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ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM GESTAO INTERNACIONAL EGÍDIO ZARDO JUNIOR EMPREENDEDORISMO EDUCACIONAL NO BRASIL: O caso de um programa de empreendedorismo educacional (EEP) em MBAs e sua influência sobre as atitudes e intenções empreendedoras. SÃO PAULO 2019

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ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING

PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM GESTAO INTERNACIONAL

EGÍDIO ZARDO JUNIOR

EMPREENDEDORISMO EDUCACIONAL NO BRASIL:

O caso de um programa de empreendedorismo educacional (EEP) em

MBAs e sua influência sobre as atitudes e intenções empreendedoras.

SÃO PAULO

2019

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Dissertação de mestrado em Administração de

Empresas com ênfase em Gestão Internacional pela

Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM.

Professor: Prof. Felipe Mendes Borini

EGÍDIO ZARDO JUNIOR

EMPREENDEDORISMO EDUCACIONAL NO BRASIL:

O caso de um programa de empreendedorismo educacional (EEP) em

MBAs e sua influência sobre as atitudes e intenções empreendedoras.

SÃO PAULO

2019

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RESUMO

Os estudos sobre o empreendedorismo educacional (EE) têm ganhado grande

espaço e relevância na última década. Um dos motivos da crescente importância do

tema se deve ao fato de que programas de empreendedorismo educacional -

conhecidos como EEPs ou Entrepreneurship Education Programs – ajudam a

desenvolver um ambiente propício à criação de novos negócios que surgem no meio

acadêmico: as startups. Mas será que os EEPs realmente influenciam a atitude e a

intenção dos alunos em criarem seu próprio negócio? Pesquisas anteriores realizadas

em outros países têm analisado esta relação tentando demonstrar a validade e

eficácia dos EEPs, a despeito de no Brasil quase inexistirem estudos empíricos sobre

o assunto. Tendo como base a teoria do comportamento planejado (TCP), o presente

estudo pretende verificar o impacto de um EEP nas atitudes empreendedoras e a

intenção dos alunos de criarem startups, analisando se este impacto persiste ao longo

do tempo e como este impacto é influenciado pela experiência prévia do aluno em

empreendedorismo e pelo tipo de curso frequentado. Para atender a este objetivo,

uma pesquisa quantitativa, baseada em dados primários, foi aplicada por meio de uma

survey em 418 alunos de 24 cursos de MBAs (Lato Sensu) de uma faculdade brasileira

(FIAP), formados entre 2014 e 2018, todos participantes de um EEP obrigatório e de

curta duração (Startup One). A análise dos resultados foi efetivada via modelagem por

equações estruturais, pelo método dos mínimos quadrados parciais. Entre as

conclusões, a análise dos resultados demonstrou que o EEP é eficaz no sentido que

está direta e positivamente associado a intenção empreendedora dos alunos. Além

disso a hipótese de que a experiência prévia do aluno em empreendedorismo modera

esta associação, foi sustentada, revelando que o impacto do EEP é maior em alunos

sem experiência empreendedora anterior. Porém, as hipóteses de que o EEP modera

positivamente a associação entre a atitude e a intenção empreendedora dos

participantes e de que o tipo de curso influenciaria esta associação, não foram

suportadas. Na seção de discussão, são apresentadas as descobertas do estudo para

a literatura sobre empreendedorismo e suas contribuições teóricas e gerenciais.

Palavras-chave: teoria do comportamento planejado, empreendedorismo,

empreendedorismo educacional, programa de empreendedorismo educacional,

startups, atitude empreendedora, intenção empreendedora, alunos-empreendedores.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 9

3. METODOLOGIA ................................................................................................ 25

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................... 29

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 57

6 APÊNDICES ...................................................................................................... 62

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1. INTRODUÇÃO

Pesquisadores do empreendedorismo educacional – EE (Peterman e Kennedy

2003; Hytti e Kuopusjärvi 2004; Moro, Poli e Bernardi 2004; Fayolle 2005; Souitaris,

Zerbinati e Al-Laham 2007; Oosterbeek, Van Praag e Ijsselstein 2010) têm estudado

há algum tempo a intenção de empreender em alunos participantes de programas de

empreendedorismo educacional (EEPs), com o objetivo de validar a eficácia de tais

cursos. Entre suas principais conclusões está o fato de que nem todos estudos são

unânimes em relação aos efeitos do EE sobre a intenção dos alunos em se tornarem

empreendedores. Esta conclusão abre espaço para a realização de outros estudos

que avaliem a eficácia de EEPs sob novas e específicas perspectivas.

Segundo Krueger e Carsrud (1993), a teoria do comportamento planejado (TCP)

de Ajzen (1991, 2002) - a qual defende que um determinado comportamento (ação)

de uma pessoa decorre da intenção de executá-lo e que esta intenção deriva de certos

antecedentes (por exemplo, suas atitudes) - poderia ser uma ferramenta

particularmente útil para pesquisadores que buscam analisar a intenção

empreendedora, entendendo como os EEPs afetam esta intenção de estudantes.

Conforme a TCP, as intenções são consideradas uma motivação para se engajar em

certos comportamentos e estas intenções podem ser influenciadas. De fato, esta

teoria é provavelmente um dos modelos relacionados à intenção de empreender mais

amplamente utilizados até hoje, sendo que diversos trabalhos de pesquisa utilizaram-

na para melhorar a compreensão sobre a disposição do estudante empreender e

impacto dos EEPs (Autio et al. 1997; Tkachev e Kolvereid 1999; Tounes, 2003; Audet,

2004a, 2004b; Fayolle e Gailly 2004; Linan 2004; Boissin e Emin 2006).

Artigos anteriores que utilizaram a TCP como base teórica afirmam que os EEPs

parecem influenciar as intenções e comportamentos empresariais (Kolvereid e Moen,

1997; Tkachev e Kolvereid, 1999; Fayolle, 2002; Lans, Gulikers e Batterink, 2010;

Peterman e Kennedy, 2003; Souitaris, Zerbinati e Al-Laham, 2007), sendo observadas

diferenças significativas quanto à intenção empreendedora entre os estudantes que

participaram dos EEPs e aqueles que não participaram. Isso nos faz supor que o

objetivo a curto prazo de um EEP é criar uma atitude positiva em relação ao

empreendedorismo e segundo Donckels (1991), no nível universitário, o papel

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principal do EEP é aumentar a conscientização do aluno e destacar o caminho

empreendedor como uma opção de carreira viável.

Apesar de diversos estudos terem sido realizados, entre eles alguns citados acima,

Fayolle e Gailly (2015) afirmam que ainda estamos muito longe de compreender

suficientemente a influência dos principais fatores que desempenham algum papel no

impacto dos EEPs. Estes autores sugerem que pesquisas futuras poderiam verificar

outras variáveis que possam ter algum efeito na intenção do aluno se tornar um

empreendedor (como é o caso de variáveis moderadoras relacionadas à experiência

prévia do aluno ao empreendedorismo e ao tipo de curso frequentado) e em relação

aos antecedentes da intenção de empreender (como é o caso da variável atitude

empreendedora).

Além de avaliar o efeito destas variáveis, Fayolle e Gailly (2015) também sugerem

que seria relevante para a área de conhecimento do empreendedorismo a realização

de pesquisas que avaliassem, através do tempo, a persistência da intenção

empreendedora e seus antecedentes em alunos submetidos a EEPs. Ao invés de

analisar um período curto (por exemplo, após seis meses do finalizado o EEP, como

o que foi realizado na pesquisa destes autores), eles sugerem que poderia ser uma

contribuição importante para a literatura avaliar a persistência de indicadores do EEP

após um ou dois anos.

Segundo os autores, caberia a futuras pesquisas o papel de investigar a influência

de EEP sobre a atitude empreendedora e a intenção de empreender em alunos

participantes, dentro destas perspectivas. Indo ao encontro desta recomendação e

levando-se em conta a necessidade de que novos estudos com este propósito devam

ser realizados, elaborou-se a pergunta de pesquisa deste estudo, apresentada a

seguir.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Este estudo pretende lançar sua luz sobre a seguinte questão: qual é a influência

do EEP sobre a associação entre a atitude empreendedora e a intenção de

empreender nos alunos participantes?

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Em face da pergunta de pesquisa exposta, o objetivo deste estudo é apresentar e

discutir os resultados de uma pesquisa empírica realizada pelo autor, verificando qual

o efeito que um EEP (obrigatório e de curta duração) tem sobre a associação entre as

atitudes empreendedoras e a intenção empreendedoras dos alunos participantes.

1.2.2 Objetivo específico

Como objetivo específico, este estudo pretende avaliar se o efeito do EEP sobre a

associação entre as atitudes e as intenções empreendedoras é moderada por: 1)

experiências empreendedoras anteriores do aluno; 2) tipo de curso frequentado pelo

aluno (se técnico ou de negócios).

Para atender a estes objetivos, uma pesquisa quantitativa (baseada em dados

primários e utilizando o instrumento de medição de intenção empreendedora

desenvolvido no estudo de Fayolle e Gailly (2015) foi aplicada por meio de uma survey

em 418 alunos de 24 cursos de MBAs (Lato Sensu), em uma faculdade brasileira

(FIAP). Os alunos pesquisados se formaram entre 2014 e 2018 e todos participaram

do mesmo EEP obrigatório e de curta duração (Startup One).

1.3 CONTRIBUIÇÕES E DIFERENCIAIS DO ESTUDO

A principal contribuição teórica deste estudo é, em primeiro lugar, validar se o

modelo teórico para medir a intenção empreendedora (neste caso, a teoria do

comportamento planejado – TCP), usualmente utilizado em outras pesquisas de

empreendedorismo educacional – EE (Kolvereid e Moen, 1997; Tkachev e Kolvereid,

1999; Fayolle, 2002; Lans, Gulikers e Batterink, 2010; Peterman e Kennedy, 2003;

Souitaris, Zerbinati e Al-Laham, 2007), serve para medir o efeito do EEP sobre a as

atitudes empreendedoras (antecedentes da intenção) e as intenções empreendedoras

de alunos participantes. Em segundo lugar, reconfirmar a validação do instrumento de

medição da atitude e intenção empreendedora elaborado Fayolle e Gailly (2015). Em

terceiro lugar, confirmar a importância de incluir na análise sobre o efeito do EEP (e

na sua relação entre as variáveis atitude e intenção empreendedoras) outros fatores

moderadores (como a exposição empreendedora e o tipo de curso), uma vez que tais

fatores poderiam impactar os resultados do modelo de medição da pesquisa (como

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sugerem Fayolle e Gailly, 2015). Por exemplo, analisar o efeito moderador que a

variável ‘Tipo de Curso’ teria o objetivo de entender se alunos com formação distinta

são influenciados de maneira diferenciada pelo EEP. Isso poderia determinar a

criação de programas de empreendedorismo otimizados, que levassem em conta a

formação do aluno em seu planejamento. Da mesma forma, a análise do efeito de

moderação da variável ‘Experiência Prévia Empreendedora’ teria como objetivo

avaliar se alunos com experiência anterior são afetados de forma diferente pelo EPP,

o que poderia apontar para a necessidade de criação de abordagens específicas nos

EEPs que considerassem tal experiência dos alunos.

Neste contexto, esta pesquisa leva em consideração o efeito moderador das

variáveis do tipo de curso frequentado e da exposição empreendedora prévia do

aluno, ambas questões que seguem a recomendação para pesquisas futuras de

autores como Fayolle e Gailly (2015) e que não foram abordadas em pesquisas

anteriores.

O objetivo deste estudo também difere de estudos anteriores realizados em outros

países ao apresentar e discutir os resultados de uma pesquisa survey executada no

contexto brasileiro.

Além disso, diferentemente de outras pesquisas que estudaram o impacto de

EEPs seis meses após os estudantes se formarem (Peterman e Kennedy, 2003;

Souitaris, Zerbinati e Al-Laham, 2007), este estudo analisou o efeito do EPP sobre as

atitudes e intenção empreendedora de alunos formados até 4 anos antes, atentando

para a persistência do impacto do EEP ao longo do tempo e seguindo a sugestão de

Zhao, Hills e Seibert (2005) sobre a necessidade de avaliar completamente a eficácia

de diferentes tipos de EEPs sob a perspectiva temporal.

Para a geração das hipóteses de pesquisa, este estudo utilizou como referência

um estudo anterior com objetivos semelhantes, executado por outros dois

pesquisadores (Fayolle e Gailly 2015) intitulado “O impacto da educação

empreendedora nas atitudes e intenções empreendedoras: histerese e persistência”.

Os autores deste estudo investigaram empiricamente o impacto de EEPs sobre as

atitudes e a intenção empreendedoras dos participantes. Também investigaram como

a influência dos EEPs se relacionava às experiências passadas dos alunos e como

ela persistia ao longo do tempo. Com base em estudos anteriores de pesquisadores

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e interessados em educação empreendedora, estes autores propuseram

operacionalizar o conceito de intenção empreendedora e seus antecedentes na

tentativa de abordar a influência dos EEPs, propondo um desenho de pesquisa

original, igualmente utilizado no presente estudo. Estes autores (1) mediram o estado

inicial e a persistência do impacto e não apenas os efeitos de curto prazo; (2)

escolheram um programa obrigatório evitando vieses de auto seleção; e (3)

escolheram um programa de curta duração, em vez de programas extensos que

combinam múltiplos componentes de ensino e cujos efeitos não podem ser

desvencilhados. O presente estudo de mestrado levou em consideração o desenho

de pesquisa do referido estudo, assim como seu instrumento de coleta de dados que

já fora validado pelos autores em sua pesquisa empírica.

Em resumo, este estudo segue a mesma linha de pesquisa do estudo de referência

e testa o efeito dos EEPs nas atitudes empreendedoras e intenção dos estudantes

universitários, a fim de confirmar, ou não, a sabedoria convencional de que a

educação empreendedora aumenta a intenção dos alunos em iniciar um negócio

próprio.

Finalmente, do ponto de vista gerencial, este estudo fornece novas perspectivas e

orientações para gestores de curso de empreendedorismo sobre a elaboração,

desenho e orientação de EEPs mais adequados à audiência, em um momento de forte

demanda de alunos e instituições de ensino superior por tais programas. Também é

prático ao orientar os alunos de cursos superiores sobre critérios de escolha de EEPs

mais adequados a si e que levem em conta seu perfil.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O referencial teórico deste estudo discorre sobre o contexto amplo do

empreendedorismo e mais especificamente sobre o empreendedorismo educacional

(EE), sobre os programas de empreendedorismo educacional (EEPs) e sobre a teoria

do comportamento planejado (TPC). Também são abordados aspectos teóricos da

influência de variáveis moderadoras (como “tipo de curso de MBA” e “experiência

prévia em empreendedorismo”) e da variável resultante “intenções empreendedoras”.

Estes elementos são abordados a seguir do ponto de vista da literatura disponível.

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2.1 O CONTEXTO DO EMPREENDEDORISMO

O empreendedorismo é reconhecido há muito tempo como um fator primordial de

desenvolvimento e crescimento econômico (por exemplo, Birch, 1987; Kuratko, 2006).

Diversos autores descrevem o papel do empreendedorismo na economia de um país,

promovendo o crescimento econômico, a criação de riqueza e a geração de emprego

(Ahmed, 2013, Ahmed & Xavier, 2012, Audretsch, Grilo, & Thurik, 2011), assim como

a inovação e a concorrência (Guasch, Kuznetsov, & Sanchez, 2002; Holmgren &

From, 2005). Isso se deve ao fato de os empreendedores e a criação de

empreendimentos gerarem formas alternativas de emprego e renda à população de

um país, além da forma de emprego tradicional oferecido por empresas. A partir dos

anos 70 e 80, quando novos postos de trabalho foram gerados em pequenas e médias

empresas, o papel do empreendedor passou a ocupar o centro das discussões sobre

o desenvolvimento econômico dos países. Portanto, programas que incentivem o

empreendedorismo são, em última análise, importantes incentivadores do

desenvolvimento econômico da sociedade.

Sobre a origem da expressão, Peter Druker (1986) a teria cunhado o termo em

inglês “entrepreneurship”, ou empreendedorismo, para denominar um novo arranjo

dos agentes econômicos que reformulara o papel exercido pelos tradicionais atores

envolvidos na relação de trabalho das empresas (Rose Mary Almeida Lopes, 2000).

Por sua vez, Schumpeter (1988) define empreendedorismo como um processo de

‘‘destruição criativa’’, através da qual produtos ou métodos de produção existentes

são destruídos e substituídos por novos. Mueller e Thomas (2001) apontam, a relação

entre empreendedorismo e a formação de novos empreendimentos é uma perspectiva

bastante abordada na literatura, sugerindo que “muitas definições de empreendedores

incluem alguma referência à criação de novos empreendimentos”. Exemplos destas

abordagens podem ser vistas em Vesper (1983), que define o empreendedorismo

como “a criação de novos negócios independentes” e em Learned (1992), que diz que

“o termo empreendedor se refere a indivíduo ou indivíduos que podem tentar ou que

estão tentando fundar um negócio''.

Neste estudo, consideramos alguns dos componentes comuns nestas definições

de empreendedor e empreendedorismo: empreendedor é aquela pessoa que tem

iniciativa para criar um novo negócio, utilizando os recursos disponíveis de forma

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criativa, transformando o ambiente social e econômico onde vive e aceitando assumir

os riscos e a possibilidade de fracassar.

Estas definições ajudam a esclarecer o importante papel do empreendedorismo,

porém o tema é abordado na literatura com inúmeras definições, conceitos e áreas de

abrangência, sendo uma delas relacionadas à formação de empreendedores, ou o

chamado empreendedorismo educacional.

2.2 O EMPREENDEDORISMO EDUCACIONAL (EE)

O conceito de empreendedorismo educacional (EE) aplicado neste estudo refere-

se como sendo o ato intencional de ensinar aos alunos os processos pertinentes ao

empreendedorismo, por meio do emprego de metodologias ativas, práticas,

inovadoras e transformadoras em sala de aula.

Desde o marco inicial dos estudos do empreendedorismo educacional (EE) há

mais de 70 anos, quando o primeiro curso da Universidade de Harvard foi criado em

1947 (Katz, 2003), esta área de estudo se desenvolveu muito é hoje é um campo que

continua a experimentar níveis sem precedentes de atenção acadêmica e profissional.

Como o reconhecimento do valor do empreendedorismo floresceu em todo o mundo,

ele continuou a ganhar legitimidade como um campo acadêmico estabelecido, e o

empreendedorismo educacional (EE) ganhou estatura globalmente em termos de

qualidade e quantidade de programas de empreendedorismo educacional (EEPs) e

de currículos (Kuratko & Morris, 2018b; Morris & Liguori, 2016; Jones, Penaluna, &

Pittaway, 2014; Vanevenhoven, 2013; Kuratko, 2005). Além disso, houve um aumento

significativo no número de EEPs relacionados ao empreendedorismo oferecidos por

diversos departamentos, faculdades e universidades (Finkle, Kuratko, & Goldsby,

2006; Winkel, 2013). Somente para se ter uma ideia, atualmente os EEPs são

ministrados em mais de 3.000 instituições em todo o mundo (Morris & Liguori, 2016).

Dada a importância do empreendedorismo para a prosperidade econômica, a

demanda impulsionou um rápido crescimento do EE, mas isso teve um custo: o

número de artigos publicados cresceu tão rápido que a própria compreensão do que

ensinar, como ensinar e como a aprendizagem empreendedora ocorre, foi

ultrapassada (Morris & Liguori, 2016). Embora isso afete o EE, na última década deu-

se início a uma onda de estudos sobre EEPs, com cada novo artigo contribuindo de

forma incremental para nossa compreensão de como os programas podem impactar

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o aprendizado e o desenvolvimento empreendedor de nossos alunos. Apesar disso,

ainda se está buscando definir o que o EE realmente é e qual é o seu propósito. Por

exemplo, será que o EE deveria enfatizar o desenvolvimento de uma mentalidade

empreendedora ou se concentrar na criação de empreendimentos em nossas

abordagens educacionais?

O EE focalizou seus estudos em diferentes resultados educacionais almejados, de

forma tão ampla quanto as abordagens realizadas em relação ao empreendedorismo.

Uma linha de pesquisa do EE enfatiza a criação de novas organizações da mesma

forma restrita que estudos relacionados ao empreendedorismo (Gartner, 1988).

Porém, existe um debate acadêmico sobre o papel do EE e sua relação com a criação

de empreendimentos (Fayolle, 2006). A literatura de EE não só tem enfatizardo a

criação de novas empreendimentos, mas também as atitudes e comportamentos que

são valiosos em vários contextos (Gibb, 2002). Em particular, os cursos obrigatórios

de empreendedorismo nas universidades podem não exigir que os alunos iniciem um

negócio, mas seu objetivo é aumentar a conscientização sobre empreendedorismo

(von Graevenitz, Harhoff, & Weber, 2010) ou fornecer o conhecimento necessário e

habilidades necessárias para empreendedorismo (Oosterbeek, van Praag &

Ijsselstein, 2010).

Observando especificamente o contexto nacional, a pesquisa GUESSS (sigla em

Inglês para Global University Entrepreneurial Spirit Students’ Survey) realizada no

Brasil em 2014 fez parte de um levantamento mundial respondido por mais de 220 mil

alunos sobre o EE. Na edição nacional da pesquisa participaram cerca de 25 mil

estudantes brasileiros de 37 instituições de Ensino Superior (IES). O estudo traçou o

histórico do empreendedorismo educacional (EE) nas IES brasileiras e demonstrou

que desde 1981 - quando houve a oferta da primeira disciplina na área - até 2014, a

demanda e a oferta de treinamentos de empreendedorismo cresceram nas

universidades do país. Os resultados desta pesquisa demonstraram que os

estudantes brasileiros apresentam maiores níveis de intenção empreendedora e são

significativamente mais motivados a cursar cursos e atividades de empreendedorismo

do que os estudantes da amostra internacional. Aproximadamente 50% dos

estudantes brasileiros são empreendedores em potencial e uma das oportunidades

identificadas é aproveitar as atitudes positivas dos alunos e sua alta demanda por

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EEPs, desenvolvendo abordagens na EE mais práticas e desenvolver ofertas

educacionais empreendedoras maiores e mais diversificadas.

Estudos anteriores sobre os fatores que influenciam as pessoas a escolherem uma

carreira empreendedora centram-se em variáveis demográficas, pessoais e no

contexto em que essas pessoas vivem. No entanto, os fatores oferecem apenas uma

explicação pobre, já que estão longe do comportamento que devem explicar (Rauch

e Frese, 2000). Alguns estudos também indicam que as características pessoais e

situacionais não são suficientes para prever o comportamento empreendedor. Isso

reafirma a importância de entender as intenções empreendedoras (Krueger, Reilly e

Carsrud, 2000). Um dos modelos mais importantes usados na pesquisa acadêmica

sobre intenção empreendedora e sobre seus antecedentes (como é o caso da atitude

empreendedora) é a teoria do comportamento planejado (TPB) (Ajzen, 1991, 2002).

Esta teoria foi base para o desenvolvimento deste estudo e seus fundamentos são

detalhados a seguir.

2.3 A TEORIA DO COMPORTAMENTO PLANEJADO (TCP)

Esta teoria busca entender e prever o comportamento humano de forma geral, a

partir de um conjunto reduzido de variáveis antecedentes. Ela está fundamentada no

fato de que toda ação do homem depende de uma dose de planejamento, mesmo que

mínima, e a intenção em executar tal atitude precede a ação. Assim, a intenção seria

um preditor de ação (Fishbein e Ajzen, 1975).

Na TCP, a intenção é a representação cognitiva da vontade explícita de uma

pessoa de adotar um determinado comportamento, e é considerada como um

antecedente imediato do comportamento. A TCP possibilita o estudo e a compreensão

das intenções que levam a um comportamento, bem como o exame dos antecedentes

da intenção.

Os constructos desta teoria são descritos pelos autores como:

a) Comportamento (ou ação): transferência de uma intenção ou de um

comportamento percebido em ação;

b) Intenção de comportamento: indicação de quanto esforço deve ser utilizado

ordenadamente para realizar um comportamento, sendo influenciado por três

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componentes antecedentes: a atitude, a norma subjetiva e o controle comportamental

percebido;

c) Atitude: é um dos antecedentes da intenção e consiste na avaliação favorável

ou desfavorável do comportamento em questão;

d) Norma subjetiva: é o segundo antecedente da intenção e influência que as

pressões sociais são percebidas pelo indivíduo para adotar ou não um determinado

comportamento. É levada em conta pelo indivíduo e o motiva a assumir ou não

determinado comportamento;

e) Controle comportamental percebido: é o terceiro antecedente da intenção e

crença individual sobre o quanto é fácil ou difícil de ser executado.

No contexto do EE, esta teoria admite que o comportamento de um empreendedor

(ação de criar uma empresa) decorre de intenções empreendedoras e que estas

derivam de alguns antecedentes da intenção de empreender. Os antecedentes da

intenção empreendedora são:

• Atitudes empreendedoras: as atitudes referem-se à avaliação da ideia

empreendedora, favorável ou não, feita pelo ator em questão.

• Normas subjetivas: as normas subjetivas referem-se à percepção da pressão

social, favorável ou não, de pessoas importantes para o ator em questão sobre se ele

ou ela pode ou não realizar um comportamento referente à sua ideia empreendedora.

• Controle comportamental percebido: o controle comportamental percebido diz

respeito à percepção da dificuldade ou facilidade de desenvolver um comportamento,

levando em conta experiências, deficiências e obstáculos do passado. Assim,

relaciona-se com o sentimento de capacidade empreendedora e também com o grau

de controle percebido da pessoa sobre seu comportamento para atuar de forma

empreendedora.

Para Ajzen (1991), a intenção é mais forte, desde que a atitude, as normas

subjetivas e o controle comportamental percebido sejam favoráveis, tornando o ator

mais inclinado a realizar o comportamento em questão. No entanto, o autor acrescenta

que a realização efetiva da intenção depende não apenas da motivação pessoal, mas

também de fatores não motivacionais, como recursos, oportunidades e dinheiro. Os

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fatores motivacionais e não-motivacionais desempenham um papel importante no

controle que o ator exerce sobre seu comportamento.

A utilidade desta teoria tem sido justificada na área de EE por suas contribuições

em muitos estudos empíricos sobre empreendedorismo no ensino superior (Fayolle,

Gailly, 2015; Liñán e Chen 2009; Miller et al. 2009; Souitaris, Zerbinati e Al-Laham

2007; Fayolle, Gailly e Lassas-Clerc, 2006). Consequentemente, as variáveis

dependentes no modelo teórico deste estudo são as variações na intenção de

empreender e de seus antecedentes, conforme definido pela TCP de Ajzen (1991,

2002), ou seja, atitudes (em relação a determinado comportamento empreendedor),

Normas subjetivas e Controle comportamental percebido.

A TCP é particularmente útil para explicar o comportamento empreendedor,

porque aborda processos que podem ser influenciados por meio de um EEP (Katz &

Gartner, 1988; Liñán et al., 2011). Por exemplo, o principal determinante das intenções

empreendedoras de uma pessoa é a convicção de que abrir um negócio próprio é

uma alternativa de carreira adequada (Davidsson, 1995). Isso significa que um

objetivo de curto prazo para o EE é criar uma atitude positiva em relação ao

empreendedorismo. Além disso, a crença de que se tornar um empreendedor é uma

possibilidade realista e um indicador-chave das intenções das pessoas. Como tal, as

intenções são consideradas uma motivação para se engajar em certos

comportamentos e as intenções poderiam ser influenciados pelo EE.

A aplicação da TCP no contexto do empreendedorismo educacional (EE) pode ser

resumida esquematicamente na figura 1.

Figura 1: TPC no contexto do empreendedorismo educacional (EE). Fonte: Adaptado pelo autor de Ajzen (2002) e de Fishbein e Ajzen (1975).

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Aplicando esta teoria, diversos autores pesquisaram o tema dentro do contexto do

EE (Fayolle 2005; Hytti e Kuopusjärvi 2004; Moro, Poli e Bernardi 2004; Oosterbeek,

Van Praag e Ijsselstein 2010; Peterman e Kennedy 2003; Souitaris, Zerbinati e Al-

Laham 2007), buscando entender como se dá a relação entre duas variáveis

presentes no modelo: o antecedente da intenção empreendedora “atitude

empreendedora” (variável dependente) e a própria “intenção empreendedora” do

aluno em desenvolver um negócio próprio (variável independente). É importante

salientar que embora estes estudos tenham confirmado a utilidade do modelo da TCP

como um preditor do futuro comportamento empreendedor, a intenção

empreendedora em si não garante que o empreendedor potencial se torne

efetivamente um empreendedor.

A disponibilidade de múltiplos trabalhos teóricos e empíricos baseados na teoria

do comportamento planejado (TCP) aplicados ao EE motivou esta escolha de

estrutura para este estudo.

2.4 MODELO CONCEITUAL e HIPÓTESES DE PESQUISA

Com base na revisão de literatura apresentada anteriormente, são propostas cinco

hipóteses de pesquisa, sendo detalhado o arcabouço teórico que elaboramos para

testar estas hipóteses.

Antes de serem apresentadas as hipóteses, segue a seguir a organização do

modelo conceitual que esclarece as inter-relações propostas entre as variáveis, como

mostrado na figura 2.

2.4.1 Modelo conceitual

O modelo conceitual proposto no estudo de referência (Fayolle e Gailly, 2015),

assim como seus resultados, foram analisados para verificar a possibilidade de sua

aplicação em um cenário distinto ao originalmente aplicado (EEP aplicado no Brasil,

ao invés de em uma universidade francesa como na pesquisa de referência).

Nesta análise, decidiu-se não utilizar duas variáveis antecedentes da intenção

empreendedora e presentes no instrumento original (“normas subjetivas” e “controle

comportamental percebido”), uma vez que os resultados da pesquisa relevaram que

somente a variável atitude empreendedora tinha algum impacto sobre a intenção

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empreendedora nos resultados daquela pesquisa. Além disso, estudos de Kraus

(1995) sugeriu que as atitudes empreendedoras poderiam ter uma forte influência

direta (assim como feito indireto através das intenções) no comportamento. Após

realizada esta análise e adaptação ao modelo conceitual da pesquisa original,

realizou-se a tradução do instrumento de coleta de dados do inglês para o português.

O modelo principal desta pesquisa demonstrado a seguir compreende três

constructos: Atitudes Empreendedoras, Intenções Empreendedoras e Efeito do EEP

(Figura 2). O constructo ‘Atitudes Empreendedoras’ é um constructo de segunda

ordem e contempla sete constructos de primeira ordem: segurança no emprego, carga

de trabalho, implicação no meio social, perspectivas profissional e financeira,

necessidade de desafios, autonomia e necessidade de projetos criativos. Os

constructos Efeito do EEP e Intenções Empreendedoras são constructos de primeira

ordem, portanto possuem indicadores que os mensuram diretamente.

Figura 2. Modelo principal proposto. Fonte: Dados da pesquisa.

Na figura 2 também é apresentado o constructo Moderação EEP, que consiste em

um constructo obtido a partir da interação entre os constructos Atitudes

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Empreendedoras e Efeito EEP. Nessa figura, portanto, são apresentados todos os

constructos do modelo conceitual e os seus respectivos indicadores de mensuração

(retângulos), além das relações entre os constructos (flechas), que representam as

hipóteses do estudo.

As variáveis dependentes do estudo são as intenções empreendedoras e as

atitudes empreendedoras (antecedentes da intenção), conforme definido pela teoria

de comportamento planejado de Ajzen (1991, 2002). Estas variáveis serão medidas

por meio de um questionário que utilizará escalas validadas em pesquisas anteriores

(Kolvereid, 1996a, 1996b e Fayolle e Gailly, 2015).

2.4.2 Descrição das hipóteses

Para a elaboração das hipóteses deste estudo tomamos partido dos autores que

afirmam que os EEPs, que formalmente inclui fatores do EE, se relacionam

positivamente com a intenção empreendedora.

2.5 A INTENÇÃO EMPREENDEDORA

Numerosos pesquisadores enfatizaram o crescente interesse dos estudantes em

empreendedorismo como escolha de carreira (Brenner, Pringle e Greenhaus, 1991;

Fleming, 1994; Hart e Harrison, 1992; Kolvereid, 1996a; Zellweger, Sieger e Halter,

2010), em contraste ao apelo de seguirem uma carreira tradicional como funcionários.

O aumento da intenção empreendedora é influenciado por uma série de fatores

pessoais e ambientais (Lee et al. 2011), entre os quais podemos distinguir os fatores

ligados à educação e formação em empreendedorismo, e aqueles ligados a

experiência ou exposição anterior do aluno ao empreendedorismo, bem como

características demográficas. Foi observado também que a atitude do aluno e o

conhecimento do empreendedorismo tendem a moldar sua inclinação para iniciar seus

próprios negócios no futuro (Smith & Beasley, 2011).

Mas que papel o EE pode desempenhar em comparação com outros fatores

influenciadores (pessoais ou ambientais) que afetam o comportamento empreendedor

(Lüthje e Franke, 2003)? Os fatores que influenciam a intenção ou o comportamento

empreendedor (Begley et al. 1997; Matthews e Moser 1995; Scott e Twomey 1988)

também influenciam a predisposição dos participantes para esses programas ou a

persistência de seus efeitos potenciais?

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Estudos anteriores sobre os fatores que influenciam as pessoas em suas

preferências ou escolhas de carreira empreendedora centram-se em variáveis

demográficas e pessoais e no contexto em que essas pessoas vivem. No entanto, os

fatores oferecem apenas uma explicação rasa, já que estão longe do comportamento

que devem explicar (Rauch e Frese, 2000). Os estudos também indicam que as

características pessoais e situacionais não são suficientes para prever o

comportamento empreendedor. Isso reafirma a importância de entender as intenções

empreendedoras (Krueger, Reilly e Carsrud, 2000).

A intenção empreendedora pode ser vista como o primeiro passo em um processo

longo e evolutivo que pode levar ao comportamento empreendedor (Kolvereid,

1996b). Segundo estudos, os EEPs parecem influenciar as intenções e os

comportamentos empreendedores (Fayolle 2002; Kolvereid e Moen 1997; Lans,

Gulikers e Batterink 2010; Peterman e Kennedy 2003; Souitaris, Zerbinati e Al-Laham

2007; Tkachev e Kolvereid 1999).

2.5.1 Persistência do impacto do EEP ao longo do tempo

As atitudes e intenções em relação ao empreendedorismo podem variar ao longo

do tempo (Bird, 1992; Bruyat, 1993; Shook, Priem e Mcgee, 2003). Alguns autores

afirmam que a evidência da persistência da intenção ainda não foi demonstrada

(Audet, 2004b; Moreau e Raveleau, 2006). Além disso, existem poucos estudos que

explicitamente levam em conta a variável tempo no campo da intenção

empreendedora (Shook, Priem e Mcgee 2003). O presente estudo pretende medir as

variações nas atitudes e intenção dos alunos, não apenas imediatamente depois, mas

também entre seis meses a quatro anos após a conclusão do curso. Acredita-se que

os efeitos de um EEP podem se desgastar com o tempo, mas seu impacto pode

permanecer relativamente forte, apesar de passado longo período.

Sobre este assunto, Fayolle e Gailly (2015) justificam a necessidade de serem

realizadas novas pesquisas que avaliem o impacto da EEP ao longo do tempo. Os

autores afirmam que “um caminho de pesquisa muito relevante e importante a ser

realizado poderia ser o de avaliar, através do tempo, a persistência da intenção

empreendedora e seus antecedentes após um EEP. Em nosso estudo, tivemos uma

medida após seis meses, mas avaliar a persistência de indicadores empreendedores

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após um ou mais anos, poderia ser claramente uma importante contribuição para a

literatura”.

A realização desta pesquisa se justifica ainda mais porque quase inexistem

pesquisas empíricas no Brasil sobre o tema e, além disso, pesquisas anteriores

realizadas em outros países demonstraram resultados ambíguos e revelam que os

EEPs nem sempre tem efeito positivo sobre as intenções de empreender dos alunos

(Coduras et al., 2010; Kwon e Arenius, 2010; Autio e Levie, 2008).

Entre as várias abordagens estudadas para analisar as competências do

empreendedor, este estudo adotou a abordagem dos resultados. Esta abordagem

destaca a importância não apenas das habilidades e conhecimentos requeridos para

o sucesso empreendedor, mas também na necessidade de desenvolver atitudes

apropriadas para esse objetivo (Gorman et al. 1997). Quando analisamos a atitude

empreendedora do aluno, detectamos traços de personalidade específicos e sua

relação com a intenção dele se tornar autônomo. Entre os traços de personalidade

relacionada à atitude empreendedora encontramos alguns traços específicos, mais

ligados ao fenômeno empreendedor como a auto eficácia, a proatividade e a

inclinação para assumir riscos. Há certas evidências de uma relação positiva entre

essas dimensões da atitude do empreendedor (variável dependente) e a intenção do

trabalho autônomo (variável independente), com base da definição da TCP de Ajzen

(1991, 2002).

Dados os fatores citados, foi definida a primeira hipótese do estudo como:

Hipótese 1: Atitude empreendedora está positivamente associada com a

intenção empreendedora.

2.5.2 A polarização quanto ao papel do empreendedorismo educacional (EE)

Seguindo esta vertente uma ampla variedade de artigos relacionados ao papel do

EE avalia o impacto da educação para comportamentos empreendedores (Dickson,

Solomon, & Weaver, 2008; Gartner e Vesper, 1994; Henry, Hill, & Leitch, 2005;

Weaver, Dickson, & Solomon, 2006). Além disso, Kuratko (2005) sugeriu que as

características de buscar oportunidades, correr riscos além da segurança e ter a

tenacidade de levar uma idéia à realidade são perspectivas empreendedoras que

podem ser estimuladas pela educação. Esta literatura é substancial e bastante

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polarizada (Aronsson, 2004; Fiet, 2000; Weaver et al., 2006). Enquanto alguns

pesquisadores afirmam que a educação diminui o desejo empreendedor do indivíduo

(por exemplo, Krueger & Carsrud, 1993), há outros que dizem que a inclinação

empreendedora das pessoas realmente aumenta com a educação (por exemplo,

Clercq & Arenius, 2006; Crant, 1996).

Apesar desta polarização, um grande número de estudos demonstrou que o EE

possui uma relação positiva com percepções como as atitudes e intenções

empreendedoras (Kolvereid & Moen, 1997; Liñán, Rodríguez-Cohard, & Rueda-

Cantuche, 2011; Tkachev & Kolvereid, 1999). Estes estudos são importantes, pois

analisam como tais percepções (atitudes e intenções) se relacionam e precedem as

atividades empreendedoras, como iniciar um novo empreendimento

(comportamento).

O grupo de pesquisadores que defendem o EE como positivo argumenta que a

educação pode melhorar a criatividade, flexibilidade, auto direção e capacidade de

resposta de um indivíduo a situações amplamente variáveis e, assim, contribuir para

comportamentos inovadores (Llewellyn & Wilson, 2003; Rauch & Frese, 2000; Shook,

Priem, & McGee, 2003). Ligando a educação à intenção de iniciar um negócio, alguns

autores (Sexton e Bowman-Upton, 1984 e Hornaday e Vesper,1981) descobriram que

os estudantes de administração que frequentavam EEPs são mais propensos a

trabalhar por conta própria anos depois, do que seus pares que não fizeram estes

cursos. Da mesma forma, uma meta-análise da literatura sobre EE realizada por

Dickson, Solomon e Weaver (2008) mostrou que existe uma correlação positiva entre

os EEPs e as intenções dos estudantes de formar um empreendimento comercial em

algum momento.

Do lado negativo, alguns pesquisadores argumentam que a educação formal pode

levar a uma redução na curiosidade, visão e um aumento na aversão ao risco (Fallows,

1985; Shapero, 1980). Ronstadt (1984) afirma que os EEPs levam à conformidade,

diminui a tolerância por causa da ambiguidade e, portanto, dificulta as habilidades e

intenções do pensamento criativo dos estudantes para iniciar um novo negócio. Kirby

(2005) argumenta que as universidades e escolas de negócios, em particular, devem

revisar seus currículos e métodos de ensino e aprendizagem para estimular o

pensamento crítico e inovador.

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Essa divergência entre as conclusões encontradas nos estudos sobre o tema

enfatiza apenas a necessidade de novas pesquisas e a análise de outras variáveis e

fatores moderadores que influenciam a intenção empreendedora dos estudantes.

2.5.3 A oferta de programas de empreendedorismo educacional (EEPs)

As universidades começaram a desenvolver EEPs usando métodos

interdisciplinares (Katz, Roberts, Strom e Freilich, 2014; Morris, Kuratko e Pryor, 2014;

Winkler et al., 2015) e diversos métodos pedagógicos foram propostos. Por exemplo,

Neck e Greene (2011) sugeriram um portfólio de pedagogia baseada na prática ao

ensinar empreendedorismo que pode ajudar os alunos a "entender, desenvolver e

praticar as habilidades e técnicas necessárias para o empreendedorismo produtivo".

Além disso, um número crescente de departamentos não comerciais está oferecendo

cursos e tópicos relacionados ao empreendedorismo para seus alunos (Shinnar,

Pruett, & Toney, 2009). Estudos anteriores sugeriram que esses vários tipos de

educação podem servir para facilitar os resultados empresariais (por exemplo, Bae,

Qian, Miao, & Fiet, 2014; Kuratko, 2005; Neck & Greene, 2011).

Em escolas de cursos negócios e técnicos, entre outros, os EEPs receberam

grande atenção como área crítica de estudo (Katz, 2003; Kuratko, 2005; Morris,

Kuratko e Cornwall, 2013; Solomon, Duoy, & Tarabishy, 2002). Uma tendência

emergente na maioria das universidades é projetar currículos únicos e desafiadores,

especialmente projetados para o empreendedorismo (Kuratko & Morris, 2018b, p. 13).

Estendendo a suposição de que o empreendedorismo e empresariais habilidades

podem ser ensinadas e aprendidas (Drucker,1985; Gorman, Hanlon, e King, 1997;

Kuratko, 2005, 2006; Winkel, 2013), a educação abraçando temas com foco no

empreendedorismo tem sido teorizado como um determinante de comportamentos

empreendedores, habilidades e mentalidade entre os estudantes (Kuratko & Morris,

2018b; Neck & Corbett, 2018).

Contemplando a influência dos investimentos em EEPs em resultados importantes,

como conhecimento, habilidades e atitudes (Marvel, Davis, & Sproul, 2016),

sugerimos que as capacidades empreendedoras dos estudantes serão aprimoradas

por meio da educação universitária. Portanto, o aumento das capacidades

empreendedoras do aluno resultantes dos EEPs, ocorrem à medida que ele é mais

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exposto aos cursos e conteúdos relacionados a empreendedorismo, durante o ensino

universitário (Hahn, Minola, Van Gils e Huybrechts, 2017).

O autor deste estudo também é favorável àqueles autores que afirmam que EEPs,

estão positivamente associados a intenção empreendedora. Assim, a inclusão do EEP

poderia facilitaria o aluno a desenvolver sua intenção em criar o seu próprio negócio.

Por sua vez, os modelos de escolha do status de emprego que enfocam a intenção

empreendedora tornaram-se um tema de interesse na pesquisa sobre

empreendedorismo (Krueger e Carsrud, 1993). Nestes modelos, as intenções são

determinadas por atitudes e as atitudes são afetadas por "influências exógenas", tais

como características, competências e variáveis situacionais (Krueger, 2003). Tal

estudo considera os programas de empreendedorismo educacional como uma

"influência exógena" e examina seu impacto sobre as atitudes e a intenção

empreendedora. Os benefícios do treinamento empresarial têm sido preconizados por

pesquisadores e educadores; no entanto, o impacto que esses programas de ensino

têm sobre as atitudes empreendedoras e a intenção de ser autônomos tem sido

estudado em um grau muito menor (por exemplo, Gorman et al. 1997; Krueger e

Brazeal, 1994; Peterman e Kennedy, 2003). Por conta das afirmações destes autores,

também será investigado neste estudo se EEP modera positivamente a relação entre

as atitudes e intenções empreendedoras.

Em resumo, a inclusão do EEP influenciaria (positivamente) de forma direta e

indireta a intenção do indivíduo em desenvolver o seu próprio negócio, a partir do

desenvolvimento de atitudes empreendedoras. Dados os fatores acima, foram

definidas a segunda e terceira hipóteses como:

Hipótese 2: O programa de empreendedorismo acadêmico (EEP) está

positivamente associado com a intenção empreendedora.

Hipótese 3: O programa de empreendedorismo acadêmico (EEP) modera

positivamente a associação entre atitude empreendedora e intenção

empreendedora.

Muitas outras hipóteses também foram testadas na literatura como preditores de

intenções de trabalho autônomo. A maioria dos modelos argumenta que tanto as

variáveis individuais quanto as variáveis situacionais são importantes para determinar

as intenções do comportamento empreendedor (Bird, 1988; Lee e Wong, 2004; Rauch

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e Frese, 2000). A história pessoal como experiência vivenciada, características

pessoais como valores, atitudes, motivações, traços de personalidade, gênero, etc.,

predispõem os indivíduos a formarem intenções empreendedoras (Collins et al. 2004;

Rauch e Frese 2005; Stewart e Roth 2004). Fatores do ambiente, como política e

econômia, bem como o contexto social no sentido de apoio social, presença de

sexismo, normas subjetivas, percepção de oportunidades e recursos, etc. (Ajzen

1987; Boyd e Vozikis 1994; Tubbs e Ekeberg 1991) também podem contribuir para a

formação de intenções do indivíduo empreender por conta própria. Por conta das

afirmações dos autores destes estudos, este estudo pretende investigar se outras

variáveis moderadoras, como a experiência prévia do aluno em empreendedorismo

(variável independente), influenciam de forma diferente (moderam) as atitudes e

intenção empreendedora. Assim, o efeito do EEP impactaria de forma diferente alunos

que possuem experiência empreendedora prévia. Na mesma linha de raciocínio,

relacionada ao impacto do contexto e ambiente, este estudo pretende investigar se a

variável “tipo de curso” que o aluno frequentou (variável independente) modera a

associação entre atitudes e a intenção empreendedora. Desta forma, o EEP inserido

na grade curricular de cursos de negócios ou técnicos impactariam de modo diferente

a associação entre atitudes e intenções empreendedoras.

2.5.4 O impacto do tipo de curso no EEP

Alguns autores que estudam o tema do impacto de EEPs sobre a relação entre o

efeito do EEP e as atitudes e intenções empreendedoras (Fayolle e Gailly, 2015)

sugerem que possam existir outros possíveis fatores influenciadores e que estes

devem ser investigados. Considerando os estudos anteriores realizados sobre o

assunto, os autores afirmam que ainda estamos muito longe de compreender

suficientemente a influência dos principais fatores que desempenham um papel

moderador nos EEPs. Segundo eles, pesquisas futuras poderiam verificar ligações

específicas entre variáveis pedagógicas e educacionais específicas (por exemplo, tipo

de cursos).

2.5.5 Experiência prévia do aluno em empreendedorismo

A experiência empresarial anterior também aparece como um fator que

provavelmente influencia a intenção empreendedora (Hills e Welsch, 1986; Kent et al.,

1982). Estudos anteriores destacam o importante papel que a experiência

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empreendedora prévia desempenha em relação aos antecedentes da intenção (como

as atitudes empreendedoras) e a intenção empreendedora. Krueger (1993) mostra

que esses vários tipos de exposição ao empreendedorismo podem ter consequências

positivas ou negativas sobre a intenção e o comportamento do empreendedor. Porém,

ainda pouco se sabe sobre como a experiência empreendedora anterior afeta como

os alunos participantes de um EEP.

Dados os fatores acima, foram definidas a quarta e quinta hipóteses como:

Hipótese 4: O tipo de curso (MBAs Técnicos ou Negócios) modera a

associação entre atitude e a intenção empreendedora. (Expectativa: Técnico +).

Hipótese 5: A experiência prévia com empreendedorismo modera a

associação entre a atitude e a intenção empreendedora. (Expectativa: Sem

exper. +).

3. METODOLOGIA

3.1 ETAPAS

A pesquisa segue uma abordagem quantitativa. Os dados primários foram

coletados com a aplicação de um survey em dezembro de 2018. Os procedimentos

metodológicos deste estudo quantitativo seguem as seguintes etapas: Etapa 1)

avaliação e validação das variáveis e itens a serem investigados, tradução do

instrumento original de pesquisa (inglês) e elaboração do modelo conceitual; Etapa 2)

coleta de dados, análise multivariada das variáveis e elaboração da conclusão.

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A figura 3 resume as etapas do processo metodológico e as respectivas atividades

do estudo, do ponto amplo e inicial para o final, mais específico.

Etapa 1

Etapa 2

Figura 3. Etapas do processo metodológico de pesquisa. Fonte: Autor.

3.2 ANÁLISE E VALIDAÇÃO DAS VARIÁVEIS E ITENS A SEREM

INVESTIGADOS

Para escolha e determinação inicial das variáveis e itens a serem investigados,

analisou-se o instrumento para medir a intensidade do impacto do empreendedorismo

acadêmico nas atitudes e intenções empreendedoras elaborado em uma pesquisa de

referência (Fayolle e Gailly 2015), que teve foco e objetivo do presente estudo. Tal

estudo investigou as atitudes e intenções empreendedoras de 275 estudantes

franceses em cursos superiores de administração e submetidos a EEPs obrigatórios

e de curta duração, semelhante ao que é investigado neste estudo em uma

universidade brasileira.

A

•AVALIAÇÃO E VALIDAÇÃO DAS VARIÁVEIS E ITENS DO INTRUMENTO ORIGINAL (Perguntas do Questionário)

B

•TRADUÇÃO DO INSTRUMENTO (Traduçao das variáveis e itens do instrumento validado, do inglês para o português)

C

•ELABORAÇÃO DO MODELO CONCEITUAL (Constructo da Pequisa)

D

•COLETA DE DADOS (Pesquisa Quantitativa - Amostra: 500 alunos de MBA)

E

•ANÁLISE DOS RESULTADOS E IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES (Análise multivariada / Padrões)

F•CONCLUSÕES (Impacto do EEP)

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A escolha deste estudo como referência e de seu instrumento de pesquisa, se

deve ao fato dele ter sido selecionado em uma revisão bibliográfica realizada em 2017

(Dutra et al) como sendo um dos 10 papers de maior impacto entre 106 papers sobre

o tema empreendedorismo, publicados entre 1945 e 2017 (Web of Science, 2017).

Foram analisadas todas as variáveis utilizadas no estudo referência e optou-se em

utilizar as seguintes: atitude empreendedora (variável dependente, antecedente da

intenção empreendedora), intenção empreendedora (variável independente, intenção

do aluno em criar seu próprio negócio) e impacto do EEP. Estas varáveis são

avaliadas por meio de itens do instrumento da pesquisa original e avaliam o impacto

que a participação aluno no EEP. Não foram utilizadas outras duas variáveis

antecedentes da intenção empreendedora e presentes no instrumento original

(“normas subjetivas” e “controle comportamental percebido”), uma vez que a variável

atitude empreendedora foi a única que teve algum impacto positivo sobre a intenção

empreendedora na pesquisa de referência (Fayolle e Gailly 2015).

As variáveis selecionadas foram medidas utilizando o questionário que inclui

escalas validadas em pesquisas anteriores (Fayolle e Gailly 2015; Kolvereid, 1996a,

1996b).

3.3 TRADUÇÃO DO INSTRUMENTO ORIGINAL DE PESQUISA

O questionário utilizado nesta pesquisa, foi traduzido do original inglês (Fayolle e

Gailly, 2015) para o português, incluindo suas variáveis e itens. Ainda assim, todas

suas questões foram analisadas quanto sua pertinência ao tema proposto e caso

específico da investigação no Brasil (impacto do empreendedorismo acadêmico –

EEP de curta duração e obrigatório - sobre as atitudes e intenções empreendedoras

de alunos de MBA). As variáveis, itens e o instrumento utilizados neste estudo de

referência foram validados empiricamente.

3.4 COLETA DE DADOS

A partir do questionário traduzido, foi realizada uma pesquisa quantitativa (survey)

junto a 418 estudantes de MBA de uma universidade brasileira, avaliando se há

alguma relação entre o programa de empreendedorismo acadêmico (EEP obrigatório

e de curta duração) ministrado aos todos alunos nesta instituição e a relação com suas

atitudes e intenções empreendedoras. A relação entre as variáveis também foi medida

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por meio de alguns fatores moderadores (tipo de curso MBA e experiência prévia do

aluno no tema empreendedorismo), assim como a persistência do impacto do EEP ao

longo do tempo (alunos formados entre 6 meses a 4 anos). Optou-se em coletar uma

amostra que abrangesse todos os anos, desde quando o EEP havia sido introduzido

como disciplina obrigatória e de curta duração nos MBAs da universidade (início em

2013).

O questionário foi preenchido por todos os participantes, imediatamente após e até

4 anos após finalizarem o programa de treinamento. Em nosso modelo, supõe-se que

a participação em um EEP tenha um impacto sobre as atitudes, percepções e

intenções dos participantes em relação ao comportamento empreendedor. Isso é

congruente com a pesquisa empírica publicada em muitos periódicos renomados

(Oosterbeek, Van Praag e Ijsselstein, 2010; Peterman e Kennedy, 2003; Souitaris,

Zerbinati e Al-Laham, 2007; Tkachev e Kolvereid, 1999).

A mensuração das variáveis independentes e dependentes no modelo deste

estudo foi baseada na conclusão de um questionário aplicado a todos os participantes

ao final do programa (imediatamente após o final ou até 4 anos sua conclusão). Esse

questionário foi diretamente inspirado naqueles desenvolvidos e validados por

Kolvereid (1996a, 1996b) e Fayolle e Gailly (2015).

O questionário incluiu questões relacionadas à medição dos parâmetros do modelo

de intenção de Ajzen, utilizando a escala Likert (com pontuações variando de 1 -

"Discordo totalmente" a 5 - "Concordo totalmente"). Entre esses itens, 32 foram

usados para medir a atitude em relação ao comportamento empreendedor (constructo

de segunda ordem), e afirmações relacionadas a constructos de primeira ordem:

• segurança no emprego (dois itens, ou seja, “procuro segurança no emprego”);

• a carga de trabalho (cinco itens, ou seja, “eu quero trabalhar horas regulares e

bem definidas”);

• a implicação em um meio social (cinco itens, ou seja, “eu quero fazer parte de

um grupo social”);

• as perspectivas profissionais e financeiras (cinco itens, ou seja, “procuro

promoção, é minha principal motivação”);

• a necessidade de desafios (quatro itens, ou seja, “eu gostaria de um trabalho

desafiador”);

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• autonomia (cinco itens, ou seja, “eu gostaria de ser meu próprio patrão”);

• a necessidade de projetos criativos (seis itens, ou seja, “eu gostaria de criar

algo”).

Além das questões relacionadas à atitude empreendedora, três itens diziam

respeito à mensuração da intenção empreendedora (por exemplo, “provavelmente

serei meu próprio patrão durante a maior parte da minha carreira”). O questionário

também incluiu uma parte específica com questões de informação de base relativas a

variáveis sociodemográficas (Robinson et al. 1991) e as variáveis relacionadas à

exposição e experiência prévias do empreendedor e tipo de curso frequentado.

O questionário foi aplicado nas mesmas condições, sendo enviado por email aos

respondentes. Um contato foi passado para esclarecimento de eventuais dúvidas,

garantir que a operação transcorresse de forma adequada e sem dificuldades. Entre

os 504 alunos que responderam o questionário administrado, 418 (83%) o

completaram adequadamente, sendo suas respostas foram consideradas válidas e

incluídas no estudo. Os dados coletados foram então analisados usando

procedimentos estatísticos padrão (software de análise estatística SmartPLS3.

A seguir serão apresentados os resultados da análise dos testes de hipóteses que

foram propostas neste estudo.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 MODELAGEM DE EQUAÇÕES ESTRUTURAIS

Nesta seção são apresentados os resultados dos testes das hipóteses propostas

no modelo da pesquisa por meio da modelagem de equações estruturais pelo método

dos mínimos quadrados parciais (PLS SEM), pelo software SmartPLS3 (Ringle et al.,

2015). Para tanto, essa seção é estruturada em quatro subseções: i) Relações Diretas

e Efeito do EEP (H1, H2 e H3); ii) Moderação Multigrupo Tipo de Curso (H4); iii)

Moderação Multigrupo Experiência Prévia (H5) e iv) Síntese dos Resultados.

Na subseção I, utilizou-se a amostra válida total de 418 respondentes para avaliar

as relações diretas entre Atitudes Empreendedoras e Intenções Empreendedoras (H1)

e entre Efeito do EEP e Intenções Empreendedoras (H2) bem como o papel

moderador do Efeito do EEP na relação entre Atitudes Empreendedoras e Intenções

Empreendedoras (H3). Na subseção II, é a avaliada a moderação do tipo de curso

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30

(MBA Técnico ou MBA Negócios) na relação entre Atitudes Empreendedoras e

Intenções Empreendedoras (H4), por meio de uma análise multigrupo. Portanto,

utilizou-se para análise duas subamostras de mesmo tamanho, que correspondem a

um total de 109 respondentes para cada um dos grupos de cursos (MBA Técnico e

MBA Negócios).

Já na subseção III é a avaliada a moderação da experiência prévia com

empreendedorismo (Sim ou Não) na relação entre Atitudes Empreendedoras e

Intenções Empreendedoras (H5), por meio de uma análise multigrupo. Para tanto,

utilizou-se para análise duas subamostras, a primeira com os respondentes que

tiveram experiência prévia com empreendedorismo e a segunda com aqueles que não

tiveram, sendo que cada uma delas continha um total de 151 respondentes. Por fim,

na subseção IV apresenta-se uma síntese dos resultados obtidos após os testes das

hipóteses nas subseções anteriores.

A partir desse modelo inicial, são apresentadas na sequência as subseções sobre

o Modelo de Mensuração e o Modelo Estrutural (Ringle et al., 2014), contemplando

uma síntese dos resultados das hipóteses H1, H2 e H3.

4.1.1 Modelo de Mensuração (H1, H2 e H3)

Para a análise do modelo de mensuração são analisados os seguintes critérios

de qualidade: a validade convergente, a validade discriminante e a confiabilidade dos

constructos de primeira ordem do modelo. Portanto, os constructos de primeira ordem

do constructo de segunda ordem Atitudes Empreendedoras são: segurança no

emprego, carga de trabalho, implicação no meio social, perspectivas profissional e

financeira, necessidade de desafios, autonomia e necessidade de projetos criativos.

Também são considerados para análise os constructos de primeira ordem Efeito EEP

e Intenções Empreendedoras.

Na análise dos índices de ajustes para validade convergente (AVE e cargas

fatoriais), validade discriminante (Fornell e Larcker (1981) e cargas cruzadas) e

confiabilidade (alfa de cronbach - AC e confiabilidade composta - CC), verificou-se

que o modelo inicial alguns constructos não apresentaram valores satisfatórios de

AVE e CC (Apêndice 1). Desse modo, as variáveis com as menores cargas fatoriais

nesses constructos foram excluídas e após o processamento de novas modelagens o

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modelo apresentou índices satisfatórios. Na Tabela 1 são apresentados a AVE, o AC,

a CC e o critério de Fornell e Larcker para o modelo final, após os ajustes realizados.

Tabela 1 – AVE, AC, CC e Fornell e Larcker (1981).

I II III IV V VI VII VIII IX

I-Autonomia 0.73

II-Carga de trabalho 0.17 0.80

III-Implicação meio social 0.19 0.05 0.94

IV-Necessidade de desafios 0.40 0.16 0.23 0.76

V- Necessidade de projetos criativos 0.49 0.17 0.26 0.46 0.73

VI-Perspectivas profissional e financeira 0.28 0.11 0.09 0.30 0.24 0.76

VII-Segurança no emprego -0.12 0.21 0.01 0.01 0.02 0.01 0.95

VIII-Intenções Empreendedoras 0.43 -0.01 0.08 0.07 0.30 0.08 -0.27 0.79

IX- Efeito do EEP 0.26 0.05 0.14 0.20 0.27 0.07 0.02 0.30 0.85

AVE 0.53 0.65 0.89 0.57 0.53 0.58 0.90 0.62 0.72

AC 0.71 0.45 0.88 0.73 0.82 0.63 0.90 0.70 0.90

CC 0.82 0.79 0.94 0.84 0.87 0.80 0.95 0.83 0.93

Fonte: Dados da pesquisa.

Em relação à AVE, os constructos apresentaram valores superiores a 0.50

(Tabela 1), valor mínimo de referência, portanto, por este critério o modelo apresentou

validade convergente. Quanto à confiabilidade das medidas, as referências principais

são os indicadores AC e CC, que devem apresentar valores superiores a 0.70.

Conforme apresentado na Tabela 1, somente os constructos II - Carga de trabalho e

VI - Perspectivas profissional e financeira apresentam, no índice AC, valores inferiores

a 0.70 (0.45 e 0.63, respectivamente). No entanto, como os valores de CC, que

também é um índice de confiabilidade, são satisfatórios, ou seja, superiores a 0.70,

atesta-se a confiabilidade dos constructos, visto que este indicador é mais adequado

para análise de confiabilidade quando se utiliza modelagem de equações estruturais

por mínimos quadrados parciais (PLS-SEM) (Hair Jr. et al., 2017). Além disso, na

análise da validade discriminante, foi analisado o critério de Fornell e Larcker (1981)

e os resultados também são apresentados na Tabela 1. Foi verificado que os valores

das raízes quadradas das AVEs (diagonal em negrito) são superiores às demais

correlações entre os constructos, portanto, esse critério atestou a validade

discriminante do modelo final.

Em termos complementares, para ratificar as validades convergente e

discriminante, as cargas fatoriais e as cargas cruzadas dos itens também foram

avaliadas (Tabela 2).

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Tabela 2 – Cargas fatoriais e Cargas Cruzadas (H1, H2 e H3).

Constructos* I II III IV V VI VII VIII IX

Itens

A22 0.670 0.167 0.190 0.346 0.343 0.223 0.008 0.228 0.145

A23 0.760 0.098 0.131 0.217 0.285 0.181 -0.234 0.523 0.243

A24 0.750 0.119 0.126 0.261 0.298 0.196 -0.062 0.265 0.142

A25 0.737 0.121 0.122 0.339 0.473 0.223 -0.067 0.268 0.218

A3 0.158 0.812 0.017 0.127 0.146 0.060 0.103 0.091 0.066

A4 0.121 0.798 0.059 0.130 0.134 0.118 0.232 -0.103 0.020

A8 0.145 0.041 0.934 0.186 0.241 0.052 0.005 0.039 0.109

A9 0.218 0.046 0.953 0.248 0.259 0.105 0.021 0.102 0.144

A18 0.222 0.001 0.144 0.710 0.287 0.238 -0.072 0.084 0.223

A19 0.276 0.095 0.208 0.887 0.363 0.251 0.039 -0.014 0.162

A20 0.256 0.132 0.200 0.867 0.387 0.241 0.063 -0.014 0.154

A21 0.466 0.243 0.137 0.508 0.343 0.184 -0.032 0.180 0.081

A27 0.379 0.119 0.165 0.403 0.606 0.179 0.025 0.161 0.177

A28 0.409 0.200 0.093 0.386 0.699 0.195 0.093 0.113 0.131

A29 0.381 0.066 0.189 0.356 0.785 0.155 -0.080 0.312 0.247

A30 0.360 0.080 0.255 0.331 0.846 0.218 0.009 0.310 0.238

A31 0.345 0.155 0.231 0.286 0.790 0.175 0.051 0.224 0.176

A32 0.257 0.159 0.231 0.265 0.631 0.134 -0.020 0.201 0.237

A15 0.239 0.077 0.022 0.230 0.115 0.655 0.091 -0.026 -0.022

A16 0.207 0.104 0.076 0.258 0.221 0.845 0.057 0.044 0.072

A17 0.209 0.068 0.090 0.207 0.205 0.766 -0.107 0.146 0.089

A1 -0.111 0.222 0.074 0.034 -0.006 -0.008 0.934 -0.270 0.037

A2 -0.112 0.181 -0.028 -0.014 0.033 0.028 0.970 -0.253 0.009

I1 0.377 -0.035 0.073 0.065 0.169 0.123 -0.198 0.772 0.218

I3 0.304 -0.016 0.027 -0.035 0.232 0.000 -0.246 0.782 0.218

I4 0.342 0.029 0.075 0.116 0.306 0.055 -0.207 0.811 0.264

D1 0.243 0.063 0.123 0.127 0.200 0.038 0.022 0.250 0.844

D2 0.251 0.051 0.130 0.183 0.244 0.040 -0.008 0.249 0.827

D3 0.223 0.081 0.075 0.150 0.261 0.043 0.014 0.262 0.879

D4 0.131 -0.001 0.134 0.185 0.203 0.079 0.026 0.248 0.831

D5 0.242 0.035 0.115 0.221 0.253 0.083 0.034 0.259 0.862

Fonte: Dados da pesquisa. *Nota: I-Autonomia; II-Carga de trabalho; III-Implicação meio social; IV-

Necessidade de desafios; V- Necessidade de projetos criativos; VI-Perspectivas profissional e

financeira; VII-Segurança no emprego; VIII-Intenções Empreendedoras e IX- Efeito do EEP.

Em relação às cargas fatoriais (diagonal em negrito), todos os valores

apresentados são superiores ao mínimo de 0.50, o que satisfaz o critério de validade

convergente. No que diz respeito à comparação das cargas fatoriais com as cargas

cruzadas, verificou-se que as cargas fatoriais dos itens são maiores nos seus

constructos originais e apresentam valores menores nos demais constructos, o que

também reforça as evidências de validade discriminante do modelo final ajustado.

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4.1.2 Modelo Estrutural (H1, H2 e H3)

Nesta seção é avaliado o modelo estrutural das relações propostas entre os

constructos nas hipóteses H1, H2 e H3. Para tanto, inicialmente são analisados os (i)

índices de ajustes do modelo estrutural (multicolinearidade, poder de explicação,

tamanho do efeito e validade preditiva) e, na sequência, são avaliados os (ii)

coeficientes de caminho das relações entre os constructos, incluindo sua significância

estatística, a fim de verificar se as hipóteses do estudo foram suportadas.

4.1.2.1 Multicolinearidade, Poder de explicação, Tamanho do efeito e

Validade Preditiva

Para analisar possíveis problemas de multicolinearidade entre os constructos

explicativos, deve-se analisar o Variance Inflation Factor (VIF). Os valores do VIF,

considerando os três constructos explicativos do modelo são apresentados na Tabela

3.

Tabela 3: Análise de Multicolinearidade (VIF).

Constructos VIF

Atitudes Empreendedoras -> Intenções Empreendedoras 1.163

Efeito do EEP -> Intenções Empreendedoras 1.116

Moderação EEP -> Intenções Empreendedoras 1.096

Fonte: Dados da pesquisa.

Todos os valores de VIF apresentados são menores que o limite de 5 (Hair Jr. et al.,

2017). Portanto, a colinearidade entre os constructos de previsão não é uma questão

crítica no modelo estrutural, ou seja, não há forte correlação entre os constructos

explicativos e os demais índices de ajustes podem ser avaliados.

A Tabela 4 apresenta os valores do coeficiente de determinação (R²), o Indicador de

Cohen (f²) e o Indicador de Stone-Geisser (Q²).

Tabela 4 - Poder de explicação, Tamanho do efeito e Validade Preditiva (H1,

H2 e H3).

Constructos R² Q² f²

Atitudes Empreendedoras * * 0.173

Autonomia 0.553 0.275 0.240

Carga de trabalho 0.077 0.043 0.054

Implicação meio social 0.170 0.144 0.511

Necessidade de desafios 0.537 0.283 0.320

Necessidade de projetos criativos 0.719 0.363 0.360

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Perspectivas profissional e financeira 0.223 0.121 0.199

Segurança no emprego 0.001 -0.001 0.479

Intenções Empreendedoras 0.151 0.082 0.260

Efeito do EEP * * 0.528

Fonte: Dados da pesquisa. Nota: *Não aplicável – Variável Explicativa.

Diante dos valores da Tabela 4, o valor de R² do principal constructo de

interesse do modelo (Intenções Empreendedoras) corresponde a 15%, ou seja, 15%

das variações ocorridas no constructo dependente Intenções Empreendedoras pode

ser explicado pelas variações nos constructos explicativos (Atitudes Empreendedoras

e Efeito do EEP). Esse valor de 15% corresponde a um efeito médio, considerando a

classificação da área de ciências sociais e comportamentais de Cohen (1988), que

propõe que R² = 2% seja classificado como efeito pequeno, R² = 13% como efeito

médio e R² = 26% como efeito grande (Cohen, 1988).

Por fim, na análise do quanto cada constructo é “útil” para o ajuste do modelo

(f²), os resultados encontrados demonstram uma importância relativa dos constructos

para o modelo. De um modo geral, os constructos podem ser classificados com efeitos

médios ou grandes (f² de 0.02, 0.15 e 0.35 são considerados pequenos, médios e

grandes, respectivamente) (Hair Jr. et al., 2017). Quanto à validade preditiva, os

valores de Q² foram superiores a 0, portanto, foram considerados satisfatórios (Hair

Jr. et al., 2017).

4.1.2.2 Coeficientes de caminho e significância estatística

A Figura 4 apresenta os coeficientes de caminho das relações entre os

constructos e entre parênteses o p valor dos respectivos coeficientes.

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Figura 4. Coeficientes de caminho e significância estatística do modelo estrutural. Fonte: Dados da pesquisa.

A partir da análise do modelo, constata-se que o constructo Atitudes

Empreendedoras apresenta um coeficiente positivo (0.233) e significativo (ao nível de

1%, valor p < 0.01) na relação com o constructo Intenções Empreendedoras (H1).

Além disso, o constructo Efeito do EEP apresenta uma relação positiva (coeficiente

de 0.266) e significativa (ao nível de 1%, valor p < 0.01) com o constructo Intenções

Empreendedoras (H2). Por fim, apesar de o constructo Moderação EEP apresentar

um coeficiente positivo na sua relação com o constructo Intenções Empreendedoras

(0.018), esse coeficiente não foi considerado estatisticamente diferente de zero ao

nível de significância de 5% (valor p de 0.704) (H3).

A partir dessas evidências, os resultados suportaram as hipóteses H1 e H2 e

não suportaram a hipótese H3 (Tabela 5).

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Tabela 5 – Resultados das hipóteses H1, H2 e H3

Hipóteses Coef. Erro

Padrão Teste

T P

valor Resultado

H1 Atitudes Empreendedoras -> Intenções Empreendedoras

0.266 0.059 4.529 0.000 Suportada

H2 Efeito do EEP -> Intenções Empreendedoras

0.223 0.049 4.527 0.000 Suportada

H3 Moderação EEP -> Intenções Empreendedoras

0.018 0.048 0.379 0.704 Não Suportada

Fonte: Dados da pesquisa.

Desse modo, constatou-se que as atitudes empreendedoras estão associadas

positivamente com as intenções empreendedoras e que o efeito do EEP está

associado positivamente com as intenções empreendedoras. Por outro lado, não há

evidências de que a relação entre atitudes empreendedoras e intenções

empreendedoras é moderada pelo efeito do EEP.

Finalmente, é importante notar que a correlação entre atitudes empreendedoras

(antecedentes) e o nível de intenção empreendedora é altamente significativa (p <.01)

em todas as medidas, o que é congruente com os resultados esperados pela teoria

do comportamento planejado na relação destes constructos.

4.2 MODERAÇÃO MULTIGRUPO TIPO DE CURSO (H4)

Nesta seção é avaliado o modelo estrutural da hipótese H4 (O tipo de curso (MBAs

Técnicos ou Negócios) modera a associação entre atitude e a intenção

empreendedora), por meio da análise multigrupo. Para tanto, são analisados (i) os

pressupostos para a aplicação da análise multigrupo; (ii) o modelo de mensuração e

(ii) o modelo estrutural, incluindo a avalição dos índices de ajustes (multicolinearidade,

poder de explicação, tamanho do efeito e validade preditiva) por grupo e a verificação

estatística das diferenças entre os coeficientes de caminho das relações entre os

constructos, a fim de verificar se a hipótese H4 foi suportada.

4.2.1 Pressupostos da análise multigrupo (H4)

Para testar a hipótese H4 foi realizada uma análise multigrupo, para avaliar se

o tipo de curso (MBA Técnico ou MBA Negócios) modera a associação entre atitude

e a intenção empreendedora (H4). Para tanto, a amostra da pesquisa foi subdividida

em duas subamostras, cada uma correspondente a um tipo de curso do respondente

(MBA Técnico ou MBA Negócios). Assim, a composição da amostra válida total (418

respondentes) consistia em 287 respondentes (69%) do MBA Técnico, 109

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respondentes (26%) do MBA Negócios e 22 respondentes (5%) não responderam.

Para a análise foram considerados somente os dois grupos válidos (MBA Técnico e

MBA Negócios). No entanto, como o tamanho do grupo MBA Técnico (287) é mais do

que o dobro do tamanho do grupo MBA Negócios (109), a recomendação de Hair Jr.

et al. (2018) foi seguida, de modo que considerou-se para a análise multigrupo a

amostra total do grupo MBA Negócios (109) e uma amostra de mesmo tamanho do

grupo MBA Técnico (109), que foi selecionada aleatoriamente, a fim de não

superestimar as possíveis diferenças existentes.

Para proceder com a análise multigrupo deve-se avaliar além do tamanho dos

grupos, a invariância de medição de modelos compostos (Measurement Invariance of

Composite Models - MICOM). O estudo de Henseler et al. (2016) apresenta um

procedimento para avaliar invariância de medição de modelos compostos (MICOM)

ao usar o PLS-SEM. Em uma abordagem de três etapas, o MICOM requer a análise

dos seguintes elementos: (1) invariância da configuração, (2) invariância da

composição e (3) a igualdade dos valores médios e das variâncias dos constructos.

Se a invariância da configuração e a invariância da composição forem estabelecidas

entre os grupos, a invariância de medição parcial é confirmada. Se a invariância de

medição parcial for estabelecida e, adicionalmente, os constructos tiverem valores

médios e variâncias iguais entre os grupos, a invariância de medição completa é

confirmada (Hair Jr. et al., 2018; Henseler et al., 2016).

Os resultados do passo 1 não podem ser obtidos por meio do SmartPLS, uma

vez que a avaliação da invariância da configuração requer uma inspeção da

configuração do modelo e não compreende um teste estatístico. Desse modo, atesta-

se que a invariância da configuração foi estabelecida no estudo, visto que o modelo,

para ambos os grupos, tem indicadores idênticos, tratamento de dados idêntico e

configuração de algoritmo idêntica.

Já os passos 2 e 3 são avaliados por meio de testes estatísticos, conforme é

apresentado na Tabela 6.

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Tabela 6: Teste de invariância da medição MICOM (H4).

Passo 1 - Invariância da Configuração

Invariância da configuração estabelecida? Sim, mesmos algoritmos para os dois grupos.

Passo 2 - Invariância da Composição

Constructos Correlação c

(=1)

Quantil 5% da distribuição

empírica de c

Valor p

Invariância da composição

estabelecida?

Atitudes Empreendedoras 0.971 0.966 0.094 Sim

Autonomia 0.999 0.990 0.901 Sim

Carga de trabalho 0.944 -0.181 0.578 Sim

Implicação meio social 0.999 0.998 0.331 Sim

Necessidade de desafios 0.973 0.963 0.094 Sim

Necessidade de projetos criativos 0.999 0.989 0.920 Sim

Perspectivas profissional e financeira 1.000 0.876 0.988 Sim

Segurança no emprego 0.998 -0.971 0.439 Sim

Intenções Empreendedoras 0.993 0.978 0.335 Sim

Efeito do EEP 0.995 0.990 0.279 Sim

Passo 3a - Igualdade das Médias

Constructos

Diferença das médias dos constructos

(=0)

Intervalo de Confiança 95%

Valor p

Valores médios iguais?

Atitudes Empreendedoras -0.088 [-0.265; 0.261] 0.522 Sim

Autonomia -0.020 [-0.269; 0.262] 0.894 Sim

Carga de trabalho -0.243 [-0.267; 0.259] 0.070 Sim

Implicação meio social -0.139 [-0.271; 0.251] 0.312 Sim

Necessidade de desafios -0.068 [-0.264; 0.266] 0.616 Sim

Necessidade de projetos criativos -0.169 [-0.270; 0.261] 0.214 Sim

Perspectivas profissional e financeira 0.255 [-0.266; 0.261] 0.058 Sim

Segurança no emprego -0.121 [-0.267; 0.278] 0.376 Sim

Intenções Empreendedoras -0.104 [-0.278; 0.261] 0.449 Sim

Efeito do EEP -0.189 [-0.270; 0.264] 0.163 Sim

Passo 3b - Igualdade das Variâncias

Constructos

Logaritmo da taxa de

variância dos constructos

(=0)

Intervalo de Confiança 95%

Valor p

Variâncias iguais?

Atitudes Empreendedoras -0.210 [-0.410; 0.399] 0.310 Sim

Autonomia -0.125 [-0.481; 0.495] 0.625 Sim

Carga de trabalho 0.424 [-0.565; 0.547] 0.140 Sim

Implicação meio social 0.032 [-0.455; 0.467] 0.892 Sim

Necessidade de desafios -0.103 [-0.620; 0.621] 0.739 Sim

Necessidade de projetos criativos 0.229 [-0.460; 0.458] 0.367 Sim

Perspectivas profissional e financeira -0.562 [-0.598; 0.607] 0.073 Sim

Segurança no emprego 0.032 [-0.387; 0.396] 0.877 Sim

Intenções Empreendedoras -0.137 [-0.340; 0.340] 0.421 Sim

Efeito do EEP 0.140 [-0.505; 0.511] 0.586 Sim

Fonte: Dados da pesquisa.

O passo 2 do MICOM aborda a invariância da composição e aplica um teste

estatístico para avaliar se os escores dos constructos diferem significativamente entre

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39

os grupos. Para isso, é examinada a correlação c entre os escores dos constructos

dos dois grupos, que deve ser igual a 1. Tecnicamente, o procedimento testa a

hipótese nula de que a correlação é 1. A fim de se estabelecer a invariância da

composição, não se deve rejeitar essa hipótese nula, ou seja, se o teste produz um

valor p maior que 0.05 (ao nível de significância de 5%), podemos assumir a

invariância da composição (Hair Jr. et al., 2018). Diante disso, como apresentado na

Tabela 6 (Passo 2), após um procedimento de permutação com 5000 permutações e

nível de significância de 5%, todos os constructos apresentaram valor p superior a

0.05, ou seja, a hipótese nula não foi rejeitada e a invariância da composição foi

confirmada. Em função disso, a invariância de medição parcial do modelo foi obtida,

o que já permite a realização da análise multigrupo.

Finalmente, na etapa 3, os intervalos de confiança gerados a partir de um

procedimento de permutação permitem avaliar se o valor médio de um constructo e

sua variância diferem entre os grupos. Os resultados apresentados na Tabela 6

(Passo 3a e Passo 3b) apontam que a invariância de medição completa foi

estabelecida. Os resultados do teste de permutação (5000 permutações)

demostraram que o valor médio e a variância de todos os constructos do tipo de curso

MBA Técnico não diferiram significativamente dos resultados do segundo grupo (MBA

Negócios). Mais especificamente, cada intervalo de confiança incluiu as diferenças

originais nos valores médios e nas variâncias, de modo que os valores p são

superiores a 0.05, indicando que não há diferenças significativas da mensuração dos

constructos entre os dois tipos de cursos. Após a verificação da invariância de

mensuração parcial e completa, na sequência o modelo de mensuração dos dois

grupos (MBA Técnico e MBA Negócios) é avaliado em detalhes.

4.2.2 Modelo de Mensuração (H4)

Para a avaliação do modelo de mensuração, como apresentado anteriormente

(1.1.1. Modelo de Mensuração (H1, H2 e H3)), são analisados os seguintes critérios

de qualidade: a validade convergente, a validade discriminante e a confiabilidade dos

constructos de primeira ordem do modelo. Portanto, são considerados os constructos

de primeira: segurança no emprego, carga de trabalho, implicação no meio social,

perspectivas profissional e financeira, necessidade de desafios, autonomia e

necessidade de projetos criativos do constructo de segunda ordem Atitudes

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Empreendedoras. Também são considerados para análise os constructos de primeira

ordem Efeito EEP e Intenções Empreendedoras.

Na análise dos índices de ajustes para validade convergente (AVE e cargas

fatoriais), validade discriminante (Fornell e Larcker (1981) e cargas cruzadas) e

confiabilidade (alfa de cronbach - AC e confiabilidade composta - CC), verificou-se

que os modelos para ambos os grupos apresentaram valores satisfatórios.

A Tabela 7 apresenta os valores da AVE, do AC, da CC e o critério de Fornell

e Larcker para os dois tipos de cursos.

Tabela 7: AVE, AC, CC e Fornell e Larcker (1981) (H4).

Curso MBA Técnico (N: 109)

Constructos I II III IV V VI VII VIII IX

I-Autonomia 0.71

II-Carga de trabalho 0.26 0.83

III-Implicação meio social 0.09 0.09 0.94

IV-Necessidade de desafios 0.47 0.26 0.00 0.71

V- Necessidade de projetos criativos 0.49 0.23 0.25 0.36 0.71

VI-Perspectivas profissional e financeira 0.28 0.06 -0.16 0.19 0.17 0.71

VII-Segurança no emprego -0.10 0.20 0.05 -0.05 -0.09 -0.01 0.96

VIII-Intenções Empreendedoras 0.29 -0.16 -0.02 -0.06 0.33 0.02 -0.44 0.78

IX- Efeito do EEP 0.08 -0.08 -0.08 0.09 0.12 -0.01 0.08 0.25 0.84

AVE 0.51 0.69 0.88 0.50 0.50 0.51 0.91 0.61 0.70

AC 0.68 0.56 0.87 0.67 0.79 0.48 0.91 0.68 0.90

CC 0.81 0.82 0.94 0.79 0.85 0.74 0.96 0.82 0.92

Curso MBA Negócios (N: 109)

Constructos I II III IV V VI VII VIII IX

I-Autonomia 0.75

II-Carga de trabalho 0.04 0.75

III-Implicação meio social 0.44 0.08 0.94

IV-Necessidade de desafios 0.56 0.01 0.54 0.75

V- Necessidade de projetos criativos 0.52 0.03 0.39 0.37 0.71

VI-Perspectivas profissional e financeira 0.21 0.01 0.15 0.47 0.27 0.79

VII-Segurança no emprego -0.32 0.27 -0.11 -0.17 -0.17 -0.12 0.94

VIII-Intenções Empreendedoras 0.47 0.00 0.12 0.14 0.41 -0.09 -0.23 0.81

IX- Efeito do EEP 0.30 -0.07 0.31 0.24 0.42 0.09 -0.11 0.49 0.83

AVE 0.56 0.56 0.89 0.57 0.50 0.63 0.89 0.66 0.69

AC 0.74 0.28 0.87 0.74 0.80 0.69 0.88 0.74 0.89

CC 0.84 0.70 0.94 0.84 0.86 0.83 0.94 0.85 0.92

Fonte: Dados da pesquisa.

Em relação à AVE, os constructos apresentaram valores superiores a 0.50

(Tabela 7), valor mínimo de referência, portanto, por este critério o modelo apresentou

validade convergente. Quanto à confiabilidade das medidas, as referências principais

são os indicadores AC e CC, que devem apresentar valores superiores a 0.70.

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Conforme apresentado na Tabela 7, alguns constructos apresentaram, no índice AC,

valores inferiores a 0.70. No entanto, como os valores de CC, que também é um índice

de confiabilidade, são satisfatórios, ou seja, superiores a 0.70, atesta-se a

confiabilidade dos constructos, visto que este indicador é mais adequado para análise

de confiabilidade quando se utiliza modelagem de equações estruturais por mínimos

quadrados parciais (PLS-SEM) (Hair Jr. et al., 2017). Além disso, na análise da

validade discriminante, foi analisado o critério de Fornell e Larcker (1981) e os

resultados também são apresentados na Tabela 7. Foi verificado que os valores das

raízes quadradas das AVEs (diagonal em negrito) são superiores às demais

correlações entre os constructos, portanto, esse critério atestou a validade

discriminante dos modelos nos dois tipos de curso.

Em termos complementares, para ratificar as validades convergente e

discriminante, as cargas fatoriais e as cargas cruzadas dos itens também foram

avaliadas e consideradas satisfatórias para os dois grupos considerados, MBA

Técnico e MBA Negócios. As cargas fatoriais e cruzadas dos dois grupos constam no

Apêndice 2 e no Apêndice 3.

4.2.3 Modelo Estrutural (H4)

Nesta seção são avaliados os modelos estruturais das relações propostas entre os

constructos na hipótese H4, referentes aos dois grupos: MBA Técnico e MBA

Negócios. Para tanto, inicialmente são analisados os (i) índices de ajustes dos

modelos estruturais (multicolinearidade, poder de explicação, tamanho do efeito e

validade preditiva) e, na sequência, são avaliados os (ii) coeficientes de caminho das

relações entre os constructos, incluindo sua significância estatística, a fim de verificar

se a hipótese H4 foi suportada, que elucida que o tipo de curso modera a relação entre

atitudes e intenções empreendedoras.

4.2.3.1 Multicolinearidade, Poder de explicação, Tamanho do efeito e

Validade Preditiva

Para analisar possíveis problemas de multicolinearidade entre os constructos

explicativos, deve-se analisar o Variance Inflation Factor (VIF). Os valores do VIF,

considerando os três constructos explicativos do modelo são apresentados na Tabela

8, considerando os dois grupos (MBA Técnico e MBA Negócios).

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Tabela 8: Análise de Multicolinearidade (VIF) (H4).

Constructos Curso MBA Técnico (N:

109)

Curso MBA Negócios (N: 109)

Atitudes Empreendedoras -> Intenções Empreendedoras 1.008 1.193

Efeito do EEP -> Intenções Empreendedoras 1.008 1.193

Fonte: Dados da pesquisa.

Todos os valores de VIF, apresentados nas relações dos dois grupos, são

menores que o limite de 5 (Hair Jr. et al., 2017). Portanto, a colinearidade entre os

constructos de previsão não é uma questão crítica nos modelos estruturais, ou seja,

não há forte correlação entre os constructos explicativos e os demais índices de

ajustes podem ser avaliados.

A Tabela 9 apresenta os valores do coeficiente de determinação (R²), o

Indicador de Cohen (f²) e o Indicador de Stone-Geisser (Q²) por grupo.

Tabela 9 - Poder de explicação, Tamanho do efeito e Validade Preditiva (H4).

Constructos

Curso MBA Técnico (N: 109)

Curso MBA Negócios (N: 109)

R² Q² f² R² Q² f²

Atitudes Empreendedoras * * 0.134 * * 0.198

Autonomia 0.650 0.297 0.204 0.656 0.336 0.283

Carga de trabalho 0.163 0.095 0.142 0.000 -0.015 -0.170

Implicação meio social 0.048 0.031 0.494 0.444 0.371 0.502

Necessidade de desafios 0.454 0.177 0.192 0.629 0.314 0.295

Necessidade de projetos criativos 0.705 0.309 0.310 0.583 0.266 0.314

Perspectivas profissional e financeira 0.122 0.054 0.106 0.237 0.131 0.288

Segurança no emprego 0.015 0.009 0.484 0.131 0.103 0.505

Intenções Empreendedoras 0.121 0.058 0.256 0.280 0.154 0.319

Efeito do EEP * * 0.533 * * 0.482

Fonte: Dados da pesquisa. Nota: *Não aplicável – Variável Explicativa.

Diante dos valores da Tabela 9, o valor de R² do principal constructo de

interesse do modelo (Intenções Empreendedoras) corresponde a aproximadamente

12% no modelo do grupo MBA Técnico e a aproximadamente 28% no modelo do

grupo MBA Negócios. Esse segundo grupo, portanto, apresenta um maior poder de

explicação, ou seja, no grupo MBA Negócios, 28% das variações ocorridas no

constructo dependente Intenções Empreendedoras pode ser explicado pelas

variações nos constructos explicativos (Atitudes Empreendedoras e Efeito do EEP).

Esse valor de 28% corresponde a um efeito grande, considerando a classificação da

área de ciências sociais e comportamentais de Cohen (1988), que propõe que R² =

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2% seja classificado como efeito pequeno, R² = 13% como efeito médio e R² = 26%

como efeito grande (Cohen, 1988).

Por fim, na análise do quanto cada constructo é “útil” para o ajuste do modelo

(f²), os resultados encontrados demonstram uma importância relativa dos constructos

para o modelo. De um modo geral, os constructos podem ser classificados com efeitos

médios ou grandes (f² de 0.02, 0.15 e 0.35 são considerados pequenos, médios e

grandes, respectivamente) (Hair Jr. et al., 2017). Quanto à validade preditiva, os

valores de Q² foram superiores a 0, portanto, foram considerados satisfatórios (Hair

Jr. et al., 2017).

4.2.3.2 Coeficientes de caminho e significância estatística

A Figura 5 e a Figura 6 apresentam, para os grupos MBA Técnico e MBA Negócios,

respectivamente, os coeficientes de caminho das relações entre os constructos e

entre parênteses o valor p dos respectivos coeficientes.

Figura 5. Coeficientes de caminho e significância estatística do modelo – MBA Técnico. Fonte: Dados da pesquisa.

A partir da análise do modelo para o grupo MBA Técnico (Figura 5), constata-

se que o constructo Atitudes Empreendedoras apresenta um coeficiente positivo

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(0.240) e significativo (ao nível de 10%, valor p < 0.10) na relação com o constructo

Intenções Empreendedoras.

Figura 6. Coeficientes de caminho e significância estatística do modelo – MBA Negócios. Fonte: Dados da pesquisa.

Na análise do modelo para o grupo MBA Negócios (Figura 6), verifica-se que a

relação entre o constructo Atitudes Empreendedoras e Intenções Empreendedoras é

positiva, apresentando um coeficiente de 0.206. No entanto, esse coeficiente não

pode ser considerado estatisticamente diferente de zero ao nível mínimo de 10% de

significância (valor p > 0.10).

Uma vez identificada as relações entre os constructos Atitudes

Empreendedoras e Intenções Empreendedoras, separadamente, por grupo (MBA

Técnico e MBA Negócios), procedeu-se com a análise multigrupo, para avaliar se há

diferenças significativas entre os coeficientes dos dois grupos.

A Tabela 10 apresenta os resultados dos testes estatísticos realizados para

avaliar essas diferenças.

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Tabela 10 – Resultado da hipótese H4.

Hipótese

Coef. MBA Técni

co

Coef. MBA

Negócios

Diferença [MBATécnico - MBANegócios]

Valor p da diferença

Resultado Permutation Test

Henseler’s MGA

Parametric Test

Welch-Satterthwait Test

H4

Atitudes Empreendedoras -> Intenções Empreendedoras

0.240*

0.206 0.034 0.838 0.423 0.862 0.862 Não Suportada

Fonte: Dados da pesquisa. Nota: * p<0.1

Conforme apresentado (Tabela 10), apesar de o coeficiente da relação entre

Atitudes Empreendedoras e Intenções Empreendedoras ser numericamente maior e

significativo para o tipo de curso MBA Técnico comparado ao coeficiente do tipo de

curso MBA Negócios, a diferença numérica de 0.034 é considerada igual a zero do

ponto de vista estatístico. Esse resultado foi corroborado pelos quatro testes

estatísticos realizados (Permutation, Henseler’s MGA, Parametric e Welch-

Satterthwait), visto que os valores p desses testes foram superiores a 0.10 (nível de

significância de 10%), fato que não rejeitou a hipótese nula de que a diferença entre

os coeficientes dos grupos é igual a zero.

Desse modo, a hipótese H4 não foi suportada, pois constatou-se que a relação

entre atitudes empreendedoras e intenções empreendedoras são indiferentes ao tipo

de curso (MBA Técnico ou MBA Negócios).

4.3 MODERAÇÃO MULTIGRUPO EXPERIÊNCIA PRÉVIA (H5)

Nesta seção é avaliado o modelo estrutural da hipótese H5 (A experiência prévia

com empreendedorismo (Sim ou Não) modera a associação entre a atitude e a

intenção empreendedora), por meio da análise multigrupo. Para tanto, semelhante à

avaliação da H4, foram analisados (i) os pressupostos para a aplicação da análise

multigrupo; (ii) o modelo de mensuração e (ii) o modelo estrutural, incluindo a avalição

dos índices de ajustes (multicolinearidade, poder de explicação, tamanho do efeito e

validade preditiva) por grupo e a verificação estatística das diferenças entre os

coeficientes de caminho das relações entre os constructos, a fim de verificar se a

hipótese H5 foi suportada.

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46

4.3.1 Pressupostos da análise multigrupo (H5)

Para testar a hipótese H5 foi realizada uma análise multigrupo, para avaliar se

a experiência prévia com empreendedorismo modera a associação entre a atitude e

a intenção empreendedora. Desse modo, a amostra inicial da pesquisa também foi

subdividida em duas subamostras, sendo uma formada pelos respondentes que

tiveram pelo menos um contato anterior com empreendedorismo (experiência

informal, curso ou ambos), grupo denominado a diante como “Sim”, e outra composta

pelos respondentes que declaram não ter tido contato anterior com

empreendedorismo, grupo denominado como “Não”.

Nesse sentido, do total da amostra válida original (418 respondentes), 151

respondentes (36%) afirmaram ter tido pelo menos uma exposição prévia ao

empreendedorismo, seja por meio de experiência informal, de outros cursos ou

ambas, e os demais 267 respondentes (64%) afirmaram que não tiveram nenhuma

experiência prévia com o empreendedorismo. Como o tamanho das subamostras

desses grupos também é desbalanceado, ou seja, o grupo maior representa quase o

dobro do outro (1.8 vezes), para análise multigrupo foi considerada uma seleção

aleatória de somente 151 respondentes do grupo sem nenhuma experiência prévia

(Não). Desse modo, para análise, os grupos ficaram equiparados com um total de 151

respondentes em cada um deles.

Na sequência, após a verificação do tamanho dos grupos, procedeu-se a

análise da invariância de medição de modelos compostos (Measurement Invariance

of Composite Models - MICOM), de forma idêntica ao procedimento realizado na

análise multigrupo associada à hipótese H4. Desse modo, os passos de Henseler et

al. (2016) foram considerados para avaliar a invariância de medição do modelo.

Retomando, o MICOM requer a análise de três elementos: (1) invariância da

configuração, (2) invariância da composição e (3) a igualdade dos valores médios e

das variâncias dos constructos. Se a invariância da configuração e a invariância da

composição forem estabelecidas, a invariância de medição parcial é confirmada. Se a

invariância de medição parcial for estabelecida e, adicionalmente, os constructos

tiverem valores médios e variâncias iguais entre os grupos, a invariância de medição

completa é confirmada (Hair Jr. et al., 2018; Henseler et al., 2016).

Os resultados do passo 1 não podem ser obtidos por meio do SmartPLS, uma

vez que a avaliação da invariância da configuração requer uma inspeção da

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configuração do modelo e não compreende teste estatístico. Desse modo, atesta-se

que a invariância da configuração foi estabelecida no estudo, visto que o modelo, para

ambos os grupos (Com e Sem experiência prévia), tem indicadores idênticos,

tratamento de dados idêntico e configuração de algoritmo idêntica.

Em relação aos passos 2 e 3, esses são avaliados por meio de testes

estatísticos, conforme é apresentado na Tabela 11.

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Tabela 11: Teste de invariância da medição MICOM (H5). Passo 1 - Invariância da Configuração

Invariância da configuração estabelecida? Sim, mesmos algoritmos para os dois grupos.

Passo 2 - Invariância da Composição

Constructos Correlação c

(=1)

Quantil 5% da distribuição

empírica de c

Valor p

Invariância da

composição estabelecida?

Atitudes Empreendedoras 0.994 0.976 0.833 Sim

Autonomia 0.998 0.991 0.702 Sim

Carga de trabalho 0.943 0.370 0.502 Sim

Implicação meio social 0.997 0.994 0.165 Sim

Necessidade de desafios 0.999 0.990 0.778 Sim

Necessidade de projetos criativos 1.000 0.995 0.925 Sim

Perspectivas profissional e financeira 0.967 0.953 0.116 Sim

Segurança no emprego -0.900 -0.969 0.161 Sim

Intenções Empreendedoras 0.986 0.953 0.409 Sim

Efeito do EEP 0.998 0.990 0.712 Sim

Passo 3a - Igualdade das Médias

Constructos Diferença das médias dos

constructos (=0)

Intervalo de Confiança 95%

Valor p

Valores médios iguais?

Atitudes Empreendedoras 0.135 [-0.222; 0.230] 0.248 Sim

Autonomia 0.269 [-0.227; 0.231] 0.022 Não

Carga de trabalho 0.027 [-0.220; 0.226] 0.818 Sim

Implicação meio social -0.021 [-0.227; 0.226] 0.862 Sim

Necessidade de desafios 0.014 [-0.218; 0.228] 0.910 Sim

Necessidade de projetos criativos 0.050 [-0.222; 0.228] 0.671 Sim

Perspectivas profissional e financeira 0.093 [-0.232; 0.228] 0.418 Sim

Segurança no emprego -0.310 [-0.221; 0.222] 0.006 Não

Intenções Empreendedoras 0.441 [-0.223; 0.227] 0.000 Não

Efeito do EEP 0.009 [-0.222; 0.223] 0.934 Sim

Passo 3b - Igualdade das Variâncias

Constructos

Logaritmo da taxa de

variância dos constructos (=0)

Intervalo de Confiança 95%

Valor p

Variâncias iguais?

Atitudes Empreendedoras -0.047 [-0.429; 0.431] 0.835 Sim

Autonomia -0.296 [-0.448; 0.430] 0.190 Sim

Carga de trabalho -0.255 [-0.537; 0.559] 0.396 Sim

Implicação meio social 0.229 [-0.367; 0.368] 0.214 Sim

Necessidade de desafios 0.204 [-0.526; 0.523] 0.448 Sim

Necessidade de projetos criativos 0.245 [-0.598; 0.586] 0.433 Sim

Perspectivas profissional e financeira -0.089 [-0.451; 0.449] 0.736 Sim

Segurança no emprego 0.325 [-0.307; 0.292] 0.035 Não

Intenções Empreendedoras -0.022 [-0.282; 0.279] 0.883 Sim

Efeito do EEP -0.057 [-0.356; 0.374] 0.766 Sim

Fonte: Dados da pesquisa.

O passo 2 do MICOM aborda a invariância da composição e aplica um teste

estatístico para avaliar se os escores dos constructos diferem significativamente entre

os grupos. Para tanto, é examinada a correlação c entre os escores dos constructos

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49

dos dois grupos, que deve ser igual a 1. Tecnicamente, o procedimento testa a

hipótese nula de que a correlação é 1. A fim de se estabelecer a invariância da

composição, não se deve rejeitar essa hipótese nula, ou seja, se o teste produz um

valor p maior que 0.05 (ao nível de significância de 5%), podemos assumir a

invariância da composição (Hair Jr. et al., 2018). Diante disso, como apresentado na

Tabela 11 (Passo 2), após um procedimento de permutação com 5000 permutações

e nível de significância de 5%, todos os constructos apresentaram valor p superior a

0.05, ou seja, a hipótese nula não foi rejeitada e a invariância da composição foi

confirmada. Em função disso, a invariância de medição parcial do modelo foi obtida,

o que já permite a realização da análise multigrupo.

Finalmente, na etapa 3, os intervalos de confiança gerados a partir de um

procedimento de permutação permitem avaliar se o valor médio de um constructo e

sua variância diferem entre os grupos. Os resultados apresentados na Tabela 11

(Passo 3a e Passo 3b) apontam que a invariância de medição completa não foi

estabelecida. Os resultados do teste de permutação (5000 permutações)

demostraram que os valores médios e a variância de alguns constructos não são

iguais entre os grupos. Especificamente, constatou-se que há diferenças nos valores

médios entre os grupos (“Sim” - com experiência e “Não” - sem experiência) para os

constructos Autonomia, Segurança no emprego e Intenções Empreendedoras (Etapa

3a) e, ainda, há diferença também na variância entre os grupos no constructo

Segurança no emprego. Desse modo, os valores médios e a variância desses

constructos do grupo com experiência prévia (Sim) diferiram significativamente dos

resultados do grupo sem experiência prévia (Não). Como conclusão geral do MICOM,

constatou-se a existência da invariância de mensuração parcial, visto que os passos

1 e 2 foram atendidos. Desse modo, a análise multigrupo é pertinente e, na sequência,

é apresentado em detalhes o modelo de mensuração dos dois grupos referente à

experiência prévia com empreendedorismo (Sim e Não).

4.3.2 Modelo de Mensuração (H5)

Para a avaliação do modelo de mensuração, como apresentado anteriormente

(1.2.2. Modelo de Mensuração (H4)), são analisados os seguintes critérios de

qualidade: a validade convergente, a validade discriminante e a confiabilidade dos

constructos de primeira ordem do modelo. Portanto, são considerados os constructos

de primeira: segurança no emprego, carga de trabalho, implicação no meio social,

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perspectivas profissional e financeira, necessidade de desafios, autonomia e

necessidade de projetos criativos do constructo de segunda ordem Atitudes

Empreendedoras. Também são considerados para análise os constructos de primeira

ordem Efeito EEP e Intenções Empreendedoras.

Na análise dos índices de ajustes para validade convergente (AVE e cargas

fatoriais), validade discriminante (Fornell e Larcker (1981) e cargas cruzadas) e

confiabilidade (alfa de cronbach - AC e confiabilidade composta - CC), verificou-se

que os modelos para ambos os grupos (Sim e Não) apresentaram valores

satisfatórios.

A Tabela 12 apresenta os valores da AVE, do AC, da CC e o critério de Fornell

e Larcker (1981) para os dois grupos de experiência prévia em empreendedorismo

(Sim e Não).

Tabela 12: AVE, AC, CC e Fornell e Larcker (1981) (H5).

Experiência “Sim” (N: 151)

Constructos I II III IV V VI VII VIII IX

I-Autonomia 0.72

II-Carga de trabalho 0.12 0.78

III-Implicação meio social 0.19 0.09 0.95

IV-Necessidade de desafios 0.32 0.20 0.22 0.76

V- Necessidade de projetos criativos 0.42 0.12 0.18 0.47 0.75

VI-Perspectivas profissional e financeira 0.23 0.17 -0.06 0.24 0.11 0.73

VII-Segurança no emprego 0.12 -0.19 0.11 0.07 0.00 -0.02 0.91

VIII-Intenções Empreendedoras 0.31 -0.08 0.07 0.03 0.15 -0.04 0.29 0.77

IX- Efeito do EEP 0.18 -0.05 0.07 0.25 0.17 -0.15 0.02 0.34 0.85

AVE 0.52 0.60 0.90 0.58 0.56 0.53 0.83 0.60 0.73

AC 0.70 0.35 0.89 0.73 0.84 0.57 0.87 0.68 0.91

CC 0.81 0.75 0.95 0.84 0.88 0.77 0.91 0.82 0.93

Experiência “Não” (N: 151)

Constructos I II III IV V VI VII VIII IX

I-Autonomia 0.74

II-Carga de trabalho 0.15 0.81

III-Implicação meio social 0.13 -0.05 0.94

IV-Necessidade de desafios 0.55 0.13 0.24 0.79

V- Necessidade de projetos criativos 0.52 0.03 0.24 0.50 0.70

VI-Perspectivas profissional e financeira 0.30 0.07 0.11 0.38 0.24 0.78

VII-Segurança no emprego -0.01 0.13 0.03 0.09 0.12 0.05 0.84

VIII-Intenções Empreendedoras 0.47 -0.07 0.06 0.15 0.37 0.15 -0.10 0.78

IX- Efeito do EEP 0.22 0.03 0.03 0.09 0.21 0.06 0.04 0.23 0.85

AVE 0.54 0.66 0.88 0.62 0.50 0.60 0.70 0.61 0.72

AC 0.72 0.51 0.87 0.78 0.79 0.66 0.94 0.68 0.90

CC 0.83 0.79 0.93 0.86 0.85 0.82 0.82 0.82 0.93

Fonte: Dados da pesquisa.

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No que diz respeito à AVE, os constructos apresentaram valores superiores a

0.50 (Tabela 12), valor mínimo de referência, portanto, por este critério o modelo

apresentou validade convergente nos dois grupos. Em relação à confiabilidade das

medidas, as referências principais são os indicadores AC e CC, que devem apresentar

valores superiores a 0.70. Conforme apresentado na Tabela 12, alguns constructos

apresentaram, no índice AC, valores inferiores a 0.70. No entanto, como os valores

de CC, que também é um índice de confiabilidade, são satisfatórios, ou seja,

superiores a 0.70, atesta-se a confiabilidade dos constructos, visto que este indicador

é mais adequado para análise de confiabilidade quando se utiliza modelagem de

equações estruturais por mínimos quadrados parciais (PLS-SEM) (Hair Jr. et al.,

2017). Além disso, na análise da validade discriminante, foi analisado o critério de

Fornell e Larcker (1981) e os resultados também são apresentados na Tabela 12. Foi

verificado que os valores das raízes quadradas das AVEs (diagonal em negrito) são

superiores às demais correlações entre os constructos, portanto, esse critério atestou

a validade discriminante dos modelos nos dois grupos, com e sem experiência prévia.

Em termos complementares, para ratificar as validades convergente e

discriminante, as cargas fatoriais e as cargas cruzadas dos itens também foram

avaliadas e consideradas satisfatórias para os dois grupos considerados, com e sem

experiência prévia com empreendedorismo. As cargas fatoriais e cruzadas dos dois

grupos constam no Apêndice 4 e no Apêndice 5.

4.3.3 Modelo Estrutural (H5)

Nesta seção são avaliados os modelos estruturais das relações propostas entre

os constructos na hipótese H5, referentes aos dois grupos: Experiência “Sim” e

Experiência “Não”. Para tanto, inicialmente são analisados os (i) índices de ajustes

dos modelos estruturais (multicolinearidade, poder de explicação, tamanho do efeito

e validade preditiva) e, na sequência, são avaliados os (ii) coeficientes de caminho

das relações entre os constructos, incluindo sua significância estatística, a fim de

verificar se a hipótese H5 foi suportada, que elucida que a experiência prévia modera

a relação entre atitudes e intenções empreendedoras.

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4.3.3.1 Multicolinearidade, Poder de explicação, Tamanho do efeito e

Validade Preditiva

Para analisar possíveis problemas de multicolinearidade entre os constructos

explicativos, deve-se analisar o Variance Inflation Factor (VIF). Os valores do VIF,

considerando os três constructos explicativos do modelo são apresentados na Tabela

13, considerando os dois grupos, Sim e Não para experiência prévia.

Tabela 13: Análise de Multicolinearidade (VIF) (H5).

Constructos Experiência

"Sim" (N: 151)

Experiência "Não" (N:

151)

Atitudes Empreendedoras -> Intenções Empreendedoras 1.048 1.043

Efeito do EEP -> Intenções Empreendedoras 1.048 1.043

Fonte: Dados da pesquisa.

Todos os valores de VIF, apresentados nas relações dos dois grupos, são

menores que o limite de 5 (Hair Jr. et al., 2017). Portanto, a colinearidade entre os

constructos de previsão não é uma questão crítica nos modelos estruturais, ou seja,

não há forte correlação entre os constructos explicativos e os demais índices de

ajustes podem ser avaliados.

A Tabela 14 apresenta os valores do coeficiente de determinação (R²), o

Indicador de Cohen (f²) e o Indicador de Stone-Geisser (Q²) por grupo.

Tabela 14 - Poder de explicação, Tamanho do efeito e Validade Preditiva (H5).

Constructos

Experiência "Sim" (N: 151)

Experiência "Não" (N: 151)

R² Q² f² R² Q² f²

Atitudes Empreendedoras * * 0.154 * * 0.174

Autonomia 0.467 0.212 0.225 0.622 0.301 0.250

Carga de trabalho 0.071 0.027 -0.021 0.022 0.001 0.085

Implicação meio social 0.136 0.112 0.521 0.119 0.090 0.479

Necessidade de desafios 0.564 0.292 0.328 0.676 0.382 0.373

Necessidade de projetos criativos 0.711 0.353 0.372 0.667 0.290 0.300

Perspectivas profissional e financeira 0.098 0.039 0.114 0.262 0.143 0.239

Segurança no emprego 0.009 0.001 0.344 0.010 -0.025 0.012

Intenções Empreendedoras 0.130 0.056 0.223 0.172 0.082 0.245

Efeito do EEP * * 0.557 * * 0.549

Fonte: Dados da pesquisa. Nota: *Não aplicável – Variável Explicativa.

Diante dos valores da Tabela 14, o valor de R² do principal constructo de

interesse do modelo (Intenções Empreendedoras) corresponde a 13% no modelo do

grupo Experiência “Sim” e a aproximadamente 17% no modelo do grupo Experiência

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“Não”. Esse segundo grupo, portanto, apresenta um maior poder de explicação, ou

seja, no grupo Experiência “Não”, 17% das variações ocorridas no constructo

dependente Intenções Empreendedoras pode ser explicado pelas variações nos

constructos explicativos (Atitudes Empreendedoras e Efeito do EEP). Apesar dessa

diferença de 4%, ambos os valores R² se aproximam de um efeito médio,

considerando a classificação da área de ciências sociais e comportamentais de Cohen

(1988), que propõe que R² = 2% seja classificado como efeito pequeno, R² = 13%

como efeito médio e R² = 26% como efeito grande (Cohen, 1988).

Por fim, na análise do quanto cada constructo é “útil” para o ajuste do modelo

(f²), os resultados encontrados demonstram uma importância relativa dos constructos

para o modelo. De um modo geral, com algumas exceções, os constructos podem ser

classificados com efeitos médios ou grandes (f² de 0.02, 0.15 e 0.35 são considerados

pequenos, médios e grandes, respectivamente) (Hair Jr. et al., 2017). Quanto à

validade preditiva, os valores de Q² foram superiores a 0, portanto, foram

considerados satisfatórios (Hair Jr. et al., 2017).

4.3.3.2 Coeficientes de caminho e significância estatística

A Figura 7 e a Figura 8 apresentam para os grupos Experiência “Sim” e

Experiência “Não”, respectivamente, os coeficientes de caminho das relações entre

os constructos e entre parênteses o valor p dos respectivos coeficientes.

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Figura 7. Coeficientes de caminho e significância estatística do modelo – Experiência “Sim”. Fonte: Dados da pesquisa.

A partir da análise do modelo para o grupo Experiência “Sim” (Figura X4),

constata-se que a relação entre o constructo Atitudes Empreendedoras e Intenções

Empreendedoras apresenta um coeficiente positivo (0.121), mas não significativo ao

nível de 10%, pois valor p (0.208) é superior a 0.10.

Figura 8. Coeficientes de caminho e significância estatística do modelo – Experiência “Não”. Fonte: Dados da pesquisa.

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Na análise do modelo para o grupo Experiência “Não” (Figura 8), verifica-se

que a relação entre o constructo Atitudes Empreendedoras e Intenções

Empreendedoras é positiva, apresentando um coeficiente de 0.349, e estatisticamente

significativa ao nível de 1%.

Uma vez identificada as relações entre os constructos Atitudes

Empreendedoras e Intenções Empreendedoras, separadamente, por grupo

(Experiência “Sim” e Experiência “Não”), procedeu-se com a análise multigrupo, para

avaliar se há diferenças significativas entre os coeficientes dos dois grupos.

A Tabela 15 apresenta os resultados dos testes estatísticos realizados para

avaliar essas diferenças.

Tabela 15 – Resultado da hipótese H5.

Hipótese

Coef. Experiência Sim

Coef. Experiê

ncia Não

Diferença

[Sim - Não]

Valor p da diferença

Resultado

Permutation Test

Henseler’s MGA

Parametric Test

Welch-Satterthwait Test

H5

Atitudes Empreendedoras -> Intenções Empreendedoras

0.121 0.349** -0.229 0.091*

0.082* 0.076* 0.077* Suportada

Fonte: Dados da pesquisa. Nota: * p<0.1; ** p<0.01

Conforme apresentado (Tabela 15), o coeficiente da relação entre Atitudes

Empreendedoras e Intenções Empreendedoras é numericamente maior para o grupo

Experiência “Não” quando comparado ao coeficiente do grupo Experiência “Sim”. Do

ponto de vista estatístico, a diferença numérica de -0.229 é considerada diferente de

zero, após a realização de quatro testes estatísticos (Permutation, Henseler’s MGA,

Parametric e Welch-Satterthwait). Os resultados demonstraram que os valores p

desses testes foram inferiores a 0.10 (nível de significância de 10%), fato que rejeitou

a hipótese nula de que a diferença entre os coeficientes dos grupos é igual a zero.

Desse modo, a hipótese H5 foi suportada, pois constatou-se que a relação entre

atitudes empreendedoras e intenções empreendedoras é moderada pela exposição

prévia ou não ao empreendedorismo. De modo específico, as evidências

demonstraram que a relação entre atitudes e intenções empreendedoras é maior no

grupo sem exposição prévia ao empreendedorismo quando comparada ao grupo que

possuiu alguma experiência anterior.

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4.4 SÍNTESE DOS RESULTADOS

Após as evidências apresentadas pelos testes estatísticos realizados, a Tabela 16

apresenta uma síntese dos resultados das hipóteses do estudo.

Tabela 16 – Resultados das hipóteses do estudo.

Hipóteses Resultado

H1: Atitude empreendedora está positivamente associada com a intenção empreendedora.

Suportada

H2: O programa de empreendedorismo acadêmico (EEP) está positivamente associado com a intenção empreendedora.

Suportada

H3: O programa de empreendedorismo acadêmico (EEP) modera positivamente a associação entre atitude empreendedora e intenção empreendedora.

Não Suportada

H4: O tipo de curso (MBAs Técnicos ou Negócios) modera a associação entre atitude e a intenção empreendedora. (Expectativa: Técnico +).

Não Suportada

H5: A experiência prévia com empreendedorismo modera a associação entre a atitude e a intenção empreendedora. (Expectativa: Sem exper. +).

Suportada

Fonte: Dados da pesquisa.

Diante dos resultados obtidos (Tabela 16), verificou-se que as hipóteses H1, H2 e

H5 foram suportadas, enquanto as hipóteses H3 e H4 não foram suportadas. Desse

modo, constatou-se que a atitude empreendedora está positivamente associada com

a intenção empreendedora (H1) e que o efeito do programa de empreendedorismo

acadêmico (EEP) está positivamente associado com a intenção empreendedora (H2).

Além disso, os resultados demonstraram que a exposição prévia ou não ao

empreendedorismo modera a relação entre atitude empreendedora e intenção

empreendedora (H5). Desse modo, quando não há exposição prévia, maior a relação

entre atitude e intenção empreendedora. Por outro lado, os resultados demonstraram

que o efeito do programa de empreendedorismo acadêmico (EEP) não modera a

relação entre atitude e intenção empreendedora (H3), mas ressalta-se que se trata de

um antecessor da intenção empreendedora, conforme confirmado em H2. Por fim, as

evidências apontaram que o tipo de curso (MBA Técnico ou MBA Negócios) não

modera a relação entre atitude e intenção empreendedora (H4), ou seja, essa relação

é indiferente ao tipo de curso, seja MBA Técnico ou MBA Negócios.

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61

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62

6 APÊNDICES

Apêndice 1

Valores de AVE, AC e CC do modelo inicial.

AVE AC CC

Autonomia 0.452 0.690 0.802

Carga de trabalho 0.235 0.529 0.177

Implicação meio social 0.390 0.548 0.002

Necessidade de desafios 0.579 0.731 0.840

Necessidade de projetos criativos 0.535 0.821 0.872

Perspectivas profissional e financeira 0.361 0.541 0.725

Segurança no emprego 0.909 0.900 0.953

Intenções Empreendedoras 0.560 0.036 0.623

Efeito do EEP 0.720 0.903 0.928

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63

Apêndice 2

Cargas fatoriais e Cargas Cruzadas (MBA Técnico, N: 109).

Constructos* I II III IV V VI VII VIII IX

Itens

A22 0.666 0.411 0.200 0.430 0.332 0.079 -0.022 0.066 -0.069

A23 0.695 0.019 0.122 0.227 0.348 0.107 -0.246 0.462 0.193

A24 0.753 0.166 0.028 0.333 0.373 0.233 0.150 0.124 0.022

A25 0.739 0.137 -0.090 0.346 0.352 0.363 -0.180 0.215 0.102

A3 0.240 0.819 0.039 0.162 0.173 0.053 0.067 -0.057 -0.066

A4 0.201 0.845 0.114 0.262 0.203 0.053 0.266 -0.202 -0.062

A8 0.037 0.123 0.927 -0.063 0.262 -0.214 0.070 -0.021 -0.066

A9 0.121 0.060 0.952 0.045 0.208 -0.105 0.028 -0.019 -0.081

A18 0.025 -0.012 -0.021 0.391** 0.035 -0.036 -0.122 -0.073 0.204

A19 0.382 0.167 -0.128 0.868 0.272 0.185 -0.036 -0.083 0.117

A20 0.215 0.094 0.029 0.802 0.203 0.148 -0.033 -0.133 0.049

A21 0.490 0.325 0.090 0.664 0.365 0.142 -0.016 0.049 -0.006

A27 0.413 0.138 -0.016 0.472 0.451** 0.140 0.006 0.108 0.189

A28 0.452 0.349 0.035 0.365 0.611 0.160 0.001 0.046 -0.026

A29 0.339 0.160 0.215 0.168 0.783 0.134 -0.163 0.351 0.147

A30 0.289 0.119 0.329 0.094 0.830 0.112 -0.093 0.390 0.087

A31 0.322 0.095 0.249 0.262 0.833 0.096 -0.103 0.255 0.092

A32 0.253 0.077 0.217 0.178 0.672 0.054 -0.018 0.249 0.006

A15 0.230 0.005 -0.213 0.198 -0.022 0.438** 0.116 -0.051 0.042

A16 0.225 0.020 -0.158 0.198 0.121 0.866 -0.010 0.024 -0.021

A17 0.166 0.097 -0.029 0.053 0.204 0.758 -0.073 0.048 -0.017

A1 -0.088 0.217 0.086 -0.048 -0.123 0.000 0.963 -0.395 0.073

A2 -0.102 0.170 0.002 -0.042 -0.047 -0.020 0.949 -0.442 0.091

I1 0.341 -0.018 -0.114 0.004 0.144 0.098 -0.172 0.693 0.126

I3 0.204 -0.223 0.026 -0.065 0.303 -0.026 -0.452 0.850 0.241

I4 0.172 -0.106 0.015 -0.079 0.314 0.003 -0.362 0.795 0.211

D1 0.001 0.019 -0.074 0.016 -0.006 -0.092 0.203 0.128 0.771

D2 0.086 -0.068 -0.091 0.051 0.011 -0.017 0.076 0.165 0.818

D3 0.097 -0.013 -0.077 0.088 0.211 0.019 0.035 0.246 0.865

D4 -0.013 -0.177 -0.035 0.055 0.080 0.033 0.100 0.197 0.843

D5 0.125 -0.071 -0.064 0.110 0.114 -0.013 0.020 0.268 0.895

Fonte: Dados da pesquisa.

*Nota: I-Autonomia; II-Carga de trabalho; III-Implicação meio social; IV-Necessidade de desafios; V-

Necessidade de projetos criativos; VI-Perspectivas profissional e financeira; VII-Segurança no

emprego; VIII-Intenções Empreendedoras e IX- Efeito do EEP.

**Apesar de esses itens apresentarem carga fatorial inferior a 0.50, foram mantidos no modelo, pois

possuem carga maior em seu constructo original comparativamente aos outros constructos e, ainda,

os constructos apresentam validade convergente atestada pela AVE.

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Apêndice 3

Cargas fatoriais e Cargas Cruzadas (MBA Negócios, N: 109).

Constructos* I II III IV V VI VII VIII IX

Itens

A22 0.733 -0.016 0.343 0.499 0.342 0.198 -0.108 0.305 0.259

A23 0.781 0.091 0.304 0.419 0.339 0.083 -0.298 0.489 0.238

A24 0.789 0.018 0.382 0.356 0.477 0.161 -0.306 0.364 0.302

A25 0.687 0.017 0.292 0.397 0.385 0.189 -0.235 0.256 0.099

A3 0.043 0.937 0.095 0.020 0.009 -0.037 0.230 0.065 -0.021

A4 -0.003 0.496 -0.009 -0.016 0.058 0.113 0.194 -0.159 -0.148

A8 0.409 0.020 0.941 0.469 0.394 0.142 -0.101 0.085 0.288

A9 0.425 0.131 0.942 0.551 0.336 0.137 -0.111 0.136 0.290

A18 0.341 -0.094 0.297 0.754 0.245 0.483 -0.178 0.098 0.179

A19 0.428 -0.065 0.510 0.865 0.174 0.431 -0.172 0.018 0.183

A20 0.338 0.064 0.415 0.799 0.208 0.347 -0.076 0.047 0.148

A21 0.539 0.128 0.384 0.570 0.484 0.151 -0.094 0.256 0.192

A27 0.374 0.033 0.434 0.344 0.552 0.203 -0.040 0.204 0.233

A28 0.408 0.142 0.230 0.263 0.675 0.157 -0.016 0.276 0.209

A29 0.440 -0.103 0.309 0.273 0.742 0.202 -0.293 0.342 0.416

A30 0.361 -0.058 0.283 0.277 0.817 0.140 -0.054 0.404 0.409

A31 0.291 0.079 0.159 0.239 0.715 0.206 -0.042 0.244 0.176

A32 0.303 0.061 0.204 0.183 0.725 0.224 -0.244 0.239 0.302

A15 0.185 0.110 0.057 0.290 0.098 0.589 0.067 -0.202 -0.089

A16 0.143 -0.014 0.139 0.423 0.267 0.874 -0.090 -0.081 0.118

A17 0.189 -0.036 0.138 0.395 0.236 0.879 -0.193 0.020 0.129

A1 -0.250 0.306 -0.006 -0.085 -0.188 -0.131 0.929 -0.189 -0.065

A2 -0.339 0.216 -0.185 -0.228 -0.137 -0.092 0.958 -0.235 -0.142

I1 0.418 0.005 0.151 0.203 0.281 -0.074 -0.193 0.857 0.462

I3 0.309 -0.006 0.002 -0.010 0.349 -0.099 -0.128 0.822 0.432

I4 0.431 0.006 0.130 0.143 0.384 -0.034 -0.241 0.751 0.292

D1 0.267 -0.040 0.229 0.157 0.303 0.091 -0.142 0.437 0.837

D2 0.379 -0.041 0.322 0.303 0.455 0.087 -0.151 0.427 0.824

D3 0.173 0.014 0.220 0.125 0.262 0.055 -0.089 0.361 0.842

D4 0.170 -0.126 0.256 0.140 0.319 0.045 -0.043 0.373 0.822

D5 0.247 -0.096 0.242 0.236 0.386 0.091 -0.042 0.438 0.819

Fonte: Dados da pesquisa.

*Nota: I-Autonomia; II-Carga de trabalho; III-Implicação meio social; IV-Necessidade de desafios; V-

Necessidade de projetos criativos; VI-Perspectivas profissional e financeira; VII-Segurança no

emprego; VIII-Intenções Empreendedoras e IX- Efeito do EEP.

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65

Apêndice 4

Cargas fatoriais e Cargas Cruzadas (Experiência “Sim”, N: 151).

Constructos* I II III IV V VI VII VIII IX

Itens

A22 0.668 0.112 0.244 0.367 0.299 0.284 0.045 0.068 0.115

A23 0.708 0.063 0.104 0.124 0.119 0.081 0.247 0.511 0.109

A24 0.780 0.094 0.106 0.163 0.253 0.145 0.003 0.219 0.084

A25 0.737 0.063 0.089 0.216 0.460 0.110 0.094 0.205 0.194

A3 0.153 0.845 0.041 0.188 0.088 0.114 -0.126 0.006 -0.051

A4 0.011 0.704 0.116 0.121 0.102 0.154 -0.179 -0.157 -0.023

A8 0.147 0.101 0.944 0.172 0.195 -0.064 0.112 0.037 0.028

A9 0.219 0.077 0.950 0.235 0.147 -0.056 0.095 0.088 0.096

A18 0.207 0.075 0.128 0.702 0.250 0.158 0.112 0.054 0.304

A19 0.180 0.131 0.193 0.905 0.373 0.187 -0.012 -0.033 0.222

A20 0.263 0.182 0.196 0.901 0.456 0.186 0.019 -0.017 0.173

A21 0.334 0.226 0.122 0.449** 0.316 0.183 0.131 0.110 0.047

A27 0.311 0.101 0.113 0.392 0.659 0.127 0.007 0.147 0.220

A28 0.392 0.135 0.056 0.381 0.807 0.177 -0.052 0.043 0.120

A29 0.338 0.012 0.178 0.405 0.785 0.010 0.089 0.147 0.122

A30 0.275 0.090 0.100 0.359 0.822 0.097 -0.013 0.149 0.107

A31 0.318 0.084 0.152 0.239 0.806 0.021 -0.073 0.101 0.047

A32 0.217 0.125 0.230 0.327 0.562 0.029 0.043 0.062 0.150

A15 0.292 0.122 -0.022 0.189 0.095 0.798 -0.049 -0.090 -0.108

A16 0.052 0.108 -0.075 0.214 0.092 0.728 -0.055 -0.035 -0.133

A17 0.087 0.148 -0.058 0.090 0.028 0.643 0.104 0.087 -0.085

A1 -0.056 0.202 0.070 0.025 0.007 -0.058 -0.817 -0.217 0.078

A2 -0.126 0.182 -0.133 -0.083 0.000 0.032 -0.996 -0.292 -0.037

I1 0.273 -0.010 0.049 -0.061 0.030 0.022 0.186 0.719 0.214

I3 0.260 -0.166 0.027 -0.089 0.092 -0.152 0.298 0.733 0.187

I4 0.224 -0.044 0.067 0.126 0.177 -0.005 0.218 0.860 0.344

D1 0.215 -0.050 0.038 0.131 0.123 -0.156 -0.019 0.270 0.863

D2 0.186 -0.076 0.043 0.285 0.164 -0.175 0.067 0.325 0.832

D3 0.134 0.029 -0.011 0.203 0.151 -0.117 -0.027 0.231 0.869

D4 0.041 -0.062 0.148 0.191 0.132 -0.115 0.068 0.305 0.842

D5 0.189 -0.033 0.047 0.221 0.146 -0.074 -0.012 0.305 0.866

Fonte: Dados da pesquisa.

*Nota: I-Autonomia; II-Carga de trabalho; III-Implicação meio social; IV-Necessidade de desafios; V-

Necessidade de projetos criativos; VI-Perspectivas profissional e financeira; VII-Segurança no

emprego; VIII-Intenções Empreendedoras e IX- Efeito do EEP.

**Apesar de esses itens apresentarem carga fatorial inferior a 0.50, foram mantidos no modelo, pois

possuem carga maior em seu constructo original comparativamente aos outros constructos e, ainda,

os constructos apresentam validade convergente atestada pela AVE.

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66

Apêndice 5

Cargas fatoriais e Cargas Cruzadas (Experiência “Não”, N: 151).

Constructos* I II III IV V VI VII VIII IX

Itens

A22 0.717 0.270 0.045 0.415 0.383 0.181 0.086 0.311 0.124

A23 0.736 0.046 0.102 0.269 0.335 0.194 -0.148 0.514 0.273

A24 0.700 0.055 0.082 0.359 0.295 0.204 -0.012 0.281 0.132

A25 0.794 0.060 0.151 0.532 0.492 0.289 0.011 0.309 0.134

A3 0.125 0.680 -0.096 0.054 0.017 -0.015 -0.029 0.058 0.105

A4 0.121 0.923 -0.015 0.136 0.035 0.101 0.187 -0.122 -0.021

A8 0.073 -0.022 0.907 0.135 0.170 -0.013 0.019 0.020 0.015

A9 0.157 -0.064 0.966 0.277 0.257 0.168 0.038 0.084 0.043

A18 0.348 -0.025 0.141 0.752 0.414 0.340 0.016 0.200 0.098

A19 0.464 0.179 0.191 0.911 0.430 0.256 0.118 0.029 0.045

A20 0.400 0.070 0.263 0.878 0.384 0.410 0.100 0.071 0.064

A21 0.522 0.179 0.136 0.560 0.348 0.181 0.047 0.190 0.090

A27 0.496 0.012 0.155 0.497 0.579 0.176 0.112 0.207 0.069

A28 0.499 0.105 0.018 0.429 0.637 0.206 0.135 0.213 0.063

A29 0.345 0.005 0.131 0.340 0.781 0.108 0.054 0.370 0.276

A30 0.295 -0.032 0.283 0.303 0.832 0.179 0.099 0.317 0.166

A31 0.288 0.009 0.228 0.297 0.741 0.224 0.051 0.237 0.115

A32 0.211 0.051 0.195 0.193 0.618 0.098 0.017 0.224 0.208

A15 0.220 0.046 -0.021 0.264 0.072 0.674 0.036 0.043 -0.030

A16 0.273 0.079 0.107 0.349 0.238 0.904 0.051 0.103 0.100

A17 0.201 0.038 0.135 0.269 0.221 0.730 0.028 0.186 0.046

A1 -0.143 0.260 0.060 0.007 -0.052 0.115 0.708 -0.241 0.073

A2 -0.072 0.200 0.047 0.063 0.052 0.082 0.951 -0.169 0.059

I1 0.433 -0.107 0.133 0.207 0.244 0.183 -0.073 0.807 0.180

I3 0.226 -0.023 -0.034 -0.010 0.264 0.051 -0.046 0.758 0.259

I4 0.406 -0.025 0.020 0.109 0.369 0.088 -0.107 0.772 0.130

D1 0.161 0.073 0.089 0.039 0.127 0.035 -0.017 0.216 0.845

D2 0.238 0.052 0.088 0.063 0.213 0.063 0.021 0.177 0.833

D3 0.194 0.024 -0.032 0.029 0.210 0.085 0.057 0.217 0.882

D4 0.143 -0.023 -0.031 0.114 0.164 0.055 0.081 0.213 0.835

D5 0.209 -0.021 0.047 0.169 0.176 0.015 0.038 0.159 0.853

Fonte: Dados da pesquisa.

*Nota: I-Autonomia; II-Carga de trabalho; III-Implicação meio social; IV-Necessidade de desafios; V-

Necessidade de projetos criativos; VI-Perspectivas profissional e financeira; VII-Segurança no

emprego; VIII-Intenções Empreendedoras e IX- Efeito do EEP.

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Apêndice 6

QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO

Versão final validada e aplicada na Survey (Pesquisa Quantitativa)

O EMPREENDEDORISMO ACADÊMICO NO BRASIL:

Impacto dos programas de empreendedorismo educacional (EEP) sobre as atitudes

e intenções dos alunos de MBAs de criarem Startups.

Elaboração do questionário. © A. Fayolle e B. Gailly (Traduzido e adaptado por Egidio Zardo)

Informações sobre o respondente (aluno/ex-aluno MBA FIAP)

Nome:

Email (opcional):

Empresa/as (opcional):

Cargo (opcional):

Ano de nascimento (aaaa):

Gênero: Masculino ( ) Feminino ( )

Curso de MBA (FIAP) :

Finalizou seu MBA na FIAP em (mm/aa): ___/___

Você hoje atua profissionalmente:

A. Como funcionario em uma empresa ( )

B. Como dono do seu próprio negócio / startup ( )

C. Ambos ( )

Se possui seu próprio negócio/startup, quando iniciou a atividade (mm/aa): ___/___

Você já possuía experiência e/ou conhecimentos sobre empreendedorismo anteriormente ao MBA da FIAP? Não ( ) Sim, poucos ( ) Sim, medianos ( ) Sim, muitos ( )

Você realizou algum curso ou vivenciou alguma experiência de empreendedorismo após o MBA da FIAP ? Não ( ) Sim ( ) Se sim, Quando (mm/aa)? ___/___ e Qual?___________________________ __________________________________________________

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Medição das Atitudes Empreendedoras

Até que ponto você concorda ou discorda com as seguintes indicações em relação a sua carreira

profissional.

Por favor, especificar sua posição, escolhendo em uma escala de 5 posições e indicando a pontuação

que mais corresponde à sua percepção (1: Discordo completamente de 5: Concordo

completamente)

A1 Eu estou procurando segurança no trabalho 1 2 3 4 5

A2 Eu estou procurando estabilidade no trabalho 1 2 3 4 5

A3 Eu não quero passar a minha vida no trabalho 1 2 3 4 5

A4 Eu desejo ter o lazer 1 2 3 4 5

A5 Eu quero trabalhar em horários bem definidos 1 2 3 4 5

A6 Eu não quero um trabalho muito estressante 1 2 3 4 5

A7 Eu estou procurando um trabalho simples e descomplicado 1 2 3 4

5

A8 Eu quero me envolver em um ambiente social 1 2 3 4 5

A9 Eu quero ser um membro de um grupo social 1 2 3 4 5

A10 Desejo evitar as responsabilidades 1 2 3 4 5

A11 Eu não quero muitas responsabilidades 1 2 3 4 5

A12 Eu gostaria de evitar me comprometer demasiadamente 1 2 3 4 5

A13 Eu desejo ter oportunidades para o progresso constante na minha carreira 1 2 3

4 5

A14 Eu estou procurando promoção a todo custo 1 2 3 4 5

A15 Eu quero encontrar oportunidades que me recompensem financeiramente 1 2

3 4 5

A16 Eu gostaria de receber um salário baseado no meu mérito 1 2 3 4 5

A17 Eu desejo que grande parte do meu salário seja relacionado aos resultados de meu trabalho

1 2 3 4 5

A18 Eu estou procurando um emprego onde deva enfrentar desafios 1 2 3 4

5

A19 Eu estou procurando um trabalho interessante 1 2 3 4 5

A20 Eu estou procurando um trabalho que me motive 1 2 3 4 5

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A21 Eu gostaria de ser livre para trabalhar quando eu quero e com algo que me interesse 1

2 3 4 5

A22 Eu busco a independência 1 2 3 4 5

A23 Eu gostaria de ser meu próprio chefe 1 2 3 4 5

A24 Eu gostaria de poder escolher as tarefas e atividades do meu trabalho 1 2 3

4 5

A25 Eu gostaria de poder tomar decisões 1 2 3 4 5

A26 Estou à procura de cargos com autoridade 1 2 3 4 5

A27 Eu quero trabalhar em algo que sempre quis fazer 1 2 3 4 5

A28 Eu gostaria de realizar meus sonhos 1 2 3 4 5

A29 Eu gostaria de criar algo 1 2 3 4 5

A30 Eu gostaria de tirar proveito da minha criatividade 1 2 3 4 5

A31 Eu gostaria de participar em atividades criativas e não somente ser um especialista de algo

específico 1 2 3 4 5

A32 Eu gostaria de executar atividades de A a Z, ao invés de ser especialista em apenas um ponto

1 2 3 4 5

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Medição das Intenções em Empreender

Indique o que é melhor para a sua percepção atual, escolhendo uma das sete posições possíveis

para seguintes perguntas:

I1 Se você tivesse que escolher entre criar e executar seu próprio negócio e ser empregado de uma

empresa ou instituição, o que você prefere?

Eu prefiro ser empregado 1 2 3 4 5 Eu preferiria criar

e executar o meu negócio

I2 Que grau de probabilidade você dá à suposição de que você será seu próprio chefe para a maior

parte de sua carreira

Muito inacreditável 1 2 3 4 5 Muito provável

I3 Que grau de probabilidade você dá para a hipótese de que você trabalhará para uma empresa ou

uma instituição na maior parte de sua carreira

Muito inacreditável 1 2 3 4 5 Muito provável

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Medição do Impacto da Disciplina de Empreendedorismo e Inovação (EEP)

D1. Você acha que na disciplina empreendedorismo e inovação (Startup One/FIAP), alguma atividade

ou informação alterou drasticamente a forma como você se posiciona em relação a uma carreira

empreendedora?

Sim Não

Se sim, em que sentido a disciplina alterou seu posicionamento? (escolha apenas uma ÚNICA

alternativa):

A. Eu quero criar e executar o meu próprio negócio

B. Eu quero assumir e executar um negócio já existente

C. Quero procurar situações empresariais (empreendedoras) em organizações existentes

D. Eu quero ter uma carreira como um funcionário em empresas ou instituição

E. A disciplina de empreendedorismo reforçou a minha intenção inicial de criar ou retomar um

negócio próprio

D2. Você pode especificar o que a atividade ou informação da disciplina mudou o seu pensamento

(múltipla escolha)?

A. Comentários de um professor

B. Os comentários de outro colega

C. Os projetos de criação de startup em que trabalhou

D3. Existe alguma intervenção da disciplina de empreendedorismo e inovação que tenha marcado

mais do que qualquer outra?

Sim Não

Se sim, qual? Porque motivo?

D4. Em que medida a disciplina de empreendedorismo e inovação teve efeitos sobre:

A. Melhorar a sua compreensão dos valores, atitudes e motivações dos empreendedores?

1 2 3 4 5

Nenhum efeito Muitos efeitos

B. Melhorar a sua compreensão do que fazer para iniciar uma nova startup?

1 2 3 4 5

Nenhum efeito Muitos efeitos

C. Aprimorar suas habilidades de gestão (conhecimento, habilidades, ferramentas) úteis para

iniciar uma nova startup?

1 2 3 4 5

Nenhum efeito Muitos efeitos

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D. Fortalecer sua capacidade de desenvolver redes de relacionamento úteis para a

criação/retomada de negócio próprio?

1 2 3 4 5

Nenhum efeito Muitos efeitos

E. Fortalecer sua capacidade de identificar ideias e oportunidades de negócios?

1 2 3 4 5

Nenhum efeito Muitos efeitos