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ENCARTECONFISSÕE SINÉDITAS D EDRUMMOND
EXCLUSIVO
ENTREVISTABOB WOODWARD
OTÁVIOPREPARA 0
FRIASGATE DA CIA
FILHO
Pesquisa
CREDIBILIDAEM XEQU E
Em São Paulo, a maioria não acredita no que lê ,A imprensa está mais preocupad a
em defender interesses de pessoas egrupos do que em informar . E paraisso, distorce os fatos, altera anotícia . A opinião é da maioria do spaulistanos, ouvidos pelo Institut oGallup especialmente para IMPREN-SA no fim de agosto, na Grande Sã oPaulo (ver quadro) .
Os números variam de acord ocom as classes e os veículos, mas, d eum modo geral, a nossa credibilidad evai mal . A televisão e o rádio saem-s emelhor do que jornais e revistas . Nempor isso conseguem ultrapassar o s50% de credibilidade . Quarenta edois por cento dos pesquisado sacham que o rádio está mais preocu-pado com a informação . E 44% acre-ditam que o rádio defende interesses ,primordialmente .
José Paulo de Andrade, diretor d ejornalismo da Rádio Bandeirantes, fi-cou feliz com os números ligeiramen-te melhores do rádio . Ele diz quesua emissora funciona como porta-voz dos humildes - professores, apo-sentados, funcionários públicos :
- "Com isso ganhamos prestigio econfiança. Na época do Cruzado, fo-mos criticados pelos ouvintes, quenão concordavam com o que dizía-mos. Ameaçavam até mudar de esta-ção . Hoje, sabem que a gente estavacerto . "
Em segundo lugar nesse ranking,vem a tevê . Ela é encarada como u mveículo basicamente informativo po r39% dos entrevistados . Cinqüenta etrês por cento, no entanto, identifi-cam interesses ocultos na telinha .
Esse descrédito é uma conseqüên-cia da baixa credibilidade de todas a sinstituições nacionais, como o gover-no, o Congresso, o Judiciário . É oque pensa Celso Kinjô, editor regio-nal de jornalismo da Rede Globo emSão Paulo .
- "Esse descrédito acaba passand opara a imprensa, que não está dandosua contribuição para reverter ess equadro . Ela deveria retomar seu pa-pel de investigação . O jornalista nã opode ser apenas o caudatário das ins-
IMPRENSA - SETEMBRO 1987
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E . trabalhos anti., campo : 22123
1987.
O preocupante descrédito :nenhum veículo obteve sequer 50%
na pergunta um .
tituições, tem que denunciar o qu eacontece . "
Augusto Nunes, diretor da sucur-sal paulista do Jornal do Brasil, con -corda com Kinjô e vai além . Fica irri-tado com os números específicos d oseu meio .
Os jornais estão empatados co mas revistas em terceiro lugar, com28% de respostas positivas . O percen-tual dos que identificam a defesa degrupos nas matérias e fotos desse sveículos varia, com alguma vantagempara as revistas : 64 contra 51 % .
Nunes acha que a imprensa escrit anão merece essa fama:
- "Por que tanta desconfiança ,quando ela substitui a polícia, com ono caso Baumgarten, ou até mesmo aJustiça, a exemplo do escândalo dosmarajás? Isso me faz pensar, sem omenor constrangimento, no estilo Pe-lé : o povo não sabe ler . "
Carlos Brickmann, diretor de re -dação da Folha da Tarde, de Sã oPaulo, toma outro atalho . Ele reco-nhece que muitos jornais realment edefendem outros interesses, além da
informação precisa. Mas aponta oque considera uma falha na pesquisa :
- "Se o Correio Brasiliense publi-ca matéria paga como reportagem, oque o Jornal da Tarde, de São Paulo ,tem a ver com isso? A manchete d ocarioca O Dia tem a mesma credibili-dade da do JB? Acho que a pesquisanão deveria generalizar tanto, falan-do de jornais, revistas, rádio e televi-são, mas sim classificar os veículo sem categorias mais definidas . "
Carlos Matheus, diretor do Insti-tuto Gallup, reconhece que a consult afoi genérica, mas argumenta :
- "Nesta pesquisa, o objetivo eraavaliar a credibilidade da instituiçã oImprensa, da mesma forma que fize-mos com o Congresso, por exemplo ,sem levar em conta as diferenças departidos ou de deputados e senado-res. A Imprensa tem sido menos ques-tionada do que qualquer outra insti-tuição que ela critica . E nem sempreos resultados de uma pesquisa agra -dam aos envolvidos por ela . De modo
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PUBLICAM OSFATOS : JORNAL REVISTA TV RADIOExatamenteçomo acontecem 14% 13% 30% 27 %As vezesdistorcidos 53% 45% 47% 48 %Sempredistorcidos 30% 20% 20% 13 %Nio sabem dizer 3% 22% 3% 12%
A falta de fidelidade aos fatos :o maior índice da pergunta
um é de 30% .
geral, quando um político vai bemnuma pesquisa, acha que ela está cer -ta . Quando vai mal, contesta a meto -dologia . "
Luciano Ornellas, diretor de reda-ção de O Estado de S .Paulo acha quenão há novidade nos números apura -dos pelo Gallup :
"O próprio Estadão encomendouuma pesquisa idêntica e constatouque a Imprensa tem mesmo uma m áimagem junto à opinião pública . Nãosei se a maioria da população estápreparada para abrir um jornal . A ri-gor, só lê o título.e o lead . Se o Brasi lfosse um país desenvolvido, teri atambém uma imprensa desenvolvida .Pensam que o jornalista é um super -homem, mas ele é um produto d omeio . Vejo isso até na minha família ."Como é", perguntam, "o que maisexiste sobre aquele fato, que você snão deram?" Ora, se eu soubesse, es-taria no jornal !
O grau de precisão das resposta snão foi uniforme. Os paulistanos sa-bem mais o que dizer em relação ao sjornais e à televisão . Dezoito por cen -to dos consultados não sabiam o qu edizer sobre as revistas e 12% ficaramna mesma posição em relação ao rá-dio .
Thomas Souto Correa, diretor -
Cena 1Madrugada .Homem sem dinheiro, livra-se da"dor-de-cabeça" usandoo Caixa-Ouro de plantão e muma farmácia.
superintendente adjunto da EditoraAbril, que publica mais de 12 milhõesde exemplares de revistas por mês ,justifica essa insegurança :
"Não dá para generalizar em ter -mos de Imprensa . Não vejo despen-car a venda de nenhuma publicação .E mais : que grupos, que interesses es -tá defendendo uma revista como aCapricho? Ou a Dados e Idéias? Quepessoas a Manequim pode beneficiar ?O universo revistas é amplo demais . "
Desconfiados em relação a todos o sveículos de comunicação, os paulista -nos não têm dúvidas sobre a maneirapela qual jornais, revistas, rádio e te-levisão promovem os tais interesses ,diz a pesquisa: pela distorção danotícia. Oitenta e três por cento acu-sam os jornais de alteraram os fatos ,sempre ou às vezes . Para as revistas ,
-esse percentual é de 65°7o . Na mídiaeletrônica, a tevê lidera, com 67°7o e orádio fica com 61°7o (ver quadrodois) . Também nessa pergunta ficaevidente a insegurança dos entrevista-dos sobre o rádio e as revistas . Nãosei foi a resposta de 22°lo para revista se 12 07o para o rádio .
O índice mais alto de exatidão com-pleta ficou com a tevê : 30°7o . O rádiovem pouco depois, com 27°7o e jornai s
A luta de classes:os mais ricos confiam em revista ;
os pobres, na tevê .
Classe A
Prestam Revista 36 %Rádio 32 %informação
Jornal 28 %TV 24 %
Defendem TV 70 %interesses Jornal 66%
Rádio 34 %Revist aeTV
30 %Jornal 29%
Rádio 44 %
TV 39 %Revista 31 %Jornal 27%
Rádio 47%Jornal 29 %Revista 22 %
TV
48 %
Jornal 65 %TV 53 %Revista 48 %Rádio 44%
Jornal 61 %Revista 51 %TV 43 %Rádio 40 %
TV
67 %Jornal 66 %
Revista 54% Revista 55 %Rádio 49% Rádio 53 %
Classe B
Classe C
passe D/E
Cena 2Entardecer .Avó e Neto, sem sorte na pescaria ,usam o Caixa-Ouro numa lanchonetee conseguem dinheiro para compra runs peixinhos .
Cena 3Amanhecer.Ciclista viajante abastece seu bolso n oCaixa-Ouro de um posto de gasolina ,arruma a bicicleta mais adiante eviaja de bolso cheio.
Cena 4Onde tem esta marca, tem dinheirono ato .
Em todos os lugares onde o Caixa-Ouro estáem cartaz, você desconta seu Cheque-Ourosem fazer cena . No Brasil inteiro. No ato.Este é mais um serviço do Banco do Brasila seus clientes de Cheque-Ouro .
Publica mexatamente
e revistas a seguir quase empatados :14 e 13%, respectivamente .
Mas a distribuição desses númerosgerais por classes sociais identifica al -guns fenômenos importantes (ve rquadro três) . A tevê é a campeã d adefesa de interesses, dentro das clas-ses A e B . O jornal, nas classes C e D .A classe A considera as revistas comoveículos mais voltados para a in for-mação. Na D/E, é a televisão . E aclasse média - B e C - fica com o rá-dio .
Em termos de exatidão, o rádio es -tá na frente para as classes A e B . E atevê fatura nas outras . Celso Kinjô ,da Globo, classifica como preconcei-tuosa a postura da classe A contra atelevião .
"Ela tem vergonha de dizer que vêtevê . As classes baixas não têm di-nheiro para se divertir, nem para seinformar . Ligam a televisão e acredi-tam no que está sendo dito . "
Augusto Nunes contra-ataca :"O que eu acho mais deplorável é o
fato de a pesquisa indicar que a televi-são é mais crivei do que os jornais . Édose: basta confrontar as notícias doJornal Nacional de hoje com a pri-meira página dos jornais de amanhã .Um desavisado, por certo, irá pensarque são veículos de países diferentes"x.
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D
U
1-m
As rezesalteram/distorcem
Semprealteram/distorcem
Jornal 64 %
Revista 62 %TV 55%Rádio 53 %TV
28 %
Jornal 17 %Revista 15 %Rádio 7 %
O rádio contra a tevê :ambos tentam se salva r
na pergunta um .
Jornal/ TV /Revista 21 %Rádio 13 %
Jornal 56 %
TV 54 %Rádio 49 %Revista 45%
TV
29% TV
37% ?Rádio
23% Rádio
31 %iRevista 13% Jornal
12 %Jornal
10% Revista 10 %Jorna le Rádio 53%
Jornal 48 %
Revista 48% Rádio
44 %TV
41 %Revista 39 %TV
41 %
Jornal
33% Jornal
35 %N
21% Revista 22%Revista 18 %Rádio 13 %
Masse C
TV
16 %Rádio 14 %
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