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Projeto Mariana Fiore / Alessandra Maciel “Quanto mais diferentes são os que convivem num espaço limitado, mais idéias do mundo aí estarão para serem levantadas, cotejadas e, desse modo, tanto mais rico será o debate silencioso ou ruidoso que entre as pessoas se estabelece.” Milton Santos Não acreditamos em grupos, mas em coletivos. O que os difere é que o grupo é composto de um somatório de pessoas geralmente unidas por identidade, coisas que as tornam iguais em “essência”. Já o coletivo se organiza a partir da diferença e os agenciamentos que ele produz são sempre inesperados e múltiplos. Os conflitos aparecem fruto da diferença, do debate de idéias e das disputas saudáveis que se dão ali, naquele espaço. Talvez esse seja o grande mistério da Turma do Mistério. Uma criançada muito diferente, com registros e vivências muito particulares. Os coletivos têm data de início e de término, eles se multiplicam, ganham outros membros, geram outros conhecimentos. Se, inicialmente, tínhamos um grupo, hoje conquistamos um coletivo. E esse relatório conta a história que foi produzida nesse coletivo e se despede, com muita saudade, de tudo que foi vivido aqui. Guardamos os registros concretos e afetivos e partimos para novas aventuras. Todos aprenderam e transformaram muitos conhecimentos. Foi um semestre rico e de muito trabalho. Aprenderam a dar atenção e a respeitar a opinião do outro, a pedir a palavra e lutar pelo seu espaço, sabendo também aguardar a sua vez, a 1 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F1M Turma do Mistério - F1M Ensino Fundamental Relatório do Segundo Semestre de 2008 ana atem diamante / ana beatriz merquior tardin pinheiro / ana clara bolshaw nogueira dos santos / beatriz castanheira de freitas / clara de assis azevedo tang / clara manzo frança mendes / emilio alexandre martins sada de faria / fernanda conde ferreira de almeida pinto / flora teixeira salem / francisco atherton weltman / guido tercius labouret / helena leite guimaraes rego / iara lucas martins de castro / julia santos neffa vieira de castro / leila mendes caldas / lily exene mesquita lagerblad graham / maria stockler carvalhosa / marina cronemberger bredariol / raphael ribeiro moura de moraes / theo dalmaso kussama / theodoro bretas cordenonsi / victoria tavares carvalhal / vinicius simões velozo parreira bittencourt

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Page 1: Ensino Fundamental Relatório do Segundo …...2 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F1M Antigo. Comparamos imagens, carros, ruas,

ProjetoMariana Fiore / Alessandra Maciel

“Quanto mais diferentes são os que convivem num espaço limitado, mais idéias do mundo aí estarão para serem

levantadas, cotejadas e, desse modo, tanto mais rico será o debate silencioso ou ruidoso que entre as pessoas se estabelece.”

Milton Santos

Não acreditamos em grupos, mas em coletivos. O que os difere é que o grupo é composto de um somatório de pessoas geralmente unidas por identidade, coisas que as tornam iguais em “essência”. Já o coletivo se organiza a partir da diferença e os agenciamentos que ele produz são sempre inesperados e múltiplos. Os conflitos aparecem fruto da diferença, do debate de idéias e das disputas saudáveis que se dão ali, naquele espaço. Talvez esse seja o grande mistério da Turma do Mistério. Uma criançada muito diferente, com registros e vivências muito particulares. Os coletivos têm data de início e de término, eles se multiplicam, ganham outros membros, geram outros conhecimentos. Se, inicialmente, tínhamos um grupo, hoje conquistamos um coletivo. E esse relatório conta a história que foi produzida nesse coletivo e se despede, com muita saudade, de tudo que foi vivido aqui. Guardamos os registros concretos e afetivos e partimos para novas aventuras. Todos aprenderam e transformaram muitos conhecimentos. Foi um semestre rico e de muito trabalho. Aprenderam a dar atenção e a respeitar a opinião do outro, a pedir a palavra e lutar pelo seu espaço, sabendo também aguardar a sua vez, a

1 Escola Sá Pereira – Relatório do Segundo Semestre de 2008 – Ensino Fundamental – F1M

Turma do Mistério - F1M Ensino FundamentalRelatório do Segundo Semestre de 2008

ana atem diamante / ana beatriz merquior tardin pinheiro /ana clara bolshaw nogueira dos santos / beatriz

castanheira de freitas / clara de assis azevedo tang / clara manzo frança mendes / emilio alexandre martins sada de

faria / fernanda conde ferreira de almeida pinto / flora teixeira salem / francisco atherton weltman / guido tercius labouret / helena leite guimaraes rego / iara lucas martins de castro / julia santos neffa vieira de castro / leila mendes

caldas / lily exene mesquita lagerblad graham / maria stockler carvalhosa / marina cronemberger bredariol /

raphael ribeiro moura de moraes / theo dalmaso kussama / theodoro bretas cordenonsi / victoria tavares

carvalhal / vinicius simões velozo parreira bittencourt

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fazer propostas e críticas, a aceitar e prestar ajuda, a estimular a participação dos que tem dificuldade de se colocar, a contribuir para a resolução de conflitos, a apoiar os amigos e a ouvir. Esse foi o maior desafio dessa turma, ouvir. E eles conseguiram vencer muitas etapas e dificuldades.

No início do ano, em nossas conversas a respeito de trabalho x diversão, as crianças levantaram a hipótese de que o artista era o único trabalhador que se diverte com a profissão. Assim, aproveitamos para retomar uma prática da alfabetização de privilegiar o trabalho com um compositor nas aulas de Projeto, homenageando o Centenário de Cartola. A idéia de buscar diferentes registros escritos nos agrada nesse momento da alfabetização. Foi com a certidão de nascimento de Angenor de Oliveira que disparamos a curiosidade dos pequenos em relação à biografia desse compositor brasileiro que desempenhou inúmeros ofícios, influenciou nossos melhores músicos e nos deixou uma herança poética e musical valiosa.

“O sambista vive eternamente no coração da gente...”Quem é Cartola? Conhecemos através de vídeos, livros, músicas e da apostila que montamos, sua biografia. Passeamos por histórias, pesquisamos detalhes, encontramos curiosidades de um homem não escolarizado, mas muito letrado, morador da comunidade do Buraco Quente da Mangueira. Conhecemos a história dos Ranchos Carnavalescos e a fundação da Estação Primeira de Mangueira. Quando fomos ao Centro Cultural Cartola e as crianças viram as cores da verde e rosa foi uma verdadeira surpresa. Ali estava o cenário da Mangueira que eles cantavam ao vivo e em cores. Pareciam entender o fascínio de Cartola por ela. Estávamos na “Sala de recepção”.

“Alvorada lá no morro que beleza...”Procuramos trazer uma abordagem da favela diferente do que vemos na TV. A cultura da comunidade, as diferenças de vida que ocorrem por lá, os trabalhos, as diversões. O programa de

Regina Casé do encontro entre um menino morador do Santa Marta e de um menino morador do Leblon deixaram as crianças inquietas. Eles pediam para fazermos um passeio na Mangueira, queriam brincar de pipa, correr atrás de picolé, trocar gibi por sacolé, conhecer aquela outra infância, deslizar no carrinho de rolimã, jogar bola no campinho, pegar manga na mangueira, ouvir o alto falante da comunidade de perto, conhecer a piscina do Peri (vídeo que vimos no Youtube do Projeto Morrinho). Gostaram tanto de conhecer esse novo universo que trouxeram fotografias, vídeos, fizeram desenhos da Alvorada com diferentes materiais (aquarela, guache, pastel, giz de cera...). Nas aulas de Artes Visuais também fizemos uma maquete iluminada da favela, com casinhas de gesso. A partir do trabalho do artista Jr, que fez uma intervenção no Morro da Providência com os olhares dos moradores sobre o asfalto, as crianças fizeram uma releitura com fotos de caretas deles do morro para o asfalto. Foi assim que começaram a valorizar esse universo tão desvalorizado na atualidade. Infelizmente, quando fomos ao Centro Cultural Cartola nos deparamos com a segregação que de fato existe. Mesmo diante de nossas tentativas, só foi possível assistir os meninos da Orquestra Cartola Petrobrás tocando violino. Não nos permitiram maior contato, uma conversa, uma troca. Nossos pequenos ficaram impressionados com a música deles, mas não tiveram a oportunidade de se aproximar da diferença. E reclamaram.

Queriam conhecer outras favelas, pesquisaram as que estavam mais próximas, dentro do seu próprio bairro e conheceram a música “Nomes de Favela” de um dos maiores compositores de samba da atualidade, Paulo César Pinheiro. Acrescentaram novos versos à música, mencionando o nome de outras favelas que conheciam, exercitando a criação de mais um tipo específico de texto:

“Os santos não rezam mais no Santa MartaSecaram as tintas lá do Morro AzulA hora voa no Cero CoráNão tem mais queijo minas na MineiraNão tem mais vista legal no Vidigal (...)”

Turma do Mistério

Pesquisando sobre o Rio de Janeiro da época de Cartola (1908-1980), conhecemos algumas peculiaridades do Rio

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Antigo. Comparamos imagens, carros, ruas, bondes, postes, monumentos vendo as diferenças que as intervenções humanas trazem para o espaço urbano em geral.

“Que bobagem, as rosas não falam...”Conseguimos, com esse projeto, algumas aproximações aos conteúdos de Ciências Naturais e estudamos as partes das plantas (caule, raiz, folha, flor, semente). Fizemos uma experiência com anilina tingindo várias rosas brancas de azul, rosa, vermelho e amarelo. Aproveitamos para fazer desenhos de observação delas e da roseira que cuidamos durante o semestre e que vimos dar flores. Curiosos, descobriram de onde vinha o perfume das rosas e observaram as pétalas no microscópio aproximando–se das partes invisíveis das flores e plantas.

Quando conhecemos o restaurante Zicartola, aproveitamos para trazer receitas de sacolés. As crianças trabalharam as medidas de capacidade, e fizeram contagens para estimar quantos sacolés faríamos com determinada receita. Falamos sobre as misturas homogêneas e heterogêneas. Lemos o livro “A cozinha de Expedito” e conhecemos alguns instrumentos de medida. O Zicartola nos deu a possibilidade de trabalhar outros registros textuais como os textos do cardápio e as propagandas:

“Se você gosta de comida caseira, venha ao Zicartola onde o tempero da Zica conquistará seu paladar.” Construíram suas próprias propagandas e montaram um cardápio diferente. Os desenhos de Heitor dos Prazeres, que compõem o cardápio do restaurante Zicartola, levaram a turma a se aprofundar na obra do artista.

“Ser naïf é um estado de espírito que leva a uma maneira toda pessoal de pintar. Podemos encontrar pintores naïfs entre sapateiros, carteiros, donas de casa, médicos, jornalistas e diplomatas. A arte naïf transcende o que se convencionou chamar de arte popular.”

texto do "site" do Museu

Fomos ao Museu de Arte Naïf, onde pudemos observar e conhecer mestres naïfs brasileiros e um acervo incrível de várias esculturas das mais diferentes profissões. A idéia de

pintar, sem regras nem constrangimentos, foi incorporada em alguns trabalhos de artes posteriores, principalmente no diário gráfico, onde as crianças juntaram imagens diversas, fizeram recortes, colagens, sobreposições de imagens e de cores, recortaram páginas e construíram um caderno de desenho bastante autoral.

O trabalho com as artes proporcionado pelo projeto foi vastíssimo. Tentamos nos concentrar nas músicas trabalhadas propondo que as crianças construíssem a imagem do samba de Cartola a partir das impressões sugeridas pela melodia e pela letra. Trabalhamos em Artes as seguintes músicas: Alvorada, Nós dois, O sol nascerá, Samba do operário, As rosas não falam, A cor da esperança, Sala de Recepção, Verde que te quero rosa, Como é que eu posso.

Desafios matemáticos...Nas aulas de matemática aproveitamos a biografia, os diferentes tempos de vida de Cartola, as idades, o ano de lançamento dos álbuns e problemas do cotidiano que desafiassem nossos pequenos. As medidas de capacidade, peso, comprimento também fizeram parte de nossas manhãs. Trouxemos a balança para a sala, medimos o pátio, nossa sala e nosso corpo. As receitas, também, foram momentos de atividades matemáticas. As crianças ficaram desafiadas a pensar como podemos ter uma medida padrão onde todos pudessem se entender em relação a ela. Montamos uma caixa de problemas com variadas perguntas envolvendo números e lógica. Eles inventaram outros problemas e conseguiram construir estratégias pessoais e coletivas de cálculo, usando materiais concretos, desenhos e abstrações. A estimativa é outro conceito introduzido na alfabetização. Compreenderam a necessidade desse recurso quando nos é impossível contar precisamente. No final do ano fizemos um mercado com a F2, onde se aproximaram do sistema monetário entendendo suas regras. Os jogos também fizeram parte de todas essas atividades como suporte para posteriores abstrações. Os livros “Uma história com mil macacos”, de Ruth Rocha, e “Camilão, o comilão”, de Ana Maria Machado, renderam boas gargalhadas e uma apostila de novos problemas.

Livros, gibis e leituras compartilhadas...O livro da cruzadinha foi mais uma oportunidade de reflexão

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sobre as regras ortográficas. Com ele estruturamos a escrita ortográfica das crianças e trabalhamos as noções de horizontal e vertical, tão difícil para alguns pequenos. Optamos pelo ensino da letra bastão minúscula que auxilia no processo de leitura nesse momento de aprendizagem e a apostila “Arrumando a letra” nos ajudou nessa tarefa. Muito interessadas pela leitura, reivindicavam um tempo diário no cantinho de leitura da sala. Ali lemos muitas histórias, vinculadas ou não ao projeto, conhecemos as histórias dos personagens de Maurício de Souza, lemos o livro adotado “Crianças famosas - Cartola”, de Edinha Diniz e Ângelo Bonito, em leitura compartilhada e notícias de jornal.

“A sorrir, eu pretendo levar a vida...”Foram muitos desafios, novos conhecimentos, vivências inesquecíveis. Esse pessoal cresceu e ganhou muita autonomia. A festa pedagógica foi um momento de muita conquista e orgulho para eles que, certamente, guardarão com carinho o CD que construíram como mais uma das atividades que fizeram parte desses dias de trabalho. A aventura foi grande, o ano acabou e a Turma do Mistério aproveitou.

InglêsRosângela Caldas

Novo período, novos assuntos. Começamos a remexer e ver o que encontrávamos na nossa "Magic Job Box". A colaboração foi muito legal! Todos trouxeram objetos variados. Falamos da utilidade de cada objeto, da importância de cada um para os

diferentes profissionais que os utilizam. Com a caixa foi possível fazer com que as aulas fossem mais interessantes, dinâmicas e bem divertidas. Fizemos atividades e brincadeiras no Pereirão, tiramos muitas fotos utilizando os objetos da caixa, fizemos mímicas, desenhos, elaboramos diversos painéis. Todas as propostas foram práticas com o objetivo de aprimorar, cada vez mais, a percepção auditiva, a compreensão e a reprodução do vocabulário estudado.

E como a nossa caixa mágica fez tanto sucesso, por que não cada um ter a sua?! As crianças, com muita criatividade e capricho, montaram pequenas caixas, de diferentes cores e enfeites. Com tudo pronto, pensaram em um objeto de um profissional para fazer e colocar dentro da "Magic Job Box" individual.

Era chegada a hora de aprendermos a dizer onde os objetos estão. Cada um com a sua caixinha mágica, passaram a indicar a localização dos objetos. E assim, as palavras "in, on, behind, under e next to" foram exploradas. Preparamos "cards" que ilustravam essas preposições. Todos adoraram e curtiram muito as atividades que fizemos para que aprendessem a usar esse novo vocabulário.

Que tal uma paradinha no trabalho para darmos boas risadas com as trapalhadas do Pato Donald? Assistimos a animações da Disney de 1940. Os desenhos "Chef Donald" e "Fire Chief" mostram as travessuras do pato como "chef" de cozinha e bombeiro. A atividade nos ajudou, ainda mais, a usar o vocabulário relacionado às profissões de uma forma bem descontraída.

Trabalhando, ainda, com os profissonais que encontramos em nosso bairro, na nossa vizinhança - "Who are the people in our neighborhood?", assistimos ao vídeo da turma "Sesame Street", "Who are the people in my neighborhood". E, então, uma surpresa! A F3 escondeu pela escola caixas e preparou charadas que davam dicas sobre o que continham. Hora da busca pela Sá Pereira! Achados os pacotes, as charadas foram resolvidas. Fomos presenteados com uniformes de trabalho! Roupa de médico, bombeiro, gari, policial e palhaço. O mais legal?! Tudo do tamanho deles! As crianças brincaram, vestiram as roupas e se fotografaram. Aprendemos outras novas palavras relacionadas às roupas dos profissionais, ao uniforme que cada um veste para trabalhar.

Além dos estudos, das atividades relacionadas ao projeto, que são registradas nos cadernos e em fichas, também ampliamos o vocabulário, aprendemos sobre as funções comunicativas e trabalhamos as expressões do dia a dia utilizando muitas imagens, músicas, jogos e brincadeiras. A colaboração das crianças e a participação ajudaram a enriquecer muito as nossas aulas!

Expressão CorporalAna Cecília Guimarães

Aproveitamos o início do semestre para nos dedicar à exploração dos materiais. Colchonetes, bolão, pranchas, bambolês, fitas, massas e tecidos foram dispostos pelo salão,

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dando oportunidade a todos de desenvolverem novas habilidades e descobrirem possibilidades de rolamentos, equilíbrios, manobras e acrobacias. As acrobacias aéreas, realizadas com tecido, fizeram grande sucesso entre todas as crianças.

Em seguida, apreciamos a abertura das Olimpíadas de Pequim. As crianças puderam perceber como a simultaneidade e a sincronicidade fizeram do espetáculo um show de efeitos surpreendentes. Inspirados nesses aspectos, experimentamos alguns exercícios com movimentações coletivas.

Assim que a turma iniciou a pesquisa sobre Cartola, começamos a dançar ao som de algumas de suas músicas, explorando a riqueza de suas composições. Assistimos a um vídeo do Chico Buarque em que crianças aparecem sambando com muita competência. Elas se apropriaram logo do gingado e pareciam já terem nascido para sambar. Dançaram em filas e em grupos, que se intercalavam no espaço, demonstrando muita intimidade com a malemolência do samba. Foi nesse contexto que ensaiamos a coreografia apresentada na Festa Pedagógica.

A essa altura, o ano já estava quase chegando ao fim, e precisávamos nos integrar ao espetáculo que toda a escola preparava para o encerramento. Escolhemos a música “O que eu vou ser quando crescer”, do Grupo Tateando, para criar nova coreografia e apresentar. Dedicamos nossas últimas

semanas a essa produção. Todas as experiências vividas ao longo do ano favoreceram avanços significativos no desenvolvimento motor e na expressão corporal das crianças que hoje estão muito mais familiarizadas com a linguagem da dança.

MúsicaManoela Marinho

Iniciamos o semestre experimentando elementos da linguagem musical por meio de jogos de percepção auditiva e jogos de improviso e incentivo à composição. Com a escolha do tema “Cartola” como assunto das aulas de Projeto, começamos a conhecer a obra desse compositor. As crianças ouviram, aprenderam e cantaram várias músicas. Com um pouco mais de intimidade com a biografia e a obra de Cartola, nos sentimos prontos para começar a ensaiar a música “Ensaboa”. Criamos um ambiente e alguns personagens inspirados na canção e, aos poucos, fomos dando forma aos gestos e à melodia. No final do processo contamos com a parceria das aulas de Expressão Corporal e o resultado foi alegremente apresentado na festa pedagógica. Ensaiamos mais três canções: dois sambas de Cartola, Alvorada e O Sol nascerá, e um samba de Paulo César Pinheiro, Nomes de favela. Essas músicas foram gravadas e oferecidas em um CD aos pais.

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Depois da festa iniciamos um trabalho de composição coletiva. As crianças foram divididas em grupos e incentivadas a criar pequenas frases rítmicas com instrumentos de percussão. Com esse mosaico de idéias fomos montando uma composição única, onde todos contribuíram e opinaram. As últimas aulas foram dedicadas a conhecer e cantar as músicas selecionadas para a festa de encerramento.

Educação FísicaRenato Lent

Iniciamos o semestre animados com a proximidade das Olimpíadas de Pequim e com a realização de mais uma Olimpíada da Sá Pereira.

As equipes eram compostas por crianças de todas as turmas divididas por cores e nomeadas por diferentes profissões. Alegres, entoaram seus gritos de guerra, mostrando criatividade. Além disso, participaram, com muita garra e determinação, das modalidades oferecidas.

Neste momento de integração pudemos observar que, apesar da competição, há um forte espírito de cooperação e solidariedade entre as crianças.

Acreditamos que essa é uma oportunidade para que exercitem o controle de suas emoções e conheçam suas habilidades, trocando valiosas experiências.

Foi emocionante vê-los reunidos no pátio de baixo, cantando o Hino Nacional, com os olhinhos atentos e ansiosos, aguardando a premiação!

Um segundo pátio sobre rodas trouxe, para os recreios, skates, patins e patinetes. As crianças se equilibraram e se empenharam em cumprir o circuito que, dessa vez, continha placas de trânsito. Batidas, ultrapassagens perigosas, tráfego na contramão e em local proibido, entre outros exemplos de desrespeito às leis de trânsito, geravam multas cuja cobrança era a suspensão temporária do brinquedo e seu empréstimo a um colega.

Contamos, também, com o auxílio de guardas de trânsito para verificar o cumprimento das regras. Uma farra!!!

Nas partidas de câmbio, uma adaptação do voleibol, as turmas experimentaram e vibraram com os saques, rodízios, passes e pontos marcados.

Futebol e queimado continuam sendo os preferidos da garotada, porém também temos disputadas partidas de basquete, handebol e pique-bandeira animando as manhãs e tardes.

A liberdade para a escolher suas brincadeiras prediletas e se organizarem com autonomia em pequenos grupos, também foi vivida nos "Pereirões Livres", nos quais o espaço era dividido de forma a que todos pudessem se divertir ao mesmo tempo.

Esse grupo parece ter sempre muita conversa para colocar em dia, mas com alguma insistência perceberam que precisam escutar para que o jogo, que eles tanto desejam, aconteça.

Melhoraram bastante, desde o início do ano, mas ainda costumam solicitar a ajuda do professor para organizar a atividade, principalmente os jogos com bola para, então, poderem se divertir. Já em relação às outras brincadeiras, possuem melhor capacidade de organização.

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