entrevista familiar estruturada efe um metodo de avaliaçao das relaçoes familiares

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  • Ei'TREVISTA FAl\HLlAR ESTRUTL"RADA - EFE: UM MTODO DI
  • Familiar (K wialkowska.1967). a um grupo dc vinte famlias que procuraram o Servio de Psicologia Aplicada do Departamento de Psicologia da PUClRio. ao longodoano de 1978. A proposta inicial dessecstudocra a validao da EFE atravs da comparao dos resu Itados obtidos no mesmo grupo de famlias com os dois mtodos de avaliao familiar, Questes metodolgicas relacionadas sobretudo com os critrios de avaliao (as prprias pesquisadoras realizaram as entrevistas e avaliaram o material) e em mudanas no perfil sociocultural da populao atendida no Servio de I'sicologia Aplicada da PUCfRio. transfor-maram o objetivo inicial desse traba lho - valida~o da EFE - em um estudo-piloto de uma pesquisa de validao a ser realizadH posleriormenle. Este estudo-piloto permitiu que importantes modificaes fossem introduzidas na EFE (Fres-Carneiro. 1979)

    A VERSO FINAL DA EFE

    A EFE. cuja verso final apresentaremos a seguir. util izada com o objctivo de trazer tona os dinamismos do funcionamento familiar, possibili. tandoa realizao. em tempo mais curto, de uma avaliao das relaCie!; famil iares. Ela composta de seis tarefas. ciuco verbais e urna no-verbal. das quais duas (tarefas I e 4) so propostas famili~ como grupo e as outras. a cada membro individualmente. Embora cada tarefa pretenda. de fonna espedfica, explicitllr detenninadas dimenscs da dinmica conjugal elou da dinmicagrupal, todas as tarefas. de fonna geral, pretendem avaliar padres bsicos de funcionamento da famlia. As dimenses individuais de tais padres so consideradas sobre-tudo no contexto de suas repercusses na dinmica das relaes familiares

    A verso final da EFE. incluindo suas seis tarefas. seus objetiVOs e sua fundamentao terica, li a seguinte'

    Tarera I: "Vamns ima[.:inar que l"ocs teriam de mudar-se da casa aliJe muram IIU pra::u mximu de um ml:s. Gostaria que vocs planejassem agora, em conjunto, como seria a //Iudana. "

    OobjetivodestH tarefa \'erificarcolllo li familia funciona quando ncres-sita fazer. em conjunto, algo que lhe li solicitado com certa presso exlema. A escolha do lema mudana e a estipulao do prazo de um ms visam conseguir maior envolvimento dos membros da famlia com a tarefa. tendo em vista que qualquer famlia poderia ver-se um dia. pelos mais diferentes motivos, diante dessa situao.

    Mais importante que o contedo das respostas dadas ao estimulo apresentado a forma como li famlia lida com a proposta que lhe feita, ou

    TemaremP,icologia(J997}.n J

  • seja, como 11 famlia alua como grupo. rodemos observar. a panir da dinmica estabelecida. de que malleird se processa 11 comunicao na fam ilia. cumu c~da mcmbro assume seu papel familiar, como so as regras familiares sobre semc1hanase diferellas. comoa famlia lida com oeonflilO quando este surge, se surgem e como surgem as lideranas e em que medida a integrao grupal capazde levaro grupo familiara serprodulivo e chegar a concluses conjuntas, respeitando a individualizao dc cada membro

    Tarefa 2: "Quando voc e.ufa::endo uma coisa qualquer. mas fica difcil laminar essa lurefa ~'uzinlw, o que voc f::}'

    Essa tarefa pretende avaliar em que medida os membros da famlia so capazes de bllscar ajuda sem desmerecer sellS pr6prios recursos e. a partir dai, fornecer dados sobre a auto-estima de eada membro. Indivduos autodcsvalo-rizados podem ter dificuldade em pedir ajuda e, quando o falem. podem nio conseguir explicitar claramente seu pedido. que nem chega 11 ser entemlidu pelo outro. Pode ocorrer tambm que indivduos muito autovalorizados no peam ajuda por serem auto-suficientes. O importante. nessa tarefa. no e investigar apenas se os membros da famlia pedem ou no pedem ajuda, mas sobretudo verificar em que postura o fazem - quando. como e a quem dirigcm seu pedido de ajuda - c. sc no o fal.em. por qu

    Alm de especificamente obtermos dados sobre a auto-estima de cada membro da famlia, atravs dessa proposta poderemos observar tambm, de maneira geral. como so as regras familiares sobre auto-valorizao. como os membros da familia interagem para resolver os seus problemas, como so desempenhados os papis falniliares, SObrelUdo os papis de pai e me.

    Tarda 3: "Digade que coisas I'oc mais Kosta em voc. " Essa uma das seis tarefas utilizadas por Ford e Ilerrick (1971) na

    "Entrevista de Avaliao Familiar Via Video Tape". Segundo esscsautores. ela se constitui numa fOl1na de descobrir que coisas boas se pemlite a algu6n dizer a respeito de si mesmo c, infcrencialmcntc, oquc cada pessoa sc pcnnite dizer de acordo com scu superego: tambm uma forma de descobrir o que permi-tido pela famlia e pelas regras pessoais.

    Ao propormos a mesma tarefa na EFE, pretendemos obter indicaes sobre a auto-estima dos membros da famlia, na medida em que cada um conseguir, ou no, \ler coisas boas em si mesmo, ou seja. gostar. ou no, de si mesmo. Estamos interessados nio apenas na dimenso individual da allto-estima, mas, principalmente, em avaliarcm que medida adinmica familiar - a panir, sobretudo, de comoos pais se auto-valonzam - permite e facilita a forma.o ea explicitao de sentimcntos de valor positivo nos membros da famlia.

    r .. ",,, rmPr'colagia(1997}.,, J

  • Tarefa 4: "Como e um dia de feriado nafamlia?" Um dosobjctivoscspedfieosdessatarefa fazcr uma avaliao da rc1a -

    o conjugaL Caso no surja espontaneamente, nas respostas da fami lia,nada de espt:cfico sobre o casul, o entrevistador pergunta explieitamente sobre as atividades do mesmo, l'retende-se verifieareom essa tarefa se os rnemb rosdo casal intcragem como marido e mulher, ou seja, se o subsistema conjugal est presente na famlia, se nesse subsistema os membros do cas3l se individualizam e se funcionam como modelo de uma relao homem-mulher gratificante,

    Essa tarefa pcnnitc-nos tambm obter dados importantes sobre as regras familiares relacionados ao la7.ere tomada de deciscs, sobreoman ejodas semelhanas e diferenas, sobre a maneira como os membros da famlia se agrupameseindividualizam,

    ranra 5: "Jmagme que "oc eIt em sua casa, d!;cutindo com uma pesIOa qualquer de sua famlia, e alguem bale porIa. Quando voc I'oi atender, a pessoa com qllem voc estavadiIculindulhe dei umempllrro.Oque vocfaz?"

    Nessa situao, rodemos observar sc as regras tamiliarcs pcmlitem a cxpressodesclltimcntosagrcssi\loscscaa~ressopodcscrli\lremcntccxpressa em relao a ql.lalquer membro da ramlia, E importante verificar se h espaos na famlia para que seus membros possam vivenciar sentimentos de raiva, sem aamcaadadestruio,c possam usarsuaagrcssividadcdefomlacon stru tiva,

    Almdisso,cssa tarcfapossibilitaumaavaliaodcinteraoconjugalc da interao do grupo familiar, atra\'s do rornecimento de dados importantes relacionados ao mancjodasdi5eordnciasedoseonl1itos, esregrassohre autoridade e poder familiar.

    Tarefa 6: "Cada um d~ "O,:' w,; e~'co/l1l!r 11"10 011 \'(rios p~ssoas dofomiliu, pude ,I'" qualquer pe,u(Ja, e vai fa::er algu/1/(j cuisa para mostrar a essa pen'Ua que KrJ,rlu dela, selll di:l!r nenhuma pa/m'ro "

    Essa tarefa. na medida em que impede que a palavra seja utilizada, pretende verificar principalmente se as regras familiares permitem o contato fisico como manifestao da afeio_ F. imponante observar se ocorrem, ccomo ocorrem, os contatos fisicos entre os membros do casal. entrcos paise os filhos, c entrc os irmos

    Ao mesmo tempo em que essa tarefa possibilita uma avaliao sobre as trocas afetivas elltre os membros da raruilia, romece tambm dados significa-tivos sobre a comunicao no-verbal e sobre os processos de iodividu alizao e integrao no grupu f~miliar.

    Ttmu mPsicologi(J(1997).,, J

  • APUCAOUJDADE DA El'E COMO MTODO DE DI AGNSTICO PSICOLGICO

    COllsider9ndo a importiincia das rt:la~e~ famiJiau:s na dctt:rminil~lio da sade emocional do~ melllhro~ da famlia, necess.rio que a psicologia clnica

    pos~a contar com mtodos confiveis de avaliao de tais relaes. A Entrevista Familiar Estrutumda, utili~.ada por ns em dili:remes pesquisas (Frcs-Cameiro, 1975: Frcs-Camciro c Lcmgrubcr. 1979; Frcs-CanlCiro,1979), mo~trou-sc um mtodo adt:guado para a realizao de diagnstil:o familiar. Todavia, para que sua divulgao como tal fosse realizada. colocava-se o problema da necessidade de sua validao como instrumento psicolgico de medida Rcalimmos elllo um estudo experimental (Fres-Carneiro, \983) eom o objetivo de ,'erificar sua aplicabilidade atravcs do estudo de sua tidcdign idade e de sua validade como mtodo clinico capaz de avaliar as relaes familiares, ou seja, de realizar um diagnstico interacional da famlia, discriminando uma interao familiar cllTlsidt:rada facilitadora docrescimentoemocional sadio do, membros da famlia, de uma interao familiar considerada dificultadorade tal crescimento.

    A invcstigao sobre a aplicabilidade da EFE foi realiz.ada atravs de um refinam ento mctodolgico q ue inclui: estahelcc imenlO de normas de apl icao. elaborno de escalas de avaliao, verificao da fidedignidade atrnvs do estudo da consistncia entre avaliadorcs e da consistncia inter-itens das escalas de avaliao e verificao da validade atravs da comparao entre grupos contrastantes de famlia.

    NORMAS DE APUCAO DA EFE

    Normas Gerais tle Aplica"o A EFE aplicada em conjunto. numa nica sesso, a todos os membros

    da famlia. Sua aplicao deve ser inserida no contexto da queixa trazida pela famlia ou por algum de seus membro" A EFE pode ser aplicada no primeiro contato com a famlia. depois dc o terapeuta om'ir o motivo da procura do atendilllcnto e introduzir a id~ia da importncia da avaliaiio familiar conjunta, a partir da queixa explicitada. Na maior parte das '\'ezes, entretanto, ela aplicada depois de um ou alguns contatos com um dos pais. com o casal elou com outro membro adulto da famlia, que procura0 atelldimento para si prprio ou para outro membro. Durante tais contatos, ao mesmo tempo em que ouve a queixa, o terapeuta explicita a necessidade da entrevista familiar para que o atcndimento do caso possa prosseguir.

    T,,",~, , ",P5icologia (f991j, n' 3

  • o tempo de duruilo da EFE no limitado evaria, em gemI, de 30 a 90 minutos. No atendimento, atuam um entrevistador. que coordena a sesso no que se refere aplicao das tarefas, c um ob,ervador. quc sintcrvc1l1 ativa-mente quando diretamente abordado por a lgu1l11l1embro da famlia . Uti liza-se um gravador para o registro do matcrialverbal. o que pennite ao observador anotar principalmente as eomunieacs no-verbais ocorridas e a relao destas com as \'crba1i7..aCS emitidas ao longo da sesso

    " sala ctn que se realizaa entrevista arruUladacolocillldo-se em circulo tantas cadeiras quantos forem os membros da famlia, mais uma, em que ficar o entrevistador c perto da qual se possa colocar o gravador. Fora do crculo, um pouco distante delee em posio diamctrahncntc oposta do entrcvistndor, ficn a cadeira do observador.

    Uma vez proposta a tarefa, as intervenes do entrevistador devem ser feitas no sent ido de garantir

    a compreenso, pelos membros dn familia, do que foi pedido por ele (entrevistador);

    a sua (do entn:vistador) compr~enso do makrial dado pt:los membros da familia. indusive do comportamento no-v~rbal e de comunicacs feitas de maneira pouco clara Oll dbia:

    a par1icipaio de cada membro da familia ou a explicitao da possibilidade de participaO no que foi propo~to

    Normas Gerais ue Obsen'ailo O ob,cr,ador devera inicialmcnt~ anotar corno os membros da familia

    entraIH na sala, em que posio se sentam e qUill o aspecto fisi~o de cadd um. Ca.>o troqllt:m de posi~o ao longo da sessio, saiam da sala. levantem-se etc., o obscf\ladordevcra anotar tambm de que fornla e em que momento isso ocorre

    O observador devera es1ar atento pard fazer anotaes sobre comunica-es no-verbais s ignificativas - troca de olhar~s, contatos flsicos, pos1ura, expresses f~eiais. risos, caretas, choro etc. - expressas pelos membro~ da famlia. impor1ante que anote tambm o momento em que tais cODlJXlrta-mentas foram cxpressos, para que, po~teriormente, o contedo no-verbal dn ses,o possa ser relacionado com o contedo verbal - obtido atravs da gra-\a",iio - e com o andamento do processo familillT ocorrido durante a sesso,

  • Normas de Aplicao Especificas para Cada Tarof:!

    Tarefa 1: "Vall/O,I imaginar que \'nc~ leriam de n/lidar-se da ca.w onde moram no pra::o mximo de 11m ms, GOMaria que vocI planejassem agora, em cOl1jul1/o. CO/IIO seria a /lllIda/la ..

    No easo de perguntas dirigid:!s ao elltrcvistador, do tipo "a mudana t: definitiva ou e apcnas por uns dias, ou para passar frias?" etc., e le dever responder que a mudana definitiva.

    No caso de respostas do tipo "um ms no d para mudar". "no temos dinheiru para mudar" etc., o entrevistador dever responder: "Vamos imaginar que \'ocs tm de se mudar nesse prazo,"

    Se houver perguntas do tipo "todos tm de mudar mesmo?", ou "pode no mudar'!", ou "pode deixar para depois?", o entrevistador dever responder' " Imaginem que vocs tm de se mlldar no prazo de um ms." Se depois disso algum membro insistir em no responder, u entrevistador no devera intervir mais

    Tarefa 2: "Quando \'oc eSlfa::endo 111110 coim qllalquer, lIIasfica dificil laminar el;so tarefa .wzinho, o que I'ncfiz:::"

    Em caso do respostas apenas do tipo "depende ... ", o entrevi ~lador dever pergunlar: "Depende de qu?"

    As respostas apenas do lipo " peo aj uda", o entrevistador dever pergun-tar: "A quem?"

    Ent caso de respostas apenas do lipo "no peo ajuda", O entrevistador dever perguntar: "Por que?"

    Tarefa J: "Di!":a de que coisas \'oc mai;,' gus/Q ~m me!' ' Se os membros da famlia comearem a falar de coisas externas a si

    mesmos, ou se fl:crem perguntas dirigidas ao entrevistador do tipo "so coisas que eu gosto de fazer?", "so coisas que eu lenho?" etc" O entrevistador dever intervir dizendo: "Gostaria que eada um dissesse o que mais gosta em si mesmo." Se depois disso, mesmo ass im, algum membro continuar falando de coisas externas a si mesmo, o entrevistador no de~er3 intervir mais

    No caso de um membro (A) da familia ter ficado em silencio ou tcr dito que no gosta de nada em si mesmo, e outro membro (B) comear a falar sobre A, {) entrevistador dever perguntar a A o que achou do que foi dito a seu respeito por 11.

    O cntrcvistadordevcraespcrur at que todos se manifestem. Caso algum membro da famlia no tenha dito nada, ele dever3 dirigir-se ento a esse mem-bro, individualmente, perguntando "E voc, de que coisas mais gosta em voc

    T~",,,. ~m Plicologia (1997). n' 3

  • mesmo?" Se o refe rido membro continuar em silncio ou se recusar a respon-der. o entrevistador nlo dever insistir mais

    Tarefa 4: "COnloi! unldiodejeriadvnajonlilia?" Se apenas um membro da famlia falar. o entrevistador aguardar algum

    tempo e. em seguida. perguntar se mais algum quer dizer alguma coisa. Depois de todos terem se manifestado. ou terem lido oportunidade de se

    manifestar. caso no se tenha falado nada de especifico sobre o casal. oent re-vistadordcver dirigir-se aos membros do casal, perguntando: "E o casal tem alguma atividade pTpria no dia de feriado?"

    Caso no exista o easal na famlia. o entrevistador dever perguntara o pai,llleouaoulrosmelllbros adultosdafamiliasecletematividades.nodia de feriado. das quais os outros membros no participam.

    Tarefa 5: "'II/agim' que voei! e~'l e/JI sr/Ocasa, discuI;ndocoII/ ulllapessooqual-q'lI~r de sl/Oja/JIlia. e olKllm bate porta. Quanrh voc l'ai atl'l1der. a pe.fSoa com quem voeti esta-.a discutindo llre d um empurro. O que W)ce ja:;?"

    No caso de respostas do tipo "depende da situao" ou "depende dH pessoa". o entTCvistHdordc'lcpergulllHr: "Como assimT'

    Seosexcmplos forem dados com pessoas que no so da famlia. o entre-vistador deveni dizer: "Gostaria que imaginassem a situao com algum da famlia:' Se OS filhos exemplificarem a situao apenas entre inn~os. o entrevistadordc'lcr perguntar: "Como seria com o papai ou com a mamie?" Se os pais exemplificarem ~ situao apenas com os filhos. o entrevistador devera perguntar: "Como seria entre locs?" (o casal).

    Tarda 6: "COO(l1l111 de \'oc,J vai e.Kolher unw oUl'rius pe,Jsoas dajamilia, pode ~'!!rquallfller pesloa. e I'ai/a:!!r algunIa r:visa para I1IMtrar (I essa pessoa que gOIta dela. sem di:er nen/mll/(I jXJlavra . ..

    Oobscrvadordevcfazertodasasanotacspossiveissobreasinteracs no-verbaisocorridasenlreosmembrosdafamilia.atenlandosobrctudo para a ordem em que se manifeslam. os gestos que fazem. as expresses corporais e faciais que acompanhalll cada gcslo etc

    Caso alguns membros da famlia faam gestos com sentido dbio, ou gcstoseujo sentido o entrevistador mo tenha compreendido. este tentaro no final,esclarccerosignificadodc tais gestos. O entrcvstador dever i nicialmcntc vcrificarscornembroAdafamilia.aquemorefcridogestofoidirigidopclo membro B. compreendeu o seu significado. perguntando: "Voc (A) entendeu o gesto que ele (B) fez para voc?" Caso A tambm no tenha compreendido. o entrevistador dever dirigir-se a B. dizendo: "Voc poderia explicar seu gesto?"

    TemaumPsu,oJogia(1997) ... ;

  • O entrevistador dever cnccrraroatcndimentodi7.cndo famlia que, n o prxirnoencontro,elcsconversarosobretudoqueaconteceunaqucla sesso

    CATEGORIAS E ESCALAS DE AVALlAAo DA EFE

    A partir do objetivo da EFE,dosobjeti\'osespecificosdecadaumadc suasscistarefasedarevisodaliteraturasobrepromoodesadeemocional na famlia, estabelecemos as seguintcsdimcnsesa serem utilizadas na avalia-o do matcrial clinico obtido atravs da aplicao da EFE: comunicao, regras, papis, liderana, conflitos, manifestao da agressividadc, afeio fisica,interaoconjuga l,individualizaoeintegrao.Umavczconceituada cadaumadessasdimenscs,scuS aspectos mais relevantes para a din mica das relaes familiarcs so focalizados e definidos, dando origem assim 51.'atego-riase s escalas de avaliao da EFE.

    Catl'gorias tl c An liao I. Comunicao - A comunicao entre os mcmbros da f.1mlia consi-

    derada, por diferentes autores, como fator de grande importncia na detenni-nao da sade emocional no grupo familiar.

    A partird1.' Bateson, Jackson, Haley e Weakland (1956)1.' dc Watzlawick, Beavin c Jackson (1967), definiremos comunicao como qualquer omporta-mento, verbal ou nllo-vcrbal, manifestado por uma ]>Cssoa - missor - em pre-sna dc outra(s) - rcceptor(es). A cada unidade comunicacional hamaremos demensagcm

    Ao mcsmo tempo em quc a comunicao transmite uma infonnallo, ela dcfinca nlllurcza das relacs entre os comunicantes e, segundo Bateso n,essas duas operacsconstituem, respectivamcnte, os n\eis dc rclato cdeordcm presentcs cm qualquer comunicao. O nivel de rcl~to tnmsmite o contcdo da comunicao (comunicllo propriamcrltedita)eo nivcl deordcm mostra como essa omunicao deve ser entendida (metaCOlllunicallo)

    2. Regras - As regr1ls do Cuncionamcnto Camiliar, para Jackson e Riskin (1963),Satir(1967),Minuhin(1974)vriosoutrosautorcsestocstreita-mentc relacionadas com o desenvolvimento emocional sadio dos membros da famlia

    Todo grupo social possui normas que regulam o comportamento do grupo. lbibaut e Kelley (1959) ddincm nonna como uma regrn comportamental aceita, ao menos em algum grau, pela maior par1c dos membros do grupo.

    Em relao ao grupo familiar, definiremos regras, segundo Jackson e Riskin (1963), como os tipos de interao pennitidos entre os membros da

    T~Ma.fn"Psic"'ogia(l997).,, J

  • familia. devendo ser compartilhados por. pelo menos, dois membros. Uma regras.eriaumindicadorestabeleidOOllllmreguladorparaacondutadafamilia

    Avali;,remos as regras familiaresdo ponto de vista de suaexplicitao, coerncia. nexibilidade e democracia.

    3. Papis. Paraalgunsautores.oquedt:tcrnnaounoasadeemocionalna familia c o desempenho no cumprimento das funes familiares essenciais, re13' cionadas aos papis de marido. mulher, pai. me. filho, filha. inno. inn. A familia facilitadoradc sade emocional na medidacm queeada membro conhece c dcsem penha sei. papel especifico (Ackennan. 1958; f>ichon-Ri\'iere.1965, Minu-chin.1974). Para Minllchin, mais importante ainda que a composio de subsistemas familiares organizados em tomo dos papis a dareza dos limites de tais subsistemas, ou seja, que cada subsistema - o conjugal, o parenta!. o fraterno etc.- se diferencie do sistema mais amplo, embora sem rigidel'..

    No grupo familiar. definiremos papel como as funcsde cada mcmbroa partir das posicsque ocupa nos subsistemas conjug31. parentaL fraterno e filial. Os papis familiares sero 3valiados segLIIldo sua presena o un~oesuas possibilidadesdedcfinio.adequaoenexibilidadenosistemaf3miliar.

    4. Liderana - Alguns autores enfatizam queo funcionamemo eficaz de umil filmliarequerquepaise filhos aceitem o fato de queo usodifeH :nciadoda autoridade necessrio no sistema familiar (Lidz.. 1963; Sati r.1972; Minuchin. 1974; Stachowiaek.l97S). Minuchin rcssalta que o ideal familiar muitas vezesdescritocomournademocracia.masqucscriaumequvococollsidcrar que uma socicdadedemocrtica uma sociedade sem lderes, ou que uma fami-lia urna sociedade de iguais. Slachowiack, enfatizando a imponncia dosurgi-mcnto da liderana no gwpo familiar, postula que ineficaz o funcionamento da fami lia em que os pais assumem uma posio autocrtica ou uma posio inadcquadamenTe igualitria. deixando o grupo familiar sem lidcr ana.

    Dcfutircmos liderana, a partir de Cart\\Tigh c Zander (1972). como fen-meno resultante da interao estabelecida entre os membros de um grupo. em que um dos participantes, o lider. innucncia os outros membros mais doqu einnucn-ciado por eles, c tem as funcs de organizador e oriclllador da atividade gnlpal

    A presena ou no da liderana e sua possibilidade de diferenciao. assim como sua rOl1na autocrtica ou democrtica sero por ns avaliadas na dinmica das relaes fami liares.

    5. Connitos - Os conflitos na interao familiar sAo vistos por Ackennan (1976) como benignos ou malignos, na medida em que estimulem o crescimento oupredisponhamaodesequilbrioemodollal. Paraele,afamiliadcveprQver vias de soluo para oconflito,SClldocapaz de cnnter os efeitos dcs trutivosdo

    Ttm(;U~mP.lcologia(l997). n 3

  • mesmo. Para Stachowiaek (1975). o mais importante no a quantidade de conflito existente no grupo familiar. maso fato de que. nas famlias com funcio-namento adequado, as diferenas e os eonflitos podem ser expressos. e os membros da famlia possuem recursos para lidar ce>m eles

    Analismemos os conflitos segundo suas possibilidades de expresso, \'aloriza~o positiva e busca de soluon3 dinmi~adasrelaOes familiares.

    6. Afeio fisica - Vrios autoresenfati.-arn a importncia da afeio fisica na interao familiar e SlIlI relao com odesenvoh'imento dos membros da famlia (Winnicolt, 1965; Sittir. 1967: Hcilbrun. 1973; EUis, Thomas e RoUins, 1976). Se-gundo Satir. em muita~ famlias o potencial afetivo dos membros no e satisfeito porque as regras 5Obreafcio fisica so misluradas COIll labus sobre sexo.

    Definiremos afeio fsica. na dinmica familiar. como um tipo dI;: comportamento no-verbal. manifestado pelos ml;:mbros da famlia. atravs de conI310sfisicoscarinho50s,paraexpressaroamorquesenlemunspelosolltro. Verificaremos se a familia possibilita a manifestao da afeio fisica entre seus membros e em que medida tal manifestao aceita ou recusada na inter-ao familiar. possuindo ou no uma carga emocional adequada.

    7. Interao conjugal- A relevncia da interao conjugal e de suas repercusses 110 desenvolvimento emocional dos membros da famlia ressal-tadapordiferentesalltores(MahleseRabinowitch.1956:Lidz.1963:Satir, 1967: Dicks. 1967; Lemaire. 1971, 1984; Flllge\, 1972; Milluehin, 1974; Tcruel, 1974: Frcs-Cameiro. 1980. 1994). O subsistema conjugal pode fomentaracriatividadecocrescimento,respeitandoaindividualidade de cada memhm do casal. como podc tambm estabeleccr padTCs de componamento dificultadoresde lal crescimento. Segundo Minuchin, ao mesmo tempo cm que a illdividualizao deve ser mantida no subsistcma conjugal. este deve ter limites claros e flexiveis que o mantenham diferenciado, porm no isolado. dentro do sistema familiar. Satirenfatizaa importncia da gratificao na relao conjugal. no apenas tendo em vista as satisfaes reciprocas dos mcmbros do casaL mas tambm considerando suas repercusses na formao da identidade sexual dos filhos, na medida em que os pais funcionam para clcs como modelo bsico dc relao homem-mulher.

    Chamaremos de interayilo conjugal no grupo familiar o processo de trocasrelacionaisestabelecidasnosllbsistcmaconjugal,ouseja. entre o marido eamulher. Focalizaremos na intcrailoconjugal suas possibilidade sdediferen-ciao e individualizao. verificando em que medida as trocas rclaciona is.no subsistcma, so gratificantcsou no para seus membros.

  • 8. Individualiza~o - Diferentes autores ressaltam a importncia da indi-viduali7.ao na intemo familiar, enfatiZitlldo a necessidade de que cada lIlem bro se com porte, cm rclao ao outro, como algum separado e nico, cuja individualidadedcve sermantida(Aekerman, 1969; Lcmnirc, 1971; Minuchin. 1974; Elowen, 1960)

    Definiremos individualizallo na dinmica familiar como a possibili-dadc de preservao d~ identidade individual de cada membro da famlia. A individuali7.ao csta presente na interao familiar em que cada membro da famlia mantm sua identidade e as diferenas e discordncias entre os membros so respeitadas, permitindo que a heterogeneidade de interesse, e opinics seja manifestada no grupo familiar.

    9. Integrao - Assim como importante que a famlia preserve a identi-dade individual de seus membros, para promover a sal,de ela necessita tambm funcionar como grupo integrado, sendo capaz de atuar em conjunto na soluo de seus problemas (Satir. 1967; Sorrels e Ford. 1969; Minuchin, 1974; Stachowiaek,1975).

    Definiremos integrao como a possibilidade de a famlia atuar como um todo possuindo uma identidade grupal. A integralj'o est prese1l1C na interao familiar em que o grupo mantm uma identidade grupaL os membros compor-tam-se de fonna coesa e eoordenam seus esforos para alcanarem objetivos

    10. Auto-estima - A importncia daauto-estima no desenvolvimento emo-cionaI sadio dos membros da famlia cnfatizada por diversos autores. Segundo Coopcrsmith (1967), Satir (1967, 1972) e Sorrells e Ford (1969), importante que os pais validem positivamente o crescimento de scus filhos c se interessem por suas realizacs, pam que estes pos,am desenvolver sentimentos de alta auto-estima. Para Zilmere Shapiro (1966), Satir (1967, 19i2) e Hollinan (1990), pais autodcsvalorizados esperam que seus filhos aumentem sua auto-cstima. reali-7 .. 3ndo o que eles prprios no conseguimm reali7..ar, e essa atitude colabora para a fonnao de uma baixa auto-cstima nos filhos. Sorrells e Ford (1969) ressaltam ainda que peSSOllS aulodesvalorizadas tm diliculdade de pedir ajuda e seu pedido, na maioria das vezes, no sequer entendido pelo oulro.

    Definiremos auto-estima como os sentimentos de valor quc cada um tem em relao a si mesmo. Tais sentimentos podem ser positivos, ou seja, de alt~ auto-estima, ou ncgativos, de baixa auto-estima

    A integrao familiar promove a alta auto-estima nos membros da famlia quando os pais possuem sentimentos de valor positivo cm relao a si

    r~"'

  • mesmos c valorizam o crcscimcnlo, a, novas aquisies e as realiza esdos filhos. pennitindo assim que tambem eles se autovalorizem positivamente, ou seja, tenham alta auto-esTima.

    lI. InTerao familiar faeilitadora de sade emocional - Essa categoria de avaliao engloba todas as outras foca1izada.~ anteriornlente c que se constituem em dinamismos bsicus d", interao da t:1mlia, responsveis pela promono do desenvolvimento emocional sadio de seus membros

    Definiremos, portanto, interao familiar faeilitadora de sade emocio-nai como aquela em que a comunicao entre os membros da famlia cungruente,elara, com direcionalidade e carga elllocional adequad as:asregras so cxplctas, eocrentcs, ne:.;vcise democrticas: os papis familiares sil.u definidos. diferenciados e nexiveis: a liderana est presente, se ndodifcrcncia-da e democrtica; os connitos podem ser expressos, sem desvalorizao e ,-,om busea de soluo; a agrcssividadc [XXIesermanifestadadefonnacunstru tivae sem diserilllinao em suauirecionalidade:aafeio fisica est p resente.sendo aceita pelos membros da famlia e possuindo carga emocional adequada: a interaiioconjllgf,l,aomcsmoTempo.diferenciadaeindividualizada, sendo capaz de gratificar a ambos os membros do casaL a individualizao se faz presente, atravs da preservao das identidades de cada um, ao mesmo tempo em que a identidade gmpal promove a integrau da famlia permitindo assim a fonnaoe a expliciTao de scntirncl1Ios de altaauto-estimaem seus membros

    Esca las prOIJOslas para I\valia:'io As escalasde avaliao da EFE pretendem estabelecerum perfil da fam-

    lia como grulXl - pOr1Hnto, como entidade psicolgica em si mesma - c no um perfil de cada membro indivdualmentc

    As categorias de avaliao que destacamus e conceituamos, tendo em viSTa sua relevncia na delenninao da sade emocional do grupo familiar, foram qualificadas, ou seja. adjetivadas, a partir dessa mesma relevncia. Para construir as escalas de avaliao, os adjcTivos por ns definidos s o colocados, em pares pol:mnenle opostos, em escalas de sete pontos, de fomla que aqueles relacionadoseoma facil itallode sade emocional fiquem ora direita da escala, ora esquerda. para evitar possiveis tendencios idades d o avaliador.

    So as seguintes as escalas a screm utilizadas na avaliao da EFE, as quais definimos. anTeriormente, atravs de um de seus plos~ :

    ~, O plo esoo1hido. 'e""" em ... , ma"" foelli"","e de defi";~Jo. foi o," oql>

  • I. Comunicao Congruente Confusa Semdirecionalidade adequada Comcargacmocional adequada

    2" Regras Explicitas Coerentes Rgidas Democrticas

    3" Papis Indefinidos Diferenciados RIgido, Ausentes

    4" Liderana Ausente Fixa Democrtica

    5" Conflitos

    :_ :_ :_:_ :_ :_:_ :

    "_:_ :_ :_:_ :_ :

    " " " " " " " "

    --- - - --

    " " " " " "

    ---- - -"-- -

    :_ :_ :_ :_ :_ :_ :_ :

    Expressos :_:_:_:_:_:_"_" P05itiy.unClUevalcrildos "_ "_ "_ "_ "_ "_ "_

    Com busca de soluo

    6" ManifestaodaAgressividade Presente :_ :_ :_ :_ :_ :_ :_ :

    Incongruente Clara Comdirecionalidade adequada Sem carga emocional adequada

    Implcitas Incoerentes Flexveis N~n-democrtica~

    Definidos Indiferenciados

    Presente Difer~nciada Autocrtica

    Nao-expressos Negativamente valorizados Sem lJusca de SOlUa0

    Destrutiva :_:_:_:_:_:_"_ Construtiva Comdirecionalidadc Semdirecionalidade adequada

    7" AfcioFsica Ausente Recusada Com carga emocional adequada

    :_:_:_"_:_ "- "-

    :_ :_:_ :_ :_ :_:_ "

    adequada

    Presente Aceita Sem carga emocional adequada

    r'.Ia' ~'" P,icologll' (/997)" n' 3

  • 8.lnlCrao Conjugal Indiferenciada :_ :_ :_ :_ :_ :_ :_ : Gratificante :_ :_:_:_ :_ :_ :_ Com individua1iza~o :_ :_ :_ :_ :_:_:_

    9. Individualizao

    10. Integrao Presente

    li. Auto-c,;tima Alta

    12. IntcraoFamiliar Falitadoradesade emocional

    . ,- .

    ----- - -

    Difcll'nciada Nao-gratificantc Sem individuali7.ao

    i'rc~ente

    Ausente

    Flaixa

    Dificultadoradc ~aoidcemocional

    Para a anlise du material clinico obtido com aaplicaoda EFE, o avalia_ dordcvc utilizar as escalas dc avaliao considerando, na dinamica da familia avaliada. oquanto cada categoria est relacionada com um ou com outro lado de cada par dc adjetivos opostos. O avaliador dClle assinalar os espaos. e no entre eles, c quanto mais prximo de um ou de outro lado dos opostos assinalar. mais estar considerando li catcgoria relacionada ao respectivo adjetivo

    Al~m de utilizar as escalas. o avaliador deve fazer tambm uma allillia~o discursiva. li parte, quando. em relao a detcnninada categoria de avaliao, houver, entre os membros da familia. dados muito discrepantes_ Tal avaliao prL1endc evitar que atitudes e tendncias opostas. do ponto de vista da faeilitaiio ou noda sade emocional, apresentadas por diferentes membros da tmilia - o que no ocorre com freqncia - , fiquem "anul~das" por uma avaliao "mdia concedida ao grupo familiar.

    ESTUDO EXPERIMENTAL PARA O ESTABELECIMENTO DA FIDEDIGNIDADE E DA VALIDADE DA EFE

    Sujeitos Foram estudadas 111 famlias pertencentes a dois grupos: Grupo A: familiasque procuraram atendimento psicolgico, ao longode

    um ano. no Servio de I'sicologia Aplicada do Dcpartamentode Psicologia da PUClRio, tendo uma queixa da escola dos filhos inc1l1da no motivo dessa pro-

    r .. ",,,,, .. ,,,p

  • cura,eque foram considL1"adas. pclo referido Servio, como necessita das de tal :l1endimento

    Grupo B: familias indicadas pela escola dos /ilhos, a partir da conside-rao de que estes nllo apresentavam problemas de comportamento e de apren-dizagem eque seus pais facilitavam o desenvolvimento dos mesmos, tcndosido consideradas pelo Servio de Psicologia Aplicada do Departamcntode Psicolo-gia da PUe/Rio como n~o-necessitad3s de atendimento psicolgico.

    As famlias estudadas tem a seguimeconstituio:

    Famlia I: Nvel socioeconmico mdio; pai. 37 anos, militar; me, 33 anos, dona-de-casa; /ilhoA, 12 anos: /ilhoB. 10anos; escola pblica.

    Famlia 2: Nvel socioeeonmico mdio; pai, 42 anos. reprcSentamc comercial; mc,40anos,dona-de-casa; filho, II anos. Iilho, 8 anos; escola pblica.

    Famlia3:Nivelsociocconmicomdio;pai,54anos,estucador;me,38anos. faxineira; filhoA. 13 anos; filha, 8 anos; filho. 6 anos; escola pblica.

    Famlia 4: NhcJ socioeeonmico mdio-alto; pai. 44 anos, C1:0110mista; me, 40anos. funcion~ria pblica; filho A, 18 anos. filho B. 12 anos; filho C, IOanos;

    Famlia 5: Nvel sociocconmico ooixo; pai 47 anos. porteiro; me 32 anos, faxineira; filho A. 14 anos; filha B. lO anos; filho C. 7 anos; escola pblica

    Famlia 6: Nvel sociocconmicomdio-alto: pai, 39 anos. advogado; me. 34 anos, instrumentadora cirrgica; filho A, 16 anos; filho B, 12 anos; filho C, 8 anos: escola particular.

    Famlia 7: Nvel sociocconmico mdio-alto; pai 41 anos, gerentc dc banco; me 36 anos, professora primaria. filho A, 14 anos; filha B, 8 anos; filho C, 4 anos; escola particular.

    Farnlia8: Nivelsociocconrnico m':dio-alto; pai,42anos.gcrentecomercial; me, 40 anos, dona-de-casa; filho A. 13 anos; filho 13, 6 anos; filha C, S anos; escola particular.

    Familia9: Nvel sociocconmico ooixo; pai 38 anos, guardador de par que (no cornparcccucntrc\'ista);me34allOs,dolla-dc-casa;filhoA,12 allOS; filho B, 9 anos; filho C, 8 anos; filho D. 6 anos; escola pblica.

    Famlia 10: Nvel socioeconmico mdiobaixo; pai. 38 anos, mensageiro; me. 38 anos, balconista (aposentada por acidcntede trabalho); filhoA. 9 anos; filho B. 7 anos; escola pblica

    Famlia! I: Nvel socioeconmico baixo; pai, 38 anos, motorista particular (no compareceu li entrevista); me. 37 anos. dona-de-casa; filho A. !3 anos; filhoB, 11 anos: filho C, 10 anos: filhoD,8 anos: escola pblica.

    T""".uIltPJiroJogio(/997).n"1

  • Famili~ 12: Nivel soeioceonmico baixo; pai, 28 anos. pedreiro; me, 30 anos. faxineira: filhoA. 6 anos; escola publica.

    Famlia I J: Nvel sociocconmico baixo; pai, 37 anos. ajudantedeeaminho: mc, 31 ano~ empregada dom~stica: filho A. 8 anos; filho B. 7 unos; e.>cola pblica. Famlia 14: Nivel socioeconmico mdio-baixo; pais, 27 anos, motorista de nibus: me, 27 anos, profcssoraprimria; filhoA. 5 anos; cscola p blica

    Famlia 15: Nivcl socioceonmieobai:w; pai. 49an05. bombeiro hidrulico (nomoracomaramilia.nocomparcceuentrcvista):me,35anos. faxineira dehotd: filho A, 10 anos; tilho B. 9 anos: filhoC. 7 anos; cscolapublica Famlia 16: Nvel socioeconmicorndio: pai,41 anos, vendedor: rnc,26 anos. recepcionista. filho A, 9 anos. filho B. 7 anos; filho C, 5 anos: escola plblica. Familia 17: Nivel socioeconmico baixo; pai. 37 anos. motorista particular; me.31 an[)s, dona-de-cas.a (nilo mora com afamilia: nilocompareceu entrc-vista); filho A. 10 anos; filha B, 8 anos: filha C, 7an05: filhaD. 6 anos: escola pblica. Famlia 18: Nvel socioeconmieo mdio-baixo: pai. 49 anos. porteiro e motori~la de txi; me. 43 anos, dona-de-casa: filho A. 26 anos: filho B. 24 anos; escola pbJica.

    OgmpoAficouconstituidodasfamilias 1.3,4.7.9,10,12.15,16,17 e I 8, das quais as sete primeiras foram empMelhadas com as famlias 2.5,6.8.1 1,13 e 14. que constituiram o grupo R Os critrios considerados para o cmparclha IlIcntoforam: nvcl socioecollmico: nmero de tilhos; faixa ehi.riados filbos; separao ou no dos pais, morando eom a famlia; prcsena ou no de ambos os pais na entrevista; tilhosem escola pllblicaoll particular.

    COllloveremos pustcriornlen1C, nas escolas esludadas no foi poss vel emparelhar as famlias, 15.16,17 c 18. tendo cm vista a constituio das mesmas, Portanto, para alglJmas anlises do Ilossoestudo - aquelaselll que comparamos as tll1nlias do grupo A com as do grupo B -, utilizarnos apenas as familiasde 1 a 14: para as anlises em que a di,tino das famlias em dois grupos no sc fez necessria, utiliwmos o total das familiascstudadas

    Material I'araarcalizaodotrabalhoemprico,oseguintcmalcrial foi utiliza do:

    a. li Entrevista Familiar Estru1urada em sua ver~o fina!, aplicada aos grupos A e B de famlias. com o ohjetivo de avaliar a dinmica das relaes familiares em eada famlia estudada.

    T~",,,,~,,,Psicologio (/997),~ ' 3

  • b, as nonnas dellplicllo da Entrevista Familiar Estruturada. utilizadas com o objetivo de p~dronizar a aplica~o da entrevista s diferemes famlias;

    c, as transcricsdas aplicaes d~ Entrevista familiar Estruturada s 18 famlias estudadas. eontendo as comunicaes verbais e nijo-veroois ocorridas durante as respectivas entn:v istas. a conSl itu io das fam ilias com um diagrama de como se sentaram durante a entrevista e uma descrio sucinta do aspecto fsico dos membros da famlia

    d. as Es.calas de Avaliaoda Entrevisl3 Familiar Estl1lturada, acompa-nhadas de sua fundamemao terica, e utilizadas pelos juzesda pesquisa para avaliar u material clinico obtido:

    e. um questionrio enviado aos pais das famlias das escolas. com o obje-li\'o de coletar os dados relacionados com os critrios dc emparelhamento para a constituio do grupo B de famlias;

    f. um roteiro do primeiro contato da escola com um dos pais ou respon-s"eis, com o objetivo dc marcar a primeira entrevista com o casal ou com os responsveis das famlias indicadas pela escola para constiturem o grupo B de famlias;

    g. um roteiro da primeira entrevista na escola com o casal ou respon-sveis. realiJ.ada com o objetivo de sclecionar as famlias para constiturem o grupo B de familias.

    Proced iml'ntos Aplicao

    Oito membros que constituram a Equipe d~ Avaliao Familiar do Serviode Psicologia Aplicada do Departamentode l'sicologia da rue/Rio. no ano de 1980, participaram da, entrevistas de aplicao da pesquisa. Desses membros. dois - a autora deste trabalho e a estagiria avanada da equipe -tivcram o papel de entrcvistadorc~ nas aplicaes da Entrevista Familiar Estru-lUfada. c os outros seis - as estagirias da Equipe - tiveram o papel de observa-dores na Entrevista Familiar Estruturada e de entrevistadores nas entrevistas realizadas com os casais nas escolas.

    Grupo A - As famlias do grupo A procuraram o Servio de Psicologia Aplicada atravs de um de seus membros - na maior parte dos casos, atravs da me - que era atendido neste. individualmente. por um membro de uma das equipes que funcionavam no Servio, e que se encontrava de planto. O caso era discutido pela equipe responsavcl pelo plantilo e. na medida em que a rcali-zaiio de urna avaliao lamilillr cra cOllsiderada necessria por essa equipe, o casoeraencmninhado Equipe de Avaliao Familiar, com a solicitaode que todos os membros da famlia vicssem para uma entrevista conjunta.

    T~mase", Plic%giQ (/997), n' J

  • A EFE era ento aplicada. nocorl1eXIO da queixa lrazida pela familia, a lodos os membros atendidos em C(lnjuruo. I'anicipavarn dessa entrevista de aplicao uma das duas entrel'istadoras da pesquisa e uma das seis obsen.'a-dOrlls. Alm disso. a entrevista era gravada e as comunicaes no-verbais eranl anotadas pela observadora. Dua~ semanas aps a entrevista de aplicao da EFE, a entrevistadora e a observadora realizavam uma entrevista de resul-tadoda avaliao familiar. tambm com a famlia toda, visando um cneaminha-mentodocaso

    Gmpo B - As famlias do grupo B foram selecionadas em trs escolas-duas pblicas e uma panicular - situadas na mesma regio do Servio dt: Psico-logia Aplicada do Departamento de Psicologia da rUC/Rio, ou seja, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.

    A escola era inicialmente solicitada a colaborar numa pesquisa sobre famlia que cSlava scndo rea1i7..ada por professores da PUC/Rio. Essa eolabo--rao constaria da indica~o de fmnlias com detenninados tipos de consti-tuio cujos filhos no aprcsentassem problemas de aprendizagem c de comportamento. e cujos pais fossem considerados pela escola facilitadores do desenvolvimento do, filhos

    Para que o emparelhamento com o grupo A de famlias pudesse ser feito, foram enviados 400 questionrios aos pais das duas escolas pblicas. Na escola particular. o qllestionrio no foi enviado aos pais, pois a escola assim preferiu. e os dados do mesmo foram preenchidos pela orientadora. com base nas fichas escolares dos alunos cujas famlias tinham constituies semclhantcs s fami lias do grupo A.

    Uma vez seledonada~ as famlias quc tinham a constituio que se buscava e que. ao mesmo tempo. eram illdicadas pela escola como satisfazendo as condics do grupo B de fam liao;. o primeiro contato com a famlia era fcito pela prpria escola e era marcada a primeira entrevista com o casal. Essa entrevista cra realiz3da na prpria escola, num horrio em quc ela no estava funcionando, e tinha o objetivo de verificar se lambem, segundo os critrios do Scrvio de Psicologia Aplicada, aquela famlia s~ra considerada corno satisfazendo as exigncias do grupo B de famlias. De dez famlias indicadas pelas escolas. trs (duas das quais haviam sido indicadas com restries) foram consideradas pelas entrevistadoras como no satisfazendo as referidas exigncias.

    O tempo dt:aplicailoda EFE, nas 18 famlias, variou de 35 a 90 minutos. A durao mdiadacntrcvista foi de 52 minutos. sendo que no grupo A de fam-lias essa durao foi de 60 minutos e no grupo B, de 45.

    Tem", ~m Psi~%gia (11197). ~ . J

  • AVll li llio clinicll A avaliao do material obtido com a aplicao da EFE foi rcali7.ada pardais

    jllizes-duaspsic6logasdinicascomexperinciaemavaliaoctcrnpiafarniliar. As familias do grupo A edo grupo B fornm nllmcradasalcatoriamcnte de I

    a I R co material neeessario para a referida avaliao foi enviadoaosjui7.cs. Esse materialinelllia:l.aslnlnscriesdasttasgravadasdascntrc\istasdcaplicao da EFE. contendo lambem aseomunieacs n~o-verbaisocorridas e uma folha de

    ro~lo com a constituio das famlias. um diagrdma de como os membros se sentaram e umadescriao tsica sucinta de cada membro: 2 a Enlrc\ ista Famili arEstruturadaeafundamcntaaotcncadesuastarefas;eJ.asEs.calasdeAvali ao da EFE com sua fundamentao terica. Em cada folha de avaliao. o juiz registravaseunllmero(l ou2)eonmcrodafamilia(1 a IR)

    As avaliaes realizadas pelosjllizes foram transformadas, de modo que os adjetivos relacionados com a facilitao da sade emocional ficassem scmpredireitadaescala,esealribusscm valores numricos dc I a i - da esqucrdapanladircita ~ savaliaCsrcali7.adasporcadaumdos juizcs.

    Anlise dos Dados a. Utilizao c \ersio final das cs~alas de a\!\li~o dll rFE

    Alm da avaliao atravsdasescalas,nenhlllll dos doisjllize, rc alizoll avaliacs discursivas parte. como havamos proposto. caso fosse nccessrio. paraevitarqueatitudesopostasdopomodevistadafacilitaoounodasadc emocional - apre:>entadas por diferentes membros da familia - pudessem ser "anulndas" por uma avaliao "mdia" eonccdida aogmpo familiar.

    Nautili7.aodasescalas,ojuizl deixou em braneo, nas IRfamilias.a 3valiao dos quatro itens relacionados c31egoria "conflitos ":emnovefami-lias, a avaliao do ilcm "papisrigidos/nexiveis"ccm oito famlia s,aavalia odo item "illlcraoconjugal scm individllalizao/comindividu alizao" O juiz2deixou ern brallco, em seis farnilias, a avaliao dos itens "con tlitos negativamente valorizados/positivamente valoriLados' e "sem busca de soluo/com busca de soluo'; e, em 16 familias, o item "inlerao conjugal sem individuali7.aolcom individualizao'. Essesnovc itells,eujaausencia de avaliao pclosjuizes ultrapassou trs familias - indicando dificuldades relaciolladas avaliao dO'i 1llcslIlos- foram excludos

    Considl'rando-se. portalllo. qlleos itens cuja ausncia de avaliao pe los juzes ultrapassou tres familiasforllm excluidos. osrcsultndos obtidos dizem rcspeitu no aos J2 lcns inicialmcntcpropostos mas aos 23 itens mantidos Taisitcns,quepassaramaeonstitllirascategoriaSCOlIsideradas para a avaliao final eqllc]l"rtantodcvcm compor a escala final de avaliao da EFE, so:

    remas

  • LComunicao Congruente Confusa Scmdirecionalidadc adequada

    Comcargaemocion~1 ~dequada

    2. Papeis Indefinidos Diferenciados

    3. Lidcrana Ausente Fixa Democrtica

    ._ :_:_ :_ :_ :_ :_:

    _ :_ :_ :_ :_ :_ :_ :

    _ :_ :_ :_:_:_:_ .

    Incongruente Cl= Comdireionalidade adequada Sem carga emocional adequada

    :_:_ :_:_ :_ :_ :_ . Pre~ente :_ :_ :_ :_ :_ :_ :_ : Diferenciada :_._:_:_:_:_ :_. Autocrtica

    4. Manifesta!odaAgre5sividade Presente :_:_:_:_:_ :_ :_ : Destrutiva Comdirecionalidade adequada

    5. AreiloFisica

    Ausente Construtiva Semdire

  • b. Rcsultados obtidos Para o clculo dos resultad05, os dados das avaliaes foram processa-

    dos, utilizando-se os programas do Statistical package for the Social Scicnces-SPSS (Nie el ~L, 1975),

    Ta b(']a I : Coeficientes de COITCI~o de I'earson obtidos - por item 011 cate-goria de avaliao - quaudo osjulgamentos do juiz I foram cOITelacion~dos

    com os julgamentos do juiz 2, nas 18 fHmilias estudadas Pcarson

    Categorj~ de Avalia ~o

    11 12 lJ 14

    "

    '" 19

    2J

    Co

  • Tabt'la 2. Coeficiente de Correlao Itern-Total (excluindo-se acategoria23),considerando-seasavaliacsdeambosos

    juizes, nas IS ramliasestudadas

    Categoria

    10

    " II

    " 17 18

    I' 20 21

    CoeficiemeCorrclalo Item-Tolal

    0,91 0,97 0,98 0,95 0,8 1 0,89 0,87 0,71 0,83 0,87 0,69 0,95 0,89 0,86 0,81 0,85 0,9(\ 0,85 0,87 0,90 0,96 0,96

    Com 3 categoria 23 inclulda. (/ CoefIciente d. COiT

  • Tabela 3. Avaliacs medias das calegorias (excluindo-se a ealCgoria 23) concedidas pelo juiz I c pelo juiz 2, e a mdia dos dois juizes t:m

    cada familiaestudada

    Famlia

    10

    li

    13

    Jj

    17

    Juiz I 2,86

    6,31 1.81 4,68 6,81

    6.90 3,63 6,86

    1.95 ~,68 6,63 2,72

    6,54 6,95 2,59

    2,1S

    2,04 4.90

    Juiz 2 M~dia 3,63 3,25 6.54 6,43

    2.8 1 2.31 3,45 4,07 6,22 652

    6.50 6,70 3,00 3,32

    6.22 6,54 2,13 2.1

    3.04 2,86

    5.81 6,22 2,95 2,84

    6,50 6.52 6,86 6,91

    2.40 2.50 1,95 2,07

    2.50 2.27

    4.63 4,77 L,llhnnd(s.1 dicol

  • T1llJcla 4. Avaliaes concl!didas pclojuiz I e pelo juiz 2. na calegoria 23. s famlias do grupo ,\ e s famlias do grupo B

    Grupo A Familiasem arelhada.~

    10 12

    Famfliasnfto-cmparclhadas

    " 16 17

    GrupoB 2

    Juizl Juiz 2

    Correlacionando-se asa,'ah.OesdoJu,z1 omasa,

  • realmente raro encontrar, na mesma famlia, membros mu ito faeilita-dores e membros muito dificultadoTes da sade emocional. De fato, nas 18 famlias estudadas, tanto na opinio do juiz I como na dojui.: 2, isso no ocorreu,notelldo, portanto, nenhom dos dois utiliz.ado as avaliaes discur-sivas sugeridas por ns para tal situao.

    A fidedignidade do avaliador fo i verificada atravs da correlao das avaliaes do juiz 1 edojuiz2.crncadaumadascategoriasdeavaliao,eos coeficientes de correlao de Pearson encontrados esto na Tabela I (p.84). Os coeficicntcsmaisbaixosobtidosforamO.56paraacategoriaI3("manifestao da agressividadc scm direcionalidade adequadalcorn direcional idade ade-quada"). 0,66 para a categoria 12 ("manifestao da agressividnd e destrut iva/ construtiva") e 0,67 para a categoria 3 ("comunicao sem direcionalidade adequada/com direcionalidade adequada"). Todos os outros coeficientes ficaram entre 0,70 e 0,97. Oscocficielllcs mais altos obtidos roram 0.95 para as categorias 21 ("integrao ausente/presente") e 23 ("promoo de sade emocional dificultadalf:1cilitada"), 0.96 paTa a categoria 2 ("comunicao confusa/clara") e 0.97 para a eategoria 22 ("auto-estima baixa/aha" ),

    TaisresultadoS11lostrammenorCOllcordnciadosjuzesnaavaliaoda "direcional idade" tanto da "agressividade" como da "comunicao" - o que pode estar re lacionado com o fato de o conceito de "direcionalidade" pennitir maior subjetividade por parte do avaliador. Ainda em relao "agressivi-dadc", os doisjoizcs concordaram mllis ao llvaliarem sua "ausncia" ou "prcscna"nadinmicafamiliar(clltcgoriall:0,84)doqueaoavaliarcmsecla "dcstrutiva" ou "construtiva " (catcgoria 12:0,66),

    Entre as categorias cm que osjuizcs tivcram maior grau de concordncia encontra-se a categoria 23 ("promoodc sade emocional dificultada/f acilita-da":0.95) que. pela prpria definio. contem as demais categorias, pemlitindo assim uma avaliao;;o gcral dafamilill , Essaal1acorrclaocntre asavali acs do juiz I edojuiz2,nacategoria23,indicaqueaEFEpemrileumaavaliao global da familia. avaliao essa que se mOSlra consistentequandorealiz.ada por dois avaliadores distintos.

    A Tabela 2 mostra as cOlTelaes existentes entre cada item ou categoria e o total dos itens, Todas as eom.:laCs item-total ficaram acima de 0.81. com exceo novamcnte daquclasobtidas para as categorias 8 ("liderana ausente/ presente":0,71)ell("manifestaodaagrcssividadeausente/presente": 0,69). Esscs dados nos mostram. mais uma vez, que a fonna como a "liderana" e a "agrcssividade" se manirestam tem maior relao com a determinao da "sade emocional"doque suasimples"presena"ou"ausncia" nad inmica dllsrelaesramiliares

    Tem/JumPric

  • Os coeficientes de eOlTelallo item-total mais altos (entre 0,90 e 0,98) foram obtidos para aseategorias 1 ("comunicao ineongrul11c/congruente'": 0,91),1("comunicaoconfusalclara":0,97",3("comunicaosemdireciona-lidadeadeqllada/corn direcionalidadeadcquada": 0,98), 4 ("co lIlunicallosem carga emocional adequada/com carga emocionaladeqllada": 0,9;),12 ('"mani-festaodaagrcssividadedestrotivalconstrotiva":0,95),17("afeiofisica sem expressilo fisica ~dcquadalcom expresso fisica adequada'": 0,90), 20

    ("illdividuali~ao ausente/presente": 0,90), 21 ("integrao ausente/pre-sente": 0,96) c 22 ("auto-estima baixa/alta": 0,96). Podemos, portanto, dizer que essas silo as categorias que esto mais estreitamente relacionadas com conceilode "promollodc sade emocional"na f3m ilia adotado nest eestudoe cuja a\"aliaoa EFE pretende realizar.

    As altas cOlTclacs cxistcntes cntre a maioria clas categorias e o total delas indicam uma grande consistncia interna das escalas deavaliao da EFE. Alm disso, fato de a categoria lJ tcrtidoum cocficiente decorrelai'l. o itern-tolal de 0,98 indica que o esta sendo a\llliado pelas 22 categorias, em seu conjunto, esta altamente relacionado com o que est~moschamaJldode "promoo desadcelllocional'"equeacatcgorialJpretcnde,dernaneiraglobal,avaliar

    A TabelaJ mostra as a\'aliacsmdias das categorias (exc1uindo-se a categoria13)conccdidasporcadajllize,alcmdisso,amdiadasavalia3esdos dois juzes em cada famlia. As mdias das 14 familias emparelhadas foram cOlTelacionadas, atravs do Coeficiente de COlTclao Ponto Bisserial, com a varivel grupo A ou grupo B dc familias. c o coeficiente de correlao encon trado foi de 0,93. Esse coeficiente um~ medida da validade da EFE, como mctododcava1iallopsicolgica, tendo em vista quc diz respcito s relaes existentes entre os dados obtidos com a utiliwoda entrevista. avaliados atravsdeSllasescalas,eosdados docritrioexternoentrevista.ouseja,o rato de as famlias pertcncerem ao grupodc familias "dificllhadoras" ou ao grupo de famlias "facilitadoras" do desenvolvimento emocional, de acordo \:Om a indicao das instituicsque participaram da pesquisa.

    Os dados da Tabela 4 mostram as a\"a!iacsconcedidas pelo juiz 1 e pelojuiz2,nacatcgoria23,s 18familiasestudadas. Podemos\erificarnessa tabela que, em relao s famlias do grupo B - "famlias facil ladoras da sadc emocional" - as avaliaes concedidas por ambos os juzes ficaram todas acimadaavaliaomdia(4).ouseja,apcnasafamiliallfoiavaliadapelojuiz 2 no ponto 5 da cscala c todas as oUlras famlias desse grupo foram avaliadas nos pontos 6 ou 7. Todavia, em relao s famlias emparelhadas do grupo A-"f3lnlias dificul tadoras da sade ernoeional"-, duas farnlias foram ava liadas pelo juiz I no ponto mdio ou acima dele, ou seja. a familia 7 Coi aval iada no

    Tt "'rut",P,icologi"f/99J),n' J

  • ponto 4, e a Hlmlia 4. no ponto 5. Tambm nas litnt ilias n~o-cmparelh:\das do grupo A ("dificultadoras"). um caso - famlia 18 - foi avaliado tanlo pelo juiz I comopelojuiz 2 no pomo mdio(4). Essesdados nos pcnnitcm dizer que houve maior concordncia entre as in,titllii3es (clnica c escola) ~ o~ juizes, ~ entre os prprios juizes - quando estes avaliaram de maneira global a tend"'llcia para a fncilitao ou no da sade emociollal - em rc laos famlias "faclitadoras" do (Iue cm relao s famlia, "dificllltadoras" da salde emocional.

    CONCLUSES

    Considerando que o principal objetivo da pesquisa experimcntal por ns rcaliLada foi o de verificar a aplicabilidadc. C1l11)'iieologia cliniea. da Entrevista Farniliar Estntturada,mravsdoestlldode sua fidedignidadeedeslIav alidade. como mtodo de avaliao de familia capaz de discriminar uma dinmica familiar facilitadora de uma dinmica f.1miliardificultadora da sade emocio-

    ('"familias facililadoras ~ SlIllde emocional") e, pam a an:ilise do material clnico obtido atravs da aplica-o da EFE. uti lil.ilmos os julgamentos de doisjllizes - duas psiclogas clinicas com experi"'llcia em logi" (J997). 11 "3

  • Alrn dessas concluses que dizem respcito mais dirctamentc ao estu do da fidedignidadt:e da validade da EFE t: de suas escalas de avaliao, outras consideracs importantes, relacionadas sobretudo aos grupos de contraste, ou seja, as Camilias"Cacilitadoras" e s Call1lias "difiellltadoras"d a,adcclllo-ciona1. podem tambm ser lcvanladasa partirdoexpcrimenloporns realizado,

    Considerando que os II ca";os indicados por difcrcmes escolas para tratamento no Scrvi~o de Psicologia Aplicada Coram tratados por esse rgo ou por cle encaminhados para tratamento em outra instituio(grupo A de familias) e que. das del. Carnlias indicadas pelas escolas que partieiparam deSs,1 pcsqllisa eornoCaeilitadorasdodescnvolvirncntoemocionalsadiodt:seusmembros,duas Coram indieadascom restricsedas oito reslames apenas Ullla no foi con sidc-radapcloServiodt:PsicologiaAplieadaoomopossuindoosrequisitosdogmpo 13 de Carnlias, podemos coneluir que os critrios das instituicscsc olarcs cda instituio clinica que participamm desse estudo, relacionados Cacilitaoou no da sade emocional na Camlia. so bastameequivalentes, ou seja, das21 fa-miliasavaliadas, s houve discordncia em uma delas.

    Considerando no apenas tempo mdio de durao das entrevistas, menorno grupo B, mas tambm o contedo das mesmas, podemos concluir que as famlias " faeilitadoras" do desenvolvimento compreenderam mais f~cilmente as tareCas da EFE e as executaram mais rapidamente do que as famlias "dificuhadoras" dodesenvolvimentocmocionalsadiodeseusnu:mbros

    Observando a foona como as ramlias se sentaram nu entrevista de aplicao da EFE, constatamos que em todas as famlias do grupo A em ljue ambos os pais compareceram para a entrevista menos uma famlia I - o casal sentou-scseparado,ou seja, pai no se sentou ao lado da me, e em toda sas famliasdo grupo B menos uma - famlia 13 - o casal se sentou junto. Portanto, a interao conjugal pode ser tambm avaliada tendo em vista a disposio fisiea do easal na entrevista, ou seja, nas famlias "f:1cilitudoras "dodesenvol-vimento os membros do casal se aproximaram fisicamente, podendo essa aproximaoestarindicandoquearelaoconjllgalgrntifieanteeseconstilui num subsistema dentro do sistema familiar.

    Tnnaru,Psicologia(l9.Q7),n J

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