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ornalismo e comunicacao i ESPECIA L Os nissei s na comunicaca o brasileir a HOMENAGE M Urn iornalist a chamad o Fernando Pessoa

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ornalismo e comunicacao i

ESPECIALOs nisseisna comunicacaobrasileira

HOMENAGEMUrn iornalistachamadoFernando Pessoa

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Brasil

Alzugaray e Levy: urn mais satisfeito do que o outro

Um senhor neg~cioDomingo Alzugaray volta a ser dono de IstoE ,

assume o segundo lugar entre assemanais e promete partir para cima de Veja

por Paulo Marku ne Gabriel Priolli

A caneta e o terno eram dignos deum casamento . Os sorrisos, tambem .Mas nao havia noivos, nem bolo -apenas vendedores e compradore sdiante dos escreventes e das clausula sracionais e rigidas de um contrato .No fim de tudo, procurou-se pel ochampanha ; nao tinha . E a venda d arevista IstoE para Domingo Alzuga-ray, da Editora Tres, foi brindad acorn um Grant's Royal doze anos .

Na campanha publicitaria idealiza-da por Enio Mainardi, a venda viro umesmo casamento - o casamento d oano, cujo fruto veio ao mundo cornum nitmero alto, 982, a soma da sedicoes de IstoE e Senhor - e uma am-bicao maior ainda : conquistar o pri-meiro lugar no mercado das revistas

semanais de informaedo, hoje abso-lutamente dominado por Veja .

IstoE estava a venda ha meses ,dando um prejuizo mensal de, no mi-nimo, 300 mil dolares . Levy chegou adiscutir o negocio corn Gustavo Cu -bas, da revista Afinal, e corn a Edito-ra Abril . Em ambos os casos, nao seacertaram quanto aos numeros .

"Mistura de sentimentos" - Ape-sar dos sorrisos, Levy garante qu evender a revista foi uma decisao do-lorosa, embora inevitavel : "A estra-tegia de ampliar nossa area de atua-cao, como tudo neste pals, nesses itl-timos oito meses teve de ser reavalia-da realisticamente" . 0 jornal Diariodo Sul, do grupo, tambem esta send o"reavaliado realisticamente" . Suavenda chegou a ser entabulada cornum grupo gaucho, mas o negocio re-fluiu e a definicao mais recente da

empresa e a de manter o jornal atedezembro, estudando urn piano deemergencia .

"Eu tenho uma mistura dt, doi ssentimentos", argumenta Levy ."0 empresarial, frio, pragmatico eobjetivo, me diz que estou certo . 0idealista, sonhador, me da o desej ode continuar fazendo tudo que esta-vamos fazendo . "

0 destino de IstoE comecou a sertracado de modo inusual . Alzugaraypediu urn almoco corn Levy e aind anos drinques revelou o motivo ofi-cial da conversa : oferecer a revist aSenhor para o dono da IstoE .

Se Domingo Alzugaray estava mes -mo disposto a vender urn produt orentavel, ou se usou uma velha taticaarabe de negociar - desvalorizar o qu ese almeja - que seu sangue basco na odesconhece, e dificil saber . 0 fato eque ali mesmo, na comanda de u m

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IMPRENSA - JULHO DE 1988

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garcom, Alzugaray fez alguns calcu-los e contra-atacou : queria ficar coina IstoE de grata, em troca do prejui-zo que Levy deixaria de pagar . Antesdo fim do almoco, chegaram ao pre -co : tress milhoes de Mares, pago sparceladamente .

Discussao inbcua - 0 negocio fo ifechado 36 horas depois, na casa deLevy, onde rascunharam, a lapis, o stermos da transacao . Os termos naosat) secretos : urn milhao de Mares avista, outro em parcelas a serem pa -gas entre o 13 .° e o 24.° mess e o ter-ceiro milhao entre o 24 .° e o 30 . °mess .

Alzugaray assumiu os contratos d eassinatura - que no balanco das edito-ras sat) lancados como passivo - e po risso Luiz Fernando Levy fixa o valo rdo negocio em seis milhOes de dola-res, nao tress . Pode-se discutir infini-tamente se sac) tress ou seis milhOes ,porque as assinaturas sat) o principalpatrimonio da revista . A discussao etao inocua quanto a iniciada pelo jor-nal 0 Estado de S. Paulo, onde um anota curta apontava o governado rOrestes Quercia como o socio ocult ono negocio .

Desta vez, a afirmacao nao fo icontestada simplesmente : DomingoAlzugaray apontou em pi blico a fon-te do jornal - segundo ele, ThomazSouto Correa, vice-presidente da Edi -tora Abril, a quem atacou durament enuma entrevista que nao teve respos -ta da Abril . Quando os escrevente scomecaram a ler a hipoteca de su a

mansao no Morum -bi, ele virou par ao ,reporter e disse :"E born que leiamtudo em voz alta ,para ficar bem cla -

A casa de Domingo : como garanti a

ro quem comprou a revista! "Segundo Alzugaray, a vinculacd o

do nome do governador ao negociotern dois objetivos : "Querem nosatingir naquilo que temos de mais va-lioso - nossa credibilidade e indepen-dencia. Estao criando uma armadi-lha : para provar que nao temos nad acoin o Quercia, a nossa revista teri ade atacar o governador, que apoia-mos desde o momento em que ele es-tava em quarto lugar nas pesquisas .

Calculos detalhados - Alzugaraypode ter comprado IstoE, mas nao le-vou nem a redacao (leia quadro apagina 24) nem o compromisso corn afornecedora de papel, para quem aGazeta Mercantil devia quase 1,5 mi-lhao de Mares . A Editora Tres ab-sorveu 415 funcionarios de IstoE, do ssetores de circulacao, assinaturas eadministracao, e apenas dois jorna-listas . "Redacao e comercial eu ja ti-nha. E se nao fizermos uma revist aenxuta, economizando onde for pos-sivel, o negocio sera inviavel ."

A fusao das duas revistas foi feit aa partir de calculos detalhados de tres shipoteses, codas corn base nos preco se custos de julho : Senhor sozinha, Is-toE sozinha e ja corn seus custos re-duzidos, e a nova revista . Os nOme-ros finals, em cruzados, foram estes :

Senor IstoE IsIoE Sector

PubhcidadeCirculapaoTotalDespesas

50 milhoes30 milhOes80 milhoes10 milhoes

50 milhoes130 milhOes180 milhoes210 milhoes

- 30 milhoes

90 milhoe s130 milhoes220 milhoes230 milhOes

-10 milhoesLucro/Prejuao mensal + 10 milhOes

Para que os calculos se confir-mem, IstoESenhor precisa vender 20paginas de publicidade por semana ,ja sob a nova tabela de precos, 30 %mais cara do que as das duas revista sque se juntaram .

0 departamento de pesquisa d eIMPRENSA conferiu o desempenhopublicitario de IstoE, Senhor e Vejano primeiro semestre deste ano . Nosseis primeiros meses de 1988, Veja te-ve 271 anunciantes, IstoE, 110, e Se-nhor, 92 . Quarenta e dois clientes sac)comuns as revistas agora unidas po rDomingo Alzugaray, o que faz supo rque o casamento do ano nao signifi-cara a soma automatica do fatura-memo das duas revistas .

Em termos percentuais, Senhorfaturou 12% da receita publicitari ade Veja, IstoE, 14%, e as duas jun-tas, descontando a duplicidade d eanunciantes, algo em - torno de 19% .Se a entidade IstoESenhor tivessesurgido no inicio do ano e repetisse aperformance de suas duas partes ,corn a nova tabela, poderia ter em-bolsado 25% do que a campeonissi-ma Veja conquistou .

E claro que todos esses calculos -os feitos por Domingo, por IM--,

IMPRENSA - JULHO DE 1988

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;. =

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IMPRENSA - JULHO DE 198 8

Sentado como urn hindu, sobre aspernas, numa mesa redonda, no can -to da redacao de Senhor, ele nao ternsala, nem aquetrio, nem interfone . Epor isso grita, a cada instante, por Ze -ze, sua fiel secretaria . Mino Carta es-ta feliz, fazendo o que sabe e o qu egosta, isto e, um novo produto jorna-listico . Para quem criou Quatro Ro-das (aos 26 anos), o Jornal da Tarde(aos 31), Veja, (aos 34), IstoE (42), oJornal da Repablica (45) e Senhor se -manal (aos 48 anos), comecar de no-vo corn 54 anos a estimulante, nao as -sustador .

A equipe que dirige a reduzida e aredacao mais parece o escritorio d euma fabrica decadente, onde o baru -Iho do trem interrompe as conversa sde tempos em tempos. Ali nao seveem calvas, nem cas . A media deidade na IstoESenhor a de 34 anos e13 de profissao . 0 decano (depois d eMino) a Jose Roberto Nassar, edito radjunto (41 anos, 20 de profissao) .Nirlando Beirao, redator-chefe, ternurn ano mais que Nassar no manuseiodas pretinhas e dois a menos no regis -tro civil .

Sao 26 jornalistas - ja incluidos o sque trabalham nas sucursais do Rio eBrasilia . Diminuta equipe, se compa-rada a de Veja, corn seus 108 jornalis -tas : Sao Paulo, mais nove sucursais esete correspondentes internacionais .

Ainda assim, Mino confirma a am-bicao de seu ex-socio Domingo Alzu-garay: "Digo isso sem emocao: naogostaria de ser o segundo por toda avida. Uma revista tern algo a ver co murn partido politico . Como ele, suaobrigacao e a de tomar o poder . Senao, nao tern razao de existir" .

A receita para transformar IstoE-Senhor na preferida do pnblico a sim-ples teoria, dificilima na pratica : "Osingredientes todos conhecem. 0 pro-blema a decidir corn correcao a pro-poi-0o de cada qual . Vamos acres-centar Cultura e Sociedade, que cha-mamos de Vida Moderna, as duassecOes basicas de Senhor, que sao aPolitica e Economia e os Negocios eInvestimentos . Colocar uma roupaum pouco mais alegre, vistosa, colori -da, fotos maiores, mais vibracao, adi -cionar uma boa dose de Internacionale pronto" .

Ha alguma ironia na descricao ,digamos, culinaria, do novo produto .E urn modelo de certo modo ja testa -do - primeira versa() de Isto E sema-nal, igualmente fabricada por urn ti -me reduzido, onde a opiniao do jor-nalista, em materias quase sempre as-sinadas, era pea importante . Umprojeto que mantinha a linha definid aem 1976, quando foi lancado, cornperiodicidade mensal .

"Neste nosso tempo dado a in-trospeccbes", dizia a Carta ao Leitor ,"tende-se a achar que as verdade sapinham as cabecas e as almas, cadaser carrega himalaias de verdades - oque talvez seja verdade . Mas eu m erefiro a yr

de factual, e esta, a borndize-lo, e a somente e seu contra-rio e a mentira . Diferem as maneirasde se chegar a verdade . For isso, Is-toE nao pretende manter de fio a pa-vio uma impecavel unidade de estilo epensamento, embora ninguem entr enos dispense uma certa dose de grata ,para bem dos leitores e de nos mes-mos, que gostamos de trabalhar sor -rindo"

-

PRENSA ou por quem, no mercado ,insiste em achar que urn negocio des -se tipo so pode ser feito corn um soci ooculto - tern urn razoavel grau de sub-jetividade, materia-prima essencia lno mercado editorial . Mas, de qual-quer modo, a facil imaginar o que apropria midia faria se, repentinamen-te, duas redes de televisao se juntas-sem e passassem a faturar 25% doque a Globo fatura .

Alzugaray nao admite ser o SBTdo mercado de revistas : "Nao esta-mos interessados na lideranca absolu-ta do segundo lugar . Viemos brigarpelo primeiro" . Ele pretende chegarao final do ano corn 300 mil exempla-res de tiragem . E mesmo calejado po rinnmeros lancamentos, vibrou corn oresultado publicitario do primeir onOmero da nova revista - 61 pagina sde publicidade, mais do que as 52 exi-bidas por Veja na mesma semana . "Eclaro que isso tern muito a ver cornser o primeiro nOmero . Mas tern a ve rtambem corn a maneira pela qual o sanunciantes sac) tratados por Veja" ,explica Domingo, que nao disfarcaseus entreveros corn a Abril .

A reagao do mercado - 0 ex-jor-nalista Armando Strozenberg, 4 3anos, ha nove na publicidade, direto rtecnico da agencia carioca Contem-poranea, acha que os 300 mil exem-plares sonhados por Alzugaray par ao final deste ano correspondem aopatamar de viabilizacao da nova re -vista . "0 que norteia o investimentopublicitario nessa epoca de crise e arelacao custo-beneficio . No caso dasrevistas semanais, essa relacao so evantajosa para Veja" . Strozenber gnao resiste a uma metafora para defi-nir a fusao : "E como urn casament ode duas pessoas bem vividas, cornmuita quilometragem . Vamos ver co-mo etas se dao juntas" .

Ivan Cristobal Marques, 30 anos ,10 de profissao, diretor de midia d aMPM, tambem reconhece as diferen-cas entre o pnblico de IstoE e Senhor,mas a otimista: "Acredito que o Mi-no Carta podera resolver o aparent eparadoxo entre os interesses dos lei-tores de IstoE, mais jovens, interessa-dos numa mensagem mais leve, e o sde Senhor, mais serios, voltados par auma mensagem mais analitica e pesa-da . Ele deve conseguir uma sintese -revista analitica, com uma paut amais leve" .

Uma volta as origens de IstoE e oque vislumbra Agnelo Pacheco, 4 1anos, 20 de propaganda, presidente ediretor de criacao da Agnelo Pachec oPropaganda . "0 leitor de hoje que ropiniao, como a que IstoE veiculava .

Uma receita corna assinatura Mino Carta

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CAMPINASGANHOUUM NOVOJORNAL

DE 76 ANUS.0 Diario do Povo

e o mais antigo jornal deCampinas. E agora e

tambem o mais modernoe completo . 0 jornal passou

por uma reformulacaoeditorial e grafica ,

ganhando em conteudo eapresentacao visual .

0 Diario do Povo amplia

sua historia de prestacaode servicos a populacao,evolucao que acompanhaa mais nova tendenciado jornalismo. E une ,a urn so tempo, uma imagemmoderna e a experienciade 76 anos, voltadapara uma regiao corn mais dedois milhOes de habitantes .

Di~rio do Povo0 JORNAL DE CAMPINAS .

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inicialmente . Ultimamente, era difici ldiscernir entre IstoE e Afinal e con-vencer o cliente de que existem dife-rencas . Estava havendo uma super-posicao no mercado de revistas sema-nais de informacao" .

Concorrencia bem-vinda - Gusta-vo Cubas, o dono da Afinal, nao te-me a fusao das concorrentes . Aos 56anos, 20 de profissao, tambem pro-prietario da FCB-Sibboney, a otimis-ta quanto ao futuro: "Isso fortalec eo mercado . Faz corn que todos me -Ihorem seus produtos . Diminui urn ti-tulo, mas aumenta o nitmero das re-vistas boas, como a nossa" .

Para o vice-presidente de midi ada Salles Interamericana, Claudi oPereira, 42 anos, 20 de propaganda ,a bola esta com a revista : "Moo setrata da publicidade apoiar ou nao .Eles tern que conquistar uma posicaojunto ao leitor . Ai, a publicidade vaiatras" .

Mais concorrencia a sempre bemrecebida, afirma Antonio Sabino d eSouza, 43 anos, 18 de Abril, direto rcomercial de Veja . "0 distanciamen-to do primeiro para o segundo colo-cado a muito grande e isso nao a bornpara ninguem . Mas nao vamos mexe rno nosso time em funcao da concor-rencia . Nossa linha editorial ja pro-vou que funciona e eles vao ocupa rurn outro espaco. Nosso leitor terndemonstrado uma grande fidelidad ea Veja . Alem disso, as pesquisas pro-varn que um grande ntimero de leito-res de IstoE e Senhor le tambem Ve-ja "

Toque de ironia - Pretensao eagua benta nao fazem mal a nin-guem, mas, para que IstoESenhorsupere Veja, a preciso que muita coi-sa mude no mercado. Mesmo preju-dicado pelo fato de Senhor nao ser fi-liada ao IVC e do Instituto ainda na oter tabulado dados mais recentes, ografico apresentado a pag . 21 fala po rsi . Para bater Veja, IstoESenhorprecisaria aumentar a circulacao e m20% ao ano, durante seis anos conse-cutivos, e Veja nao conquistar nesseperiodo urn so leitor .

De urn modo ou de outro, a corn-pra de IstoE pode ser o pulo do gatoda Editora Tres, cujo faturament omensal esta na faixa dos 350 milhbe sde cruzados . Ate o mes passado, Se-nhor representava 15 07o do fatura-mento da empresa, que ganha mesm ona sua grafica . A nova revista devesignificar 35 07o da receita de Alzuga-ray .

Gala de fotonovelas - E o pass o

24

Nirlando Beirao ,redator-chef eda nova revista ,e a pequen aredacao d eIstoESenhor :muita motivacao

mais ambicios ona caminhadaempresarial des -se argentino de55 anos que co-mecou a traba-lhar na Abril ar-gentina aos 20anos, em 1952 ,como gala de fo-tonovelas . E m1957 veio para oRio, corn a mis-sao de produzi ralgumas histo-rias do genero eacabou ficando ,a convite de Vic -tor Civita .

Em 1961 ,mudou-se paraSao Paulo, paradirigir as revistas de fotonovelas .Dois anos depois, assumia a direcaocomercial da editora, de onde so saiunove anos mais tarde . Junto corn eledeixava a Abril Luis Carta, direto reditorial e irmao de Mino Carta, qu edirigia Veja . Alzugaray, Carta e Fa-brizio Fasano criaram a Editora Trese, ja no primeiro ano, lancaram de zfasciculos, comecando por Menu ,nas aguas de Born Apetite, o maio rsucesso da Abril . Depois viriam Pla-neta, a revista feminina Mais, Statu se Vogue. Em 1976, a saida e Min oCarta de Veja provocava o surgimen-

Martins, Timoteo Lopes, Marinild aCarvalho, Antonio Augusto Fontes ,Sergio Moraes (Rio); Helena Daltr o

O agravamento da crise de Is-

(Brasilia); Sergio Vieira, Nilso n

toE, nos nltimos meses, levou mui-

Monteiro (Curitiba); Marcia Turca -

tos jornalistas a deixarem a revista .

to (Porto Alegre); Bernardino Sou -

Dos 38 cargos jornalisticos de texto

to Maior (MaceiO) ; Elias de Faria

existences na redacao central de Sao

(Belem); Elcio Martins (Fortaleza) ;

Paulo, por exemplo, apenas 23 esta-

Jose Calixto (Cuiabk); Luciano Fra -

vam ocupados no final . Ainda as-

ticelli (Recife); Walter Rodrigue s

sim, a direcao da empresa em mo-

(Sao Luis); Ubirajara Alves (Floria-

mento algum admitiu a gravidade

nOpolis) .

da situacao - nem mesmo quando

Remanejados para a Gazeta

vendeu a revista . A noticia da venda

Mercantil ou outras publicacoes da

chegou a redacao pelos jornais . De-

empresa: Tatiana Fonseca, Genilson

pois de , formalizada, os jornalistas

Cesar, Rita Karam, Tania Belickas ,

de IstoE tomaram rumos diferentes,

Mara Luquet, Antenor Nascimento ,

uns permanecendo na casa, outros

Nanci de Moraes (Sao Paulo) ; Fer-saindo. A situacao e a seguinte :

nando Dantas (Rio); Graca Ramos ,

Demitidos: Luis Andre do Pra-

Marcos Magalhaes (Brasilia) .

do, Renato Sardenberg, Flavio de

Convidados a ficar numa das

Carvalho, Flaminio Fantini, Igor

empresas do grupo, preferiram sair :

Fuser, Jaime Klintowitz, Tonico

Aluizio Maranhao, Evanildo da Sil -

Duarte, Ricardo Chaves, Apoenan

veira, Wanda Nestlehner, Edson Ri -

Rodrigues, Raimundo Costa, Leo-

cardo (Sao Paulo) .

nardo Mourao, Ricardo Porto, Leo-

Transferiram-se para IstoE-

vegildo Leal, Vivaldo Reinalto (Sao

Senhor: Hugo Carnevalli, Nei Du-

Paulo); Ricardo Lessa, Marilia

clos (Sao Paulo) .

IMPRENSA - JULHO DE 198 8

to de outra empresa, a Encontro Edi-torial, e da IstoE.

"Erro terrivel" - Durante dez me -ses, IstoE foi mensal . "Nem urn su-cesso, nem urn fracasso . Por isso ,passamos a semanal", lembra Do-mingo . Dois anos no vermelho e a re-vista acabou se equilibrando, ja se mLuis Carta, que se foi, corn Voguedebaixo do bravo . Foi entao que Do-mingo e Mino resolveram tentar oprimeiro pulo do gato . E lancaramurn jornal diario, o Jornal da Repiu-blica, que nao durou oito meses ."Foi um erro terrivel", reconhec e

Isto Era

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Domingo . "Fiz os calculos a parti rda minha experiencia com revistas edeu tudo errado ." Em quinze dias ,Domingo propos a Mino fechar ojornal . Nat) conseguiu convencer osocio, que ficou com a Encontro Edi-torial, aumentou o prejuizo e termi-nou vendendo tudo para FernandoMoreira Salles, que fechou o Jorna lda Republica, manteve Mino no co-mando de IstoE por algum tempo eterminou passando a bola para o gru-po Gazeta Mercantil . A transforma -0o de Senhor foi mais cautelosa . Arevista surgiu na Editora Tres e m1975 como mensal, passou a quinze-nal em 1981, e em 1982 tornou-se se-manal, corn Mino Carta a frente .

Corn o eixo na politica e econo-mia e os servicos editoriais da TheEconomist (que agora passam para aGazeta Mercantil, como parte d oacordo), Senhor foi conquistand ocirculacao, influencia e receita publi-citaria . No ano passado, ainda deuprejuizo . No primeiro semestre de 88 ,teve urn crescimento real de fatura-mento de 53% (em OTNs) e de 12 %em espaco publicitario .

Esse desempenho nao a indiciosuficiente de que a nova revista va de-

colar . Pelo menos e o que imagin aHenry Maksoud, empresario e donoda revista Visao, terceira em circula-cao no mercado das semanais de in-formacao . (Segundo o IVC, Visit()tern uma circulacao pouco menor d oque Manchete, mas esta corre em fai-xa propria) . "Eles somaram dois pro-blemas num so . A questao a ver quemvai aguentar o tranco", raciocin aMaksoud . "0 mercado nao esta so -pa. Ate a Veja deve estar se estrebu-chando . Visdo a prima inter pares . Eoutra conversa, entra numa faixa queninguem atinge" .

"Dois motivos" - Domingo Alzu-garay lido tern nem Visao, nem Afi-nal, nem Manchete em sua alga d emira . Tern a Veja mesmo. E resumesua disposicao de brigar corn os Civi-ta assim : "Quando alguem abre u mnegocio, tern pelo menos urn motiv opara faze-lo dar certo - a necessidad ede ser bem-sucedido . Eu tenho doismotivos. 0 outro a importunar aAbril ." Domingo acusa a. Abril de te rfeito o impossivel para arrasar com aEditora Tres . "Eles chegaram a dizerpara a fornecedora de papel que de-viam escolher : ou forneciam para a

Abril, ou para mim . Acabaram meajudando, porque consegui credito . "

Na Abril, ninguem fala sobre a pi-nimba corn Alzugaray . Urn dos quese sentaram a mesa do board da Abri ljunto corn Alzugaray garante que el ee Luis Carta prepararam, antecipada-mente, varios projetos de fasciculo sque estavam nos pianos da Abril . Eque semanas depois da saida da duplada empresa comecaram a ser impres-sos . Domingo nega que tenha lanca-do mac) de qualquer segredo empre-sarial e defende o direito de concor-rer: "Isso e a regra do nosso sistema .Por que eu nao poderia abrir umaeditora, depois de ter trabalhado vin-te anos numa empresa dessas? 0 queeu poderia fazer? "

0 normalmente loquaz Thoma zSouto Correa ditou uma curta decla-racdo a IMPRENSA : "A Abril aco -Ihe quaiquer concorrencia como bemvinda, sempre . Concorrencia a extre-mamente benefica. Faz com que te-nhamos parametros, fiquemos mai salertas, procuremos melhorar o queja fazemos de born . Ponto final" .

Pode ser o fim da declaracao d eThomaz . Isla() a certamente o da bri-ga, onde quern ganha e o leitor . )(

Dez milhoesde exemplares

0 numero tres domina a cobertu-ra de hard news nos Estados Unidos :sari tres as principais redes de televi-sao (ABC, CBS e NBC), tres os gran -des jornais (The New York Times,The Washington Post e Los AngelesTimes), tres as principais revistas se-manais de informacao - Time, News-week e U.S . News and World Report .

A pioneira Time continua nafrente, a muitos corpos de vantagemdo eterno segundo lugar, a News-week . Uma na faixa dos 4,7 milhoesde exemplares, outra em torno do s3,2 milhOes, e a U.S. corn uma circu-lacao de 2,2 milhoes .

Mas quem liga a televisao, nasgrandes cidades americanas, e assist ea nova campanha publicitaria da Ti-me, desconfia que nem tudo vai bem .Corn uma trilha sonora em estilo ora-torio solene, diversas cenas relem-bram urn fato marcante recente, co-mo o crack de Wall Street . Uma con-clusao sobre o fato, em torn dramati-co, precede o slogan : "Time - nao hasubstituto" . A dramaticidade, queadquiriu proporcOes epidemicas n apropaganda de companhias america- sirEntre as semanais, a gigante Time

Semanais dos EUA : mais soft news

nas, revela, no caso da Time, um ou-tro aspecto do mercado das sema-nais : a multiplicacao de revistas espe-cializadas e a entrada firme das noti-cias na TV a cabo.

Ha alguns anos, as tres semanai scomecaram a se mexer . Tern dedica-do mais espaco as chamadas softnews - tendencia que, justica seja fei-ta, nao a patrimonio das revistas ape-nas, mas do jornalismo american oem geral . BastiOes do estilo hardnews, como NYT e CBS, tern se do-brado a indiferenca do publico pelarealidade . A famosa entrevista do an-chorman da NBC, Torn Brokaw ,corn Mikhail Gorbachen, por exem-plo, foi impiedosamente batida emaudiencia pelas comedias surrada sdas concorrentes .

tern sofrido mais alteracOes na estra-tegia de marketing do que no contet -do . A U.S . News and World Reporttrocou de maos ha tres anos, mascontinua sendo identificada como aporta-voz do pensamento conserva-dor . Vende uma imagem de servico scorn a secao "Noticias que voce podeusar", corn dicas de sande, alimenta-cao e financas .

A Newsweek e, das tres, a mai svulneravel num futuro proximo . Arevista, de propriedade da compa-nhia Washington Post, sofreu um aqueda nos lucros, e os graficos, nasprojecaes de analistas financeiros ,apontam para baixo . A Newsweekenfrenta uma crise de identidade quej$ foi exaustivamente denunciada po rcolunistas especializados . E acusadade imprevisivel, de fazer jornalism ode opiniao e de errar nas tentativas demudar de cara .

0 fato a que corn hard news, softnews, anOncios dramaticos ou roup anova, as revistas semanais america-nas ja refletem a angustia de urn mer-cado cada vez mais competitivo . Osleitores americanos sao bombardea-dos corn noticias 24 horas por dia . Eas semanais vac) ter que lutar para s emostrar relevantes no final de sema-na .por Lucia Guimaraes, de Nova York

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IMPRENSA - JULHO DE 1988

Page 9: ornalismo e comunicacaoiportalimprensa.com.br/imprensa30/imprensaeconomia/30capas/IMPRENSA... · um casamento . Os sorrisos, tambem . ... ta feliz, fazendo o que sabe e o qu e gosta,

klade4o cr~difo.A Credicard S.A., ao completar 18 anos devida, rompe corn a descrenca, comemora amaioridade e reafirma seu credito .

Credito que esta disponivel ,por exemplo, na maisavancada tecnologia . Namaior rede deestabelecimentos filiados dopals, em uma rede de bancosde dimensao nacional .Credito para mais de 1milhao e 500 mil pessoas,portadoras dos earth- esCredicard-MasterCard eDiners Club.

A Credicard S.A. acredita quedeve dar credito permanente aspessoas e ao pais . Mais do quenunca, agora, aos 18 anos, na

idade do credito .

CREDICARD SA

Credito e respeito a opiniaopubl ica, que se traduz

no servigo de informacaoe atendimento aos clientes .

Credito a imprensa,atraves de uma

politica detransparencia e

portas abertas : maisdo que uma atitude,

urn cornpromissocorn a verdade .

Credito de con fiancano Brasil, atraves deestimulos as artes ,ao esporte ,a cultura.

ar.