apostila 2 - d. parasitárias

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999APOSTILA 2 - DOENÇAS PARASITÁRIAS MOSCAS DO CHIFRE. Aula dia 24/09/2015 Haematobia irritans. Predileção: Base dos chifres; Orelhas; Pescoço; As fêmeas só deixam o animal para a oviposição. Ectoparasitas de maior importância econômica à pecuária. Brasil: Prejuízos econômicos estimados em US$ 150 Milhões Anuais. Importâncias das Moscas-dos-chifres: Não reside na quantidade de sangue extraído dos animais nem na transmissão de doenças; Machos e fêmeas, são parasitas obrigatório; Se alimentam exclusivamente de sangue, mais de 30 x ao longo do dia; Dezenas ou centenas de moscas podem causar grande incômodo e irritação aos animais. Parasitismo: Prejuízo a alimentação e repouso adequado dos animais; Expressivo gasto de energia; Perdas à produção; Redução no ganho de peso e na produção de leite; Danos ao couro; Problemas reprodutivos; Obs.: Cortisol influencia os outros hormônios reprodutivos. Prejuízo econômico: Gasto com controle da mosca; Despesas com produtos, mão de obra e eventuais gastos com equipamentos e instalações. Ciclo evolutivo da mosca-do-chifre: Ovos - Larvas (L1 - L3) - Pupas - AA.

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Page 1: Apostila 2 - d. Parasitárias

999APOSTILA 2 - DOENÇAS PARASITÁRIAS

MOSCAS DO CHIFRE.Aula dia 24/09/2015

Haematobia irritans.

Predileção:

Base dos chifres;Orelhas;Pescoço;As fêmeas só deixam o animal para a oviposição.

Ectoparasitas de maior importância econômica à pecuária.

Brasil:Prejuízos econômicos estimados em US$ 150 Milhões Anuais.

Importâncias das Moscas-dos-chifres:Não reside na quantidade de sangue extraído dos animais nem na transmissão de doenças;Machos e fêmeas, são parasitas obrigatório;Se alimentam exclusivamente de sangue, mais de 30 x ao longo do dia;Dezenas ou centenas de moscas podem causar grande incômodo e irritação aos animais.

Parasitismo:

Prejuízo a alimentação e repouso adequado dos animais;Expressivo gasto de energia;Perdas à produção;Redução no ganho de peso e na produção de leite;Danos ao couro;Problemas reprodutivos;Obs.: Cortisol influencia os outros hormônios reprodutivos.

Prejuízo econômico:Gasto com controle da mosca;Despesas com produtos, mão de obra e eventuais gastos com equipamentos e instalações.

Ciclo evolutivo da mosca-do-chifre:Ovos - Larvas (L1 - L3) - Pupas - AA.Obs.: Não utilizar vários tipos de inseticidas (várias moléculas), por que os insetos adquirem imunidade.Depende do hospedeiro;Passa toda sua vida (3 semanas) sobre os animais, preferencialmente sobre os Bovinos;

Em menos de 24 horas:As Larvas iniciam seu desenvolvimento nas fezes;

Em poucos dias:Larvas encontram-se desenvolvidas e atingem a fase de pupa;Sofrem metamorfose para a formação da mosca;

Page 2: Apostila 2 - d. Parasitárias

Sai a procura de hospedeiros, reiniciando o Ciclo.

Ciclo biológico:"Besouro rola-bosta" - AMIGOOcorre rapidamente;Mais rápido quando a temperatura for elevada;

Período de ovo e adultos:9 à 10 dias nos meses mais quentes;Até algumas poucas semanas, durante o inverno.

Condições climáticas na maior parte do país:Desenvolvimento da mosca-do-chifre durante praticamente todo ano;Épocas de maiores infestações;Associadas a períodos quentes e a ocorrência de chuvas moderadas;Infestações severas: 5 a 10 mil moscas por Bovino.

Produtos carrapaticidas foram utilizados com sucesso no controle da mosca;Não havia produtos indicados para esses sítios;Classe inseticida mais representada no mercado: Piretróides inseticidas.

Controle:Extremamente dependente dos inseticidas;Seleção de populações resistentes;Crescente o numero dos níveis de resistência;Maior número de inseticidas e de suas classes;Uso de inseticidas no início e no final da estação chuvosa.Brinco na mosca: Efetiva por até 4 meses, depois, a partir de 4 meses, cai a concentração e os insetos adquirem imunidade, se tornando resistentes ao princípio ativo.Diazinon: (Tóxico).Besouros coprófagos (Rola Bosta)Controle biológico com Rola-bosta é necessário 100 casais de besouro na propriedade.

As moscas mais importantes na medicina veterinária:

Diferentes agentes:Infecções podem atuar como vetores de outras enfermidades;

Moscas (ordem/subordem: Díptera)CyclohrraphaMutucas: Ordem / subordem: DípteraMusca doméstica: Stomoxys calcitrans, Cochliomyia hominivorax, Cochliomyia macellaria, Haematobia irritans.Queda na produção seja pela irritação do animal ou pela veiculação de outras agentesMosca (Lucilia illustris)

Stomoxys Calcitrans:Mosca de hábitos hematófagos;Provocando estresse no animal;Tentar se livrar desse agente interrompendo constantemente a alimentação e o descanso;Pode atuar como veiculador de parasitas sanguíneos.*Efetua a postura onde há acumulo de resíduos orgânicos de origem vegetal ou animal, em processos de decomposição ou fermentação.

Page 3: Apostila 2 - d. Parasitárias

Ciclo Biológico:Confinamentos presença frequente nos cochos e restos de alimentos;Produção de matéria orgânica --> sensível ao sol --> ambiente propício (ausência de sol e umidade)Compostagem pode servir como substrato;Localização: Membros, ventral ao abdômen, parte mais baixa do corpo.

Musca doméstica: Não doméstica;Grande capacidade de veiculação de outros agentes infecciosos;

Pecuária Bovina:Mamite e onfaloflebite (inflamação da veia umbilical);Veiculação de agentes;Desenvolvimento da fase larval ocorre no tecido do hospedeiro;

Larvas podem ser:Biontófagas: Alimentam-se de tecido vivo.Necrobiontófagas: Alimentam-se de tecido morto.

Miíases: Classificadas em superficiais ou internas, primárias e secundárias.Miíase Superficial: Larvas se desenvolvem na derme e tec. Subcutâneo.

Mosca do Berne: Dermatóbia hominisBiontófaga

Ciclo de vida (biológico):Família Calliphoridae:Moscas coloridas, metabólicos azul ou verde.

Espécie de interesse:Cochliomyia hominivoraxCausa miíase:Desenvolve-se várias larvas em uma lesão.Remoção mecânica.

Miíases internas:Cochliomyia hominivorax;Cochliomyia macellaria;Larvas biontófagas.

Prevenção:

Deixar as casinhas, potes de água, ração em ambiente limpo, seco, bem arejado e na sombra;Higiene do local onde o animal vive;Retirando sempre as fezes;Lavar calçadas e paredes;A água que o cão bebe: trocar 3 vezes ao dia.CitronelaColeira.

Larvas necrobiontófagas:Se alimentam de tecido morto;

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Moscas da família Sarcophagidae

Família SarcophagidaeEspécie de interesse:Sarcophagidae spp.

AA. Alimentam-se de fezes, animais mortos e sucos de frutas.

Aula dia 01/10/2015

Família Gasterophilidae

DANOS AO HOSPEDEIRO

Indiretos: Mosca:

Irritados pela presença das moscas, não se alimentam adequadamente e perdem peso. Tentam se proteger da mosca.

Larvas:

Perfuração no lábio: coceira e irritação. Para se livrarem da irritação mergulham a boca na água ou esfregam lábios e narinas contra o solo, cercas, pedras provocando vários ferimentos e dilacerações.

Diagnóstico:

L3 nas fezes (intermitente)

Tratamento:

Para um controle desse parasita, é necessário a eliminação das moscas como também a utilização de drogas específicas como tricorflon; os anti-helmínticos/inseticidas diclorvos e ivermectina também são muito eficazes contra gasterófilos.

Oestrus ovis

Família: Oestridae

Ciclo evolutivo Oestrus ovis:

1. Realiza postura ao redor das narinas de ovinos;2. Posterior migração das larvas para os seios paranasais;3. Desenvolvimento até a fase de pupa;

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Mutucas:

Família Tabanidae;Importante agentes na criação de EQ. E de BO;Insetos de hábitos hematófagos e de picada muito dolorosa, provocando a fuga dos animais;Veiculam mecanicamente ag. Infecciosas;*(T. evansis, AIE, Anaplasmose) – Pode transmitir.

SARNAS:

TAXONOMIA:

FAMÍLIA SarcoptidaeGENERO SarcoptesFAMÍLIA DemodicidaeGÊNERO: Demodex

Agente: Sarcoptes scabiei. “Cria tuneis”, “escabiose”

Sarna Sarcóptica ou Escabiose.

É uma Zoonose;É mais comum nos cães;Intensamente pruriginosa;Transmissível para outras espécies (gatos, raposas, humanos)

Por contato direto e ambientes infestados

Fêmea: escava galerias no extrato córneo e deposita seus ovos;Excremento do ácaro responsáveis pelas reações de hipersensibilidade que levam ao prurido;S. scabiei no extrato córneo

Larvas e ninfas percorrem a pele;

Page 6: Apostila 2 - d. Parasitárias

Preferem locais com poucos pelos (orelhas, cotovelos, porção ventral do abdômen, tórax e pernas)Lesões assimétricas;Área com alopecia, escoriações e crostas;

Animais Deprimidos (Sistema imunológico debilitado, os animais ficam mais predispostos)Casos avançados: Hiperpigentação;Alguns cães: Eritema médio e escoriações ocasionais, sem lesões clássicas (raspados negativos);

Cães com escabiose (generalizada e localizada):

*Um dos sinais característicos da escabiose é a seborreia (produção excessiva de gordura).Generalizada: Eritema generalizado e alopecia, associados a perda da condição corporal e depressão. Prurido intenso.*Triatox (não por animal no sol pós uso, não deixar o animal se lamber, etc.).

Diagnóstico:História + exame físico + respostas a tratamentos anteriores;Raspado cutâneo;Evitar áreas com escoriações (paciente com prurido intenso, doenças em fase crônica, múltiplos banhos ou aplicações);Eosinofilia;

Tratamento:Tricotomia;Banhos com xampu ceratolítico 1 ou 2 x/semana por 8 semanas para remoção das crostas;Amitraz (2mL/1L água) após o banho com shampoo;Ivermectina 0,04 – 0,05 mL/g SC a cada 2 semanas ou 0,08 mL/Kg. SID VO até a obtenção de 3 raspados negativos por semana;

NÃO APLICAR IVERMECTINA: COLLIE, SHEEPDOG, SETTER!]Não usar Corticoides;Limpar o ambiente com pesticidas;Eliminar panos, tapetes, caixas de papelão, roupinhas

Diagnóstico diferencial:Dermatite de contato;Atopia;Hipersensibilidade alimentar;Dermatite por Malassezia;

Escabiose Felina:

Page 7: Apostila 2 - d. Parasitárias

Agente:

Notoedres cati;

Altamente contagiosa

Anmais de qualquer idade

Gatos raposas, cães, coelhos, humanos;

Lesões na borda da orelha e depois na face, pálpebras e pescoço;Pé e períneo;Hiperqueratose abundante;Forma crostas;Alopecia parcial;Prurido;

Gatos com Sarnas

Diagnóstico:Anamnese (os animais para de comer por causa do prurido);Raspados de pele:Acaros sarcpopticos felinos:

Notoedres catiMesma técnica para os caninosÊnfase: cabeça, face, orelhas

Diagnóstico diferencial:Sarna Sarcóptica;Atopia;Hipersensibilidade alimentar;

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Pênfigo foliáceo e eritematoso;Lúpus eritematoso sistêmico

Tratamento:Tricotomia;Banhos com vetridermeCuidado: Tóxico!Banhos com Amitraz (2mL/L. de água)Ivermectina 0,3 mg/kg SC 1 ou 2 X/semana por 2 meses.

Acaro Otodectes cynotes

Parasita as glândulas Sebáceas do conduto auditivoPrurido;Irritação;O cão geme, sacode violentamente a cabeça e coça até escarificar a pele;

Formação de crostas devido a escarificação

Diagnóstico:

Observação dos sintomas;Observação do ácaro no interior da orelha com otoscópio; *Pode se ver até em olho nu.

Tratamento:

1. Aplicação de um ceruminolítico, para fluidificar o exsudato. Massagear para que ele penetre no conduto auditivo do animal;

2. Retirar o excesso e o exsudato com algodão limpo;3. Instilar produto acaricida;4. A sarna Otodécica é altamente contagiosa entre os animais, por isso todos os cães da casa/canil

devem ser tratados;

Sarna auricular em coelho:

Contágio rápido;Propagação entre todos animais em um curto período de tempo;

Page 9: Apostila 2 - d. Parasitárias

Psoroptes communis, Chorioptes cuniculis.Forte irritação no interior dos ouvidos;Inflamação;Formação de secreção espessa que, em poucos dias, torna-se serosa e amarelada;Doença não tratada: formação de crostas que se aderem à parte interna da orelha e causam o total fechamento do ouvido;Sangue e pus também são encontrados;Coelhos infectados:Fracos, emagrecem rapidamente, inclinam a cabeça para o lado doente e tentam coçar a orelha atacada com as patas; IMGMedidas profiláticas e de higiene;Manter a coelheira limpa;Não permitir a entrada de animais doentes na criação;Coelhos devem ser examinados periodicamente;Animal doente:Deve ser isolado imediatamente;Gaiola ocupada por ele deve ser desinfetada;

Sarna Demodécica:

Mais comum em raças como Buldogue Inglês, Yorkshire, Dobermann e Pinscher.A Doença surge quando a imunidade do animal está baixa;Ácaro Demodex habita a pele dos cães e encontra um ambiente favorável para reprodução elevada;Não faz galerias;Ácaro associado com a bactéria Staphylococus aureus;Ácaros criam as condições necessárias para o desenvolvimento da bactéria;Registrados casos da presença de Demodex em órgãos internos do cão, tais como pulmão, fígado, rim, bexiga, parede intestinal, baço e principalmente, nódulos linfáticos.Atingem os órgãos internos pela circulação linfática e sanguínea;Transmitida das mães aos filhotes;Defeito imunológico celular onde a qualidade dos linfócitos T específicos para o combate a este ácaro está prejudicada;Contato:Estreito e prolongado para que haja transmissão;Amamentação: ácaro passa da mão para os filhotes;Não há transmissão intra-uterina e nem na passagem pelo canal vaginal;Após o nascimento e início da lactação, entre 8 e 18 horas todos os filhotes já apresentaram o ácaro na região do focinho;D. canis faz parte da microbiota normal da pele do cão;Linfócitos T não defeituosos garantem a não proliferação do ácaro em animais sãos;IMG - representação diagramática do habitat de demodecídeos (Demodex spp.)Maior quantidade de ácaros causará danos e deslocamento das hastes dos pelos e queda do pelo, desde o folículo;Ácaros Demodex são encontrados normalmente em número pequeno

Fatores predisponentes:

Estresse;Cio;Gestação;Sede, fome, abandono;

Page 10: Apostila 2 - d. Parasitárias

Cirurgia, transportes e mudanças ambientais;Imunossupressão;

Formas de manifestação:

Demodicose juvenil: cães jovens com susceptibilidade genética;Adulta: cães imunossuprimidos.

Quadro clínico:Quadro clínico quando é localizada:

Cães com menos de 1 ano;90% dos casos se resolve de forma espontânea;1 a 5 áreas de alopecia;Graus variados de eritema;Hiperpigentação e descamação;Curso benigno;Maioria dos casos: resolução espontânea;IMG’s.

Quadro Clínico quando é Generalizada:

Geralmente começa na fase infantil (3 a 18 meses)Sem tratamento o animal leva a doença para a fase adulta – Fase CrônicaQuando aparecem no cão adulto: sinais de problemas sistêmicos.Quadro Clínico quando é generalizada:Mais de 5 áreas de alopecia forem observadas ou se todo o corpo for acometido;Forma severa da manifestação da doença;Lesões costumam agravar-se por infecções secundárias (bactérias e leveduras);Pododermatite, Malasseziose generalizada...

Diagnóstico:

Raspado de pele;Presença de um grande nº destes ácaros;Às vezes é preciso realizar o exame mais de uma vez para se ter a confirmação;

Exames para parasitas

Ácaros demodédcicos:Múltiplos raspados de novas lesõesApertar a pele acometidaRaspados profundosFalsos negativosBiopsias de pele podem ser uteisImpressão em fita adesiva (IFA)Beliscamento da pele lesionada para externação dos ácaros do folículo piloso;Decalque da face adesiva da fita sobre a área pressionada;

Tratamento:

Convencionais:Ivermectina;

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Milbemicinas (Interceptor);Doramectinas;Metaflumizonas (Promeris);Amitrazinas (Amitraz)Antibióticos: infecções secundárias bacterianas;*Comercial Advocate – segurança do fármaco. IMG.

Demodicose em Gato:

Demodex cati: que ocasiona a demodicose folicular;D. gatoi: responsável pela demodicose superficial;Ocorrência no gato é rara.Sinais clínicos inespecíficos;Forma generalizada: geralmente está associada a infecção pelos vírus da imunodeficiência felina (FIV) ou da Leucemia Felina (FeLV)IMG’s.

Tratamento:

Amitraz a 0,0125%, aplicados semanalmente, para os casos de sarna Demodécica generalizadas;Efeitos colaterais: sedação discreta, salivação e o auto isolamento por aproximadamente 12 horas;CUIDADO!!

Foto gato com midríase e Sialorréia por banho de Amitraz IMG

Demodicose bovina:

Demodex bovisForma subclínica crônica:Número reduzido de pequenos nódulos; - mais comum;Danos na pele;Prejuízos na comercialização do couro;Generalizada:Dezenas e/ou centenas de nódulosPode ser fatal;Progressiva multiplicação dos ácarosOriginam alargamento dos folículos pilosos e das glândulas sebáceas, formando nódulos;IMG.

Nódulos:

Contém material caseoso;Milhares de ácaros em todos os estágios do ciclo biológico (ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adultos);Invasão secundária de bactérias e/ou fungos que agravam o quadro clínico;

Surto de demodicose bovina, associados com:

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Nutrição deficiente;Estresse fisiológico causado pela gestação e lactação;Presença de outras infestações/infecções;Diferenças raciais;Idade dos animais;Entre 6 e 12 meses: prevalência maior;Sexo: Fêmeas são mais parasitadas;

Brasil:

Citações de casos da forma subclínica;Estados de Pernambuco, São Paulo, Mato grosso, Minas Gerais e Rio de Janeiro;

Dia 15/10/2015

HABRONEMOSE

TAXONOMIA Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Ordem: Spirudidea Família: Spirudidae Gênero: Habronema Draschia

AGENTE Habronema micróstoma; H. majus; Habronema muscae; Drashia megastoma; Hospedeiros definitivos:

o Eqüinos, asininos, muares, zebras e camelos;

Hospedeiros intermediários:o Mosca doméstica;o Stomoxys calcitrans;

Raramente fatal; 4 formas de manifestação: cutânea, conjuntival, pulmonar e gástrica;

HABRONEMOSE CUTÂNEA Doença sazonal; Iinicio na primavera: aumento da população de moscas; Atinge o ápice no verão: aumento no numero de casos; “ferida de verão”; Acomete equinos de todas as regiões do Brasil;

Incidência Relacionada à deposição de larvas do nematódeo adulto habronema spp e drashia megastoma na

pele do animal;

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Lesões ocorrem mais nas regiões onde o cavalo não consegue remover as moscas; Localização comum: membros, ventre, canto medial do olho, prepúcio, processo uretral ou em

feridas abertas; Reação de hipersensibilidade à presença de larvas mortas na pele; Lesões podem ser solitárias ou múltiplas; Surgem como pápulas ou nódulos; Intensa destruição tecidual;

CicloLARVAS DEPOSITADAS SOBRE UMA FERIDA CUTÂNEA OU AO REDOR DOS

OLHOS↓

INVADEM OS TECIDOS↓

NÃO COMPLETAM SEU CICLO DE VIDA↓

ORIGEM A UMA DERMATITE GRANULOMATOSA;

Feridas cutâneas:o Difícil cicatrização;

Tecido de granulação:o Prejudica a formação do epitélio para contração das bordas;

Diagnóstico Raspado de pele ou biópsia da lesão; Identificação das larvas encontradas em lesões;

Tratamento Remoção do tecido: Feridas que não cicatrizam; Nódulos calcificados que causem transtornos estéticos; Aplicação de ivermectinas;

HABRONEMOSE CONJUNTIVAL Conjuntivite granulomatosa; Massas necróticas amareladas e pequenas sob conjuntiva; Neovascularização, edema e ulceração na córnea; Dor; Lacrimejamento; Obstruções no ducto nasolacrimal;

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Diagnostico Presença de larvas na conjuntiva; Necropsia;

Tratamento Limpeza do olho do animal com solução salina estéril; Pomada oftálmica com antibiótico;

Corticóide (cuidado!);

HEBRONEMOSE GÁSTRICA Redução de peso, queda de pêlo, diminuição do rendimento físico, ulceras gástricas, cólicas

sucessivas; Pode levar o animal à óbito; CICLO:

Larvas adultas no estomago↓

Depositam ovos e larvas imaturas que são excretadas com as fezes do animal ↓Ambiente: larvas são ingeridas por larvas do Hl

↓HL adulto pode depositar a larva infectante ao redor da boca do eqüino, que deglute o

parasita↓

Estomago: a larva infectante amadurece e chega ao estágio adulto

Ovos e as larvas não são facilmente visualizados no exame coproparasitologico; Xenodíagnostico: fezes do eqüino suspeito é colocada junto com ovos de moscas; Após 1 semana, as moscas já se tornaram adultas; Dissecadas no microscópio em busca do parasita; Lavagem gástrica com solução salina e exame desse lavado; Parasitas adultos, larvas ou ovos na necropsia;

Tratamento Anti-helminticos; Solução a 2% de NaOH para dissolver o “ plug mucoso” e abrir o nódulo de Draschia (quando for

este o parasita); Torna a droga anti-helmíntica mais eficiente;

HABRONEMOSE PULMONAR Geralmente assintomática; Alta carga parasitária: Aumento da produção de muco; Falta de ar;

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Febre.

Infestação Larvas depositadas próximo ao nariz migram para os pulmões; Granulomas parasitários próximos aos bronquíolos; Raramente, durante a migração larval pode ocasionar sinais de bronquite; Nódulos podem ficar cobertos por um material caseoso; Potros:

o Abscessos associados ao Rhodoccocus equi podem agravar o quadro;

Diagnostico Necropsia;

Prevenção Reduzir ou controlar a presença de vetores; Boa higienização do local; Uso de esterqueiras ou compostagem; Uso de repelentes; Vermifugação correta dos animais, evitando infestações primárias e reinfestações; Ivermectina dose de 0,2 mg/kg;

DIROFILARIOSE Chamada doença do verme do coração; Antropozoonose (doença primaria de animais que pode ser transmitida aos humanos) de cães, de

caráter crônico; Nematódeos do gênero Dirofilaria; Dirofilaria immitis: espécie mais conhecida; Dilofilárias: Nematódeos; Superfamília: Filaroidea; Família: Filariidae; Subfamília: Dirofilarinae; Gênero: Dirofilaria; D. immitis: Parasita do sistema circulatório (coração e grandes vasos), linfático, tecido subcutâneo, cavidade

peritoneal ou mesentério de cães, canídeos silvestres e, menos freqüentemente, gatos.

Epidemiologia Hospedeiro definifivos de Dirofilaria immitis: Cães (principal); Gato; Raramente humanos; Vários primatas não humanos; HI- mosquito Culicídeos Gêneros: Anopheles, Culex e Aedes

Page 16: Apostila 2 - d. Parasitárias

Desenvolvimento larvar aquático; Temperaturas médias: > 14°c;

Distribuição geográfica Zonas quentes e temperadas do globo; Adaptando-se a zonas de clima continental (transmissão estacional);

Fatores de risco Idade:

o A incidência é mais elevada em cães com idade compreendidas entre os 4 e aos 7 anos; Sexo:

o Machos mais afetados do que fêmeas; Habitat:

o Maior prevalência nos cães que vivem fora de casa do que naqueles que vivem no interior, uma vez que estão mais expostos às picadas dos mosquitos;

Cães de médio e grande porte são mais infectados do que cães menores;

Transmissão Após 6 a 8 meses de infecção: Microfilárias na circulação sanguinea; Cão doente: principal reservatório de Dirofilariose, permitindo a perpetuação da doença;

CICLOMosquitos ingerem as microfilárias circulantes L1

↓(L1>L2 e L2>L3) em 2 semanas nos túbulos de malpighi do mosquito

↓Forma infectante (L3) é transmitida quando o mosquito se alimenta do

sangue de um cão (HD)↓

(L3> l4 e 14>l5) são realizadas no tecido subcutâneo, adiposo e muscular em 3 meses

↓Formas adultas jovens adentram no sistema vascular, migrando para o coração e vasculatura pulmonar para a maturação final e reprodução

↓6-7 meses da infecção as fêmeas começam a liberar as microfilárias (L1)

Forma larval esta na circulação sanguínea (meses) e a forma adulta no coração; Tratar enquanto jovem.

Patogenia Presença dos adultos na artéria pulmonar e ventricular direito; Forma um enovelado que compreende inúmeros parasitas; O elevado n° de adultos na veia cava caudal causa um processo agudo mortal;

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Hipertensão pulmonar; ICC; Microfilária: podem obstruir capilares renais → Glomerulonefrite (deposição de imunocomplexos). Associada à obstrução física de vasos, câmaras cardíacas e válvulas pelos vermes adultos; Vermes mortos → podem se desprender → embolia pulmonar;

Tabela 1 - Sinais clínicos e classes da infecção por D. immitis (Adaptada de: AHWS, 2010) – FOTO IURY

Sinais clínicos Aparecem vários meses após o cão ter sido picado; Fase precoce da doença: Cão demonstra poucos sinais clínicos; Evolução com o tempo: Tosse crônica; Diminuição da tolerância ao exercício; Perda de peso; Posteriormente: o Dispneia;o Febre;o Ascite;

Morte dos parasitas; Pode levar à ocorrência de tromboses em vários órgãos;

Tratamento Avaliar todas as funções orgânicas; Dihidroclorato de melarsomina, tiacetarsamida remoção dos adultos podem surgir reações

toxica e embolia, restringir a atividade do cão por 2 a 6 semanas; Ivermectina, ditiazanina, levamisol remoção das microfilárias, podem surgir reações toxicas

ocasionais; Eventualmente remoção cirúrgica dos vermes adultos; Após tratamento → programa profilático;

Diagnóstico e prevenção Diagnostico laboratorial: Pesquisa de mocrifilárias no sangue (método de Knott modificado); Inspeção ao microscópio de amostra de sangue, após centrifugação; Sorologia para dirofiláriose (Elisa); Exames complementares: Radiografias e ecocardiograma; Medicamentos para prevenção da dirofiláriose;

Teste de knot – ver na net.

Nematoides pulmonares:22/10/2015

HD AGENTE FEZES H.I. LOCALIZAÇÃOBOVINOS Dictyocaulus viviparus L1

Page 18: Apostila 2 - d. Parasitárias

EQUINOS Dictyocaulus arnfield OVO + L1OVINOS Dictyocaulus filaria L1CAPRINOS Muellerius cappilaris L1 CARAMUJOS E LESMASSUÍNOS Metastrongylus sp OVO MINHOCAFELINOS Aelurostrongylus abstrusus L1

Vermes adultos detectados nos Brônquios e nos bronquíolos – IMG.

Dictyocaulus viviparus:

Pneumonia Verminótica dos Bovinos ou bronquite Parasitária:Bovinos – jovens (1º ano de pastoreio)Forma infectante: L3Acomete: alvéolos, brônquios, bronquíolos, traqueia; Fezes: L1 [ no ambiente se desenvolve L2Ciclo Dictyocaulus viviparus – life cycleLarvas atravessam a mucosa intestinal, perfuram os capilares e se alojam nos linfonodos mesentéricos (até se tornar L4);Seguem dos linfonodos, pelas vias linfáticas e sanguíneas (veia cava, coração, arteríolas pulmonares) para os brônquios, bronquíolos e alvéolos:Atingem a maturidade sexual;Fêmeas iniciam a ovipostura;Ovos são transportados com o exsudato, através (faltou – foto)

Período pré-patente: (período que decorre entre a penetração do agente etiológico e o aparecimento das primeiras formas detectáveis do agente etiológico.

Patogenia: Fase de penetração – 1º ao 7º dia (sem sintomas) Fase pré-patência – 8º ao 25º dia (larvas nos alvéolos e bronquíolos infiltrado eosinófilico [espumoso] –

eosinófilos, macrófagos e neutrófilos – [alveolite - bronquite] Fase de patência – 25º ao 60º dia (grande quantidade de muco, adultos eliminando ovos que são aspirados

com larvas

Período patente - Período de grande exposição aos parasitos;

Fase de pós patência: 61º ao 90º dia;Eliminação dos vermes adultosEpitelização pulmonarFibrosamento dos brônquiosEdema e enfisemaPneumonia intersticial aguda (aspiração de produtos de vermes mortos)Antígenos produzidos pelos vermes mortos estimulam a formação de IgEMortes;

Sinais clínicos:TosseAumento da F.R.Perda de peso

Page 19: Apostila 2 - d. Parasitárias

ApatiaInfecções secundárias (raras em bovinos)Mortes Adotam uma posição típica (IMG).

Diagnóstico diferencial:Sintomas D. vivipatus Pneumonia infecciosa Febre Ausente ou moderada PresenteTosse Presente, exacerbada VariávelTaquipneia Presente VariávelCorrimento nasal Ausente Geralmente presente

Epidemiologia:

Bezerros jovens – primeiro anoAcomete vários animais da mesma idadeAdultos introduzidos de regiões livres do agenteClimas amenos e úmidosRegiões serranas e vales próximos a serrasRegião sudeste – outono-invernoAdultos – fonte de infecçãoImunidade sólida – contato com o agente

Pilobolus (papel importante na disseminação, Brasil tem pouco Pilobolus):Fungos nas fezes;Contribui para a disseminação das larvas;Capacidade de lançar as larvas a 1 metro de distância;Aumenta sua dispersão nas pastagens;

Controle:

Portadores assintomáticos;Permitir que o bezerro adquira imunidade;Larva sensível a temperaturas altas e pouca umidade;Tratamento após início dos sintomas;

Diagnóstico:

Histórico da regiãoSintomas clínicosPeríodo do anoLaboratorial – método de Baermann L1 nas fezes;Pós mortem – necropsia com encontro de verme nos pulmões (IMG)

L1 – FezesMétodo que detectava larvas vivas, através de hidrotropismo e termotropismo positivo.Larvas que saem do material (flatou – foto)

Tratamento:BencimidazóisLevamisolLactonas macrocíclicas

Vacina: Reino unido – 1961 - DICTOL

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Vacina irradiada (radiação - 400 Gy) - oral2 doses de vacina com intervalo de 4 semanas entre doses1000 Le vivas – atenuadasBezerros a partir de 3 meses de idade

Dictyocaulus arnfieldEspécie Prevalência Asininos 65%Muares 23%Equinos 4,45

Asininos – hospedeiros naturaisEquinos – infecção quando em contato com asininosBronquios bronquíolosOvos larvados nas fezes ou L1Jovens – mais susceptíveisAdultos – imunidadeInfecção assintomática – equinosTosse e hiperpnéia – asininos e muares (pós exercícios)Adultos – pequenos brônquios ( mucopurulento)Controle – tratamento de vermes pulmonaresNo tratamento não esquecer de tratar asininos e muares (ivermectina pasta ou gel; 1,5 g/100 kg)

Dictyocaulus filariaOvinos e caprinos Forma infectante L3Fezes L1Caprinos são mais susceptíveisCiclo, tratamento e diagnóstico = bovinosPatogenia – menos grave, porém é mais frequente o aparecimento de corrimento nasal e infecção secundária

Muellerius cappilarisOvinos e caprinosFezes: L1H.I. moluscos gasterópodes (mais de 40 espécies)Ciclo: fotoGeralmente – achado de necropsiaAdultos no tecido pulmonarFormação de nódulosCalcificação de nódulosLesões nodulares na superfície do pulmãoDiagnóstico: Baerman

Metastrongylus apriH.I. – minhocaAdultos: traqueia, brônquios e bronquíolosJovens: mais susceptíveisFezes: ovos L1 (suínos).Metastrongylus sp - Ambiente [ adequado e não adequado] img.

PREVENÇÃO E CONTROLE DE HRLMINTOS DE SUÍNOS:Utilizar taxa de lotação adequada;

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Separar animais por faixa etária;Estimular o uso de piso de cimento;Maternidade e leitõesDrenar adequadamente as pastagens;Utilizar sistemas de rotação de pastagens;Remover fezes;Usar esterqueiras;Realizar exames de fezes em períodos regularesUtilizar sistema de vermifugação preventiva;Manter nível adequado de nutrição dos animais;Estimular a criação de raças geneticamente resistentes;Metastrongylus sp:

Leitões jovens – menores de 6 anosTosse ruidosa, dispneia, corrimento nasalPneumonia secundáriaMinhocas infectadas por vários anosNódulos acinzentados na mucosa ( 2 a 4 mm)Diagnóstico: ovos larvados nas fezes (flutuação)Tratamento: benzimidazóis, levaminasol, lactonas macrocíclicas.

Aelurostrongylus abstrusus:Pqrenquima pulmonar felídeos – pneumonia granulomatosaCiclo heteroxênicoHospedeiro intermediário: moluscosHospedeiros paratênico: roedores, aves e répteisFoto.

Verminose pulmonar dos felinosFormação de trombos ovos nos ramos das artériasHipertrofia muscular (brônquios)Achados de necropsiaBaixa patogenicidadeBoa recuperação após tratamentoDiagnóstico: método de BaermanExame do esputo e esfregaços faríngeosNódulos pequenos na superfície do pulmão

Aelurostrongylus spTosse esputo (escarro) mucoide, espirrosDificuldade respiratória frequente após exercíciosTratamento:Fenbendazole (50 mg/kg, VO, BID por 10 14 diasIvermectina (400 µg/kg SC, 1x)Ptiose:Parte dois da aula (fotos no celular da primeira parte)