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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS – UFPEL FACULDADE DE DIREITO ANDRÉ WIEGAND AS ESCOLAS DO DIREITO ROMANO PELOTAS/RS 2015 1

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Principais escolas do direito romano.

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Page 1: Escolas Do Direito Romano Aw

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS – UFPEL

FACULDADE DE DIREITO

ANDRÉ WIEGAND

AS ESCOLAS DO DIREITO ROMANO

PELOTAS/RS 2015

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Page 2: Escolas Do Direito Romano Aw

André Wiegand

AS ESCOLAS DO DIREITO ROMANO

Estudo apresentado à Professora

Maria das Graças Pinto de Brito

referente à segunda avaliação da

disciplina História das Instituições

Jurídicas.

PELOTAS /RS

2015

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Page 3: Escolas Do Direito Romano Aw

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................7

A ESCOLA DOS GLOSADORES ou DE BOLONHA........................................8

ESCOLA DOS PÓS-GLOSADORES ou COMENTADORES..........................10

“ESCOLA HUMANISTA...................................................................................11

ESCOLA NATURALISTA.................................................................................12

ESCOLA HISTÓRICA.......................................................................................14

CONCLUSÃO...................................................................................................17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................18

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Page 4: Escolas Do Direito Romano Aw

INTRODUÇÃO

A partir do século X a Europa vivia sob três fontes do direito: os

costumes, o doreito romano e o direito canônico. O Ius Commune revelava-se

como o ordenamento jurídico composto pelos três direitos, e como pela própria

tradução do Direito Comum, um fenômeno de ordem global, no qual foi uma

parte real da lei na maioria das áreas, principalmente na península ibérica.

Com as mudanças da realidade europeia, a partir do séc XI, que

presenciavam um grande avanço social e também no comércio e negócios,

influenciados principalmente pelo evento do Renascimento, necessitou-se uma

ordem para todos, de forma a organizar e desenvolver o comércio, não sendo

possível o direito dos reis e do Papa interferir e regulamentar os negócios.

Essa realidade necessitava um direito comum a todos, uma forma

unitária, de maneira a redigir e desenvolver, não só o mundo dos negócios,

mas também no direito da família, processo penal e civil.

Além disso, as Universidades apresentavam um papel fundamental, pois

produziram recursos humanos capacitados para o trabalho nos reinos e para

dar início a autonomia da ciência ocidental.

O Digesto, apesar de ser aplicado a uma realidade para qual não foi

feita, apresentava trechos importantes sobre diversos aspectos, o que permitiu

a criação e o desenvolvimento de escola de direito romano medieval.

Essas escolas são consideradas fundamentais para o desenvolvimento

do direito, pois além de serem juristas capacitados, capazes de ler, escrever e

redigir documentos com efeitos jurídicos, em meio a uma sociedade com

limitada escolaridade, interferem na sociedade medieval, sendo considerados

novos clérigos.

As principais escolas desenvolvidas nesse contexto são o objeto desse

trabalho de revisão.

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Page 5: Escolas Do Direito Romano Aw

A ESCOLA DOS GLOSADORES ou DE BOLONHA

Durante quase toda a Idade Média o Direito Romano permaneceu

desconhecido por grande parte da Europa Ocidental. Em 1090, Irnério, monge

professor de gramática e dialética em Bolonha, descobriu um manuscrito do

Digesto numa biblioteca de Pisa e passou a estudá-lo por partes.

O método empregado consistia em, depois de conhecer o texto de

qualquer das partes da legislação codificada de Justiniano, juntar a parte

estudada as explicações necessárias, quer em relação ao significado de uma

palavra, ou mesmo de uma frase, quer em relação do princípio científico

contido no texto. Para maior comodidade essas explicações eram escritas a

margem dos livros, ou nas entrelinhas dos textos estudados e, por isso,

chamavam-se de glosa marginales ou glosa interlineares.

Destacaram-se entre os glosadores, além do próprio Irnério, Búlgaro,

Hugo, Vacário, Azo e Acúrsio. Esse último escreveu a Magna Glosa, obra que

continha as principais glosas de seus antecessores. Essa geração, entretanto,

não aplicou-as aos casos reais, na vida prática, apenas queriam comprová-la

como instrumento de razão da verdade. Na obra “História do Direito” de Paulo

da Cunha, Joana Aguiar e Silva e António Soares explicitam a importância da

glosa e sua eficácia:

“Da mais simples à mais complexa, a glosa pode-se traduzir na

mera substituição de um termo mais obscuro por um mais

transparente, ou na explicitação singular, claro e eficaz, de um

termo ou de um conceito, até chegar a constituir verdadeiros

desenvolvimentos teóricos de mataria jurídica que iam muito

para além da formalidade da letra do texto. […] Desenganem-

se pois aqueles que veem nas glosas um instrumento de pura

exegese analítica e literal, superada apenas pela metodologia

das posteriores gerações de comentadores, que gozariam já da

faculdade de alcançar o respectivo espírito e sentido racionais.”

(CUNHA, Paulo Ferreira. AGUIAR E SILVA, Joana. SOARES,

António Lemos. “História do Direito - Do Direito Romano à

Constituição Europeia”. Outubro 2005. Página 168.).

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Page 6: Escolas Do Direito Romano Aw

.Esse método de estudo acabou se espalhando por toda a Europa, onde

se criaram idênticos estudos de jurisprudência, de forma que a Europa

medieval pode constatar que o Direito Romano, desconhecido e esquecido por

tantos anos, era um direito completo, muito mais racional e evoluído, que

poderia servir de modelo aos ordenamentos jurídicos ora vigentes.

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Page 7: Escolas Do Direito Romano Aw

ESCOLA DOS PÓS-GLOSADORES ou COMENTADORES

A passagem da escola dos glosadores à escola dos comentadores,

caracteriza-se como um momento em que se generaliza a carência de

preconceitos relativamente aos fundamentos romanos exercendo um papel

mais afundo na resolução dos fatos reais que preambulavam a sociedade.

Para seus seguidores, o Direito Romano deveria ser estudado através

de longos comentários comparativos entre o Direito Romano clássico, o direito

canônico e os direitos de cada região, de onde seriam retirados os princípios

gerais a serem aplicados na solução do problema real. Em sua obra “O Direito

Na História”, José Reinaldo retrata muito bem essa geração tão influente na

época:

“Os comentadores, a segunda escola, transformaram-se nos

grandes conselheiros dos príncipes, das comunas e dos

particulares, emitem opiniões e pareceres (consilia) e ajudam a

dar mais um passo na unificação, ou pelo menos, na

harmonização dos direitos locais espalhados pela Cristandade.

Eles conciliam os direitos locais entre si, pela via do direito

comum, o “Ius Commune", ou seja, o direito romano erudito,

acadêmico. Eles tornam possível tampem uma convivência da

tradição feudal com as novas tendências da vida européia: o

comércio e a monetarização da vida e das obrigações, uma

certa flexibilização nas transferências de terras e sucessões.”.

(LOPES, José Reinaldo de Lima. “O Direito Na História”.

Página 134).

Pertenceram a essa escola Jacques de Révigny (seu fundador), Pierre

Belleperche, Cino de Pistóia, Baldo de Ulbadis e Bártolo de Sassoferrato.

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Page 8: Escolas Do Direito Romano Aw

ESCOLA HUMANISTA

Também chamada de Escola da Culta Jurisprudencia, essa escola nasce

dentro do contexto do renascimento no início do século XVI, fundada pelo

italiano Andréa Alciato, teve como principais representantes Guilherme Budé,

Jacques Cujas, Antonie Favre, Gregor Meltzer e Gian Vincenzo Gravina.

Entendiam que o Direito Romano devia ser estudado mais profundamente em

suas origens, tal como era aplicado nos tempos da Roma antiga, sem

comparações com o direito moderno. Seus integrantes, através da busca da

reconstituição do Direito Romano clássico, desenvolveram um estudo do

Direito Romano puro e estabeleceram o sentido original e verdadeiro de grande

número de regras jurídicas romanas. ( ROLIM, Luiz Antonio. Instituições do

Direito Romano. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. P 116.)A Escola

Humanista caracterizava-se pela utilização do método histórico, sociológico e

linguístico, para interpretação dos textos romanos. Com esses métodos muitos

erros cometidos pelos Glosadores e Comentadores foram retificados. Os

Comentadores haviam adaptado o Direito Romano muitas vezes através de

interpolações. Os Humanistas rejeitaram as adaptações, reduzindo o Direito

Romano a relíquia. “Na verdade na idade moderna, o Direito nacional já se

achava bastante forte e desenvolvido, não mais necessitando como antes, do

Direito Romano, razão pela qual os Humanistas reduziram o estudo a relíquia.”

(FIUZA, César. Direito Civil Curso Completo. Belo Horizonte: Del Rey

2008.P.70).

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Page 9: Escolas Do Direito Romano Aw

ESCOLA NATURALISTA

Jusnaturalismo é a corrente de pensamento jurídico que prevaleceu na

Europa e na América Espanhola nos sec XVII e XVIII, e que revolucionou a

mentalidade jurídica até então prevalecente, na medida em que partia não mais

de textos consagrados (como, notadamente, do direito romano e dos seus

intérpretes), porém da convicção de que no homem e na natureza há princípios

que a razão é capaz de descobrir e com base nos quais, mercê de raciocínios

lógicos, pode-se deduzir o direito, até as suas menores particularidades.

Existiria um sistema de normas, outro que o das regras estatais, que o

homem deveria apreender intelectualmente e que seria superior ao direito

estatal e a ele anterior. Assim, o jusnaturalismo não parte da observação da

realidade, não observa os fatos, mas adota o raciocínio subjetivo como fonte de

supostas verdades. Ele encarna a metafísica jurídica, naquele sentido tão

próprio que lhe atribuiu Augusto Comte, o de uma filosofia, já não mais

teológica, e ainda não positiva, em que a imaginação prevalece sobre a

observação como critério de conhecimento.

Seu pressuposto cultural é o de que a natureza poderia ser entendida

mediante leis físicas, axiomas que descrevessem o funcionamento dos

fenômenos; analogamente, acreditavam os jusnaturalistas poder se

descobrirem leis jurídicas que descrevessem a mecânica do direito.

Em sua versão moderna, desliga-se de qualquer conotação teológica,

embora João Kelsen, na sua perspicaz crítica do direito natural, note-lhe tal

conotação, mais ou menos pronunciada, o que, aliás, corresponde à opinião de

Augusto Comte, de que a metafísica corresponde a uma simples alteração da

teologia.

Os seus representantes foram homens envolvidos nas lutas políticas e

religiosas do seu tempo, e não mais, como os juristas medievos, eruditos e

universitários. O primeiro jusnaturalista foi Hugo Grócio, que concebeu o direito

natural como aplicável à universalidade dos homens; Tomás Hobbes justificou

o poder total do Estado, enquanto João Locke fundamentou o direito de

propriedade e as liberdades individuais face aos poderes do Estado; Wolff 

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Page 10: Escolas Do Direito Romano Aw

formulou uma teoria dos deveres humanos e o método, ainda atual, de decisão

judiciais baseadas na invocação dos princípios gerais do direito.

Os autores jusnaturalistas concebiam a sociedade e o poder político

como derivados de um acordo primitivo firmado entre os homens,  cuja

celebração admitia-se hipoteticamente. Tendo vivido, de começo, em conflito

mútuo, ou não (conforme o autor), em dado momento deliberaram os homens

atribuir a um dentre eles, certa autoridade sobre todos, que assim,

renunciariam à parcela de liberdade que transferiam ao que passava a ser o

seu governante. A deliberação de conviverem chamou-se de pacto de

sociedade; a deliberação de conferirem poder a alguém, chamou-se de pacto

de sujeição; a ambos, chamou-se de contrato social, antes de cuja conclusão

teriam os homens vivido em liberdade absoluta, no gozo de certos direitos,

chamados de direitos naturais, imanentes aos homens, inerentes à sua

condição de criaturas humanas. De uma parte desta liberade teriam abdicado,

ao constituírem um governante.

Os direitos naturais corresponderiam, por exemplo, aos à vida, à

liberdade, à propriedade, cujo exercício, da parte de cada pessoa, chocando-se

com este mesmo exercício, da parte do seu semelhante, era regulado pelo

direito legislado. Tal doutrina influenciou as Declarações dos Direitos do

Homem e do Cidadão, promulgada no curso da Revolução Francesa, e a

declaração de independência dos Estados Unidos da América. Entendiam o

direito legislado como fruto da vontade humana, concretamente, da do

monarca ou da do povo, expressa esta pelos seus representantes, vontades

que deveriam acatar o direito natural.

 Contributos

 Dada a natureza subjetiva das formulações jusnaturalistas, elas permitiram

todas as posições políticas, ainda que incompatíveis entre si, a exemplo da

soberania do rei, da do povo, a liberdade do indivíduo e o despotismo do

Estado.

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Page 11: Escolas Do Direito Romano Aw

ESCOLA HISTÓRICA

A Escola Histórica entende o direito e a ciência jurídica como produtos

históricos, combatendo o jusnaturalismo na pretensão deste, de constituir uma

concepção da moral, da política e do direito a partir de postulados fornecidos

pela subjetividade, fora dos  antecedentes históricos em que eles formaram-se

em cada povo. A moral, a política e o direito são, para tal corrente, um produto

das circunstâncias que se vão sucedendo ao longo dos tempos e que, a cada

momento, resultam em um dado estado moral, político e jurídico, que teriam

sido outros se os seus antecedentes tivessem variado.

Em tal perspectiva, decai o conceito de um direito universal, imutável e

eterno, os direitos naturais, o contrato social, o estado de natureza, na medida

em que nada disto é capaz de confirmação, nem pela história, nem pela

observação da vida dos povos. O direito, a língua, o folclore, a literatura, em

suma, as criações culturais, seriam a expressão de forças irracionais e

espontâneas que atuam na sociedades e exprimiriam o espírito do povo.

Dos postulados mencionados, decorreram as seguintes conseqüências:

a) o antilegalismo e a anticodificação - a Escola Histórica opunha-se ao direito

legislado e aos códigos, então em franca ascenção, enquanto regras

formuladas pelas minorias governantes, em substituição à manifestação

espontânea e tradicional do povo, na regulação das relações entre as pessoas,

que ver-se-iam paralizadas na sua evolução, dada a necessidade da

observância de regras fixas; b) a valorização do costume e da doutrina - na

medida em que os costumes exprimem a vontade do povo e o modo

espontâneo como ele regula a sua vida, o costume representava a forma por

execelência do direito, e a doutrina, o veículo do seu entendimento racional.

Longe de um certo artificialismo intelectual, próprio do direito legislado, os

costumes encarnariam a legislação que  o espírito do povo adotaria, mesmo

que inconscientemente; c) valorização da história do direito: - buscava-se no

direito pretérito, não dados sobre regras já obsoletas, porém a compreensão de

como elas haviam condicionado a formulação das regras atuais. Buscava-se na

história um antecedente face a um conseqüente, o determinante face ao

determinado.

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Page 12: Escolas Do Direito Romano Aw

Uma vertente da Escola Histórica foi o pandectismo, segundo o qual as

instituições jurídicas, apresentando certos princípios orientadores, um certo

sentido, podia-se, a partir deles, expor-se todo o direito de forma sistemática,

deduzindo-se uns dos outros, em um processo lógico que garantiria a verdade

científica do sistema. Não se trata da dedução, praticada pelo jusnaturalismo,

de noções metafísicas, porém da dedução operada a partir da observação do

direito histórico. Em ambos os casos, o método lógico é o mesmo, o que varia,

é a base em que ele atua: no caso dos pandectistas, da observação da

realidade empírica extrair-se-iam certos princípios gerais como o de que a

representação exige um mandato, o de que um negócio nulo não gera

quaisquer consequências etc.

Limitando-se o papel do jurista a observar a realidade e a nela identifcar

racionalmente tais conceitos, deveriam abster-se de tomar posições éticas,

políticas, religiosas, para confinarem-se, exclusivamente, ao seu caráter

jurídico. Tal neutralidade levou a um individualismo e a um relativismo. Levou

ao individualismo por aceitar-se que a sociedade resulta de uma combinação

de atos individuais da vontade das pessoas livres, ideia, aliás, tomada ao

jusnaturalismo. Levou ao relativismo por conferir ao poder estatal a missão de

organizar-se politicamente de forma a assegurar a liberdade dos indivíduos,

adotando a forma de organização que, consoante o momento e o lugar, fosse

mais coerente com tal desiderato: não há um sistema de governo perfeito em

si, absolutamente, porém relativamente, ou seja, em relação com o meio

correspondente, o que, aliás, era uma ideia que Augusto Comte enunciara já

em 1822.

São estes os principais argumentos da pandectística:

1) A teoria da subsunção: a realização da justiça corresponde a um

silogismo, em que a premissa maior é a lei, a menor, o caso sub

judice e a conclusão, a sentença.

2) A plenitude lógica do ordenamento: o ordenamento seria aplicável

a todas as situações imagináveis, mesmo sobre as que não

previa expressamente, mediante deduções e combinações

conceituais efetuadas pelo juiz.

3) A interpretação conforme o contexto: o sentido de cada regra não

decorre das intenções fixas do seu legislador verdadeiro, porém

das de um  legislador fictício que continuadamente reinterpreta-

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Page 13: Escolas Do Direito Romano Aw

las-ia, face ao contexto das demais regras, para manter a

coerência de cada uma com as demais.

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CONCLUSÃO

Muito embora as escolas envolvidas nesse trabalho sejam bastante

diferentes das faculdades de direito de hoje em dia, o estudo do direito remonta

a séculos. O Direito Romano, como matriz ordenada e lógica é o ponto de

referência para toda uma sorte de estudos e principalmente de fundamentos

que estruturam o direito moderno.

Fundamental também é o vínculo do direito com as insatisfações

humanas. Percebe-se que é o direito a ferramenta utilizada para reparar danos

sociais antes de tudo e agente transformador das diversas sociedades.

A Igreja Católica, com seu papel de protagonista na história do direito,

pois fornecia o grosso da mão de obra necessária ao estudo e analise dos

documentos referentes ao Direito Romano.

Em plena idade média, o conhecimento era dominado por poucos, a

língua latina e a cultura grega faziam parte da formação dos padres. Esses

formam uma parte diferenciada da mão de obra de copiadores, ilustradores,

professores e estudiosos dos documentos romanos.

As quatro escolas comentadas nesse trabalho, intrinsecamente ligadas

entre si, relacionam-se de uma forma de evolução, a primeira escola, dos

Glosadores, buscava elucidar os textos de Justiniano a luz da razão, da lógica

formal. Substituindo essa escola aparece a escola dos Comentadores ou Pós

Glosadores a qual busca adaptar o Direito Romano à realidade e necessidades

da época. Como a maioria de seus componentes era de italianos ficou também

conhecida como “mos italicus”. Surge então a escola Humanista, cujo centro

de estudos mais importante ficava em Bourges na França, também conhecida

por “mos gallicus” caracteriza-se pela correção dos erros cometidos por

Glosadores e Pós Glosadores. Qualifica os textos como relíquia e fenômeno

histórico, próprio de seu tempo e lugar. Finalmente a escola Naturalista que

teve seus primórdios em Santo Tomás de Aquino, ainda na idade média o qual

baseou seus estudos na filosofia grega – Aristóteles, buscando o cruzamento

eus pensamentos com as ideias do cristianismo.

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Page 15: Escolas Do Direito Romano Aw

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ROLIM, Luiz Antonio. Instituições do Direito Romano. Editora Revista dos

Tribunais São Paulo 2000.

LOPES, José Reinaldo de Lima. O Direito na História. Editora Atlas S.A. 3ª

Edição, São Paulo 2011.

FIUZA, César. Direito Civil Curso Completo. Editora Del Rey, 11ª Edição, Belo

Horizonte 2008.

MASSAU, Guilherme Camargo. Artigo A Fé e o Direito, Educat Pelotas 2006.

https://arthurlacerda.wordpress.com/2007/04/21/justnaturalismo-e-escola-

historica/

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