relatÓrio do provedor do telespectador (2008)

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RELATÓRIO DO PROVEDOR DO TELESPECTADOR (2008) Provedor do Telespectador José Manuel Paquete de Oliveira Lisboa, Janeiro de 2009

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RELATÓRIO DO PROVEDOR DO

TELESPECTADOR

(2008)

Provedor do Telespectador José Manuel Paquete de Oliveira Lisboa, Janeiro de 2009

- 2 -

- 3 -

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO 5

1. OS TRÊS EIXOS PRINCIPAIS DA ACTIVIDADE DO PROVEDOR 7

1.1 A INTERCOMUNICAÇÃO COM OS TELESPECTADORES 11

1.2 PERFIL SOCIOGRÁFICO DOS TELESPECTADORES 14

1.3 ANÁLISE AO CONTEÚDO DAS MENSAGENS 21

1.4 PRINCIPAIS ASSUNTOS DAS MENSAGENS 25

1.5 AVALIAÇÃO DAS MENSAGENS 31

1.6 BREVE ANÁLISE DAS CARTAS 33

1.7 PRINCIPAIS QUEIXAS FORMAIS 35

2. A INTERCOMUNICAÇÃO INTERNA E OS «RECADOS PARA DENTRO» 41

3. O PROGRAMA «A VOZ DO CIDADÃO» 43

3.1 METODOLOGIA E TEMAS DO PROGRAMA 44

3.2 CRÍTICAS SOBRE O PROGRAMA 47

4. OUTRAS ACTIVIDADES 51

4.1 RELAÇÕES INSTITUCIONAIS 51

4.2 ENCONTROS COM PROFISSIONAIS DA RTP 52

4.3. OUTRAS ACTIVIDADES 53

5. ACTIVIDADES E FUNÇÕES DO GAP 55

6. CONSIDERAÇÕES GERAIS 59

7. PARA QUE SERVE UM PROVEDOR? 69

8. AGRADECIMENTOS 71

9. ANEXOS 73

1 – INDAGAÇÕES E PARECERES 73

2 – DESLOCAÇÕES AOS CENTROS REGIONAIS 87

3 – PUBLICIDADE NAS PÁGINAS DOS PROVEDORES 90

4 – CRÍTICAS AO PROGRAMA «A VOZ DO CIDADÃO» 91

5 – TEXTOS-PIVOTS DO PROGRAMA 94

6 – A LEI 129

- 4 -

- 5 -

APRESENTAÇÃO

Pretende-se que este Relatório seja um documento que dê conta da actividade desenvolvida

pelo Provedor do Telespectador da RTP e pelo GAP (Gabinete de Apoio aos Provedores do

Ouvinte e do Telespectador) e, ao mesmo tempo, introduza uma reflexão sobre essa actividade,

numa dimensão retrospectiva, mas igualmente com algum carácter prospectivo.

Cabe ao Provedor do Telespectador apresentar um Relatório Anual sobre a actividade

desenvolvida ao longo do ano. Esta obrigação vem disposta na alínea f) do n.º 1 do artigo 27º

dos Estatutos da Rádio e Televisão de Portugal, aprovados pela Lei n.º 8/07, de 14 de Fevereiro.

Este Relatório deverá ser apresentado à Entidade Reguladora para a Comunicação Social –

ERC. Também como a Lei prescreve a sua publicitação será feita através da página do Provedor

do Telespectador, abrigada no portal da RTP, S.A. (www.rtp.pt). Será ainda enviado à

Assembleia da República, mais directamente à 12.ª Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da

A.R., e entregue ao Conselho de Administração da RTP.

Este Relatório está dividido em três principais partes que correspondem aos três vectores

fundamentais articuladores da actividade do Provedor do Telespectador: A intercomunicação

com os Telespectadores (Capítulo 1) e que tem um maior desenvolvimento com a análise a um

«corpus» das mensagens recebidas, procurando relevar num conjunto de itens os principais

assuntos versados nessas mensagens. Este capítulo inclui ainda uma tentativa para equacionar

um perfil sociográfico dos Telespectadores. Diz-se tentativa, pois, além dos dados fornecidos por

e-mail poderem sempre admitir alguma falta de exactidão, o próprio formulário tem recebido

correcções e, ainda por cima, os Telespectadores quando o utilizam deixam por preencher

diversos campos. Ainda neste 1º.capítulo inclui-se uma listagem das principais queixas que

foram constituídas e tratadas como «queixas formais» pela importância dos assuntos.

O 2º.capítulo é dedicado à intercomunicação interna e aos «recados para dentro». Isto é,

procura evidenciar a importância dos processos de comunicação internos e da correspondência

travada entre o provedor e o GAP com os Directores de Informação e de Programas ou outros

responsáveis da RTP.

- 6 -

O 3º.capítulo dá conta do programa «A Voz do Cidadão», da metodologia adoptada para a

concepção e realização deste programa e dos critérios seguidos para a escolha dos temas

tratados e dos convites direccionados a Telespectadores e colaboradores.

Num 4º.capítulo o Relatório regista um conjunto de outras actividades desenvolvidas pelo

provedor. Relata actos empreendidos no âmbito de relações institucionais.

O 5º.capítulo faz uma breve análise ao funcionamento do GAP – Gabinete de Apoio aos

Provedores e da sua actividade.

Ainda neste 4º.capítulo inclui-se uma listagem das principais queixas que foram constituídas e

tratadas como «queixas formais» pela importância dos assuntos.

O 6º.capítulo engloba e releva uma série de considerações gerais que revestem o duplo sentido

de fazer uma síntese analítica dos principais assuntos objecto da atenção do provedor ao longo

deste ano de 2008 e de, ao mesmo tempo, pontuar um conjunto de problemas e situações que o

provedor gostaria fossem tomados pelo Conselho de Administração e pelos responsáveis das

diferentes Direcções como efectivas recomendações.

E como toda a actividade desenvolvida pelo Provedor do Telespectador é também o resultado do

trabalho de muitos colaboradores e outras colaborações, o Relatório termina com o devido

registo de merecidos agradecimentos.

Lisboa, 31 de Janeiro de 2009

O Provedor do Telespectador

José Manuel Paquete de Oliveira

- 7 -

1 −−−− OS TRÊS EIXOS PRINCIPAIS DA ACTIVIDADE DO PROVEDOR

De igual modo, como nos dois anos anteriores do primeiro mandato do provedor do

Telespectador, posso salientar, que desencadeei a minha actividade no desenvolvimento de três

eixos ou vectores principais:

1) Uma intercomunicação com os Telespectadores.

2) A intercomunicação / comunicação interna.

3) A apresentação do programa «A Voz do Cidadão».

Foram estes, portanto, os eixos aglutinadores da actividade desenvolvida durante este ano de

2008 e que, por isso, vão catalisar e ser descritos ao longo deste Relatório.

Desde a primeira hora declarei, que no desempenho desta missão, no caso português num

estado embrionário, e, portanto revestindo o carácter de um acto de ritual, conteúdo e prática

iniciáticos, desejaria, sobretudo, ser mediador entre quem vê Televisão e quem faz Televisão.

Aqui, na dimensão das fronteiras atribuídas, apenas, ao universo RTP.

E tenho a convicção de que tem sido esta uma marca que timbra o meu trabalho. Acusado, por

vezes, de ser muito contemporizador com os erros, desvios ou falhas apontados à Informação e

à Programação da RTP e, obviamente, aos seus autores, tenho assumido esse atributo por

voluntária escolha do modelo como perspectivei a minha actuação.

Mas, sem renunciar a este envolvimento, avaliado por alguns comentadores à minha própria

acção, de ténue, complacente de mais, pouco incisivo e pouco eficaz, o avançar neste trajecto

exige que complemente e aprimore a minha acção com outros requisitos.

Carlos Macia Barber 1, num excelente texto em que procura desenvolver o modelo do provedor

dos «media» define o OMBUDSMAN como a personalidade que um meio de comunicação

designa para que vele pela defesa de certos direitos fundamentais dos cidadãos mediante a

vigilância e a supervisão do trabalho que os profissionais da informação desenvolvem. O

1 Carlos Maciá Barber, «Ética Profissional» in Cys, (2006) Vol.XIX, Nº.1

- 8 -

provedor – esclarece – deve ser visto como um processo de desenvolver um sistema de

autocrítica no jornalismo e de alcançar a excelência profissional.

O provedor deve assim contribuir para:

Ø o respeito da ética profissional e dos códigos deontológicos;

Ø a prevenção dos corporativismos jornalísticos;

Ø o fomento da crítica interna aos «media»;

Ø o aumento da credibilização do «media»;

Ø impulsionar o diálogo interno.

CONCRETAMENTE deve concorrer para:

Ø a elaboração de uma maior qualidade dos conteúdos;

Ø a correcção e prevenção dos erros, inexactidões e imprecisões;

Ø cuidado com a língua;

Ø a defesa da imagem pública do profissional;

Ø um serviço eficaz ao cidadão;

Ø o exercício da defesa dos direitos públicos;

Ø a formação do cidadão como público / consumidor de informação;

Ø a potencialização da participação do público com o «media».

- 9 -

Este ano de 2008 cruzou o termo de um primeiro mandato com o início de um segundo. Vou

tentar no tempo que me resta estar atento a estes múltiplos aspectos de uma função que não se

inscreve em ordenamentos de regulação, nem tão pouco, em minha opinião, de auto-regulação.

Quando muito pode e deve ser fomentadora de auto-regulação. Assim o desejo.

Fixemo-nos, por ora, no Relatório propriamente dito. 2

2 O utilizar no texto umas vezes a conjugação verbal em primeira pessoa e outras em plural não significa a assunção de qualquer plural majestático. Significa que há referência a actividades conjuntas, muito especialmente, desempenhadas pelos elementos do GAP, e que é de justiça não atribuir à acção única do provedor.

- 10 -

- 11 -

1.1 −−−− A INTERCOMUNICAÇÃO COM OS TELESPECTADORES

ANÁLISE DAS MENSAGENS RECEBIDAS NO GAP

Conforme tenho insistido nos Relatórios anteriores (2006 e 2007) considero este vector – A

Intercomunicação com os Telespectadores – uma actividade de importância vital. E por três

motivos principais:

1) Representa e consubstancia uma ligação continuada com os Telespectadores;

2) É o veículo determinante de recolha de opinião, reflexões e comentários dos

Telespectadores;

3) E, como tal, é a grande fonte alimentadora que permite ao Provedor exercer a sua

missão, como «ombudsman» ou seja, pessoa intermediária entre o público e

organização/empresa.

Das muitas qualificações atribuídas ao papel de um Provedor, tenho dado preferência àquela

que caracteriza um Provedor na função de mediador. No caso, mediador entre quem vê

Televisão (os Telespectadores) e quem faz Televisão (no caso, a RTP).

Elegi, por isso, a interacção comunicativa com os Telespectadores através de um sistema

continuado de correspondência electrónica e tradicional como eixo central de toda a actividade.

É a partir do conjunto das «mensagens» recebidas por parte dos Telespectadores que consigo

pautar uma estratégia da acção para o desempenho desta função, no desenvolvimento do

diálogo com os Telespectadores, na troca de comunicação interna com aqueles responsáveis

que fazem a informação e programação difundidas pela RTP, e que, inclusivé, concebo e

organizo os temas e assuntos tratados no programa «A Voz do Cidadão».

Desde o início designei os conteúdos desta correspondência na formulação geral de mensagens.

E isto na presunção de não fazer deste correio um simples depositário de queixas.

- 12 -

E assim efectivamente tem acontecido. Embora o formulário existente na página do Provedor em

www.rtp.pt/[email protected], nem sempre seja utilizado pelos Telespectadores, a

verdade é que esse formulário consagra a enunciação de cinco classificações ou designações, a

saber: crítica, dúvida, queixa, sugestão e satisfação.

Contrariamente até à impressão que no decorrer do ano manifestara a certos meios de

comunicação social, em que referia uma diminuição global de mensagens, observo agora neste

balanço de 2008, que o volume da correspondência recebida, por correio electrónico ou por

correio tradicional (carta) mantém-se constante.

Assim, se em 2006, recebemos um total de 5 019 e-mails e 382 cartas (após a filtragem de outro

correio como a transcrição de textos de imprensa ou de blogues entrados para o endereço do

Provedor), em 2007, registámos um total de 7 114 e-mails e 462 cartas e, em 2008, 7 937 e-

mails e 337 cartas.

Deste modo, e em termos comparativos, poderemos apresentar o seguinte gráfico: 3

Gráfico 1

Correspondência Recebida

5019

7114

7937

382 462 337

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

2006 2007 2008

Correio electrónico

Cartas

3 Note-se que em 2006, ano de início de actividade, o correio apenas foi disponibilizado a partir do mês de Agosto.

- 13 -

Para este ano havíamos projectado proceder a uma análise global sobre o universo das

mensagens recebidas. Acalentámos essa intenção, uma vez que os serviços informáticos da

RTP tinham anunciado a implementação do sistema GDOC, com capacidade para operar esse

registo. Contudo, mau grado nosso, mais uma vez essa operacionalidade falhou em tempo

oportuno. Só após longo trabalho com técnicos da empresa GSOFT e apoio de formação

específica foi possível aplicar esse programa de registo. Tal veio acontecer apenas no mês de

Setembro deste ano. Foi então viável proceder a um registo automatizado das mensagens

recebidas com a distribuição por um conjunto de variáveis estabelecidas por uma grelha de itens

já anteriormente utilizados e que fundamentalmente compreendem os assuntos de registo

temático da correspondência recebida.

Deste modo, sem qualquer propósito de apurar dados extrapoláveis sobre o universo das

mensagens recebidas ao longo do ano, aplicámos a partir da data em que se tornou possível a

execução do programa disponibilizado uma análise sobre o total das mensagens recebidas entre

21 de Setembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2008. O conjunto dessas mensagens perfaz o

número total de 1494. Este quantitativo representa assim um valor aproximado de 18,8% (1494

sobre 7937). Este valor exprime tendências mas nunca pode ser entendido como a

representação de uma amostra estatisticamente válida. De qualquer modo e pelo conhecimento

empírico dos elementos do GAP que acompanham e respondem a todo o conjunto de

mensagens recebidas tem alguma credibilidade e reveste uma significatividade tendencial

quanto ao total das mensagens recebidas durante 2008.

De uma forma simplista o processo de análise de distribuição classificativo é este:

O sistema GDoc utiliza base de dados em Sql Server.

Para gerar os relatórios procede-se à execução de scripts (t-SQL) sobre a Base de Dados Sql

Server alimentada pelo GDoc, posteriormente é realizada a exportação dos resultados para uma

folha de Excel.

- 14 -

A partir da aplicação deste processo passamos a relevar um conjunto de dados. Estes referem

em especial:

Ø Género (Sexo) dos Telespectadores que enviaram e-mails;

Ø Escalões Etários dos Telespectadores;

Ø Grau de escolaridade dos Telespectadores;

Ø Proveniência geográfica das mensagens;

Ø Canal alvo da mensagem;

Ø Direcções ou serviços visados;

Ø Sujeitos visados nas mensagens;

Ø Natureza classificativa das mensagens;

Ø Assuntos focados nas mensagens;

1.2 −−−− PERFIL SOCIOGRÁFICO DOS TELESPECTADORES

Género (Sexo) dos Telespectadores

Gráfico 2

Género dos Indivíduos (%)

8%

24%

68%

Não declarado

Feminino

Masculino

Como se observa por este gráfico é, sobretudo, masculino o género dos Telespectadores que

interagem por correspondência com o Gabinete do Provedor (68%). O género feminino, ao

contrário da maioria que consegue nos estudos de audiência da RTP é mais reduzido (24%).

- 15 -

Escalões Etários dos Telespectadores

Gráfico 3

Participação por Escalões Etários (%)

16%

5%8%

19%17%

15%

12%7% 1%

não declarado< 1819-2425-3435-4445-5455-6465-74> 75

Em relação a estudos de audiências que referem estes dados da faixa etária dos públicos de

televisão, e até em particular da RTP1, não deixa de ser curioso relevar a larga percentagem dos

grupos etários entre os 19 e 34 anos que perfazem o valor de 27%. E se juntarmos o grupo de

35-44 anos, o conjunto destas faixas etárias soma 44%, o que de alguma maneira contradiz os

números das habituais audiências de Televisão e pode levar-nos a concluir, sem podermos

enfatizar o facto, que o grau de exigência e de exercício de cidadania pelos Telespectadores

destas idades são mais actuantes.

- 16 -

Gráfico 4

Participação por Escalões Etários

242

69

118

260226

184

99

13

283

0

50

100

150

200

250

300

350

não declarado

< 18

19-24

25-34

35-44

45-54

55-64

65-74 > 7

5

Grau de Escolaridade dos Telespectadores

Gráfico 5

Escolaridade

646

439

282

72

34

19

2

0 100 200 300 400 500 600 700

Ensino Superior

Ensino Secundário

Não declarado

Ensino Básico, 3º.ciclo

Ensino Básico, 2º.ciclo

Ensino Básico, 1º.ciclo

Não sabe ler e/ou escrever

Mensagens

Tomando como boas as informações expressas nas mensagens recebidas, os Telespectadores

possuidores de formação superior são maioritários (43,2%).

- 17 -

Tal dado não admira e corresponde ligeiramente ao valor em regra indicado pelos utilizadores da

Internet. Os 29,4% como ensino secundário exprimem igual raciocínio. Admitimos que, por

vezes, a indicação da posse das habilitações ao nível do ensino básico que, como se sabe, pela

sua actualização contempla três escalões, nem sempre seja destacado pelos diversos

Telespectadores. Apresentamos, por isso, esse valor distinto nos três níveis (1º.ciclo 1,3%),

(2º.ciclo, 2,3%), (3º.ciclo, 4,8%), e acumulado (8,4%).

Gráfico 6

Escolaridade (%)

29,4%

1,3%

2,3%

4,8%

43,2%

0,1%

18,9% Ensino Secundário

Ensino Básico, 1º.ciclo

Ensino Básico, 2º.ciclo

Ensino Básico, 3º.ciclo

Ensino Superior

Não sabe ler / escrev er

Não declarado

Gráfico 7

Escolaridade (%)

29,4%

8,4%43,2%

0,1%

18,9% Ensino Secundário

Ensino Básico

Ensino Superior

Não sabe ler / escrever

Não especificado

- 18 -

PROCEDÊNCIA GEOGRÁFICA DAS MENSAGENS

Gráfico 8

Procedência Geográfica das Mensagens

486111225567899121215181919

293738

4354

7381

211291

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

Não declaradoIlha da Graciosa

Ilha de Santa MariaIlha de São Jorge

Ilha das FloresIlha do Faial

BejaIlha do PicoIlha Terceira

Ilha da MadeiraGuarda

BragançaPortalegre

ÉvoraIlha de São Miguel

Vila RealViseu

Castelo BrancoViana do Castelo

FaroLeiria

SantarémCoimbraAveiroBraga

SetúbalPorto

Lisboa

Esta distribuição da procedência geográfica das mensagens confere, de alguma maneira, com a

distribuição da percentagem populacional dos diferentes distritos nas cidades. Os distritos de

Lisboa e Porto contiuam a ser as zonas com maior número de mensagens. Nota-se, de novo, tal

como em anos anteriores, um número muito baixo de mensagens provenientes das regiões

autónomas dos Açores e da Madeira. Em contrapartida é elevado o número de Telespectadores

que no e-mail não preenchem o campo da localidade (14,6%).

- 19 -

Gráfico 9

Procedência das Mensagens por Distritos e Regiões Autónomas (%)

14,6

2,5

2,9

3,6

4,9

5,4

14,5

19,5

32,5

0 10 20 30 40

Resto do País

Leiria

Coimbra

Aveiro

Braga

Setúbal

Porto

Lisboa

Não declarado

Gráfico 10

Procedência das Mensagens por Distritos e Regiões Autónomas (%)

1,9

2,0

2,0

4,6

6,2

11,5

14,1

25,0

32,5

0 10 20 30 40 50

Algarve

RAA

RAM

Interior

Norte Litoral

Centro Litoral

Grande Porto

Grande Lisboa

Não declarado

- 20 -

- 21 -

1.3 −−−− ANÁLISE AO CONTEÚDO DAS MENSAGENS ENVIADAS PELOS

TELESPECTADORES

Por via da deficiente classificação obtida no registo de distribuição automática não julgamos

correcto interpretar de modo sobrevalorizado os valores aqui enunciados. Contudo, sempre

tendo em conta a indicação de tendências, e não valores absolutos, avançaremos alguns

comentários.

Não se afigura uma tarefa simples destrinçar os assuntos mencionados pelos Telespectadores

mas suas mensagens. Quer nos e-mails, quer nas cartas, muitas vezes os Telespectadores

misturam ou referem-se a vários assuntos (exactamente por isso a lista apurada excede o

número de mensagens analisadas). Só muito mais raramente os Telespectadores tomam

posição positiva ou negativa (de crítica, louvor, sugestão ou queixa) em relação a um único

assunto. Por assunto, aqui, referenciamos o tema global (violência, religião, direito à privacidade,

etc.) ou o sujeito, o programa, a notícia, a reportagem, etc., a que o autor do e-mail ou carta se

refere.

A ordenação dos assuntos focados nas mensagens recebidas e que apurámos pelo modelo de

registo e análise adoptados reflecte, significativamente, em relação a anos anteriores, algumas

alterações. E dizemos significativamente porque resultam não só do modelo aplicado, mas

também porque indicam algumas efectivas mudanças operadas com respeito ao assunto -

objecto visado nas mensagens. E isto é importante pois pode corresponder a um determinado

efeito e acolhimento das críticas, reclamações, queixas, sugestões, apresentados pelos

Telespectadores. É verdade que, mau grado nosso, a análise realizada, e que é dependente do

modelo aplicado, não nos permite extrair indicações claras sobre as alterações constatadas face

a anos anteriores. E, por outro lado, como dizia o Provedor da Rádio e Televisão da Rádio-

Canadá, Renaud Gilbert, talvez nunca os directores de Informação ou da Programação dirão que

o que mudou, mudou por acção directa do Provedor. (cf. «A Relação do Telespectador com a

Televisão: A Função do Provedor - Experiência da Rádio-Canadá», in J.C. Abrantes, (coord.) A

Construção do Olhar, Lisboa, Media e Jornalismo / Livros Horizonte, 2005, pp. 39-50). Mas o que

interessa é constatar a mudança. Principalmente se corresponde a uma melhoria.

- 22 -

Temos, a noção que o elenco equacionado por uma categorização sistematizada à medida que

se analisa cada e-mail, não deixa de ser, por vezes, uma distinção ténue, e pouco precisa ou

suficientemente dissociativa. Contudo, pareceu-nos de interesse tentar elaborar uma listagem

daqueles temas, programas, ou sujeitos que foram mais vezes visados pelos Telespectadores.

Obviamente esta lista não é exaustiva. Primeiro, porque resulta da análise das tais 1494

mensagens registadas no corpus que seleccionámos e pelos critérios atrás indicados. Depois,

porque em muitas mensagens as referências e/ou comentários são muito gerais e misturadas

em relação à Informação ou à Programação. Os diferentes itens agregadores de assuntos, como

se pode constatar, procuram ser globalizantes e não concretos a este programa, episódio,

jornalista, etc.

Canal Alvo da Mensagem

Relativamente ao Canal ou Serviço da RTP em que incide o alvo da mensagem enviada pelos

Telespectadores, a RTP1 é, sem dúvida, o mais atingido (51,1%).

Gráfico 11

Alvo da Mensagem em Relação ao Canal RTP (%)

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

2,2

3,5

7,8

12,3

21,6

51,1

0 10 20 30 40 50 60

RTP Mobile

RTP Madeira

RTP Açores

RTP África

RTP Memória

RTP N

Não declarado

RTP Internacional

RTP 2

Mais do que um canal

RTP1

- 23 -

Esta incidência confere com a maior audiência da RTP1, (líder da Televisão Pública), mas

também reflecte o facto de, para a grande opinião pública, a RTP1 ser vista como a expressão

do «Serviço Público» e com toda a responsabilidade desse estatuto. Aliás, os 51,1%, apurados

nestes dados sofrem ainda um aumento, se considerarmos que 21,6% que referem na mesma

mensagem, indistintamente, mais do que um dos oito canais contabilizados, e englobam ainda

imensas referências indirectas à RTP1. Por outro lado, se tivermos em conta que muitas das

alusões à RTPi são sobre conteúdos emitidos com origem na produção para a RTP, é evidente

que a RTP1 é o maior alvo sinalizado nas mensagens dos telespectadores. Numa avaliação

global, embora «grosseira», não é timorato atribuir um valor de cerca de 80% de mensagens ter

por alvo principal a RTP1.

Saliente-se, contudo, os 7,8% que referem a RTPi, fazem transparecer a importância que os

portugueses residentes, ou ocasionalmente, no estrangeiro consagram à RTPi.

Não são de desprezar as referências direccionadas à RTP2 (12,3%), um canal que regista um

crescente aumento de audiência média, e de alguma maneira, como se pode deduzir do

conteúdo das mensagens, é normalmente elogiado.

Merece ainda serem relatados os 2,1% da RTPN, um canal de cabo, mas que em relação aos

números de referência de 2007, regista quase a duplicação de citações como canal alvo.

As Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira continuam a ser poucas vezes objecto - alvo

das igualmente reduzidas mensagens recebidas.

Gráfico 12

Alvo da Mensagem em Relação ao Canal RTP

2

3

4

6

8

32

53

116

183

323

764

0 100 200 300 400 500 600 700 800

RTP-Mobile

RTP Madeira

RTP Açores

RTP África

RTP Memória

RTP N

Não declarado

RTP Internacional

RTP 2

Mais do que um canal

RTP1

- 24 -

- 25 -

1.4 −−−− PRINCIPAIS ASSUNTOS NO CONTEÚDO DAS MENSAGENS

A categorização feita dos assuntos, a partir da análise concreta das mensagens recebidas volta

a evidenciar que os assuntos visados incidem prioritariamente sobre a RTP1.

Gráfico 13

Assuntos das Mensagens

0

50

100

150

200

250

A Voz do Cidadão

Publicidade

Alinhamento das Notícias

Jornalistas e Apresentadores

Tratam

ento das Minorias

Violência

Política

Desporto

Língua Portuguesa

Objectividade / im

parcialidade

Privacidade

Comentários s/ Program

ação

CriançasHumor

Dispositivos Técnicos

Reclamações Genéricas

Religião

Concursos

Comentários s/ Informação

Programas Repetidos

MultimédiaSexo

Jovens

Deficientes

Cultura

Filmes/Séries

Horários

Satisfação/Aplauso

Sugestões

Erros de Em

issão /deficiências técnicas)

Arquivo; Apoio Telespectador, etc.

Serviço Público

Com a devida relativização que já chamámos à atenção pelos condicionamentos atribuíveis a

uma análise deste tipo, descrevemos, em seguida, sumariamente, os conteúdos dos diferentes

assuntos registados:

- 26 -

Gráfico 14

12,3

8,3

6,6

5,4

5,3

4,2

2,3

1,8

1,7

0 5 10 15

Objectividade / imparcialidade

Desporto

Jornalistas e Apresentadores

Filmes/Séries

.Arquivo; Apoio ao Telespectador, etc

Horários

A Voz do Cidadão

Humor

Língua Portuguesa

Principais Assuntos das Mensagens(%)

Ø OBJECTIVIDADE / IMPARCIALIDADE (12,3%)

Continua elevada a percentagem das mensagens dos Telespectadores em relação à incidência

das referências quanto à categoria classificativa objectividade/imparcialidade. Mas atenção: o

registo deste assunto não separa a informação apresentada nos Telejornais e em outros

programas de informação, como «Prós e Contras» e outros debates, inclusive, aqueles

abertamente preenchidos por representantes dos partidos com assento na Assembleia da

República, como sejam os programas «Corredor do Poder» (RTP1) ou «Pontos de Vista»

(RTPN). Na apreciação mais qualitativa que faremos adiante, voltaremos a esta questão.

Importa, por isso, ter bem presente que os 12,3% incidentes neste item

(objectividade/imparcialidade) não podem ser atribuídos exclusivamente à informação produzida

pelos Telejornais. O programa «Prós e Contras», por exemplo, concorre para grande peso

destes 12,3%, pois, sendo um programa apontado como um programa tipo de «serviço público»,

é muitas vezes objecto de crítica por parte dos Telespectadores, em especial pela constituição

dos painéis do Prós e do Contras.

- 27 -

Aliás, como se pode notar, no gráfico dos «Assuntos das Mensagens Recebidas» (Gráfico

nº.13) os comentários gerais sobre a Informação e sobre a Programação há uma incidência para

a Informação de 12,5% e para a Programação de 12,3%, o que reflecte a dificuldade de

distinguir os dois campos (Informação/Programação) quer por parte dos Telespectadores, quer

por parte da classificação do conteúdo das mensagens.

Ø DESPORTO (8,3%)

O assunto desporto adquiriu uma maior atenção por parte dos Telespectadores, 8,3%, quando,

em 2007, atingira 6,9% de referências. Tal alteração deve-se, porventura, à maior presença,

sobretudo, do futebol, com o retorno dos jogos do Campeonato Nacional da Primeira Liga / Liga

Sagres à RTP1.

Efectivamente, como foi salientado por mais de uma vez no programa «A Voz do Cidadão», o

Desporto é objecto de imensas reclamações. Por um lado, é a queixa contra a prevalência,

quase em exclusividade do futebol nos noticiários da RTP1 e da RTPN. Por outro lado, é a

«luta» clubística, entre os adeptos dos três clubes denominados grandes, Porto, Benfica,

Sporting, com queixas bem distribuídas em relação à acusada falta de pluralismo desportivo,

com aludidos favorecimentos a um ou a outro nos comentários ou na transmissão dos jogos.

Igualmente, os adeptos dos outros clubes – e até Telespectadores atentos mas menos marcados

pela «paixão clubística – protestam contra o destaque privilegiado dado aos ditos grandes. Isto

principalmente tendo em conta equipas como o Sporting de Braga, o Guimarães, o Leixões, ou

as equipas madeirenses do Marítimo e Nacional, este ano, a oferecer muita combatividade no

campeonato.

Reclamam também pelo facto das outras modalidades quase só terem presença na RTP2, nas

tardes de sábado e domingo, e ainda assim com algumas reportagens de eventos muito

atrasados. Este assunto já foi objecto de tratamento, por mais de uma vez, no programa «A Voz

do Cidadão».

- 28 -

Ø JORNALISTAS / APRESENTADORES (6,6%)

Os Telespectadores raramente fazem a distinção entre jornalistas (por exemplo, o apresentador

de um Telejornal ou condutor de uma entrevista) e apresentadores de programas (por exemplo,

o apresentador de um concurso ou de um programa). Normalmente são comentários de mais ou

menos simpatia por este ou por aquele profissional ou de crítica em relação à conduta de uma

entrevista ou a uma tomada de posição considerada menos isenta. Mas também, aqui, recaem

muitos elogios e manifestação de simpatia pelos «rostos visíveis» da RTP.

Ø FILMES / SÉRIES (5,4%)

As reclamações registadas neste item dizem normalmente respeito a três questões: os

Telespectadores acham que muitos dos filmes, em especial, os exibidos na RTP1, são

«antigos», e com um horário tardio. Reclamam contra os longos intervalos, e pelo facto das

fichas técnicas (créditos) serem passadas «a grande velocidade» sem respeito para o

reconhecimento dos actores e autores.

Quanto às séries da RTP2, series de referência internacional, há muitos elogios. As reclamações

surgem quando, porventura, a exibição dos episódios é interrompida, muitas vezes sem a

informação condizente aos Telespectadores.

Ø ARQUIVO / APOIO AO TELESPECTADOR (5,3%)

Esta incidência de 5,3% na referência ao Arquivo / Apoio ao Telespectador não tem a ver com

reclamações que recaiam sobre esse serviço ou os respectivos funcionários. São queixas de

utilizadores (especialmente de utilizadores para fins de estudo ou investigação) que se queixam

do preçário estabelecido pela RTP para a aquisição de determinados conteúdos.

- 29 -

Ø CUMPRIMENTO DE HORÁRIOS / ALTERAÇÃO DA GRELHA ANUNCIADA (4,2%)

No resultado de propósitos conjugados pela Lei que impõe sanções e coimas para o não

cumprimento de horários ou alteração da grelha anunciada, sem motivo justificável, nas últimas

48 horas, em relação à programação divulgada, pelo empenho do Director de Programas que

declarou fazer desta questão um ponto de honra e, atrevemo-nos a julgar, pelas insistências do

Provedor quanto a este incumprimento, regista-se, de facto, uma melhoria. Dos 17% de

reclamações em relação a 2006 e dos 6,3% em 2007, o valor situa-se, agora, em 4,2%.

Ø A VOZ DO CIDADÃO (2,3%)

Em relação ao programa «A Voz do Cidadão» aumentou as referências, 1,4% em 2007 e 2,3%

em 2008, o que pode significar mais críticas e comentários, mas também um maior interesse e

conhecimento do programa (não obstante a redução da audiência média entre 2007 e 2008).

Mas sobre o programa «A Voz do Cidadão» dedicamos uma maior atenção às críticas,

comentários ou queixas em capítulo próprio inserido neste Relatório.

Ø HUMOR (1,8%)

Diminuem as percentagens das referências ao Humor (3,6% em 2007) e em 2008, apenas 1,8%,

não obstante o aumento na grelha de programas de humor, tais como «Os Contemporâneos» e

«Telerural». As críticas em relação a estes programas incidem sobretudo, ao acusado excesso

de imagens ou situações normalmente ditas inconvenientes, ou quando abusam da linguagem

brejeira (Telerural) ou exploram o gozo sobre certas pessoas. Muitos Telespectadores entendem

que o Telerural não se identifica, de modo algum, com uma grelha do dito «serviço público de

Televisão».

- 30 -

Ø LÍNGUA PORTUGUESA (1,7%)

Não obstante,e por pressão constante dos Telespectadores e insistência do Provedor para o

cuidado a ter com a língua falada ou escrita, a incidência das referências a este assunto

mantém-se muito igual: 1,7% em 2008 sobre 1,6% em 2007. Os Telespectadores queixam-se

dos erros nas legendas ou rodapés (tickers). E dizeme que o programa «Cuidado Com a

Língua», programa aliás muito elogiado, não tem qualquer cumprimento por parte da RTP.

Ø ASSUNTOS DIVERSOS

Destacámos principalmente aqueles «assuntos» com percentagens mais significativas. Uma

rápida leitura dos quadros ou gráficos sobre o «principais assuntos» versados nas mensagens

dos Telespectadores pode ainda chamar a atenção de outros temas, tais como o cuidado a ter

com as cenas de violência (1,8%) e a susceptibilidade das crianças e a protecção a ter para com

estes Telespectadores (0,8%), e o alinhamento das notícias (1,1%) em ordem no valor dos

diferentes acontecimentos ou eventos.

Muitos destes assuntos foram objecto de tratamento no programa «A Voz do Cidadão».

- 31 -

1.5 −−−− AVALIAÇÃO CLASSIFICATIVA DAS MENSAGENS

Tal como em anos anteriores, com o intuito de averiguar a avaliação positiva ou negativa que os

Telespectadores transpareciam nos seus comentários, críticas, ou queixas aos assuntos

referenciados, estabelecemos uma escala avaliativa. Ou seja, sobre a leitura da mensagem

atribuímos uma classificação, algo redutora, mas que espelha, de alguma maneira, o sentido das

posições expressas pelos Telespectadores. Usamos a seguinte classificação:

Ø Favorável (referências positivas)

Ø Desfavorável (referências negativas)

Ø Neutra (quando não conseguimos definir o sentido da posição)

Ø Não especificado (apenas informações solicitadas)

Gráfico 15

Avaliação da Mensagem (%)

67%

28%

3% 2%

Desfavorável

Favorável

Neutra

Não especificado

Como se depreende destes dados são sempre mais desfavoráveis (67%) do que favoráveis os

comentários ou críticas expressas pelos Telespectadores. Aliás, isso mesmo é reflectido no

programa «A Voz do Cidadão».

- 32 -

Gráfico 15-A

Classificação da Mensagem (%)

28%

67%

3% 2%

Crítica

Dúvida

Queixa

Não especificado

Não foi possível apurar um cruzamento que destrinçasse e pontuasse as respectivas atribuições

relativas só à Informação ou só à Programação, mas é importante ter em conta a distribuição

pelas dimensões valorativas de classificação atribuídas às mensagens dos Telespectadores. A

saber:

Crítica 28%, Dúvida (ou esclarecimento) 67%, Queixa propriamente dita 3%.

Por sua vez, e conforme o gráfico nº.16, a distribuição dos visados por esta classificação

valorativa tem os seguintes valores:

Gráfico 16

Visado da Mensagem (Classificação)

1,0

1,7

9,2

17,4

57,1

8,4

5,3

3,2

33,7

36,8

7,7

7,7

41,0

0 10 20 30 40 50 60

Jornalistas

Locutor/Apresentador

Direcção Canal 2

Direcção Informação

Direcção Programas

Queixa

Dúvida

Crítica

- 33 -

1.6 −−−− BREVE ANÁLISE ÀS CARTAS

Com efeito, tal como em 2006 e 2007, o número de cartas recebidas é muito inferior em relação

às mensagens enviadas por correio electrónico. Aliás é até inferior aos anos anteriores.

Gráfico 17

Ano Cartas

Recebidas

2006 382 ♦

2007 462

2008 337

Total 1 181 ••••

Como já salientámos no Relatório 2007 o conteúdo destas cartas não difere substancialmente do

conteúdo dos e-mails.

Obviamente tem algumas características que justificam o uso deste meio de correspondência em

relação ao electrónico. Sem dados sociográficos ou sequer pessoais, que ajudem a tirar

conclusões próximas de uma maior fidelidade, deixam, contudo, transparecer que se podem

atribuir, em geral, a telespectadores de idade média superior àqueles que nos contactam por

correio electrónico e com um nível de instrução, em média, menos elevado.

Globalmente a incidência das críticas, dúvidas, queixas ou aplausos (expressão de agrado) não

sofre grande diferenciação relativamente às mensagens por e-mail, que em relação aos

assuntos-alvo, quer aos canais (a RTP1 é o mais mencionado).

Todavia, podem ser apontados alguns contrastes com o correio electrónico:

♦ Recebidas no período compreendido entre Agosto e 31 de Dezembro • Algumas cartas não possuem endereço pelo que não foi possível responder

Cartas Recebidas

32%

39%

29%

2006

2007

2008

- 34 -

Ø Normalmente, estas epístolas têm um tom mais personalizado (alguns Telespectadores

chegam a dar contas da sua vida particular)

Ø Na sua maioria são pessoas que referem a «sua solidão» e indicam a «sua Televisão» a

RTP, como a grande companhia do seu dia-a-dia.

Ø Regra geral, não manifestam tão elevado grau de exigência para com a RTP e fazem

menos críticas negativas.

De notar que muitas destas cartas são originais de portugueses residentes no estrangeiro,

autodeclarados emigrantes, com algum tempo, fora do país. Estes referem num tom de saudade

a RTP como único canal existente quando estavam em Portugal, e, por isso, referem este

operador como a sua grande referência da Televisão Portuguesa.

- 35 -

1.7 −−−− PRINCIPAIS QUEIXAS FORMAIS

• Queixa suscitada pela emissão de uma reportagem na qual eram identificadas crianças

como pertencentes a uma escola e genericamente consideradas carenciadas. (10.01.08)

Foi remetida para a Direcção de Informação, à qual havia já sido solicitado o exercício

do direito de resposta.

• Queixa relativa à RTP Açores, denunciando actuações da respectiva Direcção

relacionadas com a gestão de Jornalistas e o seu eventual envolvimento em situações

eticamente censuráveis. (16.01.08)

Foi remetida ao Conselho de Administração, por não ser matéria da competência do

Provedor.

• Queixa apresentada pela Associação dos Escoteiros de Portugal sobre uma campanha

publicitária da Media Markt, desenvolvida pela TBWA/Lisboa e intitulada “GREETINGS

FROM PARVÓNIA”. (31.01.08)

Foi acompanhada pelos advogados da Empresa, já que deu origem a acção judicial.

• Queixa remetida por uma telespectadora, dando conta do modo deficiente como a

Direcção de Informação fez a cobertura das cheias verificadas em Lisboa. (18.02.08)

Foi remetida ao Director de Informação.

• Queixa relativa ao facto de a RTP não ter transmitido imagens da Naide Gomes a

receber a medalha de ouro no “TELEJORNAL” do dia 9 de Março. (12.03.08)

Pedidos esclarecimentos sobre os critérios seguidos, não tendo sido dada resposta.

• Queixa remetida por telespectador relativa ao modo como a RTP tratou, no programa

“EM REPORTAGEM” o tema “INOCÊNCIA PERDIDA”. (12.03.08)

Foi dada resposta ao queixoso, após visionamento e esclarecimentos prestados pelo

responsável pelo coordenador do programa.

- 36 -

• Queixa do Sindicato dos Profissionais de Polícia reclamando tratamento igual a outras

representações profissionais, em matéria de divulgação de iniciativas. (26.03.08)

Remetido ao Director de Informação.

• Queixa de inúmeros telespectadores relativa a deficiência verificada na votação para o

Festival da Canção 2008. (28.03.08)

O Gabinete de Apoio aos Provedores acompanhou a questão junto do Gabinete

Multimédia e dos representantes do operador, certificando-se da não viciação da

votação nem da existência de qualquer prejuízo para telespectadores votantes.

• Queixa dando conta de incorrecção numa reportagem emitida no “JORNAL DA TARDE”

sobre automóveis com sistemas híbridos. (24.04.08)

Foi pedida informação sobre a situação descrita ao director de Informação, não tendo

havido resposta.

• Queixa apresentada por concorrente ao Rali da Tunísia, insurgindo-se contra a

cobertura da prova feita pela Direcção de Informação. (07.05.08)

Foi remetida ao Director de Informação a queixa enviada.

• Queixa de telespectador relacionada com o passatempo “50 ANOS – 50 VIAGENS”

(13.05.08)

A queixa foi acompanhada junto do Gabinete Multimédia.

• Queixa apresentada por telespectadora denunciando violação do direito à imagem numa

das emissões da RTP. (14.05.08)

Foi remetida à área jurídica da Empresa, por não ser matéria da competência do

Provedor.

• Queixa enviada por telespectador relativa ao programa “LIGA DOS ÚLTIMOS” e ao

modo como este programa explora a ingenuidade dos intervenientes. (25.05.08)

Foi objecto de tratamento directo pelo próprio Provedor em reunião com o Director de

Programas.

- 37 -

• Queixa por utilização abusiva de imagens de uma empresa para ilustrar uma reportagem

sobre a “operação furacão”. (01.07.08)

Foi remetida a queixa à Direcção de Informação para serem tomadas as medidas

adequadas.

• Duas queixas subscritas pelo mesmo telespectador relativas a matéria de informação

emitida: a primeira sobre um tiroteio num bairro de Loures, considerado como “uma rixa”

pelo “JORNAL 2”; a segunda sobre a emissão de uma reportagem sobre crianças

institucionalizadas, na qual as mesmas apareciam identificadas. (15.07.08)

Foram pedidos esclarecimentos à Direcção de Informação, não tendo sido recebida

resposta.

• Queixa relativa a uma reportagem sobre a inauguração de uma feira gastronómica,

emitida no “JORNAL DA TARDE” dez dias após a mesma ter sido efectuada. (28.07.08)

Foram solicitados esclarecimentos ao Director de Informação, não tendo sido dada

resposta.

• Sugestão escudada em práticas anteriores, e relativa ao facto de a cerimónia de

abertura dos Jogos Olímpicos ser habitualmente interrompida para emissão de

publicidade. (29.07.08)

Foi remetida para os Directores de Informação, da RTP2, da RTP N, de Emissão e

Subdirector de Informação, para conhecimento.

• Queixa suscitada pela interrupção da transmissão directa do final da última etapa da

Volta à França em Bicicleta para transmitir um jogo de futebol de praia. (29.07.08)

Foram solicitados esclarecimentos ao Director de Informação, não tendo sido dada

resposta.

• Queixa remetida por telespectador insurgindo-se contra a utilização da sua imagem num

contexto considerado negativo. (07.08.08)

A queixa foi remetida ao Provedor do Telespectador apenas para conhecimento, tendo

sido dirigida directamente ao Conselho de Administração, órgão com competência para

o seu tratamento.

- 38 -

• Queixa relativa ao facto de a RTP não dispor de jornalistas com a formação adequada

para a apresentação ou o comentário de informação de carácter religioso católico.

(20.08.08)

Foi dado conhecimento à Direcção de Informação do teor da queixa apresentada.

• Queixa apresentada pelo Director do jornal “PRIMEIRO DE JANEIRO”, alertando para uma

prática considerada discriminatória da rubrica «revista de imprensa» da RTP N.

(21.08.08)

Queixa remetida ao Director de Informação, para conhecimento.

• Queixa apresentada pelo partido MMS – Movimento Mérito e Sociedade, reclamando do

deficiente tratamento jornalístico dado ao seu surgimento e iniciativas. (16-09.08)

Cópia da queixa remetida ao Director de Informação.

• Queixa de um telespectador relativa ao programa “PÚBLICO IMOBILIÁRIO”, apontando no

sentido de serem efectuados pagamentos por parte dos interessados a fim de serem

efectuadas reportagens sobre os seus produtos, reportagens que se destinavam a

integrar o referido programa. Esta situação chegou mesmo a ter referências na

imprensa. (24.09.08)

A questão foi remetida ao Conselho de Administração, já que se tratava de matéria que

extravasava as competências do Provedor.

• Queixa relacionada com o posicionamento da Jornalista que conduziu a entrevista no

“JORNAL 2” à Presidente da Associação Portuguesa das Mulheres Juristas sobre a lei do

divórcio, bem como à posição assumida pela RTP nesta matéria, considerada sectária

pela queixosa. (24.09.08)

Foram solicitados comentários sobre a questão ao Director de Informação, não tendo

havido resposta

• Queixa relativa ao facto de os comentadores do programa “ANTENA ABERTA” terem o

mesmo apelido (15.10.08)

Foram pedidos esclarecimentos ao Director de Informação, não tendo sido dada

qualquer resposta

- 39 -

• Queixa de um Telespectador protestando contra o facto das páginas dos provedores do

Ouvinte e do Telespectador incluírem publicidade (21.10.08)

Os provedores fizeram uma exposição aos serviços competentes tendo esta publicidade

sido retirada. (Cf. Anexo nº.3).

• Queixa enviada por telespectador, insurgindo-se contra o facto de o lançamento de

obras literárias do Jornalista José Rodrigues dos Santos ter sido publicitado em antena

da RTP. (30.10.08)

Foi remetida cópia da queixa ao Jornalista visado e ao Director de Informação,

solicitando-se a este último a sua posição.

• Queixa relativa a uma reportagem emitida no “TELEJORNAL” sobre a inauguração de uma

clínica de reabilitação, concretamente sobre o modo de condução do trabalho, modo

esse que foi considerado pelos queixosos como apresentando características

publicitárias publicidade encapotada. (11.11.08)

Foi interpelada a Direcção de Informação, no sentido de explicitar os critérios

determinantes do modo de condução do trabalho em causa, não tendo sido dada

qualquer resposta.

• Queixa apresentada por vários telespectadores insurgindo-se contra a entrevista

efectuada a Fátima Felgueiras e ao modo como a mesma foi produzida e conduzida.

(11.11.08)

Foram pedidos esclarecimentos ao Director de Informação, cuja resposta se estribou

nas “motivações exclusivamente jornalísticas” da entrevista, da qual resultaram

“afirmações polémicas que (…) contribuem para a interpretação de um longo processo

de suspeitas graves”.

• Queixa sobre a cobertura informativa da tomada de posse do Governo Regional dos

Açores. (20.11.08)

Remetida para a Direcção de Informação com juízo crítico emitido pelo Provedor.

- 40 -

Recebeu também o Gabinete do Provedor inúmeras queixas de telespectadores relativas à

formulação de perguntas apresentadas a concorrentes nos variados concursos que a RTP emitiu

ao longo do ano de 2008

Nestes casos, foi procedimento do Gabinete dar conhecimento à produção do programa em

causa das situações detectadas por telespectadores, tendo, por vezes sido dados

esclarecimentos por parte dos respectivos consultores, os quais foram reencaminhados para os

telespectadores queixosos.

- 41 -

2 −−−− A COMUNICAÇÃO INTERNA E OS «RECADOS PARA DENTRO»

Para além de outras acções de visibilidade externa, privada ou pública, como sejam as respostas

dadas a cada Telespectador por correio electrónico ou meio tradicional, e daquelas que

emergem no programa do provedor «A Voz do Cidadão» consoante as problematizações

apresentadas, uma componente que considero importante na efectivação das actividades

desenvolvidas na actuação de provedor é o processo de comunicação interna.

1 – Por um lado, a necessidade de darmos respostas concretas às questões levantadas pelos

Telespectadores obriga-nos várias vezes a interpelar os Directores de Informação ou o Director

de Programas e outros responsáveis ou serviços.

2 – Por outro lado, nalguns casos de «queixas formais» temos de optar por uma indagação, com

um carácter mais formal. Tenho adoptado uma orientação, porventura, discutível, de manter a

grande maioria das dúvidas, críticas ou até algumas queixas, no plano de simples

correspondência. O GAP, com a orientação do provedor e a supervisão da Chefe de Gabinete,

Drª. Fernanda Mestrinho, depois de obter informação condizente, procura responder aos

Telespectadores. São interpretadas como «queixas formais» aquelas que, efectivamente, pelo

seu teor ou pertinência da acusação, nos pareceram ter de ser catalogadas nessa dimensão. A

estas aludimos no capítulo «Queixas Formais». Por sua vez, este tipo de queixas obedecem a

um tratamento específico conduzido pela jurista Drª. Maria do Carmo Arantes, membro do GAP.

De qualquer modo, estes dois níveis (queixa formal e não formal) que atribuímos a toda a

correspondência recebida no GAP, leva-nos a manter um considerável volume de troca de

correspondência interna. Aliás, são os próprios interpelados na estrutura da empresa, em

especial aqueles que ocupam os lugares de directores que se «queixam» do trabalho acrescido

pela tarefa de responder ao provedor ou ao GAP.

3 – Igualmente a sobrecarga desta tarefa é ainda aumentada com a solicitação várias vezes

repetida aos directores ou a profissionais visados para responderem às questões levantadas no

programa «A Voz do Cidadão». É oportuno esclarecer o comentário colocado por muitos

telespectadores que acusam o provedor de dar vezes de mais «voz» no programa aos

Directores de Informação ou de Programas ou a outros profissionais da RTP. Mas tenho

interpretado como correcto fazê-lo. «Os provedores… devem ouvir o Director de Informação ou o

- 42 -

Director de Programas, consoante a matéria em apreço e as pessoas alvo de queixas ou

sugestões, previamente à adopção de pareceres, procedendo à divulgação das respectivas

opiniões» (nº. 2 do Artº. 27º. da Lei nº.8/2007, de 14 de Fevereiro).

É verdade que a lei não diz que terá de ser explicitamente no programa. Mas, quanto possível, e

quando obtemos adesão à resposta, tenho procurado manter esta orientação.

4 – Esta vertente de comunicação interna é ainda concretizada em mais dois pontos:

a) aquilo a que tenho chamado «recados para dentro» e que consiste em fazer chegar aos

Directores ou aos profissionais visados grande parte das mensagens enviadas pelos

Telespectadores, com críticas, comentários, sugestões ou queixas, com a reserva de

identificação do Telespectador, conforme é compromisso do Estatuto do Provedor;

b) e a apresentação de relatórios provisórios ou de reuniões intermédias com os Directores de

Informação e de Programas, tendo por objectivo tratar questões levantadas pelos

Telespectadores, ou derivadas das tomadas de posição do provedor no decurso das suas

acções.

Nos diferentes anexos incluídos neste Relatório 2008 e nos textos do provedor nos programas

«A Voz do Cidadão» documenta-se e percebe-se, em grande parte, o conteúdo desta

comunicação interna. Igualmente os documentos de «Pareceres» durante o ano publicitado na

«Página do Provedor», abrigada no portal da RTP (www.rtp.pt) dá conta dalguns dos principais

assuntos objecto explícito desta intercomunicação interna ou dos ditos «recados para dentro».

- 43 -

3 −−−− O PROGRAMA «A VOZ DO CIDADÃO»

Com excepção dos períodos de Verão e da quadra de Natal durante os quais, e como é sabido,

as grelhas de programação registam várias alterações, o programa «A Voz do Cidadão»

continua a ser transmitido semanalmente e em todos os oito canais da RTP, no horário que

abaixo se indica.

Canal Dia da Semana Horário

RTP1 Sábado 21:00

RTP2 Domingo 14:45

RTPN Domingo 20:00

RTP i Sábado 21:00

RTP África Sábado 21:00

RTP Memória Domingo 21:15

RTP Madeira Sábado 21:45

RTP Açores Sábado 20:45

Este programa é um dos três vectores fundamentais da actividade do Provedor e um veículo

importante de comunicação com os Telespectadores.

- 44 -

Desde início tenho perspectivado este programa como um momento forte do contacto com os

Telespectadores. Quanto possível concebo-o no respeito destes dois parâmetros:

a) Nem sempre os diferentes públicos (os Telespectadores) têm razão;

b) É melindroso dar visibilidade a críticas, comentários, ou queixas que visam

aqueles profissionais que realizam o seu trabalho em determinado circunstancialismo e

certos condicionamentos, mas com a melhor vontade e empenho de exercer a sua

missão.

O público que vê Televisão é muito heterogéneo por diferentes factores: diversos universos

culturais, níveis de escolaridade diferenciados, classes sociais distintas e hierarquicamente

distribuídas em estratos económicos, inserção diversificada em contextos familiares, geográficos

e com marcas de contraditórios hábitos e estilos de vida.

Por sua vez, e da parte de quem faz Televisão num operador com o «Estatuto de Serviço

Público» nem sempre está suficientemente interiorizado o que isso significa ou que

compromissos específicos exige.

Continua a ser largamente discutido, e discutível, o conceito de «Serviço Público», quer em

teoria, quer nas práticas desenvolvidas pelos operadores com igual estatuto noutros países.

Tenho por isso constituído como especial «caderno de encargos» para a RTP, e para a minha

actuação, o «Contrato de Concessão» assinado entre a RTP e o Governo, e consequentemente

as obrigações derivadas desse estatuto.

3.1 −−−− METODOLOGIA E TEMAS DO PROGRAMA «A VOZ DO CIDADÃO»

Convém recordar a metodologia adoptada na concepção e realização do programa «A Voz do

Cidadão». A metodologia seguida tem sido esta:

A partir de um conjunto de mensagens recebidas é escolhido um tema que procure recobrir as

queixas, comentários, sugestões ou aplausos enviados pelos Telespectadores.

- 45 -

Escolhido o tema, procede-se à planificação do programa com a produtora «Até ao Fim do

Mundo». O GAP faz uma escolha sobre o conjunto dos Telespectadores que enviaram

mensagens julgadas mais «pertinentes» a propósito do tema. Nem todos os Telespectadores

aceitam dar depoimento para o programa.

Por outro lado, em regra, são também convidadas algumas pessoas, na qualidade de «experts»

sobre a matéria visada, com o intuito de ajudarem a tratar o tema.

Os «textos-pivots» são da responsabilidade do provedor. No anexo nº.5 incluímos neste

Relatório os textos-pivots do provedor, pois, constituem um documento significativo das

diferentes posições assumidas pelo provedor em relação aos diversos temas tratados no

programa «A Voz do Cidadão».

Damos a seguir uma listagem dos temas tratados no programa, incluindo as datas de emissão, o

posicionamento do programa entre os diversos programas emitidos nesse dia pelos quatro

canais, distribuídos em sinal aberto, no território nacional, e bem assim as cotas de audiência e

share registados.

Quadro nº. 1 - Temas do programa "A Voz do Cidadão" de 2008

Programa Data Tema Posição nos 4 canais

Share Audência

59º 05.Jan Desejos 2008 15 20 8

60º 12.Jan Concurso "Sabe mais que um miúdo de dez anos" 15 16,8 6,7

61º 19.Jan Correspondentes 8 24,1 9,2

62º 26.Jan Programação de Natal 11 18,8 7,5

63º 02.Fev Telejornal 8 21,6 8,6

64º 09.Fev Operação Triunfo 12 19 8,2

65º 16.Fev Cumprimento pontual da programação 9 20,8 8,5

66º 23.Fev Jovens 19 16,3 6,6

67º 01.Mar Poesia 10 21 8,4

68º 08.Mar Comentadores Políticos 14 19,5 7,2

69º 15.Mar "Contra-Informação" 15 18,3 7,1

- 46 -

70º 22.Mar "Portugal em Directo" (Informação Regional 7 27,1 9,3

71º 29.Mar Vila Faia (Telenovela) 10 20,5 8,1

72º 05.Abr Festival da Canção 13 18,7 6,9

73º 12.Aab Horóscopos 8 21,9 8,7

74º 19.Abr RTP Açores 14 21,1 8

75º 26.Abr RTP Madeira 26 11,6 4,1

76º 03.Mai Informação / Balanço 12 21,2 6,9

77º 10.Mai Programação / Balanço 14 18 6,4

78º 17.Mai Carjacking 11 21,2 7,3

79º 24.Mai Correspondentes Estrangeiros 21 24,4 5,4

80º 31.Mai Livros e Leituras 9 22,9 7,9

81º 07.Jun Economia 34 6,7 2,6

82º 14.Jun Sociedade Civil 13 19,2 5,7

83º 21.Jun Saúde 21 14 4,4

84º 28.Jun Futebol 13 23,3 6

85º 05.Jul Culinária 10 24,5 7,2

86º 12.Jul Balanço «A Voz do Cidadão» 15 19,3 5,8

87º 06.Set Jogos Olímpicos 31 16,2 3,1

88º 13.Set Humor 11 20,1 6,8

89º 20.Set Liga dos Últimos 7 23,8 8,6

90º 27.Set Violência 12 16,3 5,7

91º 04.Out Incêndios 10 18,2 6,3

92º 11.Out Verão Total 11 16,8 6,3

93º 18.Out Aplausos dos Telespectadores 10 20,4 7,1

94º 25.Out Aquecimento Global 9 24,8 9,6

95º 01.Nov Pedagogia dos Media 10 23,5 8

96º 08.Nov Crise Económica 11 20,3 7,5

97º 15.Nov Futebol 5 28,3 10,8

98º 22.Nov Eleições Americanas 14 18,4 6,5

99º 29.Nov Homenagem a pessoas mediáticas 11 21,4 8,3

100º 06.Dez Trânsito 9 23,7 9

101º 13.Dez RTP Internacional 16 17,2 6,8

- 47 -

3.2 −−−− CRÍTICAS SOBRE O PROGRAMA

Os profissionais da RTP muitas vezes se queixam de estarem a ser fortemente escrutinados,

pelas entidades competentes (ERC, Assembleia da República, Governo, Partidos Políticos, etc.)

e pelo público em geral. Ora o Provedor e muito especialmente o programa da responsabilidade

do provedor «A Voz do Cidadão» são também fortemente escrutinados pelos Telespectadores.

São muitos aqueles que fazem e enviam apreciações positivas e negativas sobre o programa e

bem assim sobre a acção do provedor com a visibilidade que o programa lhe dá.

Em traços largos, podem sintetizar-se as principais críticas deste modo:

Ø Entendem que as recomendações do provedor deveriam ser obrigatoriamente

executadas.

Ø Por isso, o provedor deveria ser mais contundente, mais incisivo nos seus pareceres e

recomendações.

Ø O provedor não deveria dar tanta voz aos responsáveis e profissionais da RTP no

programa «A Voz do Cidadão».

Ø O provedor não deve tomar a defesa dos profissionais da RTP.

Ø É muito pouco notada a eficácia das recomendações que o provedor faz.

Contudo, e embora registe uma leve baixa nos índices de audiência e share em relação a 2006 e

2007, o programa «A Voz do Cidadão» continua a ter uma audiência média muito aceitável dada

a sua especificidade no contexto da programação da RTP. É verdade que o programa está muito

bem situado nas grelhas de programas, e privilegiado com o «prime time» da RTP1. Aliás, a

comprovar a existência de uma relação entre audiência e «scores» de audiência, é verificável

que quando o programa é emitido noutro horário, por motivo da transmissão de jogos de futebol

da Primeira Liga (Liga Sagres) logo se recente dessa alteração. Ainda assim, o programa

consegue várias vezes posicionar-se em terceiro lugar, entre os programas da RTP, e entre os

quinze primeiros de todos os canais.

- 48 -

Os gráficos a seguir incluídos dão conta dos valores médios mensais e anuais alcançados.

06/02/2008Fonte: segundo dados MMW.

Desempenho do A Voz do Cidadão – RTP1

26,5 22,4

2,4 2,6

29,1 29,9

30,5 33,5

11,4 11,6

2007 2008

RTP1 RTP2 SIC TVI OUTROS

Evolução (sh) Mensal na faixa da Voz do Cidadão

Média Faixa (21:00hs-21:15hs) Sábado

21,127,3

20,6

2220,923,3

15,6

27,6

19,526,620,4 20,1

222,62,34,6

6,6

22,11,42,622,6

30,5

30,132,1

29,424,4

29,3

23,4

31

29

30,3

34,432,834,6

33,7

39,4

28,2

48,3

27,6

40,6

29,131,4

31,2 28,6

34,4

11,811,9111210,7

12,610,811,813 12,1 11,5 9,6

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Jan-08 Fev-08 Mar-08 Abr-08 Mai-08 Jun-08 Jul-08 Ago-08 Set-08 Out-08 Nov-08 Dez-08

RTP1 RTP2 SIC TVI Cabo/outros

- 49 -

06/02/2008Fonte: segundo dados MMW.

Desempenho do A Voz do Cidadão RTP1

Evolução Mensal da Voz do Cidadão

Média Anual

4,7

7,98,27,366,56,86,9887,8

20,422,4

20,119,521,9

15

21,318,5

21,119,419,9

Jan-

08

Fev

-08

Mar

-08

Abr

-08

Mai

-08

Jun-

08

Jul-0

8

Ago

-08

Set

-08

Out

-08

Nov

-08

Dez

-08

rat% shr%

Da parte da crítica da especialidade, em especial aquela publicada na imprensa escrita, tem

havido referências positivas e negativas ao programa. Sem qualquer levantamento exaustivo

dessas críticas inserimos alguns neste Relatório no anexo nº.4.

- 50 -

- 51 -

4 −−−− OUTRAS ACTIVIDADES

4.1 −−−− RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

Termo do primeiro mandato e início do segundo mandato

Conforme determinava a Lei nº.2/2006, de 14 de Fevereiro, que criou as figuras de o Provedor

do Ouvinte e de o Provedor do Telespectador, o mandato do provedor tem a duração de dois

anos (Nº.2 do Artº.23º.-B, da referida Lei). Deste modo, o mandato do provedor do

Telespectador, iniciado em Abril terminava a 31/04/08. Aliás, assim o continua a estabelecer o

capítulo V, dos actuais Estatutos da Rádio e Televisão de Portugal, S.A., sob o nº.2 do Artº.20º.,

aprovado pela Lei nº.8/2007, de 14 de Fevereiro.

Todavia, a mesma disposição estatutária determina que esse mandato pode ser renovável por

mais uma vez.

Resolveu o actual Conselho de Administração da RTP, SA, dirigir-me convite para exercer um

segundo mandato. Depois de ter ponderado alguns dos aspectos positivos e negativos que tal

aceitação acarretaria, declarei a minha aceitação.

Nos termos dos procedimentos consagrados nos nºs. 3 e 4 do Artº.24 dos Estatutos da RTP, SA,

aprovados na Lei nº.8/2007, de 14 de Fevereiro, apresentei-me, então, no plenário do Conselho

de Opinião a 21 de Abril de 2008, afim de responder aos seus conselheiros às questões que me

colocaram e, com certeza, para ajuizarem do «parecer vinculativo», positivo ou negativo, que

lhes caberia emitir, sobre a indigitação feita pelo Conselho de Administração da RTP, SA.

Confirmado o parecer positivo dado pelo Conselho de Opinião da RTP, SA, dei início ao segundo

mandato.

- 52 -

4.2 −−−− REUNIÕES INSTITUCIONAIS:

Ø 26/02/08 Reunião com Director e todos os membros da Direcção de Informação da RTP.

Ø 03/03/08 Reunião com Director da RTP2.

Ø 14/04/08 Reunião com Director de Programas da RTP.

Ø 21/04/08 Reunião com Conselho de Opinião (Plenário).

Ø 30/04/08 Reunião com Conselho de Administração da RTP.

Ø 21/05/08 Reunião com Director de Informação da RTP.

Ø 24/06/08 Reunião com Director de Programas da RTP.

Ø 01/07/08 Reunião com Coordenador do Gabinete de Multimédia.

Ø 17/07/08 Reunião com Director de «Meios de Produção» da RTP.

Ø 04/09/08 Reunião com Director de Informação da RTP.

Ø 11/09/08 Reunião com Director de Programas da RTP.

Ø 27/11/08 Reunião com membros da Comissão Coordenadora do Conselho de Opinião da

RTP

- 53 -

4.3 −−−− ENCONTROS COM PROFISSIONAIS DOS CENTROS REGIONAIS

Promovidos pelo Centro de Formação da RTP, e com o especial empenho do seu Director, o Dr.

Eduardo Oliveira e Silva, o Provedor do Ouvinte e Provedor do Telespectador tiveram reuniões

com os profissionais dos Centros Regionais, respectivamente:

Ø 15/04/08 Porto

Ø 03/07/08 Coimbra

Ø 02/10/08 Faro

Ø 18/11/08 Açores

Ø 26/11/08 Madeira

Registe-se o acolhimento colaborante e de simpatia com que fomos recebidos, quer da parte dos

respectivos Directores, quer da parte dos profissionais dos diferentes sectores, que

compareceram em grande número.

Estas uniões foram muito úteis para dar a conhecer os parâmetros de orientação do exercício

destas funções de provedor e bem assim recolher dos profissionais preciosa informação e a

expressão de pontos de vista importantes para o desenvolvimento da acção dos provedores. 4

4.4 −−−− OUTRAS ACTIVIDADES DO PROVEDOR

Ø 31/01/08 Intervenção no Clube de Jornalistas (RTP2)

Ø 20/02/08 Participação na Conferência produzida pelo Senhor Provedor da Justiça, na RTP

Ø 14/03/08 Entrevista ao «Correio da Manhã»

Ø 29/04/08 Participação no Parlamento dos Jovens, promovido pela Assembleia da Repú-

blica

4 A propósito destes encontros, os provedores do Ouvinte e do Telespectador fizeram chegar ao Conselho de Administração uma nota, cujo texto pode ser lido no Anexo nº.2 deste Relatório.

- 54 -

Ø 06/05/08 Participação como provedor do Telespectador da RTP, no Congresso da

a Intercom, em S. Paulo, Brasil, na Universidade de Makenzie e a convite

09/05/08 dos organizadores deste evento internacional

Ø 12/11/08 Participação no 1º.Encontro Nacional «Os Mass Media e a Escola», em Ponta

e Delgada, Açores, promovido pela Escola Secundária Domingos Rebelo e pelo

13/11/08 Movimento Fora de Portas

Ø 17/11/08 Entrevista à RTP-Açores

Ø 31/12/08 Participação no programa «Portugal no Coração» (RTP1)

- 55 -

5 −−−− GABINETE DE APOIO AOS PROVEDORES (GAP)

Disponibilizado pelo Conselho de Administração da RTP, funciona como estrutura administrativa

de apoio aos Provedores do Ouvinte e do Telespectador, o Gabinete de Apoio aos Provedores

(GAP). O GAP depende hierarquicamente do Conselho de Administração e funcionalmente dos

provedores (OS nº.16 de 21/06/2006).

Cabe ao GAP desempenhar as seguintes funções:

Ø Recolher e tratar toda a informação interna relevante para o exercício da função dos

provedores;

Ø Manter o processamento da correspondência electrónica e de cartas com os

Telespectadores e Ouvintes;

Ø Assegurar os serviços de apoio necessários;

Ø Apoiar os provedores nas relações institucionais internas e externas;

Ø Articular com as Direcções das diferentes áreas ou departamentos da RTP, as relações

dos provedores;

Ø Desenvolver as condições necessárias à produção dos programas do Provedor do

Ouvinte e do Provedor do Telespectador.

Chefia o GAP, a Drª. Fernanda Mestrinho que é responsável pelo funcionamento do Gabinete,

coordena todos os serviços e articula com as áreas internas a actividade dos Provedores.

Desta estrutura de apoio, fazem ainda parte:

A Drª. Maria do Carmo Arantes, como assessora técnica de apoio às matérias jurídicas ou

outras conforme solicitação dos provedores;

- 56 -

Margarida Barreiros, com o encargo de assegurar o Secretariado do GAP e dar apoio à Chefe

de Gabinete e aos Provedores, em especial no que se refere à produção dos programas, e

Ana Clara Nunes que tem como função apoiar o GAP, e em especial, de colaborar na análise e

todo o expediente relativo à manutenção da correspondência electrónica mantida com os

Telespectadores.

Integra o GAP o jornalista Viriato Teles mais ligado, sobretudo, ao apoio do Provedor do

Ouvinte e do programa «EM NOME DO OUVINTE».

Numa fase de transição, aquando das saídas das Drªs. Sandra Costa e Patrícia Chaves, e

enquanto decorreu um concurso interno à RTP para a dotação dos serviços do GAP com uma

técnica, tornou-se bastante difícil manter, com ritmo adequado, o funcionamento do GAP, em

especial no que diz respeito a dar expediente à volumosa correspondência trocada com os

Telespectadores. Nesta fase, a Chefe de Gabinete, Drª. Fernanda Mestrinho, sobrecarregou-se

com todo esse expediente.

Em Junho deste ano de 2008, Gabriela Santos deixou, a seu pedido, as funções de secretariado

e de apoio à produção do programa «A Voz do Cidadão», tendo sido transferida para serviços de

apoio à RTP-Mobile.

Igualmente cessaram a colaboração que vinham prestando ao GAP, muito especialmente na

análise e estudo dos dados recolhidos no interface com os Telespectadores, as sociólogas

Sandra Costa e Patrícia Chaves, que haviam iniciado a sua colaboração como estagiárias.

O programa «A VOZ DO CIDADÃO», por decisão do anterior Conselho de Administração da

RTP, é produzido pela empresa «Até ao fim do Mundo». Por parte da produtora além do director

e realizador Ricardo de Freitas, há uma equipa regular de jornalistas, editores de imagem e

repórteres.

A par de todas as funções que lhe estão cometidas, os colaboradores do GAP têm especial

atenção à correspondência com os Telespectadores e a tarefas desenvolvidas para a produção

do programa «A Voz do Cidadão».

- 57 -

O programa exige um planeamento antecipado e uma pontual execução. Os elementos do GAP

colaboram em muitas das vezes, na sugestão de temas a tratar no programa, especialmente a

partir do conhecimento concreto que têm das questões levantadas pelos Telespectadores.

Escolhido o tema são desencadeados contactos com Telespectadores que concordam dar viva

voz no programa «A Voz do Cidadão» e sob a coordenação do provedor e da Chefe de

Gabinete, Drª. Fernanda Mestrinho, são dirigidos convites a personalidades que como «experts»

possam colaborar no programa. Executa esta tarefa a secretária do GAP, Margarida Barreiros.

- 58 -

- 59 -

6 −−−− CONSIDERAÇÕES GERAIS

Creio ter deixado bem claro que para o exercício nesta função tenho convocado prioritariamente

verificar a pertinência das reclamações, críticas ou queixas que os Telespectadores apresentam

em relação ao cumprimento das obrigações que impendem sobre a RTP como operador

televisivo com o Estatuto de Serviço Público.

E tendo presente, por um lado, a discussão que se abre quanto à expressão em termos

concretos desse estatuto e, por outro, a volatilidade a que nos pode levar essa mesma

discussão, tenho constituído, como já afirmei mais de uma vez, o «Contrato de Concessão»

firmado entre a RTP e o Estado, através do Conselho de Administração e do Governo em

gestão, o documento-guia dos meus procedimentos. Eu diria mesmo que tenho-o adoptado qual

texto de um «caderno de encargos» que a RTP tem a cumprir. E isto na interpretação de que

nas competências atribuídas ao Provedor do Telespectador pela Lei nº.2/2006 de 14 de

Fevereiro, posteriormente substituída pela Lei nº.8/2007, de 14 de Fevereiro, cabe-lhe «receber

e avaliar a pertinência de queixas e sugestões dos Telespectadores sobre os conteúdos

difundidos e a respectiva forma de apresentação pelos serviços públicos de Televisão»

(alínea a) do nº.1 do Artº.27.º da Lei nº.8/2007, de 14 de Fevereiro) e, bem assim «indagar e

formular conclusões sobre os critérios adoptados e os métodos utilizados na elaboração

e apresentação da programação e da informação difundidas pelos serviços públicos de

televisão (cf. Alínea c) do nº.1 do Artº.27.º da Lei nº.8/2007, de 14 de Fevereiro).

Obviamente não ignoro que, quando a Lei, nas competências atribuídas ao provedor, diz que lhe

cabe avaliar a pertinência das queixas e sugestões dos Telespectadores, imprime a este

encargo uma dupla característica de arbitragem e de arbítrio. O que o provedor tem de avaliar é

a «pertinência» e, por isso, põe em jogo os seus critérios e, assim o espero tenha feito, o seu

bom senso.

Importa esclarecer que este critério de actuação – o da pertinência – não se deve, nem se pode,

confundir com o índice de audiências ou dos shares, medidas para avaliar, quando muito os

critérios de consumo ou de popularidade dos diferentes conteúdos de informação ou programas.

E parece-me oportuno fazer esta distinção, pois, já tenho sido confrontado por responsáveis da

RTP em afirmações similares: «o que é ou vale essa meia dúzia de queixas que o senhor

- 60 -

Provedor recebe sobre esses conteúdos (programa ou informação) com a enorme audiência que

os mesmos registaram?».

Volto a insistir que a RTP, como operador que goza do estatuto de serviço público, tem de deixar

bem visíveis na sua informação e programação sinais distintivos dessa qualificação que usufrui.

E se este Relatório regista, em alguns números e outros dados, a avaliação geral que os

Telespectadores fazem e manifestam junto do Provedor sobre a Informação e Programação,

difundidas pela RTP no universo dos seus oito canais ou serviços, julgo também pertinente

juntar um conjunto de considerações que podem ser entendidas como pareceres e conclusões

finais que faço no resultado da própria actividade deste ano de 2008.

Assim, e em síntese, emito as seguintes considerações:

No Campo da Informação

1 – Neste campo da informação continua a fazer falta a existência de um aguardado e prometido

«Livro de Estilo» actualizado e correspondente aos problemas e situações que se colocam à

mediatização num contexto nacional e internacional. Provavelmente, esse «Livro de Estilo» em

muito poderia ajudar à gestão da mediação que o Provedor tem de fazer entre os

Telespectadores e os responsáveis pelos conteúdos editados pela RTP.

2 – Não obstante reconhecer o esforço, empenho e qualidade dos profissionais da RTP e da

Direcção de Informação, em garantirem uma informação isenta, plural, independente e o mais

objectiva possível, subsistem ainda algumas críticas expressas pelos Telespectadores com

«desconfianças» sobre as interferências do Governo e das susceptibilidades de influência

possíveis nos critérios da informação produzida e, sobretudo, sobre o alinhamento das notícias

nos Telejornais.

3 - Em 2007/2008 a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) levou a efeito um

estudo sobre o pluralismo partidário, na sequência de uma «Queixa» do Grupo Parlamentar do

Partido Social Democrata contra a RTP.

Este estudo sobre pluralismo assenta numa metodologia de monitorização dos tempos

concedidos aos partidos com representatividade na Assembleia da República. Nos resultados do

- 61 -

citado Estudo refere-se que «é detectável um relativo excesso da presença do Governo + PS à

luz dos valores-referência definidos» e na «distribuição da presença do serviço público dos

diferentes partidos com assento parlamentar, é sistemática, e por isso justifica reparo crítico, a

sub-representação do PSD nos diferentes serviços de programas da RTP». (Cf. Texto da

«Apresentação» do Estudo Pluralismo Político-Partidário na RTP em 2007, feita pelo Presidente

do Conselho Regulador da ERC, Dr. J. A. Azeredo Lopes, Lisboa, Edição da ERC, 2008).

4 – Por sua vez, num estudo que o investigador e professor do ISCTE, José Rebelo, e sua

equipa realizaram, em 2007, também por encomenda da ERC, é assinalado o resultado de que a

RTP1 é o canal com maior credibilidade no que respeita à Informação comparativamente com

SIC e TVI, por todos os graus de escolaridade, idades ou género masculino e feminino (Cf.

«ERC, Estudo de Recepção dos Meios de Comunicação Social», Lisboa, Edição da ERC, 2008,

pp. 88).

5 - Por outro lado, e tendo em conta os valores da audiência média sobre 2008, sobre todos os

Telejornais («prime time») é evidente que o Telejornal da RTP1 ocupou o primeiro lugar.

Neste campo de forte sensibilidade e para manter esta «imagem de marca» da RTP que os

dados citados consagram, continuo a proclamar que cabe à RTP anular este «estigma de ser

uma estação de opinião comprometida com o dono» (o Governo). De algumas maneira, e neste

ponto, talvez tenha oportunidade da expressão: «Não basta à RTP ser séria: é preciso parecer».

- 62 -

06/02/2008Fonte: segundo dados MMW.

Desempenho de Telejornal

33 30,8

4,1 4,8

24,5 25,8

28,6 28,7

9,8 9,9

2007 2008

RTP1 RTP2 SIC TVI OUTROS

Evolução (sh) Mensal na faixa do Telejornal

Média Faixa (20:00hs-21:00hs)

32,131,8 31,7 30,6 31,9

22,6

28,730

31,7 31,6 32,3 32,4

4,2 4,4 4,7 4,7

5,5 4,7 6,3 5,4 5,4 4,7 4,2 3,9

25,9 26,4

27,3

27,1 26,2 22,9 27,426,3

24,1

25,2 24,826,4

29,2

28,528,5 27,8

26,4

27,5 26,3

39,7

26,8

28,3

28,9 27,8

10,29,99,59,7 10,1 10 10,7 10 9,5 9,6 10,2 9,5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Jan-08 Fev-08 Mar-08 A br-08 Mai-08 Jun-08 Jul-08 A go-08 S et-08 Out-08 Nov-08 D ez-08

RTP1 RTP2 SIC TVI Cabo/outros

06/02/2008Fonte: segundo dados MMW.

Desempenho Mensal Telejornal - 2008

Evolução Mensal do Telejornal

Média Anual

23,1

32,232,33131,430,229,231,429,831,131,632,3

12,512,81211,19,48,97,8

10,810,512,313,113,4

Jan-

08

Fev

-08

Mar

-08

Abr

-08

Mai

-08

Jun-

08

Jul-0

8

Ago

-08

Set

-08

Out

-08

Nov

-08

Dez

-08

s hr% rat%

6 – Convém ainda ter presente que não basta cuidar de cumprir com regras de pluralismo só no

que diz respeito aos Partidos com representação na Assembleia da República. Há Partidos e

Movimentos Sociais actualmente sem representação no Parlamento, que reflectem outras

expressões de pensamento e de ideologias no universo da sociedade portuguesa, cada vez mais

- 63 -

plural e multiétnica. A este propósito, convém igualmente garantir o respeito pelas minorias de

vários tipos, consagrando-lhes voz e representatividade numa Televisão que é pública.

7 – Ainda relativamente ao pluralismo político-partidário continua por equilibrar o leque

diversificado dos comentadores políticos. É preciso não confundir esta categoria de

comentadores com porta-vozes ou representantes efectivos dos partidos políticos com

representação no Parlamento. Para este caso, existem os programas próprios, como por

exemplo, o «Corredor do Poder» (RTP1) ou «Pontos de Vista» na RTPN. Mas, de facto,

interessa tornar explícita a expressão de outros prismas político-ideológicos que ultrapassem os

partidos maioritários. Aliás, como já referi num programa recente «A Voz do Cidadão», convém

ter presente que o ano 2009 será um ano com três actos eleitorais.

8 – Mas se o pluralismo partidário ou ideológico é uma questão sensível à opinião pública e

publicada, num país em que o futebol tem uma enorme popularidade, a falta de «pluralismo

clubístico» é mais vezes nomeada e acusada pelos Telespectadores. É certo que por via de um

clubismo exagerado e exaltado, principalmente, em redor dos três clubes chamados grandes

Porto, Benfica, Sporting, e à roda dos quais cada universo de adeptos faz sempre valer as suas

queixas, a despeito um dos outros, é preciso retemperar e relativizar – o que confesso tenho

procurado fazer – essas queixas. Porém, têm fundamento e são verificáveis, as queixas do

predomínio dado a esses três clubes, quer nos programas desportivos, quer nas notícias, onde

os outros clubes têm um tratamento muito secundarizado. E se, por um lado, não pode ser a

RTP a graduar de modo diferente, por valores de importância desportiva os grandes clubes,

também não pode ser a RTP a desconsiderar, os outros clubes. Também neste ponto devem

prevalecer os parâmetros de pluralismo do estatuto de serviço público.

9 – Além disso, o destaque desmesurado concedido ao futebol em relação aos outros desportos

carece de ser corrigido, É evidente que nos Telejornais principais, o desporto não pode ter um

tratamento destacado em proporção à noticiabilidade de outros acontecimentos de maior relevo

numa escala social e mediática. Contudo, parece-me ser de rectificar os noticiários da RTPN,

com imenso tempo dedicado quase exclusivamente ao futebol. Compreende-se que num

noticiário de hora a hora o desporto forneça um «matéria prima» de actualidade importante, e

com larga oferta. Mas, exactamente por isso, talvez os outros desportos pudessem ter uma

presença mais equilibrada.

- 64 -

10 – Exactamente a partir do desporto em termos comparativos choca o pouco destaque dado a

eventos – notícias do campo da ciência e da cultura. Tal como acontece no Telejornal da RTP,

são muitos os Telespectadores que gostariam de ver uma agenda cultural diária em síntese, na

RTP1. No campo de opinião de muitos Telespectadores, a tomar em linha de conta os reparos

manifestados ao provedor, continua a não ser líquida a fronteira que, em relação aos assuntos

culturais e da ciência, entre o Canal da RTP1 e da RTP2, com o critério de que o Canal 1 é

generalista e à RTP2 cabe privilegiar essas temáticas.

11 – Por relevar em último ponto neste capítulo – a questão da falta de cuidado com a língua

(falada e escrita) -- não significa que sinta com menor importância o registo desta questão. Antes

é uma falha que atravessa todos os assuntos anteriormente focados. Por minha parte, devo

declarar que, após o ter levado, por mais de uma vez, à consideração do actual Director de

Informação, constato que foram tomadas medidas. Mas ainda persistem erros e este é um

capítulo que os Telespectadores não perdoam e exigem enorme rigor. Este «culto» pela língua é

um valor do nosso património que deve ser respeitado e honrado, e em especial, por uma

televisão com o «estatuto de serviço público».

No Campo da Programação:

1 – Igual rigor no cumprimento das obrigações advindas do estatuto de serviço público e

consequentemente do clausulado estabelecido no «Contrato de Concessão» deve ser exigido e

observado pelos conteúdos difundidos pelo universo dos oito canais da RTP (seria de nomear

nove, com a RTP-Mobile) nos seus programas.

Para este efeito, não vou repetir as razões avocadas em relação à Informação. As razões são

idênticas, mas provavelmente neste campo ainda se diversificam mais os pontos de vista acerca

do que cabe e não cabe numa programação de um serviço público de televisão. E isto, dentro de

casa, ou seja daqueles que são os seus mais directos responsáveis e, fora, nas perspectivas das

diferentes personalidades que se pronunciam a este respeito e do próprio universo múltiplo e

muito heterogéneo dos Telespectadores.

- 65 -

2 – O ano passado, eu terminava o Relatório aludindo às palavras que ouvira do anterior

presidente do Conselho de Administração da RTP, o Dr. Almerindo Marques e que as repito

pelas muitas dissonâncias que causam quando abordo este assunto da programação: «Não se

esqueça, o Sr. Provedor, que temos um compromisso: fazer televisão adequada à população

que temos».

De facto, sem escamotear as responsabilidades da televisão, e em especial, de uma televisão

com o estatuto de serviço público, não advogo que a televisão seja a «educadora de um povo».

E também neste plano da programação bifurcam-se, ou talvez extremam-se, as considerações

que a propósito de uma televisão de serviço público possam ser feitas. Conduzir esta evidente

polémica à redutora obrigação de que a uma televisão com o «estatuto de serviço público» cabe

produzir uma «televisão de qualidade» não resolve as divergências de opinião. Antes complica.

Dificilmente se encontrará um consenso para a resposta ao que é uma «televisão de qualidade».

Até porque na reflexão do estudioso e investigador desta questão Mar de Fontcuberta restará

sempre considerar a outra parte da equação: «Uma televisão de qualidade exige um

telespectador de qualidade» 5.

3 – E para uma televisão generalista que não é feita para elites, guetos ou segmentos fechados

de público, regressamos por certo à afirmação do Dr. Almerindo Marques.

Mas, sem discutir, então, o que é uma televisão de qualidade, constato (e como provedor

confronto-me dilaceradamente) na obrigatoriedade que a Lei da Televisão determina para a

RTP, operador com estatuto de serviço público terá de: «assegurar uma programação de

qualidade e referência que satisfaça as necessidades culturais, educativas, formativas,

informativas e recreativas dos diversos públicos específicos (cf. «Contrato de Concessão do

Serviço Público de Televisão, 2008).

4 – E, por isso, para uma actuação prática que tenho de desempenhar, sirvo-me do que dizia

Umberto Eco: «A Televisão faz sempre cultura». Ao que eu acrescento, na transversalidade dos

tipos de cultura que conjuga, cultura erudita, cultura popular, cultura de massa: Existe,

efectivamente, um tipo de cultura diferenciado e sinergético: a cultura televisiva.

5 Mar de Fontcuberta, «Uma televisão de qualidade exige um receptor de qualidade» in Gabriela Borges e Vitor Reia-Baptista (orgs.) «Discurso e Práticas de Qualidade na Televisão», Lisboa, Livros Horizonte, Col. Media e Jornalismo, 2008, pp.189-198)

- 66 -

E, em relação a esta questão, a primeira observação que terei de fazer e recordar é que, neste

momento, a RTP compreende um universo de nove canais ou serviços: RTP1 RTP2, RTPN,

RTP-Memória, RTP-África, RTP-Internacional, RTP-Açores, RTP-Madeira, RTP-Mobile.

Cada canal ou serviço, neste universo RTP, assume eu diria, um sub-estatuto de serviço público,

com programação própria e com destino a públicos diferenciados.

5 – No que diz respeito à programação da RTP1, o canal generalista, mas o mais referenciado

pelos Telespectadores e até pela própria crítica publicada, sinto o dever de registar o seguinte:

Conforme ficou explícito nos dados da análise encetada ao complexivo escolhido das

mensagens recebidas são relativamente elevadas as apreciações de teor negativo a certos

aspectos da programação. E se atrás ficaram os dados relevados na análise efectuada, agora

vou apenas salientar substantivamente alguns dos pontos que merecem ser tidos em conta.

6 – Importa que a RTP1, exactamente como televisão generalista, construa a sua grelha de

conteúdos e respectivos horários de exibição tendo em atenção os segmentos de público a que

previsivelmente se destinam. Os exemplos, tidos pelos Telespectadores como «chocantes», da

exibição dos programas «A Liga dos Últimos» ou do «Telerural» em «prime-time» deveriam ser

tidos em conta.

7 – Não parece correcto que a RTP1, sem deixar de ter em conta no planeamento da sua grelha

de programas a grelha dos operadores concorrentes, em caso algum pratique contra-

programação. Antes deve primar por promover uma programação alternativa. A tentação é

grande, mas para o universo de canais da RTP a máxima a ser cumprida terá de ser: Para ter

público ou audiências não pode valer tudo.

8 – Não obstante as expressões de cultura, ciência e artes, em programas de Teatro, Dança,

Música (erudita), Cinema, Pintura, Literatura, História, etc. possam estar mais integradas na

programação da RTP2, estas não devem estar totalmente ausentes da RTP1.

9 – Efectivamente, a grelha de programação da RTP2 é a que recolhe melhores elogios por

parte dos Telespectadores. Mas não se pode esquecer que, no universo da RTP, este canal

recobre cerca de 6 pontos de audiência média no conjunto dos quatro canais de antena aberta.

- 67 -

Por outro lado, é a RTP2 que dá resposta adequada aos Telespectadores dos grupos etários

infantis ou juvenis, numa média diária de seis horas de programação.

É o cumprimento de outro compromisso da RTP como estação televisiva com estatuto de serviço

público. Contudo esta inter-complementarização de programas dispersa nos diferentes canais ou

serviços da RTP nem sempre é entendida pelos Telespectadores que, na sua generalidade,

fazem incidir sobre a RTP1 as suas críticas.

10 – A RTP-Memória, com a reestruturação agora operada na sua programação -- o que se

saúda e dá resposta a uma anotação que se registava no Relatório 2007, -- pode, efectivamente,

vir a complementar em larga escala a concretização dos compromissos que cabem à RTP. A

memória do registo dos eventos e acontecimentos é um património incalculável para um país e o

seu povo. E a RTP-Memória constitui por si só um património nacional.

11 – A RTP Internacional para o ajustamento das incumbências que lhe estão consagradas no

seu objectivo de levar conteúdos e a «imagem de Portugal» ao Mundo, com especial destino

para os portugueses espalhados pelas cinco partes desse Mundo, terá de rever a sua

programação. Esta não pode ser apenas um repetidor de programas dos outros canais e deverá

aumentar uma programação própria e adequada ao público a que se destina. Não ignoro que,

dada a dispersão geográfica, de culturas e contextos sociais, que caracteriza esses

Telespectadores, esta é, porventura, a grelha mais difícil e mais complexa de conceber. Espera-

se que o grupo de trabalho criado para repensar a RTPi possa vir a resolver de modo adequado

a concepção da programação deste canal que recebe imensos lamentos por parte dos

Telespectadores da RTP residentes fora do país. A RTPi é uma janela aberta do país para o

Mundo.

12 – A RTP-África, a avaliar pelas mensagens expressas pelos Telespectadores, ou pelo menos

não expressas com tanta veemência, continua a ter agradável acolhimento, sobretudo, junto dos

países lusófonos. Um maior intercâmbio entre Portugal e os países lusófonos é um desejo

reclamado e que a RTP não deve descorar.

13 – A RTPN corresponde à realização de estratégias redefinidoras na complementaridade dos

diferentes canais ou serviços no universo RTP. Está concebida como um canal de notícias e, por

isso, a sua programação é diminuta e bastante selectiva. Regista-se como tal uma grelha

- 68 -

adequada e que não tem merecido grandes reparos dos Telespectadores. Antes aumenta o

número de Telespectadores a manifestar a sua simpatia por este canal.

14 – A RTP-Açores e RTP-Madeira correspondem a um compromisso no Contrato de

Concessão firmado entre Estado e RTP de ser garantido pela RTP como um serviço público

adequado à especificidade e autonomia das Regiões dos Açores e da Madeira. Conforme este

Relatório regista no capítulo «Relações Institucionais» os provedores do Ouvinte e do

Telespectador efectuaram reuniões com os profissionais daqueles centros regionais. Entre os

vários assuntos tratados os provedores foram confrontados com as condições de trabalho que

afectavam aqueles profissionais. Daí nasceu o compromisso de exprimirem junto do Conselho

de Administração da RTP a sua preocupação por esses condicionamentos em meios humanos e

recursos técnicos. Por isso, e sem querer de modo algum extravasar as competências das suas

funções apresentaram ao C.A., em devido tempo, o documento que se insere neste Relatório no

Anexo nº.2

No âmbito destas considerações gerais devo, contudo, deixar registado a atenção que é

necessário dedicar aqueles centros regionais que têm um papel importante a desempenhar na

promoção da coesão nacional de um país que aquelas populações sentem e querem integrar e

que é uma das obrigações a cumprir pela RTP.

15 – Igualmente, será necessário a RTP não descorar a especificidade e qualidade acrescidas

para o seu desempenho de serviço público o Centro de Produção do Porto e os centros

regionais de Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora e Faro. A revitalização desses centros

em meios humanos e técnicos são uma mais valia, a não desprezar pela RTP, enquanto

operador com estatuto de serviço público, e que lhe traz compromissos específicos a cumprir

por e para com «O Todo Nacional». E neste aspecto são enormes as responsabilidades da RTP

que deve fazer deste elo de ligação um «registo de marca» do estatuto de serviço público de

televisão.

- 69 -

7 −−−− PARA QUE SERVE UM PROVEDOR?

São muitos os Telespectadores que me perguntam se não estou desiludido com os resultados

do meu trabalho. Ao longo deste tempo – interrogam – o que é que conseguiu mudar para uma

maior e melhor qualidade do serviço público a que a RTP, por privilégio desse estatuto, está

obrigada a oferecer? Por outras palavras, a questão que se pode pôr é esta: «Afinal para que

serve um provedor?».

Devo confessar que me apetecia confrontar os profissionais e os responsáveis da RTP com esta

questão. E, provavelmente, não deixarei de a colocar antes de sair deste cargo. Mas, tudo

somado, de quem tenho de receber respostas a esta questão é dos Telespectadores. E se por

parte destes colecciono algumas críticas negativas e de juízo castigador para os resultados

palpáveis conseguidos, também é verdade que outros Telespectadores enviam-me mensagens

de apoio e com pedidos para continuar na minha missão. Talvez seja a advertência popular:

«Água mole em pedra dura, tanto bate, até que fura».

O jornalista brasileiro Lita Neto, ao falar da eficácia da missão de um provedor, compara o

trabalho de um «ombudsman» com a de Sísifo. Como se sabe, Sísifo era um personagem da

mitologia grega de quem se dizia ter sido condenado a carregar uma enorme rocha e transportá-

la até o alto de uma elevada montanha. Mas cada vez que Sísifo chegava ao alto da montanha a

pedra rolava até cá baixo. E lá recomeçava ele a sua tarefa. «O provedor detecta, investiga,

comenta… mas os mesmos profissionais voltam a repetir as mesmas coisas».

Não encerro este ano com a visão de um balanço negativo ou pessimista sobre a actividade

desenvolvida. Espero que o próprio texto deste Relatório 2008 (e especialmente no Confronto

com os Relatório de 2006 e 2007) tenha deixado registados alguns resultados positivos. De

algum modo, no capítulo de análise às mensagens recebidas e aos assuntos mais focados pelos

Telespectadores indiquei alterações e mudanças. Porventura, essas, já disse e aceito, nunca

serão directamente atribuíveis à acção do provedor. Não interessa. O que interessa é que

tenham acontecido para um melhor serviço público de televisão oferecido aos Telespectadores.

«O interesse do público em exercer um papel mais activo em relação aos media não deve ser

visto como uma ingerência externa, mas, muito pelo contrário, como a legítima tentativa de

- 70 -

recuperar a posição que lhe pertence».6 E isto principalmente, digo eu, num meio de

comunicação social com o estatuto de serviço público. Como diz Hamelink, não é pertinente só

falar da ética dos jornalistas ou da ética da empresa de comunicação/informação. Mas é decisivo

falar da ética dos utilizadores/consumidores da informação/comunicação. Da ética das

audiências . Da ética dos Telespectadores 7.

A cidadania, ou melhor a conquista dos direitos da cidadania, é um processo político e cultural

em aberto. É um processo inacabado. E por isso é importante estimulá-lo. E esta é pelo menos

uma das tarefas consignadas a um provedor.

Da parte da empresa RTP e dos seus responsáveis e profissionais interessa que a existência de

um provedor não seja apenas vista como um «cartão de recomendação» a acrescentar ao

serviço público prestado, mas como um factor implicativo do aperfeiçoamento da qualidade e das

responsabilidades desse serviço. Mesmo nas grandes empresas puramente comerciais ou

industriais a existência de um provedor reverte a favor da qualidade do produto ou do serviço.

Da minha parte, sem negar os defeitos, erros e deficiências, cometidos no desempenho desta

actividade, desejo que esta tenha contribuído para, pelo menos, efectivar um valor acrescentado

por uma mediação entre quem vê e quem faz a RTP, ao serviço dos compromissos para com

os direitos de uma cidadania com participação responsável.

Mas este é um desejo pessoal. A avaliação da actividade desenvolvida, e a que procuro dar

conta neste Relatório, cabe a outras entidades fazê-la. É este o sentido de um relatório de

actividade.

Lisboa, Janeiro de 2008

O Provedor do Telespectador da RTP

6 Hugo Aznar, in Comunicação Responsável, Porto, Porto Editora, 2005, pp. 7 Cees Hamelink, «Ethics for Media Users» in European Journal of Communication, Vol.X, nº.4, 1995, pp. 497-512

- 71 -

8 −−−− AGRADECIMENTOS

Ao concluir este Relatório, julgo de particular justiça deixar registados agradecimentos a todos

aqueles que, de modo directo ou indirecto, contribuíram para o desenvolvimento de todas as

actividades levadas a efeito durante este ano de 2008:

Ao Conselho de Administração da RTP, pela colaboração prestada quanto aos meios técnicos e

administrativos disponibilizados ao Provedor e ao GAP.

À Direcção RTP - Meios de Produção nas pessoas do seu actual Director, Fernando Simas e ao

Dr. António Borga, ex-Director, o modo como apoiaram a realização do programa semanal «A

Voz do Cidadão».

Aos Directores de Informação e de Programas, respectivamente, José Alberto Carvalho e José

Fragoso, aos directores adjuntos, directores executivos e todos os responsáveis destas

direcções de conteúdos, pela compreensão e colaboração prestadas.

Uma palavra de gratidão a todos os profissionais da RTP, pela compreensão e «fair-play»

demonstrados para com o papel do Provedor, e muito especialmente àqueles, que têm

colaborado na construção do programa «A Voz do Cidadão».

Ao Centro de Formação da RTP, na pessoa do seu Director, Dr. Eduardo Oliveira e Silva, nas

iniciativas levadas a efeito para proporcionarem um encontro do Provedor com os profissionais

da empresa.

À Direcção de Emissão e Arquivo, nas pessoas do seu Director, Luís Silveira e da Chefe de

Departamento, Margarida Vicente, bem como a todo o pessoal deste serviço. Agradeço todas as

facilidades concedidas na pesquisa de imagens para «A Voz do Cidadão».

Ao Gabinete de Tecnologias de Transmissão e Difusão, na pessoa da Engª. Teresa Abreu e a

todo o pessoal deste Gabinete. Regista-se a pronta informação que sempre estão dispostos a

fornecer ao GAP e aos próprios Telespectadores.

- 72 -

Ao pessoal dos serviços «Help-Desk» pelo «pronto socorro», em várias ocasiões, junto do GAP.

Ao Gabinete de Estudos e Documentação, na pessoa do seu Director, Dr. Pedro Braumann, e a

todos os profissionais do Serviço Museológico Documental, pela disponibilidade da

documentação solicitada e dados disponibilizados.

Ao Subdirector do Gabinete de Multimédia, Francisco Teotónio Pereira, e profissionais destes

serviços, pelo atendimento sempre atencioso e eficaz aos nossos pedidos.

Um agradecimento muito particular, e deveras sensibilizado a todos os colaboradores do GAP,

cujos nomes aqui deixo registados: Carmo Arantes, Margarida Barreiros, Viriato Teles e Ana

Clara Nunes.

Devo contudo, destacar e relevar a forma dedicada, profissional e inteligente, como a Drª.

Fernanda Mestrinho tem desempenhado a função de Chefe do Gabinete.

Um obrigada de reconhecimento pela colaboração prestada, às Drªs. Sandra Costa e Patrícia

Chaves e à Gabriela Santos, que, em Junho, deixaram o GAP.

Ao meu colega e amigo José Nuno Martins, até Abril de 2008 Provedor do Ouvinte, agradeço o

companheirismo, solidariedade e amizade com que sempre me acompanhou.

Ao Adelino Gomes, novo Provedor do Ouvinte, jornalista profissional a quem já me habituara a

apreciar, pelas suas excelentes qualidades profissionais e humanas, um grato agradecimento

pela enorme confiança depositada, sentido de colaboração e inter-ajuda, o que facilita esta

nossa complicada missão.

A toda a equipa e Direcção da produtora «Até ao Fim do Mundo» um muito sentido obrigado por

todo o empenho posto na produção de «A Voz do Cidadão».

Por último, um enorme agradecimento a todos os Telespectadores que com as suas críticas, por

vezes demolidoras, mas também com palavras de compreensão e estímulo, me têm ajudado a

realizar esta missão.

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ANEXOS

ANEXO Nº. 1 – INDAGAÇÕES E PARECERES

Ø JOGO BRAGA / SIVENSSPORT

Na sequência de algumas mensagens dirigidas por telespectadores, foi respondido pelo

Gabinete de Apoio aos Provedores, em resumo, que a razão da não transmissão do jogo em

causa pela RTP tinha a ver com o facto de o mesmo não ter sido gravado na origem,

esclarecimento dado pela Direcção de Informação, área de desporto.

De imediato telespectadores se dirigiram ao Provedor, referindo que a explicação dada não era

verdadeira, já que o jogo havia sido transmitido por uma cadeia de televisão turca, tendo estado

também disponível na internet.

Voltamos a contactar a estrutura com competência em matéria de desporto, tendo o respectivo

responsável remetido o texto que a seguir se reproduz:

«Sobre a eventual transmissão televisiva dos jogos do SC Braga na Taça Intertoto, a informação

transmitida telefonicamente ao Gabinete de Apoio aos Provedores foi a de que a RTP não tinha

qualquer informação sobre a existência de cobertura televisiva do desafio a realizar na Turquia

(1.ª mão) de modo a permitir uma eventual transmissão integral, o que não estranhávamos, por

se tratar duma situação recorrente, nesta competição e numa fase tão prematuro da mesma.

Ainda hoje, a RTP continua sem ter qualquer informação sobre a eventualidade dos direitos

televisivos do referido jogo terem estado disponíveis para transmissão internacional. Porque, ao

contrário do que sucede sistematicamente, não foi oferecida à RTP a possibilidade de negociar

os referidos direitos, o que nos levou a concluir que a cobertura televisiva do jogo, na Turquia,

não tinha o nível de produção requerido para uma transmissão internacional, directa e integral.

Aliás, apesar do que dizem os jornais, desconhecemos efectivamente os contornos da

transmissão efectuada pela televisão turca. Foi directa ou diferida? Foi integral ou tratou-se da

- 74 -

exibição dum resumo alargado? Teve difusão nacional ou apenas regional? O padrão de

produção estava de acordo com as exigências duma transmissão internacional?

Também informámos o Gabinete de Apoio aos Provedores, no aludido telefonema, que o SC

Braga jamais havia concedido à RTP a possibilidade de efectuar a transmissão integral do jogo

da 2ª. mão, em Braga. E explicámos porquê. O SC Braga contactou a RTP, com insistência, no

sentido de negociar a cedência dos direitos de transmissão televisiva dum torneio internacional

que pretende organizar no início de Agosto. Porém, jamais manifestou vontade de negociar os

direitos de transmissão de qualquer jogo da Taça Intertoto.

Soubemos, pelas notícias nos jornais do dia, também, que o SC Braga está a negociar essa

cedência de direitos com a Sport TV. As negociações estarão quase concluídas, acreditando

naquilo que contam os jornais.

Esperamos que esta informação seja suficiente para esclarecer qualquer mal entendido que

possa ter existido e que lamentamos.»

Ø VOLTA À FRANÇA EM BICICLETA E JOGOS OLÍMPICOS

Alguns telespectadores dirigiram-se ao Gabinete do Provedor reclamando do facto de a Volta à

França em Bicicleta não ser objecto de emissão em canal aberto, assim como mostravam receio

de que as próximas transmissões dos Jogos Olímpicos pudessem também ocorrer em canal

codificado.

Assim, por indicação do Provedor do Telespectador, pediram-se esclarecimentos sobre a

matéria ao Senhor Director de Informação, cuja resposta se transcreve de seguida:

«Em resposta à solicitação, envio as seguintes informações:

1. Volta a França

Por não estar classificado como Evento de Interesse Generalizado do Público e não contar com

a participação de qualquer atleta português, não existe qualquer incumprimento legal na não

exibição da Volta a França em “canal aberto”.

- 75 -

Ainda assim, ao fim-de-semana, num momento em que o volume de público potencialmente

interessado em assistir ao evento cresce exponencialmente, a RTP 2 cuida de retransmitir a

parte final da etapa, em “canal aberto”.

Durante a semana, entende-se que os programas regularmente exibidos em canal aberto são

mais apropriados e adequados ao interesse dos públicos que seguem a RTP 1 e RTP 2, durante

a tarde, do que a Volta a França, foco de interesse dum público minoritário e específico.

Ainda assim, por se tratar duma relevante manifestação desportiva profissional, de grande

tradição histórica, a RTP concede-lhe uma tratamento informativo excepcional ao transmitir a

etapa de cada dia, em directo, no canal RTP N. Critério ao qual se podem sobrepor outros

acontecimentos de superior importância, como sucedeu há dias com o debate parlamentar do

“Estado da Nação”, causa do cancelamento da transmissão da 6.ª etapa do “Tour” na RTP N.

2. Jogos Olímpicos

A RTP dedicará, no mínimo, 16 horas diárias da sua programação de “canal aberto” à

transmissão dos Jogos Olímpicos de Pequim (em média, 10,5 horas diárias na RTP 2 e 5,5

horas na RTP 1), entre 8 e 24 de Agosto. Também, cerca de 10 horas diárias da programação

da RTP N estão reservadas para a cobertura informativa dos Jogos. Os conteúdos olímpicos a

transmitir em “canal aberto” privilegiarão, em primeiro lugar, a participação dos atletas

portugueses – estimando-se que a RTP 1 transmita em directo a participação de todos os atletas

portugueses que atinjam finais.

Desde que disponível no sinal televisivo internacional gerado na China, toda a participação de

atletas portugueses em fases preliminares será transmitida, preferencialmente em directo, na

RTP1 ou RTP2..

Além da participação de atletas portugueses, serão igualmente condições relevantes para a

transmissão de competições olímpicas em “canal aberto”: a popularidade da modalidade; a

quantidade de praticantes a nível nacional; e a intervenção proeminente de atletas lusófonos ou

de países com importantes comunidades residentes em Portugal.

- 76 -

Aliás, com o propósito de cumprir estes critérios com maior proximidade, a RTP fará deslocar a

Pequim uma equipa de aproximadamente duas dezenas de profissionais.».

Ø FESTIVAL RTP DA CANÇÃO – 2008

Vários telespectadores dirigiram queixas ao Provedor sobre o Festival RTP da Canção, as quais

tinham por base o processo de escolha da canção vencedora, assim como o modo como o

mesmo acabou por se desenrolar na prática.

A questão mereceu a particular atenção do Provedor do Telespectador, o qual dedicou mesmo

um dos seus programas A VOZ DO CIDADÃO a esta matéria. (Programa emitido em 5 de Abril

no canal 1.)

Porém, para mais fácil consulta e esclarecimento dos telespectadores interessados, sempre se

dirá, relativamente aos dois pontos anteriormente citados:

1. Processo de Escolha da Canção - Embora esta matéria não seja da competência do Provedor

do Telespectador, foi possível apurar junto dos serviços que o processo de escolha da canção

vencedora foi o mesmo que irá ser utilizado pela Eurovisão, quando se processar a escolha da

canção no Festival da Eurovisão, isto é, o televoto dos telespectadores na canção da sua

preferência.

2. Modo Como se Desenrolou o Televoto - Segundo explicações fornecidas pela PT

Comunicações, S.A. – operador a quem foi solicitada a efectivação do serviço –, os

equipamentos informáticos adstritos à prestação foram objecto de ataques organizados com

origem em vários locais (hackers) que, ao sobrecarregarem o sistema, impediram o seu correcto

funcionamento.

Contudo, os responsáveis da PTC acrescentam que «esta acção de sobrecarga afectou a

performance do sistema, o que teve como consequência que telespectadores não tenham obtido

confirmação do sucesso das suas votações, não obstante o sistema ter registado todas as

chamadas efectuadas». Esclarece ainda a PTC que «esta ocorrência não teve impacto no

resultado final do Festival da Canção 2008».

(Sublinhados nossos)

- 77 -

Como nota final, esclarece-se que o facto de as chamadas terem ficado todas registadas, se por

um lado permite concluir pela ausência de impacto dessas chamadas no resultado final da

votação, por outro permitirá o ressarcimento de todos os espectadores lesados pela cobrança de

um serviço não prestado e que o venham a reclamar junto da PT Comunicações.”

Ø EMISSÃO PARCIAL DO FILME «UM LONGO DOMINGO DE NOIVADO»

Foram recebidas pelo Provedor do Telespectador inúmeras queixas, todas elas relativas à

emissão parcial do filme «UM LONGO DOMINGO DE NOIVADO», no Canal 2 da RTP, no

passado dia 9 de Março.

Na sequência do que antecede, foi contactado o Director de Emissão e Arquivo no sentido de

averiguar as causas dos factos descritos, o qual esclareceu ter havido um erro de planeamento,

o qual considerou o filme em causa com um tempo de emissão mais curto do que o seu tempo

real, o que implicou que, esgotado o tempo pré-determinado, a emissão tivesse avançado para o

programa seguinte, conforme estava previsto. Do facto a RTP informou os telespectadores,

através da inserção de um ticker (lombriga), dando conta do sucedido e que o filme seria

oportunamente programado.

Acrescenta-se que o mesmo filme – «UM LONGO DOMINGO DE NOIVADO» – se encontra

programado para o próximo sábado, dia 15 de Março, pelas 23H15.

Ø DIREITOS DE TRANSMISSÃO – JOGOS DE FUTEBOL ÉPOCA 2007/2008

Na sequência de várias reclamações de telespectadores chegadas ao Gabinete do Provedor do

Telespectador, foi contactada a Direcção de Informação no sentido de esclarecer quais os

direitos de transmissão detidos pela RTP no que concerne às principais competições, nacionais

e internacionais, daquela modalidade.

Da informação obtida poderá fazer-se a seguinte síntese:

- 78 -

I. Bwin Liga

a) Transmissão directa de um jogo nos seguintes serviços: RTP: África, RTP Internacional,

RTP Madeira e RTP Açores. Este jogo é, obrigatoriamente, o jogo transmitido pela TVI.

b) Transmissão de um jogo em diferido, pela RTP: África e RTP Internacional, à escolha de

entre os demais jogos da jornada.

II. Taça UEFA

a) Nos Quartos de Final, nas Meias Finais, na Final e na Supertaça da Europa, transmissão

de um jogo por cada mão, de uma equipa portuguesa presente na competição. Apenas

no caso de não haver equipas portuguesas em prova é que a RTP pode transmitir um

dos outros jogos.

b) Na fase inicial da competição, os direitos poderão ser adquiridos caso a caso.

III. Liga dos Campeões

a) Transmissão directa de um jogo por jornada, sempre à terça-feira, com a excepção de só

haver uma única equipa portuguesa em prova e essa equipa jogar à quarta-feira.

b) Transmissão directa da Final.

IV.Taça da Liga - Um jogo por jornada.”

Ø OPERAÇÃO TRIUNFO

Relativamente à edição do passado dia 1 de Dezembro do programa em epígrafe, recebemos

das Associações signatárias a queixa que a seguir se transcreve:

"Exmo. Sr. Doutor José Manuel Paquete de Oliveira,

- 79 -

A Comissão de Bairro do Alto Cova da Moura, vem apresentar a seguinte crítica/reclamação:

Na gala da Operação Triunfo, apresentada no passado dia 1 de Dezembro, o membro do Júri,

Sr. Nuno Markl, trazia vestida uma t-shirt com as palavras “Universidade Cova da Moura”, tendo

a apresentadora do Programa, Sílvia Alberto, tecido algumas considerações, tipo “piadas”,

alusivas à Cova da Moura, pouco éticas, extremamente desagradáveis e infelizes para com este

Bairro e os seus habitantes.

Num tão prestigiado programa deveria de haver o cuidado de não proferir tais considerações.

Neste Bairro, como em tantos outros, residem pessoas de todo o tipo, como é óbvio as

considerações ditas pela Apresentadora, causaram algum “mal-estar”.

Não querendo empolar a situação, esta Comissão de Bairro, em representação do Bairro e dos

seus moradores, solicita por este meio que seja efectuada uma rectificação pública pela positiva

sobre as “piadas” proferidas negativamente no referido programa.

Gratos pela atenção que possam dispensar a este assunto, apresentamos os nossos melhores

cumprimentos,

Associação de Moradores do Bairro do Alto Cova da Moura

Associação Cultural Moinho da Juventude

Associação de Solidariedade Social do Alto Cova da Moura

Centro Social e Paroquial Nossa Senhora Mãe de Deus da Buraca."

Na sequência do que antecede, tentou o Gabinete de Apoio aos Provedores contactar

directamente a Apresentadora Sílvia Alberto, no sentido de lhe dar a conhecer a posição dos

telespectadores queixosos, bem como obter a sua posição face ao sucedido.

Não tendo, porém, sido possível o acesso directo à Apresentadora em questão – o qual apenas

através da sua Agente se torna possível –, entendeu este Gabinete remeter o teor da queixa

apresentada à Agente da Apresentadora Sílvia Alberto, a fim de a mesma, caso o entenda,

tomar a posição que tiver por mais adequada.

- 80 -

Ø ENTREVISTA À AUTARCA FÁTIMA FELGUEIRAS

1. A propósito da entrevista realizada à presidente da Câmara de Felgueiras, Fátima Felgueiras,

realizada pela RTP1, no Telejornal do dia 7 de Novembro p.p., inúmeros telespectadores

dirigiram queixas ao Provedor, insurgindo-se não só relativamente ao tempo dedicado à

reportagem inclusa e à entrevista, (15’ 15’’), mas, sobretudo, pelo modo de tratamento dado à

mesma.

2. Entre outros aspectos, os telespectadores admiram-se com «o tempo de antena concedido à

autarca», admitindo, «sem qualquer contraditório, a autarca fazer a sua defesa», deixando

transparecer a ideia de que a sentença emitida pelo Tribunal a absolvera. Lamentam ainda a

«submissão» a que se sujeitou o entrevistador que não conseguiu ser ele o condutor da

entrevista, e o cenário em que a mesma entrevista decorreu que mais parecia sofismar uma

vitória da autarca: esta atitude compromete o comportamento a que a RTP está obrigada, como

estação televisiva com o estatuto de serviço público, a adoptar em situações desta natureza. No

fundo, todo o contexto da entrevista parecia querer significar que a autarca Fátima Felgueiras

fora absolvida pelo Tribunal e não condenada em três anos e três meses de pena suspensa e

com perda de mandato.

3. O Provedor solicitou à Direcção de Informação da RTP os esclarecimentos julgados

convenientes sobre esta matéria, de forma a poder responder aos telespectadores e bem assim

tomar uma posição sobre este assunto. De igual modo, e com as devidas reservas de

identificação a que está obrigado por compromisso estatutário, enviou para a Direcção de

Informação uma síntese das principais recriminações apresentadas pelos telespectadores.

4. O Director de Informação e jornalista condutor da referida entrevista, José Alberto Carvalho,

respondeu ao Provedor a justificar os critérios orientadores da reportagem e entrevista emitidas

no Telejornal de 7 de Novembro de 2008. Em anexo a este comunicado publicamos, na íntegra,

o texto da resposta dada pelo Director de Informação.

5. Não obstante as justificações apresentadas pelo Director de Informação e todo o respeito que

merece ao Provedor a competência profissional do jornalista José Alberto Carvalho, o Provedor

entende dar razão a grande parte das queixas e correspondentes comentários apresentados

- 81 -

pelos telespectadores. Efectivamente, sem negar o direito de palavra que ainda mesmo um

cidadão condenado pode utilizar em tempo concedido pela RTP, no caso presente, o modo

como decorreu a entrevista foi considerado pelos telespectadores como um «tempo de antena»

de defesa da autarca. Ora, com efeito, e embora com pena suspensa, a autarca Fátima

Felgueiras acabara de ser condenada.

6. Relativamente a insinuações do envolvimento de uma jornalista da RTP nesta situação, o

Provedor condena tais insinuações que constituem acusações não fundamentadas e indevidas

ao comportamento de uma profissional da RTP.

7. O Provedor entende dever ser facultado a todo e qualquer cidadão o livre direito de

expressão. Igualmente, o Provedor entende e defende a força da obrigação que a RTP tem na

observância desse direito constitucional e dos compromissos de informação livre e independente

a fornecer a todos os seus telespectadores.

8. O Provedor não ignora, nem nega, o sentido dos critérios jornalísticos de actualidade e

pertinência que presidiram à cobertura deste acontecimento e até da entrevista feita à autarca

Fátima Felgueiras. Contudo, pelas responsabilidades que lhe estão cometidas no acto de

informar, a RTP não pode fazer concessões em aspectos que possam pôr em dúvida o serviço

que quer e deve prestar à cidadania.

9. A RTP não pode tão pouco, ainda que por processos involuntários ou mal controlados no

modo de tratar situações deste género, dar azo a interpretações duvidosas por parte dos

telespectadores. Também neste caso e nesta situação parece oportuno o reconhecimento da

sentença de que «não basta ser sério, é preciso parecer».

»Ler anexo:

O Provedor do Telespectador

José Manuel Paquete de Oliveira

- 82 -

ANEXO – Entrevista à Autarca Fátima Felgueiras

As dúvidas e as suspeitas sobre o comportamento da autarca Fátima Felgueiras começaram no

ano 2000. Desde o primeiro dia que a questão se centrava na existência ou não de um «Saco

Azul» que seria utilizado para financiamento ilegal do Partido Socialista e para financiar outro

tipo de actividades, pessoais, de várias pessoas incluindo a própria autarca que seria a

«gestora» desse «Saco Azul».

A investigação jornalística e a investigação judicial foram marcadas por inúmeras peripécias que

foram merecendo, ao longo de todo o tempo, uma exaustiva cobertura por parte da RTP, tal

como acontece com todos os casos em que está em dúvida, de forma minimamente sustentada,

a boa utilização de dinheiros públicos ou o exercício de funções por parte de titulares de órgãos

de soberania e de estado.

A RTP nunca se furta a essa responsabilidade cívica, social e legal.

Um dos episódios mais marcantes deste processo foi a fuga da autarca para o Brasil. Na altura

esse facto mereceu a cobertura da RTP, que se prolongou pelo tempo de duração da fuga, e

que, sem excepção, encerrava um juízo crítico sobre o comportamento de Fátima Felgueiras que

se tinha furtado à justiça.

A mesma cobertura - semelhante à de outros órgãos de informação - prolongou-se no momento

do regresso da autarca a Portugal; nos episódios judiciais subsequentes; no julgamento e nas

alegações finais, em que o Ministério Público deixou cair a maioria das acusações iniciais.

De facto, no dia de leitura da sentença, a autarca foi condenada por três crimes (abuso de poder

- tendo como pena acessória a perda de mandato, peculato, e peculato de uso) e absolvida dos

restantes.

Objectivamente, a autarca FOI condenada, tal como o Telejornal noticiou nesse dia; mas é

inegável que os motivos originais que levaram à investigação e processo e que motivaram todos

os episódios mais ou menos rocambolescos que se arrastaram por oito anos, desapareceram ou

fora fortemente desvalorizados como se constata pelo facto de o tribunal ter determinado «pena

suspensa».

Esta circunstância merece uma atenção especial, porque a atenção que durante oito anos se

dedicou a este episódio não foi por estes crimes em concreto mas sim por suspeitas «maiores»

- 83 -

de corrupção generalizada, organizada e de larga escala que implicava financiamento ilegal de

partidos e, dizia-se, seria apenas a ponta de um icebergue.

Como diz o povo «foi uma montanha que pariu um rato». O rato, neste caso a condenação por

três crimes, é naturalmente significativo num Estado de Direito. Mas seria absurdo e até

incompreensível que se ignorasse esta evidência: começando por suspeita e pronunciada por

cerca de 3 dezenas de crimes, a autarca - entretanto reeleita pelo voto livre e democrático -

acabou condenada por três; sendo que estes crimes não são os que motivaram o debate público

que acompanhou todo o processo!

A entrevista realizada no Telejornal de 7 de Novembro foi realizada «remotamente» porque a

autarca não se disponibilizou para se deslocar ao estúdio do Porto, alegando cansaço e emoção,

e porque a RTP dispunha de meios técnicos para efectuar a entrevista «à distância». O local

sugerido não foi a casa da autarca, mas sim um estabelecimento comercial de Felgueiras.

O que a RTP procurou evidenciar e procurar no comentário da visada foi precisamente a

diferença entre o ponto de partida das dúvidas e o ponto de chegada; que explicações

encontrava ela para o que lhe aconteceu e a que a justiça só parcialmente deu provimento. Uma

parte da opinião pública pode ter formado juízos de opinião sobre a autarca mas ao jornalista, no

final do julgamento, não se lhe pede que refaça esse mesmo julgamento.

A entrevista foi realizada com motivações exclusivamente jornalísticas e redundou em

afirmações polémicas que - mesmo podendo os espectadores não concordar com elas -

contribuem para a interpretação de um longo processo de suspeitas graves que se abateram

sobre a arguida e que o tribunal não validou.

A RTP não pactua com julgamento mediáticos. Logo, não pretende condenar nem absolver

ninguém com as suas práticas jornalísticas. Tem ainda a obrigação de não exercer preconceito

sobre o objecto das notícias.

Quanto à insinuação do envolvimento de uma jornalista, essa - de tão aviltante e iníqua – não

merece qualquer comentário, como de resto a prática jornalística da profissional em causa atesta

de forma inequívoca.

Com os melhores cumprimentos

José Alberto Carvalho

- 84 -

Ø CONCURSO “SABE MAIS DO QUE UM MIÚDO DE DEZ ANOS?”

1. No Gabinete de Apoio aos Provedores têm sido recebidos imensos e-mails de telespectadores

da RTP manifestando discordância com muitas das respostas admitidas como correctas (certas)

às questões levantadas no concurso «SABE MAIS DO QUE UM MIÚDO DE DEZ ANOS?!»

2. Alegam os telespectadores de que não é admissível a solução dada a determinadas questões

ao arrepio do conhecimento normalmente generalizado, quer através do senso comum, quer

através do conhecimento constante nos livros habitualmente utilizados no ensino dos níveis

escolares correspondentes.

3. Desse conjunto de principais dúvidas ou contestações apresentadas pelos telespectadores

tem o GAP dado conhecimento aos responsáveis pelo referido programa.

4. É impossível responder casuisticamente a cada questão levantada pelos telespectadores.

Contudo, e a propósito deste assunto, tem o Provedor a intenção de vir a apresentar

proximamente um programa “A VOZ DO CIDADÃO” com referência às contradições

manifestadas nas referidas respostas aceites como correctas e que levantam pertinentes

reflexões sobre as questões do ensino.

O Provedor do Telespectador

José Manuel Paquete de Oliveira

Ø «ARRASTÃO» NA PRAIA DE CARCAVELOS

1. Alguns telespectadores enviaram mensagens para o Gabinete de Apoio aos Provedores a

lamentar que nos serviços noticiosos TELEJORNAL (RTP1, às 20H00) e JORNAL 2 (CANAL 2,

ÀS 22h00) do passado dia 13 de Junho tenha sido referido como facto efectivamente ocorrido o

suposto «arrastão» na praia de Carcavelos no Verão de 2004.

A título de exemplo, transcreve-se parte de um desses e-mails:

- 85 -

«Não abona a favor do rigor jornalístico dos serviços noticiários da RTP que volta a insistir na

tese do arrastão da praia de Carcavelos, sem benefício nenhum para a peça jornalística (sobre

os actos de violência em Loures), cuja única relação aparente é de se tratar de cidadãos

Portugueses de origem africana.»

2. O Provedor vem lembrar que, efectivamente, o caso do dito «arrastão» na praia de Carcavelos

foi posteriormente objecto de estudos de investigadores dos média e de analistas; e não só

esses estudos negaram o suposto e noticiado «arrastão», como mais tarde, em comunicado, a

própria PSP de Oeiras veio repor a verdade com um esclarecimento sobre os factos, afirmando

que não se tratou de nenhum «arrastão».

3. O Provedor entende que em defesa do rigor da informação que compete à RTP praticar,

essas incorrectas alusões a fenómenos de existência não comprovada e oficialmente já

desmentidos não devem ser editados.

Ø ANIVERSÁRIO DE JORGE GABRIEL

Em Julho de 2008, foram dirigidas ao Provedor inúmeras queixas relativas à repercussão que

um acto da vida privada – o aniversário do Apresentador Jorge Gabriel – teve no programa

“PRAÇA DA ALEGRIA”, referindo os telespectadores muito concretamente a entrega de um

presente de um familiar, o qual, pelo valor envolvido, foi considerado ofensivo por muitos dos

que se dirigiram ao Provedor.

Na sequência do sucedido na emissão em questão e das queixas apresentadas, o Provedor do

Telespectador entendeu tomar posição, tendo emitido o Parecer que se transcreve de seguida:

A celebração do aniversário de um Apresentador habitual de um programa durante a sua

emissão pode revestir um cunho humano que me parece poder ser consentâneo com o

espectáculo que é a televisão.

- 86 -

Todavia, converter todo um programa nessa celebração já me parece exagerado. A condição de

profissional, figura pública, não confere estatuto especial ou de preferência face aos demais

profissionais dessa mesma estação ou sequer do público a quem essa estação serve.

Porém, o que aconteceu na passada sexta-feira dia 29, no programa «Praça da Alegria», por

ocasião do aniversário do seu Apresentador Jorge Gabriel excedeu todo o comedimento devido

às obrigações de uma relação estribada no cumprimento de princípios éticos e

responsabilidades deontológicas por parte de uma estação de serviço público para com os seus

telespectadores. Particularmente o facto de ter sido introduzida em pleno estúdio a prenda com

que a mulher contemplou Jorge Gabriel – um automóvel de colecção do ano em que o

aniversariante nasceu – ultrapassou todas as marcas. Tratou-se de uma exibição pública numa

estação com o estatuto de serviço público, o que foi considerado um desnecessário acto de

ostentação.

Não posso, assim, deixar de recriminar o sucedido. Espero que, face aos interesses e deveres

de uma estação de serviço público como é o caso da RTP, tal não volte a acontecer.

O Provedor do Telespectador

José Manuel Paquete de Oliveira

- 87 -

ANEXO Nº. 2 - DESLOCAÇÕES DOS PROVEDORES AOS CENTROS REGIONAIS

RELATÓRIO

Exmo. Senhor Presidente do CA da RTP, SA, Sr. Dr. Guilherme Costa

c/conhecimento aos restantes elementos do CA

Exmo Senhor Presidente,

Na sequência de outros encontros com trabalhadores de Lisboa, Porto, Coimbra e Faro, os

signatários deslocaram-se, no passado mês de Novembro, aos Açores e à Madeira, para

contactos com os trabalhadores dos dois centros, ligados, nomeadamente, às áreas de

programas, informação, realização, grafismo e arquivos.

Fomos recebidos em todo o lado de forma amiga pelos respectivos directores e acolhidos da

melhor maneira pela generalidade dos trabalhadores com quem chegámos à fala e nos quais

encontrámos um grande empenhamento.

Sem prejuízo das baias legais que nos limitam o raio de intervenção às relações com os ouvintes

e telespectadores – e que não só não ignoramos, como perfilhamos – , sentimo-nos obrigados a

dar-lhe conta, e ao Conselho de Administração a que preside, das carências que constatámos,

não apenas na área operacional, em Faro, Ponta Delgada e Funchal.

As carências que ali testemunhámos – estamos convictos – têm progressiva repercussão nos

conteúdos emitidos, comprometendo a respectiva capacidade de resposta aos desafios

profissionais no âmbito do serviço público, nos planos regional e nacional.

Em Faro, impressionou-nos a modéstia das instalações, nomeadamente as radiofónicas, muito

aquém de boa parte das estações locais e regionais que, noutras circunstâncias, temos visitado.

Nos Açores e na Madeira não estão em causa as condições, melhores ou piores, das

respectivas instalações - excelentes na Rádio e excelentes na Televisão da Madeira; excelentes

- 88 -

na Rádio e péssimas na Televisão dos Açores (mas que certamente vão melhorar no processo

de fusão física das instalações, ainda que com o necessário alargamento do actual edifício).

Está em causa sobretudo o mau equipamento – nalguns casos verdadeiramente obsoleto – em

que se apoia a produção televisiva de cada um dos centros.

Constrangeu-nos a observação das condições em que funciona o Arquivo da Televisão, nos

Açores. Não apenas por causa dos perigos para a segurança das pessoas (no dia em que

visitámos as instalações, os pingos da chuva eram recolhidos por plásticos assentes sobre

videocassettes). Também porque, independentemente de algum sinistro alguma vez ocorrer, tão

deploráveis condições põem em risco de deterioração o património cultural de imagens de toda

uma região autónoma.

Foi-nos salienta pelos responsáveis a insuficiente dotação em pessoal da redacção da televisão

em Faro e das redacções quer da rádio quer da televisão nos Açores e na Madeira, tendo em

vista não apenas a necessidade de resposta ao pedidos da redacção central, em Lisboa, quer

sobretudo o acompanhamento e registo da vida cultural e da actualidade informativa locais.

Ressaltamos por fim, na área radiofónica, quanto ambos os centros se sentem afastados das

antenas nacionais.”O país não se ouve a si próprio”, ouvimos nos Açores e na Madeira,

reclamando maior participação na antena e maior mobilidade das equipas, quer na programação

quer na informação, como aconteceu já, num passado algo distante.

Nos Açores, perguntaram-nos a título de exemplo, por que é que as madrugadas da Antena 1

não hão-de ser feitas em regime de roulement por Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Funchal e

Ponta Delgada.

Na Madeira , por que é que a rádio pública quer saber sempre, nos noticiários de Eduarda Maio,

o que é notícia naquele dia “no mundo inteiro”, e nunca se preocupa em fazer a mesma pergunta

ao Funchal, sobre a Madeira.

As breves estadias em Ponta Delgada e no Funchal permitiram-nos uma vez mais comprovar a

existência, em ambas as regiões autónomas, de riquíssimos patrimónios culturais (artes, em

particular a música, letras, gastronomia, para apontar apenas alguns) de que no continente nos

- 89 -

encontramos afastados por um fosso de ignorância que a rádio e a televisão públicas não só

podem como devem ajudar a ultrapassar.

Sublinhamos, para terminar, que a realização destes encontros assentou no trabalho

organizativo da directora do Gabinete, Fernanda Mestrinho, e do Centro de Formação da RTP,

dirigido por Eduardo Oliveira e Silva, que acompanhou os provedores em todas as deslocações.

Em mensagem que nos enviou, este responsável considera que as deslocações constituíram

“um momento importante que proporcionou, por um lado, o conhecimento objectivo dos

problemas que se colocam ao exercício das profissões internas e, por outro, a leitura que cada

um dos Srs. Provedores faz da sua função”.

As sessões, que tiveram uma duração média de duas horas, contaram com uma presença de

274 trabalhadores (“uma adesão que se deve considerar muito positiva”).

José Manuel Paquete de Oliveira

Provedor do Telespectador

Adelino Gomes

Provedor do Ouvinte

- 90 -

ANEXO Nº. 3 – PUBLICIDADE NAS PÁGINAS DOS PROVEDORES

Ex.ma Senhora Directora Comercial Drª Cristina Viegas

Vários ouvintes têm-nos feito chegar um reparo que consideramos procedente. Trata-se da

existência de publicidade comercial nas páginas dos provedores.

Essa publicidade, porque é comercial, abarca, como é óbvio, as mais diversas temáticas.

Por vezes, e certamente por acaso, certos anúncios adquirem um tom mais chocante pelo

carácter das páginas em que acabam por sair: “Sapo- Astrologia”, “Sexualis Viagra Natural”,

“carros usados”, etc., colocados ao lado de rubricas sobre quem é o provedor, estatuto dos

provedores ou indagações.

Os signatários, naturalmente, sabem estabelecer a diferença entre a parte editorial e a parte

publicitária de uma publicação e declaram desde já que não se sentem pessoalmente atingidos

pela proximidade.

São, porém, sensíveis a este tipo de reacção por parte de certos ouvintes e telespectadores.

Por esta razão, agradecem todos os seus esforços no sentido de retirar daquelas páginas este

tipo de publicidade.

Se acaso não for possível fazê-lo, como desejam, muito apreciariam que se promovesse a sua

substituição por outro tipo de anúncio, com carácter mais anódino.

Os melhores agradecimentos

O Provedor do Telespectador

José Manuel Paquete de oliveira

O Provedor do Ouvinte

Adelino Gomes

- 91 -

ANEXO Nº. 4 – CRÍTICAS DOS JORNAIS AO PROGRAMA «A VOZ DO CIDADÃO» «ACTUAL» – Suplemento do «Expresso» de 28-06-08 A Voz do Cidadão

«Impensável até há pouco tempo, este programa pretende dar voz às queixas, queixumes e

afins dos telespectadores, em particular aqueles que ainda insistem no pacto de fidelidade para

com as estações estatais. No geral, a gente que diz de sua justiça é apoiada por inteiro pelo

provedor. E ele trata de colocar os pontos nos is, como se diz em terras de Vera Cruz, sem

nunca deixar gente de fora, incluindo a comunidade imigrante. É um trabalho limpo… mas

alguém tem de o fazer. Muito bem.»

«Sol», de 03-01-09 (Ana Markl)

TV Sobre TV , por Ana Markl

Nada me parece mais atractivo do que fazer um programa de televisão sobre a televisão que se

faz.É verdade que temos A Voz do Cidadão, o Programa do Provedor, que é sério e informativo.

Mas a nossa televisão tem tanto potencial cómico – geralmente, de forma involuntária – que faz

zfalta um programa como o que o britânico Charlie Brooker apresenta na BBC, Screenwipe.

Toca a procurar no YouTube.

DOMINGO – Suplemento do «24 Horas» de 26-10-08 Zoom!!! Boas Ideias na RTP «Programa do Provedor» - Bem feito, bem montado, com interesse. Às vezes com um ou outro

exagero deixando que algumas intervenções descabidas de espectadores entrem no ar. Mas

acabam por demonstrar isenção.

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«Público», de 25-10-08 Desprover, por Eduardo Cintra Torres A emissão de 18/10 de «A Voz do Cidadão», o programa do provedor do telespectador da RTP,

foi inacreditável. Paquete de Oliveira, de quem sou amigo, começou por dizer que o número de

queixas e críticas negativas que recebe à informação e programação da RTP é «muito superior»

às mensagens de apreço, mas que, desta vez, optou por ouvir sem «qualquer critério de ranking

ou classificação» telespectadores «que dizem bem».

Enquanto trabalho de uma provedoria, o trabalho foi indecoroso. Não seguiu, de facto, qualquer

critério de rigor, afastamento, análise, independência, contraditório. Absteve-se de qualquer

escrutínio analítico, que é a missão da provedoria. Foi uma pequena operação de propaganda.

Começou por um autêntico videoclip de marketing dos canais da RTP, colando entre si extractos

de programas ao som duma canção pop, de forma a criar uma emoção positiva do tipo «hossana

RTP». Não se distinguia duma autopromoção comercial. A seguir, focou-se em alguns

programas. Em dois ou três casos, ouviu espectadores identificados (que terão sido contactados

depois de escreverem para o provedor) fazendo elogios substantivos e consistentes. Mas a

maior parte foram vox populi recolhida na rua para justificar o teor apriorístico do programa.

Algumas pessoas ouvidas não sabiam bem do que estavam a falar, desconheciam até os nomes

dos programas ou protagonistas. Via-se que foram apanhadas na rua para serem incluídas em

propaganda mistificadora. Desta vox populi apenas constaram «opiniões» positivas.

No caso dos programas de informação, a voz off atingiu o paroxismo da propaganda e da

intoxicação ao afirmar: «Por vezes sujeitos à crítica da opinião publicada, os telejornais da RTP

são também elogiados por muitos espectadores que lhes dão especial preferência.» Trata-se de

uma forma totalmente obscurantista de abordar o tema e que me fez recordar o discurso oficial

do fascismo, que reduzia a oposição a uma meia dúzia de intelectuais enquanto o bom povo

português, esse sim, estava com o regime. E a frase mentia, ao contrariar a referência inicial a

críticas dos espectadores à informação da RTP.

Não está em causa que o programa inclua apreciações positivas ou até que recorra a algum

elogio por parte dessa gente horrorosa que faz «opinião publicada», como aconteceu comigo da

única vez que fui ouvido. Mas o provedor fez o mesmo que Pilatos: não ajuizou, entregou a sua

- 93 -

missão a um molho de espectadores, demitiu-se das suas funções e fez propaganda com

videoclips e vox populi desconjuntada. Esta missão de A Voz do Cidadão mereceria uma crítica

contundente do provedor do telespectador da RTP. Valha-nos Deus.

NOTÍCIAS - Suplemento do DN e JN de 12/12/08

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ANEXO Nº. 5 – TEXTO-PIVOTS DO PROVEDOR DO TELESPECTADOR

«ALGUNS DESEJOS PARA 2008»

Programa 59º - emitido a 5 de Janeiro de 2008 Pivot 1 É TRADIÇÃO NA SOCIEDADE PORTUGUESA, NO PRINCÍPIO DE CADA NOVO ANO, FORMULAR VOTOS PARA O ANO QUE COMEÇA. POIS, NESTE PROGRAMA, EM MEU NOME, E BASEADO NOS PEDIDOS DE TELESPECTADORES, VOU MANIFESTAR UM CONJUNTO DE DESEJOS QUE GOSTARIA DE VER REALIZADOS PELA RTP, COMO ESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO, NO DECURSO DE 2008. Pivot 2 SEM MEDO DA CONCORRÊNCIA, ERA IMPORTANTE QUE A RTP FIZESSE UM NOVA REDUÇÃO NO TELEJORNAL, SEM ESTE SER INTERROMPIDO POR PUBLICIDADE. O TELEJORNAL DO PASSADO DIA 8 DE DEZEMBRO, APRESENTADO PELA JORNALISTA JUDITE DE SOUSA, EMBORA RETIRADO DO SEU HORÁRIO HABITUAL, CONSTITUÍU UM BOM EXEMPLO, (40 minutos apenas). POR OUTRO LADO, DEVERÁ EXIGIR-SEUMA ORDENAÇÃO DAS NOTÍCIAS, SEM CEDER A ESPECULAÇÕES, COMO ACONTECEU, POR VEZES, COM O CASO MADDIE. A CIÊNCIA E A CULTURA DEVEM TER UMA MAIOR PRESENÇA Pivot 3 DESEJA-SE UMA MAIOR REPRESENTATIVIDADE DO PENSAMENTO DA SOCIEDADE PORTUGUIESA:

NOS COMENTADORES POLÍTICOS, OU NA CONSTITUIÇÃO DE PAINEIS, COMO NO CASO DE OS «PRÓS E CONTRAS». O MESMO SE DIGA, NO DESPORTO, ONDE, PRINCIPALMENTE A RTP E A RTPN, TERÃO DE DAR MAIOR ATENÇÃO A OUTROS DESPORTOS, E NÃO SÓ AO FUTEBOL, OU AOS TRÊS CLUBES GRANDES BENFICA, PORTO, SPORTING. Pivot 4 DESEJA-SE UM PONTUAL CUMPRIMENTO DA PROGRAMAÇÃO ANUNCIADA. UMA ESTRUTURAÇÃO DO «PRIME TIME» QUE OBEDEÇA A CRITÉRIOS DE SERVIÇO PÚBLICO E NÃO À SIMPLES CONQUISTA DE AUDIÊNCIAS. FORAM BONS EXEMPLOS: «PORTUGAL- RETRATO SOCIAL», « CONTA-ME COMO FOI», OU «A GUERRA». DEVERÁ SER PROCURADA UMA PROGRAMAÇÃO MELHOR HARMONIZADA ENTRE OS DIFERENTES OITO CANAIS DA RTP QUE INCLUA, ESPECTÁCULOS MUSICAIS, TEATRO, CINEMA, ARTE. Pivot 5 OS PORTUGUESES ESPALHADOS PELO MUNDO MERECEM UMA REESTRUTURAÇÃO NOS CONTEÚDOS DAS ANTENAS INTERNACIONAIS (RTP-ÁFRICA E RTP I). É A IMAGEM DE PORTUGAL QUE ESTÁ EM JOGO. E TODOS MERECEMOS UMA RTP- MEMÓRIA QUE SEJA A MEMÓRIA VIVA DA NOSSA HISTÓRIA E DA NOSSA CULTURA…

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PEDI POUCO. SERIA MUITO, SE ISTO ACONTECESSE.

BOM ANO!

CONCURSOS 2 - «SABE MAIS QUE UM MIÚDO DE 10 ANOS?» Programa 60º - emitido a 12 de Janeiro de 2008

Pivot 1 O CONCURSO «SABE MAIS QUE UM MIÚDO DE 10 ANOS?» TEM MERECIDO GRANDE SIMPATIA DOS TELESPECTADORES. MAS TAMBÉM TEM RECEBIDO IMENSAS QUEIXAS. POR TRÊS MOTIVOS PRINCIPAIS: DISCORDÂNCIA QUANTO A RESPOSTAS DADAS COMO CERTAS, E QUE SÃO CONSIDERADAS ERRADAS PELO PÚBLICO; A HORA TARDIA A QUE É EXIBIDO UM PROGRAMA ENVOLVENDO CRIANÇAS; E MUITOS REPAROS RELATIVAMENTE AOS CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DOS MIÚDOS E DOS PRÓPRIOS CONCORRENTES. VAMOS ANALISAR ESTAS SITUAÇÕES. Pivot 2 UM CONCURSO É UM CONCURSO. MAS UMA QUESTÃO QUE SE PODE COLOCAR É ESTA: SERÁ PEDAGOGICAMENTE CORRECTO REALIZAR CONCURSOS DESTE TIPO? Pivot 3

CONCLUINDO A ANÁLISE FEITA A ESTE CONCURSO, PARECE-ME DEVER DIZER O SEGUINTE: 1. EFECTIVAMENTE,

UM PROGRAMA QUE ENVOLVE CRIANÇAS COMO PROTAGONISTAS E TELESPECTADORES NÃO DEVE SER EMITIDO TÃO TARDE;

2. UM CONCURSO DESTE GÉNERO, QUE PRETENDE SER DIDÁCTICO, NÃO PODE CONTER ERROS, NEM TÃO POUCO RESPOSTAS AMBÍGUAS OU DÚBIAS;

3. A OPÇÃO DO CRITÉRIO DE ESCOLHA DOS CONCORRENTES, ADULTOS E MENORES, POR «CASTING», PROTEGE O LADO DO ESPECTÁCULO MAS OBVIAMENTE TIRA ESPONTANEIDADE AO CONCURSO.

4. SOB O PONTO DE VISTA PEDAGÓGICO, AS RESERVAS APONTADAS NÃO DÃO PARA CONDENAR O PROGRAMA, «SABE MAIS QUE UM MIÚDO DE 10 ANOS?»

«CORRESPONDENTES» Programa 61º - emitido a 19 de Janeiro de 2008

Pivot 1 VOLTA E MEIA APARECEM REPAROS POR PARTE DOS TELESPECTADORES SOBRE A «VISÃO» MANIFESTADA PELOS CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS DA RTP, ACERCA DOS ACONTECIMENTOS QUE RELATAM.

A CRÍTICA MAIS GENERALIZADA É A DE QUE «ESSA VISÃO» É MARCADA PELA POLÍTICA DOMINANTE, NESSES RESPECTIVOS PAÍSES. SÃO APONTADOS COMO EXEMPLOS OS CASOS DOS CORRESPONDENTES EM MOSCOVO, EM LUANDA E WASHINGTON. RECENTEMENTE SURGIRAM QUEIXAS

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A PROPÓSITO DA COBERTURA FEITA SOBRE O REFERENDO NA VENEZUELA. TERÃO ALGUM FUNDAMENTO ESTAS CRÍTICAS? Pivot 2 OS CORRESPONDENTES DA RTP SÃO OS PRIMEIROS A RECONHECER OS CONDICIONAMENTOS EM QUE DESENVOLVEM O SEU TRABALHO. CONDICIONAMENTOS DE ORDEM POLÍTICA, BUROCRÁTICA E ADMINISTRATIVA, OU IMPOSTOS PELO PRÓPRIO

CIRCUITO DAS FONTES UTILIZADAS. OS REPAROS DOS TELESPECTADORES FUNDAMENTAM A RECOMENDAÇÃO QUE DEIXO: TODA A ATENÇÃO É POUCA PARA PRODUZIR UMA INFORMAÇÃO ISENTA E INDEPENDENTE. E SE ESTA MISSÃO É DIFICIL, QUANDO SE ESTÁ EM TERRITÓRIO NACIONAL, MAIS DIFÍCIL SE TORNA, QUANDO SE FALA A PARTIR DE MOSCOVO OU DA VENEZUELA.

«PROGRAMAÇÃO DE NATAL» Programa 62º - emitido a 26 de Janeiro de 2008

Pivot 1 A PROGRAMAÇÃO DA QUADRA DE NATAL RECEBEU DE MUITOS TELESPECTADORES NOTA NEGATIVA. DE QUE SE QUEIXAM OS TELESPECTADORES? Pivot 2 A QUEIXA MAIS REGISTADA É A DAS SUCESSIVAS REPETIÇÕES DE ALGUNS PROGRAMAS. OS TELESPECTADORES PROTESTAM CONTRA A EXCESSIVA REPETIÇÃO DE «O NATAL DOS HOSPITAIS» (3 VEZES), DA «OPERAÇÃO TRIUNFO», OU DO PRÓPRIO «DIZ QUE É UMA ESPÉCIE DE RÉVEILLON». LAMENTAM O PROGRAMA «CEIA de NATAL», AINDA POR CIMA DO AUTOR E APRESENTADOR DE «O SENTIDO DO GOSTO», QUE TANTO ADMIRAM: JOSÉ BENTO DOS SANTOS. CUSTA-LHES A ACEITAR EXPLICAÇÕES DE ORDEM TÉCNICA PARA JUSTIFICAR A INTERRUPÇÃO SÚBITA DO HINO NACIONAL APÓS A MENSAGEM DE ANO NOVO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Pivot 3

OS TELESPECTADORES REPROVAM A EXIBIÇÃO DE PROGRAMAS COMO «NO TAL HOSPITAL» QUE MAIS PARECEM QUERER FAZER CONTRA-PROGRAMAÇÃO À CONCORRÊNCIA ALGUNS NÃO POUPAM SEQUER OS APLAUDIDOS «GATO FEDORENTO», PELA LINGUAGEM UTILIZADA NO CORO FINAL. POR OUTRO LADO, SAÚDAM A TRANSMISSÃO DO CONCERTO DE ANO NOVO, EMBORA ENTENDAM QUE NUNCA DEVEM SER ENGANADOS, QUANDO UMA TRANSMISSÃO É EM DIFERIDO E NÃO EM DIRECTO, COMO FOI O CASO. TÊM PENA DE FILMES COMO «CHARLIE E A FÁBRICA DE CHOCOLATES» OU «HARRY POTTER» SEREM EXIBIDOS TÃO TARDIAMENTE (DEPOIS DAS 23 HORAS), QUANDO ERAM FILMES PARA SEREM VISTOS NA COMPANHIA DAS CRIANÇAS. Pivot 4 DE TUDO ISTO, QUE DIZ O PROVEDOR ? DIZ QUE ESTÁ DE ACORDO COM MUITAS DESTAS CRÍTICAS DOS TELESPECTADORES.

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EU SEI QUE EM TODAS AS TELEVISÕES DO MUNDO HÁ REPETIÇÕES. POR RAZÕES DE CONDICIONAMENTOS FINANCEIROS OU ATÉ PORQUE HÁ PEDIDOS DO PÚBLICO PARA REPETIR CERTOS PROGRAMAS. O PROBLEMA NÃO É ESSE. O PROBLEMA É NÃO SE DESCOBRIR UM CRITÉRIO ORDENADOR DESTA GRELHA.

TAMBÉM SEI - E É BOM QUE FIQUE BEM CLARO - QUE O PROVEDOR NÃO É DIRECTOR DE PROGRAMAS MAS, COMO PROVEDOR, ENTENDO QUE DEVO LABUTAR PARA QUE A RTP EXIBA SINAIS DISTINTIVOS DE UM OPERADOR COM ESTATUTO DE SERVIÇO PÚBLICO.

«TELEJORNAL» Programa 63º - emitido a 2 de Fevereiro de 2008

Pivot 1 A QUESTÃO DO ALINHAMENTO DOS TELEJORNAIS ISTO É, A ORDENAÇÃO DA SEQUÊNCIA DAS NOTÍCIAS NOS TELEJORNAIS É UMA MATÉRIA DE GRANDE DISCUSSÃO. UMA DISCUSSÃO ENTRE OS ESTUDIOSOS. UMA DISCUSSÃO ENTRE O PRÓPRIO PÚBLICO. QUE NOTÍCIA DO DIA DEVERÁ VIR EM PRIMEIRO LUGAR??? QUAIS SÃO OS CRITÉRIOS QUE DEVEM ORIENTAR A ORDEM DE IMPORTÂNCIA DAS DIVERSAS NOTÍCIAS??? TEORICAMENTE, HÁ ATÉ UMA QUESTÃO ANTERIOR A ESTA: QUAIS OS ACONTECIMENTOS CONSIDERADOS SIGNIFICATIVOS E QUE SÃO TRANSFORMADOS EM NOTÍCIA??? NESTE PROGRAMA// A PARTIR DE CASOS CONCRETOS// VAMOS REFLECTIR NESTE ASSUNTO. Pivot 2 ABRIR UM TELEJORNAL COM UMA REPORTAGEM DE 14 minutos SOBRE UM SEQUESTRO NUM BANCO, // E COLOCAR A NOTÍCIA DA COMEMORAÇÃO DA REPÚBLICA E DE UM IMPORTANTE DISCURSO

DO CHEFE DO ESTADO EM SEGUNDO PLANO SERÁ SEMPRE UM CRITÉRIO POLÉMICO. NÃO DAR DESTAQUE A UMA GRANDE MANIFESTAÇÃO CONTRA O GOVERNO PODERÁ PARECER SEMPRE PROTEGER O GOVERNO. INVESTIGADORES DESTE ASSUNTO DIZEM QUE É MUITO PROVÁVEL QUE 10 JORNALISTAS A FAZER O ALINHAMENTO DAS NOTÍCIAS NO MESMO DIA TERIAM DIFERENTES CRITÉRIOS. FARIAM DE MODO DIVERSO. POR MAIS QUE SE DISCUTA ESTA QUESTÃO// O ÚLTIMO CRITÉRIO SERÁ SEMPRE O DO JORNALISTA RESPONSÁVEL PELA EDIÇÃODO TELEJORNAL. O CRITÉRIO DA ORDENAÇÃO DAS NOTÍCIAS NA RTP NÃO PODE SER O CRITÉRIO DA CONQUISTA DE AUDIÊNCIAS. MAS TAMBÉM SERIA IMPORTANTE QUE O PÚBLICO RENUNCIASSE AO SEU VOYEURISMO DE COSUMIR DE MODO FÁCIL NOTÍCIAS DE CRIME, DE SANGUE.

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«OPERAÇÃO TRIUNFO» Programa 64º - emitido a 9 de Fevereiro de 2008

Pivot 1 DURANTE AS TRANSMISSÕES DA «OPERAÇÃO TRIUNFO». ENTENDI QUE NÃO DEVIA INTERVIR POIS A MAIOR PARTE DAS MENSAGENS QUE RECEBIA ERAM PROVENIENTES DOS GRUPOS DE FÃS DESTE OU DAQUELE CONCORRENTE. AGORA QUE O CONCURSO TERMINOU JULGO ESTARMOS PERANTE UM PROGRAMA QUE NOS AJUDA A REFLECTIR SOBRE ALGUNS ASPECTOS DESTE MUNDO DA TELEVISÃO E NOS PERMITE TIRAR ILAÇÕES A PROPÓSITO DAS CRÍTICAS E MUITOS TELESPECTADORES. Pivot 2 QUANTO À DISCUSSÃO DE QUEM DEVERIA GANHAR, JULGO QUE NÃO TEM SENTIDO NESTA ALTURA. CONFORME ESTAVA ESTABELECIDO, GANHOU QUEM TEVE MAIS VOTOS. PORÉM PODER-SE-Á QUESTIONAR SE NUM PROGRAMA QUE PRETENDE DESCOBRIR NOVOS TALENTOS NÃO SERÁ MAIS INDICADO ENTREGAR A UM JÚRI, DEVIDAMENTE ABALIZADO, A ESCOLHA DO VENCEDOR. CONTUDO, NESSAS CONDIÇÕES, TEREMOS TAMBÉM DE ACEITAR QUE QUALQUER JÚRI SEJA SOBERANO NA SUA DECISÃO.

Pivot 3 UMA DAS CRÍTICAS MAIS OUVIDAS É SOBRE A FRACA PRESENÇA DA MÚSICA PORTUGUESA NAS INTERPRETAÇÕES DOS JOVENS ARTISTAS. A MÚSICA É HOJE EM DIA UMA DAS EXPRESSÕES CULTURAIS MAIS UNIVERSAIS E GLOBAIS. MAS NÃO SERÁ CORRECTO GARANTIR UMA MAIOR PROTECÇÃO À MUSICA PORTUGUESA??? Pivot 4 QUANTO À RECLAMAÇÃO APRESENTADA PELAS ASSOCIAÇÕES DA COVA DA MOURA, O MELHOR É OUVIR A PRÓPRIA APRESENTADORA «OPERAÇÃO TRIUNFO», SÍLVIA ALBERTO, QUE, DEVO ESCLARECER, É MUITO QUERIDA DO PÚBLICO E DELE RECEBE MUITOS ELOGIOS. Pivot 5 «OPERAÇÃO TRIUNFO» É BEM A EXPRESSÃO DE QUE EM TELEVISÃO TUDO É ESPECTÁCULO. MAS EM CONCURSOS/ESPECTÁCULOS DESTE TIPO, OS TELESPECTADORES CHEGAM A TOMAR ACESAS PAIXÕES. É NATURAL QUE TORÇAM PELOS SEUS PREFERIDOS. MAS NÃO VALE A PENA FAZER DISTO UMA GUERRA. GANHOU QUEM TEVE MAIS VOTOS.

«CUMPRIMENTO PONTUAL DA PROGRAMAÇÃO» Programa 65 º - emitido a 16 de Fevereiro de 2008

Pivot 1 JÁ SE SABE COMO É DIDICIL CONSTRUIR UMA GRELHA DE PROGRAMAS PARA TODOS OS GOSTOS .

OS TELESPECTADORES DISCORDAM POR VEZES DESTE OU DAQUELE FORMATO, MAS HÁ UMA COISA QUE DIFICILMENTE TOLERAM:

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A SUBSTITUIÇÃO DOS PROGRAMAS PREVISTOS E A ALTERAÇÃO DOS HORÁRIOS SEM AVISO PRÉVIO. ALIÁS, A ACTUAL LEI DA TELEVISÃO, SÓ PERMITE ALTERAR A PROGRAMAÇÃO ANUNCIADA, OU O HORÁRIO DE EMISSÃO PREVISTO, COM UMA ANTECEDÊNCIA DE 48 HORAS, E DEVIDAMENTE COMUNICADA AO PÚBLICO. SÓ NO CASO DE OCORRÊNCIAS IMPREVISTAS, TAL SITUAÇÃO PODE ACONTECER. VOLTO A ESTE ASSUNTO, POIS SÃO MUITAS AS QUEIXAS DOS TELESPECTADORES. Pivot 2 SOBRE A ALTERAÇÃO DE PROGRAMAS, E A TÍTULO DE EXEMPLO, VOU REFERIR UMA QUEIXA ENVIADA POR UM TELESPECTADOR DE MACAU: NA SEXTA-FEIRA, 8 DE FEVEREIRO, NA PROGRAMAÇÃO DA RTP INTERNACIONAL ESTAVA ANUNCIADO PARA AS 14 HORAS (HORA DE LISBOA) MAIS UM EPISÓDIO DA SÉRIE «CONTA-ME COMO FOI». POIS, QUAL NÃO FOI O MEU ESPANTO, - DIZ O TELESPECTADOR - QUANDO, COM 10 MINUTOS DE ATRASO, O QUE TRANSMITEM É UM PROGRAMA DE CULINÁRIA SOBRE A PREPARAÇÃO DE UM PRATO DE BACALHAU PARA A CONSOADA… (IMAGINE-SE!) CASOS DESTES REPETEM-SE, PROVOCANDO GRANDE IRRITAÇÃO DOS TELESPECTADORES QUE, JUSTAMENTE,

PROTESTAM JUNTO DO PROVEDOR. Pivot 3 QUANTO À QUEIXA DE MUITOS TELESPECTADORES SOBRE A SUSPENSÃO DE EPISÓDIOS DE ALGUMAS SÉRIES, ESCLAREÇO QUE NEM SEMPRE TÊM RAZÃO, POIS, COMO É O CASO DE «OS SOPRANOS» E OUTRAS, SÃO AS PRÓPRIAS PRODUTORAS INTERNACIONAIS QUE INTERCALAM A PRODUÇÃO DESTAS SÉRIES POR TEMPORADAS. APROVEITO PARA DIZER QUE EM RELAÇÃO À SÉRIE «A GUERRA» DA AUTORIA DE JOAQUIM FURTADO, NÃO HOUVE QUALQUER SUSPENSÃO POR MOTIVOS POLÍTICOS, COMO VÁRIOS TELESPECTADORES PENSAM: FOI EXIBIDA A PRIMEIRA SÉRIE DE 9 EPISÓDIOS, ESTANDO A SEGUNDA SÉRIE EM PRODUÇÃO…. OS COMENTÁRIOS QUE OUVIMOS, INCLUSIVE POR PARTE DO NOVO DIRECTOR DE PROGRAMAS, JOSÉ FRAGOSO, E DOS CRÍTICOS NUNO AZINHEIRA E FERNANDO SOBRAL AJUDARAM-ME A CONTEXTUALIZAR ESTE ASSUNTO. A LEI, O PÚBLICO, E JÁ AGORA O PROVEDOR, EXIGEM CUMPRIMENTO DE PROGRAMAÇÃO E DOS HORÁRIOS.

«JOVENS» Programa 66º - emitido a 23 de Fevereiro de 2008

Pivot 1 OS JOVENS TÊM UMA FRACA PRESENÇA NOS ECRÃS DA RTP. OS TELEJORNAIS SÃO CAPAZES DE MUITAS VEZES REFERIR OS JOVENS, SOBRETUDO, POR MÁS RAZÕES.

MAS RARAMENTE REGISTAM O QUE ELES PENSAM, DIZEM E FAZEM. ??? PORQUE NÂO NOS OUVEM E SÓ PÕEM OS ADULTOS A FALAR DAS NOSSAS COISAS??? ESTA É UMA QUEIXA QUE FREQUENTEMENTE RECEBO.

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POR OUTRO LADO, - DIZEM : A PROGRAMAÇÃO ESTÁ PENSADA, PARA CRIANÇAS, ADULTOS E ATÉ TELESPECTADORES DA 3.ª IDADE. DESAPARECEU O PROGRAMA «PICA» E O «KULTO» ESTÁ DIRECCIONADO PARA A FAIXA ETÁRIA DOS 8 AOS 14 ANOS. A RTP PENSA POUCO EM NÓS… TERÁ RAZÃO DE SER ESTA QUEIXA?? Pivot 2 DE TUDO O QUE OUVIMOS HÁ, EFECTIVAMENTE, ALGUMA RAZÃO PARA A QUEIXA QUE ANALISÁMOS NESTE PROGRAMA. ALGUMAS DAS EXPLICAÇÕES FICARAM DADAS… PROVAVELMENTE, PARA OS PROGRAMADORES UMA DAS PRIMEIRAS DIFICULDADES É ESTABELECER QUAL É AFINAL O ESCALÃO ETÁRIO QUE ABRANGE HOJE O SER JOVEM. POR OUTRO LADO, O PÚBLICO JOVEM É NORMALMENTE A FAIXA ETÁRIA QUE VÊ MENOS TELEVISÃO. OS SEUS CENTROS DE INTERESSE SÃO DIVERSOS

E AS SUAS ACTIVIDADES POUCO SE COADUNAM COM OS HORÁRIOS DA PROGRAMAÇÃO OBVIAMENTE, QUE ESTAS DIFICULDADES NÃO PODEM DISPENSAR A TELEVISÃO PÚBLICA DE IMAGINAR E REALIZAR PROGRAMAS PARA JOVENS. PORÉM, EU JULGO, QUE A MAIOR RAZÃO DE SER DESTA QUEIXA É EM RELAÇÃO AO FACTO DE OS JOVENS QUEREREM TOMAR PARTE MAIS ACTIVA NAS DISCUSSÃO DOS SEUS PROBLEMAS COM DEBATES EM QUE ELES TAMBÉM TENHAM OPINIÃO. DESEJARIAM QUE QUESTÕES COMO POR EXEMPLO, A POLÉMICA DA «PORTA 65» (SOBRE O FINANCIAMENTO À 1.ª HABITAÇÃO) DA ESCOLARIDADE, DO EMPREGO,/ DESEMPREGO, DAS DIFERENÇAS ÈTNICAS E CULTURAIS, ETC., TIVESSEM UM TRATAMENTO MAIS APROFUNDADO NOS ECRÃS DA RTP. A CIDADANIA DOS JOVENS É IMPRESCINDÍVEL PARA CONSTRUIR O FUTURO DE QUALQUER PAÍS.

«POESIA NA RTP» Programa 67º - emitido a 1 de Março de 2008

Pivot 1 NO MUNDO EM QUE VIVEMOS, E NA TELEVISÃO DOS NOSSOS DIAS, PODERÁ PARECER ESTRANHO QUE TELESPECTADORES ME ESCREVAM A PERGUNTAR QUE É FEITO DA POESIA E DOS POETAS NOS ECRÃS DA RTP??? CONFESSO QUE LEVEI MUITO TEMPO A TRAZER ESTA QUESTÃO AO PROGRAMA. À PRIMEIRA VISTA, PENSEI QUE A POESIA NÃO É UM GÉNERO QUE SE ADAPTE COM FACILIDADE AOS ESQUEMAS DE PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO TELEVISIVOS. POR OUTRO LADO, PARECIA-ME UMA OPINIÃO SAUDOSISTA

DAQUELES QUE, COMO EU, AINDA SE LEMBRAM DE UM JOÃO VILLARET, OU DE UM MÁRIO VIEGAS OU DE UMA NATÁLIA CORREIA, QUE SÓ POR SI ERAM UM ESPECTÁCULO. MAS PERANTE A INSISTÊNCIA DEALGUNS TELESPECTADORES VAMOS ANALISAR ESTE TEMA, QUESTIONANDO SE NA TELEVISÃO ACTUAL A POESIA E OS POETAS PODEM TER LUGAR. Pivot 2 ACABO CONTENTE// ESTE PROGRAMA.

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PRIMEIRO, PORQUE LEVANTEI UMA QUESTÃO PERTINENTE A VÁRIOS TELESPECTADORES. DEPOIS, PORQUE… POR TODOS OS DEPOIMENTOS QUE OUVIMOS, POSSO CONCLUIR QUE A POESIA TEM LUGAR NA TELEVISÃO. TUDO DEPENDE DO MODO, DO FORMATO,

COMO SE CONCEBE, REALIZA E APRESENTA. É DIFICIL, MAS É POSSÍVEL. E MAIS CONTENTE FIQUEI, QUANDO OUVI A DIRECTORA ADJUNTA DE PROGRAMAS DIZER: «NÓS RTP CONSIDERAMOS QUE O PÚBLICO MERECE VAI HAVER POESIA NA RTP».

«COMENTADORES POLÍTICOS» Programa 68º - emitido a 8 de Março de 2008

Pivot 1 NÃO OBSTANTE A GRANDE POPULARIDADE E SABER DO PROFESSOR MARCELO REBELO DE SOUSA E O PRESTÍGIO DO DOUTOR ANTÓNIO VITORINO, RECEBO MUITAS RECLAMAÇÕES SOBRE ESTES COMENTADORES POLÍTICOS. PARA ALÉM DE CRÍTICAS DE TEOR PARTIDÁRIO QUE, NORMALMENTE, SURGEM DE OPONENTES DE DIFERENTE COR POLÍTICA, OS TELESPECTADORES LEVANTAM ALGUMAS QUESTÕES QUE ME PARECEM SER PERTINENTES: DEVERÁ OU NÃO A RTP TER UM LEQUE, IDEOLOGICAMENTE MAIS ALARGADO, DE COMENTADORES POLÍTICOS??? NÃO DEVERIA A RTP COLOCAR JORNALISTAS DOS SEUS QUADROS COMO COMENTADORES POLÍTICOS ??? Pivot 2 ANTES DE AVANÇARMOS MAIS NAS CONSIDERAÇÕES DESTE ASSUNTO CONVÉM ESCLARECER DUAS OU TRÊS COISAS: É PRECISO NÃO CONFUNDIR O MODELO DESTES PROGRAMAS COM O DE UMA ENTREVISTA. AS JORNALISTAS FLOR PEDROSO E JUDITE DE SOUSA, NO CASO,

NÃO ESTÃO A FAZER ENTREVISTAS. QUANDO MUITO, PONTUAM AS QUESTÕES. AVIVAM OS TEMAS DO COMENTÁRIO. POR ISSO, NÃO TÊM DE USAR O CONTRADITÓRIO OU QUESTIONAR AS OPINIÕES EXPRESSAS. Pivot 3 COMO FICOU EVIDENTE: NENHUM DESTES COMENTADORES NEGA A SUA PERTENÇA POLÍTICO- PARTIDÁRIA. A OPINIÃO QUE EXPRESSAM É A SUA. OBVIAMENTE, A SUA MATRIZ IDEOLÓGICA PERSPECTIVA A VISÃO E A INTERPRETAÇÃO QUE TÊM SOBRE OS ACONTECIMENTOS QUE COMENTAM. MAS, DEVEMOS RECONHECER QUE PROCURAM MANTER AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA INTELECTUAL. PROCURAM MANTER AUTONOMIA, RESPONSABILIDADE/ POR OUTRO LADO, A RTP PODERIA E DEVERIA TER MAIS COMENTADORES POLÍTICOS DE OUTROS QUADRANTES IDEOLÓGICOS. MAS ISTO SEM CAIR NO EXTREMO DE TER DE HAVER COMENTADORES FIXOS DE TODOS OS PARTIDOS. É PRECISO NÃO CONFUNDIR O COMENTÁRIO COM PROGRAMAS DE REPRESENTAÇÃO PARTIDÁRIA COMO É O CASO

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DO PROGRAMA «CORREDOR DO PODER». TODAVIA, PARECE-ME QUE, EFECTIVAMENTE, OS JORNALISTAS

DEVERIAM TER PRESENÇA NO COMENTÁRIO.

«CONTRA – INFORMAÇÃO» Programa 69º - emitido a 15 de Março de 2008

Pivot 1 UM DOS PROGRAMAS MAIS POPULARES DA RTP É O «CONTRA-INFORMAÇÃO. NÃO OBSTANTE O GERAL APREÇO PELA GRAÇA E ATÉ ARROJO DOS «BONECOS DO CONTRA», MUITOS TELESPECTADORES ENVIAM MENSAGENS A CRITICAR A FORMA QUE CONSIDERAM, POR VEZES EXCESSIVA, COMO ESTE PROGRAMA CARICATURA E GOZA COM OS POLÍTICOS E OUTRAS FIGURAS PÚBLICAS. MANIFESTAM ALGUM ESCÂNDALO E REPULSA POR ESSES EXAGEROS QUE, SEGUNDO ELES, CONCORREM PARA DESVIRTUAR A JÁ TÃO DESACREDITADA CLASSE POLÍTICA. VAMOS REFLECTIR SOBRE ESTE TEMA. Pivot 2 ALGUNS TELESPECTADORES RECLAMAM CONTRA A FORMA ABRUPTA COMO TERMINAM CERTOS EPISÓDIOS.

INDAGÁMOS JUNTO DA PROGRAMAÇÃO ESTE ASSUNTO E FOI-NOS GARANTIDO QUE NÃO SE TRATAVA DE NENHUM CORTE. APENAS DE UM PROBLEMA TÉCNICO. MAS SOBRE ISTO, O MELHOR É OUVIR A GARANTIA DE MAFALDA MENDES DE ALMEIDA: “NUNCA TIVEMOS NENHUMA LIMITAÇÃO E MUITO MENOS NENHUM CORTE”. Pivot 3 POSSO ADMITIR QUE, POR VEZES, O HUMOR DO CONTRA-INFORMAÇÃO CHOQUE ALGUNS TELESPECTADORES. PARECE-ME, PORÉM, QUE PREVALECE A APRECIAÇÃO GERAL DE AGRADO POR UM PROGRAMA QUE ESTÁ EM ANTENA HÁ QUASE 12 ANOS. DEFINIR FRONTEIRAS NO HUMOR É SEMPRE DIFÍCIL. NORMALMENTE, O HUMOR É CORROSIVO. COMO PROVEDOR, JULGO SER MUITO SAUDÁVEL A RTP TER NA SUA PROGRAMAÇÃO O «CONTRA-INFORMAÇÃO». E SÓ DESEJO QUE ESTES BONECOS CONTINUEM A FAZER-NOS RIR. E A RIR, CASTIGAR ALGUMAS COISAS.

«INFORMAÇÃO REGIONAL» «Portugal em Directo»

Programa 70º - .emitido a 22 de Março de 2008 Pivot 1 «PORTUGAL EM DIRECTO» PODE SER INTERPRETADO COMO UM TELEJORNAL SOBRE O «PAÍS REAL». PROCURA DAR COBERTURA AOS ACONTECIMENTOS NAS DIFERENTES REGIÕES.

SE POR UM LADO, HÁ TELESPECTADORES QUE ACUSAM O TELEJORNAL DE OLHAR SÓ PARA LISBOA, // E ÀS VEZES, // PARA O PORTO, POR OUTRO LADO, HÁ TAMBÉM TELESPECTADORES QUE SE QUEIXAM DE SÓ CERTAS REGIÕES

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TEREM PRESENÇA NO «PORTUGAL EM DIRECTO» VAMOS CONFRONTAR DIFERENTES PONTOS DE VISTA SOBRE ESTE ASSUNTO. Pivot 2 A RTP TEM POR TODO O PAÍS DIVERSOS CENTROS DE INFORMAÇÃO REGIONAL E ATÉ DELEGAÇÕES COMO É O CASO DE VIANA DO CASTELO. ERA DIFÍCIL OUVIRMOS OS RESPONSÁVEIS DE TODOS OS CENTROS. ESCOLHEMOS BRAGANÇA E FARO COMO REPRESENTANTES DOS EXTREMOS NORTE E SUL DE PORTUGAL CONTINENTAL. UM OUTRO DIA, ESPERAMOS DAR ATENÇÃO AOS CASOS ESPECÍFICOS DA RTP-MADEIRA E RTP- AÇORES. Pivot 3 AS QUEIXAS AQUI ESCUTADAS

E AS EXPLICAÇÕES DADAS RELEVAM ALGUMAS COISAS QUE DESEJARIA DESTACAR. EM PRIMEIRO LUGAR: FAZER INFORMAÇÃO, CRITERIOSA, COM DIVERSIDADE E PERTINÊNCIA NÃO É FÁCIL. REQUER CAPACIDADE,PROFISSIONALISMO. EM SEGUNDO LUGAR A INFORMAÇÃO LOCAL SAI CARA, É DISPENDIOSA. NÃO FLUI DAS AGÊNCIAS NOTICIOSAS. É PRECISO PESQUISÁ-LA, CONSTRUI-LA. POR FIM, DEVO NOTAR O SEGUINTE: É IMPORTANTE QUE NÃO SÓ LISBOA E PORTO TENHAM PRESENÇA PRIVILEGIADA NO TELEJORNAL DA RTP. MAS TAMBÉM É PRECISO DA NOSSA PARTE DE TELESPECTADORES NÃO CAIRMOS NO ERRO DE QUERERMOS VER EM NOTÍCIA TUDO O QUE ACONTECE NAS NOSSAS TERRAS OU NAS NOSSAS VIDAS.

«VILA FAIA (TELENOVELA)» Programa 71º - emitido a 29 de Março de 2008

Pivot 1 A COLOCAÇÃO DA TELENOVELA «VILA FAIA» NO HORÁRIO DE FIM-DE SEMANA DA GRELHA DE PROGRAMAS DA RTP 1 ENTRE AS 18.30 E AS 20 HORAS TEM SIDO OBJECTO DE GRANDE POLÉMICA NA IMPRENSA DA ESPECIALIDADE. ALGUMAS DEZENAS DE TELESPECTADORES REAGIRAM, ENVIANDO-ME MENSAGENS DE PROTESTO. MAS TAMBÉM HOUVE ALGUNS TELESPECTADORES QUE ELOGIARAM A CORAGEM DO NOVO DIRECTOR DE PROGRAMAS. É ESTE O TEMA EM APRECIAÇÃO NESTA EMISSÃO DE «A VOZ DO CIDADÃO».

Pivot 2 OS ARGUMENTOS EM CONFRONTO NESTA POLÉMICA PODEM RESUMIR-SE NESTES: OS EPISÓDIOS DE UMA TELENOVELA SÃO PARA SEREM VISTOS NUM DIA A DIA; A HABITUAÇÃO AO ENREDO DA HISTÓRIA É CONDIÇÃO PARA CRIAR AUDIÊNCIA; O HORÁRIO ESCOLHIDO NÃO GARANTE RETORNO AO INVESTIMENTO FEITO; POR OUTRO LADO, PODE LESAR OS ACTORES NÃO CONCORRE PARA A SUA CONSAGRAÇÃO JUNTO DO PÚBLICO E PODE ATÉ PREJUDICÁ-LOS NOUTROS CONTRATOS. TUDO SOMADO ESTA POLÉMICA

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TRAZ À DISCUSSÃO O ENTENDIMENTO DO ESTATUTO DE SERVIÇO PÚBLICO E A QUESTÃO DOS CRITÉRIOS DA GRELHA DE PROGRAMAS DA RTP. Pivot 2 QUE PENSA O PROVEDOR DESTA POLÉMICA? EU PERCEBO AS REACÇÕES DOS TELESPECTADORES, SOBRETUDO, DAQUELES QUE GOSTAM DE TELENOVELAS E COMPREENDO AINDA MELHOR A REACÇÃO DOS AUTORES E ACTORES MAS TAMBÉM ENTENDO O PROBLEMA E A DECISÃO DE JOSÉ FRAGOSO DIRECTOR DE PROGRAMAS DA RTP.

PARTICULARMENTE DEFENDO QUE A TELENOVELA COMO ESPECÍFICO GÉNERO TELEVISIVO E ATÉ PELO ENORME SERVIÇO SOCIAL QUE PODE PRESTAR TEM LUGAR NUMA ESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO A DIFICULDADE É A DE QUE LUGAR DEVE OCUPAR NA GRELHA. A RTP TEM DE PRIMAR POR UMA PROGRAMAÇÃO ALTERNATIVA E DIVERSIFICADA. TEM DE CONSTITUIR UM GRELHA VERTICAL. MAS A QUESTÃO DE OUTRO HORÁRIO DAQUELE QUE FOI DETERMINADO É UMA QUESTÃO EM ABERTO.

«FESTIVAL DA CANÇÃO» Programa 72º - emitido a 5 de Abril de 2008

Pivot 1 O FESTIVAL DA CANÇÃO REALIZADO NO PASSADO DIA 9 DE MARÇO PARA A ESCOLHA DA CANÇÃO QUE IRÁ REPRESENTAR PORTUGAL NO CONCURSO DA EUROVISÃO 2008 FOI OBJECTO DE IMENSAS RECLAMAÇÕES. MUITOS TELESPECTADORES DISCORDAM DE SER ESTE O MODELO MAIS INDICADO PARA ESCOLHER A REPRESENTATIVIDADE DA MÚSICA PORTUGUESA NA EUROPA// EM FESTIVAIS DESTE GÉNERO. NÃO ME PARECE QUE ESTE ASSUNTO DIGA RESPEITO AO PROVEDOR. AINDA ASSIM VAMOS REGISTAR A OPINIÃO DE UM ESPECIALISTA NESTA MATÉRIA, DAVID FERREIRA. MAS A QUESTÃO QUE LEVANTOU MAIS PROTESTOS, TEVE A VER COM AS ANOMALIAS DETECTADAS NO PROCESSO DE REGISTO DO TELEVOTO.// FOMOS À PROCURA DAS EXPLICAÇÕES, POR PARTE DOS SERVIÇOS MULTIMEDIA DA RTP E DA PT- COMUNICAÇÕES.

Pivot 2 PARECEM-ME SUFICIENTEMENTE ESCLARECEDORAS AS EXPLICAÇÕES DADAS POR FRANCISCO TEOTÓNIO PEREIRA, RESPONSÁVEL DOS SERVIÇOS MULTIMEDIA DA RTP. POR PARTE DA PT-COMUNICAÇÕES RECEBEMOS DA DIRECTORA DO GABINETE JURÍDICO UM OFÍCIO EM QUE É ASSEGURADO O SEGUINTE:

1 EFECTIVAMENTE FORAM DETECTADAS ANOMALIAS; 2 O PERÍODO DE VOTAÇÃO FOI ALVODE ATAQUES

QUE ESTA OCORRÊNCIA NÃO TEVE IMPACTO NO RESULTADO FINAL DO FESTIVAL DA CANÇÃO. OU SEJA : COMO GARANTIA O RESPONSÁVEL DOS SERVIÇOS MULTIMEDIA DA RTP, A TENDÊNCIA DO VOTO NÃO FOI ALTERADA. AS PESSOAS PREJUDICADAS POR ESTAS ANOMALIAS

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SERÃO RESSARCIDAS DOS VALORES DAS CHAMADAS.

3 A PT-COMUNICAÇÕES ASSEGURA QUE ESTA OCORRÊNCIA NÃO TEVE IMPACTO NO RESULTADO FINAL DO FESTIVAL DA CANÇÃO. OU SEJA: COMO GARANTIA O RESPONSÁVEL DOS SERVIÇOS

MULTIMEDIA DA RTP: TEOTÓNIO PEREIRA, A TENDÊNCIA DO VOTO NÃO FOI ALTERADA. AS PESSOAS PREJUDICADAS POR ESTAS ANOMALIAS DEVERÃO SER RESSARCIDAS DOS VALORES DAS CHAMADAS.

«HORÓSCOPOS» Programa 73º - emitido a 12 de Abril de 2008

Pivot 1 NÃO HÁ REVISTA OU JORNAL QUE SE PREZE MESMO ENTRE AQUELES DITOS DE REFERÊNCIA, QUE NÃO INCLUA UMA SECÇÃO DE HORÓSCOPOS E PELO QUE SEI, MUITOS LEITORES LÊEM-NOS COM ALGUMAS VORACIDADE. TODAVIA, EM RELAÇÃO À RTP, ALGUNS TELESPECTADORES INSURGEM-SE CONTRA A DIFUSÃO DE PROGRAMAS OU RUBRICAS DESTE GÉNERO, E PEDEM-ME PARA LEVANTAR O PROBLEMA. ALIÁS, FIZERAM-ME CHEGAR UM DOCUMENTO APRESENTADO HÁ DOIS ANOS AO DIRECTOR DE PROGRAMAS, E SUBSCRITO POR TRINTA E UM CIENTISTAS, EM QUE ESTES REPUDIAVAM A PRESENÇA NOS ÉCRANS DA RTP DE POPULARES ASTRÓLOGOS. NA PERSPECTIVA DE UMA CERTA FUNÇÃO PEDAGÓGICA

A QUE UMA TELEVISÃO DE SERVIÇO PÚBLICO NÃO PODE ESTAR ALHEIA E QUE TEM PROCURADO RESPEITAR NESTE PROGRAMA, VAMOS REFLECTIR SOBRE ESTA QUESTÃO Pivot 2 COMO VIRAM CONTRAPUSEMOS À POSIÇÃO DE PROFISSIONAIS DESTE OFÍCIO A PALAVRA DE CIENTISTAS. UMA CONCLUSÃO PARECE IMPOR-SE: OS HORÓSCOPOS NÃO TÊM VALOR CIENTÍFICO. QUANDO MUITO PODEM SER VISTOS COMO UM «FAIT-DIVER» OU ENTRETENIMENTO. É PRECISO TRANSMITIR AO PÚBLICO ESSA NOÇÃO DE MODO CLARO, SEM ATRIBUIR À LEITURA OU À APRESENTAÇÃO DE HORÓSCOPOS O TOM DE VERACIDADE COM QUE NORMALMENTE SÃO APRESENTADOS.

«AÇORES» Programa 74º - emitido a 19 de Abril de 2008

Pivot 1 «A VOZ DO CIDADÃO» VEM HOJE DOS AÇORES.

OBVIAMENTE, OS TELESPECTADORES AÇORIANOS TAMBÉM APRESENTAM APLAUSOS E QUEIXAS AO PROVEDOR SOBRE A RTP.

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NESTE PROGRAMA, HÁ MUITO PROMETIDO, VAMOS OUVIR DEPOIMENTOS DOS INSULARES SOBRE A IMAGEM QUE TÊM DA PROGRAMAÇÃO E INFORMAÇÃO DA RTP, O LUGAR QUE A RTP RESERVA A ESTA REGIÃO DE PORTUGAL, E O QUE PENSAM DO SERVIÇO RTP-AÇORES. UMA EQUIPA DE REPORTAGEM DE «A VOZ DO CIDADÃO» ESTEVE EM PONTA DELGADA. EU…. FALO-VOS DAQUI, DESTA ACOLHEDORA «CASA DOS AÇORES», EM PLENA CIDADE DE LISBOA. Pivot 2 PELOS DEPOIMENTOS AQUI REGISTADOS, SOU LEVADO A CONCLUIR: OS AÇORIANOS DESEJARIAM

VER A SUA REGIÃO COM UMA MAIOR PRESENÇA NOS ECRÃS DA RTP. MAS NÃO DEIXA DE SER CURIOSO NOTAR QUE, SE A REPRESENTATIVIDADE DOS AÇORES, NA INFORMAÇÃO OU PROGRAMAÇÃO DA RTP, É OBJECTO DE QUEIXA, TAMBÉM É NOTADA A FALTA DE REPRESENTATIVIDADE DAS NOVE ILHAS NA RTP- AÇORES. FICA CLARA A PREOCUPAÇÃO DO DIRECTOR DA ESTAÇÃO REGIONAL EM TENTAR RESOLVER ESTA SITUAÇÃO. CREIO QUE ESTE PROGRAMA DEMONSTRA BEM A NECESSIDADE DE, NUM PORTUGAL TÃO DISPERSO E DIVERSO, CONTINUAR A EXISTIR UM SERVIÇO PÚBLICO DE TELEVISÃO. E BEM ASSIM RELEVA A DIFICULDADE DE CUMPRI-LO.

«MADEIRA» Programa 75º - .emitido a 26 de Abril de 2008

Pivot 1 A «VOZ DO CIDADÃO» ESTEVE NA MADEIRA. QUISÉMOS OUVIR, DE PERTO, ALGUNS MADEIRENSES SOBRE O QUE PENSAM DA RTP E DA RTP – MADEIRA Pivot 2 OS MADEIRENSES NÃO SÃO MUITO INTERVENIENTES NESTE ESPAÇO. CONTUDO, DURANTE ESTE MANDATO RECEBI ALGUMAS QUEIXAS CONTRA A EVENTUAL FALTA DE PLURALISMO DE OPINIÃO NA RTP- MADEIRA. RESPECTIVAMENTE DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DE ESCRITÓRIO, COMÉRCIO E SERVIÇOS, DO PARTIDO SOCIALISTA DA MADEIRA E AINDA UMA OUTRA DOS JORNALISTAS DO «JORNAL DA MADEIRA»

CONTRA UM «SKETCH» DE OS «GATO FEDORENTO». PORVENTURA, NÃO A CONTENTO DE TODOS, RESPONDEMOS OPORTUNAMENTE. MAS, NESTE PONTO DE PLURALISMO, ATÉ O DIRECTOR DA RTP – MADEIRA SE QUEIXA DA DIFICULDADE DE ESTABELECER UM DIÁLOGO POLÍTICO: «HÁ DÉCADAS – DIZ ELE – QUE NÃO HÁ UM DEBATE COM TODAS AS FORÇAS POLÍTICAS COM ASSENTO NA ASSEMBLEIA REGIONAL». Pivot 3 QUANTO AOS NOTICIÁRIOS NACIONAIS, OS MADEIRENSES ACHAM QUE OS ACONTECIMENTOS DO ARQUIPÉLAGO PODERIAM TER UMA MAIOR PRESENÇA NA RTP. A SEMANA QUE PASSOU FOI UMA EXCEPÇÃO: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ESTEVE ALI

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EM VISITA OFICIAL. A EXISTÊNCIA DESTA CASA DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA, AQUI EM LISBOA, DONDE VOS FALO, É BEM O SÍMBOLO DESTE FORTE ELO DE LIGAÇÃO À PATRIA MÃE.

SERIA IMPORTANTE QUE, ESTE ANO, EM QUE A CIDADE DO FUNCHAL CELEBRA OS 500 ANOS DA SUA FUNDAÇÃO A RTP NÃO ESQUECESSE ESTES PEDAÇOS DA HISTÓRIA DA MADEIRA E DA HISTÓRIA DE PORTUGAL.

«INFORMAÇÃO / BALANÇO» Programa 76º - emitido a 3 de Maio de 2008

Pivot 1 APRESENTEI RECENTEMENTE O RELATÓRIO DE ACTIVIDADES DE 2007. NO PROGRAMA DE HOJE VOU SALIENTAR ALGUNS DOS PONTOS MAIS NEGATIVOS E DOS PONTOS MAIS POSITIVOS QUE OS TELESPECTADORES REFEREM EM RELAÇÃO À INFORMAÇÃO DA RTP. OS TELESPECTADORES DESEJARIAM UM MAIOR RIGOR NA ORDENAÇÃO DO VALOR DAS NOTÍCIAS. SÓ MUITO EXCEPCIONALMENTE UM TELEJORNAL PODERIA ABRIR COM NOTÍCIAS DE CASOS DE DELINQUÊNCIA. OU DE FUTEBOL. CONTUDO, VIAM COM BONS OLHOS A REPOSIÇÃO NA RTP 1 DE UM PROGRAMA TIPO «DOMINGO DESPORTIVO». Pivot 2 O TELEJORNAL DA RTP 1 DEVERIA DAR MAIS ATENÇÃO AOS EVENTOS CULTURAIS DAS ARTES, DA CIÊNCIA. NÃO BASTA HAVER ESSA PREOCUPAÇÃO APENAS RTP 2. Pivot 3 OS TELESPECTADORES LAMENTAM OS REPETIDOS ERROS NA FALA E NA ESCRITA DA LÍNGUA PORTUGUESA. E BEM ASSIM OS FREQUENTES ERROS NA TRADUÇÃO DAS LEGENDAS DE FILMES E SÉRIES OS TELESPECTADORES ENTENDEM QUE NA ÁREA POLÍTICA E ECONÓMICA

A RTP DEVERIA TER UM LEQUE MAIS ALARGADO DE COMENTADORES… E JORNALISTAS DO SEU QUADRO ESPECIALIZADOS NESTAS MATÉRIAS. OS TELESPECTADORES CONDENAM A PROMOÇÃO DE CERTOS PROGRAMAS COM CENASVIOLENTAS JUNTO AOS TELEJORNAIS. Pivot 5 MAS É IMPORTANTE RELEVAR QUE SÃO MUITOS OS TELESPECTADORES QUE ELOGIAM A RTP. RECONHECEM QUALIDADE PROFISSIONAL NOS PRINCIPAIS APRESENTADORES DOS TELEJORNAIS, BEM COMO AS NOVAS CARAS DA RTPN. LOUVAM O MODELO DO JORNAL 2. GOSTARIAM DE VER MAIS VEZES O TELEJORNAL EMITIDO A PARTIR DE OUTRAS LOCALIDADES COMO FOI O CASO DO ANIVERSÁRIO DO VULCÃO DOS CAPELINHOS NOS AÇORES. DESTACAM AS ENTREVISTAS DE JUDITE DE SOUSA E A RUBRICA «EM REPORTAGEM». ELEGEM COMO PARADIGMÁTICO NO TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO, O PROGRAMA «50 ANOS, 50 NOTÍCIAS». Pivot 6 REPUTO DE GRANDE IMPORTÂNCIA TRAZER A ESTE PROGRAMA O SENTIDO CRÍTICO DOS TELESPECTADORES:

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COMO DIZEM MAL, COMO DIZEM BEM. A PERTINÊNCIA DAS SUAS MENSAGENS CONCORRE PARA AJUDAR A MELHORAR

A QUALIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO DE TELEVISÃO.

«PROGRAMAÇÃO / BALANÇO» Programa 77º - emitido a 10 de Maio de 2008

Pivot 1 NO ÚLTIMO PROGRAMA, A PARTIR DO RELATÓRIO DE ACTIVIDADES SOBRE O ANO 2007, FIZÉMOS UM BREVE BALANÇO SOBRE OS PONTOS MAIS NEGATIVOS E OS PONTOS MAIS POSITIVOS REFERENCIADOS PELOS TELESPECTADORES A PROPÓSITO DA INFORMAÇÃO PRODUZIDA PELA RTP. HOJE, COM IDÊNTICOS CRITÉRIOS, VAMOS DEDICAR ATENÇÃO À PROGRAMAÇÃO. TAL COMO ACONTECEU EM 2006 A FALTA DE CUMPRIMENTO DE HORÁRIOS OU A ALTERAÇÃO DA GRELHA ANUNCIADA SEM AVISO PRÉVIO REUNIU O MAIOR NÚMERO DE CRÍTICAS. Pivot 2 RECEBEM IGUALMENTE APRECIAÇÃO NEGATIVA A HORA TARDIA DE ALGUNS PROGRAMAS, COMO, POR EXEMPLO, «PRÓS E CONTRAS» QUE ACUSAM SER INADMISSÍVEL ACABAR DEPOIS DA UMA HORA DA MANHÃ. E TAMBÉM AS SÉRIES DA RTP2 OU OS FILMES. A JUSTIFICAÇÃO DADA POR MAIS DE UMA VEZ QUE FACE A ALGUNS CONTEÚDOS, A LEI OBRIGA À OBSERVÂNCIA DA EMISSÃO SÓ A PARTIR DAS 22.30 HORAS NÃO É ATENDIDA POR MUITOS TELESPECTADORES. Pivot 3

A RTP I E A RTP MEMÓRIA SÃO OBJECTO DE MUITAS QUEIXAS. A RTP INTERNACIONAL DEVERIA OBEDECER A UMA PROGRAMAÇÃO MAIS ADEQUADA AOS INTERESSES TELEVISIVOS DOS PORTUGUESES ESPALHADOS PELO MUNDO E TRANSMITIR UMA IMAGEM MAIS ACTUAL DO PORTUGAL DE HOJE. NÃO COMPREENDEM COMO É POSSÍVEL REPETIR TANTAS VEZES ALGUNS PROGRAMAS. DA MEMÓRIA DESEJARIAM VER UMA MEMÓRIA MAIS VIVA. Pivot 4 TENHO INSISTIDO NA MINHA ACTUAÇÃO QUE OS TELESPECTADORES NÂO FAZEM APENAS CRÍTICAS NEGATIVAS. SÃO MUITOS AQUELES QUE TAMBÉM ELOGIAM A RTP E QUE DESEJAM QUE ESTA ESTAÇÃO EXIBA UMA PROGRAMAÇÃO ALTERNATIVA. PASSO A ENUNCIAR UM CONJUNTO DE PROGRAMAS QUE MERECERAM NOTA POSITIVA: CONTA-ME COMO FOI, PORTUGAL SOCIAL, PRÓS E CONTRAS, CÃMARA CLARA, SOCIEDADE CIVIL, DIÁRIO DE SOFIA, AS SÉRIES DA RTP2, DIZ QUE É UMA ESPÉCIE DE MAGAZINE. OS TELESPECTADORES VÊM A RTP COMO A SUA TELEVISÃO. PAGAM-NA COM OS SEUS IMPOSTOS. EXIGEM POR ISSO MUITO DA RTP O PROBLEMA DIFÍCIL É O DE COMO AGRADAR A TODOS. É TÃO VARIADO O GOSTO DOS PÚBLICOS.

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«CARJACKING» Programa 78º - emitido a 17 de Maio de 2008

Pivot 1 A REPORTAGEM APRESENTADA PELA RTP, NO PASSADO DIA 16 DE ABRIL, SOBRE O ACTUAL FENÓMENO SOCIAL DO «CARJACKING», PROVOCOU ENORME CONTESTAÇÃO POR PARTE DE MUITOS TELESPECTADORES. PARA JÁ, UMA PRIMEIRA ACUSAÇÃO É EM RELAÇÃO À DESIGNAÇÃO: PORQUE NÃO UTILIZAR A EXPRESSÃO EM PORTUGUÊS: ROUBO VIOLENTO DE CARROS. POR OUTRO LADO, DEVO DIZER, QUE A IMAGEM PROMOCIONAL DA REPORTAGEM, - EVIDENCIANDO UM AUTOR DESTE CRIME, COM UMA ARMA NA MÃO- RECEBEU MAIS PROTESTOS DO QUE A PRÓPRIA REPORTAGEM. NA POSIÇÃO QUE TENHO DEFENDIDO DE SER MEDIADOR ENTRE QUEM FAZ TELEVISÃO E QUEM VÊ TELEVISÃO, RESOLVI FAZER UM PROGRAMA SOBRE ESTA POLÉMICA REPORTAGEM. Pivot 2 NÃO FOI POSSÍVEL OUVIR NINGUÉM DA POLÍCIA JUDICIÁRIA. AOS DEPOIMENTOS DE ALGUNS TELESPECTADORES, JUNTÁMOS AOS DEVIDOS ESCLARECIMENTOS DA JORNALISTA- REPORTER, E DO DIRECTOR DA INFORMAÇÃO DA RTP, A OPINIÃO DE UM PSICÓLOGO, DE UM JURISTA E DE UM SOCIÓLOGO. COMPETE AO PROVEDOR A DEFESA DOS DIREITOS DO CIDADÃO.

MAS TAMBÉM LHE COMPETE A DEFESA DA IMAGEM PÚBLICA DOS PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO. É O QUE PRETENDO// AO TRATAR ESTE TEMA. Pivot 3 COMPREENDO O CHOQUE E O ESCÂNDALO CAUSADOS JUNTO DE MUITOS TELESPECTADORES. A REALIDADE DESTAS ACTUAÇÕES CRIMINOSAS NÃO SÓ ASSUSTAM COMO DEVEM SER CONDENADAS. MAS AO VER A REPORTAGEM, NÃO TENHO DÚVIDAS: A INTENÇÃO DA JORNALISTA FOI LEVAR AO PÚBLICO UMA ATENÇÃO ESPECIAL SOBRE ESTE CRIME, E PREVENIR-NOS CONTRA UM ACTO DE QUE PODEMOS SER EVENTUAIS VÍTIMAS. DE FACTO, DEVERIA TER SIDO EVITADA A REPETIÇÃO DA REPORTAGEM AO FIM DA MANHÃ DO DIA SEGUINTE. EM QUALQUER CASO, NÃO ME PARECE TER HAVIDO INTENÇÃO DE DAR TEMPO DE ANTENA A AUTORES DESTE PREOCUPANTE CRIME. NA NOSSA CONVIVÊNCIA SOCIAL, IMPORTA SABER DISTINGUIR ESTES DOIS DISTINTOS PLANOS, AMBOS IMPORTANTES: O PAPEL DA INFORMAÇÃO E O PAPEL DA POLÍCIA: À INFORMAÇÃO CABE DENUNCIAR, RELEVAR OS PERIGOS SOCIAIS. ÀS POLÍCIAS CABE PREVENIR E COMBATER O CRIME. NESTE CASO, PENSO SINCERAMENTE, HOUVE JORNALISMO, HOUVE INFORMAÇÃO.

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«CORRESPONDENTES ESTRANGEIROS» Programa 79º - emitido a 24 de Maio de 2008

Pivot 1 VOLTA E MEIA APARECEM REPAROS POR PARTE DOS TELESPECTADORES SOBRE A «VISÃO» MANIFESTADA PELOS CORRESPONDENTES DA RTP, NOS DIFERENTES PAÍSES, ACERCA DOS ACONTECIMENTOS QUE RELATAM. A CRÍTICA MAIS GENERALIZADA É A DE QUE «ESSA VISÃO» É MARCADA PELA POLÍTICA DOMINANTE, SÃO APONTADOS COMO CASOS EXEMPLIFICATIVOS O CASO DOS CORRESPONDENTES EM MOSCOVO, EM LUANDA E WASHINGTON. RECENTEMENTE SURGIRAM QUEIXAS A PROPÓSITO DA COBERTURA FEITA SOBRE O REFERENDO NA VENEZUELA. TERÁ ALGUM FUNDAMENTO ESTA CRÍTICA? VAMOS DAR A PALAVRA A ALGUNS CORRESPONENTES DA RTP, NO ESTRANGEIRO. Pivot 2

SE, COMO DIZ O DITADO, PARA BOM ENTENDEDOR MEIA PALAVRA BASTA, OS DEPOPIMENTOS DOS CORRESPONDENTES, OUVIDOS NESTE PROGRAMA, NÃO MENTEM. HONESTAMENTE, ELES SÃO OS PRIMEIROS A RECONHECER OS CONDICIONAMENTOS EM QUE DESENVOLVEM O SEU TRABALHO. CONDICIONAMENTOS DE ORDEM POLÍTICA, BUROCRÁTICA E ADMINISTRATIVA, OU PELO PRÓPRIO CIRCUITO DAS FONTES UTILIZADAS. OS REPAROS DOS TELESPECTADORES FUNDAMENTAM A RECOMENDAÇÃO QUE DEIXO: TODA A ATENÇÃO É POUCA PARA PRODUZIR UMA INFORMAÇÃO ISENTA E INDEPENDENTE. E SE ESTA MISSÃO É DIFICIL, QUANDO SE ESTÁ EM CASA, OU SEJA, EM TERRITÓRIO NACIONAL, MAIS DIFICIL SE TORNA, COMO FICOU EVIDENTE, DE WASHINGTON OU DA VENEZUELA.

«LIVROS E LEITURAS» Programa 80º - emitido a 31 de Maio de 2008

Pivot 1 TERÁ A TELEVISÃO UM EFEITO NOCIVO SOBRE OS HÁBITOS DE LEITURA? DECORREM POR ESTES DIAS, EM LISBOA E NO PORTO, E VÃO SEGUIR-SE EM BRAGA E POR OUTRAS CIDADES DO PAÍS, AS TRADICIONAIS «FEIRAS DO LIVRO»… NÃO RARAS VEZES ACUSA-SE A TELEVISÃO DE SER UM OBSTÁCULO AO LIVRO, À LEITURA E AO QUE ESTES REPRESENTAM NA FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO CULTURAL DOS CIDADÃOS.

ESTE PROGRAMA VAI TRATAR DESTE ASSUNTO. ESTE «INVERNO» DE MAIO NÃO NOS PERMITIU GRAVAR NO EXTERIOR. ESTAMOS NA LIVRARIA «BIBLOS». VAMOS FALAR DESTA DIFICIL RELAÇÃO ENTRE O LIVRO E A TELEVISÃO. Pivot 2 NÃO FALTAM PROGRAMAS NA RTP A FALAR DE LIVROS OU DE ESCRITORES. É VERDADE QUE O DESAPARECIMENTO DO PROGRAMA «LIVRO ABERTO», DE FRANCISCO JOSÉ VIEGAS AINDA NÃO ENCONTROU SUBSTITUTO.

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MAS PROGRAMAS COMO «CÂMARA CLARA» DE PAULA MOURA PINHEIRO, OU «AS ESCOLHAS DE MARCELO» DO PROFESSOR MARCELO REBELO DE SOUSA APRESENTAM LIVROS E ESCRITORES. MAS O PROBLEMA NÃO É O DE APRESENTAR LIVROS OU FALAR DE ESCRITORES. O PROBLEMA É O DE CONSEGUIR UMA INTERCOMPLEMENTARIDADE ENTRE A TELEVISÃO E O LIVRO, A LEITURA, COMO INSTRUMENTO DIFUSOR DE CULTURA. Pivot 3

OS DEPOIMENTOS CRÍTICOS QUE OUVIMOS, E, POR OUTRO LADO, A NOTÍCIA DAS EXPERIÊNCIAS EM CURSO, RELEVAM A PROCURA DE FAZER DO LIVRO E DA TELEVISÃO, MEIOS PARA O DESENVOLVIMENTO CULTURAL DOS CIDADÃOS. COSTUMA ATRIBUIR-SE AO LIVRO UM PODER CARISMÁTICO EM RELAÇÃO À CULTURA. DESCOBRIR FORMAS DE CRUZAR A INDESMENTÍVEL EFICÁCIA DA TELEVISÃO COM A DO LIVRO É UM IMPORTANTE «SERVIÇO PÚBLICO» QUE DEVE SER PREOCUPAÇÃO DA RTP.

«ECONOMIA» Programa 81º - emitido a 7 de Junho de 2008

Pivot 1 AS NOTÍCIAS SOBRE AS QUESTÕES ECONÓMICAS ESTÃO NA ORDEM DO DIA. E INFELIZMENTE PELOS PIORES MOTIVOS. SÃO MUITOS OS TELESPECTADORES QUE SE QUEIXAM DO USO DE UMA LINGUAGEM EXCESSIVAMENTE TÉCNICA, MUITO FECHADA, NAS NOTÍCIAS SOBRE ECONOMIA. GOSTARIAM, POR ISSO, DE OBTER, ATRAVÉS DA RTP, UMA INFORMAÇÃO ECONÓMICA MAIS DESCODIFICADA, MAIS ACESSIVEL A TODOS. E IGUALMENTE DESEJARIAM QUE A RTP APRESENTASSE UM LEQUE DE COMENTADORES QUE PROCURASSEM EXPLICAR AO GRANDE PÚBLICO, AS QUESTÕES ECONÓMICAS. PARTICULARMENTE AQUELAS QUE AFECTAM A VIDA DOS CIDADÃOS. Pivot 2

ESTA DIFICULDADE DE UTILIZAR UMA LINGUAGEM COMPREENDIDA PELO GRANDE PÚBLICO NÃO É APENAS UM PROBLEMA DA ECONOMIA. DECIFRAR OS TERMOS TÉCNICOS, EXPLICAR OS FENÓMENOS QUE VÃO ACONTECENDO, É UMA QUESTÃO COMUM AOS VÁRIOS CAMPOS CIENTÍFICOS. MAS OS ESPECTADORES ENTENDEM, E CONCORDO COM ELES: TAL COMO NO DESPORTO A RTP TEM VÁRIOS COMENTADORES, O MESMO DEVERIA ACONTECER PARA OS ASSUNTOS ECONÓMICOS. Pivot 3 OBVIAMENTE, CADA NOTÍCIA NÃO PODE SER UM LIÇÃO SOBRE ECONOMIA. MAS, EM NOME DOS TELESPECTADORES, DEVO PEDIR À RTP, UMA INFORMAÇÃO ECONÓMICA MAIS DECIFRADA, MAIS COMENTADA. ESTAMOS PERANTE QUESTÕES QUE TÊM A VER COM A VIDA CONCRETA DE TODOS NÓS.

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«SOCIEDADE CIVIL» Programa 82º - emitido a 14 de Junho de 2008

Pivot 1 NESTA MISSÃO DE INTERLOCUTOR DOS TELESPECTADORES COM A RTP, TENHO PROCURADO SALIENTAR QUE NÃO RECEBO APENAS QUEIXAS E RECLAMAÇÕES. MUITOS TELESPECTADORES TAMBÉM ENVIAM APLAUSOS E ELOGIOS… «SOCIEDADE CIVIL», UM PROGRAMA DA RTP2, EMITIDO DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, É CONSIDERADO UM PROGRAMA PROTÓTIPO DE SERVIÇO PÚBLICO. «A VOZ DO CIDADÃO» DE HOJE É DEDICADA AO «SOCIEDADE CIVIL». Pivot 2 CONSIDERAR ESTE PROGRAMA, «SOCIEDADE CIVIL», UM PARADIGMA DE «SERVIÇO PÚBLICO», NÃO SIGNIFICA ADMITIR QUE ESTÁ ISENTO DE CRÌTICAS. ALGUNS TELESPECTADORES ENTENDEM QUE UM PROGRAMA DESTE TIPO DEVERIA ESTAR COLOCADO NOUTRO HORÁRIO QUE NÃO ESTE ENTRE AS 14.00 e 15.30 DOS DIAS DE SEMANA,

OUTROS AINDA… JULGAM QUE O MODELO DO DEBATE PODERIA SER MAIS INOVADOR. MAS, REGRA GERAL, ELOGIAM O PROGRAMA. Pivot 3 ESTE PROGRAMA RESULTA DE PROTOCOLOS DE PARCERIA COM O CENTRO NACIONAL DE CULTURA E OUTRAS ASSOCIAÇÕES. POR ISSO, FOI JUNTO DOS RESPONSÁVEIS DESSAS ENTIDADES QUE FOMOS INDAGAR QUE OPINIÃO TINHAM SOBRE A FORMA E AS CONDIÇÕES COMO O «SOCIEDADE CIVIL» ESTARIA A CORRESPONDER ÀS OBRIGAÇÕES DO SEU ESTATUTO. O BALANÇO GERAL QUE PODEMOS REGISTAR É BASTANTE POSITIVO. E É RECONHECIDO O SERVIÇO PÚBLICO QUE COM ESTE PROGRAMA A RTP PRESTA AOS CIDADÃOS. ASSIM ACONTECESSE MAIS VEZES, E COM OUTROS PROGRAMAS.

«SAÚDE» Programa 83º - emitido a 21 de Junho de 2008

Pivot 1 A SAÚDE É DOS TEMAS MAIS SENSÍVEIS À OPINIÃO PÚBLICA. A INFORMAÇÃO QUE A RTP PRODUZ SOBRE SAÚDE É QUESTIONADA POR MUITOS TELESPECTADORES. DUAS ACUSAÇÕES SÃO PREPONDERANTES: A FALTA DE UM PROGRAMA SOBRE SAÚDE NA ACTUAL GRELHA DA RTP; UMA INFORMAÇÃO INSUFICIENTE E NORMALMENTE COM TENDÊNCIA

PARA DESTACAR SOBRETUDO O NEGATIVO. POR OUTRO LADO, RECEBO MUITAS RECLAMAÇÕES DE MÉDICOS E PROFISSIONAIS DESTE CAMPO QUE LAMENTAM AS IMPRECISÕES E ERROS TÉCNICOS COMETIDOS EM DETERMINADAS NOTÍCIAS. NESTE AMBIENTE DE UM HOSPITAL, O SÃO FRANCISCO XAVIER, VAMOS REFLECTIR SOBRE ESTE ASSUNTO.

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Pivot 2 NÃO SE PODE DIZER QUE FALTAM NOS TELEJORNAIS DA RTP NOTÍCIAS SOBRE SAÚDE. MAS ESTAS INCIDEM PRINCIPALMENTE NOS ASPECTOS QUE TÊM A VER COM AS POLÍTICAS PARA A SAÚDE. NA RECENTE CRISE DAS MANIFESTAÇÕES CONTRA A POLÍTICA GOVERNAMENTAL DA IMPLANTAÇÃO DA NOVA REDE DE UNIDADES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ÀS POPULAÇÕES OS NOTICIÁRIOS – E BEM - DERAM RELEVO A ESSES ACONTECIMENTOS. O PRÓPRIO PROGRAMA «PRÓS- E CONTRAS» POR MAIS DE UMA VEZ DEBATEU ESSA SITUAÇÃO. MAS PRODUZIR INFORMAÇÃO A PROPÓSITO DA SAÚDE É UMA TAREFA MAIS COMPLICADA E MAIS EXIGENTE. OUÇAMOS OS DEPOIMENTOS:

Pivot 3 PARECE-ME PODER CONCLUIR ESTE PROGRAMA CHAMANDO A ATENÇÃO PARA ESTES PONTOS: OS TELESPECTADORES ESPERAM QUE A RTP VOLTE A INCLUIR NA SUA GRELHA UM ADEQUADO PROGRAMA SOBRE AS PROBLEMÁTICAS DA SAÚDE; OS TELESPECTADORES DESEJAM UMA INFORMAÇÃO SOBRE ESTE IMPORTANTE TEMA, MAIS CUIDADA, MAIS RIGOROSA E MAIS EFICAZ MAS OS TELESPECTADORES TAMBÉM ENTENDEM QUE AS ENTIDADES COMPETENTES, COMO POR EXEMPLO, O PRÓPRIO MINISTÉRIO DA SAÚDE UTILIZEM MELHOR ESTE GRANDE MEIO DE COMUNICAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO, COMO É A RTP, PARA INFORMAR AS POPULAÇÔES SOBRE SITUAÇÕES E PROBLEMAS TÃO DECISIVOS NAS SUAS VIDAS.

«FUTEBOL A MAIS FUTEBOL A MENOS» Programa 84º - emitido a 28 de Junho de 2008

Pivot 1 OS MEDIA, E COMO TAL MESMO UMA TELEVISÃO, COM O ESTATUTO DE SERVIÇO PÚBLICO, NÃO PODEM ESCONDER OS ACONTECIMENTOS MUNDIAIS. E PENSE-SE O QUE SE PENSE UM CAMPEONATO EUROPEU DE FUTEBOL É UM EVENTO GLOBAL: CONCENTRA A ATENÇÃO DE MILHÕES E MILHÕES DE TELESPECTADORES; AS ESTAÇÕES QUE TRANSMITEM OS JOGOS ARRASAM AS AUDIÊNCIAS DAQUELAS QUE NÃO AS TRANSMITEM. POR OUTRO LADO, NÃO PODEMOS IGNORAR QUE ENTRE O FUTEBOL E A ECONOMIA HÁ UM MATRIMÓNIO DE INTERESSE QUE FAZ DESTE EVENTO

UM DOS NEGÓCIOS MAIS RENTÁVEIS DO UNIVERSO. NO CORREIO DOS TELESPECTADORES QUE RECEBI NESTES DIAS, PODE DIZER-SE QUE HÁ DUAS POSIÇÕES EXTREMAS: AQUELES QUE SE INSURGEM CONTRA O CLIMA OBSESSIVO DOS TELEJORNAIS E REPORTAGENS SOBRE O EURO E A PRÓPRIA SELECÇÃO NACIONAL, E AQUELES, PRINCIPALMENTE, NOSSOS EMIGRANTES QUE NÃO COMPREENDEM PORQUE A RTP NÃO TRANSMITE OAS JOGOS DA SELECÇÃO PORTUGUESA. Pivot 2 NÃO OBSTANTE ESTARMOS PERANTE

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UM EVENTO GLOBAL, NÃO ME PARECE QUE SE TENHA DE INTERROMPER A SEQUÊNCIA DE UM TELEJORNAL PARA TRANSMITIR A SAÍDA DO AUTOCARRO DA SELECÇÃO PARA A SUIÇA, OU PARA UM TREINO DA EQUIPA, EM NEUCHATEL. TÃO POUCO, ESTANDO A FALAR DE UM ASSUNTO TÃO SÉRIO COMO O BLOQUEIO DOS CAMIONISTAS, ABRIR UM ESPAÇO PARA NOTICIAR A IDA DE SCOLARI PARA SCHELSEA. EXCESSOS DESTES SERÃO SEMPRE DE EVITAR. NUM MERCADO DE LIVRE CONCORRÊNCIA A RTP SÓ PODE TRANSMITIR OS JOGOS E PARA O TERRITÓRIO NACIONAL- SE TIVER ADQUIDO OS DIREITOS. MAS, EM CONTRAPARTIDA, PARA SE SABER DO RESULTADO DE UM JOGO SOBRE A HORA, TALVEZ NÃO FOSSE NECESSÁRIO LIGAR PARA

OUTRA ESTAÇÃO. Pivot 3 NÃO SOU DAQUELES QUE VÊEM NO FUTEBOL OU NO COMPORTAMENTO COLECTIVO DESTES DIAS EM REDOR DA SELECÇÃO E DO EURO UM FENÓMENO DE ALIENAÇÃO. MAS JULGO, ISSO SIM, QUE NÃO VALE A PENA PERDERMOS A PROPORÇÃO DO VALOR DAS COISAS. FAZER FESTA EM TORNO DAS COISAS QUE NOS DÃO PRAZER E ALEGRIA É SAUDÁVEL, SOCIALMENTE SAUDÁVEL. MAS INVESTIR DESMESURADAMENTE EM EVENTOS QUE NOS ABATEM PELA CABEÇADA DE UM BALLACK NÃO MUDAM AS NOSSAS VIDAS. E A RTP E O PROVEDOR TÊM RESPONSABILIDADES EM TRANSMITIR AOS CIDADÃOS A MEDIDA CERTA DO VALOR DAS COISAS.

«GASTRONOMIA/ CULINÁRIA» Programa 85º - emitido a 5 de Julho de 2008

Pivot 1 NO PASSADO DIA 13 DE MAIO, EM PLENO HORÁRIO NOBRE (21.30 horas), O ENG BENTO DOS SANTOS NO SEU PROGRAMA «O SENTIDO DO GOSTO» CONSEGUIU ESCANDALIZAR MUITOS TELESPECTADORES,… AO FALAR DE UM MIMO GASTRONÓMICO - UMA TRUFA - UM PRODUTO DE ALTA COZINHA COM CUSTO APROXIMADO DE 5.000 EUROS AO QUILO. ESCREVEM-ME ALGUNS TELESPECTADORES A DIZER: OH SENHOR PROVEDOR NÃO PERMITE COISAS DESTAS. NÃO TENHO QUE PERMITIR OU NÃO PERMITIR MAS POSSO INTRODUZIR AQUI N’«A VOZ DO CIDADÃO» UMA DISCUSSÃO SOBRE

O SIGNIFICADO E O PROVEITO PÚBLICO DESTE GÉNERO DE PROGRAMAS. COMECEMOS POR ACOMPANHAR HENRIQUE SÁ PESSOA E BENTO DOS SANTOS NA PREPARAÇÃO DOS SEUS PROGRAMAS. Pivot 2 ULTIMAMENTE, A RTP, NOS SEUS DIFERENTES CANAIS, FEZ COINCIDIR A EXIBIÇÃO SEMANAL DE NADA MENOS DE CINCO PROGRAMAS DE GASTRONOMIA OU CULINÁRIA: «O SENTIDO DO GOSTO» DE BENTO DOS SANTOS «ENTRE PRATOS» DE SÁ PESSOA «O SAL DA LÍNGUA» DE JOÃO CALOS SILVA, E AINDA RUBRICAS INTEGRADAS NA «PRAÇA DA ALEGRIA» E NO PORTUGAL NO CORAÇÃO». PERGUNTA-ME UM TELESPECTADOR:

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ÓH PROVEDOR, - «NÃO ACHA UMA «DOSE EXCESSIVA», NUM TEMPO EM QUE TANTO SE FALA DE FOME ENTRE MUITAS CAMADAS DE PORTUGUESES??? A RESPOSTA PODE ESTAR NESTE DIÁLOGO QUE PROCURAMOS OUVIR ENTRE GASTRÓNOMOS DE DIFERENTES GERAÇÕES E NA PRÓPRIA EXPLICAÇÃO DO DIRECTOR DE PROGRAMAÇÃO DA RTP, JOSÉ FRAGOSO. Pivot 3 RETENHO DUAS OU TRÊS QUESTÕES QUE ME PARECEM IMPORTANTES PARA A ANÁLISE DO ASSUNTO HOJE TRATADO: É PERTINENTE TER EM CONTA A DISTINÇÃO

FEITA ENTRE GASTRONOMIA E CULINÁRIA. DAR RECEITAS É UMA COISA, FALAR DE GATRONOMIA É OUTRA: DIFUNDE DIMENSÕES CULTURAIS, CIENTÍFICAS, HISTÓRICAS, MAS TAMBÉM SOCIAIS. ESSAS DIMENSÕES ESTÃO BEM PRESENTES NOS PROGRAMAS AQUI NOMEADOS. NÃO FOI POR ACASO QUE O PROGRAMA «SAL DA LÍNGUA», QUE TRANSPORTA SABORES E SABERES DO ESPAÇO LUSÓFONO, FOI APRESENTADO NO CENTRO NACIONAL DE CULTURA. MAS A VERTENTE SOCIAL DE QUALQUER PROGRAMA NÃO PODE DEIXAR DE EQUACIONAR A SENSIBILIDADE DOS VÁRIOS PÚBLICOS. E MUITAS VEZES, O QUE É DE MAIS, E FORA DE HORAS, ESTRAGA A MELHOR DAS INTENÇÕES.

«BALANÇO» Programa 86º - emitido a 12 de Julho de 2008

Pivot 1 ESTÁ AÍ O VERÃO. EMBORA SE SAIBA QUE GRANDE PARTE DOS PORTUGUESES NÃO POSSA GOZAR FÉRIAS, O VERÃO É UM PERÍODO DE MAIOR DESCONTRACÇÃO E DE GRANDE DESLOCAÇÃO DAS PESSOAS. A RTP, ASSIM COMO AS OUTRAS ESTAÇÕES, ALTERA OS SEUS PROGRAMAS. A «VOZ DO CIDADÃO» VAI FAZER UMA PAUSA. VOLTARÁ EM SETEMBRO. DURANTE ESTE PERÍODO CONTINUAMOS A MANTER CONTACTO COM OS NOSSOS TELESPECTADORES ATRAVÉS DO CORREIO ELECTRÓNICO E DO CORREIO TRADICIONAL. NESTE PROGRAMA VAMOS RECORDAR ALGUNS TEMAS TRATADOS QUE NOS PARECEM TER EM ATENÇÃO PARA UM TEMPO DE VERÃO.

Pivot 2 OS JOVENS E ADOLESCENTES SÃO AQUELES QUE VÊEM MENOS TELEVISÃO ISSO NÃO QUER DIZER QUE A RTP NÃO DEVA ESTAR ATENTA A ESTA FAIXA ETÁRIA. RECORDAMOS ALGUNS DEPOIMENTOS DE UM PROGRAMA DEDICADO A ESTE ASSUNTO Pivot 3 OS CONCURSOS SÃO UMA RECORRÊNCIA DAS PROGRAMAÇÕES DE VERÃO. FALEMOS DE UM QUE TEM MUITO APREÇO POR PARTE DOS TELESPECTADORES E ESTÁ AGORA EM EXIBIÇÃO. Pivot 4 E COMO ESTE É UM TEMPO, EM QUE O CONTACTO COM A NATUREZA É MAIOR, POR CERTO MAIS FREQUENTE,

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PERMITAM-ME QUE RECORDE ALGUNS APONTAMENTOS QUE «A VOZ DO CIDADÃO» DEDICOU AO IMPORTANTE TEMA DA DEFESA DO AMBIENTE. Pivot 5 UMA RECLAMAÇÃO DOS TELESPECTADORES QUE NUNCA FOI TOTALMENTE SATISFEITA TEM A VER COM O BOLETIM METEREOLÓGICO FOI MELHORADO AQUELE QUE É EMITIDO

INTEGRADO NO PROGRAMA «PORTUGAL EM DIRECTO». NUM TEMPO DE FÉRIAS TALVEZ FOSSE OCASIÃO OPORTUNA PARA A RTP DAR MAIS ATENÇÃO À APRESENTAÇÃO DAS PREVISÕES CLIMATÉRICAS Pivot 6 ATÉ SETEMBRO. PARA AQUELES QUE CHEGAM PARA AQUELES QUE PARTEM DESEJO UM BOM VERÃO

«JOGOS OLÍMPICOS» Programa 87º - emitido a 6 de Setembro de 2008

Pivot 1 A TODOS OS TELESPECTADORES AS MINHAS SAUDAÇÕES. COM A VOSSA COLABORAÇÃO VAMOS RECOMEÇAR O PROGRAMA «A VOZ DO CIDADÃO». DURANTE O MÊS DE AGOSTO A PROGRAMAÇÃO DA RTP FOI DOMINADA PELAS TRANSMISSÕES DE «OS JOGOS OLÍMPICOS» DE PEQUIM. É ESTE O NOSSO TEMA DE HOJE. Pivot 2 SOBRE AS PRINCIPAIS RECLAMAÇÕES DOS TELESPECTADOES DEVO DIZER O SEGUINTE: EM RELAÇÃO AO FACTO DA RTP TER FEITO O MAIOR NÚMERO DE TRANSMISSÕES ATRAVÉS DO CANAL 2, SINCERAMENTE, NÃO ME PARECE MAL. O CANAL 1 TEM UMA PROGRAMAÇÃO MAIS GENERALISTA ALÉM DISSO, O CANAL 2 É TRANSMITIDO EM SINAL ABERTO. FOI UMA ESCOLHA DA RTP QUE NÃO CABE AO PROVEDOR DISCUTIR. - JÁ QUANTO ÀS TRANSMISSÕES FEITAS ATRAVÉS DA RTPN, A QUESTÃO É MAIS DISCUTÍVEL TRATA-SE, EFECTIVAMENTE, DE UM CANAL DE CABO.

TODAVIA, É IMPORTANTE COMPREENDER QUE TANTAS E TANTAS HORAS DE JOGOS OLÍMPICOS TERIAM DE SER RENTABILIZADAS E REDISTRIBUÍDAS PELOS DIFERENTES CANAIS DA RTP. POR OUTRO LADO, É PRECISO NÃO ESQUECER QUE A DIFERENÇA DE HORAS ENTRE A CHINA E PORTUGAL PREJUDICAVA OS DIRECTOS E IMPLICAVA COM A RESTANTE PROGRAMAÇÃO. QUANTO AO CRITÉRIO DAS IMAGENS QUE ESTAVAM A SER TRANSMITIDAS, COMO FOI O CASO DO POUCO RELEVO DADO AOS SALTOS DE NELSON ÉVORA, A RESPONSABILIDADE NÃO ERA DA RTP, ERA DA TELEVISÃO NACIONAL CHINESA. Pivot 3 HÁ, PORÉM, DUAS QUEIXAS SOBRE AS QUAIS OS TELESPECTADORES TÊM RAZÃO: NÃO OBSTANTE OS ESTATUTOS DE JORNALISTAS E DE COMENTADORES SEREM DIFERENTES, / / OS RELATORES DESTE EVENTO NÃO DEVERIAM TER MISTURADO OPINIÕES POLÍTICAS COM O RELATO DOS ACONTECIMENTOS.

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O RELATOR NÃO PODE COMPROMETER A LINHA EDITORIAL DA RTP QUE TERÁ DE PRIMAR PELA ISENÇÃO. IGUALMENTE ALGUMAS APRECIAÇÕES SOBRE AS PROVAS E OS RESULTADOS DOS ATLETAS PORTUGUESES NÃO JUSTIFICAVAM EXPRIMIR SENTIMENTOS TRÁGICO- DRAMÁTICOS PARA O «ORGULHO NACIONAL».

É VERDADE QUE, DETERMINADAS DECLARAÇÕES DE ATLETAS E DE CERTOS RESPONSÁVEIS FORAM INFELIZES E DESAJUSTADAS. MAS É PRECISO TER PRESENTE QUE OS JOGOS OLÍMPICOS NÃO SE FIZERAM SÓ PARA GANHAR MEDALHAS… E PORTUGAL NÃO É NENHUMA POTÊNCIA DESPORTIVA

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«HUMOR» Programa 88º - emitido a 13 de Setembro de 2008

Pivot 1 OS PROGRAMAS DE HUMOR O «TELERURAL» E OS «CONTEMPORÂNEOS» TÊM SIDO OBJECTO DE IMENSAS QUEIXAS POR PARTE DOS TELESPECTADORES. ESSAS RECRIMINAÇÕES VOLTAM-SE MESMO CONTRA O PROVEDOR, ACUSADO DE NADA FAZER PARA ALTERAR A SITUAÇÂO. MAIS UMA VEZ ESCLAREÇO QUE O PROVEDOR NÃO É NENHUM CENSOR NEM TÃO POUCO DIRECTOR DE PROGRAMAÇÃO MAS NÃO ME RECUSO A RETOMAR ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE ESTE TEMA. É O QUE VAMOS FAZER. Pivot 2 MUITOS TELESPECTADORES ENTENDEM QUE O CONTEÚDO DESTES PROGRAMAS ULTRAPASSA OS LIMITES DA DECÊNCIA. QUEIXAM-SE, SOBRETUDO, DE UMA LINGUAGEM E CENAS OFENSIVAS, POR VEZES, ATÉ OBSCENAS, COM DESRESPEITO DE ASSUNTOS E PERSONALIDADES EM ESPECIAL, DA POLÍTICA E DA RELIGIÃO. E IGUALMENTE DA CRÍTICA A INFELIZES PRÁTICAS SOCIAIS. É INADMISSÌVEL OUVIR NO TELERURAL FRASES COMO ESTAS:

«DE MANHÃ DEI PORRADA NA MINHA MULHER» «E, À TARDE, VOLTEI A DAR»…. PARA ALÉM DOS COMENTÁRIOS DE ALGUNS TELESPECTADORES É IMPORTANTE OUVIRMOS A OPINIÃO DO DIRECTOR DE PROGRAMAS, DE RESPONSÁVEIS PELOS PROGRAMAS VISADOS E DE UMA JORNALISTA INDEPENDENTE. Pivot 3 ATRAVÉS DOS TEMPOS, O HUMOR É, POR NATUREZA DO SEU ESTILO, RUDE, VIOLENTO, SOCIALMENTE DEMOLIDOR. DESDE OS CANCIONEIROS MEDIEVAIS A PIADA GROSSEIRA, O INSULTO OBSCENO, A DESCONCERTANTE CRÍTICA SOBRE ASSUNTOS E PERSONAGENS DA POLÍTICA, DA RELIGIÃO, DO GOVERNO, MARCAM O HUMOR E A SÁTIRA. É PRECISO NÃO ESQUECER O ESTILO E LINGUAGEM PRÓPRIOS DESTE GÉNERO. TODAVIA, TAMBÉM É PRECISO NÃO ESQUECER O SEGUINTE: UM DOS ENTREVISTADOS NESTE PROGRAMADIZIA: É SIMPLES: OS TELESPECTADORES «NÃO QUEREM, NÃO VÊEM», OU SEJA MUDAM DE CANAL. POIS, O GRANDE PROBLEMA DA RTP

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É QUE NÃO PODE ORIENTAR-SE POR ESTA MÁXIMA, QUE, EM RIGOR, É AQUELA QUE DELIMITA AS AUDIÊNCIAS. A RTP, EM NOME DOS COMPROMISSOS QUE TEM QUANTO AO NÍVEL E QUALIDADE CULTURAL DOS SEUS PROGRAMAS,

HÁ CERTOS CONTEÚDOS QUE NÃO PODE EXIBIR. À RTP NÃO BASTA GUIAR-SE PELO PRINCÍPIO: OS TELESPECTADORES NÃO QUEREM VER, MUDEM DE CANAL. A RTP TEM OUTRAS RESPONSABILIDADES.

«LIGA DOS ÚLTIMOS» Programa 89º - emitido a 20 de Setembro de 2008

Pivot 1

O PROGRAMA «A LIGA DOS ÚLTIMOS» PARTE DE UMA EXCELENTE IDEIA. A «LIGA DOS ÚLTIMOS» VAI À PROCURA DO PAÍS REAL, DO SUBMUNDO DO FUTEBOL, MAIS PROPRIAMENTE DO FUTEBOL AMADOR. INICIOU A SUA EXIBIÇÃO NA RTPN MAS HOJE TEM TAMBÉM HONRAS DE 1º CANAL. TEM RECEBIDO ELOGIOS DA CRÍTICA DA ESPECIALIDADE. COMO DIZ O SEU AUTOR - O JORNALISTA DANIEL DEUSDADO – EM TEXTO QUE ME ENVIOU, «É UM PROGRAMA FEITO NUM CONTEXTO PROIBIDO». POR PARTE DOS TELESPECTADORES TEM SIDO OBJECTO DE COMENTÁRIOS DESCONCERTANTES E CONTRADITÓRIOS. EU NÃO TENHO DE DISCUTIR A VALIDADE DESTE PROGRAMA. TENHO, PORÉM, UM COMPROMISSO COM OS TELESPECTADORES: SER PORTA-VOZ DAS QUESTÕES PERTINENTES QUE ME COLOCAM. É O QUE PRETENDO NESTA EMISSÃO DE «A VOZ DO CIDADÃO».

Pivot 2 É SEMPRE DIFÍCIL A SOLUÇÃO DESTAS SITUAÇÕES. NÃO ESPEREM QUE SEJA EU A CONDENAR O PROGRAMA MAS, OBJECTIVAMENTE, É IMPORTANTE DEIXAR EVIDENCIADAS ALGUMAS INTERROGAÇÕES: NÃO SERÁ QUE AO QUERER RELATAR O REALISMO DE CERTAS SITUAÇÕES E A FORMA INGÉNUA E GENUÍNA DE CERTAS PERSONAGENS SE INCORRE NO ERRO DE ESTAR A ABUSAR DA IMAGEM DAS PESSOAS, OU DOS DIREITOS DE RESERVA DE PRIVACIDADE QUE LHES SÃO DEVIDOS? O « MOMENTO DE GLÓRIA» DE CERTAS FIGURAS TÍPICAS AO APARECEREM NO ECRÃ DA TELEVISÃO ACABA ALI, OU TEM RETORNO NEGATIVO PARA OS PRÓPRIOS HERÓIS DE UM MINUTO? A «LIGA DOS ÚLTIMOS» PÕE EM ABERTO UM VERDADEIRO «ESTUDO DE CASO»: SOBRE O PROGRAMA, SOBRE O PAÍS REAL EM QUE VIVEMOS, E OS PROBLEMAS DA COMUNICAÇÃO TELEVISIVA.

«ONDA DE CRIMES, ONDA DE NOTÍCIAS SOBRE CRIMES» Programa 90º - emitido a 27 de Setembro de 2008

Pivot 1 A INDESMENTÍVEL ONDA DE CRIMES

REGISTADA DURANTE ESTE VERÃO FOI ACOMPANHADA

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POR UMA IGUAL E INCESSANTE ONDA DE NOTÍCIAS SOBRE ESSA CRIMINALIDADE. ALGUNS NOTICIÁRIOS, DESDE A SUA ABERTURA, CONSAGRAVAM MAIS DE VINTE MINUTOS A DAR CONTA DESSAS OCORRÊNCIAS. NESTE CASO, FORAM, PRINCIPALMENTE, OBJECTO DE CRÍTICA, POR PARTE DE TELESPECTADORES, OS JORNAIS DA RTPN. SEM QUERER ENVEREDAR PARA SUSPEITOSAS MEDIDAS DE CONTROLO À INFORMAÇÃO, O ASSUNTO É SUFICIENTEMENTE SÉRIO E IMPORTANTE PARA MERECER REFLEXÃO N’«A VOZ DO CIDADÃO». VAMOS OUVIR ALGUMAS QUEIXAS MAS TAMBÉM A OPINIÃO DE VÁRIOS ESPECIALISTAS NESTA MATÉRIA. Pivot 2 ALGUMAS DAS QUESTÕES LEVANTADAS, PODEM ENUNCIAR-SE DESTE MODO: A REPETIDA INSISTÊNCIA NAS NOTÍCIAS DE CRIMES PODERÁ OCASIONAR ALGUNS EFEITOS SOCIAIS NÃO PROCURADOS? POR UM LADO, PODE GERAR UM CLIMA DE INSEGURANÇA E PÂNICO

NA POPULAÇÃO; POR OUTRO, PODE PROVOCAR A REALIZAÇÃO DE OUTROS CRIMES, CUJOS AUTORES APROVEITAM O AMBIENTE DE ANOMIA SOCIAL E MEDO PARA PRATICAR AS SUAS ACÇÕES. NÃO SERÁ QUE O MASSACRE INFORMATIVO SOBRE CRIMES OCORRIDOS SUBSTITUI A AUSÊNCIA DE OUTRAS NOTÍCIAS DURANTE O PERÍODO DE VERÃO? OU ESTAREMOS PERANTE A ACUSAÇÃO DE QUE ESTAS NOTÍCIAS CRIAM, «COMPRAM», AUDIÊNCIAS? Pivot 3 DESTE PROGRAMA PARECE-ME PODER FORMULAR A SEGUINTE CONCLUSÃO: A ONDA DE CRIMES NESTE VERÃO FOI UMA REALIDADE. COMUNICAÇÃO SOCIAL, AUTORIDADES, GOVERNO E PRESIDENTE DA REPÚBLICA RECONHECERAM ESSE FACTO. OS TELEJORNAIS DA RTP NÃO PODEM ESCONDER OU ESCAMOTEAR A REALIDADE. MAS PODEM E DEVEM TER UM TRATAMENTO DEVIDAMENTE CONTEXTUALIZADO DESSA MESMA REALIDADE.

«INCÊNDIOS» Programa 91º - emitido a 4 de Outubro de 2008

Gravação no Centro de Ciência Viva - Proença –A- Nova Pivot 1 ESTE ANO; FELIZMENTE, OS INCÊNDIOS FLORESTAIS NÃO FORAM A NOTÍCIA MAIS REPETIDA DE VERÃO. HOUVE, EFECTIVAMENTE, MENOS FOGOS. PORVENTURA, 3 FACTORES CONTRIBUIRAM PARA ESTA SITUAÇÃO: A NATUREZA AJUDOU, POIS TIVEMOS UM VERÃO

MUITO ENTREMEADO PELA CHUVA; EXISTEM MAIS E MELHORES MEIOS HUMANOS E TÉCNICOS PARA DOMINAR OS INCÊNDIOS FLORESTAIS E HÁ MENOS ÁREA DE FLORESTA PARA ARDER. DE QUALQUER MANEIRA, CONTINUA-SE A LEVANTAR A QUESTÃO DOS «MEDIA» E, PARTICULARMENTE; DA TELEVISÃO PÚBLICA NO MODO DE NOTICIAR ESTES FOGOS.

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O CENTRO DE CIÊNCIA VIVA DE PROENÇA – A NOVA ONDE ESTAMOS É UM ESPAÇO ADEQUADO PARA REFLECTIR SOBRE ESTE ASSUNTO. Pivot 2 EM ANOS ANTERIORES, TANTO FOI ACUSADA DE DAR POUCO RELEVO AOS INCÊNDIOS PARA PROTEGER O GOVERNO, COMO, POR OUTRO LADO, FOI ACUSADA DE TIRAR PROVEITO DO ESPECTÁCULO DO «BELO HORRÍVEL»

DAS FLORESTAS A ARDER PARA CONQUISTAR AUDIÊNCIAS FÁCEIS. QUE PENSAM AS PESSOAS LIGADAS A ESTA MATÉRIA, AQUI PRESENTES, SOBRE QUAL TEM SIDO O COMPORTAMENTO DA RTP NO TRATAMENTO DESTES DESASTRES PARA AS NOSSAS FLORESTA E POPULAÇÕES ATINGIDAS, E, AFINAL, PARA O PRÓPRIO PAÍS??? TEM EXISTIDO POR PARTE DA RTP, NO CUMPRIMENTO DE VERDADEIRO SERVIÇO PÚBLICO, UMA ATENÇÃO ESPECIAL, A CAMPANHAS DE PREVENÇÂO JUNTO DAS POPULAÇÕES???

«VERÃO TOTAL» Programa 92º - emitido a 11 de Outubro de 2008

Pivot 1 «VERÃO TOTAL» FOI UM PROGRAMA MUITO BEM RECEBIDO E ELOGIADO PRINCIPALMENTE PELOS TELESPECTADORES DAS REGIÕES OU TERRAS POR ONDE PASSAVA. COMO TAL, SERVE PARA DEMONSTRAR QUE OS TELESPECTADORES NÃO ENVIAM PARA O PROVEDOR APENAS QUEIXAS E CRÍTICAS NEGATIVAS. ISTO, NÃO QUER DIZER, QUE NÃO TENHAM ENVIADO ALGUNS REPAROS E PELOS SEGUINTES MOTIVOS: UNS LAMENTAM QUE AS SUAS TERRAS NÂO TENHAM SIDO ESCOLHIDAS; OUTROS, QUEIXAM-SE DOS CRITÉRIOS DO GÉNERO DE MÚSICA E ARTISTAS REPETIDAMENTE PRESENTES NO PROGRAMA. A RTP PODERIA APROVEITAR A OCASIÃO -DIZEM – PARA DAR A CONHECER E APOIAR ARTISTAS DAS LOCALIDADES POR ONDE O «VERÃO TOTAL» IA PASSANDO. CRITICAM AINDA O FACTO, DE A PARTIR DE CERTA ALTURA, A EMISSÃO DE O «VERÃO TOTAL»

SER FEITA À BASE DE REPETIÇÕES OU COMPACTOS SEM A DEVIDA INDICAÇÃO NO ÉCRÃ. OUÇAMOS OS ELOGIOS E AS RESPOSTAS ÀS QUEIXAS. Pivot 2 OS TELESPECTADORES GOSTAM DE VER FORA DOS ECRÃS APRESENTADORES TÃO POPULARES COMO JOÃO BAIÃO, TÂNIA OLIVEIRA, JORGE GABRIEL, SÓNIA ARAÚJO E MUITOS OUTROS. NÃO PODENDO OUVIR TODOS, PEDIMOS AO JOÃO BAIÃO E À TÂNIA PARA NOS FALAREM DO QUE FOI PARA ELES ESTE «VERÃO TOTAL». Pivot 3 ESTA TELEVISÃO DE PROXIMIDADE QUE ABANDONA OS ESTÚDIOS E A EXCESSIVA CENTRALIDADE DE LISBOA OU PORTO MERECE APLAUSOS. OBVIAMENTE, COMO SE COMPREENDE, NÃO È POSSÌVEL PASSAR POR TODAS AS TERRAS. QUANTO À ESCOLHA DOS ARTISTAS ESTOU EM CRER QUE PODERIA TER HAVIDO

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MAIOR E MELHOR DIVERSIDADE. APROXIMAR-SE DAS POPULAÇÕES, DAS SUAS COISAS, DOS SEUS COSTUMES E CULTURA È UMA BOA PRÁTICA SEGUIDA PELA RTP. JÁ AGORA, AQUI DEIXO, UM DESEJO QUE ME FOI TRANSMITIDO POR MUITOS EMIGRANTES PORTUGUESES:

VENHAM TAMBÉM, MAIS VEZES// COMO JÁ FIZERAM COM OUTROS PROGRAMAS, JUNTO DE NÓS. SOMOS CINCO MILHÕES FORA DE PORTUGAL.

«O ESPECTADOR APLAUDE» Programa 93º - emitido a 18 de Outubro de 2008

Pivot 1 MUITOS TELESPECTADORES ESCREVEM-ME A DIZER: PROVEDOR, SALIENTE TAMBÉM O QUE DE BOM FAZ A RTP. È VERDADE QUE, POR UM CRITÉRIO DE MAIOR EXIGÊNCIA PARA COM A RTP, EM VIRTUDE DO SEU ESTATUTO DE ESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO, É FORÇOSO RECONHECER QUE O NÙMERO DE APRECIAÇÕES NEGATIVAS QUE RECEBO, POR PARTE DOS TELEPECTADORES, SOBRE A INFORMAÇÃO E PROGRAMAÇÂO DA RTP É MUITO SUPERIOR AO TOTAL DE LOUVORES E APLAUSOS. MAS, HOJE, VAMOS OUVIR E DESTACAR TELESPECTADORES QUE DIZEM BEM. DEVO ESCLARECER QUE NÃO HOUVE UM CRITÉRIO DE ESTABELECER QUALQUER RANKING OU VOTAÇÃO. DAMOS ALGUNS EXEMPLOS DE CONTEÚDOS QUE MERECEM APLAUSO DO PÚBLICO. Pivot 2 MUITAS VEZES SUJEITOS À CRÍTICA DA OPINIÃO PUBLICADA OS TELEJORNAIS DA RTP SÃO ELOGIADOS POR MUITOS TELESPECTADORES QUE LHES DÃO PREFERÊNCIA ESPECIAL. O MESMO SE DIGA DO «PRÓS- E – CONTRAS», CONSIDERADO UM EXEMPLO

A TER EM CONTA NO CUMPRIMENTO DE «SERVIÇO PÚBLICO» Pivot 3 «CONTA-ME COMO FOI» FOI SEM DÚVIDA O PROGRAMA MAIS APLAUDIDO PELOS TELESPECTADOES QUE EXIGEM A RÁPIDA EMISSÃO DA JÁ PROMETIDA NOVA SÉRIE. MAS CONCURSOS COMO «JOGO DUPLO» OU SABE MAIS DO QUE UM MIÚDO DE 10 ANOS» SÃO PROGRAMAS DE ENTRETENIMENTO MUITO BEM RECEBIDOS Pivot 4 A PROGRAMAÇÃO DA RTP2 É APONTADA COMO UM PARADIGMA DE BOM SERVIÇO PÚBLICO OS TELESPECTADORES ELOGIAM SOBRETUDO OS DOCUMENTÁRIOS NACIONAIS E ESTRANGEIROS, A BOA QUALIDADE DAS SÉRIES E A ATENÇÃO DADA ÀS CRIANÇAS COM OS CONTEÚDOS DO ZIG-ZAG. Pivot 5 A RTPN PELA SUA PROGRAMAÇÃO E INFORMAÇÂO RECEBE MUITOS APLAUSOS. BIOSFERA, 4X CIÊNCIA, OU SINAIS DO TEMPO SÃO EXEMPLOS MUITAS VEZES REFERENCIADOS. TODOS ESTES ELOGIOS

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NÃO PODEM AFASTAR A RTP E O PROVEDOR, NO CUMPRIMENTO DAS SUAS OBRIGAÇÕES, A SEREM CADA VEZ MAIS EXIGENTES

NOS PARÂMETROS DE QUALIDADE COM QUE DEVE SER CONFRONTADO UM SERVIÇO DITO DE INTERESSE PÚBLICO

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«POLÉMICAS CLIMÁTICAS» Programa 94º - emitido a 25 de Outubro de 2008

Pivot 1 COMO SE ACABA DE VER PELO REGISTO DESTES DEPOIMENTOS DE RUA AS POLÉMICAS CLIMÁTICAS ENTRE DIFERENTES POSIÇÕES DE CIENTISTAS SOBRE A QUESTÃO DO CHAMADO FENÓMENO DO «AQUECIMENTO GLOBAL» NÃO SÃO DO DOMÍNIO PÚBLICO. A DISCUSSÃO ABERTA DESTE TEMA TERÁ MAIS CABIMENTO NUM PROGRAMA ESTILO «PRÓS E CONTRAS» OU DE PURO CARIZ CIENTÍFICO. TODAVIA, QUANDO O PROVEDOR RECEBE ACUSAÇÕES COMO ESTAS; «OS JORNALISTAS DA RTP SÓ ALINHAM NA PROPAGANDA DO AQUECIMENTO GLOBAL; OU AINDA, A RTP NÃO DÁ ACESSO A CIENTISTAS QUE DISCORDAM DA TESE DO AQUECIMENTO GLOBAL, PARECE SER OBRIGAÇÃO DO PROVEDOR COLOCAR O PROBLEMA EM DISCUSSÃO. VAMOS POR ISSO OUVIR OPINIÕES DOS CIENTISTAS QUE NEGAM A TESE DO «AQUECIMENTO GLOBAL» E DAQUELES QUE A DEFENDEM. PELO MEIO, FICA A VISÃO DE OUTROS PERITOS

E A EXPLICAÇÃO DO DIRECTOR DE INFORMAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS POSIÇÕES ADOPTADAS PELA RTP. Pivot 2 NÃO SERÁ COM ESTE PROGRAMA QUE A CONTROVÉRSIA VAI ACABAR. MAS NÃO DEIXA DE SER INTERESSANTE VERIFICAR QUE NÃO SÃO APENAS A POLÍTICA PARTIDÁRIA OU O CLUBISMO DESPORTIVO QUE COLOCAM PROBLEMAS AO JORNALISTA NA SUA MISSÃO DE PRODUZIR INFORMAÇÃO, COM ISENÇÃO E INDEPENDÊNCIA. A CIÊNCIA TAMBÉM TRAZ ALGUNS DILEMAS. CONTUDO, PARECE INCONTESTÁVEL QUE HÁ DA PARTE DO PÚBLICO UMA PREOCUPAÇÃO PELOS PROBLEMAS CLIMÁTICOS. DEBATER CADA VEZ MAIS ESTA QUERELA CIENTÍFICA DO MODO MAIS CLARO POSSÍVEL SERÁ A FORMA MAIS ADEQUADA PARA DESENVOLVER UMA IMPORTANTE CONSCIÊNCIA CÍVICA SOBRE O PRESENTE E FUTURO DO NOSSO UNIVERSO.

«PEDAGOGIA DOS MEDIA» Programa 95º .- .Emitido a 1 de Novembro de 2008

Pivot 1 NA PASSADA SEMANA, REALIZARAM-SE, NA FUNDAÇÃOCALOUSTE GULBENKIAN, UMAS «JORNADAS LUSO-ESPANHOLAS».

ESTE SEMINÁRIO FOI PROMOVIDO PELO «OBSERVATÓRIO EUROPEU DA TELEVISÃO INFANTIL» E PELO «GABINETE PARA OS MEIOS

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DE COMUNICAÇÃO SOCIAL», DE PORTUGAL. LITERACIA DOS MEDIA E PEDAGOGIA DA INFORMAÇÃO DAVAM O MOTE ÀS COMUNICAÇÕES ALI APRESENTADAS. CRIANÇAS E JOVENS, ERAM A PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO NO HORIZONTE DOS PROMOTORES DESTE EVENTO. «A VOZ DO CIDADÃO» APROVEITOU ESTA OPORTUNIDADE PARA OUVIR ALGUNS INVESTIGADORES QUE TÊM COMO ESPECIAL OBJECTO DE ESTUDO A TELEVISÃO FONTE DE INFORMAÇÃO E DE ENTRETENIMENTO PARA AS CRIANÇAS E JOVENS. IGUALMENTE OUVIMOS ALGUNS JOVENS.

Pivot 2 SÃO MUITOS OS TELESPECTADORES QUE ME ESCREVEM, PREOCUPADOS, COM O PAPEL, POSSO MESMO DIZER, COM O SERVIÇO QUE A RTP PRESTA ÀS CRIANÇAS E AOS JOVENS. SE, POR UM LADO, HÁ UM ELOGIO, AO TRABALHO QUE A RTP 2 TEM FEITO NA PRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DE PROGRAMAS INFANTIS, POR OUTRO LADO, HÁ CRÍTICAS, APREENSÃO E MESMO DISCORDÂNCIA QUANTO AOS CRITÉRIOS DE PROGRAMAÇÃO ADOPTADOS PELOS OUTROS CANAIS DA RTP. TEM POR ISSO TODO O SENTIDO DAR ATENÇÃO A ESTE DEBATE.

«A CRISE FINANCEIRA» Programa 96º - emitido a 8 de Novembro de 2008

Pivot 1 A CRISE FINANCEIRA TEM SIDO LARGAMENTE NOTICIADA PELA RTP. TODAVIA, - DIZEM ALGUNS TELESPECTADORES – CONTINUA «MAL EXPLICADA». ABUSA-SE DA LINGUAGEM TÉCNICA, SEM ENTENDIMENTO FÁCIL PARA O GRANDE PÚBLICO. É PENA A RTP NÃO TER, COMO OUTRAS ESTAÇÕES, UM COMENTADOR RESIDENTE SOBRE ASSUNTOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS. Pivot 2 OS TELESPECTADORES RECONHECEM O ESFORÇO FEITO PELO PROGRAMA «PRÓS E CONTRAS» QUE TEM DEDICADO GRANDE ATENÇÃO AO TEMA DA CRISE FINANCEIRA. MAS ACUSAM A DIFICULDADE DE ACOMPANHAR DE FORMA COMPREENSÌVEL

O DEBATE ENTRE OS ESPECIALISTAS DA MATÉRIA. EM RELAÇÃO AO PROGRAMA «PRÓS E CONTRAS», EMITIDO NA NOITE DE 13 DE OUTUBRO, COMO SE CONSTATA, CRITICAM O FACTO DE NÃO TER HAVIDO «CONTRAS», MAS SÓ PRÓS. CONFRONTAR OS QUATRO PRESIDENTES DOS MAIS IMPORTANTES BANCOS PORTUGUESES COM PERGUNTAS E OBJECÇÕES DE OPOSITORES TERIA SIDO UM MELHOR SERVIÇO PÚBLICO. POR OUTRO LADO, LOUVAM O HORÁRIO EXCEPCIONAL DO PROGRAMA: COMEÇOU ÀS 22 HORAS E ACABOU ANTES DA MEIA-NOITE. DEVERIA SER SEMPRE ASSIM. SOBRE ESTAS DUAS ACUSAÇÕES, PROCUREI OBTER UMA EXPLICAÇÃO POR PARTE DA COORDENADORA DO PROGRAMA E DA DIRECÇÃO DE INFORMAÇÃO. MAS DESTA VEZ NÃO TIVE RESPOSTA.

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Pivot 3 NEM SEMPRE É FÁCIL FALAR SOBRE ESTES TEMAS NUMA LINGUAGEM ACESSÍVEL. MAS, MAIS DO QUE SIMPLES NOTÍCIAS DO SOBE E DESCE DAS BOLSAS, COMO SE VÊ, PELOS DEPOIMENTOS, OS TELESPECTADORES DESEJAM EXPLICAÇÕES CLARAS SOBRE A INCIDÊNCIA QUE ESTA CRISE PODE TER NAS SUAS VIDAS. Pivot 4 UM COMENTÁRIO FINAL: NO PASSADO DOMINGO O GOVERNO ESTEVE REUNIDO PARA TOMAR MEDIDAS QUE CONTRARIASSEM OS EFEITOS DESTA CRISE NOS CIDADÃOS. O MINISTRO DAS FINANÇAS, EM CONFERÊNCIA DE IMPRENSA, ANUNCIAVA 3 MEDIDAS PRINCIPAIS:

REGULARIZAR AS DÍVIDAS DO ESTADO ÀS EMPRESAS, O REFORÇO DO SISTEMA BANCÁRIO COM A ABERTURA DE NOVO AVAL E A PROPOSTA DA NACIONALIZAÇÃO DO BPN, A ENVIAR À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. NÃO SE PERCEBE COMO O JORNAL DA TARDE CORTA A REPORTAGEM E PASSA A OUVIR AS REAÇÕES DOS EMPRESÁRIOS SEM ANUNCIAR A NACIONALIZAÇÃO DO BPN. ESTA NOTÍCIA FOI DADA , SOBRE A HORA, PELA RTPN MAS PELA RTP 1, OU SEJA EM SINAL ABERTO OS TELESPECTADORES SÓ TIVERAM CONHECIMENTO DESTA IMPORTANTE DELIBERAÇÃO NO TELEJORNAL DAS 20 HORAS. CHOVERAM OS PROTESTOS JUNTO DO PROVEDOR. CONSIDERO UM LAMENTÁVEL ERRO NO ALINHAMENTO DO JORNAL DA TARDE.

«FUTEBOL»

Programa 97º - emitido a 15 de Novembro de 2008 Pivot 1 NÃO HÁ DÚVIDA DE QUE BENFICA, PORTO E SPORTING SÃO VERDADEIROS CLUBES NACIONAIS E OS MAIORES NA POPULARIDADE E PRESTÍGIO. POR ORDEM DO NÚMERO DE SÓCIOS E ADEPTOS E PELOS TÍTULOS CONQUISTADOS. MAS ESTE RECONHECIMENTO NÃO DÁ LUGAR A UMA ESTAÇÃO DE TELEVISÃO COM FINANCIAMENTO PÚBLICO DEIXAR DE SER DESPORTIVAMENTE PLURALISTA. ESSES TRÊS GRANDES CLUBES SÃO OS PRIVILEGIADOS NOS NOTICÍÁRIOS E NAS TELETRANSMISSÕES. É UMA ACUSAÇÃO QUE RECAI SOBRE A RTP. MAIS UMA VEZ VAMOS ANALISAR ESTA QUESTÃO.

VAMOS MAIS UMA VEZ DEBATER ESTE ASSUNTO. Pivot 2 È PRECISO RECONHECER QUE ESTES TELESPECTADORES TÊM RAZÃO. OS CLUBES, «DITOS PEQUENOS» SÃO SEMPRE FALADOS COMO OPOSITORES AOS TRÊS GRANDES. E SE ISSO PODE SER ADMISSÍVEL NUM PROGRAMA COM ESTILO PRÓPRIO COMO É O CASO DO «TRIO D’ATAQUE», JÁ NÃO SE COMPREENDE RELATIVAMENTE AO «DOMINGO DESPORTIVO». O CONDICIONAMENTO DO CONTRATO SÓ PERMITIR TRÊS MINUTOS DE TRANSMISSÂO SOBRE OS OUTROS JOGOS NÃO JUSTIFICA OS PROCEDIMENTOS. GUIMARÃES, BRAGA, SETÚBAL, MARÍTIMO

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ESTIVERAM EM COMPETIÇÕES EUROPEIAS E GUIMARÃES E BRAGA AINDA ESTÃO. O LEIXÕES ESTÁ NO PRIMEIRO LUGAR. ALÉM DISSO SÃO REGIÕES E CLUBES QUE, COMO OS OUTROS QUE DISPUTAM PROVAS NACIONAIS, NÃO DEVERIAM SER TÃO DESCRIMINADOS POR UMA ESTAÇÃO QUE PARA ALÉM DAS AUDIÊNCIAS E DOS NEGÓCIOS QUE, EFECTIVAMENTE, OS TRÊS GRANDES CRIAM, TEM OUTROS COMPROMISSOS A CUMPRIR. Pivot 3 QUE FIQUE BEM CLARO PARA EVITAR ALGUM MAL ENTENDIDO: COMO PROVEDOR NÃO SOU CONTRA À RTP SER COMPETITIVA, EM FUTEBOL E DESPORTO, COM AS OUTRAS ESTAÇÕES.

MAIS :JULGO ERRADO REMETER-SE, HABITUALMENTE, OS OUTROS DESPORTOS APENAS PARA O CANAL DA RTP 2, NAS TARDES DE SÁBADO E DOMINGO. O PROGRAMA «DOMINGO DESPORTIVO» SE NÃO QUER ALIENAR O SEU TÍTULO, «DOMINGO DESPORTIVO» NÃO PODE FALAR SÓ DE FUTEBOL. OS TELESPECTADORES GOSTARIAM DE RECEBER, AO MENOS, UMA SÍNTESE DE RESULTADOS DE OUTRAS MODALIDADES POR OUTRO LADO, É POUCO COMPREENSÍVEL, QUE QUANDO NÃO HÁ CAMPEONATO NACIONAL. NÃO HAJA «DOMINGO DESPORTIVO» TAMBÉM NO DESPORTO A PLURALIDADE EXIGE-SE. E, NESTE ASPECTO, DEVO LOUVAR O PLURALISMO PRATICADO NO PROGRAMA PONTAPÉ DE SAÍDA DA RTPN.

AS ELEIÇÕES AMERICANAS Programa 98º - emitido a 22 de Novembro de 2008

Pivot 1 NA VERDADE, NÃO FORAM MUITOS. MAS, ALGUNS TELESPECTADORES ACUSARAM A RTP DE PARCIALIDADE NO TRATAMENTO DADO À CAMPANHA E RECENTES ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS. «A RTP – DIZEM - NÃO FOI ISENTA. FOI PARCIAL, »TORCEU» POR OBAMA. SOBRE MCCAIN E SARA PALIN AS NOTÍCIAS ERAM SEMPRE A DESFAZER» A UM PROVEDOR NÃO COMPETE AVALIAR A QUANTIDADE DAS OPINIÕES MAS, PORVENTURA, A SUA PERTINÊNCIA. OBVIAMENTE, ESTAMOS PERANTE OPINIÕES BASTANTE DISCUTÍVEIS, MAS NEM POR ISSO O TEMA DEIXA DE TER INTERESSE PARA SER ANALISADO E DISCUTIDO NO PROGRAMA DO PROVEDOR. Pivot 2 QUERO DEIXAR, AQUI, BEM EXPRESSA

A MINHA OPINIÃO: NÃO ME PARECE QUE POSSA SER IMPUTADA À INFORMAÇÃO DA RTP, EM RELAÇÃO AO TRATAMENTO DA CAMPANHA E DAS ELEIÇÕES PARA O PRESIDENTE DOS EUA UM COMPORTAMENTO PARCIAL. MEDIATICAMENTE, ESTAS ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS FORAM UM ACONTECIMENTO GLOBAL. DE FACTO, ATÉ PARECIA QUE TODO O MUNDO EUROPEU E OCIDENTAL IRIA VOTAR. AS ELEIÇÕES AMERICANAS DESPERTARAM SENTIMENTOS UNIVERSAIS MAS SÓ O POVO AMERICANO VOTAVA. OBAMA TORNOU-SE UM FENÓMENO À ESCALA GLOBAL A AMBIÊNCIA CRIADA EM TODO O MUNDO POR UM CLIMA PRÓ –OBAMA FEZ-SE SENTIR NOS PRÓPRIOS CIRCUITOS INFORMATIVOS DOS SERVIÇOS DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS. AS FONTES DE INFORMAÇÃO PRIVILEGIARAM OBAMA. É UM FACTO.

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E COMO TAL, A RTP PODE TER SENTIDO ESSE EFEITO MAS REPITO: NÃO ME PARECE, NESTE PONTO, PODER IMPUTAR-SE À RTP PARCIALIDADE. ALIÁS O APOIO DECLARADO A OBAMA DE POUCO LHE SERVIRIA. A NÃO SER A DE MANTER-SE COLADA À OPINIÃO PÚBLICA MUNDIAL. Pivot 3 PARECE-ME PODER CONCLUIR O SEGUINTE: É INDESMENTÍVEL O PAPEL QUE A TELEVISÃO DESEMPENHA NA FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS E DOS JOVENS. OBVIAMENTE, ATRIBUI-SE À RTP, COMO SERVIÇO PÚBLICO, UMA MAIOR RESPONSABILIDADE. CUSTA OUVIR DIZER QUE A RTP, COM EXCEPÇÃO DA RTP 2,

É UMA TELEVISÃO PARA OS MAIORES DE 45 ANOS. A RTP, NO UNIVERSO DOS SEUS DIFERENTES CANAIS E SERVIÇOS, TERÁ DE SER MAIS INVENTIVA E PARTIR À CONQUISTA DO PÚBLICO JOVEM E INFANTIL. PARTICULARMENTE NA ARTICULAÇÃO DAS PLATAFORMAS MULTIMEDIA E NA CONVERGÊNCIA DAS NOVAS TECNOLOGIAS, PROVOCANDO UMA FORTE INTERCONEXÃO COM A INTERNET. A RTP TEM RESPONSABILIDADES ESPECIAIS. NA ORDENAÇÃO DOS CONTEÚDOS NAS GRELHAS E NOS HORÁRIOS NÃO PODE ESQUECER AS CRIANÇAS E OS JOVENS, COMO PÚBLICOS MUITO ESPECÍFICOS, E QUE REQUEREM PARTICULAR ATENÇÃO

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«HOMENAGENS A PESSOAS MEDIÁTICAS» Programa 99º - Emitido a 29 de Novembro de 2008

Pivot 1 AS RECENTES MORTES DE MILU, BADARÓ, DINIZ MACAHADO, VIERAM COLOCAR A QUESTÃO DAS HOMENAGENS QUE A RTP FAZ E NÃO FAZ OU DE COMO AS FAZ. OS ÍDOLOS DO POVO NEM SEMPRE COINCIDEM COM OS CRITÉRIOS DE ESCOLHA OU VALORIZAÇÃO QUE A RTP SEGUE NAS HOMENAGENS PRESTADAS. E POR ISSO SURGEM CRÍTICAS E DISCORDÂNCIAS. EIS O TEMA DESTE PROGRAMA. Pivot 2 AS HOMENAGENS «DAQUELES QUE DA LEI DA MORTE SE FORAM LIBERTANDO» DEVEM SER FEITAS DURANTE A VIDA DEPOIS DA MORTE? PARA ALÉM DESTA DISCUSSÃO, HÁ CASOS E CASOS,

ATÉ PORQUE MUITAS VEZES A MORTE NÃO AVISA DA SUA CHEGADA. AS HOMENAGENS SÃO A RESPONSABILIDADE DE UM TRIBUTO DEVIDO E SERVEM PARA AVIVAR A MEMÓRIA DA NOSSA IDENTIDADE. Pivot 3 SINCERAMENTE, NÃO ME PARECE QUE TENHA DE SER SEMPRE O PROVEDOR A TIRAR CONCLUSÕES. JOÃO NOGUEIRA, DIRECTOR-ADJUNTO DE PROGRAMAS DA RTP DEIXOU-NOS UM DEPOIMENTO BEM ELUCIDATIVO DOS CRITÉRIOS E DOS CONDICIONAMENTOS QUE MARCAM, NESTE CAPÍTULO DE HOMENAGENS, A ACTUAÇÃO DA RTP. IGUALMENTE OS OUTROS DEPOIMENTOS

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INDICAM ALGUMAS OUTRAS INTERESSANTES SUGESTÕES A TER EM CONTA. ESTAMOS NUM CAMPO QUE EXIGE COMPETÊNCIA, EQUIDADE, DISCERNIMENTO. A RTP TEM NO SEU UNIVERSO DE CANAIS

1, 2, CANAL MEMÓRIA E RTP ÁFRICA, MEIOS EXTRAORDINÁRIOS PARA CONSTRUIR A CULTURA DA NOSSA MEMÓRIA. UM PAÍS QUE NÃO TEM MEMÓRIA NEGA A SUA EXISTÊNCIA.

«INFORMAÇÃO SOBRE TRÂNSITO» Programa 100º - emitido a 6 de Dezembro de 2008

Pivot 1 NO SEU PROGRAMA DIÁRIO «BOM DIA PORTUGAL» A RTP INSERE MUITA INFORMAÇÃO SOBRE TRÂNSITO. ESSA INFORMAÇÃO É NOTÍCIA, MAS PARA EFEITOS PRÁTICOS APENAS TEM UMA FUNÇÃO PREMONITÓRIA, ISTO É, AVISA QUEM VAI INICIAR O SEU TRAJECTO RODOVIÁRIO. ESTAMOS NUM CAMPO EM QUE, SEM DÚVIDA, A RÁDIO SUPERA A TELEVISÃO COM UMA INFORMAÇÃO NA HORA, SOBRE A OCORRÊNCIA E COM GRANDE UTILIDADE PRÁTICA. SERVE DE EXEMPLO O «SERVIÇO NACIONAL DE TRÂNSITO» DA ANTENA 1. DE QUALQUER MODO, ALERTADOS PELOS DANOS GRAVES DE UMA SITUAÇÃO A QUE ALGUNS JÁ CHAMARAM «A GUERRA CIVIL» NAS ESTRADAS PORTUGUESAS, MUITOS TELESPECTADORES PEDEM PARA TRAZER AO PROGRAMA ESTE ASSUNTO. E NÃO É POR ACASO QUE O TRAGO NESTE MÊS DE DEZEMBRO Pivot 2 NA INFORMAÇÃO DA RTP NÃO FALTAM NOTÍCIAS

OBRE TRÂNSITO, SOBRE OS ACIDENTES E AS SUAS TRÁGICAS CONSEQUÊNCIAS. PODE DISCUTIR-SE É O MODO DE COMO TORNAR ESSA INFORMAÇÃO MAIS ÚTIL E EFICAZ PARA OS CIDADÃOS. Pivot 3 DOS DEPOIMENTOS AQUI REGISTADOS, PARECE-ME PODER INCULCAR DUAS PRINICIPAIS CONCLUSÕES:

1. SERIA IMPORTANTE A RTP RETOMAR

PROGRAMAS COM MAIOR EFICÁCIA NO COMPORTAMENTO DOS CIDADÃOS;

2. POR PARTE DAS ENTIDADES, COM RESPONSABILIDADES NESTA ÁREA, DEVERIAM ESTABELECER COLABORAÇÃO PERMANENTE COM A RTP NA PRESTAÇÃO DE UM SERVIÇO PÚBLICO DO MAIOR INTERESSE PARA A CIDADANIA. PROGRAMAS COMO «SANGUE NA ESTRADA» «ESTRADA VIVA», OU «SÓ ACONTECE AOS OUTROS» SÃO AINDA LEMBRADOS POR MUITOS TELESPECTADORES. ESTE ANO, JÁ MORRERAM NAS ESTRADAS PORTUGUESAS MAIS DE SEIS MIL PESSOAS.

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«RTP INTERNACIONAL» Programa 101º - emitido a 13 de Dezembro de 2008

Pivot 1 VAMOS DEDICAR O PROGRAMA DE HOJE ÀQUELES QUE ESTÃO AUSENTES DO PAÍS MAS QUE NOS INTERPELAM MUITAS VEZES A PROPÓSITO DO SERVIÇO QUE RECEBEM DA RTP. SEM CONDIÇÕES PARA OUVI-LOS PESSOALMENTE TRAZEMOS «EM VOZ OFF» OS SEUS COMENTÁRIOS. NUMA QUADRA NATALÍCIA DE TANTA SAUDADE DA PÁTRIA, ESTE É O NOSSO MODO DE DAR A PORTUGAL A EXTENSÃO DO MUNDO. Pivot 2 NÃO SÓ DA EUROPA NOS CHEGAM MENSAGENS. DOS EMIRADOS ÁRABES, ESCREVE-NOS RUI CARVALHO E, COM GRAÇA, DIZ: «COMO CRISTÃO, SÓ DESEJO QUE O SENHOR PROVEDOR E PRINCIPALMENTE O DIRECTOR DE PROGRAMAS LEVASSEM COM O MESMO CASTIGO DE VER ESTA PROGRAMAÇÃO DA RTPi… DO CANADÁ, OUTRA TELESPECTADORA, INTERROGA-NOS: QUANDO SERÁ QUE OS PORTUGUESES FORA DE PORTUGAL VÊEM UMA NOVELA ACTUAL OU UMA OUTRA PROGRAMAÇÃO ? !!! DA AUSTRÁLIA, VEM ESTE LAMENTO DE OUTRO PORTUGUÊS: OS PROGRAMAS DA RTPi, ALÈM DE VIREM COM 6, 7 MESES DE ATRASO, SÃO REPETIDOS DUAS E TRÊS VEZES. POR QUE NÃO DÃO MAIS PROGRAMAS EM DIRECTO?!!! DA ARGENTINA, JOSÉ AMADO, LAMENTA ESTA PROGRAMAÇÃO É DE UMA POBREZA FRANCISCANA

Pivot 3 MAS SERÁ QUE OS PORTUGUESES FORA DO PAÍS SÓ DIZEM MAL???! EM 2005, A RTP MANDOU FAZER UM ESTUDO DE OPINIÃO SOBRE A RTPi. EM RELAÇÃO À EUROPA, À AFRICA, AO RESTO DO MUNDO E ATÉ AOS IMIGRANTES RESIDENTES EM PORTUGAL. OS RESULTADOS DESSE ESTUDO APONTAM PARA UMA SATISFAÇÃO COM A PROGRAMAÇÃO MUITO SUPERIOR À MANIFESTADA POR ESTES TELESPECTADORES E SOBRETUDO RELEVAM UM ELEVADO GRAU DE CREDIBILIDADE NA INFORMAÇÃO FORNECIDA PELA RTPi. Pivot 4 COMO PROVEDOR CONSIDERO A GRELHA DA RTPi A MAIS DIFÍCIL DE CONCEBER. OS TELESPECTADORES ESTÃO DISTRIBUÍDOS POR TODO O MUNDO E INSERIDOS NOS MAIS DIVERSOS CONTEXTOS SOCIAIS E DE AUDIOVISUAIS MAS CONTINUO A PENSAR QUE O INVESTIMENTO A FAZER NAS ANTENAS INTERNACIONAIS TEM OBRIGAÇÕES ESPECIAIS DE NATUREZA POLÍTICA E FINANCEIRA. A RTP i È UMA PORTA ABERTA DA IMAGEM DE PORTUGAL NO MUNDO A «VOZ DO CIDADÃO« SÓ VOLTA EM JANEIRO. A TODOS OS PORTUGUESES DESEJO O MELHOR NATAL POSSÍVEL E UM 2009 MAIS ALEGRE.

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ANEXO Nº.6 – A LEI

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Este documento foi dactilografado pela técnica administrativa, Ana Clara Nunes e impresso pelos Serviços de Secretaria Central / Reprografia – RTP.