#ensino da arte na educação fundamental

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    O ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL NOFINAL DO SÉCULO XX: QUESTÕES SOBRE A LEGISLAÇÃO

    BRASILEIRA

    Josie Agatha Parrilha da SilvaUniversidade Estadual de Ponta Grossa

     [email protected] Cesar Danhoni Neves

    Universidade Estadual de Maringá[email protected]

    Palavras-chave:   Ensino da Arte; Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN-Arte). 

    INTRODUÇÃOA partir da década de 1990, ampliou-se a discussão sobre o ensino da arte na

    educação fundamental. Em especial pela inclusão da Arte1 como componente curricularna Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD) nº. 9.394, de 1996 2  e a

    conseqüente elaboração dos documentos que normatizariam tal ensino. Para investigar a proposta do ensino da arte nessa etapa de ensino a pesquisa enfocará os conteúdos ediscursos de documentos voltados ao ensino da arte, a partir da década de década de1990. Utilizará fontes primárias e secundárias, entre estas, dois documentos editados

     pelo governo do Governo Federal:  Diretrizes Curriculares Nacionais  (1998) e Os Planos Curriculares Nacionais (PCN) (2000). Enquadra-se assim, como uma pesquisadescritiva e documental que analisará os documentos de forma crítica e contextualizada,

     buscando compreendê-los dentro do contexto do qual foram elaborados, destacando aeconomia e política mundial do período. Essa contextualização enfocará o Brasil,contudo, apontará algumas influências externas, como a do Banco Mundial3, que em

     parceria com algumas agências internacionais, como a Organização das Nações Unidas

     para a Educação, a Ciência e para a Cultura (Unesco) exerce grande influência nas políticas internas do Brasil, bem como em seus projetos educacionais.

    Para organizar essa pesquisa, num primeiro momento se verificará a relação doBanco Mundial e da Unesco com a legislação brasileira, enfocando a década de 1990.

     Na seqüência fará o detalhamento do ensino da arte da educação fundamental,destacando os dois documento já citados. Acredita-se que esse trabalho será importantena medida em que contribuirá para o entendimento da proposta apresentada para o esseensino. Proposta esta que faz parte de discussões e mudanças para esse ensino, bemcomo da educação em geral, que é influenciada pela política mundial para a educação,em especial da Unesco.

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    O CONTEXTO DO ENSINO DA ARTE DO BRASIL NAS DUAS ÚLTIMASDÉCADAS DO SÉCULO XX

     Na década de 1990, ocorreram diversas mudanças políticas, muitas dessas paraminimizar a crise do modelo econômico capitalista, que se tornou mais evidente na

    década de 1970. A economia desse período se contrapôs ao grande desenvolvimento dasduas décadas anteriores nos países capitalistas e, segundo Duménil e Lévy (2003),apresentou: pouco investimento e crescimento dos países, aumento do desemprego einflação e, ainda, diminuição da rentabilidade do capital. Em meio a todas essasquestões econômicas e políticas, destaca-se o papel do Banco Mundial4 (BIRD). Alémdo Banco Mundial, foi criada outra organização mundial o Fundo MonetárioInternacional (FMI), que contribuiria para a estabilidade do sistema monetáriointernacional entre seus países membros.

    Di Tomassi, Warde e Haddad (2003) em estudos realizados pela “AçãoEducativa”, em 1996, sobre a relação do Banco Mundial com as políticas educacionaisdos países com os quais desenvolvem projetos, concluíram que, o investimento

    financeiro nesses países não é tão grande quanto à influência nas suas políticaseducacionais. Evidencia-se a influência do Banco Mundial nas políticas internas e nos

     projetos educacionais em diversos países do Terceiro Mundo  e, em parceria comalgumas agências internacionais, como a Organização das Nações Unidas para aEducação, a Ciência e para a Cultura (Unesco). Política esta que, recomenda a expansãodo ensino elementar para todas as crianças e adultos, como forma de contribuir para odesenvolvimento econômico dos países, e enfatiza a relação entre a educação e trabalho.(GENTILI, 1995).

    A Unesco, a partir de 1971, vem cooperando com o Ministério da Educação einfluencia a legislação educacional brasileira. Atua por meio de projetos de cooperaçãotécnica com o governo para suas políticas públicas e ainda, pela cooperação em projetosda sociedade civil. Tal influencia, pode ser observada na legislação brasileira para oensino da arte, a partir da década de 1970, na Lei de Diretrizes e Bases n.º 5692/71.

     Nessa lei propôs-se o ensino de segundo grau unificado, de caráter profissionalizante,com grande número de habilitações profissionais, ou seja, de acordo com as diretrizes

     propostas pelo Banco Mundial. A lei tinha como foco a universalização da profissionalização. Em relação ao ensino da arte a lei destacava:

    Art. 7º Será obrigatória à inclusão de Educação Moral e Cívica,Educação Física, Educação Artística e Programa de Saúde noscurrículos plenos dos estabelecimentos de 1º e 2º graus, observadoquanto a primeira o disposto no Decreto-lei no. 869, de 12 de

    setembro de 1969 (BRASIL, 2007c). 

    A arte foi incluída como obrigatória no currículo escolar, todavia, como“atividade educativa” e com a denominação de Educação Artística. Dessa forma, não seequiparou as demais disciplinas do currículo e seu conteúdo não recebeu atençãodiferenciada em documentos.

     Na década de 1980 novos projetos foram financiados, mas a ênfase do BancoMundial já não era com a educação profissionalizante. Acredita-se que essa novadireção influenciou a Lei 7.044 de 19825, onde a profissionalização, apesar de mantida,

     perdeu seu caráter universal. Observa-se pelo seu Art. 5º que apresenta maiorflexibilidade:

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    Art. 5º - Os currículos plenos de cada grau de ensino, constituídos pormatérias tratadas sob a forma de atividades, áreas de estudo edisciplinas, com as disposições necessárias ao seu relacionamento,ordenação e seqüência, serão estruturados pelos estabelecimentos deensino (BRASIL, 2007e).

    Com essa flexibilidade em relação ao tratamento das matérias, o ensino da arteficou sujeito a conteúdos diferenciados de acordo com cada escola. Todavia, a lei nãotratou especificamente sobre a disciplina de Arte ou Educação Artística.

    Em 1988, a nova Constituição brasileira apresentou aspirações e conquistaseducacionais como: educação a partir de zero ano; gratuidade do ensino público emtodos os níveis, gestão democrática da educação pública, entre outras. A Constituiçãomanteve como competência da União “fixar as diretrizes e bases da educação nacional”(SAVIANI, 2004, p. 46). Com isso, deu origem ao processo de elaboração da Lei deDiretrizes e Bases, que se iniciou em dezembro de 1988. Dois anos após, em 1990,

    realizou-se a Conferência Mundial de Educação para Todos, na Tailândia, coordenada pelo Banco Mundial, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância6 (UNICEF). Foram apresentadas novas diretrizes políticas e, de acordo com asconclusões dessa conferência, elaborou-se a Declaração de Jomtiem. A ênfase, queanteriormente era do ensino técnico de nível secundário, voltou-se para a alfabetização ea educação geral. (GENTILI, 1995)

    De um lado, as alterações propostas pela Constituição e de outro a influência dasnovas diretrizes do Banco Mundial, em especial, a ênfase nos projetos destinados aoEnsino Fundamental, contribuíram para refletir-se sobre uma nova proposta para a Leide Diretrizes e Bases da Educação. Os debates7 sobre a reformulação dessa lei duraramoito anos. A nova Lei de diretrizes e Bases foi sancionada pelo presidente Fernando

    Henrique Cardoso e pelo Ministro da Educação Paulo Renato, em 20 dezembro de 1996e regulamentou o ensino em todo o país, estabelecendo diretrizes para os currículos emseus três níveis de ensino: Fundamental, Médio e Superior. Os dois primeirosnominados de Educação Básica, que inclui ainda a educação infantil, creches e pré-escolas. (BRASIL, 2007d)

    A LDB apresentou como responsabilidade da união, formular um conjunto dediretrizes capaz de nortear os currículos e seus conteúdos mínimos, o que exigiu aelaboração de um currículo nacional. Desta forma, o Ministério da Educação, emconjunto com as Secretarias de Educação iniciou, em 1995, um amplo trabalho deestudos, discussões e formulação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),documento que subsidiaria as políticas do MEC. O PCN compõe-se de uma coleção

     para o Ensino Fundamental, Médio e Educação Especial. A partir do PCN, elaborou-seo PCN-Arte que será investigado na seqüência, ao lado de outras importantes questõessobre o ensino da arte.

    QUESTÕES SOBRE A LEGISLAÇAO DO ENSINO DA ARTEComo o interesse maior dessa pesquisa é o ensino da arte, ressaltam-se alguns

    artigos da LDB nº. 9.394/96 que a ele se relacionam. O art. 24, parágrafo IV, docapítulo II - Da Educação Básica, na Seção I, sobre as Disposições Gerais, aponta que oensino da arte deve estar presente na Educação Básica, assim como a disciplina delíngua estrangeira ou outros componentes curriculares, contudo, “poderão organizar-seclasses, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis equivalentes deadiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros

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    componentes curriculares” (BRASIL, 2007d). O Art. 26, parágrafo II, destaca que “Oensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis daeducação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”(BRASIL, 2007d). Por meio dessa lei, a disciplina de Arte deixou de ser uma atividade

    artística do currículo e passou a fazer parte deste como área de conhecimento.O art. 32, parágrafo II, capitulo II, seção III, sobre o Ensino Fundamental, quetrata da formação do cidadão, ressalta a importância da compreensão de alguns valoresque fundamentam a sociedade e, entre eles, aponta a necessidade da “compreensão doambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores emque se fundamenta a sociedade”. De acordo com o documento o ensino da arte deveestar presente tanto no Ensino Fundamental quando no Ensino Médio, contribuindo paraa compreensão da sociedade e para a formação do cidadão.

    A preocupação com o ensino da arte não foi apenas nacional, a década de 1990,trouxe a nível mundial, diversas discussões e projetos voltados à arte, em especialatravés da Unesco. A ampliação do interesse da Unesco para o ensino da arte pode ser

    observada nas duas últimas décadas do século XX. Essa agência como as demais doBanco Mundial, refere-se à educação e a arte de acordo com a divisão de setores:Europa e América no Norte, Ásia, África; Caribe e América Latina.

     Na 30ª sessão da conferência geral da Unesco, em novembro de 1999, decidiu-secriar o Lea Internacional, um portal sobre arte e educação, com objetivo de organizar ocontato entre pesquisadores e professores dos diferentes países. O primeiro passotomado nessa direção foi à elaboração de estudos e pesquisas para serem discutidos

     posteriormente num Congresso Mundial sobre a arte. O Congresso “World Conferenceon Arts Education”, foi realizado em março de 2006, em Lisboa e intitulado “BuildingCreative Capacities for the 21st Century” (Construindo capacidades criativas para oséculo XXI). Outros eventos foram organizados em diferentes regiões do mundo, entreestes, a “Conferência de Arte Educação na América Latina e Caribe”, em Uberaba–MG,de 16 e 19 de outubro de 2001. A partir desse Congresso, estabeleceu-se uma propostade ensino da arte que se encontra no site da Unesco. Com relação às práticas educativaso documento destaca que:

    Frecuentemente, el arte en la escuela transmite una visión limitada, parcial, artificial y paseísta del lugar que ocupan las artes en lasociedad. Por lo tanto, uno de los grandes desafíos de la educaciónartística es acercar las diferentes formas artísticas presentes ensociedad a las prácticas artísticas enseñadas.En el mundo contemporáneo se observa una disolución de las

    fronteras entre Ciencia, Arte y Tecnología, así como entre los varioscampos del conocimiento, entre los diferentes lenguajes artísticos y las

     producciones de distintos grupos culturales - Arte docto, Artestradicionales, Artes de cultura de masa. Sin embargo, la educaciónartística actual no tiene en cuenta esta nueva configuración y, enconsecuencia, no responde adecuadamente a lãs necesidades delmundo contemporáneo. Por ello, otro desafío para la enseñanza de lasartes será promover la interdisciplinaridad entre los distintos lenguajesartísticos, las ciencias y las nuevas tecnologias (UNESCO NOBRASIL, 2006, p. 01-02).

    Aponta o documento, que as escolas geralmente apresentam uma visão limitadado papel que a arte ocupa na sociedade. Entre os desafios para uma nova proposta de

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    ensino da arte, estaria a questão de se aproximar novas propostas artísticas com a práticaa ser ensinada na escola. Em especial, pela interdisciplinaridade entre arte, ciências enovas tecnologias. O documento, em relação aos professores de arte, coloca que:

    Es fundamental que los profesores conozcan, debatan y evalúen las propuestas curriculares ya existentes, estableciendo un diálogo conéstas, a fin de implementarlas según las diferentes realidadeseducativas. También es necesario fomentar el desarrollo de nuevas

     propuestas curriculares a fin de enriquecer las prácticas educativas delas diferentes localizaciones socio-culturales. (UNESCO NOBRASIL, 2006, p. 3)

    Observa-se nessa passagem, a recomendação para que os professoresdesenvolvam novas propostas curriculares para enriquecer as práticas educativas emdiferentes meios sociais, o que pressupõe ir além da realidade de sala de aula e entrar

    em contato com a comunidade em geral. No Brasil, destaca-se a organização de dois documentos que levantam questõesreferentes ao ensino da arte, as  Diretrizes Curriculares Nacionais  (DCN) e nos

     Parâmetros Curriculares Nacionais  (PCN). As  Diretrizes apresentam os princípios,fundamentos e procedimentos que devem orientar as escolas brasileiras em relaçãoorganização, desenvolvimento e avaliação de suas propostas pedagógicas. (BRASIL,2007a) O PCN apresenta a proposta para o ensino da arte como uma área deconhecimento, ou seja, de acordo com a LDB. A arte visa “desenvolver o pensamentoartístico”, para que o aluno possa ampliar “a sensibilidade, a percepção, a reflexão e aimaginação”. Assinala ainda, que “aprender arte envolve basicamente, fazer trabalhoartísticos, apreciar e refletir sobre eles” (BRASIL, 2000, p. 15). Esses três itens,

    conhecidos como a proposta triangular, foram evidenciados pela arte-educadora AnaMae Barbosa (1936- ), que é reconhecida nacional e internacionalmente, e uma dasescritoras de documentos editados pela Unesco.

     Na década de 1980, Ana Mae Barbosa fez parte de um grupo de educadores que passou a discutir e organizar um movimento, que delineava novas formas para seentender a arte, conhecido como arte-educação. Para esse movimento, o ensino da artedeveria articular três campos conceituais: “criação/ produção, a percepção/ análise e oconhecimento da produção artístico-estética da humanidade, compreendendo-a históricae culturalmente” (MARTINS e PIROSQUE, 1998, p. 13). O movimento arte-educaçãocriticava a forma adotada para o ensino da arte no país e, para entender essa critica,torna-se necessário conhecer um pouco mais do histórico desse ensino.

    Até o início do século XX, a arte relacionava-se com o ensino do desenho.Ensinava-se a copiar modelos prontos e preparava-se para o desenho técnico ougeométrico, visando formar artesãos e trabalhadores para as indústrias. (MARTINS ePIROSQUE, 1998) Até a década de 1950, as poucas mudanças foram quanto àintrodução do ensino da música, ligadas aos hinos pátrios e algumas disciplinas comoartes domésticas ou trabalhos manuais, geralmente separados e voltados à formação demeninos e de meninas. Todavia, manteve-se o ensino da arte aplicado às artesindustriais. Foi a partir da segunda metade do século XX, que a Escola Nova passou aexercer influência sobre o ensino da arte. Nessa concepção, o professor deveriacontribuir para que os alunos se expressassem espontaneamente, valorizando a suacriatividade. O que de um lado parecia ser uma ótima proposta, por outro, provocou

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    distorções no ensino da arte, pois com a preocupação excessiva da espontaneidade, ouseja, sem uma direção definida, dificultava-se o processo de ensino-aprendizagem.

    A educação artística passou a fazer parte do currículo com a Lei n.º 5692/71. Euma nova proposta foi apresentada, a inclusão dos conteúdos de música, teatro, dança e

    artes plásticas no Ensino Fundamental e Médio, contudo, o professor de arte não estava preparado para essa forma de ensinar. Cabe ressaltar que esta concepção do ensino daarte era contraditória, uma vez que essa lei era voltada a formação profissonalizante, oque talvez tenha contribuido para que a proposta desse ensino não tenha funcionado na

     prática escolar. (FUSARI, 2001)Assim, chega-se a década de 1980, quando as discussões sobre o ensino da arte

    contribuíram para que na LDB, a arte se tornasse área de conhecimento. E, a partir dessaobrigatoriedade, as décadas seguintes de tornaram palco de novos debates, destacando-se entre estes: o conteúdo a ser ensinado nas aulas de Arte e a formação do professor dearte.

    Para levantar alguns aspectos do ensino da arte e sua relação com a proposta

    educacional do país, serão analisados dois importantes documentos: as  DiretrizesCurriculares Nacionais  (DCN), editado em 1998 e os  Parâmetros Curriculares

     Nacionais  (PCN-Arte), editado em 1997. Observando nestes o conceito de arte, ametodologia e conteúdos que propõem, bem como o detalhamento da proposta doensino da arte. Para melhor analisar cada um desses documentos, se fez necessárioreportar-se ao entendimento que se tem de diretrizes e parâmetros, na conceitualizaçãoexistente nos próprios documentos. O termo diretrizes refere-se:

    [...] tanto a direções físicas quanto a indicações para a ação.  Linhareguladora do traçado de um caminho ou de uma estrada, no primeirocaso, conjunto de instruções ou indicações para se tratar e levar a

    termo um plano, uma ação, um negócio, etc.,  no segundo caso.Enquanto linha que dirige o traçado da estrada a diretriz é mais

     perene. Enquanto indicação para a ação ela é objeto de um trato ouacordo entre as partes e está sujeita as revisões mais freqüentes(BRASIL, 2007a).

     Diretriz teria dois sentidos: de direção e de indicação, desta forma, ao mesmotempo em que aponta um caminho, propicia as indicações de como trilhar esse mesmocaminho. Com relação ao conceito de currículo, assim este é explicado:

    Currículo: atualmente este conceito envolve outros três, quais sejam:

    currículo formal (planos e propostas pedagógicas), currículo em ação(aquilo que efetivamente acontece nas salas de aula e nas escolas),currículo oculto (o não dito, aquilo que tanto alunos, quanto

     professores trazem, carregados de sentidos próprios criando as formasde relacionamento, poder e convivência nas salas de aula) (BRASIL,2007b).

    As  Diretrizes Curriculares  indicariam os caminhos para os currículos a seremutilizados nas escolas e salas de aula. Ao se reportar ao termo presente no PCN, este éentendido como referenciais para e renovação e reelaboração da proposta curricular .Dessa forma,o PCN não tem caráter obrigatório, deve ser utilizado como uma fonte de

    apoio, diferente do DCN, obrigatório para todas as escolas. Na seqüência, um pouco

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    mais sobre cada um dos documentos acima referenciados, destacando nestes o conceitode arte que apontam, bem como seus métodos e conteúdos.

    DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS E PLANOS CURRICULARES NACIONAIS - ARTEA partir da Resolução CEB nº. 2, de 7 de abril de 1998, foram instituídas as

     Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os diferentes níveis de ensino. Odocumento apresenta uma Base Nacional Comum8  e uma Diversificada9. A primeiraapresenta os conteúdos mínimos de cada Área de Conhecimento que são obrigatóriasnos currículos nacionais. Essa divisão de conteúdos é justificada pelo artigo 26 da LDBnº. 9.394/96:

    Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma basenacional comum a ser complementada, em cada sistema de ensino e

    estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelascaracterísticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economiae da clientela (BRASIL, 2007a).

    A Base Nacional Comum organiza as áreas de conhecimento em três:Linguagens e Códigos; Ciência da Natureza e Matemática; Ciências Humanas. Ficando

     presente em todas essas à de Tecnologias, entendendo que esta se faz presente de formaespecifica em cada uma das demais áreas. Todas as áreas devem trabalhar pelainterdisciplinaridade e contextualização, principalmente pela metodologia empregada.

    O documento aponta como uma das diretrizes fundamentais da educaçãonacional, o respeito pelas “características regionais e locais da sociedade, da cultura, da

    economia e da população servida pelas escolas”. Destacando que, todos os alunosdevem ter direito “aos mesmos conteúdos de aprendizagem, a partir de paradigmacurricular apresentado dentro de contextos educacionais diversos e específicos”(BRASIL, 2007a). Apresenta ainda, três pontos importantes para a educação escolar. O

     primeiro diz respeito à proposta pedagógica das escolas que deve:

    [...] articular fundamentos teóricos que embasem a relação entreconhecimentos e valores voltados para uma vida cidadã, em que,como prescrito pela LDB, o ensino fundamental esteja voltado para odesenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios

     básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, datecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade,desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, fortalecimento dosvínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância(BRASIL, 2007a).

    A própria escola deve ter liberdade de organizar seu encaminhando teórico,desde que não contrarie os objetivos da LDB. O segundo ponto importante dodocumento, refere-se ao entendimento das propostas curriculares e pedagógicas dasescolas, em especial, em relação aos conteúdos que embasam a “Base NacionalComum” e a “Diversificada”. Destacando que devem organizar o “planejamento,desenvolvimento e avaliação das práticas pedagógicas”. E, por fim, o terceiro aspecto

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    relaciona-se à questão teórico-metodológico. Ao referir-se as teorias interacioanistasenfatiza que:

    É possível assim afirmar, reiterando premissas das teorias

    interacionistas do desenvolvimento e da aprendizagem, que odesenvolvimento intelectual baseado na aprendizagem espontânea éascendente, isto é, inicia-se de modo inconsciente e até caótico, deacordo com uma experiência que não é controlada, e encaminha-se

     para níveis mais abstratos, formais e conscientes (BRASIL, 2007a).

    Essa passagem demonstra o apoio às teorias interacionistas, contudo, não tem aintenção de abordar uma específica. Ainda sobre essa questão, destaca a necessidade de

    [...] cautela em não adotar apenas uma visão teórico-metodológicacomo a única resposta para todas as questões pedagógicas. Os

     professores precisam de um aprofundamento continuado e de umaatualização constante em relação às diferentes orientações origináriasda Psicologia, Antropologia, Sociologia, Psico e Sócio-Linguística eoutras Ciências Humanas, Sociais e Exatas para evitar os modismoseducacionais, suas frustrações e resultados falaciosos (BRASIL,2007a).

    O texto demonstra que o DCN além de dar liberdade teórico-metodológica àsescolas, sugere, ainda, que não se deve adotar uma única visão. Analisando odocumento no todo, observa-se que o documento não apresenta metodologia, referencialteórico ou conteúdos específicos, ficando a cargo de cada escola seguir as sugestões dosPCN ou dos seus respectivos currículos estaduais. Essa questão vem ao encontro, da

     proposta apresentada na LDB de não direcionar e sim dar liberdade a cada escola. No documento, a arte é apontada como componente curricular 10  obrigatório,

    denominada Educação Artística e é apresentada como área de conhecimento e agrupadaem Linguagens e Códigos que:

    [...] busca estabelecer correspondência não apenas entre as formas decomunicação – das quais as artes, as atividades físicas e a informáticafazem parte inseparável – como evidenciar a importância de todas aslinguagens enquanto constituintes dos conhecimentos e dasidentidades dos alunos, de modo a contemplar as possibilidadesartísticas, lúdicas e motoras de conhecer o mundo. A utilização dos

    códigos que dão suporte às linguagens não visa apenas ao domíniotécnico, mas principalmente à competência de desempenho, o saberusar as linguagens em diferentes situações ou contextos, considerandoinclusive os interlocutores ou públicos (BRASIL, 2007a).

    Ao relacionar a proposta de Linguagens e Códigos para a arte, entende-se queesta deve ir além do domínio técnico, deve tomar o sentido de expressão e linguagem,

     propiciando, ao lado das demais linguagens a comunicação do aluno com o mundo queo cerca, no sentido de entender e relacionar-se com ele. Apresenta-se na seqüência os

     Planos Curriculares Nacionais (PCN).Os Planos Curriculares Nacionais (PCN) vieram atender a proposta da LDB nº.

    9.394/96, para elaboração de um currículo que atendesse o ensino em todo país, em seus

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    diversos níveis e modalidades. Foram elaborados a partir de 1995 e chegaram às escolasem 1997, todavia, de forma incompleta, já que previa diferentes volumes. Os primeirosforam os do Ensino Fundamental11, sendo o volume I o de Introdução. Nesse volumeforam apresentados e explicados todos os demais. Em relação ao PCN-Arte, sua

    apresentação aponta o que conterá:

    O documento de Arte expõe uma compreensão do significado da artena educação, explicitando conteúdos, objetivos e especificidades,tanto no que se refere ao ensino e à aprendizagem, quanto no que serefere à arte como manifestação humana (BRASIL, 2000, p. 15).

    O PCN-Arte além de apresentar o conceito de arte, delineia os conteúdos eobjetivos para o ensino-aprendizagem da arte. Foi organizada para o EnsinoFundamental em dois diferentes volumes PCN-Arte para a 1ª a 4ª series (volume 6 -Arte) e para a 5ª a 8ª série (volume 7 - Arte). Já para o Ensino Médio 12, a arte está

    inclusa no PCN voltado à área de Linguagens, Códigos e Tecnologias. Enquanto que, para a Educação Infantil, a arte inclui-se como eixo de trabalho, denominado ArtesVisuais, ao lado da Identidade e Autonomia, Movimento, Música, Linguagem oral eescrita, Natureza e Sociedade, e Matemática.

    Em sua primeira parte, o PCN-Arte de 1ª a 4ª série, apresenta o histórico da áreano Ensino Fundamental, a produção de arte no campo educacional e especifica os seusobjetivos gerais e conteúdos. Na segunda parte, aponta como deve ser o ensino da artenesse nível de ensino, destacando as quatro linguagens: Artes Visuais, Dança, Música eTeatro. Apresenta ainda os conteúdos, critérios de avaliação, orientações didáticas e

     bibliografia.A proposta do ensino da arte nos PCN, agora como uma área de conhecimento,

    visa “desenvolver o pensamento artístico”, para que o aluno possa ampliar “asensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação”. No documento “aprender arteenvolve basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles” (BRASIL,2000, p. 15), esses três itens são conhecidos como a proposta triangular, como já foidiscutido anteriormente. Propõe que o conteúdo, ou linguagens de arte como sãoapresentadas, sejam trabalhadas de acordo com a proposta triangular:

    A produção refere-se ao fazer artístico e ao conjunto dequestões a ele relacionadas, no âmbito do fazer do aluno e dos

     produtores sociais de arte.A fruição refere-se à apreciação significativa de arte e do

    universo a ela relacionado. Tal ação contempla a fruição da produçãodos alunos e da produção histórico-social em sua diversidade.A reflexão refere-se à construção de conhecimento sobre o

    trabalho artístico pessoal, dos colegas e sobre a arte como produto dahistória e da multiplicidade das culturas humanas, com ênfase naformação cultivada do cidadão (BRASIL, 2000, p. 56).

    Os três eixos: produção, fruição e reflexão, devem articular as linguagensartísticas. Articulação possível, à medida que se entende a arte como expressão ecomunicação entre as pessoas. Apresenta como conteúdos para o ensino de arte:

    [...] • elementos básicos das formas artísticas, modos de articulaçãoformal, técnicas, materiais e procedimentos na criação em arte;

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    • produtores em arte: vidas, épocas e produtos em conexões;• diversidade das formas de arte e concepções estéticas da culturaregional, nacional e internacional: produções, reproduções e suashistórias;• a arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as

     produções e suas formas de documentação, preservação e divulgaçãoem diferentes culturas e momentos históricos (BRASIL, 2000, p. 57).

    Em linhas gerais esse é o conteúdo de arte que engloba os elementos e seus produtos e produtores. Para melhor compreensão sobre os conteúdos de Artes Visuais para o primeiro e o segundo ciclos, ou seja, de 1ª a 4ª série, é interessante observar aorganização que cada uma das linguagens apresenta, em seus três blocos de conteúdos,que se aproximam dos três eixos apontados na proposta triangular.

    O Conteúdo de Artes Visuais foi organizado em: “Expressão e Comunicação naPrática dos Alunos em Artes Visuais”; “As Artes Visuais como Objeto de Apreciação

    Significativa”; “As Artes Visuais como Produto Cultural e Histórico”. Para a Dança, osconteúdos são organizados dessa forma: “A Dança na Expressão e na ComunicaçãoHumana”, “A Dança como Manifestação Coletiva” e “A Dança como Produto Culturale Apreciação Estética”. A Música tem seu conteúdo organizado em: “Comunicação eExpressão em Música: Interpretação, Improvisação e Composição”, “ApreciaçãoSignificativa em Música: Escuta, Envolvimento e Compreensão da LinguagemMusical” e “A Música como Produto Cultural e Histórico Música e sons do Mundo”.Com relação à linguagem Teatro, esta foi organizada em: “O Teatro como Expressão eComunicação”; “O Teatro como Produção Coletiva”; “O Teatro como Produto Culturale Apreciação Estética”. (BRASIL, 2000) Observa-se que o PCN-Arte de 1ª a 4ª séries,apresenta quais são e como devem ser trabalhados os conteúdos, contudo, não os

    organiza série a série.A partir do que foi apresentado até o momento, ressalta-se que existemdiferentes documentos que tratam sobre o ensino da arte a nível nacional. Taisdocumentos empregam diferentes conceitos em relação à metodologia e conteúdossugeridos para o ensino de arte. Os dois documentos apresentados, DCN e PCN foramelaborados após a LDB 9394/96. O DCN, que apresenta normas obrigatórias para asescolas, compõe-se de vários decretos, voltados à Educação Infantil, o EnsinoFundamental, o Ensino Médio e a Formação de Professores. O documento mostra-sefavorável a autonomia das escolas e de suas propostas pedagógicas, em especial naelaboração de seus próprios currículos. Já o PCN foi organizado para direcionar oscurrículos escolares, contudo, não teve um caráter de obrigatoriedade, ficaram apenas

    como sugestão de referencias curriculares. Desta forma, as escolas e os professoresviram-se diante de uma ampla documentação que poderia ou não ser incorporadas aoscurrículos escolares.

    CONCLUSÕESA partir da inclusão da Arte como área de conhecimento no currículo escolar na

    LDB n.º 9394/96, abriu-se um leque de questionamentos sobre seu ensino. Estaobrigatoriedade do ensino da arte não foi uma conquista apenas de arte-educadores esim, fez parte de um contexto internacional de políticas educacionais ligadas ao BancoMundial. No site oficial da Unesco voltado a arte, observa-se o seguinte título:

    “Educação Artística”, com a explicação: “A educação artística promove criatividade,

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    inovação e diversidade cultural. Pode também equilibrar   as oportunidades deaprendizagem para crianças e adolescentes que vivem em áreas marginalizadas.”(UNESCO NO BRASIL, 2006). Fica evidenciado o objetivo do ensino da arte comoforma de promover o equilíbrio de oportunidades de aprendizagem. Talvez este seja

    outro elemento importante para análise: seria o ensino da arte um novo caminho proposto para buscar equilibrar um mundo que amplia dia a dia seu desequilíbrioeconômico e social?

    Influenciada por tais políticas internacionais, a proposta do ensino da arte, criadaa partir da LDB foi expressa pelo PCN–Arte. O documento recebeu apoio de um dos

     programas da Unesco para sua elaboração, referenciado na página 130 do documento, oque demonstra que as diretrizes apontadas em tal documento têm grande relação com a

     proposta a nível internacional. Aponta-se outro questionamento: o documento atendequais interesses?

    O PCN-Arte apresentou uma nova forma de se entender e ensinar a arte,vinculada ao movimento de arte-educadores, que já se organizava desde a década de

    1980 e, da qual fazia parte Ana Mae Barbosa, uma das principais escritoras dedocumentos editados pela Unesco. Para este movimento, de arte-educação, o ensino daarte deveria articular três campos conceituais, ou seja, adotou a metodologia conhecidacomo “proposta triangular”, bem como propôs que se trabalhasse com as quatrolinguagens de arte: artes visuais, teatro, dança e música. Por outro lado, o DCN, outroimportante documento elaborado após a LDB no. 9494/96, são normas obrigatórias paraas escolas, o documento não apresenta imposições legais em relação ao direcionamentoteórico metodológico, propiciando liberdade às instituições de ensino.

    A obrigatoriedade do ensino da arte já está sendo cumprida na educaçãofundamental, fica agora a cargo dos envolvidos nesse ensino, com conhecimento de todaesta discussão, buscar novos caminhos para tornar o processo de ensino-aprendizagemda arte uma realidade.

    REFERÊNCIAS

    BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de EducaçãoBásica. Parecer CEB n. 4/98. Diretrizes Curriculares Nacionais para o EnsinoFundamental. Diário Oficial da União: Brasília. 1998. Disponível em:http://www.zinder.com.br/legislacao/dcn.htm > Acesso em 5 de jun. de 2007a.

    BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação

    Básica. Parecer CEB n. 15/98. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.Diário Oficial da União: Brasília. 1998. Disponível em:http://www.zinder.com.br/legislacao/dcn.htm > Acesso em 5 de jun. de 2007b.

    BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº.5692/71, de 11 de agosto de 1971. Disponível em: Acesso em 10 de ago. de2007c.

    BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº.9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em<http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9394.htm>Acesso em 10 de ago. de 2007d.

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    BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº. 7044, de 18 de outubro de 19821. Disponível em: Acesso em 11 de ago. de2007e.

    BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. ParâmetrosCurriculares Nacionais: arte. 2. ed. Rio de janeiro: DP&A EDITORA, 2000.

    BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. ParâmetrosCurriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEE,1997.

    DUMÉNIL, Gérald.; LÉVY, Dominique. Superação da Crise, ameaças e crises e novocapitalismo. In: Uma nova fase do capitalismo? CHESNAIS, François... [et. al.] São Paulo:Xamã, 2003.

    FUSARI, Maria F. de.; FERRAZ, Maria Heloisa C. de. Arte na Educação Escolar. São Paulo:

    Cortez, 2. ed. 2001.

    GENTILI, Pablo. Pedagogia da exclusão: o neoliberalismo e a crise da escola pública.Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1995.

    MARTINS, M. C.; PIROSQUE, G.; Guerra, M. T. T. Didática do ensino da arte: a língua domundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.

    SAVIANI, Dermeval (Org.) O Legado Educacional do século XX no Brasil. Capinas: editoresassociados, 2004.

    DI TOMMASI, L.; WARDE, M.; HADDAD, S. (Orgs). O Banco Mundial e as políticas

    educacionais. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

    TOUSSAINT, Eric. A bolsa ou a vida: a divida externa do Terceiro Mundo: as finanças contraos povos. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.

    UNESCO NO BRASIL. Disponível em: . Acesso em 12 de set. de2006.

    UNICEF. Histórico. Disponível em . Acesso em10 de set. de 2006.

    1  Será adotada a mesma nomenclatura para arte sugerida por Ana Mae Barbosa em “Estudo de caso brasileiro: Artes Visuais” editado no site da Unesco. Arte, escrito com inicial maiúscula quando indicar onome do componente curricular e arte, com inicial minúscula, quanto indicar área de conhecimento.(UNESCO NO BRASIL, 2006)2  A estrutura da  LDB nº. 9394/96   é esta: Título I - Da educação; Título II - Dos Pricípios e Fins daEducação Nacional; Título III - Do Direito à Educação e do Dever de Educar; Título IV - Da Organizaçãoda Educação Nacional; Título V - Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino: Capítulo I - DaComposição dos Níveis Escolares,Capítulo II - Da Educação Básica,Seção I - Das DisposiçõesGerais,Seção II - Da Educação Infantil, Seção III - Do Ensino Fundamental,Seção IV - Do Ensino Médio,Seção V - Da Educação de Jovens e Adultos,Capítulo III - Da Educação Profissional,Capítulo IV - DaEducação Superior , Capítulo V - Da Educação Especial; Título VI - Dos Profissionais da Educação;Título VII - Dos Recursos Financeiros; Título VIII - Das Disposições Gerais; Título IX - Das DisposiçõesTransitórias. (BRASIL, 2007d)

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    3 Em 30 de julho de 1944, realizou-se um encontro de 44 paises em Bretton Woods e foi criado o FundoMonetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento(BIRD), mais conhecido como Banco Mundial. (TOUSSAINT, 2002)4 Em 30 de julho de 1944, realizou-se um encontro de 44 paises em Bretton Woods e foi criado o Fundo

    Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento(BIRD), mais conhecido como Banco Mundial. Foi criado com o objetivo de: “[...] ‘dar assistência àreconstrução e ao desenvolvimento dos territórios das nações membros facilitando o investimento decapital com fins produtivos’ e ‘promover o crescimento equilibrado do comércio internacional a longo

     prazo [...]” (TOUSSAINT, 2002, p. 169). O Banco exerceu, inicialmente, o papel de “reconstrutor daseconomias devastadas pela guerra e de credor para empresas do setor privado”.5 Saviani (2004) explica que a lei n. 7044 de 18 de outubro de 1982 não excluiu a profissionalização daLei n.º 5692/72, apenas revogou sua obrigatoriedade.6 O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) foi criado no dia 11 de dezembro de 1946, na

     primeira sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas. Os primeiros programas do UNICEFforneceram assistência emergencial a milhões de crianças no período pós-guerra na Europa, no OrienteMédio e na China. Tem como princípio básico “Promover o bem-estar da criança e do adolescente, com

     base em sua necessidade, sem discriminação de raça, credo, nacionalidade, condição social ou opinião

     política” (UNICEF, 2006).7 Delinearam-se duas propostas: a primeira conhecida como  Projeto Jorge Hage - resultado de uma sériede debates abertos com a sociedade e organizados pelo Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, quefoi apresentada na Câmara dos Deputados; a segunda proposta - elaborada pelos senadores Darcy Ribeiro,Marco Maciel e Maurício Correa em articulação com o poder executivo através do Ministério daEducação e Cultura (MEC).8  “[...] b) Base Nacional Comum: refere-se ao conjunto de conteúdos mínimos das Áreas deConhecimento articulados aos aspectos da Vida Cidadã de acordo com o art. 26. Por ser a dimensãoobrigatória dos currículos nacionais – certamente âmbito privilegiado da avaliação nacional dorendimento escolar – a Base Nacional Comum deve preponderar substancialmente sobre a dimensãodiversificada” (BRASIL, 2007a).9 “Parte Diversificada: envolve os conteúdos complementares, escolhidos por cada sistema de ensino eestabelecimentos escolares, integrados à Base Nacional Comum, de acordo com as característicasregionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela, refletindo-se, portanto, na PropostaPedagógica de cada Escola, conforme o art. 26” (BRASIL, 2007a).10 Componente Curricular é a denominação que se dá a uma matéria ou disciplina acadêmica que compõea grade curricular de um curso de nivel de ensino.11 Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são referências para os Ensinos Fundamental e Médio detodo o país. Foi editado inicialmente para o Ensino Fundamental: - 1.ª a 4.ª série. Que são 10 volumes,assim distribuídos: Volume 1 - Introdução aos PCN; Volume 2 - Língua Portuguesa; Volume 3 -Matemática; Volume 4 - Ciências Naturais; Volume 5.1 - História e Geografia; Volume 5.2 - História eGeografia; Volume 6 - Arte; Volume 7 - Educação Física; Volume 8.1 - Temas Transversais -Apresentação; Volume 8.2 - Temas Transversais - Ética; Volume 9.1 - Meio Ambiente; Volume 9.2 -Saúde; Volume 10.1 - Pluralidade Cultural; Volume 10.2 - Orientação Sexual. (BRASIL, 1997)12  O PCN do Ensino Médio compõe-se de três volumes: Ciências da Natureza, Matemática e suasTecnologias e ainda Ciências Humanas e suas Tecnologias; Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.Sendo que esse último engloba o ensino de Arte. (BRASIL, 1997)