste autor é sempre uma cidade. Além

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disso, a região é definida como sendo parte de um todo maior, sendoconsiderada, deste modo, um quadro territorial, no qual se inserem os planosde ação e onde se aplicam as decisões. O trabalho deste autor agrega, portanto,ao conceito de região, a influência do homem modificando o quadro natural,apresentando, também, uma visão acerca dos problemas relativos ao espaçodo mundo subdesenvolvido, caracterizando sua preocupação com as questõesdo desenvolvimento13.

Para HESPANHOL (1996, p. 13), citando Kayser, �[...] as condiçõesnaturais e humanas diferentes [...] são os primeiros fatores de uma inevitáveldiferenciação geográfica no progresso. Esta representa, em teoria, o resultadode uma seleção espontânea na divisão e especialização do trabalho�.

Além das definições sobre região, apresentadas até aqui, existem,também, abordagens mais recentes, as quais privilegiam as transformaçõesderivadas da expansão do capitalismo mundial. Neste aspecto, HESPANHOL(1996, p. 58), cita alguns autores que abordam estas transformações, entreestes IANNI. Assim, considerando a homogeneização do espaço e aglobalização, �[...] os processos de concentração e centralização do capitaladquirem mais força, envergadura, alcance. Invadem cidades, nações econtinentes. [...] muitas coisas desenraízam-se, parecendo flutuar pelosespaços e tempos do presente�.

Contrariando este processo de homogeneização do espaço, SANTOS,citado por HESPANHOL (1996, p. 59), afirma que: �[...] se o espaço setorna uno para atender às necessidades de uma produção globalizada, asregiões aparecem como as distintas versões da mundialização. Esta nãogarante a homogeneidade, mas ao contrário, instiga diferenças, reforça-as eaté mesmo depende delas. Quanto mais os lugares se mundializam, mais setornam singulares e específicos, isto é, únicos�.

É nesta ótica de diferenciação proporcionada pela dinâmica capitalistaque, também, pode-se definir região:

[...] a categoria regional deve representar unidades espaciais que se diferenciam e quepodem estar referidas em diferentes níveis de análise. Pode-se utilizar a categoriaregional para se tratar de questões que se dão em nível de estado, município ou partede quaisquer desses níveis como regiões urbanas, rurais, agrícolas ou industriais (...).A especialização da divisão social do trabalho e, por conseguinte, o movimento do

capital no espaço define região. (CARLEIAL, apud HESPANHOL, 1996, p. 60-1).

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Considera-se, neste trabalho, portanto, que o conceito de espaço eregião é bastante diverso, dependendo em muito do processo no qual estáinserido. As diferentes visões, sucintamente apresentadas, são válidas paraque se entenda como os critérios para o estabelecimento de uma região podemdivergir, quando são consideradas as conceituações que lhes dão sustentaçãoteórica e justificam as alternativas para o planejamento regional.

2.4 O ENQUADRAMENTO DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ NAS DIFERENTES

REGIONALIZAÇÕES PROPOSTAS PARA O TERRITÓRIO PARANAENSE

Entendendo-se que a Região Oeste do Paraná resulta dastransformações gerais que se verificam, através dos inúmeros critériosadotados para a definição de região, torna-se possível, então, o conhecimentoda sua evolução. Esta era vista, até a década de 1920, como uma porção doterritório brasileiro desconhecida, atrelada, principalmente, aos interesses docapital estrangeiro. Sua integração junto ao Paraná, somente se efetivou coma vinda, em grande parte, de imigrantes sulistas ocupando o Sudoeste e Oesteparanaense. Porém a preocupação com uma divisão regional no Estado iniciou-se apenas na década de 1960.

Para melhor compreensão deste processo, toma-se como referênciaas diferentes divisões feitas neste período para a economia paranaense,descritas no trabalho de MUNIZ FILHO (1996). Este autor descreve anecessidade da divisão racional do território paranaense, visando, inicialmente,à descentralização da administração pública, proposta elaborada pelaadministração estadual daquele período. Em um segundo momento, a divisãodo território privilegiou os aspectos da polarização para, posteriormente, adotaro critério de homogeneização sob a forma de microrregiões com identidadesgeo-econômicas, ambos os critérios formulados pelo IBGE (1967).

Quando o governo do Estado14 iniciou esta análise, relativa aoplanejamento da economia paranaense, privilegiou, em grande parte, a questãoadministrativa. MUNIZ FILHO (1996, p. 150), descreve que, neste momento,década de 1960, três objetivos eram vislumbrados na descentralizaçãoadministrativa: transferência para o interior de certos serviços ou atividadesexecutivas, concentração departamental, no que concerne à reunião em um

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só local dos departamentos e, também, a simplificação burocrática. Para aconsecução destes objetivos, o critério adotado foi o fisiográfico, e o Paranáfoi dividido em três grandes regiões, sendo que a Região Oeste compreendia:�[...] as terras que descem da Serra da Esperança até o rio Paraná�15. Dentrodessa região, segundo características culturais comuns foram estabelecidaszonas. Deste modo, a Região Oeste congregava: Terceiro Planalto, setemunicípios, Zona de Pitanga, seis municípios, Faixa Sul da Fronteira, comvinte e seis municípios e Faixa da Fronteira, somando dezessete municípios,conforme Figura 2.1.

Em 1963, foi elaborado o I Plano de Desenvolvimento do Estado, trabalhorealizado em conjunto por órgãos de planejamento16. Segundo MUNIZ FILHO (1996,p. 152): �[...] a ótica territorial influiu decididamente nas conclusões adotadas�.

FIGURA 2.1: Divisão regional do Paraná - PLADEP (1961)

Fonte: MUNIZ FILHO (1996).

OESTE DO PARANÁ: CARACTERIZAÇÃO ENQUANTO REGIÃO

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Surgiram, assim, sete regiões de planejamento que, para o Plano deDesenvolvimento do Paraná, citado pelo autor eram, �[...] unidades sócio-econômicas complexas e integradas, capazes de manter uma dinâmica dedesenvolvimento deliberadamente aceita e impulsionada pela própriapopulação�. (MUNIZ FILHO, 1996, p. 152).

Novamente era privilegiada a descentralização da administraçãopública, acrescentando-se o objetivo da integração política e econômica noEstado. Para MUNIZ FILHO (1996, p. 152), estas regiões seriam �[...] áreasde produção especializada com organizações homogêneas facilitando osprocessos de intercâmbio econômico e social e coordenação administrativapor parte dos órgãos de planejamento�.

Os critérios que derivam desta divisão voltam-se a quatro pontosbásicos, a saber: integração social e econômica dos habitantes da região,capacidade para atingir relativa auto-suficiência em relação às demais regiões,homogeneidade relativa com semelhança de características e organizaçãovertical e horizontal do serviço público.

MUNIZ FILHO (1996, p. 153) descreve, ainda, que as questõesdemográfica e territorial, foram adotadas como princípio geral. Assim, �[...]as regiões deveriam estar em 1960 dentro de uma faixa de 320.000 e 1.020.000habitantes, e com previsões para 1970 entre 700.000 e 1.500.000 habitantes.Do ponto de vista territorial, as regiões não deveriam ter acima de 30.000km2 e não exceder o círculo de 100 km de raio�.

Buscava-se, deste modo, manter a coesão da região e nãofragmentá-la em número exagerado de unidades territoriais.

Através deste critério, formaram-se dezesseis sub-regiões com oobjetivo de maximizar a utilização dos equipamentos urbanos, estando implícitaa análise da polarização17. De acordo com o autor, considerou-se, naquelemomento, a evolução da ocupação territorial e as tendências da economia,tendo, como resultado, sete grandes regiões, nominadas pelos respectivoscentros principais, considerados pólos. Este trabalho considerou ampla coletade dados e pesquisas locais. Interessa ressaltar que, naquele momento, osMunicípios de Cascavel e Toledo, cada um com onze anos de emancipaçãopolítica, encontravam-se em fase de expansão das atividades econômicas,relacionadas, principalmente, à atividade madeireira, porém, ainda, não pos-suíam contingente demográfico expressivo. Sendo assim, na divisão regional de

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3691-sianoigersolóP solóp-buS 0691

avauparauGVI

oãçalupoP )2mk(aerÁ

avauparauG 000.981 000.12

levacsaC 007.731 007.32

latoT 007.623 006.54

1963, a sede da região estabeleceu-se em Guarapuava, em virtude das condi-ções históricas de ocupação daquele Município, estando o Município de Cas-cavel, caracterizado como sede de zona. MUNIZ FILHO (1996, p. 154)afirma: �Com a superação do fraco contingente demográfico e a baixa densi-dade de ocupação do território, as sub-regiões de Cascavel e Campo Mourãodeveriam, no futuro, ser desmembradas de Guarapuava e Maringá, respecti-vamente, tornando-se igualmente regiões de planejamento�.

Em função destas e de outras subdivisões, surgiram dezesseis sub-regiões com uma escala de autonomia e dependência do pólo principal. Isto,em muito, deveu-se ao crescimento da população em inúmeras regiões doParaná, que acabou por exigir a descentralização de inúmeros serviços,promovendo uma dinamização das regiões, através da atuação dos pólos.Para o governo do Estado, no Plano de Desenvolvimento do Paraná, citadopor MUNIZ FILHO (1996, p. 155) subentendia-se �a criação de atividadesestratégicas, motrizes do progresso econômico e desenvolvimento social�.

O fato relevante, entretanto, foi a ausência de mecanismosadministrativos e órgãos executivos18 que acabou impedindo maior utilizaçãodo critério da polarização como sistema regional a ser adotado19.

Para a Região Oeste, a divisão em pólos e sub-pólos foi estabelecidaconforme o quadro, na seqüência: Situação do quarto pólo regional propostopela divisão do PLADEP (1963).

Neste quadro, percebe-se que o Município de Cascavel possuía, nadécada de 1960, população significativa, com área superior ao então município-pólo Guarapuava. Ressalta-se, assim, que, mesmo com poucos anos deemancipação política, o Município de Cascavel já despontava como �cabeça

QUADRO 2.1: Pólos regionais, microrregiões e hipóteses de trabalho para o Paraná

Fonte: Adaptação PLADEP (1963) - MUNIZ FILHO (1996).

OESTE DO PARANÁ: CARACTERIZAÇÃO ENQUANTO REGIÃO

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de zona� que, aos poucos, começava a exercer as funções relativas a um póloregional. A quarta região, definida pelo plano, agregava vinte e seis municípi-os, conforme pode ser visto na Figura 2.2.

Além dos estudos de regionalização elaborados pelo Estado do Paraná,em 1961, e 1963, surgiu em 1966, a nível nacional, um processo de estudo paraa regionalização do País, com a participação dos Estados. MUNIZ FILHO(1996), a define como a primeira divisão regional da FIBGE20, caracterizada,sobretudo, pela noção dos espaços polarizados. Esta divisão objetivava, devidoao seu caráter preliminar, indicar os centros de polarização e as respectivasáreas de influência, mais do que diferenciar as especificidades das relaçõesregionais. O autor ressalta, ainda, os aspectos relacionados aos centros urba-nos com pouca idade neste contexto de particularidades, mencionando que,�[...] a pouca idade de alguns centros e a atualidade do processo de ocupaçãodo território fazem com que o vínculo de dependência não se tenha consolidado

FIGURA 2.2: Regiões de Planejamento - CODEPAR (1963)

Fonte: MUNIZ FILHO (1996).

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na maioria das regiões do País�. (MUNIZ FILHO, 1996, p. 157).De acordo com HESPANHOL (1996, p. 63), esta regionalização

tomava como base, �áreas de influência urbana (regiões polarizadas) parafins de descentralização administrativa e a regionalização, visando aoplanejamento do desenvolvimento regional [...] uma vez que para a NovaGeografia, a região não tem existência concreta (logo não pode haver apenasuma divisão regional) sendo que a divisão regional deve ser efetuada visandoao atendimento de fins específicos�.

Mesmo diante das inúmeras dificuldades para a identificação doscentros de polarização e de suas áreas de influência, buscou-se a classificaçãodos mesmos, atendo-se às possibilidades de polarização de cada um, bemcomo à influência destes centros e os respectivos fluxos ali existentes.Formulada por BOISIER, a crítica citada por HESPANHOL (1996, p. 33)acerca da utilização dos pólos de crescimento, enquanto instrumento para oplanejamento regional, afirma que:

O emprego de um instrumento como pólos de crescimento chegou a produzir, emmuitos casos, resultados ambíguos, principalmente devido a uma aplicação mecanicistados mesmos, com descuido evidente das condições particulares das regiões ondeforam inseridos. [...] os fracassos, aparentes ou reais, se apresentam com freqüência

muito maior quando este instrumento se aplica em regiões com escassa base industrial.

Na prática, como critério, usou-se o equipamento terciário em relaçãoao tipo de serviço e quantidade dos mesmos, comparando, quando necessário,o nível de industrialização destes centros21. A divisão que dali resultou,apontava, em relação ao Paraná, três diferentes níveis relativos à polarização:a metrópole Curitiba, com área de influência que se estendia quase que portodo o Paraná e, também, para Santa Catarina; em um segundo nível, surge acidade de Londrina com influência sobre o Norte Novo e Novíssimo e, emterceiro nível, os centros de polarização de regiões menores, incluindo-secinco no Paraná. Nesta polarização, o Sudoeste vincula-se a Pato Branco,em virtude da influência deste município sobre outros municípios, incluindo-seaqui aqueles pertencentes a Santa Catarina e Ponta Grossa que, de acordocom o critério utilizado, tinha sua área de influência delimitada pela fronteirade São Paulo até a fronteira do Paraguai, no sentido Leste-Oeste, abrangendotodo o centro do Estado, de acordo com MUNIZ FILHO (1996, p.159). Atra-

OESTE DO PARANÁ: CARACTERIZAÇÃO ENQUANTO REGIÃO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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vés da Figura 2.3 visualiza-se esta divisão que privilegiava os centros depolarização.

Além do critério relativo à polarização, o IBGE esboçou, também,uma divisão baseada em espaços homogêneos22, buscando a combinação deelementos geográficos, necessitando-se, assim, ainda segundo o autor, �umconhecimento melhor da hierarquia desses fenômenos geográficos e do papelmais ou menos dinâmico de cada um, na estrutura regional�. O parâmetro,utilizado para a metodologia desta divisão, observava o quadro natural que,segundo MUNIZ FILHO (1996, p. 161), relacionava-se às atividades humanas,ao potencial humano, atendo-se à semelhança de características populacionais,além da produção agrícola, industrial, infra-estrutura dos transportes eatividades terciárias não polarizadoras.

Segundo GALVÃO e FAISSOL, citados por HESPANHOL (1996, p. 63):[...] na Divisão Regional do Brasil para fins estatísticos, o espaço homogêneo defini-

FIGURA 2.3: Divisão regional em espaços polarizados - CNG/IBGE (1967)

Fonte: MUNIZ FILHO (1996).

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do como forma de organização, em torno da produção, foi expresso por combinaçõesde fatos físicos sociais e econômicos e permitiu a individualização destes fatosdentro de determinado nível de generalização. Quando ocorria substancial mudançade um dos elementos geográficos considerados, a modificação da combinação davaorigem a outra unidade diferente. Naturalmente, dentro de cada Estado, quanto me-nor o grau de generalização e maior o número de elementos geográficos considerados,

menores e mais numerosos foram os espaços diferenciados.

Ressaltando, neste aspecto, que a identificação das microrregiõeshomogêneas, vinculava-se aos postulados da Nova Geografia, segundoHESPANHOL (1996, p. 63).

Vale lembrar que este esboço não se constituiu em região, em virtudeda falta de organicidade em termos de significado.

Diante destes parâmetros, os órgãos estaduais de planejamento,aliando-se ao Conselho Nacional de Geografia, constataram a existência deoito zonas polarizadas de acordo com metodologia que considerava oequipamento terciário, a saber:

1 Curitiba 5 Jacarezinho2 Ponta Grossa 6 Londrina3 Pato Branco 7 Maringá4 Guarapuava 8 Cascavel

Especificamente, em relação à região de Cascavel, sob sua influ-

ência, totalizavam dezenove municípios, sendo que já, a partir de 1967,

Cascavel era considerada pólo de desenvolvimento, conforme pode ser visto

na Figura 2.4.

MUNIZ FILHO (1996, p. 164), também descreve que, �em função

das inúmeras dificuldades na obtenção dos elementos que configuram o

estabelecimento de um critério na divisão por zonas homogêneas, utilizaram-

se alguns indicadores, dos quais se tinham melhores informações, entre estes

a vegetação, geologia, carta de solos, entre outros. Subdividiu-se o território

paranaense em vinte e duas pequenas unidades homogêneas, agrupadas em

microrregiões�. Deste modo, a Região Oeste agregava duas microrregiões

de acordo com os critérios adotados, conforme pode ser visto na Figura 2.5.

OESTE DO PARANÁ: CARACTERIZAÇÃO ENQUANTO REGIÃO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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FIGURA 2.4: Regiões de planejamento - PLADEP (1967)

Fonte: MUNIZ FILHO (1996).

FIGURA 2.5: Regiões homogêneas - PLADEP (1967)

Fonte: MUNIZ FILHO (1996).

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O IBGE procurou, também, alterar o critério das divisões homogêneas,anteriormente formulado, considerando a existência das Regiões dePlanejamento, esboçadas em 1963. Para MUNIZ FILHO (1996, p. 167),�[...] existe assim compatibilidade entre as microrregiões homogêneas eaquelas regiões polarizadas, de tal forma que as primeiras sempre estãocompreendidas nos limites das últimas�.

Pela Figura 2.6, observa-se a caracterização da Região Oeste, deacordo com este critério. Compreendendo vinte e um municípios, Cascavelestabeleceu-se, então, como sede regional, agregando inúmeras atividadesno comércio e na prestação de serviços.

De acordo com HESPANHOL (1996, p. 64), descrevendo o trabalhodo IBGE, em 1989 foi realizada revisão da regionalização feita em 1968,caracterizando as microrregiões geográficas neste sentido:

FIGURA 2.6: Microrregiões homogêneas - IBGE (1967)

Fonte: MUNIZ FILHO (1996).

OESTE DO PARANÁ: CARACTERIZAÇÃO ENQUANTO REGIÃO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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... a revisão das microrregiões, definidas em 1968 decorre das mudanças verificadasna organização sócio-econômica e institucional do país. As profundas modificaçõesna conjuntura sócio-econômica tenderam a transformar ou mesmo reorientar a estruturaprodutiva nos vários segmentos do território nacional refletindo-se na organizaçãodo espaço geográfico. Vale dizer que o modelo definido em 1968 apresenta-seanacrônico em relação às atuais formas de organização do espaço, não correspondendo

mais à atual realidade brasileira. (FIBGE, citada por HESPANHOL, 1996, p. 64).

A justificativa dada por HESPANHOL (1996, p. 67), para estamudança, em termos de metodologia, volta-se às profundas mudanças ocorridasno espaço brasileiro, principalmente, no que concerne à industrialização eurbanização, bem como da modernização da agricultura em diversas regiõesdo País. O autor também relaciona as mudanças infra-estruturais como umdos fatores causadores de �reflexos diferenciados sobre o espaço nacional�.

De acordo com o IBGE (1991, p. 26-7), no Paraná, verificavam-sedez mesorregiões geográficas, entre estas a Mesorregião Oeste do Paranáque compreendia três microrregiões, a saber: Toledo, Cascavel e Foz doIguaçu.

Outro aspecto interessante em relação à mudança na metodologia éque, nestas modificações, os conceitos de mesorregião geográfica emicrorregião geográfica respondem à dinâmica territorial recente. Segundoo IBGE, citada por HESPANHOL (1996, p. 67), o conceito de mesorregiãogeográfica pode ser assim definido:

[...] uma área individualizada, em uma unidade da Federação, que apresente formasde organização do espaço definidas pelas seguintes dimensões: o processo social,como determinante, o quadro natural, como condicionante e, a rede de comunicaçãoe de lugares, como elemento de articulação espacial. Estas três dimensões deverãopossibilitar que o espaço delimitado como mesorregião tenha uma identidade regional.Esta identidade é uma realidade constituída ao longo do tempo pela sociedade que aí

se formou. (IBGE, citado por HESPANHOL, 1996, p. 67).

Já o conceito de microrregião geográfica , define-se, ainda, como:

[...] partes das mesorregiões que apresentam especificidades quanto à organizaçãodo espaço. Estas especificidades não significam uniformidade de atributos, nemconferem às microrregiões auto-suficiência e tampouco caráter de serem únicas,devido à sua articulação a espaços maiores, quer à mesorregião, à unidade da Federação,

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99

quer à totalidade nacional. Estas especificidades refletem-se à estrutura de produção,agropecuária, industrial, extrativismo mineral, ou pesca. Estas estruturas de produçãodiferenciadas podem resultar da presença de elementos do quadro natural ou derelações sociais e econômicas particulares. (...) A organização do espaço microrregionalé identificada, também, pela vida de relações ao nível local, isto é, pela interação entreas áreas de produção local de beneficiamento e pela distribuição de bens e serviços deconsumo freqüente. Assim, a estrutura da produção para identificação dasmicrorregiões é considerada em sentido totalizante, constituindo-se pela produçãopropriamente dita, distribuição, troca e consumo, incluindo atividades urbanas e

rurais. (IBGE citado por HESPANHOL, 1996, p. 67-8).

Portanto os critérios, considerados para a análise de região, tornam-se mais amplos em virtude da inserção da estrutura produtiva, com todas asinter-relações ali embutidas. Isto possibilita definir, com maior segurança, aRegião Oeste do Paraná, identificando-a com o território da MesorregiãoGeográfica do Oeste do Estado do Paraná, conforme Figura 2.7.

Além da divisão, proposta pelo IBGE (1997), outra divisão territorialfoi elaborada pela AMOP23. O município que se inseriu na Região Oeste doParaná nesta divisão, foi Laranjeiras do Sul. Considerando-se a divisão feitapelo IBGE (1997), o Município de Laranjeiras do Sul compõe a MicrorregiãoGeográfica de Guarapuava, inserida na Mesorregião Centro-Sul paranaensee não se inclui na Região Oeste do Paraná o Município de Brasilândia doSul24, o qual pertence a Mesorregião Geográfica de Umuarama.

Sendo assim, a Mesorregião Oeste compreende um conjunto de 50municípios que abrangem uma área territorial de, aproximadamente, 22.811,242km2 (11,5 % da área estadual). De acordo com o IBGE (1996) [contagem dapopulação], as três microrregiões detêm uma população estimada em 1.083.121habitantes, sendo que estes se subdividiam em:

� Microrregião Geográfica de Foz do Iguaçu: 368.454 habitantes;� Microrregião Geográfica de Cascavel: 378.471 habitantes;� Microrregião Geográfica de Toledo: 336.196 habitantes;

A Região está localizada entre os rios Piquiri, Iguaçu e Paraná. Orelevo regional é pouco acidentado, num plano inclinado, com altitudes variandoentre 900 metros no Município de Guaraniaçu e 180 metros no Município deFoz do Iguaçu. (FUNDETEC � PLANO DIRETOR,1995, p. 18).

OESTE DO PARANÁ: CARACTERIZAÇÃO ENQUANTO REGIÃO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Quanto ao clima, NIMER (1977, p. 72-3), assim o descreve:

Genericamente na microrregião de Toledo e nas áreas baixas lindeiras ao rio Paraná,próximas a Foz do Iguaçu, predomina o clima tropical, sub-quente, superúmido comsub-seca, enquanto que na microrregião de Cascavel e demais áreas da micro de Foz

do Iguaçu, predomina o clima temperado brando, superúmido, sem estação seca.

FIGURA 2.7: Microrregiões que compõem a Mesorregião Oeste do Paraná

Fonte: Instituto Ambiental do Paraná (IAP), 1997.

Microrregião de Cascavel

Microrregião de Foz do Iiguaçu

Microrregião de Toledo

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Os aspectos relativos à infra-estrutura viária da Região também sãoimportantes, e a Região Oeste é servida pelas seguintes rodovias e ferrovias:

� Federais: BR 277 ligando Foz do Iguaçu a Curitiba;BR 467 ligando Cascavel, Toledo, Marechal Cândido Rondon ao MS;BR 369 ligando Cascavel ao Norte do Estado do Paraná;

� Estaduais: PR 180 ligando Cascavel a Nova Aurora;PR 182 ligando Cascavel ao Sudoeste do Paraná e Sul do País.

NOTAS:

1. De acordo com MORO (1990, p.8): �[...] a organização do espaço envolve o estudo dasrelações, das combinações, das interações, das conexões, das localizações que se processam deforma dinâmica no quadro de uma unidade espacial, entre os diversos elementos que as constituem,bem como as que se verificam entre as unidades espaciais�.

2. Esta definição de CHOLEY foi apresentada por MORO, em 04/03/97, quando dadiscussão de questões relativas ao espaço, região e regionalização.

3. Por espaço econômico, considera-se importante atentar para a definição dada por Perroux(1967). A mesma é apresentada de forma mais detalhada na seqüência deste item.

4. Grifo do autor.5. O entendimento sobre o critério homogêneo é visto na seqüência deste item.6. Neste aspecto, a bacia hidrográfica pode compreender um rio de grandes proporções,

como um pequeno rio afluente de um outro maior. O interessante é que os projetos de desen-volvimento regional podem ser elaborados a partir das bacias hidrográficas.

7. A região urbana em muito se assemelha ao conceito de região polarizada descrito porPERROUX (1967), abordado na seqüência deste sub-item.

8. Em função disto FRIEDMANN (1961), conclui que na análise regional buscam-seidentificar a capital regional e, depois, as cidades subsidiárias com suas �áreas tributárias�.

9. A Nova Geografia apresenta-se como parte da Moderna Geografia. A região é definidapela classe de área e o conceito é estabelecido como o conjunto de lugares onde as diferençasinternas entre esses lugares são menores que as existentes entre eles e qualquer elemento dooutro conjunto de lugares. (Texto discutido na disciplina Espaço, região e regionalização,durante o cumprimento dos créditos do mestrado).

10. Para a Escola da Centralização, o desenvolvimento é visto como um processo dedesequilíbrios.

11. A definição de espaço econômico está inserida no prefácio de PERROUX (1967). Oautor dedica os capítulos um e dois deste livro para a descrição dos espaços econômicos econceito de pólos de crescimento, constituindo-se em excelente referencial para o estudo dasregiões econômicas. É interessante ressaltar, também, que a noção de espaço econômico é

OESTE DO PARANÁ: CARACTERIZAÇÃO ENQUANTO REGIÃO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

102

relativa à empresa, como unidade de produção elementar e entendida como um conjunto demeios materiais e pessoais, sujeitos a um mesmo poder de disposição econômica.

12. Grifo do autor.13. Para uma apreciação mais detalhada das questões relativas ao subdesenvolvimento em

relação à organização do espaço, ver ANDRADE (1973).14. O estudo era proposto pela Comissão de Coordenação do Plano de Desenvolvimento

Econômico do Estado, PLADEP, (1961).15. Idem, nota anterior.16. Este conjunto integrava o escritório de planejamento SAGMACS ( Sociedade de

Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais), CODEPAR ( Companhiade Desenvolvimento do Estado do Paraná) e PLADEP (Plano de Desenvolvimento do Estadodo Paraná).

17. Uma análise mais detalhada destes dois aspectos encontra-se no Plano de Desenvolvimentodo Paraná. Curitiba: CODEPAR, 1963, citado por MUNIZ FILHO (1996, p. 153).

18. Para MUNIZ FILHO (1996, p. 155), �já existiam, para diversos órgãos públicos,subdivisões regionais. Sendo assim, estas divisões eram estabelecidas em função da necessidadede cada instituição. A nova divisão, aceita por todos veio para contemplar a real atração dospólos sobre os municípios e à hierarquia dos centros mais autônomos�.

19. A expressão �a ser adotado� está relacionada ao fato de que o Plano de Desenvolvimentodo Paraná não se efetivou, sendo que o PLADEP, órgão responsável pela sua criação, mudousuas funções em 1962.

20. O trabalho realizado pelo IBGE refere-se ao Esboço preliminar de divisão do Brasil emespaços polarizados. Fundação IBGE. Conselho Nacional de Geografia, 1967.

21. Os elementos que participam desta classificação estão descritos no trabalho de MUNIZFILHO (1996, p. 158-9 ).

22. Os critérios relativos aos espaços homogêneos surgem em substituição às zonasfisiográficas, criadas nos anos 1940. Segundo este critério, o IBGE procedeu a divisão doterritório brasileiro em cinco grandes regiões (Norte, Sul, Leste, Centro e Nordeste) com basenos aspectos naturais, e as zonas fisiográficas com base nos aspectos econômicos. As mesmasforam perdendo a atualidade, apresentado áreas despovoadas e mudanças econômicas, tornando-se, assim, inadequadas para os estudos estatísticos. Ver HESPANHOL (1996, p. 63).

23. Associação dos Municípios do Oeste do Paraná. É órgão representativo no contextoregional, e suas ações incluem o planejamento e ações conjuntas entre os municípios a elaintegrados.

24. Informação obtida através do Sr. Usias Marcelino, Chefe do Escritório Regional doIBGE, em Cascavel, em 05/02/1998.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, M.C., Espaço, polarização e desenvolvimento. São Paulo: Brasiliense,

1ªEdição (125p.)1973.

FRIEDMANN, J.R.P., Introdução ao planejamento regional. Rio de Janeiro: Fundação

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103

Getúlio Vargas, 1960.

FUNDETEC � PLANO DIRETOR. Parque Tecnológico Agroindustrial do Oeste. Co-

ordenação de Mario José Bracht. Cascavel, Tuicial, 1995.

HESPANHOL, N.A., Dinâmica agroindustrial, intervenção estatal e a questão do

desenvolvimento na região de Andradina � Tese de doutorado em Organização

do Espaço: Rio Claro IGCE � CP. de Rio Claro � UNESP, 1996.

IBGE � Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contagem Parcial da População

(1996).

MORO, D.A., A organização do espaço como objeto da geografia. Geografia, Rio

Claro, 15(1):1-19, Abril 1990.

MUNIZ FILHO, C., Divisão regional do Paraná. Revista Paranaense de

Desenvolvimento, Curitiba, n.87, jan./abr., 1996, p.149-173.

NIMER, E., Clima. In: Geografia do Brasil � Região Sul, volume 5. IBGE, Rio de

Janeiro, 1977.

PERROUX, F., A economia do século XX. Lisboa: Herder, 1967.

PONTES, B.M.S., A contribuição do pensamento geográfico brasileiro à região e à

regionalização vistas como processo. Boletim de Geografia Teorética, 16-1 (31-

34):324-327,1986-1987.

ROLIM, C.F.C., O Paraná urbano e o Paraná do agrobussiness: as dificuldades para

um projeto político. Revista Paranaense de Desenvolvimento, n. 86, set/dez, 1995,

p.4 99.

OESTE DO PARANÁ: CARACTERIZAÇÃO ENQUANTO REGIÃO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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3Criação dos Municípios eProcessos Emancipatórios

Mariângela Alice PierucciniOlga da C. P. Tschá

Shiguero Iwake

3.1 INTRODUÇÃO

Na questão, inicialmente proposta neste estudo, ou seja, acaracterização dos processos emancipatórios da Região Oeste do Paraná, oque se procura realizar é uma �radiografia� ao longo do período 1914/2000,especificamente, entre as datas de emancipação do primeiro e do últimomunicípio, aprovadas em lei nesta Região. O que pode ser encontrado noprocesso de formação sócio-econômica da Região Oeste do Paraná, em seus50 municípios, enfatizando a dinâmica de criação de novos municípios?

A discussão sobre a importância da municipalização refere-se,principalmente, às condições que possuem os municípios em atender àsdemandas sociais e, também, infra-estruturais de suas comunidades. Assim,dado um conjunto de indicadores, como os municípios vêm atendendo a estasdemandas? Variáveis relacionadas à saúde, educação, meio ambiente, infra-

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

106

estrutura de transportes e telecomunicações, produção econômica e, neste

contexto, a articulação com a dinâmica do sistema econômico na atualidade

(globalização), caracterizam o modo de inserção dos diferentes municípios da

Região Oeste do Paraná, frente às novas estruturas econômicas e políticas

que configuram estes novos espaços.

BENKO (1999, p. 25), observa que: �É difícil para os pesquisadores

e os dirigentes interessados no desenvolvimento regional, medir a evolução

do sistema produtivo neste novo século. As bases do processo de

desenvolvimento econômico regional mudaram profundamente e um novo

ponto de partida se delineou nos anos 1990�.

Na Região, observa-se, em parte, a ausência de articulação entre os

pequenos municípios e o movimento de transnacionalização da produção. As

economias de subsistência, o comércio restrito, os limites na infra-estrutura

dos municípios, dificultam a inserção destes nesta nova ótica do sistema

produtivo e, em alguns casos, exclui as comunidades de um possível

crescimento econômico, em função, principalmente, da ainda incipiente

dimensão tecnológica.

A Região Oeste do Paraná caracterizou seu processo de formação

econômica mercantilizada em período bastante recente. Neste sentido, para

a caracterização de um panorama municipal, considera-se a necessidade de

formação de um quadro que correlacione a evolução/desdobramento dos 50

municípios, possibilitando-se tecer alguns comentários específicos. A

estruturação e análise dos municípios da Região Oeste do Paraná caracteriza-

se em uma dimensão temporal, procurando observar os principais fatores que

influenciaram na criação dos novos municípios.

3.2 COLONIZAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO

DOS MUNICÍPIOS NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

Inicialmente, pode-se afirmar que a Região evoluiu com

características diferenciadas ao longo de seu processo de ocupação1, o que

lhe confere uma dinâmica de crescimento e desenvolvimento bastante

especiais. Em parte, esta dinâmica é construída de forma desatrelada à

Page 107: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

107

formação econômica do Estado do Paraná.

Cabe acrescentar, segundo o IBGE (1959, p. 98), que: �Até o ano de

1881, quando Pedro Martins da Silva e o espanhol Manoel Gonzales se

estabeleceram ali, toda a região [que constituía inicialmente] os territórios

dos municípios de Foz do Iguaçu, Cascavel, Toledo, Guaraniaçu e Laranjeiras

do Sul era habitada exclusivamente pelos índios caingangues, que foram os

primeiros senhores da terra�.

Desde o início do Século XX até a década de 1950, a principal atividade

econômica da região esteve basicamente alicerçada na extração da madeira.

Quase que a totalidade deste território estava coberto por imensas reservas

florestais: mata de araucária nas terras mais altas e mata tropical ao longo

dos vales fluviais. A ausência de um sistema adequado de transporte rodoviário

determinou que, durante os primeiros anos, a vida econômica desta região

girasse em torno do eixo fluvial representado pelo rio Paraná. Em suas

margens, tanto do lado brasileiro como do lado paraguaio, passaram a localizar-

se os centros comerciais mais importantes. Era por este rio que se escoava

toda a madeira cortada, destinando-se aos mercados consumidores localizados

em território argentino, principalmente Rosário ou para São Paulo � via Porto

Epitácio. (COLODEL, 1992).

Esta atividade extrativa logo atraiu grandes investimentos. Um número

elevado de firmas de grande e médio porte possuía instalações para serrar,

armazenar e emboscar madeira em vários pontos ao longo do rio Paraná.

Completava este sistema fluvial, uma estrada de ferro de bitola estreita que

circundava o trecho não navegável entre Porto Mendes e Guaíra.

Pelas suas características, esse eixo econômico era quase

inteiramente desvinculado do restante do universo econômico paranaense e

explica, em parte, a criação do efêmero Território do Iguaçu (1943-1946),

cujo centro econômico era a Região Oeste do Paraná.

Ainda na década de 1940, com a economia madeireira prosseguindo

em sua expansão, iniciou-se a colonização gaúcha. Esta era fruto da pressão

do excedente demográfico sobre a estrutura de pequenas propriedades

agrícolas das zonas coloniais do Rio Grande do Sul e, em escala bem mais

reduzida, em Santa Catarina, na sua porção mais ocidental. Esta colonização

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 108: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

108

procurava recriar, em terras do Extremo-Oeste paranaense, um padrão agrícola

semelhante ao encontrado em suas regiões de origem.

Esse fluxo migratório, cuja intensidade cresceu continuamente a partir

da década de 1950, acelerou o desmatamento que já vinha ocorrendo. Isto se

devia à venda das toras retiradas das propriedades recém-adquiridas à indústria

madeireira � o trabalho desenvolvido pela colonizadora Maripá na região de

Toledo é marcante neste sentido � e ao desenvolvimento de uma agricultura

de subsistência, baseada no cultivo do milho e do feijão e na criação de suínos,

mesmo que em caráter esporádico, em seu início.

A fertilidade natural dos solos existentes no Extremo-Oeste, com

suas �terras roxas�, e a crescente ocupação agrícola, logo fez surgir

excedentes comercializáveis, principalmente de suínos vivos e de milho.

Este novo fluxo comercial passou a orientar-se para o transporte terrestre

por caminhão � atingindo o mercado nacional, via Ponta Grossa. (COLODEL,

1992).

Ao iniciar-se a década de 1960, mesmo com o crescimento da

indústria madeireira, a base agrícola passou a ser dominante na Região.

Esta assumiu, ao longo da década de 1960, o primeiro lugar na produção de

milho e criação de suínos no Paraná, diversificando sua produção com a

introdução de outras culturas, tais como a mandioca, feijão, trigo, soja e

mesmo o café, ainda que em escala bem menos significativa para o contexto

microrregional.

Por ocasião do Censo de 1950, existia no Extremo-Oeste paranaense

apenas o Município de Foz do Iguaçu � do qual faziam parte os núcleos

urbanos de Cascavel, Catanduvas, Guaíra, Santa Helena, Toledo, Medianeira

e Matelândia. Estes, em 1960, à exceção de Catanduvas e Santa Helena,

haviam assumido a condição de municípios, juntamente com Guaraniaçu que

foi desmembrado do Município de Laranjeiras do Sul, através da mesma lei (

Lei 790/51) que criou os Municípios de Cascavel, Toledo e Guaíra. Entretanto

existiam as vilas de Céu Azul, Corbélia, Marechal Cândido Rondon, Matelândia,

Medianeira, Palotina, São Miguel do Iguaçu e Terra Roxa que, no decorrer

da década iriam, juntamente com Catanduvas e Santa Helena, adquirir

autonomia municipal. Os centros urbanos de Formosa do Oeste, Capitão

Page 109: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

109

Leônidas Marques, Assis Chateaubriand e Nova Aurora surgiram depois de

1960 e passaram à categoria de sedes-municípios, respectivamente em 1961,

1964, 1966 e 1967.

Foi na área mais setentrional da microrregião onde, por volta de 1960,

ocorreu o encontro das frentes de colonização provenientes da expansão das

fronteiras agrícolas de São Paulo e do Rio Grande do Sul, fazendo com que

surgissem os centros urbanos de Assis Chateaubriand, Formosa do Oeste e

Nova Aurora.

Durante a década de 1960, ocorreu, ao longo do eixo rodoviário

Cascavel � Foz do Iguaçu, um processo de intensa urbanização, com o rápido

crescimento de Céu Azul, Matelândia, Medianeira e São Miguel do Iguaçu.

Finalmente, verificou-se na área da �Gleba Andrada�, situada junto ao rio

Iguaçu e cuja ocupação iniciou-se em 1958, o aparecimento de vários núcleos

urbanos, entre os quais Capitão Leônidas Marques que, em 1964, apenas

iniciado, já assumia a posição de sede municipal. (COLODEL,1992).

Posteriormente, ao longo das décadas de 1970, 1980 e 1990,

completaram-se os processos emancipatórios na Região Oeste do Paraná.

Especificamente, treze municípios emanciparam-se na década de 1980

e quatorze na década de 1990. Atenção especial deve ser dada às

emancipações que derivam do Município de Marechal Cândido Rondon, cujas

estruturas pautam-se no recebimento de royalties pertinentes ao lago de Itaipu,

bem como Itaipulândia, desmembrada do Município de São Miguel do Iguaçu.

Além destes, estes recursos financeiros são também recebidos pelos municípios

de Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Medianeira, Missal, Diamante

d�Oeste, Santa Helena, São José das Palmeiras, Terra Roxa e Guaíra.2

Neste sentido, para a caracterização de um panorama municipal,

considera-se a formação de um quadro que correlacione a evolução/

desmembramento dos 50 municípios, possibilitando-se tecer alguns

comentários específicos. A estruturação e análise dos municípios da Região

Oeste do Paraná, caracteriza-se em uma dimensão temporal, procurando

observar os principais fatores que influenciaram na criação dos novos

municípios.

Apresenta-se na seqüência o Quadro Emancipatório dos municípios

inseridos na Região Oeste do Paraná.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 110: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

110 QUADRO EMANCIPATÓRIO DOS MUNICÍPIOS EXISTENTES NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ. 1914 - 1997

PRIMEIROS

MUNICÍPIOS

Décadade 1950

Década de 1960 Década de 1970 Década de 1980 Década de 1990

CASCAVEL

(1951)

TOLEDO

(1951)

Corbélia (1961)

Formosa do Oeste (1961)

Capitão L. Marques (1964)

Assis Chateaubriand (1966),desmembrado de Cascavel,

Toledo e Palotina.

Nova Aurora (1967),desmembrado de Cascavel

e Formosa do Oeste

São Miguel do Iguaçu (1961),desmembrado de Medianeira

e Foz do Iguaçu.

Entre Rios do Oeste (1990)

São Pedro doIguaçu (1990)

Anahy (1990)

Iracema do Oeste (1990)

Iguatu (1990)

Santa Lúcia (1990)

Braganey (1982)

Boa Vista da Aparecida (1980)

Jesuítas (1980)

Lindoeste (1989)

S. Terezinha de Itaipu (1982)

Quatro Pontes (1990)

Mercedes (1990)

Itaipulândia (1992)

Pato Bragado (1990)Marechal C. Rondon (1960)

Tupãssi (1979)

Nova Santa Rosa (1973),desmembrado de Toledo,

Terra Roxa e Palotina

Cafelândia (1979)

Assis Chateaubriand (1966)

Paranaguá(1648)

Curitiba(1853)

Castro(1857)

Guarapuava(1859)

Foz do Iguaçu(1914)

Santa Tereza D’ Oeste (1989), des-membrado de Cascavel e Toledo.

Ouro Verde D’Oeste (1989) (continua...)

Page 111: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

111

CR

IAÇ

ÃO

DO

S MU

NIC

ÍPIOS E P

RO

CESSO

S EM

AN

CIPA

TÓR

IOS

QUADRO EMANCIPATÓRIO DOS MUNICÍPIOS EXISTENTES NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ. 1914 - 1997

GUAÍRA

(1951)

Palotina (1960)

Terra Roxa D’Oeste (1961)

Matelândia (1960)

Santa Helena (1967),desmembrado de Medianeira

e Mal. C. Rondon

Ibema (1989)

Diamante D’Oeste (1987)

S. José das Palmeiras (1980)

Três Barras do Paraná (1980)

Maripá (1990)

Ramilândia (1991)

Céu Azul (1966) Vera Cruz D’Oeste (1979)

Medianeira (1960) Missal (1981)Serranópolis (1995)

GUARA-NIAÇU(1951) Catanduvas (1960)

Campo Bonito (1986)

Laranjeirasdo Sul(1946)

Diamante do Sul (1990)

PRIMEIROS

MUNICÍPIOS

Décadade 1950

Década de 1960 Década de 1970 Década de 1980 Década de 1990

(continuação)

Convênio: Unioeste / Itaipu Binacional

Projeto: Mesorregião Oeste do Paraná: Diagnóstico e Perspectivas

Capítulo: Caracterização dos processos emancipatórios dos 50 municípios existentes naMesorregião Geográfica do Oeste do Paraná.

Organizado por: - Pieruccini, M.A.- Tschá, O.C.P.

Fontes: - Ferreira, J.C.V. O Paraná e seus muncípios. Cuiabá: Ed. Memória do Brasil, 1999.- Paraná Cidade, [email protected]

Page 112: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

112

3.3 A EMANCIPAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU � (1914)

Mesmo considerando-se os �Cinco Séculos de História�, o panora-ma que se pretende traçar se inicia com o povoamento regular e efetivo pelosbrasileiros, a partir de 1888 [objetivando a posse da região lindeira que, dasSete Quedas vai até Foz do Iguaçu, até então, sob o domínio das vizinhasRepúblicas do Paraguai e Argentina3], a partir da fundação da Colônia Mili-tar, em 23 de novembro de 1889, sob a direção do engenheiro militar JoséJoaquim Firmino.

De acordo com o IBGE (1959, p. 215): �Em 1912 foi extinta a ColôniaMilitar de Foz do Iguaçu, passando a região a integrar o território deGuarapuava�. A criação do Município de Foz do Iguaçu ocorreu em 1914,pela lei n. 383 onde, anteriormente, existia a referida Colônia Militar. Esta seconfigurava, de acordo com COLODEL (1999), como abrigo de um núcleourbano, núcleo este considerado como ponto inicial ao povoamento ecolonização recente da Região4. Destaca-se, também, que todos os núcleosde povoamento que pertenciam ao então recém-criado Município de Foz doIguaçu ficavam à margem do rio Paraná. Outros aglomerados urbanos podemser citados: Vilas de Gaúcha, Matelândia e Medianeira, contando,respectivamente, com 300, 350 e 400 habitantes.

Observa-se que, em 1950, a população somava 12.010 habitantes,incluindo os então distritos de Cruzeiro do Oeste, Guaíra e Toledo, naquelaépoca como simples povoados. (IBGE, p. 217). Apenas o Município de Fozdo Iguaçu contava, de acordo com o Recenseamento Geral do Brasil de1950, com 3.000 habitantes.

Neste período, destacava-se como atividade econômica principal, aatividade extrativa, principalmente, a exploração da erva-mate. Nas reser-vas florestais, predominavam o cedro, o ipê, a cabriúva, o louro e o pinheiro,propiciando, já naquele período, a exploração industrial. Cerca de 70% dosestabelecimentos industriais situavam-se na chamada �indústria madeirei-ra�; os demais atuavam na indústria �extrativa mineral� e �alimentar� . Aprodução rural agregava, na década de 1950, o milho, feijão, arroz, batatainglesa, trigo, tomate e uva. O abastecimento dos demais gêneros necessáriosà comunidade não produzidos regionalmente, eram obtidos em Ponta Grossa,Curitiba e São Paulo.

Page 113: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

113

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 010.21 212.82 669.33 132.631 321.091 726.132 863.852

%oãçairaV - 19,431 04,02 53,103 74,93 48,12 45,11

Outro aspecto a ser mencionado quando se observa a questãoeconômica no Município de Foz do Iguaçu, refere-se à atividade turística. Em1939, foi criado o Parque Nacional do Iguaçu na região das Cataratas. Já nadécada de 1950 afluíam �[...] dezenas de turistas, em sua maioria estrangeiros,a fim de conhecerem as famosas e deslumbrantes cataratas do Iguaçu,consideradas pela sua beleza, seus contrastes, [...] distantes apenas 27quilômetros da cidade�.

Para ROLIM (1995, p. 84), este município �sempre foi uma espéciede enclave no território paranaense, papel acentuado depois da construçãode Itaipu. Atualmente, possui uma dinâmica própria baseada no turismo demassa com características nacionais, no comércio de abastecimento doParaguai e na própria Itaipu Binacional, além de ser um grande centro financeiroonde simultaneamente circulam quatro moedas�.

Segundo o Censo do IBGE, Foz do Iguaçu contava, em 2000, comaproximadamente 258.368 habitantes, localizados, quase que exclusivamentena área urbana do município, ou seja, no distrito sede. O distrito de Alvoradado Iguaçu possuía, em 1996, aproximadamente 144 habitantes. A Tabela 1apresenta as variações populacionais no Município de Foz do Iguaçu.

A Figura 3.1 mostra a divisão política administrativa do Paraná noano de 1940, destacando a área territorial pertinente ao Município de Foz doIguaçu. (CIGOLINI, 1999).

Muito embora a Região permanecesse quase que totalmente isoladado território brasileiro, verificava-se intensa atividade econômica, baseada naexploração da erva-mate e da madeira. Para COLODEL (1999), a presençaestrangeira no Oeste Paranaense ocorreu, tanto pela impotência das autorida-des brasileiras, quanto pela adoção de uma política de colonização equivocada.

TABELA 3.1: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deFoz do Iguaçu - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 114: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

114

Desde a criação do Município de Foz do Iguaçu e, considerando-se aexistência de inúmeros núcleos de povoamento, as emancipações destesmesmos núcleos somente se iniciaram em meados da década de 1940. Ouseja, quase quatro décadas transcorreram para que se vislumbrasse a possi-bilidade de desmembramento dos novos municípios, a saber, Cascavel, Guaírae Toledo, no ano de 1951. Desvinculados de Foz do Iguaçu, detinham extensaárea territorial, caminhos mal traçados, comunicações deficitárias e acessosprecários a outros centros políticos, gerando, conseqüentemente, certo isola-mento com as demais regiões do Estado do Paraná. Mesmo assim, osdesmembramentos caracterizaram-se como um processo rápido, pautado,principalmente, no dinamismo dos ciclos econômicos regionais.

Neste processo de ocupação e colonização, as frentes migratóriascom descendentes de imigrantes italianos, alemães e poloneses, além dafrente migratória de paulistas �nortistas�, conferiram uma nova dinâmica àregião, iniciando-se a mercantilização da produção agrícola viabilizada, prin-

FIGURA 3.1: Divisão político administrativa no ano de 1940

Fonte: Mapa digitalizado por CIGOLINI (1999), do original (1937) do acervo da Secretariade Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMA.

Page 115: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

115

cipalmente, pelas Companhias Colonizadoras.Na seqüência, são estabelecidas de forma específica, as diferentes

caracterizações encontradas em cada um dos municípios emancipados nadécada de 1950.

3.4 O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NA DÉCADA DE 1950

No início da década de 1950, a Região Oeste do Paraná experimentouum surto de crescimento que, por si só, justificava as emancipações ocorridasnaquele momento. Além do Município de Foz do Iguaçu, à Região passou aintegrar outros quatro novos municípios, a saber: Guaíra, Toledo, Cascavel eGuaraniaçu. Dentre as principais características destes novos municípios,ressalta-se a extensa área territorial, os caminhos mal traçados, querepresentavam uma quase inexistente estrutura viária, as comunicaçõesdeficitárias e, conseqüentemente, o acesso precário aos outros centrospolíticos.

3.4.1 A Emancipação do Município de Guaíra (1951)

Segundo o IBGE (1956), a região de Guaíra, apesar de pertencer,inicialmente, ao território do Paraguai, era habitada exclusivamente porselvagens, distribuídos em numerosas tribos. O �pueblo� de Ontiveros, fundadoa uma légua do Salto das Sete Quedas, justificava-se pelos legítimos direitosde conquista dos espanhóis. Após a fundação deste primeiro povoado, oGoverno paraguaio fundou, próximo a Ontiveros, Ciudad Real del Guairá, naconfluência do rio Piquiri, objetivando a escravização de cerca de 40 milfamílias indígenas. Surgiu, posteriormente, um novo estabelecimento espanholdenominado Vila Rica do Espírito Santo, configurando-se, assim, a regiãodenominada Guairá.

Esta região foi anexada ao território brasileiro, em virtude dosconstantes ataques dos bandeirantes aos pueblos e reduções jesuíticas, queacabaram por afastar, definitivamente, a pretensão do Governo do Paraguaide prolongar, neste rumo, o seu domínio até o Atlântico. (IBGE, 1956).

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 116: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

116

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - 684.12 578.23 961.92 000.03 282.92 366.82

%oãçairaV 00,35 82,11 58,2 04,2 11,2-

A Cidade de Guaíra, propriamente dita, surgiu na primeira metade doSéculo XX, pertencendo, durante 50 anos, aproximadamente, à CompanhiaMatte Laranjeiras S.A. (encampada pelo então Serviço de Navegação daBacia do Prata, em 1944), dando-lhe impulso de que necessitava para seuprogresso e evolução já que foi, na década de 1940, adquirida, enquanto região,pelo Governo do Estado do Paraná. A sua população, em 1950, foi recenseadajuntamente com a do Município de Foz do Iguaçu, de cujo território faziaparte como simples povoado.

O Município de Guaíra foi criado através da Lei nº 790, de 14/11/1951. A população do Município de Guaíra era estimada, em 1959, em 2.400habitantes e contava com três aglomerados urbanos: Vilas de Nova Maripá,Palotina e Terra Roxa do Oeste, com, respectivamente, 200, 100 e 200habitantes. (Localizava-se, de acordo com o critério de regionalizaçãofisiográfica, na região denominada Sertão do Rio Paraná).

O dinamismo do Município foi, historicamente, atrelado à questão doturismo voltado às �Sete Quedas�. Com a construção da Hidrelétrica de Itaipue o desaparecimento dos saltos do rio Paraná, o município alterou seudinamismo econômico.

Em 2000, o Município de Guaíra contava com, aproximadamente,28.663 habitantes, distribuídos entre a sede do Município e o Distrito de DoutorOliveira Castro (1.774 habitantes).

3.4.2 A Emancipação do Município de Toledo (1951)

Toledo tornou-se município sem antes ser distrito, desmembrando-sede Foz do Iguaçu pela Lei Estadual nº 790, de 14/11/1951, sancionada peloentão governador Bento Munhoz da Rocha Neto e instalado, oficialmente,em 14/12/1952. A compreensão do processo de emancipação de Toledo

TABELA 3.2: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deGuaíra - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

Page 117: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

117

encontra-se, fundamentalmente, atrelada à colonização desencadeada pelaMARIPÁ (Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná S.A.). De acordocom COLODEL (1999, p. 239): �A Maripá é considerada a mais importanteimobiliária do Oeste Paranaense�. O objetivo deste grupo de industriais ecomerciantes gaúchos era o de comprar uma gleba de terras, no Municípiode Foz do Iguaçu, às margens do rio Paraná, conhecida pela denominação deFazenda Britânia5 (obrage de propriedade de uma companhia imobiliária in-glesa). Segundo o IBGE (1956, p. 508), �(...) ao atingir a região, os dirigentesda MARIPÁ, a encontraram coberta de densas matas virgens e cerrada devegetação própria de clima tropical. Não existiam estradas e não haviahabitantes�.

Ainda de acordo com o IBGE (1956, p. 508): �Nos primeiros diasde abril de 1946, um caminhão procedente do Rio Grande do Sul, partia deCascavel. Depois de trinta dias de viagem pelas selvas desconhecidas eagrestes, foram construídas três palhoças junto a um arroio, assinaladonum velho mapa dos ingleses como sendo o arroio Toledo e, neste local,foi iniciada a construção da serraria nº 1�. Mais especificamente, foi em27 de março de 1946, que as primeiras famílias de colonizadores chegarame lançaram os acampamentos. A identificação oficial de �Toledo� deu-seposteriormente, numa opção entre �Toledo - Cristo Rei - Brasiléia�. Aopção recaiu sobre os registros de 1905 e 1906 que atribuíam o nome de�Pouso Toledo�, a um recanto de descanso de tropeiros ao longo de umapicada utilizada para transporte de produtos, especialmente de erva-mate,comercializados por estrangeiros que possuíam glebas na Região Oestedo Estado do Paraná. (CÂMARA MUNICIPAL DE TOLEDO, 2000)(http://www.toledonet.com.br/camara/historico.htm)

Este trabalho pioneiro que se confunde com a própria história deToledo durou dois anos. A população, existente no município na década de1960, totalizava 24.959 habitantes, distribuídos entre os sete distritos e a sededo município, com predominância da população na área rural. Caracterizou-se, assim, a extração vegetal como primeira atividade econômica desenvolvida,dadas as reservas existentes de pinho, cedro e outras madeiras e a exploraçãoda agricultura como importante elemento dinamizador da economia municipal.

A estruturação da MARIPÁ e, conseqüentemente, a estruturaçãoviabilizada para a ocupação das terras ali loteadas, orientou-se em função do

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 118: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

118

controle acionário que era, inicialmente, dividido em dois grupos distintos: ogrupo Ruaro-Dalcanale (origem italiana), que descobriu e realizou o negócioda Fazenda Britânia, ficou com 33% do controle acionário. O restante dasações ficou com o chamado grupo alemão. É interessante ressaltar que,embora ambos os grupos fossem oriundos do Rio Grande do Sul, instituiu-secerta dicotomia: italiana � alemã e católica � protestante. A condução doprocesso de colonização foi imprimida nos primeiros anos pelo chamado �grupoitaliano�. Entretanto com a ascensão do chamado �grupo alemão� à chefiada MARIPÁ, houve, segundo COLODEL (1992), mudança substancial napolítica de recrutamento.

A conseqüência natural desta política de recrutamento foi a distintaformação étnica nos municípios de Toledo e Marechal Cândido Rondon. Asegunda ocupada, predominantemente, por alemães, e a primeira, uma misturade italianos e alemães. Porém, mesmo existindo colonos de origem alemã eitaliana, na região de Toledo, mais especificamente, configurou-se certadiferenciação espacial entre estas comunidades visto que �(...) as comunidadesdeveriam aglutinar pessoas da mesma origem étnica e religiosa. Elas deveriamconviver pacificamente, com respeito mútuo, porém viver isoladamente�. Nestesentido, Willy Barth, um dos principais acionistas da colonizadora, elegeu onúcleo de Marechal Cândido Rondon, para �rivalizar e concorrer� com Toledo.Assim, Marechal Cândido Rondon deveria tornar-se um núcleo de origemalemã, com características religiosas luteranas. COLODEL (1992), observaque se formou, indiscutivelmente, uma visão etno-cêntrica, na sociedade doOeste paranaense.

Em 1949, foram iniciados os trabalhos de topografia e levantamento,efetuando-se o traçado da pequena vila de Toledo. O quadro rural da vila foiformado por chácaras de 25 hectares, colônias e sítios demarcados com áreade 10 �alqueires�, levando-se em conta que cada colônia deveria ser alcançadapor água corrente de vertente natural ou arroio. Em 1951, iniciou-se acolonização. A agricultura e a produção de suínos começou a se desenvolversendo que grande parte já assumia características de exportação.

A penetração na mata pelos engenheiros e agrimensores e aconstrução de estradas permitiram fundar vilas, como as de General Rondon,Novo Sarandi, Quatro Pontes, Dez de Maio, Nova Santa Rosa e outras. Odesenvolvimento destas localidades, caracterizando a formação do Município

Page 119: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

119

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - 959.42 588.86 282.18 978.49 714.09 981.89

%oãçairaV 99,571 99,71 37,61 17,4- 06,8

de Toledo ocorreu, fundamentalmente, pela convergência em torno das co-munidades agrícolas. Destaca-se, desta forma, a importância do processo decolonização ali consolidado. A base agrícola e o grande rebanho de suínos(justificando a presença da empresa agroindustrial SADIA) no município,são aspectos que foram fortalecidos ao longo do tempo.

De acordo com o IBGE (2000), o Município de Toledo possuía umapopulação de 98.189 habitantes, distribuídos entre sua sede e seis distritos.Destaca-se uma variação populacional positiva, considerando-se a contagemparcial de 1996 frente aos números do Censo Populacional de 2000.

Os atuais distritos deste município são:

� Dez de Maio� Dois Irmãos� Novo Sarandi� São Miguel� Vila Nova� Novo Sobradinho

3.4.3 A Emancipação do Município de Cascavel (1951)

O município foi criado através da Lei Estadual nº 790, de 14/11/1951,tendo seu território desmembrado de Foz do Iguaçu. �Em virtude do Decretoestadual nº 1.542, de 14 de dezembro de 1953, foi criada a Comarca deCascavel, cuja instalação se deu a 9 de junho de 1954. A população, recenseadaem 1950, perfazia um total de 4.411 habitantes, com cerca de 90% destapopulação residente na zona rural. Já em 1956, estimava-se uma populaçãode 2.000 habitantes, apenas na aglomeração urbana. A articulação com as

TABELA 3.3: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deToledo - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 120: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

120

atividades terciárias no Município de Cascavel foi verificada já nos primeiros

anos de sua emancipação, permitindo, assim, caracterizá-lo como um impor-

tante centro fornecedor de bens e serviços. �(...) é detentora de um bom

comércio e ponto obrigatório para todas as comunicações do Extremo Oeste

do Paraná�. (IBGE, 1956, p.100).

O censo demográfico de 1960 apontava uma população de 37.346

habitantes ainda com a população rural predominante na área do município.

Em 1956, funcionavam 30 unidades de ensino primário fundamental comum.

Embora tenha sido elevado à categoria de município na década de

1950, o povoamento da localidade iniciou-se, ainda, em 1930. Formou-se,

assim, um povoado no meio do sertão e às margens do caminho entre

Guarapuava e Foz do Iguaçu, segundo o IBGE (1959). Soma-se a este fato,

a característica da localização geográfica em um ponto formado pelo

entroncamento de várias trilhas abertas pelos ervateiros (então denominada

�Encruzilhada�). Neste local, em 1928, surgiu o primeiro armazém. A

expansão da localidade foi viabilizada, mediante a facilidade para a aquisição

de terras devolutas, de propriedade do Estado, o qual reconhecia o direito

de domínio de determinada área, mediante a comprovação de posse feita

pelo interessado. (IBGE, 1956, p. 99).

A economia do então recém criado município, assentava-se na

agricultura e pecuária (milho, feijão, arroz, trigo, centeio, batata inglesa, além

da criação de suínos), destacando-se �a grande quantidade de pinhais existentes

no município (representava) a sua principal riqueza natural�. (IBGE, 1956, p.

99). A atividade industrial, inicialmente desenvolvida, atrelava-se ao

extrativismo e à produção alimentar. Segundo o IBGE (1956), previa-se, para

o início da década de 1960, um acentuado desenvolvimento na indústria

madeireira. Isto configurou a expansão do segundo grande ciclo econômico

vivenciado pela Região Oeste e que permitiu, ainda em meados da década de

1960, aliado ao processo de modernização da agricultura, a inserção da região

e, em especial, do Município de Cascavel, na dinamização da agricultura de

exportação, pautada no binômio soja-trigo.

Reafirmando sua condição de município �cabeça de zona� na Região

Oeste do Paraná, os dados demográficos vêm apresentando variações

positivas, conforme Tabela 3.4.

Page 121: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

121

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 114.4 895.93 129.98 954.361 099.291 256.912 660.542

%oãçairaV 27,797 90,721 97,18 70,81 28,31 75,11

3.4.4 A Emancipação do Município de Guaraniaçu (1951)

O Município de Guaraniaçu foi criado em 14 de novembro de 1951,através da Lei Estadual nº 790, instalado em 14 de dezembro de 1952 e elevadoa Comarca em 15 de julho de 1968, pela Lei Estadual nº 5.809.

Para a maior compreensão sobre a formação do município, sãoapresentadas algumas características deste processo.

O município foi desmembrado de Laranjeiras do Sul e elevado àcategoria de distrito em 1934. Entretanto sua história confunde-se com aformação histórica do Estado do Paraná, por originar-se das expedições queexploravam o Terceiro Planalto Paranaense, no Século XIX. Posteriormente,com a criação da Colônia Militar de Foz do Iguaçu6, acelerou-se odesbravamento da Região Oeste do Paraná. Em 1917, a estrada ligandoGuarapuava à Colônia Militar, formou o primeiro povoado de Guaraniaçu,denominado Rocinha e, posteriormente, o núcleo de Mato Queimado.

Esta região foi, também, palco de inúmeros combates entre as tropaslegais e os revolucionários que formavam a Coluna Prestes, na década de1920, mais especificamente, entre 1922 e 1925, quando houve acontecimentosrevolucionários. Na região onde hoje está instalado o Município de Guaraniaçuforam registrados inúmeros combates entre as tropas legais e os revolucionárioscujos sinais permanecem até os dias de hoje.

Posteriormente, a chegada de imigrantes oriundos dos Estados doRio Grande do Sul e Santa Catarina vieram somar-se aos habitantes dosprimeiros núcleos da região, dinamizando o processo de formação do município.

Dado o grande surto de progresso no Oeste do Paraná, foi traçadauma estrada de Guarapuava até Foz do Iguaçu. A área de terras, onde foiiniciada a colonização de Guaraniaçu, pertencia à família Virmond, de

TABELA 3.4: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deCascavel - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 122: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

122

Guarapuava e, por volta de 1925, os núcleos conhecidos por Rocinha e

Mato Queimado destacavam-se graças aos trabalhos de seus primeiros

moradores que construíram a primeira capela, na qual eram realizadas missasde seis em seis meses devido à dificuldade de locomoção. O patrimônio

Rocinha se desenvolvia graças ao trabalho incansável de seus moradores

que, irmanados, conseguiam vencer todos os obstáculos que o ambiente

hostil oferecia. Em 1926, foi instalado o primeiro estabelecimento comercial,que foi seguido por outros. Confiantes no progresso, seus habitantes atraiam

novos moradores.

Em 1934, foi construída a primeira escola. Neste mesmo ano, dada

às inúmeras solicitações e um profundo trabalho desenvolvido por seusabnegados moradores com apoio direto do prefeito de Laranjeiras do Sul, a

localidade foi elevada a Distrito Judiciário de Laranjeiras do Sul, com o nome

de Guaraniaçu. A denominação Guaraniaçu, segundo algumas versões, significa

em língua guarani, índio grande.Em 1947, o Distrito apresentava diversos melhoramentos: posto de

saúde, hotel e diversas outras benfeitorias conseguidas com o esforço de

todos. O primeiro prefeito do município passou por grandes dificuldades, masconseguiu boas realizações, transmitindo a todos otimismo e esperança de

dias melhores.

No ano de 1952, os senhores João Badoti e Eudoxio Antonio Badoti

adquiriram uma área de 3.500 alqueires e iniciaram um grande loteamentonesta área onde, hoje, localiza-se a cidade de Guaraniaçu. Dotados de espírito

empreendedor e pioneirismo, conseguiram a vinda de grande número de

moradores.

Instalado na região, à época denominada Extremo Oeste Paranaense,o Município de Guaraniaçu, na década de 1970, surpreendeu, dada sua

expansão econômica e demográfica, principalmente, até a década de 1980,

quando se observa declínio populacional somados a dificuldades de ordem

econômica.A economia do município foi destacada pela produção de milho desde

o início de sua colonização, destacando-se, também, as culturas diversificadas

como soja, trigo, arroz, feijão e, em menor escala, o café, além da pecuária e

suinocultura. (Prefeitura Municipal de Guaraniaçu � 1978).

Page 123: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

123

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 600.6 224.12 946.82 864.43 210.62 906.91 331.71

%oãçairaV 86,652 47,33 23,02 45,42- 26,42- 36,21-

A Figura 3.2 apresenta o recorte territorial verificado após as eman-cipações ocorridas na década de 1950. De acordo com CIGOLINI (1999, p.39): �Comparando-se com o mapa anterior da divisão político � administrati-va do ano de 1940 percebe-se uma grande ampliação do número de municí-pios [ênfase dada para os municípios inseridos na Região Oeste do Paraná].Já eram 119 municípios no Paraná, setenta dos quais criados entre os anos de1940 e 1951, ou seja, em apenas 11 anos�.

TABELA 3.5: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deGuaraniaçu - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

FIGURA 3.2: Paraná - Divisão político-administrativa no ano de 1951

Fonte: Mapa digitalizado por CIGOLINI (1999), do original (1953) do acervo da Secretariade Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMA.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 124: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

124

3.5 O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NA DÉCADA DE 1960

As emancipações, que ocorreram durante a década de 1960,

obedeceram, principalmente, a critérios políticos. Dezesseis municí-

pios foram emancipados neste período. A análise destes processos

pauta-se na dinâmica dos então distritos emancipados dos municípios

criados, a partir da emancipação de Foz do Iguaçu. Neste momento, o

surto de crescimento, vivenciado pela Região, permitiu que algumas

inferências políticas fossem realizadas para a continuidade deste cres-

cimento. A dinâmica inerente ao ciclo madeireiro, as primeiras res-

postas do processo de mercantilização da produção agrícola, defini-

ram uma nova inserção da Região perante o próprio Estado do Paraná.

Pode-se afirmar, também, que as políticas de desenvolvimento, inseridas

nos planos de governo, contribuíram, de forma positiva, para a expan-

são regional.

3.5.1 A Emancipação do Município de Corbélia (1961)

Desmembrado de Cascavel, o município foi criado em 10 de junho de

1961, através da Lei Estadual nº 4.382, e instalado em 8 de dezembro do

mesmo ano. �Na década de 1940 chegaram as primeiras famílias dos pioneiros

vindos de diversas localidades do País�. (PARANÁCIDADE, 1998). Em

1953, formava-se um povoado às margens da estrada que liga Cascavel à

Região Norte do Estado, com ocupação predominante de pioneiros gaúchos

e catarinenses.

No período inicial de ocupação, as terras eram devolutas,

configurando-se um estado de �posse�. �Esta ação de tomada de terra

preocupou o Estado que por sua vez procurou legalizar a situação de muitos

posseiros da região. Foi acionada a Fundação Paranaense de Colonização e

Imigração, que efetuou vistorias nas terras ocupadas a fim de legalizá-las

[...]�. (FERREIRA, 1999, p. 232).

A população perfazia, em 2000, 15.795 habitantes, distribuídos no

meio urbano, 12.221 e, rural, 3.747. O distrito de Ouro Verde do Piquiri

Page 125: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

125

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - 276.93 109.53 318.22 869.51 597.51

%oãçairaV 15,9- 64,63- 00,03- 80,1-

possuía um total de 1.644 habitantes. Distritos: Sede, Nossa Senhora da

Penha e Ouro Verde do Piquiri. (IBGE, 2000).

3.5.2 A Emancipação do Município de Formosa do Oeste (1961)

�Em 6 de janeiro de 1961, pela Lei Estadual nº 4.311, o núcleo

de Formosa foi elevado à categoria de Distrito Administrativo, com ter-

ritório pertencente ao Município de Cascavel�. (FERREIRA, 1999, p.

263).

O Município de Formosa foi criado através da Lei Estadual nº 4.382,

de 10 de junho de 1961 e, instalado, oficialmente, em 8 de dezembro de 1961,

desmembrado do Município de Cascavel. A alteração da denominação do

município ocorreu em 18 de novembro de 1977. O processo de colonização

foi conduzido pela Colonizadora Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná �

SINOP, conforme escritura pública lavrada em 26 de março de 1960.

(PARANÁCIDADE, 1998).

O processo de formação do município iniciou-se, ainda, em 1958, e

as ligações necessárias ao então povoado, segundo os seus pioneiros, passa-

vam pela construção de uma balsa no rio Piquiri, para a travessia de pessoas

e veículos, exatamente no lugar denominado Ponto 4. (FERREIRA, 1999).

Observa-se que as ligações na parte setentrional da região, hoje, denominada

Oeste do Paraná, eram, especificamente, com o Noroeste do Estado do

Paraná.

A população do município, de acordo com FERREIRA (1999, p. 263),

somava, em 1996, 9.741 habitantes, assim distribuídos: 5.097 - área urbana e

4.644 � área rural.

TABELA 3.6: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deCorbélia - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 126: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

126

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - 872.44 000.63 691.51 147.9 747.8

%oãçairaV 07,81- 97,75- 09,53- 02,01-

3.5.3 A Emancipação do Município de Capitão Leônidas Marques (1964)

O Município de Capitão Leônidas Marques foi criado pela Lei Estadualnº 4.859, de 28 de abril de 1964 e, instalado, oficialmente, em 14 de dezembrode 1964, desmembrado de Cascavel. Interessa observar que o município nãopassou pela condição de distrito para emancipar-se. Existia apenas o povoado,e este elevou-se à condição de município em um período relativamente breve.O município teve sua origem no povoado de Aparecida do Oeste [pertencenteà Cascavel], o qual estava inserido no projeto de colonização conhecido por�Gleba Andrada�.

A formação do município esteve ligada, em grande parte, ao incentivodado, por parte do Governo do Estado, através das companhias imobiliárias, oque dinamizava o fluxo migratório para a Região. �Um dos pioneiros a iniciaro povoamento teria se estabelecido, por volta de 1957, com uma �safra deporcos� � como eram chamadas as criações de suínos � em terras quecorrespondem hoje à sede urbana de Capitão Leônidas Marques�.(PARANÁCIDADE, 1998). Mais especificamente: �A região do baixo Iguaçu,na qual está inserido o município [...] foi colonizada basicamente por famíliasde Santa Catarina e Rio Grande do Sul�. (FERREIRA, 1999).

�O lugar cresceu, a população aumentou, com muita disputa pelaterra. Em 1963, como os problemas fundiários e as dificuldades não eramresolvidas por Cascavel, foi criada uma comissão pró-município. [...] Atravésde acordo de parlamentares foi criado o novo município.� (PREFEITURAMUNICIPAL DE CAPITÃO LEÔNIDAS MARQUES, 1998).

Este município possuía, em 1996, uma população de 14.387 habitantes,assim distribuída: 9.764 na área urbana e 4.623 na área rural. Possui, ainda, odistrito sede e também Alto Alegre do Iguaçu. Neste distrito, somavam-se,aproximadamente, 2.100 habitantes, segundo o IBGE (1996). Especificamente,

TABELA 3.7: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deFormosa do Oeste - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

Page 127: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

127

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - 652.32 328.04 348.71 357.51 783.41

%oãçairaV 45,57 03,65- 27,11- 76,8-

na questão demográfica, houve diminuição da população, em função dosdesmembramentos de Boa Vista da Aparecida (1981) e Santa Lúcia (1990).Em 1970, a população do Município perfazia 23.256 habitantes, com 85,2%da população encontrando-se no meio rural. Em 1980, a população total doMunicípio de Capitão Leônidas Marques alcançava 40.823 habitantes7, com74,7% da população no meio rural.

A partir dos desmembramentos, a população reduziu-se, em 1991,para 17.825, mantendo apenas 43% da população no Município. Em 2000,em relação à população existente na década de 1980, apenas 35,2% dapopulação ainda se encontrava no Município.

3.5.4 A Emancipação do Município de Assis Chateaubriand (1966)

O município foi criado pela Lei Estadual nº 5.389, de 27 de agosto de1966 e, instalado, oficialmente, em 07 de abril de 1967, sendo desmembradodos Municípios de Cascavel, Palotina e Toledo.

�Os primeiros grupos étnicos que chegaram na região foram formadospor italianos, alemães, portugueses e japoneses vindos do norte do Estado doParaná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e do Nordeste. A vendade terras iniciou-se em 1959 e a economia do município baseou-se nestaépoca no extrativismo da madeira nativa.� (PARANÁCIDADE, 1998). Acolonizadora responsável pelo processo de desbravamento, foi a ColonizadoraNorte do Paraná S/A, sob o comando de Oscar Martinez, caracterizando aocupação e colonização do Vale do Piquiri. Segundo FERREIRA (1999), aliforam encontradas terras muito férteis, o que contribuiu para o dinamismo daagricultura nesta região.

Vale ressaltar que houve planejamento do processo urbanístico paraposterior ocupação da cidade que, de acordo com FERREIRA (1999), inicial-

TABELA 3.8: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deCapitão Leônidas Marques - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 128: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

128

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - 006.87 136.45 737.93 856.53 672.33

%oãçairaV 05,03- 72,72- 72,01- 86,6-

mente, tinha a denominação de Tupãssi, palavra de origem tupi e que significa�Mãe de Deus�.

�O patrimônio foi iniciado oficialmente em 15 de janeiro de 1960 comterritório pertencente ao Município de Guaíra, posteriormente passou a DistritoJudiciário do Município de Toledo, por meio da Lei Estadual nº 4.343, de 21 demarço de 1961.

O Município de Assis Chateaubriand possuía, em 2000, 33.276habitantes, distribuídos entre a sede, 29.240 habitantes e os distritos deBragantina e Encantado do Oeste, com respectivamente, 2.918 e 3.500habitantes.

3.5.5 A Emancipação do Município de Nova Aurora (1967)

O governador da época, Paulo Pimentel, em data de 25 de setembrode 1967, expediu a Lei Estadual nº 5.643, que criava o Município de NovaAurora. Instalado oficialmente, em 11 de dezembro de 1968, desmembradode Cascavel e de Formosa do Oeste.

Na segunda metade do Séc. XIX, ainda eram os índios cainganguese camés, os senhores das extensas terras onde, mais tarde, seria localizado oMunicípio de Nova Aurora8.

Com o povoamento, a expansão econômica/cultural e a expectativade desenvolvimento e progresso da região, os proprietários das extensas áreasde terra que compreendiam o vale do Piquiri e do Melissa, começaram aocupar, ou mesmo lotear e vender suas propriedades até, então, praticamenteesquecidas. Com isso, enquanto não se processavam a correta legalizaçãodas terras, violentos conflitos foram travados entre os posseiros e os legítimostituladores das áreas ocupadas. (BAZANELLA, 1984).

Com a intervenção judicial que veio somente muitos anos mais tarde,

TABELA 3.9: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deAssis Chateaubriand - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

Page 129: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

129

quando dezenas de vidas inocentes já haviam sido ceifadas, os ânimos foramacalmados e os posseiros se tornaram legítimos proprietários com a autoriza-ção de suas escrituras definitivas.

Posteriormente, quando os posseiros passaram a ser proprietários, aentão denominada �Encruzilhada Tapejara� já era povoado consolidado, tinhacasas comerciais, hotel, sendo planejada, também, a construção de uma capelae de uma escola. Despreocupados com as questões da terra e conflitosarmados, os colonizadores começaram a expandir suas atividades agrícolasem todos os setores.

Utilizando machados, foices e outros, começaram a derrubar imensasáreas de matas virgens para o cultivo do café, feijão e milho, que florescia,largamente, na terra recém desbravada, transformando-a, de solo inóspito,em terras ricas. Riquezas estas que iam se alastrando e se solidificando coma intensificação do plantio do café. (BAZANELLA, 1984).

Em 1960, formulou-se um requerimento na câmara de Cascavel, poisNova Aurora pertencia a Cascavel, solicitando a criação de um distritoadministrativo na localidade de Nova Aurora (antiga Encruzilhada Tapejara).O requerimento foi aprovado em 25.09.1961.

Iniciaram-se as demarcações de ruas e avenidas. A esta altura, várias estradas jáhaviam sido abertas, a comunicação com os centros civilizados tornou-se mais fácil,também tornou-se mais fácil o escoamento das safras colhidas, as dificuldades detransporte de alimentos e provisões já não eram tantas, até um ônibus de propriedadede um possuidor de grande área de terras em Nova Aurora fazia diariamente a linhaFormosa/Nova Aurora/Cascavel e vice-versa. Os próprios habitantes da localidadede Nova Aurora mesmo com seus afazeres pessoais, trabalhavam pelo

desenvolvimento do lugar. (BAZANELLA, 1984 p.16)9.

De acordo com as pesquisas da época, no ano de 1967, Nova Aurora

já contava com, aproximadamente, 30 mil habitantes nas áreas rural e urbana.

O povo conclamava, a uma só voz, exigindo a criação do município. O Município

de Nova Aurora caracterizava-se, em sua grande parte, por áreas minifundiárias,

com a exploração da agricultura e da pecuária. Isto deveu-se ao fato de que,

com a colonização da região, por grupos étnicos oriundos do Sul do Brasil e,

também, por outros vindos das regiões Sudeste e Nordeste, houve uma

diversificação nas explorações da terra. (BAZANELLA, 1984, p. 62).

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 130: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

130

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - 885.03 983.81 494.51 024.41 936.31

%oãçairaV 98,93- 57,51- 49,6- 24,5-

Alguns aspectos econômicos podem ser ressaltados neste con-

texto. O café, entre altos e baixos, por diversos momentos foi a cultura

principal de Nova Aurora. O cultivo da hortelã, depois do café, apresen-

tou-se como uma das primeiras opções que acompanhavam o

desbravamento da região. A soja é, hoje, a primeira cultura em

importância econômica do Município.

O plantio da soja foi tão aceito por parte dos agricultores que cobria,

em 1984, 60% do território agrícola de Nova Aurora. (BAZANELLA �1984,

p. 75-78). Significativa é, também, a participação do cooperativismo no

Município.

Nova Aurora possui, como distrito, a localidade de Palmitópolis. A

partir de seu processo emancipatório, o Município vem perdendo população,

conforme se observa na Tabela 3.10.

3.5.6 A Emancipação do Município de São Miguel do Iguaçu (1961)

O Município de São Miguel do Iguaçu foi desmembrado de Foz do

Iguaçu e de Medianeira. Foi elevado à categoria de Distrito Administrativo

de Gaúcha, em 6 de fevereiro de 1952. O Município foi criado pela Lei Estadual

nº4.338.

A origem do município é anterior. Segundo FERREIRA (1999, p.

462): �Em 1948 a Colonizadora Gaúcha Ltda. iniciou a execução de

projetos para a fundação de uma nova cidade no Extremo Oeste

Paranaense. Foi providenciada a medição e demarcação dos terrenos no

perímetro urbano, sendo fundado o povoado em 1951, com a denominação

de Gaúcha�. Possui os distritos de Aurora do Iguaçu, São José do Iguaçu

e São José do Itavó10.

TABELA 3.10: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deNova Aurora - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

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131

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - 677.34 012.65 034.94 806.73 410.14

%oãçairaV 14,82 70,21- 29,32- 60,9

3.5.7 A Emancipação do Município de Marechal Cândido Rondon (1960)

O Município de Marechal Cândido Rondon foi criado pela Lei Estadualnº4.245, de 25 de julho de 1960 e, instalado, oficialmente, em 02 de dezembrode 1961. Foi desmembrado do Município de Toledo.

A discussão voltada à formação do Município de Marechal CândidoRondon é correlata à formação do Município de Toledo, em função do trabalhodesenvolvido pela Colonizadora Maripá que, na sistemática da colonização,procedeu de maneira distinta para os Municípios de Toledo e Marechal CândidoRondon. Os primeiros moradores chegaram à localidade em 07 de março de1950. A população do Município pode ser assim caracterizada:

Com significativas percas populacionais na década de 1990, perce-be-se, na última contagem populacional, uma variação positiva no ano de2000. Os ganhos relativos ao segmento agroindustrial no Município podemter contribuído para este incremento populacional.

3.5.8 A Emancipação do Município de Palotina (1960)

O Município de Palotina foi criado em 25 de julho de 1960, pela LeiEstadual nº 4.245, desmembrando-se dos Municípios de Guaíra e de Toledo.

TABELA 3.11: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deSão Miguel do Iguaçu - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.12: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deMarechal Cândido Rondon - 1950/2000

CRIAÇÃO DO MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 747.52 742.43 127.42 961.32 413.42

%oãçairaV 20,33 28,72- 82,6- 49,4

Page 132: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

132

Para o entendimento de como ocorreu a colonização e a história do

Município, deve-se reportar às décadas de 1950 e de 1960.

O avanço para o Oeste paranaense foi realização de desbravadores

vindos do Sul e do Norte brasileiro. Deve-se lembrar que os marcos funda-

mentais foram definidos pelas Colônias Militares que se estabeleceram em

Foz do Iguaçu, Chopim e Guaíra.

Pelo norte paranaense, avançavam os fazendeiros paulistas em busca

de novas terras para o plantio do café. Várias companhias de colonização se

habilitaram a medir e vender terras, colonizando em direção ao Centro Oeste.

A primeira proprietária de terras no Oeste do Paraná foi a Companhia

�Estrada de Ferro São Paulo � Rio Grande do Sul�, que recebeu esta terra,

em troca da construção daquela ferrovia. Substituiu-a na posse, outra firma

com o nome �BRAVIACO� (Companhia Brasileira de Viação e Comércio).

Os trabalhadores assalariados dessas firmas eram paraguaios e

brasileiros que não tinham posses de espécie alguma, nem havia lei que os

amparasse. Na época, já estavam deslocando-se muitos agricultores do Rio

Grande do Sul em direção a Santa Catarina e Sul do Paraná. A maioria destes

descendentes de italianos e alemães, entravam pelo sertão com a esperança

de um futuro melhor.

Em 1950, o Grupo Dalcanalle e Alfredo Ruaro criaram a Empresa

Pinho e Terra Ltda., e começaram a colonizar vários municípios, entre eles

Palotina. Os mesmos fundadores desta companhia, já haviam fundado São

Miguel do Oeste e Concórdia, em Santa Catarina.

Em um jornal de grande aceitação no interior gaúcho, o Correio

Riograndense, de 1º de setembro de 1954, publicava-se uma página de

propaganda a respeito de Palotina:

CIDADE DE PALOTINA [...] realmente as terras do Piquiri são as melhores, asmais férteis e as mais completas do Brasil e entre as melhores do mundo, queconforme cientistas americanos, somente pelas terras da Ucrânia, país da Europa...um dos núcleos de maior e mais rápido progresso do Oeste paranaense, e mesmoporque é de propriedade da poderosa e conhecida firma PINHO E TERRAS LTDA.No final da propaganda, acrescentava o artigo, a garantia: �possui Certidão de Registrode Escritura Pública no Registro Geral de Imóveis da Comarca de Foz do Iguaçu,

Estado do Paraná, às folhas 45 do Livro 3 � D sob nº 3028...�.

Page 133: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

133

Com estas credenciais, os colonos que precisavam buscar novos lu-gares para colocar suas famílias, dadas as más condições de seus minifúndiosquase improdutivos, encarrapitados nas serranias da Serra São Martinho,abrangendo os Municípios de Santa Maria, Cachoeira do Sul e Júlio de Castilhose, depois, toda a encosta do Alto Uruguai, aceitaram com toda confiança odesafio da nova colonização. Entretanto, ninguém sabia das brigas entre Estadoe Federação, companhias contra companhias, posseiros contra grileiros.

Esta região era faixa de fronteira, e uns diziam que estaria totalmentesubordinada à Federação. As questões jurídicas, nem os próprios tribunaisnão conseguiram �destrinchar� sobre quem teria direito de posse líquida ecerta.

Começou em 1958, a questão litigiosa das terras de Palotina. A firmacolonizadora alegava títulos legítimos sobre o que ela era apenas procuradora,mas autenticamente autorizada a colonizar, e o Estado, por seu Governadorpassou a negar a legitimidade à colonizadora, pelas desapropriações decretadasem 1940 e 195011.

Por volta de 1957/58, a paz de Palotina foi quebrada. Nesta época,em uma fase negra de sua vida administrativa, o Governo do Estado do Paranáresolveu � sem respeitar a legítima propriedade de Ruy de Castro e centenasde famílias de agricultores de Palotina, - expedir títulos de domínio plenosobre terras de Palotina, em favor de terceiros, chamados de �agricultores doasfalto�. Os novos titulados, que nunca tinham tido posse nas terras e nemhaviam nelas plantado, resolveram importunar os colonos ocupantes das terras,ameaçando-os de expulsão. Em 1963, o juiz da 1ª vara dos feitos da FazendaEstadual de Curitiba, em ato �ilegal� determinou o cancelamento de todos ostítulos de Ruy de Castro e dos colonos que dele adquiriram terras, segundoREGINATO (1979, p. 41)=.

Então, para conseguir uma solução para o problema, de forma imediatae objetiva, o Estado do Paraná, sendo o Governador Ney Braga, desapropriouas terras de Palotina, transferindo o litígio das terras para a esfera judicial,possibilitando aos colonos de Palotina trabalharem em paz e sossego.Lamentavelmente, os títulos dos colonos de Palotina não foram restabelecidoscom a vitória colhida.

A entrada dos gaúchos e catarinenses na região foi motivada pelabusca de terras ideais à agricultura. Uns deixaram seus minifúndios quase

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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improdutivos, outros abandonando terras montanhosas, desejavam estabele-cer-se num chão mais promissor e em espaço vital adequado para si e suasfamílias. Quem anda perto do Alto Uruguai e pelo centro riograndense, en-tende as dificuldades do agricultor. Quem o orientou para essas terras, enten-deu realizar uma grande obra social humanitária, patriótica.

Os agricultores, conseguindo, na força do braço, com machado eenxada, plantar e colher boas roçadas de milho e feijão, muitas vezes nãopodiam vender os produtos, ou vendiam a preços baixos, por falta de conduçãoou falta de boas estradas. (REGINATTO, 1979).

Após alguns anos, aconteceu a migração, e cinco mil famílias, estandocolocadas em regime de pequena e média propriedade, outras mil, ou mais,que aqui aportaram, não acharam colocação. Vinham de Minas Gerais, SãoPaulo, Espírito Santo, Ceará, Bahia, entre outros lugares, sem previsão detrabalho, trazidos por �gatos�, em paus de arara, sem orientação nenhuma,formando magotes de gente que precisava de tudo, pareciam fugitivos dealguma calamidade.

Muitos deles conseguiram colocação temporária, no forte da derrubadadas matas e no plantio de hortelã. Mas esta cultura era feita num sistemamais primitivo, nem sempre com clima favorável e, quando produzia bem,baixava sua cotação, entregue aos caprichos dos exploradores internacionais,que pagavam o que queriam. Deste modo, a ilusão da cultura da hortelã seapagou depressa em toda a Região Oeste do Paraná. (REGINATTO, 1979).

Estas primeiras inferências no solo da Região possibilitaram a inserçãode diferentes ciclos econômicos, responsáveis, em grande parte, pelo dinamismodo Município. Estes ciclos podem ser assim caracterizados pelo fato doterritório palotinense ser coberto por uma densa mata tropical. Esta riquezaem madeiras e fertilidade de solo condenou a floresta à sua quase extinção.Com a devastação, a mata dava lugar a uma agricultura rotineira, trazidapelos agricultores originários do sul brasileiro. Praticavam-se culturas anuaisdo milho, feijão, trigo e soja e a criação de suínos.

O aumento da população deu-se de forma rápida e, com o incrementodemográfico, aumentaram também as áreas plantadas. O alto rendimento,observado nas lavouras, justificava o entusiasmo dos primeiros moradores,criando um clima de pioneirismo que caracterizou a região.

Com a devastação desordenada das matas e o aproveitamento da

Page 135: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

135

fertilidade do solo, sem preocupação de restituir, com adubos químicos, osnutrientes que as colheitas retiravam do solo, viriam problemas futuros.

De acordo com as origens dos povoadores, a agropecuária passava adesenvolver-se, conforme a tradição do povo. As principais culturasdesenvolvidas eram voltadas à alimentação animal e de subsistência familiar.

O milho era o alimento básico para os suínos e foi plantado em toda aparte em que era tirado o mato. O suíno se constituía na principal fonte derenda do Município. Por este motivo, a agricultura tinha como referência aprodução dos alimentos necessários ao normal desenvolvimento desta atividadebásica. Com este objetivo, a cultura do milho foi a mais importante na décadade 1960.

A soja foi trazida pelos agricultores vindos do Rio Grande do Sul ealcançou destaque desde os primórdios. Por serem utilizadas variedades debaixa produtividade e pelas condições de plantio manual, as colheitas erampouco expressivas. A exemplo do milho, a soja tinha, como finalidade principal,a alimentação dos suínos. Porém, como a soja pura causava desequilíbrio nosanimais, utilizavam-na como forma de forragem verde que, cortada na fasedo crescimento vegetativo, era dada �in natura� aos suínos, constituindo-senum alimento de grande valor nutritivo.

A mandioca tinha origem desconhecida pelos agricultores e recebiadenominações várias. A busca de abundante fonte de alimentos para essesrebanhos existentes, a facilidade no plantio e a sua alta produtividade, aliadaà sua qualidade alimentícia, fizeram com que chegasse a ter uma área de8.000 ha. plantados. Toda a produção era consumida na nutrição humana; oexcedente, utilizado na alimentação de bovinos e suínos, sendo utilizada arama para as vacas de leite.

A porosidade do solo e o clima quente, provocando intensa evaporação,não permitiu um desenvolvimento satisfatório do arroz, sem uma adição deágua por irrigação. Por este motivo, a cultura do arroz se limitou às áreasmais baixas, onde ocorria a contenção de água. Por esta razão, o arroz, atéhoje, apresenta apenas um interesse de subsistência do agricultor.

O feijão tinha nas terras férteis e ricas em matéria orgânica, osubstrato ideal para o seu desenvolvimento. Como se tratava de um produtobásico na alimentação do brasileiro, era de se esperar um crescimentoconsiderável de sua cultura. Devido aos fatores de rentabilidade, esta

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 136: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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leguminosa não passou de cultura de subsistência.O fumo apresentou certa importância econômica, pelo fato de que

alguns agricultores, conhecendo o seu cultivo, tiravam boa parte de sua rendacom a produção do fumo em folhas, e vendiam para a COMPANHIA DECIGARROS SOUZA CRUZ. Com o surgimento da mecanização agrícola,bem como os critérios de classificação, fizeram com que muitos abandonassema cultura do fumo.

O trigo, até os anos 1968, não alcançara grande importância e forasempre tratado manualmente. Por ser cultura de inverno, acompanhava ocolonizador. A falta de variedades adaptadas à Região e o cultivo primitivo,não permitiam conseguir-se mais que o suficiente ao consumo familiar.

O café estava no plano inicial após as primeiras derrubadas das matas.Houve, também, financiamento por parte do Banco do Brasil � Agência deFoz do Iguaçu. No entanto as fortes geadas ocorridas logo depois e, em anossubseqüentes, puseram por terra as ilusões do plantio do café. Por estacausa, áreas antes destinadas à cultura do café, passaram a produzir milho efeijão e outras foram ocupadas por pastagens.

A hortelã apresentou-se como uma das opções que acompanharam odesbravamento regional. Sendo exploração exigente, requer um solo rico emmatéria orgânica e necessita de muita mão de obra. Esta encontrou, na terrade Palotina, as condições adequadas para o seu rápido crescimento. Oagricultor, que se dedicava a esta cultura, era na sua maioria de origemnordestina.

A cultura da menta acelerou o desbravamento da mata. Firmascompradoras instalaram postos de compra, mas colocavam o produtor numadependência total do comprador. Logo decresceu, para desaparecer em cincoanos. Este ciclo acompanhou a suinocultura e foi paralelo à corrida damecanização agrícola, para logo se extinguir.

O algodão, embora este Município seja dotado de ótimas terras, cujascaracterísticas físicas e químicas serviriam para o cultivo do algodão, estenunca pôde firmar-se como cultura de importância econômica. Isto se deveua falta de tradição por parte dos agricultores ali fixados com relação a estacultura.

A soja e o trigo, num segundo período, provocou uma autênticarevolução-verde e que levou o nome de Palotina para além de suas fronteiras.

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137

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 732.83 512.52 028.91 588.61 192.61

%oãçairaV 60,43- 04,12- 18,41- 25,3-

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - 500.34 842.82 507.03 387.42 567.52

%oãçairaV 23,43- 07,8 92,91- 69,3

E, com o decorrer do tempo, veio a tornar-se a principal cultura do Município,a tal ponto que Palotina passou a denominar-se de �Capital da Soja�.

Nos anos 1960, a principal fonte de renda do Município era asuinocultura e, em 1967, o rebanho suíno de Palotina era um dos maiores daRegião. O rebanho suíno cresceu até o ano de 1968/69, para decairrapidamente e ceder seu lugar de destaque para o binômio soja/trigo.

Na sua época áurea, a suinocultura era o imperativo normal, pois adivisão fundiária muito fragmentada, limitava outra cultura de expansão, e agrande produção de milho e outras matérias primas, voltadas para a alimentaçãode suínos, não dava outra chance. Firmou-se, também, a criação de suínoscomo herança tradicionalista trazida pelas famílias que vieram, por primeiro,do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

3.5.9 A Emancipação do Município de Terra Roxa do Oeste (1960)

A criação do Distrito Administrativo ocorreu em 1956, com territóriodesmembrado do Município de Guaíra, com a denominação de Terra Roxa doOeste. O Município de Terra Roxa do Oeste foi criado, por meio da LeiEstadual nº 220, de 14 de dezembro de 1961 e, instalado em 27 de outubro de1962, desmembrando-se de Guaíra. (PARANÁCIDADE, 1998). Em agostode 1955, a CODAL, Companhia de Colonização e Desenvolvimento Rural12,adquiriu área onde se localiza, atualmente, o município, dividindo a área emlotes rurais e delimitando a área urbana.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.13: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município dePalotina - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.14: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deTerra Roxa - 1950/2000

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 138: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

138

3.5.10 A Emancipação do Município de Matelândia (1960)

Segundo FERREIRA (1999), pela Lei Estadual nº 99, de 21 de julhode 1952, foi criado o Distrito Administrativo com território pertencente aoMunicípio de Foz do Iguaçu. O Município foi criado em 25 de julho de 1960,pela Lei nº 4.245, desmembrado de Foz do Iguaçu.

Diferentemente do que haviam realizado, quando da constituição daMARIPÁ, os sócios desta colonizadora procuraram dividir este patrimônio erevendê-lo a colonizadoras menores que se incubiam de demarcar as áreas erepassá-las, em lotes, aos colonos interessados. Assim, cada colonizadoramenor era independente.

A formação dessas colonizadoras seguiu, basicamente, umaorientação de natureza geográfica, sendo que todas tinham seus elementosdirigentes provenientes do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Na realidade, seriam essas colonizadoras menores que dariam o tomda ocupação e povoamento do setor Cascavel � Foz do Iguaçu, com cadauma seguindo seus próprios passos, adotando suas linhas de conduta e definindoos locais de onde sairiam as maiores levas de colonos para as áreas sob a suajurisdição, segundo COLODEL (1992).

A empresa PINHO E TERRAS LTDA., dividiu-se em váriaspequenas empresas de colonização, entre elas a Colonizadora Matelândia,que foi a responsável pelo desenvolvimento deste Município.

A colonização de Matelândia iniciou-se, formalmente, em 1950 eesteve, diretamente, ligada ao processo de colonização da ColonizadoraPINHO E TERRAS LTDA.

No dia 26 de maio de 1950, saía de Flores da Cunha, Estado do RioGrande do Sul, a primeira leva de moradores que iriam se fixar no futuroMunicípio de Matelândia.

Vieram acompanhados de boa quantidade de ferramentas para aagricultura e de carpintaria. Elas se faziam indispensáveis para que sepudessem abrir estradas, derrubar a mata e construir suas primeiras moradias.

Dos municípios mais antigos da zona de colonização italiana, Caxiasdo Sul impôs-se como o centro de onde se originou o número maisrepresentativo de famílias de colonos que se deslocaram para Matelândia,nos primeiros anos de sua existência.

Page 139: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

139

Para os colonos que chegavam a Matelândia, no início dos anos 1950,não havia maiores problemas no que se refere à obtenção da alimentação.Quando vinham de mudança, procuravam trazer consigo diversas variedadesde mantimentos necessários. Quando estes necessitavam, a própriacolonizadora fornecia aos colonos quantidades suficientes de alimentação,que eram buscadas em Cascavel, na época, o centro comercial mais próximode Matelândia.

Os colonos procuravam cultivar os seus próprios alimentos. Cultivavamhortas e plantavam pomares, pois, quando chegaram a Matelândia, poucaseram as variedades de frutas nativas que logravam encontrar. Destacavam-se a banana e o mamão, encontrados em grande quantidade. Portanto, parainiciar o plantio de outras variedades de frutas, os colonos tiveram que irbuscar mudas em outros lugares.

A entrada de posseiros em Matelândia foi sintomática e emergiu comouma conseqüência da própria conjuntura histórica de ocupação da terra noterritório paranaense. A Região Norte do Estado do Paraná, durante a décadade 1960, apresentar-se-ia como um foco de repulsão, bastante representativo,de indivíduos para as áreas de colonização que estavam sendo preenchidasno Oeste deste território. Naquela Região, o processo de ocupação da terraencontrava-se, neste período, bastante adiantado, motivado pela expansão daatividade cafeeira. A facilidade inicial para a compra de áreas destinadas aesta cultura e para a absorção de mão-de-obra, havia atraído enormescontingentes populacionais provenientes dos Estados de São Paulo, MinasGerais e, em escala mais reduzida, do nordeste brasileiro.

O sistema de colonização determinava que a compra de uma áreadeveria ser em torno de 10 alqueires. Não tendo recursos financeiros para aaquisição, pensavam empregar-se nas frentes de trabalho. Porém, como naspequenas propriedades as famílias dedicavam-se, inicialmente, a uma produçãode subsistência, não tinham condições de empregar essa mão-de-obraexcedente.

Em Matelândia, o início do cultivo do café, por volta de 1953/1954,serviu de forte estímulo para a chegada de centenas de famílias oriundas doNorte do Paraná, ávidas por trabalharem naquela atividade que conheciamtão bem. Aqui chegando, procuraram se empregar nas grandes propriedadesque haviam optado pela cafeicultura e que necessitavam, urgentemente, de

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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mão-de-obra, para dar impulso aos seus negócios.Muitos incorporaram esses patrimônios, e outros optaram por invadir

áreas que possuíam a sua situação jurídica pendente. As conseqüências destasinvasões foram inevitáveis e violentas.

Se num primeiro momento, os chamados �nortistas� tiveram acessoà compra de propriedades dificultado, não foram afastados completamente.Para alguns dirigentes das colonizadoras, o afastamento dos elementos�nortistas� também se ligava ao fato de que eles não estavam familiarizadoscom o tipo de agricultura de subsistência normalmente praticada pelos �sulistas�,em regime de pequena propriedade e de clima predominantemente temperado.Estavam, isto sim, mais afeitos às culturas de clima tropical, notadamenterelacionadas com o plantio do café.

Para os colonos residentes em Matelândia, uma propriedade ruralsem animais domésticos era uma exceção. Além da vaca leiteira e de algunscachorros, havia um animal para cavalgar, uma novilha de boa raça e umajunta de bois, para puxar a carroça e fazer trabalhos de tração. (COLODEL,1992).

O consumo da carne de porco sempre foi largamente disseminadoem toda Região Sul do Brasil, e a sua criação era uma atividade comercialem expansão desde as primeiras décadas do Século XX. Como o mercadopara o consumo de banha e outros derivados da carne de porco aumentavaconsideravelmente, a criação desses animais consolidou-se nas frentes deocupação e colonização.

O colono sulista, principalmente aquele vindo do Rio Grande do Sul,desconhecia completamente esse sistema de venda de porcos, criados muitasvezes de forma selvagem, no meio do mato e sem qualquer tipo de cuidados.No Rio Grande do Sul, os porcos eram, via de regra, criados em chiqueiros e,quando vendidos, eram para açougues ou frigoríficos, transportados emcarroças. Por outro lado, o colono sulista repudiava a prática adotada peloscaboclos na criação e no transporte de porcos. Muitos foram os confrontosentre colonos sulistas e caboclos pelos estragos causados por porcos soltosem plantações.

Para as famílias de colonos sulistas, que fixaram residência emMatelândia, a criação de porcos tinha o seu lugar garantido. Inicialmente,para consumo, mais tarde, foi se desenvolvendo e angariando um caráter

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comercial cada vez mais relevante, principalmente, após a construção dofrigorífico �Frimesa�, em Medianeira.

Quando se iniciou a derrubada e, depois, a queimada dos matos, oscolonos procediam ao plantio do trigo que, após a sua colheita, ficava prontopara futuras plantações, geralmente o milho, feijão e a hortelã, mais tarde, asoja em pequeníssimas quantidades.

A soja apareceria, somente, nos primeiros anos da década de 1970,com a mecanização e quando a procura de óleos comestíveis, feitos à basedeste grão, acentuou-se no mercado consumidor nacional.

Ao iniciar-se a década de 1960, mesmo com o crescimento da indústriamadeireira, a base agrícola passaria a ser dominante na Região. Esta assumiria,ao longo da década de 1960, o primeiro lugar na produção de milho e criaçãode suínos no Paraná, diversificando sua produção com a introdução de outrasculturas, tais como a mandioca, feijão, trigo, soja e mesmo o café, ainda queem escala bem menos significativa para o contexto microrregional.(COLODEL, 1992).

As décadas de 1950 e 1960 marcaram para o incipiente núcleo urbanode Matelândia a estruturação inicial da sua rede de estabelecimentoscomerciais. No final da década de 1960 e início das décadas de 1970 e 1980,surgiram as agências bancárias. O ano de 1982 foi marcado pela vinda daSUDCOOP e, em 1987, foi aberto o entreposto da COTREFAL.

Ao final da década de 1960, novas forças começaram a agir sobreessa base. De um lado, a crescente demanda nacional por óleos vegetais e,do outro, por carne suína. A primeira foi respondida, por meio da ampliaçãoda produção de soja, em parte associada à cultura do trigo. A segunda levouà instalação de frigoríficos na Região e à tecnificação da criação suína. Tantoesta tecnificação, quanto a crescente capitalização do cultivo da soja e dotrigo, tornada possível pelos preços favoráveis no mercado internacional,levaram ao rompimento da base agrícola de semi-subsistência e aodesenvolvimento de uma nova base - de agricultura ou criação especializadade mercado. Tendência esta que foi reforçada pelo fato de que, a partir dofinal da década de 1960, a Região passou a contar com as primeiras viasadequadas de transporte em direção aos seus mercados. A principal dessasvias de integração foi o asfaltamento da antiga Estrada Estratégica Federal -a BR 34, em 1967, passando a denominar-se BR-277. Com a pavimentação

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 142: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

142

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 165.42 624.33 923.71 828.31 443.41

%oãçairaV 90,63 61,84- 12,02- 37,3

asfáltica desta importantíssima via de comunicação, a Região integrou-se,com maior agilidade, com o restante da economia paranaense. A Tabela 3.15apresenta as variações populacionais pertinentes ao Município de Matelândia.

3.5.11 A Emancipação do Município de Medianeira (1960)

O Município de Medianeira foi criado pela Lei Estadual nº 4.245, de25 de julho de 1960, publicada no Diário Oficial do Estado nº 119, de 28 dejulho de 1960, sendo desmembrado do território pertencente a Foz do Iguaçu.

O município foi instalado, oficialmente, em data de 28 de novembrode 1960, sendo criado os distritos do Município de Medianeira: Santa Helena,Flor da Serra, Missal e Jardinópolis.

Em 27 de maio de 1949, partia rumo ao oeste paranaense umacaravana de 20 homens, interessados na venda de uma gleba de terraslocalizadas entre Matelândia e São Miguel do Iguaçu. Os componentes dacaravana vinham de vários municípios do Rio Grande do Sul, como BentoGonçalves, Guaporé e Veranópolis.

Em 29 de setembro do mesmo ano, foi realizada uma reunião para aFormulação dos Estatutos da Assembléia e organização de uma sociedadepor quotas limitadas. A sociedade teria como denominação social: Industrial eAgrícola Bento Gonçalves Ltda., e sua finalidade seria:

a) Explorar o ramo de colonização e loteamento de terras;b) Extração, industrialização e comércio de madeira em geral;c) Iniciativas agrícolas de qualquer natureza, bem como tudo quanto

mais possa interessar.

Determinada a localização de Medianeira, foi procedida a primeira

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.15: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deMatelândia - 1950/2000

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derrubada e localizados os piquetes da então BR 34. Escolheu-se o local daavenida central, estabelecendo-se que a futura cidade teria 2 km ao correr daEstrada Federal e 2 Km rumo ao sul, havendo um pequeno aumento de área,pela inclinação da estrada, na passagem pelo perímetro urbano.

Segundo Soccol, �quase um ano depois da constituição da sociedade,conhecemos de passagem, a área que idealizamos colonizar, onde fundaríamosa cidade de Medianeira, a Vila Flor da Serra e o núcleo Espigão do Norte.Enfim, Medianeira tomava forma, pronta para receber novas etapas de suaevolução, com um povo apto a realizá-las. Demos plena liberdade decrescimento, livre de opressões e, enquanto foi nossa tarefa, atendemos comtoda dignidade. A propaganda foi intensa na arte da divulgação do oesteparanaense�.

Como norma, a Colonizadora deu ênfase à proteção humana, partindoda premissa do melhor bem-estar, que era a formação de um núcleo centralque oferecesse condições mínimas de habitação e convivência entre osdiferentes elementos que formavam Medianeira, no intuito de congregá-los edar-lhes homogeneidade, partindo daí para a colonização da área rural.

Pedro Soccol13 entregou sua pretensão ao agrimensor Paim, traçandoum �Xis� no projeto e indicando as demais avenidas, todas com 30 m delargura, e as ruas, com 20 m. Com isto pensou que o plano urbano estariaperfeito para as condições de tráfego, e as quadras obedeceriam ao padrãode 100 x 100 m, menos nas diagonais, com corte nos cantos e, na frente daFederal, com aludida inclinação. Assim, o ponto zero foi estabelecido noencontro do centro, da hoje Av. Brasília, com o centro da BR 277 e lançadaslinhas de 1 Km nos rumos leste e oeste.

De acordo com Pedro Soccol, �Mais tarde, com a penetração namataria, formamos a vila de Flor da Serra e a sub-sede Espigão Norte, com afinalidade de facilitar a vida das famílias da zona rural�.

As culturas básicas da época foram o milho, trigo, arroz, feijão, comensaios no algodão e café, estas desconhecidas do pessoal do Sul.

Formavam-se pequenos �potreiros�, com grama jesuíta, mais tardeampliadas com outras espécies.

Segundo José Calegari, �a colonizadora reduziu o ritmo de construirpor falta de licença Federal e Estadual, pela indefinição do traçado da BR277, não queríamos que acontecessem erros. Assim, esperamos mais tempo

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 241.13 163.94 566.83 *016.53 008.73

%oãçairaV 15,85 76,12- 48,3 51,6

para que se tornasse uma cidade verdadeira e livre, de acordo com o plano de

ordem e progresso�.

Edmundo Carlos Biesdorf relatou que: �No meio de muitas chegadas

de migrantes a Medianeira, houve um tempo em que a cidade parou. De 1954

a 1957, praticamente ninguém chegou aqui, só houve saídas. A crise deveu-

se a conflitos de terras � �grilos�. Com as notícias do que acorria por aqui, o

povo do Sul, receoso, deixou de migrar. Na área da Colonizadora, não houve

problemas, mas nas proximidades sim. Em Jardinópolis e na divisa do rio

Ocoy, principalmente, ocorreram vários conflitos. Muitas mortes em tocaias

aconteceram até que o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária) regularizasse a situação�.

Segundo Isaias Berta: �A nossa fonte de renda eram as plantações

de milho e feijão, a criação de suínos. No segundo ano plantamos café. Os

mantimentos eram tirados da própria agricultura. Só a carne era de caça�.

Com a aprovação do governo, em 1954, iniciou-se a construção da R25 -

estrada Medianeira-Capanema.

Quando foi alcançado o rio Iguaçu, viu-se a necessidade de barcas

para a travessia. Foram construídas duas barcas pela carpintaria da firma

colonizadora. São, aproximadamente, 17 Km, existentes entre a sede do

Município de Capanema e a sede do Município de Medianeira.

A rodovia, de revestimento primário, foi usada por várias décadas

ininterruptamente. Foi denominada �Estrada do Colono�, por ser de uso de

inúmeros colonos residentes às suas margens e imediações, em sua totalidade

minifundiários que, por ali transitavam, com destino à sede dos Municípios de

Medianeira e Capanema, para colocação e escoamento de seus produtos.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.* Exclusive a população do Município de Serranópolis do Iguaçu, que totalizava 4.537habitantes.

TABELA 3.16: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deMedianeira - 1950/2000

Page 145: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

145

3.5.12 A Emancipação do Município de Céu Azul (1966)

Pela Lei nº 230, de 29 de outubro de 1959, o povoado de Céu Azul foielevado à categoria de distrito administrativo, com território pertencendo aoMunicípio de Foz do Iguaçu. Porém, em 25 de julho de 1960, através da Lei nº4.245, que criou o Município de Matelândia, o núcleo de povoação passou ajurisdição do município recém-criado. O Município de Céu Azul foi criadoatravés da Lei Estadual nº 5.407, de 7 de outubro de 1966 e, instalado, em 22 dedezembro de 1968 (Lei nº 5.882), desmembrado do Município de Matelândia.

Segundo FERREIRA (1999, p. 223), a colonização de Céu Azul foirealizada pela empresa Pinho e Terras, organizada em 1946, ainda no RioGrande do Sul14. �Toda esta área colonizada foi realizada em cima de áreaque pertencia à família Matte, detentora de grande gleba, conseguida atravésda concessão governamental no ano de 1918�. (FERREIRA, 1999, p. 223).Portanto o território Céu-Azulense foi movimentado, também, por conta dociclo ervateiro, quando inúmeras companhias argentinas, que exploravam aerva mate em solo brasileiro, vagueavam por esta região, sem que, no entanto,nada de substancial, a título de efetivo povoamento, deixassem15. De acordocom HACKERMAN (1999, p. 23), dados os acertos governamentaisestabelecidos para a Colonizadora Pinho e Terras, referentes ao terreno �glebaguairacá e gleba esperia�, optou-se pela instalação deste novo núcleo urbano.

A colonização foi iniciada pelas etnias italiana e alemã, de procedênciados Estados do Sul do Brasil. Em 1960, ficou evidente uma corrente migratóriado Norte do Estado e do País, os quais se estabeleceram na parte norte domunicípio, atualmente Município de Vera Cruz do Oeste. Enquanto distrito,Céu azul pertenceu ao Território Federal do Iguaçu, fundado em 1943 e,extinto, em 1946, cuja capital foi Laranjeiras do Sul. Este fato fez com que omovimento migratório, por parte de famílias sulistas, fosse incrementado.

Em outubro de 1964, numerosas famílias de origem alemã, luteranas,procedentes de Piratuba, Santa Catarina, instalaram-se em Céu Azul.

Na parte Sul do Município, está o Parque Nacional do Iguaçu, o qualse encontra com o rio Iguaçu, o que confere ao Município riquezas emmananciais hídricos.

Há, na frente da Sede, uma área de lazer, dentro do Parque Nacionaldo Iguaçu, o que privilegia o Município, já que são raros os municípios que

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 912.32 444.52 685.01 044.01 244.01

%oãçairaV 95,9 04,85- 13,1- 20,0

obtêm semelhante autorização junto ao IBAMA.A economia do município destaca-se no setor primário, com a

agricultura; no setor secundário, a indústria e, no terciário, com o comércio.(FERREIRA, 1999, p. 232 e Prefeitura Municipal de Céu Azul, 1999). Possuiapenas o distrito sede. A população somava, segundo o Censo Populacionaldo IBGE, em 2000, 10.442 habitantes, com 7.195 habitantes na área urbana e3.247 habitantes na área rural.

3.5.13 A Emancipação do Município de Santa Helena (1967)

Pela Lei nº 026/62, de 20 de julho de 1962, Santa Helena foi elevadaa distrito do Município de Medianeira e Distrito Judiciário de Foz do Iguaçu.

O franco desenvolvimento da região culminou na emancipação políticaadministrativa do Município, em 26.05.1967, pela Lei nº 5.548/67. Foi omunicípio que mais cresceu no Brasil, conforme dados do IBGE, nos anos1970, chegando a atingir mais de 60 mil habitantes naquela década.

O território do atual Município de Santa Helena foi objeto da presençade grupos populacionais muito antes de sua povoação definitiva, a partir dasegunda metade do Século XX. Nesta região, habitavam inúmeros gruposindígenas, dentre os quais Mimos, Chiques, Cheripas e Chiringuanás.

A ocupação inicial da área do atual Município de Santa Helena, desdemeados do Século XIX, deveu-se, principalmente, à extração da erva-mate eda madeira, realizada de forma predatória pelas obrages, especialmenteaquela encabeçada por Domingos Barthe. Esta obrage instalou-se em terrasda Região Oeste do Paraná, a partir de 1858.

A passagem da Coluna Prestes contribuiu, decisivamente, para adesarticulação econômica da Companhia Domingos Barthe, coincidindo com

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.17: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município de Céu Azul - 1950/2000

Page 147: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

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a falência da Companhia Meyer e Annes, que havia se instalado em SantaHelena, naquele período. Transferida a massa falida Meyer e Annes paraAllegretti e Companhia, esta foi finalmente adquirida pela firma ImobiliáriaAgrícola Madalozzo Ltda., em 1952.

A presença de colonos migrantes em Santa Helena, em número maiselevado, deu-se, a partir de 1920, quando famílias de origem, preferencialmente,italiana, vindas do Rio Grande do Sul, instalaram-se próximas à margem dorio Paraná, constituindo um incipiente aglomerado populacional, hoje conhecidocomo Santa Helena Velha. Naquele local, essas famílias estruturaram-se empequenas propriedades produtivas, em caráter de subsistência e praticando oextrativismo.

Santa Helena Velha comandou a vida econômica e social até meadosda década de 1950, quando a Imobiliária Agrícola Madalozzo Ltda., deliberoupela constituição de um novo núcleo colonial, tendo como sede a atual cidadede Santa Helena.

A cidade de Santa Helena se originou ao norte, devido aos proprietáriosdas terras de Santa Helena Velha não quererem vender, à ImobiliáriaMadalozzo, uma área suficiente para a implantação de seu projeto urbano.

A exploração da madeira de lei, da erva-mate, a fertilidade do solovermelho e o baixo preço das terras atraiu à região grandes levas de famílias,notadamente, agricultores vindos dos Estados do Rio Grande do Sul e deSanta Catarina.

A presença deste fluxo populacional sulista, mais intenso a partir doinício da década de 1960, pode ser claramente observada no arrolamentorealizado em 1994, cuja participação do Rio Grande do Sul e de Santa Catarinaatingiu o patamar significativo de cerca de 75%.

O anúncio da construção da barragem da Usina Hidrelétrica de Itaipue a possível inundação de grande parte do território do município, inclusive daprópria sede, o que não se concretizou, gerou certa estagnação econômica,que veio a culminar com a desapropriação de 26.718 hectares de terras férteis(aproximadamente 31% da área total do município) e a migração de milharesde colonos desalojados e, outros, desestimulados pelo desalento e pela faltade perspectivas.

O incentivo à agroindústria também se constitui em opção dedesenvolvimento sócio-econômico, considerando-se a abundância dos produtos

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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agrícolas industrializáveis e a disponibilidade de mão-de-obra.A participação do contingente populacional, proveniente da Região

Sudeste e Nordeste, deixou de ser significativa, a partir da década de 1970,quando a mecanização da agricultura provocou um esvaziamento populacionalem Santa Helena, ocasionando o deslocamento desses migrantes para outrasregiões.

A diminuição populacional deu-se em razão da mecanização intensivada agricultura, do surgimento do lago de Itaipu e da emancipação política deSão José das Palmeiras, que reduziu a área física do município em 1.620,63Km². Estes condicionantes promoveram uma significativa evasão populacional,ocasionando um prejuízo econômico de vulto para a economia municipal.

O aproveitamento do potencial hidrelétrico do rio Paraná, em seutrecho internacional, era uma antiga aspiração dos Governos do Brasil e doParaguai. Em 22 de junho de 1966, foi firmada, entre os dois países, adeclaração conjunta que se denominou Ata do Iguaçu ou Ata das Cataratas,pela qual o Brasil e o Paraguai se dispuseram a proceder, de comum acordo,ao estudo e levantamento hidráulico dos recursos pertencentes em condomínio,às duas nações.

Os levantamentos topográficos da Itaipu Binacional causaramdesalojamento de 1.655 proprietários rurais e 65 proprietários urbanos noMunicípio de Santa Helena, envolvendo, aproximadamente, 26.376 hectares,fazendo com que a área municipal ficasse margeada, por um lado, de 1.043.736milhões de metros cúbicos de água, volume este que representa 69% dodeflúvio anual do rio Paraná.

Em 1982, foi aprovado, pela Itaipu Binacional, o Plano de Utilizaçãoda Área do Reservatório, onde ficou estabelecida e regulamentada a políticada entidade, com respeito à continuidade das providências de caráter ecológico,quanto à implantação dos usos múltiplos que as águas do reservatórioproporcionaram: pesca, turismo, lazer, abastecimento urbano e industrial,irrigação e outros.

O Município de Santa Helena, após 1979, previu a possibilidade deaproveitar a navegabilidade do rio Paraná, utilizando-se do lago, para criaruma ligação fluvial desde o quadro urbano de Santa Helena até o PortoPresidente Epitácio, no Estado de São Paulo, e que serviria para o escoamentode toda a produção agrícola da Região Oeste do Paraná, desafogando em

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149

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 438.62 488.43 168.81 684.91 784.02

%oãçairaV 99,92 49,54- 13,3 41,5

parte o intenso tráfego de caminhões pesados na BR 277.Durante as décadas de 1920 a 1960, os colonos, aqui estabelecidos,

trabalhavam em suas propriedades, produzindo, num regime de subsistência.Os poucos produtos agrícolas que eram cultivados, notadamente a mandioca,o arroz, o feijão, o milho e o trigo garantiam as necessidades familiares, e opouco excedente tinha como destino o comércio local, sendo uma pequenaparcela comercializada com alguns municípios vizinhos, destacando-se Fozdo Iguaçu.

A agricultura no Município de Santa Helena iniciou seu processo deintensa mecanização, a partir da década de 1970. Mecanização estacapitaneada pelo sistema financeiro, que tinha interesse na expansão dosseus negócios no meio rural brasileiro. Com esta mecanização, os produtosagrícolas (trigo, soja e milho) ganharam o mercado nacional e internacional,via Porto de Paranaguá.

Atualmente, o município, que é essencialmente agrícola, explora asseguintes culturas: soja, feijão, milho, algodão, mandioca, arroz, fumo e outrosprodutos de menor relevância. Esses produtos que apresentam maiorquantidade de produção são comercializados por cooperativas e cerealistasdo município.

Até o aparecimento do lago de Itaipu, com suas praias artificiais eáreas de preservação permanente, em 1982, os pontos turísticos existentesem Santa Helena podiam ser resumidos ao Saltinho sobre o rio São Franciscoe ao próprio rio Paraná, muito procurado pela variedade de peixes e pelabeleza natural inconfundíveis, que ficaram encobertas pelas águas doreservatório de Itaipu.

A partir de 1982, pode-se destacar os seguintes pontos turísticos: -Praia de Santa Helena (parque de lazer e turismo); Lago de Itaipu; Porto deSanta Helena; Refúgio Biológico; Marinas Clube; Ponte Queimada; MemorialColuna Prestes; Base Náutica de Santa Helena; Praça Antônio Thomé.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.18: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deSanta Helena - 1950/2000

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 150: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

150

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 627.52 133.63 128.9 102.01 083.01

%oãçairaV 32,14 79,27- 58,3 57,1

3.5.14 A Emancipação do Município de Catanduvas (1960)

O Distrito Judiciário de Catanduvas foi criado em 14 de março de

1914, através da Lei Estadual nº 1.383. Em março de 1938, o núcleo foi

elevado à categoria de Distrito Administrativo16, com território pertencente

ao Município de Guarapuava. Pela Lei Estadual nº 790, em 1951, o distrito

de Catanduvas passou a integrar o Município de Guaraniaçu. Foi criado

através da Lei Estadual nº 4.245, de 25 de julho de 1960 e instalado em 08

de dezembro de 1961, desmembrado de Guaraniaçu. (FERREIRA, 1999,

p. 220).

Este município, embora emancipado na década de 1960,

originou-se, ainda, no início do Século XX, ou seja, Catanduvas teve

sua instalação como distrito judiciário nos anos 1920, na ocasião em que

a Comissão Militar, comandada pelo General Cândido Mariano da Silva

Rondon, estendeu até aquela localidade os fios da linha telegráfica,

inaugurando, também, a Estação Telegráfica de Catanduvas. Em

Catanduvas verificaram-se, de 1923 até 1925, encontros entre as tropas

legalistas e revolucionárias.

Embora seja um município que tenha uma base histórica associada

às origens da Região Oeste do Paraná, os dados demonstraram violento

declínio populacional sendo, aos poucos, retomado o crescimento

demográfico na década de 1990.

A Figura 3.3 apresenta a divisão política administrativa no ano de1970.(CIGOLINI,1999).

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.19: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deCatanduvas - 1950/2000

Page 151: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

151

3.6 O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NA DÉCADA DE 1970

3.6.1 A Emancipação do Município de Cafelândia (1979)

Com a Lei Estadual nº 4.668, de 31 de dezembro de 1962, criou-se oDistrito Judiciário. Em 29 de setembro de 1979, pela Lei Estadual nº 7.292, foicriado o Município de Cafelândia, com território desmembrando-se deCascavel. A instalação oficial ocorreu em 01 de fevereiro de 1983. Não possuidistritos além da sede.

Sua denominação inicial era Caixão. Até 1948, as margens do rioCaixão, eram habitadas por �safreiros�, descendentes de caboclos e índios.No início da década de 1950, começou a se formar um povoado, e oscolonizadores que chegaram, para consolidar a formação do povoado, vinhamdo Sul do País e, misturando-se aos habitantes primitivos, formaram um lugarejoe resolveram modificar a sua denominação para Cafelândia, devido às gran-des plantações de café existentes. (FERREIRA, 1999).

FIGURA 3.3: Paraná - Divisão político-administrativa no ano de 1970

Fonte: Mapa digitalizado por CIGOLINI (1999), do original (1967) do acervo da Secretariade Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMA.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 152: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

152

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - - - 928.8 363.8 710.8

%oãçairaV 82,5- 41,4-

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - - - 390.8 433.01 831.11

%oãçairaV 07,72 87,7

3.6.2 A Emancipação do Município de Tupãssi (1979)

Em 30 de janeiro de 1967, o patrimônio de Tupãssi passou à

categoria de Distrito Administrativo e judiciário do Município de Toledo.

A Lei Estadual nº 7.270, de 27 de dezembro de 1979, criou o Município de

Tupãssi, com território desmembrado do Município de Assis Chateaubriand.

A instalação ocorreu no dia 01 de fevereiro de 1983. Tem como distritos:

Sede e Memória.

A exploração da erva-mate nativa era praticada em toda esta região

e, apesar deste chão ser �batido� pelos ervateiros, em sua grande maioria

paraguaios, jamais chegou a ser efetivamente habitado. O patrimônio de

Tupãssi foi iniciado em 1966, planificado pelas empresas Colonizadoras Norte

do Paraná S/A e Imobiliária Paraná Ltda. Seu crescimento deu-se pela

colonização ordenada e, como fator preponderante, a fixação de colonos afeitos

à terra, que encontraram um lugar onde puderam estabelecer-se como

proprietários rurais.

Muito embora a emancipação seja recente, os dados populacionais

apontam para a queda da população, sendo preocupante a ausência de

dinamismo econômico no município.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.20: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deCafelândia - 1950/200017

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.21: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deTupãssi - 1950/2000

Page 153: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

153

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - - 009.6 240.7 960.7 121.7

%oãçairaV 60,2 93,0 47,0

3.6.3 A Emancipação do Município de Nova Santa Rosa (1973)

A fase mais intensa de colonização, em terras do atual município,

deu-se a partir de 1954. Em 1962, foi criado o Distrito Administrativo e,

pela Lei nº 5.082, de 12 de abril de 1965, tornou-se Distrito Judiciário.

Em 20 de junho de 1973, pela Lei nº 09, tornou-se município emancipado,

com território desmembrado dos municípios de Marechal Cândido

Rondon, Palotina, Terra Roxa e Toledo. A instalação oficial ocorreu no

dia 31 de janeiro de 1977. Os distritos são: Sede, Alto Santa Fé e

Cristal.

3.6.4 A Emancipação do Município de Vera Cruz do Oeste (1979)

Em 1967, foi criado o Distrito Administrativo. Pela Lei Estadual nº

7.629, de 27 de dezembro de 1979, foi criado o Município de Vera Cruz do

Oeste, com território desmembrado de Céu Azul. A instalação oficial deu-se

em 01 de fevereiro de 1983.

Em 1964, iniciou-se o levantamento topográfico e foi traçado o

loteamento da Gleba Rio Quarto. Antônio Villas Boas teve a iniciativa de

fundar um povoado, objetivando oferecer melhores condições de vida aos

moradores da localidade. Trabalhou incansavelmente para conseguir o registro

legal do patrimônio, fato consumado em 22 de setembro de 1966. A situação

demográfica de Vera Cruz do Oeste demonstra involução populacional e deve-

se, em parte, às dificuldades de retomada de nova dinâmica produtiva, após o

esgotamento dos ciclos produtivos anteriores, como a hortelã. Tem somente

a Sede como distrito.

TABELA 3.22: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deNova Santa Rosa - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 154: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

154

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 073.11 313.01 056.9

%oãçairaV 03,9- 34,6-

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 811.6 604.01 437.01

%oãçairaV 90,07 51,3

3.7 O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NA DÉCADA DE 1980

3.7.1 A Emancipação do Município de Santa Tereza do Oeste (1989)

Ao pioneirismo da Região Oeste do Paraná, nas múltiplas etapas desua evolução, juntou-se, por vezes, enorme onda de �aventurismo�. A notíciada fertilidade do solo, do extraordinário progresso e de dinheiro que corriafacilmente, atraiu muita gente à região do atual município. O rápido povoamentodeveu-se a interesses despertados pela localização estratégica e pela facilidadede aquisição de terras. Santa Tereza foi elevada à categoria de DistritoAdministrativo e Judiciário, através da Lei nº 5.263, de 13 de janeiro de 1966,jurisdicionada ao Município de Cascavel. Pela Lei Estadual nº 9.008, de 12 dejunho de 1989, foi criado o Município de Santa Tereza do Oeste. O territóriofoi desmembrado dos Municípios de Cascavel e Toledo, sendo que a instalaçãooficial ocorreu no dia 01 de janeiro de 1990. Tem somente a Sede comodistrito.

3.7.2 A Emancipação do Município de São José das Palmeiras (1980)

Foi o espírito aventureiro e desbravador de alguns modernos bandei-

rantes que deu começo ao povoamento do território da faixa de fronteira, abrin-

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.23: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deVera Cruz do Oeste - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.24: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deSanta Tereza do Oeste - 1950/2000

Page 155: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

155

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 695.5 254.4 901.4

%oãçairaV 44,02- 07,7-

do caminhos e penetrando no seio da mata virgem, para criar povoados, esta-

belecer contato com o caboclo humilde e pacífico que habitava este imenso

sertão. Pela Lei nº 7.159, de 17 de junho de 1979, o núcleo foi elevado à cate-

goria de Distrito Administrativo e, em 17 de agosto de 1980, através da Lei

Estadual nº 875, foi criado o Município de São José das Palmeiras, com territó-

rio desmembrado do Município de Santa Helena. A instalação oficial ocorreu

no dia 01 de janeiro de 1986. Tem somente a Sede como distrito.

3.7.3 A Emancipação do Município de Boa Vista da Aparecida (1980)

Em 1967, o núcleo foi elevado à categoria de Distrito

Administrativo. A 22 de dezembro de 1981, pela Lei Estadual nº 7.551, foi

criado o município, com território desmembrado do Município de Capitão

Leônidas Marques e instalado a 01 de fevereiro de 1983. Possui apenas

a Sede como distrito.

A partir da década de 1950, correntes migratórias, oriundas das

áreas cafeeiras do norte do Estado e de São Paulo, assim como

catarinenses e gaúchos em busca de novas terras, trouxeram à região

características econômicas e de urbanização típicas. (FERREIRA, 1999).

Deve-se destacar, também, que parte do município, em sua área rural

sofreu alterações em função da construção da Usina de Salto Caxias,

havendo modificações na paisagem rural e diminuindo parcela da produção

rural do município.

A produção agrícola foi expressiva no algodão [com percas

relacionadas com mão de obra]. Também a suinocultura teve período de

expansão ao longo da década de 1980, transformando-se, em função da alte-

ração fundiária, em área com atividades pautadas na pecuária.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.25: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deSão José das Palmeiras - 1950/2000

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 156: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

156

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 960.8 136.6 191.6

%oãçairaV 38,71- 46,6-

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 073.01 312.01 704.8

%oãçairaV 25,1- 86,71-

3.7.4 A Emancipação do Município de Braganey (1982)

Em 02 de setembro de 1977, através da Lei Estadual nº 6.918, foicriado o Distrito Administrativo com a denominação alterada para Braganey.

Na década de 1950, atraídos pela fertilidade da terra, migrantes,principalmente de Santa Catarina, chegaram nesta região. Os pioneiros,inicialmente, instalaram-se às margens do rio Tigre, começando odesmatamento para ocupação da localidade e plantação de culturas desubsistência como milho, trigo, arroz, feijão e outros. Após a realização de umplebiscito com a população, da conveniência em elevar o distrito a condiçãode município autônomo, a resposta foi positiva e, atendendo aos anseiospopulacionais, em 03 de maio de 1982, através da Lei Estadual nº 01, Braganeyfoi elevado à categoria de município, com território desmembrado do Municípiode Corbélia, sendo que a instalação ocorreu em 01 de fevereiro de 1983. Temsomente a Sede como distrito. (FERREIRA, 1999).

3.7.5 A Emancipação do Município de Campo Bonito (1986)

Pela Lei Estadual nº 4.852, de 20 de março de 1964, foi criado oDistrito Administrativo de Campo Bonito. Em 31 de outubro de 1986, pela LeiEstadual nº 8.403, foi criado o município, com território desmembrado de

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.26: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deBoa Vista da Aparecida - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.27: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deBraganey - 1950/2000

Page 157: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

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osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 950.5 339.4 911.5

%oãçairaV 05,2- 77,3

Guaraniaçu. A instalação oficial deu-se no dia 01 de janeiro de 1989.

Campo Bonito teve seu território movimentado a partir da construção

da estrada que ligou a Colônia Militar Marechal Mallet a Colônia Iguaçu,

quando toda a região não passava de grande sertão. No período de 1923 a

1925, a região foi alvo de combates pela Coluna Prestes. Foi neste período,

mais precisamente em 1924, que chegaram a Campo Bonito os primeiros

desbravadores integrantes da tropa de soldados que vinham do Rio Grande

do Sul, com destino a Foz do Iguaçu. Só a partir da década de 1950, com a

colonização, é que a região se desenvolveu com a chegada de gaúchos,

catarinenses e paranaenses da região de Irati que vieram desenvolver a cultura

do café. Seus distritos são: Sede e Sertãozinho.

3.7.6 A Emancipação do Município de Três Barras do Paraná (1980)

Em 1966, através de Lei Municipal, foi criado o Distrito Administrativo

de Três Barras. Pela Lei Estadual nº 7.305, de 13 de maio de 1980, foi criado

o município, com seu território desmembrado de Catanduvas e denominação

alterada para Três Barras do Paraná. A instalação oficial deu-se no dia 01 de

fevereiro de 1983.

A povoação, da qual originou-se o Município de Três Barras do Paraná,

denominava-se Encruzo. A história da povoação de Três Barras está

intimamente ligada à de Catanduvas. A partir da década de 1940, ocorreu

forte fluxo migratório para a Região Oeste, notadamente de famílias

riograndenses e catarinenses. Isto contribuiu para que os espaços vazios fos-

sem preenchidos e a agricultura desenvolvida, pautada, principalmente, du-

rante as décadas de 1970 e 1980, na produção de feijão e fumo. Possui como

distritos: Sede e Santo Isidoro.

TABELA 3.28: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deCampo Bonito - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 158: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 941.41 096.61 163.81

%oãçairaV 69,71 10,01

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 289.41 750.31 228.11

%oãçairaV 58,21- 64,9-

3.7.7 A Emancipação do Município de Santa Terezinha de Itaipu (1982)

O Município de Santa Terezinha de Itaipu foi criado em 03 de março

de 1982, através da Lei Estadual nº 7.572 e, instalado em 01 de fevereiro de

1983, sendo desmembrado de Foz do Iguaçu.

Para melhor compreensão da formação do município, são apresentadas

algumas das principais características deste processo.

Em meados da década de 1950, a colonização do município deu-se

através de migrações provenientes de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e

Norte do Paraná. Posteriormente, instalou-se, também, na sede do município,

população remanescente da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, de

origem Nordestina e Mineira.

O meio rural do município é composto, basicamente, por descendentes

de italianos e alemães (80%). Em menor escala, encontram-se descendentes

de poloneses, ucranianos, portugueses e negros.

A economia do Município de Santa Terezinha de Itaipu se destaca

na Região pelo Terminal Turístico Alvorada de Itaipu, que possui uma praia

artificial tranqüila e adequada para o lazer, pois contém grandes espaços

para a prática de esportes e outros. (Prefeitura Municipal de Santa Terezinha

de Itaipu, 1999.)

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.29: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deTrês Barras do Paraná - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.30: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deSanta Terezinha de Itaipu - 1950/2000

Page 159: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

159

3.7.8 Emancipação do Município de Missal (1981)

Missal originou-se da colonização de terras doadas pelo GovernadorMoisés Lupion às Dioceses de Palmas, Jacarezinho, Toledo, Maringá e Londrina,em 29 de Abril de 1960. Por esta razão, inicialmente, era chamada de Terra dosBispos ou Gleba dos Bispos. Por sugestão dos próprios Bispos, adotou-se onome de Missal, em razão de sua ligação com a Igreja Católica. Missal denominao livro utilizado pelos padres para a celebração da Santa Missa.

A colonizadora Sipal efetuou as demarcações das terras e, em 25 dejulho de 1963, foi derrubada oficialmente a primeira árvore.

A colonização do município deu-se através de migrações provenientesde Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Norte doParaná. Da população de Missal, 80% são descendentes de alemães, sendoos demais italianos, portugueses e brasileiros.

Em 20 de janeiro de 1966, foi elevada a Distrito Administrativo eJudiciário de Medianeira, pela Lei 5.404. Em 1º de fevereiro de 1983, foi,oficialmente, instalado o Município de Missal e empossados o Prefeito, oVice-Prefeito e os Vereadores, para um mandato de seis anos.

O Município de Missal situa-se na Região Oeste do Paraná, possuiterritório com 380,759 Km², sendo 43,370 Km² banhados pelo Lago de Itaipu.Da área pertencente ao lago de Itaipu, 25,54 Km² são de área inundada e17,83 Km² são área de reserva (mata ciliar).

A renda da população é, predominantemente, originária da atividadeagropecuária. As principais atividades produtivas peculiares deste municípiosão: soja, milho, trigo, mandioca, fumo, ovinocultura, apicultura, olericultura,fruticultura, piscicultura e suinocultura.

O município dispõe, também, de um Centro de Comercialização doPequeno Produtor, que foi concretizado pela Secretaria Municipal deAgricultura, juntamente com a Emater e com a participação das Associaçõesde Produtores, com o objetivo de proporcionar uma melhoria na qualidade devida dos produtores associados e o fortalecimento econômico, caracterizando-se, através de uma atuação firme no fomento à produtividade, qualidade,produção e comercialização dos produtos, no sentido de oportunizar acomercialização da produção de origem animal e vegetal, transformados peloprodutor, através da agroindustrialização.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 160: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 352.9 048.4 878.4

%oãçairaV 07,74- 97,0

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 273.01 899.9 534.01

%oãçairaV 16,3- 73,4

O Centro do Pequeno Produtor é um mecanismo capaz de gerarrecursos para os produtores associados, pois é um meio seguro, através doqual o produtor pode gerar receitas adicionais pela venda de seus produtos, eo consumidor, por sua vez, pode adquirir estes produtos com preços reduzidos.(Missal: Dados Históricos e Estatísticos � 1999).

3.7.9 A Emancipação do Município de Diamante do Oeste ( 1987 )

Uma das medidas efetivas de colonização e povoamento desta faixade fronteira, foi a criação do Território Federal do Iguaçu, em 1943, extinto 03anos após. A partir de sua implantação, houve exacerbado fluxo migratóriosulino. Neste contexto, surgiu o povoamento que deu origem ao atual município.Pela Lei Estadual nº 7.186, de 16 de julho de 1979, foi criado o DistritoAdministrativo de Diamante do Oeste, com território pertencente ao Municípiode Matelândia. Em 21 de dezembro de 1987, através da Lei Estadual nº8.674, foi criado o município, com território desmembrado de Matelândia. Ainstalação oficial ocorreu no dia 01 de janeiro de 1989. Demograficamente,há um significativo decréscimo populacional, após o processo emancipatório.Os dados do Censo de 2000 sinalizam para a manutenção do número dehabitantes no município. Deve-se ressaltar que esta condição, passa,necessariamente, pela dinamização das atividades agrícolas ali inseridas. Temsomente a Sede como distrito.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.31: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deMissal - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.32: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deDiamante do Oeste - 1950/2000

Page 161: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

161

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 601.6 657.6 978.5

%oãçairaV 56,01 89,21-

3.7.10 A Emancipação do Município de Ibema (1989)

A efetiva colonização de Ibema ocorreu, quando foi instalada umaindústria madeireira, às margens da BR-277. Esta empresa, denominadaIndústria Brasileira de Madeiras S/A, IBEMA, devido ao seu porte empresarial,dispunha de sólido quadro de funcionários, tanto no setor de produção, quantona derrubada das matas. A companhia madeireira realizou um espetacularnúcleo de povoação. Devido à sua posição estratégica, muitos dos migrantesse �arranchavam� no lugar, uns dedicando-se ao incipiente comércio e outrosà agricultura.

Neste contexto, surgiu Ibema. Pela Lei nº 5.358, de 24 de junho de1966, foi criado o Distrito Administrativo de Ibema. No dia 12 de junho de1989, através da Lei Estadual nº 9.007, foi criado o Município de Ibema, comterritório desmembrado do Município de Catanduvas. A instalação ocorreuno dia 01 de janeiro de 1990. Tem somente a Sede como distrito.

3.7.11 A Emancipação do Município de Jesuítas (1980)

A chamada Marcha para o Oeste muito contribuiu para que famíliasali se estabelecessem e dotassem a região de infra estrutura necessária. Onome dado à cidade é homenagem aos padres jesuítas espanhóis que, a partirdo final do Século XVI, iniciaram épico trabalho de catequização com maisde cem mil índios, em terras paranaenses. Em 31 de dezembro de 1962, pelaLei nº 4.668, foi criado o Distrito Judiciário no Município de Formosa doOeste. Pela Lei nº 7.304, de 13 de maio de 1980, foi criado o Município deJesuítas, com território desmembrado de Formosa do Oeste e, instalado, a 1ºde fevereiro de 1983. Os dados da Tabela 3.34 apontam para percaspopulacionais no município. Tem somente a Sede como distrito.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.33: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deIbema - 1950/2000

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 162: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

162

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 148.21 624.01 528.9

%oãçairaV 18,81- 67,5-

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP - - - - 778.6 699.6 712.6

%oãçairaV 47,1 31,11-

3.7.12 A Emancipação do Município de Lindoeste (1989)

O município foi colonizado em função da exploração da madeiraexistente na sua região. Em 1964, estabeleceu-se uma vila na Colônia SãoFrancisco e que se denominou Alvorada do Oeste. Tinha por objetivo assentaros trabalhadores dessas madeireiras que eram originárias do Norte do Paranáe do Rio Grande do Sul. Em 1983, foi criado o Distrito Administrativo e, em1988, o Distrito Judiciário, em território do Município de Cascavel. Pela LeiEstadual nº 9.006, de 12 de junho de 1989, foi criado o Município de Lindoeste,com território desmembrado de Cascavel, cuja instalação oficial ocorreu nodia 01 de janeiro de 1990. Tem somente a Sede como distrito.

3.7.13 A Emancipação do Município de Ouro Verde do Oeste (1989)

Criado pela Lei Estadual 5.078, de 12 de abril de 1965, Ouro Verdese revestiu da forma de distrito administrativo e Judiciário, composto de sedes,glebas e linhas. Criado, através da Lei Estadual nº 9.009, em 12 de junho1989 e, instalado, em 01 de janeiro de 1990, Ouro Verde do Oeste foidesmembrado de Toledo.

Em 1º de abril de 1960, chegaram as primeiras famílias na região,vindas de diferentes localidades do País, paulistas, mineiros e nordestinos quefundaram o distrito. A população ainda tem, hoje, como principal grupo étnico,

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.34: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deJesuítas - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.35: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deLindoeste - 1950/2000

Page 163: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

163

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 033.6 059.5 274.5

%oãçairaV 00,6- 30,8-

os brasileiros das regiões Centro e Nordeste. Já existiam, entretanto, pronun-ciados vestígios dos grupos teuto-germânico, alemães, italianos, poloneses ejaponeses. Deve-se ao grupo étnico paulista, mineiro e nordestino, a inicialdiversificação da produção agrícola.

Na época, cultivava-se o café, e o nome �Ouro Verde� originou-seda primeira impressão dos pioneiros quanto a qualidade da terra e suaapropriação para a cultura cafeeira, pois esta cultura como se sabe, édenominada o �Ouro Verde� do Brasil. Se o ouro verdejante do café estádesaparecendo, resta a imponência da soja ou do trigo, que forma o grandemanto verde característico da riqueza econômica da região.

A principal fonte de grande economia do antigo distrito reside,principalmente, na agropecuária. A agricultura do município que durante aprimeira década, residiu no plantio do café, milho e feijão, atualmente, estabiliza-se na grande produção de algodão, soja, trigo e milho.(PREFEITURAMUNICIPAL DE TOLEDO, 1986).

3.8 O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NA DÉCADA DE 1990

3.8.1 A Emancipação do Município de Maripá (1990)

O Município de Maripá foi criado através da Lei Estadual nº 9.226,de 17 de abril de 1990 e desmembrado do Município de Palotina.

O ato oficial, da então chamada Vila Maripá, originou-se em 4 dejunho de 1953. A origem do nome do município confunde-se com o seuprocesso de colonização, realizado pela Industrial Madeireira ColonizadoraRio Paraná Ltda. - MARIPÁ. As primeiras residências dos pioneiros erambarracões coletivos de madeira, de propriedade da empresa colonizadora.Os colonizadores, de origem e tradição alemã18 construíram as igrejas

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.36: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deOuro Verde do Oeste - 1950/2000

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 164: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 881.6 688.5

%oãçairaV 88,4-

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 223.7 572.7

%oãçairaV 46,0-

protestantes e, junto a estas, as escolas particulares. De acordo com oPARANÁ CIDADE (1998), a primeira escola de Maripá foi fundada emmarço de 1953. Observa-se que, embora o processo de emancipação sejabastante recente, a estrutura pertinente ao então distrito, refere-se ao inícioda colonização, propriamente dita.

3.8.2 A Emancipação do Município de São Pedro do Iguaçu ( 1990)

De acordo com FERREIRA (1999, p. 463): �São Pedro do Iguaçuoriginou-se a partir da comercialização de terras feitas pela ColonizadoraBentem, contratada pelo Banco do Estado do Paraná no início da décadade 1960�.

O povoamento de São Pedro ocorreu em 1963, quando foramderrubados seis alqueires para a construção do povoado. A instalação dodistrito ocorreu em 08 de novembro de 1970.

Os grupos étnicos foram formados, inicialmente, pelos mineiros enordestinos que fundaram o distrito. A população local ainda tem, hoje, comoprincipal grupo étnico, os brasileiros das regiões Centro e Nordeste.

A economia do município que, durante a primeira década, residiu naplantação de milho e arroz, na extração de madeira e palmito, atualmente,estabiliza-se na grande produção de soja, milho e algodão e na criação desuínos. (PREFEITURA MUNICIPAL DE TOLEDO, 1986).

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.37: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deMaripá - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.38: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deSão Pedro do Iguaçu - 1950/2000

Page 165: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

165

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 521.3 989.2

%oãçairaV 53,4-

3.8.3 A Emancipação do Município de Anahy (1990)

Os primeiros pioneiros chegaram na região por volta de 1950, atravésda colonizadora COBRIMCO - Companhia Brasileira de Imigração eColonização, buscando as férteis terras existentes nesta localidade. A primeiradenominação foi Rio dos Porcos. Mais tarde, por volta de 1959, suadenominação foi mudada para Pingo de Ouro e, finalmente, por sugestão dafilha do gerente da Colonizadora, denominou-se Anahy. Pela Lei Estadual nº7.917, de 02 de setembro de 1977, foi criado o distrito administrativo. Em 11de junho de 1990, através da Lei Estadual nº 9.292, o núcleo foi elevado àcategoria de município, com território desmembrado de Corbélia. A instala-ção oficial deu-se no dia 01 de janeiro de 1993. Seus distritos são: Sede eApiaí.

3.8.4 A Emancipação do Município de Diamante do Sul (1990)

As primeiras movimentações, no território do atual Município de

Diamante do Sul, deram-se ao tempo do ciclo ervateiro, quando empresas

de capital argentino dominavam o mercado de erva-mate na região. Em

1924, chegou a primeira família e, em 1949, começou a ser povoada por

imigrantes, em sua maioria italianos, vindos do sul. A principal atividade era

a criação de suínos e, posteriormente, a cultura do milho, aliada a outras

culturas de subsistência. Pela Lei Estadual nº 4.394, de 31 de janeiro de

1967, o povoado foi elevado à categoria de Distrito Administrativo e, no dia

11 de julho de 1990, através da Lei Estadual nº 9.316, foi criado o Município

de Diamante do Sul. O território foi desmembrado do Município de Guaraniaçu

e a instalação oficial deu-se no dia 01 de janeiro de 1993. Tem como distri-

tos: a Sede e Faxinal.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.39: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deAnahy - 1950/2000

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 166: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

166

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 860.3 033.3

%oãçairaV 45,8

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 865.3 715.3

%oãçairaV 34,1-

3.8.5 A Emancipação do Município de Entre Rios do Oeste (1990)

Ao tempo de sua colonização, o território do núcleo que, hoje, constituio Município de Entre Rios do Oeste, era área de influência da ColonizadoraIndustrial Madeireira Rio Paraná. Em 1956, o Sr. Hentges adquiriu no mapa,uma área de terras da companhia colonizadora, numa região conhecida porGleba Entre Rios. Sendo um dos primeiros moradores, dedicou-se à agriculturae à criação de suínos. Pela Lei municipal nº 31 , de 31 de julho de 1962, foicriado o Distrito Administrativo de Entre Rios. Em 18 de junho de 1990, atravésda Lei Estadual nº 9.301, foi criado o município, com território desmembradodo Município de Marechal Cândido Rondon. A instalação deu-se no dia 01 dejaneiro de 1993. Tem somente a Sede como distrito.

3.8.6 A Emancipação do Município de Iguatu (1990)

Iguatu tem as primeiras referências que datam de 1958 e, no início,denominava-se Jaborandi. Os primeiros moradores foram os sulistas descen-dentes de europeus e, também, do Norte Paranaense. Dedicavam-se, inicial-mente, à exploração de madeira, posteriormente, ao café e lavoura de subsis-tência. Pela Lei Estadual nº 1.074, de 23 de março de 1974, foi criado oDistrito Administrativo de Iguatu. Em 28 de maio de 1990, através da Lei

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.40: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deDiamante do Sul - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.41: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deEntre Rios do Oeste - 1950/2000

Page 167: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

167

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 614.2 252.2

%oãçairaV 97,6-

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 079.2 549.2

%oãçairaV 48,0-

Estadual nº 9.276, foi criado o município com território desmembrado deCorbélia e, instalado, a 01 de janeiro de 1993. Tem somente a Sede comodistrito.

3.8.7 A Emancipação do Município de Iracema do Oeste (1990)

No início dos anos 1950, começaram a chegar a esta região, os primei-ros colonizadores vindos de regiões como Minas Gerais, São Paulo e interior doParaná. A cultura mais representativa, no início, foi o café, seguido de outras,de subsistência. Através da Lei nº 42, de 26 de novembro de 1973, o povoadofoi elevado a categoria de Distrito Administrativo. Pela Lei Estadual nº 9.310,de 04 de julho de 1990, foi criado o Município de Iracema do Oeste, que tevesua denominação alterada para diferenciá-la de cidade homônima, no Estadodo Ceará. A instalação oficial ocorreu no dia 01 de janeiro de 1993, sendodesmembrada de Formosa do Oeste. Tem somente a Sede como distrito.

3.8.8 A Emancipação do Município de Itaipulândia (1992)

O início da colonização aconteceu em 1961, quando os pioneirosadquiriram direito de posse de cerca de 800 alqueires da gleba Guairaçá. Asprincipais culturas desenvolvidas foram: fumo, feijão, milho e a mandioca e,

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.42: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deIguatu - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.43: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deIracema do Oeste - 1950/2000

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 168: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

168

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 376.4 138.6

%oãçairaV 81,64

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 874.4 506.4

%oãçairaV 48,2

também, a criação de bovinos e suínos. Pela Lei Estadual nº 7.438, de 29 dedezembro de 1980, com a denominação de Aparecida do Oeste, foi criado oDistrito Administrativo. Em 19 de março de 1992, através da Lei Estadual nº9.908, foi criado o município com a denominação de Itaipulândia e territóriodesmembrado de São Miguel do Iguaçu.

A instalação ocorreu no dia 01 de janeiro de 1993. Distritos: Sede eLobo. A Tabela 3.44 demonstra a significativa evolução populacional experi-mentada pelo município ao longo da década de 1990.

3.8.9 A Emancipação do Município de Mercedes (1990)

Segundo FERREIRA (1999), no dia 11 de novembro de 1952, umfiscal da Empresa Colonizadora fincou um marco de madeira no cruzamentode duas picadas e escreveu no marco: �aqui é Mercedes�. Logo após, oscambistas comerciantes se fixaram no local dando início ao povoado. Noinício da ocupação do lugarejo, a colonizadora deu apoio aos pioneiros insta-lando escola, hotel, casa de comércio, entre outras benfeitorias. Pela Lei nº142, de 23 de março de 1958, foi criado o distrito de Vila Mercedes. Em 13 desetembro de 1990, pela Lei Estadual nº 9.370, foi criado o município, comterritório desmembrado de Marechal Cândido Rondon. A instalação ocorreuem 01 de janeiro de 1993. Tem somente a Sede como distrito.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.44: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deItaipulândia - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.45: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deMercedes - 1950/2000

Page 169: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

169

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 116.3 150.4

%oãçairaV 81,21

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 995.3 646.3

%oãçairaV 13,1

3.8.10 A Emancipação do Município de Pato Bragado (1990)

A localidade de Pato Bragado foi, basicamente, fundada por teuto-gaúchos. Pela Lei nº 52, de 29 de dezembro de 1962, foi criado o distritoadministrativo e judiciário, com denominação de Pato Bragado. Em 1989,criou-se um conselho comunitário, visando à emancipação do distrito. Em 18de julho de 1990, pela Lei nº 9.299, foi criado o Município de Pato Bragado,com território desmembrado de Marechal Cândido Rondon. A instalação ocor-reu no dia 01 de janeiro de 1993. Tem somente a Sede como distrito.

3.8.11 A Emancipação do Município de Quatro Pontes (1990)

A colonização de Quatro Pontes, com predomínio dos descendentesde teutos e ítalo-gaúchos, foi idealizada pela Industrial Madeireira eColonizadora do Rio Paraná S/A - MARIPÁ. Em 18 de fevereiro de 1946,partiu da localidade São Marcos, no Município de Caxias do Sul, no EstadoRio Grande do Sul, a primeira caravana de desbravadores para esta região.Em 1951, foi instalada a primeira empresa na povoação. Pela Lei Municipalnº 31, de julho de 1962, foi criado o Distrito Judiciário. Em 13 de setembro de1990, pela Lei nº 9.368, foi criado o município, com território desmembradode Marechal Cândido Rondon. A instalação deu-se a 01 de janeiro de 1993.São seus distritos: a Sede e Três Passos.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.46: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município dePato Bragado - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.47: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deQuatro Pontes - 1950/2000

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 170: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

170

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 230.3 278.3

%oãçairaV 07,72

3.8.12 A Emancipação do Município de Ramilândia (1991)

Os primeiros colonizadores, em sua maioria nordestinos e mineiros,chegaram a esta região, na década de 1960. Após realizarem a derrubada damata virgem, iniciaram suas plantações de milho, rami e café. Inicialmente, aregião era composta por grandes fazendas, algumas abrigavam centenas defamílias. A primeira denominação do município foi Mina, por existir umanascente nesta localidade, mais tarde denominaram-na de Ramilândia devidoa uma grande fazenda chamada Rami. Pela Lei Estadual nº 172, de 01 deoutubro de 1972, o núcleo foi elevado à categoria de Distrito Administrativo,com território pertencente a Medianeira. Em 30 de janeiro de 1991, atravésda Lei Estadual nº 9.562, foi criado o Município de Ramilândia, com territóriodesmembrado de Matelândia. A instalação oficial deu-se no dia 01 de janeirode 1993.

Parte da população do município, devido à falta de qualificaçãoprofissional e oportunidades de trabalho limitadas, vem trabalhando como �bóia-fria�, principalmente, nas culturas de verão e prestando serviços nas fazen-das da região. Possui apenas o distrito Sede.

3.8.13 A Emancipação do Município de Serranópolis do Iguaçu (1995)

O município originou-se do movimento mútuo e espontâneo dascomunidades de Flor da Serra e Jardinópolis, distritos de Medianeira. Foiaprovada, em 09 de dezembro de 1993, pela Resolução nº 04/94, do LegislativoEstadual. Fruto da fusão de duas comunidades, o município teve movimenta-ção com fins de colonização em períodos alternados. Flor da Serra, na partenorte, pertencia até 1939, a Miguel Matte. Em 1955, a Colonizadora BentoGonçalves preparou o perímetro urbano de Flor da Serra. Jardinópolis, mais

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.48: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deRamilândia - 1950/2000

Page 171: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

171

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 735.4 537.4

%oãçairaV 63,4

osneC/onA 0591 0691 0791 0891 1991 6991 0002

oãçalupoP 334.4 721.4

%oãçairaV 09,6-

ao sul, foi ocupado a partir do início do Século XX, por posseiros. Através daLei Estadual nº 11.218, de 07 de dezembro de 1995, foi criado o Município deSerranópolis, com território desmembrado de Medianeira. A instalação oficialdeu-se no dia 01 de janeiro de 1997. Tem somente a Sede como distrito.

3.8.14 A Emancipação do Município de Santa Lúcia (1990)

Em 26 de dezembro de 1960, o catarinense Dinarte Tibes, viu e gostoudo Sudoeste do Paraná. Estava lançada a semente da povoação em SantaLúcia, que se ocupou, no início, com o desmatamento e plantio de palmito nasáreas desbastadas e, posteriormente, dedicaram-se à agricultura. Através daLei nº 5.650, de 03 de outubro de 1967, foi criado o Distrito Administrativo.Em 09 de maio de 1990, pela Lei Estadual nº 9.243, foi criado o Município deSanta Lúcia, desmembrando-se do Município de Capitão Leônidas Marques,sendo instalado a 01 de janeiro de 1993 . Tem somente a Sede como distrito.(FERREIRA, 1999).

A Figura 3.4 apresenta a localização dos novos municípios e dosmunicípios-mãe na década de 1990. (CIGOLINI, 1999). Nesta figura,encontra-se a atual estrutura territorial da Região Oeste do Paraná, quecontempla os cinqüenta municípios, inseridos nas três microrregiões: Cascavel,Toledo e Foz do Iguaçu.

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.49: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deSerranópolis do Iguaçu - 1950/2000

Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

TABELA 3.50: Dados populacionais e variações percentuais (var%) - Município deSanta Lúcia - 1950/2000

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 172: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

172

Fonte: Mapa elaborado por CIGOLINI (1999), a partir da lista dos novos municípios, dos municípios-mãe e dabase cartográfica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos.

FIGURA 3.4: Paraná - Localização dos novos Municípios e dos Municípios-Mãe

Page 173: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

173

Deve-se ressaltar que, embora estes municípios façam parte de uma

mesma região, suas dinâmicas são distintas e as respostas, dadas ao sistema

produtivo atual, são diferenciadas. Os processos de formação de cada município

são importantes fontes para o entendimento da inserção destes cinqüenta

municípios neste novo paradigma produtivo.

A evolução demonstra a rapidez com que ocorreu o crescimento

populacional na Região Oeste do Paraná. Inicialmente, apenas com o Município

de Foz do Iguaçu [bem como os inúmeros distritos e povoados], com 22.427

habitantes (IBGE, 1960), para uma população superior a 1.083.121 habitantes

(IBGE, 1996).

Embora um surto dinâmico de crescimento possa ser visualizado para

a Região como um todo, o crescimento populacional, nas microrregiões de

Foz do Iguaçu e Cascavel, deve-se, principalmente, aos municípios de Foz do

Iguaçu e Cascavel, considerados �cabeças de zona� nestas microrregiões.

Desta forma, considerando-se, estritamente, a questão demográfica,

pode-se observar uma dinâmica mais acentuada de crescimento populacional

nos maiores municípios da Região. Outras informações, atreladas às condições

econômicas e de infra-estrutura dos mesmos, tratadas nos próximos capítulos

desta análise, podem auxiliar nas reflexões sobre a movimentação populacional

em cada município.

3.9 CONCLUSÃO

A questão dos processos emancipatórios na Região Oeste do Paraná,

inserida nas discussões propostas neste capítulo, possibilitou a identificação

de algumas características de formação de seus municípios. Possibilitou,

também, a construção de subsídios para o diagnóstico proposto para a mes-

ma, atentando-se para suas reais potencialidades.

As emancipações ocorridas, especialmente na década de 1960, re-

fletem o impulso econômico proporcionado pela modernização da agricultu-

ra na Região, bem como as interferências políticas inerentes a estes pro-

cessos. Posteriormente, verificam-se processos emancipatórios com per-

das contínuas de população pós-desmembramentos, configurando uma frag-

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 174: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

174

mentação territorial pouco dinâmica e dependente de repasses governa-

mentais. CIGOLINI (1999), observa que, quanto aos aspectos jurídicos, a

legislação não é restritiva aos desmembramentos e, em muitos casos, fi-

nanceiramente, as emancipações constituem-se em vantagens para as áre-

as desmembradas.

Considerando-se, inicialmente, o crescimento populacional como

justificativa para os desmembramentos ocorridos, percebe-se que parte dos

municípios menores perde população, não se justificando emancipações

ocorridas na Região, ou seja, criam-se municípios com dinâmica populacional

negativa [Serranópolis do Iguaçu, Santa Lúcia, Ramilândia, São Pedro do

Iguaçu, Pato Bragado e Entre Rios do Oeste, são exemplos].

Inúmeras foram as dificuldades encontradas para a elaboração da

análise proposta neste capítulo. Em parte, estas voltavam-se a muitos

desmembramentos ocorridos na Região Oeste, em data recente (27

emancipações verificadas após a década de 1980). A ausência de séries

históricas, ausência de relatos históricos ou breves relatos acerca da formação

dos distritos e posteriores emancipações, podem ser considerados como fatores

limitadores para uma discussão mais aprofundada do panorama municipal

encontrado na Região.

Mesmo considerando-se tais limitações, a elaboração específica do

quadro de emancipações permite que algumas inferências iniciais possam ser

realizadas, sobretudo nas relações que se estabelecem entre os municípios-

mãe, frente aos municípios recém-criados, nas décadas em que os

desmembramentos ocorreram. A dinâmica econômica, pautada nas relações

de fornecimento das matérias primas, produzidas regionalmente, a aquisição

de bens e serviços, nos municípios de maior porte, tendências de fluxos

migratórios, dos pequenos municípios para os municípios de maior porte,

considerados �cabeça de zona� a nível regional, relação entre área territorial,

populações dos distritos e demandas sociais são algumas das inúmeras vari-

áveis que podem ser analisadas nas relações históricas, sociais e econômicas

destes municípios. Esta é a principal função do quadro de emancipação, sis-

tematizado para a Região Oeste do Paraná.

A análise das leis estaduais, pertinentes aos desmembramentos ocor-

ridos, de forma individualizada, permite, também, o conhecimento da questão

Page 175: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

175

emancipatória de maneira mais aprofundada, sendo uma das tarefas neces-

sárias para a continuidade da análise [os documentos e informações especí-

ficos aos desmembramentos foram sistematizados parcialmente].

A proposta deste capítulo contemplou, ainda, a verificação da

viabilidade destes processos emancipatórios, destacando-se os movimentos

populacionais nos distritos e municípios nesta Região, bem como as possíveis

críticas voltadas à municipalização no contexto da nova dinâmica regional.

Estas são, portanto, as etapas que devem ser cumpridas para uma adequada

discussão do panorama municipal relativo à Região Oeste do Paraná.

Neste sentido, faz-se necessária a continuidade da análise sobre o

comportamento dos municípios, em especial dos municípios lindeiros, tanto

em sua formação anterior ao lago de Itaipu, quanto posterior a este, em função

do significativo aporte de recursos recebidos por alguns municípios em especial.

A referência específica recai sobre os municípios que recebem royalties

pertinentes ao Lago de Itaipu, ICMS ecológico [município de Céu Azul],

presença de reservas indígenas no recorte territorial do município [municípios

de São Miguel do Iguaçu e Diamante do Oeste].

Outros aspectos que devem ser considerados na seqüência da

análise proposta neste capítulo, referem-se à dinâmica dos

desmembramentos ocorridos nas décadas de 1980 e 1990, com ênfase

especial na análise dos movimentos migratórios ocorridos nos distritos

posteriormente emancipados.

Para CIGOLINI (1999): �A idéia de que as emancipações poderiam

ser justificadas pelo aumento populacional dos distritos não poderia ser

utilizada como explicação para as emancipações onde houve acréscimo da

população no município-mãe em detrimento dos distritos, assim como não

pode ser utilizada como explicação para casos em que houve decréscimo

populacional tanto para o município-mãe quanto para os distritos que se

emanciparam�.

É relevante, portanto, o estudo sobre as relações entre os distritos e

as sedes municipais e a viabilidade das emancipações [custo/benefício]

ocorridas como atributos para a configuração territorial verificada na Região

Oeste do Paraná.

CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

Page 176: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

176

NOTAS

1. Esta questão foi abordada no capítulo 1 deste trabalho. COLODEL (1999).2. A discussão sobre a dinâmica destes municípios, a estrutura pertinente aos royalties

recebidos bem como a administração dos municípios é considerada um item extremamenteimportante para o entendimento das questões infra-estruturais e de demandas sociais destesmunicípios.

3. De acordo com o IBGE (1959, p. 215), relacionava-se, em 1888, a seguinte populaçãopor nacionalidade, encontrada na região de Foz do Iguaçu: 188 paraguaios, 93 brasileiros, 33argentinos, 5 franceses, 2 uruguaios, 2 espanhóis, 1 inglês, perfazendo ao total, 324 pessoas.

4. No território de Foz do Iguaçu menciona-se a existência de três núcleos de povoamento:Sol de Maio e Porto Santa Helena, onde se encontravam 500 descendentes de venezianos eColônia Inglesa, com descendentes de italianos, alemães e ingleses

5. A antiga Fazenda Britânia localizava-se ao longo do rio Paraná, com a extensão de 43 km,de norte a sul, indo da foz do rio Iguaçu até a embocadura do rio São Francisco Falso. Suasdivisas, ao norte e ao sul são linhas secas, correm de leste a oeste, medindo 78 km de extensãoe formando, assim, um triângulo quase perfeito.

6. Ver item 2.1. A emancipação do Município de Foz do Iguaçu. 7. Este aumento populacional deveu-se, em grande parte, a chegada de imigrantes vindos

do Sudeste e Nordeste do Brasil. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAPITÃO LEÔNIDASMARQUES, 1998).

8. O município passou por diferentes denominações como Alto Iguaçuzinho, EncruzilhadaTapejara e Fazenda Roda de Carro.

9. O autor observa, ainda, que o povoado crescia vertiginosamente e, com isso, fazia pormerecer um nome condizente com a sua realidade. Numa certa manhã o padre Bernardo Lube,de Corbélia, foi celebrar uma missa campal, cujo altar estava instalado sob uma frondosa árvore.Durante o sermão, olhando para o céu que se apresentava muito claro e radiante disse: � UmaNova Aurora há de surgir na vida de vocês�. No dia seguinte estava oficializado o nome, já nãoera mais �Encruzilhada Tapejara�, mas sim, NOVA AURORA. (BAZANELLA, 1984, p. 18).

10. Existem discussões sobre a extinção do distrito de São José de Itavó, mencionando aincorporação de sua área junto ao Parque Nacional do Iguaçu. A criação de Aparecidinha doOeste, distrito de São Miguel do Iguaçu, originou, posteriormente, o Município de Itaipulândia.

11. O povo que comprou de boa fé ficou assustado e ameaçado de ficar na rua. O GovernadorMoisés Lupion, em passagem por Palotina, convocou o povo para participar de uma assembléiano Cine Real e disse que o colono de boa fé, não seria prejudicado e que os seus contratos seriamrespeitados.

12. Esta área pertencia inicialmente à antiga Fundação Paranaense de Colonização e Imigra-ção.

13. Todas as entrevistas realizadas, além desta específica de Pedro Soccol, são apresentadaspela Associação dos professores aposentados de Medianeira, organização de ROHDE eBIESDORF, 1996.

14. As famílias Dalcanale e Ruaro, responsáveis pela colonização, já haviam realizadoprocesso de colonização em outras cidades, (Medianeira, Matelândia e São Miguel do Iguaçu),

Page 177: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

177

inclusive no Estado de Santa Catarina.15. As discussões referentes ao ciclo ervateiro são tratadas na primeira parte deste estudo.

De acordo com a PREFEITURA MUNICIPAL DE CÉU AZUL (1999), o processodesencadeado pela Pinho e Terra, data de 1952.

16. Naquela ocasião, o distrito denominava-se Rocinha, voltando, posteriormente, a chamar-se Catanduvas.

17. Os dados coletados pelo IBGE são pertinentes à instalação do município.

18. O processo de colonização realizado pela MARIPÁ é descrito no item 2.2.2.

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CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS

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Page 179: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

179

4Integração da Região:

Paraná, Brasil e Mercosul

Jandir Ferrera de Lima

4.1 INTRODUÇÃO

A integração regional e seus impactos, na Região Oeste do Paraná,devem ser analisados por alguns prismas distintos. Um referente à integraçãolocal, envolvendo as áreas internacionais mais próximas da Região. No caso,seria a Região frente à economia do nordeste argentino e do sudeste paraguaio,o que envolve uma discussão sobre o papel da fronteira. Um segundo elementonorteador de uma discussão, a respeito da integração regional, seria referenteao papel da Região, no Brasil. Neste sentido, seria cabível analisar a integraçãoda Região com os Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Neste caso, opapel da economia desta Região, em relação aos Estados de Santa Catarinae Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e do centro industrial brasileiro,caracterizado pelo Estado de São Paulo. Um terceiro enfoque seria aintegração da Região Oeste do Paraná no Mercosul, ou seja, na Bacia doPrata. Como tratar da Bacia do Prata envolve uma série de elementosgeopolíticos, será enfocado apenas o aspecto econômico da integração.

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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De certa forma, o segundo elemento receberá um tratamento maisapurado neste documento, no que tange à situação Paraná-Brasil. Por isso,este Capítulo concentrar-se-á, apenas, no primeiro e no terceiro tópicos.Evidentemente que, todo e qualquer arranjo de integração passa pelo crivo doGoverno Federal, já que o mesmo é o norteador e gerenciador da políticaeconômica e, assim, dos acertos internacionais. Por isso, ao se discutir aintegração do Paraná com o Mercosul, indiretamente está se relacionandoacertos oriundos, muitas vezes, de articulações surgidas na esfera federal.

Frente a estes aspectos, este capítulo se divide em duas seçõesprincipais. A primeira trata do Paraná no Mercosul, ou seja, na Bacia doPrata e, a segunda, do Paraná junto aos seus vizinhos de fronteira. Como aRegião Oeste do Paraná possui um pólo agroindustrial forte e consolidado,deter-se-á nos impactos da integração junto à agroindústria e à agropecuária.

4.2 A REGIÃO OESTE DO PARANÁ E O PRATA

Discutir a integração regional da Região Oeste do Paraná envolveuma discussão sobre a Bacia do Prata, que é composta pelos rios que deságuamno estuário do rio do Prata, sendo que os rios Paraguai, Uruguai e Paraná,são os mais importantes. Na realidade, a Bacia do Prata, localizada no MAPA4.1, é uma Região histórica e, geograficamente definida, cujo projeto deexploração econômica data do período do descobrimento do Brasil.

Por isso, o Sul do Brasil, o Uruguai, o Paraguai, o Sul da Bolívia e aArgentina, até o Século XIX, foram um projeto dos impérios português eespanhol, com uma raiz de exploração comum, procurando a transferênciade riqueza a favor das metrópoles. No entanto, após a independência dospaíses do Prata e sua suposta hegemonia política e econômica, a forma deexploração mudou de feição em detrimento de interesses que estão,geograficamente, situados em regiões distintas destes países. Com isso, aprópria ocupação da Região Oeste do Paraná e a forma como foi exploradarefletem diretamente estas questões históricas. Num momento, situado nasegunda metade do Século XIX, houve a organização de grupos locais queexploravam a madeira, a erva-mate e a existência de supostas riquezas mineraisnos leitos dos rios. Estes grupos eram formados por argentinos e paraguaios,

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e estes últimos, em sua maioria, constituíam a mão-de-obra ocupada natransformação dos recursos naturais. Os argentinos constituíam um grupodominante, controlador dos capitais e das empresas que geriam as atividadeseconômicas na Região. A sede destes capitais se situava em Buenos Aires.Assim, verificou-se uma série de interesses de grupos portenhos, ao norte daRepública Argentina, de certa forma drenando recursos que eram transferidosà Europa, via Buenos Aires.

MAPA 4.1 - Bacia do Prata

INTEGRAÇÃO DA REGIÃO: PARANÁ, BRASIL E MERCOSUL

A forma de exploração da mão-de-obra paraguaia, por capitaisargentinos, mudou de configuração no final do Século XIX e no inicio doSéculo XX, com as definições das fronteiras brasileiras, através da chancelariado Barão de Rio Branco e da entrada de militares brasileiros nesta área. Aocupação por brasileiros e a expulsão dos grupos argentinos teve seu ponto

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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culminante na década de 1920, através do movimento tenentista, e suaconsolidação com o governo Vargas e sua política de ocupar os espaços�vazios�, principalmente a Oeste do Brasil, onde a questão política com aArgentina lhe colocava como um suposto inimigo no Cone Sul, a ameaçar ahegemonia brasileira na América do Sul. Este fato serviu de elemento delineadorde uma política de ocupação e colonização da Região Oeste Paraná, porcolonos oriundos do Sul do Brasil, trazidos por empresas colonizadoras emadeireiras. A forma como estes colonos se organizaram para produzir, aestrutura de suas propriedades e as cidades que surgiram dos assentamentos,traçaram o perfil do que é a Região Oeste na atualidade e seus municípiosmais dinâmicos. Conseqüentemente, traçou a situação geoeconômica daRegião em relação aos seus vizinhos e o seu perfil produtivo, que formou umabase de exportação assentada, durante estes últimos anos, na produção detrigo, milho, soja e na agroindustrialização de carnes, principalmente frangose suínos.

4.3 A ESTRUTURA PRODUTIVA DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ NO PRATA

O perfil competitivo da economia da Região Oeste do Paraná noPrata e, conseqüentemente, no Mercosul, deve-se à forma como foi estruturadoseu aparelho produtivo e, principalmente, ao perfil dos custos de produção ede transportes, para colocar suas mercadorias junto aos consumidores dosoutros países.

Evidentemente, esse perfil muda a cada ano, na medida em que vãose incorporando novas técnicas de produção, novas tecnologias, novosprocessos de diversificação e se viabilizando ramais e formas de transporte,que tornam o preço das mercadorias e sua competitividade mais em conta naRegião e fora dela. No entanto, na atualidade, alguns destes elementos devemser prioritários, já que há, nos produtos mais sensíveis, a competição no ConeSul. Entre eles, podem-se destacar os cereais (milho, trigo, arroz, cevada),lácteos (leite, queijo), frutas temperadas (uva, pêssego, pêra, ameixa, maçã,entre outras), hortícolas (alho, batata, cebola), carnes (bovina e couros) eoleoginosas (soja e girassol). Essa sensibilidade fica patente ao se observar oQUADRO 4.1, em que são apresentados os custos de alguns produtos.

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Pelo QUADRO 4.1, pode-se verificar diferenças exorbitantes decustos para produtos que são produzidos no Brasil. Notam-se diferenças decustos em mais de 40% para o milho brasileiro em relação aos outros paísese, em mais de 50% para o trigo e a cebola. Na produção de carne bovina estadiferença fica acima de 60%.

A agropecuária, na Região Oeste do Paraná, não possui uma estrutura

de custos muito diferente da média brasileira, apesar das suas características

geográficas permitirem uma mecanização mais intensiva, melhorando a sua

posição relativa na produção de soja. Como a soja brasileira é um produto típico

de exportação, o impacto da concorrência dos países do Cone Sul sobre a

Região é mais modesto, não podendo se afirmar o mesmo do trigo, cuja estrutura

produtiva vem perdendo espaço para outras culturas no decorrer do tempo.

Sendo assim, em relação à produção de alimentos in natura, a Região

sente mais os efeitos da concorrência sobre a produção de cebola, batata e

hortícolas. Esta última com um crescimento de 70% na sua importação nos

últimos anos. Sem contar o caso do leite, cujos ganhos de escala na Argentina

e no Uruguai lhes possibilitam vantagens absolutas e comparativas sobre a

produção paranaense. Já no caso do algodão, a sua importação dos países do

Mercosul, feita pelo Estado do Paraná, em especial do Paraguai e da Argen-

tina, declinaram em torno de 35% nos três últimos anos, o que se reflete na

expansão da área plantada e no incentivo concedido aos seus produtores.

Por outro lado, no segmento de carnes, a Região Oeste do Paraná

recebeu investimentos diretos do grupo Macri e de algumas cooperativas em

QUADRO 4.1 - Custo de alguns produtos no Mercosul (em US$/Tonelada)

Fonte: PERONDI (1997).

INTEGRAÇÃO DA REGIÃO: PARANÁ, BRASIL E MERCOSUL

OTUDORPSESÍAP

lisarB anitnegrA iaugaraP iaugurUajoS 70,941 53,131 94,371 62,191ogirT 37,961 04,17 52,891 04,48ohliM 65,311 74,57 75,99 81,28alobeC 00,201 20,95 95,641 -

ohlA 93,335 81,524 - 21,524oãdoglA 00,477 - 33,527 -

anivoBenraC 99,288 88,714 - 14,118sognarF 43,566 15,867 - -soníuS 12,937 35,337 69,177 -

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

184

joint venture com grupos estrangeiros, para exploração deste segmento,

principalmente no abate de frangos. Além dos investimentos deste grupo,

algumas cooperativas da Região se estruturaram para a construção de plantasindustriais para exploração desta atividade, o que demonstra um melhor

potencial produtivo da Região sobre os parceiros do Cone Sul, neste segmento.

Em todo caso, a melhoria das condições de competitividade da

agropecuária da Região em muito depende dos rumos da política agrícola doGoverno Federal e das possíveis salvaguardas que venham a ser firmadas

junto ao Tratado de Assunção (1991), que instituiu o Mercosul.

No entanto o setor industrial da Região conseguiu encontrar mercado

para boa parte de sua produção. Um exemplo, é o caso das fecularias, cujaprodução em grande parte é exportada para Argentina, especificamente para

o pólo industrial de Córdoba. Além disso, a mudança na política cambial

brasileira, em janeiro de 1999, contribuiu para a melhoria dos termos de troca

dos produtos industrializados brasileiros, transformando a Região numa rotade comércio promissor para o escoamento da produção de outros centros do

Brasil.

Deve-se ressaltar, ainda, conforme JESUS (1999), que, nesta década,

alguns gêneros industriais conseguiram melhorar seu posicionamento frente

às exportações do Paraná para o Mercosul, entre eles estão os têxteis, cuja

evolução no intercâmbio comercial foi de 43%; bebidas, com uma evolução

de 0,81%. Por outro lado, até o inicio de 1999, antes da mudança na política

cambial, alguns gêneros encontravam-se numa situação frágil, entre eles o de

produtos alimentares, com uma evolução negativa no intercâmbio, em torno

de �23%; o vestuário, com �24%, o mobiliário com �8%. Como estes gêneros

possuem uma estrutura produtiva bem diversificada na Região, serve como

referência sobre a concorrência que pode ser enfrentada pela Região no

intercâmbio comercial. Em todo caso, a mudança no câmbio deve ter barateado

em torno de 30% os produtos brasileiros, o que pode significar uma melhoria

no intercâmbio comercial a favor da Região para os próximos meses, desde

que suas mercadorias estejam adequadas aos padrões internacionais de

qualidade, e o Brasil consiga manter e melhorar sua posição frente aos diversos

acordos comerciais bilaterais que vêm desenvolvendo nos últimos anos, em

especial com a Argentina.

Page 185: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

185

4.4 A REGIÃO OESTE DO PARANÁ E A INTEGRAÇÃO MEDITERRÂNEA

A Região Oeste do Paraná está próxima a uma área sui generis noCone Sul, que é a Região mediterrânea do rio Paraná em áreas internacionais,conforme pode se observar no MAPA 4.2.

MAPA 4.2: A região mediterrânea da bacia hidrográfica do rio Paraná

INTEGRAÇÃO DA REGIÃO: PARANÁ, BRASIL E MERCOSUL

NordesteArgentino

Oeste doParaná

Iguaçu

Uruguai

Rio

Rio

ParanáRio

URUGUAI

PARAGUAI

ARGENTINA

PARANÁ

STA. CATARINA

R. GRANDE DO SUL

A Região Oeste e as áreas em cor amarela e laranja no MAPA 4.2

são muito similares, com exceção da língua. Isto se deve em parte à sua

formação histórica e a características geográficas. O Nordeste argentino e o

Sudeste paraguaio são regiões de clima tropical, cujo eixo produtivo em muito

se aproxima das atividades agropecuárias brasileiras. Isto tem levado a uma

proximidade nas relações comerciais de ambas as regiões. Acentuam-se estas

relações em áreas de divisa seca, como é o caso do Sudoeste e do Oeste

catarinense, facilitando a entrada e o intercâmbio de mercadorias e pessoas.

O que leva a pensar na possibilidade de uma integração intra-Mercosul,

alavancada nos municípios da Região, principalmente, pelo interesse das

municipalidades de Corrientes e Posadas (Argentina), Ciudad de Leste

(Paraguai), Cascavel e Foz do Iguaçu (Brasil), cujo Fórum Permanente dos

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

186

Municípios do Mercosul poderá vir a tornar-se um elemento aglutinador destesinteresses.

As possibilidades desta integração da região mediterrânea seacentuarão com a queda total das barreiras alfandegárias, a melhoria naestrutura dos transportes, principalmente no tocante a implementação dahidrovia, aumento da capacidade de escoamento dos ramais ferroviários erodoviários na Região e com a defesa dos seus interesses junto aos centrosde decisão do Mercosul. Para isso, faz-se necessário o desenvolvimento deum programa binacional de desenvolvimento fronteiriço, objetivandopotencializar a capacidade produtiva da Região, estabelecer novas formas decomplementação produtiva e elaborar estratégias conjuntas de comercializaçãoe produção.

4.5 A REGIÃO OESTE DO PARANÁ E A REGIÃO SUL

A história da Região Oeste do Paraná está atrelada à história dos

movimentos migratórios oriundos do Sul do Brasil, em especial do Rio Grande

do Sul e de Santa Catarina. A formação cultural e a forma de exploração

econômica, características desta Região, são fatos marcantes na organização

das propriedades dos colonos de origem germânica e italiana, em seus locais

de origem. Por isto, a estrutura de propriedade da terra refletiu tanto os

interesses das colonizadoras quanto à forma de organização dos pioneiros.

Ressalta-se, ainda, que até a década de 1980, a Região Oeste do

Paraná foi fronteira de ocupação agropecuária com a incorporação de novas

terras ao cultivo de grãos e a criação de animais, o que marca um fluxo

migratório acentuado em períodos recentes.

Sendo assim, os laços familiares e culturais fazem com que a

população tenha uma certa identidade com os povos do extremo sul, guardando

características muito semelhantes.

Por outro lado, em termos econômicos, o parque agroindustrial de

aves e suínos tornou-se um comprador de insumos, principalmente de Santa

Catarina, criando um intercâmbio comercial importante com as regiões Oeste

e Sudoeste catarinense.

Page 187: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

187

4.6 A REGIÃO OESTE DO PARANÁ E O SUDESTE DO BRASIL

Com o avanço do pólo automobilístico no Paraná e a nova fase deinvestimentos industriais que o Estado vem passando, demonstra uma novareordenação das atividades produtivas que dantes estavam concentradas noEstado de São Paulo. Por isso, a proximidade da Região com a Argentina e oParaguai, além de servir de caminho ao extremo Sul do País, pode abrir umleque de oportunidades, capitaneada pela sua posição geográfica. No entantoisto irá depender de uma série de fatores, entre eles: um projeto integrado dedesenvolvimento fronteiriço que implique em garantias e vantagens aos novosinvestimentos na Região, a melhoria na infra-estrutura de transportes epossibilidades de diversificação na base produtiva, que implique em melhoriano emprego e na renda. Neste aspecto, visualizar-se-iam questões ligadas aprojetos de turismo, melhoria dos indicadores sociais e avanços na políticaagrícola de forma a beneficiar os produtores da Região.

Deve-se ressaltar, ainda, que outro elemento importante neste processode integração é a própria hidrovia.

4.7 CARACTERIZAÇÃO DA HIDROVIA DA BACIA DO RIO PARANÁ

Na estrutura hidroviária da Bacia do Prata, a hidrovia do rio Paranáassume uma importância vital, já que os principais rios do Prata deságuamnela, que encontra seu fluxo final no rio do Prata, entre os portos de BuenosAires e Montevidéu. Os dois principais eixos hidroviários da Bacia do rioParaná, de vital importância para o Brasil, são os da hidrovia Paraguai -Paraná e Tietê - Paraná. Isto se apresenta pela integração da grande regiãoindustrial de São Paulo, com insumos do Paraguai e gás natural da Bolívia,que poderão favorecer um novo modelo de desenvolvimento regional,concentrado numa crescente tecnologia de indústrias avançadas, num conjuntode cidades que, no caso da Região Oeste do Paraná, poderão vir a ser, entreelas, Cascavel, Medianeira e Toledo.

Essa prerrogativa torna clara a importância geopolítica que a estruturahidroviária do rio Paraná assume frente ao seu aproveitamento econômico.Para MINVIELLE (1994), a avaliação da hidrovia, no espaço que envolve,

INTEGRAÇÃO DA REGIÃO: PARANÁ, BRASIL E MERCOSUL

Page 188: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

188

pode considerar três situações, sustentadas numa interpretação geopolíticaargentina:

1. Com as transformações mundiais e a internacionalização constantedo capital, há uma necessidade de reflexão no bloco latino-americano,com a prerrogativa de se integrar para sobreviver;

2. A integração é uma necessidade clara que se acentua no dia-a-dia;3. A integração no mercado mundial e a política macroeconômica de

estabilização dos países do Cone Sul, criam uma necessidade imanentede aumentar e melhorar as exportações, causando uma necessidadede modernização e ganhos de qualidade no parque fabril, e a expansãodas fronteiras agropecuárias em direção ao interior do continente.

Assim, a integração por hidrovias coloca o Brasil em posiçãoprivilegiada, já que a infra-estrutura disponível ao longo do rio Paraná, tantoem represamento de águas, quanto na implementação dos corredores deexportação, possibilitou ao mesmo ganhos, em termos de custo de transportee integração espacial. Os corredores de exportação se concentram numaestrutura rodoviária e ferroviária que é incrementada com a hidrovia ao longodo rio Paraná. A integração ferroviária pode ser visualizada no MAPA 4.3.

Pelo MAPA 4.3, pode-se observar o eixo de integração que a ferroviarepresenta. Neste aspecto, as obras da Ferroeste em Guaíra, integrando aMicrorregião de Toledo trará novo dinamismo à Região, desde que se consigavencer as dificuldades no escoamento, a partir de Guarapuava, na RegiãoCentro-Oeste do Estado, cuja capacidade de transporte da malha ferroviáriaaté o Porto de Paranaguá é menor, em virtude dos acidentes geográficos e ainfra-estrutura atual. Por isso, poderá tornar-se um �gargalo� na expansão dacapacidade de transporte. Isto vem a confirmar a necessidade da infra-estruturade integração, que norteia o processo de crescimento e desenvolvimentoregionais, e sua conseqüente interação com os pólos industriais. Esta interaçãomantém a coesão dos agentes econômicos regionais em torno de um pólo.No caso da região norte e nordeste da Argentina, pela sua proximidade coma Região Oeste do Paraná e a Região Oeste de Santa Catarina, no Brasil,fazendo com que aquela se acerque mais economicamente destas regiõesbrasileiras, um planejamento, em termos de infra-estrutura específica a

Page 189: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

189

integração destas áreas, faz-se preeminente. Justifica-se porque, logo que umaregião se adianta em relação à outra, há uma tendência ao incremento das suasatividades, concentrando o processo de crescimento e desenvolvimento, emdetrimento às outras. O que coloca o Paraná e São Paulo numa situação privi-legiada, em termos de dinâmica industrial, frente aos parceiros do Cone Sul.

MAPA 4.3: Integração ferroviária Mato Grosso-Paraná

INTEGRAÇÃO DA REGIÃO: PARANÁ, BRASIL E MERCOSUL

Fonte: www.transportes.gov.br

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

190

Para MYRDAL (1965), após iniciar o processo de crescimento em

determinadas regiões, ocorre um movimento de fluxo de capitais, mercadori-

as e mão-de-obra para ampará-lo. A ocorrência deste fato tende a minar

impulsos dinâmicos nas regiões periféricas ou semi-estagnadas, em favor da

região em arrancada. Isto acontece, porque a região em questão já possui uma

estrutura de �transportes e comunicação melhoradas, níveis mais altos de edu-

cação e uma comunhão mais dinâmica de idéias e valores - todos os quais

tendem a robustecer as forças para a difusão centrífuga da expansão econômica

ou remover os obstáculos ao seu funcionamento�. (Myrdal, 1965, p. 34).

Como o rio Paraná é um rio internacional, os impulsos, em termos de

ganhos às empresas instaladas às suas margens, o tornam um pólo de

integração, cuja característica principal é estar situada em uma região -

fronteira, fomentando as relações comerciais num âmbito de integração.

No momento que esta integração propicia grandes benefícios,

fomentam-se os projetos de sua internalização no centro dos Estados que

compõem o bloco regional. Com isto, a Hidrovia Tietê � Paraná é o grande

alavancador do eixo de interiorização da dinâmica, gerada pela Hidrovia do

Mercosul ao grande parque industrial do interior paulista, principalmente, quando

o Porto de Santos é o ponto de embarque para o mercado europeu.

De acordo com o Departamento Hidro-Aero-Ferroviário (1985), do

Governo do Estado do Paraná, desde 1865, desenvolvem-se trabalhos

referentes à viabilidade da navegação no rio Paraná e afluentes, visando a

uma integração viária no sentido leste-oeste.

As seguintes hidrovias formam a Bacia Hidrográfica do rio Paraná,

em território brasileiro, segundo DHAF (1985).

� Paraná - Desde a foz do rio Iguaçu até a confluência dos rios Grande

e Paranaíba, com aproximadamente 808 km;

� Paranapanema - Desde sua foz até o Salto Grande, com

aproximadamente 421 km. O Paranapanema abrange 55.530 km2 no

Estado do Paraná, formando a fronteira com o Estado de São Paulo,

numa extensão de 329 km;

� Tietê - Desde sua foz até Mogi das Cruzes, com, aproximadamente,

1.010 km;

Page 191: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

191

� Pardo - Desde sua foz até o porto da Barra, com, aproximadamente,170 km;

� Ivinheima - Desde sua foz até a confluência com o rio Brilhante,com, aproximadamente, 270 km;

� Brilhante - Desde sua foz até Porto Brilhante, com, aproximadamente,79 km;

� Inhanduí - Desde sua foz até Porto Tupi, com, aproximadamente, 67km;

� Paranaíba - Desde sua foz até Escada Grande, com,aproximadamente, 787 km;

� Iguaçu - Desde sua foz até Curitiba, com, aproximadamente, 1020km. O rio Iguaçu abrange a maior bacia hidrográfica do interior doEstado do Paraná, com cerca de 57.329 km2 (MAACK,1981);

� Piracicaba - Desde sua foz até Paulínia, com, aproximadamente, 182km.

Numa boa parte destes rios, principalmente no Paraná e no Tietê,foram executadas obras de represamento de águas, formando lagos quepossibilitaram a formação de excelentes vias navegáveis, estendendo-se,inclusive, pelas vias secundárias.

As hidrovias secundárias, em muitos casos sem acréscimos de custos de construçãoe manutenção, proporcionam a aproximação de cidades, vilas, distritos industriais,sedes de fazendas, rodovias e ferrovias, portos fluviais e marítimos, com grandes

reduções de custos operacionais no transporte de cargas. (DHAF, 1985, p. 02).

Com isso, a importância da estrutura de navegação, como eixo deintegração do espaço territorial, torna-se mais preeminente, principalmentenas regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Apesar da importância dos rios, citados anteriormente, os rios Tietê eParaguai assumem um maior significado dentro da estrutura de navegaçãoda Bacia Hidrográfica do Paraná. O primeiro, por estar, estrategicamente,situado em áreas de grande potencial industrial; o segundo, por ser um riointernacional, em cujo trajeto são escoados os minérios e produtos da Repúblicado Paraguai e da Bolívia, além de boa parte da produção mineral e agrícolados Estados do centro-oeste brasileiro.

INTEGRAÇÃO DA REGIÃO: PARANÁ, BRASIL E MERCOSUL

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARROYO, M. & SCARLATO, F. C. (Org.). Globalização e espaço Latino-Americano.2° ed. São Paulo: Hucitec-Anpur, 1994.

DEPARTAMENTO HIDRO-AERO-FERROVIÁRIO(DHAF). O que há de planejamentoe estudos do transporte hidroviário interior no Estado do Paraná. Curitiba: (DAHF).Mimeog., 1985.

JESUS, G. E. O impacto do Mercosul na Indústria Paranaense. monografia de graduação.Toledo (PR): Depto. de Economia - UNIOESTE, 1999.

MAACK, R. Geografia física do Estado do Paraná. Rio de Janeiro: J.O. Editora, 1981.MINVIELLE, S. E. Integração e hegemonia na Bacia do Prata. Novas estratégias do

discurso geopolítico argentino (1986-1992). - In: ARROYO, M. & SCARLATO, F.(org.), op.cit., 1994.

MYRDAL, G. Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas. Rio de Janeiro: Saga,1965.

PERONDI, J. A agricultura paranaense no Mercosul. monografia de graduação. To-

ledo (PR): Depto. de Economia - UNIOESTE, 1997.

Page 193: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

193

5

A Região no Contexto daEconomia Paranaense

Maria da Piedade Araújo

5.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo tem por objetivo apresentar um comparativo da RegiãoOeste do Paraná em relação ao Estado. As variáveis, aqui tratadas, referem-se à contagem da população, taxa de mortalidade, distribuição da renda familiar,distribuição setorial da mão-de-obra empregada, valor adicionado por setor eprodução agrícola. Não foi possível ter uma série histórica de todas as variáveis.Uma variável, de fundamental importância para diagnósticos regionais, dizrespeito ao comportamento populacional. A última contagem populacional,feita pelo IBGE, data de 2000. Acredita-se que os objetivos, inicialmentepropostos, foram alcançados. É possível ter um comparativo significativo daRegião em relação ao Estado.

Os principais resultados deste estudo mostram que a Região Oestedo Paraná teve um comportamento semelhante ao Estado, no que se refereao movimento populacional. Há uma elevada taxa de urbanização, não só naRegião como um todo, como, também, nas distintas microrregiões. Este

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

194

comportamento é corroborado pelo desempenho do setor agrícola que liberouum contingente significativo de mão-de-obra para o meio urbano.

Outro destaque, neste estudo, é o comportamento da taxa demortalidade que teve uma queda considerável de 1978 até 1994. Com relaçãoà renda média familiar, pode-se dizer que ela é relativamente baixa, não só naRegião, como para o Estado, refletindo-se, desta forma, numa elevadadesigualdade de renda.

Com relação ao setor agrícola, pode-se confirmar a relativa importânciaque ele desempenha na Região em termos de produção agrícola e como setorabsorvedor de novas tecnologias. Apesar de uma redução, na área cultivada,de algumas culturas selecionadas, há um aumento de produtividade que refletea moderna agricultura extensiva da Região.

5.2 ANÁLISE COMPARATIVA DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ EM RELAÇÃO

AO ESTADO

Inicialmente, faz-se importante mostrar a representatividade dotamanho da Região, em relação ao número de municípios.

Segundo o censo demográfico de 2000, o Estado do Paraná estádividido, política e administrativamente, em 399 municípios. A Região Oestedo Paraná representa 12,5% do total dos municípios do Estado, com 50municípios, conforme se pode observar no Mapa 5.1.

5.2.1 ANÁLISE DE VARIÁVEIS SÓCIO-ECONÔMICAS

Outros dados, de relativa importância e que se faz necessáriodemonstrar, são os dados com relação à população rural e urbana, densidadedemográfica, taxa de mortalidade e natalidade infantil e empregados poratividade econômica.

De acordo com o Quadro 5.1, a população da Região Oeste do Paranárepresentava, em 1970 e 2000, 10,86% e 11,90% do total da população do Estado,respectivamente. Enquanto a população total do Estado elevou-se em 37,93%neste período, a população da Região Oeste do Paraná cresceu 51,18%.

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195

ÁNARAP OÃIGERROSEM LEVACSAC UÇAUGIODZOF ODELOTonA 0791 0002 0791 0002 0791 0002 0791 0002 0791 0002anoZanabrU 873.405.2 500.287.7 615.941 263.829 589.94 662.613 604.63 558.653 521.36 142.552laruR 094.524.4 121.677.1 619.206 471.902 728.781 625.87 427.101 792.24 563.313 153.88

oãçalupoPlatoT 898.929.6 621.855.9 234.257 635.731.1 218.732 297.493 031.831 251.993 094.673 295.343

Ao se analisar o crescimento populacional, dentro da Região, o quese tem é um aumento significativo da população total da Microrregião de Fozdo Iguaçu (aumento de 189%), seguido da Microrregião de Cascavel, comum aumento populacional de 66%. Em contrapartida, a Microrregião de Toledoapresentou um decréscimo populacional neste período, na ordem de 8,74%.

As cidades da Região Oeste que possuem o maior número dehabitantes são Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo, cidades pólos de cadaMicrorregião, que são de extrema importância em relação às demais.

MAPA 5.1: Determinação da Região Oeste do Paraná

Fonte: Atlas Histórico do Paraná

QUADRO 5.1: Comparativo populacional - período 1970 e 2000

Fonte: IPARDES - Base de Dados/Internet

A REGIÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA PARANAENSE

Page 196: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

196

A distribuição populacional do Estado do Paraná, em 1970, era de63,9% de população rural e, 36,1%, de população urbana. O quadro reverte-se totalmente em 2000, quando a população urbana passa a representar 81,42%e a população rural, 18,58%. Na Região Oeste do Paraná, este panoramanão é diferente. Em 1970, a população urbana representava, apenas, 19,87%e a rural, 80,13%. Em termos de taxa de urbanização, a Região acompanhouo desempenho do Estado, apresentando, em 2000, um percentual de populaçãourbana de 81,61% e, rural, de 18,39%.

Por estes dados, pode-se observar, praticamente, uma inversão nadistribuição populacional urbana e rural, no Estado do Paraná, tendo a RegiãoOeste acompanhado este comportamento. Este rápido processo deurbanização da Região Oeste do Paraná, provavelmente, é reflexo de umaacelerada modernização da agricultura que liberou mão-de-obra para o setorurbano. É importante ressaltar, também, que a construção da Usina Hidrelétricade Itaipu pode ter corroborado com este resultado, uma vez que houve ummovimento populacional em decorrência da formação do Lago de Itaipu.

Fazendo uma análise, dentro da Região Oeste do Paraná, verifica-seque a Microrregião que sofreu o maior impacto da urbanização foi Foz doIguaçu. A população urbana, em 1970, representava 26% do total, nestaMicrorregião, passando a representar 89%, em 2000. A Microrregião deCascavel, também, teve forte urbanização; em 1970, a população urbanarepresentava 21% do total, chegando, em 2000, com 80%. A Microrregião deToledo, apesar da elevada taxa de urbanização, é a menos representativadentre as três Microrregiões no que diz respeito ao grau de urbanização. Em1970, a população urbana representava 17% do total, passando a representarem 2000, 74%.

Ao analisar a densidade demográfica (hab/km2), no período de 1991-1995, da Região em relação ao Estado do Paraná, identificam-se os seguintesfatos: o crescimento da densidade demográfica da Região, de 1991 a 1995,foi de 6%, passando, de 44,52 hab/km2, para 46,79 hab/km2.

A distribuição da

população na Região e no Estado é homogênea, pois, no Estado, a densidadeem 1991, que era de 42,54 hab/km2, passou para 44,57 hab/km2, sendo, portanto,um índice muito próximo ao da Região Oeste.

Em 1996, a taxa média anual de crescimento urbano, na Região Oestedo Paraná, foi de 0,04% e, a rural, de �0,04%. Nas microrregiões, a taxa

Page 197: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

197

seõigerrorciM AUGÁ OTOGSE ACIRTÉLEAIGRENE

levacsaC %80,33 %34,34 %50,13

uçaugIodzoF %50,14 %88,43 %70,53

odeloT %78,52 %07,12 %88,33

anual de crescimento urbano e rural foi, respectivamente, de 0,05% e �0,03%,na Microrregião de Cascavel; 0,07% e -0,04%, na Microrregião de Foz doIguaçu e 0,01% e �0,04%, na Microrregião de Toledo.

A variação média da densidade demográfica do período de 1991 a1995 para a Região foi de 1,234% e para o Paraná foi de 1,16%. Isto significaque na Região, entre 1991 e 1995, houve um crescimento médio anual emtorno de 1,23% e no Estado de 1,16%. Uma diferença pouco significativa.

Fazendo uma análise da taxa de mortalidade infantil da Região emrelação ao Estado, nota-se que, em 1976, de cada mil nascidos vivos, 64morriam. Já, para o Estado do Paraná, este número era superior; 78, por milnascidos vivos. Em 1994, a situação, tanto do Estado, como da Região Oeste,apresentaram uma melhora significativa, mostrando um desenvolvimento sócio-econômico em termos desta variável. Para o Estado do Paraná, em 1994,para cada mil nascidos vivos, apenas 29 morriam e, para a Região Oeste estenúmero passou para 25.

Com relação a alguns aspectos da condição de vida da população,como ligações de água, esgoto e energia elétrica, em 1996, a distribuiçãoparticipativa de cada Microrregião no total da Região era o que se apresentano Quadro 5.2.

Além dos aspectos de condição de vida já citados, mostra-seimportante, também, analisar a renda familiar per capita. A renda familiar percapita no Paraná, na Região Oeste e nas Microrregiões de Cascavel, de Fozdo Iguaçu e de Toledo, nos anos de 1980 e 1991, indica a grande desigualdadeexistente na distribuição da mesma, no Estado do Paraná como um todo, e naRegião Oeste e nas suas Microrregiões, especificamente. Pelo Quadro 5.3,pode se fazer esta análise, além de se ter o grau de desigualdade e o percentualde pessoas com renda insuficiente.

QUADRO 5.2: Participação dos aspectos urbanos das Microrregiões na Região

Fonte: PARANACIDADE - http://www.celepar.pr.gov.br

A REGIÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA PARANAENSE

Page 198: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

198

atipacreprailimafadneR)ominímoirálasme( edadlaugisededuarG adnermocsaosseP

)%(etneicifusni

ánaraP 0891 82,1 6,0 31,93

1991 92,1 66,0 31,14

oãigerroseM 0891 66,0 42,0 66,81

1991 26,0 24,0 68,83

levacsaCedorciM 0891 19,0 22,0 57,91

1991 56,0 84,0 85,05

zoFedorciM 0891 55,0 52,0 08,81

1991 97,0 24,0 31,03

odeloTedorciM 0891 45,0 42,0 24,71

1991 16,0 73,0 78,53

Antes de se fazer a análise, é necessário ressaltar que, em 1980,faltam os dados referentes aos seguintes municípios da Microrregião deCascavel: Boa Vista da Aparecida, Braganey, Cafelândia do Oeste, CampoBonito, Diamante do Sul, Ibema, Iguatu, Lindoeste, Santa Lúcia e Santa Terezado Oeste. Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Iracema do Oeste,Jesuítas, Maripá, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado, Quatro Pontes, SãoJosé das Palmeiras, São Pedro do Iguaçu, Tupãssi da Microrregião de Toledo;e Itaipulândia, Missal, Ramilândia, Santa Terezinha de Itaipu, Serranópolis doIguaçu e Vera Cruz do Oeste da Microrregião de Foz do Iguaçu. Em 1991,faltam os dados referentes aos municípios de Diamante do Sul, Iguatu, SantaLúcia da Microrregião de Cascavel; Entre Rios do Oeste, Iracema do oeste,Maripá, Pato Bragado, Quatro pontes, São Pedro do Iguaçu, na Microrregiãode Toledo; e Ramilândia, Serranópolis do Iguaçu na Microrregião de Foz doIguaçu.

Apesar dos dados das Microrregiões não representarem a médiatotal, é possível verificar a baixa renda da Região Oeste comparada ao Estado.Por outro lado, verifica-se que o grau de desigualdade da Região é,significativamente, menor que a do Estado. Cabendo lembrar que, quantomais próximo de 1, maior o grau de desigualdade.

Os municípios da Microrregião de Cascavel, que possuíam a maiorrenda familiar per capita, em 1991, eram Cafelândia do Oeste (1,77) e Cascavel(1,53). Na Microrregião de Toledo, eram Palotina (1,32) e Toledo (1,30). Na

QUADRO 5.3: Comparativo da renda e do grau de desigualdade, em 1980 e 1991

Fonte: IPARDES - Base de Dados/Internet

Page 199: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

199

Microrregião de Foz do Iguaçu eram, Foz do Iguaçu (1,64) e Medianeira(1,22). Já, os que possuíam o maior grau de desigualdade na Microrregião deCascavel, eram Cafelândia do Oeste (0,82), Catanduvas (0,75) e Três Barrasdo Paraná (0,74). Na Microrregião de Toledo, eram Ouro Verde do Oeste(0,65), Palotina (0,64) e Formosa do Oeste (0,63) e, na Microrregião de Fozdo Iguaçu, eram Missal (0,71), Vera Cruz do Oeste (0,67) e Foz do Iguaçu(0,58). E os municípios que possuíam o maior número de pessoas com rendainsuficiente, na Micro de Cascavel, eram Lindoeste (78,08), Guaraniaçu (73,88)e Campo Bonito (72,62). Na Microrregião de Toledo, eram Diamante doOeste (83,10), Ouro Verde do Oeste (65,68) e Terra Roxa do Oeste (63,43)e, na Microregião de Foz do Iguaçu, eram Vera Cruz do Oeste (62,80) eMatelândia (52,66).

Os municípios com menor renda familiar per capita, em 1991, naMicrorregião de Cascavel, eram Boa Vista da Aparecida (0,40) e Lindoeste(0,50). Na Microrregião de Toledo, eram Diamante do Oeste (0,39) e Toledo(0,58). Na Microrregião de Foz do Iguaçu, eram Vera Cruz do Oeste (0,84) eMatelândia (0,79). Os municípios com menor grau de desigualdade naMicrorregião de Cascavel, eram Anahy (0,41), Santa Tereza do Oeste (0,44)e Nova Aurora (0,46). Na Microrregião de Toledo, eram Diamante do Oeste(0,45), Terra Roxa do Oeste (0,50) e São José das Palmeiras (0,51) e, naMicrorregião de Foz do Iguaçu, eram Matelândia (0,49), Céu Azul (0,53) eSanta Terezinha de Itaipu (0,53). E os municípios com menor número depessoas com renda insuficiente, na Microrregião de Cascavel, eram Cascavel(30,79), Cafelândia do Oeste (33,96) e Anahy (47,38). Na Microrregião deToledo, eram Toledo (37,27), Palotina (39,27) e Marechal Cândido Rondon(40,35) e, na Microrregião de Foz do Iguaçu, eram Foz do Iguaçu (28,03) eMedianeira (37,83).

Outra variável, de suma importância, em estudos que desejam fazerdiagnóstico e prognóstico de uma região, é a distribuição da mão-de-obra porramo de atividade. Em 1996, os empregados, por atividade econômica (RAIS),da Região Oeste, representavam 8,76% do total do Estado. Analisando aRegião intrinsecamente, como-se pode observar na distribuição que segue, aRegião caracteriza-se por atividades, preponderantemente ligadas ao setorurbano.

Estes dados vêm corroborar com a forte taxa de urbanização da

A REGIÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA PARANAENSE

Page 200: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

200

ROTES 4791 0991 6991

OIRÁMIRP 22,46 18,71 4,72

OIRÁDNUCES 61,21 12,05 64,64

LAICREMOC 81,12 45,52 59,71

SOÇIVRES 44,2 44,6 91,8

Região Oeste do Paraná. Apesar do setor agropecuário ser representativonas três Microrregiões que a compõem, a distribuição, por ramo de atividade,é praticamente homogênea. Isto pode estar mostrando a modernização domeio rural, que provocou um deslocamento significativo da população para omeio urbano.

� Indústria extrativa mineral 7,44%

� Indústria de transformação 6,81%

� Serviços de utilidade pública 9,26%

� Construção civil 9,44%

� Comércio 12,44%

� Serviços 9,08%

� Administração pública 7,17%

� Agropecuária 9,42%

� Outras atividades 7,17%

Os dados que ilustram com fidelidade a importância dessa distribuiçãosetorial na Região Oeste do Paraná, são os dados relacionados ao valoradicionado por setor de atividade e o valor adicionado total da Região.Analisando tal situação, têm-se os seguintes percentuais, dispostos no Quadro5.4, para cada setor nos anos de 1974, 1990 e 1996.

O valor adicionado do setor primário, em 1974, representava 64,22%

do total do valor adicionado da Região. Em 1990, o setor primário passou a

representar, apenas, 17,81% do total do valor adicionado da Região, mas o

setor secundário representava, então, 50,21%. Já, em 1996, esta participaçãomodificou-se novamente, porém o setor secundário ainda continuou muitorepresentativo, com 46,46% do total do valor adicionado. O setor de serviços

QUADRO 5.4: Percentual do valor adicionado por setor em relação ao totaldo valor adicionado da Região Oeste do Paraná

Fonte: IPARDES - Base de Dados/Internet

Page 201: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

201

cresceu, lentamente, ao longo do período analisado.O valor adicionado, aqui analisado, é obtido pela diferença entre os

valores das operações de saídas de mercadorias em relação aos de entrada,consideradas as variações de estoque, incluindo o consumo intermediário deserviços e despesas diversas, diferindo do conceito básico da ContabilidadeSocial.

Na avaliação do setor primário, não estão deduzidos os insumosutilizados por este setor, tratando-se, portanto, do conceito de valor de produçãoprimária comercializada, não incluindo a parcela retirada para o autoconsumo.

O valor adicionado no setor secundário e na atividade comercial é adiferença entre os valores das operações de saída de mercadorias em relaçãoaos de entrada, consideradas as variações de estoques. Acha-se incluído,portanto, no valor adicionado, o consumo intermediário de serviços, comotransportes, energia elétrica, combustíveis e lubrificantes, despesas diversas.

Assim, do ponto de vista da abrangência, estão incluídas não só asoperações tributadas, como aquelas imunes, isentas ou ao abrigo do diferimento,bem como operações classificadas como entradas e/ou saídas de mercadoriase serviços não registradas. Todavia não estão incluídas aquelas operaçõesenquadradas no conceito jurídico de �não incidência�, por fugirem ao campode abrangência do ICMS.

A participação percentual média da Região Oeste no valor adicionadototal do Paraná, no período de 1974-1989, foi de 12,06%. O setor primário, aindústria e o comércio tiveram uma representatividade, no percentual médiodo valor adicionado do Estado, de 20,94%, 4,06%, 13,25%, no período citado.

O valor adicionado da Região, em relação ao valor adicionado doEstado, em 1990, representava 14,43%, no entanto permaneceu quase queinalterado nos anos posteriores. Em 1996, esta representatividade era de14,87% no total do valor adicionado do Estado.

Ao se comparar, setorialmente, os percentuais de participação daRegião Oeste, em relação ao Estado, observa-se que houve uma grandevariação no decorrer do período (Quadro 5.5), mas o setor, que vemdemonstrando domínio na Região Oeste do Paraná, é o setor primário,ressaltando a significativa importância das atividades agropecuárias. O setorsecundário, que se apresentava, no início do período, em último lugar, na

participação do valor adicionado, passou a ser o segundo setor de maior par-

A REGIÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA PARANAENSE

Page 202: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

202

ticipação, devido à movimentação gerada pela instalação das agroindústrias

na Região. Com relação aos setores comercial e de serviços, observa-se que

este último vem ganhando espaço, sendo que, no final do período analisado,

conseguiu passar à frente do setor comercial. Mas, apesar das modificações

participativas dos setores, as variações são pouco significativas.

A mecanização das lavouras, a construção de rede de armazéns esilos em pontos estratégicos, o estudo e pesquisa de técnicas agrícolas maiseficientes, pode fazer com que o valor adicionado, representado pela agricultura,tenha um visível aumento no decorrer dos anos, sendo um reflexo decorrentede tais inovações.

5.3 PRODUÇÃO AGRÍCOLA

De extrema importância para esta análise, são os dados relacionados

à produção agrícola da Região Oeste do Paraná. Neste item, far-se-á um

comparativo da área colhida (ha), quantidade produzida (t), o rendimento médio

(kg/ha) e o valor (R$) da produção de alguns produtos agrícolas da Região

Oeste e do Estado do Paraná. A análise de tais culturas se faz importante por

serem as mais significativas no Estado.

A produção agrícola (t) de algodão herbáceo era quase inexpressiva

na Região, em 1976 e 1980, pois representava 2,48% e 6,89% do total produzido

no Paraná, mas, em 1985 e 1996, passou a representar 15,24% e 20,56%,

respectivamente, do total produzido no Estado. Por outro lado, a área colhida

(ha) representou 2,88%; 5,57%; 14,97% e 19,15% respectivamente, para os

anos de 1976, 1980, 1985 e 1996.

ROTES 4791 0891 5891 0991 5991 6991

OIRÁMIRP 66,02 10,12 46,02 81,61 78,91 57,12

OIRÁDNUCES 37,5 31,3 94,4 86,41 48,41 38,31

LAICREMOC 00,21 23,41 72,21 72,31 53,11 57,11

SOÇIVRES 97,9 26,6 44,71 52,31 21,21 32,21

QUADRO 5.5: Percentual do valor adicionado da Região Oeste em relação aoEstado, por setor em períodos selecionados

Fonte: IPARDES - Base de Dados/Internet

Page 203: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

203

O destaque, dentro da Região, é para a Microrregião de Toledo. Até1996, devido à industrialização das fibras e do caroço do algodão, foiincrementado o plantio do algodão, mas, depois desse período, houve umaexpressiva redução para menos de um terço da área cultivada, devido aopreço do produto no mercado que inviabiliza a produção, sendo necessária aimportação da Argentina.

Em relação à área colhida (ha) de café, a Região Oeste, em 1980,1985 e 1996, colheu 8,91%; 5,35% e 3,94% respectivamente, do total da áreacolhida no Estado. A quantidade produzida (t) representou 8,11%; 3,16% e2,82% respectivamente, do total produzido no Paraná, com destaque para aMicrorregião de Toledo. Nas últimas décadas, a área cultivada (ha) foi reduzidapara menos da metade, em decorrência da erradicação dos cafezais, motivadospor fatores sócio-econômico-financeiro. Além da Região Oeste apresentarum clima bem menos ameno do que as demais regiões, surgem barreiras aocultivo de produtos tropicais.

Ao analisar a área colhida (ha) de cana-de-açúcar, em 1976, 1980,1985 e 1996, conclui-se que a Região Oeste representava 4,94%; 1,26%;0,93% e 0,63%, respectivamente, do total da área colhida (ha) no Estado, e aquantidade produzida (t) representava 3,47%; 0,67%; 0,67% e 0,34%,respectivamente, do total do Estado. Apesar da cana-de-açúcar, ainda hoje,ter uma certa representatividade para o Estado, o mesmo não acontece emrelação à Região. Os produtores paranaenses, de 1976 a 1996, quadruplicarama área destinada à cultura da cana-de-açúcar.

A área colhida (ha) de feijão representava, em 1976, 1980, 1985,1996, para a Região, cerca de 10,94%; 8,68%; 6,4% e 4,85%, respectivamente,do total da área colhida (ha), no Paraná. A quantidade produzida (t) de feijãorepresentou cerca de 14,62%; 8,03%; 6,16% e 5,56%, respectivamente, dototal do Estado. O comportamento, em termos de área destinada ao cultivodo feijão da Região Oeste, segue o caminho trilhado pelo Estado; a áreadestinada ao feijão, em 1996, foi apenas 73% da área cultivada no Estado, em1976. Cabendo salientar que houve um aumento significativo da produtividade.

A cana-de-açúcar e o feijão são produzidos, em sua maioria, empequenas propriedades, sendo a maior parte da produção para subsistência e,somente, o excedente vendido no mercado. No caso da cana, é utilizada parao consumo animal, fabricação de melado, rapaduras e aguardente. Pode ob-

A REGIÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA PARANAENSE

Page 204: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

204

servar-se, também, a ausência de usinas de açúcar e álcool, na Região Oestedo Paraná. Esses são os principais motivos da inexpressiva produção desteproduto na Região Oeste, em relação ao Paraná.

QUADRO 5.6: Comparativo da produção agrícola da Região com o Paraná,1976-1996

Fonte: IPARDES - Base de Dados/Internet

OECÁBREHOÃDOGLA

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OÃIGERROSEM ÁNARAP

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otnemidneRoidém)ah/gk(

$RrolaVsetnerroc

6791 881.5 169.6 081.4 01 054.181 388.082 845.1 834

0891 017.81 986.83 620.6 242 000.633 915.165 176.1 6453

5891 238.08 008.751 597.5 597.97 000.045 166.530.1 819.1 232.595

6991 928.43 409.5 681.5 716.62 619.181 160.782 875.1 269.921

ÉFAC

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OÃIGERROSEM ÁNARAP

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otnemidneRoidém)ah/gk(

$RrolaVsetnerroc

6791 - - - - 427.3 164 421 2

0891 826.65 808.62 201.1 394 778.536 076.033 025 754.5

5891 870.32 306.81 621.2 997.82 000.134 190.885 463.1 809.239

6991 813.5 333.4 975.2 721.3 459.431 938.351 041.1 469.841

RACÚÇA-ED-ANAC

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OÃIGERROSEM ÁNARAP

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6791 965.2 593.09 781.53 3 000.25 465.506.2 701.05 89

0891 237 878.92 957.69 4 099.75 084.154.4 367.67 060.1

5891 703.1 031.76 077.651 419 558.041 589.324.01 500.47 276.712

6991 508.1 007.08 090.931 322.1 741.582 083.864.32 303.28 919.733

OÃJIEF

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OÃIGERROSEM ÁNARAP

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otnemidneRoidém)ah/gk(

$RrolaVsetnerroc

6791 429.98 249.58 027.2 26 023.228 508.785 517 585

0891 387.07 451.73 904.1 091 880.518 052.264 765 111.3

5891 393.64 977.03 390.2 717.31 467.327 716.994 096 849.422

6991 228.82 062.72 518.2 609.01 031.495 704.094 528 351.702

Page 205: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

205

Fonte: IPARDES - Base de Dados/Internet

Na Região Oeste do Estado, a cultura de mandioca tinha, em 1976,1980, 1985, 1996, uma área colhida (ha) que representava, respectivamente,18,99%; 27,9%; 26% e 27,56%, do total colhido no Estado e, a sua quantidade(t) produzida, representava 21,38%; 33,59%; 31,89% e 33,59%,

A REGIÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA PARANAENSE

Continuação do QUADRO 5.6.

ACOIDNAM

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OÃIGERROSEM ÁNARAP

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otnemidneRoidém)ah/gk(

$RrolaVc setnerro

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otnemidneRoidém)ah/gk(

$RrolaVsetnerroc

6791 384.31 992.672 582.16 65 000.17 002.292.1 002.81 992

0891 038.21 047.403 626.56 881 289.54 013.709 237.91 376

5891 823.22 671.945 559.86 606.42 008.58 000.227.1 080.02 874.49

6991 301.23 561.868 028.18 098.83 674.611 333.485.2 881.22 921.331

OHLIM

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OÃIGERROSEM ÁNARAP

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6791 679.933 011.119 651.8 352 005.812 009.228.4 702.2 843.1

0891 009.433 377.291.1 088.01 909.1 085.651.2 769.664.8 535.2 030.9

5891 955.164 538.815.1 896.9 189.452 048.233.2 317.308.5 884.2 273.279

6991 177.054 363.717.1 162.11 176.532 015.944.2 902.339.7 932.3 542.210.1

AJOS

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OÃIGERROSEM ÁNARAP

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6791 697.377 138.428.1 898.6 488 003.380.2 000.005.4 061.2 191.2

0891 864.178 779.821.2 602.7 182.6 008.014.2 000.004.5 042.2 923.61

5891 478.837 077.724.1 857.5 852.683 073.691.2 000.314.4 900.2 065.542.1

6991 211.396 699.929.1 533.8 551.914 326.683.2 864.044.6 996.2 089.873.1

OGIRT

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OÃIGERROSEM ÁNARAP

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6791 926.684 467.834 078.2 513 000.842.1 046.061.1 039 918

0891 031.436 687.665 705.2 332.2 600.044.1 600.053.1 839 484.5

5891 295.774 218.640.1 810.6 317.446 078.103.1 522.936.2 720.2 791.017.1

6991 024.503 835.756 723.6 534.69 444.580.1 008.301.2 839.1 421.592

Page 206: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

206

respectivamente, do total do Paraná, com um considerável destaque para aMicrorregião de Toledo. Essa cultura encontra-se em franco desenvolvimento,em decorrência da instalação de várias fábricas, destinadas ao processamentodo amido, para utilização nas indústrias químicas, farmacêuticas, bélicas, dentreoutras.

A área colhida (ha) de milho, na Região, em 1976, foi de 15,56%, em1980, de 15,53%, em 1985, de 19,79% e, em 1996, de 18,4%, comparado coma área (ha) colhida no Estado. A quantidade produzida (t) representou,respectivamente, 18,89%; 14,09%; 26,17% e 21,65%, do total produzido, noParaná, nos períodos acima citados. A produção não só se destaca pelaquantidade como pela qualidade, em decorrência de ser utilizada na culturauma tecnologia bastante avançada.

A expressiva produção de milho, da Região Oeste do Estado, fazcom que a mesma também tenha destaque na produção agroindustrial decarnes. O milho, juntamente com o farelo de soja, são os mais importantesingredientes do fabrico de ração para alimentação animal. Assim sendo, háuma produção significativa de carnes e derivados na Região.

Outra cultura que coloca o Estado do Paraná entre os mais importantesdo País e a Região Oeste em destaque, é a soja. A área colhida (ha) de soja,na Região Oeste registrou, respectivamente, em 1976, 1980, 1985, 1996, índicesde 37,14%; 36,15%; 33,64% e 29,04%, do total da área colhida (ha), no Paraná,e a quantidade produzida (t), também representou grande parte do total doEstado, sendo respectivamente, 40,55%; 39,43%; 32,35% e 29,97%.

A soja é uma cultura mecanizada por excelência, voltada,essencialmente, para exportação, sendo vendida na forma de óleo, farelo eração, produtos processados na Região, e o excedente comercializado paraoutras regiões e exterior. A soja é a grande responsável pelo desempenho daRegião Oeste no que diz respeito à produção de proteína animal.

O trigo é outra cultura que sempre se destacou no Paraná e,principalmente, na Região Oeste. Quanto a área colhida (ha) de trigo, naRegião, em 1976, 1980, 1985 e 1996 representava 38,99%; 44,04%; 36,68%e 28,14%, do total da área colhida (t), no Paraná, e a quantidade produzida (t)representava 37,8%; 41,98%; 39,66% e 31,55%, respectivamente. A áreacultivada reduz-se ano a ano devido aos crescentes custos de produção edevido à imprevisibilidade do clima, sendo corroborado, ainda, pela falta de

Page 207: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

207

incentivo à cultura, sendo, muitas vezes, o preço do produto importado menorque o nacional.

Do exposto neste item, pode-se salientar a relativa importância daRegião Oeste em relação ao Estado do Paraná, no que se refere ao setoragrícola. Apesar da diminuição da área plantada para a maioria das culturas,observa-se um aumento de produtividade, decorrente da modernização dosetor agrícola. Observando de forma mais atenta os dados, pode-se inferirque a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu pode ter sido responsávelpela queda da área disponível para a agricultura, como, por outro lado, o setoragrícola desta Região sofreu um franco processo de modernização, comopoderá ser observado no Capítulo 11. O impacto do alagamento pode ter sidoamenizado por esta modernização.

De maneira geral, os dados analisados neste capítulo, demonstramum grau de desenvolvimento sócio-econômico da Região ao se ter variaçõessignificativas em todas as variáveis analisadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

IPARDES. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Sistema de

Base de Dados. Ambiente UNIX, 1999.

PARANACIDADE. http://www.celepar.pr.gov.br

A REGIÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA PARANAENSE

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

208

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209

6

Hierarquização Econômica dosMunicípios: Pólos, Sub-Pólos e

Liderança Setorial

Marcos Wagner da Fonseca

6.1 INTRODUÇÃO

Os municípios que compõem a Região Oeste do Paraná podem seragrupados de diferentes formas. Uma delas, é quanto ao critério utilizadopelo IBGE, que foi o de estabelecer três microrregiões por homogeneidade.Porém este critério de homogeneidade deve ser questionado em determinadosaspectos, como o econômico. Algumas definições de espaço podem serbuscadas para auxiliar a discussão.

Uma definição adequada de espaço para a discussão deste capítulopode ser encontrada em FERREIRA (1989, p. 48): "As áreas geográficas ousub-espaços nacionais que constituem o objeto de preocupação da análiseregional são as regiões econômicas". CLEMENTE (1994), trabalha muitobem a questão de espaço e regionalização, definindo os espaços econômicos,com três diferentes conceitos:

Page 210: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

210

- Espaço de Planejamento: é o espaço como conteúdo de um plano,dando origem à região de planejamento. Este conceito assumeimportância, quando se trabalha com a idéia de desenvolvimentoregional, pois o plano faz parte da área de atuação institucional, sejaela de iniciativa pública ou privada.

- Espaço Polarizado: que compreende forças de atração e forças derepulsão, devido, basicamente, à concentração de produção e depopulação. Este conceito tem sua importância na análise de regiõescom características de polarização de alguma atividade que prejudicaa proliferação desta nas regiões vizinhas.

- Espaço Homogêneo: que compreende o espaço econômico comosendo invariante com respeito a algum aspecto econômico deinteresse. O que diverge de algumas definições anteriores, onde ocritério de associação geográfica entra na definição de espaçohomogêneo.

Uma discussão sobre a formação do Oeste do Paraná, enquantoregião, encontra-se no segundo capítulo deste diagnóstico. Neste sentido, torna-se fundamental complementar esta discussão, adicionando argumentos queindiquem os municípios, economicamente considerados como pólo e, também,os sub-pólos, o que permitiria a montagem de uma hierarquização entre osmesmos. Cabe ainda, buscar a composição setorial da economia destesmunicípios, pois, dentro de uma região, historicamente, de predominânciaagrícola, é provável que os municípios, que modifiquem a composição setorial,diminuindo a participação da agropecuária, tornem-se pólos e acelerem esteprocesso de modificação em favor dos setores secundário e terciário.

Para efetuar esta discussão, este capítulo seguirá dois caminhos quese complementam. O primeiro será aplicar métodos de análise regional,construindo indicadores, para identificar os setores mais dinâmicos dentro decada município, modificação desta composição em dois momentos do tempo,sendo, também, possível identificar uma hierarquização entre os municípios.O segundo, será discutir os resultados dos indicadores, mediante análisecomparativa com as informações do Valor Adicionado e do PIB dos municípios.

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211

Desta forma, busca-se, na seção 6.2, definir os critérios para aconstrução dos indicadores, descrevendo a metodologia adotada; logo após,na seção 6.3, é realizada a montagem e análise dos indicadores; a seção 6.4trata da análise comparativa com as informações do Valor Adicionado e doPIB dos municípios; e a seção 6.5 faz as considerações finais do capítulo.

6.2 METODOLOGIA

6.2.1 Métodos de Análise Regional

Para HADDAD & ANDRADE (1989, p. 207):

A teoria econômica regional fornece os elementos analíticos básicos que servem paraorientar a linha de raciocínio a ser seguida nos estudos, cuja preocupação são questõesatinentes ao processo de crescimento e desenvolvimento das regiões. Entretanto, aanálise teórica do relacionamento das variáveis relevante não é o bastante. Hánecessidade de passar ao trabalho empírico para, não só testar os diversos modelosalternativos existentes no campo teórico e verificar qual deles melhor se aproxima naexplicação de uma dada realidade observada, como também para fazer uso da maior

riqueza de detalhes analíticos existentes nos modelos empíricos.

Em HADDAD (1989), são apresentadas as medidas de localizaçãoe especialização, que auxiliam na formulação de políticas de descentralizaçãoindustrial, ou servem para o conhecimento dos padrões regionais de crescimentoeconômico. Algumas destas medidas são de natureza, eminentemente,descritiva e de escopo analítico bastante limitado, mas sua utilização justifica-se em trabalhos de natureza exploratória e em conjunto com outras técnicas.

O início do método remete para a construção da chamada matriz deinformações. A organização das informações em uma matriz que relaciona adistribuição setorial-espacial de uma variável base. Com as matrizesconstruídas, o cálculo de diferentes tipos de medidas permitirão "descreverpadrões de comportamento dos setores produtivos no espaço econômico, assimcomo padrões diferentes de estruturas produtivas entre as várias regiões".(HADDAD, 1989, p. 227).

As medidas de localização são de natureza setorial e se preocupamcom a localização das atividades entre as regiões, buscando identificar padrões

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

212

de concentração ou dispersão espacial da variável base entre os setores. Sãoelas, o Coeficiente de Localização, Quociente Locacional, Coeficiente deAssociação Geográfica e Coeficiente de Redistribuição.

As medidas regionais concentram-se na análise da estrutura produtivade cada região, investigando o grau de especialização das economias regionais,num dado período, assim como o processo de diversificação observado entredois ou mais períodos. Destaca-se o Coeficiente de Especialização, comoprincipal representante destas medidas regionais, porque demonstra pontosfundamentais para a compreensão das características de produção de umaregião.

6.2.2 Área de Estudo

Conforme PIERUCCINI (1998), a Região Oeste, definida pelo IBGE,como Mesorregião Geográfica do Oeste do Paraná, compreende um conjuntode 50 municípios que abrangem uma área territorial de, aproximadamente,22.811,242 Km2, (11,5% da área estadual). A contagem populacional, realizadapelo IBGE, em 1996, informa um contingente de 1.083.121 habitantes, estandosubdividida em:

- Microrregião de Foz do Iguaçu: 368.454 habitantes;- Microrregião de Cascavel: 378.471 habitantes;- Microrregião de Toledo: 336.196 habitantes.

6.2.3 Indicadores de Análise Regional

Os indicadores de análise regional estão divididos em três grupos. Oprimeiro grupo constitui a construção da matriz de informação, necessáriapara o acontecimento dos próximos dois. O segundo grupo constitui-se nasmedidas de localização que se subdivide em quociente locacional, coeficientede localização, coeficiente de associação geográfica e coeficiente deredistribuição. O terceiro grupo constitui-se em medidas regionais, divididasem coeficiente de especialização e coeficiente de reestruturação.

Page 213: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

213

6.2.3.1 A Matriz de Informações

Em HADDAD (1989), a matriz é a organização das informaçõesrelacionadas à distribuição setorial-espacial. Considerando-se o emprego comovariável-base, precisa-se das informações sobre a distribuição do empregopor atividades e regiões, num dado ano, o mesmo ocorrendo com qualqueroutra variável que venha a ser escolhida.

As informações podem ser organizadas em uma matriz, na qual cadalinha mostra a distribuição total do emprego de uma dada indústria, setor ouatividade entre as diferentes regiões de um país ou estado, e cada colunamostra como o emprego total de uma dada região se distribui entre os seusdiferentes setores industriais ou atividades.

Para a construção da matriz define-se:

Eij = emprego no setor i da região j;

E.j = E

ij = emprego da região i em todos os setores;

i

Ei. = E

ij = emprego no setor i de todas as regiões;

j

E.. = Eij = emprego em todos os setores de todas as regiões.

i j

A distribuição percentual do emprego, na região, é definida como:

A distribuição percentual do emprego setorial, entre regiões, é defini-da com:

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

Eij

i e j = _____ (1)

E

ij

Eij

j e i = _____ (2)

Eij

j

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

214

sendo:

ie j = 1,00 ; jei = 1,00, i j

define-se, portanto, as duas equações abaixo:

i e . = ie j (3)

j

j e . = jei (4)

i

Neste trabalho, será adotada como base, o consumo de energiaelétrica. A variável emprego não será utilizada por não estarem disponíveisdados confiáveis desta para a área de estudo. Porém, para efeitos de de-monstração dos métodos adotados, utilizar-se-á o emprego como exemplo,por ser esta variável adotada por HADDAD (1989).

As informações foram coletadas na Base Pública de Dados do Esta-do do Paraná, mantida pelo Instituto Paranaense de DesenvolvimentoEconômico e Social - IPARDES (1998).

6.2.3.2 Medidas de Localização

As medidas de localização são medidas de natureza setorial. O prin-cipal objetivo é com a localização das atividades entre as regiões, identifican-do padrões de concentração ou dispersão espacial da variável-base, numdado período ou entre dois ou mais períodos.

6.2.3.2.1 Quociente Locacional

O quociente locacional do setor i, na região j é definido como:

Eij E..

QLij = ______ (5)

Ei. E.

j

Page 215: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

215

O quociente locacional compara a participação percentual de uma re-gião, em um setor particular, com a participação percentual da mesma região,no total da variável-base da economia. Se o valor do quociente for maior do que1, isto significa que a região é, relativamente, mais importante no contexto naci-onal, em termos do setor, do que em termos gerais de todos os setores.

6.2.3.2.2 Coeficiente de Localização

O coeficiente de localização do setor i está definido como:

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

( je i � je. ) j

CLi = ____________ (6)

2

sendo je i e je . definidas em (2) e (4), respectivamente.

O coeficiente de localização relaciona a distribuição percentual deemprego num dado setor entre as regiões, com a distribuição percentual doemprego total nacional entre as regiões (distribuição-base). Os valores, quesão obtidos, situam-se entre os limites 0 e 1. Se o valor for igual a 0, o setor iestará distribuído, regionalmente, da mesma forma que o conjunto de todos ossetores. Se seu valor se aproximar de 1, ele demonstrará que o setor i apre-senta padrão de concentração regional mais intenso do que o conjunto detodos os setores.

6.2.3.2.3 Coeficiente de Associação Geográfica

O coeficiente de associação geográfica entre setores i e k é definidocomo:

( je i - je k ) j

CAik = ___________ (7)

2

onde je i e je k são definidas em (2), para i k.

O coeficiente de associação geográfica compara as distribuiçõespercentuais de emprego de i e k, entre regiões. Os limites para o valor do

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

216

coeficiente são 0 e 1. Se este valor se aproximar de 0, então o setor i estarádistribuído, regionalmente, da mesma forma que o setor k, mostrando que ospadrões locacionais dos dois setores estão associados geograficamente. Poroutro lado, se o coeficiente de associação geográfica se aproxima de 1, osetor i estará distribuído regionalmente de forma diferente do setor k.

6.2.3.2.4 Coeficiente de Redistribuição

O coeficiente de redistribuição do setor i entre os períodos 0 e 1 édefinido como:

( jeit1 � jeit

0)

jCRi = _______________ (8)

2

sendo je i definida em (2), enquanto t1 e t

0 são dois períodos de tempo

quaisquer (t1 e t

0).

O coeficiente de redistribuição relaciona a distribuição percentual deemprego de um mesmo setor em dois períodos de tempo, com o objetivo deexaminar se está prevalecendo, para o setor, algum padrão de concentraçãoou dispersão espacial ao longo do tempo. O seu valor oscila, também, entreos limites 0 e 1, tendo interpretação e aplicações semelhantes aos demaiscoeficientes, isto é, se o coeficiente for próximo de 0 (de 1), entre os doisperíodos de análise, não terão ocorrido mudanças significativas no padrãoespacial de localização do setor.

6.2.3.3 Medidas Regionais

6.2.3.3.1 Coeficiente de Especialização

O coeficiente de especialização da região j é definido como:

( ie j - ie. ) iCE

j =

___________ (9) 2

sendo ie j e ie. definidas em (1) e (3), respectivamente.

Page 217: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

217

O coeficiente de especialização compara a estrutura produtiva daregião j com a estrutura produtiva nacional. O valor do coeficiente será iguala 0, quando a região tiver uma composição setorial idêntica à da nação. Se ovalor do coeficiente for igual a 1, a região j está com elevado grau deespecialização em atividades ligadas a um determinado setor, ou está comuma estrutura de emprego totalmente diversa da estrutura nacional.

Como apontado anteriormente, existem variáveis que podem substi-tuir o emprego na construção destes indicadores, sendo uma delas o consumode energia elétrica. Neste estudo, foi utilizada a energia elétrica, por ser avariável de maior confiabilidade disponível no momento.

6.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS INDICADORES

6.3.1 Microrregião de Cascavel - Energia Elétrica no Período 1993-1997

Dentro da Microrregião de Cascavel, pode-se observar 3 municípiosque apresentaram características diferenciadas dos demais, sendo eles Cas-cavel, Cafelândia e Ibema. Estes municípios tiveram, proporcionalmente, ummaior consumo de energia elétrica no setor secundário (indústria). Nos de-mais municípios, ficou caracterizado que o maior consumo está no setor rurale outros (nas residências urbanas, iluminação pública e consumo dos órgãospúblicos).

Em Cafelândia, o consumo de energia, no setor secundário, foi de66%, em 1993, e passou para 61%, em 1997. Isto correspondia a 20,86% doconsumo do setor secundário da Microrregião de Cascavel, em 1993, e 18,18%,em 1997. Observou-se que o consumo de energia aumentou, em valores ab-solutos, em Cafelândia, embora tenha decrescido em termos relativos noperíodo analisado. Em 1993, foram consumidos 21.292 KW/h e, em 1997,cerca de 28.059 KW/h. No setor secundário de Cafelândia, o consumo pas-sou de 14.009 KW/h para 17.178 KW/h, nestes anos.

O quociente locacional apresentou valores expressivos para o setorsecundário, indicando que este setor teria características de exportador paraos demais municípios da Região. Quando analisado o coeficiente deespecialização, este não indica que o Município de Cafelândia apresentava

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

218

especialização, ficando este coeficiente abaixo de 0,5. Os demais setoresmantiveram-se, praticamente, inalterados, em termos relativos. O que podeexplicar a predominância do setor secundário em Cafelândia é a existênciado frigorífico de abate de aves da Copacol-Cooperativa Agrícola ConsolataLtda. Pode-se, então, dizer que a atividade mais dinâmica em Cafelândiaseria a agroindústria.

Outro município, que apresentou características semelhantes às deCafelândia, foi Ibema, que empregava 77% da energia elétrica (em 1993), nosetor secundário, passando para 65%, em 1997. Mas, ao contrário do ocorridoem Cafelândia, o consumo de energia, no setor secundário do Município deIbema, reduziu-se, de 8.555 KW/h, para 6.198 KW/h, no intervalo analisado,o que implicou em redução no consumo total do Município que caiu de 11.080KWh, para 9.522 KW/h, no período em questão. Quando comparado com aMicrorregião, o setor secundário, em Ibema, consumia 12,74% do total destesetor, passando para 6,56%, de 1993 a 1997. È importante descobrir quaissão as causas desta perda de dinamismo que está acontecendo em Ibema,provavelmente por diminuição na produção da indústria de papel e celulose láexistente. Os demais setores permaneceram, praticamente, inalterados nesteperíodo. A única exceção foi o item outros (consumo residencial urbano,consumo do setor público, iluminação pública) que teve aumento, passando,de 1.268, para 1.912 KW/h, em valores relativos passou de 11%, para 20%do consumo municipal.

O quociente locacional, a exemplo do que acontecia em Cafelândia,demonstrou que o setor secundário apresentava índices significativos, indi-cando que este setor seria destaque dentro do Município, podendo exportarsua produção para os demais municípios da Região. O coeficiente de especi-alização apresentou o índice 0,56 em 1993, mas caiu para 0,44, em 1997,indicando que não haveria especialização no setor secundário, em Ibema.

O terceiro município, com característica diferenciada, foi Cascavel.Este município apresentou particularidades ímpares dentro da Microrregião,pois possui a maior extensão de terra e a maior área urbana. Tem a maiorconcentração de atividades e o maior consumo de energia da Microrregião.Cascavel era responsável por 70% do consumo de energia da Microrregião,em 1993 e 67,24%, em 1997. O setor secundário de Cascavel consumia 19%,do total do Município, em 1993, passou para 21%, em 1997, cerca de 61,97%

Page 219: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

219

e 70,22, do total do setor na Microrregião, nos anos analisados.Porém, ao contrário de Cafelândia e Ibema, não é só a indústria que

se destaca em Cascavel. O comércio apresenta o maior consumo de energiano Município, com 22% e 23%, respectivamente, em 1993 e 1997. Quandocomparado a Microrregião, o consumo chega a 81,5% do consumo do setorcomercial, indicando a relevância desta atividade em Cascavel, caracterizan-do-a como um pólo comercial da Região. O setor serviços e rural ficarampróximos de 5% do consumo municipal e outros 48% e 46%, respectivamen-te. De modo geral, o consumo de energia aumentou no período 1993-1997,em Cascavel, que passou de 221.528 KW/h, para 310.100 KW/h, neste perí-odo, indicando que Cascavel está crescendo (particularmente na zona urba-na).

O quociente locacional em Cascavel esteve próximo de 1, comexceção do setor rural, que ficou na casa dos 0,5, enquanto o coeficiente deespecialização indicou que Cascavel não é especialista em uma determinadaatividade, mas que existe grande diversidade de atividades dentro do Município.Essas atividades são exportadas para os demais municípios da Microrregiãoe, até mesmo, para fora desta.

Dentre os demais municípios que compõem a Microrregião deCascavel, o maior consumo de energia está relacionado ao grupo "outros" e"rural", indicando que, nestes municípios, a indústria é incipiente ou,praticamente, inexistente, o comércio e serviços atendem somente a populaçãodo município. Como estes setores não são expressivos, a agricultura surgecomo atividade principal, predominando pela ausência de desenvolvimentonos demais setores.

Em Campo Bonito, Diamante do Sul, Nova Aurora e Três Barras doParaná, o setor rural é o que consome mais energia, seguido pelo "outros".Em Santa Lúcia e Lindoeste, estes dois setores estão praticamente empata-dos no consumo de energia. Em Campo Bonito, houve um aumento significa-tivo no consumo de energia no setor de prestação de serviços. Em CapitãoLeônidas Marques, houve uma redução de 15% para 6% no comércio, de5% para 1% nos serviços e, de 34% para 9%, no rural, em contrapartida,houve uma gigantesca elevação no consumo de outros, que passou de 41%para 82%, em termos percentuais. Em termos absolutos, verificou-se quetodos os setores da economia de Capitão Leônidas Marques aumentaram o

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

220

consumo de energia. A maior demanda de "Outros", que engloba o setorpúblico, deve-se à construção da Usina Hidrelétrica de Salto Caxias, duranteo período de estudo.

O coeficiente de localização não apresentou o setor rural como maiorfonte de atração de novos investimentos para a Microrregião. O coeficientede associação geográfica demonstrou que os setores que apresentaram mai-or relacionamento são os setores secundário/rural e comércio/rural, evidenci-ando o caráter agroindustrial da Microrregião. O coeficiente de redistribuiçãonão apresentou resultados que indicariam mudança na estrutura produtiva daMicrorregião.

6.3.2 Microrregião de Foz do Iguaçu - Energia Elétrica no período1993/1997

Dentro da Microrregião de Foz do Iguaçu, existem três municípiosque se diferenciam dos demais, sendo eles Céu Azul, Foz do Iguaçu eMedianeira.

Em Céu Azul, o setor secundário consumiu a maior quantidade deenergia elétrica, chegando a 59% do consumo em 1993 e, 53%, em 1997.Isto pode induzir a uma falsa idéia de que Céu Azul é uma cidade industrializada,o que não ocorre. Na realidade, existe a predominância da indústria de óleode soja da Cooperativa Agroindustrial Lar. O setor "Outros" aparece emsegundo lugar, consumindo cerca de 18% e 22%, nos mesmos anos. Emseguida, aparece o setor Rural, consumindo 18% e 22%, em 1993 e 1997.Somando-se o consumo do comércio e dos serviços, chega-se à cerca de10% do consumo municipal. A indústria de Céu Azul consumia cerca de 29%da energia do setor, dentro da Microrregião, este número reduziu-se para20%, em 1997.

O quociente locacional indica que o Município apresentacaracterísticas exportadoras no setor secundário. Este setor produz mais doque a média dos municípios da Microrregião e, por isso, pode vender para osdemais municípios. Mesmo com essa indicação do quociente locacional, nãose pode afirmar que o Município apresenta especialização no setor secundário,pois este coeficiente está próximo de 0,5.

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221

Em Foz do Iguaçu, o setor dinâmico, de acordo com os dados deconsumo de energia, é o comércio, que consumia cerca de 39% da energia,em 1993 e, 36%, em 1997. Perdendo somente para "Outros" que consumiacerca de 53% e 57%, respectivamente. Este alto consumo pode ser explicadopelos gastos do setor público em iluminação da cidade e, também, pelosdiversos órgãos das três esferas públicas, instalados em Foz do Iguaçu. Odinamismo do comércio deve-se à característica de cidade turística, atrain-do pessoas de todo o mundo. Esta mesma característica faz com que osserviços também tenham grande relevância para o Município, porém estesserviços apresentam pouco consumo de energia, o que explicaria o peque-no consumo relativo neste setor. A indústria e a agricultura juntas conso-mem cerca de 4% da energia no Município. Esta pequena participação daindústria, percebida pelo consumo de energia elétrica, não é demonstradapelas informações do Valor Adicionado (Tabelas 6.25, 6.26 e 6.27). A expli-cação é que, nestas informações, encontra-se a parcela de produção deenergia da Itaipu Binacional, descaracterizando a avaliação do setor indus-trial em Foz do Iguaçu.

Quando comparados os setores econômicos do Município, com ototal da Microrregião, observa-se que a indústria consumia 23% e 20%; ocomércio 84% e 82%; os serviços 65% e 65%; rural 9% e 9% e os "Outros"73% e 74%, em 1993 e 1997. Estas informações indicam que Foz do Iguaçué a cidade mais dinâmica da Microrregião. Os valores mais expressivos doquociente locacional estão, justamente, nos setores comercial e de prestaçãode serviços, mas o coeficiente de especialização indica que Foz do Iguaçunão apresenta especialidade, as atividades são diversificadas.

Em Medianeira, a indústria seria o setor dinâmico com 30% e 35% doconsumo municipal de energia, em 1993 e 1997. O item "Outros" alcança cercade 37%, para os dois períodos, enquanto que o comércio aparece em terceirolugar, com 16% e 17%, respectivamente. O setor rural consumia cerca de 14%e 8%, respectivamente. Quando se comparam esses dados com o total daMicrorregião, observa-se que o setor secundário de Medianeira consome 33%e 34%, para 1993 e 1997, do total consumido pelo setor secundário naMicrorregião. Neste mesmo critério, o comércio alcançou 7%, serviços 11% e9% e o setor rural 21% e 12%, respectivamente, para 1993 e 1997.

O quociente locacional indica que o setor secundário é o mais

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

222

importante dentro de Medianeira, mas, apesar disso, o coeficiente de especi-alização indica que não há uma especialidade nas atividades desenvolvidasno município.

Nos demais municípios da Microrregião, a agricultura predomina sobreas demais atividades, ou, pelo menos, é a que consome maior quantidade deenergia elétrica. Os municípios com maior consumo são Matelândia, Missal eSão Miguel do Iguaçu, os outros municípios, que não foram citados, são pe-quenos e não têm grande influência sobre os totais da Microrregião.

O coeficiente de localização, da Microrregião de Foz do Iguaçu, indicaque os setores da agricultura e secundário exercem alguma atração. Ocoeficiente de associação geográfica indica os setores com maiorrelacionamento: comercial/rural e secundário/comercial. Isto possibilita inferirque estes setores são os principais dinamizadores desta Microrregião. Ocoeficiente de reestruturação mostra que não houve uma modificação naestrutura produtiva desta Microrregião, durante o período analisado.

6.3.3 Microrregião de Toledo - Energia Eletrica no período 1993/1997

Dentro da Microrregião de Toledo, existem cinco municípios commaior destaque, dentre os 21 que compõem a Microrregião.

Assis Chateaubriand seria um destes destaques. Neste município, omaior consumo de energia está em "Outros", com 49% do total do município;em segundo, aparece o Comércio, com 22%; e, em terceiro, o setor Rural,que consome 19% da energia; em quarto, os setores Secundários e de Serviçosque, juntos, consomem aproximadamente 11% do total de energia. Quandoanalisado o número de consumidores, por setores, dentro da Microrregião, osetor comercial chega a 11,43% e 10,69% do consumo, em 1993 e 1997, osetor prestador de serviços chega a 13,45% e 9,67% do total dos serviços daMicrorregião.

O quociente locacional sinaliza, para os setores secundário e deprestação de serviços, setores mais dinâmicos do município, embora nãoexista especialização na produção em Assis Chateaubriand.

O Município de Guaíra também apresenta o maior dispêndio de energiaelétrica em "Outros", 55% e 56%, em 1993 e 1997, mas o setor comercial

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223

aparece em segundo lugar com 17% e 18%, para estes anos. Aparece, ainda,a indústria, com 13% e 10%, o setor rural, com 11% e os serviços, com 5%.Embora o setor de prestação de serviços seja o que menos consome energiaem Guaíra, quando comparado ao consumo deste setor na Microrregião,chega-se a 10% do valor deste, enquanto que o comércio chega a 7%.

O quociente locacional apresentou maiores valores para os serviçose comércio, indicando o maior dinamismo destes setores dentro do Município.Apesar desta indicação, o coeficiente de especialização não apresentou aexistência de especialização de um setor dentro do Município de Guaíra.

Em Marechal Cândido Rondon, o consumo de energia entre os setoresé mais equilibrado. O setor "Outros" é o que demanda maior quantidade deeletricidade, com cerca de 34% e 35%, seguido pelo setor secundário, com25% e 25%, em terceiro lugar, o setor rural, com 25% e 23%, o comérciocom 15% e 15% e serviços com 2% e 3%, respectivamente, para 1993 e1997. O Município consome 13% de toda energia da Microrregião, o setorsecundário consome 11% e 10%, do total do setor da Microrregião,respectivamente. O setor comercial consome 13%, nos dois anos. Os serviçosconsumiram, cerca de 8% e 13%, enquanto que o setor rural 15% e 13%, em1993 e 1997. O item "Outros" apresentou consumo de 13%, para os dois anosanalisados.

O quociente locacional, para Marechal Cândido Rondon, indica queos setores com maior dinamismo são comércio, serviços e rural, não existindoespecialização em uma determinada atividade.

Em Palotina, a estrutura de consumo de energia é bastante equilibrada.O setor que consome maior quantidade é "Outros", com 39% e 35%; seguidopelo rural, com 23% e 24%; em terceiro lugar, o comércio, com 24% e 22%;em quarto, o setor secundário, com 11% e 17% do consumo municipal, res-pectivamente, para os anos de 1993 e 1997. Observa-se que o setor secundá-rio teve um aumento de 6 pontos percentuais neste intervalo de tempo, o queindicaria a necessidade de verificar, através de outros indicadores, qual fatorocasionou esta elevação no consumo deste setor. O setor comercial em Palotinaé responsável por 13% do consumo deste setor dentro da Microrregião. Osdemais setores representam menos de 10% do total de cada setor naMicrorregião.

O quociente de especialização, em Palotina, indicou os setores

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

224

comercial e rural como sendo os mais dinâmicos em 1993 e 1997, mas não háespecialização em uma determinada atividade no Município.

Toledo é o município que apresenta maior consumo de eletricidadeno setor secundário microrregional. Isto ocorre, porque, em Toledo, existe ofrigorífico da Frigobrás Sadia. O consumo, neste setor, foi de 53%, no comércio,10%, em serviços, 2%, no rural, 11% e em "Outros", 24%, para os anos de1993 e 1997. Por esses dados, pode-se observar que se manteve inalterado oconsumo relativo de energia neste município. O aumento no consumo foiproporcional para todos os setores da economia municipal. A indústria deToledo consome 71% do total do consumo industrial da Microrregião. Emtermos setoriais, o comércio consome cerca de 30% do total da Microrregião,os serviços, também, aproximadamente, 30%, o setor rural, cerca de 20% e"Outros", cerca de 30%.

O quociente locacional apontou a indústria como principal atividadeno município, sendo esta a atividade dinamizadora da cidade, comcaracterísticas exportadoras para os demais municípios e, até mesmo, paraoutras regiões. Apesar disso, Toledo não apresenta especialização em umaatividade especifica.

Dentre os demais municípios, os que apresentam algum destaquesão Santa Helena e Terra Roxa, consumindo aproximadamente 5% e 3% dototal da Microrregião. Com exceção dos cinco principais municípios destaMicrorregião, descritos anteriormente, os demais apresentam maior consumono setor agrícola e "Outros". Esses municípios têm suas economias baseadasno setor agrícola. A eletrificação rural é bastante desenvolvida nestaMicrorregião, daí a predominância do consumo neste setor.

O coeficiente da localização apresenta pouco poder de atração denovos investimentos para a Microrregião, porém os que mais se destacamsão os setores secundários e rural. O coeficiente de associação geográficaapresenta maior relacionamento entre os setores secundário/rural e secundário/serviços. Pode-se observar, por esses dados, que a economia destaMicrorregião está baseada na agroindústria. Não existiu nenhumareestruturação dos setores produtivos, durante o intervalo de tempo analisado,conforme indica o coeficiente de reestruturação.

Em síntese, a análise efetuada até este ponto, permite identificar osprincipais municípios da Região Oeste do Paraná. Inicialmente, a composição

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225

das três microrregiões geográficas, idealizada pelo IBGE, encontra funda-mento pela relevância dos municípios de Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu.Tornou-se possível, também, determinar uma hierarquização entre os municí-pios dentro de cada microrregião. Ainda, pode-se indicar que alguns municí-pios seguem padrões de comportamento setorial diferentes da média damicrorregião. Neste sentido, os resultados desta seção abriram espaço parauma análise comparativa com outras variáveis de relevância, tais como oValor Adicionado e o PIB municipal. Busca-se, assim, confrontar os resulta-dos obtidos, principalmente, quanto à hierarquização dos municípios e dinâmi-ca setorial.

6.4 ANÁLISE ADICIONAL COM PIB E VALOR ADICIONADO MUNICIPAL

Os resultados obtidos, na seção anterior, criaram espaço para sediscutir nesta, a hierarquização e a composição setorial dos municípios. Paratanto, esta seção está dividida em duas partes, sendo a primeira analisando oValor Adicionado e, a segunda, o PIB municipal.

A Tabela 6.25 apresenta os valores do Valor Adicionado por setor,para os municípios da Região Oeste do Paraná, em 1999. A divisão setorialfoi realizada para o setor Primário, Secundário, Comercial e de Serviços. Osvalores absolutos, expressos em moeda corrente, não permitem uma análisemais aprofundada. Porém destaca-se o valor de mais de R$2 bilhões do ValorAdicionado do setor Secundário, em Foz do Iguaçu. Este valor ocorre, quaseque exclusivamente, por responsabilidade da produção de energia elétrica daUsina Hidrelétrica de Itaipu. Esta afirmação é possível, porque, na seçãoanterior, através do consumo de energia elétrica no setor Secundário, percebeu-se a falta de relevância da indústria na economia de Foz do Iguaçu.

Na Tabela 6.26, a análise torna-se mais interessante, pois é apresen-tada a divisão setorial em cada município. Percebe-se, claramente, a relevân-cia do setor Primário na maioria dos municípios da Região Oeste do Paraná.

O Valor Adicionado pelo setor Primário alcançou, em 1999, um valorsuperior a 50% do total em 39 municípios, dos 50 da Região. Na Tabela 6.26,é possível, ainda, identificar que 31 municípios apresentaram a participaçãodo setor Primário acima de 70% do total. Estes dados confirmam a relevância

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

Page 226: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

226

deste setor para a maioria dos municípios do Oeste do Paraná.

A participação do setor Secundário, no Valor Adicionado dos municí-

pios, apresentou, em 1999, uma característica peculiar. Apenas três municípi-

os tiveram participação deste setor acima de 50%, foram eles: Boa Vista da

Aparecida (79%), Foz do Iguaçu (86%) e Três Barras do Paraná (67%). A

peculiaridade é que este elevado percentual ocorreu por considerar a produ-

ção de energia elétrica da Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, conforme

destacado anteriormente, e, da Usina Hidrelétrica de Salto Caxias, em Boa

Vista da Aparecida e Três Barras do Paraná.

Apesar da peculiaridade destacada, o setor Secundário apresentou

relevância relativa para alguns municípios, tais como: Cafelândia (33%),

Capitão Leônidas Marques (21%), Cascavel (22%), Céu Azul (31%), Ibema

(47%), Medianeira (42%), Santa Terezinha de Itaipu (25%) e Toledo (33%).

Estas informações confirmam as conclusões da seção anterior, no sentido da

importância das agroindústrias das Cooperativas em Cafelândia e Céu Azul;

da indústria de papel e celulose, em Ibema; e, também, de diversificação da

produção industrial em Cascavel, Toledo e Medianeira, apesar da

preponderância das agroindústrias.

Nos setores Comercial e Serviços, o destaque ficou para Cascavel,

com participação de 41% e 19%, respectivamente, sobre o Valor Adicionado

Total do Município. Alguns municípios apresentaram participação significativa

nos dois setores, sendo: Marechal Cândido Rondon (22% e 15%) e Medianeira

(19% e 16%).

As informações apresentadas na Tabela 6.27, referentes ao Valor

Adicionado, permitem organizar, hierarquicamente, os municípios, de acordo

com a participação deste em cada setor e, também, no total de cada municí-

pio. Percebe-se que Foz do Iguaçu é o grande destaque, com 43,82% de

participação, em relação ao total da Região. Este número, como já destacado,

tem uma substancial responsabilidade da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Na

seqüência, aparecem Cascavel (12,78%), Toledo (9,28%), Palotina (3,08%),

Marechal Cândido Rondon (2,80%), Assis Chateaubriand (2,73%), Cafelândia

(1,98%) e Medianeira (1,93%). Contata-se que estes oito municípios, que se

salientam, concentraram 78,4% do Valor Adicionado total da Região Oeste

do Paraná, em 1999.

Page 227: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

227

Quanto ao setor Primário, o destaque ficou com Toledo, com 14,63%

sobre o Valor Adicionado deste setor na Região. Ainda podem ser distingui-

dos: Cascavel (8,77%), Assis Chateaubriand (7,03%), Palotina (6,32%), Ma-

rechal Cândido Rondon (4,61%), São Miguel do Iguaçu (3,49%), Cafelândia

(3,33%) e Nova Aurora (3,31%). Estes oito municípios concentraram 51,49%

do total regional do setor primário, o que caracteriza menor concentração

desta atividade, em relação ao Valor Adicionado total.

No setor Secundário, à exceção de Foz do Iguaçu, com 76% do

Valor Adicionado Total deste setor, os municípios que apresentaram maior

participação foram: Toledo (6,20%), Cascavel (5,62%) e Medianeira (1,63%).

O setor Comercial teve como destaques Cascavel (34,74%) e Foz

do Iguaçu (22,47%), que, juntos, somaram 57,21% do Valor Adicionado total

deste setor. Estes números indicam a concentração comercial nestes dois

centros de compras da Região. Apresentaram alguma dinâmica neste setor:

Toledo (9,03%), Palotina (4,59%) e Marechal Cândido Rondon (4,06%).

Na mesma direção que o setor Comercial, o setor de Serviços

apresentou Cascavel (29,95%) e Foz do Iguaçu (31,47%) como municípios

centrais neste setor, pois, juntos, concentraram 61,42% do total, em 1999. Os

municípios que, também, obtiveram relevância regional no setor, foram: Toledo,

com 10,63%; Marechal Cândido Rondon, com 5,10%; e Medianeira, com

(3,94%).

Por meio das informações do Valor Adicionado, foi possível identificar

a liderança tanto geral, quanto setorial de Cascavel e Foz do Iguaçu. O

Município de Toledo ficou na seqüência, comprovando sua responsabilidade

dentro da Região e, principalmente, na Microrregião que leva seu nome. Os

Municípios de Medianeira, Marechal Cândido Rondon e Palotina, confirma-

ram sua significância, vindo, imediatamente, após os três primeiros. Desta

forma, as diretrizes da seção anterior foram confirmadas pela análise das

informações do Valor Adicionado.

Outra variável, relevante para a análise, é o PIB municipal,

disponibilizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), para

os anos de 1970, 1975, 1980, 1985, 1990 e 1996. Na Tabela 6.28, estão contidos

os valores do PIB, para os municípios da Região Oeste do Paraná, mas como

existe a necessidade de uma análise mais detalhada, as Tabelas 6.29 e 6.30

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

Page 228: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

228

abrem caminho para a exploração destas informações.

A Tabela 6.29 expõe a participação relativa do PIB de cada municí-

pio no total da Região. Esta organização dos dados permite estabelecer uma

hierarquia entre os municípios, para cada ano. O interesse maior ficou para a

informação mais recente, 1996, que estabeleceu Cascavel (22,03%), como o

primeiro classificado, vindo na seqüência: Foz do Iguaçu (19,66%), Toledo

(12,31%), Marechal Cândido Rondon (5,18%), Medianeira (3,81%) e Palotina

(3,34%). Percebe-se que os municípios são os mesmos verificados na análise

das variáveis consideradas, anteriormente, neste capítulo.

Ao analisar os anos anteriores, ficou caracterizada a relevância dos

Municípios de Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Palotina, Medianeira e

Toledo ao se manterem com participação relativa elevada entre 1970 e 1996.

Este fato ocorreu diante da sensível divisão territorial ocorrida com o

desmembramento de vários municípios destes, conforme destacado no capítulo

terceiro.

Uma informação interessante, que surge, é quanto a Foz do Iguaçu.

Em 1975, a participação do PIB municipal alcançava apenas 8,93%, do total

da Região. Em 1980, a participação elevou-se para 18,44%, mantendo-se

neste nível nos anos posteriores. O salto observado deveu-se a construção da

Usina Hidrelétrica de Itaipu, que criou uma dinâmica populacional e de

investimentos para o Município. Percebe-se, ainda, que, mesmo depois do

término da construção, o Município manteve sua participação relativa. Este

fato deverá ser mais bem tratado em capítulo específico deste documento.

6.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo buscou construir uma hierarquização entre os municípios

da Região Oeste do Paraná, buscando indicativos de polarização entre os

mesmos. A variável, utilizada para o experimento empírico, foi o consumo de

energia elétrica. Por meio das indicações alcançadas na seção 6.3, pode-se

inferir que Cascavel e Foz do Iguaçu funcionariam como pólo perante os

demais municípios da Região. Enquanto que Toledo, Marechal Cândido

Rondon, Palotina e Medianeira funcionariam como sub-pólo, tendo uma área

Page 229: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

229

de abrangência menor. A principal inconsistência é quanto a Toledo, pois este

Município fica a meio caminho entre ser pólo ou sub-pólo regional.

O trabalho empírico indicou, também, que alguns municípios modifi-

caram sua composição setorial e tendem a sair da predominância da

agropecuária, dividindo o aspecto de polarização dos municípios anteriores.

Este é o caso de Cafelândia, Céu Azul e Ibema.

Para confrontar os resultados da seção 6.3, buscou-se, na seção 6.4,

realizar uma análise utilizando duas outras variáveis: Valor Adicionado e PIB

municipal. As duas variáveis confirmaram a polarização encontrada com a

variável energia elétrica.

O tratamento estatístico, realizado neste capítulo, contribui para o

entendimento de estudos realizados em outras partes deste diagnóstico. O

desenvolvimento econômico e, também, social da Região Oeste do Paraná

caracteriza-se, cada vez mais, pela polarização. Alguns municípios apresentam

força de atração sobre atividades produtivas, deixando os municípios menores

com uma dinâmica cada vez mais dependente dos pólos. Isto pode tornar-se

um fator impeditivo para projetos de desenvolvimento integrado, pois os

interesses dos municípios tendem a divergir em determinados aspectos. Porém

os problemas da polarização vêm sendo verificados, não apenas pela perda

de dinâmica nos municípios menores, mas, também, pelos problemas de

aglomeração verificados nos pólos, principalmente, em Cascavel e Foz do

Iguaçu.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOISIER, S. Política Econômica, Organização Social e Desenvolvimento Regional, in

HADDAD, P. R. org. - Economia Regional - Teoria e Métodos de Análise - Fortaleza,

BNB. ETENE, 1989.

CLEMENTE, A. Economia Regional e Urbana. - São Paulo: Atlas, 1994.

FERREIRA, C. M. C. Espaço, Regiões e Economia Regional, in HADDAD, P. R. org. -

Economia Regional - Teoria e Métodos de Análise - Fortaleza, BNB. ETENE, 1989.

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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ROTESluzAuéC uçaugIodzoF aidnâlupiatI aidnâletaM

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 580.31 863.21 286.01 056.21 311 431.1 108.1 301.2laicremoC.S 105.1 087.1 451.001 046.121 582 756 607.1 350.2

soçivreS 004 316 047.7 832.9 46 721 407 936laruR 600.3 435.3 222.3 221.4 561.1 393.1 804.3 632.4sortuO 450.4 970.5 888.731 576.491 200.1 003.2 170.5 672.6

latoT 640.22 473.32 686.952 523.243 926.2 116.5 096.21 703.5

ROTESarienaideM lassiM aidnâlimaR ahnizereT.atS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 200.51 375.12 026 256.2 01 13 145 255.3laicremoC.S 518.7 553.01 844.1 017.1 871 502 664.2 373.3

soçivreS 063.1 203.1 642 663 75 78 225 966

laruR 252.7 641.5 781.6 629.7 705 946 238.1 493.2sortuO 537.81 119.22 976.2 446.3 165 308 852.6 635.9

latoT 461.05 782.16 081.11 892.61 313.1 577.1 916.11 425.91

ROTESuçaugIodleugiMoãS silopónarreS etseOodzurCareV latoT

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 494.3 097.5 - 584 425 494 278.54 238.26

laicremoC.S 544.3 599.4 - 783 938 740.1 738.911 202.841soçivreS 745 396 - 78 372 103 319.11 221.41

laruR 140.7 939.8 - 797.3 547.1 361.2 563.53 992.44sortuO 679.8 057.11 - 972.1 090.3 047.3 413.881 399.162

latoT 305.32 761.23 - 530.6 174.6 547.7 103.104 844.135

TABELAS

Tabelas de 6.01 a 6.08 referem-se às informações daMicrorregião de Foz do Iguaçu.

TABELA 6.01: Energia elétrica por setor na Microrregião de Foz do Iguaçu, em KW/h

Fonte: Dados fornecidos pela COPEL, 1998.

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

Page 232: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

232

TABELA 6.02: Energia elétrica por setor, distribuição percentual por Município

TABELA 6.03: Energia elétrica por setor, distribuição percentual por setor em relaçãoao total da Região

Fonte: Elaborado pelo autor, com dados da COPEL, 1998.

Fonte: Elaborado pelo autor, com dados da COPEL, 1998.

ROTESluzAuéC uçaugIodzoF aidnâlupiatI aidnâletaM

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 53,95 19,25 11,4 07,3 03,4 12,02 91,41 47,31laicremoC.S 18,6 26,7 75,83 35,53 48,01 17,11 44,31 14,31

soçivreS 18,1 26,2 89,2 07,2 34,2 62,2 55,5 71,4laruR 46,31 21,51 42,1 02,1 13,44 38,42 68,62 76,72sortuO 93,81 37,12 01,35 78,65 11,83 99,04 69,93 00,14

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESarienaideM lassiM aidnâlimaR ahnizereT.atS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 19,92 02,53 55,5 72,61 67,0 57,1 66,4 91,81laicremoC.S 85,51 09,61 59,21 94,01 65,31 55,11 22,12 82,71

soçivreS 17,2 21,2 02,2 52,2 43,4 09,4 94,4 34,3

laruR 64,41 04,8 43,55 36,84 16,83 65,63 77,51 62,21sortuO 53,73 83,73 69,32 63,22 37,24 42,54 68,35 48,84

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESuçaugIodleugiMoãS silopónarreS etseOodzurCareV latoT

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 78,41 00,81 40,8 01,8 83,6 34,11 28,11

laicremoC.S 66,41 35,51 14,6 79,21 25,31 68,92 98,72soçivreS 33,2 51,2 44,1 22,4 98,3 79,2 66,2

laruR 69,92 97,72 29,26 79,62 39,72 18,8 43,8sortuO 91,83 35,63 91,12 57,74 92,84 39,64 03,94

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESluzAuéC uçaugIodzoF aidnâlupiatI aidnâletaM

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 0525,82 2486,91 5682,32 1331,02 3642,0 8408,1 1629,3 0743,3laicremoC.S 5252,1 1102,1 2575,38 2770,28 873,0 3344,0 6324,1 3583,1

soçivreS 7753,3 7043,4 0179,46 7514,56 2735,0 3998,0 5909,5 9425,4laruR 9994,8 6779,7 7011,9 0503,9 2492,3 5441,3 6636,9 3265,9sortuO 8251,2 6839,1 4222,37 4503,47 1235,0 9778,0 8296,2 5593,2

latoT 6394,5 2893,4 0117,46 6314,46 1556,0 8550,1 2261,3 2088,2

ROTESarienaideM lassiM aidnâlimaR ahnizereT.atS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 0407,23 4433,43 6153,1 8022,4 8120,0 3940,0 4971,1 2356,5laicremoC.S 4125,6 1789,6 3802,1 8351,1 5841,0 3831,0 8750,2 9572,2

soçivreS 1614,11 7912,9 0560,2 7195,2 5874,0 1616,0 8183,4 3737,4

laruR 2605,02 5616,11 7494,71 1298,71 6334,1 0564,1 3081,5 2404,5sortuO 8849,9 9447,8 6224,1 9093,1 9792,0 5603,0 2323,3 8936,3

latoT 3005,21 1235,11 9587,2 7660,3 2723,0 0433,0 3598,2 7376,3

ROTESuçaugIodleugiMoãS silopónarreS etseOodzurCareV

3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 8616,7 0512,9 9177,0 3241,1 2687,0laicremoC.S 7478,2 4073,3 1162,0 1007,0 5607,0

soçivreS 6195,4 2709,4 1616,0 6192,2 4131,2laruR 5909,91 8871,02 3175,8 3439,4 7288,4sortuO 5667,4 9484,4 2884,0 9046,1 5724,1

latoT 7658,5 7250,6 6531,1 5216,1 3754,1

Page 233: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

233

TABELA 6.06: Coeficiente de Localização

ROTESoãigerrorciM

3991 7991oirádnuceSroteS 6754,0 0654,0laicremoCroteS 6881,0 6671,0

soçivreS 2350,0 7640,0laruR 0655,0 1155,0sortuO 7980,0 9890,0

TABELA 6.04: Quociente Locacional

TABELA 6.05: Coeficiente de Especialização

TABELA 6.07: Coeficiente de Associação Geográfica

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

ROTESluzAuéC uçaugIodzoF aidnâlupiatI aidnâletaM

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 4291,5 5574,4 9953,0 6213,0 0673,0 4907,1 6142,1 1261,1laicremoC.S 0822,0 1372,0 5192,1 2472,1 0363,0 9914,0 2054,0 0184,0

soçivreS 2116,0 9689,0 0400,1 6510,1 0028,0 8158,0 8868,1 0175,1laruR 2745,1 8318,1 8041,0 5441,0 4820,5 4879,2 4740,3 0023,3sortuO 9193,0 8044,0 5131,1 6351,1 2218,0 5138,0 6158,0 7138,0

ROTESarienaideM lassiM aidnâlimaR ahnizereT.atS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 3616,2 3779,2 1584,0 3673,1 6660,0 7741,0 3704,0 8835,1laicremoC.S 7125,0 9506,0 7334,0 2673,0 0454,0 2414,0 7017,0 5916,0

soçivreS 3319,0 5997,0 2147,0 1548,0 4264,1 5448,1 4315,1 5982,1laruR 4046,1 3700,1 6972,6 3438,5 7183,4 5683,4 2987,1 0174,1sortuO 9597,0 3857,0 6015,0 5354,0 5019,0 7719,0 8741,1 8099,0

ROTESuçaugIodleugiMoãS silopónarreS etseOodzurCareV

3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 5003,1 5225,1 7976,0 4807,0 5935,0laicremoC.S 8094,0 8655,0 0032,0 2434,0 8484,0

soçivreS 0487,0 8018,0 5245,0 2124,1 5264,1laruR 4993,3 8333,3 0845,7 0060,3 4053,3sortuO 9318,0 0147,0 9924,0 6710,1 5979,0

oipícinuM luzAuéC uçaugIodzoF aidnâlupiatI aidnâletaM

onA 3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991etneicifeoC 4725,0 7874,0 9841,0 6251,0 0553,0 8842,0 8332,0 7722,0

oipícinuM arienaideM lassiM aidnâlimaR ahnizereT.atSonA 3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991

etneicifeoC 2142,0 4432,0 3564,0 5744,0 7113,0 7403,0 1451,0 7011,0oipícinuM uçaugIodleugiMoãS silopónarreS etseOodzurCareV

onA 3991 7991 3991 7991 3991 7991etneicifeoC 8542,0 3652,0 8545,0 3202,0 2802,0

ROTESOÃIGER

3991 7991laicremoC/oirádnuceS.S 9216,0 3026,0

soçivreS/oirádnuceS.S 8494,0 7384,0laruR/oirádnuceS.S 0464,0 0554,0soçivreS/laicremoC.S 0681,0 6661,0

laruR/laicremoC.S 6447,0 7727,0laruR/soçivreS 6855,0 1165,0

Page 234: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

234

TABELA 6.08: Coeficiente de Redistribuição

Tabelas de 6.09 a 6.16 referem-se às informações daMicrorregião de Cascavel.

TABELA 6.09: Energia elétrica por setor na Microrregião de Cascavel, em KW/h

Fonte: Elaborado pelo autor, com dados da COPEL, 1998.

ROTES etneicifeoC

oirádnuceS.S 3921,0laicremoC.S 5610,0

soçivreS 4730,0laruR 9690,0sortuO 4220,0

ROTESyhanA adicerapA.VaoB yenagarB aidnâlefaC

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 99 12 611 642 63 63 900.41 871.71laicremoC.S 511 512 125 377 354 605 702.1 638.1

soçivreS 74 76 622 514 161 402 162 325laruR 005 035 883.1 277.1 591.1 953.1 474.2 025.3sortuO 209 318 105.1 405.2 495.1 907.1 143.3 200.5

latoT 366.1 646.1 257.3 017.5 934.3 418.3 292.12 950.82

ROTESotinoBopmaC seuqraM.L.paC levacsaC savudnataC

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 74 98 753 242.1 116.14 733.66 642 151laicremoC.S 911 961 761.1 787.2 923.94 415.07 900.1 201.1

soçivreS 11 431 053 795 086.11 457.21 451 581

laruR 519 631.1 775.2 427.3 079.21 935.81 517.1 234.2sortuO 914 578 271.3 406.43 839.501 659.141 126.2 821.3

latoT 115.1 304.2 326.7 459.24 825.122 001.013 547.5 899.6

ROTESailébroC luSodetnamaiD uçainarauG amebI

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 347 070.1 61 51 354 686 555.8 891.6laicremoC.S 253.2 602.3 26 211 956.1 778.1 035 575

soçivreS 589 810.1 12 22 328 798 812 042laruR 988.2 825.3 954 127 585.2 765.3 905 795sortuO 253.6 125.7 371 703 157.3 472.4 862.1 219.1

latoT 123.31 343.61 137 771.1 172.9 103.11 080.11 225.9

ROTESutaugI etseodniL aroruAavoN aicúLatnaS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 33 72 32 451 625 116 36 721laicremoC.S 821 031 832 723 636.1 721.2 512 633

soçivreS 901 711 401 021 455 597 26 211laruR 024 644 888 461.1 717.4 846.5 369 322.1sortuO 074 386 098 623.1 024.4 432.5 767 272.1

latoT 061.1 304.1 341.2 190.3 358.11 514.41 070.2 070.3

ROTESetseOodazereT.atS sarraBsêrT latoT

3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 534 775 503 713 741.76 174.49laicremoC.S 494 350.1 827 909 623.06 724.68

soçivreS 861 382 102 532 185.51 329.71laruR 810.1 003.1 916.2 152.3 480.63 908.84sortuO 085.1 359.2 032.2 717.2 969.631 655.312

latoT 596.3 661.6 380.6 924.7 701.613 681.164

Page 235: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

235

TABELA 6.10: Energia elétrica por setor, distribuição percentual por Município

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

Fonte: Elaborado pelo autor, com dados da COPEL, 1998.

ROTESyhanA adicerapA.VaoB yenagarB aidnâlefaC

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 59,5 82,1 90,3 13,4 50,1 49,0 97,56 22,16laicremoC.S 29,6 60,31 98,31 45,31 71,31 72,31 76,5 45,6

soçivreS 38,2 70,4 20,6 72,7 86,4 53,5 32,1 68,1laruR 70,03 02,23 99,63 30,13 57,43 36,53 26,11 45,21sortuO 42,45 93,94 10,04 58,34 53,64 18,44 96,51 38,71

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESotinoBopmaC seuqraM.L.paC levacsaC savudnataC

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 11,3 07,3 86,4 98,2 87,81 93,12 82,4 61,2laicremoC.S 88,7 30,7 13,51 94,6 72,22 47,22 65,71 57,51

soçivreS 37,0 85,5 95,4 93,1 72,5 11,4 86,2 46,2

laruR 65,06 72,74 18,33 76,8 58,5 89,5 58,92 57,43sortuO 37,72 14,63 16,14 65,08 28,74 87,54 26,54 07,44

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESailébroC luSodetnamaiD uçainarauG amebI

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 85,5 55,6 91,2 72,1 98,4 70,6 12,77 90,56laicremoC.S 66,71 26,91 84,8 25,9 98,71 16,61 87,4 40,6

soçivreS 93,7 32,6 78,2 78,1 88,8 49,7 79,1 25,2laruR 96,12 95,12 97,26 62,16 88,72 65,13 95,4 72,6sortuO 86,74 20,64 76,32 80,62 64,04 28,73 44,11 80,02

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESutaugI etseodniL aroruAavoN aicúLatnaS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 48,2 29,1 70,1 89,4 44,4 42,4 40,3 41,4laicremoC.S 30,11 72,9 11,11 85,01 08,31 67,41 93,01 49,01

soçivreS 04,9 43,8 58,4 88,3 76,4 25,5 00,3 56,3laruR 12,63 97,13 44,14 66,73 08,93 81,93 25,64 48,93sortuO 25,04 86,84 35,14 09,24 92,73 13,63 50,73 34,14

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESetseOodazereT.atS sarraBsêrT latoT

3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 77,11 63,9 10,5 72,4 42,12 84,02laicremoC.S 73,31 80,71 79,11 42,21 80,91 47,81

soçivreS 55,4 95,4 03,3 61,3 39,4 98,3laruR 55,72 80,12 50,34 67,34 24,11 85,01sortuO 67,24 98,7 66,63 75,63 33,34 13,64

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

Page 236: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

236

TABELA 6.11: Energia elétrica por setor, distribuição percentual por setor em relaçãoao total da Região.

Fonte: Elaborado pelo autor, com dados da COPEL, 1998.

ROTESyhanA adicerapA.VaoB yenagarB aidnâlefaC

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 4741,0 2220,0 8271,0 4062,0 6350,0 1830,0 2368,02 4381,81laicremoC.S 6091,0 8842,0 6368,0 4498,0 9057,0 5585,0 8000,2 3421,2

soçivreS 6103,0 8373,0 5054,1 5513,2 3330,1 2831,1 1576,1 0819,2laruR 7583,1 9580,1 6648,3 5036,3 7113,3 3487,2 2658,6 8112,7sortuO 5856,0 7083,0 9590,1 5271,1 8361,1 3008,0 2934,2 2243,2

latoT 1625,0 9653,0 9681,1 1832,1 9780,1 0728,0 7537,6 1480,6

ROTESotinoBopmaC seuqraM.L.paC levacsaC savudnataC

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 0070,0 2490,0 7135,0 7413,1 0079,16 4912,07 4663,0 8951,0laicremoC.S 3791,0 5591,0 5439,1 7422,3 7077,18 9785,18 6276,1 1572,1

soçivreS 6070,0 6747,0 3642,2 9033,3 1369,47 0061,17 4889,0 2230,1

laruR 7535,2 4723,2 7141,7 7926,7 9349,53 7289,73 8257,4 7289,4sortuO 9503,0 7904,0 9513,2 7302,61 5443,77 5274,66 6319,1 7464,1

latoT 0874,0 0125,0 5114,2 8313,9 1080,07 7932,76 4718,1 4715,1

ROTESailébroC luSodetnamaiD uçainarauG amebI

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 5601,1 6231,1 8320,0 9510,0 6476,0 1627,0 7047,21 7065,6laicremoC.S 8898,3 5907,3 8201,0 6921,0 1057,2 8171,2 6878,0 3566,0

soçivreS 8123,6 9976,5 8431,0 7221,0 1282,5 7400,5 1993,1 1933,1laruR 3600,8 2822,7 0272,1 2774,1 8361,7 1803,7 6014,1 1322,1sortuO 5736,4 8125,3 3621,0 8341,0 6837,2 3100,2 8529,0 3598,0

latoT 1412,4 7345,3 3132,0 2552,0 9239,2 4054,2 1505,3 7460,2

ROTESutaugI etseodniL aroruAavoN aicúLatnaS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 1940,0 6820,0 3430,0 0361,0 4387,0 8646,0 8390,0 4431,0laicremoC.S 2212,0 4051,0 5493,0 4873,0 9117,2 0164,2 4653,0 8883,0

soçivreS 6996,0 8256,0 5766,0 5966,0 6555,3 6534,4 9793,0 9426,0laruR 0461,1 8319,0 9064,2 8483,2 3270,31 6175,11 8866,2 7505,2sortuO 1343,0 8913,0 8946,0 9026,0 0722,3 9054,2 0065,0 6595,0

latoT 0763,0 2403,0 9776,0 2076,0 7947,3 6521,3 8456,0 7566,0

ROTESetseOodazereT.atS sarraBsêrT

3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 8746,0 8016,0 2454,0 6533,0laicremoC.S 9818,0 4812,1 8602,1 8150,1

soçivreS 2870,1 0975,1 0092,1 2113,1laruR 2128,2 4366,2 1852,7 7066,6sortuO 5351,1 8283,1 1826,1 3272,1

latoT 9861,1 0733,1 3429,1 8016,1

Page 237: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

237

TABELA 6.12: Quociente Locacional

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

ROTESyhanA adicerapA.VaoB yenagarB aidnâlefaC

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 3082,0 3260,0 5541,0 3012,0 3940,0 1640,0 4790,3 7889,2laicremoC.S 4263,0 0796,0 6727,0 4227,0 2096,0 9707,0 0792,0 2943,0

soçivreS 4375,0 4740,1 0222,1 2078,1 8949,0 3673,1 7842,0 6974,0laruR 9336,2 4240,3 8042,3 3239,2 1440,3 8663,3 9710,1 4581,1sortuO 8152,1 7660,1 3329,0 0749,0 7960,1 7769,0 1263,0 0583,0

ROTESotinoBopmaC seuqraM.L.paC levacsaC savudnataC

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 4641,0 8081,0 5022,0 2141,0 3488,0 3440,1 6102,0 3501,0laicremoC.S 7214,0 3573,0 2208,0 2643,0 8661,1 4312,1 3029,0 3048,0

soçivreS 7741,0 9434,1 5139,0 6753,0 7960,1 3850,1 8345,0 2086,0laruR 9403,5 8664,4 5169,2 2918,0 9215,0 9465,0 1516,2 7382,3sortuO 0046,0 4687,0 3069,0 8937,1 7301,1 6889,0 9250,1 3569,0

ROTESailébroC luSodetnamaiD uçainarauG amebI

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 6262,0 6913,0 0301,0 2260,0 0032,0 3692,0 9436,3 6771,3laicremoC.S 2529,0 8640,1 4444,0 8705,0 7739,0 3688,0 6052,0 2223,0

soçivreS 2005,1 8206,1 8285,0 0184,0 0108,1 4240,2 2993,0 6846,0laruR 9998,1 7930,2 7005,5 1887,5 6244,2 4289,2 4204,0 4295,0sortuO 5001,1 8399,0 2645,0 3365,0 8339,0 7618,0 1462,0 6334,0

ROTESutaugI etseodniL aroruAavoN aicúLatnaS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 9331,0 9390,0 5050,0 2342,0 9802,0 9602,0 3341,0 9102,0laicremoC.S 2875,0 4494,0 9185,0 5465,0 2327,0 4787,0 2445,0 0485,0

soçivreS 4609,1 8541,2 6489,0 0999,0 2849,0 1914,1 7706,0 7839,0laruR 8171,3 7300,3 0036,3 2855,3 2684,3 2207,3 4570,4 1467,3sortuO 1539,0 3150,1 5859,0 4629,0 6068,0 1487,0 1558,0 8498,0

ROTESetseOodazereT.atS sarraBsêrT

3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 2455,0 8654,0 0632,0 3802,0laicremoC.S 6007,0 3119,0 1726,0 9256,0

soçivreS 4229,0 0181,1 4076,0 0418,0laruR 5314,2 1299,1 7177,3 9431,4sortuO 9689,0 2430,1 1648,0 8987,0

Page 238: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

238

TABELA 6.14: Coeficiente de Localização

TABELA 6.15: Coeficiente de Associação Geográfica

TABELA 6.16: Coeficiente de Redistribuição

TABELA 6.13: Coeficiente de EspecializaçãooipícinuM yhanA adicerapA.VaoB yenagarB aidnâlefaC

onA 3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991etneicifeoC 6592,0 9842,0 7662,0 3832,0 5362,0 1562,0 6744,0 0724,0

oipícinuM otinoBopmaC seuqraM.L.paC levacsaC savudnataConA 3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991

etneicifeoC 4194,0 8383,0 9322,0 5243,0 2080,0 3150,0 3702,0 7142,0oipícinuM ailébroC luSodetnamaiD uçainarauG amebI

onA 3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991etneicifeoC 9071,0 2241,0 8315,0 7605,0 2402,0 3052,0 7955,0 1644,0

oipícinuM utaugI etseodniL aroruAavoN aicúLatnaSonA 3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991

etneicifeoC 6292,0 3082,0 2003,0 7072,0 8382,0 3203,0 1153,0 5292,0oipícinuM etseOodazereT.atS sarraBsêrT

onA 3991 7991 3991 7991etneicifeoC 4161,0 9721,0 4613,0 8133,0

ROTESoãigerrorciM

3991 7991oirádnuceS.S 5842,0 1802,0laicremoC.S 1221,0 5841,0

soçivreS 3001,0 9411,0laruR 9804,0 1063,0sortuO 5280,0 1370,0

ROTESoãigerrorciM

3991 7991laicremoC/oirádnuceS.S 5213,0 6522,0

soçivreS/oirádnuceS.S 2913,0 8322,0laruR/oirádnuceS.S 75650 6825,0soçivreS/laicremoC.S 7380,0 6611,0

laruR/laicremoC.S 7005,0 1074,0laruR/soçivreS 8734,0 6863,0

ROTES oãçiubirtsideRedetneicifeoC

oirádnuceS.S 37595490,0laicremoC.S 54768020,0

soçivreS 971318250,0laruR 237021240,0sortuO 392783741,0

Page 239: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

239

Tabelas de 6.17 a 6.24 referem-se às informações daMicrorregião de Toledo.

TABELA 6.17: Energia elétrica por setor na Microrregião de Toledo

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

Fonte: Dados fornecidos pela COPEL, 1998.

ROTESdnairbuaetahCsissA etseO`detnamaiD etseO`dsoiRertnE etseO`dasomroF

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 478.1 914.2 25 85 588.1 730.2 715 934.1laicremoC.S 498.6 100.8 852 533 364 695 279 612.1

soçivreS 265.1 404.1 912 552 75 601 263 405laruR 198.5 979.6 528 860.1 387.1 592.2 886.1 369.1sortuO 395.51 079.71 758 223.1 380.1 275.1 041.3 145.3

latoT 418.13 377.63 112.2 830.3 172.5 606.6 976.6 366.8

ROTESaríauG satíuseJ etseOodamecarI setnoPortauQ

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 834.3 960.3 005 586 7 5 953 284laicremoC.S 056.4 718.5 037 949 021 661 192 514

soçivreS 602.1 615.1 725 976 75 06 - 2laruR 558.2 535.3 697.2 289.2 624 074 584.6 200.8sortuO 195.41 830.81 603.3 537.3 777 068 602.1 115.1

latoT 047.62 579.13 958.7 030.9 783.1 165.1 143.8 214.01

ROTESnodnoR.ClahceraM ápiraM sedecreM asoR.atSavoN

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 260.41 897.61 987 798.1 69 922 035.1 042.2laicremoC.S 514.8 823.01 512.2 851.2 125 545 013.1 875.1

soçivreS 130.1 529.1 361 581 22 54 812 262laruR 642.41 124.51 727.4 492.5 892.4 729.5 291.3 481.4sortuO 910.91 959.32 184.2 387.2 860.1 963.1 136.2 451.3

latoT 377.65 134.86 573.01 713.21 500.6 511.8 188.8 814.11

ROTESetseOodedreVoruO anitolaP odagarBotaP aneleHatnaS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 254 883 528.3 888.7 455 456.1 407.2 387.2laicremoC.S 354 426 150.8 609.9 623 015 194.2 812.3

soçivreS 751 441 358 709 96 19 253 836laruR 872.1 276.1 108.7 027.01 717.1 230.2 089.4 513.6sortuO 033.1 787.1 512.31 766.51 252.1 807.1 993.6 077.9

latoT 076.3 516.4 547.33 880.54 819.3 599.5 629.61 427.22

ROTESsariemlaPésoJoãS uçaugIordePoãS axoRarreT odeloT

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 61 41 28 171 295.2 097.2 000.88 552.711laicremoC.S 743 973 473 766 387.2 518.2 647.71 782.32

soçivreS - 66 954 402 364 635 754.3 226.4laruR 548 200.1 836.2 262.3 107.3 402.4 398.81 645.42sortuO 899 823.1 635.1 468.1 645.6 960.7 649.04 559.25

latoT 602.2 987.2 980.5 861.6 580.61 414.71 240.961 566.222

ROTESissãpuT latoT

3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 911 248 354.321 341.561laicremoC.S 388 533.1 392.06 548.47

soçivreS 773 163 116.11 215.41laruR 643.2 624.2 114.39 992.411sortuO 134.3 989.3 504.141 159.571

latoT 651.7 359.8 371.034 057.445

Page 240: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

240

TABELA 6.18: Energia elétrica por setor, distribuição percentual por Município

Fonte: Elaborado pelo autor, com dados da COPEL, 1998.

ROTESdnairbuaetahCsissA etseO`detnamaiD etseO`dsoiRertnE etseO`dasomroF

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 98,5 85,6 53,2 19,1 67,53 48,03 47,7 16,61laicremoC.S 76,12 67,12 76,11 30,11 87,8 20,9 55,41 40,41

soçivreS 19,4 28,3 19,9 93,8 80,1 06,1 24,5 28,5laruR 25,81 89,81 13,73 51,53 38,33 47,43 72,52 66,22sortuO 10,94 78,84 67,83 25,34 55,02 08,32 10,74 78,04

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESaríauG satíuseJ etseOodamecarI setnoPortauQ

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 68,21 06,9 63,6 95,7 05,0 23,0 03,4 36,4laicremoC.S 93,71 91,81 92,9 15,01 56,8 36,01 94,3 99,3

soçivreS 15,4 47,4 17,6 25,7 11,4 48,3 - 20,0laruR 86,01 60,11 85,53 20,33 17,03 11,03 57,77 58,67sortuO 75,45 14,65 70,24 63,14 20,65 90,55 64,41 15,41

latoT 001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESnodnoR.ClahceraM ápiraM sedecreM asoR.atSavoN

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 77,42 55,42 06,7 04,51 06,1 28,2 32,71 26,91laicremoC.S 28,41 90,51 53,12 25,71 86,8 27,6 57,41 28,31

soçivreS 28,1 18,2 75,1 05,1 73,0 55,0 54,2 92,2laruR 90,52 45,22 65,54 89,24 75,17 40,37 49,53 46,63sortuO 05,33 10,53 19,32 95,22 97,71 78,61 36,92 26,72

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESetseOedreVoruO anitolaP odagarBotaP aneleHatnaS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 613,21 14,8 43,11 94,71 41,41 95,72 89,51 52,21laicremoC.S 343,21 25,31 68,32 79,12 23,8 15,8 27,41 61,41

soçivreS 872,4 21,3 35,2 10,2 67,1 25,1 80,2 18,2laruR 328,43 32,63 21,32 87,32 28,34 98,33 24,92 97,72sortuO 042,63 27,83 61,93 57,43 69,13 94,82 18,73 99,24

latoT 000,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESsariemlaPésoJoãS uçaugIordePoãS axoRarreT odeloT

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 37,0 05,0 16,1 77,2 11,61 20,61 60,25 66,25laicremoC.S 37,51 95,31 53,7 18,01 03,71 71,61 05,01 64,01

soçivreS - 73,2 20,9 13,3 88,2 80,3 50,2 80,2laruR 03,83 39,53 48,15 98,25 10,32 41,42 81,11 20,11sortuO 42,54 26,74 81,03 22,03 07,04 95,04 22,42 87,32

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001 00,001

ROTESissãpuT latoT

3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 66,1 04,9 07,82 23,03laicremoC.S 43,21 19,41 20,41 47,31

soçivreS 72,5 30,4 07,2 66,2laruR 87,23 01,72 17,12 89,02sortuO 59,74 55,44 78,23 03,23

latoT 00,001 00,001 00,001 00,001

Page 241: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

241

TABELA 6.19: Energia elétrica por setor, distribuição percentual por setor emrelação ao total da Região

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

Fonte: Elaborado pelo autor, com dados da COPEL, 1998.

ROTESdnairbuaetahCsissA etseO`detnamaiD etseO`dsoiRertnE etseO`dasomroF

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 25,1 64,1 40,0 40,0 35,1 32,1 24,0 78,0laicremoC.S 34,11 96,01 34,0 54,0 77,0 08,0 16,1 26,1

soçivreS 54,31 76,9 98,1 67,1 94,0 37,0 21,3 74,3laruR 13,6 11,6 88,0 39,0 19,1 10,2 18,1 27,1sortuO 30,11 12,01 16,0 57,0 77,0 98,0 22,2 10,2

latoT 04,7 57,6 15,0 65,0 32,1 12,1 55,1 95,1

ROTESaríauG satíuseJ etseOodamecarI setnoPortauQ

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 87,2 68,1 14,0 14,0 10,0 00,0 92,0 92,0laicremoC.S 17,7 77,7 12,1 72,1 02,0 22,0 84,0 55,0

soçivreS 93,01 54,01 45,4 86,4 94,0 14,0 - 10,0laruR 60,3 90,3 99,2 16,2 64,0 14,0 49,6 00,7sortuO 23,01 52,01 43,2 21,2 55,0 94,0 58,0 68,0

latoT 6 78,5 38,1 66,1 23,0 92,0 49,1 19,1

ROTESnodnoR.ClahceraM ápiraM sedecreM asoR.atSavoN

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 93,11 71,01 46,0 51,1 80,0 41,0 42,1 63,1laicremoC.S 69,31 08,31 76,3 88,2 68,0 37,0 71,2 11,2

soçivreS 88,8 62,31 04,1 72,1 91,0 13,0 88,1 18,1laruR 52,51 94,31 60,5 36,4 06,4 91,5 24,3 66,3sortuO 54,31 26,31 57,1 85,1 67,0 87,0 68,1 97,1

latoT 02,31 65,21 14,2 62,2 04,1 94,1 60,2 01,2

ROTESetseOedreVoruO anitolaP odagarBotaP aneleHatnaS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991

oirádnuceS.S 663,0 32,0 01,3 87,4 54,0 00,1 91,2 96,1laicremoC.S 157,0 38,0 53,31 4231 45,0 86,0 31,4 03,4

soçivreS 253,1 99,0 53,7 52,6 95,0 36,0 30,3 04,4laruR 863,1 64,1 53,8 83,9 48,1 87,1 33,5 25,5sortuO 149,0 20,1 53,9 09,8 98,0 79,0 35,4 55,5

latoT 358,0 58,0 48,7 82,8 19,0 01,1 39,3 71,4

ROTESsariemlaPésoJoãS uçaugIordePoãS axoRarreT odeloT

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 10,0 10,0 70,0 01,0 01,2 96,1 82,17 00,17laicremoC.S 85,0 15,0 26,0 98,0 26,4 67,3 34,92 11,13

soçivreS - 54,0 59,3 14,1 99,3 96,3 77,92 58,13laruR 09,0 88,0 28,2 58,2 69,3 86,3 32,02 84,12sortuO 17,0 57,0 90,1 60,1 36,4 20,4 69,82 01,03

latoT 15,0 15,0 81,1 31,1 47,3 02,3 03,93 78,04

ROTESissãpuT

3991 7991oirádnuceS.S 01,0 15,0laicremoC.S 64,1 87,1

soçivreS 52,3 94,2laruR 15,2 21,2sortuO 34,2 72,2

latoT 66,1 46,1

Page 242: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

242

TABELA 6.20: Quociente Locacional

ROTESdnairbuaetahCsissA etseO`detnamaiD etseO`dsoiRertnE etseO`dasomroF

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 3502,0 0712,0 0280,0 0360,0 1642,1 2710,1 7962,0 9745,0laicremoC.S 1645,1 6385,1 5238,0 6208,0 7626,0 7656,0 3830,1 6120,1

soçivreS 0918,1 2334,1 7966,3 8051,3 6004,0 3206,0 0800,2 9381,2laruR 7258,0 5409,0 3817,1 5576,1 8755,1 8556,1 9361,1 0080,1sortuO 0194,1 9215,1 2971,1 3743,1 0526,0 7637,0 2034,1 5562,1

ROTESaríauG satíuseJ etseOodamecarI setnoPortauQ

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 0844,0 6613,0 7122,0 2052,0 6710,0 6010,0 0051,0 72510laicremoC.S 7042,1 1423,1 7266,0 9467,0 3716,0 0477,0 9842,0 10920

soçivreS 9076,1 7977,1 4484,2 6228,2 6225,1 8244,1 - 27000laruR 7194,0 9625,0 4836,1 9375,1 4414,1 0534,1 4085,3 92663sortuO 0066,1 6647,1 7972,1 6082,1 2407,1 7507,1 9934,0 39440

ROTESnodnoR.ClahceraM ápiraM sedecreM asoR.atSavoN

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 1368,0 7908,0 0562,0 0805,0 7550,0 1390,0 3006,0 1746,0laicremoC.S 5750,1 5890,1 2325,1 2572,1 0916,0 8884,0 4250,1 9500,1

soçivreS 8276,0 0650,1 1285,0 8365,0 7531,0 2802,0 4909,0 4168,0laruR 6551,1 0470,1 2890,2 5840,2 1692,3 0184,3 2556,1 5647,1sortuO 1910,1 0480,1 5727,0 5996,0 0145,0 3225,0 2109, 2558,0

ROTESetseOedreVoruO anitolaP odagarBotaP aneleHatnaS

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 2924,0 3772,0 0593,0 1775,0 7294,0 1019,0 7655,0 0404,0laicremoC.S 7088,0 1489,0 2207,1 1995,1 6395,0 2916,0 0050,1 7030,1

soçivreS 9485,1 3171,1 5639,0 1557,0 5256,0 8965,0 5077,0 9350,1laruR 7306,1 7627,1 6460,1 2331,1 1810,2 4516,1 9453,1 5423,1sortuO 5201,1 8891,1 3191,1 8570,1 1279,0 1288,0 1051,1 1133,1

ROTESsariemlaPésoJoãS uçaugIordePoãS axoRarreT odeloT

3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991oirádnuceS.S 3520,0 6610,0 1650,0 5190,0 5165,0 5825,0 0418,1 1737,1laicremoC.S 3221,1 1989,0 3425,0 1787,0 4432,1 6671,1 0947,0 2167,0

soçivreS 3888,0 6143,3 5142,1 4660,1 4551,1 7757,0 2977,0laruR 0467,1 3217,1 2783,2 5025,2 6950,1 6051,1 7415,0 4525,0sortuO 3673,1 2474,1 2819,0 6539,0 0832,1 8652,1 9637,0 3637,0

ROTESissãpuT

3991 7991oirádnuceS.S 9750,0 2013,0laicremoC.S 4088,0 3580,1

soçivreS 8159,1 6315,1laruR 7905,1 4192,1sortuO 6854,1 4973,1

Page 243: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

243

TABELA 6.21: Coeficiente de Especialização

TABELA 6.22: Coeficiente de Localização

TABELA 6.23: Coeficiente de Associação Geográfica

TABELA 6.24: Coeficiente de Redistribuição

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

oipícinuM dnairbuaetahCsissA etseO`detnamaiD etseO`dsoiRertnE etseO`dasomroFonA 3991 7991 3991 7991 3991 7991 3991 7991

etneicifeoC 1062,0 4752,0 9682,0 2113,0 8191,0 8241,0 6902,0 0731,0oipícinuM aríauG satíuseJ etseOodamecarI setnoPortauQ

onA 399.1 7991 399.1 7991 399.1 7991 399.1 7991etneicifeoC 8862,0 4603,0 6072,0 6952,0 6533,0 0133,0 3065,0 7855,0

oipícinuM nodnoR.ClahceraM ápiraM sedecreM asoR.atSavoNonA 399.1 7991 399.1 7991 399.1 7991 399.1 7991

etneicifeoC 1840,0 7750,0 8113,0 8752,0 6894,0 6025,0 6941,0 4751,0oipícinuM etseOedreVoruO anitolaP odagarBotaP aneleHatnaS

onA 399.1 7991 399.1 7991 399.1 7991 399.1 7991etneicifeoC 6081,0 3122,0 3571,0 7431,0 1122,0 1921,0 4331,0 7081,0

oipícinuM sariemlaPésoJoãS uçaugIordePoãS axoRarreT odeloTonA 399.1 7991 399.1 7991 399.1 7991 399.1 7991

etneicifeoC 7603,0 6203,0 4463,0 5523,0 8521,0 9241,0 6332,0 4322,0oipícinuM issãpuT

onA 399.1 7991etneicifeoC 1782,0 1902,0

ROTESoãigerrorciM

3991 7991oirádnuceS.S 9223,0 5103,0laicremoC.S 7341,0 4531,0

soçivreS 5112,0 2461,0laruR 2332,0 2822,0sortuO 1531,0 5041,0

ROTESoãigerrorciM

3991 7991laicremoC/oirádnuceS.S 8654,0 1934,0

soçivreS/oirádnuceS.S 6905,0 7244,0laruR/oirádnuceS.S 4625,0 0215,0soçivreS/laicremoC.S 9371,0 4611,0

laruR/laicremoC.S 5642,0 5132,0laruR/soçivreS 1892,0 3362,0

ROTES oãçiubirtsideRedetneicifeoC

oirádnuceS.S 3830,0laicremoC.S 3920,0

soçivreS 4290,0laruR 7630,0sortuO 4820,0

Page 244: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

244

TABELA 6.25: Valor Adicionado por setor, Municípios da Região Oeste - 1999, emR$1,00

Fonte: SEFA.

SOIPÍCINUM)$R(ROTESROPODANOICIDAROLAV

oirámirP oirádnuceS laicremoC soçivreS LATOT

YHANA 0519055 441591 340198 742491 4859876DNAIRBUAETAHCSISSA 523696901 5687118 70381903 0778457 762182651

ADICERAPAADATSIVAOB 5710217 39768123 043217 883117 69603704YENAGARB 79770861 294544 2581391 753613 89410591

AIDNALEFAC 86659915 98302473 35686361 0031727 010650311OTINOBOPMAC 88429221 231572 833 079091 82985721

SEUQRAMSADINOELOATIPAC 92706351 3034095 3462194 7466821 22346472LEVACSAC 274318631 242429951 699409692 981202731 998448037

SAVUDNATAC 63494691 569687 577097 547116 12983812LUZAUEC 21172142 49991251 6872235 2801215 47909794AILEBROC 17058044 0606004 1515647 2159232 49758875

ETSEOODETNAMAID 1345533 603484 500164 440571 6875744LUSODETNAMAID 0027141 981111 400601 64277 9361171

ETSEOODSOIRERTNE 81133931 2742721 2504351 9549971 10193581ETSEOODASOMROF 20993212 0214614 5504114 169397 83021303

UCAUGIODZOF 1531667 3182061612 924530291 601771441 9966745052ARIAUG 79893743 35748111 37819231 3411119 66672386

UCAINARAUG 25942282 6150181 1473143 7963572 60920263AMEBI 1792017 6953077 5763011 627984 86999361UTAUGI 3650833 253971 737792 69407 8418293

ETSEOODAMECARI 6760058 390302 4805101 214421 5623489AIDNALUPIATI 82672121 4272582 6944571 696534 44507171

SATIUSEJ 70319912 3923411 9470043 337198 28072472ETSEODNIL 7106607 393715 432856 247104 6833468

NODNORODIDNACLAHCERAM 77542917 37562003 36856643 12377332 433499951APIRAM 78952704 5672023 9834446 5075051 64887815

AIDNALETAM 74706202 7622136 7907943 1456724 25664343ARIENAIDEM 15787152 39617464 26802402 01725081 610421011

SEDECREM 62796231 2704652 4536222 0132841 26424591LASSIM 89709612 0212635 1467523 7842741 64038713

ARORUAAVON 46059615 0689261 4428853 7877122 55903195ASORATNASAVON 94243913 5595492 9494644 886529 14807204

ETSEOODEDREVORUO 11640361 450549 1865203 093023 63759502ANITOLAP 85957689 29629462 87254293 33795911 166373671

ODAGARBOTAP 77336411 5094682 561108 121773 86560551SETNOPORTAUQ 60297031 7892233 520214 840308 66271671

AIDNALIMAR 6669684 135542 605143 09048 3970455ANELEHATNAS 69189983 4870405 59672001 0947092 56147965

AICULATNAS 6018256 925853 206262 892174 5350267ETSEOODAZERETATNAS 97867051 5448291 5126011 854029 79913091

UPIATIEDAHNIZERETATNAS 28217671 9843779 2310158 3012703 60072093SARIEMLAPSADESOJOAS 4150505 097623 140365 172283 6162236

UCAUGIODLEUGIMOAS 50446445 0645559 90030941 1966324 56595138UCAUGIODORDEPOAS 87953802 600686 7873154 824714 99135462

UCAUGIODSILOPONARRES 04309081 776098 723294 137013 57048791AXORARRET 48108074 9599023 10153141 4336323 87516676

ODELOT 678573822 790503671 50829177 42281784 200295035ANARAPODSARRABSERT 24980091 03080534 9557491 680517 71697156

ISSAPUT 20338563 5946901 7343066 448499 87087254ETSEOODZURCAREV 54114771 7384951 9258652 785497 89099622

LATOT 2036770651 1703734482 113226458 441811854 8289887175

Page 245: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

245

TABELA 6.26: Valor Adicionado, participação setorial interna, Municípios -Região Oeste - 1999, em %

Fonte: SEFA.

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

SOIPÍCINUM)$R(ROTESROPODANOICIDAROLAV

oirámirP oirádnuceS laicremoC soçivreS LATOT

YHANA %18 %3 %31 %3 %001DNAIRBUAETAHCSISSA %07 %5 %02 %5 %001

ADICERAPAADATSIVAOB %71 %97 %2 %2 %001YENAGARB %68 %2 %01 %2 %001

AIDNALEFAC %64 %33 %41 %6 %001OTINOBOPMAC %69 %2 %0 %1 %001

SEUQRAMSADINOELOATIPAC %65 %12 %81 %5 %001LEVACSAC %91 %22 %14 %91 %001

SAVUDNATAC %09 %4 %4 %3 %001LUZAUEC %84 %13 %11 %01 %001AILEBROC %67 %7 %31 %4 %001

ETSEOODETNAMAID %57 %11 %01 %4 %001LUSODETNAMAID %38 %6 %6 %5 %001

ETSEOODSOIRERTNE %57 %7 %8 %01 %001ETSEOODASOMROF %07 %41 %41 %3 %001

UCAUGIODZOF %0 %68 %8 %6 %001ARIAUG %15 %61 %91 %31 %001

UCAINARAUG %87 %5 %9 %8 %001AMEBI %34 %74 %7 %3 %001UTAUGI %68 %5 %8 %2 %001

ETSEOODAMECARI %68 %2 %01 %1 %001AIDNALUPIATI %17 %71 %01 %3 %001

SATIUSEJ %08 %4 %21 %3 %001ETSEODNIL %28 %6 %8 %5 %001

NODNORODIDNACLAHCERAM %54 %91 %22 %51 %001APIRAM %97 %6 %21 %3 %001

AIDNALETAM %95 %81 %01 %21 %001ARIENAIDEM %32 %24 %91 %61 %001

SEDECREM %86 %31 %11 %8 %001LASSIM %86 %71 %01 %5 %001

ARORUAAVON %78 %3 %6 %4 %001ASORATNASAVON %97 %7 %11 %2 %001

ETSEOODEDREVORUO %97 %5 %51 %2 %001ANITOLAP %65 %51 %22 %7 %001

ODAGARBOTAP %47 %81 %5 %2 %001SETNOPORTAUQ %47 %91 %2 %5 %001

AIDNALIMAR %88 %4 %6 %2 %001ANELEHATNAS %86 %9 %81 %5 %001

AICULATNAS %68 %5 %3 %6 %001ETSEOODAZERETATNAS %97 %01 %6 %5 %001

UPIATIEDAHNIZERETATNAS %54 %52 %22 %8 %001SARIEMLAPSADESOJOAS %08 %5 %9 %6 %001

UCAUGIODLEUGIMOAS %56 %11 %81 %5 %001UCAUGIODORDEPOAS %97 %3 %71 %2 %001

UCAUGIODSILOPONARRES %19 %5 %2 %2 %001AXORARRET %07 %5 %12 %5 %001

ODELOT %34 %33 %51 %9 %001ANARAPODSARRABSERT %92 %76 %3 %1 %001

ISSAPUT %18 %2 %51 %2 %001ETSEOODZURCAREV %87 %7 %11 %4 %001

LATOT %72 %05 %51 %8 %001

Page 246: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

246

TABELA 6.27: Valor Adicionado, participação do Município na Região Oeste, porsetor - 1999, em %

Fonte: SEFA.

SOIPÍCINUM)$R(ROTESROPODANOICIDAROLAV

oirámirP oirádnuceS laicremoC soçivreS LATOT

YHANA %53,0 %10,0 %01,0 %40,0 %21,0DNAIRBUAETAHCSISSA %30,7 %92,0 %26,3 %56,1 %37,2

ADICERAPAADATSIVAOB %64,0 %31,1 %80,0 %61,0 %17,0YENAGARB %80,1 %20,0 %32,0 %70,0 %43,0

AIDNALEFAC %33,3 %23,1 %29,1 %95,1 %89,1OTINOBOPMAC %97,0 %10,0 %00,0 %40,0 %22,0

SEUQRAMSADINOELOATIPAC %89,0 %12,0 %75,0 %82,0 %84,0LEVACSAC %77,8 %26,5 %47,43 %59,92 %87,21

SAVUDNATAC %62,1 %30,0 %90,0 %31,0 %83,0LUZAUEC %55,1 %45,0 %26,0 %21,1 %78,0AILEBROC %28,2 %41,0 %78,0 %15,0 %10,1

ETSEOODETNAMAID %12,0 %20,0 %50,0 %40,0 %80,0LUSODETNAMAID %90,0 %00,0 %10,0 %20,0 %30,0

ETSEOODSOIRERTNE %98,0 %40,0 %81,0 %93,0 %23,0ETSEOODASOMROF %63,1 %51,0 %84,0 %71,0 %35,0

UCAUGIODZOF %94,0 %00,67 %74,22 %74,13 %28,34ARIAUG %32,2 %93,0 %65,1 %99,1 %91,1

UCAINARAUG %18,1 %60,0 %04,0 %06,0 %36,0AMEBI %64,0 %72,0 %31,0 %11,0 %92,0UTAUGI %22,0 %10,0 %30,0 %20,0 %70,0

ETSEOODAMECARI %45,0 %10,0 %21,0 %30,0 %71,0AIDNALUPIATI %87,0 %01,0 %12,0 %01,0 %03,0

SATIUSEJ %14,1 %40,0 %04,0 %91,0 %84,0ETSEODNIL %54,0 %20,0 %80,0 %90,0 %51,0

NODNORODIDNACLAHCERAM %16,4 %60,1 %60,4 %01,5 %08,2APIRAM %16,2 %11,0 %57,0 %33,0 %19,0

AIDNALETAM %03,1 %22,0 %14,0 %39,0 %06,0ARIENAIDEM %16,1 %36,1 %93,2 %49,3 %39,1

SEDECREM %58,0 %90,0 %62,0 %23,0 %43,0LASSIM %93,1 %91,0 %83,0 %23,0 %65,0

ARORUAAVON %13,3 %60,0 %24,0 %84,0 %30,1ASORATNASAVON %50,2 %01,0 %25,0 %02,0 %07,0

ETSEOODEDREVORUO %40,1 %30,0 %53,0 %70,0 %63,0ANITOLAP %23,6 %39,0 %95,4 %16,2 %80,3

ODAGARBOTAP %37,0 %01,0 %90,0 %80,0 %72,0SETNOPORTAUQ %48,0 %21,0 %50,0 %81,0 %13,0

AIDNALIMAR %13,0 %10,0 %40,0 %20,0 %01,0ANELEHATNAS %05,2 %81,0 %71,1 %36,0 %00,1

AICULATNAS %24,0 %10,0 %30,0 %01,0 %31,0ETSEOODAZERETATNAS %79,0 %70,0 %31,0 %02,0 %33,0

UPIATIEDAHNIZERETATNAS %31,1 %43,0 %00,1 %76,0 %86,0SARIEMLAPSADESOJOAS %23,0 %10,0 %70,0 %80,0 %11,0

UCAUGIODLEUGIMOAS %94,3 %43,0 %47,1 %29,0 %54,1UCAUGIODORDEPOAS %33,1 %20,0 %35,0 %90,0 %64,0

UCAUGIODSILOPONARRES %61,1 %30,0 %60,0 %70,0 %53,0AXORARRET %20,3 %11,0 %56,1 %17,0 %81,1

ODELOT %36,41 %02,6 %30,9 %36,01 %82,9ANARAPODSARRABSERT %22,1 %35,1 %32,0 %61,0 %41,1

ISSAPUT %43,2 %40,0 %77,0 %22,0 %97,0ETSEOODZURCAREV %41,1 %60,0 %03,0 %71,0 %04,0

LATOT %00,001 %00,001 %00,001 %00,001 %00,001

Page 247: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

247

TABELA 6.28: Produto Interno Bruto Municipal - Municípios da Região Oeste doParaná - em US$ de 1998 - 1970 - 1996

Fonte: Dados básicos: IBGE e IPEA.

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

soipícinuM 0791 5791 0891 5891 0991 6991

yhanA - - - - - 430.316.3

dnairbuaetahCsissA 845.181.29 471.426.102 972.829.091 792.528.452 452.710.721 522.436.431

adicerapAadatsiVaoB - - - 118.437.32 655.655.41 180.006.81

yenagarB - - - 851.902.52 760.814.12 278.396.01

aidnâlefaC - - - 227.320.37 843.121.16 340.329.66

otinoBopmaC - - - - 459.434.9 110.257.21

seuqraMs.L.paC 446.726.83 306.258.04 910.280.15 314.135.64 200.597.92 883.229.33

levacsaC 066.524.002 566.609.065 334.578.587 548.929.628 727.390.129 229.362.950.1

savudnataC 314.815.13 281.543.66 952.022.87 328.988.93 236.176.62 447.821.03

luzAuéC 085.595.53 190.983.78 819.662.36 151.719.49 920.790.16 526.690.16

ailébroC 266.346.45 075.068.401 119.078.58 533.803.29 173.826.36 461.864.86

luSodetnamaiD - - - - - 392.672.8

etseO'DetnamaiD - - - - 673.087.5 959.383.8

etseOodsoiRertnE - - - - - 478.143.81

etseOodasomroF 671.934.53 769.338.24 655.209.64 859.460.55 417.328.73 272.236.33

uçaugIodzoF 984.143.101 520.424.142 107.365.846 054.374.276 768.465.200.1 193.911.549

ariauG 221.605.74 429.353.19 874.802.19 770.043.011 002.879.38 724.230.98

uçainarauG 781.668.93 634.106.55 324.222.06 741.963.67 955.463.44 659.421.27

amebI - - - - 594.832.54 325.884.72

utaugI - - - - - 052.210.5

etseOodamecarI - - - - - 209.118.8

aidnâlupiatI - - - - - 276.147.81

satíuseJ - - - 233.294.34 107.325.62 814.317.23

etseodniL - - - - 899.270.9 736.665.02

nodnoR.C.laM 061.005.111 977.063.802 972.339.932 801.851.371 376.137.332 225.460.942

apiraM - - - - - 654.648.73

aidnâletaM 573.141.13 684.650.37 933.732.36 507.264.48 004.502.74 123.288.75

arienaideM 263.815.96 092.477.771 343.486.481 094.557.291 735.599.061 870.172.381

sedecreM - - - - - 098.021.22

lassiM - - - 384.022.63 908.320.72 088.957.74

aroruAavoN 662.933.42 922.121.26 097.073.65 474.032.68 553.161.34 483.631.65

asoRatnaSavoN - - 677.221.9 573.377.71 662.499.12 724.815.63

etseOodedreVoruO - - - - 371.726.61 190.471.82

anitolaP 588.118.27 802.550.561 314.220.861 852.905.071 712.851.421 850.818.061

odagarBotaP - - - - - 210.916.41

setnoPortauQ - - - - - 945.211.21

aidnâlimaR - - - - - 622.225.8

aneleHatnaS 453.467.73 685.101.701 209.445.38 581.105.87 763.004.65 584.727.88

aicúLatnaS - - - - - 140.785.9

etseOodazereTatnaS - - - - 549.214.9 060.879.72

upiatIodahnizereTatS - - - 153.615.54 385.292.72 042.425.64

sariemlaPsadésoJoãS - - - - 014.144.51 009.276.01

uçaugIodleugiMoãS 549.246.43 751.288.34 199.877.46 486.387.17 606.220.28 516.532.601

uçaugIodordePoãS - - - - - 203.625.32

axoRarreT 560.174.74 710.788.68 409.290.08 773.037.19 176.377.35 997.609.47

odeloT 321.458.441 824.419.582 023.009.464 997.043.435 213.641.506 324.798.195

ánaraPodsarraBsêrT - - - 449.420.33 143.645.52 871.457.74

issãpuT - - - 618.147.91 436.180.02 986.603.24

etseOodzurCareV - - - 478.735.23 089.183.82 381.295.43

LATOT 510.981.152.1 618.443.307.2 430.928.615.3 444.693.301.4 031.875.981.4 194.698.708.4

Page 248: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

248

TABELA 6.29: Produto Interno Bruto Municipal - participação percentual de cadaMunicípio no PIB da Região Oeste do Paraná -1970 - 1996

Fonte: Dados básicos: IBGE e IPEA.

soipícinuM 0791 5791 0891 5891 0991 6991

yhanA %80,0

dnairbuaetahCsissA %73,7 %64,7 %34,5 %12,6 %30,3 %08,2

adicerapAadatsiVaoB %85,0 %53,0 %93,0

yenagarB %16,0 %15,0 %22,0

aidnâlefaC %87,1 %64,1 %93,1

otinoBopmaC %32,0 %72,0

seuqraMs.L.paC %90,3 %15,1 %54,1 %31,1 %17,0 %17,0

levacsaC %20,61 %57,02 %53,22 %51,02 %99,12 %30,22

savudnataC %25,2 %54,2 %22,2 %79,0 %46,0 %36,0

luzAuéC %48,2 %32,3 %08,1 %13,2 %64,1 %72,1

ailébroC %73,4 %88,3 %44,2 %52,2 %25,1 %24,1

luSodetnamaiD %71,0

etseO'DetnamaiD %41,0 %71,0

etseOodsoiRertnE %83,0

etseOodasomroF %38,2 %85,1 %33,1 %43,1 %09,0 %07,0

uçaugIodzoF %01,8 %39,8 %44,81 %93,61 %39,32 %66,91

ariauG %08,3 %83,3 %95,2 %96,2 %00,2 %58,1

uçainarauG %91,3 %60,2 %17,1 %68,1 %60,1 %05,1

amebI %80,1 %75,0

utaugI %01,0

etseOodamecarI %81,0

aidnâlupiatI %93,0

satíuseJ %60,1 %36,0 %86,0

etseodniL %22,0 %34,0

nodnoR.C.laM %19,8 %17,7 %28,6 %22,4 %85,5 %81,5

apiraM %97,0

aidnâletaM %94,2 %07,2 %08,1 %60,2 %31,1 %02,1

arienaideM %65,5 %85,6 %52,5 %07,4 %48,3 %18,3

sedecreM %64,0

lassiM %88,0 %56,0 %99,0

aroruAavoN %59,1 %03,2 %06,1 %01,2 %30,1 %71,1

asoRatnaSavoN %62,0 %34,0 %25,0 %67,0

etseOodedreVoruO %04,0 %95,0

anitolaP %28,5 %11,6 %87,4 %61,4 %69,2 %43,3

odagarBotaP %03,0

setnoPortauQ %52,0

aidnâlimaR %81,0

aneleHatnaS %20,3 %69,3 %83,2 %19,1 %53,1 %58,1

aicúLatnaS %02,0

etseOodazereTatnaS %22,0 %85,0

upiatIodahnizereTatS %11,1 %56,0 %79,0

sariemlaPsadésoJoãS %73,0 %22,0

uçaugIodleugiMoãS %77,2 %26,1 %48,1 %57,1 %69,1 %12,2

uçaugIodordePoãS %94,0

axoRarreT %97,3 %12,3 %82,2 %42,2 %82,1 %65,1

odeloT %85,11 %85,01 %22,31 %20,31 %44,41 %13,21

ánaraPodsarraBsêrT %08,0 %16,0 %99,0

issãpuT %84,0 %84,0 %88,0

etseOodzurCareV %97,0 %86,0 %27,0

LATOT %00,001 %00,001 %00,001 %00,001 %00,001 %00,001

Page 249: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

249

TABELA 6.30: Produto Interno Bruto Municipal - número índice 1996=100, RegiãoOeste do Paraná - 1970 - 1996

Fonte: Dados básicos: IBGE e IPEA.

HIERARQUIZAÇÃO ECONÔMICA DOS MUNÍCIPIOS

soipícinuM 0791 5791 0891 5891 0991 6991

yhanA - - - - - 001

dnairbuaetahCsissA 86 051 241 981 49 001

adicerapAadatsiVaoB - - - 821 87 001

yenagarB - - - 632 002 001

aidnâlefaC - - - 901 19 001

otinoBopmaC - - - - 47 001

seuqraMs.L.paC 411 021 151 731 88 001

levacsaC 91 35 47 87 78 001

savudnataC 501 022 062 231 98 001

luzAuéC 85 341 401 551 001 001

ailébroC 08 351 521 531 39 001

luSodetnamaiD - - - - - 001

etseO'DetnamaiD - - - - 96 001

etseOodsoiRertnE - - - - - 001

etseOodasomroF 501 721 931 461 211 001

uçaugIodzoF 11 62 96 17 601 001

ariauG 35 301 201 421 49 001

uçainarauG 55 77 38 601 26 001

amebI - - - - 561 001

utaugI - - - - - 001

etseOodamecarI - - - - - 001

aidnâlupiatI - - - - - 001

satíuseJ - - - 331 18 001

etseodniL - - - - 44 001

nodnoR.C.laM 54 48 69 07 49 001

apiraM - - - - - 001

aidnâletaM 45 621 901 641 28 001

arienaideM 83 79 101 501 88 001

sedecreM - - - - - 001

lassiM - - - 67 75 001

aroruAavoN 34 111 001 451 77 001

asoRatnaSavoN - - 52 94 06 001

etseOodedreVoruO - - - - 95 001

anitolaP 54 301 401 601 77 001

odagarBotaP - - - - - 001

setnoPortauQ - - - - - 001

aidnâlimaR - - - - - 001

aneleHatnaS 34 121 49 88 46 001

aicúLatnaS - - - - - 001

etseOodazereTatnaS - - - - 43 001

upiatIodahnizereTatS - - - 89 95 001

sariemlaPsadésoJoãS - - - - 541 001

uçaugIodleugiMoãS 33 14 16 86 77 001

uçaugIodordePoãS - - - - - 001

axoRarreT 36 611 701 221 27 001

odeloT 42 84 97 09 201 001

ánaraPodsarraBsêrT - - - 96 35 001

issãpuT - - - 74 74 001

etseOodzurCareV - - - 49 28 001

LATOT 62 65 37 58 78 001

Page 250: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

250

Page 251: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

251

7Recursos Públicos Municipais:

Arrecadação e Aplicação

Marcos Wagner da Fonseca

7.1 INTRODUÇÃO

O papel, desempenhado pelo Estado, na economia brasileira, é um

assunto freqüente na pauta de discussão, em Economia. Algumas críticas

tecidas pela sociedade, tais como: o gigantismo do aparelho de Estado, sua

ineficiência, o sistema tributário, as disfunções dos gastos públicos, o problema

que representa o déficit público, rondam os noticiários dos jornais. A sociedade

acredita que as soluções destes problemas apontados são condições

necessárias, para dotar o sistema econômico de capacidade, para garantir

um desenvolvimento sustentado.

A teoria das finanças públicas estabelece que o governo deverá intervir

na economia com o objetivo de minimizar os efeitos das falhas inerentes ao

sistema de mercado. A presença de externalidades, a existência de bens

públicos puros ou mesmo de mercados imperfeitos, impossibilitam a perfeita

atuação do setor privado, justificando, assim, a presença do Estado. Cabe ao

governo, então, contribuir para que o Ótimo de Pareto seja atingido,

Page 252: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

252

maximizando, assim, o Bem-Estar da sociedade. (MUSGRAVE, 1976).A intervenção do governo, na economia, dá-se através de ajustamentos

na alocação de recursos (suprir o mercado de bens públicos puros, bens sociaise bens econômicos), na distribuição de renda, de riqueza e na estabilizaçãoeconômica. (MUSGRAVE, 1976).

Analisando o setor público, no Brasil, sob o aspecto teórico, nota-seque este passa por várias dificuldades, pois não consegue cumprir,satisfatoriamente, suas funções. Segundo SERRA (1994), houve umagravamento deste problema com as modificações efetuadas pela Constituiçãopromulgada em 1988.

Esta modificação do sistema fiscal atingiu a estrutura tributária e degastos das três esferas de governo, diminuindo a participação do GovernoFederal, dotando, assim, de maior autonomia fiscal os Estados e Municípios.

Dentre as três esferas do governo, os Estados e Municípios são osque atravessam a pior crise, obtendo sucessivos déficits, observando, assim,o crescimento acelerado de suas dívidas. Dívidas estas, que são fonte deatritos com o Governo Federal, principalmente, quanto às regras do Plano deEstabilização (Plano Real), incompatíveis com a situação atual dos mesmos.(VERSANO, 1989).

Em muitas ocasiões, o Governo Federal, além de tentar contornarseus próprios desequilíbrios, tinha que atender a Estados e Municípios querecorriam à União, em busca de soluções para seus déficits orçamentários.

Nesse sentido, as modificações, propostas pela Constituição de 1988,tinham, como principal objetivo, promover a descentralização dos recursos,anteriormente, apropriados pela União, proporcionando a Estados e Municípiosa absorção de um volume maior de recursos. (SERRA, 1994).

Diversos Estados e Municípios, munidos de um montante maior derecursos, passaram a executar projetos com viabilidade econômica duvidosa,a inchar a máquina estatal, a desestabilizar as instituições financeiras estaduais.Provocando, inclusive, um processo de endividamento, que atingiu, no ano de1995, um colapso, necessitando de intervenção do Governo Federal parareconstituir a ordem.

A Região Oeste do Paraná é constituída por Municípios que estãoincluídos nesta lógica geral apresentada. As receitas próprias são,relativamente, muito baixas. Com isso, a dependência das transferências,

Page 253: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

253

vindas da esfera federal e estadual, é muito grande. Este fato retira, dadinâmica local, a responsabilidade por suprir os cofres públicos municipais derecursos. Por outro lado, os Municípios são responsáveis por uma quantidadecada vez maior de encargos no suprimento de serviços públicos, o que implicaem problemas de equilíbrio orçamentário.

Apesar da condição geral dos Municípios da Região Oeste, pode-sedestacar alguns que têm seus problemas minimizados, no aspecto das finançaspúblicas. Alguns recebem royalties de produção de energia elétrica e outrosrecebem ICMS ecológico, por manter reservas naturais em seu território.

Assim, torna-se imprescindível a análise das finanças públicasmunicipais para constituir um diagnóstico sócio-econômico da Região Oestedo Paraná, como é o objetivo deste trabalho. Para isso, este capítulo estáestruturado da seguinte forma: a segunda seção tratará da metodologiaempregada na análise dos dados e, também, de uma revisão de literaturasobre o papel das finanças públicas; a terceira seção analisa o comportamentodas receitas municipais nos Municípios da Região Oeste do Paraná; a quartaseção analisa o comportamento das despesas municipais nesta mesma Região;a quinta seção trata das receitas de royalties no contexto das finanças públicasdos Municípios e, a sexta seção, faz as considerações finais deste capítulo.

7.2 METODOLOGIA

A montagem de tabelas, com informações sobre as finanças públicasdos Municípios da Região Oeste do Paraná e a análise destas informaçõessão o objetivo principal deste capítulo. Porém a análise dos dados levantou anecessidade de construção de alguns indicadores que proporcionassem ummelhor diagnóstico das contas públicas, de acordo com SERRA (1994):

a) Receita Líquida = Receita Total (Correntes + Capital) - Operaçõesde Crédito.

b) Grau de Dependência de Transferências = Receitas de Transferências(Correntes e Capital)/Receita Líquida.

c) Grau de Dependência de Empréstimos = Receita de Operações deCrédito/Receita Total.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

Page 254: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

254

d) Geração de Recursos Próprios = (Receita Tributária + OutrasReceitas Próprias)/Receita Líquida.

e) Participação das Despesas Correntes = Despesas Correntes/DespesaTotal.

f) Participação das Despesas de Capital = Despesas de Capital/DespesaTotal.

As tabelas construídas para a análise, apresentando estes indicadores,estão no Anexo Estatístico, no final deste capítulo.

Outro recurso utilizado, para atingir o objetivo proposto no capítulo,foi realizar um resgate da discussão sobre as finanças públicas no Brasil,principalmente, a parte referente aos Municípios. Desta forma, fica maisconsistente qualquer diagnóstico traçado para os Municípios da Região Oestedo Paraná.

7.3 PANORAMA DAS FINANÇAS PÚBLICAS MUNICIPAIS NO BRASIL

A Constituição, promulgada em 1988, provocou significativastransformações nas finanças públicas. Os governos municipais ganharammaior autonomia, assumindo um papel mais relevante na prestação de serviços,tanto de ordem local, quanto de ordem regional para alguns de maior porte,como é o caso de Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo, na Região Oeste doParaná.

O fortalecimento financeiro que os Municípios verificaram, desde1988, ocorreu, mais pelo aumento da participação nas transferências, do quepelo aumento da capacidade própria em tributar. Este fato demonstra que aConstituição modificou pouco a competência tributária dos Municípios. Estespassaram a contar com os recursos provenientes do Imposto sobre aPropriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e o Imposto sobre Serviçosde Qualquer Natureza (ISS), sendo que, estes incidem sobre atividadesdesenvolvidas em suas áreas urbanas. Este fato contrasta com a baseeconômica rural de grande parte dos Municípios brasileiros, realidade tambémpresente na Região Oeste do Paraná, como será demonstrado nas próximasseções deste capítulo. As duas inovações que a Constituição introduziu foi a

Page 255: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

255

criação do Imposto sobre a Venda a Varejo de Combustíveis (IVVC), que foiextinto pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993 e, também, a destinaçãototal da arrecadação do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis inter-vivos (ITBI) que, antes, era partilhado igualmente com os Estados. Por outrolado, houve a perda da participação que os Municípios tinham no ITBI causamortis, o que deixou a situação muito parecida com a que havia antes daConstituição.

Se na arrecadação tributária própria não houve mudança, o ganhoveio com as transferências. A participação, quanto ao Fundo de Participaçãodos Municípios (FPM), cresceu de 17%, para 20%, a partir de outubro de1988, com adicionais de 0,5% ao ano, desde 1989, até alcançar os atuais22,5%. Porém a participação na arrecadação do Imposto sobre a Circulaçãode Mercadorias e Serviços (ICMS) evoluiu para 25%.

A contrapartida deste aumento de recursos em poder dos Municípiosfoi a queda dos recursos à disposição da União e dos Estados. Este fatodirecionou para a transferência de responsabilidades dos Estados para osMunicípios, sem a correspondente transferência de recursos adicionais. AUnião, além de adotar o mesmo critério, em relação ao Estados e Municípios,criou ainda, uma série de mecanismos para retirar recursos dos mesmos, taiscomo:

� a criação de novas contribuições e o aumento de alíquotas daquelasexistentes, já que elas não seriam compartilhadas;

� a adoção de uma farta renúncia fiscal com os impostos que constituemo FPM e o FPE;

� a apropriação de recursos através da criação do Fundo Social deEmergência (FSE), depois denominado de Fundo de EstabilizaçãoFiscal (FEF);

� a desoneração do ICMS sobre produtos primários e semi-elaborados,a chamada Lei Kandir (Lei complementar nº 86/97); e

� a intensificação do processo de cobrança das dívidas contraídas nopassado.

A conhecida Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº101/2000) dificultou a prática da renúncia fiscal, mas deixou aberta a

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

Page 256: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

256

possibilidade de novos mecanismos de desvio de recursos dos Municípios

para os Estados e à União, principalmente, esta última.

A repartição de recursos, após a Constituição de 1988, pode ser

verificada nas Tabelas 7.1 e 7.2 do Anexo. A Tabela 7.1 demonstra a evolução

da arrecadação tributária das três esferas de governo, sendo possível verificar

que, em 1998, a União foi responsável por 68,1% do total da arrecadação do

País, enquanto que os Estados arrecadaram 26,6% do total, e os Municípios,

apenas, 5,3%. Na Tabela 7.2, percebe-se a evolução dos recursos disponíveis

para cada esfera de governo, na qual, em 1998, a União detinha 57,5% do

total, os Estados ficaram com 25,7% e os Municípios, com 16,8%. As

informações das duas Tabelas demonstram que os Estados quase empataram

entre arrecadação e disponibilidade de recursos, sendo que as transferências

ficaram a cargo da União para os Municípios. As informações demonstram,

ainda, que houve um espantoso crescimento da arrecadação tributária

municipal, em torno de 100%, porém isto não deixa de caracterizar a

dependência das transferências.

Esta realidade encontra algumas perspectivas de mudança, com a

proposta de reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional. O atual

grau de dependência financeira dos Municípios, não passa de um grande

mito, pois tudo depende da estrutura tributária vigente. Se realmente fosse

desejada a ampliação da autonomia tributária dos Municípios, deveria ser

aproveitado o momento da reforma tributária, para lhes entregar tributos mais

simples de cobrar e de maior valor arrecadatório. Porém estes tributos têm

sido reservados à União e aos Estados. Uma análise pormenorizada destas

questões pode ser encontrada em BREMAEKER (2002).

7.4 RECEITAS MUNICIPAIS

As receitas podem ser agrupadas, segundo a categoria, em Receitas

Correntes e Receitas de Capital. As Receitas Correntes, segundo RIANI

(1997), são, basicamente, compostas por recursos oriundos da cobrança de

tributos, compreendendo as receitas tributárias próprias e as originárias de

transferências de outras unidades de governo, podendo, ainda, serem divididas

Page 257: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

257

em Agropecuária, de Serviços, Industrial, Patrimonial, Tributária,

Transferências e Outras. As Receitas de Capital compreendem os recursos

vindos das operações de crédito (empréstimos) tomados pelo governo, incluindo,

ainda, as alienações (vendas) de ativos e as transferências de capital recebidas

de outras esferas de governo.

A Tabela 7.3 apresenta os valores, para o ano de 1999, das receitas

dos Municípios pertencentes a Região Oeste do Paraná, divididas em Receitas

Correntes e de Capital. Percebe-se que os Municípios da Região arrecadaram

mais de 606 milhões de Reais, sendo R$ 565 milhões (93,2%), em Receitas

Correntes e R$ 41 milhões (6,8%), em Receitas de Capital.

Estabelecendo um melhor ponto de análise, a Tabela 7.4 demonstra

a participação percentual das receitas, por categoria, em cada Município da

Região. De maneira geral, os Municípios apresentam uma participação,

das receitas correntes, acima de 90% do total. Porém existem exceções,

como o Município de Itaipulândia que apresentou a menor participação das

receitas correntes dentre todos, ficando esta em torno de 55,3% do total do

Município. Outro extremo, apontado pela Tabela 7.4, foi Iracema do Oeste

e Vera Cruz do Oeste que apresentaram as receitas correntes com 100%

do total das receitas municipais. Os maiores Municípios como Cascavel,

Foz do Iguaçu e Toledo ficaram em torno da média da Região, sendo 93,2%

de participação para as receitas correntes e, 6,8%, para as receitas de

capital.

A participação dos Municípios, na receita total da Região Oeste do

Paraná, pode ser verificada na Tabela 7.5, que apresenta, ainda, esta

participação por categoria de receita. O Município de Foz do Iguaçu foi o que

mais arrecadou em 1999, atingindo 23,54% do total da Região, vindo Cascavel

em segundo lugar, com 14,18%, seguido por Toledo, com 7,29%. A soma dos

três primeiros colocados alcançou 45,01% das receitas totais da Região, o

que demonstra a importância destes Municípios e indica a polarização discutida

em outros pontos deste trabalho.

As Tabelas de 7.3 a 7.5 permitiram uma avaliação geral das receitas

municipais da Região Oeste do Paraná, mas se torna indispensável uma

avaliação mais pontual dos itens que compõem as receitas correntes e de

capital.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

Page 258: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

258

7.4.1 Receitas de Capital

A Tabela 6 apresenta a distribuição das receitas de capital dosMunicípios, em valores de 1999. Apesar destes valores serem necessáriospara o conhecimento da realidade municipal, o panorama das receitas decapital pode ser mais bem dimensionado com as informações trabalhadas,como na Tabela 7. Esta última apresenta a participação de cada item no totaldas receitas de capital. Verificando o total da Região Oeste, percebe-se queas Operações de Crédito (42,7%) e as Transferências de Capital (46,0%)dominaram as receitas de capital, em 1999. Porém a realidade dos Municípiosfica distante deste valor para a Região. Este fato pode ser notado de diferentesformas:

a) partindo dos casos extremos, em Guaraniaçu, Medianeira e OuroVerde do Oeste, as Operações de Crédito representaram 100% dasreceitas de capital. Enquanto que, em Jesuítas, Maripá, Santa Lúciae Serranópolis do Iguaçu, as Transferências atingiram 100%. EmSão José das Palmeiras (100%) e em Campo Bonito (99,7%), aAlienação de Bens foi o fato gerador das receitas de capital;

b) as Operações de Crédito representaram importante fonte de recursospara os Municípios, mas, infelizmente, isto aumenta suas dívidas,comprometendo os resultados fiscais futuros e encontra sériasrestrições com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal;

c) as Transferências de Capital, também, demonstraram ser relevantespara os Municípios, o que coloca a União e o Estado do Paranácomo financiadores de recursos para o investimento municipal; e

d) um fato que chamou muito a atenção foi o item Outras Receitas deCapital, pois este apresentou elevada participação em algunsMunicípios. É o caso de Entre Rios do Oeste (25,7%), Guaíra (17,8%),Missal (64,7%), Santa Helena (44,7%) e Santa Terezinha de Itaipu(91,7%). Todos estes são Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu,sendo que este elevado percentual é de responsabilidade dos royalties

Page 259: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

259

da produção de energia elétrica pagos pela Itaipu Binacional (verseção 6 deste capítulo). Isto demonstra que estes Municípios recebemrecursos adicionais e que estes recursos possibilitam investimentosadicionais, como será analisado na próxima seção deste capítulo.

7.4.2 Receitas Correntes

Na Tabela 7.8, pode-se verificar a distribuição das Receitas Correntes,por Município, para 1999, sendo a Tabela 9 derivada da primeira, na qual édemonstrada a participação relativa de cada item, no total das receitas correntesdos Municípios. As informações permitem verificar que, na Região Oeste doParaná, as Transferências Correntes (67,70%) perfazem a maior parcela dasReceitas Correntes. O item Outras Receitas Correntes (20,03%) ocupou asegunda colocação, enquanto que o item Receita Tributária (11,02%) ficouem terceiro lugar. Os demais itens apresentaram participação desprezível nototal de Recitas Correntes da Região.

A Receita Tributária apresentou maior participação nos Municípioscom determinado grau de polarização, tais como: Cascavel (26,29%), Toledo(18,68%), Medianeira (18,45%), Foz do Iguaçu (13,33%), Palotina (12,62%)e Marechal Cândido Rondon (12,03%). Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledopodem ser considerados Municípios pólos para toda a Região, enquanto queMedianeira, Palotina e Marechal Cândido Rondon podem ser consideradossub-pólos, ou com abrangência mais restrita que os anteriores. Todos estesMunicípios têm predominância de atividades urbanas o que, segundoBREMAEKER (2002), facilita a arrecadação dos tributos municipais.

Os demais Municípios ficam na dependência das Receitas Correntesprovenientes de transferências da União e do Estado do Paraná. A exceção,mais uma vez, ficou com os Municípios lindeiros ao Lago de Itaipu, queapresentaram um percentual elevado de Outras Receitas Correntes. Dentreestes, destacaram-se Santa Helena (78,29%), Pato Bragado (60,89%), Missal(59,65%), Mercedes (52,71%), Guaíra (40,86%), Santa Terezinha de Itaipu(33,68%) e Foz do Iguaçu (25,25%). Estes Municípios recebem royalties daItaipu Binacional, sendo que os elevados percentuais, em destaque, demonstrama importância destes recursos para os Municípios (ver seção 6 deste capítulo).

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

Page 260: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

260

Outros, como Céu Azul (29,30%) e, até mesmo, Guaíra, recebem o ICMS

ecológico, uma compensação por manter reservas naturais, que, também,

acabam sendo contabilizados neste item de Outras Receitas Correntes.

Mais uma vez, cabe destacar que os Municípios que recebem recursos

adicionais, como royalties e o ICMS Ecológico, destoam dos demais, por

adquirirem capacidade de financiamento dos gastos correntes além do que

seria permitido pelas Transferências e pela Arrecadação Tributária. Um ponto

de crítica a esta ação é que estes recursos não permanecerão por um longo

prazo, portanto estes Municípios deveriam pensar, desde já, em encontrar

outras alternativas de financiamento destas despesas, ou rever a necessidade

do nível de despesas executadas.

7.4.3 Indicadores de Receitas Municipais

Alguns indicadores foram construídos, para favorecer a análise das

receitas realizadas até este ponto. A Tabela 7.12 demonstra estes indicadores

calculados para os Municípios da Região Oeste do Paraná.

A maioria dos Municípios apresentou elevado grau de Dependência

de Transferências e, por conseqüência, um baixo grau de Geração de Receita

Própria. Alguns fugiram a este estado, apresentando baixo grau de

Dependência de Transferências e elevado grau de Geração de Receita Própria,

sendo estes: Cascavel (65% e 26%), Toledo (70% e 18%), Foz do Iguaçu

(61% e 13%), Palotina (81% e 12%), Medianeira (73% e 18%), Marechal

Cândido Rondon (53% e 12%) e Assis Chateaubriand (72% e 10%).

Alguns Municípios, lindeiros ao Lago de Itaipu, demonstraram baixo

grau de Dependência de Transferências, contudo, apresentaram um baixo

grau de Geração de Receita Própria, sendo: Santa Helena (18% e 1%), Pato

Bragado (34% e 2%), Missal (35% e 2%), Entre Rios do Oeste (40% e 2%),

Mercedes (46% e 2%) e Santa Terezinha de Itaipu (48% e 4%). Este fato

caracteriza e comprova a relevância dos recursos recebidos, por meio dos

royalties da produção de energia elétrica, por estes Municípios.

O indicador do grau de Dependência de Empréstimos indicou alguns

Municípios com problemas, em 1999. Porém, conforme já discutido,

Page 261: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

261

provavelmente, esta realidade seja modificada pela exigência da Lei de

Responsabilidade Fiscal, quanto à realização de empréstimos dos governos

municipais.

A avaliação das receitas municipais da Região Oeste do Paraná

permitiu alguns indicativos importantes, para verificar pontos levantados em

outras partes do trabalho. Ao mesmo tempo, surgiu a necessidade de

aprofundar a análise de alguns pontos, como o recebimento de royalties pelos

Municípios lindeiros ao Lago de Itaipu e, também, a forma pela qual são

realizadas as despesas governamentais nestes Municípios.

7.5 DESPESAS MUNICIPAIS

Segundo RIANI (1997), as Despesas Agregadas permitem uma

avaliação macroeconômica das contas das administrações públicas. Porém,

do ponto de vista da análise, esses dados são muito superficiais, o que inviabiliza

uma avaliação mais apurada e detalhada. Assim, torna-se necessário um

tratamento dos gastos para que estes sejam mais bem visualizados, que, de

acordo com RIANI (1997), pode ser com o agrupamento das Despesas por

Categoria e por Função.

As Despesas por Categoria têm a vantagem de permitir uma

análise financeira mais apurada das unidades consideradas. Estas são

divididas em Despesas Correntes e Despesas de Capital. As Despesas

Correntes apresentam os gastos fixos do governo com a manutenção da

máquina administrativa e de serviços do Estado. As Despesas de Capital

representam os gastos com investimentos realizados pelo governo, como

as obras públicas.

As Despesas por Função obedecem a uma classificação de forma

agregada que reflete, segundo RIANI (1997), as prioridades dadas pelo governo

à alocação dos recursos que lhe são disponíveis. Estas são divididas em

Administração e Planejamento, Educação e Cultura, Habitação e Urbanismo,

Saúde e Saneamento, Assistência e Previdência, Transporte, Legislativo,

Agricultura, Defesa Nacional, Indústria, Comércio e Serviços, Trabalho e

Outras1.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

Page 262: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

262

7.5.1 Despesas por Categoria

As Despesas por Categoria são apresentadas nas Tabelas 7.15 e7.16, sendo que, nesta última, as informações demonstram a distribuição dasDespesas Correntes e de Capital, bem como os itens que as compõem.

As Despesas Correntes representam a parcela maior dos gastos totaisdos Municípios da Região Oeste do Paraná, atingindo 83,2%. Dentro dasDespesas Correntes, percebe-se que 65,0% do total de despesas da Regiãofoi para Custeio. Estes números demonstram que grande parte dos gastospúblicos, realizados pelos Municípios, são direcionados para a manutenção daestrutura existente.

A maioria dos Municípios tiveram participação em torno da médiaregional, mas alguns se destacaram observando uma participação menor dasDespesas Correntes nos gastos totais. Neste sentido, pode-se apresentarItaipulândia (56,1%), Pato Bragado (61,6%) e Entre Rios do Oeste (63,2%).

As Despesas de Capital apresentam um média de participação de16,8% na Região, sendo que o item Investimento ficou com 12,4 pontos destemontante. Os Municípios que observaram a participação do Investimento,acima da média regional, foram: Pato Bragado (37,2%), Entre Rios do Oeste(34,8%), Itaipulândia (32,7%), Quatro Pontes (27,3%) e Santa Helena (23,3%).

Ao analisar estas informações, percebe-se que, dentre os Municípioscom maior parcela de Despesas de Capital no total de gastos, encontram-segrande parte dos Municípios lindeiros ao Lago de Itaipu. Este fato indica queparte dos recursos recebidos pelos royalties da produção de energia elétricaestão sendo revertidos para aumento do estoque de capital público dosMunicípios, principalmente, com novos investimentos. Cabe discutir, nestecaso, se estes investimentos deverão aumentar a arrecadação futura e,também, possibilitar maior capacidade de geração de empregos e renda paraos Municípios.

7.5.2 Despesas por Função

De forma geral, as funções que reúnem o maior comprometimentode recursos nos Municípios da Região Oeste do Paraná são Administração e

Page 263: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

263

Planejamento (22%), Educação e Cultura (30%), Saúde e Saneamento (12%),Habitação e Urbanismo (12%) e Transporte (8%), conforme Tabela 7.14.

Apesar da característica primária da economia da maioria dosMunicípios, percebe-se, na Tabela 7.14, que o gasto com a Agricultura nãoultrapassou 10% do total, ficando com uma média de 3% na Região. OsMunicípios, que mais comprometeram recursos com esta função, foramDiamante do Sul, Missal e Santa Terezinha de Itaipu, todos com 8% departicipação.

Alguns Municípios demonstraram preocupação com as atividadeseconômicas urbanas, aplicando recursos na função de Indústria, Comércio eServiços, como se pode verificar em Entre Rios do Oeste (13%), MarechalCândido Rondon (11%) e São Miguel do Iguaçu e Assis Chateaubriand, com7%. Provavelmente, estes Municípios estariam buscando incentivar a atividade,com vistas a aumentar a geração de emprego e renda, conseqüentemente,aumentando, também, a capacidade de geração de receitas.

Os gastos com a função Transporte obteve uma média de 8% naRegião, mas alguns Municípios apresentaram um gasto relativo muito maior,principalmente, devido ao transporte escolar. Este é o caso de Mercedes(24%), Três Barras do Paraná (23%), Catanduvas (17%) e Pato Bragado(17%). Em visitas realizadas nestes Municípios, percebeu-se que as distânciaspercorridas entre a zona rural e a sede dos Municípios contribuiu para oacentuado valor no transporte.

Dentre as funções, chamou atenção a média elevada dos gastos comEducação e Cultura, alcançando uma média de 30%. Percebe-se que osMunicípios se mantêm em torno desta média, o que garante o cumprimentoda Constituição (gastos mínimos com educação de 25%) e, também, aefetividade do FUNDEF (Fundo de Valorização do Ensino Fundamental),criado para direcionar os gastos com educação. Esta perspectiva indica quea Região tende a aumentar os indicadores educacionais e, com isso, estabelecerum novo padrão de qualificação de sua população.

Os gastos com a função Administração e Planejamento obtiveramuma média regional de 22%. O destaque é que os Municípios maiores, comoCascavel (25%) e Foz do Iguaçu (28%), naturalmente, deveriam encontrar-se acima desta média, pois a necessidade de gastos está condicionada aotamanho do setor público municipal. O tamanho acaba sendo determinado

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

Page 264: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

264

pela aglomeração populacional destes e, também, pelo atendimento àpopulação dos Municípios vizinhos, oriundo da polarização, fato que cria algunsconflitos entre os Municípios. Observa-se que alguns Municípios pequenosapresentam um elevado percentual de gasto nesta função. Isto não encontrajustificativa plausível, indicando a necessidade destes revisarem a alocaçãodos recursos.

A função Habitação e Urbanismo apresentou uma média regional de12%, mas a variabilidade observada entre os Municípios é muito grande.Alguns, como Ibema (22%), Guaíra (22%) e Cascavel (19%) ficaram bemacima desta média. Enquanto outros, como Iracema do Oeste (1%), ficarambem abaixo do percentual regional. Estes gastos, tomados apenas de formapontual, não caracterizam os programas adotados nos Municípios. Osproblemas habitacionais são mais urgentes nos grandes centros urbanos,principalmente, por questões ambientais, enquanto que, nos pequenosMunicípios, estes problemas encontram uma proporção menor.

A função Saúde e Saneamento repetiu a participação média regionalde 12%, porém a variabilidade entre os Municípios, também, foi significativa.Estiveram abaixo desta média os Municípios de Catanduvas (4%), Corbélia(5%), Terra Roxa (5%) e Mercedes (6%). Acima da média encontraram-seItaipulândia (17%), Santa Lucia (17%) e Ouro Verde do Oeste (16%). Apesarde um percentual elevado nesta função ser desejável, apenas esta informaçãoé insuficiente para analisar o impacto na solução dos problemas da população.Conforme será tratado nos próximos capítulos deste diagnóstico, os gastoscom saúde tendem a ser na parte corretiva e não preventiva, o que provocaelevação destes e pouca efetividade na melhoria dos indicadores. Outro pontoa ser tratado é quanto ao saneamento, pois na Região as preocupaçõesambientais ainda não impulsionaram a discussão e efetividade de ações, parasolucionar o problema do esgoto.

As despesas realizadas pelos Municípios da Região Oeste do Paranásão indicativas da própria crise por que passa o setor público no Brasil. Percebe-se que o gasto com investimento é proporcionalmente pequeno frente àsnecessidades de custeio. Isto indica a baixa capacidade dos governosmunicipais em criar infra-estrutura para o crescimento econômico e, também,a mudança do perfil agrícola.

Porém fica indicado que os Municípios lindeiros ao Lago de Itaipu,

Page 265: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

265

por receberem recursos adicionais provenientes dos royalties, teriam condiçõesmais favoráveis para construir uma infra-estrutura facilitadora do crescimentodos setores secundários e terciário e, também, para aprimorar o funcionamentodo setor primário.

7.6 MUNICÍPIOS �LINDEIROS� E OS ROYALTIES

Ao longo deste capítulo, foi mencionado o recebimento, por parte dos

Municípios lindeiros ao Lago, dos royalties, provenientes da produção de

energia elétrica da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Desta forma, cabe realizar

uma análise mais pormenorizada deste fato, para ilustrar as discussões

anteriores.

A Tabela 7.17 apresenta o recebimento dos royalties, por Municípios,

para a década de 1990. O montante acumulado no período atingiu mais de

US$460 milhões, o que significa que estes recursos foram introduzidos na

Região Oeste do Paraná e criaram todo um efeito multiplicador da renda

regional, conforme determina os manuais de macroeconomia.

Esta distribuição foi mais significativa para alguns Municípios, por

deterem direitos maiores pelos critérios estabelecidos para recebimento. O

Município de Santa Helena acumulou um montante de US$ 117,4 milhões, ao

longo do período, representando 25,5% do total. O segundo maior montante

foi acumulado por Foz do Iguaçu, atingindo US$89,8 milhões, cerca de 19,5%.

O terceiro colocado foi Itaipulândia, com US$69,1 milhões, perfazendo 15%

do total distribuído. Em quarto lugar, ficou São Miguel do Iguaçu, com US$51,4

milhões, cerca de 11% do total. Somando o acumulado por estes quatro

Municípios, chega-se a 71% dos royalties distribuídos aos Municípios lindeiros,

o que caracteriza a elevada concentração destes recursos, restringindo os

efeitos multiplicadores da renda destacados anteriormente.

Tratando, ainda, da distribuição do recebimento dos royalties pelos

Municípios, percebe-se que alguns têm participação insignificante no total,

como é o caso de Medianeira, Terra Roxa e São José das Palmeiras que,

juntos, não chegam a 0,5% do total distribuído no período.

A distribuição absoluta dos royalties não permite verificar o real

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

Page 266: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

266

impacto destes dentro da realidade municipal. Neste sentido, a Tabela 7.18

foi construída, para realizar uma relação do recebimento de royalties, em

2000, com a população divulgada pelo Censo do IBGE, estabelecendo o valor

per-capita dos royalties para aquele ano.

A distribuição total estabeleceu o valor de US$153,25 para cada

habitante dos Municípios lindeiros. Porém alguns Municípios apresentaram

um valor por habitante muito superior a este valor. Em Itaipulândia, o

recebimento foi de US$1.861,06 para cada habitante, sendo seguida por Santa

Helena (US$921,93), Pato Bragado (US$821,87), Entre Rios do Oeste

(US$698,83), Mercedes (US$296,76) e São Miguel do Iguaçu (US$274,22).

O destaque, nesta forma de avaliar a distribuição de royalties, foi Foz do

Iguaçu que, por ter a maior população dentre os Municípios, obteve apenas

US$55,94 para cada habitante.

Para efeito comparativo com os valores apresentados, encontra-

se na Tabela 7.19, os valores do PIB per capita dos Municípios lindeiros,

em 1996. Em Itaipulândia, o valor atingiu US$4.011,00, sendo que os

royalties per capita representariam 46,5% do PIB per capita. Percebe-se

a relevância destes valores para os Municípios que os recebem em

quantidades proporcionalmente maiores. O desafio é estes utilizarem os

recursos, para provocar uma elevação permanente na renda e produção

destes Municípios, não deixando que este aporte de recursos tenha efeito

apenas momentâneo.

7.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O capítulo apresentou a situação das finanças públicas dos Municípios

da Região Oeste do Paraná. De modo geral, alguns Municípios destacam-se

pelo porte e outros pelo recebimento de recursos adicionais. Contudo a

realidade da maioria dos Municípios iguala-se em, praticamente, todos os

aspectos.

Em termos de receitas, os Municípios apresentaram uma dependência

muito grande das transferências vindas do Estado do Paraná e da União,

Page 267: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

267

conjuntamente com uma baixa capacidade de arrecadação de tributos próprios.

Este fato retira dos governos municipais a autonomia, para decidir sobre as

finanças públicas, tendo uma restrição muito grande para aumentar seus gastos.

Apenas os Municípios que conseguiram desenvolver atividades

produtivas urbanas, apresentaram capacidade de arrecadação própria, como

é o caso de Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Palotina, Marechal Cândido

Rondon e Medianeira.

Os Municípios lindeiros ao Lago de Itaipu demonstraram uma certa

exceção, por receberem os royalties de produção de energia elétrica da Itaipu

e, com isso, conseguirem recursos adicionais, para financiar seus gastos.

Quanto às despesas municipais, percebeu-se a predominância das

Despesas Correntes, em detrimento das Despesas de Capital, o que sinaliza

uma possível falta de capacidade dos governos municipais em prover infra-

estrutura para o crescimento das atividades econômicas urbanas nos

Municípios menores.

As despesas por função demonstraram que, apesar das despesas

correntes predominarem, os gastos sociais alcançaram volumes significativos,

principalmente com Educação. Porém percebe-se que, ainda, os Municípios

realizam gastos excessivos em algumas funções (Administração e

Planejamento), deixando outras com baixo atendimento, como é o caso da

Saúde e Saneamento.

Os desafios para a Região Oeste do Paraná são inúmeros, mas para

fazer frente a estes torna-se necessário repensar a função dos governos

municipais e, também, a forma de intervenção destes na realidade regional.

Percebe-se que os problemas comuns seriam mais bem resolvidos se os

esforços fossem realizados em conjunto, não, isoladamente, como as

informações indicam.

NOTAS:

1. Inclui Energia e Recursos Naturais, Judiciária, Comunicações, Desenvolvimento Regional,Relações Exteriores e Outras.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

Page 268: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

268

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CRUSIUS, C.A. Econometria e Verificação de Teorias Econômicas. Revista Brasileira

de Economia, Rio de Janeiro, nº 47: 115-30, jan./mar. 1993.

LONGO,C.A. A Disputa pela Receita Tributária no Brasil. São Paulo: IPE-USP, 1984.

___________. O Processo Orçamentário no Brasil. Revista de Economia Política,

vol.11, nº 2, abril-junho/1991.

___________. & TROSTER, R.L. Economia do Setor Público. São Paulo: Atlas, 1993.

MADDALA, G.S. Introduction to econometrics. 2ª ed. Macmillan Publishing Com-

pany, 1989.

MUSGRAVE, R.A. Teoria das Finanças Públicas. São Paulo: Atlas, 1976.

MUSGRAVE, R.A. & MUSGRAVE, P.B. Finanças Públicas - teoria e prática. Rio de

janeiro: Campus, 1981.

PISCITELLI. R. B, O Processo de Elaboração e Execução Orçamentárias no Brasil:

Algumas de Suas Peculiaridades. Revista de Economia Política, vol.8, nº 3, julho/

setembro/1988.

RIANI, F. Economia do Setor Público. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

SERRA, J. Orçamento no Brasil: as raízes da crise. São Paulo: Atual Editora, 1994.

SILVA, F. A. R. Avaliação do Setor Público na economia brasileira: estrutura funcional

da despesa. Rio de Janeiro: IPEA/INPES, 1974.

VERSANO, R. O impacto da reforma constitucional sobre as finanças estaduais e

municipais. Revista de Administração Municipal. Rio de Janeiro, v. 36, número

193, out./dez. 1989. p. 44-54.

Page 269: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

269

ANEXO ESTATÍSTICO

TABELA 7.1: Evolução da Arrecadação Tributária das esferas de governo, noperíodo entre 1989 e 1998

Fonte: BREMAEKER (2002).

TABELA 7.2: Evolução dos Recursos Disponíveis para as esferas de governo, noperíodo entre 1989 e 1998

Fonte: BREMAEKER (2002).

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

SONA LATOTOÃINU SODATSE SOIPÍCINUM

levínopsiD % levínopsiD % levínopsiD %9891 381.281 882.521 8,86 400.25 5,82 198.4 7,20991 561.702 189.341 5,96 609.65 5,72 872.6 0,31991 148.481 786.911 8,46 550.65 3,03 980.9 9,42991 256.871 147.911 0,76 421.15 6,82 787.7 4,43991 364.481 245.031 7,07 979.64 5,52 249.6 8,34991 442.012 435.441 8,86 352.85 7,72 754.7 5,35991 125.822 816.351 3,76 345.46 2,82 036.01 5,46991 852.742 543.261 7,56 732.17 8,82 676.31 5,57991 424.752 471.171 5,66 782.27 1,82 369.31 4,58991 165.572 337.781 1,86 671.37 6,62 256.41 3,5

SONA LATOTOÃINU SODATSE SOIPÍCINUM

levínopsiD % levínopsiD % levínopsiD %9891 381.281 102.001 0,55 401.25 6,82 878.92 4,610991 561.702 149.311 0,55 997.75 9,72 524.53 1,711991 148.481 944.49 1,15 970.55 8,92 303.53 1,912991 256.871 051.49 7,25 036.15 9,82 278.23 4,813991 364.481 072.101 9,45 099.94 1,72 302.33 0,814991 442.012 109.211 7,35 907.95 4,82 436.73 9,715991 125.822 715.911 3,25 418.56 8,82 091.34 9,816991 852.742 805.431 4,45 589.86 9,72 567.34 7,717991 424.752 781.541 4,65 505.96 0,72 237.24 6,618991 165.572 834.851 5,75 257.07 7,52 173.64 8,61

Page 270: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

270

TABELA 7.3: Receitas Municipais, Municípios da Região Oeste do Paraná, 1999

Fonte: IPARDES.

SOIPÍCINUM)00,1$R(SIAPICINUMSATIECER

setnerroC latipaCeD LATOT

YHANA 76,2525691 96,729732 63,0813022

DNAIRBUAETAHCSISSA 19,78239541 24,4324062 33,22579171

ADICERAPAADATSIVAOB 45,7965614 83,117113 29,8047744

YENAGARB 48,9665323 79,346771 18,3133143

AIDNALEFAC 54,5711316 96,426646 41,0087776

OTINOBOPMAC 05,4049082 05,45181 00,9557282

SEUQRAMSADINOELOATIPAC 25,6759747 22,368411 47,9344957

LEVACSAC 45,64333708 49,3392025 84,08263958

SAVUDNATAC 55,7745624 72,021295 28,7957584

LUZAUEC 79,1285279 39,489724 09,60835101

AILEBROC 55,5960216 21,777123 76,2742446

ETSEOODETNAMAID 68,5941843 02,988548 60,5837234

LUSODETNAMAID 38,1899902 00,31674 38,4957412

ETSEOODSOIRERTNE 44,7505267 05,424232 49,1847587

ETSEOODASOMROF 77,0526334 76,677492 44,7201364

UCAUGIODZOF 82,826536631 68,9463006 41,872936241

ARIAUG 12,21863461 40,316242 52,52497661

UCAINARAUG 90,6838187 50,533202 41,1270208

AMEBI 52,5830362 47,851472 99,3454092

UTAUGI 41,6348471 97,375602 39,9005591

ETSEOODAMECARI 63,0617891 00,0 63,0617891

AIDNALUPIATI 76,55652541 22,81046711 98,37698262

SATIUSEJ 13,3922124 86,745691 99,0488044

ETSEODNIL 47,4156333 55,95701 92,4727433

NODNORODIDNACLAHCERAM 00,35421052 21,310581 21,66479152

APIRAM 22,4482904 00,00005 22,4482414

AIDNALETAM 17,9217307 28,326107 35,3578377

ARIENAIDEM 21,70408931 89,215264 01,02924441

SEDECREM 03,5042464 70,929714 73,4330605

LASSIM 58,13703111 99,029694 48,25672611

ARORUAAVON 67,4633526 28,420851 85,9831146

ASORATNASAVON 80,5343854 27,25999 08,7833864

ETSEOODEDREVORUO 05,9356603 44,89761 49,7333803

ANITOLAP 90,74009311 29,039614 10,87960811

ODAGARBOTAP 10,3230469 41,833791 51,1667389

SETNOPORTAUQ 30,6467243 93,16478 24,7015153

AIDNALIMAR 82,7174502 00,11571 82,8222702

ANELEHATNAS 44,57103152 96,539527 31,11165852

AICULATNAS 77,3316032 00,00009 77,3316932

ETSEOODAZERETATNAS 85,9769163 12,34181 97,2287363

UPIATIEDAHNIZERETATNAS 97,71099001 84,5241232 72,34402421

SARIEMLAPSADESOJOAS 32,0190272 00,00031 32,0193372

UCAUGIODLEUGIMOAS 16,94636822 61,987755 77,83412432

UCAUGIODORDEPOAS 30,0283333 35,99057 65,9198043

UCAUGIODSILOPONARRES 90,5573863 85,492352 76,9407393

AXORARRET 09,2916906 10,767364 19,9599556

ODELOT 85,84657614 68,5855352 44,43211244

ANARAPODSARRABSERT 01,4375574 44,431861 45,8683294

ISSAPUT 86,9487345 99,632033 76,6808675

ETSEOODZURCAREV 49,6254493 51,872 90,5084493

LATOT 42,624849465 52,70121114 94,335060606

Page 271: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

271

TABELA 7.4: Distribuição das Receitas Correntes e de Capital, por Município, 1999

Fonte: Elaborada pelo autor, com dados do IPARDES.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

SOIPÍCINUM)lautnecrepme(SIAPICINUMSATIECER

setnerroC latipaCeD LATOT

YHANA %2,98 %8,01 %0,001

DNAIRBUAETAHCSISSA %9,48 %1,51 %0,001

ADICERAPAADATSIVAOB %0,39 %0,7 %0,001

YENAGARB %8,49 %2,5 %0,001

AIDNALEFAC %5,09 %5,9 %0,001

OTINOBOPMAC %4,99 %6,0 %0,001

SEUQRAMSADINOELOATIPAC %5,89 %5,1 %0,001

LEVACSAC %9,39 %1,6 %0,001

SAVUDNATAC %8,78 %2,21 %0,001

LUZAUEC %8,59 %2,4 %0,001

AILEBROC %0,59 %0,5 %0,001

ETSEOODETNAMAID %5,08 %5,91 %0,001

LUSODETNAMAID %8,79 %2,2 %0,001

ETSEOODSOIRERTNE %0,79 %0,3 %0,001

ETSEOODASOMROF %6,39 %4,6 %0,001

UCAUGIODZOF %8,59 %2,4 %0,001

ARIAUG %5,89 %5,1 %0,001

UCAINARAUG %5,79 %5,2 %0,001

AMEBI %6,09 %4,9 %0,001

UTAUGI %4,98 %6,01 %0,001

ETSEOODAMECARI %0,001 %0,0 %0,001

AIDNALUPIATI %3,55 %7,44 %0,001

SATIUSEJ %5,59 %5,4 %0,001

ETSEODNIL %7,99 %3,0 %0,001

NODNORODIDNACLAHCERAM %3,99 %7,0 %0,001

APIRAM %8,89 %2,1 %0,001

AIDNALETAM %9,09 %1,9 %0,001

ARIENAIDEM %8,69 %2,3 %0,001

SEDECREM %7,19 %3,8 %0,001

LASSIM %7,59 %3,4 %0,001

ARORUAAVON %5,79 %5,2 %0,001

ASORATNASAVON %9,79 %1,2 %0,001

ETSEOODEDREVORUO %5,99 %5,0 %0,001

ANITOLAP %5,69 %5,3 %0,001

ODAGARBOTAP %0,89 %0,2 %0,001

SETNOPORTAUQ %5,79 %5,2 %0,001

AIDNALIMAR %2,99 %8,0 %0,001

ANELEHATNAS %2,79 %8,2 %0,001

AICULATNAS %2,69 %8,3 %0,001

ETSEOODAZERETATNAS %5,99 %5,0 %0,001

UPIATIEDAHNIZERETATNAS %3,18 %7,81 %0,001

SARIEMLAPSADESOJOAS %5,99 %5,0 %0,001

UCAUGIODLEUGIMOAS %6,79 %4,2 %0,001

UCAUGIODORDEPOAS %8,79 %2,2 %0,001

UCAUGIODSILOPONARRES %6,39 %4,6 %0,001

AXORARRET %9,29 %1,7 %0,001

ODELOT %3,49 %7,5 %0,001

ANARAPODSARRABSERT %6,69 %4,3 %0,001

ISSAPUT %3,49 %7,5 %0,001

ETSEOODZURCAREV %0,001 %0,0 %0,001

LATOT %2,39 %8,6 %0,001

Page 272: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

272

TABELA 7.5: Participação da Receita Municipal no Total da Região Oeste, 1999

Fonte: Elaborada pelo autor, com dados do IPARDES.

SOIPÍCINUM)00,1$R(SIAPICINUMSATIECER

setnerroC latipaCeD LATOT

YHANA %23,0 %40,0 %63,0

DNAIRBUAETAHCSISSA %14,2 %34,0 %48,2

ADICERAPAADATSIVAOB %96,0 %50,0 %47,0

YENAGARB %35,0 %30,0 %65,0

AIDNALEFAC %10,1 %11,0 %21,1

OTINOBOPMAC %64,0 %00,0 %74,0

SEUQRAMSADINOELOATIPAC %32,1 %20,0 %52,1

LEVACSAC %23,31 %68,0 %81,41

SAVUDNATAC %07,0 %01,0 %08,0

LUZAUEC %06,1 %70,0 %86,1

AILEBROC %10,1 %50,0 %60,1

ETSEOODETNAMAID %75,0 %41,0 %17,0

LUSODETNAMAID %53,0 %10,0 %53,0

ETSEOODSOIRERTNE %62,1 %40,0 %03,1

ETSEOODASOMROF %27,0 %50,0 %67,0

UCAUGIODZOF %45,22 %99,0 %45,32

ARIAUG %17,2 %40,0 %57,2

UCAINARAUG %92,1 %30,0 %23,1

AMEBI %34,0 %50,0 %84,0

UTAUGI %92,0 %30,0 %23,0

ETSEOODAMECARI %33,0 %00,0 %33,0

AIDNALUPIATI %04,2 %49,1 %43,4

SATIUSEJ %07,0 %30,0 %37,0

ETSEODNIL %55,0 %00,0 %55,0

NODNORODIDNACLAHCERAM %31,4 %30,0 %61,4

APIRAM %86,0 %10,0 %86,0

AIDNALETAM %61,1 %21,0 %82,1

ARIENAIDEM %13,2 %80,0 %83,2

SEDECREM %77,0 %70,0 %38,0

LASSIM %48,1 %80,0 %29,1

ARORUAAVON %30,1 %30,0 %60,1

ASORATNASAVON %67,0 %20,0 %77,0

ETSEOODEDREVORUO %15,0 %00,0 %15,0

ANITOLAP %88,1 %70,0 %59,1

ODAGARBOTAP %95,1 %30,0 %26,1

SETNOPORTAUQ %75,0 %10,0 %85,0

AIDNALIMAR %43,0 %00,0 %43,0

ANELEHATNAS %51,4 %21,0 %72,4

AICULATNAS %83,0 %10,0 %04,0

ETSEOODAZERETATNAS %06,0 %00,0 %06,0

UPIATIEDAHNIZERETATNAS %76,1 %83,0 %50,2

SARIEMLAPSADESOJOAS %54,0 %00,0 %54,0

UCAUGIODLEUGIMOAS %77,3 %90,0 %68,3

UCAUGIODORDEPOAS %55,0 %10,0 %65,0

UCAUGIODSILOPONARRES %16,0 %40,0 %56,0

AXORARRET %10,1 %80,0 %80,1

ODELOT %88,6 %24,0 %92,7

ANARAPODSARRABSERT %87,0 %30,0 %18,0

ISSAPUT %09,0 %50,0 %59,0

ETSEOODZURCAREV %56,0 %00,0 %56,0

LATOT %22,39 %87,6 %00,001

Page 273: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

273

TABELA 7.6: Receita de Capital, Municípios da Região Oeste do Paraná, 1999

Fonte: IPARDES.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

SOIPÍCINUM

)00,1$R(LATIPACEDSATIECERedoãçaneilA

sneB esievóMsievómI

seõçarepOed otidérC

saicnêrefsnarTlatipaCed sartuO LATOT

YHANA 81,891151 81,65028 33,3764 96,729732DNAIRBUAETAHCSISSA 00,51755 22,812032 30,1745902 71,038222 24,4324062

ADICERAPAADATSIVAOB 00,0087 52,672031 31,536371 83,117113YENAGARB 00,0008 89,933301 09,59106 90,8016 79,346771

AIDNALEFAC 00,00281 20,794554 76,729271 96,426646OTINOBOPMAC 00,00181 05,45 05,45181

SEUQRAMSADINOELOATIPAC 00,08232 22,38519 22,368411LEVACSAC 41,6269984 08,703303 49,3392025

SAVUDNATAC 00,02011 72,006811 00,005264 72,021295LUZAUEC 59,76105 14,217622 74,145141 01,3659 39,489724AILEBROC 01,43375 73,777352 56,56601 21,777123

ETSEOODETNAMAID 00,00001 60,727628 41,2619 02,988548LUSODETNAMAID 00,0051 00,29532 00,12522 00,31674

ETSEOODSOIRERTNE 55,06152 02,335741 57,03795 05,424232ETSEOODASOMROF 00,04456 79,236481 65,14553 41,2619 76,677492

UCAUGIODZOF 00,0281 13,7441945 00,007601 55,286304 68,9463006ARIAUG 00,00071 00,213281 40,10334 40,316242

UCAINARAUG 50,533202 50,533202AMEBI 40,961961 07,989401 47,851472UTAUGI 00,00771 36,217111 69,99427 02,1664 97,375602

ETSEOODAMECARI

AIDNALUPIATI 77,896671 57,03520511 07,88748 22,81046711SATIUSEJ 86,745691 86,745691

ETSEODNIL 00,0005 55,9575 55,95701NODNORODIDNACLAHCERAM 00,00242 21,318061 21,310581

APIRAM 00,00005 00,00005AIDNALETAM 09,38456 05,943745 32,10187 91,98601 28,326107ARIENAIDEM 89,215264 89,215264

SEDECREM 00,2236 84,81763 95,888473 70,929714LASSIM 15,52353 00,000041 84,595123 99,029694

ARORUAAVON 00,05495 00,64109 28,8248 28,420851ASORATNASAVON 80,20393 14,82065 32,2264 27,25999

ETSEOODEDREVORUO 44,89761 44,89761ANITOLAP 00,006421 73,61678 55,417402 29,039614

ODAGARBOTAP 00,02221 63,676701 05,90066 82,23411 41,833791SETNOPORTAUQ 93,77522 00,48846 93,16478

AIDNALIMAR 00,01031 00,1054 00,11571ANELEHATNAS 00,0096 24,414493 72,126423 96,539527

AICULATNAS 00,00009 00,00009ETSEOODAZERETATNAS 00,00061 10,4981 02,942 12,34181

UPIATIEDAHNIZERETATNAS 00,0025 49,379711 87,38896 67,7638212 84,5241232SARIEMLAPSADESOJOAS 00,00031 00,00031

UCAUGIODLEUGIMOAS 00,20662 87,749415 16,691 77,24061 61,987755UCAUGIODORDEPOAS 00,0608 35,04681 00,99384 35,99057

UCAUGIODSILOPONARRES 85,492352 85,492352AXORARRET 00,5104 08,693852 89,985002 32,567 10,767364

ODELOT 13,090561 12,8271271 04,613436 49,05441 68,5855352ANARAPODSARRABSERT 38,010731 16,32113 44,431861

ISSAPUT 00,00631 99,631462 00,00525 99,632033ETSEOODZURCAREV 51,872 51,872

LATOT 82,0788101 63,24635871 72,96266291 30,1629963 49,24083814

Page 274: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

274

TABELA 7.7: Distribuição das Receitas de Capital, por Municípios, 1999

Fonte: Elaborada pelo autor, com dados do IPARDES.

SOIPÍCINUM

LATIPACEDSATIECERedoãçaneilA

sneB esievóMsievómI

seõçarepOed otidérC

saicnêrefsnarTlatipaCed sartuO LATOT

YHANA %5,36 %5,43 %0,2 %0,001DNAIRBUAETAHCSISSA %1,2 %8,8 %5,08 %6,8 %0,001

ADICERAPAADATSIVAOB %5,2 %8,14 %7,55 %0,001YENAGARB %5,4 %2,85 %9,33 %4,3 %0,001

AIDNALEFAC %8,2 %4,07 %7,62 %0,001OTINOBOPMAC %7,99 %3,0 %0,001

SEUQRAMSADINOELOATIPAC %3,02 %7,97 %0,001LEVACSAC %2,49 %8,5 %0,001

SAVUDNATAC %9,1 %0,02 %1,87 %0,001LUZAUEC %7,11 %0,35 %1,33 %2,2 %0,001AILEBROC %8,71 %9,87 %3,3 %0,001

ETSEOODETNAMAID %2,1 %7,79 %1,1 %0,001LUSODETNAMAID %2,3 %5,94 %3,74 %0,001

ETSEOODSOIRERTNE %8,01 %5,36 %7,52 %0,001ETSEOODASOMROF %2,22 %6,26 %1,21 %1,3 %0,001

UCAUGIODZOF %0,0 %5,19 %8,1 %7,6 %0,001ARIAUG %0,7 %1,57 %8,71 %0,001

UCAINARAUG %0,001 %0,001AMEBI %7,16 %3,83 %0,001UTAUGI %6,8 %1,45 %1,53 %3,2 %0,001

ETSEOODAMECARI

AIDNALUPIATI %5,1 %8,79 %7,0 %0,001SATIUSEJ %0,001 %0,001

ETSEODNIL %5,64 %5,35 %0,001NODNORODIDNACLAHCERAM %1,31 %9,68 %0,001

APIRAM %0,001 %0,001AIDNALETAM %3,9 %0,87 %1,11 %5,1 %0,001ARIENAIDEM %0,001 %0,001

SEDECREM %5,1 %8,8 %7,98 %0,001LASSIM %1,7 %2,82 %7,46 %0,001

ARORUAAVON %6,73 %0,75 %3,5 %0,001ASORATNASAVON %3,93 %1,65 %6,4 %0,001

ETSEOODEDREVORUO %0,001 %0,001ANITOLAP %9,92 %0,12 %1,94 %0,001

ODAGARBOTAP %2,6 %6,45 %4,33 %8,5 %0,001SETNOPORTAUQ %8,52 %2,47 %0,001

AIDNALIMAR %3,47 %7,52 %0,001ANELEHATNAS %0,1 %3,45 %7,44 %0,001

AICULATNAS %0,001 %0,001ETSEOODAZERETATNAS %2,88 %4,01 %4,1 %0,001

UPIATIEDAHNIZERETATNAS %2,0 %1,5 %0,3 %7,19 %0,001SARIEMLAPSADESOJOAS %0,001 %0,001

UCAUGIODLEUGIMOAS %8,4 %3,29 %0,0 %9,2 %0,001UCAUGIODORDEPOAS %7,01 %8,42 %4,46 %0,001

UCAUGIODSILOPONARRES %0,001 %0,001AXORARRET %9,0 %7,55 %3,34 %2,0 %0,001

ODELOT %5,6 %9,76 %0,52 %6,0 %0,001ANARAPODSARRABSERT %5,18 %5,81 %0,001

ISSAPUT %1,4 %0,08 %9,51 %0,001ETSEOODZURCAREV %0,001 %0,001

LATOT %4,2 %7,24 %0,64 %8,8 %0,001

Page 275: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

275

TABELA 7.8: Receitas Correntes, Municípios da Região Oeste do Paraná, 1999

Fonte: IPARDES.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

SOIPÍCINUM)00,1$R(SETNERROCSATIECER

-orgA.cep soçivreS -sudnI

lairt-irtaPlainom airátubirT .fsnarT

.rroC sartuO LATOT

YHANA - - - 084.61 628.95 204.997.1 545.98 352.569.1

DNAIRBUAETAHCSISSA 419.61 899.562 - 448.281 872.426.1 315.570.01 047.724.2 882.395.41

ADICERAPAADATSIVAOB - - - 324.6 362.351 012.714.3 108.885 896.561.4

YENAGARB - 006 - 640.22 827.06 340.697.2 352.653 076.532.3

AIDNALEFAC - 827.51 - 773.8 997.664 974.093.5 297.942 571.131.6

OTINOBOPMAC 740.2 000.5 - 262.1 429.421 716.566.2 455.01 504.908.2

SEUQRAMSADINOEL.PAC - - - 592.55 096.273 162.059.6 033.101 775.974.7

LEVACSAC - 039.22 - 989.395 975.822.12 423.533.25 425.255.6 743.337.08

SAVUDNATAC - - - 030.6 929.191 589.088.3 435.681 874.562.4

LUZAUEC - 826.81 157.1 571.441 266.272 150.934.6 555.948.2 228.527.9

AILEBROC - 097.41 - 296.12 560.312 234.008.5 717.07 696.021.6

ETSEOODETNAMAID - - - 634 554.24 419.222.3 296.512 694.184.3

LUSODETNAMAID - - - 01 217.11 301.798.1 751.191 289.990.2

ETSEOODSOIRERTNE - 304.301 481.98 947.68 417.061 226.170.3 483.311.4 750.526.7

ETSEOODASOMROF 650.43 554.61 - 863.2 758.091 995.300.4 519.88 152.633.4

UCAUGIODZOF - - - 881.92 969.612.81 784.398.38 389.594.43 826.536.631

ARIAUG - 723.84 - 424.262 647.673.1 830.430.8 872.517.6 218.634.61

UCAINARAUG - 684.51 - 546.972 335.871 177.942.7 159.49 683.818.7

AMEBI - - 051 888.04 296.901 957.832.2 698.042 583.036.2

UTAUGI - 309.95 - 083 704.24 172.016.1 674.53 634.847.1

ETSEOODAMECARI - - - 703.1 644.64 694.568.1 219.37 061.789.1

AIDNALUPIATI - - - 684.033 563.321 336.720.31 171.440.1 656.525.41

SATIUSEJ 211.2 359.08 - 342.9 218.772 958.206.3 513.932 392.212.4

ETSEODNIL - - - 308.12 577.06 995.441.3 833.901 515.633.3

NODNORODIDNAC.LAM - 351.505 - 252.31 791.800.3 370.071.31 877.513.8 354.210.52

APIRAM - 980.73 - 055.04 061.563 504.843.3 046.103 448.290.4

AIDNALETAM - - - 728.9 766.723 120.425.6 416.571 031.730.7

ARIENAIDEM - 233.742 - 759.42 244.975.2 856.691.01 710.239 704.089.31

SEDECREM - 066.041 - 830.7 488.99 266.749.1 161.744.2 504.246.4

LASSIM 690.911 297.22 - 521.472 999.802 756.668.3 360.936.6 237.031.11

ARORUAAVON - - - 691.2 699.842 892.355.5 578.844 563.352.6

ASORATNASAVON - 177.25 259.34 716.26 809.032 138.534.3 653.757 534.385.4

ETSEOODEDREVORUO - 438.31 - 356.9 534.95 420.079.2 395.31 045.660.3

ANITOLAP - 091.98 - 966.3 498.634.1 712.792.9 770.365 740.093.11

ODAGARBOTAP - 642.17 083.501 199.422 771.171 245.791.3 789.968.5 323.046.9

SETNOPORTAUQ - 957.64 602.06 986.06 251.181 089.360.3 068.41 646.724.3

AIDNALIMAR - - - 851.1 842.42 747.319.1 465.511 717.450.2

ANELEHATNAS - 664.14 195.57 880.183 591.033 304.626.4 234.576.91 571.031.52

AICULATNAS - - - 966.51 697.75 318.051.2 658.18 431.603.2

ETSEOODAZERET.ATS 582.4 267.01 - 052.3 793.58 577.592.3 902.022 086.916.3

UPIATIEDAHNIZERETATS - 001.413 - 010.311 278.874 728.197.5 902.104.3 810.990.01

SARIEMLAPSADESOJOAS - 278.06 - 469.1 619.86 453.562.2 408.323 019.027.2

UCAUGIODLEUGIMOAS - 379.61 - 946.254 691.344 143.174.12 194.974 056.368.22

UCAUGIODORDEPOAS - 619.331 - 516.67 514.801 364.508.2 114.902 028.333.3

UCAUGIODSILOPONARRES 185.81 - - 46 136.601 274.435.3 700.42 557.386.3

AXORARRET - 494.03 - 488.8 059.504 591.054.5 076.002 391.690.6

ODELOT - 975.25 - 019.351 986.487.7 894.272.92 379.114.4 946.576.14

ANARAPODSARRABSERT - - - 049.4 363.871 886.072.4 447.103 437.557.4

ISSAPUT - 141.41 412.261 625.83 466.482 729.490.4 873.348 058.734.5

ETSEOODZURCAREV - 492.1 - 009.2 766.521 556.245.3 010.272 725.449.3

LATOT 190.791 426.175.2 924.835 137.111.4 731.800.56 299.964.993 895.181.811 206.870.095

Page 276: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

276

TABELA 7.9: Distribuição das Receitas Correntes, por Municípios, 1999

Fonte: Elaborada pelo autor, com dados do IPARDES.

SOIPÍCINUMSETNERROCSATIECER

-orgA.cep soçivreS -sudnI

lairt-irtaPlainom airátubirT .fsnarT

.rroC sartuO LATOT

YHANA %48,0 %40,3 %65,19 %65,4 %00,001

DNAIRBUAETAHCSISSA %21,0 %28,1 %52,1 %31,11 %40,96 %46,61 %00,001

ADICERAPAADATSIVAOB %51,0 %86,3 %30,28 %31,41 %00,001

YENAGARB %20,0 %86,0 %88,1 %14,68 %10,11 %00,001

AIDNALEFAC %62,0 %41,0 %16,7 %29,78 %70,4 %00,001

OTINOBOPMAC %70,0 %81,0 %40,0 %54,4 %88,49 %83,0 %00,001

SEUQRAMSADINOEL.PAC %47,0 %89,4 %29,29 %53,1 %00,001

LEVACSAC %30,0 %47,0 %92,62 %28,46 %21,8 %00,001

SAVUDNATAC %41,0 %05,4 %99,09 %73,4 %00,001

LUZAUEC %91,0 %20,0 %84,1 %08,2 %12,66 %03,92 %00,001

AILEBROC %42,0 %53,0 %84,3 %77,49 %61,1 %00,001

ETSEOODETNAMAID %10,0 %22,1 %75,29 %02,6 %00,001

LUSODETNAMAID %00,0 %65,0 %43,09 %01,9 %00,001

ETSEOODSOIRERTNE %63,1 %71,1 %41,1 %11,2 %82,04 %59,35 %00,001

ETSEOODASOMROF %97,0 %83,0 %50,0 %04,4 %33,29 %50,2 %00,001

UCAUGIODZOF %20,0 %33,31 %04,16 %52,52 %00,001

ARIAUG %92,0 %06,1 %83,8 %88,84 %68,04 %00,001

UCAINARAUG %02,0 %85,3 %82,2 %37,29 %12,1 %00,001

AMEBI %10,0 %55,1 %71,4 %11,58 %61,9 %00,001

UTAUGI %34,3 %20,0 %34,2 %01,29 %30,2 %00,001

ETSEOODAMECARI %70,0 %43,2 %88,39 %27,3 %00,001

AIDNALUPIATI %82,2 %58,0 %96,98 %91,7 %00,001

SATIUSEJ %50,0 %29,1 %22,0 %06,6 %35,58 %86,5 %00,001

ETSEODNIL %56,0 %28,1 %52,49 %82,3 %00,001

NODNORODIDNAC.LAM %20,2 %50,0 %30,21 %56,25 %52,33 %00,001

APIRAM %19,0 %99,0 %29,8 %18,18 %73,7 %00,001

AIDNALETAM %41,0 %66,4 %17,29 %05,2 %00,001

ARIENAIDEM %77,1 %81,0 %54,81 %49,27 %76,6 %00,001

SEDECREM %30,3 %51,0 %51,2 %59,14 %17,25 %00,001

LASSIM %70,1 %02,0 %64,2 %88,1 %47,43 %56,95 %00,001

ARORUAAVON %40,0 %89,3 %08,88 %81,7 %00,001

ASORATNASAVON %51,1 %69,0 %73,1 %40,5 %69,47 %25,61 %00,001

ETSEOODEDREVORUO %54,0 %13,0 %49,1 %58,69 %44,0 %00,001

ANITOLAP %87,0 %30,0 %26,21 %36,18 %49,4 %00,001

ODAGARBOTAP %47,0 %90,1 %33,2 %87,1 %71,33 %98,06 %00,001

SETNOPORTAUQ %63,1 %67,1 %77,1 %92,5 %93,98 %34,0 %00,001

AIDNALIMAR %60,0 %81,1 %41,39 %26,5 %00,001

ANELEHATNAS %71,0 %03,0 %25,1 %13,1 %14,81 %92,87 %00,001

AICULATNAS %86,0 %15,2 %62,39 %55,3 %00,001

ETSEOODAZERET.ATS %21,0 %03,0 %90,0 %63,2 %50,19 %80,6 %00,001

UPIATIEDAHNIZERETATS %11,3 %21,1 %47,4 %53,75 %86,33 %00,001

SARIEMLAPSADESOJOAS %42,2 %70,0 %35,2 %62,38 %09,11 %00,001

UCAUGIODLEUGIMOAS %70,0 %89,1 %49,1 %19,39 %01,2 %00,001

UCAUGIODORDEPOAS %20,4 %03,2 %52,3 %51,48 %82,6 %00,001

UCAUGIODSILOPONARRES %05,0 %00,0 %98,2 %59,59 %56,0 %00,001

AXORARRET %05,0 %51,0 %66,6 %04,98 %92,3 %00,001

ODELOT %31,0 %73,0 %86,81 %42,07 %95,01 %00,001

ANARAPODSARRABSERT %01,0 %57,3 %08,98 %43,6 %00,001

ISSAPUT %62,0 %89,2 %17,0 %32,5 %03,57 %15,51 %00,001

ETSEOODZURCAREV %30,0 %70,0 %91,3 %18,98 %09,6 %00,001

LATOT %30,0 %44,0 %90,0 %07,0 %20,11 %07,76 %30,02 %00,001

Page 277: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

277

TABELA 7.10: Receitas tributárias próprias, Municípios da Região Oeste do Paraná,1999

Fonte: IPARDES.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

SOIPÍCINUM)00,1$R(SOTSOPMI

UTPI SSI IBTI LATOT

YHANA 82,7009 81,5961 07,74751 61,05462

DNAIRBUAETAHCSISSA 03,045292 95,839252 58,567832 47,442487

ADICERAPAADATSIVAOB 40,30075 89,34371 09,58542 29,23989

YENAGARB 47,7049 85,4758 69,11072 82,49944

AIDNALEFAC 05,44906 24,36966 05,22883 24,037661

OTINOBOPMAC 66,8588 05,1964 83,802001 45,857311

SEUQRAMSADINOELOATIPAC 28,43088 25,049781 71,59704 15,077613

LEVACSAC 89,4129072 36,8497267 52,9204171 68,29115021

SAVUDNATAC 18,25171 95,3976 21,98714 25,53756

LUZAUEC 37,94693 89,31338 76,30083 83,769061

AILEBROC 42,64922 61,31565 08,11806 02,172041

ETSEOODETNAMAID 50,21131 81,6867 29,20391 51,10104

LUSODETNAMAID 71,3922 19,2143 21,8794 02,48601

ETSEOODSOIRERTNE 84,23932 20,36543 99,08812 94,67308

ETSEOODASOMROF 52,43483 89,50411 86,70823 19,74628

UCAUGIODZOF 69,1143833 03,7646085 06,2007151 68,18860701

ARIAUG 37,317582 14,633362 81,345501 23,395456

UCAINARAUG 37,85679 22,79244 07,66892 56,228171

AMEBI 32,51692 17,62061 36,74052 75,98607

UTAUGI 03,76001 28,4361 06,58401 27,78122

ETSEOODAMECARI 70,2549 51,478 80,98413 03,51814

AIDNALUPIATI 66,9035 15,49666 88,96362 50,47389

SATIUSEJ 61,79027 26,59261 78,61044 56,904231

ETSEODNIL 95,26601 99,49913 72,71181 58,47706

NODNORODIDNACLAHCERAM 42,819183 08,589956 18,028012 58,4272521

APIRAM 16,71416 59,26694 39,33956 94,410771

AIDNALETAM 03,97858 91,63618 66,74143 51,366102

ARIENAIDEM 58,817685 01,213986 87,472832 37,5034151

SEDECREM 21,48421 88,54222 21,23261 21,26905

LASSIM 39,77944 96,85695 82,35704 09,983541

ARORUAAVON 11,83309 93,52934 78,10387 73,565212

ASORATNASAVON 21,93206 41,30512 71,61833 34,855511

ETSEOODEDREVORUO 54,1756 65,29311 26,35831 36,71813

ANITOLAP 48,607452 29,311662 44,592971 02,611007

ODAGARBOTAP 37,16511 79,86721 28,69902 25,72354

SETNOPORTAUQ 89,00441 21,70422 61,16732 62,96506

AIDNALIMAR 64,2292 55,8001 65,01971 75,14812

ANELEHATNAS 35,68069 76,657901 18,26016 10,609662

AICULATNAS 94,78971 66,4185 78,89422 20,10364

ETSEOODAZERETATNAS 29,99702 97,80202 04,00552 11,90566

UPIATIEDAHNIZERETATNAS 91,20888 57,28786 16,92246 55,418122

SARIEMLAPSADESOJOAS 63,9206 98,7365 59,98184 02,75895

UCAUGIODLEUGIMOAS 98,05518 83,724161 25,88465 97,664992

UCAUGIODORDEPOAS 81,81602 82,3975 00,48492 64,59855

UCAUGIODSILOPONARRES 44,23052 93,04211 10,16963 48,33237

AXORARRET 20,16765 92,715611 45,259041 58,032413

ODELOT 67,3883091 66,9948961 44,779555 68,0638514

ANIZAMOT 34,03184 86,5 77,10224 88,73309

ANARAPODSARRABSERT 52,26631 05,22147 55,97875 03,466541

ISSAPUT 79,99736 33,23122 97,62705 90,956631

ETSEOODZURCAREV 27,02991 50,28702 31,13372 09,33086

LATOT 73,22737311 35,94718881 34,2601246 33,43567663

Page 278: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

278

TABELA 7.11: Outras receitas próprias, Municípios da Região Oeste do Paraná,1999

Fonte: IPARDES.

SOIPÍCINUM

)00,1$R(SAXAT -IUBIRTNOCEDOÃÇAIROHLEM

)00,1$R(

LATOT

LAREGoicícrexEoleP

od redoPaicíloPed

oãçatserPalePsoçivreSed

LATOT

YHANA 425.3 305.4 720.8 843.52 573.33

DNAIRBUAETAHCSISSA 128.001 969.996 097.008 342.93 330.048

ADICERAPAADATSIVAOB 573.91 559.43 033.45 - 033.45

YENAGARB 698.8 738.6 437.51 - 437.51

AIDNALEFAC 369.12 478.971 738.102 232.89 960.003

OTINOBOPMAC 181.5 589.5 661.11 - 661.11

SEUQRAMSADINOELOATIPAC 753.53 808.5 561.14 457.41 029.55

LEVACSAC 569.778 979.354.7 449.133.8 344.548 683.771.9

SAVUDNATAC 946.64 807.54 753.29 738.33 391.621

LUZAUEC 975.64 468.85 344.501 152.6 496.111

AILEBROC 773.32 751.92 435.25 062.02 397.27

ETSEOODETNAMAID 690.2 852 453.2 - 453.2

LUSODETNAMAID - - - 720.1 720.1

ETSEOODSOIRERTNE 411.81 959.91 370.83 562.24 833.08

ETSEOODASOMROF 237.9 777.79 905.701 007 902.801

UCAUGIODZOF 890.120.1 446.054.6 247.174.7 643.83 880.015.7

ARIAUG 086.17 193.036 170.207 180.02 251.227

UCAINARAUG 990.4 030.2 921.6 185 017.6

AMEBI 735.01 774.1 410.21 989.62 300.93

UTAUGI 494.2 100.9 594.11 427.8 912.02

ETSEOODAMECARI 883.4 242 136.4 - 136.4

AIDNALUPIATI 818.71 371.7 199.42 - 199.42

SATIUSEJ 474.01 318.431 782.541 511 204.541

ETSEODNIL - - - - -

NODNORODIDNACLAHCERAM 594.602 113.543.1 608.155.1 666.302 274.557.1

APIRAM 868.52 230.931 009.461 542.32 641.881

AIDNALETAM 495.73 836.36 232.101 277.42 400.621

ARIENAIDEM 803.571 659.048 462.610.1 378.84 731.560.1

SEDECREM 959.51 821.41 780.03 638.81 229.84

LASSIM 491.03 724.72 126.75 889.5 906.36

ARORUAAVON 143.13 225 368.13 765.4 034.63

ASORATNASAVON 679.11 434.94 014.16 049.35 053.511

ETSEOODEDREVORUO 519.21 944.9 463.22 452.5 816.72

ANITOLAP 813.37 729.695 642.076 235.66 877.637

ODAGARBOTAP 107.31 776.37 873.78 274.83 058.521

SETNOPORTAUQ 905.51 769.75 674.37 701.74 385.021

AIDNALIMAR 919.1 884 704.2 - 704.2

ANELEHATNAS 077.52 171.4 149.92 843.33 982.36

AICULATNAS 070.6 794 765.6 929.4 594.11

ETSEOODAZERETATNAS 106.9 632.9 738.81 15 888.81

UPIATIEDAHNIZERETATNAS 825.11 016.512 831.722 029.92 750.752

SARIEMLAPSADESOJOAS 134.3 826.5 950.9 - 950.9

UCAUGIODLEUGIMOAS 875.35 151.09 927.341 - 927.341

UCAUGIODORDEPOAS 506.4 519.74 025.25 - 025.25

UCAUGIODSILOPONARRES 375.7 428.52 793.33 - 793.33

AXORARRET 174.92 842.26 917.19 - 917.19

ODELOT 895.773 760.526.2 466.200.3 466.326 823.626.3

ANARAPODSARRABSERT 897.91 009.21 996.23 - 996.23

ISSAPUT 173.51 254.911 328.431 281.31 500.841

ETSEOODZURCAREV 535.91 890.83 336.75 - 336.75

LATOT 442.895.3 551.553.22 004.359.52 145.864.2 049.124.82

Page 279: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

279

TABELA 7.12: Indicadores de Receitas Municipais, Municípios da Região Oeste doParaná,1999

Fonte: Elaborada pelo autor, com dados do IPARDES.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

SOIPÍCINUM

SIAPICINUMSATIECEREDSERODACIDNI

ATIECERADIUQIL

AICNÊDNEPEDED

AICNÊREFSNART

AICNÊDNEPEDED

SOMITSÉRPME

OÃÇAREGATIECERED

AIRPÓRPYHANA 81,2891502 %29 %7 %3

DNAIRBUAETAHCSISSA 11,40376961 %27 %1 %01

ADICERAPAADATSIVAOB 76,2317434 %38 %3 %4

YENAGARB 38,3799033 %68 %3 %2

AIDNALEFAC 21,3032236 %88 %7 %7

OTINOBOPMAC 00,9557282 %49 %0 %4

SEUQRAMSADINOELOATIPAC 47,9344957 %39 %0 %5

LEVACSAC 43,45663018 %56 %6 %62

SAVUDNATAC 55,7998374 %29 %2 %4

LUZAUEC 94,4907299 %66 %2 %3

AILEBROC 03,5968816 %49 %4 %3

ETSEOODETNAMAID 60,5837234 %49 %0 %1

LUSODETNAMAID 38,2004212 %09 %1 %1

ETSEOODSOIRERTNE 47,8499077 %04 %2 %2

ETSEOODASOMROF 74,4936444 %19 %4 %4

UCAUGIODZOF 38,038741731 %16 %4 %31

ARIAUG 52,52497661 %94 %0 %8

UCAINARAUG 90,6838187 %39 %3 %2

AMEBI 59,4735372 %68 %6 %4

UTAUGI 03,7923481 %19 %6 %2

ETSEOODAMECARI 63,0617891 %49 %0 %2

AIDNALUPIATI 21,57921162 %49 %1 %0

SATIUSEJ 99,0488044 %68 %0 %6

ETSEODNIL 92,4727433 %49 %0 %2

NODNORODIDNACLAHCERAM 21,66479152 %35 %0 %21

APIRAM 22,4482414 %28 %0 %9

AIDNALETAM 30,4041917 %29 %7 %5

ARIENAIDEM 21,70408931 %37 %3 %81

SEDECREM 98,5163205 %64 %1 %2

LASSIM 33,72329511 %53 %0 %2

ARORUAAVON 85,9831146 %88 %0 %4

ASORATNASAVON 93,9537264 %47 %1 %5

ETSEOODEDREVORUO 05,9356603 %79 %1 %2

ANITOLAP 46,16391711 %18 %1 %21

ODAGARBOTAP 97,4899279 %43 %1 %2

SETNOPORTAUQ 24,7015153 %98 %0 %5

AIDNALIMAR 82,8222702 %39 %0 %1

ANELEHATNAS 17,69616452 %81 %2 %1

AICULATNAS 77,3316932 %49 %0 %2

ETSEOODAZERETATNAS 97,2287363 %19 %0 %2

UPIATIEDAHNIZERETATNAS 33,96420321 %84 %1 %4

SARIEMLAPSADESOJOAS 32,0193372 %38 %0 %3

UCAUGIODLEUGIMOAS 99,09460922 %49 %2 %2

UCAUGIODORDEPOAS 30,9720933 %48 %1 %3

UCAUGIODSILOPONARRES 76,9407393 %69 %0 %3

AXORARRET 11,3651036 %09 %4 %6

ODELOT 32,60598424 %07 %4 %81

ANARAPODSARRABSERT 17,7586874 %09 %3 %3

ISSAPUT 86,9493055 %57 %5 %5

ETSEOODZURCAREV 90,5084493 %09 %0 %5

LATOT 31,198602885 %17 %3 %5

Page 280: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

280 TABELA 7.13: Despesas municipais por função, Região Oeste do Paraná, 1999

Continua na próxima página.

SOIPÍCINUM

)00,1$R(SIAPICINUMSASEPSED

oãçartsinimdAotnemajenalPe

eoãçacudEarutluC

eoãçatibaHomsinabrU

eedúaSotnemaenaS

eaicnêtsissAaicnêdiverP

etropsnarT ovitalsigeL arutlucirgAasefeD

lanoicaN

,airtsúdnIoicrémoCsoçivreSe

ohlabarT sartuO )1( LATOTLAREG

YHANA 125.604 256.077 380.802 561.762 559.111 674.171 964.19 469.901 - 872.521 - - 365.262.2

DNAIRBUAETAHCSISSA 129.277.2 170.156.4 587.169 597.541.2 994.525.1 185.483.1 872.314 098.777 588.11 143.481.1 - 463.16 904.098.51

ADICERAPAADATSIVAOB 172.329 233.663.1 431.883 268.026 933.661 448.004 048.961 331.621 - 539.65 - - 196.812.4

YENAGARB 692.856 074.610.1 098.542 925.273 451.113 552.913 544.801 120.931 - 665.4 - 646.74 172.322.3

AIDNALEFAC 848.827.1 165.080.2 943.478 820.337 415.204 218.804 214.941 686.332 986.01 - - - 009.126.6

OTINOBOPMAC 769.805 430.690.1 152.132 666.503 680.391 714.913 000.121 818.321 - - - 485.3 428.209.2

SEUQRAMSADINOELOATIPAC 549.909 702.985.2 568.437 801.500.1 393.144 704.855 649.502 403.843 - 265.541 - - 737.839.6

LEVACSAC 114.786.12 494.074.72 951.318.51 058.050.21 402.107.2 217.37 885.411.3 119.102 778.068 056.111.1 976 094.8 520.590.58

SAVUDNATAC 857.360.1 876.848.1 926.542 944.381 663.161 000.718 284.711 674.311 - 005.602 429.4 - 362.267.4

LUZAUEC 559.034.1 094.160.3 410.263 013.739 548.385 257.568 008.781 147.082 - 745.962 - - 454.979.7

AILEBROC 472.580.1 841.664.2 866.850.1 685.813 508.707 129.495 250.191 042.711 - 615.82 - - 112.865.6

ETSEOODETNAMAID 917.907 939.406.1 303.262 515.494 507.283 646.015 713.921 114.802 - - - - 455.203.4

LUSODETNAMAID 820.914 530.186 809.95 345.552 717.39 162.091 481.011 243.761 - 141.3 - - 751.089.1

ETSEOODSOIRERTNE 981.681.1 425.157.1 887.075 220.965 103.772 806.831.1 007.222 726.654 083.47 323.739 - 389.3 544.881.7

ETSEOODASOMROF 494.513.1 530.915.1 659.835 359.386 003.632 178.592 896.132 197.38 - - - - 890.509.4

UCAUGIODZOF 992.332.93 149.914.14 854.727.31 067.643.71 943.971.4 446.077.8 890.167.5 - 667.379.5 470.512.2 - - 983.726.831

ARIAUG 209.075.2 910.845.4 730.136.3 596.536.1 893.554.1 839.374 946.664 295.398 155.673 624.165 779.43 759.94 041.896.61

UCAINARAUG 903.815.1 834.965.2 410.263 442.040.1 072.094 017.058 129.244 122.442 - 950.05 - - 581.865.7

AMEBI 135.264 570.978 464.446 248.053 284.991 399.502 250.88 818.24 - - - - 652.378.2

UTAUGI 108.005 830.466 229.16 778.952 815.46 789.543 995.19 092.87 - - - - 130.760.2

ETSEOODAMECARI 180.946 913.117 609.42 645.332 495.82 416.881 190.811 587.36 - - - - 639.710.2

AIDNALUPIATI 273.127.3 481.428.4 689.133.2 376.579.3 423.440.1 121.320.4 057.394 483.583.1 - 146.623.1 - 894.42 239.051.32

SATIUSEJ 908.229 337.494.1 003.532 090.306 909.803 906.133 708.271 050.932 - 112.52 942.51 627.8 294.753.4

ETSEODNIL 216.477 797.051.1 986.491 966.674 770.602 515.633 177.751 595.65 - - - - 527.353.3

NODNORODIDNACLAHCERAM 420.739.4 941.304.6 142.767.2 421.038.1 203.492.2 585.291.2 296.279 900.955 928.99 757.485.2 413.3 309.16 039.507.42

Page 281: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

281

Continuação da TABELA 7.13

Fonte: IPARDES.

REC

UR

SOS P

ÚBLIC

OS M

UN

ICIPA

IS: AR

REC

AD

ÃO

E APLIC

ÃO

SOIPÍCINUM

)00,1$R(SIAPICINUMSASEPSED

oãçartsinimdAotnemajenalPe

eoãçacudEarutluC

eoãçatibaHomsinabrU

eedúaSotnemaenaS

eaicnêtsissAaicnêdiverP

etropsnarT ovitalsigeL arutlucirgAasefeD

lanoicaN

,airtsúdnIeoicrémoC

soçivreSohlabarT sartuO )1( LATOT

LAREG

APIRAM 522.508 595.653.1 051.623 487.375 256.923 063.232 091.431 656.861 - 244.66 - - 450.399.3

AIDNALETAM 653.850.1 458.667.2 299.668 012.789 874.357 491.195 439.443 194.865 - 671.94 - - 586.689.7

ARIENAIDEM 025.387.4 712.187.4 275.491.1 844.449.1 933.560.1 276.273.1 192.674 934.556 - 907.651 - - 702.034.61

SEDECREM 835.019 088.391.1 018.334 800.972 954.033 239.022.1 950.712 751.282 951.82 618.341 - 983.61 802.650.5

LASSIM 279.364.1 363.842.2 540.963.1 940.392.1 405.593.1 450.923.1 916.302 083.297 - 839.973 - - 329.474.01

ARORUAAVON 084.291.1 608.031.2 483.655 752.428 158.332 716.362.1 009.591 171.951 660.61 366.03 - 677.71 179.026.6

ASORATNASAVON 399.518 941.443.1 299.623 253.545 115.891 756.582 794.201 340.491 - 705.291 - - 207.500.4

ETSEOODEDREVORUO 904.488 914.012.1 264.552 916.655 944.421 139.392 594.351 844.06 - - - - 232.935.3

ANITOLAP 026.321.3 438.819.3 080.080.1 386.681.1 736.303.1 209.454 372.492 568.111 - 218.44 - - 607.815.11

ODAGARBOTAP 053.072.1 589.116.1 754.558 414.313.1 361.604 519.193.1 861.844 679.644 856.66 014.902 - - 694.020.8

SETNOPORTAUQ 070.095 278.170.1 523.661 257.944 525.211 518.403 571.611 779.39 926.63 425.921 - 442.5 809.670.3

AIDNALIMAR 636.393 864.737 769.26 022.552 581.861 826.971 557.78 612.021 - 341.02 - - 022.520.2

AICULATNAS 121.073 353.968 716.101 127.304 201.781 649.142 855.89 002.84 - 067.35 - - 873.473.2

ETSEOODAZERETATNAS 361.177 190.741.1 655.213 172.914 234.191 577.674 135.802 067.81 - 816.29 - - 791.836.3

UPIATIEDAHNIZERETATNAS 868.396.1 941.243.3 024.089 307.505.1 232.916 995.123.1 027.183 171.158 - 670.675 - - 839.172.11

SARIEMLAPSADESOJOAS 998.875 116.487 246.321 610.983 201.291 923.804 707.761 911.46 - - - - 524.807.2

UCAUGIODLEUGIMOAS 380.987.4 658.811.6 040.402.2 273.871.3 812.900.2 915.520.3 759.586 618.372 114.25 374.146.1 - - 547.879.32

UCAUGIODORDEPOAS 208.246 627.653.1 092.111 737.825 953.391 192.262 436.271 807.411 - 811.4 - 871.11 448.793.3

UCAUGIODSILOPONARRES 740.636 113.632.1 214.764 458.545 818.29 316.493 584.642 608.272 - 539.11 - - 082.409.3

AXORARRET 643.464.1 301.341.2 968.198 921.323 392.55 204.780.1 598.013 621.284 - 226.61 691.192 - 189.560.7

ODELOT 522.961.8 600.119.41 926.796.5 453.105.4 224.386.3 - 409.028 317.459 486.181 572.413.1 085.101 551.484 749.918.04

ANARAPODSARRABSERT 708.048 435.414.1 999.064 214.194 082.111 328.680.1 620.481 814.812 - 462.41 - 034 399.228.4

ISSAPUT 492.258 749.175.1 215.124 848.267 680.076 758.444 420.851 114.012 - 713.21 - - 592.401.5

ETSEOODZURCAREV 261.929 661.053.1 953.384 931.045 914.251 925.603 855.241 661.821 - - - - 794.230.4

LATOT 123.721.131 956.652.971 873.782.66 652.494.27 329.641.33 636.647.34 499.186.02 333.243.41 585.987.7 621.799.51 719.154 323.508 054.721.685

Page 282: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

282 TABELA 7.14: Distribuição das despesas por função, Municípios da Região Oeste do Paraná, 1999

Continua na próxima página.

SOIPÍCINUM

)00,1$R(SIAPICINUMSASEPSED

oãçartsinimdAotnemajenalPe

eoãçacudEarutluC

eoãçatibaHomsinabrU

eedúaSotnemaenaS

eaicnêtsissAaicnêdiverP

etropsnarT ovitalsigeL arutlucirgAasefeD

lanoicaN

,airtsúdnIoicrémoCsoçivreSe

ohlabarT sartuO )1( LATOTLAREG

YHANA %81 %43 %9 %21 %5 %8 %4 %5 %6 %001

DNAIRBUAETAHCSISSA %71 %92 %6 %41 %01 %9 %3 %5 %7 %001

ADICERAPAADATSIVAOB %22 %23 %9 %51 %4 %01 %4 %3 %1 %001

YENAGARB %02 %23 %8 %21 %01 %01 %3 %4 %1 %001

AIDNALEFAC %62 %13 %31 %11 %6 %6 %2 %4 %001

OTINOBOPMAC %81 %83 %8 %11 %7 %11 %4 %4 %001

SEUQRAMSADINOELOATIPAC %31 %73 %11 %41 %6 %8 %3 %5 %2 %001

LEVACSAC %52 %23 %91 %41 %3 %4 %1 %1 %001

SAVUDNATAC %22 %93 %5 %4 %3 %71 %2 %2 %4 %001

LUZAUEC %81 %83 %5 %21 %7 %11 %2 %4 %3 %001

AILEBROC %71 %83 %61 %5 %11 %9 %3 %2 %001

ETSEOODETNAMAID %61 %73 %6 %11 %9 %21 %3 %5 %001

LUSODETNAMAID %12 %43 %3 %31 %5 %01 %6 %8 %001

ETSEOODSOIRERTNE %71 %42 %8 %8 %4 %61 %3 %6 %1 %31 %001

ETSEOODASOMROF %72 %13 %11 %41 %5 %6 %5 %2 %001

UCAUGIODZOF %82 %03 %01 %31 %3 %6 %4 %4 %2 %001

ARIAUG %51 %72 %22 %01 %9 %3 %3 %5 %2 %4 %001

UCAINARAUG %02 %43 %5 %41 %6 %11 %6 %3 %1 %001

AMEBI %61 %13 %22 %21 %7 %7 %3 %1 %001

UTAUGI %42 %23 %3 %31 %3 %71 %4 %4 %001

ETSEOODAMECARI %23 %53 %1 %21 %1 %9 %6 %3 %001

AIDNALUPIATI %61 %12 %01 %71 %5 %71 %2 %6 %6 %001

SATIUSEJ %12 %43 %5 %41 %7 %8 %4 %5 %1 %001

ETSEODNIL %32 %43 %6 %41 %6 %01 %5 %2 %001

NODNORODIDNACLAHCERAM %02 %62 %11 %7 %9 %9 %4 %2 %11 %001

Page 283: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

283

Continuação da TABELA 7.14

Fonte: Elaborada pelo autor com dados do IPARDES.

REC

UR

SOS P

ÚBLIC

OS M

UN

ICIPA

IS: AR

REC

AD

ÃO

E APLIC

ÃO

SOIPÍCINUM

)00,1$R(SIAPICINUMSASEPSED

oãçartsinimdAotnemajenalPe

eoãçacudEarutluC

eoãçatibaHomsinabrU

eedúaSotnemaenaS

eaicnêtsissAaicnêdiverP

etropsnarT ovitalsigeL arutlucirgAasefeD

lanoicaN

,airtsúdnIeoicrémoC

soçivreSohlabarT sartuO )1( LATOT

LAREG

APIRAM %02 %43 %8 %41 %8 %6 %3 %4 %2 %001

AIDNALETAM %31 %53 %11 %21 %9 %7 %4 %7 %1 %001

ARIENAIDEM %92 %92 %7 %21 %6 %8 %3 %4 %1 %001

SEDECREM %81 %42 %9 %6 %7 %42 %4 %6 %1 %3 %001

LASSIM %41 %12 %31 %21 %31 %31 %2 %8 %4 %001

ARORUAAVON %81 %23 %8 %21 %4 %91 %3 %3 %001

ASORATNASAVON %02 %43 %8 %41 %5 %7 %3 %5 %5 %001

ETSEOODEDREVORUO %52 %43 %7 %61 %4 %8 %4 %2 %001

ANITOLAP %72 %43 %9 %01 %11 %4 %3 %1 %001

ODAGARBOTAP %61 %02 %11 %61 %5 %71 %6 %6 %1 %3 %001

SETNOPORTAUQ %91 %53 %5 %51 %4 %01 %4 %3 %1 %4 %001

AIDNALIMAR %91 %63 %3 %31 %8 %9 %4 %6 %1 %001

AICULATNAS %61 %73 %4 %71 %8 %01 %4 %2 %2 %001

ETSEOODAZERETATNAS %12 %23 %9 %21 %5 %31 %6 %1 %3 %001

UPIATIEDAHNIZERETATNAS %51 %03 %9 %31 %5 %21 %3 %8 %5 %001

SARIEMLAPSADESOJOAS %12 %92 %5 %41 %7 %51 %6 %2 %001

UCAUGIODLEUGIMOAS %02 %62 %9 %31 %8 %31 %3 %1 %7 %001

UCAUGIODORDEPOAS %91 %04 %3 %61 %6 %8 %5 %3 %001

UCAUGIODSILOPONARRES %61 %23 %21 %41 %2 %01 %6 %7 %001

AXORARRET %12 %03 %31 %5 %1 %51 %4 %7 %4 %001

ODELOT %02 %73 %41 %11 %9 %2 %2 %4 %1 %001

ANARAPODSARRABSERT %71 %92 %01 %01 %2 %32 %4 %5 %001

ISSAPUT %71 %13 %8 %51 %31 %9 %3 %4 %001

ETSEOODZURCAREV %32 %33 %21 %31 %4 %8 %4 %3 %001

LATOT %22 %03 %21 %21 %6 %8 %3 %3 %1 %3 %001

Page 284: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

284

TABELA 7.15: Despesas por categoria, Municípios da Região Oeste do Paraná,1999

Fonte: IPARDES.

SOIPÍCINUM

)00,1$R(SETNERROCSASEPSED )00,1$R(LATIPACEDSASEPSEDLATOTLAREG

-efsnarTsaicnêr

setnerroCoietsuC LATOT .fsnarT

latipaCed

seõsrevnI-naniFsariec

-sevnIsotnemit

LATOT

YHANA 219.543 820.192.1 049.636.1 253.59 000.7 272.325 426.526 365.262.2

DNAIRBUAETAHCSISSA 167.940.2 216.041.11 373.091.31 866.191 - 963.805.2 630.007.2 904.098.51

ADICERAPAADATSIVAOB 763.774 931.413.3 705.197.3 980.912 006 694.702 581.724 196.812.4

YENAGARB 136.454 071.054.2 108.409.2 273.16 - 890.752 074.813 172.322.3

AIDNALEFAC 355.650.1 349.805.4 794.565.5 208.264 000.84 106.545 304.650.1 009.126.6

OTINOBOPMAC 984.304 748.233.2 633.637.2 780.11 - 204.551 984.661 428.209.2

PAC . SEUQRAMSADINOEL 105.751.1 866.711.5 961.572.6 955.661 000.1 900.694 865.366 737.839.6

LEVACSAC 682.432.11 768.298.06 351.721.27 129.400.1 456.255 692.014.11 278.769.21 520.590.58

SAVUDNATAC 977.747 590.569.2 478.217.3 226.292 000.3 767.357 983.940.1 362.267.4

LUZAUEC 807.076.1 037.486.5 834.553.7 993.08 009 717.245 610.426 454.979.7

AILEBROC 712.028 325.487.4 047.406.5 592.651 - 671.708 274.369 112.865.6

ETSEOODETNAMAID 074.426 738.322.3 603.848.3 457.741 - 494.603 842.454 455.203.4

LUSODETNAMAID 203.403 318.945.1 511.458.1 283.92 005.1 161.59 240.621 751.089.1

ETSEOODSOIRERTNE 677.826 034.219.3 602.145.4 367.14 466.101 218.305.2 932.746.2 544.881.7

ETSEOODASOMROF 157.678 823.474.3 970.153.4 080.131 - 839.224 810.455 890.509.4

UCAUGIODZOF 960.466.34 952.532.87 823.998.121 492.466.8 008.292 769.077.7 160.827.61 983.726.831

ARIAUG 650.163.1 115.591.21 765.655.31 067.916 318.321 100.893.2 475.141.3 041.896.61

UCAINARAUG 054.412.1 282.554.5 337.966.6 618.982 - 636.806 354.898 581.865.7

AMEBI 641.735 978.206.1 520.041.2 793.94 000.4 438.976 132.337 652.378.2

UTAUGI 576.543 232.771.1 709.225.1 409.23 000.2 022.905 421.445 130.760.2

ETSEOODAMECARI 667.133 256.984.1 714.128.1 216.29 077.01 731.39 915.691 639.710.2

AIDNALUPIATI 745.094.3 452.505.9 108.599.21 140.538.1 737.257 253.765.7 131.551.01 239.051.32

SATIUSEJ 880.674.1 300.486.2 190.061.4 866.19 - 337.501 104.791 294.753.4

ETSEODNIL 229.555 507.385.2 726.931.3 631.911 - 169.49 890.412 527.353.3

LAM . C. NODNOR 792.121.3 495.551.81 198.672.12 634.472.1 000.122 306.339.1 930.924.3 039.507.42

APIRAM 629.076 709.776.2 338.843.3 822.39 - 399.055 122.446 450.399.3

AIDNALETAM 287.172.1 677.202.5 855.474.6 741.101 000.43 089.673.1 721.215.1 586.689.7

ARIENAIDEM 196.995.2 109.354.11 295.350.41 263.908 - 252.765.1 416.673.2 702.034.61

SEDECREM 003.707 807.544.3 700.351.4 056.33 - 055.968 102.309 802.650.5

LASSIM 057.139 234.554.7 381.783.8 674.39 000.24 562.259.1 147.780.2 329.474.01

ARORUAAVON 021.889 882.748.4 804.538.5 933.09 000.04 422.556 365.587 179.026.6

ASORATNASAVON 402.066 948.519.2 350.675.3 196.66 000.5 859.753 946.924 207.500.4

ETSEOODEDREVORUO 810.564 783.918.2 504.482.3 607.23 - 121.222 728.452 232.935.3

ANITOLAP 348.351.3 176.821.7 415.282.01 273.295 - 028.346 291.632.1 607.815.11

ODAGARBOTAP 061.637 725.002.4 786.639.4 409.07 435.72 173.589.2 808.380.3 694.020.8

SETNOPORTAUQ 978.414 432.447.1 311.951.2 449.35 815.32 333.048 597.719 809.670.3

AIDNALIMAR 945.763 451.955.1 207.629.1 - - 815.89 815.89 022.520.2

)1(ANELEHATNAS 990.664.1 875.760.51 876.335.61 631.69 861.140.1 881.263.5 294.994.6 071.330.32

AICULATNAS 345.513 768.638.1 014.251.2 777.15 - 191.071 869.122 873.473.2

ETSEOODAZERETATNAS 571.554 567.658.2 939.113.3 365.09 - 596.532 852.623 791.836.3

UPIATIEDAHNIZERETATS 884.281.1 218.696.7 003.978.8 889.142 398.56 757.480.2 836.293.2 839.172.11

SARIEMLAPSADESOJOAS 151.385 075.159.1 127.435.2 610.92 005.2 881.241 407.371 524.807.2

UCAUGIODLEUGIMOAS 085.695.2 814.218.51 799.804.81 791.989 088.251 176.724.4 847.965.5 547.879.32

UCAUGIODORDEPOAS 551.505 317.834.2 868.349.2 272.77 - 407.673 679.354 448.793.3

UCAUGIODSILOPONARRES 245.816 025.429.2 260.345.3 - 000.61 812.543 812.163 082.409.3

AXORARRET 354.451.1 574.803.4 829.264.5 518.843 - 832.452.1 350.306.1 189.560.7

ODELOT 788.296.7 237.949.52 916.246.33 209.955.2 - 624.716.4 823.771.7 749.918.04

ANARAPODSARRABSERT 166.951.1 325.422.3 481.483.4 493.08 - 514.853 908.834 399.228.4

ISSAPUT 365.848 218.315.3 573.263.4 552.831 258.12 318.185 029.147 592.401.5

ETSEOODZURCAREV 894.454 095.672.3 880.137.3 941.2 806.221 256.671 904.103 794.230.4

LATOT 535.059.011 806.630.693 341.789.605 394.409.22 193.817.3 495.055.57 774.371.201 026.061.906

Page 285: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

285

TABELA 7.16: Distribuição das despesas por categoria, Municípios da Região Oestedo Paraná,1999

Fonte: Elaborada pelo autor com dados do IPARDES.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

SOIPÍCINUM

)00,1$R(SETNERROCSASEPSED )00,1$R(LATIPACEDSASEPSEDLATOTLAREG

-efsnarTsaicnêr

setnerroCoietsuC LATOT .fsnarT

latipaCed

seõsrevnI-naniFsariec

-sevnIsotnemit

LATOT

YHANA %3,51 %1,75 %3,27 %2,4 %3,0 %1,32 %7,72 %0,001

DNAIRBUAETAHCSISSA %9,21 %1,07 %0,38 %2,1 %0,0 %8,51 %0,71 %0,001

ADICERAPAADATSIVAOB %3,11 %6,87 %9,98 %2,5 %0,0 %9,4 %1,01 %0,001

YENAGARB %1,41 %0,67 %1,09 %9,1 %0,0 %0,8 %9,9 %0,001

AIDNALEFAC %0,61 %1,86 %0,48 %0,7 %7,0 %2,8 %0,61 %0,001

OTINOBOPMAC %9,31 %4,08 %3,49 %4,0 %0,0 %4,5 %7,5 %0,001

PAC . SEUQRAMSADINOEL %7,61 %8,37 %4,09 %4,2 %0,0 %1,7 %6,9 %0,001

LEVACSAC %2,31 %6,17 %8,48 %2,1 %6,0 %4,31 %2,51 %0,001

SAVUDNATAC %7,51 %3,26 %0,87 %1,6 %1,0 %8,51 %0,22 %0,001

LUZAUEC %9,02 %2,17 %2,29 %0,1 %0,0 %8,6 %8,7 %0,001

AILEBROC %5,21 %8,27 %3,58 %4,2 %0,0 %3,21 %7,41 %0,001

ETSEOODETNAMAID %5,41 %9,47 %4,98 %4,3 %0,0 %1,7 %6,01 %0,001

LUSODETNAMAID %4,51 %3,87 %6,39 %5,1 %1,0 %8,4 %4,6 %0,001

ETSEOODSOIRERTNE %7,8 %4,45 %2,36 %6,0 %4,1 %8,43 %8,63 %0,001

ETSEOODASOMROF %9,71 %8,07 %7,88 %7,2 %0,0 %6,8 %3,11 %0,001

UCAUGIODZOF %5,13 %4,65 %9,78 %3,6 %2,0 %6,5 %1,21 %0,001

ARIAUG %2,8 %0,37 %2,18 %7,3 %7,0 %4,41 %8,81 %0,001

UCAINARAUG %0,61 %1,27 %1,88 %8,3 %0,0 %0,8 %9,11 %0,001

AMEBI %7,81 %8,55 %5,47 %7,1 %1,0 %7,32 %5,52 %0,001

UTAUGI %7,61 %0,75 %7,37 %6,1 %1,0 %6,42 %3,62 %0,001

ETSEOODAMECARI %4,61 %8,37 %3,09 %6,4 %5,0 %6,4 %7,9 %0,001

AIDNALUPIATI %1,51 %1,14 %1,65 %9,7 %3,3 %7,23 %9,34 %0,001

SATIUSEJ %9,33 %6,16 %5,59 %1,2 %0,0 %4,2 %5,4 %0,001

ETSEODNIL %6,61 %0,77 %6,39 %6,3 %0,0 %8,2 %4,6 %0,001

LAM . C. NODNOR %6,21 %5,37 %1,68 %2,5 %9,0 %8,7 %9,31 %0,001

APIRAM %8,61 %1,76 %9,38 %3,2 %0,0 %8,31 %1,61 %0,001

AIDNALETAM %9,51 %1,56 %1,18 %3,1 %4,0 %2,71 %9,81 %0,001

ARIENAIDEM %8,51 %7,96 %5,58 %9,4 %0,0 %5,9 %5,41 %0,001

SEDECREM %0,41 %1,86 %1,28 %7,0 %0,0 %2,71 %9,71 %0,001

LASSIM %9,8 %2,17 %1,08 %9,0 %4,0 %6,81 %9,91 %0,001

ARORUAAVON %9,41 %2,37 %1,88 %4,1 %6,0 %9,9 %9,11 %0,001

ASORATNASAVON %5,61 %8,27 %3,98 %7,1 %1,0 %9,8 %7,01 %0,001

ETSEOODEDREVORUO %1,31 %7,97 %8,29 %9,0 %0,0 %3,6 %2,7 %0,001

ANITOLAP %4,72 %9,16 %3,98 %1,5 %0,0 %6,5 %7,01 %0,001

ODAGARBOTAP %2,9 %4,25 %6,16 %9,0 %3,0 %2,73 %4,83 %0,001

SETNOPORTAUQ %5,31 %7,65 %2,07 %8,1 %8,0 %3,72 %8,92 %0,001

AIDNALIMAR %1,81 %0,77 %1,59 %0,0 %0,0 %9,4 %9,4 %0,001

)1(ANELEHATNAS %4,6 %4,56 %8,17 %4,0 %5,4 %3,32 %2,82 %0,001

AICULATNAS %3,31 %4,77 %7,09 %2,2 %0,0 %2,7 %3,9 %0,001

ETSEOODAZERETATNAS %5,21 %5,87 %0,19 %5,2 %0,0 %5,6 %0,9 %0,001

UPIATIEDAHNIZERETATS %5,01 %3,86 %8,87 %1,2 %6,0 %5,81 %2,12 %0,001

SARIEMLAPSADESOJOAS %5,12 %1,27 %6,39 %1,1 %1,0 %2,5 %4,6 %0,001

UCAUGIODLEUGIMOAS %8,01 %9,56 %8,67 %1,4 %6,0 %5,81 %2,32 %0,001

UCAUGIODORDEPOAS %9,41 %8,17 %6,68 %3,2 %0,0 %1,11 %4,31 %0,001

UCAUGIODSILOPONARRES %8,51 %9,47 %7,09 %0,0 %4,0 %8,8 %3,9 %0,001

AXORARRET %3,61 %0,16 %3,77 %9,4 %0,0 %8,71 %7,22 %0,001

ODELOT %8,81 %6,36 %4,28 %3,6 %0,0 %3,11 %6,71 %0,001

ANARAPODSARRABSERT %0,42 %9,66 %9,09 %7,1 %0,0 %4,7 %1,9 %0,001

ISSAPUT %6,61 %8,86 %5,58 %7,2 %4,0 %4,11 %5,41 %0,001

ETSEOODZURCAREV %3,11 %3,18 %5,29 %1,0 %0,3 %4,4 %5,7 %0,001

LATOT %2,81 %0,56 %2,38 %8,3 %6,0 %4,21 %8,61 %0,001

Page 286: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

286 TABELA 7.17: Recebimento de royalties pelos Municípios lindeiros, de 1991 a 2000, em US$1.000

Fonte: www.itaipu.gov.br/dfport/royalties.htm.

SOIPÍCINUMSONA

1991 2991 3991 4991 5991 6991 7991 8991 9991 0002 latoT

uçaugIodzoF 8,905.1 4,781.2 7,925.1 3,903.8 8,513.8 8,822.11 2,249.31 8,420.41 3,433.41 5,354.41 6,538.98

upiatIedahnizereTatS 4,313 1,454 5,713 9,427.1 3,627.1 0,133.2 7,598.2 4,119.2 7,579.2 4,000.3 4,056.81

uçaugIodleugiMoãS 4,420.2 0,339.2 0,986 4,931.4 2,111.4 0,675.7 2,057.7 1,276.8 2,118.6 3,766.6 8,373.15

aidnâlupiatI - - 1,263.1 2,200.7 1,930.7 3,084.7 8,359.01 2,331.01 1,904.21 9,217.21 7,290.96

arienaideM 7,8 6,21 8,8 8,74 8,74 5,46 2,08 6,08 4,28 1,38 5,615

lassiM 7,992 2,434 7,303 6,946.1 9,056.1 2,922.2 2,967.2 2,487.2 7,548.2 4,968.2 8,538.71

aneleHatnaS 0,379.1 4,858.2 9,899.1 5,858.01 9,668.01 6,376.41 5,822.81 2,723.81 7,137.81 6,788.81 3,404.711

etseOodetnamaiD 0,24 9,06 6,24 3,132 5,132 6,213 4,883 5,093 1,993 4,204 3,105.2

sariemlaPsadésoJoãS 5,41 0,12 7,41 9,97 9,97 9,701 1,431 8,431 8,731 9,831 5,368

nodnoRodidnâClaM 9,161.1 4,386.1 7,424 2,625.2 9,015.2 9,805.4 6,386.4 1,591.5 9,571.4 9,990.4 5,079.03

sedecreM - - 4,641 7,257 7,657 1,408 5,771.1 3,980.1 9,333.1 6,663.1 2,724.7

odagarBotaP - - 7,653 8,338.1 5,348.1 0,959.1 7,868.2 8,356.2 9,942.3 4,923.3 8,490.81

etseOodsoiRertnE - - 3,942 8,182.1 5,882.1 3,963.1 1,500.2 9,458.1 5,172.2 1,723.2 5,746.21

axoRarreT 8,11 1,71 0,21 1,56 1,56 9,78 2,901 8,901 2,211 1,311 3,307

aríauG 6,183 8,255 6,683 0,001.2 6,101.2 8,738.2 3,525.3 4,445.3 6,226.3 8,256.3 5,507.22

LATOT 8,047.7 9,412.11 7,248.7 5,206.24 7,536.24 9,075.75 7,115.17 1,609.17 0,394.37 4,401.47 7,226.064

Page 287: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

287

TABELA 7.18: Royalties per capita em 2000, em US$1,00

Fonte: Elaborado pelo Autor, com dados do Censo Populacional do IBGE, de 2000 e daItaipu Binacional www.itaipu.gov.br/dfpor/royalties.htm.

TABELA 7.19: PIB per capita dos Municípios lindeiros - em US$ de 1998

Fonte: Dados básicos: IBGE e IPEA.

RECURSOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO

soipícinuM sodibeceRseitlayoR oãçalupoP atipaCrePseitlayoR

aneleHatnaS 006.788.81 784.02 39,129

uçaugIodzoF 005.354.41 863.852 49,55

aidnâlupiatI 009.217.21 138.6 60,168.1

uçaugIodleugiMoãS 003.766.6 413.42 22,472

nodnoRodidnâClahceraM 009.990.4 410.14 69,99

aríauG 008.256.3 366.82 44,721

odagarBotaP 004.923.3 150.4 78,128

upiatIedahnizereTatnaS 004.000.3 163.81 14,361

lassiM 004.968.2 534.01 89,472

etseOodsoiRertnE 001.723.2 033.3 38,896

sedecreM 006.663.1 506.4 67,692

etseOodetnamaiD 004.204 878.4 94,28

sariemlaPsadésoJoãS 009.831 901.4 08,33

axoRarreT 001.311 192.61 49,6

arienaideM 001.38 008.73 02,2

latoT 004.401.47 735.384 52,351

soipícinuM 0791 0891 0991 6991

etseO'DetnamaiD - - 526 237.1

etseOodsoiRertnE - - 879.5

uçaugIodzoF 489.2 857.4 372.5 080.4

ariauG 544.1 721.3 997.2 140.3

aidnâlupiatI - - 110.4

odidnâClahceraMnodnoR 745.2 962.4 927.4 326.6

apiraM - - 611.6

arienaideM 232.2 247.3 461.4 741.5

sedecreM - - 049.4

lassiM - - 506.2 777.4

odagarBotaP - - 840.4

setnoPortauQ - - 663.3

aneleHatnaS 704.1 593.2 099.2 355.4

upiatIodanizereTatnaS - - 929.1 887.2

sariemlaPsadésoJoãS - - 957.2 793.2

uçaugIodleugiMoãS 273.1 298.1 813.3 585.4

axoRarreT 142.1 671.3 317.2 634.4

Page 288: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

288

Page 289: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

289

8Caracterização da

Infra-Estrutura de Transporte

Ricardo Silveira Martins

8.1 INTRODUÇÃO

O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura

de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação de

necessidades e prioridades dos investimentos para a Região. Num

primeiro momento, será avaliada a infra-estrutura com base na

potencialidade de crescimento dos agronegócios. Num segundo, o objeto

de análise foi o Plano Diretor de Transportes Intermodal do CODESUL

- Paraná, na perspectiva da Região Oeste do Paraná. Com estas análises,

foi possível identificar os pontos de estrangulamento do setor de

transportes regional, bem como apontar os investimentos necessários

para dotá-lo da infra-estrutura de transportes necessária para a

continuidade do processo de crescimento e de desenvolvimento da

Região.

Page 290: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

290

8.2 ASPECTOS DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

8.2.1 O desempenho do transporte ferroviário no Estado do Paranána movimentação de soja para exportação

O transporte ferroviário vem crescendo em sua participação nadistribuição modal da movimentação de soja em grão para exportação(FIGURAS 8.1 e 8.2), implicando que, em 1999 e 2000, o transporte rodoviáriomovimentasse menos que nos anos de 1997 e 1998.

No caso do farelo, o transporte ferroviário registrou uma quedasignificativa no movimento, caindo de 4,1 milhões de t para menos que 2,5milhões de t.

Essa inversão de posições entre a soja em grão e o farelo implicou,também, uma inversão no volume da demanda por caminhões (FIGURA 8.3).No total, porém, o número de caminhões desembarcados no Porto deParanaguá reduziu-se como reflexos da ação conjunta dessas variáveis:exporta-se menos farelo (Lei Kandir e perda de competitividade do Porto deParanaguá), em contrapartida, exporta-se mais soja em grão, com ganhos decarga pelo transporte ferroviário para esta última carga.

FIGURA 8.1: Evolução da recepção de soja no Porto de Paranaguá,por modal, 1995-2000

Fonte: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administraçãodos Portos de Paranaguá e Antonina.

Page 291: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

291

FIGURA 8.2: Evolução do transporte ferroviário de soja com destinoao Porto de Paranaguá, 1995-2000

Fonte: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dosPortos de Paranaguá e Antonina.

FIGURA 8.3: Evolução do desembarque de soja e farelo no Porto deParanaguá, em nº de caminhões, 1995-2000

Fonte: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dosPortos de Paranaguá e Antonina.

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

Page 292: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

292

No que diz respeito à área de influência deste estudo, a Ferroeste,

operada pela Ferropar S. A., representa efetiva concorrência para o trans-

porte rodoviário da Região.

A capacidade operacional do terminal é de 8.000 t/dia, estando ope-

rando, na safra 2001, com 5.000 t/dia. Porém, na prática, a capacidade é de

6.500 t/dia, em função da restrição de tráfego na Serra do Mar e no Trecho

Guarapuava-Desvio Ribas, conforme pode ser identificado na FIGURA 8.4.

A ferrovia opera com composições de 60 vagões (50 t) e tem prati-

cado fretes 30% inferiores ao rodoviário. Estima-se, para a safra 2001, uma

movimentação de 1.300.000t de soja. Os principais clientes são Coopavel,

ADM Paraguai, Cooperativa Agroindustrial Lar, Agrícola Sperafico, dentre

outros.

FIGURA 8.4: Malha ferroviária e identificação de pontos de estrangulamento

Fonte: Adaptada pelo Autor, com base nos trabalhos do GEIPOT-Empresa Brasileira dePlanejamento de Transportes.

A produção de cargas da Ferropar vem crescendo, significativamen-te, a partir do início de sua operação, em 1997, sendo sua principal carga, soja

Malha ferroviária da RFFSA

Malha ferroviária da FERROESTE

Trechos com restrição de capacidade

Page 293: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

293

em grão e farelo de soja, no sentido exportação, e fertilizante e cimento, nosentido importação (FIGURAS 8.5 e 8.6).

FIGURA 8.5: Cargas transportadas pela Ferropar em 2000

Fonte: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administraçãodos Portos de Paranaguá e Antonina.

Fonte: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administraçãodos Portos de Paranaguá e Antonina.

FIGURA 8.6: Evolução da produção de cargas pela Ferropar noperíodo 1997-2000

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

Page 294: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

294

Em número de caminhões, essa evolução significou retirar 29,8 mil

caminhões das estradas em 1997 e, 97,2 mil, em 2000, considerando ida e

volta. Porém, considerando-se como carga de retorno aquelas do sentido

importação, o número, atualmente mais próximo da realidade do mercado, é

de 35 mil caminhões/ano (FIGURAS 8.7 e 8.8).

A Ferropar projeta o transporte de 1,3 milhões de t de soja para 2001.

Isto significaria atingir cerca de 48 mil caminhões, um adicional de 16 mil

retirados de circulação da BR 277.

Tudo isso não quer dizer que haja uma tendência ascendente ad

infinitum do transporte ferroviário e/ou esta carga seja irrecuperável.

Possivelmente, 1,3 milhões de t seja o limite operacional na prática da ferrovia,

considerando-se as restrições destacadas anteriormente. Além do mais, a

prática do mercado da commodity implica não ser possível aguardar muito

tempo, para negociar a safra, pela falta de armazéns e navios, para pequenos

traders, sinalizando para que a venda concentrada continue ocorrendo, não

deixando muitas alternativas para a ferrovia captar essa carga.

FIGURA 8.7: Produção de cargas pela Ferropar no período1997-2000, em equivalente caminhões

Fonte: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administraçãodos Portos de Paranaguá e Antonina

Page 295: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

295

8.2.2 Impactos do Pedagiamento das Rodovias

Em função do peso relativamente alto do pedágio, tem havido umgrande fluxo de caminhões utilizando rotas alternativas às rodovias pedagiadas,originados no Oeste do Estado. Para o caso do transporte de grãos, em funçãodo peso relativamente alto do pedágio no desembolso total da viagem, temhavido um grande fluxo de caminhões utilizando rotas alternativas às rodoviaspedagiadas.

Os desvios ocorrem pelo Sudoeste do Estado, via Pato Branco-Uniãoda Vitória-Araucária (FIGURA 8.9). Enquanto rodam na BR 280, em estadode conservação muito bom, a viagem é boa. Porém, a partir do entroncamen-to com a BR 153 e, desta para a BR 476, as condições da pista são muitoruins e o volume de tráfego aumenta significativamente (a cor vermelha iden-tifica a rodovia no mapa, com VDM superior a 5.000), o que compromete aqualidade da viagem, a depreciação dos veículos e aumenta o risco de aci-dentes e roubo de cargas.

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

FIGURA 8.8: Equivalente caminhões do volume de cargas transpor-tadas pela Ferropar em 2000

Fonte: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administraçãodos Portos de Paranaguá e Antonina

Page 296: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

296

ágniraM levacsaC oãruoMopmaC

soxie6 mert-iB soxie6 mert-iB soxie6 mert-iB*)%(eterfonotcapmI 87,02 23,71 78,33 32,82 26,22 58,81

**)t/$RoigádeP(oirátinU 04,6 33,5 34,01 96,8 79,6 18,5odadormk/oigádeP 53,0 93,0 94,0 45,0 63,0 04,0

***lanoicarepootsuc/oigádeP 89,2 84,2 58,4 40,4 42,3 07,2

Por outro lado, percebe-se, também, que nem todas as regiõesparanaenses sofrem o impacto do pedágio na mesma intensidade. Os fretes,com origem nas imediações de Cascavel, sofrem maior impacto do pedágioque aqueles originados em Campo Mourão e Maringá.

TABELA 8.1: Relevância dos custos com pedágio em rotas com destino aParanaguá, conforme as origens

Fonte: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dos Portos deParanaguá e Antonina.

* Com base nas tarifas de frete praticadas em dezembro/2001.** Considerando-se uma carga de 27 t para caminhões de 6 eixos e 36 t para os bi-trens.*** Considerando-se o custo operacional de R$215,00/t, conforme COSTA et al. (2002), ecom base na carga do caminhão.

FIGURA 8.9: Caminhos convencionais e alternativos na rota de exportação desoja Cascavel-Paranaguá

Fonte: Adaptada pelo Autor, com base nos trabalhos da Secretaria de Transportes doGoverno do Estado do Paraná, publicado em CD ROOM denominado LOGÍSTICAE MULTIMODALIDADE NO PARANÁ.

Page 297: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

297

8.2.3 Prognóstico da Demanda de Transportes Para a Produção Agrí-cola Paranaense

Os produtos selecionados para o estudo foram o milho e a soja e,

desta, como derivado, o farelo. Segundo informações do Departamento de

Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do

Paraná (DERAL/SEAB-PR), esses produtos, em conjunto, ocuparam 4,3

dos 5,2 milhões de ha da área utilizada pelas culturas de verão no Estado, na

safra 1997/98. Porém, em razão do objetivo de identificação da competitividade

entre as culturas, foram incluídos, no modelo, alguns produtos concorrentes

por área: algodão, café e mandioca.

A divisão do Estado em zonas para a operacionalização do estudo

está baseada nos Núcleos Regionais da Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado do Paraná (SEAB-PR). Esses núcleos estão

localizados nos seguintes municípios, com as respectivas áreas de influência:

Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Curitiba, Francis-

co Beltrão, Guarapuava, Irati, Ivaiporã, Jacarezinho, Londrina, Maringá,

Paranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa, Toledo, Umuarama e União

da Vitória. Neste sentido, Cascavel e Toledo são representativos da Região

em apreço.

A modelagem, para a estimativa da produção, consistiu em otimizar a

lucratividade da atividade rural. O modelo teve, como base, a ocupação da

área agricultável, na perspectiva de maximização do lucro dos produtores.

Sendo assim, o lucro da produção, por hectare de cada produto, refere-se à

diferença entre a receita do produtor (R$/ha), que é o menor preço recebido

pelo produtor, nos anos 1990, multiplicado pela produtividade e o custo variável

(R$/ha) da safra 1999/2000.

O modelo objetivou, então, maximizar o lucro total da produção dos

produtos selecionados (algodão, café, mandioca, milho e soja), condicionado

pelas restrições: (2) de que o conjunto das culturas ocupe uma área máxima,

por zona que se refere à ocupação máxima obtida nos últimos 20 anos; (3) de

que os produtos ocupem uma área mínima, por zona, eventualmente, para

atender ao consumo de unidades fabris, localizadas na área, ou mesmo, para

consumo animal, área esta identificada nos últimos 20 anos; (4) de que haja

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

Page 298: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

298

5

1

20

1.

p i

pi

pi YLTMax ! (1)

sujeito às restrições

5

1

20

1p i

piA " AMAX i , para todo i,p (2)

Api # AMIN

pi , para todo i,p (3)

5

1

20

1p i

p

iCOp " K i para todo i,p (4)

piY # 0 para todo i,p (5)

sendo:

LT = Lucro total da produção agrícola a ser maximizado, entre todas as zonas;

!p

i= Lucro por hectare, por produto p e por zona i;

piY = Área ocupada (em ha), por produto p e por zona i;

AMAX i = Área máxima total ocupada pelo conjunto de culturas, por zona i;

AMIN i = Área mínima total ocupada pelo conjunto de culturas, por zona i;

COppii

= Custo operacional do produto p na zona i;

K i = Disponibilidade de capital na zona i;

uma disponibilidade máxima de capital para os agricultores, que é o custooperacional por hectare na zona i, ponderado pelas respectivas áreas ocupa-das pelas culturas; (5) de que as quantidades de hectares ocupadas sejamnão-negativas, para satisfazer à condição de não-negatividade do modelo. Omodelo tem a seguinte formulação matemática:

Para alguns núcleos, foi estabelecida uma área máxima ocupada pe-

las culturas, válido para café e algodão, considerando-se que estas culturas já

experimentaram um período áureo, que sinaliza para um máximo de ocupação,

e para a mandioca, que está em fase de expansão, e que, futuramente, pode

estabilizar-se a uma menor rentabilidade.

Os dados relativos à produção agrícola municipal no Estado do Paraná

foram obtidos junto à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB-PR).

Page 299: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

299

8.2.3.1 Estimativa de Fluxos Interzonais

Os fluxos interzonais são entendidos como as quantidades de pro-

dutos transportados entre as zonas da área em estudo, a partir da identifica-

ção da demanda e oferta. A estimativa dos fluxos interzonais baseia-se no

reagrupamento dos núcleos da SEAB em zonas, tendo, como parâmetro, a

reunião de regiões, para identificar, mais facilmente, os fluxos importantes

dos produtos em apreço. Assim, as zonas e as respectivas áreas de influên-

cia representariam o seguinte reagrupamento dos núcleos da SEAB (FI-

GURA 8.10):

• Campo Mourão - Campo Mourão e Umuarama• Cascavel - Cascavel e Toledo• Pato Branco - Pato Branco e Francisco Beltrão• Guarapuava• Maringá - Maringá, Londrina, Cornélio Procópio, Jacarezinho,

Paranavaí e Ivaiporã• Paranaguá• Ponta Grossa - Ponta Grossa, União da Vitória, Curitiba e Irati

FIGURA 8.10: Zoneamento do Estado do Paraná utilizado neste estudo

Fonte: Adaptada pelo Autor, com base nos trabalhos do GEIPOT-Empresa Brasileira dePlanejamento de Transportes.

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

Page 300: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

300

Para as estimativas de fluxos, foi utilizado um modelo de interação

espacial, onde excedentes e déficits de mercadorias entre as zonas se

equalizam. No presente estudo, foi utilizado um modelo de programação line-

ar. Trata-se de estimativas de matrizes de origem-destino, especificada por

produtos para o Estado do Paraná.

O modelo foi especificado como segue. A partir das variáveis exógenas

produção (i

p

O ) e consumo(j

p

D ) dos grãos, buscou-se minimizar a função

objetivo Z (6), para que fossem obtidos os fluxos dos produtos entre os pólos

( iT j

p), que são as variáveis de decisão deste modelo.

No modelo, para a identificação da distribuição modal minimizadora

dos custos de transporte, foram considerados os modais disponibilizados, bem

como suas restrições de capacidade de tráfego. Dentro do modelo proposto,

o objetivo foi minimizar os custos totais com a movimentação dos produtos

entre as zonas (10), considerando-se as restrições sobre o total a ser

3

1

7

1

7

1p i j

p

ijij TdZMin

(6)

sujeito às restrições

7

1j

p

ijT " i

p

O , para todo i,j (7)

7

1i

p

ijT # j

p

D , para todo i,j (8)

Tp

ij " 0 para todo i,j (9)

sendo:

Z = função de distância para a alocação do fluxo de soja, milho e farelo de soja;

ijd = distância rodoviária (em km) entre as zonas i e j, por unidade do produto;

i

p

O = excesso de oferta do produto p na zona i;

j

p

D = excesso de demanda do produto p na zona j;

ij

p

T = fluxos do produto p com origem em i e destino em j.

Page 301: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

301

transportado (11) e sobre as capacidades de tráfego dos trechos no modal

ferroviário (12). O modelo fica:

8.2.3.2 Análise das Implicações dos Resultados

Conforme pode-se constatar neste estudo, as zonas localizadas, na

parte ocidental do Estado, são aquelas que deveriam demandar as maiores

preocupações no planejamento dos transportes no Paraná, pelo menos no

que diz respeito à movimentação de produtos agrícolas e agroindustrializados.

Os resultados sinalizaram para a continuidade da importância das regiões de

Cascavel e Campo Mourão na produção e distribuição de grãos que são

destinados, principalmente, a Ponta Grossa e ao Porto de Paranaguá. Esta é

uma situação real e que tende a persistir no longo-prazo.

Por outro lado, esses não são todos os pontos de origem de produtos

destinados a Ponta Grossa e ao Porto de Paranaguá. Abrindo-se a perspectiva

do levantamento, certamente uma importante parcela da produção do Mato

sendo:

Z = função de custo total de transporte;

FRij = frete rodoviário entre as zonas i e j;

TRij = quantidade transportada pela modalidade rodoviária entre as zonas i e j;

FFij = frete ferroviário entre as zonas i e j;

TFij = quantidade transportada pela modalidade ferroviária entre as zonas i e j;

Tij = volumes dos fluxos com origem em i e destino em j (matrizes O/D estimadas);

Cf

ij= capacidade de tráfego dos produtos nas ferrovias.

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

$ % $ %& '

( n

i

n

j

ijijijij TFFFTRFRZMin1 1

.. (10)

sujeito às restrições

ijij TFTR ( = ijT , para todo i,j (11)

ijTF " Cf

ij, para todo i,j (12)

Page 302: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

302

Grosso do Sul e do Paraguai utilizariam o mesmo corredor, independente-

mente de outras alternativas.

Porém o que se observa, na atual infra-estrutura de transportes, é

que esta área do Estado não está contemplada, adequadamente, nos planos

viários. No que diz respeito às rodovias, o Anel de Integração, Plano de

desenvolvimento rodoviário do Estado, que fez concessão da principal parte

da malha, não prevê a integração dessas regiões por rodovias duplicadas, até

2020. Aliando-se este dado ao fluxo potencial identificado no estudo, o custo

do transporte pode ser acrescido de forma a inibir o crescimento previsto na

comercialização de grãos e farelo de soja.

A ferrovia, uma alternativa modal, pode não ser a saída para o

problema. Inicialmente, porque não há trilhos que unam Campo Mourão a

Maringá ou a Cascavel, o que tem sido demonstrado como, estrategicamente,

importante para o Corredor do Mercosul. Então, essa Região está isolada no

que diz respeito ao transporte ferroviário. Quanto a Cascavel, a ferrovia

existente, Ferroeste, já está operando próximo de seu limite, uma vez que tem

estrangulamento de tráfego no trecho Guarapuava-Ponta Grossa.

Ao mesmo tempo, o País está passando por um momento de elevação

dos níveis de investimentos na infra-estrutura distribuídos em vários Estados.

Seus resultados terão algum impacto sobre os fluxos de transporte na infra-

estrutura de transporte do Paraná, tais como a duplicação da Rodovia Régis

Bittencourt - São Paulo-Curitiba, e da BR-101, trecho Curitiba-Florianópolis,

da ferrovia Ferronorte, da conclusão da Hidrovia Tietê-Paraná e da operação

de granéis agrícolas no Porto de Sepetiba (RJ).

Configura-se, assim, uma tendência firme no sentido de desvios de

cargas agrícolas no Estado. A operacionalização da Hidrovia Tietê-Paraná,

dos Portos de Itaqui e Sepetiba e da Ferronorte, tendem a desviar cargas do

centro-oeste brasileiro que, antes, eram exportadas por Paranaguá ou

comercializadas com agroindústrias no Estado. Por outro lado, o pedagiamento

das rodovias paranaenses e uma continuidade do crescimento competitivo do

Porto de São Francisco (SC), podem desviar cargas do Porto de Paranaguá,

originadas dentro do próprio Estado, pelas rotas rodoviárias no Sudoeste do

Paraná.

Page 303: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

303

Sendo assim, coloca-se como estrategicamente prioritário que:

1) Seja revisto, imediatamente, o Planejamento de duplicação de rodoviasparanaenses, expresso no Programa Anel de Integração e, que nele, faça-se constar melhorias nas condições de tráfego das rodovias localizadas naparte ocidental do Estado, com ênfase nas regiões de Campo Mourão eCascavel.

2) Sejam incentivados novos investimentos ferroviários no Estado como formade reduzir o custo de transporte dos produtos, criando forças competitivaspara a produção estadual, evitando a evasão de parte desta para outrosportos, principalmente o Porto de São Francisco, concorrente mais próximogeograficamente, e que esta seja, também, uma forma de se contraporaos investimentos de outros Estados, conseguindo, desta forma, atrair/manter cargas com origem em outros Estados. Além do mais, a necessidadedo desenvolvimento da ligação ferroviária com o Porto, está-se tornandopremente.

3) O Porto de Paranaguá prossiga firmemente na rota da modernização,com a conseqüente redução dos custos das operações portuárias, que éuma maneira viável para se reduzir os impactos contrários do pedágio ede tendência de aumento de outros custos associados ao transporterodoviário.

4) O desenvolvimento de empresas na área de logística agroindustrial, o quepode viabilizar o aumento nas cargas de retorno, que implica em reduçãodos fretes no escoamento da safra e estruturas de armazenamento, paraevitar os picos de demanda concentrada em alguns meses do ano.

8.3 ANÁLISE DO PLANO DIRETOR DE TRANSPORTES DO ESTADO DO PARANÁ

A partir da metodologia utilizada para o Plano, foram identificados ospontos de estrangulamento na infra-estrutura de transporte do Estado. Combase neste procedimento, o Plano Diretor prevê, para a Região Oeste doParaná, os seguintes investimentos nos próximos 20 anos:

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

Page 304: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

304

ladoM ohcerT )$R(otsuCoãçurtsnoC-oiráivorreF uçaugIodzoF-levacsaC 00,000.000.072

saivorreFlatoTetseOoãigeR%

00,000.000.087%6,43

oãçaledomeR-oiráivodoR odeloT-levacsaC764RB 00,000.008.81932RP.rtnEodeloT281RP 00,000.092.5

nodnoR.odC.laM281RP.rtnE 00,000.886.61aríauG-nodnoR.odC.laM351RB 000.893.9

saivodoRlatoTetseOoãigeR%

00,000.193.645%81,9

oãçurtsnoC-oiráivodoR )oãçacilpud(uçaugIodzoF-levacsaC 00,000.025.38

saivodoRlatoTetseOoãigeR%

00,000.049.550.1%9,7

Ou seja, os percentuais dos investimentos, que serão destinados aoOeste, são inexpressivos e insuficientes frente à força econômica atual e aopotencial de negócios que a Região apresenta. No contexto das obras acimadescritas, seriam destinados, nos próximos 20 anos, apenas 16,9% dos inves-timentos na infra-estrutura de transportes do Estado. Este percentual podeser melhor qualificado, quando analisado segundo os modais, chamando aatenção pelos baixos volumes de investimentos nas rodovias da Região. Con-siderando o eixo Cascavel-Guaíra, essa participação chega a ínfimos 6%.

Visualiza-se, também, como um aspecto negativo do Plano, em relaçãoaos interesses regionais, o fato de não se contemplar, no eixo Cascavel-Guaíra,nem novas rodovias ou duplicação das já existentes, tampouco ferrovia. Talpreocupação já tinha sido manifestada na Região por ocasião da exclusãodas melhorias na infra-estrutura rodoviária do Estado, no processo deformatação do Anel de Integração.

Considerando-se que a tonelagem atual que circula no eixo é de 3.215mil t/ano; que a Elasticidade PIB-transporte, segundo o Ministério dosTransportes, varia entre 1,08-1,2 e que o Estado do Paraná cresce mais queo Brasil - por exemplo, taxa média de crescimento no período 1994-99 foi de2,7% a.a. para o Brasil e 3,7% a.a. para o Paraná -, parece que a lacuna deinvestimentos, em 20 anos, poderá provocar danos irreversíveis à dinâmicaeconômica da Região. Aponta-se para uma perda do dinamismo regional futuropelo estrangulamento iminente nas condições infra-estruturais e ausência decondições logísticas para atração de investimentos.

Fonte: BADEP, 1986.

QUADRO 8.1: Investimentos previstos para a Região Oeste do Paraná no PlanoDiretor da Codesul

Page 305: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

305

8.3.1 Sobre a Abordagem Utilizada

Cabe salientar que a abordagem utilizada no estudo tende a levar aalgumas limitações no potencial analítico do Plano. Inicialmente, é importantedestacar que a análise de problemas relacionados a transporte de mercadoriasé prejudicada, quando a delimitação geográfica circunscreve-se a uma Regiãoou Estado, como foi o caso. Os estudos são mais aperfeiçoados, quandotratam de outros critérios para delimitação, como por área de abrangência,por exemplo. No caso deste estudo, a análise pode ser prejudicada peladificuldade em se quantificar fluxos que não tenham como origem e destinoMunicípios no Estado do Paraná. Ainda, dificulta a incorporação de novasfacilidades de transporte oferecidas em outros Estados que possam interferirnos fluxos, em termos de rotas e de origens e destinos.

Outros conceitos poderiam ser mais apropriados, tais como:

Eixo - Determinado corte espacial que focaliza sub-regiões dinâmicas onde a seleçãodas ações de desenvolvimento integrado permite maior propagação desse dinamismopara a região ou para o país. Mostra orientação para as potencialidades das sub-regiões, que podem ser agregadas para estabelecer capacidades de setores produtivos

e vantagens na localização de atividades ainda não devidamente exploradas.

Corredor - Elemento físico que integra os eixos, pólos e clusters. As atividades aserem desenvolvidas estão ligadas aos conceitos de interligação estrutural dos clusterse áreas caracterizadas pelo desenvolvimento local. Em caso de eixos em maior escala,

utiliza-se um eixo estruturante ao invés de corredores. (Nasser: 2000: 150-151).

8.3.2 Sobre a Exclusão da Construção da Ferroeste no TrechoCascavel-Guaíra

A correção do trecho Engenheiro Gutierrez-Desvio Ribas, seja pelasimples recuperação das condições operacionais do trecho, comorecuperação de dormentes, melhorias na linha e construção de pátiointermediário, são obras que poderiam dobrar a capacidade. Com aconstrução da nova linha Guarapuava-Ipiranga, a capacidade seriaaumentada enormemente. Estes investimentos nos estrangulamentos, junto

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

Page 306: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

306

com aqueles da Serra do Mar, poderiam justificar cada vez mais a priorida-de para Guaíra, desfazendo como uma segunda hipótese o trecho compre-endido pela linha Guaíra-Cianorte.

Considerando-se que:

a) o Consórcio Brasiliana identificou 2.667 mil t/ano de demanda portransporte no eixo Cascavel-Guaíra, conforme descrito no próprioPlano Diretor;

b) o potencial de produção de granéis agrícolas na área de influência doPorto de Paranaguá, no Paraguai e no Mato Grosso, estimado em36,613 mil t de soja, e no Mato Grosso do Sul - 29.608,4 mil t;

c) que a viabilidade de cargas para o trecho ferroviário Cascavel-Guaíraestá plenamente identificada em estudos do Governo Federal.

d) que o trecho ferroviário encontra-se identificado como prioritário no

Estudo dos Eixos de Integração e Desenvolvimento, do Governo

Federal, em relação ao próprio ramal para Foz do Iguaçu.

Entende-se que a metodologia utilizada possa ter levado a ocorrer

um superdimensionamento das cargas oriundas do Mercosul, que acarretou o

elevado fluxo potencial do ramal da Ferroeste para Foz e sua conseqüente

prioridade e um subdimensionamento do potencial de geração de cargas do

Centro-Oeste para o Porto de Paranaguá.

Em reuniões empresariais, o futuro do Mercosul tem sido avaliado

como de difícil consolidação. Por exemplo, essa opinião foi manifestada,

recentemente, por grandes empresários durante um almoço promovido pelo

Ceal (Conselho de Empresários da América Latina), em São Paulo, com a

presença do embaixador Clodoaldo Hugueney, negociador-chefe do Brasil

para assuntos comerciais, Roberto Giannetti da Fonseca, secretário-executivo

demissionário da Camex (Câmara de Comércio Exterior), e Marcos Azambuja,

embaixador do Brasil na França.

Entre os empresários, estavam presentes Olavo Setubal (Itaú),

Page 307: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

307

Fernando Xavier (Telefônica), Carlos Mariani (Petroquímica Bahia), RobertoTeixeira da Costa (Sul América), Paulo Villares (Instituto Brasileiro deGovernança Corporativa), Roberto Caiuby Vidigal, Germano Gerdau (grupoGerdau), Josué Gomes da Silva (Coteminas) e os consultores Gilberto Dupase Geraldo Forbes.

Entre os postulantes à Presidência, um dos mais críticos ao Mercosulé justamente o senador José Serra, candidato do PSDB. Em seuspronunciamentos recentes, Serra tem defendido uma revisão completa doMercosul. Serra já disse que a assinatura do acordo foi "irresponsável", já queprevia a integração em quatro anos. Na Europa, a integração levou 40 anos.

Por outro lado, o dinamismo exportador da Região Centro-Oeste esua integração à economia nacional são fatos que, se contrapostos aos sinaisdo Mercosul, dariam transparência à hipótese formulada acima.

8.3.3 Considerações Finais

Finalmente, pode-se considerar:

a) o perfil de atração de cargas do Porto de Paranaguá: em função dasua vasta zona de influência, predominantemente agrícola, compostapelos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás,o Porto de Paranaguá é chamado de porto exportador de cereais ederivados. Assim, para um sistema distributivo racional de transportes,o porto tem polarizado o fluxo inverso de importação de fertilizantespara as mesmas áreas de produção. A FIGURA 8.11, mostra que,apesar do Porto de Paranaguá exercer influência em muitos Estadosbrasileiros, a quase totalidade da soja que recebe origina-se nosEstados do Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Mato Grosso doSul, respondendo por 95% da produção de soja e farelo captada peloporto.

b) o contexto histórico da concepção da Ferroeste - Em 1975, com oobjetivo de interligar o Centro-Oeste brasileiro ao restante do País,por vias férreas, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO) e a Empresa Brasileira de Planejamento de

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

Page 308: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

308

Transportes (Geipot), do Ministério dos Transportes, firmaram con-vênio para a realização de estudo de viabilidade técnico-econômicada ferrovia ligando Corumbá (MT) e Região à malha de São Paulo eParaná. Este estudo definiu, como a melhor alternativa de traçado, aligação Miranda (MS)-Cascavel (PR), passando por Dourados (MS)e Guaíra (PR). Em 1979, a RFFSA contratou os serviços da empresaServiços de Assessoria, Planejamento e Engenharia S. A. (SAPSA),para estudos de atualização de demanda, considerando-se a possibi-lidade da extensão de suas linhas até Cascavel, vindas de Guarapuava,denominada "ferrovia da soja".

FIGURA 8.11: Origem dos caminhões que desembarcaram soja no porto deParanaguá, em 2001

Fonte: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dosPortos de Paranaguá e Antonina.

Em 1985, o projeto da "ferrovia da soja" teve seu traçado ampliado epassou a fazer parte dos planos da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD),tornando-se a "Ferrovia da Produção". O objetivo da CVRD era constituirum complexo sistema intermodal de transporte reunindo hidrovias, rodovias,ferrovias e terminal portuário, a partir de estudos pela Internacional de Enge-nharia S. A. (IESA), em janeiro de 1986.

O projeto da "Ferrovia da Produção" era ambicioso pela área geo-gráfica que pretendia atingir, por meio de uma zona de influência de 782 milkm2, com a perspectiva de transportar 8,6 e 14,5 milhões de t, em 1990 e2005, respectivamente, de soja e derivados, milho, trigo e café, no sentido

Page 309: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

309

exportação, e 1,3 e 1,8 milhões de t, nos anos de 1990 e 2005, respectivamen-te, de derivados de petróleo, álcool, fertilizantes e carvão, no sentido inverso.(BADEP, 1986).

Em 15 de março de 1988, constituiu-se a empresa Estrada de FerroParaná Oeste S.A. (Ferroeste), uma sociedade de economia mista controla-da, acionariamente, pelo Governo do Estado e vinculada à Secretaria Estadu-al de Transportes, que foi criada para projetar, construir e operacionalizaruma ferrovia entre as cidades de Guarapuava e Guaíra, com 419 km de ex-tensão. Esta ferrovia serviria ao Oeste, Extremo Oeste e Sudoesteparanaenses, aos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e paísesvizinhos, Paraguai e Argentina. A partir do estudo de viabilidade técnico-econômica contratado à Canadian Pacific Consulting Services Ltd. Em 1991,iniciou-se, efetivamente, a construção da Ferroeste.

A empresa ganhou a concessão do Governo Federal, por meio doDecreto No 96.913, de 3 de outubro de 1988, para a construção da ligação

FIGURA 8.12: Área de Influência da “Ferrovia da Produção”

Fonte: BADEP, 1986.

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

Page 310: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

310

ferroviária entre Guarapuava e Dourados (MS), passando por Guaíra, tendo,em contrapartida, o direito de uso por 90 anos. Embora a concessão estendesseos direitos para a ligação ferroviária até Dourados, desde o início, a construçãofoi modulada em duas etapas: primeira, Guarapuava-Cascavel, com 248 kmde extensão; e a segunda, Cascavel-Guaíra, com 171 km.

E, agregando aos dados e argumentos levantados anteriormente, aanálise que se faz do Plano Diretor de Transportes Intermodal do CODESUL- Paraná, na perspectiva da Região Oeste do Estado, é a de que a lacuna deinvestimentos em transportes é evidente e a prioridade ao trecho ferroviárioCascavel-Guaíra poderia ter sido encontrada, com a utilização de metodologiae dados mais compatíveis com o propósito do Plano e com a atualidadeeconômica regional, nacional e latino-americana. Porém, como umareivindicação regional, as duas obras ferroviárias são importantes, pelascaracterísticas das cargas e dos parceiros comerciais da Região, embora aextensão para Guaíra apresenta-se prioritária para os interesses regionais.

As estratégias de desenvolvimento necessitam contar com umaadequada e eficiente infra-estrutura de transportes para construir acompetitividade regional. Os meios, para se atingir esse fim (odesenvolvimento), são a viabilização de custos menores na recepção dematérias-primas e na distribuição dos produtos acabados e na movimentaçãode pessoas, com os desdobramentos na melhor qualidade de vida e das viagens.

Neste sentido, a Região Oeste do Paraná, por não estar totalmenteinserida no Anel Rodoviário de Integração e por estar localizada no extremodo Estado, dadas as características de sua base econômica, primário-exportadora, requer investimentos em sua logística, para competir em condiçõesmenos desiguais com outras regiões do Estado e do País.

Os investimentos devem contemplar: a) a expansão da Ferroeste,b) rodovias já congestionadas, como é o caso da BR 467 - Trecho Toledo-Cascavel; c) rodovias secundárias, mas que se constituem nas vias de ligaçãoentre cidades, empresas, produtores, comerciantes e estudantes com os centrosurbanos maiores, principalmente, quando se considera, em primeiro lugar, ocaso das agroindústrias e de suas unidades frigoríficas, destino dos animaiscriados ao longo de quase toda a extensão regional. Em segundo lugar, quandose considera o caso das instituições de ensino superior. O ensino superior e asagroindústrias são atividades em franca expansão na Região.

Page 311: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

311

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(Textos para Discussão, 2)

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

Page 314: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

314

Page 315: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

315

9Eixos de Desenvolvimento

Intra-Regionais

Alfredo Fonceca PerisEliézio Goulart Braga

9.0 EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

Neste Capítulo, são analisadas as variáveis relacionadas no QUADRO9.0, que ilustram uma parte significativa da dinâmica econômica dos EixosCascavel-Guaíra, doravante denominado Eixo A e Cascavel-Foz do Iguaçu,doravante denominado Eixo B e do seu entroncamento, representado peloMunicípio de Cascavel, que é comum aos dois Eixos. O Eixo A compreendeo trecho da rodovia que tem a denominação de BR 467, entre as cidades deCascavel e Guaíra, passando por Toledo, Maripá, Palotina e Terra Roxa. OEixo B compreende o trecho da BR 277, entre Cascavel e Foz do Iguaçu.Segundo Nasser (2000, p. 150-151), o Eixo caracteriza-se por:

...determinado corte espacial que focaliza sub-regiões dinâmicas onde a seleção das

ações de desenvolvimento integrado permite maior propagação desse dinamismo para a região

ou para o país. Mostra orientação para as potencialidades das sub-regiões, que podem ser

agregadas para estabelecer capacidades de setores produtivos e vantagens na localização de

atividades ainda não devidamente exploradas.

Page 316: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

316

Segundo ANDRADE (1987, p. 65-66):

Para o Prof. François Perroux o pólo de desenvolvimento não existe como umaunidade isolada, mas está ligado à sua região pelos canais por onde se propagam ospreços, os fluxos e as antecipações. ...Esta propagação feita por um caminho que ligadois pólos dá origem ao que ele chama de eixo de desenvolvimento, salientando,porém, que o eixo não é apenas uma estrada, um caminho e que, além disso, ligado àestrada, deve haver todo um conjunto de atividades complexas que indicam "orientaçõesdeterminadas e duráveis de desenvolvimento territorial e dependem, sobretudo, da

capacidade de investimento adicional".

QUADRO 9.0: Variáveis analisadas nos eixos A e B e em Cascavel

9.1 VARIÁVEIS GERAIS

População

Valor do PIB

Valor do PIB per capita

Valor Adicionado Fiscal

Consumo total de Energia Elétrica

Consumo Per Capita de Energia Elétrica

Recebimento de Royalties de ITAIPU

Volume de Depósitos Bancários

Volume de Crédito Bancário

Pessoal Ocupado

9.2 VARIÁVEIS AGROPECUÁRIAS

a) Agrícolas

Produção e Produtividade de Milho, por

Hectare

Produção e Produtividade de Soja, por Hectare

Produção e Produtividade de Trigo, por

Hectare

b) Pecuárias

Rebanho de Bovinos

Rebanho de Suínos

Rebanho de Frangos

c) Demais Variáveis

Participação no PIB Agropecuário do

Paraná

Consumo de Energia Elétrica – Setor

Rural

9.3 VARIÁVEIS URBANAS

Consumo de Energia Elétrica no Setor

Industrial

Consumo per Capita de Energia

Elétrica no Setor Industrial

Consumo de Energia Elétrica em

Outros Setores

Participação no PIB Industrial e de

Serviços do Paraná

Page 317: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

317

A análise da dinâmica dos dois eixos e do seu vértice ou, entronca-mento, foi efetuada separando as variáveis em três grupos: variáveis gerais,variáveis agropecuárias e variáveis urbanas. As variáveis agropecuárias fo-ram subdivididas em três subgrupos: agrícolas, pecuárias e demais variáveis,sendo estas últimas constituídas por variáveis que contemplam dados de agri-cultura e de pecuária.

FIGURA 9.1: Principais eixos existentes na Região Oeste do Paraná

Fonte: Editado pelo autor com base no mapa digitalizado por GEOLAB UNIOESTE -Campus Cascavel.

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

Page 318: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

318

No presente Capítulo, discute-se, também, a dinâmica das demaisligações rodoviárias relevantes para a Região Oeste do Paraná, todavia,considerando aspectos qualitativos. A FIGURA 9.1 identifica os Eixos A eB, bem como todas as principais ligações rodoviárias existentes na RegiãoOeste do Paraná que, também, podem ser consideradas relevantes para oentendimento de sua dinâmica econômica. O destaque especial é para o trechorodoviário entre Guaíra e Foz do Iguaçu, margeando o Reservatório da UsinaHidrelétrica de Itaipu. Este trecho apresenta, ainda, um elo de ligação com oEixo A, entre a cidade de Marechal Cândido Rondon e a BR 467, no Municípiode Toledo. Este trecho poderá se constituir no terceiro eixo regional,conformando um "delta menor", formado pelo espaço compreendido pelo EixoA e B e, por este provável terceiro Eixo, conforme pode ser visualizado naFIGURA 9.1. Seria um "delta menor" porque a própria Região Oeste doParaná já tem um formato parecido com um delta.

Como os dados do Município de Cascavel não compõe o total denenhum dos dois Eixos, a análise da dinâmica do Eixo A considerou os totaisdos Municípios de Toledo, Maripá, Palotina, Terra Roxa e Guaíra. Para oEixo B, foram considerados os totais dos Municípios de Santa Tereza doOeste, Céu Azul, Matelândia, Medianeira, São Miguel do Iguaçu, SantaTerezinha de Itaipu e Foz do Iguaçu.

Para uma melhor caracterização de cada eixo, foram montadas tabelasque compõe o ANEXO I e que permitem uma análise da dinâmica dos EixosA e B, desde 1960, até o ano de 2001. Além desta introdução, este Capítuloconta com mais cinco seções. Na primeira, são comentados os resultadosobtidos da análise das variáveis gerais, apontando o Eixo no qual o resultadoindicou maior dinamismo. Na segunda Seção, os resultados tratam dasvariáveis agropecuárias e, na terceira seção, os resultados se referem àsvariáveis urbanas. Valendo-se desses resultados, é possível mostrar ocomportamento das principais variáveis econômicas dos dois Eixos, bem comodo Município de Cascavel, sempre considerando o último dado disponível,independente do ano. A quarta Seção trata de alguns aspectos qualitativos dacaracterização dos Eixos A e B. A quinta Seção é dedicada à discussão dadinâmica e das peculiaridades das demais ligações rodoviárias existentes naRegião e que ligam esta a outras regiões do Estado. Finalmente, a sextaSeção trata das considerações finais.

Page 319: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

319

sodatluseReAoxiEonroirepuSohnepmeseDmocsieváiraV

levacsaC AoxiE BoxiE

8991ed00,1$SUme,6991meatipaCrepBIP 63,223.4 85,863.5 77,418.3

,acirtélEaigrenEedatipaCreplatoTomusnoCh/WMme,0002me

84,1 22,2 94,1

,atipaCrepsoirácnaBsotisópeDedemuloV00,1$Rme,0002me

30,459.21 38,638.9 96,192.8

,atipaCrepotidérCedseõçarepOedemuloV00,1$Rme,0002me

13,409.91 72,607.41 79,489.8

6991meadapucOlatoToãçalupoPad% 23,32 40,61 68,51

atipaCrepBIPodotnemicserCedaxaT%me,6991e0791ertne

63,611 00,322 02,901

9.1 VARIÁVEIS GERAIS

Através dos QUADROS 9.1.1 e 9.1.2, que trazem os resultados dasvariáveis gerais, é possível caracterizar os dois Eixos, identificando aqueleonde os resultados mostram um maior dinamismo econômico, bem comocomparar os resultados dos Eixos com os resultados do Município de Cascavel.

De um total de dez variáveis gerais analisadas, foram obtidos dezesseteresultados. Destes, o Eixo A apresentou seis resultados melhores que o EixoB. Por conseguinte, o Eixo B apresentou onze resultados melhores que oEixo A. Dos seis resultados, onde o desempenho do Eixo A foi superior aoEixo B, em três, o resultado obtido, para Cascavel, foi superior tanto ao EixoA, quanto ao Eixo B. Da mesma forma, dos onze resultados melhores doEixo B, em três deles, o resultado, para Cascavel, foi superior, tanto ao EixoA, quanto ao Eixo B.

Dos dezessete resultados, Cascavel apresentou onze resultadosmelhores que o Eixo A. Quanto ao Eixo B, Cascavel apresentou oito resultadosmelhores. No que se refere às variáveis gerais analisadas, o desempenho deCascavel se equipara ao desempenho dos Eixos, sendo o número de resultadosmelhores que o Eixo A e, praticamente, igual ao Eixo B.

QUADRO 9.1.1: Resultado da análise das variáveis gerais nos eixos A e Be em Cascavel

Fonte: Tabelas do Anexo I.

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

Page 320: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

320

sodatluseReBoxiEonroirepuSohnepmeseDmocsieváiraV

levacsaC AoxiE BoxiE

sonabrUsortneCedº.N 1 5 7

0002me,oãçalupoP 660.542 497.771 363.473

8991ed00,1$SUme,6991meBIP 229.362.950.1 161.105.459 133.701.824.1

%me,6991me,lacsiFodanoicidArolaV 423,2 691,2 750,7

h/WMme,0002me,acirtélEaigrenEedlatoTomusnoC 282.263 846.493 794.955

,00,000.1$SUme,upiatIedseitlayoRedotnemibeceR0002a1991edodoírepon

0 8,804.32 3,673.061

00,1$Rme,0002me,soirácnaBsotisópeDedemuloV 226.295.471.3 685929.847.1 416.201.401.3

00,1$Rme,0002me,otidérCedseõçarepOedemuloV 502.078.778.4 019.686.416.2 751.936.363.3

0002me,sairácnaBsaicnêgAedº.N 52 42 14

6991mesadapucOsaosseP 612.15 868.62 439.45

latoTBIPodotnemicserCedaxaT%me,6991e0791ertne

15,824 03,502 85,424

Observando-se os QUADROS 9.1.1 e 9.1.2 constata-se que o EixoA, embora apresente apenas seis resultados melhores que o Eixo B, osresultados apresentam uma maior robustez, ou seja, dos seis, cinco são dadosper capita. O único resultado que não se trata de dados per capita se refereao percentual da população total ocupada. Estes resultados apontam parauma possível melhor qualidade de vida da população no Eixo A em relação aoEixo B.

Por extensão, os onze melhores resultados, apresentados pelo Eixo Bem relação ao Eixo A, referem-se mais a valores absolutos, não aparecendonenhum resultado referente a dados per capita, entre esses resultados.

Considerados no conjunto dos dezessete resultados, Cascavel, sozinha,apresentou seis resultados melhores que o Eixo A e que o Eixo B. Isto mostra

QUADRO 9.1.2: Resultado da análise das variáveis gerais nos eixos A e Be em Cascavel

Fonte: Tabelas do Anexo I.

Page 321: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

321

que o peso da economia de Cascavel, como vértice dos Eixos, no contextodestes mesmos Eixos, é muito significativo.

O IPEA (2000, p.109) assim definiu os Municípios da Região Oestedo Paraná:

Apenas três Municípios são urbanos de média dimensão: Cascavel, com centralidadede nível forte, Foz do Iguaçu, de nível forte para médio, e Toledo, com nível decentralidade médio. Além desse, outros centros também apresentam níveis decentralidade médios: Assis Chateaubriand, Guaíra e Medianeira - urbanos com pequenadimensão -, e Marechal Cândido Rondon e Palotina, em transição para o urbano compequena dimensão.

Segundo esta classificação, há um Município urbano de médiadimensão para cada Eixo: Toledo, para o Eixo A e Foz do Iguaçu, para o EixoB; um Município urbano com pequena dimensão para cada Eixo: Guairá, parao Eixo A e Medianeira, para o Eixo B e um Município - Palotina - em transiçãopara o urbano com pequena dimensão, no Eixo A. O maior grau de centralidadede Foz do Iguaçu; o maior número de centros urbanos existentes no Eixo B -sete, contra cinco, do Eixo A; o tamanho da cidade de Foz do Iguaçu e osresultados das dez variáveis analisadas - com onze dos dezessete resultados,apresentando uma melhor performance no Eixo B, indicam que o Eixo Bapresenta um grau de urbanização maior que o Eixo A. Isto indica que adinâmica do Eixo B é mais voltada para a prestação de serviços, aí incluído ocomércio.

9.2 VARIÁVEIS AGROPECUÁRIAS

Os QUADROS 9.2.1 e 9.2.2 mostram os resultados obtidos da análisedas oito variáveis agropecuárias escolhidas que apresentaram 13 resultados.Destes, o Eixo A apresentou dez resultados superiores, enquanto o Eixo Bapresentou, apenas, três resultados superiores. Analisando-se os resultados,constata-se que o Eixo A apresentou um desempenho superior, tanto nasvariáveis agrícolas, quanto nas pecuárias e nas demais variáveis, conformeera esperado, o que indica que a dinâmica econômica do Eixo A está maisvoltada para o agronegócio.

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

Page 322: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

322

sodatluseReAoxiEonroirepuSohnepmeseDmocsieváiraV

levacsaC AoxiE BoxiE

)a salocírgA

6991me,sadalenoTme,ogirTedoãçudorP 187.31 297.13 443.22

6991me,sadalenoTme,ajoSedoãçudorP 211.281 733.934 591.422

6991me,sadalenoTme,ohliMedoãçudorP 935.211 155.363 025.491

aH/.noTme,6991meohliMededadivitudorP 62,4 81,4 11,3

sairáuceP)b

saçebaCedº.NmE,6991meonivoBohnabeR 772.68 505.191 767.091

ederatceHrop,6991me,sonivoBedsaçebaCedº.NsnegatsaPedaerÁ

68,1 76,2 12,2

saçebaCedº.Nme,6991me,oníuSohnabeR 557.84 801.013 616.681

sieváiraVsiameD)c

,0002me,laruRroteSonacirtélEaigrenEedomusnoCh/WMme

962.22 757.65 105.23

,laruRroteSonacirtélEaigrenEedatipaCrepomusnoCh/WMme,0002me

33,1 49,1 11,1

,ánaraPododatsEodoiráuceporgABIPonoãçapicitraP%me,6991me

61,2 28,5 67,2

Interessante ressaltar que, embora Cascavel, como o vértice dos Eixos e oprincipal pólo regional, conforme classificado pelo IPEA (2000) como o únicoMunicípio com centralidade de nível forte, não apresenta somente bons resultadosno que tange às variáveis gerais e urbanas. Analisando-se os QUADROS 9.2.1 e9.2.2, constata-se que o Município de Cascavel também apresenta bons e robustosresultados no que se refere às variáveis agropecuárias. Em 1996, a produtividadedas culturas de soja, milho e trigo, no Município de Cascavel, superou a produtividademédia, tanto no Eixo A, quanto no Eixo B. Destacaram-se, ainda, a produção dessas

mesmas três culturas e o consumo de energia elétrica no setor rural.

QUADRO 9.2.1: Resultado da análise das variáveis agropecuárias noseixos A e B e em Cascavel

Fonte: Tabelas do Anexo I.

Page 323: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

323

sodatluseReBoxiEonroirepuSohnepmeseDmocsieváiraV

levacsaC AoxiE BoxiE

salocírgA)a

aH/.noTme,6991meajoSededadivitudorP 18,2 86,2 47,2

aH/.noTme,6991meogirTededadivitudorP 57,1 86,1 37,1

sairáuceP

saçebaCedº.Nme,6991me,sognarFedohnabeR 000.246.3 008.167.5 000.441.8

9.3 VARIÁVEIS URBANAS

Os QUADROS 9.3.1 e 9.3.2 mostram os cinco resultados obtidoscom a análise das quatro variáveis urbanas consideradas. Dos cinco resulta-dos obtidos, o Eixo A apresentou desempenho melhor em dois, e o Eixo Bapresentou melhor desempenho em três. O Eixo A apresentou um consu-mo de energia elétrica total e per capita, no setor industrial, superior ao EixoB. Todavia o Eixo B apresentou um consumo de energia elétrica, em outrossetores, superior ao Eixo A e uma maior participação, tanto no PIBindustrial, quanto no PIB de serviços do Paraná. Essencialmente, uma maiorparticipação no PIB industrial e no PIB de serviços do Estado do Paraná,confirmam a hipótese de que o Eixo B tem sua dinâmica mais voltada para aprestação de serviços.

Fonte: Tabelas do Anexo I.

QUADRO 9.3.1: Resultado da análise das variáveis urbanas nos eixos A e Be em Cascavel

QUADRO 9.2.2: Resultado da análise das variáveis agropecuárias noseixos A e B e em Cascavel

Fonte: Tabelas do Anexo I.

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

sodatluseReAoxiEonroirepuSohnepmeseDmocsieváiraV

levacsaC AoxiE BoxiE

,lairtsudnIroteSonacirtélEaigrenEedomusnoCh/WMme,9991me

996.96 004.161 498.16

roteSonacirtélEaigrenEedatipaCrePomusnoCh/WMme,9991me,lairtsudnI

12,79 23,772 08,001

Page 324: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

324

9.4 ASPECTOS QUALITATIVOS

Os resultados apresentados mostram que os cinco Municípios per-tencentes ao Eixo A, no conjunto, representam uma parte significativa daeconomia paranaense, especialmente se considerados como Municípios dointerior do Estado. Se analisados individualmente, o que pode ser feito a partirda análise das tabelas do ANEXO I, constata-se que o Eixo A apresentamelhores resultados na extremidade composta por Toledo e Palotina. Palotinaapresenta resultados satisfatórios, todavia Terra Roxa e Guaíra, na extremidadeOeste do Eixo A, tem um baixo desempenho na maioria das variáveis analisadas.O Município de Maripá foi recentemente desmembrado de Palotina e temsua dinâmica vinculada à dinâmica de seu Município de origem e a Toledo.

O Eixo A tem algumas peculiaridades que merecem destaque. Toledo,Maripá e Palotina, compõem a parte onde a agropecuária é uma das maisdesenvolvidas da Região. Toledo é uma cidade com uma forte atividadeagroindustrial. Toledo e Palotina têm, também, uma significativa atividadecomercial e prestadora de serviços. Maripá é um antigo distrito de Palotina e,por ser uma pequena cidade, tem sua dinâmica voltada para este Município epara Toledo, conforme já comentado. Terra Roxa e Guaíra tem sua dinâmicadividida. A parte onde predomina a terra roxa e, portanto, atingida pela mo-dernização tecnológica da agricultura, está vinculada à dinâmica agroindustrialdo centro da Região, formada basicamente por Cascavel, Toledo, Palotina eMarechal Cândido Rondon. A parte onde predomina o solo arenoso, que com-

põe a extremidade do Arenito Caiuá, está mais vinculada à dinâmica da Re-

QUADRO 9.3.2: Resultado da análise das variáveis urbanas nos eixos A e Be em Cascavel

Fonte: Tabelas do Anexo I.

sodatluseReBoxiEonroirepuSohnepmeseDmocsieváiraV

levacsaC AoxiE BoxiE

mE,seroteSsortuOmEacirtélEaigrenEedomusnoCh/WMme,9991

142.052 291.061 400.724

me,ánaraPododatsEodlairtsudnIBIPonoãçapicitraP%me,8991

95,1 39,1 27,1

,ánaraPododatsEodsoçivreSedBIPonoãçapicitraP%me,8991me

13,2 29,1 35,3

Page 325: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

325

gião de Umuarama. Os costumes e as tradições estão vinculadas à cultura da

Região Noroeste do Estado. O predomínio da corrente migratória nortista, na

colonização local, fomentada, basicamente, pela atuação da Companhia Mate

Laranjeira, foi a grande responsável por esse processo. A dinâmica do Eixo A

está diretamente vinculada à dinâmica da atividade agropecuária, desenvolvi-

da ao longo e ao entorno do Eixo. Conforme apontado pelo PROEI (1974), a

extremidade do Eixo A, principalmente Guaíra, continua até os dias atuais

necessitando se integrar mais à Região Oeste do Paraná.

Da mesma forma, para o Eixo B, os resultados apresentados mostram

que os sete Municípios pertencentes a este Eixo, no conjunto, representam uma

parte significativa da economia paranaense. A maior parte dos resultados, prin-

cipalmente ligados ao setor urbano, são maiores que os resultados obtidos para

o Eixo A. Se analisados individualmente, o que também pode ser feito, a partir

da análise das tabelas do ANEXO I, constata-se que o Eixo B apresenta me-

lhores resultados na extremidade Oeste, representada por Foz do Iguaçu.

Santa Tereza do Oeste era um antigo distrito de Cascavel, emancipa-

do no início da década de 1990, tal qual Maripá, que era distrito de Palotina.

Santa Tereza do Oeste se recente muito da forte proximidade com Cascavel.

Está há 20 quilômetros de Cascavel. Pode ser classificada como uma cidade

dormitório de Cascavel. Segundo o IPEA (2000, p. 109): "Limítrofes a Cascavel,

crescem Santa Tereza do Oeste (10,62% a. a.), Cafelândia (4,89% a. a.) e

Ibema (2,02% a. a.). Entre 1991 e 1996, o crescimento da população total da

Região foi de 1,21% a. a.)". A taxa de crescimento da população de Santa

Tereza do Oeste, entre 1991 e 1996, foi a maior da Região.

Céu Azul tem boa parte de seu território coberta pelas matas do

Parque Nacional do Iguaçu, pela qual recebe importante participação no ICMS

ecológico do Estado do Paraná. É uma cidade que não possui nenhuma área

de favela. Conta, também, com uma atividade agropecuária desenvolvida,

embora prejudicada pela restrição de área agricultável.

Matelândia, tal qual Céu Azul, não possuía nenhuma área de fa-

vela, em 1997, todavia sofre forte impacto de seu antigo distrito, atualmente

Município de Ramilândia. No Município de Ramilândia, devido a seu rele-

vo acidentado, predomina a pecuária extensiva e a agricultura trabalhada

manualmente. Invasões de terras geraram intensos problemas sociais que

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

Page 326: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

326

repercutem em Matelândia, em Medianeira e em várias partes da Região

Oeste do Paraná.

O Município de Medianeira é um dos Municípios mais urbanos do

Estado do Paraná. O IPEA (2000) classificou-o como um Município urbano

de pequena dimensão, com um nível de centralidade médio. Isso ocorreu,

porque, ao longo do processo de fragmentação territorial, porque passou a

Região Oeste do Paraná, Medianeira cedeu território para a formação dos

Municípios de São Miguel do Iguaçu, Missal e Serranópolis do Iguaçu. Assim,

Medianeira foi se resumindo à sua área urbana e proximidades. Com isto,

perdeu os royalties ecológicos do Parque Nacional para Serranópolis do Iguaçu

e para São Miguel do Iguaçu, e a maior parte dos royalties da Itaipu Binacional

para São Miguel do Iguaçu e para Missal. Como está no meio do caminho

entre Cascavel e Foz do Iguaçu e tem características urbanas, transformou-

se num centro urbano, para onde convergem os Municípios menores à sua

volta, como Matelândia, Missal e Serranópolis do Iguaçu. Daí a sua condição

de Município com um nível de centralidade médio. Possui uma destacada

participação na agroindústria regional.

O Município de São Miguel do Iguaçu, dos Municípios que estão no

interior do Eixo B, tem a segunda maior população, perdendo apenas para

Medianeira. Embora receba royalties ecológicos e royalties da Itaipu Binacional,

tem fortes problemas sociais. É um Município com uma característica especial:

tem presença indígena em sua população. Muitos habitantes migraram para o

Paraguai durante as décadas de 1970 e 1980. Com os problemas ocorridos,

recentemente, com os chamados "Brasiguaios"¹, dentro do Paraguai, estes

têm retornado ao Município de São Miguel do Iguaçu e gerado fortes problemas

sociais.

O Município de Santa Terezinha de Itaipu, dada sua proximidade,

está fortemente vinculada à dinâmica de Foz do Iguaçu. Embora vinculada

economicamente, não sofre os impactos negativos dos problemas sociais

vividos por Foz do Iguaçu, de forma tão intensa, embora em 1997, contasse

com duas áreas de favelas. Dado o aumento da violência, ocorrido nos últimos

anos em Foz do Iguaçu, poderá se transformar, por sua condição de pequena

cidade, em local de residência de muitos moradores de Foz do Iguaçu,

principalmente, para aqueles, cujas despesas de deslocamento até o local de

Page 327: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

327

trabalho não se constitua num fator restritivo. Segundo o IPEA (2000, p.

109): "Límitrofes a Foz do Iguaçu, Santa Terezinha do Itaipu cresce a 3,3% a.

a. e São Miguel do Iguaçu, a 2,43% a. a.".Como Cascavel se constitui no entroncamento ou vértice dos Eixos

A e B, as cidades de Toledo, no Eixo A, e Foz do Iguaçu, no Eixo B, são osdois principais centros dinâmicos de cada Eixo. Foz do Iguaçu contava, em2000, com a maior população da Região Oeste do Paraná. Pelo seu númerode favelas, infere-se que os problemas sociais vividos, atualmente, pela cidade,diminuem muito a qualidade de vida de uma parte significativa da populaçãodo Eixo B. Os fatores exógenos recentes que modificaram a dinâmica regional,afetaram diretamente Foz do Iguaçu. A construção da Usina Hidrelétrica deItaipu atraiu milhares de migrantes. A modernização tecnológica da agriculturaliberou mão-de-obra de toda a Região, sendo que muitos migraram para Fozdo Iguaçu. O turismo de compras desenvolveu a atividade dos "sacoleiros". ARegião da Ponte da Amizade se constituiu numa região exportadora deprodutos industrializados no Brasil para o Paraguai e a Argentina, atingindo,inclusive, outros países da América do Sul, como a Bolívia. Todos esses fatorespromoveram o crescimento de Foz do Iguaçu, sem contar a construção deinfra-estrutura ocorrida na cidade, motivada pelas necessidades determinadaspelos acordos com o Paraguai para a construção da Usina Hidrelétrica deItaipu. Segundo o IPEA (2000, p. 109): "...Ciudad del Este (Paraguai) e PuertoIguazu (Argentina) compõe com Foz do Iguaçu uma mancha de ocupaçãocontínua". A situação dessas duas cidades fronteiriças desenham um quadropeculiar para Foz do Iguaçu.

Recentemente, o fim das obras de Itaipu - hoje, responsável pelageração de 25% da energia elétrica consumida no País -, a abertura comercialbrasileira, o surgimento do Mercosul e a Implantação do Plano Real, puseramum fim a uma significativa parte do dinamismo de Foz do Iguaçu. Ou seja,enquanto alguns fatores exógenos transformaram Foz do Iguaçu, de umacidade com 33.966 habitantes, em 1970, para uma cidade com 258.368habitantes em 2000; outros fatores, também exógenos, estão sendoresponsáveis por transformá-la, dada sua condição de tríplice fronteira,conforme destacado anteriormente, numa das áreas de maior problemáticasocial da Região Oeste do Paraná. Se não forem encontradas alternativas degeração de emprego e renda para Foz do Iguaçu, poderão ocorrer dois

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

Page 328: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

328

processos: ou a migração sem precedentes, nesta que foi o principal eldoradourbano da Região Oeste do Paraná ou a rápida deterioração das condiçõesde vida da população, essencialmente a mais pobre. Como, atualmente, émais difícil o surgimento de um novo pólo de atração de pessoas, principalmentena Região, o segundo processo é o que tem a maior probabilidade de ocorrer.

O Município de Toledo, principal centro urbano do Eixo A, em 1997não possuía nenhuma área de favela. É um Município onde a atividadeagropecuária é das mais desenvolvidas da Região e que conta, também, comuma importante atividade agroindustrial. Toledo é o terceiro maior centrourbano regional e, com certeza, dentre os três maiores, aquele que conta coma menor quantidade de problemas sociais.

Cascavel, na condição de vértice dos Eixos A e B, conforme jácomentado, é o grande centro de serviços da Região Oeste do Paraná. Dadoo seu nível de centralidade forte, qualquer parte da Região que seja beneficiadaou prejudicada por algum fator exógeno ou mesmo endógeno, terá reflexosna dinâmica de Cascavel. A especialização no atendimento da demandaregional por serviços, está dando a Cascavel uma considerável vantagemsobre Foz do Iguaçu na nova configuração regional, determinada pelos fatoresexógenos recentes que influenciaram a dinâmica sócio-econômica da Região.

9.5 AS DEMAIS LIGAÇÕES RODOVIÁRIAS

Além dos Eixos A e B e da ligação entre Guaíra e Foz do Iguaçu, naFIGURA 9.1, estão identificadas, em tracejados de cor amarela, as outrasligações rodoviárias da Região Oeste do Paraná com outras regiões, quegarantem o fluxo de pessoas e de bens intra-regional.

A ligação Guaíra-Foz do Iguaçu é marcada pela existência de umconjunto de Municípios influenciados, intensamente, pela formação doReservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Com a desapropriação das terraspara a formação do Reservatório, houve um aceleramento do êxodo rural,processo já em andamento, motivado pela modernização tecnológica daagricultura, em curso na Região Oeste do Paraná, naquele período. A partirde 1991, iniciou-se o pagamento de royalties por parte da Itaipu Binacional.Desde então, a atividade agroindustrial desenvolvida na Região, passou a ser

Page 329: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

329

complementada por significativa receita advinda dos royalties. Além disso,este conjunto de Municípios poderá se valer do potencial turístico doReservatório, pouco explorado até os dias atuais. O aproveitamento destepotencial turístico se faz necessário, pois o conjunto de Municípios quecompõem este eixo conta com duas pequenas regiões problemáticas, sob oponto de vista sócio-econômico.

A primeira é composta pelos Municípios de Guaíra e Terra Roxa,cuja perda de dinâmica foi comentada anteriormente, pois fazem parte,também, do Eixo A. A segunda é formada pelos Municípios de São José dasPalmeiras, Ouro Verde do Oeste, São Pedro do Iguaçu, Diamante D'Oeste,Ramilândia e Vera Cruz do Oeste. Esta Região é marcada pela co-existênciade uma atividade agropecuária mecanizada, integrada à agricultura regional epor uma atividade agropecuária, praticada numa área geográfica marcadapelo relevo acidentado, onde a pecuária é extensiva, e a agricultura é desubsistência.

A ligação Cascavel-Campo Mourão-Maringá se constitui na principalligação da Região Oeste do Paraná com a Região Norte do Estado e com aRegião Sudeste do País. É mais significativa para a Região como elo deligação com o Norte do Paraná e com a Região Sudeste do País, especialmenteSão Paulo. O único centro urbano pertencente à Região, que se encontra aolongo desta ligação, é Corbélia. Esta aglomeração urbana, segundo o IPEA(2000), faz parte de um anel de intenso crescimento populacional existentenos Municípios contíguos a Cascavel.

A ligação da BR 277 - Eixo B - com o Sudoeste do Estado do Paraná,com Santa Catarina e com o Rio Grande do Sul, tal qual a ligação Cascavel-Campo Mourão-Maringá, tem sua maior significação para a Região Oeste doParaná, porque significativo fluxo de bens e de serviços e de pessoas existentesentre a Região Sul com as regiões Centro Oeste e Norte do País, utilizam-sedesta ligação rodoviária. Lindoeste, Santa Lúcia e Capitão Leônidas Marquessão os centros urbanos existentes ao longo deste eixo. São pequenos centrosurbanos que, embora próximos de Cascavel - Capitão Leônidas Marques,que é o mais distante, está a 67 km de Cascavel -, não fazem parte daqueleconjunto de Municípios contíguos a Cascavel, tal qual Corbélia, que compõeum anel de intenso crescimento populacional. Fazem parte de um conjunto deMunicípios, cuja atividade agropecuária convive com áreas onde a

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

Page 330: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

330

modernização tecnológica da agricultura atingiu sua plenitude e áreas com

relevo acidentado, onde predomina a pecuária extensiva e a agricultura de

subsistência.

A ligação Guaíra-Umuarama se constitui numa das ligações da Região

Oeste com a Região Noroeste do Paraná. Esta ligação é composta por

pequenos Municípios, onde predomina o solo arenoso que compõe o Arenito

Caiuá, cuja dinâmica econômica está totalmente voltada à dinâmica da Região

Noroeste do Estado. Sua importância maior se dá na ligação da Região

Noroeste com o Estado do Mato Grosso do Sul e com as regiões Centro

Oeste e Norte do País. No caso específico da Região Oeste, este Eixo tem

uma importância, aparentemente, secundária.

A ligação Guaíra-Mato Grosso do Sul foi prejudicada pelo atraso na

conclusão das obras da ponte sobre o rio Paraná. Este atraso pode ter sido

responsável pela criação de caminhos alternativos para o transporte de

produtos agrícolas, principalmente a soja, da Região Centro Oeste do País

para o Porto de Paranaguá. Com a conclusão da ponte, espera-se que

aumentem os fluxos de exportação da produção agrícola para o Porto de

Paranaguá. A grande esperança, dos setores empresarial e político do Eixo

A, é que seja construído o braço da ferrovia, ligando Cascavel a Guaíra.

Sobre esta ligação se faz pertinente consultar o trabalho do Prof. Ricardo

Silveira Martins, no Capítulo Oitavo.

A ligação Cascavel-Curitiba se constitui na primeira ligação da Região

Oeste do Paraná com o restante do território do Estado. Faz parte de um eixo

maior que liga o Porto de Paranaguá a Assunção, no Paraguai. É composta

pela BR 277, a mais extensa ligação rodoviária do Paraná, com 772 km de

extensão, desde o Porto de Paranaguá até a Ponte da Amizade, sobre o rio

Paraná, em Foz do Iguaçu. Sempre desempenhou um papel decisivo na

economia regional. Além de ligar Cascavel a Curitiba, capital do Estado, liga

também ao Porto de Paranaguá, destino de toda a produção agropecuária

exportada pela Região. Com a construção da ferrovia no trecho entre Cascavel

e Guarapuava, esta ligação passou a ser ainda mais estratégica para a Região.

Sua importância econômica poderá ser incrementada pela extensão da ferrovia

até Guaíra, o que oportunizaria uma ligação com as regiões produtoras de

grãos, principalmente soja, localizadas no Centro Oeste do País.

Page 331: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

331

9.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ligação Cascavel-Foz do Iguaçu é considerada um eixo, pois liga

dois pólos e tem, em toda a sua extensão, um conjunto de cidades com um

considerável fluxo de pessoas e de negócios. Da mesma forma, a ligação

Cascavel-Guaíra, embora não ligue dois pólos regionais, dada sua importância

histórica e o conjunto de cidades que estão em seu entorno, também se

configura como um eixo de desenvolvimento regional.

A ligação Guaíra-Foz do Iguaçu, conforme já comentado, poderá se

constituir, num curto espaço de tempo, em um importante eixo, fomentado,

particularmente, pelo recebimento de royalties, aliado ao seu potencial turístico

e agroindustrial.

O eixo Cascavel-Maringá, dado o elo natural de ligação que existe

entre esses dois pólos regionais, em nível estadual e, à sua característica

agroindustrial, também se configura num importante eixo. Como faz parte do

anel de integração do Estado do Paraná e se constitui na principal ligação da

Região Oeste do Paraná com a Região Sudeste do País, teria seu

desenvolvimento incrementado com a duplicação da BR 369. A duplicação

entre Campo Mourão e Maringá - obra em andamento - por se constituir no

trecho com o maior fluxo de veículos, será um grande passo. No entanto

necessário se faz a duplicação de todo o trecho.

As demais ligações rodoviárias, comentadas anteriormente, embora

não possam ser consideradas eixos de desenvolvimento regional, têm

importância significativa para a Região Oeste do Paraná que, em linhas

gerais, mantém um fluxo de pessoas e de negócios com todas as regiões

limítrofes. A problemática principal, no que tange aos caminhos de ligação

da Região com as outras partes do território paranaense, com os países

vizinhos e com as demais regiões do País, está no fato de não existir

perspectivas de ampliação da infra-estrutura nos modais de transporte, no

espaço de tempo e na intensidade necessária para a manutenção das

condições de crescimento econômico imprescindível para manter a Região

Oeste do Paraná como a segunda maior região econômica do interior do

Estado do Paraná.

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

Page 332: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

332

NOTAS:

1. Nome dado aos brasileiros que vivem e trabalham, especialmente na atividade agrícola,

no Paraguai.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ANDRADE, Manuel Correia de. Espaço, Polarização & Desenvolvimento. Uma

Introdução à Economia Regional. Ed. Atlas, SP, 1987.

Anuário Estatístico do Paraná - 1977 - Secretaria de Estado de Planejamento -

Departamento Estadual de Estatística.

Censo Agropecuário do IBGE de 1960, 1970, 1980, 1985 e 1996.

Censo Populacional do IBGE de 1960-1970-1980-1991-1996 e 2000.

Enciclopédia dos Municípios Brasileiros - IBGE - 1959, RJ - XXXI Volume.

FERREIRA, João Carlos Vicente.O Paraná e seus Municípios. Ed. Memória do Brasil,

MT, 1999.

IPEA: Redes urbanas regionais: Sul (Série Caracterização e Tendências da Rede Urbana

do Brasil), Volume 6, 2000.

NASSER, Bianca. Economia Regional, Desigualdade Regional no Brasil e o Estudo

dos Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento. Revista do BNDES, Rio

de Janeiro, V. 7, Nº 14, P. 145-178, DEZ. 2000.

Participação dos Municípios Paranaenses na Economia do Estado: 1990-1993.

IPARDES, 1996.

PERIS, Alfredo Fonceca. Trilhas, Rodovias e Eixos: Um estudo sobre desenvolvimento

regional. Edunioeste, Cascavel-PR, 2002.

PREFEITURA MUNICIPAL DE FOZ DO IGUAÇU. Diagnóstico Socioeconômico de

Foz do Iguaçu. Departamento de Informações Sociais. Foz do Iguaçu, 1999.

[email protected] - Coordenadoria de Veículos

http://www.agricultura.gov.br/spa/pagespa/index.

http://www.bcb.gov.br-SISBACEN.

http://www.geipot.gov.br/cadernos/2000.

http://www.ipardes.gov.br/anuário2000-evolucao.html.

http://www.ipardes.gov.br - BPUB - Base Pública do Estado.

http://www.ipea.gov.br.

http://www.itaipu.gov.br/dfport/royalties.htm.

http://www.paranacidade.org.br.

Page 333: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

333

ANEXO I

TABELA 9.1: Área total das Municípios pertencentes aos eixos A e B, em ha

Fonte: Para o ano de 1960: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros - IBGE - 1959, RJ -XXXI Volume. Para o ano de 1970: Anuário Estatístico do Paraná - 1977 -Secretaria de Estado de Planejamento - Departamento Estadual de Estatística.Para os demais anos: IAP, extraído da Base de dados do IPARDES eFERREIRA,1999

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

áHmeaerÁ

soipícinuM 0691 0791 0891 5891 6991 9991

levacsaC 001.144 08,204.113 03,223.892 03,370.172 05,036.102 00,005.602odeloT 005.822 00,051.891 04,423.681 04,423.681 01,570.411 00,070.411ápiraM 01,654.82 00,030.23anitolaP 00,541.19 02,991.39 02,991.39 01,377.46 00,085.75

axoRarreT 00,529.28 00,529.28 00,529.28 00,529.28 00,035.48aríauG 002.454 06,566.35 06,566.35 06,566.35 06,566.35 00,074.05

AoxiElatoT 007.286 06,588.524 02,411.614 02,411.614 09,498.343 00,086.833etseOodazereTatnaS 07,757.33 00,078.43

luzAuéC 08,772.251 01,977.741 08,323.511 08,323.511 00,041.811aidnâletaM 00,796.801 00,796.801 00,796.801 08,648.95 00,048.95arienaideM 01,277.221 02,879.411 02,361.97 02,361.97 00,055.92

uçaugIodleugiMoãS 06,781.221 06,781.221 06,781.221 08,414.98 00,414.98edahnizereTatnaS

upiatI 03,318.42 03,318.42 00,009.82

uçaugIodzoF 000.977 09,640.88 03,310.76 00,002.24 00,002.24 00,000.95BoxiElatoT 00,000.977 04,189.395 02,556.065 09,483.294 06,915.444 00,417.914

soxiEsodlatoTlevacsaC)+( 00,008.209.1 08,962.133.1 07,190.572.1 04,275.971.1 00,540.099 00,498.469

Page 334: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

334 TABELA 9.2: População urbana e rural dos eixos A e B, de 1960 a 2000

Fonte: Censo Populacional do IBGE de 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

soipícinuMlanoicalupoPmegatnoCeocifárgomeDosneC

0691 0791 0891anabrU laruR latoT anabrU laruR latoT anabrU laruR latoT

levacsaC 472.5 423.43 895.93 169.43 069.45 129.98 896.321 167.93 954.361

odeloT 629.5 330.91 959.42 689.41 998.35 588.86 499.24 885.83 285.18ápiraM - - -anitolaP - 252.5 447.73 699.24 348.21 504.51 842.82

axoRarreT - 985 729.13 615.23 696.01 915.41 512.52aríauG 098.8 695.21 684.12 912.11 656.12 578.23 875.91 195.9 961.92

AoxiElatoT 618.41 926.13 544.64 640.23 622.541 272.771 111.68 301.87 412.461

etseOodazereTatnaS - - -luzAuéC - 381.4 630.91 912.32 457.11 096.31 444.52aidnâletaM - 156.2 019.12 165.42 610.01 014.32 624.33arienaideM - 742.7 598.32 241.13 573.42 689.42 163.94

uçaugIodleugiMoãS - 871.2 440.32 222.52 188.7 663.62 742.43upiatIedahnizereTatnaS - - -

uçaugIodzoF 357.9 954.81 212.82 741.02 918.31 669.33 033.101 199.43 123.631

BoxiElatoT 357.9 954.81 212.82 604.63 407.101 011.831 653.551 344.321 997.872

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 348.92 214.48 552.411 314.301 098.103 303.504 561.563 703.142 274.606

RPODETSEOOÃIGER 776.531 577.257 577.069

etseOoãigeRsoipícinuMºN 5 81 02

Page 335: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

335

Continuação da TABELA 9.2

Fonte: Censo Populacional do IBGE de 1960, 1970, 1980, 1991, 1996 e 2000.

EIX

OS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

INTR

A-REG

ION

AIS

soipícinuMlanoicalupoPmegatnoCeocifárgomeDosneC

1991 6991 0002anabrU laruR latoT anabrU laruR latoT anabrU laruR latoT

levacsaC 667.771 442.51 010.391 293.502 062.41 256.912 043.822 627.61 660.542

odeloT 204.27 774.22 978.49 521.67 292.41 714.09 119.58 872.21 981.89ápiraM - 837.2 054.3 881.6 899.2 888.2 688.5anitolaP 007.91 500.11 507.03 735.81 642.6 387.42 437.02 130.5 567.52

axoRarreT 797.11 320.81 028.92 289.01 309.5 588.61 230.11 952.5 192.61aríauG 097.22 865.2 853.52 961.22 311.7 282.92 978.72 487.3 366.13

AoxiElatoT 986.621 370.45 267.081 155.031 400.73 555.761 455.841 042.92 497.771

etseOodazereTatnaS 703.3 118.2 811.6 123.6 580.4 604.01 515.7 912.3 437.01luzAuéC 138.5 557.4 685.01 438.6 606.3 044.01 591.7 742.3 244.01aidnâletaM 583.01 449.6 923.71 015.9 813.4 828.31 151.01 391.4 443.41arienaideM 275.92 390.9 566.83 081.23 969.7 941.04 342..33 755.4 008.73

uçaugIodleugiMoãS 377.01 849.31 127.42 439.21 532.01 961.32 352.41 160.01 413.42upiatIedahnizereTatnaS 556.11 497.2 944.41 824.41 262.2 096.61 982.61 270.2 163.81

uçaugIodzoF 583.681 837.3 321.091 623.822 103.3 726.132 943.652 910.2 863.852

BoxiElatoT 809.752 380.44 199.103 335.013 677.53 903.643 599.443 863.92 363.473

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 363.265 004.311 367.576 674.646 040.78 615.337 988.127 433.57 322.797

RPODETSEOOÃIGER 184.610.1 903.470.1 108.231.1

etseOoãigeRsoipícinuMºN 63 94 05

Page 336: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

336 TABELA 9.3: PIB dos Municípios dos eixos A e B, de 1970 a 1996, em US$ de 1998

Fonte: Dados básicos: IBGE e IPEA, extraído de www.ipea.gov.br.

soipícinuM 0791 5791 0891 5891 0991 6991

levacsaC 066.524.002 566.609.065 334.578.587 548.929.628 727.390.129 229.362.950.1

odeloT 321.458.441 824.419.582 023.009.464 997.043.435 213.641.506 324.798.195ápiraM - - - - - 654.648.73anitolaP 588.118.27 802.550.561 314.220.861 852.905.071 712.851.421 850.818.061

axoRarreT 560.174.74 710.788.68 409.290.08 773.037.19 176.377.35 997.609.47aríauG 221.605.74 429.353.19 874.802.19 770.043.011 002.879.38 724.230.98

AoxiElatoT 591.346.213 875.012.926 511.422.408 115.029.609 104.650.768 161.105.459

etseOodazereTatnaS - - - - 549.214.9 060.879.72luzAuéC 085.595.53 190.983.78 819.662.36 151.719.49 920.790.16 526.690.16aidnâletaM 573.141.13 684.650.37 933.732.36 507.264.48 004.502.74 123.288.75arienaideM 263.815.96 092.477.771 343.486.481 094.557.291 735.599.061 870.172.381

uçaugIodleugiMoãS 549.246.43 751.288.34 199.877.46 486.387.17 606.220.28 516.532.601upiatIedahnizereTatnaS - - - 153.615.54 385.292.72 042.425.64

uçaugIodzoF 984.143.101 520.424.142 107.365.846 054.374.276 768.465.200.1 193.911.549

BoxiElatoT 157.932.272 940.625.326 392.135.420.1 138.809.161.1 869.095.093.1 133.701.824.1

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 606.803.587 192.346.318.1 148.036.416.2 781.957.598.2 690.147.871.3 414.278.144.3

ánaraPsodlatoT 684.214.783.31 078.977.731.62 343.206.055.23 302.913.341.83 983.428.513.04 417.174.270.64

Page 337: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

337

TABELA 9.4: Valor Adicionado fiscal/total do Estado (%), dos eixos A e B, em 1996

TABELA 9.5: Área de favelas dos eixos A e B, em 1997*, em unidades

Fonte: IPARDES, 1997.*Estimativas para o interior realizadas pela COHAPAR - Companhia de Habitação doParaná.

Fonte: IPARDES, 1997.

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

soipícinuM )%(

levacsaC 423,2odeloT 103,1ápiraM 621,0anitolaP 824,0

axoRarreT 751,0aríauG 481,0

AoxiElatoT 691,2etseOodazereTatnaS 240,0

luzAuéC 041,0aidnâletaM 680,0arienaideM 263,0

uçaugIodleugiMoãS 162,0upiatIedahnizereTatnaS 101,0

uçaugIodzoF 560,6BoxiElatoT 750,7

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 775,11

soipícinuM )%(

levacsaC 9odeloT 0ápiraM 0anitolaP sosrapsE

axoRarreT 1aríauG 0

AoxiElatoT 10etseOodazereTatnaS 4

luzAuéC 0aidnâletaM 0arienaideM 8

uçaugIodleugiMoãS 6upiatIedahnizereTatnaS 2

uçaugIodzoF 85BoxiElatoT 87

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 88

Page 338: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

338 TABELA 9.6: Frota de veículos, por tipo, nos Municípios dos eixos A e B, em julho de 2001

Fonte: Detran - Coordenadoria de Veículos, informações cedidas por e-mail em 03/08/2001.

soxiEolciCrotoM

atenotoMotoM -atelcic

olcicirTotuA -

levómorciM -subinô

subinÔ euqobeRimeS -

euqobeRatenoimaC oãhnimaC

oãhnimaCrotarT

rotarTsadoR

rotarTarietsE

rotarTotsiM

sortuO latoT

levacsaC 833 299 974.6 4 338.64 361 566 502.1 751.2 088.7 596.4 556.1 2 0 0 943 714.37

odeloT 131 157 909.3 0 135.71 56 421 593 488 060.3 077.1 627 1 0 0 541 294.92

ápiraM 1 01 932 0 541.1 1 6 42 13 642 012 32 0 0 0 3 939.1

anitolaP 8 651 079 0 809.4 7 73 58 221 032.1 347 401 4 0 0 75 134.8

axoRarreT 8 86 656 1 728.1 9 51 64 83 763 433 32 0 0 0 6 893.3

aríauG 91 323 292.2 0 447.5 61 38 271 442 642.1 189 781 0 0 0 64 353.11

AoxiElatoT 761 803.1 660.8 1 551.13 89 562 227 913.1 941.6 830.4 360.1 5 0 0 752 316.45

etseOodazereTatnaS 0 1 09 0 457 2 1 81 02 731 39 41 0 0 0 4 431.1

luzAuéC 8 53 103 1 033.1 5 43 52 542 592 502 932 0 0 0 31 637.2

aidnâletaM 5 08 104 0 838.1 8 81 23 781 383 762 151 0 0 0 3 373.3

arienaideM 21 913 760.1 0 004.6 21 16 351 464 041.1 766 743 0 0 0 33 576.01

uçaugIoDleugiMoãS 4 08 916 0 625.3 01 94 65 661 007 235 541 1 0 0 81 609.5

upiatIedahnizereTatnaS 2 95 042 0 802.2 3 51 15 311 644 272 98 0 0 0 71 515.3

uçaugIodzoF 55 582.1 606.6 7 549.24 644 916 288 131.1 079.5 091.2 987 2 0 0 442 171.36

BoxiElatoT 68 958.1 423.9 8 100.95 684 797 712.1 623.2 170.9 622.4 477.1 3 0 0 233 015.09

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 195 951.4 968.32 31 989.631 747 727.1 441.3 208.5 001.32 959.21 294.4 01 0 0 839 045.812

Page 339: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

339

TABELA 9.7: Consumo total de energia elétrica nos eixos A e B, nos anos de1993 a 2000, em MW/h

Fonte: COPEL, 2001.

Fonte: www.itaipu.gov.br/dfport/royalties.htm.

TABELA 9.8: Recebimento de royalties da Itaipu Binacional nos Municípios doseixos A e B, de 1991 a 2000, em US$1.000

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

lepoCadsodaD

soipícinuMacirtélEaigrenEedomusnoC

3991 4991 5991 6991 7991 8991 9991 0002levacsaC 825.122 571.342 937.072 016.203 001.013 688.523 220.143 282.263

odeloT 240.961 475.471 339.781 165.702 566.222 946.832 223.842 524.952ápiraM 573.01 891.01 967.01 987.11 713.21 880.31 896.31 306.31anitolaP 547.33 851.63 497.83 536.14 880.54 820.75 695.95 635.56

axoRarreT 580.61 288.51 156.61 681.61 414.71 547.81 921.02 358.02aríauG 047.62 647.62 594.92 722.13 579.13 022.33 663.43 132.53

AoxiElatoT 789.552 855.362 246.382 893.803 954.923 037.063 111.673 846.493etseOodazereTatnaS 596.3 191.4 485.4 192.5 661.6 294.6 182.7 555.7

luzAuéC 640.22 108.91 478.81 338.22 473.32 958.42 107.32 777.22aidnâletaM 096.21 267.21 578.31 307.41 703.51 513.61 697.81 026.92arienaideM 461.05 907.25 526.85 315.46 782.16 234.46 586.66 158.86

uçaugIodleugiMoãS 305.32 866.52 770.92 252.13 761.23 616.33 533.33 947.33upiatIedahnizereT.atS 916.11 295.31 156.61 152.81 425.91 950.12 701.22 248.22

uçaugIodzoF 686.952 206.372 287.903 396.133 523.243 330.743 248.843 301.473BoxiElatoT 304.383 523.204 864.154 635.884 051.005 608.315 747.025 794.955

soxiEsodlatoTlevacsaC)+( 819.068 850.909 948.500.1 445.990.1 907.931.1 224.002.1 088.732.1 724.613.1

oxiEonA

1991 2991 3991 4991 5991axoRarreT 8,11 1,71 0,21 01,56 1,56

aríauG 6,183 8,255 6,683 0,001.2 6,101.2AoxiElatoT 4,393 9,965 6,893 1,561.2 7,661.2

arienaideM 7,8 6,21 8,8 8,74 8,74uçaugIodleugiMoãS 4,420.2 0,339.2 0,986 4,931.4 2,111.4upiatIedahnizereTatS 4,313 1,454 5,713 9,427.1 3,627.1

uçaugIodzoF 8,905.1 4,781.2 7,925.1 3,903.8 8,513.8BoxiElatoT 3,658.3 1,785.5 0,545.2 4,122.41 1,102.41

oipícinuMonA

lareGlatoT6991 7991 8991 9991 0002

axoRarreT 9,78 2,901 8,901 2,211 1,311 3,307aríauG 8,738.2 3,525.3 4,445.3 6,226.3 8,256.3 5,507.22

AoxiElatoT 7,529.2 5,436.3 2,456.3 8,437.3 9,567.3 8,804.32arienaideM 5,46 2,08 6,08 4,28 1,38 5,615

uçaugIodleugiMoãS 0,675.7 2,057.7 1,276.8 2,118.6 3,766.6 8,373.15upiatIedahnizereTatS 0,133.2 7,598.2 4,119.2 7,579.2 4,000.3 4,056.81

uçaugIodzoF 8,822.11 2,249.31 8,420.41 3,433.41 5,354.41 6,538.98BoxiElatoT 3,002.12 3,866.42 9,886.52 6,302.42 3,402.42 3,673.061

Page 340: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

340 TABELA 9.9: Depósitos bancários e operações de crédito nos Municípios dos eixos A e B, em 1990, 1995 e 2000, em Cr$1,00 e R$1,00

Fonte: SISBACEN - www.bcb.gov.brNota: Para praças com menos de três agências bancárias, como Sta Tereza do Oeste e Maripá, não estão disponíveis as estatísticas no SISBACEN.

SONA 0991 5991 0002

SOXIE sotisópeD edseõçarepOotidérC sotisópeD edseõçarepO

otidérC sotisópeD edseõçarepOotidérC

levacsaC 500.064.803.41 978.093.259.94 939.935.622.1 731.413.770.3 226.295.471.3 502.078.778.4

odeloT 170.395.123.7 334.832.466.82 012.357.203 265.676.655.5 776.357.579 605.416.224.1

anitolaP 283.732.103.6 548.770.203.92 384.163.532 581.731.604.4 802.466.184 915.696.078

axoRarreT 108.703.482.1 597.436.400.5 803.656.43 085.758.301 147.198.66 198.806.321

aríauG 156.369.052.2 105.446.852.7 289.402.78 862.292.791 069.916.422 499.667.791

AoxiElatoT 509.101.851.71 475.595.922.07 389.579.956 595.369.362.01 685.929.847.1 019.686.416.2

luzAuéC 102.363.049 740.268.515.3 786.568.62 184.621.511 277.348.05 341.683.47

aidnâletaM 998.597.968 924.995.142.2 711.593.64 847.491.48 664.914.66 585.428.36

arienaideM 361.527.321.3 295.444.131.01 756.218.141 713.801.964 713.136.863 030.669.076

uçaugIodleugiMoãS 337.428.604.2 120.170.646.61 670.900.95 732.394.882.1 321.460.471 687.671.173

upiatIedahnizereTatS - - 472.155.12 986.735.38 118.591.48 983.045.981

uçaugIodzoF 746.521.240.51 535.302.321.61 789.492.488 196.833.791.5 521.849.953.2 422.547.399.1

BoxiElatoT 346.438.283.22 426.081.856.84 897.829.971.1 361.997.732.7 416.201.401.3 751.936.363.3

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 355.693.948.35 770.761.048.861 027.444.660.3 598.670.975.02 228.426.720.8 272.691.658.01

Page 341: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

341

TABELA 9.10: Número de tratores nos eixos A e B, em unidades

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE de 1960, 1970, 1980, 1985 e 1996.*Para o Censo Agropecuário de 1960 equivale a tratores de 10 a 30 CV.**Para o Censo Agropecuário de 1960 equivale a tratores de 10 a 30 CV.***Para o Censo Agropecuário de 1960 equivale a tratores de 10 a 30 CV.

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

AoxiEodlatoT

serotarT

odonAosneC VC01étA *VC02a01 **VC05a02 ***VC001a05 VC001edsiam LATOT

0691 8 61 51 21 0 15

0791 731 103 004 0 02 858

0891 95 28 344 1984 629 1046

5891 58 341 026 1995 766 6057

6991 04 58 983 4745 908 7976

BoxiEodlatoT

serotarT

odonAosneC VC01étA *VC02a01 **VC05a02 ***VC001a05 VC001edsiam LATOT

0691 1 5 3 3 0 21

0791 211 341 081 42 954

0891 811 261 193 4743 956 4084

5891 99 521 944 4473 784 4094

6991 68 29 643 7004 616 7415

soxiEsodlatoT

serotarT

odonAosneC VC01étA *VC02a01 **VC05a02 ***VC001a05 VC001edsiam LATOT

0691 9 02 81 31 0 06

0791 812 193 084 0 13 0211

0891 551 802 307 9807 9321 4939

5891 351 522 619 8148 968 18501

6991 601 451 936 7328 0511 68201

Page 342: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

342

TABELA 9.11: Propriedades rurais dos eixos A e B, por grupo de áreas, em unidades

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE de 1960, 1970, 1980, 1985 e 1996.

TABELA 9.12: Consumo de energia elétrica nos eixos A e B, no setor rural, nosanos de 1993 a 2000, em KW/h

Fonte: COPEL, 2001.

AoxiEodlatoT

odonAosneC

sedadeirporP5a0

áH01a5

aH02a01

aH05a02

áHa05aH001

a001aH002

a002aH005

a005aH0001

edamicAaH0001 LATOT

0691 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00791 25701 8848 1104 4511 131 04 21 0 5 395420891 8704 7973 5584 4864 5421 835 903 16 92 695915891 0094 3533 0093 8503 709 773 561 22 4 686616991 9781 9471 1572 8803 8801 944 103 77 02 20411

BoxiEodlatoT

odonAosneC

sedadeirporP5a0

áH01a5

aH02a01

aH05a02

áHa05aH001

a001aH002

a002aH005

a005aH0001

edamicAaH0001 LATOT

0691 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00791 0067 5977 3704 278 601 63 61 2 0 005020891 0915 8664 8145 9524 6101 184 582 86 24 724125891 9606 3003 0303 7781 784 422 901 81 2 918416991 6281 0461 6912 1932 877 834 782 18 02 7569

BeAoxiEodlatoT

odonAosneC

sedadeirporP5a0

áH01a5

aH02a01

aH05a02

áHa05aH001

a001aH002

a002aH005

a005aH0001

edamicAaH0001 LATOT

0691 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00791 32161 89041 5966 8361 581 75 91 2 5 228830891 4887 7137 7298 6067 2881 128 134 59 35 610535891 4749 6045 5106 0124 6611 674 991 03 5 189626991 8233 5303 0144 5974 5951 517 644 311 13 86481

lepoCadsodaD

soipícinuMacirtélEaigrenEedomusnoC

3991 4991 5991 6991 7991 8991 9991 0002

levacsaC 079.21 267.41 887.61 358.71 935.81 553.91 280.12 962.22odeloT 398.81 634.02 491.12 359.22 645.42 944.62 955.72 542.82ápiraM 727.4 548.4 871.5 792.5 492.5 785.5 367.5 658.5anitolaP 108.7 414.8 778.8 667.9 027.01 829.11 905.21 851.41

axoRarreT 107.3 398.3 980.4 630.4 402.4 681.4 417.4 886.4aríauG 558.2 909.2 742.3 145.3 535.3 754.3 479.3 018.3

AoxiElatoT 779.73 794.04 585.24 395.54 992.84 706.15 915.45 757.65etseOodazereTatnaS 810.1 551.1 561.1 032.1 003.1 273.1 105.1 826.1

luzAuéC 600.3 401.3 923.3 994.3 435.3 317.3 409.3 110.4aidnâletaM 804.3 925.3 058.3 370.4 632.4 365.4 398.4 551.5arienaideM 252.7 415.7 922.8 848.8 641.5 170.5 812.5 113.5

uçaugIodleugiMoãS 140.7 795.7 842.8 494.8 939.8 070.9 863.9 546.9upiatIedahnizereTatnaS 238.1 478.1 660.2 742.2 493.2 064.2 555.2 974.2

uçaugIodzoF 222.3 554.3 798.3 119.3 221.4 470.4 014.4 272.4BoxiElatoT 977.62 822.82 487.03 203.23 176.92 323.03 948.13 105.23

soxiEsodlatoTlevacsaC)+( 627.77 784.38 751.09 847.59 905.69 582.101 054.701 725.111

Page 343: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

343 Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, de 1960, 1970, 1980, 1985 e 1996.

TABELA 9.13: Lavouras permanentes e termporárias nos eixos A e B, em ha EIX

OS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

INTR

A-REG

ION

AIS

soipícinuM 0691 0791 0891

etnenamreP airáropmeT latoT etnenamreP airáropmeT latoT etnenamreP airáropmeT latoT

levacsaC 510.8 824.53 344.34 449.1 090.16 430.36 050.1 552.541 503.641

odeloT 349.2 225.91 564.22 755.2 048.46 793.76 616.2 158.321 764.621ápiraM - - -anitolaP - 965 957.93 823.04 044 732.37 776.37

axoRarreT - 877.7 414.22 291.03 407.6 206.93 603.64aríauG 291.3 413.42 605.72 913 873.81 796.81 682 369.03 942.13

AoxiElatoT 531.6 638.34 179.94 322.11 193.541 416.651 640.01 356.762 996.772

etseOodazereTatnaS - - -luzAuéC - 089.1 686.81 666.02 740.2 631.83 381.04aidnâletaM - 955.4 926.81 881.32 890.5 259.82 050.43arienaideM - 842 010.62 852.62 285 142.25 328.25

uçaugIodleugiMoãS - 294 574.32 769.32 025 869.17 884.27upiatIedahnizereTatnaS - - -

uçaugIodzoF 991.5 673.9 575.41 047 531.31 578.31 722 641.82 373.82

BoxiElatoT 991.5 673.9 575.41 910.8 539.99 459.701 474.8 344.912 719.722

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 943.91 046.88 989.701 681.12 614.603 206.723 075.91 153.236 129.156

Page 344: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

344 Continuação da TABELA 9.13

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, de 1960, 1970, 1980, 1985 e 1996.

soipícinuM5891 6991

etnenamreP airáropmeT latoT etnenamreP airáropmeT latoT

levacsaC 440.1 074.311 415.411 416.1 140.78 556.88

odeloT 685 537.811 123.911 854 572.37 337.37ápiraM - 26 120.22 380.22anitolaP 296 033.07 220.17 672 644.44 227.44

axoRarreT 500.3 896.24 307.54 999.4 717.23 617.73aríauG 792 897.72 590.82 651 706.42 367.42

AoxiElatoT 085.4 165.952 141.462 159.5 660.791 710.302

etseOodazereTatnaS - 79 090.61 781.61luzAuéC 993 579.61 473.71 561 283.41 745.41aidnâletaM 880.1 545.03 336.13 561 283.41 745.41arienaideM 332 155.62 487.62 152 446.22 598.22

uçaugIodleugiMoãS 892 782.45 585.45 975 987.83 863.93upiatIedahnizereTatnaS 62 968.41 598.41 38 097.41 378.41

uçaugIodzoF 87 875.9 656.9 413 016.6 429.6

BoxiElatoT 221.2 508.251 729.451 456.1 786.721 143.921

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 647.7 638.525 285.335 912.9 497.114 310.124

Page 345: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

345

TABELA 9.14: Produção de milho nos eixos A e B, entre 1960 e 1996, em toneladas

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE de 1960, 1970, 1985 e 1996.

EIX

OS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

INTR

A-REG

ION

AIS

soipícinuM

soiráuceporgAsosneC

0691 0791 0891 5891 6991

.noT aH .noT aH .noT aH .noT aH .noT aH

levacsaC 447.73 734.81 225.96 371.53 390.47 157.72 176.16 827.42 935.211 844.62

odeloT 721.22 014.01 604.001 962.74 017.45 902.91 306.56 262.52 423.87 790.81ápiraM - - - - - - - - 262.34 101.9anitolaP - - 344.05 238.12 050.22 060.6 386.43 192.9 051.121 557.92

axoRarreT - - 938.81 230.21 766.31 354.6 818.82 859.11 131.96 159.61aríauG 389.21 009.6 922.11 383.6 535.7 727.2 528.12 379.8 486.15 789.21

AoxiElatoT 011.53 013.71 719.081 615.78 269.79 944.43 929.051 484.55 155.363 198.68

etseOodazereTatnaS - - - - - - - - 469.41 993.21luzAuéC - - 543.13 336.31 666.23 153.21 081.51 138.5 684.51 875.3aidnâletaM - - 039.52 883.41 149.33 940.41 711.13 616.21 972.51 632.4arienaideM - - 959.43 000.02 076.14 019.31 346.63 829.41 016.53 582.01

uçaugIodleugiMoãS - - 540.52 230.41 336.73 794.31 559.96 627.62 128.19 357.52upiatIedahnizereTatnaS - - - - - - 319.11 336.4 137.61 700.5

uçaugIodzoF 551.01 990.5 501.31 448.6 301.11 886.4 824.01 440.4 926.4 852.1

BoxiElatoT 551.01 990.5 483.031 798.86 310.751 594.85 632.571 877.86 025.491 615.26

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 900.38 648.04 328.083 685.191 860.923 596.021 638.783 099.841 016.076 558.571

Page 346: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

346 TABELA 9.15: Produção de soja nos Municípios dos eixos A e B, nos anos dos Censos Agropecuários do IBGE, em toneladas

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE de 1960, 1970, 1985 e 1996.

soipícinuM

soiráuceporgAsosneC

0691 0791 0891 5891 6991

.noT aH .noT aH .noT aH .noT aH .noT aH

levacsaC 1 CN 881.5 056.4 339.522 849.99 354.751 718.67 211.281 328.46

odeloT 946.1 CN 339.61 729.81 257.612 698.19 276.861 906.68 151.481 840.85ápiraM - - - - - - - - 622.24 602.61anitolaP - - 724.71 904.41 425.761 483.46 816.221 776.85 707.501 139.34

axoRarreT - - 853.8 526.8 657.95 492.92 527.45 715.72 276.65 478.42aríauG 893 CN 184.3 884.3 595.74 347.22 516.33 749.71 185.05 175.02

AoxiElatoT 740.2 - 991.64 944.54 726.194 713.802 036.973 057.091 733.934 036.361

etseOodazereTatnaS - - - - - - - - 405.23 123.11luzAuéC - - 233.2 721.2 108.54 496.02 712.81 475.9 334.82 489.9aidnâletaM - - 965.3 729.4 431.12 729.9 916.61 303.9 832.71 191.6arienaideM - - 931.11 702.11 248.47 279.23 763.03 081.71 761.14 751.51

uçaugIodleugiMoãS - - 549.7 047.7 932.811 018.15 900.37 090.93 151.17 991.62upiatIedahnizereTatnaS - - - - - - 434.12 197.01 038.32 718.01

uçaugIodzoF 5 CN 889.1 868.1 476.54 888.81 838.11 067.5 278.9 142.2

BoxiElatoT 5 - 379.62 968.72 096.503 192.431 484.171 896.19 591.422 019.18

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 350.2 - 063.87 869.77 052.320.1 655.244 765.807 562.953 446.548 363.013

Page 347: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

347

TABELA 9.16: Produção de trigo nos Municípios dos eixos A e B, nos anos dos Censos Agropecuários do IBGE, em toneladas

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE de 1960, 1970, 1985 e 1996.

EIX

OS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

INTR

A-REG

ION

AIS

soipícinuM

soiráuceporgAsosneC

0691 0791 0891 5891 6991

.noT aH .noT aH .noT aH .noT aH .noT aH

levacsaC 045 886 300.4 553.4 575.43 748.74 565.25 272.93 187.31 678.7

odeloT 729 533.1 534.4 954.5 180.46 949.96 979.811 468.76 183.02 147.21ápiraM 019.4 136.2anitolaP 249.3 604.5 927.67 356.26 346.041 889.65 365.2 833.1

axoRarreT 497 402.1 102.72 322.62 537.34 331.12 597.1 930.1aríauG 551.6 579.7 797.1 138.2 738.62 536.12 383.52 083.21 341.2 851.1

AoxiElatoT 280.7 013.9 869.01 009.41 848.491 064.081 047.823 563.851 297.13 709.81

etseOodazereTatnaS 416.01 943.6luzAuéC 047 309 124.51 455.41 375.11 991.7 359.1 143.1aidnâletaM 094 359 694.5 230.5 269.8 070.5 278 414arienaideM 316 730.1 191.12 945.91 733.31 413.7 546.1 459

uçaugIodleugiMoãS 904 376 612.61 708.71 926.03 450.61 477.1 279upiatIedahnizereTatnaS 680.71 676.7 954.2 392.1

uçaugIodzoF 282 162 032 082 042.6 016.5 455.4 150.2 720.3 365.1

BoxiElatoT 282 162 284.2 648.3 465.46 255.26 141.68 463.54 443.22 688.21

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 409.7 952.01 354.71 101.32 789.392 958.092 644.764 100.342 719.76 966.93

Page 348: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

348 TABELA 9.17: Área de pastagens nos munípios pertencentes aos eixos A e B, em ha

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, de 1960, 1970, 1980, 1985 e 1996.

soipícinuM 0691 0791 0891

larutaN adatnalP latoT larutaN adatnalP latoT larutaN adatnalP latoT

levacsaC 071.3 333.01 305.31 914.2 331.92 255.13 025.6 260.93 285.54

odeloT 430.1 725.5 165.6 899.1 777.51 577.71 995 445.22 341.32ápiraM - - -anitolaP - 574 995.31 470.41 777 957.7 635.8

axoRarreT - 831 385.71 127.71 596.1 865.22 362.42aríauG 175 527.5 692.6 436 767.7 104.8 06 605.7 665.7

AoxiElatoT 506.1 252.11 758.21 542.3 627.45 179.75 131.3 773.06 805.36

etseOodazereTatnaS - - -luzAuéC - 390.2 974.6 275.8 305 410.61 715.61aidnâletaM - 157 629.6 776.7 504.3 075.12 579.42arienaideM - 325 754.11 089.11 598 592.51 091.61

uçaugIodleugiMoãS - 941 589.21 431.31 853.1 876.31 630.51upiatIedahnizereTatnaS - - -

uçaugIodzoF 846 078.7 815.8 671 801.51 482.51 401.1 361.8 762.9

BoxiElatoT 846 078.7 815.8 296.3 559.25 746.65 562.7 027.47 589.18

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 324.5 554.92 878.43 653.9 418.631 071.641 619.61 951.471 570.191

Page 349: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

349

Continuação da TABELA 9.17

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, de 1960, 1970, 1980, 1985 e 1996.

EIX

OS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

INTR

A-REG

ION

AIS

soipícinuM5891 6991

larutaN adatnalP latoT larutaN adatnalP latoT

levacsaC 122.9 605.04 727.94 278.1 584.44 753.64

odeloT 390.2 580.82 871.03 899 661.21 461.31ápiraM - 43 610.3 050.3anitolaP 441 535.11 976.11 326 439.7 755.8

axoRarreT 953 775.72 639.72 551 577.43 039.43aríauG 806 729.7 535.8 14 960.21 011.21

AoxiElatoT 402.3 421.57 823.87 158.1 069.96 118.17

etseOodazereTatnaS - 395.2 035.01 321.31luzAuéC 002 758.9 750.01 613 257.11 860.21aidnâletaM 364.3 067.63 322.04 048 951.61 999.61arienaideM 537 744.21 281.31 432 126.51 558.51

uçaugIodleugiMoãS 255 226.51 471.61 814.1 495.41 210.61upiatIedahnizereTatnaS 541 838.5 389.5 69 955.5 556.5

uçaugIodzoF 481 034.5 416.5 002.3 215.3 217.6

BoxiElatoT 972.5 459.58 332.19 796.8 727.77 424.68

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 407.71 485.102 882.912 024.21 271.291 295.402

Page 350: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

350

TABELA 9.18: Rebanho bovino dos eixos A e B, entre 1960 e 1996, em cabeças

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE de 1960, 1970, 1980, 1985 e 1996.

TABELA 9.19: Rebanho bovino dos eixos A e B, entre 1960 e 1996, por hectare deárea de pastagens, em cabeças

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE de 1960, 1970, 1980, 1985 e 1996.

soipícinuMsoiráuceporgAsosneC

0691 0791 0891 5891 6991

levacsaC 18121 30973 42547 45429 77268

odeloT 77071 37724 72565 64147 00935ápiraM 60641anitolaP 76933 35003 17604 75392

axoRarreT 91682 91094 50475 97176aríauG 6566 98731 89881 15222 36462

AoxiElatoT 33732 841911 794451 374491 505191

etseOodazereTatnaS 08381luzAuéC 25021 70643 89212 22842aidnâletaM 02031 48794 45757 77153arienaideM 19703 60654 29073 89824

uçaugIodleugiMoãS 13682 56214 76215 69324upiatIedahnizereTatnaS 04281 45641

uçaugIodzoF 70241 47942 02232 27251 04421

BoxiElatoT 70241 864901 284491 329812 767091

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 12105 915662 305324 058505 945864

soipícinuMsoiráuceporgAsosneC

0691 0791 0891 5891 6991

levacsaC 09,0 02,1 36,1 68,1 68,1

odeloT 06,2 14,2 44,2 64,2 90,4ápiraM 97,4anitolaP 14,2 25,3 84,3 34,3

axoRarreT 16,1 20,2 50,2 29,1aríauG 60,1 46,1 05,2 16,2 91,2

AoxiElatoT 58,1 60,2 34,2 84,2 76,2

etseOodazereTatnaS 04,1luzAuéC 14,1 01,2 21,2 60,2aidnâletaM 07,1 99,1 88,1 70,2arienaideM 75,2 28,2 18,2 17,2

uçaugIodleugiMoãS 81,2 47,2 71,3 56,2upiatIedahnizereTatnaS 50,3 95,2

uçaugIodzoF 76,1 36,1 15,2 27,2 58,1

BoxiElatoT 76,1 39,1 73,2 04,2 12,2

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 44,1 28,1 22,2 39,1 92,2

Page 351: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

351

TABELA 9.20: Rebanho suíno dos Municípios dos eixos A e B, entre 1960 e 1996,em cabeças

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE de 1960, 1980, 1985 e 1996.

TABELA 9.21: Rebanho de frangos dos Municípios dos eixos A e B, entre 1960 e1996, em cabeças

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE de 1960, 1980, 1985 e 1996.

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

soipícinuMsoiráuceporgAsosneC

0691 0791 0891 5891 6991

levacsaC 11029 76687 25029 25585 55784

odeloT 0196 555412 041181 961902 674332ápiraM 47351anitolaP 779541 92496 00395 25184

axoRarreT 65253 00871 42261 3467aríauG 22464 58452 50051 86821 3645

AoxiElatoT 233.35 372.124 473.382 165.792 801.013

etseOodazereTatnaS 6494luzAuéC 83413 68354 82972 87843aidnâletaM 70993 57364 40633 62932arienaideM 25739 024111 38215 51527

uçaugIodleugiMoãS 28045 66446 08044 37734upiatIedahnizereTatnaS 9294 2663

uçaugIodzoF 35692 44642 23841 1798 6192

BoxiElatoT 356.92 328.342 974.282 597.071 616.681

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 699.471 367.347 509.756 809.625 974.545

soipícinuMsoiráuceporgAsosneC

0691 0791 0891 5891 6991

levacsaC 285092 784313 631627 5117031 0002463

odeloT 608881 733534 038162 2170174 0002705ápiraM 00842anitolaP 795403 369178 948378 000585

axoRarreT 726171 67259 31237 00043aríauG 454881 578911 45964 04893 00064

AoxiElatoT 062773 6341301 3206721 4167965 0081675

etseOodazereTatnaS 000133luzAuéC 179101 612502 53548 000756aidnâletaM 159931 556592 089764 0000994arienaideM 270532 2735401 429147 0002501

uçaugIodleugiMoãS 080261 960037 661708 000808upiatIedahnizereTatnaS 17419 000692

uçaugIodzoF 361101 509711 786632 46794 00001

BoxiElatoT 361.101 979.657 9992152 0482422 0004418

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 500967 2091012 8515154 9657429 00874571

Page 352: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

352

TABELA 9.22: Participação dos Municípios dos eixos A e B no PIB agropecuáriodo Estado do Paraná, de 1990 a 1998, em %

Fonte: Participação dos Municípios Paranaenses na Economia do Estado: 1990-1993 -IPARDES, 1996. http://www.paranacidade.org.br e http://www.ipardes.gov.br - BPUB-Base Pública do Estado, para 1994 a 1998.

Fonte: http://www.paranacidade.org.br.

TABELA 9.23: Número de estabelecimentos comerciais, nos eixos A e B, emunidades, em 1999

soipícinuM 0991 1991 2991 3991 4991 5991 6991 7991 8991

levacsaC 82,1 02,1 93,1 95,1 45,1 57,1 61,2 46,1 47,1odeloT 77,1 78,2 70,3 41,2 03,2 96,2 45,3 59,2 04,3ápiraM 14,0 24,0 04,0 94,0 83,0 54,0anitolaP 29,0 47,0 08,0 27,0 07,0 76,0 88,0 56,0 89,0

axoRarreT 45,0 84,0 93,0 54,0 74,0 04,0 94,0 83,0 15,0aríauG 83,0 13,0 72,0 92,0 13,0 03,0 14,0 33,0 33,0

AoxiElatoT 16,3 04,4 35,4 10,4 02,4 54,4 28,5 96,4 66,5etseOodazereTatnaS 31,0 71,0 71,0 12,0 32,0 81,0 52,0 91,0 22,0

luzAuéC 72,0 02,0 82,0 43,0 53,0 93,0 84,0 83,0 34,0aidnâletaM 44,0 44,0 53,0 63,0 53,0 53,0 23,0 52,0 13,0arienaideM 54,0 26,0 25,0 45,0 35,0 45,0 35,0 14,0 55,0

uçaugIodleugiMoãS 96,0 67,0 77,0 85,0 36,0 45,0 88,0 96,0 37,0upiatIedahnizereTatnaS 91,0 22,0 91,0 81,0 61,0 22,0 12,0 51,0 12,0

uçaugIodzoF 21,0 31,0 41,0 31,0 31,0 70,0 01,0 60,0 01,0BoxiElatoT 92,2 45,2 24,2 43,2 83,2 82,2 67,2 41,2 55,2

soxiEsodlatoTlevacsaC)+( 81,7 41,8 43,8 49,7 31,8 94,8 37,01 84,8 69,9

edadicanaraPsodaD

soipícinuM)9991(rotesropsotnemicelebatseedoremúN

airtsúdnI ojeraV.moC odacatA.moC soçivreS LATOT

levacsaC 717 511.3 713 985 837.4odeloT 91 08 7 03 631ápiraM 18 782 02 501 394anitolaP 443 711.1 44 034 539.1

axoRarreT 98 303 23 76 194aríauG 94 871 01 23 962

AoxiElatoT 285 569.1 311 466 423.3etseOodazereTatnaS 83 111 5 53 981

luzAuéC 322 824.2 604 835 595.3aidnâletaM 94 921 7 15 632arienaideM 731 184 42 531 777

uçaugIodleugiMoãS 49 342 01 44 193upiatIedahnizereTatnaS 13 95 3 21 501

uçaugIodzoF 24 051 8 23 232BoxiElatoT 416 106.3 364 748 525.5

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 083.1 697.11 012.1 986.2 523.81

Page 353: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

353

TABELA 9.24: Consumo de energia elétrica nos eixos A e B, no setor industrial,nos anos de 1993 a 2000, em MW/h

Fonte: COPEL, 2001.

Fonte: COPEL, 2001.*Consumo total de energia elétrica, exceto consumo dos setores rural e industrial.

TABELA 9.25: Consumo de energia elétrica nos eixos A e B, em outros setores*,nos anos de 1993 a 2000, em MW/h

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

lepoCadsodaD

soipícinuMacirtélEaigrenEedomusnoC

3991 4991 5991 6991 7991 8991 9991 0002

levacsaC 116.14 474.25 584.96 684.96 733.66 973.56 996.96 734.57odeloT 000.88 393.98 792.69 511.801 552.711 367.621 285.231 313.041ápiraM 987 176 976 563.1 798.1 930.2 193.2 195.2anitolaP 528.3 872.5 929.5 905.6 888.7 437.71 187.81 585.22

axoRarreT 295.2 238.2 539.2 111.2 097.2 358.3 432.4 011.5aríauG 834.3 404.2 138.2 831.3 960.3 052.3 214.3 285.3

AoxiElatoT 446.89 875.001 176.801 832.121 998.231 936.351 004.161 181.471etseOodazereTatnaS 534 154 053 564 775 766 911.1 390.1

luzAuéC 580.31 455.01 219.8 931.21 863.21 451.31 538.11 759.01aidnâletaM 108.1 107.1 266.1 397.1 301.2 423.2 010.4 201.31arienaideM 200.51 752.61 931.81 036.02 375.12 716.32 175.52 636.62

uçaugIodleugiMoãS 494.3 386.4 495.5 362.6 097.5 674.5 795.4 728.4upiatIedahnizereTatnaS 145 068.1 061.3 193.3 255.3 901.4 705.4 214.4

uçaugIodzoF 286.01 254.01 384.11 577.21 056.21 591.11 552.01 864.01BoxiElatoT 040.54 859.54 003.94 654.75 316.85 245.06 498.16 594.17

soxiEsodlatoTlevacsaC)+( 592.581 010.991 654.722 081.842 948.752 065.972 399.292 311.123

lepoCadsodaD

soipícinuMacirtélEaigrenEedomusnoC

3991 4991 5991 6991 7991 8991 9991 0002

levacsaC 749.661 939.571 664.481 172.512 422.522 251.142 142.052 675.462odeloT 941.26 547.46 244.07 394.67 468.08 734.58 181.88 768.09ápiraM 958.4 286.4 219.4 721.5 621.5 264.5 445.5 651.5anitolaP 911.22 664.22 889.32 063.52 084.62 663.72 603.82 397.82

axoRarreT 297.9 751.9 726.9 930.01 024.01 607.01 181.11 550.11aríauG 744.02 334.12 714.32 845.42 173.52 315.62 089.62 938.72

AoxiElatoT 663.911 384.221 683.231 765.141 162.841 484.551 291.061 017.361etseOodazereTatnaS 242.2 585.2 960.3 695.3 982.4 354.4 166.4 438.4

luzAuéC 559.5 341.6 336.6 591.7 274.7 299.7 269.7 908.7aidnâletaM 184.7 235.7 363.8 738.8 869.8 824.9 398.9 363.11arienaideM 019.72 839.82 752.23 530.53 865.43 447.53 698.53 409.63

uçaugIodleugiMoãS 869.21 883.31 532.51 594.61 834.71 070.91 073.91 772.91upiatIedahnizereTatnaS 642.9 858.9 524.11 316.21 875.31 094.41 540.51 159.51

uçaugIodzoF 287.542 596.952 204.492 700.513 355.523 467.133 771.433 363.953BoxiElatoT 485.113 931.823 483.173 877.893 668.114 149.224 400.724 105.554

soxiEsodlatoTlevacsaC)+( 798.795 165.626 632.886 616.557 153.587 775.918 734.738 787.388

Page 354: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

354

TABELA 9.26: Participação dos Municípios dos eixos A e B no PIB industrialdo Estado do Paraná, de 1990 a 1998, em %

Fonte: Participação dos Municípios Paranaenses na Economia do Estado: 1990-1993 -IPARDES, 1996. http://www.ipardes.gov.br - BPUB - Base Pública do Estado,para os anos de 1994 a 1998.

Fonte: Participação dos Municípios Paranaenses na Economia do Estado: 1990-1993 -IPARDES, 1996. http://www.ipardes.gov.br - BPUB - Base Pública do Estado,para os anos de 1994 a 1998.

TABELA 9.27: Participação dos Municípios dos eixos A e B no PIB de serviçosdo Estado do Paraná, de 1990 a 1998, em %

soipícinuM 0991 1991 2991 3991 4991 5991 6991 7991 8991

levacsaC 39,0 97,0 14,1 45,1 10,2 46,1 27,1 76,1 95,1odeloT 14,1 46,1 45,1 69,0 55,1 82,1 41,1 54,1 24,1ápiraM 10,0 40,0 50,0 50,0 60,0 60,0anitolaP 40,0 30,0 30,0 01,0 02,0 22,0 32,0 02,0 52,0

axoRarreT 40,0 20,0 30,0 40,0 90,0 80,0 80,0 80,0 80,0aríauG 70,0 80,0 60,0 50,0 11,0 11,0 31,0 31,0 21,0

AoxiElatoT 65,1 77,1 66,1 61,1 89,1 57,1 36,1 39,1 39,1etseOodazereTatnaS 10,0 10,0 - - 20,0 20,0 30,0 40,0 40,0

luzAuéC 41,0 22,0 22,0 51,0 31,0 21,0 21,0 71,0 21,0aidnâletaM 30,0 30,0 30,0 20,0 60,0 60,0 60,0 70,0 70,0arienaideM 03,0 71,0 51,0 31,0 92,0 53,0 43,0 43,0 33,0

uçaugIodleugiMoãS 40,0 30,0 40,0 60,0 11,0 21,0 81,0 71,0 51,0upiatIedahnizereTatnaS 10,0 10,0 10,0 10,0 70,0 90,0 01,0 01,0 01,0

uçaugIodzoF 13,3 44,4 96,4 34,01 08,0 48,0 88,0 79,0 19,0BoxiElatoT 48,3 19,4 41,5 08,01 84,1 16,1 17,1 88,1 27,1

soxiEsodlatoTlevacsaC)+( 33,6 74,7 12,8 05,31 84,5 00,5 60,5 74,5 42,5

soipícinuM 0991 1991 2991 3991 4991 5991 6991 7991 8991

levacsaC 60,3 68,2 01,3 94,3 86,2 35,2 35,2 84,2 13,2odeloT 43,1 54,1 45,1 91,1 04,1 61,1 42,1 03,1 90,0ápiraM 61,0 11,0 90,0 11,0 11,0 01,0anitolaP 86,0 95,0 27,0 86,0 93,0 73,0 63,0 73,0 53,0

axoRarreT 32,0 91,0 02,0 52,0 22,0 41,0 71,0 71,0 41,0aríauG 13,0 92,0 03,0 03,0 32,0 42,0 62,0 62,0 52,0

AoxiElatoT 65,2 25,2 67,2 85,2 53,2 10,2 31,2 12,2 29,1etseOodazereTatnaS 30,0 30,0 30,0 40,0 60,0 50,0 60,0 80,0 01,0

luzAuéC 31,0 31,0 61,0 12,0 51,0 41,0 41,0 61,0 41,0aidnâletaM 41,0 41,0 21,0 11,0 51,0 31,0 31,0 41,0 31,0arienaideM 34,0 64,0 34,0 64,0 14,0 04,0 04,0 93,0 53,0

uçaugIodleugiMoãS 22,0 52,0 13,0 82,0 52,0 32,0 82,0 43,0 06,0upiatIedahnizereTatnaS 90,0 80,0 01,0 90,0 41,0 51,0 61,0 71,0 21,0

uçaugIodzoF 14,2 64,2 44,2 66,2 61,2 32,2 34,2 91,2 70,2BoxiElatoT 54,3 55,3 95,3 58,3 13,3 23,3 16,3 84,3 35,3

soxiEsodlatoTlevacsaC)+( 70,9 39,8 54,9 29,9 43,8 78,7 82,8 71,8 67,7

Page 355: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

355

TABELA 9.28: Pessoas ocupadas nos Municípios dos eixos A e B, em 1996

Fonte: www.ibge.gov.br

TABELA 9.29: Nº de hospitais, agências bancárias e estabelecimentos de ensinomédio nos Municípios dos eixos A e B, em 2000, em unidades

Fonte: www.ibge.gov.br

EIXOS DE DESENVOLVIMENTO INTRA-REGIONAIS

soipícinuM sadapucOsaossePedoremúN

levacsaC 612.15odeloT 615.71ápiraM 828anitolaP 327.3

axoRarreT 592.1aríauG 605.3

AoxiElatoT 868.62etseOodazereTatnaS 934

luzAuéC 503.1aidnâletaM 774.1arienaideM 678.6

uçaugIodleugiMoãS 814.2upiatIedahnizereTatnaS 325.1

uçaugIodzoF 698.04BoxiElatoT 439.45

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 810.331

soipícinuM siatipsoH sairácnaB.gA edsotnemicelebatsEoidéMonisnE

levacsaC 7 52 53odeloT 2 01 71ápiraM 1 1 2anitolaP 2 6 6

axoRarreT 3 3 3aríauG 3 4 5

AoxiElatoT 11 42 33etseOodazereTatnaS 0 1 1

luzAuéC 1 3 1aidnâletaM 2 3 1arienaideM 3 5 5

uçaugIodleugiMoãS 2 4 3upiatIedahnizereTatnaS 2 3 2

uçaugIodzoF 4 22 32BoxiElatoT 41 14 63

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 23 09 401

Page 356: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

356

TABELA 9.30: Crescimento do PIB total nos Municípios dos eixos A e B e emCascavel, entre 1970 e 1996, em%

Fonte: Tabela 9.3.* Os Municípios de Maripá, Santa Tereza do Oeste e Santa Terezinha de Itaipu nãoexistiam em 1970.

Fonte: Tabelas 9.2 e 9.3.* Os Municípios de Maripá, Santa Tereza do Oeste e Santa Terezinha de Itaipu nãoexistiam em 1970.

TABELA 9.31: PIB per capita nos Municípios dos eixos A e B em Cascavel, em 1970e 1996, em US$ de 1998 e taxa de crescimento entre 1970 e 1996, em %

soipícinuM %meotnemicserCedaxaT

levacsaC 15,824odeloT 26,803ápiraM E/NanitolaP 78,021

axoRarreT 97,75aríauG 14,78

AoxiElatoT 03,502etseOodazereTatnaS E/N

luzAuéC 46,17aidnâletaM 78,58arienaideM 36,361

uçaugIodleugiMoãS 66,602upiatIedahnizereTatnaS E/N

uçaugIodzoF 16,238BoxiElatoT 85,424

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 82,833

soipícinuMatipaCrepBIP

%meotnemicserC0791 6991

levacsaC 19,822.2 64,228.4 63,611odeloT 48,201.2 13,645.6 13,112

*ápiraM E/N 01,611.6anitolaP 64,396.1 50,984.6 81,382

axoRarreT 39,954.1 92,634.4 78,302aríauG 50,544.1 25,040.3 14,011

AoxiElatoT 46,367.1 46,696.5 00,322*etseOodazereTatnaS E/N 56,886.2

luzAuéC 40,335.1 71,258.5 47,182aidnâletaM 29,762.1 88,581.4 41,032arienaideM 03,232.2 77,465.4 74,401

uçaugIodleugiMoãS 25,373.1 52,585.4 38,332*upiatIedahnizereTatnaS E/N 55,787.2

uçaugIodzoF 26,389.2 53,080.4 67,63BoxiElatoT 81,179.1 08,321.4 02,901

levacsaC)+(soxiEsodlatoT 85,739.1 92,296.4 71,241

Page 357: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

357

10Meio Ambiente:

Questões Para a Discussão

Mariângela Alice Pieruccini

10.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo procura, em suas breves considerações, apresentaralguns dos atributos necessários para a elaboração e viabilização de iniciativasgeo-ambientais integradas na Região Oeste do Paraná. São inúmeras asfontes para a coleta de informações ambientais no Estado do Paraná. Nestesentido, órgãos como o IAP, EMATER, SUDERSHA, MINEROPAR,SANEPAR, SEMA, IBGE, IPARDES, constituem-se em referênciasobrigatórias para a busca e sistematização destas informações.

A presente análise pauta-se em informações obtidas junto aos órgãosacima mencionados, por meio de entrevistas e documentos já elaborados nestasinstituições. Uma das dimensões necessárias para as discussões sobre o meioambiente, na Região Oeste do Paraná, poderá ser construída com a coleta esistematização das informações disponibilizadas em um Atlas Geo-ambientalda Região. Este é um dos desafios que os pesquisadores da UNIOESTEdevem responder, através de parcerias entre a Pesquisa em Economia,

Page 358: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

358

Colegiados de Cursos que atuam diretamente com as questões ambientais eLaboratório de Geoprocessamento. A síntese destas informações poderátornar-se contribuição significativa, principalmente, para as iniciativas deeducação ambiental desenvolvidas no Ensino Fundamental e Médio.

A princípio, considerando a dimensão geoambiental na Região Oestedo Paraná, são poucas as vulnerabilidades climáticas, embora grande partedos solos tenha sofrido alterações por conta do intensivo processo demecanização ocorrido a partir de 1970. De forma geral, os recursos hídricossão abundantes. A água, nesta Região, não pode ser considerada fator limitativotanto à condição humana, quanto às atividades agropecuária e industrial.

Entretanto, mesmo considerando as iniciativas dos municípios, aindasão necessários avanços para a elaboração de uma política integrada derecursos hídricos a nível regional. A flora e a fauna vêm sofrendo a açãopredatória do homem em busca de sua sobrevivência. O ecossistema regional,com pouca proteção, ameaça a sobrevivência de muitas espécies vegetais eanimais e cria riscos à ocupação humana.

A flora regional, rica e diversificada na floresta EstacionalSemidecidual, também, sofreu pressão antrópica nos últimos 50 anos. Nointerior, predominam as pastagens, com vegetação de pequeno porte. Nestecontexto, é o Parque Nacional do Iguaçu, o último grande remanescente destetipo de floresta no Sul do Brasil. Com, aproximadamente, 175.000 ha, significaum dos mais importantes patrimônios desta Região.

No que se refere aos recursos naturais, cabe acrescentar que estevem permitindo a utilização intensiva das atividades econômicas na Região.Quanto à captação e armazenamento das águas, caracteriza-se o problemada contaminação da água por dejetos. Ainda são verificadas construçõesinadequadas de fossas, lançamento de esgoto não tratado em rios e riachos.Neste sentido, interessa conhecer o número de doenças de veiculação hídricarecorrentes na Região, tais como: Cólera, diarréia e gastrointerites, outrasdoenças intestinais, Leptospirose, Hepatites e Esquistossomose, entre outras.Quanto aos serviços de saneamento, o Estado do Paraná possuía, no ano de2000, 44,1% de domicílios atendidos pelos serviços básicos, frente aos dadosdo Brasil, com 61,8% dos domicílios servidos por água tratada, esgoto e coletade lixo.

Entre 1989 e 1991 o país investia, aproximadamente, 0,28% do PIB

Page 359: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

359

(Produto Interno Bruto) em saneamento, a rede de água cresceu 5,9% aoano e a de esgoto 4,8% ao ano. Na década de 1990 os investimentosdespencaram para 0,13% do PIB. Uma das conseqüências disso é o aumentode 21% nas mortes de crianças até 4 anos, registrado entre 1997 e 1998.Portanto são as famílias mais pobres as que mais sofrem com a falta desaneamento.

Outro aspecto importante na questão ambiental, principalmente urbana,é a coleta e tratamento do lixo. Como categorias de materiais existentes têm-se: plástico, metais, restos de alimentos e papéis. Deve-se atentar para onecessário levantamento dos diferentes destinos do lixo (aterro sanitário,incineração e lixão), possibilidades de reciclagem (vidro, papel e metal) eprodução de compostos para adubagem e gás natural (a partir de restos dealimentos e de papel).

Além do lixo, esgoto e queimadas, outras formas de poluição podemser verificadas na Região. Os agrotóxicos: pesticidas, herbicidas e fungicidas(mistura ao solo e à água incorporadas aos vegetais). No que respeita aosrecursos ambientais, ao meio ambiente e à ordenação do espaço regional,podem ser apontadas algumas questões nesta breve prospectiva.

10.2 RESULTADOS DE UMA PRÉVIA PROSPECTIVA

a) Com padrões de clima inalterados, na Região Oeste do Paraná é possívelo contínuo aumento da produção agroalimentar. Entretanto, haverá anecessidade de fomentar ações voltadas à agroecologia regional.

b) A crescente urbanização e o aumento da demanda por água decorrentesdas atividades industriais, ainda, num cenário de médio prazo,possivelmente, poderão ser atendidas pelas potencialidades dos recursoshídricos regionais. Atenta-se para a satisfação desta demanda, a ênfaseem programas específicos de controle da poluição ambiental.

c) Os demais recursos naturais, em especial a flora regional, podem sofrer,ainda, os efeitos combinados da degradação do solo e da antropização,mesmo que atenuados pela parcial introdução de tecnologias eco-sensíveis,

MEIO AMBIENTE: QUESTÕES PARA A DISCUSSÃO

Page 360: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

360

nas atividades produtivas e por medidas de caráter mais abrangente decontrole ambiental.

Diante deste quadro, a dimensão geo-ambiental contempla a utilização

racional e a conservação dos recursos naturais, aliadas à proteção do meio

ambiente, patrimônio insubstituível da comunidade regional.

Considera-se um atributo necessário, neste sentido, o zoneamento

ecológico-econômico da Região, orientando para a reorganização do meio

rural e a modernização de uma agropecuária agroecológica; para o processo

de urbanização em sentido amplo – nele, incluídas as atividades produtivas

das cidades; e para a infra estrutura econômica e social. Estes são fatores

capazes de contribuir e impulsionar, em caráter permanente, o desenvolvimento

regional.

Ressaltam-se, neste contexto, os recursos hídricos. Buscar sua

preservação, a ampliação da oferta e a otimização de seus múltiplos usos.

Para esta questão, o planejamento pode voltar-se às bacias hidrográficas

microrregionais. Também podem ser contemplados os aspectos voltados à

conservação de solos, ampliação da biodiversidade e controle ambiental. As

características desta otimização e planejamento são apresentados na

sequência:

a) otimização dos recursos hídricos: isto preconiza o gerenciamento integrado

das águas. Fator condicionante para a vida, sua disponibilidade é,grandemente, afetada pelo desperdício e pela má utilização. Apesar de

sua abundância, na Região Oeste, à exceção da Itaipu Binacional, ainda

são incipientes as iniciativas para uma adequada institucionalização do

gerenciamento das águas, tanto de superfície como subterrâneas,objetivando conduzir a um aproveitamento ótimo do potencial e ao uso

racional das águas. Cabe, nesta otimização, a obtenção de padrões

desejáveis de sustentabilidade hídrica, evitando o desperdício na agricultura

e na indústria. Enquanto estratégias, articulam-se três componentes:

• O componente físico, compreendendo reservatórios, açudes, canais,

poços, adutoras, sistemas de distribuição, estações de tratamento,

Page 361: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

361

não isoladas, por município, mas num contexto de política mais ampla,que busque a otimização da oferta de água ao nível de cada bacia. OLago de Itaipu – 29 bilhões de m3 de água doce, com 25% da EnergiaElétrica produzida no País – sinaliza um significativo potencial hídricopara produção orgânica.

• O balanceamento entre a oferta e a demanda de águas superficiais esubterrâneas, através de institucionalização e planejamento adequados(capacidade de preservação), de medidas legais, regulatórias e desistema de tarifação.

• A manutenção e melhoria da qualidade da água, através de prevençãoe controle da poluição. A poluição hídrica reduz a disponibilidade efetivade água para diversos usos, em especial para o abastecimentohumano.

b) conservação dos solos: isto sugere, fundamentalmente, a otimização dautilização sustentável para fins produtivos dos solos, conforme suasaptidões (respeitando-se as diretrizes de um zoneamento ecológico-econômico regional). Enquanto ações, pode-se destacar:

• A ação prioritária, neste sentido, implica em um mapeamentoagropedológico regional, para as unidades espaciais de intervençãocom melhor potencial de resposta produtiva, ou com áreas em situaçãocrítica de vulnerabilidade. A parte leste da Região necessita reversua condição produtiva, principalmente no que tange às áreas depecuária extensiva.

• Há que se pensar no desenvolvimento de um sistema de informaçõesgeográficas com dados sobre as condições do solo e dos recursoshídricos.

• A adaptação das atividades produtivas a formas de uso dos solos deadequada sustentabilidade, caracterizando a modernização daagropecuária, com rentabilidade suficiente, para cobrir os custos derecuperação dos solos desgastados.

MEIO AMBIENTE: QUESTÕES PARA A DISCUSSÃO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

362

• Atuação corretiva nas áreas identificadas como críticas no querespeita à degradação dos solos, especialmente, naquelas emprocessos de desgaste mais acentuado, seja mediante o manejo dosrecursos existentes, seja através dos programas de reflorestamento.

• A proteção da cobertura vegetal, o reflorestamento e o florestamento,conduzidos quer pelos órgãos públicos, quer pela iniciativa privada,tanto na proteção dos mananciais como para finalidades econômicas,assegurando a renovação permanente da vegetação.

• O estímulo a novos modelos de exploração agropecuária; preconizandoa orientação conservacionista, desestimulando as formas tradicionais,atualmente, prevalecentes. A criação de mecanismos de estímulo aomercado de produtos orgânicos com garantias à produção,principalmente, para as médias e pequenas propriedades agrícolas.

c) ampliação da biodiversidade: é a fonte permanente de riqueza e bem-estar, envolvendo, de uma parte, a geração de conhecimento sobre aflora e a fauna e sua aplicação produtiva. É fundamental a transformaçãonas práticas agropecuárias tradicionais, com a introdução de tecnologiasecossensíveis, economicamente eficientes e compatíveis com um modelode organização da vida rural que articule e integre as atividades agro-silvopastoris.

• A existência do Parque Nacional do Iguaçu é um dos elementos maisimportantes desta biodiversidade. O aumento de áreas averbadas, asreservas indígenas existentes na Região, também, podem constituir-se em importantes atributos desta ampliação, com potencialsustentabilidade ambiental.

• A recuperação, criação e manutenção das unidades de conservação,localizadas em áreas representativas dos variados ecossistemasregionais, identificadas com fundamento em estudos biogeográficos.O Parque Nacional do Iguaçu pode contribuir efetivamente, sereforçado em sua infra-estrutura e capacidade de pesquisa, criando-seunidades complementares. A promoção do turismo ecológico pode

Page 363: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

363

constituir-se em fonte de renda capaz de financiar a manutenção dasáreas de preservação, bem como o esforço da pesquisa.

• O desenvolvimento de centros de conservação da flora e da fauna.Em associação com empresas interessadas, do cultivo de plantasnativas, bem como para a introdução, adaptação e disseminação deespécies vegetais exóticas.

d) proteção e controle ambiental: constitui-se numa das formas mais eficazespara a preservação e proteção dos mananciais, bem como, para assegurara boa qualidade da água. Particularmente, são necessárias ações paraproteção e renovação dos ecossistemas das bacias hidrográficas, emparticular, das matas ciliares; racionalização da ocupação e do uso dosolo, bem como, de seu manejo adequado, de forma a otimizar impactosindesejáveis sobre os recursos hídricos, tais como erosão e assoreamento;e proteção das nascentes das águas.

• A agroecologia é um dos atributos que mais poderá contribuir para asustentabilidade ambiental na Região.

• O controle dos efeitos ambientais nocivos decorrentes das atividadesindustriais, especialmente, sobre a poluição das águas e do ar.

• O controle dos impactos ambientais da urbanização, em especial, nascidades de Cascavel e Foz do Iguaçu, buscando-se a redução dapoluição gerada pelos meios de transporte e pela ausência oudeficiência de saneamento básico e ambiental. Este último impacto,também, deve ser considerado nos pequenos municípios da Região.

• O controle dos impactos ambientais das atividades agropecuárias,em particular os decorrentes do uso inadequado de agrotóxicos e oscausadores de degradação dos solos.

• Esclarecimento da sociedade sobre os efeitos ambientais dasatividades humanas, através da educação ambiental, bem como oestímulo à participação comunitária em seu controle.

MEIO AMBIENTE: QUESTÕES PARA A DISCUSSÃO

Page 364: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

364

Estas relações, em conjunto, preservam a qualidade do meio ambiente.Neste sentido, há que se ressaltar o necessário equilíbrio na extração dosrecursos naturais, particularmente dos não renováveis. As necessidadesrelacionadas ao desenvolvimento econômico vinculam-se à esta preservação(condicionantes do desenvolvimento industrial e agroindustrial, opçõesenergéticas, grandes projetos de modernização agrícola, infra-estrutura detransportes e turismo).

É a sociedade regional a responsável por seu meio ambiente. Istosinaliza uma ruptura com o passado, rejeitando os modelos de exploraçãodestrutiva dos recursos naturais praticados até hoje, buscando, ao contrário,sua proteção em benefício desta e das futuras gerações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BURSZTYN, Marcel. Para pensar o desenvolvimento sustentável.Brasiliense, 1998.

PROJETO ÁRIDAS. Nordeste: uma estratégia de desenvolvimentosutentável. Brasilia: Ministério do Planejamento e Orçamento, 1995.

IBGE

Page 365: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

365

11Evolução do Dinamismo do

Consumo de Energia

Maria da Piedade Araújo

11.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo tem por objetivo fazer uma análise relacionando osdiversos tipos de energia utilizadas no Estado, na Região Oeste do Paraná enas microrregiões (microrregião geográfica de Cascavel, de Foz do Iguaçu ede Toledo). Os tipos de energia, analisados neste estudo, são energia elétrica,lenha, óleo diesel, álcool, gás liqüefeito de petróleo (GLP), gasolina equerosene. Energia elétrica e óleo diesel são considerados como insumosmodernos, e o maior ou menor consumo destes insumos irá refletir no nível dedesenvolvimento de um Estado ou de uma região. (PIACENTI, 1988).

Este capítulo não se encontra, totalmente, estruturado por não tersido possível a coleta de todas as informações necessárias para o diagnóstico.A alimentação do Banco de Dados é fundamental para que uma matrizenergética seja construída para a Região Oeste do Paraná.

Preliminarmente, pôde-se constatar uma modernização da agriculturada Região Oeste do Paraná, baseada no consumo das diversas fontes de

Page 366: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

366

energia, bem como da utilização de insumos modernos na agricultura. Foi

possível verificar que este processo de modernização foi deflagrado já na

década de 1980, como fruto dos investimentos feitos na agricultura na década

de 1970. O consumo de energia elétrica, importante indicador de crescimento

e certo grau de desenvolvimento, mostra que o setor rural tem um crescimento

importante no consumo.

Conforme PIACENTI (1988), o consumo de energia, no meio rural,

relata, sob muitos aspectos, uma diferença entre a agricultura moderna, que

utiliza tecnologia moderna e a agricultura tida como tradicional que é

caracterizada pelo uso em abundância do trabalho braçal, enquanto a moderna

é marcada pelo trabalho não humano.

11.2 UTILIZAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA DA REGIÃO EM RELAÇÃO AO

ESTADO DO PARANÁ

Antes de se iniciar a análise a respeito do consumo de energia,

propriamente dito, faz-se importante avaliar os dados que dizem respeito ao

número de estabelecimentos, área total utilizadas para o plantio, uso de

fertilizantes, calcário e defensivos, bem como da prática de conservação do

solo¹.

Em relação ao número de estabelecimentos, a Região Oeste do

Paraná, em 1975, representava 19,05% do total do Estado, passando, em

1980, a representar 16,54% do total. Em 1985, representava 15,02% e,

em 1995, 11,40% do total do Estado do Paraná. Em relação a esta queda,

pode-se inferir que a mesma ocorreu devido a uma mudança na estrutura

fundiária.

Com relação à área total de tais estabelecimentos e a sua utilização,

a representatividade da Região Oeste do Paraná, nas diversas formas de

utilização da terra, está exposta na Tabela 11.1. De um modo geral, ao se

comparar o censo agropecuário de 1975, com o censo de 1995, observa-se

uma redução na área utilizada nos diversos tipos de atividades. A exceção foi

pastagens, que apresentou uma significativa elevação.

Page 367: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

367

Com relação ao uso de fertilizantes, calcário e defensivos (Tabela11.2), observa-se um aumento significativo do número de estabelecimentosque utilizam estes insumos, bem como, na prática de conservação do solo, nodecorrer dos períodos analisados. Isto, mais uma vez, vem corroborar com ojá mostrado em outros capítulos em relação à modernização da agricultura.

Outro dado importante, nesta análise, é o número de arados, máqui-

nas e tratores. Com o passar dos anos, a utilização destes implementos apre-

TABELA 11.1: Utilização da terra na Região Oeste do Paraná nos períodos de 1975,1980, 1985 e 1995/1996, em ha

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - Paraná.

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - Paraná.

TABELA 11.2: Número de estabelecimentos com uso de fertilizantes, calcárioe defensivos e a prática de conservação do solo em 1975,1980 e 1985, na Região Oeste do Paraná

EVOLUÇÃO DO DINAMISMO DO CONSUMO DE ENERGIA

SONA 5791 0891 5891 5991

latotaerÁ 083.847.1 925.738.1 106.918.1 832.818.1

airáropmetaruovaL 592.710.1 592.531.1 855.660.1 552.829

etnenamreparuovaL 544.07 077.25 849.22 333.91

)adatnalpelarutan(snegatsaP 169.662 553.843 824.264 753.216

)sadatnalpesiarutan(atserolfeataM 359.381 445.851 075.251 161.571

sadazilituoãnsavitudorpsaerÁ 598.511 844.53 755.82 480.41

oiráropmetosnacsedmesarreT 885.51 309.92 610.72 880.01

SONA 5791 0891 5891

SETNAZILITREF 907.72 863.54 365.84

ocimíuQ 921.62 833.44 409.34

ocinâgrO 340.7 500.5 970.84

OIRÁCLAC 009.2 745.3 309.5

SOVISNEFED 965.85 296.26 903.95

laminA 409.14 257.44 021.93

lategeV 461.04 138.84 485.54

olosodoãçavresnocedsacitárP 809.7 169.32 700.53

Page 368: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

368

SONA 5791 0891 5891 69/5991

)laminaoãçart(sodarA 414.53 918.53 535.83 816.02

)acinâcemoãçart(sodarA 486.31 167.12 371.22 526.71

)oitnalp(saniuqáM 407.31 983.91 753.81

)atiehloc(saniuqáM 869.5 460.9 532.5 108.4

serotarT 612.01 742.61 766.02 689.13

sentou uma elevação, provavelmente, devido ao processo de mecanizaçãoagrícola. Apesar disso, no último censo agropecuário (1995), a utilização des-tes, na Região, conforme a Tabela 11.3, apresentou uma redução no númerode arados, tanto na tração animal quanto na mecânica. Semelhante, também,aconteceu com as máquinas de plantio e colheita, sendo que apenas o núme-ro de tratores permaneceu de forma crescente. Isto talvez poderá ser expli-cado por meio da utilização do plantio direto.

Com relação às fontes de energia, houve uma variação com bastantesignificância no consumo da Região Oeste do Paraná como um todo, conformepode ser observado na Tabela 11.4.

TABELA 11.3: Número de arados, máquinas e tratores na Região Oeste doParaná nos períodos de 1975, 1980, 1985 e 1995, em ha

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - Paraná.

TABELA 11.4: Do consumo de determinadas formas de energia da RegiãoOeste do Paraná em 1975, 1980 e 1985

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - Paraná.

SONA 5791 0891 5891

)Llim(leseidoelÓ 896.24 538.65 232.76

).not(PLG 485.1 174 628

)HWHlim(edadicirtelE 888.7 440.13 436.49

)3mlim(ahneL 538.1 38 99

)Llim(anilosaG 593.61 261.8 207.4

)Llim(enesoreuQ 862.3 951 11

)Llim(looclÁ - - 884.1

Page 369: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

369

Nota-se que houve um aumento no consumo de tais fontes de ener-

gia, principalmente, o óleo diesel, que pode estar ligado ao aumento do núme-

ro de tratores, e ao consumo de energia elétrica, que vem apresentando ex-

pansão significativa, atingindo quase todos os estabelecimentos da Região.

Apesar disso, conforme PIACENTI (1988), as pesquisas e as tentativas de

substituir o óleo diesel na etapa de produção, estão sendo ampliadas cada vez

mais, sendo que as etapas, em que os estudos estão concentrados, situam-se

nas fases de secagem e de processamento dos produtos.

Dentre estas etapas, o que vem apresentando maiores possibilidades

é a energia elétrica, que, além de ser usada no processo de produção

(beneficiamento e secagem dos produtos), pode ser usada na forma de insumos

produtivos, como irrigação, bombeamento d'água, iluminação e preparo de

rações.

Nota-se, ainda, que o consumo de lenha (energia vegetal), gasolina e

querosene apresentaram uma queda significativa no consumo.

Dados mais recentes mostram que, no ano de 1995, a maior parte do

consumo de combustíveis e lubrificantes, segundo grupos de área total (tamanho

das propriedades), estava concentrado nas propriedades, a partir de 10 hectares

e com menos de 1000 hectares. No Estado do Paraná, isto ocorre, porque

são as pequenas e médias propriedades que predominam no Estado. A Tabela

11.5 demonstra tal fato.

TABELA 11.5: Participação percentual nas quantidades consumidas decombustível e lubrificantes segundo grupos de área total daRegião no Paraná, em 1995/96

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - Paraná.

EVOLUÇÃO DO DINAMISMO DO CONSUMO DE ENERGIA

aerÁ looclÁ anilosaG ahneL leseidoelÓ

01edsoneM 81,01 55,61 17,03 24,3

001edsonema01eD 80,25 07,05 76,25 01,73

0001edsonema001eD 43,72 40,12 57,01 58,24

00001edsonema0001eD 11,9 05,9 83,1 66,41

siama00001eD 03,1 91,2 05,4 69,1

oãçaralcedmeS 00,0 10,0 00,0 00,0

Page 370: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

370

SEROTESSONA 5791 0891 5891 0991 5991 8991

laicnediseR 21,7 31,9 61,01 65,01 39,01 42,11

oirádnucesroteS 85,21 47,01 05,5 05,11 15,11 98,01

laicremocroteS 44,11 35,21 85,21 14,31 99,21 19,21

laruR 23,11 87,32 32,32 45,71 45,61 77,51

sortuO 60,9 90,11 23,21 95,21 22,21 84,21

latoT 00,8 22,01 56,11 96,11 27,11 58,11

SEROTES 5791 0891 5891 0991 5991 8991

laicnediseR 78,6 30,01 83,11 57,11 22,21 77,11

oirádnucesroteS 29,5 87,11 29,5 45,5 23,5 77,5

laicremocroteS 77,01 54,41 87,61 97,51 53,51 00,41

laruR 43,11 01,81 59,22 88,02 01,12 50,12

sortuO 39,2 34,8 57,01 34,21 62,21 26,31

latoT 61,7 36,11 91,01 54,01 54,01 75,01

Em se tratando de energia elétrica, pode-se observar, através daTabela 11.6, que o setor rural, comparado com os demais setores, no períodode 1975 a 1998, apresentou uma participação maior em relação ao Estado, ouseja, a participação do setor rural da Região no Estado é maior que os demaissetores, além de ter apresentado um aumento nesta participação no decorrerdos anos.

Pela Tabela 11.7, pode-se observar o comportamento do número deconsumidores de energia elétrica da Região Oeste, em relação ao Estado doParaná. Entre 1975 a 1998, em termos de crescimento na participação, amaior é, sem dúvida, a do setor rural.

TABELA 11.6: Participação percentual da Região Oeste do Paraná com relaçãoao consumo de energia elétrica em períodos selecionados

Fonte: IPARDES.

TABELA 11.7: Participação percentual da Região Oeste no Estado com relação aonúmero de consumidores de energia elétrica emperíodos selecionados

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - Paraná.

Page 371: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

371

oãigerrorciM 5791 0891 5891 5991

LEVACSACsotnemicelebatseedº.N 228.82 885.42 548.32 228.81

latoTaerÁ 548.956 633.017 306.347 148.857

UÇAUGIODZOFsotnemicelebatseedº.N 253.91 894.41 267.31 437.9

latoTaerÁ 871.543 096.453 825.433 734.303

ODELOT sotnemicelebatseedº.N 959.24 800.63 864.23 791.82

latoTaerÁ 653.347 394.277 754.147 329.557

11.3 UTILIZAÇÃO DA ENERGIA NAS MICRORREGIÕES EM RELAÇÃO ÀREGIÃO

Ao comparar o número de estabelecimento das microrregiões para operíodo de 1975 a 1995, pode-se observar que, das três microrregiões, Cas-cavel e Foz do Iguaçu apresentaram uma diminuição, enquanto a microrregiãode Toledo, ao contrário, apresentou aumento no número de estabelecimentos,conforme pode ser observado na Tabela 11.8.

Ainda, na Tabela 11.8, observa-se que a área total apresentou au-mento relativo nas microrregiões de Cascavel e Toledo, enquanto, em Foz doIguaçu, houve uma pequena redução. Cabe ainda ressaltar que este compor-tamento se dá entre 1975 a 1995.

Na Tabela 11.9, comparou-se as três microrregiões em relação àRegião, no que diz respeito a evolução da estrutura fundiária composta pelaslavouras (temporária e permanente), pastagens (naturais e plantadas), matase florestas (naturais e plantadas), áreas produtivas não utilizáveis e terras emdescanso temporário.

Nesta comparação, pode-se observar que, nas microrregiões de Cas-cavel e Toledo, nas lavouras temporárias, houve uma pequena elevação, oque, também, pode ser observado nas lavouras permanentes em Cascavel,porém, nas outras duas microrregiões, neste tipo de lavoura (permanente),caiu. A queda na microrregião de Foz do Iguaçu, tanto nas lavouras temporá-rias, quanto nas permanentes, pode ter sido ocasionada pelas áreas inunda-das pelo lago de Itaipu ou pela expansão das áreas urbanas.

TABELA 11.8: Número de estabelecimentos e área total das Microrregiões emrelação à Região, de 1975 a 1995 (área em ha)

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - Paraná.

EVOLUÇÃO DO DINAMISMO DO CONSUMO DE ENERGIA

Page 372: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

372

5791 0891 5891 6991

CASCAVEL

aruovaL airáropmeT 42,23 34,23 52,43 15,33

aruovaL etnenamreP 77,71 31,71 77,22 40,92

)sadatnalpesiarutaN(snegatsaP 59,04 04,54 96,64 93,94

)sadatnalpesiarutaN(satserolfesataM 18,54 87,85 17,16 41,75

sadazilituoãnsavitudorpsaerÁ 20,37 52,56 84,07 44,87

oiráropmetosnacsedmesarreT 23,74 09,77 13,16 34,85

FOZ

aruovaL airáropmeT 78,91 43,81 04,71 61,21

aruovaL etnenamreP 86,51 21,61 85,11 81,61

)sadatnalpesiarutaN(snegatsaP 15,22 45,32 20,42 03,91

)sadatnalpesiarutaN(satserolfesataM 70,22 53,51 04,11 44,21

sadazilituoãnsavitudorpsaerÁ 46,01 74,41 43,21 35,5

oiráropmetosnacsedmesarreT 29,42 08,9 51,61 30,11

TOLEDO

aruovaL airáropmeT 98,74 42,84 53,84 08,85

aruovaL etnenamreP 55,66 57,66 66,56 76,05

)sadatnalpesiarutaN(snegatsaP 45,63 70,13 92,92 13,13

)sadatnalpesiarutaN(satserolfesataM 21,23 88,52 98,62 24,03

sadazilituoãnsavitudorpsaerÁ 43,61 92,02 81,71 30,61

oiráropmetosnacsedmesarreT 67,72 03,21 45,22 45,03

Para pastagens, somente a microrregião de Foz do Iguaçu apresen-tou uma pequena elevação, mas, por outro lado, esta microrregião apresentouuma diminuição nas matas e florestas.

Em relação às áreas produtivas não utilizáveis, somente a microrregiãode Cascavel apresentou uma diminuição, sendo que as outras duasmicrorregiões apresentaram rápida elevação na referida variável. Caso opostoobservou-se na variável terras em descanso temporário, em que asmicrorregiões de Foz do Iguaçu e Toledo tiveram uma diminuição e Cascavelteve um aumento.

TABELA 11.9: Participação da utilização da terra das microrregiões na Região Oestedo Paraná em 1975, 1980, 1985 e 1995\1996, em %

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - Paraná.

Page 373: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

373

Com relação a uso de fertilizantes, calcário e defensivos pode-se ob-servar, através da Tabela 11.10, que a participação no uso de fertilizantes apre-sentou um aumento, com exceção da microrregião de Toledo, principalmente,nos fertilizantes orgânicos. Cabe aqui lembrar que estas porcentagens são emrelação ao total consumido na Região. Em relação à participação no uso decalcário, a microrregião de Cascavel apresentou uma redução, enquanto queas outras duas microrregiões apresentaram considerável aumento.

Ao observar o uso de defensivos (animal e vegetal) e as práticas deconservação do solo, constatou-se que, nas três microrregiões, houve umaqueda na participação das microrregiões, o que subentende uma diminuiçãodo uso na Região Oeste do Paraná como um todo. Ao se comparar aparticipação percentual do consumo de energia nas três microrregiões, atentou-se para um aumento no consumo de óleo diesel, provavelmente, provocado

TABELA 11.10: Uso de Fertilizantes, Calcário e Defensivos das microrregiõesem relação a Região em 1975, 1980 e 1985, em %

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - Paraná

EVOLUÇÃO DO DINAMISMO DO CONSUMO DE ENERGIA

5791 0891 5891

CASCAVEL

SETNAZILITREF 34,31 56,12 52,62

ocimíuQ 38,31 14,12 37,72

ocinâgrO 89,5 37,13 72,62

OIRÁCLAC 39,45 92,56 66,14

SOVISNEFED 47,42 82,62 01,82

laminA 59,82 43,92 82,03

lategeV 52,31 49,81 49,12

olosodoãçavresnocedsacitárP 32,32 00,32 56,42

FOZ

SETNAZILITREF 84,51 41,91 50,91

ocimíuQ 38,51 00,91 42,81

ocinâgrO 51,5 80,22 50,91

OIRÁCLAC 79,6 18,7 96,01

SOVISNEFED 42,12 68,91 56,91

laminA 00,22 17,22 79,12

lategeV 18,02 97,81 90,91

olosodoãçavresnocedsacitárP 31,51 12,41 91,61

TOLEDO

SETNAZILITREF 90,17 12,95 07,45

ocimíuQ 43,07 95,95 30,45

ocinâgrO 78,88 91,64 96,45

OIRÁCLAC 01,83 09,62 56,74

SOVISNEFED 30,45 68,35 52,25

laminA 50,94 59,74 57,74

lategeV 39,56 72,26 79,85

olosodoãçavresnocedsacitárP 46,26 08,26 61,95

Page 374: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

374

pelo processo de mecanização agrícola. A querosene, também, apresentouum aumento significativo na Região, embora a microrregião de Foz do Iguaçunão disponha de dados de 1985, conforme ilustrado na Tabela 11.11.

O Gás Liqüefeito de Petróleo (GLP), na microrregião de Toledo,apresentou uma elevação, ao contrário das outras microrregiões, possivelmente

TABELA 11.11: Consumo de Energia das Microrregiões em relação aMesorregião (em%)

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - Paraná- Dados inexistentes

5791 0891 5891

CASCAVEL

)sortillim(leseiDoelÓ 62,52 19,62 40,82).not(levítsubmoCoelÓ 03,43 00,02

).not(PLG 18,02 90,31 62,7)HWKlim(edadicirtelE 94,31 59,12 06,12

)3mlim(ahneL 80,13 50,84 99,94).not(lategeVoãvraC 00,0 - -

)sortillim(anilosaG 40,32 60,42 24,22)sortillim(enesoreuQ 42,23 31,04 00,04

).not(siategevsoudíseR 00,0 - -)sortillim(looclÁ - 36,32

setnacifirbuL - 13,92)sortillim(sortuO 84,91 - -

FOZ

)sortillim(leseiDoelÓ 67,12 67,81 12,61

).not(levítsubmoCoelÓ 89,11 00,06

).not(PLG 06,42 18,71 95,71

)HWKlim(edadicirtelE 97,41 57,32 56,72

)3mlim(ahneL 56,42 83,32 46,9

).not(lategeVoãvraC 00,001 - -

)sortillim(anilosaG 75,91 28,91 12,13

)sortillim(enesoreuQ 81,22 35,53 -

).not(siategevsoudíseR 00,0 - -

)sortillim(looclÁ - - 84,22

setnacifirbul - - 90,41

)sortillim(sortuO 92,33 - -

TOLEDO

)sortillim(leseiDoelÓ 89,25 33,45 57,55

).not(levítsubmoCoelÓ - 27,35 00,02

).not(PLG 95,45 01,96 51,57

)HWKlim(edadicirtelE 27,17 03,45 57,05

)3mlim(ahneL 72,44 75,82 73,34

).not(lategeVoãvraC 0 - -

)sortillim(anilosaG 93,75 21,65 72,64

)sortillim(enesoreuQ 85,54 43,42 00,06

).not(siategevsoudíseR 00,001 - -

)sortillim(looclÁ - - 98,35

setnacifirbuL - - 06,65

)sortillim(sortuO 32,74 - --

Page 375: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

375

impulsionada pela expansão da criação animal (principalmente de frangos esuínos), a fim de fornecer matéria-prima para a agroindústria em expansãono período estudado.

Outro fator, que pode ter causado a redução no consumo de energiaelétrica, é a substituição desta por outras fontes de energia como os deriva-dos do petróleo e, também, os de origem vegetal como a lenha, embora estatenha mostrado um aumento relativo no consumo na microrregião de Casca-vel, enquanto, nas outras duas microrregiões, houve uma redução. Esta subs-tituição se dá como uma forma de diminuição de despesas com o intuito deproporcionar um aumento na lucratividade das propriedades.

A eletricidade (energia elétrica) apresentou um aumento na partici-pação do consumo nas três microrregiões, ocasionando um aumento em todaa Região, como já visto anteriormente, causado, entre outras coisas, pelaexpansão da eletrificação rural.

O uso de energia, no meio rural, pode ser considerado como um dosfatores que relata as desigualdades entre a agricultura moderna e as tradicionais,a primeira, pelo uso intensivo de energia não-humana, e esta última pelointensivo uso de trabalho braçal.

Embora pouco visível, em alguns casos, pode-se notar que estamudança começa a ocorrer, também, nas três microrregiões e,conseqüentemente, na Região Oeste do Paraná, devido ao aumento noconsumo de óleo diesel e de energia elétrica.

NOTAS:

1. Lembrando que a análise inicial será feita comparando a Região com o Estado e depois

comparando as microrregiões com a Região Oeste do Paraná.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

IPARDES. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Sistema de

Base de Dados. Ambiente UNIX. 1999.

IBGE. Censo Agropecuário do Paraná - Vários números.

EVOLUÇÃO DO DINAMISMO DO CONSUMO DE ENERGIA

Page 376: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

376

Page 377: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

377

12Evolução e Caracterização

dos Indicadores de Saúde

Mariângela Alice PierucciniOlga da C. P. Tschá

Shiguero Iwake

12.1 INTRODUÇÃO

A saúde se constitui numa das áreas prioritárias do desenvolvimentohumano. Juntamente com a educação básica, a água potável, o saneamentoadequado, o planejamento familiar e a nutrição, os cuidados primários desaúde podem ser considerados indicadores de desenvolvimento para um paísou região. Desta forma, procura-se caracterizar os principais aspectos voltadosàs questões da saúde na Região Oeste do Paraná, considerando algumasparticularidades existentes nos municípios que dela fazem parte.

Metodologicamente, este estudo obedece às divisões propostas pelaSecretaria Estadual de Saúde (SESA), caracterizando as divisões regionaisexistentes nas Regionais de Saúde. Especificamente, tem-se a 9ª Regional deSaúde, contemplando os municípios pertencentes a Foz do Iguaçu; 20ª Regionalde Saúde, com os municípios ligados a Toledo e, finalmente, a 10ª Regional deSaúde, com os municípios da área de abrangência de Cascavel.

Page 378: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

378

Considerando estes municípios, foram realizadas visitas aos órgãospúblicos e privados de saúde na Região Oeste do Paraná para oestabelecimento de contatos com os profissionais desta área, objetivando traçarum panorama geral das condições de saúde nos seus municípios. As estatísticasapresentadas derivam de coletas junto às instituições públicas e privadas daRegião, por meio de entrevistas e consultas a bancos de dados dos Sistemasde Informação em Saúde. Um dos fatores, limitadores desta análise, refere-se, especificamente, à ausência de informações regionais sobre o setor priva-do de saúde.

São apresentados os indicadores de saúde gerais que traduzem ascondições da população na Região Oeste do Paraná, bem como as informaçõespertinentes à infra-estrutura dos serviços médico-hospitalares existentes.Deve-se ressaltar, entretanto, que as condições estatísticas apresentadas paraos municípios, de maneira particular, apresentam algumas peculiaridades que

QUADRO 12.1: Municípios pertencentes às Regionais de Saúde - Região Oestedo Paraná

Fonte: SESA (2002).

^

edúaSedlanoigeRª9 edúaSedlanoigeRª01 edúaSedlanoigeRª02uçaugIodzoF yhanA dnairbuaetahCsissA

aidnâlupiatI adicerapAadatsiVaoB etseOodsoiRertnEaidnâletaM yenagarB aríauG

lassiM aidnâlefaC nodnoRodidnaClahceraMarienaideM otinoBopmaC ápiraMaidnâlimaR seuqraMsadinôeLoãtipaC sedecreM

upiatIedahnizereTatnaS levacsaC asoRatnaSavoNuçaugIodleugiMoãS savudnataC etseOodedreVoruOuçaugIodsilopónarreS luzAuéC anitolaP

ailébroC odagarBotaPluSodetnamaiD setnoPortauQ

uçaugIodotlAoãgipsE aneleHatnaSetseOodasomroF uçaugIodordePoãS

uçainarauG sariemlaPsadésoJoãSamebI axoRarreTutaugI odeloT

etseOodamecarI issapuTsatíuseJ

etseodniLaroruAavoN

uçaugIodsadeuQaicúLatnaS

etseOodazereTatnaSánaraPodsarraBsêrT

etseOodzurCareV

Page 379: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

379

devem ser consideradas, quando se procura estabelecer análise sobre as con-

dições dos indicadores nesta Região.

12.2 INDICADORES DE SAÚDE NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

Os quadros gerais das regionais de saúde, apresentados nesta análise,

sugerem significativa melhora nos indicadores de saúde na Região Oeste do

Paraná, embora as condições específicas, para cada município, apresentem

diferenças acentuadas nos percentuais e coeficientes ali relacionados. (SESA/

Banco de Dados - UNIOESTE/ITAIPU BINACIONAL, 2002).

12.2.1 Mortalidade Infantil

A taxa de mortalidade infantil apresenta o número anual de óbitos

de crianças menores de um ano para cada 1.000 nascidos vivos. Ou seja,

a probabilidade de morrer entre o nascimento e um ano exato de idade

vezes 1.000.

Há uma certa redução nos coeficientes de mortalidade infantil, na

área de abrangência do estudo proposto. Observa-se um declínio

considerável (dadas as condições necessárias para esta redução) na área

de abrangência da 10ª Regional de Saúde. No ano de 1995, 24,41 óbitos de

menores de 01 ano, por mil nascidos vivos. Para o ano de 1998, este número

foi de 17,44.

A 20ª regional de saúde, no período de 1980/1990, apresentou

coeficientes elevados, 40,0 óbitos a cada mil nascidos vivos, ou seja, quase 5

vezes mais do que o aceitável pela OMS - Organização Mundial da Saúde,

que é 4,9 óbitos a cada mil nascidos vivos para países desenvolvidos e, 15,0

óbitos, a cada mil nascidos vivos, para países em desenvolvimento. A partir

da década de 1990, os indicadores começaram a responder, positivamente,

na redução da mortalidade infantil e, no ano de 2000, os coeficientes já se

encontravam em 19,78 óbitos, para cada mil nascidos vivos, mesmo, assim,

elevado, para os padrões aceitáveis internacionalmente.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

Page 380: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

380 QUADRO 12.2: Série histórica dos principais indicadores de saúde

Fonte: SESA/ISEP/CIDS/DSIS - Divisão de Informação e Estatística VitalNota: (1) 1987 -1995 - Utilizado o agrupamento da 9ª Revisão da CID*.

1996 -1998 - Utilizado o agrupamento da 10ª Revisão da CID*.(2) 1979 a 1995 Incluídos Óbitos Maternos Tardios(3) Nascidos Vivos:- 1979-93 - (Estatísticas do Registro Civil - IBGE)- 1994-00 (Sistema de Informação de Nascimentos - SINASC/SESA)

(4) Dados Populacionais:- 1991 e 1996 - Resultados finais do Censo - IBGE- 1987 a 1990 e 1992 a 1994 - Estimativa do IPARDES com base no Censo 1991 -IBGE.- 1995 Estimativa do IBGE, com base no Censo 1991 - IBGE.- 1997-00 - Estimativa do IBGE, com base no Censo 1996 - IBGE.

*CID - Classificação Internacional de Doenças.

odeloT-edúaSedlanoigeRª02

ONAroplareGedadilatroM

setnatibaH000.1roplitnafnIedadilatroM

soviVsodicsaN000.1

lanoicroporPedadilatroM saçneoDedadilatroMropsievíssimsnarT

)1(setnatibaH000.001

ropanretaMedadilatroMsoviVsodicsaN000.001

)2()1(setnatibaH000.1ropedadilataN

ona1< +e05

oremúN etneicifeoC oremúN etneicifeoC oremúN % oremúN % oremúN etneicifeoC oremúN etneicifeoC )3(soviVsodicsaN )4(oãçalupoP etneicifeoC

9791 214.1 34,4 903 18,73 903 88,12 286 03,84 921 94,04 6 24,37 271.8 565.813 56,52

0891 574.1 66,4 023 86,04 023 96,12 527 51,94 541 18,54 6 72,67 768.7 935.613 58,42

1891 424.1 55,4 023 12,04 023 74,22 376 62,74 89 03,13 8 35,001 859.7 601.313 24,52

2891 983.1 74,4 503 42,73 503 69,12 796 81,05 67 34,42 5 40,16 191.8 180.113 33,62

3891 284.1 95,21 852 70,53 852 14,71 377 61,25 17 43,06 7 61,59 653.7 376.711 15,26

4891 214.1 85,4 442 62,53 442 82,71 267 79,35 99 11,23 2 09,82 029.6 433.803 44,22

5891 224.1 26,4 812 81,03 812 33,51 487 31,55 18 33,62 2 96,72 422.7 526.703 84,32

6891 525.1 37,5 332 33,13 332 82,51 298 94,85 39 29,43 5 42,76 634.7 513.662 29,72

7891 425.1 69,4 591 53,72 591 08,21 539 53,16 05 62,61 1 30,41 031.7 505.703 91,32

8891 244.1 86,4 761 44,32 761 85,11 878 98,06 66 24,12 4 51,65 421.7 301.803 21,32

9891 175.1 39,4 591 31,82 591 14,21 569 34,16 97 97,42 5 41,27 139.6 637.813 57,12

0991 884.1 58,7 461 77,04 461 20,11 839 40,36 65 45,92 01 75,842 320.4 785.981 22,12

1991 115.1 17,4 681 81,82 681 13,21 739 10,26 35 45,61 4 16,06 006.6 284.023 95,02

2991 016.1 20,5 751 83,42 751 57,9 060.1 48,56 94 72,51 5 56,77 934.6 297.023 70,02

3991 446.1 11,5 651 70,62 651 94,9 880.1 81,66 54 00,41 01 80,761 589.5 134.123 26,81

4991 237.1 73,5 561 61,52 561 35,9 251.1 15,66 75 86,71 5 32,67 955.6 364.223 43,02

5991 066.1 41,5 431 16,12 431 70,8 231.1 91,86 75 46,71 7 98,211 102.6 801.323 91,91

6991 027.1 94,5 811 17,81 811 68,6 122.1 99,07 35 39,61 6 51,59 603.6 950.313 41,02

7991 727.1 84,5 621 56,02 621 03,7 322.1 28,07 65 97,71 4 55,56 201.6 268.413 83,91

8991 548.1 38,5 611 87,02 611 92,6 123.1 06,17 25 44,61 5 95,98 185.5 283.613 46,71

9991 267.1 45,5 101 57,81 101 37,5 792.1 16,37 84 01,51 4 72,47 683.5 509.713 49,61

0002 298.1 29,5 601 87,91 601 06,5 414.1 47,47 95 74,81 4 56,47 853.5 034.913 77,61

Page 381: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

381

Fonte: SESA/ISEP/CIDS/DSIS - Divisão de Informação e Estatística VitalNota: (1) 1987 -1995 - Utilizado o agrupamento da 9ª Revisão da CID*.

1996 -1998 - Utilizado o agrupamento da 10ª Revisão da CID*.(2) 1979 a 1995 Incluídos Óbitos Maternos Tardios(3) Nascidos Vivos:- 1979-93 - (Estatísticas do Registro Civil - IBGE)- 1994-00 (Sistema de Informação de Nascimentos - SINASC/SESA)

(4) Dados Populacionais:- 1991 e 1996 - Resultados finais do Censo - IBGE- 1987 a 1990 e 1992 a 1994 - Estimativa do IPARDES com base no Censo 1991 -IBGE.- 1995 Estimativa do IBGE, com base no Censo 1991 - IBGE.- 1997-00 - Estimativa do IBGE, com base no Censo 1996 - IBGE.

*CID - Classificação Internacional de Doenças.

QUADRO 12.3: Série histórica dos principais indicadores de saúde

EV

OLU

ÇÃ

O E C

AR

AC

TERIZA

ÇÃ

O D

OS IN

DIC

AD

OR

ES DE S

DE

odeloT-edúaSedlanoigeRª01

ONAroplareGedadilatroM

setnatibaH000.1roplitnafnIedadilatroM

soviVsodicsaN000.1

lanoicroporPedadilatroM saçneoDedadilatroMropsievíssimsnarT

)1(setnatibaH000.001

ropanretaMedadilatroMsoviVsodicsaN000.001

)2()1(setnatibaH000.1ropedadilataN

ona1< +e05

oremúN etneicifeoC oremúN etneicifeoC oremúN % oremúN % oremúN etneicifeoC oremúN etneicifeoC )3(soviVsodicsaN )4(oãçalupoP etneicifeoC

9791 201.2 21,5 095 87,15 095 70,82 577 78,63 612 66,25 71 91,941 593.11 802.014 87,72

0891 180.2 39,4 535 82,94 535 17,52 048 73,04 591 71,64 51 61,831 758.01 713.224 17,52

1891 250.2 88,4 754 65,14 754 72,22 858 18,14 721 22,03 9 48,18 799.01 712.024 71,62

2891 389.1 47,4 354 04,63 354 48,22 478 70,44 631 84,23 8 92,46 444.21 027.814 27,92

3891 610.2 38,4 064 02,94 064 28,22 729 89,54 171 39,04 11 56,711 053.9 877.714 83,22

4891 469.1 07,4 373 03,73 373 99,81 859 87,84 821 66,03 31 10,031 999.9 244.714 59,32

5891 100.2 97,4 753 12,43 753 48,71 220.1 70,15 211 18,62 9 32,68 734.01 086.714 99,42

6891 081.2 12,5 593 92,161 593 21,81 721.1 07,15 421 36,92 11 61,944 944.2 464.814 58,5

7891 220.2 28,4 413 55,13 413 35,51 001.1 04,45 311 29,62 5 42,05 259.9 638.914 07,32

8891 240.2 48,4 403 95,82 403 98,41 211.1 64,45 711 47,72 4 26,73 436.01 637.124 12,52

9891 090.2 39,4 613 39,13 613 21,51 302.1 65,75 39 29,12 51 65,151 798.9 022.424 33,32

0991 880.2 78,4 982 12,13 982 48,31 232.1 00,95 67 37,71 81 14,491 952.9 845.824 16,12

1991 411.2 98,4 003 30,33 003 91,41 022.1 17,75 18 47,81 5 50,55 380.9 941.234 20,12

2991 021.2 98,4 062 20,82 062 62,21 972.1 33,06 07 51,61 9 89,69 082.9 873.334 14,12

3991 472.2 32,5 052 86,72 052 99,01 753.1 76,95 56 49,41 51 60,661 330.9 020.534 67,02

4991 163.2 04,5 603 68,72 603 69,21 183.1 94,85 99 56,22 11 51,001 389.01 380.734 31,52

5991 773.2 04,5 552 39,32 552 37,01 854.1 43,16 18 93,81 01 38,39 856.01 835.044 91,42

6991 904.2 23,5 322 11,22 322 62,9 745.1 22,46 29 13,02 4 56,93 880.01 920.354 72,22

7991 543.2 41,5 312 90,12 312 80,9 294.1 26,36 18 57,71 3 07,92 101.01 033.654 41,22

8991 103.2 10,5 371 50,81 371 25,7 125.1 01,66 57 43,61 5 81,25 285.9 211.954 78,02

9991 142.2 58,4 961 71,81 961 45,7 074.1 06,56 08 23,71 6 05,46 203.9 009.164 41,02

0002 073.2 01,5 251 25,71 251 14,6 826.1 96,86 38 68,71 7 66,08 876.8 696.464 76,81

Page 382: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTR

ATÉG

IAS D

E DESEN

VO

LVIM

ENTO

REG

ION

AL

382Fonte: SESA/ISEP/CIDS/DSIS - Divisão de Informação e Estatística VitalNota: (1) 1987 -1995 - Utilizado o agrupamento da 9ª Revisão da CID*.

1996 -1998 - Utilizado o agrupamento da 10ª Revisão da CID*.(2) 1979 a 1995 Incluídos Óbitos Maternos Tardios(3) Nascidos Vivos:- 1979-93 - (Estatísticas do Registro Civil - IBGE)- 1994-00 (Sistema de Informação de Nascimentos - SINASC/SESA)

(4) Dados Populacionais:- 1991 e 1996 - Resultados finais do Censo - IBGE- 1987 a 1990 e 1992 a 1994 - Estimativa do IPARDES com base no Censo 1991 -IBGE.- 1995 Estimativa do IBGE, com base no Censo 1991 - IBGE.- 1997-00 - Estimativa do IBGE, com base no Censo 1996 - IBGE.

*CID - Classificação Internacional de Doenças.

QUADRO 12.4: Série histórica dos principais indicadores de saúdeodeloT-edúaSedlanoigeRª9

ONAroplareGedadilatroM

setnatibaH000.1roplitnafnIedadilatroM

soviVsodicsaN000.1

lanoicroporPedadilatroM saçneoDedadilatroMropsievíssimsnarT

)1(setnatibaH000.001

ropanretaMedadilatroMsoviVsodicsaN000.001

)2()1(setnatibaH000.1ropedadilataN

ona1< +e05

oremúN etneicifeoC oremúN etneicifeoC oremúN % oremúN % oremúN etneicifeoC oremúN etneicifeoC )3(soviVsodicsaN )4(oãçalupoP etneicifeoC

9791 382.1 14,5 724 45,05 724 82,33 643 79,62 871 11,57 21 50,241 844.8 089.632 56,53

0891 382.1 60,5 034 52,25 034 25,33 983 23,03 961 07,66 6 09,27 032.8 553.352 84,23

1891 753.1 83,5 824 32,05 824 45,13 524 23,13 521 35,94 01 73,711 025.8 943.252 67,33

2891 302.1 77,4 333 04,83 333 86,72 014 80,43 18 41,23 5 66,75 276.8 200.252 14,43

3891 692.1 21,5 943 35,74 943 39,62 874 88,63 701 72,24 7 33,59 343.7 801.352 10,92

4891 742.1 88,4 703 86,74 703 26,42 105 81,04 211 38,34 4 21,26 934.6 455.552 02,52

5891 181.1 65,4 392 85,34 392 18,42 394 47,14 501 15,04 5 63,47 427.6 422.952 49,52

6891 133.1 40,5 323 18,44 323 72,42 125 41,93 501 67,93 6 32,38 902.7 001.462 03,72

7891 982.1 77,4 592 06,24 592 98,22 845 15,24 79 29,53 8 25,511 529.6 470.072 46,52

8891 151.1 51,4 102 95,62 102 64,71 215 84,44 05 40,81 2 64,62 065.7 411.772 82,72

9891 741.1 61,4 091 95,62 091 65,61 745 96,74 75 86,02 4 89,55 641.7 036.572 39,52

0991 141.1 00,4 281 88,62 281 59,51 165 71,94 05 45,71 7 04,301 077.6 589.482 67,32

1991 991.1 60,4 941 67,22 941 34,21 106 31,05 35 49,71 7 49,601 645.6 953.592 61,22

2991 422.1 20,4 241 22,02 241 06,11 556 15,35 34 21,41 01 14,241 220.7 135.403 60,32

3991 783.1 04,4 741 78,02 741 06,01 257 22,45 45 41,71 5 99,07 340.7 699.413 63,22

4991 663.1 02,4 401 54,11 401 16,7 107 23,15 85 58,71 5 70,55 080.9 479.423 49,72

5991 824.1 36,4 931 48,41 931 37,9 847 83,25 45 05,71 5 83,35 763.9 994.803 63,03

6991 264.1 62,4 39 23,9 39 63,6 518 57,55 95 91,71 21 92,021 679.9 461.343 70,92

7991 205.1 32,4 101 94,01 101 27,6 738 37,55 37 65,02 2 77,02 826.9 280.553 11,72

8991 549.1 33,5 822 65,42 822 27,11 040.1 74,35 401 84,82 4 80,34 582.9 321.563 34,52

9991 948.1 39,4 302 41,22 302 89,01 330.1 78,55 67 62,02 8 42,78 071.9 771.573 44,42

0002 618.1 17,4 861 27,91 861 52,9 620.1 05,65 08 67,02 3 12,53 025.8 862.583 11,22

Page 383: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

383

A 9ª Regional de Saúde, no período 1980/2000, apresentou queda noscoeficientes com média de 19,72 óbitos, para cada mil nascidos vivos. No anode 1998, houve um salto no coeficiente de mortalidade, ou seja, alterou-se de10,28, para 24,41 óbitos, por mil nascidos vivos. Admite-se, como hipótese,que se podem sinalizar, como possíveis causas para este aumento, a presençade "brasiguaios" na região da fronteira Brasil-Paraguai e acampamentos doMovimento dos Sem-Terra (MST) no Município de São Miguel do Iguaçu,que acabaram por contribuir para as alterações das estatísticas das Secreta-rias Municipais de Saúde pertencentes à 9ª Região.

Assim, como o caso específico acima caracterizado, inúmeras outrassituações poderiam ser apresentadas em cada um dos municípios comcoeficientes elevados de mortalidade infantil ou mortalidade de menores deum ano, proporcional ao número de óbitos em cada período, situações estasque contribuem para as flutuações dos coeficientes.

a) Mortalidade Perinatal

A mortalidade perinatal compreende os óbitos fetais tardios e óbitosneonatais precoces, segundo a definição da OMS. Òbito fetal tardio é o queocorre antes ou durante o parto de feto pesando 500g ou mais. Quando opeso do nascimento for desconhecido, deve-se utilizar a idade gestacional.Óbito neonatal precoce compreende os óbitos da primeira semana de vida.Na última definição da OMS, o período perinatal começa, a partir da 22ªsemana de gestação de fetos com mais de 500 gramas. Esse é o critério,atualmente, utilizado pelo Ministério da Saúde, para classificar as mortes fetaisde acordo com a CDI-10.

Entre as principais causas de óbitos estão a prematuridade, afecçõesrespiratórias do recém-nascido, membrana hialina, asfixia intra-uterina eintraparto, baixo peso ao nascer, traumatismo obstétrico e infecção intra uterina.

b) Mortalidade Infantil versus Mortalidade Neonatal Precoce

A maioria das mortes neonatais refere-se ao período precoce, primeirasemana de vida, especialmente, os óbitos ocorridos no primeiro dia de vida.Os óbitos, ocorridos na primeira semana de vida, representam 50,65% dototal de mortes entre menores de 01 ano.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

Page 384: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

384

seõçacilpmocuosamelborP sodicsan-mécersoarapsamelborpuosotiefesiapicnirP

acinôrCaimenA lateFetroM,aixifsA,recsaNoaosePoxiaB

aigarromeH lateFetroM,aixifsA

savisnetrepiHsaçneoD lateFetroM,aixifsA,recsaNoaosePoxiaB

larepreuPispeS latanoeNispeS

otraPedohlabarTodoãçurtsbO edadicapacnI,recsaNoaomsitamuarT,sispeS,aixifsa,lateFetroM

TSDzedivargaetnarudoãçcefnI etroM,ainomuenP,arieugeC,ralucOoãçcefnI,orutamerPotraPatinêgnoCsilifíS,lateF

etitapeH etitapeH

adajesednIzedivarG ,otartlaM,onodnabA,edadilatrom-ibroMedsocsiRotnemuAaicnêgilgeN

otrapoetnarudeneigiHedatlaF sispeS,latanoeNonatéT

As causas de óbitos neonatais são muito semelhantes às de óbitosperinatais. Estudos realizados têm mostrado que muitas das causas de mortes,no atestado de óbito, não correspondem ao verdadeiro problema da morte, jáque o preenchimento da declaração de óbito (DO) é feito por profissionaisque, nem sempre, identificam a causa da morte corretamente, sendo as "causasmal definidas" uma das categorias mais utilizadas.

As principais causas da Mortalidade Neonatal, identificadas pelasRegionais de Saúde, na Região Oeste do Paraná, podem ser caracterizadascomo: Diarréia, Pneumonia, Afecções Perinatais, Anomalias congênitas eCausas mal definidas. (SESA, 2000). Neste contexto, também, podem sermencionados os fatores de Risco na Mortalidade Perinatal, bem como fatoresde risco ligados às Condições de Saúde Materna.

De acordo com MARANHÃO, JOAQUIM E SIU (1998), os fatoresde riscos, ligados à mãe, são: idade materna, altura, paridade, intervalointerpartal, peso anterior e ganho de peso durante a gravidez, aborto, natimortoou mortes neonatais prévias e doenças maternas. Esses podem causar aborto,hipoxia neonatal, baixo peso ao nascer, prematuridade e malformaçõescongênitas, entre outras.

As causas que tiveram maior importância, ao longo da década de1990, foram aquelas ligadas a problemas maternos, "doença hipertensiva

Fonte: WHO, Mother-Baby Package, citado por MARANHÃO, JOAQUIM E SIU - 1998.

QUADRO 12.5: Complicações maternas que afetam a criança

Page 385: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

385

específica da gravidez", "deslocamento prematuro da placenta", "infecçõesdo trato urinário". Essas situações, se bem conduzidas e com acompanha-mento adequado durante a gestação e o parto, podem evitar as mortes, tantodos recém nascidos como das mães.

12.2.2 Mortalidade Materna

A taxa de mortalidade materna caracteriza o número anual de óbitosde mulheres por causas relacionadas à gravidez, por 100.000 nascidos vivos.De acordo com a Décima Classificação Internacional de Doenças, uma mortematerna é definida como a morte de uma mulher, enquanto grávida, ou noprazo de 42 dias após o fim da gravidez, independentemente, da duração e dasituação da sua gravidez, resultante de qualquer causa relacionada ou agravadapela gravidez ou sua administração, mas não de causas acidentais ou casuais.À guisa de exemplificação, em 1990, a taxa de mortalidade materna, noCanadá, totalizava 6 mortes/100.000.

A partir de 1994, o Ministério da Saúde reconheceu a mortalidadematerna como um dos problemas prioritários de saúde pública. A realmagnitude da morte materna é desconhecida no Brasil. Estima-se que ocorram,anualmente, 3.000 óbitos de mulheres no ciclo gravídico-puerperal, variando,largamente, os coeficientes entre os diversos Estados e regiões.

Ainda, segundo o Ministério da Saúde (2002), a morte materna é,certamente, um dos indicadores síntese das condições de vida e saúde dasmulheres. Expressa a desvalorização e desrespeito à vida das mulheres quese traduz na prestação de uma assistência desumana e de baixa qualidade.

Os dados mostram a alta incidência da gravidez na adolescência noPaís, o que implica a realização de ações educativas e preventivas, dirigidas àpreparação dos jovens, considerando os métodos contraceptivos, os riscos dagravidez na adolescência e a escolha do momento mais indicado para que agravidez não se converta em problema para as jovens e seus companheiros.

Existem, também, fatores de Risco Ligados ao Serviço de Saúde.Para MARANHÃO, JOAQUIM e SIU (1998), os serviços de saúde tambémdevem ser analisados dentro do enfoque de risco em relação ao acesso equalidade do atendimento prestado.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

Page 386: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

386

Um aspecto a ser realçado na assistência às crianças, no País, é aadoção crescente de novas tecnologias, permitindo a sobrevivência de crian-ças cada vez mais prematuras, assistidas em UTI neonatais, assim como, aoferta de leitos de UTI neonatal pelo SUS (Sistema Único de Saúde), noEstado do Paraná. A esses fatores foi agregado o pagamento do pediatra nasala de parto, pelo SUS, antes inexistente.

A demanda por tecnologia sofisticada poderia ser reduzida, se hou-vesse um adequado monitoramento da mulher durante o período gestacional,identificando e reduzindo os riscos na gravidez e no parto. Um outro aspectoimportante a ser considerado, na avaliação da qualidade dos serviços de saúde,é a ocorrência de óbitos em crianças que não apresentam os fatores de riscodescritos para a mortalidade infantil. Assim ocorre com, aproximadamente,um quarto dos óbitos neonatais do País que não apresentam história deprematuridade nem baixo peso ao nascer.

De acordo com informações colhidas pelo SESA, em 50 municípiosinseridos na Região Oeste do Paraná, com atendimento na rede pública desaúde, concluiu-se que o nascimento por cesáreas apresenta um índice de46,56%, no período de 1995 a 1998.

Os dados disponíveis sugerem uma tendência decrescente naprevalência do parto cesariano na Região Oeste do Paraná. Em 1995, a taxade prevalência era de 46,00%, alcançando, no ano de 1998, o índice de 45,45%.As maiores taxas estão concentradas na 20º Regional de Saúde de Toledo,com uma média, no período de 1995 a 1998, de 51,13%. As menores taxas seencontram na 10º Regional de Saúde de Cascavel, com um índice de 42,56%,no referido período.

O número alto das taxas de cesariana está relacionado ao incrementoda esterilização feminina e ao receio das mulheres gestantes sentirem dordurante o parto normal, medo da perda do bebê, além de uma certa "facilidademédica". Porém, segundo MARANHÃO, JOAQUIM e SIU (1998), aanalgesia epidural, utilizada para aliviar a dor durante o parto normal que, nomomento, é paga pelo SUS, pode reverter esta situação.

Os Quadros 12.6, 12.7 e 12.8 apresentam os dados referentes aospercentuais de cesarianas realizadas no ano de 2000, na Região Oeste doParaná, bem como os percentuais de gravidez na adolescência, este último,responsável por complicações que podem levar ao óbito neonatal.

Page 387: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

387

QUADRO 12.6: 9ª Regional de Saúde - Percentuais e tipos de parto e gravidez naadolescência, ano de 2000

Fonte: SESA/ISEP/CIDS - Comitê de Mortalidade Materna e Departamento de Sistemas deInformação em Saúde.

Nota: Dados de Nascidos Vivos do SINASC - Sistema de Informações de Nascidos Vivos - SESA.

QUADRO 12.7: 10ª Regional de Saúde - Percentuais e tipos de parto e gravidez naadolescência, ano de 2000

Continua na próxima página

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

oipícinuM sodicsaNsoviV

oremúNed

sotibÓsonretaM

MMC000.001sodicsaN

soviV

otraPedopiT anzedivarGaicnêcselodAlamroN aeráseC

oremúN % oremúN % oremúN %

edúaS.geRª01levacsaC 876.8 7 66,08 562.5 76,06 114.3 13,93 749.1 44,22

yhanA 74 0 - 43 43,27 31 66,72 7 98,41

adicerapAadatsiVaoB 191 0 - 541 29,57 64 80,42 26 64,23

yenagarB 89 0 - 26 72,36 63 37,63 71 53,71

aidnâlefaC 902 0 - 011 36,25 99 73,74 64 10,22

otinoBopmaC 29 0 - 96 00,57 32 00,52 72 53,92sadinôeLoãtipaC

seuqraM 782 0 - 651 63,45 031 03,54 39 04,23

levacsaC 237.4 4 35,48 297.2 00,95 939.1 89,04 869 64,02

savudnataC 681 0 - 631 21,37 05 88,62 74 72,52

luzAuéC 471 1 17,475 101 50,85 37 59,14 63 96,02

ailébroC 542 0 - 331 92,45 211 17,54 45 40,22

luSodetnamaiD 57 0 - 45 00,27 12 00,82 12 00,82

uçaugIodotlAoãgipsE 88 0 - 95 50,76 92 59,23 32 41,62

etseOodasomroF 421 0 - 74 09,73 77 01,26 12 49,61

uçainarauG 833 0 - 222 86,56 611 23,43 99 92,92

amebI 521 0 - 28 06,56 34 04,43 83 04,03

utaugI 04 0 - 02 00,05 02 00,05 6 00,51

oipícinuM sodicsaNsoviV

oremúNed

sotibÓsonretaM

MMC000.001sodicsaN

soviV

otraPedopiT anzedivarGaicnêcselodAlamroN aeráseC

oremúN % oremúN % oremúN %

edúaS.geRª9uçaugIodzoF 025.8 3 12,53 860.5 84,95 724.3 22,04 199.1 73,32

uçaugIodzoF 323.6 3 54,74 810.4 55,36 782.2 71,63 805.1 58,32

aidnâlupiatI 731 0 - 93 74,82 89 35,17 82 44,02

aidnâletaM 052 0 - 731 08,45 311 02,54 96 06,72

arienaideM 146 0 - 982 90,54 743 31,45 521 05,91

lassiM 871 0 - 66 80,73 111 63,26 92 92,61

aidnâlimaR 35 0 - 73 18,96 61 91,03 21 46,22

upiatIedahnizereTatnaS 553 0 - 702 13,85 741 14,14 67 14,12

uçaugIodleugiMoãS 135 0 - 832 28,44 392 81,55 831 99,52

uçaugIodsilopónarreS 25 0 - 73 51,17 51 58,82 6 45,11

Page 388: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

388

Continuação do QUADRO 12.7

Fonte: SESA/ISEP/CIDS - Comitê de Mortalidade Materna e Departamento de Sistemas deInformação em Saúde.

Nota: Dados de Nascidos Vivos do SINASC - Sistema de Informações de Nascidos Vivos - SESA.

Fonte: SESA/ISEP/CIDS - Comitê de Mortalidade Materna e Departamento de Sistemas deInformação em Saúde.

Nota: Dados de Nascidos Vivos do SINASC - Sistema de Informações de Nascidos Vivos - SESA.

QUADRO 12.8: 20ª Regional de Saúde - Percentuais e tipos de parto e gravidez naadolescência, ano de 2000

oipícinuM sodicsaNsoviV

oremúNed

sotibÓsonretaM

MMC000.001sodicsaN

soviV

otraPedopiT anzedivarGaicnêcselodAlamroN aeráseC

oremúN % oremúN % oremúN %

edúaS.geRª02odeloT 853.5 4 56,47 096.2 12,05 866.2 97,94 301.1 95,02

dnairbuaetahCsissA 674 0 - 112 33,44 562 76,55 301 46,12etseO'detnamaiD 84 0 - 12 57,34 72 52,65 61 33,33

etseOodsoiRertnE 84 0 - 62 71,45 22 38,54 01 38,02aríauG 155 2 89,263 613 53,75 532 56,24 831 50,52

odidnâClahceraMnodnoR 017 0 - 383 49,35 723 60,64 311 29,51

ápiraM 29 0 - 35 16,75 93 93,24 51 03,61sedecreM 66 0 - 73 60,65 92 49,34 8 21,21

asoRatnaSavoN 88 0 - 44 00,05 44 00,05 81 54,02etseOodedreVoruO 47 0 - 74 15,36 72 94,63 32 80,13

anitolaP 924 0 - 632 10,55 391 99,44 38 53,91odagarBotaP 25 0 - 22 13,24 03 96,75 8 83,51setnoPortauQ 25 0 - 92 77,55 32 32,44 8 83,51

aneleHatnaS 963 0 - 45 36,41 513 73,58 201 46,72sariemlaPsadésoJoãS 04 0 - 22 00,55 81 00,54 9 05,22

uçaugIodordePoãS 601 0 - 17 89,66 53 20,33 82 24,62axoRarreT 342 0 - 231 23,45 111 86,54 46 43,62

odeloT 687.1 2 89,111 939 85,25 748 24,74 523 02,81issãpuT 821 0 - 74 27,63 18 82,36 23 00,52

oipícinuM sodicsaNsoviV

oremúNed

sotibÓsonretaM

MMC000.001sodicsaN

soviV

otraPedopiT anzedivarGaicnêcselodAlamroN aeráseC

oremúN % oremúN % oremúN %

edúaS.geRª01levacsaC 876.8 7 66,08 562.5 76,06 114.3 13,93 749.1 44,22

etseOodamecarI 04 0 - 02 00,05 02 00,05 41 00,53satíuseJ 331 0 - 15 53,83 28 56,16 62 55,91

etseodniL 69 0 - 17 69,37 52 40,62 42 00,52aroruAavoN 332 1 81,924 141 25,06 29 84,93 74 71,02

uçaugIodsadeuQ 725 1 57,981 093 00,47 731 00,62 721 01,42aicúLatnaS 96 0 - 03 84,34 93 25,65 91 45,72

etseOodazereTatnaS 541 0 - 301 30,17 24 79,82 83 12,62ánaraPodsarraBsêrT 532 0 - 541 07,16 09 03,83 55 04,32

etseOodzurCareV 941 0 - 29 47,16 75 62,83 23 84,12

Page 389: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

389

12.2.3 Cobertura Vacinal

A cobertura de vacinação de crianças menores de um ano caracteri-

za os antígenos usados no Programa de Vacinação Universal das Crianças.

Os dados apresentados na seqüência, sugerem uma cobertura vacinal supe-

rior a 100%. As discrepâncias dizem respeito à inadequada contagem

populacional que, estatisticamente, interfere nos resultados das coberturas

vacinais realizadas. Há casos, na Região Oeste do Paraná, em que a conta-

gem populacional gera superestimativa frente a outros casos em que a conta-

gem da população é subestimada. Há que se ressaltar que campanhas de

vacinação bem sucedidas com ações mais efetivas no campo da cobertura

vacinal dependem, principalmente, da compreensão dos Secretários Munici-

pais de Saúde de cada município.

QUADRO 12.9: Cobertura vacinal em menores de 01 ano, 9ª Regional de Saúde - 1996/2000

Fonte: SESA - Organizado pelos autores, 2002.

QUADRO 12.10: Cobertura vacinal em menores de 01 ano, 10ª Regional de Saúde - 1996/2000

Fonte: SESA - Organizado pelos autores, 2002.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

onA GCB ecilpírT oilópitnA opmaras-itnA BetitapeH

6991 %34,371 %86,011 %51,211 %39,021 %35,021

7991 %15,741 %27,801 %35,901 %67,431 %26,35

8991 %92,931 %63,89 %68,69 %36,531 %8,35

9991 %27,451 %71,29 %46,39 %15,611 %36,401

0002 %07,721 %80,69 %94,301 %96,801 %37,18

onA GCB ecilpírT oilópitnA opmaras-itnA BetitapeH

6991 %82,501 %91,79 %68,69 %39,79 %86,701

7991 %72,301 %71,29 %42,29 %06,99 %69,44

8991 %77,89 %73,59 %44,69 %54,421 %69,56

9991 %80,69 %13,39 %56,39 %85,101 %09,901

0002 %16,39 %46,69 %73,89 %96,89 %14,09

Page 390: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

390

Considerando, de forma generalizada, os indicadores, anteriormente apre-sentados e, admitindo-se a "recência" do processo de formação da Região Oeste doParaná, estes, ainda, encontram-se incompatíveis, frente aos padrões da Organiza-ção Mundial da Saúde para os países em desenvolvimento. Entretanto, a partir de1990, melhorias significativas nos programas de prevenção vêm conseguindo res-postas mais adequadas no quadro dos indicadores básicos para a Região.

Vale acrescentar que grande parte dos municípios da Região Oestedo Paraná encontrava-se, até o final da década de 1990, abaixo da estimativabrasileira que, particularmente, em relação à mortalidade infantil, perfazia umíndice de 33,1/1.000 nascidos vivos, em 1998. Os dados apontam que a Re-gião se aproximou ao Estado do Paraná, o qual no mesmo período, apresen-tava uma taxa efetiva de mortalidade infantil de 21,0/1.000 nascidos vivos.

A ênfase no aspecto preventivo pode significar respostas mais favo-ráveis aos municípios que dele se valerem.

12.3 A OFERTA DE SERVIÇOS MÉDICO-HOSPITALARES NA REGIÃO OESTE

DO PARANÁ

O desenvolvimento tecnológico tem se aguçado nos últimos anos e épróprio dizer que as gerações presentes estão acompanhando essa corridatecnológica que leva consigo o comportamento humano, em velocidade ímpar.Na área da saúde, esta corrida possui dois sentidos muitos especiais quedevem ser, adequadamente, analisados pelos gerenciadores do sistema: assu-mir o avanço tecnológico e impedir que este avanço surja como mais um

QUADRO 12.11: Cobertura vacinal em menores de 01 ano, 20ª Regional de Saúde - 1996/2000

Fonte: SESA - Organizado pelos autores, 2002.

onA GCB ecilpírT oilópitnA opmaras-itnA BetitapeH

6991 %46,69 %35,68 %74,68 %99,58 %30,88

7991 %06,59 %50,38 %25,38 %28,501 %5,83

8991 %96,011 %9,301 %58,301 %79,251 %79,76

9991 %59,301 %67,29 %28,29 %25,69 %60,301

0002 %06,101 %83,59 %23,59 %07,101 %31,09

Page 391: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

391

fator de discriminação e exclusão, sob pena de se inverter o princípio éticoque gere as questões públicas e privadas.

De acordo com SESA/ISEP (s/d), o alvo das políticas públicas e, nocaso, das políticas de saúde pública, deve estabelecer o parâmetro do maiorganho em detrimento do menor ganho, caso se queira maximizar seus recur-sos e efeitos na saúde da população. Volta-se, assim, à questão inicial de queas prioridades nas políticas de saúde devem remeter-se às respostas fornecidaspelos indicadores levantados.

A tendência do Estado brasileiro tem sido a de privilegiar o privadocom os recursos públicos, fazendo com que as camadas extremamentepequenas da população tenham acesso à determinadas tecnologias e acessoaos serviços sofisticados em saúde. O resultado tem deixado descoberto ações,significativamente mais baratas e de maior alcance para a saúde da populaçãocomo um todo, muito embora grande parte desta realidade esteja semodificando.

É uma dificuldade que o sistema tem que enfrentar e que, somentealicerçando-se em princípios éticos definidos, a partir da direção políticaestabelecida para a maximização dos recursos e da qualidade de vida dapopulação, determinará o objeto a ser contemplado privilegiadamente.

A Região Oeste do Paraná insere-se neste contexto, não apenasquando se observa o acesso aos serviços básicos de saúde, mas,principalmente, considerando-se a pequena inclinação de alguns planos políticosmunicipais em priorizar os aspectos voltados à prevenção. Muitas vezes, asgestões municipais obrigam-se a atender as "conseqüências" da ausência dosinvestimentos em infra-estrutura básica à população do que, necessariamente,concentram esforços em educação e prevenção, junto às suas comunidades.

12.3.1 As Despesas Realizadas em Saúde

A despesa pública na saúde compreende os gastos correntes e decapital realizados por todos os gabinetes, departamentos, instituições e outroscorpos que constituem agências ou instrumentos da administração central noshospitais, maternidades, centros dentários e clínicas; nos sistemas de saúdenacional e seguro medicinal; no planejamento familiar e cuidados preventivos.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

Page 392: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

392

Os dados sobre a despesa de saúde não são comparáveis entre ospaíses. Em muitas economias, os serviços privados de saúde são consideráveis;noutras, os serviços públicos representam o componente principal de toda adespesa, mas podem ser financiados pelo governo a níveis mais baixos. Por-tanto deve-se ter muita cautela para sua análise e diagnóstico, também paraa Região Oeste do Paraná.

Um dos argumentos, freqüentemente levantados, para explicar adeterioração da qualidade dos serviços de saúde, no Brasil, é o chamado"sucateamento da rede de serviços". O termo sucateamento pode ser utilizadono sentido, convencionalmente conhecido, em economia, como depreciaçãode ativos fixos (prédios, instalações, máquinas e equipamentos, entre outros),num contexto onde não são criados os chamados fundos ou provisões, pararepor esta depreciação.

Como conseqüência, a rede de serviços passaria a perder,progressivamente, sua capacidade de atendimento, seja em termos dequantidade, seja da qualidade dos diagnósticos, procedimentos e terapias.Portanto esta expressão se refere à falta de reposição de ativos ou, ainda, auma escassez de recursos destinados à manutenção da rede física. Há quese ressaltar que a tendência, também verificada na Região Oeste, emterceirizar os serviços, via contratação, junto a empresas especializadas, vemcontrabalançando estas dificuldades.

Pode-se dizer que o investimento em saúde, no Brasil, ainda, é feitocom recursos internacionais, a título de empréstimo ou a fundo perdido. OsEstados e Municípios geram recursos fiscais que se constituem (potencial ouefetivamente) em importantes fontes de investimentos em saúde. Ainda sefaz necessário exame mais detalhado acerca dos dados existentes, agregando-se a despesa conjunta de todas estas esferas, fornecendo o quadro deinvestimento em saúde, para a Região.

O Quadro 12.12 demonstra os recursos disponibilizados para a saúdepública na Região Oeste do Paraná. Considera-se, especificamente, a partefixa e variável destes investimentos. Cabe ressaltar que, no tocante à partevariável, o incentivo aos programas preventivos pode sinalizar melhoria nosindicadores de saúde para as comunidades assistidas, conforme as gestõesmunicipais desenvolvam suas propostas. O importante, portanto, é que osmunicípios desenvolvam ações preventivas com parte dos recursos

Page 393: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

393

disponibilizados pelo Estado e contrapartida local. São estas ações que,efetivamente, contribuem para que se modifique o caráter curativo para opreventivo.

12.3.2 A Estrutura para o Atendimento à Saúde

Pode-se considerar o financiamento adequado para a saúde comouma prioridade social. De acordo com CORDEIRO JUNIOR (s/d), no Brasil,gasta-se muito pouco em saúde, e o que se gasta, gasta-se mal, já que amaioria dos recursos é utilizado para tratamento hospitalar e exames, terapiasde alto custo que privilegiam uma minoria em detrimento da maioria, a qual

QUADRO 12.12: Organização dos serviços de saúde por regional de saúde(R$/mês).

Fonte: SESA - Organizado pelos autores, (2002).PAB: Piso de Atenção BásicaFAE: Fração Assistencial EspecializadaAIHS: Internação Hospitalar

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

adoriecnanifoteT9991aicnêtsissa edúaSedlanoigeRª9 edúaSedlanoigeRª01 edúaSedlanoigeRª02

)oxif(BAP 62,122.503$R)lasnem/8991(

46,445.714$R)lasnem/8991(

00,573.623$R)lasnem/8991(

SUS/IAS-EAFlairotalubma

84,193.901$R)9991/naj(

36,784.297$R)9991/naj(

28,822.632$R)9991/naj(

)HIA(ralatipsoHoçivreS 00,765.456$R)8991.oga(

69,622.289$R)8991/oga(

70,624.285$R)8991/oga(

)leváirav(BAP

SCAPoaovitnecnI 00,481.11$R)1002/nuj(

00,714.501$R)1002/nuj(

00,436.12$R)1002/nuj(

FSPoaovitnecnI 00,886.13$R)1002/nuj(

00,289.271$R)1002/nuj(

00,741.601$R)1002/nuj(

sàetabmocedamargorPsianoicirtuNsaicnêraC

00,034.02$R)lasnem/0002(

00,044.82$R)lasnem/0002(

05,757.21$R)lasnem/0002(

sacisáBseõçAsàovitnecnIairátinaSaicnâligiVed

37,606.7$R)lasnem/9991(

09,939.8$R)lasnem/9991(

92,195.6$R)lasnem/9991(

acituêcamraFaicnêtsissAacisáB

75,599.24$R)lasnem/9991(

21,326.55$R)lasnem/9991(

56,687.04$R)lasnem/9991(

edúaSadsepiuqEed.oNailímaFad

11)1002/luj(

45)1002/luj(

51)1002/luj(

setnegAed.oNedúaSedsoirátinumoc

56)1002/luj(

224)1002/luj(

611)1002/luj(

Page 394: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

394

obteria um benefício muito maior, caso os recursos fossem empregados

na promoção de sua saúde, prevenção de agravos de caráter coletivo e,

principalmente, em saneamento básico e na melhoria de suas condições

de vida, o que significa a reversão deste perfil de morbi-mortalidade des-

favorável, característico ao Brasil, atualmente. Os investimentos realiza-

dos nos programas preventivos, ainda são pequenos, diante dos gastos

com medicina curativa.

Uma condição, que dificulta o real e efetivo funcionamento dos fundos

de saúde, é a prevenção que certos executivos e secretários de finanças têm

com relação à descentralização da gestão dos recursos da saúde, uma espécie

de sensação de perda do poder. Embora o dinheiro da saúde seja contabilizado

à parte e depositado nos fundos de saúde, não significa que fique desvinculado

da esfera governamental, e que o chefe do executivo não tenha ascendência

sobre o mesmo. A questão não é a de quem vai assinar os cheques, mas, sim,

a de como fazer valer mais e melhor cada unidade de recurso destinado à

saúde da comunidade.

a) O Controle Social

O capítulo da saúde da Constituição Federal Brasileira (1988),

regulamentado através da Lei Orgânica da saúde (lei 8.080/90, complementada

pela 8.142/90), assegura, entre outros, o controle social do Sistema Único de

Saúde (S.U.S.), através da participação popular, quer seja nas conferências

de Saúde, ou então, principalmente, ao nível dos Conselhos de Saúde.

Os elementos legais sofrem do mesmo mal que acomete, via de regra,

o princípio do cumprimento de leis no Brasil, de tal sorte que, talvez hoje, o

País apresente a melhor legislação sobre saúde no mundo, somando-se a um

sistema que, aos poucos, vêm avançando na implantação e consolidação das

políticas de saúde.

A participação popular nos Conselhos Municipais de Saúde,

principalmente, nos pequenos municípios, ainda é frágil, não conseguindo

estabelecer o direcionamento de políticas públicas de saúde mais efetivas em

suas respostas.

Apesar destas dificuldades, o comportamento da população vêm, aos

Page 395: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

395

poucos, modificando-se. As condições de vida e de trabalho, a urbanização

crescente, com a melhoria no acesso aos serviços de saúde, vêm trazendo

mudanças importantes no perfil epidemiológico.

As doenças, decorrentes do trabalho, ainda são pouco conhecidas e,

portanto, pouco enfrentadas. O controle dos riscos do ambiente de trabalho é

exercido por várias instituições e, nem sempre, as políticas institucionais,

voltadas para esse controle, são articuladas ou efetivadas.

Neste contexto, houve também retrocessos, com o ressurgimento de

doenças, antes, sob controle ou erradicadas em algumas regiões do Brasil,

como o caso da cólera e da dengue, mais recentemente. O número de casos

notificados, nas Regionais de Saúde do Oeste do Paraná, sinalizam para um

aumento de 1 caso para cada 100.000 habitantes, para 323, para cada 100.000

habitantes, apenas na 20ª Regional de Saúde - Toledo. Em Foz do Iguaçu, os

dados da 9ª Regional de Saúde apontam para o registro de 924 casos, para

cada 100.000 habitantes, no ano de 2000, como resultado da epidemia que

assolou o País.

A mortalidade infantil, ao contrário, vem diminuindo, gradativamente,

como resultado da melhoria da assistência e do controle das doenças

transmissíveis nessa idade. Observa-se, entretanto, que, proporcionalmente,

a mortalidade perinatal (até o 28º dia de vida) passa a ter cada vez mais peso.

O planejamento familiar e a conseqüente redução na taxa de natalidade da

população, também, contribuem para avanços nestas questões.

É fundamental a organização e a estruturação de serviços ou ações,

para prevenir a gestação na adolescência, para dar atendimento de boa

qualidade à gestante independente do risco na gestação e durante o parto,

para acompanhar e identificar, precocemente, os recém nascidos com maior

risco de morte. Programas como Protegendo a Vida, Saúde da Família, que

incluem a capacitação dos profissionais e a aquisição de equipamento para

estruturação e organização dos serviços, vêm abrangendo os determinantes

mais importantes da mortalidade perinatal. Estratégias semelhantes, nos

municípios da Região, também, vêm sendo desenvolvidas com sucesso.

Exemplo disso é o trabalho realizado pela Pastoral da Criança.

A população está envelhecendo. Com isto, as doenças crônico-

degenerativas como a hipertensão arterial, o diabetes mellitus passam a ter

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

Page 396: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

396

cada vez mais importância, demandando mudanças no tipo de atendimento

prestado, desde médico-enfermagem e medicamentoso, até de apoio social.

Outra questão importante é a morbidade por câncer. Com o avanço

tecnológico e o diagnóstico precoce e tratamento adequado vêm sendo

modificado, muitas vezes, o prognóstico e a sobrevida dos pacientes. Alguns

tipos de câncer, como o de cólo de útero, o bucal, o de pele, têm excelente

prognóstico com diagnóstico precoce. Na saúde da mulher, o câncer de cólo

de útero, por ser considerado uma morte evitável, merece atenção especial,

através do planejamento de ações voltadas para seu controle em todo o Estado.

A organização atual dos serviços de saúde vem, aos poucos,

possibilitando o enfrentamento contínuo para controle desses agravos. As

pessoas precisam ser atendidas, e os serviços mais receptivos, disponibilidade

de medicamentos, de exames laboratoriais, entre outros, são importantes, para

se resolver os problemas concretos.

A prestação de serviços na área básica, onde podem ser resolvidos a

maior parte dos problemas de saúde, é feita, hoje, pelas Secretarias de Saúde

dos municípios, contando com financiamentos através do SUS, e este vêm

privilegiando as ações coletivas, de cunho preventivo como Programas de

Hipertensão, Diabetes Mellitus e Pré-Natal.

Neste contexto, cabe ressaltar que a maior parte dos municípios no

Paraná é de pequeno porte (70% tem menos de 30 mil habitantes), contando

com pequena estrutura de saúde e necessitando administrar o grande problema

do elevado fluxo de pessoas que se utilizam dos serviços ofertados.

Uma situação, comumente verificada na Região, pode ser assim

descrita: as pessoas transitam livremente, ou seja, moram num município,

trabalham em outro, são atendidas, nas suas necessidades de saúde, onde o

acesso é mais fácil. As dificuldades surgem, porque o planejamento de ações

para controle de doenças e a organização dos serviços de maior complexidade,

freqüentemente, são realizados por meio da dotação orçamentária de cada

município, mediante sua estrutura de receitas. Como exemplo ilustrativo desta

questão, citam-se os "brasiguaios", nos municípios com área de fronteira, que

se vêem obrigados a prestar assistência na área de saúde com disponibilidade

limitada de recursos.

Page 397: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

397

b) Os Consórcios Municipais de Saúde

A Lei Orgânica da Saúde tratou, especificamente, dos ConsóciosIntermunicipais de Saúde, determinando que os municípios poderão constituí-los. O Consórcio é um acordo político entre pessoas jurídicas da mesma espécie,no caso município com município e difere de um convênio, por exemplo, pelofato de que este pode, ao contrário do Consórcio, reunir pessoas jurídicasdistintas.

No caso da saúde, o consórcio acaba fazendo o papel daregionalização, figura prevista na própria Constituição. É sempre enfatizadoque o Sistema Único de Saúde (SUS) se sustenta na descentralização, comoforma de atender as especialidades. Um acordo como o do Consórcio nãoestá juridicamente habilitado a gerenciar o serviço, receber e gastar recursos.Por isso é comum que se crie uma personalidade jurídica para, num prazodeterminado, gerenciar o consórcio. Os municípios obtêm, das respectivasCâmaras Municipais, autorização, para poder participar da pessoa jurídicaem questão, isto é, o consórcio.

Para SANTOS (1996), há, neste contexto, uma discussão interminável,porque a pessoa jurídica do consórcio, regendo-se pelo direito privado, levavamuitos a não aceitarem que o dinheiro público fosse gerenciado por umaentidade de direito privado. Entretanto não há como criar uma pessoa jurídicade direito público envolvendo vários municípios.

É importante enfatizar que o consórcio não faz às vezes da SecretariaMunicipal de Saúde. Da mesma maneira que o município exerce seu controlesobre os hospitais ou qualquer outra atividade que venha a desenvolver naárea da saúde, também controlará o consórcio. Como este é um agrupamentode municípios, uma forma de controle poderia ocorrer, através da formaçãode uma comissão no Conselho Municipal de Saúde de cada município queparticipa do consórcio. Na Região Oeste do Paraná, os municípios podemoptar pela utilização de Serviços Próprios, caso este da Regional de Cascavel,como pela aquisição de serviços prestados por terceiros. Desta forma, naRegião Oeste do Paraná ocorrem organizações diferenciadas no que tange àadministração dos consórcios.

De acordo com BERTONE (1996), a criação dos ConsórciosIntermunicipais de Saúde, no Paraná, antecede, em alguns anos, a atual gestão

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

Page 398: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

398

da Secretaria Estadual da Saúde (SESA). A partir do ano de 1995, a política

de incentivar a constituição de consórcios se tornou mais forte.

O consórcio é um prestador de serviços aos municípios que o compõem

e que são gestores dos seus sistemas municipais de saúde. Isto porque, em

termos de gestores, exigem no sistema três instâncias: a União, representada

pelo Ministério da Saúde; o Estado, representado por sua Secretaria de Saúde;

e os municípios, representados por suas respectivas Secretarias Municipais

de Saúde. Todo o sistema está baseado no controle e avaliação desses três

gestores. Qualquer outro componente é um prestador de serviço desse sistema.

Para que um município participe de um consórcio, é necessária a

autorização do respectivo Conselho Municipal de Saúde. Aliás, o próprio plano

de saúde desse município deveria contemplar a hipótese dele associar-se a

outros com o objetivo de organizar, conjuntamente, determinados serviços.

Portanto, a organização dos municípios em microrregiões ou regiões

tem sido de fundamental importância para a viabilização do SUS. A formação

de Consórcios Intermunicipais de Saúde (CIS) tem melhorado o acesso a

serviços de saúde de maior complexidade, na maior parte das vezes, com

custos aceitáveis e bom nível de satisfação da clientela nos municípios. A

instalação das Centrais de Marcação de Consultas Especializadas e de Leitos

Hospitalares está, também, ajudando a organizar a demanda, além de propiciar

aos gestores municipais maior possibilidade de controle e avaliação desses

serviços. As internações pelo SUS devem, obrigatoriamente, passar pelas

Centrais de Leitos, conforme deliberação do Conselho Estadual de Saúde. O

próprio serviço de controle e avaliação preconiza a criação das Centrais de

Leitos.

Na Região Oeste do Paraná, muito embora os consórcios

intermunicipais de saúde, efetivos, ou sob a forma de agência de serviços,

permitam a articulação entre os serviços especializados ofertados e sua

utilização por parte da população, é, ainda, necessária a adequada

resolutividade por parte dos profissionais da saúde por ocasião do

encaminhamento de procedimentos médicos necessários aos pacientes. O

caráter da saúde na Região ainda é curativo, quando a ênfase deveria ser

preventiva, aliando-se a esta prevenção, os serviços básicos de infra-estrutura

à comunidade regional.

Page 399: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

399

c) A Rede Hospitalar e os Serviços Ambulatoriais

A rede hospitalar no Estado tem características próprias: há um grandenúmero de hospitais de pequeno porte, com menos de 50 leitos (68%), emgeral, com baixa resolutividade. Os hospitais de médio porte, que tem de 50 a150 leitos (30%) e os de grande porte (2%), com mais de 150 leitos, estãoconcentrados em algumas regiões, dentre estas a Microrregião de Cascavel.A oferta de leitos hospitalares de maior complexidade é, portanto, um problemasério em algumas áreas. (SESA, 1999).

Dentre as principais Causas de Internação nas Regionais de Saúdedo Oeste do Paraná, podem-se citar: cesariana e atendimento ao recém nascidona sala de parto, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, insuficiênciacardíaca, crises asmáticas e atendimento em psiquiatria.

Conforme VIANNA, PIOLA e REIS (1998), o sistema público desaúde desconhece os pacientes que o procuram, no que se refere, por exemplo,à renda, escolaridade ou ocupação. Quando se examina a demanda, segundoa especialidade médica em que esses pacientes foram atendidos, constata-seque são os serviços mais complexos ou que demandam internamento, quasesempre mais caros e/ou não cobertos pelos planos de saúde menos generosos.Além destes, a demanda recai naqueles serviços nos quais o setor públicoconta com maior "expertise" acumulada do que a rede privada. O percentualde pacientes com renda acima de 5 salários mínimos situa-se acima da médiade 17,2% observada no conjunto das internações (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2002). Nas especialidades de menor densidade tecnológica, ocorre justamenteo oposto.

No contexto acima descrito, um dos mecanismos que reduz estasituação é o respeito à hierarquização na utilização dos serviços disponibilizadosna rede pública. O paciente necessita do primeiro encaminhamento viaUnidade Básica de Saúde, não dispondo dos serviços mais complexos semuma prévia avaliação.

Deve-se ressaltar que o acesso aos serviços de saúde caracterizasua possibilidade efetiva de utilização pela população.

Os Serviços Ambulatoriais, disponíveis pelo SUS, para o atendimentoaos indivíduos na Região Oeste do Paraná, são apresentados, na seqüência.O quadro 12.13 apresenta as unidades disponíveis na Região Oeste do Paraná,para cada regional.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

Page 400: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

400

A Região Oeste do Paraná, mais especificamente, o Município deCascavel tem avançado, significativamente, na prestação de serviços médico-hospitalares à Região. As especialidades médicas e a tecnologia à disposiçãoda população vêm alcançando níveis compatíveis aos centros de referêncianacionais. Os anexos 1 ao 14 possibilitam a verificação da prestação destesserviços a nível regional, destacando-se maior complexidade destes serviços,nos âmbitos público e privado no Município de Cascavel.

12.4 RECURSOS HUMANOS INSERIDOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE REGIONAIS

Os indicadores de Desenvolvimento Humano da ONU preconizam aparticipação de médicos e enfermeiros nos sistemas de saúde. Por enfermeiros,pode-se caracterizar todas as pessoas qualificadas e registradas ou, autorizadaspelo País, a fornecer um serviço responsável e competente para a promoçãoda saúde, prevenção de doenças, cuidados na doença e na reabilitação.

Os profissionais médicos referem-se a clínicos e inclui todos osdiplomados de qualquer faculdade ou escola de medicina em qualquer campomédico (incluindo o exercício da medicina, ensino, administração ouinvestigação).

As unidades básicas de saúde contam, ainda, com profissionais na

QUADRO 12.13: Unidades de serviços ambulatoriais do SUS por Regional deSaúde - julho/1999

Fonte: SESA - Organizado pelos autores, 2002.

edúaSedlanoigeR lanoigerª9 lanoigerª01 lanoigerª02

sacisábsedadinU1 64 58 601

sedadilaicepse/oirótalubmA2 0 5 0

esongaiDedsoçivreS3 7 61 11

RSP1 21 43 75

USP1 22 1 92

SC1 21 94 61

42/AP1 0 1 4

ERC2 0 0 0

UC2 0 2 0

SC2 0 0 0

CPL3 5 9 9

RS3 2 7 2

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área de odontologia, auxiliares de enfermagem, técnicos em enfermagem,além de técnicos em informática.

Deve-se ressaltar que, no que tange aos aspectos preventivos, aatuação dos agentes comunitários de saúde, também, deve ser mencionadacomo parte importante nesta dinâmica, principalmente, nos pequenosmunicípios da Região Oeste do Paraná.

Entretanto, juntamente com o financiamento insuficiente, é inconstantea inadequação na formação dos recursos humanos para a saúde, um dosmaiores nós críticos para a viabilização do Sistema Único de Saúde (S.U.S.).Formam-se profissionais voltados para uma realidade completamente diferenteda do mercado de trabalho que os absorverá. Os estudantes enveredam suaformação para a especialização, ou até trabalhar autonomamente, buscandosua independência econômica. O curso médico é "hospitalocêntrico" e calca-do num padrão tecnológico extremamente sofisticado. Os hospitais-escolafuncionam como referência terciária ou quaternária para o sistema, de formaque os alunos aprendem a tratar de doenças raras e complicadas e, cada vezmais, tornam-se menos preparados para atender às patologias mais comuns,mas que, epidemiologicamente, são as que prevalecem na população.

Esta realidade não se distancia da formação técnica dos quadros dosprofissionais que atuam na área da saúde na Região Oeste do Paraná. Asqueixas mais freqüentes referem-se à baixa capacidade de resolutividade deproblemas comuns que poderiam ser diagnosticados com exames simples,evitando-se gastos desnecessários e promovendo, principalmente, o bem estarda coletividade.

Segundo MÉDICI e OLIVEIRA (1992), a inexistência de umaadequada política de recursos humanos tem trazido sérias conseqüências emvários aspectos do pessoal ligado à área de saúde. Entretanto, no Estado doParaná, são esboçadas perspectivas de formação, treinamento eaperfeiçoamento de serviços. Entretanto, muitas vezes, os recursos humanosvêem-se desmobilizados e desmotivados; o corpo de funcionários do setor desaúde troca a dedicação aos pacientes e às instituições de saúde, pelocorporativismo, pois são instituições como os sindicatos e associaçõesprofissionais que lhes acenam com alguma perspectiva de melhoria salarialou funcional. Ao lado da desmotivação, os baixos valores dos procedimentos,especialmente, hospitalares, abre precedentes para que haja dupla cobrança.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Criou-se, ao lado do setor público de saúde, todo um jogo de interes-ses que acaba sendo o principal elemento responsável pela política de lotaçãode pessoal. Os hospitais públicos ou postos de saúde mais distantes, localiza-dos fora das cidades e nas periferias metropolitanas, estão quase semprecom falta de pessoal, enquanto que em outros "bem situados" encontram-seaberrações, como número de médicos lotados, superior ao número de leitos.Não são raras estratégias onde os pacientes são desviados para o consultórioparticular do médico.

12.5 OS PROGRAMAS DE SAÚDE E O CARÁTER DA PREVENÇÃO

Vive-se em um País dito "em desenvolvimento", onde prevalecemdoenças relativamente simples, relacionadas às más condições de saneamentoe à desnutrição, mas que por acometer uma grande parcela da população e,numa fase precoce de sua vida (crianças), causam um grande prejuízo ànação.

Investir grandes somas de dinheiro, para importar tecnologiasofisticada, que atenderá a um número relativamente pequeno de pessoas,em detrimento da destinação de recursos, para solucionar os graves problemasestruturais, responsáveis pelas doenças da miséria, não é algo que se concebaem um Brasil ainda carente de condições básicas de vida para sua população.

Conforme mencionado anteriormente, na Região Oeste do Paraná,ainda, faz-se necessária a organização dos serviços, objetivando o equilíbrioentre a prevenção e o tratamento das doenças. A questão da educação emsaúde pode ser considerada a principal condicionante de uma melhoria nascondições de saúde da população da Região Oeste do Paraná. Desta forma,estaria garantido que a procura fosse efetivada, a partir de uma necessidadede saúde, real e imediata, do indivíduo.

Convive-se, neste início de século, com muitos avanços na saúde,mas, ainda, com muitas contradições. Entende-se melhor o processo saúde-doença, como as pessoas podem preservar a saúde, como as doençasaparecem e por quê. Foi possível até mesmo fazer algumas delasdesaparecerem, como no caso da varíola, por exemplo.

Segundo a SESA/ISEP (S/D), as doenças, para as quais não existem

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vacinas, são de mais difícil enfrentamento. A tuberculose e a hanseníase sãoexemplos interessantes: ambas têm possibilidade de cura o que possibilitaria,minimamente, o seu controle. Falta de diagnóstico precoce, de adesão aotratamento por parte do paciente, falta de acompanhamento médico adequadoe busca de contatos, em muito contribui para que tal controle não se efetive.Além disso, a sociedade dá pouca importância a essas doenças. A elas sejuntam várias outras endemias, com maior complexidade nas ações de controle,tais como a doença de Chagas, a leishmaniose, e que atingem quase que,exclusivamente, populações de baixa renda. São as velhas doenças ainda nãoresolvidas no Brasil. A dengue, mais recentemente, apresentou índices elevadosna Região Oeste do Paraná, traduzindo um surto que necessitou a mobilizaçãodos agentes de saúde de forma intensiva, mesmo que com pouca colaboraçãoda população.

A AIDS é uma doença nova à qual a sociedade dá uma grandeimportância. Existe o controle, mas os medicamentos têm efeito relativo ealto custo. É uma doença ainda letal e atinge a população economicamenteativa.

a) O Programa Saúde da Família

A saúde da família é uma prática que está sendo realizada emmuitas localidades de diversos municípios em todo o Brasil e tem alcançadogrande êxito. Modifica o perfil epidemiológico, reduzindo a mortalidadeinfantil e materna e o número de internações hospitalares. Segundo a SESA/ISEP (S/D), é uma proposta concreta de trabalho que se contrapõe ao modeloassistencial vigente, pois tem, como principal característica, ações planejadaspor uma equipe de profissionais e não a figura do médico como centro dosaber; prioriza a organização do trabalho com programação e planejamentolocal e não somente reproduz programas pré-determinados.

O objetivo principal do trabalho de equipes de Saúde da Família é apromoção da saúde, através de ações preventivas, diagnóstico, tratamento erecuperação das doenças. O desenvolvimento do trabalho se realiza de formaintegrada entre a equipe que, basicamente, é formada por médico, enfermeiro,auxiliar de enfermagem e agente comunitário de saúde. O conhecimento préviosobre a situação de vida dos moradores, a cultura, a economia, o lazer, enfim,

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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a forma como se relacionam, é que determina o planejamento sobre o quefazer. È imprescindível que o gestor tenha feito um processo de análise sobreo seu município no que diz respeito à definição da área com maior risco deproblemas de saúde, priorizando, principalmente, aqueles de mais difícil acessoao serviço público de saúde, a isso é chamado de discriminar positivamente,ou seja, trabalhar de forma planejada, conhecendo o problema, sabendo ondeele está, definindo o que modificar e estabelecendo o que fazer para tal.

O conceito de promoção da saúde implica em estabelecer relaçãoindividualizada e personalizada, considerando o sujeito que vive numa famíliae está em uma comunidade onde a vida acontece. Promoção da saúde ésaber que a doença mais comum naquela localidade, em crianças menores de05 anos, é verminose, é saber que há esgoto a céu aberto e um riacho poluídoonde pequenos tomam banho e, fundamentalmente, é oferecer essa informaçãoaos cidadãos que moram nesse território, para que tomem os cuidadosnecessários e ao setor de obras públicas para que faça a canalização da redede esgoto.

Neste sentido, não apenas para a Região Oeste do Paraná, mas paraoutras regiões, promover a Saúde significa atuar interinstitucionalmente, parareduzir ou eliminar o dano responsável pelo aparecimento da doença, ou seja,significa tratar da doença antes que ela aconteça. Como exemplo, cita-se oesgoto a céu aberto e fossas que, uma vez saneadas, estarão contribuindopara a redução de verminoses e doenças transmissíveis.

A estratégia Saúde da Família pressupõe uma grande articulaçãocom os diversos setores da comunidade e uma efetiva participação dos cidadãosna discussão das questões de saúde. A relação dos profissionais com oscidadãos é fortalecida, na medida em que o espaço físico da unidade de saúdetorna-se público, ou seja, quando o cidadão compreende que o técnico ouve oque ele fala.

O novo mercado de trabalho exige um profissional que, além dacompetência clínica, também considere o território com sua realidade e operfil epidemiológico como base para o planejamento das suas ações. Porisso, a SESA, através da Escola de Saúde Pública, coordena o Pólo deCapacitação, Formação e Educação Permanente de pessoal para a Saúde daFamília, juntamente com as universidades - Universidade Federal do ParanáUFPR, Universidade Estadual de Ponta Grossa UEPG, Universidade Estadual

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de Maringá UEM, Universidade Estadual de Londrina UEL, UniversidadeEstadual do Oeste do Paraná UNIOESTE e as Secretarias Municipais deSaúde de Curitiba e Londrina. O Pólo tem por objetivo a integração ensino-serviço, de forma a capacitar e formar profissionais que sejam capazes dedesenvolver ações educativas, assistenciais e gerenciais.

Os cursos são realizados pelas Universidades vinculadas ao Pólo epossuem significativa importância nesse processo. São precursores de umagrande transformação na formação de médicos, enfermeiros e demaisprofissionais da saúde, na organização do Programa Saúde da Família e demaisserviços públicos de saúde, fundamentalmente, vinculados à promoção daatenção integral à saúde de todo o cidadão. Citam-se aqui os programasdesenvolvidos nos municípios da Região Oeste como os Agentes Comunitáriosde Saúde, Carências Nutricionais (Bolsa Alimentação), Hipertensão, DiabetesMellitus, Hanseníase, TBC, Humanização do Pré-Natal e Parto, além daprevenção do Câncer de Cólo de Útero e Câncer de Mama.

12.6 A QUESTÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PRIVADOS

O que caracteriza o mercado de serviços privados de saúde é anatureza mercantil - contratual das relações entre atores que, por sua vez,confere à demanda caráter seletivo. Nessa perspectiva, o mercado de serviçosprivados de saúde é composto pelas formas de produção e gestão de assistênciamédico-hospitalar que tem por objetivo atender a determinada demanda ouclientela restrita.

A exigência básica é o pagamento pela utilização dos serviços (a suacompra), que pode assumir diferentes modalidades, desde as mais tradicionaisaté as mais complexas, que envolvem a intermediação de terceiros; contratosentre indivíduos - famílias/empresas com a medicina de grupo, cooperativasmédicas e seguradoras, além dos complementares de saúde auto - geridospor empresas empregadoras (públicas e privadas).

De acordo com ALMEIDA (1998), os vínculos dessa expansão estãoligados à privatização de algumas funções públicas, entre as quais a assistênciamédico-hospitalar, como resultado da confluência entre a interação de interessesde operários e patrões e a tradição histórica de compra de serviços daprevidência social.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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No que diz respeito aos planos de saúde próprios do empregador,ocupam lugar expressivo no mercado privado de saúde e, embora hajareferências que existam desde os anos 1940, ganharam impulso, a partir dofinal dos anos 1970, com a legislação que cria os sistemas fechados e abertosde previdência complementar.

Segundo CORDEIRO (1984); VIANA (1995), citados por ALMEIDA(1998), a reestruturação do mix público/privado para a prestação da assistênciamédica, no Brasil, tem um componente importante na articulação, inicialmente,entre grupos médicos e empresas e, posteriormente, entre estas e seguradoras,e se consolida, basicamente, em duas conjunturas.

A primeira coincide com o ciclo expansivo da modernização econômicaalavancada pelo Estado autoritário, em que a intervenção estatal teve duplaorientação: extensão da cobertura para os segmentos de menor renda e criaçãode mecanismos diferenciados para segmentos específicos do mercado formalde trabalho. A entrada do então INPS como parceiro trazia vantagens:participava no custeio, fiscalizava os serviços e possibilitava a diferenciaçãono atendimento dessa clientela selecionada. Já o setor público se deteriorava,porque, naquele momento, o aumento da cobertura não acompanhava oinvestimento público, e os mecanismos de compra de serviços apresentavamsinais de exaustão.

A segunda conjuntura dá-se no período da transição democrática e épermeada pela retração da atividade econômica, com a conseqüenteracionalização da oferta de serviços, contenção de despesas e a emergênciadas múltiplas pressões políticas que o processo desafogava. A estratégia decontenção de custos do então INAMPS, como resultado da crise financeirado sistema previdenciário (1981-84), a perda da capacidade de fixar preçoscompetitivos e o vazio normatizador, que se seguiu, agravaram-se com ossucessivos planos estabilizadores. Desde 1983, o Estado havia deixado deassinar novos contratos com empresas, além de não renovar os vigentes.Porém, de fato, este segmento do mercado privado de serviços já havia seautonomizado.

De acordo com BAHIA (1997), citado por ALMEIDA (1998, p. 16),as fontes de informação disponíveis sobre a denominada assistência médicasuplementar não são homogêneas e, em geral, são produzidas ou pelas própriasempresas que integram o mercado, por meio de suas entidades representativas,

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ou por firmas privadas de consultoria contratadas para o fornecimento deestimativa sobre a concorrência, a fim de subsidiar o investimento. As fontesoficiais são escassas e, em geral, não têm continuidade no levantamento dosdados, sendo que algumas pesquisas existentes se restringem a áreasgeográficas ou itens específicos.

A coleta e sistematização destas informações, conforme jámencionado na introdução desta análise, foi um dos fatores limitadores noestudo proposto. As caracterizações possíveis de serem elaboradas permitem,quando muito, algumas inferências e não afirmações conclusivas. Além disso,os dados apresentam discordância entre as diversas fontes, para o mesmoano, sendo que a comparabilidade está comprometida pelas diferentes formasde organização e sistematização dos dados das empresas privadas para todosos anos.

As consultas e informações, relativas à dinâmica da saúde na iniciativaprivada para a Região Oeste do Paraná, quando realizadas nos anos de 2000e 2001, não proporcionaram a contabilização efetiva dos dados necessários àsua análise, não sendo, portanto, apresentados neste diagnóstico. As prestadorasde serviços não divulgam com facilidade seus números, o que acabaprejudicando a construção das caracterizações pertinentes ao setor.

Mesmo assim, é possível mencionar que, a partir das característicasrestritivas dos planos de saúde, a maior parte de seus filiados, em algummomento, recorre ao SUS, pelo menos nos casos de procedimentos de altocusto não cobertos pelos contratos ou que são acessíveis por canaisprivilegiados.

Conforme ALMEIDA (1998), houve aumento do número debeneficiários dos planos de saúde, a partir do final da década de 1980. Estecrescimento não foi homogêneo para todas as modalidades, sendo que oincremento de cobertura em número de pessoas foi maior no período 1987-94, liderado pelo seguro-saúde, seguido pelas cooperativas médicas e os planospróprios das empresas. A medicina de grupo foi a que apresentou o menorcrescimento, porém sempre incremental, nos dois períodos, 1987-94 e 1994-96, sendo maior no segundo (respectivamente 6% e 8%), enquanto as demaismodalidades diminuíram bastante o ritmo de incorporação de novosbeneficiários no período 1994-96. O seguro-saúde é a modalidade que apresentao maior crescimento em todo o período 1987-96 (757,1%). O mesmo

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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movimento verifica-se na cobertura de planos de saúde na população total(maior crescimento no período 1987-94), sendo que a medicina de grupo tevedecréscimo de 11,3%, e o seguro-saúde cresceu mais de 533%, seguido dascooperativas médicas e dos planos próprios das empresas.

Conforme ALMEIDA (1998), as avaliações das empresas deassistência médica suplementar, veiculadas pela mídia, são bastante otimistascom relação à potencial decolagem de vendas de planos de saúde e cogitam-se estratégias dirigidas, especialmente, para os segmentos C e D da população,apostando-se, implicitamente, na deterioração, ainda maior, da capacidade dosetor público de atender à demanda reprimida.

Dentre as dimensões intrínsecas ao setor, destacam-se a dinâmicatendencial de aumento de custos e de uso de serviços de assistência médica,impulsionada tanto pela maior sofisticação da capacidade diagnosticada e deintervenção, embutida na incorporação tecnológica permanente, quanto peloaumento da utilização, resultado do maior envelhecimento populacional(cuidados de alto custo), da acumulação epidemiológica (doenças infecto-contagiosas reemergentes e emergentes, crônico-degenerativa, câncer, entreoutras) e da medicalização (em que se abdica da saúde em função do que amedicina pode oferecer para a cura e/ou tratamento). Isto para não mencionara over prescription, de exames de auxílio-diagnóstico e de tratamentos e omarketing da tecnologia médica na mídia, que agravam e distorcem a específicaassimetria de informação presente no setor.

Segundo COHN E ELIAS (1996), citado por ALMEIDA (1998),existem três subsetores do sistema de serviços de saúde público, privadocontratado e privado puro - que compõem uma rede desarticulada e nãohierarquizada, que atende, de forma diferenciada, aos distintos grupospopulacionais da rede pública, que está composta principalmente de serviçosde atenção primária (postos e centros de saúde) (95%) e de emergência(65%), enquanto a rede privada concentra-se no atendimento especializado(74,5%) e hospitalar (79%).

Pode-se caracterizar, como exemplo, casos de hospitais com duplovínculo que "expulsam" pacientes, quando o plano privado não cobre mais ainternação, ou recusam o paciente, quando ainda está em tempo de carênciapelo plano. Não se pode esquecer que o inverso também é verdadeiro, ouseja, pacientes com planos de saúde que são, freqüentemente, atendidos em

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409

unidade públicas, em situações de emergência ou de atendimento de altocusto.

Neste caso, tem-se discutido muito o ressarcimento ao SUS dos gastosefetuados, pois apesar da tentativa de reaver os gastos, deve ser levado emconsideração o direito constitucional, que garante a qualquer cidadão oatendimento da rede pública. Qualquer perspectiva de cobrança pressupõe oestabelecimento de algum tipo de padronização de preços para os mesmosprocedimentos em distintas modalidades de planos de seguros, assim como orepasse para o preço dos planos dos custos adicionais do ressarcimento aosetor público.

As diferentes formas de remuneração numa mesma unidade de saúde,evidenciam, não apenas a importância do SUS para a oferta de serviçosprivados no País, mas, também, as enormes disparidades regionais em relaçãoà dependência dos prestadores do SUS e/ou de planos e seguros privados.

De acordo com MACHADO (1996, p. 33) citado por ALMEIDA(1998, p. 38), essa situação complica-se com referência ao profissional médico,para o qual a multiplicidade de vinculações é praticamente a norma. Em relaçãoà distribuição e vinculação ao mercado de trabalho dos profissionais médicos,segundo dados de 1995, 69,7% têm atividade no setor público, seja na esferafederal, estadual ou municipal e, 59% dos médicos têm atividade no setorprivado. Além disso, 70% a 84% dos profissionais, para todas as regiões doPaís, exercem atividade liberal em seus consultórios, mas, destes, de 75% a90% declaram depender, diretamente, dos convênios com empresas demedicina de grupo, cooperativas médicas, entre outras, para a manutençãode seus consultórios em funcionamento.

12.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo a SESA/ISEP (s/d), o meio ambiente, em um contexto dedesenvolvimento sustentável, deve considerar o ser humano no centro daspreocupações, assumindo seu direito a uma vida saudável e produtiva emharmonia com a natureza. Atualmente, a discussão ambiente e saúde deveconsiderar os efeitos do ambiente sobre a saúde humana, através de doisníveis de risco:

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

410

a)Riscos sobre a saúde, decorrentes da insalubridade do meio,

ou seja, aqueles típicos da ausência de desenvolvimento social

que, em geral, agrupam as doenças infecciosas e parasitárias,

e sua solução envolve, basicamente, medidas de saneamento,

abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza

pública, drenagem urbana, higiene dos alimentos e das

habitações;

b)Riscos sobre a saúde, resultantes do modelo de desenvolvimento,

ou as chamadas doenças do desenvolvimento, agrupando

doenças de natureza crônica-degenerativas, devidas, por

exemplo, à poluição atmosférica, ao manejo inadequado de

componentes tóxicos e de resíduos perigosos e ao risco

ocupacional, associados a riscos de acidentes,

principalmente, os de trânsito e violência.

A solução dos problemas de saúde, associados ao meio ambiente,vão além do setor saúde, sendo que a estruturação de serviços, envolvidos noenfrentamento destes problemas, na Região Oeste do Paraná, é fragmentada,setorizada e desarticulada, embora as formulações legais, tanto da área dasaúde como do meio ambiente, permitam uma ação integrada.

As ações de saúde, verificadas na Região, tendem a ser mais curativasdo que preventivas. Aos poucos, os programas de saúde preventiva, casoespecífico do Programa Federal Saúde da Família, começam a alterar arealidade regional. Há que se ressaltar que os serviços médico-hospitalares,existentes na Região Oeste do Paraná, principalmente aqueles ofertados nacidade de Cascavel, são importantes referências para a caracterização deuma excelente infra-estrutura.

Contudo a garantia de saúde da população passa além doscomponentes tecnológicos e de capacitação humana, pelo aspecto fundamentalda educação e da prevenção. Neste caso, a presença do soro caseiro e oscuidados com a nutrição materna e da criança menor de 1 ano, ainda podemser considerados imprescindíveis para a garantia de indicadores favoráveisda saúde, no Oeste do Paraná.

Ainda deve-se ressaltar que, como meio de se garantir a melhoria da

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qualidade de vida da população, é relevante o comprometimento do meioambiente. Desta forma, faz-se necessário incrementar e disseminar uma açãointegrada entre as áreas de saúde, meio ambiente, saneamento, recursoshídricos, entre outros, de forma a proporcionar a necessária qualidade de vidapara as comunidades da Região.

Desta forma, a intersetorialidade ganha especial importância noenfrentamento contínuo dos problemas. Trabalhar intersetorialmente osproblemas significa, num trabalho conjunto de vários setores do governo ecom a participação de organizações não governamentais, identificar osprincipais problemas que incomodam uma comunidade, definir causas dosproblemas e unir todas as forças para enfrentar essas causas. Para isto, aintegração regional é prioritária, mas, ainda, encontra-se distante sua efetivaçãona Região.

Identificar problemas e descobrir suas causas não é, simplesmente,reconhecer, por exemplo, que a diarréia é muito freqüente. Mais do que isso,é saber quantos são os casos de diarréia, em que idade tais casos ocorrem,onde moram as pessoas acometidas e sob que condições ambientais, qual omicroorganismo principal e, assim por diante. É da estruturação precisa dosproblemas que surgirão os projetos e ações capazes de exercer impacto nasua solução.

Estas soluções envolverão, não somente, ações típicas dos serviçosde saúde, mas, também, ações de saneamento, nutrição, educação ambiental,habitação, entre outras. Nesse caso, os serviços governamentais de saúde, acomunidade e organizações como: pastoral da saúde, grupos ambientais eoutros, deverão ser envolvidos na questão. É importante ressaltar que asquestões de saúde e meio ambiente não envolvem, somente, saneamento erecursos hídricos, mas, também, a alimentação, habitação, transporte,segurança, educação, agricultura, entre outros.

As migrações regionais ou mesmo internacionais, que favorecem auma concentração populacional nos centros urbanos, provocam um impactomuito grande no meio que as recebem, gerando desequilíbrios ambientais,impactos na demanda de serviços públicos e na distribuição de uso do solo. NaRegião Oeste do Paraná, o contínuo crescimento demográfico de cidadescomo Cascavel e Foz do Iguaçu, prejudicam o atendimento às condiçõesbásicas de vida da população, gerando dificuldades no atendimento de toda a

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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demanda gerada. Os municípios menores perdem população economicamen-te ativa e prejudicam sua produção de riqueza.

Portanto falar de saúde e de meio ambiente significa considerar todosos fatores que condicionam a qualidade de vida do cidadão e de seu ambiente:habitação, saneamento, condições de trabalho, transporte, segurança alimentar,estilo de vida, lazer e a própria forma de intervenção do homem no meioambiente e suas conseqüências. A Região Oeste do Paraná não se dissociadeste contexto, e as políticas públicas, necessariamente, devem priorizar estasáreas, para que se efetive o desenvolvimento regional.

A privação na saúde começa com a falta de acesso aos cuidados desaúde e outros serviços. Houve, na Região Oeste do Paraná, consideráveismelhorias nos cuidados de saúde na última década. Porém muito, ainda, deveser realizado no sentido de promover os aspectos preventivos e de infra-estrutura básica, a nível municipal, condições fundamentais para o êxito daspolíticas, na área da saúde e de qualidade de vida da população.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALMEIDA. C. O mercado privado de serviços de saúde no Brasil. IPEA, texto para

discussão no. 599. Brasília, novembro de 1998.

BERTONE, A. Controle Social e Consórcios Intermunicipais de Saúde. Proposta da

Secretaria de Estado de Saúde do Estado do Paraná. Curitiba, 1996.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE (coletânea). http://www.saude.gov.br.

CORDEIRO JÚNIOR, A.G. Financiamento adequado para a saúde: uma prioridade

social. (mimeo, s/d).

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. http://www.sesa.gov.br.

MARANHÃO, A.G.K., JOAQUIM, M.M.C. e SIU, C. Mortalidade Perinatal e Neonatal

no Brasil. http://ensp.fiocruz.br (tema 17).

MARTELLO, Adriana. A Questão da Centralidade dos Serviços Médico-Hospitalares

na Região Oeste do Paraná: O Caso da Cidade de Cascavel. Monografia de

Graduação, Cascavel-PR: Depto de Economia - UNIOESTE, 2001.

MÉDICI, A.C. e OLIVEIRA F.E.B. de, Considerações sobre o sucateamento da rede

pública e privada de saúde. IPEA, texto para discussão, no. 252, Rio de Janeiro, 1992.

VIANA, S.M., PIOLA, S.F. e REIS, C.O.O. Gratuidade no SUS: controvérsia em torno do

Co-pagamento. Brasília : IPEA, texto para discussão, no. 587 setembro de 1998.

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ANEXOS

ANEXO 01: Capacidade instalada (médica) na Microrregião deCascavel, exclusive Cascavel

Fonte: Secretarias Municipais de Saúde, 2000.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQYHANA lareGocinilC 30

ADICERAPAADATSIVAOB

lareGocinilC 10lareGaigruriC 20

artaideP 10atsigoloisetsenA 10

YENAGARBlareGocinilC 30atsigoloidraC 10

AIDNÂLEFAClareGocinilC 50

artaideP 10atsigoloceniG 10

OTINOBOPMAC lareGocinilC 10

SADINÔELOÃTIPACSEUQRAM

lareGocinilC 10artetsbo-oceniG 10

artaideP 10atsigoloisetsenA 20

SAVUDNATAC lareGocinilC 40

AILÉBROC

lareGocinilC 60artetsbo-oceniG 20

artaideP 10atsidepotrO 10

ocitsálPoãigruriC 10atsigoloidraC 10

ocirtsáGoãigruriC 10LUSODETNAMAID lareGocinilC 10

UÇAINARAUGlareGocinilC 40

lareGoãigruriC 10

AMEBIlareGocinilC 20

artetsbo-oceniG 10UTAUGI lareGocinilC 40

ETSEODNILlareGocinilC 30

artaideP 10ARORUAAVON lareGocinilC 50

AICÚLATNAS lareGocinilC 10artaideP 10

ETSEOODAZERETATNASlareGocinilC 40atsigoloceniG 10

artaideP 10

RT SÊ ÁNARAPODSARRABlareGocinilC 20

artetsbo-oceniG 10

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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ANEXO 02: Serviços de apoio diagnóstico nos Municípios da Microrregião deCascavel

Fonte: Secretarias Municipais de Saúde, 2000.

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

ADICERAPAADATSIVAOB

aigoloidaRedoçivreS 10sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 20

aifargonos-artlU 10amargolafecneortelE 10

YENAGARBaigoloidaRedoçivreS 10

sacinílCsesilánAedoirótarobaL 10amargoidracocE 10

AIDNÂLEFAC

aigoloidaRedoçivreS 10sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 20

aifargonos-artlU 10

SADINÔELOÃTIPACSEUQRAM

aigoloidaRedoçivreS 30sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 10

aifargonos-artlU 20amargoidracortelE 10

SAVUDNATACaigoloidaRedoçivreS 10

sesilánAedsoirótarobaLsacinílC 10

AILÉBROC

aigoloidaRedoçivreS 30sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 10

aifargonos-artlU 20

UÇAINARAUG

aigoloidaRedoçivreS 20sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 10

amargoidracortelE 10aipocortsaG 10

AMEBIaigoloidaRedoçivreS 10

sesilánAedsoirótarobaLsacinílC 10

ETSEODNIL

aigoloidaRedoçivreS 10sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 10

amargoidracocE 10

ARORUAAVON

aigoloidaRedoçivreS 10sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 30

aifargonos-artlU 10

AICÚLATNASaigoloidaRedoçivreS 10

sesilánAedsoirótarobaLsacinílC 10

ETSEOODAZERETATNAS aifargonos-artlU 10

RT SÊ ÁNARAPODSARRAB

aigoloidaRedoçivreS 10sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 10

amargoidracortelE 10

Page 415: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

415

ANEXO 03: Terapias existentes na Microrregião de Cascavel

Fonte: Secretarias Municipais de Saúde, 2000.OBS. Estes serviços são prestados, na rede pública mediante os consórcios municipais(fisioterapia e psicologia). Na rede pública o serviço de fonoaudiologia é exclusivo dasAPAES.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

ADICERAPAADATSIVAOBaiparetoisiF 10

aigoloiduaonoF 10aigolocisP 10

AIDNÂLEFACaiparetoisiF 10

aigoloiduaonoF 10aigolocisP 30

SADINÔELOÃTIPACSEUQRAM

aiparetoisiF 20aigoloiduaonoF 20

aigolocisP 10

SAVUDNATACaiparetoisiF 10

aigolocisP 10aigoloiduaonoF 10

AILÉBROCaiparetoisiF 10

aigoloiduaonoF 10aigolocisP 10

UÇAINARAUGaiparetoisiF 10

aigolocisP 10

ETSEODNILaigoloiduaonoF 10

aigolocisP 10

ARORUAAVONaiparetoisiF 10

aigolocisP 20aigoloiduaonoF 10

AICÚLATNAS aigoloiduaonoF 10ETSEOOD.TATNAS aigoloiduaonoF 10

RT SÊ ÁNARAPODSARRABaiparetoisiF 10

aigolocisP 10aigoloiduaonoF 10

Page 416: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

416

ANEXO 04: Especialidades médicas hospitalares existentes nas Microrregiãode Foz do Iguaçu

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

LUZAUÉClareGocinilC 50

artetsbo-oceniG 30

UÇAUGIODZOF

aigologrelA 10aigoloisetsenA 21

aigoloignA 10aigoloidraC 11

lareGaigruriC 20acirtáidePaigruriC 20

acitsálPaigruriC 20acixároTaigruriC 10acaídraCaigruriC 10ralucsaVaigruriC 20

lareGacinílC 94aigolotamreD 40

aigolonircodnE 40aigoloretneortsaG 40

aicírtetsbo-aigoloeniG 33aigolotameH 20

aitapoemoH 20aigolotcefnI 10

ohlabarTodocidéM 30aigolorfeN 40

aigruricorueN 20aigolorueN 40

aigolocnO 10aidepotrO 90

aigologniralonirrotO 30aigolotaP 20airtaideP 52

airtaiuqisP 20aigolorU 50

AIDNÂLUPIATI

lareGocinilC 20artetsbo-oceniG 20

artaideP 10atsigoloidraC 10

AIDNÂLETAM

lareGocinilC 50atsigoloceniG 20

artaideP 20atsidepotrO 20

ARIENAIDEM

lareGocinilC 22artetsbO-oceniG 01

artaideP 40atsigoloidraC 20

atsidepotrO 30

Continua na próxima página

Page 417: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

417

Fonte: Secretarias Municipais de Saúde, 2000.

Continuação do ANEXO 04

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

ARIENAIDEM

atsigoloretneortsaG 10atsigolorU 10

atsigolorueN 20artaiuqisP 10

LASSIMlareGocinilC 40

artetsbo-oceniG 30artaideP 10

AIDNÂLIMAR lareGocinilC 20

AHNIZERETATNASUPIATIOD

lareGocinilC 70atsigoloceniG 10

artaideP 10artaiuqisP 20

UÇAUGIODLEUGIMOÃS

lareGocinilC 90artetsbO-oceniG 40

artaideP 20atsigoloidraC 20

atsidepotrO 20atsigoloisetsenA 10

atsigolorU 10atsigolorueN 10

lareGoãigruriC 20

UÇAUGIODSILOPÓNARRESlareGocinilC 20

artetsbO-oceniG 20artaideP 10

ETSEOODZURCAREV lareGocinilC 40

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

Page 418: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

418

ANEXO 05: Serviços de apoio diagnóstico existentes na Microrregião de Fozdo Iguaçu

Fonte: Secretarias Municipais de Saúde, 2000.

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

LUZAUÉC

aigoloidaRedoçivreS 10sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 20

aifargonos-artlU 10

UÇAUGIODZOF

aigoloidaRedsoçivreS 50edsoirótarobaL

aigolotiCeaigolotaP/aimotanA 10

sesilánAedsoirótarobaLsacinílC 11

aifargonos-artlU 02aigargomoT 10

aciténgaMaicnânosseR 10aessÓairtemoisneD 10

adazirodatupmoCaifargomoT 10

AIDNÂLUPIATIaigoloidaRedoçivreS 10

sesilánAedsoirótarobaLsacinílC 10

AIDNÂLETAM

aigoloidaRedoçivreS 10sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 20

aifargonos-artlU 30

ARIENAIDEM

aigoloidaRedoçivreS 50sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 70

aifargonos-artlU 40airtemoisneD 10

amargoidracocE 10amargolafecneortelE 10

amargoidracortelE 10aipocortsaG 20

LASSIMaigoloidaRedoçivreS 10

sesilánAedsoirótarobaLsacinílC 30

AHNIZERETATNASUPIATIOD

aigoloidaRedoçivreS 10sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 30

aifargonos-artlU 20amargoidracocE 10

amargoidracortelE 10

UÇAUGIODLEUGIMOÃS

aigoloidaRedoçivreS 20sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 30

aifargonos-artlU 30amargoidracocE 10

UÇAUGIODSILOPÓNARRES sesilánAedsoirótarobaLsacinílC 20

ETSEOODZURCAREV

aigoloidaRedoçivreS 10sesilánAedsoirótarobaL

sacinílC 20

aifargonos-artlU 10

Page 419: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

419

ANEXO 06: Terapias existentes na Microrregião de Foz do Iguaçu

Fonte: Secretarias Municipais de Saúde, 2000.

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

LUZAUÉCaiparetoisiF 10

aigolocisP 10aigoloiduaonoF 10

UÇAUGIODZOF

aiparetoisiF 80aigolocisP 70

aigoloiduaonoF 50eugnaSedocnaB 10

AIDNÂLUPIATIaiparetoisiF 10

aigolocisP 10aigoloiduaonoF 10

AIDNÂLETAMaiparetoisiF 10

aigolocisP 10aigoloiduaonoF 10

ARIENAIDEMaiparetoisiF 30

aigolocisP 10aigoloiduaonoF 20

LASSIMaiparetoisiF 10

aigolocisP 10aigoloiduaonoF 10

AHNIZERETATNASUPIATIOD

aiparetoisiF 10aigolocisP 10

aigoloiduaonoF 20

UÇAUGIODLEUGIMOÃSaiparetoisiF 20

aigolocisP 20aigoloiduaonoF 20

UÇAUGIODSILOPÓNARRESaigoloiduaonoF 10

aigolocisP 10ETSEOODZURCAREV aiparetoisiF 10

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

Page 420: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

420

ANEXO 07: Especialidades médicas hospitalares existentes na Microrregiãode Toledo

Continua na próxima página.

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

DNAIRBUAETAHCSISSA

lareGocinilC 70

artetsbo-oceniG 30

artaideP 40

atsigoloidraC 10

lareGoãigruriC 10

atsidepotrO 10

atsigoloretneortsaG 20

ETSEOODETNAMAID lareGocinilC 20

ETSEOODSOIRERTNE

lareGocinilC 20

atsigoloceniG 10

artaideP 10

ETSEOODASOMROF

lareGocinilC 30

artetsbo-oceniG 10

artaideP 10

atsidepotrO 10

lareGoãigruriC 10

ARÍAUG

lareGocinilC 60

artetsbo-oceniG 50

artaideP 30

atsidepotrO 10

atsigoloidraC 20

atsigolorueN 10

ETSEOODAMECARI

lareGocinilC 10

artetsbo-oceniG 10

artaideP 10

SATÍUSEJ

lareGocinilC 30

artetsbo-oceniG 10

artaideP 10

ODIDNÂCLAHCERAMNODNOR

lareGocinilC 01

artetsbo-oceniG 80

artaideP 80

atsidepotrO 20

atsigolotamuarT 20

atsigolorU 10

atsigoloisetsenA 20

atsigologniralonirrotO 10

atsigoloidraC 20

artaiuqisP 30

lareGoãigruriC 80

ÁPIRAMlareGocinilC 20

atsidepotrO 10

Page 421: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

421

Continuação do ANEXO 07

Continua na próxima página.

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

SEDECREM

lareGocinilC 10

artetsbo-oceniG 10

artaideP 10

ASORATNASAVONlareGocinilC 30

artaideP 10

ETSEOODEDREVORUO

lareGocinilC 20

artetsbo-oceniG 10

artaideP 10

ANITOLAP

lareGocinilC 60

artetsbo-oceniG 40

artaideP 40

atsidepotrO 10

artaiuqisP 10

atsigolorueN 10

atsigolonircodnE 10

atsigoloisetsenA 10

atsigolotamreD 20

ocitsálPoãigruriC 10

atsigoloretneortsaG 20

aigoloidraC 10

artaideporueN 10

ODAGARBOTAP

lareGocinilC 30

artetsbo-oceniG 10

artaideP 10

atsigolorU 10

SETNOPORTAUQ

lareGocinilC 20

artetsbo-oceniG 10

artaideP 10

ANELEHATNAS

lareGocinilC 90

artetsbo-oceniG 30

artaideP 20

atsidepotrO 20

atsigolorU 10

atsigolorueN 20

atsigoloidraC 20

aigologniralonirrotO 20

SARIEMLAPSADÉSOJOÃSlareGocinilC 10

artaideP 10

UÇAUGIODORDEPOÃS lareGocinilC 30

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

Page 422: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

422

Continuação do ANEXO 07

Fonte: Secretaria Municipais de Saúde, 2000.

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

AXORARRET

lareGocinilC 40

artetsbo-oceniG 10

artaideP 10

atsigoloidraC 10

ODELOT

lareGocinilC 01

artetsbo-oceniG 11

artaideP 80

atsidepotrO 50

lareGoãigruriC 60

atsigoloidraC 40

ralucsaV 20

atsigolocnO 20

atsigolotaP 10

atsigoloretneortsaG 40

artaireG 10

atsigoloisetsenA 50

artaidePoãigruriC 10

atsigologniralonirrotO 20

ocitsálPoãigruriC 10

litnafnIatsigolomuenP 10

oãiguricorueN 20

ocinilCatsigolorueN 10

artaiuqisP 10

atsigolorU 20

atsigolotamreD 30

atsigolorfeN 10

ISSÃPUT

lareGocinilC 40

artetsbo-oceniG 20

artaideP 20

Page 423: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

423

ANEXO 08: Serviços de apoio diagnóstico existentes na Microrregiãode Toledo

Continua na próxima página.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

DNAIRBUAETAHCSISSA

aigoloidaRedoçivreS 40

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 60

aifargonos-artlU 50

amargoidracocE 30

)oigélocon(airtemoiduA 10

amargoidracortelE 40

aipocortsaG 20

ETSEOODETNAMAID

aigoloidaRedoçivreS 10

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 20

aifargonos-artlU 10

amargoidracortelE 10

ETSEOODSOIRERTNE

aigoloidaRedoçivreS 10

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 10

aifargonos-artlU 10

amargoidracortelE 10

ETSEOODASOMROFaigoloidaRedoçivreS 20

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 40

ARÍAUG

aigoloidaRedoçivreS 10

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 50

aifargonos-artlU 20

airtemoiduA 10

amargolafecneortelE 10

amargoidracortelE 20

aipocortsaG 10

ETSEOODAMECARI sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 10

SATÍUSEJ

aigoloidaRedoçivreS 10

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 10

aifargonos-artlU 10

amargoidracortelE 10

ODIDNÂCLAHCERAMNODNOR

aigoloidaRedoçivreS 10

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 50

aifargonos-artlU 40

amargoidracocE 20

amargoidracortelE 30

aipocortsaG 20

ÁPIRAM

aigoloidaRedoçivreS 10

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 30

aifargonos-artlU 10

SEDECREMaigoloidaRedoçivreS 10

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 10

ASORATNASAVON sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 10

Page 424: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

424

Continuação do ANEXO 08

Fonte: Secretaria Municipais de Saúde, 2000.

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

ANITOLAP

aigoloidaRedoçivreS 20

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 30

aifargonos-artlU 50

amargoidracocE 40

amargolafecneortelE 10

ODAGARBOTAP sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 20

SETNOPORTAUQ sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 20

ANELEHATNAS

aigoloidaRedoçivreS 20

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 30

aifargonos-artlU 20

amargoidracocE 20

amargolafecneortelE 20

aifargoimortelE 20

amargoidracortelE 20

aipocortsaG 20

SARIEMLAPSADÉSOJOÃS aigoloidaRedoçivreS 10

UÇAUGIODORDEPOÃSaigoloidaRedoçivreS 10

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 20

AXORARRET

aigoloidaRedoçivreS 20

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 30

aifargonos-artlU 20

amargoidracortelE 10

ODELOT

aigoloidaRedoçivreS 30

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 50

aifargonos-artlU 40

aifargomoT 10

aifargolitniC 10

airtemoiduA 10

airtemoisneD 10

aifargoignA 10

amargolafecneortelE 30

amargoidracortelE 30

aipocortsaG 30

ISSÃPUT

aigoloidaRedoçivreS 10

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 10

aifargonos-artlU 10

Page 425: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

425

ANEXO 09: Terapias existentes existentes na Microrregião de Toledo

Fonte: Secretaria Municipais de Saúde, 2000.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

OIPÍCINUM SEDADILAICEPSE EDADITNAUQ

DNAIRBUAETAHCSISSA

aiparetoisiF 30

aigolocisP 30

aigoloiduaonoF 60

ETSEOODETNAMAIDaiparetoisiF 10

aigolocisP 10

ETSEOODSOIRERTNE aigolocisP 10

ETSEOODASOMROF

aiparetoisiF 10

aigolocisP 10

aigoloiduaonoF 10

ARÍAUG

aiparetoisiF 40

aigolocisP 10

aigoloiduaonoF 20

ETSEOODAMECARI aigolocisP 10

SATÍUSEJ aigolocisP 10

ODIDNÂCLAHCERAMNODNOR

aiparetoisiF 40

aigolocisP 40

aigoloiduaonoF 40

ÁPIRAMaiparetoisiF 10

aigolocisP 20

ASORATNASAVON aigolocisP 10

ANITOLAP

aiparetoisiF 20

aigolocisP 60

aigoloiduaonoF 10

ODAGARBOTAPaigoloiduaonoF 10

aigolocisP 10

SETNOPORTAUQ aigolocisP 10

ANELEHATNAS

aiparetoisiF 30

aigolocisP 40

aigoloiduaonoF 10

aiparetoidaR 20

SARIEMLAPSADÉSOJOÃS aiparetoisiF 10

AXORARRET

aiparetoisiF 30

aigolocisP 30

aigoloiduaonoF 10

ODELOT

aiparetoisiF 50

aigolocisP 01

aigoloiduaonoF 60

eugnasedocnaB 20

ISSÃPUT

aiparetoisiF 10

aigolocisP 30

aigoloiduaonoF 10

Page 426: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

426

ANEXO 10: Especialidades médicas hospitalares existentes noMunicípio de Cascavel

Continua na próxima página.

SEDADILAICEPSE EDADITNAUQaigolonomIeaigrelA 60

aigologrelA 20aigoloisetsenA 53

.aigoloignA 70aigologafoseocnorB 40

airtemipmaC 30aigolorecnaC 40

aigoloidraC 35acirtáidePaigoloidraC 20

airtemogreolciC 20ralucsavoidraCaigruriC 50

ovitsegiDohlerapAodaigruriC 21lareGaigruriC 251

laicaFolixaMaigruriC 20acirtáidePaigruriC 90

oçocsePaigruriC 10acitsálPaigruriC 11acixároTaigruriC 50

ocaídraCoãigruriC 10atsigoloretneortsaGoãigruriC 20

ralucsaVoãigruriC 21lareGacinílC 372aipocsonoloC 30

aipocsoploC 60aigolotamreD 41

aigolobateMeaigolonircodnE 30avitsegiDaipocsodnE 52

laroirePaipocsodnE 10airtemogrE 30

acitétsE 10airtaisiF 20

aigoloretneortsaG 52acipócsodnEaigoloretneortsaG 10

litnafnIaigoloretneortsaG 10airtaireG 10

artetsbO-aigoloceniG 181atsigolotameH 50acimânidomeH 10

aiparetomeH 30aipocsoretsiH 10

retloH 20aitapoemoH 90aiparetolanI 10aigolotcefnI 20

aipocsogniraL 10aifargomaM 10aigolortsaM 10

Page 427: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

427

Continuação do ANEXO 10

Fonte: Associação Médica de Cascavel, 2000.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

SEDADILAICEPSE EDADITNAUQraelcuNanicideM 10

ohlabarTodocidéM 43aigolorfeN 51

artaidePorueN 10aigruricorueN 51

aigolorueN 02litnafnIaigolorueN 10

aigolocnO 90aidepotrO 71

litnafnIaidepotrO 10aigologniralonirrotO 91

acinôssartlUairtemiuqaP 10aigolotaP 60

atsigoloisetsenAartaideP 10atapoemoHartaideP 10

airtaideP 641atsigolomuenP 40

aigolotcorP 40artaiuqisP 20

aipocsodiomgisoteR 50aigolotamueR 20

atsiratinaS 20atsigolotamuarT 57

atsigolorU 31ralucsaV 20

Page 428: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

428

ANEXO 11: Serviços de apoio diagnóstico existentes no Município deCascavel

Fonte: Jornal do Empresário - ACIC, 1999. Associação Médica de Cascavel, 2000.

ANEXO 12: Empresas de terapia existentes no Município de Cascavel

Fonte: Jornal do Empresário - ACIC, 1999.

SASERPME EDADITNAUQaigoloidaRedsoçivreS 80

sesilánAedsoirótarobaLsacigólocixoT 10

eaigolotaP/aimotanAedsoirótarobaLaigolotiC 20

sacinílCsesilánAedsoirótarobaL 31aifargonossartlU 16

aifargomoT 30aciténgaMaicnânosseR 10

aifargolitniC 10airtemoiduA 20

aessÓairtemoisneD 50aifargoignA 10

aifargoidracocE 50aifargolafecneortelE 50

aifargoimortelE 40aifargoidracortelE 50

adazirodatupmoCaifargomoT 20aipocsortsaG 60

ranomluPoãçnuFedavorP 10aipsocortrAoedíV 20aipocsodnEoedíV 60

aipocsorapaLoedíV 01

SASERPME EDADITNAUQeugnasedocnaB 20

aiparetoisiF 75aiparetoidaR 60

aispirtotiL 20aigoliduaonoF 50

aigolocisP 51

Page 429: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

429

ANEXO 13: Hierarquização dos serviços médico hospitalares existentes na RegiãoOeste do Paraná

Continua na próxima página.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE

DCBA

aigolonomIeaigrelAaigologafoseocnorB

airtemipmaCaigorolecnaC

acirtáidePaigoloidraCralucsavoidraCaigruriC

ovitsegiDohlerapAaigruriClaicaFolixaMaigruriC

oçocsePaigruriCaipocsonoloC

aipocsoploCavitsegiDaipocsodnE

laroirePaipocsodnEairtemogrE

acitétsEairtaisiF

acipócsodnEaigoloretneortsaGlitnafnIaigoloretneortsaG

acimânidomeHaiparetomeHaipocsoretsiH

retloHaiparetolanI

aipocsogniraLaifargomaMaigolortsaM

raelcunanicideMlitnafnIaigologorueN

litnafnIaidepotrOacinôssartlUairtemiuqaPatsigoloisetsenAartaideP

atapoemoHartaidePaigolotcorP

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2000. (Organizado por MARTELLO, 2000)

Continuação do ANEXO 13

HGFE

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acirtáidePaigruriCacixároTaigruriC

ocaídraCoãigruriCairtaireGralucsaVoãigruriC

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13Evolução e Caracterização

do Sistema Educacional

Alfredo Fonceca PerisEliézio Goulart Braga

13.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo trata da educação na Região Oeste do Paraná, desdeas primeiras iniciativas até os dias atuais. Como o processo educacional deuma região não ocorre de forma desvinculada do contexto estadual e nacional,onde ela está inserida, necessário se faz, em primeiro lugar, compreendercomo iniciou e evoluiu a educação, no Brasil, desde a chegada dos primeiroseducadores, contemplando a filosofia sobre a qual estava fundamentada estainstrução, até nossos dias.

Na Contextualização da educação, no Brasil, foi resgatada a históriada instrução oferecida aos brasileiros, a começar pelas primeiras aulas dadaspelos Jesuítas aos indígenas, passando pelos períodos da história relevantesao desenvolvimento da educação, contemplando como surgiram e a quem sedestinavam as primeiras escolas, qual a participação do setor público nooferecimento desta instrução e a quais classes sociais esta educação beneficiou,

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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ao longo do tempo, até hoje. Além disso, foi demonstrado para quais objetivosse orientava a educação nos diferentes períodos históricos.

Em segundo lugar, fez-se necessário compreender o processoeducacional, inicialmente, da Província do Paraná e, posteriormente, do Estadodo Paraná, passando, inclusive, pelo período que antecedeu à criação daProvíncia do Paraná, em 1853. Nesta parte, a análise feita passou pelosmesmos pontos trabalhados na questão da educação nacional, focalizando osperíodos marcantes, as partes interessadas neste processo educacional, quaisos benefícios e beneficiados por este processo e como o poder público atuouna área educacional.

Nesta parte do trabalho, especificamente, foram identificadas ondesurgiram as primeiras escolas e como elas se desenvolveram. Qual era aparticipação do poder e de que forma era trabalhada e avaliada a instruçãopelo Estado, mostrando a presença dos supervisores de ensino que, desde oinício do processo educacional, no Estado do Paraná, já percorriam as casasescolares, verificando as reais condições da instrução oferecida à populaçãoparanaense. Ressaltou-se, também, a importância do surgimento das escolasdos colonos, descendentes de imigrantes europeus, que se instalaram no Paraná,focalizando a sua influência para a educação no Estado e sua relação com opoder público.

Tratando, especificamente, do objetivo deste trabalho - a educaçãona Região Oeste do Paraná - a discussão foi mais longa e, basicamente,realizada tendo como base a Tese de Mestrado do professor Ivo Oss Emer,um dos poucos autores a abordarem a questão da educação na Região Oestedo Paraná, desde as primeiras iniciativas até o fim da primeira metade dadécada de 1980.

A discussão começou com as primeiras experiências na áreaeducacional, em Foz do Iguaçu, que se constituiu no primeiro ponto deocupação desta Região. E, prosseguiu, com o surgimento e desenvolvimentodas atividades educacionais nos demais pontos de ocupação, existentes naRegião, à época.

Com a chegada dos descendentes de imigrantes europeus, na RegiãoOeste do Paraná, no final da década de 1950 e início da década de 1960, surgiuuma nova modalidade de escolarização: a escola dos colonos. Estes, não esperavampelo poder público, mas, sim, construíam a escola e contratavam o professor.

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Analisou-se, também, de que forma esta modalidade de escolarizaçãofoi substituída e como evoluiu a educação na Região Oeste do Paraná, baseadanas reivindicações da população por uma educação de qualidade. Assim,demonstrou-se a evolução da educação até o fim da primeira metade dadécada de 1980. A partir do início da segunda metade da década de 1980, atéos dias atuais, a análise foi efetuada com base nos levantamentos realizados,incluindo as entrevistas efetuadas durante a pesquisa.

Com base nos dados sobre a educação, na Região Oeste do Paraná,e nas entrevistas feitas com docentes, diretores de escolas, secretáriosmunicipais de educação, entre outros, foi realizado o diagnóstico sobre asituação atual da educação, em nível regional, desde a pré-escola até o ensinosuperior. Estes dados foram levantados junto aos órgãos responsáveis pelaeducação, tais como: SEED, instituições de ensino superior, CEFET,Secretarias Municipais de Educação, Fundepar, INEP, NRE, MEC, entreoutros.

13.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

13.2.1 No Brasil

A educação, no Brasil, começou com os jesuítas, poucas décadasapós o descobrimento. Eles tinham como objetivo inicial catequizar os índiose, mais tarde, estenderam essa instrução aos brancos e mestiços.

Segundo XAVIER (1980), nos dois primeiros séculos de colonizaçãobrasileira, os Jesuítas foram os únicos educadores que existiam na colônia.Preocupados com a difusão da fé e com a educação de uma elite religiosacriaram, no Brasil Colônia, um sistema educacional que, em última instância,fornecia aos elementos das classes dominantes uma educação clássica ehumanista, como era o ideal europeu da época.

De acordo com os estudos de BERGER (1980), a educação fornecidapelos Jesuítas buscava transplantar, de Portugal para a colônia, a culturadominante da época. O Brasil colonial contou com esse sistema educacionalorganizado pelos Jesuítas, até 1759, quando sob influência do iluminismoeuropeu, o ministro português Marques de Pombal expulsou os Jesuítas de

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Portugal e de suas províncias ultramarinas, encerrando a educação por elesoferecida.

A expulsão dos Jesuítas acarretou a paralisação total das atividadeseducacionais até então desenvolvidas. Ao contrário do que se poderia esperar,esta expulsão não foi sucedida por uma reforma do ensino que contemplasseum novo sistema educacional. O que ocorreu sim, foi uma interrupçãotemporária de todo o sistema educacional até então desenvolvido. Os bensdos Jesuítas foram confiscados, e suas escolas foram fechadas.

Com o financiamento e a administração a cargo do governometropolitano, a educação colonial ficou restrita a algumas poucas "Escolas eAulas Régias", insignificantes em número, qualidade e resultados. Estasfuncionavam mal, valendo-se de professores inaptos e sem currículo regular,segundo XAVIER (1980).

De acordo com BERGER (1980), as conseqüências dessa políticaforam desastrosas para o Brasil, que não pôde beneficiar-se da modernizaçãodo sistema educacional pois, a metrópole não dispunha de meios eficientes,para orientar e fiscalizar as novas escolas a serem criadas na colônia. Somentedepois de uma década foram criadas as primeiras Escolas e Aulas Régiasnas maiores cidades, com aulas de Latim, Grego e Retórica.

A introdução da figura do Diretor de Estudos, na colônia, foi maisuma tentativa implementada pela metrópole, para instituir um sistemaeducacional mais eficiente, mas que, também, não proporcionou bonsresultados. Em suma, o Estado fracassou, ao tentar substituir o sistemaeducacional jesuítico. Em parte, isso ocorreu, por não existir interesse emequipar a colônia com um sistema educacional eficiente.

Com a transferência da Corte Portuguesa, em 1808, ocorreu um novoperíodo na história educacional do Brasil. Ocorreu a instalação da primeiraimprensa e a abertura das bibliotecas públicas bem como foram abertasalgumas escolas técnicas. Surgiu, neste período, a primeira escola vocacional,transformando um pouco a paisagem escolástica do sistema educacionalbrasileiro.

Mesmo assim, de acordo com XAVIER (1980), o Brasil estava, porocasião da independência, destituído de qualquer forma organizada de educaçãoescolar. Somente, após a Proclamação da Independência, em 1822, iniciou-se uma nova fase de debates e projetos que visavam à estruturação de um

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sistema nacional de educação.D. Pedro I reconheceu a necessidade de uma legislação específica

sobre a instrução pública. Assim sendo, convocou a Assembléia Constituintee Legislativa de 1823. Muito se discutiu a respeito, mas pouco se fez,concretamente, pela educação dos jovens brasileiros, pois a Assembléia foidestituída antes mesmo da aprovação das leis, segundo XAVIER (1980).

Na Constituição de 1823, outorgada por D. Pedro I, que vigoroudurante os 65 anos do Império, ficou estabelecido que: "a instrução primáriadeveria ser gratuita para todos os cidadãos" e previa a existência de colégiose universidades. Mas não garantiu a prestação deste serviço por parte doEstado. Desta forma, garantiu-se a dominação das oligarquias rurais que tinhamacesso à educação e davam sustentação ao Estado, excluindo os demaissegmentos da sociedade, de acordo com EMER (1991).

Segundo BERGER (1980), a lei sobre a escola primária gratuita foium fracasso por falta de meios técnicos e financeiros. A criação das faculdadesdestinava-se a colocar à disposição dos nobres uma instituição de educaçãoelitista.

De acordo com EMER (1991), essa foi a primeira legislação quedispôs sobre instrução pública no Brasil. Esta se manteve até 1930, comoúnica lei nacional sobre educação, sofrendo apenas algumas alterações nodecorrer do período. Na época em que foi promulgada a Constituição Imperial(1823), o modo de produção dominante era a agricultura cafeeira, baseada nosistema escravista, em que a sociedade era dominada pelos "Barões do café".Esses "barões" detinham o poder e, através de seus bacharéis, aprovavam asleis de seus interesses, mantendo, assim, o sistema de produção e dominação,não se interessando pela educação do povo, em geral.

Segundo XAVIER (1980), a educação pública e a legislação,posteriores à Independência do Brasil, transformaram-se num eficienteinstrumento de manutenção da estrutura colonial dependente, pois estavaimpregnada com a cultura dos países dominantes, aos quais não interessava aautonomia econômica e cultural do Brasil.

Conforme EMER (1991), um modesto projeto de lei sobre educaçãofoi aprovado em 1827. Este projeto propunha, apenas, a criação de Escolasde Primeiras Letras, aquém das Escolas Primárias, previstas na Constituição.Nem o Estado, nem a oligarquia rural dominante, estavam interessados em

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

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implantar um sistema nacional de ensino para uma sociedade rural e escravista.Foram criadas escolas secundárias, somente, onde existiam escolas de nívelsuperior, às quais, com raras exceções, somente os filhos dos "barões" tinhamacesso.

Segundo WACHOWICZ (1984), a educação escolar, no Brasil, passoua ter sua estruturação como um encargo do Estado, num período histórico emque a sociedade brasileira manifestava características de transformação emseu modelo econômico, em meados do Século XIX. As relações de produçãoda vida social ainda se realizavam, predominantemente, num contexto agrárioe comercial, enquanto que, nas primeiras décadas do Século XX, observavam-se manifestações modernizadoras na sociedade brasileira, especialmente, apartir da década de 1920, na direção de um capitalismo, cujas forças deprodução vieram a exigir relações que se concretizaram, predominantemente,num contexto urbano-industrial.

Segundo BERGER (1980), a partir de 1934, através do Ato Adicional,as províncias passaram a ser responsáveis pela escola primária e secundária,ficando a escola de nível superior a cargo do governo central.

O Ato Adicional, de 1934, atribuiu às Assembléias LegislativasProvinciais, legislar sobre o ensino primário e secundário, em seus territórios,reservando ao Governo Federal, apenas a responsabilidade sobre o ensinosuperior.

Mas a falta de preparo e de recursos técnicos, financeiros e humanospor parte das províncias, para assumir esse encargo, provocaram mais umaestagnação do sistema educacional brasileiro.

Até o início do Século XX, apenas alguns segmentos da sociedadecivil demonstravam preocupação com a educação, como a Igreja, por exemplo.A partir da industrialização, surgiram os sindicatos de trabalhadores, quebuscavam, na educação, uma oportunidade de melhorar sua qualificação embusca de uma melhor colocação no mercado de trabalho.

Aproveitando-se desta situação de abandono do sistema educacionalpelo Estado, a iniciativa privada, entre 1860 e 1890, atingiu o primeiro augenas escolas secundárias. Dentre estas escolas, encontravam-se os Jesuítas,que haviam retornado em 1842. Surgiram outros internatos para rapazes, asprimeiras escolas para meninas, escolas protestantes metodistas epresbiterianas, que colocaram, pela primeira vez, em uma mesma sala, meninas

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e meninos. Essas escolas difundiram pelo Brasil os ideais pedagógicos ame-ricanos, segundo BERGER (1980).

BERGER (1980), diz que a reforma educacional, de 1889, tinha umconteúdo positivista e, pela primeira vez, as ciências naturais passaram aintegrar o currículo obrigatório da escola primária. Iniciou-se o estudo daálgebra, da geometria e da física nas escolas secundárias. Em 1901, estareforma foi absorvida por outra, que transformou a escola secundária,simplesmente, em curso preparatório para a escola superior. Isto vigorou pordez anos, quando outra reforma concedeu, às escolas secundarias e superiores,autonomia quase que ilimitada. Todavia esta reforma foi invalidada por outra,quatro anos mais tarde.

O Autor afirma, ainda, que a União era responsável pela educaçãosuperior. Os Estados eram responsáveis pela educação normal e técnica, eos Municípios eram responsáveis pela educação primária. Para administraras questões educacionais, em 1890, o Estado criou o Ministério de Educaçãoe Correios e Telégrafos. Este ministério foi extinto menos de um ano depois,repassando, para o Ministério da Justiça, os assuntos educacionais.

Com a Proclamação da República, em 1889, uma nova constituiçãofoi elaborada. Segundo EMER (1991), a primeira Constituição Republicana,de 1891, foi omissa em relação ao ensino e à educação.

A última reforma, deste período, ocorreu em 1925, com o objetivo dereformular a fiscalização escolar e fixar a centralização administrativa dosistema escolar brasileiro. No período entre 1889 e 1930, o sistema educacionalnão passou de uma seqüência frustrada de experiências reformistas.

No período que se seguiu, o sistema educacional brasileiro foiinfluenciado diretamente por fatores como industrialização, urbanização,populismo, despertar nacional, Revolução de 1930 e, pela primeira vez nahistória brasileira, o incipiente processo de democratização trouxe consigouma abertura das chances educacionais para camadas populacionais maisamplas, segundo BERGER (1980).

De acordo com EMER (1991), a Constituição Republicana, de 1934,reconheceu a educação como direito de todos, mas relutava em transformá-la em dever do Estado. Delegava às indústrias e às empresas agrícolas atarefa de proporcionar ensino primário gratuito a seus empregados analfabetos.Estabelecendo, ainda, que a educação seria ministrada pela família e pelos

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

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poderes públicos.Segundo BERGER (1980), com a redemocratização do Brasil, em

1945 e, com a nova Constituição, de 1946, reiniciaram-se os debates emtorno da teoria e da política educacional, no Brasil. Simultaneamente, discutiu-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, prevista na Constituiçãode 1934. Este clima de discussão durou até 1961. Na primeira fase, asdiscussões giraram em torno da centralização ou descentralização do sistemaeducacional. A segunda fase concentrou os debates no problema do monopólioeducacional estatal ou privado.

Para BERGER (1980), a escola que se desenvolveu neste períodonão satisfazia a nova realidade resultante da rápida urbanização eindustrialização da década de 1950, pois a educação continuava desvinculadados problemas práticos, sem referência ao mundo do trabalho.

Embora a lei aprovada, em 1961, não tenha correspondido àsnecessidades do País, pode-se constatar que os longos debates e discussõesdesempenharam um papel conscientizador muito importante, e a educaçãodeixou de ser preocupação de um grupo restrito de especialistas, para tornar-se, também, uma preocupação do povo. Então, a oferta educacional tornou-se um tema político e, desta forma, escolas foram construídas em muitospontos do País. Contudo não existiu a preocupação com a qualidade do ensinooferecido, com a formação dos professores e com os meios para financiar aeducação.

Segundo BERGER (1980), no período entre 1946 e 1961, o sistemaescolar e educacional nacional sofreu transformações tanto, formalmente,quanto em seu conteúdo, tais como: a equiparação dos cursos de nível médio,a federalização de todas as universidades estatais, as fundações deorganizações de fomento à pesquisa (CNPq) e de preparo à formação decientistas (CAPES). Expandiu-se, quantitativamente, de forma maissignificativa, o ensino médio. Mas este ensino continuava atendendo aosinteresses das camadas superiores, sem se preocupar com as reformasindispensáveis.

Os estudos de BERGER (1980) apontaram que, finalmente, em 1961,foi assinada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Com a crisepolítica e econômica do início da década de 1960, a situação do sistemaeducacional, também, era explosiva. Partidos políticos, sindicatos e estudantes

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exigiam uma reforma de base na educação brasileira. Trabalhou-se,efetivamente, na reforma universitária. Iniciou-se uma campanha contra oanalfabetismo e, em torno de Paulo Freire, formaram-se grupos de trabalhoque desenvolveram um novo método de alfabetização, adaptado àsnecessidades da população brasileira.

Estas medidas sofreram uma interrupção com o golpe militar de 1964.O Governo Militar assumiu o poder e afastou, ideologicamente, todas astentativas e projetos anteriores, usando, inclusive, o uso da força em algunscasos, dando novos rumos ao sistema educacional. Guardadas suaspeculiaridades, todos os Governos Militares deram certa prioridade ao sistemaeducacional, conforme será visto a seguir.

De acordo com BERGER (1980), foi realizado o primeiro CensoEscolar, em 1964, com todas as crianças que nasceram entre 1950 e 1964,fornecendo base factual e segura para o planejamento de um programa dealfabetização. Em 1967, foi criada a Fundação Mobral que deveria programar,orientar e financiar uma campanha intensa de alfabetização de adultos. Criou-se um grupo de trabalho, para adaptar a escola de nível médio às exigênciaseconômicas do País, criando o ginásio polivalente, através da introdução dedisciplinas voltadas à prática.

Transformou-se o sistema escolar, de forma que a escola primáriafosse completada, estruturalmente, pelo primeiro ciclo da escola de nível médio.A duração da escola de 1º grau passou para 8 anos, dos quais os quatroúltimos anos deveriam propiciar uma visão teórica e prática do mundo dasocupações. A escola de 2º grau deveria, a partir desse momento, dedicar-se àformação profissional de seus educandos.

O planejamento oficial, para o período de 1972 a 1976, coincidindocom o I e II Programa Nacional de Desenvolvimento (PND), demonstrou,claramente, os fins que a educação deveria atingir. Pois ela passou a seconstituir numa das prioridades no campo social, além de ser entendida comofator de aumento de produtividade dos recursos humanos, de acordo com osestudos de HOFF (1991).

Para SCHRADER (1973), o sistema escolar espelha as condiçõesde vida da população na qual nasce, para qual existe e um espelho da situaçãogeográfica, política, econômica e social desse povo.

No período de 1950 a 1980, pôde-se verificar uma melhora considerável

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nos índices de alfabetização, em conseqüência das mudanças ocorridas emnível macroeconômico e social, contemplando a expansão das atividadesindustriais, crescimento econômico e urbanização acelerada e, em parte, porações específicas, destinadas a reduzir as taxas de analfabetismo - atravésdo Mobral - na década de 1950, reduzindo de 25%, em 1970, para 16%, em1980, o índice de analfabetismo entre a população com idade entre 15 e 24anos, segundo o Ministério da Educação e Cultura (1991).

13.2.2 No Paraná

A história da educação, no Paraná, começou com a criação daProvíncia do Paraná, em 1853. A partir deste ano, coube à Província implantarsuas escolas e desenvolver a educação. As escolas primitivas espelhavam asrelações sociais impostas pela oligarquia campeira que detinha a hegemoniapolítica, no período provincial.

Segundo WACHOWICZ (1984), quando o Paraná foi elevado àcategoria de província, a população era diminuta e rarefeita, com 52.069habitantes livres e 10.189 escravos, totalizando 62.258 pessoas. Como osescravos eram proibidos de freqüentarem a escola, e o limite de idade paramatrícula era entre 06 e 14 anos, existiam 5.676 meninos e 4.709 meninas emidade escolar, sendo que apenas 12,3% dos meninos e cerca de 5,4% dasmeninas recebiam algum tipo de instrução, número muito baixo, até mesmopara os padrões da época.

Em 1854, foi instituída a obrigatoriedade do ensino. Os pais ou tutoresdeveriam enviar as crianças à escola. Caso não o fizessem, receberiam multas.Ficavam isentas, porém, aquelas crianças que residissem a mais de uma léguada escola, que comprovassem receber instrução na própria residência ou emescolas particulares.

Segundo EMER (1991), o primeiro sistema escolar adotado pelaProvíncia do Paraná foi o das Casas Escolares, onde o Governo Provincialcontratava e remunerava o professor, cabendo a este alugar uma casa ousala e formar a classe de alunos de "primeiras letras". Em 1854, foi estabelecida,na Província, a obrigatoriedade da instrução às crianças com idade entre 06 e14 anos de idade, residentes a menos de uma légua da casa escolar.

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Em muitas localidades, constatava-se que o professor não cumpriacom as exigências do Governo Provincial que enviava inspetores para averiguaras reais condições de instrução. Nas regiões mais afastadas da capital, asituação era muito difícil. Tanto os locais quanto a instrução oferecida nestasescolas, eram de baixa qualidade. Isto provocava a desistência dos alunos,que eram, em sua maioria, matriculados pelos pais apenas para não receberemmulta do Governo, mas que, efetivamente, não compareciam à sala de aula.Com isto, muitas escolas encontravam-se fechadas, em 1854.

A reforma eleitoral do Império, em 1882, exigiu que, ao votar, o eleitordeveria deixar registrada sua assinatura. Descobriu-se, então, que 80% doseleitores eram analfabetos.

De acordo com os estudos de WACHOWICZ (1984), na medida emque o regime se apoiava no voto, aumentou-se, consideravelmente, o númerode escolas criadas pelo poder público, em barganhas com os eleitores. Porémmuitas delas permaneciam fechadas por falta de professores. No início daRepública, a metade das escolas estava sem professores.

Ao final do império, a Província estava endividada, mas o novogoverno, republicano, deu ênfase à instrução pública, no nível do discurso ena prática. E encaminhou, em 1891, um projeto que regulamentou o pagamentodos professores que deveria ser efetuado, mediante comprovação dafreqüência dos alunos à escola, ao contrário do que ocorria no Império, ondeo professor precisava apenas comprovar a sua presença no trabalho.WACHOWICZ (1984).

O Governo Republicano se articulou em torno de dois pontos dainstrução pública. Os professores deveriam, compulsoriamente, freqüentar aescola normal, e os Municípios assumirem as questões da instrução pública,ficando claro que a instrução pública era de fundamental importância para onovo regime político, e o professor era o ponto decisivo para o funcionamentodas escolas.

A partir de 1914, foram implantados os grupos escolares, pelo poderpúblico, nos principais centros urbanos. Estes grupos caracterizavam-se peladivisão do ensino em quatro séries com conteúdo progressivo, com umprofessor para cada série, coordenados por um diretor de grupo. Neste período,iniciou-se uma campanha de profissionalização dos professores. Foi repassadaaos Municípios a responsabilidade pela instrução pública elementar.

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Segundo WACHOWICZ (1984), o Censo realizado, em 1916, mos-trou que dos 50 Municípios existentes no Paraná, naquela época, apenas 18investiam parte de suas receitas na instrução pública.

A instabilidade política, que prevalecia no Paraná até o final do SéculoXIX, quando os presidentes se sucediam no cargo, prejudicavam aescolarização. Isto porque, normas criadas por um governo, eram revogadaspor outro, não havendo um processo contínuo no fornecimento de instruçãoao público.

De acordo com EMER (1991), os imigrantes europeus, estabelecidosno Paraná, reuniam grupos de crianças em casa de membros da comunidadecom disposição de ensinar. Posteriormente, no final do Século XIX e início doSéculo XX, estas comunidades coloniais de imigrantes passaram a construirsuas escolas e a contratar seus professores.

Estas escolas assumiram significação e atraíram as atenções do PoderPúblico. Não se desenvolveram mais, porque, desde 1901, o Estado passou asubvencionar os professores que ensinavam em língua portuguesa.

Segundo EMER (1991), os imigrantes queriam manter suanacionalidade e ensinavam em seu idioma de origem, mantendo, assim, asnoções de nacionalidade às novas gerações. Assim, à medida que o portuguêsera introduzido nestas escolas, os imigrantes retiravam seus filhos da escola ecriavam novas escolas particulares. Isto evidencia o conflito de interessesexistente na questão da educação.

O Estado pretendia que a educação desempenhasse o papel deinstrumento de nacionalização da população paranaense, pela eliminação daheterogeneidade de línguas, enquanto os imigrantes pretendiam manter ostraços de sua nacionalidade.

Em 1914, o Estado passou a vigiar e fechar as escolas que nãoensinassem em português. Esta medida foi reforçada, em 1917, por um decretofederal que determinou o fechamento destas escolas.

A competição entre escola pública do governo e a escola dosimigrantes continuou até 1925, quando o governo estadual percebeu que oesforço, para fechar as escolas dos imigrantes, substituindo-as por escolaspúblicas, havia deixado sem atendimento escolar milhares de crianças filhasde caboclos que viviam nas áreas rurais no interior de extensos Municípios,segundo EMER (1991).

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As camadas subalternas da população passaram a exigir aescolarização, a partir do momento em que perceberam que as forçasprodutivas exigiam novas relações de produção, e a instrução era a condiçãonecessária para ter acesso a melhores colocações no mercado de trabalho,em transformação.

Para o Estado, a escola deveria ser apenas criadora de possibilidades,mediante o esforço das camadas subalternas de atingirem níveis, para viverna sociedade delineada pelo Poder Público. Enquanto isso, as camadaspopulares subalternas lutavam pela competência técnica da escola, capaz deproduzir o saber indispensável às relações sociais, pelo trabalho do professor.

De acordo com EMER (1991), no Paraná, desde 1917, a demandapor educação aumentou, assim como o descontentamento popular em relaçãoà competência técnica da escola. A qualificação do professor e seu bomtrabalho produzem esta competência técnica desejada. Embora existisse,desde 1876, uma Escola Normal em Curitiba, esta permaneceu fechada umlongo período, por falta de alunos interessados no magistério.

Para EMER (1991), ao Estado interessava dominar a sociedade eadequar as massas ao seu projeto político, respondendo às reivindicações dasociedade, apenas, com melhorias técnicas da escola em alguns centrosurbanos mais expressivos. As escolas públicas, destes centros, passaram ater seriação e magistério profissional. As demais escolas, do interior e rurais,eram atendidas, a partir das possibilidades da população, com magistérioimprovisado.

A qualificação do professor já era entendida como fator preponderantena conquista da função técnica da escola. Passou a fazer parte dasreivindicações dos centros urbanos em formação, no interior do Estado. Apartir de 1929, Guarapuava, pólo urbano mais a oeste, na época, passou acontar com a denominada Escola Normal Complementar, para formação deprofissionais de ensino. Compunha-se de Ginasial, acrescido de algumasdisciplinas pedagógicas e práticas de ensino.

De acordo com HOFF (1991), em 1962, foi instituído o Fundo Estadualde Ensino, bem como a Fundação Educacional do Paraná - Fundepar, paragerir os recursos do Fundo Estadual de Ensino. A educação passou a ter afunção de "capital humano", possibilitando que a população se atualizasse,para servir aos propósitos do sistema capitalista.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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O ensino médio (secundário, normal, comercial, industrial e agrícola)

foi reforçado com verbas provenientes do Plano de Aplicação dos Recursos

do Plano Trienal de Educação - 1964. A situação do Paraná, em 1964, no

ensino médio, era a seguinte: o ensino médio era ministrado em 173 dos

Municípios do Estado, com 468 estabelecimentos de ensino, dos quais 368

eram estaduais, 94 particulares, quatro municipais e dois federais, com cerca

de 105.165 alunos matriculados. Com esses números, o Paraná, naquela época,

era o estado brasileiro com maior rede de ensino médio, na maioria mantida

pelo setor público estadual, segundo HOFF (1991).

De acordo com os apontamentos de HOFF (1991), os anos de 1965

e 1966 viram nascer um grande número de faculdades estaduais isoladas no

Paraná, tais como a de Jacarezinho, a de Paranaguá, a de Londrina, a de

União da Vitória, a de Apucarana e a de Cornélio Procópio, que haviam sido

transformadas em autarquias, em 5 de dezembro de 1964 e, a de Paranavaí,

em 1966, e, ainda, as de Mandaguari e Jandaia do Sul, em 1967.

Então, o Governo de Paulo Pimentel transformou três dessas

faculdades isoladas em universidades estaduais. Assim, foram criadas as

Universidades Estaduais de Londrina, de Maringá e de Ponta Grossa. Segundo

Paulo Pimentel, a população deveria ser educada para se tornar condizente

com o desenvolvimento do País, afirmou HOFF (1991).

Em outubro de 1969, foi aprovado, segundo HOFF (1991), o Estatuto

do Magistério, que veio ao encontro da velha reivindicação dos professores.

Neste estatuto, ficou definido um aumento salarial, além de permitir o acesso

à qualificação.

Em 1973, foi criado um Plano Estadual de Educação. Por este plano,

a educação deveria aprimorar o processo de democratização, com a finalidade

de responder às necessidades de desenvolvimento. Com objetivos técnicos,

tais como: ampliação da rede escolar, escolarização de primeiro grau, oferta

de matrícula de segundo grau e do ensino supletivo, além da implantação de

um sistema de planejamento, para acelerar a produtividade do sistema

educacional e implantar os serviços de supervisão escolar.

Segundo HOFF (1991), em 1974, o quadro já era melhor. Nos principais

Municípios do Estado, a quantidade de professores leigos havia caído de cerca

de 50%, para 20%. O planejamento oficial para o período 1972 a 1976,

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445

correspondendo ao I e ao II Programa Nacional de Desenvolvimento de-

monstrava, claramente, os fins da educação e do controle social. A educação

passou a ser vista como um dos instrumentos de aumento dos padrões de

vida da população, e a tecnologia como uma solução para os problemas

educacionais.

Segundo HOFF (1991), o Plano Estadual de Educação do Paraná, de

1973 a 1976, tinha como objetivo:

• A implementação de um sistema educacional eficiente e a correção

de suas distorções;

• A aceleração de sua produtividade;

• A reordenação da rede escolar e a reconstrução do currículo,

adequando-o às novas imposições sócio-econômica-culturais e;

• O incremento da produtividade do sistema.

Atualmente, de acordo com o relatório da Secretaria de Estado da

Educação, existem no Paraná 2.160 escolas estaduais e 5.600 escolas

municipais, com cerca de 50.000 professores e cerca de 75.000 funcionários,

atendendo a 1,6 milhão de alunos. Tendo ocorrido, nos últimos anos, uma

expansão das matrículas, devido às políticas de universalização do ensino

fundamental e da Correção do Fluxo Escolar, adequando a idade do aluno à

série cursada.

De acordo com este relatório, o índice de evasão escolar, em 1996,

era de 14% enquanto, em 1998, caiu para 8%. E a taxa de aprovação subiu

de 72% para 86%, no mesmo período. Quanto às taxas de analfabetismo no

Estado, que eram de 16%, em 1991, baixaram para 11% da população do

Estado, em 1996. Sendo mais significativa na população jovem. Entre as

pessoas de 20 a 24 anos a taxa de analfabetismo caiu de 6%, para 3%, e

entre as de 25 a 29 anos, houve uma redução de 7% para 4%.

Foi criado o Programa de Expansão, Melhoria e Inovações do Ensino

Médio do Paraná (PROEM), com objetivo de dar suporte ao plano de ação

da Secretaria de Estado da Educação, anterior e doravante denominada apenas

SEED, em relação ao departamento de Ensino Médio, para modernizar e

adequar o ensino médio às necessidades da sociedade atual.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

446

13.2.3 Na Região Oeste do Paraná

13.2.3.1 Do Início da Colonização Até a Primeira Metade da Década de1980

A educação, na Região Oeste do Paraná, esteve condicionada aoselementos sócio-econômico-culturais da população que aqui se instalou.

Para compreender como surgiu o "sistema educacional regional", seránecessário analisar como foi gestada e como evoluiu a escola, a partir dointerior dos núcleos de ocupação e colonização pioneiros desta Região.

A educação que, aqui, desenvolveu-se teve seus fundamentos, a partirde aspectos sociais, da presença ou ausência do Poder Público ou dos níveisde satisfação da população, em relação à qualidade técnica da escola pública.Assim, sempre que a sociedade percebia que o nível de instrução estavaaquém de suas expectativas, uma nova escola particular surgia.

Mas, antes, de iniciar as discussões a respeito do nascimento daeducação, na Região Oeste do Paraná, é preciso definir os termos queidentifiquem as formas de escolarização e modalidades de escola e suaspráticas surgidas do interior dos grupos sociais pioneiros, que segundo EMER(1991), foram as seguintes.

A primeira distinção é a prática da escolarização ou, simplesmente,instrução sem instituição escolar, para crianças na faixa etária de escolarização,exercida por alguém do grupo social estabelecido, com disponibilidade econdições mínimas de ensinar, sem nenhum ato oficial e sem regulamentação.

Uma segunda distinção é a casa escolar, construída e mantida pelogrupo social pioneiro. A casa era construída para ser o local de instrução epara ampliar a capacidade de atendimento, que seria impossível, através daprática de escolarização domiciliar semelhante à escola das colônias deimigrantes. Não se esperava pela ação do Poder Público. O próprio gruposocial construía a escola, contratava o professor e produzia sua educação,mesmo que fosse apenas nas primeiras letras.

A terceira distinção é a casa escolar pública dos núcleos urbanos.Esta modalidade escolar, criada por ato oficial do Poder Público Municipal,assumia a casa escolar existente ou construía uma casa, onde esta não existissee, em ambos os casos, pagavam o professor.

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447

Por fim, a quarta distinção, o grupo escolar. Esta modalidade educa-

cional distinguia-se, fundamentalmente, por ser um tipo de escola construída

em núcleos de povoamento mais desenvolvidos e pela forma de funciona-

mento. O grupo escolar passou a cobrar conhecimentos dos conteúdos ofe-

recidos ao final dos quatro anos. Estes conteúdos eram determinados pelo

sistema educacional que oferecia um certificado aos aprovados. O trabalho

do professor foi dividido em séries, e o aluno comprovaria a escolarização

primária, após a aprovação nos exames da última série.

Segundo EMER (1991), em Foz do Iguaçu, cidade de fronteira, núcleo

pioneiro da ocupação regional, desde a criação da Colônia Militar (1889),

existiu por parte dos militares e funcionários do fisco, a preocupação com a

escolarização de seus filhos. Esses segmentos sociais resolveram o problema

da instrução, a partir de seu próprio grupo social.

Esta instrução, na modalidade de escolarização particular domiciliar,

era, quantitativamente, muito restrita e somente para os filhos de funcionários

de postos mais importantes. Até a extinção da Colônia Militar, em 1912, não

existiu escola ou casa escolar em Foz do Iguaçu.

A partir de 1914, com a criação do Município de Foz do Iguaçu e com

a decisão do Governo Federal de aumentar o número de agentes do fisco,

para combater o contrabando, cresceu a necessidade de se criar uma casa

escolar, pois a modalidade de instrução particular domiciliar tornou-se inviável,

conforme indicam os estudos de EMER (1991).

EMER (1991) concluiu que, entre os anos de 1915 e 1916, passou a

existir uma casa escolar em Foz do Iguaçu, construída e mantida pelo Município,

como ocorria nas demais regiões do Estado. A instrução produzida, na casa

escolar de Foz do Iguaçu, era extremamente precária e possibilitou a

coexistência da modalidade de instrução particular domiciliar. Até que, em

1928, foi instalado um grupo escolar. Este grupo estava sob a direção da

Igreja Católica, que recebia subvenções do Governo, para estabelecer uma

paróquia em Foz do Iguaçu e, em contrapartida, ofereceria educação naquele

Município.

Em 1928, passou a funcionar o grupo escolar, em prédio novo, sob a

direção do Monsenhor Guilherme, com dois professores (padres) e duas

professoras, escolhidas pelos padres entre membros da população de Foz do

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Iguaçu. Em 1930, o grupo passou para a administração estadual, sob direçãode professores nomeados e pagos pelo Estado.

Segundo COLODEL (1988), concomitante ao que ocorria em Foz doIguaçu, em Santa Helena, comprovadamente, existiu, apenas, a instruçãofamiliar. Os pais alfabetizados utilizavam carvão e tábuas ou lápis e papel deembrulho, substituindo o quadro e o giz, para ensinar as primeiras letras aseus filhos, de forma esporádica e não sistematizada.

Em 1929, as primeiras aulas foram ministradas para um grupo decrianças de Santa Helena, pelo padre Winks, no salão de festas, onde ensinavaas primeiras letras e um pouco de aritmética básica, além do ensino religioso.Mas esta instrução durou pouco. Alguns meses depois, devido a não instalaçãode uma igreja em Santa Helena, o padre Winks foi chamado de volta a Foz doIguaçu, interrompendo as aulas.

De acordo com EMER (1991), Santa Helena conseguiu a escolasomente em 1956, num contexto histórico diferente de suas lutas anteriores.Mas existiu escolarização antes disso. Os colonos, assentados na década de1950, tinham condições, tanto econômicas quanto culturais, diferenciadas dospioneiros, sendo que muitos deles foram alfabetizados em Santa Catarina eno Rio Grande do Sul, de onde migraram para Santa Helena.

Este novo grupo de imigrantes tinha uma forma diferente de serelacionar. Seus relacionamentos davam-se por meio de travessões, por ondeeram abertas as estradas, que interligavam glebas e lotes rurais. Nascia, entreas famílias, um sentido de comunidade e buscavam soluções coletivas paraseus problemas comuns.

Nos travessões de Santa Helena, foram construídas capelas em pontosde acesso favorável à maioria da população, que serviram, também, comolocais de escolarização das crianças moradoras das proximidades. Esta escolaera informal, mantida pelo próprio grupo colonial que, coletivamente, construiua capela. As professoras eram, geralmente, adolescentes do grupo colonial,razoavelmente, escolarizado, que instruía as crianças, utilizando papelão ecarvão.

De acordo com COLODEL (1988), na década de 1950, a principalcolonizadora de Santa Helena reservou e planejou a área urbana e, aí, foiinstalada a primeira escola oficial, o Grupo Escolar Estadual. Somente, com aemancipação do Município, foram criadas as escolas rurais municipais, sendo

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grande parte delas no mesmo local onde já existia a escola de travessão doscolonos.

Conforme EMER (1991), o Município de Guaíra tem sua histórialigada à Companhia Mate Laranjeira. A esta companhia, Guaíra deve suafundação, em 1909, e seu desenvolvimento inicial nas décadas seguintes. Háindícios de que a escolarização, em Guaíra, teve início na década de 1920,com regime de escolarização domiciliar particular, incentivado por diretoresda Companhia Mate Laranjeira, que sentiam a carência de mão-de-obraespecializada.

Mas, possivelmente, esta prática de escolarização foi consideradainsuficiente para suprir a necessidade de mão-de-obra. Assim, em 1928,Francisco Mendes Gonçalves, um dos diretores brasileiros da CompanhiaMate Laranjeira, determinou a construção de uma casa escolar em Guaíra efoi contratada, em Curitiba, uma professora formada. Porém esta professoranão permaneceu muito tempo em Guaíra. Foi substituída por MarinaMarcondes Suares, moradora da cidade e que foi considerada a primeiraprofessora de Guaíra.

Em 1942, ainda sob responsabilidade de manutenção da CompanhiaMate Laranjeira, a casa escolar foi transformada em grupo escolar. Ocorrerammuitas queixas da população quanto ao nível técnico da escolarização produzidapela casa escolar. A transformação em grupo escolar pode ter sido umatentativa de melhorar as condições da escola.

Conforme EMER (1991), com a criação do Território Federal doIguaçu, o grupo passou para a administração federal. Posteriormente, com aextinção do Território Federal do Iguaçu, a administração passou para oMunicípio de Foz do Iguaçu e, finalmente, em 1951, com a criação do Municípiode Guaíra, o grupo escolar foi estadualizado.

Segundo EMER (1991), em Catanduvas, embora se tenhaestabelecido população desde a época da criação do posto de abastecimentodos militares, fundadores da Colônia Militar de Foz do Iguaçu, em 1889, sópassou a existir escola no final da década de 1920, com peculiaridades, atécerto ponto inéditas, em toda a Região Oeste do Paraná. A população que alise estabeleceu, por razões histórico-culturais, não reivindicou educação.

Segundo COLODEL (1988), a maioria da população era constituídade caboclos vindos das proximidades de Guarapuava, que não se interessavam

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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pela educação e por fazendeiros que mandavam os filhos estudarem emGuarapuava.

Apenas no final da década de 1920, ocorreu alteração na realidadesocial de Catanduvas, que levou à criação de uma Célula de Ação Integralista,como alternativa encontrada para o problema da escolarização. Esta Célulafoi constituída por uns poucos fazendeiros e por alguns funcionários públicose comerciantes, com o objetivo de atender à demanda por educação dosfilhos de funcionários dos telégrafos e outros serviços públicos instalados noMunicípio.

De acordo com EMER (1991), essa Célula de Ação Integralistaconstruiu a casa escolar, fornecia material escolar de boa qualidade, masexigia que as datas cívicas fossem comemoradas, cantando o Hino Nacional.E, ainda, supervisionava a educação física, ensinava marcha e remunerava aprofessora.

Em 1929, contando com a casa escolar bem construída e umaprofessora formada na Escola Normal Regional de Guarapuava, foi iniciadaa educação escolar em Catanduvas.

Segundo EMER (1991), esta escola teve vida curta. A professoradecidiu morar com os pais na fazenda, abandonando as atividades na escola,em 1931. No ano seguinte, já não havia mais escola em Catanduvas. Adesativação da escola não foi apenas por falta de professora, mas,principalmente, em razão do novo traçado da estrada construída na época,deixando Catanduvas afastada da rodovia.

As perspectivas de desenvolvimento tornaram-se maiores emCascavel, há cerca de 50 km a oeste de Catanduvas. Em decorrência disto,os serviços públicos foram transferidos para Cascavel. Quem pretendia sededicar às atividades urbanas tratou de se transferir, também, para Cascavel.Assim, a escola foi interrompida, porque quem se interessava pela educaçãoe seus filhos, mudaram-se para Cascavel.

No período 1932 a 1943, Catanduvas contou com alguma forma deescolarização particular domiciliar. Em 1943, estava concluída a construçãodo Grupo Escolar Anita Ribas, mantido pelo Estado.

De acordo com EMER (1991), diferentemente das outras localidadesda Região Oeste do Paraná, que só tiveram escola muito tempo depois daocupação, Cascavel passou a contar com escola apenas dois anos após a

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fixação dos primeiros moradores. Isso se deveu, especialmente, às caracte-rísticas humanas e culturais de sua população. O grupo de pioneiros era cons-tituído de comerciantes com suas famílias, caboclos e descendentes de imi-grantes poloneses.

Tanto os comerciantes, quanto os descendentes de imigrantespoloneses, valorizavam a educação. Em 1932, a capela passou a ser utilizadapara escolarização das crianças, na modalidade de casa escolar, sem atooficial. Nos primeiros três anos, a escola foi mantida pela população local. Osprofessores tinham ligações com a comissão de estradas ou exerciam funçõespúblicas.

De acordo com EMER (1991), a partir de 1935, os professorespassaram a ser remunerados pelo Município de Foz do Iguaçu. Em 1935,após Cascavel ser elevada à categoria de Distrito administrativo de Foz doIguaçu, foi criada a casa escolar oficial pública. Em 1947, a casa escolar foitransformada em grupo escolar, o Estado passou a manter a escola e a pagaros professores.

A partir dessas informações e constatações, é possível concluir que,no período de ocupação da Região Oeste do Paraná, os núcleos populacionaispioneiros buscaram alternativas para o problema da escolarização, constituíramsuas escolas, a partir de seu próprio contexto social.

Segundo EMER (1991), o contexto social revela que a educação nãoera um problema igual para todos. A escola, gestada no interior dos núcleospopulacionais pioneiros, da Região Oeste do Paraná, não era uma escolapara todos. Originou-se de um segmento e a ele se destinava. A ampliação doatendimento a este segmento social é que deu origem à casa escolar que, apartir de uma maior presença do Poder Público, passou a ser pública.

Mas a escola só nasceu, quando o processo histórico abriu espaço detrabalho às pessoas que exerciam seus papéis, a partir da habilitação produzidapela escolarização.

A escolarização particular domiciliar nasceu do interior do processohistórico de dilatação das fronteiras econômicas, de ampliação das forçasprodutivas e dos primitivos serviços públicos, inicialmente, em alguns pontosregionais.

Por outro lado, a criação das casas escolares, um espaço físicoconstruído com a finalidade específica de escolarização, revela uma outra

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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vertente do processo histórico. Embora nem toda a população em idade es-colar tivesse acesso à casa escolar, ampliavam-se as condições de atendi-mento educacional.

De acordo com EMER (1991), numa etapa posterior, com ocrescimento dos núcleos populacionais e sua produção, o Estado transformouas casas escolares em grupos escolares e assumiu os encargos. A criaçãodesses grupos escolares estaduais está relacionada ao desenvolvimento materialdessas localidades. Eles foram criados juntos ou em períodos anteriores,próximos à criação de novos municípios.

Com a intensificação da colonização da Região Oeste do Paraná, nadécada de 1950, começou a chegar à Região migrantes de Santa Catarina edo Rio Grande do Sul, em sua maioria, descendentes de imigrantes europeus,preferidos pelas companhias colonizadoras, por serem mais responsáveis ehonrarem seus compromissos com as colonizadoras, além de várias outrascaracterísticas. Mas, para este trabalho, a característica mais importante erao interesse dessas pessoas pela escola e pela escolarização de seus filhos.

De acordo com COLODEL (1988), na década de 1950, era deinteresse do governo subdividir administrativamente o Estado, criando novosmunicípios. Na Região Oeste do Paraná existia apenas o Município de Foz doIguaçu, criado em 1914. Então, após uma viagem do Governador à RegiãoOeste do Paraná, foram criados, em 1951, os Municípios de Guaraniaçu,Cascavel, Toledo e Guaíra. A partir deste momento, foram ampliadas ascondições de luta dos colonos pela escolarização de seus filhos.

Apesar da crescente divisão social do trabalho exigir a crescentepresença do setor público, para suprir as demandas sociais, isto não aconteceuno período 1950-60. Pelo contrário, os colonos tiveram de encontrar soluçõesdentro da própria colônia e sustentaram uma íntima relação entre educação-escola com capela ou templo, como tinham feito seus antepassados nas antigascolônias.

Segundo EMER (1991), quando Alfredo Ruaro, descendente deitaliano e católico foi o diretor da Colonizadora Maripá, este procurou atraircolonos italianos e católicos para Toledo e proximidades. Quando a direçãopassou para Willy Barth, descendente de alemães e, luterano, o mesmoprocurou atrair colonos descendentes de alemães e luteranos para asproximidades de Marechal Cândido Rondon.

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Na perspectiva da cultura colonial alemã, o escalonamento de priori-dades era, ao lado de cada escola um templo, enquanto para os descendentesde italianos era, ao lado de cada igreja, uma escola.

De qualquer modo, a educação estava em posição de destaque entreas prioridades que eles, coletivamente, deveriam resolver. É dentro destalógica etno-cultural que poderá ser analisada a questão da escola na RegiãoOeste do Paraná.

De acordo com EMER (1991), em 1946, a Colonizadora Maripáconvidou o padre Patuí de Foz do Iguaçu, para ir para Toledo junto com oscolonos italianos. Este aceitou o convite e, dois anos mais tarde, convenceutrês religiosas, de Curitiba, a se transferirem para Toledo e fundar a primeiraescola na área da Colonizadora Maripá que, no início, funcionou na Igreja,mas, no mesmo ano, foi construída a casa escolar pelos próprios colonos,com material da colonizadora.

Na construção da escola dos colonos e da escola regional, emMarechal Cândido Rondon, observou-se características singulares. Aconstrução da casa escolar fez parte das primeiras construções na áreadestinada pela colonizadora à futura vila, com material por ela cedido e mão-de-obra dos colonos.

Segundo COLODEL (1988), mesmo após a aquisição das terras, atransferência das famílias descendentes de alemães estava condicionada àexistência de escola, que era vista como um elemento necessário às suasvidas.

Segundo EMER (1991), nas áreas colonizadas por descendentes deitalianos e outros grupos étnicos havia, indistintamente, professores eprofessoras. Nas áreas colonizadas por descendentes de alemães, na décadade 1950, havia somente professores. Esta predominância se manteve durantevários anos da década seguinte. Depois, com a criação das escolas de nívelGinasial, os cargos de direção continuaram sendo, exclusivamente, doshomens.

A comunidade que tinha construído a escola escolhia o professor.Esta escolha envolvia uma série de critérios importantes para o grupo. Deveriaser uma pessoa responsável, que soubesse ministrar aulas, deveria ensinartudo o que soubesse, ter autoridade moral, fazer-se respeitar pelos alunos eser uma pessoa de bem. O escolhido passava a ser visto como alguém especial

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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para cada uma das famílias.Segundo COLODEL (1988), durante a década de 1950, houve a

criação da escola primária dos colonos e, também, dos grupos escolaresestaduais, nas sedes dos primeiros municípios da Região. O grupo escolarparticular ou municipal era o tipo de escola que permitia o mais elevado nívelde escolaridade na Região, com exceção de Foz do Iguaçu, que já contavacom Ginasial, desde 1950.

Conforme EMER (1991), o crescimento populacional urbano, ao finalda década de 1950, passou a exigir escolarização ulterior ao primário. Alémdisto, o crescimento dos novos núcleos coloniais, no interior, demandava maisescolarização. Como tudo estava em construção, e os municípios novos nãodispunham de recursos financeiros, a solução encontrada manteve-sesemelhante aos primeiros tempos.

Antes do final da década de 1950, a modalidade de escola dos colonoscomeçou a entrar em crise, pois não conseguia professores com a qualificaçãoexigida pelos colonos. Além disto, a heterogeneidade dos novos núcleosdificultava o consenso sobre o professor a ser contratado. Então, apelou-separa o Município que, também, não dispunha de pessoal habilitado e qualificado.Assim sendo, designava "alguém" para assumir a escola, gerando novamenteo descontentamento entre os colonos quanto ao ensino desejado para seusfilhos.

A tentativa de recuperação da escola dos colonos ocorreu no períododo processo histórico regional de ampliação das relações sociais,desencadeadas pelo aumento populacional, determinado pela expansão daprodução econômica, especialmente as atividades comerciais. A escola públicapassou a ser escola dos comerciantes e de outros segmentos urbanos. Oscolonos não se opunham à existência da escola pública, apenas queriam ter asua escola com ensino voltado para seus interesses.

Segundo EMER (1991), na tentativa de recuperar sua escola, viaformação de seus professores, no final da década de 1950, foram criadasescolas Normais Regionais, algumas delas com internato para formação defilhos de colonos que residiam longe da sede.

Além da existência da Escola Normal Regional de Foz do Iguaçu, dereligiosas e com internato, desde 1951, passou a existir a Escola NormalRegional Luterana e com internato, de Marechal Cândido Rondon, em 1958.

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Cascavel somente externato e público, em 1959. Mas essa tentativa foi inó-cua, pois os professores que vinham de outros centros urbanos não estavamadequados às concepções culturais dos colonos.

De acordo com EMER (1991), mesmo diante das dificuldades pararecuperação de sua escola, os colonos não desistiram. E mobilizaram-se paraconstruir inúmeros colégios confessionais, que teriam professores de seuspróprios quadros. Grande número de colégios de religiosos e de outros gruposconfessionais foi fundado, entre 1955 e 1965.

Alguns iniciaram apenas com ensino primário e, mais tarde, passarama oferecer o ginasial. Outros, já iniciaram com primário, ginasial comercial,depois, transformando-se em contabilidade, como é o caso do Marista e doLassalista.

Em 1957, o Colégio das Irmãs, de Foz do Iguaçu, implantou a EscolaNormal Colegial, primeiro estabelecimento da Região Oeste do Paraná aofertar esse nível de escolarização.

As tentativas de recuperação da escola dos colonos demonstraram-se inviáveis, em razão das rápidas transformações ocorridas na Região. Àmedida que os Municípios foram emancipando-se, na década de 1950, osgrupos escolares passaram para as mãos do Estado, e se transformaram nosprimeiros ginásios estaduais da década de 1960, produzindo um efeitodesmobilizador da luta pela escola do colono.

No processo de estadualização, o Estado aproveitou apenas osprofessores locais qualificados, completando o quadro com professores vindosde outras regiões.

Conforme EMER (1991), a década de 1960 foi marcada pela demandade ensino ginasial, mas o atendimento só foi estendido pelo Poder PúblicoEstadual, na segunda metade ou no final da década. A demora no oferecimentodesta escolarização deveu-se, em parte, à falta de professores habilitados.Somente no final da década, o Estado promoveu concursos públicos, parasuprir a demanda de professores.

No final da década de 1960, as congregações entraram em crise,pela evasão de religiosos, reduzindo a quantidade de profissionais habilitadose disponíveis ao magistério, impossibilitando o provimento de professores àsescolas religiosas.

Em contrapartida, nesta época, chegava à Região professores com

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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nível superior, em números consideráveis. A maioria era composta por ex-religiosos e ex-seminaristas, que passaram a atuar nos estabelecimentos deensino já existentes e viabilizaram a criação de outros, nos municípios novos,que, ainda, não contavam com escolas de nível ginasial.

Segundo EMER (1991), é possível afirmar que, na década de 1960, aRegião Oeste do Paraná começou a tomar corpo e definir sua estruturaeducacional. Além dos 18 núcleos urbanos, sede de municípios, com escolasconfessionais, estaduais e grupos escolares municipais, nas principais vilas dointerior, a população urbana passou a reivindicar outros níveis de escolarização.

A tentativa dos colonos de recuperarem sua escola, por meio daformação de seus professores, em escolas normais, não teve êxito. Primeiro,porque esta formação demoraria quatro anos, tempo demais, considerada avelocidade das transformações sociais ocorridas na Região Oeste do Paraná.Segundo, porque a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1961,determinava que habilitação para o ensino primário deveria ser dada pelaEscola Normal Colegial. Os professores não habilitados continuaram lecionandoa título precário e, por último, o descontentamento dos colonos, com a qualidadedas escolas primárias, deixou de ser uma questão fundamental, visto que, seseus filhos não se apropriassem do saber considerado necessário para asrelações sociais, através do ensino primário, teriam agora condições defreqüentar o nível ginasial particular ou público, com a finalidade de obtereste aprendizado.

Com a criação do ginásio estadual e particular, na década de 1960, aescola normal foi extinta ou substituída por escolas normais colegiais estaduais,criadas com o objetivo político de suprir as carências de professores habilitadospara os grupos escolares públicos.

No final da década de 1960, as principais cidades regionais contavamcom escolas normais colegiais públicas e privadas e outras modalidades desegundo ciclo, especialmente, escolas de contabilidade e curso científico.

Segundo EMER (1991), naquela época, as famílias em melhorescondições econômicas mandavam seus filhos para outras cidades, onderecebiam educação de qualidade e que garantia o acesso ao nível superior.Aos demais, restava reivindicar a escolarização necessária para o trabalho,no comércio, em bancos e no serviço público, que eram as melhores opçõesde trabalho, com melhor remuneração e que possibilitava maior expressão

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política e conceituação social.A maior demanda era por escolas de contabilidade, que não foi atendida

pelo Poder Público, mas, sim, pela iniciativa privada, especialmente, o ColégioMarista, o Colégio Lassalista e organizações particulares. Somente, no finalda década de 1960, o Poder Público atendeu às reivindicações do cursocientífico, apenas para algumas cidades da Região.

Como o Técnico em Contabilidade era um profissional de grandeprocura regional, em decorrência do desenvolvimento das atividadeseconômicas e, apenas, algumas cidades tinham escolas que forneciam estecurso, foram utilizados somente expedientes legais para criar novas escolassob o manto geral da Companhia Nacional de Escolas da Comunidade(CNEC). Expediente, também, utilizado para criar o nível ginasial em pequenascidades da Região. Isto continuou até a década de 1990, como forma decriação de diversos cursos em nível de 2º grau em sedes de distritos e lugarejos,aos quais o Poder Público recusava-se a atender, por não existirem ascondições mínimas de funcionamento.

Segundo EMER (1991), na década de 1960, diversas pequenas cidadesregionais apelaram para este expediente. Estabelecia-se um convênio com oCNEC - Sucursal Curitiba, via prefeitura municipal, que doava o terreno e,com a participação dos interessados, era construído o prédio escolar, quepassava para domínio do CNEC.

O mais comum era, por meio desses convênios, a CNEC ocuparescolas públicas existentes e mobiliadas. Esta solução foi encontrada pelapopulação de um considerável número de pequenas cidades que já tinhamnível ginasial e pretendiam continuar a escolarização. Então, foram criadasescolas de Contabilidade e cursos de segundo grau, mediante convênio com aCNEC.

Fica claro que, na década de 1960, as conquistas alcançadas na lutapor mais educação ocorreram nos centros urbanos mais expressivos. A escolaera, agora, da cidade ou a elas se subordinava. Esta nova realidade da escolaespelhava a supremacia da cidade sobre o campo.

No final da década de 1960, embora insuficiente, já existia na RegiãoOeste do Paraná uma considerável estrutura educacional pública municipal eestadual e privada no nível primário, primeiro e segundo ciclos.

De acordo com WACHOWICZ (1984), buscando a qualidade do

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ensino, desde antes de 1930, já existia, no Paraná, a figura do Inspetor Esco-lar, que observava, especialmente, aspectos administrativos da escola, taiscomo as condições do Prédio, a freqüência dos alunos e dos professores. Em1950, no Paraná, foi identificada a necessidade de transformação da inspeçãoadministrativa em inspeção técnico-pedagógica, buscando a melhoria daqualidade do ensino.

Ao final da década de 1950, em algumas cidades pólo da RegiãoOeste do Paraná, já existiam as chamadas sub-inspetoria de ensino,transformadas, na década de 1960, em Inspetorias Regionais de Ensino, comjurisdição sobre algumas cidades próximas.

O Estado ampliou a assistência técnica pedagógica, medianteplanejamento centralizado na SEED e curso de treinamento aos professores.Isto afastou, ainda mais, a sociedade da escola. A questão educacional passoua ser centralizada na SEED, que definia o currículo, os conteúdos e outrosaspectos técnicos, via treinamento de como trabalhar o conteúdo.

O caráter tecnicista da educação nacional da época passou a terpresença, também, na Região Oeste do Paraná. Em decorrência doautoritarismo político vigente, as reivindicações sociais passaram a serreduzidas, bem como foram silenciados os movimentos sociais mais amplos.

Segundo EMER (1991), a partir dos últimos anos da década de 1960,a mais significante mudança interna da Região ocorreu em seus aspectosantropológicos. Além do vertiginoso crescimento populacional, houve umaheterogeneização da população, tanto nos usos e costumes, como nasperspectivas de vida e no sistema produtivo. Estes fatores influenciaram, deforma significativa, a escola e as condições da educação.

Para EMER (1991), a chegada dos mineiros e nordestinos, que seembrenharam na mata, longe das linhas onde já estavam estabelecidos oscolonos descendentes de europeus, forçou os municípios a construir novasescolas. Porém isto só ocorria naquelas áreas onde havia um número mínimode crianças em idade escolar. As crianças que viviam mais afastadascontinuaram sem escolas.

A maioria das prefeituras era incapaz de atender toda a populaçãoem idade escolar. Isto era agravado pelas conseqüências da substituição dosistema produtivo, até então vigente, pela mecanização da agricultura. Apopulação não proprietária rural tinha grande mobilidade e, onde justificava

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uma escola, em menos de um ano, já não se justificava mais. Isto levou aeducação ao primeiro colapso regional.

Grande parte desta população agricultora, de origem nortista, cultivavafeijão e algodão. No período da safra, a família toda ia para o campo efetuara colheita. Em geral, durante este período ocorria um elevado índice de evasãoe de ausência escolar.

EMER (1991) afirma que, onde existiam, as escolas municipais rurais,eram precárias. Os períodos eram multi-seriados, e os professores eramescolhidos entre a população local. Quando muito, tinham escolaridade primária.Em muitos casos, incompleta. Estas escolas, de modo geral, atendiam, pelamanhã, as 3ª e 4ª séries e, à tarde, as 1ª e 2ª séries. O mesmo professoratendia os dois turnos e as duas séries, ao mesmo tempo. Além da insuficiênciana qualificação dos professores e das condições precárias de trabalho, haviacarência e inadequação do material didático. Apenas nos povoados e vilas, assalas não eram multi-seriadas, e os professores tinham melhor qualificação.

Para contornar este problema, as prefeituras da Região montaramuma equipe, junto à Secretaria ou Departamento de Educação, que centralizavao planejamento curricular, o desenvolvimento dos conteúdos e a avaliação,realizando visitas periódicas às escolas, desempenhando funções técnico-pedagógicas.

Promoviam encontros de professores municipais com supervisorespara treinamentos, dentro de uma perspectiva tecnicista, onde os professoresestudavam os "currículos", manuais editados pela SEED, um volume por sériede ensino primário, com sugestões e exercícios sobre o conteúdo a serdesenvolvido em sala de aula.

Segundo EMER (1991), os currículos permaneceram por muitos anoscomo único material de apoio aos professores das escolas rurais municipais.Além disso, serviam de base para formulação das avaliações aplicadas pelasequipes de supervisão. Em suas visitas, aplicavam exercícios aos alunos:leitura, ditado, tabuada. E, ainda, esclareciam eventuais dúvidas dosprofessores.

Com o início da modernização tecnológica da agricultura, as terrasadequadas à mecanização tiveram seus preços elevados. Aos pequenosprodutores rurais, restaram poucas alternativas. Comprar terras impróprias àmecanização ou continuar na reduzida propriedade, até a inviabilização

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definitiva do seu sistema de produção.EMER (1991) descreve que, neste contexto, milhares de crianças da

Região ficaram sem escola ou a ela tiveram acesso por alguns meses e, nemsempre, retornaram mais tarde, elevando os níveis de evasão, reprovação erepetência, ao longo das décadas de 1970 e 1980. Fica claro que o primeirocolapso regional da educação recaiu sobre determinados segmentos sociaismenos favorecidos.

Além deste contexto de transição, ocorrido nos últimos anos da décadade 1960 e primeiros anos da década de 1970, em que um elevado percentualda população não proprietária deslocou-se no interior da área rural, iniciou-se, também, um movimento populacional da área rural, para a área urbana epara fora da Região, criando novas dificuldades de acesso à escolarização,tanto nas áreas rurais, quanto nas periferias urbanas. Esses fatos geraramnovas condições sociais e um novo conceito de escolarização.

Segundo EMER (1991), a partir das discussões sobre a educação eseus problemas, foram atingidos alguns objetivos para melhoria do ensino ecapacitação da população. A primeira delas, foi a partir da mobilização socialem Cascavel e nos municípios próximos para a criação dos primeiros cursosde nível superior, em 1972; a segunda, a partir de 1974, pela implantação, naRegião, da reforma de ensino, determinada pela Lei 5.692/71; a terceira, pelaimplantação, em 1975, do projeto Especial Multinacional de Educação doMinistério da Educação e Cultura e da Organização das Nações Unidas,doravante denominado Projeto MEC/OEA; a quarta, a criação, em 1980,sucedendo este projeto, da Associação Educacional do Oeste do Paraná -Assoeste, doravante denominada apenas Assoeste que em decorrência desuas ações, mantém articulada uma permanente discussão da educação naRegião, constituindo uma das características marcantes da Região Oeste doParaná, ou seja, uma forma própria de resolver os problemas do acesso àescolarização e à educação.

EMER (1991) afirma que, à medida que os serviços urbanos passarama exigir maior grau de escolarização, intensificaram-se as reivindicações pormais escolaridade, por parte dos que já tinham conquistado espaços de trabalho,especialmente, nos serviços públicos. As novas relações sociais, determinadaspela mudança do sistema produtivo, desencadearam ampla demanda poreducação em todos os graus e níveis, como forma de rearticulação da força

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de trabalho no interior do novo espaço econômico. A luta pela conquista daescolaridade, requerida pelas novas condições de trabalho, fez da década de1970, a década da construção ou ampliação das redes escolares da RegiãoOeste do Paraná.

No contexto de insegurança e ameaça, imposto pela rápidatransformação da Região, uma parte significativa da sociedade, com apenasalguns anos de escolaridade, passaram a exigir mais escolaridade. Com isto,elevou-se o número de alunos nos cursos supletivos noturnos, para se firmaremno espaço econômico já conquistado.

Já existiam discussões dos diversos agentes educacionais, mesmoantes da implantação da lei da reforma do ensino, quanto às alternativaspossíveis para o problema do ensino.

Havia descontentamento das prefeituras municipais com o GovernoEstadual, que não estava construindo escolas em número suficiente paraatender à crescente demanda. Para resolver este problema, as prefeiturascediam o terreno e a mão-de-obra, e o Governo Estadual enviava os recursospara aquisição do material de construção e, posteriormente, para pagamentodos professores. Nas periferias, as prefeituras construíram e mantiveram asescolas, mesmo quando passaram a oferecer todas as séries de primeirograu.

De acordo com EMER (1991), na década de 1970, na Região Oestedo Paraná, houve um excepcional crescimento da rede escolar, mesmo assim,insuficiente. Estas requeriam um considerável aumento do número deprofessores qualificados para o exercício do magistério. Na década de 1980,apenas as escolas maiores foram estadualizadas.

Da mesma forma que ocorria com outros segmentos sociais, osprofessores não titulados estavam permanentemente ameaçados de perderseu espaço de trabalho para professores licenciados ou concursados, quechegavam, constantemente, de outras cidades ou regiões. Neste contexto, ademanda por mais educação ultrapassava a perspectiva anterior e deixavatransparecer que tinha se transformado em campo de disputa de espaço sócio-econômico.

Desta disputa surgiu a idéia de criar cursos superiores que passou ater condições de mobilização e apoio político à reivindicação, em Cascavel.

Para EMER (1991), estas condições determinaram a escolha dos

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primeiros cursos de graduação da Região Oeste do Paraná, que pretendiamsuprir a carência de profissionais da educação. Assim, surgiram os quatrosprimeiros cursos de graduação da Faculdade de Educação, Ciências e Letrasde Cascavel - Fecivel, a primeira instituição de ensino superior da RegiãoOeste do Paraná, autorizada a funcionar em maio de 1972. Oferecia apenascursos de licenciatura.

A educação na Região precisava ser pensada e administrada. Oprocesso pedagógico precisava ser orientado. Criou-se, então, o curso dePedagogia, com duas habilitações: Administração escolar e Orientaçãoeducacional. Na época, já existiam diversos cursos de segundo grau, e oensino da matemática, da física, da química e da biologia, era entregue aprofissionais não licenciados. Havia, também, a carência de professores delíngua estrangeira moderna. Assim, foram implantadas as Licenciaturas emMatemática, Ciências e Letras.

As primeiras turmas eram constituídas, quase que exclusivamente,por trabalhadores do ensino que buscavam, na graduação, a garantia do espaçode trabalho conquistado.

Segundo EMER (1991), os cursos superiores implantados em Foz doIguaçu, em 1979 e, em Toledo e Marechal Cândido Rondon, em 1980, buscaramresolver outros problemas. Na formação de professores, foram poucos osnovos cursos (Letras, Filosofia e Educação Física). Em razão da criseeconômica e da dificuldade de encontrar alternativas de geração de rendapara a Região, os novos cursos, criados pelas Faculdades, seguiram naperspectiva da Economia, da Administração de empresas, das CiênciasContábeis, da Engenharia Agrícola, da Enfermagem, entre outros. Estesmostram a busca da qualificação para a conquista de novos campos de trabalho,por parte da população jovem.

Segundo COLODEL (1988), enquanto alguns segmentos sociaisprocuravam rearticulações no interior do processo econômico, via ampliaçãoda escolarização, outra parte da sociedade, concentrada nas periferias doscentros urbanos, ficava, apenas, com o subemprego ou trabalho ocasional,geralmente, trabalho braçal e mal remunerado. Esse segundo segmento sóteve atendimento escolar ampliado, no final da década de 1970.

Por diferentes razões a população abandonou o campo em busca doscentros urbanos. Os proprietários de terras foram para os centros das cidades

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onde os terrenos eram mais valorizados e tiveram fácil acesso às escolas. Osnão proprietários de terras, com renda baixa, não tinham condições deadquirirem terrenos nos centros das cidades. Tiveram de se instalar nasperiferias, onde o preço do terreno era mais baixo, não tendo acesso facilitadoà escola.

Segundo EMER (1991), os filhos dos proprietários de terras tiveramacesso à escolarização rural. Quando se urbanizaram, passaram a residir noscentros, próximos às escolas já existentes. Estas pessoas, que retomaram osestudos após a urbanização, passaram a disputar os espaços de trabalho urbano(comércio e serviços). Os expulsos do campo, pela modernização tecnológicada agricultura, que foram para as periferias das cidades, continuaram semescola.

De acordo com EMER (1991), o Projeto Especial de Educação MEC/OEA foi implantado na Região Oeste do Paraná como um esforçointernacional, para diminuir os impactos e problemas sociais gerados pelastransformações econômicas e construções de grandes obras. Na época, jáhavia se iniciado a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que gerounovos impactos e transformações sociais na Região. A implantação desteprojeto tinha o objetivo de fortalecer a infra-estrutura educacional na Região,criando condições de superar os novos e variados problemas gerados pelastransformações sócio-econômicas e culturais, propondo a renovação dossistemas educacionais e o desenvolvimento do potencial educativo da Região.

EMER (1991) afirma que, para a implantação do projeto e odesenvolvimento de seus planos de ações, era necessária uma ampla articulaçãodos órgãos educacionais municipais, estaduais e federais. O projeto tinhauma coordenação no MEC e uma coordenação de área. Antes de implantá-lo, foi realizado um amplo diagnóstico sócio-econômico, educacional e culturalnas três principais cidades pólos da Região: Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo.

Este estudo revelou as condições da educação regional. Com isso,retomaram-se as discussões envolvendo diversas organizações regionais comoAssociação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP), doravantedenominada apenas AMOP, as cooperativas agropecuárias e sua central decooperativas Cotriguaçu, os cursos superiores de educação, educadores e asociedade da Região, em geral.

Este estudo mostrou também que, em alguns anos, os índices de evasão

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e repetência, nas primeiras séries do ensino de primeiro grau, chegavam a65% dos alunos. Nos outros anos, embora menores os percentuais, estiverampróximos a 65%. Estes fatores, associados ao tardio ingresso na escola (22%dos alunos), geraram uma defasagem entre aluno-série-idade.

De acordo com EMER (1991), as causas internas à escola, quecontribuíram para a conformação desse quadro, apontada pelo diagnóstico,foram: falta de professores habilitados e qualificados para o magistério (54%,na área urbana e, 80%, na área rural) em escolas primárias; falta de domínioe metodologia de ensino, gerando dificuldades de aprendizagem e,conseqüentemente, abandono e repetência dos alunos. A mobilidadepopulacional (êxodo rural e migração para outras regiões) no período, ondecerca de 20% dos professores interrompiam a ação pedagógica, paraacompanhar sua família que se mudava para outros lugares, é um exemplo. Asubstituição do professor era muito demorada e, geralmente, feita por alguéminexperiente e sem habilitação. Além disso, o material pedagógico era caro einadequado à realidade sócio-cultural da Região.

Além disso, ainda existiam outros fatores que contribuíram para odiagnóstico verificado, tais como: deficiência de saúde na população escolar,(verminose, 94% dos alunos na área rural e, 54%, nas periferias urbanas);deficiência visual e auditiva; distância da escola; necessidade de trabalharnos períodos de limpa e colheita agrícola; escolas mal localizadas; falta dematerial de apoio; insuficiência de salas de aula e turnos intermediários.

Segundo EMER (1991), a reforma do ensino estabelecida pela Lei nº5.692/71, foi implantada, paulatinamente, após planejamento centralizado naSEED. Por esta lei, ficou estabelecido que, nas maiores cidades do Estado,ocorreriam os cursos de reciclagem para professores. Foram, assim,desencadeadas amplas discussões sobre a educação. A publicação dosprimeiros dados do diagnóstico ampliou as discussões preexistentes e mobilizouos poderes públicos na busca de soluções para a educação regional.

Foi elaborada a "Chamada Escolar" e, as crianças, em idade escolar,foram convocadas, através dos meios de comunicação. Os pais deveriammatricular seus filhos nas escolas mais próximas. Isto provocou uma grandecontingência de alunos na primeira série. Estes foram atendidos em salões defestas alugados, igrejas e em outros locais disponíveis até a construção deescolas em número suficiente, para atender toda a demanda. Novos cursos

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foram oferecidos aos professores alfabetizadores e se produziu o materialdidático, seguindo um método de alfabetização desenvolvido pelo ProfessorErasmo Pilotto.

Em sua tese de mestrado, EMER (1991) afirma que este método dealfabetização desenvolveu-se, especialmente, por exigir poucos conhecimentosteóricos de domínio específico de professores habilitados. A primeiraexperiência de treinamento ocorreu em Toledo, em 1976, com resultadosanimadores. Em 1982, já haviam sido treinados 6.778 professores na RegiãoOeste do Paraná. O método de alfabetização "Erasmo Pilotto" foi transformadoem cartilha de alfabetização pela professora Isolda Peixoto Ruoso.

O Projeto MEC/OEA tinha prazo determinado para acabar, mas osestudos sobre a educação precisavam de continuidade. Para sanar esteproblema, foi criada a Assoeste, em 1980, com o objetivo de desenvolver earticular ações básicas na programação do desenvolvimento educacional emtodos os graus e níveis, produzir e experimentar novos materiais didáticos,produzir ou solicitar novas metodologias de ensino e desenvolver recursoshumanos para a educação. De acordo com EMER (1991), foram produzidase distribuídas mais de 40 mil cartilhas, gratuitamente nas escolas rurais, em1981.

Nascida do projeto MEC/OEA, a Assoeste teve seu primeiro momentode grande importância nas discussões sobre educação regional, no ano de1981, quando foram pensadas diferentes alternativas para melhoria da qualidadedo ensino nas demais séries iniciais. Era clara a desvinculação do materialdidático com a cultura regional. Então, estabelecer maiores vínculos entre arealidade vivida e o processo educacional passou a ser tema de estudos edebates, além de tentar recuperar valores culturais dos colonos e das camadaspopulares que estavam sendo destruídos no interior das relações sociais,impostas pela modernização da economia regional.

Assim, segundo EMER (1991), um grupo de professores daAssoeste, com esses ideais passou a discutir estas questões com outrasinstituições e buscou-se a assessoria de professores pesquisadores da atualUnijui, que já desenvolvia uma metodologia de ensino, semelhante aodesejado para a Região.

Com isso, iniciou-se um programa de pesquisa histórica técnico-pedagógica assessorado por técnicos da Unijui, na Região, com o Projeto

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Memória. Com base nesses estudos, foram produzidos mais de 2.500 textosdidáticos, dos quais foram selecionados 52, dentre eles encontra-se o livro"Repensando o Oeste do Paraná".

Segundo EMER (1991), o Projeto Memória foi o programa que maismovimentou as discussões da educação regional e, também, o que mais sofreurestrições de segmentos sociais que temiam a revisão histórica da Região.Foram censurados, principalmente, os textos que tratavam dos conflitos deterras, de questões fundiárias e dos colonos expulsos do campo por jagunçoscontratados pelas indústrias madeireiras.

O segundo grande momento da Assoeste ocorreu, também, no anode 1981, quando passou a refletir sobre questões do ensino superior na RegiãoOeste do Paraná. Na tentativa de construir os recursos humanos necessários,foram programados dois cursos de pós-graduação "latu sensu". Um em LínguaPortuguesa, com um grupo de professores da Universidade Estadual deCampinas - Unicamp e, outro, em Planejamento e Administração da Educação,com professores do Instituto de Estudos Avançados e Educação IESAE -Fundação Getúlio Vargas - Rio de Janeiro.

Estes cursos estimularam os professores das faculdades regionais arealizarem cursos de pós-graduação, em nível de mestrado, contribuindo paraa melhoria da formação de professores e/ou a pensar a educação comperspectivas teóricas mais consistentes, superando as perspectivas tecnicistas.

Enquanto isso, na SEED, estudava-se um novo rumo para a educação.Este consistia no ciclo básico, centrado na alfabetização, que superava ométodo do Prof. Erasmo Pilotto, ao agregar perspectivas de globalização.

Segundo EMER (1991), a partir de 1983, a Assoeste propôs odesenvolvimento dos ensinos da Matemática e de Iniciação às Ciências, áreasem que estavam defasadas as metodologias de ensino e seus programaseducacionais. Então, com base em experiências isoladas, foi criado um métodopara o ensino da matemática, articulando as práticas sociais de ensino eutilizando técnicas de ensino e manuseio de material concreto, facilitando oaprendizado.

Em 1984, um novo governo tomou posse. A relação de intercâmbioentre a Assoeste e o Departamento de Ensino de 1º Grau se intensificou.Muitos projetos foram aprovados neste período. Por motivos políticos, oGovernador afastou o Diretor do Departamento de Ensino de 1º Grau.

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A partir deste momento, as ações educacionais da Assoeste passa-ram a sofrer sérias restrições, e seus projetos só seriam analisados se pas-sassem pelos Núcleos Regionais de Educação, na área de abrangência ondeseriam desenvolvidos os cursos ou outras atividades com os professores.Aumentou, consideravelmente, o processo burocrático para implementaçãodos projetos. Essa foi uma forma encontrada pelo Governo do Estado parasubordinar e controlar as ações da Assoeste à SEED, segundo EMER (1991).

Desta forma, a Assoeste manteve-se mais no atendimento ao ensinopúblico municipal, à escola rural, às escolas das periferias urbanas e seusprofessores, salvaguardando sua autonomia.

Durante a década de 1980, as escolas municipais continuaram a sofrertransformações. Após a modernização da agricultura e a expulsão de grandeparte da população do campo, muitas escolas rurais foram fechadas, e osalunos foram transferidos para as escolas maiores, onde a educação eracentralizada.

Segundo EMER (1991), outro momento significativo da Assoeste foium estudo sobre as faculdades regionais. Foi percebido que as instituições,mantidas por fundações municipais, não teriam condições de se expandir egarantir a qualidade nos seus cursos de graduação. Esta qualidade era exigida,para superar os estrangulamentos regionais, tanto na educação, quanto nabusca de novas alternativas de desenvolvimento sócio-econômico-cultural.

Em 1984, a Assoeste comandou uma intensa mobilização com oobjetivo de aproximar as faculdades isoladas. Promoveu encontros deestudos, envolvendo diferentes segmentos sociais e seus órgãosrepresentativos, políticos, órgãos e representantes do Governo do Estado.Esses debates levaram a criação da Federação de Faculdades do Oeste doParaná, em 1987. Nesta primeira etapa, o Estado assumiu a folha depagamento das instituições regionais, depois de intermináveis barganhas.Em 1988, a Federação foi transformada em Fundação, dando origem àFunioeste e, somente em 1995, ocorreu a criação da Unioeste, umauniversidade estadual multicampi, com campus nas cidades de Toledo, Fozdo Iguaçu, Marechal Cândido Rondon e Cascavel. Nesta última, passou afuncionar, também, a Reitoria da Unioeste. Atualmente, a Unioeste mantém,ainda, um campus em Francisco Beltrão, na Região Sudoeste do Paraná,além das extensões em Palotina, Santa Helena e Medianeira.

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Portanto pode se dizer que a escola, gestada no interior da sociedade,e a educação produzida na Região Oeste do Paraná foram condicionadaspelas lutas sociais e pelas alternativas encontradas, para atingir níveis dequalidade desejados pela sociedade, que é específica da Região Oeste doParaná, inexistentes em outras regiões do País.

Os caminhos encontrados, para superar os problemas da educação,seguiram as mesmas alternativas buscadas para superar outros problemasvitais, como subsistência, produção de excedente e a comercialização daprodução, via associativismo, que se iniciou em um ponto específico da Regiãoe alastrou-se para todos os Municípios. Assim, ocorreu com as cooperativasdos colonos, com as cooperativas da modernização agrícola que se integraramnuma central, com o projeto MEC/OEA que se transformou na Assoeste,com as faculdades municipais transformadas em Federação de Faculdades,mais tarde em Fundação e, finalmente, em Unioeste.

13.2.3.2 Do Início da Segunda Metade da Década de 1980 aos Dias Atuais

Na segunda metade da década de 1980 e durante a década de 1990,a Região Oeste do Paraná passou por profundas transformações em suadinâmica social e econômica. Por extensão, alterações também ocorreramna área educacional. Nesta parte do trabalho, serão discutidos os problemasenfrentados pela área educacional, bem como os avanços que ocorreram.Para melhorar o entendimento, a análise será efetuada considerando aeducação em seus cinco níveis principais: pré-escola, ensino fundamental de1ª a 8ª séries, ensino médio, educação especial e ensino superior.

A pré-escola foi um dos níveis de ensino mais influenciado pelaalteração da dinâmica social e econômica da Região Oeste do Paraná, nesseperíodo. Em virtude da concentração da maior parte da população regionalnos centros urbanos, aumentou a participação das mulheres no mercado detrabalho. Com isto, as famílias passaram a ter um grau maior de dificuldades,para educar e, mesmo, para cuidar dos filhos. Não só a alfabetização éprocurada na pré-escola, mas, muitas vezes, um local onde as mães possamdeixar seus filhos enquanto trabalham. Conforme será discutido, na seção13.3.2, a pré-escola é vista, principalmente nas classes de renda mais alta e

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de maior nível de escolaridade, como o primeiro passo na educação dos fi-lhos, indispensável para a alfabetização da criança. Todavia, entre as classesde mais baixa renda e menor nível escolar, a pré-escola é vista, principalmen-te, como o destino dos filhos das mulheres trabalhadoras, ou seja, mais comoum lugar que hospeda as crianças do que como um lugar onde a criança vaipara ser alfabetizada.

Essa modalidade de ensino é ofertada pela rede pública municipalque respondeu, em 2001, por aproximadamente 75% das vagas oferecidas.Os outros 25% foram oferecidos pela rede privada. Somente em Cascavel,no ano de 2000, estimava-se a existência de 65 pré-escolas privadas. Aestimativa e não a confirmação oficial, dava-se em função de que as pré-escolas funcionam sem total controle por parte do Núcleo Regional deEducação. Como não é considerada parte integrante do sistema oficial deeducação, os núcleos não fiscalizam todas essas instituições. Além do que, háuma grande rotatividade de empreendimentos neste setor. Muitos abrem efecham sem que o núcleo tenha conhecimento de sua existência. Somente aspré-escolas que oferecem, também, ensino de 1ª a 4ª séries, são registradasno Núcleo Regional de Educação.

Sem discutir a competência destas escolas, sua existência acaboucriando um importante segmento na área de prestação de serviços, comgeração de inúmeros empregos. Aliado a isto, para as mães que não têmonde deixar seus filhos enquanto trabalham, constitui-se numa alternativa.Para os filhos, por precária que sejam suas atividades didático-pedagógicas,acabam por se alfabetizar mais do que se estivessem em casa. Além do que,desenvolvem sua capacidade de socialização. Embora muitas vezes os paisoptam pela pré-escola visando mais a segurança dos filhos, enquanto as mãestrabalham, as pré-escolas compõem-se numa decisiva fase na educação e naalfabetização das crianças.

O ensino fundamental, na Região Oeste do Paraná, tem característicasbem distintas, dependendo do município considerado. Nos Municípios comsedes urbanas de tamanho médio e grande, em nível regional, onde se concentraa maior parte da sua população, existem escolas da rede pública municipalpara a 1ª a 4ª séries, da rede pública estadual, para a 5ª a 8ª séries e, escolasprivadas, com ensino de 1ª a 8ª séries. Nestas cidades, os colégios privadosoferecem desde a pré-escola até os cursos pré-vestibulares. Nestes Municípios,

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onde a maior parte da população é urbana, tais como Cascavel, Toledo, Fozdo Iguaçu, Medianeira, Palotina, Marechal Cândido Rondon e AssisChateaubriand, as autoridades educacionais não sofrem tanto com umproblema que afeta, de forma mais intensa, os Municípios com pequenassedes urbanas e grandes áreas rurais, que são a maioria dos Municípios daRegião.

Nestes, além dos problemas enfrentados pelo ensino fundamental,em geral, que serão comentados na seqüência, há o problema do transporteescolar. Assim, os problemas enfrentados pelo ensino fundamental podemser divididos em dois grupos. No primeiro grupo, está o problema do transporteescolar.

Com a modernização tecnológica da agricultura, diminuiu,drasticamente, a população da zona rural. Com isto, inviabilizou-se apermanência das escolas rurais. Nos municípios onde estas ainda estãopresentes, passam pelo problema do reduzido número de alunos. Os Municípiosoptaram, então, por manter as escolas na zona urbana e transportar os alunos,da zona rural, para a zona urbana. Em decorrência disto, dois novos problemassurgiram.

Em primeiro lugar, para o transporte escolar há a necessidade deuma frota em boas condições de uso e segurança. Uma frota nestas condiçõesexige, também, estradas em boa situação de uso, principalmente, em dias dechuva. Além do investimento na frota de veículos, há a necessidade doinvestimento nas estradas. Para manter o bom funcionamento do transporteescolar, há a necessidade de constantes investimentos na manutenção dafrota e das estradas.

Em segundo lugar, o fato de transportar as crianças da zona ruralpara a zona urbana cria nestas, uma consciência urbana. Como a zona ruralestá cada vez mais desabitada, as crianças vão sentindo, à medida que vãocrescendo, mais necessidade de se relacionar com outras crianças. Como aida para a zona urbana para estudar, possibilita este relacionamento, à medidaque a criança vai crescendo e avançando nos estudos, maior vai ficando asua vontade de permanecer na zona urbana. Portanto o fato de concentrar asescolas na zona urbana cria um problema futuro para a Região.

O segundo grupo de problemas, enfrentado pelo ensino fundamentalna Região, que não devem ser diferentes das demais regiões do Estado e, até

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do Brasil, é composto, essencialmente, pela falta de participação das famíliasna educação das crianças. Este problema se mostra mais crônico entre asfamílias de menor renda e onde os pais têm menor grau de escolaridade.Estes e os demais problemas enfrentados pelos Municípios da Região serãodiscutidos a seguir.

Segundo Cleonice Pereira de Almeida, Secretária de Educação doMunicípio de Diamante do Oeste, "aproximadamente 60% da população adultado Município é composta por trabalhadores volantes que saem cedo de casa,deixando os filhos sozinhos que não vão à escola. É fraca a participação dospais. Além disso, há muitos problemas com o transporte escolar, principalmentenos dias de chuva".

O Município de Entre Rios do Oeste conta com expressiva participaçãonos royalties de Itaipu. Em 2000, foram recebidos US$2.327.100, queequivaleram a 698,83 dólares por habitantes/ano. Mesmo, assim, conta comproblemas na área educacional. Segundo Antonia E. S. Postay, Secretária deEducação do Município, os problemas encontrados são: "Só há uma escola noMunicípio. Há a necessidade da construção de uma nova escola, porém nãohá recursos. A contribuição para o Fundef é alta, no entanto, em virtude dobaixo número de alunos, o retorno equivale à metade do valor da contribuição".Em 2000, a população de Entre Rios do Oeste era de, apenas, 3.330 habitantes.Este é um fato que chama a atenção. Pois o retorno do Fundef não éproporcional à arrecadação do Município, mas, sim, proporcional ao seu númerode alunos.

No Município de Guaíra, em 2000, o IBGE contou 28.663 habitantes.Destes, apenas 3.784 habitavam a zona rural. Em virtude disso, segundoVolnecir Hoffmann, Secretário Municipal de Educação, "as escolas são muitoafastadas e contam com poucos alunos. Além disso, há uma falta deestruturação familiar. Os pais não acompanham a vida familiar do aluno. Oaluno sai de um ambiente familiar desmotivado".

Em Missal, segundo Inês Sanders, Secretária Municipal de Educação,"alguns alunos apresentam altos graus de desinteresse pelo estudo. Os alunosem nível de 3º grau saem para estudar fora, apoiados pelo Município, e jamaisretornam para a cidade, depois de formados". Ainda, segundo depoimentoscolhidos junto às autoridades educacionais do Município, a falta deoportunidades para os professores estudarem, constituem-se num sério

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 472: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

472

problema. Em 2000, o Município contava com 65 professores. Destes, 36tinham concluído somente o 2º Grau, 03 estavam cursando o nível superior, 08possuíam o nível superior completo e, 18 tinham o curso superior com pós-graduação concluídos.

Como os cursos superiores na área de educação são oferecidossomente em outras cidades, os professores municipais não se dispuseram ase deslocar até elas para estudar. Segundo a Secretária de Educação, oproblema só será resolvido com a oferta de um curso superior na cidade,oferecido, provavelmente, por um convênio com uma instituição de ensinosuperior que formaria somente uma turma.

Em Santa Helena, segundo Aldemir Guerino, Secretário Municipalde Educação, "os pais se omitem. Não participam. A responsabilidade pelaeducação é repassada para a escola. O uso de drogas existe, mas é camuflada.A falta de acesso aos cursos de licenciatura e especialização para osprofessores prejudica o desempenho do ensino no Município". Em 2000,Santa Helena contava com 157 professores municipais. Destes, 43 tinhamconcluído somente o 2º grau, 52 estavam cursando o nível superior, 13 possuíamo curso superior completo, 05 estavam fazendo pós-graduação e 44 tinhamcursos de pós-graduação concluídos.

Em São José das Palmeiras, segundo Eli Inês D'Agostini, SecretáriaMunicipal de Educação, "há a carência de espírito de colaboração dos pais,alunos e professores para com a escola. Há, também, carência de profissionaishabilitados. O pessoal é muito preconceituoso e não há integração entre afamília e a escola".

Em São Miguel do Iguaçu, segundo Suely Regina Ragazzi Carneiro,Secretária Municipal de Educação, "as famílias desestruturadas produzemalunos desestruturados. No Município, há uma expressiva população indígenae de migrantes brasiguaios. O Município oferece Pedagoga, Fonoaudióloga ePsicóloga para atender aos alunos, porém os pais não deixam os filhos iremse consultar. As pessoas não estão preparadas para viver sem os royalties".Neste Município, em 2000, os royalties equivaleram a US$274,22 por habitante.No total, em 2000, o Município recebeu US$6.667.300,00 de royalties daItaipu Binacional.

Em Terra Roxa do Oeste, segundo Márcia Maria Sonego de Pádua,

Secretária Municipal de Educação, "o problema maior enfrentado pelo

Page 473: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

473

Município se refere ao transporte escolar, em virtude do tamanho do Municí-

pio. O problema da droga é sério, principalmente de 5ª a 8ª séries e no 2º

Grau. O Município sofre, também, com a perda de recursos do FUNDEF".

Na Região Oeste do Paraná, o ensino fundamental, conforme relatado,

passa por sérias dificuldades, mesmo assim contava, em 2001, com 109.050

alunos de 1ª a 4ª séries e 98.167 alunos de 5ª a 8ª séries, matriculados nas

redes pública municipal e estadual e na rede privada.

Quanto à divisão de tarefas entre Estado e Municípios, ficando o

ensino de 1ª a 4ª séries a cargo do Município e 5ª a 8ª a cargo do Estado, para

os objetivos deste trabalho, não há influência significativa. O que importa é

que os alunos estão matriculados. Essas matrículas representavam, em 2001,

18,37% da população regional.

Um fator positivo a ser destacado é o processo de municipalização

da merenda escolar. Nas conversas com as autoridades educacionais de vários

Municípios da Região, em nenhum deles registrou-se descontentamentos com

o programa. Aliás, foi destacado que a merenda escolar, principalmente, entre

as classes de menor renda, é um forte atrativo para a manutenção das crianças

na escola.

No que se refere ao Ensino Médio, a Região Oeste do Paraná conta

com uma participação da rede pública federal, através do CEFET-PR, de

Medianeira, da rede pública estadual e da rede privada, esta última com

participação, somente, nas cidades de maior porte, em nível regional.

O fator que chama mais a atenção, neste nível de ensino, é que,

praticamente, desapareceu a oferta de ensino noturno privado na Região Oeste

do Paraná. Com base nos levantamentos feitos no Núcleo Regional de

Educação de Cascavel, para este Município, em 2000, apenas um colégio

particular ainda oferecia 02 turmas noturnas. A rede pública estadual supre

praticamente toda a demanda por ensino médio noturno. É forte, porém, a

participação dos colégios privados no ensino médio diurno. Existe, na Região,

uma crença de que os colégios particulares preparam melhor os jovens para

o ingresso na universidade pública e, por isto, nas particulares, a oferta de

vagas já supera a demanda. Nos colégios públicos, que oferecem o ensino

médio noturno, a violência e as drogas constituem-se nas maiores dificuldades.

Na educação especial na Região Oeste do Paraná, no ano de 2001,

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 474: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

474

56.368 pessoas estavam matriculadas. Destas, 2.220, no ensino fundamental

e, no ensino fundamental para jovens e adultos, 20.593 matriculadas. A

relevância deste tipo de ensino é que atua no sentido de eliminar o

analfabetismo tanto para os jovens quanto para os adultos. No ensino supletivo

para jovens e adultos, 33.555 pessoas estavam matriculadas. Esta modalidade

proporciona aos jovens e aos adultos, que não estudaram quando criança, a

oportunidade de concluir uma importante etapa de seus estudos, podendo

chegar até à conclusão do ensino médio. Se não oferece o ganho de

conhecimento, principalmente, no caso do ensino supletivo, igual ao obtido

pela criança que estuda na idade correta, pelo menos proporciona um maior

grau de cidadania, pois abre a possibilidade de conclusão do ensino médio a

quem, de outra forma, não retornaria ao banco da escola.

No que tange ao ensino superior, na Região Oeste do Paraná, há a

participação da rede pública federal, por meio do CEFET-PR, de Medianeira

e, por meio da Universidade Federal do Paraná, com seu campus em Palotina.

Há a participação estadual por meio da Universidade Estadual do Oeste do

Paraná, com campus em Cascavel, Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon

e Toledo e extensões em Santa Helena, Palotina, Foz do Iguaçu e Medianeira.

Há, também, uma expressiva participação do setor privado, com uma

universidade com campus em Cascavel, Guaíra e Toledo e diversas faculdades

isoladas.

A TABELA 13.3.4.1 mostra que, em 2002, havia 31.856 pessoas

matriculadas no ensino superior na Região Oeste do Paraná. Isto equivale a

2,81% do total da população, sem contar os acadêmicos da Fasul de Toledo,

que se reservou o direito de não disponibilizar este dado para a pesquisa.

O surgimento de várias escolas de ensino superior na Região Oeste

do Paraná, mais precisamente, 12 faculdades isoladas, uma universidade

particular com campus em Cascavel, Guaíra e Toledo, 04 extensões da

Unioeste, o CEFET-PR, em Medianeira, uma faculdade católica em Cascavel

- o Cintec - e um campus da Universidade Federal em Palotina, somados aos

04 campus da Unioeste na Região, possibilitaram a existência de 27 unidades

de ensino superior na Região. Destas 27 unidades, em Cascavel, a FAG

incorporou a Faculdade Dom Bosco, em março deste ano. Em Toledo, está

confirmada a instalação do campus da PUC, que iniciará suas atividades

Page 475: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

475

acadêmicas em março de 2003.

O aumento da oferta de cursos superiores pela rede pública e,

principalmente, pela rede privada, possibilitou o atendimento de uma demanda

reprimida que havia na Região. Até o final da década de 1980, a única opção

de ensino superior existente na Região era constituída pela Unioeste. A primeira

faculdade privada de que se tem notícia foi a Ctesop, em Assis Chateaubriand,

criada em 1986 e instalada em 1989. As demais faculdades privadas surgiram

durante a década de 1990 e no ano de 2001.

Atualmente, a oferta de cursos superiores representa ser maior do

que a própria demanda efetiva. Demanda há para todas as vagas oferecidas,

todavia público com renda suficiente para o custeio de um curso superior,

parece não haver. Portanto as faculdades particulares estão sendo viabilizadas,

principalmente, pelos acadêmicos não contemplados com as vagas disponíveis

na rede pública e que estão em um estágio profissional que lhes permite

custear o curso superior pago, bem como pelos filhos das classes sociais de

melhor poder aquisitivo que não conseguiram ingressar nas universidades

públicas na Região ou em outras regiões. No momento em que esta demanda

for atendida e que as faculdades forem buscar seus alunos entre os que se

formam no ensino médio, o quadro poderá sofrer uma drástica alteração.

Considerando que, em 2001, havia 59.587 jovens freqüentando o

ensino médio, sendo 53.277, na rede pública e 6.310, na rede privada e,

considerando que um terço destes se formem por ano, em torno de 20.000

jovens estariam aptos a ingressar no ensino superior todos os anos. Nesta

pesquisa, foram contados 31.856 acadêmicos freqüentando o ensino superior

na Região. Considerando cursos com prazo médio de duração de 05 anos,

em torno de 6.000 acadêmicos se formam por ano. Para que as instituições

de ensino superior mantenham o número atual de alunos, portanto revertendo

uma tendência de diminuição de seus quadros de alunos, bastariam que

30% dos formandos do ensino médio, anualmente, ingressassem no curso

superior. Essas faculdades podem ainda atrair público de outras regiões.

Além disso, podem incentivar seus acadêmicos a se valer do financiamento

público do custeio da educação, através do FIES. Este representa ser o

grande desafio a ser vencido pelas instituições de ensino superior da Região,

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 476: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

476

especialmente as privadas.

O aumento do número de habitantes com curso superior, dotará a

Região de uma melhor qualidade de seu capital humano. Isto poderá

promover um upgrade na capacidade empresarial da Região. Por um lado,

a expectativa é de que se terá uma melhoria da qualidade das empresas.

Uma preocupação é que a Região não tenha a capacidade de saber

conviver com uma massa de empresários e, principalmente, de

trabalhadores com um maior nível de qualificação, formados num espaço

muito curto de tempo.

Isso se explica pelo fato de que, atualmente, uma significativa parte

das empresas regionais ainda estão sendo administradas pelos seus fundadores.

Com a formação superior, os filhos e, principalmente, os novos empregados,

promoverão uma mudança na forma de gerir essas empresas. Aguarda-se

que essa revolução seja bem aceita pela classe empresarial, atualmente, no

comando das empresas.

Uma outra preocupação que recai sobre a Região, diante deste novo

quadro, é que os jovens saem formados com grandes expectativas de

crescimento profissional. Portanto o desafio da Região, como um todo, terá

que ser no sentido de ajudar estes jovens a criar as oportunidades que eles

esperam encontrar. Parece que oportunidades para todos ainda não existem.

Caso a Região não consiga oferecê-las, pode-se correr o risco de uma sensível

migração desses jovens para outras regiões, o que promoverá grandes prejuízos

à sociedade regional.

Mesmo nas famílias, esse choque cultural pode gerar sérios conflitos

entre pais e filhos. O convívio no meio acadêmico proporciona ao jovem uma

liberdade não imaginada pelos mesmos, enquanto estavam sob a tutela mais

rígida dos pais. E essa liberdade não é conhecida pelos pais que, na maioria,

nunca freqüentaram uma escola de ensino superior, onde, normalmente, o

acadêmico tem a opção de freqüentar as aulas ou não. Pensamos que a

Região está passando por um processo de transformação cultural muito

significativo. Da mesma forma, acredita-se que não se esteja fazendo um

trabalho de preparação desta sociedade para esse novo período de sua história

que se inicia.

Page 477: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

477

13.3 A INFRA-ESTRUTURA EDUCACIONAL NO OESTE DO PARANÁ

Na Região Oeste do Paraná, existem centenas de pré-escolas públicase privadas e centenas de escolas de 1º e 2º graus, municipais, estaduais eparticulares, com ensino regular e profissionalizante. Existem várias faculdadesparticulares, nas cidades de Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Guaíra, SãoMiguel do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu e Assis Chateaubriand, além doCEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica, de Medianeira e de umaextensão da Universidade Federal do Paraná, em Palotina. Há, também, umaUniversidade Estadual - a Unioeste - com Campus nas cidades de Cascavel,Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon, Toledo e em Francisco Beltrão,na Região Sudoeste do Paraná, contando, ainda, com extensão nas cidadesde Medianeira, Palotina e Santa Helena.

Esta seção é dedicada a relatar os dados disponíveis e que se julgourelevante para diagnosticar a situação atual da educação formal na RegiãoOeste do Paraná.

13.3.1 Os Núcleos Regionais de Educação

Os 50 municípios que formam a Região Oeste Paraná estão sobjurisdição de cinco Núcleos Regional de Educação, sendo que os núcleos deCascavel, Foz do Iguaçu, Toledo e Assis Chateaubriand estão localizados naRegião Oeste do Paraná. O Núcleo de Laranjeiras do Sul está localizado naRegião Administrativa Médio Centro Oeste Paranaense e tem, sob suajurisdição, dois Municípios da Região Oeste do Paraná. São eles: Guaraniaçue Diamante do Sul. Os núcleos estão estruturados da seguinte forma:

Núcleo Regional de Educação de Cascavel - NRECCriado em 09 de dezembro de 1983, através do decreto nº 2.161, publicado noDiário Oficial do Estado, em 12 de dezembro de 1983.Chefe: Marise Jussara Franz LuvisonAssistente Técnica: Marileusa Inês Folador AcostaFone: (0xx45) 225-4847 CEP: 85.812-003Av. Brasil, 5179 - sala 201 - Centro - Cascavel - PR.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 478: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

478

Municípios sob sua jurisdição: Anahy, Boa Vista da Aparecida, Braganey,Cafelândia, Campo Bonito, Capitão Leônidas Marques, Cascavel, Catanduvas,Céu Azul, Corbélia, Ibema, Iguatu, Lindoeste, Santa Lúcia, Santa Tereza doOeste, Três Barras do Paraná e Vera Cruz do Oeste.Total: 17 municípios.

Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu - NREFICriado em 10 de dezembro de 1984, através do decreto nº 4.462, publicado noDiário Oficial do Estado no dia 11 de dezembro de 1984.Chefe: Elzile Bonassina (Neca)Assistente Técnica: Katia Regina Pedroso de Moraes ConteFone: (0xx45) 522-2112 CEP: 85.864-320Av. J. M. Brito, 1050 - Pólo Centro - Foz do Iguaçu - PR. (próximo ao Detrane ao Fórum novo).Municípios sob sua jurisdição: Diamante do Oeste, Foz do Iguaçu, Itaipulândia,Matelândia, Medianeira, Missal, Ramilândia, Santa Terezinha de Itaipu, SãoMiguel do Iguaçu e Serranópolis do Iguaçu.Total: 10 municípios.

Núcleo Regional de Educação de Toledo - NRETCriado em 09 de dezembro de 1983, através do decreto nº 2.161, publicado noDiário Oficial do Estado no dia 12 de dezembro de 1983.Chefe: Denise Petterle ManfroiAssistente Técnica: Selma MaldonadoFone: (0xx45) 252-2717 CEP: 85.902-060Av. Maripá, 4896 - Centro - Toledo - PR.Municípios sob sua jurisdição: Entre Rios do Oeste, Guaíra, Marechal CândidoRondon, Maripá, Mercedes, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Palotina,Pato Bragado, Quatro Pontes, Santa Helena, São José das Palmeiras, SãoPedro do Iguaçu, Terra Roxa do Oeste e Toledo.Total: 15 municípios.

Núcleo Regional de Educação de Assis Chateaubriand - NREACCriado em 20 de março de 1992, através do decreto nº 1.221, publicado noDiário Oficial do Estado em 20 de março de 1992.

Page 479: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

479

Chefe: Helena Miyoko Miura da CostaAssistente Técnica: Bernadete Bittencourt JordãoFone: (0xx44) 528-5210 CEP: 85.935-000Av. Tupãssi, 1090, 3º andar - Centro - Assis Chateaubriand - PR.Municípios sob sua jurisdição: Assis Chateaubriand, Formosa do Oeste, Jesu-ítas, Nova Aurora, Tupãssi, Iracema do Oeste (+) Brasilândia do Sul, quepertence à Região Noroeste do Paraná.Total: 7 Municípios, sendo 6 pertencentes a Região Oeste do Paraná e umMunicípio pertencente a Região Noroeste.

Núcleo Regional de Educação de Laranjeiras do Sul - NRELSCriado em 24 de abril de 1998, através do decreto nº 4.282, publicado noDiário Oficial do Estado, no dia 27 de abril de 1998.Chefe: Julia Camargo PutiniAssistente Técnico: Ivonei WiggersFone: (0xx42) 735-2143 CEP: 85.301-290Rua Diogo Pinto esquina c/ Sete de Setembro S/N - Centro - Laranjeiras doSul - PR.Municípios sob sua jurisdição: Laranjeiras do Sul, Quedas do Iguaçu, Virmond,Nova Laranjeira, Rio Bonito do Iguaçu, Saudade do Iguaçu, Sulina, Marquinho,Espigão Alto, Diamante do Sul e Guaraniaçu.Total: 11 municípios, sendo apenas os dois últimos Municípios pertencentes àRegião Oeste do Paraná.

13.3.2 O Ensino Fundamental e o Ensino Médio na Região Oestedo Paraná

Os dados apresentados se referem ao Município de Cascavel. Comonão há dados de forma analítica, os dados foram coletados diretamente no Nú-cleo Regional de Cascavel. Em virtude da demora para a coleta, diretamente naslistas de matrículas de cada estabelecimento, foram coletados somente os dadospara o Município de Cascavel. Pela dinâmica social e econômica da RegiãoOeste do Paraná, esses dados possibilitam a inferência para os demais Municípi-os da Região. A TABELA 13.3.2.1, mostra o número de alunos matriculados noensino médio particular noturno em Cascavel, desde o ano de 1964 até o ano de

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 480: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

480

1999. Analisando os números conclui-se que houve um crescimento significativodo número de alunos matriculados, desde 1964 até o final da década de 1970.Durante a década de 1980 se mantiveram estagnadas as matrículas e, a partir doinício da década de 1990, iniciou um declínio do número de alunos matriculados.

TABELA 13.3.2.1: Evolução do ensino médio noturno particular em Cascavel

Fonte: Dados da Pesquisa.

sodalucirtaM sodavorpA sodavorpeR sodirefsnarT setnetsiseD serehluM snemoH

4691 98 08 0 3 6 62 36

5691 311 59 3 0 51 92 48

6691 851 121 4 11 22 65 201

7691 291 451 41 21 21 35 931

8691 332 851 11 7 75 96 461

9691 422 581 41 7 81 07 451

0791 672 671 21 02 86 201 471

1791 372 022 3 8 24 011 361

2791 413 252 3 71 24 111 302

3791 754 533 91 11 29 861 982

4791 506 724 62 22 031 962 633

5791 436 674 51 83 501 472 063

6791 615 524 11 04 04 622 092

7791 517 455 72 92 501 813 793

8791 576 105 15 83 58 443 133

9791 507 825 33 44 001 253 353

0891 326 554 14 13 69 923 492

1891 026 954 15 31 79 813 203

2891 806 244 42 43 801 703 103

3891 006 293 95 62 321 382 713

4891 275 253 45 22 441 642 623

5891 484 943 74 81 07 002 482

6891 635 163 14 42 011 442 292

7891 266 364 43 36 201 292 073

8891 326 663 85 77 221 203 123

9891 285 243 65 65 821 123 162

0991 505 932 35 13 281 562 042

1991 053 822 12 63 56 871 271

2991 172 081 31 52 35 361 801

3991 022 431 42 22 04 19 921

4991 872 051 41 34 17 501 371

5991 572 271 61 23 55 801 761

6991 122 451 21 72 82 101 021

7991 461 311 6 32 22 65 801

8991 832 961 8 9 25 931 99

9991 353 032 3 3 711 842 501

Page 481: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

481

O Gráfico 13.3.2.1 ilustra o comportamento do número de alunosmatriculados durante o período considerado. A causa mais provável destecomportamento é a modernização tecnológica da agricultura, iniciada na dé-cada de 1960, na Região Oeste do Paraná. Com este fenômeno, os habitan-tes da zona rural se transferiram para os centros urbanos. Como as atividadesurbanas exigiam um maior grau de escolarização, estes procuravam, então,os cursos de ensino médio noturno. A rede pública de ensino não ofertavavagas suficientes para atender toda a demanda, com isto abriu espaço paraas instituições de ensino privadas.

GRÁFICO 13.3.2.1: Evolução do ensino médio noturno particular em Cascavel,de 1964 a 1999

Fonte: TABELA 13.3.2.1.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

A partir do início da década de 1990, a grande massa de população

rural já tinha se transferido para os centros urbanos. Com isto, diminuiu o

público que demandava ensino médio noturno. A rede pública de ensino man-

teve a oferta de vagas e quem procurava ensino médio noturno pôde ser

atendido. As instituições de ensino privadas passaram a oferecer ensino mé-

dio somente no período diurno.

Os estudantes que não podem estudar durante o dia e/ou que não

podem pagar as instituições privadas, são atendidos pelos colégios públicos.

Essa mesma observação remete para uma avaliação da situação do ensino

Page 482: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

482

superior privado na Região Oeste do Paraná. Somente em Cascavel, no ano

de 2000, havia oito instituições de ensino superior, sendo, somente, uma

pública. Como a maioria destas instituições, foram implantadas recente-

mente, há um atendimento da demanda reprimida que não vinha sendo aten-

dida pela instituição de ensino pública. Muitos dos estudantes que fizeram o

ensino médio durante as últimas duas ou até três décadas passaram a ter,

num espaço muito curto de tempo, uma oferta de cursos superiores, jamais

vista.

É óbvio que esta oferta de cursos é constituída de cursos pagos.

Todavia esse mesmo público está numa fase da vida que lhes permite arcar

com este custo. A inferência que se faz é que, tal qual aconteceu com o

ensino médio particular noturno, que teve público enquanto a demanda era

fomentada pela transferência de população da zona rural para a zona urbana,

a demanda por estes cursos de nível superior se manterá aquecida até o

momento em que todas as pessoas que não conseguiam entrar na escola

pública concluirem seus estudos. Quando isto ocorrer, as instituições de ensino

superior passarão a disputar os alunos que estão se formando no ensino médio,

inclusive com a instituição pública. Considerando que um percentual

significativo dos formandos não tem como arcar com os custos do ensino

pago, a demanda deverá se reduzir drasticamente. Este fator deverá promover

uma seqüência de fusões entre instituições de ensino superior em Cascavel e,

até, o fechamento de algumas instituições, tanto em Cascavel quanto e,

principalmente, na Região Oeste do Paraná.

Com o ensino médio diurno particular, o comportamento do número

de matrículas apresentou um crescimento contínuo, desde 1974, quando se

iniciou a primeira turma, até 1999. Um fator que pode explicar este

comportamento é o crescimento populacional pelo qual passou o Município

de Cascavel, neste período. Concomitante ao aumento da população urbana,

aumentou, também, o nível de renda e, conseqüentemente, a demanda por

vagas no ensino médio particular diurno.

O Gráfico 13.3.2.2, permite visualizar melhor o comportamento do

número de matrículas no ensino médio particular diurno no Município de Cas-

cavel, no período de 1974 a 1999.

Page 483: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

483

TABELA 13.3.2.2: Evolução do ensino médio diurno particular em Cascavel

Fonte: Dados da Pesquisa.

GRÁFICO 13.3.2.2: Evolução do ensino médio diurno particular em Cascavel,de 1964 a 1999

Fonte: TABELA 13.3.2.2.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

sodalucirtaM sodavorpA sodavorpeR sodirefsnarT setnetsiseD serehluM snemoH

4791 92 32 0 3 3 92 0

5791 38 77 0 3 3 56 81

6791 931 121 2 11 5 821 11

7791 142 122 9 8 3 591 64

8791 343 792 11 52 01 092 35

9791 164 683 52 52 52 143 021

0891 545 164 63 61 23 693 941

1891 756 745 93 62 54 074 781

2891 487 856 33 05 34 935 542

3891 009 937 26 44 55 495 603

4891 459 117 001 26 18 095 463

5891 238 556 96 76 14 215 023

6891 248 456 18 17 63 025 223

7891 969 846 831 811 56 395 673

8891 698 746 79 221 03 745 943

9891 038 285 09 001 85 105 923

0991 398 656 321 19 32 515 873

1991 629 027 47 701 52 815 804

2991 5101 648 26 09 71 525 094

3991 6411 309 96 531 93 216 435

4991 9631 0701 301 341 35 107 866

5991 0081 4341 17 232 36 489 618

6991 9391 1261 34 212 36 7211 218

7991 8502 0181 62 671 64 9801 969

8991 8912 5691 22 241 96 4121 489

9991 0142 5012 65 891 15 1131 9901

Page 484: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

484

A TABELA 13.3.2.3 contém os dados consolidados das matrículas do ensi-no médio particular em Cascavel, tanto no período diurno, quanto no período noturno.Embora tenha havido redução do número de matrículas no período noturno, o cresci-mento no número de matrículas no período diurno foi maior, o que garantiu um cresci-mento no número total de alunos matriculados, no período entre 1964 e 1999.

TABELA 13.3.2.3: Evolução do ensino médio particular em Cascavel

Fonte: Dados da Pesquisa.

sodalucirtaM sodavorpA sodavorpeR sodirefsnarT setnetsiseD serehluM snemoH

4691 98 08 0 3 6 62 36

5691 311 59 3 0 51 92 48

6691 851 121 4 11 22 65 201

7691 291 451 41 21 21 35 931

8691 332 851 11 7 75 96 461

9691 422 581 41 7 81 07 451

0791 672 671 21 02 86 201 471

1791 372 022 3 8 24 011 361

2791 413 252 3 71 24 111 302

3791 754 533 91 11 29 861 982

4791 436 054 62 52 331 892 633

5791 717 355 51 14 801 933 873

6791 556 645 31 15 54 453 103

7791 659 577 63 73 801 315 344

8791 8101 897 26 36 59 436 483

9791 6611 419 85 96 521 396 374

0891 8611 619 77 74 821 527 344

1891 7721 6001 09 93 241 887 984

2891 2931 0011 75 48 151 648 645

3891 0051 1311 121 07 871 778 326

4891 6251 3601 451 48 522 638 096

5891 6131 4001 611 58 111 217 406

6891 8731 5101 221 59 641 467 416

7891 1361 1111 271 181 761 588 647

8891 9151 3101 551 991 251 948 076

9891 2141 429 641 651 681 228 095

0991 8931 598 671 221 502 087 816

1991 6721 849 59 341 09 696 085

2991 6821 6201 57 511 07 886 895

3991 6631 7301 39 751 97 307 366

4991 7461 0221 711 681 421 608 148

5991 5702 6061 78 462 811 2901 389

6991 0612 5771 55 932 19 8221 239

7991 2222 3291 23 991 86 5411 7701

8991 6342 4312 03 151 121 3531 3801

9991 3672 5332 95 102 861 9551 4021

Page 485: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

485

GRÁFICO 13.3.2.3: Evolução do ensino médio particular em Cascavel,de 1964 a 1999

Fonte: TABELA 13.3.2.3.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

A TABELA 13.3.2.4 mostra o número de alunos matriculados no

ensino médio supletivo particular noturno no Município de Cascavel, no perí-

odo entre 1974 e 1999. Tal qual aconteceu com o ensino regular médio noturno

particular em Cascavel, houve um rápido crescimento do número de matrícu-

las entre 1974 e 1977. A partir de 1977, manteve-se até o ano de 1990 e, a

partir daí, iniciou-se um declínio que culminou com seu completo desapareci-

mento, no ano de 1999.

O GRÁFICO 13.3.2.4, mostra melhor o desempenho do número de

matrículas no ensino médio supletivo particular noturno no Município de Cas-

cavel, no período entre 1974 e 1999.

O GRÁFICO 13.3.2.3 mostra o comportamento do número de matrí-

culas no ensino médio diurno e noturno no Município de Cascavel, entre 1964

e 1999. Embora tenha havido uma pequena redução no número de matrículas

no período entre 1989 e 1993, houve uma retomada no crescimento, a partir

de 1994. Todavia, na média, houve um crescimento no número de matrículas.

Page 486: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

486

TABELA 13.3.2.4: Evolução do ensino médio particular supletivo noturno em Cascavel

Fonte: Dados da Pesquisa.

sodalucirtaM sodavorpA sodavorpeR snarT ef sodir setnetsiseD serehluM snemoH4791ertsemesº1 0 0 0 0 0 0 04791ertsemesº2 04 73 1 0 2 8 235791ertsemesº1 681 301 24 0 14 87 8015791ertsemesº2 542 181 31 0 15 401 1416791ertsemesº1 263 402 18 1 67 331 9226791ertsemesº2 883 113 51 0 26 541 3427791ertsemesº1 057 665 24 0 241 762 3847791ertsemesº2 197 906 53 0 741 603 5848791ertsemesº1 197 226 72 0 241 713 4748791ertsemesº2 228 736 46 0 121 492 8259791ertsemesº1 368 756 16 2 341 213 1559791ertsemesº2 009 875 021 6 691 543 5550891ertsemesº1 119 056 77 4 081 833 3750891ertsemesº2 738 725 401 1 502 923 8051891ertsemesº1 988 226 46 0 302 404 5841891ertsemesº2 228 116 45 0 751 843 4742891ertsemesº1 519 146 89 0 671 634 9742891ertsemesº2 538 325 711 51 081 563 0743891ertsemesº1 609 946 07 0 781 173 5353891ertsemesº2 238 215 66 0 452 483 8444891ertsemesº1 848 285 25 0 412 663 2844891ertsemesº2 428 485 45 0 681 573 9445891ertsemesº1 877 745 46 1 661 073 8045891ertsemesº2 696 794 56 0 431 123 5736891ertsemesº1 156 244 15 0 851 573 6726891ertsemesº2 738 895 26 1 671 593 2447891ertsemesº1 647 615 44 1 581 483 2637891ertsemesº2 836 634 55 0 741 162 7738891ertsemesº1 566 294 54 2 621 423 1438891ertsemesº2 386 405 55 3 121 413 9639891ertsemesº1 476 794 73 4 631 392 1839891ertsemesº2 937 565 15 6 711 592 4440991ertsemesº1 009 874 941 31 062 193 9050991ertsemesº2 308 454 421 5 022 073 3341991ertsemesº1 916 473 46 21 961 782 2331991ertsemesº2 914 672 15 4 88 491 5222991ertsemesº1 335 563 44 4 021 752 6722991ertsemesº2 795 334 07 3 19 503 2923991ertsemesº1 894 643 92 7 611 862 0323991ertsemesº2 114 252 83 4 711 602 5024991ertsemesº1 474 213 12 81 321 412 0624991ertsemesº2 804 282 31 21 101 381 5225991ertsemesº1 315 283 61 9 601 132 2825991ertsemesº2 923 241 31 43 041 822 1016991ertsemesº1 592 612 8 01 16 431 1616991ertsemesº2 052 871 01 6 65 49 6517991ertsemesº1 472 871 52 21 95 601 8617991ertsemesº2 443 552 21 01 76 041 4028991ertsemesº1 452 481 81 6 64 79 7518991ertsemesº2 162 371 12 6 16 09 1719991ertsemesº1 682 802 51 5 85 501 1819991ertsemesº2 621 89 4 2 22 04 68

Page 487: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

487

GRÁFICO 13.3.2.4: Ensino médio supletivo particular noturno em Cascavel, entre1974 e 1999

Fonte: TABELA 13.3.2.4.

TABELA 13.3.2.5: Evolução do ensino supletivo médio particular diurno emCascavel

Continua na próxima página

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

A TABELA 13.3.2.5 mostra o número de alunos matriculados noensino médio supletivo particular diurno no Município de Cascavel, no perío-do entre os anos de 1978 e 1992. Com exceção do período entre os anos de1981 e 1983, o número de alunos matriculados manteve uma certa estabilida-de. Todavia em um número bem menor que o ensino médio supletivo particu-lar noturno. Outro fator que chama a atenção é que se iniciou no ano de 1978e teve seu término no primeiro semestre do ano de 1992.

Semestres

1º sem

estre d

e 1

974

2º sem

estre d

e 1

974

1º sem

estre d

e 1

975

2º sem

estre d

e 1

975

1º sem

estre d

e 1

976

2º sem

estre d

e 1

976

1º sem

estre d

e 1

977

2º sem

estre d

e 1

977

1º sem

estre d

e 1

978

2º sem

estre d

e 1

978

1º sem

estre d

e 1

979

2º sem

estre d

e 1

979

1º sem

estre d

e 1

980

2º sem

estre d

e 1

980

1º sem

estre d

e 1

981

2º sem

estre d

e 1

981

1º sem

estre d

e 1

983

2º sem

estre d

e 1

983

1º sem

estre d

e 1

984

2º sem

estre d

e 1

984

1º sem

estre d

e 1

985

2º sem

estre d

e 1

985

1º sem

estre d

e 1

986

2º sem

estre d

e 1

986

1º sem

estre d

e 1

987

2º sem

estre d

e 1

987

1º sem

estre d

e 1

988

2º sem

estre d

e 1

988

1º sem

estre d

e 1

989

2º sem

estre d

e 1

989

1º sem

estre d

e 1

990

2º sem

estre d

e 1

990

1º sem

estre d

e 1

991

2º sem

estre d

e 1

991

1º sem

estre d

e 1

992

2º sem

estre d

e 1

992

1º sem

estre d

e 1

993

2º sem

estre d

e 1

993

1º sem

estre d

e 1

994

2º sem

estre d

e 1

994

1º sem

estre d

e 1

995

2º sem

estre d

e 1

995

1º sem

estre d

e 1

996

2º sem

estre d

e 1

996

1º sem

estre d

e 1

997

2º sem

estre d

e 1

997

1º sem

estre d

e 1

998

2º sem

estre d

e 1

998

1º sem

estre d

e 1

999

2º sem

estre d

e 1

999

1º sem

estre d

e 1

982

2º sem

estre d

e 1

982

irtaM -sodaluc sodavorpA sodavorpeR snarT -

ef sodir setnetsiseD serehluM snemoH

8791ertsemesº1 85 74 0 0 11 03 82

8791ertsemesº2 46 95 0 0 5 63 82

9791ertsemesº1 05 74 0 0 3 23 81

9791ertsemesº2 13 13 0 0 0 02 11

0891ertsemesº1 19 86 6 0 71 55 63

0891ertsemesº2 67 46 1 0 11 64 03

1891ertsemesº1 801 98 5 0 41 86 04

1891ertsemesº2 97 07 1 0 8 14 83

2891ertsemesº1 901 38 9 0 71 36 64

2891ertsemesº2 621 301 31 0 01 97 74

3891ertsemesº1 911 88 11 0 02 67 34

3891ertsemesº2 87 45 6 0 81 54 33

Page 488: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

488

Continuação da TABELA 13.3.2.5

Fonte: Dados da Pesquisa.

GRÁFICO 13.3.2.5: Ensino médio supletivo particular diurno em Cascavel, entre1978 e 1992

Fonte: TABELA 13.3.2.5.

2º sem

estre d

e 1

978

1º sem

estre d

e 1

979

2º sem

estre d

e 1

979

1º sem

estre d

e 1

980

2º sem

estre d

e 1

980

1º sem

estre d

e 1

981

2º sem

estre d

e 1

981

1º sem

estre d

e 1

983

2º sem

estre d

e 1

983

1º sem

estre d

e 1

984

2º sem

estre d

e 1

984

1º sem

estre d

e 1

985

2º sem

estre d

e 1

985

1º sem

estre d

e 1

986

2º sem

estre d

e 1

986

1º sem

estre d

e 1

987

2º sem

estre d

e 1

987

1º sem

estre d

e 1

988

2º sem

estre d

e 1

988

1º sem

estre d

e 1

989

2º sem

estre d

e 1

989

1º sem

estre d

e 1

990

2º sem

estre d

e 1

990

1º sem

estre d

e 1

991

2º sem

estre d

e 1

991

1º sem

estre d

e 1

992

2º sem

estre d

e 1

992

1º sem

estre d

e 1

982

2º sem

estre d

e 1

982

Semestres

O GRÁFICO 13.3.2.5, mostra o desempenho do ensino médio suple-tivo particular diurno no Município de Cascavel, no período entre os anos de1978 e 1992.

irtaM -sodaluc sodavorpA sodavorpeR snarT -

ef sodir setnetsiseD serehluM snemoH

4891ertsemesº1 89 06 81 0 02 06 834891ertsemesº2 17 55 2 0 41 84 325891ertsemesº1 87 06 4 0 41 65 225891ertsemesº2 56 05 6 0 9 04 526891ertsemesº1 17 36 0 0 8 84 326891ertsemesº2 27 85 5 0 9 94 327891ertsemesº1 36 05 2 0 11 14 227891ertsemesº2 16 05 1 0 01 44 718891ertsemesº1 96 16 2 0 6 54 428891ertsemesº2 17 93 82 0 4 74 429891ertsemesº1 47 05 9 5 01 94 529891ertsemesº2 96 84 7 0 41 14 820991ertsemesº1 08 94 2 2 72 64 430991ertsemesº2 86 25 6 0 01 35 511991ertsemesº1 76 94 6 0 21 05 711991ertsemesº2 95 34 7 4 5 74 212991ertsemesº1 94 43 2 1 21 14 82991ertsemesº2 0 0 0 0 0 0 0

Page 489: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

489

Fonte: Dados da Pesquisa.

TABELA 13.3.2.6: Evolução do ensino supletivo médio diurno e noturno emCascavel, entre 1974 e 1999

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

A TABELA 13.3.2.6, mostra os dados consolidados do número dematrículas no ensino médio supletivo diurno e noturno, no Município de Cas-cavel, no período entre 1974 e 1999.

sodalucirtaM sodavorpA sodavorpeR snarT ef sodir setnetsiseD serehluM snemoH4791ertsemesº1 0 0 0 0 0 0 04791ertsemesº2 04 73 1 0 2 8 235791ertsemesº1 681 301 24 0 14 87 8015791ertsemesº2 542 181 31 0 15 401 1416791ertsemesº1 263 402 18 1 67 331 9226791ertsemesº2 883 113 51 0 26 541 3427791ertsemesº1 057 665 24 0 241 762 3847791ertsemesº2 197 906 53 0 741 603 5848791ertsemesº1 948 966 72 0 351 743 2058791ertsemesº2 688 696 46 0 621 033 6559791ertsemesº1 319 407 16 2 641 443 9659791ertsemesº2 139 906 021 6 691 563 6650891ertsemesº1 2001 817 38 4 791 393 9060891ertsemesº2 319 195 501 1 612 573 8351891ertsemesº1 799 117 96 0 712 274 5251891ertsemesº2 109 186 55 0 561 983 2152891ertsemesº1 4201 427 701 0 391 994 5252891ertsemesº2 169 626 031 51 091 444 7153891ertsemesº1 5201 737 18 0 702 744 8753891ertsemesº2 019 665 27 0 272 924 1844891ertsemesº1 649 246 07 0 432 624 0254891ertsemesº2 598 936 65 0 002 324 2745891ertsemesº1 658 706 86 1 081 624 0345891ertsemesº2 167 745 17 0 341 163 0046891ertsemesº1 227 505 15 0 661 324 9926891ertsemesº2 909 656 76 1 581 444 5647891ertsemesº1 908 665 64 1 691 524 4837891ertsemesº2 996 684 65 0 751 503 4938891ertsemesº1 437 355 74 2 231 963 5638891ertsemesº2 457 345 38 3 521 163 3939891ertsemesº1 847 745 64 9 641 243 6049891ertsemesº2 808 316 85 6 131 633 2740991ertsemesº1 089 725 151 51 782 734 3450991ertsemesº2 178 605 031 5 032 324 8441991ertsemesº1 686 324 07 21 181 733 9431991ertsemesº2 874 913 85 8 39 142 7322991ertsemesº1 285 993 64 5 231 892 4822991ertsemesº2 795 334 07 3 19 503 2923991ertsemesº1 894 643 92 7 611 862 0323991ertsemesº2 114 252 83 4 711 602 5024991ertsemesº1 474 213 12 81 321 412 0624991ertsemesº2 804 282 31 21 101 381 5225991ertsemesº1 315 283 61 9 601 132 2825991ertsemesº2 923 241 31 43 041 822 1016991ertsemesº1 592 612 8 01 16 431 1616991ertsemesº2 052 871 01 6 65 49 6517991ertsemesº1 472 871 52 21 95 601 8617991ertsemesº2 443 552 21 01 76 041 4028991ertsemesº1 452 481 81 6 64 79 7518991ertsemesº2 162 371 12 6 16 09 1719991ertsemesº1 682 802 51 5 85 501 1819991ertsemesº2 621 89 4 2 22 04 68

Page 490: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

490

O GRÁFICO 13.3.2.6 demonstra o desempenho do ensino médio supleti-vo particular diurno e noturno no Município de Cascavel, no período entre 1974 e1999. Tal qual o ensino médio regular particular noturno, o ensino supletivo deixoude ser oferecido no Município de Cascavel. Provavelmente, pelas mesmas causas.

GRÁFICO 13.3.2.6: Evolução do ensino supletivo médio particular diurno e noturnoem Cascavel, entre 1974 e 1999.

Fonte: TABELA 13.3.2.6.

A TABELA 13.3.2.7 contém o número total de alunos matriculados, comexceção do ensino superior e pós-médio, tanto na rede pública municipal tan-to quanto na rede pública estadual e na rede privada, na Região Oeste doParaná, no ano de 2001. Deste total, não constam somente os dados do Mu-nicípio de Diamante do Oeste, que não estavam disponíveis no SITE do INEP- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, na páginawww.inep.gov.br, no dia da consulta.

No ano de 2001, 365.815 alunos estavam matriculados na RegiãoOeste do Paraná, tanto na rede pública quanto na rede privada. Deste total,89,54%, estavam matriculados na rede pública e 10,46%, na rede privada.Para que esta análise fique mais clara, necessário se faz separar os alunos darede pública e da rede privada, por grau de ensino.

Na creche, a participação da rede pública estadual é insignificante.De um total de 9.241 alunos matriculados, apenas 50, o que representa 0,54%

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Semestres

Page 491: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

491

do total, estavam matriculados na rede pública estadual. Na creche, a partici-pação da rede pública é mais significativa na rede pública municipal, ondeestavam matriculados 6.591 alunos, o que representa 71,32% do total de alu-nos matriculados. A participação da rede privada, também, é significativa,neste caso. Em 2001, 2.600 alunos estavam matriculados na rede privada, oque representa 28,14% do total. Pela distribuição de atribuições feitas entre oEstado do Paraná e os Municípios, o Estado ficou com a responsabilidadepelo ensino de 5ª a 8ª séries e Ensino Médio, enquanto os Municípios ficaramcom a responsabilidade pela educação infantil e pelo ensino de 1ª a 4ª séries.

A creche, tal qual a pré-escola, tem uma característica na Região Oestedo Paraná que, provavelmente, deve se confirmar nas demais regiões do Estado.Enquanto os educadores consideram a creche como um local onde as crianças,desde tenra idade, têm a oportunidade de se socializar melhor, ao conviver comvárias outras crianças, uma vez que as famílias atuais são pequenas e, conside-rando que as mães trabalham foram do lar e, entendem a pré-escola como umpasso decisivo na educação de uma pessoa, os pais, principalmente aqueles declasses de renda mais baixas, consideram a creche e a pré-escola como umaopção para deixar os filhos, enquanto trabalham. Com a urbanização crescenteda Região, as mulheres passaram a desempenhar atividades fora do lar e, assim,responsabilizaram-se por importante contribuição na renda familiar. Todavia afamília ficou sem ter quem cuidasse das crianças. Desta forma, a colocação dosfilhos, inicialmente na creche e, na seqüência, na pré-escola, surge como umaopção viável para deixar os filhos. As classes de renda mais altas possibilitaram osurgimento de escolas privadas especializadas em oferecer este seguimento deserviço. As crianças das classes de renda mais baixas freqüentam as escolaspúblicas municipais, onde, em 2001, estavam 20.484 crianças, o que representa74,21% das crianças matriculadas na creche.

A pré-escola e a creche, têm sido consideradas pelos pais, principal-mente os de classes de renda mais baixas e, com menor grau de escolarida-de, muito mais como um local onde deixar os filhos enquanto trabalham, doque como um importante passo para a educação de seus filhos. Neste seg-mento, como na creche, a participação da rede pública estadual, também, éinsignificante. De um total de 27.604 alunos matriculados na pré-escola, naRegião Oeste do Paraná, em 2001, apenas 211 alunos, o que representa 0,76%,estudavam na rede pública estadual. Na rede pública municipal, estudavam20.484 alunos, o que representa 74,21% do total. Neste segmento educacio-

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 492: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

492

nal, a participação da escola privada, também, é significativa. Em 2001, 6.909alunos estavam matriculados nas escolas privadas, o que representa 25,03%do total.

No ensino fundamental, tal qual comentado anteriormente, há umaclara subdivisão de tarefas e responsabilidades entre as redes pública estadu-al e municipal. O Estado se responsabiliza pelo ensino de 5ª a 8ª séries, en-quanto os Municípios se responsabilizam pelo ensino de 1ª a 4ª séries. Nestesegmento, a participação da escola privada é mais significativa nas maiorescidades da Região Oeste do Paraná, como Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu.Nas pequenas e médias cidades da Região, a participação da escola privadaé insignificante. Por conseqüência, a participação da escola privada, no ensi-no fundamental, em nível regional, é pequena.

De um total de 109.050 alunos matriculados no ensino de 1ª a 4ªséries do ensino fundamental, em 2001, na Região Oeste do Paraná, 3.923estavam na rede pública estadual, o que representa 3,60% do total; 96.581estavam matriculados na rede pública municipal, o que representa 88,56% dototal e, 8.546 alunos estavam na escola privada, o que representa 7,84% dototal.

No ensino de 5ª a 8ª séries, a participação da rede pública municipal émenor que a participação da rede pública estadual, no caso do ensino de 1ª a 4ªséries. De um total de 98.167 alunos matriculados na Região Oeste do Paraná,em 2001, 90.133 estavam na rede pública estadual, o que significa 91,82% dototal; 84 alunos estavam matriculados na rede pública municipal, o que repre-senta apenas 0,09% do total. Neste segmento, a participação da escola privadatem um comportamento parecido com o que acontece no caso do ensino de 1ªa 4ª séries. Nas cidades maiores, a participação da escola privada é significati-va, todavia, nas cidades pequenas e médias, é praticamente inexistente. Comisso, diminui, no total, a participação da escola privada que, em 2001, tinha7.950 alunos matriculados, o que eqüivale a 8,10% do total.

No ensino médio regular, a participação da rede pública municipal éinexistente. Todavia, por meio do CEFET-PR, em Medianeira, há a participaçãodo ensino público federal. Em 2001, 270 alunos estavam matriculados, o querepresenta 0,45% do total, que era de 59.587 alunos. Na rede pública estadu-al, estavam matriculados 53.007 alunos, o que representa 88,96% do total.Na escola privada, estavam matriculados 6.310 alunos, que representa 10,59%do total. No ensino médio, a participação da escola privada é maior que no

Page 493: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

493

ensino fundamental, de 1ª a 8ª séries. Isto pode significar que, à medida queos filhos vão se aproximando do vestibular, vai aumentando a preocupaçãodos pais com sua educação. Como há uma crença relativamente generaliza-da, talvez motivada mais pela maciça propaganda feita pela mídia, do quepela realidade, em favor das escolas privadas, de que estas têm um ensinocom maior qualidade, aumenta a participação das escolas privadas no total dealunos matriculados.

No caso da educação especial, no ensino fundamental, a participaçãoda rede pública estadual é pequena, tal qual ocorre com o ensino de 1ª a 4ªséries. De um total de 2.220 alunos matriculados, em 2001, na Região Oestedo Paraná, apenas 105, o que representa 4,73% estavam matriculados narede pública estadual. Os demais, 95,27%, estavam distribuídos de formamuito próxima, tanto pela rede pública municipal, que contava com 1.210alunos, que representa 54,50% do total, quanto pela escola privada que contavacom 905 alunos, o que representava 40,77% do total.

Na educação supletiva para jovens e adultos, tal qual ocorre com oensino de 5ª a 8ª séries, a rede pública estadual respondia pela maioria dosalunos matriculados. De um total de 33.555 alunos matriculados, 30.860, querepresenta 91,97% do total, estavam matriculados na rede pública estadual.Na rede pública municipal, estavam matriculados 1.974 alunos, que representa5,88% do total. Portanto 97,85% do total de alunos estavam matriculados narede pública. Na escola privada, apenas 2,15% do total, ou 721 alunos estavammatriculados.

No ensino fundamental para jovens e adultos, a rede pública estadualrespondia por 90,26% do total de alunos matriculados, representado por 18.588alunos, em 2001. A rede pública municipal tinha 1.929 alunos, que eqüivale a9,37% do total e, a escola privada respondia por, apenas, 0,37% do total, com76 alunos matriculados.

Desconsiderando o ensino superior e o ensino pós-médio, em 2001,havia 365.815 alunos matriculados nas escolas na Região Oeste do Paraná,com exceção do Município de Diamante do Oeste. Levando em conta que apopulação da Região, de acordo com o Censo Populacional do IBGE, em2000, somava 1.132.801 habitantes, descontando a população de Diamantedo Oeste, que era de 4.878 habitantes, os demais somavam 1.127.923 habi-tantes. Deste total, 365.815 estavam estudando. Isso eqüivale a dizer que32,43% da população da Região estudavam, em 2001.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 494: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉG

IAS DE D

ESENVOLVIMENTO REGIONAL

494 TABELA 13.3.2.7: Relação de alunos matriculados na escola privada e pública no ano de 2001 e % em relação ao total

Fonte: www.inep.gov.br

Page 495: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

495

No que tange à educação especial de jovens e adultos, entre ensinofundamental e supletivo, 54.148 pessoas estudavam. Isso eqüivale a 4,80%da população regional. Outra informação relevante é que, dos 365.815 alunosque a Região possuía, em 2001, 0,07% estudavam na rede pública federal,53,86%, na rede pública estadual, 35,61% estudavam na rede pública munici-pal e, 10,46%, estudavam na rede privada.

13.3.3 A Educação Federal na Região Oeste do Paraná

A educação federal na Região Oeste do Paraná é oferecida por doisestabelecimentos: o CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica, emMedianeira e a Universidade Federal do Paraná, com sua extensão emPalotina.

A seguir, estão os dados fornecidos pelo CEFET, no ano de 2000. Osdados fornecidos pelo CEFET são os seguintes: No ensino médio, foramoferecidas 120 vagas em 1998 e 80 vagas nos anos de 1999 e 2000, conformeTABELA 13.3.3.1, abaixo.

Foram oferecidos 04 cursos de educação profissional, com cargahorária total de 110 horas, com um total de 63 vagas, em nível básico, em1997. No ano de 1999, foram oferecidos 33 cursos, em nível básico, comcarga horária total de 2.104 horas, com um total de 1.132 vagas.

Além dos cursos de educação profissional de nível básico, o CEFETainda oferece curso de educação profissional de nível técnico, com informaçõessobre o número de vagas e alunos formados, desde 1990. Foram oferecidoscursos, com períodos semestrais, desde 1990 até 1995, com 200 vagas noscursos de Alimentos e Eletromecânica nos anos de 1990, 1991 e 1993, 240vagas nos anos de 1992 e 1994 e 220 vagas para o ano de 1995. A partir de

TABELA 13.3.3.1: Número de vagas oferecidas no ensino médio do CEFET-PR

Fonte: CEFET-PR Medianeira.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

onA 8991 8991 0002

sagaVedºN 021 08 08

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

496

1996, os cursos passaram ao regime anual, oferecendo 180 vagas em 1996 e

160 vagas no ano de 1997.

Nos cursos profissionalizantes - pós-médio em Eletrotécnica - foram

oferecidas 43 vagas no segundo semestre de 1998.

Quanto aos cursos superiores de nível tecnológico, existem

informações desde 1996 - neste ano existia apenas o curso de Alimentos -

Carnes, que oferecia 30 vagas em 1996, 60 em 1997 e 1998. Esta grade está

em extinção e já foram formados 18 alunos. Os Cursos de Eletromecânica,

Ambiental e Alimentos, iniciaram em 1999, com 140, 180 e 70 vagas,

respectivamente. Em 1999, teve início o curso de informática, com 30 vagas,

conforme pode ser visto na TABELA 13.3.3.2, abaixo.

TABELA 13.3.3.2: Cursos superiores tecnológicos oferecidos pelo CEFET-PR

Fonte: CEFET-PR Medianeira.* Grade em extinsão.

Existe, ainda, no CEFET-PR, de Medianeira, o Programa Especial

de Formação Pedagógica que ofereceu 132 vagas em 1999 e 45 vagas em

2000, tendo formado 83 alunos até o momento.

Quanto ao Quadro de docentes locados no CEFET - PR, de

Medianeira, verificou-se o seguinte quadro, no ano 2000: o corpo docente era

formado por 15 professores graduados, 22 especialistas, 11 mestres e 2

doutores. Em 2002, contava com 104 professores.

Além da educação, o CEFET-PR, de Medianeira, atua em diversos

projetos, sendo eles:

osruCsagaVedoremúN sodamrofsonulA

6991 7991 8991 9991 0002

*senrac-sotnemilA 03 06 06 81

sotnemilA 041 06

acitámrofnI 03

acinâcemortelE 081 06

latneibmA 07 03

latoT 03 06 06 093 081 81

Page 497: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

497

- Projeto Lindeiros - Diagnóstico Regional;- Projeto Programa Especial de Formação Pedagógica;- Formação de Coordenadores Internos da Qualidade;- Assessoria para elaboração de merenda escolar - Projeto em vários

municípios;- Assessoria empresarial: GMP, HACCP, manutenção industrial, gestão

empresarial;- Qualidade Total - Normas ISO, Gestão Ambiental;- Programa de Intercâmbio e cooperação técnica com Centec - Centro

de Ensino Tecnológico - Ceará;- Programa de Apoio ao aperfeiçoamento - professores de 1º e 2º graus

- pró-ciências;- Programa CEFET/Comunidade;- Programa Regional de Qualificação Profissional;- Intercâmbio científico de estágio - nível: nacional e internacional.

Campus da UFPR - PalotinaAv. Pioneiro, 2.153 - Jardim Dallas - CP 54 - CEP 85.950-000 - Palotina - Pr.Fones (044) 649-5349 - Fax (044) 649-6616E-mail: [email protected]: Prof. Waldir HamannAno de Implantação: 1993Área do Campus: 5,6 alqueires, sendo a área de propriedade da UFPR.Área Física: 4.800m2, sendo 1.800 m2 no prédio do seminário e 3.700m2 noHospital Veterinário e nos blocos anexos.Nº de Professores: 33Nº de Alunos de graduação em 2002: 240Nº de Alunos de pós-graduação em 2002: 34, em convênio com a Fumesp-Fundação Municipal de Ensino Superior de Palotina.

No ano de 2002, a extensão da Universidade Federal do Paraná, emPalotina, contava, em nível de graduação, com o curso de Medicina Veterinária,no qual são oferecidas 60 vagas e com o curso de Pedagogia - Séries Iniciaisdo Ensino Fundamental, na modalidade de ensino à distância, no qual sãooferecidas 100 vagas.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 498: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

498

Em nível de pós-graduação, contava com três cursos. São eles:

- Higiene, processamento e vigilância de produtos de origem animal;- Gestão do agronegócio;- Avicultura - Produção de frangos de corte.

13.3.4 O Ensino Superior na Região Oeste do Paraná

Quanto às informações sobre educação de nível superior, na RegiãoOeste do Paraná existem várias faculdades particulares, em Foz do Iguaçu,Cascavel, Toledo, Guaíra, Assis Chateaubriand, Medianeira, São Miguel doIguaçu e Santa Terezinha de Itaipu. Em Toledo, está confirmada a instalaçãoda PUC - Pontifícia Universidade Católica, que deverá iniciar suas atividadesem março de 2003. As instituições públicas de ensino superior são a Unioeste,com campus em cinco cidades e extensão em três cidades, a UFPR, comCampus em Palotina e o CEFET, em Medianeira, sendo que os dois últimos jáforam comentados.

O departamento de Economia da Unioeste enviou um questionáriosolicitando os dados de maior relevância para o diagnóstico da educaçãosuperior na Região. As informações fornecidas pelas instituições de ensinosuperior, estão abaixo relacionadas.

União Pan-americana de Ensino - UnipamFaculdade de Ciências Aplicadas de Cascavel - FaciapAvenida Brasil, nº 7.210 - Centro - CEP 85.802-970 - Cascavel - Pr.Fone: 222-4411Diretor: Carlos Roberto CalssavaraData da Criação: 19.09.1997 Data da Instalação: 19.03.1999Nº de Títulos na Biblioteca: 2.426 Nº de Volumes: 4.092Total de Funcionários: 30 Nº de Laboratórios: 10Nº de Cursos: 05 de graduação e 01 de Especialização Latu SensuNº de Professores: 24, em 2000, sendo: 04 Graduados, 10 Especialistas, 04Mestres, 04 Doutorandos, 01 Doutor e 01 Pós-Doutor.

Page 499: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

499

Nº de alunos de graduação em 2000: 645

Nº de alunos de graduação em 2002: 1.592

Nº de alunos de pós-graduação em 2002: 08

Faculdade Dom BoscoCentro de Ensino Superior de Cascavel - CESP

Av Tancredo Neves, 1.453 - Alto Alegre - CEP 85.804-260 - Cascavel-PR.

Fone: (045) 226-0100

Diretor: Norma Viapiana Golfeto

Data da Criação: 22.08.1997 Data da Instalação: 11.02.1999

Total de Funcionários: 15 Nº de Laboratórios: 02

Nº de Cursos de graduação: 02

Nº de Professores em 2000: 28, sendo: 22 Especialistas, 04 Mestres, 01 Doutor

e 01 Pós-Doutor.

Nº de alunos de graduação em 2000: 279

Nº de alunos de graduação em 2002: Incorporada pela FAG, em março de 2002.

Centro Interdiocesano de Teologia de Cascavel - CintecAv. Guaíra, 510 e 590 - Vila Claudete - CEP - Cascavel-PR.

Fone: (045) 226-1340

Diretor: Pe. Victor Clemente Muller Data da Criação: 02.04.1991

Nº de Títulos na Biblioteca: 15.000 Nº de Volumes: 28.000

Total de Funcionários: 03 Nº de Laboratórios: 0

Área Construída: 950 m2 Nº de Cursos: 01 de graduação

Nº de Professores: 31, em 2000, sendo: 01 Graduado, 01 Especialista, 04

Mestrandos, 15 Mestres, 03 Doutorandos e 07 Doutores.

Nº de alunos de graduação em 2000: 48

Nº de alunos de graduação em 2002: 48

Faculdade Assis Gurgacz - FAGAv Tito Muffato, Nº 1.000- Cascavel - Pr.

Fone: (045) 321-3900 E-mail: [email protected]

Diretor: Prof. Milton Barbosa

Data da Criação: 15.07.1998 Data da Instalação: 1998

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 500: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

500

Nº de Títulos na Biblioteca: 667 Nº de Volumes: 3.452

Total de Funcionários: 14 Nº de Laboratórios: 03

Nº de Cursos de graduação em 2002: 21

Nº de Professores, em 2000: 16, sendo: 06 Especialistas, 01 Mestrando, 06

Mestres 01 Doutorando e 02 Doutores.

Nº de alunos de graduação em 2000: 180

Nº de alunos de graduação em 2002: 3.200

Centro de Ensino Universitário de Cascavel - CEUC - UniparR. Rui Barbosa, 611 - Jd Cristal - CEP 85.801-470 - Cascavel - Pr.

Fone: 326-1300

Diretor: Antonio Carlos Mazzini E-mail: [email protected]

Data da Criação: 03/1999 Data da Instalação: 03/1999

Nº de Títulos na Biblioteca: 11.450 Nº de Volumes: 26.404

Nº de Cursos de Graduação: 13

Nº de alunos de graduação em 2002: 4.500

Faculdade de Cascavel - FadecR. São Paulo, 2453 - CEP 85.801-021 - Cascavel -Pr.

Fone (045) 225-1501 E-mail: [email protected]

Diretora: Marisa Barreiros

Data da Criação: 21.12.2000 Data da Instalação: 2001

Nº de Cursos de graduação: Administração com 05 ênfases

Nº de alunos de graduação em 2002: 250

Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel - UnivelAv. Tito Mufatto, 2317, Bairro Santa Cruz - CEP 85.816-700 - Cascavel - Pr.

Fone: (045) 226-0026 Fax: (045) 226-1935

E-mail: [email protected]

Diretor: Prof. Claudio Antônio Rojo

Data da Criação: 10.02.1995 Data da Instalação: 26.02.1996

Nº de Títulos na Biblioteca: 7.800 Nº de Volumes: 21.500

Total de Funcionários: 110 Nº de Laboratórios: 08

Nº de Cursos de graduação: 10

Page 501: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

501

Nº de Professores: 88, sendo: 10 Graduados, 32 Especialistas, 10 Mestrandos,30 Mestres, 03 Doutorandos e 03 Doutor.Nº de alunos de graduação em 2000: 1.300Nº de alunos de graduação em 2002: 1916Nº de alunos de pós-graduação em 2000: 300Nº de alunos de pós-graduação em 2002: 722

Faculdade de Pedagogia - Centro Técnico Educacional Superior doOeste Paranaense - Ctesop - Atualizado em 07.06.2002Av. D. Pedro II, 1 Centro-CP 211-CEP 85.935-000 - Assis Chateaubriand - Pr.Fone/fax (44) 528-2337 E-mail: [email protected]. Fabricio Jacob BegossoData da Criação: 07.11.1989 Data da Instalação: 22.02.1986Área Construída: 2.870 m2 Área Total: 36.000 m2Nº de Títulos na Biblioteca: 3.306 Nº de Volumes: 4.900Total de Funcionários: 24 Nº de Laboratórios: 02Nº de Cursos de graduação: 08Nº de Professores: 39, sendo: 21 Especialistas, 06 Mestrandos, 05 Mestres,06 Doutorandos e 01 Doutor.Nº de alunos de graduação em 2000: 565Nº de alunos de graduação em 2002: 770Nº de alunos de pós-graduação em 2002: 54

Associação Educacional Iguaçu - CesufozAv. Paraná, Nº 3695 - Jd Central - CEP 85.858-030 - Foz do Iguaçu - Pr.Fone (45) 520-1727E-mail: [email protected] / [email protected]: Manuel GomesData da Criação: 1993 Data da Instalação: 03.11.1997Área Construída: 4000 m2Nº de Títulos na Biblioteca: 10.620Total de Funcionários: 28 Nº de Laboratórios: 03Nº de Cursos de graduação: 04, em 2000 e 05, em 2002Nº de Professores: 54, em 2000, sendo: 04 Graduados, 21 Especialistas, 18Mestrandos, 06 Mestres e 05 Doutorandos.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 502: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

502

Nº de alunos de graduação em 2000: 750Nº de alunos de graduação em 2002: 1.016

Faculdades Unificadas de Foz do Iguaçu - UnifozAlameda Rui Ferreira, 164 - Centro - CEP 85.851-400 - Foz do Iguaçu - Pr.Fone (45) 574-2611 E-mail: [email protected]: Dr. Acir Bueno de CamargoData da Criação: 20.04.1993 Data da Instalação: 22.04.1993Nº de Títulos na Biblioteca: 7.202 Nº de Volumes: 13.985Total de Funcionários: 43 Nº de Laboratórios: 03Nº de Cursos: 03 de graduaçãoNº de Professores: 10 Graduados, 27 Especialistas, 14 Mestrandos, 14 Mestres,12 Doutorandos, 01 Doutor.Nº de alunos de graduação em 2000: 1.019Nº de alunos de graduação em 2002: 1.173Nº de alunos de pós-graduação em 2002: 65

UDC - União Dinâmica de Faculdades CataratasRua Castelo Branco, 349 - CEP 85.852-010 - Foz do Iguaçu-Pr.Fone (45) 523-6900 E-mail: [email protected] Pres.: Rosicler Hauagge do PradoDir. Geral: Fabio Hauage do PradoData da Criação: 05/1996 Data da Instalação: 02/2000Nº de Títulos na Biblioteca: 4.312 Nº de Volumes: 12.655Total de Funcionários: 116 Nº de Laboratórios: 12Nº de Cursos de graduação: 11 Nº de Cursos de pós-graduação: 03Nº de alunos de graduação em 2000: 0 / em 2001: 1.130 / em 2002: 1.455

Uniamérica - Faculdade União das AméricasRua T. J. Santos, S/Nº - Jd. Universitário das Américas - Foz do Iguaçu - PrFone/fax ( 045 ) 575-3000Diretor: Norma Viapiana GolfetoData da Criação: 12.07.2001Nº de Títulos na Biblioteca: 4.832Nº de Volumes: 9.840

Page 503: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

503

Nº de Cursos: 05 de graduaçãoNº de alunos de graduação em 2000: 0Nº de alunos de graduação em 2002: 900

Centro de Ensino Universitário de Guaíra - Ceug - UniparR. Carlos Gomes, 558 - Centro CEP 85980-000 CP 111 - Guaíra - Pr.Fone/fax (44) 642- 1777Diretor: Francisco Mendes da Silva E-mail: [email protected] da Criação: 1993 Data da Instalação: 1993Nº de Títulos na Biblioteca: 14.252 Nº de Volumes: 25.607Nº de Cursos: 08 de graduaçãoNº de alunos de graduação em 2002: 1.032

Facest - Faculdade Cenecista de Santa Terezinha de ItaipuMantenedora: CNEC - Companhia Nacional de Escolas da ComunidadeR. João XXIII, CEP 85.875-000 - Santa Terezinha de Itaipu - Pr.Fone/fax: (045) 541-1285Diretor: Eraldo Maciel de OliveiraData da Instalação: 03.10.2001Nº de Títulos na Biblioteca: 3.000Total de Funcionários: 05 Nº de Laboratórios: 02Nº de Cursos de graduação: 01Nº de Professores: 07, sendo: 04 Especialistas, 01 Mestrando, 02 Mestres.Nº de alunos de graduação em 2000: 0Nº de alunos de graduação em 2002: 40

Faesi- Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do IguaçuMantenedora: UniguaçuRua São Sepé, Nº 1.501 - Centro - São Miguel do Iguaçu - Pr.CEP 85.877-000 - Fone/fax ( 045 ) 565-1381E-mail: [email protected] Adm.: Franco SereniDiretor Pedagógico: Moacir Leme da SilvaData da Instalação: 18.03.2000Nº de Títulos na Biblioteca: 1.204 Nº de Volumes: 3.165

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Page 504: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

504

Total de Funcionários: 20 Nº de Laboratórios: 04Nº de Cursos: 06 de graduaçãoNº de alunos de graduação em 2000: 139Nº de alunos de graduação em 2002: 916

Centro de Ensino Universitário de Toledo - Ceut - UniparAv. Parigot de Souza, 3636 - Jardim Santa Maria - CEP 85903-170 -Toledo - Pr.Fone/fax (45) 378-3162 - Fax (45) 378-3162Diretor: Leonildo BaggioE-mail: [email protected]º de Cursos: 19 cursos, sendo 11 exclusivamente noturnos e 04 noturnos ediurnos.Data da Criação: 1994Data da Instalação: 1994Nº de Títulos na Biblioteca: 18.721Nº de Volumes: 37.669Nº de alunos de graduação em 2002: 4.560

Fasul - Faculdade Sul BrasilAv. Ministro Cirne Lima, Nº 2.565 - Toledo - Pr.Fone/fax ( 045 ) 278-2002E-mail: [email protected]: João Luiz Seimetz

Ao analisar a TABELA 13.3.4.1, conclui-se que, no período entre o

ano de 2000 e 2002, houve uma evolução considerável no número de alunos

matriculados no ensino superior na Região Oeste do Paraná. Embora a FASUL

não tenha fornecido o número de alunos em 2000, somando-se os alunos

matriculados neste ano, em todas as outras instituições, totalizava 18.635. Os

alunos matriculados em 2002, da mesma forma excluídos os alunos da FASUL,

somam 31.856, o que representa um crescimento da ordem de 70,95%, em

apenas 02 anos.

Page 505: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

505

TABELA 13.3.4.1: Alunos de graduação e evolução percentual, em 2000 e, em 2002.

Fonte: Dados da Pesquisa.* Os alunos, em 2002, estão contados como alunos da FAG.** A FASUL, na pessoa do seu Diretor, Sr. João Luiz Seimetz, se reservou ao direitode não fornecer as informações.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

oãçiutitsnI edadiC 0002mE 2002mE 2002/0002oãçulovEed%

poseteC .tahCsissA 565 077 82,63

etseoinU levacsaC 446.2 708.2 61,6

cedaF levacsaC 0 052

napinU levacsaC 546 295.1 29,641

GAF levacsaC 081 002.3 876.1

cetniC levacsaC 84 84 0

ocsoBmoD levacsaC 972 0

levinU levacsaC 003.1 619.1 83,74

rapinU levacsaC 293.2 005.4 31,88

etseoinU uçaugIodzoF 332.1 243.1 48,8

oãsnetxE-etseoinU uçaugIodzoF 04 73 05,7-

CDU uçaugIodzoF 0 554.1

zofuseC uçaugIodzoF 057 610.1 74,53

zofinU uçaugIodzoF 910.1 371.1 11,51

acirémainU uçaugIodzoF 0 009

*rapinU aríauG 230.1

etseoinU nodnoRClaM 584.1 235.1 61,3

TEFEC arienaideM 081 967 22,723

etseoinU arienaideM 18 021 51,84

etseoinU anitolaP 93 001 14,651

RPFU anitolaP 042 042 0

etseoinU aneleHatnaS 05 041 081

tsecaF upiatI.reTatS 0 04

iseaF uçaugIodMS 931 619 99,855

etseoinU odeloT 733.1 104.1 97,4

*rapinU odeloT 065.4

**lusaF odeloT 0

latoT 646.41 658.13

Page 506: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

506

TABELA 13.3.4.2: Número de funcionários da Unioeste no ano de 2000

Fonte: Unioeste, 2000.

TABELA 13.3.4.3: Número de laboratórios da Unioeste no ano de 2000

Fonte: Unioeste, 2000.

TABELA 13.3.4.4: Área construída da Unioeste no ano de 2000

Fonte: Unioeste, 2000.

Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do ParanáCampus: Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Fran-cisco Beltrão, sendo este último na Região Sudoeste do Paraná.Extensão: Medianeira, Palotina e Santa Helena.

0002edonAonsoiránoicnuF

supmaC oremúN

LEVACSAC-ETSEOINU 341

UÇAUGIODZOF-ETSEOINU 75

NODNOR.C.M-ETSEOINU 88

ODELOTETSEOINU 27

AIROTIERETSEOINU 021

ETSEOINULATOT 084

LATOT 526

supmaC 0002edonAonoirótarobaL

LEVACSAC-ETSEOINU 47

UÇAUGIODZOF-ETSEOINU 01

NODNORODIDNÂC.LAM-ETSEOINU 52

ODELOT-ETSEOINU 12

ETSEOINULATOT 031

0002meoidérP

sedadlucaF oirpórP odagulA )2m(.tsnoCaerÁ

LEVACSAC-ETSEOINU X 76,280.73

UÇAUGIODZOF-ETSEOINU X 99,652.01

NODNORODIDNÂC.LAM-ETSEOINU X 56,581.01

ODELOT-ETSEOINU X 86,191.7

AIROTIER-ETSEOINU X 60,682.3

ETSEOINULATOT 50,300.86

OÃIGERADLATOT - - 50,569.901

Page 507: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

507

TABELA 13.3.4.5: Ano de implantação dos cursos da Unioeste e alunosmatriculados no ano de 2000

Continua na próxima página.

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

levacsaCsupmaCsosruC oãçatnalpmI sagaV otcnuF.tuA .cehnoceR 0002.cirtaM

oãçartsinimdA 6791 05 67 97 732sacigóloiBsaicnêiC 5991 04 29 99 461

siebátnoCsaicnêiC 6791 04 67 97 632sacimônocEsaicnêiC 0891 05 08 38 642

megamrefnE 8791 04 87 48 061alocírgAairahnegnE 9791 04 97 38 641

liiviCairahnegnE 5991 04 59 99 102aicámraF 9991 04 89 - 18

aiparetoisiF 9991 04 89 - 08acitámrofnI 3991 04 39 89 871

gnI/troPbaH-sarteL 2791 04 27 67 351acitámetaM 7891 05 88 39 481

anicideM 7991 04 69 - 141aigolotnodO 7991 04 69 - 541

aigogadeP 2791 04 27 67 292levacsaCsupmaClatoT - 036 - - 4462

uçaugIodzoFsupmaC oãçatnalpmI sagaV otcnuF.tuA cehnoceR 0002.cirtaMoãçartsinimdA 9791 04 97 38 132

siebátnoCsaicnêiC 9791 04 97 38 812oãçatupmoCadsaicnêiC 5991 04 49 99 951

acirtélEairahnegnE 8991 04 79 - 111airaletoH 9991 04 89 - 08

.psE/troPbaHsarteL 5891 04 58 79 061acitámetaM 8991 04 39 39 211

omsiruT 5891 04 78 78 261uçaugIodzoFedsupmaClatoT - 023 - - 3321

oãrtleBocsicnarFsupmaCsosruC oãçatnalpmI sagaV otcnuF.tuA cehnoceR 0002.cirtaM

sacimônocEsaicnêiC 5891 57 48 09 033acitsémoDaimonocE 4791 05 57 97 612

aifargoeG 5891 57 48 78 543aigogadeP 4991 05 49 89 533

oãrtleBocsicnarFedsupmaClatoT - 052 - - 6221

nodnoRodidnâClahceraMsupmaCsosruC oãçatnalpmI sagaV otcnuF.tuA cehnoceR 0002.cirtaM

oãçartsinimdA 3891 04 38 78 302aimonorgA 5991 04 49 - 491

siebátnoCsaicnêiC 3891 04 08 38 812acisíFoãçacudE 3891 05 38 78 181

aifargoeG 7991 04 69 - 841airótsiH 0891 04 08 38 703

sêugutroP-baHsarteL 0891 04 08 38 551aincetooZ 9991 04 89 - 97

nodnoRodidnâC.laMsupmaClatoT - 033 - - 5841

Page 508: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

508

Continuação da TABELA 13.3.4.5

Fonte: Unioeste, 2000.

13.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A história da educação na Região Oeste do Paraná seguiu a história

de sua ocupação e de sua colonização. Enquanto a Região era ocupada pelos

obrageiros argentinos, no período entre a década de 1870 e a década de 1940,

como a mão-de-obra utilizada era a dos mensus paraguaios, que eram índios

guaranis que trabalhavam num regime de servidão, a escola não esteve

presente.

Com a chegada dos primeiros colonos, a partir da década de 1940,

vindos, principalmente, da Região Serrana do Rio Grande do Sul, chegou,

também, a escola à Região. Conforme discutido nas Seções 13.2.3.1 e 13.2.3.2,

a evolução do processo educacional esteve condicionado à própria evolução

do processo educacional, em nível estadual e nacional, respeitando as

peculiaridades do crescimento e do desenvolvimento da própria Região, até a

década de 1980.

odeloTsupmaCsosruC oãçatnalpmI sagaV otcnuF.tuA cehnoceR 0002.cirtaM

sacimônocEsaicnêiC 0891 04 181siaicoSsaicnêiC 8991 04 79 - 211

acsePedairahnegnE 7991 04 69 - 221acimíuQairahnegnE 04 861

aifosoliF 0891 04 08 38 633acimíuQ 8991 04 79 - 89

eügníliB.cxEodairaterceS 6891 04 08 19 841laicoSoçivreS 6891 04 68 19 271

odeloTedsupmaCodlatoT - 023 - - 7331

seõsnetxEsosruC oãçatnalpmI sagaV otcnuF.tuA cehnoceR 0002.cirtaM

arienaideM/oãçartsinimdA 9991 04 89 - 18aneleHatnaS/aigogadeP 0002 05 99 - 05

acinÚamruT/megamrefnE - 05 - - 93seõsnetxElatoT - 041 - - 071

etseoinUadlatoT - 0991 - 5908)oãrtleBsonem(etseoinUadlatoT - 0471 - 9686

Page 509: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

509

EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Durante a década de 1990, dois fenômenos atingiram a educação naRegião Oeste do Paraná, dando-lhe um novo formato. O primeiro foi apromulgação da Constituição de 1988. Com as novas atribuições da União,dos Estados e dos Municípios, houve a divisão de tarefas entre Estado eMunicípios, no caso do Paraná, também na área da educação. Comoconseqüência, no caso do ensino fundamental, os Municípios ficaram com aresponsabilidade sobre o ensino de 1ª a 4ª séries e o Estado com aresponsabilidade pelo ensino de 5ª a 8ª séries. Isto deu uma nova dinâmica aoensino fundamental na Região.

O segundo fenômeno que atingiu, não só a Região Oeste do Paraná,bem como todo o País, foi a globalização. Com esta chegou a crença de queo aumento da escolaridade é uma necessidade inadiável. Com isso, iniciou-seum processo de verticalização da educação, em nível regional. A principalconseqüência foi o surgimento de inúmeras instituições de ensino superiorparticulares. Estas foram possíveis graças à flexibilização feita pelo MECque autorizou seu funcionamento; pela verticalização das universidadesbrasileiras já consolidadas, que passaram a formar um grande número deprofessores mestres e doutores e, também, pela maior demanda pelo ensinosuperior promovida pela necessidade de maior especialização.

O ensino superior já estava presente na Região Oeste do Paraná,desde a década de 1970, com o surgimento das fundações municipais quederam origem à Unioeste, nos anos 1980. Todavia a Unioeste não tevecondições de atender a toda a demanda regional. Assim as instituições deensino superior privadas vieram complementar o papel já desempenhado peloEstado na verticalização do ensino na Região.

Atualmente, 2,81% dos habitantes da Região estão matriculados noensino superior. Por outro lado, 32,39% do total da população regional estavammatriculados no ensino desde a pré-escola até o ensino regular, contemplandoaí a educação especial de jovens e adultos, no ano de 2001. Portanto cerca de35% de toda a população se encontram, atualmente, freqüentando a escolaformal na Região. Isto sem contar a educação profissional, não contempladaneste estudo.

Não se têm dados como este de outras regiões do Estado, no entanto,este número, 35,26%, da população regional freqüentando a escola formal, éum número significativo.

Page 510: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

510

A observação que se faz é que a Região Oeste do Paraná terá queconviver, nos próximos anos, com uma massa de população com um bomnível de escolaridade. Isto vai requerer, conforme já observado, uma adaptaçãodo setor produtivo a esta nova realidade. Caso a Região consiga perceberesta nova dinâmica e responder de maneira satisfatória, poderá ter um fatorde promoção de seu crescimento e de seu desenvolvimento econômico. Casocontrário, poderá sofrer um processo de migração de mão-de-obraespecializada e de bom nível empreendedor. Somente o futuro dirá se a Regiãosoube ou não responder a este novo desafio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERGER, Manfredo. Educação e dependência, Editora Difel S.A., São Paulo - SP,

1980.

COLODEL, José Augusto, Obrages & companhias colonizadoras: Santa Helena na

história do oeste paranaense até 1960. Assoeste, Cascavel-PR, 1988.

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PROGNÓSTICO

Alfredo Fonceca PerisMarcos Wagner da FonsecaMariângela Alice Pieruccini

1 INTRODUÇÃO

O estudo de diagnóstico sócio-econômico, realizado para os municípiosda Região Oeste do Paraná, permitiu a elaboração deste documento. Nalinguagem técnica de alguns ramos da ciência - especialmente a medicina -após um diagnóstico, deve ser traçado um prognóstico. Sob esta óptica, estedocumento representaria o prognóstico sócio-econômico dos municípiosestudados no diagnóstico.

Dentro das Ciências Sociais, porém, a relação diagnóstico -prognóstico toma uma dimensão diferente da medicina. Nesta última, o pacientebusca a consulta médica para ter um claro diagnóstico de sua doença e umprognóstico adequado, que elimine a enfermidade por completo e no menortempo possível. Nas Ciências Sociais, o diagnóstico representaria oapontamento de potencialidades adquiridas e de pontos de estrangulamentosurgidos durante o processo de interação da sociedade com o meio natural,ao longo de um período determinado. O prognóstico, por sua vez, seria umaforma indicativa de amenizar os pontos de estrangulamento verificados e deimpulsionar as potencialidades adquiridas.

Neste sentido, este documento busca indicar perspectivas dedesenvolvimento para a Região Oeste do Paraná, porém com o devido cuidado

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de não se constituir em um prognóstico médico, no qual a doença prontamentediagnosticada, será tratada rapidamente, com o medicamento mais apropriado,eliminando-a por completo. Neste trabalho, são construídos cenários, discutidaspossibilidades e estabelecidos limites para o desenvolvimento sustentado destaporção do território brasileiro. Todavia as soluções não estão ao alcanceimediato da sociedade, tão pouco, dependem de um agente externo (remédio).Mas sim, de várias ações integradas da sociedade regional, em conjunto comos governos estadual e federal.

Portanto as indicações deste trabalho estão construídas da seguinteforma: a segunda seção trata do processo de polarização; a terceira seçãocontempla os aspectos econômicos; a quarta seção os aspectos sociais; aquinta seção os aspectos ambientais; a sexta seção a infra-estrutura detransporte; a sétima seção trata da intervenção do setor público e a oitavaseção da organização para o desenvolvimento.

2 PROCESSO DE POLARIZAÇÃO

O processo de polarização consolidou o Município de Cascavel comoo principal pólo regional. Em menor nível de centralidade, o Município de Fozdo Iguaçu também é considerado um pólo regional. Além destes, os Municípiosde Toledo, Medianeira, Marechal Cândido Rondon, Assis Chateubriand ePalotina se consolidaram como sub-pólos regionais.

As causas deste processo de polarização foram discutidas nodiagnóstico, representando a soma de características da evolução sócio-econômica destes municípios. Desta forma, cabe discutir se esta dinâmicaterá continuidade e de que forma este processo tenderá a ocorrer.

As forças que tornaram Cascavel o pólo regional de maior centralidadeainda estão presentes e tendem a se manter. A sua centralidade, na área doagronegócio, é significativa, desde a presença de plantas agroindustriais,passando pela comercialização, até o desenvolvimento da oferta de serviçoscada vez mais especializados nesta área. Contudo o que tornou Cascavelmais polarizada foi o desenvolvimento de atividades diversificadas e comelevado grau de complexidade, em nível regional. O comércio varejista édiversificado e consegue atender a, praticamente, toda a demanda regional,

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sem necessidade de recorrência a centros maiores, como Curitiba e São Paulo.O comércio atacadista, também, consegue suprir as necessidades de grandeparte do comércio varejista regional, além de considerar outras regiões doEstado do Paraná e do País. O setor de serviços, porém, é o mais diversificadoe especializado da Região, englobando os serviços de atendimento à saúde,educação, consultoria empresarial, nas mais diversas áreas; serviçosfinanceiros, com a presença de várias instituições, entre outros. No Município,está concentrada uma quantidade elevada de órgãos da administração públicaestadual e federal.

O caso de Foz do Iguaçu já não permite um consenso quanto àcontinuidade do processo de polarização. A evolução deste Município esteve,historicamente, ligada às fortes intervenções governamentais e a fatoresexógenos e, no momento atual, a dinâmica apresenta-se, fortemente, ligadaao turismo e ao comércio fronteiriço. O comércio fronteiriço, dentro da atualperspectiva, depende das ações de política econômica do Brasil, Argentina eParaguai, da evolução dos tratados do Mercosul e da constituição da ALCA.Desta forma, o futuro deste comércio fica fora da esfera de decisão regional,o que dificulta a formação de expectativas sobre esta atividade no médioprazo. Já o turismo, apesar de depender de questões macroeconômicas, comoa taxa de câmbio, encontra maior poder de intervenção local em seudesenvolvimento. Entretanto, os atrativos existentes ainda não são suficientespara manter o turista por mais tempo na Região. O desafio de Foz do Iguaçuseria estabelecer, efetivamente, uma programação turística com os demaismunicípios, principalmente os "lindeiros", para que esta atividade tivesse odevido impulso e dinamizasse a geração de emprego e renda.

Os Municípios de Toledo, Medianeira, Marechal Cândido Rondon,Assis Chateubriand e Palotina, apresentam dinâmica própria, dependente doagronegócio, com tendência de manter a polarização sobre os municípiosmenores, com atividade econômica voltada para a agropecuária.

O processo de polarização existente e sua possível continuidadeapontam para o agravamento da situação dos municípios de menor porte.Porém, dentro destes municípios, existem duas classes distintas: a)aquelesque tendem a manter sua posição, por estarem inseridos dentro da dinâmica doagronegócio regional; e b) aqueles que estão fora da dinâmica do agronegócio,por seu território não permitir, integralmente, a agricultura moderna.

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3 ASPECTOS ECONÔMICOS

Os aspectos econômicos da Região Oeste do Paraná podem sertratados de forma setorial. Todavia discutir, separadamente, a agropecuária,a agroindústria e a comercialização agrícola, foge da organização da cadeiaprodutiva. Desta forma, este segmento é tratado aqui como agronegócio. Osdemais tópicos são a produção industrial (exceto a agroindústria), a atividadecomercial e a atividade de prestação de serviços.

Assim, esta seção divide-se em cinco partes na seqüência apresentadade assuntos, sendo a última seção uma síntese dos aspectos econômicos geraisda Região.

3.1 O Agronegócio

A mecanização da agricultura tornou a Região uma referência emquantidade e produtividade nas culturas de exportação, principalmente soja,milho e trigo. A comercialização desta produção estabeleceu uma infra-estrutura de beneficiamento, armazenagem e transporte. O desenvolvimentoagroindustrial encontrou ambiente propício ao seu crescimento e consolidação.

Algumas cadeias produtivas, dentro do agronegócio, são maisrecentes, como a da mandioca e da criação de peixes. Estas têm buscadocondições de consolidação em determinadas porções da Região. A cadeiaprodutora de aves obteve significativa expansão recente na Região, cominvestimentos de cooperativas. As demais cadeias existentes consolidaram-se e têm dinamizado a transformação industrial. A exceção fica com a atividadede esmagamento de soja, que perdeu totalmente o dinamismo na Região.

Dentro deste quadro, as perspectivas apontam para a continuidadedesta atividade como fundamental fonte geradora de renda regional. Osmunicípios que se inserem, diretamente, em algum ponto desta cadeia,encontrarão condições para manter sua situação atual. Porém o processo depolarização tende a diferenciar os ganhos entre os participantes desta dinâmica.Os municípios, que concentram as unidades agroindustriais, tendem a absorvera maior parte dos ganhos do agronegócio. Em contrapartida, os municípiosque apresentam apenas atividades ligadas à agropecuária, mais

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especificamente à agricultura, tendem a absorver uma parcela menor da rendagerada.

Os municípios menores têm diferentes graus de inserção na dinâmicado agronegócio. Alguns têm maior parte de seu território dedicado à agriculturamoderna e, ainda, possuem alguma unidade agroindustrial. Outros não possuemunidades agroindustriais relevantes, mas acabam tendo parte significativa deseu território cultivado com agricultura moderna. Existem, outrossim, osmunicípios que não possuem unidade agroindustrial relevante e que possuemuma pequena parte de seu território com a agricultura moderna.

Estes, do último grupo, são os que menos ganhariam com acontinuidade do processo de desenvolvimento do agronegócio. Nesse sentido,percebe-se que a dinâmica do agronegócio tende a criar impacto, apenas, naporção territorial da Região que é propícia a este tipo de atividade. Este processocolabora para o aparecimento dos chamados vazios econômicos. Osmunicípios integrantes destes vazios estariam fora desta dinâmica regional enecessitariam de alternativas para a atividade econômica.

Estes municípios vêm atuando nas atividades de criação de aves e depecuária leiteira, fato que têm contribuído para amenizar seus problemas,mas, ainda, fica muito aquém das necessidades colocadas. O que vemapontando, como alternativa, em outras regiões, com característicassemelhantes, é a agricultura e a pecuária orgânica. No Oeste de Santa Catarinae no Sudoeste do Paraná, esta atividade ganhou um forte impulso com aorganização dos pequenos produtores em cooperativas, contando com o apoiodos governos municipais e de órgãos governamentais, como a Emater.

A dinâmica econômica destes municípios dependerá de sua inserçãonas atividades do agronegócio que são possíveis, principalmente, a criação deaves, a pecuária de leite e, em menor grau, a suinocultura, sendo, ainda,relevante o incentivo à produção orgânica, como uma fonte alternativa para opequeno e médio produtor.

A perspectiva de continuidade do desenvolvimento do agronegócio,nos moldes atuais, traz uma discussão importante para o futuro desta atividadee da Região. O impacto causado pela modernização tecnológica da agriculturae por todo o desenvolvimento posterior do agronegócio, é um fato,relativamente, pouco discutido, mas que deverá tomar outra dimensão numfuturo próximo.

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Os impactos ambientais percebidos trazem a seguinte questão: oprocesso de desmatamento, juntamente com a aplicação de produtos químicos,altamente prejudiciais à fauna e à flora, até que ponto comprometeram odesenvolvimento da vida na Região? Será que os avanços econômicoscompensam estas perdas e todo o processo em vigor? As atividades agrícolasdesenvolvidas até então não prejudicariam algumas vantagens competitivasque a Região ainda possui?

O assunto toma outra perspectiva, quando se deixa a análise presentee se vislumbra o horizonte, a longo prazo. A discussão presente nos paísescentrais é que a posse de água potável, de áreas de conservação dabiodiversidade e de fontes de produção de energia renovável, representaráuma vantagem competitiva sem precedentes. Neste sentido, a Região Oestedo Paraná é altamente privilegiada, pois possui uma hidrografia abundante,incluindo o Lago de Itaipu, bem como possui uma das maiores reservas debiodiversidade, que é o Parque Nacional do Iguaçu e, ainda, a maior usinahidrelétrica do Mundo, além de Salto Caxias, no rio Iguaçu. Desta forma, aquestão que se segue é quanto às condições que o atual modelo dedesenvolvimento sócio-econômico regional apresentaria, para preservar estasvantagens, que são decisivas para a sociedade local? O que tem sidoencaminhado em termos de conservação do solo e de reconstituição das matasciliares consegue proteger as nascentes e as reservas de água da Região?

A preservação do Parque Nacional do Iguaçu realiza-se mais poração da esfera federal do que pela esfera regional. Será que a preservaçãoda biodiversidade não é importante para a Região? Caso seja importante,porque não se respeita a faixa de reservas legais nas propriedades? Estas,também, são importantes para a manutenção de determinados ecossistemas.Estas questões são mais bem discutidas na parte deste trabalho dedicado aoaspecto ambiental.

Outro ponto que exige reflexão para a Região é quanto aosdesdobramentos do agronegócio brasileiro. A expansão recente da agriculturamoderna para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País temcolocado algumas questões sobre a continuidade do processo de expansãodesta atividade na Região Oeste do Paraná. As regiões, recentementeocupadas, encontraram clima favorável, escala maior de produção, soloreceptivo aos insumos, portanto de fertilidade adaptável, dando margem a

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uma produtividade significativa, comparável as alcançadas em regiõestradicionais, como o Oeste do Paraná.

Na direção desta expansão da agricultura, desenvolve-se aagroindústria, com a instalação de plantas com maior escala de produção e,também, com tecnologia produtiva mais evoluída. Empresas do ramo dealimentos, com sede na Região Sul do País, estão se incluindo nesta dinâmicae têm implantado novas unidades produtivas nestas regiões e,conseqüentemente, modificado a forma de atuar em sua região de origem.Esta modificação é traduzida em estagnação dos investimentos produtivos,diminuição de escala de produção e, até mesmo, total deslocamento dosinvestimentos para as novas regiões.

Este processo pode indicar, no mínimo, um questionamento doagronegócio presente na Região Oeste do Paraná e, também, na Região Suldo País. Existe a ameaça iminente de dificuldades de expansão do agronegócionesta Região? A resposta é que, no médio prazo, não há indicação de que istopossa ocorrer.

3.2 A Indústria

A produção industrial, além da agroindústria, ocorre nos municípioscom certo grau de polarização. Cascavel é o que mantém maior diversificaçãona produção industrial, atingindo nível considerável de ramos, porém semapresentar indústrias de grande porte. O mesmo ocorre com Medianeira que,em sendo um centro produtor da indústria alimentícia, obtém destaque, também,na indústria de móveis e apresenta a existência de outros ramos industriaisrelevantes.

O ponto que deve ser enfatizado aqui é o fato de não haver umaaglomeração industrial, semelhante ao que ocorre em outras regiões, tais comoo Vale do Itajaí, em Santa Catarina e, mesmo, a Região Metropolitana deCuritiba. Algumas reivindicações realizadas perante os governos estadual efederal, exigem destes uma atitude mais determinada para garantir a instalaçãode indústrias de grande porte na Região. Estas iniciativas, no entanto, acabampor não considerar as limitações significativas para o atendimento destasreivindicações.

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Inicialmente, colocam-se as limitações impostas pela Região nãoatender às condições mínimas para a localização industrial, tais como: distânciaem relação aos principais mercados consumidores, distância em relação àsfontes de matéria-prima e ao porto, estrangulamento em, praticamente, todosos modais de transporte e escassez de mão-de-obra especializada para aprodução industrial.

Estas limitações são somadas à insuficiente organização dos municípiosda Região para a atração e instalação de indústrias. Percebe-se um conjuntode ações isoladas de alguns municípios na busca de indústrias, o que implicaem atomização do processo e, ainda, competição inter-municípios, o que levaa resultados não significativos e estabelece perda, via custo de oportunidade,para toda a Região.

Um processo de industrialização regional, desatrelado da sua produçãoagropecuária, deverá seguir um trâmite, exaustivamente, pensado e articulado,desde que se inicie pela resolução dos estrangulamentos apontadosinicialmente. A partir destes é que se pode empreender a atração responsávele mensurada de indústrias, aquelas em conformidade com os cuidados com apreservação das potencialidades naturais, levantadas anteriormente.

3.3 O Setor Comercial

Ao longo do tempo, este setor foi se concentrando nas cidades deCascavel e Foz do Iguaçu, com sensíveis diferenças entre as ações, nas duascidades. Em Cascavel, desenvolveu-se um significativo comércio varejista,que atende a uma parcela considerável da demanda regional. No mesmosentido, o comércio atacadista estruturou-se em diversos segmentos, provendoàs necessidades dos demais centros varejistas da Região Oeste do Paraná,de outras regiões do Estado e do País. A pergunta a ser feita é: como estaatividade adquiriu vantagem competitiva, estando longe dos centros produtoresdas mercadorias vendidas? Ainda não se pode estabelecer uma respostaaceitável, mas o fato é que a competitividade existe, e estas empresasencontram-se em crescimento, tanto pelo aumento do faturamento, quantoda área de abrangência.

Em Foz do Iguaçu, o comércio atacadista desenvolveu-se atrelado à

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dinâmica de exportação e importação. As empresas constituídas, em suagrande maioria, realizam comércio com o Paraguai e Argentina, aproveitandoa vantagem de estar na fronteira com estes países. Inclusive nota-se ainstalação de filiais de empresas de Cascavel, com o intuito de aproveitaresta vantagem geográfica para o comércio exterior.

O tamanho da cidade de Foz do Iguaçu, bem como sua área deinfluência, proporcionou o desenvolvimento de uma rede comercial varejistaimportante. Esta importância provoca sensível centralidade desta atividadeno Município e inibe a mesma nos municípios vizinhos.

Os municípios considerados sub-pólos, desempenham um papelimportante quanto ao comércio varejista. Estes funcionam como centrosintermediários de comércio, atendendo às necessidades de vários municípiosmenores, em itens de baixa complexidade. E os itens de maior complexidadeacabam sendo buscados em Cascavel ou Foz do Iguaçu. Nesta mesma direção,o comércio varejista, nos municípios menores, mantém uma demanda muitorestrita, que faz esta atividade ser, economicamente, pouco significativa.

O quadro atual do comércio varejista aponta para uma tendência emacentuar os aspectos de polarização em relação a Cascavel e Foz do Iguaçu.Percebe-se, porém, espaço para o crescimento do comércio nos centrosintermediários, como Toledo, Marechal Cândido Rondon, Palotina eMedianeira.

O comércio atacadista aponta para a polarização em Cascavel. Algunsfatores provocaram a perda de dinâmica do comércio atacadista de Foz doIguaçu. O principal fator é que este depende de variáveis, como taxa decâmbio e política de acordo de tarifas alfandegárias, que fogem da esfera dedecisão regional. A sinalização da dinâmica que vêm dos acordos comerciaiscom o Mercosul e das discussões da ALCA coloca Foz do Iguaçu numaposição de fragilidade, não deixando claro os desdobramentos futuros destasatividades comerciais com os paises fronteiriços.

3.4 O Setor de Prestação de Serviços

A polarização na prestação de serviços é, ainda, mais destacada quenos demais setores. Cascavel e Foz do Iguaçu concentram grande parte dos

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serviços especializados que são ofertados na Região. O primeiro destaquepode ser dado por estes dois centros hospedarem os principais órgãos daadministração pública estadual e federal, como, também, destacar os serviçosda área da saúde e educação, bem como os serviços financeiros, de consultoriaempresarial e de profissionais liberais.

O setor de prestação de serviços apresenta, em Foz do Iguaçu, umainfra-estrutura significativa para o atendimento do Turismo. Este setor enfrenta,na atualidade, alguns problemas de viabilidade, mas sua potencialidade é umfato presente.

Os setores de prestação de serviços em saúde, educação e turismoganharão um espaço maior de discussão neste trabalho. Com as necessidadesdespertadas pelo processo de globalização, observa-se, também, uma tendênciade crescimento da demanda de serviços em consultoria empresarial, bemcomo a necessidade de serviços prestados por profissionais liberais, comoadvogados, engenheiros, arquitetos, entre outros.

3.4.1 Turismo

A atividade turística regional contribui para o desenvolvimento dosmunicípios, promovendo transformações que podem alavancar a geração deempregos. A Região Oeste do Paraná já atrai milhares de visitantesanualmente, com as Cataratas do Iguaçu e com a Usina de Itaipu.

Entretanto é ainda incipiente uma dinâmica turística mais regionalizada,considerando-se, para isto, o contexto histórico e geográfico em que cadamunicípio encontra-se inserido. O que se verifica, são inúmeras diferençaspresentes em cada região no que tange às condições geo-econômicas, sociaise culturais, caracterizando um "Oeste do Paraná" heterogêneo em suaconstituição.

Um novo arranjo espacial, ou seja, uma nova maneira de assimilar oterritório, deve respeitar uma configuração ainda vinculada às atividadesagrícolas e que não possui elevada mobilização coletiva, no sentido de permitiruma re-orientação para outras atividades que não aquelas já realizadas, ouseja, há restrições a uma reconversão produtiva.

O desafio, neste sentido, está em permitir que os "lugares" ingressem

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em roteiros de turismo regional, prolongando e densificando a rede de lugarescom aptidões paisagísticas. Cabe, mediante as especificidades regionais, aabertura de novas áreas "turísticas", considerando atividades como: a pesca,parques temáticos, jogos e festivais, que enfatizem a cultura e a gastronomialocal. Isto possibilitaria a valorização dos espaços locais, podendo se constituirem uma importante fonte de renda para os municípios. Necessariamente,ocorre a construção de uma nova territorialização, impondo novos recortesque velhas territorialidades não vislumbram em suas estruturas. Este,possivelmente, é o maior desafio a ser vencido nesta Região: construir umterritório turístico, através de uma ligação afetiva com o lugar, possibilitando,para o Oeste do Paraná uma nova identidade, uma nova organização de seuespaço.

Na região, o Reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu configura-se no "locus" mais favorável para o desenvolvimento de atividades turísticasintegradas. Abrangendo o lado brasileiro (Foz do Iguaçu a Guaíra) são quinzemunicípios, potencialmente aptos a desenvolver áreas turísticas, principalmentevinculadas ao ecoturismo.

Cabe, efetivamente, o desenvolvimento de análises mais complexas,para perceber o real significado desta atividade econômica na dinâmica regional,agindo como um instrumento para a melhoria da qualidade de vida da população.

4 ASPECTOS SOCIAIS

O atendimento às áreas de saúde e educação concentra grandeparcela dos gastos públicos, bem como os gastos com assistência social,habitação popular e saneamento básico.

Neste sentido, esta seção será dividida em algumas sub-seções, paratratar com mais propriedade a abrangência de assuntos nela tratada.

4.1 Educação

O diagnóstico traçado nesta área apontou para alguns limites, mas,também, deixou marcada a presença de potencialidades. O quadro atual da

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educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, encontra-se, ainda, emprocesso de reformulação e adaptação à nova Lei de Diretrizes e Bases daEducação, de dezembro de 1996. Esta Lei modificou as competências dasesferas governamentais, redefiniu os níveis de ensino, criou novos critériosde financiamento, estabeleceu a necessidade de qualificação superior paraos docentes, impôs diretrizes quanto a indicadores de oferta de ensino, o queexigiu uma mobilização nacional.

Na Região Oeste do Paraná, os municípios, também, tiveram que seadaptar a estas novas diretrizes. Alguns pontos das mudanças criaramimpactos, diretamente na forma de organização dos municípios, quanto à ofertada educação pública. A baixa relação de alunos por professor impulsionou ofechamento de diversas escolas rurais. Este fato provocou o encarecimentodo custo com transporte escolar dos municípios e impulsionou o processo deurbanização, verificado nos últimos anos.

O processo de adaptação, ocorrido nos últimos anos, entre a ofertade responsabilidade do Município e do Estado, aponta para um problema derelativa complexidade. Os municípios ficaram com a responsabilidade deoferecer a educação infantil e as quatro primeiras séries do ensino fundamental.O Estado ficou com a incumbência de suprir as quatro séries finais do ensinofundamental e o ensino médio.

A criação do Fundef (Fundo de Valorização do Ensino Fundamentale Valorização do Magistério) estabeleceu uma forma restrita de administraçãodos gastos com educação. Este fundo direciona, grande parte dos recursos,para o financiamento do ensino fundamental, o que cria algumas reações porparte das esferas governamentais.

Nos municípios, o Fundef financia as ações com as quatro primeirasséries do ensino fundamental, o que cria alguns problemas quanto aoatendimento do transporte escolar e ao atendimento da educação infantil. Otransporte escolar não pode ser custeado com os recursos do fundo, o quelimita a atuação das prefeituras. A educação infantil foi estendida para afaixa etária de 0 a 6 anos, o que aumentou a necessidade de investimento eminstalações mais adequadas ao ensino e, também, impulsionou a necessidadede contratação de profissionais, com nível adequado de qualificação, paraatuar neste segmento. Como o transporte escolar e a educação infantil nãopodem ser custeados com recursos do Fundef, os municípios acabam por não

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priorizar estes segmentos, o que cria um problema processual na aprendizagem,sem contar outros problemas sociais.

Na rede estadual, a criação do Fundef também causou modificaçõesna oferta. A atuação no ensino fundamental foi privilegiada, em detrimento doensino médio. Percebe-se esta ocorrência pelo fechamento dos cursosprofissionalizantes de nível médio. A justificativa oficial seria a falta de demandapara estes cursos e, também, a criação dos cursos Pós-médios, uma formaçãoprofissionalizante alternativa ao ensino superior.

Até este ponto, discutiu-se a educação pública. Não que a ofertaprivada do ensino, nestes níveis, seja irrelevante, mas que a preponderânciada oferta pública é gritante na Região Oeste do Paraná. A demanda porvagas na escola pública tem encontrado, em contrapartida, uma ofertasuficiente no ensino fundamental. Porém a educação infantil, principalmente,nos maiores centros, não consegue suprir as necessidades da população.

O ensino médio não registra falta de atendimento significativo. Todavia,percebe-se que a busca deste nível de ensino, principalmente, nos municípiosmenores, tem sido difícultada pela distância percorrida pelos alunos. As escolasestão nas sedes dos municípios, o que tende a diminuir, consideravelmente, aprocura por parte dos alunos.

Nos centros maiores, a dinâmica populacional, discutida anteriormente,estabeleceu a necessidade de criação de vagas na educação infantil, ensinofundamental e médio. Esta criação ocorre limitada pelos problemas definanciamento apontados, que acabam privilegiando o atendimento ao ensinofundamental. A morosidade no encontro de soluções para a escola infantil e apressão por vagas acabam por impulsionar o atendimento privado de ensino.

O segmento que tem maior tendência de crescimento na rede privadaé a educação infantil, principalmente pela pequena quantidade de vagasoferecidas pela rede pública. Percebe-se, também, uma tendência decrescimento na oferta privada do ensino médio e, inclusive, do ensinofundamental. Esta dinâmica encontra respaldo no processo de polarização,pois a concentração maior de renda e população, em cidades como Cascavel,aumentam a demanda por serviços na área da educação privada, em todos osseus níveis.

A dinâmica da educação superior ocorre por um processo diferentedo tratado até então. A maior parte das vagas oferecidas encontra-se na rede

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privada e não na esfera pública. Sendo este um fenômeno recente na Região.A consolidação da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do

Paraná), enquanto Universidade, foi de fundamental importância para aRegião. Ainda mais, com sua característica multi-campi, mantendo estruturade oferta em Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo e Marechal Cândido Rondon.Porém a oferta de vagas no ensino de graduação demonstrou ser insuficientepara o atendimento da demanda. Desta forma, houve a constituição deinúmeras instituições privadas, oferecendo vagas para suprir a elevadademanda existente.

Além do ensino público, oferecido pela Unioeste, a Região conta,ainda, com um campus da UFPR (Universidade Federal do Paraná), emPalotina e com uma unidade do CEFET (Centro Federal de EnsinoTecnológico), em Medianeira.

Esta verticalização, observada no ensino, pode ter sido impulsionadapor alguns aspectos relevantes. Dentre vários, destacam-se: a) a exigênciade qualificação superior para os docentes da educação infantil e do ensinofundamental, que impulsionou a demanda por graduação em pedagogia e,também, em todas as licenciaturas; e b) o processo de globalização exigiu apresença de profissionais liberais e da área de gestão empresarial, o queprovocou a criação de inúmeros cursos na área de ciências sociais aplicadas,como Administração e Direito.

O processo de expansão da oferta do ensino superior, por instituiçõesprivadas, criou uma significativa concentração em Cascavel e Foz do Iguaçu,para, depois, expandir-se para os municípios médios, como Medianeira, SãoMiguel do Iguaçu, Toledo, Guaíra, Assis Chateaubriand e Marechal CândidoRondon.

O aumento de vagas realizado pelas instituições privadas de ensinoresolveu, momentaneamente, a demanda reprimida que havia. Porém a Regiãotem como desafio, a criação de vagas para colocação destes profissionais nomercado de trabalho regional. Pois o não aproveitamento destes, poderáimpulsionar uma migração para outras regiões do Estado e do País, commaior capacidade de geração de emprego. Percebe-se que, mesmo com umacriação restrita de vagas para os profissionais de nível superior, ocorre umaadaptação dos empregadores em aumentar o grau de exigência de qualificaçãopara a ocupação de vagas, antes direcionadas ao profissional de formação

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em nível médio. Mas este processo, ainda, demonstra ser restrito e nãoadequado para o quadro de profissionais que estão sendo formados.

Dentro do quadro atual, englobando o ensino público e privado emnível superior, verifica-se que a capacidade de qualificação seria suficientepara responder às necessidades de desenvolvimento da Região. Estacapacidade independeria, inclusive, das necessidades de criação de cursosem áreas diferentes das já existentes, por parte das instituições públicas, poisa versatilidade das instituições particulares proporcionaria o atendimento dademanda exigida. No caso das instituições públicas, apesar de ainda seremcriados novos cursos, o quadro é de retração dos investimentos. Portantoqualquer necessidade adicional de formação profissional tende a ser supridapela área privada.

Como último ponto deste segmento, cabe discutir o ensino de pós-graduação. A Região recebeu uma grande quantidade de vagas para cursosde pós-graduação lato sensu. Estes cursos têm como objetivo a formaçãoprofissional do indivíduo para atuação no universo empresarial e público. Aexpansão de vagas da graduação exige a formação de um número significativode docentes, sendo necessário, portanto, a criação de cursos de pós-graduaçãostricto sensu, fato que ainda se encontra no horizonte de longo prazo para aRegião. Esta dificuldade poderá criar alguns pontos de estrangulamento naexpansão verificada no ensino superior.

4.2 Saúde

A dicotomia existente entre a saúde curativa e preventiva estápresente na Região Oeste do Paraná, tomando contornos semelhantes aoque ocorre no restante do País. Os programas desenvolvidos na Regiãoprivilegiam a parte curativa, em detrimento da preventiva. Esta prática, comumem outras áreas do País, cria sérias limitações para obtenção de melhoria dascondições de vida da população.

A infra-estrutura de saúde curativa da Região constitui-se numacomplexa rede de hospitais e clínicas nas mais diversas especialidades. Poréma concentração destes serviços, em Cascavel, é evidente. Em Foz do Iguaçu,a infra-estrutura atende às necessidades locais, principalmente, pelas

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especialidades e estrutura do Hospital Costa Cavalcanti. Municípios de portemédio, como Toledo, ainda conseguem realizar um significativo atendimentolocal e a outros municípios mais próximos.

Esta visão geral fica bastante modificada, ao se separar o atendimentopúblico do atendimento privado. A rede de atendimento público, como namaior parte do País, não supre, de forma suficiente, as necessidades dapopulação. A concentração dos serviços em Cascavel, Foz do Iguaçu e nosmunicípios médios, justificou a criação dos consórcios municipais de saúde.Estes consórcios buscam organizar o acesso da população aos centros deatendimento. Porém os fracos laços de cooperação entre os municípios, aliadosa uma estrutura sub-dimensionada e concentrada são fatores impeditivos parao funcionamento adequado destes consórcios e, conseqüentemente, doatendimento à população.

Logo, a solução dos problemas de saúde vai além do alcance destesetor. A articulação dos demais setores de serviços envolvidos noenfrentamento destes problemas, na Região Oeste do Paraná é, em parte,fragmentada, setorizada e desarticulada, muito embora as formulações legaispermitam uma ação integrada.

A intersetorialidade ganha, assim, especial importância noenfrentamento contínuo dos problemas. Trabalhar intersetorialmente osproblemas significa, num trabalho conjunto de vários setores do governo ecom a participação de organizações não governamentais, identificar osprincipais problemas que incomodam uma comunidade, definir causas dosproblemas e unir todas as forças para enfrentar essas causas. Para isto, aintegração regional é prioritária, mas, ainda, encontra-se distante sua efetivaçãona Região Oeste do Paraná.

Estas soluções envolverão não somente ações típicas dos serviçosde saúde, mas, também, ações de saneamento, nutrição, educação ambiental,habitação, entre outros. Neste caso, os serviços governamentais de saúde, acomunidade e as organizações como: pastoral da saúde, grupos ambientais eoutros, deverão ser envolvidos na questão.

As migrações regionais ou mesmo internacionais, que favorecem auma concentração populacional nos centros urbanos, provocam um impactomuito grande no meio que as recebem, gerando desequilíbrios ambientais,impactos na demanda de serviços públicos e na distribuição de uso do

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527

solo. Na Região Oeste do Paraná, o contínuo crescimento demográfico de

cidades como Cascavel e Foz do Iguaçu, prejudica o atendimento às condições

básicas de vida da população, gerando dificuldades em toda a demanda por

serviços públicos gerada.

Apesar dos esforços empreendidos para melhoria do atendimento à

saúde, verificados nos últimos anos, os programas de saúde preventiva contam,

ainda, com condições insuficientes, para estabelecer um padrão mínimo de

qualidade de vida para a população regional. Há uma falta de preocupação

com questões básicas ligadas ao tratamento de esgotos, coleta e depósito do

lixo, habitação e alimentação, além dos problemas oriundos da forma de

produção agropecuária realizado na Região.

5 ASPECTOS AMBIENTAIS

A questão dos recursos ambientais e da ordenação do espaço regional

possui, enquanto cenário tendencial, uma configuração que pode ser traduzida

pelos seguintes aspectos:

a) Com padrões de clima inalterados, a Região Oeste do Paraná deverá

possibilitar o contínuo aumento da produção agroalimentar, ampliando-

se a necessidade de fomentar ações voltadas à agroecologia. Os

demais recursos naturais, em especial a flora, tendencialmente, ainda,

vêm sofrendo o efeito combinado da degradação dos solos e da

antropização, mesmo que atenuado pela parcial introdução de

tecnologias eco-sensíveis nas atividades produtivas e por medidas de

caráter mais abrangentes de controle ambiental.

b) A crescente urbanização e o aumento da demanda por água,

decorrentes das atividades industriais, num cenário de médio prazo,

possivelmente, serão atendidas pelas potencialidades dos recursos

hídricos regionais. Entretanto para que isto seja efetivamente

viabilizado, deve-se atentar para programas específicos de controle

da poluição ambiental.

PROGNÓSTICO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Diante deste quadro, considera-se necessário o zoneamento ecológico-econômico da Região, orientando-a para a reorganização de seu meio rural ea modernização na busca de uma agropecuária agroecológica; bem comopara o processo de urbanização em sentido amplo - nele incluídas as atividadesprodutivas das cidades e para a infra-estrutura econômica e social. Estes sãofatores capazes de "condicionar e impulsionar, em caráter permanente, odesenvolvimento regional". Para o estabelecimento de um cenário desejado,serão necessárias as seguintes condições:

Otimização dos recursos hídricos: isto preconiza o gerenciamento integradodas águas. Fator condicionante para a vida, sua disponibilidade é fortementeafetada pelo desperdício e pela má utilização. Apesar de sua abundância, aRegião Oeste ainda não efetivou, à exceção da Itaipu Binacional, adequadainstitucionalização para o gerenciamento das águas, tanto de superfície comosubterrâneas, objetivando conduzir a um aproveitamento ótimo do potencial eao uso racional das águas. Cabe, nesta otimização, a obtenção de padrõesdesejáveis de sustentabilidade hídrica, evitando o desperdício na agricultura ena indústria.

Conservação dos solos: isto sugere, fundamentalmente, a otimização dautilização sustentável para fins produtivos dos solos, conforme suas aptidões(respeitando as diretrizes de um zoneamento ecológico-econômico regional).

Ampliação da biodiversidade: como fonte permanente de riqueza e bem-estar,envolvendo, de uma parte, a geração de conhecimento sobre a flora e a faunae sua aplicação produtiva. É fundamental a transformação nas práticasagropecuárias tradicionais, com a introdução de tecnologias ecossensíveis,economicamente eficientes e compatíveis como um modelo de organizaçãoda vida rural que articule e integre as atividades agro-silvopastoris.

Destaca-se, neste contexto, a recuperação, criação e manutençãodas unidades de conservação, localizadas em áreas representativas dos variadosecossistemas regionais, identificadas com fundamento em estudosbiogeográficos. O Parque Nacional do Iguaçu deve ser reforçado em suainfra-estrutura e capacidade de pesquisa, criando-se unidadescomplementares. A promoção do turismo ecológico pode constituir-se em

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fonte de renda capaz de financiar a manutenção das áreas de preservação,bem como o esforço da pesquisa.

Proteção e controle ambiental: constitui-se numa das formas mais eficazespara a preservação e proteção dos mananciais, bem como para assegurar aboa qualidade da água. Particularmente, são necessárias ações para proteçãoe renovação dos ecossistemas das bacias hidrográficas, em particular dasmatas ciliares; racionalização da ocupação e do uso do solo, bem como deseu manejo adequado, de forma a otimizar impactos indesejáveis sobre osrecursos hídricos, tais como erosão e assoreamento e proteção das nascentesdas águas.

O esclarecimento da sociedade sobre os efeitos ambientais dasatividades humanas, através da educação ambiental, bem como o estímulo àparticipação comunitária em seu controle, são imprescindíveis para asrespostas da comunidade em relação a tais questões.

Portanto o cenário aponta para a "urgência" na busca do necessárioequilíbrio na exploração dos recursos naturais, particularmente, dos nãorenováveis. As necessidades relacionadas ao desenvolvimento econômicovinculam-se a esta preservação e são condicionantes do desenvolvimentoindustrial e agroindustrial, das opções energéticas, dos grandes projetos demodernização agrícola, da infra-estrutura de transporte e do turismo e,principalmente, da urbanização.

6 INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

Com base no diagnóstico da infra-estrutura regional de transporte esuas demandas em nível estadual, aliada a estudos de projeção de tráfego emovimentação de mercadorias, entende-se que a Região precisa ser melhoratendida dentro dos programas governamentais que prevêem prioridades deinvestimentos e de destinação de recursos públicos. A localização geográfica,a distância de grandes centros de consumo (mercados e portos), e ascaracterísticas dos produtos (commodities e produtos de baixo valor agregado),bem como a precariedade atual e a escassez de investimentos futuros em

PROGNÓSTICO

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ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

530

rodovias de ligação regional, podem fazer do transporte um importante ponto

de estrangulamento para o desenvolvimento sustentado da Região, à medida

em que implicar elevação dos custos de transportes e repercutir na perda de

competitividade regional, da produção local e do potencial de atração de

negócios.

O contraponto implicaria, então, em investimentos prioritários, de

acordo com os modais, considerados estratégicos:

- Ferroviário:

1) sejam incentivados novos investimentos ferroviários no Estado

como forma de reduzir o custo de transporte dos produtos, criando

forças competitivas para a produção estadual, evitando a evasão

de parte desta para outros portos, principalmente, o Porto de São

Francisco, concorrente mais próximo geograficamente, e que esta

seja, também, uma forma de se contrapor aos investimentos de

outros Estados, conseguindo, desta forma, atrair/manter cargas

com origem em outros Estados. Além do mais, a necessidade do

desenvolvimento da ligação ferroviária com o Porto está tornando-

se premente;

2) sejam feitos os investimentos na correção dos estrangulamentos

existentes;

3) seja construído o ramal da Ferroeste até Foz do Iguaçu e que haja a

continuidade da construção da ferrovia até Guaíra;

- Rodoviário:

4) seja revisto imediatamente o Planejamento de duplicação de rodovias

paranaenses, expresso no Programa Anel de Integração e, que nele

se faça constar melhorias nas condições de tráfego das rodovias

localizadas na parte ocidental do Estado, com ênfase nas regiões de

Campo Mourão e Cascavel;

5) sejam destinados recursos e desenvolvido Plano Diretor regional para

melhor diagnóstico das rodovias de interligação regional;

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531

- Portuário:

6) o Porto de Paranaguá prossiga, firmemente, na rota da modernização,

com a conseqüente redução dos custos das operações portuárias,

que é uma maneira viável, para se reduzir os impactos contrários do

pedágio e de tendência de aumento de outros custos associados ao

transporte rodoviário;7) aumento da capacidade de recepção e armazenagem no Porto, para

otimizar as operações de descarga e as condições de comercialização

das safras;

-Aéreo:

8) o transporte aéreo é um dos maiores pontos de estrangulamento da

infra-estrutura de transporte da Região. Necessário se faz dotar o

Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu de infra-estrutura capaz

de funcionamento, independente das condições climáticas;

9) há a necessidade de construção de um aeroporto regional na partecentral da Região, com condições de atender especialmente Cascavel,

Toledo e proximidades;

-Empresarial:

10) o desenvolvimento de empresas na área de logística agroindustrial, o

que pode viabilizar o aumento nas cargas de retorno, que implica em

redução dos fretes no escoamento da safra e estruturas de

armazenamento, para evitar os picos de demanda concentrada em

alguns meses do ano;

11) incorporação de tecnologia nos terminais e nos veículos.

As estratégias de desenvolvimento necessitam contar com uma

adequada e eficiente infra-estrutura de transporte, para construir a

competitividade regional. Os meios para se atingir este fim (o desenvolvimento)são a viabilização de custos menores na recepção de matérias-primas e na

distribuição dos produtos acabados e na movimentação de pessoas, com os

desdobramentos na melhor qualidade de vida e das viagens.

PROGNÓSTICO

Page 532: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

532

7 INTERVENÇÃO DO SETOR PÚBLICO

A atuação do setor público, na Região Oeste do Paraná, sempre foipreponderante para os rumos do desenvolvimento regional. As atuações dosgovernos federal, estadual e municipal, provavelmente, deverão tomar umrumo diferente no futuro.

Quanto à intervenção municipal, na realidade do Oeste do Paraná,vem ocorrendo desde a sua formação enquanto região. Porém exige-se umnovo contorno para esta ação. As ações isoladas tendem a não permitir queos objetivos sejam atingidos na integridade esperada. Desta forma, o poderpúblico municipal deverá buscar aliar às suas ações pontuais, ações articuladascom os demais municípios, criando uma rede, para potencializar o impactodestas iniciativas.

A perspectiva traçada, no cenário anterior, esbarra em algunsproblemas existentes. Os pequenos municípios são altamente dependentesde transferências das outras esferas de governo. Isto limitaria os recursosdisponíveis, para realizar qualquer intervenção, porém este fato seria um motivoa mais para ação de forma integrada, juntando os poucos recursos de váriosmunicípios em ações que beneficiariam o conjunto.

Os municípios maiores possuem um certo poder de geração de receitaspróprias, porém a concentração de população nestes exige um gasto,proporcionalmente, maior que os pequenos, para o atendimento dos serviçospúblicos. Este fato, também, demonstra a necessidade de se buscar açõesintegradas, pois os problemas enfrentados pelos centros maiores tendem a seagravar com o processo de polarização discutido anteriormente. Portantocriar dinâmica nos municípios médios e pequenos, também é interessantepara os centros maiores, porque cria tendência de queda na atração,principalmente populacional, para estes locais.

Os municípios "lindeiros" possuem recursos adicionais, vindos dorecebimento de royalties pela produção de energia elétrica da Usina de Itaipu.Neste sentido, o poder de intervenção, na esfera econômica e social, daquelesque recebem valor, proporcionalmente, significativo, é maior que nos demaismunicípios. Assim, a forma de intervenção deve ser articulada, para que estesrecursos, de presença determinada, possam render, não apenas benefíciosimediatos para os que o recebem, mas, também, modificar as condições futuras

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533

dos mesmos e daqueles municípios que estiverem com eles articulados.A intervenção estadual na Região dependerá da transposição de

algumas barreiras existentes. Dentre as barreiras, destacam-se: a) a baixarepresentatividade política da Região na Assembléia Legislativa e nos escalõesdo Executivo; b) falta de perspectiva de um programa de incentivo às atividadesdo agronegócio; c) falta de política de incentivos ao turismo regional; e d)ênfase no desenvolvimento da Região Metropolitana de Curitiba.

Dentro do quadro atual, o Governo Estadual não indica perspectivasde intervenção efetiva na Região Oeste do Paraná, nem tão pouco há indíciosde que a Região desperte este interesse num curto prazo. A campanha política,para os cargos do executivo e legislativo estadual, não sinaliza melhora doquadro traçado anteriormente. Coloca-se, então, a necessidade da sociedaderegional criar mecanismos que permitam o direcionamento de ações do GovernoEstadual para a Região. Estes mecanismos dependem de um processo deorganização ainda incipiente na Região.

A intervenção federal ocorreu por alguns fatores externos à própriadinâmica regional. A localização privilegiada de fronteira impulsionou diversosinvestimentos, como a construção da Ponte da Amizade e a pavimentação daBR 277, ainda na década de 1960, além da instalação de vários órgãos públicosfederais, para garantir a segurança e o funcionamento dos serviços na fronteira.A construção da Itaipu, iniciada na década de 1970, estabeleceu uma novaonda de investimentos federais que modificaram totalmente a realidaderegional.

Percebe-se, portanto, que as intervenções do Governo Federal, sempreocorreram como parte de um plano maior, traçado pelo interesse estratégicodo País. O questionamento que surge é se a Região ainda faria parte deplanos estratégicos que fomentassem uma nova onda de investimentos federaisna Região.

A resposta para esta pergunta passa por diversos pontos, tais como:as perspectivas de retomada de ações com os países do Mercosul, asnegociações de ingresso na ALCA, a importância quanto à posição dasfronteiras com os países do Cone Sul, a dificuldade do Governo Federal emdestinar recursos para investimentos e a prioridade de investimento em outrasregiões.

Prever o desenrolar destes pontos é uma tarefa pouco indicada para

PROGNÓSTICO

Page 534: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

um cientista social, mais adequada para as ciências ocultas. Porém pode-setomar alguns indicativos vindos da experiência passada.

O Mercosul, ao promover um maior volume de comércio com ospaíses membros, dificultou as atividades comerciais desenvolvidas em Foz doIguaçu, pois as transações passaram a ocorrer diretamente com os centrosprodutores. Caso sejam restabelecidas as negociações do Mercosul, queefetivamente crie uma área de livre comércio, haverá a necessidade de todauma reorientação da atividade econômica desenvolvida na fronteira. O mesmoraciocínio deve ser realizado com as discussões de inserção do País na ALCA.A região de fronteira deverá inserir-se na nova dinâmica e aproveitar sualocalização geográfica, ou, apenas, apreciar o transporte da produção realizadaem outras partes dos países? Percebe-se que este não é apenas o desafio deFoz do Iguaçu e da Região Oeste do Paraná, mas também de Ciudad deLeste, no Paraguai e Puerto Iguazu, na Argentina.

Outro ponto que deve ser enfatizado refere-se às prioridades doGoverno Federal. O conflito existente na Colômbia e a gigantesca fronteiradeste País com a Amazônia, indicam a necessidade de um maior volume deinvestimentos naquela Região. Além disso, as obras de infra-estrutura nasáreas de energia e transporte para as regiões de expansão agropecuária eagroindustrial têm dominado o orçamento da União. Neste sentido, haveriapossibilidade da Região Oeste do Paraná não ser contemplada porinvestimentos federais nos períodos futuros, caso permaneça o quadro atual.

8 ORGANIZAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO

As iniciativas de desenvolvimento para a Região Oeste do Paranádevem ser buscadas por mecanismos de participação da sociedade nasdecisões descentralizadas de planejamento e, buscando sempre odesenvolvimento integrado. Isto implica em responsabilidade política e técnicapara validação dos processos e formulações políticas para a Região.

Esta questão exige um amplo esforço de PARCERIA entre o Governo,em todos os seus níveis, as empresas privadas e a sociedade organizada.Parceria que pressupõe, ademais, uma nova abordagem para a estratégiaregional, enfatizando mais as potencialidades que as limitações, privilegiando

Page 535: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

o consenso sobre a confrontação e buscando, de um modo geral, integrar asregiões periféricas no mesmo processo de transformação tecnológica,econômica, social e cultural dos locais centrais, o que deverá elevar toda aRegião a novos patamares de desenvolvimento, no futuro próximo.

Isto remete à necessidade cada vez maior de exercitar a capacidade criativa da sociedade.Em economia de mercado, só é possível deter as tendências estruturais ao centralismoeconômico mediante ação política, a qual requer visão ampla do processo social.Somente a vontade política1 pode evitar que a difusão da racionalidade econômicavenha transformar um tecido social diversificado num amálgama de consumidorespassivos. E essa vontade política entre nós é inseparável do federalismo. O problemainstitucional maior que se coloca à sociedade brasileira é exatamente esse de estimulara capacidade criativa em todos os segmentos, capacidade que entre nós tem raízesregionais. Não se pode ignorar que à sombra do centralismo enraizado nos longosperíodos de governos ditatoriais o poder executivo foi ocupando mais espaço nocampo das decisões substantivas, diluindo a ordem federativa. Grande parte dosdispêndios do governo federal já não decorre de autorização parlamentar, mas tem

origem no arbítrio das autoridades administrativas. (FURTADO, 1999, p.53).

A vontade política deve embasar-se em critérios técnicos para que

se estabeleçam decisões coerentes e adaptadas à realidade regional. Para

POLESE (1998, p. 109): "Para orientar os projetos de investimento público e

maximizar os seus efeitos locais, a dimensão das relações intersetoriais

continua a ser uma referência útil. Regra geral, é bom concentrar esforços

em setores cujos efeitos multiplicadores maximizem a criação de rendimentos

e de empregos numa região”. O autor ressalta, entretanto, que é ilusório

esperar desencadear, através de uma política espacial de concentração dos

investimentos públicos, uma nova dinâmica local ou um processo autônomo

de desenvolvimento. Reconhece-se, neste sentido, a importância de fatores

de produção mais qualitativos: espírito de empresa, coesão social, capacidade

de inovação, entre outros. Assim, investir em capital humano, implica em

despesas com educação, formação, bem como qualquer outra despesa que

leve a um aumento da produtividade (viagens, cuidado com a saúde, entre

outros).

Dentro deste contexto, configura-se a necessidade da Região Oeste

do Paraná aprimorar os mecanismos de organização para o desenvolvimento.

A ampliação das discussões empreendidas em organismos políticos existentes

PROGNÓSTICO

Page 536: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

como AMOP, Acamop e Conselho dos Municípios "Lindeiros", torna-seprimordial para as discussões sobre o desenvolvimento presente e futuro daRegião.

O trabalho de diagnóstico empreendido e as perspectivas traçadasneste prognóstico necessitam passar por um processo amplo de discussão,pois a visão de um corpo de pesquisadores acadêmicos pode conter certopurismo conceitual que impeça o alcance de determinadas potencialidades ede pontos de estrangulamento existentes.

Neste sentido, a constituição de um Fórum permanente, de discussãoda realidade e das perspectivas regionais, seria indispensável. Neste Fórum,as principais instituições, públicas e privadas deveriam juntar-se para unidosbuscarem as alternativas necessárias para o tratamento dos problemasexistentes e, também, de aproveitamento das potencialidades presentes naRegião.

A dificuldade em desencadear um processo amplo de discussão sobrea realidade regional esbarra em inúmeros problemas, desde as "vaidades locais",até as disputas políticas por poder regional. Porém acredita-se que quantomais tempo a Região postergar a organização para o desenvolvimento, maioresserão as dificuldades enfrentadas pela sociedade local.

NOTAS:

1. Grifo nosso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FURTADO, C. O longo amanhecer. Reflexões sobre a Formação Econômica do Brasil.

São Paulo : Paz e Terra, 1999.

POLÈSE, M. Economia urbana e regional. APDR, Coimbra, 1998.

Page 537: Estratégias de Desenvolvimento Regional - Unioeste

Esta obra integra a Biblioteca de Temas Paranaenses,projeto criado pela Secretaria de Estado da Educação doParaná, através do Departamento de Ensino Médio. Oprojeto vincula-se ao Programa Expansão, Melhoria eInovação no Ensino Médio do Paraná - PROEM. A Biblio-teca de Temas Paranaenses tem como objetivo enrique-cer o acervo já constituído das bibliotecas das escolas ecolégios que integram a rede pública estadual de ensi-no com livros que promovam o conhecimento e a dis-cussão de aspectos peculiares da cultura de nosso Es-tado, integrando assim o regional e o universal.

Governador do Estado do Paraná

Roberto Requião de Mello e Silva

Vice-Governador do Estado do Paraná

Orlando Pessuti

Secretário de Estado da Educação do Paraná

Maurício Requião de Mello e Silva

Diretor Geral da Secretaria de Estado da Educação do Paraná

Ricardo Fernandes Bezerra

Departamento de Educação Básica

Mary Lane Hutner

Grupo de Planejamento Setorial

Carlos Roberto Sotomayor Valiente

Secretaria de Estado da Educação do Paraná

Avenida Água Verde, 2140 — Água VerdeCEP: 80240-900 — Curitiba - Paraná - Brasil

www.seed.pr.gov.br

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EDITORA E GRÁFICA UNIVERSITÁRIA

Assessoria Especial

do Gabinete da Reitoria

Assistente Administrativa

Criação e Diagramação

Impressão

Acabamento

Paulo Konzen

Laurenice Veloso

Hélio A. Zenati

Geyze Colli Alcântara Lima

Antonio da Silva Junior

Rachel Cotrim

Vinícius Thomas Back

Gilmar Rodrigues de Oliveira

Izidoro Barabasz

Gentil David Teixeira

Vera Müller