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Propriedade: Página Exclusiva – Publicações Periódicas, Lda Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 • Fax: 22 502 39 08Site: www.revistaportugalinovador.pt • Email: [email protected] • Periodicidade: Mensal • Distribuição: Gratuita com o Jornal “Público”Preço Unitário: 4€ / Assinatura Anual: 44€ ( 11 números) Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor.A paginação é efectuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da Revista e o editor não se responsabiliza pelas inserções com erros ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes.

Índice

Aftermarket 6Ação Social 39

Ensino Artístico 57Stone made in Portugal 75

Aveiro 83Indústria de Moldes 93

ASSPAssociação de Solidariedade Social dos Professores

40Carglass 14

Pro4matic 6 Nasamotor 10

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WO que pareciam sinais tímidos transformou-se naquilo

que os nossos impulsos mais otimistas levavam a crer: a economia portuguesa atravessa um momento ascenden-te. Poderíamos, a esse respeito, enumerar indicadores como a criação de novo emprego, o crescimento refle-tido nas exportações ou o modo como algumas das principais agências de notação financeira retiraram a nossa dívida soberana do infame patamar BB+ (lixo), convidando ao investimento.

Mas se para o alcance deste cenário foram decisivos vários fatores, jamais poderíamos subestimar a persistência e arrojo das em-presas nacionais que – em áreas como a agricultura, o setor metalúrgico ou o turismo – souberam apostar em novas soluções e paradigmas que começam a demonstrar os seus frutos. A economia portuguesa está de parabéns, mas a felicitação deve ser partilhada junto das PMEs que têm feito desta retoma uma feliz possibilidade.

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Há uma década que Nuno Durão, fundador e diretor-geral da Pro4Matic, tem vindo a explorar este nicho de mercado, em que o conforto é a palavra-chave.

A referência nas suspensões

Foi a partir de uma necessidade sua enquanto consumidor que deu a entrada neste negócio. Como utilizador de um automóvel com suspensão pneumática, sentiu a falta de respostas adequadas

para a resolução dos seus problemas. Na altura, existia pouca informação e pouco know-how acerca deste novo tipo de equipamentos. Nuno Durão, que sempre foi um apaixonado pelo mundo automóvel, encontrou aqui um fascínio. No seguimento, investigou, especializou-se e partiu para a formação da Pro4Matic.

Pro de profissional, 4 de quatro rodas e Matic de pneu-máticos. Efetivamente, é nas suspensões pneumáticas que está o foco desta empresa, que de há uma década para cá não tem parado de crescer. Foi a Pro4Matic que introduziu em Portugal a Arnott, marca americana que é líder internacional neste segmento e que já opera há 25 anos no mercado. Além disso, é também representante da alemã Bilstein, da Wabco ou da AMK, estas duas úl-timas nos compressores. Recentemente, arrancou com uma marca própria de amortecedores, que existe desde o ano passado e que, no próximo, surgirá com uma nova linha e com nova imagem.

A Pro4Matic disponibiliza também amortecedores con-vencionais, que continuam a ser os mais comuns, ainda que Nuno Durão não tenha dúvidas das mais-valias da suspensão pneumática. Conforme nos explica, “a dife-rença está no conforto que se verifica a todos os níveis. Um é o conforto físico para o carro, em que a estrada “não passa para dentro do carro”, além do conforto a nível do ruído, em que o mesmo acontece. A borracha destas suspensões tem o efeito de reter a vibração que é emitida pela estrada”.

O âmbito de intervenção da Pro4Matic tem residido apenas no fornecimento de peças que substituam as originais, em caso de avaria, embora esteja para breve a entrada nos serviços de reparação. Sensivelmente 90% das suas vendas são dirigidas ao mercado profissional,

pneumáticas

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mas existem também os “clientes finais que gostam de ser os próprios a ver o que vão comprar, indo diretamente ao especialista”.

Questionado acerca da filosofia da empresa, Nuno Durão realça que “o principal, desde o início, tem sido a seriedade e a transparência nos negócios”. Acrescentan-do, nota que “as pessoas, por vezes, têm um pouco de receio e a nossa ideia é deixar toda a gente à vontade e desmistificar um pouco esta área”.

Por falar em desmistificar, sublinha que estes equi-pamentos (que chegam a ser 70% mais baratos do que os de origem) “apresentam o mesmo trabalhar e funcio-namento”. Mais ainda, “alguns destes modelos têm até garantia vitalícia contra defeito de fábrica, coisa que nos de origem apenas dá para dois anos”.

A equipa Pro4Matic é, neste momento, constituída por

quatro elementos que, futuramente, vão passar a ser dez. As suas instalações encontram-se em Montemor-o-Velho, bem no centro do país, sendo que, face à quantidade de clientes que já conquistou no país vizinho, a Pro4Matic possui também um escritório em Madrid.

As ambições da empresa estão longe de ficar por aqui, contudo, e o momento em que nos encontramos é especialmente oportuno para conhecer a realidade da empresa. Nuno Durão tem em mãos um projeto bas-tante ambicioso, que será a concretização de um novo espaço Pro4Matic, a abrir no mês de junho. Poderemos encontrá-lo na Zona Industrial de Montemor-o-Velho e irá concentrar escritórios, showroom, armazém e as novas valências de oficina e lavagem de automóveis.

O nosso entrevistado adianta que “será um edifício totalmente contemporâneo e diferente, com requinte e com uma arquitetura bastante apelativa”. Indo ao encon-

tro da ideia de conforto que tanto motiva esta empresa, as próprias instalações e a sua respetiva dinâ-mica estão pensadas por forma a proporcionar o máximo bem-estar a quem as procura. “Alguém que chegue aqui e vá, por exemplo, fazer a revisão ao seu automóvel pode, enquanto aguarda, jogar uma partida de bilhar ou beber um café e isso é algo que vai fazer a diferença”, destaca.

Já a Quinta do Monte Redon-do, onde até aqui tem estado a sede da Pro4Matic, continuará a ser um lugar com aproveitamento, destinando-se a acolher eventuais clientes que, assim, encontrarão aqui uma hipótese para poderem pernoitar, mais uma vez, com o máximo conforto.

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ARANO setor automóvel enfrenta atualmente

uma mudança de paradigma. Focando-se no após-venda, a ARAN perspetiva um ano de crescimento para as empresas do setor em Portugal.

Neli Valkanova (secretária geral da Associação Nacional do Ramo Automóvel) diz que há uma preocupação constante em tentar perceber as alterações profundas de que esta indústria é alvo para que, a partir daí, possam avaliar as implicações que isso irá trazer para as empresas a médio e longo prazo.

Segundo dados facultados pela GiPa, esta mudança de paradigma ocorreu no ano passado e continua a verificar-se neste mesmo ano. De acordo com Neli Valkanova, o parque automóvel nacional vai crescer não só pelo aumento dos novos, mas também porque as saídas por idade se aplicam a vendas menores de anos anteriores. Nesta mudança é igualmente expectável que as novas soluções de mobilidade (veículos elétricos, car-sharing, car-hailing e car-pooling) sugiram outras adaptações de mercado.

Para além desta preocupação com a alteração do paradigma, Neli Valkanova está igualmente atenta a outras situações, principalmente àquelas que dizem respeito à concorrência desleal. Recentemente, a ARAN esteve em reunião com o secretário de Estado Adjunto e do Comércio (Paulo Ferreira) e afirmou à agência Lusa que saiu da reunião “com esperança” de que se solucionem algumas das problemáticas do setor.

Nesta reunião, os representantes da ARAN alertaram para as questões rela-cionadas com a dita concorrência desleal e a necessidade urgente de fiscalizar as “empresas” que trabalham de forma ilegal.

ACAPHélder Pedro (secretário-geral da As-

sociação Automóvel de Portugal) afirma que o “pós-venda automóvel atravessa mudanças paradigmáticas associadas à inovação tecnológica dos veículos”.

Se, por um lado, a evolução e o en-velhecimento do parque automóvel têm um impacto positivo no negócio do pós--venda automóvel, por outro, a ACAP está consciente de que nos últimos dez anos a evolução tecnológica dos veículos exige a implementação de modelos de negócio capazes de acompanhar as inovações digitais da indústria automóvel.

O consumidor também está a mudar nesse sentido e as novas gerações focam--se agora num conceito de mobilidade que vai muito além da propriedade dos veículos. A concorrência é cada vez mais agressiva, a regulamentação ambiental é mais restritiva, e tudo isto traz mudanças na forma como os gestores do pós-venda adotarão novas estratégias daqui para a frente.

Para que as equipas possam continuar este trabalho com motivação, a ACAP de-senvolveu uma parceria com a NOVA SBE Education, que permitiu o lançamento de um Programa Avançado de Gestão para profissionais do pós-venda Automóvel. Neste ambiente formativo, a associação tem ainda o compromisso para com as ge-rações futuras. Hélder Pedro acredita que “o pós-venda automóvel, a breve prazo, só vai ter espaço para as empresas bem dimensionadas, com uma organização pro-fissional, acesso às novas tecnologias, à multiplicidade de serviços que as mesmas potenciam, que consigam retirar vantagens de toda a cadeia de valor deste negócio e estejam preparadas para enfrentar as mudanças já em curso”.

ANECRAA ANECRA é responsável por responder

às diversas solicitações do setor automóvel em Portugal. Contrariamente ao que aconte-ce noutros países, e inclusive noutras áreas de negócio em Portugal, as informações sobre esta temática são escassas e desa-tualizadas. Alguns dos dados mais atuais poderão ser encontrados a partir do Inquérito de Conjuntura Anual (2016) que a ANECRA disponibiliza.

Nesse inquérito procura-se perceber não só a importância do setor automóvel como também os maiores contratempos que os empresários sentem no desenvolvimento da sua atividade. Muitas destas respostas acabam por ser determinantes para que a ANECRA possa interpretar e salvaguardar o interesse dos seus associados. Nos re-sultados obtidos percebe-se que 86% das empresas que responderam são reparadores independentes, dos quais 19% têm ligação a uma rede, enquanto que 14% são reparado-res autorizados por pelo menos uma marca.

Neste inquérito também se apurou o impacto que determinadas dificuldades assumem na atividade. E aqui compreen-demos que a “reparação” clandestina é um dos grandes constrangimentos tanto para os reparadores de marca (68%) como para os reparadores independentes (61%). Mas a ordem torna-se um pouco diferente à medida que descemos nesta “tabela de dificuldades”. Pois enquanto que para os reparadores de marca os maiores obstáculos são a falta de clientes (36%) e o excesso de empresas (30%); para os reparadores independentes os desafios encontram-se nos atrasos de recebimentos (43%) e nos custos de ges-tão ambiental (32%). Os custos de gestão ambiental (29%) também assumem peso nos reparadores de marca. Convém ainda lembrar que desde 2012 que a dificuldade “reparação clandestina” tem ocupado o 1º lugar em ambas as tipologias de empresas.

Neli Valkanova Alexandre Ferreira Hélder Pedro

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Rumo ao futuro fazendo o presente acontecer

Começaram por vender alguns artigos e sucessivamente foram evo-luindo, com mais um vendedor, um armazém, uma viatura, mais marcas representadas e hoje contam com 13 colaboradores e possuem cerca de 4 mil metros quadrados de área. Têm delegações no Norte e em Lisboa, cada uma delas autónoma e com a mesma capacidade de trabalho, salas de formação, para técnicos e formadores, stock e showroom, ainda que o armazém central esteja na capital.

A nível de equipamento para oficinas, disponibilizam desde o separador de hidrocarbonetos, que é colocado na infraestrutura, até ao elevador, máquina de alinhar direções, máquinas de desmon-tar pneus, de soldar, rebarbadoras , prensas e tudo o que seja necessário no contexto de uma oficina. “Somos especialistas no equipamento de diagnostico auto, elevadores, compressores e equipamento de alinhamento e equilibragem de rodas, mas tam-bém não deixamos de entregar uma oficina «chave-na-mão» se assim o cliente quiser”, explica o proprietário.

O seu serviço comtempla várias fases: a primeira é a pre-paração para a venda, aconselhando o cliente. No seguimento, a venda do equipamento e o pós-venda, onde procuram ser diferenciadores. “Fazemos a formação do equipamento no local e a formação de área de serviço nas nossas instala-ções, independentemente da máquina que o cliente tenha comprado. No ano passado, demos formação a cerca de 80 empresas e este ano já fizemos a mais 10 empresas para o efeito. Essa tem sido uma mais-valia nossa”, acrescenta.

Apresentando-nos um pouco mais da sua filosofia e dos seus horizontes, o diretor sublinha “a proximidade e o diálogo com o cliente, sempre com o bom senso presente. Pensamos que é isso que nos mantém em evolução. Para esse objetivo, tivemos que nos alicerçar em equipamentos de 1ª qualidade, ao re-presentar marcas (HPA FAIP, HAWEKA, LAUNCH, DINO PAOLI, FACOM, etc) que nos garantem qualidade e temos, inclusive, a nossa própria marca – a Gteam – nos consumíveis para pneus e pequenos equipamentos”.

Para o empresário, o aftermarket “tem vin-do a crescer desde sempre e é um mercado muito vivo e aberto, por via das constantes inovações nas viaturas e nos seus produtos”. Quanto ao futuro da Gonçalteam, diz-nos que os objetivos da empresa têm-se manti-do bem definidos ao longo destes 15 anos e afirma com confiança que “está no bom caminho”.

A Gonçalteam é uma empresa vocacionada para o aftermarket automóvel, liderada por António Gonçalves que, fruto da sua experiência profissional anterior numa empresa líder de mercado, decidiu, em 2005, arrancar com este projeto.

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Desde 1936 que a Mercedes-Benz é representada em Portugal, e hoje é pela voz de José Eduardo Alves que ficamos a conhecer o crescimento que a Nasamotor teve ao longo dos anos.

Fidelização assegurada no pós-venda

A sua génese está associada a um spin-off de um outro concessionário. Tudo sucedeu com a rapidez que já é característica do setor automóvel e, “em 1997, nasce a Nasamotor Veículos e Peças Lda., no Porto”. Mantendo a sua ligação à Mercedes-Benz como concessionário oficial do Porto, a Nasamotor rapidamente conheceu novos momentos de expansão: em 1998, abriu um espaço na Estrada Exterior da Circunvalação e um ano mais tarde uma outra unidade em Santa Maria da Feira.

Nascida no seio familiar, a firma já foi reconhecida pelo segundo ano consecutivo pela revista Exame como a melhor empresa de Comércio de Veículo Automóveis, na categoria Consumo Automóvel. Esta conquista dá ânimo ao administrador que agora observa toda a conjuntura: “O ciclo de vida da Mercedes tem-se revelado muito favorável e nos últimos anos sentimos a evolução”, transmite.

SALVAGUARDAR IDENTIDADEMais do que a venda de um produto, a Nasamotor quer assegurar um serviço: “Há muito tempo que se diz que o segredo do

nosso sucesso está nas vendas, mas na verdade é no pós-venda que asseguramos a fidelização”, sublinha. Claro que esta não é uma conquista imediata, pois demora o seu tempo e tem de ser trabalhada todos os dias. A empresa nasce sobretudo nesta ideia de movimento, e é através do contacto com máquinas tecnologicamente sofisticadas que foi criado todo um imaginário em torno da marca.

Esta visão onde a qualidade do produto é fomentada não num único e exclusivo contacto, mas sim na assistência que está por detrás da insígnia, faz com que ainda hoje o empresário tenha em mente as palavras do seu pai (José Alves): “O pós-venda tem de ser o suporte de toda a empresa”.

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MUDANÇA DE PARADIGMAEm tempos idos, muitos eram os mecânicos que consertavam

os carros nas suas próprias garagens, sem que para isso tivessem de adquirir muitas competências. Porém, as tendências mudaram. Atualmente, para além da vida na oficina conter um ambiente de trabalho muito mais limpo, a corrida frenética pela tecnologia levou a que o mecânico tivesse de ir em busca de uma constante atualização no mercado.

Para a Nasamotor esta mudança não passa despercebida e é com atenção que José Alves a aborda: “Nos anos 1980 e 1990, existiam muitos mecânicos que consertavam os carros na própria casa. Mas isso mudou e hoje assiste-se a uma profissionalização”.

E, se houve um antes e depois na história desta profissão, também não deixa de ser verdade que a Nasamotor e a própria Mercedes foram, paulatinamente, conquistando novos produtos e expandindo-se a novos segmentos: “Antigamente, 75% dos nossos clientes eram particulares e apenas 25% destinavam--se ao corporate. Hoje, temos um mix quase invertido. 70% dos nossos clientes são empresariais, e apenas 30% das vendas são para particulares”, indica o nosso interlocutor. É ainda de verificar que, numa outra época, a Mercedes não se encontrava bem posicionada nos segmentos mais baixos; enquanto que hoje já existem produtos na casa dos 27 mil euros, mais acessíveis aos diferentes estratos sociais.

Neste quadro de diferenças, há sempre um ponto onde todos os objetivos se fundem: as pessoas. A Nasamotor assume uma dimensão humana muito forte, e os 200 funcionários a laborar nas mais diversas áreas de negócio encontram aqui um espaço onde o progresso acontece todos os dias. “Penso que o que tem marcado a nossa diferença é, essencialmente, a qualidade dos nossos profissionais e isso traduz-se no serviço. A Mercedes con-

trola muito essa componente através do programa CSI (Costumer Satisfaction Index)”, clarifica.

Mas o ofício não se estagna aqui. “Temos também o Cartão Nasamator, em que dependendo do tipo de cliente (corporate, frotista ou particular) oferecemos condições especiais nas ma-nutenções das suas viaturas”, informa. A filial localizada na zona industrial de Santa Maria da Feira também se revela uma unidade de negócio importante, uma vez que é lá que se encontra o centro de vendas de veículos Mercedes e Smart, onde para além da ampla oficina poderemos encontrar um serviço de pós-venda de ambas as marcas.

CONFIANÇA NA SUSTENTABILIDADE A Mercedes-Benz é uma marca que caminha com segurança

e acessibilidade e não é por acaso que as pessoas facilmente confiam na sua durabilidade: “São carros que as pessoas gostam de manter. Têm manutenção acessível, entregas rápidas e são muitos os carros antigos que continuam a vir à oficina oficial, algo que não é comum nas outras marcas”. Dentro de todos os inves-timentos, a Nasamotor não esquece igualmente a componente ecológica e, “para além da certificação ambiental, no fim de 2017 conseguimos colocar painéis fotovoltaicos aqui na empresa”. Esta questão acaba por ter um forte impacto nas vendas, e estão sem-pre a ser pensados produtos com baixos índices de emissão CO2.

De olhos postos no futuro, José Alves prepara-se agora para outros planos. Desde a ampliação das instalações, passando pela aquisição de novos equipamentos, até à formação constante, a empresa não sossega o seu crescimento: “Nos últimos cinco anos, aumentámos a nossa equipa em cerca de 25%, e nos últimos seis anos, aumentámos a nossa faturação em 50%. Portanto, pensamos que estamos no caminho certo”, conclui.

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2Portugal Inovador

ntes de apresentarmos a BAHCO, presente em Portugal com a unidade de produção de Vila do Conde, so-licitamos a Pedro Azevedo que contextualizasse a empresa dentro do grupo SNAP-ON – multinacional americana, cotada na Bolsa de Nova Iorque.

Recuando um pouco na história, destacamos o momento em que, em 1995, a SNAP-ON adquire um pequeno grupo de empresas do País Basco, a Eurotools. Em 1999, a multi-nacional americana compra também à multinacional sueca, SundVik, a divisão de serras e ferramentas – a BAHCO.

Atualmente, BAHCO e Eurotools formam a SNA Europe, uma das divisões mundiais da SNAP-ON.

Todas as empresas que compõem a SNAP-ON estão orientadas para o desenvolvimento e produção de soluções para oficinas – desde o fabrico de ferramentas, passando pelos

equipamentos e softwares de diagnóstico, até à elaboração de catálogos eletrónicos de peças. Esta abrangência do mercado permite à multinacional americana oferecer uma “resposta em ciclo fechado” aos seus usuários: “o mecânico liga a máquina de diagnóstico ao carro, esta nomeia o componente que está em falha e o software de catálogo eletrónico identifica qual é referência e indica onde pode ser requisitada”.

BAHCOFruto das fusões e aquisições que se verificaram ao lon-

go do tempo, a casa-mãe, a SNAP-ON, agregou 13 marcas de ferramentas. Um volume exigente em termos de gestão que, após um processo de racionalização, é assumido pela BAHCO como marca premium e, como segunda linha, mas ainda para o mercado profissional, a Irimo.

Nicho de mercado “em brilhante expansão”

Com o mote “aftermarket”, desencadeamos uma conversa com Pedro Azevedo, responsável pela área de Marketing e Vendas da BAHCO em Portugal.

Carlos Graça

Pedro Azevedo

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A BAHCO nasceu em 1862, sendo detentora de uma série de patentes, entre as quais se encontra a mundial-mente conhecida “chave ajustável” – designada entre nós como “chave inglesa”. Falamos do maior fabricante europeu de ferramentas, com 11 fábricas presentes na Europa, que abastecem dois centros de armazenagem e distribuição (Espanha e Holanda), existindo em cada país uma unidade de vendas que recebe as encomendas e entrega-as junto da rede de distribuição nacional. A rede de distribuição da BAHCO em Portugal expande-se através dos seus cerca de 100 distribuidores.

Trabalhando com o setor profissional, a BAHCO apre-senta soluções para variados segmentos de mercado: o aftermarket; o industrial; o agrícola; a aviação; e o oil and gas (energias renováveis, inclusive).

As principais e fundamentais preocupações da BAHCO centram-se na ergonomia dos produtos, na segurança dos profissionais que as usam e na prevenção de doenças asso-ciadas. Esta filosofia é posta em prática na conceção de cada produto, que pretende sempre conferir o maior conforto possí-vel na realização de processos de trabalho. “Não produzimos ferramentas, produzimos soluções de produtividade”, afirma Pedro Azevedo. “A gestão das oficinas está cada vez mais dependente da produtividade dos funcionários”. Esta é umas das preocupações patentes na missão da SNAP-ON: “dar oportunidade aos profissionais de serem mais produtivos”.

Focados nestes vetores, a BAHCO investe na permanente inovação e apresentação de novas soluções ao mercado. Re-flexo deste esforço são as milhares de patentes registadas ao longo da história, desde a génese da casa-mãe, a SNAP-ON.

A nível europeu, nas diferentes unidades de produção, a BAHCO investe cerca de 20 milhões de euros por ano em novas tecnologias, inovação de produto e em inovação de processos: “Só assim é possível, desde 1850, mantermo-nos como fabricantes na Europa”. Sabemos que durante décadas se verificou uma transferência da produção para os países asiáticos. Tomando como exemplo a fábrica com sede em Vila do Conde, Pedro Azevedo nota: “É comum aparecerem

Valores da marca- Qualidade do produto;- Ergonomia;- Segurança;- Produtividade;- Inovação.

Aspetos diferenciadores- Inovação;- Produto “made in Europe”; - Qualidade de serviço; - Maior rapidez de resposta junto do distribuidor.

no mercado ferramentas ao preço da nossa matéria--prima”. Mesmo assim, a BAHCO prefere marcar a diferença como fabricante europeu, oferecendo rapidez na resposta a cada pedido.

FERRAMENTAS PERSONALIZADASA BAHCO marca presença nos grandes palcos.

As presenças no campeonato LMP2 do 24 Horas de Le Mans, através da parceria com a Alpine, e no Dakar, com o motard, Mário Patrão, da equipa oficial da KTM, elevam o nível de resposta dos produtos da marca. “Cada segundo ganho na paragem da box pode significar ganhar ou perder. A falha não é opção. No Dakar, quando o motard tem que assumir totalmente a manutenção do veículo, uma falha numa ferramenta significa um ano de trabalho perdido”. Com estes corre-dores, a BAHCO estuda a posição em que cada peça é colocada dentro do carro de ferramentas de modo a minimizar as perdas de tempo. “Se isto funciona ao milésimo de segundo nas corridas, também tem que ser importante na gestão do dia-a-dia de uma oficina. Ao fim de um ano traduz-se em produtividade”, reforça o nosso entrevistado.

A par desta organização, a BAHCO pode também gravar em cada uma das ferramentas, por exemplo, o nome do técnico ou o nome da oficina. A atenção ao pormenor permite à empresa ser assertiva na apresen-tação de soluções que respondam às necessidades do utilizador final.

Em final de conversa, Pedro Azevedo salienta a posição da BAHCO relativamente ao mercado do after-market dentro de portas, considerando “que este nicho está em brilhante expansão”. O profissional assume ser apologista de um mercado livre, mas regulamentado. Um mercado onde as empresas vencem pela qualidade e pela inovação.

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Apesar de a Carglass ter inicado o seu trajeto em Portugal em 1989, a verdade é que o seu legado começara há mais de cem anos, na África do Sul. Hoje, Jorge Muñoz Cardoso apresenta-nos a empresa, que faz parte do Grupo Belron, e a forma como pretende evoluir.

Perante a filosofia de “reparar em primeiro lugar”, a Car-glass veio para Portugal com o propósito de oferecer uma solução que os clientes até à altura ainda não conheciam. Se, numa outra época, este mercado estava concentrado nos concessionários, hoje, através de relações sólidas com as principais seguradoras, a Carglass consegue propor-cionar vínculos de proximidade muito fortes. “Percebemos que havia um espaço que ainda não tinha sido ocupado e apresentámos soluções inexistentes em Portugal, como foi o caso da reparação do vidro”, explica.

Apesar de a Carglass completar, este ano, 29 aniversá-rios em Portugal, convém realçar que esta foi uma jornada que começara muito antes noutros locais. Atualmente, a sua imagem já está visível em 34 países e a sua gradual consolidação permitiu-lhe evoluir não só na componente técnica, “porque o Grupo tem um centro dedicado à inves-tigação e desenvolvimento – a Belron Technical, que aper-feiçoa conhecimentos, produtos e ferramentas para ajudar a melhorar a produtividade e a segurança dos técnicos, sem causar danos aos carros”; como também na vertente da qualidade, já que, como diz, “os nossos colaboradores não são incentivados para fazer mais serviço. Eles são motivados pela satisfação ao cliente”.

Este negócio aponta o “customer love” como uma das principais métricas na avaliação do sucesso da empresa e, para melhor conhecer as expetativas de todos aqueles que recorrem aos seus serviços, a Carglass auxilia-se do NPS (Net Promoter Score) e, conforme realça, “neste segmento em que atuamos somos aqueles que possuem o NPS mais elevado a nível mundial. Para nós, é essencial termos o feedback do cliente porque é a única forma de melhorarmos”.

EVOLUÇÃO DO VIDRO A segurança é, igualmente, um dos pontos importantes

no capítulo automóvel, pois se outrora as técnicas utilizadas na substituição do vidro eram rudimentares, “podendo cau-sar danos no exterior e interior do carro”; neste momento, para a substituição de um pára-brisas danificado por outro com a mesma qualidade do original, utilizam ferramentas exclusivas como o Ezi-wire, que “evita danos de carroçaria”. Esta facilidade em investir nos processos de substitução e reparação do vidro faz com que a Carglass se adapte

Queremos fazer a diferença na vida das pessoas

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facilmente às possíveis vicissitudes do mercado. “Estamos constantemente a evoluir. Queremos fazer a diferença na vida das pessoas ao resolver os seus problemas com preocupação”, sublinha.

Estas soluções estão conectadas a um conjunto de detalhes, não fosse afinal o vidro assumir uma responsabilidade direta na segurança ativa e passiva do veículo. Antigamente, o vidro era apenas montado e apresentado no automóvel como se fosse uma parte independente do mesmo. Nos últimos anos, a imagem que temos sobre esse “espelho” mudou drasticamente, pois passou a desempe-nhar uma função estrutural. Muita desta mudança deu-se por fruto da evolução dos automóveis, que por razões estéticas e de segurança, alteraram a sua área envidraçada. “Muita gente desconhece que o vidro é uma das partes principais na estrutura do automóvel, mas quando os carros estão a ser produzidos, o vidro é essencial para minimizar o impacto de um

PORTUGAL: UM PAÍS MADUROComo em todos os outros setores, o

ramo automóvel guia-se por tendências. Jorge Muñoz Cardoso, em retrospetiva sobre o que já foi feito, percebe que “o cliente português já está educado para o especialista do vidro”. Claro que esta notoriedade só é possível através do know how que a marca foi conquistando ao longo do tempo e dos elos de proxi-midade que cultivou junto do cliente. E, neste ponto, o nosso entrevistado faz-nos um balanço: “Há cinco anos, tínhamos 25 agências espalhadas pelo país (es-sencialmente concentradas no litoral); hoje temos 67 espaços (espalhados pelo litoral e interior)”.

Pioneira no tipo de serviços que ofe-rece, a Carglass sempre soube qual era o lugar que queria ocupar e hoje é junto das seguradoras que encontra os melhores par-ceiros: “Somos o único player do mercado

acidente”, esclarece o nosso interlocutor. Tradicionalmente, os vidros aplica-

dos nos automóveis cumpriam apenas a função de isolamento do habitáculo; atualmente, as marcas procuram tam-bém equipar os seus veículos com os mais avançados sistemas de assistência à condução: “Nos últimos anos, tem havido uma evolução muito grande”, refere. Desde o vidro laminado, até à tecnologia ADAS (Sistema Avançado de Apoio à Condução), “que é muito importante para a segurança dos pas-sageiros”, passando também pelos que são produzidos para reduzir o peso do veículo automóvel, até o vidro que escurece, várias são as opções para os que querem circular com conforto. O facto de a Carglass utilizar vidro fa-bricado de acordo com o padrão OEM (Fabricante de Equipamento Original) também garante que a qualidade dos vidros utilizados nas substituições seja igual à dos vidros originais.

que trabalha com 100% das seguradoras e isso também fez com que mudássemos o nosso posicionamento, porque a Carglass não é uma mera empresa de vidros, mas sim uma empresa que está aqui para resolver os problemas dos seus clientes”.

Portugal torna-se, portanto, um local estimulante para a presença do Grupo Belron, e não será por acaso que a Carglass tenha conseguido, em apenas cinco anos, crescer mais de 70% o seu volume de vendas. Este progresso não passa somente pela expansão de agên-cias, mas também pelas 270 pessoas que integram a equipa – pela oportunidade que elas têm de aprender, melhorar e desenvolver soft skills.

Perante estas ações de proximidade e ainda em consequência das tendências perspetivadas para o mercado dos segu-ros, Jorge Muñoz Cardoso diz não saber “o que o futuro reserva para a Carglass, mas garantidamente qu será risonho e de crescimento”.

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Criada em 1956, a MCoutinho, para além de se destacar na comercialização de automóveis, é também cada vez mais relevante no fornecimento de peças. Estivemos à conversa com Miguel Melo, atual administrador da empresa.

na vanguarda do mercado

automóvel

Foi em 1999, através do seu suces-so nas vendas de automóveis novos, usados e na reparação dos mesmos que nasceu o negócio das peças, mais concretamente de peças originais e, pouco tempo depois, das peças in-dependentes. Inicialmente, começou a trabalhar em parceria com apenas 6 marcas, mas hoje em dia é a única empresa do país que consegue abran-ger a maior parte das grandes marcas com peças de origem, que perfazem um total de 32.

De acordo com Miguel Melo, esta indústria nem sempre foi fácil e, com a instalação da crise em Portugal, a MCoutinho sofreu um declínio: “as pessoas deixaram de comprar carros e, no ano de 2012, comparando com os anos 2000, as vendas caíram 75% e o mercado passou a ser 25%. Só a partir de 2012 é que a situação deu uma reviravolta”.

A empresa está ligada também à questão dos seguros, com o

nome de MMC, implantada em 2005, tendo como

objetivo oferecer os melho-

r e s

60 anos

Há mais de

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seguros a cada cliente, prestar um acompanhamento de sinistros e uma gestão de carteira, na qual já conta com mais de 5 000 clientes.

A MCoutinho, apesar de ter estado a atravessar um tempo de crise, em 2009 fez parceria com a empresa ASE Auto, que mais tarde, em 2012, comprou na totalidade. Com este passo, o grupo ganhou mais consumidores e reforçou a sua posição no mercado.

O grupo encontra-se facilmente em quase todo o país e as lojas estão presentes nos mais relevantes distritos nacionais, estando o principal foco no norte e litoral centro. São cerca de 40 postos de venda, 67 de reparações, 22 oficinas, 8 centros de colisão e 2 centros logísticos de peças.

Miguel Melo explica que “as peças independentes são peças de qualidade equivalente às marcas e as peças ori-ginais vêm diretamente embaladas de fábrica”. Acrescenta que “somos uma marca de referência e a combinação da tradição e modernidade com as diversas marcas que representamos permite-nos reforçar esta posição”.

Com um legado de mais de 60 anos, a MCoutinho permanece de olhos postos no empreendedorismo e na

inovação que vê no futuro da indústria. “Cada vez mais as marcas apostam no design e cada vez mais as peças são desenvolvidas pelas próprias marcas para apostar na inovação e criatividade para se distinguirem. E nós acompanha-mos”, completa.

Com uma grande aposta a nível tecnológico, a empresa tem apostado no atendimento online e todo o seu meio envolvente. “Nós vendemos tempo, o que está ligado à logística, que por sua vez está ligado à tecnologia. Cada vez mais os clientes não esperam”, afirma o responsável.

Através do acesso ao portal online, surge a possibilidade de se marcar a revisão do carro através do próprio

site, juntamente com outros serviços, tais como: limpeza interior e exterior, serviço IPO, com diagnóstico de pré--inspeção, planos de garantia e con-tratos de manutenção e, por último, serviços de recolha e entrega.

De referir ainda que, atento aos de-safios ambientais e de sustentabilidade, o grupo conta também com um conjunto de projetos para melhorar as práticas empresariais nesta matéria, dando lugar à criação do “Planeta MCoutinho”.

Face a tudo isto, o futuro pertence à MCoutinho, que revela que já para este ano vai ter uma nova gama de peças de automóvel tanto originais como inde-pendentes e que pretende a continuar a cativar o público com os seus serviços.

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Integrada no Grupo Salvador Caetano, a Lusilectra, S.A. divide a sua atividade em quatro áreas de negócio distintas:

• Os equipamentos oficinais, • As ferramentas profissionais, • As máquinas de movimentação de cargas• Os acessórios especiais para o setor automóvel. Nesse enquadramento, a área que ganha maior expressão é a

dos equipamentos oficinais: “Este setor nasce quando verificamos que havia uma grande lacuna no fornecimento de equipamentos; isto é, equipamentos capazes de proporcionar às oficinas um trabalho eficaz, em segurança e que evoluísse na mesma velocidade que evoluiu a tecnologia aplicada”.

ESPECIFICIDADE“Com a evolução dos anos temos vindo a propor soluções

otimizadas nas oficinas. Antes éramos meros fornecedores de equi-pamentos e, ao longo do percurso, adicionámos serviços”, refere o nosso entrevistado.

A ideia, portanto, continua a ser simples: comprar bem para ven-der melhor e, pelo meio, adicionar serviços para que os “pacotes” se tornem mais atrativos para as oficinas.

Foi, pelo menos, nesse sentido que a Lusilectra disponibilizou, recentemente, uma nova linha de equipamentos, especialmente desenhada para facilitar a arrumação nas áreas de trabalho das oficinas automóvel.

Sabendo de antemão que os serviços de pré-venda e suporte técnico são muito apreciados pelos clientes de equipamentos oficinais.

A Lusilectra há muito tempo que dá uma grande importância a este tipo de suporte. Ao desenhar o “layout” oficinal pretendido, consegue produzir oficinas mais rentáveis, não só em termos de poupança de espaço como também nos tempos de trabalho.

Surge, portanto, uma nova forma de arrumação e, nesta gama de produto, tal como nas outras, a Lusilectra oferece todo o apoio técnico necessário para que a solução seja sempre adequada às necessidades do cliente. Naturalmente, o serviço de assistência

Próximosdos clientes em todas as etapas

Ao longo dos anos, a Lusilectra tem evoluído acompanhando os desafios que o mercado lhe foi colocando. Raúl Vergueiro compreende que este é um percurso onde impera a palavra mudança, e os 35 anos de existência dão-lhe confiança para caminhar, com todo um know-how que já faz parte do ADN da empresa.

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técnica assume também uma enorme preponderância, uma vez que garante a fidelização do cliente.

DIVERSIDADEA Lusilectra disponibiliza uma gama completa de equipa-

mentos e marcas que proporcionam ao cliente a capacidade do investimento correto.

Neste suporte, “podemos fornecer desde a ferramenta ma-nual até ao mais sofisticado equipamento que a oficina solicita. E temos, dentro desta gama, não só vários níveis de equipamento como diferentes opções dentro dos mesmos. Claro que esta oferta obriga a uma gestão e logística, criteriosas uma vez que o numero de fornecedores internacionais é muito vasta”, explica.

Neste setor que clama por novidade, atualização e credibi-lidade em todas as suas vertentes, a Lusilectra prepara-se para o futuro procurando também crescer na área dos Acessórios Especiais que complementam a oferta já existente de Tacógrafos, Limitadores de Velocidade e Componentes Diesel, incluindo a reparação de injetores e bombas Common Rail.

Assim, iniciamos já a comercialização de Sistemas Auxiliares de Visão para Manobras de Veículos Pesados, os Alcoolímetros e os Sistemas de Refrigeração para Veículos Comerciais.

FUTUROAliado ao facto da Lusilectra ter já uma maturidade relevante

– 35 Anos e pertencer a um dos mais relevantes Grupos económi-cos, permite que as 61 pessoas que fazem parte do seu universo, possam ambicionar chegar cada vez mais longe.

Com sede no Porto e filial no Carregado, a Lusilectra prepara--se para dar um outro passo na sua internacionalização, com mais uma delegação, no país vizinho. “Sentimos que temos de dar apoio a alguns dos nossos clientes que expandiram para Espanha”, adianta.

A somar ao setor dos equipamentos, há também todo o mercado das ferramentas a explorar. Muito do aftermarket auto-móvel passa agora por esta área que, para além de representar altos níveis de crescimento, é igualmente transversal a todas as atividades.

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A Inforap é uma das mais antigas empresas nacionais no desenvolvimento de soluções informáticas de gestão. Ao longo de um percurso que já ultrapassa as três décadas, esta empresa bracarense soube acompanhar diferentes desafios colocados pelas mudanças nos cenários económico, industrial e tecnológico.

Um parceiro de referência do aftermarket em

Portugal

Foi essa trajetória que ficámos a conhecer, junto de Dario Alves e Aloísio Cruz. Os responsáveis e fundadores recordam que a grande escola que tiveram foi a extinta Datamatic, uma das firmas pioneiras no nosso país dentro do trabalho com hardware e software. Foi aí, que iniciaram o seu percurso profissional na área das tecnologias de informação. Nesta primeira experiência, estiveram envolvidos de forma relevante no desenvolvimento “de um software de gestão que, na altura, era muito inovador pela sua interatividade”. Toda esta geração de técni-cos que a Datamatic reunira tinha a particularidade de “ser todo ele de outras zonas do país que não Braga”, pelo que desenvolveram entre si um forte convívio e uma importante aprendizagem mútua.

A empresa vivenciou um pujante crescimento, num espaço de tempo que foi apenas do final dos anos 70 aos inícios de 80. Com a crise financeira que o país sofreu em 1983, a economia parou e o vasto mercado que a empresa tinha conquistado ficou comprometido, obrigando isso a que a Datamatic cessasse a sua atividade.

Na sequência deste fim, nasce a Inforap, perante a necessidade de continuar a dar suporte a alguns dos clientes que se mantiveram. O foco, nestes tempos iniciais, estava apenas nessa simples conti-nuidade, mas rapidamente a Inforap delineou novas ambições. Em 1988, começa a desenvolver as suas próprias soluções, assentando em tecnologias inovadoras e num conjunto de aplicações que abran-gessem um amplo leque de atividades.

Alguns setores perderam importância e outros tantos foram sendo identificados como sendo o futuro. “As empresas de cash & carry eram, inicialmente, os nossos maiores clientes. Com as transformações que houve na distribuição, perdemos esse mercado e isso levou-nos a abraçar outros projetos interessantes na área da indústria. Começámos a especializar as nossas soluções no ramo das confeções – de calçado e de vestuário –, onde criámos um grupo de clientes muito interessante, com alguns deles de uma enorme dimensão”, explica-nos Dário Alves.

Um revés semelhante aos anteriores colocou-se, com a crise das indústrias do Vale do Ave. A Inforap, fazendo o que já tinha feito antes e que viria a fazer depois, não deixou de resistir a esta mu-dança de cenário. Paralelamente à inteligente relação com ramos económicos emergentes, trilhou também um caminho de inovação e de uma sucessiva melhoria dos seus produtos. Exemplificativa foi a parceria, iniciada em 1990, com a IBM. O gigante americano “não tinha soluções de gestão para a linha Unix e nós já possuíamos, desde 1989, soluções testadas a funcionar em ambiente Unix e com base de dados Informix”. A colaboração entre as duas partes “funcionou logo no primeiro momento, e trouxe à empresa uma performance fantástica,

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com um crescimento muito interessante e uma maior visibilidade no mercado”. A dita solução impôs-se, fruto de “uma grande fiabilidade e de um óptimo desempenho, que nos criou uma imagem de marca”.

A estratégia comercial também conheceu uma viragem importante e foi aqui que o mundo dos automóveis ganhou uma nova expressão para a Inforap. Em 1991, a empresa vence o concurso para a informatização do Grupo Filinto Mota, na altura o maior distribuidor Citroen na Península Ibérica, e o Grupo Auto Industrial em 1995. Seguiram-se outros momentos de seme-lhante importância e, ao longo dos anos 90, a Inforap sedimentou a sua posição de fornecedor de referência para todo o setor.

Num tempo em que se olhava mais para a importância económica da comercialização do que para a da reparação, a área da distribuição de peças ainda não dominava as atenções da empresa. A quebra no comércio de automóveis novos veio inverter as coisas, sendo hoje o af-termarket, o setor mais relevante dentro do seu mercado-alvo. “No TOP100 das empresas de peças para ligeiros e no TOP20 das empresas de peças para pesados, que existem em Portugal, temos uma representação muito significativa, sendo os líderes de ambos os rankings, nossos clientes”, dizem, acrescentando que estão “muito atentos às necessidades do setor, que são muito particulares, e sempre a tentar perceber que aspetos facilitadores e que valor acrescentado é que as nossas soluções podem trazer a estas empresas”.

Tal tem passado, designadamente, pela “facilitação da interação entre as oficinas e os distribuidores de peças”, conforme nos diz Aloísio Cruz, salientando-se também “a disponibilidade de interfaces de orçamentação como Audatex, Eurotax, GTMotive, VRC, Leaseplan e com ou outras ferramentas que venham a surgir”. Os responsáveis argumentam ainda que “a utilização adequada da nossa solução (que é desenhada especificamente para as necessidades concretas do setor) possibilita aumentos de rentabilidade que podem chegar aos 30 ou 40%”.

Para além do aftermarket, dizem-nos que atualmente a empresa pode “abranger outras atividades”, estando os seus negócios dirigidos para uma diversidade de setores que passa por alguns segmentos da indústria como a metalo-mecânica, a cerâmica, a produção de tintas ou as confeções, entre vários outros exemplos que poderiam ser dados.

A oferta de serviços da Inforap, ao mesmo tempo que contempla o já referido foco no forne-cimento de soluções de software de gestão para o setor aftermarket, disponibiliza a prestação da consultoria, formação e suporte (local ou remoto) que lhes está associada. Paralelamente, também fornece soluções em que conta com a participa-ção de valiosos parceiros, intervindo em áreas diversas como a gestão de armazéns, soluções de prévenda e autovenda, e-commerce B2B e B2C, catálogos digitais de peças auto, soluções de orçamentação auto e serviços de alojamento na cloud.

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Especializada no fornecimento de produtos para o setor da repintura automóvel, a Mozeltintas é uma das maiores empresas do Norte do país dentro desta atividade.

Tudo começou há vinte anos, quando António dos Santos Sousa iniciou o seu negócio em nome individual. As condições de partida eram modestas mas, conforme nos diz o fundador, “acreditava no setor e acreditava no projeto que tinha”.

Em 2001, adquire a Mozeltintas – designação já exis-tente – e foi com este nome que trilhou um percurso de sólido crescimento. O seu projeto, que tinha começado apenas consigo e com a esposa, hoje conta com uma equipa de 13 elementos. Para António Sousa, este êxito deve-se principalmente à exigência na escolha dos pro-dutos comercializados e ao profissionalismo e dedicação da equipa que formou.

A Mozeltintas encontra-se em Rio Meão (concelho de Santa Maria da Feira) e, como já referido, comercializa essencialmente produtos de reparação e repintura au-tomóvel, dirigindo-se também à indústria e à construção civil. A sua gama de produtos abrange as tintas e os demais produtos associados, de algumas das marcas de maior prestígio internacional (nomeadamente a Sikkens, do grupo Akzo Nobel).

Paralelamente, desde 2012 possui uma linha de produtos de marca própria (a A.S.S.). A propósito desta

aposta, António Sousa relata que a experiência com esta gama “tem sido bastante positiva”. Explica-nos que houve “um esforço muito grande na seleção de produtos fabri-cados em cada uma das fábricas que fomos conhecer, a partir dos quais conseguimos criar uma linha de produtos com uma boa relação preço-qualidade”.

Sobre a implementação comercial da Mozeltintas, a sua área de influência vai desde Coimbra a Braga em

Crescimento ponderado

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vendas diretas. Para isso, a empresa conta com uma equipa comercial de oito pessoas. A sua atividade co-mercial realiza-se nas suas modernas instalações. Desde há ano e meio que a Mozeltintas está em funcionamento num pavilhão totalmente remodelado que inclui o espaço comercial e o armazém.

O responsável financeiro, Paulo Fontes, considera que o êxito da empresa assenta em pilares como “a seriedade, a procura constante dos produtos mais ade-quados para cada cliente e a rapidez nas entregas”. Sobre a tendência positiva que o setor do aftermarket tem atravessado, realça como fator importante a forma como “as oficinas se tornaram mais profissionais, tendo hoje uma maior preocupação em prestar um serviço extra,

o que também faz com que precisem de mais produtos”. A este ponto, António Sousa acrescenta que “o parque automóvel em Portugal também é hoje muito maior do que era há uns anos”.

Quando questionado sobre as perspetivas futuras e os novos projetos, o proprietário afirma: “Pretendemos continuar a evoluir, de forma ponderada e acompanhando as exigências e o ritmo do mercado, de maneira a con-tinuarmos a ser uma referência a nível nacional”. Desta forma, os projetos existem e passam, nomeadamente, pela criação de um centro de formação e pelo reforço da implementação em algumas zonas onde a empresa está presente, como é o caso “da representação de Coimbra, que ainda é recente e onde queremos acompanhar bem os clientes que temos”, de acordo com Paulo Fontes.

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A Domingos & Morgado nasceu em Abril de 1998, sendo um projeto que hoje abrange duas empresas complementares uma da outra, no âmbito do setor automóvel. José Morgado, Diretor Geral, explicou em entrevista connosco, o segredo do sucesso.

Rumo à excelência

Como nos explica José Morgado, “nós, enquanto D&M, quando nos comprome-temos com a distribuição de uma marca específica, mantemo-nos fiéis a essa mar-ca, focando assim toda a nossa atenção e know-how no desenvolvimento dessa gama de produtos. Associamos a nossa imagem com a das marcas que representamos.”

Os seus clientes encontram-se distribuí-dos por todo o país. Fazem uma fortíssima aposta na formação, tanto dos seus funcio-nários como dos seus clientes. No início da sua atividade, fizeram um protocolo com o centro de formação CEPRA, na zona do Grande Porto, onde montaram o centro de formação com equipamentos próprios. Ainda hoje, e apesar de já disporem de um centro de formação próprio nas suas instalações da Maia, continuam a manter

de alinhar direções, e os restantes andam à volta de todo o conjunto de produtos complementares.

São representantes exclusivos de mar-cas de renome internacional, nomeadamen-te da marca americana John Bean. Na área dos elevadores, representam a italiana HTC, nos compressores a GIS, nas ferramentas mantêm uma parceria com a BAHCO, outra empresa da esfera Snap-On e, nos consu-míveis, a Perfect Equipment e a Hoffmann, mais dois fornecedores de equipamento de OEM. Representam também uma marca asiática de elevadores, num segmento de gama mais baixo e menos tecnológico. Para além disto, trabalham há pouco tempo com a Manatec, marca indiana que fabrica má-quinas premium de alinhamento de direção 3D para veículos pesados.

Quase a celebrar 20 anos de existência, a sua génese tem por base o convite da marca americana John Bean, do grupo Snap-On, para formar a firma, atualmente com 13 colaboradores. O crescimento foi evidente e o último ano foi o segundo melhor da sua história.

Ainda que a sua atividade se tenha iniciado como fornecedores de jantes, o seu core-business é a venda de equipamento para oficinas, focado na tecnologia. Para além disso, têm outros produtos agregados (consumíveis e ferramentas) que, enquanto produto, seguem a filosofia da empresa: “o tom familiar na relação com os clientes, como fator relevante que nos tornou co-nhecidos”, refere o diretor. Hoje, 60% do volume de faturação são os equipamentos tecnológicos, nomeadamente máquinas

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um protocolo com o CEPRA de Lisboa, para ministrarem a formação solicitada pelos clientes da região Centro/Sul do país.

Em relação ao aftermarket, o nosso entrevistado crê que “é um setor com tudo para ter sucesso mas que está um pouco desregulado. Neste momento, o maior pro-blema deste sector, é a pressão existente sobre as margens de comercialização, de-vido à falta de controle sobre o cumprimento da legislação existente por parte de um número significativo de operadores.”

Para o futuro próximo, o plano maior é a feira na Exponor – Expomecânica 2018 – de 20 a 22 de Abril, em que naturalmente vão apresentar produtos novos. No ano passado, apresentaram uma máquina de alinhamento, topo de gama, e este ano as novidades estão ainda em segredo mas prometem ser dignas da espera. “Demo--nos bem no passado, e estamos a fazê-lo no presente, apostando numa política de tecnologia, serviço e equipamento pre-mium. Outra grande aposta é a de promo-ver a empresa, no âmbito do marketing digital, ou seja, trazer para a empresa a notoriedade daquilo que somos. Dessa forma, o cliente apercebe-se do nosso real posicionamento no mercado e muito dificil-mente nos deixa de procurar. Em síntese, continuamos a apostar no equipamento premium, no marketing, nos bons serviços, na assistência, na formação e, claro está, acreditamos que esse é o caminho correcto para um crescimento bem sustentado que tem sido o nosso lema desse há 20 anos”, conclui.

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Proximidade

Foi sob o compromisso de disponibilidade para com os seus clientes que a Dingipeças iniciou o seu trajeto no serviço de venda de peças para veículos ligeiros. Alberto Flora e José Luís Duarte consolidam agora a sua posição, perspetivando novos rumos.

serviçono

Apesar de a firma ter conhecido o seu batismo em 2002, ambos os gerentes já possuíam uma larga experiência quando abarcaram neste projeto. “Trabalhámos juntos no ramo desde pequenos”, con-forme dizem, e desde tenra idade foram conhecendo a sua evolução em passos sustentados. Por não quererem limitar a sua ação a apenas um concelho e pensando ser este “o percurso natural das coisas”, quando completaram o seu 14º aniversário de atividade em Leiria decidiram alargar a sua carteira de clientes em Fátima.

Ainda que a abertura do balcão come-çasse a ser ponderada em 2014, só em 2015 comprovaram o aumento do volume de negócio e a consequente necessidade de investir em mais variedade de stock. Com este aumento, a Dingipeças apostou no acréscimo do número de referências para dessa forma responder com celeridade ao que o mercado lhe pedia. “O nosso lema não é ter grande quantidade, mas sim pos-suir variedade, pois só assim conseguimos ter a peça de que o cliente precisa”.

Mas se por um lado o posicionamento começava a ficar vincado nestas duas regiões, por outro Alberto Flora e José Luís Duarte sentiram a necessidade de recrutar

mais pessoas para o seu trabalho. Hoje, são 20 colaboradores os que aqui trabalham e os responsáveis criam elos de proximidade para que este espírito possa ser repercutido em atividades com a comunidade. “Procura-mos manter os mesmos colaboradores ao longo dos anos”, referem. Sem vícios, os profissionais ganham raízes e num ramo onde o preço assume crucial importância, apostam igualmente numa distribuição com entregas constantes.

Neste mundo veloz, a Dingipeças opera com sete viaturas de distribuição entre as instalações de Fátima e Leiria. “Procuramos fazer o nosso serviço o mais rápido possí-vel. Se tivermos em stock, a distribuição é imediata; se não tivermos, habitualmente respondemos dentro de um dia”, infor-mam. Sendo Leiria uma das regiões mais dinâmicas no pós-venda, a Dingipeças apresenta-se como um retalhista virado para as oficinas. “Não deixamos de vender

ao cliente particular, mas aí a nossa política de preços é completamente diferente”, indicam. Nesta estreita familiaridade com os fatimenses e os leirienses, a empresa é especialista na venda de peças originais Ford, Peugeot e Opel. “A nível aftermarket tentamos trabalhar com as marca de quali-dade do 1ºequipamento”, sublinham.

Daqui para a frente, a expansão para outras zonas do país não está fora dos planos, pois começa a ser trilhado um per-curso que pretende fidelizar clientes antigos e atrair novos parceiros. “Por agora será Batalha ainda no mês de Março”, adiantam.

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“Somos uma empresa que se posiciona pela diferenciação, tanto no relacionamento quer no tratamento das necessidades dos nossos clientes, nos serviços que disponibilizamos e até mesmo na seleção dos nossos fornecedores”.

É com estas palavras que a Espogama nos apresenta a missão e a filosofia com que tem conquistado o seu lugar num mercado cada vez mais competitivo.

A empresa, dirigida por Carminda Catarino, pretende ser reconhecida como a parceira ideal da oficina, prestando os melhores serviços técnicos e de aconselhamento, de forma a assegurar aos seus parceiros confiança no desenvolvimento do seu negócio.

Desta forma, a Espogama criou um programa de apoio ao desenvolvimento das empresas de re-paração automóvel - “Espoescudo”, que permite a evolução dos seus clientes em diferentes valências, tais como:

• Imagem• Marketing e comunicação• Formação• Software de Gestão, Orçamentação• Máquinas de diagnóstico e ferramentas• Informática• Redução dos custos fixos• Etc.

Deste modo, a Espogama selecionou marcas de primeiro equipamento que garantem aos seus clientes a melhor relação qualidade-preço, tais como:

Para além deste programa, que tem o apoio das marcas parceiras, a Espogama promove regular-mente campanhas que visam a angariação de novos clientes para as oficinas.

De acordo com o que nos revelam, o objetivo da Espogama para 2018 passa por “sustentar a relação com as marcas parceiras, clientes Premium e empresas fornecedoras de serviços”.

Explicitando, adiantam ainda que “esta aliança surgirá em forma de um “clube” cuja dinamização beneficiará todos os intervenientes”. O projeto piloto desta ação terá início em março e serão convidadas algumas oficinas, selecionadas pela dedicação à Espogama, pelo seu espírito inovador e pela seriedade e credibilidade no mercado.

Grande parte do desenvolvimento destas oficinas foi alavancado pelo Espoescudo, obtendo por mérito o estatuto de oficina com o selo de garantia Espogama. Fatores estes que são cruciais para que estas oficinas sejam recomendadas por todo o Clube, pela qualidade dos produtos e serviços apresen-tados (marcas de primeiro equipamento e formação certificada), imagem e desenvolvimento tecnológico.

Desta forma, a missão da Espogama será a de ”continuar a apoiar o desenvolvimento dos seus clientes de forma a incrementar o clube com mais empresas dinâmicas, inovadoras, sérias e credíveis”.

Juntos. Com toda a segurançaA Espogama, empresa com mais de 25 anos, sediada em Esposende, dispõe aos seus clientes uma enorme diversidade de peças, componentes auto, lubrificantes, máquinas e ferramentas.

“Num mercado tão competitivo, acreditamos que juntos e em parceria, desenvolvemos sinergias e acrescentamos valor.”

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8Portugal InovadorFoi em 1997 que nasceu a RPA, fundada pelos irmãos Rui e Paulo Almeida. Mediante um expressivo crescimento, a empresa

está hoje presente em quatro pontos diferentes na área da Grande Lisboa, designadamente no próprio centro da capital, em São João da Talha, em Mem-Martins e em Vila Franca de Xira.

De acordo com o que nos é explicado pelo nosso entrevistado, Paulo Almeida, o âmbito da empresa está no fornecimento de “tudo o que sejam produtos do aftermarket ligado ao mercado automóvel”. A sua oferta adapta-se às necessidades de qualquer cliente e cobre, na generalidade, todas as partes do automóvel.

Ao mesmo tempo que a RPA é uma empresa generalista, tem na qualidade uma bandeira da qual não prescinde. “Todos os produtos que temos nas nossas prateleiras têm também presença no mercado das peças originais. Desde sempre que pro-curámos ter como parceiros os melhores fabricantes”, explica, acrescentando que a RPA é “muito fiel” a essas parcerias.

Reforçando este ponto, Paulo Almeida diz-nos que “tem que ter qualidade e estar presente nos equipamentos originais senão não é o nosso foco”. Porém, realça também que “se não tivermos as melhores pessoas para trabalhar o produto, não vale a pena que este seja o melhor”. Paulo Almeida considera, inclusive, que este mercado “é cada vez mais sustentado no serviço e que hoje esse é o grande diferenciador”.

Pormenorizando, explica-nos que a RPA tem uma equipa de 26 pessoas e uma frota de 16 veículos distri-buidores, que asseguram um serviço de muita rapidez. “Temos quatro entregas por dia e, num espaço de duas horas, o profissional encomenda-nos uma peça e tem a entrega com ele”.

Para o futuro, a empresa tem a perspetiva de alargar a sua intervenção, algo que deverá acontecer, nomeadamente, com a abertura de uma nova unidade fora da área de Lisboa, ainda que relativamente perto. Em simultâneo, Paulo Almeida espera “apostar em marcas novas, que sejam diferentes do que aquilo que o mercado já tem”. Continuando, diz-nos que “uma das grandes apostas é termos um ADN específico, que nos diferencie. Ser mais um não é a nossa estratégia e, ainda que não sejamos um importador puro e duro, queremos trazer para cá algumas marcas que sejam nossas, para podermos então fazer essa diferença”.

Relativamente ao contexto do setor, o nosso interlocutor admite que “a crise veio dar força a este mercado, pelo aumento da idade média do parque

automóvel”. Porém, mais do que o simples resultado de circunstân-cias externas, a saúde do ramo deve-se também à “grande

evolução e profissionalização que se está a ver nas nossas oficinas, com um grande trabalho que

está a ser feito ao nível da aposta na formação e no cuidado com a

imagem”.Sermos

mais um não é a nossa

estratégiaA RPA já completou duas décadas na comercialização de componentes para veículos automóveis. Cada vez mais consolidada, fomos conhecer os princípios com que esta empresa tem atuado no mercado.

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A Fuchs tem como áreas de atuação o desenvolvimento de óleos lubrificantes para a indústria e para o setor automó-vel. Em ambas as vertentes, a Fuchs tem vindo a ser pioneira no lançamento de novos produtos com as aprovações OEM para o mercado português. O facto de dominar as exigências técnicas faz com que consiga adaptar o melhor e mais eficiente produto a todas as ne-cessidades de lubrificação. Como os esforços exigidos aos lubrificantes têm aumentado, a Fuchs tem-se focado no desenvolvimento de óleos com base inovadora e altamente tecnológica.

DIFERENCIAÇÃOA presença enquanto fornecedor

no mercado de primeiro enchimento é igualmente um fator que lhes confere uma vantagem competitiva em relação a alguns concorrentes: “Somos uma empresa tecnologicamente avançada e muitas vezes somos pioneiros a lançar no aftermarket determinados produtos que desenvolvemos junto de fabrican-tes automóveis”, esclarece o nosso entrevistado.

Para além disso, a sua completa gama de produtos apresenta “um bom binómio preço-qualidade. Não somos os mais baratos, mas devido ao investi-mento que fazemos nos nossos produtos garantimos qualidade”. Em termos de

volume de negócios, uma percentagem de 65% recai sobre o setor industrial, restando 35% para o setor automóvel. Neste último, fala-se de produtos que são desenvolvidos para aplicações específicas, com as mais recentes tec-nologias. Portanto, não será por acaso que os lubrificantes Fuchs atravessam os mais variados segmentos de mercado e são hoje mundialmente reconhecidos como sendo produtos de elevada quali-dade e performance.

INOVAÇÃOA tecnologia XTL (Xtreme Tempera-

ture Lubrification) da Fuchs foi introduzi-da no mercado em 2011, nas viaturas li-geiras, e, em 2013, nas viaturas pesadas e ao longo deste tempo já demonstrou como é possível alcançar poupanças no consumo de combustível. Tratam-se de lubrificantes com maior fluidez, mesmo nos períodos de utilização mais crítica dos motores.

Questionado sobre o setor do pós--venda em Portugal, o nosso interlocutor entende que, no seu ramo de negócio, “há muitos atores a trabalhar e poucos são os que percebem de óleos lubrifi-cantes. Há muitas pessoas a comercia-lizar óleos de diferentes marcas, mas tecnologicamente o mercado não está suficientemente esclarecido. Há falta de formação nesta área”, alerta.

Esta é uma parte preponderante para o trabalho do Grupo que, daqui para a frente, procurará continuar a crescer na mesma linha de qualidade que tem produzido até aqui. “Penso que há espaço para nós e temos clientes que dão valor à oferta que proporcionamos ao mercado”, conclui.

em todos os campos

Reconhecida internacionalmente pelos seus lubrificantes e produtos inovadores ligados à indústria da especialidade, a Fuchs descreve-se como sendo o maior grupo independente produtor de lubrificantes a nível mundial. Paul Cezanne (diretor geral da Fuchs Portugal) explica-nos como é que este player se diferencia dos demais.

Especialistas

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Crescimento consolidado no conhecimento

O setor automóvel tem conhecido as suas adaptações e rápidas evoluções. Pedro Sardinha e Rui Costa estão sensíveis a essa volatilidade e transportam-nos agora para o espírito jovem e dinâmico que a Merpeças procura cultivar, dia após dia.

Aqui, o serviço encontra-se direcionado para a Mercedes--Benz, e é com conhecimento profundo sobre a marca que a Merpeças se diferencia: “A empresa nasceu em 2012, mas antes disso ambos fomos colaboradores numa concessão da Mercedes”, começam por explicar. Apesar de terem iniciado esta atividade num espaço diminuto (120 m2), hoje encontram-se “num espaço maior e o negócio cresce com sustentabilidade”.

Sabendo de antemão que o mercado do pós-venda assume características particulares, os cinco colaboradores que aqui tra-balham pretendem proporcionar um serviço diferente das outras empresas do mesmo ramo, pois “para além de comercializarmos e conhecermos bem as nossas peças também prestamos apoio técnico aos nossos clientes”, adiantam. Durante esse trabalho, é tratado todo o processo identificativo para que mais do que a mera aquisição de um serviço, as pessoas possam poupar tempo. “Nós temos uma vantagem: apoiamo-nos no conhecimento que tínhamos e, acima de tudo, nas ferramentas que são utilizadas pela própria marca. Por isso, a margem de erro é pequena”, fundamentam.

No apoio técnico, a Merpeças ajuda também a diagnosticar avarias. Este suporte traz responsabilidades acrescidas e desa-

fios vários. Ainda assim, convém relembrar que a empresa não assume concorrência com a marca de origem. “A diferença é que nós conseguimos disponibilizar algumas peças que não são dispo-nibilizadas pela Mercedes”, dizem. A relação de preço-qualidade fica assegurada e o mercado que outrora poderia restringir-se a uma loja física expande-se para o comércio online. “Queremos chegar a qualquer parte do mundo e também dar autonomia ao nosso cliente”, acrescentam.

Nestes laços que se estreitam com os clientes (neste caso, são maioritariamente as oficinas especializadas), a Merpeças não poderia deixar de fazer uma seleção criteriosa dos seus fornece-dores, pois defende que “o segredo das nossas soluções está nos bons fornecedores que temos”. Portanto, esta empresa que não quis apostar na generalização da sua atividade e encontrou o seu caminho na especialização conjuga agora a rapidez do serviço ao conhecimento do produto.

Daqui para a frente, os profissionais ambicionam crescer nos mesmos passos firmes que têm trilhado até aqui, já com a pers-petiva da abertura de novas instalações na capital. “Lisboa tem muita população e nós temos a noção de que ainda não existe capacidade de resposta suficiente”, justificam.

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Em entrevista com Ricardo Venâncio, administrador da Autozitânia, ficámos a conhecer a forma como a empresa se tem vindo a distinguir no panorama do aftermarket em Portugal.

Uma oferta vasta e a máxima

rapidez

Foi em 1986 que três sócios - até então trabalhadores com larga experiência no setor - resolveram dar arranque ao seu próprio ne-gócio e fundar, assim, a Autozitânia. O atual responsável, Ricardo Venâncio, é filho de um dos três mentores iniciais deste projeto.

Conforme nos apresenta, hoje esta é “uma das empresas importadoras de refe-rência no setor do aftermarket, trabalhando diretamente com os principais fabricantes internacionais de peças automóvel e comer-cializando em exclusivo para os retalhistas do setor”.

A área de atuação da empresa cobre todo o país e, para isso, a Autozitânia está instalada fisicamente em quatro pontos estratégicos: Odivelas, Maia, Coimbra e São Bartolomeu de Messines, no Algarve. A primeira destas quatro é onde tem a sua sede e, para além disso, as suas raízes. Ricardo Venâncio relata que “a Autozitânia surgiu como uma pequena loja retalhista, em Odivelas, que com os anos foi crescendo e sentindo a necessidade de ser também uma empresa importadora”. Foi assim que se deu a divisão entre a Autozitânia e a também exis-tente Autozitânia II, que preserva a vocação inicial da empresa e que vende diretamente ao público nos seus cinco espaços comer-ciais, todos eles na área da Grande Lisboa.

Entre os números que melhor refletem aquilo que a Autozitânia é hoje, está o stock de 180 mil referências (80 a 90 mil com ro-tação efetiva). Embora mais especializada na componente mecânica e elétrica e não tanto na colisão, a sua oferta tem vindo a acompanhar o mercado no sentido de aten-

der de forma mais global às necessidades dos clientes. Ricardo Venâncio entende que a empresa “tem que ser o mais abrangente possível” e também por isso a referida oferta contempla os segmentos premium, quality e budget.

A rapidez da logística é outra das suas grandes vantagens. São cerca de duas mil expedições diárias que a Autozitânia faz, algo que consegue por “trabalhar praticamente 24 horas por dia”. O administrador exemplifica, a este respeito, que “um cliente que faça um pedido de uma peça às 11 da noite, no Porto ou em Coimbra, às 9 da manhã já a está a receber”. A facilitar isto está uma sólida implantação no comércio online. É o seu canal mais importante, numa importância de aproximadamente 80% das suas vendas.

Sendo, nitidamente, um exemplo da boa saúde que se vive no setor, a Autozitânia cresceu ao ponto de hoje ser uma estrutura com 112 colaboradores. Questionado acerca do sucesso do aftermarket, Ricardo Venâncio diz-nos que “se deve muito aos próprios players”, defendendo que “as empresas do setor são extremamente competentes e competitivas e, ao estarmos num mercado em que uns puxam pelos outros desta forma, isso faz com que ou se acompanha o ritmo – que é cada vez mais alucinante – ou somos postos fora do mercado”.

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o melhor para os melhores Fundada em 1991

por Fátima Barbosa e F e r n a n d o G u i m a r ã e s , a Turbo Peças é das maiores empresas de comercialização de acessórios e equipamentos para automóveis.

Acessórios auto

Experiente no ramo de acessórios e peças automobilísticas, Fátima Barbosa iniciou o seu projeto com a abertura da primeira loja, situada na Maia, à qual se seguiu o estabelecimento que tem em Vila do Conde.

Com a missão de prestação de serviço, competência, inovação nas suas peças, disponibilidade e informação devida para cada cliente, a Turbo Peças fornece os mais variados tipos de produtos, como por exemplo lubrificantes, amortecedores, baterias, bombas de água, embraiagens, ferramentas, entre outros.

De acordo com a sócia-gerente da Turbo Peças, esta empresa é também representante de algumas marcas de prestígio: “aliás o material que temos é equivalente aos originais. É preciso ter qualidade para ter uma melhor relação com os clientes”, afirma.

Contudo, confessa que o público em geral tem a tendência de procurar produtos mais baratos, alertando que, porém, “ir ao mais barato para poupar, equivale muitas das vezes, à falha da qualidade, o que depois causa danos e outros estragos na viatura”.

A empresa tem 11 colaboradores e tem como características principais a rapidez de resposta, o apoio e a honestidade para com os seus clientes.

“Hoje em dia o carro é uma ferramenta de trabalho, as pessoas precisam de se deslocar e o nosso ramo obriga--nos a sermos rápidos”, acrescenta Fátima Barbosa, que tem como público principal o cliente oficinal.

Tendo em conta que não há existe regulamentação especifica no mercado do aftermarket, a responsável defende que isso só torna o mercado mais agressivo e pouco fiel para os clientes: “sempre houve um mercado independente e esse sempre será o mais acessível”.

Com o decorrer do tempo avistou a mudança pela parte do consumidor e pela expe-riência de recorrerem a pequenas superfícies, afirma que “as pessoas têm necessidade de confiar na pessoa que lhes presta o serviço”, investindo por isso cada vez mais num atendimento de proximidade.

Uma das apostas da Turbo Peças para 2018 será o mundo online, que consiste numa nova plataforma para vendas de peças online exclusivamente para clientes oficinais.

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Este Centro está inserido na rede de centros setoriais geridos pelo Instituto do Emprego e Formação Pro-fissional (IEFP). Como elemento dis-tintivo, tem o facto de ser, ao contrário de outros, uma entidade de gestão participada, ocupando o seu Conse-lho de Administração representantes do IEFP e também das associações patronais do setor.

António Caldeira sal ienta que este aspeto é uma garantia de que “o que o Centro faz tem o carimbo dos representantes da atividade, e que o que estamos a fazer é algo que realmente interessa ao setor”. O CE-PRA é, atualmente, a entidade mais relevante a nível nacional na formação em Reparação Automóvel. Pode ser encontrado na sua sede, na Grande Lisboa, e também na sua delegação no Grande Porto. Para além disso, tem a capacidade de desenvolver itine-rância pela generalidade do território nacional, marcando presença onde tal seja necessário.

A sua oferta formativa tem como dois pilares a formação inicial e a formação de ativos, estando a larga maioria da sua ação dirigida à segun-da categoria mencionada. Em média, é frequentado por 5 mil formandos, que são atraídos pelo “nome que o CEPRA conquistou neste mercado”.

O diretor afirma convictamente que

“há diferenças entre um formando do CEPRA e um que seja proveniente de outra organização”. Entre os fatores que têm permitido essa valorização, está a aposta “numa formação muito prática”, suportada “por uma grande quantidade de equipamentos” e pelas parcerias alimentadas com as diver-sas entidades, públicas e privadas, do mundo automóvel. Deste modo, a elevada preparação e a consequente boa receção pelo mercado de trabalho resultam em índices de empregabi-lidade que estão muito próximos da plenitude.

Também como prova do valor dos seus formandos, estão as participa-

ções nos campeonatos nacionais e internacionais das profissões, onde têm acumulado diversas medalhas e certificados de excelência.

Para o futuro, António Caldeira sublinha que “os planos do CEPRA estão em melhorar sempre, sem nunca cristalizar e mantendo sempre a capacidade de sermos nós o refe-rencial do setor”.

Estivemos em diálogo com António Caldeira, diretor do Centro de Formação Profissional de Reparação Automóvel, que nos elucidou acerca do funcionamento da instituição.

setorA referência na formação para o

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Ligado às grandes marcas como Fiat e Alfa Romeo, Paulo Dário, após anos de serviço no ramo decidiu abrir o seu próprio negócio e surgiu assim a SPR. O nome deriva das primeiras inciais dos nomes de cada sócio fundador. Paulo Dário e Sandra Figueiras, são os atuais sócios gerentes, e Renato Faria o Diretor de Operações.

A empresa tem origem em Castelo de Paiva e tem atualmente duas lojas fixas, uma perto do Hospital S. João, no Porto, e outra em Rio Tinto, junto ao Shopping Parque Nascente, contando no total com 20 colaboradores.

Como retalhista de peças de automóvel, a SPR tem como principal característica a qualidade dos produtos que proporciona aos seus clientes, tanto aos profissionais como aos consumido-res finais. A rapidez e a flexibilidade também são mais-valias da SPR, conforme nos é salientado por Renato Faria: “ter qualidade nos nossos produtos, um serviço flexível e rapidez nas entregas em todo o território nacional dá uma confiança extra aos nossos clientes”.

Com o setor tecnológico cada vez mais avançado, o grupo criou em 2014 uma plataforma de vendas online diretamente para o consumidor final, a Movon Parts. “O negócio online tem aumentado significativamente, fruto da comodidade de receber a encomenda nas suas instalações/residência e da facilidade na identificação das peças”, afirma Renato Faria. Já Paulo Dário acrescenta que “o negócio, na globalidade, tem crescido, mas existem ainda bastantes consumidores que apostam no mercado tradicional e valorizam o atendimento personalizado. As pessoas gostam de ver o produto antes de o comprar”.

A SPR Auto já participou também em palestras e conferências a nível nacional, o que permitiu dar a conhecer ao público a sua marca e o papel de distribuição que desempenham.

Com o olhar atento de Renato e Paulo, para o futuro a em-presa pretende reestruturar toda a estratégia de vendas online até Setembro de 2018, possibilitando ao consumidor final e pro-fissional um acesso mais rápido, com campanhas de desconto e serviços diferenciadores. Para além disso, pretendem também apostar na formação técnica que é devida para todo o material e ainda dedicarem-se à presença em mercados internacionais.

No setor há mais de 20 anos, Paulo Dário, juntamente com mais um sócio, abriram a SPR Auto, em 2005. A empresa retalhista, especializada na venda de peças de automóveis, atualmente abrange todo o país.

Reparar o carro à distância de um

clique

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Sérgio Filipak, gerente, e Rafael Filipak, responsável comercial, explicam-nos que “a ideia inicial, aquando da vinda do Brasil para Portugal, e com a experiência no ramo automóvel, era criar algo com qualidade e apostamos neste ramo, onde já tínhamos um know-how”. O negócio diversificou-se e hoje divide-se em quatro ramos: automóvel, arquitetura, publicidade/decoração e distribuição. Hoje contam com 10 colaboradores e representam desde 2013 e de forma exclusiva a marca Johnson Window Films, dando inclu-sivamente formação na área em que atuam.

No ramo automóvel são especialistas em películas para vidros e revestimento da pintura do carro (Carwrapping). Trabalham com películas de escurecimento, de proteção solar e de segurança as quais podem ter várias tonalidades e tipos de construção. Para o carwrapping é utilizado vinil topo de gama do tipo Cast e podem ser para a carroçaria, visando a mudança total de cor do veículo ou parcialmente (frisos, tejadilho, etc) e também a instalação de PPF (Película de proteção de pintura – complemente transparente). A vertente de películas para vidros de arquitetura tem como principal intuito a proteção solar, privacidade e a segurança (nomeadamente para evitar roubos e estilhaços). Na decoração e publicidade, o foco é a decoração de montras, viaturas e paredes, enquanto a distribuição incide na venda para outros profissionais do ramo.

Hoje em dia, trabalham diretamente com empresas – conces-sionários – correspondendo a uma grande parte dos seus clientes pela parceria que com eles estabelecem. No entanto, o cliente parti-

cular representa a maioria do seu público-alvo, que, atualmente, dá especial atenção ao carro e ao aftermarket. A SóPelículas trabalha sobretudo na região Norte, embora tenha diversos clientes em todo o país e também no estrangeiro, tendo inclusive já aplicado películas de segurança no edifício de um banco na Argélia, o que mostra a polivalência desta empresa que se distingue pela eficiên-cia, rapidez e qualidade.

Fazendo, porém, referência a um aspeto que condiciona a sua atividade, os responsáveis da SóPeliculas consideram que a legislação na área de películas para automóveis deveria seguir “uma metodologia mais justa, pois a aplicação de películas não deveria corresponder a uma transformação das características do carro”, o que faz com que o custo da legalização seja elevado e talvez único no mundo.

Para o futuro, os planos da empresa passam por continuar e melhorar o bom trabalho que até aqui tem sido feito, assim como procurar novos mercados, ao mesmo tempo que acompanham as suas tendências e técnicas mais atuais.

A SóPeliculas nasceu em 2007, na Póvoa de Varzim, como empresa dedicada à aplicação de películas sobre tudo no âmb i to au tomóve l . Em 2008, mudaram-se para o Porto e o negócio expandiu-se, sendo hoje uma referência do aftermarket.Soluções

que colam

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O responsável esteve mais de 20 anos nos quadros de uma outra empresa do ramo, que entretanto havia encerrado. Fruto do know-how adquirido, sentiu-se confiante para arrancar com este novo projeto, mesmo apesar do contexto de crise que a economia nacional atravessava.

“De facto, há seis anos estávamos no pico da crise mas mesmo assim arrisquei e as coisas têm vindo a correr bem”, diz-nos. Acompanhando as palavras de outros intervenientes do setor, explica também que os referidos anos de crise, e a consequente contenção na venda de automóveis novos, “dinamizaram este negócio em particular, porque as pessoas passaram a manter os seus carros durante mais anos e a precisar de mais reparações”.

Neste momento, a JR Parts é uma empresa constituída por 9 elementos, que garantem uma distribuição que incide, essencialmente, no distrito de Leiria. Questionado sobre aquilo que tem levado ao êxito deste seu projeto, Jorge Rodrigues começa por explicar que aqui presta-se “um serviço de proximida-de”, conseguido através dos vários veículos com que a empresa distribui para diversas oficinas da região. Reforçando esta observação, diz-nos que, “neste setor das peças, existe uma concorrência enorme, mesmo aqui em Leiria, e esse contacto direto é algo que faz a diferença”.

Simultaneamente, explica também que a JR Parts procura “sempre tra-balhar com as marcas de topo que há no mercado”. Não deixando a menor margem para dúvida acerca da qualidade das mesmas, frisa que “os fabricantes que fazem as peças para a origem também as fazem para o aftermarket”.

O comentário que nos faz acerca do aftermarket em Portugal é de satis-fação pela “grande capacidade de resposta que existe, que talvez não exista noutros setores, havendo aqui muitos players que funcionam muito bem”.

Estando numa atividade que, como já referido, é bastante competitiva, o futuro vai passar por um contínuo esforço de adaptação ao mercado. Sempre em mutação, a realidade do setor exigirá que se responda a desafios como, por exemplo, a afirmação das tecnologias híbridas ou elétricas. “Penso que o futuro vai passar por aí e que isso será inevitável. Vamos precisar de novos tipos de peças e também de um reforço em termos de formação, mas vamos corresponder a isso da melhor forma”, conclui.

A JR Parts, empresa sediada em Leiria, encontra-se no mercado da distribuição de peças auto desde 2012. Surgiu por iniciativa de Jorge Rodrigues, profissional com uma vasta experiência no setor.

Sempre em

proximidade

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Nuno Reis, administrador, explica--nos que a RedeInnov, com o objetivo de cobrir todo o território nacional, dedica-se a três pontos fundamentais: “gerir o processo de compra dos mem-bros, a relação com os fornecedores, a identificação e a posterior implementa-ção dessas marcas na rede. Por outro lado, dedica-se a criar ou desenvolver ferramentas de venda dos membros. O terceiro pilar, que vem neste segui-mento, é a redução dos custos das empresas que estão na rede.”

Os membros da rede são distribui-dores regionais de peças, que vendem diretamente à oficina, e cujo foco é atuar onde o serviço é rápido. Os fornecedores são a principal parceria e a área informática é a que interna-mente vai potencialmente crescer. Esta divide-se em três grupos: a ligação entre o distribuidor da RedeInnov, a central e o fabricante, em que é tudo feito pela mesma plataforma. O segun-do grupo é a webshop interna que liga

A RedeInnov, sediada no Porto, nasceu em 2014, constituída por empresas distribuidoras regionais de peças aftermarket que entendiam necessitar de uma estrutura-suporte para o desenvolvimento do seu negócio. Em 2015, iniciou funções e desde então só tem crescido.

Criar

valorestratégico

todos os membros em todas as suas valências e o terceiro está relacionado com o sistema das oficinas que o liga ao distribuidor da zona.

A empresa, com uma equipa de cinco pessoas, rege-se por três ter-mos: rigor, coerência e transparência. “Fazer sempre o trabalho bem feito, de forma rigorosa e honesta”, subli-nha o administrador, acrescentando que, desde que começaram, “a sua postura tem-se mantido séria em relação à abordagem do mercado e nunca permitem que a liderança se transforme em arrogância. Ao perten-cer à RedeInnov, o membro deixa de ter de pensar no seu negócio sozinho e passa a estar num grupo onde estão outros players, com objetivos comuns, trocando experiências e caminhando em conjunto.”

Para entrar na RedeInnov, é ne-cessário que a área geográfica não esteja coberta por um membro e ter solidez financeira para embarcar num

projeto desta envergadura. Neste momento são dez membros, que vão da Régua a Faro e, embora ainda haja zonas não cobertas, prevêm que entrem dois novos membros por ano.

Nuno Reis afirma que “o after-market tem aumentado pelo fecho de muitos reparadores autorizados nas zonas menos povoadas, deixando espaço livre para os reparadores in-dependentes possam atuar e crescer naquela zona. Em segundo lugar, é a idade média do parque automóvel que tem aumentado, o que naturalmente aumenta os custos de manutenção”, acrescenta.

Para o futuro, o plano da Re-deInnov é continuar a trabalhar na cobertura do território nacional, manter o bom trabalho junto dos parceiros e continuar a acompanhar a digitalização do mercado.

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Quan-do todos os caminhos nos conduzem para o ciclo frené-tico da vida académica e profissional, onde os desafios e as exigências impostas influenciam de forma incontornável a nossa visão so-bre o mundo – o modo como vivemos o mundo –, é premente a necessidade de valorizar os espaços de tempo que permitem, a cada pessoa, alimentar a sua individualidade.

Ao universo da Arte, atribuímos esta carga de prazer e alimento do intelecto. O que podemos então interpretar como Arte? O desporto, o cinema, a música, a gastronomia, as viagens, a leitura, a pintura, etc., são áreas que podemos entender como reflexos de Arte. São designadas atividades lúdicas, hobbys, às quais, preferencialmente, dedicamos os nossos tempos livres.

Quando vivenciamos uma experiência prazerosa, fazemo-lo de forma abnegada, com uma entrega total, vivemo-la de forma intensa. Enriquecemos o nosso quotidiano quando nos “circundamos”, no tempo e no espaço, daquilo que nos faz sentir felizes e realizados. Em sintonia com um significado da vida, em que “o mais é nada”.

Ímpares, com influências e vivências distintas, vamos direcionando os nossos interesses pessoais para áreas que se podem, ao longo da vida, alterar ou confluir numa panóplia de matérias e estados.

O amante de gastronomia pode ao longo da sua vida aprimorar o seu talento para a cozinha. O apreciador de música tem a possibilidade de ele próprio criar, dominando num instrumento os acordes musicais. Devemos cami-nhar no sentido da realização plena. Fazer o que mais gostamos não será por si só um passo para a felicidade? Nas instâncias da vida, “circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada”.

“Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é

nada” Fernando Pessoa

Elsa C. Santos

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A sua criação deu-se há 37 anos, a partir da iniciativa de um grupo de professores que, conforme as informações obtidas, “uniram-se no sonho de erguer uma associação, com a missão de proporcionar a solidariedade efetiva entre os seus associados”.

Atualmente, a ASSP é composta por aproximadamente 11.200 associados, tratando-se de uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) com um âmbito de intervenção que cobre o território nacional. Os seus objetivos residem na “proteção aos idosos, no apoio à família, à infância e à juventude, na promoção de atividades de cultura, formação e realização pessoal, a proteção da saúde, na doença e na reabilitação”.

Para a concretização destes objetivos, a ASSP e as suas Delegações pro-movem múltiplas atividades culturais, de tempos livres, de lazer e de turismo e criou 4 Residências de Professores, em Setúbal, em Carcavelos, em Aveiro e no Porto. A ASSP tem sede em Lisboa e delegações em Ponta Delgada, Faro, Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Guimarães, Leiria, Lisboa (próximo do Largo do Rato), Funchal, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Viseu e um núcleo em Vila Nova de Gaia.

A sua já descrita intervenção dirige-se a um universo de associados que pode contemplar “os professores de todos os graus de ensino, no activo, de-sempregados ou aposentados, os cônjuges ou pessoas que com eles vivam em união de facto, os pais dos associados, os familiares até ao 2º grau dos associados efetivos desde que com estes coabitem permanentemente, os funcionários da Administração Pública ou trabalhadores do sector privado que tenham sido professores ou exercido funções ligadas à educação, os funcio-nários da ASSP em serviço ou depois de aposentados, e ainda as pessoas singulares ou coletivas que, pelo seu serviço ou por donativos, tenham dado

Ao serviço da

classe

contribuição relevante para a realização dos objectivos da ASSP, como tal reconhecida e declarada pela Assembleia Nacional de Delegados”.

São muito diversos os benefícios de que estes associados podem usufruir. Em primeiro lugar, e como nos é transmitido, “o principal reconhecimento dos associados é o de saber que, por sê-lo, passam a ser solidários com as causas da ASSP e com os seus colegas de profissão e pessoas afins”. Para além disso, e como prova do dinamismo da ASSP, salientam-se este amplo leque de vantagens:

• Participação directa de 50% dos custos de ações de formação acreditadas pelo Conselho Cientifico e Pedagógico da Formação Contínua, através de um Centro de Formação;

• Poder aceder a seguros, com maior economia, maior segurança e facilidade, a cuidados de saúde, concedidos pela MGEN e pelos seguros de saúde de grupo ASSP – Multicare, dos ramos

A ASSP – Associação de Solidariedade Social dos Professores é a maior instituição do país para esta finalidade. Fomos ao encontro da sua Direção Nacional e, nesta edição, podemos apresentar o seu passado, presente e futuro.

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automóvel, habitação, acidentes de trabalho, vida/crédito e poupança, em condições vantajosas;

• Possibilidade de adquirir combustíveis nos postos Galp com descontos significativos imediatos;

• Ter descontos em livros, nas farmácias parceiras e em muitas outras empresas de várias áreas, tais como de saúde, beleza e bem-estar, educação, cultura e lazer;

• Acesso às residências sénior da ASSP, ao alojamento temporário que as delegações disponibilizam, no Funchal, em Lisboa e Portalegre e ao turismo rural na Casa da Torre;

• Ter descontos expressivos noutras residências sénior com as quais temos protocolos de cooperação;

• Participar nas actividades de convívio e culturais que se desenvolvem nas 15 delegações;

• Encontrar na ASSP e nas suas delegações formas e momentos de estimulação física e cognitiva ao longo da vida;

• Ter acesso a campos de férias destinados a filhos e netos dos associados, com soluções inovadoras e criativas para os mais novos;

• Acesso ao apoio ao estudo nos Projetos ASSP XL, em Guimarães, e Ter-ras de Santa Maria, em São João da Madeira, que visam melhorar o sucesso educativo, diminuir o abandono escolar e criar respostas diferenciadas para as crianças e jovens nas interrupções lectivas, em contextos que promovam o desenvolvimento integral e harmonioso das crianças e dos jovens;

• Aceder aos serviços do Inatel a preços mais acessíveis em todo o país;• Ter apoio do fundo de solidariedade social em determinados momentos

da vida dos associados ou em permanência, mediante a avaliação dos com-provativos de carência financeira apresentados.

• A ASSP criou um gabinete que presta aconselhamento jurídico aos seus Associados nas diversas áreas do Direito, com maior incidência em Direito do Trabalho, Direito Civil, Direito de Família e Menores, Direito Penal, Direito

Contra Ordenacional, Direito Administrativo.Para reforçar ainda mais este papel da instituição, a associação informa que

“todos os portugueses contribuintes podem ajudar a ASSP e o seu trabalho soli-dário, através da consignação de 0,5% do IRS, bastando para tal assinalar essa intenção e incluir o NIF da Associação (501 406 336) no quadro 9 do anexo H do Modelo 3 do IRS. Deste modo e com este gesto solidário, poderão ser determi-nantes para o apoio à nossa associação e aos seus projectos, designadamente com as residências sénior, que funcionam sem apoios do Estado, da Segurança Social ou de quaisquer outras entidades”.

Relativamente aos seus objetivos futuros, assumem particular destaque “as ligadas à criação de novas propostas de valor para os diferentes ciclos de vida do professor, o desenvolvimento do plano de angariação de associados, a ima-gem e comunicação, a boa gestão da rede de residências sénior, através da sua gestão centralizada, o crescimento da rede de delegações, o desenvolvimento e a formação de recursos humanos da associação e a revisão dos estatutos”, de acordo com que está plasmado no seu Plano Estratégico para os próximos anos.

Também a curto prazo, a ASSP irá procurar que “mais associados se disponibi-lizem para as mais diversas acções de voluntariado nas nossas delegações e junto dos residentes, para que cresça e se multiplique a solidariedade dos professores com os seus Colegas e familiares”.

Como nota final, os seus responsáveis aproveitam para deixar uma palavra de reconhecimento ligada à forma como “o património imobiliário da Associação tem crescido, sobretudo devido a doações de associados que em vida ou por tes-tamento a fazem proprietária de bens seus. Consideramos que deste modo estes associados confiam à Associação o que lhes pertenceu, acreditando que ela, como o tem sempre feito, lhes dará o melhor destino, recuperando-o ou mantendo-o, com a finalidade de o disponibilizar aos seus associados. A solidariedade também se realiza desta forma. A ASSP agradece-a reconhecidamente e assume-se como o garante do seu melhor destino”, concluem.

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Propagan-do-se por uma

área de 3.400 km2 e abran-

gendo cerca de 260 mil habitantes,

a Diocese de Viseu corresponde a um ter-

ritório subdividido em 208 paróquias, algumas das quais

caracterizadas não apenas pela pequena dimensão, mas também pelo ca-

rácter envelhecido da sua população. Tamanho cenário, agravado por décadas de emigração, fez com que se tornasse cada vez mais urgente o apoio social a quem por algumas destas regiões foi permanecendo, não raras vezes sem grande fonte de sustento.

Conscientes da importância de atender a tal imperativo, coube aos respetivos líderes das diferentes paróquias criar e dinamizar, ao longo do tempo, Centros Sociais Paroquiais que permitissem atender às principais carências sentidas no seio de cada localidade. Contando atualmente com cerca de 90 instituições desta natureza em todo o seu território, a Diocese de Viseu apresenta hoje “uma cobertura de apoio e uma proximidade que me apraz registar”, revela D. Ilídio Leandro.

Nesse sentido – desde a Creche e do Jardim de Infância ao Centro de Atividades de Tempos Livres (vocacionados para a infância), sem esquecer o Centro de Dia, a Estrutura Residencial para Idosos ou o Serviço de Apoio Domiciliário (dedicados à terceira idade) –, é hoje possível encontrar um amplo conjunto de respostas sociais devidamente estruturadas de modo a garantir que a população possa usufruir destes tipos de auxílio, sempre no contexto da sua Unidade Pastoral e, desde logo, junto das pessoas ou lugares que lhe sejam familiares e onde a sua história de vida se foi construindo.

Questionado sobre a sensibilidade da população local em torno de valores como a solidariedade, o Bispo da Diocese de

Viseu constata como “há vários grupos de pessoas que estão comprometidos com esta dimensão social e, naturalmente, temos conseguido conquistar a comunidade” para um imperativo especial, ao qual também as novas gerações parecem aderir, o que se afigura “salutar e positivo”. Importa, no entanto, sublinhar que para além das respostas sociais acima enumeradas, os Centros Sociais e Paroquiais assumem um insubstituível papel enquanto agente impulsionador de emprego e de fixação “de mais de um milhar de pessoas” nos territórios anexos à Diocese de Viseu.

Posto isto, e embora reconhecendo que este constitui “um território do Interior que não é rico nem abundante em termos de indústria”, D. Ilídio Leandro faz questão de partilhar, junto de todos os habitantes, “um apelo à proximidade, à vizinhança e à criação de lugares de trabalho que possam incluir as famílias afetadas pela emigração ou pelas dificuldades em geral”, combatendo “o isola-mento, a dispersão e a sensação de abandono e esquecimento”. Por fim, o Bispo da Diocese de Viseu lembra a importância de se dinamizarem grupos sócio-caritativos que ajudem a fazer destes lu-gares uma verdadeira Aldeia Global, “onde as pessoas não tenham fronteiras para conhecerem as necessidades dos outros e ajudar”.

Apoio Social em proximidade

Em entrevista ao bispo da Diocese de Viseu, D. Ilídio Leandro, ficámos a conhecer a realidade social em torno de uma região onde o valor da proximidade se afigura essencial para o bem-estar da população.

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Ribafeita, Viseu, é hoje uma das instituições fundamen-tais para a garantia de uma elevada qualidade de vida à população da região, num contexto rural fortemente marcado pelo isolamento e pelo envelhecimento da população.

Como principais respostas e valências do Centro, os utentes podem beneficiar do Lar Residencial, com capacidade para 40 pessoas; do Centro de Dia, para 15 pessoas, e do Serviço de Apoio Domiciliário, que abrange 20 utentes.

Lauriano Silva diz-nos que, ao falar da instituição a que preside, fica “emocionado, tendo um orgulho enorme” nesta casa, que viu crescer desde o seu inicio. Conta

a génese desta associação esteve a vontade de apoiar a população local. Nos primeiros anos de ati-vidade apoiou também crianças em idade pré-escolar, mas a decrescente natalidade fez com que o apoio a idosos se tornasse a principal atividade, sendo que ainda apoia no transporte escolar de crianças.

O Centro Social Nossa Senho-ra das Neves, inserido no centro da aldeia de Gumiei, freguesia de

Apoiode proximidade à

Não há limites para ajudar os que mais necessitam. Foi com esta linha de pensamento que nasceu a Associação S.C.D.R. de Gumiei, no ano de 1989. Fomos ao encontro de Lauriano Silva, atual Presidente, e de Sónia Costa, Diretora de Serviços, com quem ficámos a conhecer a forma como esta Instituição Particular de Solidariedade Social se tem tornado uma das mais procuradas do distrito de Viseu.

terceira idade

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neste momento com quase 25 anos de liderança, que começaram quando assumiu a responsabilidade daquilo que, na altura, era uma associação desportiva e recreati-va muito menos desenvolvida em termos de apoio social.

“Sobrevivia, mas não tinha muitas atividades, nem capacidade para se desenvolver e evoluir”, conforme lembra, acrescentando que o objetivo das direções que liderou foi o de que a associação “tivesse atividade e capacidade para ajudar os outros, crescendo e tornando--se algo de relevante para as pessoas”. Foi então em 1997 que recebeu o primeiro acordo de colaboração na valência de Apoio Domiciliário, tendo-se seguido a valência de Centro de Dia.

Para atender às crescentes solicitações, o Centro precisava de novas instalações. Para que se estabe-lecesse no espaço onde presentemente se encontra, contou com a generosa ajuda de um casal que encontrou nesta instituição uma causa a apoiar. “Confiaram em nós, pois tínhamos mostrado que tínhamos capacidade para desenvolver o Centro Social, implementar o Lar Residencial e apoiar as pessoas com menos recursos”, afirma o Presidente.

Mesmo sem ter conseguido apoio por parte do Es-tado ou Autarquias, as obras de reabilitação do edifício arrancaram e, financiadas por sócios e pela banca, foram concluídas em 2011. Hoje, o Centro encontra-se dotado desta importante valência que é o Centro Social Nossa Senhora das Neves, equipado com aproveitamento de energia solar para produção de eletricidade e aquecimen-to de água. Na sua estrutura integra duas salas comuns, uma capela, uma lavandaria e uma cozinha moderna, biblioteca para além dos quartos bem equipados, por forma a dar boas condições de vida aos utentes. Numa infraestrutura próxima, existe um recinto desportivo, um pavilhão multiusos e um bar, que neste momento está em reestruturação, para poder oferecer boas condições para o lazer e prática desportiva.

A equipa do Lar Nossa Senhora das Neves é compos-ta por 24 colaboradores, que regularmente frequentam formações que os atualizam e que reforçam a sua dis-ponibilidade para atender às necessidades dos utentes.

O Lar Residencial dispõe de um médico e de duas enfermeiras permanentes para assegurar os necessários cuidados de saúde, tendo ainda oferta de fisioterapia. As suas principais atividades de dinamização da vida dos utentes são organizadas pela animadora social, realizan-do-se diversos eventos e visitas guiadas por todo o país, além do culto religioso que é feito aqui diariamente. O Centro Social conta também com a participação na Uni-versidade Sénior, em parceria com a Câmara Municipal, que abrange toda a comunidade que tenha mais de 65 anos. As aulas são dadas no espaço da Associação, três vezes por semana.

Estando esta instituição sempre com vontade de

melhorar, o Centro Social Nossa Senhora das Neves pretende agora, já com o projeto aprovado pela Câmara Municipal, acrescentar ao seu espaço quatro residências assistidas, concebidas especialmente para casais, que beneficiam assim de uma maior privacidade, benefician-do do apoio do Centro Social, onde se inserem. Estes espaços terão uma “kitchenette”, uma casa de banho e um quarto com cama de casal. Estas serão inseridas num espaço amplo e agradável, que visa promover o convívio de utentes e familiares, o desenvolvimento de atividades ao ar livre. Este espaço, contiguo ao espaço do centro social terá mais de 1000m2.

Futuramente, fazendo uso de um outro terreno (de quase dois hectares) doado por outro casal benemérito, esperam também construir uma Unidade de Cuidados Continuados. Um projeto de sonho para Lauriano Silva, que vê aí a possibilidade de “criar um espaço para a comunidade, como se sabe cada vez mais envelhecida e com maior esperança de vida”, visto como uma al-ternativa aos “hospitais, com a diferença de ter aqui a qualidade de vida que o espaço rural oferece”, criando também postos de trabalho que tão importantes são para a fixação da população.

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sivas lideranças. A sua vocação social começa a ganhar uma clara

expressão a partir de 1995, altura em que foi reconhecida como IPSS. Atualmente, esse papel está focado no trabalho com a sua valência de ERPI, que é dirigida a um total de 59 residentes.

Questionada acerca da filosofia da Fundação Marcos e Ana Gonçalves, a atual Presidente do Conselho de Admi-nistração, Raquel Pina, sublinha que a instituição “está aqui para servir, e não para sermos neutros nem para passarmos ao lado das coisas”. Acrescentando, procura “olhar para cada um como um ser humano distinto, com necessidades distintas, com o objetivo principal de conseguirmos servir as necessidades das pessoas em termos físicos mas também emocionais e espirituais”.

Nos últimos anos, o Diretor de Serviços da Fundação, Filipe Vinhas, tem sido um importante intérprete destes princípios. Relativamente aos aspetos em que a instituição

É na Quinta da Coelheira, em Tondela, que podemos encontrar esta instituição, onde fomos recebidos por Filipe Vinhas, Raquel Pina e Hermínia Carvalho.

Percorrendo um pouco do seu histórico, é imprescindí-vel começarmos por lembrar a iniciativa de José Gonçalves e de Maria Helena Correia Rosa, os seus dois instituidores. Este casal, não tendo descendência, resolveu assim criar uma instituição de solidariedade social, ao mesmo tempo que quis também perpetuar os nomes dos seus pais, con-forme o fizeram na escolha da designação.

Nasce assim a Fundação Marcos e Ana Gonçalves, constituída a 29 de fevereiro de 1987, na secretaria nota-rial de Leiria. Visando, no plano prático, a concretização deste objetivo, o casal deixou como legado a propriedade de nove hectares onde, ainda hoje, a instituição concentra o seu funcionamento. A missão de cumprir a visão original dos fundadores foi atribuida à Primeira Igreja Evangélica Baptista de Viseu, da qual têm emanado as suas suces-

“Servindo com o melhor que temos e o melhor que somos”

Este é o lema que orienta e inspira a Fundação Marcos e Ana Gonçalves, uma IPSS direcionada para o atendimento à população idosa, que continuamente tem apostado na profissionalização e na boa gestão dos seus serviços.

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evoluiu de forma mais nítida, começa por enfatizar o foco muito maior que foi dado às suas respostas de saúde. “Per-cebemos que esta era uma aposta que teríamos que vencer e, nesse sentido, a nossa primeira preocupação foi termos uma equipa permanente para o efeito, com a criação de postos de trabalho efetivos para esse setor. Contamos com duas enfermeiras a tempo inteiro, que podem assim dar uma assistência muito próxima aos utentes e permitem também que haja uma maior proximi-dade no contacto entre o médico e a instituição”, explica.

Não tendo dúvidas de que a Funda-ção está mais capacitada do que há uns anos, Filipe Vinhas não deixa, contudo, de lembrar que os desafios são vários. Se a ERPI pode acolher 59 residentes, o respetivo acordo de cooperação com a Segurança Social apenas contempla 38 utentes, o que implica uma inteligente gestão dos seus recursos. Em todo o caso, o nosso entrevistado considera também que “é algo que nos ajuda a criar expetativas de sobrevivência para o futuro, porque, de outra forma, estaría-mos demasiado dependentes do Estado e nós também não sabemos o que será o Estado Social de amanhã”.

Em simultâneo, nota também que é algo que induz a instituição a que se faça “uma gestão efetiva das pessoas que vamos recebendo”, de acordo com critérios de justiça social. Filipe Vinhas considera que “é sempre mais fácil rece-ber pessoas com capacidade financeira mas não deve ser esse o espírito das IPSS”.

No horizonte da Fundação Marcos e Ana Gonçalves, está um ansiado projeto de reestruturação do seu espaço, cuja finalidade principal passará por “con-centrar todos os serviços num só piso”, por forma a gerar um maior conforto e uma maior facilidade no dia-a-dia dos utentes.

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A Casa do Povo de Parada é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, tendo sido fundada a 2 de Agosto de 1973.

Inicialmente começou por desenvolver atividades culturais, desportivas e recreativas, tendo criado: O Rancho Folclórico, O Grupo Desportivo; A Secção de Atletismo, e ainda, A Secção Jogo da Malha.

Em 5 de Dezembro de 1992 - depois de 19 anos a funcio-nar em precárias instalações arrendadas - são inauguradas as instalações próprias - a sua sede – e só com a nova sede foi possível criar e instalar, com qualidade, serviços de âmbito social tais como: em 1993 a Unidade de Saúde;

Em 2001 o Apoio Domiciliário a Idosos e em 2003 um balcão da Caixa de Crédito Agrícola.

A Casa do Povo de Parada, querendo alargar a sua atua-ção na área da Terceira Idade, apresentou uma candidatura ao programa (POPH), a qual foi aprovada para a construção de um Lar de Idosos. A Casa do Povo em Janeiro de 2015, inaugurou a Estrutura Residencial Para Idosos – Lar de Nª Sr.ª do Rosário.

Para Nuno Crescêncio, “é um motivo de grande orgulho ver concluída e em pleno funcionamento uma estrutura assim na nossa terra”. A capacidade de resposta – atualmente preenchida – ascende aos 40 utentes e veio suprir uma grande necessidade que se fazia sentir nesta zona. A área de intervenção da Casa do Povo de Parada cobre as localidades de Parada de Ester, Ester e Cabril e cerca de três quartos dos residentes são locais, o que o responsável aponta como algo que indica bem “a falta que uma instituição destas fazia”. Acrescentando, relata também que, “no momento da abertura, os primeiros 20 do utentes na sua maioria estavam no Serviço de Apoio Domiciliário e foram integrados no Lar”.

Acerca dos objetivos do Lar, Nuno Crescêncio sublinha que passam por “dar uma resposta necessária aos utentes que estão desapoiados e, de facto, esta era uma zona que estava necessitada, visto que muitos destes idosos têm os seus fami-liares emigrados”. Refere também o propósito de “proporcionar aos idosos uma melhor qualidade de vida e tratá-los da melhor forma possível”.

A contribuir para isso estão as condições de absoluta mo-dernidade que este espaço apresenta, tendo sido edificado de acordo com os pressupostos de legislação recente. Face às constantes solicitações de integração e à falta de vagas, um dos planos para o futuro poderá passar pela hipótese de “alargar o espaço”, utilizando áreas que estão adjacentes e que poderão ser aproveitadas.

Pela qualidade

de vida dos

utentes

Est ivemos em d iá logo com Nuno Crescêncio, Presidente da Direção da Casa do Povo de Parada, numa altura em que se estão a completar três anos desde a abertura da sua Estrutura Residencial para Idosos, o Lar Nossa Senhora do Rosário.

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Para além do dia-a-dia passado no interior do Lar, há também a preocupação em dinamizar a vida dos utentes, através de diversas atividades algumas delas ao ar livre. Todo este acompanhamento é desempenhado, claro está, por uma equipa de profissionais altamente qualificados. A instituição tem um total de 24 funcionários diretos, o que a coloca como uma das enti-dades que mais empregos geram na região.

Posto isto, é também de referir que a Casa do Povo de Parada continua a desen-volver a valência de Serviço de Apoio Do-miciliário, podendo responder a 40 utentes.

Em Dezembro de 2015, a Casa do Povo assinou também um protocolo com o Cen-tro Distrital de Segurança Social de Viseu para a implementação do projeto Rede Local de Intervenção Social (RLIS)

Dentro deste âmbito, a Casa do Povo de Parada tem como áreas de intervenção os concelhos de Castro Daire e Vila Nova de Paiva, prestando apoio a mais de uma centena de famílias. Porém, Nuno Crescên-cio vê ainda uma grande margem para que este trabalho seja reforçado, perspetivando que a cobertura chegue ao triplo do atual número de beneficiários.

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serviços,

da infância até à terceira idade

Os

melhores

colaboradores, sempre de olhos postos na sua missão de assegurar um atendimento de qualidade e excelência, que promova o bem-estar da população. Para isso, a formação tem sido um aspeto de primeira importância.

Sendo esta uma área que implica uma grande sensibi-lidade no cuidado para com o outro, a Associação aposta cada vez mais nas suas prin-

cipais características, como as suas instalações modernas e bem equipadas, e na garantia de uma melhor qualidade de vida aos seus utentes, no apoio às suas carências e na promoção do seu desenvolvimento pessoal.

Fomos recebidos por António Martinho, Presidente da Associação, e por Carina Gonçalves, Diretora de Serviços. Acerca da forma como a instituição evoluiu, numa primeira fase, a sua vocação era essencial-mente cultural e recreativa, tendo como principais atividades um Grupo Coral e uma Tuna. Em 1989, após remodelação dos seus estatutos, regista-se como Instituição Particu-lar de Solidariedade Social.

No seguimento, inicia uma ati-vidade social em 1992, com as valências de Centro de Dia, Jardim de Infância e ATL, celebrando, mais tarde, um acordo de cooperação para lhes acrescentar a valência de Serviço de Apoio Domiciliário.

No horizonte, estava a criação de uma estrutura que acolhesse o serviço de Lar. O objetivo foi concretizado e, hoje, para além das já referidas vertentes da sua atividade, a Associação também disponibiliza à população esta mais--valia. O Lar de São Martinho, nome da sua Estrutura Re-sidencial para Idosos, apresenta instalações modernas e bem equipadas, com pavilhão multidesportivo e esplanada, tendo capacidade para 30 utentes. O conjunto de serviços que oferece aos idosos inclui alimentação, higiene pessoal, tratamento de roupa, cuidados médicos e de enfermagem, apoio psicossocial, ginástica adaptada, informática, diver-sos ateliês e saídas ao exterior, com visitas a alguns dos mais célebres pontos do país.

A Associação de Solidariedade Coutoense, para além dos 30 utentes que pode acolher no âmbito residencial, recebe também 20 idosos na valência de Centro de Dia e, atualmente, são 57 as crianças que frequentam o seu ATL e Jardim de Infância.

No total, a instituição conta com uma equipa de 38

Fundada em 1983, a Associação de Solidariedade Social Cultural e Recreativa Coutoense, situada em Couto de Cima, é uma das instituições de maior longevidade do distrito de Viseu.

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Foi através de um casal que deixou em testamento o seu património para a construção de um Centro Social que abriu o Centro Balmar, em 2001, com o foco em atender aos mais necessitados.

Com o objetivo de criar condições que permitissem preservar e incentivar a relação interpessoal, em 2003 foi criado um projeto para a concre-tização de um edifício, com a respetiva apro-vação no ano seguinte. O edifício foi construído de raiz e, em 2007, dá--se a abertura deste novo espaço.

Inicialmente, surgiu com quatro valências: a de Lar, juntamente com residências pessoais, com uma capacidade para 79 utentes; Ser-viço de Apoio Domici-liário, para 23 utentes e o Centro de Dia, preparado para 12 beneficiários.

Formado em Engenharia Mecânica, Eurico Tomás viu o seu Centro cada vez mais lotado e preenchido, lutando diariamente para preservar as necessidades de cada utente e cada colaborador. Nessa perspetiva de dedicação ao próximo, e tendo em conta que não tinham qualquer espaço religioso nas instalações, procederam a um ajuste e transformaram uma sala comum em uma sala de culto

Um Centro para se sentir em casa

para os utentes que assim o desejem. “São hábitos que as pessoas têm e nós não podemos retirar os hábitos destes utentes, garantindo que eles se sintam em casa”, afirma Milene Simões.

O Centro Balmar conta com o apoio de 58 colabora-dores, nomeadamente um médico e enfermei-ras que estão regular-mente nas instalações, incluindo fins-de-sema-na, e disponibiliza como principais at iv idades os trabalhos manuais, ginástica, exercício de estimulação cognitiva, informática e culinária, tanto no contexto do Lar como do Centro de Dia.

A instituição man-tém como principal ob-jetivo ajudar e apoiar a população desde a

infância à terceira idade, com forte proximidade com os habitantes da freguesia da Marmeleira, contribuindo assim para a melhoria da sua qualidade de vida.

Visa assim prevenir situações de dependência, promo-ver a autonomia e prestar cuidados que assegurem o seu bem-estar e equilíbrio. “Nós temos que pensar nos utentes e nos restantes familiares, sendo esta uma preocupação constante dentro do funcionamento do nosso Centro”, conclui Milene Simões.

À conversa com Eurico Tomás, Presidente da Direção, e com M i l e n e S i m õ e s , Assistente Social e Diretora de Serviços, fomos conhecer o C e n t r o B a l m a r , instituição sediada em Mortágua.

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Só com uma gestão rigorosa baseada na sustentabilidade, no desenvolvimento permanente e na criação sucessiva de respostas a problemas sociais foi possível tal longevidade.

O objetivo geral desta instituição particular de solidariedade social é a formação integral do ser humano pelo desenvolvimento, promoção da saúde e ação social, designadamente o apoio à família e grupos desfavorecidos, a qualificação e ensino profissional, a defesa do ambiente e a comunicação multimédia.

Para atingir estes objetivos o CFAD propôs-se implementar e manter uma série de atividades e projetos que consigam promover o crescimento harmonioso do homem e da mulher integrados na família e na sociedade.

Para as crianças a instituição criou um Centro de Atividades de Tempos Livres, uma Ludoteca e o Cantinho das Terapias. Para os idosos foi implementado o Serviço de Apoio ao Domicílio, um Centro de Dia e uma Estrutura Residencial para Idosos. Para os jovens e adultos a formação foi uma constante na vida do CFAD, através do desenvolvimento de cursos de formação profissional de dupla certificação, da dinamização, desde 2005, de um “Centro de RVCC -Reconhecimento, Validação e Certificação de Compe-tências”, que evoluiu para “Centro Novas Oportunidades”, “Centro para a Qualificação e Ensino Profissional” e, a partir de 2017, para “Centro Qualifica”. Durante estes anos foram certificados com diploma académico de ensino básico e secundário 1552 adultos.

ao serviço da Guarda30an

os

Foi no dia 13 de dezembro de 1988 que foi criado, por escritura pública, o Centro de Formação Assistência e Desenvolvimento (CFAD). Passados quase 30 anos Virgílio Mendes Ardérius, Presidente da Direção, revela-nos como tudo começou…

Atento aos problemas da sociedade e família, assumiu desde fevereiro de 2009, o funcionamento do Núcleo de Apoio à Vítima de Violência Doméstica em parceria com outras entidades a nível distrital.

No seguimento de um projeto piloto, a nível nacional, em 2014 implementou um Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (S.A.A.S), no âmbito da Rede Local de Intervenção Social (R.L.I.S.) em parceria com o Instituto de Segurança Social, IP / Centro Distrital da Segurança Social da Guarda. Também em parceria, mas desta feita, com Instituto de Emprego e Formação Profissional foi colocado em execução um Gabinete de Inserção Profissional (G.I.P.) integrado na Rede de R.L.I.S., e que numa lógica de proximidade, contribui para a inserção ou reinserção profissional de jovens e adultos desempregados.

Tendo em conta as dificuldades acrescidas de muitas famílias aderiu, em 2012, ao Programa de Emergência Alimentar, através da Cantina Social que continuou a partir de janeiro corrente a servir, diariamente, 38 refeições das 75 anteriormente distribuídas.

Desde abril de 2014 que desenvolve o projeto “Agir para Prevenir” dirigido especialmente aos jovens para uma boa inte-gração na família e na sociedade sensibilizando-os para os riscos do consumo de drogas lícitas e ilícitas e o projeto “(+) Igualdade (-) Violência” orientado para a sensibilização e combate às várias formas de violência existentes na sociedade, com especial enfoque nas camadas jovens.

Como entendemos que a formação integral do ser humano passa também pela dimensão cultural, informativa e lúdica o CFAD, há 25 anos, fez renascer das cinzas a Rádio Satão dando-lhe uma nova dinâmica, designando-a de “Rádio Alive” e que pode ser sintonizada na frequência 89.9 FM.

O êxito de qualquer instituição, e do Centro de Formação As-sistência e Desenvolvimento também depende não só dos órgãos diretivos, mas da dedicação e empenho de todos e cada um dos seus 70 colaboradores.

Olhamos o futuro como um desafio de inovação…

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Energias Renováveis

Há cerca de quarenta anos, numa visita a Israel, despertou-me a atenção e depois a curiosidade, ver nos telhados de muitas casas, bidons cilíndricos, vindo depois a saber que eram para aquecer a água, para usos domésticos.

Eram já as primeiras centrais térmicas para aproveitamento da energia produzida pelos raios solares.

Daí brotou a minha motivação e interesse pelo aproveitamento das energias re-nováveis, até como contributo indispensável para a defesa do ambiente e proteção do planeta Terra, o nosso “habitat”.

Como dirigente do CFAD e com a concordância dos órgãos sociais, passámos à ação e, logo no início da década de 90 instalámos na instituição os primeiros painéis solares para aquecimento da água e como apoio aos quatro cilindros elétricos existentes. Com manutenção regular ainda hoje funcionam.

Ainda na mesma década concorremos aos apoios comunitários, para construção de uma central de biomassa, estilhadores, um móvel e outro fixo, onde durante muitos anos produzimos a estilha para aquecimento das instalações da instituição, com duas caldeiras de queima e já com um esquema automático.

Nessa altura foram criadas pelo governo as chamadas “Empresas de Inserção Profissional” integradas por cinco homens e mulheres, renovadas anualmente. Durante

anos, em colaboração com a Junta Autónoma das Estradas, foi possível limpar ou cortar muitas árvores em decadência e não faltou material para fabricar estilha.

Como os vencimentos eram pagos pelo programa em 80%, ao terminarem, deixou de ser rentável e tornou-se mais económico recorrer a caldeira, a gás, como acontece ainda hoje.

Em 2007, pelo Despacho nº 19808 foram abertas pela Direção Geral de Geologia e Energia, candidaturas para a montagem de Centrais Fotovoltaicas, até 5 kw/hora, com a dupla condição de serem apresentados por Instituições Particulares de Solidariedade Social e serem instaladas em escolas, com o objetivo de “sensibilização das camadas mais jovens para a utilização das energias renováveis e as receitas reverterem para ações de solidariedade social”.

Com a colaboração da Câmara Municipal da Guarda, do Ministério da Educação e alguns privados, foi possível candidatar quarenta e cinco centrais, vindo a ser todas aprovadas. O início da montagem só foi possível em 2010.

E, como não houve qualquer apoio comunitário ou estatal, foi preciso recorrer à banca e contrair um empréstimo de médio e longo prazo que está a ser amortizado com as receitas da produção elétrica injetada na rede da EDP.

Surgiu nova oportunidade no Programa “Mais Centro”, tendo sido aprovada uma candidatura para produção de energia fotovoltaica, até 20 kw/hora, para consumo próprio, uma central solar térmica para três mil litros de água para fins domésticos, encontrando-se a funcionar em pleno.

Teve um apoio de 85% e bom seria, para bem das IPSS, que surgissem outras semelhantes.O último investimento, já no ano corrente foi com a aquisição de um

carro de 5 lugares, totalmente elétrico, através de um Contrato de Locação Financeira, intermediado pelo Montepio Geral.

Finalmente o CFAD adquiriu há vários anos a Quinta das Fórnias, contígua ao “Carapito de S. Salvador” e a razão primeira foi a instalação de um parque eólico, tendo na altura assinado um acordo com a Generg – Energia Natural, detentora de parques eólicos em vários pontos do país designadamente no Concelho da Guarda.

A sua localização e as medições do vento são favoráveis, os estudos prévios também, falta a atribuição de potência e financiamento.

O CFAD colabora assim para a defesa do ambiente…

Virgílio Mendes Ardérius

Imagem 1 – Instalações do CFAD.Imagem 2 – Carnaval 2018: convívio intergerações.Imagem 3 – Festa de Natal 2017.Imagem 4 – Edição de CD com jogos e vídeos para a sensibilização ambiental (produzido no âmbito do Projecto Microgeração IPSS | CFAD | 2016).4

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Através do gosto pessoal por estas modalidades, sentiram a necessidade de criar um grupo folclórico para ocupar as mulheres da aldeia: o Rancho Típico de Miro “Os Barqueiros do Mondego”, que ainda hoje está ativo.

Posteriormente, decidiram apostar na ação social e na solidariedade, com uma atenção específica à população mais idosa: “sempre foi uma área que me comove e mexe comigo. Estamos a falar dos nossos avós, dos nossos pais ou dos tios, que acabavam por não ter ninguém a tomar conta deles”, declara o fundador.

O processo para a aprovação foi demorado e só no ano 2000 é que o Grupo se tornou IPSS: “Nós já estávamos a pensar em desistir quando veio a notícia no Diário da

Estávamos na década de 70, quando Manuel Nogueira e alguns dos seus amigos, todos residentes na cidade de Coimbra, iam aos fins de semana para a aldeia de Miro, local que, como diz, era uma aldeia fantasma, onde nada havia para os jovens de divertirem, e então tudo começou por uma ideia de como passar o tempo, começando assim “com a criação de um grupo informal, designado por Grupo Aventura de Miro”, de acordo com Manuel Nogueira.

Pela paixão e determinação de mudar a aldeia e de criar espaços e projetos para a população, pouco tempo depois criaram um grupo mais ligado ao desporto, come-çando pelo Atletismo: “Depois passámos para o futebol, na década de 80”, afirma Manuel Nogueira, que na altura era atleta da Académica de Coimbra na modalidade de atletismo.

“Miro, muito mais do que um lugar”

Para combater a desertificação desta aldeia, Manuel Nogueira, fundador e atual Presidente do Grupo de Solidariedade Social, Desportivo, Cultural e Recreativo de Miro, em conjunto com alguns amigos, resolveu dedicar-lhe toda a sua paixão e suor.

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República, e foi só ai que as obras arrancaram”, contex-tualiza.

Miro contém apenas cerca de 200 habitantes e, nesse cenário, uma instituição como esta assume uma especial importância. “O povo desta terra começou a acreditar mui-to no nosso potencial e que era possível que nós jovens conseguíssemos dinamizar a aldeia”, afirma Vítor Andrade, diretor do Departamento de “Projetos e Desenvol-vimento”.

Quando o pro jeto teve inicio, a institui-ção abriu com quatro valências: a Creche, o Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário e a Estrutura Residencial para Idosos.

Mais tarde, para o bom funcionamento do Grupo, foram criadas quatro áreas de fun-cionamento: a área da juventude e desporto ligada à parte desportiva para as modalidades de futsal, natação e atle-tismo e organização de campos de férias; tam-bém o apoio ao funciona-mento, ligado à logística de transportes, à área da saúde, fisioterapia e cuidados médicos; ao departamento social que engloba o Complexo Social de Miro e o Centro de Atividades de Tempos Livres e, por último, o Departamento de Proje-tos e Desenvolvimento, virado para o desenvol-vimento local.

Com o lema “Miro muito mais que um lu-gar”, além do Grupo, a aldeia conta com mais de cerca de 10 organi-zações para que todo o trabalho seja elaborado da melhor forma possível e para que ninguém fi-que de fora dos eventos.

Tendo em conta que o programa do “Miro mui-to mais que um lugar” já está agendado para todo o ano 2018, as datas mais importantes a destacar são: os dias 23, 24 e 25 de Março, altura em que se irá realizar-se o 68º Encontro de Autocaravanas em Miro; dia 1 de Abril, “Miro mais florido” com tapetes à entrada das portas no dia da visita pascal;

dia 7 e 8 de Abril, é comemorado o Dia dos Moinhos Aber-tos; dia 30 de junho, uma das festas mais emblemáticas da aldeia e do concelho, a “Festa do Barqueiro”, que decorre junto ao rio Mondego, a Festa da Broa, para os dias 15 e 16 de Setembro e, do dia 1 de Dezembro até ao dia 6 de janeiro de 2019, o “Miro aldeia presépio”

A sua equipa, com aproximadamente 50 colaboradores preza um trabalho inova-dor e de união com toda a população envolvente. As pessoas que acre-ditam no projecto “Miro muito mais que um lugar” reúnem frequentemente em Assembleias Comu-nitárias, com o objetivo de discutir os assuntos, projetos e ideias que possam surgir e, para que o próprio povo tenha uma palavra a dizer.

Visto que o Complexo Social de Miro teve um grande crescimento nes-tes últimos anos, reforçou as suas valências, tendo mais de 200 pessoas em lista de espera para a Estrutura residencial para idosos, com capa-cidade para 44, o Apoio Domiciliário com uma ca-pacidade de 30 utentes, assim como o Centro de Dia. A maior fatia vai para as atividades de tempos livres (C.A.T.L) que tem resposta para cerca de 55 pessoas.

Para o futuro, o pro-jeto “Miro muito mais que um lugar”, apostando assim no desenvolvi-mento local e turístico da aldeia de Miro e do Concelho de Penacova, tem como principal foco criar sustentabilidade: “O nosso lema e visão é pegar naquilo que é visto como potencial e não está a ser bem ex-plorado ou desenvolvido e darmos-lhe um outro sentido, com mais-valia para mostrar às pessoas o que podemos fazer”, afirma Rita Ribeiro, Ani-

madora Socioeducativa da instituição, ligada ao desen-volvimento local. “Para isso contamos com todo o apoio e dedicação da população envolvente, assim como com a colaboração de todos os parceiros locais”.

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Do ramo de seguros para o gosto pelo turismo e por viajar frequentemente, Rui Oliveira criou a sua agência em 2003. Desde novo com o sentido de puro turista e com uma ligação próxima à área, surgiu a oportunidade de um franchising, para proporcionar lugares de sonho aos seus clientes.

om o aparecimento dos franchisings em Portugal, por volta dos anos 2000, Rui Oliveira, apesar de ter vindo da área dos seguros, juntou o útil ao agradável e agarrou a oportunidade de comprar a sua agência, em 2003, a um grupo espanhol. No entanto, foi só no ano de 2008 que decidiu terminar com o franchising e foi aí que criou a Lugares de Sonho, agência situada em Coimbra. Rui Oliveira reconhece os anos de experiência e criou a sua própria marca, sozinho, dando sequência a uma nova etapa com apenas dois colaboradores.

Tendo em conta que o turis-mo é um setor em grande trans-formação, no qual as agências devem obter o máximo de infor-mação possível relativamente aos locais, muitas vezes estar na linha da frente não é fácil e Rui Oliveira defende que “não é importante mas sim funda-mental ter lá estado. Procuro sempre ir visitar os locais an-tes de poder comercializar”. Por sua vez, o gerente da Lugares de Sonho garante que “90% do produto que mais vendo, eu já conheço porque já lá estive… Conheço os hotéis, os destinos, a viagem até lá, como fazer, basicamente o processo geral desde a aterragem no aeroporto”.

Através desse conhecimento, a Lugares de Sonho destaca-se por poder adequar ao cliente a melhor viagem possível: “a satisfação do cliente resulta sempre numa equa-ção, expectativa x realidade, portanto nós tentamos evitar ao máximo que os nossos clientes sejam defraudados ou que a experiência deles não seja aquilo que esperavam”, explica. Sempre com um atendimento personalizado, a Lugares de Sonho tem a vantagem de dar sempre um “plus” aos seus clientes.

Sendo uma microempresa, a Lugares de Sonho tem também combatido a revolução tecnológica que veio trazer grandes modificações ao setor, como nomeadamente os ris-cos que os consumidores arriscam ao partilhar a informação pessoal dos dados do seu cartão de crédito ou o número do cartão de cidadão. “As pessoas vão pelo preço, pelo preço muito apelativo, nos sistemas online é cada vez mais fácil fazer uma reserva e a publicidade desses sites surge em qualquer lado”, afirma.

Dono de uma experiência há largos anos consolidada, Rui Oliveira está atento às necessidades reais de cada cliente e é assim que permanece competitivo neste mercado: “Nós temos a capacidade de antecipar as suas necessidades e isso só se consegue com esta proximidade e com este conhecimento prévio daquilo que procuramos ter quando estamos a vender”.

Concretizar sonhos nunca foi tão como agora…

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É um facto científ ico, após vários estudos e conclusões, que o ensino artístico não só cultiva a arte desde tenra idade, como também promove e c r ia competênc ias essenciais para os Homens e Mulheres de amanhã.

ensinocomo ferramenta de crescimento intelectual

artístico

Desde logo, estando enraizada na cultura portuguesa e bem vincada na formação dos jovens, esta tipologia de ensino tem sido, ao longo das últimas duas décadas, uma forte aposta quer no ensino público como no privado. Claro que se admitirmos que a procura tem aumentado, não podemos fazê-lo com a premissa de que surgirão o mesmo número de artistas profissionais. Todavia, é uma compontente no ensino que gradualmente é mais bem vista, comum e transversal a todos, pelos encarregados de educação que, atualmente mais informados por via de todas as plataformas à disposição, incentivam os seus educandos a apostar na apren-dizagem das artes.

Os benefícios da música, da dança e das artes performativas são tantos que, hoje em dia, existe uma oferta extremamente extensa em termos de instituições e protocolos estabelecidos com escolas públicas, agregando encarregados de educação, alunos e professores. Temos como facto empírico que, com a particular aposta na música para bebés, estas crianças muito cedo desenvol-vem capacidades como a concentração, dedicação, organização e método de trabalho. Obviamente que não podemos fazer um exercício de futorologia e afirmar que todas as crianças que têm

contato precoce com a arte vão querer apostar nessa área.Podemos afirmar sim, com plena convicção, que os alunos que

têm na sua formação quotidiana a prática musical, por exemplo, em regime articulado, estão normalmente inseridos nas turmas com melhor aproveitamento a nível global. Toda as instutições de ensino afirmam que este facto não é fruto de uma amostra isolada, mas sim de um facto comprovado, tão só e simplesmente visível pelas pautas no final de cada período letivo.

Assim, o ensino artístico não só atribui competências únicas, como prepara os jovens para um mercado de trabalho mais exi-gente e cada vez mais competitivo. Assim, as propostas artísticas são por inerência uma mais-valia para o crescimento psicossocial dos jovens, ao mesmo tempo em que os dota de sensibilidade artística e mais capacidade intelectual.

Em suma, o ensino artístico só traz vantagens e possui apenas virtudes, na medida em que promove o desenvolvimento intelectual, fomenta e promove a cultura geral da população e incentiva a que jovens com talento – muitas vezes escondido – tenham oportunidades a nível profissional nas melhores bandas e orquestras mundias.

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As fundadoras começaram por dar aulas de piano em casa e nasceu assim a escola, que a partir daí foi crescendo, embora sempre com a preocupação de manter um ambiente familiar e uma grande proximidade entre alunos e professores. Sem herdeiros, as fundadoras decidiram, em 1973, deixar a escola a três discípu-las: Fernanda Wandschneider, Teresa Matos e Conceição Caiano, tia da nossa interlocutora.

A atual direção está a cargo de Luísa Caiano e Álvaro Teixeira Lopes. Apresen-tando-nos os princípios que têm regido a instituição ao longo de todos estes anos, Luísa Caiano diz-nos que “o objetivo do CMSM é promover um ensino musical de excelência e não descurar a exigência. Por outro lado, proporcionar uma vivência musical muito intensa ao realizar vários espetáculos e apresentações públicas, mantendo-nos envolvidos com a comunida-de”, revelando também que “criar uma or-questra foi uma grande preocupação”. Em 2010, iniciaram um projeto em parceria com a Câmara Municipal do Porto, o “Música Para Todos”, fomentando o mesmo tipo de ensino para alunos de meios socialmente desfavorecidos.

Com cerca de 500 alunos e 35 docen-tes, distribuídos por 14 instrumentos, a sua oferta escolar começa no pré-escolar, sem instrumento, só com o contato com a música. Dos seis aos nove, os alunos têm a Iniciação Musical, com a aprendizagem de instrumentos em grupos de dois ou três alunos. Posteriormente, têm a oferta de Ensino Básico e Secundário, nos regimes articulado e supletivo. O ensino articulado tem a particularidade de ser gratuito (financiado pelo MEC) a partir do 5ºano de escolaridade para alunos que se matriculem numa das escolas básicas e secundárias de ensino regular com quem o CMSM têm protocolo: Clara de Resende, Cerco, Fontes Pereira de Melo e Francisco

Torrinha. O CMSM possui igualmente os seus cursos livres e, em 2011, aderiu ao projeto Rock School, uma entidade inglesa que certifica o ensino pop/rock, abrindo a Rockinschool Silva Monteiro.

Para Luísa Caiano, a missão subjacen-te a toda esta atividade é “formar músicos, mas também ouvintes. Estamos a fomentar nestes alunos o gosto de ir a um concerto”. O principal evento que realizam para os alunos é o festival “Concerts4Good”, que visa angariar fundos para a orquestra.

Um dos projetos que mais têm mere-cido a aposta do CMSM é também o Con-curso Internacional Santa Cecília, realizado em julho, dedicado ao piano, cujo objetivo é trazer ao Porto os melhores pianistas do mundo. No ano passado, contaram com 120 concorrentes de 26 países. “A preo-cupação é não perder a missão inicial da escola que é o piano, e este concurso, que vai realizar este ano a 20ª edição, pretende tornar-se uma referência para os pianistas mundiais”, conclui a diretora.

Uma de memórias e futuro

O Curso de Música Silva Monteiro, no Porto, fundado pelas irmãs Ernestina, Carolina e Maria José Silva Monteiro, oriundas de uma família abastada comemorou no passado dia 2 de Março 90 anos de existência. Luísa Caiano, em entrevista connosco, revelou a tradição desta casa.

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Supletivo. Paralelamente, disponi-biliza um amplo conjunto de cursos livres.

Fora da formação de caráter oficial, oferece o curso livre de Dança que, mediante protocolo com o Conservatório Nacional de Dança, possibilita ao aluno a cer-tificação por este estabelecimento. O Conservatório de Música da Maia tem também formações extracurri-culares dirigidas a adultos, jovens adultos e séniores (Class Band e Coro de Pais).

De acordo com Susana Santos, o que melhor define a pedagogia praticada neste estabelecimento é “uma visão da arte que é muito integrativa”. Explicitando: “Somos uma escola de Ensino Especiali-zado de Música mas percebemos que um músico é um artista e é isso que tentamos criar nos nossos

vatório tem sido frutífero designa-damente ao nível do “cumprimento do plano estratégico de promoção da cultura no concelho”, que prevê a promoção de um conjunto de ati-vidades culturais ao longo do ano.

Assim, a comunidade beneficia dos resultados da ação educativa que o Conservatório tem vindo a desenvolver, sendo que o estabe-lecimento coopera igualmente com uma série de outras entidades da Maia e não só.

Presentemente, trata-se de uma escola com cerca de 150 alunos. A oferta letiva que lhes é destinada tem início no curso Pré-Escolar (destinado a crianças de 4 e 5 anos), seguindo-se os cursos de Iniciação Musical (para crianças dos 6 até aos 9 anos) e os cursos do Ensino Básico e do Secundário, tanto nos regimes Articulado como

Estivemos à conversa com Su-sana Santos, diretora da instituição, e com Emília Santos, vereadora do Município da Maia responsável pelo pelouro da Educação. Dentro da política educativa e também cultural desta autarquia, a colaboração com o Conservatório tem assumido uma posição de nítida relevância. Emília Santos congratula-se por esta ser uma entidade “que é uma referência no concelho mas que, para além disso, transporta o nome da Maia para outros locais e até para outros países sempre com dignidade e com nobreza”.

O Conservatório, instituição que desde 1998 presta um serviço públi-co de ensino artístico especializado de música, desempenha um papel que, nas palavras da vereadora, “deveria ser uma responsabilidade do Estado e não é”. Acrescentando, dá ênfase “ao entusiasmo e à moti-vação com que o Município abraça a responsabil idade de apoiar a instituição, cujo serviço deveria merecer uma atenção mais cuidada e diferenciada por parte do Estado”.

Conforme nos é relatado, o protocolo entre Câmara e Conser-

Pretendemos criar artistas

O Conservatório de Música da Maia está a completar duas décadas de existência, ao longo das quais tem desempenhado um serviço público de ensino e um forte envolvimento na vida cultural do concelho.

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alunos. Procuramos desenvolver ao máximo a sua capacidade criativa e expressiva e o nosso patamar máximo ocorre quando consegui-mos integrar a música e outras expressões num único momento em palco. Pretendemos criar artistas e não especificamente músicos ou bailarinos”.

Tem sido à luz desta filosofia que o Conservatório já conseguiu, inclusivamente, levar alunos seus à obtenção de medalhas em concur-sos internacionais. “Levar o nome do concelho e do país ao estrangei-ro com tanto reconhecimento é uma honra para todos nós”, sublinha a diretora.

Quanto ao futuro do Conser-vatório, merece destaque a con-firmação de que as obras para a construção de um novo auditório vão arrancar, o que irá colmatar uma lacuna que o estabelecimento (a funcionar em instalações que já foram de uma escola pública e também do Instituto Universitário da Maia) tem sentido.

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conferindo-lhe o enquadramento certo na programação cultural do município. O que nos motivo a abraçar, não apenas este, como qualquer projeto cultural é, antes de tudo e mais do que qualquer outro motivo, a qualidade do produto cultural que é proposto e a marca que o mesmo pode deixar no concelho, em particular junto dos mais novos. Este projeto consegue cumprir com todas essas vertentes.

Em que sentido é que esta iniciativa vai ao encontro da política cultural do Município e como é que nos apresenta as linhas-mestras dessa mesma política?

Conforme ficou referido anteriormente, esta iniciativa vai de encontro ao nosso projeto cultural para o Município de Gondomar, pois que, e desde logo, traz consigo a cultura no melhor que ela nos pode oferecer, promovendo a participação de grandes executantes desta arte, que caucionam qualita-tivamente o evento. E esta parte está garantida pelo grande número de inscrições já realizadas, o que transforma este primeiro Concurso Internacional de Gondomar, no maior até agora realizado em Portugal, na vertente da percussão. Depois consegue também envolver diversas classes etárias e, muito em especial, os mais jovens, promovendo hábitos culturais e deixando marcas para o futuro, o que é, obviamente, um fator decisivo a cumprir no nosso projeto cultural para Gondomar. Para além disso, é também muito importante a participação do nosso movimento associativo local, participação essa não apenas formal e passageira, mas informada e empenhada numa certa constância de projeto, como vem acontecendo com a Banda Musical de Gondomar, que colabora com o Município ao longo de todo o ano, em diversas vertentes que ultrapassam em muito este projeto. Estamos convencidos que essa colaboração praticamente permanente, com a Banda Musical de Gondomar e outras instituições locais de excelência, é um dos principais motivos facilitadores e promotores do sucesso deste concurso e de tudo o mais que continuaremos a promover nesta matéria e seguindo a mesma bitola.

O que poderemos esperar do I Concurso Internacional de Percussão?

Podemos esperar uma iniciativa com muita música e gran-des executantes, revelando-se também como um bom exemplo da afirmação de Gondomar no que diz respeito à área cultural. Erguemos este concurso e, pelos dados que já estão ao nosso dispor, designadamente pelo elevado número de inscrições e pelo interesse que o evento foi capaz de gerar, estamos conven-cidos que será um enorme êxito. Este I Concurso Internacional insere-se na estratégia cultural que temos seguido em Gondo-mar, sempre que possível em parceria com o nosso movimento associativo local. Neste projeto avançamos em conjunto com a Banda Musical de Gondomar, no seguimento de uma série de iniciativas que já promovemos em parceria ao longo do ano.

De que forma é que o Município de Gondomar está envolvido na sua realização e o que é que o motivou a abraçar este projeto?

O município é parceiro da Banda Musical de Gondomar na organização do concurso, nomeadamente participando no pla-neamento da iniciativa, na gestão dos equipamentos e recursos afetos à mesma e na estratégia geral que o evento deve seguir,

A cidade prepara-se para receber o I Concurso Internacional de Percussão. A iniciativa da Banda Musical de Gondomar, com o apoio da Câmara Municipal, promete trazer à cidade música de alto nível. Falámos com Luís Filipe de Araújo, Vice-Presidente da autarquia e também Vereador da Cultura.

Gondomar aposta na

Cultura

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BANDA MUSICAL DE GONDOMARA instituição que deu origem a este

projeto tem uma história de 155 anos. Desde essa altura que teve um papel determinante na afirmação de Gondomar como “terra de músicos”, conforme nos explica o atual Presidente da banda, Daniel Fernandes.

Na sua génese, “sempre esteve o ensino da música”, alimentando a filar-mónica com sucessivas gerações de novos intérpretes. No cenário atual, a missão pedagógica da Banda Musical de Gondomar está em ser um “garante democrático” deste tipo de ensino. Re-cebe uma média de 100 alunos por ano.

Recentemente, com a passagem a uma frequência bianual do Concurso de Percussão da Covilhã, a Banda Musical encontrou aqui uma oportunidade de trazer um evento relevante a Gondomar. Rui Pereira, da direção da banda e da organização do Concurso, explica-nos que irá abranger “quatro categorias, dependendo da idade, com prémios que são mais um aliciante e que, ao mesmo tempo, acabam por elevar a categoria do concurso”. Assim, estarão presentes can-didatos provenientes de outros países. Também o próprio júri terá o atrativo de apresentar um nome de destaque inter-nacional como Filippo Lattanzi e outras figuras de relevo como André Dias, Nuno Aroso ou Marco Fernandes.

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Um caso de sucesso na formação de

artistasA instituição foi fundada em fevereiro de 1979, por Hugo Berto

Coelho. O mentor do projeto tinha o sonho de dar uma outra expres-são à sua prática de ensino musical, que até aí tinha lugar em sua casa e também em casas de alunos. O momento da fundação da escola foi o momento em que conseguiu instalar esta sua atividade numa casa secular, pertença do Seminário da Boa Nova.

Aí se manteve durante 30 anos. Perante a qualidade manifestada e a correspondente procura, o crescimento tornou-se um resultado natural e lógico. Assim, veio um novo grande sonho, que foi a cons-trução, de raiz, de um novo espaço. No princípio do ano letivo de 2009/2010, a Academia de Música de Vilar do Paraíso apresentou--se num edifício plenamente moderno, amplo e beneficiado por uma boa iluminação. Para além destas características, a sua arquitetura procurou, de forma rigorosa, ir ao encontro das necessidades muito específicas das artes aqui praticadas. O espaço está distribuído por três núcleos: um destinado à música; outro destinado à dança e ao teatro e um terceiro, onde funciona a parte administrativa e demais serviços. Tem ainda uma apreciável área envolvente, com recreio, campo de jogos e áreas verdes.

A atual “casa” da Academia de Música de Vilar do Paraíso veio trazer-lhe novas condições para dar cumprimento a uma oferta que é cada vez mais alargada. Trata-se de uma escola de ensino voca-cional artístico (com autonomia pedagógica desde 2007), que leciona cursos oficiais de Música e Dança nos regimes Integrado, Articulado, Supletivo e Livre, dirigindo-se a estudantes do Pré-Escolar até ao nível Secundário, num total de cerca de 800 alunos. Sempre atenta a novas sensibilidades e preferências, a Academia foi pioneira em Portugal na criação do curso de Teatro Musical, em 2003, e, em 2015, deu início à oferta de Jazz e Música Moderna no Ensino Secundário.

Com uma ação pedagógica fortemente orientada para a exi-gência a nível performativo e académico, a instituição mantém também como princípio fundamental o valor da arte en-quanto fator para o crescimento pessoal de cada aluno. Simultaneamente, a Academia de Música de Vilar do Paraíso define-se também pelo estímulo que dá aos seus diferentes conjuntos instrumentais, corais, de dança e de teatro, promovendo a sua frequente presença em iniciativas culturais no país e no estrangeiro.

A Academia de Música de Vilar do Paraíso, instalada nesta freguesia do concelho de Vila Nova de Gaia, é uma das maiores referências no panorama nacional do ensino artístico. Entre os seus maiores motivos de orgulho, está a forma como tem ajudado a construir o percurso de vários profissionais que hoje são reconhecidos nacional e internacionalmente.

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e os Afetos na MúsicaO Conservatório de Música de Santarém nasceu em maio de 1985, da vontade de um grupo de 12 amigos que entendiam que a música faz parte do desenvolvimento do ser humano. Falámos com Beatriz Martinho, Presidente da Direção e professora de Educação Especial, que nos explicou o que deu forma a este Projeto.

AHumildade

O principal objetivo, aquando da sua fundação, foi criar uma escola de música – e, posteriormente, também de dança – acessível a todas as crianças que a quisessem estudar. “Democratizar a mú-sica e torná-la acessível a todos é o nosso projeto educativo, assim como partilhar com a comunidade o que aqui fazemos ”, acrescenta.

A sua oferta escolar começa na iniciação musical, dos 3 aos 10 anos, e continua até ao 8º grau, em regime Articulado ou Supletivo (básico e secundário), do Ensino Oficial do Conservatório, a partir do qual os alunos poderão ingressar em Escolas Superiores de Música em Portugal e no Estrangeiro. Possuem Cursos Livres, para todas as idades e, também, dão aulas a Crianças com Necessidades Educativas Especiais. Atualmente, têm cerca de 500 alunos e 42 professores que lecionam, não só no Conservatório, mas, igual-mente, em Estruturas Sociais da região, onde a solidariedade é o mote principal. Também em Jardins de Infância da Rede Pública e Particulares.

Para a professora, “a música devia sempre fazer parte da nossa formação como ser humano e verdadeiro cidadão, porque é um complemento que cultiva a alma, de forma dinâmica, interpessoal de saberes, quereres e afetos, numa interculturalidade sem fronteiras”.

Os seus alunos são, frequentemente, escolhidos para atuar nos Dias da Música no CCB. Possuem Cursos relativos a 23 ins-trumentos musicais, lecionando Dança Contemporânea e Ballet como Cursos Livres.

Ao longo do ano, promovem diversos Concertos/ Eventos, Recitais, por iniciativa própria ou a convite, solidários ou não, numa oferta de direito à comunidade. Destacam-se o Encontro Nacional de Coros de Jovens – Maiojovem, o Concurso de Guitarra Portuguesa e Acordeão (cujo Concerto de Gala e Entrega de Prémios têm lugar no CNEMA na Feira Nacional de Agricultura), Scalaflauta – Master-class de Flauta Transversal, Medleys, no início e final de Ano Letivo,

Concertos pelos Vórtice Project (com Concertos já realizados a convite do Conservatório de Will, na Suíça), celebração de Dias da Música, Dança, Jazz, Internacional da Mulher, de Natal, etc. É o único Conservatório de

Música do país Escola Associada da UNESCO.Um dos grandes objetivos deste Conservatório é estabelecer

um intercâmbio vivo em Portugal, agregando sinergias dos vários Conservatórios do País. Esta atitude, visando uma integração global, a par da procura constante de novos objetivos, com humildade, é o grande foco para o futuro, “dando relevante importância aos afetos, base fundamental para a construção de uma verdadeira cidadania”, conforme conclui a Diretora.

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referência

Trata-se de uma instituição sem fins lucrativos, que concentra na sua atividade três grandes valências: o coro misto, a oficina de teatro e o conservatório de artes. É na primeira destas três que reside a génese da Canto Firme. Nascida em 1980, o seu surgimento deu-se a partir de um conflito artístico dos coralistas que até aí pertenciam a uma sociedade filarmónica local.

Nos anos seguintes, dá-se a fundação da escola e a construção do edifício onde presentemente a Canto Firme está sediada. Aqui, a instituição está equipada com 23 salas de aula e dois auditórios de referência em Tomar (o Auditório João Mota, onde funciona a Oficina de Teatro, e o Auditório Fernando Lopes-Graça, com capacidade

para 250 lugares).Para além das instalações principais, a Canto Firme

tem presença física tanto em Mação como em Vila de Rei, com a oferta do Ensino Articulado e Cursos

Livres em parceira com os agrupamentos de es-colas. O conservatório disponibiliza cursos que

abrangem todas as idades, estando incluídos no seu leque as Expressões Artísticas na

Primeira Infância (com Música, Dança e Yoga para pais e bebés), a Iniciação

Musical (com o Projeto “Firminhos”), o Ensino Articulado e Supletivo,

uma ampla panóplia de Cursos Livres e os referidos Cursos

Profissionais (nomeadamen-te de Instrumentista de

Sopro e Percussão; Cor-das e Tecla e Interpre-

tação), lecionados em parceria com o

Agrupamento de Escolas Jáco-

me Ratton.

A Associação Canto Firme, sediada em Tomar, destaca-se na realização de atividades culturais ao mesmo tempo que é, hoje, uma das entidades mais completas de toda a região Centro no que diz respeito à oferta de formações artísticas, designadamente com foco na música.

Cada vez mais, uma

na Educação e na Cultura

Sobre a visão pedagógica que inspira todo este tra-balho, Simão Francisco (presidente da Direção), diz-nos que “tem-se procurado criar um projeto que não esteja repartido em blocos mas sim que tenha um seguimento lógico”. Acrescenta que vem “daí a aposta na música desde o início, e está a ser ganha a aposta em levar as crianças desde os zero anos até um Curso Profissional”. Daniel Frazão, um dos dois diretores pedagógicos da instituição, explica também que os “cursos profissionais são planeados com um grande foco no futuro dos alunos, neste caso no acesso ao Ensino Superior, em que a taxa de sucesso é bastante elevada”. Simão Francisco diz-nos ainda que, para além do prosseguimento dos estudos e do enquadramento destes jovens num futuro profissional ligado à música, colocam também no horizonte destas crianças e jovens a possibilidade “de continuarem a ter contacto com a sua zona, estando envolvidos em projetos de alta quali-dade musical”.

É também nessa perspetiva que a Canto Firme tem levado avante projetos de grande ambição a nível da sua par-ticipação na vida cultural de Tomar e áreas circundantes. Entre as muitas dezenas de iniciativas dirigidas à comunidade, é de evidenciar a criação da Orquestra Sinfónica de Tomar, iniciada há dois anos e que teve o mérito de, pela primeira vez em mais de 40 anos, ter trazido à cidade música sinfónica o fe rec ida por uma organiza-ção local.

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Estivemos em diálogo com Fernando Pavão, Suzana Batoca e Sílvia Sobral, da direção da Academia de Música de Almada. Os três responsáveis conversaram connosco sobre este estabelecimento e sobre os constrangimentos sentidos pelo setor educativo do qual fazem parte.

A Academia de Música de Almada foi constituída em 2003, com-pletando uma lacuna que tinha ficado por preencher a partir do fim da Escola Profissional de Música e Artes de Almada e do Conservatório Regional de Almada. Fernando Pavão e Suzana Batoca, atuais dire-tores executivos da Academia, tinham sido diretores pedagógicos do referido Conservatório. Assim, mobilizaram esforços para que, com o apoio da Câmara Municipal de Almada, fosse reativada a presença de uma escola de ensino artístico no concelho.

Entre o já mencionado ano de abertura e 2015, a Academia de Música de Almada funcionou nas instalações da Sociedade Recreativa Musical Trafariense. As antigas instalações da escola profissional, dentro do perímetro da casa apalaçada – Solar dos Zagallos – na Sobreda, em situação de grande degradação e entretanto recupe-radas, acolheram a Academia de Música de Almada tendo ficado instalada neste conjunto de edifícios do Património Municipal a partir do ano letivo 2015/2016.

Conta com oito salas para aulas de instrumento e com cinco para disciplinas teóricas, assim como um auditório destinado às classes de conjunto, para além da regular utilização de outros espaços disponibili-zados pelo Município com vista à realização de audições e concertos. O seu corpo docente é constituído por 40 elementos, que asseguram diferentes níveis de ensino, nos quais se incluem os Cursos Básico e Secundário de Música e Canto, nos Regimes Articulado e Supletivo, as classes de Iniciação Musical e os Cursos de Música em Regime Livre, os quais cobrem Acordeão, Clarinete, Fagote, Flauta de Bisel, Flauta Transversal, Guitarra Portuguesa, Guitarra Clássica, Oboé, Piano, Saxofone, Trombone, Trompete, Tuba, Violino, Violoncelo e Canto.

De acordo com a direção, o Projeto Educativo da Academia de

“É preciso que se olhe para o Ensino Artístico de outra forma”

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Música de Almada tem as suas prioridades apontadas “para as classes de conjun-to – dentro das quais existe um número muito abrangente – dando muito ênfase às disciplinas de instrumento e de formação musical”. Indissociável da sua dimensão letiva, está a dinâmica de outras atividades que a escola desenvolve todos os anos. Para além das mais de 30 audições que se realizam em cada período, destacam-se entre os seus principais eventos, o Festival de Música Cidade de Almada juntamente com o Concurso Internacional de Música Cidade de Almada (CIMCA) que lhe está associado, assim como o Festival “Os Sons de Almada Velha – Música nas Igrejas” organizado anualmente pela Academia de Música de Almada em estreita colaboração com a Câmara Municipal de Almada.

Particularmente próxima na agenda é a ocasião em que se realizará o Concurso Internacional de Música Cidade de Almada. A entrar na oitava edição e afirmando-se cada vez mais como uma referência, o CIMCA, integrado no festival de Música Cidade de Almada, vai ter lugar no Solar dos Zagallos, no Convento dos Capuchos, no Auditório da Junta de Freguesia Feijó/Laranjeiro e no Cineteatro da Academia Almadense entre os dias 26 e 30 de março. Mais uma vez nas disciplinas da Guitarra, Piano e Canto contará com concorrentes nacionais e estrangeiros .

Para o futuro, os responsáveis partilham que os objetivos da Academia passam pela “estabilidade”. Esperam que, para isso, “o próximo contrato de patrocínio não traga surpresas desagradáveis como o anterior e que seja justo tanto nos pagamentos como na distribuição do número de vagas pelas diferentes regiões do país”.

Consideram que “era importante que se olhasse para o Ensino Artístico de outra forma”, lamentando que “a sociedade ainda olhe para o ser músico como algo para o qual basta ter talento”. Pelo contrário, de-fendem que é uma atividade para a qual “é necessário muito estudo e muito trabalho” e, descontentes com o tratamento dirigido ao setor, reclamam que a sua organização seja repensada, realçando-se aspetos como a falta de atualidade dos programas curriculares ou a inexistência de uma prova comum entre as escolas.

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Estivemos à conversa com os responsáveis, os profes-sores Alfredo Soares e Andreia Pereira. Os dois têm uma larga experiência no ensino da música e, a dada altura, decidiram apostar num projeto próprio, onde pudessem concretizar as suas ideias.

O projeto arrancou então em 2008, na altura num outro espaço de dimensões mais reduzidas. Rapidamente sen-tiram um boom na procura de alunos, chegando perto dos 200 logo no primeiro ano de atividade. O súbito crescimento ter-se-á prendido com o facto de terem aparecido como uma alternativa, face ao panorama existente em Almada dentro do ensino da música. “Também trabalhamos com a formação ligada à música clássica mas oferecemos a possi-bilidade de outro tipo de repertório, mais pop/rock. Essa foi uma das lacunas que vimos na cidade e entendemos que fazia sentido criarmos uma oferta nestes moldes”, dizem.

Há quatro anos que estão presentes no espaço atual, com seis salas e um local para comercialização de ins-trumentos e equipamentos musicais. Contam com uma dezena de professores e a média anual de alunos tem-se situado nos 300.

A sua oferta de cursos inclui um conjunto de Cursos Livres para uma ampla diversidade de instrumentos musicais, tais como Gui tarra Clássica e Elétr ica, Piano, Canto, Bateria, Violino, Saxofone, Flauta Transversal, entre outros, onde a aprendiza-gem é feita consoante o ritmo de cada um dos estudantes. Simul-taneamente, a Quebra Notas tem a particularidade de ser a única escola de música local com uma certificação da DGERT, para o caso das suas ofertas de Cursos de Certificado Profissional. Aqui, das respetivas áreas de formação destacamos o curso de Técnica Vocal e Técnico de Som.

A inda sobre o ens ino da Quebra Notas, os responsá-veis expl icam-nos que, para além dos elevados parâmetros no ensino da leitura musical, do desenvolvimento auditivo e dos aspetos técnicos de cada instrumento, a escola define-se por “abrir o caminho aos alunos, mostrando-lhes o que poderão fazer e encaminhando-os para uma especialização, naquelas situações onde eles demonstram essa potencialidade”.

No ca lendár io da Quebra Notas, merecem destaque as audições que são real izadas anualmente e que reúnem a grande maioria dos seus alunos. “É o auge do nosso trabalho e, dada a quantidade de alunos, é necessário que o evento dure nor-malmente dois dias. Em edições anteriores, temos conseguido en-cher uma sala para 500 pessoas em cada um dos dias”, partilham.

Abrimos o caminho

A Quebra Notas está a completar uma década de atividade, ao longo da qual se tem afirmado como uma das escolas de música de referência na região de Lisboa e Vale do Tejo.

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tica da própria Banda Filarmónica e não poderia também deixar de estar presente nesta sua iniciativa peda-gógica. Hélder Lopes diz-nos que o Conservatório de Música de Almada que funciona com autonomia pedagó-gica atribuída pelo Ministério da Edu-cação, tendo no director pedagógico Hugo Azenha a imagem do que se pretende, que “haja rigor e exigência no ensino que aplica, mas que isso venha acompanhado de uma atitude tranquila e informal, de solidariedade e de ajuda ao nosso parceiro, o que é próprio do movimento associativo”.

A sua oferta de cursos começa com o Atelier Musical, para crianças dos 3 aos 6 anos, que têm assim um primeiro contacto com diferentes instrumentos. Segue-se a Iniciação Musical, para crianças dos 5 aos 10 anos e, do 5º ao 9º ano de escolari-dade, o Curso Básico de Instrumen-tista de Orquestra, tanto em regime Articulado como Supletivo. Paralela-mente, o Conservatório apresenta um diversificado leque de Cursos Livres,

A sua origem esteve intimamente associada à necessidade de trazer novos elementos à Banda Filarmónica da SRMT. Tendo iniciado do zero há apenas dois anos, hoje conta com 40 alunos. São números que deixam o responsável satisfeito e que resultam de uma “postura que tem passado por pensar sempre fora da caixa e por fazer algo de diferenciador”.

Tem sido essa a identidade artís-

O Conservatório de Música de Almada é um projeto criado pela Sociedade R e c r e a t i v a M u s i c a l Trafariense (SRMT), cuja atividade letiva teve início em janeiro de 2016. Fomos conhecer as características do seu projeto educativo, em diálogo com o presidente desta coletividade, Hélder Lopes.

Exigência com amizade

que contempla aulas de Instrumento, de DJ, de Canto Jazz/Pop/Rock e de Orquestra de Jazz. O Conservatório conta, para este efeito, com uma dezena de professores e funciona num edifício (estabelecido na Trafa-ria) dotado de nove salas totalmente equipadas e de um auditório.

Outro dos projetos relevantes da SRMT foi a criação da Orquestra de Câmara de Almada, que tem uma estrutura autónoma, composta por um director artístico, o Maestro Jan Wierzba e uma base de 32 músicos. Para Hélder Lopes, um grande objeti-vo da coletividade que é a coluna ver-tebral do projecto cultural/educativo (que deste modo faz a ligação entre diferentes patamares artísticos) passa por conseguir que “o aluno que entra no Conservatório comece aqui o seu trajeto musical, prossiga para a Banda Filarmónica para se desenvolver en-quanto músico e, num futuro, possa ter a experiência de trabalhar também com uma orquestra profissional de música clássica”.

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“Uma escola para todos”fala, terapeuta ocupacional, técnico de orientação e mobilidade, psicólogos, professores de educação especial...) e temos uma diversidade de materiais que fomos adquirindo ao longo dos anos. Todos os ritmos e potencialidades são respeitados (tal como em qualquer outro aluno) e estão muito bem integrados. Quanto aos restantes alunos, têm todas as mais-valias do que é trabalhar com a diferença, o que os enaltece em valores essenciais, tornando-os melhores seres humanos. Tornam-se também mais ricos, mais capazes”, explica a diretora.

Atualmente, o Centro tem cerca de 500 alunos (20 com de-ficiência visual) e conta com cerca de 45 docentes. Sendo uma escola autónoma, apesar de seguir o programa nacional tem a possibilidade de introduzir disciplinas, horários próprios e, para isso, mantém uma relação estreita com a Associação de Pais, com a qual discute e articula propostas.

Assim, dentro do horário letivo, leciona Formação Cívica,

O Centro tem uma oferta para crianças e jovens que vai desde o berçário até ao 9º ano, complementando os currículos do Minis-tério da Educação com outras ofertas de atividade física (na qual investe bastante) e de sustentabiliade ambiental sendo, portanto, uma eco-escola. Além disso, proporciona uma formação cívica transversal a todos os alunos, privilegiando os valores inerentes à solidariedade. Pioneira dentro da inclusão, esta foi a primeira escola em Portugal a ter o ensino inclusivo para a deficiência visual e a trabalhar assumidamente com as pedagogias construtivistas, do movimento da Escola Moderna.

“Acreditamos e defendemos que somos todos diferentes. Ao incluirmos as crianças com deficiência visual nas turmas ditas “normais”, o trabalho acaba por ser benéfico para todos. As crianças com deficiência visual têm um acompanhamento que não teriam noutro lado, uma vez que temos uma equipa multidisciplinar qualificada (professores de braille, terapeutas da

O Centro Helen Keller, situado no Restelo, em Lisboa, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social e foi fundado em 1955 por um grupo de personalidades de renome, associadas à medicina e à pedagogia. O presidente, Alberto Maia e Costa, e a diretora pedagógica, Ana Lúcia Pelarigo, revelaram, em entrevista connosco, o porquê de serem a referência nacional no ensino para a deficiência visual.

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Area de Projeto para o 1º Ciclo - onde são fomentadas as competências de pesquisa e trabalho de grupo -, Informática desde o 3º ano e Inglês desde o Jardim de Infância. Para alguns destes alunos, oferece Filosofia para Crianças, o Projeto ABC, articulado com o 1º ciclo, e Música-instrumental, onde exploram diferentes instrumentos. Relati-vamente às questões mais específicas da inclusão dos alunos com deficiência visual, após o ciclo de estudos, o Centro promove treino de orientação e mobilidade, no per-curso desde casa até à escola onde vão ingressar. Em situações onde não haja essa possibilidade, o Centro ajuda na tentativa de encontrar saídas profissionais.

Com uma agenda diversificada ao longo do ano, o Centro Helen Keller dinamiza vários eventos em que procura agregar a família e a comunidade, onde se destacam atividades como o Dia da Bengala Branca, Feira dos Frutos Secos, Festa de Natal, Dia da Árvore, Semana da Educação Física e Semana das Línguas, o Arraial de final de ano, entre tantos outros. A ocupação dos tempos fora do horário escolar é também uma preocupação. Assim, o Centro dispõe de um conjunto de atividades extracurricu-lares que, mais uma vez, assumem as suas intenções pedagógicas, tais como: futebol, basquetebol, judo, ginástica acrobática, ba-teria, viola, violino, piano, dança (Hip Hop), ballet, teatro ou o inglês. Não obstante a oferta de atividades estruturadas, os alunos podem ainda desfrutar de um espaço exte-rior fantástico, com áreas cobertas, zonas verdes ou campos de jogos.

Para o futuro, o objetivo é sempre me-lhorar mas os responsáveis acreditam estar no bom caminho. Assim, querem continuar a investir nas novas tecnologias, dando cumprimento aos conteúdos académicos e valorizando a inclusão, a sustentabilidade ambiental, a atividade física e vertente ar-tística. “Queremos cativar todos os alunos, dando o nosso contributo para a sua forma-ção integral (académica e pessoal), tendo sempre uma atenção específica para os que apresentam necessidades educativas especiais”, conclui o presidente.

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Quer a nossa fonte de informação seja o Instituto Nacional de Estatística, quer nos foquemos nos dados proporcionados pela Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem, há duas evidências que desde os últimos anos têm vindo a marcar o universo dos jornais portugueses: a gradual quebra – em ter-mos de tiragem, circulação e receitas – do impacto da imprensa escrita e, por outro lado, o promissor aumento dos indicadores de consumo nas plataformas digitais (inclusivamente, da circulação online paga). Mas se, perante as estatísticas divulgadas ano após ano, será lícito acreditar que o definhamento físico dos jornais portugueses constitui uma inevitabilidade e um sinal dos tempos, importa que não encaremos a sua alegada migração para a dimensão dos bits e dos bytes como um dado adquirido.

Este corresponde, afinal, a um reino particularmente exposto a novos riscos, desde a fragilidade dos modelos de negócio baseados apenas na presença online, aos condicionalismos a que a profissão jornalística fica exposta – na medida em que, perante os imperativos da imediatez e do alcance do maior nú-mero de cliques, é o fact-checking e a aposta em ângulos únicos de reportagem que mais se comprometem, correndo o elevado risco de arrastarem consigo o ADN diferenciador de cada jornal português. Posto isto, e mediante o flagelo da homogeneização de conteúdos e do perigo já evidenciado das “fake-news”, bem como do empobrecimento do debate público, importa que se atente uma última vez no papel redentor que a imprensa escrita poderá voltar a ter, especialmente numa conjuntura que Gilles Lipovetsky definiu como a hipermodernidade em que vivemos.

Neste sentido, e não constituindo novidade que cada meio de comunicação se viu forçado a readaptar mediante o advento de novos contextos, importa compreender até que ponto não será plausível que o jornal impresso – e, mais particularmente, aquele que assume o estatuto de referência – se reconfigure, alterando o sentido de atualidade com que tem vindo a trabalhar. Dito de outra forma: não podemos esperar que os jornais que hoje encontramos em banca possam rivalizar com a imediatez do mundo online e dos social media, nem com a exclusividade com que a rádio e as televisões nos expõem, mediante o poder de coberturas em direto, ao contacto “a três dimensões” com os acontecimentos. Neste sentido, estará destinado aos jornais impressos um novo propósito: não o de indicar e descrever o que aconteceu, mas o de explicar, contextualizar e interpretar o (por)que aconteceu.

Assim, ao invés de uma informação de cariz linear, imediato e sujeita à ausência de grandes desenvolvimentos, seria expec-tável que o novo destino dos jornais impressos fosse o de encai-xar as peças do puzzle, iluminar o background e incentivar as múltiplas leituras de um evento mediático, antes de anteciparem as suas potenciais consequências. Claro está que um contacto de proximidade junto das principais redações nacionais nos levaria à rápida perceção do quão utópico poderá ser tamanho desafio num momento em que os despedimentos e as políticas de reestruturação têm sido uma infeliz necessidade. Mas uma vez que a imprensa escrita corre o risco de se encerrar num nicho cada vez mais compacto, e as regras do jogo mudaram como nunca, por que não haverá o jornal impresso de continuar a existir e – mais do que isso – a subsistir de rosto erguido?

Jornais impressos:

uma proposta

para o

século XXIJosé Lopes

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Desde o momento da sua fundação que a Marmalcoa regista um crescimento progressivo e uma forte expansão internacional, convertendo-se numa distinta referência no setor da pedra natural, exclusivamente nacional, introduzindo simultaneamente inovação e tecnologia.

Numa altura em que é cada vez mais comum ver mulheres à frente das empresas, também a Marmalcoa é liderada por uma mulher. A sua Gestora, Sofia Carlos, nunca antes tinha trabalhado na área mas encontrou aqui uma grande motivação. Como nos diz, “a Indústria da Pedra não vende só pedra; vende a eternidade”. Deste modo, a Tradição Portuguesa do uso da pedra calcária, revelada em grandes obras como o Mosteiro de Alcobaça, é algo que inspira a atuação da sua empresa.

A Marmalcoa tem a capacidade de responder e solucionar com a máxima eficiência, eficácia e qualidade as necessidades e exigências dos seus clientes. Presentemente, a empresa conta com 30 colaboradores, credenciados no ramo da transformação e sustentados por uma formação constante. O seu trabalho permite dar o máximo valor à pedra aqui laborada, que é extraída essen-cialmente na Serra dos Candeeiros, e em diversas pedreiras nos Distritos de Leiria e Santarém.

As suas características técnicas são testadas, de acordo com a legislação em vigor, pelo Instituto Geológico e Mineiro do Porto, sendo estas sujeitas a testes de gelividade, flexão, compreensão e desgaste.

Detentora da Marca Stone PT, a aplicação da sua pedra dirige-se maioritariamente ao exterior, obras públicas, produtos ornamentais e mobiliário urbano. O seu mercado inclui empresas públicas e privadas, quer em Portugal, quer em diversos países Europeus (com destaque para o mercado Francês) e, mais re-

A Paixão pela

Pedra

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A Marmalcoa é uma empresa nacional, situada no Distrito de Leiria, que desde 2000 tem como objetivo levar a Pedra Calcária Portuguesa além-fronteiras, dedicando-se à sua transformação, aplicação e comercialização.

centemente, os Estados Unidos da América. Sendo a responsável, Sofia Carlos, Cônsul da Costa do Marfim em Portugal, é também um objetivo da Marmalcoa abrir portas ao mercado Africano, em especial à África do Oeste.

Para a nossa entrevistada, “a extensa variedade de pedra natural proporciona ao nosso país uma posição de destaque no cenário mun-dial e um forte contributo para a criação de riqueza e sustentabilidade do setor”. Contudo, lamenta que, “no que respeita à cooperação e so-lidariedade entre as empresas do setor, ainda esteja muito por fazer”.

Para Sofia Carlos, “o futuro do setor irá passar pela cooperação empresarial entre produtores, construtores, prescritores e entidades públicas, bem como por uma maior promoção da produção, quer no mercado nacional como no externo, acompanhada por um conhecimento mais aprofundado das suas características, por um mais elevado domínio e conhecimento dos circuitos completos de comercialização e, finalmente, pela profissionalização da gestão, em todas as suas vertentes.

Num mercado cada vez mais competitivo, as intenções da Marmalcoa passam agora por “solidificar a presença nos mercados já implantados e apostar em novos desafios, não descurando uma maior qualidade dos nossos produtos e serviços e, ao mesmo tempo, contribuir para o desenvolvimento sustentável do país”.

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Criada no ano de 1980, a António Galego e Filhos foi crescendo a partir daí, mediante o aumento da sua capacidade de extração e transformação de mármore. Atualmente, a empresa é detendora de uma pedreira de quatro licenças, com uma dimensão de 50 mil metros quadrados.

Da atividade extrativa resulta o desenvolvimento de uma ampla diversidade de produtos, desde a chapa aos revestimentos interiores e exteriores, como o ladri-lho, plaquete, degraus, ban-cadas de quarto de banho e cozinha, abrangendo todo o tipo de acabamentos.

A equipa da AGF é cons-t i tuída por 60 colabora-dores. Para além disso, e conforme nos é dito por Nuno Bilro (diretor adminis-trativo e financeiro), a em-presa destaca-se também

Na vanguarda do setorFundada por António Galego em Bencatel (Vila Viçosa), a AGF é uma das empresas de destaque no setor da pedra, dedicando-se à Extração, Transformação e Comercialização de Pedras Naturais.

pela forma como “tem os seus equipamentos – quer em termos extrativos quer a nível da fábrica – todos renovados”.

Fruto desta capacidade e do know-how adquirido ao longo dos anos, a AGF conseguiu conquistar os mercados internacionais. A maior fatia das suas vendas é, efetivamente, dirigida à exportação, estando entre os principais focos o Norte de África, a Arábia Saudita e potências asiáticas como Índia e China.

A contribuir para esta afirmação mundial tem es-tado a participação ativa nas grandes feiras inter-nacionais, numa média de seis a oito eventos por ano. A presença mais recente foi na última edição da Mar-momacc, em Verona, no ano passado. Para Marco Galego, administrador, “o

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setor da pedra é um setor globalizado e ou nos adap-tamos às circunstâncias ou ficamos para trás”.

Acerca da v i ta l idade deste ramo no panorama nacional e regional, consi-dera que o setor, “para quem exporta está bom e para quem tem matéria-prima também”, sendo estes os fatores que contribuem para que “muitas empresas daqui da região estejam a fun-cionar”. Contudo, António Galego vê que há potencial para se fazer mais e diz-nos que, “infelizmente, a pedra ainda não tem o peso que devia ter, tendo em conta que Portugal é um país riquíssimo neste produto natural”.

Sobre aquilo que falta para que o setor se de-senvolva ainda mais, Nuno Bilro aponta “a grande la-cuna que existe em termos de formação, que é quase inexistente”. Marco Galego acompanha esta preocupa-

ção, salientando ainda que a “formação deve ser mais prática”. Sobre os requisi-tos para se trabalhar nesta atividade, entende que “ou se gosta ou não se gosta. Quem gosta faz render este negócio, quem não gosta não tem pernas para andar. É um negócio muito compli-cado, em que, ao estarmos a trabalhar com um produto natural, nunca sabemos o que vai sair”.

Para 2018, a AGF entra com novos projetos, para os quais também conta com o apoio da sua filial no Algarve, mais precisamente em Alcantarilha. Empresa familiar e simultaneamente inovadora, competitiva e com espírito jovem, a sua visão de futuro passa agora não necessariamente por crescer mais mas sim por “manter o bom trabalho feito até agora, manter a nossa qualidade e os nossos re-cursos”, de acordo com as palavras de António Galego.

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Elementos

Pioneira no pensamento e focada na ação foi, pau-latinamente, experimentando a sua evolução. Mas para melhor percebermos todas as dimensões de toda a es-trutura, torna-se necessário regressarmos a tempos mais remotos: “As pedras entraram na família, com o meu avó paterno, numa humilde pedreira perto da aldeia Covão do Coelho - Minde, onde ele e os seus filhos retiravam e trabalhavam o calcário da região, transformando-o manualmente em lancil e cantaria. Estávamos no início dos anos 50 do seculo passado. A vontade de criar algo novo, de ir mais além, de fazer sempre mais e melhor, foi uma constante da vida de meu pai, Raul Dias Neto, e assim nasce o projeto, GRANETOS - premiado com o Prémio tecnologia Nacional e Prémio Regional no 2º con-curso de Projectos Industriais 1981. Com perseverança e audácia iniciamos um novo caminho com a produção de novos produtos com a conquista de novos mercados e passo a passo fomos criando o nosso espaço, fazendo o nosso nome, conquistando e partilhando conhecimentos e experiência, fidelizando os nossos clientes, deixando a nossa marca. A nossa internacionalização começou nos anos 80 e continua todos os dias, é um processo contínuo. Quem exporta 98% do seu produto, está continuamente em inovação, na busca de um produto diferente, de um

vidacom

mercado novo, de melhor servir o seu cliente. Fomos pio-neiros na introdução dos calcários nacionais no Extremo Oriente que juntamente com o Médio Oriente continuam a ser hoje os mercados de eleição para a nossa empresa”, transmite Madalena Neto.

A Granetos, que hoje conta com elementos da terceira geração, equipou-se e soube renovar-se permitindo a empresa manter-se competitiva no mercado global onde opera.Contrariamente ao que acontece em outras empre-sas do mesmo ramo, “50% das pessoas são mulheres e 50% são homens”. Esta igualdade revela-se no espírito de união e família que se vive na empresa sendo que “cá trabalham vários casais e pais/filhos”.

“A Granetos vive um pouco em contraciclo em relação às restantes empresas. Talvez por causa dos mercados que abrangemos ou por termos aprendido a andar com os nossos próprios pés, fomos sempre independentes, mesmo assim, não podemos deixar de agradecer a en-tidades como AICEP, ASSIMAGRA e AEP, que sempre presentes, têm desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento do setor”, reflete a nossa interlocutora.

Esta vontade de progredir com os seus próprios recur-sos faz com que a empresária aposte numa diversidade de rochas nacionais. Porém, é nos mármores que a Gra-netos encontra a sua maior especialização e defende este elemento que lhe é genuinamente belo e natural. “Somos essencialmente transformadores e nos mármores pos-suímos conhecimento e experiencia que trabalhando um produto natural e único é uma enorme mais-valia”, refere.

De detalhe em detalhe, a pedra é sensível à natureza que a cerca; de trilho em trilho caracteriza-se um país e uma região, nessa fusão entre a per-sistência e a resiliência, recorta-se agora um fu-turo com história e, aci-ma de tudo, com vida.

Há muito que a inovação tecnológica veio revolucionar todo o setor da pedra. A Granetos não está indiferente a isso, mas é na aliança entre as pessoas e a natureza que continua a encontrar a sua maior virtude.

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Inovação e globalização

Formado em Engenharia Mecânica, foi em 2016 que Jorge Lopes assumiu a atividade da empresa P o e i r a s M á q u i n a s e Ferramentas Lda. Dando continuidade aos seus r e c u r s o s t é c n i c o s e humanos e a um know-how de mais de 30 anos no mercado, agora como Indseq- Industrial Service & Equipment, a empresa m a n t é m - s e c o m o u m valioso parceiro do setor da Pedra.

A sua atividade centra-se em três áreas: o fabrico de equipamentos para a extração e preparação das rochas ornamentais, a comerciali-zação de equipamentos, materiais e consumíveis industriais para o setor, assim como os serviços de assistên-cia técnica que estão associados aos mesmos.

Uma das principais prioridades para Jorge Lopes reside na inovação e em trazer um novo alcance tecno-lógico. Conforme nos diz, “queremos ser pioneiros e inovadores”. A contri-buir para isso, a empresa conta com parcerias no domínio da Investigação e Desenvolvimento.

A tecnologia é própria e, para além disso, destaca-se pela sua

vincada identidade nacional. O res-ponsável sublinha a este respeito, que “tudo aqui na fábrica é maio-ritariamente português; as peças que utilizamos para o fabrico das nossas máquinas, desde um simples parafuso até aos acabamentos, são adquiridas em Portugal”.

Deste modo, é com orgulho que a Indseq quer manter a participação ativa nas feiras internacionais do se-tor da Pedra, mostrando no exterior que são “fabricantes portugueses, com tecnologia própria, que se igua-lam aos de outros países europeus”. A conquista de uma maior expressão nos mercados internacionais é, com efeito, outro dos principais eixos da estratégia da empresa. Como princi-pais destinos, são de referir o Norte da Europa, Norte de África, América do Norte e Central.

Em 2018, a Indseq vai intensificar a aposta na vertente eletrónica dos seus equipamentos. Para além disso, outro objetivo será o reforço da mar-ca Poeiras no plano internacional, sempre a par do contínuo desenvolvi-mento de nova tecnologia e de novos serviços e soluções.

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Nascido no concelho de Borba, João Barroso já tem na conta muitos anos de trabalho, tendo feito de tudo um pouco antes de entrar no setor da pedra e do mármore. Encarou com grande entusiasmo a perspetiva de se ligar a este ramo, tão importante na economia da região, e de marcar a diferença dentro do mes-mo. Motivado por esse desejo, foi então há 11 anos que adquiriu esta empresa, que contava com duas unidades fabris e várias pedreiras próprias.

Um desejo que ao mesmo tempo foi um desafio, visto que a compra da Marvisa deu-se num contexto de crise. Conforme nos é dito pelo proprietário, face ao volume de encargos que é exigido às empresas, “tirando as grandes, as mais pequenas não sobrevivem e isso foi o que aconteceu à Marvisa antes de eu a comprar”.

De qualquer forma, João Barroso identificou na empresa um nítido potencial e, a julgar pelos resultados obtidos ao longo destes 11 anos, a sua aposta foi bem sucedida. Após uma fase de reestruturação interna e de procura de novos produtos, no-meadamente as britas e pedras roladas, assim como de novos mercados, a Marvisa tem vivido um importante crescimento na vertente decorativa e paisagista.

Se o mármore português é uma referência mundial, o már-more que a Marvisa retira das suas duas pedreiras é algum do melhor que se pode encontrar no nosso país. Para que esta vantagem da natureza resulte nos melhores produtos, a empresa encontra-se dotada de uma área de transformação com mais de 4 mil metros quadrados de área coberta, onde, diariamente, se conjuga um know-how de mais de 40 anos com os mais modernos métodos e as mais atuais tecnologias.

Neste momento, a Marvisa conta com cerca de duas dezenas de colaboradores, com comprovada experiência, que satisfazem as necessidades dos seus clientes mediante o desenvolvimento de produtos como blocos, chapas, ladrilhos, cantarias, britas e pedras roladas. Entre as principais mais-valias da sua oferta, podemos destacar o seu elevado e diversificado stock, o rigor na transformação da pedra e uma forte relação preço-qualidade.

Posto isto, as projeções para o futuro da Marvisa não pode-riam deixar de ser animadoras. Sendo esta uma das principais empresas do setor no país, a empresa de João Barroso acom-panha a tendência positiva da pedra portuguesa e tem como perspetiva um reforço cada vez maior da sua presença nos mercados internacionais.

Mármore alentejano

cada vez mais internacional

Fundada em 1970 e situada em Vila

Viçosa, a Marvisa é uma empresa de extração

e transformação de pedra mármore e seus subprodutos em Portugal. Fomos ao encontro

de João Barroso, atual proprietário, que está à

frente da empresa há mais de 11 anos.

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Segundo o CEO do Grupo, Jorge Buco, o Grupo Vou-gainvest destaca-se por ser um grupo de cariz familiar, com forte estabilidade de quadros diretivos e demais colabora-dores, sendo estes altamente qualificados. Pese embora o processo de escolha da localização do centro comercial ter sido longo, o objetivo sempre foi que este fosse um espaço de referência, com um excelente hipermercado, boa restauração e uma oferta de serviços alargada.

Na época, Portugal dava os primeiros passos no surgi-mento de centro comerciais modernos e o atual local era uma zona erma, sem habitações circundantes. O estudo foi muito demorado, mas hoje a sua localização é uma das chaves mestras do sucesso do Glicínias e, por sua vez, o Centro também estimulou, como ferramenta aglutinadora, tudo o que hoje o envolve, em termos de acessos, infraes-truturas e habitações.

Para o nosso entrevistado, “desde há muito tempo que os centros comerciais deixaram de ser apenas um ponto simples de compras. Hoje, para servirem convenientemen-te a população e serem bem sucedidos têm que ser um ponto de encontro e de comunicação. O nosso conceito assenta no bem-estar e conforto dos clientes, pretendendo que, quando regressem a casa, vão satisfeitos quer tenham ou não feito compras. São eles que fazem com que as nossas lojas e nós próprios tenhamos sucesso.”

Continuando, explica-nos que “esta adaptação cons-tante não é fácil e, ao longo destes 20 anos, temos feito um esforço grande para conseguirmos ter essas condições, como as zonas de descanso, uma área de restauração moderna e acolhedora, wi-fi gratuito, ar condicionado e

“O cliente é o mais

importante”

O Glicínias Plaza, detido pelo grupo Vougainvest, é um dos principais centros comerciais de Aveiro e também dos primeiros, tendo nascido em 1999. A opção por parte do Grupo pela cidade deu-se de forma natural, uma vez que, já há 20 anos, esta se destacava pelo seu crescimento e dinamismo.

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lugares de estacionamento espaçosos e grátis. Fazer mais e melhor é a nossa intenção constante”, assume.

No que à sua oferta comercial diz respeito, há também um foco em que esta seja diversificada. Assim, possui 72 lojas, alguns quiosques que são mutáveis e 12 restaurantes, com uma capacidade total para 750 lugares sentados. Congregam cerca de 1000 postos de trabalho, entre o hipermercado e restantes lojas.

Envolvido na própria dinâmica da cidade, o Centro mantém uma forte dinâmica de eventos, como concertos e realiza grandes campanhas no Natal e no Verão – dentro do espaço físico e na cidade –, desfiles de moda (onde os vencedores são convidados a ser o rosto das campanhas do ano seguinte), diversos concursos e foi pioneiro no Stock Off – Sidewalk Sale em Portugal. Procura também participar no máximo de atividades em conjunto com as instituições da cidade, sendo um dos principais patrocinadores do TedX Aveiro, das festas universitárias e de outros eventos onde possa marcar a diferença.

Projetando o futuro, o Glicínias tem um plano de expan-são, prestes a iniciar. A recetividade do município foi positiva e este alargamento irá duplicar a área do centro comercial e torná-lo no maior centro comercial da Região, tendo data de conclusão prevista para o início de 2020. “Esta oferta co-mercial trará boas surpresas e iremos ver nascer um espaço completamente novo e moderno, com a área envolvente também abrangida”, conclui Jorge Buco.

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avier Vieira, presidente

da Associação Académica da

Universidade de Aveiro (AAUAv) desde janeiro de

2017, mostra-nos por que caminhos a academia aveirense se conduz e como

faz a transferência de conhecimento para o mundo empresarial.

de associação

Desde 8 de junho de 1978 que os estudantes da Universidade de Aveiro encontraram na AAUAv uma organização pronta a auxiliá-los nos mais diversos domínios. Hoje, volvidos 40 anos, Xavier Vieira mostra-nos como o mundo académico é um espaço que fomenta o diálogo com a sociedade: “O que podemos constatar é que existe uma vantagem em estarmos todos centralizados no mesmo local. Isso faz com que tenha-mos contacto com as diferentes áreas científicas e trabalhemos num ambiente multidisciplinar”, esclarece o nosso entrevistado.

A Universidade de Aveiro tem-se afirmado a nível nacional e internacional. Esta afirmação passa por áreas tão distintas como a cerâmica, o vidro e o ambiente. É numa estreita ar-ticulação com os recursos que o ensino se relaciona com a vida de todos os aveirenses. Para além disso, “o facto de a universidade albergar os dois subsistemas (o universitário e o politécnico) permite-lhe adquirir relevância noutras cidades, como é o caso de Águeda e Oliveira de Azeméis”, conforme transmite.

As parcerias são determinantes para que todo o percurso seja trilhado com empreendorismo, e aqui é de destacar que a Universidade de Aveiro é a principal acionista do futuro par-que de ciência e inovação – o Creative Science Park – Aveiro Region (CSP-AR). “A inauguração ocorrerá ainda este ano, e estamos a falar de um investimento que anda à volta dos 30 milhões de euros ”, informa. Esta infraestrutura terá como objetivo fomentar a incubação de novas empresas e perpetuar os elos já existentes entre a universidade e as empresas.

Esta academia não fica circunscrita ao contexto da sala de aula e Xavier Vieira diz ser do interesse comum a promoção do desporto universitário nas diversas modalidades. A época desportiva 2016/2017 incentivara esse mesmo espírito, pois a associação alcançou o melhor resultado da sua história, atingindo o segundo lugar no pódio do Troféu Universitário de Clubes. Após esta conquista, a AAUAv ficou responsável por organizar as fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários 2018: “É um evento que surge num momento de afirmação e as fases finais acabam por ser um marco, pois podem deixar um legado para as futuras gerações no que toca ao desporto universitário”. Xavier Vieira pensa ser importante

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agora investir, uma vez que a Universidade atribui bolsas de mérito aos estudantes que se destacam no desporto e que tenham sucesso académico.

COOPERAR COM A REGIÃOA afirmação da academia aveirense pressupõe igualmente

um envolvimento com a vida de uma cidade, e neste ensino que não fecha portas a novos horizontes há ainda oportuni-dade de perceber diferentes sensibilidades. “A universidade tem estado alinhada com a Câmara Municipal de Aveiro para o desenvolvimento da região”, fomenta.

Recentemente, surgiu também a Revista Matriz, um projeto que nascera com o propósito de mostrar aos outros o trabalho desenvolvido dentro da comunidade académica, não deixando, porém, de dar “uma reflexão sobre aquilo que está a acontecer em Portugal e tentar perceber onde é que, efetivamente, as pessoas querem que o país esteja no futuro”.

A palavra futuro faz-nos transportar para um outro tempo que se avizinha e, neste ponto, Xavier Vieira fala-nos não só sobre a semana académica, mas também sobre a possibilidade de virem a desenvolver uma Feira de Emprego, onde serão reunidas apresentações de empresas, espaços de networking e outras atividades de promoção do emprego. “Vamos utili-zar a estrutura da semana académica para potenciar essas relações”, adianta. Esta semana do enterro (realizada entre 20 a 26 de abril) pretende ser muito mais do que uma soma de concertos, pois aqui haverá espaço para desenvolver um conjunto de atividades culturais, desportivas e sociais. “Quere-mos que, acima de tudo, o estudante se divirta, não apenas no contexto dos concertos, mas também no seu desenvolvimento pessoal”, comenta.

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A M.C. RIOS, S.A. é hoje reconhecida como uma empresa líder no setor agropecuário, responsável pelo fabrico e distribuição, para Portugal continental e ilhas, de rações para animais e comerciali-zação de produtos e ferramentas para a agricultura. Representa também o setor dos combustíveis, sendo proprietária de um posto de abastecimento aberto ao público, fazendo distribuição junto dos agricultores (tanto rodoviário como agrícola).

O grupo foi ao longo dos anos ajustando-se às necessidades do mercado, integrando três empresas focalizadas em áreas distintas mas complementares: a Tractolitoral, Lda., a Hiperlitoral, Lda. e a Agririos, Lda.

A Tractolitoral – Comércio e Reparação de Máquinas Agrícolas, Lda. foi fundada em 2000, e centra-se na importação, comércio e reparação de todo o tipo de tratores e máquinas agrícolas, sendo representante das marcas DEUTZ-FAHR (SAME e LAMBORGHINI), HERCULANO, HERKULIS, POTTINGER, entre outras. O serviço de assistência pós-venda é garantido, através da sua oficina e técnicos especializados. Possui também uma loja de venda ao público de peças e acessórios para máquinas e tratores.

A Hiperlitoral – Comércio de Produtos para Agricultura, Lda. dispõe de duas lojas. A primeira é contígua à M.C. RIOS, S.A. e a

Três gerações, a mesma filosofia

segunda está presente, desde fevereiro, em Brufe, Famalicão. A sua criação teve como objetivo chegar ao público em geral, atra-vés da venda de diversos produtos para agricultura, construção e jardinagem.

A Agririos – Distribuição e Comercialização de Produtos Agríco-las, Unipessoal, Lda. centra a sua ação no comércio de alimentação para animais domésticos. É representante da marca HappyOne e Rufia, produtos PET’s e da marca Camponesa – marca própria do grupo M.C. RIOS, S.A. produtora de rações, misturas e produtos simples para animais. Esta é uma empresa que está em expansão e que verá alargado o seu leque de oferta.

Somos senhores das nossas próprias instalações - fabris – produzindo assim a Nossa própria marca de alimentação animal – HIPER-LITORAL – Rações e Misturas de Cereais.

Ao longo dos anos, o grupo M.C. RIOS, S.A. apostou na integra-ção de quadros qualificados – equipa de mais de 40 colaboradores – que prestam um acompanhamento personalizado aos clientes do setor pecuário e agrícola, “ajudando ao desenvolvimento de todas

A M.C. RIOS, S.A., com sede em Albergaria-a-Velha, foi fundada em 1974 por iniciativa de Manuel da Costa Rios, assumindo, por intermédio da segunda e da terceira geração, um compromisso de continuidade e evolução.

Trabalharemos para ser cada vez mais profissionais, ofere-cer serviços diferenciados e estarmos mais próximos dos agricultores e dos nossos par-ceiros de negócio

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mais próximos dos agricultores e dos nossos parceiros de negócio”, refere a gerência.

Fica ainda assente o “orgulho em representar algumas das me-lhores e mais reconhecidas marcas internacionais da área agrícola e pecuária. Tais como a CABUDAL (YARA) na qual Manuel da Costa Rios é sócio, CARGILL (PROVIMI), BASF, MAXIPET, (HAPPYONE E RUFIA), PIONNEER, NUFARM, IPM e SIRO”.

as suas áreas de produção, ou apresentando rações que comple-mentem a alimentação concedida aos animais”.

Tendo na inovação um pilar da sua filosofia, o objetivo fulcral desta equipa passa por responder de forma efetiva a todas as necessidades dos seus clientes: “A inovação é o nosso foco e novidades surgirão a curto prazo. Trabalharemos para ser cada vez mais profissionais, oferecer serviços diferenciados e estarmos

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um importante portfólio de obras realizadas, nas áreas da indústria, da iluminação pública, da hotelaria e do retalho. Entre os espaços de destaque, podemos realçar o Fórum Coim-bra, o Campo Pequeno, o The Vine Hotel, na Madeira, o Hospital Privado de Braga, o Hospital da Guarda e diversos espaços comerciais do Grupo Sonae. Internacional-mente, os exemplos de maior relevância estiveram nos estudos para os estádios do Mundial de Futebol da África do Sul e para uma nova cidade portuária na Arábia Saudita.

Sobre aquilo que tem justificado a pre-ferência pela Lightenjin nestas e noutras ocasiões, José Mota fala-nos “do design, da eficiência e da inovação como sendo os três pilares da empresa”. Reforçando este último aspeto, diz-nos que “a Lightenjin sempre se pautou pela apresentação de coisas novas e diferenciadoras”.

A partir de 2014, esta filosofia ganhou uma nova concretização, através da entrada na vertente do desenvolvimento industrial de equipamentos de iluminação. “Nessa altura, tinha deixado de haver o volume de obras que existia no início e essa foi uma das for-

mas que encontrámos de responder a essa nova realidade”, explica. Simultaneamente, a Lightenjin acompanhou também uma nova tendência de mercado, iniciando a criação de sistemas de gestão para a iluminação pública. No seguimento, rapidamente alargou o leque para outras soluções inteligentes em áreas como o controlo de tráfego, a contagem de pessoas ou os sensores ambientais.

Este ímpeto inovador tem sido possível graças a uma equipa jovem, altamente qualificada e multidisciplinar. Atualmente, a Lightenjin conta com 42 elementos. Parale-lamente ao investimento nos recursos huma-nos, outro grande avanço na sua estrutura deu-se, recentemente, com a entrada em funcionamento das suas novas instalações fabris, situadas no Parque Industrial do Casarão e com uma área de 5 mil metros quadrados.

Perante o êxito alcançado nos últimos anos, a Lightenjin encara de forma confiante o seu futuro. Assim, José Mota espera que “daqui por uns anos a empresa seja um dos líderes no setor em Portugal e também uma das referências a nível europeu”.

A Lightenjin é cada vez mais uma referência nas soluções de iluminação. Estivemos à conversa com o mentor e responsável da empresa, o engenheiro José Mota.

Desde 2006 que a Lightenjin tem vindo a trilhar um caminho de crescimento suces-sivo, não apenas no que diz respeito à sua dimensão no mercado como também quanto às diferentes valências que fazem parte da sua atividade.

Esta empresa, sediada em Valongo do Vouga (concelho de Águeda), entrou no mercado focada apenas na prestação de serviços de consultoria associados ao design de iluminação. Assim se manteve durante os seus anos iniciais, período em que acumulou

Design, eficiência e

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meses, ascenderá aos 300 colaboradores. Muito em breve, o seu espaço de laboração vai passar para um pavilhão re-centemente adquirido, com área coberta de 12 mil metros, que está a ser estruturado de raiz para o efeito e que, de acordo com Rui Tavares (General Manager) e Luís Santiago (Administrador Executivo), vai apresentar “condições das mais eficientes que existem neste mercado”.

Como pilar desta afirmação da empresa, os dirigentes não esquecem também o mérito de “todo o staff envolvido e do trabalho que diariamente desenvolvem”. A qualida-de, a eficiência e a rapidez no cumprimento dos prazos de entrega têm sido pontos de honra na atuação da AJ Maias, que consegue assim corresponder aos critérios de avaliação mais rigorosos.

Acerca de outros projetos em que a AJ Maias se encon-tra envolvida, começa a ganhar relevância a componente das bicicletas elétricas, sendo este setor uma das grandes apostas para 2018. De resto, a empresa mostra-se “atenta a todas as oportunidades que possam surgir”, tendo sempre como foco a intenção de “servir mais e melhor o cliente”.

Nos últimos anos, esta empresa, situada em Anadia, no coração do Portugal Bike Value, tem registado sucessivos aumentos de produção e novos investimentos que a têm feito crescer de forma exponencial. Hoje, ocupa o segundo lugar a nível ibérico na montagem de bicicletas e o terceiro no continente europeu.

AJ Maias sempre a pedalar

As origens da AJ Maias já se encontram bem distantes no tempo, com a sua fundação a remontar a 1965. Inicial-mente, a sua vocação residia no fabrico de equipamentos para a construção civil. Foi com a vinda da atual lideran-ça, nos anos 90, que a empresa dirigiu o seu foco para a indústria das bicicletas.

Nesse momento, estabeleceu uma relação privilegiada – que ainda hoje se mantém – com o maior distribuidor europeu de equipamentos desportivos. A confiança deposi-tada por esse parceiro na AJ Maias tem sido cada vez maior e tem-se refletido num crescimento bastante expressivo. Se os números da produção em 2012 situavam-se nas 138 mil unidades, em 2017 registou-se um total de 339 mil. A previsão para 2018 ronda as 525 mil.

Concretamente, a atividade da AJ Maias passa pelo fabrico de aros e pelo serviço de pintura e montagem das bicicletas. Para suportar toda esta evolução, a empresa defende e aplica uma estratégia de contínuo reinvestimento na sua estrutura. Atualmente, recorre a equipamentos de última geração e conta com uma equipa que, nos próximos

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Tudo começou há cinco anos, no momento em que Ana Silva se deparou com uma situação de desempre-go: “Eu era professora e em 2013 não fui colocada. Como tinha uma colega que fazia feiras de artesanato comecei tudo isto como um hobbie”, afirma. Embora o ofício tenha sido introduzido pela mão de Ana Silva, gradualmente se transformou em algo mais. Mesmo sem qualquer tipo de formação em bijuteria, a empresária começara por participar em mostras de artesanato promovidas pela Associação Comercial de Aveiro, foi ganho reconhecimento e, em 2015, viu a

situação dela repetir-se no seu companheiro: “Ele também ficou desempregado e nesse momento

pensámos levar o negócio com mais seriedade”, relata.

Foi então em 2015 que foi criada a Simaris. Hoje, volvidos

três anos, é num trilho de rein-venção que aprendem a aus-

cultar a natureza aveirense e movimentam-se pelos tons leves e resistentes da cortiça. Embora numa primeira fase tenham co-mercializado peças de couro sintético e bijuteria tradicional, rapidamente perceberam que pode-riam acrescentar mais valor se trabalhassem com um produto 100% natural. “Como não somos apologistas das habituais lojas

que se vêem no shopping, criámos uma ilha, pois acreditamos que deste modo temos outro contacto com o cliente”, dizem. Nesta reno-vada forma de pensar o espaço, a Simaris encontrou o seu lugar no Aveiro Center e não será por acaso que hoje são diversos os olhares que vêm espreitar tradições de outrora.

“Explicamos às pessoas o que é a cortiça, que não se desfaz e que se adapta facilmente à chuva” e, nesse conceito, todos os acessórios de moda ficam realçados pela nobreza que só um produto amigo do ambiente pode suportar. Porém, os empresários, por forma a dar ainda mais qualidade às suas peças, começaram a associar a cortiça ao aço inox, pois verificaram que “as pessoas queriam substituir as peças de metal, mesmo quando a cortiça permanecia intacta”, acrescentam.

Esta proximidade dá-lhes ânimo para compreender melhor o seu cliente e é através de um serviço personalizado que confessam ganhar vantagem em relação aos outros. “Habitualmente, quando vêm ter connosco pedem-nos conselhos. E somos procurados por todo o tipo de pessoas, mas sentimos que os jovens gostam mais do aço; enquanto que pessoas de uma faixa etária maior preferem a cortiça”, distinguem. Esta abrangência de públicos permite-lhes desenvolver coleções de temas muito portugueses: “Neste momento, estamos a criar uma coleção de azulejos e no próximo verão vai ser lançada a da calçada portuguesa”, informam.

Como as redes sociais se tornaram fortes aliados do seu negó-cio, Ana e Vítor Silva não escondem que as pessoas que procuram estes acessórios já se encontram distribuídas pelas diferentes partes do globo e daqui para a frente o futuro cose-se com otimismo e sustentabilidade.

Quando a cortiça passa a ser mais do que uma rolha, novos objetos são construídos e outros projetos são erigidos. Foi através deste símbolo de longevidade e renovação que desvendamos agora o projeto em que Ana e Vítor Silva se reinventaram – a Simaris.

Colecionar tradições

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Equipa jovem, moldada para o

Ainda o grupo não existia, já este empresário conhecia o ritmo das máquinas, a intensidade do trabalho e pretendia uma atividade onde lhe fosse possível aprender todos os dias. “Fui estudante até aos 18 anos, depois fui para a Força Aérea e de lá vim com ideias empresa-riais”, explica. Decorria o ano de 1967 e sabia-se que o domínio da língua inglesa - pouco comum naquela época - era crucial para se movimentar nos negócios. “Comecei por estudar inglês ao mesmo tempo que trabalhava”. Anos mais tarde, esteve em Inglaterra, para estudar a língua e a polir moldes na empresa de um alemão para poder pagar os estudos. Foi, portanto, em terreno forasteiro que o dono dessa empresa lhe confidenciara que o nosso entrevistado “tinha perfil para ser empresário”.

Dera, então, os primeiros passos e é com ânimo que António Febra ainda recorda ter “ido pedir dinheiro ao banco para adquirir os equipamentos. Abri uma conta com 500 escudos e deram-me 3000 contos”. O facilitado acesso ao crédito fora-lhe concedido por um ex-colega da Força Aérea, que naquele momento exercia funções no banco. Apesar de se ver na posse dessa volumosa quantia de dinheiro, António Febra optou por trilhar o seu caminho com modés-tia e precaução, pois queria testar as suas capacidades. Durante esse período experimental, longas foram as jornadas e diversos os mundos de prospeção, mas posteriormente adquiriu as máquinas mais sofisticadas.

Atualmente, apesar de a maioria das empresas de moldes da região viverem financeiramente confortáveis, sabemos que noutros tempos algumas delas tiveram de enfrentar desafios vários. António Febra também presenciou um desses momentos e a forma que encontrou para fazer face à situação foi investir em tecnologia mo-derna, garantir uma produção rápida e, a partir daí, laborar com o perfeccionismo que é tão característico desta indústria. De feira em feira, o empresário adquiria as CNC e, de produção em produção, preparava-se para dar formação aos seus colaboradores.

A Geco, sediada em Maceira, apresenta-se como sendo uma empresa especializada no fabrico de moldes para a indústria de injeção de plásticos. Hoje, temos oportunidade de percorrer a sua história através da narrativa de António Febra - presidente do Conselho de Administração.

futuro

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SEGURANÇA E PERSISTÊNCIAAlguns empresários sentem desânimo quando estão perante uma

situação de maior dificuldade, mas o nosso entrevistado acreditara no seu caminho. Volvidos 48 anos, não só continua a percorrê-lo como também percebe as lacunas e os pontos fracos de uma indústria já madura: “A indústria dos moldes em Portugal está muito aquém das necessidades mundiais. Nós, por exemplo, cobrimos apenas 4% dessas necessidades”, especifica.

Ainda que hoje não se sinta a obsolescência de outrora, a com-petitividade continua a pedir mão-de-obra qualificada. Neste ponto, o empresário dá um especial enfoque, pois sabe que para manter a rota de crescimento tem de se reforçar e qualificar os recursos humanos das empresas. “Aqui, empregamos muitos jovens e, se as máquinas são cada vez mais sofisticadas, temos que ter noção de que quem está mais familiarizado com as novas tecnologias são as camadas mais jovens”, justifica.

INDÚSTRIAS QUE DIGNIFICAM PORTUGALSe a inovação traz movimento, a memória poderá ser a fonte

desse progresso. Foi, pelo menos, sob esse intuito que a Geco criou um museu. Este espaço surgiu no ano 2000 e hoje poderão ser observadas máquinas que fizeram parte da história de vários operá-rios: O objetivo foi “passar um testemunho para que os mais novos pudessem compreender melhor toda a evolução”.

Poder-se-á subentender que muitos serão os mundos que cabem nos moldes e hoje o grupo conhece-se com unidades de produção no Reino Unido e México e escritórios na Alemanha e EUA. “Neste momento, exportamos 100% do que produzimos e estamos próximos dos nossos clientes”, sublinha. O clima de confiança foi algo que se repercutiu durante toda a história da Geco e é de salientar que o mundo reinventa-se numa indústria que, apesar de antiga, quer-se jovem e de futuro.

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Portugal e Alemanha resolveram conjugar qualidade e desenvolvimento tecnológico e daí resultou a Inovatools. Nuno André e Rita Francisco falam-nos agora sobre as virtudes desta sinergia, pensada para garantir um serviço próximo do cliente.

que alcançam a especialização

“A Inovatools em Portugal foi fundada há 11 anos, através de uma parceria com uma empresa austríaca”, começa por explicar Nuno André. Os tempos eram outros e as máquinas também não conheciam o desenvolvimento de hoje, e “ao fim de dois anos fizeram-nos uma proposta para adquirir parte dessa empresa. Foi nessa altura que começamos a produzir para a Alemanha”, prossegue. Embora todo este processo levasse o seu tempo, a verdade é que hoje a Inovatools exporta para cerca de 50 países e tem representantes em Portugal, Espanha, Itália, Turquia, América e Áustria.

Mas nem só no mundo global se compreende esta evolução, pois a história da firma também é rica em inovação. Com sede em Kinding (Alemanha) e sucursais em Weimar, Viena e Innsbruck, o trabalho da Inovatools foca-se essencialmente no desenvolvi-mento e produção de ferramentas para a indústria dos moldes e da metalomecânica.“Produzimos ferra-mentas de corte e temos produção especial sobretudo na conceção do molde”, sintetizam. Ou seja, aqui po-derão ser encontradas “ferramentas que não há em mais lado nenhum e penso que essa é a nossa grande vantagem”, sublinha Rita Francisco. Estas ferramentas estão ainda vo-cacionadas para responder a áreas de mercado tão exigentes como o caso da engenharia mecânica, a engenharia aeronáutica e a indústria automóvel.

Sinergias

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INVESTIMENTOS E PRIORIDADESSe por um lado existem todos os processos de produção,

por outro não podemos deixar de verificar que é nos serviços de assistência técnica que conseguem proporcionar uma experiên-cia completa aos seus clientes. Todas estas áreas de negócio abrangem as suas especificidades e a Inovatools compreende que muito do seu progresso está diretamente relacionado com o investimento tecnológico que lhe é dedicado, pois “nós não queremos ganhar o dinheiro de forma rápida. Queremos ter clientes para sempre, não apenas uma vez”, adiantam.

Para esse efeito, fazem acompanhar-se das mais sofisti-cadas máquinas e nesse aspeto, o trabalho desenvolvido na Alemanha é diferente do que encontramos no nosso país: “Na Alemanha, a Inovatools tem 160 colaboradores e 105 máqui-nas a produzir em três turnos distintos; em Portugal, temos dez colaboradores, cinco CNC’s e cinco máquinas manuais”. Perante estas diferenças, sabemos também que a linguagem das máquinas não é igual à linguagem dos humanos, e Nuno André lamenta o modo como “nós portugueses temos tendên-cia a desvalorizar-nos”, contrariamente aos alemães que “dão muito valor ao que temos de bom”.

Este subestimar de competências agrava-se quando cons-tatamos que a formação na área é praticamente inexistente: “Há sempre ferramentas novas e especiais para trabalharmos, mas não há formação. Na empresa, nós formamos os nossos colaboradores e, no mínimo, eles precisam de seis meses para começarem a perceber parte desta dinâmica”, alertam. Muito deste ofício é, portanto, feito de detalhes e, neste lugar de exigências, a probabilidade do êxito é tanto maior quanto mais as pessoas estiverem predispostas a criar sinergias, pois “se fôssemos mais unidos penso que seríamos mais fortes. Esse

será, pelo menos, um dos desafios desta indústria”, indicam. Nuno André e Rita Francisco já conhecem bem as condi-

ções periféricas do nosso país e sabem que muita da riqueza deste trabalho centra-se nas pessoas. Com uma equipa está-vel, a Inovatools em Portugal inspira familiaridade entre todos os colaboradores, e muita da sua ambição mede-se pela dimensão humana que aqui é cultivada todos os dias. Daqui para a frente, os próximos investimentos passarão, por isso, pela participação em dois projetos de inovação e desenvolvimento, a aquisição de novas máquinas, o alargamento da equipa de trabalho, a criação de melhores condições de produção e o aumento da exportação. Em 2017, a Inovatools em Portugal exportou perto de 90 mil ferramentas.

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A Solvogsolution é uma empresa que se dedica ao fabrico de moldes de injeção para a industria de plásticos, assim como meios de controlo. Liderada por um profissional com mais de 25 anos de experiência no setor e um amplo Know-How adquirido ao longo dos anos na área, o seu êxito assenta na forte dedicação e perícia de toda a sua equipa técnica.

Exemplo de sucesso e crescimento sustentável na indústria dos moldes

“Um trabalho que oferece ao mercado um produto final mais diferenciado “explica o gerente.

Esta expansão teve que respeitar a aquisição de novos meios técnicos, assim como a contratação de profissionais expe-rientes na área. Importante aliança que permite que os trabalhos sejam executados com grande rigor, sempre em parceria com o cliente. Se em 2015 esta unidade fabril contava apenas com dois funcionários, só em 2017 a Solvogsolution integrou mais oito colaboradores, num total de dez. “Pretendo agora contratar mais profissionais para reforçar o setor de bancada, onde se procede ao acabamento final dos moldes, de forma a garantir cada vez melhor e mais rápidas soluções ao nosso cliente”, adianta Hugo Carreira, que não deixa de reforçar a dificuldade sentida para encontrar pessoas qualificadas e disponíveis no mercado. Por esse motivo, a Solvogsolution começa agora a ter as condições ideais para formar novos profissionais dentro de portas.

Trabalhando com grandes players e fortes setores de ativi-

ocalizada em Albergaria-a-Velha, a Solvogsolution comemora, neste mês de março, três anos de atividade. Um caminho va-lorizado por Hugo Carreira, gerente, dado o seu crescimento constante, assente numa política de grande sustentabilidade.

Tendo iniciado a sua atividade apenas na área da maqui-nação de peças metálicas, a ambição de crescer, onde hoje os avanços constantes são um desafio à capacidade humana e material, a Solvogsolution capacitou-se em apostar na rea-lização de um serviço integral, que passa hoje pela conceção e desenvolvimento dos moldes, de forma a oferecer ao nosso cliente a melhor solução, estando em condições privilegiadas para compreender e responder com as melhores soluções do mercado.

Como em determinadas peças plásticas, nomeadamente na industria automóvel, é fundamental a construção de meios de controlo, de modo a permitir que a medição da peça seja feita com maior rigor e fiabilidade, a Solvogsolution capacitou--se também em fornecer ao nosso cliente mais esta solução.

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dade, onde se destacam nichos tão díspares como o automó-vel, embalagem, eletrónica, eletrodomésticos, entre outros, a Solvogsolution pauta a sua ação pela oferta de um serviço de qualidade e pelo criterioso respeito pelos prazos de execução.

Estando presente nos mercados português, espanhol e alemão, a gerência não se coíbe de apostar na criação de par-cerias com outras empresas do ramo, se esse facto se refletir na oferta de uma resposta mais eficaz e de qualidade.

Tendo entrado no mercado em 2015, em 2016 a empresa quadruplicou o seu volume de negócios e em 2017 duplicou o valor então alcançado. Neste momento, a gerência está “totalmente focada em solidificar estes resultados e apostar na inovação de procedimentos internos e de qualidade, para que os próximos passos sejam firmes e sustentados”.

Em 2018, como já referimos, um dos grandes objetivos da Solvogsolution passa por reforçar a sua posição no

mercado. Hugo Carreira adianta ainda que pretende alargar o seu leque de clientes dentro dos mercados onde marca presença, aumentar a percentagem de exportação e “dotar a empresa de todos os recursos para que tal seja possível”. Sendo que grande parte do trabalho realizado por esta em-presa de Albergaria-a-Velha se destina ao mercado externo, por via de exportação indireta, o gerente da Solvogsolution ambiciona que a exportação direta – que atualmente ronda os 30% – ascenda aos 70%.

Em final de conversa, o nosso entrevistado não deixa de reforçar que o sucesso alcançado pela Solvogsolution se deve exclusivamente ao trabalho e extrema dedicação de todos os elementos que compõem a sua equipa: “A empresa não sou eu que construo, somos todos nós. Esta equipa é bastante coesa e todos trabalhamos com o mesmo intuito, caso contrário os resultados positivos alcançados não seriam possíveis”.

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00Portugal Inovador

A ASG é uma empresa de cariz familiar e hoje em dia é uma das referências no setor fabricantes de moldes para injeção de plástico de todo o país. Sediada em Oliveira de Azeméis, tem como objetivo conceber e fornecer moldes que satisfaçam as necessidades e expetativas dos clientes.

A empresa logo nos anos 70 apostou na exportação e o seu primeiro mercado foi Inglaterra. Atualmente, os principais destinos estão essencialmente na Europa, mais especificamente França, Espanha e Alemanha, com foco na indústria automóvel, e depois a Rússia, Marrocos e EUA na indústria da embalagem.

Desde os inícios dos anos 90 que a empresa fornece a indústria automóvel e, até aos últimos dados de 2017, este tem sido o seu principal setor, preenchendo cerca de 75% da produção. Paulo Pinho afirma que foi quase de forma natural que foi conhecendo o mercado e não sentiu dificuldade por parte dos clientes, tendo em conta os anos de confiança e a qualidade.

A PRESENÇA NAS FEIRAS DE MOLDESO diretor do departamento comercial afirma que a presença

nas feiras foi um passo importante e que trouxe muitas vantagens para a empresa, como a possibilidade de se dar a conhecer ao público. A participação atualmente já não é tão frequente como nos anos anteriores, mas esclarece que chegou “a fazer duas a três feiras num ano, em vários países, embora hoje faça uma por ano”.

A ASG está ligada à produção de grande porte e isso torna-se uma característica que a distingue das outras empresas de mol-des, pois produz em grandes proporções atingindo 40 toneladas de peso em moldes. Em Portugal, apesar de existir uma grande quantidade de empresas nesta indústria, a ASG é das poucas que trabalha apenas com moldes de grande dimensão, tais como, especificamente, peças interiores como os painéis de instrumento, as consolas e os painéis da porta.

ASG ASSOCIADA ÀS GRANDES MARCAS DE AUTOMÓVEIS A empresa de Paulo Pinho associou-se à produção das

grandes marcas já na década de 90, com a introdução dos pró-prios clientes que forneciam os moldes para as mesmas. Neste momento, a ASG trabalha principalmente com a Renault, PSA, Jaguar e Lamborghini e Audi.

Nos planos para o futuro, enquadra-se o reforço da exporta-ção e também a procura de novos mercados, principalmente nos países nórdicos, que têm sido um grande foco. Paulo Pinho afirma que não pensa em crescer, pois o seu principal foco é manter os seus clientes e otimizar o processo produtivo no seu dia-a-dia. Inserido no projeto 2020, a ASG Moldes tem em mãos dois projetos “ongoing”, sendo que um deles terminará em agosto deste ano e outro, em consórcio com a Universidade do Minho e uma terceira empresa, estará prestes a arrancar e será um projeto de inovação, virado mais para vertente virtual e tecnológica.

serviço!

Mais de 50 anos ao seu

A A. Silva, Godinho & Cª Lda foi fundada em 1964 e ocupa hoje uma posição de prestígio e reconhecimento dentro da indústria de moldes portuguesa, sendo dirigida atualmente por Paulo Pinho e pelo irmão Álvaro Rui.

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PTC Group: um passo à frente na projeção de moldes

Criada em 2006 e situada em Oliveira de Azeméis, a PTC Group tem como objetivo aproximar o desenvolvimento de pe-ças plásticas do desenvolvimento de moldes, a grande porte, e desenhar novos conceitos para moldes.

Com uma visão apurada do mercado, Tiago Monteiro, CEO da empresa, afirma que “atualmente, principalmente em Oliveira de Azeméis, muita gente trabalha nos moldes, mas não usa esse conhecimento para o desenvolvimento de peça plástica para a indústria automóvel”. O nosso entrevistado acrescenta que cresceu no ramo dos moldes e afirma que foi “para os moldes porque o meu pai também trabalhou, o meu avô igual e então já é algo que vem de família”.

DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS PARA O BRASILO CEO da PTC Group declarou que o que o moveu para

abrir novos horizontes foi o facto de ter ido viajar, no contexto da crise que se tinha instalado no mercado português. Assim, viajou para o Mexico e mais tarde para o Brasil em busca de novas oportunidades de negócio.

Foi então nesse âmbito que conseguiu novos clientes,

como a Ford, localizada em Salvador da Bahia, onde esteve cerca de 6 anos e posteriormente desenvolveu várias parcerias no mercado brasileiro. Mais tarde, a crise também se instalou no Brasil e foi aí que decidiu regressar a Oliveira de Azeméis.

Uma das principais características da PTC Group é que foram os pioneiros deste tipo de projeto em Portugal e exploram áreas específicas, como a análise e desenvolvimento do pro-cesso, linhas de montagem, unidades de montagem dedicadas, ferramentas especiais e dispositivos de controlo. Porém, Tiago Monteiro revela que “às vezes é difícil ir buscar mão-de-obra”.

Foi perante essa dificuldade que a PTC Group criou um novo projeto: a PTC Academy, que tem como objetivo poder formar mão-de-obra portuguesa para a própria empresa e também para o publico interessado. A PTC Group conta também com o Out-sourcing, um mecanismo que despertou o desenvolvimento dos moldes e a abertura para outros negócios como o crescimento do produto interno e do serviço remoto, entre outros.

Neste momento, a empresa é constituída por um total de 72 colaboradores, com uma filosofia de satisfazer o cliente com os melhores produtos e o máximo de proatividade. O responsável diz-nos que, neste mercado, “hoje não existe, é tudo para ontem” e acrescenta “a PTC não vai ficar por aqui, acreditando que vamos conseguir chegar mais longe”. Uma promessa deixada por Tiago Monteiro, que manifesta a sua crença na produção feita no nosso país: “Portugal não tem marca de carros, não tem marca de motos, mas temos capacidade para isso”.

Formado em Engenharia Mecânica e sendo um apaixonado pela indústria dos moldes, Tiago Monteiro criou a PTC Group (Plastic & Tooling Concept), com a necessidade de uma inovadora e eficaz presença no mercado dos moldes para a indústria automóvel em Portugal.

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02Portugal Inovador

Para a profissional, “ser solicitadora em Portugal é favorável apesar de as suas fun-ções não estarem suficientemente divulgadas. Fala-se muito do trabalho dos advogados, mas sinto que até há bem pouco tempo o solicitador estava um pouco à margem”.

Os diferentes intervenientes - solicitadores, advogados, agentes de execução - trabalham em diálogo uns com os outros, mas a Justiça parece ter duas velocidades e não chega com a mesma celeridade a todos os cidadãos, resultando em que haja “muitas pessoas que se questionam sobre o porquê de ir a tribunal se depois não vêem resultados”. Registam--se, por isso, dois tempos: o tempo de que o tribunal precisa para resolver os seus litígios; e o tempo de que as pessoas necessitam para avançar com as suas vidas.

Numa vertente mais especial izada, o solicitador pode exercer funções específicas de agente de execução, como é o caso das

Um retrato dos profissionais da Justiçadiligências do processo executivo. Conside-rando que o êxito do ato executivo depende do empenho do solicitador, a nossa interlocu-tora responsabiliza: “Temos o dever de tratar o processo com o cuidado que ele merece, alertando sempre o executado para as dificul-dades inerentes”.

Podemos constatar que todas as persona-gens são importantes para cumprir a sua mis-são, mas há um aspeto que Glória Magalhães não negligencia: a eficácia da Justiça na atual conjuntura económica. Pois, se hoje a nossa interlocutora antevê um futuro mais risonho muito se deve às importantes mudanças que ocorreram ao longo do tempo.

Atualmente, a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução tem a respon-sabilidade de dotar os seus associados de ferramentas e competências e, paralelamente a isso, compete aos solicitadores e agentes de execução renovarem os seus conheci-mentos para estarem a par do seu sistema. Pois, contrariamente ao que alguns possam

imaginar, a Justiça em Portugal não é conservadora nas novas tecnologias. Questionada sobre a funcionalidade do GPESE, a nossa interlocutora constata que, “antigamente, o sistema era mais lento, mas hoje não temos qualquer queixa”.

Neste mundo de diferenças entre o passado e o presente, a Mulher tem vindo a ocupar um lugar preponderante nas diferen-tes áreas da Justiça. Sobre esta feminização, Glória Magalhães sempre se sentiu “bem recebida”, acreditando, por exemplo, que “nós, mulheres, temos a capacida-de de multitasking e de resolver os problemas mais rápido”.

Muitas são as pessoas que desconhecem as funções do solicitador e d o a g e n t e d e execução. Junto de Glória Magalhães, p o d e m o s a g o r a compreender melhor o papel que ambos assumem e a forma como a profissão foi evoluindo ao longo do tempo.

Liderança no Feminino

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É a partir do coração de Coimbra que a QuebraTour dinamiza o gosto pela descoberta de coordenadas que não se fixam na geografia física, mas na infinidade subjacente à abertura de novos horizontes.

funcionando como agente catalisador para a dinamização económica das regiões incluídas nos seus programas exclusivos.

Mas se Portugal se apresenta como um universo rico em virtudes por explorar, importa salientar que a agência de viagens proporciona também propostas únicas noutras geografias, destacando-se o programa Tour Marrocos – Deserto e Cidades Imperiais. Claro que o sucesso destes produtos se torna possível apenas mediante “anos de trabalho no terreno e o continuado contacto direto com operadores, cadeias de hotéis e guias turísticos”. É neste contexto que a QuebraTour faz, por seu turno, questão de salientar a mais-valia de que os seus clientes gozam – não obstante a distância – ao saberem que têm acesso a um serviço de assistência 24 horas por dia, usufruindo da sua experiência em total segurança e conforto.

Relativamente a este aspeto, Rui Soares lamenta o modo como “temos assistido a muitos exemplos desa-gradáveis” de concorrência desleal que, para além da falta de transparência no serviço ou do desrespeito pelos padrões éticos, “colocam em risco as vidas das pessoas”, não havendo garantias de seguro – ou de um contacto a que recorrer – na eventualidade de qualquer imprevisto ou acidente. Fazendo um apelo às autoridades para que se concentrem neste tipo de situações, o sócio-gerente deixa um conselho a todos quantos ponderem viajar: “consultem as agências” que, para além da vasta experiência e requi-sitos legais, são as únicas que podem proporcionar o que não tem preço: a “responsabilidade”.

iajar em segurança e qualidade,em Portugal e no mundo

De portas abertas há cerca de uma década, o que co-meçou como um projeto essencialmente vocacionado para o público jovem e estudantil acabaria, eventualmente, por alastrar as suas propostas a toda a comunidade coimbren-se, materializando-se o “ADN português” que nesta agência de viagens – fundada não só pelos brasileiros Rafael Firpo e Velto Silva, mas também pelo luso Rui Soares – sempre se fizera sentir. Gerida por três espíritos aventureiros, a QuebraTour caracteriza-se pelo “serviço de qualidade a preços baixos”, consubstanciado num leque de programas exclusivos onde cada um é convidado a explorar um país eternamente à espera de ser (re)descoberto.

“Apostamos bastante no turismo nacional e todos os fins de semana focamos as nossas viagens exclusivas em destinos portugueses”, introduz Rafael Firpo. Motivos para fazê-lo não faltam, na medida em que “este é um país belíssimo, com um potencial fantástico para ser explorado, seja no verão ou no inverno, seja em busca do turismo religioso ou medieval”, exemplifica o sócio-gerente, antes de enfatizar “a segurança e a gastronomia”. No entanto, e mais do que tomar partido de uma conjuntura que tem colocado Portugal na preferência de um crescente volume de turistas estrangeiros, a QuebraTour entende como seu dever “promover também a restauração e o comércio local”,

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04Portugal Inovador

Em

sintonia com o mundo

Os portugueses têm um apetite natural por explorar o mundo e, nessa ânsia de descobrir, as tendências multiplicam-se tanto quanto as formas de ser. Se, por um lado, existem os curiosos e impulsivos, por outro há os que querem sossegar e encontrar-se num momento introspetivo.

No globo cabem todas essas formas e Fátima San-tos e Patrícia Teixeira, estando sensíveis a isso, não poderiam deixar de nos desvendar uma experiência que passa por muito mais do que a compra de um voo ou a mera soma de destinos. Existe, portanto, o tem-po para saborear, o tempo para cheirar, o tempo para desconstruir e o tempo para regressar. A viagem funde todos esses tempos e a Maninhos Viagens aproveita a equipa pequena para que o mundo, outrora grande, possa parecer mais próximo: “O que nos diferencia são mesmo esses elos que estabelecemos com os clientes. Depois de eles fazerem a sua viagem, nós tentamos saber o seu feedback e esse retorno é sempre positivo para o nosso trabalho”.

Pelo meio, o que poderia ser um serviço torna-se numa conversa, essa conversa movimenta-se para uma história, e o que aparentemente seria um negócio pas-sa a ser uma outra coisa: “Nós, por exemplo, criámos esta agência pelo gosto que temos pelas viagens e por considerarmos que nesta zona havia vários serviços, mas não existia nenhuma agência de viagens”, contam. A vontade associou-se assim à necessidade e hoje as pessoas vêm desaguar aqui pela confiança que ambas as empresárias asseguram.

O espaço fora fundado há três anos (mais espe-cificamente em outubro de 2015) e embora nenhuma delas tivesse qualquer tipo de conexão com o setor, perceberam que poderiam fazer a diferença no meio. Neste ambiente, Fátima Santos e Patrícia Teixeira verificam que conhecer o destino antes de o vender

Liderança no Feminino

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Portugal Inovador

torna tudo mais fácil, porque “é completamente dife-rente quando contactamos com a realidade. Se apenas ouvirmos falar dos lugares através de canais televisivos não vamos aconselhar da mesma forma, porque o que é bom para uma pessoa poderá não ser agradável a outra”. E é nestas experiências a solo que o trabalho do agente pode inspirar a alma viajante que cada um movimenta dentro de si.

Os testemunhos são igualmente uma fonte rica de conhecimento, não nos dessem eles afinal a pos-sibilidade de calçarmos os pés dos outros e rumar para onde de outra forma nunca rumaríamos. Estes guardiões de cores, paladares e paisagens levantam--nos verdades esquecidas e desvendam-nos lugares remotos: “A Europa está a crescer, mas nós sentimos que os portugueses começam a procurar destinos mais longínquos. Em conjunturas menos favoráveis, por exemplo, as pessoas ficavam perto. Agora não só querem viajar para longe, como procuram destinos caros e experiências duradouras”, referem.

VIDAS EM MOVIMENTOPorém, se a tendência passa por procurar lugares

cada vez mais longínquos, a verdade é que muito do trabalho do agente não pode ser feito numa secretá-ria e é preciso constatar que estas pessoas, quando viajam, nunca olham para o mundo da mesma forma que o forasteiro habitual. De fuga em fuga, todos os detalhes contam; de janela em janela, a paisagem corre depressa demais, e numa luta contra o tempo todos os cinco sentidos se ativam para apurar todas as singularidades daquele lugar.

Ninguém viaja como o agente de viagens e nesta nova forma de existir, ensaiam-se mapas, constroem-se novas rosas dos ventos e lê-se um turismo que nunca pode aparecer narrado em mais lado algum. “É como a comida: só quem prova é que pode dizer se aquilo é bom ou não. O facto de viver e experimentar é que torna tudo diferente e é relevante nós conhecermos”.

E se é certo que o turismo tem sido olhado como uma atividade económica, nunca é tarde demais para nos questionarmos sobre o porquê de as pessoas viajarem. Há os que seguem as recomendações dos amigos, há os que o fazem para escapar à monotonia de uma rotina, e depois ainda existem aqueles que são incapazes de repetir uma e outra vez o mesmo destino. Para cada um deles há produtos turísticos específicos, e a Maninhos Viagens, através da sua

equipa especializada, capacita-se de todo o know how e planeia a viagem (seja ela de negócios ou lazer) à medida da pessoa.

Neste esforço de compreender o mundo, a viagem nunca poderá ser um produto acabado. Ela tende a prolongar-se por muito tempo e talvez seja por isso que “diversas são as pessoas que nos procuram também para resolvermos os seus problemas. Gostamos de manter um laço familiar e temos clientes séniores que nos pedem ajuda”. Só a viagem poderá portanto romper com a imagem idealizada deste ou daquele lugar, mas também só ela pode reescrever uma nova história.

DESAFIOSSe por um lado é nos vínculos duradouros que as

duas profissionais ganham a sua força, por outro há uma série de condicionantes que podem dificultar o trabalho da agência física. Falamos, como é óbvio, do mercado online. Derrubadas as barreiras tradicionais, as nossas entrevistadas pensam que muitas são as ilusões e diversas as fragilidades de quem adquire uma viagem através deste meio. Nesse contexto, se toda a informação se encontra à distância de um clique, difícil também é confirmar a veracidade do que lá é coloca-do: “O online é uma ilusão porque nós consultamos o preço nas centrais hoteleiras com quem trabalhamos e percebemos que, por norma, os nossos preços são melhores do que os que aparecem noutros canais”.

A virtualidade deu poder ao consumidor, mas ainda há quem acredite que não há nada que possa substituir o meio físico, pois só aí é que “o cliente ganha maior proximidade e se acontecer algum contratempo facil-mente nos contacta. No online não há essa segurança. Ou até podem tê-la, mas dá muito trabalho e perdem tempo”, confidenciam.

Todos estes desafios adivinham já novos horizontes sobre o futuro do turismo em Portugal. Nesse capítulo, a agência descortina “um ano muito bom”, pois o rasto que os estrangeiros têm deixado em solo nacional tende a prolongar-se no tempo.

A Europa está a crescer, mas nós sentimos que os portu-gueses começam a procurar destinos mais longínquos

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Twitter, Facebook, WhatsApp, Instagram, Snapchat, Linke-dIn, de certo que já ouviu falar (entre muitas outras) e até possui uma conta em maior parte, mas será que está ciente do perigo que corre? Pois bem, com o aparecimento e a evolução da era tecnológica veio o poder de influência que cai sobre os utilizado-res destas redes. E, repare que nós estamos a falar de milhões de pessoas que se conectam atrás de um ecrã. Sendo então um espaço virtual em que, por definição, não existe contacto físico, torna-se bastante fácil manipular o outro, “inventando” uma personagem ou fazer-se passar por outro índividuo, por isso todo o cuidado é pouco.

Um dos outros grandes problemas é a promiscuidade, de acordo com um estudo feito pela Legal & General, em que, sur-preendentemente, 38% das pessoas que usam as redes sociais publicam informações detalhadas sobre os planos para o feriado e 33% dão informações acerca dos seus hábitos quotidianos, inclusive sobre os fins-de-semana, se vão passá-lo fora de casa.

Por outro lado, um estudo mais recente vem da Opinião Matters: tendo enviado 100 convites a estranhos seleciona-dos ao acaso, concluiu-se que 92% das pessoas aceita-ram os convites via Twitter, sem qualquer verificação. Para além disso, 13% dos homens facultaram o seu número pessoal de telemóvel, contra apenas 7% das mulheres.

Sobre ainda esta “criminalidade digital” sobressalta a questão: qual é a faixa etária que está mais em risco? De acordo com a Polícia Judiciária, importa recordar que consideram preocupantes os sequestros com abusos sexuais, ligados à Internet, que atingem, sobretudo, raparigas entre os 12 e os 15 anos. A verda-de, e afirma a PJ, é que estas situações de abuso potenciadas pelas redes vir-

O crescimento

das redes sociais é fruto

da criminalidade virtual?

tuais têm continuado a aumentar.Por tudo isto, o que podemos fazer para nos proteger ou proteger

os mais chegados? Como combater ou evitar estes perigos? Parece ser do relevante interesse de todos que se exija uma maior regulação e um enquadramento legal na utilização da Internet e, principalmente, nas redes sociais.

O que atrai as pessoas para criarem conta em primeiro lugar? De certo que nem tudo é mau e as redes têm as suas vantagens

e características, tais como: a velocidade com que as informações se propagam; a facilidade de acesso para os quatro pontos do mundo; a grande quantidade de informação sobre um determinado assunto e o tempo em que as informações ficam disponíveis.

Note que tudo isto é muito apelativo, já para não falar do convívio com a família que se encontra longe e maior parte dos casos, no estrangeiro. Neste sentido, há cada vez mais pessoas aderir a este mundo virtual até como forma de distração e curiosidade. No entanto, com este boom eletrónico, a Comunicação sofreu uma alteração significativa e visto que as redes sociais entram com uma grande

fatia da esfera, deixa para segundo plano os jornais, o grande ecrã e a rádio.

Concluindo que o acesso à internet é cada vez mais facilitado então, enfim, devemos aprender a

dosear o uso das novas tecnologias para que os seus próprios benefícios possam ser

aproveitados de maneira a contri-buir para a real aproximação

e compartilhamento entre as pessoas.

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