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Entrevista MotivacionalGabriela Lanzetta HaackPsicóloga
Entrevista Motivacional
A entrevista motivacional é uma intervenção centrada no paciente, com o intuito de aumentar a motivação para a mudança do comportamento – problema, a resolução e exploração da ambivalência, a supressão de comportamentos disfuncionais e o desenvolvimento de padrões mais adaptativos.
Entrevista MotivacionalO objetivo da EM é ajudar a resolver
a ambivalência e colocar a pessoa em movimento no caminho da mudança.
É uma maneira de estar com os pacientes
Impulso motivacional breveCria “abertura para a mudança”,
“desperta” a pessoa, dá a partida no processo de mudança
Entrevista MotivacionalDesenvolvida no início dos anos
80 para contribuir com a mudança de comportamento de bebedores de álcool.
Pode ser associada a outras abordagens teóricas (ex.: prevenção à recaída) e adaptada para diferentes ambientes de tratamento
Todos os profissionais da área da saúde podem ser treinados para aplicá-la
Características da EMBusca identificar e mobilizar os
valores e objetivos intrínsicos do paciente para, a partir destes, estimular uma mudança de comportamento
A mudança é evocada no paciente, nunca imposta de fora (a mudança vem de dentro).
Terapeuta tem papel não autoritário
Características da EM Resistência e negação fazem
parte do processo de mudança, sendo consideradas um sinal de que a estratégia motivacional não está funcionando e deve ser modificada
Relação terapeuta-paciente é de parceria e respeito pela autonomia do usuário
Cinco princípios gerais da EM
1. Expressar empatia2. Desenvolver a
discrepância3. Evitar a argumentação
4. Acompanhar a resistência5. Promover a auto eficácia
Expressar empatiaAceitação empáticaEscuta reflexiva habilidosaTerapeuta busca compreender os
sentimentos e as perspectivas do paciente sem julgar, criticar ou culpar
Aceitar não é concordar!!!!Aceitar as pessoas como elas são
as liberta para o processo de mudança
Expressar empatia
Aceitação empática constrói aliança terapêutica e estimula a auto estima
Então:A aceitação facilita a mudançaA escuta reflexiva habilidosa é fundamentalA ambivalência é normal
Desenvolver a discrepânciaCriar e ampliar, na mente do
paciente, uma discrepância entre o comportamento presente e as metas mais amplas◦Discrepância entre “onde se está” e
“onde se quer chegar”• Quando um comportamento é visto como conflitante com metas pessoais importantes, como a saúde, sucesso, felicidade da família, é provável que a mudança aconteça
Ambivalência: conflito de aproximação/evitação
Quando a EM é bem sucedida, ela muda as percepções do paciente sem criar uma sensação de pressão ou coerção
Então:A conscientização das consequências é importanteA discrepância entre o comportamento presente e as metas importantes motivará a mudançaO paciente deve apresentar os argumentos para a mudança
Evitar a argumentaçãoO terapeuta evita argumentação
e confrontos diretosEvita abordagens que gerem
resistênciaNão é necessário se preocupar
com rótulos diagnósticosEntão:
A argumentação é contraproducenteDefender gera atitudes de defesaA resistência é um sinal para a mudança de estratégiaA rotulação é desnecessária
Acompanhar a resistênciaO problema é decisão do pacienteA relutância e a ambivalência não
são combatidas, mas sim reconhecidas como naturais e compreensíveis pelo terapeuta.
Acompanhar a resistência permite incluir o paciente ativamente no processo de solução do problema
Acompanhar a resistência
Então:
A força pode ser usada em beneficio próprioAs percepções podem ser alteradasNovas perspectivas são oferecidas, mas não impostasO paciente é um recurso valioso na busca de soluções para os problemas
Promover a auto-eficáciaCrença de uma pessoa na sua
capacidade de realizar e ter sucesso em uma tarefa específica
Elemento chave na motivação para a mudança
“esperança de mudança”Aumentar as percepções do
paciente quanto à sua capacidade de enfrentar obstáculos e de ter êxito na mudança
Promover a auto-eficáciaÊnfase na responsabilidade
pessoal“você é capaz de fazer isso”“se você quiser, eu posso ajudá-
lo a modificar-se”Importante: depoimento de
pessoas que tiveram sucesso no tratamento
Então:
A crença na possibilidade de mudança é um motivador importanteO paciente é responsável por decidir e realizar mudanças pessoaisHá esperança na gama de abordagens disponíveis
Metodologia da EM
P perguntas abertas
A afirmar – reforço positivo
R refletir
R resumir
Entrevista Motivacional
Técnica não confrontativaEstratégias para lidar com a resistência e ambivalência
Crítica ao modelo moral e baseado na empatia
Profecia auto-realizávelToda mudança passa por estágios motivacionais
Modelo de Mudança (Prochaska & DiClemente,1984)
Mudança de comportamento é um processo (envolve alguns estágios)
A motivação está relacionada ao estágio em que se encontra o indivíduo:
Espiral da mudança
Pré contemplaçãoNão está consciente que seu
comportamento está causando problemas
Acredita estar imune as consequências adversas
Resiste ou nega as consequências trazidas por seu comportamento
Não respondem a conselhos de mudança
Resistentes a qualquer orientação
Estratégia:fornecer informações para
encorajá-lospara a mudança
Contemplação
Ambivalência em relação ao consumoPercebem coisas boas e menos boasReconhece o problema, cogita a necessidade de
mudar, mas também valoriza os efeitos positivos da droga e o quanto gosta e precisa dela.
Estratégias:oAjudar o paciente a reconhecer
sua força e habilidade de mudançaoSugerir estratégias para parar ou
diminuir (menu de opções)
PreparaçãoReconhece o problema, mas se
sente incapaz de resolvê-lo sozinho e pede ajuda
Fase passageira, momento do encaminhamento
Ação• Interrompe o consumo e começa o tratamento. • Ambivalência presente durante todo o processo.
Estratégias:o Estimular a percepção de que seus
problemas têm soluçãoo Estimular a crença na capacidade de
mudaro Negociar objetivos e metas para a
mudançao Sugerir estratégias para a mudança
o Ajudar a identificar situações de risco e desenvolver plano de ação (reduzir/parar)
ManutençãoEstágio mais difícilReorganização do estilo de vidaSempre colocada em xeque pela ambivalência
Estratégias:o Prevenção à recaída
o Ter consciência da possibilidade da recaída
o (com a recaída eles voltam a um dos estágios anteriores)
o Realizar a mudança passo a passo
RecaídaLapso: retorno pontual ao
consumo dentro de uma situação de abstinência
Recaída: retorno ao consumo após um período considerável de abstinência.
Não é voltar à estaca zero!!!!
Aprender com os erros para evitar recaídas futuras
Referências bibliográficas:Diehl, A., Cordeiro, D., Laranjeira,
Ronaldo. Dependência química: prevenção, tratamento e políticas públicas. Porto Alegre: Artmed, 2011.
Miller, W. R. e Rollnick, S. Entrevista motivacional: preparando as pessoas para a mudança de comportamentos aditivos. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Ribeiro, M e Laranjeira, R. O tratamento do usuário de crack. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.