ensino de engenharia de agrimensura retrospectiva e tendências

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ENSINO DE ENGENHARIA DE AGRIMENSURA: RETROSPECTIVA E TENDÊNCIAS Prof. Antonio Simões Silva Prof. Carlos Antonio Oliveira Vieira Profa. Maria das Graças Soares Floresta Setor de Engenharia de Agrimensura, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa, 36570-000 Viçosa-MG, Brasil. Fax. 031-3899 2172 e-mail: [email protected] [email protected] [email protected] RESUMO: Alguns artigos têm sido publicados tratando do ensino e da pesquisa na área de Engenharia de Agrimensura apontando, sobretudo, a relação entre o avanço das conquistas científicas e a capacidade dos cursos de formação acompanharem-no. Com o advento de avançadas tecnologias nesta área do conhecimento e com a exigência cada vez maior de que a escola cumpra sua função de formadora de profissionais competentes, têm surgido desafios para os professores: como vencer a corrida contra o tempo para acompanhar essas tendências? Deverá um curso de Engenharia valorizar mais a abordagem teórico-científica ou a puramente técnico-opoeracional? Com o presente trabalho, procuramos desenvolver uma retrospectiva das idéias a respeito do tema bem como levantar algumas questões referentes ao ensino das ciências geodésicas nos cursos de Engenharia de Agrimensura. Destacamos, para esta análise aspectos referentes às demandas de qualificação para o trabalho impostas pela reestruturação produtiva evidente a partir do final dos anos 70 para as quais devem os currículos de formação se adequar. 1. RETROSPECTIVA Já se tornou lugar comum falar hoje da dicotomia que caracteriza a área das engenharias. Os argumentos estariam fundamentados na idéia de que, se de um lado tem-se um evidente avanço das conquistas científicas avançadas, com os novos processos produtivos, a descoberta de novos materiais e a disseminação cada vez mais acelerada do conhecimento; de outro, a educação – a formação para esse novo mundo – ainda necessita reorganizar suas estratégias para acompanhar essa dinâmica e a ela atender, preparando profissionais qualificados e que dêem conta da progressiva reestruturação do mercado de trabalho. No ápice dos atuais processos de mudança econômica, o conhecimento, associado à digitalização, à virtualização, à molecularização e à integração em rede estariam Procedimento para a Ibero-American Summit on Engineering Education

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ENSINO DE ENGENHARIA DE AGRIMENSURA: RETROSPECTIVA E TENDÊNCIAS

Prof. Antonio Simões Silva Prof. Carlos Antonio Oliveira Vieira

Profa. Maria das Graças Soares Floresta

Setor de Engenharia de Agrimensura, Departamento de Engenharia Civil,

Universidade Federal de Viçosa, 36570-000 Viçosa-MG, Brasil.

Fax. 031-3899 2172 e-mail: [email protected]

[email protected] [email protected]

RESUMO: Alguns artigos têm sido publicados tratando do ensino e da pesquisa na área de Engenharia de Agrimensura apontando, sobretudo, a relação entre o avanço das conquistas científicas e a capacidade dos cursos de formação acompanharem-no. Com o advento de avançadas tecnologias nesta área do conhecimento e com a exigência cada vez maior de que a escola cumpra sua função de formadora de profissionais competentes, têm surgido desafios para os professores: como vencer a corrida contra o tempo para acompanhar essas tendências? Deverá um curso de Engenharia valorizar mais a abordagem teórico-científica ou a puramente técnico-opoeracional? Com o presente trabalho, procuramos desenvolver uma retrospectiva das idéias a respeito do tema bem como levantar algumas questões referentes ao ensino das ciências geodésicas nos cursos de Engenharia de Agrimensura. Destacamos, para esta análise aspectos referentes às demandas de qualificação para o trabalho impostas pela reestruturação produtiva evidente a partir do final dos anos 70 para as quais devem os currículos de formação se adequar. 1. RETROSPECTIVA Já se tornou lugar comum falar hoje da dicotomia que caracteriza a área das engenharias. Os argumentos estariam fundamentados na idéia de que, se de um lado tem-se um evidente avanço das conquistas científicas avançadas, com os novos processos produtivos, a descoberta de novos materiais e a disseminação cada vez mais acelerada do conhecimento; de outro, a educação – a formação para esse novo mundo – ainda necessita reorganizar suas estratégias para acompanhar essa dinâmica e a ela atender, preparando profissionais qualificados e que dêem conta da progressiva reestruturação do mercado de trabalho. No ápice dos atuais processos de mudança econômica, o conhecimento, associado à digitalização, à virtualização, à molecularização e à integração em rede estariam

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produzindo um novo ambiente de trabalho, definindo uma nova empregabilidade1, e exigindo um novo trabalhador, o que não poderia deixar de trazer conseqüências notáveis para a educação no nível da escolaridade de formação profissional, em particular para a educação universitária.

Segundo Floresta (2000, p. 256), “Nos últimos 20 anos, transformações macro e micro sociais, resultado de uma transição social e da relativa ruptura nas formas de organização capitalista de produção sustentariam novos processos de trabalho e novo padrão tecnológico impregnado de características que a vertente produtiva baseada na rigidez tecnológica, na produção e consumo em massa que vigorou até meados dos anos 60 não comportou.Essa dinâmica tornou-se mais explícita, refazendo as unidades de capital e as demandas de qualificação para o trabalho. Marcam esse esforço a redução nos custos da produção/produtividade, impondo transformações na estrutura ocupacional; níveis altos de desemprego estrutural e altas taxas de rotatividade no emprego (fim do emprego regular e proliferação do emprego flexível, trabalho temporário ou subcontratual, aumento da competição e organização interna flexível do trabalho, enfraquecimento do poder sindical), flutuação da demanda e do consumo de mercadorias, fusões e flutuações de corporações, produção e consumo universal de novos produtos, crescimento de economias informais, novas formas de organização industrial, transformações do modo de controle do trabalho e de emprego.O modelo baseado na incorporação da tecnologia, em alterações na organização do trabalho individualizaria o modelo de competências, o conceito de empregabilidade, ambos mais relacionados ao sucesso e ao fracasso do indivíduo, em face da própria individualidade.Os impactos na composição de uma nova classe trabalhadora, pela nova divisão internacional do trabalho e da produção, exigem uma natureza diferenciadora e contraditória no processo de trabalho que se desenvolve. O princípio da flexibilidade que organiza o trabalho prevê velocidade na produção, qualidade do processo e do produto, controle por centrais microeletrônicas de informações; características que conferem à nova base produtiva a capacidade de rápidas mudanças que não prejudicam os produtos, os processos, mas tornam a empresa competitiva”.

Neste sentido, os novos desafios impostos para a Universidade estariam implicando numa ampla revisão dos seus conceitos e na redefinição de seus instrumentos de intervenção, possibilidade, muitas vezes, ainda remota, dada a excessiva burocratização institucional, a super-especialização que os cursos tendem a absorver de paradigmas produtivos e o seu crescente deslocamento do ritmo que as mudanças assumem.

Se os cenários produtivos apontam para um planejamento da utilização dos recursos

humanos em benefício de fins lucrativos e bens de mercado já bastante específicos, a aquisição dos saberes em busca da capitalização de conquistas científicas avançadas possíveis a um número cada vez maior de profissionais deve ser um dos objetivos da escola de formação.

Na área da Engenharia de Agrimensura este quadro não de diferencia. O ensino que profissionaliza esteve estacionado ao longo dos últimos 20 anos, enquanto a tecnologia nesta área tem tido rápido avanço. Isto, tanto no campo da coleta de dados - com sofisticados 1 Empregabilidade é um conceito que se refere à relação entre a condição de o trabalhador se manter no

mercado produtivo de trabalho, apresentando qualificações condizentes e passíveis de atualização o que lhe permitiria sustentar-se como força produtiva viva.

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instrumentos de medição - como no aspecto do processamento desses dados, podendo dispor de potentes computadores e sofisticados processos produtivos.

A identificação deste cenário suscita questionamentos em torno das contradições inerentes à formação de profissionais nestes campos. Uma retrospectiva do ensino nesta área do conhecimento e a identificação dos problemas gerados por esta defasagem, poderiam contribuir no encaminhamento de soluções e não perdendo de vista as tendências na área de Agrimensura destes últimos anos. É o que se propõe, neste artigo. Historicamente, levantamentos topográficos e mapeamento estiveram sempre associados à Engenharia. Pode-se até dizer que a Engenharia nasceu com o levantamento topográfico, uma vez que boa parte dos problemas de Engenharia nascem com um levantamento de uma área para depois se “pensar” na representação da mesma. As grandes divisões da Engenharia eram: Engenharia Civil e Militar. Com o crescimento do campo da Engenharia Civil, houve a sua diversificação em várias modalidades, tais como Engenharia Mecânica, Elétrica, de Minas, etc. Basicamente todas essa diversificações eram exercidas por engenheiros civis. O que acontecia com as Ciências Geodésicas, enquanto essas diversificações ocorriam? Nos Estados Unidos, o ensino de Engenharia tinha boa parte do seu currículo ocupado por disciplinas ligadas a levantamentos topográficos. Essa tendência diminuiu nas outras modalidades da Engenharia, permanecendo somente nos cursos de Engenharia Civil e de Minas. Numa outra fase, deu-se maior importância à abordagem científica em detrimento dos assuntos práticos (aqui referidos como puramente técnicos). Segue-se a esta tendência o acréscimo de disciplinas de Ciências Sociais, o que aumentou a sobrecarga nos currículos. É interessante notar que uma maior ênfase ao cunho cientifico no curso surge em decorrência dos avanços tecnológicos trazidos pela Segunda Guerra em cujo âmbito, criam-se recursos como os radares, os sonares, a energia atômica, o transistor e os computadores digitais. Lançava-se o primeiro satélite em órbita iniciando-se a era espacial. As grandes escolas de Engenharia incentivam a formação de cientistas e pesquisadores. Uma maior quantidade maior de conteúdos de matemática e disciplinas de cunho teórico foram incorporadas ao currículo dos cursos de Engenharia. A fim de acomodar tais mudanças, sem aumentar a duração dos cursos, as disciplinas da área de levantamentos topográficos foram reduzidas. Foi nessa fase que o Grinter Report sugeriu a redução nos currículos dos cursos de Engenharia de disciplinas tais como levantamentos topográficos, desenho técnico, desenho arquitetônico e outros tradicionais assuntos de conotações mais técnicas que científicas.

No Brasil, o Exercito Brasileiro foi pioneiro no treinamento de pessoal nesta área. Havia cursos de engenheiros geógrafos. Estes cursos tiveram origem na antiga missão austríaca que trouxe, em 1919, engenheiros em Ciência Geodésicas e Cartográficas com o propósito de dotar o Exercito de conhecimento necessário ao mapeamento do país.

No meio civil, eram os Engenheiros Civis que desempenhavam esse papel na sociedade. No entanto, as disciplinas de Ciências Geodésicas não tinham a mesma ênfase que era dada a outras áreas. Enquanto as disciplinas ligadas ao mapeamento eram preteridas nos currículos dos cursos de Engenharia, a ciência e tecnologia avançavam rapidamente. Os profissionais progrediam no domínio de novas técnicas sem que as escolas modificassem seus

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currículos. Essa resistência à modificação talvez tenha motivado a necessidade da criação de mais uma diversificação da Engenharia: a Engenharia de Agrimensura.

Se esta discussão se encaminhasse para uma compreensão do currículo escolar como

uma produção histórica, poder-se-ia afirmar que a emergência e evolução de diferentes campos do conhecimento como desdobramentos de outros campos já consolidados e de disciplinas escolares estariam referenciados na predominância de certas tendências durante um determinado período o que também implicaria em mudanças na organização e estruturação do conteúdo e dos métodos de ensino. Enfim, os fenômenos educacionais são quase exclusivamente interpretados em função da estrutura econômica, política e social, o que parece justificar a história de criação deste campo de conhecimento como campo específico e com própria identidade. E é em meio a esse contexto que, em 1959 foi regulamentado o curso superior de Agrimensura, criando um profissional de nível superior para tratar de assuntos ligados a posicionamento, dimensões e formas de porções da Terra.

Em nosso meio, diferente do que ocorreu nos Estados Unidos, houve uma tendência a superestimar o aspecto técnico da Agrimensura em detrimento do aspecto científico. E os cursos, por serem de curta duração concentraram-se mais na coleta de dados que no seu processamento e transformação. Talvez devido à insistência dos cursos de Agrimensura em valorizar mais a coleta de dados, dando pouca ênfase na transformação e análise, é que a imagem do Engenheiro Agrimensor como aquele que coleta dados no campo ainda esteja bastante arraigada. Convém reproduzir aqui um trecho de Machinis citado em Silver(1967):

‘A confusão entre ciência e Engenharia tem servido para aumentar o problema e obscurecer a importância e natureza da Agrimensura não somente nos círculos acadêmicos, mas nas empresas estatais, empresas privadas e para o público em geral. A maioria das pessoas ainda considera o Eng. Agrimensor como um profissional com um teodolito, uma trena e uma mira. Os avanços em fotogrametria têm sido fenomenais. Os perfilógrafos aerotransportados, os medidores eletrônicos de distância os computadores eletrônicos, as câmaras balísticas, os dispositivos de alinhamento a laser, etc. tem sido utilizados para solucionar diversos problemas de Eng. de Agrimensura. O campo da Geodesia por Satélite tem sido cada vez mais solicitado para determinação de posição assim como da forma e dimensão da terra.’

2. AVANÇOS DA TECNOLOGIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A

FORMAÇÃO

A intensiva disseminação da tecnologia microeletrônica, as mudanças na dinâmica do mercado de mercadorias, do mercado de capital e do mercado de trabalho, provocando alterações nas condições de empregabilidade e apontando para maior flexibilidade, qualidade e produtividade, gestadas no plano interno e externo, demandam um novo conceito de qualificação profissional.

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A organização do processo de trabalho tornou-se dependente da capacidade de mão de obra apresentar padrões de flexibilidade capazes de suprir as demandas de produção e consumo e a multifuncionalidade.

Ao se reforçar o processo de inovações tecnológicas, a fixação dos custos de produção passa a se basear cada vez menos na pura intensificação do trabalho vivo e cada vez mais na taxa de utilização das máquinas e instalações. (...) Passa-se, assim, de um paradigma baseado na organização do trabalho para um paradigma fundado na organização da produção. (Coriat, 1994: 59).

À incorporação da organização inovadora da produção e da gestão do trabalho

apontam para a necessidade de um novo trabalhador. O processo de incorporação de atributos e competências sujeitos aos princípios capitalistas de produção, seleção e treinamento passam a ser discursivamente norteados por parâmetros que conjugam compromisso, iniciativa, capacidade de resolução de problemas e habilidades comportamentais. O lema da criatividade no trabalho tornou-se bandeira dos projetos de qualificação profissional do trabalhador, como também passaram a fazer parte dos pressupostos de ocupação do mercado.

As empresas precisam de um número menor de trabalhadores, porém com alta qualificação e com um nível de competências compatível com diversificação que se torna cada vez mais importante para o funcionamento da produção flexível. Destaca-se nesse processo, a dimensão da qualificação como competência incluindo a capacidade de enfrentar o imprevisto e o imprevisível. Para tanto, não basta ao trabalhador a competência técnica, mas que possa ativar ou mobilizar todo um sistema de conhecimentos tácitos ou formais, que o habilitem a diagnosticar, propor soluções e tomar medidas em uma cadeia de decisões cada vez mais curta. Há maior competitividade, pressionada pela flexibilidade, independentemente de modernização tecnológica. A produção flexível, associada ou não à automação, gera a necessidade de organizar e estimar a polivalência, inclusive em matéria de formação.

Os trabalhadores são levados a ampliar seu âmbito de ação, não apenas fazendo funcionar os equipamentos, mas garantindo seu máximo rendimento com um mínimo de panes e paradas. Sua qualificação deixa de ser indicada meramente pela destreza operacional, em gestos e movimentos, passando a traduzir-se cada vez mais na capacidade de julgamento, decisão e intervenção, diante do novo e do imprevisto.

Essas tensões se acentuam à medida em que todo esse processo de modernização e reestruturação convive com períodos de forte recessão e profundos rearranjos no mercado de trabalho. O processo de reestruturação produtiva, em franco desenvolvimento na economia brasileira, tem-se caracterizado pelo enxugamento de quadros e elevação dos requisitos de desempenho profissional, tendendo a excluir trabalhadores de baixa qualificação ou, no mínimo, dificultando sua inserção e permanência no mercado de trabalho.

A emergência de novas profissões trouxe à tona a demanda por trabalhadores competitivos, eficientes, com uma intelectualidade reconformada; a mão-de-obra criativa substitui aos poucos a força de trabalho técnica e, por esse motivo, o engajamento dos funcionários passa a ser essencial nas empresas modernas que implantam sistemas co-gestionários que possibilitem manter a força de trabalho interessada no seu desempenho produtivo líquido.

De sua parte, a fragmentação e dispersão geográfica das unidades produtivas, que são definidas e distribuídas conforme atividades-fim que visam atender às demandas de mercado, reduzir custos, eliminar excesso de força-de-trabalho e de matéria-prima, trazem uma nova

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diferenciação entre trabalho e emprego. O que se tem hoje na versão do desemprego estrutural trabalhadores não-empregáveis e o fim do emprego.

A desregulamentação do trabalho e novos padrões de produtividade estão vinculados às teorias organizativas que compõem a cadência do processo produtivo e a emergência das relações entre capital e trabalho. Emergem teorias organizacionais da administração política e social. As questões relacionadas à formação para o trabalho que passam a se orientar, especialmente, pelos princípios da Qualidade Total transferem a qualificação do trabalhador para o capital; ou seja, as formas de apropriação e crescimento de capital põem-se numa inversão para o trabalhador, acentuando a autovalorização do capital, a partir do trabalho humano. Uma das conseqüências mais evidentes desse novo processo é a própria desorganização da classe trabalhadora intensificando sua exploração.

A mundialização do capital (Chesnais, 1996), ao expandir a produção, exigir um novo trabalhador, inserir-se no seu modo de vida, produz novas necessidades e abordagens para o consumo de bens e serviços. Reforçando uma globalização de mercados, há uma globalização de consumo. A formação para o novo mundo do trabalho, a qualificação do trabalhador com vários níveis de saber - compõe a subjetividade do homem contemporâneo, à cidadania.

As discussões sobre os efeitos das transformações tecnológicas sobre a qualificação profissional compõem um cenário de tendências que apontam para a introdução de pressupostos voltados à pluriespecialização e à polivalência.

Também no campo da Engenharia de Agrimensura, o avanço na tecnologia de

fabricação e operação de instrumentos geodésicos, trouxe a necessidade de tratamento mais rigoroso dos dados coletados tornou-se imperiosa. As medições angulares com precisão de 1 segundo tornaram-se corriqueiras. Os distanciômetros eletrônicos fizeram com que medidas lineares com aproximação do milímetro se tornassem fáceis e rápidas de serem obtidas. Esta inovação na resolução dos instrumentos de medida traz como conseqüência uma reavaliação no conceito de erro. A classificação de erros grosseiros, sistemáticos e aleatórios embora continuem existindo tem novos limites. Num teodolito cuja precisão nominal é de um minuto, o erro grosseiro seria representado por medidas que se desviassem, por exemplo, de três minutos do valor mais provável. Num instrumento moderno, cuja precisão nominal é (ou próxima) de um segundo, leituras que apresentassem discrepâncias acima de um minuto, seriam inaceitáveis. Estes são exemplos em que o desenvolvimento de tecnologia do instrumento afeta um conceito tradicional. Um outro exemplo clássico em que o desenvolvimento da tecnologia instrumental afeta a maneira de processar os dados, é na distribuição de erros da poligonação. O método amplamente utilizado é o método de Bowditch, embora seja um método não rigoroso. Com o uso de modernos teodolitos e distanciômetros eletrônicos a aplicação desse método, também conhecido como dos coeficientes de proporcionalidade, é questionável. Este método dos coeficientes de proporcionalidade foi desenvolvido em 1807 para ser usado em levantamentos à bússola e trenas. Isto porque os azimutes dos alinhamentos são independentes neste tipo de levantamento. Uma outra pressuposição para uso deste método é que a variância das distâncias observadas seja igual ao quadrado das distâncias, multiplicada pela variância dos azimutes. Isso é o mesmo que afirmar que em cada estação os erros padrões são os mesmos em todas as direções, o que nem sempre é verdade em poligonais observadas com teodolitos e distanciômetros eletrônicos. Neste exemplo, vemos novamente como um melhoramento, na tecnologia de instrumentos de medição, nos obrigar a reavaliar a maneira de se calcular os dados de uma observação. E, neste caso, a teoria aconselha o uso do método dos mínimos

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quadrados (MMQ). Do ajustamento pelo MMQ resulta uma série de informações que permitem avaliar desde a qualidade das observações, até a qualidade das coordenadas finais. Nesta avaliação é imprescindível para o Engenheiro Agrimensor o conhecimento de Estatística. Abordando tecnologia mais recente podemos nos reportar aos Sistemas de Informações Geograficas(SIG) e a Geodésia por Satélite, que nos remete ao GPS (Sistema de Posicionamento Global) Os SIGs são poderosos gerenciadores de informações espaciais que muito ajudam o engenheiro e gestores no processo de tomada de decisão. Informações de: cartas topográficas, cartas temáticas, fotografia aéreas, imagens de satélite e radar, dados estatísticos, levantamentos de campo, tabulações censitárias, etc., podem ter sua manipulação simultânea. O manuseio, armazenagem e análise dessa grande quantidade de informações torna o conhecedor dos softwares de SIG um pessoa privilegiada para tomar ou orientar decisões. 3. FORMAÇÃO DO AGRIMENSOR - ABORDAGEM CIENTÍFICA OU

PURAMENTE TÉCNICA? No item anterior tecemos alguns comentários a respeito de avanços tecnológicos na área de Agrimensura. Como seria possível à escola atender às diferentes demandas que a ela se impõem para a formação profissional? Para corresponder às novas técnicas, deve-se investir em conteúdos de caráter científico (teórico) ou de caráter puramente técnico (prático)?

Do nosso ponto de vista da formação para o novo mundo do trabalho torna-se questionável todo o discurso que se apóie numa pretensa “valorização” da escola de formação que não venha acompanhado de condições estruturais mínimas – administrativas, acadêmicas e legais para reconfigurar-se esta esfera da formação profissional. . Tal discurso sugere que, no caso de países como o Brasil, a sólida educação básica complementada pela educação profissional eficiente, “constitui [tal como nos países desenvolvidos] a chave do êxito [...] num mundo pautado pela competição, inovação tecnológica e crescentes exigências de qualidade, produtividade e conhecimento” (Brasil/MEC, 1999, p. 16). A educação é patrimônio nacional e certamente deve ser de boa qualidade, sempre. Mas não se pode pedir a ela o que não pode certamente oferecer.

As recentes crises financeiras evidenciaram que as economias asiáticas, alçadas entre nós à condição de parâmetros em termos econômicos e educacionais pelos discursos que fazem apelo à centralidade da educação para o desenvolvimento econômico, dependem muito mais de outras mediações que a da educação para serem competitivas e encontrarem espaço no mercado global.

Seria a educação, portanto, “a chave do êxito” do país na competitiva economia global, bem como viável a efetivação da educação profissional proposta em documentos de diretrizes curriculares produzidos pelo Conselho Nacional da Educação – CNE. Seria a educação assim proposta, desejável? Isto implica perguntar sobre a extensão e profundidade do “vínculo da educação ao trabalho”, como preceitua a LDB 9394/96. Que a educação em geral e a escolar, em particular, estejam, numa sociedade capitalista, vinculadas ao trabalho, de forma implícita ou explícita, deliberada ou informal, é inegável. Que a educação profissional mantenha esse vínculo de maneira mais direta é não só compreensível como desejável. No entanto, isto não implica dizer que tanto uma, quanto outra devam estar a ele subordinadas.

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Tanto as diretrizes para o ensino médio quanto as propostas para a educação profissional superior estabelecem a relação entre a formação escolar e o sistema produtivo de forma tão intensa e direta, pela via do “modelo de competência”, cujo desenvolvimento se torna o objeto central de preocupações, que se torna difícil distinguir entre vínculo e subordinação, mesmo quando se trata da cidadania e dos princípios orientadores de ambos: a estética da sensibilidade, a política da igualdade e a ética da identidade. Mesmo quando o discurso se refere à cidadania em geral, o que subsiste é a imagem daquela cujos limites são dados pelos interesses da produção. Talvez isso ajude a entender porque a concepção de educação parece tão larga e tão pouco tecnicista e, em outros casos, o seu inverso. A sobreposição de uma dessas duas ordens de educação sobre a outra parece poder manter a lógica da subordinação do setor educacional.

Nesse sentido é legítimo levantar a hipótese de que a escola forçosamente terá que acompanhar o modelo da economia, que a partir do modelo de competência pretende transferir as responsabilidades sociais do Estado sobre o emprego, qualificação e educação para a esfera da individualidade do educando – um novo traço cultural do capitalismo atual.

Assim, vale uma rápida análise do documento do do MEC – Ministério da Educação e do Desporto, segundo o qual a formação na área da Engenharia deve se orientar pela busca de formação de um perfil profissional que,

“compreenderá uma sólida formação técnico científica e profissional geral que o capacite a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade.” (Brasil/MEC, 2001:2).

A leitura deste documento se completa ao identificar o modelo de competências e habilidades definido para a formação do engenheiro,:

1. aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à engenharia; 2. projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; 3. conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; 4. planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; 5. identificar, formular e resolver problemas de engenharia; 6. desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; 7. supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; 8. avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; 9. comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; 10. atuar em equipes multidisciplinares; 11. compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; 12. avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; 13. avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; 14. assumir a postura de permanente busca de atualização profissional.

Importantes análises têm sido feitas sobre os diversos modelos de competências que

orientam a composição de diretrizes curriculares. Embora se saiba, e existem defesas contundentes a essa idéia de definir-se as competências que o trabalhador deverá apresentar ao ingressar no mercado de trabalho, é importante destacar que, numa economia de mercado flexibilizada, com a volatividade do conhecimento, com a ameaça do desemprego estrutural, a definição de um modelo de competências não passa simplesmente pela identificação de

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situações a serem controladas, de problemas a serem resolvidos, de decisões a serem tomadas, mas e em especial, pela explicitação dos saberes, das capacidades, dos esquemas de pensamento e das orientações éticas necessárias.

Os teóricos desse campo definem competência como a aptidão para enfrentar um

conjunto de situações análogas, mobilizando de forma correta, rápida, pertinente e criativa, múltiplos recursos cognitivos. Dentre estes, saberes, capacidades, microcompetências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio. Recursos que nem sempre provêm da formação inicial e nem mesmo da contínua, mas que são construídos ao longo da prática – os “saberes de experiência! – por meio da acumulação ou da formação de novos esquemas de ação que enriquecem ou modificam o que Bourdieu chama de habitus 2.

Muitos dos programas de formação inicial limitam-se a criar um vínculo entre os

saberes universitários e os programas escolares, o que não é inútil, porém ocupam um grande espaço no currículo, em detrimento de saberes mais próximos das práticas.

O que cabe à escola de formação profissional é desenvolver os recursos básicos, bem como treinar as pessoas para que possam utilizá-los (Perrenoud, 2002: 19). Este Autor, indica quatro condições importantes a serem observadas na organização da formação profissional:

• experiências de aprendizagem que se fundem numa prática reflexiva passando por amplos saberes, para não se transformar em um circuito fechado dentro dos limites do bom senso.

• envolvimento crítico com um sistema exige uma cultura histórica, econômica e sociológica afim a sua área de atuação

• construção de uma identidade profissional e disciplinar • apropriação de saberes teóricos ou metodológicos específicos.

Neste sentido, a velha dicotomia, conhecimentos teóricos x conhecimentos práticos

poderia ser superada por uma aprendizagem por problemas, segundo a qual, desde o início, os estudantes seriam confrontados com situações reais que lhes permitissem tomar consciência dos limites de seus recursos metodológicos e teóricos, e isso faz com que surjam as necessidades de formação. A partir daí, poderiam buscar conceitos, teorias ou ferramentas para retomar o problema a ser resolvido com mais recurso. Nesse caso, os aportes teóricos e metodológicos passam a ser respostas no sentido de John Dewey, Pedagogo Clássico, que afirmava ser ideal que toda aula fosse uma resposta. Outra forma de trabalho seria o trabalho com casos por meio de simulações – a idéia é confrontar o estudante com situações próximas daquelas que ele encontrará no trabalho e construir saberes a partir dessas situações, que ressaltam ao mesmo tempo a pertinência e a falta de alguns recursos.

Respeitando os limites de carga horária dos cursos de Engenharia, diríamos que as

duas abordagens seriam interessante para o Engenheiro Agrimensor. Essas duas abordagens se completam, e não se excluem. Aos engenheiros compete o conhecimento do porque das técnicas operativas como também, através de pesquisa, o desenvolvimento de novas técnicas ou aprimoramento das já existentes.

2 Segundo Pierre Bourdieu habitus são tendências de comportamentos, atitudes, formas de coduta que são adquiridas e assimiladas ao longo do processo de socialização e permitem ao sujeito constituir sua identificação com o grupo social a que se vincula. Esse habitus garantindo a identidade individual, possibilita a identidade coletiva e a manutenção do próprio grupo social

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Na inserção de novas disciplinas, e no ensino das existentes, é conveniente observar a

hierarquia das profissões, bem como a atribuição de cada profissional. Assim, diria que é mais importante que o Engenheiro Agrimensor saiba as consequências que podem advir de uma observação proveniente de um teodolito desnivelado e mal centralizado, que a exímia habilidade de nivelar e centralizar este teodolito. Ao recorrer a este fato queremos mostrar a hierarquia dentro das profissões. Dentro da Engenharia de Agrimensura esta gradação de habilitação tende a ser: coleta, processamento e análise das observações e parâmetros delas derivados.

Os fabricantes de instrumentos geodésicos têm trabalhado para que a coleta de

dados se torne cada vez mais automatizada e mais precisa. Cabe ao engenheiro um conhecimento de técnicas de processamento que seja compatível com o processo de coleta de dados. Esse processamento de dados tem que levar em conta as incertezas inerentes a cada instrumento e a cada processo. A avaliação dessas incertezas devem ser estudadas à luz da Estatística. A análise dos parâmetros derivados das observações requer conhecimento, desde a coleta até a aplicação desses resultados. É a ligação de um conjunto de observações a seu objetivo final. Precede a estas três fases o planejamento das operações. Geralmente no planejamento é possível, através de simulação, uma inserção do Engenheiro Agrimensor em todas elas. Este planejamento, em Engenharia, deverá ser a previsão de uma operação factível, precisa e econômica.

Parece claro que a escola, e isto está mais evidente para as escolas de formação profissional, necessitam repensar seus currículos. Em trabalho intitulado “Princípios para uma reflexão sobre currículo” Pierre Bourdieu (1984) propõe sete princípios, os quais, segundo diz, estão fundamentados na reestruturação ocorrida na divisão do conhecimento, em uma nova definição das formas de transmissão de conhecimento, na necessidade de eleiminação de noções datadas e na importância da introdução de novos conhecimentos, provenientes tanto da pesquisa como das mudanças econômicas, sociais e técnicas. Esses princípios podem ser resumidos pelas proposições:

a- os conteúdos das disciplinas devem ser constantemente revistos; b- a educação deve dar prioridade às áreas que desenvolvam o pensamento; c- os currículos devem ser flexíveis, mas apresentar conexão vertical e

horizontal entre os conteúdos; d- pelo fato de o currículo ser compulsório, deve sempre ser considerada a

possibilidade de transmissão de seus conteúdos; e- deve-se procurar melhorar a eficácia do processo de transmissão, pela

diversificação dos métodos de ensino; f- a prática curricular deve ser direcionada paraa integração do trabalho de

professores de diferentes disciplinas, superando divisões existentes antes entre elas, já superadas pela evolução das ciências;

g- os currículos escolares devem conciliar o universalismo inerente ao pensamento científico com o relativismo ensinado por meio das ciências históricas, refletindo a pluralidade de estilos de vida e de tradições culturais.

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Esta proposta revela uma defesa em favor de um currículo acadêmico, modernizado pela introdução de novos conhecimentos e habilidades necessárias à vida contemporânea, trazidos pelo desenvolvimento científico e pelas inovações produzidas pelo campo pedagógico. O que vale hoje é a aquisição de uma competência mínima para acompanhar a velocidade das mudanças científicas, culturais, e das relações políticas e sociais. O aprender a aprender trona-se condição para o alcance da autonomia frente às demandas de uma sociedade que se reorganiza de forma acelerada e que se torna cada vez mais multi e poli nas estruturas cognitivas, afetivas e psico-motoras da formação do homem trabalhador.

4. BIBLIOGRAFIA BRASIL. MEC/CNE (1999). Diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional de nível médio. Brasília, (mimeo.).

BRASIL. MEC/CNE (2000). Diretrizes curriculares nacionais para a formação na área da engenharia. CNE, Brasília.

COOPER, M. A. R. (1987) Control surveys in civil engineering. London, Collins.

CORIAT, B. (1994) Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho e organização, Rh, Revan.

CHESNAIS, F. (1996) A mundialização do capital.[tradução Silvana Finzi Foá] 2 ed. São Paulo: Xamã,. 335 p.

FERREIRA, C. R. (1993) Projeto lógico de uma base de dados para aplicação em Sistema de Informação Geo-ambiental. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Cartografia vol. 3, Rio de Janeiro, Out. 1993. FLORESTA, M. G. S. (2000) Poder, conhecimento e reforma educacional – as relações presentes no Programa de Reforma da Educação em Minas Gerais nos anos 90. Piracicaba: UNIMEP, 2000. 259 p. MEDINA, I. A. (1975) Cartografia sua importância para o desenvolvimento, seu ensino e sua pesquisa no Brasil. Anais do 7o Congresso Brasileiro de Cartografia USP. PERRENOUD, P. (2002) As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed Editora. SILVER, V. A. (1967) Surveying education from an Engineer’s viewpoint - ASP- ACSM. Semi-annual Convention, St. Louis, Missouri, Oct. 1967. 5. INFORMAÇÃO BIOGRÁFICA Antonio Simões Silva é Eng°. Cartógrafo pela UERJ, com mestrado em Ciências Geodésicas pela UFPR, doutorado em Geodésia Espacial pela Universidade de Nottingham e professor do Curso de Engenharia de Agrimensura da UFV desde 1977. Atualmente é Diretor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da UFV.

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Carlos Antonio Oliveira Vieira é Eng°. Agrimensor pela UFV, com mestrado em Sistemas e Computação – Cartografia Automatizada pelo IME/RJ, doutorado em Sensoriamento Remoto pela Universidade de Nottingham e professor do Curso de Engenharia de Agrimensura da UFV desde 1994. Atualmente é Chefe do Departamento de Engenharia Civil da UFV, que oferece ao nível de graduação os cursos de Engenharia de Agrimensura, Civil e Ambiental. Maria das Graças Soares Floresta é Pedagoga pela UFV, com mestrado em Extensão Rural – Pedagogia da Formação na Área de Ciências Agrárias, doutorado em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba, área de Políticas e Gestão da Educação. É Professora do Departamento de Educação da UFV, desde 1992 e atualmente coordena o Projeto Veredas – Formação Superior de Professores.

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