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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Telma Dias dos Santos Intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação televisiva: efeito de uma proposta com graduandos de jornalismo MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA SÃO PAULO 2016

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Telma Dias dos Santos

Intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação

televisiva: efeito de uma proposta com graduandos de

jornalismo

MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA

SÃO PAULO

2016

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Telma Dias dos Santos

Intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação

televisiva: efeito de uma proposta com graduandos de

jornalismo

SÃO PAULO

2016

Dissertação de Mestrado apresentada à Banca

examinadora como exigência parcial para

obtenção do título de Mestre em Fonoaudiologia,

pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

– PUC-SP, sob orientação da Profa. Dra. Marta

Assumpção de Andrada e Silva

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SANTOS, Telma Dias dos

Intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação televisiva: efeito de uma

proposta com graduandos de jornalismo / Telma Dias dos Santos – 2016, XXXf.

Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Programa de Pós-Graduação e Fonoaudiologia. Área de concentração: voz.

Orientadora: Profa. Dra. Marta Assumpção de Andrada e Silva.

Speech therapy intervention focusing on televised statement: effect of a

proposal journalism graduates.

1. Intervenção Fonoaudiológica. 2. Comunicação. 3. Voz. 4. Jornalismo.

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Banca examinadora

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Dedicatória

Ao meu pai, Gerson Veronezzi, que com seu jeito

particular criou e amou seus filhos e soube plantar em meu

coração o amor pela vida e, em minha mente, a vontade de ser

melhor. Que pena que nos deixou antes que eu terminasse

mais esse ciclo.

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Agradecimentos

À minha orientadora Profª Drª. Marta Assumpção de Andrada e Silva pela

acolhida, por todos os ensinamentos durante todos esses meses, e por acreditar

em mim e em meu trabalho desde a primeira conversa.

Ao Laborvox pela experiência enriquecedora e por toda troca de conhecimento.

Às professoras do programa de pós-graduação em Fonoaudiologia PUC – SP

Léslie Piccolotto Ferreira, Beatriz Caiuby Novaes, Esther Bianchinni, Maria

Claudia Cunha, Ruth Palladino, Teresa Momensohn e Suzana Maia, pela

importante contribuição em minha trajetória acadêmica.

Às Drªs

Leny Kyrillos, Vanessa Pedrosa pelas importantes contribuições em

minha qualificação. Muito obrigada!

À Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo pela

parceria.

Ao Prof. Dr. Luiz Fernando Santoro também pela parceria, pela confiança e por

acreditar na importância da inclusão de disciplinas práticas, no curso de

jornalismo, que abordem a comunicação profissional.

À Stela Verzinhasse Peres pela rica e cuidadosa análise estatística.

Aos juízes telespectadores que participaram e contribuíram para o rico resultado

da pesquisa.

Aos alunos de graduação em jornalismo que participaram como sujeitos da

pesquisa.

À CAPES e ao CNPq pelo incentivo financeiro concedido durante o Mestrado.

Às minhas filhas Isabela e Júlia pela paciência, pela cumplicidade e pela presença

constante. Vocês me deram e dão coragem para seguir sempre em frente.

Ao meu marido Eduardo também pela paciência, pelo companheirismo, pelo

carinho e por ser o meu porto seguro sempre. Muito obrigada, meu amor!

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Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução

parcial ou total dessa dissertação, por meio de fotocópias ou meios eletrônicos.

_________________________

Telma Dias dos Santos

São Paulo, junho de 2016 vi vii

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Resumo

Santos TD. Intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação televisiva: efeito de uma proposta com graduandos de jornalismo. [Dissertação de Mestrado], São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2016. Introdução: a comunicação jornalística na televisão e o telespectador mudaram e, consequentemente, as empresas de comunicação têm exigido mais versatilidade dos jornalistas. Em decorrência disso, a atuação do fonoaudiólogo tem se transformado e se ampliado, à medida que se vê a necessidade desse profissional estar presente na formação do jornalista. Foi na perspectiva dessa nova realidade e demanda que essa pesquisa de intervenção para sujeitos em formação profissional se deu. Objetivo: avaliar o efeito de uma proposta de intervenção com foco na comunicação profissional em televisão para alunos de graduação em Jornalismo. Método: a amostra foi composta por 23 estudantes de jornalismo, 12 mulheres e 11 homens, com idades entre 18 e 21 anos. A intervenção fonoaudiológica teve oito encontros com a duração de quatro horas cada e a gravação de um vídeo com a mesma notícia antes e depois da intervenção. A avaliação do desempenho comunicativo dos alunos foi realizada por 75 juízes telespectadores com os pares de vídeos, no qual eles escolheram o vídeo melhor. Essa escolha foi justificada com a atribuição de características divididas em três aspectos principais, foram esses: corpo, fala e emocionais e de interpretação. Resultados: a maioria (91,3%) dos alunos apresentou uma performance comunicativa melhor no vídeo depois da intervenção de acordo com os juízes. Os parâmetros relacionados aos aspectos emocionais e de interpretação foram os que tiveram mais características citadas. Dessas, as com maior número foram mais natural seguido por mais seguro, mais agradável e mais confiante no vídeo, após a intervenção. Em relação às características mais citadas do aspecto fala foi encontrado em ordem de citação: articulação, pausas, ênfase e velocidade de fala. Do aspecto foram: postura corporal, movimento do corpo e gestos. Considerações finais: o programa de intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação profissional em televisão promoveu melhora no desempenho comunicativo da maioria dos alunos de Jornalismo da amostra pesquisada. Os aspectos que os juízes mais referiram para justificar a melhora foram os relacionados à interpretação/emocional em primeiro lugar, seguido pelos aspectos da fala e do corpo.

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Abstract

Santos, TD. Speech therapy intervention focusing on televised statement:

effect of a proposal journalism graduates. [Master Dissertation], São

Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2016.

Introduction: the journalistic communication on television and the viewer have changed and therefore the media companies have demanded more versatility of journalists. As a result, the performance of the speech therapist has been transformed and expanded, as we see the need for it to be present in the formation of the journalist. It was in view of this new reality and demand that intervention research for subjects in vocational training offered. Objective: To evaluate the effect of an intervention proposal focusing on professional communication in television for undergraduate journalism students. Method: The sample consisted of 23 journalism students, 12 women and 11 men, aged between 18 and 21 years. The Speech therapy intervention had eight meetings lasting four hours each more the recording a video with the same news before and after the intervention. The evaluation of the communicative performance of students was carried out by 75 judges viewers with the videos pairs and they chose the best video. This choice was justified by the allocation of features divided into three main points were these: body, speech and interpretation / emotional. Results: The majority (91.3%) of the students showed a better communicative performance in the video after the intervention according to the judges. The parameters related to aspects of emotional / interpretation were those who had more cited characteristics. Those with the highest number were more natural followed by safer, more pleasant and more confident in video after intervention. Regarding the most frequently cited characteristics of speech aspect was found in citation order: articulation, pauses, emphasis and speech rate. The aspects were: body posture, body movement and gestures. Final considerations: the speech therapy program focusing on professional communication in television promoted improvement in communication performance of most journalism students of the sample studied. The aspects that the most mentioned judges to justify the improvement was related to the interpretation / emotional first followed by aspects of speech and body.

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Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Análise de correspondência entre os momentos antes e depois da intervenção e os aspectos do corpo, da fala e emocionais e de interpretação

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Gráfico 2 – Média de apontamentos pelos juízes e IC95% 71

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Descrição em número (n) e percentual (%) de características demográfica dos juízes telespectadores, como sexo, escolaridade, existência de trabalho

58

Tabela 2 – Comparação entre as gravações antes e depois da intervenção

fonoaudiológica, segundo juízes telespectadores

59

Tabela 3 – Número e percentual de juízes, segundo aluno e aspectos

relacionados às questões do corpo

61

Tabela 4 – Número e percentual de juízes, segundo aluno e aspectos

relacionados às questões da fala

64

Tabela 5 – Número e percentual de juízes, segundo aluno e aspectos

relacionados às questões emocionais e de interpretação

67

Tabela 6 – Comparação entre os aspectos do corpo, da fala e emocionais e de interpretação

70

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Lista de Quadros

Quadro 1 – Levantamento do questionário de identificação sociodemográfico, ocupacional e acadêmico dos alunos.

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SUMÁRIO

1. Introdução............................................................................................ 14

2. Objetivo ................................................................................................ 16

3. Revisão de literatura............................................................................ 17

3.1. A Fonoaudiologia a serviço dos profissionais da comunicação......... 17

3.2. A nova era do jornalismo televisivo................................................... 27

4. Método ................................................................................................ 34

4.1. Preceitos éticos ................................................................................ 34

4.2. Instituição.......................................................................................... 34

4.3. Seleção da amostra.......................................................................... 35

4.4 Procedimentos.................................................................................... 37

4.5. Análise de dados................................................................................ 41

5. Intervenção Fonoaudiológica................................................................. 42

6. Resultados.............................................................................................. 56

7. Discussão .............................................................................................. 71

8. Considerações finais ............................................................................. 83

9. Referências bibliográficas ..................................................................... 84

10. Anexos ................................................................................................ 90

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1. Introdução

O mundo está mais ágil e veloz, e a televisão (TV) teve de acompanhar essa

transformação. Aquele repórter com voz impostada e gestos comedidos que

pareciam distantes do fato narrado não encantam mais o telespectador do século

XXI (Tourinho, 2010). As empresas de comunicação têm exigido mais versatilidade

e naturalidade dos teleapresentadores na medida em que o telejornal se moderniza

(Tourinho, 2010).

Trabalho com telejornalismo há 13 anos e tenho verificado que aqueles

profissionais que se destacam são aqueles que conseguem imprimir uma marca

singular, humana, autêntica e que são capazes de contar uma boa história

jornalística. A TV, embora não tenha suprimido a influência do rádio e atualmente

dispute seu espaço com a internet, ainda é atualmente um dos veículos de

comunicação mais influentes. Atinge milhões de pessoas no mundo e atua como

uma das principais responsáveis pela informação e entretenimento dos cidadãos

(Lopez, 2004). Esse veículo de comunicação enfrenta novos desafios, ao considerar

a mudança no ritmo e hábitos de vida. Quando comparamos com três gerações

atrás temos clareza que a sociedade tem novas formas de consumir e produzir

informações. Atualmente o telespectador assiste à televisão enquanto navega na

internet e acessa as redes sociais por dispositivos como os tablets e smartphones,

opinando a respeito do conteúdo visto e o telejornalismo, ao mesmo tempo em que

contribui na construção da realidade social, também é influenciado e construído pela

sociedade (Brasil, 2012; Frazão, 2013). Os estudantes de Jornalismo de hoje

nasceram em uma era de conectividade e convergência de mídias, eles “vivem” na

tecnologia (Figueiredo, 2012). As transformações desse universo coincidem com a

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evolução das novas gerações e o ideal é que não deixemos de levar em conta

essas transformações quando pensarmos na formação dos futuros jornalistas

(Brasil, 2012).

Algumas instituições já oferecem projetos extracurriculares e disciplinas

optativas que servem de complemento para a graduação, mas ainda são poucos os

cursos de jornalismo que têm disciplinas nas quais a comunicação profissional é o

foco central (Dias, 2015). As Novas Diretrizes do Curso de Jornalismo propõem que

pelo menos 50% do curso seja constituído de atividades práticas (Educação, 2013).

Essas inserem termos como linguagem do telejornalismo, locução, comportamento

do repórter diante da câmera, postura e abrem espaço para a ampliação do trabalho

de assessoria fonoaudiológica a futuros telejornalistas.

As transformações do universo jornalístico que apresentamos acima e

também as mudanças das diretrizes do curso de jornalismo ampliam a demanda

fonoaudiológica. O fonoaudiólogo pode contribuir muito na parte prática dos

profissionais de jornalismo ainda em formação, ao apresentar e trabalhar com esses

alunos as diversas possibilidades de formas de comunicação. Pode exercitar a

comunicação profissional da prática telejornalística atual na perspectiva da

expressividade, com aspectos da comunicação não verbal e verbal para possibilitar

autonomia comunicativa afim de que o futuro profissional aprenda a se comunicar

de forma natural.

Nesse sentido, essa pesquisa foi desenvolvida com a proposta de estruturar

uma intervenção para alunos de jornalismo, com foco nesse novo cenário, nas

novas linguagens do jornalismo de TV. Dessa forma, o fonoaudiólogo que atua com

o jornalista tem a possibilidade de trabalhar com a comunicação profissional

telejornalística de forma prática, por meio de simulações e experimentações.

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2. Objetivo

Avaliar o efeito de uma proposta de intervenção, com foco na comunicação

profissional na televisão, para alunos de graduação em Jornalismo.

2.1. Objetivos específicos

2.1.1. Avaliar se juízes telespectadores identificam melhora na comunicação

televisiva dos alunos depois da participação na intervenção denominada Programa

de Introdução à Comunicação no uso Profissional em televisão.

2.1.2. Analisar quais os parâmetros verbais, não verbais, emocionais e

interpretativos que os juízes telespectadores associaram à melhora na performance

dos alunos nos vídeos de depois da intervenção.

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3. Revisão de literatura

Para compreender melhor as transformações que acontecem no

telejornalismo brasileiro, as novas exigências do mercado e os desafios que os

profissionais de jornalismo enfrentam, é preciso considerar o universo do

telejornalismo atual. É necessário refletir sobre como a Fonoaudiologia se insere e

atua nesse cenário. A revisão de literatura está dividida em duas partes: a primeira

apresenta referências sobre a atuação fonoaudiológica junto aos profissionais da

voz, em especial os telejornalistas e a segunda abrange a nova era do

telejornalismo televisivo. Para facilitar a construção do texto os autores estão

agrupados por assunto.

3.1. A Fonoaudiologia a serviço dos profissionais de comunicação

Vale ressaltar que em 1950, no início do telejornalismo brasileiro, a maioria

dos profissionais eram radialistas ou atuavam em jornal impresso. Com uma nova

linguagem, proposta pela televisão (TV), que também era um meio de comunicação

novo, esses profissionais, que não possuíam a prática de falar bem diante das

câmeras, precisavam ser trabalhados para se expressarem melhor (Resende,

2000).

A televisão brasileira se construiu e se constituiu por um forte contexto

histórico social, e na década de 1980, a formalidade certamente estava presente

nos telejornais. Em parte, porque os profissionais eram locutores, o que explica a

falta de expressividade, mas muito disso por consequência ainda do período de

ditadura (final dos anos de 1960 e começo dos anos de 1970). Um período no qual

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os textos eram constantemente avaliados e a narração sofria modificações pela

censura (Cotes, 2008). O repórter tinha que ser firme sem ser agressivo e falar com

voz clara e inteligível. O apresentador deveria ter voz de barítono a baixo (voz

grave, mas fora do padrão habitual), como exemplo, de neutralidade no sentido de

constância e homogeneidade (Resende, 2000). Os profissionais não poderiam

falsear e nem aparecer mais do que o fato em si, uma vez que o personagem é a

notícia. A voz neutra e imparcial nesse momento era diferente da adotada nos dias

de hoje. Nessa época, a fonoaudióloga Glorinha Beuttenmüller começou a trabalhar

na Globo e passou a uniformizar a fala dos repórteres e locutores espalhados pelo

país, com amenização dos sotaques regionais, na perspectiva de realizar um

trabalho de definição de um padrão nacional (Cotes, 2008). Surgia, portanto, o

serviço de Fonoaudiologia nos bastidores da televisão brasileira.

Na década de 1990, com os avanços da tecnologia, foi possível aumentar as

entradas ao vivo nos telejornais e a relação de conversa entre o apresentador e o

repórter. A proposta era que a narrativa ficasse mais próxima do cidadão. Nesse

período, outro marco na história do telejornalismo brasileiro foi a substituição dos

locutores por jornalistas (Cotes, 2008).

Também nos anos de 1990, segundo Chun (2007) surge a preocupação com

a prevenção dos distúrbios vocais e começa-se a atuar com os aspectos

comunicativos de pessoas sem distúrbios vocais. Foi nesse período que a

Fonoaudiologia direcionou uma atenção especial à área de voz profissional, mas os

trabalhos de prevenção, em sua maioria, faziam levantamento de sinais e sintomas

mantendo uma relação forte com o paradigma saúde versus doença. (Chun, 2007).

A partir dos anos 2000, foram desenvolvidas novas formas de atuação que

contemplavam as necessidades no campo da prevenção e promoção da saúde ao

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mesmo tempo em que crescia a atuação do fonoaudiólogo na área de voz

profissional (Penteado et al, 2005). De acordo com Ferreira (2010) foi junto ao

acompanhamento dos profissionais da voz falada e/ou cantada que se iniciaram os

trabalhos de assessoria enquanto prática para o aperfeiçoamento da comunicação

humana. Surgia a busca por um trabalho de aprimoramento em relação à

expressividade (Stier, Neto, 2005). Em função de demandas mais específicas, o

trabalho fonoaudiológico passou a ser visto também com o compromisso de

aprimorar e preparar os futuros profissionais da área de comunicação (Russi, 2013).

Com relação às publicações sobre Fonoaudiologia e profissionais do

jornalismo:

Panico (2005) investigou as correlações acústicas dos estilos de emissões do

telejornalismo classificados em neutro, sério e descontraído. Dez apresentadores

experientes gravaram um texto, de mesmo conteúdo semântico nos três estilos da

emissão. Foi feita a análise acústica da amostragem para avaliar frequência,

intensidade e duração. As gravações foram apresentadas a 30 sujeitos que

precisavam identificar as emissões conforme os diferentes estilos: neutro,

descontraído e sério. Os ouvintes foram capazes de identificar diferentes estilos de

emissões por meio de pistas auditivas.

Vieira (2006) avaliou o efeito de orientação fonoaudiológica que incluiu o

aquecimento vocal, nos parâmetros de expressão vocal e corporal selecionados, em

estagiários de jornalismo de uma emissora de televisão. Sete estagiários cursando o

quarto ano do curso de jornalismo foram divididos em grupo experimental controle.

Foi feita, por meio dos vídeos de antes e depois da intervenção, a análise dos dois

momentos de emissão nos grupos. A orientação fonoaudiológica apontou efeito

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positivo nos indivíduos participantes do grupo experimental e que os parâmetros

que apresentaram melhor desempenho após a intervenção foram os relacionados à

expressão corporal (gestos, postura e expressão facial), seguidos dos relacionados

à expressão vocal (ênfase, pausas e velocidade de fala).

Cotes (2007) investigou a distribuição e funções das pausas silenciosas no

discurso oral em narrações de programas de televisão de natureza diferenciada.

Foram selecionadas amostras de fala de dois jornalistas em cinco programas de

televisão. As medidas foram embasadas na análise fonético-acústica, segmentando-

se os tempos de narração e de pausas silenciosas. De acordo com o estudo, os

resultados apontam para mudanças ocorridas no uso das pausas, em função do

estilo de narrativa, e as pausas em estilos de programas interativos de televisão têm

o papel de construir turnos de fala.

A mesma autora em seu doutorado (2008) analisou, nas narrações dos

apresentadores de telejornais, a relação entre os gestos vocais e corporais. A

autora investigou a evolução ocorrida, em termos estilísticos, em três momentos

históricos: o momento inicial do telejornalismo (1968), o momento intermediário

(1980) e o momento atual (2005). O trabalho foi baseado na coleta de gravações

das narrações de nove apresentadores no início do telejornal, década de 60, nas

décadas de 70, 80, 90, até chegar às narrações dos dias atuais e foram realizados

estudos perceptivo-auditivos e fonético-acústicos das gravações. Segundo a autora

que a narração do telejornal evoluiu da preocupação com a inteligibilidade, à

neutralidade e à interatividade, o engajamento na autoria da notícia além da

demonstração de maior expressão e afetividade, por parte dos apresentadores de

telejornal.

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O estudo de Trindade (2008) analisou o efeito de uma proposta de programa

de intervenção fonoaudiológica na expressividade oral de repórteres e realizou um

levantamento com os diversos trabalhos desenvolvidos sobre Fonoaudiologia e

Telejornalismo, entre 2000 e 2007. Os trabalhos encontrados foram divididos entre

descritivos e de intervenção. Segundo a autora todos os trabalhos de intervenção

estavam relacionados ao treinamento de habilidades. Os trabalhos estudavam

expressão vocal e corporal, intenção correta na leitura de texto e/ou contemplavam

o desenvolvimento de oficinas direcionadas aos profissionais e a alunos de

telejornalismo.

A pesquisa de Azevedo (2009) teve como objetivo verificar o julgamento do

desempenho de um grupo de telejornalistas, de acordo com a situação, antes e

depois de uma proposta de intervenção fonoaudiológica, na opinião de

telespectadores. Seis telejornalistas de uma emissora de televisão universitária

foram filmados em leitura simulada de apresentação de telejornal, e posteriormente

submetidos a uma proposta de intervenção fonoaudiológica. Uma nova filmagem foi

realizada depois da intervenção sob as mesmas condições anteriores. A edição foi

apresentada, individualmente para 50 telespectadores adultos, para julgamento do

desempenho dos telejornalistas. No julgamento dos telespectadores, dos seis

telejornalistas, quatro apresentaram um percentual estatisticamente significante de

preferência dos telespectadores na situação pós-intervenção. O estudo encontrou

percentual estatisticamente significante de preferência para os telespectadores na

situação depois da intervenção, mas não apresenta dados que demonstrem em

quais parâmetros foi possível perceber o efeito positivo da intervenção

fonoaudiológica.

Cielo et al (2009) verificaram os principais hábitos e as principais queixas

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vocais apresentadas por 25 estudantes de comunicação. A pesquisa apontou, por

meio de avaliações auto-referidas, que o não esforço ao falar e ausência de queixas

e alterações vocais aparecem em 80% dos alunos. Dos 20% que apresentavam

queixa vocal, a maioria relatou cansaço vocal após o uso intenso da voz, rouquidão

frequente e voz pior pela manhã como principais queixas. Os principais hábitos

inadequados encontrados, segundo as autoras, foram falar em forte intensidade,

falar rápido e beber gelado. A maioria dos estudantes também mostrou padrão vocal

diferente entre a voz coloquial e a voz profissional.

No estudo de Constantini (2012) foram analisadas acusticamente as

mudanças no estilo da elocução telejornalística de dois estudantes de

telejornalismo, que passaram por intervenção fonoaudiológica do tipo treinamento

vocal. Foi aplicado um teste perceptivo em 20 sujeitos para saber se ouvintes

conseguiam interpretar as estratégias utilizadas pelos sujeitos estudados. De acordo

com os resultados, os ouvintes perceberam a ênfase nos enunciados por meio da

maior variação de frequência fundamental. O estudo apontou ainda que a inclusão

de pausas silenciosas e prolongamentos em pontos específicos do enunciado

deixaram o texto mais expressivo.

Caldeira et al (2012) compararam a ocorrência das modificações vocais de

repórteres e não-repórteres na presença de ruído mascarante de 46 sujeitos, sendo

23 repórteres e 23 não-repórteres (grupo controle), todos com audição normal. Os

participantes deveriam ler um trecho de uma matéria de telejornal em três situações

de escuta: sem ruído mascarante; com ruído de 50 dB; e com ruído de 90 dB. As

narrações foram gravadas e submetidas à avaliação perceptivo-auditiva e análise

acústica e, de acordo com o resultado, as consequências negativas do efeito

Lombard ocorreram em ambos os grupos. Os repórteres demonstraram conseguir

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inibir parcialmente o impacto negativo das situações de ruído, por provável

estabilidade da emissão profissional e ativação de outras vias de monitoramento.

Houve maior aumento nos parâmetros pitch, loudness e tensão no grupo controle,

quando comparado ao grupo dos repórteres em ambas cargas de ruído.

Lopes et al (2013) analisaram as preferências e atitudes dos ouvintes em

relação à ocorrência das variantes linguísticas de sua região, na fala dos

telejornalistas. Participaram 105 ouvintes, naturais e domiciliados em João Pessoa,

alunos de um curso de Fonoaudiologia. A faixa etária era entre 18 e 38 anos de

idade, sendo 24 do sexo masculino e 81 do sexo feminino. De acordo com os

autores, apesar da forma de expressão na TV ter mudado nos últimos anos, ainda

hoje há uma tradição no trabalho de suavização do sotaque na abordagem de

aperfeiçoamento da comunicação dos profissionais de telejornalismo. O artigo

conclui que os ouvintes preferem quando não aparecem as características regionais

na fala do telejornalista.

No estudo de Russi (2013) foram verificados os efeitos da atuação

fonoaudiológica em seis estudantes de telejornalismo de uma universidade federal

que participaram de sessões de atendimento fonoaudiológico com a finalidade de

aperfeiçoar a voz. Foi realizada uma avaliação perceptivo-auditiva e visual da

reportagem de cada indivíduo antes e depois e da intervenção. Como resultado as

orientações e a intervenção demonstraram a influência positiva da atuação do

fonoaudiólogo na performance dos telejornalistas, em especial nos parâmetros

interpretativos pontuação e pausas e no parâmetro vocal loudness.

Santos et al (2014) tiveram como objetivo relacionar a qualidade vocal e a

presença de queixas vocais com a autopercepção vocal de estudantes de

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Jornalismo. No estudo, participaram 41 estudantes que responderam um

instrumento sobre queixas de voz, além de terem sidos coletados registros vocais

com emissão sustentada da vogal /a/ e fala encadeada. Os dados foram analisados

por um fonoaudiólogo especialista em voz quanto à qualidade vocal (adaptada ou

alterada). De acordo com o estudo, os estudantes que apresentaram qualidade

vocal adaptada mencionaram maior quantidade de termos positivos referentes à

autopercepção. Os termos positivos mais referidos foram: voz simpática, expressiva,

confiante, feminina, forte e dócil.

O objetivo da pesquisa de Silva et al (2014) foi caracterizar as inovações de

cinco telejornais brasileiros e analisar os impactos na expressividade dos

apresentadores, com foco nos recursos não verbais. Foram identificados: cenários,

mobiliário, materiais, recursos e/ou equipamentos e na expressividade não verbal

dos apresentadores: postura corporal, uso dos gestos e expressões faciais. De

acordo com a pesquisa tais situações não previstas no modelo tradicional de

telejornal, nem na literatura fonoaudiológica em jornalismo, levam o apresentador a

realizar diferentes formas de acomodação, posturas, posições, movimentos e

deslocamentos, simultaneamente ao emprego dos recursos verbais, vocais e não

verbais.

Penteado et al (2014) analisaram a expressividade dos apresentadores do

programa de TV Globo Esporte, ao longo dos anos, com ênfase nos recursos vocais

e não verbais. A expressividade foi descrita e analisada com ênfase nos recursos

vocais (análise perceptivo-auditiva da qualidade vocal e dos parâmetros vocais) e

recursos não verbais (postura corporal, deslocamento do apresentador pelo estúdio,

uso de gestos e de expressões faciais). Como resultados foi encontrado que as

demandas expressivas dos apresentadores se mostram muito mais complexas,

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especialmente quando comparadas às três primeiras décadas do programa e

também às apontadas nas publicações fonoaudiológicas com jornalistas.

Santos et al (2015) compararam o efeito do atendimento fonoaudiológico a 16

repórteres de telejornal, oito em situação virtual e oito presencial. Os materiais, de

antes e depois da intervenção, foram randomizados e avaliados por juízes

fonoaudiólogos especialistas em voz. As autoras utilizaram dois instrumentos

específicos, um para avaliação do desempenho na tarefa e de naturalidade dos

profissionais e outro para análise auditiva e visual dos parâmetros vocais e

interpretativos. Como resultado o estudo encontrou que tanto o atendimento

presencial quanto o virtual promoveram a melhora no desempenho vocal e

comunicativo dos profissionais de telejornalismo.

Dias (2015) caracterizou, da mesma forma que fez Panico (2005),

reportagens telejornalísticas na forma perceptivo-auditiva, além de identificar

acusticamente sua variação prosódica. Foram selecionados 30 offs de reportagens

de sites de canais abertos, posteriormente divididos em três grupos de estilos: sério,

neutro e descontraído. A amostra final foi definida por meio do julgamento de 20

sujeitos leigos, que escolheram os cinco melhores offs para cada estilo. De acordo

com o estudo houve diferença estatística na taxa de elocução, quando comparados

os estilos descontraído e sério, e descontraído e neutro. O estudo conclui que a

avaliação perceptivo-auditiva obteve resultado igual em todos os estilos. Na análise

acústica, a taxa de elocução diferenciou os estilos sério e neutro do estilo

descontraído.

Algumas obras (Stier, 2001; Cotes, 2002; Kyrillos, 2002; Cotes, 2003; Feijó,

2003; Kyrillos, 2003; Gama et al, 2005; Cotes, 2008; Cotes, 2011) produzem uma

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interface entre a Fonoaudiologia e o telejornalismo e retratam a atuação da

fonoaudiologia nesse meio e, em especial, o trabalho com a expressividade. São

obras que relatam, em especial, a expressividade do jornalista e, dentre outras

questões, abordam os recursos verbais (construção textual, vocabulário, ritmo e

velocidade de fala, prosódia e pausas), vocais (a qualidade vocal e tipos de voz;

pitch, loudness, ressonância e articulação) e não verbais (postura corporal, uso de

gestos, expressões faciais, aparência física, sorriso e vestuário).

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3.2. A nova era do jornalismo televisivo

A TV é querida pelos brasileiros e está presente em 95,7% dos lares

nacionais (Musse, Pernisa, 2011). Seja pela informação ou pelo entretenimento, a

TV ocupa um lugar na vida das pessoas. Para Bara (2013) a televisão ainda é tida

como a principal fonte de informação dos brasileiros, configura o eixo central da

indústria cultural nacional e o telejornal ocupa um lugar central como a principal

fonte de informação de grande parte da sociedade. Ainda de acordo com o mesmo

autor, o telejornalismo é inclusivo e funciona como uma janela para a realidade.

Segundo Becker e Mateus (2010), o jornalismo televisivo no Brasil é a principal

fonte de conhecimento dos acontecimentos sociais, embora o acesso à rede

mundial de computadores seja cada vez mais expressivo.

Segundo o IBOPE (2014), a TV faz companhia, por mais de cinco horas e

meia diárias a cerca de 40% dos brasileiros. Porém vale destacar que a TV tem

perdido a audiência nos últimos anos em função do número de pessoas com acesso

à internet. No Brasil, passavam de 100 milhões no primeiro trimestre de 2013,

segundo pesquisa do Ibope, em parceria com a Nielsen Online1 (IBOPE, 2013). De

acordo com essa pesquisa, tal dado é a maior demonstração de que há um público

relevante que consome, interage e comenta informações sobre as marcas e os

produtos nesse novo mundo digital. Segundo Frazão (2013), 43% dos brasileiros

utilizam a internet enquanto assistem televisão e, dessa parcela, 70% buscam mais

informação sobre o que estão assistindo.

Da mesma maneira que é gradual o crescimento da internet como veículo de

1 O IBOPE Nielsen Online é uma joint-venture entre o IBOPE e a Nielsen que existe há 11 anos e detalha o comportamento do usuário de internet, com auxílio de um software instalado em uma parcela de internautas com acesso à web no trabalho ou em casa (IBOPE Nilsen Online). Publicado em 10/07/2013 [acessado 21/04/15] disponível em: http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/Paginas/Numero-de-pessoas-com-acesso-a-internet-passa-de-100-milhoes.aspx).

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consumo de informação, também é gradual a diminuição da procura por rádio,

jornais e revistas para acesso ao conteúdo noticioso virtual (Souza et al, 2013).

Outro ponto que não se pode deixar de citar são novas formas de assistir televisão e

a inserção da TV por assinatura no Brasil. A televisão segmentada surgiu no final da

década de 1970 (Ferreira, 1996), e de acordo com a Agencia Nacional de

Telecomunicações (ANATEL, 2014), em 2013 o serviço de TV por assinatura era

distribuído para aproximadamente 49 milhões de brasileiros, o que correspondia a

um quarto da população do país. Os sistemas de TV a cabo, diferentemente da TV

aberta, propiciam aos telespectadores maior programação devido à variedade de

canais ( Ferreira, 2010; Cirne, 2012; Furuzawa, 2013).

Diante das novidades apresentadas pelo sistema de TV paga e o fascínio da

Internet, as emissoras de televisão que transmitem em sistema aberto se veem

forçadas a ingressar nesse novo mercado, com o desafio de oferecer maior volume

de informação e incluir a participação do público (Cirne, 2012). Cada vez mais,

pelas possibilidades oferecidas pela tecnologia, os telespectadores querem montar

o seu próprio cardápio televisivo. E, assim, assistir aos programas na hora que bem

entendem e, ter a chance, hoje difundida na web, de ler um hipertexto da forma

singular, abrir um link e desprezar outro, como se acontecesse uma “customização”

da programação (Musse, Pernisa, 2011).

A convergência de mídias mostra que a internet não veio concorrer com a

televisão, mas sim reforçar certas características, como a narrativa e o laço social

(Musse, Pernisa, 2011). Os telejornais deixaram de adotar uma comunicação

exclusivamente unilateral, de um para muitos e passaram a incluir os

telespectadores na produção da notícia (Frazão, Brasil, 2013). Podemos perceber

isso quando os telejornais começaram a complementar suas matérias em sites,

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quando convidam o telespectador a participar de um fórum virtual logo após o

programa e/ou quando utilizam imagens de flagrantes do dia a dia captadas por

amadores. O que se diz na rede repercute e, muitas vezes, interfere imediatamente

na programação (Brasil, 2012).

A acentuada ampliação da oferta de produtos televisivos que misturam

estratégias do jornalismo e do entretenimento parece configurar a televisão aberta

neste início de século XXI. No Brasil, o fenômeno é evidente pela cada vez maior

utilização, no telejornalismo, de recursos narrativos, dramáticos, audiovisuais

comuns às esferas do entretenimento (Gutmann et al, 2009). A bancada, antes

reconhecida como um espaço sagrado, o “lugar de fala” do telejornalista, tem sido

vista como espaço de isolamento (Musse, Pernisa, 2011). A experiência de não se

usar o teleprompter2 nos mostra uma tentativa de se aproximar da realidade do

telespectador. Esse novo formato mostra que a condução do jornal não é perfeita e

nem inabalável. No formato atual do jornalismo, mostrar informalidade é uma forma

de conquistar o público (Fechine, 2008).

A estrutura rígida dos programas jornalísticos na TV começa a ceder lugar

para uma informalidade e descontração que se aproximam mais da realidade do

atual consumidor de notícias, que, por muitas vezes, passa a ser também produtor

(Musse, Pernisa, 2011). Os autores (Fechine, 2008; Becker, Mateus, 2010; Musse,

Pernisa, 2011) apontam outras diferenças que contribuem para esse processo de

mudanças, dentre elas, o posicionamento a favor ou não do apresentador em

relação à informação.

Segundo Becker (2012b), o jornalismo participativo aparece e a dinâmica

produtiva na rotina profissional ganha rumo diferente. As inserções de novos atores

2 Equipamento acoplado às câmeras de vídeo que exibe o texto a ser lido pelo apresentador. É a forma mais eficiente de

exibir textos para apresentadores, especialmente em segmentos longos (http://pt.wikipedia.org/wiki/Teleprompter).

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sociais na produção de mídia podem gerar alterações estéticas e de conteúdo nas

práticas jornalísticas, por meio de reportagens mais contextualizadas, críticas e

criativas. Os jornalistas investem na relação de confiança, no vínculo do telejornal

com seus públicos e na própria identidade do telejornal por meio da inserção de

falas e depoimentos de populares.

As recentes mudanças provocadas pelas novas tecnologias de comunicação

têm introduzido modificações significativas no tempo e na velocidade de produção,

armazenamento, distribuição e consumo de informações televisuais (Becker,

2012b).

A mudança na natureza das performances dos repórteres e apresentadores é

coerente com todo um conjunto de transformações que envolvem tanto o jornalismo

quanto a TV. Há uma diferença performática entre o apresentador e o repórter que é

inerente às funções. O apresentador tem pouca liberdade de improviso, funciona

como um “porta-voz” que, mesmo dirigindo-se diretamente à audiência (faz isso

olhando para a câmera), não costuma atuar em nome de si mesmo (enquanto

singular) (Fechine, 2002). O repórter sempre pode ousar mais. Enquanto “persona”

convida a audiência, os apresentadores e as fontes ao divertimento e cria

oportunidades para que elas se unam a ele na conversa e, até mesmo, sejam os

protagonistas delas (Gadret, 2015). Hoje eles são mais autônomos, mas seus

corpos continuam robóticos na sua expressividade (Becker, Matheus, 2010). Ainda

encontramos nas matérias leves, o sorriso; nas notícias duras, o agravamento da

voz e da expressão facial; no esporte, a descontração; na política, a distância

(Fechine, 2008).

A naturalidade dos gestos na reportagem ainda resulta de uma contida

teatralização da notícia, em detrimento à espontaneidade dos profissionais (Leal,

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2006). É fundamental que tais expressões surjam como naturais, aliás, é

fundamental para o contato com o espectador, para a autenticação da notícia e a

identificação com o telespectador. Na apresentação, é essencial compreender que

embora a objetividade e a imparcialidade constituam-se como princípios do

jornalismo, os relatos jornalísticos são impregnados de subjetividades (Becker,

2012a).

A conversa jornalística de agora contém um texto narrado por uma voz que é

portadora de uma cotidianidade familiar, e reconhecida pelos espectadores como

sua aliada no processo de compreensão do mundo (Coutinho, 2009). Há diferentes

modos de dizer, diferentes maneiras como os vários sujeitos, ou as diferentes

vozes, se organizam e dialogam nos discursos. A tensão desse jogo narrativo é

diluída com o uso de uma linguagem cada vez mais coloquial do noticiário, por meio

da inclusão de gírias e de elementos do humor, o que revela uma tendência cada

vez maior da mistura de notícia e entretenimento no jornalismo televisivo (Becker,

2012b).

De acordo com Brasil (2012), o ensino de telejornalismo é um desafio. Por

um lado, há a predominância de uma cultura acadêmica que valoriza a teoria e, por

outro, há uma realidade de mercado na qual a prática é considerada simplesmente

essencial.

Em setembro de 2013, foram homologadas as Novas Diretrizes do Curso de

Jornalismo, que têm como objetivo inserir o aluno em atividades práticas

relacionadas à sua profissão de forma interdisciplinar e promover a interação entre o

aluno e o profissional do mercado de trabalho. O novo currículo propõe que pelo

menos 50% do curso seja constituído de atividades práticas. Visa o preparo

profissionais para atuar num contexto de mutação tecnológica constante no qual,

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além de dominar as técnicas e as ferramentas contemporâneas, é preciso conhecê-

las em seus princípios para transformá-las na medida das exigências do presente

(Ministério da Educação, 2013). Na prática, são necessárias atividades que

respondam em parte às exigências profissionais e acadêmicas na medida em que

se têm como princípio o desenvolvimento de problemáticas levantadas a partir de

situações reais de comunicação na sociedade. São necessárias dinâmicas, que

permitam que as explicações dos fenômenos ganhem corpo, ao serem sustentadas

por um aparato conceitual que acumula décadas de desenvolvimento e que se

renova ao encarar novos fatos e questionamentos (Tondaro, 2010).

Há a necessidade de construir perspectivas capazes de concretizar um

ensino inovador e independente, que não seja apenas reprodutor de valores e ideias

dos sistemas de mídia tradicionais e que leve em conta o novo profissional que se

forma. Que seja capaz de discuti-los, assim como os tipos diferentes de gêneros

discursivos e de reportagens, inclusive, em função da convergência (Becker,

2012a).

A geração que está se formando agora cresceu na era da conectividade.

Uma geração digital que pertence a esse universo e vivencia todas as

transformações tecnológicas, de forma e de conteúdo. A chamada geração 2.0,

corresponde àqueles da interação eletrônica, do smatphone e da internet

(Figueiredo, 2012). Eles estão à vontade com a aprendizagem “just-in-time”:

Aprendem o que for necessário quando, e só quando, for necessário. Segundo

Figueiredo (2012), quando confrontados com um problema novo, sentem-se

impelidos a improvisar, socorrendo-se, se necessário, das suas redes de relações

pessoais e da internet, até conseguirem aprender o suficiente para o resolverem.

O ideal, portanto, é adotar nos cursos de formação práticas que permitam a

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interação sala de aula versus mundo real, com a realidade das redações

jornalísticas. Incentivar os alunos a interpretarem a realidade que eles verão lá fora,

a partir dos conteúdos discutidos na universidade e de situações reais de

comunicação na sociedade (Brasil, 2012). Isso, no contexto da formação em

comunicação, exige trabalhar com um objeto em construção, que influencia e é

influenciado pela rapidez das transformações tecnológicas e estruturais (Tondaro,

2010).

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4. Método

4.1. Preceitos éticos

Esta é uma pesquisa de intervenção de caráter descritivo e prospectivo. O

projeto em questão foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo para análise sob o nº CAAE

39280514.3.0000.5482 (Anexo 1). Todos os sujeitos (alunos e juízes) participantes

do estudo foram voluntários e assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido - TCLE (Anexo 2).

4.2. Instituição

A Instituição de Ensino Superior escolhida para esse estudo foi uma

universidade pública que oferece o curso de Graduação em Jornalismo com

duração de oito semestres e turmas no período matutino e noturno, com 30 vagas

cada uma. O currículo de Jornalismo dessa universidade é composto por disciplinas

eletivas e optativas livres. O currículo conta com cinco disciplinas obrigatórias que

abordam a prática jornalística em rádio e TV: a disciplina obrigatória “Jornalismo no

Rádio e na TV” no segundo semestre; as disciplinas Telejornalismo e

Radiojornalismo no quinto semestre; e as disciplinas Projetos em Televisão e

Projetos em Rádio no sexto semestre.

As disciplinas optativas são oferecidas aos alunos de graduação em todos os

semestres e os alunos de graduação de Jornalismo, independentemente do

semestre que cursam na grade eletiva, podem cursá-las. Dentre essas disciplinas

de natureza prática chamada Estudos de casos: jornalismo em televisão, com carga

horária de 64 horas aula, sob responsabilidade de um professor titular com

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formação e Jornalismo, e que conta com minha participação como professora

colaboradora convidada. Ministrei dentro dessa disciplina Estudo de casos o

programa de intervenção denominado Programa de Introdução à Comunicação no

uso Profissional em TV (PICP - TV). A intervenção foi dividida em oito encontros

semanais, com duração de quatro horas cada, no total de 32 horas. Os encontros

aconteceram durante o semestre letivo e foram ministradas por mim na própria

universidade. O PICP - TV encontra-se detalhado no capítulo 5 dessa pesquisa.

4.3. Seleção da amostra

Foram convidados a participar dessa pesquisa os 25 alunos matriculados na

disciplina optativa Estudos de casos: jornalismo em televisão oferecida aos

estudantes de Jornalismo da universidade. O estudo teve como critério de inclusão

participar de 75% das 32 horas da intervenção e realizar as duas (antes e depois da

intervenção) gravações. A amostra foi finalizada com 23 alunos, 11 homens e 12

mulheres, com idades entre 18 e 21 anos porque dois alunos foram excluídos, um

porque teve três faltas e outro porque não conseguiu gravar o vídeo depois da

intervenção.

Para caracterização da amostra foi aplicado para cada sujeito participante,

antes de iniciar a intervenção, um questionário de identificação para levantamento

sociodemográfico, ocupacional e acadêmico com dados de identificação e de

formação (anexo 3).

Como a disciplina é optativa, tínhamos vinte alunos que eram do segundo

ano, dois do terceiro e um do quarto. De acordo com o questionário de identificação

sociodemográfico, ocupacional e acadêmico, todos eram solteiros, sem filhos e não

exerciam nenhum tipo de atividade remunerada. A maioria (70%) cursou os ensinos

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fundamental e médio em escola da rede privada, 13 alunos (57%) moravam com os

pais ou parentes e 10 (47%) moravam sozinhos ou com amigos. A maioria (83%) ia

de transporte público para a faculdade (Quadro 1).

Quadro 1 – Descrição da amostra dos alunos segundo o sexo, a escola, a existência de estágio, a moradia, a forma de transporte para faculdade, os hábitos da internet e de ler ou não jornal.

Número de alunos N %

23 100%

SEXO F 12 52%

M 11 48%

CURSOU ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO EM ESCOLA

PÚBLICA 7 30%

PRIVADA 16 70%

FAZ ESTÁGIO SIM 10 43%

NÃO 13 57%

MORA COM PAIS/PARENTES 13 57%

SOZINHO/AMIGOS 10 43%

VAI PARA A FACULDADE DE TRANSPORTE PÚBLICO 19 83%

CARRO 4 17%

O QUE VÊ NA INTERNET

REDES SOCIAIS E VÍDEOS E MÚSICA

3 13%

REDES SOCIAIS E NOTÍCIAS E VIDEOS E

MÚSICAS

7 30%

REDES SOCIAIS E NOTÍCIAS

13 57%

COSTUMA LER JORNAIS SIM 18 78%

NÃO 5 22%

Mais da metade dos alunos (53%) ainda não faziam estágio. Quanto aos

hábitos de leitura, 18 alunos (78%) relatavam ler jornal diariamente, sendo a Folha

de São Paulo (lido por 15) o mais lido. Todos os alunos haviam lido um livro no

último mês. Quanto ao uso da internet, todos relatavam usá-la e acessar as redes

sociais, mais da metade para ler notícias, 30% para ler notícias, ver vídeos e ouvir

músicas, e 13% para assistir vídeos e ouvir música.

Para não influenciar o aluno quanto ao teor da intervenção e o objetivo da

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gravação, no início, optamos por entregar o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido - TCLE (anexo 2) ao final do último encontro. Todos os 23 alunos

assinaram o TCLE.

4.4. Procedimentos

4.4.1. Programa de Introdução a Comunicação no uso Profissional em TV

(PICP-TV)

Ao elaborar esse programa de intervenção foram consideradas todas as

transformações do universo do jornalismo. Para isso foram adotadas ferramentas

que pudessem dar uma dinâmica pratica e usual. Nos encontros foram realizadas

gravações e utilizados projetores de multimídias, vídeos com exemplos de imagens

e áudios de diversas situações de reportagens e apresentação jornalística em

diferentes anos e com destaques para a comunicação não verbal e para a verbal, na

maneira de se fazer jornalismo em televisão e seu reflexo na geração dos futuros

jornalistas. Dessa forma foi necessário um programa de comunicação com foco nas

habilidades de expressividade, sobretudo nas não verbais e nas verbais e vocais de

forma individualizada e natural.

No total, foram oito encontros com a duração de 4 horas. O conteúdo teórico

que foi apresentado ao longo dos encontros teve auxílio de datashow. A literatura

utilizada para embasar a discussão sobre quem é o novo telespectador, a influência

das novas mídias no fazer jornalístico, nos novos formatos de linguagem na TV foi:

Cotes, 2001; Kyrillos, 2005; Becker, Mateus, 2010; Tourinho, 2010; Falcão, 2011;

Becker, 2012a; Mazini, 2012; Silva, Penteado, 2014.

Todos os encontros tiveram uma parte teórica, expositiva ou de discussão de

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um tema e sempre uma parte prática. Essa parte prática está descrita em detalhes

no capítulo de descrição da intervenção. Em todo encontro foi realizado antes da

atividade prática aquecimento vocal para preparar o aluno para as atividades.

4.2.2. Seleção de texto para gravação

Para gravação dos alunos antes e depois da intervenção foi selecionado um

trecho de texto jornalístico de televisão extraído dos arquivos de uma emissora de

TV. Optou-se pelo texto de gravação de um texto jornalístico de TV pelo fato de

esse ser o gênero usado na prática profissional (Barbeiro 2002). Foi escolhido para

a gravação um texto de um boletim de notícia exibido em um telejornal no ano de

2014. O texto jornalístico, que tinha como tema o incêndio de uma empresa de

reciclagem, foi gravado, transcrito e posteriormente apresentado aos alunos para a

gravação.

4.4.3. Vídeo de antes da intervenção

A primeira gravação foi feita antes de iniciar a intervenção. Os alunos foram

encaminhados um a um para a gravação do material em sala de aula silenciosa. A

gravação da simulação de um boletim para um telejornal foi feita com uma câmera

digital da marca Sony Cyber-Shot (modelo DSC-W730). No momento da gravação,

os alunos foram orientados a ficar em pé e a se posicionar em frente ao

computador, a uma distância de 1,20 metros da tela para possibilitar o

enquadramento fechado e meio plano (Gerbase, 2012) para a avaliar a

expressividade corporal no momento da gravação.

Os alunos tiveram acesso ao texto jornalístico no momento da gravação

apenas e puderam reconhecer o texto durante três minutos antes da gravação. O

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texto jornalístico estava disponível para leitura na tela do computador de marca Acer

Aspire em powerpoint (modo apresentação), fonte calibri corpo com tamanho 32,

caixa alta e pontuado.

Foi sugerido que o aluno fizesse uma leitura silenciosa e outra em voz alta

para conhecer o assunto e o conteúdo do texto e depois ele estaria livre para decidir

quando poderia se iniciar a gravação. Essa tarefa levou cerca de um minuto e os

alunos puderam gravar só uma vez.

Após a gravação os alunos foram encaminhados para uma terceira sala de

aula em que foi apresentado o conteúdo do primeiro encontro (descrito na

intervenção).

4.4.4. Vídeo de depois da intervenção

A segunda gravação, ocorreu no final do último encontro. Novamente, os

alunos foram chamados um a um para gravar o mesmo texto seguindo os mesmos

procedimentos utilizados no momento antes da intervenção. Ambas as gravações

apresentavam qualidade de imagem e som satisfatórias. Foi observado que todos

os sujeitos da pesquisa estavam em boas condições de saúde nos respectivos dias

das gravações.

4.4.5. Avaliação de juízes

Os vídeos dos alunos de antes e depois da intervenção foram randomizados

aos pares, no programa de edição de imagem e vídeo Adobe Première Cs4. Essa

estratégia impediu que os juízes identificassem qual era o de antes ou depois da

intervenção.

A avaliação do material coletado foi realizada por 75 juízes telespectadores

com mais de 25 anos de idade e de ambos os sexos. Os juízes foram selecionados

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com base no levantamento na Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (SECOM, 2015),

sobre o perfil da audiência televisiva. Segundo a pesquisa, os telespectadores com

mais de 25 anos representam 79% dos telespectadores que usam a TV para se

informar. Ainda de acordo com o IBOPE, os telespectadores que passam mais

horas em frente à TV são de ambos os sexos, das classes B, C e D, sendo 37% da

faixa etária acima de 50 anos e 31% entre 25 a 49 anos (IBOPE, 2014).

A avaliação dos juízes foi realizada por meio da aplicação de um instrumento

(anexo 5) que eles teriam que preencher após assistir as combinações de vídeos. A

avaliação contou com 23 pares de vídeos (combinação da gravação antes e depois

da intervenção).

A primeira página do instrumento continha a apresentação da pesquisa,

informações sobre o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo 2),

referente à participação destes na pesquisa e uma pequena explicação da situação

encontrada nos vídeos. A segunda continha um questionário de identificação,

também para levantamento sociodemográfico e ocupacional dos juízes. A partir da

terceira começavam as avaliações dos vídeos. Para cada combinação, os juízes

responderam duas questões de múltipla escolha (anexo 5).

Os itens listados na questão 2 foram extraídos de um estudo piloto realizado

com sete fonoaudiólogos (com no mínimo 2 anos de experiência na área de voz

e/ou linguagem) e sete jornalistas (três repórteres, dois apresentadores, um editor

chefe e um diretor de jornalismo). Os dados colhidos foram lançados em planilha

Excel e passaram por uma etapa categorial. Para o levantamento desses dados foi

feita uma análise descritiva de todo conteúdo, que permitiu classificar as unidades

relevantes dos dados por categorias e o agrupamento por semelhança/similaridade

semânticas, de acordo com sua ocorrência (Bardin, 1977). O levantamento dos

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fatores elencados pelos juízes gerou três categorias diferentes para a questão 2 do

instrumento de avaliação e as categorias foram abastecidas com os itens citados

pelos juízes fonoaudiólogos e jornalistas.

4.5. Análise dos dados

Foi realizada a análise estatística dos dados colhidos na avaliação dos juízes

por meio de frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central (média

e mediana) e dispersão (desvio-padrão, valores mínimo e máximo).

Para a significância estatística, assumiu-se um nível descritivo de 5%. Os

dados foram digitados em Excel e analisados no software Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS), versão 22.0 para Windows.

Para a análise entre os momentos antes e depois da intervenção foi aplicado

o teste do Qui-quadrado para uma Amostra. Foi realizada a análise de

correspondência simples (AC) para se observar graficamente as relações entre os

momentos e os aspectos. Nesta análise, utilizou-se a distância Euclidiana e o

método simétrico de normatização.

Na análise quantitativa dos dados, para os quesitos pertencentes a cada

aspecto, foram atribuídos pontos, sendo 0 para os ausentes e 1 para os presentes,

e após esta etapa foi realizada a soma. A partir disso, testou-se a distribuição

normal das variáveis pelo teste de Komolgorov-Smirnov. Dado a normalidade das

variáveis, aplicou-se a ANOVA para medidas repetidas e o teste post hoc de

Bonferroni para comparar as médias dos aspectos do corpo, da fala e emocionais e

de interpretação.

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5. Intervenção fonoaudiológica

Denominei a intervenção de Programa de Introdução à Comunicação no uso

Profissional em TV (PICP-TV). O programa foi realizado no primeiro semestre de

2015 e foi dividido em oito encontros de três horas cada, com um total de 32 horas.

Primeiro encontro: a produção da voz

Objetivo: Discussão sobre a produção da voz, relação entre fonte e filtro

(ressoadores) e autoimagem vocal.

Tópicos:

Apresentação do programa, com a explicação geral da dinâmica dos oito

encontros;

Dinâmica de apresentação entre os alunos (sujeitos) participantes da

intervenção;

Anatomia do trato vocal e fisiologia da fonação;

Discussão sobre o uso da respiração natural para uma leitura jornalística;

Reflexões sobre as diferenças entre a voz masculina e feminina;

O papel da emoção na voz, a relação com articulação, ressonância e como

isso reflete na personalidade.

Atividades:

Exercícios de reconhecimento da produção da voz: emissão de um /i/ grave e

um /i/ agudo, com a mão no pescoço para a percepção da movimentação e

posição da laringe nos sons graves e agudos;

Contagem em voz alta dos numerais de 10 a 20 para a autopercepção das

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características da voz;

Exercício de ajuste do modo respiratório: os alunos começam com a

expiração total do ar por meio de um sopro contínuo e, quando não

conseguem mais expirar, permitem que o ar entre naturalmente pelo nariz.

Leitura em voz alta para reconhecimento do uso das pausas respiratórias.

Com base na leitura em voz alta, os alunos foram orientados quanto aos

ajustes respiratórios mais naturais. Depois da orientação, fizeram uma nova

leitura em voz alta na tentativa de exercitar a recarga instintiva de ar em

diferentes pontos do texto;

Texto usado:

Disponível em: http://pensador.uol.com.br/texto_das_borboletas/ [acesso em 12/02/2013]

BORBOLETAS

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é

grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos

aqui, para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos

conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por

precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras,

dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro

lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que

não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por

você!

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Segundo encontro: panorama do telejornalismo no Brasil

Objetivo: refletir sobre a mudança na performance dos apresentadores e repórteres

de TV ao longo dos anos. Verificar quais são as mudanças do telejornalista

brasileiro.

Tópicos:

As mudanças ocorridas na performance dos repórteres e apresentadores de

jornalismo ao longo dos anos. Destaque sobretudo para as transformações

na performance corporal (o profissional que agora tem um corpo mais

presente, mais atuante nos novos cenários);

As diferenças estruturais/organizacionais e de performance encontradas no

trabalho do repórter e do apresentador de telejornal;

A linguagem jornalística atual e a preocupação da conexão com o

telespectador, dos novos gêneros jornalísticos – infotenimento, da

convergência midiática;

Proporcionar ao aluno, a descoberta de seus recursos expressivos, não

verbais (corporais, gestuais), vocais e verbais.

Atividades:

Avaliação de vídeos com reportagens e apresentações jornalísticas das

últimas duas décadas e atuais. Cada aluno listou em um papel as mudanças

na performance profissional, observadas em relação à comunicação não

verbal, vocal e verbal. Em seguida, as listas foram compartilhadas e

discutidas com todo o grupo.

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Terceiro encontro: comunicação não verbal – o corpo na TV

Objetivo: apresentar as questões relativas à comunicação não verbal na televisão

de forma mais objetiva. Apresentar os ajustes na comunicação dos telejornalistas

nos diferentes produtos televisivos, no modelo atual de comunicação jornalística em

TV.

Tópicos:

A comunicação não verbal - o corpo como ferramenta na atuação

profissional: autorreconhecimento postural e de expressão com o objetivo de

identificar suas próprias potencialidades com a utilização de vários exemplos

de personalidades (celebridades, artistas, políticos...) muito expressivas e

personalidades pouco expressivas.

O papel do repórter e do apresentador no telejornalismo de hoje e a

importância da expressividade nos diferentes produtos jornalísticos:

telejornais nacionais e locais, de diferentes emissoras e diferentes horários.

Atividades:

Exercícios de autorreconhecimento da imagem. O aluno recebeu outro

pequeno trecho de texto de televisão para fazer leitura em voz alta em frente

a um espelho de corpo inteiro. Cada aluno recebeu um texto diferente e o

material escrito usado nas atividades foram textos cedidos pela redação do

jornal de uma emissora de TV de São Paulo.

Exercício de construção criativa. Os alunos permaneceram de frente para

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uma câmera com o retorno da imagem em tempo real em uma TV (de 49’)

também em frente a eles. Os alunos foram orientados a listar em tópicos a

ideia central do texto lido na atividade anterior para reapresentá-lo em voz

alta, dessa vez, para a câmera com o retorno da imagem na TV para

identificar, em tempo real, se os recursos não verbais na construção são os

mesmos usados na leitura. Em seguida, o grupo discutiu e listou, com base

nas experiências práticas, quais os parâmetros não verbais que favoreceram

a apresentação dos colegas.

Quarto encontro: comunicação verbal – a fala natural na TV

Objetivo: apresentar as questões relativas à nova linguagem adotada no jornalismo

televisivo e à comunicação verbal e vocal na construção de uma fala jornalística

mais natural.

Tópicos:

A linguagem verbal na reportagem de hoje: os textos argumentativos, coloquiais

e a construção e “contação” de história na reportagem;

A evidência da mudança na comunicação do jornalismo televisivo para uma fala,

cada vez, mais coloquial e com a presença, cada vez maior, de marcas da

oralidade;

Os parâmetros interpretativos envolvidos numa comunicação jornalística.

Proporcionar ao aluno a experimentação dos recursos interpretativos (velocidade

de fala, ritmo, pausas e prolongamentos, ênfase e modulação) na construção de

uma comunicação mais natural;

A improvisação na contação da notícia natural;

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Simulação de situações e gravação em ambiente externo.

Atividades:

Exercício da construção da fala natural. Os alunos foram orientados a

construir novamente o boletim jornalístico, em frente ao espelho de corpo

inteiro, com base apenas nos tópicos anotados, pensando nos melhores

ajustes vocais e de respiração para a construção de um texto explicativo e

natural.

Exercício de improvisação com palavras-chave. Foi apresentada para cada

aluno uma animação, com auxílio do datashow, em que surgiram palavras

que serviram de base para a construção da notícia. A animação, diferente

para cada aluno e com 30 segundos de duração, tinha cinco palavras

relacionadas a alguma notícia da atualidade seguida da palavra

ENCERRAMENTO;

Introdução da conversa com o telespectador: leitura em voz alta de um

pequeno texto jornalístico. Os textos foram diferentes para cada aluno. Eles

fizeram leitura em voz alta, imaginando que estavam contando uma história

para o telespectador mantendo um ritmo dinâmico e natural. E a partir dessa

leitura cada aluno listou, com base no conteúdo apresentado no início do

encontro, quais os parâmetros que favoreceram ou não os ajustes naturais

na leitura dos colegas.

Quinto encontro: a atuação do repórter no novo telejornalismo

Objetivo: discutir sobre as novas demandas comunicativas do repórter frente aos

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novos produtos e formatos jornalísticos, bem como exercitar a fala natural na

construção da notícia.

Tópicos:

Retomar os conceitos da nova realidade televisiva e da conversa com o

telespectador na apresentação e a importância expressividade, da

autenticidade e do conhecimento de causa para a construção de uma fala

jornalística mais explicativa e natural;

A comunicação não verbal adotada na construção da notícia na rua, com

diferentes exemplos de boletins jornalísticos ao vivo;

A linguagem verbal na reportagem de hoje: os textos argumentativos,

coloquiais e a construção e “contação” de história na reportagem;

Retomar os aspectos da postura, da respiração, dos recursos interpretativos,

verbais, vocais e não verbais na construção da notícia;

A improvisação na reportagem e o papel dos recursos interpretativos, verbais,

vocais e não verbais na construção da notícia ao vivo;

Atividades:

Analisar o vídeo dos alunos: os alunos assistiram, junto com a fonoaudióloga,

o material produzido por eles no encontro anterior e identificaram os pontos

positivos e negativos de alguns alunos na gravação para que fossem

trabalhados na atividade prática do encontro atual;

Exercício de criação da notícia: cada aluno recebeu um tema e teve 10

minutos para desenvolver um conteúdo que simulasse um texto jornalístico

de até 30 segundos de duração e com sugestão de cabeça (termo usado

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para a leitura que o apresentador faz para chamar a reportagem/notícia)3. O

texto devia ser prático, explicativo, autoral e com linguagem coloquial para

exercitar a criação de textos mais próximos do discurso da fala. Os temas

foram extraídos das notícias vigentes e os alunos puderam recorrer à internet

para apurar o assunto;

Gravação da notícia: os alunos gravaram em uma câmera na área externa da

universidade, simulando uma gravação externa, o texto produzido. Quando

necessário podiam recorrer às anotações. Essa atividade serviu para integrar

os ajustes vocais, verbais e não verbais, discutidos no início do encontro, à

construção da fala jornalística natural e autoral;

Exercício de improvisação na construção da notícia: ainda na área externa,

os alunos foram orientados a listar em tópicos a ideia central do texto

produzido, para reagravá-lo como texto de notícia, de forma improvisada. Os

alunos podiam recorrer apenas aos tópicos, se preciso, com atenção nos

ajustes vocais e interpretativos que favorecem a melhor explicação

jornalística.

No final do encontro, todos os alunos levaram cópias dos vídeos para casa

para que pudessem se assistir e identificar as questões da linguagem verbal

(construção textual) e de linguagem não verbal na gravação.

Diário de bordo: na primeira atividade do dia, de avaliação do material dos

alunos gravados na aula anterior, foi solicitada a participação voluntária de

cinco alunos e, pelo menos, oito se prontificaram a participar. Os alunos

decidiram entre eles os cinco que seriam analisados nesse encontro e os

3 Há duas disciplinas obrigatórias relacionadas ao jornalismo em TV oferecidas na universidade, de acordo com a grade

curricular do curso de Jornalismo. A disciplina Jornalismo no Rádio e na TV no segundo semestre e a disciplina Telejornalismo no primeiro semestre. Nelas são abordados os gêneros jornalísticos usados em TV e rádio de modo que, no momento do programa, todos os alunos conheciam termos como off, passagem, escalada, cabeça de notícia, chamada, off vivo, etc.

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demais ficaram para a avaliação da próxima aula.

Sexto encontro: a atuação do apresentador no novo telejornalismo

Objetivo: discutir sobre o papel do apresentador no telejornalismo de hoje e a

expressividade nos diferentes produtos jornalísticos: os telejornais nacionais e

locais, de diferentes emissoras e diferentes horários.

Tópicos:

Retomar os conceitos da nova realidade televisiva e da conversa com o

telespectador na apresentação e a importância da expressividade, da

autenticidade e do conhecimento de causa para a construção de uma

apresentação natural;

Exercitar a expressão facial como ferramenta argumentativa na apresentação, as

novas posturas de corpo e braços em repouso adotadas e as novas

possibilidades de movimentação de braços e mãos no processo de

apresentação da notícia;

Entender o papel da nova linguagem verbal na apresentação de hoje: a marca

da oralidade no texto jornalístico, o gerundismo e a coloquialidade.

Atividades:

Os alunos foram divididos em três grupos de oito, sendo que um grupo ficou com a

simulação em bancada, o outro com a simulação em pé e o outro com a simulação

em poltronas. O tipo de simulação de cada grupo foi definido por sorteio. A divisão

possibilitou que todos da turma pudessem participar de uma atividade prática de

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simulação. Enquanto um grupo gravava, os outros assistiam à gravação na sala de

aula do estúdio e no final do encontro os alunos falaram sobre a experiência de

assistir e de participar da simulação.

Análise do vídeo dos alunos: os alunos assistiram, junto com a

fonoaudióloga, o material produzido por alguns alunos no encontro anterior e

identificaram os pontos positivos e negativos desses alunos na gravação para

que fossem trabalhados na atividade prática do encontro atual;

Simulação de apresentação em bancada. Em estúdio, os alunos simularam a

apresentação do telejornal, sentados em cadeira e com o apoio de uma

bancada. Foram sempre dois apresentadores na bancada e cada um fez a

leitura de duas cabeças de notícia. Os alunos fizeram rodízio na

apresentação, de modo que todos de cada grupo apresentaram duas

notícias. Foram usadas as cabeças de notícias sugeridas pelos próprios

alunos na atividade 1 do quarto encontro, digitadas em texto corrido e

passadas no teleprompter;

Simulação de apresentação em pé. Em estúdio, os alunos simularam o

telejornal com apresentação em pé, em cenário físico e virtual. Foram

sempre dois apresentadores e cada um fez também a leitura de duas

cabeças de notícia. Eles tinham que opinar ou complementar a informação ao

final de cada leitura. Novamente em estúdio, os alunos fizeram rodízio na

apresentação de modo que todos os alunos desse grupo apresentassem

duas notícias. Também foram usadas as cabeças de notícias sugeridas pelos

próprios alunos na atividade 1 do quarto encontro, digitadas em texto corrido

e passadas no teleprompter;

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Simulação de apresentação na poltrona. Os alunos simularam a

apresentação do telejornal, sentados em poltronas, em cenário físico. Foram

sempre dois apresentadores e cada um fez também a leitura de duas

cabeças de notícia. Era necessário opinar ou complementar a informação ao

final de cada leitura. Os alunos também fizeram rodízio na apresentação, de

modo que todos os alunos desse grupo apresentaram duas notícias. Foram

usados apenas tópicos das mesmas cabeças de notícias sugeridas pelos

próprios alunos na atividade 1 do quarto encontro. Os tópicos foram

passados no teleprompter para exercitar a construção da apresentação da

notícia de forma natural e espontânea, privilegiando a improvisação;

Ao final do encontro, todos os alunos levaram cópias dos vídeos das

apresentações para casa a fim de que pudessem se assistir e identificar as

questões da expressividade: linguagem verbal e de linguagem não verbal na

apresentação.

Diário de bordo: pelo fato de essa ter sido a primeira atividade com a

avaliação do material dos alunos gravados em aula, nenhum deles se

prontificou para a avaliação. Desse modo, para essa primeira atividade, foi

necessário selecionar aleatoriamente cinco alunos para a avaliação dos seus

vídeos. No final do encontro, momento da discussão sobre a experiência

prática, os grupos concordaram que a simulação na bancada foi a mais difícil

e a simulação em pé a mais interessante.

Sétimo encontro: a comunicação nos outros formatos televisivos.

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Objetivo: abordar a nova comunicação dos apresentadores de programas

esportivos, dos apresentadores dos programas com convidados e dos

apresentadores da previsão do tempo.

Temas abordados:

A nova comunicação dos apresentadores de programas esportivos, dos

apresentadores dos programas com convidados e dos apresentadores da

previsão do tempo.

Atividades:

Os alunos foram divididos em três grupos: grupo de apresentação de esporte,

apresentação do tempo e programa com convidados. A divisão possibilitou que

todos da turma pudessem participar de uma atividade prática de simulação.

Enquanto um grupo gravava os outros assistiam à gravação na sala de aula do

estúdio e, ao final do encontro, os alunos falaram sobre a experiência de assistir e

de participar da simulação.

Analisar o vídeo dos alunos: os alunos assistiram, junto com a fonoaudióloga,

o material produzido por eles no encontro anterior e identificaram os pontos

positivos e negativos de alguns alunos na gravação para que fossem

trabalhados na atividade prática do encontro atual.

Exercitar a apresentação no esporte: em estúdios, os alunos fizeram a

apresentação em pé com a simulação em cenário físico e virtual de um

programa de esporte. Foram sempre dois apresentadores e cada um fez

também a leitura de duas cabeças de notícia esportiva. Era necessário opinar

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ou complementar a informação ao final de cada leitura. Os alunos fizeram

rodízio na apresentação de modo que todos desse grupo apresentem, pelo

menos, duas notícias para exercitar com os alunos a contribuição e a

complementação da notícia no contexto esportivo, que permite mais

pessoalidade e individualidade. Foram usadas informações de notícias

esportivas reais, extraídas de um programa esportivo, já transmitido na TV,

digitadas em tópicos e passadas no teleprompter. O material escrito usado no

teleprompter foi cedido pela redação do jornal de uma emissora de TV de

São Paulo;

Exercitar a apresentação da previsão do tempo: em estúdio, os alunos foram

orientados a desenvolver um texto explicativo e didático, com até 45

segundos e linguagem coloquial, para exercitar a criação de textos mais

próximos do discurso da fala, com os dados que estiveram dispostos no

mapa meteorológico com imagem congelada num televisor de 49’ no estúdio

de gravação da universidade. Cada aluno desenvolveu seu próprio texto.

Houve rodízio de modo que todos desse grupo conseguissem experimentar a

função de apresentador do tempo. Cada aluno teve uma imagem diferente

para apresentar;

Simulação de programa jornalístico com convidados. Os alunos

apresentaram o programa, sentados em poltronas num cenário físico. Foram

sempre dois convidados e um apresentador. O apresentador fez a leitura de

uma notícia no teleprompter e, em seguida, convidou os participantes (um de

cada vez) para opinar sobre a notícia. Os alunos fizeram rodízio de modo que

todos desse grupo conseguissem experimentar a função de apresentador e

convidado para exercitar a construção da leitura da notícia de forma natural,

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a construção espontânea e a expressão da opinião.

Ao final do encontro todos os alunos levaram cópias dos vídeos para casa

para que pudessem se assistir.

Diário de bordo: na primeira atividade do dia, de avaliação do material dos

alunos gravados na aula anterior, cinco alunos se prontificaram, de forma

voluntária, a participar. No momento da divisão dos grupos, poucos optaram

por participar da simulação de programa jornalístico com convidados. Doze

alunos optaram por participar da simulação do programa de esportes, nove

alunos participaram da simulação de apresentação da previsão do tempo e

quatro alunos participaram da simulação de programa jornalístico com

convidados.

Oitavo encontro: Finalização da intervenção

Objetivo: Finalizar programa de intervenção, levantando aspectos positivos e

negativos. Solicitar de cada aluno uma reflexão de como foi o processo de

intervenção para ele. Gravação do vídeo de depois da intervenção.

Atividade:

Ao final do encontro, os alunos regravaram o trecho de texto jornalístico

padrão, de depois da intervenção.

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6. Resultados

Na Tabela 1 observa-se a descrição dos 75 juízes telespectadores que

avaliaram os 23 estudantes do curso de jornalismo. Verifica-se que a maioria

(54,7%) da amostra foi composta por mulheres, com idades entre 25 e 85 anos, com

média de 48,4 anos, (dp=16,3), mediana de 43 anos.

Tabela 1 – Descrição em número (n) e percentual (%) de características demográficas dos juízes

telespectadores quanto ao sexo, escolaridade, e existência de trabalho e se assiste a telejornal

diariamente.

Variável Categoria N (%)

Sexo Masculino 34 (45,3)

Feminino 41 (54,7)

Escolaridade* 1 grau 13 (18,1)

2 grau 7 (9,7)

3 grau 52 (72,2)

Trabalha Não 23 (30,7)

Sim 52 (69,3)

Assiste a telejornal Não 1 (1,3)

Sim 74 (98,7)

Total 75 (100,0)

* 3 juízes não responderam e esses registros foram ignorados

Verifica-se, na Tabela 2, que 91,3% dos estudantes apresentaram melhor

desempenho depois da intervenção fonoaudiológica (p<0,001). A coluna “nenhum”

representa que os juízes telespectadores pontuaram que os vídeos tanto de antes

como de depois da intervenção não tinham diferença. De acordo com a Tabela 2, o

sujeito 7 não apresentou valor estatisticamente significante no vídeo de depois da

intervenção, e o sujeito 18 apresentou melhor desempenho, segundo a opinião dos

juízes, no vídeo de antes da intervenção.

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Tabela 2 – Comparação entre as gravações dos alunos antes (pré) e depois (pós) da intervenção

fonoaudiológica segundo juízes telespectadores.

Na sua opinião em qual vídeo o aluno apresentou melhor desempenho?

Estudantes Pré Pós p¥

Nenhum*

n (%) n (%) N (%)

1 3 (4,0) 72 (96,0) <0,001 -- --

2 1 (1,3) 74 (98,7) <0,001 -- --

3 4 (5,5) 69 (94,5) <0,001 2 (2,7)

4 8 (10,7) 67 (89,3) <0,001 -- --

5 6 (8,0) 69 (92,0) <0,001 -- --

6 5 (7,0) 66 (93,0) <0,001 4 (5,3)

7 28 (40,0) 42 (60,0) 0,094 5 (6,7)

8 18 (24,0) 57 (76,0) <0,001 -- --

9 5 (6,7) 70 (93,3) <0,001 -- --

10 1 (1,3) 74 (98,7) <0,001 -- --

11 13 (17,6) 61 (82,4) <0,001 1 (1,3)

12 1 (1,3) 74 (98,7) <0,001 -- --

13 5 (6,7) 70 (93,3) <0,001 -- --

14 14 (19,2) 59 (80,8) <0,001 2 (2,7)

15 13 (17,3) 62 (82,7) <0,001 -- --

16 8 (10,7) 67 (89,3) <0,001 -- --

17 4 (5,6) 68 (94,4) <0,001 3 (4,0)

18 65 (89,0) 8 (11,0) <0,001 2 (2,7)

19 8 (10,7) 67 (89,3) <0,001 -- --

20 6 (8,0) 69 (92,0) <0,001 -- --

21 14 (18,7) 61 (81,3) <0,001 -- --

22 1 (1,3) 74 (98,7) <0,001 -- --

23 7 (9,3) 68 (90,7) <0,001 -- --

Agrupada 238 (14,0) 1468 (86,0) <0,001 19 (1,1)

¥ Qui-quadrado para uma amostra; * percentual relativo aos 75 registros (juízes leigos).

Nas Tabelas 3, 4 e 5 estão apresentados os apontamentos dos juízes para

cada quesito dos aspectos analisados. Estão realçados em negrito nas tabelas os

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aspectos com número de citações estatisticamente significante para cada sujeito.

Dentre os aspectos do corpo, os quesitos que apresentaram maior número de

apontamentos foram: postura corporal, movimentação de corpo e gestos. O quesito

movimentação da cabeça apresentou menor número de apontamentos (Tabela 3).

Em relação aos aspectos da fala, os quesitos que apresentaram maior número de

apontamentos foram: velocidade de fala, articulação, pausas e ênfase. Observa-se

que o quesito voz foi estatisticamente significante em número de citações para dois

estudantes (Tabela 4).

Para os aspectos emocionais e de interpretação os quesitos que

apresentaram maior número de apontamentos foram: mais natural, seguidos por

mais seguro, mais confiante, mais agradável e mais interessante. O quesito

carismático foi o menos evidenciado (Tabela 5).

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Tabela 3 – Número e percentual de juízes, segundo aluno e aspectos relacionados às questões do corpo.

Aspectos do corpo Estudante Expressão

facial Postura corporal

Movimentação do corpo

Movimentação da cabeça

Uso de gestos Olhar Vestuário

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

1 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (33,3) 1 (33,3) 2 (66,7) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 6 (8,3) 28 (38,9) 36 (50,0) 7 (9,7) 35 (48,6) 3 (4,2) 17 (23,6) 2 Antes 0 (0,0) 1 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 21 (28,4) 22 (29,7) 20 (27,0) 10 (13,5) 25 (33,8) 19 (25,7) 8 (10,8) 3 Antes 0 (0,0) 2 (50,0) 1 (25,0) 0 (0,0) 2 (50,0) 0 (0,0) 1 (25,0) Depois 13 (18,8) 22 (31,9) 12 (17,4) 3 (4,3) 14 (20,3) 6 (8,7) 8 (11,6) 4 Antes 2 (25,0) 3 (37,5) 3 (37,5) 0 (0,0) 2 (25,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 7 (10,4) 18 (26,9) 9 (13,4) 3 (4,5) 11 (16,4) 2 (3,0) 7 (10,4) 5 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 10 (14,5) 18 (26,1) 10 (14,5) 2 (2,9) 6 (8,7) 6 (8,7) 9 (13,0) 6 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (20,0) 1 (20,0) 3 (60,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 8 (12,1) 14 (21,2) 13 (19,7) 4 (6,1) 24 (36,4) 5 (7,6) 9 (13,6) 7 Antes 3 (10,7) 12 (42,9) 4 (14,3) 1 (3,6) 3 (10,7) 9 (32,1) 4 (14,3) Depois 7 (16,7) 17 (40,5) 2 (4,8) 1 (2,4) 5 (11,9) 7 (16,7) 9 (21,4) 8 Antes 4 (22,2) 9 (50,0) 0 (0,0) 1 (5,6) 3 (16,7) 0 (0,0) 1 (5,6) Depois 13 (22,8) 28 (49,1) 9 (15,8) 7 (12,3) 16 (28,1) 3 (5,3) 5 (8,8)

continua

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60

continuação Aspectos do corpo Estudante Expressão

facial Postura corporal

Movimentação do corpo

Movimentação da cabeça

Uso de gestos Olhar Vestuário

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

9 Antes 1 (20,0) 2 (40,0) 2 (40,0) 0 (0,0) 1 (20,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 5 (7,1) 27 (38,6) 17 (24,3) 2 (2,9) 26 (37,1) 8 (11,4) 1 (1,4) 10 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 15 (20,3) 5 (6,8) 32 (43,2) 4 (5,4) 16 (21,6) 6 (8,1) 5 (6,8) 11 Antes 1 (7,7) 7 (53,8) 3 (23,1) 1 (7,7) 4 (30,8) 2 (15,4) 2 (15,4) Depois 9 (14,8) 32 (52,5) 18 (29,5) 6 (9,8) 16 (26,2) 6 (9,8) 4 (6,6)

12 Antes 0 (0,0) 1 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 14 (18,9) 54 (73,0) 34 (45,9) 12 (16,2) 40 (54,1) 18 (24,3) 7 (9,5) 13 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 4 (80,0) 0 (0,0) 4 (80,0) 0 (0,0) 1 (20,0) Depois 20 (28,6) 28 (40,0) 45 (64,3) 0 (0,0) 28 (40,0) 8 (11,4) 14 (20,0) 14 Antes 8 (57,1) 6 (42,9) 3 (21,4) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 28 (47,5) 28 (47,5) 12 (20,3) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 15 Antes 1 (7,7) 0 (0,0) 4 (30,8) 0 (0,0) 4 (30,8) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 19 (30,6) 4 (6,5) 27 (43,5) 0 (0,0) 27 (43,5) 2 (3,2) 3 (4,8) 16 Antes 1 (12,5) 4 (50,0) 2 (25,0) 0 (0,0) 4 (50,0) 3 (37,5) 1 (12,5) Depois 6 (9,0) 24 (35,8) 15 (22,4) 0 (0,0) 23 (34,3) 26 (38,8) 12 (17,9) 17 Antes 1 (25,0) 2 (50,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 2 (50,0) Depois 9 (13,2) 28 (41,2) 16 (23,5) 0 (0,0) 14 (20,6) 10 (14,7) 27 (39,7)

continua

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61

continuação Aspectos do corpo Estudante Expressão

facial Postura corporal

Movimentação do corpo

Movimentação da cabeça

Uso de gestos Olhar Vestuário

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

18 Antes 4 (6,2) 26 (40,0) 43 (66,2) 0 (0,0) 39 (60,0) 4 (6,2) 2 (3,1) Depois 1 (12,5) 3 (37,5) 4 (50,0) 1 (12,5) 4 (50,0) 0 (0,0) 1 (12,5) 19 Antes 0 (0,0) 1 (12,5) 4 (50,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 4 (50,0) 1 (12,5) Depois 16 (23,9) 11 (16,4) 49 (73,1) 0 (0,0) 0 (0,0) 15 (22,4) 6 (9,0) 20 Antes 3 (50,0) 5 (83,3) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (16,7) Depois 17 (24,6) 27 (39,1) 7 (10,1) 4 (5,8) 7 (10,1) 13 (18,8) 10 (14,5) 21 Antes 0 (0,0) 10 (71,4) 6 (42,9) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 0 (0,0) 21 (34,4) 16 (26,2) 6 (9,8) 0 (0,0) 0 (0,0) 3 (4,9) 22 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 0 (0,0) 42 (56,8) 21 (28,4) 0 (0,0) 8 (10,8) 19 (25,7) 21 (28,4) 23 Antes 0 (0,0) 6 (85,7) 1 (14,3) 0 (0,0) 4 (57,1) 2 (28,6) 2 (28,6) Depois 4 (5,9) 52 (76,5) 3 (4,4) 0 (0,0) 35 (51,5) 31 (45,6) 28 (41,2)

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62

Tabela 4 – Número e percentual de juízes, segundo aluno e aspectos relacionados às questões da fala.

Aspectos da Fala

Estudante Velocidade da fala

Articulação/Dicção Uso de pausas Clareza/Inteligibilidade Voz Ênfases usadas durante a fala

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

1 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (33,3) 1 (33,3) 1 (33,3) 1 (33,3) Depois 11 (15,3) 19 (26,4) 9 (12,5) 13 (18,1) 7 (9,7) 30 (41,7) 2 Antes 0 (0,0) 1 (100,0) 1 (100,0) 0 (0,0) 1 (100,0) 0 (0,0) Depois 21 (28,4) 29 (39,2) 29 (39,2) 13 (17,6) 10 (13,5) 44 (59,5) 3 Antes 0 (0,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 0 (0,0) 2 (50,0) Depois 22 (31,9) 12 (17,4) 16 (23,2) 12 (17,4) 8 (11,6) 21 (30,4) 4 Antes 2 (25,0) 3 (37,5) 2 (25,0) 1 (12,5) 0 (0,0) 4 (50,0) Depois 15 (22,4) 26 (38,8) 27 (40,3) 21 (31,3) 11 (16,4) 15 (22,4) 5 Antes 1 (16,7) 1 (16,7) 1 (16,7) 1 (16,7) 0 (0,0) 1 (16,7) Depois 8 (11,6) 9 (13,0) 9 (13,0) 11 (15,9) 4 (5,8) 10 (14,5) 6 Antes 1 (20,0) 1 (20,0) 3 (60,0) 1 (20,0) 1 (20,0) 0 (0,0) Depois 9 (13,6) 17 (25,8) 18 (27,3) 7 (10,6) 8 (12,1) 17 (25,8) 7 Antes 7 (25,0) 7 (25,0) 4 (14,3) 3 (10,7) 6 (21,4) 1 (3,6) Depois 13 (31,0) 7 (16,7) 9 (21,4) 4 (9,5) 8 (19,0) 7 (16,7) 8 Antes 8 (44,4) 13 (72,2) 8 (44,4) 14 (77,8) 5 (27,8) 6 (33,3) Depois 21 (36,8) 19 (33,3) 26 (45,6) 22 (38,6) 9 (15,8) 30 (52,6)

continua

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63

continuação Aspectos da Fala Estudante Velocidade da

fala Articulação/Dicção Uso de pausas Clareza/Inteligibilidade Voz Ênfases usadas

durante a fala n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

9 Antes 2 (40,0) 1 (20,0) 2 (40,0) 3 (60,0) 2 (40,0) 3 (60,0) Depois 24 (34,3) 22 (31,4) 19 (27,1) 23 (32,9) 6 (8,6) 33 (47,1) 10 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 16 (21,6) 17 (23,0) 30 (40,5) 20 (27,0) 10 (13,5) 50 (67,6) 11 Antes 0 (0,0) 1 (7,7) 2 (15,4) 1 (7,7) 1 (7,7) 3 (23,1) Depois 2 (3,3) 5 (8,2) 11 (18,0) 6 (9,8) 5 (8,2) 15 (25,6) 12 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 36 (48,6) 21 (28,4) 28 (37,8) 24 (32,4) 13 (17,6) 30 (40,5) 13 Antes 3 (60,0) 1 (20,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 2 (40,0) Depois 20 (28,6) 33 (47,1) 1 (1,4) 6 (8,6) 0 (0,0) 35 (50,0) 14 Antes 11 (78,6) 6 (42,9) 3 (21,4) 3 (21,4) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 43 (72,9) 23 (39,0) 11 (18,6) 15 (25,4) 0 (0,0) 0 (0,0) 15 Antes 12 (92,3) 10 (76,9) 5 (38,5) 0 (0,0) 0 (0,0) 2 (15,2) Depois 61 (98,4) 37 (59,7) 34 (54,8) 5 (8,1) 0 (0,0) 21 (33,9) 16 Antes 2 (25,0) 3 (37,5) 5 (62,5) 0 (0,0) 1 (12,5) 4 (50,0) Depois 20 (29,9) 26 (38,8) 30 (44,8) 0 (0,0) 10 (14,9) 19 (28,4) 17 Antes 1 (25,0) 0 (0,0) 1 (25,0) 0 (0,0) 1 (25,0) 2 (50,0) Depois 19 (27,9) 21 (30,9) 38 (55,9) 29 (42,6) 26 (38,2) 40 (58,8)

continua

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64

continuação Aspectos da Fala Estudante Velocidade da

fala Articulação/Dicção Uso de pausas Clareza/Inteligibilidade Voz Ênfases usadas

durante a fala n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

18 Antes 11 (16,9) 47 (72,3) 41 (63,1) 5 (7,7) 21 (32,3) 40 (61,5) Depois 3 (37,5) 6 (75,0) 6 (75,0) 0 (0,0) 4 (50,0) 5 (62,5) 19 Antes 2 (25,0) 0 (0,0) 2 (25,0) 4 (50,0) 2 (25,0) 2 (25,0) Depois 40 (59,7) 17 (25,4) 22 (32,8) 15 (22,4) 10 (14,9) 7 (10,4) 20 Antes 4 (66,7) 3 (50,0) 3 (50,0) 4 (66,7) 1 (16,7) 3 (50,0) Depois 51 (73,9) 26 (37,7) 34 (49,3) 24 (43,8) 3 (4,3) 25 (36,2) 21 Antes 10 (71,4) 4 (28,6) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 6 (42,9) Depois 23 (37,7) 27 (44,3) 0 (0,0) 1 (1,6) 3 (4,9) 9 (14,8) 22 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 48 (64,9) 44 (59,5) 29 (39,2) 9 (12,2) 11 (14,9) 43 (58,1) 23 Antes 5 (71,4) 1 (14,3) 3 (42,9) 2 (28,6) 0 (0,0) 3 (42,9) Depois 34 (50,0) 15 (22,1) 22 (32,4) 19 (27,9) 1 (1,5) 43 (63,2)

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65

Tabela 5 – Número e percentual de juízes, segundo aluno e aspectos relacionados às questões emocionais e de interpretação.

Aspectos emocionais e de interpretação

Estudante Mais natural Mais seguro Mais simpático Mais interessante

Mais agradável Mais confiante Mais carismático

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

1 Antes 2 (66,7) 2 (66,7) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 37 (51,4) 23 (31,9) 14 (19,4) 10 (13,9) 11 (15,3) 15 (20,8) 8 (11,1) 2 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 34 (45,9) 28 (37,8) 15 (20,3) 6 (8,1) 17 (23,0) 26 (35,1) 15 (20,3) 3 Antes 2 (50,0) 2 (50,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 33 (47,8) 10 (14,5) 17 (24,6) 4 (5,8) 12 (14,2) 4 (5,8) 5 (7,2) 4 Antes 4 (50,0) 4 (50,0) 1 (12,5) 1 (12,5) 1 (12,5) 1 (12,5) 1 (12,5) Depois 15 (22,4) 11 (16,4) 3 (4,5) 4 (6,0) 8 (11,9) 19 (28,4) 2 (3,0) 5 Antes 1 (16,7) 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (16,7) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 17 (24,6) 5 (7,2) 12 (17,4) 8 (11,6) 9 (13,0) 4 (5,8) 3 (4,3) 6 Antes 4 (80,0) 0 (0,0) 1 (20,0) 1 (20,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (20,0) Depois 42 (63,6) 10 (15,2) 19 (28,8) 5 (7,6) 10 (15,2) 6 (9,1) 6 (9,1) 7 Antes 18 (64,3) 2 (7,1) 2 (7,1) 5 (17,9) 5 (17,9) 2 (7,1) 1 (3,6) Depois 20 (47,6) 5 (11,9) 11 (26,2) 5 (11,9) 6 (14,3) 2 (4,8) 3 (7,1) 8 Antes 7 (38,9) 5 (27,8) 2 (11,1) 1 (5,6) 2 (11,1) 0 (0,0) 1 (5,6) Depois 32 (56,1) 6 (10,5) 4 (7,0) 8 (14,0) 13 (22,8) 6 (10,5) 5 (8,8)

continua

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66

continuação Aspectos emocionais e de interpretação Estudante Mais natural Mais seguro Mais simpático Mais

interessante Mais agradável Mais confiante Mais

carismático n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

9 Antes 2 (40,0) 0 (0,0) 1 (20,0) 1 (20,0) 2 (40,0) 0 (0,0) 2 (40,0) Depois 45 (64,3) 13 (18,6) 20 (28,6) 15 (21,4) 25 (35,7) 2 (2,9) 8 (11,4) 10 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 50 (67,6) 14 (18,9) 15 (20,3) 19 (25,7) 24 (32,4) 20 (27,0) 8 (10,8) 11 Antes 6 (46,2) 1 (7,7) 1 (7,7) 2 (15,4) 6 (46,2) 1 (7,7) 4 (30,8) Depois 35 (57,4) 5 (8,2) 6 (9,8) 11 (18,0) 17 (27,9) 6 (9,8) 7 (11,5) 12 Antes 1 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 60 (81,1) 18 (24,3) 6 (8,1) 16 (21,6) 29 (39,2) 13 (17,6) 15 (20,3) 13 Antes 0 (0,0) 1 (20,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 2 (40,0) 1 (20,0) Depois 19 (27,1) 22 (31,4) 8 (11,4) 9 (12,9) 11 (15,7) 27 (38,6) 19 (27,1) 14 Antes 0 (0,0) 8 (57,1) 3 (21,4) 0 (0,0) 3 (21,4) 4 (28,6) 0 (0,0) Depois 0 (0,0) 36 (61,0) 12 (20,3) 0 (0,0) 11 (18,6) 15 (25,4) 0 (0,0) 15 Antes 4 (30,8) 3 (23,1) 4 (30,8) 1 (7,7) 5 (38,5) 0 (0,0) 3 (23,1) Depois 28 (45,2) 11 (17,7) 28 (45,8) 14 (22,6) 29 (46,8) 2 (3,2) 10 (16,1) 16 Antes 5 (62,5) 3 (37,5) 0 (0,0) 0 (0,0) 7 (87,5) 3 (37,5) 5 (62,5) Depois 25 (37,3) 27 (40,3) 2 (3,0) 0 (0,0) 43 (64,2) 25 (37,3) 22 (32,6) 17 Antes 0 (0,0) 3 (75,0) 0 (0,0) 1 (25,0) 0 (0,0) 2 (50,0) 0 (0,0) Depois 11 (16,2) 35 (51,5) 3 (4,4) 8 (11,8) 11 (16,2) 29 (42,6) 1 (1,5)

continua

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67

continuação

Estudante Aspectos emocionais e de interpretação

Mais natural Mais seguro Mais simpático Mais interessante

Mais agradável Mais confiante Mais carismático

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

18

Antes 43 (66,2) 34 (52,3) 6 (9,2) 31 (47,7) 2 (3,1) 1 (1,5) 0 (0,0) Depois 4 (50,0) 5 (62,5) 0 (0,0) 4 (50,0) 2 (25,0) 1 (12,5) 0 (0,0) 19 Antes 4 (50,0) 1 (12,5) 0 (0,0) 0 (0,0) 4 (50,0) 1 (12,5) 0 (0,0) Depois 49 (73,1) 6 (9,0) 4 (6,0) 0 (0,0) 15 (22,4) 17 (25,4) 0 (0,0) 20 Antes 1 (16,7) 5 (83,3) 1 (16,7) 4 (66,7) 0 (0,0) 3 (50,0) 0 (0,0) Depois 7 (10,1) 51 (73,9) 16 (23,2) 27 (39,1) 4 (5,8) 13 (18,8) 4 (5,8) 21 Antes 4 (28,6) 6 (42,9) 0 (0,0) 0 (0,0) 4 (28,6) 6 (42,9) 0 (0,0) Depois 34 (55,7) 10 (16,4) 0 (0,0) 0 (0,0) 19 (31,1) 10 (16,4) 7 (11,5) 22 Antes 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Depois 34 (45,9) 30 (40,5) 7 (9,5) 41 (55,4) 37 (50,0) 24 (32,4) 0 (0,0) 23 Antes 4 (57,1) 1 (14,3) 0 (0,0) 2 (28,6) (28,6) 4 (57,1) 0 (0,0) Depois 20 (29,4) 18 (26,5) 0 (0,0) 24 (35,3) 28 (41,2) 40 (58,8) 0 (0,0)

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Observa-se no Gráfico 1 que houve melhora nos três aspectos abordados

no estudo. Destaca-se a proximidade dos aspectos no momento depois da

intervenção, bem como interação entre os aspectos do corpo, da fala e das

questões emocionais e de interpretação. No momento antes da intervenção os

aspectos citados apareciam mais isoladamente.

Gráfico 1 – Análise de correspondência entre os momentos antes e depois da intervenção e os

aspectos do corpo, da fala e emocionais e de interpretação.

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Em relação os aspectos apontados pelos juízes, observa-se na Tabela 6 o

aspecto do corpo apresentou a menor média, sendo esta, 32,5 apontamentos

(p<0,001). Pelo teste post hoc de Bonferroni, verifica-se que a fala e os aspectos

emocionais e de interpretação tiveram o mesmo desempenho (p=1,000).

No Gráfico 2, verifica-se a distribuição média dos apontamentos com seus

respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%).

Tabela 6 – Comparação entre os aspectos do corpo, da fala e emocionais e de interpretação.

Aspectos n Média (dp) Mediana Mínimo máximo P

Do Corpo 75 32,5 (8,8) 32 10 62 <0,001

Da Fala 75 39,9 (9,1) 40 17 56

Emocionais e de

Interpretação

75 40,0 (9,1) 40 17 62

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Gráfico 2 – Média de apontamentos pelos juízes e IC95%.

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7. Discussão

A Fonoaudiologia atua junto aos profissionais de jornalismo há mais de 30

anos e tem acompanhado, ao longo desse período, as transformações desse

universo. As novas tecnologias permitem geração e multiplicação de conteúdos

informativos simultâneos e exigem que os repórteres e apresentadores de

telejornal estejam preparados para produzir um conteúdo diferenciado, além de

repensar a forma de fazer o telejornalismo (Tourinho, 2010; Musse, 2011;Becker,

2012b; Silva, Penteado, 2014).

O jornalismo televisivo, no Brasil, é a principal fonte de conhecimento dos

acontecimentos sociais, embora o acesso à internet tenha ganhado cada vez

mais espaço. Hoje a televisão (TV) divide com a internet, o smartfone, o tablet a

divulgação da informação, da notícia. O telespectador atualmente comenta nas

redes sociais o que vê na TV, ele, de certa maneira, participa do telejornal, opina

e interfere na notícia (Gutmann, 2009; Falcão, 2011; Cirne, 2012).

Na direção dessa nova perspectiva que a proposta da pesquisa foi

estruturada. A intervenção fonoaudiológica realizada para os estudantes de um

curso de Jornalismo de uma universidade pública teve como foco essa linguagem

atual do jornalismo brasileiro. O trabalho abordou, além das questões

relacionadas à demanda profissional, a linguagem jornalística cada vez mais

próxima da oralidade e das demandas expressivas existentes nessa fase do

jornalismo televisivo.

Na literatura analisada foi possível observar que a atuação fonoaudiológica

junto aos profissionais do telejornalismo tiveram início nos anos de 1980 e o nome

responsável pelo início desse trabalho foi a fonoaudióloga Glorinha Beuttenmüller

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(Cotes 2008). O número de publicações sobre o trabalho fonoaudiológico junto

aos profissionais de jornalismo cresceu na medida que o trabalho junto a esses

profissionais foi se consolidando. Essas publicações em seu início relatavam a

preocupação do fonoaudiólogo com as questões de saúde vocal, com os

cuidados da voz. Uma tendência relacionada, em especial, à herança

assistencialista da Fonoaudiologia (Chun, 2007; Ferreira, 2010).

O trabalho fonoaudiológico com telejornalistas começou vinculado com uma

tendência mais assistencialista, em decorrência da experiência com o trabalho

clínico e com o foco no trabalho de reabilitação. Por essa razão, quando o

fonoaudiólogo começou a atuar na TV não estava habituado a atuar com o

indivíduo sem distúrbio, sem uma queixa. A assessoria fonoaudiológica aparece

muito depois da entrada da Fonoaudiologia na televisão, no momento que

fonoaudiólogo se atenta para o trabalho com o sujeito sem doença (Chun, 2007).

A partir dos anos 2000, as publicações passam a se preocupar com a

performance comunicativa dos profissionais de telejornalismo, é quando a

expressividade ganha espaço (Stier, 2001; Cotes, 2002; Kyrillos, 2002; Cotes,

2003; Feijó, 2003; Kyrillos, 2003; Gama et al, 2005).

A Fonoaudiologia tem realizado pesquisas com intervenção

fonoaudiológica com profissionais de jornalismo que também analisaram o vídeo

antes e depois por diferentes juízes. Apesar dos tipos de análises serem

semelhantes, cada intervenção teve um foco e em todas as pesquisas a intenção

da intervenção era melhorar a performance depois dela (Vieira, 2006; Trindade,

2008; Azevedo,2009; Constantini,2012; Russi,2013; Santos,2015). Os resultados

desses estudos mostraram que houve modificação e melhora no desempenho

dos sujeitos após a intervenção fonoaudiológica. Duas obras mencionadas acima

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merecem destaque por, além de contarem com a avaliação com análise pré e pós

intervenção optaram, assim como em meu estudo, por usar juízes

telespectadores (Trindade, 2008; Azevedo, 2009). A escolha por juízes

telespectadores e não outro (profissionais especialistas em voz, por exemplo)

partiu do entendimento de que as transformações ocorridas no jornalismo

televisivo surgiram da necessidade de manter a atenção do público, do

telespectador. A mudança de performance observada nos telejornais de hoje tem

relação à mudança de comportamento do telespectador, elementos fundamentais

na manutenção da audiência dos programas jornalísticos.

O universo do jornalismo atual tem passado por grandes transformações

e o fonoaudiólogo que atua com comunicação em TV avança nas reflexões

acerca da sua atuação nesse meio, uma vez que estamos diante de um diálogo

jornalístico mais natural e em conexão com o telespectador. Os programas são

mais interativos e dinâmicos e cada vez mais, nós, fonoaudiólogos, somos

convocados para a preparação desses profissionais para esse novo formato. A

demanda fonoaudiológica junto aos profissionais de TV tem aumentado, as

publicações na Fonoaudiologia têm acontecido, mas ainda não no ritmo visível

que o trabalho prático acontece. Sabe-se como é difícil reproduzir em uma

pesquisa científica o trabalho que se realiza na prática profissional.

Os estudos recentes na área da comunicação (Mazini, 2010; Falcão, 2011;

Cirne, 2012; Becker, 2012b; Bara, 2013) analisam e refletem sobre esse novo

telejornalismo. Essa literatura aponta para a transformação que a televisão sofreu

e sofre, especialmente nos últimos anos, por influência do crescimento da

internet, da convergência midiática, do crescimento dos canais de TV por

assinatura e da perda da audiência para esses outros canais de informação. A

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intervenção proposta nesse trabalho partiu dessa preocupação com esse novo

cenário em transformação e com a performance profissional dessa nova geração

de futuros jornalistas.

Os novos consumidores, netos do cinema, da TV e do rádio, mas filhos da

internet e irmãos dos games, dificilmente vão permitir que sua atenção seja

tomada por leituras cansativas e lineares. A concentração do leitor imersivo tende

a ir além do silêncio e da contemplação, essa é barulhenta, dinâmica e

multissensorial (Falcão, 2011). Atualmente é frequente encontramos um

apresentador de telejornal que exprima sua opinião, que faça uma crítica a

determinada instituição, governo, que cobre soluções em nome do telespectador.

Existem outros que podem assumir um estilo mais descontraído, fazendo

brincadeiras com a equipe ou com o próprio espectador, revelando situações do

seu cotidiano, gostos individuais, time pelo qual torce etc. Tais comportamentos

possibilitam uma proximidade com o público, permite que o apresentador fique

mais próximo e mais familiar do seu telespectador (Fechine, 2008).

Hoje em dia, cada vez mais encontramos nos programas jornalísticos de

TV uma linguagem carregada de oralidade e combinações mais inventivas entre

texto e imagem, marcas presentes na maioria dos telejornais brasileiros (Becker

2012a; Furuzawa, 2013). As atividades práticas de construção e criação de

textos, bem como as atividades de improvisação do PICP-TV, que estimularam os

alunos a criar uma fala jornalística autoral e natural, aconteceram nos encontros 2

e 4 a 7.

Com os novos formatos jornalísticos, a expansão do infotenimento

(Gutmann, 2009) e a criação de notícias como uma história tecida para o público

(Frazão, 2013), o corpo e os braços passam a fazer parte da história, inclusive,

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para estabelecer uma relação maior com a realidade cotidiana. Atualmente é

aceitável que um telejornalista adote uma postura de repouso próxima da adotada

por uma pessoa na vida real, familiar (Furuzawa, 2013). Os movimentos de mãos,

que antes eram comedidos e sóbrios para não prejudicar a expressividade do

profissional ou reduzir o entendimento da mensagem (Cotes, 2008), hoje, são

mais presentes, amplos e frequentes. Observo que nos programas jornalísticos os

profissionais aparecem cada vez mais com as mãos soltas ao longo do corpo,

apoiadas na cintura, ou mesmo nos bolsos da calça. As mãos sempre estiveram

presentes na performance de um repórter ou apresentador para complementar a

explicação/argumentação, mas agora ganham mais liberdade de atuação na

notícia. A comunicação não verbal foi trabalhada todo tempo durante o PICP –TV,

com discussões sobre as novas possibilidades de postura corporal, de

movimentação dos braços e de formas de expressão facial. Nos encontros 2 e 3

foram observados e analisados e no 5 e 7 vivenciados.

Cada vez mais a presença de monitores, telas e telões interativos, cenários

virtuais, telas e painéis virtuais entram em cena. A interação entre os

apresentadores e os repórteres, ou entre os demais sujeitos envolvidos com o

fato noticiado, agora pode acontecer de várias formas. Nos encontros 6 e 7 foram

discutidas e experimentadas as mudanças dos enquadramentos e planos, assim

como o uso de equipamentos durante a apresentação e a exposição do corpo

inteiro do apresentador.

Em relação aos resultados da pesquisa, o grupo de juízes foi composto

pelo típico telespectador de telejornal brasileiro, de acordo com o levantamento do

IBOPE (2014). Quanto à caracterização do grupo de juízes descrita na Tabela 1

observamos que 41 dos sujeitos eram do sexo feminino e 34 do masculino, com

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idades entre 25 e 85 anos. A maioria (69,3%) exercia algum tipo de trabalho

remunerado, tinha como nível de escolaridade o ensino superior completo

(72,2%) e afirmou assistir a, pelo menos, um telejornal diariamente (98,7%).

Na Tabela 2, de acordo com a avaliação dos juízes telespectadores, 21

estudantes (91,3%) apresentaram desempenho comunicativo melhor no vídeo de

depois da intervenção, resultados semelhantes foram encontrados nas pesquisas

com intervenção que compararam vídeos pré e pós intervenção, como as de

Vieira (2006), Trindade (2008), Azevedo (2009), Constantini (2012), Russi (2013)

e Santos (2015). Embora os focos das intervenções tenham sido diferentes, o

denominador comum era buscar uma melhora, algo alcançado em todas essas

pesquisas. A presente pesquisa, assim com a Constantini (2012) e de Russi

(2013) trabalharam com alunos de jornalismo e aponta para a necessidade de se

considerar, com base nas novas diretrizes curriculares do curso de Jornalismo,

estimular a formação do profissional aliando teoria e a prática (MEC, 2013), a

criação e implantação de disciplinas práticas de ensino de telejornalismo que

abordem questões relacionadas à comunicação profissional em TV. Apesar disso,

percebemos que ainda há pouca movimentação em relação ao aumento da carga

horária para aulas práticas de telejornalismo na graduação (Dias, 2015). Não são

encontradas nas disciplinas obrigatórias de telejornalismo que aborde algum tipo

de trabalho com comunicação profissional ou de expressão corporal para a

preparação do estudante para agir diante dos novos formatos telejornalísticos. A

intervenção fonoaudiológica com aluno de jornalismo é interessante à medida que

intervém na formação e corrobora com as novas demandas curriculares.

Ainda sobre os resultados da Tabela 2, vale destacar os alunos 2, 10, 12

e 22 que receberam 74 votos no vídeo de depois da intervenção e os alunos 15,

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17 e 22 que tiveram o maior número de itens mencionados, eles tiveram um

aproveitamento diferenciado da intervenção. Um fato interessante é que os alunos

10, 17 e 22 se destacaram do grupo em termos de participação, sempre estavam

muito dispostos para a parte prática e nas análises dos vídeos se mostravam

muito dispostos, com boa escuta e percepção.

Os estudantes 7 e 18 (Tabela 2) se diferenciaram negativamente, os

juízes não entraram em concordância sobre qual era o melhor vídeo do aluno 7, e

em relação ao aluno 18, o vídeo considerado melhor foi o de antes da

intervenção. O aluno 7 era muito tímido, introvertido e com uma postura corporal

muito fechada, mesmo assim foi muito participativo durante os encontros. No

momento da gravação antes da intervenção ele adotou uma postura corporal mais

aberta. A leitura do texto foi mais fluída no vídeo de depois da intervenção, mas

ele pareceu mais agradável, segundo os juízes, no vídeo de antes da intervenção.

O aluno 18 foi o que participou muito pouco das atividades durante a

intervenção. Apresentava velocidade de fala aumentada e certa disfluencia na fala

natural/coloquial. A maioria dos juízes (89%) escolheu o vídeo de antes da

intervenção, como sendo o que o aluno presentava melhor desempenho. Vale

ressaltar que na gravação de antes da intervenção o aluno se mostrou muito

cuidadoso com a fala, com velocidade de fala reduzida e articulação mais precisa.

No vídeo de depois da intervenção, a disfluencia do aluno aparece. Ele estava

nitidamente ansioso e desconfortável porque não queria errar e acabou piorando.

Quanto aos alunos com melhor desempenho no vídeo depois da

intervenção, vale ressaltar que todos os 21 alunos receberam mais de 80% das

avaliações dos juízes. Vale destacar que a melhora depois da intervenção tem

relação com a dinâmica do trabalho, com a participação entusiasmada dos

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alunos, com a autopercepção e com a troca constante de todas essas

experiências. A Geração Y, no caso, a mesma dos alunos universitários em

questão, chamada geração do milênio ou geração da internet (Cibotto, Oliveira,

2012) refere-se aos indivíduos nascidos após 1980. Essa já nasceu imersa nas

novas tecnologias, uma geração que por meio de um simples “click” é capaz de

interagir rapidamente com várias pessoas ao mesmo tempo. Um grupo que exige

de nós, docentes, novas formas de ensinar. Nesse sentido, na intervenção a

utilização de muitas imagens, de várias dinâmicas de gravações em vídeos e

áudios com avaliações individuais e em grupos foram fundamentais para a

manutenção do interesse dos alunos e o aprimoramento do conteúdo trabalhado.

No Gráfico 1 observa-se que houve a melhora no desempenho dos

alunos nos três grupos de aspectos abordados. O gráfico aponta uma maior

correspondência entre os aspectos do corpo, da fala e de emocionais e de

interpretação nos vídeos de depois da intervenção. De acordo com o gráfico, os

alunos depois de passarem pela intervenção conseguiram no vídeo integrar as

questões de corpo, fala e emocionais e de interpretação para a construção de

uma história jornalística. No jornalismo atual saber contar uma boa história e

conseguir interagir com o telespectador depende da capacidade de articular bem

o corpo, a fala e a interpretação para transmitir a ideia com emoção, como

defendem também as autoras Panico (2005b), Stier e Neto (2005), Cotes (2008).

De acordo com as tabelas 3 e 4, os aspectos emocionais e de

interpretação e de fala foram os com maior número de atribuições à melhora dos

alunos, de acordo com os juízes. Em relação aos aspectos emocionais e de

interpretação para os 21 alunos, os mais citados em ordem foram: natural,

seguro, agradável e confiante. O fato de naturalidade ter sido o aspecto mais

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apontado pelos juízes responde diretamente o direcionamento dado na

intervenção, de acordo com as novas linguagens do telejornalismo e as

exigências atuais do mercado. De acordo com Panico (2005b) mesmo em uma

situação profissional é fundamental se observar como acontece a comunicação

natural e a partir dessas características naturais escolher as estratégias de

expressividade.

Vale pontuar que a naturalidade apareceu como uma marca clara nos

vídeos de depois da intervenção e consideramos que esse foi um fator decisivo

para a melhora do desempenho na opinião dos juízes. Atualmente, quando se fala

em competência comunicativa se pontua que o principal é o indivíduo saber

contar uma boa história com emoção e hoje está claro que para isso precisa

naturalidade. Ninguém convence o outro sem emoção e se parecer ensaiado no

gesto, na fala a emoção vai parecer artificial. O teleapresentador e o repórter

querem contar uma história para atrair o telespectador, que comova o público e

para isso é preciso ser natural.

Nos aspectos de fala presentes na Tabela 3 os juízes citaram, em média,

2,59 itens por aluno. Dentre os mais citados como indicativos de melhora na

performance após a intervenção estão: articulação, pausa e ênfase. Vale destacar

que pausa e ênfase são aspectos relacionados entre si, ou seja, é natural que se

um melhore, provavelmente, o outro também. Além disso, uma articulação mais

clara, mais precisa possibilita que esses dois recursos sejam mais visíveis. Esses

parâmetros, também, aparecem com melhora significante depois da intervenção

nos trabalhos de Vieira (2006), Trindade (2008) e Russi (2013).

De acordo com a análise estatística, os aspectos do corpo foram os que

apresentaram menor número de citações (Tabela 2). Nesses aspectos os que se

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destacaram para justificar a melhora no vídeo pós intervenção foram: postura

corporal, seguidos por movimentação do corpo e gestos. Os achados quanto aos

parâmetros do corpo combinam com os obtidos no estudo de Vieira (2006), no

qual a amostra, formada por estagiários de jornalismo, apresenta características

semelhantes nos resultados. Apesar da comunicação não verbal ter uma

influência enorme na comunicação temos que considerar que não estamos

habituados a olhar para ela (Santos, 2015). Isso fica evidente quando vemos que

dois aspectos citados podem ser considerados semelhantes. A postura e a

movimentação do corpo, quando os juízes observaram que algo no corpo

melhorou, mas não souberam definir o que foi com precisão.

Uma questão que vale ser ressaltada é que a Fonoaudiologia não tem

como prática olhar, avaliar e pesquisar a comunicação não verbal. As publicações

fonoaudiológicas junto aos profissionais do telejornalismo na sua grande maioria

focam em aspetos vocais (Cielo, 2009; Caldeira, 2012; Lopes, 2013; Santos,

2014), ou abordam a expressividade no que se refere aos parâmetros vocais e

verbais interpretativos (Panico, 2005; Cotes, 2007; Constantini, 2012; Russi,

2013; Dias, 2015). Ainda são poucos os trabalhos com um olhar mais cuidadoso

para o não verbal (Vieira, 2006; Cotes, 2008; Silva, 2014; Penteado, 2014).

Na categoria fala, 18 alunos receberam citações significantes no fator

articulação/dicção e 10 alunos no fator clareza/inteligibilidade. Esses dois fatores

têm muita relação, apenas um indivíduo com uma articulação precisa, com uma

boa dicção pode ter sua fala clara, bem compreendida, esse achado também

esteve presente nas pesquisas de Trindade (2008) e Santos (2015). A associação

entre melhora da articulação/dicção, avaliada em 88% dos sujeitos no vídeo

depois da intervenção, com o uso das ênfases e das pausas deve ter sido um

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determinante para o quesito mais natural.

Uma estratégia que se mostrou essencial durante para o processo da

intervenção e para o desenvolvimento pessoal de cada aluno foi à avaliação do

material gravado nos encontros, feito frequentemente e a autopercepção.

Sabemos que poder se ver, se analisar, saber escutar uma crítica são etapas

essências para o autoconhecimento e para o crescimento profissional. Em vários

encontros, as discussões foram muito ricas e possibilitavam que os alunos

descobrissem os recursos que precisam ser trabalhados, aprimorados e ou

mudados. Azevedo (2007) também em sua pesquisa enfatizou como é positivo a

auto percepção para desenvolvimento dos participantes na intervenção.

Por fim, cabe à discussão duas questões metodológicas que merecem ser

revistas. Um fator que com certeza interferiu na avaliação realizada pelos juízes

foi a questão do vestuário utilizado pelos alunos no vídeo antes da intervenção.

Como não foi recomendada nenhuma roupa específica nessa primeira gravação,

depois da intervenção com o trabalho prático, desenvolvido naturalmente, os

alunos vieram com uma roupa mais adequada e isso pode ter influenciado na

escolha dos juízes.

O outro ponto que merece destaque tem relação com as condições de

gravação do vídeo. A universidade dispõe de um estúdio de gravação com

tratamento acústico, mas na época das gravações o estúdio estava interditado.

Por essa razão, a opção foi gravar em uma sala de aula silenciosa. As gravações

de antes e depois da intervenção apresentaram em geral uma boa qualidade de

imagem e de som, mas ficariam mais uniformes se as gravações tivessem sido

realizadas em um estúdio.

O trabalho fonoaudiológico nas emissoras de televisão tem privilegiado o

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trabalho de acompanhamento e preparação da comunicação profissional de

repórteres e apresentadores para os mais diversos produtos jornalísticos. Um

trabalho prático que serve de referência para a atuação junto aos jornalistas ainda

em formação. A proposta de intervenção descrita na presente pesquisa leva em

conta a geração dos futuros jornalistas e também privilegia uma atuação prática e

focada na preparação dos alunos jornalistas para novas demandas jornalísticas.

Um programa de intervenção que teve a preocupação de apresentar e

experimentar, de forma integrada, a expressividade interligando os aspectos da

comunicação verbal, não verbal e vocal. A presente pesquisa apresentou

resultados significativamente positivos ao privilegiar a nova comunicação

jornalística, os novos produtos, os novos telespectadores e os novos futuros

jornalistas, em especial, com resultados que apontaram para a melhora integrada

dos aspectos corporais, de fala e dos emocionais e de interpretação.

Novos desafios são apresentados e outros estudos se fazem necessários,

a fim de subsidiar os avanços necessários nas interfaces entre Fonoaudiologia e

Jornalismo. O ensino de jornalismo, também, deve sofrer modificações para

conseguir acompanhar as mudanças pelas quais passam as práticas profissionais

na atualidade.

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9. Considerações finais

A pesquisa mostrou que o Programa de Introdução a Comunicação

Profissional em TV (PICP-TV) promoveu a melhora na performance comunicativa

da maioria dos alunos de graduação de jornalismo trabalhados, segundo os juízes

telespectadores.

Quantos aos quesitos com melhora significativa no desempenho de depois

da intervenção merecem destaque os quesitos: mais natural, seguro e

interessante nos aspectos emocionais e de interpretação. Nos aspectos do corpo,

os quesitos postura corporal, movimentos do corpo e gestos apareceram em

destaque. Já os quesitos articulação, pausas e ênfase nos aspectos da fala

apresentaram melhora significativa no vídeo de depois da intervenção.

De acordo com os juízes, a melhora no desempenho dos alunos no vídeo

depois da intervenção foi justificada de forma integrada pelos aspectos do corpo,

da fala e emocionais e de interpretação.

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10. Referências bibliográficas

ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações. Cerca de 49 Milhões de Brasileiros Tem TV Por Assinatura. ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações 2012. Publicado em 21/08/12, modificado 28/07/14. [acesso 21/04/15] Disponível em http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2012/08/cerca-de-49-milhoes-de-brasileiros-tem-tv-por-assinatura. Azevedo JBM. Análise dos efeitos de uma intervenção fonoaudiológica realizada

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Internacional de Ciências Sociais Aplicadas Da UNIGRAN, 2012.14–22. Ministério Da Educação (MEC) Resolução No 1 de 27 de Setembro de 2013.

Institui as diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação em

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Anexos

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Anexo 1

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Anexo 2

PONTIFÍCIA UNIVERCIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC/SP

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TÍTULO DO PROJETO

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA COMUNICAÇÃO PROFISSIONAL DE ALUNOS

DE JORNALISMO

Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária neste estudo, que tem como objetivo geral o desenvolvimento da pesquisa de uma proposta de intervenção fonoaudiológica junto aos alunos de graduação de Comunicação da Universidade de São Paulo – USP. Os alunos participarão do Programa de Introdução à Comunicação no

uso Profissional em TV (PICP - TV) durante o semestre letivo. A avaliação da intervenção será feita por juízes utilizado dois trechos de texto jornalístico gravados em vídeo durante o programa (uma antes e outra depois da intervenção fonoaudiológica). O objetivo desse estudo é analisar o efeito da intervenção fonoaudiológica a alunos de graduação de

Comunicação (Jornalismo). O estudo será desenvolvido no ano letivo de 2014 e 2015 como dissertação para obtenção do título de Mestre em Fonoaudiologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. O estudo será desenvolvido na PUC/SP e na Escola de Comunicação e Artes da USP/SP.

Os riscos e desconfortos deste estudo são mínimos, benefício está relacionado à melhora do desempenho dos pacientes que participam desta pesquisa. Não há nenhum tipo de malefício direta ou indiretamente relacionado à participação voluntária nesta pesquisa.

Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O principal pesquisador é TELMA DIAS DOS SANTOS que pode ser encontrado na Rua Dr. Francisco Ursaia, 359 – Pirituba - SP telefone (11) 3791-3583, e-mail [email protected].

É garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu tratamento na Instituição.

As informações obtidas serão analisadas pelos responsáveis da pesquisa em conjunto com os demais voluntários, não sendo divulgada a identificação de nenhum paciente.

Você tem o direito de se manter atualizado sobre os resultados parciais e/ou finais da pesquisa, quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores.

Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos propostos neste estudo (nexo causal comprovado), o participante tem direito a tratamento médico na Instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.

Os pesquisadores comprometem-se a utilizar os dados e material coletado somente para esta pesquisa. ____________________________________________________________________________________ Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo PROPOSTA DE INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA COMUNICAÇÃO

PROFISSIONAL DE ALUNOS DE JORNALISMO.

Eu discuti com TELMA DIAS DOS SANTOS sobre minha decisão em participar deste estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido ou no meu atendimento neste serviço. Nome: __________________________________________ Data nascimento: ____ / ____ / _______ RG: ______________________________________ Tel. Para contato ___________________

________________________ _______________________ _______________________ Participante Pesquisador Orientador

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PONTIFÍCIA UNIVERCIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC/SP

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TÍTULO DO PROJETO

INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA A GRADUANDO DE JORNALISMO: UMA PROPOSTA DE

ATUAÇÃO NA COMUNICAÇÃO PROFISSIONAL PARA TV

Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária como juiz avaliador neste estudo, que tem

como objetivo geral o desenvolvimento da pesquisa de julgamento do efeito da intervenção fonoaudiológica junto aos

alunos de graduação de Comunicação. Os alunos participarão do Programa de Introdução à Comunicação no uso

Profissional em TV (PICP - TV) durante o semestre letivo. A avaliação da intervenção será feita por juízes utilizando

dois trechos de texto jornalístico gravados em vídeo durante o programa (uma pré e outra pós-intervenção

fonoaudiológica). O objetivo desse estudo é analisar o efeito da intervenção fonoaudiológica a alunos de graduação de

Comunicação (Jornalismo). O estudo será desenvolvido no ano letivo de 2014 e 2015 como dissertação para obtenção do

título de Mestre em Fonoaudiologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. O estudo será

desenvolvido na PUC/SP e na Escola de Comunicação e Artes da USP/SP.

Os riscos e desconfortos deste estudo são mínimos, benefício está relacionado à melhora do desempenho dos

pacientes que participam desta pesquisa. Não há nenhum tipo de malefício direta ou indiretamente relacionado à

participação voluntária nesta pesquisa.

Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento

de eventuais dúvidas. O principal pesquisador é TELMA DIAS DOS SANTOS que pode ser encontrado na Rua Dr.

Francisco Ursaia, 359 – Pirituba - SP telefone (11) 3791-3583, e-mail [email protected].

É garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem

qualquer prejuízo à continuidade de seu tratamento na Instituição.

As informações obtidas serão analisadas pelos responsáveis da pesquisa em conjunto com os demais

voluntários, não sendo divulgada a identificação de nenhum paciente.

Você tem o direito de se manter atualizado sobre os resultados parciais e/ou finais da pesquisa, quando em

estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores.

Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas.

Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será

absorvida pelo orçamento da pesquisa.

Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos propostos neste estudo

(nexo causal comprovado), o participante tem direito a tratamento médico na Instituição, bem como às indenizações

legalmente estabelecidas.

Os pesquisadores comprometem-se a utilizar os dados e material coletado somente para esta pesquisa.

____________________________________________________________________________________

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim,

descrevendo o estudo INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA A GRADUANDO DE JORNALISMO: UMA

PROPOSTA DE ATUAÇÃO NA COMUNICAÇÃO PROFISSIONAL PARA TV . Eu discuti com TELMA DIAS DOS

SANTOS sobre minha decisão em participar deste estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os

procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos

permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso a

tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar meu

consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer benefício

que eu possa ter adquirido ou no meu atendimento neste serviço.

Nome: __________________________________________ Data nascimento: ____ / ____ / _______ RG: ______________________________________ Tel. Para contato __________________

________________________ ______________________ _________________ Participante Pesquisador Orientador

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Anexo 3

QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO

1. Iniciais do nome: ..............................................

2. Data de Nascimento........ /...... / .......

3. Sexo: ( ) M ( ) F

4. ( ) Solteiro ( )Casado

5. Tem filhos? ........... Se sim, quantos: ...............

6. I.S.E. que estuda: ......................................................................................................................

7. Campus: ................................................................................................................ ....................

8. Curso que frequenta:............................................................................................ .......................

9. Semestre que cursa:....................................................................................... .............................

10. Faz ou já fez outro curso de graduação?.......................................................... ...........................

11. Trabalha? .............. Faz estágio? ..................

Onde: .................................................................

12. Cursou ensino fundamental e médio em escola: ( ) Pública ( ) Privada

13. Mora com quem ? .................................................................................................. .....................

14. Quantas pessoas vivem com você...............................................................................................

15. Renda familiar?....................................................................................................... .....................

16. Como vem para Faculdade: ( )Ônibus ( )Metrô ( )Carro ( )Bicicleta ( )Trem

17. Quanto tempo em media costuma demorar?................................................................................

18. Religião ........................................................................................................................................

19. Pratica algum esporte....................................................................................................................

20. Tem algum hobby....................................................................................................... ..................

21. Qual e quando foi o último livro que leu?.....................................................................................

22. Você lê algum jornal?.................................................................................................. ..................

23. O que você costuma ver na internet?.............................................................................................

QUESTIONÁRIO DE AUTOPERCEPÇÃO DA COMUNICAÇÃO – Antes

1. Você gosta de falar em público ( ) sim ( ) não

2. Você acha que seria um bom repórter ( ) sim ( ) não

3. Descreva quais são os fatores que você acredita que contribuem positivamente no seu desempenho

comunicativo.

.................................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................................

4. Descreva quais são os fatores que você acredita que contribuem negativamente no seu desempenho

comunicativo.

.................................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................................

.................................................................................................................................... .............................

.................................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................................

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Anexo 4

UM INCÊNDIO ATINGIU UMA EMPRESA DE RECICLAGEM EM MANAUS

TODA A PARTE INTERNA DO PRÉDIO FICOU DESTRUÍDA E POR SORTE

NINGUÉM SE FERIU AS LABAREDAS ULTRAPASSARAM OS SEIS METROS

DE ALTURA CHEGANDO PERTO DA FIAÇÃO ELÉTRICA NA RUA O CORPO

DE BOMBEIRO LEVOU UMA HORA PARA CONTROLAR O FOGO E A POLÍCIA

MILITAR ACREDITA QUE O INCÊNDIO PODE TER SIDO CRIMINOSO JÁ QUE

GARRAFAS DE ÁLCOOL FORAM ENCONTRADAS NA EMPRESA

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Anexo 5

AVALIAÇÃO COMO JUIZ

Esse instrumento tem o objetivo de te convidar para participar como avaliador

de uma pesquisa. Você assistirá a 23 combinações de vídeos de estudantes de

jornalismo em dois momentos diferentes. Trata-se de uma simulação de

gravação de um mesmo texto de um jornal de televisão. Cada combinação de

vídeo tem cerca de um minuto de duração. Abaixo consta o telefone e o

endereço da pesquisadora responsável, para que você possa tirar quaisquer

dúvidas sobre o projeto agora ou a qualquer momento.

Agradeço a colaboração.

Telma Dias dos Santos

CRFa 14480/SP

R. Dr. Francisco Ursaia, 359 – Jd Regina – SP

(11) 99226-7925

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CARACTERIZAÇÃO DO TELESPECTADOR – JUIZ

Iniciais do nome: ____________________________________________ Data de nascimento:_________________________________________ Sexo: ( ) masculino ( ) feminino Grau de escolaridade: ( ) ensino fundamental ( ) ensino médio ( ) graduação ( ) pós-graduação Você trabalha? ( ) não ( ) sim Se sim, qual é sua profissão?____________________________________ Você costuma assistir à algum jornal na TV? ( ) não ( ) sim

Se sim, qual telejornal?____________________________________

Page 99: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO · Quando comparamos com três gerações ... Atualmente o telespectador assiste à televisão enquanto navega na internet e acessa

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COM BASE NOS DOIS VÍDEOS ASSISTIDOS RESPONDAS ÀS QUESTÕES A SEGUIR:

COMBINAÇÃO 1

1. Na sua opinião em qual vídeo o aluno apresentou melhor desempenho?

[ ] no vídeo A [ ] no vídeo B

2. Escolha os aspectos relacionados às questões não verbais, verbais, emocionais e de interpretação que

justifiquem a sua escolha de melhor desempenho:

Expressão facial Velocidade de fala Mais natural

Postura corporal Articulação / Dicção Mais seguro

Movimentação do corpo Uso de pausas Mais simpático

Movimentação da cabeça Clareza / Inteligibilidade Mais interessante

Uso dos gestos Voz Mais agradável

Olhar Ênfases usadas durante a fala Mais confiante

Vestuário Mais carismático

ASPECTOS EMOCIONAIS

E DE INTERPRETAÇÃOASPECTOS DO CORPO ASPECTOS DA FALA