enfermidades parasitárias por protozoários em pequenos animais
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Áreas de interesseMedicina VeterináriaParasitologia
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Enfermidades Parasitáriaspor Protozoários
em Pequenos Animais
Cláudia de Mello RibeiroOrganizadora
Enfermidades Parasitárias por Protozoários em
Pequenos Animais
Cláudia de Mello Ribeiro
O interesse por animais de companhia tem aumentado e cães e gatos predominam na preferência de quem se dispõe a adquiri-los. Como as parasitoses causadas por protozoários estão entre as doenças mais frequentes e importantes em cães e gatos, o contato entre esses animais e os proprietários impõe a necessidade de mais cuidados. Isso porque esses microrganismos podem representar uma fonte de agentes responsáveis por zoonoses.
O propósito de Enfermidades Parasitárias por Protozoários em Pequenos Animais é fornecer aos pro-fissionais desta área subsídios sobre a biologia dos protozoários, além da patogenia, do diagnóstico e do tratamento das enfermidades causadas por esses parasitos. Assim, visa a auxiliar os discentes que acompanham a disciplina de doenças parasitárias e também os clínicos responsáveis pela melhora da saúde dos pequenos animais.
Dividido em cinco partes, o livro aborda:
Enfermidades causadas por protozoários flagelados.
Enfermidades causadas por coccídios.
Enfermidades causadas por hematozoários.
Tratamentos alternativos das infecções por protozoários.
Técnicas diagnósticas das enfermidades causadas por protozoários.
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BIZU – O X da Questão – 3.400 Questões para Concursos de Biologia, 2a ed.
Leonardo da Silva Vidal / Marco Pinheiro
Gonçalves / Mildred Ferreira Medeiros /
Tatiana Amorim Muniz
Fundamentos da Cultura de Tecido e Células Animais
Moacyr Alcoforado Rebello
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BIZU – O X da Questão – 2.000 Questões para Concursos de Medicina Veterinária
Sandra Maria Gomes Thomé / Irineu Machado
Benevides Filho
Protozoologia Médica
Wanderley de Souza
Manual de Comportamento Animal
Marcos Rochedo Ferraz
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Organizadora
Cláudia de Mello Ribeiro
Pós-Doutorado em Parasitologia pela Universidade de São Paulo (USP).
Doutora em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp),
campus Botucatu, SP.
Mestre em Ciências Biológicas pela Universidade do Vale do Paraíba (Univap), SP.
Especialista em Biologia Molecular pela Universidade de Taubaté (Unitau), SP.
Graduada em Medicina Veterinária pela Unesp, campus Botucatu, SP.
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Enfermidades Parasitárias por Protozoários em Pequenos Animais
Copyright © 2015 Editora Rubio Ltda.
ISBN 978-85-8411-012-4
Todos os direitos reservados.
É expressamente proibida a reprodução
desta obra, no todo ou em parte,
sem autorização por escrito da Editora.
Produção e Capa
Equipe Rubio
Foto de Capa
iStock.com / © micheljung
Editoração Eletrônica
EDEL
Editora Rubio Ltda.Av. Franklin Roosevelt, 194 s/l 204 – Castelo
20021-120 – Rio de Janeiro – RJ
Telefax: 55(21) 2262-3779 • 2262-1783
E-mail: [email protected]
www.rubio.com.br
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
E1Enfermidades parasitárias por protozoários em pequenos animais / organização
Cláudia de Mello Ribeiro. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Rubio, 2015.
168p.: il.; 25 cm.Inclui bibliografia e índice
ISBN 978-85-8411-012-4
1. Protozoário. 2. Microbiologia médica. 3. Microbiologia veterinária. 4. Medicina veterinária de pequenos animais. I. Ribeiro, Cláudia de Mello. II. Título.
14-15658 CDD: 636.089601 CDU: 636:576.8
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Colaboradores
Aline Girotto-Soares
Doutora em Ciência Animal pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), PR.
Mestre em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.
Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), RS.
Amanda Fonseca Zangirolamo
Mestranda em Imunologia Básica e Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP).
Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), PR.
Cristina Germani Fialho Wilsmann
Doutora em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Mestre em Ciências Veterinárias pela UFRGS.
Especialista em Doenças Parasitárias de Importância Médico-Veterinária e em Saúde Pública pela
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), RS.
Graduada em Medicina Veterinária pela UFSM, RS.
Flávio Antônio Pacheco de Araújo
Professor-Associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Doutor em Biologia Parasitária pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).
Mestre em Ciências Veterinárias pela UFRGS.
Graduado em Medicina Veterinária pela UFRGS.
Francisco Borges Costa
Doutor em Medicina Veterinária pela Universidade de São Paulo (USP).
Mestre em Ciências Veterinárias pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
Graduado em Medicina Veterinária pela UEMA.
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João Fábio Soares
Doutor em Medicina Veterinária pela Universidade de São Paulo (USP).
Mestre em Medicina Veterinária pela USP.
Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), RS.
Mariana Caetano Teixeira
Doutora em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Mestre em Ciências Veterinárias pela UFRGS.
Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), RS.
Satie Katagiri
Professora das Disciplinas de Fundamentos de Parasitologia e de Parasitologia Humana Aplicada à Nutrição
na Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Doutora em Clínica Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus
Botucatu, SP.
Mestre em Clínica Veterinária pela Unesp, campus Botucatu, SP.
Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Simone Baldini Lucheis
Pesquisadora Científica VI pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA/SAA), Bauru, SP.
Pós-Doutorado em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp),
campus Botucatu, SP.
Doutora em Doenças Tropicais pela Unesp, campus Botucatu, SP.
Mestre em Medicina Veterinária pela Unesp, campus Botucatu, SP.
Programa de Aprimoramento Profissional em Zoonoses e Saúde Pública pela Unesp, campus Botucatu, SP.
Graduada em Medicina Veterinária pela Unesp, campus Botucatu, SP.
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À minha tia e eterna professora, Cecília Barbosa de Mello.
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Apresentação
O interesse por animais de companhia tem aumentado e cães e gatos predominam na preferência de
quem se dispõe a adquiri-los. Como as parasitoses causadas por protozoários estão entre as doenças mais
frequentes e importantes de cães e gatos, o contato entre esses animais e os proprietários impõe a neces-
sidade de mais cuidados com a saúde deles, isso porque esses microrganismos podem representar uma
fonte de agentes responsáveis por zoonoses.
O propósito deste livro é fornecer subsídios sobre a biologia dos protozoários, além da patogenia, do
diagnóstico e do tratamento das enfermidades causadas por esses parasitos. Assim, visa auxiliar os discen-
tes que acompanham a disciplina de doenças parasitárias e também os clínicos responsáveis pela melhora
da saúde dos pequenos animais.
Por fim, agradeço aos colegas que contribuíram com alguns capítulos, possibilitando a realização desta
obra.
Dra. Cláudia de Mello Ribeiro
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Prefácio
A convivência entre seres humanos e animais tem sido cada vez mais próxima e intensa. Essa proximidade
traz inúmeros benefícios para a saúde das pessoas, especialmente pelos animais suprirem a carência afetiva
que se tem mostrado tão frequente na sociedade contemporânea. Assim, tem havido maior consciência
dos proprietários sobre a relação entre a saúde dos animais e sua própria saúde. O papel dos médicos-
veterinários nessa dinâmica de relação é fundamental, considerando-se a grande responsabilidade destes
profissionais sobre os cuidados que assegurem a saúde dos animais de companhia.
O presente livro tem por objetivo agregar qualidade aos serviços prestados por esses profissionais tão
importantes em nossa sociedade, fornecendo informações práticas, atuais e de fácil acesso para a rotina
clínica de pequenos animais. Apesar da grande quantidade de informações fornecidas pelas mais diferen-
tes tecnologias existentes atual mente e sua circulação em cenários globais acessíveis, a filtragem do que
realmente pode ser aplicado na rotina clínica demanda um tempo do qual os profissionais da área nem
sempre dispõem.
Conjugando os interesses técnicos e científicos dos médicos-veterinários e seus clientes, diferentes pro-
fissionais da área de medicina veterinária reuniram seus esforços para a elaboração desta obra, comparti-
lhando seus conhecimentos e suas experiências. Certamente, uma obra desta magnitude suprirá a carência
de informações sobre as principais infecções, além do diagnóstico e do tratamento de enfermidades causa-
das por protozoários em pequenos animais.
Dra. Satie Katagiri Universidade Federal de Sergipe (UFS).
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ALT alanina aminotransferase
APC células apresentadoras de antígenos (antigen-presenting cells)
AST aspartato aminotransaminase
CK creatinocinase
CK-MB isoenzima da creatinocinase
DMEM Dulbecco/Vogt Modified Eagle’s (Harry Eagle) Minimal Essential Medium
DNA ácido desoxirribonucleico
DNase desoxirribonuclease
EDTA ácido etilenodiaminotetracético
ELISA ensaio imunoenzimático
EPI equipamentos de proteção individual
FeLV vírus da leucemia felina (feline leucemia virus)
FIV vírus da imunodeficiência felina (feline immunodeficiency virus)
GABA ácido gama-aminobutírico
GALT tecido linfoide associado ao intestino (gut-associated lymphoid tissue)
HAI hemaglutinação indireta
IFN-gama interferon-gama
Ig imunoglobulina
IL interleucina
IM via intramuscular
LCR líquido cefalorraquidiano
LF leishmaniose felina
LT linfócitos T
LTA leishmaniose tegumentar americana
Lista de abreviaturas
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LV leishmaniose visceral
LVC leishmaniose visceral canina
MAT teste de aglutinação modificada (modified agglutination test)
MS Ministério da Saúde
NAT teste de aglutinação para Neospora (Neospora agglutination test)
NK células exterminadoras naturais (natural killers)
NNN Novy, McNeal e Nicolle
NO óxido nítrico
OMS Organização Mundial da Saúde
OOPG oocistos por grama de fezes
PBS solução salina tamponada (phosphate buffered saline)
PCR reação em cadeia da polimerase (polymerase chain reaction)
PC-R proteína C reativa
PI pós-inoculação
PVA álcool polivinílico
PVC-LV Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral
RFLP polimorfismos do comprimento de fragmentos de restrição (restriction fragment length polymorphism)
RIFI reação de imunofluorescência indireta
RPMI Roswell Park Memorial Institute Medium
SMF sistema mononuclear fagocitário
SNC sistema nervoso central
SSTF solução salina tamponada de fosfatos
TBE tris-borato-EDTA
TGI trato gastrintestinal
TGP transaminase glutâmico-pirúvica
Th1 células T auxiliares tipo 1 (T-helper cells type 1)
TNF-alfa fator de necrose tumoral alfa (tumor necrosis factor-alpha)
UFC unidades formadoras de colônia
VO via oral
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Parte I Enfermidades Causadas por Protozoários Flagelados
1. Leishmaniose visceral canina, 3 Cláudia de Mello Ribeiro
Simone Baldini Lucheis
2. Leishmaniose felina, 13 Simone Baldini Lucheis
3. Tripanossomíases, 19 Cláudia de Mello Ribeiro
Simone Baldini Lucheis
4. Giardíase, 33 Satie Katagiri
Cláudia de Mello Ribeiro
5. Tricomoníase felina, 41 Cláudia de Mello Ribeiro
Parte II Enfermidades Causadas por Coccídios
6. Toxoplasmose, 47 Cristina Germani Fialho Wilsmann
7. Neosporose, 57 Cristina Germani Fialho Wilsmann
Mariana Caetano Teixeira
Flávio Antônio Pacheco de Araújo
Sumário
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8. Cistoisosporíase, 63 Cláudia de Mello Ribeiro
9. Criptosporidiose, 67 Cláudia de Mello Ribeiro
Satie Katagiri
10. Sarcocistose, 71 Cláudia de Mello Ribeiro
Parte III Enfermidades Causadas por Hematozoários
11. Babesiose, 77 Aline Girotto-Soares
João Fábio Soares
12. Hepatozoonose, 87 Aline Girotto-Soares
Amanda Fonseca Zangirolamo
13. Rangeliose, 93 João Fábio Soares
Aline Girotto-Soares
14. Cytauxzoonose, 103 João Fábio Soares
Francisco Borges Costa
Parte IV Tratamentos Alternativos das Infecções por Protozoários
15. Terapias alternativas para infecções por protozoários em pequenos animais, 111 Cláudia de Mello Ribeiro
Satie Katagiri
Parte V Técnicas Diagnósticas das Enfermidades Causadas por Protozoários
16. Técnicas parasitológicas para exame fecal, 121 Flávio Antônio Pacheco de Araújo
Cristina Germani Fialho Wilsmann
Mariana Caetano Teixeira
17. Técnicas para diagnóstico de hemoparasitoses, 133 Flávio Antônio Pacheco de Araújo
Cristina Germani Fialho Wilsmann
Mariana Caetano Teixeira
18. Técnicas diagnósticas moleculares e sorológicas, 137 Cláudia de Mello Ribeiro
Simone Baldini Lucheis
Índice, 141
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I Enfermidades Causadas por Protozoários Flagelados
P A R T E
Capítulo 1 Leishmaniose visceral canina
Capítulo 2 Leishmaniose felina
Capítulo 3 Tripanossomíases
Capítulo 4 Giardíase
Capítulo 5 Tricomoníase felina
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1Leishmaniose visceral caninaCláudia de Mello Ribeiro
Simone Baldini Lucheis
Introdução
A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose de
grande impacto na saúde pública e caracterizada
por elevada taxa de morbidade e letalidade. Tal
enfermidade apresenta-se em plena expansão em
vários países da América do Sul, com desenvolvi-
mento de novos focos de transmissão nas áreas
urbanas e manutenção dos níveis endêmicos em
áreas rurais, devido à ampla diversidade epide-
miológica, ao complexo ciclo de vida do parasito
e à variabilidade de hospedeiros e de nichos eco-
lógicos.
Ocorrem dois ciclos epidemiológicos na LV:
1. Silvestre: os reservatórios constituem-se em
animais silvestres de diferentes espécies, como
canídeos das espécies Lycalopex vetulus (raposa
do campo) e Cerdocyon thous (raposa-do-mato),
bem como os marsupiais do gênero Didelphis
(gambás).
2. Doméstico ou peridoméstico: o cão (Canis
familiaris) é o principal reservatório, provavel-
mente devido ao seu maior parasitismo cutâ-
neo. Além disso, o cão apresenta contato estrei-
to com os humanos e atrai o vetor.
O número de cães infectados na América do Sul
é também estimado em milhões, com altas taxas
de infecção relatadas em algumas áreas do Brasil.
A enzootia canina tem precedido a ocorrência de
casos em humanos e a infecção em cães tem sido
mais prevalente do que no homem. Alguns cães,
mesmo assintomáticos, permanecem com parasi-
tos na pele e, consequentemente, como fonte de
infecção para o vetor.1,2
Etiologia
A LV tem como agentes etiológicos protozoários
parasitos do gênero Leishmania (Kinetoplastida,
Trypanosomatidae). Nas Américas, a espécie mais
importante que infecta cães é Leishmania (Leish-
mania) chagasi, agente etiológico da leishmaniose
visceral canina (LVC). É possível que esta espécie
de Leishmania seja autóctone da América do Sul,
pois é responsável por altas taxas de infecção em
canídeos originários da Amazônia. Devido a suas
características bioquímicas e moleculares muito
semelhantes, alguns pesquisadores acreditam que
a L. (L.) chagasi e a Leishmania (Leishmania) infan-
tum sejam a mesma espécie.3,4
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Morfologia
A Leishmania caracteriza-se por apresentar duas
formas evolutivas durante seu ciclo biológico:
Forma amastigota ■ : encontrada em hospedei-
ros vertebrados, é arredondada ou oval, com
dimensões variando de 1,5 a 3 × 3 a 6,5µm.
Apresenta um núcleo grande e arredondado e
um cinetoplasto visível. Tem um flagelo curto
que não se exterioriza. Geralmente, observa-se
em grupos no interior das células fagocitárias
ou livres após o rompimento destas. Pode ser
encontrada na pele, nas mucosas, no baço, no
fígado, na medula óssea e nos linfonodos.
Forma promastigota ■ : presente no hospe-
deiro invertebrado, é mais alongada, com di-
mensões variando de 14 a 20 × 1,5 a 3,5µm.
Apresenta núcleo situado na região mediana
do citoplasma, cinetoplasto anterior ao núcleo
e em forma de bastão, flagelo visível. É extrace-
lular e encontrada no trato digestivo do vetor.2
Ciclo biológico de Leishmania
O ciclo evolutivo de Leishmania é heteroxeno. Ou
seja, seu ciclo de vida completa-se em dois hos-
pedeiros, sendo um vertebrado, como os caníde-
os, roedores ou humanos; e o outro invertebrado,
como os dípteros da subfamília Phlebotominae.
Geralmente, a transmissão do parasito para o cão
ocorre pela picada do inseto vetor.3
Ao realizarem a hematofagia em um cão infec-
tado, as fêmeas dos flebotomíneos ingerem com
o sangue, células do sistema mononuclear fagoci-
tário (SMF), principalmente macrófagos, contendo
as formas amastigotas de Leishmania. No vetor, o
alimento e as formas amastigotas são envolvidos
pela matriz peritrófica, uma membrana quitinosa,
secretada pelas células epiteliais do intestino do
inseto. Após 4 a 5 dias do repasto, as formas amas-
tigotas transformam-se em promastigotas. Essas
formas promastigostas multiplicam-se por divisão
binária. O último estágio de desenvolvimento das
promastigotas é a forma promastigota metacíclica,
infectante para o cão. Esses parasitos migram para
a porção anterior do sistema digestório do inseto
seguindo até a probóscide. Durante um novo re-
pasto sanguíneo, as fêmeas dos flebotomíneos
inoculam as formas promastigotas metacíclicas no
cão. As promastigotas interagem com as células do
SMF da pele e as mucosas do hospedeiro verte-
brado. No interior dessas células, ocorre a fusão do
lisossomo com o fagossomo, formando o vacúolo
parasitóforo. Por fim, a forma promastigota diferen-
cia-se em amastigota, que é capaz de se multiplicar
no compartimento vacuolar.
Após sucessivas multiplicações das formas
amastigotas, a célula hospedeira rompe-se, liberan-
do os parasitos que irão infectar novos macrófagos.
Ao se alimentar, o vetor ingere os macrófagos con-
tendo a forma amastigota do parasito, reiniciando
o ciclo.1-3
Reservatórios
Na América Latina, a LV ocorre desde o México
até a Argentina, sendo que cerca de 90% dos ca-
sos humanos descritos são procedentes do Brasil.
Em todos os focos brasileiros de LV, detectou-se a
presença de cães infectados por L. (L.) chagasi, com
incidência variando entre 19% e 58,5%. Apesar de
haver poucos relatos sobre a prevalência de LVC
em outros países da América do Sul, em Pousadas,
na Argentina, detectou-se prevalência de 47,3% da
enfermidade.5-7
Na América do Sul, a LV ocorre de forma en-
zoótica e há relatos de vários animais silvestres
como reservatórios de L. (L.) chagasi. No Brasil, dos
canídeos silvestres somente a raposa (Cerdocyon
thous) é considerada reservatório natural de L. (L.)
chagasi. No entanto, a presença do parasito já foi
constatado no lobo-guará (Chrysocyon brachyurus),
na raposa-do-campo (Lycalopex vetulus) e no ca-
chorro-vinagre (Speothos venaticus). Além disso, foi
identificado em marsupiais da espécie Didelphis (D.
albiventris e D. marsupialis) que, devido a hábitos
sinantrópicos, constituem importante reservatório
da doença.3,8
A LV vem passando por mudança em seu perfil
epidemiológico e a enfermidade tem sido registra-
da com frequência no ambiente urbano. Devido à
presença de cães infectados no domicílio ou peri-
domicílio, tem-se questionado o envolvimento do
cão na manutenção e na transmissão da infecção
aos seres humanos no ambiente urbano.5,9
No Brasil, fatores ambientais e socioeconômi-
cos têm contribuído para o aumento da incidência
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se
visc
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can
ina
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em que há progressão da enfermidade, há falha
nessa resposta. A progressão da doença está ligada
a maior número de parasitos na corrente circulató-
ria. Isso faz com que haja aumento da produção de
anticorpos IgG1 e IgG2 e de interleucina 10 (IL-10),
a qual, por sua vez, leva a diminuição da resposta
mediada por IFN-gama, citocina importante na re-
sistência à LVC. O período de incubação de LVC é
variável e pode ser de dois a 12 meses.1,25
Sinais clínicos da leishmaniose visceral canina
A LVC pode apresentar diversos sinais clínicos com
graus variados de gravidade, e alguns animais aca-
bam vindo a óbito. As manifestações clínicas mais
comumente observadas em cães são as alterações
cutâneas, como dermatite esfoliativa, pustular ou
ulcerativa, alopecia, prurido, áreas de hiperceratose
(Figura 1.1) e onicogrifose. Essas alterações podem
ser vistas em associação ou não com outros sinais
clínicos, como úlceras mucocutâneas, febre, linfa-
denopatia, anorexia, emaciação, epistaxe, cerato-
conjuntivite, uveíte anterior, blefarite, esplenome-
galia e hepatomegalia. A alteração hematológica
mais frequentemente encontrada na LVC é anemia
normocítica normocrômica, que pode ocorrer por
diferentes mecanismos: eritropoiese diminuída
pelo caráter crônico, perda de sangue, lise de he-
mácias e diminuição eritrocitária por produção de
autoanticorpos que levam a sequestro esplênico.
Outras alterações são trombocitopenia, hipoalbu-
minemia, azotemia e elevada atividade de enzimas
hepáticas. Um fator importante é que os cães as-
sintomáticos mantêm-se saudáveis por toda a vida,
pois desenvolvem uma resposta imunológica celu-
lar efetiva, tornando-se resistentes à doença, mas
podem transmitir o parasito para os vetores.1,23,25
Diagnóstico
O diagnóstico de LVC está fundamentado nos
aspectos clínicos, exames parasitológicos, tes-
tes sorológicos e métodos moleculares. Convém
sempre conciliar os resultados de todas as provas
diagnósticas, sejam sorológicas, parasitológicas ou
até mesmo moleculares, com a clínica e a epide-
miologia. Assim, avalia-se caso a caso o histórico
do animal, com todas as informações possíveis
(procedência, histórico de vacinações, presença ou
ausência de sinais clínicos etc.), para que, com os
resultados dos exames em mãos, não sejam tiradas
conclusões precipitadas.
Diagnóstico parasitológico
Os exames parasitológicos possibilitam a direta
detecção dos parasitos, tanto dentro dos macró-
fagos quanto na forma livre, e são considerados
padrão-ouro para o diagnóstico de LVC, além de
serem métodos seguros. São considerados méto-
dos parasitológicos:26
Esfregaço de material obtido por aspirados ou ■imprint.
Cortes histológicos corados por hematoxilina ■e eosina.
Técnica de imuno-histoquímica. ■Cultivo do parasito em meios seletivos. ■
As formas amastigotas de L. (L.) chagasi em
esfregaços de material obtido por aspirado de lin-
fonodos, medula óssea, baço, fígado e sangue ou
imprint da pele podem ser coradas por Giemsa,
Leishman ou Panótico Rápido (Figura 1.2). Esse mé-
todo apresenta especificidade de 100%, mas a sen-
sibilidade do método depende do grau do parasi-
tismo, sendo mais fácil a visualização de parasitos
em aspirados ou imprint de cães sintomáticos. Isso
porque estes animais apresentam intenso parasi-
tismo quando comparados aos animais assintomá-
Figura 1.1 Manifestação cutânea em cão positivo para leishmaniose. Note a hiperceratose no focinho, áreas de alopecia ao redor dos olhos e dermatite descamativa com aspecto furfuráceo
Fonte: gentilmente cedida pelo Prof. Dr. Hélio Langoni – Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu.
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s
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ticos, nos quais apenas poucas formas amastigotas
estão nos tecidos, tornando o diagnóstico parasito-
lógico mais difícil e duvidoso.26,27
Os cortes histológicos de pele, fígado e órgãos
linfoides possibilitam pesquisar a presença de
formas amastigotas de L. (L.) chagasi. Para isso, os
tecidos são fixados em formalina, incluídos em pa-
rafina e corados com hematoxilina e eosina. Pela
técnica da imuno-histoquímica, o tecido fixado
em formalina é tratado com anticorpos primários
de soro hiperimune de cães naturalmente infecta-
dos com L. (L.) chagasi e com anticorpos secundá-
rios anti-IgG de coelho conjugados à biotina. Por
fim, um complexo proteico de avidina peroxidase
liga-se às biotinas do anticorpo secundário. Esse
complexo reage com peróxido de hidrogênio,
emitindo uma coloração amarronzada. Ambas as
técnicas possibilitam detectar formas amastigotas
de Leishmania em amostras de pele com lesão ou
clinicamente sadias. Entretanto, a sensibilidade da
imuno-histoquímica é maior quando comparada à
histologia.25,27
O diagnóstico parasitológico de LVC também
pode ser estabelecido por meio da detecção de
L. (L.) chagasi em meios de cultivo seletivos. Bióp-
sias ou punções aspirativas de diferentes órgãos ou
tecidos são colocadas em meios de cultivo, como
o NNN (Novy, MacNeal e Nicolle), o LIT (liver infusion
tryptose) ou o de Schneider. Neles, as formas amas-
tigotas do parasito, presentes no material biológico,
transformam-se em promastigotas, podendo ser
observadas por microscopia de contraste de fase
(Figura 1.3). O crescimento das formas promastigo-
tas ocorre em cerca de 6 dias e a leitura da cultura
deve ser feita semanalmente, e, após 1 mês de ob-
servação chega-se ao resultado final. Este método
apresenta a desvantagem de ser demorado, labo-
rioso e deve ser executado somente em laborató-
rios de investigação.15 Os exames parasitológicos
têm a desvantagem de serem invasivos, porque
habitualmente requerem punção ou biópsia dos
tecidos e órgãos.26,27 Entretanto, a punção de me-
dula óssea confere maiores chances de isolamento
em meio de cultura, tendo em vista grande quanti-
dade de células do sistema monocítico fagocitário,
com maior probabilidade de encontro de amasti-
gotas em macrófagos, os quais irão diferenciar-se
em promastigotas em cultura.
Diagnóstico sorológico
Os testes sorológicos detectam anticorpos circu-
lantes para Leishmania e são utilizados no Progra-
ma de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visce-
ral (PVC-LV) para identificar reservatórios caninos,
uma vez que os cães infectados por L. (L.) chagasi
desenvolvem resposta imunológica humoral e pro-
duzem IgG anti-Leishmania. Entretanto, em muitos
cães a soroconversão pode ocorrer 3 meses a 1 ano
após a infecção. Nesse período, esses animais são
soronegativos.27,28
Os métodos diagnósticos sorológicos de LVC
antes recomendados pelo PVC-LV eram o ensaio
imunoenzimático (ELISA) como método de tria-
Figura 1.2 Formas amastigotas de Leishmania spp. de aspirado de medula óssea de cão (seta). Coloração: Giemsa (ampliação: 1.000×)
Fonte: gentilmente cedida pelo Prof. Dr. Hélio Langoni – Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu.
Figura 1.3 Leishmania infantum (syn. L. chagasi) em meio de cultura liver infusion tryptose (LIT) (amplia-ção: 400×)
Fonte: gentilmente cedida pelo Prof. Dr. Hélio Langoni – Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu.
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II Enfermidades Causadas por Coccídios
P A R T E
Capítulo 6 Toxoplasmose
Capítulo 7 Neosporose
Capítulo 8 Cistoisosporíase
Capítulo 9 Criptosporidiose
Capítulo 10 Sarcocistose
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06 - Enfermidades Parasitarias por Protozoarios.indd 46 19/9/2014 12:13:32
8CistoisosporíaseCláudia de Mello Ribeiro
Introdução
A cistoisosporíase é uma enfermidade parasitária
provocada por protozoários do gênero Cystoisos-
pora e pode acometer cães e gatos. Esses proto-
zoários parasitam as células epiteliais do intestino,
levando a episódios de diarreias, principalmente
em filhotes, podendo ocasionar a morte.
Etiologia
Protozoários do gênero Cystoisospora infectam cães
e gatos e são espécie-específicos. Pelo menos três
espécies infectam cães: Cystoisospora canis, Cystoi-
sospora ohioensis e Cystoisospora burrowsi. Outras
duas espécies infectam gatos: Cystoisospora felis e
Cystoisospora rivolta.
Morfologia e ciclo biológico
Cystoisospora spp. parasita a mucosa do intestino
delgado. O ciclo evolutivo é monoxeno e os hos-
pedeiros definitivos são os cães e gatos. Podem
fazer parte desse ciclo os hospedeiros paratênicos,
como roedores ou suínos.
O hospedeiro definitivo elimina, com as fe-
zes, o oocisto não esporulado, que apresenta em
seu interior uma única célula, o esporonte, que é
esférico e não infectante. No ambiente, 8 a 12h
após a eliminação e em condições adequadas
de temperatura (±30°C) e umidade, o oocisto
esporula formando dois esporocistos, nos quais
há ausência do corpo de Stieda. Cada esporo-
cisto apresenta quatro esporozoítos infectantes
e em formato de meia-lua. A morfologia e as di-
mensões dos oocistos variam de acordo com a
espécie de Cystoisospora, sendo que os oocistos
de C. canis são maiores do que os de C. ohioensis
(Figura 8.1) e C. burrowsi. Os oocistos de C. felis
são maiores do que os de C. rivolta (Figuras 8.2 e
8.3; Tabela 8.1).
Os esporozoítos podem permanecer viáveis
dentro do oocisto por vários meses. Após a inges-
tão do oocisto esporulado pelo hospedeiro, os es-
porozoítos excistam no intestino delgado, devido
à ação da bile, penetram nos enterócitos e iniciam
a formação de esquizontes ou merontes, forman-
do os merozoítos que são liberados após o rom-
pimento da célula infectada. A primeira geração
de merozoítos repete o ciclo assexuado, formando
esquizontes ou merontes de segunda geração, ou
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Figura 8.2 Oocisto não esporulado de Cystoisospora felis obtido pelo método de concentração por flutuação
Fonte: gentilmente cedida pelo Dr. Bruno Levecke − Laboratório de Parasitologia da Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Ghent, Bélgica.
Figura 8.3 Oocisto esporulado de Cystoisospora felis com dois esporocistos
Fonte: gentilmente cedida pelo Dr. Bruno Levecke – Laboratório de Parasitologia da Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Ghent, Bélgica.
Figura 8.1 Oocisto não esporulado com esporonte (seta 1) e oocisto esporulado contendo dois esporocistos (seta 2) de C. ohioensis
Fonte: gentilmente cedida pelo Dr. Bruno Levecke − Laboratório de Parasitologia da Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Ghent, Bélgica.
Tabela 8.1 Dimensões de oocistos de Cystoisospora que parasitam cães e gatos
Espécie Hospedeiro Oocisto (µm)
C. canis Cães 38 × 30
C. ohioensis Cães 24 × 20
C. burrowsi Cães 20 × 17
C. rivolta Gatos 22 × 20
C. felis Gatos 40 × 30
Fonte: adaptada de Dubey et al., 2009.1
transformam-se em microgametócitos ou macro-
gametócitos. Um microgametócito divide-se ge-
rando vários microgametas (gametas masculinos).
Um macrogametócito origina um macrogameta
(gameta feminino). Já um microgameta fecunda
um macrogameta, formando um zigoto, o oocisto.
O ciclo biológico é concluído quando oocistos não
esporulados atingem o lúmen intestinal e são ex-
cretados nas fezes.
Um ciclo assexuado pode ocorrer no hospe-
deiro definitivo ou no hospedeiro paratênico.
Nesse caso, após a ingestão do oocisto esporu-
lado, os esporozoítos são liberados pelo proces-
so de excistação e invadem o intestino. Alguns
esporozoítos penetram na parede intestinal e
atingem os linfonodos mesentéricos ou outros
tecidos extraintestinais e formam o cisto mono-
zoico. O cisto monozoico é formado por um úni-
co esporozoíto, não replicativo, circundado por
uma cápsula.
A infecção de um novo hospedeiro ocorre pela
ingestão de oocistos em alimento ou água conta-
minados, por meio de coprofagia ou ingestão do
hospedeiro paratênico, contendo o cisto monozoi-
co. O período pré-patente varia conforme a espécie
de Cystoisospora. O período pré-patente é de 7 a 18
dias para C. canis e de 6 a 7 dias para C. ohioensis,
C. burrowsi, C. rivolta e C. felis.1,2
Epidemiologia
É frequente o encontro de oocistos de Cystoisos-
pora em fezes de cães e gatos. A prevalência de
Cystoisospora em cães varia de 4% a 39%, sendo
C. canis a espécie prevalente. Em gatos, a infecção
pode atingir 70% dos animais, sendo mais comum
a infecção por C. rivolta.3 Alguns fatores interferem
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III Enfermidades Causadas por Hematozoários
P A R T E
Capítulo 11 Babesiose
Capítulo 12 Hepatozoonose
Capítulo 13 Rangeliose
Capítulo 14 Cytauxzoonose
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11 - Enfermidades Parasitarias por Protozoarios.indd 76 19/9/2014 12:41:08
13RangelioseJoão Fábio Soares
Aline Girotto-Soares
Introdução
Infecções por hemoparasitos são importantes cau
sadoras de enfermidades em cães e possuem con
siderável casuística na clínica de pequenos animais.
Entre os hemoprotozoários, destacamse os piroplas
mas. Estes agentes pertencem ao subfilo Apicom
plexa, classe Piroplasmasida, ordem Piroplasmorida
e famílias Babesidae ou Theileriidae. São caracteriza
dos pela infecção das células sanguíneas bem como
pela transmissão por artrópodes hematófagos ou
ainda de forma iatrogênica. Três são as espécies de
piroplasmas que parasitam cães no Brasil: Babesia
canis vogeli, Babesia gibsoni e Rangelia vitalii.
Equívocos no passado consideraram R. vitalii uma
espécie inválida, mas pesquisas e revisões realizadas
no início dos anos 2000, bem como a caracterização
molecular deste agente, trouxeram a rangeliose no
vamente à tona, e a elevada patogeni cidade desta
enfermidade para cães domésticos merece especial
atenção na clínica de pequenos animais.
Etiologia
O hemoprotozoário Rangelia vitalii é o agente
etiológico da rangeliose, uma enfermidade fe
bril e hemorrágica grave para os cães, popular
mente conhecida como nambiuvu, palavra de
origem guarani que significa “orelha que sangra”,
sendo este um sinal clínico observado em casos
naturais de infecção pelo parasito. O protozoário
R. vitalii caracterizase por infectar hemácias (Fi
gura 13.1), leucócitos e células do endotélio vas
cular (Figura 13.2). As formas parasitárias presen
tes na circulação podem variar de arredondadas
a ovais e piriformes. Quando coradas por Giemsa
ou Rosenfeld, apresentam citoplasma azulado
com redução na coloração central. Já o núcleo,
compacto, corase mais intensamente em tons
violáceos. As inclusões encontradas no interior
de eritrócitos e leucócitos medem, em média, 2
a 3,5µm (Tabela 13.1) de comprimento por 1,5 a
2,3µm de largura.13 Já as formas extracelulares do
parasito são um pouco maiores.4 No entanto, es
sas são dificilmente encontradas. O comprimento
médio do núcleo é de 1,06µm.3
No endotélio vascular, podem ser encontra
dos protozoários (Figura 13.2) de formato re
dondo ou ovalar, em número variável, dispostos
de modo único, aos pares ou em agrupamentos de
18 a 25µm com até 100 parasitos ocupando o
citoplasma da célula hospedeira em sua quase
totalidade.1,2
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Histórico
No início do século XX, Carini (1908)6 relatou pela
primeira vez uma enfermidade hemorrágica e fe
bril em cães, ainda de etiologia desconhecida. Pos
teriormente, Pestana (1910)7 descreveu os sinais
clínicos, a evolução da enfermidade e o agente,1
denominandoo Piroplasma vitalii.1 Em 1914, Carini
& Maciel2 redescreveram este piroplasma, renome
andoo Rangelia vitalii com base em particularida
des no ciclo de desenvolvimento, como a esquizo
gonia extraeritrocitária e a capacidade de infectar
leucócitos, além de células do endotélio vascular.2
Em 1926, Wenyon8 levantou a hipótese de que
as formas esquizogônicas encontradas por Carini e
Maciel resultavam, na verdade, de uma infecção por
Toxoplasma gondii concomitante a uma parasite
mia por Babesia canis.8 Já em 1938, Moreira9 inocu
lou 91 cães e estudou a rangeliose nesses animais.
Ao final do experimento, afirmou não ser possível
distinguir as formas eritrocitárias de R. vitalii das de
B. canis, nem ao menos as formas esquizogônicas
de R. vitalii de taquizoítos ou bradizoítos de T. gon-
dii.9 Assim, concluiu como provavelmente válida a
hipótese de Wenyon.8 O fato de Moreira não ter ob
servado diferenças entre as formas parasitárias de
R. vitalii e B. canis, bem como o fato de o autor ter
visualizado em apenas um cão os estágios esqui
zogônicos teciduais, pode estar relacionado com
a origem das amostras utilizadas por Moreira,9 as
quais eram oriundas das cidades de Morro Agudo,
Orlândia e Cotia no estado de São Paulo. Os dois
primeiros munícipios estão localizados em áreas
dominadas pelo bioma Cerrado, ou seja, regiões
não condizentes com o que hoje se conhece da
Figura 13.1 Protozoário Rangelia vitalii no interior de hemácia
Figura 13.2 Esquizontes em endotélio vascular con-dizentes com Rangelia vitalii em cão infectado. Corte de tecido cardíaco corado com hematoxilina e eosina
Tabela 13.1 Comparação das espécies de piroplasmas que parasitam cães no Brasil
Espécie Tamanho (mm)
Células parasitadas
Vetor Localização dos casos
Patogenicidade
R. vitalii 2 a 3,5 EritrócitosLeucócitosCélulas do endotélio vascular
A. aureolatum Geralmente rurais Moderada a grave
B. canis vogeli
2,5 a 5 Eritrócitos R. sanguineus Principalmente em áreas urbanas
Leve a moderada
B. gibsoni 1 a 2,5 Eritrócitos R. sanguineus* Comumente urbanos
Moderada
*Provável vetor.
A posição taxonômica do hemoparasito R. vitalii
ainda está em estudo. Entretanto, é possível afirmar
que esse agente pertence ao filo Apicomplexa e à
ordem Piroplasmorida.5 Além disso, está genetica
mente relacionado com os hemoprotozoários da
família Babesidae.3
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epidemiologia de R. vitalii, ficando apenas a região
de Cotia de acordo com a área de distribuição co
nhecida dessa enfermidade até o momento. Carini
(1948)10 escreveu um artigo defendendo a validade
da espécie R. vitalii, mas o trabalho não surtiu efeito
na comunidade científica da época. Devido a isso,
o protozoário R. vitalii praticamente desapareceu
da literatura entre os anos 1948 e 2003, salvo algu
mas raras citações. Somente em 2011 a espécie foi
revalidada, com base em caracteres morfológicos
e moleculares.3
Segundo Loretti & Barros (2004),11 a infecção por
R. vitalii já foi confundida clinicamente, por necrop
sias e histopatologia, com casos de erliquiose,12
hepatozoonose,10 leishmaniose visceral,13 babe
siose14 e toxoplasmose.9,14 Todas essas questões
polêmicas e os equívocos sucessivos criaram uma
situação de total descrédito no meio científico em
torno do tema R. vitalii.11
Apesar de morfologicamente semelhante à
espécie B. canis, quando encontrada em hemácias
R. vitalii (ver Tabela 13.1) é geneticamente distinta
das principais babésias que infectam cães. Soares
et al. (2011),3 ao compararem a sequência gênica
de um fragmento do gene 18S rRNA de R. vitalii com
B. canis e Babesia gibsoni, observaram uma simila
ridade de apenas 92% e 94%, respectivamente. Já
quando a comparação foi realizada com um frag
mento do gene hsp70, a similaridade foi ainda me
nor – de 82% para B. canis e de 86% para B. gibsoni.3
Além disso, apenas R. vitalii é conhecida por infec
tar leucócitos e células do endotélio vascular.
Epidemiologia
A rangeliose é uma enfermidade transmitida por
vetores. Em estudo prévio, Soares et al. (2012)15
avaliaram a competência vetorial das espécies de
carrapatos Rhipicephalus sanguineus e Amblyomma
aureolatum (Figura 13.3). Entretanto, apenas esta
última espécie veiculou o agente para cães saudá
veis.15 Por outro lado, ainda não é possível descar
tar como vetores outros ixodídeos que costumam
parasitar canídeos, como: Amblyomma ovale e
Amblyomma tigrinum, nem mesmo outros artrópo
des hematófagos. A competência vetorial dessas
espécies de carrapatos está em fase de estudos.
A maioria dos casos de rangeliose é oriunda de
áreas rurais próximas à mata, regiões inseridas prin
cipalmente nos biomas: Mata Atlântica, ou Campos
Sulinos (Pampas), locais que reúnem as condições
necessárias para o desenvolvimento de A. aureo-
latum (Figura 13.4). É provável que R. vitalii tenha
uma distribuição geográfica que acompanha a dis
tribuição geográfica de seu vetor comprovado até
o momento, o carrapato A. aureolatum.15
A hipótese da existência de reservatórios silves
tres sustentase no fato de o ectoparasito A. aureo-
latum realizar hematofagia em carnívoros silvestres.
Além disso, há relatos, com base em esfregaços
sanguíneos, de piroplasmas infectando duas espé
cies de canídeos silvestres brasileiros que ocorrem
na área de distribuição geográfica da rangeliose:
o graxaimdocampo (Lycalopex gymnocercus)16,17
e o cachorrodomato (Cerdocyon thous).14 Estas
duas espécies são comumente utilizadas como
hospedeiros para o estágio biológico adulto de
A. aureolatum. Entretanto, em tais estudos não foi
possível a realização de uma caracterização mo
lecular dos piroplasmas encontrados, pesquisa de
suma importância devido às semelhanças morfo
lógicas entre B. canis vogeli e R. vitalii, quando esta
última encontrase parasitando hemácias. Recen
temente, Soares et al. (2014)18 detectaram R. vitalii
por reação em cadeia da polimerase (PCR) em seis
C. thous, sendo que um destes foi acompanhado
por 80 dias e não manifestou sinais clínicos associa
dos a rangeliose, mesmo mantendose infectado –
reforçando, assim, as suspeitas de ser esta espécie
de canídeo reservatório de R. vitalii.18
Cães jovens são mais afetados pela doença e
geralmente, desenvolvem uma enfermidade he
morrágica grave. No entanto, há relatos de cães
Figura 13.3 Macho de Amblyomma aureolatum
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não é patognomônico da infecção por R. vitalii, e
outras enfermidades que levam a intensa redução
na contagem de plaquetas também podem oca
sionálo. Em casos de inoculação experimental, os
animais não manifestam esse tipo de sangramento
constante nas orelhas. Desse modo, provavelmen
te é necessário haver a picada de insetos ou lesões
locais para o desenvolvimento do nambiuvu. Por
outro lado, existe certa dificuldade em conter o
sangramento nos pontos de coleta de sangue
dos animais inoculados. As lesões no endotélio
vascular dos vasos que irrigam o sistema digestivo
podem levar a alterações intestinais, bem como a
perda de sangue para o interior do lúmen intesti
nal. Assim, animais infectados natural ou experi
mentalmente apresentam uma diarreia sanguino
lenta inicialmente alaranjada, que depois se torna
escura, muitas vezes com a presença de estrias de
sangue. Essa diarreia antigamente era conhecida
como “nambiuvu das tripas”. A doença também foi
popularmente chamada de “peste do sangue” ou
“febre amarela dos cães”, devido à febre e à intensa
icterícia que ocorrem em alguns casos.
As demais alterações na homeostasia dos cães
oriundas da anemia, plaquetopenia e demais alte
rações hematológicas são semelhantes às encon
tradas na babesiose. Entretanto, como o consumo
de plaquetas e a redução na contagem de eritróci
tos são maiores, as alterações são mais evidentes
(ver Tabela 13.1).
Entre os principais sinais clínicos destacamse:
Febre. ■Apatia. ■Anorexia. ■
Perda de peso. ■Desidratação. ■Dispneia. ■Esplenomegalia. ■Hepatomegalia. ■Linfoadenomegalia. ■Sangramentos persistentes pelas narinas, boca, ■olhos, ânus e bordas das orelhas (Figura 13.5).
Petéquias (Figura 13.6). ■Equimose. ■Icterícia. ■Palidez das mucosas (Figura 13.7). ■Diarreia sanguinolenta. ■
Alterações hematológicas
Entre as alterações hematológicas mais evidentes
estão a redução no hematócrito, na contagem de
eritrócitos e plaquetas, bem como na hemoglobi
na. São alterações semelhantes às encontradas nos
casos de babesiose, porém as anemias tendem a
ser mais “profundas”. Do mesmo modo, o consumo
de plaquetas tende a ser maior, podendo ocorrer
macroplaquetas.31 A etiologia da plaquetopenia
observada na rangeliose pode estar ligada ao pro
cesso inflamatório, mas principalmente ao consu
mo de plaquetas devido às lesões que o parasito
provoca no endotélio vascular. As anemias apre
sentadas na rangeliose são, geralmente, de caráter
regenerativo, com macrocitose e hipocromasia.
Alguns animais chegam a apresentar rubricitos e
metarrubricitos. Outros são exceções, nos quais a
macrocitose e a hipocromasia não são evidentes,
mas nesses casos é possível observar anisocitose e
Figura 13.5 Cão infectado por Rangelia vitalii apre-sentando sangramento nas orelhas, nambiuvu
Figura 13.6 Cão infectado com R. vitalii apresentando petéquias no membro anterior
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policromasia. Em algumas ocasiões, as anemias de
senvolvemse de forma muito aguda. Nesses ani
mais, os sinais de regeneração levam tempo para
se manifestar. As anemias observadas na rangeliose
têm causas semelhantes às da infecção por B. canis,
ou seja, por ação direta do parasito, processo infla
matório, sequestro esplênico, hemorragias ou de
caráter imunomediado, nos animais que desenvol
vem esse tipo de processo.
Animais experimentalmente infectados apre
sentam aumento na contagem de megacariócitos
e redução na agregação plaquetária entre o 10o e
o 20o dias PI.31
Há indícios de que a rangeliose pode causar uma
anemia imunomediada, devido à presença, em al
guns casos, de esferócitos e eritrofagocitose.5,25,28
Contudo, ainda são necessários mais estudos para
correlacionar a existência da anemia imunomedia
da com o agente infeccioso da rangeliose. Isso por
que, em alguns casos, essa forma de anemia não é
visualizada.
Quanto ao leucograma, apresentase inconsis
tente em infecções por R. vitalii, assim como em ou
tras piroplasmoses. Enquanto alguns animais apre
sentam uma redução na contagem de leucócitos,
outros manifestam leucocitose,25 ou ainda podem
não apresentar alterações na contagem total,32
sendo a leucocitose mais comumente encontrada,
principalmente em casos fatais.25 Isso ocorre, prova
velmente, pela estimulação antigênica prolongada.
Alterações bioquímicas
Costa et al. (2012),33 ao estudarem as alterações en
zimáticas em cães infectados por R. vitalii, observa
ram um aumento da alanina aminotransferase (ALT)
no 20o dia PI, no grupo infectado em comparação
ao grupocontrole, porém sem exceder os limites
de referência. Nesse estudo, ainda foram observa
dos aumentos na concentração de creatinocinase
e aspartato aminotransferase (AST), no 10o, 20o e
30o dias PI. Os autores não visualizaram alterações
significativas nas concentrações de ureia, creatini
na e gamaglutamiltransferase.
Diagnóstico
O diagnóstico in vivo de rangeliose pode ser clíni
co, epidemiológico, por esfregaço sanguíneo ou
por PCR.
Diagnóstico clínico
Os sinais clínicos manifestados na infecção por
R. vitalii não são patognomônicos, o que dificulta
essa forma de diagnóstico.
Diagnóstico epidemiológico
A utilização da epidemiologia associada aos sinais
clínicos e ao estudo hematológico confere uma
boa ferramenta de diagnóstico. Isso porque os ca
sos de rangeliose tendem a ser oriundos de áreas
com características favoráveis ao desenvolvimento
de seu vetor.
Esfregaço sanguíneo
Esta forma de diagnóstico tem reduzida sensibili
dade, pois a parasitemia em infecções por R. vitalii é
baixa, diferentemente do que ocorre em infecções
por B. canis vogeli. Além disso, quando o animal
Figura 13.7 (a e b) Animais infectados com R. vitalii, apresentando palidez das mucosas oral (a) e conjuntival (b)
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IV Tratamentos Alternativos das Infecções por Protozoários
P A R T E
Capítulo 15 Terapias alternativas para infecções por protozoários em pequenos animais
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V Técnicas Diagnósticas das Enfermidades Causadas por Protozoários
P A R T E
Capítulo 16 Técnicas parasitológicas para exame fecal
Capítulo 17 Técnicas para diagnóstico de hemoparasitoses
Capítulo 18 Técnicas diagnósticas moleculares e sorológicas
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16Técnicas parasitológicas para exame fecalFlávio Antônio Pacheco de Araújo
Cristina Germani Fialho Wilsmann
Mariana Caetano Teixeira
Introdução
A investigação das parasitoses intestinais causadas
por protozoários em cães e gatos é uma tarefa de
caráter contínuo, cujos objetivos principais são
orientar as condutas para a melhoria da saúde dos
animais, avaliar as medidas de controle e monito-
rar a eficácia dos produtos anti-helmínticos. Apesar
do aprimoramento das técnicas imunológicas e do
surgimento das técnicas moleculares para o diag-
nóstico das parasitoses intestinais, as técnicas de
diagnóstico coproparasitológico continuam sendo
as de eleição, pela simplicidade, sensibilidade e
baixo custo.
Coleta, conservação e remessa de amostras de fezes para análise laboratorial1-3
Coleta
A coleta de fezes diretamente da ampola retal
seria o melhor método, mas, para pequenos ani-
mais, a quantidade de material obtido é insufi-
ciente para realizar as diferentes técnicas neces-
sárias. Assim, podem ser utilizadas apenas para o
método direto e amostras recentes. Então, deve-
se esperar o cão defecar e retirar do solo o excre-
mento o mais rápido possível, tendo o cuidado
de manter a amostra livre de urina e impurezas
do chão.
Material
Convém utilizar frascos limpos, secos e, preferen-
cialmente, esterilizados. No caso de não ser possí-
vel o proprietário pegar frascos no laboratório, ele
pode ser orientado a fervê-los em uma panela no
fogão de sua casa ou utilizar sacos plásticos limpos,
como os de armazenar e congelar alimentos (não
utilizados previamente).
Antes de enviar ao laboratório, o material a ser
remetido deve ser identificado (com número ou
nome). Do mesmo modo, a ficha do material deve
conter essa identificação, além de dados como es-
pécie, idade, sexo, proprietário, endereço, telefone
e anamnese realizada.
Conservação e remessa
Se não for possível examinar as fezes logo após a
coleta, essa amostra deve ser refrigerada até a rea-
lização do exame. Para ser enviado para o labora-
tório, o material deve ser armazenado com gelo.
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Se isso não for possível, também podem ser utiliza-
dos alguns conservantes, como:
Formalina a ■ 5% e 10%:
Formol a 40% y : 5 e 10mL.
Água destilada y : 95 e 90mL.
Bicromato de potássio a 2,5% ■ :
Bicromato de potássio y : 2,5g.
Água destilada y : 100mL.
Para preservar os trofozoítos e cistos de Giardia
sp., deve-se utilizar o PVA (álcool polivinílico), mas
este material não é utilizado rotineiramente em
práticas veterinárias.
Exame direto2,4
O exame direto é um método qualitativo, que pode
ser utilizado para pesquisa de variadas formas de
parasitos eliminados nas fezes. Na protozoologia,
é usado principalmente para identificar trofozoítos
de protozoários, como os de Giardia, que, após os
métodos de concentração, podem ser distorcidos
ou destruídos.
Pode ser realizado com a pequena quantidade
de fezes que fica no termômetro após aferição da
temperatura do animal, a qual é misturada com 1
gota de água ou solução salina a 0,85%, em uma lâ-
mina. Além disso, depois, procede-se à observação
ao microscópio, de preferência adicionando uma
lamínula, para evitar o turbilhonamento do líquido.
Para melhor visualização das estruturas internas
dos cistos de protozoários, podem ser utilizadas
colorações, como, por exemplo, 1 gota de lugol no
caso de Giardia.
Exames de flutuação fecal2,4
Os testes de flutuação fecal são os mais utilizados
na medicina veterinária para detecção de ovos, oo-
cistos e cistos de parasitos. Esses métodos baseiam-
se no princípio de que essas formas são menos
densas do que o meio fluido (saturado) utilizado
para a realização da técnica. Então, irão flutuar para
o topo do recipiente, onde poderão ser coletados
para avaliação ao microscópio. A solução de sulfato
de zinco a 33% tem a vantagem de causar menos
distorção nos cistos de Giardia. Recomenda-se a
solução de açúcar (solução de Sheather) para diag-
nóstico de coccídios.
Método de Faust e colaboradores1,2,4
Tal método foi desenvolvido para detecção da
presença de cistos de protozoários. É também co-
nhecido como método de centrifugoflutuação em
sulfato de zinco a 33% com densidade de 1,18/mL.
Técnica
A sequência de ações para aplicação dessa técnica
é mostrada na Figura 16.1:
1. Em um recipiente, dissolvem-se 2g de fezes em
10mL de água destilada (Figura 16.1A a D).
2. Filtra-se tudo com uma gaze e coloca-se o ma-
terial em um tubo de ensaio (Figura 16.1E a F).
3. Centrifuga-se a 2.500rpm por 1 a 3min (Figura
16.1G).
4. Retira-se o líquido, deixando só a porção que
decantou (Figura 16.1H).
5. Ressuspende-se o sedimento com água destila-
da e centrifuga-se novamente (Figura 16.1I a J).
6. Repete-se até que o sobrenadante fique claro
(em geral, umas três vezes).
7. No último sedimento, colocam-se 1 a 2mL de
sulfato de zinco a 33% e volta-se a ressuspen-
der o material. Completa-se o volume (Figura
16.1K).
8. Com uma alça de platina ou com conta-gotas,
retira-se a película da superfície e coloca-se em
uma lâmina. Esse procedimento pode ser feito
com o tubo ainda na centrífuga. Ou, se for re-
tirado o tubo da centrífuga para ser colocado
em uma estante, convém ter o cuidado de não
sacudi-lo (Figura 16.1L).
9. Junta-se 1 gota de lugol, coloca-se a lamínula e
observa-se ao microscópio.
Preparo da solução de sulfato de zinco
a 33%, de densidade 1,18g/mL:
Sulfato de zinco ■ : 33g.
Água destilada ■ : 100mL.
Adiciona-se a água destilada quente. Depois,
ajusta-se com o densímetro, até se obter a den-
sidade de 1,18/mL.
Resultado: a existência do cisto de Giardia indi-
ca resultado positivo de giardíase; assim, o animal
deve ser tratado.
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Figura 16.1 (A a L) Método de Faust e colaboradores (continua)
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00 - Enfermidades Parasitarias por Protozoarios.indd 8 23/9/2014 16:27:59
18Técnicas diagnósticas moleculares e sorológicasCláudia de Mello Ribeiro
Simone Baldini Lucheis
Introdução
O impacto das enfermidades parasitárias desenca
deou um interesse pelo diagnóstico dessas parasi
toses, permitindo o uso de abordagens tecnologi
camente inovadoras como as técnicas moleculares
e sorológicas.
Técnicas moleculares
Reação em cadeia da polimerase (PCR) para diagnóstico de tripanossomíase
Preparo das amostras de sangue em meio LIT para extração do DNA parasitário
Tanto as culturas positivas quanto as negativas
devem ser lavadas, separadamente, em solução
salina tamponada (PBS) estéril, 0,01M (pH 7,2) e
centrifugadas a 1.000rpm por 10min. Do mes
mo modo, convém armazenar o sedimento em
microtubos estéreis livres de desoxirribonuclea
ses (DNAse) e ribonucleases (RNAse) a −20°C,
até o momento do uso para extração do DNA
parasitário.1,2
Extração de DNA
O DNA deve ser extraído de 300μL do sedimento
armazenado, utilizandose, por exemplo, o IllustraTM
Blood GenomicPrep Mini Spin Kit (GE Healthcare®).
Posteriormente, é armazenado em microtubos es
téreis livres de DNAses e RNAses e mantido a −20°C
até a realização da PCR.2
PCR para Trypanosoma cruzi e/ou Trypanosoma rangeli
As reações devem ser realizadas em duplicata. Para
amplificação dos fragmentos de minicírculos de
kDNA de 330pb, utilizamse os iniciadores P35 e
P363 (Tabela 18.1). Para um volume final de 25μL, a
reação deve conter:
2,5µL de tampão de PCR (50mmol de KCl, ■10mmol de TrisHCl, 1,5mM de MgCl2).
0,2mM de dNTP. ■1,0U de Taqpolimerase. ■10pmol de cada ■ primer.
2μL de DNA extraído. ■17,8μL de água ultrapura. ■
Durante todo o procedimento, os tubos de
amostra e de reagentes devem ser mantidos em
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gelo picado. As condições de amplificação em ter-
mociclador são:
Ciclo para desnaturação inicial a 96°C por 2min. ■Desnaturação, anexação dos iniciadores e alon- ■gamento em 30 ciclos por 1min cada a 94°C,
60°C e 72°C, respectivamente.
Ciclo de 72°C por 10min para a extensão final. ■ 2,4
PCR para diferenciar Trypanosoma cruzi de Trypanosoma rangeli
Como os iniciadores P35 e P36 utilizados na PCR
não são específicos para Trypanosoma cruzi, que
amplificam minicírculos de kDNA tanto desse pa-
rasito quanto de Trypanosoma rangeli, devem ser
usados, para confirmação diagnóstica, os iniciado-
res TCZ1 e TCZ2, espécie-específicos para T. cruzi.
Estes amplificam uma região de microssatélite de
kDNA de 188 pares de base (Tabela 18.2).2,5,6
As reações devem ser realizadas em duplicata e,
para um volume final de 25µL, conter:
2,5µL de tampão de PCR (50mmol de KCl, ■10mmol de Tris-HCl, 1,5mM de MgCl2).
0,2mM de dNTP. ■1,0U de Taq-polimerase. ■10pmol de cada ■ primer.
2μL de DNA extraído. ■17,8μL de água ultrapura. ■
As condições de amplificação em termocicla-
dor são:
Ciclo para desnaturação inicial a 94°C por 5min. ■35 ciclos para desnaturação a 94°C por 20s. ■
Anexação dos iniciadores a 57°C por 10s. ■Alongamento a 72°C por 30s. ■Ciclo de 72°C por 7min para a extensão final. ■
As alíquotas de 10µL das amostras amplifica-
das, com a utilização dos iniciadores P35 e P36,
bem como o TCZ1 e oTCZ2, devem ser homoge-
neizadas com 2µL de solução de azul de bromo-
fenol e, para a identificação dos produtos ampli-
ficados, submetidas a eletroforese horizontal em
gel de agarose a 1% em tampão tris-borato-EDTA
(TBE) 10×, corado com GelredTM (Biotium, Inc.). A
corrida deve ser realizada utilizando-se o mesmo
tampão TBE, a 80 volts por 100min, com as ban-
das visualizadas em transluminador ultravioleta. A
cepa Y de T. cruzi deve ser utilizada como controle
positivo, o MIX-PCR como controle negativo e 3µL
de DNA Ladder (Norgen®) 100pb como padrão de
peso molecular.2,5
Reação em cadeia da polimerase (PCR) para diagnóstico de toxoplasmose
Para amplificação do DNA de Toxoplasma gondii,
podem ser utilizados os oligonucleotídios TOX4
e TOX5 (Tabela 18.3).7-9 Cada tubo de reação de
0,2mL deve conter:
2,5μL de tampão de PCR (50mmol de KCl, ■10mmol de Tris-HCl).
0,75μL de MgCl (1,5mmol). ■0,25μL de dNTP (1,25mmol). ■0,15U/μL de taq-polimerase. ■5μL de cada ■ primer.
10μL de amostra obtida no final da extração. ■17,35μL de água ultrapura. ■
Durante todo o procedimento, os tubos de
amostra e de reagentes devem ser mantidos em
gelo picado. A amplificação deve ser realizada
em termociclador, e as condições de reação são:
94°C por 7min; 35 ciclos de 72°C por 1min; e um ci-
Tabela 18.1 Primers usados na detecção de Trypanosoma
Primer Sequência Tamanho do produto (pb)
P35 5’-AAATAATGTACGGGGGAGATGCATGA - 3’330
P36 5’-GGGTTCGATTGGGGTTGGTGT - 3’
Fonte: adaptada de Sturm et al., 1989.3
Tabela 18.2 Primers para detecção de Trypanosoma cruzi
Primer Sequência
TCZ1 5’-CGAGCTCTTGCCCACACGGGTGCT-3’
TCZ2 5’-CCTCCAAGCAGCGGATAGTTCAGG-3’
Fonte: adaptada de Virreira et al., 2003;5 Moser et al., 1989.6
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Índice
AAgarose, gel em 1% de, 24
Albendazol, 36
Alopecia ao redor dos olhos e leishmaniose
visceral canina, 7
Alterações bioquímicas, 106
- e hematológicas da cytauxzoonose, 106
- na rangeliose, 99
Amblyomma, 105
- aureolatum, macho de, 95
- ovale, 105
Amostras, 121
- de fezes, 121
- de sangue, 133, 137
Animais infectados, 81
- por Babesia, 81
- por Rangeli vitalii, 99
Azitromicina, 53
BBabesia, 79
- canis, 78
- - presentii, 83
- - vogeli, hemácias parasitadas por, 79
- cão infectado por, apresentando palidez da
mucosa oral, 81
- cati, 82
- ciclo biológico, 79
- esporozoítos de, 79
- felis, 82
- gibsoni, 79
- herpailuri, 82
- leo, 83
- pantherae, 82
Babesiose, 77-86
- canina, 77
- - aspectos imunológicos, 81
- - ciclo biológico, 79
- - diagnóstico, 81
- - epidemiologia, 77
- - etiologia, 78
- - patogenia, 80
- - sinais clínicos, 80
- felina, 82
- - etiologia, 82
- - patogenia, 83
- - sinais clínicos, 83
- profilaxia, 84
- tratamento, 83
Baço de cão, forma amastigota de Trypanosoma
cruzi em imprint de, 20
Bicromato de potássio, 122
Bovino infectado, tecido cerebral de, 60
Bradizoítos, 48
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CCão(ães), 60
- baço de, forma amastigota de Trypanosoma cruzi
em imprint de, 20
- comparação das espécies de piroplasmas que
parasitam, no Brasil, 94
- dimensões de oocistos de Cystoisospora que
parasitam gatos e, 64
- fármacos usados no tratamento de, 90
- - com bebesiose, 84
- - com cistoisosporíase, 65
- - com giardíase, 36
- - com hepatozoonose, 90
- - com neosporose, 60
- - com toxoplasmose, 53
- - com tripanossomíase americana, 22
- gamonte de Hepatozoon em leucócito de, 88
- infectado, 98
- - esquizontes em endotélio vascular condizentes
com Rangelia vitalii em, 94
- - por Babesia apresentando palidez da mucosa
oral, 81
- - por Rangelia vitalii, 98
- - - apresentando petéquias no membro
anterior, 98
- - - apresentando sangramento nas orelhas, 98
- leishmaniose visceral em (ver Leishmaniose
visceral canina)
- microrganismo da microbiota intestinal de, com
potencial probiótico, 113
- reação positiva de imunofluorescência indireta
para Trypanosoma cruzi em, 24
- sinais clínicos da toxoplasmose em, 52
- tripanossomíase americana em, 22
- - tratamento, 24
Câmara de McMaster, 124
Camundongo, forma tripomastigota da cepa Y
de Trypanosoma cruzi em esfregaço sanguíneo
de, 20
Centrifugoflutuação direta, método de, com
solução de Sheather, 126
Chagas, doença de, 19
Ciclo biológico, 22
- Babesia, 79
- Cryptosporidium, 67
- Cystoisospora spp., 63
- Cytauxzoon, 104
- Giardia sp., 33
- Hepatozoon, 87
- Leishmania, 4
- neosporose, 58
- Rangelia, 93
- Sarcocystis, 71
- Toxoplasma gondii, 48
- - enteroepitelial, 48
- - extraintestinal, 49
- Tritrichomonas foetus, 42
- Trypanosoma cruzi, 22
Cisto(s), 60
- de Giardia, 34
- - obtidos pelo método de concentração por
flutuação, 34
- de Neospora caninum obtido por imuno-
histoquímica de tecido cerebral de bovino
infectado, 60
Cistoisosporíase, 63-66
- ciclo biológico, 63
- diagnóstico, 65
- epidemiologia, 64
- etiologia, 63
- morfologia, 63
- patogenia, 65
- profilaxia, 66
- sinais clínicos, 65
- tratamento, 65
Clindamicina, 60, 73
- cloreto de, 53
- fosfato de, 53
Cloreto de clindamicina, 53
Coágulo, 135
- técnica de distensão da gota do, 135
- técnica de esfregaço de fragmento de, 135
Coccídios, enfermidades causadas por, 45-74
- cistoisosporíase, 63-66
- criptosporidiose, 67-70
- neosporose, 57-62
- sarcocistose, 71-74
- toxoplasmose, 47-56
Coleta de sangue, 133
Coloração, 128
- com hematoxilina e eosina, 94
- de Giemsa, 34, 135
- de Wright, 135
- de Ziehl-Neelsen, 69
- - modificada por Angus, 128
Concentração, método de, por flutuação, 64
- cistos de Giardia obtidos pelo, 34
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143
- oocisto não esporulado de Cystoisospora felis
obtido pelo, 64
Conoide, 48
Corantes, fórmulas de, e reagentes, 131
Criptosporidiose, 67-70
- ciclo biológico, 67
- diagnóstico, 68
- epidemiologia, 68
- patogenia, 68
- profilaxia, 69
- sinais clínicos, 68
- tratamento, 69
Cryptosporidium, 69
- ciclo biológico, 67
- oocistos de, corados pela técnica de
Ziehl-Neelsen, 69
Cultura, meio de (ver Meio de cultura)
Cystoisospora, 63
- felis, 64
- - oocisto esporulado de, 64
- - oocisto não esporulado de, obtido pelo método
de concentração por flutuação, 64
- ohioensis, 64
- oocistos de, dimensões de, que parasitam cães e
gatos, 64
Cystoisospora spp., ciclo biológico, 63
Cytauxzoon, ciclo biológico, 104
Cytauxzoonose, 103-108
- alterações hematológicas e bioquímicas, 106
- ciclo biológico, 104
- diagnóstico, 106
- epidemiologia, 105
- etiologia, 104
- histórico, 104
- patogenia, 105
- profilaxia, 107
- sinais clínicos e patológicos, 106
- tratamento, 107
DDermatite descamativa com aspecto furfuráceo e
leishmaniose canina, 7
Diclazuril, 65
Distensão, técnica de, da gota do coágulo, 135
DNA, 137
- extração de, 137
- parasitário, 137
Doença de Chagas, 19
EEndotélio vascular, esquizontes em, condizentes
com Rangelia vitalii em cão infectado, 94
Eosina, tecido cardíaco corado com hematoxilina
e, 94
Epidemiologia molecular das espécies de
Giardia, 36
Esfregaço, técnica de, 99
- de fezes, 128
- de fragmento de coágulo, 135
- de sangue, 20
- - direto, 134
- - forma tripomastigota da cepa Y de
Trypanosoma cruzi em, de camundongo, 20
Esporocisto(s), 64
- de Sarcocystis spp., 72
- oocistos esporulado contendo dois, 64
Esporozoítos de babesia, 79
Esporulação de oocistos, método de purificação,
concentração e, 126
Exame fecal, técnicas parasitológicas para, 121-132
- coleta, 121
- conservação e remessa, 121
- de coloração de Ziehl-Neelsen modificada por
Angus, 128
- de flutuação fecal, 122
- - de Faust e colaboradores, 122
- - que utilizam a solução de Sheather, 124
- - - de centrifugoflutuação direta, 126
- - - oocistograma, 124
- de purificação, concentração e esporulação de
oocistos, 126
- direto, 122
- material, 121
FFármacos, uso de, no tratamento, 53
- da bebesiose, 84
- da cistoisosporíase, 65
- da criptosporidiose, 69
- da giardíase, 36
- da hepatozoonose, 90
- da neosporose, 60
- da Sarcocystis spp., 73
- da toxoplasmose, 53
- da tripanossomíase americana, 25
Faust, método de, 122
Febantel, pirantel e praziquantel, 36
Febendazol, 36
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144
Fembendazol, 69
Fezes, 128
- amostras de, 121
- esfregaço de, técnica de, 128
Flutuação fecal, 122
- exames de, 122
- - de Faust e colaboradores, 122
- - que utilizam a solução de Sheather, 124
- - - de centrifugoflutuação direta, 126
- - - oocistograma, 124
- método de concentração por, 64
- - cistos de Giardia obtidos pelo, 34
- - oocisto não esporulado de Cystoisospora felis
obtido pelo, 64
Focinho, hiperceratose no, e leishmaniose
canina, 7
Formalina, 122
Fórmulas de corantes e reagentes, 131
Fosfato de clindamicina, 53
GGato(s), 103
- dimensões de oocistos de Cystoisospora que
parasitam cães e, 64
- fármacos utilizados no tratamento de, 53
- - com bebesioses, 84
- - com cistoisosporíase, 65
- - com criptosporidiose, 69
- - com giardíase, 36
- - com toxoplasmose, 53
- infectados por piroplasmas em diferentes
estudos no Brasil, 103
- leishmaniose em (ver Leishmaniose felina)
- sinais clínicos da toxoplasmose em, 51
- tricomoníase em (ver Tricomoníase felina)
Gel em 1% de agarose, 24
Giardia, 36
- cisto(s) de, 34
- - obtidos pelo método de concentração por
flutuação, 34
- duodenalis, genotipagem de, 38
- epidemiologia molecular das espécies de, 36
- trofozoíto de, 33
- - fixados e corados por Giemsa, 34
Giardia sp., 33
Giardíase, 33-40
- ciclo biológico, 33
- diagnóstico, 35
- epidemiologia, 34
- - molecular das espécies de Giardia, 36
- etiologia, 33
- fármacos utilizados no tratamento de, 36
- morfologia, 33
- patogenia e sinais clínicos, 35
- profilaxia, 36
- tratamento, 36
Giemsa, coloração de, 34, 135
Gota do coágulo, técnica de distensão da, 135
HHemácia(s), 79
- parasitadas por Babesia canis vogeli, 79
- protozoário Rangeli vitalii no interior da, 94
Hemaparasitoses, técnicas para diagnóstico
de, 133-136
- coleta e remessa de amostras de sangue, 133
- de coloração, 135
- - de Giemsa, 135
- - de Wright, 135
- de distensão, 134
- - da gota do coágulo, 135
- - de sangue, 134
- de esfregaço de fragmento de coágulo, 135
Hematoxilina, corado com, e eosina, 94
Hematozoários, enfermidades causadas por, 75-
- babesiose, 77-86
- cytauxzoonose, 103-108
- hepatozoonose, 87-92
- rangeliose, 93-102
Hepatozoon, ciclo biológico, 87
Hepatozoon canis, gamonte de, em leucócito de
cão, 88
Hepatozoonose, 87-92
- ciclo biológico, 87
- diagnóstico, 90
- epidemiologia, 89
- etiologia, 87
- patogenia, 89
- profilaxia, 90
- sinais clínicos, 89
- tratamento, 90
Hiperceratose no focinho e leishmaniose canina, 7
IImunidade, 50
- celular, 50
- humoral, 50
Imunofluorescência indireta, reação de (ver RIFI)
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145
Imuno-histoquímica, cistos de Neospora caninum
obtido por, 60
Infecção(ões), 114
- por Babesia em cão apresentando palidez da
mucosa oral, 81
- por piroplasmas em gatos em diferentes estudos
no Brasil, 103
- por protozoários, terapias alternativas
das, 109-118
- - plantas medicinais e fitoterápicos, 114
- - probióticos, 111
- - - função da microbiota intestinal, 111
- - - microrganismos da microbiota intestinal de
cães com potencial probiótico, 113
- - - nas parasitoses, 112
- por Rangelia vitalii, 98
- - apresentando palidez das mucosas oral e
conjuntival, 99
- - apresentando petéquias no membro
anterior, 98
- - apresentando sangramento nas orelhas, 98
- por Sarcocystis spp., fármacos usados no
tratamento das, 73
Inseto vetor de Trypanosoma cruzi, 21
LLeishmania, 8
- chagasi, formas promastigotas de, 9
- ciclo biológico de, 4
- infantum, 8
- - canina, reação de imunofluorescência indireta
positiva para, 9
Leishmania sp., formas amastigotas de, de aspirado
de medula óssea de cão, 8
Leishmaniose, 3-18
- amazonensis, 14
- felina, 13-18
- - sinais clínicos, 14
- - técnicas diagnósticas, 15
- - tegumentar, 14
- visceral canina, 3-12
- - ciclo(s), 3
- - - biológico de Leishmania, 4
- - - epidemiológicos, 3
- - diagnóstico, 7
- - - métodos moleculares, 9
- - - parasitológico, 7
- - - sorológico, 8
- - etiologia, 3
- - morfologia, 4
- - patogenia, 6
- - profilaxia, 10
- - reservatórios, 4
- - sinais clínicos, 7
- - transmissão, 5
- - - horizontal direta, 5
- - - horizontal indireta, 5
- - - vertical, 5
Lesão(ões) nodular(es) em gato com
leishmaniose, 14
- amazonensis, na orelha, 14
- tegumentar, no nariz, 14
Leucócito, gamonte de Hepatozoon canis em, de
cão, 88
MMacho de Amblyomma aureolatum, 95
McMaster, câmara de, 124
Medula óssea de cão, formas amastigotas de
Leishmania spp. de aspirado de, 8
Meio de cultura liver infusion tryptose, 8, 20
Membrana plasmática, 48
Membro anterior, petéquias no, cão infectado por
Rangelia vitalii apresentando, 98
Método(s) (ver também Técnica)
- de centrifugoflutuação direta com solução de
Sheather, 126
- de concentração por flutuação, 64
- - cistos de Giardia obtidos pelo, 34
- - oocisto não esporulado de Cystoisospora felis
obtido pelo, 64
- de Faust, 122
- de purificação, concentração e esporulação de
oocistos, 126
- de Sheather, 124, 126
- de Ziehl-Neelsen, 130
Metronidazol, 36
Microbiota intestinal, 113
- função da, e probióticos, 111
- microrganismos da, de cães com potencial
probiótico, 113
Micronemas, 48
Micrópila, 48
Microrganismos da microbiota intestinal de cães
com potencial probiótico, 113
Microscopia eletrônica de transmissão, 42
Microtúbulos, 48
Mitocôndria, 48
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Mucosa oral, palidez da, em animais infectados, 81
- com Babesia, 81
- com Rangeli vitalii, 99
NNariz, lesão nodular no, em gato com
leishmaniose tegumentar, 14
Necropsia, achados de, 100
Neospora caninum, cistos de, obtido por
imuno-histoquímica, 60
Neosporose, 57-62
- ciclo biológico, 58
- controle e profilaxia, 60
- diagnóstico, 59
- - pesquisa direta, 59
- - pesquisa indireta, 60
- epidemiologia, 58
- morfologia, 57
- patogenia, 59
- sinais clínicos, 59
- transmissão, 58
- tratamento, 60
Nitazoxanida, 69
OOlhos, áreas de alopecia ao redor dos, e
leishmaniose canina, 7
Oocisto(s), 48, 72
- de Cryptosporidium corados pela técnica de
Ziehl-Neelsen, 69
- de Cystoisospora, dimensões de, que parasitam
cães e gatos, 64
- esporulado, 72
- - contendo dois esporocistos, 64
- - de Cystoisospora felis, 64
- - de Sarcocystis spp., 72
- método de purificação, concentração e
esporulação de, 126
- não esporulado, 64
- - com esporante, 64
- - de Cystoisospora felis obtido pelo método de
concentração por flutuação, 64
Oocistograma, 124
- metodologia do, 125
Orelha(s), 98
- lesões nodulares na, em gato com leishmaniose
amazonensis, 14
- sangramento nas, cão infectado por Rangelia
vitalii apresentando, 98
PPalidez da mucosa oral em animais infectados, 99
- por Babesia, 81
- por Rangeli vitalii, 99
Parasitoses, probióticos nas, 112
Paromomicina, 69
PCR, 100
- mapa parcial do Brasil, demonstrando os relatos
de rangeliose por morfologia e por, 96
- para diagnóstico de toxoplasmose, 138
- para diagnóstico de tripanossomíase, 137
Petéquias no membro anterior e infecção por
Rangelia vitalii, 98
Pirantel, 36
Pirimetaminas, 60
- e sulfadiazina, 53
Piroplasmas, 103
- comparação das espécies de, que parasitam cães
no Brasil, 94
- infeccão por, em gatos em diferentes estudos no
Brasil, 103
Plantas medicinais e fitoterápicos, 114
Polimerase, reação em cadeia da (ver PCR)
Ponazuril, 65
Potássio, bicromato de, 122
Praziquantel, 36
Probióticos, 111
- função da microbiota intestinal, 111
- microrganismos da microbiota intestinal de cães
com potencial probiótico, 113
- nas parasitoses, 112
Protocolos terapêuticos, 100
- para cytauxzoonose, 107
- para tratamento da rangeliose, 100
Protozoário(s), 94
- flagelados, enfermidades causadas por, 1-44
- - giardíase, 33-40
- - leishmaniose, 3-18
- - - felina, 13-18
- - - visceral canina, 3-12
- - tricomoníase felina, 41-44
- - tripanossomíases, 19-32
- infecções por, tratamentos alternativos
das, 109-118
- - plantas medicinais e fitoterápicos, 114
- - probióticos, 111
- - - função da microbiota intestinal, 111
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- - - microrganismos da microbiota intestinal de
cães com potencial probiótico, 113
- - - nas parasitoses, 112
- Rangelia vitalii no interior de hemácia, 94
- técnicas diagnósticas das enfermidades causadas
por, 119-140
- - de hemoparasitoses, 133-136
- - moleculares e sorológicas, 137-140
- - parasitológicas para exame fecal, 121-132
Purificação, método de, concentração e
esporulação de oocistos, 126
RRangelia, 94
- ciclo biológico, 97
- vitalii, infecção por, 95
- - animais apresentando palidez das mucosas oral
e conjuntival, 99
- - cão apresentando petéquias no membro
anterior, 98
- - cão apresentando sangramento nas orelhas, 98
- - esquizontes em endotélio vascular condizentes
com, 94
Rangeliose, 93-102
- achados de necropsia, 100
- alterações, 98
- - bioquímicas, 99
- - hematológicas, 98
- ciclo biológico, 97
- diagnóstico, 99
- - clínico, 99
- - epidemiológico, 99
- - esfregaço sanguíneo, 99
- - formas de, 101
- - PCR, 100
- epidemiologia, 95
- etiologia, 93
- histórico, 94
- mapa parcial do Brasil, demonstrando os relatos
de, por morfologia e por PCR, 96
- patogenia, 97
- profilaxia, 101
- sinais clínicos, 97
- tratamento, 100
Reação de imunofluorescência indireta (ver RIFI)
Reação em cadeia da polimerase (ver PCR)
Reagentes, fórmulas de corantes e, 131
Reservatórios, 21
- leishmaniose visceral canina, 3
- Trypanosoma, 26
- - cruzi, 21
- - evansi, 26
Retículo endoplasmático, 48
Rhipicephalus sanguineus, 78
RIFI, 139
- para Leishmania infantum canina, 9
- para diagnóstico de toxoplasmose, 139
- para Trypanosoma cruzi em cão, 24
Róptria, 48
SSangramento nas orelhas, cão infectado por
Rangelia vitalii apresentando, 98
Sangue, 137
- amostras de, 133, 137
- técnica de distensão, 134
Sarcocistose, 71-74
- ciclo biológico, 71
- diagnóstico, 73
- epidemiologia, 72
- etiologia, 71
- morfologia, 71
- patogenia, 72
- profilaxia, 73
- sinais clínicos, 72
- tratamento, 73
Sarcocystis, 71
- ciclo biológico, 71
- espécies de, e seus respectivos hospedeiros
definitivos e intermediários, 71
Sarcocystis spp., 72
- esporocisto de, 72
- oocisto esporulado de, 72
Secnidazol, 36
Sheather, solução de, 124
Solução, 122
- de Sheather, exames de flutuação fecal que
utilizam a, 124
- - de centrifugoflutuação direta, 126
- - oocistograma, 124
- de sulfato de zinco, 122
Sulfadiazina, 53
- e pirimetamina, 53
- e trimetoprima, 60, 65
Sulfametoxazol e trimetoprima, 65
Sulfato de zinco, solução de, 122
Sulfatrimetoprima, 53
Sulfonamidas, 60
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TTecido, 60
- cardíaco, corte de, corado com hematoxilina e
eosina, 94
- cerebral de bovino infectado, cistos de Neospora
caninum obtido por imuno-histoquímica de, 60
Técnica(s) (ver também Método)
- de esfregaço, 135
- - de fezes, 128
- - de fragmento de coágulo, 135
- - de sangue direto, 134
- de Ziehl-Neelsen, 69
Técnicas diagnósticas, 121-136
- de hemoparasitoses, 133-136
- - coleta e remessa de amostras de sangue, 133
- - de coloração, 135
- - - de Giemsa, 135
- - - de Wright, 135
- - de distensão, 134
- - - da gota do coágulo, 135
- - - de sangue, 134
- - de esfregaço de fragmento de coágulo, 135
- moleculares, PCR, 137
- - para toxoplasmose, 138
- - para tripanossomíase, 137
- parasitológicas para exame fecal, 121-132
- - coleta, 121
- - conservação e remessa, 121
- - de coloração de Ziehl-Neelsen modificada por
Angus, 128
- - de flutuação fecal, 122
- - - de Faust e colaboradores, 122
- - - que utilizam a solução de Sheather, 124
- - de purificação, concentração e esporulação de
oocistod, 126
- - direto, 122
- - material, 121
- sorológicas, 139
Terapias alternativas para infecções por
protozoários, 109-118
- plantas medicinais e fitoterápicos, 114
- probióticos, 111
- - função da microbiota intestinal, 111
- - microrganismos da microbiota intestinal de
cães com potencial probiótico, 113
- - nas parasitoses, 112
Toltrazuril, 53, 65, 73
Toxoplasma gondii, 47
- ciclo biológico, 48
- - enteroepitelial, 48
- - extraintestinal, 49
Toxoplasmose, 47-56
- ciclo biológico, 48
- diagnóstico, 52
- - métodos moleculares, 53
- - parasitológico, 52
- - sorológico, 52
- epidemiologia, 49
- imunidade, 50
- - celular, 50
- - humoral, 50
- morfologia, 47
- patogenia, 51
- PCR para, 138
- profilaxia, 53
- RIFI para, 139
- sinais clínicos, 51
- - em caninos, 52
- - em felinos, 51
- tratamento, 53
Transmissão, 58
- da leishmaniose visceral canina, 5
- da neosporose, 58
- microscopia eletrônica de, 42
Traquizoítos, 47
Triatoma infestans, 21
Tricomoníase felina, 41-44
- biologia, 41
- ciclo biológico, 42
- diagnóstico, 43
- epidemiologia, 42
- morfologia, 41
- patogênese, 42
- sinais clínicos, 42
- tratamento, 53
Trimetoprima, 65
- e sulfadiazina, 60, 65
- e sulfametoxazol, 65
Trypanosoma cruzi, 20
- forma amastigota de, em imprint de baço de
cão, 20
- forma epimastigota da cepa Y de, em meio liver
infusion tryptose, 20
- forma tripomastigota da cepa Y de, em esfregaço
sanguíneo de camundongo, 20
Tripanossomíase(s), 19-32
- americana, 19
- - ciclo biológico, 22
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- - morfologia do Trypanosoma cruzi, 19
- - - forma amastigota, 19
- - - forma epimastigota, 20
- - - forma tripomastigota, 20
- - patogenia, 22
- - por Trypanosoma caninum, 28
- - - diagnóstico, 29
- - - morfologia, 28
- - - vetores, 29
- - por Trypanosoma evansi, 26
- - - controle, 28
- - - diagnóstico, 29
- - - morfologia, 27
- - - patogenia, 27
- - - reservatórios, 26
- - - sinais clínicos, 27
- - - tratamento, 28
- - profilaxia, 26
- - reservatórios, 21
- - sinais clínicos, 23
- - tratamento, 25, 36
- - vetores, 20
- PCR para, 137
Tritrichomonas foetus, 42
- ciclo biológico, 42
- corte longitudinal de, 42
- detecção de, 43
- trofozoíto de, 42
Trofozoíto, 19
- de Giardia, 33
- - fixados e corados por Giemsa, 34
- de Tritrichomonas foetus, 42
Trypanosoma, 27
- caninum, 28
- - diagnóstico, 29
- - morfologia, 28
- - vetores, 29
- cruzi, 19, 137
- - forma amastigota, 19
- - forma epimastigota, 20
- - forma tripomastigota, 20
- - reação de imunofluorescência indireta para, em
cão, 24
- detecção de, 138
- evansi, 26
- - controle, 28
- - diagnóstico, 28
- - morfologia, 27
- - patogenia, 27
- - reservatórios, 26
- - sinais clínicos, 27
- - tratamento, 28
- PCR para, 137
- rangeli, 137
VVetores, 20
- Trypanosoma, 20
- - caninum, 28
- - cruzi, 20
WWright, coloração de, 135
ZZiehl-Neelsen, método de, 69, 128, 130
Zinco, sulfato de, solução de, 122
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Áreas de interesseMedicina VeterináriaParasitologia
9 7 8 8 5 8 4 1 1 0 1 2 4
Enfermidades Parasitáriaspor Protozoários
em Pequenos Animais
Cláudia de Mello RibeiroOrganizadora
Enfermidades Parasitárias por Protozoários em
Pequenos Animais
Cláudia de Mello Ribeiro
O interesse por animais de companhia tem aumentado e cães e gatos predominam na preferência de quem se dispõe a adquiri-los. Como as parasitoses causadas por protozoários estão entre as doenças mais frequentes e importantes em cães e gatos, o contato entre esses animais e os proprietários impõe a necessidade de mais cuidados. Isso porque esses microrganismos podem representar uma fonte de agentes responsáveis por zoonoses.
O propósito de Enfermidades Parasitárias por Protozoários em Pequenos Animais é fornecer aos pro-fissionais desta área subsídios sobre a biologia dos protozoários, além da patogenia, do diagnóstico e do tratamento das enfermidades causadas por esses parasitos. Assim, visa a auxiliar os discentes que acompanham a disciplina de doenças parasitárias e também os clínicos responsáveis pela melhora da saúde dos pequenos animais.
Dividido em cinco partes, o livro aborda:
Enfermidades causadas por protozoários flagelados.
Enfermidades causadas por coccídios.
Enfermidades causadas por hematozoários.
Tratamentos alternativos das infecções por protozoários.
Técnicas diagnósticas das enfermidades causadas por protozoários.
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