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Portugal Inovador

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ril 4Portugal Inovador

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69Especial Montijo

6Especial Guimarães Marca

57Ensino e Formação

42Turismo e MarketingTerritorial

8SoguimaComa peixe com a garantia da qualidade de uma marca portuguesa

10Clínica Dr. Diogo CunhaExpoente em implantologia e reabilitação oral estética

60Colégio João Paulo IIValores e futuro

6Guimarães MarcaProjeto de afirmação e promoção da indústria

Propriedade: Página Exclusiva – Publicações Periódicas, Lda * Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 * Fax: 22 502 39 08Site: www.revistaportugalinovador.pt * Email: [email protected]: Mensal * Distribuição: Gratuita com o Jornal “Público” * Preço Unitário: 4€ / Assinatura Anual: 44€ ( 11 números) Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor.A paginação é efectuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da Revista e o editor não se responsabiliza pelas inserções com erros ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes.

81Reciclagem:Gestão e Valorização

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O Presidente da República comofator de estabilidade

Como é óbvio, a distribui-ção de competências prevista na Constituição da República Portuguesa não confere à figura do Presidente da Re-pública uma participação ativa no processo executivo ou legislativo. Em todo o caso, no nosso regime semipre-sidencial, é uma figura que concentra poderes como a promulgação ou veto de leis e, no limite, a demissão de um governo e dissolução do parlamento.

Quando se pensa no pa-pel dos nossos agentes polí-ticos no futuro económico da nação, essa reflexão dirige--se, normalmente, aos que intervêm de uma forma direta na produção de legislação e no funcionamento das institui-ções públicas que possam vir ao caso. Em Portugal, a dita reflexão prende-se particu-larmente com a relação entre o enquadramento normativo que baliza a atividade das empresas e os seus efeitos na competitividade da eco-nomia nacional. Uns defen-dem reformas liberalizantes, partindo da premissa de que isso poderá tornar o país mais atrativo para os investidores, e outros nem tanto, colocando a tónica noutro tipo de preo-cupações.

Seja como for, o que é consensual é que é preciso que se faça alguma coisa. Independentemente do po-sicionamento ideológico de cada um, o que também fa-cilmente merecerá o acordo de todos é que as mudanças e atualizações devem acon-tecer, sim, mas dentro de uma tendência que se afigure estável e coerente. Ora, não é isso que tem acontecido na história recente do país. Não apenas nas medidas de âmbito económico como nas que têm que ver com os mais diversos domínios (os quais, evidentemente, tam-bém interferem na economia). Na economia, na educação, na justiça e no restante, os governos sucedem-se desfa-zendo o legado dos respetivos antecessores.

Acontece que este quadro de imprevisibilidade é tudo menos um incentivo para que alguém venha deixar aqui o seu dinheiro. Tão ou mais importante, quiçá, que o conteúdo da produção legisla-tiva será a tendência que ela apresenta ao longo do tempo. Tão ou mais importante do que termos uma taxa de IRC a 15% ou a 20% será a for-ma como nos apresentamos como um país de confiança,

Editorial

que não anda para trás e para a frente e que dá seguimento ao que diz.

Atendendo a isso, e não havendo uma cultura de com-promisso e de consenso no nosso diálogo interpartidário, a figura do Presidente da Re-pública tem uma importância acrescida. Se a dimensão mais visível do seu eventual papel em termos económicos está na forma como anda a “vender” o país como um local de gente simpática, a mais determinante estará na sua função de árbitro entre as dife-rentes forças políticas, assim como numa interpretação das suas responsabilidades que contribua para induzir o país no caminho da estabilidade.

Vitor Meirinho

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ril 6Portugal Inovador

Guimarães é um território onde a indústria tem bastante representatividade, acolhendo cerca de 60% do trabalho ativo. O têxtil é o setor de atividade predominante, mais concretamente, o têxtil-lar, sendo a região do Vale do Ave um dos maiores clusters mundiais deste ramo de ativida-de. As indústrias de vestuário, cutelaria e calçado detêm igualmente uma grande expressão e importância para o concelho.

Realce-se que a cidade minhota foi já classificada como sendo o 8º melhor concelho português para negócios (Bloom Consulting City Brand Ranking Portugal 2016), re-flexo da ampla diversidade da indústria que acolhe, desde produtos tecnológicos, cartonagem, produtos alimentares, equipamentos de refrigeração, e atividades inteiramente relacionadas a Investigação & Desenvolvimento.

Com o intuito de reforçar a ideia de Guimarães como um território de oportunidades para investir, reconhecendo a qualidade e excelência dos produtos que nascem e se

“Guimarães Marca”: projeto de afirmação e promoção da indústria

Reforçar a ideia de Guimarães como um território de oportunidades para investir, reconhecendo a qualidade e excelência dos produtos que nascem e se desenvolvem na cidade, levando o seu selo de prestígio além-fronteiras, é o objetivo desta ação concertada entre o município e 42 empresas.

desenvolvem na região, a Câmara Municipal de Guimarães deu asas à ação Guimarães Marca. Este é um projeto de afirmação e promoção da indústria do concelho, cruzando-a com uma vertente de turismo cultural e industrial que asso-cia a imagem de dinamismo industrial à história da cidade. As empresas associadas são organizações de prestígio, com uma posição de liderança em setores como o têxtil--lar, calçado, cutelaria, vestuário e cartonagem, a nível

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Portugal Inovador

nacional, e que, na sua maioria, exporta 90% do produto. “Quem adere ao Guimarães Marca beneficia da promo-

ção em rede a nível global e reforça a sua presença nos mercados-alvo de exportação, porque a excelência é, sem dúvida, a Marca que distingue Guimarães”, refere Ricardo Costa, vereador da Câmara Municipal de Guimarães e responsável pelo projeto Guimarães Marca.

À Câmara Municipal de Guimarães, através da Divisão de Desenvolvimento Económico, compete a gestão do site oficial e página de facebook, que contêm todas as informações e novidades do projeto e empresas/entidades associadas. A produção de um catálogo anual serve como um roteiro turístico industrial complementar ao cultural, direcionado sobretudo a quem visita Guimarães e deseja conhecer a sua atividade empresarial e económica. Cada uma das empresas do projeto vai ter a oportunidade de ocupar a loja física do projeto, Pop Up Store, inaugurada no passado mês de fevereiro, facto que permitirá às em-presas divulgar e vender os seus produtos. Faz também parte do plano da organização a realização de um evento de celebração “Guimarães Marca”, com a presença das empresas/entidades associadas, órgãos de comunicação social e investidores nacionais e estrangeiros.

Já em janeiro deste ano, o projeto Guimarães Marca marcou presença na Heimtextil, considerada a maior feira mundial de têxtil-lar, em Frankfurt; e estará também representado na MICAM, feira de referência na área do calçado, em Milão, assim como na Premiére Vision/Expofil/Modamont, em Paris, que reúne centenas de profissionais de todo o mundo do setor têxtil (tecidos, fios e acessórios).

Todas estas ações de promoção do projeto procuram intensificar a atratividade do município na captação de novos investimentos nacionais e estrangeiros e também estimular o empreendedorismo empresarial já existente. Ambiciona-se que o selo “Guimarães Marca” seja um con-vite a conhecer um lugar, que represente e complemente a qualidade do produto que nasce e se desenvolve em Guimarães para o Mundo.

Ricardo Costa avança: “Queremos alcançar os cinco continentes com a marca Guimarães. A médio e longo prazo pretende-se induzir as empresas do concelho a re-plicarem boas práticas na procura da excelência, quer no seu setor de atividade, quer em práticas sociais, culturais e de sustentabilidade. O objetivo último é a promoção de investimento e emprego, quer de índole local, quer na cap-tação de investimento estrangeiro, de forma sustentável”.

“Quem adere ao Guimarães Mar-ca beneficia da promoção em rede a nível global e reforça a sua presença nos mercados-alvo de exportação, porque a excelência é, sem dúvida, a Marca que dis-tingue Guimarães”

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ril 8Portugal Inovador

Dedicando-se à transformação e comer-cialização de pescado, a Soguima iniciou atividade em instalações de reduzidas dimensões, com meia dúzia de colaborado-res, possuindo apenas os recursos mínimos indispensáveis.

A partir de 2003, a evolução apresentou--se exponencial, com taxas de crescimento sustentadas, fortes investimentos, criação de emprego e obtenção de inúmeras Certificações a nível da Qualidade e Segu-rança Alimentar.

O contínuo investimento na empresa, produtos e colaboradores tem trazido resul-

tados extremamente positivos. Atualmente, com instalações renovadas, fruto de inves-timentos de 14 milhões de euros realizados desde 2014, a Soguima opera numa fábrica moderna sendo detentora dos equipamentos mais avançados, bem como das melhores condições de trabalho. “A importância da tecnologia neste setor é fulcral. A evolução é constante, as máquinas e os equipamentos são sistematicamente melhorados, poten-ciando maiores produções, redução de erros e defeitos e maior segurança e conforto para o operador. O acompanhamento desta evolução é, evidentemente, essencial numa

empresa como a Soguima, que mesmo as-sim imaginou, desenvolveu e fabricou alguns dos equipamentos que integram a sua linha de produção”.

É este posicionamento que potencia o crescimento da empresa e a coloca no patamar atual. Uma empresa galardoada como PME Líder, com 30.000.000 euros de volume de negócios. 40% da sua produção destina-se a exportação, dividida por quatro continentes. Com 170 colaboradores, a Soguima dispõe de umas instalações de 16 mil metros quadrados de área coberta, de onde saem sete mil toneladas de produção por ano.

O Bacalhau Demolhado Ultracongela-do é o produto principal desta empresa de Guimarães, sendo apresentado nas mais diversas embalagens e cortes e com des-taque para a marca Reymar, e representa cerca de 70% da sua faturação. Dentro deste segmento – peixe congelado de qualidade – a Soguima tem vindo a diversificar a sua oferta, disponibilizando aos seus clientes um leque selecionado de produtos de elevado valor acrescentado, onde se apresenta como especialista na arte de fazer bem feito. Por

Fundada em 1989, a Soguima resulta da iniciativa de dois dos seus atuais administradores e tem, desde o primeiro dia, como princípios basilares a qualidade e a satisfação das necessidades dos seus clientes.

Coma peixe com a garantia da qualidade de uma marca portuguesa

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exemplo, polvo, atum, espadarte e mariscos, seguindo-se diversos produtos da pesca na-cional, como a sardinha e o carapau. Simul-taneamente, acrescendo à posição cimeira do Bacalhau, a empresa é hoje reconhecida também pela qualidade e diversidade da sua linha de Pré-Cozinhados Ultracongelados,

Detentora de várias marcas, nacionais e internacionais, a Soguima produz também marcas brancas, tanto a nível nacional como internacional.

FATORES DE DIFERENCIAçãONum mercado altamente competitivo, a

Soguima demarca-se dos restantes players do setor pela competência das pessoas que ali trabalham. “O maior fator de diferenciação da Soguima está nos seus colaboradores, estando muitos deles na empresa há mais de 20 anos. O contínuo investimento na for-mação de novos colaboradores garante, por um lado, a juventude da equipa e, por outro, a passagem do conhecimento de geração em geração. A escolha dos colaboradores é efetuada de forma estruturada, passando por um cuidadoso processo de seleção e a formação é contínua na empresa”.

Acresce que o seu posicionamento de mercado, a sistemática aposta na qualidade e na inovação, a qualidade das matérias--primas e uma singular capacidade de adequação dos nossos produtos às neces-sidades dos consumidores, permitem que a marca esteja na linha da frente do melhor que se faz no âmbito da transformação e comercialização de pescado. Não podemos deixar de destacar que a Soguima possui a certificação em HACCP, ISO 22000:2005 e MSC – Pesca Sustentável. Já a nível de pro-dutos tem as certificações da Halal, Kosher e da Vegetarian Society. “As certificações são essenciais na nossa área de atividade quer em termos gerais quer em termos de alguns mercados que apresentam exigências espe-cíficas, sem as quais não é possível aceder aos mesmos”.

No âmbito da inovação e investigação contínua, a Soguima tem parcerias esta-belecidas com a Universidade do Minho e a Universidade do Porto. Já em termos comerciais, tem parcerias estabelecidas com representantes e distribuidores em vários mercados. Ambas as situações “têm sido extremamente importantes e contribuído para a evolução da empresa nos diferentes mercados”.

CLIENTES E MERCADOSOs clientes da Soguima são múltiplos,

vão desde grandes armazenistas, passando pela distribuição tradicional, até à moderna distribuição.

A política da empresa tem sido sempre a de uma gestão de risco cautelosa, pelo que a aposta na diversificação de clientes é uma constante. Assim, a Soguima marca presença com os seus produtos em mais de 30 países, abrangendo mercados tão diferentes como os Estados Unidos, Canadá, Brasil, Argentina, Angola, Moçambique, África do Sul, até países europeus como França, Alemanha, Suíça, Itália, Estónia ou países asiáticos como China ou Japão.

Para alargar o leque de clientes funda-mental é a presença em feiras internacionais, neste caso destaca-se a presença assídua em feiras do setor que se realizam em Lisboa, Paris, Colónia, Bruxelas, Maputo, Milão e São Paulo.

FUTUROA Soguima assume “o compromisso

permanente de responder da melhor for-ma às expetativas dos nossos clientes, apresentando produtos que cumpram os mais exigentes requisitos de qualidade e segurança alimentar. Por isso, os planos para o futuro, na senda do que é a postura da Soguima, centram-se na continuação de criação de valor, no crescimento e reforço de posicionamento concorrencial, no aumento da exportação e na aposta na evolução e melhoria contínua”.

GUIMARãES MARCAO facto de a Soguima estar integrada

no Guimarães Marca potencia a visibilidade e o posicionamento da empresa como firma inovadora e criadora de valor, pertencente a um grupo de entidades que transmitem uma imagem global de dinamismo, qualidade, pensamento estratégico, internacionalização e estratégia de valorização económica.

A Soguima é, assim, membro e para-lelamente contribui para uma Marca forte, no âmbito de uma cidade histórica e, simul-taneamente, moderna e evolutiva numa escala global.

Guimarães, berço da nação, pujante em termos de empreendedorismo e criatividade, com um tecido industrial fortemente expor-tador, com um polo universitário consistente e destacado, com um turismo crescente e com prestação diferenciada dos mais varia-dos serviços. A associação da Soguima a esta Marca reflete-se, por isso, fortemente e consolida ainda mais a imagem de quali-dade dos seus produtos, marcas e postura no mercado.

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0Portugal Inovador

A Diogo Cunha – Clínica de Implantologia e Estética Oral é fruto de dez anos de trabalho do seu mentor, Diogo Cunha, médi-co dentista que integrou vários projetos, tendo colaborado com grandes nomes da medicina dentária mundial.

O início da sua carreira pro-fissional deu-se praticamente em São Paulo, onde conviveu com reputados mentores de renome mundial e aprofundou conheci-mentos nas áreas da cirurgia, implantologia, regeneração ós-sea e tecidual e reabilitação oral estética. Ainda no Brasil, recebeu o convite para trabalhar num hospital em Trás-os-Montes, no departamento de medicina dentária que aí se reestruturava. Rapidamente, o seu trabalho impressionou e não passou des-percebido. Outros projetos e par-cerias foram abraçados ao longo dos anos, nunca descurando a formação, facto que lhe permite apresentar, com apenas 35

anos, um currículo sem paralelo em Portugal, composto por 20 pós-graduações e dois masters, todos internacionais, ministrados pelos maiores experts mundiais na sua área de atuação clínica. À data desta entrevista, por exem-plo, acabava de chegar de um meeting na Alemanha e partia para uma formação em facetas e lentes de contacto na semana seguinte, em Istambul, Turquia, “com o maior guru mundial desta técnica”, segundo o mesmo.

CLÍNICA COM NOVO NOMEEm Guimarães desde maio

de 2012, Diogo Cunha inau-gurou este mês o seu projeto maior. A sua clínica, então Sor-riso Modelo, deu lugar à Diogo Cunha – Clínica de Implantolo-gia e Estética Oral. Esta assenta num conceito de intervenção multidisciplinar onde a decisão do tratamento a adotar para um

Expoente em implantologia e reabilitação oral estética

paciente é resultado da discus-são entre todos os elementos da equipa clínica nas várias áreas de intervenção e é executado passando quase sempre, por mais do que um membro da mesma. Diogo Cunha procura ver este espaço reconhecido como um centro de excelência em reabilitação e estética oral não só na região, mas também

a nível nacional e internacional a curto-médio prazo.

“Estamos agora com site criado e presença nas redes sociais, para que a informação chegue eficazmente e de forma mais precisa e célere ao nosso público”.

O nosso interveniente realça o crescimento da procura pela área da implantologia por parte do grande público nos últimos cinco anos, constituindo cerca de 70% do seu trabalho diário hoje em dia.

Contudo, há hoje uma nova tendência a despontar e que passa pela procura pela estética e a perfeição do sorriso que se inclui num conceito de imagem mais cuidada e saudável de um modo geral e que tem ganhado cada vez mais adeptos no nosso país, ou seja, se até aqui a preo-cupação principal passava por colocar os dentes em falta, agora a orientação do público está a voltar-se claramente para o culto do belo. Sorriso branco, dentes perfeitamente desenhados e alinhados, alguns tratamentos estéticos corretivos na área facial perioral são agora as diretrizes.

Como tal, tratamentos na

Guimarães é hoje cidade de destaque, fruto do trabalho dos profissionais de excelência que marcam presença em múltiplos setores. Apresentamos em seguida um projeto que pretende elevar a cidade-berço ao mais distinto patamar no que à saúde, nomeadamente à medicina dentária, diz respeito no nosso país.

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Portugal Inovador

área das facetas/lentes de con-tacto, branqueamento LED, aplicação de ácido hialurónico, “botox”, correção/remoção de rugas, acne ou cicatrizes de acne, derrames com recurso a laserterapia, ortodontia com Invisalign, entre outros, são tratamentos cada vez mais solicitados pelos pacientes e onde o grau de investimento em aparatologia e o aprofundar do conhecimento técnico e prático por parte de Diogo Cunha e sua equipa tem sido o foco primordial mais recente, a fim de proporcio-nar o que de mais moderno se faz no mundo nestas disciplinas, também na sua clínica.

À medida que se evolui em termos de conhecimento e procedimentos na área da im-plantologia, a par do crescente interesse do paciente pela temá-tica, deixará de haver tanta gente com falta de dentes e passará a ser crescente a procura pela prevenção e estética, tendência já muito em voga nos países escandinavos ou na América Latina, onde a sensibilidade para a medicina dentária e saúde em geral no primeiro caso e o culto do belo no segundo, sempre foram dominantes.

Nesta lógica evolutiva, Diogo Cunha não descura a formação e a inovação, investindo ampla-mente na melhor tecnologia e materiais de ponta, bem como, mais recentemente, no conforto máximo para os seus utentes, espelhado nas obras de re-qualificação que levou a cabo na clínica no primeiro trimestre do ano.

A fama que este médico dentista de Guimarães tem conquistado, através da reso-lução de casos de reabilitação e estética oral extremamente complexos, tem aumentado a procura por parte de pacientes de fora da região e do país nos seus serviços e também lhe tem granjeado além disso, o reconhecimento internacional

por parte de grandes marcas da indústria dentária mundial que amiúde o convidam para colaborar no desenvolvimento e aperfeiçoamento de diversos produtos e materiais.

SINGULARIDADE O nosso entrevistado erigiu

o seu próprio protocolo, baseado na sua experiência clínica e nos conhecimentos absorvidos nas inúmeras viagens que fez e continua a fazer ao longo dos anos, onde o produto final é um método de trabalho que assenta na singularidade dos seus pro-cessos e que aliás está realçado na escolha do novo logótipo da empresa, uma impressão digi-tal, única, pessoal, diferente de todas as outras.

AVANçOS E INVESTIMENTOSHoje, figura de destaque

na implantologia e estética oral, Diogo Cunha apresenta o que de mais recente se faz nesta área, oferecendo também um leque de novos procedimentos aos seus pacientes. “É ponto de honra para mim. Tudo faço para ser o primeiro a conhecer e a dominar as novas técnicas que existem na minha área a nível mundial”.

Fruto de uma semana de formação na Polónia, onde o nosso interlocutor teve a opor-tunidade de colaborar com uma das figuras de maior destaque na área da regeneração óssea e tecidual em implantologia na Europa, a Diogo Cunha – Clínica de Implantologia e Estética Oral vai iniciar brevemente a regene-ração óssea com recurso ao te-cido inorgânico do dente extraído pelo próprio paciente. “Ou seja, através da extração de um dente cariado – que dará lugar a um implante com coroa – remove-se a mesma cárie, a componente orgânica toda também e utiliza--se a parte mineral como substi-

tuto ósseo, após ser submetida a um tratamento específico rapidamente levado a cabo no momento da intervenção. Isto, a somar à obtenção de plasma rico em fatores de crescimento para regenerar tecidos moles, conseguido através da centrifu-gação do sangue proveniente de uma simples colheita executada no dia da cirurgia, técnica esta, já levada a cabo há alguns anos na nossa clínica. A aquisição da par-te mineral do dente como forma de substituir osso completará um protocolo em que apenas se utili-zam elementos regenerativos do próprio paciente. Bioengenharia ao serviço da medicina dentária ao mais alto nível”, explica.

Parar não faz parte da filo-sofia de atuação deste espaço e do seu mentor, nesse sentido o investimento este ano recaiu já também na Laserterapia, materializado na aquisição de um aparelho de tratamento a laser da marca Fotona, a mais consagrada empresa na área, num investimento total estimado em 90.000€. O médico dentista obteve no início do ano também formação diferenciada neste tipo de tratamento na fábrica da empresa, na Eslovénia e a sua equipa de colaboradores encontra-se neste momento em formação também. Este apa-relho é de grande abrangência clínica, pois na verdade possui dois lasers, um mais vocacio-nado para tecidos duros, o de Érbio, outro para tecidos moles, o de Neodímio. Para além de au-mentar a precisão no ato médico, diminui imenso a “invasividade” nos procedimentos, promove rápida coagulação, tratar cáries sem recurso a anestesia, com-bater a peri-implantite, erradicar a sensibilidade dentária em apenas duas a três sessões, atuando na obliteração dos tú-bulos dentinários, entre outros. Abre ainda o leque de oferta a tratamentos na área da estética, hoje em dia tão procurados, como na remoção de derrames, tratamento de acne e cicatrizes de acne, remoção de rugas faciais de forma incrivelmente eficaz, “recontorno facial” e rejuvenescimento das suas fibras de colagénio e elastina, “volumização labial”, tratamento de onicomicoses, apenas para salientar alguns exemplos.

Esta aposta diferencia a clínica, pois alarga a sua oferta em tratamentos dentários e dermato-estéticos e torna-a uma referência também nesta área, na medida em que a oferta para este tipo de tratamentos é ainda escassa na região.

É aposta também recente e ainda na área da medicina dentária, o tratamento orto-dôntico com Invisalign, criado por uma empresa dos EUA, que inventou uma técnica de alinhamento dentário utilizando goteiras invisíveis, ao invés dos tradicionais brackets metálicos. Os resultados são rápidos, muito positivos e utilizar estes dispo-sitivos é bastante confortável e estético. “Esta aposta segue a minha linha orientadora de apresentar ao paciente soluções que causem menor morbilidade e menos desconforto, por via das melhores técnicas e tecnologia existentes”, realça o profissional.

FUTUROAqui onde a qualidade do

atendimento e das técnicas convivem com a constante atua-lização, Diogo Cunha pretende reforçar a sua presença no já ex-tremamente saturado mercado nacional, oferecendo uma clínica que marca pela singularidade e inovação nos seus métodos e procedimentos. O futuro é já amanhã e o médico dentista planeia ministrar formação aos seus pares, assim como receber figuras de relevo internacionais, partilhando experiências e técni-cas de modo “a colocar a cidade de Guimarães – com o impulso da Diogo Cunha – Clínica de Implantologia e Estética Oral – no mapa nacional e internacional na sua área.

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2Portugal Inovador

Uma empresa quase cen-tenária como a Sampedro dis-pensa apresentações no que concerne aos setores do têxtil-lar e hotelaria, e tem o seu nome cada vez mais presente no plano internacional. Com uma oferta de produtos para cama, mesa e banho, a inovação é a palavra de ordem para que nunca se perca de vista a linha da frente no mercado. Simão Moreira Go-mes, presidente, aborda o trajeto desde os primeiros tempos até à abertura das portas ao exterior: “Dedicámo-nos nas primeiras décadas ao mercado interno, com valores na ordem dos 75%, e 25% de exportação. A fábrica foi evoluindo, e com um merca-do interno já muito em baixo, por força do aparecimento das

grandes distribuidoras, no início do século tivemos que substituir grande parte do mercado interno por exportação. Hoje, somos uma empresa essencialmente exportadora e posicionamo-nos nos produtos de valor acres-centado. Crescemos bastante em vendas nos últimos quatro anos e temos os 30 maiores clientes distribuídos por 24 paí-ses, essencialmente localizados na Europa, embora estejamos a fazer um esforço nos EUA, Canadá, México, Coreia do Sul e Austrália”.

Os princípios foram desde cedo bem cimentados e ainda hoje perduram uma vez que se traduzem no caminho a ser trilhado: “A nossa filosofia é essencialmente fazer artigos de qualidade, diferentes, modernos, e sobretudo para cada época do ano. Também somos flexíveis e rápidos no serviço”. O setor tem sofrido alterações, e hoje exige um maior acompanhamento das

Uma escolha com história

preferências e gostos do consu-midor, puramente influenciados pelo que vestem, por exemplo. “Hoje em dia as empresas de têxteis-lar já fazem tecidos cujas qualidades se comparam, assim como as tendências, que acom-panham o vestuário”, confere Simão Moreira Gomes, com-plementando a ideia da grande competitividade que se vive no mercado.

Na relação privilegiada com o cliente, impera a satisfação nas necessidades do mesmo, pelo que o presidente sublinha: “Es-tamos sempre disponíveis para fazer um artigo que nunca fize-mos”. Para o efeito, a empresa conta com o indispensável con-tributo dos 152 colaboradores à disposição e quando confronta-do com o balanço do percurso é notória a positividade no discurso do empresário: “O ano passado foi particularmente bom e temos uma faturação por pessoa muito confortável. São indicativos de

Em Guimarães encontra-se um nome obrigatório no setor do têxtil-lar, que conta com mais de 95 anos de fundação. A Sampedro tem aberto cada vez mais as portas ao exterior e o futuro é, dessa forma, encarado de uma forma muito positiva, até porque há objetivos a cumprir até ao ano de comemoração do centenário.

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boa saúde e estamos confiantes no futuro”. E por falar no futuro, o que se pode esperar em termos de investimentos vindouros? “O que pensamos é precisamente tentar evoluir na cadeia de valor, fazendo sempre artigos diferentes, e acabar de modernizar a fábrica nos próximos quatro anos. Que-remos reforçar o setor comercial com gente nova e estamos animados em prosseguir o caminho dos antepassados, porque es-tamos com bons resultados e acreditamos que este é o mais correto”.

Tratando-se de mais uma empresa presente no espetro da Guimarães Mar-ca, o empresário aborda a relevância da envolvência indo mais longe na conclusão do pensamento: “Acho que tem muita importância divulgar as marcas da região e a têxtil em geral. Isto pode ser uma ajuda muito grande, porque considero que a indústria têxtil é muito melhor do que a imagem que tem. Pode ajudar a colocar a imagem à medida da realidade. Temos tecnologia de ponta e é bom que se mostre e se informem os jovens que na têxtil se pode fazer carreira. A têxtil não vai desaparecer, já sobreviveu a muito, e vejo que a autonomia financeira do setor vai melhorando, embora, paulatinamente”.

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4Portugal Inovador

produtos acabados oriundos dos países asiáticos, a preços muito baixos, reconduziu a ação da J.F Almeida para outro nicho de mercado: o felpo.

Seis teares deram início a uma nova etapa no percurso da empresa vimaranense, num crescimento contínuo que se re-vela hoje através de um parque industrial composto por 93 má-quinas, que lhe permite deter, a nível nacional, a maior produção de felpos dentro de portas.

Exportando para 38 países, entre os quais se destacam Alemanha, Espanha, França e Itália, a J.F. Almeida tem aposta-do fortemente neste setor com o

reforço da sua rede de comercial. Apesar do sucesso, a inova-

ção é constante, nesse sentido surge uma gama de atoalhados de mesa, diferenciados, que já representam um volume de fatu-ração considerável. Neste ramo a concorrência não se faz notar, quer por via da qualidade, mas também pelo facto de muitos produtores que outrora marca-vam presença no mercado terem encerrado a sua produção.

MUNDO DOS FELPOSEmpresa certificada pela

qualidade, a J.F. Almeida, SA

Joaquim Almeida, adminis-trador da J.F. Almeida, SA é o percursor desta empresa que começou a laborar no verão de 1979. Foi com a comercialização de telas “vendidas em cru” que deu os seus primeiros passos. Mais tarde, o pano de lençol, já com produtos acabados, foi o core da empresa até perto da década de 90. Nessa época, a entrada em Portugal de muitos

A inovação não pode parar mesmo quando

se está no topo

apresenta uma vasta panóplia de produtos dentro da gama dos felpos. Falamos desde coleções mais acessíveis até à gama pre-mium, satisfazendo assim todos os clientes em várias frentes. O gabinete de design está em constante processo de criação de novos conceitos, desenhando e apresentando as suas propos-tas aos grandes grupos ou a clientes específicos com os quais colabora. Nesta casa a coleção própria está em segundo plano, mas não deixa de primar pela excelência estando acessível apenas a um nicho de mercado que opta por uma gama muito alta de produto.

Parceiro indiscutível dos maiores players do mercado, a J.F. Almeida destaca-se pelo por-menor e qualidade de cada peça, não desvalorizando a rapidez de resposta, prazos de entrega e competitividade de preços. Prova disso foi a inauguração, em 2016, de um polo de logísti-ca com o intuito de servir ainda melhor os seus clientes: “Temos stock permanente dentro de por-tas para atender às solicitações dos nossos parceiros”, refere Joaquim Almeida com orgulho.

O projeto Guimarães Marca conta com a presença da J.F. Almeida, SA, uma das maiores têxteis nacionais. Para além de uma empresa de sucesso, esta representa o percurso de vida de um empresário que, com o apoio de 540 colaboradores, leva o nome de Portugal além-fronteiras.

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Aliás, é pela ação empreende-dora e assente na excelência dos serviços de empresários como o administrador da J.F. Almeida que Portugal é uma das referências mundiais ao nível da produção de felpos.

Para além da exportação dos seus produtos, a empresa portuguesa, tem realizado par-cerias fora de portas, nomeada-mente em Espanha, no ramo da hotelaria, sendo a mais recente com um cliente na Argélia.

Dado que quem não apare-ce é esquecido, todos os anos a J.F. Almeida marca presença na Heimtextil, em Frankfurt, Alemanha. Outrora o Brasil ou a Rússia foram pontos de passagem para a J.F. Almeida, mas os entraves e o volume das taxas aduaneiras impostas aos produtos estrangeiros tornam

esta rota pouco apetecível para a empresa portuguesa.

São 540 os colaboradores que movimentam esta máquina, “uma família”, como classifica Joaquim Almeida. É ao esforço de todos que se deve o sucesso desta grande família. “É como no futebol, temos todos que jogar com o mesmo objetivo, nesse

sentido tentamos sempre formar grandes equipas. Toda a nossa massa humana está bem inse-rida e é enaltecida e motivada dentro da organização da em-presa”, realça o administrador. Naturalmente a aposta na aqui-sição de novas máquinas e alta tecnologia é uma preocupação constante o que vai permitir à J.F.

Almeida passar entre gerações de forma estável.

A segunda geração da fa-mília Almeida está já imbuída no trabalho da empresa dando as garantias necessárias para a continuidade deste ciclo de sucesso. “Não nos coibimos de adquirir o que de mais avançado existe no mercado em termos de maquinaria e tecnologia. Tínhamos uma linha de fiação de ponta, mas decidimos fazer um forte investimento de modo a diminuir os custos energéticos em 30%. Gestos que nos ga-rantem maior competitividade”, comenta o administrador, real-çando ainda o facto de 2016 ter sido o melhor ano de sempre para a J.F. Almeida. Menor custo energético, menor gasto de água e produtos auxiliares permitem à empresa portuguesa estar na linha da frente dentro dos setor de atividade.

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Três gerações sustentam o sucesso da Apertex

Fernando Pereira descreve-se como um trabalhador-gerente da empresa que lidera, marcando presença em todas as áreas desde a produção até à comercialização dos artigos. “O sucesso surge quando conseguimos ter uma visão abrangente de todas as áreas do negócio; mesmo estando mais ligado a uma, é fundamental o apoio de pessoas qualificadas e de confiança”, salienta.

Esta é a visão do empresário que desde o início da década de 90 dá seguimento à terceira geração da Apertex, uma empresa familiar, “das primeiras a surgir em Guimarães, corria o ano de 1928”.

Como nos confidencia, “cresceu e brincou nos corredores da empresa” e no momento em que assumiu a direção entrou com a pre-tensão de crescer. Batalhou, tendo enfrentado aqueles que classifica como “os piores anos da crise” com grande sucesso e constante cres-cimento. Quando em 2008 outra crise afetou a economia, Fernando Pereira apostava na ampliação das instalações da empresa, um risco que hoje dá frutos e reforça a imagem empreendedora da Apertex.

Com a ambição de abranger outros clientes e mercados, o nosso interlocutor tem a noção que a rapidez de resposta e o profissionalismo são vetores cruciais. Este é um dos motivos que permitem à empresa vimaranense atingir uma percentagem de exportação acima dos 90%.

A QUALIDADE MARCA LUGARA Apertex atua no âmbito dos têxteis-lar num método de produção

vertical em que o fio que entra pelas suas portas é sujeito a múltiplos processos até à criação do produto final que segue depois para as mãos dos seus clientes. Falamos desde atoalhados de mesa a roupa de cama (colchas, edredões, sacos cama, fronhas para almofadas, cortinados, mantas). Apostando na aquisição de máquinas de última geração, esta empresa tem liderado o mercado nacional com a oferta de produtos têxteis-lar únicos, com design e produção próprios.

PRESENçA INTERNACIONALCriando uma grande coleção apresentada na Heimtextil, “a

montra do que melhor se faz a nível mundial na gama de têxteis lar e hotelaria”, este certame que acontece em Frankfurt, na Alemanha, a cada mês de janeiro, abre a “época” para o setor. O nosso interlocutor assume que há cerca de quatro anos inverteu o ciclo “numa feira onde tradicionalmente se procurava vender, sem mostrar abertamente as coleções”. Não satisfeito, optou por quebrar a regra e apresentar-se com um showroom open space onde os produtos tiveram lugar de destaque e visibilidade total. Atitude que ao longo dos últimos anos tem mudado a mentalidade dos seus pares: “O que não se vê não é lembrado, nesse sentido tentámos inovar a cada coleção, procurando sempre andar na linha da frente da tecnologia que surge no mercado”.

Só entre 2015 e 2016 a Apertex investiu três milhões de euros em novas máquinas, sempre com a consciência de que cada passo

Na rota das empresas que integram o projeto Guimarães Marca, a Apertex apresenta-se como um player com quase 90 anos de história cuja pujança serve de exemplo aos que hoje arriscam no setor têxtil.

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intenta obter rentabilidade de uma forma sustentável. “A Apertex não vive de subsídios do Estado, nem de projetos, vive do produto”. Presente em cerca de 60 países desde a Europa Central, ao Leste, passando pelo mercado americano e asiático, a marca portuguesa difunde a qualidade do produto que se fabrica em Portugal, especifi-camente em Guimarães, para um segmento de mercado médio/alto.

Nesta escala global o trabalho tem que ser constante, assim como a investigação sobre as culturas e tendências de cada país: “Mais trabalho, mais empenho, mais profissionalismo, constante inovação e investimento”, sublinha.

Naturalmente, mesmo imbuído por todo este sucesso, o gerente da Apertex não deixa de estar atento ao que se passa em seu redor. Assim, é com consciência que diz que “Portugal continua a ser um país que apoia quem não trabalha, enquanto aqueles que trabalham, que contribuem para a riqueza do país, são sobrecarregados com impostos. Este ciclo tem que ser invertido. Temos que acabar com a política de incentivos que prejudica inúmeros setores que carecem de mão de obra”, apela.

GUIMARãES MARCANo lançamento deste projeto, Guimarães Marca, Fernando Pe-

reira felicitou o presidente da Câmara de Guimarães, Dr. Domingos Bragança, e o vereador dos assuntos económicos, Dr. Ricardo Costa, pela sua visão de política em benefício da terra. Os frutos veem-se hoje, através de uma cidade cosmopolita que ombreia com os grandes centros. A dica para visitar a Heimtextil surgiu e, em 2015, passou à prática, dando o mote para a criação de um projeto que pretende, com a união de esforços de todos os intervenientes, catapultar a imagem de Guimarães e do produto português além-fronteiras.

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Em 1995, os pais de Sílvia Costa funda-ram, em Fafe, uma empresa cuja atividade se direcionava para o fabrico de bordados. Como resultado do trabalho desenvolvido e conhecimentos adquiridos, dois anos depois, surge a confeção, mas, ainda com outra denominação, a atual Bless International, que começa a vender e exportar as suas primeiras peças.

Com aptidão natural para o ramo têxtil, Sílvia Costa integra a equipa para trabalhar no mercado externo e de moda que sempre lhe despertou interesse. “Sou fluente em vá-rias línguas e ainda hoje faço algum trabalho comercial, mas a tendência é estar cada vez mais disponível para exercer outras funções”, refere a atual sócia-gerente.

Em abril de 2016, a Bless International muda-se para Guimarães, onde encontrou as instalações com capacidade de adaptação ao crescimento que a empresa tem vindo a ter nos últimos anos. “Com as novas instala-ções de 1500m2, estamos melhor servidos a nível de qualidade e organização. A empresa tem um projeto de crescimento que envolve novos clientes e novos mercados, por isso, fiz este investimento”, explica Sílvia Costa.

Na génese da Bless International está

a filosofia de transparência transmitida pela nossa entrevistada à equipa multidisciplinar, versátil e composta por 20 elementos, que desenvolve todo o processo adjacente à confeção das peças. Em regime de Private Label, a empresa vimaranense atua em três vertentes que, por vezes, acabam por se conjugar entre si: “Oferecemos o serviço de proposta ao cliente das matérias-primas e acessórios; estamos a iniciar o serviço de apresentação de alguns modelos próprios ao cliente; e, o mais habitual, o cliente envia os seus próprios desenhos a partir dos quais nós fazemos todo o desenvolvimento das peças”. O processo de desenvolvimento inicia-se no departamento de modelagem de acordo com as exigências do mercado e dos seus clientes e termina na embalagem do produto final, disponibilizando, assim, um serviço completo.

A operar em diferentes mercados e em distintos conceitos de moda, a Bless International posiciona-se num segmento médio-alto, operando com clientes alemães, espanhóis, franceses, holandeses, ingleses e belgas e iniciando contactos com os países nórdicos. “O meu objetivo nunca foi concentrar a atenção apenas num mercado. Pretendemos criar relações contínuas com os nossos clientes”, revela a empresária que fabrica peças Bless Moda, Pronto Moda, Profissional e Desporto.

Inserida no projeto Portugal 2020 para a certificação da qualidade e para a apre-sentação de modelos próprios, Sílvia Costa espera a médio-longo prazo criar uma mar-ca própria. “Apesar disso, a estratégia da BLESS concentra-se no desenvolvimento sustentado da atividade, mantendo os ele-vados padrões de qualidade, diversidade

“A Bless International é confiável e transparente”

Sílvia Costa, sócia-gerente da Bless International, apresenta-nos uma empresa de confeção têxtil assente na transparência comunicativa com os seus clientes que tem pautado os mais de 20 anos de experiência no mercado.

de produtos, inovações tecnológicas e no cumprimento de timings. O futuro risonho passa pela manutenção de uma relação de confiança com os nossos parceiros e clientes, aumentando e modernizando todo o equipamento e processo produtivo, com o objetivo de alargar a presença em novos mercados internacionais sem descurar o amplo potencial do mercado nacional”.

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Com mais de 35 anos de história, a Bordalima, sediada em Guimarães, continua a inovar e a desafiar-se no setor de bor-dados e têxtil-lar nacional e inter-nacional. “Ganhámos uma certa projeção no final dos anos 90, chegámos a ser das melhores PME e fomos crescendo, ainda que de uma forma sustentável”, assume Eugénio Rodrigues, responsável pela área comercial.

Quais têm sido os pilares de todo este sucesso e notorie-dade além-fronteiras? “Temos um gabinete de desenho que nos ajuda na criação própria de ideias e modelos, e também estamos cada vez mais abertos a sugestões do cliente. Aquilo que também nos mantém vivos e nos dá notoriedade é a qualidade do nosso produto, assim como a rapidez na resposta”, explica.

Enquanto empresa intensa-mente ligada ao exterior, tem no Reino Unido o maior mercado, não obstante a instabilidade

político-económica que se vive em Terras de Sua Majestade. “Em termos de exportação, o Reino Unido sempre foi o nosso principal mercado, representan-do cerca de 50%. Mas temos a questão do Brexit e da desvalori-zação da libra, que acaba por ser uma dor de cabeça, até porque perdemos algum dinheiro em questões cambiais”, esclarece Eugénio Rodrigues.

Existe então o desafio per-manente de continuar a inovar e surpreender o cliente, mas ao longo dos anos isso parece não constituir um problema para a Bordalima: “Se o cliente vir o que está exposto, e vier ter connosco novamente 15 dias depois, não podemos de manei-ra alguma ter os mesmos artigos expostos”. Sempre atenta ao mundo da moda, a empresa procura conjugar determinados períodos do ano para que o lar esteja sempre em sintonia. José

Inovação é a palavra de ordem

A Bordalima é uma das maiores referências nacionais de têxteis-lar e bordados, sinónimo de qualidade e criatividade. Eugénio Rodrigues e José Catarino falam da fundação da empresa, desafios e posicionamento no mercado, sempre com os olhos postos no futuro.

Catarino, presidente do conselho de administração, sentencia: “A própria roupa de cama começa a ter cores que são da moda de determinados períodos ou estações”.

Em termos de investimento futuro, a preocupação central são as máquinas e toda a tec-nologia envolvente: “Fizemos duas atualizações grandes em termos de software e hardware das máquinas de bordar. Era nossa intenção ir renovando as máquinas, mas trata-se de um grande investimento. Ainda assim, as nossas máquinas são bastante atuais”, sublinha Eugénio Rodrigues.

Relativamente ao projeto Guimarães Marca, é natural-mente um fator de orgulho para a empresa, uma vez que só estão envolvidos os melhores. “A ideia pareceu-nos ótima quando foi

apresentada, por várias razões: na mesma plataforma estão as empresas mais fortes de Gui-marães, e isso significa mais um veículo de divulgação tanto das empresas como do concelho”, conclui.

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Localizada no Vale do Ave, esta região é reconhecida interna-cionalmente como uma área de grande tradição na indústria têxtil. Manuel Pinheiro, administrador geral da empresa, conta-nos que “o projeto que começou por uma pequena indústria é hoje reconhecido internacionalmente. Foi o nosso trabalho e determinação que nos permitiu estabelecer contactos, que nos fizeram crescer e tornar na empresa que hoje somos”.

A aposta no mercado externo começou em 1991 e com isso veio a reestruturação da empresa, em termos de produção e inovação tecnológica. Esta implicou o crescimento das instalações e a aquisi-ção de equipamentos de produção mais modernos, sempre com a finalidade de garantir uma boa qualidade e preço aos seus clientes.

Nuno Mendes, gestor geral e filho de Manuel Pinheiro, explica que atualmente a Bugalhós possui duas vertentes, a Private Label que se encontra essencialmente na Alemanha, França, Inglaterra e Espanha. Sendo que há cinco anos surgiu a marca própria de con-feções, a Cotton Brothers, destinada ao público feminino: “A marca oferece coleções com grande atenção aos detalhes e à qualidade dos materiais usados, assente numa boa relação qualidade/preço”, refere. O principal foco da Cotton Brothers é a mulher citadina, dinâmica e

emancipada, que pretende mostrar a sua personalidade e estilo, sempre com feminilidade. A Cotton Brotheres está presente em vários mercados, sendo o irlandês o de maior realce, não esquecendo o mercado nacional, de acordo com Nuno Mendes.

Para que a satisfação dos seus clientes seja elevada, a Bugalhós não descura nenhum pormenor, incluindo o forte investimento que efetua no seu departamento de design, de forma a poder propor novos estilos, baseados sempre nas últimas tendências da moda, de forma rápida e eficaz, particularidades que permitem a fidelização dos seus clientes.

Atualmente com 70 colaboradores, a Bugalhóes está a desen-volver um software informático que lhe permitirá diminuir qualquer margem de erro que possa surgir: “O sistema irá permitir que se possa verificar o que fazemos, para quem fazemos e os custos implicados. Vai ajudar também a mostrar as coleções que já foram feitas quando visitamos um cliente novo”, refere Nuno Mendes.

Para o futuro a Bugalhóes pretende continuar a apostar na Private Label e levar a sua própria marca a novos mercados. A lealdade dos seus clientes é motivo para que Manuel Pinheiro preveja um futuro promissor: “Sempre com entusiasmo em tudo o que fazemos”, conclui.

A empresa Confecções Bugalhós, presente no mercado desde 1986, dedica-se à produção de vestuário para homem, mulher e criança. Recentemente, apresentou ao mercado a marca própria, Cotton Brothers, que teve a inauguração no passado dia 9 de março com a abertura de uma Pop Up Store inserida na loja Guimarães Marca.

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O administrador e cofun-dador da Coltec, Paulo Neves, admite que o crescimento sus-tentado da empresa baseia-se na capacidade de perceber os “altos e baixos do mercado”, sendo este o motivo pelo qual se insere em diferentes áreas de negócio. Além do referido, para o empresário, “a qualidade do serviço e a aposta em pessoas com conhecimento necessário para entender a nossa filosofia de desenvolvimento em nichos de mercado diferenciados” são elementos que contribuem para o sucesso da Coltec.

A presença no mercado espanhol, francês, belga e ale-mão e o desejo de “expandir o negócio até ao continente americano” refletem a ambição e a preparação dos cerca de 40 colaboradores. Atualmente, a área com mais procura é o “efeito moda”, que consiste na aplicação de efeitos especiais criados pela Coltec para serem aplicados em determinadas peças de vestuário. Já para o têxtil-lar, por exemplo, o admi-nistrador indica que a empresa

é responsável por “fazer tecidos e malhas resistentes e à prova de água”.

Em termos tecnológicos, Paulo Neves acredita que o êxito passa pela constante renovação e procura de “máquinas mais rápidas e produtivas e com menos gastos energéticos”. Neste contexto, acrescenta que a Coltec tem produtos em desenvolvimento, nomeada-mente o couro artificial à base de cortiça, um produto “térmico e resistente que é aplicado à confeção têxtil ou ao calçado”. O desenvolvimento de novas ideias é também estabelecido através da presença em feiras internacionais, com destaque para a Techtextil, em Frankfurt.

Competitividade além-fronteirasA Coltec com a sede instalada em Guimarães distingue-se pela vasta experiência em têxteis laminados nos mercados do têxtil-lar, calçado, confeção, automóvel e moda. Em atividade desde 1981, a qualidade inerente ao serviço prestado possibilitou que a empresa se estabelecesse no mercado internacional.

GUIMARãES MARCA E FUTUROPara o nosso entrevistado, o

projeto “Guimarães Marca” veio trazer notoriedade a uma região reconhecida pela indústria têxtil: “A iniciativa é importante para a cidade, visto que permite aumen-tar as exportações e estabelecer parcerias que beneficiam a cidade de Guimarães”.

No que respeita ao futuro da Coltec está prevista a mudança de instalações com o intuito de “triplicar a área existente”, ao mesmo tempo em que se estabelecem contactos para a “aquisição de novos máquinas para obtermos produtos ainda mais diferenciados”, conclui.

O desenvol-vimento de novas ideias é também estabelecido através da presença em feiras interna-cionais, com destaque para a Techtextil, em Frankfurt.

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cama que a Crishome mais aposta, seja através de capas de edredões, lençóis, almofadas de-corativas, entre outros. A filosofia da Crishome assenta em dois pilares fundamentais desde a sua criação: design e qualidade. “Somos uma empresa flexível, com procedimentos simplifica-

dos, que facilitam o processo de decisão e beneficiam a relação com o cliente”, esclarece. Para além disso, a inovação contínua é uma realidade bem presente no quotidiano deste projeto:

“Estamos sempre à procura de algo novo que distinga o produto final, como por exemplo texturas, acabamentos especiais, tipos de confeção e para isso contamos com bons parceiros”, continua.

Desde o início da atividade da empresa que a Crishome aposta em ferramentas de mar-

keting e de comunicação as quais, integradas, resultam na construção da notoriedade da marca e na afirmação do seu posicionamento de marca dire-cionada para os segmentos de

Em 2012 a paixão de Cris-tina Teixeira pelos têxteis-lar ganhou vida com a criação da Crishome, uma “converter” sediada em Guimarães, que procura sempre as melhores soluções e ideias para o con-forto do lar, seja para cama, banho ou mesa. “Gosto da área das vendas, mas também da criação, design e tendências”, explica a CEO. Com uma pe-quena família de apenas três colaboradores, a Crishome dá a conhecer o seu trabalho de uma forma mais visível nos países do Benelux, e Cristina Teixeira ex-plica o porquê: “Nos mercados externos o consumidor valoriza os artigos para o lar de forma diferente e o valor acrescenta-do que incluímos nos nossos produtos é reconhecido no preço que praticamos”. Dessa forma, a estratégia da empresa teve que ser repensada e hoje trabalha com tecidos de valor acrescentado, obrigando a um reposicionamento no mercado, mediante a aposta em produtos de qualidade média-alta.

No que toca à especialidade da empresa, Cristina Teixeira afirma que é nos produtos de

CrishomeDreams made of Future!A Crishome tem pouco mais de quatro anos, mas uma enorme margem de progressão no ramo dos têxteis-lar. Cristina Teixeira, CEO deste projeto, conta-nos o posicionamento da empresa no mercado, as expetativas e os fatores distintivos de uma empresa vimaranense que se orgulha de ter o selo da Guimarães Marca.

qualidade média-alta.Quando se fala do setor, a

CEO considera que este “tem evoluído muito positivamente em termos de afirmação nacional e internacional” e confidencia uma das chaves para o sucesso da Crishome: “O facto de termos um cartaz de cores em stock permanente com 33 cores é uma mais-valia difícil de encontrar nas outras empresas”.

Falar de Guimarães Marca também é sinónimo de falar da Crishome, e a empresária acre-dita que este “é um projeto enca-rado a longo prazo”, falando de um orgulho “bairrista” comum a todos os vimaranenses. Encara o futuro com uma atitude positi-va própria de quem confia nas competências da sua equipa, na diferenciação da sua proposta de valor e na vontade férrea de fa-zer-acontecer os resultados que almeja para a sua marca. A juntar a este fator, conclui dizendo que ainda há muitos mercados para serem abordados, pelo que a Crishome está sempre atenta a tudo o que acontece na realidade dos têxteis-lar, fazendo-se valer de todas as suas características singulares, ideias, projetos e coleções inovadoras, essenciais para o bem-estar e conforto de quem gosta de estar em casa.

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“É a qualidade que nos distingue”Criada no final de 2012, a Coton Couleur é uma empresa de têxteis-lar especializada em roupa de cama para uma classe média alta. Sedida em Guimarães, foi uma das impulsionadoras do projeto Guimarães Marca e, na atualidade, marca presença no mercado internacional.

Carlos Carvalho é o responsável pelo desenvolvimento e eficiência com que a Coton Couleur se apresenta no mercado. A experiência do CEO e dos seus 16 colaboradores foi essencial para acrescentar valor ao produto que oferecem. A qualidade e o design inerentes aos artigos são, na opinião do administrador, o principal fator de diferenciação no setor: “Para além do cumprimento de prazos com fornecedores e clientes, é a inovação, a qualidade e o design que nos distinguem enquanto marca”.

O conhecimento técnico e o know-how dos profissionais que integram a empresa resultaram também na oferta de produtos no âmbito da puericultura. As coleções de excelência requerem a ins-piração e imaginação necessárias, características indispensáveis à Coton Couleur. Para Carlos Carvalho, o sucesso obtido é “um misto de experiências profissionais com uma visão sobre aquilo que os mercados pretendem”.

Foi esta conjetura que tornou possível a expansão da empresa no mercado externo, com principal destaque para Espanha, Reino

Unido, França, Holanda, Aústria e os países escandinavos. A filosofia de investir e internacionalizar os produtos continua a ser um dos obje-tivos primordiais. Nesse sentido, é com orgulho que marcam presença em eventos internacionais, nomeadamente através da presença na Heimtextil, a maior feira de têxteis-lar e hotelaria do mundo, realizada na Alemanha. Além do conhecimento adquirido nos eventos, a vertente tecnológica é fundamental para o êxito neste setor.

GUIMARãES MARCA E O FUTURO“Fomos uma das empresas pioneiras do projeto, aceitámos o

desafio na medida em que é uma ferramenta à qual as empresas se podem aliar para divulgar a região ao mesmo tempo em que difundem os seus produtos e serviços”, contextualiza Carlos Carvalho. Já para o futuro da Coton Couleur, o objetivo passa por “continuar a crescer de uma forma sustentada, angariar novos clientes e dispersar os mercados nos quais a empresa se insere”, conclui.

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Nas suas viagens por países como o Canadá ou os EUA, o nosso entrevistado deparou-se com uma indústria de rotula-gem que desconhecia existir em Portugal. A Crobel surge então com o intuito de se es-pecializar nestas soluções de rotulagem com autoadesivo. Atualmente, a empresa tem uma produção anual de mil e cem milhões de etiquetas, resultando numa faturação de quatro milhões de euros. Dirige-se de uma forma particularmente expressiva à rotula-gem de produtos alimentares (que representa

cerca de 75% do seu volume), mantendo também uma presença significativa junto dos setores dos plásticos e da cerâmica. Portugal continua a concentrar a grande maioria das suas vendas, mas Espanha é um mercado em crescendo (há dois anos que a Crobel tem instalações no país vizinho com uma equipa comercial), ao mesmo tempo que exporta para França, Marrocos e Roménia.

A empresa de Carlos Côrte-Real está capacitada com uma equipa de 40 elementos e mantém-se na vanguarda tecnológica. O responsável explica que a Crobel “tem das melhores e mais rápidas máquinas que exis-tem no mercado a nível da flexografia”. Em finais de 2016, a empresa decide abranger o exigente setor vinícola fazendo um forte investimento em máquinas offset, serigrafia e de estampagem a quente que permitem trabalhar com papéis mais texturizados e ricos. “Este investimento permite-nos hoje

Especialistas em rotulagemA Crobel – Indústria de Etiquetas, Lda. é uma empresa que desde a sua criação no ano 2000 tem conseguido uma forte afirmação no mercado das etiquetas. Estivemos à conversa com o seu fundador e responsável, Carlos Côrte-Real.

colaborar com este nicho de mercado com maior rigor dado que, normalmente, estes produtos envolvem mais acabamento”.

São estas as condições com que a Crobel vai procurar cumprir as metas que se seguem. No seu horizonte está um reforço da exportação, com o objetivo de “solidificar muito bem o mercado espanhol e de cres-cer no mercado marroquino”, continuando a “aposta no setor dos vinhos”. De resto, Carlos Côrte-Real espera que a empresa se mantenha “no ritmo em que tem estado e continue a proporcionar um bom ambiente de trabalho e uma vida cada vez melhor aos seus colaboradores”.

Por fim, deixando-nos uma palavra sobre o projeto Guimarães Marca, diz-nos que é com orgulho que a Crobel “faz parte de um grupo de empresas que estão empenhadas em reforçar a imagem de Guimarães no exterior”.

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Isidro Lobo, atual diretor geral, está na JORDãO desde o primeiro dia. Em 1982, José Júlio Jordão criou a empresa e convidou o nosso interlocutor para abraçar um novo desafio, que foi crescendo ao longo de 35 anos de existência. Inicialmente com uma equipa de 22 cola-boradores, a empresa vimaranense conta hoje com 160 funcionários.

Como a marca indica, a JORDAO COOLING SYSTEMS atua na área da refrigeração comercial, produzindo equipamentos versáteis e personalizados no âmbito da distribuição alimentar e canal Hore-ca. Inicialmente, a ideia concebida passava por operar no mercado nacional, mas após um ano de atividade as circunstâncias mudaram. “Em julho de 1983, recebemos o contacto de um empresário holandês que nos queria visitar. Gostou dos nossos equipamentos e em de-zembro faturávamos-lhe as primeiras três unidades exportadas para o cliente holandês, que continua a ser nosso parceiro”, conta Isidro Lobo, revelando que parcerias sólidas e longas como esta são uma “força para a empresa e solidificam a sustentabilidade do trabalho”.

A partir desta primeira exportação, a recomendação «boca a

boca» criou uma bola de neve a nível internacional. Desta forma, a empresa vimaranense foi crescendo, alargando a rede de contactos e participando em feiras internacionais. O principal mercado de exporta-ção é França, mas a JORDAO está presente em todos os continentes.

Desde há seis anos o volume de produtos exportados tem diminuído, mas ainda representa, segundo o diretor geral, “cerca de 60%, sem contar com o mercado angolano e colombiano por ser feito através de intermediários portugueses”. Esta diminuição prende-se com o aumento significativo da presença da JORDÃO na grande distribuição nacional, que começou com o desafio de produzir móveis personalizados para este segmento. É um setor altamente exigente, onde nos temos vindo a especializar e onde estamos presentes nas principais insígnias”.

Ao longo das décadas, a distinção da JORDÃO está nos desafios que enfrenta, fugindo aos modelos standardizados. “O mercado exige um conjunto diferenciado de produtos com várias funções como banho-maria, sistemas para gelados, refrigeração, função neutra, mas com a mesma estética. Para isso, criámos o Departamento de Produto Customizado; o caminho para continuarmos com uma saúde financeira consolidada”, explica o diretor geral.

Assim, a flexibilidade e versatilidade da JORDÃO garantem um produto personalizado, cada vez mais diferenciado e com maior eficiência energética”.

“Neste momento, estamos a pensar na nova geração que vai assumir a liderança no futuro. A génese da empresa é familiar e os novos profissionais vêm dar mais dinamismo com uma visão mais pragmática”, conclui Isidro Lobo, abordando ainda o projeto Gui-marães Marca, que considera “importante para conferir a merecida notoriedade à cidade” ao qual não hesitou em associar-se.

Sistemas de refrigeração vimaranenses estão em todo o mundoAo longo de 35 anos, empresa José Júlio Jordão, Lda. tem-se distinguido na produção de equipamentos de refrigeração comercial.

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que acompanham Sofia Vale desde sempre. A administradora começa por confessar

que gerir os recursos humanos e ter uma equipa consolidada “é fundamental para que exista qualidade e sucesso”. Atualmente, com cerca de 100 colaboradores, a Riler tem capacidade para tingir 24 toneladas de arti-gos por dia. Especialista em felpos e colchas, a empresa “recebe e devolve o tecido seguin-do rigorosamente todas as especificidades e necessidades de cada cliente ”.

Para que o sucesso seja garantido é fundamental ser-se conhecedor das novas tendências e estar capacitado em termos tec-nológicos. “As máquinas mais antigas estão a ser substituídas e, hoje em dia, todas elas estão informatizadas e ligadas a um sistema central de produção”, clarifica. A preocupação ambiental é também uma realidade para a empresa e as certificações neste âmbito são várias. O destaque recai sobre a Norma GOTS - Global Organic Textile Standard que é uma “norma líder mundial para têxteis fabri-cados a partir de fibras orgânicas, recorrendo a critérios ecológicos e sociais exigentes de toda a cadeia de distribuição têxtil”, esclarece.

Relativamente ao projeto “Guimarães Marca”, a empresária olha de forma positiva

para esta iniciativa que tem como intuito “di-vulgar e projetar as empresas lá fora”.

Já para o futuro da empresa, Sofia Vale tem como objetivo continuar“ a crescer, a inovar e a criar postos de trabalho”, mantendo sempre uma participação ativa na comuni-dade em que esta inserida nomeadamente através de variadas participações junto de algumas nstituições sociais”.

Em conversa com Sofia Vale, adminis-tradora da Riler, percebemos com facilidade o seu trajeto. Desde de muito cedo acom-panhou o pai nesta empresa familiar. “Em termos profissionais toda a minha aprendi-zagem foi feita aqui, visto que comecei este trajeto pela área da produção para além da minha licenciatura”, contextualiza. A exigên-cia e o profissionalismo são características

“Crescer, a inovar e a criar postos de trabalho”

Fundada em 1974, a Riler é especializada na prestação de serviços de tinturaria, sendo já distinguida como PME Excelência por dois anos consecutivos. Sediada em Guimarães, a empresa é composta por uma extraordinária equipa de profissionais que, aliados à tecnologia de última geração, orgulham-se de responder às sucessivas exigências do mercado.

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Elav – Indústria de Debruns, Lda. é uma empresa familiar que nasceu em 1976 pelas mãos de Amaro do Vale, pai de Sofia Vale. A evolução desta empresa dá-se com a aquisição dos primeiros teares que introduziram a renda no seu catálogo de produtos. Dada a necessidade de tingir as peças fora de portas, na década de 80 o fundador adquire a Riler – Indústria Têxtil, SA. Enquanto a Riler passava por um processo de reestruturação a Elav crescia. É em 1998 que Sofia Vale inicia a sua participação de forma mais profissional no grupo.

As mutações e evoluções constantes da vida empresarial colocam a nossa entrevistada na liderança do grupo em 2013. Fazendo face a vários cons-trangimentos impostos pela dinâmica do negócio, em 2004 a Elav foi submetida a uma pro-funda reestruturação, estando neste momento numa fase de mudança e adaptação para enfrentar as novas e diferentes exigências do mercado, como descreve Sofia Vale. Em 2017 a

aposta na renovação da imagem a par da criação de produtos que pretendem surpreender o mer-cado têxtil, a Elav tenta encontrar o seu espaço. As rendas aqui elaboradas embelezam colchas, mantas, toalhas, mas também preparam-se para entrar no segmento de vestuário. Aliás, Sofia Vale pondera até a criação de uma marca de vestuário pró-pria, não negando o fascínio pela criação de peças de decoração.

A diferenciação do produto faz com que a Elav se destaque no ramo têxtil português, rece-bendo solicitações para efetuar coleções específicas. “Estamos em constante desenvolvimento de protótipos como é o caso de um cadeeiro com renda, produto que nasce da colaboração entre a Riler e Elav”, comenta.

Estes são passos em dire-ção ao futuro, mas sem nunca esquecer o passado. Pretende--se recuperar o volume de co-mercialização de passamana-rias e franjas – nicho de mercado que viu crescer a Elav. Tendo em conta o historial da empresa, a injeção de uma nova forma de estar presente num comércio global e altamente concorrencial urge. Assim, a empresária realça

O empreendedorismo renasce na Elav

que junto com a sua equipa está a implementar um “modus operandi” assente na entreajuda e na elevada capacidade de resposta, que devem ser respei-tados diariamente.

Com alguma quota de mer-cado nacional, a Elav marca presença no mercado nórdico, em França, na Suíça, nos EUA, direcionando uma considerável percentagem da sua produção para uma grande marca inter-nacional.

A dinâmica, a agilidade para perceber o que o mercado pro-cura e a capacidade para em tempo útil dar a resposta ade-quada a todas as requisições são qualidades que fazem hoje

parte do ADN da Elav. Sofia Vale enaltece a mais-valia que o projeto Guimarães Marca apresentou a esta nova vida da Elav. “Todo o apoio e divulgação que têm feito é notável e muito tem beneficiado todos os inter-venientes”, realça.

Sendo que 2017 é o ano para olear os mecanismos de ação, para 2018 os planos tra-çados passam por ter dois ou três turnos de trabalho em te-celagem, no mínimo duplicar a faturação. A garra e a visão pragmática com que Sofia Vale fala sobre os desafios do futuro são a alavanca necessária para o sucesso seja garantido.

Guimarães tem uma enorme tradição na indústria têxtil. Ali estão presentes algumas das principais marcas do setor em Portugal e no mundo. Apresentamos-lhe o projeto de uma família, hoje liderado por Sofia Vale.

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Projeto fundado em 2001 enquanto extensão de uma outra em-presa do grupo, Cartonagem Salgado, a Embalcut é por estes dias uma marca de referência nacional e principalmente de Guimarães no que concerne à criação e produção de embalagens, em madeira e cartão compacto. Augusto Salgado, sócio-gerente, não tem dúvidas da utilidade do serviço prestado: “A nossa caixa é para produtos premium, acrescentando valor a esse mesmo produto”.

A vocação continua a ser a área da cutelaria, até porque foi a partir daí que a empresa cresceu, mas rapidamente a Embalcut percebeu que teria de alargar as áreas em que se envolvia para conseguir fazer frente tanto no mercado nacional como internacional. “Nos últimos anos, diversificámos muito os mercados em que estamos presentes, desde as cutelarias, vinhos, têxteis, sapatos até à cosmética”, explica Augusto Salgado. Hoje, vendem para todo o mundo caixas para cutelarias e ocupam-se de todo o processo, desde a parte do design,

que fica ao encargo do irmão Carlos, até à estrutura da embalagem. “Um cliente propor algo é um desafio, uma vez que frequentemente se tratam de caixas diferentes e designs conceituados. Temos de nos adaptar ao que nos é pedido”, continua o empresário.

Em termos de clientes, os mercados principais da Embalcut são os vinhos em França e a cutelaria em Itália, representando o mercado externo cerca de 70% das vendas da empresa. Um projeto virado para todo o globo, portanto: “Temos de nos dar a conhecer cada vez mais ao mundo”, projeta Augusto Salgado. Simultaneamente, a envolvência na Guimarães Marca não poderia deixar de constituir um motivo de orgulho: “É um prazer, porque somos de Guimarães, e um prestígio, para divulgar a marca lá fora”. Afinal, qual é o segredo do sucesso? Ao que tudo indica, é simples, mas não ao alcance de todos: “É um trabalho que não é sempre igual, requer capacidade de superar obstáculos e oferecer o melhor serviço”, esclarece.

Uma empresa familiar pode-se orgulhar de ter nos quadros cerca de 70 colaboradores, até porque é necessário dar resposta às propostas dos clientes e permanecer competitivo no mercado. “Produzimos uma média de três a quatro mil embalagens por dia”, sublinha Augusto Salgado. No que toca a projetos futuros, a Embalcut procura “diversificar ainda mais e vender em vários sítios”, mantendo sempre a filosofia de “empresa que faz o que o cliente quer”.

“Temos de nos dar a conhecer cada vez mais ao mundo”

A Embalcut demarca-se por ser uma empresa que prima pela prestação do melhor serviço ao cliente, utilizando para tal toda a criatividade no design e produção de embalagens em madeira ou cartão rígido, não esquecendo a vocação inicial na área da cutelaria.

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Fundada em 1995, a Guimarpeixe dedica-se à transformação, comercialização e distribuição de produtos alimentares congelados. Presente no mercado nacional e internacional, a empresa aderiu recentemente à iniciativa Guimarães Marca.

Francisco Rocha e António Costa, fun-dadores e administradores da Guimarpeixe, são os nomes que contemplam um projeto com mais de duas décadas de atividade. A eficiência nos serviços prestados aos clientes e a qualidade dos produtos permitiram à empresa um crescimento sustentado que, atualmente, se reflete nos mercados em que atuam. “A nossa principal característica é cumprir com os prazos e com tudo a que nos propomos”, contextualizam.

Foi devido a este rigor que a Guimar-peixe conquistou os primeiros mercados e se fortaleceu para conseguir suportar toda a sua dimensão. Os seis trabalhadores iniciais passaram para cerca de 100 e o investimento no espaço também se fez sentir, na medida em que área de produção de 360m² deu lugar aos 740m² atuais. Deste modo, para além de cumprirem os requisitos em toda a distribuição nacional, os responsáveis olham para a modernização do espaço, em termos dimensionais e tecnológicos, como o impulso que faltava para “começar a pensar nos mercados internacionais”.

Hoje em dia, a Guimarpeixe opera em todo o território nacional e exporta para vários países da União Europeia, sendo que já atingiu também o continente africano, nomeadamente através de Angola. Parale-lamente, a empresa participa em projetos como o da SISAB (Salão Internacional do Vinho, Pescado e Agro-Alimentar), tendo em

vista o mercado da saudade. A presença da marca nestes espaços deve-se à qualidade dos produtos e do serviço prestado e os certificados internacionais como a BRC Glo-bal Standards for Safety Food e ISO22000 Sistema de Gestão da Segurança Alimentar, representam isso mesmo.

A recente adesão ao projeto Guimarães Marca, tem como principal objetivo manter a essência da região onde tudo começou, contudo “pretendemos continuar o caminho da internacionalização e chegar a novos des-tinos como, por exemplo, o Brasil”, concluem.

Qualidade sem fronteiras

“A nossa princi-pal característica é cumprir com os prazos e com tudo a que nos propomos”

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Vocacionada para o desenvolvimento e comercialização de solu-ções domésticas e profissionais de higiene e limpeza, a Interhigiene está sediada em Guimarães, berço da nacionalidade.

O seu fundador e responsável, Aldo Costa, conversou connosco sobre os seus projetos e apresenta à Portugal Inovador o portefólio de três segmentos de mercado: o profissional, o doméstico e o cosmético.

A Glow Professional dirige-se a um público-alvo profissional foi a primeira incursão da empresa nas linhas próprias, tendo recentemente sofrido um rebranding com aposta numa embalagem diferenciadora, imagem mais apelativa e rotulagem em vários idiomas. A qualidade é uma aposta contínua.

As linhas Glow Your Life e IN são produtos de prateleira, servem o público doméstico, contendo uma diversificada gama de artigos para o cuidado da casa, da roupa e higiene das mãos.

A Skyn Cosmetics constitui a aposta de cuidado pessoal da empresa vimaranense. Esta aposta da Interhigiene apoia-se numa moderna imagem e numa ampla variedade de produtos para higiene das mãos, do corpo e higiene íntima. Aldo Costa adianta que a In-terhigiene encontra-se, neste momento, a desenvolver “um projeto de I&D, em parceria com a Universidade do Minho, para o lançamento de produtos cosméticos a partir do aproveitamento de algas marinhas”.

Vocacionada para o mercado retalhista, a empresa tem crescido e promete “continuar a fazê-lo”. As características em que tem assen-tado a sua afirmação são, conforme nos diz, “a imagem apelativa dos produtos e a qualidade aliada a preços competitivos”.

Aldo Costa não tem dúvidas que “a Interhigiene evoluiu ao ponto de, hoje, ter uma equipa com 35 elementos e ter passado, em julho de 2016, de umas instalações com 1500m2 para uma nova casa com 20.000m2.” O crescimento dimensionado, aumentou em larga escala a capacidade de produção e o armazenamento, “o que é importante numa área de negócio onde é necessário ter um stock muito grande”, sublinha o administrador.

No horizonte próximo, a Interhigiene prepara-se para aumentar a exportação (atualmente nos 15%), com a aposta numa maior inter-nacionalização. Ao mesmo tempo que a empresa vai concentrar as suas energias neste objetivo, a sua estratégia passará também por um “investimento na Indústria 4.0, com vista a uma maior automatização do nosso sistema, que nos torne mais produtivos”.

A empresa vimaranense integra o Guimarães Marca projeto expressão da identidade de um país. Aldo Costa comenta que “as pessoas investem e consomem produtos e serviços das empresas que confiam” e aqui o objetivo é reforçar a qualidade da produção nacional.

Interhigiene abraça matriz da qualidade a preço competitivo

Portugal tem uma nova referência na higiene. Nasceu em 2005 para conquistar o mercado da produção e comercialização em produtos de higiene. Desde então, a aposta da Interhigiene no crescimento tem resultado de forma plena e é visível nas mais diversas áreas de atuação. O mercado ibérico tem sido o privilegiado, contudo a Interhigiene já tem outras referências pelo mundo, acompanhando também as necessidades comerciais de conceituadas marcas.

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Foi em 1961 que a Domingos de Sousa, sediada em Guimarães, começou a fabricar colchas com um tear manual de madeira, passando mais tarde a colocar teares em casas da região. Um crescimento gradual e sempre ponderado, acompanhado de igual forma pela introdução dos sistemas mecâ-nicos no fabrico de colchas, resultando na intensa exportação para França em plena década de 80. Hoje à frente do negócio, Fátima Sousa refere que “fazemos tudo o que são felpos, desde os panos de cozinha aos roupões e toalhas de praia”.

Sempre em contacto direto com o clien-te, a Domingos de Sousa conta com uma designer responsável pelo desenho dos artigos, ainda que trabalhe bastante com os desenhos dos clientes. “No caso do mercado alemão, temos uma designer alemã que nos sugere alguns desenhos, já que conhece o gosto das pessoas de lá e nós desenvol-vemos aqueles que mais gostamos e que consideramos mais interessantes”, comple-menta. São muitas as marcas com as quais a Domingos de Sousa colabora, incluindo, por exemplo, a Zara Home, que “traz desafios”, sendo que muitas das coisas que a empresa desenvolve “são bem aceites”.

Uma particularidade é o facto de se tratar de uma empresa vertical que incorpora todos os estágios de produção, “desde a fiação, até ao acabamento, confeção e embalagem”. Numa família de, sensivelmente, 205 cola-boradores a expressão no exterior é visível praticamente nos quatro cantos do globo. “Começámos em França, depois Inglaterra, hoje os nossos melhores mercados são Espanha e Alemanha, mas vendemos para quase todos os continentes”, sublinha.

“Os nosso clientes confiam imenso em nós”

Quais são os traços distintivos de uma empresa de sucesso como o caso da Domin-gos de Sousa? A administradora explica de uma forma simples e clara: “Um dos nossos maiores valores é a honestidade e temos a certeza que os nossos clientes confiam imenso em nós. Sabem que nunca deixamos ninguém mal”.

Um dos desafios que mais alicia a em-presa é o caso da produção para hotelaria, que “representa cerca de 35%, exigindo maior resistência e absorção”, e consequen-temente uma dedicação redobrada a uma paixão que dura há mais de meio século.

Tratando-se de um caso de sucesso tanto em Guimarães, como a nível nacional e internacional, a Domingos de Sousa está envolvida no projeto Guimarães Marca, e Fá-tima Sousa conclui lançando as bases para um futuro cada vez mais risonho: “Ambiciono continuar a trabalhar nestes moldes e a mere-cer a confiança dos clientes. Continuaremos a investir para aumentar a capacidade, se assim tiver de ser, e manter a estabilidade desta equipa”.

Mais de meio século de história no setor dos têxteis-lar, um know-how e identidade que são reconhecidos a nível nacional e, cada vez mais, no plano internacional. Fátima Sousa, administradora da empresa, fala dos tempos de fundação, dos desafios e da relação privilegiada com o cliente.

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A José Neves é uma empresa líder no setor da embalagem. Com experiência no mercado superior a 30 anos, fornece so-luções globais de embalagem, através das várias divisões de negócio que possui. Para além de representações internacionais dos mais variados produtos, tem produção própria de caixas de cartão, fitas adesivas impressas e transformação de papel, com técnicos e mão de obra especializada.

Fundada em 1983, a José Neves permanece até aos dias de hoje nas mãos do seu fundador, que se apoia em valores como flexibilidade, inovação e desenvolvimento contínuo de novas soluções. Valores aos quais alia um investimento perma-nente nos relacionamentos a longo prazo com os seus clientes e fornecedores.

É uma empresa certificada, tendo sido a primeira empresa do setor a conseguir tal distinção, mantendo a certificação até aos dias de hoje (ISO 9001:2008). Na verdade, a qualidade representa para a José Neves um ponto de elevada importância. Por isso, apesar das exigências cada vez mais elevadas nos processos de certificação, a José Neves, tem renovado, ano após ano, o seu certificado de qualidade com sucesso. Entre-tanto, a José Neves iniciou também o processo de adaptação da empresa para a certificação ambiental e higiene e segurança.

A José Neves implementa e incentiva políticas de sustenta-ção ambiental e de interação com a comunidade local. Nesse sentido, estabeleceu um programa de parcerias com Instituições locais, com o intuito de apoiar e promover o desenvolvimento local. Na verdade, são várias as iniciativas em curso. A asso-ciação ao projeto Guimarães Marca, a integração de estagiários na empresa e o apoio a famílias mais carenciadas, são apenas alguns exemplos dessas iniciativas.

Com provas dadas no mercado nacional e internacional, está presente em todos os setores de atividade e detém na sua carteira de clientes as mais referenciadas empresas de cada setor. Para responder às exigências do mercado, a José Neves aposta na inovação e na formação contínua dos seus colaboradores, como salienta o CEO e fundador da empresa, José Neves, “a empresa não sou eu, são todos os funcionários. Por isso, apoiamos e valorizamos os nossos trabalhadores”.

Com quase 60 pessoas no ativo, todos trabalham em prol de um objetivo comum: o crescimento da empresa. Os lucros são para investir no seu desenvolvimento. Pelo que iniciou a construção de uma nova nave industrial com mais de 13.000m2, a qual estará concluída em setembro de 2017, tendo previstos novos investi-mentos que prometem trazer valor acrescentado aos seus clientes.

Embalagens de qualidade, em Guimarães A empresa José Neves integra o projeto Guimarães Marca, um programa que apoia a promoção do tecido económico e cultural de Guimarães, promovido pelo município de Guimarães e que pretende espalhar a marca pelos cinco continentes.

“A empresa não sou eu, são todos os funcioná-rios. Por isso, apoiamos e valorizamos os nossos trabalhadores”

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Mais de 30 anos de história são insuficientes para quantificar o sucesso da Kyaia na área do calçado, apostados numa política de inovação e desenvol-vimento tecnológico. “A nossa filosofia passa por manter a equipa e tentar que os trabalha-dores se sintam bem. Estamos felizes”, começa por falar. A empresa conta na sua carteira com três marcas próprias com grande sucesso, sendo elas a Fly London, Softinos e Foreva. Num processo criativo e produti-vo plenamente indoors, Portugal não é certamente o único foco da Kyaia. “Estamos em 60 mer-cados. Temos conquistado em média dois mercados por ano, e neste momento, exportamos mais para os EUA e o Canadá”, adianta. Ainda assim, existe um desejo de explorar outras zonas do globo que têm sido difíceis de concretizar: “Gostaríamos de estar na América Latina, e o Brasil seria o mercado mais natural, mas as condições teriam

de ser iguais de parte a parte”. Numa empresa de tamanho

sucesso reconhecido, é costu-me perguntar-se qual o segredo e elementos distintivos face a um mercado tão competitivo. Ao que tudo indica, a resposta é (bastante) simples: “Muito traba-lho! Tendo gente que nos ajude, as coisas resultam. E depois há, naturalmente, a questão da qualidade”.

A tecnologia de ponta é um dos traços caracterizantes da empresa, e em sucintas palavras Fortunato Frederico aborda a importância desta

“As grandes novidades estão no software”

A Kyaia é hoje uma das maiores referências da inovação e desenvolvimento tecnológico no que concerne ao calçado. Com a sede em Guimarães e uma unidade produtiva em Paredes de Coura, Fortunato Frederico, sócio-gerente da empresa, conta como vai enfrentando os desafios do mercado, à medida que se demarca da concorrência.

mesma aposta: “Se temos um gabinete de desenvolvimento de software é porque hoje as grandes novidades estão no soft-ware. Neste momento, estamos a desenvolver um projeto com a Universidade do Minho que dura quatro anos, e penso que terá um resultado positivo. Também desenvolvemos um projeto com o INESC TEC que durou 16 ou 17 meses e que resultou num algoritmo avançado que faz a gestão e a distribuição de uma linha de distribuição. Para além do tempo que ganhamos, re-duzimos stock porque quando

a decisão humana tinha que ter um stock grande para saber onde ir buscar, hoje é o algorit-mo que faz o balanceamento e que resolve o problema e diz onde estão os produtos. E é um equipamento que está a ser posto à disposição da indústria do calçado”, sublinha.

Relativamente ao estado do setor, o empresário relembra o período pré-25 de abril, numa altura em que a visão geral não era a melhor. Contudo, as coisas mudaram desde então. “Conheço bem a indústria do calçado, e tenho uma visão do que ela era antes do 25 de abril. A indústria sofreu uma evolução e, a imprensa anteriormente dava uma má imagem da in-dústria, mas hoje o bom nome que a indústria do calçado tem, deveu-se também às notícias positivas que começaram a ser dadas. Acho que a indústria do calçado hoje é vista como um caso exemplar, e procura valo-rizar os seus produtos”, explica.

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Com quase 80 anos de história, a Lemar é um marco nacional no que toca à área têxtil, e tem vindo a tornar-se cada vez mais uma referência a ter em conta no exterior. Ma-nuela Araújo, CEO da empresa, recorda os tempos de fundação: “Nasceu com o meu avô em 1939, e depois continuou com o meu pai, que por sua vez trans-mitiu a empresa a mim e ao meu irmão. Hoje em dia lidero-a com os meus dois filhos. Começou por vender para as ex-colónias, depois para mercado interno, e agora estamos em todo o mundo. Estamos no caminho da internacionalização há cerca de 25 anos”. O balanço de todo o percurso não poderia ser melhor, até porque a estratégia foi devidamente delineada. “Es-tamos no bom caminho e muito

bem posicionados no mercado. Vamos trabalhando, e com a prata da casa vamos investindo. Desde que o meu pai nos deixou há nove anos já remodelámos a fábrica, os edifícios todos e tam-bém já comprámos máquinas novas”, explica a administradora.

No que concerne ao produto que a Lemar oferece, Manuela Araújo esclarece: “Dedicamo--nos muito à moda, embora fa-zendo muito para desporto tam-bém. As pessoas gostam muito de nós porque usamos cores

Honrar a tradição com inovação

muito alegres e bem dispostas”. Marcando presença assídua em feiras internacionais, o segredo do sucesso lá fora passará muito pela parceria “com os melhores fornecedores europeus”, o que deixa a empresária “feliz pelo trabalho realizado”.

É recorrente perguntar como uma empresa com tantos anos de história consegue permane-cer de forma ativa no mercado. A resposta é clara: “Nunca gastar mais do aquilo que ganhamos. Ser comedido, trabalhar e pes-quisar muito, até porque da conversa nasce a luz. Nunca copiamos nada, e fazemos as coisas com ponderação. Tam-bém conhecemos os clientes, e normalmente vou para as feiras, porque gosto de olhar para a cara do cliente e perceber se é uma marca mais séria, com cores mais escuras. Essencial-mente, nunca dar um passo maior do que a perna”, afirma.

O mercado torna-se cada

vez mais competitivo e para estar na linha da frente há que apostar continuamente na qua-lidade, assim como na inovação tecnológica. Para tal, a Lemar conta com uma família de sen-sivelmente 50 colaboradores, mas é um número que tem vindo a aumentar. “Temos colocado bastante pessoal mais técnico ultimamente, porque o trabalho era muito. A fábrica tem aumen-tado, os clientes estão cada vez mais exigentes, e nós gostamos deles assim”.

O futuro é, naturalmente, uma questão que passa pelo pensamento de Manuela Araújo, mas a pasta está bem entregue dentro da família. “Tenho dois filhos que se completam muito bem. Um deles gosta muito de marketing e de viajar, e o outro gosta muito da parte interna da fábrica. Espero que se empe-nhem como eu e que continuem com a empresa, para levar isto até à quinta geração”, conclui.

A Lemar conta a história de mais de 75 anos de trabalho e dedicação dentro do espectro da indústria têxtil. De Guimarães para o mundo, a empresa está hoje ao encargo de Manuela Araújo, neta do fundador, Leandro Magalhães d’Araújo.

O mercado tor-na-se cada vez mais competiti-vo e para estar na linha da frente há que apostar continuamente na qualidade

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Em conversa com Vasco Pizarro, dire-tor comercial e do marketing, e Margarida Pizarro, diretora criativa e industrial, é feita uma abordagem aos primórdios da empresa, altura em que “os pais começaram com ape-nas uma máquina de lavar e sacar”. Desde então, o desenvolvimento sustentado da Pizarro, SA está refletido nos cerca de 440 colaboradores e nas cerca de 18 milhões de peças tratadas por ano.

“Nos processos de lavandaria, tinturaria, estamparia e acabamentos funcionamos com peça confecionada. O cliente traz-nos as peças e nós realizamos os serviços. Já no full package, o cliente faz-nos chegar o design e depois fazemos as amostras para serem aprovadas. A partir daqui o processo é con-trolado por nós, desde a compra do tecido, à subcontratação da confeção e à lavagem,

tingimento ou acabamento”, sintetizam os nossos interlocutores.

Aliar a qualidade à quantidade é o que diferencia e potencializa a Pizarro SA. É este o contexto que torna possível a presença no mercado premium, ao mesmo tempo em que competem com o mercado de “grandes quantidades”. Os cerca de dois mil clientes espalhados pela Europa e pelos Estados Unidos da América revelam a qualidade e eficiência de toda a empresa. A Inditex é, por isso mesmo, um dos principais clientes da empresa, visto que “em três dias conse-guimos colocar as peças prontas a ir para a loja”, demonstram com orgulho.

Deste modo, a inovação é um conceito pre-sente no decorrer da atividade: “A notoriedade que atingimos faz com que as pessoas estejam sempre à espera de algo diferente”. A título de

Presença no mercado premium A Pizarro, SA, instalada em Guimarães, disponibiliza serviços de lavandaria, tinturaria, estamparia, acabamentos e full package. No mercado desde 1983, o seu crescimento baseia-se na permanente inovação implementada no setor.

exemplo, em termos de maquinaria, a Pizarro, SA procura estar na vanguarda do setor, na medida em que foram das primeiras a adotar o 3D e a estamparia digital, em parceria com um fornecedor, “criámos uma máquina mais rápida e com custos menores”, constatam.

GUIMARãES MARCA E OBJETIVOS FUTUROSPara Vasco Pizarro e Margarida Pizarro a

adesão ao projeto “Guimarães Marca” é uma iniciativa importante para que a população entenda a dimensão que as empresas têm para a cidade: “Iniciativas como esta ajudam a que o município perceba o quão as empre-sas podem crescer e expandir-se lá fora”.

Já o futuro da empresa em termos internacionais passa por alargar a área de atuação (Estados Unidos, Norte da Europa e Escandinávia) e internamente, “queremo--nos adaptar ainda mais aos têxteis-lar”. Para isso, contribuem as inúmeras participações em feiras internacionais, com destaque para a Kingpins em Amesterdão.

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Imaginação e diferenciaçãoA Relatos e Retalhos, sediada em Guimarães, é uma empresa especializada em vestuário feminino que procura diferenciar-se pela originalidade das suas peças. Inserida no projeto “Guimarães Marca”, a empresa contempla ainda uma marca própria: a Touch Me.

Em conversa com Cristina Faria e Jorge Correia, os responsáveis da Relatos e Reta-lhos, procuramos perceber o que motivou o desenvolvimento deste projeto. No mercado desde 2016, a vontade e a perseverança em corresponder às exigentes solicitações dos clientes tem-se revelado um desafio para ambos. Especialistas no desenho de imagens para estampagem em artigos de vestuário, o desafio inicial prende-se com a procura inces-sante pela diferenciação no mercado atual.

Numa primeira fase, “idealizamos e con-cebemos as amostras, depois apresentamos a peça confecionada para consequente-mente serem produzidas por empresas com as quais temos uma parceria”, contex-tualizam. A originalidade e a inovação são características intrínsecas a cada artigo e estão presentes na conceção dos mesmos. Neste sentido, Cristina Faria e Jorge Correia encontram-se atualmente a produzir artigos

onde premeiam o vinil e estão a analisar uma futura “produção de bordados automa-tizados”. A constante modernização no seio da atividade está espelhada no número de clientes e na recente integração no projeto “Guimarães Marca”.

Durante o processo de elaboração do vestuário, o desenho e a cor são os elementos que mais entusiasmam os responsáveis pela empresa: “A cor é um sinónimo de alegria e bem-estar, sendo que a esperança reflete-se na roupa que usamos”, afirmam. Para que o produto final esteja de acordo com o ideali-zado por ambos, Jorge Correia confessa que são precisas várias horas no seu “recanto” para dar “asas à imaginação junto do meu computador”.

Para o futuro, o objetivo passa por crescer de uma forma sustentada, ao mesmo tempo em que ampliam a gama de produtos e procuram ter uma linha de confeção própria.

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Trata-se do segundo maior produtor de cartão canelado com capital 100% português e dá-se pelo nome de Sebastião & Martins. Sediada em Guimarães, a empresa deu o primeiro passo em 1980, estando Sebastião Martins na origem da fundação, juntamente com a esposa. Nesta entrevista, a palavra pertence ao filho do casal, Miguel Martins, diretor comercial, que esclarece que o serviço prestado pela Se-bastião & Martins prende-se com “todo o tipo de oferta que tenha a ver com cartão canelado”, adiantando ainda que produzem “cerca de 60 milhões de metros

quadrados de cartão em várias qualidades”.

O ano de 1993 foi deveras relevante para a história deste projeto, uma vez que aí passou a produzir cartão com a instala-ção de uma caneladora, sendo que até então funcionavam enquanto cartonagem. “Foi um investimento importante, uma mais-valia, e o que nos fez dar o grande salto”, complementa.

Num setor de negócio in-tensamente relacionado com tecnologia, Miguel Martins não perdeu tempo a lançar as ba-ses para o futuro da empresa: “O próximo passo passa por comprar máquinas novas e automação. É fulcral. Temos de estar constantemente a investir e as máquinas são muito caras”, esclarece.

A Sebastião & Martins tem nos seus quadros 166 colabo-

Serviço de qualidade, versátil e personalizado

radores, e tem em Moçambi-que o maior cliente, apesar do crescimento gradual em Angola e da importância da relação com Espanha e Inglaterra. Para além disto, a empresa marca de igual forma forte presença em feiras internacionais, como a Conxemar em Vigo, referente ao setor do pescado, a FACIM em Moçambique e a FILDA em Luanda (Angola).

No que concerne ao lema da empresa, Miguel Martins vira todas as atenções para o cliente, fator altamente distintivo da casa: “Uma filosofia muito focada no consumidor. O serviço acima de tudo, esse é o elemento diferen-ciador, assim como a rapidez e a versatilidade em produzir peque-nas e grandes séries”.

Como não podia deixar de ser, a Sebastião & Martins trata-se de mais uma empresa

envolvida no projeto Guimarães Marca: “Achamos o desafio mui-to interessante, até pela ótica da comunicação. Cá em Guimarães somos muito orgulhosos da nossa terra. É um projeto que está a ser muito bem conduzido, e a equipa que está a liderar é muito capaz”.

O futuro voltou a ser tema de conversa, mas tal acaba por ser natural numa empresa visionária e ambiciosa. Miguel Martins termina abordando os desejos para os anos vindouros: “Manter um nível de qualidade e fornecimento ao nível do que os clientes estão habituados. Pas-sa também pelo investimento em automação e em papéis e cartões técnicos, ou seja, desafiarmo-nos a nós próprios”.

A Sebastião & Martins marca a sua posição e faz-se ouvir no mercado da indústria de cartão canelado e embalagens. Com mais de 35 anos de história, o crescimento e ambições desta marca são levados até à letra por Miguel Martins, diretor comercial da empresa.

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A fundadora e atual CEO, Margarida Máximo, confidencia-nos que “com a crise que afetou a indústria”, a sua empresa sofreu mas sobreviveu, e, desde então tem sido sempre a subir, no volume de negócios mas, mais do que isso, na cadeia de valor.

Nas palavras da própria, “implementamos uma nova estratégia e, graças a esta mudança, conseguimos entrar em novos mercados no exterior. Muitos dos contactos foram estabelecidos durante a pre-sença em feiras internacionais e, atualmente, podemos afirmar que exportamos 100% da produção para todo o mundo”.

Com 24 colaboradores, entre os quais se encontra Mariana Máximo, Product and Sales Manager, a TMR orgulha-se do caminho percorrido: “Passamos de depender de intermediários, de agentes, a ter dentro de portas tudo aquilo que as Marcas precisam, nomeada-mente departamento comercial, de design e de amostras”.

Na TMR todas as encomendas são acompanhadas do início ao fim e o relacionamento com os clientes permite conhecer e entender os seus requisitos e expetativas, garantindo a total satisfação. Miguel Máximo, Quality Manager, destaca ainda a importância da certificação do sistema de gestão da Qualidade pela norma ISSO 9001:2008 para o presente e futuro da empresa, “O desafio de certificar a empresa foi concluído com sucesso e, agora o caminho é a melhoria contínua, a satisfação dos clientes atuais bem como a captação de novos, de preferência em mercados nos quais a empresa ainda não marca presença”.

Dando prioridade a fornecedores nacionais, “parceiros” como realçam os nossos interlocutores, atualmente a empresa trabalha com os clientes desde o sourcing de matérias-primas, ao design, produção e envio.

Para se manter na vanguarda, a empresa encontra-se neste momento a desenvolver a sua coleção para a primavera/verão de 2018 que será exposta em feiras, de Londres a Munique, e, even-tualmente, Paris, naquela que é a mais reconhecida feira do setor, a Première Vision.

Em jeito de despedida, Margarida Máximo diz que não teme o futuro: “O ano passado renovamos os escritórios, este ano foi a vez dos vestiários e também do refeitório e uma área de lazer, e, posso adiantar que já estamos neste momento a restaurar um edifício no coração da cidade onde será o nosso showroom”.

“We don’t do fashion. We are fashion”

TMR Fashion Clothing Lda. integra o projeto “Guimarães Marca”. Criada em 1997, esta empresa onde se respira criatividade, inovação e design, atua no ramo têxtil e vê-se cada vez menos como uma fábrica e mais como uma casa de moda.

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Numa abordagem inicial, Lúcio Silva e Ana Silva, sócio gerentes da empresa, fazem uma viagem ao passado, altura em que o pai e fundador da Vidraria Taipas, Lúcio Macha-do Silva, já demonstrava ser uma “pessoa empreendedora e com uma visão bastante à frente para a sua época”. Com orgulho das diversas conquistas da empresa ao longo de toda a sua existência, aquela que mais destacam é sem dúvida o facto de terem sido um dos primeiros produtores nacionais neste setor a possuir uma linha própria de fabrico de vidro duplo, mérito que lhes valeu uma posterior certificação europeia para a produção do mesmo.

Com um crescimento sustentado e estru-turado, a Vidraria Taipas apresenta-se com uma vasta gama de produtos de excelência e com um serviço de acompanhamento personalizado, o que tem permitido uma expansão notória em termos de clientes e mercados: “Desde a construção civil à deco-ração, estamos a conseguir introduzir o vidro em vários segmentos de mercado”, afirmam. Neste contexto, a ambição dos gerentes da empresa passa por comprovar que o vidro “pode ser um elemento decorativo diferencia-dor também em termos de personalização, como são exemplo os nossos mais recentes produtos, o Vidro Laminado Decorativo e o Vidro LED”, acrescentam. A relação de proximidade com os clientes permite que

os mesmos “nos tragam ideias arrojadas e novos desafios para desenvolvermos os produtos que estes pretendem”, afirmam.

Com o intuito de dar a conhecer cada vez mais as vantagens intrínsecas ao vidro, Ana Silva e Lúcio Silva não escondem as inúmeras iniciativas, em colaboração com o departamento de marketing, para providen-ciar o conhecimento sobre esta mesma área aos mais diversos públicos.

O profissionalismo, a inovação e a per-sistência são características que diferenciam a empresa no mercado. Esta filosofia não é indiferente aos 35 colaboradores que com-põem a Vidraria Taipas: “Aqui trabalhamos todos em conjunto e com um único objetivo”, afirmam.

Relativamente à integração no projeto Guimarães Marca, os gerentes realçam a importância desta iniciativa “ambiciosa e prestigiante”. A reputação que comprovam ter em Guimarães, através das múltiplas obras de referência na região, está a ser transpor-tada para o resto do mundo com diversas e constantes iniciativas.

Com uma visão sempre focada no futuro, os responsáveis da Vidraria Taipas traçam agora o caminho da empresa: “Queremos continuar a aposta constante na inovação e na qualidade do serviço diário”, concluem.

De Guimarães para o mundo Fundada em 1978, a Vidraria Taipas é uma empresa sediada em Guimarães que dedica toda a sua atividade à produção de trabalhos em vidro e colocação. Atualmente como uma das 40 empresas pioneiras do projeto Guimarães Marca, o objetivo da Vidraria Taipas passa por demonstrar o que de melhor se produz na cidade, obtendo também reconhecimento a nível internacional.

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Nascida em 1997 em Guimarães por Alberto Pimenta Machado, a Villafelpos é uma empresa especializada em produção e comercialização de têxtil-lar para casa, praia e criança, e desde cedo se dirigiu para o exterior, conforme sublinha Rafael Galvão, responsável financeiro e de recursos huma-nos: “As primeiras vendas aconteceram no início de 1999. Foi sempre uma empresa vocacionada para o mercado externo, como era a ideia aquando da fundação. Inicialmen-te era uma unidade produtiva muito mais pequena, mas com os anos no mercado foi melhorando e avançando”.

A nível de produtos, a Villafelpos faz os chamados atoalhados, ou seja, “a roupa das casas de banho e os acessórios inerentes”, para além das toalhas de praia. Com 82 funcionários no seu quadro, o que a distin-gue em relação à concorrência do setor? “Procuramos trabalhar com um nível médio--alto de qualidade e apresentar produtos que

acrescentem uma mais-valia ao mercado. Temos flexibilidade em termos produtivos, e facilmente conseguimos ajustar-nos a séries mais pequenas, com muitas cores e tamanhos. Isto permite depois responder perante os nossos clientes de uma forma rápida e célere, que é o que se quer mais”, esclarece. Essa proximidade com o cliente fica consumada com o trabalho criativo envolvente: “Temos um departamento de desenvolvimento interno que está em cons-tante interação com o cliente. Apresentamos coleções próprias e o departamento tenta sempre perceber as necessidades do cliente, olhando para as tendências do mercado, para que possamos apresentar sugestões e alternativas”, sublinha.

Fortemente apostada numa política de tecnologia de ponta, a Villafelpos, como já referimos, está voltada de Guimarães para todo o mundo, e há inclusive novos targets em mente: “Atuamos no mercado europeu de forma geral, com mais enfoque em Espanha, França, Itália, Alemanha e Suíça, e também chegamos a certos países nórdicos. Temos tentado ao longo dos últimos anos diluir o risco, procurando outras zonas geográficas. Dessa forma, trabalhamos com os EUA, Ca-nadá, México e Austrália. É um esforço que temos vindo a fazer, e algo que temos vindo a conquistar com muito trabalho e cujo papel da responsável comercial, Cristina Galvão, tem sido fundamental”.

Todo o crescimento da Villafelpos é sustentado por uma equipa de profissionais de qualidade superior, assente numa política de recursos humanos cuidadosamente tra-balhada ao longo dos últimos anos.

Uma empresa com duas décadas de história é naturalmente preocupada com o

Desde 1997 a demarcar-se na indústria têxtil-larA Villafelpos é uma referência vimaranense no que concerne ao têxtil-lar, e desde cedo se virou para o exterior para fazer conhecer os seus produtos. Com duas décadas de história, os desafios a cumprir são aliciantes, à medida que o mercado se vai tornando cada vez mais exigente.

futuro, sempre tendo o passado de sucesso como referência. Como tal, Rafael Galvão lança os dados para os tempos vindouros: “Temos investido na unidade produtiva, e há perspetivas de continuar a investir. Te-mos inclusivamente um projeto submetido ao Portugal 2020 para dotar a unidade de mais capacidade produtiva, com melhor maquinaria, para que estejamos mais bem apetrechados, de forma a poder responder às necessidades e exigências que o mercado nos pede. Continuar a apostar na equipa é também um outro fator estratégico”, conclui.

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Apresentamos-lhe a inicia-tiva ‘Portugal Inovação Social’ contemplada com 150 milhões de euros de verbas do Portugal 2020, direcionadas para o apoio e a valorização de iniciativas de inovação e empreendedorismo social (IIES), assim como de práticas de investimento social que cativem investidores e uma maior escala ao financiamento da inovação.

Esta intervenção foi criada e negociada com a Comissão Europeia enquanto parte do processo de programação do Portugal 2020, com o objetivo de financiar, de forma integra-da, ao longo de todo o período 2014-2020, IIES, “através de um instrumento de intervenção específico, dedicado à dinami-zação de um ecossistema de inovação e empreendedorismo

social e à promoção do investi-mento social em Portugal”.

Entende-se por inovação social “uma solução distinta para um problema da sociedade com impacto positivo comprovado e superior às soluções exis-tentes, tendo em conta o custo de oportunidade dos recursos utilizados”.

Este conceito está associa-do a um processo bem-sucedido no âmbito do empreendedoris-mo social. Idealmente, “deve ser simples na sua conceção, replicável para outros contextos e estar assente em recursos baratos e abundantes, ou em recursos e modelos de negócio rentáveis”. Em Portugal, as IIES são profícuas em áreas como a empregabilidade, a preven-ção de problemas de saúde, a promoção do sucesso escolar,

a redução de desperdícios, o combate à pobreza e exclusão, entre outras. Neste contexto, as cooperativas, associações mutualistas, misericórdias, fun-dações, associações sem fins lucrativos que atuem no âmbito cultural, recreativo, desportivo, desenvolvimento local, etc. “são parceiros importantes enquanto potenciais investidores sociais, bem como as empresas que queiram assumir a sua respon-sabilidade social de forma es-tratégica e proativa; instituições financeiras e investidores que queiram realizar investimentos de impacto; ou entidades públi-cas setoriais, entidades supra-municipais ou autarquias que assumam linhas estratégicas de apoio à inovação social”.

Estas ações são um motor fundamental para a melhoria das

respostas aos desafios sociais, tanto ao nível do dinamismo e sustentabilidade da economia social como da inovação em políticas públicas.

Filipe Almeida, o novo pre-sidente da Portugal Inovação Social, salienta em declaração publicada no site ‘Portugal Ino-vação Social’ o caráter “politica-mente arrojado e socialmente estruturante” desta iniciativa, pretendendo dar continuidade ao trabalho erigido pelo presi-dente cessante, Filipe Santos. “Cumpre-me perseguir com determinação o sonho que par-tilho com o anterior presidente de contribuirmos para um país mais justo, uma economia mais comprometida e uma sociedade mais fortalecida e capaz de atuar sobre si mesma”, assevera.

Elsa Santos

Percursor no investimento social enquanto motor económicoA inovação é um conceito lato, comummente associado a projetos desenvolvidos nos campos científico e tecnológico, no seio dos centros de ciência e conhecimento. Porém, Portugal apresentou uma ação pioneira no contexto da comunidade europeia que se centra na problemática social.

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Este é o mais extenso muni-cípio do distrito de Santarém e o décimo maior do país, com um total de 1115,70 km2 de área. A sua situação geográfica é privile-giada, contando com excelentes acessibilidades rodoviárias e com uma proximidade a Lisboa mas também a Santarém, Se-túbal e Évora. O fácil acesso e a abundante beleza natural tornam Coruche um destino a visitar.

As cores deste território resultam da floresta do monta-do, da lezíria ou do rio Sorraia. A floresta preenche aproxima-damente metade do concelho, derivando daqui a sua principal atividade económica. É daqui que é extraída uma parte da cortiça nacional, derivando daqui o título de Capital Mundial da Cortiça. Combinando sobreiro com o pinheiro manso, este é um montado misto, de marcante beleza mas também de uma forte riqueza no que aos seus recursos naturais diz respeito. Podem nomear-se, para além do caso da cortiça, a madeira ou o pinhão.

Se é verdade que este ecos-sistema é um verdadeiro pilar da identidade local, também não podemos ignorar a fértil lezíria.

As paisagens verdejantes da lezíria do Vale do Sorraia são a fonte de duas das culturas mais relevantes da exploração agrí-cola nacional: o arroz e o milho, produtos onde Coruche é um dos exemplos cimeiros no país.

O rio Sorraia, autêntica es-pinha dorsal do concelho, é o maior afluente português do rio Tejo, com uma bacia hidrográfi-ca de 7730 km2. É o habitat de espécies como bogas, carpas, barbos e bordalos, que fazem da sua pista de pesca uma referência nacional e inclusive mundial. Às atividades piscató-rias, juntam-se diversas práticas desportivas como a canoagem, o remo, os passeios de barco, ski aquático ou os desportos de natação. A relação de Coruche

Inspire-se em Coruche

O concelho ribatejano reúne o melhor dos dois mundos. Encontra-se perto da Grande Lisboa, sem deixar de preservar o melhor da natureza e da ruralidade. O seu território é um idílico convite ao relaxamento, ao mesmo tempo que oferece um diverso leque de possibilidades para os que querem ação e aventura.

com o rio sairá nitidamente refor-çada com a finalização, este ano, de uma praia fluvial.

Tão rico como o leque de ati-vidades no Sorraia é o conjunto das demais experiências outdoor que estão a ser promovidas no concelho. Coruche é serenidade e contemplação, ao mesmo tem-po que é intensidade, movimento e um mundo de experiências novas. Um dos principais desta-ques dos últimos anos tem sido o balonismo. São cada vez mais assíduos os balões nos céus de Coruche, o que veio culminar no acolhimento do Festival Interna-cional de Balonismo, entre 28 de março e 2 de abril. O BTT é outra modalidade que encontrou aqui um lugar de excelência. O concelho oferece percursos para

todas as preferências, que vão desde o passeio relaxado junto ao rio até trilhos mais técnicos nas oscilações do montado. O seu calendário de eventos liga-dos ao BTT tem vindo a crescer, pontificando as 24 Horas de BTT CCH. De resto, Coruche é cenário para uma diversidade de outras opções de lazer, como o trail running, a caça desporti-va, a equitação e os passeios equestres, o mototurismo, o geo-caching ou a prática de airsoft.

A não perder está também a visita à vila de Coruche, nomea-damente o seu centro histórico os mais convidativos exem-plos do seu património cultural e arquitetónico. De particular importância é o Observatório do Sobreiro e da Cortiça, obra

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vanguardista de grande impacto visual, inteiramente revestida a cortiça, que funcio-na como polo para o estudo e valorização do montado de sobro. O Museu Municipal de Coruche integra a Rede Portuguesa de Museus desde 2002 e é uma oportunidade indispensável para a interpretação da iden-tidade desta região ao longo dos tempos. Dispõe de dois núcleos museológicos, o Núcleo Tauromáquico de Coruche, fronteiro ao edifício do Museu e à Escola-Museu Sal-gueiro Maia, em S. Torcato, alvo de menção honrosa na categoria de Melhor Trabalho em Museografia de 2010. Em breve será inau-gurado um novo polo, um núcleo dedicado ao mundo rural.

São inúmeros os motivos para visitar Coruche e são várias as ocasiões que, ao longo do ano, tornam essa visita especial-mente propícia. A agenda anual é composta por momentos de forte efeito dinamizador no concelho, destacando-se, para os próximos tempos, a 14ª edição do festival Sabores do Toiro Bravo (24 de abril a 1 de maio) e a 9ª edição da FICOR – Feira Internacional da Cortiça (25 a 28 de maio), certame que junta os grandes atores ligados a esta fileira e que, nesta edição, vai assinalar o Ano Internacio-nal do Turismo Sustentável.

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Desde há décadas que o tradicional cartão de visita deste concelho do Litoral alentejano tem estado nas suas praias. São, ao todo, 45 quilómetros de costa que se caracterizam pelas suas praias virgens. “O nosso objetivo é que se mantenham assim”, diz-nos o autarca. “Somos dos concelhos mais planeados em termos da preservação e do ordenamento do território no que à faixa costeira diz respeito”.

Entre outros exemplos que nos deu dessa preocupação, refere as alterações ao Plano Diretor Municipal. “Embora complexo, pretendemos que esta revisão traga mais flexibilidade e que permita tornar mais expe-ditos os processos de desenvolvimento do concelho. Contamos que a discussão pública do Plano venha a ter lugar no próximo mês de junho”. Como exemplo disse “até aqui este impedia que se construísse apenas a menos de um quilómetro da praia, sendo que agora estamos a passar essa limitação para os dois quilómetros”.

Se esta é uma riqueza que o concelho permanece empenhado em defender, tam-bém é verdade que há aqui a noção de que “a questão turística não pode ser apenas praia”. António Figueira Mendes salienta que

o que se pretende é que “o desenvolvimento do concelho se faça de forma integrada, a nível também do interior, e existe aqui um conjunto de fatores para isso, como a natureza, o desporto, a gastronomia ou a cultura”. Com efeito, os últimos anos têm assistido ao aparecimento de um conjunto de unidades turísticas na sua parte interior, nomeadamente de turismo rural, sobre as quais realça “o seu sucesso” e o facto de “já estarem a ganhar prémios”.

Diga-se, a este respeito, que esta forma de turismo não entra em contradição com o turismo de praia, demonstrando antes uma relação de complementaridade. “As pessoas podem usufruir da paisagem da nossa serra, mas têm na mesma a possibilidade de ir à praia em 15 ou 20 minutos”, assinala. Sobre o tipo de atividades para as quais este território serve de cenário, fala-nos do “incremento muito grande” que estão a ter o pedestria-nismo ou os eventos de BTT, chegando a atrair numerosos grupos das diferentes regiões do país.

“O turismo no concelho já não se resume

ao sol e praia”

Para além da praia e para além da serra, a vila de Grândola não deixa de entrar nesta equação. António Figueira Mendes chama a atenção para o fluxo de entrada destes turistas na vila e para o resultante impacto na restauração local. A vila que, aliás, oferece “permanentemente uma atividade cultural intensa”, dando aos visitantes a oportunidade de usufruírem da praia ou da paisagem du-rante o dia e, à noite, de “espetáculos de tea-tro, de música, de filmes ou de apresentações de livros”. Nesta matéria, Figueira Mendes abordou ainda que “no mês passado, Grân-dola viu destacado, com grande enfoque cul-tural, o mês da juventude, com a inauguração de uma exposição jovens empreendedores, que visou potenciar o reconhecimento públi-co, bem como a valorização e o prestígio da atividade empresarial e reforçar a motivação para o aparecimento de novos projetos que permitam o desenvolvimento económico e social do concelho. Nos vários espaços municipais foram organizados espetáculos de música, sessões de cinema, show cook/

Em entrevista com António Figueira Mendes, presidente do município de Grândola, fomos conhecer melhor os atrativos turísticos que estão a ganhar destaque neste território.

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degustação, o festival de teatro, entre outras atividades. Somos um concelho com a preo-cupação de motivar os jovens e potenciar o positivismo e a ambição saudável!”.

O mês de abril vai também ser um mês de grande atividade e terá como ponto alto as comemorações da Revolução, ao longo das quais Grândola vai receber Tiago Bettencourt e Raquel Tavares, num concerto agendado para a noite de 24 de abril.

Abordando outros elementos do patri-mónio deste concelho merecem menção as Ruínas Romanas de Tróia ou a Aldeia Mineira do Lousal (“um dos melhores exemplos em Portugal de como se recupera uma antiga mina e se transforma num espaço cultural e científico”), além dos projetos para o futuro Núcleo Museológico da Igreja de São Pedro e para a recuperação de uma antiga olaria na freguesia de Melides. “Temos a preocu-pação de preservar as nossas origens e de valorizar a nossa cultura e a nossa história”, sublinha. Como sinal dessa referida preocu-pação, António Figueira Mendes aproveita para adiantar que a temática definida para a edição deste ano da Feira de Agosto estará, precisamente, relacionada com “as questões da nossa origem”.

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Como nos diz, Leiria “tem um enorme potencial de crescimento em termos turísticos”. A cidade está inserida “numa região única”, que num raio de 50 quilómetros junta Fátima, três Patrimónios Mundiais da UNESCO (Batalha, Alcobaça e Tomar) e uma costa de praia de prestígio nacional e mundial.

Num cenário em que Portugal e as diversas cidades dão uma importância cada vez maior ao turismo enquanto pilar de desenvolvi-mento, Leiria quer acompanhar esta onda, através da preparação de “um forte investimento na recuperação do património histórico e na qualificação da sua oferta cultural”. No horizonte, está a candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027.

A participação de Leiria na Rede de Judiarias de Portugal insere--se nesta dinâmica de afirmação da cidade enquanto polo de visita-ção. “Resulta da nossa vontade de colocar o concelho como destino turístico junto da comunidade judaica mundial”, afirma. Acrescenta que “este é um aspeto em que Leiria tem uma história por contar, que parte muito daquilo que foi a presença dos judeus na cidade”. Uma presença que se refletiu “numa das maiores judiarias de Portugal” e num facto de “dimensão assinalável na história do país e do mundo, que foi a instalação, aqui, de uma das primeiras tipografias judaicas e a impressão, neste local, do Almannach Perpetuum, um dos mais decisivos instrumentos de navegação dos Descobrimentos”.

O investimento da cidade na questão judaica tem como principal projeto-âncora a criação do Centro de Diálogo Intercultural. Esta estrutura, já prestes a ser inaugurada, resulta da requalificação da

Igreja da Misericórdia no âmbito da candidatura ao EEA GRANTS. Surge com a motivação de “oferecer um espaço interpretativo sobre a presença de três culturas que marcaram Portugal, que foram a Cristã, a Muçulmana e a Judaica”. O próprio edifício da igreja, como diz, “tem a particularidade de ser a evolução daquilo que dizem ter sido uma antiga sinagoga para aquilo que é atualmente uma igreja cristã”. Paralelamente, está ainda prevista a “afetação e valorização de uma casa medieval (a Casa dos Pintores), também no centro histórico, para a recriação da antiga tipografia judaica”.

Antevê-se que a reabilitação de espaços como estes possa, para além do seu efeito na atração de visitantes, ser motor do “aparecimen-to de novos projetos de reabilitação no centro histórico da cidade”.

Leiria aposta no turismo judaico

O município prepara-se para consolidar a sua oferta cultural e turística no âmbito do seu passado judaico. O vereador responsável, Gonçalo Lopes, explicou-nos os contornos desta iniciativa e o contexto em que surge.

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O legado da comunidade judaica que passou por Man-teigas é algo que, até há pouco tempo, passava despercebido. Nos últimos anos, tem vindo a merecer uma atenção diferente, estando o município empenhado em dar a conhecer esta riqueza patrimonial. Integrada na Rede de Judiarias de Portugal, Mantei-gas desenvolveu esforços para investigar as marcas deixadas por esta comunidade. Como exemplos, foram inventariados 26 cruciformes, inseridos em 14 edifícios, bem como 32 portais com chanfros disseminados pelo núcleo histórico da vila.

Efetivamente, José Biscaia diz-nos que “há aqui uma costela de judaísmo”. Os judeus fugidos de Espanha haviam-se fixado em determinados centros como Covilhã, Trancoso, Sabugal ou Belmonte, sendo que houve também o contacto destas co-munidades com Manteigas. “A forte influência da Igreja Católica

na nossa zona levou, na altura, a alguma mitigação destas ma-nifestações do judaísmo. Sabía-mos, no entanto, que havia aqui alguma incidência e tratámos de fazer a sua inventariação e descobrir estes edifícios com marcas criptojudaicas”, refere.

Como resultado, José Bis-caia espera que se intensifique a concretização de “uma rota turística que passe por Belmon-te, Guarda, Covilhã, Trancoso ou Sabugal e que Manteigas também faça parte dessa rota”. Admitindo que o legado judaico não está aqui evidenciado numa magnitude como a de Belmonte, por exemplo, considera que Manteigas constitui, de qualquer modo, mais um ponto nesta rota que “é objeto de possível estudo”.

Manteigas aposta na valorização do

património judaico

“MANTEIGAS VALE POR NATUREzA”O autarca espera que o fator

judaísmo venha a ser “mais um impulso para que as pessoas nos visitem”, mas ressalva que “é necessário que haja vários produtos anexados”. Neste sen-tido, Manteigas destaca-se pela rica oferta no âmbito do turismo de natureza. “Manteigas Vale por Natureza” é, inclusivamente, a marca com que o concelho se está a posicionar para efeitos de promoção turística.

Uma tarefa da maior impor-tância como aliás nos é explica-do por José Biscaia: “Quando falamos em turismo, estamos a falar exatamente num conceito que nos é grato. Manteigas é um

Em diálogo com José Biscaia, presidente do município, fomos conhecer os argumentos com que Manteigas procura atrair o turismo ligado ao passado judaico. Uma questão que vem anexar-se a um conjunto de outros atrativos dos quais também conversámos.

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concelho de destino e não de passagem, estando fora das grandes vias como a A23 e a A25”.

Pese embora esta interioridade, a atração de visitantes é favorecida por um conjunto de fatores que fazem do concelho um destino de eleição. Afinal de contas, trata-se de um concelho que tem todo o seu território inserido no Parque Natural da Serra da Estrela. “A Serra da Estrela é o grande ecrã em que nos localizamos”, enfatiza, acrescentando que é um território “em que a natureza foi muito generosa”. Como exemplo particularmente sonante, podemos salientar o Vale Glaciário do zêzere, que, com 13 quilómetros de extensão, é um dos maiores da Europa.

No que respeita a este fator que é a Serra e toda a riqueza natural que a preen-che, José Biscaia chama a atenção para o facto de que o turismo aqui já não é um fenómeno sazonal: “Este grande templo da natureza era essencialmente virado para a neve e para o inverno mas, neste momento, já temos o verde da primavera, do verão e também de grande parte do outono. Além de termos aumentado substancialmente os visitantes, a nossa hotelaria regista boas ocupações durante todas as épocas do ano”.

Tal deve-se à afirmação de novas ati-vidades de desporto e lazer que têm feito o seu aproveitamento: “Há interesse por parte dos responsáveis do trail a nível nacional em fazerem na zona de Manteigas o centro do trail para Portugal. Temos também o BTT que, efetivamente, continua a trazer até nós milhares de pessoas. Somos, além disso, uma zona que os entendidos consideram ser uma das melhores para a prática do parapente, realizando-se aqui o British Open da modalidade”.

Está criado, então, “um novo figurino em que o turista que aqui vem é cada vez mais o amante da natureza e do desporto”.

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A Praia de Mira é recordista na atribuição da Bandeira Azul, sendo a única no mundo que recebe este galardão todos os anos desde que surgiu a iniciativa, em 1987. Se é verdade que este é o ex-líbris turístico do concelho, também é verdade que Mira começa a ser bem mais do que isso. Graças à promoção dos seus restantes atributos naturais, o turismo aqui já não é uma questão sazonal.

“Há três anos começámos com esta estratégia de promoção do turismo durante todo o ano”, diz-nos o autarca. Explicitando as dife-rentes formas como a aposta tem sido feita, começa por nos falar do turismo de natureza: “Para além das nossas praias, temos as nossas florestas e aí inclui-se a parte dos percursos pedestres, que antes do verão vão estar homologados internacionalmente. Incluem-se também as nossas pistas cicláveis. Somos o terceiro município a nível nacional com maior utilização de bicicleta, o que é fácil de perceber visto que o nosso território é plano e torna-se fácil andar de bicicleta nos nossos 36 quilómetros de pista ciclável, para além das excelentes características naturais dos sítios onde esses passeios podem ser feitos”.

O desporto de alta competição é outro mercado que tem reconhe-cido a atratividade do concelho. Esta vertente passou recentemente

pela organização do Campeonato Nacional de Corta-Mato, em março, que terá sido “o culminar de muitos anos em que os atletas têm feito em Mira os seus estágios”. O Centro de Estágios de Mira prepara-se agora para acentuar a sua internacionalização, com a receção da Seleção Francesa de Atletismo, em abril.

Uma terceira vertente desta estratégia reside “nos grandes eventos, como a Passagem de Ano, na qual conseguimos que Mira estivesse praticamente cheia, numa época em que antes desse evento não vinha cá ninguém”. Para breve, entre os dias 22 e 26 de maio, vai repetir-se a realização do Encontro Nacional de Enfer-magem. Serão, como indica Raúl Almeida, “cerca de 2000 pessoas que durante aquela semana vão dar uma dinâmica nova à praia e ao comércio local”.

Naturalmente, o turismo balnear continua a merecer uma atenção especial por parte da autarquia. O nosso entrevistado refere, nesta matéria, a ênfase dada “às práticas ambientais, aos acessos a pes-soas de mobilidade reduzida e à inovação tecnológica, tendo sido a primeira praia com cobertura wi-fi”.

Turismo todo o anoEmbora continue célebre pelas suas praias, o concelho de Mira tem feito uma crescente aposta num conjunto de outros atrativos. Fomos conhecê-los, em entrevista com o presidente do município, Raúl Almeida.

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O autarca diz-nos que o atual executivo está “perfeitamente convicto de que o desen-volvimento de Santa Comba Dão passa por esta aposta no turismo”. Contextualizando, refere que “nunca tinha havido, no passado, esta atenção ao desenvolvimento turístico”, dizendo também que “o grande salto vai ser dado este ano, após três anos iniciais em que o atual executivo se dedicou a consolidar a di-fícil situação financeira que tinha encontrado”.

“Santa Comba Dão fica no coração” é o lema da campanha de promoção turística lançada recentemente, a 16 de março, na última edição da Bolsa de Turismo de Lisboa. Uma campanha que irá pôr em evidência um potencial que começa agora a ser devida-mente explorado. Leonel Gouveia chama a atenção para o facto de este ser um concelho com “uma localização estratégica privilegiada estando equidistante em relação à Serra da Estrela, ao Caramulo ou ao mar”. Ao mesmo tempo, encontra-se “no coração da Beira Alta, com uma paisagem natural fantástica e enquadrado com a Albufeira da Barragem

da Aguieira e com a Ecopista do Dão, que é talvez a melhor de toda a Península Ibérica”. Há também praias fluviais, como a afamada Praia da Senhora da Ribeira, local de vera-neio que conhece uma forte afluência nessa altura do ano.

“Para além disso, temos também algo que é incontornável na história do país, que é a figura de António de Oliveira Salazar”, acrescenta. Essa é, efetivamente, a referên-cia que muitos portugueses continuam a ter quando pensam em Santa Comba Dão e o município tem projetos relacionados com a sua memória histórica: “Vamos requalificar uma antiga escola-cantina, que foi a primeira do país e que ainda hoje se mantém com a sua traça original. Foi um edifício precursor de toda a política de ação social do Estado Novo, vai agora servir como Centro Interpretativo e esperamos que isso seja uma realidade dentro de pouco tempo”. No âmbito dos projetos da ADICES (Associação de Desen-volvimento Local, que abrange Santa Comba Dão, Carregal do Sal, Mortágua, Tondela e Águeda), está a ser preparada a criação da “Rota das Figuras do Estado Novo”, que, para além de Salazar, vai passar pela ligação do Carregal do Sal ao cônsul Aristides de

Santa Comba Dãoaposta no turismo

Sousa Mendes, de Mortágua a Tomás da Fonseca e Branquinho da Fonseca, assim como da vila do Caramulo à Estância Sana-torial e à família Lacerda.

O concelho está também envolvido na rede de municípios da Rota da Nacional 2. Esta via atravessa todo o concelho e passa pelo próprio centro da cidade e, sobre a esperada afirmação turística da rota, Leonel Gouveia considera que será “muito impor-tante, porque vai criar condições para cada um dos municípios potenciar o desenvolvi-mento turístico. Desde a primeira hora que abraçámos este projeto com muito carinho e expetativa e penso que todos os municípios que integram esta estrada terão a ganhar com ele”.

À conversa com Leonel Gouveia, presidente do município, ficámos a conhecer os projetos para a afirmação do concelho enquanto destino turístico.

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Vila Velha de Ródão é, neste momento, um caso de sucesso a nível económico. A afirmação do cluster do papel originou um cenário em que o desemprego é praticamente inexistente e, como diz Luís Pereira, “a região encontra aqui em Vila Velha de Ródão o seu grande polo empregador”.

Para além disso, a autar-quia assume como grande desafio a criação de condições para a fixação das pessoas. “Temos um conjunto de políti-cas muito agressivas relativa-mente aos apoios à fixação”, sublinha. Dando exemplos, fala-nos dos “dois programas de incentivo ao arrendamento: um para famílias com três ou mais descendentes e outro

Um concelho a descobrir

para casais com menos de 35 anos”. Acrescenta também o “apoio fixo de 2500 euros para a aquisição de casa ou para a sua construção” e ainda “a ven-da de lotes a preço simbólico”.

A estas medidas na ver-tente da habitação, juntam-se outras preocupações como o apoio à natalidade, com o muni-cípio a “assumir integralmente os custos da creche às famílias residentes em Vila Velha de Ródão”.

Outro aspeto que marca o panorama atual do concelho é a vitalidade do turismo. O nosso entrevistado assinala o setor como “uma atividade que está a ter uma procura muito sustentada e um crescimento muito interessante”. Refere a

sua “capacidade de atrair in-vestimentos privados de quali-dade, que promovem emprego e a visitação do concelho” e destaca a “forte utilização do Tejo para viagens e passeios de barco”. A Câmara Municipal tem feito um intenso trabalho na área do turismo e património que possibilitou um conjunto de investimentos que, hoje, são a marca do concelho e que têm potenciado a dinâmica na área do turismo que o concelho está a ter atualmente.

Sobre o público que o turis-mo atrai a Vila Velha de Ródão, Luís Pereira descreve-nos um perfil que passa, “essencial-mente, por pessoas que privi-legiam experiências diferentes,

que tenham a ver com alguma autenticidade e com aquilo que é tradicional”. Entre este fluxo de visitantes, contam-se muitos espanhóis e cada vez mais franceses, que vêm ao encontro de uma oferta rica em natureza e em cultura.

O seu ex-líbris natural é

Outro aspeto que marca o panorama atual do concelho é a vitalidade do turismo.

Luís Pereira, presidente do município de Vila Velha de Ródão, esteve à conversa connosco sobre a atualidade deste concelho raiano e sobre os seus principais fatores de atração.

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o Monumento Natural das Portas de Ródão, famoso pelas suas impres-sionantes formações geológicas mas também pela rica fauna e avifauna (com especial destaque para a maior colónia de grifos do país).

Paralelamente, encontra-se aqui a maior concentração de gravuras ru-pestres pré-históricas, o Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo. Estão aqui contabilizadas cerca de 40 mil destas gravuras, distribuídas por uma extensão que vai da Barragem de Ce-dillo à Foz do Rio Ocreza. O património arqueológico vai sair enriquecido, em breve, com a conclusão dos trabalhos de musealização da Estação Arqueo-lógica da Foz do Enxarrique, esforço que tem contado com a colaboração de Luís Raposo, antigo diretor do Museu Nacional de Arqueologia.

Luís Pereira acrescenta a refe-rência a um conjunto de elementos patrimoniais que foram, recentemente,

sujeitos a intervenções de recuperação, como o Castelo de Wamba, a ermida de Nossa Senhora do Castelo e um antigo lagar que foi aproveitado para ser o Núcleo Museológico do Azeite.

Por fim, a nossa conversa abordou ainda os eventos de maior peso no ca-lendário anual do concelho. O autarca refere “dois que são particularmente significativos, como a Feira dos Sabo-res, no quarto fim-de-semana de junho, e o Festival das Sopas de Peixe, evento que tem sido um enorme sucesso des-de que a sua realização passou a ser no campo de feiras da vila”.

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O Grupo agrega as empresas Transwhite e LogiQueen. A primeira vocacionada para a vertente do transporte, opera nas estradas europeias desde o ano de 2004. Em 2008, foi complementada com a criação da Logi-Queen, estando esta destinada à compo-nente logística de carga geral. A atividade de ambas leva a que este grupo esteja, de ano para ano, a registar surpreendentes níveis de crescimento.

É de salientar a sua presença internacio-nal. Ao longo destes 13 anos, foi ampliando o seu espaço de atuação para um conjunto de países europeus dos quais fazem parte Espanha, França, Bélgica, Holanda, Luxem-burgo, Alemanha, Suíça, Itália, Inglaterra, Noruega, Áustria e Polónia. A sua capaci-dade também tem crescido continuamente, medindo-se agora num total de 100 veículos e de cerca de 280 colaboradores. *

Naturalmente, e como referido, a grande transformação dos últimos tempos consistiu na mudança para novas instalações. A responsá-vel, Manuela Sábio, refere que “no último ano essa foi a principal alteração no funcionamento e capacidade do grupo, tendo existido uma maior eficiência e uma melhor resposta às necessidades dos clientes”. Acrescentando, descreve que “este espaço apresenta um armazém com cinco cais de carga, lavagem para as viaturas e oficina própria, assim como umas instalações mais adequadas para a parte administrativa e operacional”.

Para além disso, o Grupo Transwhite dispõe ainda de um armazém em Albergaria-

-a-Velha e de outro na Holanda, país onde tem focado uma parte muito significativa dos seus negócios.

SEMPRE NA ROTA DA INOVAçãO O êxito do Grupo tem assentado numa

aposta constante na qualidade e na rapidez do serviço prestado, o que significa também um acompanhamento dos avanços tecnoló-gicos que vão aparecendo no setor. “Os tipos de sistemas e equipamentos de transporte, de frio e de armazém vão saindo mais atuais,

Grupo Transwhite cada vez mais destacado

com mais inovações e com outro tipo de con-dições, e isso faz com que também tenhamos tendência a melhorar e a inovar. Tudo isso tem permitido agilizar o serviço um pouco mais e termos um desempenho melhor e mais rápido”, explica.

A comunicação também beneficia das melhorias tecnológicas: “Temos as viaturas todas com GPS e existe essa comunicação que faz com que possamos avisar o cliente da situação da viatura. Inclusive, temos clientes que estão ligados ao sistema, com password própria, e que podem assim veri-ficar a sua localização”.

O ano de 2016 foi um momento especial no processo de afirmação deste grupo empresarial das Caldas da Rainha. Foi o ano da mudança para um novo espaço, que é um verdadeiro reflexo da sua dimensão e relevância dentro do setor dos transportes de mercadorias.

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Apesar deste cenário claramente favorá-vel para o Grupo Transwhite, a sua gerência acompanha os demais empresários do setor quando fala de determinados desafios que se colocam a quem está nesta atividade. O principal, no entendimento de Manuela Sábio, “é a instabilidade dos preços de combustíveis e portagens. Nós e as outras empresas po-díamos consumir mais aqui em Portugal se tivéssemos outro tipo de ajudas nesta maté-ria”. Outro aspeto está relacionado com “as diferentes leis Macron nos respetivos países”, mencionando ainda um outro desafio que é “a concorrência de outros tipos de transporte”.

Por fim, questionada sobre a visão es-tratégica para o futuro da empresa, Manuela Sábio responde que o grande objetivo passa por “consolidar o que já existe”. Para 2016 havia “um grande projeto que eram estas instalações, que foram um grande passo e, neste momento, não temos perspetivas de mais passos como este. Podemos mudar qualquer coisa consoante o que os clientes vão precisando mas temos a nossa estrutura montada e agora queremos consolidar o que temos”.

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Nos últimos anos, o apare-cimento de um grande número de empresas tornou o setor dos transportes cada vez mais competitivo e, por consequência, mais inovador e desenvolvido. Neste sentido, a adaptação das empresas com mais experiência no ramo tornou-se imperial para que estas resistissem às novas exigências e contingências que o mercado apresentou.

Foram muitas as empresas transportadoras de longa data que, no passado recente, se reestruturaram internamente e inovaram os seus serviços, adequando-os às atuais ne-cessidades dos clientes e às empresas concorrentes. Uma dessas necessidades sentidas foi no âmbito da logística, que passou a ser na última década parte integrante do setor dos transportes.

Atualmente, o designado setor assenta em constantes parcerias de negócios entre as empresas, que estabelecem entre si compromissos empre-sariais que tornam a sua capaci-dade de resposta ao cliente mais eficiente. A criação de relações sólidas e de grande proximidade

com os parceiros tem sido o fator instigador da dinâmica e competitividade empresarial no setor dos transportes.

Um dos elementos essen-ciais é a aposta em equipas de profissionais especializados, experientes e sobretudo sempre motivados e empenhados em proporcionar o melhor atendi-mento e serviço. O transporte ba-seia-se no contacto com clientes e fornecedores e é fundamental que todos os colaboradores sejam especialistas nas suas tarefas e responsabilidades. O know-how, o profissionalismo, a paixão e entrega a cada projeto e desafio são também fortes fatores de diferenciação e êxito na prestação de serviços no âmbito do setor dos Transportes e da Logística.

Neste sentido, as inovações que se têm registado neste setor têm possibilitado a crescente abertura e aposta no mercado internacional. Um desafio cada vez mais exigente, mas ao qual as empresas transportadoras portuguesas têm dado uma eficiente e exemplar resposta.

A mais recente ligação com o exterior prende-se com a par-

ceria do Porto de Sines com a espanhola Plataforma Logística de Talavera de la Reina. Uma delegação do Porto de Sines visitou, em janeiro, Talavera de la Reina, Espanha, com o objetivo de estabelecer então uma par-ceria para o desenvolvimento da Plataforma Logística de Talavera de la Reina. De acordo com a Administração dos Portos de

Sines e do Algarve (APS), Sines é considerado, pelos respon-sáveis espanhóis, “o porto de excelência para a movimentação de mercadorias nas importações e exportações daquela região para todo o globo.”

A plataforma logística está projetada para uma área de 260 hectares e será construída faseadamente com o objetivo de responder às necessidades do mercado. Talavera de la Reina está localizada sobre o Corredor Atlântico da rede transeuropeia de transportes, beneficiando da modernização de que está a ser alvo a linha ferroviária entre Sines e Madrid. Para José Luís Cacho, presidente do Porto de Sines este é um “projeto impor-tante tanto para Sines como para a região de Castilla-La Mancha”.

A evolução no setor dos Transportes é inegável e, desta forma, perspetiva-se um futuro promissor para as empresas portuguesas do ramo, que tudo fazem para se distinguirem a nível nacional e internacional, apostando cada vez mais na modernização e inovação dos seus serviços.

Ana Sofia Figueiredo

As crescentes exigências no mercado dos transportes

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Ensino e Formação

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A investigação é essencial para a construção de um país desenvolvido e capaz de re-conhecer os seus problemas e de os solucionar. O desen-volvimento da investigação é fundamental para o trabalho académico, gerando novas teorias que vão contribuir para o desenvolvimento da disciplina em estudo, da universidade, e de toda a comunidade académica.

Frequentemente, ouvimos falar da crescente necessidade de existir um maior investimento da sociedade na investigação.

A investigação é uma área fundamental na vida de um docente universitário. Esta é a forma de gerar e atualizar novos conhecimentos na sua atividade profissional, contribuindo assim para melhorar a qualidade do ensino em particular e do conhe-cimento em geral.

A Fundação da Ciência e a Tecnologia (FCT) é a entidade

governamental portuguesa res-ponsável pelo financiamento e avaliação do sistema científico e tecnológico do país. A entidade tem como objetivo fomentar a investigação e divulgação cien-tífica através de planos para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O Fundo de Apoio à Co-munidade Científica (FACC) é um programa específico da FCT, que se destina a apoiar seletivamente atividades da co-munidade científica e das suas instituições, que promovam o seu desenvolvimento e inter-nacionalização. Este programa encontra-se aberto em perma-nência, no entanto existem dife-rentes prazos para apresentação de candidaturas de acordo com o tipo de apoio pretendido.

Existem, de facto, institui-ções e programas de apoio à investigação, mas cada vez mais tornam-se escassos.

O número crescente de doutorados e investigadores em Portugal leva à saturação do mercado e à dificuldade de apoio a todos eles por parte do Estado, que já limita tanto as verbas disponibilizadas neste âmbito. É, assim, lamentável notar que o nosso país é incapaz de apostar nos jovens investigadores portu-gueses que tanto podem fazer nas mais variadas áreas. Pe-rante a falta de reconhecimento e de valorização do seu trabalho, os jovens investigadores partem para outros países onde encon-tram a oportunidade e o apoio que procuravam.

Neste sentido, tornou-se inevitável a internacionalização. Mas esta não é a única razão para a tão famosa «fuga de cérebros» que se assiste em Portugal há vários anos. Outros fatores que contribuem são o limite de vagas em univer-sidades portuguesas (o que

leva os alunos a enveredarem pela carreira científica noutras universidades), o elevado nível de especialização (também os leva a procurar centros de co-nhecimento das suas áreas de investigação) e, como é óbvio, os recursos financeiros também são fundamentais, pelo que se torna importante para eles estar em países onde a investigação é apoiada financeiramente quer por entidades públicas, quer privadas.

O futuro de um país é in-dissociável da sua capacidade investigacional. É imperioso que Portugal adote as medidas ne-cessárias para apoiar e desen-volver a investigação académica dos portugueses, que tem tido tanto reconhecimento a nível internacional.

Ana Sofia Figueiredo

O futuro reside na investigação académica

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Atualmente, o Colégio João Paulo II tem uma oferta educativa que abrange todos os níveis de educação e ensino, desde a creche (4 meses) ao 12.º ano de escolaridade, num universo de cerca de 800 crianças e jovens, oriundos, essencialmente, dos concelhos de Braga, Barcelos, Vila Verde, Amares e Póvoa de Lanhoso.

Como já foi referido, o Colégio João Paulo II situa-se na freguesia de Dume, num espaço físico com cerca de 30.000 metros quadrados. As instalações são constituídas por um palacete, restaurado (que aco-lhe a creche), e vários edifícios de arquitetura moderna, construídos de raiz, nos quais se encontram a funcionar os serviços administrativos, a cantina, os pavilhões gimnodesportivos e as salas da educação pré-escolar e dos restantes anos de escolaridade. As instalações incluem também parques infantis, zonas de jardim, parques de esta-cionamento e estruturas desportivas, merecendo especial destaque o pavilhão gimnodesportivo e o campo de futebol de 11.

O Colégio João Paulo II perfez uma década de existência no início do presente ano letivo, sendo por isso uma instituição muito jovem que, apesar disso, já conseguiu afirmar e consolidar uma

identidade própria. O colégio assume a sua origem católica e integra, na sua visão pedagógica, a formação para os valores (transversal a públicos de diferentes credos), ao mesmo tempo que acompanha as transformações que vão ocorrendo na sociedade.

Mário Paulo Pereira ajudou-nos a conhecer a génese da instituição, começando por explicar que “surgiu na sequência da preocupação manifestada por alguns pais com o rumo que estava a ser dado ao ensino, atendendo às constantes experiências a nível do currículo e ao imperativo de constituir um projeto pedagógico que assentasse, verdadeiramente, na formação humana das crianças e jovens”. Nesse sentido, foram desenvolvidos esforços para materia-lizar uma ideia que agregasse o que de melhor se fazia a nível dos ensinos público e privado. “Adotámos os currículos oficiais em vigor e adicionámos-lhes tudo aquilo que se entendeu como essencial para os enriquecer. Nesse sentido, fomos buscar novidades a colégios estrangeiros de referência, italianos, espanhóis e americanos, e cons-truímos um projeto próprio. Tudo começou com um pequeno centro lúdico, em 2004. A partir daí, decidimos avançar para a instalação do Colégio João Paulo II, quando percebemos que existiam condições para isso”, esclarece.

Sintetizando a visão pedagógica na qual a instituição foi funda-da, diz-nos então que “os pais não queriam que as suas crianças fossem apenas um número, pelo que a base fundacional do colégio está focada na formação de seres humanos; independentemente do desempenho escolar dos alunos, o que interessa é que todos eles sejam pessoas equilibradas e possam melhorar a sociedade em que se inserem”.

Acompanhando esta explicação, Fernando Fidalgo diz-nos que “o Colégio João Paulo II olha para o aluno por um prisma diferente do adotado pela generalidade das escolas, centrando as suas preo-cupações na sua formação e educação constantes. Como já foi dito, para nós, cada aluno é único, sendo por isso muito mais do que o resultado do seu aproveitamento escolar. Cá, tendo em conta a tra-

Valores e futuro

O Colégio João Paulo II, um projeto iniciado em 2006, está localizado na freguesia de Dume, em Braga. Estivemos à conversa com Mário Paulo Pereira, administrador, e com Fernando Fidalgo, diretor pedagógico.

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dição cristã, faz-se uma grande aposta na sua formação integral. São diversas as reflexões que lhes proporcionamos, sobre temas atuais e oradores destacados, e constantes as participações em iniciativas de voluntariado. Além disso, inspirados pela vida de S. João Paulo II, patrono da instituição, o desporto, a comunicação e a ciência são também áreas basilares no nosso projeto educativo”.

Mário Pereira recordou ainda algumas evidências do sucesso que este modo de olhar a educação tem trazido: “Temos já algumas modalidades desportivas consolidadas, como o ropeskipping, com campeões nacionais e europeus. Já fomos campeões mundiais de robótica, no Brasil, em 2014. Temos alunos que discursam em frente a centenas de pessoas, sem se inibirem, como aconteceu, recentemente, quando fomos representar as escolas portuguesas ao Parlamento Europeu, a Estrasburgo. Temos alunos do segundo ciclo que, tendo em conta o magnífico trabalho realizado no clube de línguas, não têm quaisquer problemas em interagir com os povos de outros países onde se fala francês, inglês, espanhol ou alemão.”

O diretor pedagógico, complementando a ideia, recordou que “o Colégio João Paulo II é também conhecido pelo ensino das ciências, uma oferta formativa na qual as crianças, desde os dois anos de idade, têm uma aula semanal de Ciência e Ambiente, no laboratório, com um docente especializado. Aliás, há uns anos, fomos reconhecidos, a nível europeu, como um dos projetos educativos que mais aposta no ensino das ciências na educação pré-escolar. Outra dimensão que está a merecer uma atenção especial é a das tecnologias de informação e comunicação. Os alunos têm informática desde o primeiro ano e, no terceiro, iniciam programação. Há uns anos, também se inaugurou um projeto-piloto em Portugal, de desmaterialização de manuais, daí que hoje em dia os alunos do ensino secundário utilizem tablets em vez de livros físicos.”

Atendendo a tudo isto, conclui-se que o Colégio João Paulo II corresponde a um modelo de escola que, inspirado nos valores da tradição, parte com determinação rumo ao futuro. Como nos é dito por Mário Paulo Pereira, “como em qualquer setor de atividade, tem de se estar sempre atento à novidade; não há novidade que vem desfazer o que está feito, tendo sido esse um dos grandes erros da nossa educação, mas considerando que o saber só existe como tal quando é passado de geração em geração, acrescentando cada um de nós, sucessivamente, algo mais”.

Sobre aquilo que vai ser acrescentado no próximo ano letivo, adianta que as principais notícias estarão relacionadas com desporto: “vamos apostar em novidades relacionadas com modalidades de com-petição; vamos querer que os alunos aprendam bem o que é competir e vamos enriquecer ainda mais a componente desportiva do colégio, aproveitando a excelente qualidade das novas instalações”, revela.

“O Colégio João Paulo II olha para o aluno por um prisma diferente do adotado pela generalidade das escolas, centrando as suas preocu-pações na sua formação e educação constantes.”

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A EPDRAC encontra-se sediada na Coudelaria de Alter, tendo desenvolvido ao longo dos anos uma estreita ligação ao mundo equestre. Durante grande parte da sua existência, a sua oferta formativa esteve cen-trada na formação de Técnicos de Gestão Equina, tendo mais recentemente alargado o seu âmbito para a Produção Agrária. Presentemente, o leque de cur-sos de formação profissional ní-vel IV inclui os já referidos cursos de Técnico de Gestão Equina, Técnico de Produção Agrária e Técnico Acompanhante de Turis-mo Equestre. Constam ainda o CEF de Tratador e Desbastador de Equinos e o Vocacional de Equitação e Desbaste, ambos ao nível do 3º ciclo do ensino básico.

Sobre a composição desta oferta, a responsável contex-tualiza: “O curso de Técnico de Gestão Equina é o que faz parte da tradição e do ADN da nossa casa. Mais tarde, acrescentámos-lhe o curso de Técnico de Produção Agrária e, nos últimos dois anos, con-seguimos aumentar o número de alunos exponencialmente. Começámos com uma turma de nove e hoje a nossa turma do segundo ano tem 25. Para além disso, este ano fizemos a aposta num curso novo e somos a única escola que o oferece, que é o Técnico Acompanhante de Turismo Equestre. É uma formação que vem responder às solicitações dos empregadores que nos têm pedido pessoas que acompanhem o turismo e

Formação especializada e diferenciadora

os passeios equestres. Conti-nuamos também a ter os cursos do Ensino Básico, dado que hoje em dia muitos dos alunos sentem-se mais cativados por um ensino mais prático e podem, mais tarde, ser também o nosso público-alvo para os cursos profissionais”.

Para além da atribuição de uma Qualificação de Nível 4, correspondente ao 12º ano de escolaridade, a EPDRAC está a apostar em fazer com que estes cursos representem outras oportunidades para estes jovens: “No caso do curso de Técnico de Gestão Equina, temos um proto-colo com a Federação Equestre Portuguesa para que obtenham a qualificação de Treinador de Grau 1. É uma qualificação que

obtêm para além do 12º ano e que lhes oferece a possibilidade de darem aulas de equitação em qualquer coudelaria. Relati-vamente ao curso de Técnico de Produção Agrária, estamos em negociações com o Ministério da Agricultura para que possamos juntar a hipótese de obterem a Licença para Condução deTra-tores Agrícolas, assim como a certificação para Aplicador/Operador de Produtos Fitofar-macêuticos, Transportador de Animais e Modo de Produção Biológica/Integrada. No curso de Turismo Equestre, estamos também a trabalhar para que o mesmo aconteça em relação à certificação de Técnico de Atrelagem”.

Simultaneamente, outro eixo

Estivemos à conversa com Maria da Conceição Matos, diretora da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão (EPDRAC), sobre a atualidade das suas ofertas e do seu envolvimento junto da comunidade.

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da afirmação da EPDRAC está na participa-ção e no desenvolvimento de várias iniciativas exteriores à escola. “Procuramos não limitar os horizontes dos nossos alunos”, afirma. A nível da formação agrícola, isso é feito nas ocasiões em que os alunos são levados a co-laborar no trabalho de agricultores e criadores de animais. No âmbito das atividades eques-tre, a EPDRAC conta múltiplas presenças em concursos hípicos nacionais e internacionais nas diversas modalidades.

O momento alto desta relação com a comunidade será a Festa do Cavalo e III Feira Agropecuária da EPDRAC, evento a realizar-se entre 22 e 25 de abril. Vai incluir o já tradicional Leilão de Cavalos da Coude-laria de Alter (com a colaboração dos alunos da escola), provas hípicas e uma mostra de produtos regionais.

“O curso de Técnico de Gestão Equina é o que faz parte da tradi-ção e do ADN da nos-sa casa. Mais tarde, acrescentámos-lhe o curso de Técnico de Produção Agrária e, nos últimos dois anos, conseguimos aumentar o número de alunos exponen-cialmente.”

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O Agrupamento de Escolas de Porto de Mós reúne 25 estabeleci-mentos de ensino, cobrindo todas as etapas desde o Pré-Escolar ao 12º ano. A sua Escola Secundária foi uma das histórias de sucesso da última edição dos rankings nacionais de escolas, obtendo a clas-sificação de terceira melhor escola pública.

Sobre esta posição, dizem-nos que “foi um grande orgulho, fruto de um trabalho desenvolvido ao longo destes anos e ao longo de todo o percurso escolar dos alunos”. Acrescentando, “o nosso foco é o aluno e queremos sempre proporcionar a todos, e a cada um em particular, a concretização do seu objetivo”. Continuam, afirmando que, “evidentemente, os alunos contribuíram para esse sucesso,

bem como o empenho dos professores. As famílias também tiveram um papel importante e, quando acompanham os seus educandos e valorizam a escola, isso acaba por se fazer refletir nos resultados”. Mencionam ao mesmo tempo a contribuição “do pessoal não docente” e “de toda a comunidade”.

A vertente profissionalizante desta escola é uma referência posi-tiva. As opções que as suas ofertas têm apresentado correspondem a “cursos com alguma tradição e empregabilidade”. Atualmente a sua definição para o ano letivo 2017/2018 encontra-se em fase de sondagem, mas antevê-se que se mantenham formações habituais na escola como o Técnico Auxiliar de Saúde, Multimédia, Desporto e, renovando um ciclo agora em conclusão, Proteção Civil.

Relativamente a outras iniciativas complementares, o Agrupa-mento é “muito dinâmico. Não nos cingimos às aulas propriamente ditas e oferecemos aos alunos outras ferramentas para que saiam daqui com uma visão e uma formação integrais”. Destacam-se então alguns exemplos como o Clube Europeu, o Clube eTwinning, o Par-lamento dos Jovens, o Projeto Literacia 3D, Escola Voluntária, Ideias com Mérito, entre outros. Todas estas atividades estão subjacentes ao lema do projeto educativo, “CONsigo ser mais; Fazer melhor”, no qual está expressa a ideia do CONsigo enquanto possibilidade de alcançar mais mas também de fazê-lo com os outros. No fundo, que os alunos trabalhem pelos seus objetivos “sem irem pelo caminho sozinhos mas sim em interação com o mundo que os rodeia”.

Sucesso educativo em Porto de MósEstivemos em diálogo com Rui Almeida, diretor do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós, e Telma Cruz, também da direção, numa conversa em que abordámos os recentes resultados, a definição das ofertas formativas, entre outros aspetos da dinâmica desta comunidade.

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Este projeto teve início no ano letivo an-terior, quando uma instituição local tinha lan-çado o repto à escola para que se iniciassem estas atividades. O desafio foi aceite e, agora no segundo ano, esta iniciativa já atingiu uma dimensão muito maior. O subdiretor da esco-la, Agostinho Ferreira, explica que, após um período inicial de aprendizagem por parte da própria escola, o projeto já está “num ponto em que todos os dias da semana vem aqui um grupo diferente, chegando à escola uma população de aproximadamente 50 alunos todas as semanas”. Neste momento, recebe grupos de instituições como a APPACDM da Covilhã, a AFACIDASE de Manteigas, a Escola Secundária Campos Melo, a Escola Quinta das Palmeiras, o Agrupamento de Escolas do Teixoso e o Agrupamento de Escolas “A Lã e a Neve”.

Estes jovens vêm à Quinta da Lageosa uma vez por semana, para sessões de cerca de 15 minutos para cada um, em que têm a oportunidade de conviver e contactar com o cavalo. Sobre as virtudes deste projeto, Agos-tinho Ferreira sublinha que fica contente “por ajudar estes jovens a desenvolver algumas das suas capacidades”, admitindo que “um dia por semana não é muito mas é mais uma ajuda e, ao longo do tempo, os miúdos de certeza que vão lucrar com isso”. Ao mesmo tempo, é uma oportunidade “para motivar os nossos alunos, que se entregam ao projeto e sentem esta responsabilidade”.

Victor Magalhães, professor do Currículo Específico Individual da Escola Secundária Campos Melo, nota que os jovens que acompanha “têm vindo a fazer progressos significativos em todas as áreas” e que “o trabalho feito aqui dá-lhes uma nova dinâ-mica mesmo nas outras tarefas escolares, com mais capacidade de concentração e de memorização”. Também na perspetiva dos jovens dos cursos equestres da Quinta da Lageosa, o projeto traz vantagens, tal como

nos é dito pelo aluno Márcio Neves, que con-sidera esta “uma boa forma de convivermos com o cavalo e de aprendermos mais sobre as técnicas de equitação”.

A Quinta da Lageosa mantém-se tam-bém envolvida num conjunto de outros projetos. Teresa Reigones, adjunta da di-reção, destaca a participação da escola no Erasmus, FASTEST, promovido por Itália. “Neste momento, estamos a terminar um em que estamos envolvidos com outros quatro países: Chipre, Itália, Roménia e Bulgária. O próximo vai ter início no final de 2017 e será com dez países”.

Também com a Câmara Municipal da Covilhã, a Escola é parceira num Erasmus, “em que os nossos alunos realizam estágios no âmbito da Formação em Contexto de Trabalho, estando neste momento envolvi-dos seis alunos, dois formandos no 1º e 2º anos e quatro finalistas, 3º ano, dos cursos de Técnico de Gestão Equina e Técnico de Agropecuária”.

Quanto à oferta formativa que a escola vai apresentar para o próximo ano letivo, diz-nos que será uma continuidade dos anos anteriores, continuando a assentar nos cursos profissionais de Técnico de Gestão Equina, Técnico de Produção Agropecuária e Técnico de Jardinagem e Espaços Ver-des, e também os cursos de Educação e Formação, CEF – tipo 2, em Mecanização e Tratador e Desbastador de Equinos. “Aos nossos alunos damos a possibilidade de aprenderem fazendo”.

Serviço à comunidadeA Escola Profissional Agrícola Quinta da Lageosa está a receber crianças e jovens com necessidades educativas especiais, disponibilizando os seus cavalos para fins de apoio terapêutico e educacional.

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A evolução dos resultados escolares no Ensino Secundário, concretamente nos cursos cien-tífico-humanísticos, tem sido um caso de particular êxito. Como nos diz a nossa interlocutora, “era uma área que estava algo em baixo. Havia poucas turmas e os resultados escolares não eram os melhores, com muitas desistências, muitos alunos a trocar o ensino regular pelo pro-fissional e um desempenho mui-to fraco nos exames nacionais”.

Este era o cenário com que a Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro se confrontava e que contrasta com a sua reali-dade nos últimos tempos. Maria do Céu Santos indica que “houve um progresso significativo este ano, em que os resultados me-lhoraram a nível dos rankings. Não tivemos nenhuma disciplina com média inferior à média na-cional, tivemos algumas em que a média nos exames nacionais foi superior à média interna e subimos cerca de cem lugares no ranking”.

Questionada sobre o que terá estado na origem desta evolução, responde que “houve

uma dinâmica de mudança”. Clarificando, “uma dinâmica de exigência mas também de apoio”. A escola “começou a dar apoio a todos os alunos que têm exames nacionais”, ao mesmo tempo que criou mecanismos para intervir de forma mais eficaz “nas situações que criem instabilidade no ambiente de aprendizagem”.

A escola está a posicionar--se de forma mais clara como via para o prosseguimento de

Uma escola em progresso

Maria do Céu Santos, diretora do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, contextualizou-nos acerca da atualidade desta comunidade educativa.

estudos, aliando esta finalidade à sua vocação enquanto antiga escola industrial. “Estamos a duplicar os alunos nos cursos científico-humanísticos. Costu-mávamos abrir quatro turmas do 10º ano para esta vertente e este ano abrimos oito”, indica. Neste momento, a percentagem de estudantes é equivalente entre a via profissional e a via regular, sendo esta última composta pelas quatro opções: Ciências e Tecnologias, Línguas e Humani-

dades, Artes Visuais e Ciências Socioeconómicas.

Como dito, a matriz desta instituição está no ensino de natureza mais técnica. É uma escola centenária, que desde cedo tem vindo a manter uma relação estreita com o tecido empresarial envolvente. Ao lon-go dos últimos anos, a sua oferta de Cursos Profissionais tem apresentado um conjunto diver-sificado de saídas, que têm tido uma repercussão positiva em

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matéria de empregabilidade. As áreas que têm tido mais assiduidade nesta oferta são as da Mecatrónica Automóvel, da Eletrónica, da Informática e dos Audiovisuais.

“Estes alunos acabam por adquirir uma postura muito prática e competências muito afinadas. Muitos seguem para os estudos superiores mas também são muitos os que entram no mercado de trabalho”, refere. É-nos descrita como uma escola bem ape-trechada para a lecionação destes cursos, tanto no que respeita aos seus recursos humanos, como em relação às suas condi-ções materiais, com laboratórios e oficinas equipados com tecnologia de ponta. Além disso, tem protocolos com um leque de cerca de 180 empresas para a canalização dos seus alunos para estágios.

O papel educativo da escola foi reforça-do, no dia 21 de março, com a inauguração do Centro Qualifica. O seu funcionamento está a superar amplamente as expetativas, contando já com “oitenta alunos que estão a fazer o reconhecimento e validação de competências”.

“Estes alunos acabam por adquirir uma pos-tura muito prática e competências muito afinadas. Muitos se-guem para os estudos superiores mas tam-bém são muitos os que entram no mercado de trabalho”

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Faltam profissionais de saú-de em Portugal. Há anos que esta “semente” se tem dissemi-nado na sociedade portugue-sa. Os dados contrariam esta tendência, mas ainda há uma quota-parte da população sem a devida assistência médica. Como pode isto acontecer?

Segundo dados da OCDE, Portugal tem mais médicos do que os necessários sendo o quinto país da União Europeia com mais profissionais por mil habitantes, precisamente 4,3 médicos/mil habitantes, ficando apenas atrás da Lituânia, da Estónia, da Áustria e da Grécia. Apesar do excesso de profis-sionais de saúde em Portugal, faltam médicos no Sistema Na-cional de Saúde (SNS), principal-mente em zonas mais interiores e periféricas, como é o caso de Vila Real e Algarve, fruto de uma boa parte destes profissionais se terem dedicado ao setor privado. Acrescenta-se ainda, segundo números da Ordem dos Médicos

Faltam, ou não, profissionais de saúde em Portugal?

da Região Norte, que nos últi-mos quatro anos emigraram cer-ca de 350 profissionais, estando quase um terço a especializar-se noutro país.

Ora, o que se depreende das estatísticas acima referidas é que Portugal forma profissionais de saúde suficientes para as necessidades do país, mas falha depois na distribuição geográfica dos mesmos, estando a maio-ria concentrada nos grandes centros e na zona litoral. As regiões do interior ficam, assim, expostas à insuficiente assis-tência médica, visto que muitos profissionais preferem construir uma carreira no setor privado ou no estrangeiro.

O poder de mudar o para-digma atual está nas mãos dos decisores políticos que têm a responsabilidade nesta matéria. Há muito a fazer para que o SNS se torne aliciante e para que os nossos profissionais de saúde não sejam “obrigados” a emigrar para assegurar um emprego

onde se sintam valorizados. Apesar das múltiplas cha-

madas de atenção da OM para o crescente aumento do número de profissionais formados em Portugal, a posição do poder executivo tem sido a de manter ou até mesmo alargar o numerus clausus em Medicina, inundando o mercado de trabalho e levando ao desemprego e à emigração. Quem beneficia com esta situa-ção são as entidades privadas do setor, que passam a contratar profissionais a preço de saldo.

Assim, ao contrário do que se possa pensar, os médicos excedentários não servirão para suprir as necessidades das regiões mais carenciadas, mas sim para aumentar a fuga para o setor privado e os números da emigração. A questão é preocupante, especialmente pelo caráter diferenciado desta área – diferente pela exigência da sua formação, pela elevada responsabilidade associada ao seu exercício ou até pelos

horários e número de horas contínuas de trabalho.

Se olharmos o problema por especialidade e zona do país, percebemos que são mais as nuances do que o «preto e branco». Dados publicados em Diário da República há dois anos identificam as oito es-pecialidades com mais falta de especialistas: Cardiologia, Cirurgia Geral, Ginecologia--Obstetrícia, Medicina Interna, Ortopedia, Pediatria, Psiquiatria e Urologia. E as zonas do país: Alentejo, Cova da Beira, Castelo Branco, Guarda, Oeste, Tâmega e Sousa e Algarve.

Neste sentido, não pode-remos afirmar veementemente que há escassez de profissionais nesta área em Portugal. Pode-mos antes afirmar que o nosso país não tem tido a capacidade de gerir da melhor forma as necessidades dos profissionais de saúde e dos utentes.

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Situado no distrito de Setúbal, este concelho beneficia de uma localização estra-tégica com boas acessibilidades rodoviárias e com ligação fluvial a Lisboa, para além da acessibilidade interna reforçada com a construção da Circular Externa. O efetivo investimento em projetos relacionados com atividades económicas ganha considerável dimensão em áreas como o enoturismo, a floricultura, a horticultura, a vitivinicultura, ou ainda a criação de gado suíno e a indústria de abate e transformação de carnes, onde existe forte tradição histórica.

Composta por cinco freguesias e uniões de freguesias – União de Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia; Freguesia de Canha; União de Freguesias Montijo e Afonsoeiro; União de Freguesias de Pegões e Freguesia de Sarilhos Grandes –, esta é considerada uma das cidades mais atrativas de Portugal para residir, visitar e investir.

Constitui prioridade para a autarquia a

promoção e o incentivo das intervenções de Reabilitação Urbana destinadas a qualificar os edifícios, o espaço urbano, os equipamen-tos de uso coletivo e as infraestruturas das áreas urbanas mais antigas, bem como o impulso das diligências sociais, económicas e culturais.

“A gestão das cidades no Século XXI já não pode assentar apenas na construção de infraestruturas. A atração de pessoas, de empresas e de investimento resultará da fusão e da ligação estreita dos setores mais tradicionais com as tecnologias de informa-ção, a ciência, as artes e o design. É esse o esforço que empreendemos todos os dias e que contribui para transformar o Montijo numa verdadeira cidade criativa”. Assim se apresenta o município do Montijo numa visão estratégica do seu desenvolvimento económico que “assenta na importância do empreendedorismo, da inovação e da captação de investimento”.

Nesta dinâmica de abertura a socie-dades mais exigentes e informadas, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, assumiu já que o município está preparado para novos investimentos como “o novo Aeroporto de Lisboa”.

Montijo um concelho que investe

A assinatura entre o Governo e a ANA do memorando que aprova a avaliação do Montijo para acolher o novo Aeroporto teve lugar no passado mês de fevereiro. Tomada a decisão de expandir o aeroporto de Lisboa para a Base Aérea nº 6, compete agora à ANA a obrigação de realizar os estudos ne-cessários para a sua concretização. Até ao final deste ano, a concessionária que gere os aeroportos nacionais terá de apresentar ao Governo o projeto e o investimento que considera mais adequado, assim como o modelo de financiamento.

Em cima da mesa está ainda a necessi-dade do “reforço da capacidade de transporte fluvial e soluções de mobilidade coletiva”.

Assim, aguarda-se a proposta final por parte da ANA “durante o ano de 2017”, que a decisão final seja tomada “até meados de 2018”, e que “a construção possa ocorrer logo no início de 2019”.

Quais as repercussões que tamanho investimento vai trazer ao concelho? As opiniões divergem entre representantes de vários setores de atividade, porém a maioria é consensual quanto aos benefí-cios desta ponte com a capital portuguesa e o mundo.

A expansão do Aeroporto de Lisboa para a Base Aérea nº 6 promete dinamizar toda a ação interventiva, em prol da inovação e da captação de investimento, de uma das cidades mais atrativas de Portugal para residir, visitar e investir.

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Carmina Portela, diretora da CPortela® e Link7®, encabeça um sistema de soluções inovadoras na área dos negócios imobiliários.

A CPortela® nasce num mercado onde a concorrência é efetiva: “Quando a oferta é inferior à procura, tende a gerar fortes níveis de promiscuidade e falta de integridade nos negócios, numa busca desenfreada pelo lucro fácil, conduta que colide com os valores éticos do nosso projeto empresarial”, avança Filipe Aniceto diretor de marketing da CPortela® e da Link7®. Recusando esta forma de estar no mercado, a CPortela® envereda por um conjunto de boas práticas com a missão de dignificar o setor. “Queremos gerar fatores de diferenciação positiva e fazer dissipar a má opinião que o público tem das agências e imobiliárias”. É nesse sentido que surge o projeto Link7® associado à CPortela®, como uma plataforma de negócios imobiliários na área do investimento, que permite uma interação distinta com um público-alvo massacrado por condutas profissionais menos boas.

O segredo do sucesso da CPortela® baseia-se num forte códi-go de integridade e excelência de serviço, a par com a criação de elevados pontos de confiança, reflexo de boas práticas e condutas disciplinadas exigidas a todos os que fazem parte da empresa. Esta dinâmica produz uma perceção positiva junto do público e faz com que os clientes da CPortela® surjam, quase todos, por referência. “Não somos uma agência imobiliária que angaria a qualquer preço e vende a qualquer custo. Somos um grupo de profissionais que tra-balha para identificar as verdadeiras necessidades de cada pessoa, aconselhando e encaminhando de forma transparente, acerca das melhores opções que envolvem a aquisição de um imóvel. Procura-mos oferecer um leque alargado de serviços com o objetivo de criar soluções e concretizar sonhos”.

É devido a este tópico que surgiu a necessidade da CPortela® estabelecer um sistema inovador de parcerias interventivas com empresas de marketing, comunicação publicitária, fotografia de alto impacto, arquitetura e construção, e com várias entidades bancárias. “Beneficiando de um vínculo privilegiado com algumas instituições financeiras, estamos preparados para fornecer pareceres técnicos credíveis na área dos investimentos imobiliários, utilizando, para tal, um forte «know-how» na gestão de financiamento bancário, pré--qualificação financeira, consultoria e aconselhamento em negócios deste setor”.

Colocada a hipótese de o projeto do aeroporto avançar, acredita--se que, numa primeira fase, serão criados 20 mil postos de trabalho de forma direta e indireta. Face a este panorama surge a pergunta acerca do que será necessário acontecer para os agentes imobiliários começarem a atuar. Filipe Aniceto e Carmina Portela referem que essa movimentação no setor da construção só irá arrancar perante a

You dream, We do it!Um conceito inovador em negócios imobiliários

Carmina Portela, diretora da CPortela® e da Link7®, e Filipe Aniceto, marketeer, falam-nos de um projeto que tendo sido iniciado em 2017, beneficia de uma experiência de cerca de dez anos e de um conceito deveras inovador, com uma oferta de soluções criativas feitas à medida de cada realidade.

garantia da construção do aeroporto. “O Montijo já construiu em regime especulativo aquando da construção da Ponte Vasco da Gama, com graves resultados para o setor imobiliário montijense”, relembram. Perante a promessa de um futuro risonho, os construtores aposta-ram de forma desmesurada e construíram sem qualquer estratégia face à realidade do mercado. O marketeer põe o dedo na ferida ao apelar à necessidade da intervenção da autarquia na reabilitação da imagem do Montijo: “Criar confiança e aguçar o interesse junto dos players, numa ação concertada entre todos os agentes intervenientes, parece-nos ser a única saída viável com claros benefícios para o desenvolvimento regional”.

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A Century 21 Principal foi adquirida há cinco anos por Luís Filipe Janeira, e desde então tem marcado a sua identi-dade tanto no concelho do Montijo como no país e até na Península Ibérica. Ainda assim, o empresário denota uma particu-laridade: “A minha vida no setor imobiliá-rio… não a conheci sem estar em crise. Entrei no ano de 2010 e já se sentiam os primeiros sinais de crise, embora não tão profunda como aquela que passámos nos últimos três/quatro anos”.

Aquando da sua entrada no setor, Luís Filipe deparou-se paulatinamente com uma realidade bem presente neste ramo: “Apercebi-me de grandes lacunas de profissionalismo, que continuam a existir. Foi fácil constatar que não havia nem uma mentalidade empresarial nem uma mentalidade de criação de boas condições por parte dos empresários”. Dessa forma, o que fez a Century 21

A porta principal do Montijo

Principal para inverter a tendência? “Acho que o grande destaque da nossa empresa passou por dar-lhe um contexto de normalidade, fugindo à regra do co-merciante. Essa normalidade nos dias que correm é vital”, explica.

Oriundo do “mundo das novas tecno-logias”, o empresário crê que esse fator “possibilita uma forma diferente de ver o formato empresarial”. Também o que se passa lá fora, principalmente nos EUA, tem de ser levado em linha de conta. “As práticas internacionais devem ser sempre abordadas”, explica Luís Filipe, uma vez que está atento à forma como os americanos ultrapassam e ultrapas-saram as crises imobiliárias. “Apesar de eu ter uma visão para o futuro, acho que o passado é de importante análise”, continua. Também no que toca à rela-ção interpessoal, o setor do imobiliário tem bastante que se lhe diga e requer

Century 21 Principal faz jus ao nome e serve de bilhete de entrada para o Montijo, zona com muito potencial do ponto de vista imobiliário. Luís Filipe Janeira foi, há cinco anos, o responsável pela nova nomenclatura da empresa.

“Apesar de eu ter uma visão para o futuro, acho que o passado é de importante análise”

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certas competências que merecem ser idealizadas. “Esta atividade toca muito às pessoas, é uma atividade de pessoa para pessoa. Quando acontece uma crise há um turbilhão de emoções que podem afetar famílias, como os constrangimen-tos financeiro. O profissional de mediação imobiliária tem que ser capaz de abordar esses problemas sem ferir suscetibilida-des, apresentando soluções”, sublinha o empresário.

No que toca a matérias de reconhe-cimento, a Century21 Principal é com certeza uma referência no setor. Senão vejamos: trata-se da quinta melhor agência imobiliária do país e a melhor no concelho do Montijo. Ainda assim, há reparos a fazer quando falamos do ramo, na generalidade: “Houve um recuo muito grande, principalmente na vertente legislativa. Não há uma normalização da atividade, não há uma formação genérica, nem há uma tutela. É fundamental haver quem se responsabilize pelo que está a acontecer; para além de não termos infor-mação centralizada e fidedigna”, recorda.

A empresa procura assim, no meio de um setor com algumas fragilidades, distinguir-se de forma bem-sucedida. Qual é o segredo? Luís Filipe explica: “A Century21 sempre será igual a si própria. Sempre abordamos o mercado de uma forma muito simples, assumimo-nos como uma imobiliária de alto standard, sem preconceitos em comercializar ter-renos, armazéns e garagens. A qualidade de serviço tem de ser generalizada e acredito muito no poder local para isso. É nosso objetivo marcar a diferença e defender a cidade”.

MONTIJOMuito se fala das potencialidades

da região do Montijo no que concerne ao mercado imobiliária. O empresário prefere não entrar em grandes previsões, ainda que mantenha um discurso natural-mente otimista: “A urbanização típica do Montijo é uma urbanização deste século consiste, são blocos de apartamentos muito desafogados que oferecem qua-

lidade de vida. Hoje em dia as pessoas são mais críticas, exigem qualidade urbanística, com oferta de jardins e edu-cação cultural. Dessa forma, o Montijo vai crescer”, explica.

O pensamento no futuro só pode ser aliado a uma máxima de crescimento, até porque “para a história fica uma empre-sa que cresceu e apostou numa altura complicada”, que beneficiou do apoio da população. “A nossa vertente tem sido positivamente agressiva no terreno, e as garantias que damos à cidade são as nossas instalações condignas, a qualida-de do serviço, para além de temos uma porta principal aberta para quem quiser entrar”, conclui Luís Filipe.

O profissional de mediação imobi-liária tem que ser capaz de abordar esses problemas sem ferir susce-tibilidades, apre-sentando solu-ções”

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Nuno Coimbra comanda hoje o projeto, depois de ter integrado a Imobiliária Coimbra definitivamente há oito anos, sendo que a sua fundação aconteceu em 1988 pela mão do pai, Manuel Fer-nandes Coimbra. A empresa ganhou destaque desde cedo, uma vez que esteve ligada à venda das primeiras grandes urbanizações do Montijo, e desde então tem marcado a sua identidade no ramo. “O mercado de arrendamento é preponderante e muito im-portante no Montijo”, confere.

Pela experiência do ge-rente, é possível constatar o que hoje se vive no mer-cado imobiliário, justificando a aposta crescente nesta área em detrimento da ca-pital: “Muitas pessoas que perderam casa não querem arriscar comprar novamente. Preferem arrendar, e quando não gostam trocam de casa. Assim, não estão presas a nada. Mas ao mesmo tempo, e curiosamente, vendem-se casas novas com muita facili-dade, porque há muita gente a trabalhar em Lisboa e a residir no Montijo. O arrendamento

no Montijo tem uma procura elevadíssima para a oferta que existe”.

Num mercado sempre muito competitivo, o que tem a Imobiliária Coimbra de dis-tintivo face à concorrência? “Difere no conhecimento e no serviço, porque não ficamos só por mostrar a casa ou tratar de processos. Ligamos a água, a eletricidade, as comunicações, e vemos os melhores preços para o con-sumidor e para a casa. Não vendemos casas, vendemos pacotes de serviços, e mui-to conhecimento. Sabemos exatamente o que estamos a vender, e vendemos não

“Sabemos exatamente o que estamos a vender”Imbuída numa região cada vez mais apetecível no que toca ao mercado imobiliário, a Imobiliária Coimbra conta já com quase 30 anos de experiência no setor, distinguindo-se das demais agências pelo seu conhecimento e contacto com o cliente.

“Não vendemos ca-sas, vendemos pa-cotes de serviços, e muito conhecimento. Sabemos exatamente o que estamos a ven-der, e vendemos não porque é bonito, mas porque é bom.”

porque é bonito, mas porque é bom. Já fecharam e abriram muitas agências imobiliárias, e nós continuamos aqui”, sublinha o gerente.

Na sequência da constru-ção do aeroporto, é previsível que muitas empresas-satélite se vão instalar nesta região. Nuno conclui o pensamento da seguinte forma: “Vão-se instalar e não só. Os diretores dessas empresas perceberam que, estando o aeroporto aqui, conseguem chegar logo a uma capital europeia, tendo uma qualidade de vida muito superior a outras capitais eu-

ropeias, e a um custo muito inferior. Isto é o que se está a verificar. E escolhem o Montijo para ficar, porque percebem que pagam mais em Lisboa, para terem menos. Estamos a falar de pessoas que não es-tão cá de forma permanente, estão sempre a viajar, e que-rem ter uma boa casa para a família, mas não querem estar no centro de Lisboa. Aqui têm uma qualidade de vida excecional a todos os níveis”.

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Graça Pina é diretora do Externato Espa-ço Verde desde 1993, quando, em conjunto com a sua sócia, Ana Tavares, repensaram a estrutura do ensino pré-escolar no Montijo e sentiram que o mesmo carecia de organi-zação, dinâmica, intervenção direta e que assentasse, acima de tudo, em objetivos precisos e específicos. “Começámos com uma equipa pequena que se mantém intacta ao fim de 24 anos, algo que me orgulha”, afirma a diretora.

Ao longo dos anos surgiram outras instituições na localidade com excelentes ins-talações. Porém, o Externato Espaço Verde manteve-se fiel aos princípios iniciais, apesar da evolução exigida. “Somos uma escola pequena e familiar, tentamos todos os dias dar resposta às características individuais de cada criança de forma a conseguir atender as suas diferenças, para que todas se sintam especiais. Tentamos criar momentos interes-santes e de prazer, vividos com alegria, mas

também onde se crie interesse verdadeiro e compromisso profundo entre as crianças”, revela Graça Pina.

O Externato Espaço Verde promove um ensino pré-escolar e um centro de atividades de tempos livres de excelência e qualidade, nas vertentes pedagógica e de serviços de apoio às famílias, desenvolvendo atividades e aprendizagens significativas com vista a formar futuros cidadãos autónomos, livres e solidários, bem como prestando serviços à comunidade numa perspetivas de valori-zação recíproca.

Neste momento, o Externato Espaço Verde conta com seis colaboradores em duas salas, uma com a funcionalidade de jardim de infância e outra como centro de estudos, onde dispõem de uma série de atividades (Inglês, Abordagem às Ciências, Música, Atelier das Artes, Ioga para crianças e Filosofia para crianças) que aliam de uma forma equilibrada a vertente pedagógica, afetiva e lúdica.

Para a concretização de algumas destas atividades, o Externato estabeleceu parce-rias: Instituto de Línguas United School, Foco Musical e MadScience, promovendo novas aprendizagens em vários domínios.

FILOSOFIA PARA CRIANçASGraça Pina, educadora, mestre em edu-

cação, apostou de forma pioneira há 12 anos em abordar e incluir no currículo pré-escolar a Filosofia para Crianças.

É também representante do Ensino Par-

“Educar com afetos faz de nós uma verdadeira família”

ticular no Conselho Municipal de Educação do Montijo.

O programa Filosofia para Crianças é um programa que ajuda os mais novos a aprender a pensar, privilegiando o diálogo. “As crianças, em grupo, refletem sobre assuntos que considerarem importantes. Neste processo, aprendem a ouvir-se umas às outras. A questionar outras opiniões, a dar exemplos, a pedir reciprocamente razões, a fazer distinções e a ter em conta as ideias das outras crianças. Aprendem a esperar pela sua vez para falar e a encarar as questões e os problemas de mais do que um ponto de vista. É graças ao domínio destas destrezas, cognitivas e sociais, que as crianças vão produzir melhores juízos e assim tornarem-se adultos autónomos, conscientes e solidários”, revela Graça Pina.

Neste âmbito, surge a responsabilidade assumida pelo Externato Espaço Verde na preparação dos futuros cidadãos. “Nesta fase, as crianças são inaptamente curiosas e criativas, estamos pois, na altura de dar às crianças pequenas, a oportunidade de refletira partir da sua experiência pessoal, dos seus saberes, da sua cultura, fazendo uso da linguagem que ainda há pouco começaram a descobrir”, afirma.

Para o futuro da instituição, Graça Pina assegura “ter a ambição de continuar a ser uma escola de referência de ensino privado com uma forte componente social no Montijo, pela qualidade pedagógica ministrada e pela sua equipa estável, experiente, empenhada e coesa. É o compromisso do Externato Espaço Verde, no Montijo.

A equipa que começou há 24 anos permanece até aos dias de hoje no Externato Espaço Verde. Um espaço familiar que se distingue pela afetividade que impõe à vertente pedagógica.

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Relativamente à região onde a NovoImpacto está inserida, o empresário descreve em sucin-tas palavras a realidade que se vive no setor: “O Montijo está segmentado em três produtos: o médio alto, de excelência a nível distrital e da Grande Lisboa, o usado, e o imóvel antigo, com casas térreas, que hoje em dia já é visto com outros olhos rela-tivamente ao passado”.

Quando questionado sobre a construção do novo aeroporto no Montijo, o sócio-gerente não vê nisso grandes vantagens para um eventual investimento futuro no setor, a não ser que essa aposta não seja feita de uma forma isolada. “O aeroporto na fase inicial de construção vai dar à cidade mais investimento, mas depois não creio que vá existir algo mais, como um parque tecnológico ou empresarial que pudesse trazer vida à cidade, para além do aeroporto. Não sei até que ponto é que não poderia ser vantajoso para a Margem Sul e Grande Lisboa a criação de uma linha de comboio, ou um metro de superfície, que permitisse que as empresas se deslocassem para aqui”, explica.

Não obstante esse fator, o futuro adivinha-se bastante po-sitivo para a NovoImpacto, uma

vez que a forma como encara o mercado pode certamente trazer grandes vantagens. “O ano de 2016 foi efetivamente um ano de preparação. Começámos a criar o nosso caminho. A nossa pos-tura no mercado será um pouco ambígua… por um lado seremos uma imobiliária normal, mas por outro seremos um parceiro, alguém que representa investi-dores, e estaremos numa fase de promoção dos imóveis que temos em carteira. Deslocámo--nos também um pouco para fora do Montijo, temos negócios em Setúbal, Barreiro, Almada, e um pouco por todo o distrito de Setúbal. Viemos de áreas

Apesar da juventude do projeto, a NovoImpacto conta já com uma larga experiência no setor imobiliário. “Somos recentes no mercado, embora já estejamos nesta atividade desde 2011, numa outra ver-tente”, explica Cláudio Oliveira, sócio-gerente. Mas mesmo na concorrida realidade do mer-cado imobiliário, são as peque-nas diferenças que marcam a identidade desta empresa. “A determinada altura percebemos que o caminho que queríamos percorrer não tinha a ver so-mente com a imobiliária. Tinha muito mais a ver com a criação do próprio produto, e como tal, surgiu a NovoImpacto que tem as duas vertentes: a mediação imobiliária e a construção ou reabilitação dos imóveis para posterior revenda”, esclarece.

“Começámos a criar o nosso próprio caminho”Fundada em 2015, por dois irmãos Cláudio e Hélder Oliveira, a NovoImpacto demarca-se no setor imobiliário pela sua aposta dupla, tanto na mediação como na construção ou reabilitação de imóveis. Cláudio Oliveira, CEO da empresa, fala, entre outros aspetos, do estado do setor no Montijo e os traços caracterizantes deste projeto.

diferentes e com pontos de vista diferentes no que toca ao ramo imobiliário, e isso tem-nos feito crescer, porque aplicamos nesta profissão regras básicas que aprendemos noutras, e isso faz com que tenhamos pontualmen-te coisas diferentes do normal”, conclui, deixando um agradeci-mento especial a todos os que acreditaram desde o início neste projeto, e sobretudo à sua equipa de mediação imobiliária e equipa de construção e remodelação que vestem a camisola como poucos, e que sem eles nada disto seria possível.

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A Freguesia de Canha, historicamente reconhecida por conter vestígios romanos, tem a seu cargo um espaço mu-seológico com o nome Museu Etnográfico de Canha. Neste museu são apresentados métodos agrícolas, referências ao património histórico, ao artesanato, à gastronomia, às tradições e rumarias de Canha. Têm duas exposições permanentes, a coleção “Igrejas da Região” e o “Ciclo do Arroz”. Tem também exposições temporárias de pintura e fotografia organizadas pela Junta de Freguesia de Canha em parceria com os artistas e Câmara Municipal do Montijo.

Armando Piteira, presidente da Junta, realça que há falta de habitantes e de investimento na freguesia. A população jovem não tem trabalho e por isso a mão de obra existente centra-se essencialmente na Santa Casa da Misericórdia e no setor da Floricultura (estufas de flores). O banco mais próximo fica a mais de 20 quilómetros. Na região existe ainda uma instalação que pertence à Caixa Geral de Depósitos, Banco do Estado,

mas que neste momento está inserido nos balcões a encerrar até final do mês de abril. Entre uma população maioritariamente idosa, Armando Piteira realça que as pessoas têm dificuldade em fazer esta deslocação. Não há transportes e esse fator difi-culta o acesso a serviços básicos. Isto faz com que as pessoas, segundo o presidente da Junta, se sintam isoladas.

Outro aspeto que o autarca evidencia prende-se com a in-clusão de pessoas com deficiência. Este trabalho social é visto pelo presidente como um dever e por isso trabalha no sentido de criar postos de trabalho, em funções como jardinagem, com o objetivo de introduzir estas pessoas na sociedade.

Existe a possibilidade do atual presidente se candidatar às próximas eleições autárquicas, “mas se isso acontecer, será com uma lista independente. E terá como objetivo atrair investimento e reduzir a sensação de isolamento da população”. No futuro o presidente da Junta de Canha gostaria de criar uma Academia Sénior e assim evitar deslocações para a freguesia de Pegões.

“Canha tem muita área e poucos habitantes”A Freguesia de Canha, uma das mais antigas do Montijo, tem uma área de 207,73 km² padecendo da desertificação, com uma baixa taxa populacional. O presidente, Armando Piteira, comentou durante este mandato que não há mão de obra que atraia a população mais jovem.

No futuro o presi-dente da Junta de Canha gostaria de criar uma Acade-mia Sénior e assim evitar deslocações para a freguesia de Pegões.

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Com larga experiência no setor imobiliário, Cátia Plirú decidiu em 2016 avançar para um projeto desafiador. Foi nesta perspetiva que emergiu a Plirú, uma empresa capaz de “fazer as pessoas felizes por encontrarem as casas com que sempre sonharam”, contextualiza.

O conhecimento e a experiência acumuladas são essenciais para que o sucesso seja garantido. A administradora começa por afirmar que o acompanha-mento ao cliente, na procura e escolha da casa, é um processo que permite estabelecer uma relação de proximidade que se prolonga. “Auxiliamos o cliente em todas as situações, na medida em que, para além da compra da casa, chegamos mesmos a cuidá-la e a limpá-la, com o intermédio das nossas parcerias”, realça.

Embora exista competitividade, o Montijo é uma terra entusiasmante e em plena ascensão. Neste sentido, o “mercado funciona para todos e, curio-samente, muita gente oriunda de Lisboa começa a vir para cá”, explica. A escolha deve-se à segurança e qualidade de vida existente, sendo que esta é já uma cidade

“procurada por investidores estrangeiros, nomeadamente ingleses, israelitas, fran-ceses e brasileiros”, exemplifica.

O SETOR O know-how na área imobiliária per-

mite a Cátia Plirú ter uma visão alargada sobre as temáticas atuais em debate. No que respeita à especialização dos profis-sionais no setor, a administradora indica que a mesma deveria ser obrigatória, “porque nem toda a gente apresenta o perfil ideal para ser mediador imobiliário”. Assim sendo, a formação dos colabo-radores da Plirú ocorre naturalmente, devido ao facto do “contacto direto com o cliente ser essencial”, acrescenta.

Já a obrigatoriedade da certificação energética “não facilita os clientes”. Para

“O Montijo é uma ótima escolha”O acordo com a ANA para a criação do aeroporto veio impulsionar o Montijo. A Plirú, recente projeto de mediação imobiliária, pretende ser um polo de atração de uma cidade cada vez mais procurada por nacionais e estrangeiros.

“Auxiliamos o clien-te em todas as si-tuações, na medida em que, para além da compra da casa, chegamos mesmos a cuidá-la e a limpá-la, com o intermédio das nossas parcerias”

Cátia Plirú isto apenas se justifica numa construção nova, dado que muitos “clien-tes com imóveis usados e dificuldades em vender as suas casas, não têm capital para pedir o certificado energético”.

Composta por profissionais de ex-celência, a Plirú está preparada para encontrar as melhores soluções a quem os procura. Apesar de estar a dar os primeiros passos, o crescimento tem sido notório e, em termos futuros, a ideia passa por “abrir uma nova filial e contratar novos colaboradores”, conclui a gerente.

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Não pretendendo cair no discurso recor-rente e simplista da “crise e suas consequên-cias” não podemos negar que a queda da banca, em 2008, eternizada pela metafórica imagem do colapso da Lehman Brothers, revolucionou o mundo e a perspetiva que temos hoje dos mercados e da sua teia de influências.

Indubitavelmente o ramo imobiliário so-freu um dos maiores impactos com a crise, se analisarmos por setor os danos provocados.

Em Portugal, a construção civil estagnou de uma forma generalizada de Norte a Sul e muitas empresas decidiram internacionalizar a sua intervenção, deslocalizando-se, num virar de costas ao mercado português.

Porém como a astúcia do empreendedo-rismo afirma: “Os melhores negócios nascem em tempos de crise”.

Durante um hiato de anos o mercado do arrendamento foi “rei e senhor”, recolhendo os pesados louros do incumprimento bancá-rio de muitas famílias, forçadas a abandonar as suas casas, e sujeitas a uma quebra, em alguns casos abrupta, do poder de compra.

Mal de uns, sucesso de outros. Neste contexto onde a compra de habitações este-ve limitada aos detentores de capital, muitos investiram na recuperação/reabilitação das suas casas. Outros viram nos anúncios dos bancos – a abarrotar de produto imobiliário – que ofereciam financiamento a 100% nas retomas bancárias, a oportunidade ideal para comprar, reabilitar e vender a preços apetecí-veis ou colocar no mercado de arrendamento sedento de oferta.

Hoje, presenciamos a um crescimento brutal do mercado imobiliário, em face de uma construção que, a espaços, reconquista o seu diâmetro de atuação. A isto se deve a

O volte-face na iminente queda para o abismo

atitude particular, mas principalmente, a ação concertada de muitas autarquias que sou-beram reunir esforços, criando estratégias próprias de divulgação das potencialidades locais. Podemos assegurar que presencia-mos uma mudança de paradigma. Velhos edifícios deram lugar a hotéis de charme, hostels, ou espaços comerciais alternativos que captam a atenção dos transeuntes. As cidades encheram-se de luz e, a Norte (região mais alheada dos grandes palcos in-ternacionais nas listagens turísticas) cidades como o Porto, Braga e Guimarães oferecem roteiros turísticos todo o ano, num processo que tem cativado a atenção da imprensa internacional.

Alguns investidores vêm nessa vaga de turismo, visitam Portugal com o intuito de conhecer e acabam por aplicar cá parte das suas poupanças em apartamentos que de-pois colocam no mercado de arrendamento. A região Norte está a dar cartas ao ponto de o responsável de uma das maiores marcas do setor imobiliário em Portugal, afirmar que “os portugueses que tinham apostado no

Algarve, onde o arrendamento pode chegar a valores superiores, mas apenas durante três ou quatro meses do ano, estão a vender lá para comprar no Porto, onde o turismo está a render durante praticamente todo o ano, ainda que a preços mais moderados”.

A aplicação de capitais próprios em pro-duto imobiliário oferece taxas de rentabilidade consideravelmente superiores aos juros da banca, facto que tem aliciado a aquisição de imobiliário e reforçado a vaga de reabilitação que se denota de forma vincada na cidade invicta, expandindo-se a toda a região do Douro.

Caso será para dizer que Portugal con-tornou as adversidades perante a queda dos impérios bancários, salvando-se por via da ação empreendedora de vários agentes dinamizadores da economia.

Elsa Santos

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Incentivar a Inovação Empresarial, a Qualificação e Internaciona-lização, a Investigação e Desenvolvimento Tecnólogico são objetivos do programa de apoios Portugal 2020. Muitas são as empresas que têm apostado nesta alavanca para atingir novos planos de desenvol-vimento, outras conquistam ali os apoios necessários para iniciarem a sua atuação.

As novidades são constantes e a comunicação da Tutela, inter-mediária importante neste diálogo, é fundamental para esclarecer dúvidas e controlar expetativas.

Portugal Incentiva

ENCAIXE DE VERBASO ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques,

adiantou que nos dois primeiros meses de 2017 o ritmo de paga-mentos de incentivos no âmbito do Portugal 2020 “está 50% acima da média de 2016”, estando a ser pagos às empresas mais de 60 milhões de euros mensais.

Cerca de 8.300 projetos foram já aprovados, no valor de mais de 5.300 milhões de euros de investimento, que se traduziram na criação de 25.000 empregos em Portugal.

Durante o mês de março foram lançados concursos de apoio às empresas, nas áreas da inovação produtiva, qualificação e internacio-nalização de empresas e de Investigação & Desenvolvimento, e ainda um novo Sistema de Incentivos ao Emprego e ao Empreendedorismo, destinado à proximidade e a territórios de baixa densidade. Este sistema é gerido pelos grupos de ação local e pelas comunidades intermunicipais e terá uma dotação de 320 milhões de euros.

PROJETOS AGRÍCOLASNo âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), Luís

Capoulas Santos, ministro da Agricultura, afirmou, na sessão de en-cerramento da conferência “As Novas Culturas e Tendências do Setor Agrícola”, realizada no final do mês de fevereiro, que “todo o atraso que tínhamos, de mais de um ano, está quase recuperado e pensamos ter até ao final de abril a situação do PDR estabilizada. E a partir daí ter um procedimento muito mais célere na aprovação de projetos”.

“A prova de que não há empréstimo mais seguro do que aquele que é feito aos agricultores”, que “honram os seus compromissos financeiros mais do que porventura quaisquer outros agentes eco-nómicos de outras áreas, sem desprimor para elas”, reforçou Luís Capoulas Santos.

Atualmente, existem cerca 24 mil projetos candidatados, sendo que todos eles têm montantes de investimento que esgotam pratica-mente a dotação total do PDR – cerca de quatro mil milhões de euros – até ao final da década. No âmbito dos projetos que ultrapassem a dotação financeira do ano o ministro manifesta-se: “Apelo à banca no sentido de conseguirem encontrar mecanismos de financiamento que permitam aprovar mais projetos do que aqueles que correspondem à dotação anual se do lado da banca, com a aprovação do projeto e a respetiva garantia, seja possível avançar a componente financeira correspondente, sendo depois ressarcida quando o projeto for apro-vado no ano seguinte”.

Elsa Santos

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Em pouco mais de duas décadas, a Renascimento acolhe mais de 200 colaboradores, fruto da expansão que passaremos a explicar.

A Renascimento assumiu desde logo um modelo de gestão criado com uma visão de crescimento, aproximando-se à nascença dos critérios de exigência das grandes empresas. “Éramos das poucas empresas licenciadas para a atividade e ao mesmo tempo certificada, facto que nos ajudou e permitiu apresentar um rápido crescimento”, introduz Elsa Nascimento, sócia gerente. Perante esta realidade, a administração iniciou a implementação de um modelo de gestão integrado, que previa a certificação de qualidade, ambiente e segurança.

Em 2006, com uma maior dimensão e com clientes ao nível nacional, os adminis-tradores sentiram a necessidade de marcar presença no Porto e no Algarve, com duas delegações que seguem o modelo de atuação da casa mãe, aproximando-se assim dos clientes e garantindo a cobertura nacional.

Acompanhando a legislação, desde sempre a empresa mantém uma ligação muito direta com todas as entidades ges-toras dos vários resíduos. A Sociedade Ponto Verde foi a primeira parceira com a qual trabalharam até aos dias de hoje.

Quando nasce a Valorpneu, a Renasci-mento assume-se como centro de receção de pneus em fim de vida. “Depois, surge a Valorcar, entidade gestora de viaturas em fim de vida e avançamos para centro de abate de viaturas em fim de vida – com um centro de receção no Porto e duas unidades de receção, desmantelamento e tratamento em Loures e no Algarve”, refere Elsa Nascimento. Amplamente premiada como melhor centro de abate da rede Valorcar, a atenção para a possibilidade de reutilização das peças não escapa à Renascimento, numa ação que compac-tua com o conceito de economia circular.

“Há poucas empresas como nós, na área dos resíduos”A Renascimento surge na segunda metade da década de 90, numa altura em que não existia legislação específica para a atividade de gestão de resíduos. Hoje é uma referência transversal neste setor.

“Para nós a economia circular começou há muitos anos. Procuramos ver se existem no mercado pedidos de peças, quando não há, o material entra no processo que o leva à siderurgia”, explica.

Procurando crescer na linha da qua-lidade e diferenciação, a Renascimento começou a trabalhar os equipamentos elétricos e eletrónicos ainda antes da cria-ção das entidades gestoras, mas logo se associa à AMB3E e à ERP. Neste âmbito, adquire a linha de triagem e tratamento de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE), que neste momento também se encontra certificada pela marca de excelência internacional WEEELabex para o tratamento de REEE. “A diversidade neste setor leva-nos a uma permanente atualização, de modo a podermos atuar em todos os segmentos. Quanto maior for o nível de separação, mais materiais equi-valentes à qualidade das matérias-primas originais conseguimos”, esclarece.

Outra vertente de trabalho centra-se nos resíduos de construção e demolição, “área que carece de incentivos que promo-vam a integração de materiais reciclados e previnam a extração de agregados naturais”, alerta Elsa Nascimento. “Somos neste momento das empresas nacionais que mais experiência tem na desconta-minação de solos, e parceira de grandes players no mercado”.

Ao longo dos anos a Renascimento tem vindo a trabalhar com todas as fileiras de resíduos, começando internamente a conferir-lhes valor. Há cerca de quatro anos, o investimento de 2,5 milhões permitiu “fechar o ciclo de atuação com a produção de Combustível Derivado de Resíduos (CDR)”. Isto possibilita que, na atualidade, se produza material de qualida-de para valorização energética. Toda esta ação proativa e inovadora permite a Elsa Nascimento afirmar: “Há poucas empresas como nós.Aqui entram resíduos e saem matérias-primas”.

Procurando crescer na linha da qualida-de e diferenciação, a Renascimento co-meçou a trabalhar os equipamentos elétricos e eletróni-cos ainda antes da criação das entida-des gestoras, mas logo se associa à AMB3E e à ERP.

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A exercer atividade des-de 2005, o administrador, Jorge Lemos, conta-nos que a escolha por este plástico em particular foi desde sem-pre consensual. O empresá-rio e especialista no setor revela a visão e os valores com os quais a Ecoibéria se tem estabelecido no mer-cado: “Regemo-nos pelo investimento contínuo na inovação e conceitos como a sustentabilidade, a quali-dade e a economia circular estão a todo o momento presentes”. Já enraizada no estrangeiro, a mudança do paradigma relativo à econo-mia circular, em oposição à economia linear, prende-se com o modo como os mate-riais são devolvidos ao ciclo produtivo, através da sua reutilização, recuperação e reciclagem. O que noutros países é classificado como “matéria-prima secundária”.

PET: PRODUçãO E VANTAGENSRelativamente ao PET,

importa perceber que o mesmo pode ser reciclado

e usado em vários produtos, ao mesmo tempo que eco-nomiza energia e reduz as emissões de gases. Ques-tionado sobre as funcionali-dades, Jorge Lemos indica que o mesmo “possibilita a produção de garrafas, embalagens, placas, fios de pesca, fios têxteis, entre outros”. Já a sua utilização para a indústria automóvel ou soluções de ilumina-ção é uma questão a ser “desenvolvida e em plena expansão”, acrescenta.

O processo de produção está sujeito a determina-das etapas e conta com a participação de tecnologia de excelência, aliada à su-pervisão dos trabalhadores. Numa fase inicial, as gar-rafas são separadas e são eliminados todos os objetos sem utilidade, ou seja, con-taminantes. De seguida, as garrafas passam por deteto-res óticos que “eliminam os plásticos não aceitáveis e fazem a separação das co-res”, refere. Como nos expli-ca o administrador, é nesta etapa que a triagem manual é realizada “para corrigir

“Somos a única empresa portuguesa exportadora de PET Flakes”

um potencial erro dos se-lecionadores e certificar a qualidade desejada”. Pos-teriormente, para remover a cola e etiquetas, as garrafas e tampas são trituradas e lavadas em água quente com detergente. Por último, “são retirados os metais e purificados os flakes para extrair os contaminantes”.

A Ecoibéria é a única empresa portuguesa produ-tora e exportadora de PET

Flakes. “Em Portugal ape-nas uma empresa compra o nosso produto, daí que ex-portámos, maioritariamente, para o mercado europeu, com destaque para Espa-nha e Itália”, revela Jorge Lemos. Acrescenta ainda a necessidade de “consumir de 16 mil toneladas/ano e apenas existirem 11 mil toneladas no mercado portu-guês o que obriga a empre-sa a recorrer à importação

Com sede em Vila Nova de Famalicão, a Ecoibéria-Reciclados Ibéricos, SA, dedica-se à reciclagem de embalagens de plásticos, com especial destaque para o PET Flakes (polietileno tereftalato), sendo a única empresa nacional a exportar o material para o mercado internacional.

PET Flakes

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de matéria-prima”. Em consonância, e continuando com exemplos internacio-nais, o nosso interlocutor alerta para a eficiência e eficácia da “recolha do material em países como a Itália, cujo segredo passa pela recolha porta a porta”. Todo este processo tem como consequência “a qualidade do material obtido”, funcionando como um exemplo de uma política que poderia ser repli-cada e fortemente implementada em Portugal.

Ainda assim, o crescimento e o desenvolvimento da Ecoibéria é notório pelo que, Jorge Lemos entende que o próximo objetivo passa por “concretizar a deslocalização da unidade fabril e duplicar a faturação”.

SOCIEDADE PONTO VERDE E ASSOCIATIVISMO

No decorrer da entrevista com Jorge Lemos foram também abordadas temá-ticas relativas à gestão da Sociedade Ponto Verde (SPV) e à falta de asso-ciativismo no setor.

A Sociedade criada em 1996 tem como objetivo assegurar a regulação e o cumprimento das diretivas e fina-lidades europeias de reciclagem de embalagens que são colocadas no mercado em Portugal. O monopólio da SPV é responsável pela gestão dos resíduos de embalagens, contudo são várias as empresas que, no decorrer nos anos, reprovam o preço cobrado pelas embalagens. Esperançado que o fim do monopólio traga melhorias, clareza e transparência ao setor, o administrador espera também que este mercado evolua, “coisa que não acontece neste momento, tanto quan-titativamente como qualitativamente”. Ao criar matéria-prima secundária de qualidade, os produtores de embala-gens poderão comprar este material a

A Ecoibéria é a única empresa portuguesa produtora e exportadora de PET Flakes.

preços mais competitivos, podendo os consumidores saírem, por fim, também beneficiados. Nesta sequência lógica, é com agrado que os empresários olham para a abertura do mercado da reciclagem à concorrência, através da Novo Verde.

A SPV anunciou recentemente que, iria deixar de pagar as contrapartidas pelo material colocado e recolhido nos ecopontos, pelos SMAUT (sistemas municipais e autarquias) o que colo-caria em causa toda a atividade e a reutilização das embalagens, podendo também impedir que Portugal cumpris-se as metas europeias. Recorde-se que a Ponto Verde deteve o monopólio durante 20 anos da recolha de resíduos de embalagens, deixando agora o Governo preocupado como o futuro da reciclagem no país.

Olhando para o que acontece no exterior, os benefícios do associati-vismo são um exemplo a transportar para Portugal. Jorge Lemos não tem dúvidas, “um setor de sucesso passa pela associação entre as empresas. Lá fora conseguem-se cumprir os ob-jetivos, porque as empresas unem-se e definem o que querem realizar”, finaliza.

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Num contexto conturbado em termos nacionais, Paulo Gaspar desenvolvia ati-vidade profissional baseada em mobiliário e divisórias de escritório. Nesse âmbito conheceu uma empresa que captou a sua atenção: “Informei-me e fiz vários estudos de mercado, fiz formação na área de ambiente e daí nasceu a Reci Qwerty. Numa primeira abordagem, o nosso entrevistado começa por nos apresentar a Reci Qwerty e todo o seu processo de evolução: “Começámos num pequeno armazém alugado e somente em março do ano passado mudamos para estas instalações. A nossa frota é composta por dois carros ligeiros e um pesado”. O administrador alerta também para o facto de serem operadores logísticos da Amb3E (Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos). “Somos um centro de receção e unidade de tratamento desta unidade gestora de resíduos elétricos, uma demonstração

do nível de qualidade do nosso serviço”, acrescenta.

O profissionalismo e a dinâmica que compõem a equipa da empresa refletem-se no número de tratamentos efetuados no ano transato: 720 toneladas de REEE (Resíduos de Equipamentos Eletrícos e Eletrónicos). Paulo Gaspar elucida-nos sobre como se processam as diferentes fases: “Após a reco-lha dos equipamentos fazemos uma triagem, para o desmantelamento ser mais rentável. De seguida, separamos os computadores, impressoras, entre outros equipamentos,

Descaracterização, separação e reciclagem de lixo tecnológico

para posteriormente dividirmos os diferen-tes componentes e encaminharmos tudo para os destinos devidamente licenciados”, esclarece.

A excelência no seio da atividade não passou despercebida no mercado, na medida em que, entre os principais clientes da Reci Qwerty, estão multinacionais e enti-dades públicas espalhadas por todo o país. “Primamos pela competitividade em termos de qualidade e pelas questões ambientais. Se o nosso setor se relaciona com o am-biente e se temos de cumprir com normais

A Reci Qwerty, sediada em Pombal, surge em 2012 como uma empresa especializada em reciclagem de sucata informática e outro tipo de equipamentos. Em conversa com o administrador, Paulo Gaspar, percebemos os objetivos do projeto relativos à consciencialização ecológica.

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ambientais, a questão financeira não pode ser a preponderante”, informa.

A relação de proximidade com os clientes e os colaboradores é um elemento essen-cial para o administrador. “Embora exista a relação comercial, o vínculo afetivo está sempre presente. Esta empatia e confiança mútua torna-nos num parceiro preferencial”, afirma. Já em relação aos colaboradores, o nosso interlocutor não esconde o facto de efetuar todo o tipo de serviços junto dos mesmos, por ser “uma forma de os manter motivados”. Paralelamente demonstra o orgulho numa “equipa sensacional ao nível pessoal e profissional”.

Para além da missão de ajudar a so-ciedade a poder dar um destino correto aos diferentes equipamentos, a Reci Qwerty tem um papel de cariz social, no que respeita à

integração de jovens com deficiências no mercado de trabalho. “Podem-se conseguir ótimos profissionais, basta dar-lhes uma oportunidade. Não nego que, por vezes, é preciso uma certa paciência, mas é esta a nossa forma de estar no mercado”. A sim-biose entre os dois propósitos, ambiente e sociedade, estabelece-se também através

das várias campanhas realizadas pela empresa. A título de exemplo, salienta-se a última campanha de natal para angariar equipamentos que reverteram para três instituições em Pombal.

Em termos futuros, Paulo Gaspar pre-tende “continuar a crescer de uma forma sustentada”, conclui.

Primamos pela competitivida-de em termos de qualidade e pelas questões ambientais.

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Com o intuito de encontrar as soluções ideais e de satisfazer as necessidades dos clientes, a Cemopol é responsável pela elaboração de embalagens que se destinam aos mercados frutícola e avícola.

Em conversa com José Abreu, responsável pela empresa, co-meçámos por perceber a importância da celulose moldada para um correto acondicionamento de alimentos, como ovos e frutas: “A em-balagem de celulose moldada reúne, comprovadamente, excelentes condições para o acondicionamento e transporte dos produtos a que se destina. No acondicionamento de ovos, promove, no transporte, amortecimento ao choque resultante do manuseamento, reduzindo o risco de rotura. Por se tratar de embalagem constituída por fibras de celulose moldada (papel), a sua porosidade permite criar condições de estabilidade gradual das alterações térmicas, proporcionando as-sim condições de preservação do produto acondicionado até chegar ao ponto de consumo. Como tal, utilizamos o papel reciclado como

matéria-prima”, contextualiza. Os padrões de exigência obrigam a Cemopol a investimentos

constantes, no que respeita a atualização tecnológica. Desde a sua criação, o desenvolvimento nesta vertente revela-se essencial e, enquanto nos descreve os diferentes processos de produção, José Abreu elucida-nos acerca dos avultados investimentos: “Este setor obriga-nos a estar equipados com tecnologia de excelência. Existe uma preparação cada vez mais refinada de toda a situação para o fim desejado”, esclarece. Por isso mesmo, “devemos estar sempre atualizados para respondermos à exigência dos tipos de embalagens, por exemplo”, acrescenta.

A qualidade e capacidade produtiva não se restringe ao mercado nacional. Neste sentido, a empresa marca presença no mercado europeu (Espanha, Itália, França e Bélgica) e no continente africano. Certificada segundo as normais ambientais e de qualidade, a Cemopol continuará a ampliar o seu espaço de atuação, acompanhando a evolução tecnológico e providenciando sempre as melhores soluções.

CONSCIENCIALIzAçãO AMBIENTALAssente na premissa de “transformar em riqueza o que incomoda

e polui”, o responsável pela Cemopol alerta para a sensibilização a fazer junta da população. Na sua opinião “as campanhas deveriam ser mais incisivas, visto que as que existem não são suficientes”. Embora reconheça nos mais jovens uma preocupação inerente a esta temática, José Abreu afirma que a responsabilidade ambiental não engloba a maioria dos cidadãos. “É necessário convencer as pessoas que se separaram uma garrafa de vidro, um saco de plástico e de papel, sem misturar com os resíduos alimentares, estão a contribuir em vários sentidos”.

“Transformar em riqueza o que incomoda e polui”Atividade desenvolvida desde 1977, promoveu a constituição, em 1989. A Cemopol continua a ser em Portugal a única empresa dedicada à produção e comercialização de embalagens de celulose moldada, para além de abastecer o mercado nacional, a presença no mercado europeu e africano é assinalável.

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Nascida da vontade conjunta de Carlos Maia e de um amigo que já tinha conhecimento na área das meias, a C.M. Socks, sediada em Carreira, Vila Nova de Famalicão, é hoje uma das maiores referências internacio-nais no que concerne ao setor das meias e peúgas desportivas, apresentando-se como uma em-presa profundamente inovadora e atenta à realidade do mercado. “Fomos crescendo ao longo dos anos, e cá estamos hoje, com muito trabalho, esforço… e dores de cabeça”, brinca Carlos Maia, sócio gerente. Para além das ins-talações em Carreira, existe uma segunda unidade em Landim, e um dos futuros investimentos pas-sará precisamente por aumentar a capacidade de produção. Para

tal, está a ser levado a cabo um grande projeto, sob a alçada do Portugal2020, que albergará mais dois milhões de euros.

No ano passado já foram investidos 1,3 milhões, e este ano esperam-se mais um milhão de euros, para fazer face à imensa procura que se vai verificando. “Resolvemos no ano passado, juntamente com os meus filhos que também cá trabalham, reno-var as máquinas, e assim inovar para combater a concorrência”, esclarece.

Mas mesmo não querendo entrar em precipitações, até por-que tudo no mercado deve ser devidamente ponderado, Carlos Maia já pensa num futuro risonho. “Neste momento, estamos a pen-sar em aumentar esse volume,

“Inovar para combater a concorrência”A C.M. Socks dirige-se ao mundo a partir de Vila Nova de Famalicão e demarca-se no mercado no que toca a meias e peúgas desportivas. Carlos Maia conta-nos os desafios e perspetivas para uma empresa que assenta na inovação e está bem familiarizada com a palavra “sucesso”.

mas quero aguardar mais uns meses para ver o comportamento do mercado. As máquinas produ-zem com uma grande qualidade. Ainda assim, isso obriga a uma maior quantidade de máquinas, para termos capacidade para determinados clientes”, continua. Para esse fim, à família corrente de 140 colaboradores vão ser acrescentados sensivelmente 20 postos de trabalho. Por outras palavras, o balanço de todo o percurso não podia ser melhor.

Com 21 anos de história, a empresa conta com uma marca própria, criada há sensivelmente 10 anos, e que de resto se revelou importante para o estado atual da C.M. Socks. “A nossa marca “Pu-reco” tem sido a alavanca do su-cesso e a razão para chegarmos a vários países fora da Europa”, sublinha. Uma marca ecológica e uma meia anti-bacteriana. Pureco é um tratamento antibacteriano amigo da saúde e segue as regras do Oko-tex e do Reach, trabalha controlando o crescimento de micro-organismos que surgem do uso normal, causando odores.

As meias tratadas com o Pureco, trazem benefícios para o consumi-dor, pois mantém a pele fresca e limpa. Pureco ajuda a permanecer confortável e deixa a sensação de “já lavado” após o uso durante todo o dia. É assim que se assume a Pureco, que tem dado que falar pelo mundo fora, até porque o mercado externo é a imagem de marca, estando envolvida sobre-tudo em países europeus, bem como, também no Dubai, Tailân-dia, Austrália, Panamá, Equador, Uruguai, Chile, Rússia, Ucrânia, Sérvia, Peru e Indonésia.

Carlos Maia, como referi-do anteriormente, conta com a preciosa ajuda dos dois filhos, Miguel Maia e Jesuína Maia, do genro Emanuel Simões, e da nora, Susana Carneiro, para que a C.M. Socks seja sempre sinónimo de sucesso e inovação. “A empresa tem continuidade, e como tal tem de pensar em estar sempre atua-lizada, para que quando a passar aos filhos, não seja uma empresa com máquinas ultrapassadas, mas sim uma moderna. Não po-demos parar”, conclui.

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A designação Indústria 4.0 denomina o processo de profunda transformação da forma como pensamos, concebemos, produzimos, distribuímos e utilizamos os produtos, potenciados pelo desenvolvimento e disponi-bilização, a preços cada vez mais competitivos, de uma nova geração de tecnologias digitais.

Fenómenos semelhantes noutras áreas, como na mú-sica ou fotografia, permitem ter uma ideia, mesmo que limitada, do impacto que a digitalização dos produtos e processos pode ter nas empresas, organizações e nos respetivos modelos de negócio, assim como na vida de todos nós – clientes e consumidores.

Importa destacar também a dimensão, abrangência e sobretudo a velocidade da transformação. Pode-se afirmar que a importância das tecnologias digitais na indústria começa a ganhar maior importância e visibili-dade. A chegada ao mercado de novas tecnologias e so-luções inovadoras, capazes de potenciar transformações

significativas, tem pautado a sociedade e criado novos modelos de negócio, cada vez mais envolventes com o consumidor.

Neste sentido, a indústria nacional tem necessaria-mente de estar atenta a esta evolução, conhecer as novas tecnologias e compreender o seu impacto, para poder tirar partido delas e não ser sur-preendida por concorrentes mais atentos ou ágeis nesta matéria.

Porém, a indústria nacio-nal tem também de aproveitar esta oportunidade para de-senvolver novas tecnologias de produção digitais, nos setores e nichos onde possa construir vantagens competi-tivas, e não limitar-se apenas a ser cliente (importador) de desenvolvimentos exter-nos. Para isso, é necessário participar ativamente nas iniciativas internacionais mais relevantes (nomeadamente europeias), em particular na definição e implementação de grandes plataformas di-

gitais, o que permitirá depois desenvolver soluções e apli-cações vendáveis no mercado global. Participação esta que tem vindo a crescer de forma sustentada.

É também preciso cuidar das competências necessá-rias para esta transformação. A falta de recursos humanos qualificados vai ser, prova-velmente, uma das principais barreiras à inovação digital nos próximos anos, a nível mundial. A médio prazo, uma parte relevante dos postos de trabalho associados à indús-tria transformadora vai mudar de perfil e de localização geográfica.

Portugal tem demonstra-do capacidade e competência para desenvolver e industria-lizar soluções inovadoras de digitalização de processos.

Com o objetivo de acom-panhar e cooperar com as empresas nacionais, o Go-verno lançou a ANI – Agência

Nacional de Inovação que se assume como plataforma que dá corpo ao crescente alinha-mento das políticas Inovação e Empreendedorismo de base tecnológica, nas áreas da Ciência e da Economia, tendo por principal atribuição a pro-moção da valorização do co-nhecimento, nomeadamente, através de uma maior e me-lhor colaboração e articulação entre empresas e o Sistema Científico e Tecnológico Na-cional. José Caldeira ocupa o cargo da presidência desta associação, que trabalha em proximidade com as empre-sas, aportando valor às suas atividades de inovação, e é reconhecida como elemento de credibilidade nas ações de apoio ao sistema.

Ana Sofia Figueiredo

Geração 4.0

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Fundada em 1990, a em-presa Maria Assunção Oliveira Unipessoal, Lda. começou por uma máquina de costura e muita força de vontade, na garagem dos pais de Maria Oliveira. Naquela época, confecionava pequenas peças de roupa para a filha que na altura tinha dois anos, mas, com o incentivo dos pais, Maria levou as suas produções a público, inicialmente em feiras de revenda e, mais tarde, diretamente para o mercado lojista.

Em 1996, com o objetivo de crescer mais nos conhecimentos que tinha na área da moda, Maria concluiu o curso de Designer de Moda na Academia de Moda do Porto, durante o qual teve a opor-tunidade de conhecer e estudar ao lado de muitas personalidades

do mundo da moda, que tiveram um papel importante nas suas futuras produções.

A partir do ano 2000, Maria As-sunção Oliveira Unipessoal, Lda. cresceu em termos de instalações e colaboradores, dando os primeiros passos na exportação de vestuário infantil. Durante quase dez anos, esta empresa investiu no mercado de Pri-vate Label, garantindo as produções de diversas marcas europeias da moda infantil de luxo, nomeadamente

Rachel Riley®, No added sugar®, Miller®, Jessie and James® Le Chic® Tous baby® entre outros.

Mais tarde, já em 2010, e com muita experiência em produção de alta qualidade, a empresa iniciou um projeto de produção de marca própria, com o objetivo de satisfazer um sonho pessoal, aliado com a necessidade de combater a crise económica que, na época, se vivia cada vez mais intensamente em Portugal. A aposta numa coleção de luxo, centrada na criação de peças marcadas pela qualidade e pelo rigor, viu nascer a marca Veridiana® em meados de 2013. Desde então, esta marca tem vindo a ganhar terreno no mercado nacional, mas tem o objetivo de crescer no mercado internacional no próximo ano. Já na próxima coleção a marca Veridiana® vai iniciar um novo projeto que procura complementar as coleções do vestuário infantil com peças únicas de vestidos de Noiva, Meninas/os das alianças e Damas de Honor. Atualmente a marca Veridiana® pode ser encon-trada fisicamente em diversas lojas espalhadas pelo país e a nível online na página veridianaloja.wixsite.com/veridiana, no Facebook e no Instagram (sweetveridiana).

Criatividade em prol dos mais novosVeridiana é a marca própria da empresa Maria Assunção Unipessoal, Lda., sediada em Macieira de Sarnes, com sensivelmente quatro anos, que promete agitar o mercado do vestuário infantil.

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Depois de mais uma década envolvido no corte para calçado, António Sousa decidiu fundar nos finais de 2006 a Opção Casual, sediada em Milheirós de Poiares, distrito de Aveiro, que se dedica ao corte e costura para calçado. “Comecei com uma área relativamente pequena, com 100 metros quadrados, jun-tamente com dois funcionários. As circunstâncias foram evoluin-do, fui colocando mais pessoal e

máquinas, e fomos crescendo”, explana o empresário.

Crescendo gradualmente num setor sempre feroz no que concerne à concorrência, a Opção Casual não tem re-ceio de arriscar nos momentos decisivos. “Trabalhamos com empresas que, quando batemos à porta, dão-nos a primeira vez a encomenda, gostam, e depois fazemos um acordo, porque também têm interesse em que

A qualidade, o poder de entrega e o preço

António Sousa conta-nos a história de uma empresa intensamente imbuída num território associado ao calçado e no qual só sobrevive quem aposta na qualidade e no bom serviço. A Opção Casual nasceu assim, em 2006, mas não é de forma casual que tem crescido a olhos vistos.

nos fixemos juntamente com eles durante todo o ano”, escla-rece António Sousa.

Para um projeto singrar no calçado é sempre necessária uma política bem assente tanto na qualidade do produto como na base da confiança para com os parceiros, e a Opção Casual não é exceção. “O nosso lema baseia-se em três vetores: qua-lidade, poder de entrega e, por último, o preço. E o preço vem sempre em terceiro lugar, porque se as empresas gostarem do produto final e a entrega for feita a tempo e horas, não vão pensar duas vezes. Se o fabricante for coerente não vai discutir preços, desde que façamos bem o nosso trabalho. O preço é assim, natu-ralmente, o culminar de todo o processo”, complementa.

Hoje a empresa conta já com 14 colaboradores, pelo que é constatável o crescimento de ano para ano, não obstante os naturais obstáculos encon-trados ao longo do percurso. “Considero o balanço positivo,

poderia alargar os horizontes, mas também tenho um pouco de receio, porque o mercado também é muito volátil. Eu po-deria aumentar a estrutura, mas também surge outro problema, que é a falta de mão de obra especializada no setor da cos-tura. Essa é a principal lacuna no mercado, porque quem sai do último ano das escolas não se interessa por esta área, e também falta experiência às pessoas formadas nas escolas de calçado”, sentencia António Sousa.

No que concerne aos pro-jetos vindouros, “baseia-se na atualização das máquinas cor-rentes, mas também, e sobretu-do, na continuidade da aposta na qualidade”. Concluindo, António Sousa sublinha: “Não nos po-demos desleixar, caso contrário somos ultrapassados pela con-corrência. A minha empresa é pequena, mas sólida. Sou muito ponderado nas opções que tomo, sempre com riscos muito calculados”.

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Iniciada em 2008, a ACM – Ana Costa Martins é uma empresa talvez jovem na idade, mas não na experiência. Sediada na freguesia de Torrados em Felgueiras, este projeto ocupa-se da transformação da pele, dando-lhe vida através da perfuração, gra-vação e sublimação, distinguindo-se assim no mercado. “Cresci numa família ligada ao calçado e senti a necessidade de oferecer um serviço que não havia em Felgueiras, as empresas eram obrigadas a importar as peles já trabalhadas ou procurar nos conce-lhos homólogos a altos preços. Surgiu então esta ideia mais ligada à moda e não tanto ao calçado propriamente dito. Trabalhamos com

fantasias, aplicações, e tentamos colmatar uma necessidade que sentíamos existir em Felgueiras”, esclarece a Ana Martins, que alia o trabalho na ACM ao exercício da advocacia.

O contacto com o cliente é um fator deveras distinto, ao ponto de este ser “muito recetivo às ideias apresentadas”, pois, afinal de contas, “a pele é uma tela em branco, pronta para ser transformada”. Numa família de apenas quatro colaboradores, a empresa faz-se valer da ajuda de parceiros, de uma experiência acumulada e de um know-how peculiar, dando asas à constante máxima da inovação. “Estamos em constante inovação, todos os dias fazemos coisas diferentes”, refere Ana Martins. “A vossa imaginação é o nosso limite...!”, é o que se pode ler no site da ACM, definição que ilustra fielmente o estado de espírito e a maneira de estar tanto da empresa como da empresária.

No que concerne à tipificação do cliente, não há distinção no tratamento: “Temos grandes clientes, grandes empresas, e até fizemos projetos muito interessantes para a Moda Lisboa, com uma empresa parceira, que nos deu um particular orgulho. Depois, temos empresas mais pequenas, as quais ajudamos a crescer, sugerindo novos modelos e trabalhando em conjunto”, explica. Como tem sido resolvida a questão da res-posta a todos os pedidos? “A capacidade de produção acaba por ser um desafio, mas tem sido colmatada, assegurando aos clientes o trabalho que precisam”, garante.

Com sensivelmente nove anos de história, o balanço é bastante positivo. “É gradual, e de facto, o calçado português está na moda”, complementa. Posto isto, o que esperar do futuro? “A curto prazo temos alguns investimentos, e procuramos sempre inovar e crescer”. Desafio que certamente a ACM não tem receio de assumir, uma vez que a aposta na diferença no mercado tem gerado os seus frutos a olhos vistos. “É grati-ficante ver nas lojas ou nas revistas trabalhos que passaram por nós”, conclui.

O sucesso alcançado num caminho diferente

A ACM – Ana Costa Martins desde cedo primou pela diferença e pela aposta num setor que necessitava d e d e s e n v o l v i m e n t o , principalmente, na região de Felgueiras. A mentora conta-nos a história do projeto e a forte relação da pele com o mundo da moda.

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A posição geográfica de Portugal é de uma centralidade óbvia no contexto mundial, basta olhar para um mapa do mundo. Apesar de ser a «cauda» do continente europeu, o nosso país encontra-se numa posição central e privilegiada.

Neste sentido, o termo periférico não é usado para descrever a realidade espacial, mas sim a realidade económica portuguesa. Trata-se de um eufemismo para designar a posição de subordinação da economia portuguesa face ao contexto internacional. Desta forma, é completamente diferente pensar uma estratégia partindo da ideia de que somos um país periférico ou de que temos uma economia subordinada.

A primeira ideia leva-nos para a linha de pensamento de que Portugal não tem vantagem geográfica. No entanto, a História conta-nos relatos de feitos e relações que indicam exatamente o contrário. Estamos no centro do mundo, a partir do qual corajosos e aventureiros navegadores partiram à des-coberta de terras desconhecidas. Criámos um império pelos quatro cantos do globo, por possuirmos exatamente uma posição

estratégica muito favorável. Além disso, em tempos de guerra, fomos sempre conside-rados um aliado a ter em conta devido aos benefícios da nossa localização.

O segundo conceito remete-nos para o que, na verdade, se sucedeu nos últimos tempos. Dizer que a economia portuguesa, do mesmo modo que outras economias periféricas, ficou mais vulnerável devido à abertura dos mercados europeus e ao alar-gamento da União Europeia a Leste induz, subliminarmente, a ideia que essa vulnera-bilidade resultou do azar da nossa posição geográfica. De facto a economia portuguesa ficou mais vulnerável, não pela geografia, mas porque, durante estes processos de alargamento, os interesses portugueses não foram devidamente acautelados. Os motivos deste facto encontram-se por certo no jogo de forças internacionais, mas também nas dinâmicas da sociedade portuguesa. Daí que devemos fazer o «mea culpa» pela situação ter convergido no contexto atual.

Desta forma, repensar o lugar de Por-tugal na Europa e no Mundo é indissociável da análise das causas que levaram ao mito da periferia e à consequente subordinação económica no contexto da União Europeia. Podemos ser a ponte de entrada de países americanos e africanos na Europa, mas também o inverso: Portugal é a ponte para a chegada de países europeus ao continente americano e africano.

Devido à sua localização privilegiada, Portugal tem as condições necessárias para o desenvolvimento das empresas portuguesas no âmbito da exportação e da internacionalização. Não aproveitar tais benefícios é culpa da mentalidade que se criou em volta da periferia, que condicionou e teve como principal consequência a inca-pacidade de visão da economia portuguesa para o exterior.

Porém, não basta só considerar este novo rumo. É preciso investir e agregar os elementos essenciais para o aproveitamento da localização central e consequente evolu-ção económica. Para o êxito desta viragem de pensamento é preciso fazer bem o traba-lho de casa, apostando em aspetos funda-mentais como a necessidade de se proceder à modernização dos portos portugueses, à alteração da sua legislação trabalhista, ao melhoramento das redes de caminho de ferro para o interior da Europa e à capacidade dos aeroportos para o movimento de aviões de grande porte.

Ana Sofia Figueiredo

Periferia geográfica ou económica?

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Constituído por 33 freguesias e uniões de freguesias, tem crescido harmoniosamente fruto da aposta em infraestruturas, equipamentos e serviços de elevada qualidade e do melhor aproveitamento das potencialidades endógenas do território.

As festas e romarias, os monumentos, a etnografia, o artesanato e uma gastronomia ímpar (o célebre Pudim Abade de Priscos e o Pica no Chão) atraem inúmeros turistas que se deixam encantar pela autenticidade que aqui encontram. O presidente da Câmara Municipal, António Vilela, destaca também “as paisagens verdejantes, as belas montanhas, os maravilhosos cursos de água e zonas ribeirinhas com um imenso potencial turístico e para prática de desportos náuticos”. Várias são igualmente as praias fluviais dos rios Neiva, Homem e Cávado que atraem milhares de veraneantes.

A Câmara Municipal de Vila Verde tem promovido múltiplas ações no âmbito da atração turística. “Gostaria de realçar a tradição dos Lenços de Namorados, ex-líbris de Vila Verde que, sob a égide da marca Namorar Portugal, está a suscitar o crescimento exponen-cial de projetos em torno da conceção e comercialização produtos inspirados nos motivos decorativos dos Lenços”. De resto, ao longo de todo o ano, o município de Vila Verde desenvolve uma intensa programação cultural que envolve as juntas de freguesia, as asso-ciações, instituições e outras entidades na realização de iniciativas e eventos de reconhecido interesse cultural e turístico. Programações como “Fevereiro Mês do Romance” e “Na Rota das Colheitas”, que conhecem os seus pontos altos com a realização da Gala Namorar Portugal e da Festa das Colheitas, respetivamente; a Bienal Interna-cional de Arte Jovem, a atividade municipal “Sá de Miranda por Terras de Vila Verde – Feira Quinhentista” e as Festas Concelhias em honra de Santo António avultam nas atrações turísticas concelhias.

Já entre os dias 19 e 21 de maio Vila Verde acolhe mais uma edição da atividade municipal “Sá de Miranda por Terras de Vila Ver-de – Feira Quinhentista”, um evento que mobiliza todas as escolas e agrupamentos de escolas do concelho na concretização de um recheado programa de atividades lúdico-culturais e educativas em torno do poeta Sá de Miranda, que viveu mais de duas décadas no concelho de Vila Verde e ali produziu parte muito substancial da sua obra literária. Seguir-se-ão as festas de Sto. António e, em outubro, a Festa das Colheitas, um verdadeiro hino ao mundo rural. A organi-zação do Campeonato do Mundo de Maratona em Canoagem, no Verão do próximo ano, será um momento apoteótico para a projeção de Vila Verde no mundo.

Em final de conversa, o presidente António Vilela deixa a seguinte mensagem: “Aos vilaverdenses deixo uma mensagem de otimismo e de confiança no futuro, porque Vila Verde, fruto de uma criteriosa gestão dos dinheiros públicos e do máximo aproveitamento dos fundos comunitários, vai conhecer um novo período de grande fulgor em matéria de investimentos estruturantes em setores como a rea-bilitação urbana, a requalificação da rede viária e o alargamento da rede de saneamento básico a todo o território concelhio. Aos leitores em geral lanço o convite para que visitem Vila Verde, um concelho com inúmeros encantos para descobrir”.

Um tesouro no Minho plantado

O concelho de Vila Verde tem uma localização charneira na ligação a vários municípios minhotos: Braga, Barcelos, Ponte de Lima, Ponte da Barca, Terras de Bouro e Amares.

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hotel é procurado e reconhecido por várias empresas locais, nacionais e internacionais com quem estabelece parcerias.

Para o segmento empresarial, o hotel dispõe de quatro espaços distintos e ver-sáteis que proporcionam o conforto neces-sário para eventos corporate: um Centro de Congressos, composto por duas salas servidas por amplos espaços exteriores, com áreas amplas têm a possibilidade de diferentes configurações adaptando-se ao evento pretendido; a Biblioteca composta por dois pisos, com áreas diferentes, revela--se um espaço extremamente versátil que pode acolher eventos sociais ou reuniões de natureza empresarial; a eira do hotel, localizada junto ao bar, é um excelente es-paço para fazer comemorações e saborear uma bebida ou almoçar; e o jardim, onde podem ser realizadas atividade outdoor/team building.

O hotel convida-o a vir viver a história da região de Alcobaça, bem como toda a riqueza da cultura cisterciense. A arquitetura, decoração e design concorrem para que o hotel inspire a tranquilidade, luminosidade e criatividade que caracterizam os Monges de Alcobaça e todos os espaços físicos e ambientes do hotel foram meticulosamente pensados para atender às necessidades individuais quer dos hóspedes quer das empresas, com garantia de resposta para pessoas com deficiência.

A aposta na divulgação da cultura regional e a proximidade à cidade e aos alcobacenses foram ao longo destes anos, e continuarão a ser, um dos pontos de refe-rência do hotel.

Este envolvimento com a comunidade local aliado à versatilidade de públicos, que o hotel pode acolher, levou a uma crescente notoriedade do empreendimento pelo que o

Real Abadia Congress & Spa Hotel comemora 4º aniversárioEntre 07 e 09 de abril, o Real Abadia Congress & Spa Hotel comemora o seu 4º aniversário. Para celebrar, o hotel preparou um programa comemorativo (O Real faz anos, Sinta-se rei!) para os seus hóspedes a um preço muito especial que estará em vigor entre 31 de março e 02 de maio.

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A atividade exportadora revela-se essencial para o desenvol-vimento económico de qualquer país. É fundamental interpretar os desafios adjacentes aos mercados que envolvem os diferentes produtos, bem como compreender a noção de confiança e orgulho em produzir o que de melhor se faz em Portugal.

O sucesso de uma determinada produto terá, numa primeira fase, de ser alavancada pela honra e exaltação das suas origens geográfi-cas. Por isso mesmo, uma das causas relativas à descrença e à não aposta das exportações é o ceticismo de um povo. Em Portugal, um povo que conhece a história do país, refletida no vinho, no bacalhau ou o azeite, jamais poderá sentir qualquer tipo de insegurança em consumir ou demonstrar “o que é nosso”. Um exemplo vulgarmente conhecido são os Pastéis de Belém, através do seu império à volta do mundo, na medida em que já são consumidos nos Estados Unidos, no Brasil ou na Singapura.

Para fortalecer e estimular a produção nacional foram criados programas tendo em vista esta valorização: um dos mais mediáticos

diz respeito ao programa “Portugal Sou Eu”. Centenas de empresas aderiram ao selo do programa, que visa dar a conhecer aos consu-midores e às empresas esses mesmos produtos, com o intuito de aumentar o seu consumo. Inicialmente, as medidas eram adotadas para fins internos, contudo o símbolo “Portugal Sou Eu” iniciou um novo rumo nos mercados externos, através de uma versão simpli-ficada da sua assinatura, denominada de “exportação”. Assim, as empresas exportadoras que constituem o programa favorecem com a visibilidade da marca em “certames ou missões comerciais”. Em suma, o objetivo primordial passa pela simbiose entre aquilo que é o prestígio e a identificação nacional para os consumidores portugueses

O caminho para a exportação

e o reforço da promoção da imagem do país ao nível internacional.Paralelamente, continua a ser essencial aumentar a diversificação

de mercados, identificando e localizando novas oportunidades de negócio. Já em 2017, Portugal assinou acordos para exportar pera e maçã para o Peru na próxima campanha agrícola. O Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural enfatizou esta “importância estratégica de manter a dinâmica exportadora do setor agrícola, reforçando-a com novos destinos comerciais que segura-mente constituirão novas oportunidades para produção e um forte estímulo ao investimento”. Na região da América do Sul continuam também as negociações, com a Venezuela e Cuba, para a exportação de leite e produtos lácteos. Por sua vez, nesta procura por mercados emergentes inclui-se a abertura do mercado no interior da China para a carne de porco portuguesa.

Uma outra matéria que tem vindo a ser debatida é o acesso à in-formação por partes das empresas. Perceber os métodos e processos de exportação e internacionalização e possuir informação qualificada

acerca das oportunidades de negócio em determinados mercados é fulcral para o sucesso das mesmas. O acompanhamento feito às empresas no terreno, em Portugal ou no estrangeiro, é também uma medida importante para um futuro negócio. Deste modo as questões acima descritas têm sido alvo de atenção por parte da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e dos bancos portugueses.

Diogo Russo

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A investigação científica, ao longo dos tempos, tem contribui-do para uma melhor perceção do mundo. Ao mesmo tempo, o conhecimento que advém da investigação funciona como um pilar essencial no que diz respeito ao desenvolvimento social, cultural e económico das civilizações. Assim sendo, os vários estudos realizados têm o intuito de melhorar os argu-mentos das diferentes teorias que clarificam o mundo. Nesta perspetiva, servem para contes-tar ou aprimorar uma hipótese que já existe, com o propósito de adicionar informação ou corrigir um qualquer resultado. A título de exemplo, o primeiro caso que irrompe na memória coletiva está relacionado com a teoria geocêntrica, à qual se sucedeu a teoria heliocêntrica. Uma mudança paradigmática

A importância da investigação científica

que sintetiza a importância da investigação e da pesquisa para uma correta perceção da realidade que nos rodeia.

Para se compreender os processos adjacentes à inves-tigação científica é elementar distinguir as diferentes fases do processo: observação, hipótese, experiência, lei, teoria. A primeira fase de uma investigação é baseada na observação inicial. A partir deste ponto surgem as inúmeras interrogações que acarretam os motivos pelos quais um determinado evento está a acontecer. Para responder às questões levantadas é formu-lada uma hipótese: afirmações que procuram explicar os fenó-menos. Com o intuito de validar a hipótese anterior, os grupos de estudo realizam determinadas experiências que podem (ou não) ser comprovadas. Após analisar os resultados obtidos são retiradas conclusões que formulam uma lei. Por último,

a teoria surge como explicação dessa mesma lei. Ainda assim, embora as teorias apareçam devido aos processos investiga-tivos, não lhes é atribuido um es-tatuto de verdade absoluta, visto que através de novas pesquisas e investigações, as mesmas podem ser derrubadas e darem origem a outras. A influência da investigação científica na sociedade é um acontecimento vivenciado, na sua plenitude, a partir do século XX. O progresso tecnológico e o aparecimento dos Mass Media permitiram às pessoas um acompanhamento adequado e próximo a esta realidade.

Em Portugal, a importância da investigação científica está, cada vez mais, vinculada no seio da comunidade portuguesa. Re-centemente, destaca-se assina-tura do contrato de investimento de 37,4 milhões de euros entre a farmacêutica portuguesa Bial e o Estado. O contrato visa a

investigação científica nas áreas do sistema nervoso central e cardiovascular. Refere-se que, nos últimos 25 anos, a Bial é responsável por sintetizar (pro-duzir) 12 mil moléculas e por ter patenteado mais de 1300 mar-cas. A empresa é portadora dos únicos medicamentos desenvol-vidos em território nacional que são comercializados em vários países: o primeiro, um medica-mento antiepilético denominado de zebinix, é comercializado em vários países da Europa e nos EUA; o segundo medicamento (Ongentys) foi concebido para o tratamento da doença de Parkinson e está à venda na Alemanha e no Reino Unido. Em suma, o acordo demonstra o papel do Estado na vertente científica e no fortalecimento das empresas portuguesas que contribuem para a evolução do conhecimento.

Diogo Russo

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Existem com certeza (muito) poucas oficinas automóveis com a história e a longevidade da Garagem da Lapa. Fundada em 1955, e profundamente imbuída num ambiente familiar, esta é uma “casa muito conceituada no Porto, pela idade, e pelos clientes que vêm de gerações anteriores”, de acordo com António Costa, sócio gerente da empresa.

A laborar no mundo automóvel, constantemente em evolu-ção e de mãos dadas com a inovação tecnológica, o que faz com que a Garagem da Lapa continue dar cartas no setor? A confiança tem sido um dos pilares, com certeza. “A Garagem da Lapa sempre se preocupou com os clientes, não tem o atendimento padronizado que se vê nas grandes cadeias. Nós ouvimos os clientes e prestamos um atendimento personali-zado, e a nossa política centra-se no facto de termos o cliente como amigo”, sublinha António Costa.

A empresa ramifica-se em dois estabelecimentos na Invicta: o primeiro, na rua da Regeneração, funciona enquanto sede e onde se concentram os serviços de manutenção/diagnóstico, reboque e combustíveis; o segundo, situado na Praça da República, é a filial, que se ocupa dos serviços rápidos e de pneus. Mas há uma novidade e uma aposta a ter em linha de conta. “Uma vertente que tem vindo a crescer é a dos clientes frotistas, e a Garagem da Lapa tem acordos com as principais gestoras de frotas. Assim, chegamos a um público ainda mais abrangente. O mercado automóvel mudou muito nos últimos anos, e tem sido cada vez mais feroz em termos de concorrên-cia. Hoje em dia, grande parte das empresas compra viaturas para uso profissional e pessoal, pelo que existe um incremento da atividade no setor das frotas”, explica.

Para que não se perca a linha da frente do mercado, a empresa conta com importantes ajudas, especialmente no que concerne à formação. “A FirstStop ajuda-nos a acompanhar a rápida evolução do mercado e das tecnologias. Por exemplo, somos aptos para fazer uma revisão oficial da marca, e temos

ferramentas necessárias para fazer exatamente o que fazem os concessionários das marcas oficiais, graças a uma base de dados extensa que contempla mais de 48 marcas e milhares de modelos. Sabemos que para determinado modelo e quilome-tragem, o que a marca especificamente preconiza em termos de inspeção, verificação e de mudança”, continua.

A Garagem da Lapa também tem outro aspeto relevante que merece ser considerado, uma vez que falamos de um grande centro como o Porto: “Estamos no coração da cidade, temos uma localização ótima. Temos clientes que têm uma vida bastante atarefada, e para isso estamos sempre a cerca de 300 metros de uma estação de metro, seja na Praça da República, seja na Rua da Regeneração”.

Num futuro que se adivinha positivo, apoiado num passado igualmente risonho, António Costa espera o progresso, mas sobretudo a consolidação. “Neste momento, estamos a consolidar um pouco o negócio em todas as atividades da Garagem da Lapa. Em termos de estratégia, vamos moder-nizar o serviço de pneus, consolidar o diagnóstico e reparação de avarias. Te-mos planeado a melhoria das nossas instalações”, conclui.

Uma oficina de confiança: A referência automóvel no centro do PortoA Garagem da Lapa atua há 62 anos no mercado automóvel. Através das palavras de António Costa, sócio gerente, o balanço não podia ser melhor, tendo o espírito familiar da empresa ganhado desde cedo a confiança dos clientes.

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No ano em que a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) comemora seis décadas de existência é para todos impensável uma sociedade sem meios audiovisuais. Hoje, já não estamos cingidos ao aparelho de rádio ou televisão, a horários ou a canais específicos, somos parte integrante de uma sociedade que absorve informação a cada instante. Os media são presença constante. Se já o eram com os jornais e revistas, continuaram a sê-lo nas rádios e televisões e aceleram esse compasso com a internet, os dispositivos móveis e os novos media.

Numa sociedade que vive com os olhos apontados para o ecrã, em pleno século XXI, somos todos fazedores de informação. As redes sociais vieram dar voz a uma multidão que gera informação, comenta informação, distorce informação, cria o boato.

Nesta dinâmica veloz e poucas vezes condescendente com o tempo necessário para o encontro com a verdade, o perigo de se difundir “meias verdades” é real.

As redes sociais apresentam um novo paradigma de informação aos media. Acicatam o código deontológico de uma profissão que precisa do Tempo para procurar os seus intervenientes, analisar o tema, ouvir as partes, elaborar a notícia para depois emitir informação. Quando “nasce” esta é lançada na hora online, nos serviços noticiosos da rádio e da televisão, preparam-se as linhas de informação que encherão as bancas da imprensa escrita, mas até esse momento já o mundo das redes sociais esgrima argumentos, opina sobre o boato, faz juízos de valor que em outros casos são por si só alvo de notícia… pese embora se quebre o ciclo que entende a profissão de jornalista como aquele que transmite a realidade nua e crua, nunca assente em meras suposições.

Mas até que ponto, poderemos considerar abusiva esta vaga que nos leva a ser elemento dinamizador da discussão virtual, quando são muitos dos intervenientes a acender o rastilho? Temos artistas, desportistas, políticos… profissionais de todos os quadrantes a manifestarem-se nas suas contas do Facebook ou do Twitter, alimen-tando a curiosidade de milhares ou mesmo milhões de seguidores. Haverá caso mais paradigmático do que o do atual presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump? A sua conta do Twitter tem feito as delícias (ou atormentado) muitos dos seus seguidores, com o Presidente Trump a opiniar sobre temáticas de política interna ou internacional sem qualquer filtro. Num dos comentários mais

recentes, acusa o seu antecessor de ter colocado escutas na Trump Tower, antes das eleições que decorreram em novembro, facto pe-rentoriamente desmentido por Barack Obama.

Tais acontecimentos levaram a que Beau Willimon, criador da série “House of Cards”, tenha publicado no seu Twitter uma série de argumentos que visam justificar a premente necessidade de o Twitter tomar a iniciativa de bloquear a conta do Presidente norte americano. Em vários pontos salienta-se que a atividade de Trump coloca em causa o “tratado de segurança nacional”, e “encoraja os nossos inimigos a tirar proveito das suas flagrantes deficiências”.

O realizador não deixa de reforçar a “espantosa” utilidade do Twitter que “interliga o mundo”, porém ressalva que é da responsa-bilidade da rede social “fazer a sua parte na proteção desse mundo”.

No ano em que a RTP comemora seis décadas de existência, ten-do os media alterado radicalmente o seu paradigma, terá a sociedade acompanhado esse avanço ao ponto de ter consciência que mesmo no mundo virtual os seus comentários têm repercussões? Quando vemos um dos mais altos representantes da política internacional a opiniar, insultar e julgar sem qualquer decoro, talvez seja importante parar e ponderar a forma como lidamos com este meio, ensinando os mais jovens que o trajeto feito até agora não é o mais correto. “The times they are a changin”.

Elsa Santos

“Somos todos fazedores de informação”

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